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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Juliana Bartolomucci Angeli Pereira
DEFORMIDADES DENTOFACIAIS: CARACTERIZAÇÃO DAS
FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS E DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES PRÉ E PÓS CIRURGIA
ORTOGNÁTICA E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
Rio de Janeiro
2009
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Juliana Bartolomucci Angeli Pereira
DEFORMIDADES DENTOFACIAIS: CARACTERIZAÇÃO DAS
FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS E DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES PRÉ E PÓS CIRURGIA
ORTOGNÁTICA E REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
Dissertação apresentada ao curso de
Mestrado Profissionalizante em
Fonoaudiologia da Universidade Veiga de
Almeida, como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre. Área de
concentração: Estudo dos procedimentos,
técnicas e produtos aplicados à fala,
linguagem e audição.
Orientadora: Dra. Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
SISTEMA DE BIBLIOTECAS
Rua Ibituruna, 108 – Maracanã
20271-020 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 2574-8891
FICHA CATALOGRÁFICA
FICHA CATALOGRÁFICA
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Setorial Tijucal/UVA
P436d Pereira, Juliana Bartolomucci Angeli
Deformidades dentofaciais: caracterização miofuncional e
DTM pré e pós cirurgia ortognática e reabilitação
fonoaudiológica / Juliana Bartolomucci Angeli Pereira, 2009.
144p. ; 30 cm.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Veiga de Almeida,
Mestrado Profissionalizante em Fonoaudiologia. Estudo dos
procedimentos, técnicas e produtos aplicados à fala, linguagem e
audição, Rio de Janeiro, 2009.
Orientação: Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini
1. Articulação temporomandibular – tratamento. 2. Deglutição. 3.
Mastigação. 4. Fala. 5. Fonoaudiologia. I. Bianchini, Esther Mandelbaum
Gonçalves (orientador). II. Universidade Veiga de Almeida, Mestrado
profissionalizante em fonoaudiologia, Estudo dos procedimentos,
técnicas e produtos aplicados à fala, linguagem e audição. III.
Título.
CDD – 617.643
iii
JULIANA BARTOLOMUCCI ANGELI PEREIRA
DEFORMIDADES DENTOFACIAIS: CARACTERIZAÇÃO DAS
FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS E DTM PRÉ E PÓS
CIRURGIA ORTOGNÁTICA E REABILITAÇÃO
FONOAUDIOLÓGICA
Dissertação apresentada à Universidade
Veiga de Almeida, como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Mestre em Fonoaudiologia. Área de
concentração: Estudo dos procedimentos,
técnicas e produtos aplicados à fala,
linguagem e audição.
Aprovada em 10 de agosto de 2009.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Profa. Monica Medeiros de Britto Pereira – Doutora
Universidade Veiga de Almeida – UVA
_____________________________________________________
Prof. Antonio Carlos Canabarro Andrade Júnior – Doutor
Universidade Veiga de Almeida – UVA
Profa. Irene Queiroz Marchesan – Doutora
CEFAC Pós-Graduação em Saúde e Educação
______________________________________________________
Profa. Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini – Doutora
Universidade Veiga de Almeida - UVA
iv
Dedico este trabalho aos meus filhos Enzo e
Mariah (que ainda está na minha barriga), e
ao meu marido Rodrigo, pelo apoio
incondicional, paciência e carinho.
v
AGRADECIMENTOS
Aos meus queridos pais, José Mário e Regina Angeli, a mais profunda gratidão pela
lição de vida que sabiamente me prestaram e continuam prestando;
À minha orientadora Esther M. G. Bianchini, pelo exemplo de amor e respeito à
profissão e orientação incansável e essencial à elaboração desse trabalho;
À Aline Cordeiro Barros, pela amizade sincera que tanto estimo e auxílio nos
momentos difíceis;
Aos colegas de mestrado, pela amizade que, certamente, deixará marcas na minha
vida;
À todos que colaboraram direta e indiretamente com esta pesquisa, manifesto minha
gratidão.
vi
“Grandes realizações não são feitas por impulso, mas
por uma soma de pequenas realizações”.
(Vincent Van Gogh)
vii
RESUMO
Deformidades dentofaciais (DDF) são modificações graves esqueletais e
dentoalveolares que requerem tratamentos combinados com cirurgia ortognática
(CO). Portadores dessas deformidades podem apresentar assimetrias musculares,
desvios funcionais e disfunções temporomandibulares (DTM). O objetivo do presente
estudo foi nvestigar as características funcionais e presença de DTM em indivíduos
portadores de DDF, assim como sua evolução após correção cirúrgica e reabilitação
miofuncional orofacial, além de verificar se existem diferenças dessas características
e de sua evolução de acordo com a variação da DDF. Foi realizado estudo
longitudinal por meio de levantamento de dados de 129 prontuários e avaliações
miofuncionais realizadas durante os procedimentos de avaliação pré CO e
reavaliações pós-cirúrgicas. Critérios de inclusão: pacientes que realizaram todas as
etapas propostas para essa pesquisa. Exclusão: déficits neurológicos, cognitivos;
síndromes genéticas, traumas faciais e alteração morfológica da ATM. Participaram
60 sujeitos, ambos os sexos, média de idade 28 anos. A investigação dos dados
referentes às queixas, DTM e funções estomatognáticas ocorreu em três momentos:
avaliação miofuncional prévia à cirurgia, reavaliação pós-cirúrgica imediata (10 a 20
dias pós) e em reavaliação quatro meses após realização da cirurgia ortognática e
reabilitação fonoaudiológica. Para verificação das diferenças entre os tipos de DDF,
os sujeitos foram agrupados conforme características craniofaciais, constituindo-se 3
grupos. GA: 22 sujeitos Classe II Esquelética, GB: 22 sujeitos Classe III Esquelética;
GC: 16 sujeitos com laterognatismo. Foi realizada estatística descritiva e testes
específicos. As queixas iniciais principais foram: dificuldades funcionais,
sintomatologia de DTM e estética. Todos os participantes apresentaram alteração
das funções estomatognáticas analisadas e presença de DTM em 75% da amostra.
Após os tratamentos verificou-se redução das queixas, melhora das funções para a
maioria da população estudada (p<0,001) e remissão da DTM em 88,3 dos
participantes (p< 0,001). Constatou-se semelhança quanto à presença de DTM,
entre os três grupos no momento pré-cirúrgico. Após os tratamentos, GB apresentou
100% de remissão da DTM, com diferença estatisticamente significante quando
comparando aos outros dois grupos (p=0,004). GA foi o único grupo com média de
amplitude máxima de abertura menor que o limite mínimo de referência (p<0,001).
No pré CO observou-se mastigação unilateral para todos os grupos, em GA
predominou deslize anterior da mandíbula na mastigação e na fala, GB movimentos
mastigatórios verticalizados e maior porcentagem de distorções fonéticas e GC
poucos ciclos mastigatórios. Após tratamentos GA apresentou maior porcentagem
de manutenção do padrão de mastigação unilateral, GB apresentou remissão de
todas as alterações de deglutição e adequação da fala para os três grupos.
Indivíduos com DDF apresentam alterações miofuncionais referentes às funções
estomatognáticas, assim como DTM. Os tratamentos, cirúrgico e fonoaudiológico,
produziram modificação miofuncional verificando-se correção dos padrões funcionais
referentes às funções estomatognáticas, assim como redução de DTM. Os três
grupos de DDF analisados não se diferenciaram, em geral, quanto à presença de
alterações funcionais e de DTM pré CO, porém tais diferenças ficaram evidentes
após os tratamentos.
Palavras-chave:
Transtornos da Articulação Temporomandibular, prognatismo,
retrognatismo, mastigação, deglutição, fala, cirurgia e reabilitação.
viii
ABSTRACT
Dentofacial deformities (DFD) are severe skeletal modifications that require
specific treatment combined with orthognathic surgery. Patients who suffer from
these deformities can show muscular asymmetry, functional disabilities and
temporomandibular disorders (TMD). The purpose of this study was to investigate
the functional features, as well as the presence of TMD in people who suffer from
DFD, analyze its evolution after surgical correction and oromyofunctional treatment
and the possible differences in these features and their evolution according to the
DFD variation. A longitudinal study was made with data collection of all 129
myofunctional evaluations performed during the pre-surgery evaluation procedures
and post-surgery evaluations. The subjects that had gone through all the steps were
included on the research and those that presented with neurological deficit, cognitive
deficit, genetic syndromes, facial trauma and TMJ morphological modification were
excluded. 60 people took part in the research, of both genders and average age of
28. The investigation was divided in 3 steps: myofunctional evaluation prior to the
surgery, immediate post-surgical re-evaluation (10 to 12 days after the surgery) and a
re-evaluation 4 months after the orthognathic surgery and oromyofunctional
treatment. In order to verify the differences among DFD types, patients were grouped
according to their craniofacial characteristics into 3 groups. GA: 22 Class II skeletal
patients, GB: 22 Class III Skeletal patients; and GC: 16 skeletal asymmetry patients.
Descriptive and analytic statistics tests were performed. Inicial complaints include
functional difficulties, TMD symptoms and aesthetic reasons. All of the patients
developed modification of the stomatognathic functions and presence of TMD was
observed in 75% of the sample. After treatment the complaints decreased; the
majority of the patients showed function improvement (p<0,001) and, in 88,3% of the
patients, there was also remission of the TMD. TMD presence was similar in the 3
groups, before the surgery. After treatment, GB showed 100% remission of TMD,
statistically differing to the other groups (p=0,004). GA was the only group that had
the average maximal mandibular opening range smaller than the minimum limit of
reference (p<0,001). In pre-surgery, it was observed unilateral chewing pattern in all
groups; in GA, there was a predomination of anterior protusion of the mandible in
both chewing and speech; GB showed vertical chewing movements and higher
percentage of phonetic distortion and, in GC there were fewer chewing cycles. After
treatment GA showed higher percentage of maintenance of the unilateral chewing
pattern; GB showed remission of all the swallow modifications and there were
conformity of the speech in all of the 3 groups. Patients with DFD show myofunctional
modifications related to the stomatognathic functions and to TMD. Both the surgery
and the speech therapy produced myofunctional modifications, when correction of
the functional patterns related to the stomatognathic functions were applied, as well
as a decrease of TMD. There was no difference, in the 3 groups, according to the
presence of functional modifications and TMD pre-surgery, but such differences were
evident after treatment.
Keywords:
Temporomandibular Joint Disorders, prognathism, retrognathism,
chewing, swallow, speech, surgery and rehabilitation.
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Descrição dos protocolos pesquisados e número final de
participantes, p. 45
Tabela 2 – Distribuição dos participantes quanto ao tipo de DDF, p. 46
Tabela 2a – P-valores das comparações dos tipos de DDF, p. 46
Tabela 3 – Distribuição dos participantes quanto ao tipo de desproporção
de maxila, p. 47
Tabela 3a – P-valores das comparações dos tipos de desproporções de maxila, p.
47
Tabela 4 – Distribuição dos participantes quanto ao tipo de desproporção de
mandíbula, p. 47
Tabela 4a – P-valores das comparações dos tipos de desproporções de
mandíbula, p. 47
Tabela 5 – Distribuição dos participantes quanto aos tipos de cirurgias
realizadas, p. 48
Tabela 5a – P-valores das comparações dos tipos de cirurgia, p. 48
Tabela 6 – Comparação das queixas dos participantes pré e pós CO, p. 49
Tabela 6a – P-valores das queixas dos pacientes pré e pós CO (N=60), p. 50
Tabela 7 – Comparação da presença de DTM pré e pós CO, p. 50
Tabela 8 – Avaliação da presença de sinais de DTM pré e pós CO, p. 51
Tabela 8a – P-valores dos sinais de DTM pré e pós CO, p. 51
Tabela 9 – Caracterização das funções estomatognáticas pré e pós CO, p. 52
Tabela 10 – Caracterização da função de mastigação pré e pós CO, p. 53
Tabela 11 – Caracterização da função de deglutição pré e pós CO, p. 54
Tabela 12 – Caracterização da função de fala pré e pós CO, p. 55
Tabela 13 – Distribuição dos participantes e caracterização dos grupos em
relação à idade, p. 56
Tabela 14 – Distribuição dos grupos em relação ao gênero, p. 56
Tabela 15 – Distribuição dos grupos quanto ao tipo de deformidade considerando-
se as bases ósseas, p. 56
Tabela 16 – Distribuição dos grupos quanto aos tipos de cirurgias realizadas, p.
57
x
Tabela 17 – Comparação das queixas de GA pré e pós CO, p. 57
Tabela 18 – Comparação da presença de DTM em GA pré e pós CO, p. 58
Tabela 19 – Comparação dos sinais de DTM de GA pré e pós CO, p. 58
Tabela 20 – Comparação das funções estomatognáticas de GA pré e pós CO, p.
59
Tabela 21 – Caracterização da mastigação de GA pré e pós CO, p. 60
Tabela 22 – Caracterização da deglutição de GA pré e pós CO, p. 61
Tabela 23 – Caracterização da fala de GA pré e pós CO, p. 62
Tabela 24 – Comparação das queixas de GB pré e pós CO, p. 62
Tabela 25 – Comparação da presença de DTM em GB pré e pós CO, p. 63
Tabela 26 – Comparação dos sinais de DTM de GB pré e pós CO, p. 63
Tabela 27 – Comparação das funções estomatognáticas de GB pré e pós CO, p.
64
Tabela 28 – Caracterização da mastigação de GB pré e pós CO, p. 65
Tabela 29 – Caracterização da deglutição de GB pré e pós CO, p. 66
Tabela 30 – Caracterização fala de GB pré e pós CO, p. 67
Tabela 31 – Comparação das queixas de GIII pré e pós CO, p. 67
Tabela 32 – Comparação da presença de DTM em GC pré e pós CO, p. 68
Tabela 33 – Comparação dos sinais de DTM de GC pré e pós CO, p. 68
Tabela 34 – Comparação das funções estomatognáticas de GC pré e pós CO, p.
69
Tabela 35 – Caracterização da mastigação de GC pré e pós CO, p. 70
Tabela 36 – Caracterização da deglutição de GC pré e pós CO, p. 71
Tabela 37 – Caracterização da fala de GC pré e pós CO, p. 72
Tabela 38 – Comparação intergrupos quanto à presença de queixas dos sujeitos
pré CO, p. 73
Tabela 38a – P-valores quanto à presença de queixas dos sujeitos (intergrupos), p.
73
Tabela 39 – Comparação intergrupos quanto à presença das queixas dos sujeitos
pós CO, p. 74
Tabela 39a – P-valores quanto à presença de queixas dos sujeitos (intergrupos)
pós CO, p. 74
Tabela 40 – Comparação intergrupos de sujeitos com DTM pré e pós CO, p. 75
Tabela 40a – P-valores de sujeitos com DTM pré e pós CO (intergrupos), p. 75
xi
Tabela 41 – Comparação intergrupos quanto à presença dos sinais de DTM pré
CO, p. 75
Tabela 41a – P-valores quanto à presença dos sinais de DTM pré CO (intergrupos),
p. 76
Tabela 42 – Comparação intergrupos quanto à presença dos sinais de DTM pós
CO, p. 76
Tabela 42a – P-valores quanto à presença dos sinais de DTM pós CO
(intergrupos), p. 77
Tabela 43 Comparação intergrupos grupos das medidas de amplitude dos
movimentos mandibulares pré CO, p. 78
Tabela 43a – P-valores quanto às medidas de amplitude dos movimentos
mandibulares pré CO (intergrupos), p. 78
Tabela 44 Comparação intergrupos grupos das medidas de amplitude dos
movimentos mandibulares pós CO, p. 79
Tabela 44a – P-valores das medidas de amplitude dos movimentos mandibulares
pós CO (intergrupos), p. 79
Tabela 45 – Comparação intergrupos das funções estomatognáticas pré CO, p. 80
Tabela 46 – Comparação intergrupos das funções estomatognáticas pós CO, p.
80
Tabela 46a – P-valores das funções estomatognáticas pós 2 (intergrupos), p. 80
Tabela 47 – Comparação intergrupos das características da função de mastigação
pré CO, p. 81
Tabela 47a – P-valores dos grupos quanto às características da função de
mastigação pré CO, p. 82
Tabela 48 – Comparação intergrupos das características da função de mastigação
pós CO, p. 83
Tabela 48a – P-valores dos grupos quanto à função de mastigação pós CO, p. 83
Tabela 49 – Comparação intergrupos das características da função de deglutição
pré CO, p. 84
Tabela 49a – P-valores dos grupos quanto às características da função de
deglutição pré CO, p. 84
Tabela 50 – Comparação intergrupos das características da função de deglutição
pós CO, p. 85
xii
Tabela 50a – P-valores dos grupos quanto às características da função de
deglutição pós CO, p. 85
Tabela 51 – Comparação intergrupos das características da função de fala pré
CO, p. 86
Tabela 51a – P-valores dos grupos quanto às características da função de fala pré
CO, p. 86
Tabela 52 – Comparação intergrupos das características da função de fala pós
CO, p. 87
Tabela 52a – P-valores dos grupos quanto às características da função de fala pós
CO, p. 87
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS
ATM – articulação temporomandibular
CO – cirurgia ortognática
DDF – deformidade dentofacial
DTM – disfunção temporomandibular
SE – sistema estomatognático
GA – Grupo A: sujeitos Classe II esquelética
GB – Grupo B: sujeitos Classe III esquelética
GC – Grupo C: sujeitos com laterognatismo
xiv
NORMATIZAÇÃO ADOTADA
Essa dissertação está de acordo com:
Referências bibliográficas: adaptada da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) conforme manual adotado pela Instituição.
NAMEN, F. Elaboração de teses e dissertações. Rio de Janeiro: Rubio,
2006. 96 p.
Abreviaturas dos títulos dos periódicos: padronizada de acordo com Index
Medicus.
Terminologia: padronizada de acordo com:
Sociedade Brasileira de Anatomia. Comissão Federativa da Terminologia
Anatômica, Terminologia Anatômica Internacional. São Paulo: Manole,
2001. 248 p.
SBFa Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. DUARTE, L. I. M.;
KRAKAUER, L. H.; CATTONI, D. M. (Org.) Documento Oficial 04/2007 do
Comitê de Motricidade Orofacial da Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia. São Paulo: SP, 2007. ISBN 978-85-899002-02-1.
xv
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO, p. 16
2. OBJETIVO, p. 18
3. REVISÃO DE LITERATURA, p. 19
3.1 ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES, p. 19
3.2 DEFORMIDADES DENTOFACIAIS E DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES, p. 22
3.3 CIRURGIA ORTOGNÁTICA, p. 27
4. METODOLOGIA, p. 34
4.1 PARTICIPANTES, p. 34
4.2 MATERIAL, p. 36
4.3 PROCEDIMENTOS, p. 37
4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA, p. 43
5. RESULTADOS, p. 45
6. DISCUSSÃO, p. 88
7. CONCLUSÃO, p. 111
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p. 113
9. ANEXOS, p. 124
10. APÊNDICES, p. 132
16
1. INTRODUÇÃO
A articulação temporomandibular (ATM) é uma estrutura associada às
funções estomatognáticas e dependente da organização de estruturas correlatas tais
como: dentes, oclusão, posição e proporção das bases ósseas, músculos da
mastigação e caracterização funcional (ANELLI, 1997; BIANCHINI, 2000a).
A ocorrência de condições desfavoráveis que afetam a ATM costuma ser
freqüente e tais alterações, também conhecidas como disfunções
temporomandibulares (DTM), se manifestam através de sinais e sintomas, como
limitações nos movimentos mandibulares, sensações auditivas (zumbido, dores,
pressão), dores faciais e cefálicas, cuja origem atribui-se a desequilíbrios oclusais,
psíquicos e neuromusculares, combinados ou não (FELÍCIO, 1994). As DTM
parecem ser comuns em portadores de deformidades dentofaciais (DDF), pois essas
interferem tanto no aspecto funcional, como também nos aspectos estético,
psicológico, social e profissional dos pacientes e podem ser consideradas como fator
de risco para o desenvolvimento de DTM (EGERMARK ET AL, 2000).
Consideram-se como DDF os problemas graves de maloclusão (esqueletais e
dentoalveolares), cuja magnitude é excessiva para a resolução apenas com
ortodontia e requer tratamento combinado com cirurgia ortognática (CO),
17
diferenciando, assim, daqueles de menor gravidade que podem ser tratados
somente com a ortodontia (OKAZAKI, 1999).
A CO se tornou uma das grandes conquistas no tratamento das deformidades
da face, pois busca restaurar a função, primando pela estética (ALMEIDA JR;
CAVALCANTE, 2004). O reposicionamento das bases ósseas, obtido por meio da
CO, em muitos casos modifica a musculatura orofacial, induzindo novas respostas
adaptativas, em sua maioria, benéficas. Em outros casos, esta modificação muscular
não ocorre da maneira esperada, ocasionando dificuldades em relação à mastigação
e a deglutição (MARCHESAN; BIANCHINI, 1999).
Mediante as modificações estruturais e oclusais, a reabilitação
fonoaudiológica mostra-se bastante eficaz, na busca da adequação funcional do
sistema estomatognático (SE), contribuindo para a diminuição das possíveis
recidivas provocadas pela manutenção de padrões adaptativos inadequados
(CAMPIOTTO, 1998; MARCHESAN; BIANCHINI, 1999).
Visando direcionar e objetivar a terapêutica fonoaudiológica na área de CO,
esse trabalho busca investigar os aspectos miofuncionais e de DTM em indivíduos
portadores de DDF, assim como sua evolução após correção cirúrgica das bases
ósseas.
18
2. OBJETIVO
O objetivo do presente estudo foi investigar as características funcionais e a
presença de sinais e sintomas de DTM em indivíduos portadores de DDF com
indicação de CO, assim como verificar a evolução das características funcionais e de
tal sintomatologia após correção cirúrgica das bases ósseas e de reabilitação
miofuncional orofacial, buscando subsídios para o aprimoramento de reabilitação
desses pacientes. Objetivou também verificar se existem diferenças dessas
características e de sua evolução de acordo com a variação da desproporção
dentofacial.
As hipóteses de estudo testadas quanto à caracterização das funções
estomatognáticas e funcionalidade da ATM foram:
Indivíduos com DDF apresentam modificações funcionais e quadros de DTM
associado às discrepâncias das bases ósseas, à maloclusão e situação
muscular.
Os tratamentos, cirúrgico e fonoaudiológico, produzem modificação
miofuncional, com melhora dos padrões funcionais e remissão dos sintomas e
sinais de DTM.
A DDF do tipo Classe II esquelética apresenta maior grau de complexidade
em relação às demais DDF referente a aspectos miofuncionais e de DTM.
19
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES
A ATM é uma das articulações do corpo mais requisitadas pelo ser humano.
Trata-se de um dos componentes mais importantes do SE, na medida em que
possui capacidade de realizar movimentos complexos e sincronizados associados à
ação dos músculos mastigatórios. Além da ATM, o SE é composto pelos dentes e
suas estruturas de suporte, a maxila e a mandíbula, os lábios e a língua, a
musculatura mastigatória e mímica, os nervos e vasos associados (LEMOS, 2000).
O SE apresenta grande capacidade adaptativa de seus componentes com o
objetivo de manter o equilíbrio, a saúde e integridade das estruturas que o
compõem. A amplitude e precisão dos movimentos mandibulares que definem
muitas das características da mastigação, deglutição e fala dependem,
fundamentalmente, da integridade desse sistema (ANELLI, 1997; BIANCHINI,
2000a; LEMOS, 2000; FERRARIO, ET AL, 2004; PEREIRA; FELÍCIO, 2005;
PIANCINO ET AL, 2005; BIANCHINI; ANDRADE, 2006; ONCINS; FREIRE;
MARCHESAN, 2006; FELÍCIO ET AL, 2008).
20
As alterações do SE, associadas ao grau de tolerância individual, constituem
fator de risco para o desenvolvimento de DTM, que se caracterizam por uma série
de sinais e sintomas, tais como: dor na região da ATM; dor na face, em região
temporal, frontal e cervical; cefaléia; ruídos articulares, como estalos e/ou crepitação;
dificuldades funcionais do tipo: limitações dos movimentos mandibulares, de
mastigação, travamento e cansaço na musculatura da face, redução da amplitude
dos movimentos mandibulares na fala, além de sintomas otológicos como otalgia,
plenitude auricular, zumbido, sensão de diminuição da acuidade auditiva e
tontura/vertigem (OKESON, 1997; ANGELI ET AL, 2000; PASCOAL ET AL, 2001;
SOUZA ET AL, 2005; FELÍCIO ET AL, 2006; BIANCHINI; PAIVA; ANDRADE, 2007 e
2008).
Ao longo dos anos, diversos pesquisadores têm investigado a origem desse
conjunto de sinais e sintomas. Sua etiologia é considerada complexa e multifatorial,
na medida em que envolve fatores de origem muscular, psicológicos e anatômicos.
Acredita-se que os sinais e sintomas das disfunções são desencadeados por uma
combinação de fatores que incluem: distúrbios oclusais, das bases ósseas: maxilar e
mandibular; fatores traumáticos, problemas degenerativos, alterações musculares
como hipo ou hiperatividade, modificações funcionais e hábitos deletérios que geram
hiperatividade muscular e consequente sobrecarga na articulação ou na
musculatura; estresse e problemas emocionais, associados ou não (COOPER;
COOPER, 1991; FELÍCIO, 1994; CARLSSON, 1999; BIANCHINI, 2000c;
EGERMARK ET AL, 2000; SAUERESSIG, 2002; PEREIRA JUNIOR; VIEIRA, 2004;
TURP ET AL, 2007; CASCONE ET AL, 2008). Sua incidência é mais frequente nos
indivíduos do sexo feminino, representando cerca de 85% dos casos, na faixa etária
do adulto jovem, dos 20 aos 40 anos (BERRETIN, 2000; BIANCHINI, 2000a;
21
NUNES; PAIVA, 2008). As DTM são consideradas como uma das maiores causas
de dor na região orofacial de origem não dentária (CELIC; JEROLIMOV; KNEZOVIC
ZLATARIC, 2004; CASCONE ET AL, 2008).
As DTM podem ser classificadas em musculares e intra-articulares. As
disfunções musculares são aquelas em que há envolvimento muscular, em especial
da musculatura mastigatória, sem comprometimento das estruturas articulares. Já,
as disfunções articulares se caracterizam por distúrbios internos da articulação e
musculoarticulares, acometendo simultaneamente a musculatura e a articulação
(FELÍCIO, 1994; BIANCHINI, 2000a; OKESON, 2000; CASCONE ET AL, 2008).
Devido à modificação nas condições musculares e articulares, as DTM podem
acarretar alterações gerais nos movimentos mandibulares e consequente prejuízo
das funções estomatognáticas (BIANCHINI; PAIVA; ANDRADE, 2007). A presença
de desvios no percurso mandibular pode estar associada à presença de dor,
hiperatividade do músculo pterigóideo lateral, processo inflamatório, relação alterada
de côndilo/disco e alterações morfológicas da ATM (GARCIA ET AL, 2000)
Alterações no funcionamento da ATM são comuns em pacientes com DDF,
sendo verificada em diversos estudos, a presença de sinais e sintomas de DTM
nesses pacientes (BIANCHINI, 1995; MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; EGERMARK
ET AL, 2000; WOLFORD; KARRAS; MEHRA, 2002; FELÍCIO; BRAGA, 2005;
ABRAHAMSSON ET AL, 2007; CASCONE ET AL, 2008).
22
3.2 DEFORMIDADES DENTOFACIAIS E DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES
As DDF podem acometer uma ou duas bases ósseas, nos planos vertical,
horizontal e transversal; tanto de maneira isolada como combinada, acarretando
diferentes tipos de deformidade (GONÇALES, 2006). A terminologia referente à sua
classificação é variada e nem sempre coincidente. São invariavelmente associadas
às maloclusões (NARY FILHO; GONÇALES; RIBEIRO, 2004), sendo uma de suas
classificações baseada na descrição proposta por Angle (1907) e em dados
cefalométricos no aspecto anteroposterior, isto é, na relação maxilomandibular em
relação à base do crânio. São classificadas como: Classe II esquelética,
caracterizada pelo perfil convexo, tendo a mandíbula em posição mais distal em
relação à maxila, podendo apresentar-se de várias formas em relação à base do
crânio: maxila avançada e mandíbula normal; maxila normal e mandíbula recuada;
maxila avançada e mandíbula recuada; maxila e mandíbula recuadas; e, Classe III
esquelética, caracterizada pelo perfil côncavo, com a mandíbula mais anteriorizada
em relação à maxila, podendo apresentar-se também de várias formas em relação à
base do crânio: maxila normal e mandíbula avançada; maxila recuada e mandíbula
normal; maxila recusada e mandíbula avançada (BIANCHINI, 2002).
Dentre as terminologias existentes na literatura, encontram-se agrupamentos
didáticos, conforme os planos de análise, denominadas: deformidades verticais,
deformidades horizontais e deformidades transversais. A deformidade vertical é
descrita por meio de termos específicos como: Síndrome da Face Longa ou Padrão
Face Longa; a maxila pode ou não se apresentar bem posicionada em relação à
base do crânio, enquanto a mandíbula geralmente sofre rotação póstero-inferior. A
23
deformidade horizontal refere-se aos aspectos anteroposteriores descritos. Já, a
deformidade transversal é definida como atresia de maxila, resultante da
deficiência no crescimento transversal da maxila comparado ao da mandíbula;
assimetria maxilar ou mandibular (ARAÚJO, 1999). Entretanto, constata-se a
combinação das situações esqueléticas descritas, que constituem casos de
deformidades associadas, havendo, sempre, a preponderância de um problema.
(AMBRIZZI ET AL, 2007).
Os indivíduos portadores de DDF possuem características miofuncionais
específicas, peculiares ao tipo de desproporção que apresentam, tais como
alterações da postura habitual de lábios e língua, assimetrias musculares, desvios
nas funções de mastigação, deglutição, fala e respiração (BIANCHINI, 1995;
MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; BIANCHINI, 2002; EGERMARK ET AL, 2000;
TRAWITZKI ET AL, 2006).
Em contrapartida, a ocorrência de sinais e sintomas de DTM em pacientes
com DDF também tem sido largamente discutida na literatura (NURMINEN; PIETILA;
VINKKA-PUHAKKA, 1999; PANULA ET AL, 2000; EGERMARK ET AL, 2000;
WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001; WOLFORD; KARRAS; MEHRA, 2002;
FELÍCIO; BRAGA, 2005; ABRAHAMSSON ET AL, 2007; CASCONE ET AL, 2008).
Diversos estudos indicam maior incidência de sinais de alteração da ATM, tais como
estalos e/ou dor orofacial, redução das amplitudes máximas de abertura da boca,
gerando maior dificuldade na realização das funções (FUJII, 2002; FELÍCIO;
BRAGA, 2005; FELÍCIO ET AL, 2007; BIANCHINI; PAIVA; ANDRADE, 2007),
principalmente nos indivíduos com Classe II esquelética (BIANCHINI, 1995;
MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; DERVIS; TUNCER, 2002; ROCCO; DUARTE,
2004; LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007; SIMMONS; OXFORD; HILL, 2008).
24
No que diz respeito à função mastigatória, diversos estudos empenharam-se
em descrever e analisar esta função devido à sua importância no processo digestivo
e à relação recíproca com os componentes do SE (BIANCHINI, 2000a; MIOCHE;
BOURDIOL; MOIER, 2003; TRAWITZKI ET AL, 2006; FELÍCIO ET AL, 2007). O
desempenho mastigatório é determinado por diferentes fatores tais como oclusão,
força de mordida, atividade muscular e coordenação dos músculos mastigatórios
(FERRARIO ET AL, 2004; PIANCINO ET AL, 2005; FELÍCIO ET AL, 2008) e a
dificuldade para tal tem sido apontada como uma das principais queixas dos
indivíduos com DDF. Diversas pesquisas têm evidenciado que esses indivíduos,
quando comparados com indivíduos com oclusão dentária normal, apresentam
redução da força de mordida, da habilidade para mastigar e da eficiência
mastigatória (BIANCHINI, 1995; ELLIS; THROCKMORTON; SINN, 1996;
MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; ENGLISH; BUSCHANG; THROCKMORTON,
2002; VAN DEN BRABER ET AL, 2005), bem como baixa atividade eletromiográfica
nos músculos mastigatórios (TRAWITZKI ET AL, 2006).
Além disso, indivíduos portadores de DTM frequentemente apresentam
limitações na função mastigatória, diferente do que ocorre com indivíduos
pertencentes a grupos controle (FELÍCIO; MAZZETTO; SANTOS, 2002; SATO;
FUMIKO; KATSUTOSHI, 2002; BERRETIN-FELIX ET AL, 2005; FELÍCIO ET AL,
2007). O padrão mastigatório unilateral tem sido verificado com maior frequência
nesses indivíduos (FELÍCIO; MAZZETTO; SANTOS, 2002; FELÍCIO; FERNANDES;
RODRIGUES, 2005; FELÍCIO ET AL, 2007) apesar de alguns estudos não
constatarem diferenças significantes (SOUZA ET AL, 2005).
Considerando que a eficiência mastigatória encontra-se reduzida devido à
maloclusão e que a deglutição depende da preparação do alimento a ser deglutido,
25
isto é, da trituração e umidificação (FELÍCIO, 2008), é comum a ocorrência de
padrões inadequados de deglutição, como por exemplo: contração excessiva de
musculatura perioral; presença de deslize mandibular lateral ou frontal;
pressionamento anterior da língua seja pelo movimento invertido (anteroposterior),
pela interposição da língua entre as arcadas, pelo pressionamento das arcadas pela
língua ou apoio inferior da língua, entre outros (FELÍCIO, 1999; BIANCHINI, 2000a).
A alta incidência de alterações nos padrões de deglutição nos pacientes portadores
de DTM, também é relatada na literatura (RODRIGUES; BERRETIN; GENARO,
1998; BIANCHINI, 2000a; PEREIRA; FELÍCIO, 2005).
Outro aspecto a ser observado refere-se à associação entre determinados
tipos de DDF e alterações de fala. Alterações das estruturas ósseas e dentárias
envolvidas com a produção da fala podem inviabilizar o correto ponto articulatório
dos fonemas, afetando os padrões de pronúncia ou de produção dos sons da língua
(ZORZI, 1998; BIANCHINI, 2000a). As alterações da relação maxilomandibular, bem
como da dimensão vertical de oclusão, forma e tamanhos dos arcos dentários,
contornos e espessura da base palatal, suporte labial, contorno dos incisivos e
estabilidade das próteses dentárias são fatores que determinam possíveis erros na
pronunciabilidade dos fonemas (FELÍCIO, 1999). No entanto, há quem considere
equivocada tais colocações, afirmando não haver evidências claras quanto à relação
direta entre maloclusões e alterações de fala (HASSAN; NAINI; GILL, 2007).
Indivíduos com excesso vertical de maxila e/ou com Classe III esquelética
apresentam maior porcentagem de erros articulatórios quando comparados com os
de Classe II esquelética e/ou com os de assimetria maxilomandibular. Observa-se,
ainda, que na presença de assimetria facial associada à mordida cruzada, é
esperado um desvio mandibular em lateralidade, para o lado cruzado. Em casos de
26
Classe II esquelética com sobressaliência acentuada, a ocorrência de deslize
mandibular anterior em fonemas sibilantes é comum bem como, em casos de Classe
III esquelética, observa-se o predomínio de interposição lingual na fala associado ao
prognatismo (BIANCHINI, 2000a). Alguns autores consideram a Classe III
esquelética como a situação que mais leva os pacientes a buscarem tratamento
ortodôntico-cirúrgico, devido ao grande prejuízo estético e funcional que tais
características trazem ao seu portador (BAILEY ET AL, 2001; CHANG; TSENG;
CHANG, 2006).
Vários trabalhos evidenciam a influência da DTM sobre a articulação da fala
(FELÍCIO, 1994; BIANCHINI, 2000a; BIANCHINI, 2000b; BIANCHINI; ANDRADE,
2006 e 2007; FELÍCIO, 2008). A amplitude dos movimentos de mandíbula depende
da saúde e integridade das estruturas que os possibilitam, sendo associada à ATM e
à ação dos músculos esqueletais (BIANCHINI, 2000b; BIANCHINI, 2001).
Alterações, tais como desvios mandibulares, prejuízo na intelegibilidade da fala e
projeção anterior de língua durante a produção dos fonemas linguodentais, são
descritas em indivíduos com hipermobilidade articular associada ao deslocamento
de disco articular (BERRETIN; GENARO; TEIXEIRA, 2000). Já, o ceceio anterior ou
posterior e a projeção de língua na emissão dos fonemas linguodentais podem
ocorrer devido à tensão muscular, que por sua vez, diminui a flexibilidade
articulatória (ANELLI, 1997).
Estudos brasileiros sobre os movimentos mandibulares durante a fala da
língua portuguesa constataram, por meio de eletrognatografia computadorizada, que
a presença de DTM acarreta redução da amplitude e da velocidade tanto de
abertura quanto de fechamento dos movimentos mandibulares durante a fala, porém
27
o grau de dor parece não determinar maior redução desses valores (BIANCHINI,
PAIVA; ANDRADE, 2007 e 2008).
As alterações funcionais fazem com que todo sistema estomatognático se
adapte a novas respostas musculares, podendo sobrecarregá-lo e provocando
alterações no funcionamento da ATM. Sendo assim, as alterações dentoesqueléticas
podem ser consideradas como fator de risco para o desenvolvimento de DTM não
apenas devido às maloclusões como também às adaptações miofuncionais e à
sobrecarga em decorrência da alteração da forma (BIANCHINI, 2000a; EGERMARK
ET AL, 2000)
Além das repercussões funcionais, destacam-se nos pacientes portadores de
DDF as alterações da harmonia e estética da face, podendo causar profundas
implicações psicológicas, sociais e profissionais para os pacientes e frequentemente
interferem na qualidade de vida do indivíduo (NURMINEN; PIETILA; VINKKA-
PUHAKKA, 1999; RIBAS ET AL, 2005; WILLIAMS ET AL, 2005; GONÇALES, 2006;
AMBRIZZI ET AL, 2007).
3.3 CIRURGIA ORTOGNÁTICA
A CO é assim denominada pelo fato de constituir-se de técnicas de
osteotomias realizadas no sistema mastigatório com o objetivo de corrigir as
discrepâncias relacionais maxilares e, por conseguinte, estabelecer o equilíbrio entre
a face e o crânio (RIBAS ET AL, 2005). Ela tornou-se uma das grandes conquistas
no tratamento das deformidades da face, pois busca restaurar a função, primando
pela estética (ALMEIDA JR; CAVALCANTE, 2004).
28
Tal procedimento cirúrgico é o único tratamento capaz de mover o complexo
maxilomandibular para uma posição mais balanceada, funcional e estável, tornando
possível o realinhamento dos maxilares ou reposicionamento dos segmentos
dentoalveolares, isto é, uma melhor relação dental (RIBAS ET AL, 2005; GIMENEZ
ET AL, 2006; PROFFIT; FIELDS JR; SARVER, 2007).
Nas últimas décadas, houve um aumento significativo do número de
pacientes que buscam o tratamento cirúrgico para as DDF (FARELLA ET AL, 2007)
em virtude da estabilidade e dos resultados mais precisos, que foram obtidos através
do aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas, introdução de fixação rígida, traçados
predictivos aperfeiçoados com técnicas de computação, uma qualidade de decisões
e planejamentos mais acertados e o trabalho de outros profissionais na equipe
(ARAÚJO; ARAÚJO, 1999).
Vários estudos destacam que as principais razões para o paciente procurar a
CO são a melhora estética, tanto facial quanto dentária, e a melhora no desempenho
das funções estomatognáticas (BIANCHINI, 1995; WESTERMARK; SHAYEGHI;
THOR, 2001; DERVIS; TUNCER, 2002; ONG, 2004; RIBAS ET AL, 2005; FARELLA
ET AL, 2007).
A busca pela redução da dor orofacial e da DTM também é apontada como
potencial da CO (EGERMARK ET AL, 2000; PANULA ET AL, 2000; WESTERMARK;
SHAYEGHI; THOR, 2001; WOLFORD; KARRAS; MEHRA, 2002; ABRAHAMSSON
ET AL, 2007; AMBRIZZI ET AL, 2007; CASCONE ET AL, 2008). Um estudo
retrospectivo de 655 pacientes submetidos à CO constatou, em fase pré-operatória,
que 46% da amostra tinham problemas relacionados à ATM, sendo o estalo o
sintoma referido, seguido pela queixa de dor e restrição da abertura da boca
(PANULA; FINNE; OIKARINEN, 2001).
29
A melhora dos sinais e sintomas de DTM, em especial a dor crônica ou
intermitente, a limitação dos movimentos mandibulares, o ruído na articulação, as
dores na face e dor de ouvido, impulsionam a escolha deste tipo de tratamento e é
vastamente relatada na literatura (EGERMARK-ERIKSSON; KAHNBERG; RIDELL,
1988; WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001; ALMEIDA JÚNIOR;
CAVALCANTE, 2004; FELÍCIO; BRAGA, 2005; RIBAS ET AL, 2005;
ABRAHAMSSON ET AL, 2007). Porém, a melhora da DTM pode variar de acordo
com os tipos de DDF. Alguns autores, ao acompanhar a evolução da DTM em
pacientes submetidos à CO, afirmam que indivíduos com retrognatia mandibular não
apresentam melhora na mesma magnitude que os com prognatismo mandibular
(WESTERMARK ET AL, 2001; PAHKALA; KELLOKOSKI, 2007; JANSON ET AL,
2008). Entretanto, alguns autores observaram flutuação de maneira imprevisível
destes sinais e sintomas de DTM em sujeitos Classe III esquelética submetidos à
cirurgia bimaxilar (FARELLA ET AL, 2007).
As complicações pós-operatórias mais freqüentes apontadas pela literatura
são: dor na ATM e face, reabsorção condilar, paresia ou parestesia, infecções e
recidivas (ONG, 2004; RIBAS ET AL, 2005).
A presença de dor facial comumente relatada após a remoção do bloqueio
intermaxilar pode ser justificada pela possível atrofia muscular decorrente da falta de
atividade mastigatória (DERVIS; TUNCER, 2002).
Além disso, alguns autores consideram a CO como fator que pode
desencadear ou agravar a DTM (PANULA; FINNE; OIKARINEN, 2001; WOLFORD;
REICHE-FISCHEL; MEHRA, 2003, RIBAS ET AL, 2005). Durante o procedimento
cirúrgico, diferentes forças mecânicas podem induzir à reabsorção do côndilo, como,
por exemplo, um grande avanço mandibular. Além disso, outros fatores como o
30
aumento da carga devido à autorrotação da mandíbula e o bloqueio
maxilomandibular são considerados como componentes etiológicos da reabsorção
condilar após a CO (RIBAS ET AL, 2005; LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007). A
instabilidade oclusal pós-operatória também pode favorecer a reabsorção condilar
progressiva (LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007).
A reabsorção condilar parece ser mais freqüente em pacientes portadores de
Classe II esquelética e ocorre normalmente na porção mais anterior e superior do
côndilo e está associada a fatores de risco pré-existentes como a DTM, a
osteoartrose e os hábitos deletérios, além do trauma cirúrgico (RIBAS ET AL., 2005;
LIPORACI JUNIOR ET AL., 2007). Mudanças na posição do côndilo causadas pela
CO podem gerar danos aos músculos mastigatórios e a ATM; desta forma, o
estresse mecânico, bem como a compressão, podem causar, muitas vezes, a
reabsorção do côndilo, prejudicando a lubrificação e a nutrição, com risco de
ocasionar inflamação da articulação (HWANG ET AL., 2000; RIBAS ET AL., 2005). A
recuperação da mobilidade mandibular pode variar de acordo com o tipo de
procedimento cirúrgico e das medidas terapêuticas de reabilitação muscular
utilizadas. Há relatos de que o tempo de recuperação da mobilidade próxima ao
normal para pacientes que realizaram reposicionamento maxilar via osteotomia Le
Fort I é de três meses e, para pacientes que realizaram avanço mandibular via
osteotomia sagital bilateral do ramo mandibular é de seis meses (BOYD; KARAS;
SINN, 1991), sendo este último considerado o procedimento mais problemático e de
maior dificuldade de reabilitação (BELL ET AL, 1983). Um estudo retrospectivo com
28 pacientes verificou que após dois anos da CO, as medidas máximas de abertura
da boca e de lateralidade foram praticamente as mesmas de antes da CO
(NURMINEN, PIETILA; VINKKA-PUHAKKA, 1999).
31
O reposicionamento das bases ósseas conseguido por meio da CO
proporciona, normalmente, resultados estéticos satisfatórios e em muitos casos,
modifica de maneira espontânea a musculatura orofacial induzindo novas respostas
adaptativas que, na maioria das vezes, são benéficas. Em outros, tal modificação
muscular não ocorre da maneira esperada, ocasionando dificuldades em relação à
mastigação e a deglutição, sendo necessária a utilização de medidas terapêuticas
específicas a fim de garantir a estabilidade do tratamento, uma vez que é por meio
da harmonia funcional do conjunto que se estabilizam as estruturas estáticas (BELL
ET AL, 1983; BIANCHINI, 1995; MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; RIBAS ET AL,
2005; TRAWITZKI ET AL, 2006).
Para a maioria dos autores estudados, as modificações na função
mastigatória ou em seus componentes após a correção cirúrgica são evidentes
(ELLIS; THROCKMORTON; SINN, 1996; NURMINEN, PIETILA; VINKKA-
PUHAKKA, 1999), com resultados bastante favoráveis, principalmente em indivíduos
Classe III esquelética. Porém, o período em que isso ocorre é controverso, muitas
vezes devido à diferença de metodologia utilizada para avaliação. Pode haver,
também, a influência da preparação ortodôntica para a cirurgia, pois quanto maior o
alinhamento com o osso durante a fase pré-operatória, melhor o prognóstico pós-
operatório, com conseqüente facilitação da função mastigatória (TRAWITZKI, ET AL,
2006). Alguns relatos demonstram que a adaptação a nova situação oclusal requer
um período maior que seis meses da correção cirúrgica (VAN DER BRABER ET AL,
2005). Outros, afirmam que tal adaptação só ocorre num período de dois a três anos
após a cirurgia (ELLIS; THROCKMORTON; SINN, 1996; THROCKMORTON;
BUSCHANG; ELLIS, 1996).
32
A melhora, estatisticamente significante, da força de mordida foi observada
em pacientes submetidos à correção cirúrgica de prognatismo mandibular (ELLIS;
THROCKMORTON; SINN, 1996). Já, em pacientes com retrognatismo mandibular,
não foi observada influência da CO no desempenho mastigatório quanto aos
mecanismos de seleção e trituração das partículas alimentares num período de um
ano a um ano e meio após a cirurgia (VAN DEN BRABER ET AL, 2005).
Ao avaliar a atividade eletromiográfica dos músculos mastigatórios de
pacientes portadores de Classe III esquelética, pesquisadores verificaram aumento
significativo da atividade dos músculos temporal e masseter, após seis a nove
meses dos tratamentos ortodôntico, cirúrgico e miofuncional, apesar dos valores
ainda encontrarem-se abaixo dos do grupo controle (TRAWITZKI ET AL, 2006).
O efeito da CO sobre a fala é controverso na literatura. Há quem considere
que tal procedimento reduz drasticamente as alterações articulatórias (LEE ET AL,
2002; RIBAS ET AL, 2005). Em contrapartida, outros descrevem mudanças sutis
(WARD ET AL, 2002) ou nenhuma mudança significativa, como um recente estudo
acústico que avaliou a produção de sons vogais após o procedimento cirúrgico de
avanço mandibular (NIEMI ET AL, 2006).
A avaliação do impacto da CO nos movimentos de fala torna-se complexa
devido à grande variedade de procedimentos cirúrgicos utilizados bem como a
dificuldade de se investigar um grande número de sujeitos para cada variável. Além
disso, as mudanças promovidas pela cirurgia afetam não só a relação dentes e
mandíbula, mas também os tecidos moles intraorais e os lábios. Ambos os fatores
podem afetar a articulação (HASSAN; NAINI; GILL, 2007).
A intervenção fonoaudiológica, em fase pré CO busca a conscientização dos
padrões musculares e funcionais alterados, bem como a retirada dos hábitos
33
deletérios. Em fase pós-cirúrgica imediata, tal intervenção restringe-se ao trabalho
voltado para compensação da parestesia, relaxamento e posturas de lábios e língua,
sendo que o paciente pode encontrar-se com bloqueio maxilomandibular, por meio
de elásticos, mesmo com fixação óssea rígida. Após a retirada do bloqueio, a
fonoterapia e fisioterapia assumem papel de extrema importância na reabilitação
(LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007) e o enfoque terapêutico visa a eliminação das
alterações musculares e funcionais, garantindo o sucesso do resultado e prevenindo
qualquer tipo de recidiva (BIANCHINI, 1995; CAMPIOTTO, 1998; MARCHESAN;
BIANCHINI, 1999; PACHECO, 2000; RIBAS ET AL, 2005).
A estabilidade dos resultados obtidos cirurgicamente é bastante influenciada
não só pelo fator muscular, como também pelo mecanismo de imobilização adotado.
O uso do bloqueio maxilomandbular é motivo de controvérsia na literatura.
Alguns autores consideram que tal procedimento é prejudicial à ATM e afirmam que
sua utilização, quando necessária, deve ser restringida a curto período de tempo,
três a cinco dias, pois promove diminuição da circulação sinovial. Consideram que o
pós-operatório deve permitir o retorno precoce à função, possibilitando a
remodelação articular e adaptação da mesma à nova carga, bem como acomodação
e equilíbrio da musculatura supra-hióidea, que tende a tracionar a mandíbula
posteriormente (LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007). O uso da fixação óssea rígida
parece proporcionar aumento significativo da estabilidade na posição da osteotomia,
tornando os resultados mais previsíveis e reduzindo o tempo do bloqueio
maxilomandibular ou até mesmo não requendo o seu uso (ALMEIDA JUNIOR;
CAVALCANTE, 2004; LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007).
34
4. METODOLOGIA
Esta pesquisa foi realizada após processos éticos pertinentes: análise e
aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Veiga de Almeida,
sob o número 128/08, sendo considerada sem risco e com necessidade de Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido.
Trata-se de um estudo longitudinal e retrospectivo por meio de levantamento
de dados de prontuários dos pacientes e avaliações miofuncionais revisadas. A
coleta foi realizada mediante análise dos Protocolos de Anamnese e de Avaliação
Fonoaudiológica da Motricidade Orofacial e revisado por meio de fotos e vídeos
padronizados, realizados durante os procedimentos de avaliação pré CO e
reavaliações pós-cirúrgicas.
4.1 PARTICIPANTES
Foram levantados os prontuários de todos os pacientes portadores de DDF
atendidos em apenas uma clínica especializada em Fonoaudiologia, no período
compreendido entre 2005-2007, encaminhados para avaliação e acompanhamento
35
fonoaudiológico associado à indicação de cirurgia ortognática, totalizando 128
prontuários.
Foram considerados como critérios de inclusão os prontuários dos pacientes
que realizaram todas as etapas propostas para essa pesquisa, ou seja:
- avaliação fonoaudiológica pré-cirúrgica;
- reavaliação imediata pós-cirúrgica (10 a 20 dias depois da cirurgia);
- acompanhamento odontológico e fonoaudiológico miofuncional pós-cirúrgico;
- reavaliação no prazo de 4 meses da cirurgia.
Os critérios de exclusão foram:
- apresentar quaisquer déficits neurológicos e cognitivos;
- apresentar DDF associada a quaisquer síndromes genéticas ou a traumas de
face;
- apresentar alteração morfológica da ATM, congênita ou adquirida, que leve a
associação de procedimento cirúrgico articular prévio ou conjunto à cirurgia
ortognática;
- discordância entre os resultados observados pelos avaliadores, sem a
possibilidade de acordo, considerando-se os critérios de análise da pesquisa,
descritos em procedimentos.
A partir desses critérios, participaram do presente estudo 60 pacientes
agrupados de acordo com suas características craniofaciais, constituindo-se 3
grupos, de acordo com a DDF preponderantemente, anteroposterior e transversal:
Grupo A (GA) constituído por 22 sujeitos Classe II Esquelética grave, Grupo B (GB)
36
constituído por 22 sujeitos Classe III Esquelética grave e Grupo C (GC) constituído
por 16 sujeitos com assimetria esquelética maxilomandibular - laterognatismo.
4.2 MATERIAL
Foram utilizados os seguintes materiais para a obtenção dos dados:
- termo de consentimento livre e esclarecido para autorização de utilização dos
prontuários (Apêndice A);
- prontuários de atendimento fonoaudiológico constando de:
o protocolo de Anamnese Fonoaudiológica pré-cirúrgica, contendo dados
relacionados à faixa etária, gênero, queixa do paciente, especialidade
do profissional que realizou o encaminhamento (Anexo A);
o protocolo de Avaliação Fonoaudiológica da Motricidade Orofacial
(BIANCHINI, 2000a), contendo dados de observação quanto à análise
facial, descrição da situação dentária e oclusal, características
craniofaciais, dor à palpação, movimentos mandibulares, sensibilidade
dos órgãos fonoarticulatórios e análise das funções estomatognáticas
(Anexo B);
o exame clínico e acompanhamentos nas diversas etapas dos
tratamentos realizados;
o protocolo de Anamnese Fonoaudiológica pós-cirúrgica, contendo
dados relacionados à queixa do paciente, tempo de cirurgia, sinais e
sintomas de DTM (Anexo C);
o protocolo de Avaliação Fonoaudiológica da Motricidade Orofacial Pós-
cirúrgica, contendo dados relacionados à queixa de dor à palpação,
presença de bloqueio entre as arcadas dentárias, movimentos
37
mandibulares, presença de edema, hematomas, parestesia, paresia e
análise das funções estomatognáticas (Anexo B);
- banco de dados constando de material audiovisual dos pacientes
selecionados: fotos e vídeos;
- tabelas de levantamento de dados dos prontuários, criada para esta pesquisa
(Apêndice B).
4.3 PROCEDIMENTOS
A análise dos casos e conseqüente levantamento de dados foi realizada por
três fonoaudiólogos, especialistas em motricidade orofacial, tendo todos mais de dez
anos de experiência na área.
Sendo assim, a caracterização e investigação das funções estomatognáticas
e da funcionalidade da ATM dos pacientes selecionados ocorreu em três momentos:
- em avaliação miofuncional orofacial prévia a realização da CO (Pré CO);
- em reavaliação pós-cirúrgica realizada entre 10 e 20 dias após o
procedimento cirúrgico (Pós 1);
- em reavaliação após quatro meses da realização da CO e após reabilitação
fonoaudiológica miofuncional orofacial (Pós 2).
Todas as avaliações foram sempre realizadas pelo mesmo fonoaudiólogo,
acompanhado de, ao menos, mais um fonoaudiólogo, ambos especialistas em
Motricidade Orofacial. Durante a avaliação o paciente foi fotografado e filmado
conforme protocolo de avaliação e documentação (BIANCHINI, 2000a). Como
procedimento padrão da clínica, após a avaliação inicial realizada sempre em uma
38
única sessão fonoaudiológica de 90 minutos, o material do paciente é revisado por
outros dois fonoaudiólogos, confirmando-se os dados e originando um relatório
fonoaudiológico miofuncional orofacial. Além disso, todos os dados foram revisados
pela fonoaudióloga autora deste trabalho por meio do material audiovisual dos
pacientes selecionados, para que houvesse concordância entre todas as
avaliadoras. Na ocorrência de discordância, os protocolos, imagens e vídeos
deveriam ser revistos por todos os examinadores em conjunto.
A definição do período de reavaliação em 4 meses foi instituído baseado no
prazo de reabilitação usual e período de programação terapêutica miofuncional
orofacial entre 8 e 16 sessões. O protocolo de reabilitação miofuncional orofacial
após a CO iniciou-se na terceira semana de pós-operatório, com programação de
um atendimento semanal, constando de: drenagem manual de edemas,
alongamento e liberação da musculatura cervical, massagens de oxigenação em
musculatura levantadora de mandíbula, exercícios isotônicos em músculos orais e
periorais e da mastigação, direcionamento da mobilidade mandibular, percepção e
treinos funcionais dirigidos sistemáticos de respiração, mastigação, deglutição e de
fala associados.
Para a caracterização dos sujeitos, foram observados aspectos relacionados
à faixa etária, gênero, tipo de DDF preponderante, estrutura predominantemente
comprometida (maxila e/ou mandíbula) e tipos de cirurgias realizadas.
Os dados referentes à caracterizão do tipo de deformidade, estrutura
comprometida e tipos de cirurgias realizadas foram informados pelos respectivos
cirurgiões responsáveis pelos casos, e confirmados por verificação de
telerradiografias e radiografias panorâmicas, realizadas antes e após as cirurgias.
39
Para a caracterização da DTM, foram considerados portadores dessas
disfunções os casos nos quais existissem ao menos três sintomas e sinais
determinantes de DTM, sendo imprescindível a presença de dor (BIANCHINI;
PAIVA; ANDRADE, 2007 e 2008).
Para definição da presença de DTM, foram analisados e tabulados os
seguintes dados relacionados aos sintomas:
- presença de sintomatologia dolorosa ou desconforto frequente na
musculatura mastigatória, na região pré-auricular e na ATM e cefaléia;
- descrição de travamento ou limitação da amplitude dos movimentos;
- queixa de incômodo por ruídos articulares (estalos e/ou crepitação);
- presença de sintomatologia auditiva, tais como: otalgia, sensação de
plenitude auricular, tontura/vertigem, sensação de diminuição da audição e da
discriminação auditiva, desde que associado à outros sintomas de DTM;
- percepção de hábito deletério com queixa de desconforto.
Foram também analisados e tabulados os seguintes dados relacionados aos
sinais:
- presença de dor à palpação;
- presença de limitação dos movimentos mandibulares avaliados por meio de
medidas das amplitudes máximas dos movimentos mandibulares, utilizando-
se paquímetro digital, quanto à: abertura da boca, lateralidade direita e
esquerda e protrusão. A presença de limitação foi determinada de acordo com
os valores de referência: abertura entre 40 e 55 mm, lateralidade e protrusão
entre 7 e 10 mm (BIANCHINI, 2000a);
40
- presença de desvios do percurso de protrusão, abertura e fechamento da
boca avaliados por meio de verificação visual dos movimentos mandibulares
dirigidos ou em função;
- presença de assimetria do movimento condilar avaliado por palpação durante
solicitação de abertura mandibular máxima;
- presença de ruídos articulares, tais como estalos e crepitação, verificado por
meio de ausculta, utilizando-se estetoscópio;
A investigação das funções estomatognátcas analisou aspectos específicos
referentes à mastigação, deglutição e articulação da fala.
Os parâmetros considerados alterados durante a função de mastigação foram
(BIANCHINI, 2000a):
- ausência de vedamento labial;
- movimentos mandibulares inadequados: movimentos incoordenados,
predominante verticalizados, acelerados ou lentificados;
- pouco uso de músculos bucinadores;
- alteração em mobilidade de língua: presença de amassamento do alimento
pela língua contra o palato, detectado por meio de visualização da língua em
protrusão durante o ato da mastigação;
- preferência mastigatória: foi considerada unilateral sistemática, quando houve
mais de 66% dos ciclos mastigatórios em um mesmo lado; ou bilateral
simultânea, quando apresentou menos de 66% dos ciclos mastigatórios
(WHITAKER, 2005);
- deslize anterior da mandíbula;
41
- alteração do padrão mastigatório devido à intercorrências do tipo: dental,
oclusal ou osteodentária.
Para a deglutição, os parâmetros considerados como alterados foram
(BIANCHINI, 2000a):
- contração excessiva de musculatura perioral;
- presença de deslize mandibular: lateral ou anterior;
- pressionamento anterior da língua: movimento invertido de língua (movimento
ondulatório invertido - póstero-anterior - sem interposição), interposição de
língua entre as arcadas, pressionamento da língua nas arcadas ou apoio
inferior da língua;
- presença de interposição de labial entre as arcadas para auxílio no
vedamento labial;
- presença de movimento de cabeça associado à função.
Os parâmetros considerados como alterados para a articulação da fala foram
(BIANCHINI, 2000a; TAUCCI; BIANCHINI, 2007):
- redução da amplitude vertical do movimento mandibular durante a fala,
caracterizado pela articulação com pouca abertura da boca;
- movimentos dos músculos faciais diminuídos trazendo prejuízo na clareza da
fala;
- presença de desvios em lateralidade, caracterizado pela mudança no
percurso da trajetória mandibular, da região central para a lateral esquerda ou
direita durante a fala;
42
- presença de desvios em protrusiva, caracterizada pelo movimento mandibular
anterior excessivo e facilmente visualizada;
- presença de desvios em protrusiva associado a desvios de lateralidade,
caracterizado pela presença das duas características ocorrendo
concomitantemente;
- distorções fonéticas na articulação da fala, caracterizadas por anteriorização
lingual nos fones linguoalveolares [t], [d], [n] e [l]; e interposição lingual anterior
ou escape de ar (distorção audível) nos fones fricativos [s], [z], [] e [Ʒ];
- aumento da atividade da musculatura perioral.
Vale ressaltar que alguns itens da avaliação miofuncional orofacial, tais como
amplitude dos movimentos mandibulares, desvio mandibular, movimento condilar,
ruído articular e verificação das funções estomatognáticas, não foram considerados
na avaliação pós-operatória 1(um), uma vez que a avaliação de tais itens
encontrava-se impossibilitada pelo uso de bloqueio intermaxilar de elásticos ou por
solicitação e orientação do cirurgião.
Foram aplicados os mesmos critérios para verificação e tabulação dos dados
de reavaliação pós-terapia fonoaudiológica.
Os resultados serão assim apresentados:
Parte I – Caracterização geral da amostra
Parte II – Comparação dos dados referentes às queixas, DTM e funções
estomatognáticas pré e pós CO e terapia fonoaudiológica;
43
Parte III – Caracterização das funções estomatognáticas e funcionalidade da ATM
pré e pós CO e terapia fonoaudiológica, para os grupos conforme a deformidade
predominante;
Parte IV – Comparação intergrupos dos dados pré e pós CO e terapia
fonoaudiológica.
4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram tabulados em banco de dados e submetidos a análises
estatísticas com descrição, comparação e relevância estatística. Foi utilizada
estatística descritiva e testes específicos a seguir elencados:
a) Intervalo de Confiança (IC): utilizado para verificar quanto a média pode
variar numa determinada probabilidade de confiança.
b) Mediana: utilizada para verificar a distribuição da amostra. Analisada em
relação à média, quanto mais próximo for seu valor em relação à média,
mais simétrica será a distribuição. Sabe-se que uma distribuição
assimétrica possui grande variabilidade.
c) Variabilidade: é medida pelo desvio padrão.
d) Coeficiente de Variação (CV): avalia a variabilidade em relação à média,
indicando se existe ou não homogeneidade dos resultados.
e) Valores mínimo e máximo: são respectivamente o menor e o maior valor
encontrado na amostra.
44
f) Igualdade de Duas Proporções: teste não paramétrico que compara se a
proporção de respostas de duas determinadas variáveis e/ou seus níveis é
estatisticamente significante.
g) ANOVA (Análise de variância): teste paramétrico para comparação de
médias utilizando a variância.
h) Comparação múltipla de Tukey: compara todos os grupos aos pares.
Nesta análise estatística foram utilizados os softwares: SPSS V11.5, Minitab
14 e Excel XP.
Os intervalos de confiança construídos no trabalho foram de 95% de
confiança estatística.
45
5. RESULTADOS
PARTE I – CARACTERIZAÇÃO GERAL DA AMOSTRA
Foram analisados 128 prontuários de pacientes atendidos em Clínica
fonoaudiológica nos anos compreendidos entre 2005 e 2007. Foram excluídos: 43
sujeitos por realizar apenas acompanhamento pós-cirúrgico, 15 sujeitos realizaram
avaliação pré CO, mas não realizaram acompanhamento pós-cirúrgico, 05 sujeitos
abandonaram o tratamento, 02 sujeitos não realizaram de maneira sistemática todas
as sessões programadas; 01 sujeito fez apenas acompanhamentos esporádicos por
morar em outra cidade; 01 sujeito realizou cirurgia de ATM e 01 sujeito portador de
síndrome genética. A tabela 1 favorece a visualização desses dados.
Tabela 1 – Descrição dos protocolos pesquisados e número final de participantes
N %
Prontuários selecionados 128 100
Apenas acompanhamento pós-cirúrgico 43 33,6
Apenas avaliação pré-cirúrgica 15 11,7
Abandono do tratamento 05 3,9
Tratamento não sistemático 02 1,6
Acompanhamentos esporádicos 01 0,8
Excluídos da pesquisa pelos critérios de
exclusão
02 1,6
Selecionados 60 46,8
46
Fizeram parte dessa pesquisa 60 sujeitos que contemplaram os critérios de
inclusão e exclusão estipulados, com média de idade de 28,10 anos, sendo 32
(53,3%) do gênero feminino e 28 (46,7%) do gênero masculino.
A tabela 2 mostra a distribuição absoluta e relativa dos participantes quanto
ao tipo de DDF, e a tabela 2a seus p-valores correspondentes. Observou-se
distribuição homogênea também quanto ao tipo de DDF, não ocorrendo prevalência
significativa de nenhum tipo de deformidade na amostra.
Tabela 2 – Distribuição dos participantes quanto ao tipo de DDF
Tipo de
deformidade
N %
Cl II Esquelética 22 36,7
CL III Esquelética 22 36,7
Assimetria
Esquelética grave
16 26,7
Total 60 100
Tabela 2a – P-valores das comparações dos tipos de DDF
Tipo de
deformidade
Cl II ClII
Cl III 1,000
Assimetria 0,239 0,239
Analisando cada estrutura separadamente, por meio do Teste de Igualdade
de Duas Proporções, foram obtidos os dados com relação ao tipo de desproporção
de maxila e mandíbula e cirurgia realizada.
A tabela 3 mostra a distribuição absoluta e relativa dos participantes quanto
ao tipo de desproporção de maxila; e a tabela 3a seus p-valores correspondentes.
Constatou-se que a deficiência de maxila foi o tipo de desproporção maxilar de maior
ocorrência na amostra (58,3%), com diferença estatisticamente significante em
relação às demais desproporções, seguido por excesso vertical e assimetria
esquelética.
47
Tabela 3 – Distribuição dos participantes quanto ao tipo de desproporção de maxila
Desproporção
Maxila
N %
Nenhuma 12 20,0
Excesso
Vertical
14 23,3
Deficiência
Maxila
35 58,3
Assimetria
Esquelética
4 6,7
Tabela 3a – P-valores das comparações dos tipos de desproporções de maxila
Desproporção
Maxila
Nenhuma
Excesso
Vertical
Deficiência
Maxila
Excesso
Vertical
0,658
Deficiência
Maxila
<0,001* <0,001*
Assimetria
Esquelética
0,032* 0,011* <0,001*
* diferença estatisticamente significante
A tabela 4 mostra a distribuição absoluta e relativa dos participantes quanto
ao tipo de desproporção de mandíbula; e a tabela 4a seus p-valores
correspondentes. Constatou-se que o retrognatismo foi o tipo de desproporção
mandibular de maior ocorrência na amostra (36,7%), com diferença estatisticamente
significante em relação às demais desproporções.
Tabela 4 – Distribuição dos participantes quanto ao tipo de desproporção de mandíbula
Desproporção
Mandíbula
N %
Nenhuma 10 16,7
Retrognatismo 22 36,7
Prognatismo 13 21,7
Laterogantismo 15 25,0%
Tabela 4a –
P-valores das comparações dos tipos de desproporções de mandíbula
Desproporção
Mandíbula
Nenhuma Retrognatismo Prognatismo
Retrognatismo 0,013*
Prognatismo 0,487 0,071#
Laterognatismo 0,261 0,166 0,666
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
48
A tabela 5 mostra a distribuição absoluta e relativa dos participantes quanto
ao tipo de cirurgia realizada; e a tabela 5a, seus p-valores correspondentes.
Constatou-se predomínio de cirurgias bimaxilares, com diferenças estatisticamente
significantes em relação a cada um dos outros tipos de cirurgia realizadas. As
osteotomias mandibulares prevalecem em relação à associação mandibular e
mentoplastia, com diferenças estatisticamente significantes. Cabe salientar que,
quanto à técnica cirúrgica, todas as cirurgias maxilares foram do tipo Le Fort I, e
todas as mandibulares foram osteotomias sagitais.
A realização de septoplastia e/ou rinoplastia constitui procedimentos
cirúrgicos associados, não determinantes da correção da deformidade, e aparecem
respectivamente em 8 casos (13,3%) e 2 casos (3,3%). Esse dado não foi analisado
no presente trabalho.
Tabela 5 – Distribuição dos participantes quanto aos tipos de cirurgias realizadas
Tipo de Cirurgia N %
Bimaxilar 33 55,0
Maxilar 8 13,3
Mandibular 10 16,7
Maxilar e mentoplastia 6 10,0
Mandibular e mentoplastia 3 5,0
Total 60 100
Tabela 5a – P-valores das comparações dos tipos de cirurgia
Tipo de Cirurgia
Bimaxilar Maxilar Mandibular
Maxilar e
mentoplastia
Maxilar <0,001*
Mandibular <0,001* 0,609
Maxilar e mentoplastia <0,001* 0,570 0,283
Mandibular e mentoplastia <0,001* 0,114 0,040* 0,298
* diferença estatisticamente significante
49
Feita a caracterização geral da amostra, iniciaremos a análise dos dados
coletados nos três momentos da avaliação miofuncional orofacial, considerando-se
todos os 60 sujeitos participantes, utilizando o Teste de Igualdade de Duas
Proporções. A apresentação dos dados refere-se à: queixa principal, sintomatologia
na ATM/ auditiva, incidência e sinais de DTM e avaliação das funções
estomatognáticas.
PARTE II – COMPARAÇÃO DOS DADOS REFERENTES ÀS
QUEIXAS, DTM E FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS PRÉ E PÓS CO
E TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA
A) QUEIXA PRINCIPAL
As tabelas 6 e 6a mostram as queixas principais que levaram os sujeitos a
procurar o tratamento cirúrgico, observando-se, em ordem decrescente: dificuldade
em realizar as funções estomatognáticas, sintomatologia de DTM e estética.
Verificou-se redução das queixas para todos os itens levantados em avaliação
inicial, com diferenças estatisticamente significantes. Entretanto foram constatadas
outras queixas não pertinentes na etapa pré CO, tais como edema excessivo ou
persistente, parestesia, assimetria, entre outras.
Tabela 6 – Comparação das queixas dos participantes pré e pós CO
Queixas
Pré Pós 1 Pós 2
N % N % N %
DTM 32 53,3 10 16,7 11 18,3
Funções 48 80,0 22 36,7 9 15,0
Estética 22 36,7 5 8,3 4 6,7
Outras 0 0 27 45,0 16 26,7
Ndn 0 0 11 18,3 30 50,0
50
Tabela 6a – P-valores das queixas dos pacientes pré e pós CO (N=60)
Queixas
Pré Pós 1
DTM
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 0,810
Funções
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 0,007*
Estética
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 0,729
Outras
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 0,036*
Ndn
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* <0,001*
* diferença estatisticamente significante
B) DADOS DE AVALIAÇÃO MIOFUNCIONAL OROFACIAL
B.1) DTM
A tabela 7 mostra a comparação da presença de DTM, constatada a partir da
existência de ao menos três sintomas e sinais determinantes de DTM (conforme
descrito na metodologia), pré e pós CO. Observou-se redução de presença de DTM
no pós 2 com diferenças estatisticamente significantes. Vale ressaltar que os sinais
de DTM não foram buscados no pós1 devido à restrição própria da etapa, conforme
justificado na metodologia.
Tabela 7 – Comparação da presença de DTM pré e pós CO
DTM
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Ausência
15 25,0 53 88,3 <0,001*
Presença
45 75,0 7 11,7 <0,001*
* diferença estatisticamente significante
As tabelas 8 e 8a mostram todos os itens da avaliação fonoaudiológica quanto
aos sinais de DTM. Observa-se que o momento de maior ocorrência desses foi no
pré CO e há diferenças estatisticamente significantes entre pré e pós 2,
caracterizando a melhora de todos os sinais após tratamento cirúrgico e
fonoaudiológico. A avaliação foi realizada apenas nas etapas pré CO e pós 2 devido
à restrição própria da etapa do pós 1. Apenas o item “dor a palpação” foi avaliado na
51
etapa pós 1. Quanto a esse item, também se observou diferença estatisticamente
significante entre pós 1 e pós 2.
Vale ressaltar que os sinais avaliados foram detalhados em tabelas-base
contendo cada tipo de alteração encontrada. Tais resultados encontram-se descritos
no Apêndice C.
Tabela 8 – Avaliação da presença de sinais de DTM pré e pós CO
Sinais de DTM
Pré Pós 1 Pós 2
N % N % N %
Alteração da
amplitude
Ausente 8 13,3 17 28,3
Presente 52 86,7 43 71,7
Desvio Mandibular
Ausente 24 40,0 41 68,3
Presente 36 60,0 19 31,7
Dor à palpação
Ausente 19 31,7 59 98,3 53 88,3
Presente 41 68,3 1 1,7 7 11,7
Ruído Articular
Ausente 17 28,3 47 78,3
Presente 43 71,7 13 21,7
Movimento Condilar
Simétrico 24 40,0 59 98,3
Assimétrico 36 60,0 1 1,7
Tabela 8a – P-valores dos sinais de DTM pré e pós CO
Sinais de DTM
Pré Pós 1
Alteração da amplitude
Pós 1
Pós 2 0,043*
Desvio Mandibular
Pós 1
Pós 2 0,002*
Dor à palpação
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 0,028*
Ruído Articular
Pós 1
Pós 2 <0,001*
Movimento Condilar
Pós 1
Pós 2 <0,001*
* diferença estatisticamente significante
B.2) FUNCIONAL
A tabela 9 mostra a caracterização das funções estomatognáticas nas
diferentes etapas da avaliação fonoaudiológica. Constata-se que 100% dos sujeitos
apresentaram alteração das funções estomatognáticas de mastigação, deglutição e
fala. Conforme se observa na tabela abaixo existem diferenças estatisticamente
52
significantes quando comparados os resultados de pré e pós CO. Os dados de pós 1
não foram apontados de acordo com justificativa descrita na metodologia.
Tabela 9 – Caracterização das funções estomatognáticas pré e pós CO
Funções Estomatognáticas
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Mastigação
Adequada 0 0,0 41 68,3
<0,001*
Alterada 60 100 19 31,7
Deglutição
Adequada 0 0,0 55 91,7
<0,001*
Alterada 60 100 5 8,3
Fala
Adequada 0 0,0 53 88,3
<0,001*
Alterada 60 100 7 11,7
* diferença estatisticamente significante
Vale ressaltar que a avaliação das funções estomatognáticas foi detalhada
seguindo-se abaixo a caracterização encontrada com os vários tipos de alterações
encontrados em cada função.
A tabela 10 mostra os dados de avaliação funcional da mastigação. Verificou-
se que o padrão de mastigação unilateral sistemático foi o de maior ocorrência pré
CO (61,7%), seguido de movimentos mandibulares incoordenados (45,0%),
verticalizados (35,0%) e pouco uso de bucinadores (33,3%). Houve diferença
estatisticamente significante entre os momentos pré e pós 2 observando-se
mudanças dos seguintes padrões: mastigação unilateral sistemática, ausência de
vedamento labial durante a mastigação, pouco uso de bucinadores, movimentos
mandibulares incoordenados, ritmo mastigatório acelerado, poucos ciclos
mastigatórios, movimento de amassamento do alimento pela língua contra o palato e
deslize anterior da mandíbula.
53
Tabela 10 – Caracterização da função de mastigação pré e pós CO
Mastigação
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Unilateral
sistemática
37 61,7 5 8,3 <0,001*
Bilateral
simultânea
2 3,3 2 3,3 1,000
Ausência
vedamento
labial
15 25,0 0 0,0 <0,001*
Esforço
vedamento
labial
5 8,3 3 5,0 0,464
Pouco uso de
bucinadores
20 33,3 4 6,7 <0,001*
Movimentos
mandibulares
incoordenados
27 45,0 5 8,3 <0,001*
Movimentos
mandibulares
verticalizados
21 35,0 3 5,0 <0,001*
Ritmo diminuído
1 1,7 0 0,0 0,315
Ritmo
acelerado
6 10,0 0 0,0 0,012*
Poucos ciclos
mastigatórios
7 11,7 1 1,7 0,028*
Mov língua-
amassamento
alimento
4 6,7 0 0,0 0,042*
Deslize anterior
mandíbula
8 13,3 0 0,0 0,003*
Não avaliada
1 1,7 7 11,7 0,028*
* diferença estatisticamente significante
A tabela 11 mostra os dados da avaliação funcional da deglutição. Verificou-
se que o padrão de movimento invertido de língua (78,3%) foi o de maior ocorrência
na etapa pré CO. Houve diferença estatisticamente significante entre os momentos
pré e pós 2 com modificações dos seguintes padrões: contração da musculatura
perioral, deslize anterior da mandíbula, movimento invertido de língua e
pressionamento das arcadas pela língua. Além disso, tanto a interposição de lábio
inferior como movimento de cabeça associado durante a deglutição apresentaram
diferenças próximas de significante.
54
Tabela 11 – Caracterização da função de deglutição pré e pós CO
Deglutição
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Contração
perioral
14 23,3 1 1,7 <0,001*
Deslize lateral
mandíbula
0 0,0 0 0,0
Deslize anterior
mandíbula
5 8,3 0 0,0 0,022*
Movimento
invertido lga
47 78,3 3 5,0 <0,001*
Interposição lga
em arcadas
20 33,3 0 0,0 <0,001*
Pressionamento
arcadas
14 23,3 0 0,0 <0,001*
Interposição
lábio inferior
6 10,0 1 1,7 0,051#
Mov de cabeça
associado
3 5,0 0 0,0 0,079#
Não avaliado
1 1,7 0 0,0 0,315
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
A tabela 12 mostra os dados da avaliação funcional da fala. Verificou-se que
as distorções fonéticas audíveis (63,3%) ocorreram com maior frequência na etapa
pré CO, seguida pela interposição lingual anterior (48,3%). Houve diferença
estatisticamente significante entre os momentos pré e pós 2 com modificações dos
seguintes aspectos da fala: deslize anterior da mandíbula, deslize lateral da
mandíbula, distorções fonéticas, interposição lingual anterior e aumento da atividade
da musculatura perioral. Além disso, o deslize anterior associado ao deslize lateral
da mandíbula apresentou diferença próxima de significante.
55
Tabela 12 – Caracterização da função de fala pré e pós CO
Fala
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Redução ampl
vertical
2 3,3 3 5,0 0,648
Mov mm faciais
diminuídos
3 5,0 1 1,7 0,309
Deslize anterior
mandíbula
9 15,0 0 0,0 0,002*
Deslize lateral
mandíbula
7 11,7 0 0,0 0,006*
Deslize anterior
+ lateral
3 5,0 0 0,0 0,079#
Distorções
fonéticas
38 63,3 1 1,7 <0,001*
Interposição
anterior lga
29 48,3 0 0,0 <0,001*
Aumento
atividade
perioral
5 8,3 0 0,0 0,022
Acúmulo saliva
em comissuras
6 10,0 2 3,3 0,143
Outros
2 3,3 0 0,0 0,154
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
PARTE III – CARACTERIZAÇÃO DAS FUNÇÕES
ESTOMATOGNÁTICAS E FUNCIONALIDADE DA ATM PARA OS
GRUPOS CONFORME A DEFORMIDADE PREDOMINANTE, PRÉ E
PÓS CO E TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA
Neste momento, serão descritos os resultados dos três grupos estudados,
definidos em relação ao tipo de deformidade predominante sendo: GA composto por
22 sujeitos Classe II esquelética; GB com 22 sujeitos Classe III esquelética e GC
com 16 sujeitos com assimetria esquelética grave.
As tabelas 13 e 14 apresentam a caracterização dos grupos quanto à idade e
gênero.
56
Tabela 13 – Distribuição dos participantes e caracterização dos grupos em relação à idade
Idade GA GB GC
Média 34,00 24,36 27,00
Mediana 36,5 22 25
Desvio Padrão 11,62 6,69 9,91
CV 34,2% 27,4% 36,7%
Min 16 16 16
Max 57 43 50
N 22 22 16
IC 4,86 2,79 4,86
Tabela 14 – Distribuição dos grupos em relação ao gênero
Gênero
GA GB GC
N % N % N %
Feminino 13 59,1 6 27,3 13 81,3
Masculino 9 40,9 16 72,7 3 18,8
A tabela 15 mostra, para cada um dos grupos analisados, a base óssea
comprometida buscando associação com o procedimento cirúrgico efetuado e
possível variação no pós-cirúrgico. Vale ressaltar que existem sujeitos com
comprometimentos combinados, em mais de uma base óssea. Para GA constatou-
se predomínio de deficiência mandibular seguido por excesso maxilar; para GB
deficiência maxilar e, para GC assimetria esquelética mandibular, conforme definição
metodológica.
Tabela 15 – Distribuição dos grupos quanto ao tipo de deformidade considerando-se as bases
ósseas
Tipo de deformidade
GA GB GC
N % N % N %
Excesso maxilar 11 50,0 1 4,5 2 12,5
Deficiência Maxilar 4 18,2 21 95,5 10 62,5
Assimetria Esquelética maxilar 0 0,0 0 0,0 4 25,0
Excesso mandibular 0 0 13 59,1 0 0
Deficiência mandibular 22 100 0 0 0 0
Assimetria esquelética mandibular 0 0 0 0 15 93,8
A tabela 16 apresenta os tipos de cirurgias realizadas. Constatou-se
predomínio de cirurgias bimaxilares em todos os grupos estudados.
57
Tabela 16 – Distribuição dos grupos quanto aos tipos de cirurgias realizadas
Tipo de Cirurgia
G
A
GB GC
N % N % N %
Bimaxilar 17 77,3 9 40,9 7 43,7
Maxilar 0 0 7 31,8 1 6,2
Mandibular 4 18,2 0 0 6 37,5
Maxilar e mentoplastia 0 0 5 22,7 1 6,2
Mandibular e mentoplastia 1 4,5 1 4,5 1 6,2
Total 22 100 22 100 16 100
As descrições dos resultados das análises dos grupos separadamente
encontram-se nas tabelas abaixo. Todos os dados foram analisados através do
Teste de Igualdade de Duas Proporções.
A) GA
A tabela 17 mostra a freqüência de queixas do grupo GA nas avaliações pré e
pós CO. Observou-se que as queixas funcionais foram as de maior ocorrência neste
grupo (63,6%), seguido da de DTM e estética. Houve redução das queixas
funcionais e estéticas com diferenças estatisticamente significantes, comparando-se
os resultados de pré e pós CO.
Tabela 17 – Comparação das queixas de GA pré e pós CO
GA
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
DTM
Ausente 9 40,9 14 63,6
0,131
Presente 13 59,1 8 36,4
Funções
Ausente 8 36,4 19 86,4
<0,001*
Presente 14 63,6 3 13,6
Estética
Ausente 14 63,6 20 90,9
0,031*
Presente 8 36,4 2 9,1
* diferença estatisticamente significante
58
A tabela 18 mostra a comparação da presença de DTM no grupo GA, pré e
pós CO. Verificou-se que o maior número de participantes com DTM encontra-se no
momento pré-cirúrgico (72,7%), sendo a diferença estatisticamente significante após
o tratamento cirúrgico e fonoaudiológico.
Tabela 18 – Comparação da presença de DTM em GA pré e pós CO
DTM GA
Pré
N 16
% 72,7
Pós 2
N 4
% 18,2
p-valor <0,001
* diferença estatisticamente significante
A tabela 19 apresenta detalhamento de todos os itens da avaliação
fonoaudiológica quanto aos sinais de DTM. Observa-se maior ocorrência desses no
momento pré-cirúrgico. A diferença foi estatisticamente significante em quase todos
os sinais, com exceção da amplitude dos movimentos mandibulares.
Tabela 19 – Comparação dos sinais de DTM de GA pré e pós CO
GA
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Alteração de
amplitude
Ausente 7 31,8 3 13,6
0,150
Presente 15 68,2 19 86,4
Desvio Mandibular
Ausente 7 31,8 15 68,2
0,016*
Presente 15 68,2 7 31,8
Dor à palpação
Ausente 5 22,7 18 81,8
<0,001*
Presente 17 77,3 4 18,2
Ruído Articular
Ausente 6 27,3 13 59,1
0,033*
Presente 16 72,7 9 40,9
Movimento Condilar
Simétrico 9 40,9 22 100
<0,001*
Assimétrico 13 59,1 0 0,0
* diferença estatisticamente significante
A tabela 20 apresenta os dados funcionais da avaliação miofuncional
orofacial. Constatou-se que 100% dos sujeitos apresentaram alteração das funções
estomatognáticas de mastigação, deglutição e fala. Observaram-se diferenças
estatisticamente significantes quando comparados os resultados de pré e pós CO.
59
Tabela 20 – Comparação das funções estomatognáticas de GA pré e pós CO
GA
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Mastigação
Adequada 0 0,0 12 54,5
<0,001*
Alterada 22 100 10 45,5
Deglutição
Adequada 0 0,0 18 81,8
<0,001*
Alterada 22 100 4 18,2
Fala
Adequada 0 0,0 17 77,3
<0,001*
Alterada 22 100 5 22,7
* diferença estatisticamente significante
A seguir, será analisada cada função pesquisada isoladamente.
A tabela 21 mostra os dados da avaliação funcional da mastigação. Verificou-
se que o padrão de mastigação unilateral sistemático foi o de maior ocorrência pré
CO (54,5%), seguido, em ordem decrescente, das seguintes características:
ausência de vedamento labial; pouco uso de bucinadores/ movimentos mandibulares
incoordenados/ deslize anterior da mandíbula; poucos ciclos mastigatórios;
movimentos mandibulares verticalizados; esforço no vedamento labial; mastigação
bilateral simultânea/ movimento de amassamento do alimento pela língua. Houve
diferença estatisticamente significante entre os momentos pré e pós 2 com
modificação dos seguintes padrões: mastigação unilateral sistemática, ausência de
vedamento labial durante a mastigação, poucos ciclos mastigatórios e deslize
anterior da mandíbula.
60
Tabela 21 – Caracterização da mastigação de GA pré e pós CO
GA
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Mastigação
Unilateral
sistemática
12 54,5 5 22,7 0,030*
Bilateral
simultânea
1 4,5 1 4,5 1,000
Ausência
vedamento
labial
9 40,9 0 0,0 <0,001*
Esforço
vedamento
labial
2 9,1 2 9,1 1,000
Pouco uso de
bucinadores
7 31,8 2 9,1 0,062#
Movimentos
mandibulares
incoordenados
7 31,8 4 18,2 0,296
Movimentos
mandibulares
verticalizados
3 13,6 1 4,5 0,294
Ritmo diminuído
0 0,0 0 0,0
Ritmo
acelerado
1 4,5 0 0,0 0,312
Poucos ciclos
mastigatórios
4 18,2 0 0,0 0,036*
Mov língua-
amassamento
alimento
1 4,5 0 0,0 0,312
Deslize anterior
mandíbula
7 31,8 0 0,0 0,004*
Não avaliado
0 0,0 3 13,6 0,073#
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
A tabela 22 mostra os dados da avaliação funcional da deglutição. Verificou-
se que o padrão de interposição de língua entre as arcadas (72,7%) foi o de maior
ocorrência na etapa pré CO, seguido, em ordem decrescente, das seguintes
características: contração da musculatura perioral/ movimento invertido de língua;
deslize anterior da mandíbula/ interposão de lábio inferior; pressionamento das
arcadas pela língua; movimento de cabeça associado. Houve diferença
estatisticamente significante entre os momentos pré e pós 2 com modificação dos
seguintes padrões: interposição de língua entre as arcadas, contração da
musculatura perioral, deslize anterior da mandíbula, pressionamento das arcadas
pela língua e interposição de lábio inferior.
61
Tabela 22 – Caracterização da deglutição de GA pré e pós CO
GA
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Deglutição
Contração
perioral
8 36,4 1 4,5 0,009*
Deslize lateral
mandíbula
0 0,0 0 0,0
Deslze anterior
mandíbula
5 22,7 0 0,0 0,018*
Interposição lga
entre arcadas
16 72,7 0 0,0 <0,001*
Movimento
invertido lga
8 36,4 3 13,6 0,082
Pressionamento
arcadas
4 18,2 0 0,0 0,036*
Interposição
lábio inferior
5 22,7 0 0,0 0,018*
Mov de cabeça
associado
2 9,1 0 0,0 0,148
Não avaliado
0 0,0 0 0,0
* diferença estatisticamente significante
A tabela 23 mostra os dados da avaliação funcional da fala. Verificou-se que
as distorções fonéticas (50,0%) ocorreram com maior frequência na etapa pré CO,
seguido, em ordem decrescente, das seguintes características: deslize anterior da
mandíbula; interposição lingual anterior; acúmulo de saliva em comissuras labiais;
aumento da atividade perioral; redução da amplitude vertical/ deslize lateral da
mandíbula/ deslize anterior e lateral. Houve diferença estatisticamente significante
entre os momentos pré e pós 2 com modificação dos seguintes aspectos: deslize
anterior da mandíbula, distorções fonéticas, interposição lingual anterior e acúmulo
de saliva em comissuras.
62
Tabela 23 – Caracterização da fala de GA pré e pós CO
GA
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Fala
Redução ampl
vertical
2 9,1 3 13,6 0,635
Mov mm faciais
diminuídos
0 0,0 0 0,0
Deslize anterior
mandíbula
9 40,9 0 0,0 <0,001*
Deslize lateral
mandíbula
2 9,1 0 0,0 0,148
Deslize anterior
+ lateral
2 9,1 0 0,0 0,148
Distorções
fonéticas
11 50,0 1 4,5 <0,001*
Interposição
anterior lga
6 27,3 0 0,0 0,008*
Aumento
atividade
perioral
3 13,6 0 0,0 0,073#
Acúmulo saliva
em comissuras
4 18,2 0 0,0 0,036*
Outros
0 0,0 1 4,5 0,312
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
B) GB
A tabela 24 mostra a freqüência de queixas do grupo GB nas avaliações pré e
pós CO. Observou-se que as queixas funcionais foram as de maior incidência neste
grupo (90,9%), seguido da de DTM e estética. Houve diferenças estatisticamente
significantes de todas as queixas, comparando os resultados de pré e pós CO.
Tabela 24 – Comparação das queixas de GB pré e pós CO
GB
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
DTM
Ausente 12 54,5 22 100
<0,001*
Presente 10 45,5 0 0
Funções
Ausente 2 9,1 20 90,9
<0,001*
Presente 20 90,9 2 9,1
Estética
Ausente 15 68,2 21 95,5
0,019*
Presente 7 31,8 1 4,5
* diferença estatisticamente significante
63
A tabela 25 mostra a comparação da presença de DTM no GB, pré e pós CO.
Verificou-se que o maior número de participantes com DTM encontra-se no
momento pré-cirúrgico (72,7%), sendo a diferença estatisticamente significante após
o tratamento cirúrgico e fonoaudiológico.
Tabela 25 – Comparação da presença de DTM em GB pré e pós CO
DTM GB
Pré
N 16
% 72,7
Pós 2
N 0
% 0,0
p-valor <0,001
* diferença estatisticamente significante
A tabela 26 apresenta todos os itens da avaliação fonoaudiológica quanto aos
sinais de DTM. Observa-se maior ocorrência desses no momento pré-cirúrgico. As
diferenças foram estatisticamente significantes quanto à modificação em todos os
sinais.
Tabela 26 – Comparação dos sinais de DTM de GB pré e pós CO
GB
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Alteração de
amplitude
Ausente 0 0,0 11 50,0
<0,001*
Presente 22 100 11 50,0
Desvio Mandibular
Ausente 9 40,9 16 72,7
0,033*
Presente 13 59,1 6 27,3
Dor à palpação
Ausente 7 31,8 21 95,5
<0,001*
Presente 15 68,2 1 4,5
Ruído Articular
Ausente 6 27,3 21 95,5
<0,001*
Presente 16 72,7 1 4,5
Movimento Condilar
Simétrico 11 50,0 21 95,5
<0,001*
Assimétrico 11 50,0 1 4,5
* diferença estatisticamente significante
A tabela 27 apresenta os dados funcionais da avaliação miofuncional
orofacial. Constatou-se que 100% dos sujeitos apresentaram alteração das funções
estomatognáticas de mastigação, deglutição e fala. Observaram-se diferenças
estatisticamente significantes quando comparados os resultados de pré e pós CO.
64
Tabela 27 – Comparação das funções estomatognáticas de GB pré e pós CO
GB
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Mastigação
Adequada 0 0,0 18 81,8
<0,001*
Alterada 22 100 4 18,2
Deglutição
Adequada 0 0,0 22 100
<0,001*
Alterada 22 100 0 0,0
Fala
Adequada 0 0,0 21 95,5
<0,001*
Alterada 22 100 1 4,5
* diferença estatisticamente significante
A seguir, será analisada cada função pesquisada isoladamente.
A tabela 28 mostra os dados da avaliação funcional da mastigação. Verificou-
se que o padrão de movimentos mandibulares incoordenados durante a mastigação
foi o de maior ocorrência pré CO (59,1%), seguido, em ordem decrescente, das
seguintes características: mastigação unilateral sistemática/ pouco uso de
bucinadores/ movimentos mandibulares verticalizados; ausência de vedamento
labial; ritmo mastigatório acelerado/ movimento de amassamento do alimento pela
língua; mastigação bilateral simultânea/ esforço no vedamento labial/ ritmo
mastigatório diminuído/ deslize anterior da mandíbula. Houve diferença
estatisticamente significante entre os momentos pré e pós 2 com modificação dos
seguintes padrões: mastigação unilateral sistemática, ausência de vedamento labial
durante a mastigação, pouco uso de bucinadores, movimentos mandibulares
incoordenados e verticalizados.
65
Tabela 28 – Caracterização da mastigação de GB pré e pós CO
GB
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Mastigação
Unilateral
sistemática
12 54,5 0 0,0 <0,001*
Bilateral
simultânea
1 4,5 1 4,5 1,000
Ausência
vedamento
labial
4 18,2 0 0,0 0,036*
Esforço
vedamento
labial
1 4,5 0 0,0 0,312
Pouco uso de
bucinadores
12 54,5 0 0,0 <0,001*
Movimentos
mandibulares
incoordenados
13 59,1 0 0,0 <0,001*
Movimentos
mandibulares
verticalizados
12 54,5 1 4,5 <0,001*
Ritmo diminuído
1 4,5 0 0,0 0,312
Ritmo
acelerado
3 13,6 0 0,0 0,073#
Poucos ciclos
mastigatórios
0 0,0 0 0,0
Mov língua-
amassamento
alimento
3 13,6 0 0,0 0,073#
Deslize anterior
mandíbula
1 4,5 0 0,0 0,312
Não avaliado
0 0,0 2 9,1 0,148
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
A tabela 29 mostra os dados da avaliação da deglutição. Verificou-se que o
padrão de movimento invertido de língua (81,8%) foi o de maior ocorrência na etapa
pré CO, seguido, em ordem decrescente, das seguintes características: interposição
de língua entre as arcadas; pressionamento das arcadas pela língua; contração da
musculatura perioral; interposição lingual em arcadas/ movimento de cabeça
associado. Houve diferença estatisticamente significante entre os momentos pré e
pós 2 com modificação dos seguintes padrões: contração da musculatura perioral,
movimento invertido de língua, interposição de língua entre as arcadas e
pressionamento das arcadas pela língua.
66
Tabela 29 – Caracterização da deglutição de GB pré e pós CO
GB
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Deglutição
Contração
perioral
4 18,2 0 0,0 0,036*
Deslize
mandibular
lateral
0 0,0 0 0,0
Deslze
mandibular
frontal
0 0,0 0 0,0
Movimento
invertido lga
18 81,8 0 0,0 <0,001*
Interposição lga
entre arcadas
7 31,8 0 0,0 0,004*
Pressionamento
arcadas
5 22,7 0 0,0 0,018*
Interposição
lábio inferior
1 4,5 0 0,0 0,312
Mov de cabeça
associado
1 4,5 0 0,0 0,312
Não avaliado
0 0,0 0 0,0
* diferença estatisticamente significante
A tabela 30 mostra os dados de avaliação funcional da fala. Verificou-se que
as distorções fonéticas (81,8%) ocorreram com maior frequência na etapa pré CO,
seguido, em ordem decrescente, das seguintes características: interposição lingual
anterior; movimentos dos músculos faciais diminuídos; deslize lateral da mandíbula;
aumento da atividade perioral/ acúmulo de saliva em comissuras labiais/ outros
(prejudicada pela situação dental). Houve diferença estatisticamente significante
entre os momentos pré e pós 2 com modificação dos seguintes aspectos:distorções
fonéticas e interposição lingual anterior.
67
Tabela 30 – Caracterização fala de GB pré e pós CO
GB
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Fala
Redução ampl
vertical
0 0,0 0 0,0
Mov mm faciais
diminuídos
3 13,6 1 4,5 0,294
Deslize anterior
mandíbula
0 0,0 0 0,0
Deslize lateral
mandíbula
2 9,1 0 0,0 0,148
Deslize anterior
+ lateral
0 0,0 0 0,0
Distorções
fonéticas
18 81,8 0 0,0 <0,001*
Interposição
anterior lga
15 68,2 0 0,0 <0,001*
Aumento
atividade
perioral
1 4,5 0 0,0 0,312
Acúmulo saliva
em comissuras
1 4,5 0 0,0 0,312
Outros
1 4,5 0 0,0 0,312
* diferença estatisticamente significante
C) GC
A tabela 31 mostra a freqüência de queixas do grupo GC nas avaliações pré e
pós CO. Observou-se que as queixas funcionais foram as de maior ocorrência neste
grupo (87,5%), seguido da de DTM e estética. Houve diferenças estatisticamente
significantes de todas as queixas, comparando-se os resultados de pré e pós CO.
Tabela 31 – Comparação das queixas de GIII pré e pós CO
GC
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
DTM
Ausente 7 43,8 13 81,3
0,028*
Presente 9 56,3 3 18,8
Funções
Ausente 2 12,5 12 75,0
<0,001*
Presente 14 87,5 4 25,0
Estética
Ausente 9 56,3 15 93,8
0,014*
Presente 7 43,8 1 6,3
* diferença estatisticamente significante
A tabela 32 mostra a comparação da presença de DTM no GC, pré e pós CO.
Verificou-se que o maior número de participantes com DTM encontra-se no
68
momento pré-cirúrgico (81,3%), sendo a diferença estatisticamente significante após
o tratamento cirúrgico e fonoaudiológico.
Tabela 32 – Comparação da presença de DTM em GC pré e pós CO
DTM GC
Pré
N 13
% 81,3
Pós 2
N 3
% 18,8
p-valor <0,001
* diferença estatisticamente significante
A tabela 33 apresenta todos os itens da avaliação fonoaudiológica quanto aos
sinais de DTM. Observa-se maior ocorrência desses no momento pré-cirúrgico,
sendo que 93,8% dos sujeitos apresentaram alteração da amplitude dos movimentos
mandibulares. As diferenças foram estatisticamente significantes para os sinais de
dor à palpação, ruído articular e movimento condilar.
Tabela 33 – Comparação dos sinais de DTM de GC pré e pós CO
GC
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Alteração de
amplitude
Ausente 1 6,3 3 18,8
0,285
Presente 15 93,8 13 81,3
Desvio Mandibular
Ausente 8 50,0 10 62,5
0,476
Presente 8 50,0 6 37,5
Dor à palpação
Ausente 7 43,8 14 87,5
0,009*
Presente 9 56,3 2 12,5
Ruído Articular
Ausente 5 31,3 13 81,3
0,004*
Presente 11 68,8 3 18,8
Movimento Condilar
Simétrico 4 25,0 16 100
<0,001*
Assimétrico 12 75,0 0 0,0
* diferença estatisticamente significante
A tabela 34 apresenta os dados funcionais da avaliação miofuncional
orofacial. Constatou-se que 100% dos sujeitos apresentaram alteração das funções
estomatognáticas de mastigação, deglutição e fala. Observaram-se diferenças
estatisticamente significantes, com modificações funcionais, quando comparados os
resultados de pré e pós CO.
69
Tabela 34 – Comparação das funções estomatognáticas de GC pré e pós CO
GC
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Mastigação
Adequada 0 0,0 11 68,8
<0,001*
Alterada 16 100 5 31,3
Deglutição
Adequada 0 0,0 15 93,8
<0,001*
Alterada 16 100 1 6,3
Fala
Adequada 0 0,0 15 93,8
<0,001*
Alterada 16 100 1 6,3
* diferença estatisticamente significante
A seguir, será analisada cada função pesquisada isoladamente.
A tabela 35 mostra os dados de avaliação funcional da mastigação. Verificou-
se que o padrão de mastigação unilateral sistemático foi o de maior ocorrência pré
CO (81,3%), seguido, em ordem decrescente, das seguintes características:
movimentos mandibulares incoordenados; movimentos mandibulares verticalizados;
poucos ciclos mastigatórios; ausência de vedamento labial/ esforço no vedamento
labial/ ritmo mastigatório acelerado; pouco uso de bucinadores. Houve diferença
estatisticamente significante entre os momentos pré e pós 2 com modificação dos
seguintes padrões: mastigação unilateral sistemático, movimentos mandibulares
incoordenados e movimentos mandibulares verticalizados.
70
Tabela 35 – Caracterização da mastigação de GC pré e pós CO
GC
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Mastigação
Unilateral
sistemática
13 81,3 0 0,0 <0,001*
Bilateral
simultânea
0 0,0 0 0,0
Ausência
vedamento
labial
2 12,5 0 0,0 0,144
Esforço
vedamento
labial
2 12,5 1 6,3 0,544
Pouco uso de
bucinadores
1 6,3 2 12,5 0,544
Movimentos
mandibulares
incoordenados
7 43,8 1 6,3 0,014*
Movimentos
mandibulares
verticalizados
6 37,5 1 6,3 0,033*
Ritmo diminuído
0 0,0 0 0,0
Ritmo
acelerado
2 12,5 0 0,0 0,144
Poucos ciclos
mastigatórios
3 18,8 1 6,3 0,285
Mov língua-
amassamento
alimento
0 0,0 0 0,0
Deslize anterior
mandíbula
0 0,0 0 0,0
Não avaliado
1 6,3 2 12,5 0,544
* diferença estatisticamente significante
A tabela 36 mostra os dados de avaliação funcional da deglutição. Verificou-
se que o padrão de movimento invertido de língua (81,8%) foi o de maior ocorrência
na etapa pré CO, seguido, em ordem decrescente, das seguintes características:
interposição de língua entre arcadas/ pressionamento das arcadas pela língua;
contração da musculatura perioral. Houve diferença estatisticamente significante
entre os momentos pré e pós 2 com modificação dos seguintes padrões: movimento
invertido de língua, interposição de língua entre arcadas e pressionamento das
arcadas pela língua.
71
Tabela 36 – Caracterização da deglutição de GC pré e pós CO
GC
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Deglutição
Contração
perioral
2 12,5 0 0,0 0,144
Deslize
mandibular
lateral
0 0,0 0 0,0
Deslze
mandibular
frontal
0 0,0 0 0,0
Movimento
invertido lga
13 81,3 0 0,0 <0,001*
Interposição lga
entre arcadas
5 31,3 0 0,0 0,015*
Pressionamento
arcadas
5 31,3 0 0,0 0,015*
Interposição
lábio inferior
0 0,0 1 6,3 0,310
Mov de cabeça
associado
0 0,0 0 0,0
Não avaliado
1 6,3 0 0,0 0,310
* diferença estatisticamente significante
A tabela 37 mostra os dados da avaliação funcional da fala. Verificou-se que
as distorções fonéticas (56,3%) ocorreram com maior freqüência na etapa pré CO,
seguido, em ordem decrescente, das seguintes características: interposição lingual
anterior; deslize lateral da mandíbula; deslize anterior e lateral da mandíbula/
aumento da atividade perioral/ acúmulo de saliva nas comissuras labiais/ outros
(prejudicada pela situação dental). Houve diferença estatisticamente significante com
modificação desses padrões comparando-se com os momentos pré e pós 2.
72
Tabela 37 – Caracterização da fala de GC pré e pós CO
GC
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Fala
Redução ampl
vertical
0 0,0 0 0,0
Mov mm faciais
diminuídos
0 0,0 0 0,0
Deslize anterior
mandíbula
0 0,0 0 0,0
Deslize lateral
mandíbula
3 18,8 0 0,0 0,069#
Deslize anterior
+ lateral
1 6,3 0 0,0 0,310
Distorções
fonéticas
9 56,3 0 0,0 <0,001*
Interposição
anterior lga
8 50,0 0 0,0 0,001*
Aumento
atividade
perioral
1 6,3 0 0,0 0,310
Acúmulo saliva
em comissuras
1 6,3 0 0,0 0,310
Outros
1 6,3 1 6,3 1,000
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
PARTE IV – COMPARAÇÃO INTERGRUPOS DOS DADOS PRÉ
E PÓS CO E TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA
Feita a caracterização de cada grupo estudado, iniciaremos a análise
comparativa entre os grupos GA, GB e GC, utilizando o Teste de Igualdade entre
Duas Proporções. A apresentação dos dados refere-se à: queixa principal, incidência
e sinais de DTM e avaliação das funções estomatognáticas.
A) QUEIXA PRINCIPAL
As tabelas 38 e 38a mostram a comparação intergrupos referentes às queixas
dos sujeitos na avaliação pré CO. Observou-se que as queixas funcionais foram as
de maior ocorrência para os três grupos, sendo o grupo GB o com maior número de
73
sujeitos com queixas funcionais quando comparado ao GA, com diferenças
estatisticamente significantes.
Tabela 38 – Comparação intergrupos quanto à presença de queixas dos sujeitos pré CO
Pré
GA GB GC
N % N % N %
Queixa do paciente
DTM 13 59,1 10 45,5 9 56,3
Funções 14 63,6 20 90,9 14 87,5
Estética 8 36,4 7 31,8 7 43,8
Outras 0 0 0 0 0 0
Sem
queixas
0 0 0 0 0 0
Tabela 38a – P-valores quanto à presença de queixas dos sujeitos (intergrupos)
Pré
GA GB
Queixa do paciente
DTM
GB 0,365
GC 0,861 0,511
Funções
GB 0,031*
GC 0,099 0,735
Estética
GB 0,750
GC 0,646 0,452
* diferença estatisticamente significante
As tabelas 39 e 39a mostram a comparação intergrupos referentes às queixas
dos sujeitos na fase pós-operatória. Os grupos comportam-se de maneira
semelhante quanto às queixas funcionais e estéticas. Quanto aos sintomas de DTM
constatou-se que GB foi o grupo que apresentou total remissão dessas queixas, com
diferenças estatisticamente significantes quando comparado ao GA e ao GC.
Também foram constatadas outras queixas não pertinentes à etapa pré CO nos três
grupos, tais como edema excessivo ou persistente, parestesia, assimetrias, entre
outras, que podem ser caracterizadas como seqüelas, esperadas ou não, dos
procedimentos envolvidos.
74
Tabela 39 – Comparação intergrupos quanto à presença das queixas dos sujeitos pós CO
Pós 2
GA GB GC
N % N % N %
Queixas
DTM 8 36,4 0 0 3 18,8
Funções 3 13,6 2 9,1 4 25,0
Estética 2 9,1 1 4,5 1 6,3
Outras 8 36,4 5 22,7 3 18,8
Sem
queixas
6 27,3 17 77,3 7 43,8
Tabela 39a – P-valores quanto à presença de queixas dos sujeitos (intergrupos) s CO
Pós 2
GA GB
Queixa do paciente
DTM
GB 0,002*
GC 0,237 0,034*
Funções
GB 0,635
GC 0,372 0,184
Estética
GB 0,550
GC 0,748 0,816
Outras
GB 0,322
GC 0,237 0,767
Sem
queixas
GB <0,001*
GC 0,290 0,034*
* diferença estatisticamente significante
B) DADOS DE AVALIAÇÃO MIOFUNCIONAL OROFACIAL
B.1) DTM
Especificamente quanto a DTM, as tabelas 40 e 40a mostram a comparação
intergrupos da presença de DTM nas diferentes etapas da avaliação
fonoaudiológica. A diferença entre o número de participantes com DTM na etapa pré
CO é estatisticamente significante quando comparado com pós 2. Vale ressaltar que
os sinais de DTM não foram buscados no pós1 devido à restrição própria da etapa.
A análise estatística demonstra que a presença de DTM foi semelhante entre os três
grupos no momento pré-cirúrgico, não mostrando diferenças estatísticas
significantes. No pós CO, GB apresentou 100% de remissão da DTM, sendo a
diferença estatisticamente significante comparando a GA e GC.
75
Tabela 40 – Comparação intergrupos de sujeitos com DTM pré e pós CO
DTM
GA GB GC
N % N % N %
Pré
Ausente 6 27,3 6 27,3 3 18,7
Presente 16 72,7 16 72,7 13 81,3
Pós 2
Ausente 18 81,8 22 100 13 81,3
Presente 4 18,2 0 0,0 3 18,8
Tabela 40a – P-valores de sujeitos com DTM pré e pós CO (intergrupos)
DTM
GA GB
Pré
GB 1,000
GC 0,542 0,542
Pós 2
GB 0,036*
GC 0,964 0,034*
* diferença estatisticamente significante
As tabelas 41 e 41a descrevem a comparação intergrupos pré CO de cada
um dos sinais de DTM isoladamente. A análise estatística demonstra que, nessa
fase, o GB apresenta maior porcentagem de indivíduos com alteração de amplitude
quando comparado ao GA, com diferença estatisticamente significante.
Vale ressaltar que os sinais de DTM avaliados tanto pré como pós CO foram
detalhados em tabelas-base contendo cada tipo de alteração encontrada. Tais
resultados encontram-se descritos no Apêndice D.
Tabela 41 – Comparação intergrupos quanto à presença dos sinais de DTM pré CO
Pré
GA GB GC
N % N % N %
Alteração da
amplitude
Ausente 7 31,8 0 0,0 1 6,3
Presente 15 68,2 22 100 15 93,8
Desvio Mandibular
Ausente 7 31,8 9 40,9 8 50,0
Presente 15 68,2 13 59,1 8 50,0
Dor à palpação
Ausente 5 22,7 7 31,8 7 43,8
Presente 17 77,3 15 68,2 9 56,3
Movimento Condilar
Simétrico 9 40,9 11 50,0 4 25,0
Assimétrico 13 59,1 11 50,0 12 75,0
Ruído Articular
Ausente 6 27,3 6 27,3 5 31,3
Presente 16 72,7 16 72,7 11 68,8
76
Tabela 41a – P-valores quanto à presença dos sinais de DTM pré CO (intergrupos)
Pré
GA GB
Alteração da amplitude
GB 0,004*
GC 0,056# 0,235
Desvio Mandibular
GB 0,531
GC 0,258 0,578
Dor à palpação
GB 0,498
GC 0,169 0,452
Movimento Condilar
GB 0,545
GC 0,307 0,120
Ruído Articular
GB 1,000
GC 0,790 0,790
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
As tabelas 42 e 42a mostram a comparação intergrupos quanto aos sinais de
DTM no pós 2. Tal comparação não foi realizada no pós 1 devido à restrição própria
da etapa.
A análise estatística demonstra que GB apresentou maior número de sujeitos
sem alteração de amplitude, com diferenças estatisticamente significantes em
relação aos outros dois grupos. Com relação à presença de ruído articular, GA
apresenta maior porcentagem dessas alterações no pós CO.
Tabela 42 – Comparação intergrupos quanto à presença dos sinais de DTM pós CO
Pós 2
GA GB GC
N % N % N %
Alteração da
amplitude
Ausente 3 13,6 11 50,0 3 18,8
Presente 19 86,4 11 50,0 13 81,3
Desvio Mandibular
Ausente 15 68,2 16 72,7 10 62,5
Presente 7 31,8 6 27,3 6 37,5
Dor à palpação
Ausente 18 81,8 21 95,5 14 87,5
Presente 4 18,2 1 4,5 2 12,5
Movimento Condilar
Simétrico 22 100 21 95,5 16 100
Assimétrico 0 0,0 1 4,5 0 0,0
Ruído Articular
Ausente 13 59,1 21 95,5 13 81,3
Presente 9 40,9 1 4,5 3 18,8
77
Tabela 42a – P-valores quanto à presença dos sinais de DTM pós CO (intergrupos)
Pós 2
GA GB
Alteração da amplitude
GB 0,010*
GC 0,670 0,049*
Desvio Mandibular
GB 0,741
GC 0,715 0,503
Dor à palpação
GB 0,154
GC 0,635 0,369
Movimento Condilar
GB 0,312
GC 1,000 0,387
Ruído Articular
GB 0,004*
GC 0,147 0,159
* diferença estatisticamente significante
As tabelas 43 e 43a apresentam todos os itens da avaliação fonoaudiológica
quanto à amplitude dos movimentos mandibulares, apresentando a comparação
intergrupos dos valores das medidas dos movimentos de abertura máxima da boca,
protrusão e lateralidade na etapa pré CO, através dos testes ANOVA e Comparação
Múltipla de Tukey.
A análise estatística demonstra que os grupos GA e GB se diferem
estatisticamente quanto aos valores de protrusão e lateralidade D e E, sendo que
GA apresenta a maior média para tais movimentos. Já, os grupos GA e GC apenas
se diferem estatisticamente quanto aos valores de protrusão, com GA apresentando
a maior média. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes
entre os grupos GB e GC.
78
Tabela 43 – Comparação intergrupos grupos das medidas de amplitude dos movimentos
mandibulares pré CO
Pré Média Mediana
Desvio
Padrão
CV Min Max N IC p-valor
Abertura
Máx
GA 48,25 49,5 6,10 12,6% 35 57 22 2,55
0,251
GB 49,91 49,75 6,55 13,1% 35 62 22 2,74
GC 46,63 46,5 4,80 10,3% 38 53 16 2,35
Protrusão
GA 8,95 9 2,03 22,7% 4 13 22 0,85
<0,001* GB 5,93 6 3,26 55,0% 1,5 14 22 1,36
GC 5,66 6 2,61 46,2% 2 11 16 1,28
Lateralidade
D
GA 7,86 7,5 1,91 24,3% 5 12 22 0,80
0,005*
GB 5,68 5 2,23 39,3% 2 10 22 0,93
GC 6,66 7 2,29 34,3% 2 11 16 1,12
Lateralidade
E
GA 8,14 8 2,08 25,5% 4 12 22 0,87
0,006*
GB 5,61 5,5 1,75 31,1% 3 10 22 0,73
GC 7,53 5,75 3,90 51,7% 4 19 16 1,91
Tabela 43a – P-valores quanto às medidas de amplitude dos movimentos mandibulares pré CO
(intergrupos)
Pré
GA GB
Protrusão
GB 0,001*
GC 0,001* 0,948
Lateralidade
Direita
GB 0,004*
GC 0,206 0,353
Lateralidade
Esquerda
GB 0,006*
GC 0,758 0,071#
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
As tabelas 44 e 44a apresentam a comparação intergrupos quanto aos
valores das medidas de amplitude dos movimentos mandibulares na etapa pós CO e
terapia fonoaudiológica, verificada por meio dos testes ANOVA e Comparação
Múltipla de Tukey.
Observa-se que GB apresenta maior média de amplitude de abertura com
diferenças estatisticamente significantes em relação a GA e GC, sendo que GA foi o
único grupo que apresentou média de amplitude máxima de abertura menor que o
limite mínimo de referência.
79
Tabela 44 – Comparação intergrupos grupos das medidas de amplitude dos movimentos
mandibulares pós CO
Pós 2 Média Mediana
Desvio
Padrão
CV Min Max N IC p-valor
Abertura
Máx
GA 37,09 36 6,77 18,3% 26 47,5 22 2,83
<0,001*
GB 46,02 46 6,28 13,6% 29 58 22 2,63
GC 40,38 40 4,46 11,0% 35 49,5 16 2,18
Protrusão
GA 6,00 5,5 2,12 35,4% 3 10 22 0,89
0,094 GB 6,07 7 1,70 28,0% 1 8 22 0,71
GC 4,81 4,75 1,79 37,1% 2 8 16 0,88
Lateralidade
D
GA 5,77 6 1,56 27,1% 3 9 22 0,65
0,124
GB 6,39 7 1,72 26,9% 2 10 22 0,72
GC 6,97 7 2,05 29,5% 4 13 16 1,01
Lateralidade
E
GA 5,86 6 1,72 29,3% 2,5 10 22 0,72
0,398
GB 6,55 7 1,70 26,0% 2,5 10 22 0,71
GC 6,03 6 1,70 28,1% 4 10 16 0,83
Tabela 44a – P-valores das medidas de amplitude dos movimentos mandibulares pós CO
(intergrupos)
Pós 2
GA GB
Abertura
Máxima
GB <0,001*
GC 0,233 0,017*
* diferença estatisticamente significante
B.2) FUNCIONAL
A tabela 45 mostra a comparação intergrupos quanto às funções
estomatognáticas pré CO e as tabelas 46 e 46a mostram os resultados funcionais no
pós-operatório. Os grupos não diferem quanto às funções estomatognáticas na
avaliação pré CO. Na avaliação pós CO, a análise estatística demonstra que GB
apresentou maior número de participantes com adequação de todas as funções
constando-se remissão das alterações de deglutição, sendo que os grupos GA e GB
se diferem estatisticamente quanto ao resultado dos tratamentos voltados para a
verificação da função de deglutição e apresentam diferenças próximas de
significante em relação à mastigação e à fala.
80
Tabela 45 – Comparação intergrupos das funções estomatognáticas pré CO
Pré
GA GB GC
N % N % N %
Mastigação Alterada 22 100 22 100 16 100
Deglutição Alterada 22 100 22 100 16 100
Fala Alterada 22 100 22 100 16 100
Tabela 46 – Comparação intergrupos das funções estomatognáticas pós CO
Pós 2
GA GB GC
N % N % N %
Mastigação
Adequada 12 54,5 18 81,8 11 68,8
Alterada 10 45,5 4 18,2 5 31,3
Deglutição
Adequada 18 81,8 22 100 15 93,8
Alterada 4 18,2 0 0,0 1 6,3
Fala
Adequada 17 77,3 21 95,5 15 93,8
Alterada 5 22,7 1 4,5 1 6,3
Tabela 46a – P-valores das funções estomatognáticas pós 2 (intergrupos)
Pós 2
GA GB
Mastigação
GB 0,052#
GC 0,376 0,350
Deglutição
GB 0,036*
GC 0,283 0,235
Fala
GB 0,079#
GC 0,169 0,816
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
As tabelas 47, 47a, 48 e 48a mostram os dados da avaliação funcional da
mastigação. Verificou-se que quanto aos padrões mastigatórios, foram constatadas
diferenças estatisticamente significantes entre os três grupos, tanto em avaliação pré
quanto pós CO.
As tabelas 47 e 47a mostram os resultados da avaliação pré CO. O grupo GA
apresentou maior porcentagem de sujeitos com deslize anterior da mandíbula
81
quando comparado tanto com GB e como com GC. Também apresentou maior
porcentagem de sujeitos com padrão de poucos ciclos mastigatórios quando
comparado com GB. O GB apresentou maior porcentagem de sujeitos com
movimentos mandibulares verticalizados quando comparado a GA e com pouco uso
de bucinadores quando comparado com GC. O grupo GC apresentou maior
porcentagem de sujeitos com padrão de poucos ciclos mastigatórios quando
comparado com GB.
Tabela 47 – Comparação intergrupos das características da função de mastigação pré CO
Pré
G A GB GC
N % N % N %
Mastigação
Unilateral
sistemática
12 54,5 12 54,5 13 81,3
Bilateral
simultânea
1 4,5 1 4,5 0 0,0
Ausência
vedamento
labial
9 40,9 4 18,2 2 12,5
Esforço
vedamento
labial
2 9,1 1 4,5 2 12,5
Pouco uso
bucinadores
7 31,8 12 54,5 1 6,3
Movimentos
Mandibulares
incoordenados
7 31,8 13 59,1 7 43,8
Movimentos
mandibulares
verticalizados
3 13,6 12 54,5 6 37,5
Ritmo diminuído
0 0,0 1 4,5 0 0,0
Ritmo
acelerado
1 4,5 3 13,6 2 12,5
Poucos ciclos
mastigatórios
4 18,2 0 0,0 3 18,8
Mov. lga -
amassamento
do alimento
1 4,5 3 13,6 0 0,0
Deslize anterior
mandíbula
7 31,8 1 4,5 0 0,0
Não avaliado
0 0,0 0 0,0 1 6,3
82
Tabela 47a – P-valores dos grupos quanto às características da função de mastigação pré CO
Pré
GA GB
Mastigação
Unilateral
sistemática
GB 1,000
GC 0,087 0,087
Bilateral
simultânea
GB 1,000
GC 0,387 0,387
Ausência
vedamento
labial
GB 0,099
GC 0,057# 0,635
Esforço
vedamento
labial
GB 0,550
GC 0,735 0,369
Pouco uso
bucinadores
GB 0,128
GC 0,056# 0,002*
Movimentos
mandibulares
incoordenados
GB 0,069#
GC 0,452 0,350
Movimentos
mandibulares
verticalizados
GB 0,004*
GC 0,088 0,299
Ritmo diminuido
GB 0,312
GC 0,387
Ritmo
acelerado
GB 0,294
GC 0,369 0,919
Poucos ciclos
mastigatórios
GB 0,036*
GC 0,964 0,034*
Mov. língua –
amassamento
do alimento
GB 0,294
GC 0,387 0,124
Deslize anterior
mandíbula
GB 0,019*
GC 0,012* 0,387
Não avaliado
GB
GC 0,235 0,235
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
As tabelas 48 e 48a mostram os resultados da avaliação pós CO. O grupo GA
apresentou maior porcentagem do padrão de mastigação unilateral quando
comparado tanto com GB e como com GC, que apresentaram remissão total deste
padrão mastigatório. Também apresentou maior porcentagem de movimentos
mandibulares incoordenados quando comparado com GB.
83
Tabela 48 – Comparação intergrupos das características da função de mastigação pós CO
Pós 2
G A GB GC
N % N % N %
Mastigação
Unilateral
sistemática
5 22,7 0 0,0 0 0,0
Bilateral
simultânea
1 4,5 1 4,5 0 0,0
Esforço
vedamento
labial
2 9,1 0 0,0 1 6,3
Pouco uso
bucinadores
2 9,1 0 0,0 2 12,5
Movimentos
mandibulares
incoordenados
4 18,2 0 0,0 1 6,3
Movimentos
mandibulares
verticalizados
1 4,5 1 4,5 1 6,3
Poucos ciclos
mastigatórios
0 0,0 0 0,0 1 6,3
Não avaliado
3 13,6 2 9,1 2 12,5
Tabela 48a – P-valores dos grupos quanto à função de mastigação pós CO
Pós 2
GA GB
Mastigação
Unilateral
sistemática
GB 0,018*
GC 0,041*
Bilateral
simultânea
GB 1,000
GC 0,387 0,387
Esforço
vedamento
labial
GB 0,148
GC 0,748 0,235
Pouco uso
bucinadores
GB 0,148
GC 0,735 0,088
Movimentos
mandibulares
incoordenados
GB 0,036*
GC 0,283 0,235
Movimentos
mandibulares
verticalizados
GB 1,000
GC 0,816 0,816
Poucos ciclos
mastigatórios
GB
GC 0,235 0,235
Não avaliado
GB 0,635
GC 0,919 0,735
* diferença estatisticamente significante
As tabelas 49 e 49a mostram os dados de avaliação funcional da deglutição.
Foram constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os três grupos, na
avaliação pré CO. O grupo GA foi o que apresentou maior porcentagem de
alterações do padrão de deglutição. Observou-se maior porcentagem de deslize
84
anterior da mandíbula quando comparado tanto com GB e como com GC, e maior
porcentagem de interposição de lábio inferior quando comparado com GC.
Tabela 49 – Comparação intergrupos das características da função de deglutição pré CO
Pré
GA GB GC
N % N % N %
Deglutição
Contração
perioral
excessiva
8 36,4 4 18,2 2 12,5
Deslize anterior
mandíbula
5 22,7 0 0,0 0 0,0
Mov. Lga
invertido
16 72,7 18 81,8 13 81,3
Interposição lga
entre arcadas
8 36,4 7 31,8 5 31,3
Pressionamento
das arcadas
4 18,2 5 22,7 5 31,3
Interposição
lábio inferior
5 22,7 1 4,5 0 0,0
Mov. cabeça
associado
2 9,1 1 4,5 0 0,0
Não avaliado
0 0,0 0 0,0 1 6,3
Tabela 49a – P-valores dos grupos quanto às características da função de deglutição pré CO
Pré
GA GB
Deglutição
Contração
perioral
excessiva
GB 0,176
GC 0,099 0,635
Deslize anterior
mandíbula
GB 0,018*
GC 0,041*
Movimento
invertido da
língua
GB 0,472
GC 0,542 0,964
Interposição lga
entre arcadas
GB 0,750
GC 0,743 0,970
Pressionamento
das arcadas
GB 0,709
GC 0,350 0,556
Interposição
lábio inferior
GB 0,079#
GC 0,041* 0,387
Mov. de cabeça
associado
GB 0,550
GC 0,215 0,387
Não avaliado
GB
GC 0,235 0,235
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
As tabelas 50 e 50a mostram a avaliação da deglutição pós CO. Não foram
constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os três grupos.
85
Tabela 50 – Comparação intergrupos das características da função de deglutição pós CO
Pós 2
GA GB GC
N % N % N %
Deglutição
Contração
perioral
excessiva
1 4,5 0 0,0 0 0,0
Movimento
invertido lga
3 13,6 0 0,0 0 0,0
Interposição
lábio infeior
0 0,0 0 0,0 1 6,3
Tabela 50a – P-valores dos grupos quanto às características da função de deglutição pós CO
Pós 2
GA GB
Deglutição
Contração
perioral
excessiva
GB 0,312
GC 0,387
Movimento
invertido lga
GB 0,073#
GC 0,124
Interposição
lábio inferior
GB
GC 0,235 0,235
# diferença próxima de significante
As tabelas 51e 51a apresentam a avaliação funcional da fala, na etapa pré
CO. Foram constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os três
grupos. O grupo GA foi o que apresentou maior porcentagem de participantes com
deslize anterior da mandíbula durante a fala quando comparado tanto com GB como
com GC. O grupo GB apresentou maior porcentagem de participantes com
distorções fonéticas e interposição lingual inferior quando comparado com GA.
86
Tabela 51 – Comparação intergrupos das características da função de fala pré CO
Pré
GA GB GC
N % N % N %
Fala
Redução
amplitude
vertical
2 9,1 0 0,0 0 0,0
Mov. mm faciais
diminuídos
0 0,0 3 13,6 0 0,0
Deslize anterior
mandíbula
9 40,9 0 0,0 0 0,0
Deslize lateral
mandíbula
2 9,1 2 9,1 3 18,8
Deslize anterior
+ lateral
2 9,1 0 0,0 1 6,3
Distorções
fonéticas
11 50,0 18 81,8 9 56,3
Interposição
língua anterior
6 27,3 15 68,2 8 50,0
Aumento
atividade
perioral
3 13,6 1 4,5 1 6,3
Acúmulo saliva
em comissuras
4 18,2 1 4,5 1 6,3
Outros
0 0,0 1 4,5 1 6,3
Tabela 51a – P-valores dos grupos quanto às características da função de fala pré CO
Pré
GA GB
Fala
Redução
amplitude
vertical
GB 0,148
GC 0,215
Mov. mm faciais
diminuídos
GB 0,073#
GC 0,124
Deslize anterior
mandíbula
GB <0,001*
GC 0,003*
Deslize lateral
mandíbula
GB 1,000
GC 0,384 0,384
Deslize anterior
+ lateral
GB 0,148
GC 0,748 0,235
Distorções
fonéticas
GB 0,026*
GC 0,703 0,086
Interposição
língua anterior
GB 0,007*
GC 0,152 0,258
Aumento
atividade
perioral
GB 0,294
GC 0,464 0,816
Acúmulo saliva
em comissuras
GB 0,154
GC 0,283 0,816
Outros
GB 0,312
GC 0,235 0,816
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
87
As tabelas 52 e 52a apresentam os resultados da avaliação pós CO e terapia
fonoaudiológica. Não foram constatadas diferenças estatisticamente significantes
entre os três grupos.
Tabela 52 – Comparação intergrupos das características da função de fala pós CO
Pós 2
GA GB GC
N % N % N %
Fala
Redução
amplitude
vertical
3 13,6 0 0,0 0 0,0
Mov. mm
faciais
diminuídos
0 0,0 1 4,5 0 0,0
Distorções
fonéticas
1 4,5 0 0,0 0 0,0
Outros
1 4,5 0 0,0 1 6,3
Tabela 52a – P-valores dos grupos quanto às características da função de fala pós CO
Pós 2
GA GB
Fala
Redução
amplitude
vertical
GB 0,073#
GC 0,124
Mov. mm
faciais
diminuídos
GB 0,312
GC 0,387
Distorções
fonéticas
GB 0,312
GC 0,387
Outros
GB 0,312
GC 0,816 0,235
# diferença próxima de significante
88
6. DISCUSSÃO
A CO tem como objetivo primário promover uma relação equilibrada e
harmoniosa dos componentes dentoesqueléticos, e com isso, propõe corrigir as
alterações funcionais decorrentes desse desequilíbrio.
O trabalho miofuncional orofacial realizado buscou adequar as funções orais,
visando o equilíbrio muscular estável, diminuindo, assim, a possibilidade de recidivas
provocadas pela manutenção de padrões adaptativos inadequados. Na fase pré CO,
enfocou a conscientização dos padrões alterados em decorrência da DDF e retirada
dos hábitos deletérios. Após a cirurgia, o trabalho buscou favorecer a diminuição do
edema facial, a mobilidade mandibular e conseqüente eliminação das alterações
musculares e funcionais (BIANCHINI, 1995; CAMPIOTTO, 1998; MARCHESAN;
BIANCHINI, 1999).
No presente estudo, os resultados foram analisados e serão discutidos em
três etapas, visando tornar possível o levantamento das características funcionais e
presença de sinais e sintomas de DTM em indivíduos com DDF, comparando-se os
resultados pré e pós tratamentos, além de buscar uma diferenciação quanto a essas
características em relação aos diferentes tipos de deformidades dentofaciais.
A partir da verificação de 128 prontuários de pacientes com DDF, a amostra
caracterizou-se por 60 sujeitos devido aos critérios de inclusão e exclusão, sendo
89
que a maior ocorrência de exclusão deveu-se a acompanhamento apenas no pós-
cirúrgico (33,6%). Esse dado mostrou que, embora a reabilitação miofuncional
orofacial já seja difundida entre as equipes interdisciplinares (BERRETIN-FELIX;
JORGE; GENARO, 2004) e considere-se até que a indicação para Fonoaudiologia
seja frequente, ainda existem muitos casos encaminhados apenas após a realização
da cirurgia. Esse fato pode ser desfavorável uma vez que não são obtidos os dados
de referência quanto à caracterização miofuncional prévia à cirurgia, dificultando a
percepção do que seria uma situação já automatizada anteriormente ao processo
cirúrgico (BIANCHINI, 2001), e do que seria secundário à modificação da forma; por
exemplo, nos casos onde existe redução do espaço intra-oral dificultando
acomodação e funcionalidade da língua; ou naqueles em que ocorre o estiramento
da musculatura supra-hióidea como nos grandes avanços mandibulares
(MARCHESAN; BIANCHINI, 1999 RIBAS ET AL, 2005; LIPORACI JUNIOR ET AL,
2007).
Verificou-se homogeneidade na amostra geral quanto ao gênero,
contrastando com os dados da literatura pesquisada que sugere o predomínio do
gênero feminino sobre o masculino (EGERMARK ET AL, 2000; PANULA; FINNE;
OIKARINEN, 2001; WOLFORD; KARRAS; MEHRA, 2002).
A média da idade dos sujeitos foi de 28,10 anos, similar a de vários outros
estudos (EGERMARK ET AL, 2000; PANULA; FINNE; OIKARINEN, 2001;
WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001).
Observou-se distribuição homogênea também quanto ao tipo de DDF, não
ocorrendo predomínio significativo de nenhum tipo de deformidade nessa amostra.
O procedimento cirúrgico mais utilizado foi o da cirurgia bimaxilar em todos os
grupos, estando de acordo com o resultado da amostra geral e com a literatura
90
pesquisada (LEITE ET AL, 2004; GIMENEZ ET AL, 2006). Essa uniformização dos
grupos, quanto aos tipos de cirurgia empregadas, demonstrou ser um aspecto
positivo do presente estudo, pois diminuiu a interferência dessa variável nos
resultados pós-operatórios, uma vez que a literatura relata diferença no tempo de
recuperação da mobilidade mandibular de acordo com o tipo de cirurgia realizada
(BELL ET AL, 1983; BOYD; KARRAS; SINN, 1991).
A queixa de dificuldade em realizar as funções estomatognáticas prevaleceu
sobre as queixas de sintomatologia de DTM e estética no período pré-cirúrgico. Na
literatura, diferentes estudos destacam que tais razões impelem os pacientes
portadores de DDF a procurar o tratamento cirúrgico e na maioria das vezes não
estão isoladas (BIANCHINI, 1995; EGERMARK ET AL, 2000; PANULA ET AL, 2000;
WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001; DERVIS; TUNCER, 2002; WOLFORD;
KARRAS; MEHRA, 2002; ONG, 2004; RIBAS ET AL, 2005; ABRAHAMSSON ET AL,
2007; AMBRIZZI ET AL, 2007; FARELLA ET AL, 2007; CASCONE ET AL, 2008).
Observou-se no presente estudo que, independente de qual foi queixa
principal, houve redução significativa das queixas, podendo refletir o auxílio dos
tratamentos na reabilitão pós-cirúrgica.
O surgimento de queixas do tipo edema, parestesia, assimetria facial na
primeira avaliação pós cirúrgica (pós 1) pode ser justificado pela existência de
seqüelas circunstanciais, próprias da cirurgia (BIANCHINI, 1995; CAMPIOTTO,
1998; MARCHESAN; BIANCHINI, 1999), visto que na avaliação após 4 meses da
CO (pós 2), observou-se grande redução desses tipos de queixas.
A ocorrência de DTM na amostra, considerando-se os critérios de avaliação,
foi bastante perceptível (75,0%) na avaliação pré CO, bem como sua ausência na
fase pós CO (88,3%). Estudos anteriores consideram comuns as alterações no
91
funcionamento da ATM em indivíduos com DDF, confirmando a presença
significante de sinais e sintomas de DTM na fase pré-cirúrgica (BIANCHINI, 1995;
MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; EGERMARK ET AL, 2000; PANULA; FINNE;
OIKARINEN, 2001; WOLFORD; KARRAS; MEHRA, 2002; FELÍCIO; BRAGA, 2005;
ABRAHAMSSON ET AL, 2007; CASCONE ET AL, 2008), bem como o potencial
desses tratamentos na melhora da DTM (EGERMARK-ERIKSSON; KAHNBERG;
RIDELL, 1988; WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001; ALMEIDA JÚNIOR;
CAVALCANTE, 2004; RIBAS ET AL, 2005).
Os sinais de DTM mais frequentes encontrados na etapa pré CO do presente
estudo, em ordem decrescente, foram: alteração da amplitude, ruído articular, dor à
palpação, presença de desvios do movimento mandibular com assimetria do
movimento condilar, estando de acordo com a literatura (BIANCHINI, 1995;
MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; DERVIS; TUNCER, 2002; FUJII, 2002; ROCCO;
DUARTE, 2004; BIANCHINI; PAIVA; ANDRADE, 2007; FELÍCIO ET AL, 2007;
LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007; SIMMONS, OXFORD; HILL, 2008). As menções
referentes à redução de DTM após os tratamentos cirúrgico e fonoaudiológico
também são encontradas na literatura pertinente (BELL ET AL, 1983; BOYD;
KARAS; SINN, 1991; EGERMARK ET AL, 2000; PANULA ET AL, 2000;
WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001; WOLFORD; KARRAS; MEHRA, 2002;
PAHKALA; KELLOKOSKI, 2007).
Por meio da avaliação miofuncional orofacial pré CO, constatou-se que 100%
da amostra apresentou alteração das funções estomatognáticas de mastigação,
deglutição e fala. Os resultados foram condizentes com o dado de queixa inicial de
dificuldade em realizar as funções. Após tratamento cirúrgico e fonoaudiológico,
houve melhora significativa de todas as funções estomatognáticas, concordando
92
com a literatura sobre a importância do papel da reposição das bases ósseas e da
fonoterapia na reabilitação (LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007) por meio da
eliminação das alterações musculares e funcionais, garantindo, com isso, o sucesso
do resultado e prevenindo qualquer tipo de recidiva (BIANCHINI, 1995;
CAMPIOTTO, 1998; MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; PACHECO, 2000; RIBAS ET
AL, 2005).
A dificuldade no desempenho mastigatório prévia ao tratamento cirúrgico foi
constatada na amostra, concordando com a colocação de diversos autores que
consideram que as DDF podem gerar redução da habilidade para mastigar
(BIANCHINI, 1995; ELLIS; THROCKMORTON; SINN, 1996; MARCHESAN;
BIANCHINI, 1999; ENGLISH; BUSCHANG; THROCKMORTON, 2002; VAN DEN
BRABER ET AL, 2005). O padrão mastigatório de maior ocorrência na avaliação pré
CO foi o de mastigação unilateral sistemática, seguido por movimentos mandibulares
incoordenados, verticalizados e pouco uso de bucinadores. As discrepâncias das
bases ósseas podem levar à dificuldade de máxima intercuspidanção, direcionando
adaptações funcionais como a mastigação unilateral, com intuito de facilitação do
processo mastigatório (BIANCHINI, 2000a). A maior ocorrência de DTM nesses
sujeitos também pode ser fator determinante, conforme estudos anteriores
(FELÍCIO; MAZZETTO; DOS SANTOS, 2002; FELÍCIO; FERNANDES;
RODRIGUES DA SILVA, 2005; FELÍCIO ET AL, 2007). Os resultados após 4 meses
da CO e reabilitação fonoaudiológica apontaram a melhora significativa da
habilidade mastigatória em 68,3% dos sujeitos avaliados, observando-se correção
dos seguintes padrões anteriormente alterados: mastigação unilateral sistemática,
ausência de vedamento labial, pouco uso de bucinadores, movimentos
incoordenados, ritmo acelerado, poucos ciclos, movimento de amassamento do
93
alimento pela língua contra o palato e deslize anterior da mandíbula. Tais resultados
concordam com os achados da literatura (ELLIS, THROCKMORTON; SINN, 1996;
NURMINEN; PIETILA; VINKKA-PUHAKKA, 1999).
A presença de padrões inadequados de deglutição também foi constatada no
período pré-cirúrgico, podendo ser justificado pela redução da habilidade
mastigatória em decorrência da maloclusão, pois tal função é dependente da
trituração e umidificação do alimento a ser deglutido (FELÍCIO, 2008), assim como
pela presença de DTM (RODRIGUES ET AL, 1998; BIANCHINI, 2000a; PEREIRA;
FELÍCIO, 2005). O padrão de movimento invertido de língua foi o de maior
ocorrência na amostra, seguido de interposição de língua entre as arcadas,
contração excessiva da musculatura perioral e pressionamento da língua nas
arcadas. Tais padrões de deglutição são relatados pela literatura pesquisada
(FELÍCIO, 1999; BIANCHINI, 2000a). A avaliação após 4 meses mostrou melhora
significativa da deglutição em 91,7% dos casos, com correção dos seguintes
padrões: contração da musculatura perioral, deslize anterior da mandíbula,
movimento invertido de língua e pressionamento da língua nas arcadas,
concordando com a literatura de que após o reposicionamento das bases ósseas por
meio da CO ocorrem modificações musculares espontâneas, facilitando a realização
das funções estomatognáticas. Entretanto, a utilização de medidas terapêuticas
específicas também deve ser considerada para garantir a estabilidade do tratamento
nos casos em que tal modificação muscular não ocorreu da maneira esperada,
conforme consta na literatura (BELL ET AL, 1983; BIANCHINI, 1995; MARCHESAN;
BIANCHINI, 1999; RIBAS ET AL, 2005; TRAWITZKI ET AL, 2006). Embora o
objetivo desse trabalho não tenha sido verificar a eficiência apenas da terapia
fonoaudiológica, uma vez que para isso seria necessário um grupo controle sem
94
esse tratamento, pode-se caracterizar a evolução satisfatória dos pacientes,
submetidos à CO e à reabilitação fonoaudiológica, nesse curto intervalo de tempo.
No que se referem à fala, as distorções fonéticas foram as alterações mais
freqüentes na etapa pré CO, seguido por interposição lingual anterior e de deslize
anterior de mandíbula, concordando com autores consideram que alterações das
estruturas ósseas e dentárias envolvidas na produção da fala tais como relação
maxilomandibular, dimensão vertical de oclusão, forma e tamanho dos arcos
dentários, contornos e espessura da base palatal, suporte labial, contorno dos
incisivos podem inviabilizar o correto ponto articulatório dos fones, afetando os
padrões de pronúncia ou de produção dos sons da fala (ZORZI, 1998; FELÍCIO,
1999; BIANCHINI, 2000a). A influência da DTM evidenciada pela literatura também
deve ser considerada (FELÍCIO, 1994; ANELLI, 1997; BERRETIN; GENARO;
TEIXEIRA, 2000; BIANCHINI, 2000a e 2000b; BIANCHINI; ANDRADE, 2006;
BIANCHINI; PAIVA; ANDRADE, 2007; FELÍCIO, 2008).
A melhora significativa dessa função após os tratamentos, verificada em
88,3% dos participantes do presente trabalho, com correção dos aspectos: deslize
anterior e lateral da mandíbula, distorções fonéticas, interposição lingual anterior e
hiperfunção da musculatura perioral; reforça a hipótese de alguns autores que
consideram que CO desempenha um efeito positivo a fala, reduzindo drasticamente
as alterações articulatórias (LEE ET AL, 2002; RIBAS ET AL, 2005), pois além de
promover mudanças na relação dentes e mandíbula, afetam os tecidos moles
intraorais e os lábios (HASSAN; NAINI; GILL, 2007)
A estabilização dos resultados ortodôntico-cirúrgicos é controversa. O período
de reavaliação de 4 meses instituído nesse trabalho, mostrou-se eficiente
considerando-se em primeiro lugar, a proposta fonoaudiológica de reabilitação em
95
aproximadamente três meses de terapia. A pequena porcentagem de abandono do
tratamento, os resultados positivos quanto às queixas iniciais, a melhora tanto das
funções estomatognáticas quanto da funcionalidade da ATM parecem mostrar que,
quando instituído um processo de reabilitação objetivamente voltado para esse tipo
de problema, a acomodação miofuncional ocorre em período mais curto que o
encontrado em trabalhos anteriores. A literatura pesquisada considera como mais
coerente e aceitável a possibilidade de análise desses resultados a partir do sexto
mês quando ocorre acomodação satisfatória dos tecidos moles e regressão do
edema (GIMENEZ ET AL, 2006). De acordo com os dados encontrados, pode ser
sugerida a revisão dos prazos de reabilitação, levando-se em consideração a
intervenção fonoaudiológica na fase pós-cirúrgica para a estabilidade do tratamento,
visto que por meio da harmonia funcional do conjunto se estabilizam as estruturas
estáticas (BIANCHINI, 1995; BERRETIN-FELIX; JORGE; GENARO, 2004).
A divisão da amostra em três grupos teve dois objetivos distintos: analisar o
perfil detalhado de cada tipo de DDF predominante e confrontar os resultados entre
os grupos estudados por meio da comparação intergrupos; visto que a literatura
aponta diferenças quanto a sintomatologia, funcionalidade da ATM e funções
estomatognáticas entre os tipos de deformidades (BIANCHINI, 1995; MARCHESAN;
BIANCHINI, 1999; NURMINEN; PIETILA; VINKKA-PUHAKKA, 1999; RIBAS ET AL,
2005; WILLIAMS ET AL, 2005; GONÇALES, 2006; AMBRIZZI ET AL, 2007).
Verificou-se que em relação ao gênero, houve predomínio do sexo feminino
para os grupos GA e GC. No grupo GB, o predomínio foi do sexo masculino. Quanto
a media de idade, GA foi o que apresentou maior média (34 anos), comparado aos
demais grupos, estando acima da média da amostra geral do presente estudo.
96
A principal base óssea comprometida variou de acordo com o tipo de DDF,
existindo sujeitos também com comprometimento combinados, em mais de uma
base óssea. Constatou-se, para GA, que 100% dos sujeitos apresentavam
deficiência mandibular, seguido pelo excesso de maxila, presente em 50% dos
casos. Para GB, 95,5% apresentavam deficiência maxilar, seguido pelo excesso
mandibular em 59,1% dos casos. E, para GC, 93,8% apresentavam assimetria
mandibular, seguido pela deficiência maxilar, em 62,5% dos casos. Tais dados
confirmam a classificação adotada na presente pesquisa quanto à divisão dos
grupos.
As cirurgias bimaxilares predominaram em todos os grupos. Observou-se
maior número de cirurgias mandibulares em GA e GC, e cirurgias maxilares em GB.
Na literatura, a maior preocupação com os resultados cirúrgicos-funcionais parece
ser com GB, uma vez que há trabalhos enfocando que a cirurgia de redução da
mandíbula nos sujeitos Classe III esquelética reduz o espaço intra-oral, dificultando
com isso, a acomodação da língua (BELL ET AL, 1983; BIANCHINI, 1995;
MARCHESAN; BIANCHINI,1999). Entretanto, no presente estudo, verificou-se maior
número de cirurgias de avanço da maxila nesses pacientes, concordando com
literatura acerca dos procedimentos cirúrgicos (TRAWITZKI ET AL, 2006; FARELLA
ET AL, 2007).
Visando constatar a existência de características específicas para cada grupo
estudado, foram analisadas as variável da avaliação fonoaudiológica de acordo com
o tipo predominante de DDF.
O grupo GA, constituído por sujeitos com DDF do tipo Classe II esquelética
apresentou as seguintes características: predomínio de queixas funcionais seguido
pela de DTM e estética, havendo redução significativa das queixas funcionais e
97
estética após 4 meses dos tratamentos, porém o mesmo não ocorreu com as
queixas de DTM.
A presença da DTM foi observada no momento pré-cirúrgico em 72,7% dos
sujeitos avaliados. Após tratamento cirúrgico e fonoaudiológico, a presença de DTM
foi observada em apenas 18,2% da amostra, apesar da queixa de DTM não ter
melhorado significativamente. Provavelmente isso se deva ao fato de que para a
caracterização de presença da DTM no presente estudo, foi necessária a existência
de ao menos três sintomas e sinais, incluindo a presença da dor. Já, quanto à
queixa, foi considerado ao menos um sintoma. Outro aspecto a ser abordado diz
respeito ao tipo de cirurgia. Normalmente, os sujeitos com Classe II esquelética
realizam cirurgia de avanço da mandíbula, o que pode tornar mais difícil a
recuperação e a estabilidade dos resultados devido à distensão da musculatura
supra-hióidea causando sobrecarga na ATM, conforme dados de literatura (RIBAS
ET AL, 2005; LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007).
A presença de alteração na amplitude dos movimentos mandibulares pré CO
foi verificada em grande número de sujeitos de GA. Entretanto, quanto a esse sinal
especificamente, não foi constatada melhora significativa após os tratamentos
quanto à amplitude, sendo que 86,4% dos sujeitos apresentaram valores fora dos
limites de referência, caracterizando alteração desse sinal, apesar dos valores
estarem próximos dos limites adotados pela metodologia do presente estudo. A
maior incidência de sinais de alteração da ATM, tais como estalos e/ou dor orofacial,
redução das amplitudes máximas de abertura da boca, principalmente nos
indivíduos com Classe II esquelética tem sido detectada em diversos estudos
(BIANCHINI, 1995; MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; DERVIS; TUNCER, 2002;
98
ROCCO; DUARTE, 2004; FELÍCIO; BRAGA, 2005; LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007;
SIMMONS; OXFORD; HILL, 2008).
A avaliação miofuncional orofacial evidenciou alteração de todas as funções
estomatognáticas na avaliação inicial nesse grupo, bem como a melhora significativa
dessas na avaliação pós CO, concordando com estudos anteriores (BELL ET AL,
1983; BIANCHINI, 1995; MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; RIBAS ET AL, 2005;
TRAWITZKI ET AL, 2006).
A literatura descreve as seguintes alterações no padrão muscular e funcional
decorrentes da Classe II esquelética: lábio superior em hipofunção devido à
discrepância óssea, lábio inferior retrovertido ocluindo com incisivos superiores,
mento hipertônico auxiliando a elevação do orbicular dos lábios, posição mais
elevada de língua, anteriorização da língua devido ao espaço intraoral reduzido,
deslize mandibular anterior durante as funções neurovegetativas para aumentar o
espaço intraoral, alteração de postura de cabeça, deglutição com projeção
mandibular anterior e interposição de língua associada à hipercontração da
musculatura perioral, distorções na fala, principalmente em fonemas bilabiais onde a
oclusão é substituída pela oclusão do lábio inferior com os incisivos superiores,
fonemas sibilanes com deslize mandibular e projeção de língua sobre os rebordos
das arcadas (BIANCHINI, 2002).
O comportamento mastigatório de maior frequência para o grupo GA,
observado na avaliação pré CO, foi o de mastigação unilateral sistemática.
Comparando com os resultados após os tratamentos, constatou-se melhora
significativa desse padrão mastigatório, caracterizando a influência da CO e da
reabilitação fonoaudiológica na redução da ocorrência de alterações mastigatórias.
Além desse, outros aspectos também foram influenciados pela terapêutica utilizada,
99
reduzindo a ocorrência de ausência de vedamento labial e do deslize anterior da
mandíbula, e aumentando o número de ciclos mastigatórios.
Com relação à deglutição do grupo GA, o padrão de interposição de língua
entre as arcadas prevaleceu sobre os demais, concordando com a literatura acima
citada (BIANCHINI, 2002). Comparando com os resultados finais, observou-se
melhora significativa, caracterizando a influência dos procedimentos na correção
desse padrão de deglutição. A redução da ocorrência de contração perioral, deslize
anterior da mandíbula, pressionamento das arcadas pela língua e interposição de
lábio inferior também foram influenciados pela terapêutica utilizada,
A alteração mais freqüente encontrada na avaliação inicial da fala do grupo
GA foi a distorção fonética seguida o deslize mandibular anterior, concordando com
a literatura pesquisada (ZORZI, 1998; FELÍCIO, 1999; BIANCHINI, 2000a;
BIANCHINI, 2002). A correção desse padrão, assim como da interposição lingual
anterior e acúmulo de saliva nas comissuras labiais foram influenciados pelas
terapêuticas utilizadas.
O grupo GB, constituído por sujeitos com DDF do tipo Classe III esquelética
apresentou as mesmas queixas que GA, diferindo quanto ao momento pós
tratamentos quando se constatou redução de todas as queixas. Tais resultados
concordam com a literatura que sugere que a Classe III esquelética é a situação que
mais leva os pacientes a buscarem tratamento ortodôntico-cirúrgico, devido ao
grande prejuízo estético e funcional que tais características trazem ao seu portador
(BAILEY ET AL, 2001; CHANG; TSENG; CHANG, 2006).
A presença da DTM foi observada no momento pré-cirúrgico em 72,7% dos
sujeitos avaliados do grupo GB. Após tratamento cirúrgico e fonoaudiológico, a
100
presença de DTM não foi observada, confirmando a hipótese de que os indivíduos
com prognatismo mandibular apresentam melhor recuperação da DTM comparado
aos indivíduos com retrognatismo mandibular (WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR,
2001; PAHKALA; KELLOKOSKI, 2007). Constatou-se melhora significativa de todos
os sinais de DTM avaliados pré e pós CO, caracterizando a adequação da amplitude
dos movimentos mandibulares, bem como a redução da ocorrência de desvio
mandibular, dor à palpação e ruído articular.
A avaliação miofuncional orofacial evidenciou, também para esse grupo,
alterações de todas as funções estomatognáticas na avaliação inicial, bem como a
melhora significativa de tais funções na avaliação final.
A literatura descreve as seguintes alterações no padrão muscular e funcional
decorrentes da Classe III esquelética: alteração labial normalmente tendendo à
hipotonia de lábio inferior, língua no assoalho da boca, mastigação anterior ou com
utilização excessiva do dorso de língua fazendo um esmagamento do alimento
contra o palato, deglutição com grande anteriorização de língua e participação ativa
da musculatura perioral, principalmente de lábio superior, alterações de fala, sendo
os movimentos de ponta de língua substituídos pelo meio ou dorso, fonemas labiais
e/ou labiodentais efetuados com predomínio de lábio superior e movimentos dorsais
de língua incoordenados (BIANCHINI, 2002).
Os comportamentos mastigatórios de maior frequência para o grupo GB,
observado na avaliação inicial, foram: movimentos mandibulares incoordenados e
verticalizados, mastigação unilateral sistemática e pouco uso dos músculos
bucinadores, divergindo do padrão mastigatório sugerido pela literatura (BIANCHINI,
2001 e 2002). A melhora significativa desses padrões mastigatórios alterados
caracteriza a influência benéfica da CO e da reabilitação fonoaudiológica.
101
Com relação à deglutição do grupo GB, o padrão de movimento invertido de
língua prevaleceu sobre os demais, apoiando dados de literatura (BIANCHINI, 2001
e 2002). Além da correção desse padrão, houve redução da ocorrência de contração
perioral, de interposição de língua entre as arcadas e de pressionamento das
arcadas pela língua; padrões esses também citados pela literatura como freqüentes
em indivíduos Classe III (BIANCHINI, 2002), mostrando tais padrões foram
influenciados pela terapêutica utilizada.
A alteração mais freqüente encontrada na avaliação inicial da fala do grupo
GB foi a distorção fonética, como em GA, porém seguida da interposição lingual
anterior, concordando com a literatura pesquisada (FELÍCIO, 1999; BIANCHINI,
2000a; BIANCHINI, 2002). Assim como para GA, os tratamentos trouxeram melhora
significativa, caracterizando a influência da CO e da reabilitação fonoaudiológica na
diminuição de ocorrência desse padrão de fala, assim como da interposição lingual
anterior.
O grupo GC, constituído por sujeitos com DDF do tipo assimetria esquelética
grave, apresentou a mesma situação de queixas constatada para GB, tanto na fase
pré quanto na fase pós tratamentos. A presença da DTM foi observada no momento
pré-cirúrgico em 81,3% dos sujeitos avaliados do grupo GC. Após tratamento
cirúrgico e fonoaudiológico, a presença de DTM foi verificada em apenas 18,8%, da
amostra, como em GA, caracterizando o efeito positivo da CO e da reabilitação
fonoaudiológica na DTM (EGERMARK-ERIKSSON; KAHNBERG; RIDELL, 1988;
WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001; ALMEIDA JÚNIOR; CAVALCANTE,
2004; FELÍCIO; BRAGA, 2005; RIBAS ET AL, 2005; ABRAHAMSSON ET AL, 2007).
Entretanto, analisando-se separadamente cada um dos sinais de DTM, não foi
constatada melhora significativa entre as avaliações pré e pós CO tanto na
102
amplitude dos movimentos mandibulares; semelhante aos dados obtidos para GA,
como no desvio do percurso mandibular. Na avaliação final, 81,3% dos sujeitos
apresentaram alteração da amplitude e 37,5% apresentavam desvio mandibular,
sugerindo maior dificuldade em estabilização desses movimentos para os casos de
laterognatismo, apesar dos valores de amplitude estarem próximos dos limites
adotados pela metodologia do presente estudo. Referências a esses dados não
foram encontradas na literatura pesquisada.
A avaliação das funções estomatognáticas nos momentos pré e pós
tratamentos mostrou resultados semelhantes aos dos outros dois grupos. Entretanto,
as características funcionais dos indivíduos portadores de assimetria esquelética
grave parecem ter variado de acordo com a base óssea comprometida, podendo
apresentar padrões inadequados como mecanismo adaptativo, a fim de assegurar o
mínimo de prejuízo a todo o SE. Observou-se que o comportamento mastigatório de
maior frequência para o grupo GC, na avaliação inicial, foi o de mastigação unilateral
sistemática, concordando com dados que apontam a assimetria esquelética como
um dos fatores determinantes da mastigação unilateral (BIANCHINI, 2005).
Comparando com os resultados finais, houve melhora significativa desse padrão e
também redução da ocorrência de movimentos mandibulares incoordenados e
verticalizados, caracterizando o benefício dos tratamentos.
Com relação à deglutição do grupo GC, o padrão de movimento invertido de
língua prevaleceu sobre os demais, assim como no grupo GB. Após os tratamentos
realizados constatou-se a melhora significativa desse padrão, assim como de
interposição de língua entre as arcadas e pressionamento das arcadas pela língua.
A distorção fonética, alteração do padrão de fala mais freqüente encontrado para
esse grupo pré tratamentos, foi o mesmo dos demais. Na avaliação final também se
103
constatou melhora desse padrão e de interposição lingual anterior, semelhante aos
dados de GB. Esses dados obtidos após os tratamentos concordam com a literatura
que aponta a necessidade de organização das bases ósseas, da oclusão e da
musculatura associada para obtenção de padrões funcionais favoráveis (ANELLI,
1997; BIANCHINI, 2000a; LEMOS, 2000; FERRARIO, ET AL, 2004; PEREIRA;
FELÍCIO, 2005; PIANCINO ET AL, 2005; BIANCHINI; ANDRADE, 2006; ONCINS;
FREIRE; MARCHESAN, 2006; FELÍCIO ET AL, 2008).
Apesar dos dados do presente trabalho mostrarem evolução e resultados
favoráveis para toda a amostra; por meio da comparação intergrupos, verificou-se
que os grupos se diferenciaram quanto a vários aspectos investigados, tanto na
avaliação pré CO, quanto após 4 meses dos tratamentos, indicando a variabilidade
intrínseca ao tipo de deformidade.
As principais queixas para os três grupos foram, em ordem decrescente:
funcionais, sintomas de DTM e estética, sendo o grupo GB o com maior número de
queixas funcionais na avaliação pré CO. Esse dado concorda com a afirmação de
alguns autores que consideram a Classe III esquelética como a situação que mais
leva os pacientes a buscarem tratamento ortodôntico-cirúrgico, devido ao grande
prejuízo estético e funcional que tais características trazem ao seu portador (BAILEY
ET AL, 2001).
Após a correção cirúrgica e reabilitação fonoaudiológica, os três grupos
apresentaram-se de maneira semelhante quanto às queixas funcionais e estéticas.
Porém, quanto aos sintomas de DTM constatou-se que GB apresentou total
remissão dessas queixas. O potencial da CO no tratamento de ATM é largamente
discutido e defendido na literatura, sendo que muitos autores consideram que a
104
melhora desses sintomas impulsionam a escolha deste tipo de tratamento
(EGERMARK-ERIKSSON; KAHNBERG; RIDELL, 1988; WESTERMARK;
SHAYEGHI; THOR, 2001; ALMEIDA JÚNIOR; CAVALCANTE, 2004; RIBAS ET AL,
2005; ABRAHAMSSON ET AL, 2007).
Quanto à presença de DTM, os três grupos não se diferenciam no momento
pré-cirúrgico, concordando com a literatura investigada (NURMINEN; PIETILA;
VINKKA-PUHAKKA, 1999; PANULA ET AL, 2000; EGERMARK ET AL, 2000;
WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001; WOLFORD; KARRAS; MEHRA, 2002;
FELÍCIO; BRAGA, 2005; ABRAHAMSSON ET AL, 2007; CASCONE ET AL, 2008).
Após CO e terapia fonoaudiológica, GB diferenciou-se dos outros grupos pois
apresentou 100% de remissão da DTM; enquanto que 18% dos participantes tanto
do grupo GA e GC, mantiveram sinais de DTM. Esse resultado concorda com os
dados de diversas pesquisas que afirmam que os indivíduos portadores de DDF do
tipo Classe III esquelética apresentam melhores resultados quanto aos sinais de
DTM após a CO (WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001; PAHKALA;
KELLOKOSKI, 2007; JANSON ET AL, 2008).
Especificamente quanto a presença de alteração de amplitude dos
movimentos mandibulares, na avaliação pré CO, foi observado maior freqüência
dessas alterações no GB quando comparado à GA, sendo que esse último
apresentou as maiores médias de amplitude referente ao movimento protrusivo e de
lateralidade, discordando da literatura pesquisada que indica maior incidência de
alteração das amplitudes máximas nos indivíduos Classe II esquelética (BIANCHINI,
1995; MARCHESAN; BIANCHINI, 1999; DERVIS; TUNCER, 2002; ROCCO;
DUARTE, 2004; LIPORACI JUNIOR ET AL, 2007; SIMMONS; OXFORD; HILL,
2008). Analisando-se os respectivos coeficientes de variação, observou-se alta
105
variabilidade dos resultados quanto à amplitude de protrusão e lateralidade para GB
e GC, podendo esse dado estar associado ao padrão oclusal desfavorável da etapa
pré-cirúrgica, provocando dificuldade para tais movimentos devido às grandes
interferências oclusais, próprias dessa fase.
Entretanto, após os tratamentos cirúrgico e fonoaudiológico, GB apresentou
maior número de sujeitos sem alteração de amplitude mandibular e com maior média
de amplitude máxima de abertura, ou seja: os indivíduos com prognatismo foram os
que mais se beneficiam do tratamento cirúrgico/fonoaudiológico, obtendo melhor
recuperação da amplitude dos movimentos mandibulares, concordando com outros
estudos (WESTERMARK; SHAYEGHI; THOR, 2001; PAHKALA; KELLOKSKI,
2007). Por outro lado, GA foi o único grupo que apresentou média de amplitude
máxima de abertura inferior ao limite mínimo de referência e maior porcentagem de
sujeitos com ruído articular após os tratamentos. Tal resultado reforça a hipótese de
que a recuperação da mobilidade mandibular pode variar de acordo com o tipo de
procedimento cirúrgico adotado, sendo que o avanço mandibular parece ser o
procedimento mais problemático e de maior dificuldade de reabilitação (BELL ET AL,
1983), assim como as cirurgias bimaxilares (FARELLA ET AL, 2007), necessitando
de um prazo de reabilitação maior que seis meses (BOYD; KARAS; SINN, 1991).
Parece oportuno salientar que, apesar de ser constatada presença de alteração da
amplitude em todos os grupos, os valores encontraram-se bem próximos dos limites
adotados pela metodologia do presente trabalho.
Quanto às funções estomatognáticas, os grupos não diferiram na avaliação
pré CO, uma vez que as alterações apareceram em todos os participantes da
amostra geral, estando de acordo com a literatura pesquisada (ELLIS;
THROCKMORTON; SINN, 1996; NURMINEN; PIETILA; VINKKA-PUHAKKA, 1999;
106
LEE ET AL, 2002; RIBAS ET AL, 2005; VAN DER BRABER ET AL, 2005). As
diferenças foram evidenciadas na avaliação pós tratamentos quanto à função de
deglutição, sendo que o GA apresentou, mesmo que em número reduzido, maior
porcentagem de sujeitos com essa alteração ainda presente. Talvez esse resultado
se deva ao fato de que GA foi o grupo que apresentou piores resultados quanto à
recuperação dos movimentos mandibulares no período de avaliação proposto pelo
estudo, sendo que a amplitude e a precisão de tais movimentos definem muitas das
características das funções estomatognáticas segundo autores (ANELLI, 1997;
BIANCHINI, 2000a; LEMOS, 2000; FERRARIO, ET AL, 2004; PEREIRA; FELÍCIO,
2005; PIANCINO ET AL, 2005; BIANCHINI; ANDRADE, 2006; ONCINS; FREIRE;
MARCHESAN, 2006; FELÍCIO ET AL, 2008).
Quanto às características específicas de cada função observou-se, na etapa
pré CO, predomínio de mastigação unilateral para todos os grupos sendo que GC
apresentou o maior número de participantes com essa característica e GA
apresentou maior porcentagem de sujeitos com deslize anterior da mandíbula,
situações essas coerentes com os respectivos tipos de DDF. Tais resultados
concordam com a literatura pesquisada que afirma que os indivíduos portadores de
DDF possuem características miofuncionais específicas, peculiares ao tipo de
desproporção que apresentam (BIANCHINI, 1995; MARCHESAN; BIANCHINI, 1999;
BIANCHINI, 2002; EGERMARK ET AL, 2000; TRAWITZKI ET AL, 2006).
Na etapa pós CO e terapia fonoaudiológica, GA apresentou maior
porcentagem de manutenção do padrão de mastigação unilateral quando
comparado aos outros dois grupos, que apresentaram remissão total deste padrão
mastigatório. Também apresentou maior porcentagem de movimentos mandibulares
incoordenados quando comparado com GB. A literatura considera que a CO
107
promove modificações evidentes na função mastigatória (NURMINEN; PIETILA;
VINKKA-PUHAKKA, 1999), sendo os resultados mais favoráveis aos indivíduos
Classe III esquelética (ELLIS; THROCKMORTON; SINN, 1996; TRAWITZKI ET AL,
2006). Vale ressaltar que o momento da avaliação final instituído pelo presente
estudo pode ter influenciado a análise dos resultados quanto a mastigação, já que a
literatura diverge quanto ao período de adaptação à nova situação oclusal, com
variação de seis meses a dois ou três anos (ELLIS; THROCKMORTON; SINN, 1996;
THROCKMORTON; BUSCHANG; ELLIS, 1999), além de que os participantes ainda
encontravam-se em tratamento ortodôntico não finalizado. Quanto à caracterização
constatada referente a mastigação com movimentos verticalizados para o grupo
Classe III esquelética em relação ao grupo Classe II esquelética e com poucos ciclos
mastigatórios para o grupo com laterognatismo em relação ao grupo Classe III
esquelética, não foi encontrada referência a esses aspectos na literatura
pesquisada, especialmente considerando-se o tempo de reavaliação dessa função
instituído na presente pesquisa, sendo essa situação considerada limitação do
estudo.
Com relação às características da função de deglutição, GA foi o grupo que
apresentou maior porcentagem de alterações no pré CO, com maior porcentagem de
deslize anterior da mandíbula quando comparado aos outros grupos, e de
interposição de lábio inferior quando comparado a GC, provavelmente devido à
micrognatia (BIANCHINI, 2002). Tais diferenças não foram evidenciadas na
avaliação pós tratamentos, visto que o avanço mandibular e organização dos
espaços intra-orais excluem a necessidade de deslize mandibular anterior e a
possibilidade de interposição labial.
108
Quanto à fala, na etapa pré CO, GA foi o que apresentou maior porcentagem
de participantes com deslize anterior da mandíbula na fala quando comparado tanto
com GB como com GC, característica essa, apontada pela literatura como mais
freqüente nos casos de Classe II esquelética (BIANCHINI, 2002). O grupo GB
apresentou maior porcentagem de distorções fonéticas e interposição lingual inferior
quando comparado com GA, visto que o maior espaço intra-oral inferior pode levar a
necessidade de adaptações funcionais e posturais da língua para possibilitar a
produção articulatória dos fones (ZORZI, 1998; FELÍCIO, 1999; BIANCHINI, 2000a;
BIANCHINI, 2002). Após a CO e terapia fonoaudiológica observou-se adequação
funcional. Apenas em GA constatou-se pequena porcentagem de sujeitos com
redução da amplitude vertical dos movimentos mandibulares na fala, coerente com o
quadro de DTM mantido nesses participantes e concordante com dados da literatura
(BIANCHINI; PAIVA; ANDRADE, 2007 e 2008; TAUCCI; BIANCHINI, 2007).
Considerando-se os levantamentos de dados realizados e os resultados
obtidos, puderam ser constatadas algumas dificuldades intrínsecas ao estudo
realizado. Como primeiro ponto de dificuldade, pode-se ressaltar a variabilidade das
características estruturais referentes às DDF, tornando necessária a restrição do
número de participantes a partir do critério de exclusão relacionado aos tipos de
deformidades. Conforme consta na literatura, as DDF podem acometer uma ou duas
bases ósseas, nos planos vertical, horizontal e transversal; tanto de maneira isolada
como combinada constituindo casos de deformidades associadas, sendo esses os
casos mais frequentes (NARY FILHO; GONÇALES; RIBEIRO, 2004; GONÇALES,
2006, AMBRIZZI ET AL, 2007). Nesse trabalho, visando buscar características
específicas das DDF, buscou-se a uniformização da amostra levando-se em conta a
109
preponderância de um dos problemas (AMBRIZZI ET AL, 2007), desde que esse
fosse evidentemente mais intenso. Para isso, outra dificuldade foi constatada que se
refere à variação da terminologia quanto à classificação das DDF que é variada e
nem sempre coincidente (NARY FILHO; GONÇALES; RIBEIRO, 2004), uma vez que
além da verificação da DDF nas telerradiografias, considerou-se também a descrição
da deformidade realizada pela equipe de cirurgia responsável pelo caso. De maneira
correlata, parece difícil tornar a amostra homogênea quanto aos tipos de cirurgias
realizadas uma vez que o realinhamento das bases ósseas e/ou o reposicionamento
dos segmentos dentoalveolares varia de acordo com qualquer possibilidade de
deformidades associadas (RIBAS ET AL, 2005; GIMENEZ ET AL, 2006; PROFFIT;
FIELDS JR; SARVER, 2007). Optou-se nesse trabalho por priorizar a deformidade
preponderante e levantar os tipos de cirurgias realizadas, tanto na amostra em geral,
quanto nas subdivisões em grupos específicos de DDF. Assim sendo, propõe-se
que, em trabalhos futuros, a divisão dos grupos se dê por tipo de cirurgia, a fim de se
verificar a coincidência ou não com relação aos dados específicos aqui obtidos,
especialmente quanto aos problemas relacionados à ATM, em especial quanto à
recuperação da amplitude dos movimentos mandibulares e complicações pós-
operatórias mais freqüentes, como apontado em estudos anteriores (PANULA;
FINNE; OIKARINEN, 2001; ONG, 2004; RIBAS ET AL, 2005).
Apontam-se ainda, como possibilidades de estudos futuros, a associação com
análise instrumental e acompanhamento seqüencial por outros períodos. A
eletromiografia de superfície possibilitaria caracterizar a modificação dos potenciais
elétricos dos músculos mastigatórios, antes e após os tratamentos referidos. Quanto
à fala, a análise de processamento de sinais da fala poderia trazer dados acerca de
110
possíveis mudanças mais sutis, de acordo com o tipo de deformidade estudada, não
detectáveis em análise perceptiva.
111
7. CONCLUSÃO
Essa pesquisa permitiu verificar a caracterização das funções
estomatognáticas e as disfunções temporomandibulares especificamente referente a
sujeitos com deformidades dentofaciais, e os resultados dos tratamentos propostos.
Com base nos resultados obtidos a partir da metodologia empregada nesse
estudo, constatou-se que:
- indivíduos com DDF apresentam alterações miofuncionais referentes às
funções de mastigação, deglutição e articulação da fala, bem como DTM, sendo a
dificuldade em realizar as funções estomatognáticas a principal queixa que levou os
sujeitos a procurar o tratamento cirúrgico;
- os tratamentos, cirúrgico e fonoaudiológico, produzem modificação
miofuncional, com melhora dos padrões funcionais e dos sintomas e sinais de DTM
em indivíduos com DDF;
- os três grupos de DDF analisados não se diferenciam, em geral, quanto à
presença de DTM pré CO, porém tais diferenças ficaram evidentes após os
tratamentos, sendo a deformidade do tipo Classe III esquelética a que mais se
beneficiou quanto à recuperação da DTM. Em contrapartida, a Classe II esquelética
foi a que apresentou maior limitação da amplitude dos movimentos mandibulares;
112
- os grupos estudados apresentam características funcionais peculiares ao
tipo de desproporção pré CO;
- após os tratamentos, os grupos se diferenciam quanto ao comportamento
mastigatório e de deglutição, sendo observada maior porcentagem de manutenção
do padrão de mastigação unilateral para o grupo Classe II esquelética, bem como
maior benefício em termos de deglutição para o grupo Classe III esquelética.
113
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124
ANEXOS
Anexo A
PROTOCOLO – CIRURGIA ORTOGNÁTICA
PRÉ-CIRÚRGICO
I- Identificação: DATA DO EXAME:____/_____/_____
Nome:
Data de nascimento: Idade:
Profissão e local de trabalho:
Escolaridade:
Estado Civil: Filhos:
Equipe responsável:
II- Queixa principal:
Previsão de data da cirurgia:
III - Relatos:
Época do aparecimento do problema:
Histórico, resultados e tratamentos já efetuados:
Doenças presentes (anteriores, seqüelas, problemas reumáticos, hormonais,
alergia):
Medicação atual:
Respiração (obstrução nasal, rinite, bronquite, adenóide, amigdalite, outros):
Sintomas de Disfunções da ATM:
Presença de dor:
125
Alimentação (tipo de alimentos, dificuldade ao mastigar, lado preferencial, tamanho
da mordida, quantidade, velocidade da mastigação, engasgos, dor ou ruído,
higiene):
Fala e linguagem (distorções, fluência, outras dificuldades):
Relato: postura de lábios e língua, dentes:
Dificuldades funcionais:
Conhecimento dos procedimentos cirúrgicos:
Conhecimento do trabalho fonoaudiológico:
Expectativas quanto aos tratamentos:
Realizou Exames complementares (RX/Tomo/RNM/outros):
Encaminhamentos:
Conduta:
Fonoaudiólogo que realizou esse protocolo:
126
Anexo B
AVALIAÇÃO MIOFUNCIONAL OROFACIAL
PROTOCOLO DE EXAME
Responsável: Dra. Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini
Nome:
D/n: Idade:
Data do exame:
Equipe responsável:
I - Dados de Observação:
Análise postural (alinhamento de ombros, cabeça em relação ao tórax, tensão e
assimetria cervical, lordose, sifose, outros):
Postura orofacial e respiração:
Análise facial: frontal, olhos, nariz, orelhas, bochechas, lábios, mento (frontal, perfil
– tensões, simetria):
II – Descrição da situação dentária e oclusão (verificada ou fornecida pelo
dentista responsável):
(1) – 5 (2) – 6 Observações:
8.7.6.5.4.3.2.1. 1.2.3.4.5.6.7.8.
(4) – 8 (3) – 7
8.7.6.5.4.3.2.1. 1.2.3.4.5.6.7.8.
- Saúde dentária (cáries e mobilidade):
- Gengivas:
- Oclusão: Cl I, Cl II, Cl III
- Mordida: cruzada unil ( ) bilat ( )
127
profunda ( ) sobressaliência( ) sobremordida ( )
aberta ant ( ) aberta post ( )
- Linha média: dentária: central ( ) não central ( )
esquelét: central ( ) não central ( )
- Discrepância MIC e repouso:
- Interferências oclusais evidentes:
III – Características Craniofaciais (dados evidentes):
- face curta ( ) média ( ) longa ( )
terço superior: médio: inferior:
- perfil reto ( ) côncavo ( ) convexo ( ) biprotruso ( )
Estrutura comprometida:
Observações:
IV – Verificação das estruturas e musculatura (observar postura, simetria,
tônus, sinais em mucosa):
Nariz/narinas:
Lábios/frênulo:
- Orbicular da boca:
- Filtro labial habitual: fechado: aberto:
- Distância interlabial:
- Bochechas:
- Bucinador:
- Masseter:
- Temporal:
- Mandíbula:
- Maxila:
- Mentual:
- Abaixador do lábio inferior:
- Levantador do lábio superior:
- Língua:
- Frênulo lingual:
- Supra-hióidea:
128
- Sub lingual:
- Palato duro:
- Palato mole:
-Tonsilas palatinas:
- Outras observações:
V – Característica muscular e Dor à palpação – graduar de 0 a 3:
- Temporal: D ( ) E ( )
- Masseter: D ( ) E ( )
- Face (região orbitária e zigomática): D ( ) E ( )
- Vértex:
- Esternocleidomastoideo: D ( ) E ( )
- Região cervical: D ( ) E ( )
- Trapézio: D ( ) E ( )
- Região submandibular: D ( ) E ( )
- Região peitoral: D ( ) E ( )
- ATM boca fechada: D ( ) E ( )
- ATM boca aberta: D ( ) E ( )
Observações:
VI -Movimentos mandibulares (medidas, desvios, limitações, ruídos, dor):
Abertura:
Fechamento:
Movimento condilar:
Ruído articular:
Abertura máxima:
Lateralidade E:
Lateralidade D:
Protrusão:
Observações:
VII – Mobilidade:
- Lábios:
129
Protrusão e retração:
Lateralização:
Elevação:
- Língua:
Elevação e retração:
Lateralização:
Estalo:
Observações:
VIII – Sensibilidade: (estesiômetro):
IX – Funções Estomatognáticas:
- Respiração (tipo, modo, outras características encontradas):
- Mordida:
- Mastigação:
- Deglutição:
- Fala:
- Análise da Voz:
- Hábitos deletérios:
- Sinais de Frouxidão Ligamentar:
X – Exames Complementares:
Filmado ( ) Data:
Fotografado ( ) Data:
Diagnóstico:
Prognóstico:
Conduta:
130
Anexo C
PROTOCOLO – CIRURGIA ORTOGNÁTICA
PÓS-CIRÚRGICO
I- Identificação: DATA DO EXAME:____/_____/_____
Nome:
Data de nascimento: Idade:
Profissão e local de trabalho:
Escolaridade:
Estado Civil: Filhos:
Equipe responsável:
Data e local da cirurgia:
Cirurgia realizada:
Tempo de cirurgia:
Intercorrências:
Tempo de internação:
P.O:
Presença de bloqueio (tipo, tempo de uso):
Principais queixas pós-cirúrgica:
Evolução pós-operatória:
Tempo em recuperação antes de ir para o quarto:
Vômito:
Aplicação de gelo:
Edema:
Hematoma:
131
Dores:
Parestesia:
Paresia:
Situação atual:
Dificuldade em abrir a boca:
Dificuldade de fala:
Alimentação atual:
Posição para dormir:
Orientações do cirurgião:
Observações:
Fonoaudiólogo que realizou esse protocolo:
132
APÊNDICES
APÊNDICE A
CARTA PARA OBTENÇÃO DO CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Cara Senhora
Eu, Juliana Bartolomucci Angeli Pereira, fonoaudióloga, portadora do CPF
192107178-80, RG 19443921-5, estabelecida na Rua Cel Norberto de Melo, 63, CEP
27350-100, na cidade de Barra Mansa -RJ, cujo telefone de contato é (24)3324-5265, vou
desenvolver uma pesquisa cujo título é “Deformidades dentofaciais: caracterização das
funções estomatognáticas e disfunções temporomandibulares pré e pós cirurgia ortognática
e reabilitação fonoaudiológica”.
Este estudo tem como objetivo investigar a presença de sinais e sintomas de
disfunção temporomandibular em indivíduos portadores de deformidades dentofaciais com
indicação de cirurgia ortognática e verificar a evolução de tal sintomatologia após correção
cirúrgica das bases ósseas e de reabilitação miofuncional orofacial.
Necessito que o Sra. autorize a coleta de dados que consta de: análise dos
prontuários de atendimento fonoaudiológico de sua clínica, incluindo dados de anamnese,
exame clínico e acompanhamentos nas diversas etapas dos tratamentos realizados, bem
como análise do material áudio-visual dos pacientes selecionados. A sua participação na
pesquisa é voluntária e a análise dos prontuários não determinará qualquer risco.
Além disso, sua participação é importante para o aumento do conhecimento a
respeito das desordens temporomandibulares, o que pode colaborar nos tratamentos
fonoaudiológicos, podendo beneficiar outras pessoas. Com relação ao procedimento em
questão, não existe melhor forma de obter.
133
Informo que o Sra. tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre
qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. Se tiver alguma consideração ou dúvida
sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
da Universidade Veiga de Almeida, situado na Rua Ibituruna 108 – Tijuca, fone 32343024
e comunique-se com a Profa. Dr. Mônica Medeiros de Britto Pereira.
Também é garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e
deixar de participar do estudo.
Garanto que as informações obtidas serão analisadas em conjunto com outras pessoas,
não sendo divulgada a identificação de nenhum dos participantes.
O Sra. tem o direito de ser mantida atualizada sobre os resultados parciais das
pesquisas e, caso seja solicitado, darei todas as informações que solicitar.
Não existirão despesas ou compensações pessoais para o participante em qualquer
fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira
relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida
pelo orçamento da pesquisa.
Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para pesquisa, e os
resultados serão veiculados através de artigos científicos, em revistas especializadas e/ou
em encontros científicos e congressos, sem nunca tornar possível a sua identificação.
Em anexo, está o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para ser assinado
caso não tenha ficado qualquer dúvida.
134
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito do estudo “Deformidades
dentofaciais: caracterização das funções estomatognáticas e disfunções
temporomandibulares pré e pós cirurgia ortognática e reabilitação fonoaudiológica”. Ficaram
claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados,
as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.
Ficou claro, também, que a minha participação é isenta de despesas e que tenho
garantia do acesso aos resultados e de esclarecer minhas dúvidas a qualquer tempo.
Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento
a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade ou prejuízo ou perda de
qualquer benefício que eu possa ter adquirido.
___________________________________ Data_______/______/______
Assinatura do informante
Nome:
Endereço:
RG.
Fone: ( )
__________________________________ Data _______/______/______
Assinatura da pesquisadora
135
APÊNDICE B – Tabelas de coleta de dados
Tabela 1 – Avaliação pré-operatória
1. Nome
2. Gênero
3. Idade
4. Queixa do paciente
5. Equipe responsável
6. Desproporção de Maxila
7. Desproporção de Mandíbula
8. Tipo de oclusão e mordida
9. Tipo de Cirurgia
10. Data da Cirurgia
11. Sintomas ATM/ Sintomas Auditivos
12. Assimetria Facial
13. Dor à palpação e intensidade
14. Abertura Máxima
15. Protrusão
16. Lateralidade Direita
17. Lateralidade Esquerda
18. Limitação de Amplitude
19. Desvio Mandibular
20. Movimento Condilar
21. Ruído Articular
136
22. Caracterização da Respiração
23. Caracterização da Mastigação
24. Caracterização da Deglutição
25. Caracterização da Fala
137
Tabela 2 – Reavaliação pós-operatória 1 ( 8 a 20 dias após cirurgia)
1. Nome
2. Queixa do paciente
3. Sintomas ATM/ Sintomas Auditivos
4. Dor à palpação e intensidade
5. Presença de Bloqueio
6. Abertura Máxima
7. Protrusão
8. Lateralidade Direita
9. Lateralidade Esquerda
10. Limitação de Amplitude
11. Desvio Mandibular
12. Movimento Condilar
13. Ruído Articular
14. Edema
15. Hematoma
16. Parestesia
17. Paresia
18. Caracterização da Respiração
19. Alimentação Atual
20. Caracterização da Mastigação
21. Caracterização da Deglutição
22. Caracterização da Fala
138
Tabela 3 – Reavaliação pós-operatória 2 (4 meses após cirurgia)
1. Nome
2. Queixa do paciente
3. Número de sessões em 4 meses
4. Sessão de encerramento do atendimento e data
5. Sintomas ATM/ Sintomas Auditivos
6. Dor à palpação e intensidade
7. Parestesia
8. Abertura Máxima
9. Protrusão
10. Lateralidade Direita
11. Lateralidade Esquerda
12. Limitação de Amplitude
13. Desvio Mandibular
14. Movimento Condilar
15. Ruído Articular
16. Caracterização da Respiração
17. Caracterização da Mastigação
18. Caracterização da Deglutição
19. Caracterização da Fala
139
APÊNDICE C – Detalhamento dos dados de avaliação dos sinais de
DTM da amostra geral
Tabela C1 – Caracterização do exame de palpação digital e freqüência de dor no pré e pós CO
Dor à palpação
Pré Pós 1 Pós 2
N % N % N %
Ausente 19 31,7 59 98,3 53 88,3
Temporal 26 43,3 0 0,0 2 3,3
Masseter 27 45,0 1 1,7 2 3,3
Face 2 3,3 0 0,0 0 0,0
Esternocleidomastoideo 20 33,3 1 1,7 1 1,7
Região Cervical 4 6,7 0 0,0 0 0,0
Trapézio 9 15,0 0 0,0 0 0,0
Região Submandibular 3 5,0 0 0,0 0 0,0
Região Peitoral 4 6,7 0 0,0 0 0,0
ATM boca aberta 7 11,7 0 0,0 0 0,0
ATM boca fechada 15 25,0 0 0,0 2 3,3
Vértex 2 3,3 0 0,0 0 0,0
Tabela C2 – P-valores do exame de palpação digital dos músculos no pré e pós CO
Dor à palpação Pré Pós 1
Ausente
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 0,028*
Temporal
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 0,154
Masseter
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 0,559
Face
Pós 1 0,154
Pós 2 0,154
Esternocleidomastoideo
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 1,000
Região Cervical
Pós 1 0,042*
Pós 2 0,042*
Trapézio
Pós 1 0,002*
Pós 2 0,002*
Região Submandibular
Pós 1 0,079#
Pós 2 0,079#
Região Peitoral
Pós 1 0,042*
Pós 2 0,042*
ATM boca aberta
Pós 1 0,006*
Pós 2 0,006*
ATM boca fechada
Pós 1 <0,001*
Pós 2 <0,001* 0,154
Vértex
Pós 1 0,154
Pós 2 0,154
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
140
Tabela C3 – Caracterização dos movimentos mandibulares no pré e pós CO
Movimentos mandibulares
Pré Pós 2
p-valor
N % N %
Amplitude dos mov.
mandibulares
Adequado
8 13,3 17 28,3 0,043*
Limitado
abertura
5 8,3 20 33,3 <0,001*
Limitado
lateralidade
35 58,3 38 63,3 0,575
Limitado
protusiva
30 50,0 35 58,3 0,360
Aumentado
abertura
7 11,7 1 1,7 0,028*
Aumentado
lateralidade
6 10,0 1 1,7 0,051#
Aumentado
protrusiva
7 11,7 0 0,0 0,006*
Desvio Mandibular
Ausente
24 40,0 41 68,3% 0,002*
Abertura
33 55,0 15 25,0% <0,001*
Fechamento
5 8,3 3 5,0% 0,464
Protrusiva
6 10,0 6 10,0% 1,000
Ruído Articular
Ausente
17 28,3 47 78,3% <0,001*
Crepitação
25 41,7 4 6,7% <0,001*
Estalo
32 53,3 9 15,0% <0,001*
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
141
APÊNDICE D – Detalhamento dos dados de avaliação dos sinais de
DTM da comparação intergrupos
Tabela D1 – Comparação intergrupos dos sinais de DTM pré CO
Pré
GA GB GC
N % N % N %
Amplitude dos mov.
Mandibulares
Adequado
7 31,8 0 0,0 1 6,3
Limitado abertura
3 13,6 1 4,5 1 6,3
Limitado lateralidade
7 31,8 18 81,8 10 62,5
Limitado protrusiva
3 13,6 15 68,2 12 75,0
Aumentado abertura
2 9,1 5 22,7 0 0,0
Aumentado lateralidade
3 13,6 0 0,0 3 18,8
Aumentado protrusiva
4 18,2 2 9,1 1 6,3
Desvio Mandibular
Ausente
7 31,8 9 40,9 8 50,0
Abertura
13 59,1 12 54,5 8 50,0
Fechamento
1 4,5 1 4,5 3 18,8
Protrusiva
3 13,6 2 9,1 1 6,3
Dor à palpação
Ausente
5 22,7 7 31,8 7 43,8
Temporal
12 54,5 6 27,3 8 50,0
Masseter
13 59,1 8 36,4 6 37,5
Face
1 4,5 0 0,0 1 6,3
Esternocleidomastoídeo
7 31,8 7 31,8 6 37,5
Região cervial
2 9,1 1 4,5 1 6,3
Trapézio
3 13,6 2 9,1 4 25,0
Região submandibular
1 4,5 1 4,5 1 6,3
Região peitoral
2 9,1 0 0,0 2 12,5
ATM boca aberta
3 13,6 3 13,6 1 6,3
ATM boca fechada
6 27,3 5 22,7 4 25,0
Vértex
2 9,1 0 0,0 0 0,0
Ruído Articular
Ausente
6 27,3 6 27,3 5 31,3
Crepitação
9 40,9 7 31,8 9 56,3
Estalo
12 54,5 13 59,1 7 43,8
142
Tabela D2 – P-valores dos sinais de DTM pré CO (intergrupos)
Pré G
A
GB
Amplitude dos mov.
Mandibulares
Adequado
GB 0,004*
GC 0,056# 0,235
Limitado abertura
GB 0,294
GC 0,464 0,816
Limitado lateralidade
GB <0,001*
GC 0,060# 0,182
Limitado protrusiva
GB <0,001*
GC <0,001* 0,647
Aumentado abertura
GB 0,216
GC 0,215 0,041*
Aumentado lateralidade
GB 0,073#
GC 0,670 0,034*
Aumentado protrusiva
GB 0,380
GC 0,283 0,748
Desvio Mandibular
Ausente
GB 0,531
GC 0,258 0,578
Abertura
GB 0,761
GC 0,578 0,782
Fechamento
GB 1,000
GC 0,159 0,159
Protrusiva
GB 0,635
GC 0,464 0,748
Dor à palpação
Ausente
GB 0,498
GC 0,169 0,452
Temporal
GB 0,066#
GC 0,782 0,152
Masseter
GB 0,131
GC 0,189 0,943
Face
GB 0,312
GC 0,816 0,235
Esternocleidomastoídeo
GB 1,000
GC 0,715 0,715
Região cervical
GB 0,550
GC 0,748 0,816
Trapézio
GB 0,635
GC 0,372 0,184
Região submandibular
GB 1,000
GC 0,816 0,816
Região peitoral
GB 0,148
GC 0,735 0,088#
ATM boca aberta
GB 1,000
GC 0,464 0,464
ATM boca fechada
GB 0,728
GC 0,875 0,871
Vértex
GB 0,148
GC 0,215
Ruído Articular
Ausente
GB 1,000
GC 0,790 0,790
Crepitação
GB 0,531
GC 0,350 0,132
Estalo
GB 0,761
GC 0,511 0,350
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
143
Tabela D3 – Comparação intergrupos dos sinais de DTM pós CO
Pós 2
GA GB GC
N % N % N %
Amplitude dos mov.
Mandibulares
Adequado
3 13,6 11 50,0 3 18,8
Limitado abertura
12 54,5 1 4,5 7 43,8
Limitado lateralidade
17 77,3 10 45,5 11 68,8
Limitado protrusiva
13 59,1 10 45,5 12 75,0
Aumentado abertura
0 0,0 1 4,5 0 0,0
Aumentado lateralidade
0 0,0 0 0,0 1 6,3
Desvio Mandibular
Ausente
15 68,2 16 72,7 10 62,5
Abertura
7 31,8 4 18,2 4 25,0
Fechamento
2 9,1 0 0,0 1 6,3
Protrusiva
0 0,0 3 13,6 3 18,8
Dor à palpação
Ausente
18 81,8 21 95,5 14 87,5
Temporal
1 4,5 1 4,5 0 0,0
Masseter
1 4,5 0 0,0 1 6,3
Esternocleidomastoídeo
1 4,5 0 0,0 0 0,0
ATM boca fechada
1 4,5 0 0,0 1 6,3
Ruído Articular
Ausente
13 59,1 21 95,5 13 81,3
Crepitação
4 18,2 0 0,0 0 0,0
Estalo
5 22,7 1 4,5 3 18,8
144
Tabela D4 – P-valores dos sinais de DTM pós CO (intergrupos)
Pós 2 GA GB
Amplitude dos mov.
mandibulares
Adequado
GB 0,010*
GC 0,670 0,049*
Limitado abertura
GB <0,001*
GC 0,511 0,003*
Limitado lateralidade
GB 0,030*
GC 0,556 0,154
Limitado protrusiva
GB 0,365
GC 0,307 0,069#
Aumentado abertura
GB 0,312
GC 0,387
Aumentado lateralidade
GB
GC 0,235 0,235
Desvio Mandibular
Ausente
GB 0,741
GC 0,715 0,503
Abertura
GB 0,296
GC 0,647 0,611
Fechamento
GB 0,148
GC 0,748 0,235
Protrusiva
GB 0,073#
GC 0,034* 0,670
Dor à palpação
Ausente
GB 0,154
GC 0,635 0,369
Temporal
GB 1,000
GC 0,387 0,387
Masseter
GB 0,312
GC 0,816 0,235
Esternocleidomastoídeo
GB 0,312
GC 0,387
ATM boca fechada
GB 0,312
GC 0,816 0,235
Ruído Articular
Ausente
GB 0,004*
GC 0,147 0,159
Crepitação
GB 0,036*
GC 0,071#
Estalo
GB 0,079#
GC 0,767 0,159
* diferença estatisticamente significante
# diferença próxima de significante
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