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em acetonitrila. A temperatura de reação foi mantida a 75ºC e o tempo de derivação foi
testado (15 min e 20 min). O autor concluiu com base no tempo de retenção e na área média
do volume injetado, que a temperatura de 75ºC/ 20 min foi suficiente para a reação ser
completada. A base TEA mostrou-se tão eficiente quanto o DIPA com relação a sua ação
catalisadora, porém com custo muito inferior. Quando é realizado um grande número de
análises (como nos monitoramentos), este fato contribui com a redução dos custos tornando
mais viáveis a realização das análises.
Apesar de sua excelente capacidade de detecção, a instabilidade do 9-
antrildiazometano levou os pesquisadores a buscarem reagentes de derivação alternativos. Em
FAO (2004) encontram-se compilados vários relatos de reagentes que foram testados, Shen et
al., (1991) utilizaram 4-bromometil-7-methoxicoumarin, Dickey et al., (1993) introduziram 1-
bromoacetilpireno, enquanto Akasaka et al., (1996) utilizaram 2,3-(antracenedicarboximido)
ethiltrifluoro-methanosulphonato e Lawrence et al., (1996) testaram o 9-
chloromethylanthraceno. Tendo se destacado o 1-bromoacetil(pireno) (BAP). Segundo
González (1998) apesar destes reagentes serem mais estáveis, apresentarem menor custo e
menor limite de detecção, apenas o BAP superou a eficiência do ADAM, pois todos os
demais requeriam uma etapa de SPE mais complexa, que consiste em um sistema de dupla
coluna de HPLC com válvula, ou um tempo maior do que o ADAM para que a molécula de
AO fosse convertida a um éster fluorescente, atingindo uma derivação quantitativa estável.
Este fato onera a análise e demanda um tempo maior para a sua realização. A metodologia
proposta por Dickey (1993), que empregava o BAP utilizou uma etapa de SPE igual à
utilizada para derivação com ADAM.
Prassoupoulou et al., (2009) realizaram experimentos de detecção do AO em
mexilhões (Mytillus galoprovincialis), utilizando o BAP como reagente cromóforo e
obtiveram resultados que apresentaram menores interferências cromatográficas além de
concluirem que o reagente foi estável e necessitou de menor tempo de reação. Estes resultados
confirmam o que foi observado anteriormente por Dickey et al., (1993), Kelly et al., (1996) e
González et al., (2000) que realizaram experimentos utilizando o 1-bromoacetil(pireno) como
reagente cromóforo em amostras de moluscos bivalves e necessitaram de um tempo de reação
inferior ao utilizado na derivação com ADAM e obtiveram cromatogramas com menos
interferência cromatográfica na detecção do AO.
Estudos posteriores utilizando a metodologia Silva (2001) foram realizados por
Ferreira (2004) que analisou amostras de mexilhões coletadas na baía de Sepetiba e
quantificou a toxina AO em concentrações que variaram de 2 a 20 ng.g
-1
de glândula digestiva
de mexilhão, a autora verificou também que as maiores concentrações de AO foram
detectadas no verão quando comparados com as detecções realizadas na primavera. Oliveira
(2005) também utilizando mexilhões coletados na baia de Sepetiba e Mangaratiba obteve
concentrações médias de 19,61ng de AO.g
-1
de glândula digestiva em Sepetiba e 9,88ng de
AO.g
-1
de glândula digestiva. Lourenço et al., (2007a) analisando mexilhões Perna perna,
detectaram a ficotoxina ácido okadaico, com concentração de 2,65 ngAO.g
-1
de glândula
digestiva de molusco, em apenas uma amostra das três coletadas no mês de março de 2004 na
enseada de Maciéis localizada na baía de Ilha Grande; e Mariné (2010) analisou amostras de
mexilhões Perna perna também na enseada de Maciéis localizada na baía de Ilha Grande, nos
meses de maio a outubro de 2006, e verificou que todas as amostras analisadas apresentaram
contaminação pela toxina AO em concentrações que variaram entre 0,20µg.g
-1
e 8,54µg.g
-1
de
glândula digestiva. Esses valores situam-se acima do limite permitido para comercialização e
consumo, segundo a União Europeia, que estipulou o nível máximo em 0,16µg.g-1 (do corpo
todo ou alguma parte específica do molusco separadamente) (Decisão 2002/225/EC). Estes
autores também verificaram que nenhuma substância eluia no mesmo tempo ou muito
próximo ao tempo de retenção do AO, confirmando o que foi anteriormente observado por