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altos índices de crescimento, o que passou a provocar o fenômeno das regiões
metropolitanas, ou regiões urbanas homogêneas (MANZATO, 2007). Com isso,
algumas cidades tiveram suas zonas rurais praticamente extintas, convertidas em
zonas urbanas, tamanho o crescimento populacional ocorrido.
Hoje, o cenário urbano começa a viver uma nova fase, onde algumas cidades
tendem a estabilizar suas populações, seja pela saturação do solo disponível para
ocupação, do limite de capacidade das infraestruturas urbanas, ou mesmo pela
estabilização das taxas de migração e natalidade com as taxas de imigração e
mortalidade. De qualquer forma, o processo de urbanização está intimamente ligado
às condições de tecnologia, ciência e informação às quais as cidades estão
submetidas (SANTOS, 2008). Do mesmo modo, conforme também apontado por
Santos (2008), as configurações urbanas e rurais de uso do solo sofrem grande
influência dos meios de transporte e telecomunicações. Isso também ocorre em
âmbito global, onde os avanços tecnológicos, assim como a disseminação da
informação, influenciam tanto os processos de crescimento, quanto a qualidade do
desenvolvimento urbano. Porém, mesmo com tantos avanços, a falta de
organização e planejamento tem sido uma das principais causas dos diversos
problemas incidentes no ambiente urbano, em especial nos países em
desenvolvimento. Dentre os problemas mais visíveis, pode-se citar a violência, a
poluição, os grandes congestionamentos, filas e atrasos das mais diversas
naturezas, além dos assentamentos irregulares e precários, como cortiços e favelas.
Um problema bastante característico nas cidades brasileiras, conforme
abordado por Raia Júnior (1995), é o processo de especulação urbana, onde são
loteadas áreas afastadas da malha urbana, valorizando terras de localização
intermediária que passam a contar com melhores infraestruturas. Conforme
Lima (1998), esse processo traz diversas consequências negativas para a
população em geral e, principalmente, para a população de baixa renda. Esta última,
além de sofrer com o aumento dos impostos para o custeio das obras de
infraestrutura, vê como única opção estabelecer moradia nas regiões periféricas,
sofrendo os efeitos da distância em relação aos locais de emprego e equipamentos
públicos. Maiores distâncias aumentam o tempo e custo de transporte, em
detrimento de outras necessidades.
Outro problema semelhante é o advento dos condomínios fechados,
normalmente construídos para a população de alta renda, mas que também podem