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REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DA ECONOMIA FLUMINENSE
NAS DUAS ÚLTIMAS DÉCADAS
HÉLIO JÚNIOR DE SOUZA CRESPO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE
DARCY RIBEIRO
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
NOVEMBRO – 2010
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2
REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DA ECONOMIA FLUMINENSE
NAS DUAS ÚLTIMAS DÉCADAS
HÉLIO JÚNIOR DE SOUZA CRESPO
Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,
como parte das exigências para obtenção do
título de Doutor em Produção Vegetal.
Orientador: Prof. Paulo Marcelo de Souza
Co-orientador: Prof. Niraldo José Ponciano
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
NOVEMBRO – 2010
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REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DA ECONOMIA FLUMINENSE
NAS DUAS ÚLTIMAS DÉCADAS
HÉLIO JÚNIOR DE SOUZA CRESPO
Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,
como parte das exigências para obtenção do
título de Doutor em Produção Vegetal
Aprovada em __ de ___________ de 2010
Comissão Examinadora:
Romeu e Silva Neto (D. Sc. , Engenharia de produção) – IFF
Alcimar das Chagas Ribeiro (D.Sc., Ciências de Engenharia) – UENF
Niraldo José Ponciano (D.SC., Economia Aplicada) – UENF
Coorientador
Paulo Marcelo de Souza (D.Sc., Economia Aplicada) – UENF
Orientador
ii
A Deus, meu refúgio e fortaleza;
A minha esposa Claudete, pelo amor e compreensão;
Aos meus filhos Hélio, Matheus e Ana Lívia, plenitude de minha história;
À minha mãe, o centro de nossas relações;
Aos meus irmãos José Roberto, Regina e Jorge Luis pelo incentivo e apoio;
À Maria que se dedica a casa com carinho;
Ao meu pai, meu exemplo de vida que me faz tanta falta.
iii
AGRADECIMENTO
A Deus, acima de tudo, por todas as bênçãos derramadas.
A minha esposa Claudete, por sua cumplicidade e compreensão em cada
momento de angustia e desânimo e por rezar por dias melhores para a família.
Aos meus filhos, pelo carinho nos momentos de cansaço, pela compreensão em
minha ausência e por tudo que aprendo com eles.
A todos os professores do programa de doutorado, por seus ensinamentos,
especialmente ao Prof. Paulo Marcelo e Prof. Niraldo.
Aos amigos José Augusto Brunoro, Romeu Neto e José Carlos Salomão, pelo
companheirismo e troca de conhecimento.
A todos os meus familiares pelo apoio e incentivo.
Ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Fluminense pela
oportunidade de ampliar estudos, bem como da equipe gestora pela compreensão
do momento.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ............................................................................................. vi
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................viii
LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS .....................................................................x
RESUMO ............................................................................................................... xi
ABSTRACT ..........................................................................................................xiii
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................1
2. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................6
2.1. Os condicionantes históricos da desconcentração regional na economia
brasileira e os reflexos no espaço fluminense. ...................................................6
2.2. Evolução da organização produtiva fluminense e mudança do papel do
Estado nos anos atuais.......................................................................................13
3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................23
3.1.
O modelo estrutural diferencial
............................................................................. 23
3.2.
Medidas de Concentração
..................................................................................... 29
3.2.1.
Razão de Concentração
............................................................................. ..29
3.2.2.
Índice T de Theil
........................................................................................... ..30
3.2.3.
Índice de Gini
................................................................................................. ..31
3.3.Área de estudo e fonte de dados
......................................................................... 32
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................35
v
5. RESUMO E CONCLUSÕES........................................................................112
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................115
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
As 25 Mesorregiões brasileiras com Maior Número de Empregos -
1997/ 2007
10
Tabela 2 Distribuição do Emprego Nacional por Grupos de Mesorregiões -
1997/2007
12
Tabela 3 Relação dos setores produtivos fluminense e numeração
correspondente para estudo
34
Tabela 4 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Noroeste fluminense, 1987-1992. 36
Tabela 5 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Norte fluminense, 1987-1992 39
Tabela 6 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Centro fluminense, 1987-1992 41
Tabela 7 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Baixadas fluminense, 1987-1992
44
Tabela 8 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Sul fluminense, 1987-1992
47
Tabela 9 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Metropolitana fluminense, 1987-1992 50
Tabela 10 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Noroeste fluminense, 1992-1999 56
Tabela 11 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Norte fluminense, 1992 -1999 59
Tabela 12 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Centro fluminense, 1992 -1999 62
Tabela 13 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Baixadas fluminense, 1992 -1999
65
vii
Tabela 14 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Sul fluminense, 1992 -1999 68
Tabela 15 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Metropolitana fluminense, 1992 -1999 71
Tabela 16 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Noroeste fluminense, 1999 -2009
77
Tabela 17 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Norte fluminense, 1999 - 2009
80
Tabela 18 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Centro fluminense, 1999 -2009
83
Tabela 19 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Baixadas fluminense, 1999 - 2009 86
Tabela 20 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Sul fluminense, 1999 - 2009 89
Tabela 21 Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Metropolitana fluminense, 1999 - 2009 92
Tabela 22 Índices de Concentração do Emprego nas Mesorregiões do Rio de
Janeiro 1987 – 2009
97
Tabela 23 Distribuição do Emprego Industrial por Mesorregião do Rio de Janeiro
1987 e 2009
99
Tabela 24 Índices de Concentração do Emprego nas Mesorregiões do Rio de
Janeiro 1987 – 2009 101
Tabela 25 Distribuição do emprego por mesorregião do interior fluminense,
período de 1987 - 2009 104
Tabela 26 Evolução do emprego por atividade econômica das mesorregiões
Fluminense, no período de 1987 - 2009 109
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
V
ariação do PIB do Estado do Rio de Janeiro 1990 – 2001
18
Figura 2 Evolução do emprego total no Estado do Rio de Janeiro, no período de
1987 a 2009. 20
Figura 3 Variação do Número de Empregos Totais das Atividades Econômicas do
Rio de Janeiro, 1987 - 2009
21
Figura 4 Curva de Lorenz 32
Figura 5 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Noroeste
fluminense, 1987 - 1992.
38
Figura 6 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Norte
fluminense, 1987 - 1992. 40
Figura 7 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Centro
fluminense, 1987 - 1992. 43
Figura 8 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Baixadas
fluminense, 1987 - 1992. 46
Figura 9 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Sul
fluminense, 1987 - 1992. 49
Figura 10 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região
Metropolitana fluminense, 1987 - 1992. 52
Figura 11 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Noroeste
fluminense, 1992 - 1999. 58
ix
Figura 12 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Norte
fluminense, 1992 - 1999. 61
Figura 13 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Centro
fluminense, 1992 - 1999. 64
Figura 14 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Baixadas
fluminense, 1992 -1999. 67
Figura 15 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Sul
fluminense, 1992 -1999.
70
Figura 16 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região
Metropolitana fluminense, 1992 -1999. 73
Figura 17 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Noroeste
fluminense, 1999 - 2009. 79
Figura 18 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Norte
fluminense, 1999 -2009. 82
Figura 19 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Centro
fluminense, 1999 - 2009. 85
Figura 20 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Baixadas
fluminense, 1999 - 2009.
88
Figura 21 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região Sul
fluminense, 1999 - 2009. 91
Figura 22 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para os setores da região
Metropolitana fluminense, 1999 - 2009. 94
Figura 23
Evolão do índice de Gini das Atividades Econômicas dos
Municípios do Rio de Janeiro usando o indicador Emprego 1987
2009.
102
Figura 24
Evolão do índice de Theil das Atividades Econômicas dos
Municípios do Rio de Janeiro usando o indicador Emprego 1987
2009.
102
Figura 25
Evolão das Razões de concentrão das Atividades Ecomicas
dos Municípios do Rio de Janeiro usando o indicador Emprego 1987
2009.
103
Figura 26
Evolução do Emprego nas Cinco Mesorregiões do Interior Fluminense de
1987 – 2009.
106
x
Figura 27 Evolução do Emprego nas Cinco Mesorregiões do interior do Rio de
Janeiro nos anos de 1987 – 1999 – 2009.
107
Figura 28 Evolução do pessoal ocupado por subsetores produtivos da economia
nas mesorregiões do estado do Rio de Janeiro, no período de 1987
2009
110
xi
LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS
Quadro 1 Efeito alocação e componentes modificados 28
Quadro 2 Classificação das atividades econômicas, por região, com base nos
componentes do efeito alocação, período 1987 a 1992. 53
Quadro 3 Classificação das atividades econômicas, por região, com base nos
componentes do efeito alocação, período 1992 a 1999. 74
Quadro 4 Classificação das atividades econômicas, por região, com base nos
componentes do efeito alocação, período 1999 a 2009 95
Gráfico 1
Distribuição do emprego por mesorregião fluminense - 1987
100
Gráfico 2
Distribuição do emprego por mesorregião fluminense - 2009
100
xii
RESUMO
CRESPO, Hélio Júnior de Souza; D.Sc.;Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, outubro - 2010; O desenvolvimento econômico do
estado do Rio de Janeiro: a evolução do emprego no território fluminense nas
últimas duas décadas. Orientador: Prof. Paulo Marcelo de Souza. Co-orientador:
Prof. Niraldo José Ponciano
.
O estudo analisa o processo de reestruturação produtiva do território
fluminense, a partir das mesorregiões do Estado do Rio de Janeiro - ERJ. A
análise tem por base a descentralização econômica dos setores da produção a
partir das mudanças no nível de emprego gerado ao longo do período
compreendido entre os anos de 1987 2009. A pesquisa pretende trazer
relevantes informações sobre os problemas e possibilidades regionais. A
necessidade de ampliar a compreensão sobre as mudanças ocorridas,
prioritariamente, na estrutura produtiva do interior fluminense é central na análise.
Trata-se de identificar os quantitativos de empregos formais criados ao longo do
período proposto e inferir sobre os rumos da economia fluminense.
O estudo tem por base três períodos: o primeiro, de 1987 1992,
caracterizado por intensa desarticulação das atividades econômicas; o segundo,
de 1992 – 1999, de estabilização e reorganização das atividades tendo em vista o
novo paradigma do sistema produtivo mundial e, o terceiro, de 1999 2009, de
retomada do processo de desenvolvimento econômico do estado do Rio de
Janeiro com evidente fortalecimento da interiorização da produção.
xiii
A mesorregião metropolitana do Rio de Janeiro é concentradora do
emprego. Entretanto, as mesorregiões do interior ampliaram sua participação no
estoque de emprego de 12,07 % para 18,27 % em relação ao total do estado, no
período da pesquisa. Esse processo de desconcentração das atividades
produtivas do espaço metropolitano é decorrente da perda de competitividade e
da ampliação do custo sócio ambiental que, associados aos fatores atrativos,
entre os quais, o incentivo fiscal das regiões do interior fluminense, desloca a
produção. Entretanto, o movimento carece de articulação com base num projeto
nacional elaborado e articulado com as regiões, o que coloca em risco a
sustentabilidade regional e local.
As mesorregiões norte fluminense e baixadas fluminense apresentam
destaque na economia e mostraram que 42% e 54%, respectivamente, dos
setores produtivos analisados proporcionam maior vantagem competitiva
especializada do que o conjunto da economia do estado, além de efeito positivo
de alocação para desenvolvimento de atividades econômicas.
xiv
ABSTRACT
CRESPO, Hélio Júnior de Souza; D.Sc.;Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro octuber 2010; The economic development of the state of Rio de
Janeiro: the employment development at fluminense territory within the past two
decades. Adviser: Prof. Paulo Marcelo de Souza Co-adviser: Prof. Niraldo José
Ponciano.
The study examines the productive restructuring process of Rio de Janeiro
territory, from Rio de Janeiro - RJ meso-regions. The analysis is based on the
economic decentralization of the production sectors from the changes in the
employment levels generated during the period between the years of 1987 to
2009. The research aims to bring relevant information about the regional problems
and possibilities. The need to broaden the understanding about the changes, a
priori in the production structure of the interior of the state is central in the
analysis. This is to identify quantitative formal jobs created during the proposed
period and infer the direction of the economy of Rio de Janeiro.
The study be based on three periods: the first of 1987 - 1992 is
characterized by severe dislocation of economic activity, the second in 1992 -
1999 stabilization and reorganization of activities in view of the new paradigm of
global production system and the third of 1999 - 2009 to return the process of
economic development of the state of Rio de Janeiro with a clear strengthening of
internalization of production.
.
1
1. INTRODUÇÃO
O processo de desconcentrão ou concentração produtiva é um
fenômeno ligado à redistribuição geográfica da atividade econômica que tem
como característica central o processo de industrialização ou
desindustrializão das regiões periféricas que, por meio de estímulos ao
sistema produtivo, buscam fortalecimento das mesmas e do mercado interno
do país (SOBRAL, 2007).
O processo de desconcentrão produtiva regional no Brasil está
marcado por diferentes períodos, que se relaciona com a capacidade das
regiões gerarem excedentes, que aplicados à produção conduzem ao
fortalecimento do mercado interno e trazem dinamismo aos setores
econômicos.
A acumulação produtiva nacional, nas últimas cadas, tem mostrado
que a concentração de investimentos na produção nas regiões metropolitanas
agrava as desigualdades sociais, bem como, aumentam os custos de
financiamento das infra-estruturas urbanas. Neste sentido, o processo de redução
do papel estruturante do Estado fica fragilizado, pois a necessidade de
investimentos cada vez maiores em regiões de grandes concentrações
populacionais complexifica a gestão dos espaços geográficos das cidades.
O sistema produtivo nacional tem empreendido ações regionais
alternativas desarticuladas, isto traz dificuldades para um crescimento sustentável
da economia. Entretanto, o cerne da questão é a carência de um estruturado
2
projeto de desenvolvimento econômico de país que norteie políticas e ações para
o setor industrial, sem o qual, permaneceremos enfraquecidos para alcançar a
necessária coesão territorial. Dessa forma, a lógica de um processo de inserção
nacional em nichos internacionais não deve ser a tônica de nosso modelo de
desenvolvimento, mas sim, o fortalecimento do mercado interno com vistas às
possibilidades de inserção no sistema global de mercado (SOBRAL, 2007).
Segundo Harvey, a transição para a acumulação flexível da produção
exige que as organizações sejam intensas em tecnologias e superem em
definitivo a rigidez do modelo fordista. Para tanto, as subcontratações, a
mobilidade das estruturas industriais e a inovação são de importância decisiva.
Por outro lado, os trabalhadores tiveram uma intensificação do envolvimento com
os processos e aceleração das necessidades de requalificação profissional
(HAVERY, 2006).
Diante do exposto, o Brasil e, particularmente, o Estado do Rio de Janeiro
está em meio a um enorme desafio de consolidação de espaço territorial. A
possibilidade de induzir estudos, planejamentos e ações que possibilitem ao
nosso povo acessar melhores condições de vida e de tomada de consciência no
uso racional de nossa riqueza devem ser o atrativo de nossas reflexões. Neste
sentido, buscar e identificar elementos que possam constituir a base para o
fortalecimento, para transformação e qualificação das estruturas internas de uma
região coopera com o processo de desenvolvimento endógeno.
No Brasil as estratégias e mecanismos para alcançar o crescimento têm
como base a renuncia fiscal promovida pelas regiões, isso gera uma verdadeira
guerra fiscal em busca da atração de empresas multinacionais, que, muitas
vezes, promovem sua entrada no território sem qualquer compromisso com o
espaço geográfico em que se inserem. Essa prática é decorrente da necessidade
de se criar novos postos de trabalho para a população, o que de fato não vem
ocorrendo de forma ampla, pois, os modernos processos são em larga medida
automatizados, exigindo maior qualificação para os postos de trabalho existentes,
os quais, em sua maioria são ocupados por profissionais de outros centros.
O mecanismo de incentivo fiscal atuando isoladamente em uma região é
insuficiente e ineficiente para gerar a sustentabilidade necessária ao
encadeamento da produção. Para Kurgman (1995), a associação de empresas
3
em uma região precisa gerar rendimentos crescentes e aglomerações que se
estruturem organicamente, caso contrário, irá desaparecer com o tempo
(AMARAL FILHO, 2001).
Essa tendência mostra que os elementos fundantes de uma economia
sólida precisam de uma conjugação de fatores que estão ausentes no modelo de
desenvolvimento que vêm sendo adotado. A estratégia dos estados de comandar
o processo tem característica federalista. Diante disso, o atual estágio do
processo está marcado por formas desarticuladas e carentes de uma política
nacional que regulamente as bases para um modelo regional e local.
O governo federal tem papel fundamental na mediação estrutural entre as
regiões, dando coesão e sentido solidário as mesmas. Neste sentido, o Estado
deve prover as regiões potencialmente produtoras de bens e serviços de infra-
estrutura, entre as quais: transportes, sistemas de comunicação, energia,
estabilidade fiscal e financeira, que permita equilíbrio na política de
desenvolvimento regional e local.
O capital privado deve participar dos investimentos em infra-estrutura
para fomentar e participar do desenvolvimento das regiões, mas seu papel central
é provocar um efeito dinâmico de endogenização do excedente econômico e
atrair excedentes de outras regiões para dinamizar a produção. Os efeitos
multiplicadores sobre produto e renda estão consagrados em teorias de
desenvolvimento conhecidas como pólos de crescimentos
1
que produzem efeitos
para trás e para frente e efeitos cumulativo circulares. Entretanto, apresentam
resultados frustrantes em termos de equilíbrio das regiões, pois, as políticas
nucleadas têm gerado declínio e ascensão dos pólos (BOISER, 1988).
Um novo conceito surge, o de distrito industrial
2
, que fica mais próximo
dos novos tempos pós-fordista e de descentralização produtiva. Uma determinada
região deve gerar fatores além daqueles consagrados nas teorias anteriores,
isto significa que para manutenção das aglomerações industriais são necessárias
circulações de conhecimentos científicos e tecnológicos, localização concentrada
de fornecedores e de clientes, concentração convergente de atividades produtivas
e de fluxos de informações (MARSHALL, 1982).
1
Ver mais sobre o modelo de desenvolvimento em pólos de crescimento em Boiser 1988
2
Ver mais sobre o modelo de desenvolvimento em distritos industriais em Marshall 1982
4
A questão da competitividade aparece como fator relevante na
sustentabilidade do desenvolvimento endógeno. Diante disso, o sistema produtivo
deve estar associado a um composto de relações múltiplas e complexas com um
numeroso e variável grupo de empresas de forma a criar um ambiente aberto e
permanente de interações e estratégias de evolução que possibilitem um
pertencimento regional a esta estrutura evolutiva e não mais centrado apenas na
empresa (AMARAL FILHO, 2001).
Um outro aspecto em relação ao modelo de desenvolvimento é sua
estruturação de baixo para cima, ou seja, tendo com base as potencialidades
locais e não de um planejamento central, coordenado pelo Estado, o que neste
caso caracterizaria um modelo de desenvolvimento de cima para baixo.
Entretanto, devemos incluir nesta última modalidade os grandes projetos
estruturantes, como as petroquímicas, posto que exigem uma série de
modificações profundas na estrutura local ou regional, entre elas, a questão da
energia e dos transportes (LUCAS, 1988).
O debate sobre o desenvolvimento regional e local endógeno e suas
tendências encontra apoio em dois grupos de características: indutiva e dedutiva.
A corrente de pensamento do primeiro, mais descritivos, defende a realização de
estudos específicos para explicar as particularidades de cada caso de
desenvolvimento local. A segunda, mais generalista, defende postulados mais
gerais para compreender a dinâmica territorial de forma mais holística. Nestes
últimos, encontramos autores que vêem na crise do sistema fordista, portanto, da
produção em alta escala, a possibilidade de eclosão da produção em pequena
escala, com base na produção flexível (AMARAL FILHO, 1996).
O modelo flexível de desenvolvimento surge em regiões onde a
ocorrência de núcleos de estudos de alta tecnologia abre janelas para que os
arranjos locais possam engendrar novos processos produtivos, com produtos
mais específicos e com forte aceitação regional e local. Destacamos que a alta
tecnologia citada não se restringe a microeletrônica e a informática, mas aos
diferentes setores das atividades econômicas.
A questão é promover, a partir das vocações regionais, com vínculos
históricos, ou então, com base numa decisão política de lideranças locais e
regionais, elementos consistentes de pesquisa tecnológica que possam
5
engendrar novos modelos produtivos com características de flexibilidade e de
pequena escala, porém, de alto valor agregado.
No Estado do Rio de Janeiro as relações trabalhistas têm bases
frágeis e a mudança de paradigma da indústria fluminense tem sido
impulsionada, a partir de meados da década de 1990, principalmente, pela
atividade petrolífera que se estabeleceu na região metropolitana e no norte
fluminense. A pergunta que se coloca é: Esta condição recente caracteriza
um processo de descentralização da economia fluminense?
Defendemos o argumento em favor da hipótese de que evidências
econômicas e de reorganizões do sistema produtivo que geram
crescimento do emprego e de outros fatores da prodão que vem induzindo
o desenvolvimento fora da região metropolitana fluminense. Entretanto, não
descartamos que a limitação da análise dos dados observados possa incobrir
efeitos
do processo de reorganização territorial do Rio de Janeiro que confiram
ao território fluminense uma outra visão da realidade econômica.
OBJETIVOS
O objetivo geral da pesquisa é estudar as mudanças na distribuição
regional da economia,
com base em seus efeitos sobre o emprego formal no
estado do Rio de Janeiro, mediante o método estrutural-diferencial em modelo
original e ampliado, na tentativa de inferir acerca da sustentabilidade das
atividades econômicas nas regiões fluminense. Em termos específicos, buscou-
se:
caracterizar o processo de desconcentração das atividades produtivas nas
mesorregiões fluminense, em três períodos distintos 1987 – 1992, 1992 – 1999, e,
1999 – 2009.
6
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.5. Os condicionantes históricos da desconcentração regional na
economia brasileira e os reflexos no espaço fluminense.
Este capítulo é uma tentativa de ampliar a visão sobre os condicionantes
para a desconcentração produtiva regional no país, estabelecendo um referencial
teórico a partir da interlocução com autores que traduzem as ações estabelecidas
no território nacional para o fortalecimento do processo de industrialização
brasileira.
Desse modo, busca-se entender os complexos caminhos das regiões
para estruturação do mercado nacional, da divisão do trabalho, da produção de
bens e equipamentos. Para tanto, inicia-se a discussão no processo histórico que
deu origem à formação do mercado interno, sua relação de dependência com
mundo globalizado e os estoques de empregos nas principais capitais brasileiras.
Discute-se em seguida o deslocamento do poder político, econômico e social do
estado do Rio de Janeiro para São Paulo, distrito federal - Brasília e demais
regiões.
A seguir, passa-se à discussão da reestruturação produtiva fluminense e
a mudança do papel do Estado nos anos noventa. O capítulo é encerrado com a
análise do estoque de emprego industrial nas mesorregiões do Estado do Rio de
Janeiro, com aprofundamento na mesorregião norte fluminense e as implicações
e de um crescimento dos postos de trabalho em relação ao estoque nacional.
7
A crise econômica mundial de 1929 abre espaço para uma nova proposta
de desenvolvimento, que tinha como base o fortalecimento do processo de
industrialização brasileira e o Estado como apoio para as ões de transformação
da realidade nacional. O lento processo de estruturação estava baseado na
proteção da indústria nacional, com altas tarifas de importação de bens de
produção como máquinas, equipamentos e matérias-primas. (CANO, 1998)
Os condicionantes das regiões apontaram para caminhos diversos na
formação do mercado nacional, bem como no processo de divisão territorial do
trabalho. Cabe destacar que o complexo cafeeiro paulista articulava com eficácia
os produtores, comerciantes, bancos, indústria de alimentos, trabalhadores e
governo, o que sem vida gerou excedentes e encadeamentos que fortaleceram
o mercado interno e trouxeram dinamismo aos setores econômicos.
Isto se traduziu em uma concentração espacial da produção no estado de
São Paulo, anterior à década de 1930, consolidando a posição hegemônica de
bens mais elaborados e industrializados. Esse processo, na visão de Cano
(1998), trouxe uma série de conseqüências para as demais regiões do Brasil,
dentre as quais os efeitos de destruição, de inibição e o de estímulo ao
crescimento de outras regiões, com outras dinâmicas de industrialização. Esta
realidade desencadeou uma valorização da força de trabalho e fortalecimento da
articulação entre as diferentes regiões internas e externas do estado, em
oposição à configuração pré-1930, que tinha predominância para o mercado
externo exportador.
A desorganização econômica, territorial e social causada pela segunda
guerra mundial exigiu que, cessado o conflito, em 1945, ocorresse uma
reformulação do pensamento da humanidade, e em especial de formas de
recuperação física e estrutural dos países mais atingidos, tais como a Inglaterra,
Alemanha e Japão. Embora não atingido fisicamente pela guerra, o mundo
capitalista subdesenvolvido entrou na discussão sobre as formas de crescimento
e de organização de suas estruturas socioeconômicas. Surgiu, em 1948, a
Comissão Econômica para América Latina e Caribe CEPAL, que viu na
industrialização o principal caminho de superação da situação de
subdesenvolvimento dos países da América Latina.
8
Nos anos de 1950, o principal problema da industrialização era a
insuficiência de recursos financeiros para subsidiar a produção, que o país
dependia da receita das exportações de bens agrícolas, assim como do pequeno
capital internacional disponível para ser aplicado no território nacional.
O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) mudou este quadro com
a entrada de capital estrangeiro, sob forma de empréstimos, para financiamento
das empresas de produção de bens duráveis, de máquinas e de equipamentos.
Os investimentos públicos concentraram-se na estruturação da malha rodoviária e
na oferta de energia.
O brasileiro Celso Furtado, economista e membro da Cepal, coordenou,
em conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social
(BNDES), um estudo que ficou registrado como “Esboço de um programa de
desenvolvimento para economia brasileira no período de 1955 a 1960”. Esse
documento serviu de base para criação do Plano de Metas. Entretanto, o plano
não considerou a recomendação do estudo de reforma agrária, com base na
distribuição de terras.
Os anos de 1960 foram marcados por crescimento da inflação, quedas
dos investimentos e déficits nas contas externas e públicas, o que desencadeou
uma série de medidas de contenção e estabilização, que incluíam os modelos
tributário e financeiro.
A mudança da estrutura produtiva no Brasil foi caracterizada por uma
grande disparidade regional. A região sudeste, até o final dos anos de 1960,
concentrou espacialmente o processo de industrialização nacional, principalmente
o estado de São Paulo (CANO, 2008).
A consolidação da economia paulista tem por base o estabelecimento de
relações capitalistas de trabalho e de propriedade, aspectos específicos da
região, que geraram uma acumulação que, aplicada à produção, tornou o estado
de São Paulo o centro dinâmico da indústria nacional (CANO, 1998).
O Nordeste e o Rio de Janeiro tinham sua economia baseada em
latifúndios e relações trabalhistas frágeis, seguindo o modelo pré-capitalista. Esta
situação não gerou o excedente duradouro indispensável à estruturação da
indústria, permitindo apenas surtos de crescimento (CANO, 1998).
9
O Sul do país adotou uma estrutura fundiária caracterizada pela pequena
propriedade, o que possibilitou uma desconcentração da produção. Porém, cabe
destacar que as atividades diversificadas da produção não criaram acumulação
de capital suficiente para transpor os limites da economia local e regional (CANO,
1998).
A partir da década de 1970, no entanto, observa-se no país um
movimento de desconcentração produtiva nacional, que se caracterizou por uma
expansão das atividades produtivas nas regiões periféricas do Brasil, em um
contexto de expressivo crescimento econômico nacional e, na economia paulista,
principal destaque do país, um processo de interiorização, com forte presença do
Estado. Cabe destacar que o processo de desconcentração produtiva é fruto de
movimentos da economia nacional que confrontam as vantagens aglomerativas e
os custos locacionais decorrentes das atividades industriais (PACHECO, 1996).
O debate sobre o processo de desconcentração regional no Brasil se
estabelece inicialmente no eixo São Paulo e Rio, nos anos de 1970 e 1990.
Entretanto, a perda de participação das regiões metropolitanas e a entrada de
outras regiões de estados como os de Minas Gerais, das regiões Sul, do centro-
oeste e do nordeste mostram que o processo de transformação da estrutura
industrial brasileira tem diferentes padrões (SABÓIA, 2009).
Sabóia (2009) sustenta que, usando os índices clássicos, persiste a
tendência desconcentradora em todos os tipos de indústria, sejam elas
tradicionais, de commodities, difusoras ou de bens tradicionais. Neste sentido, as
regiões metropolitanas vêm perdendo a centralidade dos processos produtivos e
de parte dos investimentos fabris. Na tabela 1 pode-se verificar que a massa de
empregos formais na indústria das 25 (vinte e cinco) maiores mesorregiões
brasileiras segue a tendência das indústrias, isto é, migram para mesorregiões
localizadas no interior dos estados.
As 25 mesorregiões brasileiras analisadas representavam, em 1997,
74,00% dos empregos formais nas indústrias do país. Em 2007, este índice cai
para 68,70%, o que mostra uma perda de participação para outras regiões fora do
grupo estudado.
As regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e
Belo Horizonte, em 1997, representavam juntas 37,20% dos empregos na
10
indústria. Em 2007, essas mesorregiões tiveram sua participação reduzida para
28%. Na tabela pode-se perceber que Campinas segue tendência inversa, com
crescimento da massa de empregos, superando as mesorregiões do Rio de
Janeiro e de Belo Horizonte.
Esses resultados ajudam no argumento, aqui defendido, sobre a perda de
centralidade das regiões metropolitanas brasileiras, pois o crescimento do
emprego formal fora das regiões metropolitanas coopera com a hipótese da
desconcentração produtiva da indústria nacional.
Tabela 1 - As 25 Mesorregiões brasileiras com Maior Número de Empregos - 1997/ 2007
1997 2007
UF Mesorregião Empregos
%
UF
Mesorregião Empregos
%
SP Metropolitana de São Paulo 1.049.531
22 SP Metropolitana de São Paulo 1.121.561
15,8
RJ Metrop. do Rio de Janeiro 260.772 5,5 RS Metropolitana de Porto Alegre 315.653 4,4
RS Metropolitana de Porto Alegre
245.855 5,2 SP Campinas 302.869 4,3
MG Metrop. de Belo Horizonte 215.659 4,5 MG Metrop. de Belo Horizonte 283.458 4
SP Campinas 200.990 4,2 RJ Metrop. do Rio de Janeiro 266.051 3,8
SP Macro Metropolitana Paulista 139.994 2,9 SP Macro Metropolitana Paulista 217.949 3,1
PR Metropolitana de Curitiba 122.788 2,6 PR Metropolitana de Curitiba 195.522 2,8
SC Vale do Itajaí 95.806 2 SC Vale do Itajaí 176.264 2,5
RS Nordeste Rio-grandense 94.894 2 SP Ribeirão Preto 156.051 2,2
SC Norte Catarinense 94.000 2 SC Norte Catarinense 154.862 2,2
CE Metropolitana de Fortaleza 89.156 1,9 RS Nordeste Rio-grandense 148.876 2,1
SP Vale do Paraíba Paulista 86.523 1,8 SP Piracicaba 145.784 2,1
SP Piracicaba 86.184 1,8 CE Metropolitana de Fortaleza 137.467 1,9
SP Ribeirão Preto 78.834 1,7 PR Norte Central Paranaense 136.126 1,9
PE Metropolitana de Recife 76.888 1,6 SP Vale do Paraíba Paulista 123.843 1,7
PR Norte Central Paranaense 74.440 1,6 MG Sul/Sudoeste de Minas 123.702 1,7
MG Sul/Sudoeste de Minas 70.222 1,5 GO Centro Goiano 109.666 1,5
AL Leste Alagoano 61.271 1,3 SC Oeste Catarinense 108.813 1,5
GO Centro Goiano 59.229 1,2 AM Centro Amazonense 107.766 1,5
SC Oeste Catarinense 59.209 1,2 AL Leste Alagoano 98.137 1,4
SP Bauru 58.079 1,2 BA Metropolitana de Salvador 94.442 1,3
MG Zona da Mata 54.556 1,1 SP Bauru 93.985 1,3
BA Metropolitana de Salvador 54.212 1,1 PE Metropolitana de Recife 89.264 1,3
AM Centro Amazonense 53.978 1,1 MG Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba
84.994 1,2
RS Noroeste Rio-grandense 47.736 1 RS Noroeste Rio-grandense 80.814 1,1
Subtotal
3.530.806
74 Subtotal
4.873.919 68,7
Total 4.769.855 100
Total 7.093.368 100
Fonte: RAIS, apud Sabóia 2009.
O tema da desconcentração no Brasil ganha destaque, mas, tentar
explicar esse fenômeno como resultado dos cálculos econômicos e dos custos
locacionais, simplesmente, é uma forma reducionista de interpretação. Para que
se tenha uma visão mais ampla desse fenômeno é necessário conhecer os
determinantes locacionais associados à dinâmica econômica nacional. Isto
11
evidencia que o debate em torno do tema requer uma análise do processo
endógeno de acumulação do sistema produtivo, no âmbito nacional.
Na verdade, a construção do espaço econômico nacional só pode
ser totalmente entendida no âmbito do processo de integração do
mercado interno e da política econômica, latu sensu. As
empresas, neste sentido, não se movem num vazio. Foi o Estado,
especialmente no caso brasileiro, através do câmbio, do crédito,
dos inúmeros incentivos e diferenciais tributários, além da infra-
estrutura, que auxiliou a moldar as condições de desenvolvimento
regional recente. Todas sobredeterminadas pela historia prévia
das regiões, notadamente de seu ‘núcleo’ industrial, quer do
ponto de vista do potencial de acumulação, quer em termos das
trajetórias de desenvolvimento e urbanização de cada região
(PACHECO, 1996, p.260).
O debate da desconcentração produtiva regional no Brasil, na visão de
Cano (2008), está dividido em dois grandes períodos, o da desconcentração
virtuosa e o da desconcentração espúria. O primeiro, que se inicia nos anos 1970,
está ligado a uma diversificação e a um salto quantitativo e qualitativo da base
industrial do país. Nesse momento, em um contexto de fortes investimentos
públicos e privados, a periferia obteve um crescimento superior às regiões
metropolitanas, o que demonstra a necessidade de interação entre centro e
periferia (MIOTO, 2007).
Nesse período, que vai até fins dos anos de 1980, houve aumento da
demanda no ambiente rural de matérias primas, alimentos e minérios. Por outro
lado, o ambiente urbano se expandia, não considerando os problemas sociais
decorrentes da concentração de pessoas e das atividades industriais poluidoras.
O Produto Interno Bruto - PIB brasileiro no período alcançou valor de taxa média
anual acima de 8,0 % (CANO, 2008).
O segundo momento refere-se aos períodos de 1980 - 1990 e de 1990 -
2005, num cenário de crise econômica nacional, alto endividamento brasileiro e
perda da capacidade de investimento e financiamento do Estado. Nesse cenário,
os setores secundários e de transformação são os que tiveram maior impacto da
política econômica. A variação média anual do PIB no Brasil foi de 2,2%, taxa
bem inferior ao período anterior (CANO, 2008).
A economia brasileira, no período seguinte, nos anos noventa, foi
marcada por um aprofundamento do modelo neoliberal de gestão, imersa em
políticas restritivas de crédito e financiamento e se colocando de forma
subordinada em seu papel na divisão internacional do trabalho. Nesta direção,
12
aprofundou a dependência como fornecedora de bens primários e intermediários.
Entretanto, a partir do início do século XXI observa-se uma mudança positiva nas
taxas de crescimento (MIOTO, 2007).
Diante disso, verifica-se que o processo de desconcentração da
economia brasileira teve por base a forte atuação do Estado e, no setor produtivo,
o surgimento de novas possibilidades territoriais de energizar a movimentação de
mercadorias e pessoas, com diminuição de custos, o que vem contribuindo para a
expansão do capital. Isso vem caracterizando a desconcentração espacial da
produção, principalmente a partir da ascensão do modo de produção flexível
(HARVEY, 2006).
As discussões sobre a organização do espaço territorial brasileiro têm
produzido complexas formas de ocupação que ao longo do tempo
desencadearam: deslocamento da fronteira agrícola nacional; integração do
mercado interno; desconcentração urbana metropolitana; pressões ambientais
nas áreas industrializadas; mudanças na política econômica; orientação
exportadora (PACHECO, 1996)
A tabela 2 apresenta a distribuição do emprego em seis grupos de
mesorregiões brasileiras. Nela, pode-se verificar que o primeiro grupo, isto é, as 5
(cinco) maiores mesorregiões, que respondiam por 41,4% do emprego, em 1997,
passam, em 2007, a responder por apenas 32,3 % desse total. O grupo de 20 e
os três grupos de 25 mesorregiões aumentaram sua importância relativa do
emprego passando de 57,6 % para 66,7 %. Nota-se, também, que mesmo o
grupo de 37 mesorregiões aumentou sua participação no estoque de empregos, o
que mostra a forte tendência desconcentradora da indústria e do emprego formal,
associada aos novos arranjos espaciais que beneficiaram as mesorregiões fora
dos centros metropolitanos (SABÓIA, 2009).
Tabela 2 - Distribuição do Emprego Nacional por Grupos de Mesorregiões - 1997/2007
1997 2007
Mesorregiões
Empregos % Empregos %
5 maiores 1.972.807 41,4 2.289.592 32,3
20 seguintes 1.557.999 32,7 2.584.327 36,4
25 seguintes 730.972 15,3 1.274.381 18
25 seguintes 323.447 6,8 572.691 8,1
25 seguintes 132.559 2,8 265.067 3,7
37 seguintes 52.071 1,1 107.310 1,5
Total 4.769.855 100 7.093.368 100
Fonte: RAIS, apud Sabóia 2009
13
A sociedade capitalista industrial tem suas bases estruturais assentadas
em um modelo dualista campo versus cidade. No processo de urbanização,
crescente especialização e concentração de atividades, de demanda por infra-
estrutura e de criação e aumento de mercado, o que leva os grupos sociais a se
colocarem em movimento para as cidades. O processo migratório desencadeia
desigualdades regionais e, mesmo que no primeiro momento
possa parecer que o
rural seja beneficiado pela necessidade de incremento de alimentos e matérias
primas, não um planejamento para que a população rural possa acessar parte
dos benefícios do crescimento industrial, o que a coloca em situação de
empobrecimento sistemático (SINGER, 1998).
Na seção seguinte discute-se como o estado do Rio de Janeiro, no
transcurso de sua história de estruturação econômica, vem consolidando as
atividades produtivas em busca de sustentabilidade no seu processo de
desenvolvimento.
2.2 Os condicionantes históricos para o desenvolvimento regional da
economia fluminense.
O estado do Rio de Janeiro foi, durante longo período, o centro dinâmico
cultural e político do Brasil. Entretanto, a perda de espaço em seu processo de
desenvolvimento econômico para a eficiente estrutura do estado de São Paulo
desloca sua posição para uma condição subordinada em relação à economia
nacional. A realidade fluminense é fruto de uma lenta migração para o modelo
capitalista de relação de trabalho e atualização industrial.
A problemática do desenvolvimento regional fluminense começa a ganhar
destaque a partir da década de 1980 junto com a crise nacional. Neste período, o
estado mergulha num profundo processo de perda da centralidade econômica,
com evidente desarticulação do mercado interno, equívocos evidentes no
processo de industrialização, com consequente fragilização da divisão do trabalho
(SOBRAL, 2007).
A compreensão das raízes deste equivocado modelo de desenvolvimento
econômico fluminense exige um resgate das bases materiais históricas em
contraposição com o modelo de divisão do trabalho adotado. Desde a origem o
Rio de Janeiro esteve pautado em uma estrutura primitiva em relação ao capital
14
mercantil. A base da economia era agro-expotadora, tendo como produtos o
açúcar, o ouro e o café, que geraram excedentes, principalmente porque eram os
produtos de exportação nacional. Contudo, mesmo sendo a sede da capital
brasileira entre os anos de 1763 até 1960, portanto, detentora da centralidade
político administrativa do país, a cidade do Rio de Janeiro não gerou os efeitos
multiplicadores que pudessem criar sustentabilidade econômica, ao contrário
esteve dependente dos investimentos públicos para a dinamização da metrópole.
O fortalecimento da cafeicultura paulista e mineira, com melhor
produtividade em relação à produtividade fluminense, leva a economia a uma
crise. Os entraves da produção no interior fluminense estão fundamentados no
modelo tradicional de relação de trabalho base escravista, na esgotabilidade do
solo e falta de terras e investimentos para ampliação da produção e, ainda, em
função da subordinação ao capital mercantil (CANO, 1998).
A despeito desta situação do território fluminense, a cidade do Rio de
Janeiro continuava sendo o centro das decisões nacionais, pois detinha os
tributos da produção brasileira e forte mercado urbano. Mas o interior fluminense
ficou isolado, sem investimentos industriais e agrícolas, entregue a uma
aristocracia rural decadente (SOBRAL, 2007).
A economia urbana centralizada na capital fluminense persiste em função
da presença do Estado e isto, de certa forma, inibe o processo de
desenvolvimento do território de forma articulada com suas necessidades. Como
centro político do país, o comando carioca em nome das necessidades nacionais
bloqueia os interesses locais. O processo produtivo fluminense se fragiliza e
a
burguesia
local toma uma atitude mais preocupada com a manutenção do
tradicional comando sobre o país do que na defesa direta dos assuntos regionais
específicos (LESSA, 2000).
Os processos de industrialização fluminense, bem como suas
atividades
agrícolas, estão em posição subordinada em relação ao contexto
paulista e de outros estados.
O
desenvolvimento econômico regional se apóia
no
setor serviços e na centralidade política e urbana, associado aos projetos
industriais e de infra-estrutura estatal. Esta ação é insuficiente para que a
metrópole pudesse encadear um processo de crescimento econômico no espaço
regional fluminense (MELO, 2001).
15
A cada de 1980 foi marcada por um planejamento de estado brasileiro
que teve sua centralidade na elaboração de políticas econômicas de controle
monetário, fiscal, inflacionário e de exportação e importação de bens e serviços.
Estas medidas repercutiram de forma negativa na capacidade de investimentos
do setor produtivo e como conseqüência observou-se uma queda na taxa de
crescimento do PIB, acentuada elevação da dívida externa, redução do emprego
e intensificação da inflação. A cada seguinte foi impregnada pela discussão da
questão monetária e da retomada da trajetória de modernização e crescimento
(Fernandes, 2007).
As regiões, a partir dos anos de 1980, foram imersas em outro paradigma
do modelo de acumulação de riqueza. O capital movimenta-se entre os diferentes
locais levando em conta as vantagens competitivas produzidas pelo Estado e
Municípios para a localização da produção. Segundo Piquet (2003)
“cada parte desse capital se articula diretamente a outras em
escala global e, cada vez menos, passam pelas estruturas de
produção regional ou nacional, cabendo ao Estado-nação apenas
não interpor obstáculos “artificiais” ao livre jogo das forças de
mercado” (PIQUET, 2003, p. 3)
Diante disso, perdem-se os vínculos da política de desenvolvimento dos
anos de 1970, em que se buscava a equidade interna das regiões a partir de
compensações geridas pelo Estado com intuito de atenuar as tendências do
mercado.
A década de 1990 foi marcada por intensas mudanças estruturais no
processo de localização da indústria nacional, fruto de aberturas comerciais,
reestruturação produtiva e do processo decisório dos agentes econômicos
(ANDRADE; SERRA, 2000).
A abertura comercial é fator determinante para elevação da
produtividade industrial. Dessa forma, a modernização dos processos produtivos,
com introdução de novos maquinários, além de modernas técnicas de
gerenciamento, possibilita ganho de eficiência de mão de obra, resultando num
ambiente mais favorável de concorrência da unidade fabril na região.
A mudança de paradigma que possa contribuir para superação da crise
do setor produtivo se estabelece com base no modelo de “acumulação flexível” ou
16
“toyotismo”, que tem nos avanços da microeletrônica um novo padrão tecnológico
para a reversão da estagnação industrial nacional (SANTOS, 2002).
As exigências de reestruturação produtiva se impõem a partir desse novo
modelo capitalista de produção. As empresas, na busca de externalidades” mais
favoráveis, além da incorporação de novas tecnologias de produção e gestão,
começam a se deslocar das regiões metropolitanas para o interior dos estados,
em função dos incentivos fiscais e locacionais oferecidos pelos municípios.
Entretanto, as regiões metropolitanas permanecem como centro econômico,
tendo como foco principal os setores de serviço e o comércio (SILVA NETO,
2003).
Neste contexto, o Rio de Janeiro, que tinha sua base econômica no
padrão anterior, ficou mais suscetível ao agravamento da crise do setor industrial.
Dessa forma, a indústria perde a centralidade como eixo dinâmico de geração de
produtos e empregos, com taxa de crescimento anual média de apenas 2% do
PIB. A partir de então, o setor de serviços passa ser forte empregador e criar mais
dinamismo para economia fluminense (SANTOS, 2002).
O setor secundário, no caso fluminense, tem na indústria de
transformação uma participação que corresponde a menos da metade da
participação industrial do PIB do estado. Na verdade, esse desempenho tem sido
sustentado pelo subsetor da Extração Mineral. no setor terciário, a elevada
perda de participação do subsetor intermediação financeira, com a migração de
grande parte de suas atividades para o Paulo, foi compensada pela expansão
do segmento atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas.
A crescente importância do setor terciário está relacionada à maior
complexidade das condições de reprodução da força de trabalho e do capital, pois
abrangem atividades ainda mais dependentes da qualificação da força de trabalho
do que as dos demais setores, as quais, por isso, tendem a aumentar a
participação do setor não só no PIB como na geração de emprego, especialmente
em cidades de médio e grande porte, o que contribui para a polarização espacial.
É diferente do que ocorre na indústria, porque as atividades secundárias evitam
arcar com as deseconomias de aglomeração produzidas nas áreas
metropolitanas e deslocam-se para cidades menores, porém próximas aos seus
mercados consumidores.
17
Segundo Oliveira (1999), as regiões do interior vêm apresentando
crescente dinamismo econômico. As atividades econômicas ligadas ao setor de
petróleo têm destaque, isto é, a extrativa mineral, nos casos das mesorregiões
norte fluminense e baixadas, particularmente em função dos royalties. a
mesorregião sul fluminense ganha expressão no processo de reorganização
fluminense em função do pólo metal mecânico, com destaque para as unidades
fabris ligadas ao setor automobilístico. Diante disso, distingue-se um processo de
descentralização das atividades econômicas no estado do Rio de Janeiro.
Na Figura 1, a seguir, pode-se constatar a evolução do Produto Interno
Bruto – PIB do Rio de Janeiro, no período de 1990 – 2001. Verifica-se, entre 1992
e 1993, a ocorrência de uma inflexão positiva dos índices da economia do estado
do Rio de Janeiro. Segundo Oliveira (2003), um dos fatores que contribuíram para
inflexão positiva de valores do PIB foi o amplo processo de reestruturação da
Petrobras, que influenciou diretamente a atividade econômica extrativa mineral,
além do comércio, transporte e serviços entre outras, causando efeitos relevantes
para mesorregião norte fluminense.
Nesse novo contexto, a cidade de Macaé, localizada na mesoregião
Norte Fluminense é o pólo de disseminação dos efeitos positivos que vem
impulsionando a economia da região.
A cidade de Campos dos Goytacazes, localizada na mesma mesorregião,
vem desempenhando papel destacado no subsetor de ensino, com instituições da
rede pública, como o Instituto Federal fluminense, Universidade Federal
Fluminense e Universidade Estadual do Norte fluminense Darcy Ribeiro que
induzem pesquisas regionais sobre a região e junto com a rede privada de
educação contribui na formação de profissionais qualificados para atuar em
diferentes segmentos das atividades produtivas.
18
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Anos
PIB (%)
Figura 1 – Variação do PIB do Estado do Rio de Janeiro 1990 – 2001
Fonte: Silva Neto, 2006.
O setor extrativista gera empregos diretos e desencadeia uma série de
serviços que exigem a estruturação de empresas para apoiar o segmento de
exploração e produção de petróleo. Sabe-se que o Estado do Rio de Janeiro é
responsável por mais de 80% da produção nacional de petróleo e isso tem gerado
efeitos dos mais diversos na economia e no ambiente da região. Toda essa
conjuntura gera aquecimento de outras atividades econômicas, como o setor da
construção civil e mercado imobiliário (SILVA NETO, 2006).
A evolução da economia do Estado do Rio de Janeiro ERJ, no período
de 1987 até 2009, pode ser dividida, basicamente, em três períodos distintos, com
base nas flutuações no nível de emprego formal. Essas flutuações, exibidas na
Figura 2, permitem distinguir claramente os períodos.
O primeiro período, de 1987 a 1992, sofre influência do processo de
globalização produtiva e financeira da economia, da redefinição do papel do
Estado diante da promulgação da nova Constituição em 1988, e de um ciclo de
inovação tecnológica que traz exigências crescentes para inserção das pessoas
no mundo do trabalho. Diante disso, a questão emprego está associada a
elementos externos, tais como as novas tecnologias e as modificações nas trocas
internacionais e, ao mesmo tempo, a elementos internos, como o nível de
qualificação da mão-de-obra, os custos dos contratos e a proteção social e
19
trabalhista também afetam a taxa de emprego. Nesse período, o emprego
decresceu a uma taxa média de 2,01% ao ano
3
, alcançando seu ponto mínimo em
1992.
Os anos de 1990 foram marcados por altas taxas inflacionárias. O desafio
do governo Collor, recém empossado, era o da estabilização monetária, da
retomada do crescimento e da modernização industrial. Neste período, as taxas
de inflação alcançaram valores absurdos de 80% mensais, associados ao menor
índice do emprego e significativa perda de PIB. A forte estrutura neoliberal
marcou o período deste governo, que pautou sua estratégia de recuperação em
uma política de retenção dos ativos financeiros internos (poupança) e abertura
econômica ao mercado internacional (SILVA, 2004).
O segundo período, de 1992 a 1999, foi marcado por um processo de
estagnação da oferta de empregos formais, quando se constatou apenas um leve
crescimento do emprego, de 0,12% ao ano. Esse momento esteve associado à
implementação do novo modelo econômico brasileiro, caracterizado pela
racionalização e desconcentração do gasto público e, também, pela privatização
do setor produtivo estatal.
Esse período evidencia a crise, iniciada na década anterior, do modelo de
desenvolvimento até então adotado pelo governo brasileiro, intrinsecamente
vinculado à forte presença estatal nos investimentos e ao planejamento da
economia. A redução da presença estatal e a maior abertura do mercado nacional
à concorrência internacional, especialmente a partir dos anos 90, evidenciaram a
incapacidade da produção interna de competir com os produtos estrangeiros, o
que levou várias empresas, nacionais ou não, a se reestruturarem organizacional
e produtivamente (ALMEIDA, 2002).
3
A taxa anual média de variação no emprego (r), em percentagem ao ano, para um período de n
anos, foi obtida pela seguinte expressão:
100)1
0
x
E
E
r
n
=
. Em que E é o estoque de
emprego ao fim do período, e E
0
o estoque no início do período.
20
2.500
2.700
2.900
3.100
3.300
3.500
3.700
3.900
4.100
1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009
Anos
Nº de Empregos (milhares)
Total do Emprego das Ativ. Eco. No ERJ
Figura 2 – Evolução do emprego total no Estado do Rio de Janeiro, no período de
1987 a 2009.
Fonte: Dados da pesquisa
A abertura da economia ao comércio e aos fluxos de capitais
internacionais, o programa privatizações e o fim do processo inflacionário
deveriam promover um ambiente favorável, minimizando distorções de mercado,
gerando incremento de produtividade, proporcionando estabilidade para os
investimentos e trazendo, como efeito, possibilidades promissoras ao
crescimento. Entretanto, essas ações foram ineficazes para mudança da
realidade sócio econômica do Brasil e especialmente do ERJ
4
(DAMASCENO E
ARAÚJO, 2003).
O terceiro momento, de 1999 a 2009, reflete o processo de
reestruturação produtiva do país, bem como do Estado do Rio de Janeiro,
combinando ampliação do saldo comercial com elevação do nível geral de
emprego. Neste período, verifica-se uma taxa média positiva de crescimento do
emprego formal de 3,84 % ao ano.
4
A taxa de crescimento dio anual do PIB foi de 2,41% no período 1991-2002, e de 2,02% no
período 1996-2002, taxas que são, inclusive, inferiores à taxa de crescimento da década de 80, de
2,9%, considerada a década perdida.
21
A figura 3 apresenta a Variação do Número de Empregos Totais das
Atividades Econômicas do Rio de Janeiro. Nela, pode-se verificar que os períodos
descritos na figura 2 são identificados, levando em conta as variações dos anos.
Pode-se observar que a maior variação negativa no emprego ocorreu entre os
anos de 1988 1990, com decréscimo de 190 mil empregos. A variação
decrescente pode estar associada ao momento político vivido a partir de 1988
com a nova Constituição Brasileira, que gerou incertezas sobre os rumos da
economia.
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
87-88
88-89
89-90
90-91
91-92
92-93
93-94
94-95
95-96
96-97
97-98
98-99
99-00
00-01
01-02
02-03
03-04
04-05
05-06
06-07
07-08
08-09
Anos
Nº de Empregos (milhares)
Variação do Nº Empregos das Ativ. Eco. Do ERJ
Figura 3 - Variação do Número de Empregos Totais das Atividades Econômicas
do Rio de Janeiro, período de 1987 - 2009
Fonte: Dados da pesquisa
A década de 1990 foi caracterizada por um aprofundamento desta política
nos primeiros anos, associado à reorganização produtiva do capital mundial, o
que trouxe como conseqüência uma reconcentração das atividades produtivas
para as proximidades dos centros de maior base tecnológica e com ampla infra-
estrutura socioeconômica. Dessa forma, verificamos um movimento contrário ao
estimulado na década de 1970 quando, na tentativa de integração nacional,
houve uma desconcentração da produção na medida em que parte das atividades
produtivas foram para regiões menos desenvolvidas (SIMÕES, 2004).
22
Em meados e fins dos anos de 1990 a mudança de postura do estado
nacional, bem como os reflexos das políticas neoliberais, gerou novas
expectativas em relação ao crescimento econômico do Estado do Rio de Janeiro.
Conforme Figura 3, observa-se variações positivas crescentes no
emprego a partir dos anos de 2000, com taxa de crescimento entre 2000 e 2009
de 7,67% ao ano. No período de 2006 – 2007 ocorre variação positiva expressiva,
com aumento de 292 mil postos de emprego nas diferentes atividades
econômicas do Rio de Janeiro.
A interrupção de crescimento da economia ocorrida em 2008 deve-se à
crise mundial do sistema financeiro. Entretanto, a observação da figura 3 mostra
rápida recuperação do emprego nas atividades econômicas fluminense no ano
seguinte - 2009.
As evidências apresentadas na figura 3 indicam taxas de crescimento
ascendentes. Contudo, não se pode inferir desses resultados que as mudanças
políticas e econômicas recentes resultem em desdobramentos significativos na
renda e na redução das desigualdades sociais. Por outro lado, é notório que a
realidade brasileira mais recente tem evidenciado efeitos positivos das medidas
de atração das empresas e de fortalecimento de outras atividades econômicas
para os territórios.
Na visão de Rosélia Piquet, além das estratégias de atração das
empresas, cresce o “ativismo local”, que é uma forma de movimentação dos
atores regionais na busca de soluções mais apropriadas para superação das
dificuldades locais, tendo como base a cooperação e a parceria. Fica evidente a
evolução do pensar e agir dos sujeitos envolvidos na discussão do
desenvolvimento para uma região (PIQUET, 2003).
23
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.5. O modelo estrutural-diferencial
Para analisar as mudanças na distribuição espacial da economia do
estado do Rio de Janeiro, foi utilizado o modelo estrutural-diferencial. Esse
modelo, em sua forma original ou ampliada, tem sido empregado em vários
estudos, como é o caso de Souza (2007), Souza et al. (2007), Santos (2000),
Souza e Souza (2004), Pereira e Campanile (1999).
Na pesquisa, as mudanças na distribuição regional da economia serão
analisadas com base em seus efeitos sobre o emprego formal. Ainda que dados
sobre o valor da produção sejam mais adequados, a maior disponibilidade de
dados sobre emprego, em nível regional, tem feito com que, nos estudos
empregando a abordagem estrutural-diferencial, esta última variável predomine.
que se ressaltar, porém, que o uso do emprego, como medida de crescimento
econômico, implica assumir que não diferenças significativas na produtividade
do trabalho nas diversas atividades de cada região. Caso contrário, dada região
poderia apresentar um diferencial de crescimento devido à maior produtividade de
sua o-de-obra, e não por vantagens locacionais que, por hipótese, o modelo
aponta como razões para aquele diferencial (SOUZA e SOUZA, 2004).
Embora o método não permita inferir sobre as causas do maior
dinamismo de determinado setor ou das vantagens locacionais de determinada
região, ele representa, conforme Haddad (1989), um modelo analítico capaz de
24
gerar informações importantes para a realização de pesquisas adicionais sobre
problemas de desenvolvimento regional.
Através desse modelo, espera-se poder comparar o crescimento do
pessoal ocupado, nas diversas atividades, bem como identificar a presença de
fatores, em nível regional e municipal, que contribuem para explicar esse
comportamento.
Para analisar as mudanças no emprego entre dois períodos, com o uso
do método estrutural-diferencial, parte-se das matrizes contendo dados sobre o
emprego por setor de atividade, para cada unidade territorial de análise e para o
conjunto dessas unidades. Nesse método, cuja descrição baseia-se em Haddad e
Andrade (1989), Pereira (1997) e Pereira e Campanile (1999), admite-se que o
crescimento de determinado setor i, numa dada região j, pode ser decomposto
num efeito estrutural ou proporcional e num efeito diferencial ou regional. O efeito
estrutural reflete a composição setorial regional, indicando, quando positivo, que a
região se especializou em setores mais dinâmicos da economia, ou seja, de
setores com taxa de crescimento maior do que a do conjunto da economia.
Situação contrária ocorre quando a região se especializa em setores mais
estagnados, o que se manifesta por efeito estrutural negativo.
Já o efeito diferencial ou regional indica, quando positivo, que o setor que
está crescendo mais numa região do que em outras, refletindo assim a presença
de fatores locais propiciadores desse diferencial de crescimento, evidenciando
que a região se apresenta especialmente vantajosa para a produção desse setor,
relativamente ao país. De acordo com Santos (2000), aspectos como variação
nos custos dos transportes, estímulos fiscais, diferenças de preços relativos de
insumos e fatores de produção mais abundantes contribuem para conferir
vantagens locacionais a determinada região, o que se reflete em efeito diferencial
positivo.
Sejam
0
ij
E
e
t
ij
E
o pessoal ocupado no setor i da região j nos períodos
inicial e final, respectivamente. Assim, a variação real do pessoal ocupado entre
esses períodos (
t
ij
E
) é equivalente a:
0
ij
t
ij
t
ij
EE∆E =
(1)
25
Admitindo como
ij
e
a taxa de crescimento do pessoal ocupado no setor i
da região j, entre os tempos inicial e final, obtida por
0
ij
t
ij
ij
E
E
e =
(2)
resulta que o montante do pessoal ocupado no período final, no setor i da
região j (
t
ij
E
) , pode ser expresso como o produto do pessoal ocupado
inicialmente no setor i da região j (
0
ij
E
) pela taxa de crescimento desse mesmo
setor na mesma região (
ij
e
), ou seja:
ij
0
ij
0
ij
t
ij
0
ij
t
ij
eE
E
E
EE ==
(3)
Substituindo a equação (3) na expressão da variação real do pessoal
ocupado no setor i da região j entre os períodos inicial e final (1), obtém-se
1)(eEEeEEE∆E
ij
0
ij
0
ijij
0
ij
0
ij
t
ij
t
ij
===
(4)
Define-se a taxa de crescimento do pessoal ocupado no setor i no estado
(
i
e
) como a divisão entre o montante do pessoal ocupado no setor i do estado no
período final (
t
i
E
) pelo montante inicialmente ocupado no setor i do estado (
0
i
E
),
isto é,
0
i
t
i
i
E
E
e =
(5)
Similarmente, a taxa de crescimento do pessoal ocupado no estado entre
os instantes inicial e final como a divisão do total do pessoal ocupado ao final do
período (
t
E
) pelo pessoal ocupado no início (
0
E
), ou seja,
0
t
E
E
e =
(6)
Somando-se e subtraindo-se essas taxas de crescimento na expressão
(4), ou seja, fazendo
)
iiij
0
ij
0
ij
t
ij
t
ij
eeee1(eEEE∆E ++==
e, multiplicando e reagrupando os termos, obtém-se:
26
)e(eEe)(eE1)(eEEE∆E
iij
0
iji
0
ij
0
ij
0
ij
t
ij
t
ij
++==
(7)
que é a expressão para a decomposição da variação do pessoal ocupado
no setor i entre o período inicial e final, na região j. Nessa expressão:
1)(eE
0
ij
corresponde à variação teórica do pessoal ocupado em nível regional,
que seria obtida caso a região crescesse à taxa de crescimento do emprego
estadual;
e)(eE
i
0
ij
é a variação estrutural ou proporcional que, se positiva, representa uma
situação em que setor i cresce acima da média do estado; e,
)e(eE
iij
0
ij
representa o efeito diferencial ou regional, indicando a existência ou
não de vantagens locacionais, ou seja, de condições propícias crescimento do
setor. Se positivo, indica que o setor i cresce mais na região j que em outras.
O efeito total, ou variação líquida total (VLT) é obtido pela soma dos
efeitos estrutural e diferencial, e mede a diferença entre o crescimento real ou
efetivo apresentado pelo estado e o crescimento teórico, isto é, aquele que seria
obtido caso crescesse à taxa do estado como um todo. Assim, retomando a
expressão (7) e fazendo uso da equação (3), demonstra-se que o efeito total
corresponde a:
)e(eE)e(eEe)(eE1)(eE∆E
ij
0
ijiij
0
iji
0
ij
0
ij
t
ij
=+=
(8)
Da expressão (8) pode-se concluir que os efeitos totais positivos
correspondem a setores dinâmicos, que estariam crescendo, em termos reais,
mais do que cresceriam se estivem evoluindo à taxa estadual.
Uma das limitações do modelo, em sua formulação original, é a aplicação
das taxas de crescimento ao pessoal ocupado no ano inicial (E
0
ij
), o que implica
não considerar possíveis mudanças na estrutura do emprego no tempo. Por essa
razão, a proposta de Stilwell (1969) é a de calcular o efeito proporcional mediante
o emprego do final do período (E
t
ij
), em vez daquele observado no início (E
0
ij
), o
que permite obter um novo efeito proporcional.
Esteban-Marquillas (1972), por sua vez, adicionou aos efeitos
proporcional e diferencial o efeito alocação. Para tanto, esse autor elaborou a
27
noção de emprego homotético (Ê
0
ij
), equivalente ao pessoal ocupado que o setor i
da região j teria se a estrutura de emprego fosse igual à do estado, tal que:
Ê
0
ij
= E
0
j
(E
0
i
/ E
0
) (9)
em que: Ê
0
ij
é o emprego homotético do setor i da região j no ano inicial; E
0
j
o
pessoal ocupado da região j no ano inicial; E
0
i
o pessoal ocupado no setor i do
estado no ano inicial; e, E
0
o pessoal ocupado do estado no ano inicial. Através
do uso do emprego homotético obtém-se o efeito competitivo (D'
ij
), livre da
influência do efeito proporcional:
D'
ij
= Ê
0
ij
(e
ij
- e
i
) (10)
Para absorver o resíduo entre D
ij
e D'
ij
, Esteban-Marquillas introduziram
no método o efeito alocação (A
ij
), dado por:
A
ij
= (E
0
ij
- Ê
0
ij
) (e
ij
- e
i
) (11)
Com essas modificações, as parcelas constituintes da variação líquida
total (VLT) passam a ser os efeitos proporcional, competitivo e alocação.
Na formulação de Esteban-Marquillas, Herzog e Olsen (1979) substituem
o pessoal ocupado inicialmente (E
0
ij
) pelo pessoal ocupado do final do período
(E
t
ij
), tal como proposto por Stilwell (1969). Inserindo a mudança do peso na
composição do emprego (E
t
ij
- Ê
t
ij
), obtém-se um novo efeito alocação, cujos
componentes são a composição do emprego no ano inicial, a do ano final e as
respectivas taxas de crescimento.
A
ij
= [(E
t
ij
- Ê
t
ij
) - (E
0
ij
- Ê
0
ij
)] (e
ij
- e
i
) (12)
De acordo com os sinais do efeito alocação (A
ij
) os setores, dentro de
determinada região, podem ser classificados conforme o quadro seguinte. Assim,
uma determinada região será especializada em dado setor se a variação do
emprego efetivo for maior do que a variação do emprego esperado, e te
vantagem competitiva nessa atividade se ela crescer, na região, acima da média
estadual
.
28
Quadro 1 - Efeito alocação e componentes modificados
Componentes
Definição
Efeito
alocação
Especialização
(E
t
ij
t
ij
)-(E
0
ij
0
ij
)
Vantagem competitiva
(e
ij
- e
i
)
Desvantagem competitiva
Especializada
- +
-
Desvantagem competitiva
não especializada
+ - -
Vantagem competitiva
não especializada
- - +
Vantagem competitiva
Especializada
+ + +
Fonte: Herzog e Olsen (1979).
Conforme Souza e Souza (2004), as áreas mais dinâmicas, para
determinado setor, são aquelas com vantagem competitiva especializada, nas
quais o setor torna-se mais representativo na estrutura econômica regional do que
na do estado, e cresce mais na região do que no total do estado, o que se reflete
em efeito alocação positivo. Setor com taxa de crescimento superior à observada
no estado, mas que, ainda assim, vem perdendo importância na estrutura
econômica regional, quando comparada à importância que ocupa na economia do
estado, caracteriza-se por vantagem competitiva não especializada.
Também resulta em efeito alocação positivo uma situação em que o
emprego num determinado setor, que cresce menos na região do que na média
do estado, torna-se também menos representativo nessa região do que no
estado, caracterizando desvantagem competitiva não especializada. Quando um
setor, além de ter menor taxa de crescimento na região do que no estado, eleva
participação na economia regional, comparativamente à importância que ocupa
29
no estado, trata-se de um caso de desvantagem competitiva especializada.
Com as mudanças introduzidas no efeito alocação, o efeito competitivo
(D"
ij
) será agora:
E
0
ij
(e
i
- e) + Ê
0
ij
(e
ij
- e
i
) + (E
0
ij
- Ê
0
ij
) (e
ij
- e
i
) = E
0
ij
(e
i
- e) + D"
ij
+ [ E
t
ij
- Ê
t
ij
- (E
0
ij
-
Ê
0
ij
)] (e
ij
- e
i
) (13)
Reordenando os termos dessa equação, obtém-se o efeito competitivo
(D"
ij
), conforme Herzog e Olsen:
D"
ij
= (2E
0
ij
- E
t
ij
+ Ê
t
ij
- Ê
0
ij
) (e
ij
- e
i
) (14)
Após as correções feitas por Herzog e Olsen, a variação líquida total será
obtida com base no efeito proporcional original (
P
ij
) mais o efeito competitivo
modificado e o efeito alocação modificado:
VLT = P
ij
+ D"
ij
+ A
ij
= E
0
ij
(e
i
- e) + (2E
0
ij
- E
t
ij
+ Ê
t
ij
- Ê
0
ij
)(e
ij
- e
i
) + [(E
t
ij
- Ê
t
ij
) - (E
0
ij
-
Ê
0
ij
)] (e
ij
- e
i
)
(15)
3.2. Medidas de concentração
Para verificar as mudanças na distribuição do emprego entre regiões,
municípios e atividades foram empregados os índices razão de concentração,
índice T de Theil e índice Gini. Normalmente, esses índices o utilizados para
caracterizar o grau de concentração de firmas no mercado, a concentração de
renda, de ativos, etc. No presente trabalho, tais indicadores são utilizados para
determinar em que medida a distribuição das atividades econômicas do estado do
Rio de Janeiro, caracterizada em termos do emprego, tem se alterado nos últimos
anos. Uma breve descrição desses índices, baseada em Costa (1979), Hoffmann
(1983) e Hoffmann (1991), é feita nos itens seguintes:
3.2.1. Razão de concentração
A razão de concentração é, usualmente, utilizada para determinar o grau de
concentração de firmas no mercado. Nesse contexto, a participação das
m
maiores firmas num mercado formado por
n
firmas, que corresponde à razão de
concentração dessas
m
firmas, é obtida pela expressão:
30
=
=
=
==
m
1i
i
n
1i
i
m
1i
i
P
X
X
CRm
(1)
em que X representa a variável de interesse, e P
i
a participação da i-ésima firma
no total do mercado. Normalmente, esse índice é calculado considerando-se a
participação das quatro ou oito maiores firmas no mercado de determinado bem
ou serviço (CR
4
ou CR
8
), envolvendo aspectos como produção, vendas, etc. Na
presente pesquisa, propõe-se a utilização desse índice para caracterizar a
distribuição do emprego entre regiões e, neste caso, as Razões de concentração
CR
2
, CR
4
e CR
8
serão calculadas para caracterizar a participação das duas,
quatro e oito regiões com maior participação no emprego.
3.2.2. Índice T de Theil
Para caracterizar o grau de concentração da distribuição regional do
emprego, foi também empregado o índice de Theil, comumente adotado para
mediar a desigualdade na distribuição de renda da população. Nesse último
contexto, e considerando-se uma população de n pessoas, com cada uma
recebendo uma fração não negativa da renda total
y
i
(
y
i
0, i = 1, ..., n
), define-se
como entropia dessa distribuição de renda a medida:
i
n
1i
i
y
1
lnyH(y)
=
= (2)
Em que H(y) é a entropia da distribuição de renda e
y
i
é a participação da i-ésima
pessoa na renda total.
Esta medida representa o inverso da concentração, i.e., seu valor diminui
com o aumento da concentração. Caso a concentração seja absoluta, (
y
j
= 1 e
y
i
=
0, para todo i≠j), o índice de entropia atinge o valor H(y) = 0, que representa o
limite inferior deste índice. No extremo oposto, isto é, em caso de perfeita
igualdade (
y
i
=1/n
,
para
i = 1, ..., n
),
tem-se o limite superior do índice, com valor de
H(y) = log n.
31
O índice de Theil é obtido a partir da definição de entropia da distribuição.
Essa medida consiste em se subtrair, da entropia da distribuição, o seu próprio
valor máximo, isto é:
=
==
n
1i
ii
lognyyH(y)lognT
(3)
Em que
T
é o índice
T
de Theil, que assume os valores
T = 0
, em caso de
distribuição perfeitamente igualitária, e
T = log n
, no caso de máxima
desigualdade.
3.2.3. Índice de Gini
O índice de Gini é uma medida de concentração, mais freqüentemente
aplicada à renda, à propriedade fundiária e à concentração das indústrias, e foi
aqui empregado para caracterizar a distribuição regional do emprego. Este
coeficiente é medido através da fórmula geral seguinte:
=
+=
n
i
iiii
XXYYG
1
11
))((1
(4)
em que X
i
é a percentagem acumulada da população (pessoas que recebem
renda, proprietários de terra, indústrias, etc.) até o estrato i; X
i-1
é a percentagem
acumulada da população até o estrato anterior ao estrato i; Y
i
é a percentagem
acumulada da renda, área, valor da produção, etc., até o estrato i; Y
i-1
é a mesma
percentagem acumulada até o estrato anterior ao estrato i; e n é o número de
estratos de renda, área, valor da produção, etc.
Outra definição do índice de Gini pode ser dada através da curva de
Lorenz. Seja p o valor da proporção acumulada da população até certo estrato e
Φ
o valor correspondente à proporção acumulada da variável de interesse, nesse
caso o emprego. Os pares de valores (p,
Φ
), para os diversos estratos, irão definir
um conjunto de pontos, cuja união constitui a curva de Lorenz (Figura 6), que
mostra como a proporção acumulada do emprego varia em função da proporção
acumulada das regiões, com estas últimas ordenadas de acordo com valores
crescentes de participação no emprego.
32
α
45
o
1,0
-
0,9 -
0,8 -
0,7 -
0,6 -
0,5 -
0,4 -
0,3
-
0,2
-
0,1
-
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
β
Figura 4. A curva de Lorenz
Φ
p
A
B
C
A área
α
é denominada área de concentração, e seu valor aumenta com de
acordo com a concentração da distribuição. No caso extremo de igualdade
completa, a curva de Lorenz se transformaria num segmento de reta formando
45
o
com os eixos, denominado linha de perfeita igualdade. Por outro lado,
considerando uma situação de máximo de desigualdade, isto é, uma região
responderia por todo o emprego, enquanto as n-1 regiões restantes nada teriam,
a curva de Lorenz se confundiria com o poligonal ACB, com a área de
desigualdade aproximadamente igual à área do triângulo ACB, que é igual a 0,5.
Por definição, o índice de Gini (G) é a relação entre a área de concentração (
α
) e
a área do triângulo ABC, ou seja:
G =
α
/(
α
+
β
) =
α
/0,5 = 2
α
(5)
dado que 0
α
< 0,5, tem-se que 0
G < 1.
O índice de Gini é um número adimensional. Aumentando a concentração,
cresce a curvatura da curva de Lorenz, aumentando, portanto, a área entre a
curva e a linha que passa a 45
o
no gráfico, com o índice de Gini aproximando-se
de 1,0 quanto maior for a concentração. Por outro lado, quanto mais igualitária a
distribuição da variável analisada, a curva de Lorenz se aproxima da linha de 45
O
,
e o índice de Gini tende a zero.
3.3. Área do estudo e fonte de dados
Na pesquisa, faz-se uma análise das mudanças no emprego setorial do
estado do Rio de Janeiro, em nível de suas mesorregiões geográficas, no
33
decorrer do período de 1987 a 2009. A análise é conduzida distinguindo-se três
sub-períodos, caracterizando momentos distintos da economia do estado: 1987-
1992, 1992-1999 e 1999-2009. São considerados, para a análise, os estoques de
empregos formais em 31 de dezembro dos anos 1987 até 2009, dos 26 (vinte e
seis) sub-setores das atividades econômicas apresentadas pelo IBGE, nas
diferentes mesorregiões do estado do Rio de Janeiro.
O Estado do Rio de Janeiro está dividido em seis mesorregiões: Noroeste
Fluminense, com 13 (treze) municípios; Norte Fluminense, com 9 (nove)
municípios; Centro Fluminense, com 16 (dezesseis) municípios; Baixadas
Litorâneas, com 10 (dez) municípios; Sul Fluminense, com 14 (quatorze)
municípios; e, a região Metropolitana do Rio de Janeiro, com 30 (trinta)
municípios, que totalizam 92 municípios no território do estado do Rio de Janeiro.
Os dados sobre o pessoal ocupado nas atividades econômicas, em nível
de mesorregiões, são provenientes da Relação Anual de Informações Sociais
RAIS, do Ministério do Trabalho e Emprego. As informações provenientes dessas
fontes são mais adequadas a análises estruturais do mercado de trabalho formal,
como é o caso da pesquisa, sendo, portanto, mais recomendáveis do que as
informações provenientes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados-
CAGED, indicadas para análises de conjuntura do mercado de trabalho formal
(BRASIL, 2008).
Na tabela 3 estão apontadas às atividades produtivas pesquisadas. Estas
compõem 26 (vinte e seis) subsetores da economia fluminense, e estão dispostas
com numeração correspondente para efeito de apresentação gráfica dos
resultados do estudo.
34
Tabela 3 - Relação dos setores produtivos fluminense e numeração correspondente pa-
estudo.
Atividades Econômicas Numeração correspondente
Extrativa mineral 1
Indústria de prod. min. não metál. 2
I. metalúrgica 3
I. mecânica 4
I. do mat. Elétr. e de comunic. 5
I. do material de transporte 6
I. da madeira e do mobiliário 7
I. do papel, editorial e gráfica 8
I da borracha, fumo, couros 9
I. quím. farm., veter., perfum. 10
I. têxtil vest. artef. de tecidos 11
I. de calçados 12
I. Ali., bebidas e álcool etílico 13
Serv. ind. de utilidade pública 14
Construçao civil 15
Comércio varejista 16
Comércio atacadista 17
Inst. de crédito, seg. capitaliz. 18
Com. e admin. Imóveis 19
Transportes e comunicações 20
Serv de aloj., ali., reparação 21
Serv. médicos, odont. e veterinário 22
Ensino 23
Admin. públ. direta e autárquica 24
Agricultura e outros 25
Outros / ignorado 26
Fonte: RAIS.
35
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Resultados do método estrutural-diferencial
4.1.1. Período de 1987 a 1992
Nesta seção seexibida a análise das mesorregiões fluminenses para o
período de 1987 1992. Os resultados estão expressos por meio de tabelas e
figuras onde serão visualizados os setores da economia bem como os valores da
variação líquida total e sua decomposição nos efeitos proporcional, competitivo e
alocação e ainda os comentários decorrentes da aplicação metodológica para o
primeiro período.
Na Tabela 4 encontram-se os valores da variação líquida total, bem como
sua decomposição nos efeitos proporcional, competitivo e alocação, para a região
Noroeste fluminense, referente ao primeiro dos três períodos analisados.
Nesse período, a variação líquida total mostrou-se positiva para a maior
parte dos setores da região, com exceção das indústrias metalúrgica, de material
elétrico e comunicação, de material de transporte, de madeira e mobiliário, de
produtos alimentícios, além dos serviços de crédito, transportes e comunicação,
de alojamento e alimentação. Esses setores, contrariamente aos demais,
apresentaram variação líquida total negativa, uma vez que cresceram menos do
que o crescimento teórico, que seria obtido caso crescessem à taxa do estado
como um todo. Em outras palavras, a taxa de crescimento do emprego nesses
setores, para região Noroeste, foi menor do que a observada para o conjunto da
36
economia do estado. Apesar disso, o emprego total dessa região exibiu um
crescimento maior do que o observado no estado, em razão da dinâmica de
crescimento ocorrido nos demais setores.
Tabela 4 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Noroeste fluminense, 1987-1992.
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -9,77
26,74
-1,35
15,62
I. minerais não metálicos -103,48
161,27
72,19
129,98
I. metalúrgica -42,48
-30,97
7,15
-66,30
I. mecânica -4,59
-102,50
119,25
12,16
I. mat. elétrico/comunic. - - - -
I. material de transporte -126,37
59,66
-2,20
-68,91
I. madeira e mobiliário -65,61
-55,11
15,57
-105,15
I. papel e gráfica -40,06
163,01
28,97
151,92
I. borracha, fumo, couro -10,73
-35,88
62,27
15,66
I. química -3,42
-2,25
6,59
0,93
I. têxtil -65,92
82,57
36,51
53,16
I. calçados 0,24
-49,09
89,30
40,45
I. produtos alimentícios -114,61
-1200,65
422,50
-892,76
Serviços utilidade pública 66,30
129,93
11,46
207,69
Construção civil 12,30
221,18
-29,92
203,56
Comércio varejista -271,59
679,53
-14,04
393,90
Comércio atacadista 34,83
7,14
-1,16
40,81
Crédito, seguros. -106,25
5,47
-1,00
-101,79
Com e administração -12,29
263,45
-34,56
216,61
Transportes/comunic. 16,96
-101,25
36,36
-47,93
S. alojam., alimentação -106,63
-1,54
0,33
-107,83
S. médicos, odontol. 217,94
61,92
4,35
284,21
Ensino 11,36
-182,77
102,51
-68,89
Administração pública -544,29
1095,13
3456,44
4007,28
Agricultura 177,98
-70,51
200,50
307,97
Outros/ignorado 3685,86
-5686,64
2901,75
900,97
Total 0,00
5528,31
0,00
5528,31
Fonte: resultados da pesquisa.
Parte desse resultado está associada ao comportamento dinâmico, no
estado, de alguns dos setores econômicos listados, com efeito estrutural positivo,
como é o caso de indústria de calçados, serviços de utilidade pública, construção
civil, comércio atacadista, transportes e comunicação, serviços médicos e
odontológicos, ensino, agricultura e outros. Ou seja, do total de setores
considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior ao
crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
37
Entretanto, deve-se ao predomínio do efeito competitivo a presença de
variação líquida total para a maior parte dos setores considerados. Observa-se
que o efeito competitivo foi positivo para a indústria extrativa mineral, de minerais
não metálicos, de material de transporte, papel e gráfica, têxtil e para os serviços
de utilidade pública, construção civil, comércio varejista, comércio atacadista,
crédito, seguros, comércio e administração, médicos e odontológicos e
administração pública. Esses resultados evidenciam que, no período, a região
ofereceu condições para que os setores mencionados exibissem um crescimento
superior ao observado no estado, para os mesmos setores, mostrando-se,
portanto, especialmente vantajosa para o desenvolvimento dessas atividades.
que se destacar ainda o efeito alocação que, com exceção dos
setores indústria extrativa mineral, indústria de material de transporte, construção
civil, comércio varejista, comércio atacadista, crédito e seguros, mostrou-se
positivo para todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 5. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na página 34, onde foram apresentados. Na figura 5,
pode-se observar que, a partir do setor número 10 (indústria química), todos os
demais apresentam variação líquida positiva, ou seja, apresentaram crescimento
superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos positivos superam os
negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à preponderância do efeito
competitivo e alocação, e, nos casos dos setores 17 (comércio atacadista), 22
(serviços médicos), 24 (administração pública) e 26 (outros), ao efeito
proporcional.
38
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
13 21 7 18 6 23 3 20 10 4 1 9 12 17 11 2 8 15 14 19 22 25 16 26 24
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 5 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Noroeste fluminense, 1987-1992.
Fonte: Dados da pesquisa
A análise da região Norte fluminense está representada pela Tabela 5
onde encontram-se os valores da variação quida total e a decomposição nos
efeitos proporcional, competitivo e alocação.
A região Norte fluminense, no período, apresenta um equilíbrio entre os
diferentes setores da economia. A variação líquida total mostrou-se negativa para
a metade dos setores da região, com exceção da extrativa mineral, de material
elétrico e comunicação, de material de transporte, indústria de calçados, serviço
de utilidade pública, construção civil, comércio atacadista, além dos serviços
transportes e comunicação, de alojamento e alimentação, médico e odontológico,
agricultura e outros. A constatação de variação líquida total positiva para esses
setores da economia indica dinâmica favorável de crescimento do emprego para
os mencionados setores na região.
A análise dos demais setores mostra uma taxa de crescimento do
emprego menor do que o teórico que utiliza o emprego no estado como
referência. Diante disso, pode-se constatar que setores como indústria minerais
não metálicos, indústria metalúrgica, indústria mecânica, indústria do mobiliário,
papel e gráfica, couro, têxtil, química, produtos alimentícios, comercio varejista,
créditos e seguros, comércio e administração, administração pública não foram
capazes de gerar efeitos positivos no emprego suficientes para que seu
desempenho pudesse apoiar a promoção da região na superação de sua
condição.
39
Tabela 5 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Norte fluminense, 1987-1992
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -572,54
1823,26
223,08
1473,80
I. minerais não metálicos -336,42
-343,73
49,88
-630,27
I. metalúrgica -36,41
-21,95
-51,46
-109,82
I. mecânica -254,77
17,32
4,63
-232,82
I. mat. elétrico/comunic. -3,34
-730,53
787,71
53,83
I. material de transporte -45,54
-317,67
405,77
42,56
I. madeira e mobiliário -145,29
-90,26
10,23
-225,33
I. papel e gráfica -97,53
-308,78
45,82
-360,48
I. borracha, fumo, couro -32,48
-22,02
27,58
-26,92
I. química -48,53
9,84
-18,94
-57,63
I. têxtil -322,42
-40,14
-12,90
-375,46
I. calçados 1,35
9,53
2,41
13,29
I. produtos alimentícios -709,42
-2775,32
623,69
-2861,04
Serviços utilidade pública 191,89
58,86
4,66
255,41
Construção civil 226,90
433,41
81,48
741,79
Comércio varejista -911,81
-568,41
28,70
-1451,52
Comércio atacadista 63,71
144,25
34,89
242,85
Crédito, seguros. -247,14
99,72
25,26
-122,15
Com e administração -53,85
-456,41
0,15
-510,11
Transportes/comunic. 165,31
262,90
12,44
440,65
S. alojam., alimentação -346,17
499,10
106,30
259,23
S. médicos, odontol. 450,03
-412,92
56,95
94,05
Ensino 51,11
131,18
132,69
314,98
Administração pública -1141,82
-1682,72
-34,53
-2859,07
Agricultura 1299,86
-185,61
-244,20
870,05
Outros/ignorado 8789,61
-11341,98
5540,45
2988,08
Total 0,00
-2032,05
0,00
-2032,05
Fonte: resultados da pesquisa.
O efeito estrutural positivo somente aparece para as atividades
econômicas da Indústria de calçados, serviços de utilidade pública, construção
civil, comércio atacadista, transportes e comunicação, serviços médicos e
odontológicos, ensino, agricultura e outros. Ou seja, do total de setores
considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior ao
crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
O efeito competitivo foi positivo para atividade extrativa mineral, indústria
mecânica, indústria química, de calçados, para os serviços de utilidade pública,
construção civil, comércio atacadista, crédito e seguros, transporte e
comunicação, alojamento e alimentação, ensino. Esses resultados foram
40
insuficientes para que, no período, a região oferecesse condições para que os
setores da economia exibissem um crescimento superior ao observado no estado.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação quida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na figura 6. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total. Na
figura 6, pode-se observar que, a partir do setor número 12 (indústria de
Calçados), todos os demais apresentam variação quida positiva, ou seja,
apresentaram crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos
positivos superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à
preponderância do efeito competitivo e alocação para os casos dos setores 1 (
extrativa mineral), 4 (indústria mecânica), 12 (indústria de calçados), 14 (serviços
utilidade pública), 17 (comércio atacadista), 23 (ensino), 20 (transporte e
comunicações), 15 (construção civil), 21 (alojamento e alimentação).
O emprego total da região Norte fluminense exibiu um crescimento menor
do que o observado no estado. A causa da variação líquida total negativa está
associada à intensa reorganização dos setores econômicos e a insuficiente
dinâmica promovida pelos setores que apresentaram valores positivo de oferta de
empregos.
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
13 24 16 2 19 11 8 4 7 18 3 10 9 12 6 5 22 17 14 21 23 20 15 25 1 26
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocação
Figura 6 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Norte fluminense, 1987-1992.
Fonte: Dados da pesquisa
41
A análise da região Centro fluminense está apresentada na Tabela 6 que
mostra os valores da variação líquida total e a decomposição nos efeitos
proporcional, competitivo e alocação.
Na região, considerando o período em questão, constata-se que a maior
parte dos setores da economia apresentou variação líquida total negativa, com
exceção da indústria de calçados, da indústria de produtos alimentícios, do
serviço de utilidade pública, da construção civil, do comércio varejista, do
comércio atacadista, do comércio e administração, além dos serviços médicos e
odontológicos, do ensino, da administração pública, da agricultura e de outros.
Diante disso, pode-se afirmar que a taxa de crescimento do emprego nesses
setores da região centro fluminense foi maior do que a observada para os
referidos setores no conjunto da economia do estado.
Os setores com variação líquida total negativa, contrariamente aos
citados acima, apresentaram menor oferta de emprego em relação ao
crescimento teórico, uma vez que sua taxa de crescimento foi inferior à taxa total
do emprego no estado.
Tabela 6 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Centro Fluminense, 1987-1992
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -32,67
8,28
-0,40
-24,79
I. minerais não metálicos -499,06
467,04
20,31
-11,72
I. metalúrgica -404,67
-890,18
243,87
-1050,99
I. mecânica -56,62
-44,24
99,12
-1,74
I. mat. elétrico/comunic. -46,28
23,09
9,54
-13,66
I. material de transporte -776,05
-342,60
102,71
-1015,93
I. madeira e mobiliário -82,64
27,90
2,81
-51,92
I. papel e gráfica -46,87
33,51
2,75
-10,60
I. borracha, fumo, couro -259,54
44,26
3,83
-211,44
I. química -329,13
-38,55
3,28
-364,40
I. têxtil -1700,34
885,16
-113,76
-928,94
I. calçados 0,88
13,67
5,84
20,40
I. produtos alimentícios -212,16
515,24
9,14
312,21
Serviços utilidade pública 63,90
86,27
-10,74
139,44
Construção civil 91,03
61,04
-2,33
149,74
Comércio varejista -642,05
756,66
27,09
141,70
Comércio atacadista 48,73
269,57
382,96
701,27
Crédito, seguros. -169,06
109,20
16,63
-43,23
Com e administração -18,69
288,39
179,19
448,89
42
Transportes/comunic. 76,28
-123,19
10,53
-36,38
S. alojam., alimentação -209,40
-5,72
-0,03
-215,14
S. médicos, odontol. 230,62
-193,37
43,11
80,36
Ensino 48,77
88,03
6,48
143,28
Administração pública -965,64
1926,15
2157,93
3118,44
Agricultura 614,95
2,50
48,84
666,28
Outros/ignorado 8338,01
-15261,65
8368,61
1444,97
Total 0,00
3386,09
0,00
3386,09
Fonte: resultados da pesquisa.
O baixo comportamento dinâmico dos setores econômicos da
mesorregião centro fluminense é explicado a partir contribuição do efeito
proporcional ou estrutural negativo, com exceção do setor de indústria de
calçados, serviços de utilidade pública, construção civil, comércio atacadista,
transportes e comunicação, serviços médicos e odontológicos, ensino, agricultura
e outros. Ou seja, do total de setores considerados, estes foram os que
apresentaram um crescimento superior ao crescimento observado para o total do
emprego no estado do Rio de Janeiro.
Quanto ao efeito competitivo identifica-se a presença de dinâmica
negativa para pequena parte dos setores econômicos analisados. Observa-se que
o efeito competitivo foi positivo para a indústria extrativa mineral, de minerais não
metálicos, de material elétrico e comunicações, madeira e mobiliário, papel e
gráfica, borracha fumo e couro, têxtil, calçados, produtos alimentícios e para os
serviços de utilidade pública, construção civil, comércio varejista, comércio
atacadista, crédito, seguros, comércio e administração, ensino, administração
pública e agricultura. Esses resultados evidenciam que, no período, a região
ofereceu condições para que os setores mencionados exibissem um crescimento
superior ao observado no estado, para os mesmos setores, mostrando-se,
portanto, especialmente vantajosa para o desenvolvimento dessas atividades.
Devemos destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores
indústria extrativa mineral, indústria têxtil, serviço de utilidade pública, construção
civil, alojamento e alimentação, mostrou-se positivo para todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação quida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 7. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na página 34, onde foram apresentados. Na figura 7,
43
pode-se observar que, a partir do setor número 12 (indústria calçados), todos os
demais apresentam variação líquida positiva, ou seja, apresentaram crescimento
superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos positivos superam os
negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à preponderância do efeito
competitivo e alocação, e, nos casos dos setores 12 (indústria de calçados), 17
(comércio atacadista), 19 (comercio e administração de imóveis), 26 (outros) e 24
(administração pública e autárquica), ao efeito proporcional.
O emprego total da região Norte fluminense exibe um crescimento maior
do que o observado no estado. Portanto, o efeito positivo da variação líquida total
está associado à intensa dinâmica promovida por parte dos setores que
apresentaram valores positivo de oferta de empregos.
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
3 6 11 10 21 9 7 18 20 1 5 2 8 4 12 22 14 16 23 15 13 19 25 17 26 24
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocação
Figura 7 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Centro fluminense, 1987-1992.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Baixadas fluminense está apresentada na Tabela 7, onde
encontram-se os valores da variação líquida total e sua decomposição nos efeitos
proporcional, competitivo e alocação.
A região, no período, mostra variação líquida total positiva para a maior
parte dos setores da região, com exceção da indústria de minerais não metálicos,
indústria mecânica, indústria da madeira e mobiliário, indústria borracha fumo e
couro, indústria química. Somente, esses setores, contrariamente aos demais,
apresentaram variação quida total negativa. Pode-se destacar que 20 (vinte) dos
26 (vinte e seis) subsetores analisados apresentaram taxa de crescimento do
44
emprego maior do que a observada para o conjunto da economia do estado.
Diante disso, constata-se maior dinamismo da região baixadas em relação ao
conjunto dos empregos criados pelo total no estado fluminense.
Tabela 7 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Baixadas, 1987-1992
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -133,72
166,81
-13,30
19,78
I. minerais não metálicos -97,45
30,41
-0,49
-67,53
I. metalúrgica -6,20
5,04
12,78
11,63
I. mecânica -13,77
-14,89
22,13
-6,53
I. mat. elétrico/comunic. -0,53
-395,11
418,93
23,29
I. material de transporte -7,21
-219,39
248,43
21,83
I. madeira e mobiliário -82,41
-80,76
22,15
-141,02
I. papel e gráfica -2,24
-50,52
112,56
59,79
I. borracha, fumo, couro -23,44
-10,09
29,53
-4,00
I. química -320,24
-183,95
41,79
-462,41
I. têxtil -21,69
-42,20
97,81
33,93
I. calçados 0,14
-43,74
72,47
28,87
I. produtos alimentícios -16,41
80,31
3,21
67,10
Serviços utilidade pública 46,78
156,45
40,25
243,48
Construção civil 51,45
226,50
-9,14
268,81
Comércio varejista -417,97
1007,39
27,11
616,54
Comércio atacadista 24,68
158,74
11,33
194,76
Crédito, seguros. -90,75
139,30
4,94
53,49
Com e administração -15,80
280,45
-20,54
244,11
Transportes/comunic. 22,54
172,42
-28,83
166,14
S. alojam., alimentação -162,40
597,58
-24,53
410,65
S. médicos, odontol. 124,75
-69,55
19,57
74,76
Ensino 28,81
82,17
-5,74
105,25
Administração pública -961,38
2583,46
771,89
2393,97
Agricultura 289,68
-72,90
-31,03
185,74
Outros/ignorado 8527,29
-10982,81
3905,99
1450,47
Total 0,00
5992,90
0,00
5992,90
Fonte: resultados da pesquisa.
O resultado está associado ao comportamento dinâmico de alguns dos
setores econômicos identificados a seguir, com efeito estrutural positivo, como é o
caso de indústria de calçados, serviços de utilidade pública, construção civil,
comércio atacadista, transportes e comunicação, serviços médicos e
odontológicos, ensino, agricultura e outros. Ou seja, do total de setores
considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior ao
crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
45
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para a indústria extrativa
mineral, de minerais não metálicos, metalúrgica, de produtos alimentícios, e para
os serviços de utilidade pública, construção civil, comércio varejista, comércio
atacadista, crédito, seguros, comércio e administração, médicos e odontológicos,
transporte e comunicação, alojamento e alimentação, ensino e administração
pública. Esses resultados evidenciam que, no período, a região ofereceu
condições para que os setores mencionados exibissem um crescimento superior
ao observado no estado, para os mesmos setores, mostrando-se, portanto,
especialmente vantajosa para o desenvolvimento dessas atividades.
O efeito alocação, para maior parte dos subsetores da região, mostrou-se
positivo, sendo o impulsionador da economia, com exceção do setor indústria
extrativa mineral, indústria de minerais não metálicos, indústria da madeira do
mobiliário, indústria do fumo borracha, indústria química.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 8. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na página 34, onde foram apresentados. Na figura 8,
pode-se observar que, a partir do setor número 9 (indústria borracha fumo e
couro), todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja,
apresentaram crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos
positivos superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à
preponderância do efeito competitivo e alocação dos setores 22 (serviços
médicos), 23 (ensino), 20 (transporte e comunicação), 25 (agricultura), 17
(comércio atacadista), 14 (serviço de utilidade pública), 15 (construção civil), e 26
(outros), e, nos casos dos setores, 5 (indústria material elétrico), 6 (indústria de
material de transporte), 24 (administração pública), 25 (agricultura) e 26 (outros)
ao efeito proporcional.
O emprego total da região baixadas fluminense exibe um crescimento
maior do que o observado no estado. Portanto, o efeito positivo da variação
líquida total está associado ao conjunto de relevantes contribuições promovidas
por parte dos setores analisados que apresentaram oferta de empregos gerando,
com isso, encadeamentos internos que combinados promoveram a economia da
região.
46
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
10 7 2 4 9 3 1 6 5 12 11 18 8 13 22 23 20 25 17 14 19 15 21 16 26 24
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 8 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Baixadas fluminense, 1987-1992.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Sul fluminense está apresentada na Tabela 8, onde se
encontram os valores da variação líquida total e os efeitos proporcional,
competitivo e alocação.
A região, no período, mostrou variação líquida total negativa para a maior
parte dos setores da região, com exceção da indústria metalúrgica, da indústria
material elétrico comunicação, da indústria da madeira e mobiliário, da indústria
de calçados, do serviço de utilidade pública, dos serviços médicos e
odontológicos, da administração pública, da agricultura e de outros.
Os 17 (dezessete) setores com variação líquida negativa forçaram a
economia da referida região para uma condição desfavorável em relação ao
estado do Rio de Janeiro. Dessa forma, pode-se inferir que a região Sul
fluminense apresenta taxa de crescimento de emprego menor do que o total do
estado. Em outras palavras, os setores não foram capazes de gerar elementos
internos favoráveis como forma de promover a economia da região.
O emprego total da região Sul fluminense exibiu um crescimento menor
do que o observado no estado, em razão dos valores negativos ocorridos nos
setores de extrativa mineral, indústria não metálicos, mecânica, material de
transporte, papel e gráfica, couro, química, têxtil, produtos alimentícios,
construção civil, comercio varejista e atacadista, créditos e seguros, comercio e
administração, comunicação e transporte, alojamento e alimentação, ensino.
47
Tabela 8 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Sul Fluminense, 1987-1992
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -26,70
-22,34
-15,46
-64,50
I. minerais não metálicos -6104,27
-1710,59
428,24
-7386,62
I. metalúrgica -1264,89
2730,77
689,12
2155,00
I. mecânica -579,93
-4,38
-0,60
-584,91
I. mat. elétrico/comunic. -6,16
-23235,10
23950,63
709,37
I. material de transporte -2392,65
-1315,23
406,46
-3301,41
I. madeira e mobiliário -51,08
-427,23
671,99
193,68
I. papel e gráfica -214,62
-255,20
9,24
-460,59
I. borracha, fumo, couro -390,30
63,83
302,64
-23,82
I. química -696,02
-57,98
-5,49
-759,50
I. têxtil -912,72
-169,57
-19,06
-1101,35
I. calçados 0,49
-80,65
130,15
49,99
I. produtos alimentícios -215,37
-1225,38
205,65
-1235,10
Serviços utilidade pública 314,36
42,19
4,95
361,50
Construção civil 672,33
-8519,45
2790,20
-5056,92
Comércio varejista -1488,37
508,00
61,10
-919,27
Comércio atacadista 98,74
-97,16
-12,53
-10,96
Crédito, seguros. -309,01
93,89
99,75
-115,37
Com e administração -110,53
-3017,09
369,71
-2757,92
Transportes/comunic. 205,79
-1056,06
18,98
-831,29
S. alojam., alimentação -865,23
-575,44
-40,19
-1480,86
S. médicos, odontol. 713,38
487,20
749,53
1950,11
Ensino 72,16
-140,67
-10,23
-78,74
Administração pública -2126,04
1920,12
2035,42
1829,50
Agricultura 1034,73
-575,95
-32,55
426,24
Outros/ignorado 16938,35
-14001,25
4738,46
7675,56
Total 0,00
-10818,19
0,00
-10818,19
Fonte: resultados da pesquisa.
O efeito proporcional ou estrutural de alguns dos setores econômicos da
mesorregião sul fluminense mostrou-se positivo, como é o caso de indústria de
calçados, serviços de utilidade pública, construção civil, comércio atacadista,
transportes e comunicação, serviços médicos e odontológicos, ensino, agricultura
e outros. Ou seja, do total de setores considerados, estes foram os que
apresentaram um crescimento superior ao crescimento observado para o total do
emprego no estado do Rio de Janeiro, o que evidencia um dinamismo para os
referidos setores.
A preponderância do efeito competitivo deve-se a 20 (vinte) subsetores
que apresentaram variação líquida total negativa, o que representa a maior parte
48
dos setores considerados. Observa-se que o efeito competitivo foi positivo
somente para a indústria metalúrgica, de borracha fumo e couro, e para os
serviços de utilidade pública, comércio varejista, crédito seguros, serviço médico
odontológico, administração pública. Esse resultado evidencia que, no período, a
região não ofereceu condições para que os demais setores exibissem um
crescimento superior ao observado no estado, para os mesmos setores,
mostrando-se, portanto, em desvantagem competitiva para o desenvolvimento de
grande parte das atividades.
Devemos destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores
extrativa mineral, indústria mecânica, indústria química, indústria têxtil, comercio
atacadista, serviço de alojamento e alimentação, ensino, agricultura, mostrou-se
positivo para todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação quida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 9. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na página 34, onde foram apresentados. Na figura 9,
pode-se observar que, a partir do setor número 12 (indústria calçados), todos os
demais apresentam variação líquida positiva, ou seja, apresentaram crescimento
superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos positivos superam os
negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à preponderância do efeito
competitivo e alocação, e, nos casos dos setores 3 (indústria metalúrgica), 9
(indústria borracha fumo e couro), 14 (serviço de utilidade pública), 16 (comercio
varejista), 21 (créditos e seguros), 22 (serviço médicos e odontológicos) e 24
(administração pública e autárquica) e 26 (outros) somente para o efeito
alocação.
A região Sul fluminense mostrou variação líquida total negativa. Dessa
forma, a região apresentou menor oportunidade de emprego do que o total do
emprego no estado do Rio de Janeiro.
49
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
2 15 6 19 21 13 11 16 20 10 4 8 18 23 1 9 17 12 7 14 25 5 24 22 3 26
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 9 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Sul fluminense, 1987-1992.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Metropolitana fluminense está apresentada na Tabela 9 onde
estão dispostos os valores da variação líquida total e a decomposição nos efeitos
proporcional, competitivo e alocação.
A região, no período, mostrou variação líquida total negativa para 18
(dezoito) setores da região, com exceção da indústria produtos alimentícios, do
serviço de utilidade pública, construção civil, comércio atacadista, transportes e
comunicações, dos serviços médicos e odontológicos, da agricultura e de outros.
A variação líquida negativa exibida pela maioria dos setores mostra que o
crescimento na região metropolitana foi menor do que o crescimento teórico, que
seria obtido caso crescessem à taxa do estado como um todo. Pode-se inferir que
a referida região não apresenta, no período em análise, elementos suficientes
para a ascensão de sua economia interna, portanto, a contribuição do emprego
nos setores foi inferior do que a observada para o conjunto da economia do
estado. Pode-se constatar que os setores ligados a indústria, comércio varejista,
créditos e seguros, comércio e administração, alojamento e alimentação,
administração pública historicamente promotores da economia apresentaram
variação líquida total negativa o que foi decisivo para a situação de
desaquecimento da economia.
50
Tabela 9 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Metropolitana, 1987-1992
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -645,55
-2397,85
202,54
-2840,86
I. minerais não metálicos -5441,41
515,33
310,15
-4615,94
I. metalúrgica -4530,03
-2765,18
71,01
-7224,20
I. mecânica -11278,11
-98,39
2,55
-11373,95
I. mat. elétrico/comunic. -4476,41
-885,91
51,77
-5310,55
I. material de transporte -11156,09
874,87
99,17
-10182,04
I. madeira e mobiliário -4464,58
-98,86
1,57
-4561,87
I. papel e gráfica -3303,06
217,89
0,75
-3084,42
I. borracha, fumo, couro -14870,81
-483,67
17,70
-15336,77
I. química -13036,32
246,46
-0,79
-12790,65
I. têxtil -17744,10
-703,56
-0,86
-18448,52
I. calçados 62,43
-156,36
6,46
-87,46
I. produtos alimentícios -2483,62
2928,60
413,03
858,01
Serviços utilidade pública 8368,14
-527,61
3,32
7843,85
Construção civil 6297,14
4521,45
225,57
11044,16
Comércio varejista -24748,90
-2527,23
14,09
-27262,04
Comércio atacadista 2977,14
-912,26
14,22
2079,10
Crédito, seguros. -12510,92
-603,16
9,99
-13104,08
Com e administração -2924,84
2138,89
8,37
-777,59
Transportes/comunic. 4160,21
792,35
3,34
4955,90
S. alojam., alimentação -16420,66
-558,63
2,76
-16976,53
S. médicos, odontol. 10527,94
-765,20
18,42
9781,16
Ensino 3634,49
-204,63
0,97
3430,83
Administração pública -65840,54
-14718,07
488,79
-80069,82
Agricultura 3428,24
1448,59
-487,68
4389,15
Outros/ignorado 155789,01
24521,62
7297,46
187608,09
Total 0,00
-2057,05
0,00
-2057,05
Fonte: resultados da pesquisa.
O comportamento dinâmico de alguns dos setores econômicos da
mesorregião metropolitana fluminense é explicado a partir dos resultados, no
estado, do efeito proporcional ou estrutural positivo, como é o caso de indústria de
calçados, serviços de utilidade pública, construção civil, comércio atacadista,
transportes e comunicação, serviços médicos e odontológicos, ensino, agricultura
e outros. Ou seja, do total de setores considerados, estes foram os que
apresentaram um crescimento superior ao crescimento observado para o total do
emprego no estado do Rio de Janeiro.
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para um pequeno grupo
de setores, identificados a seguir, indústria metalúrgica, de material de transporte,
indústria de papel e gráfica, indústria química, indústria de produtos alimentícios,
51
construção civil, comércio e administração, transporte e comunicação, agricultura.
Os resultados desses setores foram insuficientes para promover a região e,
portanto, no período, essa não ofereceu condições para que grande parte dos
setores exibisse um crescimento superior ao observado no estado. Diante disso, a
região mostrou-se em desvantagem para o efeito competitivo quando a
comparamos com o conjunto dos setores do estado.
Devemos destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores,
indústria química, indústria têxtil, agricultura, mostrou-se positivo para todas as
demais atividades econômicas.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação quida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 10. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
10, pode-se observar que, a partir do setor número 13 (indústria alimentos), todos
os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja, apresentaram
crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos positivos
superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à preponderância
do efeito proporcional, e, nos casos dos setores 25 (agricultura), 20 (transporte e
comunicação), 15 (construção civil), somente para o efeito competitivo.
O emprego total da região Metropolitana fluminense exibiu um
crescimento menor do que o observado no estado, em razão dos valores
negativos exibidos nos setores internos de sua economia. Ainda podemos inferir
que a economia metropolitana não foi capaz de produzir efeitos suficientes para
sustentar sua posição histórica de catalizadora dos empregos no estado
fluminense. Diante disso, verificamos a tendência de perda de centralidade da
região como polarizadora do emprego.
52
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
24 16 11 21 9 18 10 4 6 3 5 2 7 8 1 19 12 13 17 23 25 20 14 22 15 26
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 10 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Metropolitana fluminense, 1987-1992.
Fonte: Dados da pesquisa
A decomposição do efeito alocação nos componentes especialização e
vantagem competitiva permitiu classificar os diversos setores, conforme
definições apresentadas no Quadro 1.
No Quadro 2, que apresenta a classificação resultante, pode-se constatar
que houve alta variabilidade em relação a vantagem competitiva ou desvantagem
competitiva, especializada ou não especializada, do efeito alocação entre as
mesorregiões fluminense.
A mesorregião noroeste fluminense apresentou, no período de 1987 a
1992, vantagem competitiva especializada para 11 (onze) subsetores da
produção, e, vantagem competitiva não especializada para 8 (oito) subsetores da
economia. Isto coloca a região noroeste em posição favorável para o avanço dos
sistemas produtivos apontados.
A mesorregião norte fluminense apresentou, no período de 1987 1992,
vantagem competitiva especializada para 13 (treze) subsetores da economia, e,
desvantagem competitiva especializada para 5 (cinco) subsetores e desvantagem
não especializada para 8 (oito) subsetores. A resposta ao efeito alocação de 50 %
dos setores com vantagem competitiva especializada mostra que a região cresce
nos referidos setores mais do que o estado.
A mesorregião centro fluminense apresentou, no período de 1987 – 1992,
vantagem competitiva especializada para 15 (quinze) setores da economia, e,
53
vantagem competitiva não especializada para 4 (quatro) setores. Ainda,
desvantagem competitiva especializada para 1 (um) setor e desvantagem
competitiva não especializada para 6 (seis) subsetores. Diante disso, pode-se
constatar que a região centro fluminense possui 58% dos setores da economia
apresentaram maior vantagem competitiva especializada do que o estado.
A mesorregião baixadas fluminense apresentou, no período de 1987
1992, vantagem competitiva especializada para 14 (quatorze) setores da
economia, e, vantagem competitiva não especializada para 7 (sete) setores.
Ainda, desvantagem competitiva especializada para 1 (um) setor e desvantagem
competitiva não especializada para 4 (quatro) subsetores. Diante disso, pode-se
constatar que a região baixadas fluminense mostra que 54% dos setores da
economia apresentaram maior vantagem competitiva especializada do que o
estado.
Quadro 2 Classificação das atividades econômicas, por região, com base nos
componentes do efeito alocação, período 1987 a 1992.
Vantagem competitiva Desvantagem competitiva
Especializada Não especializada Especializada o especializada
Região Noroeste Fluminense
I. minerais não metálicos I. mat. elétrico/comunic. I. metalúrgica
I. mecânica I. extrativa mineral I. madeira e mobiliário
I. papel e gráfica I. material de transporte I. produtos alimentícios
I. borracha, fumo, couro Construção civil Transportes/comunic.
I. química Comércio varejista S. alojam., alimentação
I. têxtil Comércio atacadista Ensino
I. calçados Crédito, seguros. Outros/ignorado
Serviços utilidade pública Com e administração
S. médicos, odontol.
Administração pública
Agricultura
Região Norte Fluminense
I. extrativa mineral I. metalúrgica I. minerais não metálicos
I. mecânica I. química I. madeira e mobiliário
I. mat. elétrico/comunic. I. têxtil I. papel e gráfica
I. material de transporte Administração pública I. produtos alimentícios
I. borracha, fumo, couro Agricultura Comércio varejista
I. calçados Com e administração
Serviços utilidade pública S. médicos, odontol.
Construção civil Outros/ignorado
Comércio atacadista
Crédito, seguros.
Transportes/comunic.
S. alojam., alimentação.
Ensino
Região Centro Fluminense
I. minerais não metálicos I. extrativa mineral S. alojam., alimentação I. metalúrgica
I. mecânica I. têxtil I. material de transporte
I. mat. elétrico/comunic. Serviços utilidade pública I. química
I. madeira e mobiliário Construção civil Transportes/comunic.
I. papel e gráfica S. médicos, odontol.
I. borracha, fumo, couro Outros/ignorado
54
I. calçados
I. produtos alimentícios
Comércio varejista
Comércio atacadista
Crédito, seguros.
Com e administração
Ensino
Administração pública
Agricultura
Região Baixadas Fluminense
I. metalúrgica I. Extrativa mineral Agricultura I. madeira e mobiliário
I. mecânica I. minerais não metálicos I. química
I. mat. elétrico/comunic. Construção civil S. médicos, odontol.
I. material de transporte Com e administração Outros/ignorado
I. papel e gráfica Transportes/comunic.
I. borracha, fumo, couro S. alojam., alimentação
I. têxtil Ensino
I. calçados
I. produtos alimentícios
Serviços utilidade pública
Comércio varejista
Comércio atacadista
Crédito, seguros.
Administração pública
Região Sul Fluminense
I. metalúrgica I. extrativa mineral I. minerais não metálicos
I. mat. elétrico/comunic. I. mecânica I. material de transporte
I. madeira e mobiliário I. química I. papel e gráfica
I. borracha, fumo, couro I. têxtil I. produtos alimentícios
I. calçados Comércio atacadista Construção civil
Serviços utilidade pública S. alojam., alimentação Com e administração
Comércio varejista Ensino Transportes/comunic.
Crédito, seguros. Agricultura Outros/ignorado
S. médicos, odontol.
Administração pública
Região Metropolitana Fluminense
I. minerais não metálicos I. química I. têxtil I. extrativa mineral
I. material de transporte Agricultura I. metalúrgica
I. papel e gráfica I. mecânica
I. produtos alimentícios I. mat. elétrico/comunic.
Construção civil I. madeira e mobiliário
Com e administração I. borracha, fumo, couro
Transportes/comunic. I. calçados
Outros/ignorado Serviços utilidade pública
Comércio varejista
Comércio atacadista
Crédito, seguros.
S. alojam., alimentação
S. médicos, odontol.
Ensino
Administração pública
Fonte: Dados da pesquisa
A mesorregião sul fluminense apresentou, no período de 1987 1992,
vantagem competitiva especializada para 10 (dez) setores da economia, e, ainda,
desvantagem competitiva especializada para 8 (oito) setores e desvantagem
competitiva não especializada para 8 (oito) subsetores. Diante disso, pode-se
55
constatar que a região sul fluminense mostra que 38% dos setores da economia
apresentaram maior crescimento do que o estado.
A mesorregião metropolitana fluminense apresentou, no período de 1987
1992, vantagem competitiva especializada para 8 (oito) setores da economia, e,
e, vantagem competitiva não especializada para 2 (dois) setores. Ainda,
desvantagem competitiva especializada para 1 (um) setor e desvantagem
competitiva não especializada para 15 (quinze) subsetores. Diante disso, pode-se
constatar que a região metropolitana fluminense mostra que 31% dos setores da
economia apresentaram maior vantagem competitiva especializada do que o
estado.
4.1.2. Período 1992 a 1999
Nesta seção seexibida a análise das mesorregiões fluminenses para o
período de 1992 1999 por meio de tabelas e figuras onde serão visualizados os
setores da economia bem como os valores da variação quida total e sua
decomposição nos efeitos proporcional, competitivo e alocação e ainda os
comentários resultantes da aplicação metodológica deste segundo período.
A região Noroeste fluminense está apresentada na Tabela 10, nesse
período, a variação líquida total mostrou-se positiva para 20 (vinte) setores o que
evidencia a potencialidade da região. Identifica-se com variação líquida negativa o
setor de indústria de material elétrico comunicação, indústria de papel e gráfica,
indústria de calçados, serviços de utilidade pública, créditos, seguros e outros.
Esses setores cresceram menos do que o crescimento teórico, que seria obtido
caso crescessem à taxa do estado como um todo.
A região Noroeste fluminense apresenta taxa de crescimento do emprego
maior do que a do estado em suas atividades produtivas. Verifica-se que 77% dos
setores analisados dessa região exibiram crescimento maior do que o conjunto da
economia do estado. Embora, seja uma região com baixa contribuição no estoque
de empregos em relação ao total do estado, os setores econômicos exibiram um
desempenho positivo e setores como a agricultura, indústria de produtos
alimentícios, indústria da madeira e indústria de material de transporte são
promotores da economia interna da mesorregião.
56
Tabela 10 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Noroeste fluminense, 1992-1999
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -41,02
-796,91
1217,79
379,86
I. minerais não metálicos -264,78
124,00
451,25
310,48
I. metalúrgica -2,11
125,26
-0,11
123,04
I. mecânica -6,70
-358,71
463,21
97,80
I. mat. elétrico/comunic. -3,09
28,03
-29,97
-5,04
I. material de transporte -131,24
32,14
226,12
127,03
I. madeira e mobiliário -41,28
54,01
80,95
93,68
I. papel e gráfica -149,06
31,37
-5,57
-123,26
I. borracha, fumo, couro -25,96
-47,43
82,97
9,58
I. química -3,18
107,06
-81,05
22,84
I. têxtil -85,46
-144,89
671,50
441,15
I. calçados -39,65
-16,34
5,53
-50,46
I. produtos alimentícios -3,30
305,66
531,04
833,40
Serviços utilidade pública -108,53
11,40
-2,39
-99,52
Construção civil -43,15
256,69
180,17
393,71
Comércio varejista 1388,97
825,89
-56,11
2158,75
Comércio atacadista 55,74
-12,79
3,22
46,18
Crédito, seguros. -150,98
-23,98
5,88
-169,08
Com e administração 510,61
868,80
-436,62
942,79
Transportes/comunic. 87,56
80,72
-47,21
121,07
S. alojam., alimentação -305,14
466,43
-86,02
75,27
S. médicos, odontol. 1370,73
-277,09
-5,72
1087,92
Ensino 93,86
4658,50
-3860,82
891,54
Administração pública 901,48
337,85
-37,63
1201,69
Agricultura 446,58
-3630,10
4986,80
1803,27
Outros/ignorado -1917,14
-2,26
-0,76
-1920,16
Total 0,00
8793,51
0,00
8793,51
Fonte: resultados da pesquisa.
Parte desse resultado está associada ao comportamento dinâmico, no
estado, de alguns dos setores econômicos listados, com efeito estrutural positivo,
como é o caso de comércio varejista, comércio atacadista, comercio e
administração, transportes e comunicação, serviços médicos e odontológicos,
ensino, administração pública, agricultura. Ou seja, do total de setores
considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior ao
crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para a indústria de
minerais não metálicos, metalúrgica, materiais elétrico e comunicação, materiais
transporte, madeira e mobiliário, papel e gráfica, química, de produtos
57
alimentícios, e para os serviços de utilidade pública, construção civil, comércio
varejista, comércio e administração, transportes e comunicação, alojamento e
alimentação, ensino e administração pública. Esses resultados evidenciam que,
no período, os 16 (dezesseis) setores ofereceram, na região, condições para que
o emprego exibisse um crescimento superior ao observado no estado, para os
mesmos setores, o que é um fator impulsionador para o desenvolvimento dessas
atividades.
Podemos destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores,
indústria de metalúrgica, do material elétrico e comunicação, papel e gráfica,
indústria química, serviço de utilidade pública, comércio varejista, comércio e
administração, transportes e comunicação, alojamento, alimentação, médicos e
odontológicos, ensino, administração pública e outros, mostrou-se positivo para
todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 11. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
11, pode-se observar que, a partir do setor número 9 (indústria borracha fumo e
couro), todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja,
apresentaram crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos
positivos superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à
preponderância do efeito proporcional nos setores 17 (comercio atacadista), 20
(transporte e comunicação) 19 (comercio e administração de imóveis) 22
(serviços médicos), 24 (administração pública), 16 ( comércio varejista) e ao efeito
competitivo e alocação dos setores 7 (indústria da madeira e do mobiliário), 6 (
indústria do material de transporte), 2 ( indústria minerais não metálicos), 15
(construção civil) e 13 ( indústria de alimentos bebidas), e, nos casos dos setores,
4 (indústria mecânica), 1 (extrativa mineral), 11 (indústria têxtil, vestuário e
artefatos de tecidos), 25 (agricultura) para o efeito alocação.
A mesorregião Noroeste fluminense exibiu uma taxa de crescimento no
emprego maior do o estado. Portanto, pode-se inferir que investimentos nos
setores identificados com os efeitos competitivo e alocação positivos terão
vantagem econômica.
58
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
26 18 8 14 12 5 9 10 17 21 7 4 20 3 6 2 1 15 11 13 23 19 22 24 25 16
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 11 – Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Noroeste fluminense, 1992-1999.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Norte fluminense está apresentada na Tabela 11 onde
encontram-se os valores da variação líquida total e sua decomposição nos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, para o segundo dos três períodos
analisados.
A região, no período em questão, mostra variação líquida total positiva
para a maior parte dos setores da região, com exceção da indústria extrativa
mineral, de material elétrico comunicação, material de transporte, de papel e
gráfica, têxtil, de calçados, produtos alimentícios, serviços de utilidade pública,
créditos, seguros, alojamento e alimentação, e outros. Esses setores,
opostamente aos demais, apresentaram variação líquida total negativa, uma vez
que cresceram menos do que o crescimento teórico, que seria obtido caso
crescessem à taxa do estado como um todo.
A região Norte fluminense mostra que os 15 (quinze) setores que
apresentaram condições favoráveis de crescimento do emprego são fortes
encadeadores da economia, pois, o emprego total dessa região exibiu um
crescimento maior do que o observado no estado, em razão do crescimento
ocorrido nestes setores.
59
Tabela 11 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Norte fluminense, 1992-1999
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -2574,58
-2174,51
691,69
-4057,40
I. minerais não metálicos -337,80
-3672,55
5604,58
1594,23
I. metalúrgica -1,32
-4099,76
5073,86
972,77
I. mecânica -107,46
99,93
28,40
20,87
I. mat. elétrico/comunic. -43,93
-0,70
1,03
-43,60
I. material de transporte -85,42
-3,04
18,17
-70,28
I. madeira e mobiliário -93,41
91,25
17,16
15,00
I. papel e gráfica -187,28
-524,75
190,42
-521,61
I. borracha, fumo, couro -39,97
-837,09
992,42
115,35
I. química -33,25
74,87
3,70
45,31
I. têxtil -256,38
88,30
-0,48
-168,56
I. calçados -66,82
10,71
2,33
-53,77
I. produtos alimentícios -29,07
-7622,15
2784,36
-4866,85
Serviços utilidade pública -243,74
-484,26
149,84
-578,16
Construção civil -459,93
622,06
-15,15
146,98
Comércio varejista 3505,40
2777,39
532,91
6815,70
Comércio atacadista 115,63
590,20
467,09
1172,92
Crédito, seguros. -375,35
-309,08
70,32
-614,11
Com e administração 1551,13
2796,92
-640,03
3708,02
Transportes/comunic. 990,10
-193,05
27,18
824,23
S. alojam., alimentação -1079,68
375,65
-50,69
-754,72
S. médicos, odontol. 2120,89
668,39
196,22
2985,50
Ensino 1508,77
1344,78
-501,92
2351,63
Administração pública 647,18
2808,90
4821,17
8277,24
Agricultura 1858,53
-1076,82
2706,78
3488,49
Outros/ignorado -5417,13
-5,35
-2,19
-5424,67
Total 0,00
15380,48
0,00
15380,48
Fonte: resultados da pesquisa
Parte desse resultado está associada ao comportamento dinâmico, no
estado, de alguns dos setores econômicos listados, com efeito estrutural positivo,
como é o caso de comércio varejista, comércio atacadista, comercio e
administração, transportes e comunicação, serviços médicos e odontológicos,
ensino, administração pública, agricultura. Ou seja, do total de setores
considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior ao
crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para a indústria
mecânica, madeira e mobiliário, química, têxtil, calçados, construção civil,
comércio varejista, comércio e administração, para os serviços de alojamento e
alimentação, médicos e odontológicos, ensino e administração pública. Esses
60
resultados evidenciam que, no período, a região ofereceu condições para que os
setores mencionados exibissem um crescimento superior ao observado no
estado, para os mesmos setores, mostrando-se, portanto, notadamente vantajosa
para o desenvolvimento dessas atividades.
O efeito alocação apresenta 20 (vinte) setores com valores positivos, com
exceção dos setores, indústria têxtil, construção civil, comércio e administração,
alojamento, alimentação
,
ensino, e outros
,
mostrou-se positivo para todos os
demais. Diante disso, podemos inferir que a região produziu os efeitos de
vantagem de alocação para a maior parte dos setores considerados.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 12. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
12, pode-se observar que, a partir do setor número 7 (indústria da madeira e
mobiliário), todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja,
apresentaram crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos
positivos superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à
preponderância do efeito proporcional nos setores 20 (transporte e comunicação),
17 (comercio atacadista), 23 (ensino), 22 (serviços médicos), 25 (agricultura),19
(comercio e administração de imóveis), 16 (comércio varejista) e ao efeito
competitivo e alocação dos setores 7 (indústria da madeira e do mobiliário), 4
(indústria mecânica), 10 (indústria química), 17 (comercio atacadista), 22
(serviços dicos), 24 (administração pública, e, nos casos dos setores, 9
(industria da borracha, fumo, couro), 3 (indústria metalúrgica), 2 (indústria de
minerais não metálicos) para o efeito alocação.
A mesorregião Norte fluminense exibiu uma taxa de crescimento no
emprego maior do o estado. Portanto, pode-se esperar que investimentos nos
setores identificados com os efeitos competitivo e alocação positivos terão
vantagem econômica.
61
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
26 13 1 21 18 14 8 11 6 12 5 7 4 10 9 15 20 3 17 2 23 22 25 19 16 24
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocação
Figura 12 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Norte fluminense, 1992-1999.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Centro fluminense está apresentada na Tabela 12 onde estão
dispostos os valores da variação quida total e sua decomposição nos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, referente ao segundo dos três períodos
analisados.
A região, nesse período, mostrou variação líquida total positiva para 19
(dezenove) dos setores econômicos, com exceção da indústria extrativa mineral,
minerais o metálicos, metalúrgica, de material elétrico comunicação, borracha
fumo e couro, de calçados, produtos alimentícios, para os serviços de créditos,
seguros, e outros.
Os setores com variação líquida total positiva mostram que são capazes
de promover efeitos de empregabilidade superior a taxa do estado, o que os
coloca em condições favoráveis em relação possibilidade de encadeamentos
produtivos regionais. Identifica-se que a indústria de transporte, indústria do
mobiliário, têxtil, construção civil, comércio varejista e atacadista e outras têm
contribuído de forma relevante para a posição destacada ocupada pela região em
discussão. Neste sentido, a taxa de crescimento do emprego nesses setores, na
região Centro fluminense, foi maior do que a observada para o conjunto da
economia do estado.
62
Tabela 12 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Centro Fluminense, 1992-1999
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -113,56
36,28
-5,87
-83,15
I. minerais não metálicos -959,75
409,09
-66,74
-617,40
I. metalúrgica -16,25
-731,10
229,23
-518,12
I. mecânica -38,44
50,16
54,16
65,88
I. mat. elétrico/comunic. -138,59
-91,01
11,70
-217,90
I. material de transporte -470,64
338,06
424,51
291,94
I. madeira e mobiliário -73,30
92,08
167,87
186,65
I. papel e gráfica -129,10
146,00
-11,46
5,44
I. borracha, fumo, couro -321,35
178,51
60,59
-82,25
I. química -229,94
322,61
-31,35
61,32
I. têxtil -1619,39
2512,68
1426,66
2319,95
I. calçados -52,13
-22,00
4,53
-69,60
I. produtos alimentícios -12,49
-1198,14
313,03
-897,60
Serviços utilidade pública -92,24
136,50
428,90
473,15
Construção civil -168,03
854,88
329,36
1016,21
Comércio varejista 2954,07
2323,09
-204,24
5072,91
Comércio atacadista 130,34
627,77
60,27
818,38
Crédito, seguros. -265,28
-312,31
107,91
-469,68
Com e administração 832,98
3131,72
-1930,72
2033,97
Transportes/comunic. 420,75
1497,99
-273,45
1645,30
S. alojam., alimentação -598,73
2051,62
0,33
1453,22
S. médicos, odontol. 1133,15
1274,37
-622,20
1785,32
Ensino 1166,34
1551,96
-878,00
1840,30
Administração pública 1158,65
5125,98
1181,30
7465,92
Agricultura 1138,31
-299,68
1131,87
1970,50
Outros/ignorado -3739,63
-3,13
-2,76
-3745,53
Total 0,00
21805,13
0,00
21805,13
Fonte: resultados da pesquisa.
Parte desse resultado está associada ao comportamento dinâmico, no
estado, de alguns dos setores econômicos listados, com efeito estrutural positivo,
como é o caso de comércio varejista, comércio atacadista, comercio e
administração, transportes e comunicação, serviços médicos e odontológicos,
ensino, administração pública, agricultura. Ou seja, do total de setores
considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior ao
crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para 19 (dezenove)
setores, exceto para as indústrias metalúrgicas, material elétrico e comunicação,
calçados, produtos alimentícios, créditos e seguros, agricultura e outros. Esses
63
não foram capazes de, no período, oferecer condições favoráveis de avanços que
gerasse crescimento do emprego para a região em relação ao observado no
estado. Diante disso, os setores com variação positiva, para o efeito em
discussão, mostraram-se especialmente vantajosos para o desenvolvimento de
atividades produtivas, permitindo a região exibir uma variação total do emprego
acima da taxa do conjunto do estado.
Pode-se destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores de
indústria extrativa mineral, minerais não metálicos, metalurgia, material elétrico e
comunicação, borracha fumo e couro, calçados, produtos alimentícios, e para os
serviços de créditos e seguros, e outros
,
mostrou-se positivo para todos os
demais setores. Essa condição, de 62% dos setores considerados apresentando
efeito alocação positivo contribuiu para que a região centro fluminense exibisse
condições favoráveis de avanços de sua economia.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 13. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
13, pode-se observar que, a partir do setor número 8 (indústria do papel editorial e
gráfica), todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja,
apresentaram crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos
positivos superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à
preponderância do efeito proporcional nos setores 20 (transporte e comunicação),
22 (serviços médicos), 23 (ensino), 25 (agricultura), 16 (comércio varejista), e ao
efeito competitivo e alocação dos setores 4 (indústria mecânica), 7 (indústria da
madeira e do mobiliário), 6 (indústria metalúrgica), 14 (serviço de utilidade
pública), 17 (comércio atacadista), 15 (construção civil ), 11(indústria têxtil), 24
(administração pública) e 14 (serviço de utilidade pública) para o efeito alocação.
64
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
26 13 2 3 18 5 1 9 12 8 10 4 7 6 14 17 15 21 20 22 23 25 19 11 16 24
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocação
Figura 13 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Centro fluminense, 1992-1999.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Baixadas fluminense está exibida na Tabela 13 onde encontram-
se os valores da variação líquida total e a decomposição nos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para o segundo dos três períodos analisados.
Nesse período, na região, a variação líquida total mostrou-se positiva
para 18 (dezoito) dos setores da região, com exceção da indústria extrativa
mineral, mecânica, de material elétrico comunicação, papel e gráfica, química,
calçados, para os serviços de créditos, seguros, e outros.
Considerando que a maioria dos setores exibiu variação líquida positiva
pode-se inferir que esses apresentaram crescimento maior que o teórico, isto
significa que a região obteve crescimento acima da taxa do estado. Diante disso,
a região Baixadas fluminense promoveu condições favoráveis em função de seus
diversos encadeamentos para que os setores econômicos exibissem um
crescimento na contribuição do emprego maior do que a observada para o
conjunto da economia do estado.
65
Tabela 13 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Baixadas, 1992-1999
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -502,00
114,81
-22,74
-409,92
I. minerais não metálicos -154,99
100,36
85,98
31,35
I. metalúrgica -0,50
301,24
-221,20
79,53
I. mecânica -7,57
-13,83
7,18
-14,22
I. mat. elétrico/comunic. -16,09
18,55
-28,68
-26,22
I. material de transporte -22,06
-239,96
324,69
62,67
I. madeira e mobiliário -49,48
81,69
15,20
47,41
I. papel e gráfica -20,68
15,65
-7,70
-12,73
I. borracha, fumo, couro -36,86
-27,62
66,88
2,40
I. química -205,71
-390,35
134,61
-461,45
I. têxtil -32,30
115,00
-35,78
46,92
I. calçados -27,17
-9,52
1,38
-35,31
I. produtos alimentícios -1,11
261,56
279,66
540,11
Serviços utilidade pública -96,32
5,04
690,26
598,98
Construção civil -115,51
614,93
385,79
885,21
Comércio varejista 2141,89
2279,63
702,91
5124,43
Comércio atacadista 52,98
366,83
-63,34
356,46
Crédito, seguros. -158,58
-83,73
29,93
-212,38
Com e administração 640,50
2955,16
-770,22
2825,45
Transportes/comunic. 151,00
832,89
-427,40
556,49
S. alojam., alimentação -548,75
2002,34
371,54
1825,12
S. médicos, odontol. 658,01
247,68
-165,57
740,12
Ensino 724,84
1204,01
-654,39
1274,46
Administração pública 1075,06
3520,40
477,89
5073,35
Agricultura 405,89
-961,97
1744,69
1188,61
Outros/ignorado -3797,03
-2,26
0,28
-3799,01
Total 0,00
16287,83
0,00
16287,83
Fonte: resultados da pesquisa.
Parte desse resultado está associada ao comportamento dinâmico, no
estado, de alguns dos setores econômicos listados, com efeito estrutural positivo,
como é o caso de comércio varejista, comércio atacadista, comercio e
administração, transportes e comunicação, serviços médicos e odontológicos,
ensino, administração pública, agricultura. Ou seja, do total de setores
considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior ao
crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
A presença de variação líquida total positiva para a maior parte dos
setores considerados está associada a preponderância do efeito competitivo
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para 18 (dezoito) dos setores,
66
exceto para as indústrias mecânica, material de transporte, borracha, fumo e
couros, química, calçados, créditos e seguros, agricultura e outros.
O efeito competitivo positivo para a maior parte dos setores ajuda a
explicar o comportamento dinâmico da região. Os resultados evidenciam que, no
período, a região ofereceu condições para que os setores ativos exibissem um
crescimento superior ao observado no estado, para os mesmos setores,
mostrando-se, portanto, especialmente vantajosa para o desenvolvimento das
atividades.
O efeito alocação apresenta 16 (dezesseis) subsetores com indicação
positiva, com exceção dos setores, indústria extrativa mineral, metalurgia, material
elétrico e comunicação, papel e gráfica, têxtil, e para o comércio atacadista,
comércio e administração, transporte e comunicação, os serviços de médicos e
odontológicos e ensino. Verfica-se que essa condição contribui para que a taxa de
emprego crescesse a razões superiores a do estado.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 14. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
14, pode-se observar que, a partir do setor número 8 (indústria do papel editorial e
gráfica), todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja,
apresentaram crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos
positivos superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à
preponderância do efeito proporcional nos setores 22 (serviços médicos), 23
(ensino), 25 (agricultura), 16 (comércio varejista), e ao efeito competitivo e
alocação dos setores 2 ( industria de minerais o metálicos), 7 (indústria da
madeira e do mobiliário), 13 (indústria de alimentos e bebidas), 15 (construção
civil), 21 (serviço de alojamento e alimentação), e 14 (serviço de utilidade pública)
e 25 (agricultura) para o efeito alocação.
67
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
26 10 1 18 12 5 4 8 9 2 11 7 6 3 17 13 20 14 22 15 25 23 21 19 24 16
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 14 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Baixadas, 1992-1999.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Sul fluminense está exposta na Tabela 14 onde exibem-se os
valores da variação líquida total e a sua decomposição nos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, referente ao segundo dos três períodos analisados.
Na região, considerando o período, a variação quida total mostrou-se
positiva para a maior parte dos setores da região, com exceção da indústria
minerais não metálicos, de material elétrico comunicação, material de transporte,
papel e gráfica, borracha, fumo e couro, química, têxtil, calçados, para os serviços
de créditos, seguros, alojamento e alimentação, e outros.
Pode-se constatar que 15 (quinze) setores obtiveram variação líquida
positiva e isto indica que crescem mais que o crescimento teórico, tomando como
referencia o crescimento do emprego nos setores em todo estado.
A região Sul fluminense, embora tenha uma expressiva contribuição nos
postos de trabalho do estado do Rio de Janeiro, sofre, notadamente, influência
direta da região metropolitana, por essa razão a dificuldade de encadeamentos
dos setores econômicos desta região como o da indústria de minerais não
metálicos que exibiu valores negativos em todos os efeitos considerados.
Apesar disso, o emprego total dessa região exibiu um crescimento maior
do que o observado no estado, em razão do crescimento ocorrido nos demais
setores.
68
Tabela 14 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Sul Fluminense, 1992-1999
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -79,28
-23,30
205,38
102,80
I. minerais não metálicos -8140,99
-11137,87
4994,74
-14284,12
I. metalúrgica -100,45
2644,00
1461,01
4004,56
I. mecânica -228,61
214,04
239,91
225,34
I. mat. elétrico/comunic. -458,47
-199,64
19,82
-638,29
I. material de transporte -1355,35
-478,45
153,46
-1680,34
I. madeira e mobiliário -105,05
-3048,69
4343,37
1189,63
I. papel e gráfica -492,13
-156,60
19,36
-629,38
I. borracha, fumo, couro -635,96
-378,09
40,64
-973,40
I. química -488,13
-1734,17
558,50
-1663,80
I. têxtil -715,97
-326,85
37,92
-1004,90
I. calçados -57,27
-2,10
-12,29
-71,66
I. produtos alimentícios -7,63
715,42
365,29
1073,08
Serviços utilidade pública -387,70
435,54
192,00
239,84
Construção civil -553,92
-1065,04
7284,78
5665,83
Comércio varejista 6327,16
3186,19
530,94
10044,30
Comércio atacadista 147,73
442,00
-6,16
583,57
Crédito, seguros. -477,20
13,12
0,88
-463,21
Com e administração 2378,46
3410,31
3725,33
9514,10
Transportes/comunic. 1024,61
292,30
-40,63
1276,28
S. alojam., alimentação -2387,48
-1553,07
210,86
-3729,69
S. médicos, odontol. 5955,18
-5193,78
1617,49
2378,89
Ensino 1220,23
2393,49
1295,32
4909,04
Administração pública 1994,86
4624,81
524,96
7144,63
Agricultura 1208,50
1,95
704,47
1914,91
Outros/ignorado -12369,79
-15,35
-1,15
-12386,29
Total 0,00
12741,71
0,00
12741,71
Fonte: resultados da pesquisa.
Parte desse resultado está associada ao comportamento dinâmico, no
estado, de alguns dos setores econômicos listados, com efeito estrutural positivo,
como é o caso de comércio varejista, comércio atacadista, comercio e
administração, transportes e comunicação, serviços médicos e odontológicos,
ensino, administração pública, agricultura. Ou seja, do total de setores
considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior ao
crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para parte dos setores,
exceto para a indústria extrativa mineral, minerais não metálico, material elétrico
comunicação, material de transporte, madeira e mobiliário, papel e gráfica,
69
borracha, fumo e couros, química, têxtil, calçados, construção civil, alojamento e
alimentação, serviço médicos e odontológicos, e outros. Esses resultados
evidenciam que, no período, a região ofereceu condições para que os demais
setores exibissem um crescimento superior ao observado no estado, para os
mesmos setores, mostrando-se, portanto, especialmente vantajosa para o
desenvolvimento das atividades.
Atribui-se ao efeito alocação a preponderância da presença de variação
líquida total positiva para a maior parte dos setores considerados. Pode-se
destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores, indústria de calçados,
para o comércio atacadista, transporte e comunicação, e outros
,
mostrou-se
positivo para todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 15. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
15, pode-se observar que, a partir do setor número 1 (indústria extrativa mineral),
todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja, apresentaram
crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos positivos
superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à preponderância
do efeito proporcional nos setores 20 (transporte e comunicação), 25 (agricultura),
22 (serviços médicos), 23 (ensino), 19 (comércio e administração de imóveis), 16
(comércio varejista), e ao efeito competitivo e alocação dos setores 4 ( industria
mecânica), 14 (serviço de utilidade pública), 13 (indústria de alimentos e bebidas),
3 (indústria metalúrgica), 19 (comercio e administração de imóveis), e 7 (indústria
da madeira e do mobiliário) e 25 (agricultura) para o efeito alocação.
A região Sul fluminense exibiu uma taxa de crescimento no emprego
maior do que o conjunto dos setores no estado. Portanto, pode-se esperar que
investimentos nos setores identificados com os efeitos competitivo e alocação
positivos terão vantagem econômica.
70
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
2 26 21 6 10 11 9 5 8 18 12 1 4 14 17 13 7 20 25 22 3 23 15 24 19 16
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 15 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Sul fluminense, 1992-1999.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Metropolitana fluminense apresentada na Tabela 15 exibe os
valores da variação quida total e sua decomposição nos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, referente ao segundo dos três períodos analisados.
Nesse período, a variação líquida total mostrou-se negativa, na região,
para a maior parte dos setores, com exceção da indústria produtos alimentícios,
comércio atacadista, comercio varejista, comercio e administração, transportes e
comunicações, dos serviços médicos e odontológicos, ensino, administração
pública, da agricultura. Esses setores apresentaram comportamento inverso, pois
exibiram variação líquida total positiva, uma vez que cresceram mais do que o
crescimento teórico, que seria obtido caso crescessem à taxa do estado como um
todo.
A região Metropolitana é concentradora do emprego, entretanto, mostrou
que 17 (dezessete) setores apresentaram variação quida total negativa. Diante
disso, pode-se inferir que a taxa de crescimento do emprego nesses setores foi
menor do que a observada para o conjunto da economia do estado. Além disso,
esse resultado é indicador do fraco encadeamento desses setores na região
considerada.
71
Tabela 15 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Metropolitana, 1992-1999
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral -1524,67
191,72
565,66
-767,29
I. minerais não metálicos -8234,88
1014,15
2093,01
-5127,73
I. metalúrgica -223,38
-5506,69
724,27
-5005,80
I. mecânica -4446,15
-817,28
32,83
-5230,61
I. mat. elétrico/comunic. -10936,96
274,87
-3,98
-10666,07
I. material de transporte -9267,37
-789,19
-6,52
-10063,08
I. madeira e mobiliário -3495,25
-2137,25
242,37
-5390,14
I. papel e gráfica -8536,72
294,78
8,50
-8233,44
I. borracha, fumo, couro -16739,97
-134,79
3,02
-16871,74
I. química -9382,19
994,37
41,20
-8346,62
I. têxtil -14672,68
-4517,40
173,34
-19016,74
I. calçados -2576,56
38,10
-0,33
-2538,79
I. produtos alimentícios -137,13
2885,69
378,58
3127,13
Serviços utilidade pública -9958,34
-1585,77
22,95
-11521,17
Construção civil -11700,39
-10051,16
602,70
-21148,86
Comércio varejista 100211,26
-13102,86
204,25
87312,65
Comércio atacadista 4650,26
-2491,36
16,28
2175,18
Crédito, seguros. -17542,28
490,84
10,22
-17041,22
Com e administração 96915,40
-12934,88
-175,77
83804,75
Transportes/comunic. 23992,78
-1698,01
-51,34
22243,43
S. alojam., alimentação -46936,58
-3746,48
-42,50
-50725,57
S. médicos, odontol. 60530,90
2088,74
171,47
62791,11
Ensino 74320,96
-6261,37
-291,56
67768,02
Administração pública 46680,75
-23808,83
423,21
23295,13
Agricultura 7032,30
-11637,71
6329,72
1724,31
Outros/ignorado -231590,50
35,56
-0,62
-231555,56
Total 0,00
-75008,67
0,00
-75008,67
Fonte: resultados da pesquisa.
O comportamento dinâmico de alguns dos setores econômicos da
mesorregião metropolitana fluminense é explicado a partir dos resultados, no
estado, do efeito proporcional ou estrutural positivo, como é o caso do comércio
varejista, comércio atacadista, comércio e administração, transportes e
comunicação, serviços médicos e odontológicos, ensino, administração pública e
agricultura. Ou seja, do total de setores considerados, estes foram os que
apresentaram um crescimento superior ao crescimento observado para o total do
emprego no estado do Rio de Janeiro.
Além disso, deve-se a preponderância do efeito competitivo a presença
de variação líquida total negativa para a maior parte dos setores considerados.
72
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo, somente para a indústria
extrativa mineral, mineral não metálico, material elétrico e comunicação, de papel
e gráfica, química, calçados, produtos alimentícios, e para os serviços de crédito e
seguros, serviço médico odontológico e outros. Esses resultados evidenciam que,
no período, a região apresenta desarticulação de seus encadeamentos produtivos
não oferecendo condições de competitividade em relação ao estado como um
todo, para os mesmos setores, mostrando-se, portanto, desvantajosa para o
desenvolvimento dessas atividades.
Devemos destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores
indústria material elétrico e comunicação, indústria material de transporte,
calçados, indústria têxtil, comércio e administração, transporte e comunicação,
serviço de alojamento e alimentação, ensino e outros, mostrou-se positivo para
todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação quida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 16. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
16, pode-se observar que, a partir do setor número 25 (agricultura), todos os
demais apresentam variação líquida positiva, ou seja, apresentaram crescimento
superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos positivos superam os
negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à preponderância do efeito
estrutural, e, nos casos dos setores 17 (comércio atacadista), 20 (transporte e
comunicação), 24 (administração pública e autárquica), 22 (serviço médicos e
odontológicos), 23 (ensino), 19 (comércio e administração de imóveis), 16
(comercio varejista), e, 1 (extrativa mineral) somente para o efeito alocação.
A região metropolitana exibiu uma taxa de crescimento no emprego
menor do que o conjunto dos setores no estado. Portanto, pode-se esperar que
investimentos nos setores identificados com os efeitos competitivo e alocação
negativa terão desvantagem econômica em relação as demais mesorregiões do
estado do Rio de Janeiro.
73
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
26 21 15 11 18 9 14 5 6 10 8 7 4 2 3 12 1 25 17 13 20 24 22 23 19 16
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 16 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Metropolitana, 1992-1999.
Fonte: Dados da pesquisa
No Quadro 3, que apresenta a classificação resultante, pode-se constatar
que houve alta variabilidade em relação a vantagem competitiva ou desvantagem
competitiva, especializada ou não especializada, do efeito alocação entre as
mesorregiões fluminense.
A mesorregião noroeste fluminense apresentou, no período de 1992 -
1999, vantagem competitiva especializada para 10 (dez) subsetores da produção,
e, vantagem competitiva o especializada para 10 (dez) subsetores da
economia. Ainda, desvantagem competitiva especializada para 3 (três) setores e
desvantagem competitiva não especializada para 3 (três) subsetores. Isto coloca
a região noroeste em posição favorável para o avanço dos sistemas produtivos
apontados.
A mesorregião norte fluminense apresentou, no período de 1992 - 1999,
vantagem competitiva especializada para 14 (quatorze) subsetores da economia,
e, desvantagem competitiva especializada para 5 (cinco) subsetores, e,
desvantagem competitiva especializada para 1 (um) setor, desvantagem não
especializada para 6 (seis) subsetores. A resposta ao efeito alocação de 54 %
dos setores com vantagem competitiva especializada mostra que a região cresce
nos referidos setores mais do que o estado.
A mesorregião centro fluminense apresentou, no período de 1992 - 1999,
vantagem competitiva especializada para 11 (onze) setores da economia, e,
74
vantagem competitiva não especializada para 9 (nove) setores. Ainda,
desvantagem competitiva especializada para 1 (um) setor e desvantagem
competitiva não especializada para 5 (cinco) subsetores. Diante disso, pode-se
constatar que a região centro fluminense possui 42% dos setores da economia
apresentaram maior vantagem competitiva especializada do que o estado.
A mesorregião baixadas fluminense apresentou, no período de 1992 -
1999, vantagem competitiva especializada para 11 (onze) setores da economia, e,
vantagem competitiva não especializada para 9 (nove) setores. Ainda,
desvantagem competitiva especializada para 1 (um) setor e desvantagem
competitiva não especializada para 5 (cinco) subsetores. Diante disso, pode-se
constatar que a região baixadas fluminense mostra que 42% dos setores da
economia apresentaram maior vantagem competitiva especializada do que o
estado.
Quadro 3 Classificação das atividades econômicas, por região, com base nos
componentes do efeito alocação, período 1992 a 1999
Vantagem competitiva Desvantagem competitiva
Especializada o especializada Especializada Não especializada
Região Noroeste fluminense
I. Extrativa mineral I. metalúrgica I. mat. elétrico/comunic. I. calçados
I. minerais não metálicos I. papel e gráfica S. médicos, odontol. Comércio atacadista
I. mecânica I. química Outros/ignorado Crédito, seguros.
I. material de transporte Serviços utilidade pública
I. madeira e mobiliário Comércio varejista
I. borracha, fumo, couro Com e administração
I. têxtil Transportes/comunic.
I. produtos alimentícios S. alojam., alimentação
Construção civil Ensino
Agricultura Administração pública
Região Norte fluminense
I. minerais não metálicos I. têxtil Outros/ignorado I. Extrativa mineral
I. metalúrgica Construção civil I. papel e gráfica
I. mecânica Com e administração I. produtos alimentícios
I. mat. elétrico/comunic. S. alojam., alimentação Serviços utilidade pública
I. material de transporte Ensino Crédito, seguros.
I. madeira e mobiliário Transportes/comunic.
I. borracha, fumo, couro
I. química
I. calçados
Comércio varejista
Comércio atacadista
S. médicos, odontol.
Administração pública
Agricultura
Região Centro Fluminense
I. mecânica I. Extrativa mineral Outros/ignorado I. metalúrgica
I. material de transporte I. minerais não metálicos I. mat. elétrico/comunic.
I. madeira e mobiliário I. papel e gráfica I. calçados
I. borracha, fumo, couro I. química I. produtos alimentícios
I. têxtil Comércio varejista Crédito, seguros.
Serviços utilidade pública Com e administração
75
Construção civil Transportes/comunic.
Comércio atacadista S. médicos, odontol.
S. alojam., alimentação Ensino
Administração pública
Agricultura
Região Baixadas fluminense
I. minerais não metálicos I. Extrativa mineral I. mat. elétrico/comunic. I. mecânica
I. material de transporte I. metalúrgica I. química
I. madeira e mobiliário I. papel e gráfica I. calçados
I. borracha, fumo, couro I. têxtil Crédito, seguros.
I. produtos alimentícios Comércio atacadista Outros/ignorado
Serviços utilidade pública Com e administração
Construção civil Transportes/comunic.
Comércio varejista S. médicos, odontol.
S. alojam., alimentação Ensino
Administração pública
Agricultura
Região Sul Fluminense
I. Extrativa mineral Comércio atacadista I. calçados I. minerais não metálicos
I. metalúrgica Transportes/comunic. Outros/ignorado I. mat. elétrico/comunic.
I. mecânica I. material de transporte
I. madeira e mobiliário I. papel e gráfica
I. produtos alimentícios I. borracha, fumo, couro
Serviços utilidade pública I. química
Construção civil I. têxtil
Comércio varejista S. alojam., alimentação
Crédito, seguros. S. médicos, odontol.
Com e administração
Ensino
Administração pública
Agricultura
Região Metropolitana fluminense
I. Extrativa mineral I. mat. elétrico/comunic. I. material de transporte I. metalúrgica
I. minerais não metálicos I. calçados Com e administração I. mecânica
I. papel e gráfica Outros/ignorado Transportes/comunic. I. madeira e mobiliário
I. química S. alojam., alimentação I. borracha, fumo, couro
I. produtos alimentícios Ensino I. têxtil
Crédito, seguros. Serviços utilidade pública
S. médicos, odontol. Construção civil
Comércio varejista
Comércio atacadista
Administração pública
Agricultura
Fonte: Dados da pesquisa
A mesorregião sul fluminense apresentou, no período de 1992 1999,
vantagem competitiva especializada para 13 (treze) setores da economia, e,
ainda, vantagem competitiva não especializada para 2 (dois) setores e
desvantagem competitiva especializada para 2 (dois) subsetores. Ainda,
desvantagem não especializada para 9 (nove) subsetores. Diante disso, pode-se
constatar que a região sul fluminense mostra que 50% dos setores da economia
apresentaram maior crescimento do que o estado.
A mesorregião metropolitana fluminense apresentou, no período de 1992
– 1999, vantagem competitiva especializada para 7 (sete) setores da economia, e,
76
e, vantagem competitiva não especializada para 3 (três) setores. Ainda,
desvantagem competitiva especializada para 5 (cinco) setores e desvantagem
competitiva não especializada para 11 (onze) subsetores. Diante disso, pode-se
constatar que a região metropolitana fluminense mostra que 27% dos setores da
economia apresentaram maior vantagem competitiva especializada do que o
estado.
4.1.3. Período 1999 a 2009
Nesta seção seexibida a análise das mesorregiões fluminenses para o
período de 1999 2009 por meio de tabelas e figuras onde serão visualizados os
setores da economia bem como os valores da variação quida total e sua
decomposição nos efeitos proporcional, competitivo e alocação e ainda os
comentários resultantes da aplicação metodológica deste terceiro e último
período.
A região noroeste fluminense está apresentada na Tabela 16 onde
encontram-se os valores da variação líquida total e sua decomposição nos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, referente ao terceiro dos três períodos
analisados.
A região, considerando o período, mostrou variação quida total negativa
para metade dos setores econômicos da região, com exceção da indústria
metalúrgica, papel e gráfica, química, têxtil, calçados, construção civil, comércio
atacadista, comércio varejista, serviços de transportes e comunicações,
alojamento e alimentação, ensino.
Os 13 (treze) setores com variação líquida total positiva, de forma inversa
aos demais, cresceram mais do que o crescimento teórico, que seria obtido caso
crescessem à taxa do conjunto dos setores no estado.
A região Noroeste fluminense exibiu uma taxa de crescimento do
emprego menor que do estado. Isso deixa evidente que os setores produtivos da
citada região necessitam alcançar diferentes patamares na oferta de emprego e
para tanto, ações de infraestrutura e elementos indutores que promovam o
avanço regional. O emprego total dessa região exibiu um crescimento menor do
que o observado no estado, em razão dos valores negativos ocorridos nos
setores.
77
Tabela 16 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Noroeste fluminense, 1999-2009.
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral 1552,77
-3294,20
1517,50
-223,92
I. minerais não metálicos -333,73
-72,19
1,46
-404,46
I. metalúrgica -51,52
89,50
109,94
147,92
I. mecânica 76,24
-480,52
297,85
-106,43
I. mat. elétrico/comunic. - - - -
I. material de transporte 1027,38
-1968,19
846,44
-94,37
I. madeira e mobiliário -121,28
10,59
0,71
-109,98
I. papel e gráfica -216,24
105,32
196,96
86,04
I. borracha, fumo, couro -27,15
-11,44
0,10
-38,49
I. química -16,22
-324,79
467,78
126,76
I. têxtil -230,64
88,96
513,37
371,69
I. calçados -1,50
-10,17
18,83
7,17
I. produtos alimentícios -99,66
-136,52
-30,59
-266,76
Serviços utilidade pública -133,49
-363,91
122,75
-374,64
Construção civil 400,92
-661,99
317,92
56,85
Comércio varejista 559,37
840,62
492,63
1892,62
Comércio atacadista 144,89
106,64
20,39
271,93
Crédito, seguros. -176,99
0,66
0,01
-176,33
Com e administração 517,74
-6609,78
4178,90
-1913,14
Transportes/comunic. -94,95
171,25
-51,18
25,13
S. alojam., alimentação -218,88
420,26
27,51
228,90
S. médicos, odontol. -359,35
116,30
27,88
-215,18
Ensino 11,70
316,47
133,47
461,64
Administração pública -805,92
-749,15
-61,05
-1616,11
Agricultura -1116,47
277,41
35,19
-803,88
Outros/ignorado 0,00
0,00 0,00 0,00
Total 0,00
-2661,04
0,00
-2661,04
Fonte: resultados da pesquisa.
O comportamento dinâmico de alguns dos setores econômicos da
mesorregião noroeste fluminense é explicado a partir dos resultados, no estado,
do efeito proporcional ou estrutural positivo, como é o caso da extrativa mineral,
indústria mecânica, material de transporte, construção civil, comércio varejista,
comércio atacadista, comércio e administração, ensino. Ou seja, do total de
setores considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior
ao crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
A presença de variação líquida total negativa para a metade dos setores
considerados deve-se ao predomínio do efeito proporcional.
78
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para a indústria
metalúrgica, madeira e mobiliário, de papel e gráfica, têxtil, comércio varejista,
comércio atacadista, e para os serviços de crédito e seguros, transporte e
comunicação, alojamento e alimentação, serviço médico odontológico, ensino e
agricultura. Esses resultados evidenciam que, no período, a região ofereceu
condições para que os setores mencionados exibissem um crescimento superior
ao observado no estado, para os mesmos setores, mostrando-se, portanto,
especialmente vantajosa para o desenvolvimento dessas atividades.
Deve-se destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores
indústria produtos alimentícios, transporte e comunicação, administração pública,
mostrou-se positivo para todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação quida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 17. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
17, pode-se observar que, a partir do setor número 12 (indústria de calçados),
todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja, apresentaram
crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos positivos
superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à preponderância
do efeito competitivo e alocação, para os casos dos 8 (papel e gráfica), 3
(indústria metalúrgica), 23 (ensino), 19 (comércio e administração de imóveis), 16
(comercio varejista), e, para os setores 12 (indústria de calçados), 10 (indústria
química, farmacêutica e veterinária), 11( indústria têxtil e vestuário) somente para
o efeito alocação.
A região Noroeste exibiu uma taxa de crescimento no emprego menor do
que o conjunto dos setores no estado. Diante disso, pode-se constatar que o
efeito proporcional, competitivo e alocação foram em conjunto os responsáveis
pela variação líquida total negativa, além do que a proximidade da região norte,
forte encadeadora da produção, tem produzido desvantagem na oferta de
empregos na referida nesorregião.
79
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
19 24 25 2 14 13 1 22 18 7 4 6 9 12 20 15 8 10 3 21 17 11 23 16
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 17 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Noroeste fluminense, 1999-2009.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Norte fluminense está apresentada na Tabela 17 onde
agrupamos os valores da variação líquida total, bem como sua decomposição nos
efeitos proporcional, competitivo e alocação, referente ao terceiro dos três
períodos analisados.
Nesse período, a variação líquida total mostrou-se positiva para a maior
parte dos setores econômicos da região, com exceção da indústria minerais não
metálicos, de material elétrico comunicação, madeira e mobiliário, de papel e
gráfica, borracha, fumo e couro, têxtil, de calçados, agricultura e outros.
Entre os setores, na região, com valores negativos de variação líquida
total está a agricultura que tem sofrido forte competição em relação as demais
regiões do estado do Rio de Janeiro. Notadamente, a agricultura canavieira que
foi durante longo período encadeadora da economia vem sofrendo com a baixa
capacidade de competitividade interna e de fora do estado.
Por outro lado, a indústria extrativa mineral apresenta variação líquida
total positiva e forte efeito alocação o que provoca na região evidente força do
setor bem como encadeamentos para outros que se articula com o setor petróleo.
Além disso, pode-se identificar que setores como construção, comércio varejista e
administração pública merecem destaque.
80
Tabela 17 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Norte fluminense, 1999-2009
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral 13341,79
-15495,13
20506,28
18352,94
I. minerais não metálicos -897,29
416,21
29,63
-451,45
I. metalúrgica -161,93
918,83
-209,50
547,39
I. mecânica 247,62
-44778,43
49444,78
4913,97
I. mat. elétrico/comunic. -23,53
10,57
0,13
-12,83
I. material de transporte 233,37
2739,57
-2577,50
395,44
I. madeira e mobiliário -179,26
-2,68
0,99
-180,95
I. papel e gráfica -113,72
542,56
-342,78
86,06
I. borracha, fumo, couro -87,32
32,39
-20,48
-75,41
I. química -95,03
1757,29
-1357,95
304,31
I. têxtil -250,75
-1010,29
672,58
-588,46
I. calçados -14,27
-16,83
7,69
-23,41
I. produtos alimentícios -222,63
1234,10
2209,18
3220,66
Serviços utilidade pública -191,70
778,93
627,63
1214,86
Construção civil 2202,50
-2036,18
10708,67
10874,99
Comércio varejista 1550,40
10508,27
-1279,08
10779,59
Comércio atacadista 512,02
-208,19
95,46
399,29
Crédito, seguros. -377,99
1242,30
-626,32
237,99
Com e administração 1787,31
13704,38
-6740,01
8751,69
Transportes/comunic. -1000,50
5335,66
181,05
4516,20
S. alojam., alimentação -671,98
8306,58
-3455,00
4179,61
S. médicos, odontol. -784,51
3020,29
-41,91
2193,86
Ensino 39,91
2524,45
-1167,63
1396,73
Administração pública -1211,90
15340,44
-3449,96
10678,57
Agricultura -2650,01
-1370,50
329,42
-3691,10
Outros/ignorado -1,46
0,00
0,00
-1,46
Total 0,00
78019,09
0,00
78019,09
Fonte: resultados da pesquisa.
Parte desse resultado está associada ao comportamento dinâmico, no
estado, de alguns dos setores econômicos listados, com efeito estrutural positivo,
como é o caso da indústria extrativa mineral, mecânica, material de transporte,
construção civil, de comércio varejista, comércio atacadista, comércio e
administração e ensino. Ou seja, do total de setores considerados, estes foram os
que apresentaram um crescimento superior ao crescimento observado para o
total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
Deve-se ao predomínio do efeito competitivo a presença de variação
líquida total positiva para a maior parte dos setores considerados. Observa-se que
o efeito competitivo foi positivo para a indústria minerais não metálicos, indústria
81
metalúrgica, material elétrico e comunicação, material de transporte, papel e
gráfica, borracha, fumo e couro, química, produtos alimentícios, serviço de
utilidade pública, comércio varejista, créditos e seguros, comércio e
administração, transporte e comunicação, para os serviços de alojamento e
alimentação, médicos e odontológicos, ensino e administração pública. Esses
resultados evidenciam que, no período, a região ofereceu condições para que os
setores mencionados exibissem um crescimento superior ao observado no
estado, para os mesmos setores, mostrando-se, portanto, especialmente
vantajosa para o desenvolvimento dessas atividades.
Pode-se destacar que o efeito alocação mostrou-se positivo para maior
parte dos setores, com exceção da indústria de metalurgia, material de transporte,
papel e gráfica, borracha, fumo e couro, química, comércio varejista, e para os
serviços de créditos e seguros, comércio e administração, alojamento,
alimentação, médicos e odontológicos, ensino, administração pública
.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 18. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
18, pode-se observar que, a partir do setor número 8 (indústria do papel e
gráfica), todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja,
apresentaram crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos
positivos superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à
preponderância do efeito competitivo nos setores 8 (indústria do papel e gráfica),
18 (créditos e seguros), 10 (química), 6 (material de transporte), 3 (indústria
metalúrgica), 14 (serviço de utilidade pública), 23 (ensino), 22 (serviços médicos),
21 (alojamento e alimentação), 20 (transporte e comunicação), 19 (comercio e
administração de imóveis), 24 (administração pública), 16 (comércio varejista),
17 (comercio atacadista), 23 (ensino), 22 (serviços médicos), 25 (agricultura), 16
(comércio varejista) e ao efeito alocação para os setores 14 (serviço de utilidade
pública), 13 ( indústria de alimentos e bebidas), 4 (indústria mecânica), 15
(construção civil),
82
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
25 11 2 7 9 12 5 26 8 18 10 6 17 3 14 23 22 13 21 20 4 19 24 16 15 1
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocação
Figura 18 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Norte fluminense, 1999-2009.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Centro fluminense esta apresentada na Tabela 18 onde
encontram-se os valores da variação líquida total, bem como sua decomposição
nos efeitos proporcional, competitivo e alocação, referente ao terceiro dos três
períodos analisados.
Nesse período, a variação líquida total mostrou-se negativa para 11
(onze) dos setores econômicos da região, com exceção da extrativa mineral,
indústria metalúrgica, mecânica, material elétrico e comunicação, papel e gráfica,
química, têxtil, calçados, construção civil, comércio atacadista, comércio varejista,
serviços de comércio e administração, alojamento e alimentação, médico e
odontológico.
Considerando os 15 (quinze) setores com variação líquida total positiva,
pode-se afirmar que cresceram mais do que o crescimento teórico, que seria
obtido caso crescessem à taxa do estado. Porém, a taxa de crescimento do
emprego nesses setores, na região centro fluminense, foi insuficiente para
produzir efeito total no emprego quando comparamos com o produzido pelos
setores no estado como um todo.
O emprego total dessa região exibiu um crescimento menor do que o
observado no estado, em razão dos valores negativos ocorridos nos demais
setores.
83
Tabela 18 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Centro fluminense, 1999-2009
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral 877,39
-1898,43
1316,73
295,69
I. minerais não metálicos -523,81
-191,07
14,16
-700,72
I. metalúrgica -184,94
-3688,46
6525,96
2652,56
I. mecânica 125,39
-167,70
88,15
45,84
I. mat. elétrico/comunic. -6,72
-1172,31
1238,36
59,34
I. material de transporte 3218,75
-7576,08
3627,23
-730,10
I. madeira e mobiliário -225,16
85,72
30,97
-108,47
I. papel e gráfica -235,62
-73,63
666,68
357,42
I. borracha, fumo, couro -245,22
-108,72
13,65
-340,29
I. química -559,76
260,11
774,88
475,22
I. têxtil -2584,67
1516,07
3155,41
2086,81
I. calçados -0,75
-2979,14
3057,98
78,08
I. produtos alimentícios -159,82
-142,75
-23,25
-325,83
Serviços utilidade pública -283,43
-455,78
121,18
-618,03
Construção civil 1296,85
-2037,31
784,73
44,28
Comércio varejista 1238,52
-1116,71
19,42
141,22
Comércio atacadista 478,25
-369,55
-0,61
108,08
Crédito, seguros. -255,73
148,48
12,23
-95,02
Com e administração 970,67
222,84
-104,97
1088,54
Transportes/comunic. -599,09
-1234,44
263,98
-1569,55
S. alojam., alimentação -560,49
1160,44
100,60
700,55
S. médicos, odontol. -452,53
247,64
2202,46
1997,58
Ensino 31,13
-1053,20
320,04
-702,02
Administração pública -1541,62
-7875,40
1613,34
-7803,67
Agricultura -1540,50
447,80
77,07
-1015,63
Outros/ignorado 0,00
0,00 0,00 0,00
Total 0,00
-3878,12
0,00
-3878,12
Fonte: resultados da pesquisa.
O comportamento dinâmico de alguns dos setores econômicos da
mesorregião centro fluminense é explicado a partir dos resultados, no estado, do
efeito proporcional ou estrutural positivo, como é o caso da extrativa mineral,
indústria mecânica, material de transporte, construção civil, comércio varejista,
comércio atacadista, comércio e administração, ensino. Ou seja, do total de
setores considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior
ao crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
Diante disso, deve-se ao predomínio do efeito proporcional a presença de
variação líquida total negativa para a maior parte dos setores considerados.
84
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para a indústria madeira
e mobiliário, química, têxtil, e para os serviços de crédito e seguros, transporte e
comunicação, alojamento e alimentação, serviço médico odontológico e
agricultura. Esses resultados evidenciam que, no período, a região ofereceu
condições para que os setores mencionados exibissem um crescimento superior
ao observado no estado, para os mesmos setores, mostrando-se, portanto,
especialmente vantajosa para o desenvolvimento dessas atividades.
Deve-se destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores
indústria produtos alimentícios, comércio atacadista, comércio e administração,
mostrou-se positivo para todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação quida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 19. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
19, pode-se observar que, a partir do setor número 7 (indústria da madeira e
mobiliário), todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja,
apresentaram crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos
positivos superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à
preponderância do efeito competitivo e alocação, para os casos dos 7 (indústria
da madeira e mobiliário), 18 (créditos e seguros), 21 (serviços de alojamento e
alimentação) 10 (indústria química, farmacêutica e veterinária), e, para os setores
5 (indústria material elétrico e comunicação), 12 (indústria de calçados), 8 (papel
e gráfica), 22 (serviços médicos e odontológicos) e 3 (indústria metalúrgica),
somente para o efeito alocação.
85
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
24 20 25 6 23 2 14 9 13 7 18 15 4 5 12 17 16 1 8 10 21 19 22 11 3
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocação
Figura 19 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Centro fluminense, 1999-2009.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Baixadas fluminense está exibida na Tabela 21 onde se
encontram os valores da variação líquida total e sua decomposição nos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, referente ao terceiro dos três períodos
analisados.
Nesse período, a variação líquida total mostrou-se positiva para a maior
parte dos setores da região, com exceção da indústria extrativa mineral,
mecânica, de madeira e mobiliário, química, calçados, produtos alimentícios, para
os serviços de utilidade pública, agricultura e outros.
Deve-se considerar que os mencionados setores, contrariamente aos
demais, apresentaram variação líquida total negativa, uma vez que cresceram
menos do que o crescimento teórico, que seria obtido caso crescessem à taxa do
estado como um todo. Em outras palavras, a taxa de crescimento do emprego
nesses setores, na região Baixadas fluminense, foi menor do que a observada
para o conjunto da economia do estado.
Os setores de indústria apresentaram posições diversas, mas construção
civil, comércio varejista e administração pública apresentaram destaque, na
região considerada, com variação líquida total positiva, associada aos demais
efeitos e certamente foram setores que possibilitaram o encadeamento de
empregos que promoveu a economia.
86
Tabela 19 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Baixadas fluminense, 1999-2009
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral 3750,78
-10478,48
5861,84
-865,87
I. minerais não metálicos -136,17
212,13
160,54
236,50
I. metalúrgica -19,54
1125,01
-884,32
221,16
I. mecânica 7,56
5475,69
-5163,75
319,50
I. mat. elétrico/comunic. 0,00
0,00
0,00
14,00
I. material de transporte 290,28
-2881,19
2596,18
5,27
I. madeira e mobiliário -114,03
108,99
-8,08
-13,11
I. papel e gráfica -31,88
620,80
-448,82
140,10
I. borracha, fumo, couro -33,48
185,70
-115,12
37,10
I. química -301,32
-1074,31
626,32
-749,31
I. têxtil -51,75
712,25
-561,67
98,83
I. calçados -0,75
-19,99
17,83
-2,92
I. produtos alimentícios -47,44
-182,40
101,34
-128,50
Serviços utilidade pública -327,93
-327,82
130,84
-524,91
Construção civil 986,96
2027,25
961,67
3975,88
Comércio varejista 1044,69
5420,86
4867,09
11332,64
Comércio atacadista 199,07
1051,68
-501,26
749,49
Crédito, seguros. -174,75
1119,19
-430,55
513,88
Com e administração 1067,00
8109,50
-2981,57
6194,92
Transportes/comunic. -210,44
3343,55
-2059,94
1073,17
S. alojam., alimentação -563,20
4732,94
28,44
4198,18
S. médicos, odontol. -210,73
803,12
-475,56
116,83
Ensino 20,96
2062,29
-830,72
1252,53
Administração pública -1272,04
5037,25
11784,87
15550,07
Agricultura -790,88
374,72
23,33
-392,83
Outros/ignorado -5,83
0,00
0,00
-5,83
Total 0,00
43346,80
0,00
43346,80
Fonte: resultados da pesquisa.
Parte do comportamento dinâmico de alguns dos setores econômicos da
mesorregião baixadas fluminense é explicada a partir dos resultados, no estado,
do efeito proporcional ou estrutural positivo, como é o caso da extrativa mineral,
indústria mecânica, material de transporte, construção civil, comércio varejista,
comércio atacadista, comércio e administração, ensino. Ou seja, do total de
setores considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior
ao crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
Diante disso, deve-se ao predomínio do efeito proporcional a presença de
variação líquida total negativa para a maior parte dos setores considerados.
Todavia, deve-se ao predomínio do efeito competitivo a presença de
variação líquida total positiva para a maior parte dos setores considerados
87
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para a maior parte dos setores,
com exceção dos setores de indústria extrativa mineral, material de transporte,
química, calçados, produtos alimentícios, serviços de utilidade pública. Esses
resultados evidenciam que, no período, a região ofereceu condições para que os
demais setores exibissem um crescimento superior ao observado no estado, para
os mesmos setores, mostrando-se, portanto, especialmente vantajosa para o
desenvolvimento das atividades.
Pode-se destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores de
indústria metalúrgica, mecânica, madeira e mobiliário, papel e gráfica, borracha,
fumo e couro, têxtil, e para o comércio atacadista, créditos e seguros, comércio e
administração, transporte e comunicação, os serviços de médicos e odontológicos
e ensino
,
mostrou-se positivo para todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 20. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
20, pode-se observar que, a partir do setor número 12 (indústria de calçados),
todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja, apresentaram
crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos positivos
superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à preponderância
do efeito competitivo e alocação dos setores 2 ( industria de minerais não
metálicos), 15 (construção civil), 16 ( comércio varejista), e efeito competitivo dos
setores 7 (indústria da madeira e do mobiliário), 9 (borracha, fumo e couro),
11(química e farmacêutica), 22 (serviços médicos e odontológicos), 8 (papel e
gráfica), 3 (indústria metalúrgica), 4(indústria mecânica), 18(crédito e seguro), 17
(comércio atacadista), 20 (transporte e comunicações), 23 (ensino), 21 (serviço de
alojamento e alimentação), 19 (comércio e administração de imóveis), e 14
(serviço de utilidade pública) para o efeito alocação.
A região de baixadas fluminense exibiu um crescimento do emprego
maior do que o observado no estado, em razão do crescimento ocorrido nos
setores que apresentaram variação líquida total positiva e promoveram as ofertas
de postos de trabalho.
88
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
1 10 14 25 13 7 26 12 6 9 11 22 8 3 2 4 18 17 20 23 15 21 19 16 24
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 20 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Baixadas fluminense, 1999-2009.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Sul fluminense está exibida na Tabela 21 onde encontram-se os
valores da variação quida total e sua decomposição nos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, referente ao terceiro dos três períodos analisados.
Nesse período, a variação líquida total mostrou-se negativa para a maior
parte dos setores da região, com exceção da indústria de material elétrico e
comunicação, material de transporte, papel e gráfica, borracha, fumo e couro,
química, calçados, serviços de utilidade pública, comércio varejista, comércio
atacadista, créditos e seguros, transporte e comunicação, alojamento e
alimentação e ensino.
Os 14 (quatorze) setores com variação líquida total negativa cresceram
menos do que o crescimento teórico, que seria obtido caso crescessem à taxa do
estado. Diante disso, a taxa de crescimento do emprego nesses setores, na
região Sul fluminense, foi menor do que a observada para o conjunto da
economia do estado.
No entanto, o emprego total dessa região exibiu um crescimento maior do
que o observado no estado, em razão do crescimento ocorrido de setores como
material de transporte, couro, serviço de utilidade pública, comércio varejista,
comercio atacadista, transporte e comunicação, alojamento e alimentação,
ensino.
89
Tabela 20 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Sul Fluminense, 1999-2009
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral 1097,49
-9238,28
7978,04
-162,75
I. minerais não metálicos -882,73
-102,35
3,58
-981,50
I. metalúrgica -2185,88
-1670,98
-254,64
-4111,50
I. mecânica 640,79
-1538,10
593,43
-303,88
I. mat. elétrico/comunic. -91,59
-1678,31
2109,96
340,07
I. material de transporte 2094,61
-130131,32
139948,55
11911,84
I. madeira e mobiliário -768,25
-1513,91
580,79
-1701,37
I. papel e gráfica -618,13
-109,49
13,26
-714,36
I. borracha, fumo, couro -118,54
-3923,45
5107,96
1065,98
I. química -495,25
422,70
630,27
557,72
I. têxtil -542,30
-641,38
194,54
-989,14
I. calçados -2,63
6,42
4,00
7,79
I. produtos alimentícios -184,75
149,36
-2,00
-37,38
Serviços utilidade pública -658,29
631,31
421,50
394,52
Construção civil 5459,46
-11005,21
2991,15
-2554,60
Comércio varejista 2569,43
1718,83
120,86
4409,12
Comércio atacadista 474,52
734,06
-170,79
1037,79
Crédito, seguros. -582,19
645,89
61,03
124,73
Com e administração 3713,65
-11008,64
4615,79
-2679,20
Transportes/comunic. -1092,23
2843,95
738,60
2490,33
S. alojam., alimentação -1279,13
4652,62
1987,66
5361,14
S. médicos, odontol. -1149,30
468,21
-6,42
-687,51
Ensino 69,47
705,49
-64,07
710,89
Administração pública -2166,53
1373,08
-127,62
-921,08
Agricultura -1547,46
506,70
86,71
-954,04
Outros/ignorado -4,37
0,00
0,00
-4,37
Total 0,00
11609,22
0,00
11609,22
Fonte: resultados da pesquisa.
Parte do comportamento dinâmico de alguns dos setores econômicos da
mesorregião sul fluminense é explicada a partir dos resultados, no estado, do
efeito proporcional ou estrutural positivo, como é o caso da extrativa mineral,
indústria mecânica, material de transporte, construção civil, comércio varejista,
comércio atacadista, comércio e administração, ensino. Ou seja, do total de
setores considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento superior
ao crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de Janeiro.
Diante disso, deve-se ao predomínio do efeito proporcional a presença de
variação líquida total negativa para a maior parte dos setores considerados.
90
Observa-se que o efeito competitivo foi negativo para a metade dos
setores, com exceção dos setores de indústria química, calçados, produtos
alimentícios, serviços de utilidade pública, comércio varejista, comércio
atacadista, créditos e seguros, transporte e comunicação, alojamento e
alimentação, médicos e odontológicos, ensino, administração pública, agricultura
e outros. Esses resultados evidenciam que, no período, a região ofereceu
condições para que os setores citados exibissem um crescimento superior ao
observado no estado, para os mesmos setores, mostrando-se, portanto,
especialmente vantajosa para o desenvolvimento das atividades.
Entretanto, deve-se ao predomínio do efeito alocação a presença de
variação líquida total positiva para a maior parte dos setores considerados. Pode-
se destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores econômicos de
indústria metalúrgica, de produtos alimentícios, e para o comércio atacadista, e
ainda para os serviços médicos e odontológicos, ensino
e administração pública
,
mostrou-se positivo para todos os demais.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação líquida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 21. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
21, pode-se observar que, a partir do setor número 12 (indústria de calçados),
todos os demais apresentam variação líquida positiva, ou seja, apresentaram
crescimento superior ao ocorrido no estado, uma vez que os efeitos positivos
superam os negativos. Esse resultado deve-se, principalmente, à preponderância
do efeito competitivo e alocação dos setores 12 (indústria de calçados), 14
(serviço de utilidade pública), 10 (química, farmacêutico e veterinário), 20
(transporte e comunicações), 21 (serviço de alojamento e alimentação), e efeito
competitivo dos setores 18 (crédito e seguro), 23 (ensino), 17 (comércio
atacadista), e para os setores 5 (material elétrico e comunicação), 9 (borracha,
fumo e couro), 6 (material de transporte) para o efeito alocação.
91
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
3 19 15 7 11 2 25 24 8 22 4 1 13 26 12 18 5 14 10 23 17 9 20 16 21 6
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocão
Figura 21 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Sul fluminense, 1999-2009.
Fonte: Dados da pesquisa
A região Metropolitana fluminense está exibida na Tabela 21 onde
encontram-se os valores da variação líquida total e sua decomposição nos efeitos
proporcional, competitivo e alocação, referente ao terceiro dos três períodos
analisados.
A região, nesse período, mostrou variação líquida total negativa para a
maior parte dos setores da região, com exceção da indústria extrativa mineral,
mecânica, material de transporte, construção civil, comércio atacadista, comércio
varejista, comercio e administração.
Os 19 (dezenove) setores da economia que apresentaram variação
líquida total negativa cresceram menos do que o crescimento teórico, que seria
obtido caso crescessem à taxa do estado de forma global.
A região Metropolitana fluminense vem sofrendo impacto em seu
processo de sustentação da taxa de crescimento do emprego exibindo
crescimento menor do que o observado no estado. Fatores diversos contribuem
para a manutenção do quadro acima nos três períodos analisados. A perda de
centralidade metropolitana das decisões, bem como a baixa competitividade e os
impactos sociais decorrentes da alta concentração populacional vem desgastando
a referida mesorregião.
92
Tabela 21 - Efeitos proporcional, competitivo, alocação e total, por setor econômico,
região Metropolitana, 1999-2009
Efeitos
Setores
Proporcional
Competitivo
Alocação
Total
I. Extrativa mineral 12832,23
13167,11
-9942,99
16056,35
I. minerais não metálicos -4561,22
-475,97
3,88
-5033,30
I. metalúrgica -2847,94
-2512,41
451,07
-4909,28
I. mecânica 6405,42
-4850,55
1079,15
2634,02
I. mat. elétrico/comunic. -6016,99
-583,25
54,84
-6545,41
I. material de transporte 18381,87
-9597,05
4973,36
13758,18
I. madeira e mobiliário -3832,05
609,31
96,60
-3126,14
I. papel e gráfica -11878,53
-1175,03
4,17
-13049,38
I. borracha, fumo, couro -7079,19
-1205,01
44,42
-8239,79
I. química -18648,70
-2185,12
2,83
-20831,00
I. têxtil -11580,02
-5046,09
406,25
-16219,85
I. calçados -375,47
-90,13
3,51
-462,09
I. produtos alimentícios -2451,89
-3334,10
157,61
-5628,38
Serviços utilidade pública -11519,83
-1680,88
-5,76
-13206,47
Construção civil 43303,91
-2042,02
-8,69
41253,20
Comércio varejista 33415,80
-22001,76
408,99
11823,03
Comércio atacadista 11757,55
-710,48
-47,36
10999,71
Crédito, seguros. -21397,45
-2130,16
-42,77
-23570,37
Com e administração 74087,27
-3076,27
-310,18
70700,83
Transportes/comunic. -24549,81
-9422,55
-109,94
-34082,29
S. alojam., alimentação -27414,97
-17939,69
-22,36
-45377,02
S. médicos, odontol. -18456,91
-6411,41
49,40
-24818,92
Ensino 1371,54
-2805,77
-140,82
-1575,05
Administração pública -38406,92
-22874,50
-11,29
-61292,71
Agricultura -4322,74
-748,81
-39,04
-5110,58
Outros/ignorado -583,24
0,00
0,00
-583,24
Total 0,00
-126435,95
0,00
-126435,95
Fonte: resultados da pesquisa.
Parte do comportamento dinâmico de alguns dos setores econômicos da
mesorregião metropolitana fluminense é explicada a partir dos resultados, no
estado, do efeito proporcional ou estrutural positivo, como é o caso da extrativa
mineral, indústria mecânica, material de transporte, construção civil, comércio
varejista, comércio atacadista, comércio e administração, ensino. Ou seja, do total
de setores considerados, estes foram os que apresentaram um crescimento
superior ao crescimento observado para o total do emprego no estado do Rio de
Janeiro. Diante disso, deve-se ao predomínio do efeito proporcional a presença
de variação líquida total negativa para a maior parte dos setores considerados.
Todavia, deve-se ao predomínio do efeito competitivo a presença de
variação líquida total negativa para a maior parte dos setores considerados.
93
Observa-se que o efeito competitivo foi positivo para a indústria extrativa mineral
e madeira e mobiliário. Esses resultados evidenciam que, no período, a região
não ofereceu condições para que os demais setores exibissem um crescimento
superior ao observado no estado, para os mesmos setores, mostrando-se,
portanto, desvantajosa para o desenvolvimento de todas as demais atividades
econômicas.
Deve-se destacar que o efeito alocação, com exceção dos setores,
indústria extrativa mineral, serviço de utilidade pública, construção civil, comércio
atacadista, créditos e seguros, comércio e administração, transporte e
comunicação, alojamento e alimentação, ensino, administração blica e
agricultura, mostrou-se positivo para todos os demais setores de atividades
econômicas.
A contribuição percentual dos efeitos sobre a variação quida total, para
cada um dos setores analisados, é descrita na Figura 22. Nesta figura, os setores,
na abscissa, foram dispostos em ordem crescente de variação líquida total, e sua
numeração é a mesma dada na gina 34, onde foram apresentados. Na figura
22, pode-se observar que, somente a partir do setor número 4 (indústria
mecânica), a variação líquida apresenta-se positiva. Em sua maioria os setores
apresentaram crescimento negativo ao ocorrido no estado, uma vez que os
efeitos negativos superam os positivos. Esse resultado deve-se, principalmente, à
preponderância do efeito proporcional e competitivo negativo, com exceção para
1 (atividade extrativa mineral), e para os setores 17 (comercio atacadista), 16
(comércio varejista), 6 (material de transporte), 15 (construção civil) e 19
(comércio e administração de imóveis) do efeito proporcional.
94
-100%
-75%
-50%
-25%
0%
25%
50%
75%
100%
24 21 20 22 18 10 11 14 8 9 5 13 25 2 3 7 23 26 12 4 17 16 6 1 15 19
Setor
Efeito (%)
Proporcional Competitivo Alocação
Figura 22 Participação percentual, na variação líquida total, dos efeitos proporcional,
competitivo e alocação, para os setores da região Metropolitana fluminense, 1999-2009.
Fonte: Dados da pesquisa
A decomposição do efeito alocação nos componentes especialização e
vantagem competitiva permitiu classificar os diversos setores, conforme
definições apresentadas no Quadro 1.
No Quadro 4, que apresenta a classificação resultante, pode-se constatar
que houve alta variabilidade em relação a vantagem competitiva ou desvantagem
competitiva, especializada ou não especializada, do efeito alocação entre as
mesorregiões fluminense.
A mesorregião noroeste fluminense apresentou, no período de 1999 -
2009, vantagem competitiva especializada para 11 (onze) subsetores da
produção, e, vantagem competitiva não especializada para 1(um) subsetores da
economia. Ainda, desvantagem competitiva especializada para 2 (dois)
subsetores e desvantagem não especializada para 8 (oito) subsetores. Isto coloca
a região noroeste em posição favorável para o avanço dos sistemas produtivos
apontados.
A mesorregião norte fluminense apresentou, no período de 1999 - 2009,
vantagem competitiva especializada para 8 (oito) subsetores da economia, e,
desvantagem competitiva especializada para 12 (doze) subsetores, desvantagem
especializada para 1 (um) subsetores e desvantagem não especializada para 5
(cinco) subsetores. A resposta ao efeito alocação de 31 % dos setores com
vantagem competitiva especializada mostra que a região cresce nos referidos
setores mais do que o estado.
95
A mesorregião centro fluminense apresentou, no período de 1999 - 2009,
vantagem competitiva especializada para 11 (onze) setores da economia, e,
vantagem competitiva não especializada para 1 (um) setor. Ainda, desvantagem
competitiva especializada para 2 (dois) setores e desvantagem competitiva o
especializada para 11 (onze) subsetores. Diante disso, pode-se constatar que a
região centro fluminense possui 42% dos setores da economia apresentaram
maior vantagem competitiva especializada do que o estado.
A mesorregião baixadas fluminense apresentou, no período de 1999 -
2009, vantagem competitiva especializada para 6 (seis) setores da economia, e,
vantagem competitiva não especializada para 12 (doze) setores. Ainda,
desvantagem competitiva especializada para 1 (um) setor e desvantagem
competitiva não especializada para 6 (seis) subsetores. Diante disso, pode-se
constatar que a região baixadas fluminense mostra que 54% dos setores da
economia apresentaram maior vantagem competitiva especializada do que o
estado.
Quadro 4 Classificação das atividades econômicas, por região, com base nos
componentes do efeito alocação, período 1999 a 2009
Vantagem competitiva Desvantagem competitiva
Especializada Não especializada Especializada Não especializada
Região Noroeste fluminense
I. metalúrgica Transportes/comunic. I. produtos alimentícios I. Extrativa mineral
I. madeira e mobiliário Administração pública I. minerais não metálicos
I. papel e gráfica I. mecânica
I. química I. material de transporte
I. têxtil I. borracha, fumo, couro
I. calçados Serviços utilidade pública
Comércio varejista Construção civil
Comércio atacadista Com e administração
Crédito, seguros.
S. alojam., alimentação
S. médicos, odontol.
Ensino
Agricultura
Região Norte fluminense
I. Extrativa mineral I. metalúrgica Outros/ignorado I. madeira e mobiliário
I. minerais não metálicos I. material de transporte I. têxtil
I. mecânica I. papel e gráfica I. calçados
I. mat. elétrico/comunic. I. borracha, fumo, couro Comércio atacadista
I. produtos alimentícios I. química Agricultura
Serviços utilidade pública Comércio varejista
Construção civil Crédito, seguros.
Transportes/comunic. Com e administração
S. alojam., alimentação
S. médicos, odontol.
Ensino
Administração pública
Região Centro Fluminense
I. metalúrgica Com e administração I. produtos alimentícios I. Extrativa mineral
96
I. mat. elétrico/comunic. Comércio atacadista I. minerais não metálicos
I. madeira e mobiliário I. mecânica
I. papel e gráfica I. material de transporte
I. química I. borracha, fumo, couro
I. têxtil Serviços utilidade pública
I. calçados Construção civil
Crédito, seguros. Comércio varejista
S. alojam., alimentação Transportes/comunic.
S. médicos, odontol. Ensino
Agricultura Administração pública
Região Baixadas fluminense
I. minerais não metálicos I. metalúrgica Outros/ignorado I. Extrativa mineral
Construção civil I. mecânica I. material de transporte
Comércio varejista I. madeira e mobiliário I. química
S. alojam., alimentação I. papel e gráfica I. calçados
Administração pública I. borracha, fumo, couro I. produtos alimentícios
Agricultura I. têxtil Serviços utilidade pública
Comércio atacadista
Crédito, seguros.
Com e administração
Transportes/comunic.
S. médicos, odontol.
Ensino
Região Sul Fluminense
I. mat. elétrico/comunic. I. produtos alimentícios I. metalúrgica I. Extrativa mineral
I. material de transporte Comércio atacadista Outros/ignorado I. minerais não metálicos
I. borracha, fumo, couro S. médicos, odontol. I. mecânica
I. química Ensino I. madeira e mobiliário
I. calçados Administração pública I. papel e gráfica
Serviços utilidade pública I. têxtil
Comércio varejista Construção civil
Crédito, seguros. Com e administração
Transportes/comunic.
S. alojam., alimentação
Agricultura
Região Metropolitana
I. madeira e mobiliário I. Extrativa mineral Serviços utilidade pública I. minerais não metálicos
Construção civil I. metalúrgica
Comércio atacadista I. mecânica
Crédito, seguros. I. mat. elétrico/comunic.
Com e administração I. material de transporte
Transportes/comunic. I. papel e gráfica
S. alojam., alimentação I. borracha, fumo, couro
Ensino I. química
Administração pública I. têxtil
Agricultura I. calçados
I. produtos alimentícios
Comércio varejista
S. médicos, odontol.
Outros/ignorado
Fonte: Dados da pesquisa
A mesorregião sul fluminense apresentou, no período de 1999 - 2009,
vantagem competitiva especializada para 11 (onze) setores da economia, e,
ainda, vantagem competitiva não especializada para 5 (cinco) setores e
desvantagem competitiva especializada para 2 (dois) subsetores. Ainda,
desvantagem não especializada para 8 (oito) subsetores. Diante disso, pode-se
97
constatar que a região sul fluminense mostra que 42% dos setores da economia
apresentaram maior crescimento do que o estado.
A mesorregião metropolitana fluminense apresentou, no período de 1999
- 2009, vantagem competitiva especializada para 1 (um) setor da economia, e,
vantagem competitiva não especializada para 1 (um) setor. Ainda, desvantagem
competitiva especializada para 10 (dez) setores e desvantagem competitiva não
especializada para 14 (quatorze) subsetores. Diante disso, pode-se constatar que
a região metropolitana fluminense mostra apenas o setor de madeira e mobiliário
da economia apresentando maior vantagem competitiva especializada do que o
estado.
4.2. As mudanças na distribuição espacial da economia fluminense
A tabela 22 apresenta a distribuição do emprego nas mesorregiões do
Rio de Janeiro, nos anos de 1987 a 2009. Verifica-se que a mesorregião
metropolitana concentra a maior parte do emprego no estado. Entretanto, sua
participação na contribuição do emprego em relação ao estoque total de emprego
do estado do Rio de Janeiro diminuiu no período do estudo.
Tabela 22 - Distribuição do Emprego por Mesorregião do Rio de Janeiro 1987- 2009
Emprego - Mesorregiões do Rio de Janeiro
Ano
Noroeste
Fluminense
Norte
Fluminense
Centro
Fluminense
Baixadas
Fluminense
Sul
Fluminense
Metropolitana do
Rio de Janeiro
Total
1987 20799 80661 57895 30020 160356 2548636 2898367
1988 22715 87238 59663 31380 161028 2668729 3030753
1989 23889 84442 62406 33113 155652 2669142 3028644
1990 23883 79230 57942 32082 145213 2500202 2838552
1991 23904 80690 62215 34829 141003 2442408 2785049
1992 24323 70856 55702 33120 134085 2300978 2619064
1993 23574 78440 56545 37045 140283 2365146 2701033
1994 24895 75852 63658 38870 145724 2341788 2690787
1995 25924 78545 68148 40516 145318 2329741 2688192
1996 28660 85301 68008 43243 143756 2343558 2712526
1997 29045 84131 70113 46634 142619 2282852 2655394
1998 30647 86225 71021 46654 148311 2303518 2686376
1999 33323 86838 77980 49689 147965 2245503 2641298
2000 30760 98640 77477 51866 155765 2303630 2718138
2001 33607 113523 77563 59479 160317 2356881 2801370
2002 36022 125729 82129 63314 168458 2446811 2922463
2003 38319 134995 84892 68915 173266 2444806 2945193
2004 38473 151208 88906 75315 178602 2527670 3060174
2005 40382 165774 93917 84368 191133 2616210 3191784
2006 42173 187952 100061 94535 199993 2748913 3373627
2007 42213 211573 101579 104401 205983 3000097 3665846
2008 43564 211390 104546 102399 216909 3033575 3712383
2009 45927 204637 109824 115798 227356 3147717 3851259
Fonte: RAIS, elaborada pelo autor
98
Por outro lado as demais reges que compõem o interior fluminense
tiveram crescimento na participação da contribuição do estoque de emprego em
relação ao estoque total do estado do Rio de Janeiro, no período de 1987 – 2009.
Esta situação coincide com as demais regiões do país e decorre da
reorganização produtiva fruto do modelo de acumulação flexível em curso que, em
sua expansão, busca condições mais favoráveis de competitividade para a
instalação da produção, tendo em vista a ampliação de acumulação de capital.
A tabela 23 apresenta a distribuição do emprego nas mesorregiões do
Rio de Janeiro, nos anos de 1987 e 2009. Verifica-se que o estado do Rio de
Janeiro apresentou redução na participação da contribuição dos postos de
trabalho de 12,81% para 9,35 % em relação ao estoque de emprego do país.
Quando se considera a participação da região metropolitana no total do emprego
do Brasil, constata-se que a participação na contribuição do estoque de emprego
foi de 11,27%, em 1987, para 7,64%, em 2009, o que demonstra queda na
contribuição no decorrer do período considerado.
A análise da mesorregião norte fluminense indica mudança na
contribuição da participação do emprego de 0,36 %, em 1987, para 0,50 %, em
2009, em relação ao estoque nacional. Verifica-se que com relação a participação
na contribuição total do emprego no estado do Rio de Janeiro, a mesorregião
norte fluminense ampliou a contribuição na participação de 2,78% para 5,31%.
A mesorregião baixadas fluminense indica mudança na contribuição da
participação do emprego de 0,13 %, em 1987, para 0,28 %, em 2009, em relação
ao estoque nacional. Verifica-se que com relação a participação na contribuição
total do emprego no estado do Rio de Janeiro, a mesorregião norte fluminense
ampliou a contribuição na participação de 1,04% para 3,01%.
A mesorregião Sul fluminense indica mudança na contribuição da
participação do emprego de 0,71 %, em 1987, para 0,55 %, em 2009, em relação
ao estoque nacional. Verifica-se que com relação a participação na contribuição
total do emprego no estado do Rio de Janeiro, a mesorregião norte fluminense
ampliou a contribuição na participação de 5,53% para 5,90%.
99
Tabela 23 - Distribuição do Emprego Industrial por Mesorregião do Rio de Janeiro 1987 e
2009
1987 2009
Mesorregião
emprego % Brasil
% Rio emprego % Brasil % Rio
Metropolitana
2.548.636
11,27 87,93
3.147.717
7,64 81,73
Norte Fluminense
80.661
0,36 2,78
204.637
0,50 5,31
Baixadas
30.020
0,13 1,04
115.798
0,28 3,01
Sul Fluminense
160.356
0,71 5,53
227.356
0,55 5,90
Noroeste Fluminense
20.799
0,09 0,72
45.927
0,11 1,19
Centro Fluminense
57.895
0,26 2,00
109.824
0,27 2,85
Total do Rio de Janeiro
2.898.367
12,81 100
3.851.259
9,35 100
Total do Brasil
22.617.787 100 41.207.546 100
Fonte: RAIS, montada pelo autor
.
A mesorregião noroeste fluminense indica mudança na contribuição da
participação do emprego de 0,09 %, em 1987, para 0,11 %, em 2009, em relação
ao estoque nacional. Verifica-se que com relação a participação na contribuição
total do emprego no estado do Rio de Janeiro, a mesorregião norte fluminense
ampliou a contribuição na participação de 0,72% para 1,19%.
A mesorregião centro fluminense indica discreta mudança na contribuição
da participação do emprego de 0,26 %, em 1987, para 0,27 %, em 2009, em
relação ao estoque nacional. Verifica-se que com relação a participação na
contribuição total do emprego no estado do Rio de Janeiro, a mesorregião norte
fluminense ampliou a contribuição na participação de 2,00% para 2,85%.
A redução da participação da região metropolitana na contribuição do
total do emprego do estado do Rio de Janeiro pode também ser constatada
mediante comparação entre os gráficos 1 e 2. Nelas, pode-se observar que a
mesorregião metropolitana fluminense, em 1987, detinha quase 88% do estoque
de emprego nas atividades produtivas do estado do Rio de Janeiro. Em 2009,
esse índice passa para próximo de 82% dos empregos nas atividades
econômicas do estado. Identifica-se, portanto, que, embora a economia do estado
permaneça concentrada na mesorregião metropolitana, há um processo de
desconcentração, caracterizado pelo crescimento de postos de trabalho nas
atividades produtivas nas demais mesorregiões do estado.
Observa-se ainda que a mesorregião norte fluminense apresenta uma
taxa de crescimento de 4,32% ao ano na contribuição da participação do estoque
de emprego no território fluminense, no período de 1987 2009. Tal resultado é
indício de um destacado encadeamento produtivo no interior dessa mesorregião.
100
A mesorregião Baixadas fluminense apresenta uma taxa de crescimento
6,33% ao ano na contribuição da participação do estoque de emprego no território
fluminense, no período de 1987 2009. Embora sua participação na contribuição
do emprego no estado do Rio de Janeiro seja pequena, 3,01% em 2009, é preciso
evidenciar que setores produtivos desta mesorregião apresentaram forte evolução
na ampliação de postos de trabalho formais.
Gráfico 1 – Distribuição do emprego por mesorregião fluminense - 1987
1987
2,8%
0,7%
87,9%
5,5%
2,0%
1,0%
Noroeste Fluminense Norte Fluminense
Centro Fluminense Baixadas
Sul Fluminense Metropolitana do Rio de Janeiro
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 2 – Distribuição do emprego por mesorregião fluminense – 2009
2009
5,9%
5,3%
1,2%
3,0%
2,9%
81,7%
Noroeste Fluminense Norte Fluminense
Centro Fluminense Baixadas
Sul Fluminense Metropolitana do Rio de Janeiro
Fonte: Dados da pesquisa
101
4.3. Os índices de concentração nas mesorregiões fluminenses.
A tabela 24 apresenta os Índices de Concentração do Emprego nas
Mesorregiões do estado do Rio de Janeiro no período de 1987 – 2009. Verifica-se
que houve uma redução de 8,74% no índice de Gini, 8,38% para Theil, 6,65%
para a razão de concentração das duas maiores mesorregiões e 2,39% para a
razão de concentração das quatro maiores mesorregiões, o que caracteriza a
ocorrência de um processo de desconcentração do emprego ao longo dos anos.
Tabela 24 – Índices de Concentração do Emprego nas Mesorregiões do Rio de Janeiro 1987 – 2009.
Ano Índ. Gini Índ. Theil CR1 CR2 CR4
1987 0,75 1,20
87,93
93,47 98,25
1988 0,75 1,20
88,05
93,37 98,22
1989 0,75 1,20
88,13
93,27 98,12
1990 0,75 1,20
88,08
93,20 98,03
1991 0,74 1,19
87,70
92,76 97,89
1992 0,74 1,20
87,85
92,97 97,81
1993 0,74 1,19
87,56
92,76 97,76
1994 0,74 1,18
87,03
92,45 97,63
1995 0,73 1,18
86,67
92,07 97,53
1996 0,73 1,17
86,40
91,70 97,35
1997 0,73 1,17
85,97
91,34 97,15
1998 0,72 1,16
85,75
91,27 97,12
1999 0,72 1,15
85,02
90,62 96,86
2000 0,72 1,15
84,75
90,48 96,96
2001 0,71 1,14
84,13
89,86 96,68
2002 0,71 1,13
83,72
89,49 96,60
2003 0,70 1,12
83,01
88,89 96,36
2004 0,70 1,12
82,60
88,44 96,28
2005 0,69 1,11
81,97
87,96 96,09
2006 0,69 1,10
81,48
87,41 95,95
2007 0,69 1,11
81,84
87,61 96,08
2008 0,69 1,11
81,72
87,56 96,07
2009 0,69 1,11
81,73
87,64 95,96
Fonte: resultado da pesquisa
As figuras 23, 24 e 25 ilustram o processo de desconcentração das
atividades econômicas do Rio de Janeiro empregando os índices de Gini, Theill e
a razão de concentração em três níveis para a variável emprego no período de
1987 2009. Constata-se a redução da concentração regional do emprego, a
mesorregião metropolitana tradicionalmente detentora da grande massa dos
postos de trabalho vem perdendo espaço no processo de ampliação das
atividades produtivas ao longo do período de estudo. Verifica-se que a redução é
102
7,05% considerando a Razão de Concentração 1 que é equivalente a
mesorregião metropolitana.
Os altos índices de concentração da mesorregião metropolitana refletem
as adaptações industriais realizadas em busca do novo paradigma tecnológico,
bem como, do aglomerado de centros de alta tecnologia e inovações existentes
na capital do estado, isto, porém, não tem sido suficiente para perpetuar a
condição de hegemonia nas ampliações da produção fluminense.
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
1985 1990 1995 2000 2005 2010
Ano
Índice de Gini
Figura 23 - Evolução do índice de Gini das Atividades Econômicas dos Municípios do Rio de
Janeiro usando o indicador Emprego 1987 – 2009.
Fonte: Dados da pesquisa
1,00
1,05
1,10
1,15
1,20
1985 1990 1995 2000 2005 2010
Ano
Índice de Theil
Figura 24 - Evolução do índice de Theil das Atividades Econômicas dos Municípios do Rio
de Janeiro usando o indicador Emprego 1987 – 2009.
Fonte: Dados da pesquisa
103
70,00
80,00
90,00
100,00
1985 1990 1995 2000 2005 2010
Ano
Razão de Concentração
CR1 CR2 CR4
Figura 25 - Evolução da Razão de Concentração das Atividades Econômicas das
Mesorregiões do Rio de Janeiro usando o indicador Emprego 1987 – 2009.
Fonte: Dados da pesquisa
A constatação de curvas decrescentes feitas através da leitura das
figuras 23, 24 e 25, em que se utilizam formas diferentes de um mesmo indicador,
o emprego, confirmam a existência de um processo de desconcentração das
atividades produtivas no território fluminense, no período 1987 – 2009.
4.4. A
desconcentração das atividades econômicas nas mesorregiões
do interior
fluminense, período 1987 – 2009.
Esta seção busca compreender como a organização territorial e
econômica das mesorregiões do interior fluminense afetam o processo de
desenvolvimento produtivo fluminense, no período de 1987 2009, utilizando o
emprego como indicador das atividades econômicas descritas pela RAIS do
Ministério do Trabalho e Emprego. A escolha do ano de 1987 tem por base os
fortes embates sobre o processo democrático brasileiro que antecederam e
geraram a reforma constitucional de 1988.
A discussão permite inferir sobre a distribuição do emprego no interior
fluminense nos últimos anos que afeta o modo como vem se consolidando a
apropriação da riqueza do território e de como a centralidade da região
metropolitana do Rio de Janeiro e as estruturas de poder instaladas, ao longo da
história fluminense, perpetuaram ou não a submissão das demais regiões do
estado.
As mesorregiões metropolitanas brasileiras vêm historicamente ocupando
a centralidade das decisões e do processo de expansão das atividades
produtivas, o que reflete de forma centralizada nas oportunidades empregos.
104
Segundo Sabóia (2000) nos anos de 1990 ocorre uma reorganização do espaço
produtivo e estas regiões começam a perder os atrativos indispensáveis ao
avanço dos setores da economia. A centralidade fica comprometida e a busca
pela coesão territorial exige um outro projeto de desenvolvimento.
A tabela 25 apresenta a evolução do emprego nas cinco mesorregiões do
interior do Rio de Janeiro, entre os anos de 1987 a 2009. A evolução do emprego
nas atividades produtivas segue os reflexos da estrutura econômica do estado e
do país. Entretanto, é possível verificar que as mesorregiões do interior, com
destaque para norte fluminense, seguem tendência inversa da metropolitana.
Tabela 25 - Distribuição do emprego por mesorregião do interior fluminense, período de
1987 - 2009
Emprego - Mesorregiões do interior do Rio de Janeiro
Ano
Noroeste
Fluminense
Norte
Fluminense
Centro
Fluminense
Baixadas
Fluminense
Sul
Fluminense
Total Interior
Fluminense
1987 20799 80661 57895 30020 160356 351718
1988 22715 87238 59663 31380 161028 364012
1989 23889 84442 62406 33113 155652 361491
1990 23883 79230 57942 32082 145213 340340
1991 23904 80690 62215 34829 141003 344632
1992 24323 70856 55702 33120 134085 320078
1993 23574 78440 56545 37045 140283 337880
1994 24895 75852 63658 38870 145724 350993
1995 25924 78545 68148 40516 145318 360446
1996 28660 85301 68008 43243 143756 370964
1997 29045 84131 70113 46634 142619 374539
1998 30647 86225 71021 46654 148311 384856
1999 33323 86838 77980 49689 147965 397794
2000 30760 98640 77477 51866 155765 416508
2001 33607 113523 77563 59479 160317 446490
2002 36022 125729 82129 63314 168458 477654
2003 38319 134995 84892 68915 173266 502390
2004 38473 151208 88906 75315 178602 534508
2005 40382 165774 93917 84368 191133 577579
2006 42173 187952 100061 94535 199993 626720
2007 42213 211573 101579 104401 205983 667756
2008 43564 211390 104546 102399 216909 680816
2009 45927 204637 109824 115798 227356 705551
Fonte: RAIS, elaborada pelo autor
Na tabela 25 pode-se constatar que a mesorregião noroeste fluminense
passou a sua contribuição do emprego em relação ao total do emprego das
mesorregiões do interior fluminense de 5,9%, em 1987, para 6,5%, em 2009, o
que confirma uma evolução positiva, porém, discreta, dada a sua baixa
capacidade de promoção de fatores de fortalecimento de sua produção.
105
A mesorregião norte fluminense passou sua contribuição do emprego em
relação ao total do emprego das mesorregiões do interior fluminense de 22,9%,
em 1987, para 29,0%, em 2009, o que demonstra crescimento da contribuição no
estoque do emprego entre as regiões do interior, confirmando o fortalecimento de
sua economia impulsionado pelos segmentos produtivos, especialmente, àqueles
impulsionados pelas atividades relacionadas ao petróleo.
A mesorregião baixadas fluminense passou sua contribuição do emprego
em relação ao total do emprego das mesorregiões do interior fluminense de 8,5%,
em 1987, para 16,4%, em 2009, o que demonstra o maior crescimento na
contribuição do estoque de emprego entre as regiões do interior no período da
pesquisa.
A mesorregião centro fluminense passou sua contribuição do emprego
em relação ao total do emprego das mesorregiões do interior fluminense de
16,5%, em 1987, para 15,6%, em 2009, o que demonstra leve regressão ou
estagnação na contribuição no estoque do emprego entre as regiões do interior
no período da pesquisa.
A mesorregião sul fluminense passou sua contribuição do emprego em
relação ao total do emprego das mesorregiões do interior fluminense de 45,6%,
em 1987, para 32,2%, em 2009, o que demonstra regressão na contribuição do
estoque de emprego entre as regiões do interior no período da pesquisa. Diante
disso, podemos inferir que a região vem apresentando poucos fatores de
competitividade para o avanço de sua produção em relação às demais regiões do
interior.
A figura 26 apresenta a Evolução do Emprego nas Cinco Mesorregiões
do Interior do Estado do Rio de Janeiro de 1987 2009. Verifica-se um
comportamento crescente do estoque de emprego nos últimos 10 (dez) anos nas
mesorregiões do interior. Cabe destaque para a mesorregião norte fluminense
que cresceu a uma taxa de 8,95% ao ano. Segundo Oliveira (1999) vem
ocorrendo uma dinâmica migratória da região metropolitana para o interior
fluminense em função da localização da atividade extrativa mineral e seus
encadeamentos nos municípios que integram o território.
106
0
100
200
300
400
500
600
700
800
1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009
Ano
Noroeste Fluminense Norte Fluminense Centro Fluminense Baixadas Sul Fluminense
'
Figura 26 – Evolução do Emprego nas Cinco Mesorregiões do Interior Fluminense de 1987 – 2009
Fonte:Dados da pesquisa
A mesorregião noroeste fluminense possui a menor contribuição no
estoque de emprego das atividades produtivas. Porém, pode-se identificar uma
evolução discreta na contribuição, possivelmente, encadeada pelas atividades
ligadas ao setor de agricultura, pecuária e a agroindústria.
Observa-se que a mesorregião de baixadas apresenta evolução
crescente e alcança ao final do período estudado (2009) o dobro do percentual do
estoque de emprego em relação ao total do interior do Estado do Rio de Janeiro.
As mesorregiões centro e sul fluminense apresentaram uma evolução
modesta no período, o que demonstra forte dependência da mesorregião
metropolitana e das ações de governo no que tange a infraestrutura de apoio a
produção.
A figura 27 apresenta a Evolução do Emprego nas Cinco Mesorregiões
do interior do Rio de Janeiro nos anos de 1987 1999 2009. Verifica-se que a
mesorregião sul fluminense apresenta uma variação na contribuição negativa de
8,4% no estoque de emprego entre os anos de 1987 e 1999 considerando o total
de empregos das mesorregiões do interior fluminense. Essa variação na
contribuição segue tendência e mantém variação negativa de 5% no período de
1999 2009, o que evidencia uma forte reorganização nas estruturas produtivas
da região em questão.
107
0 50 100 150 200 250
Noroeste Fluminense
Norte Fluminense
Centro Fluminense
Baixadas
Sul Fluminense
Milhares
Emprego
1987 1999 2009
Figura 27 - Evolução do Emprego nas Cinco Mesorregiões do interior do Rio de Janeiro nos anos
de 1987 – 1999 – 2009
Fonte:Dados da pesquisa
A região baixadas fluminense apresenta uma evolução crescente na
contribuição do emprego nos anos de 1987, 1999 e 2009. Segundo a figura 29
pode-se constatar uma variação na contribuição do emprego positiva e crescente
de 3,9%, no período de 1987 1999, e de 4,0% no período de 1999 2009,
considerando o estoque de emprego das regiões do interior fluminense.
A região centro fluminense apresenta uma evolução crescente na
contribuição do emprego, entre os anos de 1987 e 1999, de 3,1%. Entretanto, no
período seguinte, de 1999 2009, pode-se constatar uma variação na
contribuição do emprego negativa de 4,0% desta mesorregião em relação ao
emprego das atividades econômicas das mesorregiões do interior fluminense.
A região norte fluminense apresenta variação na contribuição do emprego
negativa de 1,1% no período de 1987 1999. Entretanto, no período de 1999 -
2009, a variação na contribuição do emprego torna-se positiva alcançando o
índice de 7,1% em relação ao emprego das atividades econômicas das
mesorregiões do interior fluminense, o maior entre os períodos analisados, o que
certamente está associado ao crescimento do segmento petróleo na região.
A região noroeste fluminense tem a menor contribuição no estoque de
emprego ao longo do período estudado em relação ao estoque do interior do
estado do Rio de Janeiro. Essa mesorregião apresenta uma evolução crescente
108
na contribuição do emprego, entre os anos de 1987 e 1999, de 2,5%. Entretanto,
no período seguinte, de 1999 2009, pode-se constatar uma variação na
contribuição do emprego negativa de 1,9% desta mesorregião em relação ao
emprego das atividades econômicas das mesorregiões do interior fluminense.
Diante disso, pode-se inferir que o crescimento na contribuição no primeiro
período da referida mesorregião, caracterizada pelo setor agricultura e ainda,
considerando a desaceleração da economia nacional, está ligado a baixa
atratividade das demais regiões, o que se confirma no período seguinte quando a
região tem variação negativa na contribuição do emprego. A dependência de
intervenção de governo para melhoria da infraestrutura e crédito, que possibilite
avanços no escoamento e ampliação da produção, continua sendo um entrave
para setores, como a agricultura e pecuária leiteira na referida mesorregião.
4.5. Evolução do emprego por atividade produtiva nas mesorregiões
fluminense, período de 1987 – 2009.
Nesta seção será apresentada uma discussão que envolve os setores
econômicos das atividades produtivas fluminense, no período de 1987 – 2009.
A Tabela 26 apresenta a evolução do emprego das atividades
econômicas nas mesorregiões Fluminense no período de 1987 2009. Pode-se
constatar as atividades econômicas fluminense foram agrupados em 9 (nove)
subsetores que apresentaram diferentes variações no estoque de empregos em
relação ao total do estado do Rio de Janeiro no período da pesquisa.
O setor de indústria apresentou, em 1987, uma participação no estoque
de emprego de 20,66% em relação ao total dos empregos no estado do Rio de
Janeiro. Em 2009, esse setor apresentou uma contribuição de 11,55% em relação
ao total do emprego das atividades produtivas fluminense.
O setor de serviços apresentou, em 1987, uma participação no estoque
de emprego de 17,37% em relação ao total dos empregos no estado do Rio de
Janeiro. Em 2009, esse setor apresentou uma contribuição de 16,14% em relação
ao total do emprego das atividades produtivas fluminense.
O setor de construção civil apresentou, em 1987, uma participação no
estoque de emprego de 4,19% em relação ao total dos empregos no estado do
109
Rio de Janeiro. Em 2009, esse setor apresentou uma contribuição de 5,37% em
relação ao total do emprego das atividades produtivas fluminense.
O setor de comércio apresentou, em 1987, uma participação no estoque
de emprego de 26,46% em relação ao total dos empregos no estado do Rio de
Janeiro. Em 2009, esse setor apresentou uma contribuição de 35,58% em relação
ao total do emprego das atividades produtivas fluminense.
O setor de transporte e comunicações apresentou, em 1987, uma
participação no estoque de emprego de 6,58% em relação ao total dos empregos
no estado do Rio de Janeiro. Em 2009, esse setor apresentou uma contribuição
de 7,05% em relação ao total do emprego das atividades produtivas fluminense.
Tabela 26 - Evolução do emprego por atividade econômica das mesorregiões Fluminense, no
período de 1987 - 2009
Ano indústria Serviços
Const.
Civil
Comércio
Transp. e
comunic.
Ensino
Admin.
pública
Agricultura
Outros /
ignorado
Total
1987 598716
503463
121300
766767
190681
46061
604949
5577
60853
2898367
1988 594065
510578
121851
785844
207707
47107
631388
5470
126743
3030753
1989 604656
523013
115075
811086
206715
47313
605832
13420
101534
3028644
1990 536099
497406
103435
727337
183421
48084
540576
12508
189686
2838552
1991 484332
478741
108794
700977
185924
48388
523954
11115
242824
2785049
1992 426438
458152
116962
651075
176953
45469
475073
11885
257057
2619064
1993 419855
455585
101696
665942
171287
45180
510892
12537
318059
2701033
1994 419528
409045
114742
763879
208916
60165
494733
22125
197654
2690787
1995 394172
443897
114603
778380
219618
124961
545350
27399
39812
2688192
1996 379865
458396
127448
804900
211093
120096
571579
27383
11766
2712526
1997 343859
457794
120016
823457
211893
121498
549352
24299
3226
2655394
1998 328982
471050
115852
840640
217666
129515
558128
23929
614
2686376
1999 317114
471067
104914
862143
205122
124890
531564
24076
408
2641298
2000 312559
475363
102092
913511
218468
129338
543073
23508
226
2718138
2001 311756
478309
107628
945925
216461
140145
578188
22958
0
2801370
2002 324110
493396
111003
995038
225667
135354
614796
23099
0
2922463
2003 326719
501352
108193
1030591
210815
141765
601285
24473
0
2945193
2004 338925
524457
108634
1088277
214743
145833
610520
28785
0
3060174
2005 357726
562086
116108
1139987
217091
146564
623935
28287
0
3191784
2006 399036
563659
147525
1170092
226444
163816
676229
26826
0
3373627
2007 411275
599842
158096
1256074
245229
171855
798504
24971
0
3665846
2008 437956
608080
182636
1331051
258640
178208
692040
23772
0
3712383
2009 444815
621623
206625
1370208
271540
183646
729665
23137
0
3851259
Fonte: resultado da pesquisa
O setor de ensino apresentou, em 1987, uma participação no estoque de
emprego de 1,59% em relação ao total dos empregos no estado do Rio de
Janeiro. Em 2009, esse setor apresentou uma contribuição de 4,77% em relação
ao total do emprego das atividades produtivas fluminense.
110
O setor de administração pública e autárquica apresentou, em 1987, uma
participação no estoque de emprego de 20,87% em relação ao total dos
empregos no estado do Rio de Janeiro. Em 2009, esse setor apresentou uma
contribuição de 18,95% em relação ao total do emprego das atividades produtivas
fluminense.
O setor de agricultura, pecuária, silvicultura, extrativa vegetal apresentou,
em 1987, uma participação no estoque de emprego de 0,19% em relação ao total
dos empregos no estado do Rio de Janeiro. Em 2009, esse setor apresentou uma
contribuição de 0,60% em relação ao total do emprego das atividades produtivas
fluminense.
A figura 28, abaixo, mostra os resultados da Evolução do pessoal
ocupado em 9 (nove) subsetores produtivos das mesorregiões do estado do Rio
de Janeiro, no período de 1987 2009. Pode-se constatar que o setor de
comércio tem destaque na evolução do total de pessoal ocupado no estado do
Rio de Janeiro. Tal resultado decorre do fato de que sua participação é a mais
expressiva no período analisado e de que houve um incremento do total de
pessoal ocupado no setor em relação ao total do estado do Rio de Janeiro.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009
Milhares
Ano
Emprego
indústria Serviços
Constrao civil Comércio
Transportes e comunicaçoes Ensino
Administrao pública direta e autárquica Agricultura, silvicultura, criaçao de animais, extrativismo vegetal
Figura 28 - Evolução do pessoal ocupado por subsetores produtivos da economia nas
mesorregiões do estado do Rio de Janeiro, no período de 1987 – 2009
Fonte:Dados da pesquisa
111
O subsetor agricultura apresenta uma contribuição inexpressiva na
participação do estoque de empregos entre as atividades produtivas do estado do
Rio de Janeiro. Esse quadro exige que novas estratégias de estímulo ao setor
possam ser implantadas para atenuar a forte dependência de importação de
produtos da cesta básica e demais alimentos de outros estados para o espaço
geográfico fluminense.
112
5. RESUMO E CONCLUSÕES
O estudo analisou o processo de reestruturação produtiva do território
fluminense, a partir das mesorregiões do Estado do Rio de Janeiro - ERJ. A
análise teve por base as mudanças no nível de emprego nos 26 (vinte e seis) sub
setores da produção indicados na RAIS do MTE ao longo do período
compreendido entre os anos de 1987 2009. A pesquisa trouxe relevantes
informações sobre os problemas e possibilidades regionais fluminense. A
pesquisa ampliou a compreensão sobre as mudanças ocorridas, principalmente,
na estrutura produtiva do interior fluminense. Foi identificado um processo de
descentralização econômica decorrente dos quantitativos de empregos formais
criados ao longo do período nas atividades econômicas dos municípios e suas
mesorregiões metropolitana, noroeste, norte, baixadas, centro e sul fluminense, o
que permitiu inferir sobre os rumos da economia deste território.
O estudo foi realizado com base em três períodos: o primeiro de 1987
1992 caracterizado por intensa desarticulação das atividades econômicas; o
segundo de 1992 1999 de estabilização e reorganização das atividades tendo
em vista o novo paradigma do sistema produtivo mundial e, o terceiro de 1999 -
2009 de retomada do processo de desenvolvimento econômico do estado do Rio
de Janeiro com evidente fortalecimento da interiorização da produção.
A mesorregião metropolitana é concentradora do emprego. Entretanto,
apresentou redução dos postos de trabalho no período do estudo de 87,93 %
para 81,73 % em relação ao estoque do estado. Quando se compara o estoque
113
de empregos no interior do estado, verifica-se que o aumento é de 12,07 % para
18,27 % para as demais mesorregiões fluminense.
A variação líquida total do emprego da mesorregião Metropolitana
fluminense, referente aos três períodos analisados, mostrou-se negativa para a
maior parte dos setores econômicos da região. Especialmente, no último período,
de 1999 2009, a região apresentou vantagem competitiva especializada para 1
(um) setor da economia (madeira e mobiliário), e, vantagem competitiva não
especializada para 1 (um) setor (extrativa mineral). Os demais setores
apresentaram desvantagem competitiva especializada para 10 (dez) setores e
desvantagem competitiva não especializada para 14 (quatorze) subsetores.
Diante disso, pode-se constatar que a região metropolitana fluminense mostra
enfraquecimento da economia.
A região Noroeste fluminense, referente aos três períodos analisados,
mostrou variação líquida total positiva para a maior parte dos setores da região.
No último período, de 1999 2009, a região apresentou vantagem competitiva
especializada para 11 (onze) subsetores da produção, e, vantagem competitiva
não especializada para 1(um) subsetor da economia. Ainda, desvantagem
competitiva especializada para 2 (dois) subsetores e desvantagem não
especializada para 8 (oito) subsetores. Isto coloca a região noroeste em posição
favorável para o avanço dos sistemas produtivos apontados.
A região Norte fluminense, referente aos três períodos analisados,
mostrou variação líquida total positiva para a maior parte dos setores da região.
No último período, de 1999 2009, a região apresentou vantagem competitiva
especializada para 8 (oito) subsetores da economia, e, desvantagem competitiva
especializada para 12 (doze) subsetores, desvantagem especializada para 1 (um)
subsetores e desvantagem não especializada para 5 (cinco) subsetores. A
resposta ao efeito alocação de 31 % dos setores com vantagem competitiva
especializada mostra que a região cresce nos referidos setores mais do que o
estado.
A região centro fluminense, referente aos três períodos analisados,
mostrou variação líquida total positiva para a maior parte dos setores da região.
No último período, de 1999 2009, a região apresentou vantagem competitiva
especializada para 11 (onze) setores da economia, e, vantagem competitiva não
114
especializada para 1 (um) setor. Ainda, desvantagem competitiva especializada
para 2 (dois) setores e desvantagem competitiva não especializada para 11
(onze) subsetores. Diante disso, pode-se constatar que a região centro
fluminense possui 42% dos setores da economia apresentaram maior vantagem
competitiva especializada do que o estado.
A região baixadas fluminense, referente aos três períodos analisados,
mostrou variação líquida total positiva para a maior parte dos setores da região.
No último período, de 1999 2009, a região apresentou vantagem competitiva
especializada para 6 (seis) setores da economia, e, vantagem competitiva não
especializada para 12 (doze) setores. Ainda, desvantagem competitiva
especializada para 1 (um) setor e desvantagem competitiva não especializada
para 6 (seis) subsetores. Diante disso, pode-se constatar que a região baixadas
fluminense mostra que 54% dos setores da economia apresentaram maior
vantagem competitiva especializada do que o estado.
A região sul fluminense, referente aos três períodos analisados, mostrou
variação líquida total positiva para a maior parte dos setores da região. No último
período, de 1999 2009, a região apresentou vantagem competitiva
especializada para 11 (onze) setores da economia, e, ainda, vantagem
competitiva não especializada para 5 (cinco) setores e desvantagem competitiva
especializada para 2 (dois) subsetores. Ainda, desvantagem não especializada
para 8 (oito) subsetores. Diante disso, pode-se constatar que a região sul
fluminense mostra que 42% dos setores da economia apresentaram maior
crescimento do que o estado.
Os Índices de Concentração do Emprego nas Mesorregiões do estado do
Rio de Janeiro no período de 1987 2009 apresentaram uma redução de 8,74%
no índice de Gini, 8,38% para índice de Theil, 6,65% para a razão de
concentração das duas maiores mesorregiões e 2,39% para a razão de
concentração das quatro maiores mesorregiões, o que caracteriza a ocorrência de
um processo de desconcentração do emprego ao longo dos anos.
Com base no comportamento desses indicadores, pode-se concluir que
as mesorregiões do interior fluminense vêm fortalecendo atrativos territoriais que
geram ampliação dos efeitos positivos para novos encadeamentos produtivos
regionais.
115
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