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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DES-GRADUÃO EM ENGENHARIA
AMBIENTAL
SÍLVIA PEDROSO MELEGARI
ESTUDO DO MECANISMO DE AÇÃO TÓXICA DA
SAXITOXINA E AVALIAÇÃO DE SUA ADSOÃO EM
MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA APLICAÇÃO EM
SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA
FLORIANÓPOLIS
2010
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SÍLVIA PEDROSO MELEGARI
ESTUDO DO MECANISMO DE AÇÃO TÓXICA DA
SAXITOXINA E AVALIAÇÃO DE SUA ADSOÃO EM
MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA APLICAÇÃO EM
SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA
Tese apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia
Ambiental da Universidade
Federal de Santa Catarina, como
requisito para a obtenção do
título de Doutor em Engenharia
Ambiental, área de concentração
Toxicologia Ambiental.
Orientador: Prof. William Gerson Matias, Dr.
Co-orientadora: Profª. Cátia Regina Silva de Carvalho Pinto, Drª.
FLORIANÓPOLIS
2010
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RESUMO
Entre os diversos problemas de saúde pública ligados ao
abastecimento de água, a contaminação de mananciais de água
doce por cianotoxinas tem sido muito enfatizado devido ao risco
toxicológico. Assim, esse assunto tornou-se preocupante e é cada
vez mais estudado pela comunidade científica, pois compromete
a qualidade das águas destinada ao consumo humano, atingindo
conjuntos de organismos muito além da comunidade aquática. A
saxitoxina (STX) é uma neurotoxina produzida pela cianobactéria
Cylindrospermopsis raciborskii, que compõe a biota da Lagoa do
Peri, que se apresenta como um dos principais mananciais de
abastecimento de água para o Municipio de Florianópolis-SC.
Este estudo investigou o mecanismo de ão da STX através de
métodos toxicológicos in vitro, além de verificar a capacidade de
adsorção de conchas de ostra e quitina à STX. Os testes
citotóxicos e genotóxicos in vitro realizados para avaliar a ação
da STX sobre lulas Neuro 2A (N2A) e Vero, foram os testes do
MTT, a fragmentação e a metilação do DNA, a lipoperoxidação e
a freqüência de células micronucleadas. Para os ensaios de
adsorção foi empregando conchas de ostras trituradas e quitina
como matriz adsorvente, e verificado a capacidade de adsorção da
STX de soluções aquosas à estes adsorventes. Para aquantificação
da STX foi empregada a cromatografia líquida de alta eficiência
(HPLC). Os resultados obtidos nas avaliações toxicológicas
demonstraram que a STX possui um potencial efeito citotóxico e
genotóxico, pois induziu às células N2A à apoptose e à
fragmentação e hipermetilação do DNA, além de causar a
oxidação lípidica da membrana celular. Nestas avaliações
toxicológicas ainda foi possível verificar o potencial da STX à
indução de formação de micronúcleos em células N2A e Vero,
com evidências dos efeitos de origem aneugênica. Nos ensaios de
adsorção, foi possível verificar que a concha de ostra e a quitina
foram eficientes para remoção da STX (>60% em 48h) em
amostras da água, na escala de concentrações empregadas neste
estudo.
Palavras-Chave: saxitoxina, células Neuro-2A, células Vero,
efeito citotóxico e genotóxico, adsorção, concha de ostra, quitina.!
ABSTRACT!
Amongst the diverse problems of public health on the water
supply, the contamination of fresh water sources from
cyanotoxins had been emphatized due toxicological risk. Thus,
this subject that concern more and more studied by the scientific
community, therefore compromises the waters quality destined to
the human consumption, reaching organisms beyond the aquatic
community. The saxitoxin (STX) is a neurotoxin produced in
blooms of Cylindrospermopsis raciborski, cyanobacteria that
composes the biota of Peri Lagoon - Florianópolis/SC. This study
evaluated the mechanism of action of STX through toxicology
methods in vitro, besides verifying the absorption capacity of
oyster shell and chitin to STX. To evaluate the action of STX in
Neuro 2A (N2A) and Vero cells, the cytotoxic and genotoxic in
vitro essays employed were: MTT assay, DNA methylation and
fragmentation, lipid peroxidation and frequency of
micronucleated cells. From the adsorption essays were employed
oyster shells powdered and chitin as adsorbents! matrices and
verifying the capacity of absorption of STX soluble to these
adsorbents. The quantification of STX was for high performance
liquid chromatography (HPLC). The results of toxicological
evaluation showed that STX had a potential cytotoxic and
genotoxic effects. The STX’ exposure induced to N2A cells to
cellular apoptosis, DNA fragmentation and methylation and lipid
oxidation of cellular membrane. The toxicological evaluation
demonstrated that STX induced to the N2A and Vero cells
exposedto micronuclei formation, with evidenced to aneugenic
effects. The adsorption assays verified that oyster shell and chitin
were efficient to remove the STX (>60% in 48h) from water
samples, in the concentrations scale employed in this study.
Keywords: Saxitoxin (STX), Neuro 2A cells, Vero cells,
cytotoxic and genotoxic effects, adsorption, oyster shell, chitin.
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1: Vista panorâmica do Parque da Lagoa do Peri (Fonte:
Oliveira, 2002). ................................................................................ 30
Figura 3.2: Estruturas químicas das toxinas paralisantes de molusco
(PSP). ............................................................................................... 33
Figura 3.3: Estrutura da saxitoxina (STX). ..................................... 33
Figura 3.4: Peroxidação da saxitoxina. ........................................... 37
Figura 3.5: Mecanismo de metilação do DNA. A 5–metilcitosina é
produzida pela ão das DNA-metiltransferases (DNMT 1, 3a ou 3b)
que catalizam a transferência de um grupo meti da S-
adenosilmetionina (SAM) para o carbono na posição 5 da citosina.40
Figura 3.6: Fragmentação do DNA após tratamento de células
Caco2 ao ácido domóico. 1: marcador DNA (“Ladder”); 2: controle;
3:15ng/mL; 4: 30ng/mL; 5:60ng/mL; 6:100ng/mL (Carvalho Pinto-
Silva, 2005). .....................................................................................42
Figura 3.7: Esquema simplificado da lipoperoxidação, com a
formação do malondialdeído e o aduto com a guanina, M1G. ........ 43
Figura 3.8: Fotomicrografia da concha de ostra calcinada (Fonte:
Silva, 2007). .....................................................................................47
Figura 3.9: Fotomicrografia de amostras de quitina proveniente da
carapaça do camarão (1300X) (Fonte: Antonino, 2007).................. 48
Figura 5.1: Perfil dose-resposta da STX em células N2A na
presença e ausência de O/V. Viabilidade celular (%)±DP v.
Concentração de STX em nM. Condição “Sem O/V”: R
2
=0,997;
condição “Com O/V”:: R
2
= 0,9904..................................................60
Figure 5.2: Fragmentação do DNA de lulas N2A extraído após
exposição à STX. O DNA foi isolado de células N2A expostas e a
eletroforese foi realizada em gel de agarose 1,5% nas seguintes
concentrações: 1: Ladder 1000 kpb, 2: OTA (ocratoxina)10µM, 3:
3,0nM, 4: 1,5nM; 5: 0,8nM 6: Controle negativo com antibiótico e 7:
Controle negativo sem antibiótico.................................................... 62
Figura 5.3: % de DNA fragmentado para células expostas à STX,
obtido pela análise da imagem do gel. .............................................63
Figura 5.4: % m5dC com relação a quantidade total de citosina
(dC+m5dC) das amostras do DNA extraídas de células N2A
expostas por 24 horas, para os controles negativo e positivo e as
diferentes concentrações de STX empregadas. ................................ 64
Figura 5.5: Lipoperoxidação induzida pelo aumento da concentração
de STX em células N2A avaliando o efeito da ausência e presença de
diferentes antioxidantes, com dosagem da quantidade de MDA
produzido, após 24 horas de incubação (*diferença significativa com
relação à célulaso tratadas com STX para p<0.05, e ** com
relação ao controle positivo para p<0.05). ....................................... 70
Figura 5.6: Perfil dose-resposta da STX em células N2A e Vero,
pela viabilidade celular v. concentração STX (R2=0,997 para lulas
N2A e R2=0,964 para células Vero). ............................................... 76
Figura 5.7: Número de células BNMN induzidas pela STX (0,38;
0,75; 1,50; 3,00 nM) sobre 1000 lulas binucleadas (BN) N2A e
Vero após 24 horas de exposição. A colchicina foi empregada como
controle positivo. Os resultados estão expressos como média de três
experimentos±DP (n = 3). ................................................................ 77
Figura 5.8: Células N2A coradas com “acridine orangee brometo
de etídio (Aumento: 1000x) A: controle célula BN; B: célula
BNMN.............................................................................................. 78
Figura 5.9: Processo cinético de adsorção da STX em quitina e pó
de concha. Condições: 10µM STX, 200mg de adsorvente, pH 5,0 e
25ºC.................................................................................................. 82
Figura 5.10: Processo cinético de adsorção da STX em quitina e
de concha. Condições: 10µM STX, 200mg de adsorvente, pH 7,0 e
25ºC.................................................................................................. 82
Figura 5.11: Isotermas de adsorção Lin e N-Lin (respect.) de STX
em quitina e pó de concha de ostra à 25ºC e pH 5,0. ....................... 84
Figura 5.12: Isotermas de adsorção Lin e N-Lin (respect.) de STX
em quitina e pó de concha de ostra à 25ºC e pH 7,0. ....................... 85
Figura A1: Curva de calibração do método empregado para
quantificação da STX nos testes de adsorção................................. 116
Figura A2: Cromatograma do padrão da STX 50 µg/L. ............... 117
Figura A3: Curva de calibração do método empregado para
quantificação da citosina e 5-metilcitosina no ensaio de metilação do
DNA. .............................................................................................. 119
Figura A4: Cromatograma da mistura dos padrões empregados para
a quantificação da citosina e 5-metilcitosina (12,5µ g/mL)............ 120
Figura A5: Curva de calibração do método empregado para
quantificação do MDA no ensaio de lipoperoxidação. .................. 122
Figura A6: Cromatograma do padrão do MDA(60nM - t
R
: 4,58
min). ............................................................................................... 122
Figura A7: Curva de calibração do método empregado para
quantificação da proteína BSA no ensaio de lipoperoxidação....... 124
Figura A8: Esquema de diluição em cascata da STX na microplaca
de 96 poços para os ensaios citotóxicos do MTT........................... 125
Figura A9: Esquema de diluição em cascata da STX na microplaca
de 24 poços para os ensaios de lipoperoxidação e micronúcleo. ... 126
Figura A10: Esquema de diluição em cascata da STX na microplaca
de 6 poços para os ensaios de fragmentação e metilação do DNA.127
!
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1: Condições para determinação de STX em HPLC com
detector de Fluorescência. (AOAC, 2005). ...................................... 57
Tabela 5.1: Lipoperoxidação medida pela % do aumento na
produção do MDA com relação ao controle. ................................... 71
Tabela 5.2: Parâmetros obtidos pelas isotermas de adsorção da STX
nas diferentes condições analisadas. ................................................ 86
Tabela 5.3: Valores de G
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para a STX para os adsorventes
testados nos pH 5,0 e 7,0.................................................................. 87
Tabela A1: Dados para a construção da curva de calibração da STX.
........................................................................................................ 115
Tabela A2: Dados para a construção da curva de calibração da
citosina e 5-metilcitosina................................................................118
Tabela A3: Dados para a construção da curva de calibração MDA.
........................................................................................................ 121
Tabela A4: Dados para a construção da curva de calibração BSA.
........................................................................................................ 123
LISTA DE ABREVIATURAS
AOAC: Association of Official Analytical Chemists
ASP: Aminesic Shellfish Poisiong
BNMN:binucleated micronucleated cells
CASAN: Companhia Catarinense de Águas e Saneamento
CAT: catalase
CBMN: Cytokinesis-block micronucleus assay
COL: Colchicina
CytB: Citocalasina B
DMSO: Dimetil-sulfóxido
DNA: Ácido desoxirribonucléico
DSP: Diarrheic Shellfish Poisiong
EC50: Concentração efetiva 50%
ELISA: Enzime Linked Immunosorbent Assay
FISH: Hibridização in situ por Fluorescência
FD: Fluorescence detector
GPx: glutationa peroxidase
GSH: glutationa reduzida
HPLC: High Performance Liquid Chromatography
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
ISOC-HAB: International Symposium on Cyanobacterial
Harmful Algal Blooms
LABTOX: Laboratório de Toxicologia Ambiental
LIMA:Laboratório Integrado do Meio Ambiente
Lin: Linear
LMP: Low Melting Point
LPO: Lipoperoxidação
MBA: Mouse Bioassay
MDA: Malondialdeído
MEV: Microscopia Eletronica de Varredura
MN: micronucleus/ micronuclei
MTT: Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol il-2,5-difeniltetrazólio)
N-Lin: Não-Linear
NMP: Normal Melting Point
NRC: National Research Council Canada
NSP: Neurotoxic Shellfish Poisoning
O/V: ouabaína/veratridina
OMS: Organização Mundial de Saúde
PBS: Phosphate Buffered Saline Tampão salino de fosfato
pH: Potencial hidrogeniônico
PSP: Paralitic Shellfish Poisiong
RNA: Ácido ribonucléico
RNase A: Ribonuclease A
RNase T1: Ribonuclease T1
RPMI: Roswell Park Memorial Institute
SDS: Dodecilsulfato de sódio
SOD: Superóxido dismutase
STX: Saxitoxina
TBA: Ácido 2-tiobarbitúrico
USEPA: United State Environmental Protection Agency
UV: ultravioleta
VitE: Vitamina E
VitC: Vitamina C
VMP: Valor máximo permitido
v.: versus
WHO: World Health Organization
SUMÁRIO
CAPÍTULO I ...............................................................................15
1. INTRODÃO.......................................................................15
1.1. Hipóteses da Pesquisa......................................................21
1.1.1. Primeira Hipótese.....................................................21
1.1.2. Segunda Hipótese.....................................................21
1.1.3. Terceira Hipótese .....................................................22
1.2. Justificativa da Pesquisa ..................................................22
CAPÍTULO II..............................................................................25
2. OBJETIVOS............................................................................25
2.1. Objetivo Geral..................................................................25
2.2. Objetivos Específicos.......................................................25
CAPÍTULO III ............................................................................27
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................27
3.1. Eutrofização Natural e Artificial......................................27
3.2. Florações de Algas...........................................................28
3.3. Cianotoxinas ....................................................................31
3.3.1. Toxinas “Paralytic Shellfish Poisons” (PSP) ...........32
3.3.2. Legislação Brasileira v. Cianotoxinas ......................34
3.3.3. Quantificação da STX ..............................................35
3.4. Bioensaios para Monitoramento da Citotoxicidade e
Genotoxicidade Celular ..........................................................37
3.4.1. Teste de citotoxicidade: Teste do MTT....................38
3.4.2. Teste de Micronúcleo ...............................................38
3.4.3. Metilação Biológica .................................................39
3.4.4. Fragmentação do DNA e Apoptose..........................40
3.4.5. Lipoperoxidação Biológica ......................................42
3.5. Propriedades Químicas dos Adsorventes Empregados na
Adsorção da Saxitoxina ..........................................................45
CAPÍTULO IV ............................................................................49
4. METODOLOGIA....................................................................49
4.1. Instalações........................................................................49
4.2. Ensaios de Citotoxicidade e Genotoxicidade...................49
4.2.1. Cultura Celular .........................................................49
4.2.2. Ensaio do MTT: Determinação da EC50 .................50
4.2.3. Fragmentação e Metilação do DNA.........................51
4.2.4. Lipoperoxidação: Extração e Quantificação do MDA
............................................................................................53
4.2.5. Teste do Micronúcleo: Bloqueio Citocinético
(CBMN)..............................................................................55
4.3. Ensaios de Adsorção ........................................................56
4.3.1. Materiais Adsorventes..............................................56
4.3.2. Cinéticas e Isotermas de Adsorção...........................56
4.3.3. Dosagem da Saxitoxina ............................................57
CAPÍTULO V .............................................................................59
5. RESULTADOS E DISCUSO ............................................59
5.1. Resultados do Artigo 1: Ensaio do MTT, Fragmentação e
Metilação do DNA..................................................................59
5.1.1 Influência de STX na Viabilidade Celular: Ensaio de
MTT e Determinação de EC50 ..........................................59
5.1.2. Efeitos de STX na fragmentação do DNA em células
N2A ....................................................................................61
5.1.3. Efeitos de STX na metilação do DNA em células
N2A ....................................................................................63
5.2. Discussão do Artigo 1......................................................65
5.3. Resultados do artigo 2: Lipoperoxidação e Efeito Protetor
de Vitaminas e Enzimas..........................................................69
5.3.1. Lipoperoxidação: efeito do estresse oxidativo .........69
5.4. Discussão do Artigo 2:.....................................................71
5.5. Resultados do Artigo 3: Teste do Micronúcleo ...............75
5.5.1. Influencia da STX na viabilidade celular em lulas
N2A e Vero: teste do MTT e Determinação da EC50 .......75
5.5.2. Teste do Micronúcleo...............................................77
5.6. Discussão do Artigo 3:.....................................................78
5.7. Resultados do Artigo 4: Ensaios de Adsorção.................81
5.8. Discussão artigo 4 ............................................................88
5.9. Considerações Finais para Complementação do Estudo de
Caso: Lagoa do Peri................................................................89
CAPÍTULO VI ............................................................................93
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...............................93
CAPÍTULO VII...........................................................................97
7. REFENCIAS BIBLIOGFICAS ....................................97
CAPÍTULO VIII .......................................................................115
8. APÊNDICES .........................................................................115
A1. Curva de calibração da STX ..........................................115
A2. Curva de calibração para quantificação da citosina e 5-
metilcitosina..........................................................................118
A3. Curva de calibração do malondialdeído.........................121
A4. Curva de calibração para a quantificação de proteínas ..123
A5. Esquema de diluição em cascata da STX nas placas de 96
poços para os ensaios citotóxicos do MTT...........................125
A6. Esquema de diluição em cascata da STX nas placas de 24
poços para os ensaios do micronúcleo e lipoperoxidação ....126
A7. Esquema de diluição em cascata da STX nas placas de 6
poços para os ensaios de fragmentação e metilação do DNA
...............................................................................................127
A8. Artigo 1 ..........................................................................128
A9. Artigo 2 ..........................................................................149
A10. Artigo 3 ........................................................................167
A11. Artigo 4 ........................................................................180
CAPÍTULO I
1. INTRODÃO
A água é o principal constituinte de todos os organismos
vivos. O homem, além de usar a água para suas funções vitais
como todas as outras espécies de organismos vivos, utiliza os
recursos hídricos para um grande conjunto de atividades, tais
como, produção de energia, navegação, produção de alimentos,
desenvolvimento industrial, agrícola e econômico. De toda a água
disponível no planeta, apenas 2,5% é água doce; e deste, apenas
0,3% pode ser tratada para a utilização como água potável. Este
precioso recurso, cada vez mais escasso, vem sendo muito
ameaçado por ações antropogênicas (Barata e Crispino, 2006).
A água de má qualidade empobrece as populações locais e
de determinadas regiões, interfere na economia regional e destrói
alternativas saudáveis de desenvolvimento sustentável. (Tundisi,
2003). O acelerado desenvolvimento urbano e industrial es
submetendo a graves pressões os recursos hídricos. A crescente
urbanização no entorno de rios, lagoas e represas vem causando
muitos problemas para os ecossistemas aquáticos. É cada vez
mais evidente a desestabilização das condições de equilíbrio
desses ecossistemas, causada pelo aumento da densidade
populacional nestas localidades além da tolerância do ambiente
aquático (Carvalho, 2004).
Certas características dos ambientes aquáticos lhe conferem
peculiaridades como a alta solubilização de compostos orgânicos
e inorgânicos, possibilitando que os organismos, especialmente
os autótrofos, possam absorver nutrientes por toda a superfície do
corpo e o baixo teor de sais dissolvidos picos de água doce faz
com que a maioria dos organismos que habitam estes ambientes
seja hipertônica com relação ao meio, sendo, portanto necessárias
adaptações no sentido de manter o equilíbrio osmótico entre os
líquidos internos e o meio (Esteves, 1998).
A diversidade da fauna e flora das águas continentais é
dependente dos mecanismos de funcionamento de rios, lagos,
áreas alagadas, represas, como o ciclo hidrológico e a variedade
de habitat e nichos. O ambiente em que vivemos se caracteriza
por uma vida vegetal muito diversificada da qual depende nossa
existência. As plantas verdes, aquáticas e terrestres, o à base da
cadeia de alimentos para o reino animal. Cerca de 90% da
fotossíntese na Terra é realizada por plantas aquáticas,
principalmente algas planctônicas. Certas algas azuis e algumas
bactérias podem empregar o nitrogênio gasoso da atmosfera na
construção do seu protoplasma e contribuir significativamente
para a síntese de compostos nitrogenados na água e no solo onde
vivem (fixação de nitrogênio) (Barata e Crispino, 2006).
Os seres humanos o estão isolados de seu ambiente
natural; eles estão no topo de muitas cadeias alimentares e
poucos ecossistemas nos quais a espécie humana não está
envolvida (Azevedo e Chasin, 2003). Impactos ao meio ambiente
e a saúde humana estão cada vez mais presentes no cotidiano de
populações do mundo todo. Dentre as ações antropogênicas que
contribuem para estes impactos, a mais preocupante é a descarga
de fontes difusas e pontuais de nitrogênio e fósforo nos rios, lagos
e represas, a partir de esgotos não tratados e do emprego de
fertilizantes que produzem o fenômeno de eutrofização artificial,
cujos efeitos ecológicos, na saúde humana e nos custos do
tratamento de água são relevantes (Tundisi, 2003).
A eutrofização artificial se manifesta com a quebra do
equilíbrio ecológico. Este processo, causado pelo lançamento de
efluentes domésticos e industriais nos corpos d'água,
disponibiliza uma quantidade maior de matéria orgânica que o
sistema é capaz de decompor. Estes agentes eutrofizantes
(constituído principalmente de nitrogênio, na forma de nitrato e
amônia, e fósforo, na forma de fosfato) estão diretamente
relacionadas com o processo fotossintético das algas, uma vez
que pertencem à estrutura de muitos compostos importantes para
o metabolismo da célula vegetal.
O aumento da concentração de nutrientes implica não
aumento da densidade de algas, mas também em alterações
qualitativas, como o surgimento de novas espécies e o
desaparecimento de outras. A poluição de um ambiente aquático
envolve, portanto, processos de ordem física, química e biológica.
As florações algais o resultado da interação destes fatores
físicos, químicos e bióticos, caracterizadas por um crescimento
explosivo, autolimitante e de curta duração dos microorganismos
de uma ou poucas espécies, freqüentemente produzindo
colorações visíveis nos corpos de águas naturais (Torgan, 1989
apud Matthiensen et al, 1999).
A floração de algas tóxicas causa gosto e odor
desagradáveis na água e altera o equilíbrio ecológico do
ecossistema aquático. Entre as algas que podem causar floração
em corpos de águas continentais, destacam-se as cianobactérias
que produzem as cianotoxinas. As florações de algas tóxicas em
mananciais utilizados para abastecimento público representaram
um risco potencial aos seus consumidores. As toxinas são
altamente solúveis em águas e não podem ser removidas da água
por sistema de tratamento convencional (Bartran et al 1999).
A contaminação direta e indireta por algas tóxicas e/ou
toxinas liberadas pelas florações, tem sido muito relatada em todo
mundo. Estas florações tóxicas se apresentaram prejudiciais o
somente para os ecossistemas aquáticos, como também para a
saúde humana. Muitos casos que vão desde intoxicações a a
morte, m sendo muito citados na literatura, tanto que se pode
observar um aumento significativo na freqüência, intensidade e
distribuição geográfica destas florações nas últimas décadas
(Ressom et al, 1994; Hallegraeff et al, 1995; Chorus e Bartram,
1999).
Esta problemática relatada em todo o mundo foi registrada
no Brasil em relatos de Faria & Cunha (1917) no que se acredita
ser um primeiro episódio de floração de algas no Brasil em 1913,
na baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro, onde foi
observada a mortandade de peixes. Entretanto, somente em
meados dos anos 80 o fenômeno da floração de algas recebeu
estudos mais aprofundados no Brasil. Estudos pioneiros no país
têm sido realizados nos estados do Rio de Janeiro e do Rio
Grande do Sul, como monitoramento do fitoplâncton xico, e
estudos com cianobactérias de água doce, que afetam aos
ecossistemas costeiros, aplicando metodologias de bioensaios e
cromatografia líquida de alta eficiência.
O estudo do fitoplâncton xico no estado do Rio de Janeiro
tem sido realizado desde a década de 70 na região de Cabo Frio
(a partir de 1973), e a partir da cada de 80 na baía de
Guanabara (desde 1985, com monitoramento semanal) e na baía
da Ribeira (desde 1987, com monitoramento mensal) (Sar et al,
2002). No Rio Grande do Sul, desde 1987, florações da
cianobactéria Microcystis aeruginosa têm sido registradas e
estudadas na Lagoa dos Patos que esta considerada o segundo
maior manancial natural do Brasil (Yunes et al, 2002; Yunes,
2003; Matthiensen et al, 1999).
No estado de Santa Catarina, desde 1994 são realizadas
amostragens de fitoplâncton na costa, sendo que foram
encontradas algumas florações de algas potencialmente tóxicas. A
partir de 1997 foi estabelecido pelo governo do estado um
programa de monitoramento de fitoplâncton tóxico para o
desenvolvimento sustentável do cultivo de moluscos numa
extensão de 400 km do litoral no estado (Sar et al, 2002). Um
estudo recente realizado em parceria da Universidade Federal de
Santa Catarina com o IBAMA onde foi monitorada a incidência
de fitoplâncton tóxico na Costa Catarinense e seu impacto na
saúde pública e no meio ambiente, apresentou dados
preocupantes e confirmam a necessidade de um monitoramento
constante. O estudo abrangeu mais de 500km do litoral
catarinense e dos 21 pontos amostrados, 17 apresentaram várias
espécies de microalgas tóxicas (Carvalho Pinto-Silva, 2005).
O que é mais preocupante da presença destas algas
potencialmente tóxicas, é as toxinas produzidas, além de serem
hepatotóxicas ou neurotóxicas, podem apresentar genotoxidade,
ou seja, podem causar dano celular em nível de DNA, acelerando
ou aumentando o aparecimento de mutações que estão associadas
ao desenvolvimento de neoplasias. Ainda no estudo de Carvalho
Pinto - Silva (2005) foi comprovado, em ensaios in vitro, que a
exposição de células de adenocarcinoma de intestino grosso
humano (Caco-2) à toxinas marinhas, apresentou elevada
citotoxicidade e genotoxicidade. Isto indica que essas toxinas
diminuem a viabilidade celular, causam danos nas membranas,
alterações nos lisossomos, diminuição da atividade metabólica
das mitocôndrias e induzem apoptose (morte celular
programada). A monitoração destes efeitos genotóxicos das
toxinas é de interesse fundamental na Toxicologia Ambiental
para determinar quais os danos que esta contaminação pode
causar em organismos vivos (Kima e Hyun, 2006; Carvalho Pinto
- Silva, 2005).
Para o caso de florações de cianobactérias tóxicas em
corpos da água utilizados ou para consumo humano ou para
finalidades recreacionais, abordamos um ponto mais crítico, pois
neste evento podem apresentar sérios riscos de saúde para a
população humana. A água segura destinada ao consumo humano
é um dos fatores os mais críticos para garantir a saúde em longo
prazo da população. Dependendo das condições climáticas em
muitas regiões e da carga de nutriente da agricultura, a
comunidade fitoplânctônica presente em reservatórios, lagos e
rios é dominada freqüentemente por cianobactérias. Os sistemas
de tratamento da água o somentem que reduzir o odor e a cor
durante o processo do tratamento de água, como também têm que
eliminar estas lulas de cianobactérias, e as toxinas produzidas
por elas (Hoeger et al, 2004).
Um acontecimento que alertou a comunidade científica
brasileira e a população em geral, foi o incidente de grandes
proporções com a intoxicação humana causada por cianotoxinas,
fato ocorrido em 1996, em uma clínica de hemodiálise de
Caruaru - Pernambuco, onde ocorreu a morte de 76 pacientes
intoxicados com hepatotoxinas presentes na água utilizada na
hemodiálise. As mortes ocorreram até cinco meses após o início
dos sintomas. De acordo com informações fornecidas pela
Secretaria de Saúde de Estado de Pernambuco, a referida clínica
recebia água sem um tratamento completo e usualmente era feita
uma cloração no próprio caminhão tanque utilizado para
transportar a água, em períodos de falha no abastecimento pela
redeblica (Jochimsen et al, 1998; Carmichael et al, 2001).
Em ambientes aquáticos, as cianotoxinas normalmente
permanecem contidas nas células das cianobactérias e são
liberadas em quantidade considerável após a lise celular, que
ocorre durante a morte natural, estresse celular, uso de algicidas,
como sulfato de cobre ou cloração. Contudo, a ocorrência de
espécies potencialmente produtoras dessas substâncias em nossos
ambientes aquáticos precisa ser muito bem investigada e
monitorada, a fim de evitar danos à saúde animal, humana e do
próprio ecossistema. Nesse cenário de risco potencial à saúde, as
variáveis cianobactérias e cianotoxinas vêm ganhando espaço em
normas relacionadas à saúde e qualidade ambiental no mundo
todo (Debert et al, 2006).
Com o intuito de minimizar o risco da contaminação de
águas destinadas ao consumo humano, diversos países
estabeleceram procedimentos para monitorar a presença de
cianotoxinas em águas tratadas, porém poucas referências
propõem valores limites para cianobactérias e cianotoxinas. A
Organização Mundial da Saúde, por meio do adendo da segunda
edição do Guidelines for drinking-water quality(WHO, 1998),
concluiu que não havia dados suficientes que possibilitassem a
definição de valores de referência para qualquer outra
cianotoxina, além da microcistina-LR. WHO (1998) recomendou
o valor limite ximo para microcistina-LR total (livre mais
intracelular) de 1µg/L, considerando a exposição através da água
de consumo humano. A terceira e mais recente edição do
“Guidelines for drinking-water quality” (WHO, 2003) manteve o
mesmo valor para microcistina-LR e não apresentou valores para
as demais cianotoxinas.
Atualmente, o Brasil é o único país que estabelece limites
para densidade de cianobactérias e concentração de cianotoxinas
em norma nacional, com força de lei (Deberdt et al, 2006). O
Ministério da Saúde estabeleceu a Portaria 518 de 2004 como
um dos padrões de potabilidade, para substâncias que apresentam
riscos à saúde, a microcistina, sendo que o valor máximo
permitido (VMP) é de 1 µg/L, e recomenda valores limites para
cilindrospermopsina e saxitoxinas (15,0 µg/L e 3,0 µg/L de
equivalentes STX/L, respectivamente) em água para consumo
humano. Sempre que o número de cianobactérias na água do
manancial, no ponto de captação, exceder 20.000 células/mL (2
mm
3
/L de biovolume), será exigido a análise de cianotoxinas ou
comprovação de toxicidade na água bruta por meio da realização
de bioensaios em camundongos. Assim, o desenvolvimento dos
métodos para reduzir eficazmente concentrações destas toxinas
abaixo dos níveis aceitáveis transformou-se assim um foco
importante de esforços atuais da pesquisa.
Entretanto, ao estabelecer valores limites da presença de
cianotoxinas em água potável, nos questionamos: até que ponto
estes valores podem ser confiáveis? O quê esses valores podem
causar a saúde humana? A partir dos fatos relatados, e
considerando a problemática da floração de algas xicas tão
evidenciada nos últimos tempos, cabe a este estudo responder a
três hipóteses que são as orientadoras desta investigação
científica, que serão apresentadas a seguir.
1.1. HIPÓTESES DA PESQUISA
1.1.1. Primeira Hipótese
Baseando-se nas proposições teóricas de que a saxitoxina é
potencialmente xica pertencendo a um grupo de toxinas
neurotóxicas paralisantes, de sua alta solubilidade em água e de
que há evidências significativas da presença de cianobactérias
produtoras desta toxina em um manancial de abastecimento
público, afirma-se que a saxitoxina pode causar efeitos
citotóxicos e genotóxicos aos indivíduos expostos à esta toxina.
1.1.2. Segunda Hipótese
Baseando-se no fato de a genotoxicidade ser um processo
que identifica efeitos precoces de alteração do genoma, nos
indícios de cianotoxinas em concentrações muito baixas induzem
a processos genotóxicos, e nos valores recomendados para
concentrações de saxitoxinas pela Legislação vigente da portaria
518 do Ministério da Saúde, que esta determinação considera a
presença de cianotoxinas em águas potáveis destinadas a
consumo humano, afirma-se que o valor recomendado na portaria
518 do Ministério da Saúde não é seguro, pois valores abaixo
do VMP causam efeitos tóxicos em nível celular.
1.1.3. Terceira Hipótese
Baseando-se no fato de a STX ser uma toxina altamente
solúvel em água, que sistemas convencionais de tratamento de
água não são capazes de removê-la e da possibilidade de
utilização de materiais naturais que tem demonstrado a eficiência
de adsorção de diversos materiais de origem natural, afirma-se
que a concha de ostra e a quitina podem ser empregadas como
adsorvente para a remoção de STX de soluções aquosas.
Âmbito social
1.2. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
A atividade antrópica tem levado a uma crescente
contaminação das lagoas costeiras brasileiras. Essa contaminação
causa mudanças na qualidade das águas, incluindo redução do
oxigênio dissolvido, morte extensiva de peixes e aumento das
incidências de florações de algas xicas. A Lagoa do Peri,
situada na área do Parque da Lagoa do Peri é o manancial
utilizado para abastecer o sul e a costa leste da Ilha de
Florianópolis - Santa Catarina. A grande problemática da Lagoa
do Peri é a quantidade de algas que dificulta o tratamento da
água, que causa desde obstrução de filtros até a liberação de
toxina presentes em algumas espécies. De acordo com estudos
locais, a espécie Cylindrospermopsis raciborskii é a dominante
absoluta da Lagoa, e vem preocupando a comunidade científica
por estar entre as espécies de cianobactérias potencialmente
tóxicas. São capazes de produzir cianotoxinas que podem ser
acumuladas na rede trófica atingindo conjuntos de organismos
muito além da comunidade aquática, atingindo a população local
que consome esta água. Até o momento, poucos estudos têm
investigado a contaminação desta lagoa com toxinas e nenhum
estudo ainda foi realizado investigando a genotoxicidade das
toxinas presentes na Lagoa do Peri. Diante do exposto, e
consciente da gravidade do problema apresentado, este estudo
pretende contribuir para a comunidade científica e local,
realizando uma avaliação dos efeitos tóxicos da STX, uma
neurotoxina presente na Lagoa do Peri Florianópolis/SC,
através de testes de citotoxicidade e genotoxidade desta toxina.
Pretende-se ainda verificar qual a conformidade de valores de
concentração de STX com a legislação vigente do Ministério da
Saúde.
A crescente preocupação com a disponibilidade de água
potável destinada para o abastecimento público vem despertando
um interesse geral para este assunto. A Declaração de Direitos
Humanos de 1948 prevê no artigo 25 que: toda a pessoa tem
direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua
família a saúde e o bem-estar”. Para assegurar este direito, é
imprescindível que a água destinada ao consumo humano atenda
a condições mínimas para que possa ser ingerida ou utilizada para
fins higiênicos. Para que a água do manancial não ofereça risco à
saúde pública, deve-se impedir sua contaminação evitando o
despejo de efluentes domésticos e rejeitos industriais nos
mesmos.
O Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental
começou a desenvolver a área de toxicologia ambiental, através
da criação da Disciplina de Toxicologia Ambiental (Portaria n °
168/PREG/96), a partir de setembro de 1996, juntamente com a
montagem e desenvolvimento do Laboratório de Toxicologia
Ambiental - LABTOX. As atividades do LABTOX tiveram início
em fevereiro de 1997, com o objetivo de dar suporte ao ensino,
pesquisa e extensão. Esta estrutura vem sendo utilizada em
estudos científicos no âmbito das florações de algas tóxicas e
controle de poluição ambiental. As técnicas desenvolvidas
possibilitam introduzir nos diagnósticos de qualidade ambiental,
variáveis sobre os efeitos tóxicos e genotóxicos de elementos
químicos dispostos no meio ambiente.
CAPÍTULO II
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Estudar o mecanismo de ação tóxica da STX e avaliar sua
remoção da água por adsorção em diferentes materiais de
origem natural.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Implementar uma metodologia analítica utilizando um sistema
HPLC e detector de fluorescência para quantificação de STX
e outros compostos de interesse;
Avaliar a citotoxidade (viabilidade celular) da STX utilizando
o ensaio do MTT;
Avaliar os efeitos xicos da STX em sistemas genéticos,
utilizando os métodos da fragmentação do DNA e o ensaio da
freqüência de micronúcleo;
Avaliar os efeitos xicos da STX em sistemas epigenéticos,
utilizando os todos da metilacão do DNA (dosagem da
m5dC) e da lipoperoxidacão (dosagem do malondialdeído);
Comparar os resultados obtidos com as medidas estabelecidas
à proteção da saúde humana pela Portaria nº. 518 de 2004 -
Ministério da Saúde;
Verificar a capacidade de adsorção da saxitoxina à conchas de
ostras trituradas e a quitina.
CAPÍTULO III
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo serão feitas breves revisões sobre
eutrofização natural e artificial, floração de algas e a sua
problemática no local de estudo, a Lagoa do Peri, que é um
manancial destinado ao abastecimento blico. A seguir, serão
abordadas nesta revisão as cianotoxinas, em especial da
saxitoxina por ser o alvo deste estudo, destacando uma breve
revisão sobre a legislação brasileira que regulamenta estas toxinas
em águas destinadas a consumo humano e metodologias para
qualificar e quantificar estas toxinas em água. Será apresentada
ao final uma revisão sobre alguns bioensaios para monitoramento
dos efeitos genotóxicos que estas toxinas causam.
3.1. EUTROFIZAÇÃO NATURAL E ARTIFICIAL
Os ecossistemas lacustres o paisagens temporárias que
surgem a partir de depressões do terreno, preenchidas de água ao
longo do tempo geológico. Podem decorrer milhares de anos a
que um lago apresente as condições ideais para a proliferação de
peixes e ostente plantas aquáticas superiores, como as que
flutuam na superfície d'água. O processo que resulta num
aumento de nutrientes essenciais para o fitoplâncton e promove o
aumento da produtividade deste ambiente, é chamado de
eutrofização natural. Essa ação acontece de forma natural, e suas
condições passam de oligotróficas a eutróficas, num processo de
envelhecimento natural. Arbitrariamente, o homem aprendeu a
reproduzir o processo natural e assim surgiu a eutrofização
artificial, também chamada de eutrofização acelerada ou
antrópica, que resultam em impactos ao meio ambiente e a saúde
humana, cada vez mais presentes no cotidiano de populações do
mundo todo.
Dentre as ações antropogênicas que contribuem para estes
impactos, a mais preocupante é a descarga de fontes difusas e
pontuais de nitrogênio e fósforo nos rios, lagos e represas, a partir
de esgotos não tratados e do emprego de fertilizantes que
produzem o fenômeno de eutrofização artificial, cujos efeitos
ecológicos, na saúde humana e nos custos do tratamento de água
são relevantes.
A eutrofização artificial se manifesta com a quebra do
equilíbrio ecológico. Este processo, num breve relato de Carvalho
(2004), é causado pelo lançamento de efluentes domésticos e
industriais nos corpos d'água, e disponibiliza uma quantidade
maior de matéria orgânica que o sistema é capaz de decompor.
Estes agentes eutrofizantes (constituídos principalmente de
nitrogênio, na forma de nitrato e amônia, e fósforo, na forma de
fosfato) estão diretamente relacionados com o processo
fotossintético das algas, uma vez que pertencem à estrutura de
muitos compostos importantes para o metabolismo da célula
vegetal.
3.2. FLORAÇÕES DE ALGAS
A floração de algas consiste num crescimento algal
excessivo, o qual pode ser fenômenos naturais regionais de
ocorrência sazonal, mas que na maioria das vezes estão
relacionados a processos de eutrofização artificial causado por
excesso de nutrientes vindos de efluentes dosticos, rejeitos
industriais e fertilizantes da agricultura. A floração de algas pode
causar gosto e odor desagradável na água, modificação da cor das
águas, além de alterar o equilíbrio ecológico do ecossistema
aquático. Matias (2002) afirma que esta indução ao “stress” de
sistemas ecológicos por meio de importantes poluentes modifica
o habitat, introduzindo espécies exóticas e removendo as espécies
nativas. No entanto o mais grave é que certas espécies são
capazes de produzir cianotoxinas que podem ser acumuladas na
rede trófica atingindo conjuntos de organismos muito além da
comunidade aquática.
A intoxicação humana por cianotoxinas ocorre pelo
contato direto com a pele e mucosas, pela ingestão e pela inalação
de água contendo cianobactérias. As cianotoxinas o liberadas
para o ambiente quando as células destas cianobactérias se
rompem. Essas toxinas não podem ser removidas da água pelos
tratamentos convencionais das redes blicas de abastecimento e
são resistentes à fervura. Estas toxinas são compostas por
diversas classes de biomoléculas com função e mecanismos de
síntese ainda o totalmente conhecidos. Algumas delas m
efeitos antibióticos contra bactérias ou outras algas.
Considerando-se as mais de 5000 espécies conhecidas, apenas um
pequeno número de algas do plâncton produz toxinas (Hallegraeff
et al, 1995).
A presença de florações de cianobactérias em corpos de
águas artificiais ou naturais tem sido relatada em todo o mundo
(Band-Schmidt et al, 2005; Robertson et al, 2004). No Brasil,
muitos dados atualizados têm sido documentados, relatando casos
de floração de algas. Como exemplos têm-se corpos de água
como a Lagoa de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro e a Lagoa dos
Patos, no Rio Grande do Sul, onde pesquisadores têm confirmado
a presença de toxinas em valores consideráveis (Tucci e
Sant’anna, 2003, Ferrão-Filho et al, 2002; Magalhães et al, 2001;
Rosa et al, 2005; Matthiensen et al, 1999).
Estudo de Caso: A Lagoa do Peri
Em Santa Catarina, a Lagoa do Peri, situada na área do
Parque da Lagoa do Peri (regulamentado pela Lei Municipal
1828, decretada pela Lei 091/82) é o manancial utilizado pela
CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) para
abastecer o sul e a costa leste da Ilha de Florianópolis, no estado
de Santa Catarina - Brasil. A Figura 3.1 traz uma vista geral do
Parque da Lagoa do Peri, onde pode ser observados a Lagoa e os
seus arredores. A forma de agrupamento humano se diferencia no
interior do Parque, com comunidades voltadas para atividades
agrícolas, associadas à fabricação da farinha de mandioca e da
cachaça de cana, para a população da restinga com uma
diversificada atividade ocupacional (Garcia, 2002). Alem da
população local, todas estas atividades em torno da lagoa,
contribuem para um aumento na quantidade de resíduos gerados.
Acredita-se que uma parte considerável deste resíduo é lançada
de forma clandestina diretamente na lagoa, contribuindo para
alterações nas suas características tróficas.
Figura 3.1: Vista panorâmica do Parque da Lagoa do Peri (Fonte:
Oliveira, 2002).
A grande problemática da Lagoa do Peri é a grande
quantidade de algas que dificulta o tratamento da água, que causa
desde obstrução de filtros até a liberação de toxina presentes em
algumas espécies. Para Silveira (2003), os ambientes de água
doce são os mais importantes para o crescimento de
cianobactérias, visto que a maioria das espécies apresenta um
melhor crescimento em águas neutro-alcalinas (pH 6-9),
temperatura entre 15 a 30°C e alta concentração de nutrientes,
principalmente nitrogênio e fósforo.
Em estudos apresentados por Garcia apud NEMAR
(2002), as espécies algais mais presente em amostras de rede na
Lagoa do Peri, foram:
Cyanophyceae: Aphanothece comasii, Cylindrospermopsis
raciborskii, Mycrocystis wesenbergii, Planktolyngbya
limnetica, Pseudanabaena galeata.
Bacillariophyceae: Aulacoseira ambigua.
Dinophyceae: Peridinium volzii, Peridiniales sp.
Chlorophyceae: Coelastrum polychordum, Dictyosphaerium
ehrenbergianum, Monoraphidium irregulare.
Zygnemaphyceae: Cosmarium bioculatum var. depressum,
Staurastrum muticum, Staurastrum sp, Staurastrum
tetracerum, Staurodesmus cuspidatus.
!
Neste estudo taxonômico, destacou-se a espécie
Cylindrospermopsis raciborskii como a dominante absoluta,
atingindo densidades médias que corresponderam média de 82%
da densidade total. Devido à sua capacidade altamente invasora, a
Cylindrospermopsis raciborskii, dentre as espécies de
cianobactérias potencialmente tóxicas, tem sido objeto de estudo
de diversos pesquisadores e autoridades sanitárias.
Cepas de cianobactérias da espécie Cylindrospermopsis
raciborski foram isoladas, que foram primeiramente isoladas
de dinoflagelados marinhos. Sua alta competitividade em
ambientes eutrofizados, aliada à sua capacidade de formar
florações e produzir toxinas, fazem desta espécie uma das
cianobactérias mais estudadas tanto do ponto de vista ecológico
como de saúde pública. (Tucci e Sant’anna, 2003).
3.3. CIANOTOXINAS
As toxinas produzidas pelas cianobactérias m como
função aumentar as defesas contra espécies zooplanctônicas, seus
predadores primários. No caso de águas destinadas ao consumo
humano, Amorim (1997) destaca que os tratamentos
convencionais por filtração, apenas evitam que as células
cheguem à rede de abastecimento, mas o evitam a libertação
das toxinas para a água que irá ser consumida.
A estabilidade das cianotoxinas é uma característica muito
importante na tomada de decisões sobre qualidade de água
quando ocorrem as florações de cianobactérias. Ressom et al.
(1994) descrevem que algumas neurotoxinas apresentam
moléculas relativamente lábeis que tendem a se decompor
rapidamente sob condições naturais em subprodutos o-tóxicos,
enquanto que as hepatotoxinas cíclicopeptidicas são
extremamente estáveis devido à estrutura química que elas
possuem.
De acordo com Matias (1999), o consumo desta água
contaminada e seus derivados podem acarretar em muitos tipos
de patologias: a síndrome da paralisia ou PSP (“Paralytic
Shellfish Poisoning”), a ndrome neurotóxica ou NSP
(“Neurotoxic Shellfish Poisoning”), a síndrome ciguatérica, a
síndrome da amnésia ou ASP (“Amnesic Shellfish Poisoning) e
a ndrome da diarréia ou DSP (Diarrheic Shellfish Poisoning”).
Contudo, registros de intoxicações por toxinas são muito
limitados, sendo possível que, em muitos casos, problemas
provocados por estes organismos sejam confundidos com outros
tipos de doenças, tais como gastrenterites, hepatites, herpes-
zoster, acidentes vasculares encefálicos, etc.
3.3.1. Toxinas “Paralytic Shellfish Poisons” (PSP)
As toxinas PSP, sigla esta que pode se traduzida como
“envenenamento paralisante de molusco”, é uma síndrome
neurotóxica que é o resultado da ingestão de moluscos
contaminados que agem no sistema neuromuscular e os efeitos
predominantes são neurológicos e consistem de
formigamento/dormência de face, braços e pernas, queimação,
torpor, sonolência, fala incoerente, ausência de coordenação
muscular, sensação de flutuação e paralisia respiratória. A morte
pode ocorrer em 2 a 25 horas após a ingestão. As toxinas
associadas a esta síndrome foram referenciadas como saxitoxinas,
sendo este o único agente responsável para esta contaminação. Os
incidentes com toxinas PSP tiveram aumento significante a partir
da década de 70, e até a atualidade estas contaminações o
registradas em regiões do mundo, onde até então eram
desconhecidas. Estas contaminações são esporádicas e
imprevisíveis. Na atualidade, as toxinas PSP são consideradas um
problema global, e requer uma grande consciência pública e
profissional (D’Melo, 2003).
As toxinas PSP o pertencentes a um grupo de compostos
altamente polares e solúveis em água. Suas estruturas químicas
estão apresentadas na Figura 3.2 a seguir. A Cylindrospermopsis
raciborski, espécie dominante absoluta na área de estudo, quando
predominante em florações produz algumas toxinas
potencialmente venenosas: a cilindrospermopsina, um alcalóide
comão tóxica no fígado e rins e duas neurotoxinas paralisantes,
a saxitoxina e a neo-saxitoxina, pertencentes à classe PSP
(Sivonen & Jones, 1999).
Figura 3.2: Estruturas químicas das toxinas paralisantes de molusco
(PSP).
A saxitoxina (STX) é pertencente ao grupo dos alcalóides
neurotóxicos carbamatados, não-sulfatados. Apresenta peso
molecular de 299,3 g/mol, e seu pK
a
em água é de 8,24. É solúvel
em água e metanol e pouco solúvel em etanol, e não solúvel em
acetona, éter ou clorofórmio. É estável em solução ácida quente
a pH 2,4, e se tornam cada vez maisbeis com o aumento do pH.
É resistente a cristalização, bastante higroscópica e se
decompõem sem fusão (Ressom et al, 1994). A sua estrutura é
apresenta na Figura 3.3 abaixo.
Figura 3.3: Estrutura da saxitoxina (STX).
A saxitoxina foi identificada pela primeira vez em meio de
água doce proveniente da Aphanizomenon flos-aquae.Além da
Cylindrospermopsis, a saxitoxina também é sintetizada por outras
espécies de cianobactérias de tipos de Anabaena e
!
Aphanizomenons, por exemplo. A sua toxicidade é extremamente
elevada, apresentando DL
50
de 5 µg/Kg de peso corpóreo (ratos)
(Bouaïcha, 2001).
A saxitoxina tem uma ação rápida que inibe a condução
nervosa, bloqueando canais de sódio sem afetar permeabilidade a
potássio. Das várias toxinas causadoras de paralisia, apenas a
saxitoxina tem sido uma das neurotoxinas mais estudadas em
detalhes quanto aos seus efeitos farmacológicos, pela dificuldade
de se isolar as outras toxinas para maiores estudos (Silveira,
2003). Ainda assim, pouco tem sido investigado sobre a presença
das saxitoxinas nas águas da Lagoa do Peri (Melo Filho, 2006;
Mondardo, 2004).
São também muito escassas as informações sobre os
efeitos genotóxicos (sobre o genoma) in vitro desta toxina. Em
intensas pesquisas sobre o tema, poucas referências foram
encontradas em pesquisas em bases de dados científicos cruzando
as palavras-chaves “genotoxicidade in vitro e “saxitoxina”.
Dados recentes de Falconer (2008) publicados no “International
Symposium on Cyanobacterial Harmful Algal Blooms (ISOC-
HAB), simpósio organizado pela Agência de Proteção Ambiental
dos Estados Unidos (USEPA), relatam que ainda não existem
dados disponíveis na literatura referente as saxitoxinas sobre seus
efeitos de exposição subcrônica, efeitos na reprodução, efeitos
teratogênicos ou carcinogênicos.
3.3.2. Legislação Brasileira v. Cianotoxinas
A importância da água para a vida, saúde, bem estar e
desenvolvimento humano são inquestionáveis, e, assim sendo,
toda pessoa deveria contar com o fornecimento suficiente,
fisicamente acessível e a um custo acessível, de uma água salubre
e de qualidade aceitável para as utilizações pessoais e domésticas
de cada um. Nesse sentido, pode-se afirmar que o acesso à água
potável está intimamente relacionado com o direito à vida, direito
este assegurado pela Declaração Universal de Direitos Humanos
de 1948, artigo XXV.
Conscientes das ameaças que pressionam nossos recursos
hídricos, cada vez mais as cianobactérias e cianotoxinas vêm
recebendo uma atenção especial dos órgãos regulamentadores em
todo o mundo. Países como Austrália e Estados Unidos criaram
estratégias de controles para cianobactérias e cianotoxinas, mas,
como citado anteriormente, o Brasil é o único país na atualidade
que estabelece limites para densidade de cianobactérias e
concentração de cianotoxinas em norma nacional, com força de
lei (Deberdt et al, 2006).
A Legislação Brasileira recomenda como padrão de
potabilidade da água para consumo humano, valor ximo
permitido (VMP) para a microcistina de 1µg/L, e recomenda as
análises para cianotoxinas incluam a determinação de
cilindrospermopsina e saxitoxinas (STX), observando,
respectivamente, os valores limites de 15,0 µg/L e 3,0 µg/L de
equivalentes STX/L. Recomenda ainda que sempre que o número
de cianobactérias na água do manancial, no ponto de captação,
exceder 20.000 células/mL (2mm
3
/L de biovolume), será exigido
a análise de cianotoxinas ou comprovação da toxicidade na água
bruta por meio de realização de bioensaios em camundongos.
Para análise de cianobactérias e cianotoxinas e comprovação de
toxicidade por bioensaios em camundongos, até o
estabelecimento de especificações em normas nacionais ou
internacionais que disciplinem procedimentos, devem ser
adotadas as metodologias propostas pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) em sua publicação Toxic cyanobacteria in water: a
guide to their public health consequences, monitoring and
management (Ministério da Saúde, Portaria nº. 518 de 2004).
3.3.3. Quantificação da STX
A detecção e quantificação de toxinas de cianobactérias
podem ser realizadas através de métodos biológicos (em
camundongos - MBA Mouse Bioassay), químicos
(Cromatografia Líquida de Alta Eficiência - HPLC) e
bioquímicos (ensaios de inibição das fosfatases e imunoensaios -
teste ELISA- Enzime Linked Immunosorbent Assay). Dentre
estes métodos, o MBA é o todo de referência e mais antigo,
empregado desde 1937 (Ben-Gigirey et al, 2007). Contudo, por
uma questão ética, muitas entidades estão empenhadas em reduzir
ao ximo possível o recurso a animais, incentivando
pesquisadores a desenvolverem outros métodos alternativos à
experimentação animal.
O HPLC permite detectar e quantificar a presença de
toxinas em amostras pré-purificadas com grande sensibilidade,
com a vantagem de ser um método químico, e muitos estudos tem
feito comparações, demonstrando a grande eficiência do método
químico com relação ao biológico (Lawrence et al, 1995). No
método químico a detecção é feita espectofotometricamente,
utilizando um comprimento de onda que varia conforme a toxina
de interesse presente na amostra. (Lanças, 2004; Amorim, 1997).
As saxitoxinas em especial não são moléculas
naturalmente fluorescentes, mas para que sejam analisadas por
esta técnica, passam por um processo denominado derivatização,
onde é introduzido na STX outra molécula com propriedade
fluorescente, possibilitando assim a detecção da STX. Diversos
estudos têm empregados esta cnica na identificação de
saxitoxinas. (Oshima et al, 2003; Lawrence et al, 1995). Porem as
técnicas de HPLC de subdividem em duas técnicas que diferem
na derivatização da amostra para a detecção no detector de
fluorescência: a derivatização pré e pós-coluna (Lanças, 2004).
Atualmente, a metodologia que é referenciada pela
Association of Official Analytical Chemists (AOAC) para análise
de PSP é a metodologia que emprega a derivatização pré-coluna.
Esta metodologia de análise tem se demonstrado de cil
reprodução além de ser prática e eficaz por se tratar de
procedimentos de uma reação muito simples, não necessitando de
equipamentos muito sofisticados acoplados ao sistema de
cromatografia líquida. A reação de derivatização com os
prováveis produtos é apresentada na Figura 3.4 a seguir.
Figura 3.4: Peroxidação da saxitoxina.
3.4. BIOENSAIOS PARA MONITORAMENTO DA CITOTOXICIDADE
E GENOTOXICIDADE CELULAR
O termo citotoxicidade abrange processos de morte celular
induzida, e o termo genotoxicidade abrange processos que
alteram a base genética da vida, quer seja na estrutura físico-
química do DNA (ácido desoxirribonucléico), processo este
chamado de mutagênese, quer seja na alteração do determinismo
genético em vel celular ou orgânico, identificado
respectivamente como carcinogênese e teratogênese. A
genotoxicidade estuda, sob o aspecto genético, o que perturba a
vida ou induz a morte tanto ao nível de célula, como ao vel de
organismo (Silva et al, 2003).
A monitoração de efeitos citotóxicos e genotóxicos de
toxinas são de interesse fundamental na Toxicologia Ambiental
para determinar quais os danos que esta contaminação pode
causar em organismos vivos. Os ensaios citotóxicos e
genotóxicos são importantes ferramentas para avaliação dos
diferentes mecanismos de ação tóxica das toxinas, e estes testes
têm sido incorporados entre ensaios de rotina em laboratórios de
experimentação.
Diversos produtos químicos produzem efeitos adversos na
estabilidade do ecossistema, podendo causar lesões do DNA,
incluindo rupturas de hélice, bases modificadas e “DNA
crosslinks”, que é a ligação de um agente exógeno ou endógeno
que reage em duas posições diferentes do DNA, causando um
bloqueio no processo de replicação e conseqüente morte celular;
o “crosslink” não pode ser reparado (Kima e Hyun, 2006).
Agências de controle ambiental de diferentes países vêm
recomendando a utilização de conjunto de testes para a avaliação
!
de substâncias quanto as suas características genotóxicas com
vistas a sua regulamentação para consumo ou liberação para o
ambiente. A principal preocupação destas entidades tem sido a
detecção de genotoxicidade em testes de curta duração, bem
como o estudo preditivo destes testes. O mais recomendado é a
combinação de testes dependendo das características do agente
tóxico, utilizando o estudo de diferentes tipos de danos. O
surgimento de base de dados mais completas usando técnicas de
cultura de células enriquece tanto a identificação dos agentes
tóxicos como aqueles com potencial carcinogênico (Silva et al,
2003).
Dentre rios ensaios utilizados para a detecção do dano
em nível citotóxico e do DNA, podemos destacar: o teste do
MTT, o teste do micronúcleo, a metilação biológica e a
lipoperoxidação.
3.4.1. Teste de citotoxicidade: Teste do MTT
O princípio deste ensaio consiste na absorção do sal
MTT (brometo de 3-(4,5-dimetiltiazolil-2,5-difeniltetralio))
pelas células sendo reduzido no interior da mitocôndria a um
produto chamado Formazan. A succinato desidrogenase, uma
enzima do ciclo de Krebs ativa em mitocôndrias de células
viáveis, é capaz de transformar o MTT que é de cor amarela em
cristais de formazan, que o de cor escura. Esta capacidade
somente as células viáveis possuem indicando atividade
mitocondrial e conseqüente viabilidade celular (Wan et al, 1994).
3.4.2. Teste de Micronúcleo
Micronúcleos são pequenos corpúsculos compostos de
material cromossômico. Após a divisão das cromátides no
processo mitótico dois núcleos são reconstituídos, um em cada
pólo. A membrana nuclear é refletida ao redor destes dois
conjuntos de cromossomos (Silva et al, 2003). Mas se um
cromossomo inteiro ou um fragmento cromossômico acêntrico
não se integra ao novo núcleo (por não estar unido ao fuso) este
constitui um micronúcleo.
Os micronúcleos são estruturalmente pequenos cleos
representando o material genético que foi perdido pelo núcleo
principal, como conseqüência de um dano genético que pode ser
causado por agentes físicos, químicos ou biológicos, capazes de
interferir no processo de ligação do cromossomo às fibras do
fuso, ou que possam induzir a perda de material genético. O teste
do micronúcleo detecta estes micronúcleos resultantes das
rupturas cromossômicas durante a divisão celular ou eventos de
perda de cromossomos na anáfase. Este teste detecta, portanto a
mutagênese cromossômica em eucariotos dos tipos clastogênese
(induzido a perda do fragmentos cromossômicos), aneugênese
(induzido a perda de um ou mais cromossomos do conjunto) e
danos no fuso mitótico. Para que o microcleo seja visualizado,
é necessária uma divisão celular após o evento mutagênico, por
isso ou é necessário utilizar lulas que estejam se multiplicando
constantemente (in vivo, p.e. a medula óssea), ou precisa-se fazer
o cultivo celular (in vitro). Assim, os micronúcleos podem ser
identificados em qualquer tipo de célula, e nos testes in vitro os
produtos a serem testados devem ser diluídos preferencialmente
em água ou outro solvente o tóxico (Silva et al, 2003; Ribeiro
et al, 2003).
3.4.3. Metilação Biológica
A metilação biológica consiste na transferência de grupos
metil de S-adenosilmetionina (SAM, um cofator enzimático
presente em todas as células eucarióticas) para a posição 5 da
citosina e é catalisada por enzimas conhecidas como DNA-
metilase (Figura 3.5). A metilação da citosina pode influenciar na
expressão gênica, sendo, portanto um fator epigenético (Havlis e
Trbusek, 2002; Gonzalgo e Jones, 1997).
Este fenômeno epigenético pode ser definido como
mudança no material genético (especialmente no DNA e na
cromatina) que altera a regulação da expressão gênica de maneira
que esta é passada para as células filhas dentro das células
somáticas, porém não é caracterizada como mutação, pois não
envolve mudança na seqüência de DNA. Tem como principais
mecanismos de repressão transcricional a metilação do DNA e a
acetilação das histonas. A modificação no padrão de metilação do
DNA é a alteração epigenômica melhor estudada (Havlis e
Trbusek, 2002; Rein et al, 1998; Gonzalgo e Jones, 1997; Ehrlich
et al, 1982).
!
Figura 3.5: Mecanismo de metilação do DNA. A 5–metilcitosina é
produzida pela ação das DNA-metiltransferases (DNMT 1, 3a ou 3b)
que catalizam a transferência de um grupo meti da S-adenosilmetionina
(SAM) para o carbono na posição 5 da citosina.
Ocorre quase que exclusivamente nas citosinas que são
seguidas imediatamente por uma guanina (dinucleotídeos CpG).
A maior parte do genoma mostra uma clara depleção desses
dinucleotídeos e os que estão presentes estão quase sempre
metilados (Gonzalgo e Jones, 1997).
A metilação de DNA é o mecanismo que permite que
determinados genes (e o outros) se manifestem dentro de
células normais especializadas, visto que todas as células do
corpo trazem a mesma carga genética. O que as diferencia é a
manifestação de um ou de outro gene durante o desenvolvimento
e em toda a sua vida para desativar genes desnecessários(Silva et
al, 2003).
3.4.4. Fragmentação do DNA e Apoptose
Um padrão morfológico de lesão celular muito conhecido
como apoptose, é atualmente aceito como um modo distinto e
!
importante de morte celular. A apoptose é uma forma de morte
celular destinada a eliminar lulas do intoxicante ou hospedeiro
através de uma série coordenada e programada internamente de
eventos executados por um conjunto exclusivo de produtos
gênicos (Cotran et al. 2000).
A apoptose é responsável por numerosos eventos
fisiológicos, adaptativos e patológicos, incluindo a morte celular
induzida por estímulos nocivos que são capazes de causar morte
celular quando fornecidos em baixas doses de calor, radiação,
hipóxia e produtos químicos (Cotran et al. 2000).
As células apoptóticas exibem quebras típicas do DNA
em fragmentos grandes de 50 a 300 quilobases (kb).
Subseqüente, há a clivagem internucleossomica do DNA em
oligonucleossomas em múltiplos de 180 a 200 pares de bases (pb)
por endonucleases dependentes de Ca
2+
e Mg
2+
. Estes fragmentos
podem ser visualizados por eletroforese em gel de agarose com
escalas de DNA. A Figura 3.6 a seguir traz um exemplo de
fragmentação do DNA em gel de agarose (Cotran et al. 2000).
Eletroforese em gel de agarose é uma técnica empregada
para a separação e visualização de fragmentos de DNA e RNA,
onde os fragmentos migram em um gel de agarose durante a
aplicação de uma diferença de potencial, e os fragmentos são
separados de acordo com o seu tamanho. Na visualização de
material genético (DNA e RNA), emprega-se o gel de agarose
por apresentar porosidade irregular, funcionando assim como
uma rede que separa o DNA, por diferença de tamanho, dos
fragmentos menores que chegam mais rápido ao final da corrida
eletroforética. O DNA apresenta-se com carga negativa e, devido
a esta característica pode-se conduzi-lo de um pólo com carga
negativa para um pólo com carga positiva. Porém, este material
genético tem de estar em contato com uma solução salina que
permita a condução elétrica através de íons (Martinez e Paiva,
2008). Para se obter as imagens das corridas eletroforéticas
podem ser utilizadas substâncias intercalantes como o brometo de
etídio ou o SYBR Green, que revelam os ácidos nucléicos sob luz
ultravioleta (Ziper et al, 2004), como mostrado na Figura 3.6.
Figura 3.6: Fragmentação do DNA após tratamento de células Caco2 ao
ácido domóico. 1: marcador DNA (“Ladder”); 2: controle; 3:15ng/mL;
4: 30ng/mL; 5:60ng/mL; 6:100ng/mL (Carvalho Pinto-Silva, 2005).
3.4.5. Lipoperoxidação Biológica
A lipoperoxidação (LPO) se caracteriza pelo processo
onde radicais atacam os ácidos graxos poliinsaturados da
membrana celular, provocando uma reação em cadeia com
lipoperóxidos como produtos intermediários e modificações das
propriedades da membrana, como permeabilidade e fluidez, além
de causar dano a enzimas e receptores. Estes radicais podem ser
espécieoxirreativa(contendo um ou mais oxigênios reativos na
sua estrutura) ou da espécie “nitroreativa(contendo um ou mais
nitrogênios reativos na sua estrutura) (Nair, 2007). Este processo
pode resultar em desestabilização e desintegração da membrana
celular levando o ser humano a sérios problemas de saúde desde
envelhecimento até a susceptibilidade ao câncer. As proteínas
podem sofrer alterações na sua conformação e perda na sua
função. O DNA também pode ser alvo de ataque de radicais
livres.
O processo total da LPO consiste em três estágios: a
iniciação, a propagação e a terminação. Uma vez iniciado, a LPO
!!"!!!!!!!#!!!!!!$!!!!!!!%!!!!!!&!!!!!!!'!
1 2 3 4 5 6
forma radicais peroxil (ROO
·
) que pode ser rearranjado através
de uma reação do ciclização aos endoperóxidos (precursores do
malondialdeído) produzindo como produto final do processo de
peroxidação, o malondialdeído (MDA) (Figura 3.7). O MDA é
um biomarcador natural produzido nesta reação e que pode ser
quantificado e usado para avaliação desse processo. O MDA é
mutagênico em bactérias e células de mamíferos e carcinogênico
em camundongos (Valko et al, 2007; Halliwell eGutteridge,
1999).
!
Figura 3.7: Esquema simplificado da lipoperoxidação, com a formação
do malondialdeído e o aduto com a guanina, M1G.
Os antioxidantes o substâncias que retardam ou
previnem a oxidação desse substrato em baixas concentrações em
relação ao substrato oxidável. Desse modo, os antioxidantes
atuam como protetores da oxidação de biomoléculas por radicais
livres e impedem a propagação da reação em cadeia provocada
pelos mesmos (Halliwell, 2007; Damiani, 2006). Tais defesas
antioxidantes são extremamente importantes na remoção direta de
radicais livres, fornecendo assim a proteção biológica máxima.
Um bom antioxidante deve: extinguir especificamente radicais
livres, quelar oxireduzindo metais, interagir (regenerar) com
outros antioxidantes dentro da "rede antioxidante", ter um efeito
positivo na expressão do gene, ser absorvido prontamente, ter
uma concentração nos tecidos e nos biofluidos em um vel
Guanina
Intermediário
fisiologicamente relevante e trabalhar nos domínios aquosos e/ou
membranares (Valko et al, 2007;!Halliwell and Gutteridge, 1999).
As principais defesas enzimáticas antioxidantes são a
superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa
peroxidase (GPx), que servem como linha primária de defesa na
destruição dos radicais livres. Além disso, antioxidantes não-
enzimáticos, como a glutationa reduzida (GSH), tocoferol
(vitamina E) e ácido ascórbico (vitamina C), entre outros,
auxiliam no combate as espécies “oxirreativa e “nitroreativa”.
Os antioxidantes estão amplamente distribuídos nos organismos
vivos e constituem um sistema de defesa muito importante em
condições aeróbicas (Damiani, 2006). Alguns antioxidantes agem
em ambientes hidrofílicos, outros em ambientes hidrofóbicos, e
alguns em ambos os ambientes da lula. Por exemplo, a
vitamina C reage com o radical livre superóxido na fase aquosa,
enquando a vitamina E reage na fase lipofílica (Halliwell, 2007;
Valko et al, 2007).
A SOD constitui a primeira linha de defesa enzimática
contra a produção intracelular de radicais livre, catalisando a
dismutação do ânion superóxido. Está presente na matriz
mitocondrial (Mn-SOD), no citosol (CuZn-SOD) e no meio
extracelular. Embora o ânion superóxido não seja altamente
danoso, pode extrair elétrons de diversos componentes celulares
causando reações em cadeia de radicais livres. O produto
resultante da reação catalisada pela SOD é o peróxido de
hidrogênio que deve se retirado do meio o mais rápido possível
(Valko et al, 2007).
A CAT é uma enzima presente em células de plantas,
mamíferos e bactérias aeróbicas e é um eficiente catalizador do
peróxido de hidrogênio em água e oxigênio molecular. Está
localizada, principalmente, no peroxissoma, entretanto, outras
organelas como as mitocôndrias podem conter alguma atividade
da CAT. A catálise do peróxido de hidrogênio é importante, pois,
na presença de Fe
+2
, leva à formação de radical hidroxil (reação
de Fenton), altamente reativo e danoso às biomoléculas (Valko et
al, 2007).
A vitamina C (ácido ascórbico) é um importante e
poderoso antioxidante que atua em ambientes hidrofílicos do
corpo. Seus parceiros antioxidantes preliminares são a vitamina E
e os carotenóides, que trabalham juntos o bem quanto as
enzimas antioxidantes. A vitamina C coopera o com a vitamina E
para regenerar o α-tocoferol dos radicais α-tocoferóis nas
membranas e nas lipoproteínas O ácido ascórbico participa ainda
da regeneração da forma reduzida e antioxidante da vitamina E
(Halliwell e Gutteridge, 1985). O ácido ascórbico puro é sólido,
branco, cristalino e muito solúvel em água. O ácido ascórbico é
necessário in vivo como cofator de várias enzimas, sendo as mais
conhecidas a prolina-hidroxilase e a lisina-hidroxilase, envolvidas
na biossíntese do colágeno. A deficiência do ascorbato na dieta
humana causa o escorbuto. A mais impressionante propriedade
química do ascorbato é a sua habilidade para agir como agente
redutor (doador de elétrons) (Valko et al, 2007).
A vitamina E (α-tocoferol) é o maior antioxidante
lipossolúvel presente em todas as membranas celulares e,
portanto, atua na proteção contra a lipoperoxidação. Oito
tocoferóis são conhecidos, porém o α-tocoferol é o mais
importante biologicamente e os termos α-tocoferol e vitamina E
são quase intercambiáveis na literatura. Como mencionado
anteriormente, o ácido ascórbico é conhecido como o maior
antioxidante hidrofílico, e evidências recentes sugerrem que o α-
tocoferol e o ácido ascórbico funcionam juntos em um processo
cíclico (Valko et al, 2007).
3.5. PROPRIEDADES QUÍMICAS DOS ADSORVENTES
EMPREGADOS NA ADSORÇÃO DA SAXITOXINA
O crescimento excessivo de cianobactérias em
reservatórios de água potável é um problema cada vez mais
comum associado com a eutrofização eexistem diferentes
alternativas de tratamento numa estação de tratamento de água
(ETA) no que concerne à remoção destas cianobactérias e
cianotoxinas (Chow et al, 1999). Quando ocorre a lise das lulas
de cianobactérias, por causas naturais ou por uso de algicidas, são
liberadas as cianotoxinas, passando a haver essencialmente
toxinas solúveis (Jones e Negri, 1997; Chow et al, 1999). Neste
caso, precisam existir processos de tratamento que consigam
assegurar a sua eficiente e consistente remão. São necessários
processos que removam compostos orgânicos solúveis, tais como
o uso de ozônio, carvão ativado, nanofiltração ou osmose inversa,
biodegradação, entre muitas outras possibilidades de métodos que
vem sendo testados e otimizados (Chow et al, 1999; Sens et al,
2005; Amorim, 2007). o grandes as evidências do bom
desempenho para a utilização de elevadas dosagens de carvão
ativado em , mas este processo se torna lento e caro devido às
grandes quantidades de carvão que precisam ser empregadas
(Keijola et al, 1988; Himberg et al, 1989). Diferentes alternativas
de remão de cianotoxinas m sendo testadas (Miller et al,
2001; Miller et al, 2005; Burns et al, 2009), porém dada escassez
de informação ainda existente, a utilização de filtros com
materiais alternativos para a remoção de saxitoxina (STX) ainda é
um assunto novo e não muito explorado (Silva, 2005).
Conchas de moluscos bilvalves, em especial as ostras,
consiste preferencialmente de aragonita. A aragonita é uma
modificação mineral do carbonato de lcio (Kitano et al, 1976).
O carbonato de cálcio (CaCO
3
) apresenta-se em três modificações
minerais, sendo que a calcita é um dos minerais mais comuns,
sendo o constituinte principal de vastas formações de rochas
sedimentares de calcário. A ocorrência de aragonita es
vinculada a determinadas circunstâncias físico-químicas durante
sua formação. O terceiro polimorfo, a vaterita, é um mineral bem
mais escasso (Blesser e Rodrigues, 2008). A aragonita tem um
arranjo atômico mais compacto do que a calcita, sendo o mineral
formador das conchas, rolas e corais. Estes carbonatos de
cálcio biogênicos são importantes contribuintes na remoção de
fosfatos de águas, sendo que a aragonita oferece maior superfície
ativa, e maiores tios adsorventes ativos que a calcita. A
capacidade de adsorção da aragonita é em torno de 20 vezes
maior que a da calcita, baseado no nº de moles de fosfato
adsorvido por grama de partícula (Millero et al, 2001). A Figura
3.8 a seguir apresenta uma fotomicrografia por microscopia
eletronica de varredura (MEV) da aragonita proveniente de
concha de ostras.
Figura 3.8: Fotomicrografia da concha de ostra calcinada (Fonte: Silva,
2007).
A quitina é um polissacarídeo de cadeia linear formado por
unidades de N-acetil-2-dioxi-D-glicopiranose, que são
interligadas por ligações glicosídicas β (14) (Kumar, 2000;
Azevedo et al, 2007). A quitina é um material de fontes naturais
renováveis, biodegradável, o-tóxico, insolúvel em água e em
muitos solventes orgânicos (Azevedo et al, 2007; Antonino,
2007). As principais fontes para a obtenção de quitina em
laboratório são os exoesqueletos de vários crustáceos, como
caranguejos e camarões (Kumar, 2000; Antonino, 2007). A
quitina es fortemente associada com proteínas, material
inorgânico, pigmentos e lipídios (Kumar, 2000). Várias condições
são usadas para remover essas impurezas e ainda não existe um
processo padrão. Para isolar a quitina pode-se seguir as etapas de
desproteinização, desmineralização e despigmentação (Azevedo
et al, 2007). O maior problema encontrado na extração da quitina
é seu modo de preparação, pois dificilmente se obtém uma
quitina com as mesmas características da sintetizada
anteriormente, como exemplo, a massa molar e o grau de
acetilação. A Figura 3.9 a seguir traz uma fotomicrografia por
MEV de uma amostra de quitina proveniente de carapaça de
camarão.
Figura 3.9: Fotomicrografia de amostras de quitina proveniente da
carapaça do camarão (1300X) (Fonte: Antonino, 2007).
As carapaças de crustáceos e as conchas de moluscos são
resíduos abundantes e rejeitados pela indústria pesqueira, que em
muitos casos as consideram poluentes. Sua reutilização reduz o
impacto ambiental causado pelo acúmulo nos locais onde é
gerado ou estocado (Goosen, 1996; Azevedo et al, 2007). A
reutilização dessas substâncias é muito relevante do ponto de
vista ambiental e econômico, porque além de eliminar os resíduos
da indústria pesqueira, o custo final de produção é reduzido em
cerca de 60% (Mathur & Narang, 1990). Geralmente estes
materiais são empregados em estudos de adsorção dos mais
diversos metais pesados de soluções aquosas: Cu(ІІ), Zn(ІІ),
Cr(VI), Cd(II), Pb(II) (Kitano et al, 1976; Solodovnik, 2006;
Odoemelam et al, 2009).
CAPÍTULO IV
4. METODOLOGIA
A metodologia empregada para o desenvolvimento do
estudo foi baseada na descrição a seguir. Para todos os ensaios foi
empregado um padrão puro da STX, certificado pelo Institute for
Marine Biosciences (Halifax, NS, Canada).
4.1. INSTALAÇÕES
Para iniciar os trabalhos da pesquisa, foi desenvolvido no
Laboratório de Toxicologia Ambiental LABTOX a
metodologia de extração, purificação e dosagem da SXT através
da cromatografia líquida (HPLC).
Como parte de um acordo de cooperação internacional,
atividades laboratoriais foram desenvolvidas no Laboratoire de
Toxicologie et Hygiène Appliquèe, Facul de Pharmacie,
Université Bordeaux 2 França, sob a orientação do Professor
Edmond Creppy. O laboratório possui sala para cultura de células
com fluxo laminar, estufa de CO
2
, cromatógrafos líquido e
gasoso e aparelho de absorção atômica. As pesquisas
desenvolvidas no laboratório foram na área de genotoxicidade e
citotoxicidade, como o ensaio do micronúcleo, ensaio do MTT,
dosagem da MDA e dosagem de adutos de DNA.
4.2. ENSAIOS DE CITOTOXICIDADE E GENOTOXICIDADE
Os testes de genotoxidade foram avaliados in vitro,
avaliando o crescimento celular e utilizando o MDA como
biomarcador. Foram tamm avaliados a metilação biológica e o
ensaio do micronúcleo em células cultivadas em laboratório.
4.2.1. Cultura Celular
Por estar avaliando uma toxina neurotóxica, foram
escolhidas duas linhagens celulares para os ensaios in vitro: o
neuroblastoma de camundongo Neuro-2A (N2A) e as células
renais de macaco Vero. As células N2A foram obtidas da
Coleção de Cultura Celular Européia catalogo no. 89121404
(Porton Down, UK) e foram cultivadas num meio de cultura
denominado “completo” que consiste em: meio RPMI 1640
complementado com 10% de soro de feto bovino, 2% L-
glutamina (200mM), 1% de penicilina (50 U/mL) e
estreptomicina (50µg/mL) e 1% de piruvato de sódio (100µM) a
37°C e atmosfera com 5% CO
2
(adaptado de Manger et al, 2003).
As lulas Vero foram cultivadas forma cultivadas em meio
RPMI 1640 complementado com 10% de soro de feto bovino, 1%
L-glutamina (1mM), 1% penicilina (50 U/mL) e 1%
estreptomicina (50ug/mL).A cultura foi mantida à 37°C e
atmosfera umidificada com 5% de CO
2
(Matias & Creppy appud
Terasima & Ysukawa, 1998).
4.2.2. Ensaio do MTT: Determinação da EC50
As células cultivadas foram incubadas em microplacas de
96 poços por 24h com o meio de cultura completo à 37 °C e 5 %
de CO
2
e após esse período elas foram expostas por um período
de 24h à 37 °C e 5 % de CO
2
às seguintes concentrações de STX:
0,19, 0,38, 0,75, 1,50, 3,00, 6,00, 12,0 e 24,0 µg/L (0,5, 1,0, 2,0,
4,0, 8,0, 16,0, 32,0 e 64,0 nM). Foram realizada diluições em
cascatas (ver Apêndice A5) com soluções estoque preparadas em
água e soluções mães preparadas com o meio de cultura para
posterior diluição nos poços da microplaca para garantir que o
volume de solução de STX utilizado não ultrapassasse 0,5% do
volume do meio de cultura. As concentrações foram avaliadas em
triplicatas. Um grupo de controle negativo empregando apenas o
meio de cultura e um grupo de controle positivo empregando as
toxinas veratridina (0,05 µM) e ouabaina (0,5 µM) ou
metotrexato (200mM). Após o período de exposição, o meio foi
retirado e foi adicionado 200µL de uma solução de MTT
0,5mg/mL solubilizado no meio RPMI. A microplaca foi
incubada por 2h à 37 °C e 5 % de CO
2
. Apos incubação, o meio
foi removido cuidadosamente por inversão da microplaca e foi
adicionado 200µL de DMSO. A microplaca foi envolvida em
papel alumínio e colocada numa mesa de agitação por 20
minutos. Após agitação, foi feita a leitura da absorbância em uma
leitora automática de microplacas no comprimento de onda de
560nm. Os valores de absorbância das amostras foram
normalizados e os valores foram expressos em porcentagem de
viabilidade celular através da Equação 1 abaixo. Pela curva
“Viabilidade Celular x Log da concentração” foi determinado a
EC50 (concentração efetiva que mata 50% das células). A partir
da EC50, foram definidas as concentrações para os demais testes.
%VC = 100
DO
amostra
DO
min
( )
DO
max
DO
min
( )
(Equação 1)
Onde: %VC: viabilidade celular
DO max: absorbância do controle negativo
DO min: absorbância do controle positivo
DO amostra: absorbância da amostra
4.2.3. Fragmentação e Metilação do DNA
A metilação da citosina ocorre quando um grupamento
metila é adicionado no sulco da dupla hélice do DNA celular.
Este estudo foi realizado em quatros etapas e foi baseado nas
descrições a seguir (Kouadio et al, 2007).
1) Extração, purificação e quantificação do DNA: O DNA foi
extraído e purificado através do kit Promega ‘‘Wizard® Genomic
DNA Purification Kit’’ digo A112. Após a incubação das
células N2A por 24h em microplacas de 6 poços, foi realizada a
exposição na seguintes concentrações de STX: 0,15, 0,30, 0,60 e
1,20 µg/L (0,38, 0,75, 1,50 e 3,00 nM). Foram feitas diluições em
cascatas (ver Apêndice A7) com soluções estoque preparadas em
água e soluções mães preparadas com o meio de cultura para
posterior diluição nos poços da microplaca para garantir que o
volume de solução de STX utilizado não ultrapassasse 0,5% do
volume do meio de cultura. Um grupo de controle negativo foi
empregado utilizando apenas com o meio de cultura, e um grupo
de controle positivo foi empregado utilizando as toxinas
ocratoxina (OTA - 10µM) ou fumonisina B1 (FB1 - 15 µM).
Foram avaliadas sempre triplicatas de cada caso (STX e controles
positivos e negativos). As microplacas foram incubadas por 24h à
37 °C e 5 % de CO
2
. As exposição, o meio de cultura contendo
a STX foi retirado cuidadosamente e as células foram colocadas
em suspensão em 1 mL de PSB com auxilio de uma micropipeta.
A suspensão celular foi transferida para microtubos e
centrifugada por 30 segundos à 16000g. O sobrenadante foi
descartado e o DNA do precipitado foi extraído conforme
descrição do protocolo do kit, com uma modificação na etapa de
precipitação da proteína que consistiu em adicionar 800µL de
clorofórmio para facilitar a separação das fases. O DNA foi
diluído em água ultra-pura 1/200, e quantificado por
espectrometria de ultravioleta. As absorções dos ácidos nucléicos
foram medidas nos comprimentos de onde de 260 e 280nm. A
razão A260/A280 precisa estar entre 1,8 e 2,0 para se garantir que
o DNA escom alto grau de pureza. Após a dosagem do DNA
de cada amostra, um volume contendo 10µg de DNA foi
destinado para a quantificação da 5-metilcitosina.
2) Separação dos Fragmentos de DNA por Eletroforese: Para
eletroforese foram utilizados 10µg de DNA extraídos das células
tratadas com as diferentes concentrações de STX, como citado
anteriormente. A avaliação qualitativa da fragmentação do DNA
foi realizada por eletroforese em 1,5% de gel de agarose e
visualizada pela coloração com brometo de etídio. A eletroforese
foi realizada em uma cuba de eletroforese horizontal (H4 - Life
Technologies - Gibco BRL). A placa de acrílico contendo o gel
foi colocada na cuba e coberta com 1L de tampão TBE (1M Tris-
HCL pH 8,0, 0,1mM EDTA e 0,1M ácido bórico). Depois da
aplicação das amostras, a cuba foi conectada a uma fonte (250
EX Life Technologies - Gibco BRL), e ajustada para 60 volts
por 180 minutos. O material foi revelado em um transiluminador
de luz UV (TFX 35M - Vilber Lourmat) e fotografado com filme
polaroide (Sigma, França).
3) Liofilização e hidrólise enzimática do DNA: Esta fase teve por
objetivo hidrolisar as proteínas e separar o DNA do RNA. 10 µg
do DNA foram liofilizados num microtubo de centrífuga durante
uma noite com o auxílio de um liofilizador-centrifugador RC 10-
10 (Jouan, France) sob temperatura variável adaptado em série a
uma bomba à vácuo (Edwards) e a um evaporador por
resfriamento (RCT 60). O DNA foi reidratado em 10µL de água
Milli-Q degaseificada. As amostras foram colocadas em um
banho-maria de 100ºC por 1 minuto e em seguidas colocadas em
banho de gelo por 15 min para facilitar a etapa de hidrólise. A
seguir foi acrescentado a cada amostra 1µL de tampão acetato de
potássio 250mM (pH 5.4), 1µL de sulfato de zinco 10mM e 10µL
de Nuclease P1 (0,5U/µL). Em seguida as amostras foram
incubadas por uma noite à 37
o
C. No dia seguinte, uma segunda
hidrólise enzimática foi realizada com a adição de 2µL de tampão
Tris-HCl 0,5M (pH 8,3) e 2 µL de fosfatase alcalina (0,31U/µL).
O tubo foi incubado por duas horas a 37
o
C. Apos incubação, foi
adicionado 25 µL de clorofórmio para inativar as enzimas
utilizadas na hidrólise. Os tubos foram centrifugados a 13000g
por 10 minutos. A fase aquosa foi analisada por HPLC.
4) Quantificação da m
5
dC por HPLC: A quantificação da 5-
metilcitosina foi efetuada por HPLC equipado com coluna C18-
fenil-nucleosil. O solvente utilizado foi uma mistura
(NH
4
)H
2
PO
4
6,5 mM à pH 3,95 com metanol 4% em condições
isocráticas. O volume de injeção foi de 20 µL. O detector de
ultravioleta foi utilizado no comprimento de onda de 254nm (ver
Apêndice A2).
4.2.4. Lipoperoxidação: Extração e Quantificação do MDA
As lulas N2A foram incubadas com meio de cultura
completo em microplacas de 24 poços por 24h à 37ºC e 5% de
CO
2
. Após esse período o meio de cultura completo foi removido
e foi adicionado o meio de cultura, e em paralelo o meio de
cultura com diferentes substâncias protetoras separadamente:
vitamina C (16µg/mL), vitamina E (6µg/mL) e enzimas SOD e
CAT (25µg/mL cada uma). As células foram incubadas por mais
1he 37ºC e 5% de CO
2
. A seguir, a exposição à STX foi realizada
na seguintes concentrações: 0,15, 0,30, 0,60 e 1,20 µg/L (0,38,
0,75, 1,50 e 3,00 nM). Foram feitas diluições em cascatas (ver
Apêndice A6) com soluções estoque preparadas em água e
soluções mães preparadas com o meio de cultura para posterior
diluição nos poços da microplaca para garantir que o volume de
solução de STX utilizado não ultrapassasse 0,5% do volume do
meio de cultura. Um grupo de controle negativo foi empregado
utilizando apenas com o meio de cultura, e um grupo de controle
positivo foi empregado utilizando as toxinas ocratoxina (OTA -
10µM) ou fumonisina B1 (FB1 - 15 µM). Foram avaliadas
sempre triplicatas de cada caso (STX e controles positivos e
negativos). Após incubação de 24h, as células foram recuperadas
no meio para a dosagem do MDA. A suspensão celular foi
centrifugada durante 5 minutos a 800g e C. O meio
sobrenadante foi eliminado, e as lulas foram ressuspensas em
250µl de tamo SET e agitado vigorosamente em um Vortex.
Uma alíquota de 25µL homogeneizado celular foram retiradas e
congeladas de todas as amostras para posterior dosagem de
proteínas pelo método de Bradford (ver Apêndice A4). As
suspensões celulares e as diluições dos padrões foram tratadas
com 25µl de SDS 7%, 300µl de HCl 0,1N, 40µl de ácido
fosfotungstico 1% e 300µl de ácido 2-tiobarbitúrico (TBA)
0,67%. Após agitação vigorosa no Vortex, os tubos foram
mantidos no escuro, a 90°C, durante 1 hora, depois resfriados
com gelo durante 10 minutos. O complexo TBA-MDA formado
foi extraído por 600µL de n-butanol. Após centrifugação por 10
minutos a 5000g, a fase butanólica que contém o complexo
MDA-TBA foi retirada e a quantificação do MDA foi realizada
por HPLC-fluorescência. Foi empregada uma pré-coluna
Lichosorb 738, C18 de 10µm de porosidade (10 x 4,6mm) e uma
coluna Bischoff Prontosil Eurobond, C18 de 5µm de porosidade
(250 x 4,6mm) com injeção automática de 90µL. A fase móvel
isocrárica utilizada foi uma mistura metanol:água 4:6 (v/v), pH
8,4 ajustado com KOH 0,5M, à um fluxo de 0,5mL/min. O
detector de fluorescência empregado foi o ICS-8450 com
comprimento de onda de excitação de 515nm e com comprimento
de onda de emissão de 553nm (ver Apêndice A3).
4.2.5. Teste do Micronúcleo: Bloqueio Citocinético (CBMN)
Este teste foi baseado em Ouanes et al(2003), com
algumas modificações. As lulas N2A e Vero foram incubadas
com meio de cultura completo em microplacas de 24 poços por
24h à 37ºC e 5% de CO
2
. Apos este período, o meio de cultura
completo foi retirado e a exposição à STX foi realizada nas
seguintes concentrações: 0,15, 0,30, 0,60 e 1,20 µg/L (0,38, 0,75,
1,50 e 3,00 nM). Foram feitas diluições em cascatas (ver
Apêndice A6) com soluções estoque preparadas em água e
soluções mães preparadas com o meio de cultura para posterior
diluição nos poços da microplaca para garantir que o volume de
solução de STX utilizado não ultrapassasse 0,5% do volume do
meio de cultura. Após 6h de incubação à 37ºC e 5% de CO
2
foi
adicionado a Citocalasina B (5µg/L) aos poços com as células
intoxicadas. As células foram incubadas por mais 18h, à 37ºC e
5% de CO
2
. O meio com a STX foi removido e as células foram
recuperadas com PBS e centrifugadas à 500g por 5 min. O
sobrenadante foi descartado e as células foram tratadas com
250µL de KCl 0,075M, foram recolocadas em suspensão com a
ajuda de uma micropipeta e apos 10 minutos foram centrifugadas
à 500g por 5 min. O sobrenadante foi descartado e as células
foram fixadas com 250µL da solução metanol:ácido acético 3:1
(v:v). Após 20 minutos, as células fixadas foram espalhadas
delicadamente sobre uma lâmina e deixada secar por 30 min. A
coloração foi feita com 50µL de uma solução brometo de
etídio/acridine orange sobre as lulas e uma lamínula foi
colocada sobre a lâmina. A contagem das 1000 lulas
binucleadas para cada amostra foi realizada em microscópio
fluorescente com aumento de 400X, onde foram anotados os
números de micronúcleos encontrados.
4.3. ENSAIOS DE ADSORÇÃO
4.3.1. Materiais Adsorventes
A quitina foi produzida a partir de carapaças de camarão
e foi fornecida pelo Grupo de Pesquisa em Quitinas e Aplicações
Tecnológicas (QUITECH) da Universidade Federal de Santa
Catarina - Brasil, sob a coordenação do Prof. Dr. Mauro sar
Marghetti Laranjeira. A quitina bruta foi previamente triturada e
passada em peneiras de 18Mesh para apresentar partículas de
tamanho 1,0mm. O de ostra foi produzido a partir de cascas
de ostras calcinadas e trituradas. O de concha de ostra
empregado é comercializado em lojas de produtos naturais, e já
apresentava partículas de tamanho 1,0mm, não necessitando de
preparação prévia. Os materiais adsorventes foram previamente
seco em estufa a 105°C por 24 horas, foram colocados em tubos
de centrífuga tipo “Falcon nas respectivas massas avaliadas, e
foram esterilizados em autoclave por 15 minutos à 121ºC para
eliminar a interferência por degradação microbiológica.
4.3.2. Cinéticas e Isotermas de Adsorção
O método usado para avaliar o processo de adsorção foi
adaptados de Miller et al. (2001) e Ohe (1996). Para avaliar o
processo de adsorção foram realizados ensaios de cinéticas e
isotermas de adsorção para ambos os adsorventes em diferentes
pH.
Para as cinéticas de adsorção, soluções de STX 10µg/L,
em pH 5,0 e 7,0, foram expostas à 200±5mg do adsorvente à
25ºC, em tréplicas, onde foram analisadas a concentração de STX
residual nos tempos de mistura de 0, 12, 18, 24, 36, 48 e 72h. Os
frascos foram colocados em um agitador orbital tipo “Shaker” a
200rpm e foram amostrados de 0,5mL nos respectivos intervalos
de tempo.
Para as isotermas de adsorção, foram adicionados 10 mL
de solução contendo STX 2-16µg/L, nos pH 5,0 e 7,0, aos tubos
contendo 200±5mg de adsorvente. Os frascos foram colocados
em um agitador orbital tipo “Shaker” a 200rpm e foram
amostrados de 0,5mL nos respectivos intervalos de tempo.
As frações amostrais foram filtradas em membrana de
0,2µm e coletadas num tubo de microcentrifuga. Na seqüência, as
frações foram analisadas em HPLC, para a quantificação da STX.
Um grupo controle foi avaliado na mesma temperatura e tempos
de mistura das amostras sem os adsorventes contendo apenas
10mL das soluções de STX nos pH 5,0 e 7,0 em um tubo estéril,
para avaliar a presença do efeito de degradação da toxina por vias
químicas, enzimática ou microbiológicas.
4.3.3. Dosagem da Saxitoxina
O todo analítico para a quantificação da saxitoxina foi
adaptado da metodologia recomendada pela AOAC (2005). O
método de quantificação recomenda a utilização de HPLC com
derivatização pré-coluna e detector de fluorescência. Os
equipamentos utilizados para as análises foram o cromatógrafo
líquido HP1050 com bomba quaternária de eluente e o detector
de fluorescência HP1046A, disponíveis no Laboratório Integrado
do Meio Ambiente LIMA deste departamento. As condições
para a análise estão descritas na Tabela 4.1 a seguir.
Tabela 4.1: Condições para determinação de STX em HPLC com
detector de Fluorescência. (AOAC, 2005).
Separação no HPLC
Coluna
Supelcosil® C18 (Supelco), 250 mm x 4,6 mm d.i.,
5µm
Eluente A
Acetonitrila
Eluente B
Sol. tamponada de formiato de amônio 0,1N (pH 6)
Fluxo
1,0 mL/ min.
Etapa
Tempo (min)
Eluente A
(%)
Eluente B
(%)
1
0,0
0
100
2
5,0
0,5
99,5
3
8,0
4
96
4
10,0
4
96
Gradiente
5
12,0
0
100
Detecção
Fluorescência:
λ Exitação: 330nm
λ Emissão: 390nm
O todo de derivatização pré-coluna por peroxidação
da amostra foi preparado com o auxílio de micropipetas
autoticas adicionando de 25 mL de solução aquosa de
peróxido de hidrogênio 10%(v:v) a 250mL de NaOH 1M em
tubos plásticos para microcentrífugas (“Eppendorf”). Esta mistura
foi agitada vigorosamente e após foi adicionado 100mL da
amostra ou padrão de STX que foi derivatizado. O tubo foi
agitado vigorosamente por 2 minutos a temperatura ambiente.
Após a reação, um volume de 20mL de ácido acético glacial
concentrado foi adicionado e agitado vigorosamente a solução
reagente. Uma alíquota de 50ml desta reação foi injetada
diretamente ao HPLC (curva de calibração - Andice A1).
CAPÍTULO V
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. RESULTADOS DO ARTIGO 1: ENSAIO DO MTT,
FRAGMENTAÇÃO E METILAÇÃO DO DNA
Os resultados apresentados neste subitem fazem parte do
primeiro artigo elaborado neste estudo e apresentou a toxicidade
da STX sobre as células através dos ensaios do MTT e ensaios de
fragmentação e metilação do DNA. O artigo entitulou-se
SAXITOXIN INDUCES GENOTOXICITY AND APOPTOSIS
IN NEURO-2A CELLS” e foi submetido à revista científica
“Archives of Toxicology”. O artigo original é apresentado no
Apêndice A8.
5.1.1 Influência de STX na Viabilidade Celular: Ensaio de
MTT e Determinação de EC50
Para a determinação da EC50, uma escala de oito
concentrações de STX (na condição sem O/V” 0,5, 1,0, 2,0, 4,0,
8,0, 16,0, 32,0 e 64,0 nM e na condiçãocom O/V2,53, 5,07,
10,15, 20,3, 40,6, 81,25, 162,25 e 325 nM) foram aplicadas em
cinco diferentes experimentos, na preença e na ausência de O/V.
Apos exposição das células N2A à STX e analise dos dados, a a
curva de viabilidade pela concentração de STx foi plotada para
ambos os casos (com e sem O/V). Os resultados são apresentados
na Figura 5.1.
Figura 5.1: Perfil dose-resposta da STX em células N2A na presença e
ausência de O/V. Viabilidade celular (%)±DP v. Concentração de STX
em nM. Condição Sem O/V”: R2=0,997; condição Com O/V”:: R2=
0,9904.
Uma diferença significativa foi obtida entre as curvas da
condição “sem O/V” e condição com O/V”. Na condição com
O/V”, uma baixa viabilidade celular foi observada, e um aumento
dose-dependente da viabilidade foi verificado, e estes resultados
foram confirmados pelos controles negativos e positivos. Na
curva normalizada, com o aumento da concentração de STX, a
condição “sem O/V” apresentou uma redução dose-dependente
dos valores de viabilidade celular, com desvios padrões
significativos. Entretanto os valores destes desvios padrões
obtidos eram consistentes com alguns valores previamente
relatados, levando-se em consideração a precisão total do bio-
ensaio in vitro sob células de aproximadamente 20-30%.
(Humepage et al. 2007). Os resultados do teste de MTT
demonstram que exposição de células de N2A às diferentes
concentrações de STX conduz a uma redução dose-dependente da
atividade metabólica da mitocôndria, extrapolado neste ensaio
pela viabilidade celular, e um comportamento oposto é verificado
na presença de compostos antagônicos à STX.
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As EC50 da STX foram calculadas, sendo que na condição
“sem O/V foi obtido um valor de 1,1nM (R
2
= 0,997) e na
condição “com O/V” foi obtido um valor de 18,2nM (R
2
=
0,9904). Estes valores de EC50 da STX, para ambas as
circunstâncias em células N2A, são particularmente baixos e
pode-se concluir que esta linhagem celular de origem neural é
muito sensível a STX, e pode-se considerar como um bom
bioindicador para estudar os mecanismos da ação em baixas
concentrações de STX. Assim, de acordo com a EC50
encontrada, os demais ensaios foram adaptados com
concentrações apropriadas para 0,8, 1,5 e 3,0 nM de STX.
5.1.2. Efeitos de STX na fragmentação do DNA em células
N2A
A eletroforese em gel do agarose foi executada para
analisar fragmentos do DNA da exposição das lulas de N2A à
STX (Figura 5.2). Nas condições de fragmentação descritas
anteriormente, uma fragmentação fraca foi observada no controle
negativo. Assim, foi realizado uma amostra do controle negativo
na condição sem o antibiótico (Figura 2/7). Nestas circunstâncias,
o controle negativo não apresentou nenhuma fragmentação
significativa, confirmando que essa fraca fragmentação provem
da presença do antibiótico. Os fragmentos do DNA podem ser
visualizados somente nas células tratadas com o STX e com o
controle positivo OTA.
Figure 5.2: Fragmentação do DNA de lulas N2A extraído após
exposição à STX. O DNA foi isolado de células N2A expostas e a
eletroforese foi realizada em gel de agarose 1,5% nas seguintes
concentrações: 1: Ladder 1000 kpb, 2: OTA (ocratoxina)10µM, 3:
3,0nM, 4: 1,5nM; 5: 0,8nM 6: Controle negativo com antibiótico e 7:
Controle negativo sem antibiótico.
Foi observado um aumento na fragmentação do DNA nas
amostras tratadas com o STX, como evidenciadas pelo
fragmentos do DNA, quando comparados com o “Ladder”. Estes
resultado é um indicativo a ocorrência do apoptose. Uma
significativa parte dos fragmentos do DNA são de tamanhos entre
500 e 2000bp, evidenciando a possibilidade de morte celular por
apoptose. evidências relatadas na literatura que sugerem que
as poliaminas atuam no caminho da morte celular por apoptose
(Packham and Cleveland 1994; Frostesjo et al. 1997). Estes
resultados confirmaram que a STX, considerado um composto
cíclico da guanidina, induz igualmente a morte celular apoptose.
Para avaliar de uma forma mais quantitativa os resultados
observados anteriormente, a imagem do gel foi submetida à uma
análise de imagens pelo programa ImageJ, que possui uma função
específica para análise de géis de eletroforese. Assim, pela
normalização dos densitogramas de luminosidade das linhas de
corrida das amostras, foi possível gerar um histograma com a %
de DNA fragmentado para cada condição avaliada e este
resultado é apresentado na Figura 5.3.
Figura 5.3: % de DNA fragmentado para células expostas à STX,
obtido pela análise da imagem do gel.
Esse resultado evidencia de forma mais visível o efeito
tóxico da STX sobre células N2A. Para as três concentrações de
STX empregadas nos testes, foi possível verificar um aumento
acima de 50% quando comparado ao controle com antibiótico,
resultado que não é possível observar apenas pela análise visual
da imagem do gel.
5.1.3. Efeitos de STX na metilação do DNA emlulas N2A
A metilação da deoxicitosina foi avaliada pela
quantificação da 5-metilcitosina (m5dC) de DNA purificado das
células N2A expostas à STX. Esse efeito foi avaliado pelo
método de HPLC-UV. Após 24h da incubação, as células N2A na
0
50
100
150
OTA 15!M
3
1,5
0,75
Cntl com Antib.
Cntl sem Antib.
% DNA fragmentado
STX (nM)
cultura produziram espontaneamente 0,59±0,02% de m5dC. Este
valor foi considerado o valor controle sem STX. A OTA (15
µM), empregada como o controle positivo, aumentou o nível de
m5dC para 3,00±0,69%. A concentração a mais elevada de STX
(3,0 nM) aumentou os porcentagem de m5dC para 4,41,41%
(Figura 5.4). Este resultado evidencia que a STX pode induzir
células N2A à hipermetilação, resultado similar ao controle
positivo, sugerindo que o STX seja um indutor potencial neste
efeito específico. As bases modificadas do DNA podem
representar uma fração menor do genoma, mas ainda exibem
fortes efeitos biológicos (Rein et al. 1998). Por exemplo, somente
3-10% das citosinas em genomas mamíferos são modificadas à
m5dC, mas estas geralmente reprimem a transcrição quando
aglomerados no 5' - extremidades dos genes (Frostesjo et al.
1997; Ehrlich et al. 1982).
Figura 5.4: % m5dC com relação a quantidade total de citosina
(dC+m5dC) das amostras do DNA extraídas de células N2A expostas
por 24 horas, para os controles negativo e positivo e as diferentes
concentrações de STX empregadas.!
5.2. DISCUSSÃO DO ARTIGO 1
O presente estudo avaliou a resposta citotóxica da STX
sobre células N2A, na tentativa de identificar etapas alvo da
morte celular. Para isso foram avaliados efeitos sobre a
viabilidade celular, a fragmentação do DNA das células expostas
e ainda efeitos de indução à metilação do DNA. Foi empregada
uma escala de concentrações de STX que foram identificadas
como citotóxicas pelo ensaio do MTT.
No ensaio do MTT obteve-se um valor de EC50 de
1,112nM PA ausência de O/V, e 18,2nM na presença de O/V. A
presença do antagonista em culturas celulares diminui o tempo de
ensaios de citotoxicidade para 4 a 7 horas (Manger et al. 2003).
Jellett et al. (1995) e Manger et al. (1993) obtiveram valores de
EC50 de 100nM na presença de O/V em células N2A. Cañete e
Diogène (2008) relataram uma EC50 de 8,6nM para a STX em
células N2A na presença de O/V e tempo de intoxicação de 24h.
Não foi observada uma resposta para a STX com a mesma célula
na ausência de O/V com tratamento similar num intervalo de
0,91–58,41 nM de STX. O Gulf Coast Seafood Laboratory
(GCSL) Food and Drug Administration (FDA), Alabama
obteve uma EC50 aproximado de 3nM com células N2A
(Comunicação pessoal reportado por Cañete and Diogène, 2008).
Ren e Frymer (2004) sugerem que todas as fontes de
variação em cada estágio dos ensaios citotóxicos acabam se
acumulando ao final do teste e geram muitas variações no
resultado final, e sugere que essas etapas sejam decompostas para
identificação das variações específicas em cada uma das etapas.
Ledreux (2006) sugere que essas variações nos ensaios
citotóxicos o essencialmente causadas por parâmetros de
natureza biológica (estado fisiológico das células, numero de
células por poços) e natureza química (variação da concentração
dos químicos empregados, instabilidade das toxinas).Ainda pode
assumir que a sensibilidade das lulas às toxinas aumenta com o
número de repicações da cultura empregada nos testes (Alvito et
al. 2000).
As discrepâncias entre os nossos resultados e os resultados
de Cañete e Diogenè (2008) podem ser explicadas pelas
diferenças na cultura e no tratamento das células N2A, e na
preparação dos ensaios citotóxicos. Cañete and Diogène (2008)
empregaram na cultura de células meio RPMI com 1% de L-
glutamina (200mM) e 0,5% solução de antibióticos (10mg/mL
estreptomicina and 1000U/ mL de penicilina), solução de tripsina
(0.5g/L) para descolar as lulas dos frascos de cultura e a
densidade de células foi de 35.000cels/poço nos ensaios
citotóxicos com as lulas N2A (não foi informado o mero de
passagem da cultura celular empregada nos testes). No presente
estudo foi empregado meio de cultura celular suplementado com
2% L-glutamina (200mM) e 1% solução de antibióticos
(10mg/mL estreptomicina and 1000U/ mL de penicilina). No
presente estudo empregamos raspadores para recuperação das
células dos frascos de cultura e a densidade de células foi de
aproximadamente 20.000 cels/poço nos nossos ensaios das
células N2A com passagens entre 14-25 vezes.
Nossos resultados dos ensaios citotóxicos sugerem que o
dano mitocondrial pode estar indiretamente envolvido no
mecanismo tóxico da STX. Este caminho intrínseco pode
possivelmente provocar apoptose como um os eventos finais.
Para uma revisão veja Law e Elmore (2008). Curiosamente,
nossos dados mostram, primeiramente, uma redução da atividade
mitocondrial nos ensaios citotóxicos e no segundo ensaio, os
fragmentos do DNA indicam a participação provável do apoptose
como o caminho principal que conduz à morte das células N2A.
Não foram encontrados relatos na literatura de que a STX
induz à fragmentação do DNA. Nossos dados sugerem que a STX
induz as células N2A à efeitos genotóxicos indiretos, porque
fragmentos do DNA de 500 à 2000 bp foram observados em
todas as concentrações de STX incluído valores abaixo da EC50
(0,8nM). Os dados de metilação induzidos pela STX indicam que
baixas concentrações de STX induzem a um aumento dos níveis
de m5dC. Estudos com ácido ocadáico (OA), uma toxina marinha
conhecida como promotor de tumores, mostrou que ela induz à
hipermetilação em diversas linhagens celulares (Matias and
Creppy, 1998). Este estudo, em uma mesma linha de pesquisa,
avaliou a STX como um possível promotor do tumor.
Os canais de sódio voltagem-dependentes (VGSCs)
demonstram serem fortemente associados com potencial
metástase, como evidenciado pelos seus altos níveis de expressão
em diversos carcinomas agressivos e no controle de rios
estágios da cascata metastática (Onkal and Djamgoz 2009;
Catterall et al. 2007; Fiske et al. 2006). Entretanto, os
bloqueadores dos canais de sódio voltagem-dependentes, no caso
das neurotoxinas, quando usados em concentrações apropriadas,
podem ser medicinalmente úteis em uma variedade de desordens,
incluindo o câncer (Prevarskaya et al. 2007; Onkal and Djamgoz
2009). Um exemplo é tetrodotoxina (TTX) que demonstrou
reduzir diretamente as células menos invasivas (Anderson et al.
2003) e sugerem assim os VGSCs como um alvo viável para a
pesquisa anti-câncer. No presente estudo, a STX inibiu o
crescimento de células de neuroblastomas N2A, indicando uma
interação no mesmo caminho da TTX. Entretanto, estudos têm
demonstrado que estas toxinas (ambas o bloqueadoras do
VGSCs) ligam diferentemente de formas específicas no domínio
I, localização Fen/Cis/Tir (Kirsch et al, 1994). Há distinções entre
a resposta destas duas toxinas para a mutação do sitio da tirosina
401, sugerindo que TTX apresenta uma leve interação, que pode
ter uma interação íntima não ligada com membrana de lula,
protegendo este sitio de modificações químicas levando, e a STX
interage fortemente com os resíduos extracelulares (Penzotti et al.
1998).
A metilação da citosina tem conseqüências mutacionais e
epigenéticas em genomas de mamíferos (Szyf et al. 2003; Baylin
et al. 2001; Gonzalgo and Jones 1997) e citosinas metiladas
devem predispor alguns genes à freqüências mais altas de
transições de desaminações induzidas (Gonzalgo and Jones
1997). A desaminação espontânea da m
5
dCT é um dos
caminhos mais importantes indicando que a metilação pode
causar mutagênese. Os efeitos epigenéticos da m
5
dC pode ser
importante na tumorigênese podendo envolver a inativação dos
proto-oncogenes, mas igualmente a inactivação de genes de
supressor do tumor (Gonzalgo and Jones 1997).
Os efeitos epigenéticos da metilação do DNA e o seu
relacionamento com silêncio transcricional dos genes envolvidos
no sistema de regulação do crescimento celular são considerados
muito importantes na definição dos processos-chave envolvidos
da tumorigênese (Gonzalgo and Jones, 1997). Recentemente,
doenças humanas (outras além doncer) tem sido identificadas e
são associadas com propriedades epigenéticas e perturbações
destes genes reguladores e a metilação de alguns genes-
chave(Newell-Price et al. 2000). Por exemplo, sabe-se que na
maioria dos tumores extraídos em tratamentos cirúrgicos de
câncer, a taxa de metilação do DNA está modificada e diversas
desregulações do gene envolvido na regulação do ciclo celular
o modificadas em paralelo à ativação dos oncogênes e/ou
inativação de genes supressores de ncer (Gonzalgo and Jones
1997; Newell-Price et al. 2000; Bird 2002; Herman and Baylin
2003; Feinberg and Tycko 2004; Selaru et al. 2009).
A partir dos resultados obtidos neste estudo pode-se propor
uma conexão entre três processos avaliados para a genotoxicidade
induzida da STX: as células expostas às baixas concentrações de
STX conduzem aos danos mitocondriais indiretos e do DNA,
como demonstrado pelo ensaio citotóxicos e pela fragmentação
do DNA respectivamente, evidenciando o caminho apoptico da
morte celular, e nas mesmas concentrações de STX mostrou altos
níveis de m5dC, e o processo de hipermetilação das bases do
DNA conduz possivelmente à um efeito inibidor de genes de
supressor do tumor.
Em conclusão, os presentes dados confirmam que a
linhagem celular do neuroblastoma de N2A é apropriada para a
avaliação da toxicidade de STX e indicam que os mecanismos
principais que causam efeitos tóxicos indiretos da STX envolvem
as lesões mitocôndrial e do DNA, e modificação do DNA por
hipermetilação (considerado como um efeito epigenético) que
conduz possivelmente à morte celular por um processo apoptótico
ou conduzindo à processo de mutagênese e/ou tumorigênese,
sugerindo que os sistemas de indivíduos expostos à STX durante
eventos de floração de algas xicas podem estar expostos a estes
efeitos.
5.3. RESULTADOS DO ARTIGO 2: LIPOPEROXIDAÇÃO E EFEITO
PROTETOR DE VITAMINAS E ENZIMAS
Os resultados apresentados neste subitem fazem parte do
segundo artigo elaborado neste estudo e apresentou a toxicidade
da STX sobre as células através do ensaio de lipoperoxidação. O
artigo entitulou-se “LIPID PEROXIDATION INDUCTION BY
SAXITOXIN IN NEURO-2A CELLS: THE PROTECTIVE
EFFECT OF VITAMINS C AND E, SUPEROXIDE
DISMUTASE AND CATALASE” e foi submetido à revista
científica “Archives of Toxicology”. O artigo original é
apresentado no Apêndice A9.
5.3.1. Lipoperoxidação: efeito do estresse oxidativo
Após 24h de incubação, as células N2A produziram
espontaneamente 83,79±5,94 nM de MDA/mg de proteína. Esse
valor foi considerado como valor controle para células N2A não
tratadas com STX. Após 24 h de exposição apenas ao
antioxidante VitE, as células N2A produziram espontaneamente
59,09±1,57 nM de MDA/mg de proteína, apenas ao antioxidante
VitC8 e VitC16, as células N2A produziram espontaneamente
89,80±9,42 e 107,31±17,29 nM de MDA/mg de proteína
respectivamente e apenas ao antioxidante SOD/CAT, as lulas
N2A produziram espontaneamente 102,47±10,88 nM de
MDA/mg de proteína. Esses valores foram considerados valores
controles para células N2A não tratadas com STX. Após 24h de
exposição, aumentando as concentrações de STX (0,4 à 3,0nM), a
produção de MDA das células N2A foi significativamente
aumentada (Figura 5.5).
Figura 5.5: Lipoperoxidação induzida pelo aumento da concentração de
STX em células N2A avaliando o efeito da ausência e presença de
diferentes antioxidantes, com dosagem da quantidade de MDA
produzido, após 24 horas de incubação (*diferença significativa com
relação à células não tratadas com STX para p<0.05, e ** com relação
ao controle positivo para p<0.05).
A produção de MDA foi aumentada de 15 à 113% para
0,4 à 3,0 nM de STX, respectivamente, quando comparada com
os relativos controles de lulas não tratadas com STX (Tabela
1). Quando as células N2A foram tratadas com VitC8, essa taxa
foi aumentada de 66 à 209%, e quando tratadas com VitC16 as
taxas foram aumentadas de 36 à 181% para as mesmas
concentrações de STX (Tabela 1).
Tabela 5.1: Lipoperoxidação medida pela % do aumento na produção
do MDA com relação ao controle.
% aumento MDA
Vit. C
STX (nM)
Sem
Antioxidante
Vit. E
6µg/mL
8µg/mL
16µg/mL
SOD+CAT
25µg/mL
cada
0,4
15
3
36
66
3
0,8
93
31
109
143
47
1,5
99
95
163
154
75
3,0
113
120
181
209
160
Controle
Positivo
120
1
358
1
298
2
374
1
129
1
1. OTA: 15µM; 2. MTX 20µM.
Quando as células foram tratadas com VitE e das
enzimas SOD/CAT, as taxas de produção do MDA foram
significativamente diminuídas para as menores concentrações de
STX, quando comparado com a condição sem antioxidantes. Para
VitE, as taxas de produção do MDA foram de 3 à 120%, e para
SOD/CAT foram de 3 à 160%, ambas correspondendo de 0,4, à
3,0 nM de STX.
!
5.4. DISCUSSÃO DO ARTIGO 2:
Neste estudo investigamos os efeitos citotóxicos
individuais da STX na linhagem celular de neuroblastoma de
camundongo Neuro-2A, empregando o teste do MTT. Foram
investigados também os efeitos de lipoperoxidação destas células,
expostas à diferentes concentração de STX, na ausência e
presença de antioxidantes enzimáticos e não-enzimaticos, pela
dosagem do MDA.
Em estudo prévio (Melegari, et al., 2010) foram
investigados os efeitos citotóxicos e genotóxicos da STX sobre
células N2A. Nesse estudo foi evidenciado que a STX induz à
efeitos genotóxicos indiretos as lulas N2A quando expostas nas
mesmas concentrações trabalhadas neste artigo. Os resultados do
teste no MTT demonstram que a exposição das células N2A em
diferentes concentrações de STX acarreta à uma redução dose-
dependente dos valores de viabilidade celular, e conseqüente
redução da atividade metabólica mitocondrial. Estes resultados
apontam claramente a mitocôndria como um alvo de STX. Esta
evidencia é um indicativo de que a STX afeta a integridade da
organela e, portanto, a integridade da respiração celular. As
células do sistema nervoso possuem uma quantidade elevada de
mitocôndrias devido à grande necessidade de energia (Cooper
and Hausman, 2007). Nossos resultados mostram que este
mecanismo é afetado, podendo ser um dos motivos do efeito
neurotóxico da STX. A EC50 da STX determinada para lulas
N2A foi um valor baixo, podendo concluir que essa linhagem
celular de origem neuronal é sensível para a neurotoxina em
estudo. Esta evidência qualifica esta célula N2A como adequada
e representativa para o estudo dos mecanismos de ão com
baixas concentrações de STX.
Ainda não foi reportado na literatura estudos do efeito da
linhagem celular N2A expostas à STX e correlação com a
indução à lipoperoxidação, na ausência e presença de
antioxidantes, mas é conhecido que o cérebro e o sistema nervoso
são propensos à estresse oxidativo por não possuírem um sistema
de defesa antioxidante adequado (Halliwell, 2006).
Os níveis de MDA, que aumentam em conseqüência do
LPO pelo estresse oxidativo, foram significativamente mais
elevados em lulas N2A expostas à STX do que nos controles
sem exposição. Todos os resultados expostos evidenciam que
após 24h de incubação, a STX induz à LPO das células N2A. As
espécies OR provenientes da LPO podem ser produzidas por
substâncias endógenas e exógenas (ller & Wallin, 1997). Para
este caso, a STX funcionou como uma fonte exógena de estresse
oxidativo, e as espécies OR foram as prováveis responsáveis pela
LPO. Quando produzidas dentro das células, as espécias OR o
capazes de reagir com virtualmente todos os tipos de
biomoléculas (Møller & Wallin, 1997), e as fontes endógenas
potenciais incluem a mitocôndria, o metabolismo do citocromo
P450, os peroxissomas, e a ativação celular inflamatória (Inoue et
al, 2003). Neurotoxinas geralmente conduzem à formação de OR
em classes clinicas do sistema nervoso (Halliwell, 1987).
Avaliando a seqüência dos eventos, é possível propor uma
correlação dos dois processos avaliados para a citotoxicidade
induzida pela STX: as células N2A expostas à baixas
concentrações de STX foram induzidas à lesões mitocondriais e à
peroxidação da membrana lipídica. Seguindo o mecanismo de
neurodegeneração proposto por Halliweel (1999), podemos
sugerir dois mecanismos tóxicos causados pela STX às lulas
N2A: um primeiro mecanismo começa pelo estresse oxidativo da
exposição à uma espécie reativa (STX), induzindo ao processo de
LPO e formação de MDA. As conseqüências do mecanismo
tóxico da LPO são as modificações das bases, a inibição da
síntese protéica, a denaturação do DNA e a formação de adutos
do DNA, a qual pode induzir à processos genotóxicos,
mutagênicos e ainda carcinogênicos (Baudrimont et al. 1997;
Matias et al., 1999; Halliwell, 2007). Assim, a presença do MDA
citotóxico induz à uma sobrecarga de proteínas anormais,
conduzindo à uma disfunção do proteassoma. Elevados níveis de
dano oxidativo podem resultar não apenas no estresse oxidativo,
mas também em uma falha no sistema de reparo celular
(Halliwell, 2007). Essa disfunção causa uma desregulação do
sistema protetor celular conduzindo à morte celular. No segundo
mecanismo, a espécie reativa (STX) ataca diretamente a
mitocôndria, causando danos mitocondriais irreversíveis e
conduzindo a morte celular (Halliwell, 2007).
Dentre os antioxidantes empregados, a SOD cataliza a
dismutação do ânion superóxido; está presente na matriz
mitocondrial (Mn-SOD), no citosol (CuZn-SOD) e no meio
extracelular. O produto resultante da reação catalisada pela SOD
é o peróxido de hidrogênio que é retirado do meio pela CAT, que
transforma o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio
molecular (Fridovich, 1995; Valko et al., 2006) e é uma enzima
de extrema importância para a proteção do sistema nervoso e
remoção do peróxido formado; a SOD está presente em todos as
partes do sistema nervoso animal (Fridovich, 1995). A CAT está
localizada principalmente no peroxissoma, entretanto, outras
organelas como as mitocôndrias podem conter alguma atividade
da CAT. A VitE (α-tocoferol) é o maior e mais importante
antioxidante lipossolúvel presente em todas as membranas
celulares e, portanto, atua na proteção contra a LPO (Roy et al.,
2002; Valko et al., 2006). Nossos resultados sugerem que a
administração da VitE em pessoas que foram contaminadas pela
STX, pode equilibrar os efeitos da LPO. A VitC (ácido ascórbico)
é um importante e poderoso antioxidante que atua em ambientes
hidrofílicos do corpo. Seus parceiros antioxidantes preliminares
são a VitE e os carotenóides, que trabalham juntos tão bem
quanto as enzimas antioxidantes (Valko et al, 2006).
Os pré-tratamentos com VitE e SOD+CAT ao meio de
cultura antes da exposição à STX pareceram serem eficientes na
prevenção à LPO quando comparadas à VitC. O antioxidante
VitC não se demonstrou eficiente para a proteção da células N2A
quando expostas ao estresse oxidativo da STX, possivelmente
devido à uma alta relação de concentração com a espécie reativa.
Em condições específicas (na presença de Cu intracelular na
forma de [CuZnSOD] do espaço intermembranar mitocondrial e
no citosol) o ascorbato pode ser oxidado produzindo espécies
citotóxicas (Halliwell, 2006). Nesse caso o antioxidante VitC
potencializou de forma sinérgica o efeito xico da STX. Assim,
uma pessoa que foi contaminada pela STX deve evitar o consumo
de alimentos e medicamentos com altas concentrações desta
vitamina. A VitC é conhecida como o maior antioxidante
hidrofílico, e evidências recentes sugerem que VitE e VitC
funcionam juntos em um processo clico (Kojo, 2004). A VitC
coopera o com a VitE para regenerar o α-tocoferol dos radicais α-
tocopheróis nas membranas e nas lipoproteínas. Uma sugestão
para futuros ensaios é a investigação da interação entre VitC e
VitE no efeito protetor do estresse oxidativo provocado pela STX
para diferentes tempos de incubação.
Os presentes resultados confirmam que a linhagem
celular de neuroblastoma N2A é apropriada para a avaliação da
toxicidade de STX e demonstrou que os principais mecanismos
que provocam seus efeitos tóxicos envolvem danos mitocondriais
indiretos e o estresse oxidativo, conduzindo possivelmente à
morte celular com um processo apoptótico ou lipoperoxidação da
membrana celular. Quando as células N2A foram tratadas com o
VitE e o SOD/CAT, as taxas de produção de MDA diminuíram
significativamente nas concentrações mais baixas de STX,
quando comparadas à condição sem antioxidantes. O antioxidante
de VitC mostrou não ser eficiente para proteger a lula N2A do
ataque oxidativo de STX.
5.5. RESULTADOS DO ARTIGO 3: TESTE DO MICRONÚCLEO
Os resultados apresentados neste subitem fazem parte do
terceiro artigo elaborado neste estudo e apresentou a toxicidade
da STX sobre as células através do ensaio de micronúcleo. O
artigo entitulou-se “MICRONUCLEI INDUCTION IN VERO
CELLS AND NEURO 2-A CELLS BY SAXITOXIN” e foi
submetido à revista científica Journal of Toxicology”. O artigo
original é apresentado no Apêndice A10.
5.5.1. Influencia da STX na viabilidade celular em Células
N2A e Vero: teste do MTT e Determinação da EC50
Para a determinação da EC50, uma escala de oito
concentrações de STX (0,5 à 64,0nM) foram aplicadas em três
diferentes experimentos. Após exposição das células N2A e Vero
à STX e tratamento dos dados, uma curva de viabilidade v.
concentração de STX foi plotada para os dois casos. Este
resultado é apresentado na Figura 5.6.
Uma redução dose-dependente da viabilidade celular é
observado para ambos os casos com o aumento da concentração
de STX de 0,5 à 64nM. É possível observar também uma
significante semelhança entre as curvas de viabilidade obtidas
para as células N2A e Vero. Os resultados destes testes
demonstram que a exposição das células N2A e Vero à diferentes
concentrações de STX conduz à uma redução da dose-dependente
da atividade metabólica da mitocôndria, e conseqüentemente da
viabilidade celular.
Figura 5.6: Perfil dose-resposta da STX em células N2A e Vero, pela
viabilidade celular v. concentração STX (R2=0,997 para lulas N2A e
R2=0,964 para células Vero).
Para os testes com as células N2A, a redução foi de
96.2% de viabilidade celular para a concentração de 0,5 nM de
STX para 24,1% para 4,0 nM de STX. Na dose mais elevada de
STX avaliada neste estudo, a viabilidade celular foi de 5,6%. Para
os testes com as células Vero, a redução foi de 87,6% de
viabilidade celular para a concentração de 0,5 nM de STX para
40,6% para 4,0 nM de STX. Na dose mais elevada de STX
avaliada neste estudo, a viabilidade celular foi de 18,6%.
Das curvas plotadas na Figura 5.6, foi possível calcular a
EC50 para as lulas N2A, que foi de 1,1nM, e para as células
Vero que foi de 1,05nM. Esses resultados definiram o intervalo
de concentrações que foram utilizados no teste do micronúcleo.
Como foram encontrados valores muito próximos de EC50,
determinou-se novamente que os valores testados seriam de 0,4,
0,8, 1,5 e 3,0 nM de STX para ambas as células.
5.5.2. Teste do Micronúcleo
Com relação ao teste do micronúcleo em lulas N2A e
Vero, as freqüências de BNMN são apresentadas na Figura 5.7.
Este ensaio foi empregado para identificar a genotoxicidade da
STX que possa induzir algum dano ao nível genético. Durante a
contagem de BNMN, foram observados um alto número de
células mononucleadas. Devido a elevada quantidade destas
células, estas foram incluídas na contagem total de micronúcleos,
considerando que esta condição seja induzida pela STX. Os
resultados demonstram um significativo aumento dose-
dependente do BNMN para as células N2A de 4,5±1,3 (0,38nM
de STX) para 10,0±2,2 (3,00nM de STX), quando comparados
com o controle (1,0±0,8), e para as células Vero de 17,5±2,1
(0,38nM de STX) para 27,5±2,1 (3,00nM de STX), quando
comparados com o controle (7,0±1,0).
Figura 5.7: Número de células BNMN induzidas pela STX (0,38; 0,75;
1,50; 3,00 nM) sobre 1000 células binucleadas (BN) N2A e Vero após
24 horas de exposição. A colchicina foi empregada como controle
positivo. Os resultados estão expressos como média de três
experimentos±DP (n = 3).
Nas mesmas condições, as culturas celulares tratadas
com colchicina (controle positivo), demonstraram um
significativo aumento quando comparado com o controle do teste,
apresentando valores de 12,8±3,5 para lulas N2A e 28,3±2,5
para células Vero. A Figura 5.8 traz a imagem de lulas
binucleadas controle e células BNMN tratadas com STX.
Figura 5.8: Células N2A coradas com “acridine orange” e brometo de
etídio (Aumento: 1000x) A: controle célula BN; B: célula BNMN.
5.6. DISCUSSÃO DO ARTIGO 3:
No presente estudo, células N2A e Vero foram tratadas
num primeiro estagio com oito concentrações de STX, num
intervalo de 0,5 à 64nM, para determinar a EC50 para as células
avaliadas, e em um segundo estágio com concentrações
específicas (0,4-3,0nM) para avaliar a indução à formação de
micronúcleos pelo teste do micronúcleo em 24 horas de
exposição, enfatizando o tratamento com STX para avaliar a sua
genotoxicidade em induzir danos à nível mutagênico.
Os efeitos genotóxicos da STX pela indução à formação de
micronúcleo ainda não foram relatados na literatura científica.
Em um estudo prévio (Melegari et al., 2010a) foi demonstrado o
potencial efeito citotóxico da STX, induzindo à apoptose celular
de lulas N2A, e seu significante efeito indutor na perturbação
do sistema de regulação celular. Em outro estudo (Melegari et al.,
2010b) foi demonstrado que a STX pode induzir a significativos
níveis de estresse oxidativo em lulas N2A. Estudos similares
empregando outras neurotoxinas podem ser encontrados na
literatura. Guzmán et al. (2007) avaliaram o potencial genotóxico
da tetrodotoxina em células ósseas de camundongo marrom, e
não foram encontradas evidências que concluam seu potencial
genotóxico. Carvalho Pinto-Silva et al. (2006) avaliaram o
potencial genotóxico do ácido domóico e ácido ocadáico sobre
células Caco-2. Ambos demonstraram-se mutagênicos, induzindo
à formação de microcleos, entretanto o ácido domóico
apresentou apenas danos clastogênicos. Estudos avaliando outras
variadades de toxinas podem ser encontrados na literatura.
Humepage et al. (2000) avaliaram em linfoblastos WIL2-NS a
atividade genotóxica da cilindrospermopsina (CYN), uma potente
toxina que inibe a síntese de proteínas e também comumente
produzida pela cianobatéria Cylindrospermopsis raciborskii. Seus
resultados sugeriram que a CYN age induzindo danos
citogenéticos por dois mecanismos: clastogênicos e aneugênicos.
A colchicina, empregada como controle positivo neste
estudo, é característica pela indução à danos aneugênicos
(Kirchner e Zeller, 2010) e foi escolhida para avaliar a propensão
de indução in vitro à formão de micronúcleo especificamente
aneugênicos.
Com relação aos critérios morfológicos das amostras
analisadas, foi verificada uma elevada presença de células
mononucleadas nas amostras intoxicadas por STX, quando
comparadas com o controle. Esta evidência sugere que a STX
pode inibir a divisão celular. Entretanto, a maioria dos
micronúcleos encontrados foram em células binucleadas, sendo
esse resultado um indicativo do potencial mutagênico da STX.
Não foram observados casos de necrose celular por formação de
células multinucleadas (Fenech, 2000). Foram significativos os
MN com o tamanho de 1/3 à 1/6 do núcleo principal encontrados
em células binucleadas com relação aos MNs menores (Fig.
5.8B). Foram ainda identificadas como característica morfológica
destes MNs: tocam o núcleo principal mas não o sobrepõem e
apresentam a mesma intensidade de coloração docleo principal
(Fenech, 2000). Hashimoto et al. (2010) realizaram um estudo na
tentativa de desenvolver uma técnica rápida que discrimine danos
aneugênicos de clastogênicos levando em conta o tamanho dos
micronúcleos (grandes e pequenos) em testes in vitro. Para isso,
escolheram 9 aneugênicos e 6 clastogênicos, comparando a
hibridização in situ por fluorescência (FISH) e a proporção da
contagem de microcleos grandes com relação ao total de
micronúcleos encontrados. Seus resultados mostraram que todos
os aneugênicos testados aumentaram significativamente a
proporção de centrômeros positivos (FISH) e apresentaram
maiores proporção de MN de tamanhos grandes. Com isso,
concluíram que o todo de classificação por tamanho do
micronúcleo é um método rápido, simples e confiável para
discriminar danos in vitro aneugênicos de clastogênicos. Embora
não tenha sido empregado os ensaios FISH para a caracterização
do dano deste estudo como aneugênico ou clastogênico,
baseando-se nos resultados de Hashimoto et al. (2010) e
considerando a freqüências de MN de tamanho grande, foi
possível estabelecer indícios de que os danos causados pela STX
são de origem aneugênica.
Nossos resultados permitem concluir que, nas condições
testadas, a STX causou significante indução do aumento da
frequência BNMN em ambas as células N2A e Vero, pois a
exposição destas células apresentou uma correlação dose-
dependente com o aumento da concentração de STX. O aumento
da freqüência de micronúcleo com a variação da concentração de
STX evidencia que a STX induz um potencial efeito genotóxico
em células N2A e Vero.
Como sugestão de futuros estudos devem-se efetuar
ensaios do micronúcleo na presença de sondas por ensaios FISH
que identifiquem com uma maior segurança a natureza do dano
aneugênico do clastogênico para confirmar os resultados obtidos
neste estudo. Estudos com outras linhagens celulares, diferentes
da empregada neste estudo, tambem seriam relevantes para
identificar o potencial genotóxico da STX sobre diferentes
sistemas celulares.
5.7. RESULTADOS DO ARTIGO 4: ENSAIOS DE ADSORÇÃO
Os resultados apresentados neste subitem fazem parte do
quarto artigo que está sendo elaborado neste estudo e apresentou
os ensaios de adsorsão da STX sobre dois diferentes adsorventes
(quitina e de ostra) em meio tamponados em dois pH
diferentes. O título provisório do artigo é “ESTUDO DO USO
DE QUITINA E CONCHA DE OSTRAS COMO
ADSORVENTES PARA REMOÇÃO DE SAXITOXINA DE
SOLÃO AQUOSA” e quando concluído, será submetido à
revista científica Water Research”. O projeto preliminar do
artigo é apresentado no Apêndice A11.
5.7.1 Efeito da concentração e o tempo de contato
A STX aquosa foi removida da solução quando em contato
com os adsorventes testados (Figuras 5.9 e 5.10) e as cinéticas de
adsorção da STX ao longo do tempo de mistura para os pH
empregados para a quitina e concha de ostra apresentaram uma
visível remoção (>40% remoção) em ambos os casos testados em
36h de tempo de contato. No experimento controle, apenas com a
STX sem adsorvente, o foi observado a degradação da toxina
ao longo dos tempos de contato do teste.
Figura 5.9: Processo cinético de adsorção da STX em quitina e de
concha. Condições: 10µM STX, 200mg de adsorvente, pH 5,0 e 25ºC.
Figura 5.10: Processo cinético de adsorção da STX em quitina e pó de
concha. Condições: 10µM STX, 200mg de adsorvente, pH 7,0 e 25ºC.
A taxa de remoção de STX pelos adsorventes diminui com
o tempo de contato, possivelmente pela saturação dos sítios
adsorventes. Essa saturação dos sítios adsorventes pode estar
associada também à presença de fosfato em solução provenientes
do tampão empregado, especialmente para o caso da concha de
ostra. Essa interferência da concentração iônica dos tampões nos
ensaios de adsorção foi relatada por Miller et al. (2001).As 48h
de tempo de contato, foi observado que a concentração da STX
em solução tendeu a estabilizar, principalmente em pH 7,0,
provavelmente atingindo o equilíbrio de adsorção entre
adsorvente e adsorvato.
5.7.2. Considerações sobre Adsorção
As isotermas de adsorção Lin e N-Lin podem ser
visualizadas nas Figuras 5.11 e 5.12. De acordo com o isoterma
da adsorção de Freundlich, as frações de cobertura de superfície
(X/m) estão relacionadas à concentração do equilíbrio do
adsorbato. A isoterma de Freundlich descreve o equilíbrio em
superfícies heterogêneas e, por esta razão, o assume uma
capacidade de adsorção em monocamada (Fávere et al., 2010).
A partir das isotermas da Fig. 5.11 e 5.12 foram
determinadas as equações das isotermas de adsorção da STX com
bom ajuste ao modelo Lin e N-Lin de Freundlich para o materiais
empregados como adsorventes à 25ºC (Tabela 5.2). Esse bom
ajuste pode ser explicado pelos materiais empregados serem de
origem natural e apresentarem superfícies heterogêneas. Na
Tabela 5.2 é apresentado os valores de R
2
para ambos os modelos
testados, que se demonstraram favoráveis em pH 5,0 para quitina
e em pH 7,0 para ambos os adsorventes testados. Por meio do
modelo Lin, pode-se obter valores do coeficiente de distribuição
(K
d
). São apresentados também na Tabela 5.2 os valores de n,
relacionado com a intensidade de adsorção, e K
F
que indica a
capacidade do sítio de adsorção.
Figura 5.11: Isotermas de adsorção Lin e N-Lin (respect.) de STX em
quitina e pó de concha de ostra à 25ºC e pH 5,0.
Figura 5.12: Isotermas de adsorção Lin e N-Lin (respect.) de STX em
quitina e pó de concha de ostra à 25ºC e pH 7,0.
Os valores de K
d
para ambos os pH testados foram
elevados, confirmando que a STX foi adsorvida pelos
adsorventes testados. Os valores de K
d
em pH 5,0 foram de
47,3L/kg para concha de ostra e 50,2L/kg para a quitina. O K
d
em
pH 7,0 foram de 50,6L/kg para concha de ostra e 48,1L/kg para a
quitina (Tabela 5.2). Neste tratamento de isotermas Lin, os
valores de K
d
não apresentaram diferenças significativas entre os
adsorventes testados.
Tabela 5.2: Parâmetros obtidos pelas isotermas de adsorção da STX nas
diferentes condições analisadas.
Ensaio
pH
Adsorv.
Modelo
linear
(X/m=K
d
.Ce)
K
d
(L/kg)
R
2
Modelo não
linear
(Log X/m =
nLog Ce +
LogK
F
)
n
K
F
(L/kg)
R
2
01
Concha
Ostra
X/m =
47,312Ce +
8,2456
47,312
0,76270
Log (X/m) =
0,949Log Ce
+1,7387
0,949
52,91
0,75626
02
5,0
Quitina
X/m =
50,168Ce +
1,0669
50,168
0,97521
Log (X/m) =
1,11115LogCe +
1,6078
1,1112
40,53
0,91766
03
Concha
Ostra
X/m =
50,649Ce -
10,874
50,649
0,99085
Log (X/m) =
1,0245LogCe
+1,6687
1,0245
46,63
0,98426
04
7,0
Quitina
X/m =
48,135Ce +
8,6811
48,135
0,98528
Log (X/m) =
0,8437LogCe
+1,8077
0,8437
64,22
0,96624
Para as isotermas N-Lin de Freundlich, a STX foi
adsorvida por ambos os adsorventes testados mas apresentou
diferenças significativas entre os adsorventes testados (p>0,05).
Os valores de K
F
em pH 5,0 foi de 52,91L/kg para concha de
ostra e 40,53L/kg para a quitina, indicando que neste pH a STX
teve uma maior afinidade à concha de ostra. O K
F
em pH 7,0 foi
de 46,63L/kg para concha de ostra e 64,22L/kg para a quitina,
indicando que neste pH a STX teve uma maior afinidade à quitina
(Tabela 5.2). Os valores de K
F
encontrados indicam que concha
de ostra em pH 5,0 e para a quitina em pH 7,0 tem maior
capacidade de tios de adsorção à STX, indicando que este
parâmetro foi afetado pelo pH da solução. Os valores de n
variaram de 0,84 – 1,11 para ambos os adsorventes testados,
revelando que a adsorção da STX foi eficiente.
5.7.3. Considerações Termodinâmicas
A energia livre de Gibbs de adsorção (G
ads
) é relatada
por Odoemelam et al. (2009) de acordo com a Equação 5.1
descrita a seguir.
G
ads
= - 2,303.R.T.logK (5.1)
Onde R é a constante universal dos gases e T é a
temperatura. Usando os valores de K
F
calculados pela isotermas
de Freundlich, os valores de G
ads
de adsorção para a STX
puderam ser calculados para os adsorventes testados em ambos os
pH, e são apresentados na Tabela 5.3.
Tabela 5.3: Valores de G
ads
para a STX para os adsorventes testados
nos pH 5,0 e 7,0.
Ensaio
pH
Adsorvente
G
ads
(kJ/mol)
01
Concha Ostra
-9,843
02
5,0
Quitina
-9,182
03
Concha Ostra
-9,530
04
7,0
Quitina
-10,324
Os valores dos G
ads
negativos indicam que a adsorção de
STX nos adsorventes foi espontânea nas condições testadas e
indicam também que o mecanismo da adsorção química é
aplicável à adsorção de STX por ambos os adsorventes. Estes
valores podem ainda ser melhorados favorecendo ainda mais a
adsorção, realizando combinações destes adsorventes com carvão
ativado, por exemplo.
5.8. DISCUSSÃO ARTIGO 4
Este artigo avaliou a capacidade de adsorsão dos
materiais de origem natural quitina e concha de ostra na remoção
de saxitoxina (STX) de soluções aquosas. Observou-se que a
concha de ostra e quitina demonstraram boa capacidade de
remoção da STX de soluções aquosa dentro dos limites de
concentração estudados. As características da concha de ostra e
da quitina foram consistentes com o modelo de adsorção clássico
da isoterma Lin e N-Lin de Freundlich e os valores de K
F
apresentaram diferenças significativas entre os adsorventes
testados, indicando que concha de ostra em pH 5,0 e a quitina em
pH 7,0 apresentaram maior capacidade de adsorção da STX. Esse
parâmetro possivelmente foi afetado pelo pH do meio. Os valores
dos G
ads
negativos permitem concluir que a adsorção da STX
nestes materiais é favorável e espontânea, e estes podem ser
aplicáveis como adsorventes para a remoção de STX de soluções
aquosas.
Os resultados mostram que o emprego destes materiais
para a remoção de STX de solução aquosa é conveniente,
ressaltando assim mais uma aplicação para a ampla gama de
potenciais aplicações destes materiais. A possibilidade de
incorporação destes materiais em sistemas de tratamento de água
é muito animadora pois as carapaças de crustáceos e as conchas
de moluscos são resíduos abundantes e rejeitados pela indústria
pesqueira, que em muitos casos são considerados poluentes. Sua
reutilização reduz impactos ambientais causado pelo acúmulo nos
locais onde é gerado ou estocado.
É necessário a realização de outros estudos que
investiguem formas de incorporar estes materiais em um sistema
de tratamento de água em grande escala. Outras sugestões de
estudo seriam:
- Avaliação do processo de adsorção destes materiais
associados ao carvão ativado. Numa analise rápida e
superficial esta associação pode ser vantajosa, pois i
aumentar a eficiência do carvão ativado de remoção da
STX em solução e irá diminuir os custos pois a quantidade
de carvão empregado será menor, podendo ainda melhorar
a velocidade do processo;
- Estudo da avaliação da capacidade de adsorção deste
materiais com outras cianotoxinas solúveis em água como
as hepatotoxinas;
- Estudo de tratamento e destinação final destes resíduos
após adsorção da STX, a fim de minimizar os impactos
ambientais associados.
5.9. CONSIDERAÇÕES FINAIS PARA COMPLEMENTAÇÃO DO
ESTUDO DE CASO: LAGOA DO PERI
Previamente, no exame de qualificação desta tese, foi
proposto um monitoramento da Lagoa do Peri, através da coleta
de amostras de água de alguns pontos de anteriormente
estabelecidos, e por um período de 01 (um) ano seriam realizadas
coletas em intervalos sazonais. Entretanto, após uma melhor
reflexão desta proposta, concluiu-se que esta etapa seria
desnecessária, uma vez que produções científicas dentro do
Programa de Pós Graduação em Engenharia Ambiental da UFSC,
descrevendo monitoramentos sazonais da Lagoa do Peri em
diferentes períodos, foram realizadas ao longo dos últimos anos.
Estes dados serão úteis para discutir o objetivo proposto com a
metodologia inicial desta tese. Assim, irei fazer um breve relato
destes trabalhos, que serão úteis para verificar a presença de STX,
quais as concentrações de STX nestes períodos e se estes valores
estão dentro do estabelecido pela Legislação Brasileira.
Melo-Filho (2006) avaliou o método da ozonização como
pré ou s-tratamento à filtração direta descendente na remoção
de cianobactérias e saxitoxinas. Foi empregado um método de
detecção de STX por HPLC-FD, não mencionando o limite de
detecção do método. A concentração de STX presente na água
bruta da Lagoa do Peri variou no período de 1 (um) mês de
monitoramento (Maio/2005) de 3,28 a 4,09µg/L. Após o
tratamento proposto, foram encontrados valores entre 0,01-
0,04µg/L eq. STX.
Mondardo (2009) avaliou a filtração em margem como
pré-tratamento à filtração direta descendente na remoção de
células de cianobactérias e saxitoxinas. Foi empregado um
método de detecção de STX por HPLC-FD, não mencionando o
limite de detecção do método. Neste estudo, num monitoramento
de junho-setembro de 2005, não foram detectados valores de
concentração de STX presente na água bruta da Lagoa do Peri.
Entretanto, foram detectados valores de equivalentes de STX,
referentes a outras saxitoxinas do grupo (NEO e GTX), em
concentrações intracelular que variaram de 1,70-7,54 µg/L eq.
STX e dissolvido 3,8 µg/L eq. STX. Estas amostras de água bruta
não foram empregadas no seu tratamento por apresentar valores
muito baixo para avaliação da % de remoção.
Coral (2009) avaliou a remoção de cianobactérias e
cianotoxinas em águas da Lagoa do Peri destinadas ao
abastecimento pela associação de flotação por ar dissolvido e
nanofiltração. Foi empregado um método de detecção de STX por
HPLC-FD, com limite de detecção de 0,08 µg.L
-1
.Em suas coletas
que ocorreram no ano de 2008, foram determinados valores de
STX na água bruta que variaram entre 3,35-10,58µg/L. Após o
tratamento proposto, foram registradas de % de remoção que
variaram de 11,03-100% dependendo de vários fatores como tipo
de filtro, valores de pressão exercida e tempo de contato com os
filtros.
Verificam-se nestes estudos que os valores de
concentração de STX encontrados nas amostras de água bruta
extrapolam os limites permitidos pela legislação brasileira, a
portaria n
o
518 do Ministério da Saúde, que determina valores de
3,0µg/L de equivalentes STX/L. Entretanto os tratamentos
propostos por esses estudos foram capazes de adequarem suas
amostras de acordo com o valor estabelecido pela legislação
vigente.
De acordo com os ensaios citotóxicos in vitro realizados
neste estudo foi possível encontrar um valor de EC50 para STX
de 1,112nM em células N2A e 1,054nM em células Vero. Ainda
foi observado nestas mesmas concentrações efeitos de estresse
oxidativo e genotóxico induzidos pela presença da STX, como
aumento da incidência de micronúcleos e indução a
hipermetilação do DNA. Foram detectados efeitos genotóxicos
significativos em concentrações de 3,0nM de STX, o que
equivale à uma concentração de aproximadamente 1,2µg/L. Esse
valor equivale à menos da metade do valor recomendado como
VMP pela legislação brasileira. Avaliando estas verificações, é
possível constatar que os valores expostos anteriormente de STX
em amostra de água bruta da Lagoa do Peri em diferente estudos
são elevados e potencialmente tóxicos.
No presente estudo foram investigados os efeitos tóxicos
in vitro da STX sob células N2A e Vero, a fim de confirmar as
primeira e segunda hipóteses propostas nesta pesquisa. Todos
estes resultados encontrados nos ensaios citotóxicos e
genotóxicos confirmaram a primeira e segunda hipóteses de
pesquisa propostas nesta tese. A primeira hipótese afirmava que
“a saxitoxina pode causar efeito citotóxico e genotóxico aos
indivíduos que são expostos esta toxina” e a segunda hipótese
afirmava que “o valor recomendado na portaria 518 do
Ministério da Saúde o é seguro, pois valores abaixo do VMP
causam efeitos tóxicos em nível celular”.
Contudo, considerando esta probletica da presença de
STX em água destinadas ao abastecimento público e a alta
solubilidade da STX em água, este estudo apresentou uma
alternativa para a remão de STX de soluções aquosa, avaliando
os materiais naturais quitina e concha de ostra como adsorventes.
Estes materiais apresentaram boa porcentagem de remoção
(>60% em 48h) e o processo de adsorção apresentou ser
favorável e espontâneo. Estes resultados confirmam a terceira
hipótese de pesquisa que afirmou que “a quitina e a concha de
ostra podem ser empregadas como adsorventes para a remão de
STX de soluções aquosas”, e propõe uma destinação para estes
resíduos da indústria pesqueira, reduzindo impactos ambientais
provocados pelo subutilização destes materiais.
CAPÍTULO VI
6. CONCLUSÕES E RECOMENDÕES
Este estudo apresentou como principal objetivo avaliar os
impactos da saxitoxina na qualidade da água destinada ao
consumo humano, estudando seu mecanismo de ação tóxica e
avaliando seu processo de remão da água por adsorção em
diferentes materiais de origem natural. Diante dos resultados
apresentados foi possível concluir que:
- A STX apresentou considerável citotoxicidade in vitro nas
células testadas N2A e Vero quando avaliadas pelo método
do MTT, pois os valores de EC50 encontrados foram de
1,112nM em células N2A e 1,054nM em células Vero;
- Os ensaios genotóxicos de fragmentação e metilação do
DNA demonstraram que a STX induziu uma fragmentação
e uma hipermetilação do DNA das células expostas,
indicativos estes de que a STX pode estar induzindo a uma
morte celular programada (apoptose) e a conseqüências
mutacionais e epigenéticas nos genomas das células
expostas;
- A STX apresentou potencial de indução in vitro de células
N2A ao estresse oxidativo, elevando os níveis de MDA
produzidos pela lula exposta. Ainda foi possível
verificar neste ensaio que a vitamina E e as enzimas
combinadas SOD+CAT exercem um efeito protetor nas
células da toxicidade da STX, diminuindo
significativamente os níveis de MDA produzido. Neste
mesmo ensaio, verificou-se que a vitamina C potencializa
os efeitos tóxicos da STX, elevando ainda mais os veis
de MDA produzidos pela célula;
- Nas condições testadas, a STX causou significante indução
do aumento da frequência BNMN em ambas as células
N2A e Vero, pois a exposição destas células apresentaram
um aumento dose-dependente com o aumento da
concentração de STX, causando efeitos genotóxicos nas
células expostas e esses efeitos foram identificados como
aneugênicos;
- A concha de ostra calcinada e a quitina exibiram boa
capacidade de remoção da STX de soluções aquosa dentro
dos limites de concentração estudados e as características
da concha de ostra e da quitina foram consistentes com o
modelo de adsorção clássico da isoterma Lin e N-Lin de
Freundlich, onde valores de K
F
apresentaram diferenças
significativas (p>0,05) entre os adsorventes testados,
indicando que concha de ostra em pH 5,0 e a quitina em
pH 7,0 apresentaram maior capacidade de adsorção da
STX.
- Os valores dos G
ads
negativos permitem concluir que a
adsorção da STX nestes materiais é favorável e
espontânea, e estes podem ser aplicáveis como adsorventes
para a remoção de STX de soluções aquosas;
- Em um levantamento de estudos de outros autores
realizados neste departamento que avaliaram a
concentração de STX em amostras de água bruta da Lagoa
do Peri, foram relatadas concentrações que extrapolam os
limites permitidos pela legislação brasileira, a portaria n
o
518 do Ministério da Saúde, que determina valores de
3,0µg/L de equivalentes STX/L.
Algumas recomendações para futuras pesquisas baseadas
nestes estudos são:
- Realizar outros ensaios citotóxicos e genotóxicos que
identifiquem e confirmem os resultados demonstrados pela
STX neste estudo.
- Estudos com outras linhagens celulares, diferentes da
empregada neste estudo, também seriam relevantes para
identificar o potencial genotóxico da STX sobre diferentes
sistemas celulares.
- Investigar da interação entre VitC e VitE no efeito protetor
do estresse oxidativo provocado in vitro pela STX para
diferentes tempos de incubação.
- Efetuar ensaios do micronúcleo na presença de sondas que
identifiquem com uma maior segurança a natureza do dano
como aneugênico ou clastogênico para confirmar os
resultados obtidos neste estudo.
- Avaliação do processo de adsorção da concha de ostra e
quitina associados ao carvão ativado.
- Estudo da avaliação da capacidade de adsorção da concha
de ostra e quitina com outras cianotoxinas solúveis em
água como as hepatotoxinas;
- Estudo de tratamento e destinação final dos resíduos de
concha de ostra e quitina após adsorção da STX, a fim de
minimizar os impactos ambientais associados.
CAPÍTULO VII
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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gerenciamento e utilização de águas com algas nocivas,
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chromosomal aberration analysis in V79 cells exposed to
ethylene oxide, Teratogenesis Carcinogenesis Mutagenesis 11,
227233.
CAPÍTULO VIII
8. APÊNDICES
A1. CURVA DE CALIBRAÇÃO DA STX
Método analítico empregado: AOAC, 2005.
As análises foram realizadas por HPLC-FD e as condições
de análise foram descritas na Tabela 3.1. Foram definidos 6
pontos para a construção da curva de calibração e cada ponto foi
injetado em triplicata. Os valores das áreas dos picos de injeção
estão apresentados na Tabela A1 a seguir. A partir do lculo das
médias das áreas e desvios padrões, foi possível construir a curva
de calibração (Figura A1) que foi empregada para a quantificação
da STX nos testes de adsorção.
Tabela A1: Dados para a construção da curva de calibração da STX.
[STX]
(µg/L)
Área
Inj. 1
Área
Inj. 2
Área
Inj. 3
Média
Áreas
Desvio
Padrão
1,25
504
346
426
425
79,0
2,5
801
655
725
727
73,0
5,0
2519
2622
2594
2578
53,3
10
9727
6246
7474
7816
1765,5
50
42006
39401
42462
41290
1651,4
100
85048
79568
86437
83684
3631,9
Figura A1: Curva de calibração do método empregado para
quantificação da STX nos testes de adsorção.
O limite de quantificação do método aplicado foi definido
como sendo o primeiro ponto da curva de calibração, ou seja
1,25µg/L. Em uma posição conservadora, o limite de detecção do
método foi definido como sendo o mesmo valor do limite de
quantificação, ou seja 1,25µg/L. A Figura A2 a seguir mostra o
cromatograma de um ponto da curva de calibração da STX.
!
Figura A2: Cromatograma do padrão da STX 50 µg/L.
A2. CURVA DE CALIBRAÇÃO PARA QUANTIFICAÇÃO DA
CITOSINA E 5-METILCITOSINA
Método analítico empregado: baseado em Kouadio et al. 2007.
As análises foram realizadas por HPLC-UV e as condições
de análise já foram anteriormente. Foram definidos 07 pontos
para a construção da curva de calibração. Foi empregado uma
mistura das bases do DNA citosina (dC), timina (dT), guanina
(dG) e adenina (dA), e a base metilada de interesse a 5-
metilcitosina (m
5
dC). Os valores das áreas dos picos de injeção
estão apresentados na Tabela A2 a seguir. A partir do lculo das
médias das áreas e desvios padrões, foi possível construir a curva
de calibração (Figura A3) que foi empregada para a quantificação
da citosina e 5-metilcitosina nos ensaios de metilação do DNA.
Tabela A2: Dados para a construção da curva de calibração da citosina
e 5-metilcitosina.
Área dos picos
Pontos da curva de calibração (µg/mL)
Base
t
R
(mi
n)
1,00
3,125
6,25
12,5
25
50
100
dC
3,150
39277
122251
221921
414131
810463
1618943
3306425
m
5
dC
4,233
21370
70158
127373
241603
473479
950606
1945405
dT
6,416
38622
130437
237316
448425
879381
1763639
3593933
dG
8,366
37866
136040
252152
465695
921234
1888361
3844825
dA
19,33
36255
101584
204276
395710
781258
1599636
3282842
Figura A3: Curva de calibração do método empregado para
quantificação da citosina e 5-metilcitosina no ensaio de metilação do
DNA.
O limite de quantificação do método aplicado foi
definido como sendo o primeiro ponto da curva de calibração, ou
seja 1,0µg/mL. Em uma posição conservadora, o limite de
detecção do método foi definido como sendo o mesmo valor do
limite de quantificação, ou seja 1,0µ g/mL. A Figura A4 a seguir
mostra o cromatograma de um ponto da curva de calibração com
a mistura dos padrões.
Figura A4: Cromatograma da mistura dos padrões empregados para a
quantificação da citosina e 5-metilcitosina (12,5µg/mL).
A3. CURVA DE CALIBRAÇÃO DO MALONDIALDEÍDO
Método analítico empregado: baseado em Ouanes et al. 2007.
As análises foram realizadas por HPLC-FD e as condições
de análse já foram anteriormente.. Foram definidos 07 pontos
para a construção da curva de calibração no malondialdeído
(MDA). Os valores das áreas dos picos de injeção estão
apresentados na Tabela A3 a seguir. A partir do cálculo das
médias das áreas, foi possível construir a curva de calibração
(Figura A5) que foi empregada para a quantificação da citosina e
5-metilcitosina nos ensaios de metilação do DNA.
Tabela A3: Dados para a construção da curva de calibração MDA.
[MDA] (nM)
Área (µ V.S)
3,8
5749
7,5
15024
15
26237
30
44678
60
119545
120
265894
240
507742
O limite de quantificação do método aplicado foi
definido como sendo o primeiro ponto da curva de calibração, ou
seja 3,8nM. Em uma posição conservadora, o limite de detecção
do método foi definido como sendo o mesmo valor do limite de
quantificação, ou seja 3,8nM. A Figura A6 a seguir mostra o
cromatograma de um ponto da curva de calibração do padrão do
MDA.
Figura A5: Curva de calibração do método empregado para
quantificação do MDA no ensaio de lipoperoxidação.
Figura A6: Cromatograma do padrão do MDA(60nM - tR: 4,58 min).
A4. CURVA DE CALIBRAÇÃO PARA A QUANTIFICAÇÃO DE
PROTEÍNAS
Método analítico empregado: Bradford, 1976.
As análises foram realizadas por espectrometria de
ultravioleta (UV) e as condições de análise foram descritas
anteriormente. Foram definidos 07 pontos para a construção da
curva de calibração de dosagem da proteína nas células. Como
padrão foi empregada a albumina bovina (BSA). Os valores das
absorbância no comprimento de onda de 595nm estão
apresentados na Tabela A4 a seguir. A partir dos valores de
absorbância foi possível construir a curva de calibração (Figura
A7) que foi empregada para a quantificação da proteína das
amostras celulares noensaio de lipoperoxidação.
Tabela A4: Dados para a construção da curva de calibração BSA.
[BSA] µg/mL
DO 595nm
0,31
0,4817
0,63
0,4597
1,25
0,5339
2,50
0,5995
5,00
0,7405
10,00
1,0544
20,00
1,3898
Figura A7: Curva de calibração do método empregado para
quantificação da proteína BSA no ensaio de lipoperoxidação.
A5. ESQUEMA DE DILUIÇÃO EM CASCATA DA STX NAS PLACAS
DE 96 POÇOS PARA OS ENSAIOS CITOTÓXICOS DO MTT
A Figura A8 a seguir apresenta como foi feito o
protocolo de diluição em cascata do ensaio citotóxico. Para os
ensaios com as células Vero, não foram realizadas as diluições
indicadas no poço verde e laranja, conforme legenda na figura.
Figura A8: Esquema de diluição em cascata da STX na microplaca de
96 poços para os ensaios citotóxicos do MTT.
A6. ESQUEMA DE DILUIÇÃO EM CASCATA DA STX NAS PLACAS
DE 24 POÇOS PARA OS ENSAIOS DO MICRONÚCLEO E
LIPOPEROXIDAÇÃO
A Figura A9 a seguir apresenta como foi feito o
protocolo de diluição em cascata do ensaio do micronúcleo e
lipoperoxidação. Para o ensaio do microcleo, foi empregada
como controle positivo a colchicina 0,3µM.
Figura A9: Esquema de diluição em cascata da STX na microplaca de
24 poços para os ensaios de lipoperoxidação e micronúcleo.
A7. ESQUEMA DE DILUIÇÃO EM CASCATA DA STX NAS PLACAS
DE 6 POÇOS PARA OS ENSAIOS DE FRAGMENTAÇÃO E
METILAÇÃO DO DNA
A Figura A10 a seguir apresenta como foi feito o
protocolo de diluição em cascata do ensaio de fragmentação e
metilação do DNA.
Figura A10: Esquema de diluição em cascata da STX na microplaca de
6 poços para os ensaios de fragmentação e metilação do DNA.
A8. ARTIGO 1: SUBMETIDO À REVISTA CIENTÍFICA ARCHIVES
OF TOXICOLOGY
SAXITOXIN INDUCES GENOTOXICITY AND
APOPTOSIS IN NEURO-2A CELLS
Silvia Pedroso Melegari
1,2
, Cátia Regina Silva de Carvalho
Pinto
1
, Elie Gabriel Augier
2
, Serge Moukha
2,3
, Edmond Ekué
Creppy
2
and William Gerson Matias
1*
1. Laboratório de Toxicologia Ambiental, LABTOX Depto. de Engenharia
Sanitária e Ambiental- Campus Universitário- CEP: 88040-970
Florianópolis/SC - Brasil.
2. Laboratoire de Toxicologie et d’Hygiène Appliquée, UFR des Sciences
Pharmaceutiques, Université Victor Segalen Bordeaux 2- 146 rue Léo
Saignat, 33076 Bordeaux cedex, France
3. INRA- Centre de Recherche de Bordeaux Aquitaine, MICA, Unité de
Mycologie et de Sécurité des Aliments, Domaine de la grande Ferrade 71
avenue Edouart Bourleaux BP 81, 33883 Villenave d’Ornon Cedex, France
* Corresponding Author. Address: Laboratório de Toxicologia Ambiental,
LABTOX Depto. de Engenharia Sanitária e Ambiental- Universidade
Federal de Santa Catarina Campus Universitário- CEP: 88040-970 -
Florianópolis - SC - Brasil - Tel.: +55 48 37217742 - Fax: +55 48 37219823.
E-mail address: will@ens.ufsc.br (W.G. Matias).
Abstract: Saxitoxin (STX) is a potent neurotoxin of the PSP
group. The effects of STX on ion channels are known, however
its interferences with other cellular macromolecules and the
consequences of such interferences are not fully documented. It is
essential the evaluation of effects of STX and the determination
of biological mechanisms of these effects. The present
experiments evaluated the cytotoxic response of STX (0.5 to 325
nM) to discriminate the pathways which lead to cell death of
mouse neuroblastoma Neuro-2A cells, using the cell viability
determined by MTT test, DNA fragmentation assay and DNA
methylation. The EC50 found from N2A cell line were of
1.112nM (R
2
=0.997) in absence of O/V and 18.22nM
(R
2
=0.9904) in presence of O/V. The data of DNA fragmentation
showed which the STX induces indirectly to cell apoptosis. The
minor dose of STX (0.75nM) presented DNA fragments in order
of 500-2000pb. From the dosage of methylation of cytosine
residues (m5dC), it found high values of m5dC (4.43±1.41 %) in
highest concentration of STX (3,0nM). The toxic effect of STX
probably induced this significant disturbance of cellularregulation
systems and the results showed which STX affects important
biological mechanisms at both genetic and epigenetic levels, and
suggest that the systems of individuals exposed to STX during
harmful algal bloom (HAB) events may be at risk.
Keywords: saxitoxin, cytotoxicity, genotoxicity, apoptosis,
Neuro-2A cells.
1. INTRODUCTION
The frequency of blooms of toxic cyanobacteria in fresh
water for human consumption is evident in worldwide literature
probably due to increase environmental pollution and global
warming (Costa et al. 2006; Berger et al. 2006; Hoeger et al.
2004; Lagos et al. 1999; Pereira et al. 2000; Tucci and Sant’anna
2003; Molica et al. 2005). Abundant growth of cyanobacteria in
water reservoirs increasingly creates severe practical problems to
those in charge of water supply to populations. Thus
cyanobacterial toxins, or "cyanotoxins", have become a human
health concern. Cyanotoxins consist in diverse groups of
chemical structures, each of which showing specific toxic
mechanisms (Bartram et al. 1999; Carvalho Pinto-Silva et al.
2003) and toxic effects (Sivonen and Jones 1999).
Saxitoxin (STX) is a neurotoxin classified in the Paralytic
Shellfish Poisoning (PSP) toxins group. Is has been identified for
the first time in fresh water processing plant in relation to
Aphanizomenon flos-aquae (Ikawa et al. 1982). Beside this
species, other species of cyanobacteria (Cylindrospermopsis
raciborskii, Lyngbya and Anabaena) can synthesize the STX
(Tucci and Sant’anna 2003; Sivonen and Jones 1999; Bouaïcha
2001). The fast action of STX, blocking sodium channels in nerve
axons and causing loss of sensation and paralysis, renders this
toxin highly neurotoxic and potentially lethal. The LD50 in
mouse is 8-10µg/kg i.p., 3.4µg/kg i.v. and 260µg/kg oral
(Falconer 2008). The data of cytotoxic and genotoxic effects of
STX are very scarce. For example, there is neither evidence of
human health effects caused directly by consumption of water
which contains saxitoxins producing cyanobacteria (Fitzgerald
et al, 1999), there are no data for the concentrations of saxitoxin-
type neurotoxins in drinking water, and there were no reports of
neurotoxic symptoms in the town population when neurotoxicity
was detected in the drinking water supply (Falconer and
Humpage, 2005). Recent data published in “International
Symposium on Cyanobacterial Harmful Algal Blooms (ISOC-
HAB), organized by the United States Environmental Protection
Agency (USEPA) reported which there are no data for subchronic
exposure, reproductive, teratogenic or carcinogenic effects of
STX (Falconer, 2008).
The mouse bioassay is an efficient test methods that can
respond to toxins in proportion to total potency, however, ethical
constraints, associated costs, and mandated restrictions have
contributed toward the need for complementary and alternative
bioassays (Manger et al. 2003). The in vitro assays are being
proposed for toxicological evaluation of different toxins as
alternative to the mouse bioassay (Jellett et al. 1995; Manger et
al. 2003). The study of the cellular responses can contribute to
better understanding the action mechanisms of different toxins.
Several cell-based assays are being routinely used to study the
activity of bioactive compounds. These assays can affect cellular
homeostasis leading to several types of observable effects such as
physiological disruptions of neurotransmission, stimulation of
cell growth or cell mortality (Cañete and Diogène 2008; Stacey
and Viviani 2001). The cytotoxicity assay is useful tool for the
determination of EC50 (the concentration of agonist required to
provoke a response halfway between the baseline and maximum
responses) and the evaluation the cellular damage in the
mitochondria and/or other cell compartments (Cotran et al. 2000).
The use of some antagonist substances in these assays may allow
shorter incubation periods as compared to required time of other
in vitro methods (Manger et al. 2003). The DNA fragmentation
permits detection of apoptotic cell death beside possible necrotic
cell death. The main advantages of this method are: applicable to
all cell types, quick setup and the possibility to detect cumulative
apoptosis (ICMS 2009; Cotran et al, 2000). The DNA
methylation rate (i.e., percent of 5-methyl cytosine (m5dC)
versus the total concentrations of cytosine (dC) + m5dC) induced
from several toxicants with alteration of gene expression and
regulation of cellular division (Matias and Creppy 1998), and is
also capable of modulating (silencing) the production of
functional gene products (Brusick et al. 2007) or increasing
expression of several oncogenes. Elucidation of the toxicity
mechanisms, and as such also, the target of toxicity, could
provide a better prognosis of potential toxicity in vivo, and result
in improved in vitro-to-in vivo extrapolations (Snykers et al.
2007).
The present experiments evaluated of cytotoxic effects of
STX in a mouse neuroblastoma cell line, Neuro-2A, to
discriminate the pathway triggering cell death (DNA
fragmentation and apoptosis, DNA methylation and deregulation
of cell division), using a range of concentrations which are
cytotoxic to these cells as determined by MTT test (indicative of
mitochondrial integrity).
2. MATERIALS AND METHODS
2.1. Cell Lines and Culture Medium
All the chemical products used for the cell culture were
provided by Sigma-Aldrich (Saint Quentin Falavier, France). The
neuro-2A cells (N2A - mouse neuroblastoma cells) were obtained
the National Museum of Nature, Paris France (from the
European Collection of Cell Cultures catalog no. 89121404;
Porton Down, UK). The cells were grown in 75 cm
2
flasks, with
culture medium in RPMI 1640 medium supplemented with 10%
fetal bovine serum, 2% L-glutamine solution (200 mM), 1%
sodium pyruvate solution (100 mM) and 1% antibiotic solution
(10 mg/mL streptomycin and 1000U/ mL penicillin). The culture
was maintained at 37°C in a humidified air:CO
2
(95:5)
atmosphere (adapted from Humpage et al. 2007).
2.2. MTT Assay
Cell viability was determined using MTT [3-(4,5-
dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide] assay.
The STX certified reference materials were obtained from the
Institute for Marine Biosciences (Halifax, NS, Canada). The cells
(105cells/mL) were seeded in 96-wells microplates with 5% of
CO
2
and 37ºC for 24h. Then, the cell culture mediums were
removed and the cells were exposed to the concentrations of
STX, diluted in RPMI 1640 (ranging from 0.5 to 325 nM - final
concentration in the well). The cells were tested in presence and
absence of antagonist. The antagonists, veratridine 0.05 mM and
ouabain 0.5 mM (O/V), and the STX concentration were added
and re-incubated for 24 h. Each concentration of STX was
evaluated in triplicates. A negative control group (RPMI 1640
without STX and without O/V) and a positive control group
(RPMI 1640 with O/V) were tested in triplicates. After
incubation, the supernatant was discarded and 200 µL of MTT
solution (0.5 mg/mL in RPMI-1640) was added and re-incubated
for an additional 2h. After incubation, the MTT solution was
discarded and 200 µL of DMSO was added to each well to
dissolve the formazan crystals formed. The plates were then
evaluated on a microplate reader (DYNATECH MR 4000,
France) at 560 nm. A positive O/V control was used to determine
the 0% response, since higher viability is expected in the
presence of effective inhibiting toxin concentrations. The 100%
response corresponds to the maximal viability obtained within the
range of concentrations tested or the negative control. Cell
viability is shown graphically as percent of the control value
(adapted from Humpage et al, 2007).
2.3. Exposition of N2A cells to SXT and Extraction of DNA
The N2A cells (2x10
5
cells/mL) were seeded in 6-wells
microplates of and treated with 0.75, 1.5 and 3.0 nM of STX in
RPMI 1640 medium for 24 h at 370C. A positive control has
been performed using Ochratoxin A (Creppy et al. 2004). After
treatment, the DNA was isolated with Wizard® Genomic DNA
Purification Kit – Promega, France. The culture medium was
removed and the cells were harvested by scraping with 1 mL of
PBS (Sigma). The suspension of cells from each plate was placed
in a microcentrifuge tube and was centrifuged at 16000xg for 10
sec to pellet the cells. The supernatant was discarded and 600 µL
of Nuclei Lysis Solution and 3mL Rnase Solution were added on
each tube followed by incubation at 37°C for 30 min. At the room
temperature, 200 µl of Protein Precipitation Solution was added
and the tubes were inverted 4–5 times to homogenize the mixture.
The samples were placed on ice bach for 5 min. The tubes were
centrifuged at 16000xg for 4 minutes. The supernatant containing
DNA was removed and the DNA was precipitated with 600 µL of
isopropanol and centrifuged for 1 minute at 16000×g at room
temperature. The isopropanol was discarded and 600 µl of
ethanol 70% was added and the tube was gently inverted several
times to wash the DNA and centrifuged for 1 minute at 16000×g
at room temperature. The ethanol 70% was discarded and the
DNA was dried at room temperature. The DNA dried was re-
dissolved in 100µL of DNA Rehydration Solution. Total DNA
was quantified using the ratio of absorbance at 260/280 (adapted
from Kouadio et al. 2007).
2.4. DNA fragmentation assay in agarose gel electrophoresis
Conventional agarose gel electrophoresis evaluated
qualitatively the DNA fragmentation. 10 µg of purified DNA of
N2A cells treated with STX was carried out by electrophoresis in
agarose gel 1.5% prepared in TBE buffer (Tris 44.5 mM, boric
acid 44 mM and EDTA 50 mM) containing ethidium bromide.
The run was carried out in electrophoresis buffer under 70 V
during 2h (Kouadio et al, 2007).
2.5. Evaluation of DNA methylation
For determination of 5-methyldeoxycytosine (m
5
dC), 10µ g
of purified DNA of N2A cells treated with STX was dissolved in
10µL of water Milli-Q and incubated at 100°C for 2 min. Then,
the samples were treated with 1 µL of 250 mM potassium acetate
buffer (pH 5.4), 1 µL of 10 mM zinc sulphate, and 10µL of
nuclease P1 (0,5 U/mL; Sigma, France) overnight at 37°C. After
incubation, the samples were treated with 2µL 0.5 M Tris–HCl
(pH 8.3), plus 2µL of the buffer containing alkaline phosphatase
(0.31 U/mL; Sigma, France). This mixture was incubated at 37°C
for 2h. Analysis of composition of DNA bases was performed on
an ICS chromatograph system (Instrumentation Consumable
Service, Toulouse, France) equipped with a UV Spectra Focus 3-
D detector at room temperature (HPLC-UV). HPLC-UV is the
most commonly used chromatographicmethod for analysis of the
genome-wide methylation and the advantages of this method is
yourrepeatabilit y and sensitivity (Havlis and Trbusek, 2002). The
column employed was a phenylnucleosyl column (250×3.4 mm).
Elution was carried out with 6.5mM (NH
4
)H
2
PO
4
pH 3.95 and 4%
methanol (v/v) at a flow rate of 1mL/min. Eluates were
monitored at 254nm. The samples were diluted to 1/4 and the
injection volume was 20µL. Standard DNA bases (dC, dT, dG,
dA Sigma-Aldrich / 100µg/mL each) and m
5
dC (10µg/mL)
were used for quantification. The results in µg/mL were used to
calculate the % rate of m5dC as compared to [m
5
dC+dC]×100.
These rates were presented as mean of the two independents
experiments ± S.E.M., prior to statistical analysis (Kouadio et al.
2007).
2.6. Statistical analysis
The results are presented as mean±S.E.M. and the
correlation factor (R
2
) was calculated by the GraphPad Pris
Software, through a sigmoid of variable slope. The EC50 was
estimated of this equation by GraphPad Pris Software.
3. RESULTS
3.1. Influence of STX on cell viability: MTT Assay and
Determination of EC50
For determination of EC50, a scale of eight concentrations
of STX (to “without O/Vcondition 0.5, 1.0, 2.0, 4.0, 8.0, 16.0,
32.0 and 64.0 nM and to “with O/Vcondition 2.53, 5.07, 10.15,
20.3, 40.6, 81.25, 162.25 and 325 nM) has been applied in five
different experiments, in the presence and absence of O/V. After
exposure of N2A cells to STX and analyze of the data, a curve of
absorbance versus STX concentration was plotted for both cases
(with and without O/V). The results are shown in Figure 1.
A significant difference was obtained on curves in both
conditions “with O/V” and “without O/V” (Fig. 1). In “with O/V
condition, high cell viability could be observed, and a dose-
dependent increase of viability values is verified, which are
confirmed by negative controls. In the curve normalized with
increasing the STX concentration, the without O/V” condition, a
dose-dependent reduction of cell viability values is observed with
a large standard deviation. However this standard deviation
values obtained were consistent with some previously reported
values if one takes into account the overall precision of the cell
bioassay of about 20-30% (Humepage et al. 2007). The results of
MTT test demonstrate which exposure of N2A cells to different
concentrations of STX leads to a dose-dependent reduction of the
metabolic activity in mitochondria, which parallels cell viability,
and an opposite behavior in verified in presence of an
antagonistic compounds to the STX.
The EC50’s of STX were calculated as 1.112nM (R
2
=
0,997) in “without O/V” condition and as 18,22nM (R
2
= 0,9904)
in with O/V condition. These EC50’s of STX, from both
conditions, are particularly low and it could be concluded which
this cell line of neural source is very sensitive to STX and it could
be considered as a good bioindicator to study the action
mechanisms in low concentrations of STX. We therefore
designed appropriate experiments with adapted concentrations to
be used for the other tests such as 0.75, 1.5 and 3.0 nM.
3.2. Effects of STX on DNA fragmentation in N2A cells
The agarose gel electrophoresis was performed to analyze
DNA fragments of N2A cells exposure to STX (Figure 2). In
fragmentation conditions as previous described, a weak
fragmentation was observed some times in the negative control. It
led us to perform a negative control without antibiotic (Figure
2/7). In these conditions, the negative control presented no
significant fragmentation. DNA fragments could be seen only in
cells treated with STX and with the positive control OTA.
We observed an increase in DNA fragmentation to the
samples treated with STX, as evidenced by the appearance of
DNA ladders. These results suggest the occurrence of apoptosis.
The sizes of DNA fragments appear to be between 500-1,500bp
in majority suggesting effectively the possibility of cell death by
apoptosis. There are evidences that suggest which the polyamines
act in the pathway of apoptotic cell death (Packham and
Cleveland 1994; Frostesjo et al. 1997). These results confirmed
which the STX, considered a cyclic guanidinium compound,
induce also the apoptotic cell death.
3.3. Effects of STX on DNA methylation in N2A cells
The methylation of deoxycytosine (%m
5
dC) from purified
DNA of N2A cells treated with STX was evaluated by HPLC-UV
method. After 24h of incubation, the N2A cells in culture
spontaneously produced 0.59±0.02% of m
5
dC. This value was
considered the control value without STX. Ochratoxin A (OTA
15 µM) employed as positive control increased the level of m
5
dC
to 3.00±0.69%. The highest concentration of STX (3.0 nM)
increased the percent of m
5
dC to 4.43±1.41 % (Fig.3). It is
apparent which STX induces N2A cells to hypermethylation,
similar to positive control, suggesting that the STX is a potential
inductor in this specific effect. Modified DNA bases can
represent a minor fraction of the genome, but still exhibit strong
biological effects (Rein et al. 1998). For example, only 3–10% of
cytosines in mammalian genomes are modified to m
5
dC, but they
generally repress transcription when clustered at the 5’-ends of
genes (Frostesjo et al. 1997; Ehrlich et al. 1982).
4. DISCUSSION
The MTT assays led to an EC50 value of 1.112nM in
absence of O/V and 18.2nM in presence of O/V. The antagonist
substances present in the cell culture delay the onset of
cytotoxicity by 4 to 7 hours (Manger et al. 2003). Both Jellett et
al. (1995) and Manger et al. (1993) obtained approximate values
of EC50 of 100nM in the presence of O/V in N2A cells. Cañete
and Diogène (2008) reported the EC50 of 8.6 nM for STX in
N2A cell line, in the presence of O/V following 24h intoxication
time while they reported no response to STX in the same cells
without O/V treatment at similar STX concentrations of 0.91–
58.41 nM. The Gulf Coast Seafood Laboratory (GCSL) Food
and Drug Administration (FDA), Alabama obtained an EC50 of
about 3nM with N2A cells, (Dickey personal communication, as
quoted by Cete and Diogène, 2008).
Ren and Frymer (2004) suggest that all sources of
variation to each stage of cytotoxicy assays are adding in the end,
and they propose to decompose the protocol in some phases, each
phase holding its proper sources of variations. Ledreux (2006)
suggest that these variations in cytotoxicy assays are essentially
caused by parameters of biological nature (physiological state of
the cells, number of cells for well) and chemistries (variation of
concentrations, instability of toxins). Still, it was demonstrated
that the sensibility of cells to the toxin increase with the number
of cells replication (Alvito et al. 2000).
The discrepancy of our results and Cañete and Diogène
(2008)’ results can be explained for the difference in some in
treatment of N2A cells, in the culture and in the preparation of
cytotoxity assay. Cañete and Diogène (2008) used in the cell
culture a medium supplemented with 1% L-glutamine (200mM)
and 0,5% antibiotic solution (10 mg/mL streptomycin and
1000U/ mL penicillin), trypsin solution (0.5 g/L) to dislodge cells
from the flask and cell densities of approximately 35,000
cells/well in your assays with N2A cells (no information about
numbers of passage to cell replication). In the present study was
employed cell culture a medium supplemented with 2% L-
glutamine (200mM) and 1% antibiotic solution (10 mg/mL
streptomycin and 1000U/ mL penicillin), we used scrapers to
dislodge cells from the flask and cell densities of approximately
20,000 cells/well in your assays with N2A cells with passage
between 14-25 times.
Our results of MTT tests suggest which mitochondrial
damage may be involvedindirectly in the toxic mechanism of
STX. This intrinsic pathway may well trigger apoptosis as one
the final events. For a review see Law and Elmore (2008).
Interestingly our data show first, a reduction of mitochondrial
activity and second, the DNA fragments indicating likely
involvement of apoptosis as the main pathway leading to the
death of N2A cells.
There is no report in the literature on DNA fragmentation
induced by STX. Our data suggest which STX inducesto
indirectgenotoxic effect, on N2A cells because DNA fragments
laddering from 500 to 2000bp are observed with all
concentrations of STX including those lower than the EC50 value
(i.e., 0.75 nM). The data on DNA methylation induced by STX
indicate which lower concentrations induced elevated levels of
m5dC. Study with okadaic acid (OA), a marine toxin known to be
tumor promoter, showed which it induces hypermethylation in
several cells lines (Matias and Creppy, 1998). This study, in the
same research line, it would to evaluate the STX as a possible
tumor promoter.
The voltage-gated sodium channels (VGSCs) appear to be
strongly associated with metastatic potential, as evinced by their
high levels of expression in several aggressive carcinomas and
role in controlling various steps of the metastatic cascade (Onkal
and Djamgoz 2009; Catterall et al. 2007; Fiske et al. 2006).
However, the voltage-gated sodium channels blockers, as
neurotoxins, when used at appropriate concentrations, they can
also be medically useful in a variety of disorders, including
cancer (Prevarskaya et al. 2007; Onkal and Djamgoz 2009). An
example is TTX that has been shown to directly reduce the
invasiveness of the cells (Anderson et al. 2003) thus suggesting
sodium channels as a viable target for anti-cancer research. In
present study, STX inhibited the growth of Neuro 2A
neuroblastoma cells, indicating to interact in the same way that
TTX. However, studies have suggested that these toxins (both the
toxins are voltage-gated sodium channels blocker) bind
differently to the isoform-specific domainI Phe/Tyr/Cys location
(Kirsch et al. 1994). There are distinctions between the responses
of these toxins to the mutation of site Tyr 401, they suggested
that TTX presented an interaction might have a more intimate
nonbonded interaction with cell membrane that STX, protecting
this site from chemical modification and STX interacts more
strongly with the more extracellular residues (Penzotti et al.
1998).
Methylation of cytosine has both mutational and epigenetic
consequences on mammalian genomes (Szyf et al. 2003; Baylin
et al. 2001; Gonzalgo and Jones 1997) and the presence of
methylated cytosine may predispose some genes to a higher
frequency of deamination-induced transitions (Gonzalgo and
Jones 1997). Spontaneous deamination of m5dCT is one of
pathways most important to that DNA methylation may trigger
mutagenesis. The epigenetic effects of m5dC may be important in
tumorigenesis, as they may involve not activation of proto-
oncogenes, but also inactivation of tumor suppressor genes
(Gonzalgo and Jones 1997).
The epigenetic effects of DNA methylation and their
relationship to the transcriptional silencing of genes involved in
cell growth regulatory systems are other important considerations
in defining key processes involved in tumorigenesis (Gonzalgo
and Jones 1997). Very recently, human diseases (other than
cancer) have been identified and are associated with epigenetic
properties and perturbations of these genes regulation and
methylation of some key genes (Newell-Price et al. 2000). It is
for instance known that in most of the tumour excised in surgical
treatment of cancers, the rate of DNA methylation is modified
and several deregulation of gene involved in cell cycle regulation
are modified in parallel to oncogenes activation and/or cancer
suppressing gene inactivation (Gonzalgo and Jones 1997;
Newell-Price et al. 2000; Bird 2002; Herman and Baylin 2003;
Feinberg and Tycko 2004; Selaru et al. 2009).
Following sequence of events, we can be proposed a link
between three processes evaluated for STX-induced genotoxicity:
the cells exposed to low concentrations of STX lead to indirect
mitochondrial and DNA injuries, as demonstrated by the
cytotoxic assay and DNA fragmentation respectively, evidencing
the apoptotic cell death pathway, and the same concentrations of
STX showed high levels of m5dC, and the hypermetilation DNA-
bases process lead to a inhibitor effect of tumor suppressor genes.
In conclusion, the present data confirm which N2A
neuroblastoma cell line is suitable for evaluation of toxicity of
STX and demonstrated which the main mechanisms triggering its
toxic effects involve the mitochondria and DNA lesions and
DNA modification including hypermethylation (considered as
epigenetic effect) leading possibly to cell death through an
apoptotic process or leading to mutagenesis and/or tumorigenesis
process and ours results suggests that the systems of individuals
exposed to STX during harmful algal bloom (HAB) events may
be exposed to theses effects.
Acknowledgements: This study was supported and financed in
part to “Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico” (CNPq) - Brazil. Silvia Pedroso Melegari thanks
for her fellowship in the Laboratory of Toxicology, University of
Bordeaux 2 (France).
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Figure 1: Dose-response profiles of STX in N2A cells in the presence
and absence of O/V. Cellular viability (%) ± SD v. STX concentration.
“Without O/V” condition: R
2
=0.997;with O/V” condition: R
2
= 0.9904.
Figure 2: Agarose gel electrophoresis of DNA extracted from N2A cells
incubated with STX, Lane 1: Ladder, Lane 2: Positive control - OTA
15µM, Lane 3: STX 3.00 nM, Lane 4: STX 1.50nM, Lane 5: STX 0.75
nM, Lane 6: Negative control with antibiotics, Lane 7: Negative control
without antibiotics.
Figure 3: DNA methylation as measured by determination of the ratio
m
5
dC as compared to [dC+m
5
dC]×100 in the DNA of N2A cells after
incubation of 24h with control, positive control (OTA 15µM) and
different STX concentration.
A9. ARTIGO 2: SUBMETIDO À REVISTA CIENTÍFICA
TOXICOLOGY
LIPID PEROXIDATION INDUCTION BY SAXITOXIN IN
NEURO-2A CELLS: THE PROTECTIVE EFFECT OF
VITAMINS C AND E, SUPEROXIDE DISMUTASE AND
CATALASE
Silvia Pedroso Melegari
1
, Cátia Regina Silva de Carvalho Pinto
1
,
Serge Moukha
2, 3
, Edmond Ekué Creppy
2
e William Gerson
Matias
1*
1. Laboratório de Toxicologia Ambiental, LABTOX Depto. de
Engenharia Sanitária e Ambiental- Campus Universitário- CEP:
88040-970 – Florianópolis/SC - Brasil.
2. Laboratoire de Toxicologie et d’Hygiène Appliquée, UFR des
Sciences Pharmaceutiques, Université Victor Segalen Bordeaux 2 -
146 rue Léo Saignat, 33076 Bordeaux cedex, France
3. INRA- Centre de Recherche de Bordeaux Aquitaine, MICA, Unité de
Mycologie et de Sécurité des Aliments, Domaine de la grande Ferrade
71 avenue Edouart Bourleaux BP 81, 33883 Villenave d’Ornon Cedex,
France
*Corresponding author. Postal address: William Gerson Matias. Laboratório
de Toxicologia Ambiental, LABTOX Depto. de Engenharia Sanitária e
Ambiental- Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Universitário-
CEP: 88040-970 - Florianópolis - SC - Brasil - Tel.: +55 48 37217742 - Fax:
+55 48 37219823.
E-mail address: will@ens.ufsc.br.
Abstract: We investigated the cytotoxic effects of saxitoxin
(STX) in Neuro-2A (N2A) cells, using the MTT (3-[4,5-
dimethylthiazol-2-yl]-2,5-diphenyltetrazolium bromide) assay
and measurements of malondialdehyde (MDA) levels. The cells
were exposed to different concentrations of STX (0.5-64 nM) in
presence of superoxide dismutase (SOD) with catalase (CAT) and
vitamins E and C (VitE and VitC, respectively) for the
quantification of MDA levels. A dose-dependent decrease of
cellular viability was verified with the increase of STX
concentration, going from 96.2% for the concentration of 0.5nM
of STX to 24.1% for the concentration of 4.0nM of STX. For the
most elevated dose of STX evaluated in the study, the cellular
viability went down to 5.6%. The EC50 values of STX for N2A
cells were of 1.112nM (R2=0.997). The MDA levels increased
from 15 to 113% for 0.38-3.0nM of STX, respectively, when
compared to the relative controls of cells that were not treated
with STX. When the cells were treated with VitE and SOD/CAT,
the production rates of MDA decreased significantly for the
lower concentrations of STX, when compared to the condition
without antioxidants. The VitC antioxidant was shown not to be
efficient to protect the N2A cell from the oxidative attack of
STX.
Keywords: saxitoxin, lipid peroxidation, oxidative stress,
Vitamin E and C, superoxide dismutase, catalase.
1. INTRODUCTION
The frequency of blooms of toxic cyanobacteria in fresh
water destined for human consumption is evident in worldwide
literature probably due to the increase in environmental pollution
and global warming (Costa et al., 2006; Berger et al., 2006;
Hoeger et al., 2004, Lagos et al., 1999; Pereira et al., 2000, Tucci
and Sant’anna, 2003; Molica et al., 2005), creating severe
practical problems to those in charge of water supply for
populations. Thus, cyanobacterial toxins, or "cyanotoxins", have
become a human health concern, because they consist of diverse
groups of chemical structures, each of them presenting specific
toxic mechanisms (Bartam et al., 1999, Carvalho-Pinto-Silva et
al., 2003) and specific toxic effects (Sivonen and Jones, 1999).
Saxitoxin (STX) is a neurotoxic toxin classified in the
Paralytic Shellfish Poisoning (PSP) toxins group and it was
identified for the first time in fresh water proceeding from
Aphanizomenon flos-aquae (Ikawa et al., 1982). Apart from this
species, STX can be synthesized by other species of
cyanobacteria such as Cylindrospermopsis raciborskii, Lyngbya
and Anabaena (Sivonen and Jones, 1999, Bouaïcha, 2001). The
fast action of STX, blocking sodium channels in nerve axons and
causing loss of sensation and paralysis, confers this toxin a highly
neurotoxic and potentially lethal effect 2-25 hours after ingestion.
The LD50 in mice is of 8-10µg/kg i.p., 3.4µg/kg i.v. and
260µg/kg oral (Falconer, 2008). Data regarding the cytotoxic and
genotoxic effects of STX are very scarce. For example, there is
neither evidence of human health effects caused directly by the
consumption of water containing saxitoxins producing
cyanobacteria (Fitzgerald et al., 1999) - nor data related to the
concentrations of saxitoxin-type neurotoxins in drinking water
that has caused neurotoxic symptoms in populations exposed to
public water supply (Falconer and Humpage, 2005). Recent data
published in the “International Symposium on Cyanobacterial
Harmful Algal Blooms (ISOC-HAB), organized by the
Environmental Protection Agency of the United States of
America (US-EPA), reported that there are no data on sub
chronic exposure, reproductive, teratogenic or carcinogenic
effects of STX (Falconer, 2008).
There are many methods to investigate the cytotoxic
effects of the mechanisms of action of a toxin. The in vitro assay
has demonstrated to be satisfactory as an alternative to the in vivo
assay, and it has the advantages of being fast and sensible,
excluding the ethical questions that emerge from assays involving
animal experimentation (Smart and Hodgson, 2008).
The lipid peroxidation (LPO) assay, for example, is
characterized by the process where free radicals attack
polyunsaturated fatty acids of the cellular membrane, provoking a
chain reaction with lipid hydroperoxides as intermediate products
(Halliwell, 1987). This process causes modifications in
membrane properties such as permeability and fluidity, apart
from causing damage to enzymes and receptors. It can also result
in the destabilization and disintegration of the cellular membrane,
bringing serious health problems to man, from aging to
susceptibility to cancer (Valko et al., 2006). When initiated, the
LPO forms peroxyl free radicals (ROO·) that can be rearranged
through a cyclization reaction of endoperoxides, producing,
among other final products of this process, malondialdehyde
(MDA). The MDA is a natural biomarker produced in this
reaction, which can be quantified and used for the evaluation of
this process. The MDA is mutagenic in bacteria and mammals
cells and carcinogenic in mice; therefore, it modifies the bases of
the DNA, generating bifunctional intermediates that form
exocyclic DNA adducts and contributing for mutagenic and
carcinogenic effects (Nair et al., 2007; Valko et al., 2006).
Antioxidants are substances that delay and/or prevent the
oxidation of this substratum when in low concentrations in
relation to the oxidable substratum. Antioxidants are widely
distributed in living organisms and are extremely important as
representatives in the direct removal of free radicals (Halliwell
and Gutteridge, 1999; Valko et al., 2006). The main enzymatic
antioxidants are superoxide dismutase (SOD), catalase (CAT) and
glutathione peroxidase (GPx), which serve as primary defense in
the destruction of free radicals. Non-enzymatic antioxidants,
such as reduced glutathione (GSH), tocopherol (vitamin E) and
ascorbic acid (vitamin C), among others, assist in the combat
against reactive oxygen species (ROS) and reactive nitrogen
species (RNS) (Matias et al., 1999; Halliwell and Gutteridge,
1999; Møller and Wallin, 1997; Valko et al., 2006).
In the present study, we investigated the individual
cytotoxic effects of STX in the Neuro-2A cell line, employing the
MTT assay. The effects of LPO on these cells were also
investigated utilizing different concentrations of STX, in the
absence and presence of enzymatic and non-enzymatic
antioxidants, through the quantification of MDA levels.
2. MATERIALS AND METHODS
2.1. Cell Lines and Culture Medium
All the chemical products used for the cell culture were
provided by Sigma-Aldrich (Saint Quentin Falavier, France). The
Neuro-2A cells from the mouse neuroblastoma cell line were
obtained from the National Museum of Nature, Paris France
(from the European Collection of Cell Cultures catalogue no.
89121404; Porton Down, UK). The cells were grown in 75 cm
2
flasks, with a RPMI 1640 culture medium supplemented with
10% of fetal bovine serum, 2% of L-glutamine solution
(200mM), 1% of sodium pyruvate solution (100mM) and 1% of
antibiotic solution (10mg/mL streptomycin and 10000U/mL
penicillin). The culture was maintained at 37°C in a humidified
CO
2
(5%) atmosphere (adapted from Humpage et al., 2007).
2.2. MTT Assay
Cell viability was determined using the MTT [3-(4,5-
dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide] assay.
The STX certified reference materials were obtained from the
Institute for Marine Biosciences (Halifax, NS, Canada). The cells
(10
5
cells/mL) were seeded in 96-well microplates with 5% of
CO
2
at 37ºC for 24 h. Then, the cell culture mediums were
removed and the cells were exposed to the concentrations of
STX, which was diluted in RPMI 1640 (ranging from 0.5 to 64
nM - final concentration in the well). In this test each
concentration of STX was evaluated in triplicates. A negative
control group (RPMI 1640 without STX) and a positive control
group with veratridine 0.05mM and ouabain 0.5mM (O/V) were
tested both in triplicates. After the exposure period, the
supernatant was discarded and 200µL of the MTT solution (0.5
mg/mL in RPMI-1640) was added and re-incubated for an
additional period of 2h. After incubation, the MTT solution was
discarded and 200µL of DMSO were added to each well to
dissolve the formazan crystals formed. The plates were then read
on a microplate reader (DYNATECH MR 4000, France) at 560
nm. The absorbance values of the samples were normalized and
the values were expressed in percentage of cellular viability. The
EC50 (effective molar concentration which produces 50% of the
maximum possible response) was derived from the plotted data
by linear extrapolation from the viability values of the dose-
response curve.
2.3. Lipid peroxidation: extraction and determination of the
MDA–thiobarbituric acid (TBA) adduct
Cells (10
5
cells/ml) were cultured in 24-well microplates
for 24 h at 37ºC as described above, and then cultures were
separately incubated with different protective substances: vitamin
C (8 and 16µg/mL, respectively VitC8 and VitC16), vitamin E
(6µg/mL, VitE) and enzymes SOD/CAT (25µg/mL each). The
cells were incubated for 1 more hour. A control was employed
using culture medium, and a positive control was employed using
ochratoxin A (OTA - 10µM) or methotrexate (MTX - 20µM).
The N2A cells were intoxicated for 24h at 37ºC with STX in the
concentrations of 0.38, 0.75, 1.50 and 3.00nM. After incubation,
the cells were scrapped and centrifuged at 2000xg for 5 min. The
cell pellets were resuspended in 250µL SET buffer (0.1M NaCl,
20mM EDTA, 50mM Tris–HCl, pH 8.0). To each sample were
added: 25µL SDS 7% (w/v), 300µL HCl 0.1 M, 40µL
phosphotungstic acid 1% (w/v) and 300µL thiobarbituric acid
0.67% (w/v). The tubes were shaken and incubated at 90°C for 1
h in the dark. They were further placed for 15 min in an ice bath
(0°C). After this period, a volume of 300 µL of n-butanol was
added and tubes were shaken vigorously. After centrifugation for
10 min at 900×g at C, the n-butanol phase from each sample
containing the MDA–TBA adduct was separated and analysed
through high performance liquid chromatography (HPLC) with
fluorometric detection.
The HPLC system consisted of an ICS (Instrumentation
Consumable Service, France) chromatography pump equipped
with a Shimadzu 8450 Fluorescence HPLC Monitor (Japan
Spectroscopic Co.). The analysis of the MDA–TBA adducts was
performed at room temperature on a Prontosil Eurobond C18
column (Bischoff Chromatography, Germany, 250x4.6 mm, ø
part.:5µm) using methanol–water 40:60 (v/v) as the mobile phase
was adjusted to pH 8.4 by the addition of KOH 0.5M. The flow
rate was maintained at 0.5 mL/min and an automatic injection of
90µL. The excitation and emission wavelengths were of 515 and
553 nm, respectively (Adapted from Matias et al., 1999). The
amount of MDA-TBA measured is related to the protein content
of cellular homogenates, determined using Bradford’s
colorimetric method (1976).
2.4. Statistical analysis
All the results were expressed as the mean±SEM and the
correlation factor (R
2
) was calculated by the GraphPad Pris
Software, through a sigmoid of variable slope. The EC50 was
estimated of this equation by GraphPad Prism® Software and
only significant correlation coefficients are reported. Differences
between the results of MDA levels and the control groups were
compared with one-way analysis of variance (ANOVA) followed
by Tukey’s post hoc test, for multiple comparisons. A
significance level of p < 0.05 was accepted.
3. RESULTS
3.1. Influence of STX on cell viability: MTT Assay and
Determination of EC50
For the cell viability of N2A cells and determination of
EC50 values, a scale of eight concentrations (0.5, 1.0, 2.0, 4.0,
8.0, 16, 32 and 64nM) of STX was applied in three different
experiments. The curve of cell viability as a function of the STX
concentration was normalized and plotted in Figure 1. A dose-
dependent decrease of cell viability of N2A cells was verified
with the increase of 0.5-64nM in STX concentrations. This
reduction went from 96.2% of cell viability for 0.5nM of STX to
24,1% for 4.0nM of STX. In the highest dose of STX evaluated
in this study, the cell viability was 5.6%. The results of the MTT
test demonstrate that the exposure of N2A cells to different
concentrations of STX leads to a dose-dependent reduction of the
metabolic activity in mitochondria, which parallels cell viability.
From Figure 1, it was possible to calculate the EC50 of
STX, which was 1,112nM. This result was important for the
second stage of the study, which consisted in the exposure of
N2A cells and quantification of MDA levels to verify if STX
induces cellular LPO. Therefore, appropriate experiments with
approach values of EC50 such as 3.0nM, 1.5nM, 0.75nM and
0.38nM of STX were adapted for further use in the lipid
peroxidation tests.
3.2. LPO and the effect of oxidative stress
After 24h of incubation, the N2A cells in culture
spontaneously produced 83.79±5.94nM MDA/mg protein. This
value was considered the control value for N2A cells without
STX. After 24h of exposure to the VitE antioxidant, the N2A
cells in culture spontaneously produced 59.09±1.57nM MDA/mg
protein. As for the N2A cells in culture with antioxidants VitC8
and VitC16, they spontaneously produced 89.80±9.42 and
107.31±17.29nM MDA/mg protein, respectively, while the N2A
cells in culture with antioxidants SOD/CAT spontaneously
produced 102.47±10.88nM MDA/mg protein. All these values
were considered the control value for N2A cells without STX.
After 24h of incubation, as the STX concentrations increased, the
MDA production in N2A cells also increased significantly (Fig.
2).
The production of MDA increased from 15 to 113% for
0.38-3.0nM of STX, respectively, when compared to controls
(Tab.1). When N2A cells were pretreated with VitC8, this rate
increased to 66-209%, and when N2A cells were pretreated with
VitC16 the rates went from 36 to 181% for the same
concentrations of STX (Tab.1).
When the N2A cells were pretreated with VitE and with
SOD/CAT, the production rates of MDA decreased significantly
for the lowest STX concentrations, when compared to the
condition without antioxidants. For VitE, the production rate of
MDA was of 3%, 31%, 95% and 120%, and for SOD/CAT it was
of 3%, 47%, 75% and 160%, both for 0.38, 0.75, 1.5 and 3.0nM
STX (Tab.1), respectively.
4. DISCUSSION
In a previous study (Melegari et al., 2010), the cytotoxic
and genotoxic effects of STX in N2A cells had already been
investigated. In this study it was evidenced that STX induces
indirect genotoxic effects in N2A cells when they are exposed in
the same concentrations employed in this research. The results of
the MTT assay demonstrate that the exposure of the N2A cells in
different concentrations of STX causes a dose-dependent
decrease on cellular viability, and a consequent reduction of the
mitochondrial metabolic activity. These results clearly point
mitochondria as a indirect target of STX. This evidence is an
indicative that STX affects the integrity of these organelles and,
therefore, the integrity of cellular respiration. The nervous system
cells possess a high amount of mitochondria due to their great
necessity of energy (Cooper and Hausman, 2007). Our results
show that this mechanism is affected, what might be one of the
reasons for the neurotoxic effect of STX. The EC50 of STX
determined for N2A cells was an extremely low value, which led
to the conclusion that this cell line of neuronal origin is
susceptible to the neurotoxin in study. This evidence qualifies the
N2A cell as adequate and representing for the study of
mechanisms of action with low concentrations of STX.
Studies concerning the effects of the N2A cell line exposed
to STX and the correlation to the induction to lipid peroxidation,
in the absence and presence of antirust substances, have not yet
been reported in the literature, but it is known that the brain and
the nervous system are inclined to oxidative stress due to the lack
of an adjusted antioxidant defense system (Halliwell, 2006).
The MDA levels, which increase as a consequence of the
LPO for oxidative stress, were significantly more elevated in
N2A cells exposed to STX than in controls without exposure. All
the results prove that after 24h of incubation, STX induces the
LPO of N2A cells. Endogenous and exogenous substances can
produce ROS proceeding from LPO (Møller and Wallin, 1997).
For this case, that STX acts as an exogenous source of oxidative
stress, and the ROS were probably responsible for the LPO.
When produced inside of the cells, ROS are capable to virtually
react with all types of biomolecules (Møller and Wallin, 1997),
and potential endogenous sources including mitochondria,
cytochrome P450 metabolism, peroxisomes, and inflammatory
cell activation (Inoue et al., 2003). Neurotoxins generally lead to
the formation of ROS in clinical categories of the nervous system
(Halliwell, 1987).
Evaluating the sequence of events, it is possible to
consider a correlation between the two processes evaluated for
induced cytotoxicity by STX: N2A cells exposed to the low
concentrations of STX were induced to mitochondrial injuries
and peroxidation of the lipid membrane. Through the evaluation
of the mechanism of neurodegeneration proposed by Halliweel
(1999), we suggest two toxic mechanisms caused by STX in N2A
cells: a first mechanism starts with the oxidative stress of the
exposure to ROS (STX), inducing the LPO process and the
formation of MDA. The main consequences of this LPO
mechanism are base modifications, inhibition of protein
synthesis, denaturation of DNA and formation of DNA adducts,
which can induce to genotoxic, mutagenic and carcinogenic
processes (Baudrimont et al., 1997; Matias et al., 1999; Halliwell,
2007). Thus, the presence of the cytotoxic MDA induces an
abnormal protein overload, leading to the dysfunction of the
proteasome. High levels of oxidative damage can result not just
from oxidative stress, but also from the limitation of the cellular
repair system (Halliwell, 2007). This dysfunction causes a
deregulation of the cell protection system, leading to cellular
death. In the second mechanism, the reactive species (STX)
directly attacks the mitochondria, causing irreversible
mitochondrial damages and also leading to cellular death
(Halliwell, 2007).
Among the antioxidants tested, SOD catalyzes the
dismutation of the superoxide free radical; it is present in the
mitochondrial matrix (Mn-SOD), in cytosol (CuZn-SOD) and in
the extracellular medium. The product resultant from the reaction
catalyzed by SOD is the hydrogen peroxide that is removed from
the medium by CAT, which transforms hydrogen peroxide in
water and molecular oxygen (Fridovich, 1995; Valko et al.,
2006). These enzymes are extremely important for the protection
of the nervous system and the removal of peroxide; SOD is
present in all parts of the animal nervous system (Fridovich,
1995). CAT is located, mainly, in peroxisome, however, other
organelles such as the mitochondria can contain some activity of
CAT. VitE (α-tocopherol) is the greatest and most important
hydrophobic antioxidant, present in all cellular membranes and,
therefore, acts in the protection against LPO (Roy et al., 2002;
Valko et al., 2006). Our results suggest that the administration of
VitE in humans contaminated by STX can balance the effect of
LPO. VitC (ascorbic acid) is an important and powerful
hydrophilic antioxidant. Its preliminary antioxidants partners are
VitE and carotenoids, which work together well as antioxidant
enzymes (Valko et al., 2006).
The pre-treatment with VitE and SOD+CAT for the
culture medium before the exposure to STX seemed efficient in
the prevention against the LPO when compared to VitC. VitC
was not efficient for the protection of N2A cells when they were
exposed to the oxidative stress of STX, possibly due to the high
relation of concentration with the reactive species. In specific
conditions (in the presence of intracellular Cu, as [CuZnSOD] in
mitochondrial membrane and in cytosol) the ascorbate can be
oxidated, producing cytotoxic species (Halliwell, 2006). In this
case, VitC performs the most potent toxic effects of STX in a
synergic form, which means that a person contaminated by STX
must prevent the consumption of foods and medicines with high
concentrations of this vitamin. VitC is known as the hydrophilic
antioxidant, and recent evidences suggest that VitE and VitC
function together in a cyclical process (Kojo, 2004). VitC
cooperates with VitE to regenerate α-tocopherol of the α-
tocopherols radicals in the membranes and lipoproteins. A
suggestion for future assays is the investigation of the interaction
between VitC and VitE in the protective effect of the oxidative
stress provoked by STX for different times of incubation.
5. CONCLUSION
The present data confirmed which N2A neuroblastoma cell
line is suitable for toxicity evaluation of STX and demonstrated
which main mechanisms triggering its toxic effects involve the
indirect mitochondrial damage and the oxidative stress, leading
possibly to cell death through an apoptotic process or lipid
peroxidation of cell membranes. When the cells were treated with
VitE and SOD/CAT, the production rates of MDA decreased
significantly on the lower concentrations of STX, when compared
to the condition without antioxidants. The VitC antioxidant was
shown not to be efficient to protect the N2A cell from the
oxidative attack of STX.
6. ACKNOWLEDGMENTS
The authors would like to acknowledge the Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq,
Brazil) for its financial support. S.P. Melegari would also like to
thank for her fellowship in the Laboratory of Toxicology,
University of Bordeaux 2 (France).
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Figure 1: Dose-response profiles of STX in N2A cells by % cellular
viability±SD v. STX concentration (R
2
=0.997).
Figure 2: LPO levels induced by increasing STX concentrations in N2A
cells, and with several antioxidants, as measured by quantification of
MDA levels, after 24 h of incubation (*p>0.05 in relation with the
control and **p>0.05 in relation with the positive control).
Table 1: Lipid peroxidation measured by the increase of MDA
production (%), when compared to controls.
% Increase MDA production
Vit. C
STX
(nM)
Without
antioxidants
Vit. E
6µg/mL
8µg/mL
16µg/mL
SOD+CAT
25µg/mL
(each)
0.38
15
3
36
66
3
0.75
93
31
109
143
47
1.50
99
95
163
154
75
3.00
113
120
181
209
160
Positive
control
120
1
358
1
298
2
374
1
129
1
1. MTX 20µM, 2. OTA 10µM
A10. ARTIGO 3: SUBMETIDO À REVISTA CIENTÍFICA
TOXICOLOGY
MICRONUCLEI INDUCTION IN VERO CELLS AND
NEURO 2-A CELLS BY SAXITOXIN
Silvia Pedroso Melegari
1
, Cátia Regina Silva de Carvalho Pinto
1
,
Serge Moukha
2
, Edmond Ekué Creppy
2
and William Gerson
Matias
1*
1- Laboratório de Toxicologia Ambiental, LABTOX – Depto. de Engenharia
Sanitária e Ambiental- Universidade Federal de Santa Catarina Campus
Universitário- CEP: 88040-970 - Florianópolis – SC - Brasil.
2- Laboratoire de Toxicologie et d’Hygiène Appliquée, UFR des Sciences
Pharmaceutiques, Université Victor Segalen Bordeaux 2- 146 rue Léo
Saignat, 33076 Bordeaux cedex, France
* Corresponding Author. Address: Laboratório de Toxicologia Ambiental,
LABTOX Depto. de Engenharia Sanitária e Ambiental- Universidade
Federal de Santa Catarina Campus Universitário- CEP: 88040-970 -
Florianópolis - SC - Brasil - Tel.: +55 48 37217742 - Fax: +55 48 37219823.
E-mail address: will@ens.ufsc.br (W.G. Matias).
Abstract: In the present study, Neuro-2A (N2A) and Vero cells
were treated in a first stage with 8 concentrations of STX, in an
interval of 0,5 to 64nM, to determine EC50 for the cells
evaluated, and in as a second stage with specific concentrations
(0,38-3,0nM) to evaluate the induction to the micronuclei
formation with the cytokinesis-block micronucleus (CBMN)
assay in 24 hours of exposition, being emphasized the treatment
with STX to evaluate its genotoxicity in inducing damages to the
mutagenic level. The EC50 for cells N2A was of 1,112nM, and
for the Vero cells it was of 1,052nM. The results demonstrated a
significant increase dose-dependent of micronucleated
binucleated cells (BNMN) for cells N2A and Vero cells.
Evidences had suggested despite the STX can inhibit the cellular
division, and some morphologic criteria observed BNMN cells
were that the micronucleus touches the nucleus main but does not
overlap it and presents the same intensity of coloration of the
main nucleus, and had not been observed cases of cellular
necrosis for formation of multinucleated cells. The MN had still
presented so great of 1/3 to the 1/6 of the main nucleus, being
able to be an indicative of aneugenic effect.
Keywords: saxitoxin, micronuclei, Neuro-2A cells, Vero cells.
1. INTRODUCTION
Saxitoxin (STX) is a neurotoxin classified in the Paralytic
Shellfish Poisoning (PSP) toxins group and it was identified for
the first time in fresh water proceeding from Aphanizomenon
flos-aquae (Ikawa, 1982). Apart from this species, STX can be
synthesized by other species of cyanobacteria such as
Cylindrospermopsis raciborskii, Lyngbya and Anabaena
(Sivonen & Jones, 1999, Bouaïcha, 2001, Hoeger et al., 2004).
The fast action of STX, blocking sodium channels in nerve axons
and causing loss of sensation and paralysis, confers this toxin
highly neurotoxic and potentially lethal effect. The LD50 in mice
is 8-10µg/kg i.p., 3.4µg/kg i.v. and 260µg/kg oral (Falconer,
2008).
Data regarding the cytotoxic and genotoxic effects of STX
are very scarce. Fitzgerald et al. (1999) verified that there is no
evidence of human health effects directly caused by the
consumption of water containing saxitoxins and/or producing
cyanobacteria. Falconer and Humepage (2005) confirmed that
there is no data on the secure concentration levels of STX-type
neurotoxins in drinking water supply. Recent data published in
the “International Symposium on Cyanobacterial Harmful Algal
Blooms (ISOC-HAB), organized by the Environmental
Protection Agency of United States of America (US-EPA),
reported that there are no data on sub chronic exposure,
reproductive, teratogenic or carcinogenic effects of STX
(Falconer, 2008).
The in vitro assay has demonstrated to be satisfactory as an
alternative to in vivo assay and it has the advantages of being a
fast and sensible assay, excluding ethical questions that emerge
from assays involving animal experimentation. The Neuro-2A
bioassay of the neuroblastoma mouse cell line was described by
by Jellet et al. (1992) as a method to detect the STX.
The study of DNA damage at the chromosome level is an
essential part of genetic toxicology because chromosomal
mutation is an important event in carcinogenesis (Fenech, 2000),
and the understanding of the origin of this damage in the DNA
can contribute to evaluated which mechanisms act the genotoxic
agents (clastogenic and aneugenic effects).
The cytokinesis-block micronucleus (CBMN) assay is
widely employed to evaluate the cytotoxicity and genotoxicity of
chemical products and to monitor human exposure to
environmental carcinogens (Fenech, 2000, Lorge et al., 2006).
This technique was found more favorable than the test of
chromosome aberration, being recommended for spread use in
genotoxicity tests (Miller et al., 1998, Zhong et al. 1991, Miller et
al. 1997). The CBMN assay allows a parallel evaluation and can
be complemented through the incorporation of cytotoxicity
measurements (for example, tests of cellular viability and
counting of cells in apoptosis and necrosis) to identify the main
event caused by a particular xenobiotic agent (Fenech et al.
1999). All these morphologic features can be obtained in the
same cells after appropriate treatment for each case. This assay
was employed in this study to identify if the STX can induce
genetic damage to the mutagenic level of the cell lines evaluated
(Fenech et al. 1999).
In the present study, Neuro-2A (N2A) and Vero cells were
treated in two stages. In the first stage, the treatment was done
with a range of STX concentrations, in an interval of 0.5 to 64
nM, to determine the EC50 of the evaluated cells. In the second
stage, the cells were treated with specific concentrations (0.38-
3.0nM) to evaluate the induction to micronuclei (MN) formation
through the CBMN assay after a 24-hour exposure, emphasizing
the STX treatment to evaluate its genotoxicity when inducing
damages in mutagenic levels.
2. MATERIALS AND METHODS
2.1. Cell Lines and Culture Medium
All chemicals employed were provided by Sigma (Saint
Quentin Falavier, France). The N2A cells from the mouse
neuroblastoma cell line were obtained from the National Museum
of Nature, Paris France (European Collection of Cell Cultures
catalog no. 89121404; Porton Down, UK). The cells were grown
in RPMI 1640 medium supplemented with 10% fetal bovine
serum, 2mM L-glutamine, 1mM sodium pyruvate, 50µg/mL
streptomycin, and 50U/mL penicillin. The culture was maintained
at 37°C in a humidified atmosphere with 5% CO
2
(Humpage et
al., 2007). The Vero cells (Adolpho Lutz Institute, Brazil),
epithelial kidney cells extracted from an African green monkey,
were grown in RPMI 1640 medium, supplemented with 10% fetal
bovine serum, 2mM L-glutamine, 50µg/mL streptomycin, and
50U/mL penicillin. The cell cultures were maintained at 37ºC in a
humidified atmosphere with 5% CO
2
. (Matias & Creppy appud
Terasima & Ysukawa, 1998).
2.2. MTT Assay
Cell viability was determined using the MTT [3-(4,5-
dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide] assay.
The STX certified reference materials were obtained from the
Institute for Marine Biosciences (Halifax, NS, Canada). The cells
(10
5
cells/mL) were seeded in 96-wells multitest plates with 5%
CO
2
at 370C for 24 h. Then, the culture medium was removed
and the cells were exposed to the concentrations of STX, which
were diluted in RPMI 1640 (ranging from 0.5 to 64nM - final
concentration in the well). All concentrations of STX were
diluted in cascate and evaluated in triplicates. In parallel, a
negative control group (RPMI 1640 without STX) was tested
along with a positive control group (RPMI 1640 with 0.05mM
veratridine and 0.5mM ouabain for N2A cells and RPMI 1640
with 20 µM methotrexate for Vero cells all final concentrations
in the well). After intoxication, the cells were re-incubated for
24h. Then, the supernatant was discarded and 200µL of MTT
solution (0.5 mg/mL in RPMI-1640) were added to each well and
re-incubated for an additional 2h. The MTT solution was
discarded and 200µL of DMSO were added to each well to
dissolve the formazan crystals formed. After mixing, the plates
were then read on a multitest plates reader (DYNATECH MR
4000, France) at 560 nm. The EC50 (half minimal effective
concentration) was derived from the data plotted by linear
extrapolation from the viability values of the dose-response curve
(Humpage et al, 2007).
2.3. CBMN Assay
After 24h of pre-cultivation of Vero and N2A cells on
24-well multitest plates (10
5
cells/ml), cultures were treated with
STX (0.38, 0.75, 1.50 and 3.00nM), with RPMI 1640 medium as
negative control and Colchicin (COL / 0.3µM) as positive control
for both cells tested for 24h in triplicates. Cytochalasin B (Cyt-B
- 5 µg/mL) was added to the cultures for an 18-hour incubation,
and the cells were harvested. A mild hypotonic treatment with
0.075M KCl was then performed followed by immediate
centrifugation at 5000g for 5min. The supernatant was discarded
and the cells were fixed in 250µL methanol/acetic acid 3:1(v:v)
for 20 minutes. After, they were dropped on glass slides and dried
for 30min (adapted from Ouanes et al., 2003). The slides were
stained with acridine orange/ethidium bromide for 15min. The
slides were analyzed under 400x magnification using a
fluorescent microscope (Nikon, Eclipse E 400). One thousand
binucleated cells were assessed per slide.
2.4. Statistical Analysis
All the results were expressed as mean±SEM, and the
correlation factor (R
2
) was calculated by the GraphPad Pris
Software, through a sigmoid of variable slope. The EC50 was
estimated for this equation by the GraphPad Prism® Software.
For the binucleated micronucleated cells (BNMN), the T-
Student statistic test was employed to compare BNMN
frequencies between treated and control groups. The frequencies
were also compared individually in each group tested.
Significance of differences was set at p 0.05.
3. RESULTS
3.1. Influence of STX on Cell Viability: MTT Assay and
Determination of EC50
For determination of the EC50, a scale of eight
concentrations of STX (0.5, 1.0, 2.0, 4.0, 8.0, 16.0, 32.0 and
64.0nM for both cells) was applied in three different experiments.
After the exposure of the N2A and Vero cells to STX and
analysis of the data, a curve of cell viability v. STX concentration
was plotted for both cases. The results are shown in Figure 1.
A similar dose-dependent decrease of cell viability values
is observed for both cases, with an increase in the concentration
of STX. The results of the MTT test demonstrate that the
exposure of N2A and Vero cells to different concentrations of
STX leads to a dose-dependent reduction of the metabolic
activity in mitochondria, and consequently, a reduction in cell
viability.
In the N2A cells, the reduction goes from 96.2% of cell
viability for the concentration of 0.5nM STX to 24.1% for 4.0nM
of STX. In the highest dose of STX evaluated, the cell viability
was 5.6%. In the Vero cells, the reduction goes from 87.6% of
cell viability for the concentration of 0.5nM STX to 40.6% for
4.0nM of STX. In the highest dose of STX evaluated, the cell
viability was 18.6%.
The EC50 of STX calculated was 1.112nM for N2A cells
and 1.052nM for Vero cells. This result was essential for the
second stage of the study, which consisted in the exposure of
N2A and Vero cells to STX from the CBMN assay. Therefore,
we adapted appropriate experiments with approaching values of
EC50 to use in the MTT tests, such as 3.0, 1.5, 0.75 and 0.38nM
of STX.
3.2 CBMN Assay
Concerning the CBMN assay in N2A and Vero cells,
frequencies of BNMN, which are the numbers of BNMN per
1000 binucleated (BN) cells counted, are shown in Fig. 2. This
assay was employed to identify the genotoxic effect of STX that
may lead to genetic and mutagenic damages. During the BNMN
counting, a high number of mononucleated cells was observed.
Due to the elevated amount of these cells, these were included in
the total counting of MN, considering that this condition is
induced by STX. This effect was not observed with COL
(positive control). The results demonstrate a significant dose-
dependent increase of BNMN for N2A cells from 4.5±1.3
(0.38nM) to 10.0±2.2 at the highest concentration of STX
(3.00nM), when compared to the negative control (1.0±0.8). As
for the Vero cells, the increase went from 17.5±2.1 (0.38nM) to
27.5±2.1 at the highest concentration of STX (3.00nM), when
compared to the negative control (7.0±0.8). Figure 3 shows the
image of BN cell controls (Fig. 3A) and BNMN cells induced by
the exposure to STX. In the same conditions, cell cultures treated
with COL showed a significant increase of BNMN when
compared to the negative control with medium culture (12.8±3.5
for N2A cells and 28.3±2.5 for Vero cells).
4. DISCUSSION
The genotoxic effects of STX for the induction to
micronucleus formation have not been reported in scientific
literature yet. In a previous study, (Melegari et al., 2010a) the
potential cytotoxic effect of STX, inducing N2A cells to cellular
apoptosis, was demonstrated, along with its significant inductive
effect in the disturbance of the system of cellular regulation. In
another study (Melegari et al., 2010b), it was demonstrated that
STX can induce N2A cells to significant levels of oxidative
stress.
Similar studies employing other neurotoxins can be
found in the literature. The genotoxic potential of tetrodotoxin in
brown mouse bone cells were evaluated by Guzmán et al. (2007)
and evidences were not found to prove its genotoxic potential.
The genotoxic potential of the domoic and ocadaic acids on Caco
cells was evaluated by Carvalho Pinto-Silva et al. (2006). Both
toxins were considered mutagenic, inducing micronuclei
formation; however, the domoic acid only presented clastogenic
effects.
The genotoxic activity of the cylindrospermopsin (CYN)
was evaluated in WIL2-NS lymphoblasts by Humepage et al.
(2000). CYN is a potent inhibitor of protein synthesis produced
by a number of cyanobacterial species, the most common being
Cylindrospermopsis raciborskii. Its results suggest that CYN acts
to induce cytogenetic damage via two mechanisms, one at DNA
level to induce strand breaks (clastogenic), the other at
kinetochore/spindle level to induce loss of whole chromosomes
(aneugenic).
COL, employed as positive control in this study, is
characteristic for the induction to aneugenic damages (Kirchner
and Zeller, 2010) and it was chosen to evaluate the inclination of
in vitro MN induction, specifically aneugenic.
In relation to the morphologic criteria (Fenech, 2000) of
the analysed samples, an increased presence of micronucleus
(MNs) cells was verified in the samples exposed to STX, when
compared to the control. This evidence suggests that STX can
inhibit cellular division. However, the majority of the MN found
was in BN cells, this result being an indicative of the mutagenic
potential of STX. Cases of cellular necrosis through the formation
of multinucleated cells were not observed (Fenech, 2000). A
significant increase was observed in BN cells regarding the
number of MN with 1/3 the size of the main nucleus in relation to
the smaller MNs (Fig. 3B). Other morphologic characteristics of
the MN found were identified: they touch but do not overlap the
main nucleus and present the same staining intensity (Fenech,
2000).
Hashimoto et al. (2010) had accomplished a study as an
attempt to develop a fast technique that discriminates aneugen
from clastogen damages, considering the size (large or small) of
the MN in in vitro MN assays. Nine aneugen substances were
chosen along with six clastogen substances, comparing the in situ
hybridization through fluorescence (FISH) and the ratio of the
size-classified MN counting in relation to the total MN counting.
The size-classified counting revealed that all 9 aneugens
evaluated increased both frequency and proportion of the large-
size MN when compared to the control vehicle, while the
clastogens increased the frequency, but no increase in the
proportion was observed. With the FISH method, all the
aneugens induced centromere-positive micronuclei but the
clastogens did not. Based on these results, it was considered that
the frequency of large-size MN in the in vitro MN assay is an
alerting index for aneugenic effects and that its proportion is a
simple and reliable index, which is as effective as the FISH
analysis for discrimination of aneugens from clastogens.
Although FISH methods were not employed for the
characterization of aneugen and clastogen effects in this study,
based in the results of Hashimoto et al. (2010) and considering
the frequency of larges MN, it was possible to establish an
indicative that the effects induced by STX are aneugenic.
Our results allow the conclusion that, in the conditions
tested, STX induced a significant increase of BNMN frequency in
both N2A and Vero cells; therefore, the exhibition of these cells
presented a dose-dependent correlation with the increase of the
concentration of STX. The increase of micronucleus frequency
with the variation of the concentration of STX evidences that
STX induces a potential genotoxic effect in N2A and Vero cells.
5. ACKNOWLEDGEMENTS
The authors would like to acknowledge the Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq,
Brazil) for its financial support. S.P. Melegari would also like to
thank for her fellowship in the Laboratory of Toxicology,
University of Bordeaux 2 (France).
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Fig. 1: Dose-response profiles of STX in N2A and Vero cells for
cellular viability (%) ± SD v. STX concentration (R
2
=0.997 to N2A
cells and R
2
=0.9635 Vero cells).
Fig. 2. Number of BNMN cells induced by STX (0.38, 0.75, 1.50,
3.00 nM) in N2A and Vero cells in 24h of exposition. Colchicin was
employed as a positive control. Results are expressed as mean of
three experiments values±standard deviation (n = 3).
Fig. 3: Image of N2A cell stained (Magnification: 1000x) A: control
BN cell; B: BNMN cell.
A11. ARTIGO 4: (SERÁ SUBMETIDO À REVISTA CIENTÍFICA
WATER RESEARCH)
ESTUDO DO USO DE QUITINA E CONCHA DE OSTRAS
COMO ADSORVENTES PARA REMÃO DE
SAXITOXINA DE SOLÃO AQUOSA
Silvia Pedroso Melegari, Cátia Regina Silva de Carvalho Pinto e
William Gerson Matias*
Laboratório de Toxicologia Ambiental, LABTOX – Depto. de Engenharia
Sanitária e Ambiental- Universidade Federal de Santa Catarina – Campus
Universitário- CEP: 88040-970 - Florianópolis - SC - Brasil.
* Autor correspondente: Laboratório de Toxicologia Ambiental, LABTOX
Depto. de Engenharia Sanitária e Ambiental- Universidade Federal de Santa
Catarina Campus Universitário- CEP: 88040-970 - Florianópolis - SC -
Brasil - Tel.: +55 48 37217742 - Fax: +55 48 37219823.
E-mail address: will@ens.ufsc.br (W.G. Matias).
Resumo: Este estudo avaliou a capacidade de adsorsão dos
materiais de origem natural quitina e concha de ostra na remão
de saxitoxina (STX) de soluções aquosa. A cinética de adsorção
foi realizada para 200mg do adsorvente com 10mL de uma
solução de STX 10µg/L preparado nos pH 5,0 e 7,0, e foi
coletado num intervalo de tempo de 12-72h. Para avaliar o
processo de adsorção foram adicionados 10mL de solução
contendo STX 2-16µg/L, nos pH 5,0 e 7,0, aos tubos contendo o
adsorvente previamente pesado (200±5mg). Em seguida, os
frascos foram colocados em um agitador orbital (Shaker) à
200rpm por 24h e 25ºC. Ambas as frações amostrais foram
filtradas em membrana de 0,20µm e coletadas num tubo de
microcentrífuga. Na sequência, as frações foram analisadas em
HPLC, para a quantificação da STX. Observou-se que a concha
de ostra e quitina exibiram boa capacidade de remoção da STX
de soluções aquosa dentro dos limites de concentração estudados.
As características da concha de ostra e da quitina foram
consistentes com o modelo de adsorção clássico da isoterma
linear e não-linear de Freundlich e os valores de K
F
apresentaram
diferenças significativas entre os adsorventes testados, indicam
que a concha de ostra em pH 5,0 e a quitina em pH 7,0 tem maior
capacidade nos sítios de adsorção à STX. Esse parâmetro
possivelmente foi afetado pelo pH do meio. Os valores dos G
ads
calculados foram negativos permitindo concluir que a utilização
destes adsorventes é favorável e pode ser aplicável como
adsorventes para a remoção de STX de soluções aquosas.
Palavras-chave: saxitoxina, quitina, concha de ostra, adsorção.
1. INTRODÃO
O crescimento excessivo de cianobactérias em
reservatórios de água potável é um problema cada vez mais
comum associado com a eutrofização existem diferentes
alternativas de tratamento numa estação de tratamento de água
(ETA) no que concerne à remoção destas cianobactérias e
cianotoxinas (Chow et al., 1999). Quando ocorre a lise das
células de cianobactérias por causas naturais ou por uso de
algicidas, o liberadas as cianotoxinas, passando a haver
essencialmente toxinas solúveis (Jones & Negri, 1997; Chow et
al., 1999). Neste caso, precisam existir processos de tratamento
que consigam assegurar a sua eficiente e consistente remoção.
São necessários processos que removam compostos orgânicos
solúveis, tais como ozônio, carvão ativado, nanofiltração ou
osmose inversa, biodegradação, entre muitas outras
possibilidades de métodos que vem sendo testados e otimizados
(Chow et al., 1999; Sens et al., 2005; Amorim, 2007; Coral,
2009). o grandes a evidências do bom desempenho para a
utilização de elevadas dosagens de carvão ativado em , mas
este processo se torna lento e caro devido as grandes quantidades
de carvão que precisam ser empregadas (Keijola et al. 1988;
Himberg et al. 1989). Diferentes alternativas de remoção de
cianotoxinas vêm sendo testadas por adsorção (Miller et al.,
2001; Miller et al. 2005; Burns et al. 2009), porém dada à
escassez de informação ainda existente, a utilização de filtros
com materiais alternativos para a remoção de saxitoxina (STX)
ainda é um assunto novo e pouco explorado (Silva, 2005).
Este estudo avaliou a capacidade de adsorsão dos materiais
de origem natural concha de ostra e quitina na remoção de
saxitoxina (STX) de soluções aquosas. Para a verificação da
capacidade na adsorção da STX à conchas de ostras e a quitina,
faz-se necessário um pequeno levantamento das suas
propriedades.
Conchas de moluscos bivalves, em especial as de ostras,
consistem preferencialmente de aragonita. A aragonita é uma
modificação mineral do carbonato de lcio (Kitano et al. 1976).
O carbonato de cálcio (CaCO
3
) apresenta-se em três modificações
minerais, sendo que a calcita é um dos minerais mais comuns,
sendo o constituinte principal de vastas formações de rochas
sedimentares de calcário (Blesser & Rodrigues, 2008). A
ocorrência de aragonita está vinculada a determinadas
circunstâncias físico-químicas durante sua formão. O terceiro
polimorfo, a vaterita, é um mineral bem mais escasso (Blesser e
Rodrigues, 2008). A aragonita tem um arranjo atômico mais
compacto do que a calcita, sendo o mineral formador das
conchas, pérolas e corais. Estes carbonatos de cálcio biogênicos
são importantes contribuintes na remão de fosfatos de águas,
sendo que a aragonita oferece maior superfície ativa, e maiores
sítios adsorventes ativos que a calcita. A capacidade de adsorção
da aragonita é em torno de 20 vezes maior que a da calcita,
baseado no nº de moles de fosfato adsorvido por grama de
partícula (Millero et al., 2001).
A quitina é um polissacarídeo de cadeia linear formado por
unidades de N-acetil-2-dioxi-D-glicopiranose, que são
interligadas por ligações glicosídicas β (14) (Kumar, 2000;
Azevedo et al. 2007). A quitina é um material de fontes naturais
renováveis, biodegradável, o-tóxico, insolúvel em água e em
muitos solventes orgânicos (Azevedo et al. 2007; Antonino,
2007). As principais fontes para a obtenção de quitina em
laboratório são os exoesqueletos de vários crustáceos, como
caranguejos e camarões (Kumar, 2000; Antonino, 2007). A
quitina es fortemente associada com proteínas, material
inorgânico, pigmentos e lipídios (Kumar, 2000). Várias condições
são usadas para remover essas impurezas e ainda não existe um
processo padrão. Para isolar a quitina pode-se seguir as etapas de
desproteinização, desmineralização e despigmentação (Azevedo
et al. 2007).
As carapaças de crustáceos e as conchas de moluscos são
resíduos abundantes e rejeitados pela indústria pesqueira, que em
muitos casos são considerados poluentes. Sua reutilização reduz o
impacto ambiental causado pelo acúmulo nos locais onde é
gerado ou estocado (Goosen, 1996; Azevedo et al., 2007). A
reutilização dessas substâncias é muito relevante do ponto de
vista ambiental e econômico, porque além de eliminar os resíduos
da indústria pesqueira, o custo final de produção é reduzido em
cerca de 60% (Mathur & Narang, 1990). Geralmente estes
materiais são empregados em estudos de adsorção dos mais
diversos metais pesados de soluções aquosas: Cu(ІІ),Zn(ІІ),
Cr(VI), Cd(II), Pb(II) (Kitano et al. 1976; Solodovnik, 2006;
Odoemelam et al., 2009).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Materiais Adsorventes
A quitina foi produzida a partir de carapaças de camarão e
foi fornecida pelo Grupo de Pesquisa em Quitinas e Aplicações
Tecnológicas (QUITECH) da Universidade Federal de Santa
Catarina - Brasil, sob a coordenação do Prof. Dr. Mauro César
Marghetti Laranjeira. A quitina bruta foi previamente triturada e
passada em peneiras de 18Mesh para apresentar partículas de
tamanho 1,0mm. O de ostra foi produzido a partir de cascas
de ostras calcinadas e trituradas. O de concha de ostra
empregado foi comercializado em casas de produtos naturais, e
apresentava partículas de tamanho 1,0mm, não necessitando de
preparação prévia. Os materiais adsorventes foram previamente
seco em estufa a 105°C por 24 horas, foram colocados em tubos
de centrífuga tipo “Falcon” nas respectivas massas avaliadas, e
foram esterilizados em autoclave por 15 minutos à 121ºC para
eliminar a interferência por degradação microbiológica.
2.2. Ensaios de Adsorção
A cinética de adsorção foi realizada para 200mg do
adsorvente com 10mL de uma solução de STX 10µg/L preparado
nos pH 5,0 e 7,0. Os tempos de mistura avaliados nos ensaios em
triplicata foram 0, 12, 18, 24, 36, 48 e 72h, com amostragem de
0,5mL nos respectivos intervalos de tempo à 25ºC.
O método usado para avaliar o processo de adsorção foi
baseado em Miller et al. (2001) e Ohe (1996). Foram adicionados
10mL de solução contendo STX 2-16µg/L, nos pH 5,0 e 7,0, aos
tubos contendo o adsorvente previamente pesado (200±5mg). Em
seguida, os frascos foram colocados em um agitador orbital
(Shaker) a 200rpm por 48h à 25ºC. Todas as amostras foram
avaliadas em triplicatas.
Ambas as frações amostrais foram filtradas em membrana
de 0,20µm e coletadas num tubo de microcentrífuga. Na
sequência, as frações foram analisadas em HPLC, para a
quantificação da STX. Um grupo controle foi avaliado nas
mesmas condições das amostras, na ausência dos adsorventes,
contendo apenas 10mL das soluções de STX 10µg/L nos pH 5,0 e
7,0 em um tubo estéril, para avaliar a presença do efeito de
degradação da toxina por vias químicas, enzimática ou
microbiológicas.
2.3. Análise da saxitoxina
A STX certificada foi obtida no Institute for Marine
Biosciences (Halifax, NS, Canada). A derivatização e
quantificação da STX foi adaptada da metodologia recomendada
pela AOAC (2005). A STX foi derivatizada pré-coluna, em
bancada, pelo método de oxidação com peróxido, que consistiu
em adicionar e agitar 25µL de uma solução aquosa de H
2
O
2
10%
(m:v) em 250µL de NaOH 1M em um tubo de microcentrífuga.
Adicionou-se então 100µL da solução contendo a STX, agitou-se
e deixou-se reagir por 2 minutos à temperatura ambiente.
Adicionou-se 20µL de ácido acético concentrado e misturou, e
esta solução está pronta para ser quantificada. A STX
derivatizada foi quantificada por cromatografia liquida de alta
performance (HPLC) usando o todo de calibração externa. O
padrão e as amostras derivatizados foram injetadas (50µL) em
uma coluna C18 Supelco Discovery®(250x4,0 mm d.i., ø 5µm).
O HPLC operou em condições de gradiente de eluente,
empregando como eluente A uma solução tamponada de formiato
de anio 0,1M, pH 6,0 e eluente B acetonitrila grau HPLC. A
corrida cromatográfica foi de 15 minutos, e o gradiente consistiu
de: 0-1% de B nos primeiro 5 minutos, 1-4% de B nos próximos
3 minutos, 4% de B nos próximos 5 minutos, e 4-0% de B nos
últimos 2 minutos, com 3 minutos de estabilização pós-corrida
antes da próxima injeção. O fluxo do eluente foi de 1mL/min. O
detector empregado foi o de fluorescência com excitação em
340nm e emissão em 390nm.
2.4. Análise estatística
Todos os resultados foram expressos em media±desvio
padrão. A análise de regressão(o fator de correlação - R
2
e
equação da reta) foi realizada pelo software Microsoft Excel® e
em paralelo no software GraphPad Prism®.
Os dados obtidos no equilíbrio foram plotados de acordo
com os modelos das isotermas que melhor descrevem a adsorção
deste estudo: o modelo linear (Lin) e o não-linear (N-Lin) de
Freundlich (Eq. 1 e 2), sendo que esta isoterma é atualmente a
mais adotada para a determinação da adsorção das cianotoxinas
em sedimentos (Miller et al., 2001). A quantidade de STX
adsorvida (µg) por kg de adsorvente foi quantificada, e o
coeficiente de adsorção foi calculado a partir destas isotermas de
adsorção (Miller et al., 2001; Miller et al., 2005).
Modelo Lin: X/m = K
d
.Ce (1)
Modelo N-Lin (Freundlich): X/m = K
F
.Ce
n
(2)
Onde: X/m = quantidade em µg de STX adsorvida por kg de
adsorvente (µg STX/kg), Ce = concentração da toxina na solução
no tempo de mistura (µg/L), K
d
= coeficiente de distribuição
linear, K
F
= coeficiente de adsorção Freundlich, n = medida de
não-linearidade.
As inclinações das isotermas de adsorção foram
comparadas através do teste T-Student. Um valor de p=0,05 foi
aceito como nível de confiança.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Efeito da concentração e o tempo de contato
A STX aquosa foi removida da solução quando em contato
com os adsorventes testados (Fig. 1 e 2) e as cinéticas de
adsorção da STX ao longo do tempo de mistura para os pH
empregados para a quitina e concha de ostra apresentaram uma
visível remoção (>40% remoção) em ambos os casos testados em
36h de tempo de contato. No experimento controle, apenas com a
STX sem adsorvente, o foi observado a degradação da toxina
ao longo dos tempos de contato do teste.
A taxa de remoção de STX pelos adsorventes diminui com
o tempo de contato, possivelmente pela saturação dos sítios
adsorventes. Essa saturação dos sítios adsorventes pode estar
associada também à presença de fosfato em solução provenientes
do tampão empregado, especialmente para o caso da concha de
ostra. Essa interferência da concentração iônica dos tampões nos
ensaios de adsorção foi relatada por Miller et al. (2001).As 48h
de tempo de contato, foi observado que a concentração da STX
em solução tendeu a estabilizar, principalmente em pH 7,0,
provavelmente atingindo o equilíbrio de adsorção entre
adsorvente e adsorvato.
3.2 Considerações sobre Adsorção
As isotermas de adsorção Lin e N-Lin podem ser
visualizadas nas Fig. 3 e 4.De acordo com o isoterma da adsorção
de Freundlich, as frações de cobertura de superfície (X/m) estão
relacionadas à concentração do equilíbrio do adsorbato. A
isoterma de Freundlich descreve o equilíbrio em superfícies
heterogêneas e, por esta razão, não assume uma capacidade de
adsorção em monocamada (Fávere et al., 2010).
A partir das isotermas da Fig. 3 e 4 foram determinadas as
equações das isotermas de adsorção da STX com bom ajuste ao
modelo Lin e N-Lin de Freundlich para o materiais empregados
como adsorventes à 25ºC (Tab. 1). Esse bom ajuste pode ser
explicado pelos materiais empregados serem de origem natural e
apresentarem superfícies heterogêneas. Na Tab. 1 é apresentado
os valores de R
2
para ambos os modelos testados, que se
demonstraram favoráveis em pH 5,0 para quitina e em pH 7,0
para ambos os adsorventes testados. Por meio do modelo Lin,
pode-se obter valores do coeficiente de distribuição (K
d
). São
apresentadas na Tab. 1 ainda os valores de n, relacionado com a
intensidade de adsorção, e K
F
que indica a capacidade do sítio de
adsorção.
Os valores de K
d
para ambos os pH testados foi elevado,
confirmando que a STX foi adsorvida pelos adsorventes testados.
Os valores de K
d
em pH 5,0 foi de 47,3L/kg para concha de ostra
e 50,2L/kg para a quitina. O K
d
em pH 7,0 foi de 50,6L/kg para
concha de ostra e 48,1L/kg para a quitina (Tab.1).Neste
tratamento de isotermas Lin, os valores de K
d
o apresentaram
diferenças significativas entre os adsorventes testados.
Para as isotermas N-Lin de Freundlich, a STX foi
adsorvida por ambos os adsorventes testados mas apresentou
diferenças significativas entre os adsorventes testados (p>0,05).
Os valores de K
F
em pH 5,0 foi de 52,91L/kg para concha de
ostra e 40,53L/kg para a quitina, indicando que neste pH a STX
teve uma maior afinidade à concha de ostra. O K
F
em pH 7,0 foi
de 46,63L/kg para concha de ostra e 64,22L/kg para a quitina,
indicando que neste pH a STX teve uma maior afinidade à quitina
(Tab.1). Os valores de K
F
encontrados indicam que concha de
ostra em pH 5,0 e para a quitina em pH 7,0 tem maior capacidade
de sítios de adsorção à STX, indicando que este parâmetro foi
afetado pelo pH da solução. Os valores de n variaram de 0,84
1,11 para ambos os adsorventes testados, revelando que a
adsorção da STX foi eficiente.
3.3. Considerações Termodinâmicas
A energia livre de Gibbs de adsorção (G
ads
relatada por
Odoemelam et al. (2009) de acordo com a Eq. 3.
G
ads
= - 2,303.R.T.logK (3)
Onde R é a constante universal dos gases e T é a
temperatura. Usando os valores de K
F
calculados pela isotermas
de Freundlich, os valores de G
ads
de adsorção para a STX
puderam serem calculados para os adsorventes testados em
ambos os pH, e são apresentados na Tab. 2.
Os valores dos G
ads
negativos indicam que a adsorção de
STX nos adsorventes foi espontânea nas condições testadas e
indicam também que o mecanismo da adsorção química é
aplicável à adsorção de STX por ambos os adsorventes. Estes
valores podem ainda ser melhorados favorecendo ainda mais a
adsorção, realizando combinações destes adsorventes com carvão
ativado, por exemplo.
4. CONCLUSÕES
Neste estudo, observou-se que a concha de ostra e quitina
demonstraram boa capacidade de remoção da STX de soluções
aquosa dentro dos limites de concentração estudados. As
características da concha de ostra e da quitina foram consistentes
com o modelo de adsorção clássico da isoterma Lin e N-Lin de
Freundlich e os valores de K
F
apresentaram diferenças
significativas entre os adsorventes testados, indicando que concha
de ostra em pH 5,0 e a quitina em pH 7,0 apresentaram maior
capacidade de adsorção da STX. Esse parâmetro possivelmente
foi afetado pelo pH do meio. Os valores dos G
ads
negativos
permitem concluir que a adsorção da STX nestes materiais é
favorável e espontânea, e estes podem ser aplicáveis como
adsorventes para a remoção de STX de soluções aquosas.
Agradecimentos: Agradecimentos ao Prof. Dr. Mauro Cesar
Marghetti Laranjeira (QUIMTECH UFSC) pelas amostras de
quitina empregadas nos ensaios de adsorção. À Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior - CAPES e a
Conselho Nacional de Pesquisa - CNPq pelo financiamento desta
pesquisa.
5. REFENCIAS
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Fig. 1: Processo cinético de adsorção da STX em quitina e de
concha. Condições: 10µM STX, 200mg de adsorvente, pH 5,0 e
25ºC.
Fig. 2: Processo cinético de adsorção da STX em quitina e de
concha. Condições: 10µM STX, 200mg de adsorvente, pH 7,0 e
25ºC.
Fig. 3: Isotermas de adsorção Lin e N-Lin (respect.) de STX em
quitina e pó de concha de ostra à 25ºC e pH 5,0.
Fig. 4: Isotermas de adsorção Lin e N-Lin (respect.) de STX em
quitina ede concha de ostra à 25ºC e pH 7,0.
Tab. 1: Parâmetros obtidos pelas isotermas de adsorção da STX nas
diferentes condições analisadas.
Ensaio
pH
Adsorv.
Modelo
linear
(X/m=K
d
.Ce)
K
d
(L/kg)
R
2
Modelo não
linear
(Log X/m =
nLog Ce +
LogK
F
)
n
K
F
(L/kg)
R
2
01
Concha
Ostra
X/m =
47,312Ce +
8,2456
47,312
0,76270
Log (X/m) =
0,949Log Ce
+1,7387
0,949
52,91
0,75626
02
5,0
Quitina
X/m =
50,168Ce +
1,0669
50,168
0,97521
Log (X/m) =
1,11115LogCe +
1,6078
1,1112
40,53
0,91766
03
Concha
Ostra
X/m =
50,649Ce -
10,874
50,649
0,99085
Log (X/m) =
1,0245LogCe
+1,6687
1,0245
46,63
0,98426
04
7,0
Quitina
X/m =
48,135Ce +
8,6811
48,135
0,98528
Log (X/m) =
0,8437LogCe
+1,8077
0,8437
64,22
0,96624
Tab. 2: Valores de G
ads
para a STX para os adsorventes testados
nos pH 5,0 e 7,0.
Ensaio
pH
Adsorvente
G
ads
(kJ/mol)
01
Concha Ostra
-9,843
02
5,0
Quitina
-9,182
03
Concha Ostra
-9,530
04
7,0
Quitina
-10,324
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