49
Em uma disciplina que possui tendências para a "larga escala", há uma atração
obvia por narrativas grandiosas sobre as origens, no entanto a dificuldade que se tem
para criar narrativas com começo, meio e fim é evidente. (HODDER, 1999). Shanks
considera como um problema a associação singular que a arqueologia tem com frieza e
objetividade, considera que além do tecnicismo, falta uma ambigüidade poética.
“Há uma espécie de puritanismo nisso, no fato de que sério significa difícil,
e de que pensar seriamente é somente prazeroso quando incidental, se acaso
o for… Arqueologia é teatro e entretenimento, é sério e compromissado.
Seria isso não aceito no coração da arqueologia, seja ela acadêmica ou
popular?” (SHANKS, 1992)
32
Mesmo na arqueologia pós-processual tem sido evitada uma posição interpretativa, ou
as raízes empíricas estão ainda bem presas nas práticas arqueológicas, e a prática muitas
vezes vem sendo desvencilhada do discurso teórico. “Temos visto poucos estudos pós-
processuais que tem dito „Colocarei a teoria em segundo lugar, tratá-la apenas como
bagagem, e partir para uma história sobre, por exemplo, o desenvolvimento social na
Bavária da Idade de Bronze‟.” (HODDER, 1992).
33
“… arqueologia interpretativa é a construção e o contar de narrativas. É
claro, toda arqueologia tem contado histórias sobre evolução, difusão,
maximização, adaptação, sobrevivência, e assim por diante. Mas nessas
histórias a retórica do conto não foi reconhecido como contribuinte à
construção da mensagem ou dos planejamentos ocultos. As histórias não
foram contadas como escala humana, e não foram inclusivas do ponto de
vista dos atores. Os relatos são validados por ciência externa ao invest de
significado interno, além de eximirem-se do narrador que está
misteriosamente ausente. Nesses moldes, as histórias não foram
interpretações.” (HODDER, 1991).
34
32
―There is a sort of Puritanism in this, that serious means difficult, and thinking seriously is only
incidentally pleasurable, if at all…Archaeology is theatre and entertainment, and serious and committed.
Might this not be accepted into the heart of archaeology, academic and popular?‖ (SHANKS, 1992).
33
―There have been very few post-processual studies that have said ‗ I will put the theory in second
place, treat it simply as baggage, and set off to tell a story about, for example, the development of Bronze
Age society in Bavaria‘.‖(HODDER, 1992).
34
―… interpretative archaeology ís about constructing narratives, or telling stories. Of course, all
archaeology has told stories about evolution, diffusion, maximization, adaption, survival, and so on. But
in these stories the rhetoric of the story line was no acknowledged or criticized as contributing to the
construction of the message or hidden agenda. The stories were often not told as the human scale, and
were not inclusive of the viewpoints of the actors. The accounts were validated through external science