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SUZANA PATRÍCIA LISBOA
ALTERAÇÕES DE PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DA
ÁGUA TRATADA COM HOMEOPATIA
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Fitotecnia, para
obtenção do título de Doctor
Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2010
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ii
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela presença infinita.
À Universidade Federal de Viçosa, pela oportunidade de realizar o curso.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pela concessão da bolsa de estudo.
Ao professor Vicente Wagner Dias Casali, meu orientador, conselheiro,
amigo, a minha imensa gratidão.
À minha família, que me apoiou acreditando em mim.
Aos meus amigos e amigas, Cíntia, Élen, Viviane, Rosana, Fernanda,
José Carlos, Ribeiro, Juliana, Fernando, Máira, Ana Paula e Nilza, pelo
encorajamento, pelo conforto, pela companhia, pela fraternidade e pelo apoio,
mostrando com alegria que a amizade e o que ela proporciona ficam para sempre.
Ao professor Paulo Roberto Cecon, pela orientação, pela atenção e
pelas sugestões.
Aos componentes da banca examinadora, Efraim Lázaro Reis, Fernanda
Maria Coutinho de Andrade, Viviane Modesto Arruda, Ana Paula Martinazzo,
pela disponibilidade, pela atenção, pelas sugestões e pela amizade.
A todos os funcionários do Departamento de Fitotecnia, sempre
dispostos a ajudar.
A todos os professores que contribuíram com minha formação acadêmica.
A todos que contribuíram para a realização deste trabalho.
iii
BIOGRAFIA
SUZANA PATRÍCIA LISBOA, filha de Paulo Cezar Lisboa e Maria
Nazária Lisboa, nasceu 7 de setembro de 1971, na cidade de Juiz de Fora-MG.
Desde 1997 é membro do Grupo Entre Folhas – Plantas Medicinais/ UFV.
Em agosto de 2003, graduou-se em Engenheira Agrônoma pela Univer-
sidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa-MG.
Em março de 2005, iniciou o Programa de Pós-Graduação em Fitotec-
nia, em nível de Mestrado, na Universidade Federal de Viçosa, defendendo a
dissertação em setembro de 2006.
Em setembro de 2010, concluiu o Programa de Pós-Graduação em
Fitotecnia, em nível de Doutorado.
iv
SUMÁRIO
Página
RESUMO .............................................................................................. vi
ABSTRACT........................................................................................... viii
1. INTRODUÇÃO.................................................................................. 1
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................. 5
2.1. Elaboração das homeopatias..................................................... 5
2.2. Princípios da homeopatia........................................................... 7
2.2.1. Similitude.............................................................................. 7
2.2.2. Experimentação ................................................................... 8
2.2.3. Dose mínima ........................................................................ 9
2.2.4. Substância única.................................................................. 11
2.3. Princípio vital.............................................................................. 11
2.4. Autorregulação........................................................................... 12
2.5. Estruturas e memória da água ................................................... 13
2.6. Propriedades físico-químicas da água ....................................... 16
2.6.1. Potencial hidrogeniônico (pH) .............................................. 17
2.6.2. Condutividade elétrica (CE) ................................................. 19
2.6.3. Turbidez................................................................................ 20
3. OBJETIVO ........................................................................................ 22
v
Página
4. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................. 23
4.1. Obtenção das soluções homeopáticas....................................... 24
4.2. Variáveis analisadas .................................................................. 24
4.2.1. Potencial hidrogeniônico (pH) .............................................. 24
4.2.2. Condutividade elétrica (CE) ................................................. 24
4.2.3. Turbidez (TURB) .................................................................. 25
4.3. Instalação dos experimentos...................................................... 25
4.3.1. Experimento 1 ...................................................................... 25
4.3.2. Experimento 2 ...................................................................... 26
4.3.3. Experimento 3 ...................................................................... 26
4.3.4. Experimento 4 ...................................................................... 27
4.3.5. Experimento 5 ...................................................................... 27
4.3.6. Experimento 6 ...................................................................... 27
4.3.7. Experimento 7 ...................................................................... 28
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 29
5.1. Experimento 1............................................................................ 29
5.1.1 Potencial hidrogeniônico (pH) ............................................... 30
5.1.2. Condutividade elétrica (CE) ................................................. 33
5.2. Experimento 2............................................................................ 33
5.2.1 Potencial hidrogeniônico (pH) ............................................... 35
5.2.2. Condutividade elétrica (CE) ................................................. 36
5.3. Experimento 3............................................................................ 38
5.3.1 Potencial hidrogeniônico (pH) ............................................... 40
5.3.2. Condutividade elétrica (CE) ................................................. 40
5.4. Experimento 4............................................................................ 40
5.5. Experimento 5............................................................................ 42
5.6. Experimento 6............................................................................ 45
5.7. Experimento 7............................................................................ 46
6. CONCLUSÕES ................................................................................. 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 51
vi
RESUMO
LISBOA, Suzana Patrícia. D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, julho de
2010. Alterações de propriedades físico-químicas da água tratada com
homeopatia. Orientador: Vicente Wagner Dias Casali. Coorientadores:
Paulo Roberto Cecon e Fernanda Maria Coutinho de Andrade.
As propriedades físico-químicas da água de irrigação, bem como de
soluções aquosas, tem sido tema de estudo e, mais recentemente, percebe-se
o incremento do interesse científico. A motivação principal é disponibilizar água
de qualidade nos cultivos e o entendimento dos mecanismos de ação dos
preparados homeopáticos. O trabalho teve como objetivo avaliar a ação dos
preparados homeopáticos nas propriedades físico-químicas da água de três
origens. O experimento foi desenvolvido no Laboratório de Homeopatia do
Departamento de Fitotecnia da UFV, sendo instalado no delineamento em
blocos casualizados, com quatro repetições (experimentos de 1 a 6) ou seis
repetições (experimento 7). Os tratamentos dos experimentos 1 a 6 constaram
das homeopatias Calcarea carbonica, Calcarea sulphurica, Calcarea
phosphorica, Carbo vegetabilis, Natrum muriaticum, Natrum carbonicum,
Natrum sulphuricum, Pyrogenium, Sulphur e os preparados homeopáticos água
destilada, água de mina e água de lago com os controles água destilada, água
de mina e água de lago. A dinamização utilizada nos experimentos 1 a 6 foi
7CH. Os tratamentos do experimento 7 constaram da homeopatia Natrum
muriaticum nas dinamizações 1CH, 3CH, 5CH, 7CH, 12CH e 30CH e os
vii
preparados homeopáticos água destilada salinizada e álcool 70% nas
dinamizações 7CH e o controle água destilada salinizada. Em recipientes de
vidro contendo 80 mL de água foram aplicadas duas gotas do tratamento a
cada 24 horas. Os dados das variáveis foram obtidos após a aplicação dos
tratamentos. O pH, a condutividade elétrica e a turbidez foram mensuradas
respectivamente pelos equipamentos: pHmetro de bancada (modelo DM 23),
condutivímetro (modelo DM 32) e turbidímetro portátil (modelo DM TU). Ao final
das medições os dados foram submetidos à análise de variância e as médias
foram comparadas com a testemunha pelo teste de Dunnett, a 5% de
probabilidade. As homeopatias causaram alterações nas propriedades físico-
químicas da água. Foi verificada a atuação diferenciada das diversas
dinamizações. Determinados preparados homeopáticos promovem respostas
marcantes, bem perceptíveis com individualidade de respostas, evidenciando o
princípio de especificidade de ação.
viii
ABSTRACT
LISBOA, Suzana Patrícia, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, July, 2010.
Alterations in the physico-chemical properties of homeopathy-treated
water. Adviser: Vicente Wagner Dias Casali. Co-Advisers: Paulo Roberto
Cecon and Fernanda Maria Coutinho de Andrade.
The physico-chemical properties of irrigation water, as well as of
aqueous solutions have recently become a topic of study and attracted the
attention of scientists. The main reason is to make quality water available for
crops and to understand the mechanisms of action of homeopathic
preparations. This work aimed to evaluate the effect of homeopathic
preparations on the physico-chemical properties of water originated from three
sources. The experiment was developed at the Laboratory of Homeopathy of
the Department of Plant Science of the UFV, and was arranged in a randomized
block design, with four repetitions (experiments 1- 6) or six repetitions
(experiment 7). The treatments of experiments 1-6 consisted of the
homeopathies Calcarea carbonica, Calcarea sulphurica, Calcarea phosphorica,
Carbo vegetabilis, Natrum muriaticum, Natrum carbonicum, Natrum
sulphuricum, Pyrogenium, and Sulphur and of the homeopathic preparations
distilled water, mine water, and lake water, with the controls distilled water, mine
water and lake water. The dynamics applied in experiments 1- 6 was 7CH. The
experiment 7 treatments consisted of homeopathy Natrum muriaticum at
dynamizations 1CH, 3CH, 5CH, 7CH, 12CH and 30CH and the homeopathic
ix
preparations salinized distilled water and 70% alcohol at dynamizations 7CH
and the control salinized distilled water. Two drops of the treatment were
applied every 24 h in glass recipients containing 80 mL water. The variable data
were obtained after application of the treatments; pH, electric conductivity, and
turgidity were measured, respectively, by the equipments: counter pHmeter (DM
23 model), conductivimeter (DM 32 model) and portable turgid meter (DM TU
model). At the end of the measurements, the data were submitted to variance
analysis and the means compared with the control by the Dunnett test, at 5%
probability. The homeopathies caused alterations in the physico-chemical
properties of water. A differentiated action of the several dynamizations was
verified. Some homeopathic preparations promoted rather perceptive, markedly
individual responses, making evident the principle of specificity of action.
1
1. INTRODUÇÃO
A oferta de água na Terra tem relação estreita com a segurança alimentar,
o estilo de vida das pessoas, o crescimento industrial e agrícola e a
sustentabilidade ambiental (BEEKMAN, 1996).
Conforme WMO (1997), o consumo mundial d’água cresceu mais de seis
vezes entre 1900 e 1995 – mais que o dobro da taxa de crescimento da
população –, e continua a crescer rapidamente com a elevação de consumo
dos setores agrícola, industrial e residencial.
Levantamentos realizados pela Organização Meteorológica Mundial
(OMM) das Nações Unidas indicam que um terço da população mundial vive
em regiões de moderado a alto e estresse e hídrico, ou seja, com o nível de
consumo superior a 20% da sua disponibilidade d’água. As estatísticas da
OMM demonstram que, nos próximos 30 anos, a situação global das reservas
hídricas tende consideravelmente a agravar, caso não ocorram ações visando
melhoria da gestão da oferta e demanda de água.
De acordo com pesquisas sobre a água pelo International Water, em
função da relação entre escassez de água e escassez de alimentos, conforme
relatório do IFPRI e IWMI (2002), foi projetado que em 2025 a escassez de
água causará perdas anuais globais de 350 milhões de toneladas da produção
de alimento. Caso não alteradas as políticas e as prioridades, em 20 anos não
haverá água suficiente para as cidades, os domicílios, o ambiente natural ou
cultivo de alimentos. A crescente demanda por água limitará severamente a
2
disponibilidade na irrigação, que, por sua vez, restringirá seriamente a produ-
ção de alimentos no mundo.
Segundo Onyango (2002), em 2025, a água destinada principalmente aos
usos domésticos, industriais e de pecuária, terá aumento de pelo menos 50%.
O aumento limitará severamente a água de irrigação, que aumentará a
produção de alimentos em apenas 4%.
A atividade de irrigação é a maior consumidora de água entre os diversos
usos desse recurso natural. Cerca de 250 milhões de hectares são irrigados no
mundo atualmente, quase cinco vezes mais do que no início do século XX. A
irrigação tem ajudado a aumentar a produção dos campos agrícolas e
estabilizar a produção e preços de alimentos (WMO, 1997).
Além da escassez hídrica, que é grave em diversas regiões, deve-se
considerar a questão da poluição concentrada e difusa de corpos hídricos.
Processos de eutrofização, metais pesados, acidificação, poluentes orgânicos
e outros efluentes tóxicos degradam os corpos hídricos de áreas densamente
povoadas, comprometendo assim a qualidade da água (GUIDOLIN, 2000).
Segundo Guidolin (2000), é imprescindível atentar ao conteúdo dos
elementos minerais presentes em efluentes urbanos brutos, destacando a
presença de macronutrientes, como N, P e K, bem como de micronutrientes,
como As, Cd, Cr, Hg, Mo, Ni, Pb, Se e Zn, alguns deles necessários ao
desenvolvimento vegetal e outros até fitotóxicos.
Em países nos quais a falta de água é fator limitante de crescimento,
percebe-se a dependência externa de produtos agrícolas, como grãos, por
exemplo, que requerem alta necessidade hídrica.
Nesse aspecto, a Organização Mundial de Saúde (WHO) estabeleceu, em
1990, diretrizes sanitárias do uso de efluentes urbanos em irrigação, tendo em
vista a rápida expansão que essa atividade vem ocorrendo em diversos países.
No sistema produtivo orgânico a água de irrigação deve ser de qualidade
livre de contaminação visando manter a saúde do solo além de conduzir
nutrientes e hidratar as plantas adequadamente, permitindo assim a qualidade
dos produtos orgânicos. Quando a terra é irrigada, a água evapora e os sais
presentes nesta água vão acumulando no solo. Dependendo da composição da
água e do clima a concentração de sais torna-se expressiva no decorrer do
3
tempo o que proporciona esterilidade ao solo diminuindo a qualidade dos
produtos
Em função da escassez de água que atinge várias regiões do Brasil,
associada aos problemas de qualidade da água, torna-se uma alternativa
potencial de racionalização desse bem natural a utilização da homeopatia no
tratamento da água para vários usos, inclusive a irrigação agrícola, que
representa aproximadamente 70% do consumo hídrico no mundo.
A homeopatia teve como marco inicial a publicação do trabalho “Ensaio
sobre novo princípio para se determinar as virtudes curativas das substâncias”,
em 1796, escrito por Hahnemann. Este princípio denominado “similitude” havia
sido postulado por Hipócrates. As preparações homeopáticas envolvem
diluições sucessivas seguidas de agitação e foi primeiramente estudada nos
seres humanos. A similitude ou lei dos semelhantes, é a premissa básica e
consiste na aplicação nos seres vivos doentes de substâncias capazes de
produzir em seres saudáveis, alterações semelhantes (SCHEMBRI, 1976).
Na ciência da Homeopatia as preparações homeopáticas são testadas
em organismos saudáveis. Os sinais gerados são o guia na terapêutica de
quadros patológicos em que “semelhante cura semelhante”, ou seja, os sinais
causados pela homeopatia serão equilibrados pela mesma homeopatia, pois o
que adoece é o que cura (MORENO, 2000).
A utilização das ultradiluições (homeopatia) na agricultura iniciou-se na
cidade de Koberwitz, na Alemanha, em 1924, com a orientação do filósofo
austríaco Rudolf Steiner em ciclo de palestras proferidas a agricultores
preocupados com a crescente degeneração dos grãos-sementes de várias
espécies (CASTRO et al., 2001). A aplicação nos animais, plantas, solo e água
têm possibilitado equilíbrio nos sistemas de produção animal e nos sistemas de
cultivo vegetal (CASALI, 2004). De acordo com Casali (1998), o potencial da
Homeopatia na agricultura já é reconhecido. A homeopatia atua na informação
construtiva e na informação defensiva dos sistemas de vitalidade dos seres
vivos sendo considerada importante fonte de recursos naturais com potencial
de reequilibrar. Contribui com o desenvolvimento da agricultura sustentável, ou
seja, o manejo de recursos de modo a satisfazer as necessidades humanas em
transformação e, ao mesmo tempo, manter ou aprimorar a qualidade do
ambiente e conservar os recursos naturais (LISBOA et al., 2005).
4
A homeopatia está entre as técnicas alternativas que não agride o meio
ambiente fornecendo a produção de qualidade e com baixo custo. Oficializada
como insumo agrícola pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento, na
Instrução Normativa n
o
7, publicada no Diário Oficial da União 19/05/1999
(BRASIL, 1999). Em 2003, a UNESCO e a Fundação Banco do Brasil certifica-
ram a homeopatia na agricultura como Tecnologia Social.
Segundo Duarte (2003), muitas experiências de uso da homeopatia em
vegetais vêm sendo realizadas por agricultores de vários locais, no Brasil e em
outros países, com resultados positivos, de resistência a pragas e doenças,
tolerância a condições impróprias, florescimento, quebra de dormência de
sementes e produção de mudas sadias.
Diversos autores, citados por Poitevin (1991), realizaram trabalhos
utilizando a homeopatia nas mais diversas áreas biológicas, como a fitotecnia,
a toxicologia, a endocrinologia, a imunoalergologia e a enzimologia.
A aplicação da homeopatia em animais, plantas, solo e água têm
possibilitado à família agrícola, que estudou homeopatia no Curso de Extensão
da Universidade Federal de Viçosa, equilíbrio nos sistemas de produção animal
e dos sistemas de cultivo vegetal.
5
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Elaboração das homeopatias
A elaboração dos preparados homeopáticos é feita via diluições/sucus-
sões sucessivas. O preparado homeopático torna-se medicamento homeo-
pático após ser submetido à experimentação de acordo com o protocolo. Na
elaboração utilizam-se substâncias de origem animal, mineral, vegetal e até
produtos da indústria além de microrganismos. No Brasil, o preparo obedece a
normas precisas e definidas pela Farmacopeia Homeopática Brasileira,
oficializada pelo Governo Federal no Decreto n
o
78.841, de 25 de novembro de
1976, sendo revista em 1977 pelo Ministério da Saúde e em 2002 foi publicada
a segunda edição com modificações feitas pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA).
A sucussão é feita com movimentos ascendentes e descendentes,
permitindo ao líquido mover-se gerando contato intenso entre as moléculas da
solução. As escalas de diluições mais utilizadas são: decimal (D) 1:10, e
centesimal (C) 1:100. A liberação do potencial terapêutico interno depende não
só da substância, mas também da escala de diluição utilizada. A diluição da
substância sem sucussão, não causa ação homeopática podendo ser
comprovado experimentalmente (COUTINHO, 1993), o que já foi feito por
(BELLAVITE et al., 2002).
6
A partir da preparação básica (denominada tintura mãe ou TM),
seguindo a escala centesimal, uma parte é diluída em 99 partes de insumo
inerte (substância desprovida de ação farmacológica), realizam-se 100
sucussões sendo assim obtida a 1CH. Toma-se uma parte da solução 1CH e
dilui-se em 99 partes de insumo inerte seguidas de 100 sucussões, obtendo a
2CH e, assim, por diante de modo iterativo.
Utilizando a escala centesimal, após diluir 11 vezes em série restarão 60
moléculas da substância na 11
a
diluição. Além da 12
a
diluição, este vestígio de
moléculas se disseminará no volume crescente do diluente e se tornará
praticamente nulo (VITHOULKAS, 1980; SCHEMBRI, 1992). A partir da 12CH
não há probabilisticamente a presença de moléculas da substância original por
haver sido ultrapassada a constante de Avogadro. No processo de
dinamização ou de potencialização (diluição seguida de sucussão) as diluições
progressivas removem os elementos moleculares da substância original e
deixam na água apenas alguma forma de representação dessa substância
(GERBER, 1988). O ato de dinamizar propicia a ação informacional. As
preparações homeopáticas não desenvolvem eficácia de forma química, mas
por meio de informações específicas, as quais são transferidas ao veículo de
diluição (TIEFENTHALER, 1996). Enquanto estiverem presentes moléculas da
substância é possível a hipótese de algum efeito químico ocorrer, porém a
partir de 12CH o efeito é apenas físico (CASALI et al., 2006).
A nomenclatura homeopática é universal, tendo sido proposta por
Hahnemann, que optou pela expressão latina. Segue-se ao nome, a
designação da dinamização e a escala (SCHEMBRI, 1992), por exemplo, Apis
mellifica 6CH. A letra H designa a preparação feita de acordo com o
procedimento Hahnemanniano (manual) utilizando-se frascos múltiplos. A letra
C se refere à escala centesimal de diluição.
As soluções preparadas de acordo com as técnicas usuais da
homeopatia possuem propriedades físico-químicas características das soluções
apenas diluídas, como mostra o experimento feito por Rey (2003),
comprovando que soluções de sais de lítio e de sódio, diluídas na escala
centesimal e sucussionadas em série, possuem padrão de emissão de
termoluminescência semelhante ao da solução inicial, que contém grande
quantidade de moléculas dos sais. O experimento de Ray constatou que os
7
padrões são mantidos mesmo após o processo de diluição e sucussão ser
repetido 30 vezes, ou seja, muito além do limite de diluição no qual se poderia
esperar encontrar moléculas dos solutos. O nível no qual se expressam os
efeitos das soluções homeopáticas é dependente da dinamização (CASALI et
al., 2006).
O veículo ou solvente, água + etanol, é o meio mais conhecido quanto a
adequação e eficiência, no preparo das soluções homeopáticas. O álcool atua
na conservação do preparado homeopático. A água utilizada como solvente é
capaz de levar as informações das moléculas ausentes, ou seja, ser
“carregada” com diversos tipos de informações e de armazená-las em suas
moléculas induzindo alterações mensuráveis na fisiologia e no crescimento das
plantas ou dos organismos vivos em geral, mesmo sem conter nenhuma
substância (DAVENAS et al., 1988; GERBER, 1988).
Diversos autores citados por Poitevin (1991) realizaram trabalhos
utilizando a homeopatia em diversas áreas biológicas, como a fitotecnia,
toxicologia, endocrinologia, imunoalergologia e enzimologia, verificando que a
homeopatia produz resultados observáveis na matéria densa dos organismos
vivos. A resposta fisiológica dos seres vivos tratados com homeopatia ocorre,
muito provavelmente, em virtude das alterações físicas nas soluções
homeopáticas (CASALI et al., 2006).
2.2. Princípios da homeopatia
2.2.1. Similitude
O efeito básico da homeopatia está fundamentado na lei dos
semelhantes ou princípio da similitude: similius similibus curanter (semelhante
cura semelhante), enunciada por Hahnemann, em 1796 (COUTINHO, 1993).
De acordo com esse princípio, proposto no Organon (CASALI et al., 2006) por
Hahnemann, qualquer substância com a propriedade de despertar sinais, de
qualquer ordem, no experimentador sadio, será capaz de curar, em doses
adequadas, o organismo enfermo com sintomas semelhantes.
Ao ministrar alguma substância homeopatizada no organismo sadio,
surgem sinais (ação primária) provenientes de alterações na frequência
8
vibratória do campo eletromagnético. O organismo doente, portador de quadro
sintomatológico semelhante, estará com seu plano dinâmico vibrando em
frequência semelhante. Por causa da ressonância no organismo doente, com
sintomas semelhantes, a substância homeopatizada altera a frequência
vibratória do campo eletromagnético que poderá aumentar ou diminuir
(GERBER, 1988).
Na homeopatia é incluído o Sistema Isopático, em que rege a Lei da
Igualdade, ou seja, tratam-se os desequilíbrios por meio das próprias causas
que os produzem (BRUNINI, 1993).
A Lei da Igualdade assegura que o confronto de energias iguais no ser
pode retomá-lo ao equilíbrio, isto é, ao receber energia igual, a energia do ser
vivo é intensificada, podendo estimular a função de reequilíbrio do organismo
(ANDRADE, 2000).
De acordo com a interpretação de Duarte (2003), o efeito direto da
substância homeopatizada sobre o organismo foi denominado por Hahnemann
“ação primária” e ocorre imediatamente, dentro de poucas horas ou dias. A
ação secundária ou reação provém da força vital do organismo, em sentido
oposto, na tentativa de reequilíbrio. De acordo com o princípio da semelhança,
qualquer afecção dinâmica mais fraca é eliminada de maneira duradoura, por
outra mais forte (originada do estímulo de alguma substância), quando for
muito semelhante. Segundo Moreno (2000), a Lei dos Semelhantes é natural e
resulta da lei “causa e efeito” ou “ação e reação”.
2.2.2. Experimentação
O procedimento sistemático de testar as substâncias em organismos
vivos saudáveis visando obter sinais é denominado experimentação”.
Hahnemann desenvolveu procedimentos específicos da experimentação que
caracteriza o uso terapêutico de qualquer substância homeopatizada
(VITHOULKAS, 1980).
De acordo com Schembri (1992), o método da experimentação em
organismos vivos sadios, propicia o conhecimento das propriedades
terapêuticas das substâncias quando homeopatizadas.
9
Com o objetivo de ter conhecimento sobre a ação superficial ou profunda
das substâncias sobre o organismo vivo, é preciso observar os sinais
produzidos na experimentação realizada no organismo saudável e em várias
dinamizações.
De acordo com a revisão de Duarte (2003), no tratamento de plantas ou
animais, vêm sendo utilizados os resultados das experimentações obtidas nos
organismos humanos por analogia de sintomas como constam em livro de
Acologia Homeopática que traz indicações para plantas, solo e água (CASALI
et. al., 2009).
2.2.3. Dose mínima
Medicamentos não homeopáticos também são utilizados de acordo com
o princípio da dose mínima. Por exemplo, nas vacinas a diluição do flúor na
proporção aproximada de 1 ppm (uma parte por milhão) na calcificação
dentária; a ação do cobre na diluição de 1 ppt (uma parte por trilhão), (o cobre
é metal insolúvel, mas após a quarta trituração já se torna solúvel)
correspondendo à sétima diluição homeopática, capaz de estimular a glicólise
muscular (transformação da glicose no organismo). No Manual de
Farmacologia Experimental, de autoria de diversos cientistas renomados da
Alemanha, há citação da experiência com nitrato de prata diluído de
1:100.000.000, correspondendo à quarta centesimal homeopática – capaz de
matar estafilococos (NUNES, 2005).
Muitas substâncias potencialmente úteis na homeopatia são tóxicas.
Hahnemann dispunha de informações sobre envenenamentos, e a sintoma-
tologia não era tão detalhada como necessitava na prescrição homeopática.
Então, fez suas descobertas. A primeira diluindo as substâncias reduzindo a
toxicidade, mas reduzindo proporcionalmente o efeito terapêutico. A segunda
descoberta foi a técnica de adicionar energia cinética às diluições, agitando-as,
ou seja, por meio da sucussão. A combinação da diluição com a sucussão foi
denominada por Hahnemann de potencialização ou dinamização (VITHOULKAS,
1980). Assim, chegou às doses extremamente diluídas, porém dinamizadas,
observando que, quanto mais diluída e submetida à sucussão, mais energia a
10
substância desprendia, maior era o efeito terapêutico, ao mesmo tempo em
que reduzia o efeito tóxico (VITHOULKAS, 1980; BAROLLO, 1996).
Einstein mostrou a veracidade do fenômeno, quando anunciou em sua
genial equação E = mc² (em que E = energia; m = massa; e c = velocidade da
luz) demonstrando que a matéria tem relação com a energia (BRUNINI et al.,
1993), ou seja, a matéria é igual energia, pois a velocidade da luz é constante,
sendo interconversíveis (STORACE; LACERDA, 1993), de forma que quanto
maior o movimento, mais energia é desprendida. Conforme discutido por Silva
(2004) essa energia, no procedimento homeopático, deve ser interpretada de
outra forma. A técnica da sucussão poderia atuar na liberação da energia ou da
informação, pois algumas evidências recentes Rey (2003) têm evidenciado que
a homeopatia está mais próxima do efeito informacional do que energético
(CASALI et al., 2006). A substância material nada mais é do que energia
condensada, sendo o método de dinamização, criado por Hahnemann, a
possibilidade de liberar essa energia visando obter o medicamento com ação
sutil (GODOY, 1993a; CAMPOS, 1994). Uma hipótese é que o medicamento
homeopático age por meios físicos (CASALI et al., 2006).
Na farmacologia convencional é adotado o postulado “quanto maior a
dose mais forte e intenso é o efeito” e a medicina convencional lida com o
corpo-matéria que responde quimicamente às doses, ou seja, efeito é químico.
Na farmacologia homeopática é válido o princípio da resposta a dinamizações,
ou seja, a resposta é causada pelas diluições seguidas de sucussão, portanto é
efeito físico.
Enquanto os medicamentos convencionais têm ação farmacoquímica, a
dose mínima (homeopatia) tem ação físico-dinâmica, ou informacional (CASALI
et al., 2006).
O raciocínio de doses (no sentido químico) é válido até 11CH. O
conceito de doses muda após 11CH, sendo válido o conceito de dinamização.
Nas ultradiluições o que importa é a informação e não a molécula. Essa
informação é liberada com o processo de sucussão (LISBOA et al., 2005). A
informação é armazenada pela água utilizada como veículo no preparo do
medicamento homeopático (DAVENAS et al., 1988; GERBER, 1988).
11
2.2.4. Substância única
A experimentação é conduzida de acordo com o princípio da substância
única. A pesquisa com mais de uma substância é imprecisa, não havendo meio
de definir qual componente da mistura agiu, além de não se poderem predizer
as interações que venham a ocorrer nas misturas (VITHOULKAS, 1980).
O princípio da substância única se refere ao procedimento de
experimentar uma substância homeopatizada por vez. Ao se planejar os
experimentos, é necessário conhecer individualmente os efeitos de cada
variável analisada. Caso isso não ocorra, não é possível se diferenciar efeitos
causados por fatores distintos, dificultando, ou até inviabilizando, a
interpretação dos resultados do experimento (CASALI et al., 2006).
2.3. Princípio vital
O princípio vital é responsável pela manutenção da vida nos organismos,
ou seja, é parte integrante do organismo tornando-o ou mantendo-o vivo.
Quando essa energia vibra harmonicamente significa “perfeito estado de
saúde”.
A presença dessa energia é confirmada e provada, pela própria ação
dos medicamentos homeopáticos que, não podendo atuar diretamente sobre o
organismo físico (por não terem massa, matéria), atuam sobre outro compo-
nente do organismo da mesma natureza, imaterial e dinâmico (MORENO,
2002). Há estreita relação entre a energia vital e os preparados homeopáticos
em razão de terem natureza energética informacional.
O organismo doente é inseparável do seu meio. A energia vital desorde-
na-se devido a conflitos internos e ações incorretas. Nos animais e nas plantas,
as doenças ocorrem por causa de alterações no ambiente provocadas,
geralmente, pelo ser humano (BRUNINI et al., 1993, MORENO, 2002).
Segundo a concepção filosófica da homeopatia, a origem primária de qualquer
doença está na desordem da energia vital.
A energia vital irradia-se em forma de ondas vibratórias, com
comprimento de onda, com frequência e com amplitude de vibração própria
(SCHEMBRI, 1992).
12
A interpretação de energia foi feita por vários autores após Hahnemann.
Conforme o enfoque moderno, atual e cientificamente correto de Silva (2004), a
energia não é simplesmente substância que flui. Energia é atividade, com
padrões dinâmicos de fluxo, oscilação, vibração, ritmo, sincronia e ressonância.
Mesmo sendo conceito polêmico à luz da ciência ortodoxa, até grandes
cientistas admitem, pela lógica expressada na afirmativa “os organismos vivos
são mais do que as suas partes inanimadas”, elaborada por Lehninger (1973),
famoso bioquímico contemporâneo (CASALI et al., 2006).
Pelo conceito de onda verifica-se que onda não carrega matéria, apenas
energia. É pela atividade e pelo conceito de onda que a energia vital revela o
estado de saúde do organismo. Os preparados homeopáticos se comportam
como energia, seguindo as leis físicas de ondas eletromagnéticas como:
frequência, comprimento e amplitude. A frequência e o comprimento de onda
são inversamente proporcionais, ou seja, quanto maior o comprimento de onda
menor será a frequência e vice-versa (SCHEMBRI, 1992).
A física moderna tem demonstrado que a vida se expressa em campos
densos de energia. Qualquer distúrbio nesses campos pode suscitar desordem
assim como, alguma forma potente de energia pode restaurar a ordem
(VITHOULKAS, 1980). O preparado homeopático não atua diretamente sobre
os sintomas da doença, mas sobre a energia vital do organismo. Ao ministrar
alguma substância homeopatizada no organismo sadio, surgem sinais (ação
primária) provenientes de alterações na frequência vibratória do campo
eletromagnético. Segundo Bastide (1998), a informação recebida pelo corpo via
preparado homeopático exerce a função biológica de sinalizar, sendo capaz de
gerar modificações fisiológicas. Por causa da ressonância no organismo doente
com sintomas semelhantes, a substância homeopatizada altera a frequência
vibratória do campo eletromagnético que poderá aumentar ou diminuir
(GERBER, 1988).
2.4. Autorregulação
A autorregulação na bioquímica se refere aos controles que escapam da
organização determinada pelo DNA nuclear/DNA citoplasmático ou pelas
proteínas que guardam informações (CASALI et al., 2006).
13
Os seres vivos têm mecanismos/sistemas de defesa da própria
integridade visando sobrevivência e representação na geração seguinte.
Defesa não se expressa apenas fisicamente, faz parte da autorregulação, ou
seja, é atividade biológica que mantém o ser vivo cumprindo sua função na
vida da coletividade (LISBOA et al., 2005).
Uma das funções da vitalidade/autorregulação é causar o equilíbrio
quando o corpo do ser vivo está sem sincronia, sem harmonia, perturbado por
agentes externos (VITHOULKAS, 1980).
Quando se aplica algum preparado homeopático capaz de produzir no
organismo sadio os mesmos sintomas presentes no organismo doente, a
resultante será o restabelecimento ou minimização dos efeitos causados pelos
fatores bióticos ou abióticos sobre a autorregulação (energia vital). A reação
será função da autorregulação em produzir efeitos no sentido oposto á ação.
Todo agente provoca no organismo alguma reação de maior ou menor
intensidade, de acordo com suas possibilidades biológicas, seu maior/menor
grau de equilíbrio no momento, a intensidade dos agentes agressores. A
resposta ocorre no sistema bioquímico ou no sistema energético (BONATO,
2004).
2.5. Estruturas e memória da água
Sendo sistema biológico vivo e complexo, a água contém estrutura e
comportamento dinâmicos. A água reflete nas variáveis ou fatores que
interagem entre si a complexidade das respostas aos estímulos (BELLAVITE,
2002).
Fonseca (2005) interpretando vários artigos científicos, destaca o trabalho
de Shui Yin Lo sobre o comportamento molecular da água em preparações que
ultrapassam a constante de Avogadro (depois da décima segunda diluição, na
escala centesimal, não há probabilisticamente moléculas da substância dissol-
vida). Foi verificado que moléculas da água, normalmente dispostas de modo
aleatório em estado normal, após a ultradiluição formam “cachos” de 6 a 100
unidades, todos alinhados de forma original e exibindo as características de
campo eletromagnético singular, além da adesão firme entre as moléculas.
Tais cachos se replicavam a cada nova diluição, mesmo que na água não mais
14
existissem resquícios da substância original. Investigações espectroscópicas
têm mostrado que as estruturas tipo cachos se replicam (FONSECA, 2005).
Em estudo recente realizado na Universidade da Califórnia, em Los
Angeles, o imunologista Benjamin Bonavida constatou que a água com cachos
moleculares (descobertas por Lo) possui outra característica não menos
surpreendente: a solução é capaz de estimular células do sistema imunológico,
em tubos de ensaio, até 100 vezes mais do que a água pura, revelando assim
atividade biológica ainda inexplicada.
Angnostatos (1998) relatou a probabilidade de formação de pequenos
cachos de água como parte do mecanismo de informação estruturada passada
via preparados homeopáticos. O movimento mecânico no processo de
dinamização (farmacotécnica homeopática) promoveria cópias similares destes
cachos. A função do veículo (no caso, a água) é altamente relevante, pois
atuaria como suporte e como condutor da informação, devido às alterações
conformacionais que ocorrem nos cachos submetidos à dinamização. A própria
sucussão, utilizada no processo de preparo das soluções homeopáticas, teria
importância por causa da adição de energia ao sistema solvente-soluto.
REY (2003) comprovou que soluções de sais de lítio e de sódio diluídas
na escala centesimal e sucussionadas em série, método utilizado na prepara-
ção das dinamizações homeopáticas, possuem padrão de emissão de termolu-
minescência semelhante ao da solução inicial, que contém grande quantidade
de moléculas dos sais. O experimento constatou que os padrões se repetem
mesmo após o processo de diluição e sucussão serem repetidos 30 vezes, ou
seja, muito além do limite de diluição no qual se poderia esperar encontrar
moléculas dos solutos (constante de Avogadro).
São muitas as características incomuns dessa substância e a compreen-
são de sua estrutura não é trivial, principalmente, na fase líquida. Na tentativa
de elucidar essa questão, dois modelos principais são destacados, abordando
a estrutura da água líquida.
- Modelo contínuo: proposto por Pople (1959) assume uma rede flexível
formada por ligações de hidrogeniô entre as moléculas de água podendo haver
distorções locais quando perturbada.
- Modelo de misturas: proposto por Némethy e Scheraga (1962), pressu-
põe que, a cada momento, amostras de água sejam compostas por misturas de
15
clusters (aglomerados) de dimensões diversas, formada por ligações de
hidrogeniô, e de moléculas livres de água que não estão conectadas por liga-
ções de hidrogeniô. Esses clatratos consistem em aglomerados de moléculas
de água formando estruturas fechadas.
Segundo alguns trabalhos referidos na bibliografia consultada,
(KOCHMARSHY, 1996; ZHOU et al., 2000) a água exposta a campos
magnéticos revela enfraquecimento ou quebra das ligações de hidrogeniô
intermoleculares. Consequentemente, foi adotado o modelo de misturas que
torna possível novo arranjo de aglomerados com dimensões menores que os
originais. Em princípio, pode-se imaginar que aglomerados de diâmetros
menores terão maior facilidade de permear algumas barreiras, e poderão ter
comportamentos distintos daqueles com diâmetros maiores. Se for adotado o
modelo de aglomerados (clusters) na água líquida, não pode ser generalizado
o comportamento e as propriedades da água como constituição simplesmente
de moléculas H
2
O, mas deve ser levada em consideração a média da
distribuição dos diâmetros de aglomerados.
Na tentativa de alguma explicação racional e científica do fenômeno da
transmissão de “informação” das substâncias através das ultradiluições
(homeopatia), algumas hipóteses foram fundamentadas em modelos físico-
químicos. Destaca-se a pesquisa do grupo de Del Giudice e Preparata (1998),
Departamento de Física Nuclear da Universidade de Milão, com foco nas
modificações de natureza eletromagnética da água pela “teoria quântica da
superradiância”.
Segundo a eletrodinâmica quântica, a matéria não é representada por
aglomerados inertes de moléculas, porém é mais bem representada pelo meio
dinâmico, capaz de selecionar e catalisar reações moleculares de acordo com
diversos campos eletromagnéticos que ocorrem no seu interior. Por meio de
modelos matemáticos, Del Guidice e Preparata (1998) especulam que o campo
eletromagnético de qualquer substância em solução pode gerar “domínios de
coerência” no solvente, específicos, estáveis e interpretáveis, como “assinatura
eletromagnética da substância na água” (“teoria da memória da água”). Dessa
forma, a água seria organizada como processo dinâmico e coerente, associado
a interações eletromagnéticas, de longo alcance e baixíssima intensidade.
Resultados experimentais obtidos em espectrômetros tipo Laser Terahertz
16
demonstram que o campo eletromagnético do soluto induz à formação de sítios
de coerência estável no solvente, com estrutura e vibração específica,
formando aglomerados ou “clusters” de moléculas de água, de dimensões e
geometria próprias. Cada conformação espacial dos clusters geraria campo
eletromagnético específico, influenciando as propriedades físico-químicas da
solução em questão (pH, densidade, capacidade calorífica, viscosidade,
acidez, constante dielétrica etc.). Segundo essas pesquisas, os clusters de
água também se estruturam a partir de substâncias não-iônicas (LO SY e
HUANG, 2000).
Experimentos desenvolvidos no Instituto de Química (Departamento de
Físico-Química) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) (PORTO,
1998; CANELLAS et al., 2000) evidenciaram a ação de campos magnéticos na
transmissão da “informação” de soluções padrões à água deionizada, gerando
“soluções imagem” que reproduzem, parcialmente, os efeitos farmacológicos
esperados das soluções utilizadas como referência. Os estudos com soluções
imagem realizados indicam que a presença da solução de referência dentro do
campo magnético induz novo comportamento da água. Se considerada a
ausência de soluto na solução imagem, a suposição mais plausível desse
comportamento é a reestruturação das moléculas de água durante o processo
de magnetização. Apesar da ausência de teorias desses processos, as
propriedades físico-químicas estudadas nos referidos trabalhos são evidências
experimentais que mostram, de modo inequívoco, alterações no comporta-
mento da água, quando exposta a campos magnéticos, na presença concomi-
tante de alguma solução de referência (FAIGLE et al., 2006).
Outros estudos descreveram mudanças no espectro de luminescência
intrínseca da água, após o processo de dinamização de diversas substâncias
(REY, 2003).
2.6. Propriedades físico-químicas da água
Como indicadores de qualidade da água, os parâmetros físico-químicos
são de grande importância. As medidas de propriedades físico-químicas das
soluções quantificam as alterações produzidas, quando comparadas às
medidas da água destilada padrão, não tratada homeopaticamente. Essas
17
medidas podem mostrar as mudanças de alguns parâmetros físico-químicos da
água após o processo de diluição e sucussão (dinamização).
Com o intuito de evidenciar indiretamente a quebra dos clusters em
amostras, há a necessidade de avaliar o comportamento da água em
experimentos com tratamentos capazes de interferir por meio da dinamização.
Considerações podem ser elaboradas, comparando-se as propriedades físico-
químicas da água destilada as da água tratada com preparados homeopáticos.
Esses procedimentos já foram testados por alguns pesquisadores com
destaque para Endler et al. (1995), Bellavite (2002) e Elia (2004).
As propriedades físico-químicas da água, bem como de soluções
aquosas, são importantes na irrigação dos cultivos e têm sido tema de estudo.
Recentemente, percebe-se o incremento do interesse científico. A motivação
principal é o entendimento dos mecanismos de ação dos preparados homeopá-
ticos. Muitas propriedades físico-químicas da água e de soluções aquosas
ainda permanecem obscuras, principalmente das soluções aquosas ultradiluí-
das e sucussionadas. Segundo Bastide (2006), substâncias dinamizadas em
soluções aquosas podem provocar anomalias no comportamento da água. As
alterações na condutividade elétrica, pH, espectro de fluorescência se
destacam, dentre outras.
2.6.1. Potencial hidrogeniônico (pH)
Na irrigação, a influência do pH da água vai depender do tipo de planta
cultivada e das propriedades químicas ou físicas do solo (FIGUEIREDO, 2009).
O termo pH é usado universalmente e expressa o grau de acidez ou
basicidade da água, ou seja, é o modo de expressar a concentração de íons de
hidrogeniô [H
+
] na água. O balanço dos íons hidrogeniô [H
+
] e hidróxido [OH
-
]
determinam se a água é ácida (pH inferior a 7) ou básica (pH superior a 7). Na
água quimicamente pura os íons H
+
estão em equilíbrio com os íons OH
-
e o
meio é neutro, ou seja, igual a 7. O pH da água depende de sua origem e
características naturais, mas pode ser alterado pela introdução de resíduos
(LEHNINGER et al., 2002).
Os principais fatores que determinam o pH da água são: o gás carbônico
dissolvido e a alcalinidade (medida total das substâncias presentes na água,
18
capazes de neutralizar ácidos). Em água de mina a alcalinidade é devida,
principalmente, aos carbonatos e bicarbonatos de cálcio e, secundariamente,
aos íons hidróxidos, silicatos, boratos, fosfatos e amônia. O pH da água de
mina varia geralmente entre 5,5 e 8,5 (ESTEVES, 1998).
A escala do pH é constituída da série 0 a 14, denotando vários graus de
acidez ou alcalinidade. Valores abaixo de 7 e próximos de zero indicam aumento
de acidez, enquanto valores de 7 a 14 indicam aumento da basicidade ou
alcalinidade (a concentração de OH
-
é maior que a de H
+
) (SUTCLIFFE, 1980;
ESTEVES, 1998).
O valor pH 7 da solução neutra não foi escolhido arbitrariamente e deriva
do valor absoluto do produto iônico da água a 25 ºC que, por coincidência
conveniente, é número inteiro (ESTEVES, 1998).
A escala de pH é logarítmica e não aritmética. Se duas soluções diferem
por uma unidade de pH, significa que a primeira tem concentração dez vezes
maior de H
+
que a segunda. O pH varia na razão inversa da concentração de
H
+
. O aumento de [H
+
] reduz o pH, e a diminuição aumenta o pH. O aumento
de 3 a 4 na concentração de H+, diminui dez vezes de 10
-3
mol.L
-1
a 10
-4
mol.L
-1
o pH (LEHNINGER et at., 2002).
As medidas de pH tem utilidade pois fornecem informações sobre a
qualidade da água. O parâmetro físico químico pH na água é recomendado
pelo Ministério da Saúde pela Portaria n
o
518, de 25 de março de 2004, no
sistema de distribuição, na faixa de 6,0 a 9,5 em águas destinadas ao consumo
humano (FIGUEIREDO, 2009).
A concentração de íons hidrogeniô na água pode causar efeitos adversos
e o valor do pH pode ser considerado medida do potencial de poluição da
água. O pH está intimamente relacionado com a concentração de várias outras
substâncias na água (ESTEVES, 1998).
Essas reações demonstram a influência da concentração hidrogeniônica,
isto é, do pH, no grau de dissociação de várias outras substâncias. A forma não
dissociada dos compostos, frequentemente, é mais tóxica do que a forma
iônica, portanto, o pH pode se tornar altamente significante na determinação
dos limites perigosos de concentração (McKEE; WOF, 1971).
As águas superficiais possuem pH entre 4 e 9. Às vezes, são ligeiramente
alcalinas devido à presença de carbonatos e bicarbonatos. O pH reflete o tipo
19
de solo por onde a água percorre. Em lagoas com grande população de algas,
nos dias ensolarados, o pH pode subir muito, atingindo 9 ou mais. As algas ao
realizarem fotossíntese, retiram muito gás carbônico, a principal fonte natural
de acidez da água. Geralmente o meio muito ácido ou muito alcalino pode estar
associado à presença de resíduos industriais (ESTEVES, 1998).
2.6.2. Condutividade elétrica (CE)
A água de irrigação deve ter Condutividade Elétrica compatível com a
tolerância da planta e do solo, evitando, principalmente a salinização
(FIGUEIREDO, 2009).
A Condutividade Elétrica é a capacidade da água conduzir corrente
elétrica e está relacionada com a presença de íons dissolvidos na água, que
são partículas carregadas eletricamente. Quanto maior for a quantidade de
íons dissolvidos, maior será a Condutividade Elétrica da água (ESTEVES,
1998).
A Condutividade Elétrica da água pode variar também de acordo com a
temperatura. A elevação de temperatura aumenta a capacidade de transmissão
das correntes elétricas (ESTEVES, 1998).
Em águas continentais, os íons diretamente responsáveis pelos valores
da Condutividade Elétrica são: cálcio, magnésio, potássio, sódio, carbonatos,
carbonetos, sulfatos e cloretos. A variável Condutividade Elétrica não determina,
especificamente, quais íons estão presentes em determinada amostra de água,
mas contribui com importantes informações sobre o metabolismo do ecossis-
tema aquático e fenômenos desencadeados na bacia de drenagem, ajudando
na detecção das fontes poluidoras (ESTEVES, 1998).
Nas águas naturais foi convencionado usar como unidade de Conduti-
vidade o microsiemens/centímetro. Quanto mais pura a água, menor a capaci-
dade de Condutividade Elétrica. Teoricamente, a água pura deveria conter
apenas alguns centésimos de microsiemens/centímetro. É pouco frequente
amostras de água com valores nulos de condutividade. Na água deionizada em
laboratório, os valores variam de 0,5 a 2,0 microsiemens/centímetro em
consequência da rápida dissolução do CO
2
atmosférico. Quimicamente ou
fisicamente, a água tem avidez por moléculas de CO
2
. Após armazenada
20
alguns dias, a Condutividade atinge valores de 2 a 4 microsiemens/centímetro.
Na água de chuva, os valores variam ao redor de 10 microsiemens/centímetro,
mas condutividade maior já foi observada (SUTCLIFFE, 1980).
A condutividade é a medida da carga iônica da amostra e há relação entre
Condutividade e o denominado STD (ou TDS), parâmetro de qualidade da
água referido como Sólidos Totais Dissolvidos, que significa quantidade de
matéria orgânica e inorgânica dissolvida na água. Normalmente, o STD pode
ser medido pelo resíduo da evaporação total da amostra filtrada. A relação
entre Condutividade e STD em águas naturais é STD=K.A, em que: K=
Condutividade (microsiemens/centímetro); e A= constante que varia de 0,55 a
0,75, sendo o valor maior na água com alta concentração de sulfatos (SUTCLIFFE,
1980).
A condutividade é determinada por meio da ponte de Wheatstone na qual
a resistência da amostra é medida pela resistência entre dois eletrodos. Os
eletrodos estão situados na “célula de condutividade” e guardam entre si a
distância de 1 cm. Os eletrodos podem ser revestidos de platina, tungstênio ou
aço inoxidável, com o propósito de minimizar efeitos de polarização. Os
aparelhos (condutivímetros), em geral, estão já dotados de mecanismo de
compensação de temperatura (SUTCLIFFE, 1980).
2.6.3. Turbidez
A turbidez da água corresponde à alteração na penetração da luz,
provocada por partículas em suspensão (PINTO, 2003). A presença de
partículas provoca dispersão e absorção da luz dando aparência nebulosa. O
valor de turbidez aceitável em águas naturais destinadas ao abastecimento é
até 100 UNT ou uT (Unidade Nefelométrica de Turbidez). A água distribuída ao
consumo deve ter turbidez inferior a 5 uT (PINTO, 2003).
Segundo o ‘’Standard Methods’’ (APHA, 1975), a turbidez é causada pela
presença de suspensões na água, tais como argila, limo, matéria orgânica,
plâncton, organismos microscópicos, carbonato de cálcio, etc. A turbidez deve
ser claramente entendida como medida da propriedade óptica da amostra pela
qual a luz é refletida e absorvida, ao invés de transmitida pela amostra, isto é,
medida da dificuldade do feixe de luz atravessar a amostra de água.
21
A turbidez é medida com turbidímetro, comparando-se o espalhamento do
feixe de luz ao passar pela amostra com o espalhamento do feixe de igual
intensidade ao passar pela suspensão padrão. Quanto maior o espalhamento,
maior será a turbidez. A cor da água interfere negativamente na medida da
turbidez, em virtude das propriedades da água de absorver luz (FIGUEIREDO,
2009).
Sendo medida de propriedade óptica da amostra, não é recomendada a
correlação dos valores de turbidez com a concentração (mg/L) de sedimentos,
pois a forma, a dimensão e o índice de refração das partículas são importantes
do ponto de vista óptico, porém guardam pouca relação direta com a
concentração e a massa específica da matéria em suspensão na amostra.
Medir turbidez, consequentemente, é complicado. Recentemente, a turbidez
vem despertando mais interesse no controle de qualidade da água, conside-
rando-se a sua associação com a presença de patógenos.
O método atual recomendado na medição da turbidez é denominado
Nefelométrico. O sistema medidor é acionado pelos raios refratados que, por
sua vez, estão em função das partículas em suspensão na amostra. Esse
método é muito sensível, quando os valores de turbidez são baixos. Na maioria
dos casos, a cor da amostra não é lida. A presença de partículas estranhas às
amostras ou as próprias imperfeições do tubo de vidro que contém a amostra
pode interferir no resultado (SUTCLIFFE, 1980).
22
3. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação dos preparados
homeopáticos nas propriedades físico-químicas da água de três origens:
destilada, mina e lago.
23
4. MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Homeopatia do
Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa (DFT-UFV),
localizado no Campus da UFV, em Viçosa, na Zona da Mata Mineira, a 20
o
45’
de latitude sul e 42
o
05’ de longitude oeste, com altitude média de 651 m. O
clima de Viçosa é classificado como Cwa (mesotérmico úmido, com verões
quentes e invernos secos), de acordo com a classificação de Köppen
(VIANELLO; ALVES, 1991).
Frascos de vidro (borosilicato) transparentes, abertos, foram
preenchidos com 80 mL da água a ser tratada (mina, destilada, lago) e 2 gotas
dos tratamentos.
A água de mina foi coletada na nascente localizada no Setor de
Fruticultura da UFV. A coleta da água foi realizada com auxílio de cano de
PVC, fixado diretamente na nascente e armazenada em recipiente de plástico
de 15 litros.
A água de lago foi coletada diretamente da lagoa localizada no Campus
da UFV com auxílio de recipiente de polipropileno de 5 litros.
A água destilada foi originada da Estação de Tratamento de Água da
UFV. A destilação foi feita uma única vez e a água destilada foi armazenada
em recipiente de polipropileno de 15 litros.
A água destilada salinizada foi preparada no laboratório de homeopatia
adicionando 2,922 g/L de NaCl em água destilada.
24
4.1. Obtenção das soluções homeopáticas
As homeopatias foram adquiridas em laboratório homeopático comercial
dispensadas em etanol 20%. Os preparados homeopáticos água de mina, água
destilada e água de lago foram manipuladas no Laboratório de Homeopatia do
Departamento de Fitotecnia – UFV de acordo com as técnicas da Farmacopeia
Homeopática Brasileira (BRASIL, 1977).
As dinamizações utilizadas nos experimentos são as mais adotadas
pelos produtores rurais devido ao potencial de organização e equilíbrio.
4.2. Variáveis analisadas
As medições foram realizadas no Laboratório de Homeopatia do
Departamento de Fitotecnia da UFV.
4.2.1. Potencial hidrogeniônico (pH)
O potencial hidrogeniônico foi medido com o pHmetro de bancada
modelo DM 23 que possui faixa de medição de pH 2 a 20. Foi calibrado com 2
soluções padrões: primeiro usou a solução padrão de pH 7, preparada com
fosfato de potássio dibásico P.A. (K
2
HPO
4
) a 0,025 M e fosfato de potássio
monobásico P.A. (KH
2
PO
4
) a 0,025 M. Em seguida usou a solução padrão de
pH 4, preparada com biftalato de potássio P.A . (HOCOC
6
H
4
COOK) a 0,05 M.
O eletrodo foi imerso diretamente no recipiente contendo a amostra.
Após a leitura de cada amostra, os eletrodos foram cuidadosamente
lavados com água destilada, e a secagem feita em papel toalha e realizada a
leitura da amostra seguinte.
4.2.2. Condutividade elétrica (CE)
Foi utilizado o condutivímetro modelo DM 32. A calibração foi feita com
solução padrão (10
-2
mL/L) preparada com água deionizada e cloreto de
potássio (KCL). O eletrodo foi imerso diretamente no recipiente contendo a
amostra e expressou os valores na unidade μS/cm.
25
Após a leitura de cada amostra, o eletrodo foi cuidadosamente lavado
com água destilada, secado em papel toalha e procedendo-se a leitura da
amostra seguinte.
4.2.3. Turbidez (TURB)
Foi utilizado o turbidímetro portátil digital, modelo DM TU. Este aparelho
é calibrado na indústria fabricante e possui faixa de medição de 0 a 1000 NTU.
Após a leitura de cada amostra, a cubeta (onde a amostra foi
adicionada) foi lavada com água destilada, secado em papel toalha, passando-
se à leitura da próxima amostra.
4.3. Instalação dos experimentos
Os experimentos foram instalados no delineamento blocos casualizados
em parcelas subdivididas, tendo nas parcelas os tratamentos e na subparcela o
tempo de avaliação.
Foi adotado o procedimento duplo cego na implementação dos tratamentos,
ou seja, durante a experimentação, o experimentador e o aplicador desconhe-
cem o tratamento. Os dados foram submetidos à análise de variância e as
médias comparadas pelo teste Dunnett a 5% de probabilidade. As variáveis
analisadas foram: condutividade elétrica (CE), potencial hidrogeniônico (pH) e
turbidez.
4.3.1. Experimento 1
Sobre a bancada do Laboratório de Homeopatia foram colocados frascos
de vidro transparentes, abertos, contendo 80 mL de água destilada onde foram
aplicadas duas gotas do tratamento em quatro repetições. Os tratamentos
constaram das homeopatias Calcarea carbonica, Calcarea sulphurica, Calcarea
phosphorica, Carbo vegetabilis, Natrum carbonicum, Natrum muriaticum,
Natrum sulphuricum, Pyrogenium, Sulphur, Nux vomica e da preparação
homeopática água destilada e testemunha água destilada. A dinamização
utilizada foi a 7CH.
26
Durante o ensaio (7 às 14 horas) após aplicação de duas gotas do
tratamento foram coletadas as medidas de pH e CE. As medidas foram
tomadas após a primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48, A72)
totalizando quatro aplicações.
4.3.2. Experimento 2
Foram colocados sobre a bancada do Laboratório de Homeopatia,
frascos de vidro transparentes, abertos, contendo 80 mL de água de mina onde
foram aplicadas duas gotas do tratamento em quatro repetições. Os
tratamentos constaram das homeopatias Calcarea carbonica, Calcarea
sulphurica, Calcarea phosphorica, Carbo vegetabilis, Natrum carbonicum,
Natrum muriaticum, Natrum sulphuricum, Pyrogenium, Sulphur, Nux vomica e
do preparado homeopático agua de mina e testemunha água de mina. A
dinamização utilizada foi a 7CH.
Durante o ensaio (7 às 14 horas) após aplicação de duas gotas do
tratamento foram coletadas as medidas de pH e CE. As medidas foram
tomadas após a primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48, A72)
totalizando quatro aplicações.
4.3.3. Experimento 3
O ensaio foi realizado no Laboratório de Homeopatia e sobre a bancada
foram colocados frascos de vidro transparentes, abertos, contendo 80mL de
água de lago onde foram aplicadas duas gotas do tratamento em 4 repetições.
Os tratamentos constaram das homeopatias Calcarea carbonica, Calcarea
sulphurica, Calcarea phosphorica, Carbo vegetabilis, Natrum carbonicum,
Natrum muriaticum, Natrum sulphuricum, Pyrogenium, Sulphur, Nux vomica e
do preparado homeopático água de lago e testemunha água de lago. A
dinamização utilizada foi a 7CH.
Durante o ensaio (7 às 14 horas) após aplicação de duas gotas do
tratamento foram coletadas as medidas de pH e CE. As medidas foram
tomadas após a primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48, A72)
totalizando quatro aplicações.
27
4.3.4. Experimento 4
Sobre a bancada do Laboratório de Homeopatia foram colocados frascos
de vidro transparentes, abertos, contendo 80 mL de água destilada onde foram
aplicadas duas gotas do tratamento em quatro repetições. Os tratamentos
constaram das homeopatias Calcarea carbonica, Calcarea sulphurica, Calcarea
phosphorica, Carbo vegetabilis, Natrum carbonicum, Natrum muriaticum,
Natrum sulphuricum, Pyrogenium, Sulphur, Nux vomica e do preparado
homeopático água destilada e testemunha água destilada. A dinamização
utilizada foi a 7CH.
Durante o ensaio (7 às 14 horas) após aplicação de duas gotas do
tratamento foram coletadas as medidas de turbidez. As medidas foram
tomadas após a primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48)
totalizando três aplicações.
4.3.5. Experimento 5
Foram colocados sobre a bancada do Laboratório de Homeopatia,
frascos de vidro transparentes, abertos, contendo 80 mL de água de mina onde
foram aplicadas duas gotas do tratamento em quatro repetições. Os
tratamentos constaram das homeopatias Calcarea carbonica, Calcarea
sulphurica, Calcarea phosphorica, Carbo vegetabilis, Natrum carbonicum,
Natrum muriaticum, Natrum sulphuricum, Pyrogenium, Sulphur, Nux vomica e o
preparado homeopático água de mina e testemunha água de mina. A
dinamização utilizada foi a 7CH.
Durante o ensaio (7 às 14 horas) após aplicação de duas gotas do
tratamento foram coletadas as medidas de turbidez. As medidas foram
tomadas após a primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48)
totalizando três aplicações.
4.3.6. Experimento 6
Sobre a bancada do Laboratório de Homeopatia foram colocados frascos
de vidro transparentes, abertos, contendo 80 mL de água de lago onde foram
28
aplicadas duas gotas do tratamento em 4 repetições. Os tratamentos
constaram das homeopatias Calcarea carbonica, Calcarea sulphurica, Calcarea
phosphorica, Carbo vegetabilis, Natrum carbonicum, Natrum muriaticum,
Natrum sulphuricum, Pyrogenium, Sulphur, Nux vomica e do preparado
homeopático água de lago e testemunha água de lago. A dinamização utilizada
foi a 7CH.
Durante o ensaio (7 às 14 horas) após aplicação de duas gotas do
tratamento foram coletadas as medidas de turbidez. As medidas foram
tomadas após a primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48)
totalizando três aplicações.
4.3.7. Experimento 7
Sobre a bancada do Laboratório de Homeopatia foram colocados
frascos de vidro transparentes, abertos, contendo 80 mL de água destilada
salinizada onde foram aplicadas duas gotas do tratamento em seis repetições.
A água destilada salinizada foi preparada no laboratório de homeopatia
adicionando 2,922 g/L de cloreto de sódio (NaCl) em água destilada, tendo
como objetivo deixar a água semelhante à homeopatia Natrum muriaticum que
é preparado à partir do cloreto de sódio.
Os tratamentos constaram da homeopatia Natrum muriaticum nas
dinamizações 1CH, 3CH, 5CH, 7CH, 12CH, 30CH e os preparados
homeopáticos água destilada salinizada 7CH, álcool 70% dinamizado 7CH e
testemunha água destilada salinizada.
Durante o ensaio (7 às 14 horas) após aplicação de duas gotas do
tratamento foram coletadas as medidas de CE. As medidas foram tomadas
após a primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48, A72, A96)
totalizando cinco aplicações.
29
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As interpretações das interações significativas não serão consideradas
neste texto.
É válido não ser feita a interpretação tratamento x tempo considerando
que as condições do ambiente, principalmente luminosidade e temperatura,
podem interferir na dissipação de energias provenientes da ação físico-química
das preparações. Os fenômenos do tempo relacionados aos efeitos dos
preparados de ultradiluições têm sido abordados por Elia (2008), portanto, não
surpreende detectar neste experimento significância na interação com
tratamentos.
Elia (2007) confirma que estruturas dissipativas, distantes de alcançarem
equilíbrio, estão presentes nesse tipo de ultradiluição. Sendo assim,
abordagens específicas da interação são válidas com outro critério, porque os
tratamentos, quanto à patogenesia, já foram alvos de estudos e publicados nos
periódicos e livros de Acologia Homeopática (CASALI, et. al., 2009).
5.1. Experimento 1
A Tabela 1 contém o resumo da análise de variância dos dados físico-
químicos da água destilada após o efeito dos tratamentos em função do tempo
subsequente a aplicação. Verificou-se que houve efeito de tratamento e da
interação tratamento x tempo.
30
Tabela 1 – Resumo da análise de variância dos dados de potencial hidrogenio-
nico (pH) em unidade e condutividade elétrica (CE), em μS/cm, na
água destilada, tomados a cada 24 horas após o efeito subsequente
à aplicação dos tratamentos
Quadrado Médio
FV GL
pH CE
Bloco 3 10,30165 0,63694
Tratamento (Trat.) 11 0,47045** 4,07808**
Res. (a) 33 0,07954 1,01613
Tempo 3 4,37939** 17,70431**
Trat. x tempo 33 0,14996
ns
0,91305**
Res. B 108 0,34916 0,21313
C.V. (%) Parc. 10,66950 67,80450
C.V. (%) Sub. 8,45750 20,88700
** Significativo, a 1% de probabilidade, pelo teste F.
ns Não significativo.
μS/cm = microsiemens por centímetro.
As médias dos tratamentos calculadas com os dados da medição de
Potencial Hidrogêniônico (pH) e Condutividade Elétrica (CE) tomados após a
primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48, A72) após o efeito
subsequente à aplicação dos tratamentos em água destilada constam das
Tabelas 2 e 3.
As alterações na água destilada foram diferenciadas em função das
homeopatias e evidenciam o princípio de especificidade de ação, ou seja, cada
ultradiluição (homeopatia) manifesta individualidade (DUARTE, 2003).
5.1.1 Potencial hidrogeniônico (pH)
Houve aumento dos valores médios de pH da água destilada tornando o
pH maior, quando comparado à testemunha água destilada pelo teste de
Dunnett a 5% de probabilidade (Tabela 2). Determinadas homeopatias
proporcionaram valores maiores que a testemunha e outras não causaram
alteração podendo inferir que cada homeopatia evidencia o princípio de
especificidade de ação, ou seja, cada ultradiluição manifesta individualidade
(DUARTE, 2003).
31
Tabela 2 – Valores médios de potencial hidrogeniônico (pH) em unidade na
água destilada, tomados a cada 24 horas após o efeito subse-
quente à aplicação dos tratamentos
Tratamento pH
Calcarea carbonica 7CH 7,176 *
Calcarea sulphurica 7CH 7,181 *
Calcarea phosphorica 7CH 7,126 *
Carbo vegetabilis 7CH 7,197 *
Natrum carbonicum 7CH 7,181 *
Natrum muriaticum 7CH 6,956
Natrum sulphuricum 7CH 6,910
Pyrogenium 7CH 6,822
Sulphur 7CH 6,831
Nux vomica 7CH 6,891
Água destilada 7CH 6,772
Testemunha destilada 6,801
As médias seguidas de * na coluna diferem significativamente da testemunha, a 5% de
probabilidade pelo teste de Dunnett.
Tabela 3 – Valores médios de condutividade elétrica (CE), em μS/cm, na água
destilada, tomados após a primeira aplicação (A0) e a cada
24 horas (A24, A48, A72) após o efeito subsequente à aplicação
dos tratamentos
Tratamento A0 A24 A48 A72
Calcarea carbonica 7CH 1,484 3,358* 4,999* 4,565*
Calcarea sulphurica 7CH 1,669 2,109 2,512 2,445
Calcarea phosphorica 7CH 1,617 1,728 3,206 2,622
Carbo vegetabilis 7CH 1,651 1,951 2,621 2,816
Natrum carbonicum 7CH 1,735 1,893 2,619 2,449
Natrum muriaticum 7CH 1,721 1,758 2,098 2,425
Natrum sulphuricum 7CH 1,350 1,639 2,225 2,248
Pyrogenium 7CH 1,538 1,764 2,419 2,515
Sulphur 7CH 1,604 1,621 2,533 2,792
Nux vomica 7CH 1,331 1,356 3,229 4,318*
Água Destilada 7CH 1,354 1,295 1,801 2,009
Testemunha água destilada 1,535 1,624 2,005 1,935
As médias seguidas de * na coluna diferem significativamente da testemunha, a 5% de
probabilidade, pelo teste de Dunnett.
μS/cm = microsiemens por centímetro.
32
Considerando que o pH está relacionado à atividade de íons H
+
(prótons)
na água, que é influenciada pela organização diferenciada da água, por
campos magnéticos e outros fatores, as homeopatias alteraram consideravel-
mente a atividade destes íons na água destilada.
Os principais fatores que determinam o pH da água são: o gás carbônico
(CO
2
) dissolvido (principal fonte natural de acidez da água) e o cálcio (Ca)
dissolvido (principal fonte natural de basicidade da água) (ESTEVES, 1998).
O cálcio ocorre nas águas na forma de bicarbonato de cálcio (Ca(HCO
3
)
2
e sua solubilidade depende da quantidade de gás carbônico dissolvido e este
depende da temperatura e da pressão atmosférica, que são, portanto, fatores
que vão determinar a solubilidade do bicarbonato de cálcio. Toda a variação de
temperatura e de pressão atmosférica, que levam à modificação de CO
2
dissolvido na água, refletirá sobre seu conteúdo em cálcio. O carbonato de
cálcio (CaCO
3
) é muito pouco solúvel em água pura (ESTEVES, 1998).
As recomendações de medicamentos homeopáticos em vegetais, animais
solo e água devem ser feitas com base na analogia dos sintomas que constam
em livros de acologia homeopática (CASALI et al., 2009).
Fazendo a analogia, a homeopatia Calcarea carbonica é feita com
carbonato de cálcio extraído da concha de ostra, portanto possui similitude com
este componente na água. Adequa-se à Lei da Similitude a resposta causada
pelas homeopatias Calcarea sulphurica que é preparada a partir de sulfato de
cálcio, o Natrum carbonicum feito de carbonato de sódio, Calcarea phosphorica
que é preparada a partir de fosfato de cálcio e Carbo vegetabilis feito de carvão
vegetal que possui carbono.
Segundo Andrade (2000), a resposta do organismo a qualquer homeopa-
tia, depende da similaridade, da dinamização, do tempo de aplicação e da
forma de aplicação.
O aumento do valor de pH após a aplicação das homeopatias na água
destilada implica que a resposta ocorreu seguindo a Lei da Similitude, a qual
assegura o confronto de energias semelhante no organismo vivo. Com a
aplicação destes preparados, a água recebeu energia individual e
potencializada. De acordo com Andrade (2000), a energia da homeopatia e da
água se assemelham, sendo manifestada com o aumento do componente da
energia vital.
33
5.1.2. Condutividade elétrica (CE)
Houve aumento dos valores médios da CE da água destilada quando
comparado à testemunha água destilada pelo teste de Dunnett a 5% de
probabilidade (Tabela 3) após aplicação dos tratamentos Calcarea carbonica
no tempo A24, A48 e A72 e Nux vomica no tempo A72.
Calcarea carbonica tem como base teórica explicativa ação lenta nos
organismos e neste experimento o efeito pôde ser observado somente após 24
horas (A24) e os resultados repetiram com o tempo em A48 e A72. Figueiredo
(2009) obteve significância de Calcarea carbonica após tomada de dados com
60 horas.
A semelhança de Calcarea carbonica com a água foi evidenciada com o
aumento do componente da energia vital, conforme ANDRADE (2000).
Calcarea carbonica interferiu nas duas variáveis em estudo neste experimento.
Esse resultado é coerente com a Lei da Similitude, ou seja, ao receber
informação semelhante o ambiente é estimulado à reação.
A alteração da CE na água destilada causada pela homeopatia Calcarea
carbonica e Nux vomica evidencia o princípio de especificidade de ação.
5.2. Experimento 2
A Tabela 4 contém o resumo da análise de variância dos dados físico-
químicos da água de mina após o efeito dos tratamentos em função do tempo
subsequente a aplicação. Verificou-se que houve efeito de tratamento e da
interação tratamento x tempo.
As médias dos tratamentos calculadas com os dados da medição de
Potencial Hidrogêniônico (pH) e condutividade elétrica (CE) tomados após a
primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48, A72) após o efeito
subsequente à aplicação dos tratamentos em água de mina constam das
Tabelas 5 e 6.
34
Tabela 4 – Resumo da análise de variância dos dados de potencial hidrogenio-
nico (pH) em unidade e condutividade elétrica (CE), em μS/cm, na
água de mina, tomados a cada 24 horas após o efeito subsequente
à aplicação dos tratamentos
Quadrado Médio
FV GL
pH CE
Bloco 3 0,72244 80,24453
Tratamento (Trat.) 11 0,37507** 18,30617**
Res. (a) 33 0,03360 7,02885
Tempo 3 2,95720** 1.086,307**
Trat. x Tempo 33 0,12360** 9,11583**
Res. B 108 0,03794 3,61118
C.V. (%) Parc. 7,10 26,85
C.V. (%) Sub. 2,92 1,94
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F.
μS/cm = microsiemens por centímetro.
Tabela 5 – Valores médios de potencial hidrogeniônico (pH), em unidade na
água de mina, tomados após a primeira aplicação (A0) e a cada
24 horas (A24, A48, A72) após o efeito subsequente à aplicação
dos tratamentos
Tratamento A0 A24 A48 A72
Calcarea carbonica 7CH 6,197 6,572 5,807* 6,405
Calcarea sulphurica 7CH 6,220 6,740 6,795 6,290
Calcarea phosphorica 7CH 6,282 6,782 6,992 6,502
Carbo vegetabilis 7CH 6,325 6,837 7,030* 6,520
Natrum carbonicum 7CH 6,347 6,810 7,142* 6,540
Natrum muriaticum 7CH 6,367 6,855 7,070* 6,572
Natrum sulphuricum 7CH 6,380 6,860 7,187* 6,592
Pyrogenium 7CH 6,442 6,890 7,320* 6,627
Sulphur 7CH 6,450 6,880 6,905 6,635
Nux vomica 7CH 6,485 6,852 6,920 6,592
Água mina 7CH 6,447 6,827 7,187* 6,700
Testemunha mina 6,497 6,835 6,652 6,655
As médias seguidas de * na coluna diferem significativamente da testemunha, a 5% de
probabilidade, pelo teste de Dunnett.
35
Tabela 6 – Valores médios de condutividade elétrica (CE), em μS/cm, na água
de mina, tomados após a primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas
(A24, A48, A72), após o efeito subsequente à aplicação dos trata-
mentos
Tratamento A0 A24 A48 A72
Calcarea carbonica 7CH 105,04* 95,34 96,87 93,45
Calcarea sulphurica 7CH 102,83 96,11 94,39 94,42
Calcarea phosphorica 7CH 104,97* 98,01 96,45 94,13
Carbo vegetabilis 7CH 105,76* 96,41 95,24 94,24
Natrum carbonicum 7CH 106,13* 97,03 96,29 91,57
Natrum muriaticum 7CH 106,01* 99,73 98,27 95,97
Natrum sulphuricum 7CH 104,45* 95,67 95,83 91,73
Pyrogenium 7CH 104,46* 96,71 93,69 90,78*
Sulphur 7CH 105,34* 96,59 94,71 91,26*
Nux vomica 7CH 104,56* 97,48 95,82 92,94
Água Mina 7CH 100,33 97,18 95,59 89,84*
Testemunha água de Mina 99,785 98,97 94,88 95,58
As médias seguidas de * na coluna diferem significativamente da testemunha, a 5% de proba-
bilidade, pelo teste de Dunnett.
μS/cm = microsiemens por centímetro.
5.2.1 Potencial hidrogeniônico (pH)
Na água de mina tratada com Calcarea carbonica, Carbo vegetabilis,
Natrum muriaticum, Natrum carbonicum, Natrum sulphuricum, Pyrogenium e
água de mina dinamizada, observa-se alterações do pH em relação ao
tratamento testemunha, pelo teste de Dunnett, a 5% de probabilidade, no
tempo A48 (Tabela 5). No tempo A48, a água de mina recebeu três aplicações
dos tratamentos.
Todos os tratamentos não alteraram a variável pH no tempo A0, A24 e
A72. A alteração do pH na água de mina causada pela homeopatia Calcarea
carbonica é coerente com o Princípio da Similitude, ou seja, ao receber
informação semelhante o ambiente é estimulado à reação. A reação causada
pela Calcarea carbonica ocorreu no experimento 1.
A similitude é a premissa básica da Ciência Homeopática e com a
aplicação do preparado água de mina dinamizada, a água recebeu energia
semelhante e potencializada. STEINER (1993) considera a natureza como
36
totalidade orgânica viva, perdendo a unicidade quando fragmentada. Essa
afirmativa justifica o fato da água de mina dinamizada diferir da testemunha,
uma vez que o mais próximo da igualdade do ambiente seria o preparado dele
próprio em sua totalidade.
Segundo Hamly (1979), quando há similitude entre a homeopatia e o
organismo, a energia vital responde, contrapondo a energia da homeopatia na
mesma intensidade.
De acordo com a Matéria Médica Homeopática, a homeopatia Pyrogenium
é utilizada na terapêutica humana e animal como antiséptico auxiliando na
eliminação de contaminações sanguíneas. É importante também nas indústrias
e produção agropecuária, sendo utilizada na eliminação de contaminações em
água, solo, dejetos industriais e esgoto. A significância deve-se ao fato de que
a água de mina provavelmente possui algum contaminante, manifestando
então a reação na água de mina a homeopatia semelhante.
5.2.2. Condutividade elétrica (CE)
Na água de mina os valores médios de CE diferiram significativamente
logo após a aplicação (A0) das homeopatias: Calcarea carbonica, Calcarea
phosphorica, Carbo vegetabilis, Natrum carbonicum, Natrum muriaticum,
Natrum sulphuricum, Pyrogenium, Sulphur e Nux vomica quando comparado à
testemunha Água de Mina pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade
(Tabela 6).
As homeopatias não causaram alteração da CE na água de mina no
tempo A24 e A48.
No experimento 1, a água destilada ofereceu maior resistência à
condução da eletricidade, porém, com a aplicação da homeopatia Calcarea
carbonica a resistência foi diminuída rapidamente e intensamente. Neste
experimento na água de mina a resistência foi menor, pois a CE foi alterada
logo após a primeira aplicação (A0) por Calcarea carbonica e pela maioria das
homeopatias.
A água de mina supostamente é admitida como o estado natural da água.
A condutividade elétrica é intrínseca à água, porém, depende ou é função de
sua organização (estrutura) (Elia, 2008). Calcarea carbonica no experimento 1
37
possivelmente causou mudanças na estrutura, de tal modo que a água
destilada voltou a manifestar a condutividade elétrica com a mesma
intensidade da água de mina (considerada sistema vivo e água equilibrada).
De acordo com Bastide (1997), o organismo funciona como sistema
aberto, sendo ressonante com os acontecimentos ambientais pertinentes. Essa
comunicação por ressonância leva o organismo a modificar o sentido da
informação, por mimese passiva (patogenesia) ou por regulação diferencia-
dora, correspondente à ação da ultradiluição. Bastide (1997) e Lagache (1997)
propuseram que esse sistema funciona como comunicação no sistema
informativo mínimo, incluindo a molécula ativa, ou seja, a matriz da informação.
Sendo assim, o receptor sensível é capaz de ler e processar essa informação,
que é representada pelas diluições homeopáticas sucussionadas. Portanto,
pelo resultado de condutividade elétrica, admite-se que a informação das
homeopatias atingiu o princípio vital (auto regulação) ou o princípio conceitual
(estrutura informacional) do organismo vivo foi revisto. A água de mina certa-
mente está em equilíbrio e os valores das variáveis dessa água representam
valores que expressam a condição de estado de ordem ou estado saudável.
Nux vomica e Carbo vegetabilis são muito utilizados pelos produtores
rurais com a finalidade de desintoxicação e purificação de água, como consta
em livro de Acologia Homeopática (CASALI et al., 2009). A significância deve-
se ao fato de que, a água de mina provavelmente possui algum contaminante,
manifestando assim a reação.
Como ocorreu na variável pH, a significância de Calcarea carbonica,
Carbo vegetabilis, Natrum carbonicum, Natrum muriaticum, Natrum sulphuricum e
Pyrogenium também tem como base explicativa a Lei da Semelhança.
No tempo A72, Pyrogenium, Sulphur e água de mina dinamizada
alteraram a CE. Assim como Pyrogenium, o Sulphur é utilizado na terapêutica
humana e animais como antiséptico e importante também nas indústrias e
produção agropecuária, sendo utilizado na eliminação de contaminações em
água, solo, dejetos industriais e esgoto (CASALI et al., 2009). Pyrogenium e
Sulphur causaram resposta logo após a primeira aplicação (A0) e o resultado
foi repetido em A72 onde também foi observada a resposta da água de mina
dinamizada.
38
O fato de as homeopatias terem sido dinamizadas até 7CH significa que
ainda contém moléculas na solução, mesmo que em pequenas quantidades
poderiam ter influenciado os valores das variáveis. Esta hipótese de a subs-
tância ainda presente na solução ser a mais utilizada pelos biólogos e fármaco-
logos homeopatas, ao explicarem a atuação de preparados homeopáticos em
baixas dinamizações, não torna inteligível a ação físico-química reprodutível de
diluições que ultrapassam o número de Avogadro.
5.3. Experimento 3
O resumo da análise de variância dos dados físico-químicos da água de
lago após o efeito dos tratamentos em função do tempo subsequente a
aplicação encontra-se na Tabela 7. Verificou-se que houve efeito de tratamento
e da interação tratamento x tempo na variável pH.
Tabela 7 – Resumo da análise de variância dos dados de potencial hidrogeniônico
(pH) em unidade e Condutividade Elétrica (CE) em μS/cm na água
de lago, tomados a cada 24 horas após o efeito subsequente à
aplicação dos tratamentos
Quadrado Médio
FV GL
pH CE
Bloco 3 0,052455 1,37257
Tratamento (Trat) 11 0,09262** 3,53809**
Res. (a) 33 0,01652 1,00048
Tempo 3 1,51864** 152,4712**
Trat x Tempo 33 0,10430** 1,52439
ns
Res. B 108 0,02450 1,38831
C.V. (%) Parc. 4,9222 13,2861
C.V. (%) Sub. 2,2955 2,0789
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F.
ns Não significativo.
μS/cm = microsiemens por centímetro.
As médias dos tratamentos calculadas com os dados da medição de
Potencial Hidrogeniô Iônico (pH) e Condutividade Elétrica (CE) tomados após a
primeira aplicação (A0) e a cada 24 horas (A24, A48, A72) após o efeito
subsequente à aplicação dos tratamentos em água de lago constam das
Tabelas 8 e 9.
39
Tabela 8 – Valores médios de potencial hidrogeniônico (pH), em unidade na
água de lago, tomados após a primeira aplicação (A0) e a cada
24 horas (A24, A48, A72) após o efeito subsequente à aplicação
dos tratamentos
Tratamento A0 A24 A48 A72
Calcarea carbonica 7CH 6,778 7,023 6,743 6,485
Calcarea sulphurica 7CH 6,800 7,048 6,713 6,443
Calcarea phosphorica 7CH 6,803 7,058 6,705 7,055*
Carbo vegetabilis 7CH 6,823 7,030 6,650 7,388*
Natrum carbonicum 7CH 6,828 7,048 6,673 7,008*
Natrum muriaticum 7CH 6,813 7,075 6,770 6,673
Natrum sulphuricum 7CH 6,818 7,098 6,698 6,483
Pyrogenium 7CH 6,848 7,093 6,638 6,615
Sulphur 7CH 6,838 7,073 6,765 6,795*
Nux vomica 7CH 6,838 7,133 6,748 6,483
Água Lago 7CH 6,845 7,078 6,503 6,423
Testemunha lago 6,830 7,083 6,683 6,483
As médias seguidas de * na coluna diferem significativamente da testemunha, a 5% de proba-
bilidade, pelo teste de Dunnett.
Tabela 9 – Valores médios de condutividade elétrica (CE), em μS/cm, na água
de lago, tomados a cada 24 horas após o efeito subsequente à
aplicação dos tratamentos
Tratamento CE
Calcarea carbonica 7CH 56,60
Calcarea sulphurica 7CH 56,19
Calcarea phosphorica 7CH 56,98
Carbo vegetabilis 7CH 55,90*
Natrum carbonicum 7CH 56,844
Natrum muriaticum 7CH 56,77
Natrum sulphuricum 7CH 57,05
Pyrogenium 7CH 56,42
Sulphur 7CH 56,05*
Nux vomica 7CH 57,10
Água lago 7CH 56,73
Testemunha lago 57,50
As médias seguidas de * na coluna diferem significativamente da testemunha, a 5% de proba-
bilidade, pelo teste de Dunnett.
μS/cm = microsiemens por centímetro.
40
5.3.1 Potencial hidrogeniônico (pH)
Observando a Tabela 8, os tratamentos não diferiram da testemunha pelo
teste de Dunnett a 5% de probabilidade em A0, A24 e A48, significando que a
variável pH não foi suficientemente sensível de modo a acusar as influências
possíveis das altas diluições sobre o potencial hidrogêniônico da água de lago
durante este período de tempo (48 horas).
Os valores de pH na água de lago foi alterado significativamente em A72
pelas homeopatias Calcarea phosphorica, Carbo vegetabilis, Natrum
carbonicum e Sulphur, provavelmente em função do maior tempo em que per-
maneceram até a medição possibilitando a maior interação da informação
veiculada e a manifestação das respostas. De acordo com Hahnemann, citado
por Lisboa et al. (2005) o tempo de tratamento é proporcional ao tempo de
afecção, isso explica o fato da variável pH ser alterada somente em A72.
Sendo a água de lago com maior possibilidade de contaminação, fica
evidente a reação da água manifestada pela variável pH a homeopatia
semelhante, ou seja, Sulphur e Carbo vegetabilis possuem a função antisép-
tica, desinfetante, desodorante e reduzem contaminação.
5.3.2. Condutividade elétrica (CE)
Na água de lago os valores médios de CE diferiram significativamente
após a aplicação das homeopatias: Carbo vegetabilis e Sulphur quando
comparado à testemunha água de lago pelo teste de Dunnett a 5% de
probabilidade (Tabela 9).
Semelhante ao que ocorreu com a variável pH, cabe inferir que as
homeopatias Sulphur e Carbo vegetabilis alteraram a CE em virtude da função
antiséptica, desinfetante, desodorante e também muito utilizado pelos
produtores orgânicos e famílias agrícolas rurais em purificação de água
(CASALI et al., 2009). Sendo a água de lago com maior possibilidade de
contaminação, fica evidente a reação da água, manifestada pela variável CE a
homeopatia semelhante. Segundo Hahnemann citado por Lisboa et al. (2005) a
totalidade dos sintomas, reflexos da essência interior do desequilíbrio, isto é, a
influência sobre a força vital, deve ser o único meio de caracterizar o
41
desequilíbrio. O que é preciso saber sobre o desequilíbrio, é revelado pelos
sentidos (sinais) do organismo (matéria) em desequilíbrio. É evidente que as
homeopatias poderão equilibrar os quadros (sinais) se possuírem o poder de
alterar os estados da matéria. Está realmente bem evidenciado que o poder de
equilíbrio deve-se apenas à capacidade de alterar o quadro (sinais). A soma
de todos os sinais deverá ser a única indicação, o guia isolado que orienta
quanto à escolha do medicamento (LISBOA et al., 2005).
5.4. Experimento 4
A Tabela 10 contém o resumo da análise de variância do dado físico-
químico turbidez em água destilada após o efeito dos tratamentos em função
do tempo subsequente a aplicação.
Tabela 10 – Resumo da análise de variância dos dados da turbidez, em NTU,
na água destilada, tomados a cada 24 horas após o efeito subse-
quente à aplicação dos tratamentos
Quadrado Médio
FV GL
Turbidez
Bloco 3 0,00041
Tratamento (Trat) 11 0,04202**
Res. (a) 33 0,01125
Tempo 2 0,09354**
Trat x Tempo 22 0,01344
ns
Res. B 72 0,00765
C.V. (%) Parc. 17,71800
C.V. (%) Sub. 24,40200
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F; ns Não significativo; e NTU = unidade
nefelométrica de turbidez.
As médias dos tratamentos calculadas com os dados da medição de
turbidez tomados a cada 24 horas após o efeito subsequente à aplicação dos
tratamentos em água destilada constam da Tabela 11.
As homeopatias não alteraram a turbidez na água destilada quando
comparado à testemunha água destilada pelo teste de Dunnett a 5% de
probabilidade. Devido a sua origem, a água destilada supostamente não teria
componentes que promoveriam alteração nesta variável.
42
Tabela 11 – Valores médios de turbidez NTU na água destilada, tomados a
cada 24 horas após o efeito subsequente à aplicação dos trata-
mentos
Tratamento Turbidez
Calcarea carbonica 7CH 0,381
Calcarea sulphurica 7CH 0,425
Calcarea phosphorica 7CH 0,322
Carbo vegetabilis 7CH 0,380
Natrum carbonicum 7CH 0,430
Natrum muriaticum 7CH 0,271
Natrum sulphuricum 7CH 0,340
Pyrogenium 7CH 0,452
Sulphur 7CH 0,330
Nux vomica 7CH 0,393
Água destilada 7CH 0,290
Testemunha destilada 0,310
As médias seguidas de * na coluna diferem significativamente, a 5% de probabilidade, pelo
teste de Dunnett.
NTU = unidade nefelométrica de turbidez.
5.5. Experimento 5
A Tabela 12 contém o resumo da análise de variância do dado físico-
químico Turbidez em água de mina após o efeito dos tratamentos em função
do tempo subsequente a aplicação.
As médias das variáveis, com as respectivas diferenças significativas
dos tratamentos em relação à testemunha, constam na Tabela 13.
Os valores de turbidez na água de mina foram alterados significativa-
mente pelas homeopatias Natrum carbonicum, Nux vomica e Água de Mina
Dinamizada.
A turbidez é quantificada pela refração de raios luminosos pelo método
Nefelométrico. Nas amostras convencionais, admite-se que partículas em
suspensão causam refração. Nas amostras de água de mina, tratadas com
homeopatia, deve ser admitido que a nova organização das moléculas de água
poderia causar o fenômeno de refração, embora não tenha sido encontrada
nenhuma referência publicada sobre esse tipo de refração. No Relatório
43
Tabela 12 – Resumo da análise de variância dos dados da turbidez em NTU na
água de mina, tomados a cada 24 horas após o efeito subse-
quente à aplicação dos tratamentos
Quadrado Médio
FV GL
Turbidez
Bloco 3 9,81516
Tratamento (Trat.) 11 3,54291***
Res. (a) 33 1,84559
Tempo 2 83,87255**
Trat. x Tempo 22 1,11153
ns
Res. B 72 0,93609
C.V. (%) Parc. 85,18114
C.V. (%) Sub. 38,037
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F; *** Significativo a 10% de probabilidade,
pelo teste F; ns Não significativo; e NTU = unidade nefelométrica de turbidez.
Tabela 13 – Valores médios de turbidez, NTU, na água de mina, tomados a
cada 24 horas após o efeito subsequente à aplicação dos trata-
mentos
Tratamento Turbidez
Calcarea carbonica 7CH 2,27
Calcarea sulphurica 7CH 2,48
Calcarea phosphorica 7CH 2,555
Carbo vegetabilis 7CH 2,21
Natrum carbonicum 7CH 2,993 *
Natrum muriaticum 7CH 2,263
Natrum sulphuricum 7CH 2,234
Pyrogenium 7CH 2,812
Sulphur 7CH 2,913
Nux vomica 7CH 3,34 *
Água Mina 7CH 3,143 *
Testemunha mina 1,33
As médias seguidas de * na coluna diferem significativamente, a 5% de probabilidade, pelo
teste de Dunnett.
NTU = unidade nefelométrica de turbidez.
44
Técnico do CNPq (2007), foram relatados os dados de turbidez de água que
repetem o resultado desta pesquisa.
O aumento de turbidez da água de mina por efeito de altas diluições
teria como base física a alteração da estrutura da água que, de algum modo,
absorve luz, por algum mecanismo de impedimento não químico, porém, físico
organizacional.
O princípio da similitude e da experimentação (patogenesia) conduz à
hipótese da alta diluição que causa maior turbidez poderá diminuir valores
desta variável quando em desequilíbrio.
Anick e Ives (2007) divulgaram a hipótese de presença de resíduos de
sílica, desprendidos do frasco de vidro, exercer influência sobre a composição
e organização das altas diluições. Ainda que a quantidade residual seja muito
pequena, Anick e Ives (2007) discutiram a probabilidade de formar ácido silício
que provocaria polimerização das moléculas de água. O que difere a hipótese
de Anick e Ives (2007) neste experimento é que o ensaio foi realizado em água
de mina e a dinamização não foi conduzida no frasco de poliestireno e, além
disso, no frasco, a água está na proporção de 80 mL de água para 2 gotas da
solução de tratamento. A possibilidade levantada pelos recentes pesquisadores
é que a sucussão (agitação) provoque a formação de agregados.
Neste experimento não foram feitas avaliações quanto ao número e
clusters ou assemelhados que possibilitem qualquer tipo de cálculo. Assim, os
valores médios de turbidez devem ser estudados com outro aparato
experimental que possibilite explicações com base científica.
A turbidez foi alterada por Natrum carbonicum homeopatia elaborada à
partir de carbonato de sódio e Água de mina dinamizada preparada da própria
água de mina. O resultado permite inferir que a resposta seguiu a Lei da
Similitude e Isopatia, ou seja, ao receber informação ressonante o ambiente
reage.
A significância de Nux vomica, deve-se ao fato de que a água de mina
provavelmente possui algum contaminante.
45
5.6. Experimento 6
A Tabela 14 contém o resumo da análise de variância do dado físico-
químico turbidez em água de lago após o efeito dos tratamentos em função do
tempo subsequente a aplicação. Verificou-se que não houve efeito significativo
dos tratamentos ocorrendo somente efeito da interação tratamento x tempo.
Tabela 14 – Resumo da análise de variância dos dados da turbidez, em NTU,
na água de lago, tomados a cada 24 horas após o efeito subse-
quente à aplicação dos tratamentos
Quadrado Médio
FV GL
Turbidez
Bloco 3 0,65311
Tratamento (Trat.) 11 0,49462
ns
Res. (a) 33 0,39157
Tempo 2 18,85156**
Trat. x Tempo 22 0,24735**
Res. B 72 0,11642
C.V. (%) Parc.
44,450
C.V. (%) Sub.
17,218
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F; ns Não significativo; e NTU =
unidade nefelométrica de turbidez
Considerando a água de lago com maior possibilidade de contaminação
(doente) e o menor tempo (48 horas) em que os tratamentos permaneceram
até a medição, não foi possível observar a interação da informação veiculada
pelas homeopatias e a manifestação das respostas mediante a variável
turbidez.
De acordo com Hahnemann, citado por Lisboa et. al. (2005) o tempo de
tratamento é proporcional ao tempo de afecção. Neste experimento, o tempo
não foi suficiente de modo a acusar as influências possíveis das homeopatias
sobre a Turbidez da água de lago.
46
5.7. Experimento 7
A Tabela 15 contém o resumo da análise de variância dos dados físico-
químicos da água destilada salinizada após o efeito dos tratamentos em função
do tempo subsequente a aplicação. Verificou-se que houve efeito de
tratamento e da interação tratamento x tempo.
Tabela 15 Resumo da análise de variância dos dados de condutividade
elétrica (CE), em μS/cm, da água destilada salinizada, tomados a
cada 24 horas após o efeito subsequente à aplicação dos trata-
mentos
Quadrado Médio
FV GL
CE
Bloco 5 0,02776
Tratamento (Trat.) 8 104,1583**
Res. (a) 40 0,01545
Tempo 4 7,36128**
Trat. x tempo 32 7,92009**
Res. B 180 0,01462
C.V. (%) Parc. 5,9808
C.V. (%) Sub. 2,7999
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F; ns Não significativo; e μS/cm =
microsiemens por centímetro
As médias dos tratamentos calculadas com os dados da medição da
condutividade elétrica (CE) tomados após a primeira aplicação (A0) e a cada
24 horas (A24, A48, A72, A96) após o efeito subsequente à aplicação dos
tratamentos em água destilada salinizada constam da Tabela 16.
Quando foram comparados os tratamentos homeopáticos com a
testemunha, pelo teste de Dunnett, a 5% de probabilidade, as dinamizações
1CH, 3CH, 5CH, 7CH e 12CH de Natrum muriaticum e a água destilada
salinizada 7CH causaram redução na CE e a dinamização 30CH causou
aumento desta variável.
A alteração da CE na água destilada salinizada causada pela Água
destilada salinizada 7CH é coerente com o Princípio da Similitude e Isopatia. A
água recebeu energia semelhante e potencializada e quando há
similitude
47
Tabela 16 – Valores médios condutividade elétrica (CE), em μS/cm, água
destilada salinizada, tomados após a primeira aplicação (A0) e a
cada 24 horas (A24, A48, A72, A96), após o efeito subsequente à
aplicação dos tratamentos
Tratamento A0 A24 A48 A72 A96
Natrum muriaticum 1CH 4,913 4,946 4,991 4,984 4,995*
Natrum muriaticum 3CH 4,885* 1,059* 1,104* 1,105* 1,059*
Natrum muriaticum 5CH 4,935 4,964 4,959 4,968 4,984*
Natrum muriaticum 7CH 4,927 4,957 4,991 4,986 4,992*
Natrum muriaticum 12CH 4,953 4,986 1,011* 1,018* 1,018*
Natrum muriaticum 30 CH 4,934 8,369* 7,852* 8,348* 8,272*
Água dest. Salin. 7CH 4,416* 1,187* 1,267* 1,296* 1,279*
Álcool 70% 7CH 4,968 4,984 5,001 4,992 5,129
Testemunha água dest. salin. 5,082 4,958 4,991 5,102 5,199
As médias seguidas de * na coluna diferem significativamente da testemunha, a 5% de
probabilidade, pelo teste de Dunnett.
μS/cm = microsiemens por centímetro.
Água dest. Salin. = água destilada salinizada.
entre o preparado homeopático e o organismo, a energia vital responde,
contrapondo a energia do preparado na mesma intensidade. Essa afirmativa
justifica o fato da água destilada salinizada 7CH diferir da testemunha, uma vez
que o mais próximo da igualdade do ambiente seria o preparado dele próprio
em sua totalidade. Assim o preparado álcool 70% dinamizado (7CH) não
alterou a variável em estudo, pois não possui nenhuma semelhança com a
água destilada salinizada, o que evidencia o efeito proveniente da informação
contida na substância (matéria prima) e não do veículo.
A homeopatia Natrum muriaticum nas dinamizações 3CH e 12CH e o
preparado homeopático água destilada salinizada 7CH causaram redução da
CE e os valores observados são próximos dos valores de CE da testemunha
água destilada do experimento 1, ou seja, os valores são próximos da água
destilada pura. O princípio da Semelhança deverá ser a única indicação, o guia
isolado que orienta quanto à escolha do medicamento. De acordo com
Hahnemann, citado por Lisboa et al. (2005), As doenças (desequilíbrio) são
alterações no estado de saúde dos organismos, que se manifestam por sinais.
A cura (volta ao estado original) só é possível pela mudança à condição sadia.
48
É evidente que os medicamentos poderão equilibrar os quadros se possuírem
o poder de alterar os estados. Está realmente bem evidenciado que o poder
curativo deve-se apenas à capacidade de alterar o quadro. As homeopatias
são capazes de provocar evidentes alterações de estado e remover do
organismo a totalidade dos sinais e sintomas.
As dinamizações 3CH (Natrum muriaticum) e 7CH (água destilada
salinizada) são muito utilizadas pelos produtores rurais e homeopatas, e neste
experimento causaram alterações na CE em todos os tempos avaliados,
comprovando eficiência.
As dinamizações utilizadas neste experimento, com exceção da 12CH e
30CH, ainda contêm moléculas e mesmo em pequenas quantidades podem ter
influenciado os valores das variáveis. Esta hipótese da substância ainda
presente na solução é a mais utilizada pelos biólogos e farmacólogos homeo-
patas, ao explicarem a atuação de preparados homeopáticos em baixas
dinamizações. Porém, não torna inteligível a ação físico-química reprodutível
de diluições situadas além de número de Avogadro (FIGUEIREDO, 2009). A
partir de 12CH não há probabilisticamente a presença de moléculas da
substância original por haver sido ultrapassada a constante de Avogadro, mas
sua marca fica impressa. Assim, neste experimento, foi observado que a
dinamização 12 CH reduziu a CE e a dinamização 30CH aumentou a CE,
comprovando que com ausência de soluto ocorre variação, pois ficou gravado
na água a estrutura do soluto devido às alterações na rede de ligações de
hidrogeniô. De acordo com CASALI et, al. ( 2006) a informação é mantida pela
sucussão durante as sucessivas diluições. A dinamização 30CH causou maior
aumento da CE após 24 horas (A24) permanecendo até o último tempo
avaliado (A96) evidenciando que além da informação mantida esta
dinamização foi capaz de elevar o valor de CE como se estivesse adicionando
mais cloreto de sódio à água destilada.
Pelo resultado obtido neste experimento foi verificada a individualidade
de respostas em algumas dinamizações, confirmando que há diferenças entre
efeitos das dinamizações do mesmo soluto sobre a variável avaliada. De
acordo com Capra (1982), quanto mais oscilações houver, maior será a
estabilidade do organismo. Tal comportamento é frequente na homeopatia, ou
seja, a mesma homeopatia causa efeitos distintos nos seres vivos, dependendo
49
da dinamização aplicada. Em algumas dinamizações promovem estímulo, e em
outras inibições. Esse fenômeno ondulatório é comum na natureza, sendo
encontrado no espectro eletromagnético e também nos seres vivos (KENT,
1996).
Kolisko e Kolisko (1978) estudaram a resposta das plantas a várias
dinamizações crescentes de homeopatias, obtiveram padrões em curvas,
similares a ondas eletromagnéticas com 75 picos de máximo e mínimo. Tais
comportamentos também ocorreram na água, quando observado o valor da
variável Condutividade Elétrica como reflexo da dinâmica interna da substância
dinamizada e de sua similitude com a água.
Segundo Hamly (1979), quando há similitude entre a homeopatia e o
organismo, a energia vital responde, contrapondo a energia do medicamento
na mesma intensidade. Assim, dependendo da dinamização, têm-se respostas
diferentes do organismo.
Castro (2000) constatou atuação diferenciada das várias dinamizações
de homeopatias, observando que a mesma homeopatia que causa aumento
em determinada dinamização pode ocasionar diminuições ou o efeito ser nulo
em outras.
Essa alternância, em função de crescentes dinamizações, é verificada
em muitas experimentações (KOLISKO et al., citados por HUSEMANN, 1991;
DAVENAS et al., 1988).
Bonato (2004) obteve respostas em forma de ondas expressando o
comportamento das plantas tratadas com homeopatias em várias dinamizações
sendo os efeitos ora estimulantes ora supressores, confirmando os resultados
de Castro (2002), Armond (2003), Duarte (2003) e Andrade (2004). Esse
fenômeno de aumento e diminuição do efeito da homeopatia, de acordo com a
dinamização, também foi observado por Steiner (1993).
50
6. CONCLUSÕES
A água responde ao estímulo homeopático.
Homeopatia causa alterações em propriedades físico-químicas da água.
O Princípio da Semelhança é aplicado na escolha de homeopatias
destinadas a água.
O isoterápico de água causa efeitos nas propriedades físico-químicas da
água quando dinamizado.
O estado de vitalidade da água interfere com as respostas.
É possível verificar o efeito da dose reversa em água. Aquilo que
intoxica quando dinamizado, desintoxica, sendo as dinamizações 7 e 12CH
mais eficientes.
51
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