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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
DERISVALDO COSTA DE CARVALHO
AMBIENTE VIRTUAL PARA TREINAMENTO EM
AUTOMATED TELLER MACHINE, COMO AUXÍLIO NA
MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS.
Mogi das Cruzes, SP
2010
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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
DERISVALDO COSTA DE CARVALHO
AMBIENTE VIRTUAL PARA TREINAMENTO EM
AUTOMATED TELLER MACHINE, COMO AUXÍLIO NA
MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS.
Dissertação apresentada à Universidade de
Mogi das Cruzes, como pré-requisito para
obtenção do tulo de Mestre do Programa de
s-Graduação Integrada em Engenharia
Biomédica.
Área de concentração: Instrumentação
Biomédica
Orientador: Prof. Dr. Flávio Cézar Amate
Mogi das Cruzes, SP
2010
ads:
F
ICHA
C
ATALOGRÁFICA
Universidade de Mogi das Cruzes - Biblioteca Central
Carvalho, Derisvaldo Costa de
Ambiente virtual para treinamento em automated
teller machine, como auxílio na melhoria da qualidade de
vida de idosos / Derisvaldo Costa de Carvalho. – 2010.
92 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomédica) -
Universidade de Mogi das Cruzes, 2010
Área de concentração: Instrumentação Biomédica
Orientador: Prof. Dr. Flávio Cézar Amate
1. Caixa bancário de auto-atendimento 2. Idosos -
Autonomia 3. Idosos Qualidade de vida I. Amate,
Flávio Cézar
CDD 610.28
DEDICATÓRIA
Aos meus Pais Domingos (In memoriam) e Nenê, que me fazem lembrar que a verdadeira e
significativa formação das pessoas se faz com amor, compreensão, disciplina, esforço e
amizade. E as grandes realizações são apenas a somatória das pequenas vitórias conquistadas
todos os dias ao longo de nossa vida.
A minha família pelo constante incentivo e apoio nos momentos difíceis dessa caminhada.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo descortinar de mais uma oportunidade concedida, que me permitiu construir e
aprender, mostrando que sempre vale a pena o esforço e a dedicação.
A MTA, por continuar sendo sempre a estrela guia de minha vida.
Ao Prof. Dr. Flávio Cezar Amate, por ter sido não apenas o orientador do Mestrado, mas o
amigo que depositou toda confiança na realização do projeto.
Aos professores do NPT da Universidade de Mogi das Cruzes, pela dedicação e interesse em
compartilhar momentos magníficos, cedendo o bem maravilhoso, que é o conhecimento.
Aos colegas de turma, pelo excelente convívio que tivemos e pelo aprendizado obtido nas
nossas relações pessoais. Que Deus continue iluminando sempre suas mentes brilhantes.
Aos amigos Prof. Dr. Elias Goulart e Profa. Dra. Rita Maria Monteiro Goulart pelo constante
incentivo e exemplo de dedicação e trabalho.
Aos amigos Edvaldo Medeiros Quirino e Natan Cronemberger Santana pela grande
colaboração na realização dessa pesquisa.
Aos idosos voluntários que participaram desse estudo, aos quais rendo minhas homenagens
pela demonstração de espírito participativo, abnegação e interesse em colaborar com a
ciência.
A professora Alice Clara Soares Frias, exemplo de educadora, tem sempre mostrado através
de sua prática o verdadeiro significado da arte de ensinar.
Agradecimento especial a Professora Leila Aparecida Ravázio, por ter incentivado e
oportunizado a realização desse curso, demonstrando assim, o quanto valoriza o crescimento e
a evolução do educador, que Deus ilumine sempre seu caminho.
Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é
alguém que acredite que ele possa ser realizado.
(Roberto Shinyashiki)
RESUMO
Diante do momento em que a humanidade está marcada pela revolão da informática, da
robótica e da microeletnica, tornando-se cada vez mais dependente das máquinas, o
indivíduo idoso apresenta dificuldades de inserção neste cenário, devido à falta de habilidade
e falta de projetos tecnológicos voltados para o treinamento dessa população. Esta pesquisa
teve como objetivo desenvolver um simulador de ambiente virtual de caixa bancário de auto-
atendimento para treinamento de pessoas idosas e verificar os níveis de contribuição desse
treinamento na melhoria da qualidade de vida dos idosos com o aumento da autonomia e
independência. A amostra foi constituída por 40 idosos voluntários do município de
Mairiporã, de ambos os sexos e com idades entre 57 e 72 anos, todos alfabetizados e com
boas condições de saúde. Os materiais utilizados para a pesquisa foram um simulador de
ATM (Caixa Bancário de Auto Atendimento), desenvolvido especialmente para a pesquisa,
contendo interfaces semelhantes aos caixas eletrônicos da Rede Bancária, um instrumento de
coleta de dados denominado In TIC”, criado para avaliar o vel de interação dos
participantes com as Tecnologias de Informação e Comunicação, e dois instrumentos de
avaliação de Qualidade de Vida, o WHOQOL Old e o WHOQOL Bref. A pesquisa foi
desenvolvida em três etapas: A primeira, com a aplicação dos três instrumentos de coleta de
dados, duas semanas antes do início do treinamento. A segunda etapa ocorreu com o
treinamento dos idosos durante 32 horas aulas no simulador de ATM e a terceira etapa, com a
reaplicação dos dois Instrumentos WHOQOL. Os resultados dos instrumentos WHOQOL Old
e WHOQOL Bref foram analisados estatisticamente, utilizando-se o software SPSS e
posteriormente realizado o teste T com um nível de significância adotado de p < 0,05. O
resultado obtido com o instrumento “In TIC” mostrou que o indivíduo idoso valoriza a
importância das tecnologias, da mesma forma que reconhece seus benefícios, mas afirma
sentir muita dificuldade em utilizar os caixas bancários de auto-atendimento e estão dispostos
a superar esse desafio através de cursos e treinamentos. O resultado estatístico do instrumento
WHOQOL Old, no que se refere à dimensão Autonomia, objetivo principal desse estudo, foi
significativo (p=0,00) com média dos escores de 63,91 pontos antes do treinamento e após
76,72 pontos. O resultado estatístico do instrumento WHOQOL Bref foi significativo para
todos os donios, na avaliação global (p=0,042) com média dos escores de 78,44 pontos
antes do treinamento e 83,75 pontos após. Ao final deste estudo, os resultados mostraram que
as Tecnologias de Informação e Comunicação criam impacto negativo na Qualidade de Vida
da pessoa idosa, no que se refere a sua autonomia e independência, sendo, portanto necessária
a criação de ações inovadoras para treinamento e inserção desse público no cenário digital.
Palavras-chave: Caixas bancário de auto-atendimento, qualidade de vida, autonomia e
idosos.
ABSTRACT
In times when humanity is marked by the revolution of information technology, robotics and
microelectronics, becoming increasingly dependent on machines, the elderly presents some
difficulties of integration in this scenario, due to the lack of skill and to the lack of
technological projects towards the training of this population. The objective of this research
was to develop a virtual cash banking self-service, which is a simulator in order to train older
people, and to check how much this training improves the quality of life of the elderly when it
comes to autonomy and independence. The experience counted on 40 elderly volunteers of
both sexes from the city of Mairiporã, SP. They aged between 57 and 72 years old, were all
literate and were in good health condition. The equipment used for this research was as
follows: an ATM simulator (Automated Teller Machine) specifically developed for the
research, holding similar interfaces an ATM Network Bank has, an instrument for data
collection called "In TIC” created to assess the level of interaction among participants with
Technology Information & Communication, and two instruments to assess quality of life,
WHOQOL Old and WHOQOL Bref. The research was conducted in three stages, the first
with the implementation of the three instruments for data collection two weeks before the start
of the training, the second with the ATM simulator 32 hour class training for the elderly and
the third with the reapplication of the two WHOQOL Instruments. The results of WHOQOL
Old and WHOQOL Bref were statistically analyzed by SPSS software. The Test T was further
performed with a significance level of p <0.05. The result with the instrument "In TIC"
showed that elderly individuals value the importance of technology the same way they
recognizes its benefits, but they claim to experience difficulties while using the ATM
machines; however, they show interest in overcoming this challenge through courses and
training. The statistical result of the WHOQOL Old, with regards to the autonomy dimension,
which is the main purpose of this study, was significant (p = 0.00) with an average score of
63.91 points before the training and 76.72 points after. The statistical result of the WHOQOL
Bref was significant for all domains in the overall assessment (p = 0.042) with an average
score of 78.44 points before training and 83.75 points after. At the end of this study, the
results showed that the Information Technology and Communication create a negative impact
on the quality of life of the elderly regarding their autonomy and independence; therefore, it is
necessary to create innovative actions for training and placement of this specific public in this
digital landscape.
Key Words: Automated teller machine, quality of life, autonomy and elderly.
LISTA DE ILUSTRÕES
Figura 1
Gráfico da transformação estrutural da pirâmide populacional......................
Figura 2
Gráfico dos fatores que interferem na longevidade humana ..........................
Figura 3
Interfaces de identificação e acesso ao sistema do simulador ........................
Figura 4
Interfaces da função consultas ........................................................................
Figura 5
Interfaces da função pagamentos.....................................................................
Figura 6
Interfaces da função serviços ..........................................................................
Figura 7
Interfaces da função saque ..............................................................................
Figura 8
Gráfico da faixa etária dos voluntários ...........................................................
Figura 9
Gráfico do grau de escolaridade dos voluntários ...........................................
Figura 10
Gráfico dos resultados do Instrumento In TIC ...............................................
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Resultado Geral do Instrumento WHOQOL Old ...........................................
Tabela 2
Resultado do Instrumento WHOQOL Old sexo feminino ..........................
Tabela 3
Resultado do Instrumento WHOQOL Old sexo masculino.........................
Tabela 4
Resultado Geral Instrumento WHOQOL Bref................................................
Tabela 5
Resultado do Instrumento WHOQOL Bref sexo feminino..........................
Tabela 6
Resultado do Instrumento WHOQOL Bref sexo masculino........................
Tabela 7
Facetas do WHOQOL Old .............................................................................
Tabela 8
Domínios do WHOQOL Bref ........................................................................
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................
1.1. Considerações iniciais ...........................................................................................
1.2. Justificativa ...........................................................................................................
1.3. Fatores motivacionais ...........................................................................................
1.4. Objetivo ................................................................................................................
2. ESTADO DA ARTE .......................................................................................................
2.1 Qualidade de Vida ................................................................................................
2.2 Autonomia e Independência .................................................................................
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................
3.1. Amostras Sujeitos participantes .............................................................................
3.2. Instrumentos utilizados .............................................................................................
3.3. Software SPSS...........................................................................................................
3.4. Simulador de ambiente virtual em ATM...................................................................
3.4.1 Interfaces do simulador de ambiente virtual em ATM............................................
3.5. Procedimentos ...........................................................................................................
4. RESULTADOS ...............................................................................................................
4.1 Faixa etária e grau de escolaridade dos voluntários ...................................................
4.2 Resultados do Instrumento In TIC...............................................................................
4.3 Teste Shapiro-Wilk .....................................................................................................
4.4 Resultados do Instrumento WHOQOL Old ................................................................
4.5 Resultados do Instrumento WHOQOLBref ................................................................
5. DISCUSSÃO ...................................................................................................................
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................
7. REFERÊNCIAS ..............................................................................................................
8. APÊNDICES ...................................................................................................................
9. ANEXOS .........................................................................................................................
12
1. INTRODUÇÃO
1.1 Considerações iniciais
Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
população brasileira em 2009 era de 191,5 milhões de habitantes. Desse total 19 milhões são
pessoas com 60 anos ou mais, o que representa 10,2% dos brasileiros. Ainda segundo o
IBGE, as estimativas são de que no ano de 2025, a populão brasileira deverá atingir 228
milhões de habitantes.
O índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da população
brasileira. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos, existiam 24,7 idosos de
65 anos ou mais. Em 2050, para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos. Um
exame das estruturas etárias projetadas mostra a transformação nas relações entre pessoas que
ingressam e permanecem nas idades ativas e aquelas que atingem as chamadas idades
potencialmente inativas. Em 2000, para cada pessoa com 65 anos ou mais de idade,
aproximadamente 12 estavam na faixa etária chamada de potencialmente ativa (15 a 64 anos).
em 2050, para cada pessoa com 65 anos ou mais de idade, pouco menos de três estarão na
faixa etária potencialmente ativa, conforme representado na Figura 1.
A expectativa de vida dos brasileiros, ao nascer, aumentou mais de cinco anos entre
1991 e 2008, de acordo com os dados da Tábua de Vida divulgados pelo IBGE. Em 1991 a
expectativa de vida de um brasileiro era de 67 anos e chegou a 72,7 anos em 2008 e, segundo
a projeção do IBGE, o país continuará aumentando anos na vida média de sua população,
Fonte: The age of digital opportunity: connecting the generations, 2003, p.25.
Figura 1- Gráfico da transformação da pimide populacional no Século XXI.
13
30%
20%
50%
Herança genética
Fatores ambientais
Qualidade de vida
alcançando em 2050 o patamar de 81,29 anos, basicamente o mesmo nível atual da Islândia
(81,80), Hong Kong, China (82,20) e Japão (82,60).
Esse aumento na expectativa de vida deve-se a alguns fatores de grande relevância
como, por exemplo, o avanço da medicina, o desenvolvimento científico e tecnológico e toda
rede de pesquisas voltada para a saúde da população, o acesso às ações básicas de saúde
através de vacinas, remédios e programas voltados para o idoso, a melhoria das condições
ambientais durante a fase produtiva no trabalho, proporcionada pela fiscalização dos órgãos
responsáveis e ainda uma melhora nas condições básicas de vida, conquistada com uma
melhor alimentação, melhores condições sanitárias e o cuidado da família com seus idosos.
Segundo Abramo apud Papaleo Neto (1996) a longevidade não foi acompanhada pela
melhoria da qualidade de vida. Não é humano somente prolongar a vida dos que
ultrapassaram a fase de homens adultos, quando se o lhes condições para uma vida
digna. Os autores destacam ainda que o fator longevidade está intimamente relacionado com
três importantes quesitos e apresentam o percentual que cada um representa no processo de
envelhecimento das pessoas: Herança genética - 30%, Fatores ambientais 20% e
Qualidade de vida 50%, conforme pode ser visto na Figura 2.
Quando se pesquisa qualidade de vida das pessoas, é necessário abordar também o
fator estilo de vida como um item de fundamental importância na longevidade humana, pois
diz respeito a como as pessoas vivem, sentem e compreendem seu cotidiano. Envolve,
portanto: saúde, educação, transporte, moradia, trabalho e participação nas decisões que os
afetam e determinam seu comportamento frente às questões que lhes são impostas pela
sociedade, podendo-se afirmar ainda que qualidade de vida envolve direitos socioculturais,
Figura 2 Gráfico dos fatores que interferem na longevidade humana.
14
ambientais e individuais, o que caracteriza a condição de vida dos indivíduos e os projeta
diretamente às suas conquistas. (GONÇALVES; VILARTA, 2004).
O fator qualidade de vida da pessoa idosa está também intimamente ligado a seis
aspectos que caracterizam seu envelhecimento. São eles:
Idade cronológica: Refere-se ao número de anos decorridos do nascimento de uma pessoa
até a data em questão;
Idade biológica: Pode-se considerar como a estimativa da posição do indivíduo em relação
ao seu potencial de vida (índice de saúde biológica);
Idade psicológica: Diz respeito às habilidades de um indivíduo para adaptar-se frente às
mudanças ambientais (aprender, memória, inteligência, controle emocional, força de
motivação) comparando com outros indivíduos de idade cronológica intica.
Idade funcional: Medida de habilidade de uma pessoa para atuar efetivamente em um
determinado ambiente ou sociedade.
Idade social: Decorre dos papéis sociais e expectativas que as pessoas possuem a seu respeito
e àquelas impostas pela sociedade.
Idade cognitiva: São condições que envolvem a aprendizagem, registro, armazenamento e
evocação de informações a partir do sistema de memória nos seus três níveis. (RYBASH
1995).
Segundo Chinoy (1967) os materiais com que uma sociedade satisfaz suas
necessidades incluem, ao mesmo tempo, os recursos e a tecnologia que transformam os
recursos nas coisas que os homens desejam. A tecnologia inclui, entretanto, não apenas
instrumentos, máquinas e outros implementos, mas também os conhecimentos e a habilidade
acumulados, necessários à utilização de quaisquer instrumentos disponíveis. Ainda segundo o
mesmo autor, a tecnologia causou grandes mudanças para toda sociedade, mas foi na vida dos
idosos que refletiu com maior intensidade. Acostumados com suas vidas, muitos não se
imaginavam operando uma máquina sofisticada, seja ela qual fosse, para realizar serviços
bancários, votações eleitorais, pagamentos de passagem de ônibus através do cartão
magnético, nem mesmo uma simples discagem em um aparelho celular. Isso faz com que o
idoso, diante dessas situações, necessite de outras pessoas para auxiliá-lo. O impacto da
tecnologia é sempre condicionado, até certo ponto, pelo contexto social e cultural.
O indivíduo idoso encontra-se frente a um problema a ser resolvido, visto que os
avanços tecnológicos, com todas as suas derivações, interferem diretamente na sua autonomia
e independência e no seu processo de desenvolvimento. E essa dificuldade de acesso aos
recursos tecnológicos proporciona-lhe medo, insegurança, constrangimento, por o possuir
15
domínio sobre a quina e ainda a sensação da perda da privacidade ao realizar tais
operões em locais públicos.
Estudos realizados por Filho (2003) concluíram que os caixas bancários de auto-
atendimento o os grandes “vilões” desse desenvolvimento tecnológico, quando seus
usuários são pessoas idosas, tendo em vista as complicadas interfaces e os métodos de
operação disponibilizados aos usuários. Por outro lado é compreensível que a rede bancária
estabeleça tais padrões para garantir sua segurança através do sistema criptografado de dados,
criando com isso produtos mais seguros para o cliente e para a instituição.
As pessoas idosas são sujeitos cognitivamente ativos cada vez mais dispostos e com
vitalidade. É necessário investigar as dificuldades do acesso a essas Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICs) e se as mesmas impactam direta ou indiretamente de
forma negativa na qualidade de vida do idoso, no que se refere a sua autonomia e
independência.
1.2 Justificativa
As Tecnologias da Informação e Comunicação têm papel primordial e cada vez mais
relevante frente aos novos desafios da sociedade do futuro e, em particular, na melhoria da
vida ativa de uma forma autônoma e independente dos cidadãos.
A acessibilidade aos sistemas e meios de comunicação digital por parte dos cidadãos
idosos deve ser objeto de estudos para quem pesquisa e desenvolve produtos e aplicações no
domínio de Tecnologias de Informação e Comunicação.
É necessário investigar o quanto as Tecnologias da Informação e Comunicação tem
impactado na qualidade de vida das pessoas idosas, levando-se em conta todos os aspectos
positivos e negativos.
1.3 - Fatores motivacionais
O interesse de participar do desenvolvimento e aperfeiçoamento tecnológico dos
idosos para uma melhor qualidade de vida.
A vontade de investigar o quanto as Tecnologias de Informação e Comunicação tem
interferido na qualidade de vida dos mesmos.
16
A necessidade de despertar nos cidadãos idosos o senso crítico a respeito da
importância da acessibilidade às novas ferramentas tecnológicas e a necessidade de sua
inclusão digital.
A necessidade de identificação e aplicação de medidas criativas que estejam
orientadas aos cidadãos idosos, tendo em vista a criação de condições que promovam a
igualdade de oportunidades.
1.4 - Objetivo
Desenvolver simulador de Automated Teller Machine, para treinamento de pessoas
idosas em novas Tecnologias de Informação e Comunicação, para auxiliar na melhoria da
qualidade de vida através do aumento de autonomia e independência.
17
2. ESTADO DA ARTE
Existem poucos estudos relacionados à interação dos indivíduos idosos com as novas
tecnologias de comunicação e informação e como os mesmos se comportam quando se veem
diante da necessidade de realizar operações bancárias utilizando os caixas eletrônicos de auto-
atendimento, também conhecidas como Automated Teller Machines ou simplesmente
ATMs. Foi possível observar também que grande parte dessas pesquisas foram realizadas
mais de dez anos, sendo que alguns estudos tiveram início com o surgimento dessa
modalidade de serviço nas redes bancárias de todo o mundo. Essa lacuna de aproximadamente
10 anos, desde os primeiros trabalhos publicados, necessitam de um melhor aprofundamento
para elucidar as causas, porém pode se imaginar que tenha ocorrido uma acomodação por
parte dos envolvidos nessa relação, o que provocou o desinteresse pelas pesquisas nessa área.
Em contrapartida, o termo qualidade de vida, que também faz parte desse estudo, é alvo de
muitos estudos e pesquisas, pois representa uma maneira atual de verificação dos costumes,
forma e estilo de vida dos indivíduos e suas relações com suas respectivas comunidades e
grupos sociais a que pertence.
Segundo Pasqualotti et al (2004), a criação de novos e modernos ambientes
informatizados e disponibilizados no mercado como ferramentas modernas, aliados às mais
recentes tecnologias de informação e comunicação desenvolvidas para a internet, tornaram-se
uma alternativa para a construção de ambientes informatizados de ensino-aprendizagem para
todos os públicos, inclusive para idosos. Entretanto, isso, obrigatoriamente, leva-nos a
repensar a didática e as teorias educacionais que atualmente são utilizadas na educação formal
e convencional, inclusive na formação e treinamento de idosos. Essa é uma questão
fundamental que deve constar em qualquer projeto pedagógico que envolva inovações
tecnológicas e desenvolvimento de ambientes virtuais de informação e comunicação
destinadas à referida finalidade.
Ainda segundo Pasqualotti (2004), a criação e implantação de ambientes virtuais de
informão e comunicação proporcionam ao indivíduo idoso uma participação ativa no seu
processo de treinamento e aprendizagem além de favorecer uma maior interação entre os
participantes, proporcionando a possibilidade de fomentar as discussões em grupo e a
realização de um trabalho cooperativo. Desse modo, reverter às tradições centralizadoras e
excludentes do ensino autoritário e expositivo é um desafio tanto para os programadores dos
18
ambientes virtuais de comunicação e informação como para projetistas de máquinas e
equipamentos de auxílio à vida moderna, tais como os caixas bancários de auto-atendimento.
Reis et al. (2001) ressalta que as tecnologias mudarão a natureza das atividades
educacionais, se dirigidas por mudanças fundamentais nas concepções e nos métodos de
ensino-aprendizagem, incluindo aqui o treinamento de grupos especiais que não tiveram
oportunidade de acesso aos respectivos equipamentos e tecnologias específicas no devido
tempo, incluindo as pessoas idosas.
Para Gouveia (1998), os ambientes virtuais para treinamentos, quaisquer que sejam
sua destinação e finalidade, é, em primeiro lugar, um desafio lúdico que gera motivação,
ponto fundamental para a aprendizagem e assimilação dos conhecimentos que pode ser
reforçada pela interatividade, pela manipulação e controle do ambiente por parte das pessoas
idosas. Isso permite ao sujeito sentir-se mais à vontade, dominando o universo tecnológico à
sua volta, alcançando, portanto, sua autonomia e independência frente aos desafios impostos
pelas novas tecnologias de informação e comunicação. Embora sempre com o apoio de um
facilitador, num ambiente controlado e seguro que apresente essas características, a
aprendizagem é realizada pelo idoso de forma produtiva. As dificuldades de aprendizagem
são, ainda nesses ambientes, mais fáceis de serem superadas, já que a interatividade, a
manipulação e o controle sobre o ambiente permitem uma adaptação ao tipo e ao ritmo de
aprendizagem de cada um.
Segundo Reis et al. (2001), nos ambientes virtuais informatizados desenvolvidos com
uma perspectiva construtivista, onde é levado em consideração todas as informações e
conhecimentos pré adquiridos pelos indivíduos antes do treinamento, no qual a pessoa está no
centro do processo de aprendizagem e tem o controle sobre ele, a aprendizagem dá-se de
forma mais segura e produtiva e os conhecimentos são fixados com facilidade e num menor
espaço de tempo. Define ainda algumas finalidades de um ambiente de aprendizagem com
base nos princípios teóricos desse enfoque.
Em um ambiente informatizado, deseja-se que a pessoa idosa esteja no centro do
processo de aprendizagem e que tenha o controle sobre o mesmo. Reis et al. (2001), define
algumas finalidades desse ambiente de aprendizagem, a partir dos princípios tricos desse
enfoque. O primeiro ponto que se deve levar em conta, ao implantar um ambiente virtual
informatizado, é possibilitar ao idoso a decio sobre os tópicos de domínio a serem
explorados, além dos métodos de estudo e das estratégias para a solão de problemas. O
segundo ponto fundamental é oferecer múltiplas representações dos fenômenos e problemas
estudados, possibilitando que os participantes avaliem soluções alternativas e testem suas
19
decisões. O terceiro princípio consiste em envolver a aprendizagem em contextos realistas e
relevantes, isto é, mais autênticos em relação às tarefas da aprendizagem e o mais próximo
possível da realidade, o que exige, portanto, ambientes virtuais ou simuladores onde o usuário
idoso possa realizar tarefas semelhantes às realizadas no seu dia-a-dia, contendo inclusive as
dificuldades das operações. Além disso, é preciso envolver a aprendizagem em experiências
sociais que reflitam a colaboração entre o facilitador e o indivíduo idoso e entre os idosos do
próprio grupo, colocando o facilitador no papel de um consultor que auxilia os idosos a
organizarem seus objetivos e caminhos na aprendizagem. Por fim, é preciso encorajar o
indivíduo a cumprir suas metas dentro do processo de aprendizagem.
Segundo Hatta e Iiyama (1991); Rogers et al. (1996), as Novas Tecnologias de
Informação e Comunicação, tais como caixas bancário de auto-atendimento, foram
desenvolvidos com interfaces simples e fáceis de serem utilizadas, mas na verdade tornaram-
se difíceis para os idosos, em virtude da implantação de operações de identificação dos
usuários através de senhas e chaves de segurança, proporcionando aos mesmos e ao sistema
bancário um maior padrão de segurança.
Para Rogers et al. (1996), mesmo diante de todas as dificuldades encontradas nas
operões de caixas bancários de auto-atendimento, pesquisas sugerem que os adultos mais
velhos estariam dispostos a adotar essas novas tecnologias para suas vidas cotidianas, se
fossem submetidos a treinamentos que objetivassem total controle sobre a máquina, o que os
levaria a realizar as operações com facilidade e segurança. Os resultados de tais pesquisas
apontam que o interesse dos idosos por esse tipo de aprendizado vai além das ATMs,
estendendo-se também para outros tipos de equipamentos e outras formas de comunicação e
informão.
Czaja et al. (1993) em pesquisa realizada sobre a relação entre o computador e as
pessoas idosas, concluiu que os adultos mais velhos estão dispostos e capazes de aprender a
usar computadores e utilizar as modernas tecnologias de comunicação e informação, mas a
mesma pesquisa aponta que os idosos apresentam mais dificuldade de assimilação e fixação
dos conhecimentos do que os adultos mais jovens. Os idosos geralmente requerem mais
tempo para completar a aprendizagem e assimilar os conteúdos ensinados.
De acordo com Charness et al. (1992); Elias et al. (1987); Zandri e Charness (1989),
é um equívoco afirmar que as gerações de pessoas que convivem com a era da informática,
portanto, cresceram com computadores, terão mais facilidade e melhor domínio sobre as
tecnologias futuras. O processo ensino/aprendizagem sobre as tecnologias de informação e
comunicação nunca se tornará obsoleto, porque as inovações tecnológicas estarão sempre em
20
constante atualização e evolução, proporcionando sempre novas condições e necessidade de
aprendizagem.
Segundo Rogers et al. (1996) a diferença de idade influencia na retenção do
conhecimento e no desempenho da aprendizagem, mas o resultado está atrelado diretamente
ao tipo de tarefa e tipo de aprendizagem ao qual os mesmos são submetidos. De acordo com
Mitchell et al. (1990) os idosos e adultos mais jovens mantém um desempenho satisfatório em
tarefas processuais melhor do que em tarefas de memória episódica.
De acordo com Mauldin et al. (1978) novas tecnologias surgem na sociedade de forma
muito rápida e surpreendente do ponto de vista de inovações e praticidade. Porém a
permanência dessas no meio social depende do grau de aceitação, aprovação e usabilidade por
parte de seus usuários e público alvo. Uma versão de caixas automáticos de auto-atendimento
bancário foi introduzida em 1969.
A pesquisa realizada por Mauldin et al. (1978) tinha como objetivo determinar as
características que identificassem os indivíduos usuários dos caixas bancários de auto-
atendimento, a freqüência de utilização, quais operações eram as mais utilizadas, as principais
dificuldades encontradas pelos usuários, e ainda determinar por que algumas pessoas
preferiam não utilizar tais equipamentos. O resultado mostrou que mais de 4.600 ATMs
estavam em operação nos Estados Unidos e com crescimento superior a 100 unidades por
mês, em vista da boa aceitação que os equipamentos tiveram na época. Atualmente, há
provavelmente dezenas de milhares de caixas eletrônicos em todo o mundo. Tal crescimento
sugere que os caixas eletrônicos são uma nova tecnologia de sucesso, pois tem sido adotado
pela grande maioria de usuários das redes bancárias de todo o mundo.
McNally e Abernathy (1989) relataram vantagens para os bancos quando as pessoas
optam por usar os caixas bancários de auto-atendimento, pois os custos de cada operação são
menores quando comparados aos das operações tradicionais envolvendo funcionários da rede
bancária. Essa motivação por parte dos bancos ilustra claramente a intenção de despertar nas
pessoas o interesse pela adoção dessa modalidade de atendimento bancário na vida cotidiana.
De acordo com Gilly e Zeithaml (1985), indivíduos mais velhos são menos propensos
a usar ATMs. Os autores relatam ainda que, em pesquisa realizada, o percentual de indivíduos
idosos que fazem uso dos caixas bancário de auto-atendimento encontra-se nos seguintes
índices: adultos com mais de 65 anos 15%, adultos abaixo de 65 anos 43%, os que
realizaram mais da metade de suas atividades bancárias em um caixa eletnico - 4% e outros
usuários - 38%. Dessa forma, o autor concluiu que, pelo menos em 1985, uma parcela
substancial dos idosos não usava caixas eletrônicos.
21
Segundo Adams e Thieben (1991), foram treinados adultos idosos com idade acima de
50 anos para utilização dos caixas bancários de auto-atendimento. Os resultados indicaram
que o treinamento realizado junto aos usuários de mais idade, como a demonstração e o
acompanhamento pelo funcionário, na realização das operações; um contato com o
equipamento que permitisse efetuar uma simulação das operações antes de utilizá-lo, além de
proporcionar domínio das operações realizadas, afetou o sucesso da utilização dos mesmos. A
pesquisa apontou também que os bancos normalmente fornecem pouco ou nenhum
treinamento aos usuários de qualquer idade, ficando por conta deles o desempenho diante da
quina, muitas vezes resultando no insucesso durante a realização das operações desejadas.
Hatta e Iiyama (1991) realizaram um estudo onde apresentam o grau de sucesso ou
insucesso que os indivíduos podem obter ao fazerem uso de um caixa bancário de auto-
atendimento sem a devida instrução ou treinamento, isto é, apenas com as informações
impressas na tela do equipamento e com seus conhecimentos disponíveis. Os mesmos relatam
que a taxa de sucesso para a primeira tentativa foi de apenas 69% em depósitos em conta
corrente, 58% para saques e 53% de transferência de valores entre contas de mesma agência
ou inter agências. Além disso, embora o desempenho tenha melhorado com a prática, ainda
o estava perfeito, mesmo após a terceira tentativa, o que ressaltou a necessidade de treinar
os indivíduos para a utilização dos caixas eletrônicos. Além disso, estes resultados serviram
de informativos para os designers e projetistas de caixas bancários de auto-atendimento.
Segundo Charness et al. (1992); Czaja et al. (2001) e Rogers et al. (1996) embora os
adultos mais velhos, nos Estados Unidos, estejam utilizando cada vez mais as novas
tecnologias de informação e comunicação, os dados indicam que eles geralmente apresentam
mais dificuldade do que as pessoas mais jovens em aprender a usar e explorar as tecnologias
atuais, tais como: caixas bancários auto-atendimento, sistemas de menu de telefones,
controles remotos entre outros.
Segundo Al-Gahtani e King (1999) e Kelley et al. (1999) pessoas com atitudes mais
positivas são mais propensas ao uso de tecnologias como computadores e outras máquinas
que favoreçam e facilitem o seu dia-a-dia. Com relação aos idosos, Morrell, Mayhorn e
Bennett (2000) descobriram alguns dos principais motivos pelos quais os idosos não fazem
uso dos caixas bancários de auto-atendimento, computadores e Internet: falta de acesso à
tecnologia e dificuldade de operá-los, o custo, a falta de conhecimento e principalmente a
falta de treinamento específico para a utilização desses equipamentos. Da mesma forma,
Rogers et al. (1998) constataram que, embora as pessoas mais idosas apresentem ansiedade
para aprender a utilizar as novas tecnologias, incluindo os caixas bancários de auto-
22
atendimento, também perceberam que poderiam ter dificuldade para aprender a utilizá-los o
que exigiria muito tempo para obter total domínio sobre os mesmos.
Conforme Umemuro (2004) em pesquisa envolvendo uma amostra de japoneses
idosos, constatou que atitudes mais positivas facilitam a utilização desses novos equipamentos
tecnológicos, proporcionando um aumento na freqüência de sua utilização. Os resultados
indicaram também que a utilização de novas tecnologias, com conforto, conhecimento e
domínio sobre os mesmos, aumenta o interesse em sua utilização. Ainda sugere que as
habilidades cognitivas, por exemplo, habilidades espaciais, foram determinantes para o maior
interesse pelas novas tecnologias de informão e comunicação. Assim o autor conclui que a
cognição é determinante para o uso do computador, no entanto, o tamanho da amostra foi
pequeno e a faixa etária restrita entre 60 e 80 anos.
Outros estudos apresentados por Czaja e Sharit (1998); Ellis e Allaire (1999); Tacken
et al. (2005) confirmaram que os adultos com mais idade expressaram menos conforto no uso
de tecnologia e menos confiança em sua capacidade para usar esses sistemas.
Segundo Ellis e Allaire (1999) em pesquisa que examinou os efeitos da idade,
escolaridade, conhecimentos de informática, interação com computadores e ansiedade sobre
operões financeiras realizadas em caixas bancários de auto-atendimento, em uma amostra
de idosos com idade variando entre 60 e 97 anos, verificaram que a idade foi negativamente
associada aos conhecimentos de informática e interesse pelas novas tecnologias,
especialmente o computador, mas positivamente associada à ansiedade de se interar das
mesmas. Ainda: quanto mais elevados os conhecimentos de informática e maior a facilidade
em realizar operações financeiras com o computador, menor é a ansiedade do indivíduo que
irá utilizá-lo, mas concluíram também que essa ansiedade pode ser diminuída ou eliminada
quando o individuo é submetido a treinamento e aperfeiçoamento, proporcionando aquisição
de conhecimentos e donio do computador e seus periféricos. Outros fatores, tais como
convicções positivas e autoconfiança, são de extrema importância para explicar o quanto as
diferenças de idade são primordiais no quesito interesse e ansiedade pelo computador.
Conforme Charness et al. (2001) poucos estudos examinaram o papel da cognição na
previsão do uso da tecnologia, porém, de acordo com estudos realizados por esses
pesquisadores, ficou evidente que as habilidades cognitivas, como memória e velocidade de
processamento, o importantes para o bom desempenho da tecnologia baseada nas
respectivas tarefas e em seus níveis de dificuldade. No entanto, o está claro se as
habilidades cognitivas estão diretamente ligadas à adoção de tecnologia para a vida cotidiana.
23
Campbell, (2004); Jay e Willis (1992) afirmam que o fato de os adultos idosos
apresentarem níveis mais elevados de ansiedade pelo uso do computador, sugere que os
programas de formação em informática devam centrar-se em técnicas de treinamento em
simuladores que levem o usuário idoso a adquirir conhecimentos e domínio dos
equipamentos, propiciando assim a redução da ansiedade, quando fizerem uso de
computadores e máquinas fabricadas para facilitar a vida dos cidadãos, proporcionando sua
autonomia e independência, sem, contudo, causar sofrimentos psíquicos ou interfencia na
qualidade de vida dos mesmos.
Segundo Fisk et al. (2004) é importante que o treinamento seja realizado em um
ambiente descontraído e controlado, com tempo necessário para a realização total das
atividades, para que os indivíduos se sintam bem à vontade. Beier e Ackerman (2005)
afirmam que o desempenho de aprendizagem dos adultos idosos pode ser facilitado com a
criação de um ambiente virtual específico de aprendizagem.
Diehl, Willis, e Schaie (1995) também constataram que, além de habilidades
cognitivas, outros fatores como idade, autonomia e independência afetam a competência do
idoso para resolver problemas do cotidiano. Da mesma forma, resultados de estudos
anteriores realizados pelos mesmos autores mostram que experiências e treinamentos com
informática melhoram as habilidades cognitivas do idoso e são importantes ferramentas para o
auxílio no desempenho de uma variedade de atividades cotidianas que envolvam uso de
relações com novas tecnologias de informação e comunicação.
Costa Filho (1996), em sua pesquisa, verificou que um grupo de pessoas menos
privilegiadas em termos sócio-econômicos, mais velhos em média, menos familiarizadas com
eletrônicos em geral, encontram muita dificuldade para operar máquinas de auto-atendimento,
são mais dependentes em relação aos funcionários, sentem-se menos informados sobre
produtos e serviços disponíveis nos canais eletnicos de atendimento e são menos confiantes
na automação bancária de maneira geral.
2.1 Qualidade de Vida
Qualidade de vida tem se tornado um tema significativamente importante para a
sociedade em geral, na literatura científica e especialmente no campo da saúde, pois a
progressiva desumanização devido ao desenvolvimento tecnológico trouxe uma maior
24
preocupação com o tema. O termo qualidade, em função de sua natureza abstrata, esclarece
por que a expressão boa qualidade tem significados diferentes para as diversas pessoas, em
locais e situações diferentes. Por isto são múltiplos os conceitos de qualidade de vida.
Qualidade de vida é uma noção humana, aproxima-se da satisfação encontrada na vida
familiar, social, física, amorosa ou ambiental. Refere-se à satisfação pessoal com a própria
existência, como também se relaciona com a busca dos elementos de conforto e bem-estar
almejados por determinada sociedade. Representa, assim, uma construção social diante da
relatividade cultural existente. Afinal, as experiências e os valores sociais modificam-se no
decorrer do tempo (MINAYO; HARTZ; BUSS, 2000).
A expressão qualidade de vida foi empregada pela primeira vez pelo presidente dos
Estados Unidos, Lyndon Johnson, em 1964, ao declarar que "os objetivos não podem ser
medidos através do balanço dos bancos. Eles podem ser medidos através da qualidade de
vida que proporcionam às pessoas." O interesse em conceitos como padrão de vida e
qualidade de vida foi inicialmente partilhado por cientistas sociais, filósofos e poticos. O
crescente desenvolvimento tecnológico da Medicina e ciências afins trouxe como uma
conseqüência negativa a sua progressiva desumanização. Assim, a preocupação com o
conceito de qualidade de vida refere-se a um movimento dentro das ciências humanas e
biológicas, no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, a
diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida.
O termo qualidade de vida, como vem sendo aplicado na literatura médica, não parece
ter um único significado e os conceitos de condições de saúde e funcionamento social tem
sido usados como sinônimos, sendo que a própria definição de qualidade de vida o consta
na maioria dos artigos que utilizam ou propõe instrumentos para sua avaliação. Qualidade de
vida relacionada com a saúde Health-related quality of life e estado subjetivo de saúde
Subjective health status são conceitos afins centrados na avaliação subjetiva do paciente,
mas necessariamente ligados ao impacto de o estado de saúde sobre a capacidade de o
indivíduo viver plenamente (GILL e FEINSTEIN, 1994).
Bullinger e cols. (1993) consideram que o termo qualidade de vida é mais geral e
inclui uma variedade potencial maior de condições que podem afetar a percepção do
indivíduo, seus sentimentos e comportamentos relacionados com o seu funcionamento diário,
incluindo, mas não se limitando, à sua condição de saúde e às intervenções médicas. A
proposta de investigação da qualidade de vida traz dificuldades em razão da amplitude de
conceituações que dependem do referencial adotado, como visto anteriormente. Existem
variados ângulos a partir dos quais a definição de qualidade de vida pode ser construída.
25
Sendo assim, foi criada uma ampla gama de instrumentos para mensuração da qualidade de
vida do indivíduo.
Segundo Meeberg (1993), Paschoal (2000), Farquhar (1995) e Seidl (2004), Qualidade
de Vida é um termo de difícil conceituação e, durante as últimas décadas, apesar dos debates,
o se chegou a um consenso. Conceitos de qualidade de vida tiveram interesse inicialmente
para cientistas sociais, filósofos e poticos e foi mencionado pela primeira vez em 1920 por
Pigou, em um livro sobre economia e bem-estar. Ele discutiu o suporte governamental para
pessoas de classes sociais menos favorecidas e o impacto sobre suas vidas e sobre o
orçamento do Estado. (WOOD-DAUPHINEE, 1999).
Segundo Paschoal (2000), Nahas (2001) e Meeberg (1993), após a Segunda Guerra
Mundial, o termo Qualidade de Vida passou a ser muito utilizado com a noção de sucesso
associado à melhoria do padrão de vida, principalmente relacionado à obtenção de bens
materiais como: casa própria, carro, salário e bens adquiridos. O termo qualidade de vida foi,
então, usado para criticar poticas cujo objetivo era o crescimento econômico sem limites. O
conceito foi, a seguir, ampliado, a fim de medir o quanto uma sociedade havia se
desenvolvido economicamente. Com o passar dos anos, o conceito ampliou-se, significando,
além do crescimento econômico, o desenvolvimento social, como educação, saúde, lazer, etc.
Ainda segundo os mesmos autores, a subjetividade não seria pura e total, pois existem
determinadas condições presentes no meio e na vida das pessoas que influenciam sua
percepção, ou subjetividade, de qualidade de vida.
Fatores como satisfação, qualidade dos relacionamentos, realização pessoal, percepção
de bem-estar, possibilidades de acesso a eventos culturais, oportunidades de lazer, felicidade,
solidariedade e liberdade tem sido muito valorizados na atualidade. Assim, uma crescente
mudança dos enfoques, quando se fala em qualidade de vida com a intenção de, cada vez
mais, dar vida aos anos e considerar, além dos aspectos objetivos, também os aspectos
subjetivos do tema. (NAHAS, 2001)
Quanto à relatividade da noção de qualidade de vida, pode-se descrevê-la sob três
referências: a primeira é a hisrica, na qual, em um determinado tempo de uma sociedade,
existe um parâmetro de qualidade de vida que pode ser diferente de outra época na mesma
sociedade; a segunda, a cultural, na qual os valores e necessidades são exclusivos para os
diferentes povos, e a terceira são os padrões de bem-estar estratificados entre as classes
sociais, com desigualdades muito fortes, onde a idéia de qualidade de vida relaciona-se com o
bem-estar das camadas superiores. (MINAYO, 2000).
26
Embora não haja consenso sobre o conceito de qualidade de vida, um grupo de
especialistas da Organização Mundial da Saúde, de diferentes culturas, num projeto
colaborativo multintrico, obteve três aspectos fundamentais referentes ao construto
qualidade de vida: a subjetividade, a multidimensionalidade (inclui, pelo menos, as dimensões
física, psicológica e social) e a bipolaridade (presença de dimensões positivas e negativas),
sendo que a mutabilidade também foi considerada, partindo do pressuposto que a avaliação da
qualidade de vida pode mudar, em função do tempo, local, pessoa e contexto cultural (FLECK
et al, 1999).
Conforme Seidl e Zannon (2004) apesar das dificuldades conceituais, parece claro que
qualidade de vida é eminentemente interdisciplinar, sendo necessária a contribuição de
diferentes áreas do conhecimento para o aprimoramento metodológico e conceitual.
2.2 Autonomia e Independência
Etimologicamente a palavra autonomia significa o poder de dar a si a própria lei,
autós (por si mesmo) e nomos (lei). Não se entende este poder como algo absoluto e
ilimitado, também não se entende como sinônimo de auto-suficiência. Indica uma esfera
particular cuja existência é garantida dentro dos próprios limites que a distinguem do poder
dos outros e do poder em geral, mas apesar de ser distinta, não é incompatível com as outras
leis. Autonomia é oposta a heteronomia, que em termos gerais é toda lei que procede de outro,
hetero (outro) e nomos (lei). Ferrater (1965) define autonomia como uma realidade que é
regida por uma lei própria. Ainda sugere dois sentidos para o termo autonomia: o sentido
ontológico se refere a certas esferas da realidade que são autônomas em relação às outras, por
exemplo, a realidade orgânica é distinta da inorgânica e o sentido ético se refere a uma lei
moral que tem em si seu fundamento e a razão da própria lei. O último sentido de autonomia
foi desenvolvido por Kant. Segundo Abbagnano (1962), é bastante usada a expressão
"princípio autônomo" no sentido de que o princípio tenha em si, ou coloque por si mesmo, a
sua validez ou a regra de sua ação.
Mas a definição que nos parece mais apropriada por designar melhor o sentido de
autonomia é a do Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia: Etimologicamente autonomia é
a condição de uma pessoa ou de uma coletividade cultural que determina, ela mesma, a lei à
qual se submete. Como a autonomia é condição, como ela se no mundo e o apenas na
consciência dos sujeitos, sua construção envolve dois aspectos: o poder de determinar a
27
própria lei e também o poder ou capacidade de realizar. O primeiro aspecto está ligado à
liberdade e ao poder de conceber, fantasiar, imaginar, decidir, e o segundo, ao poder ou
capacidade de fazer. Para que haja autonomia os dois aspectos devem estar presentes, e o
pensar autônomo precisa ser também fazer autônomo. O fazer não acontece fora do mundo,
portanto está cerceado pelas leis naturais, pelas leis civis, pelas convenções sociais, pelos
outros, ou seja, a autonomia é limitada por condicionamentos, não é absoluta. Dessa forma,
autonomia jamais pode ser confundida com auto-suficiência e, se autonomia é a condição de
quem determina a própria lei, a condição de quem é determinado por algo estranho a si é
heteronomia. (LALANDE, 1999).
Ainda segundo o autor, heteronomia é a condição de uma pessoa ou de uma
coletividade que recebe do exterior a lei à qual se submete. Situações como ignorância,
escassez de recursos materiais, índole moral, etc, impõem determinações que limitam ou
anulam a autonomia, sendo caracterizadas, portanto, como heteronomia. A autonomia exige
uma existência que o é de antemão determinada, a fim de que o sujeito possa exercer o
poder de determinar-se.
Apesar de o conceito de autonomia ter sido definido e adquirido centralidade na
modernidade, especialmente com Kant, no pensamento grego era desenvolvida uma noção
de autonomia. Ao longo da história essa noção vai adquirindo significados diferentes e, assim,
vai sendo elaborada. Por isso, para entendermos a concepção de autonomia de um autor,
precisamos olhar a qual heteronomia ele se opôs e o contexto histórico e teórico que o
envolvia.
Para o filósofo Motta Pessanha, citado por Pascoal (1996) a palavra autonomia, do
ponto de vista semântico, recobre, em grande parte, a palavra independência. Autonomia é
derivada do grego nomus, é a lei estabelecida através do confronto de opiniões, mas com
predominância das idéias e interesses do próprio indivíduo que ali se encontra para oferecer o
seu ponto de vista. Pessoa autônoma é a que retira de si mesma a fonte de poder, tendo nela
mesma sua fonte de decisão, consegue, tornar-se ela mesma e construir seu próprio caminho
de vida. O mesmo autor diz que independência e dependência são conceitos ou estados que só
podem existir em relação a alguma coisa. Qualquer um pode identificar, em uma mesma
pessoa, independência financeira e dependência afetiva.
Segundo o mesmo autor, embora o conceito de dependência se sobreponha ao de
incapacidade e invalidez, eles não são sinônimos. Para ele, dependência é um estado no qual
um indivíduo confia em outro (ou em outros), para ajudá-lo a alcançar necessidades
previamente reconhecidas. Nessa compreensão, aplica-se a dependência afetiva, a parceria e
28
outros casos, nos quais a pessoa “dependente” pode estar com suas faculdades na mais
perfeita ordem, embora o outro seja condição necessária para a realização dos objetivos de
quem está em situação de depenncia.
A dependência não é um atributo apenas da velhice, estando presente em todo o curso
da vida. Na verdade, em todas as fases da vida um relativo grau de dependência. Com o
passar dos anos ela tende a aumentar, principalmente no grupo etário mais velho, em que é
bem maior a necessidade de ajuda, para desempenhar uma atividade.
Um indivíduo autônomo age livremente de acordo com um plano próprio, de forma
análoga a um governo independente que administra seu território e estabelece suas poticas.
Uma pessoa com autonomia diminuída, de outra parte, é, pelo menos em algum aspecto,
controlada por outros ou é incapaz de deliberar ou agir com base em seus desejos e planos.
Charlesworth (1996) introduz uma perspectiva social para a autonomia do indivíduo,
podendo conduzir à própria noção de cidadania. Este autor afirma que Ninguém está
capacitado para desenvolver a liberdade pessoal e sentir-se autônomo, se está angustiado pela
pobreza, privado da educação básica ou se vive desprovido da ordem blica. Da mesma
forma, a assistência à saúde básica é uma condição para o exercício da autonomia.
Para Kamii (1985), a autonomia em uma perspectiva de vida em grupo, significa o
indivíduo ser governado por si próprio. Ao contrário de heteronomia, que significa ser
governado pelos outros.
Segundo Ahronheim; Moreno; Zuckerman, (1994) os idosos devem ter preservada a
garantia do reconhecimento à sua autonomia. As convicções pessoais do idoso merecem ser
respeitadas. O importante é avaliar o grau de capacidade que a pessoa tem para tomar suas
decisões. A sua participação ativa no processo de tomada de decisões é restringida, muitas
vezes, pela própria família ou pelas instituições às quais o idoso se relaciona
espontaneamente ou por necessidade diária como, por exemplo, dirigir-se às repartões
públicas, bancos, tomar ônibus, dentre outras atividades. Mesmo em situações de
incapacidade temporária ou até mesmo definitiva, o idoso pode se utilizar de inúmeras formas
para preservar os seus desejos ou restrições de tratamento. A tomada antecipada de decisão e
o estabelecimento de procuradores são exemplos disto. Afirmam ainda que o fundamental é
reconhecer que o simples fato de ser velho o impede o indivíduo de tomar suas decisões e
exercer plenamente a sua vontade pessoal, baseado em seus valores. Os valores são
componentes respeitáveis deste processo. Tomar decisões sem usar os valores como um dos
critérios é inadequado e inaceitável. Incontáveis exemplos podem ser dados para pessoas
idosas que assumiram o poder de suas nações em situações críticas. A estes líderes a
29
autonomia não foi questionada. Sua experiência de vida foi saudada como sendo um fator
fundamental para a adequada tomada de decisões vitais não para este indivíduo em
particular, mas para todo um povo.
30
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 - Amostra Sujeitos participantes
Este estudo foi realizado com uma amostra de 40 idosos voluntários do município de
Mairiporã, sendo 29 do sexo feminino e 11 do sexo masculino, com idade entre 57 e 72 anos,
(vide figura 8) em boas condições físicas e psicológicas e com níveis de escolaridade variados
(vide figura 9).
Os sujeitos foram incluídos na pesquisa de forma voluntária, conscientes da finalidade
da pesquisa e da metodologia que seria empregada e com plena concordância dos mesmos.
3.2 - Instrumentos utilizados
O desenvolvimento deste estudo foi embasado em uma pesquisa de campo com caráter
predominantemente quantitativo para a obtenção dos dados e indicadores de Qualidade de
Vida. Foram aplicados três instrumentos de avaliação, sendo o primeiro desenvolvido
especialmente para essa pesquisa, o qual foi denominado In TIC, que consiste em um
questionário composto de 14 perguntas fechadas (vide Apêndice B) com o objetivo avaliar o
grau de interesse e conhecimento e ainda o nível de interação e donio dos idosos
participantes desse estudo com os equipamentos de Tecnologias de Informação e
Comunicação, expressando sua opinião e experiências pessoais com as TICs e suas
experiências com os caixas bancários de auto-atendimento. As questões foram divididas em
três blocos, porém distribuídas de forma aleatória ao longo do questionário da seguinte forma:
opinião do idoso em relação às TICs questões 1, 2, 7, 8 e 14; experiência pessoal com as
TICs - questões 3, 4, 5 e 6 e experiência com os caixas bancário de auto-atendimento
questões 9, 10, 11, 12 e 13.
O segundo instrumento utilizado foi proposto pela Organização Mundial da Saúde
OMS, denominado WHOQOL Old World Health Organization Quality of Life for Older
Adults, desenvolvido pelo grupo WHOQOL Brasil especificamente para avaliar o nível de
qualidade de vida de idosos. O terceiro instrumento utilizado foi também proposto pela OMS,
tendo em vista a necessidade de um instrumento curto que demandasse pouco tempo para seu
preenchimento, mas com características psicométricas satisfatórias, o que fez com que o
Grupo de Qualidade de Vida da OMS para o Brasil desenvolvesse uma versão abreviada do
WHOQOL-100, denominado WHOQOL Bref, que pode ser empregado na avaliação da
31
qualidade de vida de todos os públicos. Os questionários WHOQOL devem ser utilizados
apenas para fins científicos e para avaliar o nível de qualidade de vida do participante, que
varia, de acordo com os resultados obtidos nos domínios e facetas de ambos os instrumentos,
(vide anexos C e D) numa pontuação de zero a 100, o que significa que quanto mais próximo
de 100 melhor a qualidade de vida e quanto mais distante, pior.
O projeto WHOQOL-OLD foi desenvolvido com a finalidade de testar e avaliar a
qualidade de vida de pessoas idosas. Teve início em 1999, como uma cooperação científica de
diversos centros. O objetivo do projeto foi desenvolver e testar uma medida genérica da
qualidade de vida em adultos idosos para utilização internacional e transcultural. O projeto foi
financiado pela European Commission Fifth Framework, QLRT-2000-00320, e realizado
sob os auspícios do Grupo de Manual WHOQOL-OLD Qualidade de Vida da Organização
Mundial da Saúde (Grupo WHOQOL).
O instrumento WHOQOL-OLD (vide anexo A) consiste em 24 itens da escala de
Likert atribuídos a seis facetas: Funcionamento do Sensório (FS), Autonomia (AUT),
Atividades Passadas, Presentes e Futuras (PPF), Participação Social (PSO), Morte e Morrer
(MEM) e Intimidade (INT). Os escores das seis facetas podem ser combinados para produzir
um escore geral para a qualidade de vida em adultos idosos, denotado como o Escore Total”
do módulo WHOQOL-Old. A faceta “Funcionamento do Sensórioavalia o funcionamento
sensorial e o impacto da perda das habilidades sensoriais na qualidade vida. A faceta
Autonomia refere-se à independência na velhice e, portanto, descreve até que ponto se é capaz
de viver de forma autônoma e tomar suas próprias decisões. A faceta “Atividades Passadas,
Presentes e Futuras” descreve a satisfação sobre conquistas na vida e coisas a que se anseia. A
faceta Participação Social” delineia a participação em atividades do quotidiano,
especialmente na comunidade. A faceta “Morte e Morrer” relaciona-se a preocupações,
inquietações e temores sobre a morte e morrer, ao passo que a faceta “Intimidade” avalia a
capacidade de se ter relações pessoais e íntimas.
O WHOQOL-Bref (vide anexo B) é um instrumento genérico de qualidade de vida
composto de 26 itens pertinentes à avaliação subjetiva do indivíduo em relação aos aspectos
que interferem em sua vida. Por tratar-se de um instrumento multidimensional de medida de
qualidade de vida, abrange quatro domínios sico, Psicológico, Relações Sociais, Meio
Ambiente. Eles apresentam cinco níveis de respostas cada uma e foram elaboradas com
escalas de intensidade (nada/extremamente), de capacidade (nada/completamente), de
frequência (nunca/sempre) e de avaliação (muito insatisfatório/muito satisfatório; muito
ruim/muito bom). Para analisar os donios de qualidade de vida, as escalas escores brutos
32
foram transformadas em escores padronizados. Além disso, duas questões avaliam de forma
global a opinião dos sujeitos com relação a sua qualidade de vida e à satisfação com a saúde.
Por seu caráter universal, esse instrumento é indicado para estudos em diferentes
grupos e localidades, uma vez que suas propriedades psicométricas e procedimentos de
avaliação foram criteriosamente estabelecidos pelo grupo de qualidade de vida da
Organização Mundial de Saúde.
A versão em português utilizada neste estudo foi validada por Fleck et al. (2000). Seu
desempenho foi avaliado por Chachamovich, (2006) em uma amostra heterogênea de idosos,
demonstrando propriedades psicométricas e desempenhos satisfatórios.
Ambos os instrumentos podem ser usados numa ampla variedade de estudos incluindo
investigações transculturais, epidemiologia populacional, monitoramento de saúde,
desenvolvimento de serviços e estudos de intervenção clínica em que questões sobre a
qualidade de vida sejam cruciais. O módulo WHOQOL-Old permite a avaliação do impacto
da prestação do serviço e de diferentes estruturas de atendimento social e de saúde sobre a
qualidade de vida, especialmente na identificação das possíveis consequências das poticas
sobre qualidade de vida para adultos idosos e uma compreensão mais clara das áreas de
investimento para se obter melhores ganhos na qualidade de vida (POWER et al, 1999).
A estimativa do impacto de intervenções sicas e psicológicas sobre uma gama de
problemas sicos e psiquiátricos relacionados à velhice poderá ser acessada. Estudos
transversais entre diferentes serviços ou tratamentos e estudos longitudinais de intervenções
podem ser avaliados com o WHOQOL-Old. Além disso, a abordagem transcultural ímpar do
desenvolvimento do instrumento significa que se podem fazer comparações entre diferentes
culturas (POWER et al. 1999). Os exigentes padrões de desenvolvimento de instrumentos
utilizados para o WHOQOL-Old significam que tais comparações correm menos risco de viés
cultural; a metodologia WHOQOL (Grupo WHOQOL 1998-b) oferece uma abordagem
adequada de desenvolvimento de instrumento que proporciona uma validade transcultural
para a avaliação da qualidade de vida de idosos.
33
3.3 - Software SPSS
O software SPSS é um pacote estatístico para as Ciências Sociais, criado por Nie Hull
e Bent. Teve sua primeira versão em 1968 e, em seguida, foi desenvolvido e distribuído pela
National Opinion Research Center da Universidade de Chicago, no peodo de 1969 e 1975.
Em 1970, com a publicação do primeiro manual do usuário do SPSS, realizada por Nie
e Hull, o software obteve maior popularização entre as instituições de educação superior nos
EUA. Apesar de ser um software de análise estatística, desenvolvido para Ciências Sociais; é
também muito utilizado em pesquisas de mercado, saúde, governo, educação e outros setores.
A sua grande popularidade nas diversas áreas de pesquisa e a necessidade da utilização
e compreensão fizeram com que alguns pesquisadores desenvolvessem trabalhos
demonstrando a utilização do software nas diversas áreas ou em seus respectivos
conhecimentos, como (BARROS, 2003); (MAROCO, 2003); (PESTANA e GAGEIRO,
2005) e (PEREIRA, 2006).
O SPSS possui uma linguagem de programação própria. Essa sintaxe facilita a
repetição de análises e realização de operações não disponíveis nas caixas de diálogo do
SPSS. Alguns comandos desta linguagem de programação foram adotados pelo Grupo
WHOQOL para o desenvolvimento de seu protocolo de análise de dados, portanto, foram
utilizados para a análise dos resultados dos instrumentos WHOQOL Old e WHOQOL Bref
aplicados nesta pesquisa.
3.4 Simulador de ambiente virtual para treinamento em ATM
O simulador de ambiente virtual de ATM foi projetado e desenvolvido
especificamente para a realização desta pesquisa. Para o desenvolvimento dos componentes
desse simulador, assim como as interfaces necessárias e a funcionalidade de navegação
desejada, foi realizado um levantamento das principais funções disponíveis nos terminais de
auto-atendimento da rede bancária, sendo selecionadas as funções mais utilizadas pelos
voluntários, as quais foram indicadas pelos mesmos, sendo, portanto respeitados esses
padrões e funções para o seu desenvolvimento. O simulador disponibilizou recursos e
informações necessárias para facilitar o acesso a esse modelo de tecnologia de informação e
comunicação, servindo como plataforma de treinamento dos indivíduos voluntários num
ambiente simulado de ATM Automated Teller Machine, tanto na sala de treinamento sob
34
a orientação do monitor responsável como através da internet, contendo inclusive todo
mecanismo de identificação e reconhecimento do usuário, através de senhas e códigos de
segurança utilizados pelo serviço bancário, com o intuito de salvaguardar a segurança
patrimonial tanto do usuário como da instituição.
Para o desenvolvimento desse ambiente foi criada uma agência bancária fictícia, a
qual recebeu o nome de “BDI - Banco do Idoso” onde foram efetuadas todas as transações
financeiras realizadas durante o treinamento. Para o cadastro dos voluntários, nesse caso
clientes do banco fictício BDI, foi criada uma base de dados MySQL, através da linguagem
SQL, onde foram registrados os dados pessoais dos voluntários necessários para a
operacionalização do sistema, tais como: nome do cliente, agência bancária, número da conta
corrente, senha e código de segurança. O ambiente virtual de treinamento foi desenvolvido em
linguagem de programação PHP HYPERTEXT PREPROCESSOR e mesclado dentro do
código HTML, que permitiu disponibilizar todo o sistema na internet para desenvolvimento
de tarefas individuais na própria residência do voluntário ou em local de sua própria escolha.
O sistema virtual foi criado buscando aproximá-lo ao máximo da realidade enfrentada
pelo usuário idoso, quando da utilização dos ATMs, contendo interfaces com todos os níveis
de dificuldade de navegação para a realização das operações, realizando avaliação
sistematizada dos padrões de segurança através da verificação dos dados digitados pelo idoso,
o permitindo o acesso ou prosseguimento nas operações, quando as informações digitadas
fossem diferentes daquelas cadastradas no banco de dados do sistema, conforme pode ser
visualizado a seguir nas figuras 3, 4, 5, 6 e 7.
35
3.4.1 Interfaces do simulador de ATM
As interfaces do simulador foram desenvolvidas buscando aproximar-se ao máximo
das encontradas nos terminais de auto-atendimento da Rede Bancária. A figura 3 mostra as
interfaces de identificação e permissão de acesso ao sistema do simulador, podem ser
visualizados os botões de oões, os campos destinados à digitação dos dados e as interfaces
de resposta ao usuário do sistema.
Figura 3 Interfaces de identificação e permissão de acesso ao sistema.
36
A Figura 4 mostra as interfaces da função consulta do simulador de ATM, onde
podem ser vistos os botões específicos para essa operação e as respostas às solicitações dos
usuários, como saldo bancário e extrato completo das suas movimentações financeiras durante
o treinamento. Nessa figura aparece também o botão da opção Holerite eletrônico, o qual não
foi habilitado por não fazer parte do rol de operações disponibilizadas para o treinamento.
Figura 4 Interfaces da função consultas
37
A Figura 5 mostra as interfaces da função pagamento do simulador de ATM, com seus
respectivos botões e as funções disponibilizadas para a atividade, como pagamentos de títulos
e ficha de compensação, recarga de celulares e conta de consumo, tais como luz, água,
telefone, gás e convênios diversos. As funções cadastramento de débito automático e veículos
o foram disponibilizadas para o treinamento.
Figura 5 Interfaces da função pagamentos
PAGAMENTOS
PAGAMENTOS
PAGAMENTOS
38
A Figura 6 mostra as interfaces da função serviço, seus respectivos botões e os
campos para preenchimento dos dados solicitados pelo sistema. Nessa função foi
disponibilizado para treinamento apenas o botão “transferência entre contas”. As demais
funções também não foram disponibilizadas para treinamento por não fazerem parte do
estudo.
Figura 6 Interfaces da função serviços
39
A Figura 7 mostra as interfaces da função saques com os respectivos botões. Para o
treinamento foram disponibilizadas apenas atividades de saque em conta corrente e saque em
poupança. Embora não ocorressem os saques efetivamente, o usuário poderia simular todos os
passos dessa função. Nessa interface a função Benefício INSS não foi disponibilizada para
treinamento.
3.5 Procedimentos
A pesquisa foi desenvolvida em três etapas: Na primeira e na terceira etapa ocorreram
as aplicações dos instrumentos de coleta de dados, sendo dois para aferão do nível de
qualidade de vida dos voluntários, no que se refere à autonomia antes e após a intervenção do
Figura 7 Interfaces da função saques
40
treinamento no simulador de ATM, e um terceiro instrumento para mensuração dos níveis de
interação dos idosos com as novas tecnologias de informação e comunicação, que foi aplicado
somente na primeira etapa. A segunda etapa da pesquisa foi destinada ao treinamento dos
voluntários no simulador de ATM. A seguir são detalhadas as etapas:
3.5.1 - Primeira etapa - Aplicação de três instrumentos de coletas de dados:
In TIC, WHOQOL Old e WHOQOL Bref.
Os instrumentos de coleta de dados foram aplicados na primeira etapa da pesquisa na
seguinte ordem: Questiorio In TIC, WHOQOL Old e por último o WHOQOL Bref.
Os testes foram aplicados com o prévio consentimento de todos os voluntários idosos
duas semanas antes do início do treinamento. Todos os participantes preencheram e assinaram
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (vide apêndice A). A aplicação dos
instrumentos foi coletiva e simulnea aos 40 voluntários num único encontro. As instruções
foram lidas detalhadamente para os participantes, antes do início da aplicação, quando foi
salientado que o teste refere-se às duas últimas semanas, independente de onde o mesmo
esteve nesse período. O tempo de aplicação variou de 30 a 40 minutos.
Os Instrumentos WHOQOL foram utilizados na sua forma original, não foi efetuada
qualquer alteração, adição ou subtração de dados. A forma de aplicação foi realizada
conforme as orientações e instruções do Centro WHOQOL para o Brasil, do Departamento de
Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sob a
coordenação do Dr. Marcelo Pio de Almeida Fleck, responsável pelo desenvolvimento do
projeto e pelo Grupo de Estudos em Qualidade de Vida para a OMS no Brasil.
Os instrumentos WHOQOL são de donio blico, sendo sua destinação somente
para fins científicos.
3.5.2 - Segunda etapa Treinamento dos voluntários no simulador de
ATM:
O treinamento foi realizado em sala de informática previamente preparada, somente
com a presença dos 40 voluntários, do monitor e do pesquisador responsável, durante 16
aulas, com duração de duas horas, duas vezes por semana, totalizando uma carga horária total
de 32 horas/aula. Os voluntários foram divididos em 5 grupos de 8 voluntários e foram
41
permanentemente assistidos por um monitor com formação na área pedagógica, devidamente
capacitado para o treinamento, com conhecimento técnico em informática, habilidade e
didática voltada para o trabalho com idosos e total donio do ambiente virtual desenvolvido
para treinamento.
Antes e durante o treinamento no simulador de ATM, os voluntários foram submetidos
a aulas de introdução à informática e Internet, pois na pesquisa realizada através da aplicação
do instrumento In Tic, na questão número 3, formulou-se a seguinte pergunta: Você sabe
manusear e utilizar sozinho: Caixa bancário de auto-atendimento, telefone celular,
computador, internet, urna eletrônica, e outros aparelhos eletrônicos? 55% dos
entrevistados responderam que SIM e 45% responderam que NÃO. O resultado dessa
pergunta mostrou que quase metade dos voluntários não apresentava habilidade e
conhecimento em informática e internet antes do início do treinamento. Diante desses dados,
foi verificada a necessidade da introdução dessas atividades, no programa de treinamento dos
voluntários.
As aulas de treinamento ocorreram de maneira lúdica e descontrda, com muita
interação entre os participantes de cada grupo e entre todos os 40 voluntários. Para a
realização do treinamento, no início cada participante teve o primeiro contato com o
simulador, tendo sido explicadas detalhadamente as funções de cada uma das interfaces do
simulador e como navegar por ele. Cada voluntário recebeu uma ficha contendo todos os
dados “bancários” do banco do idoso, para utilização nas operações bancárias realizadas no
simulador (número da agência, número da conta, senha pessoal e código de segurança),
contendo inclusive, orientações sobre a necessidade da manutenção do sigilo das informações
recebidas. Foi creditado nas contas bancárias dos voluntários, uma quantia fictícia de
dinheiro contendo limite de cheque especial para utilização durante as seses de treinamento.
Para o desenvolvimento do treinamento, foi estabelecida uma sistemática entre os
participantes de maneira bastante lúdica. Exigiu a utilização de todas as ferramentas
disponíveis no simulador. Foi entregue a cada participante, antes das atividades diárias, um
envelope contendo as tarefas diárias (contas e títulos diversos a pagar com e sem códigos de
barras, carregamento de celulares, transferência de dinheiro entre as contas dos participantes,
empréstimos, saldos e extratos para conferências dos valores e saques). Cada envelope
contava com atividades a serem realizadas individualmente no simulador via internet, em
local de livre escolha do voluntário ou no laboratório de informática, em período contrário do
treinamento, com datas previamente determinadas. O gerenciamento das atividades, tais como
42
verificação de movimentação financeira, controle da realização de atividades, instruções,
motivação e avaliação foram realizados pelo monitor e pelo responsável pela pesquisa.
3.5.3 - Terceira etapa Reaplicação dos instrumentos WHOQOL Old e
Bref.
No dia seguinte após o término da fase do treinamento, quando os voluntários
adquiriram habilidade operacional com os recursos das Tecnologias de Informação e
Comunicação, conhecimentos básicos sobre a nova linguagem tecnológica e domínio sobre as
funções do simulador de ATM, os mesmos responderam novamente os instrumentos
WHOQOL Old e WHOQOL Bref, seguindo o mesmo padrão e rotina da aplicação anterior ao
treinamento.
43
30%
55%
10%
5%
57 - 60 anos
61 - 65 anos
66 - 70 anos
71 - 75 anos
52,5%
35%
12,5%
Ens. Fundamental
Ens.Médio
Superior
4. RESULTADOS
4.1 - Faixa etária e nível de escolaridade dos idosos
Os gráficos a seguir mostram os indicadores de faixa etária e nível de escolaridade dos
idosos participantes desse estudo. Mesmo tratando-se de uma amostra pequena de 40
indivíduos, a mesma ficou bem distribuída da seguinte forma: 12 participantes do grupo de 57
a 60 anos, 22 participantes do grupo de 61 a 65 anos, 4 do grupo dos 67 a 70 anos e 2
participantes do grupo de 71 a 75 anos, que corresponde aos percentuais descritos na Figura 8.
O resultado apresentado na Figura 9 indica que a amostra contemplou todos os níveis
de escolaridade, desde o Ensino Fundamental até o Ensino Superior. Esse indicador foi muito
importante para a pesquisa, tendo em vista ter sido possível avaliar indivíduos com diferentes
níveis de escolaridade, os quais ficaram distribuídos da seguinte forma: 21 com Ensino
Fundamental, 14 com Ensino Médio e 5 com formação em Nível Superior, que corresponde
aos percentuais apresentados.
Figura 9 Gráfico do grau de escolaridade dos voluntários
Figura 8 Gráfico da faixa etária dos voluntários
44
4.2. Resultado da Aplicação do Instrumento In TIC
A Figura 10 mostra os dados quantitativos do resultado obtido com a aplicação do
instrumento In TIC.
1 - Para você, as tecnologias de comunicação têm alguma
importância?
2 - Na sua opinião os avanços tecnológicos trouxeram benefícios
para as pessoas idosas?
3 - Você sabe manusear sozinho: telefone celular, computador, urna
eletrônica, eletrodomésticos e outros aparelhos?
4 - Você tem dificuldade de desempenhar suas atividades diárias,
devido ao avanço da tecnologia?
5 - Você sente sua autonomia e independência dificultadas pela
necessidade de utilizar as tecnologias de comunicação e informação
em suas atividades diárias?
6 - Como você compara sua vida antes e depois do aparecimento
dessas novas tecnologias?
7 - Você se sente excluído da sociedade, por não saber usar os
recursos da tecnologia?
8 - Você gostaria de aprender a usar os meios tecnológicos?
9 - Você se sente envergonhado ou constrangido, quando tem que
utilizar o caixa bancário de auto-atendimento e tem dificuldade?
10 - Você acha fácil realizar todas as operações disponíveis no caixa
bancário de auto-atendimento?
11 - Quando vai ao banco fazer uso do caixa bancário de auto-
atendimento, você solicita ajuda de algum funcionário?
12 - Sempre que você vai ao banco fazer uso do caixa bancário de
auto-atendimento, algum funcionário de plantão para auxiliá-lo?
13 Você acha que, se os bancos treinassem as pessoas idosas,
ensinando-as a utilizar o caixa bancário de auto-atendimento,
ajudaria a melhorar sua vida?
14 - Com o aparecimento da tecnologia, você se sente dependente
da máquina?
Legenda: Sim/Melhorou Não/Piorou
Figura 10 Gráfico do resultado do instrumento In TIC
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
45
O Instrumento In TIC foi elaborado com a finalidade de avaliar a opinião da pessoa
idosa sobre três indicadores de fundamental importância para a pesquisa, no qual o
participante estaria informando sobre sua opinião em relação às TICs, sua experiência pessoal
com as mesmas e sua experiência com os caixas bancários de auto-atendimento.
O resultado obtido com a aplicação desse instrumento foi muito consistente e positivo
e revelou características importantes nessa relação da pessoa idosa com a quina e com a
tecnologia, o que contribuiu muito para o direcionamento das ações ao longo desse estudo.
A seguir é possível visualizar os resultados separados por bloco de respostas e os
respectivos indicadores de cada questão:
Bloco de respostas I Diz respeito à opinião do idoso em relação às TICs, são
indicadores de importância, benefícios, exclusão social, interesse no aprendizado e
dependência da máquina, questões 1, 2, 7, 8 e 14.
Esse bloco de respostas indica que 80% valorizam a importância das TICs, da mesma
forma que 82,5% reconhecem seus benefícios e 68% disseram que não se sentem excluídos da
sociedade em virtude da limitação, enquanto 70% afirmam que gostaria de aprender a utilizá-
las e 45% não se sente dependente das mesmas.
Bloco de respostas II Diz respeito à sua experiência pessoal com as TICs, são
indicadores de independência, dificuldade, interferência na autonomia e impacto sobre a vida,
questões 3, 4, 5 e 6.
O resultado desse bloco de respostas mostrou que 55% não têm sua independência
dificultada pelas TICS, 50% não têm dificuldade em desempenhar suas atividades drias,
47,5% não sentem interferência em sua autonomia e 82% responderam que sua vida melhorou
com o uso das tecnologias.
Bloco de respostas III Diz respeito à sua experiência pessoal com caixas bancários
de auto-atendimento, o indicadores de constrangimento, grau de dificuldade, solicitação de
ajuda, disponibilidade de ajuda e necessidade de treinamento, queses 9, 10, 11,12 e 13.
Nesse bloco de questões as respostas dadas pelos participantes mostraram que 63%
o se sentem constrangidos ou envergonhados ao utilizar os caixas bancários, 58% não
encontram dificuldades nos mesmos, 58% solicitam ajuda para utilizá-los, 63% disseram que
o existem funcionários para auxiliá-los e 85% responderam que, se os bancos treinassem as
pessoas idosas, ensinando-as a utilizar os caixas bancários suas vidas melhorariam.
Esses resultados foram de fundamental importância para o direcionamento da
pesquisa, uma vez que elucidou muitas vidas a respeito do pensamento, atitudes e
desempenho dos idosos no que se refere às suas relações com as máquinas.
46
4.3 Teste Shapiro-Wilk
Por se tratar de uma amostra pequena, para a análise da normalidade das variáveis foi
utilizado o teste de Shapiro-Wilk, (Pasquali et al. 2003 e Pestana e Gageiro, 2000), para um
nível de significância de 5%. Neste teste de normalidade a significância das variáveis, tanto
do Instrumento WHOQOL Old quanto do Bref, foi maior que 5%, o que levou a aceitar a
hipótese H
0,
pois a distribuição das variáveis foi aderente à curva normal. (PESTANA e
GAGEIRO, 2000). Dessa forma foi possível aplicar o teste T para amostras pareadas.
4.4 Resultados do Instrumento WHOQOL Old.
O resultado geral dos indicadores obtido com a aplicação do instrumento WHOQOL
Old, antes e após o treinamento, apresentou resultados significativos nas dimensões
Funcionamento do Sensório, Autonomia, Atividades Passadas, Presentes e Futuras,
Participação Social e Intimidade, não sendo significativa somente para a dimensão Morte e
Morrer. Na avaliação separada por gênero, os resultados não foram significativos para a
dimensão Funcionamento do Sensório para o sexo feminino e Intimidade, Funcionamento do
Sensório e Morte e Morrer, para o sexo masculino. (conforme tabelas 1, 2 e 3
respectivamente).
Com relação às médias dos escores que variam de zero a 100, em todas as dimensões
os resultados foram muito significativos, antes e após o treinamento, conforme podem ser
observados nas tabelas 1, 2 e 3.
47
Tabela 1 - Resultado Geral do Instrumento WHOQOL Old
A Tabela 1 mostra o resultado geral do instrumento WHOQOL Old, na qual pode ser
verificado que somente na dimensão Morte e Morrer não ocorreram diferenças
estatisticamente significativas antes e depois do treinamento, nas demais houve diferenças
significativas.
As médias dos escores antes do treinamento se encontram num patamar aceitável para
a pesquisa, aumentando consideravelmente após o treinamento, com destaque para a
dimensão Autonomia que teve um aumento de 12,81 pontos após o treinamento no simulador
de ATM.
Tabela 2 Resultado do Instrumento WHOQOL Old para o Gênero Feminino
Amostras Estatísticas Pareadas WHOQOL Old Gênero Feminino
Antes
Depois
Facetas
N
Média
Escores
Desvio
Padrão
Média
Escores
Desvio
Padrão
Significância
P < 0,05
Autonomia
29
68,75
14,84
78,02
13,11
0,000
Atividades Passadas, Presentes e Futuras
29
70,04
15,79
78,88
14,97
0,004
Participação Social
29
78,02
14,33
82,33
13,78
0,004
Intimidade
29
70,26
22,69
73,49
20,77
0,023
Funcionamento do sensório
29
68,97
22,37
71,77
20,50
0,056
Morte e Morrer
29
61,64
27,63
65,73
25,96
0,011
TOTAL
29
69,61
7,88
75,00
6,92
0,000
Amostras Estatísticas Pareadas WHOQOL Old Resultado Geral
Antes
Depois
Facetas
N
Média
Escores
Desvio
Padrão
Média
Escores
Desvio
Padrão
Significância
P < 0,05
Autonomia
40
63,91
18,15
76,72
12,41
0,000
Atividades Passadas, Presentes e Futuras
40
66,88
16,15
78,28
13,20
0,000
Participação Social
40
72,50
18,00
81,72
13,00
0,000
Intimidade
40
69,84
20,79
72,34
19,19
0,047
Funcionamento do sensório
40
68,44
22,46
72,03
19,61
0,021
Morte e Morrer
40
66,88
25,83
68,91
23,06
0,190
TOTAL
40
68,07
9,08
75,00
6,92
0,000
48
Na análise dos resultados separados por gênero observa-se que, para o sexo feminino,
somente a dimensão Funcionamento do Sensório não teve resultado estatisticamente
significativo, sendo positivo para as demais (Tabela 2). Nessa mesma análise, as médias dos
escores antes do treinamento ficaram nos patamares aceitáveis, com aumento da pontuação
em todos os escores após o treinamento, da mesma forma, com destaque para a dimensão
Autonomia, que teve um crescimento de 9,27 pontos após a intervenção no simulador de
ATM.
Tabela 3 Resultado do Instrumento WHOQOL Old para o Gênero Masculino
Amostras Estatísticas Pareadas WHOQOL Old Gênero Masculino
Antes
Depois
Facetas
N
Média
Escores
Desvio
Padrão
Média
Escores
Desvio
Padrão
significância
P < 0,05
Autonomia
11
51,14
20,50
73,30
10,11
0,003
Atividades Passadas, Presentes e Futuras
11
58,52
14,59
76,70
6,89
0,004
Participação Social
11
57,95
19,18
80,11
11,11
0,007
Intimidade
11
68,75
15,56
69,32
14,64
0,839
Funcionamento do sensório
11
67,05
23,73
72,73
17,95
0,194
Morte e Morrer
11
80,68
13,24
77,27
8,95
0,355
TOTAL
11
64,02
11,10
74,91
6,08
0,004
Na Tabela 3 observa-se que os resultados foram estatisticamente significativos
somente para as dimensões Autonomia, atividades Passadas, Presentes e Futuras e
Participação Social, não havendo significância para as demais. No que se refere às médias dos
escores, houve um comportamento diferenciado dos demais resultados anteriores, ou seja,
uma pontuação muito baixa antes do treinamento nas dimensões Autonomia, Atividades
Passadas, Presentes e Futuras e Participação Social. Em contrapartida, após o treinamento
houve um aumento muito grande na pontuação desses escores, atingindo os seguintes valores
22,16, 18,18 e 22,16 respectivamente. Nas demais dimensões, as diferenças das médias antes
e após o treinamento não foram muito grandes.
49
4.5 Resultados do Instrumento WHOQOL Bref.
A análise do resultado geral da aplicação do Instrumento WHOQOL Bref, antes e após
o treinamento, apresentou diferenças significativas em todos os donios, (Físico,
Psicológico, Relações Sociais e Meio Ambiente), o mesmo ocorrendo para o sexo feminino,
quando avaliados separadamente por gênero, e para o sexo masculino as diferença
significativas ocorreram somente nos donios Físico e Psicológico.(conforme as Tabelas 4,
5 e 6 respectivamente). No que se refere às médias dos escores dos domínios deste
instrumento, todas estão nos patamares aceitáveis para o estudo antes do treinamento, com
aumento de pontuação em todos os domínios, após o mesmo.
Tabela 4 - Resultado Geral do Instrumento WHOQOL Bref.
A Tabela 4 mostra que o resultado geral desse instrumento mostrou diferenças
estatisticamente significativas antes e depois do treinamento para todos os donios.
As
dias dos escores antes do treinamento se encontram num patamar aceitável para a pesquisa,
aumentando consideravelmente após o treinamento, com ênfase para o domínio Psicológico
que teve um crescimento de 8,75 pontos positivos após o treinamento no simulador de ATM.
Amostras Estatísticas Pareadas WHOQOL Bref Resultado Geral
Antes
Depois
Domínios
N
Média
Escores
Desvio
Padrão
Média
Escores
Desvio
Padrão
Significância
P < 0,05
Físico
40
69,46
15,59
74,02
13,58
0,000
Psicológico
40
70,00
11,60
78,75
8,63
0,000
Relações Sociais
40
73,54
12,21
77,50
10,54
0,004
Meio Ambiente
40
62,97
13,36
67,50
11,31
0,000
Avaliação Global
40
78,44
12,96
83,75
17,49
0,042
50
Tabela 5 Resultado do Instrumento WHOQOL Bref para o Gênero Feminino
A Tabela 5 mostra que, para o sexo feminino, os resultados foram estatisticamente
significativos para todos os domínios. Nesse mesmo resultado pode-se observar que as dias
dos escores antes do treinamento foram elevadas, e mesmo assim ocorreu o aumento da
pontuação em todos os escores após o treinamento, com destaque para o donio Psicológico
que teve um aumento de 9,20 pontos após a intervenção com o simulador de ATM.
Tabela 6 Resultado do Instrumento WHOQOL Bref para o Gênero Masculino
A Tabela 6 mostra que ocorreu diferença estatisticamente significativa para os
domínios Físico e Psicológico. A análise das dias dos escores mostra que em todos os
domínios os valores são altos antes do treinamento com crescimento de pontuação após a
intervenção, notando-se que a maior diferença entre as médias antes e após o treinamento
ocorre no donio Psicológico, como ocorreu na avaliação geral e no gênero feminino com
um crescimento de 7,57 pontos. Foi possível observar também que, na Avaliação Global, as
dias antes e após o treinamento são iguais.
Amostras Estatísticas Pareadas WHOQOL Bref Gênero Feminino
Antes
Depois
Domínios
N
Média
Escores
Desvio
Padrão
Média
Escores
Desvio
Padrão
Significância
P < 0,05
Físico
29
71,31
15,90
75,00
14,53
0,001
Psicológico
29
70,11
11,73
79,31
8,73
0,000
Relações Sociais
29
75,00
10,91
78,16
10,06
0,014
Meio Ambiente
29
62,39
13,24
67,67
11,58
0,000
Avaliação Global
29
78,88
13,40
86,21
12,20
0,000
Amostras Estatísticas Pareadas WHOQOL Bref Gênero Masculino
Antes
Depois
Domínios
N
Média
Escores
Desvio
Padrão
Média
Escores
Desvio
Padrão
Significância
P < 0,05
Físico
11
64,61
14,32
71,43
10,83
0,009
Psicológico
11
69,70
11,79
77,27
8,61
0,008
Relações Sociais
11
69,70
15,03
75,76
12,05
0,120
Meio Ambiente
11
64,49
14,20
67,05
11,12
0,121
Avaliação Global
11
77,27
12,27
77,27
26,7
1,000
51
5. DISCUSSÃO
Os resultados da aplicação do instrumento de pesquisa In TIC, para analisar o
interesse, conhecimento, nível de interação e domínio dos participantes em relação aos
equipamentos de Tecnologias de Informação e Comunicação, especialmente os caixas
bancários de auto-atendimento, apresentaram resultados consistentes e positivos e revelaram
características importantes na relação do idoso com as novas tecnologias na seguinte
conformidade: 80% dos entrevistados responderam que as tecnologias de informação e
comunicação exercem papel fundamental e com alto nível de importância na vida das pessoas
idosas e 82,5% responderam que os avanços tecnológicos trouxeram muitos benefícios para
suas vidas, mas em contrapartida 45% dos voluntários apresentam pouca ou nenhuma
habilidade para manusear sozinhos equipamentos tecnológicos modernos e 50% sentem
dificuldade em desempenhar suas atividades diárias, quando são exigidos tais conhecimentos.
Ainda 52,50% dos idosos responderam que têm sua autonomia e independência
comprometida em virtude desta limitação.
Os resultados mostram que 82% dos voluntários perceberam que suas vidas
melhoraram com o aparecimento das novas tecnologias de informação e comunicação, sendo
que 68% dos entrevistados responderam que o se sentem excluídos da sociedade em virtude
de o saberem usar os recursos tecnológicos e 70% gostariam de aprender utilizá-los e ainda
63% não se sentem envergonhados ou constrangidos por esse fato. Com relação às ATMs,
58% responderam que encontram muita dificuldade para realizar as operações de maneira
satisfatória e 58% responderam que, quando necessitam fazê-lo, precisam da ajuda de
funciorios da agência bancária, enquanto 63% responderam que as agências não dispõem
desses funcionários para auxiliá-los. Ainda 85% dos idosos responderam que suas vidas
melhorariam muito, se as agências bancárias treinassem as pessoas idosas para utilizar os
caixas bancários de auto-atendimento e 55% responderam que se sentem dependentes dessas
quinas.
Conforme afirma Rogers, Cabrera, Walker, Gilbert, e Fisk (1996) mesmo diante de
todas as dificuldades encontradas nas operações de caixas bancários de auto-atendimento, os
idosos estariam dispostos a adotar essas novas tecnologias para suas vidas cotidianas. Os
resultados obtidos neste estudo corroboram tais achados, 80% dos idosos estudados afirmam
que as TICs são muito importantes, embora 45% informaram que não conseguem manusear
sozinhos os modernos equipamentos tecnológicos, e 50% informaram que sentem sua
autonomia e independência comprometida frente aos desafios impostos pelas novas
52
tecnologias de informação e comunicação, confirmando pesquisa realizada por Gouveia,
(1998).
É importante destacar que 70% dos participantes informaram que gostariam de
aprender a usar os meios tecnológicos e adquirir domínio da máquina, em especial os caixas
bancários de auto-atendimento, fato semelhante à pesquisa realizada por Czaja et al. (1993)
que concluiu: os adultos mais velhos estão dispostos e capazes de aprender a usar
computadores e utilizar as modernas tecnologias de comunicação e informação, mas a mesma
pesquisa aponta que os idosos apresentam mais dificuldade de assimilação e fixação dos
conhecimentos do que os adultos mais jovens. Concluiu ainda que naquela época já havia esse
anseio por parte dos idosos, e parece não ter sido atendido, uma vez que os estudos e a prática
mostram que grande parte das agências bancárias não disponibilizam funcionários ou
qualquer treinamento aos usuários idosos.
A análise do resultado geral do instrumento WHOQOL Old para toda a amostra, antes
e após o treinamento, mostrou resultados significativos em todos os aspectos analisados e
principalmente no quesito Autonomia que de fato era o objetivo do estudo. Como era de se
esperar, o houve efeito no quesito Morte e Morrer, pois envolvem questões não trabalhadas
nesse estudo.
O resultado geral obtido com a aplicação do instrumento WHOQOL Bref, antes e após
o treinamento para toda a amostra, apresentou diferenças estatisticamente significativas em
todos os domínios. O resultado das médias dos escores de todos os domínios mostrou medias
elevadas na primeira aplicação e um aumento expressivo da pontuação após a intervenção
com o simulador, com destaque para o domínio Psicológico que teve uma maior diferença de
pontuação. Resultados semelhantes a esses foram também encontrados em pesquisa realizada
por Ellis e Allaire (1999), que afirma que quanto mais elevado o conhecimento de informática
e maior a facilidade em realizar operações financeiras com o computador, menor é a
ansiedade do indivíduo que irá utilizá-lo. Mas concluiu também que essa ansiedade pode ser
diminuída ou eliminada, quando o indivíduo é submetido a treinamento e aperfeoamento,
proporcionando aquisição de conhecimentos e domínio do computador e seus periféricos.
Concluíram ainda que outros fatores, tais como convicções positivas e autoconfiança, são de
extrema importância para explicar o quanto a diferença de idade é primordial no quesito
interesse e ansiedade pelo computador.
Esse estudo reforça os dados publicados por Campbell (2004) e Jay e Willis (1992)
que relatam que os adultos idosos apresentam níveis mais elevados de ansiedade pelo uso do
computador, e sugerem que os programas de formação em infortica devem centrar-se em
53
técnicas de treinamento com simuladores que levem o usuário idoso a adquirir conhecimentos
e donio dos equipamentos, propiciando assim a redução da ansiedade, quando fizerem uso
de computadores e quinas fabricadas para facilitar a vida dos cidadãos, proporcionando
autonomia e independência, sem causar sofrimentos psíquicos ou interferência na qualidade
de vida dos mesmos.
Em ambos os instrumentos WHOQOL, os resultados ratificam as conclusões de
pesquisa de Gouveia (1998): os ambientes virtuais para treinamentos, qualquer que seja sua
destinação e finalidade são, em primeiro lugar, um desafio lúdico que gera motivação, ponto
fundamental para a aprendizagem e assimilação dos conhecimentos, que pode ser reforçada
pela interatividade, pela manipulação e controle do ambiente por parte das pessoas idosas.
Isso permite ao sujeito sentir-se mais à vontade, dominando o universo tecnológico à sua
volta, alcançando, portanto, sua autonomia e independência frente aos desafios impostos pelas
novas tecnologias de informão e comunicação.
De acordo com os artigos pesquisados confrontados com os resultados dessa pesquisa,
ficou evidenciado que a importância e valorização dos indivíduos idosos pela utilização de
quinas e equipamentos de tecnologias de informação e comunicação, especialmente os
caixas bancários de auto-atendimento, vêm de quatro fontes. Em primeiro lugar, os idosos não
usam caixas tão frequentemente como fazem os outros grupos etários, (GILLY e
ZEITHAML, 1985); (ROGERS et al.1996). Em segundo lugar, os usuários idosos têm
dificuldades em utilizar os caixas bancários de auto-atendimento, quando comparado com a
população em geral, por apresentarem dificuldades de entendimento das instruções
apresentadas pelas próprias máquinas, cometendo mais erros e tendo que realizar a mesma
operação por várias vezes (HATTA e IIYAMA, 1991). Em terceiro lugar, um estudo de
formação realizado por Adams e Thieben (1991) revelou que, para adultos com mais de 50
anos de idade, mesmo utilizando o melhor método de treinamento através de demonstração,
resultou em apenas 55% de sucesso no desempenho. Em quarto lugar, os idosos estão
dispostos a usar caixas eletrônicos, se forem submetidos a treinamentos em simuladores e
contarem com a facilitação para sua utilização (ROGERS, CABRERA, et al, 1996).
Os estudos mostram que a adoção das tecnologias de comunicação e informação para
pessoas idosas é uma questão complexa e influenciada por uma variedade de fatores,
incluindo fatores sócio-demográficos, variáveis comportamentais, habilidades cognitivas e,
fundamentalmente, fatores ligados à idade cronológica dos indivíduos. As relações entre essas
variáveis são complexas, indicando que as escolhas das pessoas sobre o uso de uma
determinada tecnologia não podem ser explicadas unicamente por sua idade ou grau de
54
instrução, mas exigem considerações de fatores psicológicos. Os estudos também levantaram
algumas questões ligadas à ansiedade e o desempenho dos indivíduos, quando relacionados
com o uso de tecnologia, apontando algumas variáveis comportamentais e como são mantidas
ao longo do tempo, após o peodo de treinamento a assimilação das técnicas de operação das
quinas e equipamentos eletrônicos.
Estas questões são cada vez mais importantes, dado o rápido desenvolvimento e
implantação da tecnologia em nossa sociedade, bem como devido à necessidade da população
idosa de fazer uso dos equipamentos tecnológicos, visto que grande parte de suas atividades
diárias está atrelada à utilização dos mesmos, corroborando com as iias de alguns
pesquisadores, tais como: Bateson e Hoffman (2001); Zeithaml e Bitner (2000); Farias e
Santos (1998); Solomon (1996) que identificaram a necessidade da integração social dos
indivíduos idosos e a falta de habilidade para operação dos equipamentos. Esses fatores
apontados pelos pesquisadores indicam a necessidade de serem modificadas as estratégias de
auto-atendimento adotadas pelos bancos.
55
6. CONCLUSÃO
Foi possível concluir que entre as tecnologias de uso mais frequente e necessárias
encontram-se os caixas bancários de auto-atendimento, que permitem que o usuário efetue
diversos tipos de transações financeiras (depósitos, pagamentos, transferências, entrega de
talões de cheque, aplicações em poupanças e fundos financeiros, aquisições de créditos para
celulares, entre outros).
Concluiu-se ainda, que os fatores que interferem na relação do idoso com as
Tecnologias de Informação e Comunicação, estão diretamente ligados ao nível de
dependência criados pela necessidade dessa interação para a realizão de muitas atividades
diárias. Essa interação dos idosos com as ATMs, ocorre de forma insatisfatória, no que diz
respeito a habilidade e manuseio dos equipamentos, tornado-os dependentes de terceiros para
sua utilização, interferindo na sua autonomia e indepenncia.
A pessoa idosa se encontra entre os usuários que mais sofrem com essa interação, pois
nem todos conseguem utilizá-las com autonomia. Por apresentarem algumas características
específicas da idade, tais como: falta de confiança em si mesma, insegurança, medo,
dificuldade de cognição e memorização, receio de se expor emblico, o idoso preferência
ao atendimento pessoal direto no caixa, onde existe um maior contato e uma maior interação
com o funcionário, permitindo assim, sanar dúvidas e ter garantias do sucesso na operação.
As observações realizadas durante o treinamento dos voluntários indicaram a
existência de uma elevada carga de sofrimento psíquico para muitos dos idosos que
necessitam interagir com os caixas bancários de auto-atendimento, que prevalecem os estados
de intranquilidade e que existem dificuldades relevantes em relação ao uso de senha e códigos
de segurança, principalmente quanto à memorização dos mesmos, constando-se, portanto, que
grande parte da amostra analisada não possuía autonomia para trabalhar com as ATMs,
necessitando solicitar a ajuda de terceiros, seja para compreender o sistema ou para operar o
mesmo.
Ao final do período de treinamento, os voluntários participantes da pesquisa
mostraram completo domínio nas operações realizadas no simulador, mostrando-se seguros e
motivados para realizar as operações em caixas reais, inclusive com interesse em realizar
operões utilizando as plataformas Internet banking, pois afirmam que se assemelham
muito ao simulador utilizado durante o treinamento da pesquisa.
56
A conclusão final desse estudo, mostra que necessidade de incluir as pessoas idosas
em programas de treinamentos, possibilitando acesso às tecnologias de informação e
comunicação e integrando-as no mundo virtual, pois a conquista da autonomia do idoso é uma
das características da cidadania, e parte desse processo tem relação direta com o bem-estar do
indivíduo no meio em que ele vive, e com as relações que ele mantém, seja no campo pessoal
ou eletrônico.
Esse estudo indicou ainda, que o treinamento com os idosos proporcionou melhora na
qualidade de vida em outros aspectos além da autonomia, o que sugere que a independência
no manejo das tecnologias de informação e comunicação influencia outros aspectos de sua
vida diária, ensejando, portanto que outros estudos sejam realizados para investigar com mais
abrangência os resultados obtidos nesse estudo levando-se em conta os outros aspectos.
57
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65
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido
66
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
AMBIENTE VIRTUAL PARA TREINAMENTO EM ATM, COMO AUXÍLIO NA
MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS.
O idoso tem sido objeto de vários estudos e pesquisas nos últimos tempos, por causa
do aumento expressivo dessa população em todo mundo e inclusive aqui no Brasil. É
importante avaliar, o quanto alguns agentes externos impactam diretamente na vida dos idosos
em relação à sua qualidade de vida no que se refere a sua autonomia e independência.
Este estudo tem por objetivo investigar o quanto as dificuldades ou impossibilidade de
acesso e donio das Tecnologias de Informação e Comunicação, especificamente os
equipamentos de auto-atendimento do setor bancário, impactam direta ou indiretamente na
qualidade de vida do idoso, no que se refere a sua autonomia e independência.
A pesquisa será dividida em três etapas: Na primeira os voluntários responderão a três
questionários aplicados pelo pesquisador responsável, contendo perguntas e respostas
simples, na segunda etapa os mesmos serão submetidos a um treinamento com um simulador
de caixa de auto-atendimento bancário adaptado a computadores pessoais, os quais estarão
disponibilizados em local apropriado para o treinamento, sob orientação e supervisão de
profissional treinado. A duração do treinamento será previamente estabelecida pelo
pesquisador. Na terceira etapa os voluntários serão novamente submetidos à aplicação dos
mesmos questionários aplicados na primeira etapa da pesquisa.
Estou ciente que estou participando de uma pesquisa científica, sem qualquer despesa
financeira para mim ou para minha família e ciente que os benefícios dessa participação para
mim será a aquisição de conhecimentos de informática e maior donio sobre os caixas de
auto-atendimento do setor bancário.
Estou ciente ainda que minha participação nessa pesquisa está colaborando para a
melhoria da qualidade de vida de pessoas idosas e que não terei nenhum risco adicional à
minha saúde e que minha privacidade será garantida, e que poderei desistir da pesquisa a
qualquer momento que achar necessário, sem nenhum ônus ou constrangimento e que no final
da pesquisa terei direito de acesso atualizado aos resultados.
67
Fui informado dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada. Recebi
informão a respeito do estudo e esclareci minhas vidas. Sei que terei acesso em qualquer
etapa da pesquisa e poderei solicitar novas informações ou modificar minha decisão se assim
o desejar. O pesquisador responsável, Sr. Derisvaldo Costa de Carvalho (11 97373161)
certificou-me de que todos os dados desta pesquisa referentes à minha pessoa serão
confidenciais e terei liberdade de retirar meu consentimento de participação na pesquisa, em
face dessas informações.
Estou ciente de que posso contar também com o orientador da pesquisa Prof. Dr
Flávio Cezar Amate, (11 4798-7112), ou ainda contatar o Comitê de Ética em Pesquisa
envolvendo seres humanos (Campus I da Universidade de Mogi das Cruzes prédio 2 sala
2121 (11) 4798-7085)
Sendo assim, caso concorde em participar desta pesquisa, expresse sua autorização
assinando este termo logo abaixo:
Nome: __________________________________________________________________
Assinatura:_______________________________________________________________
R.G:____________________________________________________________________
Mogi das Cruzes, ___/___/_____
____________________________ __________________________________
Derisvaldo Costa de Carvalho Prof. Dr. Flavio Cezar Amate
deriscarvalho@uol.com.br flavio[email protected]m
68
APÊNDICE B Instrumento de pesquisa In TIC
69
INSTRUMENTO In TIC Interação com as Tecnologias de Informação e
Comunicação
TIC - 01 - Para você, as tecnologias de comunicação têm alguma importância?
Sim
Não
TIC - 02 - Os avanços tecnológicos trouxeram benefícios para as pessoas idosas?
Sim
Não
TIC - 03 - Você sabe manusear e utilizar sozinho: caixa bancário de auto-
atendimento, telefone celular, computador, internet, urna eletrônica,
eletrodomésticos e outros aparelhos eletrônicos?
Sim
Não
TIC - 04 - Você tem dificuldade em desempenhar suas atividades diárias, devido ao
avanço da tecnologia?
Sim
Não
TIC - 05 - Você sente sua autonomia e independência dificultadas pela necessidade
de utilizar as tecnologias de comunicação e informação em suas atividades diárias?
Sim
Não
70
TIC - 06 - Como você compara sua vida antes e depois do aparecimento dessas
novas tecnologias?
Melhorou
Piorou
TIC - 07 - Você se sente excluído da sociedade, por não saber usar os recursos da
tecnologia?
Sim
Não
TIC - 08 - Você gostaria de aprender a usar os meios tecnológicos?
Sim
Não
TIC - 09 - Você se sente envergonhado ou constrangido quando tem que utilizar o
caixa bancário de auto-atendimento e tem dificuldade?
Sim
Não
TIC - 10 - Você acha cil realizar todas as operações disponíveis no caixa bancário
de auto-atendimento?
Sim
Não
TIC - 11 - Quando vai ao banco fazer uso do caixa bancário de auto-atendimento,
você solicita ajuda de algum funcionário?
Sim
Não
71
TIC - 12 - Sempre que você vai ao banco fazer uso do caixa bancário de auto-
atendimento, algum funcionário de plantão para auxiliá-lo?
Sim
Não
TIC - 13 - Você acha que se os bancos treinassem as pessoas idosas, ensinando-as
a utilizar o caixa bancário de auto-atendimento, ajudaria a melhorar sua vida?
Sim
Não
TIC - 14 - Com o aparecimento de toda essa tecnologia, você se sente dependente
da máquina?
Sim
Não
Figura 3.2.4.10 Fluxograma 3
Figura 3.2.4.12 Fluxograma 5
Figura 3.2.4.13 Fluxograma 6
72
ANEXO A Instrumento WHOQOL Old
73
INSTRUMENTO WHOQOL Old (Older Adults)
Instruções
Este questionário diz respeito dos seus pensamentos, sentimentos e a certos
aspectos de sua qualidade de vida. Aborda ainda questões que podem ser
importantes para você como membro mais velho da sociedade. Por favor, responda
a todas as perguntas. Se você não está seguro a respeito de que resposta dar a
uma pergunta, por favor, escolha a que lhe parece mais apropriada.
Esta pode ser muitas vezes a sua primeira resposta. Por favor, tenha em
mente os seus valores, esperanças, prazeres e preocupações. Pedimos que pense
em sua vida nas duas últimas semanas.
Por exemplo, pensando nas duas últimas semanas, uma pergunta poderia ser:
Quanto você se preocupa com o que o futuro poderá trazer?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Você deve circular o número que melhor reflete o quanto você se preocupou
com o seu futuro durante as duas últimas semanas. Então você circulará o número
4, se você se preocupou com o futuro “Bastante”, ou circulará o número 1, se não
tivesse se preocupado “Nada” com o futuro. Por favor leia cada questão, pense no
que sente e circule o número na escala que seja a melhor resposta para você a cada
questão.
Muito obrigado(a) por sua colaboração!
74
INSTRUMENTO WHOQOL Old (Older Adults)
Questionário
As seguintes questões perguntam sobre o quanto você tem tido certos
sentimentos nas últimas duas semanas.
Old-1 - Até que ponto as perdas nos seus sentidos (por exemplo, audição, visão,
paladar, olfato, tato), afetam a sua vida diária?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Old-2 - Até que ponto a perda de, por exemplo, audição, visão, paladar, olfato, tato,
afeta a sua capacidade de participar em atividades?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Old-3 - Quanta liberdade você tem de tomar as suas próprias decisões?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Old-4 - Até que ponto você sente que controla o seu futuro?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Old-5 - O quanto você sente que as pessoas ao seu redor respeitam a sua
liberdade?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
75
Old-6 - Quão preocupado você está com a maneira pela qual irá morrer?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Old-7 - O quanto você tem medo de não poder controlar a sua morte?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Old-8 - O quanto você tem medo de morrer?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Old-9 - O quanto você teme sofrer dor antes de morrer?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
As seguintes questões perguntam sobre quão completamente você fez ou
se sentiu apto a fazer algumas coisas nas duas últimas semanas.
Old-10 - Até que ponto o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo, audição,
visão, paladar, olfato, tato) afeta a sua capacidade de interagir com outras pessoas?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Completamente
1
2
3
4
5
Old-11 - Até que ponto você consegue fazer as coisas que gostaria de fazer?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Completamente
1
2
3
4
5
76
Old-12 - Até que ponto você está satisfeito com as suas oportunidades para
continuar alcançando outras realizações na sua vida?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Completamente
1
2
3
4
5
Old-13 - O quanto você sente que recebeu o reconhecimento que merece na sua
vida?
Nada
Muito pouco2
Mais ou menos
Bastante
Completamente
1
2
3
4
5
Old-14 - Até que ponto você sente que tem o suficiente para fazer em cada dia?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Completamente
1
2
3
4
5
As seguintes questões pedem a você que diga o quanto você se sentiu
satisfeito, feliz ou bem sobre vários aspectos de sua vida nas duas últimas
semanas.
Old-15 - Quão satisfeito você está com aquilo que alcançou na sua vida?
Muito satisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito
Nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
1
2
3
4
5
Old-16 - Quão satisfeito você está com a maneira com a qual você usa o seu
tempo?
Muito satisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito
Nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
1
2
3
4
5
Old-17 - Quão satisfeito você está com o seu nível de atividade?
Muito satisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito
Nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
1
2
3
4
5
77
Old-18 - Quão satisfeito você está com as oportunidades que você tem para
participar de atividades da comunidade?
Muito satisfeito
Insatisfeito
Nem satisfeito
Nem insatisfeito
Satisfeito
Muito satisfeito
1
2
3
4
5
Old-19 - Quão feliz você está com as coisas que você pode esperar daqui para
frente?
Muito infeliz
Infeliz
Nem feliz
Nem infeliz
Feliz
Muito feliz
1
2
3
4
5
Old-20 - Como você avaliaria o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo,
audição, visão, paladar, olfato, tato)?
Muito ruim
Ruim
Nem ruim
Nem boa
Boa
Muito boa
1
2
3
4
5
As seguintes questões se referem a qualquer relacionamento íntimo que
você possa ter. Por favor, considere estas questões em relação a um companheiro
ou uma pessoa próxima com a qual vo pode compartilhar (dividir) sua intimidade
mais do que com qualquer outra pessoa em sua vida.
Old-21 - Até que ponto você tem um sentimento de companheirismo em sua vida?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Old-22 - Até que ponto você sente amor em sua vida?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Old-23 - Até que ponto você tem oportunidades para amar?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Completamente
1
2
3
4
5
78
Old-24 - Até que ponto você tem oportunidades para ser amado?
Nada
Muito pouco
Mais ou menos
Bastante
Completamente
1
2
3
4
5
79
ANEXO B Instrumento WHOQOL Bref
80
INSTRUMENTO WHOQOL Bref
Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de
vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões.
Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor,
escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes,
poderá ser sua primeira escolha.
Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e
preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando
como referência as duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas
duas semanas, uma questão poderia ser:
Você recebe dos outros o apoio de que necessita?
nada
muito pouco
médio
muito
Completamente
1
2
3
4
5
Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto vorecebe
dos outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você
deve circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.
Você recebe dos outros o apoio de que necessita?
nada
muito pouco
médio
muito
Completamente
1
2
3
4
5
Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.
81
INSTRUMENTO WHOQOL Bref
Questionário
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe
parece a melhor resposta.
Bref -1 - Como você avalia sua qualidade de vida?
muito ruim
ruim
nem ruim
nem boa
boa
muito boa
1
2
3
4
5
Bref-2 - Quão satisfeito você está com sua saúde?
muito
Insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem Insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas
nas ultimas duas semana.
Bref-3 - Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de fazer o que
precisa?
nada
muito
pouco
mais ou
menos
bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Bref-4 - O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida
diária?
nada
muito
pouco
mais ou
menos
bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Bref-5 - O quanto você aproveita a vida?
nada
muito
pouco
mais ou
menos
bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
82
Bref-6 - Em que medida você acha que sua vida tem sentido?
nada
muito
pouco
mais ou
menos
bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Bref-7 - O quanto você consegue se concentrar?
nada
muito
pouco
mais ou
menos
bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Bref-8 - Quão seguro você se sente em sua vida diária?
nada
muito
pouco
mais ou
menos
bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
Bref-9 - Quão agravável é seu ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos)?
nada
muito
pouco
mais ou
menos
bastante
Extremamente
1
2
3
4
5
As questões seguintes perguntam sobre Quão completamente você tem
sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.
Bref-10 - Você tem energia suficiente para seu dia-a-dia?
nada
muito
pouco
médio
muito
Completamente
1
2
3
4
5
Bref-11 - Você é capaz de aceitar sua aparência física?
nada
muito
pouco
médio
muito
Completamente
1
2
3
4
5
83
Bref-12 - Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?
nada
muito
pouco
médio
muito
Completamente
1
2
3
4
5
Bref-13 - Quão disponível para você estão as informações que precisa no seu dia-a-
dia?
nada
muito
pouco
médio
muito
Completamente
1
2
3
4
5
Bref-14 - Em que medida você tem oportunidade de atividade de lazer?
nada
muito
pouco
médio
muito
Completamente
1
2
3
4
5
As questões seguintes perguntam sobre Quão bem ou satisfeito você se
sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.
Bref-15 - Quão bem você é capaz de se locomover?
muito ruim
ruim
nem ruim
nem bom
bom
muito
bom
1
2
3
4
5
Bref-16 - Quão satisfeito você está com seu sono?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
Bref-17 - Quão satisfeito você está com sua capacidade de desempenhar as
atividades do seu dia-a-dia?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
84
Bref-18 - Quão satisfeito você está com sua capacidade para o trabalho?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
Bref-19 - Quão satisfeito você está consigo mesmo?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
Bref-20 - Quão satisfeito você está com suas relações pessoais(amigos, parentes,
conhecidos, colegas)?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
Bref-21 - Quão satisfeito você está com sua vida sexual?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
Bref-22 - Quão satisfeito você está com o apoio que recebe dos seus amigos?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
Bref-23 - Quão satisfeito você está com as condições do local onde mora?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
85
Bref-24 - Quão satisfeito você está com seu acesso ao serviço de saúde
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
Bref-25 - Quão satisfeito você está com o seu meio de transporte?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
A questão seguinte refere-se a com que freqüência você sentiu ou
experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.
Bref-26 - Com que freqüência você tem sentimentos negativos tais como mau
humor, desespero, ansiedade, depressão?
muito
insatisfeito
insatisfeito
nem satisfeito
nem insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
1
2
3
4
5
Alguém lhe ajudou a preencher este questionário? Sim ( ) não ( )
Quanto tempo você levou para preencher este questionário?
......................................................................................................................................
86
ANEXO C Facetas do WHOQOL Old
87
A tabela 7 mostra a estruturação do Instrumento WHOQOL Old, com as seis
principais facetas e as 21 respectivas dimensões avaliadas durante o teste.
Faceta 1 Funcionamento do Sensório
1. Perda nos sentidos afetam a vida diária
2. Avaliação do funcionamento dos sentidos
3. Perda de funcionamento dos sentidos afeta a participação em atividades
4. Problemas com o funcionamento dos sentidos interferindo na habilidade de
interagir
Faceta 2 Autonomia
5. Liberdade para tomar suas próprias decisões
6. Sente que controla seu futuro
7. Consegue fazer as coisas que gostaria de fazer
8. Pessoas ao seu redor respeitam a sua liberdade
Faceta 3 Atividades Passadas, Presentes e Futuras
9. Feliz com as coisas que pode esperar daqui para frente
10. Satisfeito com as oportunidades para continuar alcançando outras realizações
11. Recebeu o reconhecimento que merece na sua vida
12. Satisfeito com aquilo que alcançou em sua vida
Faceta 4 Participação Social
13. Satisfeito com a maneira com a qual você usa seu tempo
14. Satisfeito com seu nível de atividade
15. Tem o suficiente para fazer em cada dia
16. Satisfeito com as oportunidades para participar de atividades na comunidade
Faceta 5 Morte e Morrer
17. Preocupado com a maneira com a qual irá morrer
18. Medo de não poder controlar a sua morte
19. Medo de morrer
20. Teme sofrer dor antes de morrer
Faceta 6 Intimidade
21. Tem um sentimento de companheirismo em sua vida
22. Sente amor em sua vida
23. Oportunidade para amar
24. Oportunidade para ser amado
Tabela 7 Facetas do WHOQOL Old
Fonte: The WHOQOL Group Brasil
88
ANEXO D Domínios do WHOQOL Bref
89
A tabela 8 mostra a estruturação do Instrumento WHOQOL Bref, com os quatro
principais donios e as 24 respectivas dimensões avaliadas durante o teste.
Domínio 1 Domínio Físico
1 Dor e desconforto
2 Energia e fadiga
3 Sono e repouso
9 Mobilidade
10 Atividades da vida cotidiana
11 Dependência de medicamentos ou tratamento
12 Capacidade de trabalho
Domínio 2 Domínio Psicológico
4 Sentimentos positivos
5 Pensar, aprender, memória e concentração
6 Auto-estima
7 Imagem corporal e aparência
8 Sentimentos negativos
24 Espiritualidade / religião / crenças pessoais
Domínio 3 Relações sociais
13 Relações pessoais
14 Suporte (apoio) social
15 Atividade Sexual
Domínio 4 Meio ambiente
16 Segurança física e proteção
17 Ambiente no lar
18 Recursos financeiros
19 Cuidados de saúde e sociais disponibilidade e qualidade
20 Oportunidade de adquirir novas informações e habilidades
21 Participação em, e oportunidade de recreação e lazer
22 Ambiente sico (poluão / ruído / trânsito / clima)
23 Transporte
Tabela 8 Domínios do WHOQOL Bref (fonte: The WHOQOL Group)
Fonte: The WHOQOL Group Brasil
90
ANEXO E Termo de autorização do Comitê de Ética da UMC
91
92
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