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Sendo assim, foi criada uma ampla gama de instrumentos para mensuração da qualidade de
vida do indivíduo.
Segundo Meeberg (1993), Paschoal (2000), Farquhar (1995) e Seidl (2004), Qualidade
de Vida é um termo de difícil conceituação e, durante as últimas décadas, apesar dos debates,
não se chegou a um consenso. Conceitos de qualidade de vida tiveram interesse inicialmente
para cientistas sociais, filósofos e políticos e foi mencionado pela primeira vez em 1920 por
Pigou, em um livro sobre economia e bem-estar. Ele discutiu o suporte governamental para
pessoas de classes sociais menos favorecidas e o impacto sobre suas vidas e sobre o
orçamento do Estado. (WOOD-DAUPHINEE, 1999).
Segundo Paschoal (2000), Nahas (2001) e Meeberg (1993), após a Segunda Guerra
Mundial, o termo Qualidade de Vida passou a ser muito utilizado com a noção de sucesso
associado à melhoria do padrão de vida, principalmente relacionado à obtenção de bens
materiais como: casa própria, carro, salário e bens adquiridos. O termo qualidade de vida foi,
então, usado para criticar políticas cujo objetivo era o crescimento econômico sem limites. O
conceito foi, a seguir, ampliado, a fim de medir o quanto uma sociedade havia se
desenvolvido economicamente. Com o passar dos anos, o conceito ampliou-se, significando,
além do crescimento econômico, o desenvolvimento social, como educação, saúde, lazer, etc.
Ainda segundo os mesmos autores, a subjetividade não seria pura e total, pois existem
determinadas condições presentes no meio e na vida das pessoas que influenciam sua
percepção, ou subjetividade, de qualidade de vida.
Fatores como satisfação, qualidade dos relacionamentos, realização pessoal, percepção
de bem-estar, possibilidades de acesso a eventos culturais, oportunidades de lazer, felicidade,
solidariedade e liberdade tem sido muito valorizados na atualidade. Assim, há uma crescente
mudança dos enfoques, quando se fala em qualidade de vida com a intenção de, cada vez
mais, dar vida aos anos e considerar, além dos aspectos objetivos, também os aspectos
subjetivos do tema. (NAHAS, 2001)
Quanto à relatividade da noção de qualidade de vida, pode-se descrevê-la sob três
referências: a primeira é a histórica, na qual, em um determinado tempo de uma sociedade,
existe um parâmetro de qualidade de vida que pode ser diferente de outra época na mesma
sociedade; a segunda, a cultural, na qual os valores e necessidades são exclusivos para os
diferentes povos, e a terceira são os padrões de bem-estar estratificados entre as classes
sociais, com desigualdades muito fortes, onde a idéia de qualidade de vida relaciona-se com o
bem-estar das camadas superiores. (MINAYO, 2000).