Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
MARLUS HUMBERTO GERONASSO
PROGRAMA EUREKA: LIMITES E POSSIBILIDADES DE UM PROJETO DE
EDUCOMUNICAÇÃO
CURITIBA
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MARLUS HUMBERTO GERONASSO
PROGRAMA EUREKA: LIMITES E POSSIBILIDADES DE UM PROJETO DE
EDUCOMUNICAÇÃO
Dissertação apresentada como requisito parcial à
obtenção do grau de Mestre, pelo Programa de
Pós-Graduação em Educação, Setor de Educação
da Universidade Federal do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Balduíno Horn.
Co-orientadora: Profª D Rosa Maria Dalla Costa.
CURITIBA
2010
ads:
HOMENAGEM
À Deus, sobre todos é o autor da criação e o sustentáculo da minha existência, por
Ele, com Ele e nos passos dEle. A Deus, toda honra e glória, para sempre!
Aos educadores que diariamente constroem esse estranho, fascinante e singular
processo de transmissão de conhecimentos nas mais diversas salas de aula do
Brasil. São esses os personagens concretos das transformações sociais em um país
marcado pelas desigualdades desde a sua gênese há 510 anos.
Especialmente aos alunos assistentes do Programa Eureka, principais motivadores
para a existência de um espaço televisivo na tv pública do Estado do Paraná. A
iniciativa de os servir com um instrumento de apoio à escolarização no momento de
acesso ao ensino superior, sempre foi o objetivo do programa.
Ao professor Geraldo Balduíno Horn, este nobre filósofo acreditou, desde o princípio,
na proposição do Programa Eureka e tamm nesta necessidade de viabilizar uma
dissertação sobre o assunto, uma possibilidade investigativa científica do trabalho.
À professora Regina Elisabeth Luque e a estudante Ana Carolina Luque Geronasso,
as inspiradoras das minhas ações nesta primeira cada do século XXI,
respectivamente minha esposa e filha. O amor é a ponte que se construiu entre nós,
sendo indissolúvel a despeito do tempo e das intempéries. É o que motiva todos os
meus esforços, com o privilégio de apresentar um texto à UFPR Universidade
Federal do Paraná, para honrá-las também com este trabalho que agora ingressa
nos anais científicos das instituições de ensino superior do país. A vocês a gratidão
deste educador que precisa desta fonte inspiradora todos os dias.
RESUMO
A presente pesquisa tem como objeto de estudo o Programa Eureka - sua descrição
pormenorizada, a implantação do projeto e as relações com a Secretaria de Estado
da Educação do Paraná (SEED), na organização de materiais didáticos e na
participação dos estudantes das escolas públicas de Curitiba, os limites e as
possibilidades de um projeto de Educomunicação. O estudo se propôs a buscar
elementos resultantes desse espaço na televisão pública do Paraná e sua
contribuição no apoio à escolarização espefica para o acesso ao ensino superior.
Para a verificação dessas características e das respectivas mediações, tomaram-se
como referência a definição de Educomunicação (SOARES, 1999), as autoras
(BACEGGA, 2003) e (FISCHER, 2003) que desenvolvem análise criteriosa das
funções da televisão em sintonia com a educação e nesse contexto, o papel do
docente como agente usuário dessa tecnologia. O conceito de democratização do
acesso ao ensino superior se apóia em (MICHELOTTO, 2010). Inerente a todo esse
contexto, Programa Eureka possui uma programação educativa que utiliza a relação
comunicacional como instrumento para a divulgação de informações relativas aos
concursos vestibulares, bem como relacionadas ao Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM). Para se comprovar a abrangência do programa televisivo, foram
implementados mecanismos aferidores da eficácia e das dificuldades desse projeto
educacional na comunicação. Para isso, num primeiro momento averiguou-se por
meio de uma pesquisa ampla, aplicada a todas as escolas públicas de Curitiba, 106
escolas da rede blica de ensino, com a participação direta de 3.007 alunos, ou
seja, 92,67% confirmaram saber da existência do programa televisivo. Por sua vez,
70,83% dos investigados pela pesquisa, solicitaram o apoio do projeto para a
consecução do seu intento na preparação para o ensino superior. Num segundo
momento realizou-se a pesquisa restrita que envolveu cinco sujeitos estudantes.
Esses sujeitos acompanharam os programas de televisão e relataram as suas
impressões acerca do programa. Num terceiro momento investigou-se a
receptividade do programa Eureka por intermédio das mensagens eletrônicas, 121
delas, recebidas pela produção do programa no encaminhamento das mesmas pela
SEED, sendo lidas e analisadas na presente pesquisa. Foi a contribuição final para a
reflexão sobre o que pesquisa intentou e a consequente conclusão sobre a
receptividade desse programa, sua eficácia e eficiência no que se propõe como
instrumento de apoio aos concluintes do Ensino Médio e aos egressos dessa
modalidade de ensino.
Palavras-chave: Educomunicação. Televisão. Programa. Apoio. Ensino Superior.
ABSTRACT
The present research has as subject the television show Eureka - its detailed
description, the implantation of the project and its connection with Paraná
Department of Education (Secretaria da Educação do Paraná) (SEED), the
organization of textbooks and the participation of students from Curitiba public
schools, the limits and possibilities of an Educommunication project . The study had
as goal the search for resulting elements from the activities performed in Paraná
public television and its contribution supporting the specific preparation aiming the
access to university. The verification of those characteristics and the respective
mediation had as reference the definition of Educommunication (SOARES, 1999),
the authors (BACEGGA, 2003) and (FISHER, 2003) who develop a precise analysis
of television functions tuned to education in that context, the role of the teacher as
user agent of that technology. The concept of democratization of access to the
university has as reference (MICHELOTTO, 2010). Inherent to all that context, the
show Eureka provides an educative schedule that uses the communicative ways as
means of releasing information related to contests(vestibulares) for the entrance in
universities(Superior Teaching), and the High School National Exam (Exame
Nacional do Ensino Médio - ENEM). For the purpose of proving the wideness of
range of the television show, mechanisms for measuring the efficiency and
difficulties of this educational project in communication were implanted. For reaching
that goal, in a first moment, it was verified through a wide survey, in all Curitiba public
schools, 106 schools of the public network, having the direct participation of 3007
students, corresponding to 92,6% of the students who confirmed to be aware of the
existence of the television show. 70,83% of the surveyed, requested support in the
preparation for the entrance in the university. In a second moment, it was made a
restricted survey which involved five student subjects. These subjects watched the
television show and reported their impressions. In a third moment it was studied the
receptiveness of the show through electronic messages, 121 of them, received by
the production of the show after being addressed by SEED. The messages were
read and analyzed in the present research. It was the final contribution for the
reflection about the goal the research intended and the consequent conclusion on the
receptiveness of this show, its effectiveness and effiency on what is proposed as
support instrument to high school graduates and to the egress from that modality of
teaching.
Key-words: Educommunication, Television, Show, Support, University (Superior
Teaching)
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 CONCLUSÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA ............................................................................................................ 43
GRÁFICO 2 RESULTADO GERAL ENEM, CURITIBA, PARANÁ EM 2006 .......... 53
GRÁFICO 3 MÉDIAS DO ENEM EM 2007............................................................ 54
GRÁFICO 4 MÉDIAS DO ENEM: QUESTÕES OBJETIVAS NAS INSTITUIÇÕES
PARTICULARES DE ENSINO EM 2007 .................................................................. 55
GRÁFICO 5 MÉDIAS DO ENEM 2008: QUESTÕES OBJETIVAS ........................ 56
GRÁFICO 6 MÉDIAS DO ENEM: QUESTÕES OBJETIVAS DAS INSTITUIÇÕES
PÚBLICAS DE ENSINO EM 2008 ............................................................................ 57
GRÁFICO 7 MÉDIAS DO ENEM 2008: MÉDIA GERAL COM CORREÇÃO ......... 58
GRÁFICO 8 MENSAGENS DO PÚBLICO ............................................................ 80
GRÁFICO 9 MENSAGENS ELETRÔNICAS ENVIADAS AO EMAIL DO
PROGRAMA EUREKA ENTRE 07/02/2008 E 27/03/2009 ....................................... 81
GRÁFICO 10 CONTEÚDO DAS MENSAGENS .................................................... 82
GRÁFICO 11 ÍNDICE DE CONEXÃO DOS PROGRAMAS TELEVISIVOS
APRESENTADOS 2009 (Parte 1) ......................................................................... 84
GRÁFICO 12 ÍNDICE DE CONEXÃO DOS PROGRAMAS TELEVISIVOS
APRESENTADOS 2009 (Parte 2) ......................................................................... 85
GRÁFICO 13 ÍNDICE DE CONEXÃO DOS PROGRAMAS TELEVISIVOS
APRESENTADOS 2010 ........................................................................................ 86
GRÁFICO 14 CAMINHOS E DESCAMINHOS DA ESCOLARIZAÇÃO: NÚMERO
DE INSTITUIÇÕES PESQUISADAS ........................................................................ 88
GRÁFICO 15 EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO ...................................... 89
GRÁFICO 16 DISCIPLINAS QUE PROPORCIONAM MAIOR DIFICULDADE ...... 90
GRÁFICO 17 DISCIPLINAS QUE APRESENTAM MAIOR FACILIDADE PARA
ESTUDAR ................................................................................................................ 91
GRÁFICO 18 OPINIÃO SOBRE AS COTAS ......................................................... 91
GRÁFICO 19 OPINIÃO SOBRE O ProUni ............................................................ 92
GRÁFICO 20 OPINIÃO SOBRE O RECEBIMENTO DE APOIO DO PROGRAMA
EUREKA .................................................................................................................. 93
GRÁFICO 21 CONHECIMENTO DA ISENÇÃO DA TAXA DO VESTIBULAR....... 94
GRÁFICO 22 ESCOLHA DAS INSTITUIÇÕES QUE PRESTARÃO VESTIBULAR
................................................................................................................................. 94
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 SÍNTESE DOS RESULTADOS DO ENEM EM 2005 ........................... 52
FIGURA 2 TEXTO DA UFPR SOBRE PROCESSO SELETIVO 2008-2009 (Parte
1) ............................................................................................................................. 65
FIGURA 3 TEXTO DA UFPR SOBRE PROCESSO SELETIVO 2008-2009 (Parte
2) ............................................................................................................................. 66
FIGURA 4 TEXTO DA UFPR SOBRE PROCESSO SELETIVO 2008-2009 (Parte
3) ............................................................................................................................. 67
FIGURA 5 NÚMERO DE ACESSOS E DOWNLOADS NO SITE DO PROGRAMA
EUREKA .................................................................................................................. 83
LISTA DE SIGLAS
Celepar Companhia de Informática do Paraná
CEP Colégio Estadual do Paraná
CurCep Curso Preparatório para os Alunos do CEP
DEB Departamento de Ensino Básico
ENEM Exame Nacional do Ensino Médio
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
IES Instituições de Ensino Superior
Inep Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC Ministério da Educação
ProUni Programa Universidade para Todos
RTVE TV Educativa do Paraná
SEA Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos do Estado do
Paraná
SEED Secretaria de Estado da Educação do Paraná
SiSU Sistema de Seleção Unificada
UFPR Universidade Federal do Paraná
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9
2 A INTER-RELAÇÃO COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO NA EDUCAÇÃO FORMAL
................................................................................................................................. 17
2.1 EDUCOMUNICAÇÃO E O PROGRAMA EUREKA ........................................... 17
2.2 NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA .................................................. 26
2.3 EDUCAÇÃO ESCOLAR .................................................................................... 32
2.4 O ENSINO MÉDIO NO CONTEXTO ATUAL DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA .... 34
2.5 A IMPLANTAÇÃO DO ENEM ............................................................................ 44
2.6 A UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ E AS POLÍTICAS PÚBLICAS ...... 60
3 A TV PÚBLICA PARANAENSE E O PROGRAMA EUREKA ............................. 69
3.1 A INAUGURAÇÃO DA TV NO BRASIL E O INÍCIO DA TV EDUCATIVA ......... 69
3.2 TRAJETÓRIA DA PARANÁ EDUCATIVA ......................................................... 75
3.3 O ALCANCE DO PROGRAMA EUREKA .......................................................... 79
4 PROGRAMA EUREKA: UM PROJETO DE EDUCOMUNICAÇÃO VOLTADO AO
ENSINO MÉDIO ...................................................................................................... 88
4.1 EUREKA E OS CAMINHOS DA ESCOLARIZAÇÃO ......................................... 88
4.2 EUREKA CONTRIBUIÇÕES AOS CONCLUINTES DO ENSINO MÉDIO ...... 95
4.3 EUREKA PROJETO DE APOIO À ESCOLARIZAÇÃO .................................. 97
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 101
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 1055
APÊNDICES .......................................................................................................... 110
ANEXOS .............................................................................................................. 1367
9
1 INTRODUÇÃO
Em 1990 era necessário tomar uma decisão, seguir com os estudos em
Comunicação Social Jornalismo ou prosseguir no desenvolvimento profissional
dentro da área bancária na qual me encontrava. No entanto, algo faltava, alguma
coisa que dezenove anos eu sequer imaginava que pudesse dar certo, nem
mesmo em meus mais distantes sonhos. Lecionar, buscar o mundo do ensino e da
aprendizagem, a transmissão de conhecimentos, em particular os da língua
portuguesa, isso era algo muito improvável.
Diante desse quadro, o “caminho da educação” seria descortinado a partir
de uma singular novidade e ela surgiu na forma de apoio voluntário quanto à
correção dos cadernos de uma terceira série da educação inicial, hoje o terceiro ano
do Ensino Fundamental. A vontade de corrigir cadernos de “português” era incidente
e a partir disso a expectativa de um dia ministrar uma aula como substituto, maior
ainda. Tal sonho se concretizou em outubro de 1990.
A partir disso, adentrei à vida educacional formando-me oportunamente em
Letras Português-Inglês e sequencialmente atuei como Professor Missionário Batista
Leto (ou letões, oriundos da Letônia, ex-União da Repúblicas Socialistas Soviéticas)
por sete anos, fundamentando minha formação prática em uma instituição privada
de ensino na grande Curitiba, na qual coordenei todo o processo educacional que
culminou com o reconhecimento do Ensino Fundamental desse estabelecimento,
podendo certificar os alunos, além da organização do projeto que permitiu junto à
Secretaria de Estado de Educação (SEED), a autorização de funcionamento do
Ensino Médio nessa escola. Isso no período compreendido entre os anos de 1990 a
1997.
Em seguida ingressei na rede pública, no Colégio Estadual do Paraná (CEP)
em 1998. Dar aulas no colégio no qual estudei, no centro de formação que contribuiu
com o desenvolvimento de aspectos políticos que permeiam a minha existência até
hoje, foi uma oportunidade enriquecedora e única, desencadeadora do germe que
se transformou no “Eureka”.
Contudo, algo incomodava a falta de comprometimento dos estudantes. Os
alunos, em particular “os da noite” não acreditavam em sua capacidade.
Pareciam distantes de qualquer ambição quanto ao prosseguimento dos
estudos e culpavam exclusivamente a escola pelos fracassos presumidos
10
obviamente de forma antecipada. De fato, isso perturbava. Por mais que a aula
fosse planejada e estruturada para esse público, o efeito era parcial, pouquíssimos
vislumbravam a possibilidade de ingressar no Ensino Superior público. Outros, por
força das condições econômicas procuravam se arranjar precocemente no
mercado de trabalho, muitos em funções não condizentes com o nível de
escolarização, isto é, a de um concluinte do Ensino dio.
Nesse cenário pouco motivador, movia-me o ideal em desenvolver uma ação
concreta voltada aos estudantes desse nível de formação educacional, que
contribuísse de forma eficaz nessa fase transitória de acesso ao nível superior de
ensino.
Diante desse desafio, foi possível então empreender algumas ações no
próprio CEP, meu local de trabalho na rede pública de ensino. A revitalização da
rádio escola, o projeto 500 anos do Brasil, o projeto Dia Nacional da Poesia e os
“aulões” para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) configuravam-se em
pequenas medidas que objetivavam um fim comum: ampliar e diversificar a
aprendizagem dos estudantes do Ensino Médio, colocando-os como agentes
centrais na construção do conhecimento e, para tanto, conjugando com elementos
da comunicação (rádio, teatro, criação artística poemas, declamações, roteiros).
Embora tais medidas envolvessem e movimentassem os três turnos do CEP
aproximadamente mil alunos , buscando a participação efetiva dos mesmos,
ainda assim ficávamos restritos àquele universo particular. As inquietações sobre a
pequena probabilidade de continuidade dos estudos desses alunos no Ensino
Superior público persistiam. Nas conversas em sala de aula com os alunos, a
maioria informava que não se candidataria ao vestibular da Universidade Federal do
Paraná (UFPR), justamente por entenderem que a possibilidade de fracasso era
incomparavelmente maior que a perspectiva do sucesso e dessa forma preferiam
optar pela inscrição em instituições privadas, assim economizando os custos que
para muitos seria possível investir em apenas um concurso vestibular.
Inserida nesse cenário prejudicado, uma janela de ações concretas pela
escolarização, sobretudo pelo acesso ao Ensino Superior era o Curso Preparatório
para os Alunos do CEP (CurCEP), implementado pela administração geral do
colégio no decorrer da década de noventa. Os índices de aprovação e desempenho
provavam que a iniciativa desse curso era producente, mas os problemas políticos e
a ingerência de uma nova direção geral na instituição de ensino centenária
11
provocaram o fechamento do curso em 2005, entendendo que o Ensino Médio
“precisa educar para a vida”.
O curso deixou de existir e com isso não pôde mais apoiar os alunos em sua
expectativa improvável, de aprovação em uma instituição de Ensino Superior
pública. O vestibular e a possibilidade de acesso ao Ensino Superior não é parte da
“vida” e dos sonhos, mesmo que remotos, dos estudantes brasileiros?
Criar medidas provisórias, mesmo paliativas, na tentativa de diminuir as
discrepâncias e aproximar as oportunidades de acesso às instituições públicas de
ensino é desconstruir a luta pela melhoria e qualidade da educação? Contribuir na
democratização de informações relevantes que possibilitarão novas escolhas aos
estudantes é superficial e demagógico?
Evidentemente, o nosso entendimento sobre essas questões é contrário,
assim o “vácuo” deixado pelo CurCEP, os crescentes apelos e vidas dos alunos
concluintes do Ensino Médio, somadas às antigas inquietações nos impulsionaram
para uma nova empreitada. Nessa direção, surgiu a possibilidade de que a TV
Educativa do Paraná (RTVE), sob nova coordenação, pudesse de alguma forma
auxiliar exatamente nessa perspectiva educacional. Com esse desafio, os seis
semestres cursados na graduação em Comunicação Social e a minha trajetória
profissional na Educação foram decisivos para a construção dos projetos levados
para a RTVE.
Por isso a conjugação dos elementos adquiridos nesses dois campos do
conhecimento Comunicação e Educação fundamentou a composição do
Programa Eureka e a sua estréia deu-se às vésperas do concurso vestibular 2004
da UFPR.
Em novembro de 2009, o Eureka completou seis anos no ar”, veiculado
semanalmente, com duração de sessenta minutos, pela RTVE mantendo a mesma
linha editorial voltada aos concluintes e egressos do Ensino Médio. Os índices de
audiência, o retorno do público heterogêneo, os desdobramentos da proposta inicial
e o reconhecimento e incorporação do projeto pela SEED ao longo dos últimos anos
nos levaram ao levantamento de hipóteses: a de o programa ser usado pelos
professores em sala de aula; a de o programa contribuir com os concluintes do
Ensino Médio da rede pública estadual e também com os alunos de escolas
particulares no que diz respeito aos melhores resultados no ENEM Exame
12
Nacional do Ensino Médio e aos concursos vestibulares, sobretudo aos das
instituições federais de ensino superior.
No entanto, precisávamos de informações e dados mais concretos para que
essas hipóteses obtivessem respostas apuradas cientificamente. Dessa forma,
surge a necessidade de uma pesquisa acadêmica, que permitisse analisar à luz de
instrumentos científicos, o alcance do Eureka, principalmente entre os concluintes do
Ensino Médio, ao mesmo tempo apresentar as hipóteses construídas a partir do
quadro de informações obtidas através de pesquisas de audiência, bem como dos
contatos telefônicos e pela mídia digital recursos da Web demonstrados pelos e-
mails e percentual de acessos e downloads.
Para tanto, o objeto de estudo a inserção do Eureka junto aos
concluintes do Ensino Médio foi colocado no centro das análises e foram postas
as seguintes questões norteadoras dessa pesquisa: de que forma a televisão pode
contribuir como ferramenta auxiliar na democratização do acesso ao Ensino
Superior? O Programa Eureka atinge o objetivo a que se propõe contribuir
efetivamente com o estudante concluinte do Ensino Médio no seu desafio de acesso
ao Ensino Superior público?
O entendimento de democratização do acesso à universidade está em
conformidade com o desenvolvido por Michelotto (2010, p. 8):
significa transformá-la, de fato, no nível superior de estudos para todo e
qualquer indivíduo que assim o queira, e incentivá-lo constantemente a
isso, a fim de proporcionar a cada um, além de mera profissão, melhor
compreensão de si mesmo e do mundo, com o fim último de favorecer sua
intervenção na transformação social.
E, ainda, sobre a universidade a autora aponta que,
embora se tenha claro não ser suficiente a ampliação do acesso e
permanência de estudantes oriundos das mais diversas classes sociais na
educação superior para se afirmar que ocorreu uma completa
“democratização da universidade”, essa via pode se entendida como um
ganho considerável, mormente em um país como o Brasil, que apresenta
números escandalosos de desigualdade social (MICHELOTTO, 2010, p.
10).
O tema proposto para essa pesquisa desdobra-se em dois campos do
conhecimento, da Comunicação e da Educação, buscando-se nessa investigação
analisar o objeto de estudo na inter-relação de ambos, isto é, na interface
13
Comunicação e Educação. O objetivo geral dessa investigação diz respeito ao
estudo das implicações de projetos construídos justamente nessa interação na
presente pesquisa o Programa Eureka no processo de escolarização dos
estudantes. O desvelamento de intervenções educomunicativas na escolarização
visa à compreensão e a apreensão de elementos que colaborem e subsidiem
propostas de gestão dos processos comunicacionais, ou seja, no desenvolvimento
de projetos de comunicação voltados para a escola.
Segundo Soares (1999, p. 21), o novo campo de intervenção social
denominado de inter-relação comunicação/educação, ou simplesmente
Educomunicação não é tomado tão somente como uma nova disciplina a ser
acrescentada nos currículos escolares. Ao contrário, tal inter-relação inaugura um
novo paradigma discursivo e estrutura-se de um modo processual, midiático,
transdisciplinar e interdiscursivo, vivenciado na prática por atores sociais, através de
áreas concretas de intervenção social.
A materialização da inter-relação comunicação/educação é colocada por
Soares (1999, p. 22) nas seguintes áreas: educação para a comunicação reflexões
em torno da relação entre os pólos do processo de comunicação e pelos programas
de formação e receptores autônomos e críticos frente aos meios; mediação
tecnológica na educação uso das tecnologias da informação nos processos
educativos; gestão da comunicação no espaço educativo planejamento, execução
e realização dos processos e procedimentos articulados no âmbito da
comunicação/cultura/educação; e reflexão epistemológica sobre a inter-relação
comunicação/educação como fenômeno cultural emergente.
Nessa direção, inúmeras pesquisas têm sido desenvolvidas ao longo,
principalmente, das duas últimas décadas sobre o tema que envolve a televisão e o
jovem em processo de escolarização. Citaremos a seguir duas delas. Embora os
sujeitos das pesquisas em todas as investigações serem os alunos em contexto
escolar, cada uma a partir de um ponto de vista busca objetivos diferenciados e
assim colaboram na delimitação de um campo de estudos, da Comunicação e
Educação.
A pesquisa Família e escola: mediações institucionais na recepção televisiva
dos adolescentes foi desenvolvida em 1997 junto ao Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Comunicação da Universidade Vale do Rio dos Sinos e coordenada
por Pedro Gilberto Gomes e Denise Cogo. Os resultados foram publicados em
14
Televisão, escola e juventude pela editora Mediação em 2001. O estudo buscou
analisar as relações entre televisão, juventude, escola e família a partir de
entrevistas realizadas com jovens estudantes, familiares e educadores. A relevância
dessas análises para a presente pesquisa deu-se no retorno dos educadores ao
demonstrarem “a importância da construção de projetos de educação para a
comunicação que não se limitem a transferir aos professores a responsabilidade
exclusiva de uso das tecnologias da comunicação, como a televisão, frente à
urgência de modernização do trabalho docente” (GOMES; COGO, 2001, p. 7).
A segunda investigação refere-se a um grande projeto desenvolvido por
pesquisadores da Universidade de São Paulo sob a coordenação geral de Lígia
Chiappini Moraes Leite. O projeto abrangeu duas etapas, a primeira de 1992-1994 e
a segunda de 1996-1998, objetivando o estudo da relação entre os textos escolares
(escritos para e por alunos) e os materiais não-escolares (dos meios de
comunicação, das novas tecnologias) e como circulavam no interior das escolas
pesquisadas. A importância desse estudo ao nosso entendimento está em colocar
no centro das análises as outras linguagens que circulam na escola, que não são
trazidas necessariamente pelos educadores e nem fazem parte de seus
planejamentos. No entanto, fazem-se presentes no espaço escolar advindas dos
diálogos entre os estudantes e mesmo dos professores. Tal investigação foi
publicada na Coleção aprender e ensinar com textos pela editora Cortez em 1997
(LEITE, 1997).
A presente pesquisa utilizou como instrumentos de análise o questionário
enviado a 112 colégios do Ensino Médio da capital que representavam a totalidade
de estabelecimentos da rede pública estadual em Curitiba no ano de 2008, cerca de
15.552 alunos, endereçado aos estudantes do último ano desse nível, denominado
como pesquisa ampla, pois ofereceria um diagnóstico significativo da implicação do
Programa Eureka na escolarizão específica dos estudantes que objetivam o
acesso ao ensino superior público especialmente. Uma entrevista denominada como
específica que soma a uma enquete aplicada a cinco estudantes concluintes do
Ensino Médio, matriculados em colégios da rede pública estadual e inscritos no
concurso vestibular da UFPR e no ENEM em 2009 , o Novo ENEM do Ministério da
Educação (MEC).
Também compõem os instrumentos de análise os dados da Companhia de
Informática do Paraná (Celepar) e do site da RTVE que registraram os acessos ao
15
Programa Eureka via Internet, bem como as mensagens eletrônicas endereçadas ao
programa e as cartas de próprio punho oriundas dos telespectadores de muitas
cidades brasileiras.
Esses instrumentos para coleta de dados atendem ao pressuposto dessa
pesquisa: demonstrar os limites, as possibilidades e o reconhecimento do Programa
Eureka como apoiador aos estudantes que ensejam ingressar no ensino superior. A
pesquisa ampla, assim chamada, prestou-se a aferir como os estudantes “sabem”
da existência do programa televisivo, assim como a pesquisa restrita, que investigou
o acompanhamento desse espaço na TV como mais uma das formas de estudo na
especificidade que se requer para os concursos vestibulares e o ENEM.
As mensagens eletrônicas, ao servirem como instrumento investigativo
permitiram identificar a abrangência do Programa Eureka e o que os telespectadores
querem a partir desse acompanhamento a distância, uma vez que existiu, segundo
os e-mails comprovaram, a participação de treze estados do país. Nesse contexto, a
escolha dessas mensagens ocorreu pelo fato de as mesmas terem sido repassadas
pela própria SEED como correspondências que necessitavam respostas e
encaminhamento de material criado pelo Programa Eureka como as apostilas,
anexos e soluções para dúvidas relativas aos conteúdos veiculados nos programas
em acordo com as disciplinas curriculares do Ensino Médio.
O texto estrutura-se em três momentos, sendo que no primeiro são
desenvolvidos o conceito de Educomunicação, a concepção de educação escolar e
a relação de ambos, especificamente no Ensino Médio. Traz, ainda, a implantação
do ENEM e seus desdobramentos nesse nível de ensino, assim como a inserção da
UFPR nas políticas públicas relativas ao exame de acesso ao nível superior e o
porquê da existência de um programa televisivo que possa contribuir nesse
momento de escolarização específica para o atendimento dos postulados exigidos
pelos vestibulares.
Em seguida apresenta-se a concepção e a trajetória da televisão no Brasil,
da mesma forma, nesse contexto, a estréia do Eureka na RTVE, suas
características, aspectos e objetivos. Ainda nesse capítulo são analisadas as
mensagens eletrônicas recebidas pelo programa e os acessos realizados no
endereço eletrônico da RTVE do Paraná ao Eureka.
Por fim, apresentam-se os dados quantitativos e qualitativos da abrangência
do Programa Eureka, buscando respostas nos espectro amplo e no campo restrito
16
de cinco sujeitos que acompanharam o programa televisivo, adicionando-o ao seu
processo de estudos com vistas à aprovação nos concursos vestibulares e também
no ENEM. Nesse mesmo campo investigativo o referendo das mensagens
eletrônicas transmitidas, dos pedidos formalizados por intermédio das mesmas e a
repercussão do Programa Eureka nos acessos e downloads.
17
2 A INTER-RELAÇÃO COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO NA EDUCAÇÃO FORMAL
2.1 EDUCOMUNICAÇÃO E O PROGRAMA EUREKA
O Programa Eureka, mesmo sem ter tal pretensão, insere-se no contexto da
Educomunicação, pois utiliza a tecnologia da televisão e do dio, além do registro
dos programas na rede mundial Internet para visualização do público em geral.
Nesse contexto o programa segue em uma esteira já construída pela TV
Escola do MEC e pelo projeto Telecurso 1º. e 2º. grau da fundação Padre Anchieta,
TV Cultura de São Paulo e da fundação Roberto Marinho da Rede Globo de
Televisão, desenvolvidas na década de 1990 para apoiar alunos em seu processo
de escolarização do ensino básico.
Contudo, o Programa Eureka se distingue dos seus similares como projetos
voltados para educomunicação em virtude de seu formato, pois o programa
apresenta um debate que originalmente se dava em trinta minutos de duração até
2005. A partir de 2006 o programa passou a ter uma hora de duração, sendo
ampliado desde 2009. Hoje o Programa Eureka conta com uma hora e trinta minutos
divididos em três blocos com aproximadamente 27 minutos cada, alunos de escolas
da rede pública como espectadores participantes, uma vez que podem formular
indagações aos professores ou mesmo aos demais participantes do debate que
conta invariavelmente com quatro convidados e o apresentador, conforme se pode
identificar pela assistência de um dos programas exibidos semanalmente.
Anexas, destacamos as pautas dos programas em 2005, 2006, 2007, 2008 e
2009, isso oportuniza uma análise sobre a ênfase dada ao conteúdo das disciplinas
do Ensino Médio, objetivando o favorecimento da aprendizagem do público-alvo, os
estudantes concluintes do Ensino Médio e os egressos do mesmo.
De acordo com o autor Ismar de Oliveira Soares (1999, p. 56),
o Brasil vive, no momento, um novo estágio na compreensão das relações
entre as tecnologias e os processos educativos. Programas na área do
emprego dos recursos da informação para melhorar a educação convertem-
se em políticas públicas. [...] muito, pioneiros vêm tentando esta
façanha. Desde os anos 30, com a consolidação da radiodifusão, teóricos
como Anísio Teixeira lembravam a necessidade de incorporar os meios de
informação aos processos educativos. Nos anos 50 e início dos 60, o rádio
foi usado por Paulo Freire em seu projeto nacional de alfabetização de
jovens e adultos, através do MEB Movimento de Educação de Base. Com
18
o advento da televisão, um sistema de TVs educativas foi implantado com a
promessa de revolucionar a educação nacional.
A pesquisa identificou essa premissa referendada pelo autor Ismar de
Oliveira Soares(1999), mesmo não a buscando, pois os organizadores do Programa
Eureka entenderam, desde a sua iniciativa de criação do espaço televisivo que algo
poderia ser feito nesse interregno entre a conclusão do Ensino Médio e o acesso ao
Ensino Superior.
É possível entender que a ausência desse embasamento teórico não
prejudicou a consecução dos trabalhos, mas certamente deixou lacunas que
poderiam ser atendidas exatamente por intermédio da compreensão do uso das
tecnologias, em particular com relação aos alunos da rede pública, alvo primordial
de atuação a que se propôs o Programa Eureka.
Essa importante “bagagem” que não se apresenta na organização do
Programa Eureka também é demonstrada pelo professor Ismar de Oliveira Soares,
(1999, p. 57) ao discorrer sobre a Educomunicação e a sua respectiva trajetória:
progressos significativos têm sido obtidos, especialmente no campo da
formação profissionalizante de jovens e adultos, notadamente no campo
dos telecursos e de programas de educação a distância. A educação formal,
contudo, resistiu o que pode às inovações e as iniciativas no campo das
tecnologias no ensino não chegaram a empolgar nem o legislador, nem os
núcleos formadores de futuros professores, as Faculdades de Educação.
[...] No campo da educação como um todo, o vídeo-cassete, nos anos 80, e
a informática, nos anos 90, vieram romper o marasmo e criar a expectativa
de que havíamos chegado ao tempo das mutações, como sugeria Lauro
de Oliveira Lima, ao comentar, ainda nos anos 70, os desafios trazidos à
educação pela aplicação do pensamento de McLuhan. Na verdade, com os
bons resultados alcançados por iniciativas como as do SESI e UnB,
somados ao barateamento dos equipamentos e à disseminação da Internet,
o uso das tecnologias ganhou legitimidade, superando certa visão ingênua e
ufanista que havia caracterizado a disseminação de informações a respeito
das novas modalidades de ensino. O emprego das tecnologias deixava de
ser “coisa de especialistas” para converter-se em preocupação presente no
próprio texto da nova LDB no final dos anos 80.
Desta forma, o Programa Eureka, mesmo sem o balizamento dessa
fundamentação seguiu ao pressuposto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) (BRASIL, 1996) ao final dos anos 90, uma vez que apresenta uma
modalidade de ensino “livre”, ou seja, um curso livre sem preocupações com a
presença dos alunos ou “notas” para a promoção, que é exigida nos moldes oficiais
de ensino entre as séries, utilizando as tecnologias em um momento específico, o
acesso ao Ensino Superior.
19
E em todo esse contexto, as disciplinas que compõem o Ensino Médio são
contempladas na composição das pautas anuais, uma vez que a Matemática, a
Língua Portuguesa, a Física, a Química, a Biologia, a História, a Geografia, a Língua
Estrangeira Moderna, a Filosofia e a Sociologia constituem a composição dos
debates que o Programa Eureka estabelece, inclusive quanto à interdisciplinaridade.
Nesse contexto, Ismar de Oliveira Soares (1999, p. 59) apresenta o ideário
desse “tipode Ensino Médio:
uma leitura dos enunciados das normas para o a reforma do Ensino Médio
no que diz respeito à área das linguagens e suas tecnologias nos conta,
por exemplo, de que um novo ideário havia sido implantado: um Ensino
Médio de qualidade deveria voltar-se para novas áreas de conhecimento, de
caráter inter-disciplinar, tendo a comunicação como meio e como objeto do
ensino, transformada em instrumento para o acesso a uma cidadania mais
plena. [...] Com isso, as tecnologias da informação convertiam-se, aos
poucos, em políticas públicas com a inversão de fundos destinados a
introduzir as máquinas em escolas públicas de regiões carentes, em todo o
país, e a criar programas de formação de professores através do uso dos
recursos da educação a distância. [...] À margem dos projetos de
modernização tecnológica do ensino formal, setores da sociedade civil já
haviam descoberto, com anos de antecedência, nas práticas da educação
não formal com jovens e adultos, a inviabilidade de se promover qualquer
tipo de educação para a mudança no convívio humano - e que garantisse a
sobrevivência do planeta terra, assim como o bem estar das futuras
gerações -, sem se fazer uso dos processos e dos recursos da
comunicação. [...] Reconhecer a comunicação como o mais importante dos
eixos transversais dos processos educativos foi, sem dúvida, o que garantiu
o sucesso dos movimentos sociais em torno dos direitos das minorias, de
um manejo sustentável da terra, do bem estar da infância e dos idosos,
entre tantos outros temas. [...] Acreditava-se que o que se teria que
construir, na educação como um todo, não seria, exatamente, uma
“sociedade do conhecimento”, mas, talvez, numa “sociedade da
comunicação”. Esta foi a proposta trazida, no final do século XX, pelos que,
como Mário Kaplún, defendiam a emergência do campo da
educomunicação e o exerciam nos centros de formação de lideranças
populares.
O Programa Eureka utiliza a televisão e o rádio como suporte para a sua
atuação no processo de escolarização, por conta disso a presente pesquisa
fundamenta-se também em diversos autores que discorreram vastamente sobre o
papel do veículo de comunicação de massas que se configura na televisão.
As análises privilegiarão o Eureka veiculado na televisão, dessa forma, a
transmissão do programa na rádio Educativa do Paraná não será incluída nessa
investigação, até por que a introdução demonstrou os aspectos do surgimento do
projeto Eureka por meio da televisão.
Segundo José Manuel Moran (1991, p. 13),
20
a televisão, o cinema e o vídeo - os meios de comunicação audiovisuais -
desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-
nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos modelos de
comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e
privilegiam alguns valores em detrimento de outros. A informação e a forma
de ver o mundo predominantes no Brasil provêm fundamentalmente da
televisão. Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que
crianças e jovens e grande parte dos adultos levam-na para sala de
aula.
É nesse contexto que se constrói o Programa Eureka, entendendo desde a
sua gênese que os jovens, seu público-alvo, correspondem a uma assídua
assistência dos programas de televisão. Pesquisas disponibilizadas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), desde 2000, apontam para o fato de
que 38 milhões de lares brasileiros contam com esse aparelho como seu bem de
maior relevância no interior de suas casas.
A televisão exerce o seu papel de entretenimento e informação com
maestria na sociedade brasileira, uma vez que a mesma a cultua como exponencial
no processo de informação. Servir-se desse meio apresentando uma proposta que
fugisse do rótulo de telecurso, que já se apresenta como sendo um programa
tradicional da TV brasileira, destinado às pessoas que não concluíram a sua
escolarização ou mesmo como reforço de estudos para poucos, seria um
continuísmo e não o pressuposto que motivou a origem do Programa Eureka.
Em 2005 com a implementação da TV Paulo Freire
1
, construída como ação
governamental que perpassa a proposta dos formatos de programas educacionais já
concebidos e inclusive testados em emissoras comerciais, aliado a questões
técnicas do desenvolvimento tecnológico. Por tudo isso, essa TV foi organizada a
partir de discussões de uma equipe docente multidisciplinar da Rede Pública do
Paraná e profissionais da comunicação. Iniciou sua transmissão no dia 27 de junho
de 2006.
Outro elemento de inserção tecnológica promovido pelo governo do Estado
do Paraná é a TV Multimídia, que em seu histórico de inserção na educação
ressaltada em todos os setores da sociedade com o sentido de promover mudanças
por intermédio do uso das novas tecnologias, sobretudo na formação/atualização do
1
A Televisão Paulo Freire tem como objetivo desenvolver programas educativos para televisão a
partir da produção de conteúdos pedagógicos, para transmissão via satélite, Web e multimídia,
direcionados à comunidade escolar e à formação continuada dos profissionais da Rede Pública do
Estado do Paraná, de acordo com a concepção criadora deste veículo de escolarização.
21
corpo docente. Por conta disso a educação também tem experimentado mudanças
na sua forma de organização e produção, fazendo surgir novas formas de ensino-
aprendizagem, subsidiadas pela inserção de novas tecnologias nas escolas.
No Estado do Paraná, a SEED desenvolve projetos que visam à integração
de mídias com a finalidade de proporcionar a inclusão e o acesso de alunos e
professores da rede pública estadual a essas tecnologias.
A TV Pendrive é justamente um projeto que prevê a instalação de televisores
de 29 polegadas com entradas para VHS, DVD, cartão de memória e pen drive e
saídas para caixas de som e projetor multimídia para todas as 22 mil salas de aula
da rede estadual de educação, bem como um dispositivo pen drive para cada
professor, conforme especifica o portal cujo endereço eletrônico é
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br.
O pendrive é um dispositivo portátil e o escolhido pela SEED possui
memória de dois gigabytes. Esta capacidade é suficiente para armazenar vídeos,
áudios, imagens e animações. Por sua vez, essa ferramenta tecnológica se ajusta
ao computador ou ao televisor desenvolvido exclusivamente para o Estado do
Paraná a partir de uma porta de entrada USB conexão universal. Esse
dispositivo transfere dados e informações que podem ser visualizados na tela da TV
e de quaisquer microcomputadores. a entrada para cartão de memória é uma
conexão para dispositivos como os usados em máquinas fotográficas e filmadoras,
principalmente para armazenar imagens e que permite maior amplitude de
organização das aulas.
Os professores podem, por meio do pendrive, salvar os seus objetos de
aprendizagens para serem utilizados em sala de aula, sejam aulas, fotos, músicas
ou filmes. Esses objetos são recursos que podem complementar e apoiar o processo
de ensino-aprendizagem e estarão disponíveis no Portal Dia-a-Dia Educação do
Estado do Paraná (SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ,
2010). Dentre os objetos que serão disponibilizados estão os vídeos elaborados pela
TV Paulo Freire um canal exclusivo da Educação do Paraná que divulga a história,
a cultura, as produções artísticas, literárias e científicas desse Estado e os objetos
de aprendizagem, que serão desenvolvidos pela equipe do Departamento de
Multimeios. Dessa forma, se estabelece uma integração dos projetos que envolvem
tecnologia educacional (mídia digital) aos demais projetos da Secretaria que estão
em mídia impressa, como o Livro Didático Público.
22
Por meio da Coordenação de apoio ao uso das tecnologias, com a ação de
270 assessores organizadas nas Coordenações Regionais de Tecnologia na
Educação (CRTE‟s antigos NTEs) está prevista a capacitação dos professores
para utilização da TV Pendrive e seus dispositivos.
Utilizar novas tecnologias com responsabilidade é um dos caminhos em que
o governo está apostando para a melhoria significativa da educação paranaense.
Ainda sobre as fontes de informação que a população brasileira recebe,
Magaldi (2003, p. 113) explicou:
Dado que a televisão nos alcança em todo tempo e em toda parte, dado que
nenhuma faixa etária, nenhum campo de atuação, nenhuma classe de
renda fica imune a ela, dado que a maior parte da população brasileira não
tem acesso regular a outras fontes de informação, além do rádio e da TV
não sei como outra realidade contemporânea mereceria, mais do que essa,
um tratamento de prioridade educacional.
Um “caminho sem volta” é o da necessidade de se fazer uso da televisão
como fonte de apoio em toda escolarização, uma vez que a mesma através de sua
programação diversificada apresenta uma variedade de temas que poderão ser
relacionados com os conteúdos curriculares das disciplinas com ênfase mais do que
especial no Ensino Médio, hoje a maior fonte de dificuldades na manutenção do
estudante em seu processo de escolarização.
Os índices divulgados pelo MEC em 2009, apontam para uma evasão
decrescente, mais ainda muito alta na conclusão do ensino básico, daí o porquê de
tantas discussões no poder legislativo federal sobre a obrigatoriedade dos estudos
aos brasileiros em sua faixa etária dos quatro aos dezessete anos.
É a revolução educacional ansiada no Brasil décadas e que
imperiosamente passa pelo uso dos recursos tecnológicos disponíveis, dos quais o
mais abrangente de todos. A televisão, “invasora” de quase a totalidade dos lares
inerentes ao país e “dona de papéis” curiosos como o entretenimento e a ficção.
Pois, a realidade vigente é a TV como ferramenta para os docentes e ao mesmo
tempo dispositivo de aprendizado para os discentes.
Magaldi (2003, p. 116) em seu subtítulo do capítulo em epígrafe usa a
Língua Portuguesa para citar Educar para e com a TV: os cursos-oficinas:
passei então a imaginar como poderia ser um trabalho pedagógico que
ajudasse o público em geral, em particular os professores, a defrontar-se
23
com a TV com nova atenção, direcionada tanto para perceber como uma
mensagem que sensibiliza e emociona (de modo pessoal e intransferível),
quanto para ler e analisar essa mensagem.
O Programa Eureka buscou uma fórmula própria que atendesse ao
pressuposto da escolarização, mas uma escolarização específica voltada para a
revisão dos chamados “conteúdos-chave” para a aprovação nos vestibulares
públicos, diferenciando nas suas exibições semanais as disciplinas curriculares e a
equipe de professores voluntários. Assim, a televisão passou a ser um mecanismo
público denominado pré-vestibular, o que o próprio governo do Estado do Paraná
assumiu como proposta de governo, conforme texto do Portal Dia-a-Dia Educação
(SEED - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ, 2010),
destacados nos anexos.
Também nos anexos, outros textos da imprensa que divulgaram o
lançamento oficial da parceria entre a SEED, representado o agente governamental
e o Programa Eureka, como pré-vestibular público que tem a sua disposição material
didático, espaço nas mídias TV e Rádio e ocupação própria na educação do estado.
Um dos aspectos que se buscou como relevante para a conquista da
audiência e ao mesmo tampo, o respaldo de alunos e de educadores consiste na
escolha dos professores convidados para participarem das gravações do programa.
Esses docentes, com experiência comprovada na dinâmica das aprovações
nos mais variados vestibulares ao longo de muitos anos, conforme os índices dos
seus respectivos estabelecimentos de ensino, trazem informações e socializam
conhecimentos relacionados aos concursos vestibulares e ao ENEM.
Nesse sentido, a escolha dos convidados se pauta por tal premissa,
prioritariamente são participantes os docentes do último ano do Ensino Médio, pelo
acompanhamento que esses professores realizam nos vestibulares quanto à leitura
e análise das provas alguns inclusive fazem os exames , bem como pela
desenvoltura comunicativa que é apontada pelos alunos, corpo discente.
Embora, em sua formulação inicial, o Eureka não privilegiasse os docentes
como público alvo, a abrangência da televisão proporcionou a inserção do programa
na comunidade escolar professores da educação básica e do ensino superior,
concluintes do ensino médio e familiares desses também acompanham os
programas, conforme a pesquisa ampla e a restrita, ambas presentes neste texto.
24
Tais dados são comprovados por meio das mensagens eletrônicas
recebidas pelo programa e de ligações telefônicas durante as gravações ao vivo nos
“aulões” do ENEM.
O conjunto de ões acima descrito, desde o cuidado na seleção dos
conteúdos que atendam aos interesses do público concluintes e egressos do
ensino médio - aliado ao formato da linguagem televisiva, da mesma forma, o
reconhecimento da SEED ao assumir o programa Eureka como projeto de governo,
a escolha dos professores convidados e o retorno do blico se configuram numa
ampla rede de relações e trocas que se articulam no âmbito da
comunicação/cultura/educação. Essa rede de relações é denominada por Soares
(2000, p.22) de ecossistemas comunicacionais. De acordo com Soares:
O conceito de ecossistema comunicacional designa a organização do
ambiente, a disponibilização dos recursos, o modus faciendi dos sujeitos
envolvidos e o conjunto das ações que caracterizam determinado tipo de
ação comunicacional. No caso, a família, a comunidade educativa ou uma
emissora de rádio criam, respectivamente, ecossistemas comunicacionais.
Os indivíduos e as instituições podem pertencer e atuar, simultaneamente,
em distintos ecossistemas comunicacionais, uns exercendo influências
sobre os outros.
O planejamento e a execução de ações educomunicativas, ou seja,
desenvolvidas na interface da comunicação/educação em espaços educativos se
inserem numa das áreas de intervenção social nas quais se materializam o campo
de estudo dessa investigação, a área da gestão da comunicação. Segundo Soares
(2000, p.23):
A gestão da comunicação nos espaços educativos produz-se tanto nos
ambientes voltados para programas escolares formais, quanto naqueles
dedicados ao desenvolvimento de ações não-formais de educação, como
nas emissoras de rádio e de televisão educativas, nas editoras e centros
produtores de material didático, nas instituições que administram
programas de educação a distância e nos centros culturais.
É importante ressaltar que as quatro áreas de intervenção do campo da
educomunicação, referidas na introdução desse trabalho não são excludentes, da
mesma forma não se configuram como únicas. O próprio autor (SOARES, 2000) que
as definiu, acrescentou recentemente mais duas áreas de intervenção (2009, p. 12) :
a área da pedagogia da comunicação ligada a projetos, para garantir que as
25
práticas educomunicativas sejam possíveis nos diferentes espaços educativos; a
área da expressão comunicativa através das artes prática social da imersão no
fato artístico como forma de expressão criativa, assegurando o direito e a
oportunidade de se fazer comunicação.
Nessa direção, todas as áreas de intervenção que se inscrevem em ações na
interface da comunicação/educação devem ser “pensadas e promovidas a partir da
perspectiva da educomunicação”, isto é, considerando-as num processo
transdisciplinar (inserção e comunicação de conceitos de diversas áreas do
conhecimento) e interdiscursivo (diálogo com outros discursos).
Baccega (2001, p.14) define a transdisciplinaridade da seguinte forma:
As fronteiras entre os campos de conhecimento tornaram-se fluidas.
Embora cada um dos campos guarde suas especificidades (linguagem,
história, sociologia, antropologia etc.), entre eles um intercâmbio
permanente, formando novos campos, em outro patamar. Essa dialética
entre intercâmbio e especificidade, entre totalidade e particular, num
movimento que impede que as disciplinas se fechem em si mesmas e cada
uma se considere a melhor, fragmentando a apreensão científica da
realidade (que não é compartimentada), constitui a transdisciplinaridade, e
é o grande desafio daqueles que se dispõem a refletir, criticar e construir
uma nova variável histórica.
A autora (BACCEGA, 2001, p.15) na definição do estudo sobre o campo da
comunicação contribui também para o entendimento da interdiscursividade:
O estudo desse campo incorpora os resultados das ciências, sobretudo as
sociais. No processo mesmo de incorporação, temos um primeiro momento
de metassignificação, vez que cada ciência se desloca de seu domínio de
origem, com suas configurações, e passa a fazer parte de um outro. Mas
outros processos, configurando outros veis de metassignificação: ao
compor o novo campo, cada ciência vai encontrar-se com outras que
também figuram nas mesmas condições, ou seja, na condição de
metassignificação, e vai dialogar com elas, reconstruindo-se, cada uma
delas, nessa interdiscursividade. A interdiscursividade implica o diálogo
com os outros discursos, ao mesmo tempo que revela a especificidade do
discurso construído nesse processo.
Nesse contexto comunicativo cresce a importância do profissional da
educação que conseguirá integrar os meios em suas práticas pedagógicas, tal
profissional vem sendo denominado de educomunicador. Para a pesquisadora
francesa Geneviève Jacquinot no plano educativo:
26
Um dos desafios atuais é confrontar os modos tradicionais de educação e
apropriação de conhecimento e a “cultura midiática” dos alunos, para que a
educação sirva para promover ao mesmo tempo o espírito crítico do
cidadão e a capacidade de análise do educando. (1998, p.2)
Evidentemente, esses desafios ainda se encontram em oposição em muitos
ambientes da educação formal. Embora os Parâmetros Curriculares Nacionais
PCNs 2000 apontem para práticas pedagógicas que incluam a utilização dos
meios e das tecnologias educacionais, a inclusão tem sido muito lenta.
No entanto, apesar do avanço dos meios e das tecnologias nas práticas
pedagógicas não corresponder com a velocidade das transformações desses na
sociedade, sabe-se também que não poderá haver um movimento regressivo.
Nessa direção Jacquinot(1998) aponta um perfil de profissional da educação
necessário para a sociedade contemporânea que se desenvolve em meio a uma
constante renovação tecnológica:
Um educomunicador é alguém que, tem a dupla função teórica em ciências
da educação e em ciências da comunicação: é consciente que uma
educação “de massa” e multicultural”, se situa além da simples aquisição
de conhecimentos escolares; procura não desvalorizar a cultura mediática,
principalmente televisiva dos jovens, em sua especificidade cultural, mas
se apóia nela nos cursos de educação para os meios como em outros
cursos; nos meios uma riqueza pelos seus conteúdos informativos
certos, mas também pela maneira em que eles fornecem uma
representação do mundo donde a necessidade de analisar e de
comparar, visando retificar ditas representações; está convencido que a
emissão não é um ato “passivo”, mas mobiliza uma quantidade de “micro-
saberes” acumulados que o professor pode ajudar a colocar em relação,
para construir seu conhecimento e lhe dar sentido[...] introduz os meios
como objeto de estudo para ensiná-lo a analisar do triplo pondo de vista do
“poder” econômico e ético (político) que os produz[...] ; aceita que entrem
na escola outros universos e outras modalidades de apropriação da
realidade. (1998, p. 11)
2.2 NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA
A partir do contexto da LDB (BRASIL, 1996), o encaminhamento
metodológico deve compreender as competências e habilidades de cada área do
conhecimento. Especificamente em ngua portuguesa, no campo da investigação e
compreensão, são elencados como principais objetivos pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000):
27
entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação,
associá-las aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhe dão
suporte e aos problemas que se propõem a solucionar”. E ainda, no campo
da contextualização sócio-cultural: “entender o impacto das tecnologias da
comunicação na sua vida, nos processos de produção, no desenvolvimento
do conhecimento e na vida social.
Para Citelli (2001, p. 35)
A escola, enquanto instituição privilegiada no contexto da formação da
sociabilidade, deve otimizar o seu papel, ampliando o conceito de leitura e
de aprendizagem, equipando-se para entender melhor os significados e os
mecanismo de ação das novas linguagens (...).
Segundo Brito (2006, p. 17),
alguns educadores consideram que a simples utilização desses meios é
suficiente para garantir um ”avanço” na educação. o uso não basta. Se
as Tecnologias Educacionais não forem bem utilizadas, garantirão a
novidade por algum tempo, mas não garantirão que realmente aconteça
uma melhoria significativa na educação, e ainda, “principalmente se a foram
deste uso se limitar as tentativas de introdução da novidade sem
compromisso do professor que o utiliza.
Os fatos mencionados nos indicam a necessidade do professor apropriar-se
dos conhecimentos proporcionados pelas Novas Tecnologias de Informação e
Comunicação, como a televisão em sala de aula, levando-o ao desenvolvimento de
um trabalho mais elaborado, possibilitando ao aluno construir suas próprias
conclusões, contribuindo para a formação de cidadãos que saibam ler, tanto artigos
como noticiários de televisão, comerciais e “videoclipes”.
Entretanto, pode-se observar através de concepções das tecnologias na
educação, conforme Britto e Purificação (2006 p. 8), que os docentes, em função
das condições sócio-econômicas que a categoria enfrenta há anos, não dispõem de
tempo e disposição para se voltar com maior cuidado aos aspectos destacados.
Vale ressaltar, que na maioria das vezes, a atenção concentra-se na finalização dos
conteúdos ao término do ano letivo; quanto ao desenvolvimento de interações com
as novas tecnologias se mantém na utilização dos meios pelos meios.
28
A linguagem dessa mídia é desenvolvida competentemente por muitos
docentes que participam do Programa Eureka, uma vez que eles são utilitários das
ferramentas. Segundo José Manuel Moran, (1991, p. 15),
diante dessas linguagens tão sofisticadas a escola pode partir delas,
conhecê-las, ter materiais audiovisuais mais próximos da sensibilidade dos
alunos. Gravar materiais da TV Escola, alguns dos canais comerciais, dos
canais da TV a cabo ou por satélite e planejar estratégias de inserir esses
materiais e atividades que sejam dinâmicas, interessantes, mobilizadoras e
significativas. A televisão e a Internet não são somente tecnologias de apoio
às aulas, são mídias, meios de comunicação. Podemos analisá-las, dominar
suas linguagens e produzir, divulgar o que fazemos. Podemos incentivar
que os alunos filmem, apresentem suas pesquisas em vídeo, em CD ou em
páginas WEB - páginas na Internet. E depois analisar as produções dos
alunos e a partir delas ampliar a reflexão teórica. A escola precisa observar
o que está acontecendo nos meios de comunicação e mostrá-lo na sala de
aula, discutindo-o com os alunos, ajudando-os a que percebam os aspectos
positivos e negativos das abordagens sobre cada assunto. Fazer re-leituras
de alguns programas em cada área do conhecimento, partindo da visão que
os alunos têm, e ajudá-los a avançar de forma suave, sem imposições nem
maniqueísmos (bem x mal).
Da mesma forma não se pode ignorar o poder de assédio e influência que a
televisão tem, sobretudo em uma sociedade como a do Brasil, que elegeu essa
mídia como a sua preferencial para entretenimento e informação. Ou seja, o lazer e
as notícias acontecem quando a televisão está sintonizada. Ela é o veículo pelo qual
transitam todos os fatos de relevância.
Dissociar o aluno dessa realidade que é própria dele significa isolar a
educação do meio no qual está inserido o maior objeto” do processo de
escolarização que é o corpo discente. Compreendendo também que um dos “efeitos
colaterais” do Programa Eureka é a prática docente, uma vez que são professores
os convidados para cada debate e todos ministram conhecimento específico,
inclusive com dicas que aprimoram as deduções para o saber curricular que é
cobrado nas provas dos vestibulares.
Maria Aparecida Baccega (2003, p. 55), em sua obra Televisão e Escola,
discorre sobre o papel desse meio de comunicação na escola:
A televisão reina, especialmente no Brasil, com seus 38 milhões de lares
dotados de aparelhos, alcançando 90% da população: traz as informações,
faz circular as idéias, "envolve" as pessoas, -lhes a certeza de que são
elas mesmas que interpretam os fatos e as concepções transmitidas. É um
equívoco. A televisão, esplêndido veículo de informação, quando se
empenha na concorrência comercial das emissoras, não tem compromisso
com o conhecimento. Esse compromisso é principalmente da escola. O que
29
fazer para possibilitar a interação de televisão e escola? Como promover a
vinculação crítica e produtiva de ambas, no caminho de uma
democratização das trocas sociais e de acesso ao conhecimento.
E ainda a autora, Baccega (2003, p. 66), problematizando sobre esse meio
na sociedade brasileira:
A televisão é o mais importante meio de comunicação do Brasil. E é o que
mais cresce. Segundo Bucci, em 1982 tínhamos perto de 16 milhões de
lares com televisão e pulamos para 34 milhões em 1995. Hoje, já se fala em
38 milhões de lares brasileiros com televisão, o que corresponde a 90% do
total. E ela reina praticamente sozinha.
Em conformidade, Baccega (2003), menciona como é possível prescindir
deste meio na escolarização dos estudantes, uma vez que ainda encontramos
educadores que defenestram o meio, rotulando-o como massificadora inútil, de uma
cultura igualmente irrelevante?
Como confrontar esses pares para uma reflexão, que ilustre o valor dos
programas que podem se aliar ás disciplinas curriculares dando-lhes uma
dinamicidade própria de um século que é visual, interativo e extremamente ágil?
Segundo Ianni (2002 apud BACCEGA, 2003, p. 78) ao analisar a televisão:
[...] é um meio de comunicação, informação e propaganda presente e ativo
no cotidiano de uns e outros, indivíduos e coletividades, em todo mundo. [...]
Registra e interpreta, seleciona e enfatiza, esquece e sataniza o que
poderia ser a realidade e o imaginário. Muitas vezes, transforma a
realidade, seja em algo encantado, seja em algo escatológico, em geral
virtualizando a realidade, em tal escala que o real aparece como forma
espúria do virtual.
Não incorporar esse meio de comunicação, a televisão, no encaminhamento
dos conhecimentos para muitos é, sobremaneira uma forma de alienação do século
XXI que está assim posto com seus erros e acertos construídos, inclusive pelo
passado e carente de mediações, de meios que permitam ao indivíduo, mais ainda o
da escolarização que deve se aliar ao entendimento do mundo no qual ele está
inserido.
O aluno requer isso, um “norte” para seguir, é uma afirmativa dos criadores
do Programa Eureka, pois na concepção dos mesmos vivemos em uma sociedade
na qual a TV exerce enorme influência, mesmo por que não existem outros canais
acessados pelo estudante que ofereçam uma mediação no sentido do
30
esclarecimento, da exposição com embasamento, ou mesmo da análise dos temas
relacionados ao ENEM e aos concursos vestibulares.
Eis que a televisão cumpre essa demanda, não da melhor forma possível
segundo inúmeros artigos que permeiam a discussão sobre a televisão e a escola,
título da obra referenciada por Baccega (2003), mas a cumpre de alguma forma e
por isso é interessante ao “seio” educacional apropriar-se disso e utilizar aquilo que
melhor aprouver em benefício da coletividade docente e discente, sobretudo.
A TV não é a inimiga. Aliás, no caso das emissoras de Rádio e Televisão,
são concessões públicas que devem ser geridas pelo estado em benefício da
população pagadora dos impostos que deve falar ter conhecimento sobre isso.
Essa pesquisa não explorará tal faceta legislativa, porém é essencial
demonstrar que as “concessões blicas” aos meios de comunicação existem
formalmente, porém permanecem como um assunto de Governo velado.
Com ênfase nessa reflexão, afirmou Baccega (2003, p. 70) que,
a pior consequência dessa postura de desprestigiar a televisão é que ela
acaba por ser pouco discutida. Principalmente nas escolas, onde deveria
ocupar lugar de honra, devido à grande importância desse veículo na
construção da própria identidade. [...] Afinal, todas as pesquisas indicam
que nossas crianças passam em média três horas diante da TV. Se não se
fala sobre isso, então é evidente que a TV toma conta das crianças. Afinal,
não se a elas condições de negociar com a TV, de elas tomarem conta
da TV. O silêncio é, de todos, o pior caminho.
É o que motiva no sentido da pesquisa, a clareza de sabermos que esse
meio é propiciador de informações e familiar ao estudante, portanto usar a televisão
como apoio à escolarização significa ampliar o seu status para o aluno que se
habituou a mesma e agora pode tê-la também como mais uma referência para a
consecução dos seus estudos.
A televisão na escola, em que pese ao egresso do Ensino dio, é algo real
e valioso, pois a partir desse meio de informações “prontas” sobre a educação,
vagas nas universidades, o cotidiano das mesmas, a sistemática de ensino para
cada uma das disciplinas curriculares e os resultados com assuntos de relevância
nacional que urgem pela incorporação da TV como aliada diária de cada docente e
repaginada para cada discente que poderá obter um novo olhar a partir da mediação
dos seus professores.
31
Essa visão diferenciada, jamais imposta, pode permitir uma reflexão do
jovem em relação ao mundo no qual está inserido e do qual é agente protagonista.
Nesse panorama a TV é indispensável como instrumento educacional,
mesmo que ferindo muitas suscetibilidades, ou seja, afete estudiosos da educação
quanto às metodologias utilizadas para a consecução de programas nos meios de
comunicação de massa.
Foi possível apurar junto à coordenação do Programa Eureka, durante o
biênio de 2008 e 2009, a variedade de telespectadores que se completam nas
figuras do modesto guardador de carros” ao atendente de farmácia, do cliente do
supermercado ao funcionário da portaria de um condomínio, do garçom de um
restaurante ao egresso do Ensino Médio, do aluno do pré-vestibular ao docente que
acompanha o programa preferencialmente em sua reprise, às 6 horas da manhã aos
domingos.
Muitos indivíduos ouvidos para o desenvolvimento da presente pesquisa, de
maneira bem particular, conforme os documentos anexos, ressaltam a importância
do Programa Eureka como uma iniciativa producente na educação por meio da
televisão.
Outra forma de abrangência do Programa Eureka se deu por meio da
parceria com a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos do Estado do Paraná
(SEAE), uma vez que esse convênio de apoio se estendeu na atuação junto aos
telecentros mantidos pelo Governo do Estado.
Material didático produzido pela coordenação do Programa foi encaminhado
aos los de aprendizado a distância gerenciados pela (SEAE), a transmissão dos
“aulões” contou com as interações ao vivo para os estudantes inscritos no ENEM e
no concurso vestibular da UFPR.
A questão primordial que se interpôs para a consecução desta pesquisa é
relacionada ao papel que um meio de comunicação, em especial a televisão, pode
exercer como ferramenta auxiliar na democratização do acesso ao Ensino Superior.
E nesse sentido, a exibição de programas com uma produção voltada para a
educação, relacionando as disciplinas que compõem o Ensino Médio com a
experiência docente na preparação espefica para os concursos vestibulares,
tornou-se preponderante para isso.
A pesquisa procurou identificar as ações do Programa Eureka veiculado pela
RTVE desde 2004, no que concerne ao apoio à escolarização dos estudantes
32
concluintes do Ensino dio e dos egressos dessa modalidade educacional,
entendendo que essa ação se propôs em seis anos de existência como afirmativa e
imediata. Segundo os seus idealizadores, justamente por atender às necessidades
emergenciais da população estudantil relacionadas à democratização do acesso ao
Ensino Superior Público que à margem de todo esse processo (IBGE, 2008),
constituem na maioria dos discentes que ingressaram nas escolas brasileiras.
2.3 EDUCAÇÃO ESCOLAR
Segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2003, p. 51),
como instituição social educativa, a escola vem sendo questionada acerca
de seu papel ante as transformações econômicas, políticas, sociais e
culturais do mundo contemporâneo. Elas decorrem, sobretudo, dos avanços
tecnológicos, da reestruturação do sistema de produção e desenvolvimento,
da compreensão do papel do Estado, das modificações nele operadas e das
mudanças no sistema financeiro, na organização do trabalho e nos hábitos
de consumo. Esse conjunto de transformões está sendo chamado, em
geral, de globalização.
Que afeta diretamente o discente em seu processo de ensino-aprendizagem,
pois na medida proporcional em que os meios de comunicação incidem sobre o
indivíduo com um panorama amplo de tudo o que acontece no mundo, a escola não
pode se isentar do mesmo. Sobretudo, por que a instituição educacional como citou
o autor é parte inerente da sociedade.
Algumas das mais ternas lembranças de uma pessoa se originaram
exatamente do convívio no ambiente escolar. É na escola que o “ser em formação”
se ambienta socialmente, partilha de outras visões de mundo trazidas pelos seus
pares que compartilham de um espaço de aprendizagem, no qual se inserem todos
os fatores econômicos, culturais, políticos, religiosos e sociais.
Nesse contexto, a globalização estimula todos a reproduzirem tudo, as
mesmas informações, as formas de vestir, o que ouvir, o que ver e como ver ou
mesmo andar. A massificação apresentada pelos meios de comunicação é
fortíssima nessa hora, mesmo por que àqueles que não coadunam com o senso
comum logo recebem os “rótulos” impostos aos diferentes.
33
Os acontecimentos do mundo em pleno século XXI afetam a educação e
necessariamente o Programa Eureka representa um elemento de alteração do
processo comum de aprendizagem, pois usa a tecnologia televisiva como forma de
exposição para os conteúdos do Ensino Médio, com destaque para as
particularidades das disciplinas que são usadas nos concursos vestibulares.
Os autores Libâneo, Oliveira e Toschi (2003, p. 52) esclarecem, em sua obra
Educação Escolar: políticas, estrutura e organização, que sociedade exige um
trabalhador, ou seja um educando que exerça suas habilidade cognitivas de forma
producente, além de atender os interesses do mercado por intermédio da ênfase no
conceito capitalista no qual tudo é objetivo, a exemplo do Positivismo defendido
necessariamente por Comte.
O contexto referido pelos autores (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2003) no
qual o docente precisa mudar de atitude exatamente por que os meios de
comunicação são motivadores e impõem um acompanhamento diante da
globalização aliados à necessidade que o sistema educacional brasileiro apresenta,
precisamente por conta do acesso ao Ensino Superior.
As escolas de modo geral, orientadas pela pedagogia, têm apresentado a
formação total que prepara para a vida, mas esbarram sempre no ingresso à
universidade. A Educação Infantil é preparada para fazer o “pequeno estudante”
sorrir e aprender. Por sua vez o Ensino Fundamental alfabetiza, mostra as Ciências,
a História e a Geografia, além de proporcionar as dificuldades da Matemática e da
Língua Portuguesa.
Por sua vez é no Ensino Médio, período com três anos de educação escolar
que o estudante, um adolescente em potencial, depara-se com decisões, uma delas
“o que vai ser quando crescer”, ou seja, a escolha da profissão que cumprirá a
premissa neoliberal trazida pela globalização, especialmente pela sociedade
ocidental, mesmo que inúmeros estudiosos o questionem, como o autor Anderson
(1995) que observa a sociedade diante do capitalismo e das influências neoliberais
que a globalização oferece.
Segundo Perry Anderson (1995, p. 23),
Economicamente, o neoliberalismo fracassou, não conseguindo nenhuma
revitalização básica do capitalismo avançado. Socialmente, ao contrário, o
neoliberalismo conseguiu muitos dos seus objetivos, criando sociedades
marcadamente desiguais, embora o tão desestatizadas como queria.
Política e ideologicamente, todavia, o neoliberalismo alcançou êxito num
34
grau com o qual seus fundadores provavelmente jamais sonharam,
disseminando a simples ideia de que não há alternativas para os seus
princípios, que todos, seja confessando ou negando, têm de adaptar-se a
suas normas.
O vestibular no padrão brasileiro de acesso ao Ensino Superior, o que
significa prosseguir os estudos, também exige mudanças no campo da educação,
em que pese inovações estratégicas que oportunizem uma revolução educacional
que passa imperiosamente pelas tecnologias. O Programa Eureka é uma tecnologia
que afeta o contexto da informação diretamente voltada ao apoio daqueles que
almejem ingressar na faculdade.
Libâneo, Oliveira e Toschi (2003, p. 111) apresentam as múltiplas conexões
entre tecnologia, novo paradigma e produção e desenvolvimento, educação de
qualidade e elevação da qualificação, que permitem aos discentes um progresso na
instrumentalização dos seus estudos objetivando o ingresso por mérito no Ensino
Superior.
É a elevação da qualidade de ensino que os alunos precisam e que os
estabelecimentos de ensino nos sistemas educativos requerem. Além disso, a
competição entre escolas públicas e privadas é fomentada pela quantidade de
alunos que ingressam nas universidades. A universidade que é pública recebe mais
alunos da rede privada, conforme o texto demonstrará por intermédio de um excerto
da UFPR.
2.4 O ENSINO MÉDIO NO CONTEXTO ATUAL DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Os importantes avanços e conquistas alcançados na Educação Básica e os
progressos obtidos na expansão dos diversos níveis de ensino no Brasil, ainda não
foram suficientes para solucionar um quadro de elevada desigualdade educacional e
uma situação precária em relação à permanência e a aprendizagem dos estudantes.
A evasão escolar identificada em particularidade na cidade de Curitiba como
espectro do que acontece no país, ressalvando que a educação praticada no sul é
35
disforme se comparada ao que se pratica nas regiões Norte, Nordeste e Centro-
oeste, conforme os dados estatísticos do MEC.
2
Especificamente em relação ao Ensino Médio, hoje, mais de 50% dos jovens
de quinze a dezessete anos não estão matriculados nesta etapa da educação básica
e milhões de jovens, com mais de dezoito anos, e adultos não concluíram o Ensino
Médio, configurando uma grande dívida da sociedade com esta população, de
acordo com o IBGE em sua divulgação de resultados sobre educação brasileira
devidamente publicizados pela imprensa brasileira nos mês de outubro de 2009.
O MEC em seus documentos oficiais, disponíveis pelo site www.mec.gov.br,
enfatiza o que se espera do Ensino Médio no Brasil em cumprimento as suas
determinações que identificam claramente a necessidade de uma posição mais
contundente dos agentes educacionais.
Em resposta a esses desafios que permanecem, algumas políticas,
diretrizes e ações do governo federal delineiam um cenário de
possibilidades que evidenciam para uma efetiva política pública nacional
para a educação básica comprometida com as múltiplas necessidades
sociais e culturais da população brasileira. Nesse sentido, situam-se o Plano
Nacional de Educação (Lei nº. 10.172/2001), a aprovação e implantação do
FUNDEB (Lei 11.494/2007) e a formulação e implementação do Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE). (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,
2009).
Tem-se, pois, dessa forma uma oportunidade histórica de redução da
desigualdade educacional, a partir da decisão política de inserir a educação na
agenda prioritária do governo federal, exatamente no momento em que se discute
no Congresso Nacional e obrigatoriedade da conclusão do Ensino Médio a todas as
famílias brasileiras, pauta geradora de muita polêmica.
Por sua vez, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN, Lei
9394/1996) o Ensino Médio passou a ter uma identidade própria, a se
configurar como etapa final da educação básica e teve assegurada a
possibilidade de se integrar com a profissionalização, ao prever que “o
Ensino Médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
para o exercício de profissões técnicas” (LDB, art. 36). Essa outra parte, a
definição da modalidade da “educação profissional”, apresentada na LDBEN
(art. 39 a 42 da LDB) não pode significar a afirmação e consolidação do
2
As pesquisas encaminhadas aos estabelecimentos de ensino de Curitiba constituem o espectro
amplo de investigação, uma vez que atingiram a totalidade dos alunos concluintes do Ensino Médio
na capital do estado, devidamente identificados pela Seed por intermédio do Núcleo de Educação
de Curitiba, confirmaram tal defesa por apresentarem uma confrontação com os números oficiais
que denotam a evasão, o desestímulo e a concreta não-ocupação das vagas existentes nas
universidades públicas.
36
dualismo estrutural que marca a educação brasileira. [...] O Decreto nº
2208/97 reforçava essa visão dual que vem sendo superada na formulação
e condução das políticas de educação básica e da educação profissional e
tecnológica do Ministério da Educação e que tem na publicação do Decreto
nº 5154/2004 um marco importante na medida em que este decreto revogou
a obrigatoriedade da separação entre o Ensino Médio e a educação
profissional técnica de nível médio e delegou as formas de articulação entre
a educação profissional (integrada, concomitante e subseqüente) e o Ensino
Médio para a decisão das redes e instituições escolares. Porém, muito
por se realizar, especialmente no sentido de se alcançar a universalização
de um Ensino Médio de qualidade, que tem sua identidade definida em suas
múltiplas determinações sócio-culturais, pedagógicas e político-econômicas.
Isso implica garantir um Ensino Médio comprometido com os sujeitos que
lhe conferem sentido: educadores e estudantes (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2009).
Qualquer agente governamental sabe que a educação possui uma função
estratégica e deve ser tomada como uma questão de relevância nacional e, por isso
exige a consolidação do Sistema Nacional de Educação que possa restabelecer a
responsabilidade dos entes federativos, bem como viabilizar que a União, e em
regime de colaboração realize sua função de “coordenação da política nacional de
educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa,
redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais”, como
preconiza a LDB em seu artigo oitavo (BRASIL, 1996).
Nessa perspectiva, a pesquisa aponta também em direção à proposta de
uma ação interministerial que enfatize na educação brasileira, em sintonia com o seu
quadro atual, estratégias para o Ensino Médio que apresentem resultados para
educação brasileira, assim como o anúncio feito pelos atuais Ministros da Educação
Fernando Addad e o Ministro Extraordinário de Assuntos Estratégicos, Mangabeira
Unger, ambos representantes do Governo Lula, com os objetivos, segundo eles: de
estabelecer uma política de médio e longo prazo para consolidar, no ponto de vista
quantitativo e qualitativo, o Ensino Médio no Brasil por meio:
a) reestruturar o modelo pedagógico desta etapa da educação básica que
colabore na superação do dualismo entre o ensino propedêutico e
profissional;
b) expandir a oferta de matriculas da rede de escolas médias federais para
um patamar entre 10% das matrículas totais desta etapa da educação
básica.
O Programa Eureka demonstra uma sintonia com a Declaração Universal
dos Direitos Humanos de 1948 (UNITED NATIONS INFORMATION CENTRE,
37
2010), que de longa data anunciava que “todos os seres humanos nascem livres e
iguais em dignidade e direitos”. Exatamente por isso a educação, por meio da
escolarização, consolidou-se nas sociedades modernas como um direito formal dos
povos, ainda que não tenha sido historicamente universalizada e assegurada a
todos os indivíduos, o que se comprova pelos índices governamentais de
analfabetismo, no caso do Brasil, divulgados pelo IBGE Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística.
Mais uma vez entendemos, de acordo com os estudiosos do MEC, que a
educação foi concebida como forma de socializar as pessoas de acordo com valores
e padrões culturais e ético-morais da sociedade e meio de difundir de forma
sistemática os conhecimentos científicos construídos pela humanidade, o direito a
ela consta como condição necessária para o exercício da cidadania e para a
participação na vida produtiva do país, uma vez que MEC, Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República.
Já no final do século XX a Conferência Mundial sobre Educação para Todos
(1990) relembrou que a educação é um direito fundamental de todos,
mulheres e homens, de todas as idades, no mundo inteiro. Reconheceu que
a educação é de importância fundamental para o desenvolvimento pessoal
e social. A Cúpula Mundial de Educação (2000) acolheu os compromissos
pela educação básica feitos pela comunidade internacional ao longo dos
anos 90, especialmente na Cúpula Mundial pelas Crianças (1990), na
Conferência do Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992), na Conferência
Mundial de Direitos Humanos (1993), na Conferência Mundial sobre
Necessidades Especiais da Educação: Acesso e Qualidade (1994), na
Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social (1995), na Quarta
Conferência Mundial da Mulher (1995), no Encontro Intermediário do Fórum
Consultivo Internacional de Educação para Todos (1996), na Conferência
Internacional de Educação de Adultos (1997) e na Conferência Internacional
sobre o Trabalho Infantil (1997). [...] Também em 2000, as "8 Metas do
Milênio" foram aprovadas por 191 países da ONU. Os países, inclusive o
Brasil, se comprometeram a cumprir o objetivo pela Educação Básica de
qualidade para todos (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008, p. 4).
A presença e a conclusão do Ensino Médio e o conseqüente progresso na
formação intelectual passam inequivocamente pelo ingresso no Ensino Superior, é o
que se deseja por meio de um programa educativo, conforme informou a SEED do
MEC que recebeu em 2007 o projeto de implantação e fundamentação do Programa
Eureka, rejeitando-o por conta das suas premissas quanto à educação e às
tecnologias.
Em relação à educação, a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988)
reconheceu explicitamente no artigo 205, a educação como um direito de todos,
38
consagrando, assim, a sua universalidade. Duarte (2007, p. 20) enfatiza que a
Constituição Federal reconhece, em seu artigo sexto, a educação como um direito
fundamental de natureza social. Trata-se de uma dimensão que ultrapassa
interesses meramente individuais e, embora represente uma forma de inserção no
mundo da cultura e mesmo um bem individual, caracteriza-se como um bem comum
compondo o conjunto dos direitos sociais, em acordo com o MEC, Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República em seu texto disponível no site
do MEC para consulta, análise e questionamentos no canal de acesso do ministério.
A partir da Constituição Federal, a Lei 9.394/96 Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB) apresenta a organização da educação
brasileira está constituída em duas etapas: educação básica (educação
infantil, Ensino Fundamental e médio) e educação superior. A educação
básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. [...] A LDB, ao
localizar que o Ensino Médio é a etapa final da Educação Básica (art. 35),
define esta etapa como a conclusão de um período de escolarização de
caráter geral. Trata-se de reconhecê-lo como parte de uma etapa da
escolarização que tem por finalidade o desenvolvimento do indivíduo,
assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania, fornecendo-lhe os meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores (art. 22). (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008, p. 5).
Nesse sentido, a legislação passa a compreender que no processo de
escolarização a Educação Básica deve oferecer os meios para a construção da
trajetória do cidadão, incorporando ainda que o cumprindo de imediato uma
nova compreensão sobre as responsabilidades públicas do estado que reconhece,
além do Ensino Fundamental, a Educação Infantil como a primeira etapa da
educação institucionalizada, e o Ensino Médio, por sua vez, como encerramento do
ciclo desta educação compreendida como básica para a plena formação do cidadão
no sentido dado por Saviani (2000, p. 42).
Portanto, a educação integral do homem, a qual deve cobrir todo o período
da educação básica que vai do nascimento, com as creches, passa pela
educação infantil, o Ensino Fundamental e se completa com a conclusão do
Ensino Médio por volta dos dezessete anos, é uma educação de caráter
desinteressado que, além do conhecimento da natureza e da cultura
envolve as formas estéticas, a apreciação das coisas e das pessoas pelo
que elas são em si mesmas, sem outro objetivo senão o de relacionar-se
com elas.
39
Entretanto, se por um lado, a LDB de 1996 (BRASIL, 1996) avançou no
entendimento do Ensino Médio como etapa de educação básica, por outro, permitiu
que uma interpretação levasse à regulamentação, com o decreto 2.208/97 (BRASIL,
1997), da obrigatoriedade da separação do Ensino Médio da Educação Profissional.
Na prática, isto significou o fortalecimento do dualismo e a consolidação de uma
educação média com duas vertentes: uma relativa ao Ensino Médio “acadêmico”
destituído da realidade do trabalho e, outra, ao ensino técnico, que mesmo
legalmente separado, mantinha a articulação com o Ensino Médio.
Do ponto de vista da legislação se sabe que mais de dez anos a LDB
(BRASIL, 1996) por intermédio da revogação do Decreto Federal 2.208/97 (BRASIL,
1997) do Governo Federal (Decreto 5.151/04) a sociedade brasileira, ainda, não foi
capaz de dotar o Ensino Médio de uma identidade que supere a dualidade histórica
que tem prevalecido nesta etapa, tão pouco conseguiu superar o quadro de elevada
desigualdade educacional e social.
O Ensino Médio é a etapa final da educação básica, segundo a LDB por
intermédio da revogação do Decreto 2.208/97 (Decreto 5.151/04) em que suas
funções são consolidar e aprofundar a formação geral do educando, preparando-o
para o trabalho e para a cidadania. Neste sentido, deve oferecer-lhe condições para
uma formação ética e intelectualmente autônoma, além de o capacitar para
compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos. No
conjunto, convenhamos, não se trata de uma tarefa fácil, nem mesmo exclusiva da
escola e por conta dessa reflexão se insere o Programa Eureka apresentando por
intermédio dos meios de comunicação com destaque para a televisão, programas
que tratam dos assuntos pertinentes ao vestibular.
Por exemplo, caberia não apenas compreender Ciências, Letras e Artes,
mas, precisamente seu significado, além de desenvolver competências
comunicativas intimamente associadas à argumentação e à interpretação que estão
em consonância com as habilidades e competências divulgadas pelo INEP
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira www.inep.gov.br/enem
em abril de 2009. Ademais, sendo a formação geral o objetivo e a condição anterior
até mesmo ao ensino profissionalizante, o Ensino Médio tornar-se-ia a etapa final de
uma educação de caráter geral, na qual antes se desenvolvem competências do que
se memorizam conteúdos.
40
Sobretudo quando se observa o que ocorre com os estudantes em sua
formação até a conclusão do Ensino Médio, o desfecho do ensino básico, que é
elementar na formação intelectual de um ser humano com “horizontes” formacionais
que se estendam pela escolarização.
Conforme o progresso na consecução dos estudos foi significativo em dez
anos, mas a meta de universalização ainda deve levar 30 anos para ser
atingida, com destaque para o Estado do Rio de Janeiro, no qual se
identificou que apesar dos avanços registrados nos últimos dez anos, quase
dois terços dos jovens de 18 a 24 anos no Brasil ingressam no mercado de
trabalho sem ter concluído o Ensino Médio. Segundo a Síntese de
Indicadores Sociais, divulgada no dia 15 de outubro de 2009 pelo IBGE, o
percentual de brasileiros nesta faixa que havia, pelo menos, concluído o
nível médio foi de 37% em 2008 (FOLHAPRESS, 2009).
Essa informação permite uma reflexão que olha para trás no sentido da
análise do espectro educacional, reconhecendo que o avanço foi significativo, pois o
índice de alunos que concluíam o Ensino Médio estava em 18% na década de 1998,
dobrando em um período de dez anos. E agora em 2009, 36% de acordo com o
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contudo, apesar da melhoria,
o Brasil ainda está distante do padrão de países desenvolvidos, tendo avançado em
ritmo menor em relação a algumas nações.
Para o economista Fernando Veloso, do Ibmec/RJ (apud FOLHAPRESS,
2009) a meta de ter 100% dos jovens com o Ensino Médio completo está distante
de ser atingida até por países ricos. No atual ritmo, o Brasil atingirá daqui a 30
anos, diz Veloso, o nível atual de escolaridade e acesso ao Ensino Médio do Chile.
O economista afirmou que o Brasil poderia ter objetivos mais realistas,
inspirados em países de perfil parecido, como no caso chileno, onde, segundo a
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 64% da
população de 25 a 34 anos tem nível médio completo. O Brasil, trabalhando com
esse mesmo recorte de idade, tem 26 pontos a menos. “Todos os países têm
melhorado. A questão é ver a velocidade. Os dados da OCDE mostram que,
comparando duas gerações num mesmo país, nosso progresso ainda é menor, por
exemplo, que o de Coreia, Irlanda, Chile, Grécia e Portugal, afirma Veloso.
Por sua vez, o técnico Célio da Cunha (apud FOLHAPRESS, 2009),
consultor em educação da Unesco no Brasil, atesta que os dados do IBGE
ressaltam a urgência de ampliar a obrigatoriedade de frequentar a escola até o
Ensino Médio. Hoje, a Constituição considera como obrigatória a matrícula no
41
Ensino Fundamental. A Irlanda, 20 anos, tomou a decisão de universalizar o
Ensino Médio. Com o processo de globalização, as exigências de qualificação o
cada vez maiores. O Brasil deve se esforçar para também estabelecer como mínimo
o nível médio, declarou Cunha (apud FOLHAPRESS, 2009).
Segundo a representante do órgão, Ana Lúcia Sabóia (apud FOLHAPRESS,
2009), gerente do IBGE, as principais dificuldades de universalizar o Ensino Médio
são a complexidade que ele demanda (mais professores, equipamentos, entre
outros) e o fato de ser, no Brasil, exclusivamente competência dos estados o
fundamental é atribuição das prefeituras.
Outros dados relativos à educação na pesquisa divulgada pelo Instituto
seguem a mesma tendência de melhoria, mas ainda num patamar distante do ideal.
Na faixa etária de quinze a dezessete anos, em que o jovem deveria estar
cursando o Ensino Médio se não houvesse atraso em sua trajetória escola, 51%
estavam no nível adequado para sua idade. Em 1998, a proporção era de 30%.
Neste indicador, como em outros, a desigualdade é significativa.
Considerando apenas jovens de quinze a dezessete anos que estavam entre os
20% mais pobres da população, a proporção de frequência ao Ensino Médio era de
31%, o que significa que 69% ou estavam ainda no Ensino Fundamental ou
haviam abandonado os estudos.
Outro fato relevante desse levantamento aponta que entre os 20% mais
ricos, a proporção dos jovens no nível médio chegou a 78%.
Ainda o IBGE, por meio de seus indicadores divulgados pelo referido meio
de comunicação impressa, que 8% das crianças de nove anos de idade ainda o
haviam sido alfabetizadas, ressaltando que no Nordeste essa proporção chegava a
16%, de acordo com os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. A comparação das taxas de alfabetização por idade mostra que a
maioria dessas crianças acaba aprendendo a ler e escrever mais tarde, que aos
quatorze anos o número de analfabetos é de apenas 1%. Uma alfabetização tardia,
no entanto, prejudica o desempenho em todas as disciplinas, e não apenas na
alfabetização.
O Ensino Médio é apontado por educadores como principal gargalo da
educação brasileira. Apesar de esforços, como a tentativa de organizar um
novo currículo, em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE),
falta vontade política para fazer com que os jovens se sintam atraídos pela
escola, na opinião do presidente da Câmara de Educação Básica do CNE,
42
Cesar Callegari [...] Ele ressalta vários desafios que vão desde a questão
econômica até o enfoque que é dado para o Ensino Médio brasileiro. “Os
jovens são chamados a contribuir na renda familiar e a nossa escola atual é
constituída para a continuidade dos estudos e não com caráter de aplicação
no mercado de trabalho”, diz. [...] Callegari cita o sistema de ensino dos
Estados Unidos, onde ofícios como marcenaria e eletricidade são ensinados
aos adolescentes. Ele reconhece o esforço do governo federal e alguns
estados em ampliar a rede de ensino profissionalizante, mas diz que o ritmo
é insuficiente pela demanda dos jovens brasileiros. “Sem contar que a
escola generalista é de péssima qualidade (DUARTE, 2009).
O governo federal está apreciando um projeto que tramitou no Senado
Federal, especificamente na Comissão de Constituição e Justiça em 2009. Esse
Projeto de lei determina a obrigatoriedade do ensino médio a todos os brasileiros em
seus período etário de escolarização, tornando o Ensino Médio obrigatório em todo o
Brasil. A ideia é garantir acesso a todos os jovens brasileiros, o que para a doutora
em Educação e superintendente do Instituto Unibanco Wanda Engel (apud
DUARTE, 2009), garantir o acesso o é a solução. “Enquanto o Ensino Médio
não virar prioridade, os números da evasão dificilmente vão reduzir. Falo de um
ensino que no futuro determinará se um jovem brasileiro será ou não pobre”.
Como ratificação do quadro do Ensino Médio do país, a pesquisa apresenta
o seguinte dado iconográfico publicado no jornal Gazeta do Povo (FOLHAPRESS,
2009).
43
GRÁFICO 1 CONCLUSÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
Fonte: FOLHAPRESS, 2009.
Diante desse quadro construído na problematização de informações, aponta-
se que o estudante inicia seu período de estudos, porém por várias razões ele o
abandona. Nessa direção, a presente pesquisa pretende investigar se o Programa
Eureka contribui, ao menos do ponto de vista local Curitiba, capital do estado do
Paraná, na específica escolarização dos estudantes, em especial daqueles que
serão alvo prático desse estudo. Pretende, ainda, identificar se a interação dos
alunos com a mídia eletrônica, por meio do programa Eureka, possibilita a
apreensão de informações e conteúdos, bem como na produção de técnicas
próprias que o auxiliem diretamente a aprimorar a sua metodologia de estudos com
vistas ao almejado êxito para o acesso ao Ensino Superior.
44
2.5 A IMPLANTAÇÃO DO ENEM
Segundo o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira
(Inep, 2009), o ENEM Exame Nacional do Ensino Médio - foi criado em 1998
durante a gestão do ministro da educação Paulo Renato Souza, no governo
Fernando Henrique Cardoso. Esse exame teve por princípio avaliar anualmente o
aprendizado dos alunos do Ensino Médio em todo o país, objetivando auxiliar o MEC
na elaboração de políticas pontuais e estruturais de melhoria do ensino brasileiro
através dos PCNs do Ensino Médio e Fundamental, promovendo alterações nos
mesmos, conforme indicasse o cruzamento de dados e pesquisas desses resultados
do ENEM. Foi a primeira iniciativa de avaliação geral do sistema de ensino
implantado no Brasil, segundo o Ministério da Educação do Brasil.
O primeiro modelo de prova do ENEM, utilizado entre 1998 e 2008, tinha 63
questões aplicadas em um dia de prova. Por sua vez a testagem denominada como
Novo ENEM teve de ser cancelada poucos dias antes de sua realização em virtude
do furto dos cadernos de prova e o vazamento de seu conteúdo conforme a
imprensa nacional repercutiu, revelando a fragilidade na segurança de todo o
processo.
Neste mesmo ano de 2009, o ministro da educação, Fernando Haddad,
apresentou a proposta de unificar o vestibular das universidades federais. Para
tanto, utilizou esse novo modelo de prova para o ENEM - o citado Novo ENEM -, e a
remodelação da prova, ao ser estendida para 180 questões, foi organizada nas
áreas estipuladas pelo instituto Anísio Teixeira, INEP.
O MEC argumentou à época que o vestibular tradicional nos moldes que se
apresenta desfavorece candidatos que não podem se locomover pelo território.
Assim, um jovem que queira prestar medicina e tenha problemas financeiros,
dificilmente poderá participar de processos seletivos de diferentes faculdades e
terá suas chances de aprovação diminuídas. Por outro lado, as federais localizadas
em Estados menores ficam restritas aos candidatos de suas regiões.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2007
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2007), de todos os
estudantes matriculados no primeiro ano do Ensino Superior, apenas 0,04% residem
no estado onde estudam menos de um ano. Isso significa que é muito baixa a
mobilidade entre estudantes nas diferentes unidades da Federação. Nos Estados
45
Unidos da América, 19,2% dos alunos mudam de estado para cursar a universidade
(university) ou o curso semi-superior chamado college”.
A pasta diz que poderá aumentar as verbas para assistência acadêmica das
universidades, para que candidatos de diferentes estados possam se manter
estudando. Além disso, o MEC afirma que um exame nacional unificado,
desenvolvido com base em habilidades e conteúdos mais relevantes, passaria a ser
importante para definir a política educacional e o próprio conteúdo ministrado no
Ensino Médio.
Devido a fortes suspeitas de vazamento da prova, que teve cadernos
furtados em uma das gráficas que a produziu, o exame que estava planejado para
ser realizado em outubro de 2009 foi adiado. Segundo especialistas e técnicos do
MEC, houve falta de planejamento e pressa na implantação do novo ENEM, visando
dividendos políticos em ano pré-eleitoral. O novo ENEM passará a ter 180 questões
aplicadas em dois dias de prova, de acordo com o gestor da prova INEP Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira.
Com as datas remarcadas para 5 e 6 de dezembro de 2009, do total de 4,1
milhões de inscritos 37,7% abstiveram-se de realizar as provas no primeiro dia.
Outro diferencial do ENEM 2009 é a adoção da Teoria de Resposta ao Item na
formulação da prova, o que permitirá que as notas obtidas em edições diferentes do
exame sejam comparadas e até mesmo utilizadas para ingresso nas IES.
A nota do ENEM pode ser utilizada como acesso ao Ensino Superior em
universidades brasileiras que aderiram ao ENEM como forma única ou parcial de
seleção. Cada universidade tem autonomia para aderir ao Novo Enem conforme
julgue melhor. Nos mesmos moldes do Programa Universidade para Todos (ProUni),
conforme o endereço eletrônico do MEC:
Programa Universidade para Todos tem como finalidade a concessão de
bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação e
sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação
superior. Criado pelo Governo Federal em 2004 e institucionalizado pela
Lei 11.096, em 13 de janeiro de 2005, oferece, em contrapartida,
isenção de alguns tributos àquelas instituições de ensino que aderem ao
Programa. (www.mec.gov.br)
Esse programa é dirigido aos estudantes egressos do Ensino Médio da
rede pública ou das instituições particulares na condição de bolsistas integrais, com
renda per capita familiar máxima de três salários mínimos. O ProUni conta com um
46
sistema de seleção informatizado e impessoal, que confere transparência e
segurança ao processo, segundo o MEC. No entanto, em 2010 a imprensa nacional
denunciou casos como o da UNINGÁ Unidade de Ensino Superior Ingá, causando
grande repercussão por conta do favorecimento a três estudantes do curso da
medicina dessa faculdade.
Apesar desse e de outros fatos observados como menores pelo MEC, os
candidatos são selecionados pelas notas obtidas no ENEM na tentativa de conjugar
inclusão à qualidade e mérito dos estudantes com melhor desempenho. O ProUni,
implementado pelo Governo Federal, tem como pressuposto favorecer aos
estudantes menos afortunados e não aprovados no Ensino Superior público, vagas
custeadas parcial ou integralmente em instituições privadas do ensino superior.
Outro programa de inserção dos estudantes no Ensino Superior é o SiSU
Sistema de Seleção Unificado - decorrente do Novo ENEM e efetivado totalmente
online usa a nota desse exame obtida pelos estudantes. Tal nota permite ao
estudante a escolha dos cursos e das respectivas vagas entre as IES participantes
que utilizarão o ENEM como única forma de ingresso. A designação dessas
Universidades é alterada continuamente e as proponentes, ou seja, as que aderiram
são publicizadas no site www.enem.inep.gov.br.
Além do ProUni (2004) e mais recentemente do SiSu (2009), no segundo
semestre de 2009 foi divulgado no site do MEC mais um desdobramento do ENEM.
Dessa forma, de acordo com o Ministério da Educação, a realização do ENEM e a
obtenção de uma pontuação mínima requerida, bem como a exigência de idade
servirão como certificação de conclusão do Ensino Médio:
Os resultados do Enem 2010 podem ser utilizados para fins de certificação
em nível de conclusão de ensino médio, a critério das Secretarias de
Educação e aos Institutos/Centros Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia definir os procedimentos para certificação no nível de conclusão
com base nos resultados do Enem 2010. Para obter essa certificação os
candidatos devem: ter 18 (dezoito) anos completos até a data da realização
da primeira prova do Enem 2010; ter atingido o mínimo de 400 pontos em
cada uma das quatro provas áreas do Enem; ter atingido o mínimo de 500
pontos na redação. (www.mec.gov.br)
Segundo o governo federal, os resultados do ENEM são utilizados como
indicativo para avaliar a qualidade geral do Ensino dio e orientam as políticas
educacionais do Brasil. No entanto, os dados obtidos através dos números
divulgados por essas avaliações anuais têm mostrado, por exemplo, a distância
47
entre o nível do ensino público e o particular. Mesmo numa prova que avalia
habilidades e competências, em detrimento do modelo dos vestibulares no qual
ainda predomina a memorização de conteúdos, o que invariavelmente demonstra a
diferença de notas entre alunos de um e outro sistema de ensino que se configura
em 62% quanto à disparidade nas notas em 2005. Como se houvesse uma
“barreira” estatística entre as instituições públicas e as privadas.
O ENEM é um exame diferenciado dos vestibulares tradicionais aplicados
pelas próprias universidades, pois de acordo com o MEC, os eixos teóricos que
estruturam esse exame se apresentam em: competências e habilidades; situação-
problema como avaliação e como aprendizagem; propostas para pensar sobre
situações-problema a partir do ENEM e a interdisciplinaridade e contextualização.
Conforme a publicação Fundamentação Teórico-Metodológica do INEP, enviado
às escolas de Ensino Médio de todo o país em 2006 o entendimento que o MEC
apresenta de competência:
Competência como condição prévia do sujeito, herdada ou adquirida [...]
significa, muitas vezes, o que se chama de talento, dom ou extrema
facilidade para alguma atividade.[...] É como se fosse uma condição prévia,
herdada ou apreendida. [...] Esse primeiro sentido de competência implica
uma idéia de dependência ou condição. Qualquer criança que nasça em
nosso país tem de adquirir competência para ler e escrever, caso contrário,
será excluída de muitas situações. [...] Essa primeira forma de competência
não significa apenas formas de aquisição, mas também pode se referir a
uma perda permanente ou transitória de competência. Por exemplo,
podemos perder ou diminuir nossa capacidade respiratória ou condição
para realizar certa tarefa. (2006, p.18)
Há, ainda, outras duas definições de competência apontadas pelo MEC,
citadas na Fundamentação Teórico-Metodológica do ENEM:
Competência como condição do objeto, independente do sujeito que o
utiliza.Refere-se à competência da máquina ou do objeto. Por exemplo, a
competência ou habilidade de um motorista não tem relação direta com a
potência de seu automóvel. O mesmo acontece com relação aos
computadores e seus usuários. Uma coisa é nossa condição de operar
certo programa. Outra é a potência do computador, sua velocidade de
processar informações, memória. (2006, p.18)
Competência relacional. Essa terceira competência é interdependente, ou
seja, não basta ser muito entendido em uma matéria, não basta possuir
objetos potentes e adequados, pois o importante aqui é “como esses
fatores interagem”. A competência relacional expressa esse jogo de
interações.[...] A sala de aula é um bom exemplo disso. Muito se pode e
deve fazer previamente: estudar, preparar e selecionar materiais, escrever
o texto ou definir o esquema a ser seguido. Mas outros fatores que
48
podem e devem ser definidos no momento da aula, em função de outros
que não se podem antecipar, justamente porque são construídos no jogo
das interações entre o professor, seus alunos e os materiais de
ensino.(2006, p. 19)
No que se refere à habilidade, o MEC apresenta o conceito relacionado com
as competências:
A diferença entre competência e habilidade, em uma primeira aproximação,
depende do recorte. Resolver problemas, por exemplo, é uma competência
que supõe o domínio de várias habilidades. Calcular, ler, interpretar, tomar
decisões, responder por escrito, etc., são exemplos de habilidades
requeridas para a solução de problemas de aritmética. Mas, se saímos do
contexto de problema e se consideramos a complexidade envolvida no
desenvolvimento de cada uma dessas habilidades, podemos valorizá-las
como competências que, por sua vez, requerem outras tantas
habilidades.(2006, p. 19)
A definição de situação-problema se apresenta da seguinte forma:
Uma situação-problema, em um contexto de avaliação, define-se por uma
questão que coloca um problema, ou seja, faz uma pergunta e oferece
alternativas, das quais apenas uma corresponde ao que é certo quanto ao
que foi enunciado. Para isso, a pessoa deve analisar o conteúdo proposto
na situação-problema e recorrendo às habilidades (ler, comparar,
interpretar, etc.) decidir sobre a alternativa que melhor expressa o que foi
proposto. (2006, p. 30)
Quanto ao conceito de interdisciplinaridade:
A interdisciplinaridade é hoje uma palavra-chave para a organização
escolar. O que se busca com isso é, de modo geral, o estabelecimento de
uma intercomunicação efetiva entre as disciplinas, por meio do
enriquecimento das relações entre elas. Almeja-se, no limite, a composição
de um objeto comum, por meio dos objetos particulares de cada uma das
disciplinas componentes. (2006, p. 49)
O atual modelo de prova do ENEM, realizado em outubro de 2009, contou
com 180 questões e uma redação, embora tenha seguido as características do
anterior, apresentou questões de múltipla escolha com cinco alternativas que
contextualizaram as habilidades 120 e as competências 60 . Para evitar
fraudes, a prova é invariavelmente realizada em quatro versões identificadas por
cores (amarela, branca, rosa e azul). O que difere uma prova da outra é a ordem das
49
questões e alternativas. No entanto, as questões e textos das provas são os
idênticos.
Com o objetivo de avaliar competências e não informações, a prova não é
dividida em disciplinas. Também não é indicada a competência a ser avaliada em
cada questão, portanto as questões são colocadas em uma seqüência sem qualquer
tipo de agrupamento, uma vez que a Teoria da Resposta ao Item TRI é a forma
de ponderação das notas que o INEP estipulou para a aferição das competências e
habilidades defendidas pelo mesmo organismo educacional.
O ENEM se configurou em SiSU para o acesso a uma vaga nas IES públicas
que aderiram ao sistema parcial ou integralmente. Além dessa vertente, o ingresso
no Ensino Superior privado por conta do ProUni, depende exclusivamente da prova
do ENEM, bem como a certificação de conclusão do Ensino Médio aos que se
evadiram da escola.
O Eureka, a partir de seu segundo ano de veiculação na RTVE do Paraná
(2006), inseriu em sua pauta uma série voltada ao ENEM. A série composta por 8
programas ao longo de 2 meses que antecedem ao Exame Nacional do Ensino
Médio se constitui nas 4 áreas do conhecimento, conforme divisão apresentada pelo
INEP: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias;
Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
O formato do programa se caracteriza nos seguintes aspectos: mesa-
redonda com 1 apresentador e 4 convidados em cada bloco; 1 hora e 30 minutos de
duração com três blocos de 27 minutos gravado em estúdio; uso da TV pen drive
como suporte para apresentação de material didático, desenvolvimento e resolução
de questões do ENEM e de temas pertinentes a estrutura do exame; participação de
alunos da rede estadual de ensino na platéia com a formulação de perguntas aos
professores convidados.
O programa é concebido e coordenado por dois docentes da Educação
Básica e do Ensino Superior com formão na área de Linguagens e em Pedagogia,
da mesma forma a produção dos conteúdos também é de responsabilidade desses
profissionais. A produção técnica, direção de imagens, iluminação, cenário e áudio
são de responsabilidade da equipe técnica da RTVE do Paraná, composta por
profissionais de comunicação que trabalham em conjunto com os coordenadores
pedagógicos.
50
Na sequencia dos 8 programas cada uma das 4 áreas referidas
anteriormente, agrupadas pelo INEP, são o tema específico de 1 programa . Dessa
forma, durante a série ENEM cada área é apresentada no Eureka duas vezes.
De acordo com o INEP a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
se configura pelos conhecimentos de Língua Portuguesa, de Literatura, de Arte e, a
partir de 2009 foram agregados, os conhecimentos de Educação Física e Língua
Estrangeira (Inglês ou Espanhol). A área de Ciências Humanas e suas Tecnologias
se compõe pelos conhecimentos de História, de Geografia, de Filosofia e de
Sociologia. A área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias se constitui pelos
conhecimentos de Física, de Química e de Biologia. A Matemática e suas
Tecnologias formam uma área separadamente.
Para a apresentação dos 8 programas Eureka da série ENEM o
convidados de 4 a 8 professores da Educação Básica e do Ensino Superior que
atuam nos conhecimentos das 4 áreas, respectivamente. Ao longo do programa os
professores orientam os telespectadores sobre: fontes de pesquisa e consulta de
temas relacionados ao ENEM; planejamento de estudos destinado ao exame;
abordam e desenvolvem questões de versões anteriores do ENEM; contextualizam
temas da atualidade de acordo com a Matriz de Referência para o ENEM divulgadas
no site do INEP.
Os alunos de escolas da rede estadual, presentes na platéia, participam do
programa e interagem com os professores fazendo perguntas. Em vários momentos
essas perguntas conduzem os comentários dos professores e possibilitam novos
desdobramentos nos temas que estão sendo desenvolvidos no programa.
Nas duas semanas que antecedem o exame são realizados os “aulões” do
ENEM. Tais “aulões” acontecem no auditório do Canal da Música com a participação
de 20 professores que destacam e pontuam os temas com maior probabilidade de
serem cobrados no exame, além de desenvolver questões e indicar modos de
resolvê-las. Os “aulões” priorizam a abordagem e a resolução de temas e questões
com a participação de 1 professor de cada uma das disciplinas contidas nas áreas
do conhecimento, ou seja, o objetivo é a interdisciplinaridade conforme a definão
proposta pelo INEP na Fundamentação Teórico-Metodológica citada anteriormente.
Os “aulões” são realizados aos sábados das 15h às 18h com transmissão ao
vivo pela RTVE do Paraná, canal 9 e alcance em todo o Estado e pela polarização
horizontal 1320 em todo o país. O auditório do Canal da Música com capacidade de
51
915 lugares é lotado com alunos de várias escolas da rede estadual. Os alunos
recebem um material de apoio com questões do ENEM de anos anteriores para
acompanharem ao programa.
A iniciativa construída pelo Eureka por meio dos aulões” se configura numa
ação de intervenção social, que o programa procurou aferir o desempenho dos
alunos paranaenses no exame e buscou uma forma de intervir nesse processo. Tal
ação tem como objetivo geral o apoio na escolarização dos concluintes ou egressos
do Ensino Médio para a obtenção de um melhor desempenho no ENEM,
consequentemente ampliando as oportunidades de acesso ao ensino superior
particular por meio do ProUni e do acesso ao ensino superior público pelo SiSU.
A Figura 1 apresenta os meros desse que é o maior exame avaliativo do
Ensino Médio no país. Analisando esse quadro, é possível compreender as
disparidades educacionais e o trabalho particularizado que o Programa Eureka
realiza em relação ao alunos do Estado do Paraná, repercutindo também para os
estudantes ou egressos de outras unidades federativas.
O Inep está divulgando pela primeira vez, nestes oito anos de história do
Enem, as médias regionais e por Unidades da Federação, tanto nas provas
objetivas quanto nas redações (ver tabelas abaixo). Entretanto, é importante
destacar que o Enem é um exame voluntário, ou seja, não constitui amostra
de uma população bem definida. Assim, a participação dos concluintes e
egressos do Ensino Médio pode variar entre as Unidades da Federação
exigindo, portanto, cautela nas comparações regionais. [...] Como está dito
na Portaria do Ministério da Educação n.º 438, de 28 de Maio de 1998, o
Enem foi criado para: [...]
I conferir ao cidadão parâmetro para auto-avaliação, com vistas à
continuidade de sua formação e à sua inserção no mercado de trabalho;
II criar referência nacional para os egressos de qualquer das modalidades
do Ensino Médio;
III fornecer subsídios às diferentes modalidades de acesso à educação
superior;
IV constituir-se em modalidade de acesso a cursos profissionalizantes
pós-médio; [...] ((INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS
ANÍSIO TEIXEIRA., 2009).
As figuras a seguir demonstram os resultados pormenorizados por instituição
de ensino, cidade e estado divulgados pelo MEC/INEP a partir de 2005.
52
FIGURA 1 SÍNTESE DOS RESULTADOS DO ENEM EM 2005
Fonte: O autor (2010) com dados do Inep.
Em 2006, o Gráfico 2 exposto traz a comparação entre as instituições de
ensino públicas e privadas de Curitiba, índices que serviram para nortear as
atividades do Programa Eureka no que concerne ao desenvolvimento e temáticas
mais apropriadas ao ENEM e também o enfoque maior à Produção de textos, ou
seja a Redação, conforme seus criadores e dirigentes no ato da consecução dessa
pesquisa.
Outro aspecto relevante nesse apontamento estatístico amplo é a
performance dos estudantes do Estado do Paraná quando confrontados com os
estudantes de outros estados, uma vez que o Programa Eureka prioriza a exposição
de conteúdos que tenham maior abrangência nesse estado.
53
GRÁFICO 2 RESULTADO GERAL ENEM, CURITIBA, PARANÁ EM 2006
Fonte: O autor (2010) com dados do Inep.
Em 2007, o Gráfico 3 aponta para médias similares no comparativo entre
escolas públicas e privadas, ressaltando a eficácia ilustrada pelas dias das
instituições da rede oficial de ensino.
Tais dados permitiram à produção do Programa Eureka em parceria já citada
junto ao DEB da SEED convidar alunos das escolas com os menores índices nessa
classificação para uma participação mais efetiva na assistência aos programas
semanais implementados pela coordenação de pauta do Programa Eureka. Essa
participação se com a presença, no estúdio, dos alunos dessas escolas que
atuam na gravação dos programas com perguntas aos professores convidados
sobre os conteúdos relativos à pauta determinada, conforme anexos, e também com
anotações da resolução de questões propostas nos exames vestibulares.
A presença desse público ocorre na representação de quarenta a cinqüenta
alunos que assentados e acompanhados por seus professores e diretores ouvem
uma exposição inicial acerca do que ocorrerá no programa. Essa explicação
pormenorizada é encaminhada pela coordenação pedagógica do Programa Eureka.
Em seguida os alunos e alunas participantes são instados a formular perguntas que
serão feitas pelos respectivos estudantes durante a consecução do programa. Desta
54
forma, a interação aluno-participante e o professor-convidado é imediata,
configurando-se de forma clara, mesmo que a resposta seja dada por todos os
convidados ocupantes da mesa de debates.
Se ainda restarem dúvidas sobre os assuntos discorridos, ao final do
programa ocorre um diálogo entre todos, assim como a interação dos professores da
escola convidada e dos professores especialistas que participaram do programa.
GRÁFICO 3 MÉDIAS DO ENEM EM 2007
Fonte: O autor (2010) com dados do Inep.
Quanto às instituições privadas de ensino de Curitiba, a coordenação do
Programa Eureka identificou alguns aspectos metodológicos das escolas
denominadas como confessionais, tais como o uso do livro-texto, a determinação de
um número aproximado de cinquenta alunos por turma dos concluintes do Ensino
55
Médio, a ênfase na divisão das disciplinas curriculares pelos professores
especialistas. Como exemplo a Física ministrada por três ou quatro docentes que
interagem em Mecânica, Óptica e Eletricidade. Isso também se dá na Química, na
Biologia, na Matemática, na História, na Geografia, na Língua Portuguesa e na
Matemática.
A resolução de questões dos últimos concursos vestibulares ou mesmo do
Novo ENEM, além dos simulados e dos aulões contribuem para o atingimento das
metas classificatórias nessas escolas. Sucesso que é compartilhado pelas escolas
federais como a UTFPR ou a IFPR e as denominadas militares, bem como pelas
instituições públicas com teste de seleção para ingresso, como o CEP.
Todas elas despontaram como as que obtiveram as melhores avaliações,
como se pode entender a partir da leitura do Gráfico 4.
GRÁFICO 4 MÉDIAS DO ENEM: QUESTÕES OBJETIVAS NAS INSTITUIÇÕES PARTICULARES
DE ENSINO EM 2007
Fonte: O autor (2010) com dados do Inep.
Nessa “linha do tempo” quanto à divulgação dos resultados pelo MEC/Inep,
os gráficos a seguir são os mais recentes quanto a índices e respectivas
56
performances dos estudantes em relação às escolas nas quais estão matriculados
ou estiveram matriculados. Os egressos também constam dos resultados. O Gráfico
5 revela os números das instituições privadas de ensino, que alcançaram índices
acima de 6,0, configurando-se na média para as instituições públicas do Estado do
Paraná.
Esse gráfico corrobora com o item do gráfico 3 no que concerne às escolas
confessionais como Bom Jesus, Santa Maria e Paranaense, apontando também
para a classificação menos contundente dos Cursos Pré-vestibulares com material
didático apostilado e mais de uma centena de alunos em cada sala de aula do
terceiro ano do Ensino dio, além da metodologia mais “divertida” no
desenvolvimento dos conteúdos programáticos escolhidos.
GRÁFICO 5 MÉDIAS DO ENEM 2008: QUESTÕES OBJETIVAS
Fonte: O autor (2010) com dados do Inep.
A partir do Gráfico 6 é possível verificar os conceitos auferidos pelos
estudantes da rede pública de ensino de Curitiba, com destaque para duas escolas
com classificação superior a 5,0 pontos e as demais com números inferiores a 5,0 o
57
que representa um objetivo a ser atingido pelo Programa Eureka no que se propõe
como instrumento de apoio à escolarização, sobretudo no acesso ao ensino superior
por intermédio do ENE. Daí, a parceria com o Departamento do Ensino Básico
(DEB) da SEED, que incentivará a participação dos alunos das escolas com os
menores percentuais de acertos nas provas.
GRÁFICO 6 MÉDIAS DO ENEM: QUESTÕES OBJETIVAS DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE
ENSINO EM 2008
Fonte: O autor (2010) com dados do Inep.
Neste último gráfico (GRÁFICO 7) demonstrativo as chamadas “médias com
correção estipuladas pelo Inep atestam a participação das escolas quanto ao seu
respectivo total de alunos, pois esta é a prerrogativa da correção.
58
GRÁFICO 7 MÉDIAS DO ENEM 2008: MÉDIA GERAL COM CORREÇÃO
Fonte: O autor (2010) com dados do Inep.
Por sua vez o MEC/INEP relacionou e mantém em seu sítio a Lista nacional
das melhores escolas no que concerne aos índices, destacando os resultados do
ENEM (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS ANÍSIO
TEIXEIRA,2009).
CLASSIF.
GERAL
ESCOLA
Local
TIPO
NOTA
1
Colégio de São Bento
Rio de Janeiro
Particular
80,58
2
Colégio Bernoulli
Belo Horizonte
Particular
77,38
3
Colégio de Aplicação da UFV - Coluni
Viçosa,
Federal
76,66
4
Colégio Santo Antônio
Belo Horizonte
Particular
76,43
5
Colégio Industrial São Francisco de
Assis
Floriano, PI
Particular
76,34
6
Colégio WR
Goiânia
Particular
76,26
7
Colégio Santo Inácio
Rio de Janeiro
Particular
76,09
8
Colégio Eng. Juarez de Siqueira Britto
Wanderley
São José dos
Campos
Particular
76,02
9
Colégio Santo Agostinho
Rio de Janeiro
Particular
75,97
10
Colégio Vértice - Unidade II
São Paulo
Particular
75,97
11
Colégio Santo Inácio
Rio de Janeiro
Particular
75,92
12
Colégio Bandeirantes
São Paulo
Particular
75,86
13
Coleguium
Belo Horizonte
Particular
75,71
14
Colégio de Aplicação da UFPE
Recife
Federal
75,68
15
Instituto Dom Barreto
Teresina,
Particular
75,5
16
Escola Preparatória de Cadetes do Ar
Barbacena
Federal
75,3
17
Colégio de Aplicação da UFRJ
Rio de Janeiro
Federal
75,25
18
Colégio Etapa
Valinhos
Particular
75,23
19
Instituto de Aplicação Fernando R. da
Silveira (CAP/Uerj)
Rio de Janeiro
Estadual
75,11
20
Colégio Santo Agostinho - NL
Rio de Janeiro
Particular
74,71
QUADRO 1 LISTA NACIONAL DAS MELHORES ESCOLAS (2008)
Fonte: O autor (2010) com dados do Inep.
59
Em dezembro de 2009, realizou-se o Novo ENEM, porém o MEC/IINEP o
divulgou quaisquer dias até julho de 2010, sejam elas regionais, estaduais
municipais ou mesmo por estabelecimento de ensino público ou privado.
Praticamente no fechamento da presente pesquisa, no dia 19 de julho de 2010, foi
divulgado o resultado que será usado como SiSU em 2010 e portanto com maior
importância, sobretudo por que agora serve diretamente para o ingresso no Ensino
Superior se apresenta como conturbada.
Desta feita não foi diferente, dada a demora nessa informação pública dos
índices de cada instituição de ensino, bem como das minúcias que cercam a relação
da leitura dos dados, uma verdadeira investigação de postulados. Para os
matemáticos um desafio, isso sem mencionar a TRI Teoria de Resposta ao Item
que foi aplicada em questões ainda desconhecidas, conforme se mencionou
anteriormente.
Nesse sentido, a Redação, antes negligenciada por inúmeros por não ser
usada como somatório da nota na UFPR Universidade Federal do Paraná, agora
ganha um peso sobremaneira singular. Os dados da rede pública e da rede
particular de ensino corroboram essa afirmativa como se observa no Colégio
Estadual Rural Professor Estanislau Wrublewski de Cruz Machado.
Essa instituição obteve 467,5 na relação de resolução eficaz das questões
objetivas, porém no fechamento da sua nota, o resultado final foi de 565,60, o que
significa que esse colégio teve, com a Redação, um ganho de 98,1 pontos. E não é
uma exceção, pois a maioria das escolas também auferiu acréscimo.
Outro caso similar e consequente nessa análise é o da UTFPR Universidade
Tecnológica Federal do Paraná que obteve 709,3 nas questões objetivas e nos
dados finais para sua classificação como a 3ª. em todo o país e 1ª. no Estado do
Paraná 717,79. A instituição incorporou 8,49 pontos a mais, somente em virtude da
prova de Redação.
É a nova realidade que o Novo ENEM, com o respectivo trocadilho, no qual
fazer uma boa redação significa incrementar sua pontuação e literalmente disputar
uma vaga pelo processo SiSU que é a classificação do ENEM para o acesso ao
Ensino Superior.
Para tanto, o Programa Eureka procura elencar na série ENEM temas que
visam auxiliar os estudantes concluintes do Ensino Médio e egressos à
compreensão dos eixos teóricos que estruturam o ENEM, sobretudo no que
60
concerne às habilidades e às competências do ENEM, em especial na produção de
um texto que demonstre à banca corretora o mínimo desenvolvimento escrito com
as prerrogativas de uma argumentação estruturada atendendo aos aspectos
macroestruturais do INEP que balizam a correção da prova.
São eles, o domínio da norma culta, a compreensão da proposta redacional, a
seleção e organização de argumentos consistentes, a construção da argumentação
com base nos aspectos concretos e de autoridade argumentativa escolhidos e a
proposta de intervenção social que a temática aludiu.
2.6 A UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ E AS POLÍTICAS PÚBLICAS
As atuais políticas denominadas nacionalmente como afirmativas, com
destaque para as cotas raciais e sociais que em 2005 foram adotadas pela
Universidade Federal do Paraná, segundo seu histórico descritivo, transformando-se
em um momento decisivo da sua história. Foi neste ano que a instituição incorporou
o sistema de - políticas afirmativas , as cotas, uma ação propositiva que tinha como
objetivo dar mais oportunidades a negros e estudantes carentes advindos do
sistema público de ensino de cursarem a universidade pública.
Michelotto (2010, p.9), a partir da análise do texto “A questão da
Universidade” editada pela UNE em 1961, coloca:
Submetida a pressões como essas, a universidade, na sociedade
capitalista, é levada a apresentar estratégias de resposta, que podem
significar maior ou menor grau de investimento no caminho da
democratização do conhecimento. É preciso considerar que esse processo
redunda em avanços, recuos e pausas, rapidez e lentidão, conforme as
forças sociais em confronto em determinado local e momento histórico.
Enfrenta, também, o caráter contraditório do concreto social.
O primeiro vestibular com a adoção de cotas nesta instituição de ensino
superior ocorreu no fim do mesmo ano e, logo após a divulgação dos resultados,
dezenas de estudantes entraram com ações na Justiça contra a Universidade, de
61
acordo com os registros da universidade www.ufpr.br . Segundo a linha de
raciocínio da defesa desses alunos, o sistema fere um princípio constitucional, o de
que todos os cidadãos brasileiros são iguais e têm direito às mesmas oportunidades,
no caso, competirem de „igual para igual‟ por uma vaga na universidade pública.
Essa polêmica e a garantia de um percentual de vagas para os alunos da
“escola pública” motivaram ainda mais a coordenação do Programa Eureka que
passou a estabelecer como prioridade a parceria com a UFPR, pela qual
disponibiliza a maior parte dos seus programas, a ênfase dos seus conteúdos e as
informações sobre o meros de inscritos, a quantidade de vagas e os pormenores
que somente por intermédio dos meios de comunicação o estudante pode vir a
saber.
Os dados a seguir mostram os números do Ensino Médio na grande
Curitiba, especificando os alunos matriculados, a proporção de salas de aula, as
inscrições no concurso vestibular da UFPR em 2009, dados da própria universidade
através do seu Núcleo de Concursos e particularmente o índice de aprovações
ressalvando todo o Ensino Médio nos 28 municípios.
Em Curitiba 71.370 alunos matriculados em 2.266 salas de aula, o que
representa uma média de 31,40 em cada ambiente de aprendizagem. Na grande
Curitiba, tem como referencial o Núcleo da área metropolitana Norte: são 30.171
alunos em 980 turmas, o que representa uma média de 30,78 em cada ambiente de
aprendizagem:
a) Colombo: 8.582 alunos em 253 turmas, média de 33,92 em cada
ambiente de aprendizagem;
b) Pinhais: 6.299 alunos em 206 turmas, média de 30,57 em cada ambiente
de aprendizagem;
c) Almirante Tamandaré: 3.673 alunos em 117 turmas, média de 31,39 em
cada ambiente de aprendizagem;
d) Piraquara: 2.862 alunos em 89 turmas, média de 32,15 em cada
ambiente de aprendizagem;
e) Rio Branco do Sul: 2.088 alunos em 73 turmas, média de 28,60 em cada
ambiente de aprendizagem;
f) Campina Grande do Sul: 1.637 alunos em 53 turmas, média de 30,77 em
cada ambiente de aprendizagem;
62
g) Campo Magro: 1.156 alunos em 47 turmas, média de 24,45 em cada
ambiente de aprendizagem;
h) Doutor Ulysses: 1.102 alunos em 41 turmas, média de 26,87 em cada
ambiente de aprendizagem;
i) Quatro Barras: 967 alunos em 34 turmas, média de 28,44 em cada
ambiente de aprendizagem;
j) Cerro Azul: 676 alunos em 22 turmas, média de 30,72 alunos em cada
ambiente de aprendizagem;
k) Adrianópolis: 613 alunos em 23 turmas, média de 26,65 em cada
ambiente de aprendizagem;
l) Bocaiúva do Sul: 286 alunos em 14 turmas, média de 20,42 em cada
ambiente de aprendizagem;
m) Tunas do Paraná: 230 alunos em 8 turmas, média de 28,75 em cada
ambiente de aprendizagem.
Na grande Curitiba, observando o Núcleo da área metropolitana Sul são
33.590 alunos em 1.017 turmas, correspondendo a uma média de 33,02 em cada
ambiente de aprendizagem:
a) São José dos Pinhais: 10.756 alunos em 306 turmas, média de 35,15 em
cada ambiente de aprendizagem;
b) Araucária: 5.365 alunos em 161 turmas, média de 33,32 em cada
ambiente de aprendizagem;
c) Campo Largo: 5.000 alunos em 163 turmas, média de 30,67 em cada
ambiente de aprendizagem;
d) Fazenda Rio Grande: 3.781 alunos em 108 turmas,média de 35,00 em
cada ambiente de aprendizagem;
e) Lapa: 2.025 alunos em 64 turmas, média de 31,64 em cada ambiente de
aprendizagem;
f) Rio Negro: 1.676 alunos em 56 turmas, média de 29,92 em cada
ambiente de aprendizagem;
g) Mandirituba: 980 alunos em 29 turmas, média de 33,79 em cada
ambiente de aprendizagem;
h) Quitandinha: 960 alunos em 35 turmas, média de 27,42 em cada
ambiente de aprendizagem;
63
i) Pien: 639 alunos em 21 turmas, média de 30,42 em cada ambiente de
aprendizagem;
j) Tijucas do Sul: 620 alunos em 17 turmas, média de 36,47 em cada
ambiente de aprendizagem;
k) Balsa Nova: 590 alunos em 19 turmas, média de 31,05 em cada
ambiente de aprendizagem;
l) Contenda: 442 alunos em 15 turmas, média de 29,46 em cada ambiente
de aprendizagem;
m) Agudos do Sul: 402 alunos em 12 turmas, média de 33,66 em cada
ambiente de aprendizagem;
n) Campo do Tenente: 354 alunos em 11 turmas, média de 32,18 em cada
ambiente de aprendizagem;
No total geral são 28 cidades, sendo a capital Curitiba e as áreas
metropolitanas sul e norte, com 14 e 13 municípios, respectivamente. São 333
estabelecimentos de ensino, com 135.131 alunos matriculados no Ensino Médio em
4.263 salas de aula, com uma média de 31,69 alunos em cada ambiente de
aprendizagem.
Na UFPR 5.334 vagas em 82 cursos, porém apenas 36% são ocupadas
pelos alunos da rede pública, ou seja, 1.481 vagas, de acordo com os documentos
anualmente disponibilizados pela Universidade www.ufpr.br. Por sua vez, na
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), são 2.784 vagas em 74
cursos, porém apenas 50% são ocupadas pelos alunos da rede pública, ou seja,
1.392 vagas, conforme o histórico de cada concurso vestibular disponibilizado
também por essa Universidade no site www.utfpr.edu.br. Totalizando, temos 2.873
vagas públicas nas duas instituições.
Nesse sentido, se todos os alunos matriculados no Ensino Médio o
concluíssem, observa-se que apenas 2,12% desses alunos teriam a sua vaga na
rede pública federal.
Os índices das instituições públicas da grande Curitiba no último concurso
vestibular da UFPR/2010 ilustram um pouco disso. Foram 13.811 inscritos com
1.975 aprovações, ou seja, 14,3%.
Se esses dados forem analisados com relação ao total de matriculados no
Ensino Médio da rede pública, recebe-se a seguinte informação:
64
a) apenas 10,22% se inscreveram na UFPR, isso ao efetivar à soma dos
números das outras cidades do estado;
b) com 0,014% de aprovação na mais importante universidade paranaense;
Outros índices para reflexão, considerando-se os seis municípios com o
maior números de alunos matriculados:
a) São José dos Pinhais: 621 alunos inscritos no vestibular 2010, com 71
aprovações, que correspondem a 11,44%;
b) Colombo: 456 alunos inscritos no vestibular UFPR 2010, com 48,
10,52%;
c) Pinhais: 352 alunos inscritos no vestibular UFPR 2010, com 35
aprovações, 9,94%;
d) Araucária: 219 alunos inscritos no vestibular UFPR 2010, com 32
aprovações, 14,61%;
e) Campo Largo: 344 alunos inscritos no vestibular UFPR 2010, com 41
aprovações, 11,91%;
f) Almirante Tamandaré: 114 alunos inscritos no vestibular UFPR, com 6
aprovações, 5,26%;
Total de 2.106 alunos inscritos no concurso vestibular da UFPR 2010,
levando-se em conta os seis municípios com o maior índice de
escolas/alunos/turmas, com 233 aprovações, que correspondem a 11,06%.
O texto a seguir (FIGURA 2), da própria IES, UFPR, demonstra essas
informações que o regiamente discutidas nos programas de televisão Eureka,
conforme a pesquisa atestou ao examinar pautas e programas.
65
FIGURA 2 TEXTO DA UFPR SOBRE PROCESSO SELETIVO 2008-2009 (Parte 1)
Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, 2010.
66
FIGURA 3 TEXTO DA UFPR SOBRE PROCESSO SELETIVO 2008-2009 (Parte 2)
Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, 2010.
67
FIGURA 4 TEXTO DA UFPR SOBRE PROCESSO SELETIVO 2008-2009 (Parte 3)
Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, 2010.
68
Esses dados fornecidos pelo cleo de Concursos da UFPR nortearam a
pesquisa ampla dessa investigação, uma vez que as questões relativas às cotas,
aos cursos mais concorridos, bem como os inscritos da rede pública de ensino e a
sua respectiva aprovação permeiam todo o Programa Eureka em sua gênese,
conforme foi identificado.
Segundo Michelotto (2010, p. 8):
Um estudo sobre a democratização da universidade parte, em geral, da
constatação primeira de que ela vem sendo destinada, no correr de sua
história, a poucos indivíduos, motivo pelo qual é considerada elitista ou não
democrática.[...] ampliar o espaço da universidade, permitindo, entre outras
coisas, o ingresso de originários de todas as classes sociais, sempre tem
exigido duras e persistentes lutas.
Partindo do entendimento de democratização do acesso ao ensino superior
(MICHELOTTO 2010), citado na introdução da presente pesquisa, tem-se como eixo
norteador desse trabalho a análise sobre a inserção do Programa Eureka junto aos
concluintes e egressos do Ensino Médio e sua efetiva contribuão aos estudantes.
Busca-se, ainda, desvelar as características do Eureka que conjugadas ao
seu maior objetivo apoiar os alunos da rede pública ao ingresso no Ensino
Superior o tornam uma ação educomunicativa.
69
3 A TV PÚBLICA PARANAENSE E O PROGRAMA EUREKA
3.1 A INAUGURAÇÃO DA TV NO BRASIL E O INÍCIO DA TV EDUCATIVA
A década de 50 foi marcada pelo crescimento industrial, pelo
desenvolvimento urbano e por orientações políticas voltadas ao nacionalismo
econômico implantadas no segundo governo de Getúlio Vargas (1950 a 1954). O
período foi o cenário para a inauguração da TV em 18 de setembro de 1950.
De acordo com Mattos (2002, p. 51) o favoritismo político facilitou o
crescimento da televisão a partir de 1950 com a concessão de licenças para a
exploração dos canais, embora não houvesse um plano preestabelecido e tais
privilégios perdurassem ao longo de décadas na sociedade brasileira.
A partir da Constituição de 1988 (BRASIL, 1988) no que se refere à
Comunicação Social, as novas normas e diretrizes de concessão de emissoras de
rádio e televisão submetem o ato de outorga ou renovação da concessão à
aprovação do Congresso Nacional, retirando da Presidência da República o direito
de conceder e cassar a licença e a permissão para o funcionamento das emissoras
de rádio e televisão. No entanto, segundo Mattos (2002, p. 52) a nova Constituição
não conseguiu impedir que as concessões de retransmissoras mistas de TV fossem
transformadas em 1999 sendo distribuídas pelo governo José Sarney em
“microgeradoras regionais”. Assim, sem novas licitações, a partir de maio de 1999 o
controle passou aos atuais “proprietários”, uma vez que as mesmas não lhes foram
retiradas.
O impasse sobre as concessões das emissoras de dio e televisão
continuou em outros governos e em maio de 2000 foi assinado o Decreto n.º 3.541
(BRASIL, 2000). Tal decreto autoriza as retransmissoras de televisão educativa a se
transformarem em geradoras regionais, bem como as novas concessões passam a
ter como base o seu texto formativo adequado a cada realidade, ou regionalidade.
Dessa forma, é possível afirmar a continuidade do controle do Estado, em particular
de cada unidade federativa.
O papel das televisões educativas no Brasil, em particular no período
posterior à ditadura militar merece destaque, uma vez que José Sarney no exercício
da presidência da República transformou 180 retransmissoras de TVs educativas em
geradora locais, segundo Mattos (2002, p. 52), “as concessões gratuitas terão
70
validade por quinze anos. Os processos de concessão beneficiariam fundações
vinculadas a políticos, igrejas e grupos privados.
Tal procedimento governamental é discutido até hoje nos meios de
comunicação, polemizada ainda mais pelas disposições do governo Fernando
Henrique Cardoso, que orientado pelo seu ministro das comunicações, Sérgio Motta
ao afirmar que o procedimento do governo Sarney jamais se repetiria. Com o
transcorrer desse governo foi totalmente leda essa afirmação, uma vez que
trezentos pedidos de concessão de geradoras educativas na Secretaria Nacional de
Radiodifusão foram de uma forma direta e indireta atendidos.
Esse quadro apontou para o espectro do que representou a concessão
pública da televisão no Brasil. Por conta disso, segundo Mattos (2002), seis fases
compuseram o desenvolvimento da televisão no país. A fase elitista, a populista,
àquela que apresentou o desenvolvimento tecnológico, além das fases da transição
e expansão nacional, a da globalização e da TV paga, bem como a da convergência
e da qualidade digital.
Nesse contexto cabe ressaltar que as TVs educativas cumprem em todo
Brasil uma função heterogênea e nesse contexto a RTVE deixou de ser
exclusivamente uma retransmissora da TV Cultura de São Paulo, como ocorria até
2003, para encaminhar uma programação mais voltada à realidade dos paranaenses
no que concerne à cultura, educação e informações jornalísticas, entendendo a
premissa defendida por Pfromm Netto (apud FERNANDES, 2006, p. 05) que
asseverou assim: o ideal de TV educativa seria aquela que abrisse a todos os
brasileiros as comportas da inteligência e da cidadania e que estivesse a serviço do
engrandecimento do espírito”.
De acordo Liana Milanez (2007) em sua obra TVE Cenas de uma história,
nos idos de 1960 um registro da manchete da Revista PN Publicidade e
Negócios, que apontava para “o escândalo da TV Educativa no Brasil”, enfatizando o
descaso das autoridades constituídas quando da implementação das televisões
educativas. Essa problemática também se estendeu à emissora pública do Paraná,
sobretudo nos anos 90 e no “despertar” do século XXI, conforme a própria descrição
dos servidores da mesma.
No século passado, sobretudo a partir dos anos 1990 é possível observar
que o espaço reservado para a educação nos meios de comunicação tem crescido e
muito no que concerne ao que outrora se apresentava, inclusive é o que se observa
71
nas emissoras comerciais. Possivelmente como discorreu Sylvia Machado por conta
do ideal do MEC em colocar esse vculo, a televisão, como apoio no serviço de
melhoria da qualidade educacional.
Por conta desse ideal a TV Escola surgiu como o necessário incremento da
informação audiovisual, o que é indiscutivelmente salutar a todo o processo
educacional brasileiro. Mais ainda, a TV Cultura de São Paulo, especialmente
apresentou inúmeros programas referenciais de qualidade, sendo premiados
nacionalmente por sua produção, pois foram elaborados especialmente para a
educação e cultura, vistos, aliás, por milhares de crianças e despontando como
ícones de um movimento de escolarização valioso, mesmo que destoando por
inúmeras vezes do que se requer ou se preconiza como oficial, de acordo com os
meandros pedagógicos existentes.
Em tempo, a maior emissora comercial do país, a TV Globo passou a
investir diretamente com a adequação dos telecursos do primeiro e do segundo grau
e oportunamente com o Canal Futura oferecido no espo destinado a TV por
assinatura. Outros canais nessa modalidade de TV paga merecem um destaque
educacional, como exemplo o Discovery, o National Geographic e o History Channel,
todos coadjuvantes de uma nova oferta de programas televisivos de qualidade
informativa e formativa.
Com essa reflexão, Magaldi (2003, p. 112) assim declarou:
Acredito que mobilizar a televisão como recurso de aprendizagem faz
sentido e pode tornar-se um elemento realmente significativo no contexto
escolar, desde que fiquem bem compreendidos suas funções e seus limites
pedagógicos. E claro, desde que os professores interessados recebam uma
preparação consistente para fazê-lo. No entanto, trabalhando nesse campo,
convenci-me de que é necessário ir mais fundo: a TV precisa entrar nas
escolas e na formação dos professores não apenas como recurso, meio,
mas também e sobretudo como objeto de estudo
Tal alusão é perfeitamente identificável no campo de atuação das escolas
exatamente por que vem ao encontro da atuação docente e face dos meios de
comunicação, com destaque singular para a televisão e o seu papel de destaque
influente nos educandos, queiram ou não os educadores. Nesse campo de
resistência aos meios de comunicação, sobretudo à televisão, muito ainda pode ser
dito, embora inúmeras citações, artigos e teses estejam disponíveis para análises e
quaisquer “tipos” de considerações.
72
Por sua vez, a autora Rosa Fischer (2003, p. 109) enfatizou que:
assim, para a educação, torna-se fundamental discutir e pensar sobre o
quanto nós, professores, talvez saibamos muito pouco a respeito das
profundas transformações que têm ocorrido nos modos de aprender das
gerações mais jovens. Afinal, o que é para eles estar informado ou buscar
informação? De que modo seu gosto estético está sendo formado? O que
seus olhos buscam ver na TV, o que olham e o que dizem do que olham?
Que sonoridades lhes são familiares, aprendidas nos espaços da mídia? O
que lhes prazer nessas imagens midiáticas? Com que figuras ou
situações alunos e alunas se identificam mais acentuadamente? Que
modos de representar visualmente os objetos, os sentimentos, as relações
entre as pessoas são cotidianamente aprendidos a partir da linguagem da
televisão? De que modo vamos aprendendo a desejar este ou aquele
objeto, através das imagens e sons da TV? Que novos modos de narrar, de
contar histórias, aprendemos através da experiência diária com a TV?
Nesse contexto, o usar equipamentos em sala de aula” sempre foi algo
questionável por conta dos objetivos aos quais se pretendia atingir, bem como no
que concerne à disponibilidade de qualquer “instrumento de áudio e vídeo” nos
estabelecimentos de ensino. Poucas instituições podem oferecer um aparelho de TV
que tenha qualidade e que atenda à demanda, ou seja, o número de alunos
presentes na sala de aula, pois a TV seguia em um carrinho, isso quando não se
encaminhavam os estudantes às salas especiais, o que sempre compreendia um
deslocamento, ida e vinda do referido ambiente e o que se pretendia mostrar.
A autora Baccega (2003) e as autoras Rosa Maria (FISCHER, 2003) e Sylvia
Magaldi (2003) foram significativas na acepção representativa dessa imagem para o
meu trabalho de análise sobre um programa que se propõe educativo, informativo e
com resultados concretos em um momento singular da vida de cada estudante, que
é o do ingresso em um curso superior.
Valiosas contribuições sobre as mediações possíveis e a premissa do fruir e
pensar a educação também pela televisão. Nesse contexto, o texto de Mônica Fort
(2004, p. 61) apresentou essa premissa evocada por Ana Helena Reis, que
apresentou os resultado obtidos com a etapa qualitativa da pesquisa, o que ela
denominou os dez mandamentos (princípios) que norteariam um programa de TV de
qualidade na opinião dos pais. São eles:
a) ser atraente: um programa que fale a linguagem dos jovens, que tenha
sica, ação, competições, movimento e humor;
b) gerar curiosidade: mais do que transmitir informação, um programa de
qualidade deve gerar interesse por outras áreas como esporte, música,
73
cultura, entre outros. É importante que o programa desperte a
curiosidade gosto pelo saber;
c) confirmar valores: transmitir conceitos como: família, respeito ao
próximo, solidariedade, princípios éticos;
d) ter fantasia: estimular a brincadeira, a fantasia, fazer sonhar;
e) não ser apelativo: não banalizar a sexualidade e não usar um
vocabulário chulo. Mas, é também não explorar a desgraça alheia e o
ridículo, não incentivar o consumismo, não mostrar o consumo de drogas
e o comportamento violento como uma coisa normal;
f) gerar identificação: colocar personagens, temas e situações que tenham
a ver com essa geração. Para os pais é importante que seus filhos vejam
suas dúvidas, seus confrontos e anseios sendo discutidos nos
programas de televisão, que se identifiquem com as situações e
extraiam daí algum ensinamento;
g) mostrar a realidade: para os pais, é importante que o programa não
mostre um mundo que não existe, que não iluda ou falseie a realidade;
h) despertar o senso crítico: para os pais o programa de qualidade é aquele
que leva o jovem a refletir e dá espaço para ele pensar e montar uma
visão crítica;
i) incentivar a auto-estima: respeitar e valorizar as diferenças, não
transmitir o preconceito e a discriminação através de estereótipos;
j) preparar para a vida: abrir os horizontes, mostrar opções de vida que
ajudem o jovem a escolher seu direcionamento.
É um contexto que permite observar se o Programa Eureka, em sua gênese,
observou o que se preconiza em um programa televisivo de qualidade, voltado para
uma televisão que desenvolve e que caracteriza sua própria capacidade como meio
de comunicação de massa, isto é o “poder” de captar a vida, suas rotinas e
surpresas, […] ao mesmo tempo em que expressa uma estética própria mediante a
permanente experimentação de suas linguagens e expressividade (MARTIN-
BARBERO, 2002 apud FORT, 2004, p. 65).
O artigo 221 da Constituição Brasileira (BRASIL, 1988) “baliza” o que se
pode entender como tudo o que referenda os aspectos da construção de programas
televisivos, assim como os que se voltam para veiculação nas rádios de frequência
modulada ou mesmo de ondas médias.
74
[...] que fala sobre os princípios sobre a produção e programação das
emissoras de rádio e televisão, o primeiro item diz que deve haver a
preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. [...]
O segundo item fala da obrigatoriedade que as emissoras têm de promover
a cultura nacional e regional, bem como de estimular a produção
independente que objetive a sua divulgação. A produção cultural, artística e
jornalística diz o terceiro item do artigo, deve ser regionalizada conforme
percentuais estabelecidos em lei. [...] O quarto ponto fala do respeito aos
valores éticos e sociais da pessoa e da família. (MUYLAERT apud
ALMEIDA, 1995, p. 135-136).
Historicamente, a legislação das TVs Educativas é norteada pelo decreto-lei
n.º 236, de 28 de fevereiro de 1967 (BRASIL, 1967), que complementa e o modifica
a Lei n.º 4.117, de 27 de agosto de 1962 (BRASIL, 1962), estabelecendo em seu
artigo 13 as características de uma televisão educativa no Brasil, contribuindo para
assim para sua definição:
Art. 13º A televisão educativa se destinará à divulgação de programas
educacionais, mediante a transmissão de aulas, conferências, palestras e
debates.
Parágrafo único. A televisão educativa não tem caráter comercial, sendo
vedada a transmissão de qualquer propaganda, direta ou indiretamente,
bem como o patrocínio dos programas transmitidos, independentemente do
fato de que nenhuma propaganda seja feita através dos mesmos.
Art. 14º Somente poderão executar serviço de televisão educativa:
a) a União;
b) os Estados, Territórios e Municípios;
c) as Universidades Brasileiras;
d) as Fundações constituídas no Brasil, cujos Estatutos o contrariem o
Código Brasileiro de Telecomunicações.
§ 1º As Universidades e Fundações deverão, comprovadamente, possuir
recursos próprios para o empreendimento.
§ A outorga de canais para a televisão educativa não dependerá da
publicação do edital previsto no artigo 34 do Código Brasileiro de
Telecomunicações. (BRASIL, 1967).
O uso das tecnologias e por conseguinte a recepção do Programa Eureka
tem relação direta com a capacidade de infra-estrutura das escolas, uma vez que os
estabelecimentos dependem diretamente de condições financeiras para
proporcionar ao corpo docente, material de apoio e ao corpo discente condições
mínimas para receber as informações e os conteúdos especiais.
Nesse sentido, um aparelho de televisão e um equipamento com DVD player
são indispensáveis, am das salas de apoio para a visualização de programas
televisivos, filmes e documentários que incrementem as aulas com material visual de
apoio.
75
3.2 TRAJETÓRIA DA PARANÁ EDUCATIVA
Conhecida atualmente como Para Educativa, a Rede de Rádio e
Televisão Educativa do Paraná faz parte do cotidiano dos paranaenses há 52 anos.
Em 1953, a emissora de rádio AM na época chamada de dio Emissora do
Colégio Estadual foi autorizada a funcionar com potência de 100 watts e
freqüência de 780 Khz. A instalação foi determinada pelo governador Bento Munhoz
da Rocha Netto durante a comemoração do centenário de emancipação política do
Estado do Paraná.
A inauguração ocorreu dois anos depois, no dia 7 de setembro de 1955, sob
a direção de Aluízio Finzetto. Os estúdios e o sistema irradiante foram instalados no
próprio CEP. No início a programação era exclusivamente voltada para a música
clássica e exibida das 8 às 19 horas. Nesse período a emissora estava subordinada
à Secretaria de Imprensa e por um curto período à Radipar. Nesse ínterim a Rádio
Educativa “perambulou” por vários lugares, deslocando sua estrutura física até
chegar à sede definitiva, que é o endereço atual no prédio do Canal da Música, na
Rua Júlio Perneta, número 695 no bairro Mercês, em Curitiba.
Com a finalidade de implantar a Fundação Rádio e Televisão Educativa do
Paraná, foi extinta na década de 1980 a Paraná Radiodifusão S/A. O objetivo era o
de implantar a Tevê Educativa do Paraná, uma antiga cobrança de estudantes e
intelectuais paranaenses. No início, o canal funcionava como repetidora da
Fundação Roquete Pinto, do Rio de Janeiro (RJ). Mas em novembro de 1990 novos
estúdios foram inaugurados e a tevê começou a produzir seus próprios conteúdos,
embora de forma muito modesta conforme os funcionários da diretoria administrativa
informaram.
Para avançar no serviço prestado à população, no dia 18 de setembro de
1992 começou a funcionar outra rádio em freqüência modulada (FM). No começo o
prefixo da emissora era 107,9, porém após várias negociações a freqüência passou
para 97,1 no meio do dial e a programação voltou-se essencialmente para a
sica brasileira com destaque para o clássico.
Em 2001, com a mudança para o endereço atual no Canal da Música, a
Rádio e Televisão Educativa do Paracomeçou a receber instalações apropriadas
para seu funcionamento. Com área total de 8.904,60 o prédio passou por várias
reformas e melhorias importantes. Hoje o edifício conta com salas e auditórios que
76
comportam a realização de eventos externos. São dois auditórios, um com
capacidade para 915 pessoas sentadas e outro com 116 lugares, possibilitando
também conforto e disponibilidade par a realização de eventos. Além disso, há
quatro salas de audição para ensaios e apresentações de músicos, artistas e
pequenas exposições.
Em 2003 a TV Paraná Educativa e a Paraná Educativa FM 97,1 passaram a
disponibilizar a sua programação para todo o Brasil e para os países da América
Latina, através do Satélite Brasilsat B1. Desta forma, iniciou-se uma nova fase e
novos telespectadores de outros estados e países começam a acompanhar a
programação diferenciada da emissora pública paranaense.
Com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, através do
Programa Paraná Urbano II do Governo do Paraná, a RTVE adquire de 2003 a 2005
um montante superior a 5 milhões de reais em novos equipamentos, que
modernizam e complementam o parque tecnológico da estatal. Hoje, os
equipamentos comprados em licitação internacional, fazem da Paraná Educativa a
primeira tevê do sul do Brasil apta a migrar para o sistema de tevê digital em fase de
implantação no país.
Em 2005 as duas rádios e o canal de tevê conquistaram definitivamente um
espaço na preferência de uma significativa parcela do público que pode ser aferida
na medição do Ibope, conforme anexo da aferição do Programa Eureka em relação
a outros programas veiculados pela Paraná Educativa integrando culturalmente o
povo paranaense e brasileiro. O sinal transmitido pelo Satélite B1 da Embratel
(atinge mais de 16 milhões de parabólicas) e pela Internet, multiplicou o número de
ouvintes e telespectadores da Paraná Educativa com a possibilidade de acesso via
Web aos programas da RTVE. Em face a tudo isso, o público percebeu na
programação da Paraná Educativa uma opção diferenciada das emissoras
comerciais conferindo à estatal paranaense a segunda colocação entre as tevês
educativas do País em audiência e também na produção de conteúdos próprios,
como o Programa Eureka, voltado para os vestibulandos a perspectiva de colaborar
com o acesso ao Ensino Superior.
A regionalização da programação, com espaços destinados à comunidade e
a personagens excluídos da grande mídia além do desenvolvimento de projetos
culturais, de meio ambiente, educacionais e econômicos são as atuais marcas da
Paraná Educativa. Complementando essa premissa de atividades da emissora,
77
surgiu uma nova sucursal locada em Brasília, contribuindo ainda mais para o
aumento da produção de conteúdo jornalístico e de programas de entrevistas.
Por sua vez, nas dios FM 97,1 e AM 630, agora a música brasileira dita o
tom da programação. Cerca de 330 artistas brasileiros, desses 82 paranaenses,
integram a lista de músicos das rádios que “desfilam” sua produções diariamente
permitindo um tom genuinamente nacional a emissora.
O parque técnico da emissora está em processo de modernização. Em julho
de 2005 a tevê operava com um novo transmissor de 20 mil Watts; camcordes
digitais que possuem capacidade de gravação em disco rígido; e câmeras de estúdio
preparadas para o formato digital, em Wide Screen. no segundo semestre de
2005 foram entregues novas ilhas de edição não-linear ligadas a um servidor de
aquisição (ingest), que possibilitou o acesso das imagens diretamente da estação de
trabalho dos produtores de conteúdo, além de um moderno sistema de
arquivamento robotizado.
As rádios também permanecem em fase de remodelação e passam a dispor
de tecnologias de última geração. Novas mesas de som, processadores digitais,
microfones, um novo transmissor além de antenas potentes começam a mudar o
perfil da estação. A rádio Paraná Educativa AM 630 opera com um novo
transmissor de 10 mil watts, equipado com tecnologia DAM (Digital Amplitude
Modulation).
Também está em instalação uma rede de fibras ópticas, a partir de
importantes centros do interior do Estado, o que deve contribuir decisivamente para
o crescimento do número de transmissões ao vivo, nos quais há um enquadramento
do Programa Eureka efetivado ao vivo nos sábados às 17 horas com transmissão
simultânea em FM e AM.
Contando hoje com cerca de 250 profissionais das áreas de jornalismo,
produção, apresentação, técnicos de tevê e rádio, programadores musicais e vários
outros profissionais, a Rádio e Televisão Educativa do Paraná tem como meta a
ampliação da sua rede de afiliadas por todo o Estado do Paraná, para garantir uma
programação educativa e cultural em canal aberto para todos os paranaenses.
É nesse contexto que está inserido o Programa Eureka, um programa de
entrevistas com a finalidade educativa. Do ponto de vista técnico a sintonia da tevê
funciona por intermédio da antena parabólica sintonizada na freqüência 1.320 MHz,
polarização horizontal.
78
A FM 97,1: antena parabólica sintonizada na freqüência 1.320 MHz,
polarização horizontal, subportadora 6,2 MHz. E o sítio da emissora mantém o
conteúdo recente para disponibilização do público por meio do registro
www.rtve.pr.gov.br.
A inserção do Programa Eureka na grade de programação, o início, o
horário, o dia de veiculação, a intencionalidade, os índices de audiência, o objetivo
do programa correspondem à premissa do apoio à escolarização.
O Programa Eureka teve a sua primeira veiculação em novembro de 2003,
como uma ampliação do projeto criado para ser exibido como programetes de cinco
minutos Dicas de Gramática e Viajando pela Literatura. Esses programetes, assim
denominados por conta da sua duração mínima, dois minutos, atenderam
diretamente à demanda de espaços na programação da emissora funcionando como
precursores da produção de conteúdos educativos na emissora pública do Estado
do Paraná.
Com o decorrer dos meses, a expansão deste espaço educativo se fez
imprescindível e surgiu o Programa Eureka em 2003, voltado prioritariamente para o
vestibular. O formato escolhido a mesa com apresentador e três convidados
acompanhou os modelos de programas com convidados e debates praticado nas
emissoras comerciais do país. Com trinta minutos de duração às vésperas do
vestibular da UFPR, o espaço educativo teve imediata repercussão, sendo ampliado
no ano seguinte, 2004 para uma hora de duração. Atualmente, 2009, o programa se
concretiza com um apresentador, quatro convidados e uma hora e meia de duração.
A organização da pauta anual do programa leva em conta o período de
preparação para os estudos, a série profissões que enfatiza a demonstração de
vários cursos das instituições públicas e particulares do Paraná, além dos períodos
mais extensos que enfocam o pré-vestibular público com as disciplinas curriculares
do Ensino Médio e a preparação para o ENEM, constando de aulas especiais com a
resolução de questões já cobradas nos exames anteriores.
Os aulões, fotos anexas, p. 42, são aulas interativas ao vivo com duração de
três horas e transmissão simultânea para o rádio, FM 97,1 e AM 630 além do canal
115 da Sky, 13 da TVA e 9 da NET, o mesmo prefixo da TV aberta. Outro
incremento na assistência televisiva se por conta da transmissão parabólica
1.420 polarização horizontal -, que permitem as interações dos telespectadores de
79
vários municípios do Brasil, conforme quadro demonstrativo das localizações dos
internautas, na p. 85 e também a partir da p. 119.
Por conta disso as disposições gerais que pautam o programa enfatizam
especificamente as áreas do conhecimento representadas no Ensino Médio, com
destaque para a Língua Portuguesa em suas vertentes da Literatura e da Produção
de Textos, bem como a Filosofia e as suas obras escolhidas pelos concursos
vestibulares da UFPR, Universidade Estadual de Londrina e Pontifícia Universidade
Católica do Paraná.
Nesses programas voltados aos estudos filosóficos, é evidente a
preocupação em aproximar o universo dos estudos da Filosofia com os seus autores
e com as possíveis cobraas nas questões de vestibular.
3.3 O ALCANCE DO PROGRAMA EUREKA
No período compreendido entre 2008 e 2009, as 121 mensagens eletrônicas
recebidas pela produção do Programa Eureka foram analisadas para aferir a
repercussão do Programa Eureka, oriundas de todas as regiões brasileiras. O perfil
dos correspondentes eletrônicos se estabeleceu como sendo composta por
professores e estudantes. Respectivamente 13% integrantes do corpo docente e
87% pertencentes ao corpo discente (GRÁFICO 8).
Essa comprovação estatística denota o público alvo do Programa Eureka,
preferencialmente alunos e professores. Embora se possa identificar junto aos
entrevistados de maneira geral para o cruzamento das informações amplas do
programa, que muitos indivíduos sem comprovação estatística acompanham o
espaço educativa da RTVE. Todavia, a presença de uma faixa percentual superior a
10% correspondente aos educadores ratifica a participação desses no programa e o
interesse pelas informações apresentadas nas pautas estabelecidas pela produção
anualmente. Os professores, em sua maioria, solicitam material, sugerem assuntos
que devem ser pautados, reivindicam gabaritos e encaminham elogios acerca dos
assuntos discutidos e das opiniões dos convidados.
80
GRÁFICO 8 MENSAGENS DO PÚBLICO
Fonte: O autor (2010)
Das 121 mensagens eletrônicas recebidas pela produção do Programa
Eureka, a maior representatividade é das outras regiões do país, uma vez que
44,62% vieram de treze unidades federativas distintas, inerentes ás regiões
Nordeste Sergipe, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Maranhão.
Da região Norte, o estado do Pará. A região Centro-Oeste se fez representada pela
unidade federativa de Goiás. O sudeste surgiu com as mensagens eletrônicas do
Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais. A Região Sul foi representada pelo
Rio Grande do Sul e também de Santa Catarina.
O Estado do Paraná, por intermédio de doze municípios com registro nas
mensagens eletrônicas apresentou dezesseis correspondências, 13,23% e a capital,
Curitiba, com 51 mensagens, ou seja, 42,14% das mesmas, totalizando no estado
de origem da RTVE, 55,38%, o maior índice de conexões (GRÁFICO 9). Esse dado
estatístico se comprova por conta do conteúdo das mensagens que solicitam
inúmeras possibilidades.
81
GRÁFICO 9 MENSAGENS ELETRÔNICAS ENVIADAS AO EMAIL DO PROGRAMA EUREKA
ENTRE 07/02/2008 E 27/03/2009
Fonte: O autor (2010).
O perfil das correspondências eletrônicas no que concerne ao conteúdo é
heterogêneo, com maior relevância para a solicitação de material, sobretudo as
apostilas produzidas pelos professores que voluntariamente atuaram pela SEED,
escrevendo os volumes de Língua Portuguesa, Literatura, Redação, Matemática,
Biologia, Química, Física, História, Geografia, Língua Estrangeira Moderna, com
Inglês e Espanhol, e Filosofia, assim como o material elaborado com a coleta de
algumas questões das provas elaboradas pelo INEP, totalizando 55 mensagens
eletrônicas (GRÁFICO 10).
Onze por cento do total dessas mensagens pediram dicas, ou seja, quatorze
correspondências solicitaram informações sobre as disciplinas do currículo oficial do
Ensino Médio, enfatizando a necessidade de mais orientações sobre o que se tratou
nos programas veiculados pela televisão e como aprofundar tais assuntos em sala
de aula com vistas aos melhores resultados quanto á compreensão desses
conteúdos e as suas variantes.
Como a solicitação das apostilas para o ENEM e àquelas relacionadas aos
concursos vestibulares ocupou a maior parcela das mensagens eletrônicas, os
resultados dos exercícios propostos nas apostilas estiveram presentes em onze
mensagens, 9% das mensagens exigiram os resultados dos testes propostos como
apoio à escolarização.
Os agradecimentos pela existência do espaço educativo denominado
Eureka, a exaltação quanto aos conteúdos apresentados e a performance dos
convidados estiveram presentes em 8% das mensagens eletrônicas, ou seja, dez
82
correspondências enfatizaram o exemplo que o programa televisivo oportuniza aos
assistentes dos demais estados da federação. Essa assistência televisiva se por
meio das antenas parabólicas polarização horizontal 1.320.
A orientação profissional está presente na organização da pauta do
Programa Eureka desde 2005, com meses específicos para tal demanda janeiro,
fevereiro e julho. Nessas mensagens totalizando 2%, três pediram ênfase
informativa quanto às profissões apresentadas nos programas e como receber mais
detalhes acerca de cada uma delas.
As críticas sobre o formato do programa, a opinião de algum convidado e
mesmo a abordagem dada ao assunto de cada apresentação recebeu 1% das
correspondências eletrônicas recebidas pela produção do Programa Eureka.
O item Diversos ocupou 24% do conteúdo das correspondências eletrônicas,
trinta textos encaminhados trouxeram uma gama variada de encaminhamentos que
pediam documentos sobre o Programa Eureka, conteúdos dos vestibulares de várias
IES do país, além de encaminharem sugestões para programas temáticos e
observações sobre as opiniões manifestadas pelos convidados presentes ao
Programa Eureka.
GRÁFICO 10 CONTEÚDO DAS MENSAGENS
Fonte: O autor (2010).
A partir de julho de 2009, a RTVE disponibilizou o seu sítio eletrônico oficial,
no qual os programas, em sua maioria, ficariam após a veiculação liberados para
acessos e downloads. O Programa Eureka não recebeu destaque na página de
abertura do sítio eletrônico a exemplo de outros programas, mas atingiu números
diferenciados dada a procura dos usuários da rede mundial.
No período compreendido entre 08 de agosto de 2009 e 17 de abril de 2010
o Programa Eureka, com 265 dias transcorridos e 33 programas disponibilizados no
sítio da emissora, atingiu 80.105 acessos, com média mensal de 8.010 acessos e
83
com recorrência diária de 302 registros, um recorde para a emissora a implantação
desse serviço público (FIGURA 4).
FIGURA 5 NÚMERO DE ACESSOS E DOWNLOADS NO SITE DO PROGRAMA EUREKA
Fonte: O autor (2010).
O Gráfico 11 demonstra os programas televisivos apresentados e o
interesse do público, que segue o mesmo resultado que a pesquisa ampla
especificada nessa dissertação proporcionou, a necessidade que os alunos e
professores têm em relação à Matemática, Física e Química.
O Programa Matemática parte 2 registrou 3.986 downloads e 1.493 acessos,
totalizando uma participação efetiva de 5.479 inserções, um expressivo número
ainda não alcançado no sítio da Paraná Educativa, assim como a parte 3 da
Matemática com 3.777 downloads, 884 acessos que totalizaram 4.661 registros.
Por sua vez, o Programa Linguagens para o Enem surpreendeu com 4.486
acessos envolvidos em 1.818 downloads. Nesse primeiro quadro a totalizão
atingiu 28.593 visitas aferidas pelos acessos e downloads.
84
GRÁFICO 11 ÍNDICE DE CONEXÃO DOS PROGRAMAS TELEVISIVOS APRESENTADOS 2009
(Parte 1)
Fonte: O autor (2010).
O Gráfico 12 mostra uma continuidade de acessos e downloads
preferenciais pelo público docente e sobretudo discente nas ciências exatas, o que
permanece confirmando os dados levantados pela pesquisa ampla efetivadas nas
escolas de Curitiba, uma vez que os entrevistados requerem mais apoio no estudo
da Matemática, da Física e da Química, respectivamente por esta ordem.
Outro fator relevante diz respeito à procura pelas Ciências Humanas, com
especial ênfase na História e na Geografia, conforme o programa registrado sob o
número 14. Nesse programa 1.646 registros de visitantes foram contabilizados, com
633 acessos e 1.693 downloads.
85
GRÁFICO 12 ÍNDICE DE CONEXÃO DOS PROGRAMAS TELEVISIVOS APRESENTADOS 2009
(Parte 2)
Fonte: O autor (2010)
Em 2010, corroborando com as informações aludidas anteriormente, o
recorde histórico de um programa na Televisão Educativa do Paraná, denominada
como Paraná Educativa, foi alcançado e pôde ser mensurado pelos acessos e
downloads. O programa intitulado como Matemática Básica que foi levado ao ar no
dia 06 e fevereiro de 2010 obteve a expressiva marca de 30.525 visitas, divididas em
667 acessos e 29.558 downloads. Neste programa dividido em três blocos com
duração similar, 26 minutos, os assuntos tratados vieram ao encontro dos aspectos
pedagógicos do ensino da Matemática no início de um período letivo, reivindicação
detectada pela pesquisa ampla, segundo levantamento que esse texto apresenta
(Gráfico 13).
A procura pelos comentários, elaboração de exercícios com a respectiva
resolução dos mesmos e a menção aos assuntos mais incidentes nos concursos
vestibulares deram a tônica desse programa que marca uma passagem singular
pelo acesso a um programa público por meio da modalidade a distância.
86
GRÁFICO 13 ÍNDICE DE CONEXÃO DOS PROGRAMAS TELEVISIVOS APRESENTADOS 2010
Fonte: O autor (2010).
Em comparação referencial com outros programas da emissora conforme o
Apêndice A, Aqui entre s, Brasil Nação, Esporte Educativa e Nacionalidade
Brasileira, as diferenças podem ser comprovadas estatisticamente. Esses programas
foram escolhidos como parâmetro comparativo por conta da sua exibição semanal, a
exemplo do Eureka e também por que transitam por outras áreas enfatizadas pela
direção da Paraná Educativa, como é o caso do esporte, da política e do programa
de entrevistas culturais.
Nos quatro programas em análise parcial, é possível identificar que os três
dígitos quanto aos acessos e downloads são raros, pois o que se percebe é uma
procura ainda tímida pelos downloads, sobretudo.
Os registros disponibilizados pela Celepar corroboram as preocupações e as
comemorações dos coordenadores do Programa Eureka. As dificuldades são
relacionadas à estrutura do programa, a sua diversidade de conteúdos, de
convidados e de objetivos com o apoio à escolarização. As comemorações se
relacionam à credibilidade que o programa atingiu, segundo seus organizadores que
87
temiam o rótulo de “programa chapa-branca”, voltado exclusivamente para
propagandear as ações governamentais e com isso, ausente da realidade da sala
de aula.
O que se pode entender é que um programa de televisão feito por
educadores, com a presença de professores e voltado para os alunos, atinge sim o
objetivo de divulgar informações para os concluintes do Ensino Médio, exatamente
por que esse sempre foi o pressuposto da sua origem junto à Secretaria de Cultura
do Estado do Paraná como apoio da SEAE e mais tarde incorporado pela SEED.
88
4 PROGRAMA EUREKA: UM PROJETO DE EDUCOMUNICAÇÃO VOLTADO AO
ENSINO MÉDIO
4.1 EUREKA E OS CAMINHOS DA ESCOLARIZAÇÃO
Durante o ano de 2008, iniciou-se pesquisa ampla visitando o núcleo
regional de Curitiba, apresentando-lhes o trabalho e solicitando apoio para o
encaminhamento dos questionários. Recebi toda a infraestrutura de remessa de
documentos do órgão, bem como o cuidado quanto á recepção dos documentos.
Dessa forma, foram visitados trinta estabelecimentos de ensino por
intermédio dos núcleos de ensino em suas respectivas áreas, 106 estabelecimentos
de ensino de Curitiba objetivando identificar alguns aspectos do processo de
escolarização que podem receber apoio do Programa Eureka na especificidade do
acesso ao Ensino Superior blico, em particular além do alcance do meio televisivo
nesse contexto.
Os resultados da primeira fase da pesquisa, refiro-me à pesquisa ampla
realizada por meio de um questionário distribuído a 106 escolas de Ensino Médio de
Curitiba com 15.532 estudantes regularmente matriculados na rede pública de
ensino de Curitiba, revelaram o seguinte (Gráfico 18):
GRÁFICO 14 CAMINHOS E DESCAMINHOS DA ESCOLARIZAÇÃO: MERO DE
INSTITUIÇÕES PESQUISADAS
Fonte: O autor (2010).
89
Existiu um problema no retorno das pesquisas encaminhadas às instituições
de ensino quanto ao repasse das mesmas aos estudantes, pois apenas 45 colégios
devolveram os formulários, embora tivessem seis meses para fazê-lo.
Ressalta-se a falta de tempo e a ausência de motivação dos estudantes em
responder esses questionamentos, bem como a impossibilidade laborativa de alguns
docentes em “separar” um momento da sua aula para se fazer a pesquisa, conforme
algumas direções das instituições de ensino revelaram.
3
Chamou muito a atenção o aspecto da evasão escolar que de fato é
alarmante, mais ainda quando se coloca a análise da faixa etária desses ex-
concluintes do Ensino Médio, parte do que se pode entender é a falta de
continuidade na formão educacional de cada um desses jovens, pois 3.106 alunos
não terminaram o Ensino Médio, o que representa o fim da sua trajetória no que
concerne à escolarização ou mesmo um retorno ao meio educacional por meio da
Educação de Jovens e Adultos (Gráfico 19). Essa informação de alguma forma
também explica a ausência de resposta à pesquisa.
GRÁFICO 15 EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO DIO
Fonte: O autor (2010).
Esses dados ratificam o que o IBGE divulgou, o maior número de
nascimentos é efetivamente inerente à população feminina em grande parte das
cidades brasileiras. No que concerne á educação, tal índice comprova exatamente a
informação do órgão, inclusive na presença das mulheres nas escolas, sobretudo na
3
Não obstante a tudo, cabe o registro de agradecimento aos muitos que se empenharam em
responder a pesquisa, o que auxilia inquestionavelmente a verificação das indagações e o que se
deseja aferir quanto à escolarização.
90
conclusão do Ensino Médio, assim como nas inscrições e também na aprovação em
concursos vestibulares, com particularidade na UFPR.
Embora não seja o enfoque prioritário da nossa pesquisa, esse aspecto da
escolarização é relevante, pois o denominado pelos alunos “trio de ferro”
Matemática, Física e Química proporciona ainda as maiores dificuldades de
aprendizado, o que se constitui em valiosa constatação sobre as respectivas
licenciaturas e os procedimentos que os organismos educacionais podem tomar a
partir disso (Gráfico 16).
GRÁFICO 16 DISCIPLINAS QUE PROPORCIONAM MAIOR DIFICULDADE
Fonte: O autor (2010).
A pesquisa identificou o elevado grau de dificuldade e a necessidade de
apoio exatamente no aprendizado prático da Matemática, da sica e da Química.
Nesse contexto problemático, o que ressalta a todos é o fato de que esses alunos
chegaram a série terminal de um ciclo de onze anos de estudos e permanecem com
problemas de compreensão dos conteúdos nessas disciplinas.
91
GRÁFICO 17 DISCIPLINAS QUE APRESENTAM MAIOR FACILIDADE PARA ESTUDAR
Fonte: O autor (2010).
Do outro lado desta moeda, as humanidades se mostram mais atrativas para
a compreensão dos estudantes em processo de preparação para os exames
vestibulares. Nesse sentido, a pesquisa revela uma suposta facilidade com os textos
históricos, com a apreensão da língua pátria e com os estudos geográficos, mas foi
possível observar que alguns alunos também pedem ajuda para uma preparação
mais aprimorada dos conteúdos dessas disciplinas (Gráfico 18).
GRÁFICO 18 OPINIÃO SOBRE AS COTAS
Fonte: O autor (2010).
Ao “tocar” neste assunto polêmico das cotas, a pesquisa denota toda a
ausência de informação que as vagas preferenciais suscitam, além de mostrar que
em algumas instituições de ensino a indução contrária às cotas impressiona, mais
92
ainda quando se tem como convicção que os alunos da rede pública são os maiores
beneficiários dessa política afirmativa.
Os entrevistados demonstraram sempre uma divisão comum entre os
favoráveis e os desfavoráveis, porém a unanimidade aconteceu nos contrários,
pois em determinados estabelecimentos todos os estudantes se mostraram
“inimigos das cotas”, ou seja, totalmente contrários a qualquer adoção de vagas
preferenciais a quem quer que seja (Gráfico 19).
GRÁFICO 19 OPINIÃO SOBRE O ProUni
Fonte: O autor (2010).
Outra vez a pesquisa apresenta o nítido desconhecimento sobre o que
representa o ProUni, a quem tal política favorece e como é possível participar desse
projeto, que inclusive beneficia exclusivamente aos estudantes da rede pública
oportunizando aos mesmos com bolsa integrais ou parciais nas IES da rede privada.
Embora o percentual de desinformados “claros” seja pequeno, o índice
aponta para a realidade da ausência de debates a cerca do assunto ProUni, isso é
um indicativo contínuo de uma necessidade amplamente identificada, a da
informação didática desses assuntos que dizem respeito diretamente aos
estudantes, sendo um deles o ProUni, para que serve, a quem atende, quem tem
direito e de que forma é possível exercer esse direito, um benefício apresentado
pelo governo federal.
A obrigatoriedade de realizar a prova do ENEM é distante de muitos alunos
que não entendem a relação ProUniENEM.
93
GRÁFICO 20 OPINIÃO SOBRE O RECEBIMENTO DE APOIO DO PROGRAMA EUREKA
Fonte: O autor (2010).
O item de maior relevância em minha pesquisa demonstra o reconhecimento
que o Programa Eureka atingiu em suas transmissões pela Paraná Educativa,
televisão e rádio. Nesse contexto o apoio ao qual se refere a indagação é o
acompanhamento aos alunos com o desenvolvimento e a cessão do material
pedagógico, apostilas e vídeos em cada uma das disciplinas que compõem o
currículo do Ensino Médio, de acordo com o Conselho Estadual de Educação.
A recusa em receber qualquer tipo de apoio se deve à mesma motivação
que tem àqueles que não aceitam o sistema de cotas e desconhecem a abrangência
do ProUni, o que significa um referencial para as instituições em que isso ocorre na
mesma proporção (Gráfico 21).
O desconhecimento em relação ao Programa Eureka existe também como
fruto desse descomprometimento com a continuidade dos estudos e o consequente
acesso ao Ensino Superior.
94
GRÁFICO 21 CONHECIMENTO DA ISENÇÃO DA TAXA DO VESTIBULAR
Fonte: O autor (2010)
Outra informação relevante, mas não inerente ao Programa Eureka que
transmitira tais questionamentos ao Núcleo de Concursos da UFPR, uma vez que
esse índice significativo de estudantes o tem o menor conhecimento dessa
isenção da taxa do vestibular que a instituição oferece, menos ainda quanto ao
prazo de uma semana para a solicitação com a entrega dos respectivos documentos
comprobatórios da situação financeira familiar (Gráfico 22).
GRÁFICO 22 ESCOLHA DAS INSTITUIÇÕES QUE PRESTARÃO VESTIBULAR
Fonte: O autor (2010).
A pesquisa constatou a busca prioritária, mas não única pelas instituições
públicas federais, especialmente pela UFPR e ainda mida pela UTFPR (Gráfico
23).
95
4.2 EUREKA CONTRIBUIÇÕES AOS CONCLUINTES DO ENSINO MÉDIO
O segundo momento da pesquisa que partiu do amplo todos os alunos
matriculados nas terceiras séries da cidade de Curitiba em 2008 para o restrito que
se deu com cinco sujeitos que acompanharam os programas veiculados pela RTVE
Paraná Educativa Eureka, durante o ano de 2009.
A partir desse contato mais próximo foi possível observar a repercussão do
Programa Eureka no apoio à escolarização desses estudantes, sobretudo por conta
da heterogeneidade do grupo, bem como da “caminhada educacional” de cada um
desses alunos da rede pública com interesses diversos para a continuidade dos
seus estudos, tanto no que concerne a escolha dos cursos de formação no Ensino
Superior, bem como nas suas respostas sob as várias indagações.
O que ficou marcado na permanente análise das respostas é a importância
de apoios como o do Programa Eureka em um momento crucial da vida estudantil
de cada aluno, o acesso ao Ensino Superior.
A seguir a íntegra das respostas dos cinco sujeitos participantes da pesquisa
(Apêndice B). Acredito que esse instrumento mais próximo justamente pelo
acompanhamento que me foi possível estabelecer, proporcionou também uma
interpretação particular para cada interesse manifestado ou mesmo abordagem
discursiva efetivada.
Acompanhemos o desdobramento integral do trabalho que passo a
denominar como específico, uma vez que o amplo já se fez apresentar.
Esses dados ratificam o que o IBGE divulgou, o maior número de
nascimentos é efetivamente inerente à população feminina em grande parte das
cidades brasileiras. No que concerne á educação, tal índice comprova exatamente a
informação do órgão, inclusive na presença das mulheres nas escolas, sobretudo na
conclusão do Ensino Médio, assim como nas inscrições e também na aprovação em
concursos vestibulares, com particularidade na UFPR.
Em face das respostas emitidas pelos sujeitos pesquisados, algumas
conclusões foram possíveis, enfatizadas a partir daqui as sínteses das mesmas.
Todos são estudantes da rede pública de ensino e acompanham o Programa
Eureka pelo menos dois anos, 2008 e 2009, fazendo opção pelos cursos como
Letras Português/Inglês, Farmácia, Direito, Engenharia Química e Psicologia.
96
Os sujeitos da pesquisa se identificaram no item 2, pois no item 1
destacaram os seus estabelecimentos de ensino, bem como observaram as áreas
com maior necessidade de orientação:
a) sujeito 1: Colégio Estadual Emílio de Menezes: declarou que as áreas de
conhecimento mais significativas são Linguagens e Matemática;
b) sujeito 2: Instituto de Educação do Paraná: declarou que as Ciências da
Terra e as Ciências Exatas trazem as maiores dificuldades;
c) sujeito 3: Colégio Estadual Arnaldo Busato: declarou que todos os
assuntos são viáveis para que promovam à aprovação ao vestibular;
d) sujeito 4: CEP: declarou que as Linguagens e as Ciências Humanas,
inclusive a Redão oferecem os maiores desafios;
e) sujeito 5: Colégio Estadual Visconde de Guarapuava: declarou que as
dicas sobre as atualidades e as suas possíveis contextualizações.
O item 4, Assiste ao Programa Eureka da Paraná Educativa?, indagava
sobre o fato de os sujeitos assistirem ao Programa Eureka recebeu todas as
respostas afirmativas, o que fortaleceu a convicção de que a televisão também pode
ser usada para o apoio á escolarização.
O item pode ser observado em cada uma das pesquisas com grande
relevância, uma vez que o porquê de se assistir ao Programa Eureka tem, para os
sujeitos pesquisados, enorme valor.
Quanto ao item 7, Você assiste a outro programa que também oferece
apoio para a escolarização à semelhança do programa Eureka?”, sobre outro
programa televisivo à semelhança do Programa Eureka, todos os sujeitos
pesquisados também foram unânimes em declarar que não assistem a nenhum
programa similar.
Indagando nos itens 9 e 10, Em sua opinião a televisão pode servir como
instrumento de escolarização? Por quê?”, corroborando com as tecnologias, o item
questionava acerca do uso da televisão, a qual todos os sujeitos pesquisados
também afirmaram que a mesma pode servir como instrumento de escolarização
sim. o item 10 sobre o porquê da resposta afirmativa é também relevante, porque
destaca o poder dessa mídia.
O item 11, Em se tratando da abordagem em ngua Portuguesa, o que o
projeto Eureka oferece com maior relevância?”, pontual sobre a valorização da
97
Língua Portuguesa recebeu apontamentos de grande significado que podem ser
verificados na íntegra das respostas.
O item 12, Em se tratando da abordagem em Filosofia, o que o projeto
Eureka oferece com maior relevância?, indagou sobre a disciplina da Filosofia que
diferentemente da Língua Portuguesa, recebeu críticas sobre a pouca abordagem e
a consequente necessidade de maior espaço na pauta dos programas.
O item 13, Que críticas você deseja externar aos responsáveis pelo projeto
Eureka”, apresentou as críticas ao Programa Eureka, não sendo discriminadas por
alguns sujeitos e sendo destacada por um dos sujeitos que efetivamente criticam os
horários de veiculação do programa, em particular nas madrugadas de domingo e
segunda-feira.
O item 14, “Que elogios você deseja apresentar aos responsáveis pelo
projeto Eureka”, mostrou os comentários elogiosos citados pelos sujeitos
pesquisados de forma unânime ao Programa Eureka, sua importância como veículo
de apoio à transmissão de informações, na aquisição de conhecimentos e a
necessidade de permanência desse espaço de reforço à escolarização específica
para o acesso ao Ensino Superior.
Esses sujeitos pesquisados corroboraram com a análise sobre a recepção
que o Programa Eureka atinge, basicamente no que concerne ao apoio à
preparação para os estudos dentro da especificidade do acesso ao Ensino Superior,
conforme a presente pesquisa já demonstrou.
Os elogios ao programa e a compreensão de que o mesmo é um
instrumento de apoio aos concluintes do Ensino Médio e aos egressos do mesmo,
foi a tônica da leitura e da respectiva análise das respostas dadas, com a ressalva
da crítica unânime ao horário de exibição do Programa Eureka, sobretudo em suas
reprises nas madrugadas de domingo e segunda-feira.
4.3 EUREKA PROJETO DE APOIO À ESCOLARIZAÇÃO
A inserção do Programa Eureka no campo da educomunicação segue o
pressuposto de formação de um espaço privilegiado da atuação dos educadores e
dos educandos, apresentando-se também como um reforço para as práticas
98
educacionais. Segundo Baccega (2007, p. 19), a escola e a família vêm se
confrontando, nos últimos tempos, com os meios de comunicação, que se
constituem em outra agência de socialização”.
São os novos sentidos que atendem diretamente à modalidade de
educomunicação no qual as novas roupagens, ou seja, os meios de comunicação
atuam poderosamente no papel de informar e aprimorar os estudos, sobretudo da
faixa etária que é priorizada na construção das pautas organizacionais dos
programas de televisão Eureka, uma vez que se busca atender às necessidades de
reforço aos estudos formacionais da sala de aula, com conteúdos discutidos por
outros educadores com metodologias expositivas diferenciadas daquelas utilizadas
pelos professores da instituição de ensino de origem de cada telespectador, bem
como favorecer a absorção dos conteúdos por intermédio da televisão na “sala de
casa” ou no “quarto” de cada um.
Os desafios da construção de um programa que atinja os seus objetivos de
origem e condução são grandes, exatamente por essa dinâmica de almejar a
fundamentação de práticas educacionais fora do ambiente de uma escola, de uma
sala de aula com a mediação de um docente em um espaço de tempo delimitado
para a aula, seja em 45, 50 ou 75 minutos. É o uso da televisão, meio de
comunicação de massa no campo de análise dessa pesquisa, que assume uma
função diferenciada do status de entretenimento tão desejado pelos adeptos da TV
como veículo acompanhante do retorno para casa após uma longa jornada de
atividades laborativas.
Trata-se de extrapolar os aspectos de funcionamento de uma tecnologia que
favoreça diretamente o estudante diante de um desafio que é o da aprovação em um
concurso vestibular, fora da escola. Na instituição de ensino existem tecnologias
usadas continuamente com a participação de alunos e professores. O Programa
Eureka se propõe a auxiliar indistintamente os docentes e os discentes, atingindo a
todos por usar esse campo informacional que é a televisão. Os egressos do Ensino
Médio, afastados das salas por terem se formado e ao mesmo tempo distantes do
Ensino Superior também são beneficiados pela proposta de comunicação/educação.
Baccega afirma que os “sentidos se formam e se desviam, emergem e
submergem”, em acordo com a pluralidade de sujeitos que participam como
assistentes dos meios de comunicação. A abrangência do Programa Eureka está
inserida na diversidade dos seus conteúdos ministrados de forma interdisciplinar a
99
cada semana de veiculação do programa, aos sábados quando da aparição inicial,
às 15h ou mesmo nas reprises que acontecem nas madrugadas de domingo, às 5
horas e também nas segundas-feiras, às 4h20 horas.
Mencionando Paulo Freire, citado por Baccega (2007, p. 9);
estar no mundo e com o mundo, inclui obrigatoriamente, hoje, levar em
consideração, no conceito de mundo, a mediação, a possibilidade de leitura
do mundo que nos é oferecida pelos meios de comunicação. É o desafio do
campo comunicação/educação levar a saber ler e interpretar o mundo que
metonimicamente nos é passado.
O Programa Eureka usa esse binômio Comunicação/Educação a bem da
sua proposta de atuação voltada, em princípio para os estudantes que precisam, por
força da conjuntura das poucas vagas ofertadas no ensino superior público,
aprimorar seus estudos, uma vez que as relações candidato/vaga em muito cursos,
conforme citação no capítulo 1, tomando por base a UFPR são exíguas, entendendo
sobretudo cursos como medicina, Direito, Arquitetura e Urbanismo, assim como o
curso de Comunicação Social em suas habilitações de Jornalismo, Publicidade e
Propaganda e Relações Públicas.
A mediação dos conteúdos curriculares do Ensino Médio na Língua
Portuguesa, na Literatura, na Produção de Textos, na Matemática, na Física, na
Química, na Biologia, na História, na Geografia, na Filosofia, na Sociologia e na
Língua estrangeira Moderna com especial envolvimento do Inglês e no Espanhol são
encaminhamentos que permitem ao telespectador ser “levado” ao envolvimento
ainda maior com os seus estudos visando à aprovação no vestibular.
As relações que se dão entre as disciplinas seguem uma premissa
defendida por Baccega (2007, p. 27),
os meios de comunicação hoje o um novo espaço do saber, ocupando
parte do lugar que antes era destinado apenas à escola. Aparece também
como (único) lugar de publicização, a qual, no mais das vezes, é
indispensável para a obtenção de êxito em nosso objetivos. O que não deu
na televisão, não aconteceu.
Apropriar-se dos elementos indutores da Comunicação/Educação nesse
momento de ingresso no Ensino Superior é o alvo do Programa Eureka, é a sua
finalidade como utilitária de um espaço em uma emissora pública, seja por meio das
ondas do rádio ou pela televisão que é o objeto de análise dessa pesquisa que se
100
pautou por identificar isso nas ferramentas de questionamento dos telespectadores,
em especial dos discentes, mesmo considerando a relevância dos docentes em todo
o processo.
101
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração desta pesquisa suscitou indagações sobre a origem do
Programa Eureka, sua disposição segundo os respectivos idealizadores ao
proporcionar condições de favorecimento à construção de um saber escolar próprio
dos concluintes do Ensino Médio, dos egressos desta etapa do ensino sico e do
corpo docente que encampou o programa televisivo como um aliado para as
abordagens da sala de aula.
Ressalve-se na consecução do texto os diversos encaminhamentos
quantitativos e qualitativos para se verificar o cumprimento das premissas que
fundamentaram tal programa nesses seis anos de existência, trilhados segundo foi
possível observar com dificuldades, ausência de apoio e questionamento sobre o
papel do referido espaço público em uma emissora educativa, que se revestiu de
uma nomenclatura e de uma função que não é sua, de acordo com os parâmetros
de organização das TVs públicas expressos na pesquisa, capítulo 3.
O Programa se originou de uma lacuna na programação, ganhou corpo
assim como ganharam espaço na escolarização dos brasileiros os “cursinhos pré-
vestibulares”, combatidos no campo pedagógico, necessários no campo instrucional
e aceitos por tantos que os defenestram, mas matriculam sua prole nos mesmos.
rito da incoerência e do formato de ingresso no Ensino Superior que o país
apresenta. Poucas vagas públicas muito interesse e uma disputa desigual que
favorece os que estão melhor preparados. Os dados estatísticos da UFPR ilustram
isso anualmente, mesmo com o incremento das políticas afirmativas como as cotas
raciais e as cotas sociais.
Nessa lacuna formacional se inseriu também o Programa Eureka não tendo
uma pretensão substitutiva da escola, mas atuando como um complemento na
escolarização que se foca no vestibular, exclusivamente.
Tendo como claro o objetivo investigativo, a pesquisa ampla pretendeu
identificar a recepção do Programa Eureka nas instituições de ensino público
necessariamente de Curitiba, além de indagar sobre cotas, ProUni, taxa de isenção
para o concurso vestibular da UFPR e as disciplinas nas quais o estudante
concluinte do Ensino Médio encontra maior dificuldade e maior facilidade na
consecução dos seus estudos.
102
Foram 15.552 alunos incluídos nessa enquete, inseridos em 112 escolas
conforme os quadros demonstrativos do capítulo 3.
A tabulação dos dados foi sobremaneira valiosa para se identificar as
lacunas, inclusive no que concerne ao objeto da pesquisa, as contribuições, os
desafios e as falhas do Programa Eureka.
Proporcionou um contato direto com o público-alvo do Programa Eureka
representados por cinco indivíduos da rede pública de ensino que responderam a
uma das indagações iniciais da pesquisa relacionada às disciplinas de Língua
Portuguesa e de Filosofia.
As respostas deram conta de mostrar alguns equívocos na construção da
pauta do Programa Eureka, revelando a pequena abordagem das obras filosóficas e
também os reduzidos programas que enfocavam a Língua Portuguesa.
Esses sujeitos da pesquisa restrita também identificaram a importância do
Programa Eureka como promotor de informações sobre os vestibulares e acerca do
Enem, tornando o espaço da emissora pública um elemento concreto de apoio à
escolarização.
Recebidas pela SEED e repassadas à coordenação do Programa Eureka
mostraram a abrangência nacional do programa televisivo e a necessidade
imperiosa de repasse do material produzido pelos professores voluntários do
Programa Eureka.
Os e-mails solicitavam apostilas, gabaritos e demais materiais de apoio para
o fortalecimento dos estudos, com destaque para a produção dos conteúdos do
Enem que são inexistentes em muitos municípios do país, com ênfase nos que se
localizam as regiões interioranas.
Essas correspondências permitiram ainda, um mapeamento de abrangência
do programa que se compararam às informações da Celepar, que segundo os
coordenadores do Programa Eureka instaram os mesmos a aprimorar os conteúdos
do programa, pois o mesmo ultrapassara à casa dos 10 mil acessos, inclusive em
outros países, dez de acordo com o organismo tecnológico do Estado do Paraná,
conforme o capítulo 3 do texto.
O Programa Eureka cumpre a sua premissa de implantação e consecução,
atingindo inclusive aos que o pretendia “amparar”. Todavia, o aprimoramento da
organização das pautas, a interação das disciplinas e a aproximação dos alunos da
rede pública permanecem como desafio aos coordenadores do espaço televisivo,
103
bem como a congregação dos professores indistintamente, uma vez que os
convidados são mais próximos às escolas particulares. Segundo se pode verificar
pela ausência de disposição em participar, embora sejam convidados, não se
sentem à vontade conforme o registro dos idealizadores do Programa Eureka.
A realização dos Aulões especiais com a presença de 17 a 22 professores e
a assistência de mil alunos das escolas públicas e privadas de Curitiba, conforme
fotos em anexo, confirmam a proposição do Programa Eureka com relação ao
reforço dos conteúdos curriculares das disciplinas do Ensino Médio na véspera dos
exames como o Enem.
Essa proposição ratifica a função desse projeto no que concerne a sua
inserção como proposta de Comunicação/Educação, são as possibilidades que a
presente pesquisa pretendeu identificar em sua gênese e confirmou com a análise
dos questionários da pesquisa ampla e também da pesquisa restrita, destacadas
também pelas mensagens eletrônicas referidas em todo o corpo dessa dissertação.
Os limites do Programa Eureka como proposição de Educomunicação se
evidenciaram na impossibilidade de se aferir qual é o público de cada programa,
uma vez que o sinal da televisão pública é aberto e tão qualmente disponível pela
NET canal 9, TVA canal 13, SKY canal 115 e pela parabólica em sua polarização
horizontal, referida na recepção e análise das mensagens eletrônicas originárias de
várias partes do Brasil.
Com tal dificuldade não se permite a confirmação sobre a importância desse
Programa Educacional que se coloca como mais um instrumento de apoio para a
democratização do ensino no que concerne ao acesso de todos à universidade,
mesmo compreendendo que as possibilidades são abertas democraticamente ao
coletivo, há entraves reconhecidos historicamente que inibem a “chegada aos cursos
de graduação de qualquer um”.
A mudança no horário do Programa Eureka, das manhãs de domingo para
as tardes de bado, além das reprises, antes destacadas na grade horária para ás
6h30 nos domingos hoje se apresentam ás 5h da madrugada aos domingos, horário
amplamente inviável ao estudante que acordou cedo durante a semana normal de
aulas que freqüentou.
A defasagem na organização do material apostilas preparadas para o
acompanhamento das aulas conforme foto em anexo não permitem a
continuidade de uso das mesmas nos programas, bem como a participação esparsa
104
de alunos como telespectadores do programa também não colaboram para o
continuísmo do processo ensino/aprendizagem. São os desafios emblemáticos do
projeto de Educomunicação salientados pelos autores referendados no texto e
apresentados para balizar a proposta, mesmo diante das suas particularidades, pois
não existe a amplificação dos discentes como sujeitos a serem atingidos pelos
programas e sim a especificidade de alunos concluintes do Ensino Básico, e os
egressos deste.
Os egressos que deixaram a escola por que a concluíram são incógnitas na
absorção dos conteúdos disponibilizados pelo Programa Eureka, pois não se sabe
quantos são, de onde são e o que desejam em sua continuidade de estudos
interrompida pela impossibilidade de adentrar ao Ensino Superior. Uma exceção
percebida pela presente pesquisa se no anexo Q, uma carta de uma
telespectadora de Brejões/BA.
Tal correspondência manuscrita comprova a recepção do programa em
muitos municípios do país, atendendo a interesses dos brasileiros que não estudam
no Ensino Médio, pois são esses egressos. O texto da missiva confirma a solicitação
de apoio para a continuidade específica dos estudos com vistas ao acesso ao
Ensino Superior que é a “missão” a qual se propõe o Programa Eureka.
Outro item que merece uma menção especial é a do anexo P, índice de
audiência no período de implantação do Programa. Tais dados foram obtidos
unicamente em todo o período de existência do Eureka, por meio de informação
oficial da Direção geral da RTVE Paraná Educativa.
Os dados atestam a assistência ao Programa Eureka, inclusive nos
comparativos a outros programas conforme a presente pesquisa apresentou da
percepção das mensagens eletrônicas ou mesmo pelos acessos ao site
www.rtve.pr.gov.br.
Todos esses apontamentos avaliam positivamente a iniciativa do programa
de televisão, porém a análise dessa pesquisa também demonstra que a forma
pioneira de atuação do Eureka trouxe muitas dificuldades aos seus produtores, em
que pese o horário de inserção na grade de programação da emissora e o restrito
apoio na estrutura de produção de materiais de apoio aos estudantes que ensejarem
acompanhar assiduamente o programa em suas casas, mesmo que sejam distantes.
105
REFERÊNCIAS
ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo
(Org.). s-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1995. p. 09-23.
BACCEGA, Maria A.. A construção do campo Comunicação/Educação.
Comunicação & Educação, São Paulo, v. 5, n. 14, 2007.
______. As Linguagens da Comunicação. In: SOARES, I.O. (coord.) Caminhos da
Educomunicação. São Paulo, Ed. Salesianas, 2001.
______. Televisão e escola: uma mediação possível? São Paulo: Ed. Senac, 2003.
(Série Ponto Futuro; 14).
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da
União, Brasília, 5 out. 1988.
______. Decreto nº. 2.208, de 17 de abril de 1997. Regulamenta o § 2 º do art. 36 e
os arts. 39 a 42 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18
abr. 1997.
______. Decreto nº. 3.541, de 11 de julho de 2000. Dispõe sobre o remanejamento
dos cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS
que menciona, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12
jul. 2000.
______. Decreto nº. 5.151, de 22 de julho de 2004. Dispõe sobre os procedimentos
a serem observados pelos órgãos e pelas entidades da Administração Pública
Federal direta e indireta, para fins de celebração de atos complementares de
cooperação técnica recebida de organismos internacionais e da aprovação e gestão
de projetos vinculados aos referidos instrumentos. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 23 jul. 2004.
______. Decreto-Lei nº. 236, de 28 de fevereiro de 1967. Complementa e modifica a
Lei número 4.117 de 27 de agôsto de 1962. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
28 fev. 1967.
106
______. Lei nº. 4.117, de 27 de agosto de 1962. Institui o Código Brasileiro de
Telecomunicações. Diário Oficial da União, Brasília, 27 de agôsto de 1962.
______. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília, 2000.
BRITO, Gláucia S.; PURIFICAÇÃO, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias:
um pensar. Curitiba: IBPEX, 2006.
CITELLI, Adilson (Coord.). Outras linguagens a escola: publicidade, cinema e TV,
rádio, jogos, informática. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
DOWBOR, Ladislau. Os novos espaços do conhecimento: administração escolar
e política da educação. Piracicaba: Ed. UNIMEP, 1997.
DUARTE, Clarice S. A educação como um direito fundamental de natureza social.
Educação & Sociedade, Campinas, v. 28, n. 100, p. 691-713, out. 2007.
DUARTE, Tatiana. Falta vontade política para escola ser atrativa. Gazeta do Povo,
Curitiba, 10 out. 2009. Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/vestibular2009/conteudo.phtml?id=932612>.
Acesso em: 07 jul. 2010.
FERNANDES, Edvaldo. Professor critica falta de investimento na TV educativa.
Agência Câmara de Notícias, Brasília, DF, 05 jun. 2006.
FISCHER, Rosa M. B. Televisão & Educação: fruir e pensar a TV. 2. ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2003.
FOLHAPRESS. 63% dos jovens trabalham sem concluir o Ensino Médio. Gazeta do
Povo, Curitiba, 10 out. 2009. Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=932609&t
it=63-dos-jovens-trabalham-sem-concluir-o-ensino-medio>. Acesso em: 07 jul. 2010.
FORT, Mônica C. Televisão Educativa: a audiência como fator de construção de
uma identidade pedagógico-cultural. 2004. Tese (Doutorado em Engenharia de
107
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, da
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
GOMES, Pedro G.; COGO, Denise. Televisão, escola e juventude. Porto Alegre:
Mediação, 2001.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios. Brasília, DF, 2007. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2007/
default.shtm>. Acesso em: 07 jul.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA. Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): fundamentação teórico-
metodológica/INEP. Brasília: o Instituto, 2006.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS ANÍSIO TEIXEIRA. [Portal
do Enem - Exame Nacional do Ensino Médio]. Brasília, DF, 2009. Disponível em:
<http://enem.inep.gov.br/>. Acesso em: 07 jul. 2010.
JACQUINOT, Geneviève D. O que é um educomunicador? O papel da
comunicação na formação dos professores. São Paulo, SP, 1998. Disponível em:
<HTTP://www.usp.br/nce/aeducomunicacao/saibamais/textos. Acesso em: 8 mar.
2007.
LEAL FILHO, Laurindo L. A melhor TV do mundo. São Paulo: Summus, 1997.
(Coleção Novas Buscas em Comunicação).
LEITE, Lígia C. M (Coord.). Coleção aprender e ensinar com textos. São Paulo,
Cortez, 1997.
LIBÂNEO, José C.; OLIVEIRA, João F., TOSCHI, Mirza S. Educação escolar:
políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003. (Coleção Docência em
Formação).
MAGALDI, Sylvia. A TV como objeto de estudo na educação: idéias e práticas. In:
FISCHER, Rosa M. B. Televisão & Educação: fruir e pensar a TV. 2. ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2003. p. 111-153.
MATTOS, Sérgio A. S. História da televisão brasileira: uma visão econômica,
social e política. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.
108
MICHELOTTO, Regina Maria. Democratização da educação superior: o caso de
Cuba. Curitiba: Editora UFPR, 2010. No prelo.
MILANEZ, Lima. TVE: cenas de uma história. Rio de Janeiro: Acerp, 2007.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Portal do Ministério da Educação. Brasília, 2009.
Disponível em: <www.mec.gov.br>. Acesso em: 07 jul. 2010.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência
da República. Reestruturação e expansão do Ensino Médio no Brasil. Brasília,
DF, jul. 2008.
MORAN, José M. Como ver televisão: leitura crítica dos meios de comunicação.
São Paulo: Paulinas, 1991.
MORAN, José M.; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Maria A. Novas tecnologias e
mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000.
NÓVOA, Antônio. As organizações escolares em análise. Lisboa: Dom Quixote,
1995.
OROZCO-GÓMEZ, Guillermo. Professor e meios de comunicação: desafios,
estereótipos. Revista Comunicação & Comunicação, São Paulo, n. 10, p. 57- 68,
set./dez. 1997.
RINCÓN, Omar (Org.). Televisão pública: do consumidor ao cidadão. São Paulo:
Friedrich Ebert Stiftung, 2002.
SAVIANI, D. A educação musical no contexto da relação entre currículo e sociedade.
In: ENCONTRO ANUAL DA ABEM, 9. Anais... Belém: Abem, 2000. p. 33-42.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Portal Educacional do
Estado do Paraná. Curitiba: Seed; Celepar, 2010. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/>. Acesso em: 07 jul. 2010.
SOARES, Ismar O. Comunicação/Educação, a emergência de um novo campo e o
perfil de seus profissionais. Contato: Revista Brasileira de Comunicação, Arte e
Educação, Brasília, ano 1, n. 2, p. 5-75, jan./mar. 1999.
_______. Educomunicação: um campo de mediações. Comunicação & Educação,
São Paulo, (19): 12 a 24 set./dez. 2000.
109
UNITED NATIONS INFORMATION CENTRE. Declaração dos Direitos Humanos
(1948). Portugal, 2010. Disponível em:
<http://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf>. Acesso
em: 07 jul. 2010.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. [Portal]. Curitiba, 2010. Disponível em:
<http://www.ufpr.br/portal/>. Acesso em: 07 jul. 2010.
______. Normas para apresentação de documentos científicos: citações e notas
de rodapé. 2. ed. Curitiba, 2007. v. 3.
______. Normas para apresentação de documentos científicos: redação e
editoração. 2. ed. Curitiba, 2007. v. 9.
______. Normas para apresentação de documentos científicos: referências. 2.
ed. Curitiba, 2007. v. 4.
______. Normas para apresentação de documentos científicos: teses,
dissertações, monografias e outros trabalhos acadêmicos. 2. ed. Curitiba, 2007. v. 2.
110
APÊNDICES
APÊNDICE A PROGRAMAS DA EMISSORA RTVE ......................................... 111
APÊNDICE B ÍNTEGRA DAS RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS DOS
SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA ...................................................... 126
111
APÊNDICE A PROGRAMAS DA EMISSORA RTVE
Aqui entre Nós
É um programa de entrevistas com entretenimento, porque envolve uma
gama de profissionais elevada para os padrões da emissora blica e busca o
debate de assuntos polêmicos do cotidiano como enfoque prioritário (Gráfico 14).
GRÁFICO ÍNDICE DE CONEXÃO DO PROGRAMA AQUI ENTRE NÓS
Fonte: O autor (2010).
Brasil Nação
Esse programa com produção e apresentação parcial em Brasília e
veiculado em horário nobre aos domingos, funciona como carro-chefe da emissora
112
no que concerne à abordagem política e todos os assuntos correlatos ao governo e
os interesses dos agentes da condução política do Estado do Paraná (Gráfico 15).
GRÁFICO ÍNDICE DE CONEXÃO DO PROGRAMA BRASIL NAÇÃO
Fonte: O autor (2010).
Esporte Educativa
Enfatizando algumas atividades amadoras, o programa evoca as
transmissões da emissora e os esportes de relevância no Paraná, com destaque
para o futebol em todas as suas vertentes, campo, salão e amador, além do
profissional que prioriza as três equipes da capital (Gráfico 16).
113
GRÁFICO ÍNDICE DE CONEXÃO DO PROGRAMA ESPORTE EDUCATIVA
Fonte: O autor (2010)
Nacionalidade Brasileira
Este espaço na televisão educativa do estado objetiva a difusão dos valores
culturais, educacionais, musicais e particularmente intelectuais do Brasil. Com o
formato de uma entrevista, entrevistador e convidado, o Nacionalidade Brasileira
antecipa o horário do Programa Eureka aos sábados e se irmana ao mesmo por
conta dos “aulões”, assim denominadas as aulas ao vivo especialmente criadas para
servir como apoio às vésperas do Enem do concurso vestibular da UFPR (Gráfico
17).
114
GRÁFICO ÍNDICE DE CONEXÃO DO PROGRAMA NACIONALIDADE BRASILEIRA
Fonte: O autor (2010).
Os registros coletados junto ao Google Analytics servem para a comparação
Os gráficos ultimados pela Celepar demonstraram uma abrangência que o Programa
Eureka em seus seis anos atingiu. Os mais de 10 mil acessos junto ao Portal
Educacional do Estado do Paraná surpreenderam ao órgão blico que a partir
disso incrementou o site da Paraná Educativa, que também passou a repercutir o
elevado índice de acessos, em particular nos downloads dos programas de televisão
conforme o mapa demonstrativo que atesta um momento do Programa Eureka entre
o concurso vestibular da UFPR e o Enem.
Esses dados confrontados com àqueles obtidos pelos alunos pesquisados
no que se denominou na presente pesquisa como pesquisa restrita confrontam-se
quanto às dificuldades diante do chamado “trio de ferro” Matetica, Física e
Química.
Outro ponto intrigante para o órgão público que nos repassou tais
informações é o da abrangência do Programa Eureka em outros países, conforme
as tabelas a seguir apresentam.
115
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 1)
Fonte: CELEPAR, 2009
116
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 2)
Fonte: CELEPAR, 2009
117
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 3)
Fonte: CELEPAR, 2009
118
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 4)
Fonte: CELEPAR, 2009
119
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 5)
Fonte: CELEPAR, 2009
120
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 6)
Fonte: CELEPAR, 2009
121
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 7)
Fonte: CELEPAR, 2009
122
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 8)
Fonte: CELEPAR, 2009
123
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 9)
Fonte: CELEPAR, 2009
124
FIGURA REGISTROS COLETADOS JUNTO AO GOOGLE ANALYTICS (PARTE 10)
Fonte: CELEPAR, 2009
Esses dados oferecem como parâmetro os acessos pelo portal oficial da
educação no Paraná, o Portal Educacional do Estado do Paraná
125
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Nesse “caminho” da Web, a página do Programa
Eureka recebeu duas análises, a primeira entre os dias 26 de julho de 2009 a 25 de
agosto de 2009, 10.442 visualizações com 10.442 exibições de página, 7.799
exibições únicas. A taxa de rejeição foi de 74,64%, o que representa o tempo no
qual o usuário permanece no sítio para em segunda buscar outro site.
O tempo médio das visitas é de dois minutos e seis segundos, com uma
abrangência em dez países. No Brasil 7.346 acessos, seguido por Portugal com 5,
Paraguai com 3, Japão com 2, Alemanha com 2, Estados Unidos com 1, Espanha
com 1, Canadá com 1, Inglaterra com 1 e México também com 1 acesso.
Outro fato que referenda a busca pelo Programa Eureka é o registro das
“fontes de tráfego” levantadas pelo Google Analytics que descreveu desse total de
visitas 2.514 apenas pela menção do nome Eureka, 1.950 por meio do Google como
“buscador”, 2.191 acessando ao Portal Educacional do Estado do Paraná e 327
acessos pelo ícone Pedagogia da Seed e do Portal Educacional do Estado do
Paraná.
A segunda aferição se deu entre os dias 25 de agosto de 2009 e 25 de
setembro de 2009, apresentando um total de exibições de página de 11.650. Sendo
8.450 visitas diretas e 5.650 visitas únicas em números absolutos, com uma rejeição
de 76,62% e um tempo médio de permanência de 1 minuto e 53 segundos.
A busca direta pelo nome Eureka foi de 2.722 acessos, por meio do Google
2.607. Pelo Portal Educacional do Estado do Paraná foram 2.165 visitas e por
intermédio do setor de Pedagogia da SEED , 437 acessos.
No que concerne à distribuição geográfica, 8 países acessaram as
informações do Programa Eureka, 8.439 no Brasil, 3 em Portugal, 2 na Nigéria, 2 na
Finlândia, 1 nos Estados Unidos, 1 na França e 1 acesso na Inglaterra.
Comparando a quantidade de acessos nesses dois meses foi possível
entender que o Programa Eureka tem uma visualização média de 11.046 exibições
ao mês, 368,2 ao dia, o que corrobora com o site da RTVE cujo número citado é de
8.010 acessos dia, com 302 visitas por dia.
Contabilizados nesses dois meses, treze países foram os que exibiram o
Programa Eureka, com predominância brasileira em 71,36% contra 28,64% das
outras nações.
126
APÊNDICE B ÍNTEGRA DAS RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS DOS
SUJEITOS PARTICIPANTES DA PESQUISA
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: FRENTE SUJEITO 1
Fonte: O autor (2010)
127
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: VERSO SUJEITO 1
Fonte: O autor (2010)
128
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: FRENTE SUJEITO 2
Fonte: O autor (2010)
129
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: VERSO SUJEITO 2
Fonte: O autor (2010)
130
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: FRENTE SUJEITO 3
Fonte: O autor (2010)
131
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: VERSO SUJEITO 3
Fonte: O autor (2010)
132
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: FRENTE SUJEITO 4
Fonte: O autor (2010)
133
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: VERSO SUJEITO 4
Fonte: O autor (2010)
134
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: FRENTE SUJEITO 5
Fonte: O autor (2010)
135
FIGURA SUJEITOS DA PESQUISA: VERSO SUJEITO 5
Fonte: O autor (2010)
136
ANEXOS
ANEXO A FOTOS DA EQUIPE DE PROFESSORES ATUANTES NOS
PROGRAMAS DO EUREKA DEDICADOS AO ENEM ...............................................
ANEXO B NOTÍCIA PROJETO EUREKA 1 .............................................................
ANEXO D NOTÍCIA PROJETO ................................................................................
ANEXO E NOTÍCIA PROJETO ................................................................................
ANEXO F NOTÍCIA PROJETO .................................................................................
ANEXO G NOTÍCIA PROJETO ................................................................................
ANEXO H NOTÍCIA PROJETO ................................................................................
ANEXO I NOTÍCIA PROJETO ..................................................................................
ANEXO J NOTÍCIA PROJETO .................................................................................
ANEXO K NOTÍCIA PROJETO .................................................................................
ANEXO L NOTÍCIA PROJETO .................................................................................
ANEXO M NOTÍCIA PROJETO ................................................................................
ANEXO N NOTÍCIA PROJETO ................................................................................
ANEXO O NOTÍCIA PROJETO ................................................................................
ANEXO P - ÍNDICE DE AUDIÊNCIA.............................................................................
ANEXO Q - CARTA DE UMA TELESPECTADORA.....................................................
137
ANEXO A FOTOS DA EQUIPE DE PROFESSORES ATUANTES NOS
PROGRAMAS DO EUREKA DEDICADOS AO ENEM
Aulões preparatórios para o ENEM Exame Nacional do Ensino Médio
138
139
140
Certificado de participação do Programa Eureka chancela da SEED Secretaria de
Estado da Educação
Utilização prática do material de apoio Apostilas EUREKA nos aulões
141
Material de apoio Pré-vestibular público SEED Programa EUREKA
142
ANEXO B NOTÍCIA PROJETO EUREKA 1
143
ANEXO C NOTÍCIA PROJETO EUREKA 2
Projeto Eureka é "pré-vestibular público" da
rede estadual de ensino do Paraná
Extraído de: Governo do Estado do Paraná - 21 de Outubro de 2008
A secretária da Educação, Yvelise Arco-Verde, apresentou nesta terça-feira (21), durante a Escola de
Governo, as apostilas e as videoaulas do projeto Eureka, que disponibiliza aos estudantes da rede
pública estadual os conteúdos das disciplinas para o Exame do Ensino Médio (Enem) e concursos
vestibulares. "Esse é o nosso pré-vestibular público. Um curso preparatório gratuito para os alunos da
rede pública e para quem mais tiver interesse em se preparar para os vestibulares e outros
concursos", destacou a secretária. O Eureka também está disponível no Portal Dia a Dia Educação
(http://www.diadiaeducacao.pr.gov.br/), na programação da TV Paulo Freire e da TV Paraná
Educativa.
por causa de políticas como essa que a maioria dos
aprovados nos vestibulares das universidades públicas do
Paraná são oriundos da escola pública, da rede estadual de
ensino", comentou Yvelise. Segundo ela, os cursos preparatórios
para vestibular eram quase que uma exclusividade da rede
particular de ensino. "O Paraná é pioneiro ao oferecer os
conteúdos disciplinares para que os alunos do ensino médio
possam se preparar para os vestibulares e exames como o
Enem", explicou a secretária.
Segundo Yvelise, o projeto Eureka teve início há três anos, quando a Secretaria da Educação e a TV
Educativa iniciaram uma parceria com um programa com aulas para estudantes do terceiro ano do
ensino médio. "A partir das aulas do professor Marlus Geronasso, no programa Eureka da TV
Educativa, iniciamos a formatação do Eureka como o apresentamos hoje", explicou.
As apostilas e as videoaulas foram produzidas por professores com experiência em cursos pré-
vestibulares, a partir das aulas do programa Eureka da TV Educativa, sob a coordenação do
Departamento de Educação Básica da Secretaria da Educação. São 100 aulas de Biologia, Química,
Matemática, Física, Língua Portuguesa, Filosofia, História, Geografia, Espanhol e Inglês, que se
articulam com os programas na TV Educativa e TV Paulo Freire.
A diretora do Departamento de Educação Básica, Mary Lane Hutner, disse que as apostilas serão
distribuídas aos alunos do ensino médio. "Vamos distribuir 240 mil apostilas para os alunos que estão
no terceiro ano do ensino médio este ano e outras 200 mil no ano que vem. É essa a nossa política
pública para atender aos alunos que querem continuar a estudar, mas não dispõem de tempo e
dinheiro para fazer um curso pré-vestibular", disse. Ela afirmou que os conteúdos estão disponíveis
para qualquer cidadão. "Basta entrar no Portal Dia a Dia Educação e baixar apostilas e videoaulas".
A secretária Yvelise entregou um conjunto de apostilas e videoaulas ao vice-governador, Orlando
Pessuti, e ao professor Joel Santos Bandeira, diretor do Colégio Estadual Luiza Ross e um dos
entusiastas do Eureka, e à estudante Angélica Jarek, que foi aprovada no vestibular para Ciências
Contábeis da Universidade Federal do Paraná (UFPR) depois de se preparar com as aulas do projeto
Eureka.
O projeto Eureka pode ser acessado de diversas formas: no Portal Dia a Dia Educação
(http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/); na TV Paulo Freire aos sábados pela manhã - o canal pode
ser sintonizado por antena parabólica na polarização horizontal, freqüência 3.983,65 KHz, symbol
Rate 2.170,20, ksymb pid vídeo: 121, pid PCR 121, pid áudio 124; e na TV Paraná Educativa, todos
os sábados a partir das 15h no canal 9 (VHF) ou por antena parabólica na freqüência 1.320 MHz,
polarização horizontal.
144
145
ANEXO D NOTÍCIA PROJETO EUREKA 3
Projeto Eureka: o "Pré-vestibular Público" da Rede Estadual de Ensino do
Paraná
Na Escola de Governo desta semana, dia 21, a Secretária de Educação, Yvelise Arco-
Verde, apresentou os produtos finais referentes ao Projeto Eureka: apostilas e
videoaulas, “Esse é o nosso pré-vestibular público. Um curso preparatório gratuito para
os alunos da rede pública e para quem mais tiver interesse em se preparar para os
vestibulares e outros concursos”, destacou a secretária.
O Projeto Eureka foi criado e implementado a partir de uma parceria entre a Secretaria
de Educação do Estado do Paraná e a TV Educativa, há cerca de três anos, explica a
secretária, com o objetivo de servir como suporte de preparação aos alunos da rede
pública estadual, para exames como o ENEM (Exame do Ensino Médio), assim como para
professores e demais interessados em obter informações a respeito dos conteúdos
básicos. “Políticas como essa é que fornecem resultados satisfatórios como o fato da
maioria dos aprovados nos vestibulares das universidades públicas do Paraná ser oriunda
da escola pública, da rede estadual de ensino. O Paraná mais uma vez inova e sai na
frente ao oferecer conteúdos disciplinares para que os alunos do Ensino Médio possam se
preparar para os vestibulares e outros exames”, comenta Yvelise.
O novo Projeto Eureka foi desenvolvido tendo como base aulas como as do Professor
Marlus Geronasso, na TV Educativa. Para tornar efetiva essa ação, o Departamento de
Ensino Básico coordenou a produção de apostilas, transformadas, posteriormente, em
videoaulas, pela TV Paulo Freire, gravadas por professores do Estado com experiência em
cursos pré-vestibulares. Até o momento, estão disponíveis 96 videoaulas, de 30 minutos
cada, que contemplam todas as disciplinas do Ensino Médio, priorizando a preparação de
nossos alunos para o vestibular. Todo esse material se encontra no Portal Dia-a-Dia
Educação, para consulta e download. “Uma proposta como essa, de integração entre as
mídias, pode fazer toda a diferença no momento de explicar/compreender os conteúdos
sistematizados”, comenta Monica Schreiber, coordenadora do Mídia Impressa e Web.
Nessa força-tarefa, a responsabilidade pela produção da página do Eureka na Web ficou a
cargo da Coordenação de Multimeios, setor que faz parte da Diretoria de Tecnologia
Educacional do Paraná, assim como a TV Paulo Freire e o Portal Dia-a-Dia Educação.
"Nosso trabalho foi permitir a melhor acessibilidade para que todos possam usufruir dos
conteúdos e recursos que o Eureka disponibiliza como, por exemplo, os downloads das
apostilas e das videoaulas, entre outros recursos", explicou Elizabete Santos, responsável
pela Diretoria de Tecnologia Educacional.
Curitiba, 21-10-08 - SEED - A secretária da Educação Yvelise
Arco-Verde, entrega um kit com apostilas e DVDs do programa
Eureka ao vice governador Orlando Pessuti. Da e/d: Vice
governador Orlando Pessuti, a aprovada em ciências contábeis
da UFPR Angélica Jarek, o professor do colégio estadual profa.
Luiza Ross, Joel Santos Bandeira e a secretária da Educação
Yvelise Arco-Verde. Foto Arnaldo Alves - SECS
146
Curitiba, 21-10-08 - SEED - A diretora de
Tecnologia Educacional- DITEC /CETEPAR Elizabete Santos,
fala na Escola de Governo. Foto Arnaldo Alves - SECS
Curitiba, 21-10-08 - SEED - A secretaria da Educação lança na Escola
de Governo o kit Eureka, composto por apostilas e DVDs. Foto
Arnaldo Alves - SECS
147
ANEXO E NOTÍCIA PROJETO EUREKA 4
Aulão pré-vestibular será retransmitido pela TV Paraná Educativa neste
sábado
Data 16/11/2006 08:00:00 | Editoria: SEAE
Os vestibulandos do Paraná têm outra oportunidade de assistir ao aulão do pré-vestibular blico da TV Paraná Educativa, o
Eureka, realizado no último sábado (11). O aulão será reprisado pela emissora neste sábado (18), das 14h às 17h. Esta edição do
Eureka reuniu na platéia 350 alunos da rede pública e teve a colaboração de 13 professores voluntários. O programa marcou o
aniversário de três anos do Eureka e de ser visto também pela internet e nos 55 telecentros instalados em rias cidades do
Paraná.
Os vestibulandos do Paraná têm outra oportunidade de assistir ao aulão do pré-vestibular público da TV Paraná Educativa, o
Eureka, realizado no último sábado (11). O aulão será reprisado pela emissora neste sábado (18), das 14h às 17h. Esta edição do
Eureka reuniu na platéia 350 alunos da rede pública e teve a colaboração de 13 professores voluntários. O programa marcou o
aniversário de três anos do Eureka e de ser visto também pela internet e nos 55 telecentros instalados em rias cidades do
Paraná.
No domingo (19), às 19h45, o Eureka preparou mais uma surpresa. A TV Educativa, em edição especial do programa, transmite
o comentário do gabarito oficial da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A apresentação se com o coordenador do
Eureka, o professor Marlus, e a participação de outros professores voluntários. A idéia é iniciar a discussão do gabarito, logo
após o término da prova, determinado para as 19h. Esperamos que a prova deste ano seja coerente com o que os alunos tiveram
em sala de aula, isto é, a prova deverá tratar de assuntos pertinentes ao ensino médio e o incluir conhecimentos do ensino
superior como aconteceu nas provas de biologia e português do ano passado. Na parte de literatura, chegaram a cobrar a
leitura de um livro inteiro em apenas um item de uma questão”, comenta o professor.
De acordo com Marlus, a partir desta sexta-feira (17), algumas escolas públicas, que receberam o material didático, irão
assistir à reprise do aulão pela TV Paulo Freire canal fechado, inaugurado em agosto de 2006, com o propósito de auxiliar e
orientar as aulas da rede blica de ensino por meio da exibição de programas e a promoção teleconferências.
Cursinho Segundo o secretário de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, o aulão do vestibular e também o do Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio) é um compromisso assumido pelo governador Roberto Requião para 2007. No ano que vem, os
dois eventos serão feitos de forma periódica e o cursinho pré-vestibular gratuito será uma realidade”, destaca.
O Eureka é desenvolvido pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Assuntos Estratégicos e da UFPR. Desde o início
do projeto, foram transmitidos 156 programas, aos sábados e domingos, com a participação de 160 professores de escolas
públicas e particulares, para 3.900 alunos da rede pública e privada, que assistiram às aulas como platéia efetiva.
Além da TV Educativa (canal aberto 9 ou pela antena parabólica na freqüência 1.320 MHz, polarização horizontal), quem quiser
acompanhar pela internet, pode acessar o site http://www.pr.gov.br/rtve/ e clicar no link TV Paraná Educativa” do menu ao
vivo”. Já no link http://www.pr.gov.br/rtve/apostila_eureka_w.pdf, o Eureka oferece o material didático utilizado na aula.
Fotos anexas:
Legenda NIZAN1.JPG: Curitiba, 11-11-2006 - Secretário para Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira Foto: José Adair
Gomercindo-SECS
Legenda EUREKA5.JPG: Curitiba, 11-11-2006 - Professor Marlus e secretário Nizan Pereira Foto: José Adair Gomercindo-
SECS
Legenda EUREKA27.JPG: Coordenador do Programa Eureka, o professor Marlus Foto: José Adair Gomercindo-SECS
Fonte: Agência Estadual de Notícias
148
ANEXO F NOTÍCIA PROJETO EUREKA 5
Projeto Eureka é o “p-vestibular público” da rede estadual de ensino do Paraná
A secretária da Educação, Yvelise Arco-Verde, apresentou nesta terça-feira (21), durante a Escola de
Governo, as apostilas e as videoaulas do projeto Eureka, que disponibiliza aos estudantes da rede pública
estadual os conteúdos das disciplinas para o Exame do Ensino Médio (Enem) e concursos vestibulares.
“Esse é o nosso pré-vestibular público. Um curso preparatório gratuito para os alunos da rede pública e
para quem mais tiver interesse em se preparar para os vestibulares e outros concursos, destacou a
secretária. O Eureka também está disponível no Portal Dia a Dia Educação
(http://www.diadiaeducacao.pr.gov.br/), na programação da TV Paulo Freire e da TV ParaEducativa.
“É por causa de políticas como essa que a maioria dos aprovados nos vestibulares das universidades
públicas do Paraná é oriunda da escola pública, da rede estadual de ensino”, comentou Yvelise. Segundo
ela, os cursos preparatórios para vestibular eram quase que uma exclusividade da rede particular de
ensino. “O Paraná é pioneiro ao oferecer os conteúdos disciplinares para que os alunos do ensino médio
possam se preparar para os vestibulares e exames como o Enem”, explicou a secretária.
Segundo Yvelise, o projeto Eureka teve início há três anos, quando a Secretaria da Educação e a TV
Educativa iniciaram uma parceria com um programa com aulas para estudantes do terceiro ano do ensino
médio. “A partir das aulas do professor Marlus Geronasso, no programa Eureka da TV Educativa,
iniciamos a formatação do Eureka como o apresentamos hoje”, explicou.
As apostilas e as videoaulas foram produzidas por professores com experiência em cursos pré-
vestibulares, a partir das aulas do programa Eureka da TV Educativa, sob a coordenação do
Departamento de Educação Básica da Secretaria da Educação. São 100 aulas de Biologia, Química,
Matemática, Física, Língua Portuguesa, Filosofia, História, Geografia, Espanhol e Inglês, que se
articulam com os programas na TV Educativa e TV Paulo Freire.
A diretora do Departamento de Educação Básica, Mary Lane Hutner, disse que as apostilas serão
distribuídas aos alunos do ensino médio. “Vamos distribuir nas salas de aula 240 mil apostilas para os
alunos que estão no terceiro ano do ensino dio este ano e outras 200 mil no ano que vem. É essa a
nossa política pública para atender aos alunos que querem continuar a estudar mas não dispõem de tempo
e dinheiro para fazer um curso pré-vestibular”, disse. Ela afirmou que os conteúdos estão disponíveis
para qualquer cidadão. “Basta entrar no Portal Dia a Dia Educação e baixar apostilas e videoaulas”.
A secretária Yvelise entregou um conjunto de apostilas e videoaulas ao vice-governador, Orlando
Pessuti, e ao professor Joel Santos Bandeira, diretor do Colégio Estadual Luiza Ross e um dos entusiastas
do Eureka, e à estudante Angélica Jarek, que foi aprovada no vestibular para Ciências Contábeis da
Universidade Federal do Paraná (UFPR) depois de se preparar com as aulas do projeto Eureka.
O projeto Eureka pode ser acessado de diversas formas: no Portal Dia a Dia Educação
(http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/); na TV Paulo Freire aos sábados pela manhã - o canal pode ser
sintonizado por antena parabólica na polarização horizontal, freqüência 3.983,65 KHz, symbol Rate
2.170,20, ksymb pid vídeo: 121, pid PCR 121, pid áudio 124; e na TV Paraná Educativa, todos os
sábados a partir das 15h no canal 9 (VHF) ou por antena parabólica na freqüência 1.320 MHz,
polarização horizontal.
Fonte: Agência Estadual de Notícias - 21/10/2008 16:43:31
Legenda da foto: O professor Marlus Geronasso, do programa Eureka da TV Educativa - Foto Marcia
Midori
149
ANEXO G NOTÍCIA PROJETO EUREKA 6
Programa Eureka faz revisão para a prova do Enem - 22/09/2005 06:00:00
Os estudantes que vão participar do Enem Exame Nacional do Ensino Médio têm uma
última oportunidade para relembrar as principais questões da prova. Neste sábado (17), às
15 horas, e domingo (18), às 10 horas, a TV Paraná Educativa exibe o especial Eureka.
Quinze professores prepararam uma aula que aborda as disciplinas contempladas no teste. A
apostila utilizada no programa está disponível para os internautas no site
http://www.rtve.pr.gov.br./
Sinal A Paraná Educativa transmite sua programação através do satélite B-1, da Embratel,
que cobre todo Brasil, países da América Latina, parte dos Estados Unidos e Canadá. O
sinal pode ser captado através de uma antena parabólica, com receptor de controle remoto
ou analógico, sintonizado na Banda L, freqüência 1.320 MHz, polarização horizontal. Ou
pela internet no site http://www.pr.gov.br./
150
ANEXO H NOTÍCIA PROJETO EUREKA 7
TV Paraná Educativa apresenta aulão com conteúdos do Enem - 15/09/2005 17:40:00
Em 10 dias, estudantes do ensino médio de todo País vão participar do Enem Exame
Nacional do Ensino Médio. Quem quiser relembrar as principais questões, vai poder assistir
neste sábado, ao vivo, às 15 horas, pela Paraná Educativa, um aulão com professores de
cinco disciplinas. A transmissão conta com a presença de 15 professores, que vão dar dicas
de como resolver as 63 questões interdisciplinares previstas na prova.
Segundo o professor de língua portuguesa e literatura Marlus Geronasso, apresentador do
programa Eureka e Viajando pela Conhecimento, os 900 lugares do auditório do Canal da
Música estão esgotados e a lista de espera conta com 198 alunos. O Enem é um dos
principais instrumentos de avaliação do desempenho dos estudantes brasileiros. Em 2004,
na sua sétima edição, o exame alcançou um total de aproximadamente 1,5 milhão de
estudantes inscritos, em 608 municípios do País.
Neste ano, mais de 100.000 pessoas puderam ingressar em cursos superiores por meio do
ProUni que utiliza os resultados do Enem como um dos critérios para a seleção dos
inscritos a serem contemplados com bolsas de estudo integrais ou parciais. Am disso, mais
de 400 Instituições de Ensino Superior utilizam, de alguma forma, os resultados do exame
em seus processos seletivos.
Sinal A Paraná Educativa transmite sua programação através do satélite B-1, da Embratel,
que cobre todo Brasil, países da América Latina, parte dos Estados Unidos e Canadá. O
sinal pode ser captado através de uma antena parabólica, com receptor de controle remoto
ou analógico, sintonizado na Banda L, freqüência 1.320 MHz, polarização horizontal.
151
ANEXO I NOTÍCIA PROJETO EUREKA 8
UFPR TV
Professores do Eureka dão dicas de véspera
Fique por dentro dos assuntos mais esperados em cada matéria
Reportagem Ísis Eich
Edição Ivan Sebben
Faltam apenas quatro dias para a primeira fase do vestibular da
UFPR. No total, 80 questões objetivas, abrangendo todo o
conteúdo visto nos últimos três anos de vida escolar, decidem
quem serão os concorrentes da segunda etapa, que ocorre nos
dias 9 e 10 de dezembro.
O Comunicação ouviu os professores do Projeto Eureka, pré-
vestibular público da TV ParaEducativa. Os mestres, todos
com longa experiência em cursinhos pré-vestibulares, trazem
algumas dicas de última hora para ajudar os egressos do Ensino
Médio a controlar a ansiedade nos últimos dias antes do
certame.
Formato do exame: tendências e novidades
Contextualização. Essa palavra-chave será o grande destaque
das provas. Trata-se de uma tendência da UFPR desde 2004,
quando a instituição abandonou as questões de somatória e
passou a adotar questões objetivas de múltipla escolha na
primeira fase do exame. Segundo a professora de Geografia do
projeto Eureka, Eliane Garcia Dias, hoje os enunciados das
questões incluem mais textos de apoio. “São retirados tanto de jornais e revistas de grande circulação e
credibilidade no país, quanto da internet”, afirma a professora.
As principais mudanças nas provas têm ocorrido, principalmente, na segunda etapa do processo
seletivo, na prova de Compreensão e Produção de Textos, comum a todos os candidatos. O professor
de Inglês, Jomar Lima, observa que a realização das provas em fases é positiva. “Poupa os alunos do
stress que existia em anos anteriores e também elimina muitas desistências”, diz ele.
A prova de Sociologia, como específica na segunda fase voltada para os alunos que vão tentar
Ciências Sociais, também é uma novidade recente. A inclusão da disciplina ano passado como matéria
no vestibular não facilita as previsões. “Como não há uma tradição, um histórico nessa matéria em que
se apoiar, é difícil dizer qual o caminho que os professores da UFPR vão escolher”, explica a
professora de Sociologia, Samara Feitosa.
Antes da prova: revisar ou relaxar?
É certo que o preparo emocional garante um melhor desempenho no teste seletivo. Para alguns, isso
significa relaxar, ir ao cinema, ouvir música, sair com os amigos ou seja, o que importa é abstrair na
véspera, ainda que por apenas alguns momentos. Para outros, a insegurança não vai embora a menos
que estejam agarrados ao memorex.
Dookie
A prova de domingo terá 80 questões
objetivas de múltipla escolha
152
O professor de Inglês, Jomar Lima, recomenda muita calma. “Durante a prova é importante, para que
o vestibulando possa lembrar o conteúdo estudado durante o ano“. Entretanto, o professor enfatiza a
importância do vestibulando estar „aquecido‟:
- Uma recapitulação responsável é necessária seja em casa ou na revisão de véspera. Atualmente as
revisões de véspera não visam ensinar e sim lembrar os pontos mais importantes que poderão estar
presentes na prova. É uma ocasião também para os professores motivarem, transmitirem o otimismo
que certamente irá ajudar o vestibulando.
Quarto limpo, mente sã
A professora de Geografia, Eliane Dias, confirma que nos aulões são passadas dicas importantes que
muitos professores deixam para o final. Contudo, de acordo com a professora de Geografia, não é dito
nada que um estudante bem preparado não saiba. “Além disso, ver aquele monte de concorrentes
sentados ali do lado, com cara de predadores não é nada bom para os nervos”, brinca a professora.
- A minha dica é para que o vestibulando mantenha a rotina normal. Mas se a rotina normal do final de
semana é comida pesada e balada até tarde, então a sugestão é que seja moderado. Não cometa
excessos. Para aliviar a tensão sugiro um bom filme, no cinema ou em casa mesmo.
Para quem vai ficar em casa, a professora sugere um passatempo: "Se estiver adiando aquela
arrumação no quarto é hora de entrar em ação. Coloque uma música agradável e mãos à obra. Vai ser
uma ótima catarse: colocar um monte de papéis no lixo, roupa que não serve mais para doação,
calçado empoeirado no sol e roupa usada na máquina de lavar". Segundo Dias, são duas as vantagens.
"Se vomora com sua mãe, ela vai adorar, e você também, porque nem vai ver o tempo passar",
afirma.
Confira
Os vestibulandos podem conferir mais dicas de véspera aman (sábado) no reprise do Programa
Eureka Especial Vestibular UFPR, do qual participaram, entre outros, os mesmos professores que
falaram ao Comunicação. O programa terá 3 horas de duração e será exibido às 14h30min no canal 9,
TV Educativa.
Dicas matéria por matéria
Confira abaixo dicas específicas para as disciplinas:
Geografia
Inglês
Matemática
Biologia
Geopolítica
153
ANEXO J NOTÍCIA PROJETO EUREKA 9
TV PÚBLICA
A imagem do monstro no espelho
Por Luiz Geremias em 3/4/2007
O debate sobre a criação do TV do Executivo continua fazendo emergir posições
interessantes. A que mais tem ganho espaço na dia comercial é a de oposição à
proposta. Aparentemente, o Estado não pode veicular notícias e deve deixar esse
encargo às TVs comerciais. começam os problemas, ou melhor, continuam os
problemas. O desejo aparente dos opositores da proposta é continuar forçando os
governos a se sujeitar às políticas dos veículos comerciais e, certamente, evitar que
os recursos que vêm sendo repassados a esses veículos por alguns governos sejam
"desviados" para a TV do Executivo.
Vejamos o editorial da Gazeta do Povo, jornal curitibano, edição do dia 25 de março
de 2007, que trouxe uma discussão sobre a diferenciação entre o bem e o mal. O
bem se chamou "TV pública"; o mal ganhou o nome de "TV estatal". A primeira é
dotada de virtudes por ser uma TV educativa, a serviço do enobrecimento cultural do
cidadão. A segunda é maldosa porque é veículo de promoção de políticos. Em
termos claros, a televisão estatal é o demônio; a pública, o anjo da guarda. Simples,
não?
O blablablá sobre o bem e o mal
Deve-se lembrar que o jornal citado pertence ao mesmo proprietário de uma rede de
televisão comercial, a Rede Paranaense de Televisão (RPC), a que retransmite a
programação da Globo carioca e da Globo paulista para o estado do Paraná. Tanto o
jornal quanto a rede de televisão têm ganho notoriedade mais por sua prática
política militante do que por seus bons dotes jornalísticos. Francamente opositoras
ao governador do Paraná, essas entidades nos ofereceram nos últimos anos,
notadamente na última campanha eleitoral, provas de que não são sequer imparciais
ou objetivas. O problema, nesse caso, não é tomar partido ou posição; é fazer isso e
negar que faz.
O alvo do editorial é a TV Educativa do Paraná e todo o blablablá sobre bem e mal;
TV pública ou estatal é secundário. A pancada seria dada de qualquer forma,
bastando apenas uma oportunidade, e esta foi dada pela discussão nacional acerca
da TV do Executivo, desmembrada de modo oportunista por alguns intelectuais
orgânicos na oposição entre TV estatal e TV pública.
Limitações intelectuais ou má-
Cada vez que se coloca uma questão no âmbito da dualidade maniqueísta, o
propositor não somente denuncia claramente seus interesses escusos, como, pior,
acaba com fama, desmoralizado. Tudo parece simples a única tarefa é
descobrir quem é está do lado do bem e quem comunga com o mal. Pior: nem essa
154
empreitada é deixada para o leitor. O mal é entregue de bandeja, e o bem pode
estar do lado oposto, geralmente o que nomeia o mal. É simples, até demais. Tudo é
uma questão de trilhar o caminho do bem.
A questão é que não como qualificar essa simplicidade a não ser usando termos
precisos. Todo aquele que propõe pensar seriamente um problema sob os
parâmetros simplórios da oposição-estanque bem versus mal, em 100% dos casos,
ou o faz por limitações emocionais e intelectuais ou por -fé. Não outras
opções.
Malevolência da TV estatal
Para o editorial, a gestão da televisão pública "deve ser autônoma e independente,
sempre voltada à prestação de serviços educativos no seu sentido mais amplo". Um
bom exemplo, segundo o texto, seria a BBC inglesa. Marcelo Tas assina um artigo
sobre o tema no caderno "Mais!" da Folha de S. Paulo do mesmo dia, no qual retira
a BBC do mundo real e relaciona-a a uma beatitude que nenhum veículo, seja ele
público, estatal ou comercial pode almejar. Lendo o artigo, pode-se ter a tentação de
comprar uma passagem para o articulista ir a Londres tentar um emprego na
hierática BBC, mas voltando à realidade, a certeza é que somente um tíquete para o
País das Maravilhas seria adequado, pois a emissora "pública" tão louvada serve,
também, de veículo de propaganda para políticos, como o foi, e aparentemente
continua sendo, no caso da invasão do Iraque.
Voltando ao editorial, lemos que a televisão estatal, ao contrário, "caracteriza-se
pelo financiamento exclusivo do Erário e pelo férreo controle imposto pelas
estruturas governamentais de propaganda comprometidas, portanto, com o fim de
promover os feitos, de defender as posições políticas e de cultuar a personalidade
dos que momentaneamente detêm o poder". Para melhor caracterizar a
malevolência oculta por detrás da televisão estatal, o editorialista lembra Hitler, o
stalinismo, Fidel Castro, Hugo Chávez e outros porta-vozes de um certo poder
maligno. "Clara está", diz o editorial, "a diferença (...) entre o que é o bem e o que é
o mal." Nada contra o financiamento do Estado a TVs comerciais, nada a opor ao
férreo controle feito pelos anunciantes, é claro. A promoção de feitos, a defesa de
posições políticas ou o culto de personalidade dos que momentaneamente ocupam o
poder não foram atitudes maléficas quando, por exemplo, se relacionaram ao
governo FHC ou ao governo Jaime Lerner.
Versão única versus o outro lado
A fórmula ignóbil de separar o bem e o mal foi usada pelo mesmo Hitler e por Stalin
ambos citados no editorial como maus. Logo, há alguma identidade entre o
editorialista e seus maus exemplos. Mas também foi utilizada por presidentes
estadunidenses, entre os quais o neoliberal Ronald Reagan, e ainda o é pelo
"trombadinha eleitoral" Bush Júnior (o excelente termo é de José Arbex Jr.). Estes
bons exemplos não ocorreram ao editorialista. Por algum motivo, escaparam à sua
atenção. os "malvados" Hugo Chávez, Fidel Castro e o alvo direto do editorial,
Roberto Requião, todos opositores do "bem" da pax estadunidense, não costumam
usar essa fórmula de modo tão papalvo, mas são lembrados em menções
desonrosas.
Se tivermos que pôr a questão em dois pólos, bem podemos afirmar que uma
oposição entre a "versão única", ditada pela grande imprensa, que responde, por
sua vez, à elite estadunidense aquela que invade países e mata civis, incluindo
crianças, para lhes roubar o petróleo e uma outra versão dos fatos defendida por
Castro, Chávez e Requião que, até o momento, não cometeram nenhum ato
155
equiparável às atrocidades cometidas pela citada elite e ocultados pela imprensa a
ela subserviente.
Consumidores, não cidadãos
Note-se, então, que todos os adjetivos usados pelo editorialista para designar o bem
e o mal podem ser postos no espelho. Se assim o fizermos, vamos perceber que
tudo aquilo que é dito do mal atributos dos defensores da TV estatal podem ser
assumidos sem reparos pelo que o editorial diz ser o bem.
Não é possível entender como a RPC, por exemplo, "faz bem à democracia", pois é
uma emissora que nada tem de educativa, transmitindo basicamente manifestos
políticos não declarados, além do entretenimento banal e indigente produzido para
consumidores, não para cidadãos. E, embora a democracia seja pau para toda obra
na defesa do discurso da hegemonia do Mercado, não pode ser considerada como
idealmente sustentada por consumidores beócios.
O caminho do bem
a TV Educativa do Paraná pelo menos tem uma programação educativa, segundo
as matérias da própria Gazeta do Povo. É pesquisar para constatar e não é
preciso ir muito longe. O editorial saiu no dia 25 de março, como dito, mas, um dia
depois (26/03), um professor ouvido pelo suplemento chamado "Caderno do
Estudante", da Gazeta do Povo, como "dica especial" para a formação intelectual
dos jovens vestibulandos dois programas criados e transmitidos pela Educativa
paranaense. Entre eles, o programa Eureka, que foi objeto de outra matéria
elogiosa do próprio jornal há alguns meses. Como fica isso? Alguém esqueceu de
avisar o professor e o editor do suplemento que a TV estatal do Paraná não
transmite programas educativos...
Um canal de televisão, e isso deve ser muito bem lembrado, é uma concessão para
o fornecimento de serviços de interesse público a uma determinada população. Em
si, portanto, é uma TV pública. Por que a RPC não cumpre a sua função pública?
Talvez esse seja o caminho do bem.
As monstruosidades apontadas pelo editorialista, ele as viu no espelho. Não há outra
explicação possível. Todos que tentam opor o bem ao mal acabam confundindo seus
próprios males e perversões com as dos outros.
156
ANEXO K NOTÍCIA PROJETO EUREKA 10
Eureka é pré-vestibular para da rede estadual de ensino
22-Out-2008 às 11:30
A secretária da Educação, Yvelise Arco-Verde, apresentou ontem, durante a Escola de Governo,
as apostilas e as videoaulas do projeto Eureka, que disponibiliza aos estudantes da rede pública
estadual os conteúdos das disciplinas para o Exame do Ensino Médio (Enem) e concursos
vestibulares. “Esse é o nosso pré-vestibular público. Um curso preparatório gratuito para os alunos
da rede pública e para quem mais tiver interesse em se preparar para os vestibulares e outros
concursos”, destacou a secretária. O Eureka tamm está disponível no Portal Dia a Dia Educação
(www.diadiaeducacao.pr.gov.br), na programação da TV Paulo Freire e da TV Paraná Educativa.
“É por causa de políticas como essa que a maioria dos aprovados nos vestibulares das
universidades públicas do Paraná é oriunda da escola pública, da rede estadual de ensino”,
comentou Yvelise. Segundo ela, os cursos preparatórios para vestibular eram quase que uma
exclusividade da rede particular de ensino. “O Paraná é pioneiro ao oferecer os conteúdos
disciplinares para que os alunos do ensino médio possam se preparar para os vestibulares e
exames como o Enem”, explicou a secretária.
Segundo Yvelise, o projeto Eureka teve início três anos, quando a Secretaria da Educação e a
TV Educativa iniciaram uma parceria com um programa com aulas para estudantes do terceiro ano
do ensino médio. “A partir das aulas do professor Marlus Geronasso, no programa Eureka da TV
Educativa, iniciamos a formatação do Eureka como o apresentamos hoje”, explicou.
As apostilas e as videoaulas foram produzidas por professores com experiência em cursos pré-
vestibulares, a partir das aulas do programa Eureka da TV Educativa, sob a coordenação do
Departamento de Educação Básica da Secretaria da Educação. São 100 aulas de Biologia,
Química, Matemática, Física, Língua Portuguesa, Filosofia, História, Geografia, Espanhol e Inglês,
que se articulam com os programas na TV Educativa e TV Paulo Freire.
157
ANEXO L NOTÍCIA PROJETO EUREKA 11
26/03/2009 - Campus Curitiba no “Eureka” da TV Paraná Educativa
O programa Eureka, da TV Paraná Educativa, apresentado pelo professor de Literatura e Língua
Portuguesa, Marlos Geronasso, recebeu, na sexta-feira passada, o diretor do Campus Curitiba,
professor Marcos Flávio de Oliveira Schiefler Filho e os professores Laudelino Cordeiro Bastos
(Dainf, Curso de Engenharia de Computação), Gustavo Alberto Gimenez Lugo (Dainf, Curso de
Bacharelado em Sistemas de Informação), Paulo Juarez Rueda Strogenski (Dacex, Curso de
Licenciatura em Letras), Antônio Kozlik Junior (Damec, Curso de Engenharia Industrial Mecânica),
Ivone Terezinha de Castro (Dadin, Curso de Bacharelado em Design), Adalberto Matoski (Dacoc,
Curso de Engenharia de Produção Civil), Sérgio Roberto Molletta (Daefi, Curso de Bacharelado em
Educação Física), João Batista Floriano (Daqbi, Curso de Licenciatura/Bacharelado em Química) e
Charlie Antoni Miquelin (Dafis, Curso de Licenciatura em Física).
O professor Geronasso, durante o programa com 90 minutos de duração, dividido em três
blocos, perguntou a cada professor sobre as particularidades dos cursos que representavam,
as áreas de atuação, o mercado de trabalho, dentre outros assuntos de interesse específico.
Temas de caráter geral relacionados ao Campus e à UTFPR foram abordados pelo Prof.
Schiefler. A platéia, composta por alunos e professores do Colégio Estadual Santa Cândida,
seguindo o formato do programa, também pôde fazer perguntas aos professores presentes.
Representantes do Campus Curitiba da UTFPR são convidados a participar do programa Eureka
desde 2005, o que tem propiciado um ótimo canal de divulgação institucional.
No dia 27/03/09 será gravado novo programa Eureka, agora voltado a Cursos Superiores
de Tecnologia ofertados no Campus Curitiba.
158
ANEXO M NOTÍCIA PROJETO EUREKA 12
Projeto Eureka: o “pré-vestibular público da rede
estadual de ensino do Paraná
24/10/2008 11:26:35
Na Escola de Governo desta semana, dia 21, a Secreria de Educação, Yvelise Arco-Verde,
apresentou os produtos finais referentes ao Projeto Eureka: apostilas e videoaulas, “Esse é o
nosso pré-vestibular público. Um curso preparatório gratuito para os alunos da rede pública e
para quem mais tiver interesse em se preparar para os vestibulares e outros concursos”,
destacou a secretária.
O Projeto Eureka foi criado e implementado a partir de uma parceria entre a Secretaria de
Educação do Estado do Paraná e a TV Educativa, cerca de três anos, explica a secretária,
com o objetivo de servir como suporte de preparação aos alunos da rede pública estadual,
para exames como o ENEM (Exame do Ensino Médio), assim como para professores e demais
interessados em obter informações a respeito dos conteúdos básicos. “Políticas como essa é
que fornecem resultados satisfatórios como o fato da maioria dos aprovados nos vestibulares
das universidades blicas do Paraná ser oriunda da escola pública, da rede estadual de
ensino. O Paraná mais uma vez inova e sai na frente ao oferecer conteúdos disciplinares para
que os alunos do Ensino Médio possam se preparar para os vestibulares e outros exames”,
comenta Yvelise.
O novo Projeto Eureka foi desenvolvido tendo como base aulas como as do Professor Marlus
Geronasso, na TV Educativa. Para tornar efetiva essa ação, o Departamento de Ensino Básico
coordenou a produção de apostilas, transformadas, posteriormente, em videoaulas, pela TV
Paulo Freire, gravadas por professores do Estado com experiência em cursos pré-vestibulares.
Até o momento, estão disponíveis 96 videoaulas, de 30 minutos cada, que contemplam todas
as disciplinas do Ensino Médio, priorizando a preparação de nossos alunos para o vestibular.
Todo esse material se encontra no Portal Dia-a-Dia Educação, para consulta e download.
“Uma proposta como essa, de integração entre as mídias, pode fazer toda a diferença no
momento de explicar/compreender os conteúdos sistematizados”, comenta Monica Schreiber,
coordenadora do Mídia Impressa e Web.
Nessa força-tarefa, a responsabilidade pela produção da página do Eureka na Web ficou a
cargo da Coordenação de Multimeios, setor que faz parte da Diretoria de Tecnologia
Educacional do Paraná, assim como a TV Paulo Freire e o Portal Dia-a-Dia Educação.
"Nosso trabalho foi permitir a melhor acessibilidade para que todos possam usufruir dos
conteúdos e recursos que o Eureka disponibiliza como, por exemplo, os downloads das
apostilas e das videoaulas, entre outros recursos", explicou Elizabete Santos, responsável pela
Diretoria de Tecnologia Educacional.
159
ANEXO N NOTÍCIA PROJETO EUREKA 13
O projeto Eureka é um curso pré-vestibular público através de videoaulas. O Eureka está disponível
no Portal Dia a Dia Educação, na programação da TV Paulo Freire e da TV Paraná Educativa.
O projeto Eureka teve início há três anos, quando a Secretaria da Educação e a TV Educativa
iniciaram uma parceria com um programa com aulas para estudantes do terceiro ano do ensino
médio.
As apostilas e as videoaulas foram produzidas por professores com experiência em cursos pré-
vestibulares, a partir das aulas do programa Eureka da TV Educativa, sob a coordenação do
Departamento de Educação Básica da Secretaria da Educação.
Português:
Português 1 - Pronomes demonstrativos
Eureka
Português 2 - Figuras de estilo I
Eureka
Português 3 - Figuras de estilo II
Eureka
Português 4 - Pronomes relativos
Eureka
Português 5 - Verbos
Eureka
Português 6 - Regência verbal
Eureka
Redação:
Redação 1 - Introdução
Eureka
Redação 2 - Dissertação
Eureka
Redação 3 - Tipologias textuais I
Eureka
Redação 4 - Tipologias textuais II
Eureka
160
Redação 5 - Discurso direto e indireto
Eureka
Redação 6 - Carta
Eureka
Redação 7 - Texto de opinião
Eureka
Redação 8 - Paráfrase
Eureka
Matemática:
Matemática 1 - Sequências e sucessões
Eureka
Matemática 2 - Progressão geométrica
Eureka
Matemática 3 - FunçõesMatemática 3 - Funções
Eureka
Matemática 4 - Função do 1° Grau
Eureka
Matemática 5 - Função do 2° Grau
Eureka
Matemática 6 - Geometria plana
Eureka
Matemática 7 - Triângulo retângulo
Eureka
Matemática 8 - Triângulos quaisquer
Eureka
Matemática 9 - Geometria espacial I
Eureka
Matemática 10 - Geometria espacial II
Eureka
Matemática 11 - Volume
Eureka
Apostilas:
Eureka
Download das apostilas (via RapidShare)
Informações:
Você também pode assistir, e até mesmo baixar, as vídeo-aulas diretamente do site oficial:
Veja o conteúdo completo no site oficial
161
ANEXO O NOTÍCIA PROJETO EUREKA 14
Paraná conta com curso pré-vestibular pela televisão
21/10/2008 | 19:58 | Gazeta do Povo Online
A Secretaria Estadual de Educação (Seed) apresentou nesta terça-feira (21), durante a Escola de
Governo, as apostilas e as videoaulas do Projeto Eureka. O objetivo é oferecer aos estudantes que
não têm condições de pagar um curso pré-vestibular, a oportunidade de se preparar por meio de aulas
que serão transmitidas pela internet e pela televisão.
O próximo passo é a distribuição de 240 mil apostilas para alunos que estão no terceiro ano do ensino
médio agora e outras 200 mil no ano que vem. As aulas podem ser acompanhadas pela TV Paulo
Freire, aos sábado pela manhã (para quem utiliza antena parabólica), pela TV Paraná Educativa
(também pela parabólica e pelo canal 9 VHF), aos sábados a partir das 15 horas e por meio do Portal
Dia a Dia Educação, onde também estão disponíveis as apostilas em formato digital.
As apostilas e as videoaulas foram produzidas por professores com experiência em cursos pré-
vestibulares. São 100 aulas de Biologia, Química, Matemática, Física, Língua Portuguesa, Filosofia,
História, Geografia, Espanhol e Inglês, que se articulam com os programas exibidos na TV Educativa
e TV Paulo Freire.
PARANÁ ONLINE
TV Paraná Educativa apresenta aulões para os
vestibulandos
Jornalista Externo
Os alunos que se preparam para o vestibular de verão terão a oportunidade de assistir os “aulões da TV
Paraná Educativa, nos dias 5 e 12 de novembro, das 15às 17 horas, durante o programa Eureka, apresentado
pelo professor Marlus Humberto Geronasso.
Quem quiser relembrar as principais questões de história, geografia, química, biologia, matemática, física,
língua moderna (inglês e espanhol), português e literatura, vai poder assistir as aulas dos 18 professores de
escolas das redes pública e privada.
162
“Trata-se de um programa de inclusão social, porque mantemos parceria com 44 telecentros instalados em
bibliotecas e escolas de pequenas cidades, distantes dos grandes centros, onde a maioria dos alunos não tem
condições de freqüentar cursinhos”, revelou o apresentador.
O programa do dia 12 (bado) será transmitido ao vivo do auditório do Canal da Música, com 900 lugares
destinados aos alunos que vão prestar vestibular. Na oportunidade, será comemorado o segundo ano do
programa Eureka, com a presença de vários convidados especiais, entre os quais os secretários estaduais
Mauricio Requião (Educação), Nizan Pereira (Assuntos Estratégicos) e Vera Mussi (Cultura).
Telecentros para navegar
Educativa Apresenta Aulão com Conteúdos do ENEM
Estamos convidando todos os alunos que farão a prova do Exame Nacional do Ensino
Médio - ENEM a assistir à Rádio e TV Educativa, que apresentará para todo o para o Brasil,
ao vivo, o Programa EUREKA.
É um programa especial, com aulas das disciplinas de Exatas e Biológicas, no sábado, dia
04 de agosto de 2007, às 15h, e no dia 25 de agosto de 2007, no mesmo horário, com as
disciplinas de Humanas. É um aulão preparatório para o ENEM.
O ENEM é um dos principais instrumentos de avaliação do desempenho dos estudantes
brasileiros. Neste ano, milhares de pessoas puderam ingressar em cursos superiores por
meio do ProUni, que utiliza os resultados do ENEM como um dos critérios para a seleção
dos inscritos a serem contemplados com bolsas de estudo integrais ou parciais. Am disso,
mais de 400 Instituições de Ensino Superior utilizam, de alguma forma, os resultados do
exame em seus processos seletivos.
Nessa palestra, os professores da rede estadual e escolas particulares estarão resolvendo as
questões de exames dos anos anteriores. Para baixar as apostilas de apoio, acesse
http://www.pr.gov.br/rtve/eureka .
No Google, as notícias sobre o Programa EUREKA apresentam esses
números.
Aproximadamente 18.900 resultados
163
ANEXO P ÍNDICE DE AUDIÊNCIA DO PROGRAMA EUREKA
P. 01
164
P. 02
165
P. 03
166
P. 04
167
ANEXO Q
Carta de uma telespectadora endereçada ao apresentador do Programa Eureka frente
168
Carta de uma telespectadora endereçada ao apresentador do Programa Eureka verso
169
Texto da Carta de uma telespectadora endereçada ao apresentador do Programa
Eureka frente
170
Texto da Carta de uma telespectadora endereçada ao apresentador do Programa
Eureka verso
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo