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Lídia Maria dos Santos
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS
MEDIANTE RESGATE DE FLORA E USO DE TOPSOIL NO
QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MINAS GERAIS
Belo Horizonte
UFMG/Instituto de Ciências Biológicas – ICB
2010
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Lídia Maria dos Santos
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS
MEDIANTE RESGATE DE FLORA E USO DE TOPSOIL NO
QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MINAS GERAIS
Tese apresentada ao curso de doutorado do
Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Minas Gerais como
requisito parcial à obtenção do título de
Doutor em Biologia Vegetal
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Salino
Belo Horizonte
UFMG/Instituto de Ciências Biológicas – ICB
2010
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Santos, Lídia Maria dos
Restauração de campos ferruginosos mediante resgate
de flora e uso de topsoil no Quadrilátero Ferrífero, Minas
Gerais. [manuscrito] / Lídia Maria dos Santos. – 2010.
182f. : il. ; 29,5 cm.
Orientador: Alexandre Salino.
Tese (doutorado) – Universidade Federal de Minas
Gerais, Instituto de Ciências Biológicas.
1. Mineração – Teses. 2. Revegetação – Quadrilátero
Ferrífero (MG) – Teses. 3. Degradação ambiental –
Teses. 4. Recuperação de áreas degradadas – Teses. 5.
Flora - Quadrilátero Ferrífero (MG) – Teses. 6. Vegetação
– Teses. 7. Botânica – Teses. I. Salino, Alexandre. II.
Universidade Federal de Minas Gerais. Instituto de
Ciências Biológicas. III. Título.
CDU: 581.9(815.1)
Tese defendida e aprovada, em 26 de fevereiro de 2010, pela banca
examinadora constituída pelos professores:
'rir.
Alexandre Salino - Orientador
II
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Dr. Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer
Dra. Claudia Maria Jacobi (/
Dedico este trabalho a minha neta Olívia
Tomich de Mattos, que nasceu no dia 18 de
julho de 2009, e à sua geração, na esperança
de que despertem para a necessidade de ações
adequadas para restauração do que foi
degradado no nosso planeta.
AGRADECIMENTOS
Esta tese não teria sido elaborada sem a contribuição de algumas pessoas especiais,
às quais desejo agradecer.
Meu orientador, Prof. Dr. Alexandre Salino, pela cientificidade a que me permitiu
chegar
Professores Dr. João Renato Stehmann, Dra Maria Rita Scotti Muzzi, Dr. José Pires
de Lemos Filho, Dr. Ary Teixeira de Oliveira Filho, Dra. Claudia Maria Jacobi, Dr. James
Simpson Griffith, aos quais muito devo pelas preciosas críticas e sugestões no exame de
meus projetos e trabalhos para o doutorado.
Professor Dr. Carlos Ernesto Schaefer, pelo apoio imediato e incondicional nos
estudos pedológicos.
Minha revisora implacável, Lea Nilse Mesquita.
Equipes de biólogos, geógrafos, engenheiros, estatísticos e estagiários, que
trabalharam para que logística, amostragem, taxonomia, tabelas, mapas e diagramação
acontecessem: Sérgio Tomich, Rubens Custódio, Leandro Arruda, Rubio Oliveira Morais,
Renato Gonçalves, Ana Cheib e Laura Botelho; Lin Tomich, Aquiles Araújo e Liliane
Braga; Acauã Santos de Saboya Ribeiro e Walnir Gomes Ferreira Jr; e Morena Tomich.
Equipe da Vale – Gerência de Meio Ambiente de Ferrosos Sul, mina de Alegria,
mina de Córrego do Meio e mina do Pico –, pela facilitação nas pesquisas realizadas;
Danilo Oliveira, em memória, pela obtenção do topsoil, capeamento, o “descascado da
jazida” para o experimento da mina de Alegria; Ana Flávia Rodrigues – GALFS, por
tudo...
Minha família, que sempre me apoiou no cuidar da grande família, a natureza.
Mineiração
À Lídia
Resgatar o perdido,
este o sentido
da tua profissão
de fé:
o topsoil é
matéria da intuição
qua saca do fim
o princípio
da ressurreição...
Seja assim,
assim seja,
ó amiga da natureza
reinventada na sucessão
do teu ofício
e imitada na criação
do escrito!
Dedicatória da amiga Léa Nilse Mesquita a este trabalho.
A natureza está em nossas mãos
Anônimo
RESUMO
A restauração da cobertura vegetal de formações ferríferas do Quadrilátero Ferrífero é
complexa em decorrência das características dessa vegetação, que é diversificada, rica em
endemismos e constituída por espécies de difícil propagação ex situ. Ela é exigida frente a
demandas de supressão de vegetação pela mineração, que são autorizadas mediante
condicionantes impostas pelos órgãos competentes. Entre essas condicionantes, destaca-se
a obrigatoriedade de viabilizar metodologias destinadas à restauração de vegetação nativa
nas áreas mineradas. Este trabalho apresenta resultados de pesquisas realizadas nas minas
de Alegria, Segredão e Sapecado, localizadas em Mariana, Sabará e Itabirito,
respectivamente. O objetivo de todas elas foi realizar operações de resgate de flora e testes
com uso de topsoil, precedidos de estudos florísticos para embasamento dessas operações.
Os resultados de cada pesquisa propiciaram o desenvolvimento e aprimoramento de
técnicas destinadas a possibilitar a recriação de condições para que comunidades
ecologicamente viáveis se instalem em áreas de restauração. Na mina de Alegria, unidade
em operação, as exigências ecológicas quanto ao resgate de flora puderam ser viabilizadas
e iniciou-se o percurso de testes com uso de topsoil. Como aí se verificou que todas as
espécies nascidas no topsoil eram relacionadas à flora dos Campos Ferruginosos e
estruturadoras dessas formações, concluiu-se que o experimento fora positivo. Decidiu-se
reproduzi-lo em outra unidade minerária, a mina de Segredão, de situação diversa por estar
paralizada e ter sofrido revegetação por espécies exóticas. O resultado do novo
experimento, precedido de levantamentos florísticos, revelou, no topsoil, a presença de
espécies ausentes no meio natural, com dominância de poucas, o que foi atribuído à perda
de matéria orgânica e de nutrientes, detectada na análise química do solo. Com a terceira
pesquisa, realizada na mina de Sapecado, unidade em operação em Itabirito, também
precedida de levantamentos florísticos, foram obtidos resultados semelhantes aos da mina
de Alegria, com desenvolvimento apenas de espécies presentes no meio natural e com
destribuição bastante homogênea. A análise química dos atributos do solo mostrou
praticamente todos com teores inferiores ao da mina de Segredão, sugerindo não haver
relação entre riqueza de espécies e riqueza do solo. Com esse resultado, concluiu-se pela
necessidade de novas pesquisas sobre o uso do topsoil, que já se mostrou como
instrumento crucial para o estabelecimento de condições iniciais do processo de
restauração, que, para ser bem sucedido, demanda associação de diferentes procedimentos.
Em complementação a essas pesquisas, aplicou-se um teste de similaridade das espécies da
flora registradas em oito estudos sobre Campos Ferruginosos, obtendo-se uma lista com
820 espécies.
PALAVRAS-CHAVE: mineração; cobertura vegetal; campo ferruginoso; degradação;
restauração; topsoil.
ABSTRACT
The restoration of vegetation cover in iron formations of Minas Gerais’ Quadrilátero
Ferrífero [Iron Quadrangle] is intricate due to the uniqueness of its flora. The original plant
cover is diverse and rich in endemic species which are of difficult ex situ proliferation.
Nonetheless the relocation of this plant habitat is a mandatory constraint ruled by law and set
as a necessary condition for the responsible execution of mining activities in the region. This
paper presents results of research conducted in the mines of Alegria, Segradão e Sapecado,
located in Mariana, Sabará and Itabirito respectively. The object of all these operations was
the salvaging of flora and the testing of the topsoil, preceded by a detailed study of the
floristic foundation implicated in the activity. The results of each survey have led to the
development and the improvement of techniques to enable the recreation of conditions
necessary for environmentally sustainable communities to settle in areas of restoration. In the
mine of Alegria, a unit still in operation, the ecological requirements for the salving of flora
were evaluated through extensive testing concerning the state of the topsoil. Given that all
species born in the topsoil were related to the flora of Campos Ferruginosos [Ferrugious
Fields], the result of the experiment was considered positive. The same method was then
applied to mining site at Segredão. As opposed to Alegria, which was still in operation,
Segredão is a mine site where all extraction has been paralyzed. Moreover, the former mine
was extensibily reoccupied by exotic species. The outcome of this experiment was preceded
by floristic surveys. These studies revealed in the topsoil the incidence of species which were
absent from the regional flora. Additionally, the presence of original representatives of the
region’s flora was very restricted, a fact that is attributed to the loss of organic matter and
nutrients found in the chemical analysis of the soil. A third survey, conducted in the mine of
Sapecado, a functioning unit located in Itabirito, MG, was also preceded by floristic surveys,
and the results obtained were similar to the ones of Alegria, that is to say, there was a steady
development of endemic species in a rather homogenous distribution. Chemical analysis of
soil characteristics showed practically all levels were inferior to the ones present in the soil
of the Segredão site, suggesting no relationship between species richness and richness of the
soil. This result points out to the necessity of further investigation on the use of topsoil in the
restoration of mining sites. The assessment of soil characteristics, however, proved to be a
crucial instrument for the establishment of the initial conditions of the restoration process,
which, to be successful, requires the association of different techniques and procedures.
KEY-WORDS: mining, vegetation cover, ferruginous fields, ecological degradation,
restoration, topsoil.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
CAPÍTULO I
FIGURA 1 – Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço; a sul, o Quadrilátero Ferrífero. 24
FIGURA 2 - Biomas do Brasil em Minas Gerais e área de abrangência da Mata
Atlântica. ........................................................................................................ 25
FIGURA 3 - Quadrilátero Ferrífero, observando-se Belo Horizonte (em rosa) e as
serras de formações ferríferas que compõem suas bordas (em roxo)............. 26
FIGURA 4 – Áreas requeridas para concessão de direito minerário no Quadrilátero
Ferrífero. ......................................................................................................... 31
CAPÍTULO II
FIGURA 1 – Quadrilátero Ferrífero, municípios integrantes, formações ferríferas (em
amarelo), localização da área da pesquisa. ..................................................... 43
FIGURA 2 – Áreas de estudo florístico e resgate de flora realizados na mina de Alegria:
a) Área do estudo florístico – primeiro e segundo plano ............................... 45
b) Área do resgate de flora, realizado para ampliação da cava. ..................... 45
FIGURA 3 – Mina de Alegria: área de estudo florístico, resgate de flora e uso de topsoil. ..... 46
FIGURA 4 – Indivíduos armazenados em viveiro pós resgate, aguardando plantio:
a) Oncidium gracile ........................................................................................ 50
b) Sophronits caulescen ................................................................................. 50
c) Billbergia amoena ...................................................................................... 50
d) Vriesia cf. minarum. .................................................................................. 50
FIGURA 5 - Obtenção de substrato, similar ao de origem, para produção de mudas no
viveiro. ............................................................................................................ 51
FIGURA 6 - Mudas produzidas a partir de resgate de flora em suportes biodegradáveis
usados com objetivo de evitar nova intervenção no sistema radicular no
momento do plantio:
a)
Sacos de ráfia ............................................................................................. 51
b) Caixotes de mamão reciclados. .................................................................. 51
FIGURA 7 - Suportes biodegradáveis evitando movimento de raízes no plantio:
a)
Caixotes de madeira para espécies rupícolas ............................................. 52
b) Pedaços de tronco para espécies epífitas. .................................................. 52
FIGURA 8 - Estocagem de grandes quantidades de mudas em viveiro:
a) Canteiros em estufa .................................................................................... 52
b) Canteiros ao ar livre. .................................................................................. 52
FIGURA 9 – Topsoil com seis meses de deposão. ................................................................ 57
FIGURA 10 – Vegetação do topsoil após doze meses de deposição. ................................. 57
FIGURA 11– Cobertura vegetal do topsoil após cinco anos de deposição. ....................... 57
CAPÍTULO III
FIGURA 1 - Quadrilátero Ferrífero, municípios integrantes, formações ferríferas
(em amarelo), localização da área da pesquisa. ............................................. 79
FIGURA 2 – Localização das áreas de pesquisa: estudo botânico, pedológico e uso
de topsoil. ........................................................................................................ 80
FIGURA 3 - Aspecto geral da vegetação da área da pesquisa. ........................................... 81
FIGURA 4 - Fisionomias amostradas na pesquisa no meio natural:
a) Arbórea ....................................................................................................... 82
b) Herbáceo/arbustiva .................................................................................... 82
c) Herbácea ..................................................................................................... 82
FIGURA 5 - Vista da área onde foi implantado o experimento com topsoil.
Observa-se, no entorno próximo, vegetação exótica e, ao fundo, a cidade
de Sabará. ....................................................................................................... 82
FIGURA 6 - Aspecto geral da área do experimento e das parcelas com topsoi aos 12
meses de deposição. ....................................................................................... 94
FIGURA 7 – Detalhe das parcelas com maior espessura: maior riqueza e densidade da
vegetação:
a) Sebastiania glandulosa .............................................................................. 94
b) S. glandulosa; Stachtarpheta glabra; Microtea paniculata ....................... 94
c) Borreria captata. ........................................................................................ 94
FIGURA 8 - Número de Indivíduos e Altura Média das áreas amostradas ..................... 100
FIGURA 9 - Área Basal (colunas) e Diâmetro Médio (linhas pontilhadas) das áreas
amostradas .................................................................................................... 102
FIGURA 10 - Diagramas de ordenação das 30 espécies de plantas, com 10 ou mais
indivíduos na amostra, nos dois primeiros eixos de ordenação produzidos
pela Análise de Correspondência Canônica (CCA) nos ambientes de Campo
Rupestre Ferruginoso (ambiente natural) e na área recuperada após 12
meses com deposição de topsoil (mina de Segredão, Sabará, MG). ............ 107
FIGURA 11 - Diagramas de ordenação das 30 parcelas da amostra, nos dois primeiros
eixos de ordenação produzidos pela Análise de Correspondência Canônica
(CCA) nos ambientes de Campo Rupestre Ferruginoso (ambiente natural)
e na área recuperada após 12 meses com deposição de topsoil. Os números
das parcelas precedidos pela letra A se referem às parcelas da amostra no
Campo Rupestre Ferruginoso e as antecedidas pela letra B dizem respeito
à área recuperada após 12 meses com deposição de topsoil. ........................... 109
CAPÍTULO IV
FIGURA 1 - Quadrilátero Ferrífero, municípios integrantes, formações ferríferas
(em amarelo), localização da área da pesquisa. ........................................... 125
FIGURA 2 – Localização das áreas de pesquisa: estudo botânico, pedológico e
uso de topsoil. ................................................................................................ 126
FIGURA 3 – Área da pesquisa mostrando a área do experimento: ao fundo, a mina de
Sapecado, onde se deram os estudos botânicos, o resgate de flora e a
remoção do topsoil; em primeiro plano, a pilha de Cata Branca, onde
as mudas de resgate foram introduzidas e foi testado o topsoil. .................. 129
FIGURA 4 – Área de estudo na mina de Sapecado: vegetação arbustiva das cangas
nodulares. ..................................................................................................... 131
FIGURA 5 – Parcela da amostragem fitossociológica: vegetação herbácea característica
da canga couraçada. ...................................................................................... 132
FIGURA 6 – Vista geral da área do experimento da pilha Cata Branca com as três
parcelas de topsoil recém-formadas, em fevereiro de 2008. ........................ 135
FIGURA 7 – Detalhe de cada uma das parcelas de topsoil vegetadas após 12 meses de
sua formação, apresentando o mesmo padrão de cobertura vegetal com
destaque para Mimosa calodendron, Symphyopappus brasiliensis,
Lychnophora pinaster, Stachytarpheta glabra. ............................................ 136
GRÁFICO 1 - Número de indivíduos nas áreas das minas de Sapecado e Segredão:
meio natural e topsoil ............................................................................................ 140
GRÁFICO 2 - Número de espécies nas áreas das minas de Sapecado e Segredão:
meio natural e topsoil ............................................................................................ 140
GRÁFICO 3 - Densidade absoluta nas áreas das minas de Sapecado e Segredão:
meio natural e topsoil .............................................................................. 140
GFICO 4 - Dominância absoluta nas áreas das minas de Sapecado e Segredão:
meio natural e topsoil ........................................................................................... 140
CAPÍTULO V
FIGURA 1Localização geográfica das oito áreas comparadas (ver TAB.1) no
Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. .......................................................... 159
GRÁFICO 1 - Riqueza das famílias mais representativas nos Campos Ferruginosos
do Quadrilátero Ferrífero. ............................................................................ 162
FIGURA 2 - Diagrama de dispersão entre o coeficiente de similaridade de Jaccard e a
distância em linha reta (Km) entre as áreas comparadas. ............................ 166
FIGURA 3 - Diagrama de dispersão entre o coeficiente de similaridade de Jaccard e a
distância em linha reta (Km) entre as áreas comparadas. ............................ 166
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO II
1. Relação de famílias e espécies da flora e respectivos hábitos - herbáceo, arbustivo e
arbóreo -, presentes na parcela de topsoil, Alegria, março/2008. ................................... 53
2. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em topsoil 4 anos após sua
redeposição, mina de Alegria, Mariana, MG. ................................................................. 56
CAPÍTULO III
1. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em Campo Rupestre sobre
formação ferrífera (meio natural), mina do Segredão, Sabará, MG. .............................. 89
2. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas com cinco meses nas parcelas
com deposição de topsoil, mina do Segredão, Sabará, MG. ........................................... 91
3. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas com 12 meses nas parcelas
com deposição de topsoil, mina do Segredão, Sabará, MG. ........................................... 93
4. Lista de espécies presentes nas parcelas amostrais, suas respectivas famílias e
ocorrência nas três amostragens realizadas para estudo fitossociológico, mina
do Segredão, Sabará, MG. .............................................................................................. 95
5. Alguns parâmetros florísticos e fitossociológicos do Campo Ferruginoso (meio
natural) e das áreas recuperadas após 5 meses e 12 meses com deposição de
topsoil, mina do Segredão, Sabará, MG. ....................................................................... 98
6. Parâmetros fitossociológicos do Campo Rupestre Ferruginoso (Natural) e das áreas
recuperadas após 5 meses e 12 meses com deposição de topsoil, mina do
Segredão, Sabará, MG. ................................................................................................. 101
7. Parâmetros florísticos e fitossociológicos do Campo Ferruginoso (meio natural)
e das áreas recuperadas após 5 meses e 12 meses com deposição de topsoil,
obtido a partir da contagem dos indivíduos das parcelas independente do
critério de inclusão de DAS mínimo, mina do Segredão, Sabará, MG. ....................... 102
8. Atributos (variáveis) químicos dos solos amostrados no Campo Ferruginoso (CRF)
e na área recuperada após 12 meses com deposição de topsoil (TS), mina do
Segredão, Sabará, MG. ................................................................................................. 104
9. Lista das abreviações das 30 espécies herbáceo-arbustivas, em ordem alfabética, que
foram utilizadas na Análise de Correspondência Canônica para confecção da matriz
de vegetação e seus respectivos escores nos Eixos 1 e 2, mina do Segredão, Sabará,
MG. ............................................................................................................................... 105
10. Resumo estatístico da Análise de Correspondência Canônica (CCA) da densidade
absoluta de 30 espécies herbáceo-arbustivas com 10 ou mais indivíduos amostrados
em Campo Rupestre Ferruginoso (ambiente natural) e na área recuperada após 12
meses com deposição de topsoil, mina do Segredão, Sabará, MG. .............................. 106
CAPÍTULO IV
1. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em Campo Ferruginoso
(meio natural), mina de Sapecado, Itabirito, MG. ........................................................ 133
2. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas no topsoil aos 12 meses,
mina de Sapecado, Itabirito, MG. ................................................................................. 136
3. Lista das espécies e suas respectivas famílias e ocorrência nas duas áreas de estudo
fitossociológico, mina de Sapecado, Itabirito, MG, meio natural (Campo
Ferruginoso); Topsoil = após 12 meses de deposição. ................................................. 137
4. Parâmetros fitossociológicos e de riqueza de espécies e famílias entre as amostragens
do meio natural (CF) e topsoil (TS), mina de Sapecado, Itabirito, Minas Gerais
e mina de Segredão, Sabará, Minas Gerais. .................................................................. 139
5. Atributos (variáveis) químicos médios dos solos amostrados nas parcelas de topsoil
aos 12 meses na mina de Segredão, Sabará, Minas Gerais e na mina de Sapecado,
Itabirito, Minas Gerais. ................................................................................................. 141
CAPÍTULO V
1. Relação das oito áreas de Campos Rupestres Ferruginosos localizadas no Quadrilátero
Ferrífero de Minas Gerais consideradas nas análises de similaridade florística. São
informados: o nome da localidade, o município, o código de identificação de cada
área, o número de espécies, as coordenadas geográficas, a altitude e as referências
dos levantamentos florísticos compilados. ................................................................... 160
2. Coeficientes binários de similaridade entre as oito áreas de Campo Rupestre
Ferruginoso estudadas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, a partir da matriz
contendo todas as espécies amostradas. ........................................................................ 165
3. Coeficientes binários de similaridade entre as oito áreas de Campo Rupestre
Ferruginoso estudadas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, a partir da matriz
contendo espécies registradas em pelo menos duas das oito localidades. .................... 165
4. Distância em linha reta (km) entre as oito áreas de Campo Rupestre Ferruginoso
estudadas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. ................................................. 165
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 17
CAPÍTULO I
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS NO QUADRILÁTERO
FERRÍFERO: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................ 21
1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 34
CAPÍTULO II
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS DO QUADRILÁTERO
FERRÍFERO: FLORÍSTICA, RESGATE DE FLORA E USO DE TOPSOIL NA
MINA DE ALEGRIA, MARIANA, MINAS GERAIS, BRASIL.................................. 38
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 39
2 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 43
2.1 ---- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................ 43
2.2 ---- FLORÍSTICA ....................................................................................................... 45
2.3 ---- RESGATE DE FLORA ........................................................................................ 46
2.4 ---- USO DE TOPSOIL ............................................................................................... 47
3 RESULTADOS ........................................................................................................... 48
3.1 ---- FLORÍSTICA ....................................................................................................... 48
3.2 ---- RESGATE DE FLORA ........................................................................................ 49
3.3 ---- USO DO TOPSOIL ............................................................................................... 52
3.3.1 FITOSSOCIOLOGIA DO TOPSOIL ............................................................ 55
4 DISCUSSÃO ............................................................................................................... 58
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 63
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÄFICAS .................................................................... 65
ANEXO A
LISTA DAS ESPÉCIES DE PLANTAS VASCULARES INVENTARIADAS NOS
CAMPOS FERRUGINOSOS NA MINA DE ALEGRIA, MARIANA, MINAS
GERAIS. .......................................................................................................................... 69
CAPÍTULO III
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS DO QUADRILÁTERO
FERRÍFERO: FLORÍSTICA, FITOSSOCIOLOGIA E USO DE TOPSOIL NA
MINA DO SEGREDÃO, SABARÁ, MINAS GERAIS, BRASIL ................................. 75
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 76
2 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 79
2.1 ---- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................ 79
2.2 --- FLORÍSTICA ....................................................................................................... 80
2.3 ---- ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA DO MEIO NATURAL .......................... 83
2.4 ---- LEVANTAMENTO DAS VARIÁVEIS PEDOLÓGICAS ................................. 84
2.5 ---- ANÁLISE DE CORRESPONDÊNCIA CANÔNICA (CCA) ............................. 85
2.6 ---- USO DE TOPSOIL ............................................................................................... 85
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 86
3.1 ---- FLORÍSTICA DO MEIO NATURAL ................................................................. 86
3.2 ---- FITOSSOCIOLOGIA DAS PARCELAS DO MEIO NATURAL ...................... 88
3.3 FITOSSOCIOLOGIA DAS PLANTAS ESTABELECIDAS NAS PARCELAS
DE TOPSOIL ......................................................................................................... 90
3.3.1 TOPSOIL AOS CINCO MESES ................................................................... 90
3.3.2 TOPSOIL AOS 12 MESES ........................................................................... 92
3.4 ANÁLISE COMPARADA ENTRE PARÂMETROS BOTÂNICOS DO MEIO
NATURAL E DAS PARCELAS DE TOPSOIL AOS CINCO E DOZE MESES 94
3.5 ---- ESTRUTURA E DIVERSIDADE DAS COMUNIDADES ................................ 98
3.5.1 RIQUEZA E DIVERSIDADE ............................................................................ 99
3.5.2 DENSIDADE ...................................................................................................... 99
3.6 ATRIBUTOS PEDOLÓGICOS COMO FATOR DE DIFERENCIAÇÃO DAS
COMUNIDADES ............................................................................................... 103
3.7 ---- DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES .................................................................... 104
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 111
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 113
ANEXO A
LISTA DAS ESPÉCIES DE PLANTAS VASCULARES INVENTARIADAS NOS
CAMPOS RUPESTRES SOBRE FORMAÇÕES FERRÍFERAS, NA MINA DE
SEGREDÃO, SABARÁ, MINAS GERAIS. ................................................................. 117
CAPÍTULO IV
RESTAURAÇÃO DE COBERTURA VEGETAL DE CAMPOS FERRUGINOSOS
DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO: FLORÍSTICA, FITOSSOCIOLOGIA E USO
DE TOPSOIL NA MINA DO SAPECADO, ITABIRITO, MINAS GERAIS ............ 121
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 122
2 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 125
2.1 ---- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................. 125
2.2 ---- FLORÍSTICA ..................................................................................................... 127
2.3 ---- ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA .............................................................. 128
2.4 ---- USO DE TOPSOIL PARA RESTAURAÇÃO ................................................... 128
2.5 ---- LEVANTAMENTO DAS VARIÁVEIS PEDOLÓGICAS ............................... 129
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 130
3.1 ---- FLORÍSTICA ..................................................................................................... 130
3.2 ---- FITOSSOCIOLOGIA ......................................................................................... 131
3.3 ---- FITOSSOCIOLOGIA DAS PARCELAS COM TOPSOIL ............................... 134
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 143
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 145
ANEXO A
LISTA DAS ESPÉCIES DE PLANTAS VASCULARES INVENTARIADAS NOS
CAMPOS RUPESTRES SOBRE FORMAÇÕES FERRÍFERAS, NA MINA DO
SAPECADO, ITABIRITO, MINAS GERAIS. ............................................................. 149
CAPÍTULO V
SIMILARIDADE FLORÍSTICA ENTRE OITO ÁREAS DE CAMPOS
FERRUGINOSOS DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG, COMO SUBSIDIO À
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS .................................................. 155
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 156
2 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 157
2.1 ---- ÁREAS DE ESTUDO ........................................................................................ 157
2.2 ---- AMOSTRAGEM ................................................................................................ 158
2.3 ---- ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................... 159
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 161
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 167
ANEXO A
LISTA DA FLORA INVENTARIADA NOS LEVATAMENTOS FLORÍSTICOS EM
CAMPOS RUPESTRES FERRUGINOSOS DO QUANDRILÁTERO FERRÍFERO,
MINAS GERAIS, BRASIL. .......................................................................................... 169
17
APRESENTAÇÃO
As pesquisas apresentadas neste trabalho têm uma unidade temática: os Campos
Ferruginosos afetados pela atividade minerária, cuja questão engloba a necessidade de serem
restaurados. Elas resultam de sete anos de trabalhos realizados em unidades da Vale com o
objetivo de buscar metodologias mais adequadas à viabilização de operações que favoreçam o
cumprimento da obrigação legal das empresas de recuperarem suas áreas mineradas.
Para melhor entendimento das proposições e operações aqui mostradas, é
necessária uma breve explicação sobre o processo que as gerou. A empresa concessionária
do complexo minerário, em cuja área se realizaram as pesquisas aqui relatadas, havia
requerido ampliação de cava de uma mina em Mariana. Como condicionante da licença, o
órgão ambiental exigiu, em 2001, resgate de flora e uso de topsoil para testar metodologias
empregadas na restauração do ecossistema interferido pelo empreendimento. Em
atendimento a essa condicionante, em 2002, deu-se início a esta investigação.
O resgate de flora, feito em uma área de avanço de cava da mina de Fábrica Nova,
integrante do Complexo de Mariana, implicou em plantio direto e produção de mudas em
viveiro. Os resultados do plantio direto não mostraram problemas imediatos. Depois de um
ano, porém, constatou-se perda de metade dos indivíduos introduzidos. O resultado do
plantio dos indivíduos resgatados em viveiro, ao contrário, foi muito bom, ocorrendo
perdas em índices aceitáveis, de 10% das mudas produzidas. A comparação dos resultados
obtidos com o plantio direto e com as mudas em viveiro, considerando-se a raridade das
espécies resgatadas, levou à decisão de enviveiramento e cultivo para posterior introdução,
como garantia de sucesso do resgate da flora.
Ao mesmo tempo, observou-se a importância do substrato e da reconstrução do
ambiente para que as plantas respondessem melhor ao plantio em áreas mineradas. Nesse
sentido, o uso do topsoil apareceu como alternativa indicada. O topsoil é o material
resultante do decapeamento da camada superficial do solo. Nesse material, encontram-se
os elementos físicos, químicos e biológicos que são importantes na ciclagem de nutrientes,
reestruturação e fertilização do solo. Em áreas mineradas, mediante sua remoção e
recolocação, obtém-se o substrato adequado que possibilita a formação de cobertura
vegetal para abrigar as plantas resgatadas e introduzidas.
Nesse ponto, montou-se um experimento com topsoil para observar o desempenho
18
do material em relação à vegetação que aí nasceria. A hipótese que sustentava tal
experimento partia do pressuposto de que a expressiva perda de mudas ocorrida no plantio
direto se dera, também, por falta de solo adequado, similar ao original, de onde os
indivíduos tinham sido resgatados.
No experimento montado com uso de topsoil, fez-se uso do material retirado de
Campo Ferruginoso e de Floresta Estacional Semidecidual, lado a lado, disposto em área
cercada, em condições naturais, sem irrigação, adubação ou qualquer intervenção humana.
O experimento foi bem-sucedido: na parcela com topsoil de floresta, desenvolveram-se
espécies florestais; sobre o topsoil de formação ferrífera, cresceram espécies de Campos
Ferruginosos.
Esses resultados positivos estimularam a realização de novas pesquisas com o
objetivo de testar as hipóteses levantadas. Para que seu desenvolvimento tivesse uma
orientação em bases cientificas mais seguras, em 2004, elaborou-se um projeto que foi
submetido ao concurso para doutoramento no Departamento de Biologia Vegetal da
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Tendo sido aprovado, passou por
sucessivas modificações ao longo da realização das pesquisas. Sua última elaboração foi
apresentada ao exame da banca formada por autoridades nas ciências que deram
embasamento a este trabalho. O relato aqui apresentado muito lhes deve.
Aqui cabe explicar que, inicialmente, o projeto de tese foi elaborado para que toda a
pesquisa fosse aplicada e realizada na mina de Alegria, onde o trabalho fora demandado
por condicionante de licença ambiental. Nessa pesquisa, previa-se abranger um hectare da
área licenciada para realizar florística, fitossociologia, resgate de plantas, remoção de
topsoil e uso do material removido para restaurar Campo Ferruginoso em área minerada.
Mediante tais procedimentos, seriam obtidas respostas sobre número de mudas resgatadas,
volume de topsoil removido e a dimensão da área a ter cobertura vegetal restaurada a partir
deles, cujos resultados seriam comparados com os estudos botânicos feitos antes da
intervenção.
No entanto, problemas operacionais na mina retardaram o início do experimento
nas condições mencionadas, o que obrigou a busca de outra área para execução do
experimento. Essa possibilidade foi efetivada, primeiramente, na mina de Segredão, em
Sabará, em poligonal de direito minerário não explotada e, portanto, sem licença ambiental,
o que limitou a intervenção ao uso de apenas 150m
2
para o experimento. Quando este já
estava montado, uma nova oportunidade surgiu, em área operacional e licenciada da mina
19
do Pico, em Itabirito. Para que se pudesse comparar resultados dos dois experimentos, na
mina do Pico trabalhou-se também com os mesmos 150m
2
.
Em suma, os obstáculos encontrados na mina de Alegria para realização de um
experimento de maior porte, 1ha, acabaram por permitir a realização de pesquisa mais
abrangente em diferentes locais do Quadrilátero Ferrífero. Dessas pesquisas resultaram
dados distintos frente à aplicação do mesmo método, o que possibilitou a ampliação do
conhecimento sobre a florística, fitossociologia, resgate de flora e uso do topsoil.
Os resultados das investigações realizadas nesses diferentes locais estão aqui
relatados. Com sua apresentação, análise e conclusões propiciadas, pretende-se contribuir
para o preenchimento de uma lacuna de conhecimento referente à restauração de Campos
Ferruginosos afetados pela atividade nas cavas da mineração de ferro, localizadas no
Quadrilátero Ferrífero, muitas delas instaladas há mais de 60 anos.
Outra ressalva torna-se necessária. Considerando-se a amplitude das questões
abordadas quando se trata de restauração de áreas severamente alteradas, caso da
mineração, é preciso assinalar que, neste trabalho, essa amplitude aparece bastante
delimitada. Conforme já mencionado, as pesquisas foram desenvolvidas em atendimento a
condicionantes de licenciamento ambiental que demandavam da Vale a realização de
operações de resgate de flora e teste com uso de topsoil. No caso do resgate de flora,
exigia-se salvamento somente das espécies raras e ameaçadas. Como na continuidade das
operações percebeu-se que outras espécies também eram importantes, principalmente para
formar ambientes favoráveis à sobrevivência das plantas cujo resgate era solicitado,
acrescentou-se o salvamento daquelas que propiciassem tal objetivo – caso das Asteraceae,
Ciperaceae e Poaceae, entre outras. Nos trabalhos realizados na Vale, essas espécies
passaram a ser denominadas “espécies de interesse” em função do seu papel estruturador
de condições para o estabelecimento da cobertura vegetal desejada.
É preciso ter bem clara essa delimitação das pesquisas para não se esperar delas um
tratamento amplo e exaustivo da questão da restauração a que não se propõem. Aqui estão
relatados os trabalhos realizados com o objetivo de viabilizar o desenvolvimento de
metodologias destinadas a restaurar a partir do salvamento de indivíduos e espécies
considerados de maior importância no ecossistema afetado pela atividade da Vale em suas
minas, bem como aproveitar o topsoil disponibilizado nas frentes de lavra. À época dessa
solicitação, essas metodologias eram quase desconhecidas em Minas Gerais e, até hoje,
praticamente não se encontram incorporadas às práticas das minas do Quadrilátero Ferrífero.
20
São os resultados desse trabalho com limites bem demarcados que agora vêm a
público depois de examinados por uma banca formada por autoridades do assunto aqui
tratado.
As pesquisas foram desenvolvidas em três unidades da Vale, minas de
Alegria, Segredão e do Sapecado, localizadas em pontos diferentes do Quadrilátero
Ferrífero, respectivamente, em Mariana, Sabará e Itabirito. Os dados aí levantados,
a que se associa o embasamento teórico encontrado em publicações que tratam de
assuntos similares aos aqui desenvolvidos, foram organizados em capítulos,
redigidos em forma de artigo.
O primeiro capítulo apresenta uma breve contextualização do tema tratado. Aí,
descrevem-se a distribuição espacial da serra do Espinhaço e do Quadrilátero Ferrífero em
Minas Gerais, os marcos legais incidentes sobre a região estudada no que tange à ecologia,
bem como a descrição dos elementos dos meios físico e biológico. A situação da área
minerada e os conceitos que fundamentam sua restauração são outros assuntos
desenvolvidos neste capítulo.
O segundo capítulo apresenta os resultados da pesquisa na mina de Alegria, onde
foi realizado estudo que englobou resgate de flora, teste com uso de topsoil, levantamento
florístico e fitossociológico, a fim de avaliar o uso conjunto de procedimentos necessários
à restauração de Campos Ferruginosos.
O terceiro capítulo traz os resultados obtidos na mina do Segredão, onde se realizou
estudo florístico, fitossociológico e pedológico do meio natural ocupado por Campo
Ferruginoso, que foi comparado aos resultados do teste com o uso do topsoil nas parcelas
aos cinco e 12 meses. Os dados foram analisados à luz da estatística e de correlações
múltiplas, mediante teste de correlação canônica - CCA.
O quarto capítulo mostra a pesquisa realizada na mina de Sapecado, onde se fez
levantamento florístico e fitossociológico do meio natural, associado a novos testes com o
uso do topsoil, cujos resultados foram comparados com os da mina de Segredão.
O quinto capítulo compila os levantamentos florísticos realizados neste trabalho
com os de listas de espécies apresentadas em cinco estudos desenvolvidos em áreas do
Quadrilátero Ferrífero. Mediante aplicação de teste de similaridade das espécies registradas
nesses oito estudos, obtém-se uma lista de 820 espécies, que finaliza os estudos.
CAPÍTULO I
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS NO QUADRILÁTERO
FERRÍFERO: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO
22
As empresas mineradoras, por determinação constitucional (BRASIL, 1988),
devem recuperar suas áreas degradadas mediante atividades incorporadas às operações de
mina. Essa determinação, seguida de outras imposições legais decretadas a partir do final
da década de 1980, tornou obrigatória, no âmbito das empresas, a elaboração e execução
de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) e Planos Técnicos de
Recomposição da Flora (PTRF), entre outros documentos integrantes dos licenciamentos
ambientais para atividades que afetam vegetação nativa.
A obrigatoriedade da elaboração desses planos faz com que as empresas passem a
contratar projetos em cumprimento a esse requisito legal. Assim, abre-se um ciclo de
desenvolvimento de metodologias para a recuperação de áreas mineradas.
Com esse objetivo, para aquelas áreas anteriormente ocupadas por vegetação de
formação ferrífera, primeiramente, são concebidas metodologias, ainda hoje empregadas, que
utilizam misturas de espécies agronômicas exóticas, com sementes comercializadas no mercado,
sem relação com a flora endêmica cuja proteção se exige. Tais espécies são vistas por diversos
especialistas como contaminantes biológicos, por se proliferarem demasiadamente, prejudicando
as espécies nativas, impedindo o seu desenvolvimento, o que leva instituições ecológicas a
condená-las (ESPINDOLA et al., 2004). Além disso, comprovadamente, perdem vigor a médio
e longo prazo, permitindo o desenvolvimento de processos erosivos (BECHARA et al., 2005).
Em sentido inverso, publicam-se trabalhos com propostas de adoção de
procedimentos que põem em relevo as espécies autóctones da área a ser recuperada e as
exigências ecológicas para sua restauração (BARTH, 1989; WILLIAMS et al., 1990; TOY
et al., 2001; SÁNCHEZ, 2001; SANTOS e NETO, 2006; SILVA, 2006; GRIFFITH, 2007;
SÁNCHEZ, 2007). No entanto, tais propostas ainda não são observadas como implantadas
na prática das minas do Quadrilátero Ferrífero.
Nessa região montanhosa, localizada no centro-sul de Minas Gerais, considerada
uma das mais importantes províncias minerais do mundo (SPIER et al., 2003), abrigam-se
reservas de ferro de alta qualidade, que constituem 60% das reservas brasileiras deste
minério (DNPM, 2008).
O Quadrilátero Ferrífero está englobado na área delimitada para a Reserva da
Biosfera do Espinhaço, criada com o objetivo de priorizar a conservação da biodiversidade,
o desenvolvimento sustentável e a obtenção de conhecimentos científicos. Todo ele é
praticamente indicado como “Área Prioritária para Conservação da Flora e da Fauna”
(DRUMMOND et al., 2005). Esses fatos influenciam a decisão do Estado quanto à
23
concessão de licenciamento ambiental, hoje normatizado pelo Zoneamento Ecológico
Econômico, estabelecido pelo Decreto 4.297/02 (BRASIL, 2002). Trata-se, pois, de região
de extrema importância ecológica, devida à variedade litológica aí encontrada e que abriga
diferentes ecossistemas próximos uns dos outros.
O Quadrilátero Ferrífero é uma “ilha” formada por camadas dobradas e
metamorfizadas, depositadas a sul da serra do Espinhaço, sobre um mar de rochas granito-
gnáissicas, onde, após epirogênesis e erosão, restaram apenas as raízes das grandes
estruturas (DORR, 1969). Barbosa e Rodrigues (1967) as descrevem como um bloco de
idade pré-cambriana, elevadas em seus quatro lados por erosão diferencial. Quartzitos e
itabiritos formam aí um conjunto de cristas em altitudes de 1.300/1.400m sobre litologias
de complexos granitóides e metassedimentares de mais fácil erosão, que cercam o conjunto
em todas as direções.
Sobre esse enorme depósito de rochas, preciosas para o rumo que o
desenvolvimento do homem tomou, formaram-se ambientes inusitados e variados, com
Florestas Estacionais ao longo dos vales e encostas, Matas de Candeia e Campos Rupestres
em encostas e cristas, que abrigam fauna também variada e diversificada, capaz de
sobreviver em ambientes tão diversos.
A FIG. 1 mostra, na parte central, a região da serra do Espinhaço e do Quadrilátero
Ferrífero, de direção norte-sul, abrangida pela Reserva da Biosfera do Espinhaço. Podem-
se observar, nas cores da imagem, os ecossistemas que têm seus limites mais esverdeados,
a Leste, onde o domínio é de Mata Atlântica, do que a Oeste e Norte, onde os domínios
são, respectivamente, de Cerrado e de Caatinga.
24
FIGURA 1 – Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço; a sul, o Quadrilátero Ferrífero.
FONTE: Bioma Meio Ambiente (2010); imagem de satélite: Cbers (2009).
No que se refere à vegetação dessa região, em decorrência da exploração intensiva
de minérios que aí ocorre, evidenciam-se as seguintes situações:
1) a extração do minério de ferro - cava - atinge diretamente ecossistemas de
Campo Ferruginoso, protegidos por legislação federal e estadual por serem de
ocorrência restrita às cristas serranas, classificadas como Área de Preservação
Permanente - APP, onde a cobertura vegetal é imune de corte, segundo a Lei
4771/65 (BRASIL, 1965);
2) a mineração, incluindo a disposição de estéril e rejeitos, atinge ecossistemas de
Mata Atlântica/Estacional Semidecidual (VELOSO, 1991) ou Pluviais Ripárias
(RIZZINI, 1979), protegidos por Lei Federal - Lei 11.428/06 - que tem por objeto o
bioma mais ameaçado do Brasil, a Mata Atlântica (BRASIL, 2006).
Essas situações têm gerado acirramento de exigências por parte do Estado quanto à
concessão de licenças de intervenção sobre vegetação nativa e a demandas cada vez
25
maiores por parte das empresas para realização de reflorestamentos e restauração de
campos e demais formações de interesse conservacionista. Em dezembro de 2008, o
DECRETO 6660 (BRASIL, 2008), que regulamentou a Lei da Mata Atlântica (BRASIL,
2006), veio a proibir intervenções até mesmo sobre a vegetação secundária associada ao
bioma, o que inclui os Campos Ferruginosos, de acordo com a Lei. Para que a intervenção
ocorra, em caso de atividades de utilidade pública que não apresentem alternativa
locacional, caso das minerações, a Lei determina a necessidade de restauração da cobertura
vegetal afetada, em área equivalente, na mesma bacia hidrográfica.
O mapa do bioma da Mata Atlântica (IBGE, 2006), apresentado na FIG. 2, mostra a
inserção do Quadrilátero Ferrífero em relação à área definida na Lei. Notar que o limite
legal estabelecido abrange o Quadrilátero Ferrífero na sua totalidade.
FIGURA 2 - Biomas do Brasil em Minas Gerais e área de abrangência da Mata Atlântica.
FONTE: Bioma Meio Ambiente (2010); dados cartográficos: IBGE (2006).
Observe-se que já o Código Florestal (BRASIL, 1965) proibia intervenção em
vegetação existente nas Áreas de Preservação Permanente (APP), entre as quais se incluem
as cristas serranas ocupadas pelos Campos Ferruginosos, nascentes e margens de cursos
hídricos. Igualmente, para atividades consideradas como de utilidade pública, sem
26
alternativa locacional, exigia a recomposição da flora nos casos em que esta sofresse
intervenção.
O Quadrilátero Ferrífero apresenta limites bem definidos por serras ferruginosas
que marcam seus quatro lados ou bordas: a norte, o alinhamento da serra do Curral, de
direção geral noroeste/nordeste; a sul, a serra do Ouro Branco; a oeste, a serra da Moeda; a
leste, o conjunto formado pelas serras do Caraça e de Ouro Preto e o início da serra do
Espinhaço. No seu interior existe a serra do Gandarela. Suas quatro bordas apresentam
características geológicas, estruturais e topográficas semelhantes, com espessa camada de
canga ferruginosa que reveste os topos.
A FIG. 3 mostra imagem de satélite do Quadrilátero Ferrífero, observando-se, a
norte, as cidades de Belo Horizonte, Betim e Contagem e as serras que formam suas
“bordas”: serra do Curral, Moeda, Ouro Branco e Ouro Preto. No centro, vê-se o
alinhamento do rio das Velhas, importante tributário do rio São Francisco; a oeste, a área
de drenagem do rio Paraopeba; e a leste, as cabeceiras do rio Doce. As sedes municipais
são também marcadas no mapa, assim como a rede de acessos rodoviários.
FIGURA 3 - Quadrilátero Ferrífero, observando-se Belo Horizonte (em rosa) e as serras
de formações ferríferas que compõem suas bordas (em roxo).
FONTE: Bioma Meio Ambiente (2010); dados de municípios: GEOMINAS (1996;
1998); geologia: CPRM (2003).
27
A formação do Quadrilátero Ferrífero data do Arqueano (2,7 bilhões de anos),
quando se constituiu o Supergrupo Rio das Velhas, onde se encontram as jazidas de ouro
concentradas no pacote de rochas do Grupo Nova Lima, intensamente exploradas desde o
período colonial (SCLIAR, 1992). Nesse domínio geológico, observa-se a colonização por
vegetação de Mata Atlântica nos vales e, nas encostas e topos, por Cerrado e suas
variações, Campo Cerrado e Cerrado. No Proterozóico (2,5 a 1,8 bilhões de anos),
depositaram-se as rochas sedimentares do Supergrupo Minas (presentes nas serras que
compõem suas bordas), com suas reservas de ouro e urânio contidas nas rochas do Grupo
Caraça, e de itabiritos e dolomitos do Grupo Itabira, onde ocorrem os Campos
Ferruginosos e associações com Mata de Candeia e Mata Atlântica. Mais recentemente, no
Cenozóico, apareceram os depósitos sedimentares e, no Quaternário, os depósitos
superficiais, contendo saprolitos, lateritas, cangas, alúvios, colúvios, elúvios ocupados por
florestas, Cerrados e Campos Rupestres e Limpos, dependendo da localização na área
(SANTOS, 2001).
Alternam-se, na superfície, afloramentos de quartzitos e itabiritos. Estes
proporcionam uma surpreendente variação da paisagem, ora com cristas e escarpas rugosas
típicas dos primeiros, ocupadas por plantas de ambientes rupestres, ora com montanhas
arredondadas e superfície uniforme, forradas por plantas herbáceas e arbustivas mais
homogêneas que formam um tapete contínuo.
O termo Campo Rupestre foi usado por Magalhães (1966) para designar a cobertura
vegetal que ocorre sobre os afloramentos rochosos da serra do Espinhaço e Quadrilátero
Ferrífero. A flora do Espinhaço foi estudada, entre outros, por Giulieti et al. (1987) e
Harley (1995). Outros pesquisadores realizaram estudos sobre Campos Rupestres: Vincent
(2004) contribuiu enormemente para o avanço do conhecimento sobre florística, estrutura
de fitofisionomias distintas em litologias de formações ferríferas e quartzíticas e as
relações solo-planta, a partir de pesquisas na serra do Rola Moça; Viana e Lombardi
(2007) mostraram as diferenças florísticas a partir de amostragens levantadas em tipos
diferentes de canga na serra da Calçada, onde coletaram e identificaram as espécies
predominantes em cada uma dessas formações. Mourão e Stehmann (2007), Mendonça et
al. (2007), Jacobi et al. (2007) e Jacobi et al. (2008) ampliaram as pesquisas botânicas e
ecológicas, revelando comunidades de alta diversidade florística.
Esses estudos permitem reconhecer a importância da vegetação existente nas cristas
serranas ferruginosas, principalmente nas cotas altimétricas superiores a 900m. Essa
28
vegetação é dotada de características bastante distintas, entre as quais podem ser
ressaltadas: o endemismo de parte de sua flora, resultante da colonização de substratos
ricos em metais, o ferro especialmente, que indica a estreita relação entre solo e planta; a
diversidade florística, com mais de 1000 espécies inventariadas, sistematicamente, em
fitofisionomias distintas – campestres, arbustivas e arbóreas, com espécies raras, muitas
enquadradas nas diversas categorias de ameaça; os mecanismos de sobrevivência de suas
espécies, que incluem adaptações anatômicas, morfológicas e fisiológicas, desenvolvidos
em virtude dos ambientes a que essas espécies estão sujeitas, com elevadas amplitudes
térmicas e hídricas diárias e anuais; o crescimento lento de muitas de suas espécies.
Os solos assumem grande importância na relação dessas plantas com o ambiente. É
marcante na região a influência das condições litológicas e estruturais sobre a evolução do
relevo e também sobre a distribuição e características dos solos. Estes, sobre as formações
ferríferas, em geral são rasos, ácidos, de baixa fertilidade, com baixa capacidade de
retenção de água e com alta concentração de ferro oxidado (SCHAEFER et al., 2008;
CARVALHO FILHO, 2008). De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos (EMBRAPA, 2006), eles se enquadram nas classes dos Cambissolos, Neossolos
Litólicos e Plintossolos Pétricos.
A cobertura vegetal estruturada sobre essas formações ferríferas, que ocupam
100km
2
, está ameaçada não apenas porque é afetada pelas minerações. A urbanização, que
invade cada vez mais suas áreas (condomínios e loteamentos legais e clandestinos), com as
consequentes construções das estradas que as atravessam, assim como o fogo e a coleta
predatória de plantas para a comercialização são fatores que também contribuem para a
perda e até extinção de espécies, o que dificulta a conservação dessas formações.
Raramente um Campo Ferruginoso é encontrado na sua forma íntegra em áreas
abertas. Mas, graças à natureza rochosa e às condições topográficas e edáficas da região, aí
ainda se encontram ecossistemas naturais preservados em extensões significativas, em
terras delimitadas em poligonais de direitos minerários concedidas pelo governo federal.
Assinale-se que as mineradoras, que removem a vegetação para se instalar e desenvolver
sua atividade, até hoje não ocupam totalmente os terrenos delimitados que são de sua
propriedade, acabando por conservar ambientes naturais em grandes áreas em torno de
minas, depósitos de estéril e barragens.
Atualmente, nos 7.000km
2
do Quadrilátero Ferrífero, 14,2%, correspondentes às
formações ferríferas, estão requeridos para atividade minerária no Departamento Nacional
29
de Produção Mineral – DNPM. Aí já existem mais de 50 minas em operação, muitas delas
iniciadas na década de 1940. Mas, nos últimos anos, como a atividade de mineração de
ferro ficou muito condicionada por leis ambientais, surgiram muitas situações restritivas
aos empreendimentos, sobretudo na borda norte.
Aí, a mina da Brunfel, em Caeté, foi fechada por sua proximidade com a serra da
Piedade, Monumento Natural, Unidade de Conservação de Proteção Integral, protegida por
legislação específica, a Lei 9985/00 (BRASIL, 2000). Antes, na década de 1970, a
Ferrobel, que atuava em Belo Horizonte, teve sua atividade impedida por movimento
popular para proteção da serra do Curral, dela surgindo o Parque Municipal das
Mangabeiras (SANTOS, 2001).
Aí também ocorreu exaustão de algumas minas, como as de Córrego do Meio
(Sabará), Águas Claras e Mutuca (Nova Lima). Somente na serra Azul (Igarapé), as minas
continuam operando, em que pese vasta área afetada por sua atividade e o efeito de
assoreamento em dois reservatórios de água da COPASA, Serra Azul e Manso, que
abastecem a região metropolitana de Belo Horizonte. Em Itabira, a mina do Cauê também
exaurida, está sendo preenchida por estéril. Em Barão de Cocais, a de Gongo Soco está
com suas reservas próximas do fim.
A oeste, as minas de Mar Azul (antiga Rio Verde), Tamanduá, Capitão do Mato
(Nova Lima) e a do Pico (Itabirito), situadas paralelamente a esta borda, no interior do
Quadrilátero Ferrífero, se configuram como unidades antigas em processo de expansão; no
alinhamento da serra da Moeda, a mina do Capão Xavier está em operação há pouco
tempo. Aí ainda existe a mina do Pau Branco (Nova Lima) e novas unidades de uma
empresa recentemente instalada no País.
Ao sul da serra da Moeda, sudoeste do Quadrilátero Ferrífero, os complexos
Fábrica e Casa de Pedra (Congonhas, Belo Vale e Ouro Preto) apresentam várias minas
antigas e outras em expansão, com muitas áreas a serem recuperadas.
A leste, existem minas antigas, inclusive paralisadas, como Timbopeba (Ouro
Preto), Germano (Mariana) e Capanema (Santa Bárbara); outras, estão em expansão, como
Fazendão e Lavra Azul (Catas Altas).
Embora sejam diversas as situações encontradas nas diferentes bordas e até mesmo
nas unidades minerárias, para todas elas convém observar que:
1 – sendo os solos das formações ferríferas especiais, ricos em metais,
30
especialmente o ferro, sua remoção pela atividade minerária impede o
restabelecimento da vegetação nativa nas áreas afetadas (VINCENT, 2004), o que
exige recolocação do topsoil ferruginoso – material resultante do decapeamento da
superfície do solo - em áreas destinadas à restauração;
2 – como as plantas são removidas com a atividade minerária, é necessário resgatar
indivíduos adultos, plântulas e sementes, formar coleções e produzir mudas em
grande escala.
A operacionalidade da implantação dessas medidas, no entanto, vai diferir em cada
situação. No caso das minas exauridas e paralisadas, a adequação topográfica de cavas,
pilhas e barragens vai exigir recuperação de extensas áreas. Para que isso ocorra, observe-
se que, nessas áreas, não há solo similar ao de origem nem mudas das plantas da flora
original, ambos removidos ao longo da exploração do minério de ferro. Tal situação
representa um desafio à execução das medidas requeridas. No caso das mudas, deverão ter
origem em viveiros de produção nas minas, evitando-se introdução de germoplasma
externo à bacia de drenagem. Outra situação apresentada no caso das antigas minas é a das
que foram recuperadas. Nelas, geralmente, usaram-se espécies exóticas e mesclas de
gramíneas e leguminosas que impedem o desenvolvimento das espécies nativas e, por isso,
precisam de controle. Observa-se, no entanto, resistência das mineradoras ao abandono
dessa técnica de revegetação, que ainda é amplamente utilizada.
Relativamente às minas em ampliação e implantação, há necessidade de resgate de
flora intensivo, para fornecimento de mudas, sementes e matrizes para produção em grande
escala. Nesse caso, todo o topsoil disponível nas áreas de intervenção deve ser aproveitado
e utilizado mediante o desenvolvimento de projetos que permitam a recuperação
concomitante e integrada de unidades minerárias.
Nessas minas, a recuperação concomitante e integrada implica em planejamento
prévio da logística de sua implantação. Isso exige o cruzamento temporal e espacial das
ações de supressão da vegetação e remoção do solo com as ações de revegetação,
realizadas mediante viabilização de metodologias de restauração, como o resgate de flora e
uso do topsoil (CIMENTO RIBEIRÃO, 2003).
A FIG. 4 mostra as áreas de concessão de direito minerário em formação ferrífera,
que são ou ainda serão objeto de atividade minerária, visto suas concessões estarem
requeridas (DNPM, 2009).
31
FIGURA 4 – Áreas requeridas para concessão de direito minerário no Quadrilátero
Ferrífero.
FONTE: Bioma Meio Ambiente (2010); requerimento mineral: DNPM (2009).
O planejamento das operações de salvamento das espécies de uma cobertura
vegetal, quase sempre, envolve questões conceituais. Ao longo deste capítulo, quando
houve referência a processos de reparação aos danos à cobertura vegetal produzidos pela
atividade minerária, foram usados diferentes termos como recuperação, reabilitação,
restauração, que aqui aparecem quase como intercambiáveis. Ressalte-se, no entanto, que o
uso mais preciso desses termos implica em distintas significações.
Recuperação é um termo que faz referência a ações que, tendo em vista o estado
original de uma área severamente degradada, objetivam dar-lhe um uso futuro de acordo
com um plano previamente estabelecido. Reabilitação refere-se também às ações sobre
ecossistemas degradados, mas sem considerar seu estado original, objetivando mais a
produtividade da área, de acordo com sua aptidão natural (MINTER/IBAMA, 1990). No
que diz respeito ao termo restauração, sua conceituação é formulada distintamente por duas
linhas de pensamento que debatem a questão.
Na primeira dessas linhas, aponta-se que o objetivo da restauração é restabelecer o
ambiente com número de espécies o mais próximo do original, o que significa proposição
32
de retorno ao ecossistema original (BRADSHAW, 1987). Na outra linha, denominada
“restauração ecológica”, definida e adotada pela “Society for Ecological Restoration –
SER”, propõe-se que a meta da restauração não é o retorno ao original e sim proporcionar
a recuperação da estabilidade e integridade biológica dos ecossistemas afetados, mediante
a recriação de comunidades ecologicamente viáveis, tendo como princípio fundamental
implícito a sustentabilidade, ou seja, que a área restaurada não necessite mais de
intervenção ou manejo futuro (ENGEL e PARROTA, 2003).
Ambas as linhas têm pontos em comum. Visam a recriar condições, o mais próximo
possível das naturais, para o restabelecimento dos ecossistemas que foram afetados por
intervenções em suas áreas de ocorrência. Também as técnicas e procedimentos por elas
recomendados são praticamente os mesmos, voltados para a diversidade de flora e fauna
autóctones e sustentabilidade do ambiente em desenvolvimento, após adequação topográfica,
implantação de sistemas de drenagem e estabilização da área que se deve restaurar.
Como no âmbito brasileiro essas técnicas e preocedimentos são desenvolvidos em
atendimento a condicionantes de licenciamento ambiental, a aplicação dos conceitos
mencionados fica bem demarcada. Nos processos de licenciamento ambiental para a
mineração, os órgãos competentes exigem medidas que promovam a redeposição do
topsoil removido e resgate de flora de espécies raras e ameaçadas (FEAM, 2001).
Consideram-se espécies raras as que ocorrem em pequenas áreas, têm habitat específico
e restrito e formam populações reduzidas. As ameaçadas são as submetidas a fatores, geralmente
antrópicos, que as tornam mais susceptíveis ao declínio e à extinção (MORSE, 1996).
Em operações desenvolvidas na empresa Vale no Quadrilátero Ferrífero, percebeu-
se que outras espécies tinham importância, principalmente para formar ambientes
favoráveis à sobrevivência das plantas resgatadas. Essas espécies passaram a ser chamadas
de “espécies de interesse” em função do seu papel estruturador de condições para o
estabelecimento da cobertura vegetal requerida. A partir dessa percepção, essas espécies
começaram a ser objeto de estudos e de operações que visam à restauração de cobertura
vegetal suprimida em todas as unidades da referida empresa.
No desenvolvimento deste capítulo, em suma, foram mostradas diferentes questões
a ser consideradas quando se elaboram estudos e programas dedicados à restauração dos
Campos Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero. Referem-se essas questões, em primeiro
lugar, ao melhor conhecimento das importantes fitofisionomias aí ocorrentes e dos solos
sobre os quais elas se estruturam. Ambos, ao serem objeto de supressão nas áreas de
33
atividade minerária, passam a demandar o uso de técnicas e procedimentos que dizem
respeito tanto à operacionalidade da exploração do minério quanto à viabilização de
metodologias capazes de minimizar os efeitos das degradações decorrentes da mineração.
O uso dessas técnicas e procedimentos, quando se propõe restauração de áreas
degradadas, deve ser efetivado segundo exigências ecológicas do ecossistema sob
intervenção, o que implica em também considerar a situação presente da área a ser
restaurada.
Sob esse ultimo aspecto, a observação da área a ser restaurada pressupõe levar em
conta o estágio das operações minerárias, ou seja, se se trata de mina em implantação,
ampliação ou de reservas já extintas. Cada estágio demanda diferentes programas de
restauração.
Considerando-se os requisitos ecológicos, o objetivo das ações deve ser a recriação
de comunidades ecologicamente viáveis, em condições de se autossustentarem depois de
restauradas. O resgate da flora específica às áreas de trabalho e a redeposição do solo
suprimido, mediante o uso do topsoil, são medidas internacionalmente recomendadas
(BARTH, 1989; GRIFFITH, 2007). O estudo da florística da região antecede sempre essas
ações. A partir de 2001, por determinação legal, esses procedimentos passaram a ser
exigidos em Minas Gerais nos processos de licenciamento ambiental.
Para que se alcance tal objetivo, é imprescindível a realização de estudos que visem
à restauração da paisagem e biodiversidade da área minerada. No que diz respeito ao
Quadrilátero Ferrífero, tais estudos configuram-se como particularmente necessários por se
tratar de “área de importância biológica extrema” (COSTA et al., 1998), “prioritária para a
conservação da biodiversidade em Minas Gerais”(DRUMMOND et al., 2005).
34
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CAPÍTULO II
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS DO QUADRILÁTERO
FERRÍFERO: FLORÍSTICA, RESGATE DE FLORA E USO DE TOPSOIL NA
MINA DE ALEGRIA, MARIANA, MINAS GERAIS, BRASIL
39
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, a restauração de cobertura vegetal existente sobre as formações ferríferas
vem sendo cada vez mais exigida, em virtude do estabelecido no Art. 225, § 2
0
da
Constituição Federal de 1988, que determina às mineradoras a responsabilidade pela
recuperação das áreas degradadas por suas atividades, em conformidade com a orientação
dos órgãos competentes (BRASIL, 1988).
Essa cobertura vegetal teve sua importância ressaltada por estudiosos desde o
período colonial (SANTOS, 2001), mas só recentemente passou a ser objeto de estudos
mais específicos e aprofundados, resultantes sobretudo de pesquisas realizadas no âmbito
acadêmico (PORTO E SILVA, 1989; TEIXEIRA E LEMOS FILHO, 2002; VINCENT,
2004; VIANA E LOMBARDI, 2007; MOURÃO E STEHMANN, 2007; JACOBI et al.,
2007). A contribuição desses trabalhos para descrição, caracterização e classificação das
famílias e espécies dos Campos Ferruginosos existentes nas cristas serranas,
principalmente nas cotas altimétricas superiores a 900m, permite conhecer e compreender
melhor esse ecossistema, condição fundamental para se desenvolver sua restauração.
Os Campos Ferruginosos são dotados de características bastante distintas, entre as
quais podem ser ressaltadas: o endemismo de parte de sua flora, resultante da colonização
de substratos ricos em ferro, o que indica a estreita relação entre solo e planta; a
diversidade florística, com mais de 1000 espécies inventariadas, sistematicamente, em
fitofisionomias distintas – campestres, arbustivas e arbóreas, com espécies raras, muitas
enquadradas nas diversas categorias de ameaça; os mecanismos de sobrevivência de suas
espécies, que incluem adaptações anatômicas, morfológicas e fisiológicas, desenvolvidos
em resposta aos ambientes com elevadas amplitudes térmicas e hídricas diárias e anuais,
nos quais essas espécies se desenvolvem; o crescimento lento de muitas de suas espécies.
Algumas dessas espécies são encontradas em localidades típicas, outras são
endêmicas de áreas restritas, usualmente confinadas a altitudes e substratos específicos,
com parca distribuição espacial. Alves e Kolbek (1994) chamam a atenção para a
importância da conservação dessa vegetação das cristas isoladas, que se configuram como
ilhas com vegetação de espécies endêmicas.
Em Minas Gerais, essa vegetação está particularmente concentrada no Quadrilátero
Ferrífero, região montanhosa localizada no extremo sul da cadeia do Espinhaço, no centro-
40
sul do Estado, considerada uma das mais importantes províncias minerais do mundo
(SPIER et al., 2003). Essa região abriga reservas de minério de ferro de alta qualidade,
intensamente exploradas, que correspondem a 60% das reservas brasileiras deste minério
(DNPM, 2006).
Aquilata-se o reconhecimento da importância dessa vegetação observando-se que a
região onde se encontra foi considerada “Área de Importância Biológica Extrema”
(COSTA et al., 1998), “Prioritária para a Conservação da Biodiversidade em Minas
Gerais” (DRUMMOND et al., 2005), integrando a Reserva da Biosfera do Espinhaço.
Em cumprimento ao dispositivo constitucional que atribui aos órgãos estaduais a
competência de normatizar e orientar a execução das medidas de recuperação das áreas
degradadas por atividades que afetam a vegetação nativa, caso das mineradoras, em 2001,
o Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais – COPAM, através do seu
órgão seccional, a Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEAM, passa a exigir a
viabilização de operações de resgate de flora e de uso de topsoil em licenciamentos de
mineração (FEAM, 2001). Tais exigências orientam no sentido de testar metodologias de
restauração com espécies nativas do ecossistema interferido pela extração de minério de
ferro, conforme demonstra o Certificado LO n° 231, de 29 de maio de 2002, concedido à
S.A. Mineração Trindade – SAMITRI, mais tarde incorporada pela Vale (NICHO, 2003).
O resgate de flora envolve coleta de sementes, plântulas e indivíduos adultos.
Mediante essa prática, é possível salvar espécies raras, produzir mudas, formar coleções e
realizar a translocação de plantas para que se estabeleçam novas comunidades de espécies
vegetais em áreas de restauração da flora. Com essa medida, proposta em diversas regiões
do mundo, objetiva-se mitigar a perda de espécies com a destruição de habitats,
contribuindo-se, assim, para reduzir sua extinção (MAUNDER, 1992).
No Brasil, a questão relativa ao resgate de flora é tema recente, com raríssimos
trabalhos publicados. Inicialmente, nos experimentos realizados na Vale, as operações de
resgate, sob a orientação dos órgãos competentes, voltaram-se para as espécies raras e
ameaçadas. As primeiras ocorrem em pequenas áreas, têm habitat específico e restrito e
formam populações reduzidas. As últimas estão submetidas a fatores, geralmente
antrópicos, que as tornam mais susceptíveis ao declínio e à extinção (MORSE, 1996).
Contudo, com a continuidade das operações de resgate na Vale, percebeu-se que
outras espécies eram também importantes, principalmente para formar ambientes
favoráveis à sobrevivência das plantas resgatadas – caso de diversas Asteraceae, Fabaceae,
41
Melastomataceae, Poaceae, entre outras. Essas espécies passam a ser denominadas
“espécies de interesse” em função do seu papel estruturador de condições para o
estabelecimento da cobertura vegetal desejada.
Ressalte-se, no entanto, que existem barreiras ao sucesso de resgate e introdução de
flora. A principal delas é a carência de metodologias adequadas ao que ecologicamente se
requer em operações de restauração de ecossistemas. A literatura tem relatado fracassos no
processo de resgate em experiências realizadas em diversos países (ALLEN, 1994;
FAHSELT, 2007).
Quanto ao uso do topsoil – ou solo superficial, material denominado capeamento no
âmbito da mineração -, trata-se de procedimento recomendado em vários países, inclusive
no Brasil, para ativar o processo de restauração ambiental em minas a céu-aberto. Esse
procedimento implica em remoção e recolocação do material na área a ser restaurada
(ZHANG et al., 2001).
O topsoil consiste no material resultante do decapeamento da camada superficial do
solo da área da mineração e que contém uma mescla de crosta ferruginosa, banco de
sementes, micro, meso e macro fauna/flora do solo (micro-organismos decompositores,
fungos micorrízicos, bactérias nitrificantes, minhocas e algas), todos fatores importantes na
ciclagem de nutrientes, reestruturação e fertilização do solo.
O banco de sementes, contido no topsoil, representa um papel importante nos projetos
de restauração de áreas degradadas por permitir o restabelecimento das espécies nativas da
região (PARKER et al., 1989; THOMPSON et al., 1993; ZHANG et al., 2001). Ele é formado
por sementes viáveis e dormentes de várias espécies, predominantemente pequenas, leves e
compactas, que aí estão enterradas ou presentes na superfície. Sua germinação é
completamente inibida no escuro (THOMPSON et al., 1993; BEWLEY e BLACK, 1994). A
entrada de sementes no banco ocorre durante a dispersão; a saída se dá através de germinação,
deterioração, predação, lixiviação ou quando ocorre a morte natural das sementes e a perda da
sua capacidade germinativa (FENNER, 1995). Esse banco está relacionado ao potencial
regenerativo natural de uma área e permite a recuperação do ambiente após distúrbios, sejam
estes naturais ou antrópicos (PARKER et al., 1989). Em uma área degradada por exploração
de zinco, ele foi estudado, comprovando-se que atua como uma fonte de sementes e outros
propágulos, o que contribui para o restabelecimento da riqueza e da diversidade de plantas sem
a necessidade de intervenções (ZHANG et al., 2001).
Para a aplicação efetiva do topsoil em áreas mineradas em processo de restauração,
42
ocorrem dificuldades. O custo de sua retirada e sua disponibilidade são apontados por
pesquisadores como fatores limitantes à sua utilização em programas de restauração
(BRADSHAW e CHADWICK, 1980). Localmente, nas áreas de mineração, observa-se
que o maior desafio ao emprego dessa técnica é operacionalizar a remoção e uso do
material. Entre as causas dos obstáculos encontrados, ressalta a da escassez de áreas livres
para redeposição do topsoil em minas em atividade.
É na direção da restauração da cobertura vegetal de formações ferríferas do Campo
Rupestre, em áreas mineradas, que a pesquisa aqui relatada foi desenvolvida. Seus
principais objetivos foram: conhecer a diversidade vegetal da área estudada através de
levantamento florístico; produzir e testar conhecimentos sobre resgate de flora e uso de
topsoil; identificar as espécies tolerantes ao resgate e as que nascem no topsoil; aprimorar a
aplicabilidade das metodologias de resgate de flora e utilização do topsoil na restauração
de áreas mineradas.
Assinale-se que o uso das metodologias destinadas à restauração em áreas
degradadas deve ser replicável e incorporado ao processo produtivo das operações
minerárias, o que acontece mediante aproveitamento das mudas e sementes resgatadas, do
escasso substrato disponível e banco genético atingidos pelas atividades da mineração,
conforme se mostrará experimentalmente nas seções seguintes deste estudo.
43
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Caracterização da área de estudo
A mina de Alegria, situada nos contrafortes da serra do Caraça, no município de
Mariana, localiza-se na borda leste do Quadrilátero Ferrífero, entre as coordenadas
geográficas de 19° 50’ 44” sul / 43° 46’ 16” oeste e 19° 50’ 38”sul / 43° 46’ 12”oeste,
como mostra a FIG. 1.
FIGURA 1 – Quadrilátero Ferrífero, municípios integrantes, formações ferríferas
(em amarelo), localização da área da pesquisa.
FONTE: Bioma Meio Ambiente (2010); dados de municípios: GEOMINAS (1996;
1998); geologia: CPRM (2003).
O Quadrilátero Ferrífero localiza-se no centro-sul de Minas Gerais. Ocupa área de
cerca de 7000km
2
, dos quais 14,2% são de formações ferríferas. Estas constituem as serras
que compõem suas quatro bordas: a noroeste, o alinhamento da serra do Curral; a oeste, a
serra da Moeda; a centro-oeste, a serra de Itabirito; a sudoeste, a serra do Ouro Branco; a
leste, as serras do Caraça e Ouro Preto; e no centro, a serra do Gandarela. Suas altitudes
relativas giram em torno de 900/1300m, com trechos que atingem 1.500m. As cotas mais
elevadas estão situadas no maciço quartzítico do Caraça (2.072m) e as mais baixas (600m),
44
a sudeste de Ouro Preto (BARBOSA e RODRIGUES, 1967). A área da pesquisa se situa
na cota de 1.300m.
Duas bacias hidrográficas nacionais recebem importantes contribuições dessa
região para sua formação: a do rio São Francisco, a noroeste, com os rios Paraopeba e
Velhas; e a do rio Doce, a sudeste, com o rio Piracicaba. Seu clima é do tipo Cwa de
Koeppen, temperado quente, com estação seca de abril a setembro e chuvosa de outubro a
março. A temperatura média anual é de 20
°
C. A precipitação média anual varia entre
1300mm, na porção leste, até 2100mm já registrado na porção sul, em Ouro Preto,
concentrada no verão. A seca ocorre durante seis meses. Nesse período, o orvalho torna-se
a principal fonte de umidade para as plantas. Há variações locais, com as bordas leste e sul
apresentando maior umidade do que a região a norte e oeste.
Os solos derivados de rochas ferríferas (Itabirito) no Quadrilátero Ferrífero são
predominantemente rasos, pedregosos e cascalhentos (Plintossolos Pétricos, Cambissolos,
Neossolos Litólicos), de baixa fertilidade natural, ácidos, como consequência do grau de
intemperismo avançado (SCHAEFER et al., 2008). Nessa região, encontram-se os limites
naturais entre os biomas da Mata Atlântica, a leste, e do Cerrado, a oeste. O ecossistema
aqui estudado ocupa as cristas ferruginosas onde se dá a mineração de ferro.
O local onde se realizou o levantamento florístico (FIG. 2a e 3) estende-se nas
redondezas da cava da mina, situada a 1300m de altitude, na vertente do córrego das Almas,
onde ocorrem fisionomias vegetais variadas, dispostas do topo para a base da encosta. Na canga
couraçada, a vegetação apresenta menor porte, formada, sobretudo, por espécies herbáceas, com
poucas arbustivas; estas, entremeadas às herbáceas, aparecem mais frequentemente na canga
nodular; no capão, onde a vegetação coloniza bolsões fraturados e preenchidos por matéria
orgânica, a predominância é de espécies arbóreas, de baixa estatura, com expressiva ocorrência
de epífitas. Na baixa encosta e margens do córrego das Almas, ocorre uma luxuriante floresta
ciliar, muito semelhante à Ombrófila Densa, em decorrência do microclima criado pelo cânion
existente entre a mina e a serra do Caraça, onde as precipitações são altas, 1880mm, em função
do fenômeno orográfico originado a partir da serra.
45
a) b)
FIGURA 2 – Áreas de estudo florístico e resgate de flora realizados na mina de Alegria:
a) Área do estudo florístico – primeiro e segundo plano;
b) Área do resgate de flora, realizado para ampliação da cava.
2.2 Florística
O levantamento florístico, realizado na encosta da margem direita do córrego das
Almas, restringiu-se às plantas vasculare. As coletas foram realizadas em fisionomias
campestre (sobre canga nodular e couraçada) e sub-arbórea densa (sobre bolsões de solo).
As campanhas de campo para coleta de dados foram de frequência mensal, entre agosto de
2006 e dezembro de 2008. Os espécimens testemunho foram depositados no herbário do
Departamento de Botânica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Minas Gerais (BHCB).
A identificação das espécies foi feita por meio de comparação com exsicatas
determinadas do acervo do herbário BHCB e de consulta a bibliografia específica e
especialistas.
A lista das famílias seguiu a classificação do Angiosperm Phylogeny Group –
APGII (2003) para as angiospermas; Smith et al.(2006) para samambaias; e Kramer e
Tryon (1990) para as licófitas.
A confirmação da grafia dos nomes, bem como de seus autores, foi obtida por meio
de consulta ao índice de espécies do programa Index Kewensis 2.0 (Royal Botanic Gardens,
1997) e aos sites: Missouri Botanical Garden (http://www.mobot.org) e The International
Plant Names Index (http://www.ipni.org), ou em literaturas específicas atuais. As
abreviações dos nomes dos autores das espécies seguiram Brummt e Powell (1992).
46
FIGURA 3 – Mina de Alegria: área de estudo florístico, resgate de flora e uso de topsoil.
FONTE: Bioma Meio Ambiente (2010); Imagem de satélite: Cbers (2009).
2.3 Resgate de flora
O resgate de flora foi realizado em 30ha destinados à ampliação da cava da mina de
Alegria (FIG. 2b), no período de agosto de 2006 a setembro de 2007, por equipe formada
por um biólogo e quatro auxiliares de campo. Foram resgatadas as espécies raras,
ameaçadas e de interesse.
Para a retirada de indivíduos adultos e de plântulas, foram utilizadas ferramentas
adequadas para se preservarem ao máximo as raízes e o torrão de terra associado a elas. Os
indivíduos coletados foram separados por espécie e contados diariamente.
A produção de mudas foi realizada no mesmo dia da coleta, em viveiro situado na
mina, utilizando-se substrato similar ao de origem das plantas. Como suportes para o
plantio das mudas, para os indivíduos adultos de maior porte (Velloziaceae e Arecaceae),
foram utilizados sacos de rafis, onde cada indivíduo foi plantado isoladamente; caixotes de
frutas foram usados para plantio dos indivíduos de menor porte, com cinco ou seis mudas
de espécies diferentes por suporte. Com essa técnica, evita-se nova situação de estresse
47
para as plantas no momento da introdução na área de restauração. Para as epífitas, foram
utilizados caules de indivíduos mortos, como da espécie Vellozia compacta, e coletas junto
com o caule da planta hospedeira. As plântulas resgatadas foram plantadas em sacolas de
mudas de polietileno.
2.4 Uso de topsoil
Em maio de 2003, foram transportados aproximadamente 100m
3
de topsoil,
removidos de uma área de formação ferrífera para o viveiro da mina, a fim de que se
observasse o desenvolvimento da vegetação a partir desse material. O topsoil foi disposto
em uma área de 250m
2
, com espessura média de 40cm. Nessa parcela, cinco anos depois,
definiu-se outra menor, interna, de 50m
2
, onde foram coletados os dados fitossociológicos.
A florística e a análise fitossociológica da cobertura vegetal originada a partir do topsoil
foram realizadas em março de 2008.
O método utilizado para verificar os padrões da estrutura dos componentes
herbáceo, arbustivo e arbóreo da vegetação desenvolvida sobre o topsoil foi o de parcelas
(BRAUN-BLANQUET, 1979). Foram demarcadas 50 parcelas de 1m
2
, onde foi contado o
número de indivíduos de todas as espécies presentes. Para as espécies arbustivas e
arbóreas, foram medidos a altura (cm) e o diâmetro à altura do solo (DAS em cm). Os
parâmetros fitossociológicos considerados na análise da organização comunitária foram:
altura, diâmetro mínimo, médio e máximo, densidade, frequência, dominância, índice do
valor de importância (IVI), conforme Mueller-Dombois e Ellenberg (1974). O índice de
diversidade usado foi o de Shannon (H’), conforme Brower e Zar (1984). Para realização
desses cálculos, foi utilizado o programa Mata Nativa 2 (CIENTEC, 2006).
48
3 RESULTADOS
3.1 Florística
A cobertura vegetal sobre formação ferrífera da mina de Alegria abriga formações
predominantemente herbáceo-arbustivas. O levantamento florístico das plantas vasculares
revelou a presença de 333 espécies distribuídas em 85 famílias botânicas (ANEXO A). As
famílias que contribuíram com o maior número de espécies foram: Orchidaceae (51 spp.),
Asteraceae (23 spp.), Melastomataceae e Myrtaceae (15 spp. cada), Fabaceae e Rubiaceae
(14 spp. cada), Bromeliaceae (12 spp.) e Poaceae (9 spp.), que, juntas, corresponderam a
46% do total de espécies inventariadas. No nível genérico, a maior riqueza foi encontrada
em Myrcia (7 spp.), Baccharis e Epidendrum (5 spp. cada).
Dentre as 333 espécies inventariadas, 159 são ervas; cinco são subarbustos; 101 são
arbustos; 45 são árvores e 23 são lianas. A maioria das espécies é terrestre (202 spp.). 44
espécies são exclusivamente rupícolas, sete exclusivamente epífitas e três parasitas; 36
espécies podem ser encontradas como rupícolas ou epífitas e 36 espécies como rupícolas
ou terrestres. Duas espécies, Philodendron minarum e P. propinquum, podem ser
hemiepífitas ou terrestres.
Considerando-se as duas fisionomias já mencionadas, tem-se 143 espécies
exclusivas de Campo Rupestre, 106 exclusivas de Capões de Mata e 84 que compartilham
essas duas fisionomias.
Uma única espécie, Asplenium praemorsum, está enquadrada como ameaçada de
extinção na lista oficial das espécies ameaçadas (MMA, 2008) e três espécies, Oncidium
gracile, Sophronitis caulescens e Sophronitis crispata, são indicadas para estudos detalhados
de acordo com o Anexo 2 da Lista oficial das espécies ameaçadas (MMA, 2008).
Levantamentos realizados em Campos Rupestres sobre formações ferríferas no
Quadrilátero Ferrífero (JACOBI et al., 2007; MENDONÇA et al., 2007; MOURÃO e
STEHMANN, 2007; VIANA e LOMBARDI, 2007), assim como em formações
quartzíticas (GIULIETTI et al., 1987; BRANDÃO e GAVILANES, 1990; HARLEY,
1995; GUEDES e ORGE, 1998), relatam a família Asteraceae como a mais rica em
espécies. Fabaceae e Poaceae também apresentam alta riqueza específica em todos os
levantamentos de Campos Rupestres, tanto sobre formações ferríferas quanto quartzíticas.
No presente estudo, entretanto, a família Orchidaceae aparece com importância
49
significativa para a vegetação campestre, ocupando o primeiro lugar em riqueza de
espécies (51 spp.) e representando 15,31% da flora inventariada. Isso pode ser atribuído à
diversidade de microambientes presentes no local, à inserção da área de estudo no bioma
da Mata Atlântica e sua proximidade com a serra do Caraça, importante centro de
diversidade da família Orchidaceae para o Brasil (MOTA, 2006).
No que diz respeito à questão da restauração, a análise dos resultados da florística
permite observar que a diversidade encontrada, associada à biologia distinta das famílias,
torna essa medida complexa e dependente de formas diferentes de obtenção de propágulos.
Algumas espécies, como as da família Velloziaceae – que, quando adultas, chegam a
atingir 3m de altura -, crescem 1cm ao ano, o que evidencia o longo tempo exigido para
seu estabelecimento numa comunidade. Por outro lado, como a maioria das espécies
ocorrentes é restrita dos ambientes rochosos, sendo algumas delas mais frequentes nas
formações ferríferas - caso das Araceae, Bromeliaceae, Cactaceae, Fabaceae,
Malpighiaceae, Melastomataceae, Myrtaceae, Orchidaceae, Piperaceae, Poaceae,
Rubiaceae, Velloziaceae, Verbenaceae, etc. –, verifica-se o quanto são importantes as
medidas que visam compatibilizar a extração do minério de ferro com a conservação dessa
vegetação tão especial.
Considerando-se todos os aspectos acima relacionados, torna-se evidente a
demanda de resgate e reprodução dessas espécies, mediante uso de estratégias diversas,
para que se alcance a restauração requerida.
3.2 Resgate de flora
No resgate de flora, foram coletados cerca de 108.000 indivíduos pertencentes a 79
espécies vegetais e a 17 famílias botânicas, o que corresponde a 23,79% do total de
espécies e a 20,23% do total de famílias encontradas no levantamento florístico. As
espécies resgatadas encontram-se na lista apresentada no ANEXO A.
A família com o maior número de indivíduos resgatados foi Orchidaceae, com
55.807 indivíduos adultos coletados em touceiras (51,67% do total de indivíduos
resgatados), pertencentes a 48 espécies (53,93% do total de espécies resgatadas). Em
seguida, Bromeliaceae com 39.982 indivíduos adultos (37,03% do total de indivíduos
resgatados), pertencentes a 13 espécies (14,61% do total de espécies resgatadas). Juntas,
essas duas famílias correspondem a 88,7% do total de indivíduos resgatados e a 68,35% do
50
total de espécies resgatadas, o que indica sua presença significativa na área, fato também
observado no levantamento florístico.
Entre as espécies de orquídeas, destacaram-se: Sophronitis caulescens (Lindl.)
Beer., com 18.535 indivíduos coletados, e Oncidium gracile Lindl., com 8.009 indivíduos.
Em relação a Paliavana sericiflora Benth. (Gesneriaceae), além dos indivíduos removidos
e translocados, produziram-se, ainda, 332 mudas a partir de estacas, técnica até então
desconhecida em trabalhos de resgate na Vale.
As espécies das famílias Orchidaceae e Bromeliaceae apresentaram taxas elevadas
de sobrevivência após um ano de resgate, mais de 80%, assim confirmando o encontrado
por Mendonça et al. (2007) em trabalho semelhante na mina de Capão Xavier, onde essas
duas famílias apresentaram as maiores taxas de sobrevivência. As plantas resgatadas foram
plantadas e armazenadas em viveiro, na forma de mudas, como mostram as FIG. 4-8.
a) b)
c) d)
FIGURA 4 – Indivíduos armazenados em viveiro pós resgate, aguardando plantio:
a) Oncidium gracile;
b) Sophronits caulescen;
c) Billbergia amoena;
d) Vriesia cf. minarum.
51
FIGURA 5 - Obtenção de substrato, similar ao de
origem, para produção de mudas no viveiro.
a)
b)
FIGURA 6 - Mudas produzidas a partir de resgate de flora em
suportes biodegradáveis usados com objetivo
de evitar nova intervenção no sistema radicular
no momento do plantio:
a) Sacos de ráfia;
b) Caixotes de mamão reciclados.
52
a) b)
FIGURA 7 - Suportes biodegradáveis evitando movimento de raízes no plantio:
a) Caixotes de madeira para espécies rupícolas;
b) Pedaços de tronco para espécies epífitas.
a) b)
FIGURA 8 - Estocagem de grandes quantidades de mudas em viveiro:
a) Canteiros em estufa;
b) Canteiros ao ar livre.
3.3 Uso do topsoil
No que se refere à cobertura vegetal desenvolvida a partir do banco de sementes
contido no topsoil, redepositado em área de 250m
2
, na parcela de 50m
2
amostrada
identificaram-se 28 espécies vegetais (cerca de 8,50% das espécies encontradas no
levantamento florístico), pertencentes a 25 gêneros e 14 famílias, sendo 19 espécies
arbustivas, oito herbáceas e uma arbórea (TAB. 1). A família Fabaceae foi a que
apresentou o maior número de espécies (6), seguida de Euphorbiaceae (4) e Asteraceae (3).
Duas espécies raras, de grande interesse nos Campos Ferruginosos, Lychnophora pinaster
53
(Asteraceae) e Chamaecrista mucronata (Fabaceae), aí foram encontradas. Todas as
espécies presentes nessa área também constaram do levantamento florístico, sendo,
portanto, nativas das formações ferríferas.
TABELA 1
Relação de famílias e espécies da flora e respectivos hábitos - herbáceo, arbustivo e
arbóreo -, presentes na parcela de topsoil, Alegria, março/2008.
Família Espécie Hábito
Asteraceae Cyrtocymura scorpioides (Lamarck) H. Robinson Arbusto
Eremanthus incanus (DC.) Mac Leish. Árvore
Lychnophora pinaster Mart. Arbusto
Convolvulaceae Evolvulus aurigenius Mart. Erva
Jacquemontia martii Choisy Erva
Cyperaceae Rhynchospora tenuis Link Erva
Euphorbiaceae Chamaesyce thymifolia (L.) Millsp. Erva
Croton comosus Mull.Arg. Arbusto
Croton erythroxyloides (Klotzsch) Mull.Arg. Arbusto
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. Arbusto
Fabaceae Aeschynomene falcata (Poir.) DC. Erva
Centrosema coriaceum Benth. Erva
Chamaecrista diphylla Greene Arbusto
Chamaecrista mucronata (Spreng.) H.S.Irwin e Barneby Arbusto
Mimosa cf. sepiaria Benth. Arbusto
Senna reniformis (G. Don) H.S. Irwin e Barneby Arbusto
Lamiaceae Eriope macrostachya Mart. ex Benth. Arbusto
Lythraceae Cuphea carthagenensis (Jacq.) Macbride Arbusto
Malvaceae Sida glaziovii K. Schum. Arbusto
Melastomataceae Tibouchina multiflora Cogn. Arbusto
Onagraceae Ludwigia octovalvis (Jacq.) Raven Arbusto
Oxalidaceae
Oxalis glauca H. B. e K. Erva
Poaceae Axonopus pressus (Nees ex Steud.) Parodi Erva
Axonopus siccus Kuhlm. Erva
Rubiaceae Borreria poaya DC. Erva
Psyllocarpus laricoides Mart. e Zucc. Arbusto
Verbenaceae Lippia gracilis Schauer Arbusto
Stachytarpheta glabra Cham. Arbusto
A diversidade de famílias e espécies encontrada no levantamento florístico não está
refletida na TAB. 1. A diferença expressiva pode ser entendida ao se observar que são as
54
características de cada família que indicam os diferentes tipos de resgate de germoplasma a
serem adotados. Em outras palavras, a escolha do tipo de resgate é feita levando-se em conta a
melhor forma de salvamento de cada família, o que aparecerá discutido mais adiante.
A maioria das espécies nascidas no topsoil não é reproduzida nem por resgate de
mudas nem por coleta de sementes - caso de Stachytarpheta glabra, Croton comosus,
Croton oleoides, Borreria poaya, entre outras. Tibouchina multiflora deve ser incluída
nessa lista, ainda que seja reproduzida também por estacas. Além disso, para se entender o
número de espécies observadas nessa tabela, não se pode esquecer o que mostra a
literatura: a recolonização de uma área pode estender-se durante décadas, o que depende do
banco de sementes e das espécies que o compõem (HARPER, 1994). Com isso, é possível
esperar o aparecimento de outras espécies no experimento ao longo dos anos – por
germinação de sementes dormentes, por sementes trazidas pelos ventos e por animais - o
que também será discutido na seção a seguir. Outra explicação provável para o número de
espécies encontradas no topsoil, comparado ao meio natural, é a pequena extensão da área
de remoção do topsoil (cerca de 250m
2
) em relação à área abrangida pelo levantamento
florístico (cerca de 100ha).
Em face das observações acima, vê-se que, dado o objetivo do experimento com
topsoil, seu resultado pode ser considerado bastante significativo, principalmente pelo
entendimento que proporcionou a respeito do potencial da metodologia empregada.
Recorde-se que o uso da metodologia se fez por solicitação do órgão ambiental por ser
desconhecido, em Minas Gerais, o emprego de topsoil em operações de recuperação de
áreas degradadas.
Associando-se o resultado obtido na parcela do topsoil com o do resgate de flora,
observa-se que, por meio desses dois procedimentos, 107 espécies e 31 famílias tiveram seu
germoplasma resgatado. Apenas duas espécies nascidas no topsoil foram também resgatadas
por mudas – caso de E. incanus e T. multiflora, o que evidencia a necessidade, na prática, do
uso de metodologias diversas para a devida restauração da vegetação suprimida.
Comparando-se os resultados do levantamento florístico com os obtidos no resgate
de flora e no uso do topsoil, observa-se também que mais de 200 espécies não tiveram seu
germoplasma resgatado mediante emprego dessas metodologias. À frente, esse resultado
será igualmente objeto de discussão.
55
3.3.1 Fitossociologia do topsoil
Os dados fitossociológicos amostrados na TAB. 2 evidenciam que, na área de 50m
2
de topsoil com espessura média de 40 cm, nasceram 376 indivíduos de 19 espécies
vegetais arbustivas e uma arbórea, pertencentes a 11 famílias. A densidade total foi de
75.200 plantas ha
-1
, área basal de 0,007m
2
, para um volume total de 0,01m
3
, resultando em
área basal por hectare de 1,454m
2
. O diâmetro máximo medido foi de 8cm e o mínimo de
0,3cm. A altura máxima foi de 3,01m, a mínima de 0,13m e a média de 1,55m. O número
de indivíduos por parcela variou entre 3 e 18.
As duas espécies de maior IVI foram Stachytarpheta glabra (34,31) e
Tibouchina multiflora (33,47), que ocorreram em 48 e 44 das 50 parcelas,
respectivamente. Croton oleoides apresentou o terceiro maior IVI (9,11), tendo
ocorrido em 23 parcelas. Dos 376 arbustos presentes, 139 eram indivíduos de
Tibouchina multiflora e 111 de Stachytarpheta glabra, o que representa cerca de
66% dos indivíduos amostrados. Stachytarpheta glabra apresentou maior
dominância absoluta (6,58m².ha
-1
), seguida de Tibouchina multiflora (5,49 m².ha
-1
).
A dominância relativa foi de 47,04% para Stachytarpheta glabra e de 39,28% para
Tibouchina multiflora.
A família Verbenaceae apresentou o maior IVI (34,61), seguida de Melastomataceae
(33,47) e Euphorbiaceae (13,32). O índice de diversidade de Shannon, que leva em conta a
abundância de cada espécie e, portanto, mede a diversidade, na área amostrada foi de 1,870.
56
TABELA 2
Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em topsoil 4 anos após sua
redeposição, mina de Alegria, Mariana, MG.
Espécie Família N DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI
(ind/ha) % % (m
2
/ha) % % %
Stachytarpheta glabra Cham. Verbenaceae 111 22.200 29,52 96,00 26,37 6,581 47,04 38,28 34,31
Tibouchina multiflora Cogn. Melastomataceae 139 27.800 36,97 88,00 24,18 5,495 39,28 38,12 33,47
Croton oleoides Mull.Arg. Euphorbiaceae 39 7.800 10,37 46,00 12,64 0,603 4,31 7,34 9,11
Morta Indeterminada 11 2.200 2,93 22,00 6,04 0,415 2,96 2,94 3,98
E
remanthus incanus (DC.)
Mac Leish.
Asteraceae 12 2.400 3,19 18,00 4,95 0,279 1,99 2,59 3,38
Sida glaziovii K. Schum. Malvaceae 12 2.400 3,19 20,00 5,49 0,093 0,66 1,93 3,12
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. Euphorbiaceae 17 3.400 4,52 16,00 4,40 0,022 0,16 2,34 3,02
B
orreria poaya DC. Rubiaceae 7 1.400 1,86 10,00 2,75 0,029 0,20 1,03 1,60
L
ychnophora pinaste
r
Mart. Asteraceae 3 600 0,80 6,00 1,65 0,160 1,14 0,97 1,20
Chamaecrista diphylla Greene Fabaceae 4 800 1,06 8,00 2,20 0,006 0,04 0,55 1,10
Cyrtocymura scorpioides (Lamarck)
H. Robinson
Asteraceae 5 1.000 1,33 6,00 1,65 0,028 0,20 0,77 1,06
Croton comosus Mull.Arg. Euphorbiaceae 4 800 1,06 6,00 1,65 0,004 0,03 0,54 0,91
P
syllocarpus laricoides Mart. e Zucc. Rubiaceae 3 600 0,80 6,00 1,65 0,038 0,28 0,54 0,91
M
imosa cf. sepiaria Benth. Fabaceae 1 200 0,27 2,00 0,55 0,123 0,88 0,57 0,57
Chamaecrista mucronata (Spreng.)
H.S.Irwin e Barneby
Fabaceae 1 200 0,27 2,00 0,55 0,051 0,36 0,31 0,39
Cuphea carthagenensis (Jacq.)
Macbride
Lythraceae 2 400 0,53 2,00 0,55 0,001 0,01 0,27 0,36
Senna reniformis (G. Don)
H.S. Irwin e Barneby
Fabaceae 1 200 0,27 2,00 0,55 0,031 0,22 0,24 0,35
E
riope macrostachya Mart. ex Benth. Lamiaceae 1 200 0,27 2,00 0,55 0,013 0,09 0,18 0,30
L
ippia gracilis Schauer Verbenaceae 1 200 0,27 2,00 0,55 0,013 0,09 0,18 0,30
L
udwigia octovalvis (Jacq.) Raven Onagraceae 1 200 0,27 2,00 0,55 0,004 0,03 0,15 0,28
Chamaesyce thymifolia (L.) Millsp. Euphorbiaceae 1 200 0,27 2,00 0,55 0,001 0,01 0,14 0,28
Total
376
75.200 100,00 364,00 100,00 13,989 100,00 100,00 100,00
N: número de indivíduos; DA: densidade absoluta; DR: densidade relativa; FA: frequência absoluta; FR:
frequência relativa; DoA: dominância absoluta; DoR: Dominância relativa; IVC: índice de valor de
cobertura; IVI: índice de valor de importância
As FIG. 9, 10 e 11 mostram a evolução da cobertura vegetal que se desenvolveu
sobre o topsoil testado na mina de Alegria entre 2003, quando o material foi deposto no
viveiro, e 2008, quando foi realizado o levantamento fitossociológico da cobertura vegetal.
57
FIGURA 9 – Topsoil com seis meses de deposição.
FIGURA 10 – Vegetação do topsoil após doze meses de deposição.
FIGURA 11– Cobertura vegetal do topsoil após
cinco anos de deposição.
58
4 DISCUSSÃO
Experiências de campo realizadas na Vale mostraram, em caráter preliminar, que em
resgate de plantas e plantio direto de mudas resgatadas houve perda da metade dos
indivíduos introduzidos diretamente na área de plantio. No caso das mudas cultivadas em
viveiro, a perda foi de apenas 10%. Como as plantas objeto de resgate consistem em espécies
raras, ameaçadas, endêmicas e de difícil reprodução, concluiu-se pela obrigatoriedade da
passagem por viveiro para salvamento do maior número possível de indivíduos (SANTOS,
2005; SANTOS et al., 2008).
Essas experiências indicaram também que, para se resgatar indivíduos e espécies
com sucesso, precisa-se utilizar diversas formas de coleta de germoplasma: por meio de
remoção de mudas (Araceae, Arecaceae, Begoniaceae, Blechnaceae, Bromeliaceae,
Cactaceae, Cyclantaceae, Cyperaceae, Orchidaceae, Poaceae, Velloziaceae); por sementes
(Anonnaceae, Araliaceae, Aspleniaceae, Asteraceae, Malpighiaceae, Myrtaceae,
Melastomataceae, Fabaceae, Lauraceae, Arecaceae); por meio de plântulas (Asteraceae,
Myrtaceae, Arecaceae); por meio de estacas (Melastomataceae e Gesneriaceae); por meio
do banco de sementes contido no topsoil (Asteraceae, Melastomataceae, Verbenaceae).
São as características de cada família que definem o tipo de resgate e conservação ex situ a
ser adotado.
É necessário considerar essas questões para se entender e discutir os resultados aqui
apresentados. Relativamente ao resgate de flora, resgatadas as mudas que toleram remoção,
depois de sua passagem por viveiro, deve-se pensar em sua introdução em meio que
permita o desenvolvimento de populações capazes de induzir o processo de restauração da
cobertura vegetal. O substrato geológico, o solo formado a partir dele, contendo os
elementos importantes para o estabelecimento de vegetação, são condições que devem ser
assumidas quando se pensa em introduzir mudas resgatadas.
O substrato representa a estrutura que, por suas características físicas, químicas e
biológicas, cria o ambiente necessário para que se estabeleça dada colonização por plantas.
Há estudos que apontam para o papel da crosta biológica no intemperismo do substrato
mineral, na estabilização de solos sobre os quais são esparsas ou ausentes as plantas
superiores, no aumento da infiltração e manutenção de umidade, na maior coesão das
partículas do solo e no crescimento de corpos filamentosos (TRINDADE et al., 2005).
59
O uso do topsoil é um procedimento que propicia o substrato desejável, com seu
banco de sementes que possibilita o restabelecimento da cobertura arbustiva autóctone,
questão de grande interesse para a restauração da cobertura vegetal nas áreas mineradas. O
topsoil contém: substrato para plantio das mudas de espécies resgatadas (geralmente
climácicas), banco de sementes com espécies pioneiras, de rápido crescimento, propágulos
de bactérias, algas, fungos, liquens e briófitas, além de bulbos e rizomas com gemas de
reprodução vegetativa. Por isso, seu uso na restauração de cobertura vegetal de formações
ferríferas é imprescindível.
Mas os resultados obtidos na pesquisa permitem dizer que o objetivo central deste
trabalho, de testar e produzir conhecimento sobre resgate de flora e uso do topsoil no
processo de restauração em áreas mineradas, foi alcançado? O experimento realizado deu
os resultados requeridos? As considerações e discussão a seguir pretendem responder a
essas questões.
No que se refere ao resgate de flora, observe-se que as 79 espécies resgatadas
responderam bem ao processo de produção de mudas, que sobreviveram ao resgate e
produziram flores, frutos e sementes antes de serem introduzidas em áreas de restauração.
Para melhor entendimento desse resultado, há de se considerar que o resgate foi realizado
em espaço restrito, apenas na área de avanço de cava e que seu objetivo foi salvar as
plantas raras, ameaçadas e de interesse. Além disso, analisando-se a lista resultante do
estudo florístico, vê-se que a maioria das espécies aí inventariada não é resgatável por
mudas. Diante disso, seria necessário utilizar outros procedimentos de resgate, como uma
sistemática coleta de sementes e uso mais amplo de estaquia. Isso possibilitaria o
salvamento de germoplasma de um número maior de espécies. Tais procedimentos, porém,
não puderam ser suficientemente efetuados nesta pesquisa por limitações materiais.
Em relação às 28 espécies nascidas a partir do banco de sementes presente no
topsoil, é bom repetir que pertencem à flora que se deseja restaurar, o que pode ser
conferido em consulta à lista referente ao levantamento florístico. Muitas dessas espécies
são de difícil reprodução por sementes e mudas, conforme se mostrará abaixo.
O status dessas plantas é de pioneirismo, de plantas colonizadoras de substratos
expostos ao sol, que precisam de luz para se desenvolver. Sua presença é de fundamental
importância no processo de colonização vegetacional, visto que criam condições para o
estabelecimento de espécies secundárias ou climácicas. Com estas, formam o conjunto que
permite que se concretize a restauração requerida.
60
Nesse sentido, cabe ainda considerar que se trata de restauração em área minerada,
cujo substrato – formação ferrífera – foi removido, ou seja, perdeu-se a estrutura física que
é colonizada pelas plantas endêmicas aí ocorrentes. O uso do topsoil permite fornecer tal
material, é ele que possibilita a criação do ambiente necessário para que a cobertura
vegetal se restabeleça.
Vincent (2004, p. 134) dá suporte ao reconhecimento da importância crucial dessa
estrutura quando afirma que, “devido à destruição completa da couraça hematítica, os
campos sobre canga couraçada não podem ser recuperados”. De passagem, essa afirmação
merece uma consideração no que se refere ao assunto aqui tratado. Quando se remove a
couraça de canga, ela é fraturada e fragmentada, o que a faz perder a estrutura compacta e
dura que a singulariza e a torna de difícil colonização. Porém, o substrato fragmentado
serve para estruturar a base em outro local, que vai receber o produto do resgate de flora da
canga couraçada. Assim, observa-se que, com o uso das metodologias de restauração,
torna-se possível a recuperação desses Campos.
Voltando ao experimento com topsoil, observa-se que, por esse procedimento,
restabelecem-se na área tanto boa parte dos elementos químicos e matéria orgânica
essenciais às plantas do ecossistema quanto o banco de sementes e outros elementos
biológicos do solo que permitem a colonização com espécies autóctones. O nascimento, a
sobrevivência e o desenvolvimento vigoroso de importantes espécies de formações
ferríferas no experimento comprovam, portanto, ser essencial o uso de substrato de
formação ferrífera para iniciar o processo de restauração em uma área minerada.
Outro experimento de resgate de espécies vegetais, realizado nos Campos
Ferruginosos da mina de Capão Xavier, Nova Lima, Minas Gerais (MENDONÇA et al.,
2007) também oferece subsídios ao que aqui se discute. Nesse trabalho, o resgate de flora
foi bem-sucedido para algumas famílias muito importantes nesse ecossistema, mas foi
negativo para outras, notadamente as pioneiras, que apresentaram taxa de sobrevivência
muito baixa frente ao procedimento adotado.
No experimento aqui mostrado, no entanto, essas espécies apareceram na vegetação
formada a partir do topsoil com grande número de indivíduos, caso de Stachytarpheta
glabra e Tibouchina multiflora, que apresentaram os maiores valores de IVI, dominância
absoluta e dominância relativa.
Uma explicação para esses diferentes resultados pode ser encontrada em trabalhos
que se referem a experiências de germinação em laboratório, realizadas com as sementes
61
dessas espécies, que revelaram fotoblastismo positivo e potencial para formação de banco
de sementes.
Santos (2008) verificou que as sementes de Stachytarpheta glabra, mesmo na
presença de luz, possuem algum tipo de dormência fisiológica que impede sua germinação.
Para quebrar essa dormência, um dos tratamentos utilizados pelo autor foi a alternância de
temperatura. Por meio desse procedimento, obteve-se um aumento da porcentagem de
germinação das sementes de Stachytarpheta glabra em laboratório. No caso aqui
apresentado, a retirada do topsoil revolveu o solo, expondo as sementes enterradas dessa
espécie à luz e às flutuações de temperatura necessárias à sua germinação, o que
possibilitou o bom resultado alcançado.
Em outra experiência, Garcia et al. (2006) observaram que as sementes de
Tibouchina multiflora, mantidas inicialmente no escuro, germinaram rapidamente após
serem transferidas para luz branca contínua, o que permitiu a obtenção de valores
relativamente altos de porcentagem de germinação. Os autores constataram também que a
germinação foi semelhante em ampla faixa de temperatura, o que mostra habilidade
competitiva da planta, fato que contribui para o sucesso no recrutamento dessa espécie.
Sobre essas espécies, muito comuns no ecossistema aqui estudado, há mais a
considerar. Stachytarpheta glabra constitui-se em fonte de alimento para beija-flores, que
atuam como seus polinizadores. Tibouchina multiflora é visitada por abelhas, que a
polinizam e, possivelmente, a outras espécies na área em recuperação. Sob esse aspecto, o
plantio de mudas produzidas só a partir de sementes – Annonaceae, Myrtaceae, Solanaceae
e outras – vai contribuir para o aumento da diversidade, pois são plantas que atraem fauna
que envolve a dispersão de pólen e sementes e, por isso, auxiliam na colonização. Dessa
forma, percebe-se a complexidade das interrelações estabelecidas no ecossistema e como o
procedimento adotado pode favorecê-las.
No experimento aqui descrito, pela sobrevivência e pelo vigor do crescimento
dessas espécies - e outras mostradas na TAB. 1 – estabelece-se também um ambiente
adequado para o plantio das mudas adultas de espécies secundárias e climácicas originadas
de resgate de indivíduos e de coletas de sementes, que se encontram enviveiradas. Essas
mudas devem ser introduzidas antes do período chuvoso, em condições apropriadas à sua
sobrevivência: em substrato similar ao do seu local de origem e com microclima adequado
para implantação de núcleos de propagação das espécies climácicas, raras e ameaçadas que
se deseja conservar.
62
Outra questão a ser discutida é a referente à espessura das camadas de topsoil. Em
estudos realizados em minas de chumbo e zinco em Cingapura, houve experimentação com
camadas menos espessas que a aqui utilizada, de 1, 2, 4 e 8cm. Com tais espessuras, não se
observou diferença nas parcelas quando da emergência das plântulas; depois de um ano,
nas parcelas com menores espessuras, houve queda expressiva de sobrevivência (ZHANG
et al., 2001). No experimento da mina de Alegria, a espessura não foi planejada. Resultou
da quantidade de material disponível e da área utilizada para a formação da parcela. A
densidade da cobertura vegetal nascida foi crescente ao longo tempo, mostrando a
adequação da espessura utilizada (média de 40cm). No entanto, em experimentos
posteriores, espessuras menores devem ser testadas para que se observem com maior
precisão os resultados obtidos. Com isso, é de se esperar que se encontrem espessuras mais
favoráveis à sobrevivência das plantas, o que permitirá otimizar o uso do topsoil.
Na análise dos resultados questionou-se o fato de que, das 333 espécies
inventariadas na florística, apenas 79 foram salvas mediante resgate e só 28 nasceram nas
parcelas do topsoil – ou seja, mais de 200 espécies não tiveram seu salvamento garantido
nas operações que visavam à restauração da área minerada.
Ao longo desta discussão, esse fato foi em boa parte esclarecido. As explicações
oferecidas para tal ocorrência foram: o direcionamento do resgate, delimitado às plantas
raras, ameaçadas e de interesse; a abrangência menor da área do resgate em relação à área
do levantamento florístico, o que permitiu supor que espécies presentes na florística não se
encontrassem na área do resgate; no que se refere às parcelas do topsoil, sua reduzida
dimensão tornou possível ponderar a probabilidade de ausência de sementes de muitas das
espécies amostradas na florística, ao que se somou a possibilidade da presença de sementes
sem capacidade germinativativa ou que ainda não tinham germinado.
Além dessas explicações, há a questão de que muitas espécies não resistem ao
resgate na forma adulta, como também a probabilidade de que existam plantas que exigem
procedimentos especais de produção de mudas, ainda desconhecidos ou não utilizados na
pesquisa. Isso implica em necessidade de novos estudos, mais especializados, sobre o tema
aqui tratado. Os relatos de fracassos frequentes em experimentos de resgate de flora, aqui
mencionados, confirmam tal demanda (ALLEN, 1997; FAHSELT, 2007).
63
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo mostrou experimentalmente a possibilidade de restauração de cobertura
vegetal autóctone em áreas de mineração de ferro mediante emprego de metodologias
adequadas, como resgate de flora e uso de topsoil. Experimentos anteriores na mina de
Alegria tinham revelado que, no caso de plantas coletadas e introduzidas diretamente em
ambiente natural alterado, houve perda significativa de indivíduos. Tal resultado suscitou
as hipóteses da necessidade de viveiro para receber as plantas resgatadas e de existência de
um ambiente físico e biológico adequado, similar ao de origem, capaz de proporcionar
condições edáficas adequadas – esse ambiente seria proporcionado pelo uso do topsoil.
Essas hipóteses levaram à realização da pesquisa aqui apresentada, cujo objetivo de
testar metodologias capazes de viabilizar resgate de flora e uso de topsoil fora determinado
por condicionante de licenciamento ambiental. A essas operações foi associado um
levantamento florístico que, além de possibilitar conhecimento sobre a diversidade
florística da área estudada, permitiu o aferimento das plantas raras, ameaçadas e de
interesse presentes no meio natural que foram objeto de resgate.
Ressalte-se que, em relação às plantas de interesse, sua inclusão experimental nesta
pesquisa constituiu-se em efetiva contribuição dos estudos desenvolvidos na Vale aos
programas de resgate, na medida em que foi, a partir da pesquisa na mina de Alegria, que
se observou a importância dessas plantas como estruturadoras de condições para o
estabelecimento da cobertura vegetal requerida na restauração dos Campos Ferruginosos,
demanda efetiva da mineração.
Com o resgate de flora, foi possível salvar mais de 100.000 indivíduos de 79
espécies, o que representou um ganho expressivo para a conservação da diversidade
florística encontrada na área de estudo, objetivo relevante quando se pensa em restauração,
sobretudo sabendo-se da licença autorizativa para remoção da vegetação.
Relativamente ao uso de topsoil, enfatize-se que, nos 50m² de sua parcela
amostrada, identificaram-se 28 espécies, todas relacionadas à flora dos Campos
Ferruginosos e estruturadoras dessas formações. Esse resultado permite concluir que o uso
do topsoil é de importância crucial na indução da restauração desejada e constitui-se em
peça central para seu início.
Assinale-se que a restauração, tal como requerida quando se pretende desenvolver
64
comunidades vegetais autossustentáveis, não ocorreria sobre outros substratos de natureza
geológica diversa, presentes junto às formações ferríferas, como os xistos e filitos, visto
que existe uma estreita relação solo/planta, conforme se viu na introdução deste capítulo.
Os resultados obtidos revelam potencial para replicabilidade do método em áreas
mineradas, mediante aproveitamento do material propagador da restauração desejada,
proveniente das áreas de avanço de mineração (plantas e topsoil). Eles propiciaram
maiores conhecimentos sobre assuntos referentes à restauração em áreas degradadas e
aprimoramento das técnicas exigidas nas operações de resgate de flora e uso de topsoil.
Além disso, com sua análise e discussão, evidenciou-se que o resgate de flora e o uso do
topsoil precisam ser combinados entre si e a outros procedimentos para que a restauração
ocorra da forma ecologicamente requerida.
Em suma, a pesquisa na mina de Alegria possibilitou o reconhecimento de que cada
intervenção sobre o ecossistema deve ser precedida de estudos que embasem ações
executivas de coleta de sementes, resgate de flora e obtenção de topsoil. O levantamento
florístico da área de intervenção representa o procedimento inicial a ser efetuado para que
se conheça a flora e se planeje adequadamente o resgate e as outras operações de
restauração. Mudas de plântulas e indivíduos adultos resgatados devem ser desenvolvidas
em viveiro, sobretudo no caso das famílias bem representadas como Bromeliaceae,
Orchidaceae e Velloziaceae. O topsoil deve ser disposto imediatamente à remoção sobre a
área minerada a ser tratada. Assim que a cobertura vegetal nascida no topsoil fornecer
condições ecológicas favoráveis à autossustentação das mudas, elas poderão ser aí
introduzidas, sempre no início do período chuvoso. Com a introdução das mudas, obtém-se
o aumento da diversidade biológica no ambiente em restauração.
Em face do exposto, torna-se evidente a conclusão de que a restauração da
cobertura vegetal não ocorre a curto prazo nem mediante procedimentos individualizados.
Para que suceda, é preciso haver a criação de condição básica que a permita e acelere nos
moldes da sucessão natural, que se dá ao longo de décadas, em processo que não se
conclui. Tal molde é favorecido pelas medidas aqui indicadas.
65
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69
ANEXO A
Lista das espécies de plantas vasculares inventariadas nos Campos Ferruginosos na
mina de Alegria, Mariana, Minas Gerais.
A coluna “Am.” indica as espécies ameaçadas de extinção de acordo com a lista oficial do MMA (2008),
sendo: A = espécies ameaçadas; B = indicadas para estudos detalhados. A coluna “Res/TS” indica se a
espécie teve indivíduos resgatados e transformados em mudas (Res) ou indivíduos inventariados na área
coberta por topsoil (TS). Na coluna “Hábitos”, Arb. = arbusto, Arv. = árvore ou arvoreta, S. Arb. =
subarbusto, Erv. = erva, L = liana; na coluna “Forma de Vida”, T = terrestre, E = epífita, R = rupícola, H =
hemiepífita, P = parasita (hemi ou holoparasita); na coluna “Ambiente”, CM = capão de mata, CR = campo
rupestre, CE = cerrado. As “Coleções” estão representadas pelos números de coleta de Rubens Custódio da
Mota, Lídia Maria dos Santos, Sérgio Tomich Santos e Leandro Arruda.
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. R/TS Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
ACANTHACEAE
J
usticia sp.
Erv. T CR 3316
Ruellia macrantha (Mart. ex Nees) Linda
u
Erv. T CM, CR 3303
ALSTROEMERIACEAE
Alstroemeria rupestris M.C. Assis Res Erv. R CR 3341
AMARANTHACEAE
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze Erv. T CM, CR 3562
AMARYLIDACEAE
H
ippeastrum morelianum Lem.
Res Erv. T, R CR Observado!
ANACARDIACEAE
Tapirira obtusa (Benth.) J. D. Mitch Arv. T CM 3206
ANEMIACEAE
Anemia raddiana Link Erv. T CR Observado!
ANNONACEAE
Guatteria sellowiana Schltdl. Arv. T CM 3563
Guatteria villosissima A. St.-Hil. Arv. T CM 3294
Xylopia brasiliensis Spreng. Arv. T CM 3564
Xylopia sericea A. St.-Hil. Arv. T CM 3565
APOCYNACEAE
Ditassa aequicymosa E. Fourn. Ver T, R CR 3566
Ditassa linearis Mart. Ver T, R CR 3567
Ditassa mucronata Mart. Ver T, R CR 3568
Gonioanthela hilariana (E. Fourn.) Malme Erv T CM, CR 3275
Mandevilla moricandiana (A.DC.) R.E.Woodson L T, R CR 3278
AQUIFOLIACEAE
Ilex affinis Gardn. Arb. T CM, CR 3339
Ilex theezans Mart. Arv. T CM, CR 3569
Ilex sp. Arb. T CM, CR 3570
ARACEAE
Anthurium megapetiolatum E. G. Gonçalves Res Erv. T CM 3571
Anthurium minarum Sakuragui e Mayo Res Erv. T, R CM, CR 3282
Philodendron minarum Engl. Res L. T, H CM, CR Observado!
Philodendron propinquum Schott. Res L. T, H CM 3572
Philodendron rhizomatosum Sakuragui e Mayo Res Erv. R CM, CR Observado!
ARALIACEAE
Schefflera vinosa (Cham. e Schltdl.) March. Arb. T CM 3298
ARECACEAE
Geonoma schottiana Mart. Arb. T CM 3573
Syagrus flexuosa (Mart.) Becc. Res Arb. T CR 3574
ARISTOLOCHIACEAE
Aristolochia smilacina Duch. Erv. T, R CR 3270
ASPLENIACEAE
Asplenium campos-portoi Brade Erv. R CM 3575
Asplenium praemorsum Sw. A Erv. R CM 3242
ASTERACEAE
Achyrocline satureoides (Lam.) DC. Erv. T CR 3576
Acritopappus longifolius (Gardn.) R.M. King e H. Robinson Arb. T CR 3577
Baccharis dracunculifolia DC. Arb. T CR 3578
Baccharis lychnophora Gardner Arb. T CR 3198
Baccharis reticularia DC. Arb. T CR 3579
Baccharis serrulata Pers. Arb. T CR 3324
Baccharis trimera DC. Erv. T CR 3580
Bidens brasiliensis Sherff Arb. T CM, CR 3581
Chromolaena multiflocculosa (DC.) R.M. King e H. Rob. Arb. T CR 3327
70
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. R/TS Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
ASTERACEAE
Cyrtocymura scorpioides (Lamarck) H. Robinson
TS S.Arb. T CM, CR 3269
Dasyphyllum sprengelianum (Gardn.) Cabrera Arb. T CR 3582
Erechtites hieracifolia Rafin. ex DC. Arb. T CR 3325
Erechtites valerianaefolia DC. Arb. T CR 3326
Eremanthus crotonoides (DC.) Sch. Bip. Arb. T CR 3277
Eremanthus incanus (DC.) Mac Leish. Res/TS Arv. T CR 3583
Hololepis pedunculata DC. Arb. T CM, CR 3584
Koanophyllon adamantium (Gardn.) R.M. King e H. Robinson Arb. T CR 3585
Lepidaploa vauthieriana (DC.) H.Rob. Arb. T CR 3232
Lychnophora pinaster Mart TS Arb. T CR Observado!
Mikania hirsutissima DC. L. T CM 3586
Mikania sp. L. T CR 3200
Trichogonia hirtiflora Sch. Bip. ex Baker Arb. T CR 3323
Vernonanthura diffusa (Less.) H.Rob. Arv. T CR 3195
BEGONIACEAE
Begonia alchemilloides A.DC. Erv. R CR 3280
Begonia rufa Thunb. Res Erv. T, R CM, CR 3168
BLECHNACEAE
Blechnum brasiliense Desv. Erv. T CM 3587
Blechnum polypodioides Raddi Erv. T CM 3241
Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr. Erv. T CR 3588
BROMELIACEAE
Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker Res Erv. E, R CM, CR 3260
Aechmea lamarchei Mez Res Erv. T, R CM 3262
Billbergia zebrina Lindl. Res Erv. R CM 3261
Billbergia sp. Erv. T, R CM Observado!
Cryptanthus schwacheanus Mez Res Erv. R CR 3259
Dyckia sp. Res Erv. R CR 3173
Pseudananas sagenarius (Arruda da Camara) Camargo Res Erv. T CM 3589
Tillandsia gardneri Lindl. Res Erv. E, R CM, CR 3590
Tillandsia stricta Soland.ex Sims Res Erv. E, R CM, CR 3591
Tillandsia tenuifolia Bert. ex Schult. f. Res Erv. E, R CM, CR 105394
Vriesea crassa Mez Res Erv. R CR 3592
Vriesea sp. Res Erv. R CR 3351
CACTACEAE
Epiphyllum phyllanthus Haw. Res Erv. E, R CM, CR 3593
Hatiora salicornioides (Haw.) Britton e Rose Res Arb. E, R CM, CR 105395
Hylocereus setaceus (Salm-Dyck) R. Bauer Res Arb. R CM 3594
Rhipsalis floccosa Salm-Dyck ex Pfeiffer Res Erv. E, R CM, CR 3283
CELASTRACEAE
Maytenus gonoclada Mart. Arv. T CM, CR 3595
CLETHRACEAE
Clethra scabra Pers. Arv. T CM, CR 3596
CLUSIACEAE
Clusia arrudea Planch. e Triana Arv. T, R CM, CR 3597
CONVOLVULACEAE
Evolvulus aurigenius Mart. TS Erv. T CR 3272
Jacquemontia martii Choisy TS Erv. T CR 3276
Merremia macrocalyx (Ruiz e Pav.) O'Donell L. T CM, CR 3279
CUCURBITACEAE
Melothrianthus smilacifolius (Cogn.) Mart. Crov. L. T CM, CR 3274
Indeterminada Erv. T CR 3598
CYATHEACEAE
Cyathea delgadii Sternb. Arb. T CM 3599
CYCLANTHACEAE
Asplundia sp. Arb. R CM 3600
CYPERACEAE
Lagenocarpus rigidus (Kunth.) Nees Res Erv. T, R CR 3601
Pleurostachys sp. Erv. T CR 3602
Rhynchospora recurvata (Nees) Steud. Erv. T CR 3229
Rhynchospora tenuis Link TS Erv. T, R CR Observado!
Rhynchospora sp. Erv. T CR 3230
Trilepis lhotzkiana Nees Erv. R CR 3330
DILLENIACEAE
Doliocarpus sp. L. T CM 3603
DIOSCOREACEAE
Dioscorea campestris Griseb. L. T, R CR 3604
Dioscorea debilis Uline L. T, R CR 3334
Dioscorea ovata Vell. L. T, R CR 3605
Dioscorea sp. L. T CR 3333
DRYOPTERIDACEAE
Arachniodes denticulata (Sw.) Ching Erv. R CM, CR 3243
Elaphoglossum langsdorfii (Hook. e Grev.) T. Moore Erv. T CM, CR 3621
Elaphoglossum macrophyllum (Kaulf.) Christ Erv. T CM 3249
Elaphoglossum sp. Erv. T CM 3622
71
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. R/TS Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
ERICACEAE
Agarista coriifolia (Thunb.) J.D. Hooker ex Niedenzu Arb. T, R CR 3606
Agarista pulchra G.Don Arb. T, R CR 3186
ERIOCAULACEAE
Actinocephalus bongardii (A. St.Hil.) Sano Res Erv. T, R CR Observado!
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum amplifolium (Mart.) O. E. Schulz Arb. T CM, CR 3607
Erythroxylum gonocladum O.E.Schulz Arb. T CM, CR 3608
EUPHORBIACEAE
Alchornea triplinervia (Spr.) Muell. Arg. Arv. T CM 3609
Chamaesyce thymifolia (L.) Millsp. TS Arb. R CR Observado!
Croton comosus Mull.Arg. TS Arb. T CM, CR 3308
Croton erythrochyloides Croizat TS Arb. T CR 3343
Sebastiania glandulosa (Mart.) Pax
TS Arb. T CR 3268
FABACEAE
Abarema brachystachya (DC.) Barneby e J.W.Grimes Arv. T CM 3610
Acacia paniculata Willd. L. T CM 3287
Aeschynomene falcata (Poir.) DC. TS Erv. T CR 3224
Bauhinia rufa (Bongard) Steudel S.Arb. T CR 3304
Centrosema coriaceum Benth. TS Arb. T, R CR 3305
Chamaecrista diphylla Greene TS Arb. T CR Observado!
Chamaecrista mucronata (Spreng.) H.S.Irwin e Barneby TS Arb. T CR 3196
Copaifera langsdorffii Desf. Arv. T CM, CR 3611
Galactia martii DC. L. T, R CR 3306
Mimosa aurivillus Mart. Arb. T, R CR 3336
Mimosa cf. sepiaria Benth. TS Arb. T CR Observado!
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. Arb. T, R CR 3273
Senna reniformis (G. Don) H.S. Irwin e Barneby TS Arb. T CM, CR 3612
Vigna sp. L. T CM, CR 3335
GENTIANACEAE
Calolisianthus pedunculatus Gilg Arb. T CR 3345
GESNERIACEAE
Nematanthus lanceolatus (Poir.) Chautems Res Arb. E, R CM, CR 3613
Nematanthus strigillosus (Mart.) H. E. Moore Res Arb. E, R CM, CR 3172
Paliavana sericiflora Benth. Res Arb. R CR 3263
GLEICHENIACEAE
Dicranopteris flexuosa (Schrad.) Underw. Erv. T CR 3614
Sticherus lanuginosus ( Fée) Nakai Erv. T CR 3615
HYMENOPHYLLACEAE
Hymenophyllum fragile ( Hedw. ) C.V.Morton Erv. E, R CM 3233
Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw. Erv. E, R CM 3234
HYPERICACEAE
Vismia brasiliensis Choisy Arv. T CM 3616
Vismia magnoliifolia Schlecht. e Cham. Arv. T CM 3617
IRIDACEAE
Neomarica glauca Sprague Erv. T, R CM, CR 3618
Neomarica rupestris (Ravenna) Chukr Res Erv. T, R CR 3315
LAMIACEAE
Eriope macrostachya Mart. ex Benth. TS Arb. T CM, CR Observado!
Hyptis homalophylla Pohl ex Benth. Erv. T CR 3314
LAURACEAE
Cassytha filiformis L. Erv. P CR 3293
Cinnamomum quadrangulum Kosterm. Arb. T CM, CR 3296
Ocotea pulchella Mart. Arb. T CM, CR 3619
Ocotea tristis (Nees) Mez Arb. T CM, CR 3301
Ocotea sp. Arb. T CM 3620
LOMARIOPSIDACEAE
Nephrolepis pectinata (Willd.) Schott Erv. R CM 3236
LORANTHACEAE
Struthanthus marginatus Blume Erv. P CM, CR 3204
LYCOPODIACEAE
Huperzia reflexa (Lam.) Trevis. Erv. T CR 3247
Lycopodiella cernua (L.) Pic.Serm. Erv. T CR 3237
LYTHRACEAE
Cuphea carthagenensis (Jacq.) Macbride TS Arb. T CR Observado!
Diplusodon myrsinites DC. Arb. T CR 3623
MALPIGHIACEAE
Byrsonima variabilis A. Juss. Arb. T CR 3624
Heteropterys campestris A. Juss. Arb. T CR 3320
Heteropterys sp. Arb. T CR 3625
Tetrapterys acutifolia Cav, Arb. T CR 3626
MALVACEAE
Pavonia viscosa A. St.-Hil. Arb. T CM, CR 3627
Sida glaziovii K. Schum. TS Erv. T CM, CR Observado!
Sida sp. 1 Arb. T CR 3337
Sida sp. 2 S.Arb. T CR 3201
Waltheria sp. Arb. T CR 3338
72
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. R/TS Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
MARCGRAVIACEAE
Marcgravia sp. Arb. R CM 3628
MELASTOMATACEAE
Cambessedesia hilariana DC. Arb. T CR 3317
Comolia sertularia Triana Arb. T, R CR 3295
Leandra aurea Cogn. Arb. T CR 3199
Leandra cancellata Cogn. Arb. T CM, CR 3348
Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin Arv. T CM 3629
Miconia corallina Spring ex Mart. Arb. T CM, CR 3310
Miconia sellowiana Naud. S.Arb. T CM 3630
Miconia valtherii Naud. Arb. T CR 3631
Microlicia arenariaefolia (Mart. et Schr.) DC. Arb. T, R CR 3318
Microlicia cordata Cham. Arb. T, R CR 3632
Microlicia suborbicularifolia Hoehne Arb. T, R CR 3319
Tibouchina candolleana Cogn. Arv. T CM 3633
Tibouchina multiflora Cogn. Res/TS Arb. T CR 3264
Tibouchina sp. Res Arb. T CR Observado!
Trembleya parviflora (G. Don) Cogn. Arb. T CR 3634
MELIACEAE
Trichilia emarginata C. DC. Arv. T CM 3635
MENISPERMACEAE
Odontocarya tamoides (DC.) Miers L. T CM 3636
MONIMIACEAE
Mollinedia triflora Tul. Arv. T CM 3637
MORACEAE
Ficus mexiae Standley Arv. T CM 3638
MYRSINACEAE
Myrsine umbellata Mart. Arv. T CM 3640
Myrsine sp. Arb. T CM 3639
MYRTACEAE
Calypthranthes pulchella DC. Arb. T CM, CR 3641
Calypthranthes strigipes Berg Arb. T CM, CR 3642
Eugenia modesta DC. Arb. T CM, CR 3292
Eugenia sp. 1 Arb. T CM 3643
Eugenia sp. 2 Arb. T CM 3644
Myrcia amazonica DC. Arv. T CM 3645
Myrcia hebepeta DC. Arv. T CM 3289
Myrcia pulchra Kiaersk. Arv. T CM 3291
Myrcia retorta Cambess. Arv. T CM 3646
Myrcia splendens DC. Arv. T CM 3197
Myrcia venulosa DC. Arv. T CM, CR 3647
Myrcia sp. Arv. T CM 3648
Myrciaria glanduliflora (Kiaersk.) Mattos et D. Legrand Arv. T CM 3290
Siphoneugena kiaerskoviana (Burret) Kausel Arv. T CM, CR 3649
Siphoneugena widgreniana Berg Arv. T CM 3650
OCHNACEAE
Luxemburgia corymbosa A. St.-Hil. B Arb. T CR 3651
Ouratea semiserrata (Mart.et Nees) Engl. Arv. T CM, CR 3652
ONAGRACEAE
Ludwigia octovalvis (Jacq.) Raven TS Arb. T CR Observado!
ORCHIDACEAE
Acianthera limae (Porto e Brade) Pridgeon e M.W. Chase Erv. R CM 3653
Acianthera prolifera (Herb. ex Lindl.) Pridgeon e M.W.Chase Erv. R CR 3214
Acianthera teres (Lindl.) Luer Res Erv. R CR 3216
Anathallis rubens (Lindl.) Pridgeon e M.W. Chase Res Erv. E, R CM, CR 3212
Anathallis sclerophylla (Lindl.) Pridgeon e M.W. Chase Erv. E, R CM, CR Observado!
Bifrenaria aureofulva Lindl. Res Erv. E, R CM, CR 3654
Bifrenaria harrisoniae (Hook.) Rchb.f. Res Erv. E, R CM, CR 3655
Bulbophyllum carassence R.C. Mota, F. Barros e Stehmann Erv. E CM Observado!
Bulbophyllum exaltatum Lindl. Erv. E, R CR 3656
Bulbophyllum weddelii Reichb. f. Res Erv. E, R CR 105389
Bulbophyllum sp. Res Erv. E, R CR 3657
Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe Res Erv. E, R CM Observado!
Campylocentrum sellowii (Reichb.f.) Rolfe Res Erv. R CM 3153
Cattleya bicolor Lindl. Res Erv. E, R CM 105393
Comparettia coccinea Lindl. Res Erv. E CM 105392
Cyclopogon sp. Erv. T CR 3174
Dichaea australis Cogn. Erv. R CM, CR 3156
Encyclia patens Hook. Res Erv. E, R CM, CR 3187
Epidendrum armeniacum Lindl. Erv. E, R CM, CR 105390
Epidendrum filicaule Lindl. Res Erv. E, R CR Observado!
Epidendrum martianum Lindl. Res Erv. E CR 3256
Epidendrum paniculatum Ruiz e Pav. Res Erv. E, R CM 3658
Epidendrum secundum Jacq. Res Erv. T, E, R CM, CR 3253
Gomesa crispa (Lindl.) Kl. e Rchb. f. Res Erv. E CM 3659
Grobya amherstiae Lindl.
Res Erv. E CM 3660
Habenaria josephensis Barb. Rodr. Res Erv. T CM 3661
Isochilus linearis (Jacq.) R.Br. Res Erv. E, R CM 3662
Leptotes tenuis Rchb.f. Res Erv. R CR 3663
73
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. R/TS Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
ORCHIDACEAE
Liparis nervosa (Tunb.) Lindl.
Erv. T CM 3213
Maxillaria notylioglossa Rchb.f. Res Erv. E, R CM, CR 105391
Maxillaria rufescens Lindl. Res Erv. E, R CM, CR 3664
Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. Res Erv. T CM 3665
Oncidium blanchetii Rchb. f. Res Erv. T, E, R CM, CR 3251
Oncidium gracile Lindl. B Res Erv. R CR 3254
Oncidium warmingii Rchb. f. Res Erv. E, R CR 3666
Pleurothallis laciniata Barb.Rodr. Erv. R CM 3252
Polystachya concreta (Jacq.) Garay e H.R.Sweet Res Erv. E, R CM, CR 3258
Prescottia plantaginea Lindl. Erv. T CR 3667
Prescottia stachyodes (Sw.) Lindl. Res Erv. T CM 3668
Prosthechea allemanoides (Hoehne ) W.E.Higgins Res Erv. E, R CM, CR 3669
Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron e V.P. Castro Erv. E, R CM, CR 3257
Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay Erv. T CM, CR 3670
Sarcoglottis schwackei (Cogn) Schltr. Res Erv. T CR 3223
Scaphyglottis modesta (Rchb.f.) Schltr. Res Erv. E, R CM, CR 3671
Sophronitis caulescens (Lindl.) Van den Berg e M.W.Chase B Res Erv. R CR 3170
Sophronitis cinnabarina (Bateman ex Lindl.) Van den Berg e M.W. Chase Res Erv. R CR 3312
Sophronitis crispata (Thunb.) Van den Berg e M.W. Chase B Res Erv. R CR 3255
Stelis modesta Barb.Rodr. Res Erv. E CM 3215
Zygopetalum maculatum (Kunth) Garay Res Erv. T, R CM, CR 3672
Zygopetalum maxillare Lodd. Res Erv. E CM 3673
Zygopetalum sellowii Rchb. f. Res Erv. T, R CM, CR 3674
OXALIDACEAE
Oxalis glauca H. B. e K. TS Erv. T CM Observado!
PASSIFLORACEAE
Passiflora alata Curtis L. T CM 3675
Passiflora haematostigma Mart. ex Masters L. T CM 3676
Passiflora villosa Vell. L. T CM, CR M 3677
PHYLLANTHACEAE
Phyllanthus klotzschianus Muell. Arg. Erv. T, R CR 3266
Phyllanthus rosellus Muell. Arg. Erv. T, R CR 3311
PIPERACEAE
Peperomia diaphanoides Dahlst. Erv. R CR 3331
Peperomia velloziana Miq. Erv. R CR 3678
Peperomia sp. 1 Res Erv. R CR 3332
Peperomia sp. 2 Erv. R CR 3228
Piper cernuum Vell. Arb. T CM 3281
PLANTAGINACEAE
Stemodia sp. Erv. T CM 3340
POACEAE
Andropogon bicornis L. Erv. T CR 3679
Andropogon ingratus Hack. Erv. T CR 3680
Andropogon leucostachyus Kunth Erv. T CR 3190
Axonopus pressus (Nees ex Steud.) Parodi TS Erv. T CR 3681
Axonopus siccus Kuhlm. TS Erv. T CR Observado!
Ichnanthus bambusiflorus (Trin.) Döll Erv. T CM 3222
Panicum poliophyllum Renvoize e Zuloaga Erv. T CR 3220
Panicum subulatum Spreng. Erv. T CR 3189
Panicum wettsteinii Hack. Erv. T CR 3221
POLYGALACEAE
Polygala ligustroides A.St.-Hil. Arb. T CM 3207
POLYGONACEAE
Coccoloba acrostichoides Cham. Arb. T CR 3299
POLYPODIACEAE
Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl Erv. E, R CM, CR 3246
Melpomene melanosticta (Kunze) A.R.Sm. e R.C.Moran Erv. E, R CM 3240
Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota Erv. E, R CM, CR 3682
POLYPODIACEAE
Pecluma pectinatiformis (Lindm.) M. G. Price
Erv. R CM 3683
Phlebodium pseudoaureum (Cav.) Lellinger Erv. E, R CM, CR 3244
Pleopeltis astrolepis (Liebm.) Fourn. Erv. R CM 3684
Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de la Sota Erv. R CR 3239
Serpocaulon latipes (Langsd. e Fisch.) A.R. Sm. Erv. R CR 3685
PORTULACACEAE
Portulaca mucronata Link Res Erv. T, R CM, CR 3344
PTERIDACEAE
Doryopteris ornithopus (Mett. ex Hook. e Baker) J. Sm. Erv. T CR 3285
Doryopterys collina (Raddi) J. Sm. Erv. T CR 3286
Pityrogramma calomelanos (L.) Link Erv. T CM 3238
Pteris vitatta L. Erv. R CM 3248
RAFFLESIACEAE
Pilostyles blanchetii R. Br. Erv. P CM, CR 3342
ROSACEAE
Prunus myrtifolia (L.) Urb. Arv. T CM, CR 3686
Rubus brasiliensis Mart. Arb. T CM 3687
74
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. R/TS Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
RUBIACEAE
Amaioua guianensis Aubl. Arv. T CM 3688
Borreria capitata DC. Erv. T CM, CR 3307
Borreria poaya DC. TS Arb. T CM, CR Observado!
Coccocypselum aureum Cham. e Schlecht. Erv. T CM, CR 3271
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze Arb. T CM 3689
Declieuxia fruticosa Kuntze Arb. T CR 3328
Emmeorhiza umbellata K.Schum. Erv. T CR 3227
Palicourea marcgravii A. St.-Hil. Arb. T CM 3690
Palicourea tetraphylla Cham. e Schltdl. Arb. T CM, CR 3313
Psychotria purpurascens Mull.Arg. Arb. T CM 3225
Psychotria stachyoides Benth. Arb. T CM 3226
Psychotria vellosiana Benth. Arv. T CM 3691
Psyllocarpus laricoides Mart. e Zucc. TS Arb. T CR 3349
Remijia ferruginea DC. Arb. T CM, CR 3692
RUTACEAE
Dictyoloma vandellianum Adr. Juss Arv. T CM 3693
Hortia arborea Engl. Arv. T CM 3694
SALICACEAE
Casearia obliqua Spreng. Arv. T CM 3695
Casearia sylvestris Sw. Arv. T CM 3696
SAPINDACEAE
Matayba elaeagnoides Radlk. Arv. T CM 3697
Matayba marginata Radlk. Arv. T CM 3698
Paullinia carpopodea Cambess.
L. T CM 3349
Serjania gracilis Radlk. Arb. T CM 3699
SELAGINELLACEAE
Selaginella flexuosa P. Beauv. Erv. T, R CM 3700
Selaginella marginata (Humb. e Bonpl. ex Willd.) Spring Erv. T, R CM 3701
SMILACACEAE
Smilax campestris Griseb. L. T CR 3702
SOLANACEAE
Dyssochroma viridiflorum (Sims) Miers Arb. E, R, H CM, CR 3703
Solanum americanum Mill. Erv. T CM 3265
Solanum cladotrichum Dunal Arb. T CM, CR 3704
Solanum leucodendrum Sendt. Arv. T CM 3705
THELYPTERIDACEAE
Macrothelypteris torresiana (Gaud.) Ching Erv. T CM 3706
Thelypteris dentata (Forssk.) E. St. John Erv. T CM 3245
URTICACEAE
Cecropia glaziovi Snethlage Arv. T CM 3707
Cecropia pachystachya Trec. Arv. T CM 3708
VELLOZIACEAE
Barbacenia sessiliflora L.B. Sm. Res Erv. R CR 3321
Barbacenia sp. Res Erv. R CR Observado!
Vellozia albiflora Pohl Res Arb. R CR 3167
Vellozia compacta Mart. ex Schult. e Schult. f. Res Arb. R CR 3300
Vellozia graminea Pohl Erv. R CR 3309
Vellozia virgata Goethart e Henrard Erv. R CR 3169
VERBENACEAE
Lantana lilacina Desf. Arb. T CR 3350
Lantana lundiana Schauer S.Arb. T CR 3202
Lippia gracilis Schauer TS Arb. T CR 3188
Lippia hermannioides Cham. Arb. T CR 3347
Stachytarpheta glabra Cham. TS Arb. T CR 3288
VITACEAE
Cissus albida Cambess. L. T CM, CR 3267
Cissus verticillata (L.) Nicolson et Jarvis L. T CM 3709
CAPÍTULO III
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS DO QUADRILÁTERO
FERRÍFERO: FLORÍSTICA, FITOSSOCIOLOGIA E USO DE TOPSOIL NA
MINA DO SEGREDÃO, SABARÁ, MINAS GERAIS, BRASIL
76
1 INTRODUÇÃO
Estudos fundamentados em diferentes pesquisas mostram que a vegetação
formadora dos Campos Ferruginosos cresce sobre solos ricos em ferro, fortemente ácidos,
com baixa fertilidade e níveis altos de cátions metálicos, com forte correlação entre a
abundância de espécies e as propriedades do solo (PORTO e SILVA, 1989; VINCENT,
2004; VINCENT e MEGURO, 2008).
Por reconhecer essa importante correlação, a pesquisa tratada no capítulo anterior,
realizada na mina de Alegria, localizada em Mariana, optou pelo uso do topsoil ao procurar
a metodologia mais adequada para iniciar o processo de restauração da cobertura vegetal
de formações ferríferas. O topsoil, que consiste no material resultante do decapeamento da
parte superficial do solo, contém uma mistura de crosta ferruginosa, banco de sementes,
micro, meso e macro fauna/flora do solo (micro-organismos decompositores, fungos
micorríticos, bactérias nitrificantes, minhocas e algas), fatores importantes na ciclagem de
nutrientes, formação, reestruturação e fertilização do solo.
O resultado com o teste de emergência de plantas em topsoil na mina de Alegria
mostrou que a cobertura vegetal desenvolvida a partir deste material, depositado em área
de 250m
2
, apresentava, em 50m
2
de amostragem fitossociológica, depois de cinco anos, 28
espécies vegetais, pertencentes a 25 gêneros e 14 famílias, sendo 19 espécies arbustivas,
oito herbáceas e uma arbórea. Todas essas espécies também constavam do levantamento
florístico previamente realizado na mesma mina, em local semelhante, sendo, portanto,
integrantes da flora existente sobre as formações ferríferas. Muitas delas são de difícil
propagação por sementes e mudas e de baixa sobrevivência quando resgatadas. Além
disso, observou-se que as plantas nascidas no topsoil eram as de fundamental importância
no processo de colonização vegetacional por criarem as condições para o estabelecimento
das espécies recrutadas por outras estratégias de salvamento, como o resgate de flora. Tal
constatação indicou que o teste fora positivo.
No entanto, esse resultado quantitativo gerou um questionamento na pesquisa. A
concepção de restauração que embasava tal questionamento, embora não mencionada no
relato, era de que o objetivo dos procedimentos adotados em operações de salvamento de
flora seria o de restabelecer o ambiente com número de espécies o mais próximo do
original (BRADSHAW, 1987).
77
Na medida em que a pesquisa se desenvolveu, outro conceito de restauração foi
apreendido, o que propõe a “restauração ecológica”, definida e adotada pela “Society for
Ecological Restoration - SER”. Segundo essa concepção, a restauração consiste na
recuperação da estabilidade e integridade biológica dos ecossistemas, mediante a recriação
de comunidades ecologicamente viáveis, que protejam e fomentem a capacidade natural de
mudança dos ecossistemas. O princípio fundamental implícito dessa definição é o conceito
de sustentabilidade, que leva em conta a questão de que o sítio restaurado possa se
autossustentar a longo prazo, sem necessidade de intervenção ou manejo futuro (ENGEL e
PARROTA, 2003). Estudiosos dessa linha argumentam: “Restaurar integralmente os
ecossistemas naturais está muito além da nossa capacidade, retorná-lo ao estado original é
impossível devido às características dinâmicas dos mesmos.” (ibid. p.6).
Considerações desse tipo reforçaram a percepção do quanto fora positivo o
resultado da pesquisa na mina de Alegria em relação ao uso do topsoil, com a presença de
espécies da vegetação nativa que se autossustentavam, há mais de cinco anos, sem
qualquer intervenção humana, como semeaduras, poda, adubação e irrigação.
Mas a consequência natural de um experimento é ser repetido para verificar se os
resultados se confirmam e para permitir o estabelecimento de comparações. Além disso, no
experimento da mina de Alegria, faltou o conhecimento sobre o antes e o depois, isto é, como
não foi feita a fitossociologia da área do meio natural de que foi removido o topsoil, não se
pôde relacionar dados sobre número de indivíduos na amostra, densidade, frequência,
dominância e índice de valor de importância (IVI) das espécies ocorridas no meio natural e no
topsoil.
Uma nova pesquisa foi planejada, desta feita em Sabará, numa unidade da Vale
situada na borda norte do Quadrilátero Ferrífero, ou seja, onde a vegetação de formação
ferrífera ainda era quase desconhecida, o que abriria possibilidade de obtenção de
resultados diferentes e favoreceria comparações. A inexistência de estudos sobre o uso de
topsoil para restauração de cobertura vegetal em formações ferríferas também mostrava a
necessidade de nova investigação sobre esse material, considerado de importância vital
para o estabelecimento de dado ecossistema (VINCENT, 2004).
Nesta investigação, adotou-se metodologia que permitiu estabelecer os
relacionamentos entre o antes e o depois do experimento, a partir de estudos botânicos e
pedológicos do meio natural e da área de restauração. O uso de tratamento estatístico e de
78
correlações levantadas a partir de programas específicos favoreceram uma leitura mais
acurada e precisa dos dados levantados.
Com esta nova pesquisa, aqui relatada, objetiva-se tanto investigar elementos que
ajudem a projetar a restauração - como comparar a composição florística com a de outras
áreas, conhecer a estrutura fitossociológica e pedológica do ambiente natural da área de
estudo - quanto testar o uso de topsoil como material indutor de condições para
estabelecimento de cobertura vegetal de formações ferríferas em áreas mineradas do
Quadrilátero Ferrífero.
79
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Caracterização da área de estudo
A área de estudo, denominada Segredão, de concessão de direito minerário da
empresa Vale, está situada a oeste do alinhamento montanhoso onde emerge a serra da
Piedade, no município de Sabará, Minas Gerais, na borda norte do Quadrilátero Ferrífero,
entre as coordenadas de 19
°
50´44´´sul e 43
°
46´16´´ oeste (FIG. 1).
FIGURA 1 - Quadrilátero Ferrífero, municípios integrantes, formações ferríferas (em
amarelo), localização da área da pesquisa.
FONTE: BIOMA Meio Ambiente (2010); dados de municípios: GEOMINAS (1996;
1998); geologia: CPRM (2003).
Nessa região, o clima é do tipo Cwa de Koeppen, temperado quente, com estação seca
de abril a setembro e chuvosa de outubro a março. A temperatura média anual é de 20
o
C e a
precipitação média anual de 1500mm, com pluviosidade média de 279mm no período
chuvoso.
A área da pesquisa estende-se numa encosta posicionada a sul da serra principal,
voltada para o interior do Quadrilátero Ferrífero, onde existe uma pequena cava, em fase
80
de recuperação, e vasta área sobre a qual há crosta ferruginosa com campos, vegetação
sub-arbustiva, sub-arbórea e arbórea que colonizam a canga couraçada, a canga nodular e
os bolsões formados na canga.
Trata-se de vasta área natural, situada entre as cotas altimétricas de 1.180m e
1.300m de altitude, com formação de crosta ferruginosa no alinhamento das cristas
serranas e ocorrência de tipologias variadas de cobertura vegetal. Aí, encontram-se
florestas ao longo dos vales, Cerrado nas encostas intermediárias, situadas em níveis
altimétricos inferiores ao da carapaça ferruginosa, e Campo Ferruginoso sobre a carapaça
(FIG. 2). No Campo Ferruginoso, foram realizadas a amostragem florística,
fitossociológica, pedológica e a remoção do topsoil.
FIGURA 2 – Localização das áreas de pesquisa: estudo botânico, pedológico e uso de topsoil.
FONTE: BIOMA Meio Ambiente(2010); Imagem de satélite: Cbers (2009).
2.2 Florística
O levantamento florístico de plantas vasculares foi realizado entre fevereiro de 2007 e
março de 2008. Para compor a lista de espécies, fizeram-se coletas de material botânico fértil
em remanescentes preservados de vegetação exclusiva dos complexos rupestres de formação
ferrífera (Campo Ferruginoso), nas três fisionomias ocorrentes na área – campestre, arbustiva e
81
arbórea, sem, contudo, separar as espécies por fisionomia. As campanhas de campo para
coletas de dados foram de frequência mensal. O material coletado está depositado no herbário
da Universidade Federal de Minas Gerais (BHCB). As FIG. 3, 4 e 5 mostram as áreas de
amostragem.
A identificação das espécies se deu por meio de bibliografia específica, comparação
com exsicatas determinadas, depositadas no BHCB, e mediante contribuição de especialistas
quando necessário.
A lista das familias seguiu a classificação do Angiosperm Phylogeny Group – APG II
(2003) – para angiospermas; Smith et al.(2006) para samambaias; e Kramer e Tryon (1990)
para as licófitas.
FIGURA 3 - Aspecto geral da vegetação da área da pesquisa.
82
a) b) c)
FIGURA 4 - Fisionomias amostradas na pesquisa no meio natural:
a) Arbórea;
b) Herbáceo/arbustiva;
c) Herbácea.
FIGURA 5 - Vista da área onde foi implantado o experimento com topsoil.
Observa-se, no entorno próximo, vegetação exótica e, ao fundo, a
cidade de Sabará.
A confirmação da grafia dos nomes, bem como de seus autores, foi obtida por meio
de consulta ao índice de espécies do programa Index Kewensis 2.0 (Royal Botanic Gardens,
1997) e aos sites: Missouri Botanical Garden (http://www.mobot.org) e The International
Plant Names Index (http://www.ipni.org), ou em literaturas específicas atuais. As
83
abreviações dos nomes dos autores das espécies seguiram Brummitt e Powell (1992).
Os dados sobre os ambientes de ocorrência e hábitos das espécies basearam-se em
observações de campo ou foram extraídos dos rótulos das exsicatas examinadas.
Consideraram-se ervas espécies não lenhosas, podendo estas ser terrestres,
rupícolas e epífitas. Espécies terrestres lenhosas, inclusive as xilopodiosas, de altura
predominantemente abaixo de 30cm, foram denominadas subarbustos; as que em geral se
enquadram entre 30cm e 2m de altura foram denominadas arbustos; e as de altura
geralmente superior a 2m, árvores.
2.3 Estrutura fitossociológica do meio natural
O método utilizado para verificar os padrões da estrutura dos componentes herbáceo,
arbustivo e arbóreo da vegetação foi o de parcelas (BRAUN-BLANQUET, 1979).
No meio natural foram alocadas, de forma sistemática, em um transecto, 25
parcelas de 5m x 2m, com intervalo de 1m entre parcelas, com sorteio de 15 parcelas,
totalizando 150m
2
de área amostrada. Foi também desta área que se removeu o topsoil,
com o qual formaram-se quinze parcelas de igual tamanho, em área raspada por trator para
limpeza e cercada, situada a 300m da área de remoção, no mesmo dia. A espessura foi
definida pelo volume de material disponibilizado pelo decapeamento, de cerca de 5 a
15cm, dependendo do volume de material removido das parcelas do meio natural, onde
fez-se levantamento fitossociológico após cinco e doze meses de deposição do material.
Em cada parcela, foram anotados a espécie, o diâmetro à altura do solo (DAS em
cm), a altura total (cm) e contado o número de indivíduos. Foram considerados todos os
indivíduos acima de 1cm de altura para as espécies herbáceas e acima de 5cm para as
lenhosas. No caso das espécies com reprodução clonal (orquídeas e gramíneas, entre
outras), cada touceira isolada foi considerada como um indivíduo. Os parâmetros
fitossociológicos considerados na análise da organização comunitária foram: densidade,
dominância e frequência, que são utilizados na composição do valor de importância e de
cobertura, conforme Mueller-Dombois e Ellenberg (1974).
Quanto à análise de heterogeneidade, existem vários índices de quantificação da
diversidade de uma comunidade ou ecossistema, os quais possibilitam comparar diferentes
tipos de vegetação. Neste trabalho, foi utilizado o Índice de Diversidade de Shannon (H’)
84
(BROWER e ZAR, 1984) e o Coeficiente de Equabilidade de Pielou (J) (PIELOU, 1975).
Para realização dos cálculos dos parâmetros fitossociológicos e florísticos, fez-se
uso do programa Mata Nativa 2 (CIENTEC, 2006).
Os valores da densidade de indivíduos e espécies, a altura média, a área basal e o
diâmetro médio foram comparados entre as comunidades estudadas (ambiente natural, topsoil
aos cinco meses e topsoil aos 12 meses) com análises de variância (ANOVA), seguidas de
testes de Tukey a 5% de probabilidade. Somente os indivíduos com DAS maior ou igual a
0,1cm foram analisados estatisticamente no estudo fitossociológico realizado. Para todas as
análises estatísticas utilizou-se o programa Statistica 7.0 (STATSOFT, 2004).
2.4 Levantamento das variáveis pedológicas
Para melhor compreensão das variações nos atributos químicos dos solos nas
parcelas do meio natural e no topsoil aos doze meses de deposição, foram coletadas cinco
amostras simples de solo, na profundidade de 0-10 cm, em cada parcela. As amostras
simples foram homogeneizadas formando amostras compostas. As amostras de solos
coletadas foram encaminhadas para análise química de rotina ao Laboratório de Rotina de
Solos do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa.
As análises químicas foram realizadas em três repetições, de acordo com as
recomendações constantes em EMBRAPA (1997), sendo determinadas as seguintes
características químicas do solo: acidez ativa em água (pH), teores de fósforo (P) e
potássio (K
+
) disponíveis, cálcio (Ca
2+
), magnésio (Mg
2+
), acidez trocável (Al
3+
) e
potencial (Al+H); soma de bases (SB) e saturação por bases (V); capacidade de troca
catiônica total (T) e efetiva (t); saturação por alumínio (m), matéria orgânica (MO), fósforo
remanescente (P-rem), além dos teores dos micronutrientes zinco (Zn), ferro (Fe),
manganês (Mn) e cobre (Cu).
As variáveis pedológicas obtidas nas parcelas do meio natural e no topsoil aos 12
meses de deposição foram comparadas com análises de variância (ANOVA), seguidas de
testes de média de Tukey a 5% de probabilidade, sendo os cálculos efetuados pelo
programa Statistica 7.0 (STATSOFT, 2004).
85
2.5 Análise de Correspondência Canônica (CCA)
Para analisar as correlações entre os atributos pedológicos e os vegetacionais na
estruturação e organização espacial das comunidades do ambiente natural e topsoil aos 12
meses, foi empregada a análise de correspondência canônica (CCA) (TER BRAAK, 1986,
1987), utilizando o programa PC-ORD for Windows versão 4.14 (MCCUNE e MEFFORD,
1999). A matriz de vegetação de cada uma das áreas foi constituída da densidade absoluta
(DA) das 30 espécies que apresentaram número de indivíduos 10 (dez) na amostragem
fitossociológica que não considerou o limite de inclusão de DAS menor ou igual a 0,1 cm.
A matriz de variáveis pedológicas foi formada pelas seguintes variáveis de solos:
acidez ativa (pH), teores de fósforo (P), potássio (K
+
), cálcio (Ca
2+
), magnésio (Mg
2+
), acidez
trocável (Al
3+
), acidez potencial (H+Al), soma de bases (SB), capacidade de troca catiônica
(CTC) efetiva (t), CTC total (T), matéria orgânica (MO) e teores de zinco (Zn), manganês
(Mn) e cobre (Cu) que foram as variáveis de solos mais representativas e mais fortemente
correlacionadas com os eixos de ordenação. Ao final, foi aplicado o teste de permutação de
Monte Carlo (p<0,05) com o objetivo de verificar a significância das correlações entre os
padrões emergentes das espécies e variáveis pedológicas na CCA final.
2.6 Uso de topsoil
Após realização dos levantamentos florístico e pedológico nas parcelas delimitadas
no meio natural, removeu-se o topsoil de cada parcela, com auxílio de pá carregadeira
(W20E turbo – Case). Esse equipamento, de pequeno porte em face ao exigido pela
atividade minerária, permitiu a melhor remoção do topsoil onde o solo era mais fraturado
ou nodular. Onde ele era de canga couraçada, pela dureza do material, houve dificuldade
de remoção, o que gerou volume menor de topsoil. O material foi transportado e
depositado em área depois cercada, na mina em processo de recuperação ambiental, sobre
material inerte exposto pela ação mecânica do trator, onde formaram-se as 15 parcelas de
igual tamanho, correspondentes às do meio natural. As espessuras variaram entre 5 e 15cm.
Ressalte-se que, em torno das áreas de formação das parcelas, existe uma cortina
verde formada por Eucaliptus maculata e cobertura vegetal exótica, resultantes da
revegetação aplicada na pequena cava paralisada.
86
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Florística do meio natural
A cobertura vegetal sobre formação ferrífera na área de Segredão abriga
fisionomias predominantemente herbáceo-arbustivas, mas com presença das fisionomias
herbácea, arbustiva e arbórea. O levantamento florístico das plantas vasculares revelou a
presença de 191 espécies, distribuídas em 134 gêneros, pertencentes a 55 famílias. Destas,
170 foram identificadas até o nível de espécies, 16 até gênero e cinco permaneceram
Indeterminadas (ANEXO A).
As famílias que contribuíram com o maior número de espécies foram: Asteraceae
(23 spp.), Myrtaceae (14 spp.), Orchidaceae (12 spp.), Fabaceae, Rubiaceae e Poaceae (10
spp. cada), Malpighiaceae (9 spp.), Melastomataceae, Solanaceae e Verbenaceae (6 spp.
cada), Bignoniaceae, Bromeliaceae e Cyperaceae (5 spp. cada), Apocynaceae e
Velloziaceae (4 spp. cada) que, juntas, corresponderam a 68% do total de espécies
levantadas. No nível genérico, a maior riqueza foi encontrada em Myrcia (7), Solanum (5),
Eugenia e Borreria (4 cada), Axonopus, Byrsonima, Declieuxia, Heteropterys, Lippia,
Peperomia e Vellozia (3 cada).
Não foram encontradas espécies integrantes da Lista de Espécies Ameaçadas de
Extinção (MMA, 2008). Identificaram-se duas espécies que integram o Anexo 2 da
referida listagem, que indica espécies que devem ser melhor estudadas: Arthrocereus
glaziovii e Sophronitis caulescens.
Dentre as 191 espécies inventariadas, 75 são arbustos, 72 são ervas, 20 são
subarbustos, 18 são árvores e seis são lianas. A maioria das espécies é terrestre (148 spp.);
18 espécies são exclusivamente rupícolas; e três são exclusivamente epífitas. Uma única
espécie é parasita e outra, hemiepífita. Cinco espécies podem ser encontradas como
rupícolas e/ou epífitas e 13 espécies como rupícolas e/ou terrestres. Duas espécies
encontradas são rupícolas e/ou epífitas e/ou terrestres (ANEXO A).
Quanto aos ambientes, 109 espécies são exclusivas de Campo Rupestre, 11 são de
Cerrado e 21 de Capão de Mata. 33 são encontradas em Campo Rupestre e/ou Capão de
Mata, 16 são de Cerrado e/ou Campo Rupestre. Pyrostegia venusta é a única espécie que
ocorre nos três ambientes (ANEXO A).
Um dos objetivos desse estudo foi comparar seus resultados com os obtidos na
87
mina de Alegria. Nesta área, foram identificadas 333 espécies pertencentes a 85 famílias.
Já na mina de Segredão ocorreram 191 espécies de 55 famílias. Compilando-se as duas
listas, observa-se um total de 404 espécies pertencentes a 88 famílias, o que mostra a
elevada riqueza florística dos ambientes estudados, reforçando-se, assim, o encontrado por
Vincent (2004) em seu estudo realizado no Parque Estadual do Rola Moça. Dessas
espécies, 103 foram encontradas exclusivamente na mina de Segredão, o que representa
um valor significativo de diversidade, sobretudo, considerando-se o número total de
espécies aí ocorrente (191).
Relacionando-se os resultados obtidos nas duas áreas de pesquisa, verifica-se que,
na área de Alegria, inventariou-se quase o dobro das espécies encontradas em Sabará. A
essa expressiva diferença podem ser atribuídas algumas explicações. A mina de Alegria
está em operação, sendo o acesso às suas áreas absolutamente controlado. Já na área de
Segredão, ainda que cercada, há possibilidade de acesso por aí não haver atividade
minerária nem vigilância ininterrupta. Como a área está próxima de estradas, torna-se
susceptível às coletas predatórias de mudas de espécies ornamentais e a queimadas, fatores
indutores da redução de espécies em qualquer ecossistema.
Na mina de Alegria não foram encontradas espécies de Cerrado, que ocorreram na
área de Segredão. Esse fato pode ser explicado pela proximidade desta área com o Grupo
Nova Lima, de formações auríferas, onde se encontra Cerrado no Quadrilátero Ferrífero
(SANTOS, 2001).
Levantamentos realizados em Campos Ferruginosos dessa região (VINCENT,
2004; JACOBI et al., 2007; MENDONÇA et al., 2007; MOURÃO e STEHMANN, 2007;
VIANA e LOMBARDI, 2007), assim como em formações quartzíticas (GIULIETTI et al.,
1987; BRANDÃO e GAVILANES, 1990; HARLEY, 1995; GUEDES e ORGE, 1998),
relatam a família Asteraceae como a mais rica em espécies. Fabaceae e Poaceae também
apresentam alta riqueza específica em todos os levantamentos de Campos Rupestres, tanto
sobre formações ferríferas quanto quartzíticas.
No presente estudo, estas famílias estão bem representadas, ocorrendo também a
predominância de Asteraceae (23 spp.). Já na mina de Alegria, a família Orchidaceae
apareceu com uma riqueza de espécies incomum (51 spp.), evidenciando um caso especial
no ambiente dos Campos Ferruginosos, atribuível à proximidade da área com a serra do
Caraça, importante centro de diversidade dessa família para o Brasil (MOTA, 2006) e a seu
isolamento que impede a coleta predatória.
88
Na área de Segredão, as espécies mais frequentes da família Asteraceae foram:
Trixis vauthieri, Dasyphyllum candolleanum, Eremanthus incanus, Baccharis reticularia e
B. serrullata. Da família Myrtaceae, com riqueza de 14 espécies, destacaram-se: Eugenia
punicifolia, Myrcia mutabilis e Myrcia splendens. Melastomataceae apresentaram seis
espécies, entre as quais sobressaíram-se Tibouchina multiflora, Miconia sellowiana e
Leandra cancellata. Apareceram também com seis espécies: Poaceae com Axonopus
siccus, Echinolaena inflexa como mais frequentes; Verbenaceae com Stachytarpheta
glabra e Lippia gracilis como mais frequentes; e Fabaceae, com Periandra mediterranea,
Dalbergia micolobium, Senna rugosa, Centrosema coriaceum e Galactia martii.
Com relação às famílias Orchidaceae (12 spp.), Bromeliaceae (5 spp.), Velloziaceae
(4spp.), famílias importantes dos Campos Ferruginosos, entre outras, observou-se baixo
número de indivíduos e populações reduzidas. Tal resultado se deve, provavelmente, a
coletas predatórias. No caso de Cactaceae, que apareceu com quatro espécies na mina de
Alegria e dentre elas não constou Arthrocereus glaziovii, clássica dos Campos
Ferruginosos, em Sabará ela foi representada exatamente por esta espécie, com ocorrência
de muitos indivíduos.
Espécies raras aí também ocorreram em populações de pequenas proporções, caso
de Alstroemeria rupestris, Hippeastrum morelianum, Arthrocereus glaziovii, Sinningia
rupicola, Ocotea tristis, Guatteria sellowiana, que apareceram esparsamente.
3.2 Fitossociologia das parcelas do meio natural
Os resultados florísticos das quinze parcelas, onde foi feita análise fitossociológica
(150m
2
em meio natural), mostraram 723 indivíduos vivos, distribuídos em 19 espécies, 17
gêneros e 11 famílias (TAB. 1) Cinco espécies e três famílias não puderam ser
identificadas por ausência de material fértil.
As famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram: Fabaceae, com
232 (32%); Asteraceae, com 153 (21%); Euphorbiaceae, com 142 (20%); Verbenaceae,
com 90 (12%); Melastomataceae, com 43 (6%); Rubiaceae, com 29 (4%); e Myrtaceae,
com 20 indivíduos (3%). As famílias Celastraceae, Phyllantaceae, Malpighiaceae,
Velloziaceae e as Indeterminadas apresentaram, juntas, 14 indivíduos (2%).
89
TABELA 1
Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em Campo Rupestre sobre formação
ferrífera (meio natural), mina do Segredão, Sabará, MG.
Nome Científico Família N DA DR FA FR DoA DoR VC VI
P
eriandra mediterranea (Vell.) Taub. Fabaceae 232 15466,67 32,09 100,00 11,54 0,610 6,82 19,46 16,82
Trixis vauthieri DC. Asteraceae 62 4133,33 8,58 86,67 10,00 1,690 18,89 13,73 12,49
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. Euphorbiaceae 142 9466,67 19,64 100,00 11,54 0,545 6,09 12,86 12,42
Tibouchina multiflora Cogn. Melastomataceae 43 2866,67 5,95 73,33 8,46 1,947 21,76 13,85 12,06
Stachytarpheta glabra Cham. Verbenaceae 64 4266,67 8,85 86,67 10,00 0,922 10,31 9,58 9,72
E
upatorium sp. Asteraceae 57 3800,00 7,88 93,33 10,77 0,184 2,05 4,97 6,90
L
ippia gracilis Schauer Verbenaceae 26 1733,33 3,60 53,33 6,15 0,666 7,45 5,52 5,73
E
remanthus incanus (DC.) Mac Leish. Asteraceae 16 1066,67 2,21 53,33 6,15 0,537 6,01 4,11 4,79
E
ugenia punicifolia (Kunth) DC. Myrtaceae 17 1133,33 2,35 26,67 3,08 0,737 8,24 5,30 4,56
P
syllocarpus laricoides Mart. e Zucc. Rubiaceae 29 1933,33 4,01 40,00 4,62 0,022 0,25 2,13 2,96
D
asyphyllum candolleanum (Gardner) Cabrera Asteraceae 9 600,00 1,24 26,67 3,08 0,205 2,29 1,77 2,20
B
accharis reticularia DC. Asteraceae 8 533,33 1,11 26,67 3,08 0,187 2,09 1,60 2,09
M
aytenus sp. Celastraceae 3 200,00 0,41 6,67 0,77 0,166 1,85 1,13 1,01
B
irsonima variabilis DC. Malpighiaceae 1 66,67 0,14 6,67 0,77 0,176 1,97 1,05 0,96
P
hyllanthus rosellus Muell. Arg. Phyllantaceae 3 200,00 0,41 20,00 2,31 0,001 0,01 0,21 0,91
Vellozia compacta Mart. ex Schult. e Schult. f. Velloziaceae 1 66,67 0,14 6,67 0,77 0,158 1,77 0,95 0,89
M
yrcia sp. 2 Myrtaceae 1 66,67 0,14 6,67 0,77 0,097 1,08 0,61 0,66
Indeterminada 1 Indeterminada 2 133,33 0,28 13,33 1,54 0,001 0,01 0,14 0,61
M
aytenus gonoglada cf. Celastraceae 2 133,33 0,28 6,67 0,77 0,062 0,69 0,48 0,58
Indeterminada 1 Myrtaceae 1 66,67 0,14 6,67 0,77 0,017 0,19 0,16 0,37
M
yrcia sp. 3 Myrtaceae 1 66,67 0,14 6,67 0,77 0,015 0,17 0,15 0,36
Indeterminada Asteraceae 1 66,67 0,14 6,67 0,77 0,000
*
0,00
*
0,07 0,30
Indeterminada 2 Indeterminada 1 66,67 0,14 6,67 0,77 0,000
*
0,00
*
0,07 0,30
Indeterminada 3 Indeterminada 1 66,67 0,14 6,67 0,77 0,000
*
0,00
*
0,07 0,30
Total 723 48200,0 100,00 866,67 100,00 8,946 100,00 100,0 100,00
* Valores menores que 10
-4
N: Número de indivíduos; DA: Densidade Absoluta; DR: Densidade Relativa %; FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa %;
DoA: Dominância Absoluta (m
2
/ha); DoR: Dominância relativa %; VC: Valor de cobertura %; VI: Valor de importância %
O maior DAS foi de 14 cm, medido em um único indivíduo de Tibouchina
multiflora; a maior altura foi de 2,70 m, medida em Eugenia punicifolia. A densidade
absoluta foi de 48200 indivíduos por hectare, com dominância absoluta de 8,94 m
2
/ha,
baixa se comparada a ecossistemas de Cerrado e florestais, mas próximos aos obtidos na
mesma tipologia vegetal (VINCENT, 2004).
Periandra mediterranea contribuiu com 232 indivíduos, 32% da amostra, maior
densidade absoluta e relativa, frequência absoluta e relativa, valor de cobertura e valor de
importância, seguida de Sebastiania glandulosa, com 142 indivíduos, 20% da amostra.
Juntas, somaram 52% dos indivíduos medidos.
As espécies mais frequentes foram Stachytarpheta glabra, Trixis vauthieri,
Eupatorium sp. e Tibouchina multiflora, que somaram 222 indivíduos, 31% da população
amostrada. Psyllocarpus laricoides, Lippia gracilis, Eugenia punicifolia e Eremanthus
incanus somaram 88 indivíduos, 12% da mesma população.
O IVI mais alto foi para Periandra mediterranea, seguido de Trixis vauthieri,
Sebastiania glandulosa e Tibouchina multifora que, juntas, representaram 54% dos
indivíduos amostrados. Em seguida, apareceram Stachytarpheta glabra, Eupatorium sp.,
90
Lippia gracilis, Eremanthus incanus e Eugenia punicifolia.
Algumas espécies contribuíram com um indivíduo, Birsonima variabilis, Vellozia
compacta, Myrcia sp., o mesmo ocorrendo com cinco Indeterminadas.
3.3 Fitossociologia das plantas estabelecidas nas parcelas de topsoil
3.3.1 Topsoil aos cinco meses
A amostragem nos 150m
2
do topsoil aos cinco meses de deposição revelou a
presença de 1215 indivíduos vivos, distribuídos em 24 espécies, 22 gêneros e 13 famílias
(TAB. 2). Oito famílias e oito espécies não foram identificadas porque consistiam em
plântulas muito pequenas ou sem material fértil.
O maior DAS foi de 1,9cm e a maior altura de 1,14m foram medidos em Borreria
capitata; a densidade absoluta foi de 81000 indivíduos por hectare e a dominância absoluta
foi de 1,2 m
2
/ha, quase o dobro de indivíduos do meio natural (48200), com área de
cobertura muito baixa, se comparada com a do meio natural, de 8,9m
2
/ha.
As famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram: Euphorbiaceae
com 431 (36%); Rubiaceae com 233 (20%); Phytolaccaceae com 208 (17%); Verbenaceae
com 159 (13%) e Melastomataceae com 113 (9%). As famílias Asteraceae, Solanaceae,
Myrtaceae, Malvaceae, Polygalaceae, Convolvulaceae, Fabaceae, Scrophularinaceae e as
Indeterminadas apresentaram, juntas, 64 indivíduos (5%).
91
TABELA 2
Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas com cinco meses nas parcelas com
deposição de topsoil, mina do Segredão, Sabará, MG.
Nome Científico Familia N DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. Euphorbiaceae 431 28733,33 35,47 93,33 11,48 0,583 48,61 42,04 31,85
B
orreria capitata (Ruiz e Pav.) DC. Rubiaceae 233 15533,33 19,18 93,33 11,48 0,292 24,31 21,74 18,32
M
icrotea paniculata Moq. Phytolaccaceae 208 13866,67 17,12 93,33 11,48 0,111 9,28 13,20 12,63
Stachytarpheta glabra Cham. Verbenaceae 162 10800,00 13,33 100,00 12,30 0,086 7,17 10,25 10,93
Tibouchina multiflora Cogn. Melastomataceae 113 7533,33 9,30 86,67 10,66 0,051 4,23 6,77 8,06
Solanum stenandrum Sendtn. Solanaceae 12 800,00 0,99 53,33 6,56 0,008 0,64 0,81 2,73
Sida glaziovii K. Schum. Malvaceae 6 400,00 0,49 33,33 4,10 0,011 0,94 0,72 1,84
P
olygala paniculata L. Polygaleae 6 400,00 0,49 33,33 4,10 0,001 0,10 0,30 1,56
Chromolaena multiflosculosa (DC.) R.M. King e H. Rob. Asteraceae 6 400,00 0,49 26,67 3,28 0,002 0,17 0,33 1,31
B
orreria suaveolens G.F.W. Mey. Rubiaceae 5 333,33 0,41 20,00 2,46 0,004 0,35 0,38 1,07
Indeterminada 2 Indeterminada 2 133,33 0,16 13,33 1,64 0,016 1,37 0,77 1,06
Vernonia polyanthes Less. Asteraceae 2 133,33 0,16 13,33 1,64 0,016 1,34 0,75 1,05
E
ugenia punicifolia (Kunth) DC. Myrtaceae 4 266,67 0,33 13,33 1,64 0,003 0,24 0,28 0,73
Trixis vauthieri DC. Asteraceae 3 200,00 0,25 13,33 1,64 0,003 0,21 0,23 0,70
P
e
r
iandra mediterranea (Vell.) Taub. Fabaceae 2 133,33 0,16 13,33 1,64 0,001 0,05 0,11 0,62
E
ucaliptus maculatae (Blakely) Chippend. Myrtaceae 3 200,00 0,25 6,67 0,82 0,000 0,04 0,14 0,37
Scoparia dulcis L. Scrophularinaceae 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,003 0,21 0,15 0,37
Indeterminada 7 Indeterminada 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,003 0,21 0,15 0,37
Indeterminada 6 Indeterminada 2 133,33 0,16 6,67 0,82 0,000 0,03 0,10 0,34
Indeterminada 13 Indeterminada 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,001 0,11 0,10 0,34
P
syllocarpus la
r
icoides Mart. e Zucc. Rubiaceae 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,001 0,07 0,08 0,32
E
remanthus incanus (DC.) Mac Leish. Asteraceae 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,001 0,07 0,08 0,32
Indeterminada 3 Indeterminada 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,001 0,07 0,08 0,32
B
accharis d
r
acunculifolia DC. Asteraceae 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,000 0,04 0,06 0,31
Indeterminada 5 Indeterminada 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,000 0,04 0,06 0,31
B
accharis reticularia DC. Asteraceae 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,000 0,02 0,05 0,31
D
asyphyllum sprengelianum (Gardn.) Cabrera Asteraceae 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,000 0,02 0,05 0,31
Indeterminada 14 Indeterminada 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,000 0,02 0,05 0,31
Indeterminada 16 Indeterminada 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,000 0,02 0,05 0,31
E
rigeron bonariensis Hort ex. Link Asteraceae 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,000 0,02 0,05 0,31
E
upatorium sp. Asteraceae 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,000 0,00 0,04 0,30
P
hyllanthus sp. Phyllanthaceae 1 66,67 0,08 6,67 0,82 0,000 0,00 0,04 0,30
Total 1215 81000,00 100,00 813,33 100,00 1,200 100,00 100,00 100,00
* Valores menores que 10
-4
N: Número de indivíduos; DA: Densidade Absoluta; DR: Densidade Relativa %; FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa %;
DoA: Dominância Absoluta (m
2
/ha); DoR: Dominância relativa %; VC: Valor de cobertura %; VI: Valor de importância %
Sebastiania glandulosa contribuiu com 431 indivíduos, 35% da amostra, maior
densidade absoluta e relativa, valor de cobertura e valor de importância, seguida de
Borreria capitata, com 233 indivíduos, 19% da amostra; Microtea paniculata, com 208
indivíduos (17%); Stachytarpheta glabra, com 159 indivíduos (13%), e Tibouchina
multiflora, com 113 indivíduos, 9% da população amostrada. Juntas, somaram 94% das
plantas amostradas. Várias espécies contribuíram com um indivíduo: Scoparia dulcis,
Psyllocarpus laricoides, Eremanthus incanus, Dasyphyllum candolleanum, Eupatorium
sp., Phyllantus sp. e 10 Indeterminadas. Tais resultados indicam semelhanças florísticas
com as observadas no meio natural, ainda que diferenciados no que se refere à altura, DAS,
número de indivíduos, número de espécies e sua distribuição.
Quanto às diferenças entre os resultados obtidos nas parcelas de topsoil e as do
meio natural, alguns fatores podem explicá-las. Em primeiro lugar, com relação à altura e
92
ao DAS, estão relacionadas à idade das plantas no topsoil, jovens em relação às do meio
natural, cujas alturas são maiores, bem como o DAS. Relativamente ao número de
indivíduos, o menor número no meio natural é explicado pela área ocupada por indivíduos
adultos, maior do que a ocupada pelos jovens; o maior número no topsoil se deve à
presença de espécies cuja germinação é rápida e/ou com grande ocorrência no solo. A
presença de muitas sementes férteis das espécies nascidas no topsoil, a maior resistência à
germinação de certas espécies, como Periandra mediterranea, e a ausência de sementes do
meio natural no topsoil também podem constituir fatores explicativos dessas diferenças.
No experimento, ocorreram espécies exóticas em decorrência de sua presença nas
proximidades, em cortina vegetal e na revegetação da pequena mina.
3.3.2 Topsoil aos 12 meses
No topsoil aos doze meses, a amostragem evidenciou 1089 indivíduos de 20
espécies, 17 gêneros e 11 famílias, fora as Indeterminadas (TAB. 3). A densidade absoluta
foi de 72600 indivíduos por hectare. A maior altura foi de 1,45 m, tomada de um indivíduo
de Chaptalia integrifolia. O maior DAS foi de 2,30cm, medido em um indivíduo de
Sebastiania glandulosa. A dominância absoluta foi de 1,57m
2
/ha, também baixa se
comparada a Campos Rupestres Naturais ou a outros ecossistemas de Cerrado e florestais
(VINCENT, 2004).
Três famílias e oito espécies não foram identificadas pelos mesmos motivos já
mencionados - inexistência de material fértil ou pelo estágio de plântula dos indivíduos, o
que dificulta a identificação. Foram amostrados 21 indivíduos mortos, provavelmente de
espécies que completaram seu ciclo vital (Microtea paniculata, por exemplo). Quatro
espécies tiveram sua identificação possível somente no nível genérico.
As famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram: Euphorbiaceae
com 412 (38%); Asteraceae com 219 (20%); Verbenaceae com 142 (13%);
Melastomataceae com 140 (13%); Phytolaccaceae com 78 (7%); e Rubiaceae com 52
(5%). As famílias Malvaceae, Solanaceae, Myrtaceae, Fabaceae, Morta e as
Indeterminadas apresentaram, juntas, 46 indivíduos (4%).
93
TABELA 3
Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas com 12 meses nas parcelas com
deposição de topsoil, mina do Segredão, Sabará, MG.
Nome Científico Familia N DA DR FA FR DoA DoR VC VI
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. Euphorbiaceae 412 27466,67 37,83 93,33 10,53 0,985 62,41 50,12 36,92
Stachytarpheta glabra Cham. Verbenaceae 142 9466,667 13,04 100,00 11,28 0,173 10,96 12,00 11,76
Chaptalia integrifolia Baker Asteraceae 177 11800,00 16,25 60,00 6,77 0,097 6,16 11,21 9,73
Tibouchina multiflora Cogn. Melastomataceae 140 9333,33 12,86 93,33 10,53 0,086 5,44 9,15 9,61
M
icrotea paniculata Moq. Phytolaccaceae 78 5200,00 7,16 86,67 9,77 0,087 5,50 6,33 7,48
B
orreria captata (Ruiz e Pav.) DC. Rubiaceae 38 2533,33 3,49 86,67 9,77 0,064 4,07 3,78 5,78
B
accharis reticularia DC. Asteraceae 28 1866,67 2,57 53,33 6,02 0,014 0,87 1,72 3,15
Morta Morta 21 1400,00 1,93 46,67 5,26 0,015 0,95 1,44 2,71
Sida glaziovii K. Schum. Malvaceae 8 533,33 0,73 46,67 5,26 0,017 1,08 0,90 2,36
B
orreria suaveolens G. Mey Rubiaceae 11 733,33 1,01 33,33 3,76 0,006 0,36 0,69 1,71
Solanum stenandrum Sendtn. Solanaceae 7 466,67 0,64 33,33 3,76 0,004 0,26 0,45 1,55
Trixis vauthieri DC. Asteraceae 4 266,67 0,37 20,00 2,26 0,005 0,33 0,35 0,98
E
ugenia punicifolia (Kunth) DC. Myrtaceae 3 200,00 0,28 13,33 1,50 0,001 0,05 0,16 0,61
E
remanthus incanus (DC.) Mac Leish. Asteraceae 2 133,33 0,18 13,33 1,50 0,001 0,07 0,13 0,58
E
upathorium sp. Asteraceae 2 133,33 0,18 13,33 1,50 0,001 0,03 0,11 0,57
Vernonia polyanthes Less. Asteraceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,009 0,56 0,33 0,47
Indeterminada 22 Indeterminada 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,005 0,33 0,21 0,39
B
accharis dracunculifolia DC. Asteraceae 3 200,00 0,28 6,67 0,75 0,001 0,08 0,18 0,37
Indeterminada 23 Indeterminada 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,003 0,21 0,15 0,35
P
syllocarpus laricoides Mart. e Zucc. Rubiaceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,001 0,05 0,07 0,30
Indeterminada 3 Asteraceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,001 0,05 0,07 0,30
Indeterminada 1 Asteraceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,001 0,05 0,07 0,30
Indeterminada 24 Indeterminada 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,000
*
0,01 0,05 0,29
Indeterminada Fabaceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,000
*
0,01 0,05 0,29
P
syllocarpus sp. Rubiaceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,000
*
0,01 0,05 0,29
P
hyllanthus sp. Phyllantaceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,000
*
0,01 0,05 0,29
Indeterminada 9 Rubiaceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,000
*
0,03 0,06 0,29
Indeterminada 10 Rubiaceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,000
*
0,01 0,05 0,29
P
eriandra mediterranea (Vell.) Taub. Fabaceae 1 66,67 0,09 6,67 0,75 0,000
*
0,03 0,06 0,29
Total 1089 72600,00 100,00 886,67 100,00 1,578 100,00 100,00 100,00
* Valores menores que 10
-4
Sebastiania glandulosa contribuiu com 412 indivíduos, 38% da amostra, com a
maior densidade absoluta relativa, frequência absoluta e relativa, valor de cobertura e valor
de importância, seguida de Stachytarpheta glabra, com 142 indivíduos, 13% da amostra,
que, juntas, somaram 51% dos indivíduos medidos.
Chaptalia integrifolia, Tibouchina multiflora e Microtea paniculata somaram 395
indivíduos, 36% da população amostrada. O restante somou 140 indivíduos, de Borreria
capitata, Baccharis reticularia, Sida glaziovii, Borreria suaveolens, Solanum stenandrum,
Trixis vauthieri, Eugenia punicifolia, Eremanthus incanus, entre outras, que se configuram
como estruturantes dos Campos Ferruginosos.
O IVI somado de Sebastiania glandulosa, Stachytarpheta glabra, Chaptalia
integrifolia, Tibouchina multiflora, Microtea paniculata e Borreria capitata representa
81% dos indivíduos amostrados.
As FIG. 6 e 7 mostram as parcelas do experimento com o topsoil e a cobertura
vegetal nascida espontaneamente aos doze meses de deposição.
94
FIGURA 6 - Aspecto geral da área do experimento e das
parcelas com topsoi aos 12 meses de deposição.
a) b) c)
FIGURA 7 – Detalhe das parcelas com maior espessura: maior riqueza e densidade da
vegetação:
a) Sebastiania glandulosa;
b) S. glandulosa; Stachtarpheta glabra; Microtea paniculata;
c) Borreria captata.
3.4 Análise comparada entre parâmetros botânicos do meio natural e das
parcelas de topsoil aos cinco e doze meses
A TAB. 4 traz a lista com todas as espécies identificadas no levantamento
fitossociológico realizado em parcelas demarcadas no meio natural e naquelas formadas
com o topsoil aos cinco e 12 meses. Ela possibilita a comparação dos resultados florísticos
obtidos nessas diferentes parcelas.
95
TABELA 4
Lista de espécies presentes nas parcelas amostrais, suas respectivas famílias e ocorrência nas
três amostragens realizadas para estudo fitossociológico, mina do Segredão, Sabará, MG.
FAMÍLIA ESPÉCIE
MN
Topsoil
5m 12m
1 2 3
ASTERACEAE Baccharis dracunculifolia DC. X X
Baccharis reticularia DC. X X
Chaptalia integrifolia Baker X X
Chromolaena multiflosculosa (DC.) R.M. King e H. Rob. X
Dasyphyllum candolleanum (Gardner) Cabrera X X
Dasyphyllum sprengelianum (Gardn.) Cabrera X
Eremanthus incanus (DC.) Mac Leish. X X X
Erigeron bonariensis L. X
Eupatorium sp. X X X
Indeterminada X
Indeterminada 1 X X
Indeterminada 2 X
Indeterminada 3 X X
Pterocaulon alopecuroides (Lam.) DC. X
Trixis vauthieri DC. X X X
Vernonia polyanthes Less. X X
BROMELIACEAE Cryptanthus schwacheanus Mez X
CACTACEAE Arthrocereus glaziovii (K.Schum.) N.P.Taylor e Zappi X
CELASTRACEAE Maytenus gonoglada Mart. X
Maytenus sp. X
COMMELINACEAE Indeterminada 1 X X
CONVOLVULACEAE Jacquemontia linarioides Meisn. X X X
CYPERACEAE Bulbostylis fimbriata (Nees) C.B. Clarke X X X
Cyperus aggregatus (Willd.) Endl. X
Cyperus sp. X X
Lagenocarpus rigidus (Kunth.) Nees X
EUPHORBIACEAE Euphorbia hirta L. X
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. X X X
FABACEAE Centrosema coriaceum Benth. X X
Centrosema sp. X X
Stylosanthes sp. X X
Galactia martii DC. X X X
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. X X X
Indeterminada X
MALPIGHIACAE Byrsonima variabilis DC X
MALVACEAE Sida glaziovii K. Schum. X X
MELASTOMATACEAE Tibouchina multiflora Cogn. X X X
MYRTACEAE Eucalyptus maculatae (Blakely) Chippend. X
Eugenia punicifolia (Kunth) DC. X X X
Myrcia sp. 1 X
96
FAMÍLIA ESPÉCIE
MN
Topsoil
5m 12m
1 2 3
MYRTACEAE Myrcia sp. 2 X
Myrcia sp. 3 X
ORCHIDACEAE Acianthera teres (Lindl.) Luer X
Pleurothallis sp. X
PHYLLANTHACEAE Phyllanthus rosellus Muell. Arg. X
Phyllanthus sp. X X
Microtea paniculata Moq. X X
POACEAE Andropogon bicornis L. X X X
Axonopus sp. X X X
Bracchiara decumbens Stapf. X
Bracchiara sp. X
Digitaria corynotricha X X
Echinolaena inflexa (Poir.) Chase X
Melinis minutiflora P. Beauv. X X
Panicum subulatum Spreng. X X
Panicum sp. X X X
Paspalum sp. X X X
Indeterminada 1 X
Indeterminada 2 X
Indeterminada 3 X
Indeterminada 4 X
Indeterminada 5 X
Indeterminada 6 X
Indeterminada 7 X
POLYGALACEAE Polygala paniculata L. X X
PORTULACCACEAE Portulacca sp. X X
INDETERMINADA Indeterminada 1 X
RUBIACEAE Borreria capitata (Ruiz e Pav.) DC. X X
Borreria suaveolens
G.F.W. Mey.
X X
Borreria sp. X
Borreria sp. 1 X
Borreria sp. 2 X X
Psyllocarpus laricoides Mart. e Zucc. X X X
Psyllocarpus sp. X
SCROPHULARIACEAE Scoparia dulcis L. X X
SOLANACEAE Solanum stenandrum Sendtn. X X
VELLOZIACEAE Vellozia caruncularis Mart. ex Seub. X
Vellozia compacta Mart. ex Schult. e Schult. f. X
VERBENACEAE Lippia gracilis Schauer X X
Stachytarpheta glabra Cham. X X X
INDETERMINADA Indeterminada 1 X
Indeterminada 2 X
Indeterminada 3 X
97
FAMÍLIA ESPÉCIE
MN
Topsoil
5m 12m
1 2 3
INDETERMINADA Indeterminada 4 X
Indeterminada 5 X
Indeterminada 6 X
Indeterminada 7 X
Indeterminada 8 X
Indeterminada 9 X
Indeterminada 10 X
Indeterminada 11 X
Indeterminada 12 X
Indeterminada 13 X
Indeterminada 14 X
Indeterminada 15 X
Indeterminada 16 X
Indeterminana 17 X
Indeterminana 18 X
Indeterminada 19 X
Indeterminada 20 X
Indeterminada 21 X
Indeterminada 22 X
Indeterminada 23 X
Indeterminada 24 X
1 = Ambiente Natural (Campo Ferruginoso); 2 = área recuperada após 5 meses com deposição de topsoil; 3 =
área recuperada após 12 meses com deposição de topsoil.
No meio natural ocorreram 41 espécies, incluindo as cinco Indeterminadas. As
presentes nas parcelas de topsoil aos cinco e 12 meses somaram 36 espécies comuns, que
apareceram nas duas amostragens. Aos cinco meses, havia 66 espécies, 26 Indeterminadas
(plântulas); aos doze, 53 espécies e 10 Indeterminadas.
As 16 espécies comuns às três amostragens foram: Eremanthus incanus,
Eupatorium sp., Trixis vauthieri, Jacquemontia linarioides, Bulbostyllis fimbriata,
Sebastiania glandulosa, Galactia martii, Periandra mediterranea, Tibouchina multiflora,
Eugenia punicifolia, Andropogon bicornis, Axonopus sp., Panicum sp, Paspalum sp,
Psyllocarpus laricoides e Stachytarpheta glabra.
Das espécies que só apareceram na amostragem do topsoil aos cinco meses foram:
Chromolaena multiflosculosa, Cyperus agregatus, Eucalyptus maculata, Brachiaria sp., e
Borreria spp. As que ocorreram somente na amostragem de 12 meses foram: Dasyphyllum
sprengelianum, Erigon bonariensis, Pterocaulon alopecuroides, Euphorbia hirta,
Brachiaria decumbens e Psyllocarpus sp.
98
Das espécies que só apareceram na amostragem do topsoil, reconhecidas como
pioneiras, a maioria era integrante do meio natural: Microtea paniculata, Chromolaena
multiflosculosa, Chaptalia integrifólia, Phyllanthus sp., Polygala paniculata, Portulacca
sp., Psillocarpus laricoides, Scoparia dulcis. Outras são exóticas ao Campo Ferruginoso,
como Stylosanthes sp., Sida glaziovii, Borreria capitata, Vernonia polyanthes, Baccharis
dracunculifolia, Andropogon bocornis, Eucalyptus maculata, Cyperus sp., Panicum sp. e
Solanum sp.
3.5 Estrutura e diversidade das comunidades
Os parâmetros florísticos e fitossociológicos considerados nos estudos foram: a
Riqueza (S) relativa ao número de espécies encontradas; o número de indivíduos
amostrados por área (N); a diversidade de Shannon (H’); a equabilidade de Pielou (J’); o
número médio de indivíduos por parcela (Nº Ind. méd.), a Densidade (Ind./ha), a altura
média (H med.), o diâmetro à altura do solo médio por parcela (DAS méd.), a área basal
média por parcela (AB amo.) e a área basal média por hectare (AB).
TABELA 5
Alguns parâmetros florísticos e fitossociológicos do Campo Ferruginoso (meio natural) e
das áreas recuperadas após 5 meses e 12 meses com deposição de topsoil,
mina do Segredão, Sabará, MG.
Ambientes Parâmetros
Área
(ha)
S N H’ J’ Dens.Esp. Ind. méd.
Densidade
(Ind/ha)
Natural 0.015 24 723 2,15 0,68 8.6 ± 2.32 48,2 ± 22.5b 48.200 ± 22.517b
5 meses 0.015 32 1215 1,81 0,52 8.2 ± 2.62 81.0 ± 22.9ª 81.000 ± 22.899ª
12 meses 0.015 29 1089 1,91 0,55 9.7 ± 1.75 72.6 ± 18.2ª 72.600 ± 18.189ª
ANOVA
F 0.55 9,55 9,55
p Ns < 10
-3
< 10
-3
S = Riqueza de espécies; N = número de indivíduos na amostra; H’ = Índice de Diversidade de Shannon; J’ =
Equabilidade de Pielou; Dens.Esp. = Densidade média de espécies por parcela (2 x 5m); Nº Ind. méd. = Número médio
de indivíduos por parcela (2 x 5m). Valores na coluna seguidos da mesma letra não diferem entre si pelo teste de médias
de Tukey a 5% de probabilidade.
ns: não significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.
99
3.5.1 Riqueza e diversidade
A riqueza de espécies (S) variou entre o meio natural (24) e as parcelas de topsoil, que
apresentaram riqueza de espécies maior tanto aos cinco como aos doze meses (32 e 29); o
número de indivíduos ocorrentes no topsoil aos cinco meses quase dobrou (1215) em relação
ao meio natural (723), mantendo-se elevado, mas com redução de indivíduos (1089) aos doze
meses. O índice de diversidade de Shannon (H’) foi maior no meio natural (2,15) do que nas
parcelas de topsoil, tanto aos cinco como aos doze meses (1,81 e 1,91), como esperado. O
índice de equabilidade de Pielou (J), que mostra a semelhança entre a flora, aponta que ela é
similar entre as duas parcelas de topsoil, mas diferente entre elas e o meio natural.
3.5.2 Densidade
Ainda na TAB. 5, observa-se que o número médio de indivíduos por parcela (10m
2
)
e por hectare do meio natural e do topsoil apresentaram diferenças estatísticas
significativas pela ANOVA (F = 9,55; p < 10
-3
). O teste de médias de Tukey (0,05)
mostrou estatisticamente que a densidade no meio natural é diferente da do topsoil.
A densidade de indivíduos aos cinco e 12 meses foi maior do que no meio natural,
o que se relaciona, provavelmente, à presença de sementes fotoblásticas no material
depositado e exposto à luz. Pondere-se também que as espécies pioneiras têm crescimento
rápido e completam seu ciclo vital em pouco tempo, caso de Sebastiania glandulosa e
Microtea paniculata, que apareceram aos cinco meses já com produção de grande número
de diásporas (frutos e sementes) que dominou o ambiente recuperado. A maior densidade
no topsoil pode decorrer da entrada de outras espécies mais aptas ao novo ambiente
edáfico, como Borreria capitata, o aumento das espécies adaptadas a solos pobres e de
rápido crescimento, como as exóticas, em detrimento das espécies que foram excluídas do
processo por sua inabilidade de colonização e competição.
A FIG. 8 mostra as relações estabelecidas entre o número de indivíduos por
amostragem e altura média.
100
FIGURA 8 - Número de Indivíduos e Altura Média
das áreas amostradas
Nota: Natural=Ambiente de Campo Rupestre;
5 meses=Topsoil com 5 meses de deposição e
12 meses=Topsoil com 12 meses de deposição.
Barras verticais representam desvio padrão
O número de indivíduos foi maior na amostragem no topsoil aos cinco meses de
deposição e diminuiu na de 12 meses, mostrando-se diferentes do meio natural em área
equivelente, de 150m
2
. Trata-se de vegetação pioneira, que apresenta em geral maior
número de indivíduos do que uma população estável e adulta, que se estabiliza ao longo do
tempo, quando aumenta a diversidade. As alturas, como esperado, foram maiores no meio
natural, diminuíram significativamente na vegetação amostrada no topsoil aos cinco meses,
voltando a aumentar aos doze meses. Esse resultado mostra que a vegetação do meio
natural se encontra em fase adulta, enquanto as do topsoil estão em processo de
crescimento, com plantas que, quando adultas, geralmente não ultrapassam 1m.
Na TAB. 6, observe-se que os valores médios das alturas nos três ambientes
apresentam diferenças significativas pela ANOVA (F = 9,95; p < 10
-3
), sendo distintos
entre o meio natural e as parcelas com topsoil pelo teste de médias de Tukey.
101
TABELA 6
Parâmetros fitossociológicos do Campo Rupestre Ferruginoso (Natural) e das áreas
recuperadas após 5 meses e 12 meses com deposição de topsoil,
mina do Segredão, Sabará, MG.
H méd. = Altura média por parcela (2 x 5m); DAS méd. = Diâmetro a altura do solo médio por parcela (2 x 5m); AB
amo. = Área basal da amostra; AB = Área basal por hectare. Valores na coluna seguidos da mesma letra não diferem
entre si pelo teste de médias de Tukey a 5% de probabilidade.
* Transformação Ln(x).
Observe-se nas TAB. 6 e 7 que somente a densidade, a partir dos resultados, não deve ser
usada como único indicador do sucesso e da qualidade da recuperação. O aumento em densidade
das áreas, de cinco e 12 meses, não foi revertido em aumento de biomassa (AB e DAS), porte da
vegetação (altura) e diversidade, que foi menor e com indícios de que está havendo dominância
ecológica de umas poucas espécies em detrimento de outras (equabilidade baixa e predominância
de Sebastiania glandulosa, Stachytarpheta glabra, Chaptalia integrifolia, Tibouchina multiflora,
Microtea paniculata, Borreria capitata, Baccharis spp.).
Desta forma, os procedimentos de amostragem da vegetação, objetivando o
monitoramento do sucesso da recuperação ambiental pela deposição de topsoil em Campos
Ferruginosos, devem ser realizados segundo metodologia que permita a obtenção de
parâmetros da comunidade de plantas como área basal (biomassa), altura e diâmetro médio
além da densidade. Neste sentido, a amostragem com medição de DAS, contagem de
indivíduos e altura foi mais eficiente do que a amostragem somente com contagem de
indivíduos (FIG. 9).
A riqueza maior nos ambientes recuperados não significa melhora das condições
ecológicas. As espécies que só apareceram na amostragem do topsoil são classificadas como
espécies pioneiras, ruderais ou exóticas, como mostrado na análise da TAB. 4. Foram
mantidas oito espécies do meio natural, cinco ingressaram na amostra e seis são exóticas
forrageiras ou tidas como invasoras de ambientes de ampla distribuição e agressivas.
Parâmetros Fitossociológicos
Ambientes
Área
(ha)
H méd.* DAS méd. AB amo.* AB*
(m) (cm) (m
2
) (m
2
/ha)
Natural 0.015 0.48 ± 0.12ª 0.88 ± 0.23a 0.134 ± 0.005a 8.95 ± 5.25a
5 meses 0.015 0.32 ± 0.08b 0.35 ± 0.09c 0.018 ± 0.001b 1,21 ± 1,02b
12 meses 0.015 0.38 ± 0.07b 0.44 ± 0.11b 0.024 ± 0.0008b 1.58 ± 0.80b
ANOVA
F 9.95 63.47 35,10 35,38
P < 10
-3
< 10
-3
< 10
-3
< 10
-3
102
FIGURA 9 - Área Basal (colunas) e Diâmetro Médio (linhas
pontilhadas) das áreas amostradas
Nota: Natural = Ambiente de Campo Rupestre; 5 meses =
Topsoil com 5 meses de deposição e 12 meses = Topsoil
com 12 meses de deposição. Barras verticais
representam desvio padrão
Considerando-se todos os indivíduos identificados nas parcelas, observa-se que há
um aumento significativo do número de espécies, como mostra a TAB. 7.
TABELA 7
Parâmetros florísticos e fitossociológicos do Campo Ferruginoso (meio natural)
e das áreas recuperadas após 5 meses e 12 meses com deposição de topsoil,
obtido a partir da contagem dos indivíduos das parcelas
independente do critério de inclusão de DAS mínimo, mina do Segredão, Sabará, MG.
Ambientes
Parâmetros Fitossociológicos
Área
S N H' J' Dens .Esp. Ind. méd.
Densidade
(ha) (Ind/ha)
Natural 0.015 41 1423 2.77 0.74 14.73 ± 2.69 94.87 ± 26.86 b 94867 ± 26864 b
5 meses 0.015 66 2260 2.54 0.61 13.87 ± 3.64 150.67 ± 56.06 a 150667 ± 56057 a
12 meses 0.015 53 1695 2.48 0.64 13.73 ± 3.51 113 ± 28.91 ab 113000 ± 28909 ab
ANOVA
F - - - - - 0.4 7.68 7.68
P - - - - -
Ns 10
-3
10
-3
S = Riqueza de espécies; N = número de indivíduos na amostra; H’ = Índice de Diversidade de Shannon; J’ =
Equabilidade de Pielou; Dens.Esp. = Densidade média de espécies por parcela (2 x 5m); Nº Ind. méd. = Número médio
de indivíduos por parcela (2 x 5m). Dados médios ± Desvio padrão. Valores na coluna seguidos da mesma letra não
diferem entre si pelo teste de médias de Tukey a 5% de probabilidade.
ns: não significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.
A TAB. 7 traz todos os parâmetros de riqueza, diversidade e densidade da
amostragem considerando a contagem de indivíduos, sem medição de DAS. Este método
103
de amostragem evidenciou o aumento do número de indivíduos e da riqueza de espécies
dos ambientes de topsoil aos cinco e 12 meses em comparação com o ambiente natural,
sem, contudo, haver aumento da diversidade (H’). Os menores valores de equabilidade (J’)
no topsoil aos 5 e 12 meses evidenciam a concentração do número de indivíduos em
poucas espécies, o que denota, provavelmente, a existência de dominância ecológica por
algumas espécies, justificando assim a redução dos valores de diversidade desses
ambientes frente ao ambiente natural. Conforme comentado anteriormente, este método de
amostragem, somente por contagem de indivíduos, evidencia alterações na densidade,
riqueza e diversidade, mas não informa sobre outros parâmetros importantes da estrutura
da comunidade, como a dominância (área basal) e fisionomia (altura e diâmetro médio),
mostrados na FIG. 9.
3.6 Atributos pedológicos como fator de diferenciação das comunidades
Os valores médios encontrados nas parcelas evidenciaram solos muito ácidos (pH
H
2
O na faixa de 4,0 e 4,8), com teores de matéria orgânica (MO) relativamente elevados,
com variação de 4,32 a 18,86, indicando que as amostragens coletaram bolsões de solos
superficiais com restos orgânicos e solo mineral (TAB. 8). Vincent (2004) mostra que os
teores de MO sobre canga nodular e couraçada variaram de 8,32 a 13,61dag/Kg, com
menor amplitude de variação, mas aproximadamente na mesma faixa. Condições
oligotróficas e as altitudes elevadas são fatores que contribuem para elevação dos teores de
MO nos solos (SCHAEFER, informação pessoal).
Os valores de P disponível, extraídos por Melich-2, foram baixos e pouco variáveis
entre as parcelas, com valores entre 3 – 6 mg/kg. São consistentemente menores do que os
valores reportados por Vincent (2004), de 10-14mg/kg para canga nodular e couraçada da serra
do Rola Moça e semelhantes aos valores encontrados em solos de Campo Rupestre Quartzítico
(faixa de 3-7) por Teixeira e Lemos-Filho (2002), Conceição (2003) e Vincent (2004).
Os valores de Ca trocáveis foram médios, com teores de 1,4-2,7 cmol
c
/dm
3
,
confirmando Vincent (2004) que encontrou valores de 1,48 – 2,6 cmol
c
/dm
3
em solo de
canga do Quadrilátero Ferrífero, bem mais elevados que em solos sob Cerrado, 0 – 0,5
cmol
c
/dm
3
(CARVALHO FILHO, 2008).
Os teores de Mg trocáveis foram bem menores que os teores de Ca, em amplitude
de variação de 0,13 – 0,6 cmol
c
/dm
3
, e semelhantes aos descritos por Vincent (2004) para
104
solos de canga nodular e couraçada (0,28-0,53).
Em suma, os solos dos Campos Rupestres Ferruginosos estudados são ácidos (pH
muito baixo), distróficos (V% < 50%) e com baixos teores de P, Ca, Mg e com teores
medianos de K. Os teores de Al e a saturação por alumínio são baixos e o teor de MO é
muito alto (CFSEMG, 1999), evidenciando a contribuição importante da biomassa vegetal
na constituição desses solos.
TABELA 8
Atributos (variáveis) químicos dos solos amostrados no Campo Ferruginoso (CRF) e na
área recuperada após 12 meses com deposição de topsoil (TS),
mina do Segredão, Sabará, MG.
Ambiente
CRF TS ANOVA
Atributos químicos N = 15 N = 15 F
P
pH em H
2
O 4.42 ± 0.21b 4.61 ± 0.23a 5.31 0.028
P - Mehlich 2 (mg/dm
3
) 4.45 ± 0.86a 2.49 ± 0.43b 63.07 < 10
-3
K
+
(mg/L) 65.1 ± 11.3a 32.8 ± 12.8b 53.65 < 10
-3
Ca
2+
(cmol
c
/dm
3
) 1.96 ± 0.42a 1.51 ± 0.36b 10.14 0.003
Mg
2+ †
(cmol
c
/dm
3
) 0.24 ± 0.13b 0.32 ± 0.14a 4.81 0.04
Al
3+
(cmol
c
/dm
3
) 0.8 ± 0.26a 0.5 ± 0.28b 8.76 0.01
H+Al (cmol
c
/dm
3
) 18.51 ± 4.0a 13.31 ± 3.3b 15.07 < 10
-3
SB (cmol
c
/dm
3
) 2.37 ± 0.54a 1.91 ± 0.48b 6.18 0.02
t (cmol
c
/dm
3
) 3.17 ± 0.59a 2.41 ± 0.58b 12.37 < 10
-3
T (cmol
c
/dm
3
) 20.88 ± 4.21a 15.22 ± 3.32b 16.69 < 10
-3
V
*
(%) 11.69 ± 2.67 12.91 ± 3.80 0.71
ns
m (%) 26.11 ± 7.0 20.37 ± 9.5 3.54
ns
MO
††
(dag/Kg) 9.4 ± 4.2a 5.76 ± 1.7b 9.39 0.004
P-rem (mg/L) 33.79 ± 3.13b 41.04 ± 3.17a 39.71 < 10
-3
Zn (mg/dm
3
) 3.76 ± 0.94b 6.14 ± 0.99a 45.35 < 10
-3
Fe
(mg/dm
3
) 449.1 ± 96.2 542.6 ± 189.6 1.29
ns
Mn
*
(mg/dm
3
) 17.46 ± 4.88b 40.3 ± 16.62a 42.41 < 10
-3
Cu (mg/dm
3
) 0.51 ± 0.09 0.6 ± 0.17 2.70
ns
SB = Soma de Bases; t = capacidade de troca catiônica (CTC) efetiva; T CTC total; V = Saturação por bases; m = Saturação
por alumínio; MO = Matéria Orgânica; P-rem = Fósforo Remanescente. Valores médios acompanhados de letras diferentes
diferem entre si pelo teste de médias de Tukey a 5% de probabilidade. Valores médios ± desvio padrão.
ns: não significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.;
transformação 1/x; * transformação Ln(x);
transformação Log(x).
3.7 Distribuição das espécies
A matriz das variáveis pedológicas utilizada na CCA foi constituída das seguintes
variáveis: acidez ativa (pH), teores de fósforo (P), potássio (K
+
), cálcio (Ca
2+
), magnésio
(Mg
2+
), acidez trocável (Al
3+
), acidez potencial (H+Al), soma de bases (SB), capacidade de
105
troca catiônica (CTC) efetiva (t), CTC total (T), matéria orgânica (MO) e teores de zinco
(Zn), manganês (Mn) e cobre (Cu).
A matriz de vegetação foi formada por 30 espécies herbáceo-arbustivas que
apresentaram dez ou mais indivíduos na amostra. As espécies e suas respectivas
abreviações estão na TAB. 9.
TABELA 9
Lista das abreviações das 30 espécies herbáceo-arbustivas, em ordem alfabética, que foram
utilizadas na Análise de Correspondência Canônica para confecção da matriz de vegetação e
seus respectivos escores nos Eixos 1 e 2, mina do Segredão, Sabará, MG.
Abreviação
Espécies
Escores
Eixo 1 Eixo 2
Art gla Arthrocereus glaziovii (K.Schum.) N.P.Taylor e Zappi 1.260 0.814
Axo sp. Axonopus sp. 0.851 -0.205
Bac ret Baccharis reticularia DC. 0.415 0.888
Bac sp. Baccharis sp. -1.271 -0.424
Bor cap Borreria capitata (Ruiz e Pav.) DC. -1.133 -1.971
Bul fim Bulbostylis fimbriata (Nees) C.B. Clarke -0.934 1.760
Cen cor Centrosema coriaceum Benth. 1.255 0.354
Cyp sp. Cyperus sp. -1.745 -0.851
Das can Dasyphyllum candolleanum (Gardner) Cabrera 1.547 -0.420
Ech sp. Echinolaena sp. 0.768 0.808
Ere inc Eremanthus incanus (DC.) Mac Leish. 1.082 -0.576
Eug pun Eugenia punicifolia (Kunth) DC. 1.166 -1.987
Eup sp. Eupatorium sp. 1.200 0.193
Gal mar Galactia martii DC. 1.162 -0.248
Jac lin Jacquemontia linarioides Meisn. -0.599 -0.473
Lag rig Lagenocarpus rigidus (Kunth.) Nees 1.232 0.655
Lip grã Lippia gracilis Schauer 1.447 -0.652
Mic pan Microtea paniculata Moq. -1.211 -0.750
Morta Morta -1.454 -0.772
Pan sp1 Panicum sp. 1 0.006 -1.377
Pan sp2 Panicum sp. 2 1.386 0.901
Pan sp3 Panicum sp. 3 1.213 -0.941
Per med Periandra mediterranea (Vell.) Taub. 1.415 0.042
Psy lar Psyllocarpus laricoides Mart. e Zucc. 1.343 0.145
Seb gla Sebastiania glandulosa Muell. Arg. -0.345 -0.833
Sta gla Stachytarpheta
glabra Cham. -0.250 -0.756
Tib mul Tibouchina multiflora Cogn. -0.377 -0.303
Tri sp. Chaptalia integrifólia -1.395 0.773
Tri vau Trixis vauthieri DC. 1.348 -0.197
Vel car Vellozia caruncularis Mart. ex Seub. 0.890 2.497
Os autovalores apresentados pela CCA para os dois primeiros eixos de ordenação
foram baixos, 0,600 (eixo 1) e 0,272 (eixo 2) (TAB. 10), indicando a existência de
gradientes curtos, o que significa que a maioria das espécies distribuiu-se por todo o
gradiente, com algumas delas tendo variação apenas na densidade (TER BRAAK, 1995).
Os eixos 1 e 2 explicaram, respectivamente, 22,8% e 10,3% da variância global
106
acumulada dos dados, indicando que as variáveis integrantes da matriz ambiental foram
suficientes para explicar somente parte da ocorrência localizada de algumas espécies, uma
vez que a maior parte da variância global dos dados permaneceu sem explicação.
De acordo com Bocard et al. (1992), isso pode decorrer de fatores ambientais que
não foram quantificados, como radiação luminosa, temperatura e histórico de distúrbios
antrópicos, o que é corroborado por outros autores (OLIVEIRA FILHO et al., 2004;
CARVALHO et al., 2005; PINTO et al., 2005), ou ainda de interações biológicas como
competição (TILMAN, 1997), síndrome de dispersão (NERI et al., 2005) e herbivoria
(CRAWLEY, 1997). Entretanto, baixos valores de porcentagem de variância explicada são
normais em estudos de vegetação e não impedem a análise da significância da relação
espécie-ambiente (TER BRAAK, 1988). O teste de permutação de Monte Carlo indicou
que as referidas densidades também foram correlacionadas significativamente com as
variáveis ambientais utilizadas, sendo p=0,002 para o eixo 1 e eixo 2 (TAB. 10).
TABELA 10
Resumo estatístico da Análise de Correspondência Canônica (CCA) da densidade absoluta
de 30 espécies herbáceo-arbustivas com 10 ou mais indivíduos amostrados em Campo
Rupestre Ferruginoso (ambiente natural) e na área recuperada após 12 meses com deposição
de topsoil, mina do Segredão, Sabará, MG.
SUMÁRIO ESTATÍSTICO DOS EIXOS Eixo 1 Eixo 2
Autovalores 0,600 0,272
% Variância global dos dados 22,8 10,3
% Variância global dos dados acumulada 22,8 33,1
Correlação Pearson (espécies-variáveis) 0,987 0,956
Correlação por postos Kendall (espécies-variáveis) 0,830 0,775
Teste de Monte Carlo (para correlação espécie-ambiente)
0,002* 0,002*
* Indica correlação significativa entre a densidade e as variáveis ambientais utilizadas.
A FIG. 10 permite visualizar questões bastante interessantes relativas aos resultados
obtidos no experimento com uso de topsoil.
107
FIGURA 10 - Diagramas de ordenação das 30 espécies de plantas, com 10 ou mais
indivíduos na amostra, nos dois primeiros eixos de ordenação
produzidos pela Análise de Correspondência Canônica (CCA) nos
ambientes de Campo Rupestre Ferruginoso (ambiente natural) e na
área recuperada após 12 meses com deposição de topsoil (mina de
Segredão, Sabará, MG).
Nesta FIG. 10, no eixo à direita, observa-se que as espécies Periandra
mediterranea, Trixis vauthieri, Psyllocarpus laricoides, Dasyphylum candoleanum,
Centrosema coriacea, Lippia gracilis, Lagenocarpus rigidus, Arthrocereus glaziovii,
Eupatorium sp., Galactia martii, Eremanthus incanus e Panicum sp., inseridas na elipse
vermelha, são as que apresentam uma tendência a concentrar as suas distribuições em
ambientes com maiores teores de MO, Ca, K e P e valores de pH mais baixos, que
caracterizam o ambiente natural amostrado, mesmo sendo esses teores e parâmetros
considerados baixos neste ambiente (cf. TAB. 8).
Nesse grupo, destaca-se a presença de P. mediterranea que, provavelmente, tem
maior habilidade competitiva nesses ambientes e está praticamente ausente no ambiente de
12 meses. Assim se dá com as demais espécies agrupadas no referido eixo e que
108
apresentaram comportamento similar, ou seja, ausência nas parcelas de topsoil aos doze
meses de exposição. O curto espaço de tempo para germinação ou a inexistência de sementes
dessas espécies no banco de sementes podem ser outras causas da sua baixa ocorrência
nestas parcelas, embora as alterações químicas detectadas no topsoil do experimento também
devam ser consideradas quando se buscam explicações para essa ausência.
As espécies Baccharis sp., Microtea paniculata, Cyperus sp., e Chaptalia
integrifólia, posicionadas à esquerda do eixo 1 (elipses azuis), apresentam tendência a
concentrar a distribuição dos indivíduos de sua população nos ambientes com baixos
(menores) teores de nutrientes (Ca, K, Mg) e pH mais elevado, que são as condições
encontradas nas parcelas aos 12 meses.
A mortalidade está fortemente correlacionada com esse estágio, pois a maior parte
dos mortos foi observada nele. Tal mortalidade deve estar associada ao clima, ao caráter de
alta frequência e ciclo curto das espécies encontradas na amostragem de cinco meses,
como Microtea paniculata e Borreria capitata. Alterações microclimáticas locais - como
aumento do vento, redução da umidade e temperatura - e a competição (exclusão
competitiva) com espécies mais adaptadas às condições adversas deste substrato, agora aí
presentes, como as gramíneas, (Brachiaria decumbens, Melinis minutiflora), as exóticas
forrageiras, podem também ter influenciado esse resultado.
Quatro espécies aparecem ainda agrupadas nesse eixo: Sebastiania glandulosa,
Stachytarpheta glabra, Tibouchina multiflora e Jaquemontia linearis, presentes com
frequências altas no meio natural – respectivamente, 12,42, 9,72, 12,06 - e as três primeiras
espécies em IVI na amostragem de 12 meses - respectivamente 36,98, 11,70, 9,61 (elipse
verde). São espécies pioneiras na sucessão, com capacidade de sobreviver em condições de
depleção de matéria orgânica e nutrientes no topsoil.
A observação desses resultados foi de enorme contribuição para melhor
entendimento do processo que ocorre ao se fazer uso de topsoil para restauração dos
Campos Ferruginosos. Aqui, viu-se que nas parcelas de topsoil houve redução de
nutrientes e de matéria orgânica ao longo de um ano de exposição do material, o que
representou uma situação restritiva para o estabelecimento de espécies com menor
habilidade competitiva em solos empobrecidos. A exposição a fatores como chuvas, luz
excessiva e amplas variações de temperatura, entre outros, particularmente observados no
local no período dos doze meses posteriores à montagem do experimento, pode ser
considerada causadora dessa situação.
A percepção desse problema exige que, no uso desse material em processo de
restauração, promovam-se cuidados especiais. O primeiro deles diz respeito ao período de
109
início de sua utilização. O mais favorável será aquele sem as chuvas torrenciais e
temperaturas elevadas, que ocorrem no verão na área de estudo. As chuvas lavam
excessivamente o topsoil e carreiam os nutrientes nele contidos; a luz excessiva e
temperaturas elevadas provocam sua secagem extrema, o que ocasiona amplitudes
indesejáveis para as plantas. O segundo procedimento a ser adotado diz respeito à
realização de manutenções periódicas para remoção de plantas invasoras e para adubação
da área, que deve remontar às características biológicas do ecossistema, com presença de
bactérias, fungos, liquens, musgos, etc, elementos indutores do ciclo biológico do terreno.
No caso da mineração, esses elementos podem ser recolhidos por meio de varrição do meio
natural e deposição na área de restauração.
FIGURA 11 - Diagramas de ordenação das 30 parcelas da amostra, nos dois primeiros eixos
de ordenação produzidos pela Análise de Correspondência Canônica (CCA) nos
ambientes de Campo Rupestre Ferruginoso (ambiente natural) e na área
recuperada após 12 meses com deposição de topsoil. Os números das parcelas
precedidos pela letra A se referem às parcelas da amostra no Campo Rupestre
Ferruginoso e as antecedidas pela letra B dizem respeito à área recuperada após
12 meses com deposição de topsoil.
110
A FIG. 11 mostra o resultado da ordenação das parcelas amostrais. Para seu melhor
entendimento, é preciso associar a sua leitura à compreensão sobre as características das
parcelas amostrais no ambiente em que se encontram.
Assim, as parcelas agrupadas à esquerda do eixo 2 (elipses azuis) estão, de forma
geral, mais associadas a valores maiores de pH (porção positiva do eixo 2) e de Mn e Zn
(porção negativa do eixo 2). Essas parcelas representam as áreas de topsoil aos 12 meses e
denotam com precisão a organização espacial das espécies nascidas nessas áreas, norteadas
pelos aumentos no pH decorrentes da redução de MO e, consequentemente, com menor
disponibilidade de micronutrientes e menor teor de Ca e Mg (cf. FIG. 10 e TAB. 8). Na
porção negativa do eixo 2, aparecem as parcelas cujos solos são mais pobres em MO (cf.
FIG. 10), colonizadas pelas espécies que apresentaram aptidão para sobreviver nessa
situação e no meio natural: Tibouchina multiflora, Stachytarpheta glabra, Sebastiania
glandulosa e Jacquemontia linarioides. Na parte positiva do eixo 2, agrupam-se parcelas
que, embora apresentem indivíduos das espécies retromencionadas, mostram também
muitos de espécies associadas a pH mais alto e menor concentração de nutrientes, como
Chaptalia integrifolia e Bulbostylis fimbriata, ruderais oportunistas que apareceram no
topsoil.
As parcelas do ambiente natural (elipses vermelhas), agrupadas e organizadas à
direita, formam dois grupos com maiores teores de nutrientes e pH menor que o do
ambiente recuperado com topsoil aos 12 meses. O agrupamento da parte positiva do eixo
representa parcelas ocupadas por indivíduos de pequeno porte, como Arthrocereus
glaziovii e Vellozia caruncularis, espécies diretamente relacionadas aos Campos
Ferruginosos e às carapaças lateríticas; o da parte negativa, são aquelas parcelas
colonizadas por arbustos e árvores de pequeno porte, como Eugenia punicifolia, Lippia
gracilis, Periandra mediterranea, Dasyphyllum candoleanum, Eremanthus incanus, entre
outras; onde o solo está mais fraturado, há serapilheira e matéria orgânica.
Assinale-se que diferenças sutis nos atributos dos solos podem interferir nos
padrões de organização espacial de comunidades de plantas e de suas populações,
tornando-se imprescindível realizar mais estudos que cruzem as características pedológicas
e estruturais das comunidades de plantas.
111
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É relevante a contribuição desta pesquisa para o melhor entendimento das questões
relativas à restauração dos Campos Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero. No que se
refere ao levantamento botânico, nesta pesquisa observou-se menor riqueza florística na
mina de Segredão (191 espécies) em relação à amostragem da mina de Alegria (333
espécies). Ainda comparando as listas levantadas, ao se verificar que 103 espécies eram
exclusivas da mina de Sabará, revelou-se a diversidade de sua composição florística.
Ambos os dados são muito importantes, sobretudo quando relacionados com o tema
restauração.
No que diz respeito à questão da diversidade botânica, os dados permitiram
constatar a importância dos levantamentos florísticos como passo inicial para os programas
de restauração, inclusive para orientar o resgate de flora. No caso das formações ferríferas,
tal conclusão torna-se mais evidente, em virtude das características distintas de cada área e
das especificidades de riqueza, raridade e endemismo da vegetação, conforme se verifica
nos resultados acima referidos.
A situação presente na mina de Segredão – de unidade paralisada, próxima de
estrada, mais sujeita às coletas predatórias e queimadas, já tendo sofrido revegetação com
espécies de maior habilidade competitiva - pareceu uma explicação provável para a menor
riqueza aí verificada.
A situação de mina paralisada traz à luz o desafio especial que esse tipo de unidade
representa nos programas de restauração. No caso estudado, a questão de já ter sido
revegetada projetou-se evidentemente nos resultados do uso do topsoil, o que se observa
quando se verifica no experimento a ocorrência de espécies que não constavam da
amostragem do meio natural, algumas exóticas e oportunistas.
Esse dado e a observação de dominância de poucas espécies - as de maior
habilidade competitiva em solos empobrecidos -, de evidência de aumento de pH
decorrente da perda de matéria orgânica e, consequentemente, de disponibilidade de
nutrientes, constatados nas parcelas aos 12 meses, suscitaram questionamento na pesquisa.
No tratamento estatístico dos dados, foi considerada a hipótese de haver correlação
entre a exposição do topsoil aos agentes do intemperismo e deficiências encontradas, já
que, nesse processo, ocorre expõsição do solo à luz, às chuvas e variações de temperatura,
fatores responsáveis pela falta de nutrientes observada.
112
A percepção da ocorrência dessa possível situação restritiva no processo do uso do
topsoil suscitou a busca por medidas capazes de minimizar os prejuízos detectados. Entre
as medidas propostas, destacam-se: a escolha de período mais ameno para a deposição do
topsoil e realização de manutenção periódica da área com remoção das espécies invasoras
e adubação mediante varrição do meio natural para deposição no topsoil no objetivo de
remontar as características biológicas perdidas – a presença dos elementos indutores do
ciclo biológico, tais como bactérias, fungos, liquens, musgos etc.
Além disso, a remoção de topsoil demanda o uso de equipamentos de grande porte,
suficiente para decapear a formação ferrífera, especialmente no caso da canga couraçada,
que exige poder mecânico para quebra da couraça e transporte para o local de restauração.
O uso de equipamento de pequeno porte, em Sabará, gerou parcelas com espessuras
menores do que as de Alegria, o que pode também ter influenciado os resultados obtidos.
Isso mostra a necessidade da continuidade das pesquisas sobre espessura das parcelas de
topsoil, de forma a apontar aquela ideal para eficácia do uso do material, escasso se forem
consideradas as vastas áreas que deverão abrigar Campos Ferruginosos quando da exaustão
das jazidas e fechamento das minas.
Esta pesquisa constituiu-se, pois, em passo importante no sentido do
aprimoramento das metodologias capazes de viabilizar operações de restauração de
cobertura vegetal autóctone em áreas mineradas em todas as suas complexas e variadas
situações.
113
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117
ANEXO A
Lista das espécies de plantas vasculares inventariadas nos Campos Rupestres sobre
formações ferríferas, na mina de Segredão, Sabará, Minas Gerais.
A coluna “Am.” indica as espécies ameaçadas de extinção de acordo com a lista oficial das espécies
ameaçadas de extinção (MMA, 2008) ), sendo: A = espécies ameaçadas; B = indicadas para estudos
detalhados. Na coluna “Hábito”, Arb. = arbusto, Arv. = árvore ou arvoreta, S. Arb. = subarbusto, Erv. =
erva, L = liana; na coluna “Forma de Vida”, T = terrestre, E = epífita, R = rupícola, H = hemiepífita, P =
parasita (hemi ou holoparasita); na coluna “Ambiente”, CM = capão de mata, CR = campo rupestre, CE
= cerrado. As “Coleções” estão representadas pelos números de coleta de Rubens Custódio da Mota,
Lídia Maria dos Santos, Sérgio Tomich Santos e Leandro Arruda.
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
ALSTROEMERIACEAE
Alstroemeria rupestris M.C. Assis
Erv. T CR 3376
AMARANTHACEAE
Gomphrena sp. Erv. T CE 3377
Pfaffia jubata Mart. Erv. T CR 3378
AMARYLLIDACEAE
Hippeastrum morelianum Lem. Erv. T, R CR 3379
ANEMIACEAE
Anemia raddiana Link Erv. T CR 3380
ANNONACEAE
Guatteria sellowiana Schltdl. Arv. T CM 3381
Guatteria villosissima A. St.-Hil. Arv. T CM 3382
APOCYNACEAE
Ditassa linearis Mart. Erv. T, R CR 3383
Ditassa retusa Mart. Erv. T CR 3384
Mandevilla pohliana (Stadelm.) A. Gentry S.Arb. T CR, CE 3385
Minaria acerosa (Mart.) T.U.P. Konno e Rapini Erv. T CR 3513
AQUIFOLIACEAE
Ilex subcordata Reissek Arb. T CR, CM 3386
ARACEAE
Anthurium minarum Sakuragui e Mayo Erv. T, R CM, CR 3387
ARECACEAE
Syagrus flexuosa (Mart.) Becc. Arb. T CR Observado!
ASTERACEAE
Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze Erv. T CR, CE 3388
Acritopappus longifolius (Gardn.) R.M. King e H. Rob. Arb. T CR 3389
Aspilia sp. S.Arb. T CR, CE 3390
Baccharis reticularia DC. Arb. T CR 3391
Baccharis serrulata (Lam.) Pers. Arb. T CR 3392
Bidens pilosa L. Erv. T CR, CE 3393
Chromolaena multiflosculosa (DC.) R.M. King e H. Rob. Arb. T CR 3394
Dasyphyllum candolleanum (Gardner) Cabrera Arb. T CR, CM 3507
Emilia sonchifolia (L.) DC. Erv. T CR, CE 3395
Eremanthus incanus (DC.) Mac Leish. Arv. T CR 3506
Eremanthus sphaerocephalus (DC.) Baker Arb. T CE 3514
Eupatorium sp. S.Arb. T CR Observado!
Ichthyothere integrifolia (DC.) S.F. Blake Erv. T CR, CE 3396
Koanophyllon thysanolepis (B.L. Rob.) R.M. King e H. Rob. Arb. T CR 3397
Lessingianthus bardanioides (Less.) H. Rob. Arb. T CR 3398
Lessingianthus hoveaefolius (Gardn.) H. Rob. Arb. T CR 3399
Mikania oblongifolia DC. Arb. T CR, CE 3519
Porophyllum lanceolatum DC. Erv. T CR 3400
Symphyopappus reticulatus Baker Arb. T CR 3401
Trixis vauthieri DC. S.Arb. T CR 3508
Vernonanthura phosphorica (Vell.) H. Rob. Arb. T CR, CE 3520
Indeterminada Observado!
Indeterminada 3 Observado!
BEGONIACEAE
Begonia alchemilloides A.DC. Erv. R CR 3402
Begonia rufa Thunb. Erv. T, R CM, CR 3505
BIGNONIACEAE
Anemopaegma glaucum Mart. Ex DC. S.Arb. T CE Observado!
Arrabidaea sceptrum (Cham.) Sandwith L. H CR, CE 3403
Jacaranda caroba DC. Arb. T CR, CE 3404
118
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
BIGNONIACEAE
Memora pedunculata Miers
Arb. T CR, CE 3405
Pyrostegia venusta Miers L. T CR, CM, CE 3406
BROMELIACEAE
Cryptanthus schwacheanus Mez Erv. R CR 3523
Dyckia saxatilis Mez Erv. T CR, CM Observado!
Tillandsia geminiflora Brongn. Erv. E CR, CM Observado!
Tillandsia recurva (L.) L. Erv. E CR, CM 3407
Vriesea minarum L.B. Smith B Erv. R CR 3408
CACTACEAE
Arthrocereus glaziovii (K.Schum.) N.P.Taylor e Zappi B S.Arb. R CR 3409
CAMPANULACEAE
Siphocampylus nitidus Pohl Arb. T CM, CR 3510
CELASTRACEAE
Maytenus gonoclada Mart. Arv. T CM, CR 3410
Maytenus sp.
Arv. T CM, CR Observado!
COMMELINACEAE
Commelina erecta L. Erv. T CR 3411
CONVOLVULACEAE
Jacquemontia linarioides Meisn. Erv. T CR 3412
Merremia tomentosa Hallier f. S.Arb. T CR 3413
CUCURBITACEAE
Cayaponia weddellii (Naudin) Gomes-Klein. L. T CR 3414
CYPERACEAE
Bulbostylis onsanguínea (Kunth) C.B. Clarke Erv. T CR 3418
Bulbostylis fimbriata (Nees) C.B. Clarke Erv. T CR 3415
Cyperus aggregatus (Willd.) Endl.
Erv. T CR 3416
Lagenocarpus rigidus (Kunth.) Nees Erv. T, R CR 3417
Trilepis lhotzkiana Nees
Erv. R CR 3419
ERIOCAULACEAE
Paepalanthus manicatus Pouls. ex Malme Erv. T CR 3420
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum gonocladum O.E.Schulz Arb. T CM, CR 3421
Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. Arb. T CE 3422
EUPHORBIACEAE
Croton antisiphiliticus Mart. Erv. T CR, CE 3423
Croton campestris A. St.-Hil. Arb. T CR, CE 3424
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. Arb. T CR 3425
FABACEAE
Abarema brachystachya (DC.) Barneby e J.W.Grimes
Arv. T CM Observado!
Centrosema coriaceum Benth. Arb. T, R CR 3426
Centrosema sp. Arb. T, R CR Observado!
Chamaecrista mucronata (Spreng.) H.S.Irwin e Barneby Arb. T CR 3427
Copaifera langsdorffii Desf. Arv. T CM, CR 3504
Crotalaria rufipila Benth. Arb. T CR 3428
Dalbergia miscolobium Benth. Arb. T CE Observado!
Galactia martii DC. L. T, R CR 3429
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. Arb. T, R CR 3430
Senna rugosa (G. Don) Irwin e Barneby Arb. T CR, CM 3517
GESNERIACEAE
Nematanthus strigillosus (Mart.) H. E. Moore Arb. E, R CM, CR 3431
Sinningia rupicola (Mart.) Wiehler Erv. R CR 3432
IRIDACEAE
Neomarica glauca Sprague Erv. T, R CM, CR Observado!
LAMIACEAE
Hypenia sp. Arb. T CE 3515
Hyptis lippioides Pohl ex Benth. S.Arb. T CR 3433
Vitex cymosa Bert ex Spreng. Arb. T CR, CM 3434
LAURACEAE
Ocotea tristis (Nees) Mez Arb. T CM, CR 3435
LORANTHACEAE
Struthanthus flexicaulis (Mart.) Mart. Erv. P CR 3436
LYTHRACEAE
Diplusodon buxifolius DC. Arb. T CR 3437
MALPIGHIACEAE
Banisteriopsis campestris (A. Juss.) Litle Arb. T CR 3438
Banisteriopsis malifolia (Nees e Mart.) B. Gates L. E CM 3521
Byrsonima crassa Nied. Arb. T CE 3440
Byrsonima intermedia A. Juss. Arb. T CE 3439
Byrsonima variabilis A. Juss. Arb. T CR 3441
119
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
MALPIGHIACEAE
Heteropterys affinis A. Juss.
Arb. T CR 3442
Heteropterys campestris A.Juss. Arb. T CR 3443
Heteropterys umbellata A. Juss. Arb. T CR 3444
Peixotoa tomentosa A. Juss. Arb. T CR 3445
MALVACEAE
Pavonia viscosa A. St.-Hil. Arb. T CM, CR Observado!
Sida ciliaris L. Arb. T CR 3446
MELASTOMATACEAE
Cambessedesia hilariana DC. S.Arb. T CR 3447
Leandra cancellata Cogn. Arb. T CM, CR 3448
Miconia ligustroides (DC.) Naudin Arb. T CM 3449
Miconia sellowiana Naud. S.Arb. T CM 3511
Tibouchina cardinalis (Bonpl.) Cogn. Arb. T CR, CM 3450
Tibouchina multiflora Cogn. Arb. T CR 3451
MENISPERMACEAE
Cissampelos ovalifolia DC. S.Arb. T CR, CE 3452
MYRSINACEAE
Myrsine guianensis (Aubl.) O. Kuntze Arb. T CR 3453
MYRTACEAE
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg Arb. T CR 3454
Eugenia cavalcanteana Mattos Arb. T CR 3455
Eugenia modesta DC. Arb. T CM, CR 3456
Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Arb. T CR 3457
Eugenia sp. Arb. T CM Observado!
Myrcia eriocalyx DC. Arb. T CR Observado!
Myrcia mutabilis (O.Berg) N.J.E.Silveira Arb. T CM 3458
Myrcia splendens DC. Arb. T CM 3459
Myrcia tomentosa Glaz. Arv. T CM 3460
Myrcia sp. 1 Arv. T CM Observado!
Myrcia sp. 2 Arv. T CM Observado!
Myrcia sp. 3 Arv. T CM Observado!
Myrciaria glanduliflora (Kiaersk.) J. R. Mattos e D.Legrand Arb. T CM 3461
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum Arv. T CM 3462
NYCTAGINACEAE
Guapira noxia (Netto) Lundell Arb. T CR, CE 3463
OCHNACEAE
Ouratea floribunda Engl. Arb. T CR 3464
Ouratea semiserrata (Mart.et Nees) Engl. Arv. T CM, CR 3465
ORCHIDACEAE
Acianthera modestissima (Rchb.f. e Warm.) Pridgeon e M.W.Chase Erv. R CR Observado!
Acianthera teres (Lindl.) Luer Erv. R CR 3466
Bifrenaria harrisoniae (Hook.) Rchb.f. Erv. E, R CM, CR Observado!
Bulbophyllum melloi Pabst Erv. R Erv, R, CR Observado!
Bulbophyllum weddelii Reichb. f. Erv. E, R CR Observado!
Epidendrum secundum Jacq. Erv. T, E, R CM, CR Observado!
Habenaria obtusa Lindl. Erv. T CE 3467
Maxillaria madida Lindl. Erv. R, E CR, CM 3468
Oncidium blanchetii Rchb. f. Erv. T, E, R CM, CR 3469
Pleurothallis sp. Erv. T CR Observado!
Sarcoglottis schwackei (Cogn) Schltr. Erv. T CR 3470
Sophronitis caulescens (Lindl.) Van den Berg e M.W.Chase B Erv. R CR Observado!
OROBANCHACEAE
Buchnera lavandulacea Cham. e Schltdl. Erv. T CR 3512
PHYLLANTACEAE
Phyllanthus rosellus Muell. Arg. Erv. T, R CR 3471
PHYTOLLACACEAE
Microtea paniculata Moq. Erv. T CR 3472
PIPERACEAE
Peperomia decora Dahlst. Erv. R CR 3473
Peperomia galioides H.B.K. Erv. R CR 3474
Peperomia subrubrispica C. DC. Erv. R CR 3475
POACEAE
Andropogon bicornis L. Erv. T CR Observado!
Axonopus aureus P. Beauv. Erv. T CR 3476
Axonopus siccus Kuhlm. Erv. T CR 3477
Axonopus sp. Erv. T CR Observado!
Echinolaena inflexa (Poir.) Chase Erv. T CR, CE 3478
Melinis repens (Willd.) Zizka Erv. T CR Observado!
Panicum subulatum Spreng. Erv. T CR 3479
Panicum sp. Erv. T CR Observado!
Paspalum sp. Erv. T CR Observado!
Sporobolus aeneus Kunth Erv. T CR Observado!
120
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am Hábito Forma de Vida Ambiente Coleções
POLYPODIACEAE
Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota Erv. E, R CM, CR 3480
Pleopeltis minarum (Weath.) Salino Erv. R CR 3481
Serpocaulon latipes (Langsd. e Fisch.) A.R.Sm. Erv. R CR 3482
PORTULACACEAE
Portulaca mucronata Link Erv. T, R CM 3524
PTERIDACEAE
Doryopteris ornithopus (Hook. e Baker) J. Sm. Erv. T CR 3516
ROSACEAE
Prunus myrtifolia (L.) Urb. Arv. T CM, CR 3483
RUBIACEAE
Borreria capitata DC. Erv. T CM, CR 3484
Borreria suaveolens G.F.W. Mey. Erv. T CR 3486
Borreria sp. Erv. T CR 3485
Borreria sp. 1 Erv. T CR Observado!
Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. e Schult.) Kuntze S.Arb. T CR Observado!
Declieuxia satureioides Mart. e Zucc. S.Arb. T CR Observado!
Declieuxia verticillata Muell. Arg. S.Arb. T CR 3487
Galianthe angustifolia (Cham. e Schldl.) E.L. Cabral S.Arb. T CR 3488
Psyllocarpus laricoides Mart. e Zucc. S.Arb. T CR 3489
Remijia ferruginea DC. Arb. T CM, CR Observado!
RUTACEAE
Zanthoxylum rhoifolium Lam. Arv. T CM 3490
SAPINDACEAE
Matayba guianensis Aubl. Arv. T CM 3491
Matayba mollis Radlk. Arv. T CR, CM 3492
Serjania acutidentata Radlk. L. T CM Observado!
SOLANACEAE
Brunfelsia brasiliensis (Spreng.) L.B.Sm. e Downs Arb. T CR, CM 3493
Solanum americanum Mill. S.Arb. T CM 3494
Solanum gemellum Mart. ex Sendt. Arb. T CM 3495
Solanum lycocarpum A. St-Hil. Arb. T CE 3509
Solanum refractifolium Sendt. S.Arb. T CR 3496
Solanum stenandrum Sendt. S.Arb. T CR 3497
VELLOZIACEAE
Barbacenia brasiliensis Willd. Erv. R CR 3498
Vellozia caruncularis Mart. ex Seub. Arb. T, R CR 3499
Vellozia compacta Mart. ex Schult. e Schult. f. Arb. R CR Observado!
Vellozia graminea Pohl Erv. R CR Observado!
VERBENACEAE
Lantana camara L. Arb. T CR, CM 3522
Lantana lundiana Schauer S.Arb. T CR 3500
Lippia gracilis Schauer Arb. T CR 3501
Lippia hermannioides Cham. Arb. T CR Observado!
Lippia rotundifolia Cham. Arb. T CR 3518
Stachytarpheta glabra Cham. Arb. T CR 3502
VOCHYSIACEAE
Vochysia thyrsoidea Pohl Arv. T CE 3503
INDETERMINADA
Indeterminada 1 Arb. T CR Observado!
Indeterminada 2 Arb. T CR Observado!
Indeterminada 3 Arb. T CR Observado!
CAPÍTULO IV
RESTAURAÇÃO DE COBERTURA VEGETAL DE CAMPOS FERRUGINOSOS
DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO: FLORÍSTICA, FITOSSOCIOLOGIA E USO
DE TOPSOIL NA MINA DO SAPECADO, ITABIRITO, MINAS GERAIS
122
1 INTRODUÇÃO
Quando se pensa em restauração de Campos Ferruginosos, é fundamental o
conhecimento da flora e da organização estrutural das populações de espécies herbáceas,
arbustivas e arbóreas existentes nesses ecossistemas. Esse conhecimento pressupõe o
levantamento de informações sobre o número de indivíduos, riqueza, dominância, hábitos,
além da identificação das espécies raras e ameaçadas presentes na área de trabalho.
O solo colonizado por essas formações vegetais, que estruturam o estabelecimento
da cobertura vegetal num ambiente, também precisam ser conhecidos. Os solos das
formações ferríferas são rasos, bastante pedregosos, de baixa fertilidade natural, de elevada
acidez, em consequência do grau de intemperismo avançado (SCHAEFER et al., 2008). De
acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006), eles se
enquadram nas classes dos Neossolos Litólicos, Plintossolos Pétricos e Cambissolos.
Sobre tais solos, em Minas Gerais, desenvolveu-se uma vegetação formada por
espécies metalófitas, que colonizam substratos ricos em metais, especialmente o ferro
(VINCENT e MEGURO, 2008). Essa cobertura vegetal teve sua importância ressaltada
por estudiosos desde o período colonial (SANTOS, 2001), mas só recentemente passou a
ser objeto de estudos mais específicos e aprofundados, resultantes sobretudo de pesquisas
realizadas no âmbito acadêmico (PORTO E SILVA, 1989; TEIXEIRA E LEMOS FILHO,
2002; VINCENT, 2004; VIANA E LOMBARDI, 2007; MOURÃO E STEHMANN, 2007;
JACOBI E CARMO, 2008; TEIXEIRA, 2008). A contribuição desses trabalhos para
descrição, caracterização e classificação das famílias e espécies dos Campos Ferruginosos
existentes nas cristas serranas, principalmente nas cotas altimétricas superiores a 900 m,
permite conhecer e compreender melhor esse ecossistema, o que é condição fundamental
para se desenvolver sua restauração.
Os Campos Ferruginosos são dotados de características bastante distintas, entre as
quais podem ser ressaltadas: o endemismo de parte de sua flora, resultante da colonização
de substratos ricos em metais, o ferro especialmente, que indica a estreita relação entre solo
e planta; a diversidade florística, com mais de 600 espécies inventariadas,
sistematicamente, em fitofisionomias distintas – campestres, arbustivas e arbóreas, com
espécies raras, muitas enquadradas nas diversas categorias de ameaça; os mecanismos de
sobrevivência de suas espécies, que incluem adaptações anatômicas, morfológicas e
fisiológicas, desenvolvidos em virtude dos ambientes a que essas espécies estão sujeitas,
com elevadas amplitudes térmicas e hídricas diárias e anuais; o crescimento lento de
123
muitas de suas espécies.
Algumas dessas espécies são encontradas em localidades típicas, outras são
endêmicas de áreas pequenas, usualmente confinadas a altitudes e substratos específicos,
com parca distribuição espacial. Alves e Kolbek (1994) chamam a atenção para a
importância da conservação dessa vegetação das cristas isoladas, que se configuram como
ilhas com vegetação de espécies endêmicas.
Em Minas Gerais, essa vegetação está particularmente concentrada no Quadrilátero
Ferrífero, região montanhosa localizada no extremo sul da cadeia do Espinhaço, no centro-
sul do Estado, considerada uma das mais importantes províncias minerais do mundo
(SPIER et al., 2003). Essa região abriga reservas de minério de ferro de alta qualidade,
intensamente exploradas, que correspondem a 60% das reservas brasileiras deste minério
(DNPM, 2008). A mineração que aí ocorre produz alterações sobre os solos e a cobertura
vegetal que os colonizam, já que ambos (solo e planta) são removidos para que se dê a
exploração do minério.
As empresas mineradoras, por determinação constitucional (BRASIL, 1988),
devem recuperar suas áreas degradadas mediante atividades incorporadas às operações de
mina. Essa determinação, seguida de outras imposições legais decretadas a partir do final
da década de 1980, tornou obrigatória, no âmbito das empresas, a elaboração e execução
de Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) e Planos Técnicos de
Recomposição da Flora (PTRF), entre outros documentos integrantes dos licenciamentos
ambientais para atividades que afetam vegetação nativa.
A obrigatoriedade da elaboração desses planos faz com que as empresas passem a
contratar projetos em cumprimento a esse requisito legal. Assim, abre-se um ciclo de
desenvolvimento de metodologias para a recuperação de áreas mineradas.
A pesquisa aqui relatada insere-se num conjunto de trabalhos que começaram a ser
realizados em atendimento a condicionantes de licenciamento ambiental para ampliação de
uma unidade minerária da Vale. Em 2001, para conceder licença de instalação, o órgão
ambiental exigiu o desenvolvimento de pesquisas destinadas a viabilizar metodologias de
recuperação de áreas degradas (FEAM, 2001). Em 2002, iniciaram-se as operações de
resgate de flora e uso de topsoil. Nesse sentido, já foram realizadas três pesquisas: a
primeira na mina de Alegria em Mariana; a segunda, na mina de Segredão em Sabará; a
terceira, na mina de Sapecado, em Itabirito.
O processo de restauração de cobertura vegetal em área minerada visa à recriação
de comunidades ecologicamente viáveis, cujo princípio fundamental implícito é a
124
sustentabilidade, ou seja, que a área restaurada não necessite mais de intervenção ou
manejo futuro (ENGEL e PARROTA, 2003). Para dar início a esse processo, o passo
inicial é conhecer em profundidade a flora que se quer restaurar. Por isso, levantamentos
florísticos constaram de todas as pesquisas acima mencionadas.
Tanto na mina de Alegria quanto na de Segredão, as operações com uso de topsoil
geraram alguns questionamentos. O topsoil consiste no material resultante da raspagem da
camada superficial do solo da área da mineração e que contém a crosta ferruginosa, o
banco de sementes, a micro, meso e macro fauna/flora do solo (micro-organismos
decompositores, fungos micorrízicos, bactérias nitrificantes, minhocas e algas), todos
fatores importantes na ciclagem de nutrientes, reestruturação e fertilização do solo. Na
mina de Alegria, a questão principal relativa a esse material envolveu o resultado
quantitativo do experimento. Na mina de Segredão, questionou-se o próprio processo do
uso do topsoil como procedimento de restauração de cobertura vegetal ferruginosa.
A decisão de mostrar os resultados da pesquisa realizada na mina de Sapecado vem
no objetivo de confirmar (ou não) a conclusão dos trabalhos anteriores quanto à
positividade dos resultados obtidos. Portanto, pretende-se aqui mostrar o processo
desenvolvido com o uso do topsoil, precedido de estudos botânicos na cava de Sapecado e
na pilha de Cata Branca.
Dessa forma, no presente estudo, apresentam-se resultados da aplicação do método
desenvolvido experimentalmente nas minas de Alegria e Segredão em área operacional da
Vale em Itabirito, Minas Gerais. Foram realizados levantamentos botânicos, resgate de
flora e remoção de topsoil na cava de Sapecado, para a qual há licença de supressão de
vegetação para ampliação da mina, procedimento que afeta o Campo Ferruginoso. Com as
plantas resgatadas foram produzidas mudas em viveiro e plantio direto na pilha Cata
Branca. Essa pilha vem recebendo tratamentos para reabilitação, entre eles a restauração de
Campo Ferruginoso em 2ha de sua crista. Nesse local foi depositado o topsoil, foco deste
estudo, que não contempla o resgate de flora por se considerar que as exigências
ecológicas quanto a métodos e técnicas necessários às suas operações ficaram esclarecidas
no trabalho da mina de Alegria.
O objetivo deste trabalho é, pois, mostrar os resultados do experimento com topsoil,
compará-los com os resultados botânicos do meio natural e com os obtidos na mina de
Segredão. Em virtude da escassez de dados nesta área, esta investigação poderá também
contribuir para a descrição e caracterização da flora autóctone, mediante análise da
composição florística e estrutura fitossociológica da área de estudo.
125
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Caracterização da área de estudo
A mina de Sapecado localiza-se a centro-oeste do Quadrilátero Ferrífero, no interior
do polígono composto pelas suas quatro bordas: a norte/noroeste, o alinhamento da serra
do Curral; a oeste/sul, as serras da Moeda e de Itabirito; a sudoeste, a serra do Ouro
Branco; a leste, as serras do Caraça e Ouro Preto; no centro, a serra do Gandarela; e no
centro-oeste, a serra dos Inconfidentes, onde se deu o presente estudo.
A área consiste num topo de formação ferrífera onde será ampliada a cava, próxima à
mina do Pico. A área integra a bacia do rio das Velhas, formador do rio São Francisco, que
recebe importantes contribuições desta região a Noroeste, com os rios Paraopeba e Velhas. O
clima é do tipo Cwa de Koeppen, temperado quente, com estação seca de abril a setembro e
chuvosa de outubro a março. A temperatura média anual é de 20
0
C. A precipitação média anual
na região é de 1582mm e varia entre 1095mm e 2112mm de máxima anual
FIGURA 1 - Quadrilátero Ferrífero, municípios integrantes, formações ferríferas (em
amarelo), localização da área da pesquisa.
FONTE: BIOMA Meio Ambiente (2010); dados de municípios: GEOMINAS (1996;
1998); geologia: CPRM (2003).
126
A área de estudo é de concessão de direito minerário da empresa Vale, no
município de Itabirito, Minas Gerais, próxima às coordenadas de 20
0
40´45´´ sul e 43
0
75´39´´ oeste (FIG. 1). Estende-se num topo posicionado a sul da serra principal, na borda
de uma cava em fase de operação, sobre a qual existe uma crosta ferruginosa com Campo
Ferruginoso e vegetação sub-arbustiva e sub-arbórea que colonizam a canga couraçada,
nodular e os bolsões formados na canga.
Trata-se de vasta área natural, situada a cerca de 1300m de altitude, com formação
de crosta ferruginosa no alinhamento das cristas serranas e ocorrência de tipologias
variadas de cobertura vegetal. Aí também são encontradas florestas ao longo dos vales e
Campo Rupestre Quartzítico, que povoam afloramentos locais da serra da Cata Branca
(FIG. 2).
FIGURA 2 – Localização das áreas de pesquisa: estudo botânico, pedológico e uso de topsoil.
FONTE: BIOMA Meio Ambiente (2010); Imagem de satélite: Cbers (2009).
127
2.2 Florística
O levantamento de plantas vasculares foi feito mediante coletas de material
botânico fértil, em remanescentes preservados de vegetação exclusiva dos Campos
Ferruginosos, em fisionomias campestre de canga couraçada e nodular e sub-arbórea
(capão de canga), ocorrentes na área.
As campanhas de campo para coletas de dados foram de frequência mensal, entre
novembro de 2007 e novembro de 2008. O material coletado encontra-se depositado no herbário
do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (BHCB).
A identificação das espécies se deu por meio de bibliografia específica, comparação
com exsicatas determinadas, depositadas no BHCB, e mediante contribuição de especialistas
quando necessário. Na organização da lista de espécies (ANEXO A), foram adotados os
seguintes sistemas de classificação: APG II (2003) Angiosperm Phylogeny Group – para
angiospermas; Smith et al.(2006) para samambaias; e Kramer e Tryon (1990) para as licófitas.
A confirmação dos nomes, bem como de seus autores, foi obtida por meio de consulta ao
índice de espécies do programa Index Kewensis 2.0 (Royal Botanic Gardens, 1997) e aos sites:
Missouri Botanical Garden (http://www.mobot.org) e The International Plant Names Index
(http://www.ipni.org), ou em literaturas específicas atuais. As abreviações dos nomes dos
autores das espécies seguiram Brummitt e Powell (1992).
Dados sobre os ambientes onde ocorrem as espécies e hábito foram baseados em
observações de campo. Consideraram-se ervas as espécies não lenhosas, que podem ser
terrestres, rupícolas e/ou epífitas. Espécies terrestres lenhosas, inclusive as xilopodiosas, de
altura predominantemente abaixo de 30cm, foram denominadas subarbustos; as que em
geral se enquadram entre 30cm e 2m de altura foram denominadas arbustos; e as de altura
geralmente superior a 2m, árvores.
128
2.3 Estrutura fitossociológica
O método utilizado para verificar os padrões da estrutura dos componentes herbáceo,
arbustivo e arbóreo da vegetação foi o de parcelas (BRAUN-BLANQUET, 1979).
Para o levantamento fitossociológico em área ocupada por vegetação de formação
ferrífera, foram alocadas, de forma sistemática, três parcelas de 50m
2
cada, uma em canga
couraçada, uma em canga nodular e outra em capão de canga, totalizando 150 m
2
de área
amostrada. Em cada parcela, foram anotadas a espécie, o diâmetro à altura do solo (DAS
em cm), a altura total (cm) e contado o número de indivíduos. Foram considerados todos
os indivíduos acima de 1 cm de altura para as espécies herbáceas e acima de 5 cm para as
lenhosas. No caso das espécies com reprodução clonal (orquídeas e gramíneas, entre
outras), cada touceira isolada foi considerada como um indivíduo.
Os parâmetros fitossociológicos estudados foram os usuais em fitossociologia:
densidade, dominância e frequência que são utilizados na composição do valor de
importância e de cobertura, conforme descritos e propostos por MUELLER-DUMBOIS e
ELLEMBERG (1974).
Quanto à análise de heterogeneidade, existem vários índices de quantificação da
diversidade de uma comunidade ou ecossistema, os quais possibilitam comparar diferentes
tipos de vegetação. Neste trabalho, foi utilizado o Índice de Diversidade de Shannon (H’)
(BROWER e ZAR, 1984) e o Coeficiente de Equabilidade de Pielou (J) (PIELOU, 1975).
Os parâmetros fitossociológicos e florísticos descritos acima foram obtidos
mediante o uso do programa Mata Nativa 2 (CIENTEC, 2006).
Os valores da densidade de indivíduos e espécies, a altura média, a área basal e o
diâmetro médio foram comparados entre as comunidades estudadas e com dados de outros
autores.
2.4 Uso de topsoil para restauração
Após os levantamentos botânicos das parcelas no meio natural, foi feita a remoção do
topsoil, de cada parcela, na profundidade de 0 – 20 cm, com auxílio de escavadeira e trator
de esteira. Esse material foi transportado e redepositado na pilha de Cata Branca, onde foram
montadas três parcelas de igual tamanho, que perfizeram 150m
2
de
área (FIG. 3).
129
FIGURA 3 – Área da pesquisa mostrando a área do experimento: ao fundo, a
mina de Sapecado, onde se deram os estudos botânicos, o
resgate de flora e a remoção do topsoil; em primeiro plano, a
pilha de Cata Branca, onde as mudas de resgate foram
introduzidas e foi testado o topsoil.
2.5 Levantamento das variáveis pedológicas
Para melhor compreensão das variações nos atributos químicos dos solos nas
parcelas do topsoil redepositado sobre estéril aos 12 meses, foram coletadas cinco amostras
simples de solo, na profundidade de 0 – 10 cm, em cada parcela. As amostras simples
foram homogeneizadas formando amostras compostas. As amostras de solos coletadas
foram encaminhadas para análise química de rotina no Laboratório de Rotina de Solos do
Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa.
As análises químicas foram realizadas em três repetições de acordo com as
recomendações constantes em EMBRAPA (1997), sendo determinadas as seguintes
características químicas do solo: acidez ativa em água (pH), teores de fósforo (P) e
potássio (K
+
) disponíveis, cálcio (Ca
2+
), magnésio (Mg
2+
), acidez trocável (Al
3+
) e
potencial (Al+H); soma de bases (SB) e saturação por bases (V); capacidade de troca
catiônica total (T) e efetiva (t); saturação por alumínio (m), matéria orgânica (MO), fósforo
remanescente (P-rem), além dos teores dos micronutrientes zinco (Zn), ferro (Fe),
manganês (Mn) e cobre (Cu).
130
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Florística
A cobertura vegetal sobre formação ferrífera na mina do Sapecado abriga
formações predominantemente herbáceas, herbáceo-arbustivas e sub-arbóreas. O
levantamento florístico das plantas vasculares revelou a presença de 311 espécies,
distribuídas em 190 gêneros, pertencentes a 66 famílias. Destas, 215 foram identificadas
até o nível de espécies, 88 até gênero e oito permaneceram indeterminadas (ANEXO A).
As famílias que contribuíram com o maior número de espécies foram: Asteraceae
(50 spp.), Orchidaceae (24 spp.), Rubiaceae (19 spp.), Melastomataceae (17 spp.),
Fabaceae e Myrtaceae (16 spp. cada), Poaceae (11 spp.), Cyperaceae (10 spp.) e
Apocynaceae (8 spp.) que, juntas, corresponderam a 55% do total de espécies
inventariadas. No nível genérico, a maior riqueza foi encontrada em Baccharis (9 spp.),
Myrcia (8 spp.), Miconia (6 spp.), Borreria, Solanum e Vellozia (5 spp. cada) e também
Chamaecrista, Croton, Oncidium, Psychotria e Tibouchina (4 spp. cada).
Nesses resultados, observa-se grande riqueza florística no ambiente estudado,
reforçando-se, assim, o encontrado por Vincent (2004) em seu estudo realizado no Parque
do Rola Moça. Teixeira (2008), estudando a flora da região da mina do Pico, observou que
Asteraceae, Orchidaceae, Melastomataceae e Fabaceae contribuíram com
aproximadamente 35% da riqueza de espécies, resultado que se confirmou neste estudo,
onde Rubiaceae e Myrtaceae também apareceram significativamente.
Dentre as 311 espécies inventariadas no presente estudo, 139 são arbustos; 107 são
ervas; 32 são árvores; 16 são subarbustos; e 17 são lianas. A maioria das espécies é
terrestre (250 spp.), 29 espécies são exclusivamente rupícolas, quatro exclusivamente
epífitas e duas parasitas; dez espécies podem ser encontradas como epífitas e/ou rupícolas
e 14 espécies podem ser rupícolas e/ou terrestres. Duas espécies, Epidendrum secundum e
Oncidium blanchetii, podem ser observadas como epífitas e/ou rupícolas e/ou terrestres
(ANEXO A).
Na mina de Alegria, foram amostradas 333 espécies e 85 famílias, resultado muito
expressivo nos Campos Ferruginosos e muito próximo do obtido na mina de Sapecado, o
que permite considerá-la também de alta diversidade florística.
Considerando-se as fisionomias de Campo Rupestre, Capão de Mata e Cerrado,
131
tem-se, na área em estudo (FIG. 4), 209 espécies exclusivas de Campo Rupestre, 49
exclusivas de Capões de Mata e 49 que compartilham das duas primeiras fisionomias;
Pyrostegia venusta, também observada no Cerrado, é a única encontrada nas três
fitofisionomias; Erythroxylum suberosum, Jacaranda caroba e Memora pedunculata são
encontradas no Campo Rupestre e/ou Cerrado (ANEXO A).
Com relação às espécies ameaçadas de extinção, não foi observada nenhuma
espécie na área de estudo, segundo a lista do MMA (2008). Quatro espécies, Arthrocereus
glaziovii, Oncidium gracile, Sophronitis caulescens e Sophronitis crispata, observadas na
área, são indicadas para estudos detalhados, de acordo com o Anexo 2 da Lista oficial das
espécies ameaçadas (MMA, 2008).
FIGURA 4 – Área de estudo na mina de Sapecado: vegetação arbustiva das cangas
nodulares.
3.2 Fitossociologia
Nas parcelas de Campo Ferruginoso amostradas no meio natural da mina de
Sapecado (FIG 5), foram identificados 865 indivíduos vivos e dez mortos, distribuídos em
45 espécies e 31 gêneros, pertencentes a 22 famílias botânicas (TAB. 1). A densidade
132
absoluta foi de 57.667 indivíduos por hectare, maior que a amostrada nas parcelas da mina
de Segredão (48.200 ind/ha). A dominância absoluta foi de 12,79 m
2
/ha, também maior
que a obtida na área de Segredão (8,94m
2
/ha).
FIGURA 5 – Parcela da amostragem fitossociológica: vegetação herbácea
característica da canga couraçada.
As famílias que apresentaram maior número de indivíduos foram: Asteraceae, com
226 (26,13%); Euphorbiaceae, com 216 (24,97%); Melastomataceae, com 108 (12,49 %);
Fabaceae, com 71 (8,21%); e Verbenaceae com 50 (5,78%), que representaram, juntas,
78% dos indivíduos amostrados.
Das espécies amostradas, 28 foram identificadas até o nível de espécies, 11 até
gênero e seis permaneceram indeterminadas. O maior número de indivíduos coube a Croton
migrans (215), seguido de Symphyopappus brasiliensis (110), Tibouchina multiflora (96),
Lychnophora pinaster (67), Perianda mediterranea (59), Stachytarpheta glabra (42), Vismia
parviflora (38), Myrsine guianensis (19), Eriope macrostachya (37), Baccharis reticularia
(24), Mimosa calodendron (12), Myrcia variabilis (11) e Psychotria sp.(13). 24 espécies
apresentaram baixa densidade, com menos de dez indivíduos (TAB. 1).
O valor da diversidade de Shanonn (H’) foi de 2,74 e o da equabilidade de Pielou
(J), de 0,72, considerados altos se comparados a outros resultados de Campos
133
Ferruginosos: no estudo de Sabará, os índices foram de 2,15 e 0,68; Vincent (2004)
encontrou valores de 2,53 e 0,68 em área de canga couraçada e de 2,94 e 0,60 para canga
nodular em área integrante de unidade de conservação; JACOBI et al.(2008) obtiveram
valores de 2,45 e 0,71.
Até pouco tempo, considerava-se baixa a diversidades nas comunidades vegetais
sobre afloramentos rochosos, em comparação aos ecossistemas de seu entorno (RIZZINI,
1979). Entretanto, recentes estudos florísticos em Campos Ferruginosos no Quadrilátero
Ferrífero (VIANA e LOMBARDI, 2007; MOURÃO e STEHMANN, 2007; JACOBI et
al., 2007; TEIXEIRA, 2008) mostram resultados indicadores de que a diversidade desse
ecossistema é bem maior do que foi observado no passado, o que se confirma pelos
resultados desta pesquisa.
As espécies mais importantes na comunidade vegetal amostrada, de acordo com o
Índice de Valor de Importância (IVI), foram Vismia parviflora (Hyperiaceae), Croton
migrans (Euphorbiaceae), Lychnophora pinaster (Asteraceae), Tibouchina multiflora
(Melastomataceae), Symphyopappus brasiliensis (Asteraceae), Stachytarpheta glabra
(Verbenaceae), Periandra mediterranea (Fabaceae) e Eriope macrostachya (Lamiaceae),
que somaram quase 61% do índice (TAB. 1).
Ressalte-se aqui que os levantamentos florísticos da mina de Sapecado mostraram
uma flora em parte diversa da encontrada tanto na mina de Alegria quanto na de Segredão,
o que bem indica a distribuição restrita de várias espécies nas diferentes áreas de estudo.
Na mina de Segredão, por exemplo, ocorreu ausência de Croton migrans, Vismia
parviflora, Lychnophora pinaster, Symphyopappus brasiliensis, muito importantes na flora
aqui estudada.
TABELA 1
Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em Campo Ferruginoso
(meio natural), mina de Sapecado, Itabirito, MG.
Nome Científico Família N DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI
Vismia parviflora Cham. e Schlecht. Hypericaceae 38 2533,33 4,39 33,33 2,69 3,464 27,07 15,73 11,38
Croton migrans Casar. Euphorbiaceae 215 14333,33 24,86 66,67 5,38 0,217 1,69 13,27 10,64
L
ychnophora pinaster Mart. Asteracaea 67 4466,67 7,75 86,67 6,99 1,479 11,56 9,65 8,76
Tibouchina multiflora Cogn. Melastomataceae 96 6400,00 11,10 100,00 8,06 0,602 4,70 7,90 7,96
Symphyopappus brasiliensis (Gardn.) R.M. King e H. Rob. Asteraceae 110 7333,33 12,72 73,33 5,91 0,139 1,09 6,90 6,57
Stachytarpheta glabra Cham. Verbenaceae 42 2800,00 4,86 80,00 6,45 0,972 7,60 6,23 6,30
P
eriandra mediterranea (Vell.) Taub. Fabaceae 59 3933,33 6,82 66,67 5,38 0,207 1,62 4,22 4,61
E
riope macrostachya Mart. ex Benth. Lamiaceae 37 2466,67 4,28 46,67 3,76 0,624 4,88 4,58 4,31
Morta Morta 10 666,67 1,16 33,33 2,69 1,068 8,35 4,75 4,06
B
accharis reticularia DC. Asteraceae 24 1600,00 2,77 80,00 6,45 0,285 2,23 2,50 3,82
M
yrcia variabilis DC. Myrtaceae 11 733,33 1,27 26,67 2,15 0,926 7,24 4,25 3,55
M
imosa calodendron Mart. Fabaceae 12 800,00 1,39 46,67 3,76 0,270 2,11 1,75 2,42
M
yrcia splendens DC. Myrtaceae 10 666,67 1,16 26,67 2,15 0,279 2,18 1,67 1,83
Ocotea sp. Lauraceae 7 466,67 0,81 33,33 2,69 0,247 1,93 1,37 1,81
P
sychotria sp. Rubiaceae 13 866,67 1,50 33,33 2,69 0,156 1,22 1,36 1,80
134
Nome Científico Família N DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI
M
yrsine guianensis (Aubl.) O. Kuntze Myrsinaceae 19 1266,67 2,20 13,33 1,08 0,253 1,97 2,09 1,75
E
upa
t
orium sp. Asteraceae 9 600,00 1,04 33,33 2,69 0,152 1,19 1,11 1,64
Ouratea sp. Ochnaceae 8 533,33 0,92 33,33 2,69 0,106 0,83 0,88 1,48
M
yrcia sp1 Myrtaceae 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,434 3,39 1,75 1,35
E
ugenia punicifolia (Kunth) DC. Myrtaceae 4 266,67 0,46 26,67 2,15 0,164 1,28 0,87 1,30
B
accharis serrulata (Lam.) Pers. Asteraceae 10 666,67 1,16 26,67 2,15 0,040 0,31 0,73 1,21
L
ippia gracilis Schauer Verbanaceae 8 533,33 0,92 26,67 2,15 0,061 0,47 0,70 1,18
Ocotea sp1 Lauraceae 6 400,00 0,69 20,00 1,61 0,146 1,14 0,92 1,15
M
icrolicia sp. Melastomataceae 9 600,00 1,04 13,33 1,08 0,114 0,89 0,97 1,00
Siphoneugena widgreniana O. Berg Myrtaceae 3 200,00 0,35 20,00 1,61 0,005 0,04 0,19 0,67
H
eteropterys campestris A. Juss. Malpighiaceae 4 266,67 0,46 13,33 1,08 0,022 0,17 0,32 0,57
Styrax ferrugineus Nees e Mart. Styracaceae 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,121 0,94 0,53 0,53
M
atayba mollis Radlk. Sapindaceae 2 133,33 0,23 13,33 1,08 0,023 0,18 0,21 0,50
L
eandra cancellata Cogn. Melastomataceae 2 133,33 0,23 13,33 1,08 0,024 0,19 0,21 0,50
J
usticia riparia C. Kameyama Acanthaceae 3 200,00 0,35 13,33 1,08 0,003 0,02 0,18 0,48
D
asyphyllum sp. Asteraceae 2 133,33 0,23 13,33 1,08 0,015 0,12 0,18 0,48
M
aytenus gonoclada Mart. Celastraceae 2 133,333 0,23 13,33 1,08 0,008 0,07 0,15 0,46
Gaylussacia reticulata Mart. Ericaceae 2 133,33 0,23 13,33 1,08 0,002 0,02 0,12 0,44
P
runus myrtifolia (L.) Urb. Rosaceae 3 200,00 0,35 6,67 0,54 0,044 0,35 0,35 0,41
M
iconia sellowiana Naud. Melastomataceae 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,068 0,53 0,32 0,39
E
upathorium sp1 Asteraceae 4 266,67 0,46 6,67 0,54 0,002 0,02 0,24 0,34
Indeterminada Euphorbiaceae 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,025 0,20 0,16 0,28
P
sychotria sellowiana Mull.Arg. Rubiaceae 2 133,33 0,23 6,67 0,54 0,003 0,02 0,13 0,26
Ocotea sp2 Lauraceae 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,008 0,06 0,09 0,24
M
yrcia sp. Myrtaceae 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,009 0,07 0,09 0,24
Indeterminada 1 Indetermianada 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,007 0,05 0,08 0,23
A
nthurium minarum Sakuragui e Mayo Araceae 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,003 0,03 0,07 0,23
Indeterminada 2 Indeterminada 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,000 0,00 0,06 0,22
Indeterminada 3 Indeterminada 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,000 0,00 0,06 0,22
Indeterminada Rubiaceae 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,000 0,00 0,06 0,22
Indeterminada Indeterminada 1 66,67 0,12 6,67 0,54 0,000 0,00 0,06 0,22
Total 865 57666,67 100,0 1240,0 100,0 12,797 100,0 100,0 100,0
N: Número de indivíduos; DA: Densidade Absoluta; DR: Densidade Relativa %; FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa %;
DoA: Dominância Absoluta (m
2
/ha); DoR: Dominância relativa %; VC: Valor de cobertura %; VI: Valor de importância %
3.3 Fitossociologia das parcelas com topsoil
Nas parcelas montadas com deposição de topsoil (FIG. 6 e 7), foram amostrados
aos doze meses 1257 indivíduos vivos, distribuídos em 24 espécies e 15 gêneros,
pertencentes a 11 famílias botânicas. A densidade absoluta (DA) foi de 83.800 indivíduos
por hectare, maior do que no meio natural (57.800 ind/ha); a dominância foi de 5,1m
2
/ha,
muito menor que os 12,79m
2
/ha obtidos no meio natural.
Das espécies amostradas, 11 foram identificadas até o nível de espécies, cinco até
gênero e oito permaneceram indeterminadas (TAB. 2). As famílias que contribuíram com o
maior número de indivíduos foram: Asteraceae com 455 (36%); Fabaceae com 338 (27%);
Verbenaceae com 139 (11%); Turneraceae com 100 (8%); e Solanaceae com 87 (7%).
Juntas, representaram 89% dos indivíduos amostrados. Tais resultados, em parte,
correspondem aos obtidos nas parcelas do meio natural. Mas Turneraceae e Solanaceae
apareceram bem representadas no topsoil, o que não ocorreu no meio natural.
O valor da diversidade de Shanonn (H’) foi alto, de 2,23, sobretudo se comparado
135
ao obtido no meio natural, 2,74; no trabalho de Vincent (2004), foi de 2,53 e 2,94, no de
Jacobi (2008), 2,45, ambos levantados em meio natural. Na mina de Segredão, tais índices
foram menores, 2,15 no meio natural e 1,91 no topsoil aos doze meses.
A altura máxima, 1,09m, foi tomada de um indivíduo indeterminado da família
Asteraceae. As cinco espécies mais importantes na comunidade vegetal, de acordo com o
Índice de Valor de Importância (IVI), foram Mimosa calodendron (Melastomataceae),
Symphyopappus brasiliensis (Asteraceae), Lychnophora pinaster (Asteraceae),
Stachytarpheta glabra (Verbenaceae) e Solanum sp. (Solanaceae), que somaram quase
60% do valor de importância (TAB. 2). Ressalte-se que, como no meio natural da área de
Sapecado inventariou-se diferença de fitofisionomias em relação às outras áreas
pesquisadas, era de se esperar que no topsoil essas diferenças também ocorressem. É o que
se observa, por exemplo, com as espécies Mimosa calodendron, Symphyopappus
brasiliensis e Turnera cuneiformis, que não apareceram no topsoil dos outros estudos.
FIGURA 6 – Vista geral da área do experimento da pilha Cata Branca com as três
parcelas de topsoil recém-formadas, em fevereiro de 2008.
a
b
c
136
a)
b)
c)
FIGURA 7 – Detalhe de cada uma das parcelas de topsoil vegetadas após 12
meses de sua formação, apresentando o mesmo padrão de cobertura
vegetal com destaque para Mimosa calodendron, Symphyopappus
brasiliensis, Lychnophora pinaster, Stachytarpheta glabra.
TABELA 2
Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas no topsoil aos 12 meses,
mina de Sapecado, Itabirito, MG.
Nome Científico Família N DA DR FA FR DoA DoR IVC IVI
M
imosa calodendron Mart. Fabaceae 335 22333,33 26,65 100,00 9,15 0,889 17,42 22,04 17,74
Symphyopappus brasiliensis ( Gardner ) R.M.King e H.Rob. Asteraceae 204 13600,00 16,23 100,00 9,15 0,678 13,27 14,75 12,88
L
ychnophora pinaste
r
Mart. Asteraceae 185 12333,33 14,72 100,00 9,15 0,358 7,02 10,87 10,29
Stachytarpheta glabra Cham. Verbenaceae 139 9266,67 11,06 93,33 8,54 0,447 8,75 9,90 9,45
Solanum sp. Solanaceae 87 5800,00 6,92 60,00 5,49 0,655 12,83 9,88 8,41
Indeterminada Asteraceae 31 2066,67 2,47 60,00 5,49 0,849 16,63 9,55 8,19
Turnera cuneiformis Juss. ex Poir. Turneraceae 100 6666,67 7,96 86,67 7,93 0,243 4,75 6,35 6,88
Indeterminada 4 Asteraceae 15 1000,00 1,19 33,33 3,05 0,553 10,82 6,01 5,02
Croton migrans Casar. Euphorbiaceae 44 2933,33 3,50 73,33 6,71 0,047 0,93 2,21 3,71
Tibouchina multiflora Cogn. Melastomataceae 42 2800,00 3,34 80,00 7,32 0,018 0,34 1,84 3,67
E
riope macrostachya Mart. ex Benth. Lamiaceae 18 1200,00 1,43 53,33 4,88 0,140 2,75 2,09 3,02
B
accharis reticularia DC. Asteraceae 14 933,33 1,11 53,33 4,88 0,022 0,42 0,77 2,14
P
syllocarpus sp. Rubiaceae 13 866,67 1,03 53,33 4,88 0,003 0,05 0,54 1,99
B
orreria sp. Rubiaceae 12 800,00 0,95 46,67 4,27 0,031 0,60 0,78 1,94
Indeterminada 2 Asteraceae 3 200,00 0,24 6,67 0,61 0,081 1,59 0,91 0,81
M
icrotea sp. Phytollacaceae 3 200,00 0,24 20,00 1,83 0,006 0,12 0,18 0,73
P
eriandra mediterranea (Vell.) Taub. Fabaceae 3 200,00 0,24 20,00 1,83 0,002 0,05 0,14 0,70
Indeterminada 3 Asteraceae 1 66,67 0,08 6,67 0,61 0,065 1,28 0,68 0,66
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. Euphorbiaceae 3 200,00 0,24 13,33 1,22 0,016 0,31 0,27 0,59
Indeterminada 1 Asteraceae 1 66,67 0,08 6,67 0,61 0,002 0,03 0,06 0,24
Indeterminada 4 Indeterminada 1 66,67 0,08 6,67 0,61 0,001 0,02 0,05 0,24
Indeterminada 5 Indeterminada 1 66,67 0,08 6,67 0,61 0,000 0,01 0,04 0,23
Indeterminada 1 Rubiaceae 1 66,67 0,08 6,67 0,61 0,000 0,01 0,04 0,23
B
accharis sp. Asteraceae 1 66,67 0,08 6,67 0,61 0,000 0,01 0,04 0,23
Total 1257 83800,00 100,00 1093,33 100,00 5,105 100,00 100,00 100,00
N: Número de indivíduos; DA: Densidade Absoluta; DR: Densidade Relativa %; FA: Frequência Absoluta; FR: Frequência Relativa %;
DoA: Dominância Absoluta (m
2
/ha); DoR: Dominância relativa %; VC: Valor de cobertura %; VI: Valor de importância %
137
Na TAB. 3, está a lista de todas as espécies encontradas nas parcelas delimitadas
para realização dos estudos fitossociológicos no meio natural e no topsoil aos 12 meses, o
que possibilita que se comparem os resultados florísticos obtidos nessas diferentes áreas.
TABELA 3
Lista das espécies e suas respectivas famílias e ocorrência nas duas áreas de estudo
fitossociológico, mina de Sapecado, Itabirito, MG,
meio natural (Campo Ferruginoso); Topsoil = após 12 meses de deposição.
Família Espécie Meio Natural
Topsoil
ACANTHACEAE Justicia riparia C. Kameyama X
APOCYNACEAE Ditassa aequicymosa E. Fourn. X
ARACEAE Anthurium minarum Sakuragui e Mayo X
ASTERACEAE Baccharis reticularia DC. X X
Baccharis serrulata (Lam.) Pers. X
Dasyphyllum sp. X
Eupatorium sp. X
Eupatorium sp. 1 X
Lychnophora pinaster Mart. X X
Symphyopappus brasiliensis (Gardn.) R.M. King e H. Rob. X X
Indeterminada X
Indeterminada 1 X
Indeterminada 2 X
Indeterminada 3 X
Indeterminada 4 X
BROMELIACEAE Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker X
Cryptanthus schwacheanus Mez X
Vriesea sp. X
CACTACEAE Arthrocereus glaziovii (K.Schum.) N.P.Taylor e Zappi X
CELASTRACEAE Maytenus gonoclada Mart. X
CYPERACEAE Bulbostylis fimbriata (Nees) C.B. Clarke X X
Lagenocarpus flexuosus X
Trilepis lhotzkiana Nees X
Indeterminada X
ERICACEAE Gaylussacia reticulata Mart. ex Meissn. X
EUPHORBIACEAE Croton migrans Casar. X X
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. X
Indeterminada X
FABACEAE Mimosa calodendron Mart. X X
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. X X
HYPERICACEAE Vismia parviflora Cham. e Schlecht. X
LAMIACEAE Eriope macrostachya Mart. ex Benth. X X
LAURACEAE Ocotea sp. X
Ocotea sp.1 X
Ocotea sp.2 X
LORANTHACEAE Struthanthus marginathus (Desr.) Blume X
MALPIGHINACEAE Heteropterys campestris A. Juss. X
MELASTOMATACEAE Leandra cancellata Cogn. X
Miconia sellowiana Naud. X
Microlicia sp. X
Tibouchina multiflora Cogn. X X
138
Família Espécie Meio Natural
Topsoil
MORTA Morta X
MYRSINACEAE Myrsine guianensis (Aubl.) O. Kuntze X
MYRTACEAE Eugenia punicifolia (Kunth) DC. X
Myrcia splendens DC. X
Myrcia variabilis DC. X
Siphoneugena widgreniana Berg X
Myrcia sp. X
Myrcia sp.1 X
OCHNACEAE Ouratea sp. X
ORCHIDACEAE Acianthera teres (Lindl.) Luer X
Epidendrum secundum Jacq. X
Oncidium blanchetii Rchb. f. X
Oncidium gracile Lindl. X
Oncidium warmingii Rchb. f. X
Prescottia stachyodes (Sw.) Lindl. X
Sophronitis caulescens (Lindl.) Van den Berg e M.W.Chase X
Zygopetalum maculatum (Kunth) Garay X
PASSIFLORACEAE Passiflora sp. X
PIPERACEAE Peperomia decora Dahlst. X
PHYTOLACCACEAE Microtea paniculata Moq. X
POACEAE Andropogon leucostachyus Kunth X
Axonopus siccus Kuhlm. X X
Echinolaena inflexa (Poir.) Chase X
Panicum wettsteinii Hackel X
Paspalum sp. X
Indeterminada X
Indeterminada 1 X
POLYGALACEAE Polygala sp. X
POLYPODIACEAE Pleopeltis minarum (Weath.) Salino X
Serpocaulon latipes (Langsd. e Fisch.) A.R. Sm. X
ROSACEAE Prunus myrtifolia (L.) Urb. X
RUBIACEAE Borreria sp. X
Psychotria sellowiana Mull.Arg. X
Psychotria stachyoides Benth. X
Psychotria sp. X
Psyllocarpus sp. X
Indeterminada X
Indeterminada 1 X
SAPINDACEAE Matayba mollis Radlk. X
SOLANACEAE Solanum sp. X
STYRACACEAE Styrax ferrugineus Nees e Mart. X
TURNERACEAE Turnera cuneiformis Juss. ex Poir. X
VELLOZIACEAE Vellozia caruncularis Mart. ex Seub. X
Vellozia tragacantha Mart. ex Seub. X
VERBENACEAE Lippia gracilis Schauer X
Stachytarpheta glabra Cham. X X
INDETERMINADA Indeterminada X
Indeterminada 1 X
Indeterminada 2 X
Indeterminada 3 X
Indeterminada 4 X
Indeterminada 5 X
139
Como se observa na TAB. 3, nas parcelas amostrais de 150m
2
de meio natural,
ocorreram 66 espécies, fora as Indeterminadas, de 35 famílias botânicas. Dessas espécies,
onze ocorreram no topsoil: Baccharis reticularia, Lychnophora pinaster, Symphyopappus
brasiliensis, Bulbostylis fimbriata, Croton migrans, Mimosa calodendron, Periandra
mediterranea, Eriope macrostachya, Tibouchina multiflora, Axonopus siccus e
Stachytarpheta glabra.
Algumas espécies ocorreram somente no topsoil - entre as identificadas, Microtea
paniculata, Turnera cuneiformis, Passiflora sp. e Solanum sp., todas integrantes da flora
autóctone, sendo Borreria sp. de ampla distribuição.
As espécies que apareceram na amostragem do topsoil são reconhecidas como
pioneiras, a maioria delas integrante da flora do meio natural. Nesse ambiente, não se deu o
que se observou na mina de Segredão: a perda de indivíduos e espécies ao longo do tempo
e o aparecimento de espécies exóticas e oportunistas, tais como Eucalyptus maculata e
Brachiaria decumbens. Esses diferentes resultados merecem a atenção de estudos voltados
para a questão da restauração de áreas mineradas, no caso em que já receberam tratamento
de revegetação com plantas de alto potencial competitivo, como as indicadas acima.
Em se tratando de restauração de cobertura vegetal, além da florística, também deve
ser conhecida e considerada a estrutura da formação para que se possa traçar o plano de
restauração desejada e avaliar posteriormente o seu sucesso. Dados como número de
indivíduos e espécies, densidade e dominância, mostrados na TAB. 3, precisam constituir-
se em instrumentos de apoio na avaliação dos programas de restauração.
TABELA 4
Parâmetros fitossociológicos e de riqueza de espécies e famílias entre as amostragens do
meio natural (CF) e topsoil (TS), mina de Sapecado, Itabirito, Minas Gerais
e mina de Segredão, Sabará, Minas Gerais.
Parâmetros fitossociológicos
Meio natural
Sapecado
Topsoil
12 meses
Sapecado
Meio natural
Sabará
Topsoil
12 meses
Sabará
Número de indivíduos 855 1257 723 1089
Espécies 46 24 24 20
Famílias 67 11 11 10
Densidade absoluta(ind/ha) 57.800 83.800 48.200 72.600
DoA(m
2
/ha) 12,79 5,1 8,9 1,57
140
Os GRÁF. 1, 2, 3 e 4 ajudam a visualizar os resultados botânicos de parâmetros
selecionados nos estudos: número de indivíduos e de espécies, densidade absoluta e
dominância no meio natural e no topsoil nas minas de Sapecado e de Segredão.
GRÁFICO 1 - Número de indivíduos nas GRÁFICO 2 - Número de espécies nas
áreas das minas de Sapecado áreas das minas de
e Segredão: meio natural e Sapecado e Segredão:
topsoil. meio natural e topsoil.
GRÁFICO 3 - Densidade absoluta nas áreas GRÁFICO 4 - Dominância absoluta nas
das minas de Sapecado e áreas das minas de Sapecado
Segredão: meio natural e e Segredão: meio natural
topsoil. e topsoil.
A leitura da TAB. 4 e dos GRÁF. 1, 2, 3 e 4 permite ver um mesmo padrão de
vegetação nas duas áreas estudadas. O número de indivíduos da amostra do meio natural é
sempre menor do que o registrado no topsoil aos 12 meses. O número de espécies, ao
contrário, é sempre maior no meio natural das duas áreas do que nas parcelas de topsoil. A
densidade absoluta foi sempre menor no meio natural em ambos os casos e a dominância
sempre foi maior no meio natural.
Se forem comparados os resultados obtidos no meio natural, observa-se que, na
mina de Sapecado, a riqueza é superior à da mina de Segredão, assim como o número de
indivíduos, a densidade e a dominância.
O IVI diferiu nos dois estudos tanto no meio natural quanto no topsoil. Na mina de
Sapecado, no meio natural, as espécies estão bem distribuídas e representadas sem fortes
predominâncias; na mina de Segredão, quatro delas predominam: Periandra mediterranea,
141
Trixis vauthieri, Sebastiania glandulosa e Tibouchina multiflora, com quase 60% do IVI.
No que se refere ao topsoil, na mina de Sapecado, observa-se o mesmo padrão de
distribuição do meio natural; na mina de Segredão, ao contrário, a distribuição ficou
concentrada em poucas espécies: Sebastiania glandulosa, Stachytarpheta glabra,
Chaptalia integrifolia, Tibouchina multiflora e Microtea paniculata somaram 75% do IVI.
Em ambas as pesquisas, o número de indivíduos nascidos aos doze meses foi
semelhante, entre 1.100 e 1.200 indivíduos em 150m
2
. O número de espécies também foi
similar, sempre tendendo para menos em Sabará, entre 15 e 20 espécies. As densidades
foram semelhantes, entre 70 e 80 mil indivíduos por hectare.
Resultados obtidos na mina de Segredão, referentes à perda de diversidade e
riqueza, à dominância de poucas, as de maior habilidade competitiva em solos
empobrecidos, à invasão de espécies exóticas e oportunistas, geraram questionamento
quanto ao processo do uso do topsoil. A esse processo foi atribuída a perda significativa de
matéria orgânica e, consequentemente, de nutrientes, observada na análise comparada do
solo no meio natural e no topsoil aos 12 meses, conforme foi visto no capítulo anterior.
Diante dessa hipótese, decidiu-se realizar uma análise química do topsoil na mina
de Sapecado, onde tais ocorrências não foram observadas, para verificar uma possivel
relação entre riqueza/pobreza do solo e riqueza/pobreza de espécies nascidas no topsoil.
A TAB. 5 traz os resultados das análises químicas comparativas do topsoil aos 12
meses da mina de Segredão e da mina de Sapecado.
TABELA 5
Atributos (variáveis) químicos médios dos solos amostrados nas parcelas de topsoil aos 12
meses na mina de Segredão, Sabará, Minas Gerais e
na mina de Sapecado, Itabirito, Minas Gerais.
Atributos Químicos Mina de Sapecado Mina de Segredão
pH em H
2
O 4,7 4,6
P_Mehlich 2 (mg/dm
3
) 1,7 2,5
K
+
(mg/L) 16,2 32,8
Ca
2+
(cmolc/dm3) 0,6 1,5
Mg
2+
(cmolc/dm3) 0,1 0,3
Al
3+
(cmolc/dm3) 0,3 0,5
H+Al (cmolc/dm3) 10,8 13,3
SB (cmolc/dm3) 0,7 1,9
t (cmolc/dm3) 1,1 2,4
T (cmolc/dm3) 11,5 15,2
V (%) 5,5 12,9
m (%) 16,1 20,4
MO (dag/Kg) 2,6 5,8
P-rem (mg/L) 22,0 41,0
Zn (mg/dm3) 4,6 6,1
142
Atributos Químicos Mina de Sapecado Mina de Segredão
Fe (mg/dm3) 371,7 542,6
Mn (mg/dm3) 95,8 40,3
Cu (mg/dm3) 0,3 0,6
SB = Soma de Bases; t = capacidade de troca catiônica (CTC) efetiva; T CTC total;
V = Saturação por bases; m = Saturação por alumínio; MO = Matéria Orgânica;
P-rem = Fósforo Remanescente.
Os dados observados na TAB. 5 mostram características químicas de solos
extremamente oligotróficos. Dentro dessa característica geral (de acentuada pobreza), ao se
comparar o resultado de cada atributo nas duas unidades minerarias, evidencia-se que, na
mina de Sapecado, todos eles, praticamente, apresentaram valores inferiores aos do topsoil
aos 12 meses da mina de Segredão.
Tais resultados pareceram surpreendentes por não permitirem associação direta
entre pobreza de solo e perda de riqueza e abundância de espécies, já que foi a mina de
Sapecado que apresentou maior diversidade. Tal observação sugere que outras variáveis
ambientais não controladas podem ter influenciado no ocorrido na mina de Segredão -
como luminosidade, umidade, espessura das camadas de topsoil, eventos climáticos em
momentos específicos do experimento. As espécies que apareceram no topsoil também
podem ter interferido no desenvolvimento das plantas, caso das espécies da família
Fabaceae que têm capacidade de fixar nitrogênio do ar, assimilá-lo e torná-lo disponível a
outros indivíduos, que o recebem por meio de micorrizas. Dessa família, na mina de
Sapecado, apareceram muitos indivíduos (335) da espécie Mimosa calodendron, enquanto
na mina de Segredão ocorreu Periandra mediterrânea, com apenas um indivíduo.
Essas considerações, no entanto, não excluem a possibilidade de que o processo de
uso do topsoil nos ambientes dos Campos Ferruginosos produza situações deficientes para
o estabelecimento de espécies com menor habilidade competitiva em solos empobrecidos,
conforme foi discutido na pesquisa da mina de Segredão, onde se levantou essa hipótese.
Tal questão demanda novos estudos, já que os já realizados não propiciam respostas
conclusivas.
143
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa trouxe importantes contribuições para um melhor entendimento e
maior compreensão das questões que envolvem a restauração dos Campos Ferruginosos do
Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais.
No que diz respeito ao levantamento florístico do meio natural, propiciou uma
amostragem de flora rica em espécies (311 spp.), apenas um pouco inferior à da mina de
Alegria (333 spp.) e bem superior à da mina de Segredão (191spp.). Das 311 espécies aí
identificadas, 101 eram exclusivas, o que lhe deu uma característica peculiar frente à
encontrada nas outras unidades minerárias estudadas.
Tais resultados reforçam a conclusão do quanto são imprescindíveis os
levantamentos botânicos para que a restauração das áreas minerárias seja conduzida de
acordo com os requerimentos ecológicos, de recriar ambientes a partir da flora nativa da
área que sofreu intervenção. As operações de salvamento das espécies raras, ameaçadas e
de interesse, segundo o que vem sendo preconizado nos trabalhos realizados
experimentalmente em unidades da empresa Vale, mediante resgates de flora, coleta de
sementes e de todo propágulo com chance de sobrevivência, devem ocorrer a partir do
conhecimento da flora local.
O experimento com o uso do topsoil mostrou resultados positivos, pela ocorrência
apenas de espécies identificadas na flora nativa e com distribuição similar à verificada nas
parcelas do meio natural. Tal amostragem foi bem distinta da levantada na mina de Segredão,
onde, nas parcelas de topsoil aos 12 meses, ocorreram plantas exóticas e ruderais e constatou-se
alta dominância de poucas espécies com habilidade competitiva reconhecidamente superior.
O resultado obtido na mina de Sapecado pode ser atribuído, primeiramente, à
remoção do substrato por equipamento de potência elevada, diferentemente da efetuada na
mina de Segredão, o que possibilitou formação de camada de solo bem mais espessa nas
parcelas da mina de Itabirito. Ressalte-se que a questão da espessura do topsoil mereceu
atenção já no primeiro estudo, na mina de Alegria, voltando a ser mencionado na mina de
Segredão, onde o experimento levantou questionamento sobre o próprio processo do uso
do topsoil, tendo em vista a constatação do elevado empobrecimento de seu substrato em
relação ao que foi mensurado no meio natural.
Os resultados das análises químicas com amostras do topsoil da mina do Sapecado
mostraram teores inferiores em quase todos os atributos em relação à mina de Segredão, o
que sugeriu a possibilidade de que seja necessário considerar outras variáveis para explicar
144
o fenômeno observado. Para isso, além da diferente espessura das camadas de topsoil,
outras possíveis causas forma levantadas: a configuração do terreno da mina de Sapecado,
que possibilita um ambiente mais ameno, úmido, que o da área de Segredão, mais exposto
ao sol, vento, variações de temperatura; a presença de grande número de indivíduos da
família Fabaceae, que têm capacidade de fixar nitrogênio, melhorando as condições
químicas do solo nas parcelas da mina do Sapecado e favorecendo trocas ecológicas
saudáveis entre indivíduos presentes na área.
De qualquer forma, a descoberta do problema na mina de Segredão contribuiu para
a observação da necessidade de cuidados especiais com a remoção, deposição e
manutenção do topsoil na área a ser restaurada, o que aumentou o conhecimento sobre o
comportamento desse material ao ser removido e redepositado. São suas demandas:
remoção por equipamento com potência mais elevada para obtenção de camadas mais
espessas; escolha de período mais favorável para essa remoção, sem chuvas torrenciais ou
temperaturas muito elevadas, provavelmente responsáveis por perda elevada da matéria
orgânica e dos nutrientes requisitados para o desenvolvimento de espécies menos
competitivas; deposição imediata sobre a área selecionada e tratada fisicamente para ser
restaurada, o que evita perda de micro-organismos, fungos, nutrientes, sementes e matéria
orgânica, ao longo da estocagem; supressão das espécies invasoras; manutenção periódica
do material redepositado, fazendo-se varredura do meio natural, espalhando-se o material
recolhido sobre o topsoil, a fim de receber matéria orgânica e nutrientes.
Esse aprimoramento técnico em relação à metodologia do uso do topsoil,
propiciado ao longo do desenvolvimento das pesquisas na Vale, deverá ser aplicado nos
próximos estudos para observar se promove resultados mais positivos nos experimentos.
Os estudos botânicos realizados nas parcelas de topsoil da mina do Sapecado
mostraram uma flora distinta da anteriormente estudada. Sua distribuição variada e sem fortes
dominâncias, num solo acentuadamente pobre, revelou o quanto são complexos os processos
presentes no estabelecimento e desenvolvimento de uma cobertura vegetal em dado ambiente.
Por isso, sua restauração implica em dinâmicas que variam a cada localidade.
Com relação ao uso do topsoil, além do que já foi referido, não se pode deixar sem
menção o período curto de observação do experimento, apenas 12 meses. Como a
restauração é um processo que se dá ao longo do tempo, 12 meses de observação se
apresentam como insuficientes para que deles se possam tirar conclusões que não pareçam
precipitadas. Isso não quer dizer, porém, que os resultados não possam ser considerados,
inclusive para possíveis comparações em estudos posteriores.
145
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Paulo, 145p.
149
ANEXO A
Lista das espécies de plantas vasculares inventariadas nos Campos Rupestres sobre
formações ferríferas, na mina do Sapecado, Itabirito, Minas Gerais.
A coluna “Am.” indica as espécies ameaçadas de extinção de acordo com a lista oficial das espécies
ameaçadas de extinção (MMA, 2008) ), sendo: A = espécies ameaçadas; B = indicadas para estudos
detalhados. Na coluna “Hábito”, Arb. = arbusto, Arv. = árvore ou arvoreta, S. Arb. = subarbusto, Erv. = erva,
L = liana; na coluna “Forma de Vida”, T = terrestre, E = epífita, R = rupícola, H = hemiepífita, P = parasita
(hemi ou holoparasita); na coluna “Ambiente”, CM = capão de mata, CR = campo rupestre, CE = cerrado. A
coluna “Coleções” traz o número de registro no Herbário da Universidade Federal de Minas Gerais (BHCB).
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. bito Forma de Vida Ambiente Coleções
ACANTHACEAE
Justicia riparia Kameyama S.Arb. T CM, CR 129120
Ruellia sp. S.Arb. T CR 129121
AMARANTHACEAE
Gomphrena officinalis Mart. Erv. T CR 129122
ANEMIACEAE
Anemia imbricata Sturm Erv. T CR 129123
ANNONACEAE
Guatteria sellowiana Schltdl. Arv. T CM 129124
Guatteria villosissima A.St.-Hil. Arv. T CM 129125
APIACEAE
Eryngium eurycephalum Malme Erv. T CM, CR 129126
APOCYNACEAE
Ditassa aequicymosa E. Fourn. Erv. T, R CR 129128
Ditassa mucronata Mart. Erv. T, R CR 129129
Macrosiphonia sp. Erv. T CR 129130
Mandevilla moricandiana (A.DC.) R.E. Woodson L. T, R CR 129131
Mandevilla tenuifolia (J.C. Mikan) Woodson Erv. T CR 129132
Mandevilla sp. L. T CR 129133
Oxypetalum sp. 1 L. T CR 129134
Oxypetalum sp. 2 L. T CR 129135
ARACEAE
Anthurium minarum Sakuragui e Mayo Erv. T, R CM, CR 129136
ARISTOLOCHIACEAE
Aristolochia smilacina Duch. Erv. T, R CR 129137
ASCLEPIADACEAE APOCINACEAE
Blepharodon sp. L. T CR 129127
ASTERACEAE
Achyrocline satureioides (Lam.) DC. Erv. T CR 129138
Acritopappus sp. Arb. T CR 129139
Ageratum fastigiatum (Gardner) R.M. King e H. Rob. Arb. T CR 129140
Aspilia foliacea Baker Arb. T CR 129141
Aspilia sp. Arb. T CR 129142
Baccharis dracunculifolia DC. Arb. T CR 129143
Baccharis helichrysoides DC. Arb. T CR 129144
Baccharis oxyodonta DC. Arb. T CR 129146
Baccharis reticularia DC. Arb. T CR 129147
Baccharis salzmannii DC. Arb. T CR 129145
Baccharis semiserrata var. elaegnoides (Steud. ex Baker) Govaerts Arb. T CR 129148
Baccharis serrulata (Lam.) Pers. Arb. T CR 129149
Baccharis singularis (Vell.) G.M. Barroso Arb. T CR 129150
Baccharis tridentata Vahl Arb. T CR 129151
Barrosoa organensis (Gardner) R.M. King e H. Rob. Arb. T CR 129152
Chaptalia integerrima (Vell.) Burkart Erv. T CR 129153
Chaptalia martii (Baker) Zardini Erv. T CR 129154
Chresta sphaerocephala DC. Arb. T CR 129155
Chromolaena multiflosculosa (DC.) R.M. King e H. Rob. Arb. T CR 129156
Chrysolaena herbacea (Vell.) H. Rob. Arb. T CR 129157
Conyza bonariensis (L.) Cronquist Arb. T CR 129158
Conyza sp. Arb. T CR 129159
Dasyphyllum candolleanum (Gardner) Cabrera Arb. T CR 129160
Dasyphyllum sp.
Disynaphia halimifolia (DC.) R.M. King e H. Rob. Arb. T CR 129161
150
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. bito Forma de Vida Ambiente Coleções
ASTERACEAE
Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish Arv. T CR 129162
Eremanthus incanus (DC.) Mac Leish. Arv. T CR 129163
Eupatorium sp. S.Arb. T CR Observado!
Eupatorium sp. 1 S.Arb. T CR Observado!
Heterocondylus alatus (Vell.) R.M. King e H. Rob. Arb. T CR 129164
Hoehnephytum trixoides (Gardner) Cabrera Arb. T CR 129165
Hololepis pedunculata DC. Arb. T CM, CR 129166
Koanophyllon adamantium (Gardn.) R.M. King e H. Robinson Arb. T CR 129167
Lessingianthus cf. roseus (Mart. ex DC.) H. Rob. Arb. T CR 129168
Lessingianthus sp. Arb. T CR 129169
Lucilia lycopodioides (Less.) S.E. Freire Arb. T CR 129170
Lychnophora pinaster Mart. Arb. T CR 129171
Lychnophora syncephala Sch.Bip. Arb. T CR 129172
Mikania sp. 1 L. T CR 129173
Mikania sp. 2 L. T CR 129174
Praxelis kleinioides (Kunth) Sch. Bip. Arb. T CR 129175
Richterago sp. Arb. T CR 129176
Senecio pohlii Sch. Bip. ex Baker Arb. T CR 129177
Stenocephalum sp. Arb. T CR 129178
Stenocline gardneri Baker Arb. T CR 129179
Stevia lundiana DC. Arb. T CR 129180
Symphyopappus brasiliensis (Gardner) R.M.King e H.Rob. Arb. T CR 129181
Trichogonia hirtiflora Sch. Bip. ex Baker Arb. T CR 129182
Trichogonia villosa Sch. Bip. ex Baker Arb. T CR 129183
Trixis vauthieri DC. S.Arb. T CR 129184
BIGNONIACEAE
Jacaranda caroba DC. Arb. T CR, CE 129185
Memora pedunculata Miers Arb. T CR, CE 129186
Pyrostegia venusta Miers L. T CM, CR, CE 129187
BROMELIACEAE
Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker Erv. E, R CM, CR 129188
Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. Erv. E, R CM, CR 129189
Cryptanthus schwackeanus Mez Erv. R CR 129190
Tillandsia gardneri Lindl. Erv. E, R CM, CR 129191
Vriesea sp. Erv. R CR 129192
CACTACEAE
Arthrocereus glaziovii (K. Schum.) N.P. Taylor e Zappi B Arb. R CR 129193
CAMPANULACEAE
Lobelia camporum Pohl Erv. T CR 129194
CELASTRACEAE
Maytenus gonoclada Mart. Arv. T CM, CR 129195
CLUSIACEAE
Clusia arrudea Planch. e Triana Arv. T, R CM, CR 129196
COMMELINACEAE
Commelina erecta L. Erv. T CM, CR 129197
CONVOLVULACEAE
Evolvulus sp. L. T CR 129198
Ipomoea cf. polymorpha Riedel L. T CR 129199
Ipomoea sp. L. T CR 129200
Jacquemontia sp. Erv. T CR 129201
CUCURBITACEAE
Cayaponia espelina (Silva Manso) Cogn. L. T CR 129203
CUNONIACEAE
Lamanonia ternata Vell. Arv. T CM 129202
CYPERACEAE
Bulbostylis fimbriata (Nees) C.B. Clarke Erv. T CR Observado!
Bulbostylis sp. Erv. T CR 129204
Bulbostylis sp. 1 Erv. T CR 129205
Fimbristylis sp. Erv. T CR 129206
Lagenocarpus flexuosus Erv. T CR 129207
Lagenocarpus rigidus (Kunth.) Nees. Erv. T, R CR 129208
Pleurostachys sp. Erv. T CR 129209
Rhynchospora consanguinea (Kunth) Boeck. Erv. T CR 129210
Rhynchospora sp. Erv. T CR 129211
Trilepis lhotzkiana Nees Erv. R CR 129212
DIOSCOREACEAE
Dioscorea sp. L. T CR 129214
DROSERACEAE
Drosera montana A.St.-Hil. Erv. T CR 129213
ERICACEAE
Gaylussacia chamissonis Meisn. Arb. T CR 129215
Gaylussacia reticulata Mart. ex Meissn. Arb. T CR Observado!
151
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. bito Forma de Vida Ambiente Coleções
ERIOCAULACEAE
Actinocephalus polyanthus (Bong.) Sano Erv. T CR 129216
Paepalanthus sp. 1 Erv. R CR 129217
Paepalanthus sp. 2 Erv. R CR 129218
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum sp. Arb. T CM, CR 129220
Erythroxylum suberosum A.St.-Hil. Arb. T CR, CE 129219
EUPHORBIACEAE
Chamaesyce sp. Erv. T CR 129221
Croton migrans Casar. Arb. T CR Observado!
Croton oleoides Mull.Arg. Arb. T CR 129222
Croton sp. Arb. T CR 129223
Croton sp. 1 Arb. T CR 129224
Sebastiania glandulosa Mull.Arg. Arb. T CR 129225
Indeterminada Arb. T CR Observado!
FABACEAE
Aeschynomene sp. Erv. T CR 129226
Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip Arb. T CR 129227
Chamaecrista sp. 1 Arb. T CR 129228
Chamaecrista sp. 2 Arb. T CR 129229
Chamaecrista sp. 3 Arb. T CR 129230
Collaea sp. Arb. T CR 129231
Copaifera langsdorffii Desf. Arv. T CM, CR 129232
Crotalaria sp. Arb. T CR 129233
Galactia martii DC. L. T, R CR 129234
Macroptilium sp. L. T CR 129235
Mimosa calodendron Mart. Arb. T CR 129236
Mimosa sp. Arb. T CR 129237
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. Arb. T, R CR 129238
Senna macranthera (Collad.)H.S.Irwin e Barneby Arb. T CR 129239
Senna sp. Arb. T CR 129240
Stylosanthes sp. S.Arb. T CR 129241
GENTIANACEAE
Calolisianthus pedunculatus Gilg S.Arb. T CR 129242
Calolisianthus speciosus Gilg S.Arb. T CR 129243
GESNERIACEAE
Nematanthus strigillosus (Mart.) H.E.Moore Arb. E, R CM, CR 129244
Paliavana sericiflora Benth. Arb. R CR 129245
Sinningia allagophylla (Mart.) Wiehler Erv. T CR 129246
Sinningia rupicola (Mart.) Wiehler Erv. R CR 129247
HYPERICACEAE
Vismia parviflora Cham. e Schltdl. Arv. T CM 129248
IRIDACEAE
Neomarica glauca Sprague Erv. T, R CM, CR 129249
Neomarica rupestris (Ravenna) Chukr Erv. T, R CR 129250
Neomarica sp. Erv. T, R CR 129251
Pseudotrimezia sp. Erv. T CR 129252
Sisyrinchium vaginatum Spreng. Erv. T CR 129253
Trimezia juncifolia Benth. e Hook.f. Erv. T CR 129254
LAMIACEAE
Aegiphila lhotskiana Cham. Arv. T CM 129255
Eriope macrostachya Mart. ex Benth. Arb. T CM, CR 129256
Eriope sp. Arb. T CM, CR 129257
Rhabdocaulon sp Arb. T CR 129260
Salvia sp. Arb. T CR 129261
Indeterminada 1 Arb. T CR 129258
Indeterminada 2 Arb. T CR 129259
LAURACEAE
Cinnamomum quadrangulum Kosterm. Arb. T CM, CR 129262
Ocotea sp. Arb. T CM 129263
Ocotea sp. 1 Arb. T CM Observado!
Ocotea sp. 2 Arb. T CM Observado!
LOGANIACEAE
Spigelia sp. Erv. T CR 129264
LORANTHACEAE
Struthanthus marginathus (Desr.) Blume Erv. P CR 129265
Tripodanthus acutifolius (Ruiz e Pav.) Tiegh. Erv. P CR 129266
LYTHRACEAE
Cuphea sp. Arb. T CR 129267
Diplusodon sp. Arb. T CR 129268
MALPIGHIACEAE
Banisteriopsis campestris (A.Juss.) Little Arb. T CR 129269
Byrsonima crenulata Arb. T CR 129270
Byrsonima variabilis A.Juss. Arb. T CR 129271
152
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. bito Forma de Vida Ambiente Coleções
MALPIGHIACEAE
Byrsonima verbascifolia (L.) DC.
Arb. T CR 129272
Camarea sp. Arb. T CR 129273
Heteropterys campestris A.Juss. Arb. T CR 129274
Peixotoa tomentosa A.Juss. Arb. T CR 129275
MALVACEAE
Peltaea sp. Arb. T CR 129276
Wissadula sp. Arb. T CR 129277
MELASTOMATACEAE
Cambessedesia sp. Arb. T CR 129278
Lavoisiera cf. pulchella Champ. Arb. T CR 129279
Leandra aurea Cogn. Arb. T CR 129280
Leandra cancellata Cogn. Arb. T CM, CR 129281
Marcetia taxifolia DC. Arb. T CR 129282
Miconia corallina Spring ex Mart. Arb. T CM, CR 129283
Miconia sellowiana Naud. S.Arb. T CM 129284
Miconia sp. 1 Arb. T CM, CR 129286
Miconia sp. 2 Arb. T CM, CR 129287
Miconia sp. 3 Arb. T CM, CR 129288
Miconia theaezans Cogn. Arv. T CM 129285
Microlicia sp. Arb. T CR 129289
Microlicia sp. 1 Arb. T CR 129290
Tibouchina multiflora Cong. Arb. T CR Observado!
Tibouchina sp. Arb. T CM, CR 129291
Tibouchina sp. 1 Arb. T CM, CR 129292
Tibouchina sp. 2 Arb. T CM, CR 129293
MYRSINACEAE
Cybianthus brasiliensis (Mez) G.Agostini Arb. T CM 129295
Myrsine guianensis (Aubl.) O. Kuntze Arb. T CR 129294
MYRTACEAE
Blepharocalyx salicifolia O. Berg Arb. T CR 129296
Eugenia klotzschiana O. Berg Arv. T CM 129298
Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Arb. T CM Observado!
Eugenia sonderiana O. Berg Arb. T CM 129297
Myrcia eriocalyx DC. Arb. T CR 129299
Myrcia mutabilis (O.Berg) N.J.E. Silveira Arv. T CM 129301
Myrcia obovata Nied. Arv. T CM 129300
Myrcia splendens DC. Arb. T CM 129302
Myrcia subverticillaris Kiaersk. Arv. T CM 129303
Myrcia variabilis DC. Arv. T CM Observado!
Myrcia sp. Arv. T CM Observado!
Myrcia sp.1 Arv. T CM Observado!
Psidium grandifolium (O.Berg ex Mart.) Burret Arv. T CM 129304
Psidium sp. Arv. T CM 129305
Psidium sp. 1 Arv. T CM 129306
Siphoneugena widgreniana Berg Arv. T CM Observado!
NYCTAGINACEAE
Guapira noxia (Netto) Lundell Arv. T CM 129307
Guapira tomentosa (Casar.) Lundell Arv. T CM, CR 129308
OCHNACEAE
Ouratea floribunda Engl. Arb. T CR 129309
Ouratea semisserrata Engl. Arv. T CM, CR 129310
Ouratea sp. Arv. T CM, CR 129311
ORCHIDACEAE
Acianthera limae (Porto e Brade) Pridgeon e M.W.Chase Erv. R CM 129312
Acianthera teres (Lindl.) Borba Erv. R CR 129313
Bifrenaria aureofulva (Hook.) Lindl. Erv. E, R CM, CR 129314
Bulbophyllum weddellii (Lindl.) Reichb. f. Erv. E, R CR 129315
Cleistes moritzii (Rchb.f.) Garay e Dunst. Erv. T CR 129316
Cleistes paranaensis Schltr. Erv. T CR 129317
Cyclopogon sp. Erv. T CR 129318
Epidendrum martianum Lindl. Erv. E CR 129319
Epidendrum saxatile Lindl. Erv. R CR 129320
Epidendrum secundum Jacq. Erv. T, E, R CM, CR 129321
Habenaria jaguariahyvae Kraenzl. Erv. T CR 129322
Habenaria magdalenensis Hoehne Erv. T CR 129323
Oncidium blanchetii Rchb.f. Erv. T, E, R CM, CR 129324
Oncidium enderianum Hort. Erv. E CM 129325
Oncidium gracile Lindl. B Erv. R CR 129326
Oncidium warmingii Rchb. f. Erv. E, R CR 129327
Prescottia stachyodes (Sw.) Lindl. Erv. T CM Observado!
Polystachya concreta (Jacq.) Garay e H.R.Sweet Erv. E, R CM, CR 129328
Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron e V.P. Castro Erv. E, R CM, CR 129329
Sacoila sp. Erv. T CM, CR Observado!
Sarcoglottis schwackei (Cogn) Schltr. Erv. T CR 129330
Sophronitis caulescens (Lindl.) Van den Berg e M.W.Chase B Erv. R CR 129331
Sophronitis crispata (Thunb.) Van den Berg e M.W. Chase B Erv. R CR 129332
Zygopetalum maculatum (Kunth) Garay Erv. T, R CM, CR 129333
153
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. bito Forma de Vida Ambiente Coleções
OROBANCHACEAE
Esterhazya major Arb. T CR 129334
PASSIFLORACEAE
Passiflora misera Kunth L. T CM 129336
Passiflora villosa Vell. L. T CM, CR 129335
PHYLLANTHACEAE
Phyllanthus rosellus Mull.Arg. Erv. T, R CR 129337
Microtea paniculata Moq. Erv. T CR 129338
PIPERACEAE
Peperomia decora Dahlst. Erv. R CR 129339
Peperomia galioides Kunth Erv. R CR 129340
POACEAE
Andropogon leucostachyus Kunth Erv. T CR 129342
Andropogon macrothrix Trin. Erv. T CR 129343
Axonopus siccus Kuhlm. Erv. T CR 129344
Echinolaena inflexa (Poir.) Chase Erv. T CR 129345
Eragrostis polytricha Nees Erv. T CR 129341
Mesosetum loliiforme (Hochst. ex Steud.) Chase Erv. T CR 129349
Panicum wettsteinii Hack. Erv. T CR 129346
Paspalum brachytrichum Hack. Erv. T CR 129347
Paspalum carinatum Humb. e Bonpl. ex Fluggé Erv. T CR 129348
Paspalum sp. Erv. T CR Observado!
Sporobolus metallicolus Longhi Wagner e Boechat Erv. T CR 129350
POLYGALACEAE
Polygala paniculata L. Erv. T CR 129351
Polygala sp. Erv. T CR 129352
Polygala sp. 1 Erv. T CR 129353
POLYPODIACEAE
Campyloneurum aglaolepis (Alston) de la Sota Erv. E CM 129354
Phlebodium pseudoaureum (Cav.) Lellinger Erv. E, R CM, CR 129355
Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de la Sota Erv. E CM 129356
Pleopeltis minarum (Weath.) Salino Erv. R CR Observado!
Serpocaulon catharinae (Langsd. e Fisch.) A.R.Sm. Erv. R CR 129358
Serpocaulon latipes (Langsd. e Fisch.) A.R.Sm. Erv. R CR 129357
PTERIDACEAE
Pellaea crenata R.M.Tryon Erv. T CR 129359
ROSACEAE
Prunus myrtifolia (L.) Urb. Arv. T CM, CR 129360
RUBIACEAE
Borreria capitata DC. Erv. T CM, CR 129361
Borreria sp. Erv. T CM, CR 129362
Borreria sp. 1 Erv. T CM, CR 129363
Borreria sp. 2 Erv. T CM, CR 129364
Borreria sp. 3 Erv. T CM, CR 129365
Coccocypselum aureum Cham. e Schlecht. Erv. T CM 129366
Cordiera sp. Arb. T CM 129367
Declieuxia fruticosa Kuntze S.Arb. T CR 129368
Declieuxia sp. S.Arb. T CR 129369
Galianthe sp. 1 S.Arb. T CR 129370
Galianthe sp. 2 S.Arb. T CR 129371
Galium sp. Arb. T CM 129372
Palicourea rigida Kunth Arb. T CM 129373
Psychotria sellowiana Mull.Arg. Arb. T CM 129374
Psychotria stachyoides Benth. Arb. T CM Observado!
Psychotria vellosiana Benth. Arv. T CM 129375
Psychotria sp. Arb. T CM Observado!
Remijia ferruginea DC. Arb. T CM, CR 129376
Indeterminada Arb. T CM Observado!
SALICACEAE
Casearia arborea (Rich.)Urb. Arv. T CM 129377
SAPINDACEAE
Matayba mollis Radlk. Arv. T CM, CR 129378
Serjania sp. Arb. T CM 129379
SMILACACEAE
Smilax oblongifolia Pohl ex Griseb. Arb. T CM 129386
SOLANACEAE
Brunfelsia brasiliensis (Spreng.) L.B.Sm. e Downs Arb. T CM, CR 129380
Solanum cf. cladotrichum Dunal Arb. T CM, CR 129381
Solanum refractifolium Sendtn. S.Arb. T CR 129382
Solanum stenandrum Sendtn. S.Arb. T CR 129383
Solanum swartzianum Roem. e Schult. Arb. T CR 129384
Solanum velleum Roem. e Schult. Arb. T CR 129385
STYRACACEAE
Styrax ferrugineus Nees e Mart. Arb. T CM 129387
154
FAMÍLIA / ESPÉCIE Am. bito Forma de Vida Ambiente Coleções
THEACEAE
Ternstroemia sp. Arb. T CM 129388
TURNERACEAE
Turnera cuneiformis Juss. ex Poir. Erv. T CR 129389
VELLOZIACEAE
Barbacenia sellovii Goethart e Henrard Arb. R CR 129390
Vellozia albiflora Pohl Arb. R CR 129391
Vellozia caruncularis Mart. ex Seub. Arb. R CR 129392
Vellozia compacta Mart. ex Schult. e Schult. f. Arb. R CR 129393
Vellozia graminea Pohl Erv. R CR 129394
Vellozia tragacantha Mart. ex Seub. Arb. R CR 129395
VERBENACEAE
Lantana camara L. Arb. T CM, CR 129396
Lantana lundiana Schauer S.Arb. T CR 129397
Lippia gracilis Schauer Arb. T CR 129398
Lippia hermannioides Cham. Arb. T CR 129399
Stachytarpheta glabra Cham. Arb. T CR 129400
VOCHYSIACEAE
Vochysia thyrsoidea Pohl Arv. T CM 112821
Vochysia tucanorum Mart. Arv. T CM 112822
XYRIDACEAE
Xyris asperula Mart. Erv. T CR 112824
Xyris cf. dawsonii L.B.Sm. e Downs Erv. T CR 112823
INDETERMINADA
Indeterminada Arb. R CM, CR Observado!
Indeterminada 1 Arb. R CR Observado!
Indeterminada 2 Erv. R CM Observado!
Indeterminada 3 Arb. R CR Observado!
CAPÍTULO V
SIMILARIDADE FLORÍSTICA ENTRE OITO ÁREAS DE CAMPOS
FERRUGINOSOS DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG, COMO SUBSÍDIO À
RESTAURAÇÃO DE CAMPOS FERRUGINOSOS
156
1 INTRODUÇÃO
No Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, os Campos Ferruginosos, cuja
restauração é o tema central do presente estudo, apresentam importância destacada. Esse
tipo de formação também é encontrada na Serra de Carajás, no Pará (SILVA et al., 1996),
e na região do Maciço do Urucum, em Corumbá, Mato Grosso. Esses diferentes ambientes
mostram em comum a estrutura pedológica rica em ferro, embora as diferenças entre a
flora de cada um deles sejam grandes.
No Quadrilátero Ferrífero, os Campos Ferruginosos estão associados a substratos
ferruginosos fisicamente distintos, que podem apresentar-se fragmentados, sob a forma de
canga nodular, ou formando uma espessa e sólida couraça, a canga couraçada.
Colonizando esses substratos, observa-se cobertura vegetal própria com fisionomias
herbáceas, herbáceo-arbustivas e arbórea.
Os estudos florísticos publicados (VINCENT, 2004; VIANA e LOMBARDI, 2007;
MOURÃO e STEHMANN, 2007; JACOBI e CARMO, 2008; TEIXEIRA, 2008) e os
levantados por SANTOS (não publicados) sobre os Campos Ferruginosos mostram que as
diferenças florísticas entre esses ecossistemas nas diferentes regiões do Brasil também
ocorrem entre regiões do Quadrilátero Ferrífero. Revelam, ainda, que nesses campos
ocorrem campos menores, constituem um ecossistema bastante heterogêneo, com
contrastes fisionômicos e de composição florísticas em curtos espaços, conforme se pode
ver nos resultados obtidos em pesquisas.
Cabe considerar que a região de estudo se insere em zona limítrofe entre dois
importantes biomas do Brasil, o da Mata Atlântica e do Cerrado, com variações climáticas
notórias, referentes principalmente a precipitação e temperatura (maiores precipitações e
menores temperaturas a leste e menores precipitações e maiores temperaturas a oeste), o
que pode influenciar nas diferenças observadas por esses autores.
Considerando-se que a restauração de cobertura vegetal exige o conhecimento da
composição e estrutura funcional do ecossistema, no presente estudo aplicou-se um teste
de similaridade florística entre Campos Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero, mediante
utilização de dados publicados e inéditos a fim de melhor evidenciar os desafios que
acompanham os projetos de restauração.
157
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Áreas de estudo
Para este estudo, foram utilizados levantamentos florísticos (inéditos) em três áreas,
ocupadas por Campo Ferruginoso, em diferentes localidades do Quadrilátero Ferrífero
(FIG.1). Além disso, para o estudo de similaridade florística, foram compilados dados de
mais cinco autores, oriundos de trabalhos publicados (VINCENT, 2004; JACOBI et al.,
2007; MOURÃO e STEHMANN, 2007; VIANA e LOMBARDI, 2007). Informações
básicas das oito áreas comparadas, como o nome da localidade, o município, o código de
identificação de cada área, número de espécies, coordenadas geográficas, altitude e
referências dos levantamentos florísticos compilados, são apresentadas na TAB. 1.
O Quadrilátero Ferrífero localiza-se no centro-sudeste de Minas Gerais e ocupa
cerca de 7.000km
2
, dos quais cerca de 14,2% são de formações ferríferas (FIG. 1). Estas
constituem as serras que compõem suas quatro bordas: a noroeste, o alinhamento da serra
do Curral; a oeste, as serras da Moeda e de Itabirito; a sudoeste, a serra do Ouro Branco; a
leste e sudeste, as serras do Caraça e Ouro Preto; e no centro, a serra do Gandarela. Suas
altitudes relativas giram em torno de 900-1300m, apesar de trechos atingirem mais de
1.500m. As cotas mais elevadas estão situadas no maciço quartzítico do Caraça (2.072m) e
as mais baixas (600m), a sudeste de Ouro Preto (BARBOSA e RODRIGUES, 1967). O
clima na região é do tipo Cwa de Köeppen, temperado quente, com estação seca de abril a
setembro e chuvosa de outubro a março. A temperatura média anual é de 20
0
C. A
precipitação média anual varia entre 1300mm e 2100mm na porção sudeste, concentrada
no verão. A seca ocorre durante seis meses. Há variações locais, com as bordas leste e sul
apresentando maior umidade do que a região localizada a norte e oeste. Quanto a seus
solos, são predominantemente classificados como Neossolo Litólico e Plintossolo Pétrico,
nas cristas e fundos de vale, respectivamente, e Cambissolos, nas meias encostas, todos
rasos, pedregosos e cascalhentos, com baixa capacidade de retenção de água, de baixa
fertilidade natural e ácidos, como consequência do grau de intemperismo avançado e do
material de origem, no caso, as formações ferríferas (SCHAEFER et al., 2008).
158
2.2 Amostragem
Nos levantamentos florísticos (inéditos) apresentados neste trabalho, foram
consideradas apenas as plantas vasculares. As coletas foram realizadas exclusivamente em
Campos Rupestres Ferruginosos e nos capões de vegetação sub-arbórea densa de pequena
dimensão (Capão de Mata), associados aos Campos Rupestres. As campanhas de campo
para coletas de amostras e dados foram de frequência mensal, entre agosto de 2006 e
dezembro de 2008. Todo o material coletado encontra-se depositado no herbário do
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (BHCB). A
identificação das espécies se deu por meio de bibliografia específica, comparação com
exsicatas determinadas, depositadas no BHCB, e mediante contribuição de especialistas. A
lista das famílias seguiu a classificação do Angiosperm Phylogeny Group – APG II (2003),
para as angiospermas; Smith et al. (2006), para as samambaias; Kramer e Tryon (1990),
para as licófitas. As abreviações dos nomes dos autores das espécies seguiram Brummitt e
Powell (1992).
As listas de espécies de vegetação de canga compiladas da literatura (VINCENT,
2004; JACOBI et al. 2007; MOURÃO e STEHMANN, 2007; VIANA e LOMBARDI,
2007) são de áreas localizadas no Quadrilátero Ferrífero, nas serras da Calçada, do Rola
Moça, do Machado e da Moeda. A localização geográfica de todas as áreas analisadas
neste trabalho é indicada na FIG 1. Foi calculada a distância aproximada em linha reta
entre as oito áreas onde foram realizados os levantamentos florísticos, a partir das
coordenadas geográficas indicadas para cada área. A distância foi calculada usando o
programa ArcGis 9.2 (ESRI, 2000). Ressalve-se, porém, que neste estudo as listas não
estão organizadas por microambiente e sim por localização, distribuição espacial no
Quadrilátero Ferrífero. Assim não se considerou se o estudo se deu em Canga Nodular,
Couraçada ou Capão de Canga, em um só desses ambientes, como Jacobi (2007), ou nos
três, como Santos (2008).
159
FIGURA 1Localização geográfica das oito áreas comparadas (ver TAB.1) no
Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais.
Fonte: CBERS – 2B (2009).
2.3 Análise de dados
Para realização das análises de similaridade florística, foram preparadas duas
matrizes de presença/ausência de espécies das oito áreas de Campos Rupestres
Ferruginosos, aqui consideradas. A primeira matriz representa a composição florística das
oito áreas, sendo constituída de 820 espécies. A segunda matriz é formada por 307
espécies, pois foram excluídas as espécies que ocorriam em apenas uma das oito áreas.
Essas matrizes são constituídas de dados binários de presença/ausência das espécies
vegetais determinadas até o nível específico. Espécies identificadas somente até o nível de
gênero e família foram excluídas.
A similaridade florística entre as áreas de Campo Rupestre Ferruginoso foi
determinada mediante utilização do índice de similaridade de Jaccard, baseado na presença
e ausência de espécies (MUELLER-DOMBOIS e ELLENBERG, 1974). Para obter a
matriz de similaridade, foi utilizado o programa Systat 12 (SYSTAT, 2007). A partir das
distâncias em linha reta entre as áreas consideradas e dos valores do índice de similaridade
de Jaccard obtidos, foram feitas análises de regressão simples, usando-se o programa
BioEstat 3.0 (AYRES et al., 2003). Os gráficos de regressão linear simples (diagramas de
dispersão) foram elaborados com o programa Microsoft Excel.
160
TABELA 1
Relação das oito áreas de Campos Rupestres Ferruginosos localizadas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais consideradas nas análises de
similaridade florística. São informados: o nome da localidade, o município, o código de identificação de cada área, o número de espécies, as
coordenadas geográficas, a altitude e as referências dos levantamentos florísticos compilados.
Áreas/municípios Código
Número de
espécies total /
número de espécies
exclusivas
Coordenadas Altitude (m) Referências
Mina do Sapecado – Itabirito
Itabirito
205 / 54
20° 14' 13"S, 43° 51' 40"W
1440
(Dados inéditos deste trabalho)
Mina de Alegria – Mariana Mariana 301 / 162 20° 09' 39"S, 43° 29' 53"W
1120 (Dados inéditos deste trabalho)
Mina do Segredão – Sabará Sabara 169 / 43 19° 50' 44"S, 43° 46' 16"W
1200 (Dados inéditos deste trabalho)
Serra da Calçada – Nova Lima Calçada 333 / 131 20° 05' 35"S, 43° 59' 01"W 1480 Viana e Lombardi (2007)
Serra da Moeda – Itabirito SMoeda 126 26 20° 20' 03"S, 43° 55' 28"W 1220 Jacobi et al. (2007)
Mina de Brucutu – São Gonçalo do Rio
Abaixo
Brucutu 107 / 35 19° 51' 06"S, 43° 22' 35"W
1100 Mourão e Stehmann (2007)
Serra do Rola Moça – Nova Lima RM2007 119 / 10 20° 03' 25"S, 43° 59' 52"W 1560 Jacobi et al. (2007)
Serra do Rola Moça – Nova Lima RM2004 152 / 52 20° 01' 00"S, 43° 59' 00"W
1340 Vincent (2004)
161
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos três levantamentos florísticos (inéditos) apresentados neste trabalho, foram
registradas 502 espécies, distribuídas em 96 famílias (ANEXO A). A compilação das listas
de espécies da literatura (VINCENT, 2004; JACOBI et al. 2007; MOURÃO e
STEHMANN, 2007; VIANA e LOMBARDI, 2007) e das inéditas deste trabalho resultou
em um total de 820 espécies, distribuídas em 104 famílias e 372 gêneros (ANEXO A) nos
Campos Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero. Nos quatro levantamentos publicados
anteriormente (VINCENT, 2004; JACOBI et al. 2007; MOURÃO e STEHMANN, 2007;
VIANA e LOMBARDI, 2007), foram identificadas 536 espécies. Dessa maneira, o
acréscimo de táxons citados para a vegetação de canga a partir deste estudo foi de 284
espécies.
Considerando a listagem das oito áreas de Campo Ferruginoso, temos no
Quadrilátero Ferrífero aproximadamente 40% de todas as famílias de plantas vasculares
que ocorrem no Brasil. As famílias melhor representadas foram Asteraceae com 14,1% do
total de espécies, Orchidaceae (8,5%), Poaceae (7,3%), Myrtaceae (5,6%),
Melastomataceae (4,3%), Fabaceae (4,0%), Rubiaceae (3,5%), Solanaceae (2,6%),
Cyperaceae (2,4%) e Apocynaceae (2,4%) (GRÁF. 1). Essas famílias representam
conjuntamente mais de 50% da flora dos Campos Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero.
Os gêneros com maior riqueza florística foram Myrcia e Baccharis (ambos com 17
espécies), Solanum (14), Croton (10), Vellozia, Eugenia e Panicum (9 cada). Esses
gêneros, dentre os 372 encontrados, representam aproximadamente 10% das espécies
amostradas.
A riqueza das oito áreas analisadas variou de 107 a 333 espécies (TAB. 1). As
diferenças na riqueza entre as áreas podem estar relacionadas a diversos fatores, entre os
quais, os diferentes métodos de amostragem utilizados pelos autores, o esforço e
experiência dos coletores, a variação de fitofisionomias das áreas, o grau de conservação
da área, altitude e fatores climáticos. Além disso, podem estar relacionadas ao fato de se
fazer a compilação em um ou mais ambientes dos Campos Ferruginosos.
Das 820 espécies, 138 têm ocorrência em duas áreas, 64 em três, 44 em quatro, 28
em cinco, 19 em seis, 11 em sete e apenas três foram encontradas em todas as oito áreas
comparadas, Vellozia compacta Mart. ex Schult. e Schult. F. (Velloziaceae), Byrsonima
variabilis A. Juss. (Malpighiaceae) e Axonopus siccus Kuhlm. (Poaceae). Com base na
162
ocorrência em cinco ou mais áreas, 61 espécies foram consideradas como de ampla
distribuição nos Campos Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero. Em contraponto,
destacaram-se 513 espécies (62,6% das espécies) cuja ocorrência foi registrada em apenas
uma localidade, tendo sido consideradas como de distribuição restrita. Dessas 513
espécies, 162 foram exclusivas da mina da Alegria, 131 da Serra da Calçada, 54 na mina
do Sapecado, 52 de uma das áreas da Serra do Rola Moça, 43 da mina de Segredão, 35 da
mina de Brucutu, 26 da Serra da Moeda e 10 de uma das áreas da Serra do Rola Moça. A
grande maioria das espécies vegetais dos Campos Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero
apresenta distribuição restrita. O “padrão de distribuição restrita” para muitas espécies,
provavelmente, é consequência das condições ambientais específicas de áreas isoladas nos
topos das montanhas (PIRANI et al., 1994; KAMINO et al., 2008).
GRÁFICO 1 - Riqueza das famílias mais representativas nos Campos Ferruginosos do
Quadrilátero Ferrífero.
Os valores dos coeficientes de similaridade de Jaccard entre as oito áreas estudadas,
analisando-se todas as espécies, variaram de 5% a 34%, valores considerados baixos
(TAB. 2). Excluindo-se as espécies registradas em apenas uma das áreas, o valor do
coeficiente de similaridade entre as oito áreas variou de 8% a 42% (TAB. 3).
O maior valor de similaridade (42% para matriz com espécies em pelo menos duas
das áreas) foi verificado entre as áreas RM2007 (Serra do Rola Moça) e SMoeda (Serra da
Moeda). A área da Serra da Calçada (Calçada) apresentou similaridade superior a 30%
163
(matriz com espécies em pelo menos duas das áreas) com as áreas da Serra do Rola Moça
(RM2007) e Pico do Itabirito (Itabirito) (ANEXO A).
O Campo Ferruginoso inventariado por Mourão e Stehmann (2007) em São
Gonçalo do Rio Abaixo (Brucutu) foi o que apresentou a menor similaridade com as
demais áreas, mostrando coeficientes entre 5% e 16% a partir da matriz com todas as
espécies, e coeficientes entre 8% e 26% a partir da matriz com as espécies que ocorreram
em pelo menos duas áreas. A vegetação da mina de Alegria (dados inéditos) também
apresentou baixa similaridade com as demais áreas de Campo Ferruginoso estudadas, com
valores entre 6% e 18% para a matriz com todas as espécies e 14% - 37% para a matriz
com espécies que ocorreram em pelo menos duas das oito áreas.
A grande heterogeneidade florística (alta diversidade de espécies) dos Campos
Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero registrada neste trabalho parece ser um dos
principais motivos da baixa similaridade entre as áreas.
Em estudos florísticos já realizados em que foram considerados afloramentos
rochosos ou formações campestres de um mesmo tipo de substrato geológico, a
similaridade obtida também foi baixa (MEIRELLES et al., 1999; VINCENT, 2004). Além
disso, segundo dados já publicados (ZAPPI et al., 2003; CONCEIÇÃO et al., 2005;
AZEVEDO e BERG, 2007), a similaridade florística entre áreas do Espinhaço é baixa,
mesmo em localidades vizinhas.
Como já ressaltado em estudos de similaridade em Campos Rupestres Quartzíticos
(CONCEIÇÃO et al., 2005), diferenças no esforço amostral e na metodologia de coleta de
dados nos levantamentos florísticos podem distorcer a similaridade entre áreas e o grau de
“endemismos” encontrado nos locais. De acordo com esses autores, esse fenômeno é
especialmente influente nos Campos Rupestres, onde uma parcela significativa da
diversidade é composta por espécies pouco frequentes, aumentando as chances de falsas
ausências. A grande concentração de espécies raras, seja pela distribuição espacialmente
restrita ou pela baixa frequência com que aparecem nas comunidades, dificulta o acesso
integral à diversidade dos Campos Rupestres e exige, portanto, a realização de
levantamentos florísticos intensivos e prolongados (CONCEIÇÃO et al., 2005). Essas
conclusões, baseadas exclusivamente em estudos de Campos Rupestres Quartzíticos, são
bastante congruentes com os resultados sobre Campos Ferruginosos do Quadrilátero
Ferrífero, apresentados neste capítulo.
As áreas codificadas como RM2007, SMoeda, RM2004, Itabirito e Calçada estão
muito próximas umas das outras e apresentaram valores significativos de similaridade
164
dentro da faixa de valores registrada. Jacobi et al. (2007) já mencionaram a baixa
similaridade (27%) entre as áreas da Serra da Moeda e do Rola Moça, que estão separadas
por cerca de 32km em linha reta.
A TAB. 4 indica as distâncias em linha reta entre as oito áreas comparadas. A
menor distância (4,4km) está entre dois pontos estudados da Serra do Rola Moça (RM2004
e RM2007) e a maior (78,6km) entre Brucutu e Serra da Moeda. Para verificar se a
distância pode estar influenciando na similaridade florística entre as áreas, foram feitas
duas análises de regressão linear simples: uma usou os valores de similaridade obtidos da
matriz composta por todas as espécies ocorrentes nas oito áreas; a outra utilizou a matriz
sem as espécies exclusivas de uma área.
As FIG. 2 e 3 mostram os diagramas de dispersão entre o coeficiente de
similaridade de Jaccard e a distância em linha reta (Km). Ambos os diagramas indicam que
há uma correlação negativa entre a distância e o valor de similaridade, ou seja, quanto mais
distantes menos similares são as áreas. Contudo, os resultados da análise de regressão
simples mostram que a variável distância em linha reta explica apenas 23,97%
(similaridade com todas as espécies) ou 25,54% (similaridade excluindo as espécies
exclusivas de uma área) da variância dos valores de similaridade e o modelo testado foi
significativo para ambas as análises (p= 0,0081 e p= 0,006, respectivamente). Desse modo,
a maior proporção da variância dos valores de similaridade deve ser explicada por outras
variáveis oriundas de outros atributos das áreas. Estudos futuros devem ser efetuados para
elucidar quais variáveis ambientais poderiam explicar melhor os valores de similaridade.
Ressalte-se, em conclusão, que a alta diversidade de espécies (820), o baixo
número de espécies (61) de ampla distribuição na região, o alto número de espécies
(513) exclusivas de uma área e a baixa similaridade entre as áreas comparadas são
informações de extrema importância na elaboração de programas de conservação e
restauração de áreas mineradas no Quadrilátero Ferrífero. Os resultados deste estudo
reforçam ainda mais o que ao longo dos capítulos deste trabalho tanto se ressaltou:
programas de restauração de áreas mineradas devem ser baseados em pesquisas
botânicas prévias nas áreas de interesse, contar com estrutura para remoção e
disposição de topsoil e dispor de mudas das espécies levantadas nas pesquisas.
Porém, levando-se em conta o baixo número de trabalhos considerados neste
estudo, configuram-se como precipitadas conclusões mais abrangentes sobre a distribuição
das espécies vegetais dos Campos Rupestres Ferruginosos do Quadrilátero Ferrífero e a
similaridade entre diferentes áreas, o que sugere a necessidade de novos levantamentos
165
florísticos e fitossociológicos sobre ambientes específicos.
TABELA 2
Coeficientes binários de similaridade entre as oito áreas de Campo Rupestre Ferruginoso
estudadas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, a partir da matriz contendo todas as
espécies amostradas.
RM2004 Calçada Brucutu RM2007 SMoeda Sabara Mariana
Calcada 0.21
Brucutu
0.05
0.11
RM2007 0.16 0.20 0.15
SMoeda 0.11 0.15 0.12
0.34
Sabara 0.13 0.17 0.16 0.21 0.18
Mariana
0.07
0.14 0.12 0.15 0.13 0.16
Itabirito 0.13 0.23 0.14 0.26 0.20 0.23 0.18
TABELA 3
Coeficientes binários de similaridade entre as oito áreas de Campo Rupestre Ferruginoso
estudadas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, a partir da matriz contendo espécies
registradas em pelo menos duas das oito localidades.
RM2004 Calçada Brucutu RM2007 SMoeda Sabara Mariana
Calcada 0.38
Brucutu
0.08
0.20
RM2007 0.22 0.32 0.19
SMoeda 0.16 0.24 0.17
0.42
Sabara 0.20 0.29 0.24 0.27 0.25
Mariana 0.14 0.29 0.26 0.28 0.26 0.33
Itabirito 0.19 0.41 0.21 0.34 0.29 0.34 0.37
TABELA 4
Distância em linha reta (km) entre as oito áreas de Campo Rupestre Ferruginoso estudadas
no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais.
RM2004 Calçada Brucutu RM2007 SMoeda Sabara Mariana
Calcada 8.4
Brucutu 66.1 68.8
RM2007
4.4
4.5 68.6
SMoeda 35.3 26.8
78.6
31.3
Sabara 29.2 35.3 41.4 33.1 56.4
Mariana 53 51.1 35.5 53.3 48.6 45.1
Itabirito 26.9 19.9 65.8 24.2 13.3 43.8 38.3
166
y = -0.0014x + 0.2205
R
2
= 0.2397
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0 102030405060708090
Distância (Km)
Coeficiente de Similaridade de Jaccard
FIGURA 2 - Diagrama de dispersão entre o coeficiente de similaridade de Jaccard e a
distância em linha reta (Km) entre as áreas comparadas.
Nota: Neste gráfico, foram considerados os resultados de similaridade da TAB. 2, ou seja,
da análise que considerou todas as espécies ocorrentes nas oito áreas.
y = -0.0021x + 0.3447
R
2
= 0.2554
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0.45
0 102030405060708090
Distância (Km)
Coeficiente de Similaridade de Jaccard
FIGURA 3 - Diagrama de dispersão entre o coeficiente de similaridade de Jaccard e a
distância em linha reta (Km) entre as áreas comparadas.
Nota: Neste gráfico foram considerados os resultados de similaridade da TAB. 3, ou seja,
da análise que considerou as espécies que ocorrem em duas ou mais áreas.
167
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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169
ANEXO A
Lista da flora inventariada nos levatamentos florísticos em Campos Rupestres
Ferruginosos do Quandrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil.
Onde: RM2004 = Serra do Rola Moça (VINCENT, 2004); Calçada = Serra da Calçada (VIANA e
LOMBARDI, 2007); Brucutu = Mina de Brucutu (MOURÃO e STEHMANN, 2007); RM2007 = Serra do
Rola Moça (JACOBI et al., 2007); SMOEDA = na Serra da Moeda (JACOBI et al., 2007); Sabará = Mina
do Segredão (SANTOS, 2010); Mariana = Mina de Alegria (SANTOS, 2010); Itabirito = Mina do Sapecado
(SANTOS, 2010).
Família/Espécie
R
M2004
C
alçada Brucutu
R
M2007 MOEDA Sabará
M
ariana
I
tabirito
ACANTHACEAE
Justicia riparia C. Kameyama X X X X
Ruellia geminiflora Kunth X
Ruellia macrantha (Mart. ex Nees) Lindau X
Ruellia villosa Lindau X X X
Staurogyne minarum Kuntze X
ALSTROEMERIACEAE
Alstroemeria plantaginea Mart. X X X X
Alstroemeria rupestris M.C. Assis X
AMARANTHACEAE
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze X
Gomphrena arborescens L. f. X
Gomphrena agrestis Mart. X
Gomphrena oficinalis X
Gomphrena scapigera Mart. X
Gomphrena virgata Mart. X X
Pfaffia gnaphaloides L.f. Mart. X X
Pfaffia jubata Mart. X X
Pfaffia velutina Moq. X
AMARYLLIDACEAE
Habranthus irwinianus Ravenna X X X
Hippeastrum glaucescens X
Hippeastrum morelianum Lem. X X
ANACARDIACEAE
Tapirira obtusa (Benth.) J. D. Mitch X X
ANEMIACEAE
Anemia imbricata X
Anemia raddiana Link X X
ANNONACEAE
Annona warmingiana Mello-Silva e Pirani X
Guatteria sellowiana Schltdl. X X X X X
Guatteria villosissima A. St.-Hil. X X X X X
Xylopia brasiliensis Spreng. X
Xylopia sericea A. St.-Hil. X
APIACEAE
Eryngium eurycephalum Malme X X
Eryngium juncifolium (Urb.) Mathias e Constance X
APOCYNACEAE
Asclepias candida Vell. X
Blepharodon nitidum (Vell.) J. F. Macbr. X
Ditassa aequicymosa E. Fourn. X X X
Ditassa linearis Mart. X X X X X X
Ditassa mucronata Mart. X X X X X
Ditassa retusa Mart. X
Forsteronia velloziana (A. DC.) Woodson X
Gonioanthela hilariana (E. Fourn.) Malme X
Hemipogon carassensis (Malme) Rapini X
Mandevilla cf. emarginata (Vell.) C. Ezcurra X
Mandevilla erecta (Vell.) Woodson X
Mandevilla illustris (Vell.) Woodson X X
Mandevilla moricandiana (A.DC.) R.E.Woodson X X X
Mandevilla scabra (Roem. e Schult.) K. Schum. X
Mandevilla tenuifolia (J.C. Mikan) Woodson X X X
Mandevilla pohliana (Stadelm.) A. Gentry X
Matelea pedalis (E. Fourn) Fontella e E. A. Schwarz X
Minaria acerosa (Mart.) T.U.P. Konno e Rapini X
Oxypetalum appendiculatum Mart. X
Oxypetalum strictum Mart. X
AQUIFOLIACEAE
Ilex cf. dumosa Reissek X
Ilex affinis Gardn. X
Ilex subcordata Reissek X
Ilex theezans Mart. X
170
Família/Espécie
R
M2004
C
alçada Brucutu
R
M2007 MOEDA Sabará
M
ariana
I
tabirito
ARACEAE
Anthurium megapetiolatum E. G. Gonçalves X X
Anthurium minarum Sakuragui e Mayo X X X X X
Anthurium scandens (Aubl.) Engl. X X
Philodendron minarum Engl. X
Philodendron propinquum Schott. X
Philodendron rhizomatosum Sakuragui e Mayo X
ARALIACEAE
Hydrocotyle quinqueloba Ruiz e Pav. X
Schefflera vinosa (Cham. e Schltdl.) March. X X
ARECACEAE
Syagrus flexuosa (Mart.) Becc. X
ARISTOLOCHIACEAE
Aristolochia smilacina Duch. X X X
ASPLENIACEAE
Asplenium auritum Sw. X
Asplenium campos-portoi Brade X
Asplenium praemorssum Sw. X
ASTERACEAE
Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze X
Achyrocline albicans Griseb. X
Achyrocline chionaea (DC.)Deble e Marchiori X
Achyrocline satureoides (Lam.) DC. X X X X
Acritopappus longifolius (Gardn.) R.M. King e H. Robinson X X
Ageratum fastigiatum (Gardner) R. M. King e H. Rob. X X X X X
Ageratum myriadenium R.M.King e H.Rob. X X
Aspilia foliacea Baker X X
Aspilia foliosa Benth. e Hook. f. X
Aspilia subpetiolata Baker X
Baccharis dracunculifolia DC. X X
Baccharis erigeroides DC. X
Baccharis helichrysoides X
Baccharis jazzmannii X
Baccharis lychnophora Gardner X X
Baccharis multisulcata Baker X X
Baccharis oxyodonta X
Baccharis pingraea DC. X X
Baccharis ramosissima Gardner X
Baccharis reticularia DC. X X X X X X X
Baccharis rufescens Spreng. X X
Baccharis semisserrata var. elaegnoides X
Baccharis serrulata (Lam.) Pers. X X X X X X
Baccharis sinularis X
Baccharis tridentata X
Baccharis trimera DC. X X
Baccharis cf. varians Gardner X
Barrosoa organensis (Gardner) R.M. King e H. Rob. X X
Bidens alba (L.) DC. X
Bidens brasiliensis Sherff X X
Bidens pilosa L. X
Bidens segetum Mart. ex Colla X
Calea tomensosa Gardner X X
Chaptalia integerrima (Vell.) Burkart X X X
Chaptalia piloselloides (Vahl.)Baker X
Chaptalia martii (Baker)Zardini X X
Chresta sphaerocephala DC. X X
Chromolaena cf. congesta (Hook e Arn.) R.M. King e H. Rob. X
Chromolaena cf. cylindrocephala (Sch.Bip.ex Baker) R.M. King e H. Rob. X
Chromolaena cf. epaleacea Gardner X
Chromolaena multiflocculosa (DC.) R.M. King e H. Rob. X X X X
Chromolaena stachyophylla (Spreng.) R. M. King e H. Rob. X
Chrysolaena herbacea (Vell.) H. Rob. X X X
Conyza bonariensis X
Cyrtocymura scorpioides (Lamarck) H. Robinson X X
Dasyanthina palustris (Gardner) H.Rob. X
Dasyphyllum candolleanum (Gardner) Cabrera X X X X X X
Dasyphyllum sprengelianum (Gardn.) Cabrera X
Disynaphia halimifolia X
Emilia fosbergii Nicolson X
Emilia sonchifolia (L.) DC. X
Erechtites hieracifolia Rafin. ex DC. X
Erechtites valerianaefolia DC. X
Eremanthus crotonoides (DC.) Sch. Bip. X
Eremanthus elaeagnus Sch.Bip. X
Eremanthus cf. glomerulatus Less. X X
Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish X X X X
Eremanthus incanus (DC.) Mac Leish. X X X X X X
Eremanthus sphaerocephalus (DC.) Baker X
Eupatorium multiflosculosum DC. X
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera X
Heterocondylus alatus (Vell.) R.M.King e H.Rob X X
Holeaneophytum trixoides X
171
Família/Espécie
R
M2004
C
alçada Brucutu
R
M2007 MOEDA Sabará
M
ariana
I
tabirito
ASTERACEAE
Hololepis pedunculata DC.
X X X X
Ichthyothere integrifolia (DC.) S.F. Blake X
Inulopsis scaposa (Remy) O.Hoffm. X
Koanophyllon adamantium (Gardn.) R.M. King e H. Robinson X X X X
Koanophyllon thysanolepis (B.L. Rob.) R.M. King e H. Rob. X
Lepidaploa cotoneaster (Willd. ex Spreng.) H.Rob. X
Lepidaploa vauthieriana (DC.) H.Rob. X
Lessingianthus bardanioides (Less.) H. Rob. X
Lessingianthus cephalotes (DC.) H. Rob. X
Lessingianthus desertorum (Mart. ex DC.) H. Rob. X X
Lessingianthus hoveaefolius (Gardn.) H. Rob. X
Lessingianthus linearifolius (Less.) H. Rob. X
Lessingianthus psilophyllus (DC.) H. Rob. X
Lessingianthus cf. roseus X
Lessingianthus simplex (Less.) H. Rob. X X
Lucilia linearifolia Baker. X
Lucilia lycopodioides (Less.) S. E. Freire X X X
Lychnophora ericoides Mart. X
Lychnophora pinaster Mart. X X X X X X
Lychnophora cf.reticulata Gardner X
Lychnophora syncephala X
Mikania cf. glauca Mart. X
Mikania hirsutissima DC. X
Mikania cf.microphylla Sch.Bip. ex Baker X
Mikania oblongifolia DC. X X
Mikania officinalis Mart. X
Mikania cf. sessilifolia DC. X
Oyedaea rotundifolia Baker. X
Piptocarpha macropoda (DC.) Baker X
Porophyllum lanceolatum DC. X X
Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng.) R.M. King e H. Rob. X X
Pseudogynoxys pohlii (Sch.Bip. Ex Baker) Leitão Filho X
Praxellis grandiflora (DC) Sch. Bip. X
Praxellis kleinioides (Kunth Sch. Bip. X X
Senecio adamantinus Bang. X
Senecio pohlii Sch. Bip. ex Baker X X
Stenocephalum megapotamicum (Spreng.) Sch.Bip. X
Stenocephalum tragiaefolium (DC.) Sch. Bip. X
Stenocline gardneri X
Stenophalium chionaea (DC.) Anderb. X
Stevia lundii X
Stevia urticifolia Thunb. X X
Symphyopappus brasiliensis (Gardn.) R.M. King e H. Rob. X X X X X
Symphyopappus reticulatus Baker X
Trichogonia hirtiflora Sch. Bip. ex Baker X X
Trichogonia villosa X
Trichogoniopsis adenantha (DC.) R.M.King e H.Rob. X
Trixis vauthieri DC. X X X X X X
Vernonanthura diffusa (Less.) H.Rob. X
Vernonanthura phosphorica (Vell.) H. Rob. X
Vernonia buddleiifolia Mart. ex DC. X
Viguiera kunthiana Gardner X
Viguiera tenuifolia Gardner X
BEGONIACEAE
Begonia alchemilloides A.DC. X X
Begonia rufa Thunb. X X X X
BIGNONIACEAE
Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex de Souza X
Anemopaegma glaucum Mart. ex DC.
Arrabidaea sceptrum (Cham.) Sandwith
Jacaranda caroba DC. X X X
Memora pedunculata Miers X
Pyrostegia venusta Miers X X X X
BLECHNACEAE
Blechnum brasiliense Desv. X
Blechnum cordatum (Desv.)Hieron. X
Blechnum polypodioides Raddi X
Blechnum schomburgkii (Klotzsch) C. Chr. X
BORAGINACEAE
Cordia curassavica (Jacq.) Roem. e Schult. X
BROMELIACEAE
Aechmea bromeliifolia (Rudge) Baker X X X X X
Aechmea lamarchei Mez X
Aechmea nudicaulis Griseb. X X
Billbergia elegans Mart. ex Schult. e Schult. f. X
Billbergia minarum L.B.Sm. X X
Billbergia zebrina Lindl. X
Cryptanthus schwacheanus Mez X X X X
Dyckia consimilis Mez X
Dickia rariflora Schult. e Schult. f. X
Dyckia saxatilis Mez X X
172
Família/Espécie
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M2004
C
alçada Brucutu
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M2007 MOEDA Sabará
M
ariana
I
tabirito
BROMELIACEAE
Dyckia cf. simulans L.B.Sm.
X X
Pseudananas sagenarius (Arruda da Camara) Camargo X
Tillandsia gardneri Lindl. X X
Tillandsia geminiflora Brongn. X X
Tillandsia recurvata (L.) L. X X
Tillandsia stricta Soland.ex Sims X
Tillandsia tenuifolia Bert. ex Schult. f. X
Vriesea crassa Mez X
Vriesea minarum L.B. Smith X X X X
CACTACEAE
Arthrocereus glaziovii (K.Schum.) N.P.Taylor e Zappi X X X X X X
Epiphyllum phyllanthus Haw. X
Hatiora salicornioides (Haw.) Britton e Rose X
Hylocereus setaceus (Salm-Dyck) R. Bauer X
Rhipsalis floccosa Salm-Dyck ex Pfeiffer X
CAMPANULACEAE
Lobelia camporum Pohl X X
CAMPANULACEAE
Siphocampylus imbricatus G.Don X
Siphocampylus nitidus Pohl X
CELASTRACEAE
Maytenus gonoclada Mart. X X X X X X
CLETHRACEAE
Clethra scabra Pers. X
CLUSIACEAE
Clusia arrudea Planch. e Triana X X X X X
Kielmeyera cf. pumila Pohl. X
Kielmeyera regalis Saddi X
Kielmeyera variabilis Mart. e Zucc. X X
Vismia brasiliensis Choisy X
COMMELINACEAE
Commelina erecta L. X X X X X X
Dichorisandra hexandra (Aubl.) Standl. X X
CONVOLVULACEAE
Evolvulus aurigenius Mart. X X
Evolvulus filipes Mart. X X X
Evolvulus macroblepharis Mart. X
Ipomoea polymorpha Riedel X X
Jacquemontia linarioides Meisn. X X
Jacquemontia martii Choisy X
Jacquemontia prostrata Choisy X
Merremia macrocalyx (Ruiz e Pav.) O'Donell X
Merremia tomentosa Hallier f. X
CUCURBITACEAE
Cayaponia espelina (Silva Manso) Cogn. X
Cayaponia weddellii (Naudin) Gomes-Klein. X X
Melothrianthus smilacifolius (Cogn.) Mart. Crov. X
CUNONIACEAE
Lamanonia ternata Vell. X X
CYATHEACEAE
Cyathea delgadii Sternb. X
CYPERACEAE
Bulbostylis consanguinea (Kunth) C.B. Clarke X
Bulbostylis fimbriata (Nees) C.B. Clarke X X X X
Bulbostylis junciformis C.B. Clarke X
Bulbostylis paradoxa (Spreng.) Lindm. X X
Cyperus aggregatus (Willd.) Endl. X X X
Cyperus haspan L. X
Cyperus hermaphroditus (Jacq.) Standl. X
Cyperus subcastaneus D. A. Simpson X
Eleocharis minima Kunth X
Lagenocarpus flexuosus X
Lagenocarpus rigidus (Kunth.) Nees X X X X X
Rhynchospora consanguinea (Kunth) Boeck. X X X X
Rhynchospora exaltata Kunth X X X
Rhynchospora recurvata (Nees) Steud. X
Rhynchospora cf. setigera Boeckeler X X X
Rhynchospora terminalis Nees ex Steud. X
Rhynchospora tenuis Willd. ex Link X X X
Scleria acanthocarpa Boeckeler X
Scleria latifolia Sw. X
Trilepis lhotzkiana Nees X X X X X X X
DIOSCOREACEAE
Dioscorea campestris Griseb. X
Dioscorea debilis Uline X X
Dioscorea ovata Vell. X
173
Família/Espécie
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M2004
C
alçada Brucutu
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M2007 MOEDA Sabará
M
ariana
I
tabirito
DROSERACEAE
Drosera montana X
DRYOPTERIDACEAE
Arachniodes denticulata (Sw.) Ching X
EBENACEAE
Diospyrus sericea A. DC. X
ERICACEAE
Agarista coriifolia (Thunb.) J.D. Hooker ex Niedenzu X X
Agarista eucalyptoides G. Don. X
Agarista glaberrina (Sleumer) Judd. X
Agarista cf.oleifolia G.Don X X
Agarista pulchra G.Don X
Gaylussacia brasiliensis Meissn. X
Gaylussacia chamissonis Meissn. X X
Gaylussacia reticulata Mart. ex Meissn. X
ERIOCAULACEAE
Actinocephalus bongardii (A. St.Hil.) Sano X
Actinocephalus polyanthus X
Paepalanthus blepharocnemis Mart. ex Körn. X
Paepalanthus manicatus Pouls. ex Malme X
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum amplifolium (Mart.) O. E. Schulz X
Erythroxylum bicolor O. E. Schulz X
Erythroxylum gonocladum O.E.Schulz X X X
Erythroxylum pelleterianum A.St.-Hil. X
Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. X X
EUPHORBIACEAE
Alchornea triplinervia (Spr.) Muell. Arg. X X X X
Chamaesyce potentilloides (Boiss.) Criozat X X
Chamaesyce thymifolia (L.) Millsp. X
Croton antisiphiliticus Mart. X X
Croton atrorufus Mull.Arg. X X
Croton campestris A. St.-Hil. X
Croton comosus Mull.Arg. X X
Croton erythrochyloides Croizat X
Croton fuscescens Spreng. X
Croton lobatus Forsk. X
Croton migrans Casar. X X
Croton oleoides X
Croton serratoideus Radcl.-Sm. e Govaerts X
Sapium haematospermum Mull.Arg. X
Sebastiania glandulosa Muell. Arg. X X X X X X X
Sebastiania hispida (Mart.) Pax. X
FABACEAE
Abarema brachystachya (DC.) Barneby e J.W.Grimes X X
Abarema obovata (Benth.) Barneby e Grimes X
Acacia paniculata Willd. X
Aeschynomene falcata (Poir.) DC. X
Bauhinia rufa Graham X X X X
Centrosema coriaceum Benth. X X X
Centrosema vetulum Mart. X
Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip X X X
Chamaecrista diphylla Greene X
Chamaecrista mucronata (Spreng.) H.S.Irwin e Barneby X X X X
Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene X
Chamaecrista secunda (Benth.) H.S. Irwin e Barneby X X
Copaifera langsdorffii Desf. X X X X
Crotalaria rufipila Benth.
Eriosema heterophyllum Benth. X
Dalbergia miscolobium Benth. X
Galactia martii DC. X X X X X X X
Mimosa aurivillus Mart. X
Mimosa calodendron Mart. X X X X
Mimosa dolens Vell. X
Mimosa neuroloma Benth. X X
Mimosa pogocephala Benth. X
Mimosa cf. sepiaria Benth. X
Mimosa setistipula Benth. X
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. X X X X X X X
Senna macranthera (Collad.)H.S.Irwin e Barneby X X
Senna reniformis (G. Don) H.S. Irwin e Barneby X
Senna rugosa (G. Don) H. S. Irwin e Barneby X X
Stylosanthes gracilis Kunth X
Stylosanthes guianensis (Aubl) Sw. X
Stryphnodendron adstringens Mart.Covile X
Stryphnodendron polyphyllum Mart. X
Zornia diphylla (L.) Pers. X X
GENTIANACEAE
Calolisianthus pendulus X X
Calolisianthus pedunculatus X
Calolisianthus speciosus X
174
Família/Espécie
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M2004
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alçada Brucutu
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M2007 MOEDA Sabará
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ariana
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tabirito
GESNERIACEAE
Nematanthus lanceolatus (Poir.) Chautems X
Nematanthus strigillosus (Mart.) H. E. Moore X X X X
Paliavana sericiflora Benth. X X X X X
Sinningia allagophylla (Mart.) Wiehler X X X
Sinningia rupicola (Mart.) Wiehler X X X X X X
GLEYCHENIACEAE
Dicranopteris flexuosa (Schrad.) Underw. X X
Sticherus lanuginosus ( Fée) Nakai X
GRAMMITIDACEAE
Melpomene melanosticta (Kunze) A.R.Sm. e R.C.Moran X
HUMIRIACEAE
Humiriastrum dentatum (Casar.) Cuatrec. X X
HYMENOPHYLLACEAE
Hymenophyllum fragile ( Hedw. ) C.V.Morton X
Hymenophyllum polyanthos (Sw.) Sw. X
Trichomanes rigidum Sw. X
HYPERICACEAE
Vismia brasiliensis Choisy X
Vismia magnoliifolia Schlecht. e Cham. X X
Vismia parviflora Cham. e Schlecht. X X
IRIDACEAE
Neomarica glauca Sprague X X X
Neomarica rupestris (Ravenna) Chukr X X X X
Sisyrinchium luzula Klotzsch X
Sisyrinchium vaginatum Spreng. X X X
Trimezia juncifolia X
Trimezia cf. rupestris Ravena X
LAMIACEAE
Aegiphila lhotskiana Cham. X X
Aegiphila verticillata Vell. X
Eriope macrostachya Mart. ex Benth. X X X X X
Hyptis homalophylla Pohl ex Benth. X
Hyptis lippioides Pohl ex Benth. X X X
Hyptis cf. lucida Pohl ex Benth. X
Vitex cymosa Bertero ex Spreng. X X
Vitex polygama Cham. X
Vitex sellowiana Cham. X
LAURACEAE
Cassytha filiformis L. X
Cinnamomum quadrangulum Kosterm. X X X X
Ocotea pulchella Mart. X X X
Ocotea tristis (Nees) Mez X X X X X
LOGANIACEAE
Spigelia schlechtendaliana Mart. X
Spigelia sellowiana Cham. e Schltdl. X
LOMARIOPSIDACEAE
Elaphoglossum langsdorffii (Hook. e Grev.) T. Moore X
Elaphoglossum macrophyllum (Kaulf.) Christ X
LORANTHACEAE
Struthanthus coriaceo X
Struthanthus flexicaulis (Mart.) Mart. X X X X X
Struthanthus marginatus Blume X
Tripodanthus acutifolius (Ruiz e Pav.) Tiegh. X X X
LYCOPODIACEAE
Huperzia reflexa (Lam.) Trevis. X
Lycopodiella cernua (L.) Pic.Serm. X
LYTHRACEAE
Cuphea carthagenensis (Jacq.) Macbride X
Cuphea ericoides Cham. e Schltdl. X
Cuphea thymoides Cham. e Schltd. X X X
Diplusodon buxifolius DC. X
Diplusodon cf. hirsutus (Cham. e Schltdl.) DC. X
Diplusodon myrsinites DC. X X
Diplusodon cf. villosus Pohl. X
Lafoensia pacari A.St. Hil X
MALPIGHIACEAE
Banisteriopsis angustifolia (A.Juss.) B.Gates X
Banisteriopsis campestris (A. Juss.) Litle X X X
Banisteriopsis malifolia (Nees e Mart.) B. Gates X X
Byrsonima crassa Nied. X
Byrsonima crenulata X
Byrsonima intermedia A. Juss. X
Byrsonima sericea DC. X
Byrsonima subterranea Brade e Markgr. X
Byrsonima variabilis A. Juss. X X X X X X X X
Byrsonima verbascifolia (L.) DC. X X X
Camarea hirsuta A.St.-Hil. X
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Família/Espécie
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M2004
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alçada Brucutu
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M2007 MOEDA Sabará
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ariana
I
tabirito
MALPIGHIACEAE
Heteropterys affinis A. Juss.
X
Heteropterys campestris A. Juss. X X X
Heteropterys umbellata A. Juss. X
Peixotoa tomentosa A. Juss. X X X X X
Tetrapterys acutifolia Cav. X X
Tetrapterys microphylla (A. Juss.) Nied. X
MALVACEAE
Krapovickasia macrodon (DC.) Fryxell X X
Pavonia guerikeana R.E.Fr. X
Pavonia viscosa A. St.-Hil. X X X
Peltaea polymorpha (A. St.-Hil.) Krapov. e Cristóbal X X
Sida ciliaris L. X
Sida glaziovii K. Schum. X X X
Waltheria indica L. X X
MELASTOMATACEAE
Cambessedesia corymbosa DC. X
Cambessedesia hilariana DC. X X X X
Cambessedesia espora DC. X
Comolia sertularia Triana X
Lavoisiera cf. imbricata DC. X
Lavoisiera cf. pulchella X
Leandra aurea Cogn. X X X
Leandra australis (Cham.) Cogn. X X X X
Leandra cancellata Cogn. X X X
Leandra cf. xanthostachys Cogn. X
Marcetia taxifolia DC. X X
Miconia chartacea Triana X
Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin X
Miconia corallina Spring ex Mart. X X X X
Miconia ligustroides (DC.) Naudin X
Miconia pepericarpa Mart. ex DC. X X
Miconia sellowiana Naud. X X X X X X
Miconia theizans (Bonpl.) Cogn. X
Miconia valtherii Naud. X
Microlicia arenariaefolia (Mart. et Schr.) DC. X
Microlicia crenulata Mart. X
Microlicia cordata Cham. X
Microlicia isophylla D.C. X
Microlicia pseudoscoparia Cogn. X
Microlicia suborbicularifolia Hoehne X
Tibouchina candolleana Cogn. X
Tibouchina cardinalis (Bonpl.) Cogn. X X
Tibouchina cordifolia Cogn. X
Tibouchina frigidula Congn. X
Tibouchina herbacea (DC.) Cogn. X X
Tibouchina hieracioides (DC.) Cogn. X
Tibouchina multiflora Cogn. X X X X X X X
Tibouchina rotundifoliaCogn. X
Trembleya laniflora Cogn. X
Trembleya parviflora (G. Don) Cogn. X X X X
MELIACEAE
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. X X X
Trichilia emarginata C. DC. X
MENISPERMACEAE
Cissampelos ovalifolia DC. X X
Odontocarya tamoides (DC.) Miers X
MORACEAE
Mollinedia triflora Tul. X
Dorstenia brasiliensis Lam. X X
Ficus mexiae Standley X
MYRSINACEAE
Cybianthus brasiliensis (Mez) G. Agostini X
Myrsine coriacea Sieber ex DC. X X
Myrsine guianensis (Aubl.) O. Kuntze X X X
Myrsine lancifolia Mart. X X
Myrsine umbellata Mart. X X X
MYRTACEAE
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg X X X X
Calyptranthes cordata O.Berg X
Calypthranthes pulchella DC. X
Calypthranthes strigipes Berg X
Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg X
Campomanesia pubescens (DC.) O. Berg X
Campomanesia rufa (O. Berg) Nied. X
Campomanesia sessiliflora (O. Berg) Mattos X
Eugenia bimarginata O. Berg X X
Eugenia bella Phil. X
Eugenia cf. eurysepala Kiaersk. X X
Eugenia cavalcanteana Mattos X X
Eugenia involucrata D. C. X
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Família/Espécie
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M2004
C
alçada Brucutu
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M2007 MOEDA Sabará
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ariana
I
tabirito
MYRTACEAE
Eugenia klotzschiana
X
Eugenia modesta DC. X X
Eugenia punicifolia (Kunth) DC. X X
Eugenia sonderiana Berg X X X X X
Gomidesia kunthiana O. Berg X
Myrceugenia alpigena (DC.) Landrum X X
Myrcia amazonica DC. X
Myrcia breviramis (O.Berg) D.Legrand X
Myrcia crassifolia (Miq.) Kiaersk. X
Myrcia eriocalyx DC. X X X X
Myrcia hebepeta DC. X
Myrcia lasiantha DC. X
Myrcia fallax (Rich.)DC. X
Myrcia mutabilis (O.Berg) N.J.E.Silveira X X X
Myrcia obovata Nied. X X X X
Myrcia palustris DC. X
Myrcia pulchra Kiaersk. X
Myrcia retorta Cambess. X X
Myrcia splendens DC. X X X X X X
Myrcia subcordata DC. X
Myrcia subverticillaris X
Myrcia tomentosa Glaz.
Myrcia venulosa DC. X
Myrciaria glanduliflora (Kiaersk.) Mattos e D.Legrand X X X
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum
Psidium cinereum Mart. ex DC. X
Psidium firmum O. Berg X
Psidium grandifolium X
Psidium luridum (Spreng.) Burret X
Psidium obovatum Mart. ex DC. X
Siphoneugena densiflora Berg X X X X
Siphoneugena kiaerskoviana (Burret) Kausel X
Siphoneugena widgreniana Berg X
NYCTAGINACEAE
Guapira noxia (Netto) Lundell X X
Guapira obtusata (Jacq.) Little X
Guapira opposita (Vell.)Reitz X X
Guapira tomentosa X
OCHNACEAE
Luxemburgia corymbosa A. St.-Hil. X
Ouratea floribunda Engl. X X X
Ouratea semiserrata (Mart.et Nees) Engl. X X X X X X X
OLACACEAE
Ximenia americana L. X
ONAGRACEAE
Fuchsia cf.regia (Vell.)Munz X
Ludwigia octovalvis (Jacq.) Raven X
ORCHIDACEAE
Acianthera limae (Porto e Brade) Pridgeon e M.W. Chase X X X
Acianthera modestissima (Rchb.f. e Warm.) Pridgeon e M.W.Chase X
Acianthera prolifera (Herb. ex Lindl.) Pridgeon e M.W.Chase X
Acianthera teres (Lindl.) Luer X X X X X X X
Anathallis rubens (Lindl.) Pridgeon e M.W. Chase X
Anathallis sclerophylla (Lindl.) Pridgeon e M.W. Chase X
Bifrenaria aureofulva Lindl. X X
Bifrenaria harrisoniae (Hook.) Rchb.f. X X X
Bifrenaria tyrianthina (Loudon) Rchb. f. X
Bulbophyllum carassence R.C. Mota, F. Barros e Stehmann X
Bulbophyllum exaltatum Lindl. X
Bulbophyllum melloi Pabst X
Bulbophyllum weddelii Reichb. f. X X
Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe X
Campylocentrum sellowii (Reichb.f.) Rolfe X
Cattleya bicolor Lindl. X
Cleistes moritzii X
Cleistes paranaensis X
Comparettia coccinea Lindl. X
Dichaea australis Cogn. X
Encyclia patens Hook. X
Epidendrum armeniacum Lindl. X
Epidendrum campestre Lindl. X
Epidendrum filicaule Lindl. X
Epidendrum martianum Lindl. X X X X
Epidendrum paniculatum Ruiz e Pav. X
Epidendrum saxatile X
Epidendrum secundum Jacq. X X X X X X
Galeandra montana Barb. Rodr. X
Gomesa crispa (Lindl.) Kl. e Rchb. f. X
Grobya amherstiae Lindl. X
Habenaria jaguariahyvae X
Habenaria josephensis Barb. Rodr. X X
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Família/Espécie
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M2004
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alçada Brucutu
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M2007 MOEDA Sabará
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ariana
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tabirito
ORCHIDACEAE
Habenaria magdalenensis
X
Habenaria obtusa Lindl. X
Hoffmannseggella crispata (Thunb.) H.G.Jones X
Isochilus linearis (Jacq.) R.Br. X
Leptotes tenuis Rchb.f. X
Liparis nervosa (Tunb.) Lindl. X
Maxillaria madida Lindl. X
Maxillaria notylioglossa Rchb.f. X
Maxillaria rufescens Lindl. X
Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. X
Oncidium blanchetii Rchb. f. X X X X X
Oncidium enderianum X
Oncidium gracile Lindl. X X X X
Oncidium pirarene Rchb. f. X
Oncidium warmingii Rchb. f. X X X X
Pelexia aff. bonariensis (Lindl.) Schltr. X
Pleurothallis laciniata Barb.Rodr. X
Polystachya concreta (Jacq.) Garay e H.R.Sweet X X
Prescottia montana Rodrig. X
Prescottia oligantha Lindl. X
Prescottia plantaginea Lindl. X
Prescottia stachyodes (Sw.) Lindl. X
Prosthechea allemanoides (Hoehne ) W.E.Higgins X
Prosthechea pachysepala (Klotzsch) Chiron e V.P. Castro X X
Prosthechea vespa (Vell.)W.E.Higgins X X X
Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay X X X
Sarcoglottis schwackei (Cogn) Schltr. X X X X
Scaphyglottis modesta (Rchb.f.) Schltr. X
Sophronitis caulescens (Lindl.) Van den Berg e M.W.Chase X X X X X X X
Sophronitis cinnabarina X
Sophronitis crispata (Thunb.) Van den Berg e M.W. Chase X X X X X X
Sophronitis liliputana (Pabst)Van den Berg e M.W.Chase X
Stelis modesta Barb.Rodr. X
Zygopetalum maculatum (Kunth) Garay X X X
Zygopetalum mackayi Hook. X
Zygopetalum maxillare Lodd. X
Zygopetalum sellowii Rchb. f. X
OROBANCHACEAE
Buchnera lavandulacea Cham. e Schlecht. X X X
Esterhazya major X
Esterhazya splendida Mikan X
OXALIDACEAE
Oxalis glauca H. B. e K. X
PASSIFLORACEAE
Passiflora alata Curtis X
Passiflora amethystina J. C. Mikan X
Passiflora haematostigma Mart. ex Masters X X
Passiflora misera X
Passiflora speciosa Gardner X
Passiflora villosa Vell. X X X
PHYLLANTHACEAE
Phyllanthus submarginatus Mull.Arg. X
Phyllanthus rosellus Muell. Arg. X X X X X
Phyllanthus klotzschianus Muell. Arg. X X
Phyllanthus niruri L. X
PHYTOLLACACEAE
Microtea paniculata Moq. X X X X X
PIPERACEAE
Peperomia decora Dahlst. X X X X X
Peperomia diaphanoides Dahlst. X
Peperomia galioides H.B.K. X X X X X
Peperomia subrubrispica C. DC. X
Peperomia velloziana Miq. X
Piper cernuum Vell. X
POACEAE
Andropogon bicornis L. X X X
Andropogon gayanus Kunth X
Andropogon ingratus Hack. X X X X X
Andropogon leucostachyus Kunth X X X X
Andropogon macrothrix X
Anthaenantia lanata (Kunth) Benth. X
Aristida flaccida Trin. e Rupr. X
Aristida gibbosa (Nees) Kunth X
Aristida recurvata Kunth X X
Aristida torta (Nees) Kunth X
Axonopus aureus P. Beauv. X
Axonopus fissifolius (Raddi) Kuhlm. X
Axonopus marginatus (Trin.) Chase X
Axonopus pressus (Nees ex Steud.) Parodi X X X
Axonopus siccus Kuhlm. X X X X X X X X
178
Família/Espécie
R
M2004
C
alçada Brucutu
R
M2007 MOEDA Sabará
M
ariana
I
tabirito
POACEAE
Calamagrostis viridiflavescens (Poir.) Steud.
X
Chloris pycnothrix Trin. X
Chusquea nutans L.G.Clark X
Ctenium cirrhosum (Nees) Kunth X
Echinolaena inflexa (Poir.) Chase X X X X
Elionurus muticus (Spreng.) Kuntze X
Eragrostis curvula (Schrad.) Nees X
Eragrostis polytricha Nees X X X
Eriochrysis holcoides (Nees) Kuhlm. X
Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf X
Ichnanthus bambusiflorus (Trin.) Döll X
Megathyrsus maximus (Jacq.) B.K. Simon e S.W.L. Jacobs X
Melinis minutiflora P. Beauv. X X X
Melinis repens (Willd.) Zizka X X
Mesosetum ferrugineum (Trin.) Chase X
Mesosetum loliiforme (Hochst. ex Steud.) Chase X X
Microchloa indica (L. f.) P. Beauv. X
Panicum cyanescens Nees X X
Panicum maximum Jacq. X
Panicum poliophyllum Renvoize e Zuloaga X
Panicum polycomum Trin. X
Panicum pseudisachne Mez X
Panicum rude Nees X X
Panicum sellowii Nees X X X
Panicum subulatum Spreng. X X
Panicum wettsteinii Hack. X X
Paspalum brachytrichum X
Paspalum carinatum Humb. e Bonpl. ex Fluggé X X
Paspalum erianthum Nees ex Trin. X
Paspalum maculosum Trin. X
Paspalum minarum Hack. X
Paspalum pectinatum Nees X
Paspalum polyphyllum Nees X X X
Paspalum scalare Trin. X X X X
Schizachyrium condensatum Nees X
Schizachyrium sanguineum Nees X
Schizachyrium tenerum Nees X
Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen X
Sporolobus acuminatus (Trin.) Hack. X X
Sporobolus aeneus Kunth X X
Sporobolus metallicolus Longhi Wagner e Boechat X X X
Sporobolus reflexus Boechat e Longhi Wagner X
Thrasyopsis repanda (Nees) Parodi X
Trachypogon spicatus (L. f.) Kuntze X X
Tristachya leiostachya Nees X
POLYGALACEAE
Monnina stenophylla A. St. Hil e Moq. X
Polygala hirsuta A. St.-Hil. e Moq. X
Polygala ligustroides A.St.-Hil. X
Polygala paniculata L. X X
Polygala cf. urbanii Chod. X
POLYGONACEAE
Coccoloba acrostichoides Cham. X X
Coccoloba scandens Casar. X
POLYPODIACEAE
Campyloneurum aglaolepis X
Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C. Presl X
Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota X X X X
Nephrolepsis pectinata (Willd.) Schott X
Pecluma pectinatiformis (Lindm.) M. G. Price X
Phlebodium pseudoaureum (Cav.) Lellinger X X X
Pleopeltis astrolepis (Liebm.) Fourn. X
Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de la Sota X
Pleopeltis macrocarpa (Willd.)Kaulf. X
Polypodium hirsutissimum X
Polypodium minarum Weath. X X
Serpocaulon catharinae X
Serpocaulon latipes (Langsd. e Fisch.) A.R. Sm. X X X
PORTULACACEAE
Portulaca mucronata Link X X
Portulaca hirsutissima Cambess. X
PTERIDACEAE
Doryopteris collina (Raddi) J. Sm. X
Doryopteris ornithopus (Mett. ex Hook. Baker) J. Sm. X X X X
Pellaea crenata X
Pteris vitatta L. X
Pityrogramma calomelanos (L.) Link X
RAFFLESIACEAE
Pilostyles blanchetii R. Br. X
179
Família/Espécie
R
M2004
C
alçada Brucutu
R
M2007 MOEDA Sabará
M
ariana
I
tabirito
ROSACEAE
Prunus myrtifolia (L.) Urb. X X X X
Rubus brasiliensis Mart. X
RUBIACEAE
Alibertia vaccinioides K. Schum. X
Amaioua guianensis Aubl. X
Borreria angustifolia Cham.e Schltdl. X
Borreria capitata DC. X X X X X X
Borreria poaya DC. X
Borreria suaveolens G.F.W. Mey. X
Coccocypselum aureum Cham. e Schlecht. X X X
Coccocypselum condali Pers. X
Coccocypselum lanceolatum (Ruiz e Pav.) Pers. X X X
Cordiera concolor (Cham.) Kuntze X X X
Cordiera rigida K.Schum. (Kuntze) X
Declieuxia fruticosa Kuntze X X X
Declieuxia oenanthoides Mart. e Zucc. ex Schult. e Schult. f. X X
Declieuxia satureioides Mart. e Zucc. X
Declieuxia verticillata Muell. Arg. X
Emmeorhiza umbellata K.Schum. X
Faramea cyanea Mull. Arg. X
Galianthe angustifolia (Cham. e Schldl.) E.L. Cabral X X X
Galianthe thalictroides (K. Schum.) E.L. Cabral X
Palicourea marcgravii A. St.-Hil. X
Palicourea rigida X
Palicourea tetraphylla Cham. e Schltdl. X
Posoqueria latifolia (Rudge) Roem. e Schult. X
Psychotria vellosiana Benth. X X X X X X
Psychotria purpurascens Mull.Arg. X
Psicothria selowiana X
Psychotria stachyoides Benth. X
Psyllocarpus laricoides Mart. e Zucc. X X X
Remijia ferruginea DC. X X X X
RUTACEAE
Dictyoloma vandellianum Adr. Juss X
Hortia arborea Engl. X
Zanthoxylum rhoifolium Lam. X
SALICACEAE
Casearia arborea (Rich.)Urb. X X
Casearia obliqua Spreng. X
Casearia sylvestris Sw. X
Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler X
SANTALACEAE
Phoradendron crassifolium (Pohl ex DC.) Eichler X X
SAPINDACEAE
Matayba elaeagnoides Radlk. X
Matayba guianensis Aubl. X
Matayba marginata Radlk. X X
Matayba mollis Radlk. X X X X X
Paullinia carpopodea Cambess. X X X
Serjania acutidentata Radlk. X X
Serjania gracilis Radlk. X X X X
SCHIZAEACEAE
Anemia raddiana Link X
SELAGINELLACEAE
Selaginella flexuosa P. Beauv. X
Selaginella marginata (Humb. e Bonpl. ex Willd.) Spring X
SMILACACEAE
Smilax campestris Griseb. X
Smilax oblongifolia Pohl ex Griseb. X X X
Smilax ridida Russ. ex Steud. X
SOLANACEAE
Athenaea micrantha Sendt. X
Aureliana fasciculata (Vell.) Sendtn. X
Aureliana velutina Sendt. X
Brunfelsia brasiliensis (Spreng.) L.B.Sm. e Downs X X X X X
Calibrachoa elegans (Miers) Stehman e Semir X
Dyssochroma viridiflorum (Sims) Miers X
Schwenkia americana L. X
Solanum americanum Mill. X X X
Solanum cladotrichum Dunal X X X X X X
Solanum didymum Dunal X
Solanum gemellum Mart. ex Sendt. X
Solanum granuloso leprosum Dunal X
Solanum isodynamum Stendt. X X
Solanum leptostachys Dunal X
Solanum leucodendrum Sendt. X
Solanum lycocarpum A.St.-Hil. X X
Solanum refractifolium Sendt. X X X
Solanum stenandrum Sendt. X X X X X
Solanum subumbellatum Vell. X X
180
Família/Espécie
R
M2004
C
alçada Brucutu
R
M2007 MOEDA Sabará
M
ariana
I
tabirito
SOLANACEAE
Solanum swartzianum
X
Solanum velleum Roem. e Schult. X X
STYRACACEAE
Styrax aureus Mart. X
Styrax ferrugineus X
SYMPLOCACEAE
Symplocos lanceolata (Mart.) D.C. X
THELYPTERIDACEAE
Macrothelypteris torresiana (Gaud.) Ching X
Thelypteris dentata (Forssk.) E. St. John X
TURNERACEAE
Turnera cf. cuneiformis X
Turnera oblongifoliaCambess. X
URTICACEAE
Cecropia glaziovi Snethlage X
Cecropia pachystachya Trec. X
VELLOZIACEAE
Barbacenia bicolor X
Barbacenia flava Mart. ex Schult. e Schult. f. X X
Barbacenia sellovii Goethart e Henrard X X
Barbacenia sessiliflora L.B. Sm. X
Barbacenia bicolor X
Barbacenia tricolor Mart. X
Vellozia albiflora Pohl X X X
Vellozia caruncularis Mart. ex Seub. X X X X
Vellozia compacta Mart. ex Schult. e Schult. f. X X X X X X X X
Vellozia crassicaulis Mart. ex Schult. f. X
Vellozia graminea Pohl X X X X X X
Vellozia minima Pohl X
Vellozia cf resinosa Mart. ex Schult. f. X
Vellozia tragacantha Mart. ex Seub. X X
Vellozia virgata Goethart e Henrard X
VERBENACEAE
Lantana camara L. X X X X
Lantana fucata Lindl. X X
Lantana lilacina Desf. X
Lantana lundiana Schauer X X X
Lippia corymbosa Cham. X
Lippia elegans Cham. X
Lippia florida Cham. X
Lippia gracilis Schauer X X X X X X X
Lippia hermannioides Cham. X X X X X
Lippia lupulina Cham. X
Lippia rotundifolia Cham. X
Lippia sericea Cham. X
Stachytarpheta confertifolia Moldenke X
Stachytarpheta glabra Cham. X X X X X X
Stachytarpheta mexiae Moldenke X
VIOLACEAE
Anchietea pyrifolia G. Don. X
VITACEAE
Cissus albida Cambess. X X
Cissus subrhomboidea Planch. X
Cissus verticillata (L.) Nicolson et Jarvis X
VOCHYSIACEAE
Vochysia emarginata (Vahl) Poir. X
Vochysia thyrsoidea Pohl X X
Vochysia tucamorum X
XYRIDACEAE
Xyris asperula X
Xyris cf. dawsonii X
Xyris cf. tortula Mart. X
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