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SANDRA REGINA OLIVEIRA COSTA ZAMBONI
INFLUÊNCIA DE DOIS TIPOS DE RETENTORES INTRA-
RADICULARES E DO TIPO DE COROA TOTAL NA
RESISTÊNCIA E MODO DE FRATURA DE RAÍZES DE
INCISIVOS SUPERIORES
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JULIO DE MESQUITA FILHO”
CAMPUS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
unesp
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SANDRA REGINA OLIVEIRA COSTA ZAMBONI
INFLUÊNCIA DE DOIS TIPOS DE RETENTORES INTRA-
RADICULARES E DO TIPO DE COROA TOTAL NA RESISTÊNCIA E
MODO DE FRATURA DE RAÍZES DE INCISIVOS SUPERIORES
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
como parte dos requisitos para Obtenção do Título de DOUTOR, pelo
Programa de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA RESTAURADORA,
Especialidade em Prótese Dentária.
Orientador: Prof. Adj. Lafayette Nogueira Junior
São José dos Campos
2010
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Apresentação gráfica e normalização de acordo com:
Alvarez S, Coelho DCAG, Couto RAO, Durante APM. Guia prático para
Normalização de Trabalhos Acadêmicos da FOSJC. São José dos
Campos: FOSJC/UNESP; 2010.
Ficha catalográfica elaborada pelo Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos UNESP
AUTORIZAÇÃO
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por
qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.
São José dos Campos, 22/05/2010
Assinatura:
Zamboni, Sandra Costa
Influência de dois tipos de retentores intra-radiculares e do tipo de coroa total na
resistência e modo de fratura de raízes de incisivos superiores./ Sandra Regina Oliveira Costa
Zamboni. __ São José dos Campos: [s.n.]; 2010.
120.f. : il.
Projeto de Pesquisa (Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de
Concentração em Odontologia Restauradora) Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos, Universidade Estadual Paulista; 2008.
Orientador: Prof. Adj. Lafayette Nogueira Junior
1. Resistência à fratura - 2. Retentor intrar-radicular- 3. Materiais Dentários.
Banca Examinadora
Professor Adj. Lafayette Nogueira Junior (Orientador)
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos
Universidade Estadual Paulista - UNESP
Professor Prof. Dr. Eduardo Shigueiuki Uemura
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos
Universidade Estadual Paulista - UNESP
Professor Tit. Mário Alexandre Coelho Sinhoreti
Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Professor Adj. Mauro Antonio de Arruda Nóbilo
Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Professor Dr. Tarcisio José de Arruda Paes Junior
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos
Universidade Estadual Paulista - UNESP
São José dos Campos, 20 de Maio de 2010
DEDICO ESTA TESE:
A DEUS, pois sem ele sei que não poderia estar aqui...Dedico este
trabalho não a um Deus que consta em quase todas as dissertações, teses ou
convites de formatura, dedico e agradeço a Deus, presente e sempre amigo, que me
capacitou de força, muita força e sabedoria para suportar e entender tantos
momentos difíceis que transcorreram durante a estruturação deste trabalho...”
...Obrigada meu Pai, por sempre ter me guiado pelo caminho do bem,
iluminado todos os meus passos e colocando pessoas tão maravilhosas e especiais em
minha vida. Perdoe-me se por muitas vezes não suportando a dor, coloquei em
dúvida seu imenso amor... só tenho a dizer muito obrigada.
Aos meus pais, José Eleotério da Costa e Anadir Maria de Oliveira
Costa, Muito Obrigada. Não sei como agradecer por todo o amor que me deram,
todo o incentivo, apoio, conselho e por todas as coisas possíveis e as aparentemente
impossíveis que vocês me proporcionaram. Mesmo diante de toda simplicidade nós
(eu e meu irmão) sempre fomos suas prioridades em suas vidas, vocês são meus
exemplos de amor e doação, exemplos de honestidade, exemplos de pessoas a serem
seguidas e admiradas, agradeço à Deus por ter tido a oportunidade tão maravilhosa
de ser filha de vocês, meu obrigado é muito pouco diante de tudo que vocês sempre
representaram pra mim.
À minha querida Mãe
“Silencio”! Pois estou pensando, estou recordando… recordando
acontecimentos, passagens vividas, parte da minha vida…Os momentos de
colóquio amável, a palavra de incentivo e coragem, o carinho a compreensão, toda
a dedicação… E hoje, quando esse sonho se faz real, meus olhos com ansiedade
andam de um lado para outro procurando ver alguém que também sonhou esse
momento. Desesperados voam por toda parte procurando ver uma imagem, mas
ela não surge não se mostra… Não encontra na terra este inexplicável
ser…Neste instante sentimentos tomam meu íntimo… saudades…muitas
saudades…Ah! Que vontade… do mesmo abraço do início, de um choro de
alegria, de um carinho… de ouvir… ”Parabéns Filha” e de dizer um muito,
muito obrigado. Meus olhos rasos d’água recolhem-se… voltam-se para dentro e
só ai conseguem encontrar essa imagem tão almejada.
Desaparecida… Não! Hoje, mais do que nunca, ela está presente “…
junto aos meus pensamentos e a minha alma.”.
A José Eleotério da Costa Junior, meu irmão, quase meu filho, meu
amigo, companheiro de muitos momentos. Que bom que você existe e faz parte da
minha vida, te admiro pela sua honestidade, inteligência, não consigo imaginar
minha vida sem a sua presença ao meu lado. Seria um vazio...um imenso vazio.
Obrigada por sempre me ajudar e apoiar nas minhas decisões. Sei que sempre
estaremos juntos e unidos. Te amo muito!
À minha querida sogra Claydes, por estar sempre ao nosso lado, sempre
disposta a nos ajudar e sempre com uma palavra de carinho a oferecer, exemplo de
mulher e mãe a ser seguida. Minha eterna admiração.
Aos meus avós Messias Francisco dos Santos e Judith da Silveira
Santos, e Julito Felipe da Costa e Maria José de Jesus, pelos sábios conselhos e
ensinamentos e por todo amor que dedicaram a mim e a meus primos. Minha eterna
gratidão.
A Ana Maria da Silveira, minha segunda mãe, mãe de amor, mãe de
coração, mãe de carinho, por ter sempre participado de todos os momentos de minha
vida, desde minha infância, por ter me amado como uma filha, ensinando-me desde
criança a ter respeito e simplicidade, obrigada por seu incentivo nos meus estudos
sempre, sem você sei que não teria chegado onde cheguei. Muito obrigada seria
muito pouco diante de tanto amor a mim dedicado durante mais de 3 décadas..
Dedico também a você todas as minhas conquistas. Obrigado por tudo. Te amo
muito.
Aos meus cunhados e cunhadas, Cibele, Thales, Ornella, Théos, e
Thérsio, obrigada por sempre fazerem parte de nossas vidas, meu muito obrigado.
As minhas queridas sobrinhas Isadora e Valentina, estar com vocês é
sempre um grande momento de alegria pra mim, amo vocês do fundo do meu
coração, nunca se esqueçam que a titia estará sempre aqui pro que vocês precisarem.
Aos meus, tios, tias, primos e primas. Pela certeza que a realização
deste trabalho representa um momento de satisfação e orgulho para todos. Obrigado
pelo carinho.
À minha amiga e querida secretária Marta, amiga e companheira de
todas as horas, amiga de dedicação a mim e a minha família, não sei o que seria da
minha vida sem a sua presença. Um obrigado seria muito pouco diante de tanto
carinho a mim dedicados, meu eterno agradecimento.
Agradecimento muito mais que especial!
A meu amor e querido marido, amigo, companheiro de todas as horas,
Théron Zamboni, obrigada por toda sua ajuda e compreensão, não tenho palavras
para agradecer tamanha dedicação sempre demonstrada a mim e a minha família em
todas, absolutamente todas as horas de minha vida, sem você sei que nada disso
seria possível, seu amor e incentivo sempre me guiaram. A você dedico não esse
trabalho, mas também minha vida que ao seu lado passou a ter um brilho diferente
e especial... você é assim um sonho pra mim...eu penso em você desde o amanhecer
até quando eu me deito...meu melhor amigo é o meu amor” Obrigada por todo seu
amor e por saber que posso contar sempre contigo. Te amo muito!
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao meu Orientador, Prof. Adj Lafayette Nogeira Junior, pela amizade,
por sempre estar presente em todos os momentos da execução desta trabalho me
dando sempre o incentivo e oportunidade de realizar mais um sonho em minha
vida. Durante os 5 anos de convivência, aprendi a admirar essa pessoa
maravilhosa que carinhosamente chamo de “chefe”, com você aprendi o verdadeiro
significada da palavra orientador. Obrigada por sua ajuda nos momentos difíceis de
minha vida. Foi muito prazeroso conviver com você durante esses anos. Meu eterno
agradecimento.
Prof. Tit Marco Antonio Bottino, pela amizade, pelo carinho e
oportunidade de pertencer a tão seleto grupo de pós graduação. Seu exemplo de
seriedade e responsabilidade e seus ensinamentos levarei para o resto de minha vida,
meu muito obrigada.
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” – UNESP, na pessoa de seu Diretor, Prof. Dr. José
Roberto Rodrigues.
Ao Programa de Pós-Graduação em
Odontologia Restauradora, Especialidade Prótese Dentária,
Coordenado pelo Prof. Adjunto Clovis Pagani.
Aos Professores do Programa de Pós-
Graduação em Odontologia Restauradora, pela contribuição
na minha formação acadêmica e científica, bem como pelo
prazer de ter convivido com todos durante os anos de minha
Pós-Graduação.
Aos Professores das Disciplinas de
Materiais Odontológicos e da Disciplina Prótese Parcial
Removível, pelo carinho e momentos de convivência sincera.
Aos Professores Dr. Fernando Eidi
Takahashi e Dr. Renato Sussumo Nishioka da Disciplina de
Prótese Parcial Fixa Faculdade de Odontologia de o José
dos Campos UNESP, pelos ensinamentos transmitidos e pela
oportunidade de participar das atividades clínicas e laboratoriais
da Disciplina de Prótese Fixa. Meus sinceros agradecimentos.
Às secretárias da secção de Pós-Graduação,
Rosemary de Fátima Salgado Pereira, Erena Michie
Hasegawa e Maria Aparecida Consiglio de Souza, por todas
as vezes que me orientaram de maneira tão eficiente e
prestativa. Muito obrigado meninas.
Às secretárias e amigas Suzana Cristina de
Oliveira e Eliane Wenzel, do departamento de Materiais
Odontológicos e Prótese, pelo carinho, pela amizade e
dedicação dispensada em todos os momentos. Muito obrigado
por terem contribuído para tornar os meus dias ainda mais
felizes. Meus sinceros agradecimentos!
Aos técnicos de laboratório, Maria Inês
Moreira dos Santos e Fernando Carlos Fontes, pelo carinho,
amizade e por todas as infinitas vezes que nos deram suporte
nos trabalhos realizados em laboratório.
Ao Prof. Ivan Balducci, pela amizade, carinho,
atenção e pela paciência durante as “aulas particulares” de
estatística. Muito obrigado pela disponibilidade na realização da
parte estatística deste trabalho.
A minha amiga Diana, amiga de caronas e
conversas obrigada por sua confiança, carinho e por ter sido
sempre tão gentil com todos da pós graduação, seu carinho
levarei comigo. A você minha amiga, sou grata eternamente!
Muito obrigada.
A minha amiga Sheilinha, querida e sempre
presente nos meus pensamentos, muito obrigada por todo seu
carinho, levarei sua amizade comigo para sempre.
A Aleska, amiga e companheira meu muito
obrigada, obrigada por sua amizade e meu eterno agradecimento
a todos de sua família que me acolheram...meu muito obrigada
A meu amigo Rodrigo, amigo e confidente de
tantas horas, amigo admirável por tamanha competência e
responsabilidade, minha convivência com você foi enriquecedora
meu muito obrigada.
Às minhas amigas de turma de Doutorado,
Silvia Massae (Silvinha) e Liliana May (Lili) pelo forte laço de
amizade que nos une, pelo convívio harmonioso e por todos os
momentos inesquecíveis que passamos juntos.
Aos demais amigos do Programa de Pós-
Graduação, Anderson Castilho, Lucas Zogheib, Humberto
Lago de Castro, Luis Guilherme, Priscilla Cristoforides,
Eurípedes Kaizo, Mariana Gonçalves, Paula Benetti,
Fernanda Pelógia, Renata Melo, Regina Amaral e Susana
Salazar, pelos momentos compartilhados. Foi um prazer
conviver com todos vocês.
Ao Laboratório Imbra, na pessoa de Robson,
pela amizade e grande atenção dispensada em todos os
momentos que necessitei do seu apoio. Muito obrigado.
Ao amigo Dr. Gustavo Abissamra Issas por ter
me proporcionado executar com liberdade a parte experimental
desta tese, meu muito obrigada.
A querida Vanessa Campos, querida auxiliar
que muito me ajudou no preparo do piloto dessa tese.
À Diretora Técnica dos Serviços de Biblioteca e
Documentação, Ângela de Brito Bellini, da Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos UNESP, por realizar as
correções com competência e muita dedicação.
Aos funcionários do Departamento de
Materiais Odontológicos e Prótese pela ajuda na execução
de todas as tarefas.
Aos funcionários da Limpeza do
Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, pelo
carinho e por nos possibilitar trabalhar em um ambiente sempre
limpo e organizado.
E a todos que, direta ou indiretamente,
contribuíram para a realização deste trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................. 16
LISTA DE TABELAS E QUADROS...................................................... 18
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................... 19
RESUMO............................................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 22
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................. 28
3 PROPOSIÇÃO.................................................................................... 59
4 MATERIAL E MÉTODOS................................................................... 60
4.1 Material ........................................................................................... 60
4.2 Método............................................................................................ 61
4.2.1 Obtenção das amostras ............................................................. 61
4.3 Confecção dos corpos de prova .................................................. 62
4.4. Preparo das raízes..........................................................................64
4.5 Constituição dos grupos............................................................... 66
4.6 Construção da porção coronária.................................................. 66
4.7 Preparo do espaço para o pino e preparo das amostras dos
grupos restaurados com núcleo metálico fundido........................... 67
4.8 Cimentação do Núcleo Metálico Fundido.................................... 68
4.9 Preparo do espaço para o pino e preparo das amostras dos
grupos restaurados com pinas de fibra pré-fabricados................... 70
4.10 Cimentação do Pino de Fibra de Quartzo.................................. 71
4.11 Moldagem dos preparos e obtenção dos modelos em gesso.73
4.12 Confecção e cimentação das coroas......................................... 74
4.12.1 Coroa Metalo Cerâmica............................................................ 75
4.12.2 Cimentação................................................................................ 75
4.13 Coroa Synfoni ........................................................................... 76
4.13.1 Cimentação ................................................................................ 77
4.14 Coroa e-max .............................................................................. 78
4.14.1 Cimentação ................................................................................ 79
4.15 Teste de ciclagem mecânica .................................................... 80
4.16 Ensaio de Resistência à fratura .............................................. 81
4.17 Análise do padrão de fratura .................................................. 82
4.18 Análise estatística ..................................................................... 82
5 RESULTADOS ................................................................................... 84
5.1 Ensaio de resistência à Compressão ........................................... 84
6 DISCUSSÃO ....................................................................................... 90
7 CONCLUSÃO ................................................................................... 104
8 REFERÊNCIAS ................................................................................ 105
ANEXO - Certificado do Comitê de ética em Pesquisa com
Seres Humanos .................................................................................. 119
ABSTRACT ....................................................................................... ..120
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1-
Espécime dentário padronizado em 16 mm.................
61
FIGURA 2-
Simulação do espaço periodontal................................
63
FIGURA 3-
Inclusão dos corpos de prova no interior do cilindro....
63
FIGURA 4-
Aplicação do poliéter para simular ligamento
periodontal....................................................................
64
FIGURA 5-
Pontas diamantadas utilizadas e profundidade de
desgaste: (a) 016, 9 mm até o terço apical; (b) 3017
HL, 5 mm de profundidade até o terço cervical e (c)
3018 HL, 3 mm de profundidade até o terço cervical...
65
FIGURA 6-
Padrão confeccionado em resina para reprodução
dos munhões................................................................
67
FIGURA 7-
Molde em acetato.........................................................
67
FIGURA 8-
Primer A e Primer B utilizado na cimentação...............
69
FIGURA 9-
Cimento Resinoso Multilink..........................................
69
FIGURA 10-
Brocas e respectivos pinos de fibra de quartzo do
sistema Macro Lock X-RO RTD................................
70
FIGURA 11-
Munhão em resina confeccionado através de molde
de acetato....................................................................
71
FIGURA 12-
a) Tratamento da superfície do pino de fibra................
72
FIGURA 13-
Cimentação do pino de fibra de quartzo a) Aplicação
do primer A+B; b) Introdução do pino de fibra tratado
com cimento resinoso; c e d) Colocação dos pinos
acessórios....................................................................
72
FIGURA 14-
a) Coroa em resina indireta; b) Coroa metal free; c)
Coroa metalo cerâmica................................................
74
FIGURA 15-
Sistema Sinfony a) unidade Visio Alfa; b) unidade
Visio Beta Vario............................................................
77
FIGURA 16-
Sistema IPS e-max a) pastilha de cerâmica sendo
colocada no cilindro; b) cilindro posicionado sobre a
pastilha; c) cilindro de revestimento com pistão
posicionado no centro do forno....................................
78
FIGURA 17-
Condicionamento ácido por 20 segundos ...................
79
FIGURA 18-
Aplicação do agente Silano..........................................
79
FIGURA 19-
Cicladora Mecânica......................................................
80
FIGURA 20-
Tipos de fraturas favoráveis.........................................
81
FIGURA 21-
Tipos de fraturas desfavoráveis...................................
81
FIGURA 22-
Gráfico de colunas (média±desvio padrão) dos
valores de resistência à fratura segundo as condições
experimentais estabelecidas pelas duas variáveis em
estudo: Pino e Restauração.........................................
85
FIGURA 23-
Gráfico de médias para o efeito interação....................
86
FIGURA 24-
Gráfico de classificação de fraturas.............................
89
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1-
Média (±DP) dos dados de resistência à compressão
(Kgf)) segundo os fatores “pino”, material
restaurador.....................................................................
84
Tabela 2-
ANOVA (2 fatores) para os dados (kgf) obtidos no
ensaio de resistência à fratura........................................
85
Tabela 3-
Formação de grupos homogêneos (conjuntos de
mesmo desempenho) quanto a valores (kgf) dios de
compressão de corpos de prova, de acordo com o Tipo
de Material Restaurador, após a aplicação do Teste de
Comparação Múltipla de Tukey (5%)..............................
87
Tabela 4-
Formação de grupos de mesmo desempenho, após o
teste de Tukey (5%) para as seis condições
experimentais...............................................................
88
Tabela 5-
Média (±desvio padrão) dos dados de resistência à
fratura obtida nos teste de compressão sob duas
condições de Pino em três diferentes materiais
restauradores .................................................................
88
Tabela 6-
Classificação e padrão de fratura para todos os grupos
analisados.......................................................................
88
Tabela 7-
Valores em kilograma-força (kgf) e seus
correspondentes em Newton (N).....................................
100
Quadro 1-
Nomes comerciais, tipos de material e fabricantes dos
produtos utilizados nos experimentos.............................
60
Quadro 2-
Distribuição dos grupos de acordo com o tipo de
material............................................................................
66
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANOVA = Análise de Variância
Bis-GMA = Bisfenol Glicidil Metacrilato
cm = Centímetros
cp = Corpos de prova
C = Cerômero
E = Módulo de elasticidade
EDTA = Ácido etileno diamino tetracético
Fig = Figura
FRC = Fiber resin composite
FEA = Análise de elementos finitos
g = Grama
gl = Grau de liberdade
Gpa = Giga Pascal
° C = Grau Celsius
H = Horas
HL = Haste longa
Hz = Hertz
Kg = Kilograma
Kgf = Kilograma força
Máx. = Máximo
MC = Metalo-ceramica
MD = Mésio distal
MEV = Microscopia eletrônica de Varredura
MF = Metal free
Min = Mínimo
min = Minutos
ml = Mililitros
mm = Milímetros
mm
2
= Milímetro quadrado
µm = Micrômetro
MOD = Mésio-ocluso-distal
MPa = Mega Pascal
MR = Material restaurador
N = Newton
OPC = Optimal pressable ceramic
NMF = Núcleo metálico fundido
Ni-Cr = Níquel cromo
s = Segundos
TEG-DMA = Trietilenoglicol dimetacrilato
™ = Trade mark
UDMA = Urano dimetacrilato
UEDMA = Uretano etileno dimetacrilato
VL = Vestíbulo-lingual
Zamboni SC. Influência de dois tipos de retentores intra-radiculares e do
tipo de coroa total na resistência e modo de fratura de raízes de incisivos
superiores [tese]. São José dos Campos: Faculdade de Odontologia de
São José dos Campos, UNESP - Univ Estadual Paulista; 2010.
RESUMO
O objetivo neste estudo foi avaliar e comparar a resistência à fratura de
incisivos centrais restaurados usando dois tipos de pinos intra-radiculares:
núcleo metálico fundido e pinos de fibra de quartzo, reconstruídos com
diferentes tipos de coroas. A hipótese nula testada foi que a resistência a
fratura desses corpos de prova não apresentariam diferença quanto ao
tipo de pino e tipo de coroa. Sessenta incisivos centrais superiores foram
divididos em 6 grupos: G1- núcleo metálico fundido + coroa em cerômero,
G2- núcleo metálico fundido + coroa metalo-cerâmica, G3- cleo
metálico fundido + coroa em e-max, G4 pino de fibra de quartzo e pinos
acessórios + coroa em cerômero, G5- pino de fibra de quartzo e pinos
acessórios + coroa metalo-cerâmica e G6- pino de fibra de quartzo e
pinos acessórios + coroa em e-max. Todos os espécimes foram
submetidos à ciclagem mecânica com freqüência de 2 Hz e 500.000
ciclos com carga de 3Kg. Os corpos de prova foram submetidos a teste
de compressão em uma máquina universal de ensaios (Emic) com
velocidade de carga de 1,0 mm/min até a sua fratura. Os valores de
resistência à fratura foram G1- 47.44 ± 10.39, G2- 54.74 ±7.76, G3-49.71
± 8.66, G4- 54.97 ± 8.67, G5-73.50 ± 11.83 e G6- 55.47 ± 10.62. A análise
de variância (ANOVA) (p<0,05) mostrou diferença estatisticamente
significante para os pinos. Quanto à análise de fratura, os núcleos
metálicos fundidos apresentaram o maior número de amostras com
fratura desfavoráveis quando comparados os pinos de fibra de quartzo. O
conjunto pino de fibra restaurados com coroa metalo cerâmica,
apresentou valor de resistência à fratura estatisticamente maior quando
comparado aos demais grupos segundo o teste de Tukey (5%), Metalo
cerâmica - 64,12±13,69 kgf, difere estatisticamente das demais coroas
metal free - 52,59±9,88 kgf e cerômero - 51,20±10,08 kgf que, entre si,
não diferem estatisticamente. O resultado deste estudo indica que o uso
de pinos de fibra aumenta à resistência a fratura e melhora o prognóstico
em caso de fratura.
PALAVRAS-CHAVE: Resistência à fratura. Retentor intra-radicular.
Materiais dentários.
22
1 INTRODUÇÃO
A busca por procedimentos estéticos na odontologia tem
levado a um grande desenvolvimento dos materiais dentários, bem como
das técnicas restauradoras (Pizi, 2003). Conseqüentemente, existe uma
grande demanda por restaurações livres de metal e pinos intra-radiculares
e núcleos que não interfiram no resultado estético final da restauração
(Newman, 2003).
O principal objetivo da odontologia restauradora está na
conservação e restabelecimento da função estética dos dentes. Assim,
dentes submetidos à restaurações extensas e mal adaptadas, infiltradas
ou com grandes destruições coronárias necessitam na maioria das vezes
de tratamento ou retratamento endodôntico (Carvalho, 2005). Desta forma
nos deparamos com pequena ou nenhuma quantidade de remanescente
coronário havendo, normalmente a necessidade do uso de pinos intra-
radiculares para restabelecermos a porção coronária, além de
proporcionarmos retenção e suporte para a futura restauração direta ou
indireta dos dentes debilitados (Burgess, 1992).
A recuperação estrutural de um dente despolpado torna-se
muito importante para garantir sucesso da futura restauração, de acordo
com Akkayan em 2002, não existindo um consenso em relação às
melhores técnicas e materiais a serem utilizados e, desta forma, o
tratamento restaurador torna-se mais complexo.
Os núcleos metálicos fundidos têm sido utilizados muitos
anos como forma de reconstituição dos dentes com grande destruição
coronária sendo considerados até os anos 80 como a melhor técnica de
reforço e de reconstrução coronária do dente tratado endodonticamente
23
(Duret, 1990). Estes são utilizados onde o remanescente não é suficiente
para promover a resistência estrutural ao material de preenchimento, a
fim de que se possa confeccionar sobre este uma coroa protética.
Dentre alguns critérios que, segundo Greenfeld e Marshall em
1983, devem ser seguidos para que esta modalidade de tratamento
apresente sucesso, os pinos necessitam de uma coroa satisfatória sobre
si para promoverem resistência adequada e devem ter retenção suficiente
para manter a coroa. Os núcleos metálicos fundidos apresentam um
índice de fratura radicular de aproximadamente 2 a 4% (Morfis, 1990),
causada principalmente por concentração de tensões (Ferrari, 2002,
Malferrari, 2003), devido a seu alto módulo de elasticidade (Saupe, 1996;
Lertchirakarn, 2003; Albuquerque, 2003). As propriedades estéticas
desses materiais são limitadas principalmente quando restaurações
cerâmicas de alta translucidez são utilizadas.
Assim torna-se fundamental buscarmos alternativas aos
sistemas de núcleos convencionais, uma vez que a substituição da
dentina intra-radicular destruída por cleos metálicos fundidos poderá
gerar efeito de cunha, levar à fraturas radiculares extensas e condenar o
dente à exodontia (Heydecke, 2001).
Com a introdução dos pinos de resina reforçados com fibras de
carbono por Duret, em 1988, e o aprimoramento dos conceitos de
odontologia adesiva, principalmente com relação à adesão dentinária
(Perdigão, 1994), as técnicas de confecção de núcleos protéticos
sofreram profundas modificações, no que se refere aos materiais
utilizados como retentores intra-radiculares e os materiais de
preenchimento coronário. Vários tipos de pinos de fibras pré-fabricados
foram desenvolvidos, incluindo os de fibra de vidro, fibra de carbono, fibra
de quartzo e zircônia.
24
Diversos estudos (Brandal, 1987; Martinez-Insua, 1998;
Heydecke, 2001) convergiram para a utilização de núcleos diretos ou
indiretos fibro-resinosos como uma opção clínica para dentes tratados
endodonticamente e com grande destruição coronária. A grande
vantagem destes pinos está na possibilidade de usar compósitos
restauradores para reconstruir a estrutura coronária deficiente,
oferecendo integridade da interface por meio do uso de materiais com
módulo de elasticidade semelhante. (Trope,1986; Steele, 1999). O
módulo de elasticidade dos pinos de fibra (20 Gpa) é similar ao da dentina
(18,6 GPa), porém muito diferente dos pinos metálicos (200 GPa)
(Pegoretti, 2002, Martinez-Inssua, 1998, Anusavice, 2003, e King, 1990) e
pinos cerâmicos (150 GPa) (Galhano, 2005). A rigidez semelhante dos
pinos de fibra em relação à dentina permite uma redução da concentração
de tensão na interface dentina-pino (Newman, 2003, Boschian, 2002),
favorecendo a transferência de forças à raiz e reduzindo a incidência de
fratura (Assif; Gorfil, 1994; Pegoretti, 2002; Fernandes, 2001; Yaman,
1998; Freedman,1996; Cohen,1999)
Existem muitas divergências entre os estudos no que diz
respeito á resistência a fratura dos pinos de fibra em relação aos
metálicos. Alguns autores mostraram que dentes tratados
endodonticamente restaurados com pinos de fibra tiveram sua resistência
à fratura reduzida quando comparados a dentes restaurados com pinos
metálicos (Martinez-Inssua, 1998; Newman, 2003). Outros, entretanto,
indicaram que a resistência à fratura de dentes restaurados com pinos de
fibra é a mesma ou maior que aqueles restaurados com pinos metálicos
(Saupe, 1996; Rosentritt, 2000; Raygot, 2001; Mollersten, 2002)
Entretanto, o maior desafio encontrado diante da restauração
de dentes com perda prévia de quantidades significantes de estrutura
dental coronária e radicular através da recidiva de cárie, infiltrações no
núcleo intra-radicular, remoção de pinos cimentados anteriormente além
25
do tratamento endodôntico mal executado, ocasionando assim, destruição
interna e fragilização do canal radicular. Diante de tais fatos, é inevivel o
enfraquecimento da raiz e, conseqüentemente, maior susceptibilidade à
fratura (Lui, 1987, 1992).
A evolução dos sistemas adesivos e dos materiais
restauradores proporcionou um maior mero de alternativas
restauradoras. Dentes que apresentem perda de estrutura coronária total
ou superior a 50% necessitam de um recobrimento total do remanescente
dental ou a execução de uma coroa total artificial. Essas coroas podem
ser associadas à infra-estruturas de reforço de natureza metálica ou não
metálica.
Durante muitos anos as coroas metalo-cerâmicas prevaleceram
como opção de tratamento e ainda são bastante utilizadas (Bello; Jarvis,
1997; Rammelsberg, 2000). Pelo fato de haver necessidade da utilização
de material opaco para mascarar o metal, a estética pode ficar
prejudicada, sendo outra desvantagem, a linha acinzentada em margens
gengivais finas (Bello; Jarvis, 1997). Com o desenvolvimento das técnicas
adesivas, a cerâmica sem reforço metálico passou a ser utilizada em
restaurações parciais, totais e em prótese fixas de pequena extensão
(Campos, 2005). A boa aceitação das coroas em cerâmica se deve à sua
melhor adaptação, resistência ao desgaste e à fratura e estética superior
quando comparada às coroas metalo-cerâmicas (Anusavice, 1997). A
cerâmica possui alto módulo de elasticidade e alta friabilidade, entretanto
após cimentada, apresenta alta resistência à fratura (Strub; Beschnidt,
1998).
As coroas em cerômero sem infra-estrutura, ou polímeros
otimizados por cerâmica são resinas compostas microhíbridas de uso
indireto e que apresentam uma média de 66% de peso de partículas
minerais cerâmicas. (Shinkkai, 2000; Pick, 2002). Os cerômeros são a
base de Bis-GMA (BisfenolA glicildimetacrilato) com adição de
26
metacrilatos multifuncionais (Rammelsberg, 2000), maior quantidade de
carga e processo de polimerização em laboratório que possibilita maior
conversão monomérica, tornando-o mais resistente que as resinas
compostas convencionais (McLaren, 1999). Entretanto, a resistência ao
desgaste, manutenção do polimento e manchamento devido à sorção de
água, são algumas das dificuldades encontradas (Mc Laren, 1999).
O desenvolvimento de novos sistemas cerâmicos sem metal
para próteses parciais fixas e unitárias, com propriedades físicas
semelhantes às das ligas metálicas, mas que atendam também ao
requisito estético possibilita atualmente a confecção de restaurações com
ótimas propriedades mecânicas e excelente resultado estético. A
incorporação de óxido de alumínio na composição da cerâmica propiciou
a obtenção de uma restauração mais forte e durável que a feldspática
convencional. As coroas cerâmicas sem metal demonstraram boa
resistência à fratura em testes laboratoriais e têm sido consideradas de
bom potencial estético porque a transmissão da luz através da
restauração é melhor que nas coroas metalo-cerâmicas (Burke, 1996).
Porém a cerâmica de alto módulo de elasticidade apresenta alta
friabilidade, portanto, é considerada a restauração mais susceptível à
fratura na categoria das restaurações estéticas sem metal (Bello; Jarvis,
1997). Vários estudos (Burke, 1996; Burke e Watts, 1998) avaliaram a
resistência das coroas de cerâmica sem metal e sua relação com o
remanescente dental. Para que a cerâmica desempenhe bem o seu papel
funcional é necessária a execução de preparos mais profundos
propiciando maior espessura da restauração. Embora a melhora estética
conseguida nas restaurações tenha sido significativa, foi observado o
aumento das falhas causadas pelas propriedades mecânicas vulneráveis
das coroas cerâmicas em relação às metalo-cerâmicas (Rammelsberg,
2000).
27
Considerando a evolução atual dos sistemas de adesão
dentinária, dos cimentos resinosos, dos pinos de fibra e dos materiais
restauradores utilizados nas coroas, os quais nos permitem obter
restaurações com propriedades mecânicas mais próximas as da dentina,
mostra-se válido questionar se existe diferença no módulo de elasticidade
do tipo de retentor intra-radicular e o tipo de restauração definitiva. Ou
seja, se o módulo de elasticidade do material restaurador utilizado no
interior do canal radicular possui influência na resistência à fratura do
conjunto dente/pino e se isso depende do tipo de material utilizado nas
coroas protéticas e desta forma encontrar a melhor combinação que
favoreça o comportamento clínico do elemento dental.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Baseado no tema proposto a ser estudado nesta pesquisa
Resistência à fadiga de diferentes retentores intra-radiculares restaurados
com diferentes tipos de materiais restauradores - realizou-se uma revisão
da literatura buscando informações acerca de estudos sobre a resistência
à fratura deste tipo de material.
Caputo e Standlee, em 1976, ressaltaram que a utilização de
núcleos intra-radiculares tem finalidade retentiva em uma restauração e
não no seu reforço. O pino utilizado deveria ao mesmo tempo oferecer o
beneficio da retenção sem o prejuízo da concentração de estresse
dentinário que poderia resultar em fratura radicular. Os autores
consideraram sua utilização numa técnica radical e na ocorrência de
eventuais falhas, soluções corretivas poderiam ser empregadas. Pinos
com paredes paralelas, serrilhas e cimentados com fosfato de zinco
seriam a melhor combinação para o sucesso da prótese. Aconselharam
ainda a manutenção de pelo menos 1 mm de dentina integra ao redor de
toda circunferência do canal.
Guzy e Nicholls em 1979, compararam a resistência à fratura
de dentes tratados endodonticamente com e sem pinos cimentados.
Utilizaram 59 incisivos centrais superiores e caninos inferiores tratados
endodonticamente divididos em quatro grupos: caninos com e sem pinos,
e incisivos com e sem pinos. Nos grupos com pinos, a obturação foi
removida ate 5 mm do ápice e pinos pré-fabricados metálicos (Endo-Post)
foram cimentados com cimento de fosfato de zinco. Os pinos foram
cortados 1 mm abaixo do acesso endodôntico, que foi restaurado com
cimento de silicato. Os dentes foram fixados (2 mm abaixo da junção
cemento-esmalte) em blocos de resina acrílica, sendo aplicada silicona de
29
condensação sobre a raiz para simular o ligamento periodontal. Forças
compressivas foram aplicadas sobre os dentes através de uma máquina
universal de ensaios a um ângulo de 130º. Esta angulação de carga de
130º foi escolhida para simular o ângulo de contato encontrado em
padrões oclusais de Classe I entre dentes anteriores superiores e
inferiores. A velocidade de carga foi de 5 cm/min. Não houve diferença
estatisticamente significante no padrão ou localização da fratura (58
dentes fraturaram no terço médio ou cervical da raiz) nem na resistência à
fratura entre os dentes com e sem pinos. Como as falhas iniciaram-se na
face vestibular ou lingual das raízes, os autores deduziram que o pino,
pela sua posição, recebe estresse mínimo, reforçando muito pouco a raiz
sob cargas extremas. Conseqüentemente quanto mais longo o diâmetro
vestíbulo-lingual da raiz, maior sua resistência à fratura.
Hunter et al., em 1989, avaliaram o efeito da terapia
endodôntica, o preparo para pino e a colocação dos pinos, na distribuição
do estresse nas regiões cervical e apical dos dentes, através de análise
bi-dimensional por fotoelasticidade. Utilizaram pinos com três diâmetros
diferentes (pequeno- 1,10 mm, médio- 1,5 mm e largo- 1,8 mm), em dois
comprimentos diferentes (3 mm, 6 mm e 9 mm). Concluíram que a
remoção da estrutura dental interna pôde contribuir para o aumento do
estresse na região cervical. O mínimo alargamento do canal radicular
para colocação de um pino de tamanho moderado não enfraquece a
estrutura dental e, se este pino possuir comprimento e diâmetros
adequados, pode até reforçar o dente. O comprimento dos pinos foram
mais críticos do que o diâmetro para determinar o estresse na região
cervical.
Em 1992, Sedgley e Messer analisaram as propriedades
biomecânicas de vinte e três dentes tratados endodonticamente. Nesse
estudo foram testadas as seguintes variáveis: resistência à tração;
módulo de elasticidade, dureza e resistência à fratura. A análise
estatística não revelou nenhuma diferença significativa entre os dois
30
grupos. Baseados nas similaridades das propriedades biomecânicas
encontradas entre dentes vitais e não vitais, constatou-se que o
tratamento endodôntico não tornou o dente mais frágil. Fatores como
perda de estrutura dental por cárie, acesso endodôntico, instrumentação
endodôntica, traumas e preparos cavitários foram considerados muito
mais contribuintes para a fragilidade do dente.
Huang et al., em 1992, analisaram espécimes de dentina entre
dentes vitais e tratados endodonticamente, com o objetivo de determinar
se haveria diferença significativa entre as propriedades mecânicas da
dentina entre ambos. Tais propriedades foram avaliadas depois das
amostras serem submetidas a testes de compressão, tração e impacto.
Os resultados deste estudo revelaram que a desidratação após o
tratamento endodôntico não enfraqueceu a dentina, que não houve
diferença estatisticamente significante na resistência à compressão e
tração dos dentes despolpados contrapostos aos dentes vitais.
Em um artigo sobre as considerações biomecânicas da
restauração de dentes despolpados, Assif e Gorfil em 1994 explicaram
que tais dentes tornaram-se enfraquecidos em função da perda de
estrutura dental coronária e radicular e que os pinos intra-radiculares
metálicos não reforçaram os mesmos. Quando o dente é carregado
mecanicamente na porção lingual, ocorre a seguinte situação: a) cria-se
um fulcro localizado no nível da crista óssea; b) o terço médio lingual fica
sob tensão de tração; c) o terço dio vestibular fica sob tensão de
compressão; d) a região central correspondente ao canal radicular fica em
uma zona de menor estresse (zona neutra). Assim, o pino teria pouca
função de impedir a fratura radicular, o que muito provavelmente
começaria na região externa lingual (tensões de tração). Foi observado
que quando os dentes despolpados são restaurados com retentores
metálicos fundidos, concentração de tensões no terço coronário,
especialmente na interface entre estruturas com diferentes módulos de
elasticidade. Os autores ressaltaram que os clínicos deveriam se
31
preocupar mais em preservar estrutura dental ao invés de colocar
inadvertidamente pinos intra-radiculares, especialmente em relação à
preservação do diâmetro do canal (espessura de dentina). De acordo com
os autores, a ancoragem radicular deveria ser realizada quando
necessidade de retenção do núcleo coronário.
Lui em 1994, avaliou a eficiência da transmissão de luz de
pinos fototransmissores (LUMINEX). Neste estudo, a profundidade de
cura de uma resina composta fotopolimerizada dentro de canais
radiculares artificiais através de pinos plásticos transmissores de luz foi
comparada ao método convencional de fotopolimerização. Seis tamanhos
de pinos com diâmetros de 1.05 mm, 1.20 mm, 1.35 mm, 1.50 mm, 1.65
mm e 1.80 mm foram investigados. A profundidade de cura da resina
composta foi determinada por um indicador digimático, que é um
instrumento de mensuração de deslocamento de alta precisão. A
profundidade de cura da resina foi interpretada a partir de valores de
deslocamento da ponta medidora, em contato com a superfície avaliada,
registrados pelo aparelho. Quanto maior o grau de polimerização maior o
valor de deslocamento registrado pelo aparelho. Em geral, os pinos com
maior diâmetro ofereceram maior profundidade de cura. Houve diferença
significativa na profundidade de cura entre o grupo controle (sem pino) e
todos os tamanhos de pinos avaliados e também entre todos os diâmetros
(com exceção dos pinos de 1.35 mm e 1.50 mm). Com esses pinos
fototransmissores foi possível encontrar uma profundidade de cura que
ultrapassou 11 mm.
Segundo Wiskott et al., em 1995, evidências clínicas indicariam
que a maioria das fraturas em estrutura protéticas ocorreria após um
período de vários anos. Essas falhas geralmente não estariam
relacionadas a episódios de sobre carga, mas resultariam de um processo
de fadiga. A fadiga seria o motivo da falha de uma estrutura a partir de
cargas repetidas. No entanto, somente aplicação de uma destas não seria
suficiente para causar algum prejuízo ao componente. Muitos
32
pesquisadores buscaram, por testes e investigações sistemáticas,
reproduzir a falha por fadiga, chegando ao teste de carga cíclica e
conceitos como o limite de fadiga. A falha de fadiga é explicada pelo
desenvolvimento de trincas microscópicas em áreas de concentração de
estresse. Com a continuidade de cargas, estas trincas fundem-se
provocando o fracasso. Falhas catastróficas resultariam de um ciclo final
de cargas que excedem a capacidade mecânica do material. Processos
similares podem ser observados em estruturas biológicas. As falhas em
prótese parcial fixa podem ser biológicas ou mecânicas, sendo que as
mecânicas ocorrem entre 2,5 a 15 anos, dependendo do tipo de
restauração. A maioria destas falhas é classificada como catastrófica
depois de anos de uso. Avaliações de comportamento laboratorial de
materiais dentários e estruturas devem ser feitas por testes dinâmicos.
Smith et al., em 1998, através de uma revisão de sistemas para
pinos e núcleos estabeleceram critérios biomecânicos para cada
componente do sistema restaurador. Os critérios propostos para os pinos
pré-fabricados foram: resistência a carga, corrosão, retenção, distribuição
de estresse, biocompatibilidade e conservação da estrutura dentária. Para
os materiais de reconstrução do núcleo os critérios foram: facilidade de
uso, tempo de trabalho, resistência a carga, microinfiltração, estabilidade
dimensional, e mecanismo de adesão. para os cimentos os critérios
reunidos foram: resistência a carga, microinfiltração, espessura da
película, solubilidade, mecanismo de adesão e facilidade de uso.
Cohen et al., em 1999, realizaram um estudo comparativo in
vitro sobre retenção e padrão de stress fotoelástico sob duas condições
de carga, vertical (132 N/30 libras) e obliqua, em um ângulo de 26º (132
N/30 libras) de dois sistemas de pinos pré fabricados. Os pinos estudados
foram: 1) Flexi-post e 2) C-Post. Dois grupos com 10 espécimes cada
foram submetidos a forças retentivas com uma maquina universal de
ensaios. Além disso, dois blocos de testes fotoelásticos foram preparados
com canais radiculares simulados para cada pino de fibra estudado. Após
33
a cimentação os blocos fotoelásticos foram fotografados antes e depois
da carga vertical e obliqua serem aplicadas. O método ANOVA (1 fator)
para dados de retenção revelou uma grande e significativa diferença
(P<0.001) entre os grupos. O Flexi-post apresentou resultado
estatisticamente maior de força de retenção 1180.6 N (265.9 libras)
enquanto o C-Post apresentou resultado 171.8 N (38,7 libras). A análise
fotoelástica indicou estresse mínimo para ambos os pinos no estado sem
carga. O C-Post mostrou padrão de stress assimétrico apicalmente,
quando carregado em ambos os estados, enquanto o sistema Flexi-Post
distribuiu claramente os estresses simetricamente. Portanto os resultados
dos pinos Flexi-Post, estatisticamente, foram superiores aos resultados
dos pinos C-Post.
Para conhecer o comportamento da matriz resinosa com estes
agentes de união Mannocci et al., em 1999, realizaram uma análise em
microscópio confocal e microscópio eletrônico de varredura de dentes
restaurados com pinos de fibra, pinos metálicos e resinas compostas.
Encontraram alguns espaços vazios em todos os pinos de fibra sob
observação do microscópio confocal, os quais poderiam ser resultados de
defeitos na matriz de resina epóxica no procedimento de injeção, que
falhou ao não preencher completamente os espaços entre as fibras.
Perceberam que em todas as amostras havia porosidades na camada de
cimento resinoso, que devem ter sido formadas pela inserção inadequada
do cimento resinoso no interior do canal, ou ainda pela união imperfeita
entre as partículas inorgânicas e a matriz resinosa dos cimentos. Existe
um dado bastante relevante neste estudo que revela uma união entre os
pinos e cimento resinosos livre de porosidades em todos os grupos de
pinos de fibra, onde a união química entre o Composipost e o Bis-GMA do
All Bond 2, foi possível. Os autores concluíram que um procedimento
adesivo capaz de produzir uma camada híbrida é essencial para
assegurar um bom selamento para as restaurações com pinos de fibra de
34
carbono, evitando a penetração de bactérias, perda da cimentação e
fraturas radiculares
Morgano e Brackett, em 1999, publicaram uma revisão de
literatura envolvendo investigações in vivoe in vitrocom o objetivo de
estabelecer diretrizes para a seleção de técnicas e materiais adequados a
restauração de dentes estruturalmente comprometidos. Os tópicos
discutidos foram: fatores desejáveis nas restaurações de suporte de
dentes desvitalizados, perspectivas históricas, NMF, efeito rula, pinos
pré-fabricados, cleos de preenchimento, problemas e limitações de
dentes com estrutura severamente comprometida, necessidades e
direções para futuras pesquisas. Observaram que existe a necessidade
de estudos mais calibrados, além de estudos clínicos controlados com
adequado numero de participantes.
Para comprovar a eficácia dos pinos de fibra de vidro no uso
rotineiro para restauração de dentes tratados endodonticamente, Ferrari
et al., (2000 a) realizaram um estudo clínico longitudinal com pacientes
que receberam pinos p-fabricados estéticos de fibra de vidro e de fibra
de carbono. Os pacientes foram avaliados por um período de um a seis
anos. Os pinos pré-fabricados utilizados foram: Pinos de fibra de carbono
Composipost; e pinos de fibra de quartzo Aesthetic e Aesthetic Plus.
Neste estudo foram incluídos 1.304 pinos cimentados em dentes tratados
endodonticamente, sendo 840 pinos Composipost, 215 Aesthetic e 249
Aesthetic Plus. Os pacientes retornavam de seis em seis meses, e
exames clínicos e radiográficos eram realizados para avaliação. Os
autores concluíram que os pinos de fibra podem ser utilizados para
restauração de dentes tratados endodônticamente, e relataram que
fraturas não podem ser correlacionadas com estes tipos de pinos. Em
outro estudo foi comparado o desempenho clinico de núcleos metálicos
fundidos e pinos de fibra de carbono, num estudo longitudinal de quatro
anos, com duzentos pacientes. Os pinos de fibra de carbono
apresentaram resultados superiores no final do acompanhamento,
35
levando a conclusão de que o sistema de pinos de fibra de carbono
(Composipost) foram superiores aos núcleos metálicos fundidos no
desempenho clínico.
Glazer, em 2000, avaliou clinicamente pinos de fibra de
carbono (Composipost nº1 e nº2 e Endopost nº90 e nº100) cimentados
em 52 dentes (71,2% inferiores e 28,8% superiores), sendo 30,8%
incisivos, 25% caninos e 44,2% premolares. Todos os dentes tinham
menos de 50% da estrutura coronária. Coroas unitárias englobaram
51,9% da amostra e retentores de próteses parciais fixas 48,1% da
mesma. Foi utilizado cimento resinoso e a porção coronária do núcleo foi
construída em resina composta dual. Os dentes receberam coroas
metalo-cerâmicas e acompanhamento de 6,7 a 45,4 meses (média de 28
meses). A taxa de sobrevivência foi de 89,6%. Falhas ocorreram em três
dentes com coroas unitárias e um retentor de prótese parcial fixa (dois pré
molares inferiores, um pré molar superior e um canino superior). Duas
falhas foram biológicas (patologia periapical) e duas mecânicas (um
deslocamento de coroa e um deslocamento de cleo), nenhuma delas
comprometendo o elemento dentário. O achado mais significante foi que
os pinos nos pré molares inferiores apresentaram maior risco de falhas. O
autor concluiu que pinos de fibra de carbono estão entre os mais
previsíveis atualmente e que suas utilizações em dentes anteriores
superiores estão associadas com alto padrão de sucesso.
Em 2000, Kimmel realizou uma revisão de literatura acerca da
restauração de dentes tratados endodonticamente e apresentou um
método de restauração e reforço radicular utilizando uma combinação de
tira de polietileno e um pino de fibra de vidro p-fabricado. A princípio foi
considerado apropriado colocar um pino metálico fundido e núcleo em
todos os dentes despolpados sem levar em conta a presença da estrutura
dentária remanescente de suporte. Recentes pesquisas e o advento de
sistemas adesivos causaram nos clínicos a reavaliação do protocolo
restaurador. Esta técnica foi indicada para reforçar a raiz e criar um
36
núcleo para apoiar uma coroa ou prótese fixa em um dente tratado
endodonticamente com um canal largo ou debilitado, ou em um dente que
recebeu tratamento endodôntico invasivo ou desgaste excessivo do canal
para receber um pino. Este procedimento também foi indicado para
dentes tratados endodonticamente que tiveram fratura vertical exigindo
remoção adicional de estrutura de suporte para eliminar o defeito. O
procedimento foi descrito da seguinte maneira: a) um espaço para o pino
é criado removendo o material obturador endodôntico a uma profundidade
apropriada. Este preparo deveria remover quantidade mínima de estrutura
dentária, pois pino e núcleo serão conformados à anatomia dentária ao
invés de alterar. A base do espaço para o pino é arredondada para
acomodar a tira e pino sem criar espaços vazios; b) uma radiografia
periapical é realizada para medir a dimensão mesio-distal do preparo de
forma que o pino de tamanho apropriado possa ser selecionado; c) o
canal é limpo com peróxido de hidrogênio seguido por solução de
clorexidina 2%. O excesso é removido usando uma ponta absorvente; d)
o conduto é tratado com um agente adesivo de ou geração
dependendo da escolha do operador; e) a tira de polietileno (Ribbond) é
saturada com resina dual ou autopolimerizável e levada para adaptar
intimamente às paredes do preparo. Usando um condensador de
compósito ou amálgama, o Ribbond é compactado verticalmente para a
porção apical e lateralmente para dentro de todas as irregularidades; f)
pino de fibra de vidro FiberKor é coberto com o resto da resina; g) o pino
é inserido à profundidade do preparo do Ribbond; h) antes da completa
polimerização, resina composta híbrida será comprimida, conformada no
preparo do pino, adaptada a projeção do pino e da tira para formar o
núcleo de preenchimento, e fotopolimerizada; i) - o núcleo de
preenchimento assim construído pode ser preparado para aceitar uma
coroa ou agir como um pilar para prótese fixa. A técnica requer remoção
mínima da estrutura dentária remanescente de suporte e cria um pino que
provê apoio e retenção ao núcleo construído, fortalecendo internamente a
37
raiz. Dentes com paredes finas, frágeis e sem suporte devido à destruição
por cáries, fratura vertical, ou demais preparos agressivos podem ser
agora utilizadas como apoio para uma coroa ou prótese fixa.
Em 2000, Rammelsberg et al., avaliaram in vitro a resistência à
fratura de coroas puras de Artglass. Os fatores de variação foram a forma
de desgaste axial, a dimensão oclusal e a técnica de cimentação. Foram
utilizados 72 dentes naturais (terceiros molares). O preparo axial incluiu
um desgaste invasivo em forma de ombro com 1 mm de profundidade e
um menos invasivo na forma de chanfrado com 0,5 mm. A redução
oclusal foi de 0,5 ou 1,3 mm. As restaurações de Artglass obtidas foram
cimentadas com 3 cimentos: fosfato de zinco, ionômero de vidro e
resinoso. Após 10.000 ciclos térmicos entre e 55°C as coroas artificiais
foram submetidas à compressão vertical até o momento da fratura.
Nenhum corpo teve resistência inferior a 550N. Das 24 coroas cimentadas
com o fosfato de zinco 9 se soltaram durante a termociclagem e foram
testadas mesmo assim. Nos corpos com cimentação adesiva a resistência
à fratura foi significativamente superior com valor médio de 1839N, contra
1426N para o fosfato de zinco e 1430N para o ionômero de vidro. O
aumento da redução oclusal de 0,5 para 1,3 mm resultou em maior
estabilidade com valores médios de 1457N e 1718N, respectivamente.
Em relação ao término cervical, o chanfrado com 0,5 mm de profundidade
mostrou resultados significativamente superiores para todos os cimentos.
Fernandes e Dessai, em 2001, buscaram através de uma
revisão de literatura reunir fatores que influenciaram a resistência à fratura
de dentes reconstruídos com pinos e núcleos. Grande parte da literatura
revista enfatizou a distribuição de estresse durante a inserção e função do
pino. Outros fatores identificados foram: o comprimento, o diâmetro, o
material, o desenho e a adaptação do pino, a quantidade de dentina
remanescente, o cimento utilizado, o material do núcleo, bem como a
utilização destes dentes como pilares de próteses fixas e removíveis e a
historia de carga suportada por estes (hábitos parafuncionais). De todos
38
os fatores enumerados, os mais diretamente relacionados com a
longevidade dos dentes restaurados pareceram ser o desenho da coroa,
as forças oclusais e a utilização de dentes restaurados com os pinos e
núcleos anteriormente. Previamente à restauração, os autores
aconselharam realizar uma avaliação das forças funcionais e
parafuncionais. Estudos clínicos prospectivos controlados deveriam ser
conduzidos avaliando cada fator.
Freedman, em 2001, considerou as dificuldades encontradas
pelo clínico, para a seleção e aplicação de materiais e técnicas
restauradoras em dentes tratados endodonticamente através de pinos. O
autor salientou a importância da observação de alguns aspectos nesta
seleção, incluindo a invasão mínima da dentina remanescente, a
biocompatibilidade dos materiais restauradores (pinos, materiais de
preenchimento e cimento) às estruturas naturais remanescentes e a
compatibilidade estética tanto dos pinos quanto do material de
preenchimento. O autor relacionou quatro marcas comerciais de pinos
estéticos de resina reforçados por fibras (ParaPost Fiber White Post,
FibreKor Post, Aesthetic-Plus, C-Post), e descreveu propriedades de cada
uma delas e detalhando passo a passo, a cnica restauradora
empregada em cada técnica. Em todos os materiais descritos foi
salientado que o módulo de elasticidade dos pinos de fibra e resina, que é
próximo ao da dentina, e seu papel na distribuição uniforme de forças
através da interface do canal preparado e a facilidade de acesso para
retratamento endodôntico quando necessário. Para o autor o sistema
ideal de produtos para restauração endodôntica incluiu um pino estético
de resina reforçada com fibra, um núcleo de resina composta e um agente
cimentante resinoso de cura química.
Segundo Stewardson, em 2001, as principais vantagens dos
pinos não metálicos são: a) reduzido número de fraturas radiculares,
sendo estas mais favoráveis quando ocorrem; b) estética melhorada; c)
fácil remoção (exceto para pinos cerâmicos), existindo kits de remoção
39
próprios para vários sistemas; d) maior biocompatibilidade (ausência de
corrosão, galvanismo e citotoxidade); e) formação de um complexo
biomecânico único pela adesão entre estrutura dentária, agente
cimentante e pino, reforçando assim a raiz. O autor classificou os pinos
não-metálicos em pinos de materiais compósitos e pinos cerâmicos. Os
compósitos, que devido à similaridade de seu módulo de elasticidade com
a dentina, funcionam em harmonia com o dente, minimizando fraturas
radiculares, e foram classificados em: a) pinos de fibras de carbono
(Composipost, Endopost, Carbonite, Mirafit Carbon), que em versões
atuais podem ser encontrados radiopacos e mais estreitos; b) pinos de
fibras de vidro, geralmente quartzo ou sílica-zircônio em matriz resinosa
(Aesthetic-Post, Aesthetic-Plus, Snowpost, Para-Post Fiber White,
Glassix, Miraft White, Fibrekor, Style-Post), com propriedades físicas
similares às dos pinos de fibras de carbono, mas com estética melhorada;
c) pinos fototransmissores (Lightpost, Luscent Anchors), compostos por
pinos de fibras de vidro translúcidas visando à reconstituição de raízes
com canais radiculares excessivamente alargados e facilitar a
polimerização de cimentos duais ou fotopolimerizáveis (ainda sem
comprovação); d) pinos de fibras de polietileno entrelaçadas (Ribbond),
ainda com poucos estudos sobre sua resistência à fratura e capacidade
de reforço radicular. Quanto aos pinos cerâmicos (Cosmopost, Cerapost),
são os mais indicados para coroas de porcelana pura pela excelente
estética, e possuem também alta resistência e dureza, bem como
biocompatibilidade. Com a adesão dos pinos cerâmicos ao remanescente
dental, espera-se a recuperação da resistência original da raiz.
O objetivo do estudo conduzido por Akkayan e Gülmez, 2002,
foi comparar a resistência e padrão de fratura de dentes tratados
endodonticamente e restaurados com quatro tipos de pinos: de titânio,
fibras de quartzo, fibras de vidro e zircônio. Foram utilizados quarenta
caninos humanos que tiveram a porção coronária removida e foram
submetidos a tratamento endodôntico. Esses dentes foram divididos em
40
quatro grupos e cada grupo foi restaurado com um tipo de pino (Filpost,
D.T.Light-Post, ParaPost Fiber White, CosmoPost). Os pinos foram
cimentados com sistema adesivo Single Bond (3M) e cimento resinoso de
polimerização dual Rely X. Todos os dentes foram restaurados com
núcleos de resina composta e as coroas metálicas foram cimentadas com
cimento de ionômero de vidro. Cada espécime foi incluído em um cilindro
de resina acrílica para serem fixados à máquina de teste universal Instron.
A carga de compressão foi aplicada a um ângulo de 130º ao longo eixo do
dente até a fratura, a uma velocidade de 1mm/min. Os resultados
mostraram que o grupo dos dentes tratados com fibras de quartzo
apresentou maior resistência à fratura que os demais grupos. Os dentes
restaurados com pinos de fibra de vidro e pinos de zircônia foram
estatisticamente semelhantes e as cargas suportadas foram maiores que
o grupo restaurado com pinos de titânio e menores que o grupo
restaurado com fibras de quartzo. Quanto ao padrão da fratura, os pinos
de fibra de quartzo e de fibras de vidro proporcionaram maior incidência
de fraturas reparáveis. Foi observada elevada incidência de fraturas
consideradas desfavoráveis nos grupos de titânio e zircônia.
Diante da popularidade das restaurações diretas com pinos pré
fabricados e núcleos de preenchimento, Heydecke e Peters conduziram,
em 2002, uma revisão da literatura para comparar a performance clínica e
laboratorial de NMF com núcleos de preenchimento mais pinos pré-
fabricados em dentes uni-radiculares. A pesquisa sobre a restauração de
dentes tratados endodonticamente foi identificada através da busca de
bases eletrônicas. A busca encontrou um total de 1773 referências
submetida a um rigoroso critério de inclusão (estudos laboratoriais: dentes
uniradiculares, restauração com coroa total e aplicação de carga em
ângulo de 130 a 135 graus estudos clínicos; tempo mínimo de
acompanhamento de 3 anos, dentes anteriores, restaurações com coroas
totais e prótese parcial fixa, descrição dos sistemas testados e
sobrevivência ou sucesso dos dentes). Somente 10 estudos in vitro” e 6
41
estudos in vivo” permaneceram para a revisão propriamente dita. A
comparação da resistência à fratura nos estudos laboratoriais não revelou
diferença estatisticamente significativa entre os NMF e pinos pré-
fabricados. Uma meta-análise de quatro estudos laboratoriais não
mostrou diferenças no comportamento das fraturas associadas com as
duas modalidades de tratamento. Uma análise global da sobrevivência
não foi possível para os estudos clínicos por falta de dados compatíveis.
A taxa de sobrevivência alcançada para os NMF ficou entre 87,2% e 88,1
% e num terceiro estudo alcançou 86,4% para pinos pré-fabricados após
72 meses. Ensaios clínicos randomizados sobre este tópico não
estiveram disponíveis, porem deveriam ser conduzidos para verificar os
achados publicados. Pode-se concluir que: laboratorialmente não
diferença significativa de resistência à fratura entre núcleos metálicos
fundidos e pinos pré-fabricados; clinicamente também não houve
diferença no comportamento das fraturas em relação aos dois sistemas; e
as taxas de sobrevivência foram muito semelhantes em relação aos dois
sistemas.
Albuquerque et al., em 2003 analisaram as diferentes formas
anatômicas e materiais dos pinos intra-radiculares na distribuição da força
em incisivos tratados endodonticamente. Para isso compararam 3 formas
de pinos (cônico, cilíndrico e cilíndrico 2 estágios) feitos de três diferentes
materiais (aço, titânio e fibra de carbono com matriz de Bis-gma). Análise
de stress bidimensional foi realizada utilizando o método de elementos
finitos. Uma carga estática de 100 N foi aplicada com angulação de 45º de
inclinação em relação a borda do incisivo. A concentração de stress não
afetou significativamente na região de crista óssea alveolar da porção
palatina do dente, sem considerar a forma ou o material do pino.
Entretanto a concentração de stress no pino em relação a interface da
dentina na face palatina do dente apresentou variações significantes para
diferentes formas de pinos e materiais. A forma dos pinos tiveram uma
importância menor na concentração de estress enquanto o material dos
42
pinos revelou maior variação na concentração de estresse. Pela ordem,
os pinos de aço apresentaram os maiores níveis, seguidos pelos pinos de
titânio e pelo pino de fibra de carbono.
Em 2003, Bateman et al., publicaram uma revisão de literatura
sobre sistemas de pinos endodônticos a base de fibra. Foram
selecionados 59 artigos entre estudos laboratoriais, ensaios clínicos e
outros. Estes foram divididos em categorias e uma descrição subjetiva
dos mesmos foi realizada e concluiu-se que a maior parte da literatura
publicada sobre os pinos de fibra é oriunda de análises laboratoriais; as
evidências sobre pinos de fibra de carbono são muito maiores do que
aquelas sobre pinos de fibra de quartzo, e que mais investigações sobre
esses pinos são necessárias, antes dos mesmos serem recomendados
para uso rotineiro; as evidências laboratoriais foram contraditórias e o
puderam ser utilizadas como instrução prática confiável; poucos estudos
clínicos tem sido conduzidos para que se confirmem estes pinos na
restauração adequada de dentes tratados endodonticamente; ensaios
clínicos prospectivos controlados avaliando os pinos de fibra deveriam ser
conduzidos antes da adoção destes na pratica clinica.
Fernandes et al., em 2003 realizaram uma revisão de literatura,
compreendendo o período de 1961 a 2002. O objetivo do trabalho foi
identificar vários fatores que poderiam influenciar a seleção de pinos e
núcleos. As palavras chaves utilizadas foram: pinos, desenho, retenção,
resistência a fratura, sobrevivência e estética. Importantes fatores foram
considerados na seleção de um pino intra-radicular: configuração do
canal, quantidade de estrutura dentaria coronária, estresse,
desenvolvimento da pressão hidrostática, desenho do pino,
compatibilidade do material, capacidade adesiva, retenção do núcleo,
retratamento, estética e tipo de coroa.
Pitel e Hicks, em 2003, comentaram alguns parâmetros
envolvidos na evolução de pinos endodônticos. A busca por restaurações
livres de metal fez com que surgissem alternativas mais estéticas que
43
permitiram eliminar desvantagens dos pinos metálicos como as
descolorações da margem gengival em decorrência da oxidação e
liberação dos produtos da corrosão. Além disso, a tendência de pinos
rígidos, com alto módulo de elasticidade, transferir maior estresse
funcional à estrutura dentinária, aumentando o potencial de falhas clínicas
irreversíveis como as fraturas radiculares verticais levaram ao
aparecimento de materiais com propriedades mecânicas mais próximas
às propriedades da dentina, como os pinos resinosos reforçados por fibra.
A utilização desses materiais constitui uma restauração em monobloco
que tende a distribuir o esforço mastigatório de maneira mais uniforme.
Outros tópicos envolvidos na utilização dos pinos, considerando
principalmente aqueles reforçados por fibra de quartzo e vidro são: uma
resistência a falhas mais constante antes e depois de testes de fadiga, o
ganho de retenção com a cimentação adesiva, a possibilidade de
transmissão de luz e retratamento.
Fokkinga et al., em 2004, testaram duas hipóteses: I- os
sistemas de pinos resinosos pré fabricados reforçados por resina
apresentam valores de resistência à fratura similar a àqueles encontrados
para os núcleos metálicos fundidos, pinos pré-fabricados metálicos e
cerâmicos; II- estes mesmos pinos de fibra mostram menos falhas
desfavoráveis dos que os demais sistemas de pinos e núcleos. Foi
observado que os núcleos metálicos fundidos apresentaram valores de
carga para falha mais elevada do que os pinos de fibra, enquanto que os
pinos cerâmicos demonstraram os valores mais baixos. Falhas favoráveis
foram significativamente mais comuns com os pinos de fibra, do que
utilizando os pinos metálicos pré-fabricados e núcleos metálicos fundidos.
Em 2005 Goracci, apresentou algumas considerações no
tratamento de dentes comprometidos tratados endodonticamente. As
coroas tem maior longevidade clínica em dentes posteriores tratados
endodonticamente, em relação aos dentes anteriores. Nestes últimos
dentes as coroas estariam indicadas quando a integridade estrutural
44
ou a cor destes não permitem outras formas mais conservadoras de
tratamento. O único propósito de utilização de pinos é a retenção de um
núcleo necessário para o suporte e retenção de uma coroa ou prótese. Os
pinos deveriam estender-se apicalmente até o comprimento onde
permanecesse 5 mm de guta-percha remanescente para um selamento
apical adequado. Diâmetros longos de pinos aumento o risco de fratura e
perfuração radicular. Uma rula deveria ser criada por uma coroa ou
prótese envolvendo no mínimo 1.5-2.0 mm de estrutura dentária paralela
apical ao núcleo.
Outra técnica foi utilizada em um caso clínico relatado por
Iglesias-Puig e Arellano-Cabornero (2004), onde a presença de uma lesão
de cárie destruiu o apoio coronário de uma coroa metalo-cerâmica, mas
preservou as margens do preparo. Para solucionar este caso, utilizaram
uma cnica que consiste na obtenção de um pino e núcleos
individualizados para adaptar tanto ao canal radicular quanto à coroa
confeccionada. Para a nova restauração foi realizada a desobturação,
limpeza e lubrificação do canal, seguida pela inserção do pino de fibra
envolvido com compósito para modelagem do canal. O mesmo
procedimento foi realizado para a adaptação da coroa. Os autores
concluíram que a adaptação dos pinos às paredes do canal radicular
representa um importante papel no desempenho biomecânico da
restauração final, e que através desta técnica, podem-se obter pinos
adaptados em uma única sessão.
Terry, em 2004, relatou que a utilização do sistema de pinos
reforçados por fibra com um cleo direto em resina composta é uma
alternativa viável na restauração do espaço intra-radicular. Citou as
seguintes vantagens da técnica: ausência da fase laboratorial, consulta
única, material livre de corrosão, taxas de fraturas radiculares
insignificantes, retratamento atraumático, superfícies adesivas micro
retentivas que aumentam a retenção, conservação de estrutura dentaria,
propriedades biomecânicas similares as do tecido dentário e nenhum
45
efeito negativo sobre a estética. Como desvantagens a técnica apresenta
a necessidade de um cuidadoso protocolo adesivo e a manutenção de um
rol de materiais de reforço. Características ideais para a seleção de um
sistema de pino e núcleo foram abordadas como: máxima retenção do
pino e estabilidade do núcleo, componente anti-rotacional inerente pela
utilização de uma férula de 2 mm ao redor de estrutura dentária sadia,
mínima remoção de estrutura dentária, adaptação morfológica intra-
radicular, ótima estética, resistência inerente às falhas radiculares
catastróficas, ausência de corrosão, pinos com módulo de elasticidade
similar ao da dentina, materiais restauradores com resistências flexurais e
tensionais similares as da estrutura dentária e que utilize um sistema com
adesão ininterrupta.
Em 2004, Torbjoner e Fransson, em sua revisão de literatura,
avaliaram os fatores mecânicos que interferem nos resultados do
tratamento protético de dentes estruturalmente comprometidos,
principalmente sobre aqueles tratados endodonticamente. A partir de
artigos encontrados entre 1970 e 2003, reportaram os seguintes fatores:
falhas técnicas na conexão de próteses fixas são freqüentemente
provocadas por fraturas de fadiga: os pinos, cimento e a reconstrução
estão sujeitos a estresse provocado por forças oclusais e a falha por
fadiga poderá ocorrer no ponto mais fraco ou no local onde ocorrer à
sobrecarga máxima; o ponto mais fraco freqüentemente se localiza na
conexão com dentes tratados endodonticamente restaurados com pinos e
núcleos. Concluem que o desenho oclusal da prótese e provavelmente
mais importante para a sobrevivência de dentes tratados
endodonticamente estruturalmente comprometidos do que o tipo de pino
utilizado.
Galhano et al., (2005), avaliaram a resistência flexural de oito
tipos de pinos de fibra, através do teste de dobramento. Os pinos foram
divididos em 8 grupos (n=10): Grupo 1 pino de fibra de carbono (Bisco);
Grupo 2 pino de fibra de carbono e quartzo (ÆSTHETI-POST, Bisco);
46
Grupo 3 pino de fibra de quartzo opaco (ÆSTHETI-PLUS, Bisco); Grupo
4 pino de fibra de quartzo translúcido (LIGHT-POST, Bisco); Grupo 5
pino de fibra de quartzo translúcido (D.T. LIGHT-POST,Bisco); Grupo 6
pino de fibra de vidro (PARAPOST WHITE, Coltene); Grupo 7 pino de
fibra de vidro (FIBREKOR, Jeneric Pentron); Grupo 8 pino de fibra de
vidro (REFORPOST). O diâmetro de cada pino foi padronizado com um
calibrador digital com uma precisão de 0.01mm. Os pinos foram
submetidos ao teste de dobramento, numa velocidade de 1mm/min para
obtenção da resistência flexural. Os resultados revelaram que G2 (677.4 ±
18.3kgf/mm2) e G3 (666.2 ± 18.1kgf/mm2) apresentaram os maiores
valores de resistência flexural. G1 (616.3 ± 24.8kgf/mm2) e G3 (666.2 ±
18.1kgf/mm2) apresentaram resistências semelhantes. G1 (616.3 ±
24.8kgf/mm2), G4 (607.2 ± 19.5kgf/mm2), G5 (608.7 ± 69.5kgf/mm2), G6
(585.2 ± 24.2kgf/mm2), e G7 (562.3 ± 59.6kgf/mm2) foram
estatisticamente semelhantes. G8 (433.8 ± 46.4kgf/mm2) revelou o valor
mais baixo de resistência flexural quando comparado aos outros grupos.
Stricker e Gohring em 2005 avaliaram a adaptação marginal,
modo de fratura e carga de falha de coroa de compósito com diferentes
subestruturas de pré-molares endodonticamente tratados. Os autores
dividiram 48 pré-molares inferiores uniradiculares tratados
endodonticamente em 6 grupos: I- não tratatos; II- canal tratado com
acesso restaurado com resina composta; III- canal tratado, férula de 2
mm, sem pino restaurado com coroa de resina composta padronizada; IV-
canal tratado, pino de fibra de vidro e coroa de resina composta
padronizada; V- canal tratado, pino de zircônia e coroa de resina
composta padronizada e VI- canal tratado, pino de liga de ouro e coroa de
resina composta padronizado. Todos os dentes foram submetidos a
ciclagem térmica e mecânica (1200000 ciclos, 49 N, 1,7 hz e 3000 ciclos
a temperatura de e 50ºC). A adaptação marginal foi avaliada antes e
depois da ciclagem com microscopia eletrônica de varredura na interface
dente - cimento resinoso (IF 1) e interface cimento resinoso coroa (IF 2).
47
Todos os espécimes foram ciclados até a falha. Os autores identificaram
uma significativa diminuição na adaptação marginal nos grupos III e IV
após a termociclagem da IF 1. Uma significativa diminuição foi observada
na IF 2 do grupo IV. Não houve diferença no modo de falha entre os
grupos com coroa de resina composta. Os grupos II III e IV não
apresentaram diferença em relação ao grupo não tratado. Os autores
concluíram que todos os pinos tem efeito positivo na adaptação marginal
na IF 1 mas não no modo de falha ou carga de falha de coroa de resina
composta.
Barjau-Escribano et al., em 2006 avaliaram a resistência à
fratura e distribuição de tensões em incisivos superiores restaurados com
diferentes sistemas de pinos intra-radiculares. O efeito do uso de dois
materiais diferentes (fibra de vidro e aço inoxidável) com módulo de
elasticidade significativamente diferente foi estudado. Primeiramente, foi
executado um teste experimental de resistência à fratura. Os dentes
foram seccionados na junção cemento-esmalte tratados
endodonticamente e restaurados com pinos e coroas. Em seguida, o
método de elementos finitos foi associado para verificar o padrão de
distribuição de tensões no dente restaurado. Os resultados indicaram que
os dentes restaurados com pinos de aço inoxidável necessitaram de força
significativamente menor para a falha do que dentes restaurados com
pinos de fibra de vidro (520 N versus 803 N). Os pinos de aço inoxidável
induziram maior concentração de tensões, indicando pior desempenho
biomecânico. Assim, os autores concluíram que os sistemas de pino,
onde o módulo de elasticidade semelhante ao da dentina é preferido para
restaurar incisivos tratados endodonticamente.
Cury et al.(2006), através do ensaio mecânico de resistência ao
cisalhamento por extrusão (push-out), avaliaram a influência da expansão
higroscópica do cimento de ionômero de vidro, do ionômero de vidro
modificado por resina e do cimento resinoso na cimentação de pinos de
fibra de vidro. Os espécimes testes foram armazenados em água,
48
enquanto que os controles foram desidratados e armazenados em óleo
mineral para eliminar água do túbulo dentinário intra-radicular e/ou do
ambiente externo que pode contribuir para a expansão higroscópica dos
cimentos. Todos os espécimes foram mantidos armazenados por 1
semana a 37ºC, antes da execução dos testes. Os resultados mostraram
que o cimento de ionômero de vidro convencional Ketac Cem registrou a
maior resistência ao ensaio após sorção de água. Todos os materiais
ionoméricos (Ketac Cem, Fuji Plus Fuji Cem) exibiram significativamente
maior resistência à tração após o armazenamento em água. Entretanto,
não houve diferença quando os cimentos resinosos RelyX ARC e UniFil
Core foram armazenados em água ou óleo mineral. A resistência adesiva
do Ketac Cem, Fuji Plus excederam a dos cimentos resinosos quando
armazenados em água. Então a estratégia para aumentar a retenção
friccional por expansão higroscópica tardia dos cimentos de ionômero de
vidro pode ser um modo satisfatório para aumentar a retenção de pinos
de fibra de vidro.
Hayashi et al., em 2006 realizaram um estudo cuja hipótese
nula foi que não existe diferença de resistência à fratura de dentes
despolpados restaurados com diferentes tipos de sistemas pino-munhão e
coroas totais. Para realizar o estudo, pré-molares superiores foram
restaurados com pinos de fibra, pinos metálicos p-fabricados e núcleos
metálicos. Dentes com preparos para coroa total sem preenchimento
radicular serviram como controle. Todos os dentes foram restaurados com
coroas totais. Uma força vertical de 90º e uma oblíqua de 4 foram
aplicadas nos dentes restaurados com velocidade de 0,5mm/min e a
resistência à fratura e o modo de fratura foram gravados. Sob as
condições de força vertical o grupo de dentes restaurados com núcleos
metálicos foi o que obteve melhor resultado entre os grupos (ANOVA- 2
fatores e teste Scheffe´s p<0.05). Todos os grupos tiveram fraturas na
porção média da raíz, incluindo o ápice dos pinos. Sob condição de forças
oblíquas, a resistência à fratura de dentes restaurados com pinos
49
metálicos foi significantemente menor que os outros grupos. Dois terços
das fraturas do grupo de dentes restaurados com pinos de fibras
propagaram-se dentro da área cervical, enquanto que nos outros grupos,
as fraturas se estenderam até o terço médio. Os autores concluíram que
sob condições de força vertical e oblíqua, a combinação pino de fibra,
munhão de resina e coroa total é mais resistente que somente a estrutura
dental remanescente.
Zarone et al., colaboradores em 2006, avaliaram pelo método
de elementos finitos, o comportamento biomecânico de incisivo central
superior restaurado com pino e coroa comparado ao dente hígido. Foi
aplicada no modelo tri-dimensional do incisivo força estática arbitrária de
10N, num ângulo de 12 em relação a superfície palatina da coroa.
Diferentes materiais e configurações foram testados. Dente restaurado
com pino de fibra de vidro, cimentado com cimento resinoso e com coroa
cerâmica feldspática; dente restaurado com pino de fibra de vidro,
cimentado com cimento resinoso e com coroa em alumina; dente
restaurado com pino de fibra de vidro envolvido por resina e cleo de
resina composta confeccionado no sistema CAD-CAM fixado com cimento
resinoso, com coroa feldspática; dente restaurado com pino de fibra de
vidro envolvido por resina composta no sistema CAD-CAM fixado com
cimento resinoso, com coroa em alumina; dente restaurado com pino de
fibra de vidro envolvido por cerâmica feldspática, núcleo e coroa em
cerâmica feldspática confeccionada no sistema CAD-CAM fixado com
cimento resinoso; dente restaurado com pino de fibra de vidro envolvido
por cerâmica com alumina, núcleo e coroa em cerâmica com alumina
confeccionado no sistema CAD-CAM fixado com cimento resinoso. Os
autores observaram que materiais com alto módulo de elasticidade
alteram fortemente o comportamento biomecânico comparado ao dente
natural. As áreas críticas de concentração de tensão o: interface entre
restauração, cimento e dentina; canal radicular e superfície vestibular e
lingual. Os materiais com propriedades mecânicas semelhantes aquelas
50
da dentina melhoram o comportamento biomecânico do dente restaurado,
reduzindo as áreas de concentração de tensões.
D’Arcangelo et al., (2007) avaliaram a influência de três
tratamentos de superfície do pino de fibra de quartzo na retenção intra-
radicular e suas alterações morfológicas superficiais. Utilizaram 40 dentes
incisivos centrais superiores e um pino de fibra de quartzo (Endo Light
Post, RTD). Os espécimes foram divididos em 4 grupos (n=10) de acordo
com os métodos de tratamento de superfície: Grupo controle sem
condicionamento; Grupo Silanizado condicionamento com ácido
fosfórico 37% por 60s e aplicação de silano; Grupo Ácido Hidrofluorídrico
condicionamento com ácido fluorídrico 9,5% por 15s; Grupo de
jateamento jateamento com partículas de Al2O3 de 50µm, pressão 2.0
bar, por 10s a uma distância de 5,0cm. Adicionalmente, mais 2 pinos de
cada grupo foram submetidos à análise ao microscópio eletrônico de
varredura a fim de observar as alterações superficiais em decorrência dos
tratamentos. Os pinos foram cimentados com cimento resinoso dual
(Panavia 21, Kuraray, Japão) associado à mistura de adesivo dentinário
(Prime & Bond NT; Dentsply) e um ativador (Self Cure Activator; Dentsply)
em partes iguais. Após 24h foram submetidos à ciclagem térmica e,
posteriormente, à ciclagem mecânica. Após o ensaio de resistência à
tração observou-se um aumento significativo da retenção com os métodos
de tratamento analisados, sendo o aumento mais notável observado no
grupo jateado e de ácido fluorídrico que no silanizado. Análise ao
microscópio eletrônico de varredura mostrou que o grupo controle
apresentou superfície sólida com fibras uniformemente distribuídas e
paralelamente orientadas. O grupo silanizado apresentou pequenas fibras
suspensas na matriz de resina. Nos pinos condicionados com ácido
fluorídrico, mais fibras suspensas e expostas apareceram na matriz de
resina, enquanto que o grupo que recebeu jateamento apresentou-se
mais áspero que os demais grupos. A análise do padrão de fratura
mostrou que os pinos do grupo controle vieram sem agente de
51
cimentação, indicando fracasso adesivo na interface cimento/ pino.
Grupos com tratamento de superfície apresentaram cimento resinoso
parcialmente aderido ao pino, indicando modo de fracasso misto.
Concluíram que o condicionamento do pino com ácido fluorídrico e
jateamento parece ser mais efetivo que a silanização, determinando a
retenção micro-mecânica sobre a superfície do pino de fibra.
Em 2007, Gu et al., avaliaram a resistência à fratura de
incisivos centrais restaurados com coroas metalo-cerâmicas com
diferentes tipos de pinos e munhões. Foram selecionados 40 incisivos
centrais íntegros, os quais foram tratados endodonticamente e divididos
em 4 grupos. O grupo A continha dentes preparados com 10mm de
comprimento e 1,6mm de diâmetro e restaurados com pinos de fibra
reforçados e munhão de resina. O mesmo comprimento foi utilizado nos
outros grupos, porém com diâmetro de 1,5mm. O grupo B foi restaurado
com pino de liga de titânio p-fabricado e munhão de resina. O grupo C
foi restaurado com pinos de Ni-Cr. Os pinos e as coroas metalo-cerâmicas
foram condicionados e cimentados pelo mesmo sistema adesivo nos 3
grupos. Os outros dez dentes foram restaurados com pino e munhão de
Ni-Cr e coroas metalo-cerâmicas e cimentados com cimento de ionômero
de vidro serviram como controle. Todos os dentes foram submetidos a
teste de compressão por uma máquina universal em um ângulo de 135º
ao longo eixo com velocidade de 1,5 mm/min até fraturar. A resistência à
fratura e o modo (reparável ou catastrófica) foram determinados pelos
teste ANOVA 1 fator e SNK e pelo teste Chi-Square. A resistência à
fratura dos grupos A,B,C e controle foram (534,4N±145,7),
(499,8N±186,9), (412,6N±99,3), (337,4N±121,2) respectivamente,
mostrando uma diferença significante entre eles (P<0.05). A resistência à
fratura dos grupos A e B foram significantemente maiores que o grupo
controle (P<0.05). O modo reparável de fratura observado no grupo A em
relação aos outros grupos foi 80%, 40%, 205 e 30%, mostrando que este
grupo teve um número muito maior de fraturas reparáveis que os outros
52
(P<0.05). Os autores concluíram que os pinos de fibra reforçados têm
excelente resistência à fratura e podem ser recomendados como uma
alternativa a pinos e munhões metálicos, especialmente em restaurações
estéticas de incisivos.
Wiskott et al., em 2007 tiveram como objetivo desenvolver um
modelo laboratorial na duplicação do processo de falha de pinos e
munhões. O padrão de carga aplicado foi repetitivo (fadiga) e
multivetorial. Para determinar e comparar a resistência sob carga de
fadiga foram utilizadas 7 combinações de pinos endodônticos em relação
a raiz natural: aço, titânio, cerâmico, resina, fibra de resina epóxica, fibra
de vidro. Para isso foi reproduzido um repetitivo, alternado e multivetorial
padrão de força intra oral para submeter os espécimes a um teste de feixe
de rotação cantilever. Por fim, as amostras foram desenhadas como
estrutura de rotação simétricas compreendendo uma raiz, um pino,
ligamento periodontal, um análogo ósseo e um análogo de restauração.
Os seguintes pinos foram testados: Unimetric TI, Unimetric SS, Biopost,
Composipost, Easypost, e Dt Light Post, Everstick post. Por fim as
amostras foram giradas em seu longo eixo. O objetivo foi determinar o
nível de carga, o qual 50% dos espécimes resistiram e 50% fraturaram
após a ciclagem. Por ordem crescente de magnitude a resistência à
fratura foi a seguinte: Biopost, Unimetri TI, Unimetric SS, Composispost,
Easypost e DT Light Post, concluindo que os dois pinos de fibra obtiveram
resistência a fratura 2 vezes maior que qualquer pino cerâmico ou
metálico.
Em 2007, Wu et al., através do ensaio de resistência à fratura
radicular, avaliaram a efetividade de dois materiais restauradores para
reforçar as raízes de paredes finas. Utilizaram 21 raízes de incisivos
centrais superiores, os quais foram alargados de modo a deixar 1mm de
parede dentinária radicular remanescente e 8mm de profundidade. Assim,
os espécimes foram divididos em três grupos (n = 7): Grupo 1 (controle):
NMF grande e cônico; Grupo 2: inserção de uma camada grossa de
53
resina composta dual (Bis-core, Bisco) antes da confecção de um NMF de
menor diâmetro e Grupo 3: inserção de uma camada grossa de cimento
de ionômero de vidro (ChemFil Superior, Dentsply) antes da confecção de
um NMF, como no grupo anterior. Todos os NMFs foram cimentados com
cimento resinoso auto-polimerizável (PostCement Hi-X, Bisco), com prévio
condicionamento da dentina do canal radicular com ácido fosfórico a 32%,
por 15s e aplicação de duas camadas de adesivo dentinário All-Bond 2
(Bisco), fotopolimerizado por 20s. Os espécimes foram submetidos ao
ensaio mecânico de resistência à fratura, a uma velocidade de 2mm/min e
angulação de 135º em relação ao longo eixo da raiz. Os resultados
mostraram maior média de força (kN) necessária para fraturar as raízes
no Grupo 2 (0.64) em comparação ao Grupo 1 (0.37) e Grupo 3 (0,490).
Adicionalmente os autores realizaram ensaio de microtração, onde
prepararam 20 dentes, com as coroas seccionadas na junção amelo-
cementária e as raízes na porção média do seu longo eixo. O terço
cervical das partes das raízes foram preparadas para receber a resina
composta dual e a outra metade o cimento de ionômero de vidro. Os
espécimes assim preparados foram submetidos à ciclagem rmica para
posterior ensaio da resistência adesiva à microtração. Os resultados da
microtração mostraram que a resina composta dual apresentou maior
média de resistência de união (20.65 MPa) em comparação ao cimento
de ionômero de vidro (12.89 MPa). Ainda neste mesmo trabalho, os
autores prepararam mais 20 dentes de forma semelhante ao experimento
anterior para possibilitar análise da interface adesiva ao microscópio
óptico e de força atômica. A microscopia óptica revelou uma camada
híbrida clássica na interface de união entre a resina composta dual e
dentina do canal radicular. As espessuras da camada híbrida variaram
normalmente sendo de aproximadamente 5µm de largura. Entretanto,
trincas foram observadas no grupo do cimento de ionômero de vidro, mas
que permaneceram adaptados próximo à dentina do canal radicular, sem
penetração do cimento nos túbulos dentinários. A microscopia de força
54
atômica também revelou no grupo da resina composta dual a presença de
tags de resina de aproximadamente 5 a 15µm, largos nas suas bases e
se estreitando em direção aos túbulos. No grupo do cimento de ionômero
de vidro foi observado um limite distinto entre o cimento e a dentina, com
adaptação íntima dos dois substratos. Concluíram neste estudo in vitro
que raízes de paredes finas poderiam ser significativamente reforçadas
pela inserção de uma camada intermediária grossa de resina composta
dual, mas não de um cimento de ionômero de vidro, antes da cimentação
de um núcleo metálico fundido de pequeno diâmetro de Ni-Cr.
Moosavi et al., colaboradores em 2008, procuraram adaptar
situações clínicas a dentes hígidos, com intuito de avaliar a resistência de
dentes tratados endodonticamente usando 3 sistemas de reforço para
raízes fragilizadas. Os espécimes foram divididos em 3 grupos, em que os
canais foram ampliados, simulando raízes fragilizadas. No primeiro grupo
foi usado sistema de reforço com resina composta e pino de fibra, no
segundo, pino de fibra com pinos de fibra acessórios e no terceiro grupo,
pinos de fibra e cimento resinoso. No quarto grupo, foi utilizado apenas
um pino de fibra de vidro sem a fragilização do conduto para grupo
controle. Todos os grupos foram submetidos a carga até o momento da
fratura, sem prévia ciclagem térmica ou mecânica. Os autores observaram
maior número de falhas passíveis de restauração nos grupos com pinos
de fibra e pinos acessórios.
Ainda em 2008, Marteli e colaboradores compararam a
resistência a fratura de raízes fragilizadas restauradas com núcleo
metálico, pino de fibra de vidro e pino principal associado a 3 pinos
acessórios de fibra de vidro, variando ainda nos dois últimos grupos a
presença ou não de remanescente coronal de 2 mm. Não se observou
diferença estatística na carga exercida em todos os grupos, assim como o
remanescente dentário o influenciou a resistência à fratura. Entretanto,
as falhas mais favoráveis se deram no conjunto que continha pino
55
principal e pinos acessórios e as catastróficas (não favoráveis) nas
amostras com pinos metálicos.
Salameh e colaboradores em 2008, compararam a resistência
à fratura e tipo de falha de incisivos superiores tratados
endodonticamente restaurados com resina composta com ou sem pinos
de fibra reforçados sob diferentes tipos de coroas totais. A hipótese nula
testada foi que o padrão de falha e a resistência a fratura desses dentes
não foram afetadas pelo uso de pinos de fibra ou pelo tipo de coroa total.
Para isso, 120 incisivos superiores foram endodonticamente tratados e
divididos em 4 grupos de 30. Cada grupo foi dividido em 2 sub grupos:
sem pinos de fibra e com pinos de fibra. Coroas metalo-cerâmicas foram
instaladas no grupo 1; coroa Empress no grupo 2; o sistema Adoro no
grupo 3 e coroas Cercom no grupo 4. Testes de fraturas foram realizados
com carga ate a fratura total dos espécimes. Os dados foram analisador
por ANOVA 2 fatores (α=0.05). O tipo de coroa não foi fator que afetasse
a resistência a fratura (p=0.4), considerando que a presença do pino foi
(p=0.001). Em ambos, a presença de pinos e tipos de coroa tiveram uma
influência significativa na proporção de fraturas restauráveis e não
restauráveis. Apesar dos livros de prótese não indicarem o uso de pinos
de fibra, os autores nesse estudo concluíram que existe um aumento na
resistência a fratura e melhor prognóstico em caso de fratura.
Zogheib e colaboradores em 2008, submeteram os espécimes
a ciclagem mecânica e compressão, para avaliação da resistência à
fratura e o padrão de fratura de raízes íntegras e fragilizadas,
reconstruídas internamente com resina composta e pinos de fibra de vidro
observou-se que raízes fragilizadas foram menos resistentes à fratura e
apresentaram menos fraturas favoráveis à reabilitação do que às raízes
integras. Desta forma, os estudos in vitro podem apresentar alguma
relevância uma vez que os resultados começam a se repetir, dando uma
prévia ainda que limitada do que pode acontecer na cavidade bucal.
56
Giovani et al. em 2009 realizaram um estudo para avaliar in
vitro a resistência à fratura de raízes de 60 caninos superiores tratados
endodonticamente. Os dentes foram envoltos com resina acrílica e 4 mm
de remanescente cervical foram preservados após a remoção da coroa
clínica. Os condutos foram preparados com comprimentos de 6mm, 8mm
e 10mm e divididos em grupos. Cada grupo foi dividido em 2 sub-grupos
de acordo com o material do pino: pinos metálicos e munhões de fibra de
vidro, cimentados com cimento dual Panavia F( n=30). E o outro sub-
grupo com pinos metálicos e munhões de Co-Cr (+resiliente) cimentados
com fosfato de zinco. Os espécimes foram submetidos a uma força de
compressão crescente até a fratura. Os dados foram analisados por
ANOVA (2 fatores) que indicou diferenças significantes entre os grupos e
teste de Tuckey-Kramer (alpha.05) que revelou diferenças significantes
entre os grupos 6mm (26,5N±13,4), 8mm (25,2N±13,9) e 10mm
(17,1N±5,2). Também no grupo dos pinos de fibra não foram obtidas
diferenças significantes quando os grupos de 8mm(13,4N±11,0) foram
comparados aos grupos de 6mm(6,9N±4,6) e 10mm(31,7N±13,1). Este
último mostrou resistência à fratura superior e o grupo de 6mm mostrou
os menores valores de resistência (p<.001). Os autores concluíram que
viabilidade clínica no uso de pinos de fibra de vidro como alternativa
aos pinos metálicos, aumentando a resistência à fratura de dentes
caninos tratados endodonticamente.
Silva e colaboradores em 2009, através da análise de
elementos finitos, avaliaram a distribuição de tensões em incisivos
centrais superiores tratados endodonticamente restaurados com
diferentes pinos pré-fabricados. Seis modelos foram usinados de uma
placa anatômica 4 pinos metálicos (Parapost XH, Parapost XT,
Parapost XP e Flexi-Flange), 1 pino de fibra de vidro (Parapost Fiber-lux),
e o sexto modelo serviu como controle. Os autores utilizaram software dos
sistema CAD e exportaram os espécimes para a ANSYS 9.0. Todos os
materiais e estruturas foram considerados elásticos, isotrópicos,
57
homogêneos e lineares, exceto o pino de fibra de vidro que foi
considerado ortotrópico. Os valores das propriedades mecânicas foram
obtidos a partir de uma revisão de literatura. Uma carga de 2N foi aplicada
na superfície lingual sob um ângulo de 135 graus. Os resultados de
estresse não apresentaram diferença na distribuição entre os pinos de
titânio, na porção radicular e dentro dos pinos. Houve maior concentração
de estresse na porção coronária dos pinos de titânio em relação aos pinos
de fibra. Os autores tiveram a impressão que a forma externa dos pinos
não influiu na distribuição dos estresses e concluíram que os pinos de
fibra mostraram mais homogeneidade na distribuição de estresse que os
pinos metálicos e concluíram também que o tipo de material foi mais
relevante que a configuração externa dos pinos quanto a distribuição de
estresse.
Nam e colaboradores em 2010, realizaram um estudo
comparativo de resistência à fratura e padrão de falhas de 100 pré-
molares inferiores com diferentes números de paredes coronárias (zero
até quatro paredes), com ou sem pinos de fibra reforçados por resina,
analisando também a distribuição de estresse fotoelástico. A resistência à
fratura foi medida em um ângulo de 45 graus com uma velocidade de 1
mm/min e os padrões de fratura foram observados. A distribuição do
estresse fotoelástico dos espécimes, com ou sem pino de fibra, também
foram avaliados. Os testes ANOVA e Duncan foram utilizados para medir
a resistência à fratura (p<0.05). Os resultados alcançados pelos autores
no grupo sem pinos foi decrescendo a medida que o número de paredes
diminuiu. Os pinos de fibra aumentaram a resistência à fratura
significativamente, exceto no grupo sem remanescente e o padrão de
fratura foi mais favorável. A maior concentração de estresse foi observada
ao longo do canal nos grupos sem pinos; os estresses deram a impressão
de estarem distribuídos no grupo com pinos em fotoelasticidade. Os
autores concluíram que pré-molares com duas ou mais paredes, quando
58
restaurados com pinos de fibra, tiveram uma maior resistência à fratura e
uma melhor distribuição de estresse.
3 PROPOSIÇÃO
Baseado na importância do estudo da resistência à
fratura dos dentes tratados endodonticamente demonstrada pela revisão
da literatura, o propósito da presente pesquisa foi:
a. Verificar se existiu diferença entre os retentores intra-
radiculares quanto à resistência à fratura;
b. Avaliar se existiu diferença na associação coroa/ retentor intra-
radicular quanto à resistência à fratura após ciclagem
mecânica;
c. Identificar, por meio de microscopia ótica, se os tipos de fratura
apresentaram algum padrão independente do núcleo e
restauração.
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 Material
Os materiais utilizados neste estudo, bem como suas
respectivas marcas comerciais e fabricantes, estão apresentados na
tabela abaixo (Quadro 1).
Quadro 1- Nomes comerciais, tipos de material e fabricantes dos produtos
utilizados nos experimentos
Material
Fabricante
Descrição
Pinos de fibra de
quartzo e acessórios
RTD/ Saint Ègreve,
França
Pino pré-fabricado de fibra de
quartzo, serrilhado, com n º 4
Filtek Z250
3M ESPE, Saint Paul,
USA
Compósito odontológico fotoativado
Impregum Soft
3M ESPE, Saint Paul,
USA.
Material de moldagem a base de
poliéter.
Multilink
Ivoclar-Vivadent,
Schaan - Liechtenstein
Cimento resinoso autopolimerizável
Sistema Cerâmico
IPS e.max
Ivoclar-Vivadent,
Schaan Liechtenstein
Cerâmica injetada a base de
dissilicato de lítio
Cerâmica Noritake
Noritake Kizai Co.
Limited
Cerâmica feldspática de
recobrimento de estrutura para
subestrutura metálica
Resina Composta
laboratorial Sinfony
3M ESPE, Saint Paul,
USA
Monômeros(48%), Vidro(40%),
Dióxido de silício(5%), Ionômero de
vidro(5%), Silano(1%), Agente
iniciador(1%).
Elite
Zhermack, Italia
Silicona de adição
61
4.2 Método
4.2.1 Obtenção das amostras
Foram selecionados 60 incisivos centrais humanos íntegros,
com anatomia e dimensões aproximadamente semelhantes, com
comprimentos radiculares que foram padronizados em 16 mm. (Figura 1)
Figura 1 Espécime dentário padronizado em 16 mm
Estes dentes foram coletados nas clínicas da Universidade
Estadual Paulista com autorização livre e esclarecida dos pacientes e o
projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual
Paulista (Anexo 1). Os dentes foram limpos com curetas periodontais
(Duflex, SS White, São José dos Pinhais, PR, Brasil) e escovas de
Robinson com pasta de pedra pomes e água. Dentes com anatomia ou
dimensões discrepantes foram descartados. Os dentes foram
seccionados abaixo da junção amelocementária no comprimento
padronizado de 16 mm com brocas diamantadas e armazenados. Para a
padronização dos dentes doados foi feita a mensuração das distâncias
mésio-distal (MD) e vestíbulo lingual (VL) das raízes. Após o corte os
diâmetros dos canais radiculares foram avaliados e quando encontradas
62
raízes com diâmetros discrepantes, ou seja, muito amplos ou atrésicos,
essas foram descartadas.
4.3 Confecção dos corpos de prova
Os remanescentes radiculares foram numerados e distribuídos
de acordo com a média dos valores das distâncias (MD) e (VL) em ordem
crescente e divididos em 10 grupos de 6 em ordem crescente de tamanho
e os grupos finais foram formados a partir de um espécime de cada grupo
de dez formando assim os grupos que foram analisados. Desta forma a
diferença entre as médias dos diâmetros dos incisivos dos mesmos
grupos não ultrapassou 1 mm.
As raízes foram incluídas segundo Soares et al. (2005) e para
isso foi utilizada cera 7 para se conseguir um espaço entre 0,2 e 0,3 mm
em torno de toda raiz (Figura 2), que forneceu o espaço a ser preenchido
pelo poliéter (Impregum F 3M ESPE, Seefeld Alemanha) simulando o
ligamento periodontal para que fosse possível reproduzir a movimentação
do dente no interior do alvéolo. Assim, a cera foi aquecida a uma
temperatura de 80ºC em termo plastificadora e as raízes foram imersas
em um rápido movimento. As raízes foram mantidas em temperatura
ambiente e, em seguida as mesmas foram imersas em água fria para que
a cera se solidificasse completamente sem sofrer deformações. Por meio
das marcações feitas anteriormente nas raízes, foi possível conferir a
espessura da cera sobre a superfície radicular com paquímetro digital.
63
Figura 2 Simulação do espaço periodontal
A seguir as raízes foram posicionadas e fixadas em resina
acrílica ativada quimicamente dentro de dispositivos cilíndricos de PVC de
¾ polegada com 20 mm de altura. O posicionamento das raízes no
interior dos cilindros foi realizado com o uso de um delineador e com
auxílio de uma broca de preparo radicular que foi posicionada no interior
da raiz. Assim a as raízes foram posicionadas no interior do cilindro
mantendo-se uma exposição radicular de 2 mm. (Figura 3).
Figura 3 Inclusão do corpo de prova no interior do cilindro
Após 24 horas, as raízes foram retiradas dos alvéolos artificiais
e imersas em água aquecida a 50ºC. A seguir, as raízes foram polidas
com pedra pomes e escova de Robbinson eliminando-se qualquer resíduo
de cera. Para a obtenção do ligamento periodontal artificial, foi utilizado
adesivo à base de poliéter (Impregum Soft, 3M ESPE, Seefeld
Alemanha). As superfícies radiculares e os alvéolos artificiais receberam a
aplicação do adesivo (Polyether Adesive, 3M ESPE, Seefeld Alemanha)
64
e em seguida foi realizada a colocação do material de moldagem com
auxilio de uma espátula e também pincelado sobre a raiz (Figura 4). O
dente foi introduzido no cilindro de resina até que a demarcação prévia
coincidisse com a superfície do cilindro.
Figura 4 Aplicação de poliéter para simular ligamento periodontal
Todos os corpos de prova foram identificados e mantidos em
solução fisiológica no interior de recipientes hermeticamente fechados de
acordo com o material para confecção do retentor intra-radicular e coroa a
ser restaurado (Quadro 1).
4.4 Preparo das raízes
Para o preparo dos condutos das raízes, foi utilizada
inicialmente, uma broca de Peeso 2 (Maillefer Instrumentos S.A.,
Dentsply Suiça) na profundidade de 12 mm. As raízes foram
enfraquecidas seguindo a metodologia proposta por Marchi et al., 2003. O
65
preparo foi realizado através de desgastes com pontas diamantadas
inicialmente em alta rotação terminando em baixa rotação sob
refrigeração constante. Primeiramente, foi realizado um desgaste de 9
mm de profundidade ao terço apical, com ponta diamantada esférica
número 1016 (1,8 mm diâmetro) (KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil). Em
seguida, foi realizado um segundo desgaste do terço cervical até o terço
médio alcançando 5 mm de profundidade com a ponta diamantada
esférica número 3017 HL (2,5 mm de diâmetro) (KG Sorensen, Barueri,
SP, Brasil). Foi realizado um terceiro desgaste no terço cervical com
broca 3018 HL (KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil) com 3 mm de
profundidade de modo a deixar uma parede remanescente de 0,5 mm de
espessura. A profundidade de penetração das pontas foi controlada
através de marcações em suas hastes (Figura 5).
Figura 5 Pontas diamantadas utilizadas e profundidade de desgaste: (a)
1016, 9 mm até o terço apical; (b) 3017 HL, 5 mm de profundidade até o
terço cervical e (c) 3018 HL, 3 mm de profundidade até o terço cervical.
66
4.5 Constituição dos grupos
Após a realização dos desgastes no interior das raízes (Marchi
et al., 2003) simulando raízes fragilizadas, os espécimes foram divididos
em 6 grupos, sendo classificados segundo o tipo de retentor intra-
radicular e o tipo de material restaurador utilizado.
Quadro 2 Distribuição dos grupos de acordo com o tipo de material
Grupo
Tipos de Retentores
Tipos de Restaurações
1
Núcleo Metálico
Fundido
Resina Composta Indireta
2
Núcleo Metálico
Fundido
Metalo Cerâmica
3
Núcleo Metálico
Fundido
IPS e-max
4
Pinos de Fibra Pre-
Fabricados + Pinos de
Fibra acessórios
Resina Composta Indireta
5
Pinos de Fibra Pre-
Fabricados + Pinos de
Fibra acessórios
Metalo Cerâmica
6
Pinos de Fibra Pre-
Fabricados + Pinos de
Fibra acessórios
IPS e-max
4.6 Construção da porção coronária
Para padronizar a confecção da porção coronária dos cleos
de preenchimento e dos cleos metálicos fundidos, foi confeccionada
uma matriz em resina de um modelo de incisivo superior previamente
preparado para receber uma coroa total com resina composta Z250 (3M
67
ESPE), seguindo os mesmos padrões da parte coronária do núcleo
metálico fundido. (Figura 6).
Figura 6 Padrão confeccionado em resina para reprodução dos munhões.
A partir desse padrão, foram reproduzidas matrizes de acetato
em uma máquina plastificadora a vácuo que serviu para auxiliar a
confecção dos núcleos de preenchimento com resina composta híbrida
(Zamboni et al., 2008) e núcleos metálicos fundidos (Figura 7).
Figura 7 Molde em acetato
4.7 Preparo do espaço para o pino e preparo das amostras dos
grupos restaurados com Núcleos Metálicos Fundidos.
Os Grupos 1, 2 e 3 foram preparados para receber núcleos
metálicos fundidos. Foram utilizadas brocas de largo 2 3 e 4 (Dentsply
Maillefer, Ballaigues, Suiça) em seqüência por uma extensão de 9 mm,
68
deixando o preparo levemente expulsivo. Após o preparo e a limpeza dos
canais com jatos de água/ar e secagem com cones de papel absorvente
os condutos foram vaselinados e para a confecção dos núcleos metálicos
fundidos foi realizada a técnica direta descrita por Miller (1978), utilizando-
se núcleos de policarbonato pré-fabricados (Núcleo Jet Angelus, PR
Brasil), reembasados com resina acrílica autopolimerizável (Duralay,
Reliance Dental Mfg. Co., Chicago, USA). Foi realizada a modelagem do
conduto em resina acrílica (Duralay, Reliance Dental Mfg. Co., Chicago,
USA) e confecção do munhão utilizando matriz de acetato previamente
confeccionada e padronizada. Para isso, foi vertido resina Duralay (Dental
Relliance Mfg. Co., Buffalo, IL, EUA) no interior da matriz de silicone,
obtendo-se padrões de resina com dimensões semelhantes aos dentes
preparados dos outros grupos, mantendo-se desta forma a padronização
da porção coronária de todos os corpos de prova. Os padrões de resina
foram então posicionados sobre a extremidade do bastão posicionado
dentro do conduto e câmara pulpar e fixados com resina Duralay. Após a
polimerização, foi realizada o refinamento e remoção de excessos do
preparo da porção coronária em resina acrílica com brocas de carboneto
de tungstênio (Maxicut e Minicut Edenta AG Dental produkte Suiça).
Os núcleos metálicos fundidos foram confeccionados utilizando liga de
níquel cromo.
4.8 Cimentação do Núcleo Metálico Fundido
Para que o agente cimentante não fosse mais uma variável que
pudesse interferir nos resultados, os núcleos metálicos fundidos foram
cimentados com cimento resinoso Multilink (Ivoclar Vivadent, Schan,
Liechtenstein) (Figura 9).
69
Figura 8 - Primer A e Primer B utilizado na cimentação
Previamente a cimentação foi realizada limpeza do conduto
radicular com 10 ml de EDTA 17% (Odahcam, Dentsply, Brasil) durante 1
minuto para remoção da smear layer seguida de irrigação final com água
destilada para a limpeza de eventuais impurezas e secas com cones de
papel absorvente.
A cimentação dos núcleos metálicos fundidos foi iniciada pela
adaptação dos mesmos ao comprimento de 9 mm intra-radicular. Foi
aplicado uma camada de adesivo (mistura de uma gota do Multilink
Primer A e Multilink Primer B), foi feita aplicação ativa de uma camada da
mistura no pino, com pincel descartável tipo microbrush, por 15 s, e
remoção de excessos com ligeiro jato de ar. O tratamento do canal
radicular com o sistema adesivo Multilink Primer A e B (Ivoclar-Vivadent)
(Figura 8) foi realizado conforme as recomedações do fabricante.
Figura 9 Cimento Resinoso Multilink
Partes iguais da pasta base e catalisadora do cimento resinoso
(Figura 8) foram misturadas e aplicadas primeiro no pino e, depois no
70
conduto radicular com auxilio de um gotejador de cera 2. O núcleo
metálico fundido foi assentado passivamente no conduto sob pressão
digital, os excessos de cimento foram removidos e espera do tempo de
polimerização por cerca de 180 segundos.
Conforme instrução do fabricante, não foi usada a broca lentulo
para levar o cimento no conduto radicular, uma vez que seu uso poderia
acelerar o tempo de presa da reação.
4.9 Preparo do espaço para o pino e preparo das amostras dos
grupos restaurados com Pinos de Fibra Pré Fabricados.
Os grupos 4, 5 e 6 foram preparados com uma broca do
próprio kit de pinos nº4 (Figura 10) na profundidade de 9 mm indicada
pelo fabricante para receber os pinos de fibra feita com irrigação. Após o
preparo e a limpeza dos canais com jatos de água/ar e secagem com
cones de papel absorvente, os pinos foram testados no interior do
conduto e cortados com broca diamantada de modo que ficasse um
remanescente extra coronário de 4 mm.
Figura 10 Brocas e respectivos pinos de fibra de quartzo do sistema
Macro Lock X-RO - RTD.
As matrizes foram adaptadas a cada espécime. Incrementos de
resina composta foram aplicados e fotopolimerizados ao redor do pino no
volume suficiente para que se crie base do futuro munhão sem que haja
71
interferência da matriz de acetato. A seguir, a forma externa dos núcleos
foi obtida a partir do preenchimento da matriz com resina composta e
posicionamento da mesma sobre os espécimes para a remoção do
excesso de material extravasado antes da polimerização final (Figura 11).
Figura 11 Munhão em resina confeccionado através de molde de acetato
Após a fotopolimerização do material foi realizada a remoção
dos excessos com lamina de bisturi e brocas multilaminadas. Ao final, os
núcleos de preenchimento apresentaram uma altura de 6 mm.
4.10 Cimentação do Pino de Fibra de Quartzo.
A cimentação dos pinos foi iniciada pela adaptação dos
mesmos ao comprimento de 9 mm intra-radicular e mais extensão
coronária de 4 mm delimitada com um marcador permanente. realizada
aplicação de uma camada de agente silano (Monobond-S, Ivoclar
Vivadent) por 60 segundos à temperatura ambiente e seco com jato de ar
por 5 segundos. A seguir, foi aplicado uma camada de adesivo (mistura
de uma gota do Multilink Primer A e Multilink Primer B), com pincel
descartável tipo microbrush por 15 segundos e remoção de excessos com
ligeiro jato de ar (Figura 12).
72
Figura 12- Tratamento da superfície do pino de fibra.
O tratamento do canal radicular com o sistema adesivo Multilink
Primer A e B (Ivoclar-Vivadent) foi realizado conforme as recomedações
do fabricante. Foi feita a limpeza do conduto radicular com 10 ml de EDTA
17% (Odahcam, Dentsplay, Brasil) durante 1 minuto para remoção da
smear layer seguida de irrigação final com água destilada para a limpeza
de eventuais impurezas e secas com cones de papel absorvente. Foi feita
dosagem e mistura de uma gota de Multilink Primer A e Primer B e
aplicado na superfície do pino principal e acessórios por 15 segundos
(Figura 13a).
Figura 13 Cimentação do pino de fibra de quartzo a) Aplicação do primer A+B; b)
Introdução do pino de fibra tratado com cimento resinoso; c e d)
Colocação dos pinos acessórios.
a
b
B
c
C
d
D
73
Para a cimentação dos pinos de fibra foram dispensadas partes
iguais da pasta base e catalisadora do cimento resinoso e misturadas e
aplicadas primeiro no pino (Figura 13b), depois no conduto radicular com
auxilio de um gotejador de cera nº 2. O pino foi assentado passivamente
no conduto sob pressão digital e, a seguir, foram introduzidos mais 3
pinos acessórios da mesma forma anteriormente descritas (Figura 13c).
Os excessos de cimento foram removidos e espera do tempo de
polimerização por cerca de 180s (Figura 13).
Conforme instrução do fabricante, não foi usada a broca lêntulo
para levar o cimento no conduto radicular, uma vez que seu uso poderia
acelerar o tempo de presa da reação.
4.11 Moldagem Dos Preparos e Obtenção dos Modelos em Gesso
Os munhões dos espécimes foram moldados com poliéter
(Impregum F; 3M ESPE, St. Paul, MN, EUA) com casquetes individuais de
resina acrílica, os troqueis foram preenchidos em gesso tipo IV. Após a
obtenção do modelo de trabalho, o mesmo foi aliviado na porção
coronária com Tru-fit, o que corresponde a 15µm de alívio.
Após a desinclusão, as coroas foram limpas e adaptadas nos
dentes. Para detectar áreas ou pontos de atrito que pudessem impedir o
assentamento das coroas nos respectivos preparos foi aplicado líquido
evidenciador de contato com auxilio de um pincel pelo de marta 00 nas
paredes internas das fundições. As áreas de atrito foram removidas com
broca de aço esférica nº 2 em alta rotação sob refrigeração constante.
Este procedimento foi repetido até que uma película uniforme de
evidenciador fosse observada. A verificação da adaptação foi realizada
74
com auxilio de uma sonda exploradora 05 e com lupa frontal com
aumento de 4 vezes.
4.12 Confecção e cimentação da coroas
Sobre os modelos foram confeccionadas 20 coroas totais de
resina composta laboratorial do sistema Sinfony (3M ESPE), 20 coroas
totais em metalo cerâmica (noritake) e 20 coroas metal-free do sistema
cerâmico IPS e-max (Ivoclar-Vivadent) (Figura 16), seguindo-se as
recomendações do fabricante. As mesmas foram confeccionadas por
laboratório técnico especializado no formato de incisivos centrais
superiores com apoio na superfície palatina 2 mm abaixo da incisal para
aplicação de carregamento durante os testes.
Figura 14 a) Coroa em resina indireta; b) Coroa metal free; c) Coroa
metalo-cerâmica
Com a obtenção do modelo as coroas foram fabricadas
seguindo-se as recomendações técnico-laboratoriais dos fabricantes para
o seu material.
75
4.12.1 Coroa Metalo-Cerâmica
As coroas foram confeccionadas de acordo com as
recomendações do fabricante. Foi realizado isolamento do troquel com
vaselina sólida, confecção do casquete com resina acrílica, correção da
superfície e margens do casquete com cera (Kota do Brasil). O casquete
foi incluído em revestimento fosfatado (Termocast Polidental Ind. e Com.
Ltda), o forno foi aquecido a 900ºC para eliminação da cera e resina, foi
feita a fundição da liga metálica a base de NiCr (Durabond MS), foi
realizada a desinclusão do revestimento e adaptação da infra-estrutura
metálica no modelo. A seguir a infra-estrutura foi usinada com pedra de
óxido de alumínio. Após isso foi verificada a adaptação da infra-estrutura
e aquecimento em forno de porcelana para desgaseificação do metal. Foi
feito jateamento do metal com óxido de alumínio e lavagem em ultrassom
por 10 minutos. Foi feita aplicação da cerâmica opaca em 2 camadas,
sendo cada aplicação seguida de uma queima (980ºC). A seguir, a
cerâmica de corpo foi aplicada em 2 camadas, sendo cada aplicação
seguida de uma queima (960ºC). Foi feito desgastes da superfície das
coroas com ponta diamantada para obtenção da forma e dimensões
estabelecidas. Realizou-se um polimento final com pontas de borracha
abrasivas e glazeamento.
4.12.2 Cimentação
Na peça foi aplicado o primer de metal. Foi aplicado agente
silano Monobond S (Ivoclar Vivadent) por 1 minuto. A seguir aplicamos o
primer A e B do sistema de cimentação Multilink (Ivoclar Vivadent), o
condicionamento foi realizado com o sistema adesivo autocondicionante
do cimento Multilink (Ivoclar Vivadent) através da mistura Primer A +
76
Primer B na proporção 1:1, apresentado em 2 frascos (condicionador e
primer juntos e adesivo separado). Com pincel microbrush, procedeu-se
15 segundos de aplicação do condicionador sobre as estruturas, seguida
de jatos de para eliminação do solvente. O cimento resinoso foi
manipulado com auxilio de stick e a peça foi cimentada ao preparo com
uma carga de 5,0 kg. Passados 120 segundos realizou-se,
imediatamente, a remoção dos excessos.
4.13 Coroa Sinfony
Os cerômeros, ou polímeros otimizados por cerâmica, são
resinas compostas microhíbridas de uso indireto e que apresentam uma
média de 66% de peso de partículas minerais cerâmicas . Na tentativa de
reunir as melhores propriedades das resinas compostas e das
porcelanas, dentre elas a estética, a resistência ao desgaste e a fratura, a
conservação e a adesão à estrutura dentária, suprimindo as suas
desvantagens, surgiu no mercado, em meados de 1996, uma nova classe
de material restaurador indireto, os cerômeros ou polímeros otimizados
por cerâmica, que nada mais são do que resinas compostas microhíbridas
com partículas inorgânicas cerâmicas. Estudos têm demonstrado a
efciência e as vantagens deste material que pode ser utilizado para a
confecção de restaurações de grandes cavidades e próteses fixas de até
três elementos.
A resina Sinfony, segundo o fabricante, dispõe de duas
unidades para polimerização. A Visio Alfa (3M ESPE) (Figura 17) é a
unidade de luz para pré-polimerização, onde durante 5 segundos
polimeriza cada camada de resina (não superior a 2 mm), facilitando a
confecção do trabalho final. a unidade de luz para polimerização final,
sob vácuo e luz é a Visio Beta Vario (3M ESPE) (Figura 15), onde durante
77
1 minuto ocorre apenas a polimerização por luz e logo em seguida por 14
minutos a polimerização se sob luz e vácuo. Com esta unidade ocorre
a polimerização a vácuo da camada de dispersão (aumentando a dureza
superficial e dando maior retenção do polimento) e a completa
decomposição do foto iniciador (aumentando a longevidade e estabilidade
de cor). A Visio Beta bomba a vácuo é usada em conjunto com a unidade
de luz Visio Beta Vario, para obtenção do vácuo.
Figura 15 - Sistema Sinfony a) unidade Visio Alfa; b) unidade Visio Beta Vario.
4.13.1 Cimentação
As coroas foram condicionadas com acido fosfórico 37% por 20
s, lavadas e secas com jatos de ar. Foi aplicado agente silano Monobond
S (Ivoclar Vivadent) por 1 minuto. A seguir foi aplicado primer A e B do
sistema de cimentação Multilink (Ivoclar Vivadent). No preparo, o
condicionamento foi realizado com o sistema adesivo autocondicionante
do cimento Multilink (Ivoclar Vivadent) através da mistura Primer A +
78
Primer B na proporção 1:1, apresentado em 2 frascos (condicionador e
primer juntos e adesivo separado). Com pincel microbrush, procedeu-se
15 segundos de aplicação do condicionador sobre as estruturas, seguida
de jatos de ar para eliminação do solvente. O cimento resinoso foi
manipulado com auxilio de stick e a peça foi cimentada ao preparo com
uma carga de 5,0 kg. Passados 120 segundos realizou-se,
imediatamente, a remoção dos excessos.
4.14 Coroa IPS e-max
Após a confecção dos troquéis, as cavidades foram delimitadas
com lápis e receberam camadas do espaçador. A seguir foi realizado o
enceramento das incrustações com cera. Os procedimentos de inclusão,
fundição e limpeza da porcelana seguiram as especificações do fabricante
(Figura 16).
Figura 16 Sistema IPS e-max a) pastilha de cerâmica sendo colocada no cilindro; b)
cilindro posicionado sobre a pastilha; c) cilindro de revestimento com
pistão posicionado no centro do forno.
b
a
c
79
4.14.1 Cimentação
As coroas foram condicionadas com acido fluorídrico 10% por
20 s, lavadas e secas com jatos de ar (Figura 17). Foi aplicado agente
silano Monobond S (Ivoclar Vivadent) por 1 minuto (Figura 18).
Figura 17 - Condicionamento ácido por 20 segundos
Figura 18 Aplicação do agente Silano
A seguir foi aplicado primer A e B do sistema de cimentação
Multilink (Ivoclar Vivadent) na coroa. No preparo, o condicionamento foi
realizado com o sistema adesivo autocondicionante do cimento Multilink
(Ivoclar Vivadent) através da mistura Primer A + Primer B na proporção
1:1, apresentado em 2 frascos (condicionador e primer juntos e adesivo
80
separado). Com pincel microbrush, procedeu-se 15 segundos de
aplicação do condicionador sobre as estruturas, seguida de jatos de para
eliminação do solvente. O cimento resinoso foi manipulado e a peça foi
cimentada ao preparo com uma carga de 5,0 kg. Passados 120 segundos
realizou-se, imediatamente, a remoção dos excessos.
Após a cimentação das coroas, os corpos de prova foram
submetidos aos ensaios de ciclagem mecânica.
4.15 Teste de ciclagem mecânica
Previamente a estes testes, os espécimes foram visualizados
sob microscopia ótica para confirmação da integridade radicular obtida
após a seleção dos mesmos no início desta pesquisa.
Para este teste, foi realizada uma máquina de simulação de
ciclos mecânicos (Figura 19).
Os espécimes foram posicionados numa angulação de 45
graus em relação ao plano do solo e submetidos a impactos repetitivos
direcionados, por 500.000 ciclos a uma freqüência de 4 hz
Figura 19 Cicladora Mecânica.
81
4.16 Ensaio de resistência à fratura
Para que as coroas possam receber uma força de compressão
incidindo em um ângulo de 135º com longo eixo da raiz, simulando um
contato oclusal em classe I de Angle, foi utilizado um dispositivo metálico
que permita o posicionamento dos corpos de prova em ângulo de 45º em
ralação ao plano horizontal. Ao final de cada teste os valores da força
necessária para provocar a falha do conjunto dente/núcleo/restauração e
os resultados foram submetidos à análise estatística para discussão dos
mesmos.
Figura 20 Tipos de fraturas favoráveis
Figura 21 Tipos de fraturas desfavoráveis
b
b
a
a
82
4.17 Análise dos padrões de Fratura
A análise do padrão de fratura foi realizada através da
classificação dos padrões de fraturas em favoráveis (Figura 20) e não
favoráveis (Figura 21).
4.18 Análise estatística
No delineamento do nosso experimento, que segue um
esquema fatorial tipo 2 x 3, foram consideradas como variáveis
experimentais, ou fatores em estudo, o tipo de material restaurador
(Cerômero, Metal free e Metalo-cerâmica) e a utilização de dois tipos de
retentores intra-radiculares (metálico ou Quartzo).
A variável resposta valor de resistência à fratura (kgf) foi obtido
no ensaio de compressão.
A unidade experimental foi o dente restaurado, denominado
corpo-de-prova.
Os corpos-de-prova foram designados, aleatoriamente, às seis
condições experimentais estabelecidas pelas duas variáveis
experimentais.
Foram obtidos 60 dados, ou seja, seis condições experimentais
sob dez repetições, os quais foram submetidos à análise estatística por
83
meio dos programas computacionais: MINITAB (Minitab, version 15.1,
2007) e STATISTIX (Analytical Software Inc., version 8.0, 2003).
A estatística descritiva consistiu no cálculo de médias e desvios
padrão. A estatística inferencial consistiu no teste de análise de variância
(ANOVA) dois fatores (MR e Pino), efeito fixo.
O modelo estatístico da análise de variância, ANOVA (dois
fatores), considera três possíveis efeitos: a existência de diferença
estatisticamente significante entre as MR; entre a Condição do Pino e a
interação entre os dois fatores.
O nível de significância escolhido foi o valor convencional de
5%.
5 RESULTADOS
5.1 Ensaio de resistência à compressão
Para obtenção das médias da resistência à compressão, foi
realizada a média aritmética dos 10 valores de resistência obtidos em
cada grupo.
As medidas resumo numéricas, média, desvio padrão (DP) e
coeficiente de variação, para cada grupo avaliado estão apresentados na
Tabela 1.
Tabela 1 - Média (±DP) dos dados de resistência à compressão (Kgf)) segundo os
fatores “pino”, “material restaurador ”*n=10
Grupo
Mínimo
Máximo
n
Média ± DP
Coef. Var. (%)
G1
26.15
64.40
10
47.44 ± 10.39
21.90
G2
43.15
32.81
64.73
10
54.74 ±7.76
14.18
G3
63.53
10
49.71 ± 8.66
17.41
G4
42.12
52.85
64.84
10
54.97 ± 8.67
15.77
G5
93.73
10
73.50 ± 11.83
16.10
G6
44.37
78.63
10
55.47 ± 10.62
19.15
85
Figura 22. Gráfico de colunas (média±desvio padrão) dos valores de resistência à fratura
segundo as condições experimentais estabelecidas pelas duas variáveis
em estudo: Pino e Restauração.
Para avaliar a influência do retentor intra-radicular e do material
restaurador quanto à resistência à compressão, os dados obtidos em
nosso experimento, foram submetidos ao modelo estatístico de análise de
variância, após ser considerada a distribuição dos resíduos ( Figura 22).
Os valores residuais decorrentes do ajuste desse modelo
adotado foram examinados para avaliar a adequabilidade do modelo para
inferências estatísticas válidas. Sendo determinado que os dados
originais propiciam um adequado ajuste, pois os dados se ajustam a uma
distribuição normal de probabilidade. Também foi verificada a
uniformidade dos resíduos (homocedasticidade) por meio do gráfico dos
valores resíduo em relação aos valores ajustados.
Tabela 2. ANOVA (2 fatores) para os dados (kgf) obtidos no ensaio de resistência à
fratura
Efeito
Gl
SQ
QM
F
p
MR
2
2011,07
1005,54
10,56
0,0001*
Pino
1
1710,94
1710,94
17,98
0,0001*
Interação
2
496,49
248,25
2,61
0,0829
Resíduo
54
5139,56
95,18
Total
59
9358,06
*p<0.05
86
Por meio da Tabela ANOVA, verifica-se que o efeito interação
entre o retentor intra-radicular e o material utilizado para a confecção da
coroa total não é estatisticamente significante (Tabela 2).
O efeito interação não significante indica que a alteração da
resistência à fratura quanto ao tipo e retentor intra-radicular (diferença dos
valores: Pino Q Pino NMF: 73,50 54,74 = 18,76 kgf) para o Metalo-
cerâmica não difere estatisticamente da alteração no cerômero (54,97-
47,44 = 7,53kgf e no tipo Metal Free (55,47- 49,71 = 5,76 kgf), (Figura
23).
Figura 23. Gráfico de médias para o efeito interação.
87
Quanto aos efeitos principais (retentor intra-radicular e material
restaurador) ambos são estatisticamente significantes.
Quanto ao retentor intra-radicular, a condição sob NMF
(50,63±9,22kgf) é menos resistente que a condição sob pino de fibra de
Quartzo (61,31±13,37kgf).
Quanto ao efeito material restaurador, verifica-se, mediante o
teste de comparação múltipla de Tukey (5%), que a condição metalo-
cerâmica (MC) (64,12±13,69kgf) difere estatisticamente das demais
coroas metal free (MF) (52,59±9,88kgf) e cerômero (C) (51,20±10,08kgf)
que, entre si, não diferem estatisticamente (Tabela 3).
Tabela 3. Formação de grupos homogêneos (conjuntos de mesmo desempenho) quanto
a valores (kgf) médios de compressão de corpos de prova, de acordo com o
Tipo de Material Restaurador, após a aplicação do Teste de Comparação
Múltipla de Tukey (5%)
MR
média(DP)
Grupos homogêneos*
Metalocerâmica
64,12 ±13,69
A
Metal Free
52,59±9,88
B
Cerômero
51,20±10,08
B
*médias seguidas de letras diferentes indicam diferença estatisticamente
significante
Quando se comparam os seis valores médios das condições
experimentais, mediante o teste de comparação múltipla de Tukey (5%),
pode-se verificar que as condições de maior resistência à compressão
foram obtidas para o pino de fibra de quartzo associado a coroa
restaurada com metalo-cerâmica. (Tabela 4)
88
Tabela 4. Formação de grupos de mesmo desempenho, após o teste deTukey (5%) para
as seis condições experimentais.
Pino
MR
média (kgf)
Grupos Homogêneos*
Q
MC
73,496
A
Q
MF
55,474
B
Q
C
54,966
B
NMF
MC
54,744
B
NMF
MF
49,714
B
NMF
C
47,438
B
*valores médios seguidos pela mesma letra não diferem estatisticamente.
Tabela 5. Média (±desvio padrão) dos dados de resistência à fratura obtida nos teste de
compressão sob duas condições de Pino em três diferentes materiais
restauradores
Pinos
MR
MC
C
MF
linha(m±dp)
NMF
54,74±7,76
47,44±10,39
49,71±8,66
50,63±9,22
Q
73,50±11,83
54,97±8,67
55,47±10,62
61,31±13,37
coluna (m±dp)
64,12±13,69
51,20±10,08
52,59±9,88
*n = 10
Tabela 6. Classificação e padrão de fratura para todos os grupos analisados
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Grupo 6
NMF+C
NMF+MC
NMF+MF
Q+C
Q+MC
Q+MF
Fraturas não
catastróficas
6
3
2
9
8
8
Fraturas
catastróficas
4
7
8
1
2
2
Nos grupos restaurados com núcleo metálico fundido, houve uma predominância
de fraturas não favoráveis quando comparados ao grupo restaurado com fibra de
quartzo.
89
Figura 24. Gráfico de classificação das fraturas
6 DISCUSSÃO
Para evitar interferências nos resultados dos testes de
ciclagem e resistência à fratura, todas as raízes foram padronizadas. As
raízes foram preparadas e estandardizadas em relação ao tamanho e
distância mesio-distal e vestíbulo lingual (Moosavi et al., 2008). Na
tentativa de se obter resultados mais próximos da realidade clínica, foi
realizada neste estudo a simulação da resiliência do ligamento periodontal
com uma camada fina de poliéter, a qual foi aplicada entre a raiz e o bloco
de resina acrílica (Newman et al., 2003). Também foi realizada
fragilização das raízes cujo objetivo visou simular determinadas situações
clínicas como presença de cáries extensas, pinos pré-existentes,
intervenção endodôntica precoce, as quais resultam em canais bastante
amplos e paredes finas.
Os dentes tratados endodonticamente necessitam de alguns
cuidados devido à ocorrência proporcional de maiores fracassos
biomecânicos que em dentes vitais, podendo muitas vezes levar à fratura
radicular (Fernandes et al., 2003; Zogheib et al., 2008). A literatura tem
mostrado freqüentemente a sua maior fragilidade (Guzy; Nicholls, 1979;
Wu et al., 2007) atribuída às alterações fisiológicas do tecido dentinário,
diminuição de sua elasticidade e, principalmente, perda de estrutura
dentária por rie e fratura, além dos procedimentos de instrumentação
do canal radicular e restauradores, levando à uma redução da capacidade
destes dentes suportarem as cargas intra-orais (Bateman et al., 2003;
Gonçalves et al., 2006; Johnson et al., 2000; Lui, 1994). Nesse sentido,
vários estudos têm sido propostos na busca por procedimentos que
reforcem a estrutura dental remanescente prevenindo a ocorrência de
fratura (Newman, 2003).
91
Canais severamente debilitados em dentes anteriores são
resultados de cáries recorrentes que se estendem à dentina radicular ao
redor de pinos pré-existentes ou pela necrose pulpar antes da completa
formação radicular em um paciente jovem (Tait et al., 2005). Quando se
comparam as propriedades mecânicas dos dentes tratados
endodonticamente em relação aos dentes vitais, é possível observar
alterações provenientes deste tratamento (Fusayama; Maeda, 1969;
Lewinstein; Grajower, 1981; Huang et al., 1992; Sedgley; Messer, 1992).
Porém tem-se demonstrado não se haver diferenças entre os dente
polpados e despolpados quanto à dureza Knoop (Fusayama;
Maeda,1969), dureza Vicker’s (Lewinstein; Grajower, 1981; Sedgley;
Messer, 1992), resistência à compressão, à tração (Huang, et al., 1992;
Sedgley; Messer, 1992), ao impacto (Huang, et al., 1992), resistência à
fratura (Sedgley; Messer, 1992), bem como na malha colagenosa que
compõe a parte orgânica da dentina (Rivera; Yamauchi, 1981). A principal
diferença entre estes se pela perda de estrutura dentinária relacionada
ao tratamento endodôntico.
Outras condições menos comuns incluem anomalias de
desenvolvimento como fusão e geminação, reabsorção interna e danos
iatrogênicos resultando também em um canal radicular amplo. Nestes
casos, os métodos tradicionais de restauração usando retentores intra-
radiculares são freqüentemente insatisfatórios ou até mesmo inviáveis
(Tait et al., 2005). Portanto, é válida a avaliação experimental dos
materiais restauradores e dispositivos intra-radiculares disponíveis para
se tentar restaurar essas raízes, ou seja, a recomposição biomecânica
interna de uma estrutura comprometida, tornando-a capaz de suportar e
reter um pino, bem como uma restauração a fim de prolongar a sua
função (Lui, 1994).
Os elementos dentais que apresentam extensa destruição da
porção coronária e, conseqüentemente, necessidade de tratamento
endodôntico, na maioria das vezes necessitam de algum tipo de retenção
92
intra-radicular para que possa reter uma restauração protética. Essa
retenção pode ser realizada por meio da confecção de núcleos metálicos
fundidos, da cimentação de pinos pré-fabricados ou preenchimento do
canal radicular com materiais adesivos associados aos núcleos de
preenchimento. (Ferrari et al., 2000b; Iglesia-Puig; Arellano-Cabornero,
2004).
Retentores intra-radiculares são geralmente indicados para
restabelecer dentes tratados endodonticamente quando seu tecido
coronário remanescente for incapaz de prover apoio e retenção
adequados para a restauração (Fernandes et al., 2003; Kimmel , 2000).
De acordo com a literatura, o uso de retentores intra-
radiculares metálicos associados a um material restaurador em um dente
tratado endodonticamente, não melhora significativamente sua resistência
à fratura (Johnson et al., 2000). Pelo contrário, Kimmel em 2000, relata
que o uso de núcleo metálico fundido torna os dentes mais susceptíveis à
fratura devido ao seu alto módulo de elasticidade.
Durante muitos anos, os núcleos metálicos fundidos foram
considerados o tratamento de escolha para a restauração de dentes
tratados endodonticamente (Gonçalves et al., 2006; Kimmel, 2000),
acreditando-se que tal retentor promoveria reforço e, conseqüentemente,
tornaria o dente e a restauração mais resistentes, diminuindo o risco de
fratura radicular. Segundo Kahn et al., (1996), Lau (1976) e Oliveira
(2002), tais pinos são adaptados à anatomia interna da raiz, com
conformação cônica (Lui, 1994), o que acaba induzindo uma
concentração interna de estresse e, devido ao efeito cunha, podem
resultar em fratura radicular (Kimmel, 2000). Devido aos núcleos
metálicos fundidos agirem como cunha, precipitando a fratura destas
raízes fragilizadas e os pinos pré-fabricados se adaptarem
imprecisamente aos condutos alargados, ficando envolvidos por
quantidades excessivas de cimento. Torna-se de extrema importância a
obtenção de um sistema de retentores intra-radiculares com propriedades
93
físico-mecânicas adequadas, preferencialmente similares às da estrutura
dentária perdida que atue como dentina artificial de modo a reforçar
raízes estruturalmente enfraquecidas.
Apesar de dentes hígidos apresentarem área neutra de
tensões no centro da raiz e a maior concentração de tensão se refletir na
circunferência (Assif; Gorfil, 1994; Albuquerque et al., 2003), após a perda
da coroa e inserção de retentores intra-radiculares, o estado de tensão-
deformação da estrutura é modificado (Naumann et al., 2006;
Albuquerque et al., 2003). Sob a aplicação de carga, em um sistema com
componentes de rigidez diferentes, as tensões irão se concentrar na
estrutura com maior módulo de elasticidade, neste caso, no núcleo
metálico fundido. Esta rigidez imposta à estrutura promove restrição do
deslocamento do dente, ou seja, sua flexibilidade é diminuída e,
conseqüentemente, redução da tensão periférica da raiz. As tensões
que se localizavam na periferia da raiz concentram-se nas regiões onde o
deslocamento natural do dente passou a ser mais restrito, na área da
interface pino-cimento (Albuquerque et al., 2003). O rompimento da
interface induz à dissipação da energia acumulada no interior do pino
para a dentina. Além da diferença de rigidez do pino, o canal radicular
apresenta dentina em forma radial e, uma vez que as tensões incidem
paralelamente à orientação dos túbulos, elas tendem a gerar efeito de
cunha, separando a raiz em duas partes e potencializando as fraturas
catastróficas.
Associado as dificuldades de adaptação e módulo de
elasticidade encontrada nos retentores intra-radiculares encontrados no
mercado ainda existe a dificuldade da cnica adesiva em canais
radiculares que é comprometida pela dificuldade de controle da umidade,
da espessa camada de smear layer, da acessibilidade durante a
manipulação dos materiais, da dificuldade de fotopolimerizar o sistema
adesivo e demais materiais envolvidos que dependam da luz e, por fim,
94
do fator de configuração cavitária altamente desfavorável (Pirani et al.,
2005; Tay et al., 2005).
Este estudo avaliou a Influência de diferentes tipos de
retentores intra-radiculares e do tipo de coroa total na resistência e modo
de fratura de raízes de incisivos superiores aplicando a carga diretamente
sobre as raízes estudadas. Esta metodologia foi empregada com o
objetivo de reproduzir uma situação clínica extrema que possibilitasse a
análise da força de resistência dos pinos isoladamente. Para tal, a
ponteira da máquina universal de ensaio foi posicionada a 45º em relação
ao corpo-de-prova, para simular as forças mastigatórias oblíquas
comumente incidentes na região anterior. Os resultados menos favoráveis
de resistência à fratura foram observados com o uso de núcleo metálico
fundido (NMF) em canais radiculares debilitados (grupo 1
NMF+C/47.44kgf, grupo 2 NMF+MC/54.74 e grupo 3 NMF+MF/49.71),
que apresentaram resistência à fratura inferior e estatisticamente
significante quando comparado aos grupos restaurados com pino de fibra
de quartzo. De acordo com Lui (1992), Kimmel (2000) e Tait et al., (2005)
o uso desses retentores em canais altamente alargados esta contra
indicado devido a induzirem um efeito cunha podendo resultar em fratura
radicular de uma raiz já debilitada.
Dois dos principais pré-requisitos clínicos dos pinos intra-
radiculares são: uma alta resistência flexural e módulo de elasticidade (E)
semelhante ao da dentina (Galhano et al., 2005). Por estas razões, foram
desenvolvidos pinos de fibra que apresentam um módulo de elasticidade
(E) mais próximo ao da dentina (E pino 20 GPa; E dentina 18 GPa)
quando comparados aos pinos fundidos e metálicos pré-fabricados (E 200
GPa) e pinos cerâmicos (E 150 GPa), permitindo absorção e distribuição
uniforme das tensões pela estrutura radicular remanescente, ao invés de
concentrá-las (Galhano et al., 2005).
Em 1996, Saupe e colaboradores demonstraram, que pinos de
diâmetros maiores (1.8 mm) mostraram menor resistência à fratura
95
radicular que diâmetros menores (1.3 mm). Além disso, os NMF são
materiais rígidos, que apresentam um módulo de elasticidade maior que o
da dentina, tendo potencial para transferir e concentrar tensões aplicadas
ao redor da estrutura radicular comprometida, principalmente próximo à
parte cervical das superfícies radiculares, conduzindo a um maior risco de
fratura (Hunter et al., 1989; Yoldas et al., 2005). A concentração de
tensões tem sido relacionada com os dispositivos intra-radiculares rígidos
(metálicos ou cerâmicos), pelo fato de apresentarem (E)
consideravelmente maiores que o da dentina (Albuquerque et al., 2003;
Asmussen et al., 1999; Lanza et al., 2005; Pierrisnard et al., 2002). Com
base nestes estudos de distribuição de tensões, parece ser evidente o
efeito de concentração de tensões nas paredes radiculares com pinos de
alto módulo de elasticidade (efeito cunha), fato que aumenta o risco de
fratura e facilita a degradação da adesão, uma vez que uma menor área
da estrutura suporta maior tensão, ao passo que pinos com (E) similar ao
da dentina permitem que as tensões sejam distribuídas mais
uniformemente na raiz, aumentando a resistência à fratura do
remanescente dental (Akkayan; Gulmez, 2002; Martinez-Issua et al.,
1998; Newman et al., 2003).
Porém, outros autores concluíram que a resistência à fratura
de raízes restauradas com pino de fibra de quartzo é igual ou maior que
em dentes restaurados com pinos metálicos fundidos (Mitsui et al., 2004;
Saupe et al., 1996). Corroborando com os dados encontrados no nosso
estudo, quando comparados a resistência à fratura do uso do pino de fibra
de quartzo associado a pinos acessórios (Q) apresentou resultado
estatisticamente significantes superiores quando comparado aos núcleos
metálicos fundidos (Q+C/54.97, Q+MC/73.50 e Q+MF/55.47). Segundo
Newman et al., 2003, uma possível explicação na diferença de resistência
à fratura radicular é, em parte, devido à composição desses pinos. As
porcentagens de fibra, carga e resina são variáveis de fabricante para
fabricante e, quanto maior o conteúdo de fibras, maior a resistência
96
exibida por estas estruturas. Diversos autores sugeriram que a utilização
de pinos com propriedades mecânicas semelhantes às da dentina e que
fossem capazes de aderir ao remanescente dentário, agente cimentante e
material de preenchimento coronário, poderia proporcionar um reforço
real da estrutura dentária remanescente (Duret et al., 1990; Kimmel,
2000). Materiais com essas características seriam especialmente
recomendados quando não existisse nenhum remanescente coronário, de
forma a permitir obtenção de uma rula extraordinária convencional.
Teoricamente, esses materiais adesivos permitiriam a obtenção de um
abraçamento ou amarramento interno da dentina radicular (Stewardson,
2001). Segundo Stewardson, em 2001, a utilização de pinos com
materiais menos rígidos que a dentina gera menor transferência de
tensão para as estruturas radiculares e, se o material dos pinos é
levemente menos resistente que a dentina, é provável que o pino frature
antes que a raiz.
Goracci e colaboradores em 2005 demonstraram que a
retenção do pino de fibra é derivada mais da fricção mecânica que da
verdadeira adesão à dentina intra-radicular; que os sistemas adesivos não
foram capazes de penetrar completamente a camada de smear layer, e
que devido à capacidade tampão desta smear layer, o condicionamento
com ácido fosfórico não criou uma camada híbrida uniforme. Assim, as
diferenças nas propriedades mecânicas de cimentos resinosos e demais
materiais utilizados no conduto radicular podem resultar em um aumento
no coeficiente de fricção (Cury et al., 2006) e influenciar diretamente no
comportamento biomecânico das restaurações dos dentes tratados
endodonticamente, principalmente das que apresentam raízes debilitadas.
Assim, considerando os resultados do presente trabalho, em
situações clínicas nas quais as raízes têm dano extenso com canal
radicular largo ou com um desenvolvimento imaturo da raiz, o uso de um
pino metálico fundido convencional estaria contra indicado, pois
97
aumentaria o risco de fratura radicular (Kimmel, 2000; Lui, 1992; Lui,
1994).
Uma vantagem dos pinos de fibra de vidro cimentados
adesivamente é que possuem uma capacidade de absorção e re-
distribuição mais homogênea de tensões ao remanescente dental, por
apresentarem um módulo de elasticidade (E) semelhante ao da dentina
(Martinez-Issua et al., 1998; Newman et al., 2003). Outro fator de grande
importância para o sucesso do tratamento restaurador é o material
utilizado para a confecção do núcleo de preenchimento. Dentre os mais
utilizados estão o amálgama, resina composta e o ionômero de vidro
(Reagan et al., 1999; Cohen et al., 2000). No presente estudo o material
utilizado foi a resina composta visto que, dentre os materiais estéticos
disponíveis, este tem-se apresentado como o de melhores propriedades
mecânicas (Burke et al., 2000; Cohen et al., 2000). As resinas compostas
apresentam vantagens como boas propriedades mecânicas, facilidade de
manipulação, controle do tempo de trabalho, estética e união a estrutura
dental por meio do sistema adesivo (Cordeiro, 2003).
A maioria dos autores considera o fato dos pinos de fibras
possuírem módulo de elasticidade próximo ao da dentina como sua maior
vantagem em relação aos núcleos metálicos fundidos, pinos metálicos
pré-fabricados e pinos cerâmicos, sendo praticamente unânimes em
afirmar que os pinos de fibra proporcionam a absorção da tensão e sua
distribuição uniforme para a estrutura radicular do remanescente dentário
(Isidor et al., 1996; Fredriksson et al., 1998; Asmussen et al., 1999).
Assim, se forem aplicados carregamentos excessivos ao elemento
dentário, os pinos de fibras serão capazes de reduzir o risco de fratura da
raiz (Ferrari et al., 2000a) o que foi confirmado por diversos estudos
clínicos (Fredriksson et al., 1998; Ferrari et al., 2000a; Naumann et al.,
2005) e laboratoriais (King; Setchell, 1990).
Para não introduzirmos mais uma variável ao nosso estudo,
utilizamos um cimento resinoso de cura química o que nos possibilitou a
98
utilização em todos os grupos. Além disso, a cimentação resinosa
melhora o comportamento mecânico dos retentores em relação à
cimentação convencional quando submetidos à ciclagem mecânica
(Moosavi et al., 2008; Naumann et al., 2008) além de nos proporcionar
uma condição mais favorável para o alivio destas tensões ao longo da
interface de união devido a sua característica de ser um cimento de lenta
polimerização e autopolimerizável (Bouillaguet et al., 2003).
A adaptação do retentor às paredes do conduto é essencial
para uma adequada retenção ou resistência a tração (Genovese et al.,
2005). Desta forma, a diminuição da espessura de cimento resinoso pode
reduzir a contração volumétrica e alteração deste material (Alster et al.,
1997), e, conseqüentemente melhorar a adaptação do retentor
(D’Arcangelo et al., 2007). A personalização dos retentores ou utilização
de pinos acessórios associados a pinos p-fabricados principais promove
a diminuição da linha de cimentação (D’Arcangelo et al., 2007),
melhorando assim o comportamento mecânico do sistema de retenção
intra-radicular, uma vez que aumenta a quantidade de fibras (Asmussen
et al., 2005).
Esse cimento pode ter tido sua polimerização ocorrida de
forma uniforme independente da profundidade do canal radicular e do
volume do material inserido devido a sua cura química (Jardim, 2004).
Além disso, Sadek et al., 2006, avaliando a resistência adesiva de pinos
de fibra de vidro através da técnica do cisalhamento por extrusão,
mostraram que o cimento resinoso autopolimerizável Multilink alcançou
maiores valores de resistência de união, mas estatisticamente
semelhantes aos grupos de pinos que foram cimentados com RelyX
Unicem. Isso pode ser atribuído ao estresse da contração de
polimerização que é gerado por causa do fator de configuração cavitária
altamente desfavorável dentro do espaço do conduto radicular, que
podem também afetar a resistência interfacial de materiais resinosos
(Bouillaguet et al., 2003; Tay et al., 2005).
99
A avaliação do padrão de fratura possui grande relevância
clinica, uma vez que o mesmo ditará a possibilidade ou não de
reconstrução do elemento dental fraturado. Deve ser enfatizado que
desde que a reconstrução possua resistência à fratura clinicamente
aceitável, um padrão de falhas favorável é mais importante que elevados
valores numéricos de resistência à fratura. A revisão de literatura permitiu
ampla confirmação de que o comportamento mecânico e o padrão de
falhas dos pinos de fibras são diversos dos pinos metálicos e cerâmicos,
com vantagem para os primeiros (Butz et al., 2001; Raygot et al., 2001;
Heydecke et al., 2002; Newman et al., 2003; Fokkinga et al., 2004; Mitsui
et al., 2004). Os pinos metálicos tendem a produzir fratura irreparável da
raiz enquanto que nos pinos de fibra, a fratura radicular, quando ocorre, é
usualmente localizada mais cervicalmente e mais facilmente reparada. O
padrão de fratura desfavorável que ocorre quando se utilizam pinos
metálicos e cerâmicos é principalmente devido a sua grande rigidez (alto
módulo de elasticidade em relação ao da dentina), que causa elevada
concentração de tensão na dentina radicular (Duret et al., 1990; Bottino et
al., 2001) e a necessidade de remoção de maior quantidade de estrutura
dentaria quando cleos metálicos fundidos são confeccionados (Mitsui et
al., 2004).
Para os tipos de coroas utilizadas verificamos a superioridade
dos valores para os grupos restaurados com material misto (metalo-
cerâmica) em comparação aos grupos restaurados com coroas em
cerômero e coroas livres de metal. Buscamos na literatura valores de
referência mínima de resistência à fratura que uma coroa artificial poderia
apresentar, Rammelsberg em 2000, cita estudos que relataram cargas
oclusais de 263 N durante a mastigação, cargas superiores a 300 N em
pacientes com bruxismo e cargas entre 400 e 2400 N para pré-molares
hígidos. Burke e Watts (1998) encontraram resultados semelhantes de
resistência mecânica para dentes sadios e dentes restaurados com
coroas totais de cerâmica convencional. Burke (1999) avaliou a
100
resistência à compressão e não encontrou diferença significante entre
dentes restaurados com coroas puras de porcelana e dentes sadios.
Outros pesquisadores relataram forças máximas de 200 a 263 N nos
quadrantes anteriores e 400 N nos posteriores (Waltimo; Kononen, 1993).
Para efeito de comparação, os valores médios de resistência obtidos em
Kgf (vide quadro 3), foram transformados em Newtons (Tabela7).
Tabela 7. Valores em kilograma-força (kgf) e seus correspondentes em Newton (N).
média (kgf)
Valores em Newton (N)
73,496
725.14
55,474
547.29
54,966
542.32
54,744
542.32
49,714
490.50
47,438
468.04
Os valores encontrados em nosso estudo, demonstram que
todas as coroas avaliadas podem ser utilizadas na região anterior. Desta
forma, todos os materiais avaliados estariam indicados sem restrições no
que diz respeito a resistência à fratura.
Para efeito de análise de dados, utilizamos o primeiro valor em
kgf apresentado pela máquina de ensaio universal, pois consideramos
desta forma a falha na restauração. Diversos estudos clínicos (Bello;
Jarvis, 1997; Rammelsberg, 2000) atestam a grande longevidade que as
coroas com reforço metálico têm apresentado ao longo dos anos.
Para as coroas metal free a técnica de cimentação adesiva cria
uma íntima interação entre dente e restauração. Uma vez iniciada uma
trinca ela tenderia a se propagar frente às cargas oclusais. A forte união
adesiva não permitiria sua interrupção ao nível da interface
dente/restauração e possibilitaria sua continuidade para o remanescente
dental. Apesar dos resultados terem mostrado alto índice de fratura da
101
coroa, estudos seriam necessários para confirmar se esse tipo de
envolvimento acontece em condições clínicas. No trabalho de Grey et al.
(1993) o modo de fratura das coroas mostrou que na porcelana
aluminizada a propagação de trincas se deu ao longo da estrutura do
coping e do corpo cerâmico. Nas coroas de In Ceram metade falhou igual
à porcelana aluminizada e a outra parte manteve o coping intacto. Em
nosso estudo, houve a maioria das falhas aconteceram na região de
coroa e em alguns casos elas se propagaram através da raiz, e isso
aconteceu na maioria dos casos nos dentes restaurados com materiais
que apresentaram maior módulo de elasticidade uma vez que nossas
raízes foram fragilizadas e apresentaram grande destruição. Para
Castellani et al. (1994) a hipótese de maior propagação de trincas das
coroas cerâmicas segue uma via diferente das metalo-cerâmicas. Nas
coroas cerâmicas as trincas começam na camada mais porosa, se
extendendo por toda a espessura devido à fragilidade intrínseca da
cerâmica. A cerâmica das coroas mistas tende a se manter aderida ao
metal mesmo quando completamente fraturada.
Ku et al., em 2002, em um trabalho comparando a resistência
à fratura de coroas totais em cerômero e metalo-cerâmicas, afirma que a
literatura é escassa no relato de comparações de materiais para coroas
totais na região anterior. Existe vasta documentação para dentes
posteriores, e os trabalhos mostram melhor padrão de fratura para dentes
restaurados com porcelana pura em relação aos cerômeros. Os
cerômeros apresentam algumas propriedades mecânicas semelhantes à
estrutura dental, sendo caracterizados como materiais que conseguem
distribuir de forma satisfatória os carregamentos oclusais em dentes
posteriores (Touati; Aidan, 1997). Brunton et al. 1999, relataram que as
restaurações de resinas compostas indiretas apresentaram maior
flexibilidade e menor rigidez, conferindo ao dente uma inerente habilidade
de flexão quando sob ão das forças oclusais em relação às
restaurações indiretas de cerâmica. Oliveira comparou através de uma
102
máquina de ensaio universal, dentes com restaurações classe II MOD de
resina composta indireta, restaurados com polímeros de vidro e
restaurações de cerâmica, obtendo resultados bastante semelhantes
entre os grupos. Campos em 2005, comparou adaptação marginal e
resistência à fratura de coroas totais executadas em diferentes sistemas
(metalo-cerâmica, metalo-cerâmica modificada, cerâmica pura e
cerômero) em pré-molares. Encontrou maiores valores de resistência à
fratura para as metalo-cerâmicas convencionais e com ombro cerâmico, e
não encontrou valores com diferença estatisticamente significante entre
os grupos restaurados com cerâmica pura e cerômero. Os sistemas
cerâmicos são diretamente influenciados pela composição química e
propriedades físicas dos materiais (Rammeslberg et al., 2000). Em nosso
estudo, mesmo sendo o grupo de menor resistência à fratura, o grupo que
apresentou o melhor padrão de fratura radicular foi o grupo restaurado
com pino de fibra restaurado com coroa em cerômero. Uma possível
explicação para esses resultados seria a maior estabilidade do conjunto
restaurado com cerômeros pela maior similaridade de propriedades
mecânicas entre os pinos, resina composta e cimento resinoso em
relação à cerâmica, que apresenta maior friabilidade. Porém, mesmo
menores, os valores de resistência à fratura para a cerâmica pura, em
relação às metalocerâmicas, eles excedem as forças normais de oclusão
reportadas em diversos estudos que seria em torno de 263 N para
homens e 243 N para mulheres em oclusão normal e 297 N durante a
deglutição (Waltimo; Kononen, 1993). Apesar dos resultados apontados
pelo presente trabalho, há dificuldades de reportá-los para a clínica diária.
A utilização de carregamento estático, bem como a aplicação de forças
muitas vezes fora do limite fisiológico durante a realização dos testes
laboratoriais (Secco et al., 1997), ainda não possibilitaram a reprodução
da complexidade das condições de fadiga a que se expõem as
restaurações no interior da cavidade bucal, dificultando dessa maneira, a
transferência exata dos resultados obtidos para a situação clínica
103
(Stampalia et al., 1986; Eakle et al., 1992); entretanto, com a
padronização das amostras, preparos e técnica restauradora, da
simulação do ligamento periodontal (Carlini, 2001; Koutayas et al.,2000) e
da confecção de coroas totais, pôde-se minimizar, em parte, essa
limitação, possibilitando, de certa forma, prever-se o comportamento das
restaurações na cavidade bucal.
Quanto ao padrão de fratura podemos observar nesse estudo
que os pinos de fibra pré fabricado apresentaram padrão de fratura mais
favorável quando comparado aos núcleos metálicos fundidos, isso pode
ser explicado levando-se em conta a flexibilidade (módulo de elasticidade)
do pino de fibra (Newman et al., 2003). Considerando-se a localização
exata das fraturas houve maior ocorrência de fraturas mais profundas
com pior prognóstico restaurador, para os grupos restaurados com núcleo
metálico fundido uma vez que se trata de raízes fragilizadas.
7- CONCLUSÕES
a) Os grupos restaurados com pinos de fibra pré-fabricados
apresentaram os maiores valores de resistência à fratura
quando comparados ao núcleos metálicos fundidos;
b) Após ciclagem mecânica, os grupos restaurados com
coroas totais metalo-cerâmica apresentaram valores de
resistência à fratura superiores quando comparados aos
restaurados com cerômero e metal free, para ambos os
sistemas intraradiculares;
c) Avaliados por meio de microscopia óptica, o grupo
restaurado com pinos de fibra de quartzo e coroa
metalo-cerâmica apresentou padrão de fratura mais
favorável que os demais. Os grupos restaurados com
núcleos metálicos fundidos apresentaram os padrões de
fraturas mais desfavoráveis que os restaurados com
grupos de fibra de quartzo.
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ABSTRACT
The aim of this study was to compare the fracture resistance and failure of
maxillary incisors restored using fiber post and metallic post under
different types of full-coverage crowns. The null hypothesis tested was that
fracture resistance and the failure pattern of these teeth were not affected
by the use of fiber post, metallic post and typo of full coverage crown.
Sixty maxillary incisors were divided into 6 groups of 10 each. G1- metallic
post + metallic ceramic crowns, G2- metallic post + e-max system, G3-
metallic post + cerômeros, G4- Fiber post and accessories post + metallic
ceramic crowns, G5- Fiber post and accessories post + e-max system
and G6- Fiber post and accessories post + cerômeros. The specimens
were submitted a mechanical loading at a frequency of 2 Hz for a total of
500.000 cycles. After were taken to the Universal Test Machine for the
fracture resistance at 1,0 mm/min speed. The fracture resistance values
were G1- 47.44 ± 10.39, G2- 54.74 ±7.76, G3-49.71 ± 8.66, G4- 54.97 ±
8.67, G5-73.50 ± 11.83 e G6- 55.47 ± 10.62. Results show statistically
significant differences in relation to the type of the posts (ANOVA)
(p<0,05). Fracture analyses about metallic post showed the most
unfavorable fracture and fiber post restored with metallic crown showed
statistically significant difference in relation to the others groups. Tukey
test (5%) showed Metallic-crown - 64,12±13,69 kgf, is statistically
difference than the other crowns metal free - 52,59±9,88 kgf and Sinfony
crowns - 51,20±10,08 kgf that was not different between itself. The result
of this study indicate that the use of fiber posts increase their resistance to
fracture and improve the prognosis in case of fracture.
KEY WORDS: Fracture resistance. Fiber posts. Dental materials.
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