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Goodyear perdeu essa patente e declinou. O nome vulcanizado foi
extraído de vulcano, o deus romano do fogo
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Nem Goodyear nem sua família estiveram ligados à Companhia
Goodyear, nomeada em sua homenagem, atualmente Goodyear Tire &
Rubber Co.
A introdução da vulcanização, em ambos os lados do Atlântico, foi
seguida de uma rápida e bem sucedida aplicação da borracha a,
virtualmente, todos os seus usos modernos: mangueiras, correias, pisos,
calçados, artigos esportivos, vestimentas impermeáveis, equipamento para
anestesia, catéteres, colchões de ar e sacos de água quente, pára-choques
ferroviários e anéis de pistão, isolamento elétrico, arruelas, gaxetas, juntas,
selos etc. O clímax veio com a patente de pneumáticos, em 1888, pelo
cirurgião-veterinário de Belfast, John Boyd Dunlop. Entretando, Dunlop não
foi o primeiro a fazer pneumático. Aproximadamente meio século antes, um
inglês chamado R.W. Thomson anexou um tubo inflado de lona e borracha
às rodas de uma carruagem e patenteou o evento de “cinto elástico”. A
invenção de Dunlop foi originalmente projetada para a bicicleta do seu filho,
porém, chegou no momento exato, ao encontro das necessidades do
crescimento da indústria automobilística.
Enquanto a indústria automobilística se desenvolvia, a fabricação de
pneus crescia igualmente. A conseqüência inevitável foi um déficit mundial
de borracha. Até quase o final do século XIX, praticamente todo o
suprimento mundial consistia de borracha silvestre obtida por seringueiros
nas margens do rio Amazonas. Foi o governo britânico, na Índia, quem
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Divindade romana possui um flâmine e uma festa, os Volanalia, que se realiza a 23 de
Agosto. Era usual nas festas de vulcano, lançar no fogo pequenos peixes e, por vezes,
outros animais. Vulcano não possuía nenhuma lenda própria, foi identificado como Hefesto.
Hefesto é o deus do Fogo. Filho de Zeus e Era. No grupo dos grandes deuses olímpicos,
Hefesto é o senhor do elemento ígneo. Deus poderoso, combate diante de Tróia com a
chama, tal como, durante a Gigantomaquia, havia morto o gigante Clítio, atingindo-o com
uma maça de ferro em brasa. Além disso, é o deus dos metais e da metalurgia. Reina sobre
os vulcões, que são as suas oficinas e onde trabalha com os seus ajudantes (GRIMAL,
2000, p. 10-11, 195, 467).
Hades é o deus dos infernos, dos mortos e do mundo da noite. É filho de Crono e Reia e
irmão de Zeus, Posídon, Hera, Héstia e Deméter. Juntamente com Zeus e Posídon, é um
dos três senhores que dividiam entre si o poder sobre o universo depois de vencerem os
Titãs. Enquanto Zeus obteve o Céu e Posídon o Mar, Hades recebeu o mundo subterrâneo,
os Infernos ou Tártaro (GRIMAL, 2000, p. 189).