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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DE
AMBIENTES AQUÁTICOS CONTINENTAIS
JOSE ANTONIO DEMETRIO
Alterações na dieta de peixes associados ao cultivo de tilápias em tanques-rede
no reservatório de Rosana, rio Paranapanema
Maringá
2010
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JOSE ANTONIO DEMETRIO
Alterações na dieta de peixes associados ao cultivo de tilápias em tanques-rede
no reservatório de Rosana, rio Paranapanema
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais do
Departamento de Biologia, Centro de Ciências Biológicas
da Universidade Estadual de Maringá, como parte dos
requisitos para obtenção do Título de Doutor em Ciências
Ambientais
Área de concentração: Ciências Ambientais
Orientador: Prof. Dr. Angelo Antonio Agostinho
Maringá
2010
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"Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)"
(Biblioteca Setorial - UEM. Nupélia, Maringá, PR, Brasil)
D377a
Demetrio, Jose Antonio, 1959-
Alterações na dieta de peixes associados ao cultivo de tilápias em tanques-rede no
reservatório de Rosana, rio Paranapanema / Jose Antonio Demetrio. -- Maringá, 2010.
29 f. : il. (algumas color.).
Tese (doutorado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais)--Universidade Estadual
Maringá, Dep. de Biologia, 2010.
Orientador: Prof. Dr. Angelo Antonio Agostinho.
1. Tilápia - Cultivo associado - Espécies nativas - Reservatório de Rosana -
Paranapanema, Rio, Bacia. 2. Tilápia - Cultivo - Dieta - Tanques-rede - Reservatório de
Rosana - Paranapanema, Rio, Bacia. I. Universidade Estadual de Maringá. Departamento de
Biologia. Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais.
CDD 22. ed. -639.377415309816
NBR/CIP - 12899 AACR/2
Maria Salete Ribelatto Arita CRB 9/858
João Fábio Hildebrandt CRB 9/1140
FOLHA DE APROVAÇÃO
JOSE ANTONIO DEMETRIO
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos
Continentais do Departamento de Biologia, Centro de Ciências Biológicas da Universidade
Estadual de Maringá, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Ciências
Ambientais pela Comissão Julgadora composta pelos membros:
COMISSÃO JULGADORA
Prof. Dr. Angelo Antonio Agostinho
Nupélia/Universidade Estadual de Maringá (Presidente)
Prof.ª Drª. Elaine Antoniassi Luiz Kashiwaqui
Prof. Dr. Mario Luiz Orsi
Prof.ª Dr.ª Norma Segatti Hahn
Prof. Dr. Luiz Carlos Gomes
Aprovada em: 30/03/2010.
Local de defesa: Anfiteatro Prof. “Keshiyu Nakatani”, Nupélia, Bloco G-90, campus da
Universidade Estadual de Maringá.
AGRADECIMENTOS
Ao caríssimo Orientador Prof. Dr. Angelo Antonio Agostinho por possibilitar a realização de
nossos objetivos com muita paciência e dedicação na arte de ensinar a construção do
conhecimento. Pela amizade, companheirismo e contribuições relevantes, imprescindíveis
para a conclusão do Curso de Doutorado.
Ao Prof. Dr. Luiz Carlos Gomes pelo apoio incondicional nas soluções estatísticas, pelas
contribuições que tem proporcionado o encaminhamento dos objetivos da pesquisa, pelas
lições do rigor técnico-científico.
A Prof.ª Dr.ª Norma Segatti Hahn pelos ensinamentos e pela força desde o início do Curso de
Doutorado.
Ao Prof. Dr. Horácio Ferreira Júlio Júnior, pela amizade, companheirismo e pelos
ensinamentos de Ecologia.
Prof.ª Dr.ª Cláudia Costa Bonecker pela amizade e dedicação aos ensinamentos de ecologia.
Aos Professores do Curso de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos
Continentais pela transmissão do conhecimento, dedicação e compartilhamento de suas
experiências.
Aos Prof.(s) Dr. (s) Angelo Antonio Agostinho, Elaine Antoniassi Luiz Kashiwaqui, Mario
Luiz Orsi, Norma Segatti Hahn, Luiz Carlos Gomes participantes da Comissão Julgadora da
apresentação da tese.
Aos colegas do Curso de Doutorado pela amizade na convivência das aulas, dos trabalhos e
pelas contribuições de experiências na ecologia.
Ao colega Biólogo João Dirço Latini pelo apoio incondicional desde o início dos trabalhos e
pela contribuição na organização dos dados.
Ao colega Wladimir Domingues pela amizade e pelas contribuições nos trabalhos de campo.
Aos colegas Dirceu Baumgartner e Alessandro Gasparetto Bifi pela amizade e pelas
contribuições nos trabalhos do cotidiano.
Ao colega M.Sc. Elcio Barili pela dedicação às contribuições nessa reta final.
À colega Larissa Strictar Pereira pelos ensinamentos e contribuições na obtenção de dados.
Às colegas Rosimeire, Harumi, Janet e Rosemara que ajudaram no dia a dia do Curso de
Doutorado.
Às colegas Aldenir e Jocemara pela amizade, pela dedicação no atendimento aos
procedimentos acadêmicos cotidianos.
À colega Maria Salete pela amizade e dedicação na disponibilidade de material bibliográfico.
Aos colegas Jaime Luiz Pereira e Job Diógenes pelas contribuições ao desenvolvimento da
pesquisa.
Às colegas Cristina e Karen pela amizade e contribuição à pesquisa no dia a dia.
Ao colega Dilermando Pereira Lima Junior pela amizade e pelas relevantes observações do
artigo para o Exame Geral de Qualificação.
Ao colega Fábio Yamada pela amizade e os ensinamentos de Ictioparasitologia.
Aos servidores Francisco Alves Teixeira, José Ricardo Gonçalves, Valdecir Rodolfo Casaré,
Valdir Aparecido Capatti e Valmir Alves Teixeira do Nupélia/UEM, pela contribuição nos
diversos trabalhos de campo em todo o período da pesquisa e pela amizade na convivência do
dia a dia.
A todos os funcionários do Nupélia que de uma forma ou outra contribuíram nessa
caminhada.
Aos colegas do IBAMA de Paranavaí que tanto contribuíram nessa jornada de desafios e
conquistas.
Ao IBAMA pela concessão da licença para a qualificação profissional na realização do Curso
de Doutorado.
À FAFIPA pelo período de licença que contribuiu para a realização do Doutorado.
Á minha família, Esposa Andréia Eloy Demetrio, Filha Amanda Eloy Demetrio, Filhos
Renato Luiz Demetrio e Rafael Antonio Demetrio pela paciência pela força e estímulos
cotidianos na realização do Curso.
Alterações na dieta de peixes associados ao cultivo de tilápias em tanques-rede
no reservatório de Rosana, rio Paranapanema
RESUMO
Este estudo avaliou os efeitos do cultivo de tilápias em tanques-rede sobre a dieta da
ictiofauna silvestre associada no rio do Corvo, reservatório de Rosana, Rio Paranapanema.
Identificou os efeitos diretos e indiretos de diferentes teores de proteínas da ração excedente
dos tanques-rede na distribuição e abundância dos peixes das áreas adjacentes, considerando
as variações específicas da dieta de alimentos naturais e do consumo de alimento artificial. O
registro de diferentes resultados estabelecidos por dados de controle e por variações de teores
de proteínas do cultivo, revela o conteúdo alimentar das espécies dominantes numa amplitude
que alterou, não só o padrão de consumo da assembléia de peixes associada, como também
intensificou a absorção do alimento artificial. A entrada de matéria orgânica possibilitou a
proliferação de microcrustáceos e promoveu oscilações abruptas da composição de itens
alimentares com variações distintas entre as espécies, ampliando os níveis tróficos da
ictiofauna na área de cultivo. O alimento artificial alterou o padrão de consumo alimentar da
assembléia de peixes associada ao cultivo em tanques-rede, ampliando a intensidade na
tomada de alimento, aferida pelo grau de repleção dos estômagos. As mudanças na dieta pelo
alimento artificial foram mais evidentes em 4 espécies das oito dominantes da assembléia de
peixes. Dentre estas a Pimelodus maculatus e a Iheringichthys labrosus estando relacionadas
com a proximidade dos tanques-rede e ao ambiente de fundo. Os volumes e as ocorrências
dos itens registrados pelo índice alimentar (IAi), evidenciaram amplo consumo de
zooplâncton, insetos aquáticos e ração. As espécies dominantes Auchenipterus osteomystax,
Steindachnerina brevipinna, Iheringichthys labrosus, Loricariichthys platymetopon,
Plagioscion squamosissimus, Pimelodus maculatus, Metynnes maculatus e Satanoperca
pappaterra, percentualmente, consumiram mais insetos aquáticos do que terrestres, algas,
detritos-sedimentos, decápode, vegetais superiores e ração respectivamente. A frequência de
ocorrência e o volume dos itens alimentares de uma fase à outra destaca a ascensão da
presença de ração, insetos, e microcrustáceos. Peculiaridades que envolvem o tipo de ração, a
distância, o ambiente de fundo e a participação de grupos de espécies, marcaram a influência
dos tanques-rede.
Palavras-chave: Dieta. Espécies silvestres. Impactos da aquicultura. Resíduos de
cultivo de peixe. Tanques-rede.
Alterations in the diet of fish associated to the tilapia cultivation in net cage in
Rosana Reservoir, Paranapanema River
ABSTRACT
This study evaluated the effects of tilapia cultivation in net cages on the diet of associated
wild ichthyofauna in the Corvo River, Rosana Reservoir, Paranapanema River. It identified
the direct and indirect effects of different protein levels in spare feed inside the net cages on
the distribution and abundance of fish in adjacent areas, taking into account the specific
variations in natural food and artificial feed intake. The recording of different results
established by control data and variations in protein content for the cultivation reveals the
alimentary content of the dominant species to an extent that altered not only the intake pattern
of the associated fish assemblage but also intensified artificial feed absorption. The
introduction of organic matter also led to the proliferation of microcrustaceans, abrupt
oscillations in the composition of food items, with distinct variations among species, thus
expanding trophic levels of ichthyofauna in the cultivation area. Artificial feed altered the
food intake pattern of the fish assemblage associated with cultivation in net cages, expanding
feeding intensity, as measured by stomach fullness levels. Changes in diet for the artificial
feed were more evident in four of the eight dominant species of the fish assemblage, among
them P.maculatus and I.labrosus, as they were related to the proximity of the net cages and
the background environment. The volumes and occurrences of items recorded by the food
index (IAi) showed a large intake of zooplankton, aquatic insects and feed. Dominant species
Auchenipterus osteomystax, Steindachnerina brevipinna, Iheringichthys labrosus,
Loricariichthys platymetopon, Plagioscion squamosissimus, Pimelodus maculatus, Metynnes
maculatus and Satanoperca pappaterra, on a percentage basis, ingested more aquatic insects
than terrestrial insects, algae, detritus, sediment, decapods, plants and feed. The frequency of
occurrence and stomach volume from one phase to another highlights the increasing presence
of feed, insects, and microcrustaceans. Peculiarities involving the type of feed, distance, the
background environment and participation of species groups marked the influence of net
cages.
Keywords: Diet. Wild species. Aquaculture impacts. Tilapia culture residue. Net cage.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Localização da área de estudo........................................................................................13
Figura 2 Variações nos valores do Índice Alimentar (A; IAi) e percentagem de
espécies da assembléia de peixes que consome diferentes itens (B) nas imediações
da área de cultivo de tilápias em tanques-rede.......................................................................................16
Figura 3 Variações no volume e ocorrência dos principais itens consumidos
pela assembléia de peixes na área do cultivo em tanques-rede.................................................17
Figura 4 Composição da dieta das espécies dominantes na assembléia de
peixes associada ao cultivo em tanques-rede no reservatório de
Rosana, Rio Paranapanema, em diferentes períodos..................................................................19
Figura 5 Variações nos índices de repleção estomacal das espécies de peixes
dominantes na assembléia associada ao cultivo de tilápias em tanques-rede
do reservatório de Rosana, rio Paranapanema considerando diferentes períodos......................21
Tabela 1 Localização dos valores máximos e mínimos das abundâncias das
principais espécies de peixes nas áreas de cultivo em tanques-rede no
Reservatório de Rosana............................................................................................................18
Tabela 2 Análise de variância comparando os índices de repleção dos
estômagos das diferentes espécies em relação à fase do cultivo...............................................20
Tese elaborada e formatada conforme as normas da
publicação científica Brazilian Journal of Biology.
Disponível em: http://www.bjb.com.br
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO........................................................................................................................11
2 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................................12
2.1 Área de estudo......................................................................................................................12
2.2 Procedimentos amostrais.......................................................................................................13
2.3 Análise dos dados................................................................................................................14
3 RESULTADOS......................................................................................................................15
3.1 Variações na composição da dieta conforme a fase de cultivo...........................................15
3.2 Respostas específicas às entradas de alimento artificial..........................................................17
3.3 Alterações da intensidade na tomada de alimento...............................................................20
4 DISCUSSÃO..........................................................................................................................22
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................25
11
1 INTRODUÇÃO
A crescente produção mundial de peixes em tanques-rede vem sendo considerada
como uma tendência promissora para o atendimento da demanda crescente de alimento à
população mundial, sendo as áreas costeiras marinhas, lagos e reservatórios os ambientes
mais promissores para sua expansão. As principais vantagens atribuídas a esse sistema de
cultivo são o aproveitamento de mananciais já disponíveis, maior eficiência no manejo e
facilidades na despesca, além do suporte de desconsideráveis taxas de estocagem e o fluxo
contínuo de água que, em tese, melhoraria a qualidade da água no interior dos tanques
(Cyrino & Kubtiza, 1996; Furlaneto et. al., 2006). Borghetti & Silva (2008) estimam custos
operacionais entre 30 e 40% daquele para produzir uma tonelada de peixes com sistemas
tradicionais. A expansão desses cultivos está inserida nas políticas de governo para o setor,
sendo a implantação em águas públicas, fortemente fomentada por agências oficiais.
Entretanto, vários problemas socioambientais que carecem de atenção no fomento
dessa atividade têm sido detectados, geralmente ligados ao seu caráter intensivo, envolvendo
elevadas taxas de estocagem e a utilização de rações comerciais com altos teores proteicos,
além da universalidade dos escapes (Agostinho et. al., 2007). Dentre os diversos problemas
sócio-ambientais que envolvem a produção da aquicultura em águas de reservatórios
podemos destacar a eutrofização, a atração e agregação de peixes nas proximidades dos
tanques-rede, as alterações da dieta dos peixes associados ao ambiente de cultivo, as
mudanças na comunidade bêntica, os escapes de espécies não nativas e as mudanças na
composição isotópica dos organismos na cadeia trófica. Assim, o esforço empregado no
desenvolvimento dessa forma de cultivo intensivo deve ter sua contraparte na avaliação de
sua sustentabilidade ambiental porque os problemas ambientais gerados afetam até mesmo
sua viabilidade como atividade produtiva (Andrade & Yasui, 2003; Alexandre Filho, 2008).
Diversos estudos revelam que os cultivos em tanques-rede afetam a presença e a
abundância de peixes silvestres em suas imediações. A maioria, entretanto, foi desenvolvida
em ambientes marinhos costeiros e poucos avaliaram o impacto dessas alterações sobre as
assembleias (Dempster et al., 2002; Boyra et. al., 2004; Valle et al., 2004; Tuya et al.,
2006). Em reservatórios neotropicais, ambientes alvo das ações de fomento do governo para
essa modalidade de cultivo, alguns estudos já evidenciaram mudanças nos zoobentos
(Menezes & Beyruth, 2003; Mangarotti, 2008), enriquecimento da água em nutrientes, com
consequente incremento na produção de fitoplâncton, perifiton e zooplâncton (Hermes Silva
et. al., 2004; Dias, 2008; Siqueira, 2008; Carvalho, 2009), alterações na dieta e na estrutura
12
populacional da ictiofauna na área de influência (Ramos et. al., 2008; Nunes, 2008;
Demetrio, in prep.; Strictar-Pereira et al., no prelo). Verifica-se, portanto, que além de
escassos, a maioria desses estudos foi realizada recentemente. Em relação às alterações na
dieta dos peixes silvestres, os estudos já realizados revelam que parte das espécies passa a se
alimentar predominantemente da ração oferecida e não ingerida pelos peixes do cultivo,
após a operação dos tanques-rede (Ramos et. al., 2008) e parte altera sua dieta como
resposta à alta disponibilidade de outros organismos ou detritos resultantes do cultivo
(Ramos et. al., 2008; Strictar-Pereira, no prelo).
Neste estudo, busca-se avaliar os efeitos diretos e indiretos do excedente de ração em
cultivo de tilápias em tanques-rede sobre a dieta da ictiofauna silvestre, buscando identificar
os efeitos de rações com dois teores proteicos distintos, tendo como base amostragens
obtidas no período que precedeu a instalação do cultivo, e em dois períodos subsequentes
estabelecidos conforme o valor proteico da ração. Adicionalmente, foram avaliadas as
variações específicas no consumo do alimento artificial, tendo como base as espécies
dominantes (>90% do total capturado). Mais especificamente busca-se responder as
seguintes questões: (i) em que amplitude o input do alimento artificial alterou a composição
da dieta da assembléia de peixes associada ao cultivo em tanques-rede? (ii) a incorporação
direta do alimento artificial pelas espécies silvestres é a única alteração relevante na
composição da dieta da assembléia? (iii) a intensidade na tomada de alimento, aferida pelo
índice de repleção dos estômagos, é alterada com a entrada de alimento artificial?
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Área de estudo
Esse estudo foi desenvolvido em concomitância com outro destinado a avaliar o
desempenho produtivo e econômico da tilápia do Nilo Oreochromis niloticus em tanques-
rede, realizado no rio do Corvo (22º 39’34.93” S e 52º46’42.86” W), em seu trecho
represado pelo reservatório de Rosana (Alexandre Filho, 2008) – Fig. 1. Esse reservatório, o
último de uma série de oito existentes no rio Paranapanema, fechado em 1986, tem um
tempo de residência da água de 18,6 dias (CESP, 1996). A área do reservatório é de 220
km
2
, com comprimento total de 116 km, volume de 1920. 10
6
km
3
e vazão média anual de
1203 m
3
.s
-1
. Pelo fato de ser o último da série, o reservatório de Rosana apresenta maiores
valores de transparência da água e baixas concentrações de fósforo e nitrogênio totais,
podendo ser classificado como oligotrófico (Nogueira et al., 2002; Pagioro et al. 2005).
13
Figura 1. Localização da área de estudos.
Embora o experimento tenha sido conduzido na área mais próxima à região lacustre
e, portanto, mais oligotrófica do reservatório, o braço do rio Corvo recebe efluentes de uma
fecularia após tratamento primário, em seu trecho a montante. Durante o período de estudos
não foram constatadas restrições na qualidade da água que fossem proibitivas à presença de
peixes. Assim, a temperatura da água variou entre 17 e 28ºC e média de 21ºC, faixa normal
para a estação do ano (inverno). As concentrações de oxigênio dissolvido oscilaram entre
6,0 e 8,7 mg.L
-1
, o pH de 6,2 a 8,1, a transparência de 1,3 a 3,8 m e a condutividade elétrica
entre 32 e 56 S.cm
-2
. A profundidade, na área de cultivo, variou entre 5 e 8 metros.
2.2 Procedimentos amostrais
O cultivo experimental nos tanques-rede foi conduzido no período de outono e
inverno, durante 140 dias (17 de abril a 03 de setembro de 2006), envolvendo apenas nove
tanques, com dimensões de 2,0 x 2,0 x 1,7 m cada um, distribuídos em tréplicas para três
tratamentos (densidades de 100, 150 e 200 tilápias/m
-3
). Os juvenis, submetidos à reversão
sexual, apresentavam, inicialmente, peso médio de 99 g, alimentados nos primeiros 30 dias
com ração extrusada com teor proteico de 32% PB e 5 mm de diâmetro e, posteriormente,
com 28% PB e 8 mm. O alimento foi administrado três vezes ao dia, sendo sua quantidade
14
determinada pela biomassa do momento e da temperatura da água, ajustada para condições
ad libidum (Alexandre Filho, 2008).
As capturas de peixes silvestres associados ao cultivo foram realizadas
mensalmente de abril a setembro, utilizando-se 10 baterias de redes de espera (malha de 2,4
a 16 cm entre nós alternados), instaladas no fundo e na superfície na área dos tanques-rede
(0 m, a 100 m e a 400 m). As redes foram instaladas ao amanhecer e revisitadas para a
despesca às 16:00 horas, às 22:00 horas e às 8:00 horas do dia subsequente, quando foram
retiradas. Os indivíduos capturados foram anestesiados e levados para um laboratório
instalado nas imediações, onde foram identificados, medidos (comprimento total e padrão,
em mm) e pesados (em grama), sendo em seguida dissecados e seus estômagos pesados e
fixados em formaldeído 4%, para análise posterior.
Os conteúdos de 647 estômagos, pertencentes a 35 espécies foram analisados sob
microscópio óptico, estereoscópico ou a olho nu, conforme o caso, sendo os itens
identificados ao menor nível taxonômico possível. O volume e a ocorrência de cada item
foram registrados, sendo o primeiro determinado (i) pela medida do deslocamento produzido
numa coluna de água em uma proveta graduada, quando maior que 0,1 ml, ou (ii) pelo uso
de lâminas milimetradas, dada em mm³, posteriormente transformados em mililitros, quando
o volume foi menor que 0,1 ml (Hellawel & Abel, 1971). A ocorrência foi representada pela
proporção de estômagos na amostra em que um dado item ocorreu.
2.3 Análise dos Dados
Para avaliar as alterações na composição da dieta da assembléia antes do cultivo e
nos eventos subsequentes, as amostras foram agrupadas em três fases (PRÉ: antes da
instalação do cultivo; Fase 1: uso de ração para alevinos com conteúdo proteico de 32% nos
30 primeiros dias; Fase 2: uso de ração para adultos, com 28%, nos demais 110 dias de
cultivo). As variações na dieta foram inicialmente analisadas contemplando todos os
estômagos através do Índice Alimentar (IAi), que combina os métodos de ocorrência e
volumétrico, cuja equação é apresentada abaixo (Kawakami & Vazzoler, 1980), bem como
pela frequência de espécies que consome cada item.
100*
)V*(F
V*F
IAi
n
1n
ii
i
i
Onde:
Fi = % da frequência de ocorrência do item;
Vi= % do volume do item
i = item alimentar de 1 a n
15
As possíveis alterações de cada tipo de recurso foram inferidas a partir das
variações na proporção de seus volumes percentuais e ocorrências em cada fase do cultivo.
Na avaliação de alterações específicas no padrão de consumo, visando detectar espécies
indiretamente afetadas pelo ingresso de alimento artificial, a dieta foi avaliada apenas pelas
variações no volume dos itens que cada uma consumiu nas diferentes fases de cultivo.
Para verificar a influência dos fatores: distância dos tanques de cultivo (0 m, 100 m
e 400 m) e fases do cultivo (PRÉ, Fase 1 e Fase 2) na intensidade de tomada de alimento,
foram avaliadas as médias do Índice de Repleção do estômago (IR) calculado com base no
percentual que o peso do estômago representa do total. Os níveis de significância das
diferenças entre as médias dessa variável para os fatores (distância e fase) e, suas interações
foram avaliadas por análises de variância (ANOVA bifatorial). Previamente, testou-se a
homogeneidade das variâncias pela aplicação do teste de Levenè ou teste C de Cochran. A
série de dados de duas das espécies (A. osteomystax e S. pappaterra), mesmo após
transformações, apresentou variância heterogênea. Mesmo assim, a análise dos dados foi
realizada pelo fato de que (i) em uma delas a natureza do novo item consumido foi muito
distinta da anterior (de insetos para plâncton), o que sugere que a heterogeneidade entre as
variâncias seja uma característica esperada no experimento, e (ii) a ANOVA é robusta para
heterogeneidades na variância, particularmente em grandes experimentos balanceados
(Underwood, 1997; Dempster et al. 2009). Todas as análises foram realizadas com o uso do
programa Statística v.7,0.
3 RESULTADOS
3.1 Variações na composição da dieta conforme a fase de cultivo
Os recursos mais consumidos pela assembléia de peixes silvestres no período que
antecedeu à instalação dos cultivos (PRÉ) foram microcrustáceos (46%), insetos aquáticos
(17%), algas (12%) e detrito-sedimentos (11%). Após a instalação, na Fase 1, quando a
ração utilizada teve maior conteúdo proteico, a importância dos microcrustáceos na dieta dos
peixes aumentou, passando a compor 80% do Índice Alimentar, com redução drástica dos
demais (Fig. 2A). Nessa fase, o resíduo de ração foi o segundo recurso em importância
(8%), seguido pelos insetos aquáticos (7%), constatando-se, portanto, um incremento
marcante na dominância entre os recursos ingeridos.
16
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
M
IC
P
E
I
D&S
AL
G
IAQ
ITE
ACA
DEC
P
LA
AN
E
NE
M
B
IV
GAS
T
EC
RA
ÇÃO
ÍTENS ALIMENTARES
IAi (%)
PRE
FASE1
FASE2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
MI
C
PEI
D&S
ALG
IAQ
IT
E
ACA
DE
C
PL
A
A
NE
N
E
M
BIV
G
A
S
TEC
R
A
ÇÃO
ÍTENS ALIMENTARES
% ESPÉCIES
PRE
FASE1
FASE2
Figura 2. Variações Temporais nos valores do Índice Alimentar (A; IAi) e proporção de
espécies da assembléia que consumiram os diferentes recursos alimentares (B) nas
imediações da área de cultivo de tilápias em tanques-rede
(MIC=microcrustáceos, PEI= peixes,
D&S= detritos e sedimentos, ALG=algas, IAQ=insetos aquáticos, ITE=insetos terrestres, ACA=ácaro,
DEC=decápode, PLA=plantas, ANE=anelídeos, NEM=nematoides, BIV=bivalve, GAS=gastrópode,
TEC=tecameba,).
Na Fase 2, quando a ração utilizada continha menos proteína, constatou-se queda
marcante na participação de microcrustáceos (10%). Insetos aquáticos (40%) foi o recurso
mais consumido, seguido por detrito-sedimento e ração, em percentagens similares (±18%)
– (Fig.2 A). Destaca-se o fato de que o item detrito-sedimento deve conter porções
relevantes de ração que, por estar parcialmente digerido no estômago, não foi possível isolar
e determinar sua contribuição. Das 35 espécies registradas, mais da metade tiveram insetos
aquáticos em sua dieta em qualquer das fases de cultivo, sendo que esse valor chegou a 81%
na fase final do cultivo (Fig.2 B). Microcrustáceos e algas foram recursos consumidos por
um maior número de espécies na fase 1 do cultivo, envolvendo 29% e 47% do total de
espécies, respectivamente. O consumo direto de ração na forma de pellets passou de 18%
das espécies na primeira fase para 38%, na segunda. A análise conjunta do volume dos
recursos e suas ocorrências durante as diferentes fases do cultivo (Fig. 3) permitem
evidenciar que as variações mais relevantes foram constatadas entre os microcrustáceos,
A
B
17
especialmente em relação ao volume. Assim, no primeiro mês do cultivo sua contribuição
elevou-se bruscamente (35% para 67% do total consumido), sem que houvesse alteração
marcante na ocorrência (35% para 38% dos estômagos). Essa participação no volume caiu
também bruscamente após as mudanças no teor proteico da ração (67% para 12%), mas
nessa etapa reduziu também a ocorrência (38% para 16% dos estômagos analisados). Exceto
para a ração e detrito-sedimento, todos os demais itens ocorreram em um número menor de
estômagos após a instalação do cultivo. Em relação à contribuição no volume total ingerido
pela assembléia, esses dois recursos, além de peixes e insetos aquáticos, atingiram maiores
percentuais na Fase 2, e apenas microcrustáceos teve seu ápice de participação no volume na
fase 1. O consumo de algas e insetos terrestres caiu durante as fases de cultivo, tanto em
volume como na ocorrência, numa tendência oposta ao da ração.
0 10203040506070
OCORRÊNCIA (%)
0
10
20
30
40
50
60
70
VOLUME (%)
Peixes
Detr.-sedimentos
Insetos terrestres
Algas
Insetos aquáticos
Microcrustáceos
Ração
Figura 3. Variações temporais no volume e ocorrência dos principais itens consumidos pela
assembléia de peixes na área do cultivo em tanques-rede (setas indicam a sequência
temporal das fases PRE, Fase 1 e Fase 2 do cultivo).
3.2 Respostas específicas às entradas de alimento artificial
Os dados de captura da assembléia de peixes permitiram selecionar oito espécies
dominantes durante o período de pesquisa, que contribuíram com 90% do total capturado.
Foram observados padrões diferenciados de abundância no espaço e no tempo (Tab.1). Em
relação ao estrato da coluna de água a maioria das espécies foi capturada essencialmente no
fundo, constituindo exceções, a Auchenipterus osteomystax registrada principalmente na
superfície e Metynnis maculatus em toda a coluna de água.
18
Por outro lado, quatro espécies tiveram maior abundância nas proximidades dos tanques
de cultivo (0 m) e menores a maiores distâncias (400 m), todas no fundo (S. brevipinna, L.
platymetopon, I. labrosus e P. maculatus). Ressalva-se, no entanto, que duas dessas espécies
(duas primeiras; detritívoras) foram mais abundantes no período anterior ao cultivo,
portanto, com distribuição independente do cultivo. Três espécies foram mais abundantes no
ponto mais distante dos tanques de cultivo (A. osteomystax, P. squamosissimus, S.
pappaterra) com menores valores nas imediações do tanque. Dessas espécies, apenas (P.
squamosissimus) foi mais abundante antes do cultivo. A abundância de M. maculatus foi
mais variável em distâncias intermediárias (100 m) onde se registrou o menor valor antes e o
maior após o inicio do cultivo.
Tabela 1. Localização dos valores máximos e mínimos das abundâncias das principais espécies
de peixes nas áreas de cultivo em tanques-rede no reservatório de Rosana.
Espécie
Estratos
da
Coluna*
Abundâncias máximas Abundâncias mínimas
Distâncias
dos tanques
Fases do
Cultivo
Distâncias
dos tanques
Fases do
Cultivo
A. osteomystax
Superfície 400m 1 0m 2
S. brevipinna
Fundo 0m PRÉ 400m 1
I. labrosus
Fundo 0m 1 400m 2
L. platymetopon
Fundo 0m PRÉ 400m 2
P. squamosissimus
Fundo 400m PRÉ 0m 2
P. maculatus
Fundo 0m 1 400m PRÉ
M. maculatus
Superfície 100m 2 100m PRÉ/FUNDO*
S. pappaterra
Fundo 400m 1 100m 2
* considerando apenas a profundidade de maior ocorrência, exceto M. maculatus, com abundância
similar no fundo e superfície.
A figura 4 evidencia o consumo direto da ração que envolveu pelo menos a metade
das espécies dominantes na assembléia de peixes das imediações da área de cultivo. Deve-se
ressaltar que espécies tipicamente detritívoras, como S. brevipinna e L. platymetopon, ambas
com abundâncias relevantes nas imediações dos tanques-rede, podem ter consumido grande
quantidade de ração, não sendo, no entanto, possível quantificar devido à dificuldade em
separar a ração em decomposição dos demais detritos. A espécie com maior consumo de
ração foi a onívora P. maculatus, chegando a 98% da dieta na fase 1 e 50% na fase 2,
seguida das invertívoras I. labrosus (32% e 15%) e S. pappaterra (29% na segunda ) (Fig.4).
A herbívora M. maculatus, com dieta marcadamente algívora antes do cultivo, consumiu
ração na primeira (17%) e na segunda fase (52%) (Fig.4). Além das espécies aqui
consideradas, outras duas, com baixas capturas, ingeriram quantidades relevantes de ração
19
(ex: Pimelodella gracilis e Parauchenipterus galeatus). Auchenipterus osteomystax, com
uma dieta predominantemente zooplanctivora antes do início do cultivo, tornou-se
essencialmente zooplanctivora (98%) na Fase 1 (ração com maior teor proteico). Já na fase
subsequente (ração de menor teor proteico), essa espécie teve uma dieta composta de insetos
e zooplâncton, em proporções similares (48%) (Fig.4).
A. osteomystax
0
25
50
75
100
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
VOLUME (%)
Demais
Ração
ITE
IAQ
MIC
S.brevipinnis
0
25
50
75
100
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
VOLUME (%)
Ração
D&S
I. labrosus
0
25
50
75
100
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
VOLUME (%)
Demais
Ração
D&S
PLA
BIV
IQU
L. platymetopon
0
25
50
75
100
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
VOLUME (%)
Ração
D&S
IAQ
MIC
P. squamosissimus
0
25
50
75
100
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
VOLUME (%)
Ração
PEI
ITE
IAQ
DEC
P. maculatus
0
25
50
75
100
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
VOLUME (%)
Demais
Ração
PEI
IQU
DEC
M. maculatus
0
25
50
75
100
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
VOLUME (%)
Ração
PLA
ITE
IAQ
ALG
S. pappaterra
0
25
50
75
100
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
VOLUME (%)
Ração
D&S
ITE
IAQ
ANE
Figura 4. Composição da dieta das espécies dominantes na assembléia de peixes associada ao cultivo em
tanques-rede no reservatório de Rosana, Rio Paranapanema, em diferentes períodos (PRE=antes do
cultivo; Fase 1=ração com conteúdo proteico de 32%; Fase 2=ração com conteúdo proteico de 28%)
(MIC=microcrustáceos, PEI= peixes, D&S= detritos e sedimentos, ALG=algas, IAQ=insetos aquáticos, ITE=insetos
terrestres, ACA=ácaro, DEC= decápode, PLA=plantas, ANE=anelídeos, NEM= nematoide, BIV=bivalve, GAS=
gastrópode TEC= tecameba,).
S. brevipinna
20
3.3 Alterações da intensidade na tomada de alimento
Diferenças significativas entre as médias do Índice de Repleção estomacal foram
registradas para seis das oito espécies mais abundantes durante o período, constituindo
exceção S. brevipinna e S. pappaterra (Tab. 2). Já em relação à distância, não foram
registradas diferenças significativas em relação a atividade alimentar, sendo que I. labrosus
foi a única espécie em que as diferenças entre as fases de cultivo foi afetada pela distância
(interação significativa) (Tab. 2). (Fig. 5).
Tabela 2. Análise de variância comparando os índices de repleção dos estômagos das diferentes espécies
em relação à fase do cultivo (pré-cultivo, fase 1=ração com conteúdo proteico de 32%; fase 2=ração com
conteúdo proteico de 28%) e distância dos tanques (0 m, 100 m e 400 m), bem como suas interações.
(números destacados=significante ao nível de p<0,01).
G.L. Q.M. F G.L. Q.M. F
A. osteomystax S. brevipinna
Fase 2 412467 6,25 2 5432 1,15
Distâncias 2 96927 1,47 2 6906 1,48
Fase*Distâncias 4 19213 0,29 4 6175 1,32
Residuos 887 65933 236 4870
Teste de homogeneidade da
variância
9,23 (p<0,01)
L
0,27 (p=0,99)
L
I. labrosus L. platymetopon
Fase
2 19420 6,33 2 28293 13,37
Distâncias 2 3065 0,99 2 2217 1,05
Fase*Distâncias
4 8755 2,85
4 815 0,38
Residuos 191 3067 168 2116
Teste de homogeneidade da
variância
1,61 (p=0,71)
L
1,06 (p=0,39)
L
P. squamosissimus P. maculatus
Fase
2 4088 3,7 2 6923 7,17
Distâncias 2 171 0,15 2 2630 2,72
Fase*Distâncias 4 1043 0,95 4 417 0,43
Residuos 108 1103 104 965
Teste de homogeneidade da
variância
0,33 (p=0,95)
L
0,21 (p=0,91)
C
M. maculatus S. pappaterra
Fase
2 6924 7,17
2 213 0,38
Distâncias 2 2631 2,72 2 968 1,72
Fase*Distâncias 4 418 0,43 4 683 1,21
Residuos 104 966 72 562
Teste de homogeneidade da
variância
2,60 (p=0,92)
C
4,64 (p<0,01)
L
L
= teste de Levene
C
= teste de Cochran
Maior atividade alimentar, inferida pelo peso relativo do estômago, foi constatada em três das
oito espécies mais abundantes na assembléia (A. osteomystax, I. labrosus e P. maculatus) de peixes
no primeiro mês do cultivo (Fase 1), quando foi utilizada a ração com maior conteúdo proteico nas
imediações dos tanques (Fig. 5).
21
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
REPLEÇÃO ESTOMACAL (IR)
0m
100m
400m
A. osteomystax
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
REPLEÇÃO ESTOMACAL (IR)
S. brevipinna
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
REPLEÇÃO ESTOMACAL (IR)
I. labrosus
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
2,8
3,0
3,2
3,4
3,6
3,8
4,0
4,2
4,4
4,6
4,8
REPLEÇÃO ESTOMACAL (IR)
L.platymetopon
PRE Fase1 Fase2
FASES DE CULTIVO
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
REPLEÇÃO ESTOMACAL (IR)
P. squamosissimus
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
1,2
1,5
1,8
2,1
2,4
2,7
3,0
3,3
REPLEÇÃO ESTOMACAL (IR)
P. maculatus
PRE Fase1 Fase2
FASES DO CULTIVO
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
REPLEÇÃO ESTOMACAL (IR)
M. maculatus
PRÉ Fase 1 Fase 2
FASES DO CULTIVO
0,03
0,06
0,09
0,12
0,15
0,18
0,21
0,24
REPLEÇÃO ESTOMACAL (IR)
S. pappaterra
Figura 5. Variações nos índices de repleção estomacal das espécies de peixes dominantes na assembléia
associada ao cultivo de tilápia em tanques-rede no reservatório de Rosana, rio Paranapanema,
considerando diferentes períodos (PRE=antes do cultivo; Fase 1=ração com conteúdo proteico de 32%;
Fase 2=ração com conteúdo proteico de 28%).
22
Outras quatro apresentaram tendências de maior peso relativo do estômago nas
proximidades dos tanques, porém nenhuma com diferença significativa (L. platymetopon, M.
maculatus, S. brevipinna e S. pappaterra). Igualmente, P. squamosissimus mostrou
tendências de redução no peso do estômago nas diversas distâncias na área dos tanques de
cultivo, porém não significativa (Tab. 2). (Fig. 5).
4 DISCUSSÃO
As mudanças envolvendo o consumo direto do excedente de ração fornecida aos
peixes cultivados, ou indireto, pelo consumo de organismos que proliferaram sob influência
dos resíduos dos cultivos, têm sido bem estudadas em ambientes marinhos costeiros
(Fernandez-Jover et. al., 2007, 2008; Dempster et. al., 2009).
A proporção de espécies em cujos estômagos continha ração não digerida pode ser
considerada baixa (28% do total analisado) se comparado a ambientes marinhos (Fernandez-
Jover et. al., 2008). É, no entanto, condizente com aquele constatado em ambientes de
reservatório (Ramos et. al., 2008; Nunes, 2008). A estimativa do consumo direto do
alimento artificial, entre 8 e 18% do total, pode também ser considerada baixa, dado que não
foi possível quantificá-la para as espécies detritívoras. Por essa mesma razão, a proporção de
espécies envolvidas nesse consumo (17% e 38% nas diferentes fases), também deve ser
considerada uma sub-estimativa.
Dempster et. al. (2010), examinando cinco espécies dominantes de assembleias de
peixes agregadas por tanques de cultivo marinhos, todas utilizando o alimento artificial em
suas dietas, relatam que 66 e 89% dos estômagos analisados apresentavam pellets de ração,
estimando que cerca de 10% da ração usada no cultivo era consumida diretamente pelos
peixes silvestres. Neste estudo, das oito espécies dominantes, apenas quatro consumiram
pellets de ração, sendo que esse alimento esteve presente, em sua forma não digerida, em
apenas 9,4% dos estômagos. É possível que o caráter inerte e inicialmente flutuante desse
tipo de alimento deve restringir seu uso a um pequeno número de espécies em reservatórios.
Além de sua natureza, a forma em que entra na água também deve limitar sua utilização por
várias espécies cuja história evolutiva transcorreu em ambiente fluvial.
Os impactos do aporte de alimento artificial na cadeia trófica ainda não estão bem
entendidos. Dempster et. al. (2004) sugere que o suprimento persistente e a consequente
agregação de peixes silvestres na área dos tanques de cultivo poderiam ser benéficos ao
estoque se acoplada com medidas de proibição de qualquer tipo de pesca nas imediações do
tanque, transformando essa zona numa área de proteção nos moldes das reservas marinhas.
23
Para esses autores, o alimento excedente do cultivo melhoraria o crescimento dos peixes e a
proteção asseguraria o incremento no estoque desovante e, consequentemente, o
recrutamento de larvas.
A tomada do excesso de ração pelos peixes, por um lado, reduziria a quantidade que
chega ao fundo em até 80% (Felsing et. al., 2005), reduzindo os efeitos negativos sobre as
comunidades bentônicas (Katz et. al., 2002; Menezes & Beyruth, 2003; Mangarotti, 2008).
Por outro lado, a ingestão de ração contendo produtos de plantas terrestres (ex: soja, milho)
leva a mudanças no fator de condição, no teor de gorduras no fígado e na composição dos
ácidos graxos (ex: razão 3; 6; ácidos oleicos e linoleicos), tornando a composição
corporal dos peixes silvestres similar às espécies do cultivo (Fernandez-Jover et. al., 2007,
Dempster et. al., 2009). Embora a elevação na condição possa melhorar a capacidade
reprodutiva (Izquierdo et. al., 2001), baixos valores de 3 têm relação negativa com a
qualidade dos ovos e sobrevivência das larvas (Fernandez-Palacios et. al., 2007). Destaca-se
nesse ponto a possibilidade de ingestão de fármacos e hormônios com a ração administrada
ao cultivo (Dempster et. al., 2009).
As espécies com maior participação dos pellets de ração na dieta, após o
estabelecimento do cultivo, apresentavam dietas distintas anteriormente, não sendo possível
a identificação de um padrão alimentar claro que permitisse predições. Incluiu M.
maculatus, uma espécie herbívora-algívora (Rezende et. al., 1998); S. pappaterra e I.
labrosus, bentívoras (Abes et. al., 2001; Hahn & Cunha, 2005), P. maculatus, onívora (Hahn
& Fugi, 2007). Mesmo essas espécies mostraram diferenças na tomada da ração entre as
fases em que essa apresentou conteúdo proteico distinto, com P. maculatus e I. labrosus
tendo maior ingestão na primeira fase (maior teor proteico) e as demais na segunda.
Verificou-se, no entanto, que os períodos de maior ingestão de ração foram também aqueles
em que a repleção estomacal foi maior. Iheringichthys labrosus, uma espécie com consumo
relevante de ração para a qual se constatou agregação relevante nas imediações dos tanques
nesse estudo, não apresentou comportamento similar no reservatório de Machadinho, ou
seja, não ingeriu ração e não foi atraída para o entorno dos tanques de cultivo (Rech, 2008).
Cabe também destaque o fato de que as duas espécies com maior consumo relativo de ração
(P. maculatus e M. maculatus) terem sido as mesmas registradas nesse sistema de cultivo
nos reservatórios de Nova Avanhandava (Ramos, et. at. 2008) e Chavantes (Ramos, 2009).
Igualmente relevante é o fato dos estudos da dieta da piscívora P. squamosissimus no
24
primeiro reservatório também não ter revelado a presença de ração, sendo a modificação
mais relevante o incremento no consumo de camarão.
Como mencionado, as mudanças na dieta ao longo das fases do cultivo envolveram
também espécies que não consumiram diretamente a ração. Estudos concomitantes
realizados na área de cultivo revelaram que essas mudanças refletiram na composição
isotópica em diferentes pontos da rede trófica, indicando mudança na fonte de energia e
alterações na posição trófica dos organismos (Eche, 2008).
Uma das alterações mais conspícua e melhor estudada foi apresentada pela
surumanha A. osteomystax, que embora não tenha consumido ração, mostrou tendências de
variações isotópicas similares às da espécie cultivada (Eche, 2008). Nesse sentido são
relevantes os fatos da densidade do zooplâncton ter aumentado extraordinariamente após o
início do cultivo (Dias, 2008). Neste estudo a surumanha, que antes do início do cultivo
tinha uma dieta com participação predominante de zooplâncton, passou a consumir
essencialmente esse recurso. Isso sugere que nutrientes contidos na ração tenham chegado à
surumanha utilizando o zooplâncton como intermediário direto ou indireto (via
fitoplâncton). Predomínio de espécies zooplânctófagas nas imediações de tanque de cultivo
tem sido relatado para ambientes marinhos (Fernandez-Jover, 2009) e de água doce (Nunes,
2008). Strictar-Pereira et. al. (no prelo), relata em estudo concomitante a este que a intensa
atividade alimentar constatada no primeiro mês do cultivo, quando a densidade de
zooplâncton era alta, não se refletiu na condição nutricional (peso relativo).
Os maiores valores de atividade alimentar foram coincidentes com as menores
médias da condição. Strictar-Pereira et. al. (no prelo) associa a baixa condição dessa espécie
no início do cultivo ao menor valor nutricional do zooplâncton em relação aos insetos
aquáticos. Destaca-se que a dieta zooplanctívora da surumanha também mostrou variações
relevantes, já discutidas por Strictar-Pereira et. al. (no prelo). Assim, constatou-se
incremento acentuado de copépoda na dieta nos primeiros 30 dias (ração rica em proteína),
seguida de queda no período subsequente, quando cladóceras passaram a predominar,
acompanhando as tendências de variação desses grupos no plâncton (Dias, 2008).
Esse estudo demonstrou de forma clara que os resíduos de ração decorrentes de
cultivos em tanques-rede promovem marcantes alterações no padrão da composição da dieta
e na intensidade da tomada de alimento pelas espécies de peixes presentes em suas
imediações. Essas alterações envolveram não apenas aquelas aptas a consumir o alimento
artificial diretamente, mas também outras capazes de aproveitar recursos cuja
disponibilidade foi alterada pelas entradas de nutrientes e matéria orgânica no sistema.
25
Os resultados apresentados indicam que os resíduos de ração do cultivo de tilápia
em tanques-rede promovem alterações relevantes na dieta das espécies associadas, que
passam a consumir diretamente os pellets de ração excedentes dos peixes em cultivo ou
indiretamente recursos que se tornam abundantes em decorrência do grande aporte de
matéria orgânica e nutrientes. A natureza e intensidade dos impactos do ingresso desses
resíduos no meio aquático e sua incorporação na cadeia alimentar carecem ainda de
investigações mais detalhadas, tanto ao nível dos indivíduos (fisiologia) e populações
(autoecologia) como em níveis de organização mais elevados (comunidades e ecossistemas).
É urgente que o esforço aplicado pelas agências de fomento para expandir essa
modalidade de cultivo nas águas públicas do país, seja partilhado com a pesquisa e o
manejo. Sabe-se, no entanto, que além de outros impactos não discutidos nesse estudo (ver
Agostinho et al., 2007 para detalhes), a atração exercida por essas entradas sobre os peixes,
que se soma àquela promovida pela estrutura física dos tanques, pode resultar em grandes
agregados vulneráveis à sobrepesca e predação. Isso torna também urgente que na ordenação
espacial dessa atividade (delimitação dos parques aquícolas, por exemplo) sejam previstas
medidas de proteção aos estoques silvestres, como a proibição da pesca. Além disso,
conforme enfatizado por Fernandez-Jover et al., (2008), as variações específicas da resposta
dos peixes aos resíduos do cultivo e as diferenças na composição da ictiofauna entre os
ambientes, demandam o monitoramento da fauna silvestre associada aos tanques em cada
empreendimento. Face aos impactos potenciais que desses cultivos sobre a biota e a
qualidade da água, a sua sustentabilidade ambiental ainda está por ser comprovada, pelo
menos em grande escala.
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