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UNIVERSIDADE ESADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
LEDA MARIA BELENTANI
ALTERAÇÕES EMOCIONAIS E SEXUAIS NO PUERPÉRIO DE MULHERES
COM BEBÊS INCLUÍDOS EM PROGRAMA DE VIGILÂNCIA AO RECÉM-
NASCIDO DE RISCO
MARINGÁ
2009
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LEDA MARIA BELENTANI
ALTERAÇÕES EMOCIONAIS E SEXUAIS NO PUERPÉRIO DE MULHERES
COM BEBÊS INCLUÍDOS EM PROGRAMA DE VIGILÂNCIA AO RECÉM-
NASCIDO DE RISCO
Dissertação de Mestrado apresentada
ao Programa de Pós-graduação em
Enfermagem da Universidade Estadual
de Maringá, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em
Enfermagem
Orientadora: Prof
a
. Dr
a
. Sandra Marisa Pelloso
`
MARINGÁ
2009
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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Belentani, Leda Maria
B411 Alterações emocionais e sexuais no puerpério de
mulheres com bebês incluídos em Programa de
Vigilância ao recém-nascido de risco / Leda Maria
Belentani. -- Maringá: [s.n.], 2009.
99 f.
Orientador : Profª Drª Sandra Marisa Pelloso.
Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Enfermagem. Universidade Estadual de
Maringá.
1. Período pós-parto. 2. Saúde da mulher. 3.
Sexualidade. I. TÍTULO
CDD 21. ed. 618.7
LEDA MARIA BELENTANI
ALTERAÇÕES EMOCIONAIS E SEXUAIS NO PUERPÉRIO DE MULHERES
COM BEBÊS INCLUÍDOS EM PROGRAMA DE VIGILÂNCIA AO RECÉM-
NASCIDO DE RISCO
Dissertação de Mestrado apresentada
ao Programa de Pós-graduação em
Enfermagem da Universidade Estadual
de Maringá, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em
Enfermagem
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
Profª. Drª. Sandra Marisa Pelloso- Universidade Estadual de Maringá
Profª. Drª. Janine Schirmer- Universidade Federal de São Paulo
Profª. Drª. Sônia Silva Marcon- Universidade Estadual de Maringá
Esta pesquisa é dedicada:
Dedicatórias:
À minha mãe, amiga, companheira, que incentivou e ajudou a organizar a
minha vida nesse período, auxiliando nos cuidados com a minha
pequena... AMO VOCÊ!
“Um dia gatinha manhosa eu prendo você, no meu coração. Quero ver você, fazer manha então, presa
no meu coração...”
Ao meu pai, que sempre batalhou para formar os três filhos, com
humildade e dignidade!
“Pai, eu cresci e não houve outro jeito, quero recostar no teu peito, pra pedir pra você ir em
casa, e brincar de vovô com meu filho...”
Meu amado companheiro, que me incentivou e teve paciência na maioria
do tempo em que precisei ficar em cima dos cadernos, livros e
computador. Você é muito especial pra mim!
“Eu quero estar aman do seu lado quando vo acordar. Eu quero estar amanhã sossegada e
continuar a te amar. Eu quero um sonho realizado, uma criança com seu olhar. Eu quero estar sempre
ao seu lado, você me traz paz!”
À minha princesa Lívia, criança amada, esperta e que em muitos
momentos pedia para eu largar o computador e pegá-la no colo. A você
dedico todas as minhas realizações.
“E não há nada, pra comparar, para poder lhe explicar, como é grande o meu amor por você...!”
“Quero sua risada mais gostosa, esse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa..!”
Ao pequeno Luiz que cresce em meu ventre! Você já é tão amado!
“Vem, oh meu bem, não chore não, vou cantar pra você... Um anjo do céu, que me escolheu, serei o
seu porto, guardiã da pureza... que é pra eu cuidar, que é pra eu amar...”
AGRADECIMENTOS
A Deus e Nossa Senhora, pelas inúmeras vezes que solicitei-os, pedindo
sabedoria e forças e agradecendo por essa oportunidade.
À Professora Doutora Sandra Marisa Pelloso, pela confiança, sabedoria
transmitida, amizade e carinho. Que Deus abençoe você!
A todas as Professoras do Programa, em especial àquelas que me auxiliaram
em preparos de artigos, incentivaram e orientaram nas disciplinas.
À companheira de todas as horas, amiga que ganhei nesse período, que
aprendeu, sofreu, se divertiu e viveu emoções comigo. Cátia, sem você tudo teria sido
mais difícil... e espero que nossa parcerias nas pesquisas continue.
À Maria do Rosário, minha Coordenadora na Faculdade Ingá, que me apoio
nos momentos em que precisei de alterações no horário de aula, incentivou-ME e
confiou em mim.
À Marlene, minha Secretária do lar, que teve paciência comigo e auxiliou na
minha organização pessoal.
A todos os amigos que me apoiaram, deram força e incentivo!
A todos os participantes do projeto do bebê de risco, que direta ou
indiretamente auxiliaram a conclusão dessa pesquisa.
A todas as famílias pesquisadas, especialmente as puérperas que nos
receberam em seus lares, nos confidenciaram suas angústias e incertezas e se
tornaram parte de nossa história.
RESUMO
BELENTANI, L. M. Alterações emocionais e sexuais no puerpério de mulheres com
bebês incluídos em programa de vigilância ao recém-nascido de risco. 2009. f. 99
Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade
Estadual de Maringá, 2009.
O ciclo gravídico puerperal é um período de mudanças para as mulheres, e o
puerpério é um momento de transição, onde ocorrem alterações no corpo, no
emocional, na sexualidade, nas relações familiares e sociais. Embasado por essas
alterações, no período puerperal os profissionais da saúde devem prestar o apoio
necessário no seu processo de reorganização físico-psíquica, principalmente quando
se tratar de um puerpério com recém-nascido (RN) de risco. O objetivo deste estudo
consiste em analisar o comportamento de puérperas com recém nascidos considerados
de risco e as implicações associadas à vida sexual, emocional, no atendimento pré-
natal e puerperal. Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo coorte, com mães de RN
que foram incluídos no Programa de Vigilância do Bebê de Risco existente na cidade
de Maringá-PR, que residiam nessa cidade e aceitaram participar da pesquisa. A
amostra foi recrutada nas fichas existentes na Secretaria de Saúde de Maringá. Esse
estudo é um subprojeto do Projeto denominado: “Condições de Vida e Saúde de
Bebês de Risco e suas Mães em Maringá-PR, ao longo do primeiro ano de vida”, do
Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Maringá. Para a coleta de
dados dessa pesquisa, foram realizadas três visitas domiciliares com um instrumento
pré-elaborado, onde foram aplicadas, após assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, questões objetivas e abertas. Para a análise dos dados foi
utilizado o teste Qui-quadrado de Independência (ou de associação para verificar se
houve associação estatisticamente significativa). A pesquisa foi submetida à
apreciação do Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade
Estadual de Maringá, sendo liberada com o Parecer N
o
451/2008. A população
estudada constituiu-se de 193 puérperas com bebês de risco, com a média de idade de
24,4 anos, 64,6% (124) brancas, 85,5 % casadas, 36,3% (70) com ensino médio
completo, 57,5% (111) tinham ocupação/trabalho fora de casa e a renda familiar
média foi de R$1.770,00. Os dados obstétricos dessa gestação foram 51,7% (96) dos
RN nasceram com 36 semanas ou menos de gestação, 71,5% das mulheres tiveram
parto cesárea, 60,6% tiveram atendimento pelo SUS, apenas 43,0% planejaram a
gravidez, 64,3% eram primíparas, 83,3% realizaram seis consultas ou mais no pré-
natal, o método contraceptivo mais utilizado no puerpério foi a pílula, 63,0%
realizaram a consulta puerperal e 48,4% das puérperas receberam visita do Programa
Saúde da Família até os 45 dias pós-parto. As variáveis tipo de atendimento de saúde
e tipo de parto tiveram associação estatística com o número de consultas pré-natais.
Os fatores associados com a realização da consulta puerperal foram escolaridade,
estado civil, renda familiar, tipo de atendimento e tipo de parto. Deram respostas
emocionais positivas, aos 45 dias, três e seis meses 79,0%, 84,0% e 82,5%,
respectivamente. O único fator associado com o estado emocional aos seis meses foi a
realização da consulta puerperal. A sexualidade apresentou-se alterada no pós-parto,
com 45,8% pior que antes no terceiro e 26,3% no sexto mês. Retornaram à atividade
sexual após os 42 dias de puerpério 65,6% das mulheres. O convívio com o
companheiro teve associação significativa com a sexualidade aos seis meses. Percebe-
se a importância do atendimento à saúde pré e pós natal para que o puerpério seja
vivido da melhor forma possível. É necessária uma atenção voltada não somente à
contracepção e aspecto físico, mas também ao emocional e à sexualidade da puérpera.
Palavras-chave: Período pós-parto. Saúde da mulher. Sexualidade.
ABSTRACT
BELENTANI, L. M. Emotional and sexual alterations in puerperium of women with
babies included in program of surveillance to the newly born of risk. 2009. f.99
Master’s Dissertation in Nursing Postgraduate Course in Nursing, State University
of Maringá, Maringá PR Brazil, 2009.
Whereas the puerperal pregnancy cycle is a period of great change in the female, the
puerperium is a transition period in which alterations in the body, emotions, sexuality,
family and social relationships occur. Owing to these changes during the puerperium,
health professionals should give special assistance to females in their process of
physical and psychic reorganization, especially when their newly born child is at risk.
Current analysis deals with the behavior of puerperal females with health-risk newly
born children and the implications associated to their sexual and emotional life during
prenatal and puerperal attendance. Current quantitative cohort-type study with
mothers of health-risk newly born children is integrated in the Newly-born Children at
Risk Program in Maringá PR Brazil. The mother lived in Maringá and accepted a
proposal to participate in the current. Sample was recruited from dossiers in the
Health Secretariat of Maringá and current investigation consists of a section of the
project Life and health conditions of risk children and their mothers in Maringá
throughout the children’s first year,” of the Nursing Department of the State
University of Maringá. Three home visits were undertaken to collect data with a pre-
elaborated form containing open and objective questions. A Free Consent Term was
signed previous to data collection. Chi-square Test analyzed data to verify statistically
significant association. Research was approved by the Ethics Committee in Research
on Humans of the State University of Maringá (reg. number 451/2008). Population
comprised 193 puerperal females with risk babies, mean age 24.4 years, 64.6% (124)
white and 85.5 % married, 36.3% (70) with complete upper high schooling, 57.5%
(111) worked outside their homes, with average family earnings R$1,770.00.
Obstetrics data showed that 51.7% (96) of recent-born children were born after a 36-
week pregnancy or less; 71.5% had caesarian birth; 60.6% were attended by the
government health system; only 43.0% planned their pregnancy; 64.3% were mothers
for the first time; 83.3% had made six or more visits to the doctor during the prenatal
period; the pill was the commonest contraceptive method during puerperium; 63.0%
made a puerperal visit to the doctor and 48.4% of puerperal mothers were attended by
the Family Health Program up till 45 days after giving birth. Variable types of health
attendance and type of birth were statistically associated with the number of prenatal
visits to the doctor. Factors associated with puerperal visits to the doctor were
schooling, civil state, family earnings, type of attendance and birth. Further, 79.0%,
84.0% and 82.5% gave positive emotional answers after 45 days, 3 months and 6
months respectively. Puerperal visit to the doctor was the single factor associated with
the emotional state after 6 months. Sexuality underwent changes in the afterbirth
period with 45.8% worse prior to the third month and 26.3% on the sixth one. It
should be noted that 65.6% of the females engaged once more in sexual activity after
42 days during the puerperal period. Conviviality with the partner was significantly
associated with sexuality after six months. Results show the importance of prenatal
and postnatal health attendance so that the puerperium period could be experienced in
the best way possible. Contraception methods, physical appearance, emotional stance
and sexuality of the puerperal female are of paramount importance.
Keywords: Postpartum period. Women’s Health. Sexuality.
RESUMEN
BELENTANI, L. M.
Alteraciones emocionales y sexuales en el puerperio de mujeres
con bebés incluidos en programa de vigilancia al recién-nacido de riesgo. 2009. f.99
Disertación (Maestría) Programa de Postgrado en Enfermería, Universidad Estadual
de Maringá, 2009.
El ciclo del embarazo puerperal es un período de cambios para las mujeres, y el
puerperio es un momento de transición, en que ocurren alteraciones en el cuerpo, en el
emocional, en la sexualidad, en las relaciones familiares y sociales. Embasado por
esas alteraciones, en el período puerperal los profesionales de la salud deben conceder
el apoyo necesario en su proceso de reorganización físico-psíquica, principalmente
cuando se tratar de un puerperio con recién-nacido (RN) de riesgo. El objetivo de este
estudio consiste en analizar el comportamiento de puérperas con recién-nacidos
considerados de riesgo y las implicaciones asociadas a la vida sexual, emocional, en
la atención prenatal y puerperal. Se trata de un estudio cuantitativo, del tipo coorte,
con madres de RN incluidas en el Programa de Vigilancia del Bebé de Riesgo
existente en la ciudad de Maringá-PR, que vivían en esa ciudad y aceptaron participar
de la investigación. El muestreo se reclutó en las fichas existentes en la Secretaria de
Salud de Maringá. Ese estudio es un sub-proyecto del Proyecto denominado:
“Condiciones de Vida y Salud de Bebés de Riesgo y sus Madres en Maringá-PR, a lo
largo del primer año de vida”, del Departamento de Enfermería de la Universidad
Estadual de Maringá. Para la colecta de datos de esa investigación, se realizaron tres
visitas domiciliares con un instrumento anteriormente elaborado, donde se aplicó, tras
firmar del Término de Consentimiento Libre y Aclarado, cuestiones objetivas y
abiertas. Para el análisis de los datos se utili el teste Qui-Quadrado de
Independencia (o de asociación para verificar si hubo asociación estadísticamente
significativa). Se sometió la investigación a la apreciación de Comité de Ética en
Investigaciones con Seres Humanos de la Universidad Estadual de Maringá, y fue
liberada con el Parecer N
o
451/2008. La populación estudiada se constituyó de 193
puérperas con bebés de riesgo, con un promedio de edad de 24,4 años, el 64,6% (124)
blancas, el 85,5 % casadas, el 36,3% (70) con enseñanza intermedia completa, el
57,5% (111) tenían ocupación/trabajo fuera de casa y la renta familiar media fue de
R$ 1.770,00. Los datos obstétricos de esa gestación fueron el 51,7% (96) de los RN
nacieron con 36 semanas o menos de gestación, el 71,5% de las mujeres tuvieron
parto cesárea, el 60,6% tuvieron atención por el SUS, sólo el 43,0% planificaron el
embarazo, el 64,3% eran primíparas, el 83,3% realizaron seis consultas o más en el
prenatal, el método contraceptivo más utilizado en el puerperio fue la píldora, el
63,0% realizaron la consulta puerperal y el 48,4% de las puérperas recibieron visita
del Programa Salud da Familia hasta los 45 días pos-parto. Las variables tipo de
atención de salud y tipo de parto tuvieron asociación estadística con el número de
consultas prenatales. Los factores asociados con la realización de la consulta
puerperal fueron escolaridad, estado civil, renta familiar, tipo de atención y tipo de
parto. Dieron respuestas emocionales positivas, a los 45 días, tres y seis meses el
79,0%, el 84,0% y el 82,5%, respectivamente. El único factor asociado con el estado
emocional a los seis meses fue la realización de la consulta puerperal. La sexualidad
se presentó alterada en el posparto, con el 45,8% peor que antes en el tercero y el
26,3% en el sexto mes. Volvieron a la actividad sexual tras los 42 días de puerperio el
65,6% de las mujeres. El convivido con la pareja tuvo asociación significativa con la
sexualidad a los seis meses. Se percibe la importancia de la atención a la salud antes y
tras natal para que el puerperio sea vivido de la mejor forma posible. Es necesaria
una atención volcada no solamente a la contracepción y aspecto físico, pero también
al emocional y a la sexualidad de la puérpera.
Palabras-clave: Periodo de posparto. Salud de la mujer. Sexualidad.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuição das puérperas segundo características sócio-
demográficas. Maringá-PR, 2009..................................................
38
Tabela 2 Distribuição das puérperas segundo ocupação e renda. Maringá-PR,
2009...............................................................................................
42
Tabela 3 Distribuição das puérperas com recém-nascidos considerados de
risco segundo existência de doença prévia. Maringá-PR,
2009.................. 43
Tabela 4 Distribuição das puérperas segundo número de filhos, o tipo de
convênio, tipo de parto realizado, fator classificatório de risco
relacionado ao bebê e se o bebê ficou na UTI. Maringá-PR, 2009..... 44
Tabela 5 Distribuição das puérperas quanto à gravidez planejada e presença
de intercorrência durante a gestação. Maringá-PR, 2009.................
46
Tabela 6 Relação entre o motivo do RN ser de risco e se houve
intercorrência gestacional. Maringá- PR, 2009.................................
47
Tabela 7 Distribuição das puérperas segundo peso aos seis meses pós-parto,
considerando se a puérpera recuperou peso ganho na gestação.
Maringá-PR, 2009.......................................................................... 48
Tabela 8 Distribuição das puérperas segundo amamentação e contracepção
ao longo do puerpério. Maringá-PR, 2009...................................... 50
Tabela 9 Distribuição das puérperas segundo número de consultas no pré-
natal, realização da consulta puerperal e visita do Programa Saúde
da Família. Maringá-PR, 2009......................................................... 52
Tabela 10
Relação entre meros de consultas realizadas no pré-natal pelas
puérperas com o tipo de convênio de saúde e parto. Maringá-PR,
2009.................................................................................................. 55
Tabela 11 Relação entre consulta puerperal realizada pelas puérperas e
escolaridade, estado conjugal, renda familiar, tipo de parto e
convênio de saúde. Maringá-PR, 2009............................................ 57
Tabela 12 Distribuição das puérperas segundo auto-percepção sobre estado
emocional ao longo do puerpério. Maringá-PR, 2009..................... 60
Tabela 13 Distribuição das puérperas segundo percepção sobre a qualidade do
relacionamento com diferentes atores de seu convívio social.
Maringá-PR, 2009............................................................................. 64
Tabela 14 Relação entre a auto-percepção das puérperas sobre estado
emocional ao longo do puerpério e convívio com o companheiro.
Maringá-PR, 2009..........................................................................
65
Tabela 15 Relação entre a auto-percepção das puérperas sobre estado
emocional ao longo do puerpério e intercorrências na gestação.
Maringá-PR, 2009........................................................................... 66
Tabela 16 Relação entre a auto-percepção das puérperas sobre estado
emocional ao longo do puerpério e consulta puerperal. Maringá-
PR, 2009......................................................................................... 67
Tabela 17 Relação entre a auto-percepção das puérperas sobre estado
emocional ao longo do puerpério e se o RN ficou na UTI. Maringá-
PR, 2009........................................................................................ 68
Tabela18 Distribuição das puérperas segundo percepção da sexualidade e
incômodo no corpo. Maringá-PR, 2009...........................................
70
Tabela 19 Relação entre a sexualidade das puérperas ao longo do puerpério e
incômodo no corpo. Maringá-PR, 2009..........................................
71
Tabela 20 Relação entre a sexualidade das puérperas ao longo do puerpério e
convívio com o companheiro. Maringá-PR, 2009............................
72
Tabela 21 Relação entre a sexualidade das puérperas e amamentação ao longo
do puerpério. Maringá-PR, 2009.....................................................
74
LISTA DE SIGLAS
CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
DEN Departamento de Enfermagem
DHEG Doença hipertensiva específica da gravidez
DIU Dispositivo Intra-uterino
DIEESE Departamento intersindical de estatística e estudos socioeconômicos
EPDS Escala de distúrbios psiquiátricos no pós-parto
ESF Equipe Saúde da Família
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
IMC Índice de massa corpórea
ITU Infecção do trato urinário
NV Nascido(s) Vivo(s)
OMS Organização Mundial da Saúde
PAISM Programa de assistência integral à saúde da mulher
PHPN Programa de humanização no pré-natal e nascimento
PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher
PSF Programa Saúde da Família
RMM Razão de Mortalidade Materna
RN Recém-nascido
SINASC Sistema de informação de nascidos vivos
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS Unidade(s) Básica(s) de Saúde
UEM Universidade Estadual de Maringá
UTI Unidade de Terapia Intensiva
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 17
2 ESTADO DA ARTE............................................................................ 20
2.1 CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL E SUAS PRINCIPAIS
ALTERAÇÕES.....................................................................................
20
2.1.1
Principais complicações puerperais......................................................
23
2.2 PUERPÉRIO COM BEBÊ DE RISCO...................................................
26
3 OBJETIVOS....................................................................................... 29
3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................. 29
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................. 29
4 SUJEITOS E MÉTODOS................................................................... 30
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ........................................................ 30
4.2 LOCAL DE ESTUDO........................................................................... 30
4.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO................................................................. 31
4.3.1 Critérios de inclusão........................................................................... 31
4.3.2 Critérios de exclusão.......................................................................... 31
4.3.3 Critérios de descontinuação................................................................ 31
4.3.4 Amo stra do estudo.............................................................................. 32
4.4 COLETA DE DADOS.......................................................................... 32
4.5
ESTUDO PILOTO................................................................................... 33
4.6 VARIÁVEIS E CONCEITOS................................................................ 33
4.6.1 Variáveis socio-econômicas e demográficas..................................... 33
4.6.2 Variáveis reprodutivas/obstétricas e puerperais..................... 34
4.6.3 Variáveis do bebê ............................................................................... 36
4.7 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS.................................. 36
4.8 ASPECTOS ÉTICOS.............................................................................. 37
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................... 38
5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS PUÉRPERAS COM BEBÊ DE
RISCO..................................................................................................
38
5.2 HISTÓRIA OBSTÉTRICA, PUERPERAL E NEONATAL.................. 44
5.3 FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA
PRÉ-NATAL E PUERPERAL.............................................................
52
5.3.1 Consultas pré-natais e fatores associados.......................................... 55
5.3.2 Consulta puerperal e fatores associados............................................ 56
5.4 FATORES ASSOCIADOS ÀS ALTERAÇÕES EMOCIONAIS NO
PUERPÉRIO COM BEBÊ DE RISCO..................................................
59
5.5 FATORES ASSOCIADOS ÀS ALTERAÇÕES NA SEXUALIDADE
DE PUÉRPERAS COM BEBÊS DE RISCO..........................................
69
5.5.1 Sexualidade e retorno às atividades sexuais no puerpério................. 77
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 80
REFERÊNCIAS................................................................................... 83
APÊNDICE......................................................................................... 91
17
1 INTRODUÇÃO
O ciclo gravídico puerperal é um período de mudanças para a mulher e o
puerpério é entendido como um momento de transição psicossocial da gestação e
parto para uma nova condição, que inclui um processo subjetivo de re-significação de
si, do próprio corpo, das relações familiares e sociais e ainda uma nova inserção
sociocultural mediada pelo complexo fenômeno da maternidade (BARBOSA, 2006).
Nesse aspecto, é preciso abordar o processo puerperal e de maternidade de
maneira ampla, visualizando a puérpera como mulher com suas necessidades,
somadas às necessidades do bebê e da família (BARBOSA, 2006).
Durante esse período ocorrem muitas alterações fisiológicas normais, como:
alteração dos sinais vitais, lactação, involução uterina, contração uterina e lóquios e às
vezes complicações, entre elas infecção ginecológica, hemorragia e intercorrências
mamárias (REZENDE, 2000). As puérperas também estão mais vulneráveis para
doenças psiquiátricas, as quais influenciam negativamente no nculo e na interação
entre mãe e bebê (HORNSTEIN et al., 2006) e é responsável por diminuir a qualidade
de vida do binômio mãe/filho (ROJAS et al, 2006; TYCHEY et al., 2007).
Outra possível mudança é o padrão de sexualidade, que pode alterar-se,
necessitando de reorganização e redirecionamento do desejo sexual (BRASIL, 2006).
Embasado por essas alterações, no período puerperal os profissionais da saúde
devem prestar o apoio necessário à mulher no seu processo de reorganização física e
psíquica, quanto ao vínculo com o recém-nascido (RN), nas mudanças corporais e
emocionais, além da retomada do planejamento familiar (BRASIL, 2006), porém,
cumpre lembrar que entre as fases do ciclo gravídico puerperal, o puerpério é o
período em que a mulher fica mais desassistida pela equipe de saúde e as atenções são
essencialmente voltadas ao RN (STEFANELO; NAKANO; GOMES, 2008).
Durante o internamento, no puerpério imediato, maior acompanhamento
por profissionais da saúde do que no puerpério tardio, quando a mulher já está
inserida no contexto familiar. Porém, o tempo de permanência da mulher na
maternidade é curto (24-48h). Assim, as mulheres estão recebendo alta precoce, tendo
que se adequar sozinhas às necessidades da criança sem adquirirem estabilidade
18
emocional suficiente, necessitando dessa forma de orientações e acompanhamento
sobre os cuidados com a criança e para o seu auto-cuidado (ALMEIDA, 2005).
Rodrigues et al (2006), concluíram que algumas puérperas se sentem abandonadas e
desamparadas durante a hospitalização, necessitando de maior interação interpessoal
entre profissional e cliente.
Vê-se a importância do cuidado de enfermagem no puerpério, pelo suporte de
enfrentamento e de adaptação à maternidade realizado não apenas durante a
internação e retorno para consulta médica ou de enfermagem, mas também através
das visitas domiciliares e inclusão dos membros da família (ZAGONEL et al, 2003;
STEFANELO; NAKANO; GOMES, 2008).
Para atender a mulher com enfoque à sua saúde, são necessárias capacitações,
para enfocar suas necessidades em todos os processos da vida. Com relação à
enfermagem obstétrica, um crescimento no conhecimento técnico-científico por
meio de uma crescente qualificação das enfermeiras obstétricas. Vale salientar que
nem sempre o preparo técnico supre as necessidades de comunicação e atenção, de
forma acessível, às mulheres (RODRIGUES et al., 2006). O avanço do conhecimento
nos fenômenos físicos tem proporcionado grande destreza e habilidades necessárias à
prática do atendimento, porém não são suficientes para suprir as necessidades
psicológicas que permeiam esse período (BRASIL, 2006).
Além dos profissionais da saúde, os membros familiares necessitam de
preparo (orientado por profissional de saúde) para auxiliar e cuidar da puérpera, pois
dentre as fases do ciclo gravídico puerperal, o puerpério é o período em que o cuidado
com a saúde da mulher é realizado principalmente no interior da família, a qual possui
uma importância e influência cultural única (STEFANELO; NAKANO; GOMES,
2008).
Esse cuidado à mãe deve ser reforçado quando o RN for considerado de risco,
pois este pode exigir maiores cuidados e desgaste físico e psicoemocional por parte da
mãe. De acordo com o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), a média
anual de nascidos vivos (NV) no Brasil é de 3.021.199 bebês/ano. Desses
nascimentos, 7,8% nascem com menos de 2.500g, 5,8% são prematuros (menos de 37
semanas de gestação), 3,9% apresentam apgar
7 no 5º. min. de vida e 0,57% nascem
19
com alguma anomalia congênita, ou seja, são considerados de risco (DATASUS,
2009).
Por todos esses aspectos relevantes de mudanças na vida da mulher e da
importância de um acompanhamento puerperal de qualidade, pela necessidade de
atenção pela enfermagem às puérperas durante todo o ciclo puerperal justifica-se
levantar as principais implicações na vida e na saúde materna, experienciadas por
mulheres que tiveram RN de riscos no sentido de contribuir na melhora da qualidade
da assistência prestada durante o puerpério.
20
2 ESTADO DA ARTE
2.1 CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL E SUAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
A saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde no início do
século XX, tendo como foco principal a atenção ao ciclo gravídico-puerperal. Na
década de 70 o movimento feminista brasileiro contribuiu para ampliar a atenção à
mulher por meio do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM)
(BRASIL, 2004; ALMEIDA; SILVA, 2008), introduzindo na agenda da política
nacional algumas questões que atinjam as mulheres em todos os ciclos da vida,
levando em consideração as especificidades das diferentes faixas etárias e dos
distintos grupos populacionais (BRASIL, 2004).
No ciclo gravídico-puerperal, a atenção à mulher deve iniciar-se no pré-natal e
fortalecer-se no pós-parto. O Ministério da Saúde (2006) recomenda o número
mínimo de seis consultas pré-natais, em que uma deva acontecer no primeiro
trimestre, duas no segundo e três no terceiro trimestre, além da coleta de vários
exames laboratoriais e a imunização contra tétano ou o seu reforço em mulheres
imunizadas (BRASIL, 2006).
O pré-natal é de suma importância para uma gestação saudável, e é por meio
dele que as gestantes devem receber ajuda e orientações quanto às mudanças
corporais e emocionais, alimentação adequada, parto, amamentação, cuidados com o
bebê, além da prevenção e controle de intercorrências e doenças (BRASIL, 2000).
Durante o pré-natal, o enfermeiro necessita obter informações sobre as
necessidades físicas, psicológicas e educacionais da mulher (RODRIGUES et al.,
2006) e atentar-se para fatores de risco levando em consideração idade menor que 15
e maior que 35 anos, mulheres que fazem esforço físico em demasia, trabalha com
carga horária extensa, possua situação familiar e conjugal insegura, não planejou a
gravidez, baixa escolaridade, condições ambientais desfavoráveis, dependente
química, de muito baixa estatura, com história reprodutiva anterior não benéfica,
portadoras de doenças crônicas e/ou doenças obstétricas na gravidez atual (BRASIL,
2006).
21
A saúde da mulher e a detecção de fatores de risco durante a gravidez é grande
influenciadora no estado físico e psíquico no puerpério e nas condições de saúde do
bebê. Dourado (2005), expõe que a gravidez de alto risco compromete a mãe e o feto,
sendo responsável por morbidade ou mortalidade, tanto materna como neonatal.
O puerpério é definido como o intervalo entre o parto e a volta do corpo da
mulher ao estado anterior da gestação. Neste período se desenrolam todas as
manifestações involutivas e de recuperação da genitália materna após o parto
(REZENDE, 2000).
Lowdermilk, Perry e Bobak (2002), definem como o intervalo de seis semanas
entre o nascimento do bebê e o retorno dos órgãos do sistema reprodutor ao seu
estado normal.
Nessa mesma linha de pensamento, o Ministério da Saúde (2001) determina
que o puerpério inicia-se de 01 a 02 h após a saída da placenta e tem seu término
imprevisto, dependendo do tempo de amamentação em que a lactância evita que haja
retorno do ciclo menstrual (BRASIL, 2001). É dividido em três fases, puerpério
imediato que se inicia no 1
o
dia pós parto e vai até o 10
o
dia, quando ocorrem as
maiores mudanças fisiológicas no organismo da mulher, buscando atingir o estado
anterior da gestação, o tardio que vai do 10
o
ao 42
o
dia, período denominado de
transição, quando as funções começam a ser influenciadas pela lactação e o pós-parto
remoto, que vai do 42
o
dia em diante, período de duração indefinida, sendo mais
breve nas mulheres que não amamentam, podendo chegar até um ano pós-parto em
mães que amamentam (REZENDE, 2000; BRASIL, 2006).
O puerpério, por ser influenciado por vários fatores, desencadeia modificações
físicas e emocionais na mulher e torna-se um momento carregado de sentimentos e
sensações. Essas mudanças refletem a necessidade de adaptações em seu cotidiano
domiciliar e profissional, pela presença de um novo membro familiar (MERIGHI;
GONÇALVES; RODRIGUES, 2006).
Durante o período puerperal ocorrem importantes modificações gerais no
organismo materno, os quais podem gerar problemas emocionais, de auto-estima,
secundários ou não às alterações físicas. No puerpério imediato, as alterações físicas
são maiores e o organismo involui rapidamente. Os sinais vitais se tornam alterados
durante o parto e o puerpério imediato, nas primeiras 24 h é comum a temperatura
22
elevar-se, em consequência da desidratação causada pelo trabalho de parto e
nascimento. Se a febre permanecer por dois dias consecutivos é necessário investigar
febre patológica. A frequência cardíaca costuma diminuir nos primeiros dias do
puerpério, atingindo o valor mínimo de 50 batimentos por minuto, consequente à
redução da vascularização. No entanto a frequência respiratória raramente se altera e a
pressão arterial fica com valor similar ao da paciente em condições normais, sendo
sua queda ou aumento resultado de complicações (BRANDEN, 2000).
Nos primeiros dias, a vulva está edemaciada e os pequenos lábios ficam
“desaparecidos”. Quando o pós-parto é por via vaginal, a vagina encontra-se
congestionada pela isquemia sofrida pela apresentação fetal no local. Pode haver
sangramento ou incômodo no local da episiotomia ou laceração. Para ocorrer a
involução da genitália, eventos como a lactação, tipo de parto e fatores individuais da
mulher são determinantes. O útero é o órgão mais envolvido e comprometido na
involução puerperal, seu fundo desce logo nas primeiras horas pós-parto, ficando mais
próximo da reborda pubiana e com consistência firme pela contração. O miométrio
por sua vez, retrai e contrai-se, gerando hemostasia da ferida placentária. O colo
uterino mantém-se fortemente hiperemiado (REZENDE, 2000).
Branden (2000) expõe que após a expulsão da placenta, o útero inicia a
involução, por meio de contrações musculares e autólise, até o miométrio atingir o seu
tamanho normal.
A involução uterina é mais acelerada entre o e 10º dia pós-parto e, na
lactante, é ainda mais rápida por exacerbar a contração e retração uterina a cada
amamentação (REZENDE, 2000).
As alterações endócrinas estão relacionadas com as alterações do sistema
reprodutor. Após a dequitação da placenta, os níveis de hormônios placentários caem
bruscamente, durante os sete primeiros dias. A ovulação não acontece em parte das
mulheres que amamentam, pelo nível baixo de estrogênio circulante (BRANDEN,
2000).
Apesar de serem naturais e previsíveis as alterações físicas nas puérperas,
muitas mulheres podem adoecer e morrer no puerpério. Em um estudo feito em
Recife-PE, das 933 mulheres internadas numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
23
obstétrica, 86,6% estavam no período pós-parto, enquanto 88,9% foram internadas
por síndromes hipertensivas da gravidez (AMORIN et al, 2006).
Laurenti; Jorge; Gotlieb (2004) observaram em 2002 que, dos 239 óbitos
maternos nas capitais brasileiras, 22,6% ocorreram durante a gravidez, 28,9% nas
primeiras 48 horas após o parto e 32,6 % entre 48 h e 42 dias tendo, portanto número
considerável de mortes no puerpério.
As principais medidas para redução da mortalidade e morbidade materna
podem ser uma assistência de qualidade no pré-natal, parto e puerpério, dependendo,
assim, principalmente dos profissionais de saúde.
Apesar de a mortalidade materna não aparecer entre as dez causas de óbito
entre as mulheres em idade fértil (10-49 anos), o problema é grave, pois a gravidez é
um momento relacionado à vivência da sexualidade e não é doença, sendo, portanto,
em quase a totalidade dos casos mortes evitáveis (BRASIL, 2004) e poderiam ser
reduzidas se houvesse melhor disponibilidade de uso dos serviços de saúde
(PELLOSO, 1999).
2.1.1 Principais complicações puerperais
Vivenciar o período pós-parto não quer dizer estar doente. Contudo, é uma
condição especial na vida dessas mulheres, e algumas intercorrências clínicas, ou até
mesmo as chances de morte fazem com que o puerpério seja considerado um período
de risco para a saúde das mulheres (CABRAL, 2007).
Dentre as principais complicações do puerpério, a infecção puerperal tem uma
posição importante, por ser totalmente prevenível. É definida como infecção no
aparelho genital, que pode se originar de traumas cirúrgicos, manipulação vaginal
excessiva, amniorrexe ou trabalho de parto prolongado, debilidade imunológica,
retenção de restos ovulares, entre outros (BRASIL, 2000).
Lowdermilk, Perry e Bobak (2002), descrevem que a infecção puerperal
ocorre nos primeiros 28 dias pós-parto ou aborto. Entre elas estão a endometrite,
infecções do trato urinário, do trato respiratório e a mastite.
Em 1847 o médico húngaro Inácio Felipe Semmelweis descobriu a infecção
hospitalar por contaminação cruzada, ao observar que as infecções puerperais surgiam
24
quando estudantes de medicina e professores cuidavam das parturientes e puérperas
após manipularem cadáveres (REZENDE, 2000).
Os distúrbios da lactação apresentam-se como umas das mais comuns
complicações puerperais. A mastite é a mais grave delas, caracterizando-se por
inflamação e infecção da mama e que poderia ser evitada com orientação sobre a
técnica adequada da amamentação e prevenção de fissuras. O principal
microrganismo causador é o Staphylococcus aureus (REZENDE, 2000).
Geralmente, a mastite é unilateral e inicia-se com uma fissura infectada no
mamilo que atinge os ductos. São mais comuns entre a segunda e quarta semana pós-
parto e o tratamento é baseado em administração de antibióticos e esvaziamento das
mamas frequente, pela amamentação ou ordenha manual, tendo a enfermagem
importância crucial nesse momento (LOWDERMILK; PERRY; BOBAK, 2002).
Entre as síndromes hipertensivas na gestação e puerpério, a eclampsia é a mais
grave, e uma das principais causas de morte materna. Ocorre quando a mulher, além
de hipertensão arterial, apresenta crises convulsivas generalizadas e/ou coma.
(BRASIL, 2000). Geralmente ocorre na gestação, mas pode surgir ou piorar no pós-
parto.
A hemorragia pós-parto é uma complicação que pode ocorrer pela hipotonia
uterina, lacerações do trajeto do parto normal e incisão da episiotomia. A atonia é a
principal causa, sendo consequência de alguns desses fatores: trabalho de parto e/ou
parto prolongado, gemelaridade, polidramnio e choque hipovolêmico, podendo ser
evitada pela compressão bimanual do útero por um profissional da enfermagem, uso
de ocitócitos e supervisão rigorosa para possível correção cirúrgica (REZENDE,
2000).
Lowdermilk, Perry e Bobak (2002), enfatizam que a hemorragia precoce no
puerpério é um evento detectável apenas quando a mãe apresenta sintomas e
diagnosticada com a perda de sangue acima de 500 mL nas primeiras 24 h após o
parto vaginal. Quando a hemorragia ocorre após as primeiras 24 h e antes das seis
primeiras semanas pós-parto é denominada hemorragia tardia, e se não for detectada
ou controlada a tempo, a paciente pode evoluir para um choque hipovolêmico.
No pós-parto ocorrem também problemas emocionais pela vulnerabilidade das
puérperas para doenças psiquiátricas (HORNSTEIN et al., 2006).
25
A maior atenção da família e de profissionais da saúde a puérperas é
importantíssimo para evitar problemas emocionais, como por exemplo: tristeza, baby
blues (estado depressivo mais brando), distúrbios do humor, depressão pós-parto,
alteração da sexualidade etc. Destas alterações, a depressão pós-natal é a mais
frequente depois do nascimento, com uma prevalência de 10 a 15%
(MALLIKARJUM; OYEBODE, 2005).
Os fatores de risco para desenvolver depressão pós-parto incluem fatores
biológicos, obstétricos, psicológicos e sociais, como: depressão ou ansiedade durante
a gravidez, eventos estressantes da vida durante gestação ou puerpério precoce,
enfraquecimento das atividades da vida diária, baixo suporte social, história pregressa
de depressão, separação do binômio na volta do trabalho, baixa auto-estima pelo não
retorno do corpo original e desajuste entre o casal (pai e mãe) (SCHWENGBER;
PICCININI, 2003; MALLIKARJUM; OYEBODE, 2005; ROJAS et al. 2006;
TYCHEY et al. 2007).
De acordo com a pesquisa realizada por Robertson et al. (2004), todas as
mulheres estão susceptíveis para desenvolver depressão pós-parto e os fatores de risco
podem ser classificados como brandos, moderados e elevados:
1) fatores elevados: depressão ou ansiedade durante a gestação; história
pregressa de doença psquiátrica; eventos estressantes da vida como: morte
de um ente querido, briga ou divórcio entre o casal; desemprego e
mudança de residência; suporte social relacionado com informações,
matérias disponíveis e emoções (apoio de amigos, parentes, parceiro);
2) fatores moderados: personalidade materna relacionada com nervosismo,
problemas no relacionamento do casal;
3) fatores brandos: fatores obstétricos como complicações na gestação (pré-
eclampsia, hiperêmese, trabalho de parto prematuro); parto complicado;
cesárea de emergência e parto prematuro, além de status socioeconômico
desfavorável.
O aparecimento de transtornos psiquiátricos no puerpério e as alterações
hormonais podem ser responsáveis pela depressão pós-parto, os níveis de estrógeno e
progesterona ficam alterados (CAMACHO et al., 2006). Quando a puérpera teve
26
um episódio de depressão puerperal, a recidiva ocorre entre 30 a 50% dos casos
(BRANDEN, 2000).
Além dos fatores de risco, a tão desejada chegada do bebê desperta muita
ansiedade nos pais e o bebê deixa de ser um sonho para ser real. Nesse momento, as
necessidades próprias da mulher são postergadas pelas necessidades do recém-
nascido, gerando aí alterações emocionais e vivenciais (BRASIL, 2006).
Os padrões de sexualidade podem estar alterados no puerpério gerando muitas
vezes desarmonia no relacionamento. As pesquisas geralmente focam intercorrências
vaginais, ignorando outros fatores causais como horas não-dormidas, problemas
emocionais, exigências com o bebê, baixa auto-estima, mudanças físicas próprias do
pós-parto, a espera pela consulta pós-parto (em torno da semana pós-parto) e o ato
de amamentar (BRASIL, 2006; WILLIAMSON; McVEIGH; BAAFI, 2008).
No âmbito da saúde blica, a sexualidade é uma das prioridades, porém é
limitada ao diagnóstico e tratamento de problemas de saúde ginecológica, em que a
mulher é atendida individualmente (sem a presença do companheiro) (TRINDADE;
FERREIRA, 2008), talvez pela falta de conhecimento dos profissionais da saúde
sobre a importância que a sexualidade tem na vida das pessoas, encaixando-se como
uma necessidade básica.
A assistência holística ao ser humano é um assunto que pauta na atualidade, e
a sexualidade de extrema importância. Nesse sentido, Lazar (2002) considera a
sexualidade como fundamental na vida humana, contribuindo para o bem estar
individual e inserção social. É uma dimensão inseparável da pessoa em todos os
momentos, manifestando-se pelas emoções, fantasias, sentimentos e desejos.
2.2 PUERPÉRIO COM BEBÊ DE RISCO
Durante o período pré-natal a expectativa da mãe e dos familiares está
relacionada à chegada do bebê, e sentimentos como amor, medo, ansiedade,
preocupação e insegurança atuam concomitantemente, além da adequação
socioeconômica. Entretanto, a chegada de um RN de risco, faz com que estes
sentimentos se potencializem alterando o processo de adaptação familiar (NAVAJAS;
CANIATO, 2003), causando grande impacto às mães e a toda a família. Quando o
27
filho permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, e a mãe
recebe alta hospitalar, sentimentos ruins surgem, pela insegurança e distanciamento
do bebê (ZAGONEL et al., 2003).
O Ministério da Saúde define como RN de risco: RN residente em área de
risco, baixo peso ao nascer (< 2.500g), prematuros (< 37 sem. de gestação); asfixia
grave (APGAR < 7 no 5
o
. min de vida); crianças internadas ou com intercorrências na
unidade de assistência ao RN; RN de mãe adolescente; RN de mãe com baixa
instrução (< de oito anos de estudo); história pregressa de morte de criança menor de
cinco anos na família (BRASIL, 2004).
Além da adaptação dos pais ao filho que nasceu, o aspecto físico do RN que
comumente diferem do idealizado pelos pais, leva a maior dificuldade na aceitação
imediata da maternidade/paternidade (ZAGONEL et al., 2003), podendo acentuar-se
quando o RN for pequeno, tiver deformidades, anomalias e cromossomopatias
existentes em alguns bebês considerados de risco.
Quando o bebê é prematuro, a insegurança da mãe e do pai é grande, pois o
recém nascido pré-termo geralmente é mantido no hospital para observação, para
recomendações aos familiares ou para o tratamento em si. Desde o trabalho de parto e
parto prematuro, os pais enfrentam um trauma e problemas emocionais, por ser um
parto urgente e inesperado e, após a alta hospitalar pode surgir concomitante com o
sentimento de vitória, o de insegurança, pois em casa necessitarão cuidar do RN,
ainda fragilizado, sozinhos (NAVAJAS; CANIATO, 2003; SOUZA et al., 2007).
A prematuridade e o baixo peso constituem importantes causas básicas ou
associadas da mortalidade perinatal, neonatal e infantil; o bebê precisa de maior
cuidado, pois o risco de morbimortalidade é tanto maior quanto menor a idade
gestacional e o peso de nascimento, havendo riscos na adaptação à vida extra-uterina
pela imaturidade dos órgãos e sistemas (SCOCHI et al., 2003). Essa possibilidade de
doença ou morte pode levar os pais ao estresse e desarmonia familiar.
O bebê com anomalia congênita também necessita de maiores cuidados, tanto
por parte da família, quanto por parte dos profissionais da saúde, os quais têm
dificuldade para enfrentar essa situação, em razão da sua complexidade (GUILLER;
DUPAS; PETTENGILL, 2007).
28
Guiller, Dupas e Pettengill (2007) em sua pesquisa mostram que, apesar dos
pais sentirem-se angustiados e culpados quando descobrem que seu bebê possui
alguma anomalia congênita, estes apresentam menos estresse, ansiedade, depressão e
mais atitudes positivas em relação à doença da criança quando acompanhamento e
orientações por profissionais da enfermagem, expressando assim seus anseios e
dificuldades.
Outro fator importante associado à predisposição de recém nascido de risco é a
gravidez na adolescência.
Mesmo quando um RN nasce com peso e idade gestacional normal, sem
anomalias ou necessidades especiais, a maternidade na adolescência é responsável por
considerar o RN de risco. Uma e adolescente precisa de uma atenção minuciosa
pela equipe de saúde e pela rede familiar, pois, segundo Motta (2001), a adolescência
implica em um período de conflitos e crises, onde mudanças físicas e emocionais,
adaptação a transformações corporais, alteração no ciclo existencial da pessoa pela
tomada de posição social, familiar, sexual e entre os membros do grupo.
Bergamaschi (2007), acrescenta que as adolescentes, ao se sentirem seguras e
apoiadas para prestar cuidados aos seus filhos fortalecem o vínculo com o bebê e
demonstram maior amadurecimento e responsabilidade.
Para Luz (1999), a adolescente vivencia com um filho recém nascido, seus
próprios processos de amadurecimento, envolvendo e integrando não o seu
desenvolvimento físico, como psicoemocional, intelectivo, familiar; expõe ainda que
a adolescente não consegue avaliar com clareza que está vivendo uma situação
ambígua: é adolescente, mas com responsabilidade de adulta.
29
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL:
O objetivo deste trabalho consiste em analisar o comportamento de puérperas
com recém nascidos considerados de risco e as implicações associadas à vida sexual,
emocional, no atendimento pré-natal e puerperal.
3.2 ESPECÍFICOS:
a) caracterizar a população segundo variáveis socio-demográficas;
b) descrever a história obstétrica e reprodutiva das mulheres;
c) levantar as intercorrências gestacionais;
d) identificar as intercorrências psicoemocionais experienciadas até o sexto mês
do puerpério;
e) verificar as alterações na vida sexual e o convívio familiar e social.
30
4 SUJEITOS E MÉTODOS
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
A pesquisa é um estudo quantitativo, do tipo coorte. Faz parte do projeto
“Condições de Vida e Saúde de Bebês de Risco e suas Mães em Maringá-PR, ao
longo do primeiro ano de vida”, desenvolvido por meio de seis subprojetos,
vinculados ao Departamento de Enfermagem. Este projeto recebeu financiamento do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), processo
n
o
485489/2007-4. O estudo com as puérperas integra o subprojeto: “Saúde materna e
reprodutiva no primeiro ano após o parto”, sendo utilizados dados coletados em três
das seis visitas domiciliares, realizadas aos 45 dias, três meses e seis meses pós-parto.
As puérperas participantes do estudo foram localizadas a partir das fichas do
Programa de Vigilância do Bebê de Risco. Este Programa foi criado no município no
ano de 2000, e tem como objetivo acompanhar todos os bebês considerados de risco
durante o primeiro ano de vida. Os fatores de risco adotados no município são: baixo
peso ao nascer (<2500g), idade gestacional inferior a 36 semanas (pré-termo),
pontuação do Apgar 7 no 5
o
. min de vida, idade materna 17 anos, presença de
anomalias congênitas no RN e fatores sociais que incluem entre outros, mães usuárias
de drogas, portadora do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e outras doenças
transmissíveis. Todas as semanas, a equipe designada visita os hospitais e preenche as
fichas de todos os RN e suas mães que se enquadrem como de risco. Essa ficha é
arquivada na Secretaria de Saúde do município, e uma cópia é encaminhada à
Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência, de acordo com o endereço de
residência para que as crianças sejam acompanhadas ao longo do primeiro ano de
vida.
4.2 LOCAL DE ESTUDO
A pesquisa ocorreu na cidade de Maringá, localizada ao Noroeste do Estado
do Paraná, com população estimada de 324.397 mil habitantes, 488 km
2
de superfície
e densidade demográfica de 643,87 habitantes por km
2
(IBGE, 2009).
31
Esta cidade está inserida e é sede da 15º Regional de Saúde, sendo referência
para outros municípios na assistência em média e alta complexidade ambulatorial e
hospitalar por meio de rede de serviços conveniada e contratualizada.
No ano de 2008 o município possuía 26 UBS, e 25 delas tinham equipe de
saúde da família (ESF) e uma de referência para urgências.
4.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO
A pesquisa foi desenvolvida com as puérperas que tiveram filhos no período
de de maio a 31 de outubro de 2008 incluídos no Programa de Vigilância do Bebê
de Risco do Município de Maringá-PR.
4.3.1 Critérios de inclusão
ser mãe de bebê incluído no Programa do Bebê de risco do município de
Maringá-PR entre 1º de maio e 31 de outubro de 2008;
morar na cidade de Maringá e/ou distrito de Iguatemi.
4.3.2 Critérios de exclusão
recusa da mãe em participar da pesquisa;
mulheres não encontradas por terem dado endereço inexistentes;
mães cujo bebê faleceu antes de completar 45 dias;
4.3.3 Critérios de descontinuação
desistência da mãe em continuar no projeto;
falecimento do bebê durante o decorrer do projeto;
mães que mudaram de cidade no decorrer do tempo;
mães que mudaram de residência e não deixaram o novo endereço para
contato;
32
mães que abandonaram seu filho.
4.3.4 Amostra do estudo
O total de mães residentes em Maringá-PR com RN de risco no período de
de maio até 31 de outubro de 2008 foi de 348 mulheres. Após algumas perdas
(55,5%), restaram 193 mulheres.
=
+
+
+
+
+
=
4.4 COLETA DE DADOS
Após a identificação das mães, a partir das fichas de RN de risco triados pelo
Programa de Vigilância, as visitas domiciliares foram agendadas previamente por
telefone.
No projeto, os bebês foram acompanhados até um ano de vida, por meio de
seis visitas domiciliares.
Para a presente pesquisa com as mães, foram utilizados
348 mulheres
18 RN
morreram
16 mães
mudaram de
cidade
01 abandono
de RN
24 mães não
localizadas
45 recusas
20 fichas
extraviadas
31 mães
desistiram
193
puérp
eras
33
dados coletados por ocasião da segunda visita realizada no 45º dia pós-parto, terceira
visita aos três meses e quarta visita aos seis meses, com questões sobre o puerpério.
Foi utilizado um instrumento de pesquisa semi-estruturado com questões objetivas
e subjetivas (Apêndice 1), com caracterização da mulher, condições psicoemocionais
da mãe, condições sociais (relacionamento com família, amigos, pessoas de apoio
etc.), atendimento pré-natal, atividades sociais, planejamento familiar,
acompanhamento puerperal domiciliar e institucional, entre outros. As questões
abertas foram gravadas.
4.5 ESTUDO PILOTO
Foi realizado um estudo piloto com dez puérperas internadas no Hospital
Universitário de Maringá e, a partir deste, foram realizadas alterações no instrumento
de coleta de dados.
4.6 VARIÁVEIS E CONCEITOS
As variáveis utilizadas nesse estudo foram:
4.6.1 Variáveis sócio-econômicas e demográficas
Idade: a idade da puérpera no dia da primeira visita, logo no puerpério
imediato.
Escolaridade: de acordo com o último ano cursado, mesmo ainda sendo
estudante. Foi dividido em analfabeta, ensino fundamental incompleto, ensino
fundamental completo, ensino médio incompleto, ensino médio completo,
ensino superior incompleto e completo.
Estado conjugal: estado conjugal no dia da primeira visita, sendo eles: com
companheiro (casada e em união estável) e sem companheiro (solteira).
34
Ocupação: principal ocupação/trabalho.
Raça/cor: classificada em branca, parda, preta e amarela.
Renda familiar total: corresponde à soma do salário de todos os integrantes
familiares residentes no domicílio. Foi usado o valor em real e transformados
em salário mínimos com o valor vigente na época da pesquisa.
Antecedentes rbidos da mulher: as seguintes opções foram dadas,
hipertensão, diabetes, cardiopatia, cromossomopatias, epilepsia,
endocrinopatias, obesidade/sobrepeso (IMC), uro-nefropatias, trombofilias,
patologia respiratória, infecções.
4.6.2 Variáveis reprodutivas/obstétricas e puerperais
Número de filhos vivos: incluindo o RN.
Planejamento da gravidez: se o filho foi planejado ou não.
Tipo de parto realizado nessa última gestação: normal ou cesárea.
Tipo de atendimento de saúde: atendimento pré-natal e puerpério pelo SUS ou
plano de saúde/particular.
Peso ganho na gestação: diferença entre peso anterior e ao final da gestação,
obtido à partir dos registros na carteira de pré-natal ou informação verbal.
Número de consultas pré-natais: registrados na carteira do pré-natal ou
informado pela mulher no caso de não encontrada a carteira, e classificado em
nenhuma, cinco ou menos e seis ou mais.
35
Risco gestacional ou intercorrências obstétricas: ocorrência de alguma
intercorrência com a mulher ou se a gravidez foi de risco e especificado o
porquê.
Consulta puerperal: realização da consulta puerperal até os 42 dias pós-parto
(sim ou não).
Visita da ESF: se recebeu a visita de algum profissional da ESF até os 45 dias
pós-parto, sem especificar se para o RN ou para a mãe e quem visitou.
Retorno à atividade sexual após o parto: com as opções menos de dez dias; 10-
20 dias; 20-30 dias; 30-42 dias ou mais de 42 dias. Quando respondido que
ainda não havia acontecido, foi considerado como mais de 42 dias.
Modo de contracepção utilizado aos 45 dias, três meses
e seis meses, com as
opções nenhuma, preservativo, dispositivo intra uterino (DIU), pílula
anticoncepcional, injetáveis, tabelinha, coito interrompido e outros.
Peso recuperado: cálculo entre peso perdido no sexto mês de puerpério e peso
ganho na gestação, para verificar se mãe voltou ao peso anterior à gestação,
mantém-se acima ou abaixo do peso.
Percepção sobre o convívio com familiares, amigos, companheiro e demais
filhos aos 45 dias: com as opções ótimo, bom, péssimo e cansativo.
Estado emocional: auto-percepção de como a mãe se sente emocionalmente.
o Conforme as respostas dadas pelas puérperas, o estado emocional foi
dividido em três classificações: equilíbrio emocional (bem, ótima,
melhor, realizada, feliz, responsável, mais preparada, tranqüila,
normal, completa, bonita, afortunada, dedicada, maravilhada, animada,
segura, satisfeita, apaixonada, contente); indecisa/imprecisa (em
36
adaptação, com medo, aceitando mais, acostumando com a idéia,
paciente, mais ou menos, não sei explicar, indiferente) e
emocionalmente abalada (angustiada, cansada, gorda, esgotada,
preocupada, abalada, sem liberdade, estressada, muito ocupada,
entediada, impaciente, muito magra, mal, estranha, menos frustada).
Sexualidade: investigada aos 45 dias e seis meses pós-parto, de acordo com a
percepção: desejo sexual se manteve, melhorou ou piorou no puerpério.
Auto-estima/incômodo corporal: investigado aos 45 dias e seis meses se houve
algum incômodo com a estética corporal após o parto, e qual foi.
Amamentação: se amamentou seu filho nas três visitas, com as classificações
amamentou e não amamentou.
4.6.3 Variáveis do bebê
Com a intenção de levantar a influência no puerpério, fez-se necessário coletar
alguns dados do RN:
classificação de risco: o motivo que o levou a ser classificado como bebê de
risco, com as opções baixo peso ao nascer (<2.500g), prematuridade (
36
semanas gestacionais), baixo Apgar no 5º min de vida ( 7), presença de
anomalia congênita, mãe portadora do vírus HIV e mãe com menos de 17
anos.
internação na UTI: se ficou internado ou não, não sendo especificado o tempo
e motivo.
4.7 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
37
Os dados foram processados e submetidos à análise estatística pelos Softwares
R version 2.7.0 e o SAS 9.1 (English); a tabulação dos dados e a representação gráfica
foram realizadas com o auxílio do Microsoft Office Excel 2007.
O teste Qui-quadrado de Independência (ou de associação) foi utilizado em
todos os cruzamentos para verificar se houve associação significativa entre os fatores
que implicam no estado emocional aos 45 dias e aos seis meses, na sexualidade aos 45
dias e aos seis meses, no número de consultas no pré natal e na consulta puerperal,
conforme reclassificação das variáveis de acordo com os critérios de interesse do
pesquisador.
Em casos onde existem caselas com frequências menores que 1 ou em que
mais de 30% das caselas possuam os valores esperados pequenos, o teste Qui-
quadrado de Independência foi substituído pelo teste Exato de Fisher, no qual, estima
a partir da menor frequência contida na tabela a probabilidade de ocorrência deste
valor e de uma freqüência menor ainda.
Os testes têm por objetivo avaliar as hipóteses:
H
0
: não há dependência entre as variáveis, ou seja, as variáveis não estão associadas;
H
1
: há dependência entre as variáveis, ou seja, as variáveis estão associadas.
Todos os testes foram realizados com nível significância de 5% (α=5%).
4.8 ASPECTOS ÉTICOS
O projeto: “Condições de vida e saúde de bebês de risco e suas mães em
Maringá- Pr, ao longo do primeiro ano de vida”, foi desenvolvido de acordo com as
diretrizes da Resolução 196/96 do Ministério da Saúde que envolve pesquisa com
seres humanos e foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisas com
Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá, (Parecer N
o
451/2008) (Anexo
1). O sub-projeto 6, incluído nesse projeto, corresponde a essa pesquisa.
As mulheres foram informadas a respeito da pesquisa e, ao optarem por
participar, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes da
realização da entrevista (Anexo 2), sendo garantida a não-identificação dos sujeitos.
38
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 CARACTERIZAÇÃO DAS PUÉRPERAS COM BEBÊ DE RISCO
Foi utilizada a variável idade da puérpera, raça/cor, estado civil, escolaridade,
ocupação, renda familiar, número de moradores na residência, e história mórbida
pessoal.
Tabela 1: Distribuição das puérperas segundo características sócio-demográficas.
Maringá-PR, 2009.
Variável N Porcentagem (%)
Idade
17 anos ou menos 52 26,9
18 a 29 anos 92 47,7
30 a 35 anos 35 18,1
35 anos ou mais 14 7,3
Escolaridade*
Fundamental incompleto 39 20,3
Fundamental completo 13 6,8
Médio incompleto 39 20,3
Médio completo 70 36,5
Superior incompleto 05 2,6
Superior completo 26 13,5
Raça/cor **
Branca 124 64,6
Parda 46 23,9
Negra 18 9,4
Amarela 04 2,1
Estado conjugal
Com companheiro 165 85,5
Sem companheiro 28 14,5
*01 não resposta de escolaridade
**01 não resposta de raça/cor
39
A média de idade das mulheres em estudo foi de 24,4 anos. A idade nima
foi 14 e a máxima de 41 anos.
A maternidade na adolescência esteve muito presente (26,9%), que RN de
mães menores de 17 anos se enquadraram como de risco no Programa Bebê de Risco.
A gravidez na adolescência não constitui um fenômeno recente. A história mostra
que, na antiguidade, casamentos eram realizados com meninas adolescentes quando
assumiam lugar de esposa e de e, sendo-lhes imposta uma vida sem muitas
escolhas e, para os padrões culturais da época, os casamentos eram considerados
como acontecimento habitual e, a maternidade não era vista como um “perigo” para o
RN (BERGAMASCHI, 2007).
Com o passar dos anos, após muitos estudos, a gravidez na adolescência
passou a ser considerada como fator de risco para o bebê, tanto por ser a mãe
inexperiente, quanto pelas condições físicas de uma gestante adolescente gerar um
filho. Silva et al. (2009) lembram que, para a sociedade, a adolescente geralmente
possui uma capacidade subestimada de assumir as responsabilidades e as demandas
da maternidade.
Em estudo realizado na cidade do Rio de Janeiro-RJ, Gama et al. (2001)
constataram que mulheres com idade entre 15-19 anos apresentam maior número de
RN com baixo peso ao nascer (OR: 1,36 e p<0,001) do que as puérperas de 20 a 24
anos e maior concentração de RN com Apgar <7 no primeiro minuto, não havendo
diferenças entre as faixas etárias no valor do Apgar no 5º min.
A gravidez na adolescência é considerada como um fator relevante para a
ocorrência de baixo peso ao nascer (risco relativo de 1,34) (UCHIMURA et al., 2007)
e prematuridade, considerando que geralmente há ganho de peso inadequado na
gestação, imaturidade do sistema reprodutivo, pobreza e marginalidade social,
combinados ao estilo de vida adotado pela adolescente (ROTH; HENDRINCKSON;
STOWELL, 1998). Porém, no presente estudo, percebe-se que foram poucas as
adolescentes, (6-3,1%) cujos RN nasceram com baixo peso ou prematuro. A maioria
dos casos de RN de adolescentes foi inscrito no programa única e exclusivamente em
decorrência de a baixa idade materna constituir um risco para o desenvolvimento do
bebê, devido a sua menor experiência em realizar cuidados com o bebê e a uma maior
40
instabilidade emocional (ROTH; HENDRINCKSON; STOWELL,1998), fatores nem
sempre observados no transcorrer do projeto.
No entanto, ser mãe após os 40 anos, principalmente primípara, também pode
constituir fator de risco tanto para a mãe como para o bebê. No presente estudo apenas
2,1% (4) das mulheres tinham 40 anos ou mais. Para Cecatti et al. (1998), a gravidez
na mulher entre os 40-45 anos é alvo de preocupação para os profissionais da saúde e
em estudo em que comparavam mulheres em gestações com 40 anos e de 20 a 29
anos, encontraram frequência duas vezes maior de morte neonatal e quatro vezes
maior de morte fetal tardia, baixo índice de apgar, associação com hipertensão
arterial, diagnóstico de sofrimento fetal intraparto e hemorragia puerperal entre as
mulheres mais velhas.
Em relação à escolaridade, nota-se que mais da metade (52,6%), tinha um bom
grau de instrução, com 39,1% tendo concluído o ensino médio (ensino médio
completo e superior incompleto) ou o curso superior (13,5%).
De acordo com a escolaridade das mães dos 4.177 nascidos vivos (NV) no
município de Maringá-PR em 2007, 60,7% tinham de oito a onze anos de escolaridade
(similar ao ensino fundamental completo ou médio incompleto ou completo), 24,9%
com 12 ou mais anos de estudo (superior incompleto ou concluído) e 13,7% com
apenas quatro a sete anos (fundamental incompleto) (DATASUS, 2009). Esses dados
nos mostram que as mães dos RN de risco em estudo possuem menor escolaridade do
que o grupo de mulheres que tiveram filho no ano anterior no mesmo município,
sendo maior o número de mães de RN de risco com escolaridade abaixo de 11 anos e
menor o número das que ingressaram numa faculdade, fato que pode ser influenciado
pelo número de adolescentes no estudo.
Haidar, Oliveira e Nascimento (2001) identificaram que a menor escolaridade
materna está associada ao nascimento de bebê de baixo peso, podendo estar
relacionada ao menor intervalo entre as gestações e a baixo padrão sócio-econômico
das mães, o que dificulta o ganho de peso na gestação, e pré-natal de baixa qualidade.
Uchimura et al., (2007) observaram que das mães que tiveram filhos com
baixo peso ao nascer (34%) em Maringá-PR entre os anos de 1996-2002, houve risco
relativo maior (1,20) entre as mães com baixa escolaridade.
Apesar de a escolaridade ser menor do que a média do município, o número de
41
mulheres que possuem o ensino médio prevalece. A escolaridade em nível nacional
tem elevado nos últimos anos, tendo especial destaque a escolaridade feminina. Sua
maior prevalência de anos de estudo ocorre a partir do ensino médio e se estende ao
curso superior, tendo não apenas a maioria das matrículas, mas também o maior
número entre os concluintes (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS, 2009).
Com relação ao estado conjugal, das 165 (85,5%) mulheres que possuem
companheiro, 68,5% (113) são casadas e as demais (31,5%) viviam em união
consensual.
Embora as mulheres negras no Estado do Paraná corresponda a 2,4% da
população de mulheres em idade fértil (IBGE, 2009) e de acordo com o perfil das
parturientes residentes em Maringá em 2007 (último ano que consta no banco de
dados do Ministério da Saúde) apenas 0,4% das mulheres que deram à luz no
município em 2007 eram negras, observamos que entre as puérperas do presente
estudo, 9,4% eram negras, mostrando disparidade entre o número de mulheres de
origem negra que tiveram filhos considerado de risco (DATASUS, 2009).
A elevada ocorrência de adoecimento, intercorrências na saúde e morte da
população negra em estudos brasileiros apóia-se nas baixas condições sócio-
econômicas dessa população, que as variáveis genéticas entre as raças não são
capazes de explicar os diferenciais em saúde por grupo racial (ARAÚJO, 2007).
Martins (2006) levanta que as mulheres brasileiras de origem negra possuem
os piores níveis de renda, escolaridade e condições de vida e saúde no país.
No estado do Paraná, segundo o sistema de informação de mortalidade do
Ministério da Saúde, a razão de mortalidade materna (RMM) calculada em dez anos
foi de 39,6 para raça branca e 179,8 para a raça negra (DATASUS, 2009).
Ainda mostrando a disparidade entre os grupos étnicos, Martins (2006)
encontrou que dos 306 óbitos maternos no Brasil, ocorridos entre 2000 e 2002, a
RMM entre as negras foi de 245,4 mortes por cada 100.000 nascidos vivos, enquanto
a raça branca obteve uma RMM de 49,2. Esses valores nos alertam para o maior
número de nascimento de bebês prematuros, baixo peso e apgar baixo entre a
população negra, pois estas possuem maior risco para apresentar intercorrências
obstétricas pelas condições sócio-econômicas e culturais desfavoráveis.
42
Tabela 2: Distribuição das puérperas segundo ocupação e renda. Maringá-PR, 2009.
Variável N %
Ocupação
Remunerada
92 47,7
Não remunerada
101 52,3
Renda familiar*, **
Até um salário 06 3,4
Entre 1 e 2 SM 38 21,4
Entre 2 e 5 SM 91 51,1
Entre 5 e 10 S 31 17,4
Mais de 10 SM 12 6,7
Convênio
SUS 117 60,6
Plano de saúde 73 37,8
SUS e Plano de saúde 03 1,6
*SM: Salário mínimo da época (R$ 415,00).
**15 não respostas de renda familiar
Das 193 mulheres, a maioria (52,3%) não tinha ocupação remunerada, destas
81,2% (82) se intitulavam como do lar e 15,8% (16) estudantes. Esse número de
estudantes e donas de casa pode estar relacionado às puérperas adolescentes do
estudo.
Silva et al. (2009) relatam que apenas 14% das puérperas adolescentes são
estudantes; 50% não exercem nenhum tipo de trabalho remunerado, mas exercem
trabalhos no lar e 35% exercem atividade remunerado fora do domicílio.
Com relação à renda familiar, de acordo com a tabela do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) o salário mínimo
vigente no período da coleta dos dados era de R$ 415,00. O salário mínimo não
atende às necessidades básicas de uma família brasileira, que é composta pela e,
pai e dois filhos. Conforme pesquisas realizadas pelo DIEESE que calcula o valor
ideal do salário mínimo, o valor mínimo necessário seria de R$2.041,80 na época do
estudo. Este valor seria capaz de atender às necessidades vitais básicas de uma
família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
43
transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o
poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim (DIEESE, 2009).
A renda familiar média das puérperas em estudo foi de R$1.770,00 (4,3
salários mínimo); mínima de nenhuma renda e máxima de R$ 15.000,00 (36,1 salários
mínimo). Percebe-se que a renda média do estudo é menor do que o salário mínimo
necessário calculado pelo DIEESE, na época do estudo, porém melhor que a renda
familiar encontrada em Ribeirão Preto, onde 36% das mulheres possuem renda
familiar entre 200 a 400 reais; 2,7% entre 400 a 700 reais; 18% tinham renda entre
700 a 1000 reais (SILVA et al., 2009).
Em estudo realizado na Bahia, Almeida (2005) observou que 25,9% das
mulheres não sabiam a renda mensal e das que sabiam, 36,2% recebiam até um salário
mínimo; 17,2% de um a sete salários mínimos e 1,7% não tinha renda mensal
familiar, sendo ajudada por terceiros.
Tabela 3: Distribuição das puérperas com recém-nascidos considerados de risco
segundo existência de doença prévia. Maringá-PR, 2009.
Mulher possui
doença prévia N %
Sim 113 58,6
Não 80 41,4
Das puérperas pesquisadas, 58,6% (113) possuíam problemas de saúde prévios
à gestação. Entre os inúmeros problemas, temos 28,3% (32) com
sobrepeso/obesidade, 12,4% (14) com problemas respiratórios, 8,8% (10) hipertensão;
apenas 3,5% (4) afirmaram ter depressão, 2,6% (3) síndrome do pânico e 0,9% (1)
transtornos de ansiedade.
Para Pinto e Silva (1994), as doenças maternas sistêmicas como o diabetes
mellitus, a hipertensão arterial sistêmica, nefropatias, cardiopatias e distúrbios da
tireóide, entre outras, podem resultar em parto prematuro espontâneo ou induzido
devido complicações maternas e/ou fetais, e consequentemente baixo peso neonatal e
valor de apgar baixo.
44
Robertson et al. (2004) considera que a história pregressa de doença
psiquiátrica, desde transtornos do humor à depressão, é fator de risco elevado para
distúrbios emocionais no pós-parto.
5.2 HISTÓRIA OBSTÉTRICA, PUERPERAL E NEONATAL
Tabela 4: Distribuição das puérperas segundo número de filhos, o tipo de convênio,
tipo de parto realizado, fator classificatório de risco relacionado ao bebê e
se o bebê ficou na UTI. Maringá-PR, 2009.
*64 bebês tiveram mais de um fator classificatório para ser de risco,
ultrapassando o número de 193 puérperas.
Um grande número de mulheres tinha apenas o recém-nascido como filho
(primíparas), totalizando 64,3% (124). Em Recife-PE, entre as puérperas com pré-
eclampsia pesquisadas, aproximadamente 65% eram primíparas, corroborando com
nossa pesquisa.
Variável N %
Número de filhos
Um 124 64,6
Dois 49 25,5
Três ou mais 19 9,9
Dados perdidos 01 -
Tipo de Parto
Parto Normal 55 28,5
Parto cesáreo 138 71,5
Fator classificatório*
2,5 kg 84 32,7
36 semanas 96 37,4
17 anos 51 19,8
Apgar 7 11 4,3
Anomalia 15 5,8
Bebê ficou na UTI
Sim 43 22,3
Não 150 77,7
45
A mãe primípara vivencia uma fase inédita em sua vida, onde o desconhecido
exercício do papel materno anda paralelamente ao medo e insegurança. É nesse
momento que a enfermagem precisa praticar ações humanísticas, éticas e harmoniosas
(RODRIGUES et al, 2006).
Foram encontrados nos fatores responsáveis por intitular os filhos dessas
puérperas como de risco que 34,1% (64) dos bebês tiveram mais de um fator
classificatório para ser de risco, sendo 28,2% (53) a associação de prematuridade e
baixo peso e 2,1% (quatro) prematuridade e mãe adolescente.
No Estado do Paraná, no ano de 2007, dos 147.554 bebês que nasceram 18,3%
apresentaram algum dos seguintes: 8,6% (12.639) peso 2.500g; 6,7% (9.973) com
36 semanas gestacionais; 2,4% (3.605) com Apgar 7 no min e 0,6% (918)
nasceram com alguma anomalia congênita (DATASUS, 2009).
Em Maringá, também no ano de 2007, nasceram 4.177 bebês, e 8,8% (367)
nasceram com 36 semanas gestacionais; 8,7% (366) com peso 2.500 g; 2,1% (88)
tiveram o apgar no min de vida 7 e 0,8% (32) nasceram com anomalia congênita
(DATASUS, 2009).
A maioria das mulheres foi submetida ao parto cesárea (71,5%). No Brasil, o
percentual de cesáreas (43%) é maior do que o preconizado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) (15%), sendo de 80% o índice entre as mulheres que
utilizam planos de saúde e 26% no SUS (BRASIL, 2009-a).
De acordo com a pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) (2006) os
resultados da prática obstétrica é preocupante, uma vez que a proporção de partos por
cesárea elevou-se na última década, chegando a 43,8% no país, e nas regiões sul e
sudeste estes valores são de 51,6% e 51,7%, respectivamente (BRASIL, 2009-b).
A porcentagem de cesáreas maior do que a média nacional demonstrada pelo
Ministério da Saúde pode ser justificada pela característica das gestações das
mulheres dessa pesquisa, em que o risco a complicações obstétricas e neonatais são
fatores indicativos de parto cirúrgico. No entanto, o Ministério da Saúde alerta que a
abordagem à gestante de alto risco deve ser diferenciada pela maior probabilidade de
complicações e maior grau de ansiedade, mas não significa “necessariamente” realizar
um parto por cesárea (BRASIL, 2001).
46
No Brasil, as indicações de cesárea por risco materno ou fetal vêm sendo
superadas por indicações relativas, onde não risco eminente (FAÚNDES e
CECATTI, 1991).
Ainda com relação ao parto, Lazar (2002) encontrou valores de cesárea
(46,9%) inferiores a esta pesquisa, e 53,1% de partos vaginais.
Silva et al. (2009) pesquisaram puérperas adolescentes e observaram que 68%
tiveram parto normal e 32% cesárea; valores muito distantes do encontrado em nossa
pesquisa.
Em um hospital universitário de Florianópolis-SC, durante cinco anos,
ocorreram 32,6% de cesárea (SAKAE, FREITAS e d’ORSI, 2009).
Tabela 5: Distribuição das puérperas quanto à gravidez planejada e presença de
intercorrência durante a gestação. Maringá-PR, 2009.
O fato de 57,0% (110) das mulheres não ter planejado a gravidez pode estar
relacionado à inclusão de adolescentes no estudo, fator esse preocupante e que faz
refletir sobre uma maior abordagem da enfermagem em relação ao planejamento
familiar e contracepção entre a população mais jovem.
Resultado semelhante teve o estudo realizado com puérperas em São Paulo,
onde 60% das gestações não foram planejadas, embora tenham sido desejadas pela
maioria dessas mulheres (LAZAR, 2002).
Carmo (2006), corrobora com esses resultados quando apresenta que entre 244
puérperas pesquisadas, 56,1% não planejaram a gestação.
Variável N %
Gravidez planejada
Sim 83 43,0
Não 110 57,0
Intercorrências na gestação
Sim 88 45,6
Não 105 54,4
47
Tiveram intercorrências na gestação, 45,6% (88) das mulheres, sendo que
destas, 39,8% (35) alegaram terem tido doença hipertensiva específica da gravidez
(DHEG) e/ou pré-eclampsia; 19,3% tiveram problemas urinários, com sua maioria
(12,5% do total) sendo infecções do trato urinário (ITU). Tiveram problemas
placentários como descolamento prematuro de placenta, placenta prévia, trombose
placentária entre outros, 20,4% (18) das mulheres.
Tabela 6: Relação entre o motivo do RN ser de risco e se houve intercorrência
gestacional. Maringá- PR, 2009.
Intercorrência gestacional
Sem
intercorrência
Com
intercorrência
Motivo do RN ser de
risco
N % N %
Total P
2,5 Kg
12 6,4 15 8,0 27
36 semanas
18 9,6 14 7,4 32
17 anos
35 18,6 10 5,3 45
Apgar 7
06 3,2 04 2,1 10
Anomalia
05 2,7 05 2,7 10
2 ou mais motivos
27 14,4 37 19,6 64
0,0096*
Total
103 54,9 85 45,1 188
*estatisticamente significante
nível de significância de 5%
Percebemos a associação estatística entre o alto número de mulheres com
intercorrência e o nascimento de RN de risco. Entre os RN que tiveram 2 ou mais
motivos para se enquadrarem como de risco (34,0%), houve prevalência da
associação entre prematuro e baixo peso (82,8%).
Para Silva (2008), as intercorrências na gestação como hemorragias, infecções,
alteração do volume amniótico, hipertensão arterial, eclampsia e internação na
gestação constitui risco para nascimento de RN pré-termo, com associação estatística
significante (p<0,05).
São classificados como fatores de risco reprodutivos: baixa escolaridade,
poucos recursos financeiros, mãe sem companheiro, falta de apoio familiar, abortos
prévios, história pregressa de recém-nascido de risco, histórico obstétrico
48
desfavorável, DHEG, idades extremas da mulher, doenças crônicas e etc. (BRASIL,
2000). Para Tedesco (2000), há risco elevado para o feto nas gestações onde
intercorrências e risco para a mãe.
Carmo (2006) levanta que, além de outros fatores, intercorrências clínicas na
gestação como infecções, diabetes mellitus, anemias, ndromes hipertensivas,
alterações ginecológicas e obstétricas relacionadas principalmente com a placenta e
útero, podem desencadear o nascimento de um bebê de baixo peso.
Para corroborar com a informação de que intercorrências gestacionais são
fatores predisponentes a nascimentos de bebês de risco, podemos observar no estudo
em São Paulo que 92,9% das puérperas (sem bebês de risco) não tiveram
intercorrências na gestação (Cruz, Simões e Faisal-Cury, 2005).
Com relação ao peso ganho na gestação, a média foi de 13,48 Kg, com
mínimo de -1 Kg (perdeu peso) e máximo de 35 Kg.
Tabela 7: Distribuição das puérperas segundo peso aos seis meses pós-parto,
considerando se a puérpera recuperou peso ganho na gestação. Maringá-
PR, 2009.
Variável N %
Peso aos seis meses pós-parto
Emagreceu mais do que ganhou 32 16,6
Atingiu o peso pré-gestacional 14 7,3
Não atingiu o peso pré-gestacional 84 43,5
Indeterminado 63 32,6
Nota-se que o peso ganho na gestação teve uma boa média, embora tenha tido
mulher que emagreceu em todo o período gestacional e mulher que ganhou peso
exageradamente. Carmo (2006) encontrou ganho ponderal gestacional médio de 12,75
kg, com mínimo de 2 kg e máximo de 20 kg. O ganho ponderal abaixo do
recomendado (dependendo do IMC, o mínimo de 6 kg e máximo de 18 kg) pode estar
associado ao baixo peso ao nascer.
Na pesquisa foi levantado o quanto a puérpera havia engordado durante a
gestação e foi realizado um acompanhamento coletando dados sobre o emagrecimento
49
da puérpera aos 45 dias, 3 e 6 meses. Ao final do estudo uma nova variável foi criada
utilizando as seguintes informações peso ganho na gestação e quanto emagreceu aos 6
meses.
A classe indeterminada foi criada devido às mães que informaram não se pesar
ou não saber o peso anterior, logo não foi possível verificar se as mesmas haviam
recuperado o peso anterior.
Amaral (2006) encontrou que, dentre as variáveis que determinaram a retenção
de peso pós-parto, teve associação significativa o ganho de peso gestacional
(p=0,007) e a renda familiar percapita (p=0,017), tendo as mulheres com rendas
maiores menos peso com o passar do período pós-parto.
Kac (2001) levantou em sua revisão de literatura que os principais fatores
determinantes de retenção de peso no pós-parto foram o ganho de peso gestacional e a
intensidade da amamentação.
O controle de retenção de peso após o parto poderia ser realizado com
cuidados específicos no pré-natal e puerpério, com o auxílio de enfermeiros, médicos,
profissionais de educação física e nutricionistas (AMARAL, 2006).
50
Tabela 8: Distribuição das puérperas segundo amamentação e contracepção ao longo
do puerpério. Maringá-PR, 2009.
Entre as mulheres que se encaixam como as que amamentaram, estão as que
amamentavam exclusivamente ao peito e as que utilizavam complemento. No entanto,
para saber se houve influência na sexualidade, não importava se era exclusivo ou não,
portanto não foi especificado. Percebe-se que grande parte das mulheres amamentou
seus filhos (mesmo em muitas vezes não sendo exclusivo), com diminuição gradativa
ao longo dos meses.
O desmame precoce durante os primeiros seis meses pode ser influenciado por
diversos fatores como a desinformação das mulheres sobre o valor da alimentação ao
seio, necessidade da mulher ter uma vida economicamente ativa, falta de apoio social
e cumprimento das leis trabalhistas, conhecimentos e práticas negativas do pessoal de
saúde, ausência de políticas sociais e de programas de promoção, proteção e apoio a
amamentação (CARVALHO, TAMEZ, 2002).
No Brasil, a prevalência do aleitamento materno (exclusivo e não exclusivo)
em 1999 encontrada por Sena (2007) foi de 87,3%, 77,5% e 68,6% aos 30 dias, quatro
e seis meses, respectivamente, corroborando com os resultados nessa pesquisa.
45 dias
Três meses
Seis meses
Variáveis
n % N % n %
Aleitamento materno
Sim 162 86,6 139 76,0 111 61,7
Não 25 13,4 44 24,0 69 38,3
Contracepção
Nenhum 63 32,7 33 17,7 23 12,6
Camisinha 29 15,0 27 14,5 27 14,8
DIU 01 0,5 03 1,6 04 2,2
Injetável 02 1,0 08 4,3 11 6,0
Injetável e camisinha - - 01 0,6 01 0,6
Pílula 90 46,6 108 58,1 109 59,9
Pílula e camisinha 05 2,6 03 1,6 04 2,2
Laqueadura 03 1,6 03 1,6 03 1,6
51
Em 2002 e 2003, a frequência do aleitamento materno entre crianças de zero a
seis meses no Brasil foi de 58%, sendo de 61% na região Sul do país. Os fatores
desfavoráveis encontrados foram mães com idade superior a 30 anos, quatro ou mais
moradores no domicílio e uso de creche (WENZEL, 2008).
Mesmo apresentando porcentagem próxima às encontradas nos estudos
nacionais, o aleitamento materno deveria ter sido intensificado entre as puérperas
estudadas por se tratar de bebês de risco, por ser o
leite materno indispensável nos
primeiros seis meses de vida da criança, promovendo o crescimento e
desenvolvimento adequado, segundo necessidades do bebê (BRANDEN, 2000,
BRASIL, 2001).
O método contraceptivo mais utilizado foi a pílula seguido por preservativo.
Nas três visitas, mais de 2,0% das mães faziam uso de mais de um tipo de
contracepção. Percebe-se considerável número de mães que não adotaram nenhum
método, expondo-se ao risco de nova gravidez. Esse número foi decrescente nas três
visitas, e representou 32,7% (63) da amostra nos 45 primeiros dias pós-parto; 17,7%
(33) no terceiro mês e 12,6% (23) no sexto mês. Além de possível influência da
consulta puerperal para haver aumento de contracepção com o passar dos dias, o fato
de algumas mães desmamarem seu filho também pode influenciar.
Apesar de a amamentação exclusiva ao seio ser um método contraceptivo, por
adiar a ovulação, é imprevisível a sua ocorrência, sendo necessário iniciar uma
contracepção extra para evitar gravidez indesejada e até mesmo gestação com
intervalo pequeno, gerando riscos à mãe e à saúde do bebê (VIEIRA; BRITO;
YAZLLE, 2008).
Em um inquérito populacional para averiguar os métodos contraceptivos em
uso mais frequente entre as mulheres em idade fértil cadastradas no PSF de Maringá-
PR, observou-se que 50,3% utilizavam pílula; 32,0% tinham laqueadura; 28,1%
utilizavam o preservativo e 18,3% métodos naturais como a tabelinha e o coito
interrompido, sendo o DIU presente em apenas 2,1%, mesmo sendo disponibilizado
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (SOUZA et al., 2006).
Vieira, Brito e Yazlle (2008) levantaram em sua pesquisa que os principais
métodos contraceptivos indicados no puerpério são: métodos não-hormonais como
amenorreia e lactação; métodos de barreira como preservativo (masculino ou
52
feminino), diafragma vaginal (indicado só após seis semanas do parto); DIU, métodos
hormonais e como contracepção definitiva a laqueadura das trompas.
Abuchaim (2005) levantou em sua pesquisa que as puérperas aos seis meses
pós-parto sentem medo de utilizar métodos hormonais de contracepção, pelo receio de
que a pílula para mulheres que amamentam não possua composição confiável,
partindo então para o uso de preservativos, DIU e o coito interrompido;
diferentemente dos resultados encontrados no presente estudo, em que a maioria das
mulheres realizaram uso de pílula anticoncepcional, poucas o DIU e nenhuma referiu
o coito interrompido.
5.3 FATORES ASSOCIADOS À QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL E
PUERPERAL
O número de consultas pré-natais, a realização de consulta puerperal e visita
do PSF até os 45 dias serão apresentadas na Tabela 09.
Tabela 09: Distribuição das puérperas segundo número de consultas no pré-natal,
realização da consulta puerperal e visita do Programa Saúde da Família.
Maringá-PR, 2009.
*13 não respostas sobre número de consultas no pré-natal.
**04 não respostas sobre realização de consulta puerperal.
***01 não respostas sobre visita domiciliar pela ESF.
Variável N %
Consultas no pré-natal *
Nenhuma 02 1,1
Cinco ou menos 28 15,6
Seis ou mais 150 83,3
Dados perdidos 13 -
Consulta puerperal **
Sim 119 63,0
Não 70 37,0
Dados perdidos 04 -
Visita da ESF ***
Realizada até 45 dias 93 48,4
Nao realizada 99 51,6
Dados perdidos 01 -
53
A média de consultas no pré-natal foi de 8,42; com desvio-padrão de 3,97;
mínimo de nenhuma consulta e máximo de 30. Serruya, Cecatti e Lago (2004) relatam
que, no ano de 2000, o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN)
foi instituído com objetivo de reduzir as altas taxas de morbi-mortalidade materna e
perinatal, com a recomendação de serem realizadas, no nimo, seis consultas de pré-
natal durante a gestação. Embora o número de consultas sejam importantes, a
qualidade do atendimento pré-natal pode ser mais valioso do que a quantidade
(CARMO, 2006).
Realizaram um pré-natal com o número de consultas preconizado pelo
Ministério da Saúde, 83,3% (150) das mulheres, corroborando com os dados
apresentados pela PNDS de 2006, onde o acesso à assistência pré-natal no Brasil
apresenta diferenças estatísticas, no sudeste com 88,2% e no sul 87,5%, apresentando
os melhores resultados do país (BRASIL, 2009-b)
Em Pernambuco, entre mulheres usuárias de um serviço de referência para
gestantes de alto risco, foi observado média de consulta pré-natal de 5,3, tendo apenas
35,2% realizado seis ou mais consultas (CARVALHO, 2005). Carmo (2006)
encontrou média de consulta semelhante, com 5,7.
Resultados parecidos com este estudo foram encontrados em um estudo com
mães adolescentes, com 95,45% que fizeram o pré-natal iniciando o acompanhamento
no primeiro trimestre e 4,54% não fizeram pré-natal, apesar de ser comum a
adolescente esconder a gravidez e retardar o atendimento, a maioria o fez (SILVA et
al., 2009).
Apenas 63,0% (119) das mulheres realizaram consulta puerperal até os 42
dias, frequência baixa, por ser a consulta puerperal indispensável no conjunto da
assistência ao ciclo gravídico puerperal, sendo o momento que se desvincula a saúde
da mãe e do RN, retornando a atenção à saúde da mulher, e não da “mãe”
(SERRUYA; CECATTI; LAGO, 2004). Além de um momento de evitar e detectar
complicações físicas e emocionais, a consulta no puerpério é um momento de
orientações sobre contracepção, amamentação e sexualidade, entre outras.
Além disso, o PHPN fornece o incentivo financeiro à Secretaria Municipal de
Saúde após todas as etapas de assistência no pré-natal, parto e puerpério serem
54
concluídas e alimentadas no sistema do Sisprenatal (Sistema Informatizado do
Programa), como o registro no cadastramento do programa, as seis consultas pré-
natais, exames obrigatórios, vacina antitetânica, a realização do parto e da consulta
puerperal. Se a consulta puerperal não for realizada até os 42 dias, o Sisprenatal
uma tolerância de até três meses após a data do parto para possibilitar a busca ativa
das mulheres, para que o incentivo seja repassado para o Fundo Municipal de Saúde
(BRASIL, 2000). Essa tolerância pode ser a responsável pela não captação da
puérpera pelas UBS no período recomendado, mesmo sendo os 42 primeiros dias pós-
parto o momento ideal para se prevenir complicações e implementar orientações.
Serruya, Cecatti e Lago (2004) explicitam que os serviços de saúde e os
profissionais geralmente consideram o parto o “fim” do ciclo, não valorizando a
consulta puerperal. O ideal seria fazer da ida da mãe na UBS ou no consultório para
levar o filho para consulta ou vacinação o momento certo para orientar, agendar e/ou
realizar a consulta até os 45 dias do puerpério.
O Ministério da Saúde (2004) ressalta esse pensamento, quando diz que as
mulheres em sua grande maioria, retornam ao serviço de saúde no primeiro mês após
o parto para regularizar a vacinação do bebê e realizar a puericultura, deixando de
lado a consulta puerperal, por incompreensão da sua importância e por desatenção dos
profissionais de saúde (BRASIL, 2004).
Apesar da pouca cobertura puerperal encontrada no presente estudo, no Brasil,
a PNDS 2006 levantou que apenas 39,2% das puérperas pesquisadas realizaram a
consulta puerperal, sendo associado a sua realização com a macrorregiao (sul e
sudeste possuem a maior ocorrência), anos de estudo, tipo de serviço, classificação
econômica e idade da mãe no parto (BRASIL, 2009- b).
Com relação às visitas domiciliares pelo PSF, 51,6% (99) das puérperas não
receberam visita de nenhum profissional do programa. Entre as 48,4% (93) que
receberam, muitas relataram informalmente terem sido visitadas com a atenção
voltada ao RN, ou para serem indagadas sobre vacinação. No entanto, não havia
esse item sobre o foco da visita no nosso instrumento de trabalho.
As mulheres vêem a visita domiciliar voltadas às puérperas pela enfermagem
como um suporte importante, havendo a necessidade de uma melhor articulação dos
serviços de atenção básica como de atenção secundária (RODRIGUES et al., 2006).
55
O Ministério da Saúde (2006) recomenda que o sistema de saúde nos três
níveis de gestão (federal, estadual e municipal) deva assegurar a cobertura de todas as
mulheres na gestação e após o parto e preconiza, além da consulta puerperal até 42
dias, acompanhamento periódico e contínuo durante o puerpério, proporcionando
orientações necessárias por meio de ações educativas. Expõe, ainda, que a execução
da atenção puerperal deva ser prestada pela equipe multiprofissional de saúde, entre
eles o agente comunitário de saúde, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos
(BRASIL, 2006), além de oferecer atendimento às puérperas de forma
individualizada, por ser o puerpério vivenciado de formas diferentes por cada mulher
(BARBOSA, 2006). Por estar vivenciando um puerpério com RN de risco, a atenção à
saúde dessa família deveria ter sido reforçada, com a totalidade das mães sendo
visitadas pelo PSF.
5.3.1 Consultas pré-natais e fatores associados
Tabela 10: Relação entre números de consultas realizadas no pré-natal pelas
puérperas com o tipo de convênio de saúde e parto. Maringá-PR, 2009.
Consultas no pré-natal
Nenhuma
Cinco ou
menos
Seis ou
mais
Variáveis
n % n % N %
Total P
Convênio (n=180)
Plano de saúde - - 04
2,2 66 36,7
70
SUS 02 1,1 24
13,3 81 45,0
107
SUS/Plano de saúde ou
particular
- - - - 03 1,7 03
Tipo de parto (n=180)
Parto normal 01 0,6 14
7,8 37 20,6
52
Parto cesáreo 01 0,6 14
7,8 113 62,7
128
0,0106 *
0,0104*
*estatisticamente significante
Apesar de as mães que fizeram seis consultas ou mais pelo SUS representar
45,0% (81) do total de mulheres estudadas, percebe-se que elas representam 75,7%
56
das mulheres que foram atendidas no ciclo gravídico puerperal pelo SUS. Em
contrapartida, das 70 puérperas que fizeram o pré-natal por convênio, 94,3% (66)
tiveram o pré-natal com seis consultas ou mais, sugerindo-nos que possuir convênio
de saúde é fator associado a um pré-natal com o número de consultas preconizado
pelo Ministério da Saúde.
Pelos dados, percebe-se que o objetivo do PHPN não foi alcançado, pois
24,3% das mulheres atendidas pelos SUS em UBS não realizaram o mínimo de
consultas preconizadas (BRASIL, 2000).
Rasia e Albernaz (2008) encontraram desigualdade no atendimento pré-natal
em Pelotas-RS, sendo que as mulheres com melhores condições financeiras e maior
escolaridade foram as que mais consultas de pré-natal realizaram.
Em relação ao tipo de parto, os dados demonstram que houve maior número
de consultas pré-natais entre as mulheres que tiveram parto cesáreo (88,3%- 113) em
comparação às que tiveram parto normal (71,1%- 37).
Em nosso estudo não houve correlação entre o número de consultas pré-natal e
escolaridade (p=0,113), raça/cor (p=0,569), idade (p=0,683), estado conjugal
(p=0,377), renda familiar (p=0,093), dia de reinício da atividade sexual (p=0,732) e
visita do PSF até os 45 dias (p=0,709).
5.3.2 Consulta puerperal e fatores associados
57
Tabela11: Relação entre consulta puerperal realizada pelas puérperas e escolaridade,
estado conjugal, renda familiar, tipo de parto e convênio de saúde.
Maringá-PR, 2009.
Consulta puerperal
Sim Não Total
Variáveis
N % N % P
Escolaridade **
Fc + fi 24 12,8 27 14,4 51
Mc + mi 69 36,7 38 20,2 107 0,088*
Sc + si 25 13,3 05 2,6 30
Dados perdidos - - - - 05
Estado conjugal
Com companheiro 106 56,1 55 29,1 161
Sem companheiro 13 6,9 15 7,9 28 0,0043*
Dados perdidos - - - - 04
Renda familiar
Até 1 SM 04 2,3 02 1,2 06
1 até 2 SM 17 9,7 20 11,4 37
2 até 5 SM 56 32,0 34 19,4 90 0,0299*
5 até 10 SM 25 14,3 06 3,4 31
>10 SM 09 5,1 02 1,2 11
Dados perdidos - - - - 18
Tipo de parto
Parto normal 26 13,8 27 14,3 53
Parto cesáreo 93 49,2 43 22,7 136
Dados perdidos - - - - 04
Convênio
Plano de saúde 58 30,7 14 7,4 72
SUS 59 31,2 55 29,1
114
SUS/Plano de saúde 02 1,1 01 0,5 03
0,0135*
0,0001*
Dados perdidos - - - - 04
*Estatisticamente significante
**fc: ensino fundamental completo; fi: fundamental incompleto; mc: médio completo; mi: médio incompleto; sc:
superior completo; si: superior incompleto.
58
Observa-se que quanto maior a escolaridade, mais aumenta a prevalência de
realização de consulta puerperal. Das 38 puérperas com ensino fundamental
incompleto, 55,3% (21) não haviam feito a consulta; nas demais classificações de
escolaridade, houve mais mães que realizaram a consulta do que não realizaram, com
52,6% (20) das que possuíam ensino médio incompleto tendo realizado; 71,0% (49)
de realização entre as mães com ensino médio completo; 84,0% (21) de realização
entre as mães com curso superior completo e 80% (4) entre as com curso superior
incompleto.
Nossos resultados sugerem que ter companheiro está relacionado com a
realização da consulta puerperal.
O companheiro geralmente exerce um papel de cuidador, através de cuidados
físicos, auxílio e recomendações para a mulher pôr em prática orientações dadas por
profissionais da saúde (OLIVEIRA, 2007), como por exemplo, incentivar o retorno
para a consulta puerperal.
Houve relação entre a realização da consulta puerperal e renda familiar. Nesse
contexto, percebe-se que as mulheres de renda maior que dez salários mínimos
realizaram mais consulta puerperal do que as demais mulheres, e das 31 mulheres que
se encaixam nessa condição, 81,8% se consultaram nos primeiros 45 dias pós-parto.
No Brasil, desigualdades no padrão de consumo de serviços de saúde,
contradizendo os princípios igualitários enunciados pelo sistema de saúde no país.
Nota-se que as pessoas mais pobres têm menor chance de consumir serviços de saúde,
do que as mais
ricas. O tempo de espera para um atendimento à saúde é maior
(praticamente o dobro) entre as pessoas com menor renda, fator que pode ser
responsável pela desistência dessas mulheres à realização da consulta puerperal
(TRAVASSOS et al., 2000).
Os resultados mostraram existir relação entre a realização de consulta
puerperal e a existência de convênio de saúde. A proporção de mulheres que
realizaram consulta puerperal foi muito maior entre as que tinham plano de
saúde(80,6%) do que entre as que eram assistidas pelo SUS (51,7%).
Os planos de saúde brasileiros ajudam a acentuar as desigualdades no
consumo de serviço de saúde no país, por serem os usuários dos planos privados
pessoas com maior poder aquisitivo. Essas pessoas apresentam maior chance de uso
59
de serviços de saúde se comparando às pessoas que não os possuem (TRAVASSOS et
al., 2000).
Além disso, é sabido que as mulheres que realizam o pré-natal pelo SUS
passam pelas consultas pré-natais com o médico ou enfermeiro da UBS, ao parir são
atendidas pelo obstetra de plantão no hospital de referência, e depois retornam à
consulta puerperal na UBS. Entre as mulheres com convênio particular, o atendimento
completo é dado pelo mesmo obstetra (a não ser que a mulher decida trocar de
médico), facilitando assim, o retorno à consulta puerperal.
A freqüência menor de consulta puerperal entre mulheres atendidas pelo
Sisprenatal decorre da não valorização das puérperas à consulta pós-parto e pela
dinâmica programática de atenção à criança estar mais estruturada que a atenção à
saúde da mulher no ciclo gravídico puerperal (ALMEIDA e TANAKA, 2009).
correlação estatisticamente significante entre a realização de consulta
puerperal e tipo de parto, sendo a consulta puerperal mais freqüente entre mulheres
que tiveram parto cesárea (68,4%) do que entre as que tiveram parto normal (49,0%).
Por ser o parto cesárea mais propício à morbidade e mortalidade materna
decorrente de complicações como hemorragia, infecções, tromboembolismo, embolia
pulmonar do que o parto via vaginal (BRASIL, 2001), pode haver maior preocupação
da mulher em retornar à instituição de saúde para realizar a consulta puerperal, com
acompanhamento da involução e da cicatriz cirúrgica. No parto normal, geralmente a
mulher sente-se bem no período pós-parto, retornando apenas quando preocupa-se
com a contracepção e cuidados não fisiológicos.
Não houve tendência linear estatisticamente significativa entre realização da
consulta puerperal e raça/cor (p=0,468), idade (p=0,168), reinício da atividade sexual
(p=0,383) e visita do PSF até os 45 dias (p=0,736).
5.4 FATORES ASSOCIADOS ÀS ALTERAÇÕES EMOCIONAIS NO
PUERPÉRIO COM BEBÊ DE RISCO
Por mais que a gestação e a maternidade sejam consideradas como momento
de grande alegria para a mulher, os transtornos do humor são comuns no período
puerperal (CAMACHO et al., 2006).
60
Estar grávida e ter um recém-nascido geram sentimentos ambíguos na mulher,
principalmente quando o bebê idealizado é diferente ao que nasceu. Esse sentimento
provoca sensação de culpa na mulher, por não saber que o amor se constrói com a
vivência (MALDONADO, 2002).
Moraes et al. (2006) descrevem que a manifestação da depressão pós-parto
(quadro mais grave de doença mental no puerpério) geralmente tem início no primeiro
mês até atingir o seu clímax, no sexto mês de puerpério.
Neste contexto, investigamos possíveis alterações emocionais, relatadas pelas
puérperas, sem uso de escalas de depressão, aos 45 dias, três e seis meses pós-parto.
Os trabalhos que pesquisam a saúde mental das mulheres no período pós-parto
usam, geralmente, como critério de inclusão mulheres que tiveram filhos saudáveis,
ou seja, que não foram considerados de risco. Portanto, as comparações que faremos
não são com mães que tinham, exclusivamente, bebês de risco.
Tabela 12: Distribuição das puérperas segundo auto-percepção sobre estado
emocional ao longo do puerpério. Maringá-PR, 2009.
Classificação
aos 45 dias
Classificação
aos três meses
Classificação
aos seis meses
Variável
N % N % N %
Equilíbrio emocional
135 79,0 142 84,0 141 82,5
Indecisa/imprecisa
06 3,5 07 4,2 04 2,3
Emocionalmente abalada
30 17,5 20 11,8 26 15,2
Total
171 100 169 100 171 100
Aos 45 dias pós-parto, do total de mulheres em estudo, 17,5% afirmaram estar
emocionalmente abaladas; 11,8% no terceiro mês e 15,2% no sexto mês de puerpério.
A maioria delas afirmou nas três primeiras visitas que estavam bem, sem problemas
emocionais.
Percebe-se declínio de respostas emocionalmente abaladas no terceiro mês, em
relação aos 45 dias, com um aumento no sexto mês. No entanto, as respostas
61
emocionalmente abaladas tiveram porcentagem maior no final do puerpério tardio (45
dias).
Tychey (2007) encontrou prevalência menor de depressão puerperal nos dois
primeiros meses pós-parto e concluiu que esta tende a crescer com o tempo, pois a
prevalência foi de 36% no ao 12º mês e 42,7% após 13 meses. De acordo com este
autor a menor prevalência nos primeiros meses após o parto pode ser devido ao fato
de a mãe ainda não ter sido exposta às dificuldades de interação com o bebê nos dois
primeiros meses.
Ao caracterizar as respostas sobre como se sentiam ao longo das entrevistas,
constatou-se que as mulheres usavam diferentes termos para expressarem suas
percepções de como se sentiam. Estas respostas foram classificadas em três grupos:
equilíbrio emocional (bem, ótima, melhor, realizada, feliz, responsável, mais
preparada, tranqüila, normal, completa, bonita, afortunada, dedicada, maravilhada,
animada, segura, satisfeita, apaixonada, contente); indecisa/imprecisa (em adaptação,
com medo, aceitando mais, acostumando com a idéia, paciente, mais ou menos, não
sei explicar, indiferente) e emocionalmente abalada (angustiada, cansada, gorda,
esgotada, preocupada, abalada, sem liberdade, estressada, muito ocupada, entediada,
impaciente, muito magra, mal, estranha, menos frustada). Algumas falas transcritas
serão demonstradas:
aos 45 dias pós-parto:
Bem, to melhor, porque eu sempre
quis, sabe? que não tava na hora, assim um pouco mais
pra frente...(E 255)
É normal pra mim. Eu achei que não
teve muita diferença, eu imaginava que ia ser de outro jeito.
(E 309)
Atordoada ainda (risos). (E 90)
62
Cansada! Cansada porque ela trocou
muito o dia pela noite, e a gente não deixa chorar muito pra
não perder peso. Então a gente fica muito em cima... (E 39)
aos seis meses pós-parto:
Bem, maravilhosa. Não tem explicação. Sou
uma ótima mãe!(E 171)
Ah, é meio complicado heim. Fico
sozinha, né. Sem ninguém aqui pra conversar comigo...”(E
60)
Ai, agora estou melhor, mas estive muito
estressada. O médico do posto chegou a passar um remédio
pra ansiedade...(E 15)
Ah, eu me sinto realizada. Por mais que
tá na hora errada de ser mãe, mas... tudo bem.(E 135)
Aos 45 dias pós-parto, houve 38 tipos de respostas, em que 40% (72)
relataram se sentir bem; 12,8% (23) feliz; 4,4% (8) cansadas e apenas 2,2% (4)
assumiram estar depressivas. Aos três meses, houve 28 tipos de respostas, com 54,3%
(95) de mulheres que disseram estar bem; 8,6% (15) feliz; 5,7% (10) disseram estar
cansadas e a mesma porcentagem relatou estar melhor. Assumiu estar depressiva
apenas uma mulher (0,6%). Aos seis meses, houve 40 tipos de respostas, com
predominância de “bem”, com 43,3% (74); 7,6% (13) ótima; com 6,4% sentindo-se
feliz e realizada e 5,8% (10) sentiam-se cansadas. Nenhuma disse estar depressiva,
porém algumas afirmaram estar bem devido uso de medicação antidepressiva e
terapia.
Camacho, et al. (2006) acreditam que transtornos do humor podem surgir
mesmo quando a mãe sente bem-estar emocional com a maternidade. Se por um lado
o fato de não ter sido usada nenhuma escala de avaliação de depressão permitiu que as
63
respostas apresentadas se aproximassem mais da realidade dos sentimentos das
mulheres, por outro não permitiu a comparação dos resultados encontrados com o de
outros estudos. Ainda segundo Camacho et al. (2006), as mulheres com depressão
puerperal podem omitir os sintomas, por sentirem que as expectativas da sociedade é
de que elas estejam satisfeitas com a maternidade, concorrendo ainda mais para que as
mesma se sintam culpadas e experimentem sentimentos de tristeza.
Abuchaim (2005) por sua vez afirma que o fato de as mulheres declararam
sentir-se completa e realizada no período pós-parto pode expressar a realização de um
sonho, o de ser mãe, o qual proporciona o desfrute das funções sociais e culturais que
a maternidade desendadeia.
Na Espanha, um estudo com resultados da escala de depressão puerperal de
Edimburgo mostra que entre as puérperas na semana pós-parto, a prevalência de
algum tipo de desordem mental foi de 18,1% (semelhante ao nosso achado), e 2,0%
apresentaram dois tipos associados de desordens, tais como distúrbio do humor
(9,8%); da ansiedade (4,0%) e dependência ou abuso de alguma substância (0,9%)
(NAVARRO et al., 2008).
Gonçalves (2000), em estudo realizado com oito puérperas, constatou que
estas referiam estar “normal” (porém mostrando solidão na fala); duas explicitaram
que “à vezes ficavam tristes e reclamavam receber menos atenção do que durante a
gravidez” (relatando uma delas sentir falta de sair com o marido); uma referiu sentir-
se triste por tudo não ser como antes”; outra “queixava-se de solidão e da frieza que o
nascimento gerou no casal”; uma revelou“sentir um vazio sem o bebê na barriga,
sentir-se mais madura”; outra referiu perceber-se “sozinha e irritada, porém acredita
que no fundo é mais feliz e a última relata “estar sendo maravilhoso”. Esses
resultados são semelhantes aos encontrados no presente estudo e revelam a vivência
concomitante de mudança na rotina, falta de atenção, solidão e felicidade.
De acordo com Camacho et al. (2006) existem fatores de risco associados à
alteração emocional e depressão no puerpério, tais como: idade inferior a 16 anos,
história de transtorno psiquiátrico prévio, eventos estressantes vividos no último ano,
problemas conjugais ou falta de companheiro, desemprego e pouco suporte social e
familiar, além de fatores hormonais e hereditários.
64
Entre as mulheres do presente estudo, oito (4,0 %) relataram que possuíam
distúrbios emocionais antes da gestação: quatro tinham depressão, três síndrome do
pânico e uma transtorno de ansiedade.
Tabela 13: Distribuição das puérperas segundo percepção sobre a qualidade do
relacionamento com diferentes atores de seu convívio social. Maringá-
PR, 2009.
*NA: Não se aplica
**131 puérperas não tinham filhos
***16 puérperas não tinham companheiro
Na Tabela 13 observamos que a maioria das puérperas relataram que o
convívio familiar e com o companheiro estava ótimo (54,7% e 58%) e bom (39,6% e
31,7%), o que é muito importante, pois a família é a fonte de força, segurança e apoio
emocional das mulheres no puerpério, além de favorecer a adoção de práticas de
cuidado à saúde e consigo mesma e com o bebê (STEFANELLO, 2005).
Puérperas que convivem com outras pessoas têm mais chance de ter um apoio
familiar mais adequado. Silva, et al. (2009) relataram que a falta de suporte social e
familiar no pós-parto constitui fator de tristeza para as mulheres que gostariam de
compartilhar este momento com alguém que as compreenda.
Das 292 mulheres estudadas no período puerperal (entre 31 e 180 dias) por
Ruschi et al. (2007), 39,4% apresentaram presença de sintomas depressivos pela
Escala de distúrbios psiquiátricos no pós-parto (EPDS) e 60,6% não foram
consideradas depressivas.
No estudo realizado em Pelotas-RS com 410 puérperas, aplicando a Escala de
Hamilton, foi encontrado em mulheres com renda familiar mais baixa (p=0,005; OR:
Qualidade do
relacionamento
Ótimo Bom Ruim Péssimo
N.A.*
Atores do
convívio social
N % n % N % n % N %
Família 105 54,7
76 39,6
03 1,6
08 4,1 - -
Filhos** 36 18,7
23 11,9
01 0,5
02 1,0 131 67,9
Companheiro ***
112 58,0
61 31,7
02 1,0
02 1,0 16 8,3
Amigos 79 41,1
92 47,9
17 8,9
04 2,1 - -
65
5,24); escolaridade materna menor (p=0,003), estado civil sem companheiro
(p=0,012; OR:1,92), número baixo ou ausência de consultas no pré-natal (p=0,016),
mulheres que tiveram nenhuma consulta (OR: 3,28), ou igual ou menor que 5
(OR:1,83), possuem maios chance de desenvolver problemas emocionais no
puerpério. O número de filhos não influenciou os quadros depressivos (MORAES et
al., 2006). No presente estudo, no entanto, não houve correlação entre as variáveis
citadas acima.
Em estudo com puérperas, Schmiege e Russo (2005) levantaram que mães
com escolaridade mais alta e melhor renda mensal desenvolviam menos transtornos
depressivos, mulheres com famílias populosas apresentavam risco elevado para
depressão. Esses resultados podem estar relacionados ao apoio e suporte profissional,
além do esclarecimento sobre o ciclo gravídico puerperal que mulheres mais
instruídas e bem economicamente possuem, quando comparadas com mulheres que
precisam dividir o lar e a renda familiar com muitas pessoas.
Tabela 14: Relação entre a auto-percepção das puérperas sobre estado emocional ao
longo do puerpério e convívio com o companheiro. Maringá-PR, 2009.
Convívio com companheiro
Ótimo Bom Ruim Péssimo N.A. P
Variáveis
% % % % %
Classificação aos 45
dias
Equilíbrio emocional 46,2 25,7 0,6 0,6 5,8
Indecisa / Imprecisa 2,3 0,6 0,6 - - 0,1103
Emocionalmente
abalada
10,5 3,5 - 0,6 3,0
Classificação seis
meses
Equilíbrio emocional 49,1 26,9 1,2 - 5,3
Indecisa / Imprecisa 1,2 - - - 1,2
Emocionalmente
abalada
8,2 4,7 0,6 0,6 1,7
0,0717
66
Não foi observada a relação entre estado emocional e qualidade do convívio
com o companheiro aos 45 dias e seis meses após o parto. Resultado diferente foi
encontrado por Moraes et al. (2006), que identificaram que o apoio do pai constitui
fator de proteção à depressão pós-parto (p= 0,030).
Santos, Martins e Pasquali (1999) também identificaram relação entre a
convivência conjugal empobrecida e síndrome depressiva puerperal (OR: 0,32;
p<0,01), mas não entre sintomas depressivos e idade, renda familiar, história de
distúrbio psicológico e familiar, escolaridade e planejamento da gravidez.
Em um estudo que avaliou depressão puerperal em São Paulo, apenas o
suporte dado pelo esposo à mulher apresentou efeito protetor sobre a presença de
depressão (p=0,03) (CRUZ; SIMÕES; FAISAL-CURY, 2005).
A presença de intercorrência na gestação por sua vez apresentou associação
com o estado emocional aos 45 dias (Tabela 15).
Tabela 15: Relação entre a auto-percepção das puérperas sobre estado emocional ao
longo do puerpério e intercorrências na gestação. Maringá-PR, 2009.
Intercorrência na gestação
Não teve
intercorrência
Teve
intercorrência
Variáveis
n % n %
Total
P
Classificação aos 45
dias
Equilíbrio emocional 79 46,2 56 32,8 135
Indecisa / Imprecisa 06 3,5 - - 06
Emocionalmente
abalada
11 6,4 19 11,1 30
0,0054*
Classificação aos
seis meses
Equilíbrio emocional 78 45,5 63 36,8 141
Indecisa/imprecisa 02 1,2 02 1,2 04
Emocionalmente
abalada
12 7,0 14 8,2 26
0,6813
*
estatisticamente significante
67
Entre as mulheres que tiveram intercorrências na gestação (75), 25,3% (19)
estavam emocionalmente abaladas aos 45 dias pós-parto, contra 11,4% (11) entre as
mães que não tiveram intercorrências na gestação. A instabilidade emocional que se
inicia no período gestacional pode perdurar no puerpério tardio, já que a saúde da mãe
e do bebê está em pauta. Já ao sexto mês pós-parto, não houve significância estatística
(p=0,681), podendo estar relacionada ao longo tempo entre a gestação e a resposta da
paciente, o qual foi suficiente para superar as dificuldades de uma gestação com
intercorrências.
Dourado (2005) expõe que sentimentos diversos que aproximam a expectativa
de vida à morte é fator importante na saúde emocional de mulheres que enfrentam
uma gestação de risco.
No estado emocional aos seis meses, teve associação estatística a variável
realização de consulta puerperal (Tabela 17).
Tabela 16: Relação entre a auto-percepção das puérperas sobre estado emocional ao
longo do puerpério e consulta puerperal. Maringá-PR, 2009.
Consulta puerperal
Total
P
Não Sim
Variáveis
n
% n %
Classificação 45 dias
(n=168)
Equilíbrio emocional 52 30,9 80 47,6
132
Indecisa / Imprecisa 02
1,2 04 2,4 06
Emocionalmente abalada 12
7,1 18 10,7
30
1,00
Classificação seis meses
(n=167)
Equilíbrio emocional 53 31,7 86 51,5
139
Indecisa / Imprecisa 04 2,4 - - 04
Emocionalmente abalada
08 4,8 16 9,6 24
0,0481*
*estatisticamente significante
Proporção semelhante de mulheres que realizaram e não realizaram a consulta
puerperal apresentou estado de emocionalmente abaladas seis meses após o parto. Isso
68
sugere que a realização da consulta puerperal pouco influenciou no estado emocional
no sexto mês pós-parto.
Após a alta hospitalar, a puérpera faz geralmente uma consulta com o obstetra,
geralmente o único atendimento de saúde recebido. Nessa consulta essencialmente
faz-se o controle da involução das modificações gravídicas e o início da contracepção
deixando-se, erroneamente, de lado as alterações de humor, distúrbios emocionais e
da sexualidade (STEFANELLO; NAKANO; GOMES, 2008).
Tabela 17: Relação entre a auto-percepção das puérperas sobre estado emocional ao
longo do puerpério e se o RN ficou na UTI. Maringá-PR, 2009.
Variáveis Bebe ficou na UTI Total
P
Sim Não
n
% n
%
Classificação 45 dias
Equilíbrio emocional 28 16,4
107 62,6 135
Indecisa / Imprecisa 03
1,8 03 1,8 06
Abalada emocionalmente
08
12,9
22 12,9 30
0,1992
Classificação seis meses
Equilíbrio emocional 32
18,7
109 63,7 141
Indecisa / Imprecisa - - 04 2,3 04
Abalada emocionalmente
06
3,5 20 11,7 26
0,8337
Total
38 22,2
133 77,7 171
Apesar de não haver tendência linear estatisticamente significativa entre o
estado emocional das mães e ter tido o RN internado em UTI neonatal, alguns autores
sugerem que ter filho na UTI pode ser fator de risco para o surgimento de distúrbios
no humor no puerpério (ALFAYA; SCHERMANN, 2001; TAVARES; QUEIROZ;
JORGE, 2006).
Para Fraga e Pedro (2004) ter um filho prematuro ou de risco que precise de
UTI neonatal é uma situação difícil, penosa e culposa para a mãe, que passou meses
desejando um nascimento perfeito, a amamentação e a alta hospitalar dentro de
poucos dias.
69
Alfaya e Schermann (2001) concluíram que as mães de RNs prematuros
internados em UTI neonatal tiveram mais depressão de moderada a grave (pontuado
pelo Inventário de Depressão de Beck) do que mães com RNs a termo internados ou a
termo sadios.
Tavares, Queiroz e Jorge (2006), relatam que necessidade de intervenção
do profissional de enfermagem aos pais de RN internados, a fim de que os mesmos
possam colaborar com a recuperação da estabilidade emocional que surge ao verem
seu filho em situação crítica, dependendo de aparelhos de alta tecnologia.
Ainda somando-se como fator instigante ao sofrimento de mães que possuem
o filho internado em UTI, está o fato de existir preocupações paralelas àquelas em
torno do RN, como outros filhos, o esposo, as atividades domésticas, o emprego e a
situação financeira, fazendo a mãe se dividir entre a importância de sua presença na
recuperação do RN e nas atividades paralelas (TAVARES; QUEIROZ; JORGE,
2006).
Na mesma linha de pensamento, Souza et al (2007) afirmam que a mãe do RN
internado em UTI enfrenta dificuldades tanto por não ter o contato físico com o filho
e vê-lo sofrer procedimentos invasivos, quanto pela necessidade de distanciamento do
convívio familiar e social e impossibilidade de exercer atividades rotineiras com a
família.
5.5 FATORES ASSOCIADOS ÀS ALTERAÇOES NA SEXUALIDADE DE
PUÉRPERAS COM BEBÊS DE RISCO
O puerpério é um período em que ocorrem importantes transformações na vida
das mulheres e do casal, implicando em alterações no relacionamento, na vida sexual
e afetiva (CABRAL, 2007).
As variáveis pesquisadas, em relação à sexualidade e auto-estima, foram:
desejo sexual (sexualidade) aos 45 dias e seis meses pós-parto; incômodo na
aparência física e dia de retorno à atividade sexual. Foram realizados testes
estatísticos entre essas variáveis e fatores associados.
Com relação à época de retorno à atividade sexual no pós-parto, 65,6% (126)
reiniciaram com mais de 42 dias, seguido do período de 30-40 dias (23,5%).
70
Tabela 18: Distribuição das puérperas, segundo percepção da sexualidade e incômodo
no corpo ao longo do puerpério. Maringá-PR, 2009.
45 dias Seis meses
Variável
n % N %
Percepção da sexualidade*
Melhorou ou está melhorando 13 7,3 15 9,0
Normal 80 44,7 108 64,7
Com medo 04 2,2 - -
Pior que antes 82 45,8 44 26,3
Presença de incômodo no
corpo**
Sim 116 65,2 109 66,1
Não 62 34,8 56 33,9
*14 não respostas de percepção da sexualidade.
**05 não respostas de incomodo no corpo.
Percebe-se que a sexualidade das puérperas estava mais comprometida aos 45
dias pós-parto (45,8%) do que aos seis meses (26,3%).
Sydow (1999) observou que as puérperas normalmente voltam a ter uma vida
sexual plena no tempo médio de sete semanas pós-parto, e 75% atingem o clímax
desta atividade entre o terceiro e sexto mês após o nascimento. Estes resultados
reforçam os encontrados no presente estudo, que as mulheres revelaram que
percebem melhora na sexualidade no sexto mês de puerpério, em comparação aos 45
primeiros dias.
71
Tabela 19: Relação entre a sexualidade das puérperas ao longo do puerpério e
incômodo no corpo. Maringá-PR, 2009.
Incômodo no corpo
Sim Não
Variável
n % n %
Total P
Sexualidade aos
45 dias
Medo 02 1,1 02 1,1 04
Melhorou ou está
melhorando
11 6,2 02 1,1 13
Normal 49 27,7
30 17,0 79
Pior que antes 53 29,9
28 15,8 81
0,3888
Sexualidade aos
seis meses
Melhorou ou está
melhorando
12 7,4
03 1,8 15
Normal 63 38,6
42 25,8
105
Pior que antes 32 19,6
11
6,7 43
0,1152
Abuchaim (2005) afirma que um fator muito importante na perda da libido é a
auto-estima corporal. Após o nascimento do filho, passada a euforia de conhecer o
novo ser, quando a mãe começa a olhar para si, uma das primeiras constatações é que
seu corpo não é o mesmo de antes, gerando nela um incômodo e insatisfação. Assim,
mesmo sabendo que essas modificações são naturais e podem ser transitórias, esta
constatação pode provocar alteração em sua sexualidade.
Das 116 puérperas que relataram estar incomodadas com seu aspecto sico
aos 45 dias pós-parto, 48,3% (56) não estavam satisfeitas com sua barriga, 23,3% (27)
com as estrias que surgiram durante a gravidez, 18,1% (21) com o peso. Aos seis
meses, entre as 107 mulheres que responderam, manteve-se a barriga como maior
causador de insatisfação (43,1%); seguido pelas estrias (20,2%) e o peso (19,3%). As
mamas (aumento ou flacidez) totalizam 9,5% (11) e 8,3% (9) aos 45 dias e seis meses,
respectivamente. Apesar disso, não houve correlação estatística em nosso estudo entre
a sexualidade e incômodo com a aparência física, tanto nos 45 dias, quanto nos seis
meses pós-parto.
72
As mudanças corporais no pós-parto que mais incomodam, segundo
Abuchaim (2005), são mamas volumosas e pesadas, abdome flácido, peso acima do
normal e estrias. Para essas mulheres, não corresponder ao padrão de beleza física
desejada as deixam insatisfeitas.
Tabela 20: Relação entre a sexualidade das puérperas ao longo do puerpério e
convívio com o companheiro. Maringá-PR, 2009.
Sexualidade Convívio com o companheiro P
Ótimo Bom Ruim Péssimo N.A.
N % N % n
% N
% N %
Aos 45 dias
Medo 04 2,2 - - - - - - - -
Melhorou ou
está
melhorando
10 5,6 03 1,7 - - - - - -
Normal 55 30,7 21 11,7 01 0,6
- - 03 1,7
Pior que antes 37 20,7 30 16,8 01 0,6
02 1,1
12 6,7
0,0512
Aos seis
meses
0,0093*
Melhorou ou
está
melhorando
10 6,0 05 3,0 - - - - - -
Normal 71 42,5 30 18,0 01 0,6 - - 06 3,6
Pior que antes 16 9,6 19 11,4 - - 01 0,6 08 4,8
*
N.A: não se aplica
Percebe-se que quanto pior o convívio com o companheiro, mais respostas
negativas referentes à sexualidade foram dadas.
De acordo com Silva e Figueiredo (2005), a maternidade e paternidade é uma
transição de papéis, em que as dificuldades da sexualidade podem surgir ou se
agravar.
A transição para a maternidade e paternidade induz ou aumenta tensões entre o
casal, incluindo alterações na atividade sexual (WILLIANSON; Mc VEIGH; BAAFI,
2008).
73
Williamson, Mc Veigh e Baafi (2008), encontraram em seu estudo sobre a
sexualidade no período puerperal que os maridos acreditam ser o cansaço com os
cuidados ao bebê e a espera pela semana pós-parto os principais causadores de
baixa na sexualidade.
Na mesma linha de pensamento, Abuchaim (2005) comenta que o cansaço e
falta de tempo geram indisposição física e emocional para o exercício sexual no
puerpério.
Trindade e Ferreira (2008), descrevem que a falta de vontade de algumas
mulheres pelo sexo não era somente ao cansaço, mas também ao estresse pela dupla
jornada de trabalho.
Na gestação e puerpério ocorrem significativas mudanças hormonais na
mulher, não a deixando predisposta ao sexo. Lazar (2002), observa que durante a
gestação, as mulheres relataram queda na frequência de relação sexual pela perda da
libido, com 60%, 50% e 60,7% nos três trimestres, respectivamente.
74
Tabela 21: Relação entre a sexualidade das puérperas e amamentação ao longo do
puerpério. Maringá-PR, 2009.
Amamentação
Variáveis
Aleitamento
materno
exclusivo ou
com fórmula
Leite de vaca exclusivo
e/ou com fórmula
Total
p
N % N %
Sexualidade aos
45 dias
Medo 04 2,3 - - 04
Melhorou ou está
melhorando
10 5,7 03 1,7 13
Normal 68 39,1 10 5,8 78
Pior que antes 68 39,1 11 6,3 79
0,6761
Sexualidade aos
seis meses
Melhorou ou está
melhorando
10 6,1 05 3,1 15
Normal 65 39,9 41 25,1 106
Pior que antes 26 16,0 16 9,8 42
0,9234
O ato de amamentar ao seio materno exerce influência na sexualidade
feminina, pelas alterações nos sentimentos das puérperas em sua auto-imagem e/ou na
relação com o companheiro, além de refletir as expressões máximas de ser mãe e ser
mulher, respectivamente (ABUCHAIM, 2005). Apesar dessa influência, a Tabela 22
mostra que em nosso estudo não houve correlação significativa aos 45 dias e seis
meses entre sexualidade e amamentação.
Sandre-Pereira (2003), descreve em seu trabalho que a relação entre
sexualidade e amamentação é importante em diversas sociedades, originando tabus e
costumes variados. Nas entrevistas com mulheres francesas e brasileiras, detectou-se
que a determinação da maternidade como sagrada, a erotização que o seio representa,
o tabu do incesto (a mulher se culpa por sentir prazer ao amamentar), a ligação da
mãe com o bebê, o sono compartilhado (o bebê forma uma barreira física entre os
pais) e a baixa da libido feminina devido alterações hormonais (produção de
75
prolactina) estão ligados com a baixa da sexualidade, podendo comprometer a relação
do casal.
As puérperas também podem ter alteração no desejo sexual pela dispaurenia.
Até 40% das puérperas de um estudo em Oxford referiram sentir dor no primeiro ato
sexual pós-parto permaneceram com dispaurenia em 16% das não-nutrizes no sexto
mês pós-parto e em 36% das nutrizes. No entanto, aproximadamente 25% das
mulheres relatam aumento na libido em períodos mais longos (mais de três anos) pós-
parto (SYDOW, 1999). Além disso, ter passado por cirurgia recente, incisão cirúrgica
de cesárea e episiorrafia são fatores de risco para gerar dor nas mulheres durante a
relação sexual (TRINDADE e FERREIRA, 2008).
Em pesquisa com puérperas, no sexto mês pós-parto, foi observado que o ato
sexual não era visto como antes da gestação por algumas mulheres, sendo
influenciado pela “dieta e a liberação médica, por insegurança, medo de dor por
ferimentos e de nova gravidez. Não obstante, algumas sentiam o oposto, tendo
vontade sexual por sentir-se desejada e por resgatar sua identidade ou para confirmar
o interesse sexual do parceiro por ela (ABUCHAIM, 2005).
Apesar de um número considerável de mulheres terem dito que o desejo
sexual estava como antes, algumas delas relataram que sua libido nunca foi
satisfatória. Neste sentido, Trindade e Ferreira (2008), nos lembram que as vivências
como: sentimento de culpa e vergonha; histórias traumáticas, como abuso sexual na
infância e adolescência influenciam na sexualidade quando adulto, além da rotina às
vezes estressante do dia-a-dia e possível dor na relação sexual.
Lazar (2002) expõe que a educação voltada à negação do corpo ao longo da
história ocidental faz com que a sexualidade seja vivida de forma reprimida, e ainda, a
evolução da sexualidade feminina, que vai desde o castigo dado a Eva; a imagem da
santa virgem por Maria de Nazaré; a Contra Reforma da Igreja Romana que aumenta
o rigor em relação à sexualidade e às descobertas “positivas”sobre a sexualidade
humana por Freud são fatores que influenciaram e ainda influenciam a sexualidade
feminina.
Abuchaim (2005) acredita que ao longo dos tempos a educação religiosa
influenciou a sexualidade feminina, pelas teorias em que mulheres que desfrutavam
abertamente do prazer corporal e sensual não eram “direitas”. No entanto, hoje elas
76
vêm mudando suas concepções e tornado-se mais soltas, pouco a pouco, na busca da
satisfação sexual.
Não houve correlação estatística entre as variáveis sexualidade e número de
consultas pré-natais, aos 45 dias (p=0,071) e seis meses (p=0,414) e entre sexualidade
e realização de consulta puerperal, tanto aos 45 dias (p=0,089), quanto aos seis meses
(0,583).
A sexualidade entre as puérperas poderia ser maior se os profissionais da
saúde, com grande relevância o enfermeiro, soubessem valorizar a importância e
orientar as mães e seus companheiros, desde o pré-natal até a consulta puerperal e
visitas domiciliares.
Vale mencionar que a abordagem da sexualidade pelos enfermeiros não deve
focar apenas a medicalização e doenças sexuais, mas abranger as percepções do
corpo, o prazer, o emocional entre outros (TRINDADE e FERREIRA, 2008).
Os enfermeiros, como a maioria dos profissionais de saúde, deve tratar a
sexualidade como uma necessidade básica do ser humano, acrescentando-a na
assistência de enfermagem. No entanto, muitos enfermeiros não estão aptos a isso.
Em um estudo realizado com graduandos de Enfermagem, observou-se que a
maioria não apresentava embasamento teórico sobre sexualidade, em que 15%
entendem que sexualidade humana está apenas relacionada ao sexo, relação sexual e
7,5% responderam que é uma forma de expressar seus impulsos sexuais; 30% dos
pesquisados deixaram a resposta em branco. Após serem perguntados se é necessário
o enfermeiro adquirir conhecimento sobre sexualidade, 95% dos alunos de
enfermagem responderam que sim, e 42,5% acreditam ser importante para resolver as
situações que aparecerem na prática profissional; 17,5% para tratar a pessoa como um
todo, sendo a sexualidade associada ao ser humano e 15% para exercer seguramente o
papel de educador (GIR; NOGUEIRA; PELÁ, 2000).
Segundo Willianson, Mc Veigh e Baafi (2008), os profissionais da saúde não
discutem e orientam as mulheres e seus parceiros no ciclo gravídico puerperal sobre
as alterações da sexualidade, dedicando-se exclusivamente ao bebê ou a dar conselhos
sobre contracepção, deixando os casais a mercê de tensão no relacionamento.
77
Durante muito tempo, as mulheres receberam muito mais informações a
respeito dos riscos de ter relação sexual durante a gravidez, do que os benefícios na
sexualidade do casal, tanto na gestação quanto no puerpério (LAZAR, 2002).
Contudo, a população valoriza a importância de profissionais para as
alterações na sexualidade, pois entre 2.588 mulheres brasileiras que participaram de
um estudo sobre sexualidade, 77,9% responderam procurar informações sobre sexo
em livros e revistas; 62,2% com o próprio parceiro e 51,3% com amigos. Algumas
relataram buscar informação com algum profissional da saúde, sendo 58,0% com
médicos; 17,3% com psicoterapeuta e psicólogo e 2,5% com farmacêutico. Não foi
incluído o profissional enfermeiro na pesquisa, mas esses resultados já nos mostram a
importância de um profissional nas orientações sobre sexualidade, ainda mais quando
se tratar de um momento de significância na baixa da libido, como o ciclo gravídico
puerperal (ABDO, 2004).
5.5.1 Sexualidade e retorno às atividades sexuais no puerpério
Com relação ao retorno da atividade sexual, observamos na Tabela 19 que
65,6% retornaram após os 42 dias pós-parto, tendo apenas 9,9% e 23,5 % reiniciado
sua vida sexual com 20-30 dias e 30-42 dias, respectivamente. Não foi verificado
associação estatística entre sexualidade e retorno às atividades sexuais aos 45 dias
(p=0,674) e seis meses (p=0,602).
Alguns autores expõem que o retorno à atividade sexual deve acontecer
apenas após a semana após o parto (42 dias), período necessário para a involução
uterina e o retorno da mulher para o estado pré-gestacional (BRANDEN, 2000;
REZENDE, 2000). No entanto, Willianson; Mc Veigh; Baafi (2008), demonstram que
o sexo antes da semana pode ser positivo, se a mulher se sentir mental e
fisicamente preparada, já que aproxima mais o casal.
Se a mulher não tiver mais a presença de lóquios e as lacerações/episiotomia
estiverem cicatrizadas, não razão fisiológica para adiar a penetração vaginal, mas o
medo, a dor e a falta de orientação impedem que o prazer e a sexualidade retorne ao
normal (ANTUNES, 2005). No entanto, as mulheres que reiniciam a sexualidade com
penetração antes da permissão médica podem sentir-se inseguras com os resultados
78
inesperados no organismo pela antecipação, trazendo preocupações e alterações
emocionais (ABUCHAIM, 2005).
Em estudo realizado por Abdo (2004) que aborda a sexualidade dos brasileiros
mostra que a vontade em fazer sexo pelas mulheres é comum no dia-a-dia e que
53,5% responderam ter vontade de fazer sexo algumas vezes na semana; 17,8%
algumas vezes no mês; 15,5% uma vez diariamente e 10,7% rias vezes ao dia.
Quanto menor a faixa etária, maior a frequência da vontade. Apenas 8,2% das
mulheres disseram ter inibição do desejo sexual e 26,2% dificuldade em atingir o
orgasmo. Assim, percebe-se que o fator que pode levar a puérpera a ter o retorno
sexual antes do “recomendado” pelos médicos é o desejo sexual.
Outras formas de satisfação sexual no puerpério seria adotar alternativas ao
coito vaginal, como sexo oral, anal e carinhos íntimos (ANTUNES, 2005).
O número de mulheres que retornaram à atividade sexual após os 42 dias é
diferente do encontrado no estudo de Lazar (2002), em que 87,0% das mulheres não
haviam iniciado a relação sexual com seis semanas. Dessas, 60,7% referiram não
terem reiniciado sua vida sexual pelo desejo de começar um método contraceptivo
antes; 21,4% pelo cansaço e outros 21,4% pelos cuidados com o bebê ser prioridade
no momento.
Antunes (2005) mostra, em seu estudo com puérperas (sem bebê de risco) na
cidade de Maringá-PR, que 70% retornaram às atividades sexuais após os 40 dias pós-
parto; 20% após 52 dias e 10% após 37 dias. Nenhuma teve o reinício antes de 37 dias
à espera pelo método contraceptivo que iniciariam após a consulta puerperal e por
medo da dor.
Em estudo realizado com os companheiros de puérperas, na Austrália, foi
verificado que o retorno à atividade sexual, parcialmente, na semana pós-parto foi
de 53,3%; 34,0% não retornado e 12,7% afirmaram que o nível de atividade sexual
não tinha se alterado (WILLIANSON; McVEIGH; BAAFI, 2006).
Em pesquisa realizada numa cidade de médio porte no Noroeste do Paraná,
apenas 20% das puérperas receberam orientação médica sobre a sexualidade no pós-
parto, em que foram orientadas sobre possível dor e importância do uso de
lubrificantes e recomendação de não terem relação sexual antes dos 40-42 dias de
pós-parto (ANTUNES, 2005).
79
Em São Paulo, 77,4% não haviam recebido orientações médicas sobre o
retorno da vida sexual no pós-parto (LAZAR, 2002).
Não houve tendência linear estatisticamente significativa entre a sexualidade
aos 45 dias e raça/cor (p=0,302), idade (p=0,252), número de filhos (p=0,320), estado
civil (p=0,925), se houve intercorrência gestacional (p=0,576), dia de reinício da
atividade sexual (p=0,674), se recuperou o peso (p=0,376), incômodo no corpo
(p=0,389), se amamentava (p=0,676), convívio com o companheiro (p=0,051), tipo de
parto (p=0,054), número de consultas de pré-natal (p=0,072), consulta puerperal
(p=0,089) e estado emocional (p=0,096).
Aos seis meses pós-parto, não houve correlação entre a sexualidade e raça/cor
(p=0,075), idade (p=0,308), número de filhos (p=0,211), estado civil (p=0,624), tipo
de parto (p=0,673), número de consultas no pré-natal (p=0,414), consulta puerperal
(p=0,583), dia de reinício da atividade sexual (p=0,602), se recuperou o peso
(p=0,590), incômodo no corpo (p=0,115), se amamentava (p=0,923) e estado
emocional (p=0,085).
80
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao tentarmos conhecer a realidade do puerpério de mulheres com bebês de
risco, pudemos encontrar como as principais características socio-demográficas que a
grande parte das puérperas tinha idade não considerada de risco para a gestação, e
65,8% (127) estavam entre 18 e 35 anos. O fato de 26,9% (52) ser adolescente está
associado à inclusão de bebês com mães menores de 17 anos como sendo de risco, por
ser a adolescência um risco para o desenvolvimento do bebê por instabilidade
emocional e inexperiência das mães. Apenas 3,1% (6) dessas puérperas adolescentes
tiveram filho com prematuridade, baixo peso ou outro fator associado ao risco para o
RN.
Eram da raça/cor branca 64,6% (124) das mulheres. A maior parte vivia com
companheiro (85,5%), tinham o ensino médio completo 36,5% (70) das mães e ensino
superior completo 13,5% (26).
A renda mensal média foi de R$1.770,00, com 51,1% (91) recebendo entre
dois e cinco salários mínimos e 21,3% (38) entre um e dois salários mínimos.
Observa-se renda menor que o salário mínimo necessário calculado pelo DIEESE
para a época do estudo (R$2.041,80).
Os principais motivos neonatais que levaram essas mães a terem filhos
considerados de risco foram 51,7% (96) nasceram com 36 semanas ou menos de
gestação e 44,7% (84) nasceram com menos de 2.500 gr.
Ao avaliarmos os dados obstétricos, observamos que a maioria (64,3%) eram
primíparas. Tiveram parto cesárea 71,5% (138) das mulheres e 60,6% (117) foram
atendidas pelo SUS; haviam planejado a gestação apenas 43,0% (83).
As mulheres mostraram melhora do planejamento familiar durante as três
visitas com aumento do número de mulheres que usavam algum método
contraceptivo, sendo a pílula o mais utilizado aos 45 dias, três e seis meses pós-parto.
A média de consultas no pré-natal foi de 8,42, e 83,3% (150) fizeram seis
consultas ou mais, como preconizado pelo Ministério da Saúde. Realizaram a consulta
puerperal até os 45 dias pós-parto 63,0% (119) das mulheres, mostrando-nos que
muitas mulheres descuidaram de sua saúde nesse período susceptível a complicações
e alterações emocionais.
81
Os fatores associados ao número de consultas pré-natais foram tipo de
atendimento de saúde e tipo de parto. Associados à realização da consulta puerperal
estavam escolaridade; estado civil; renda familiar; tipo de atendimento de saúde e tipo
de parto. Por esses resultados percebeu-se que as mulheres com convênio de
saúde/particular, maior escolaridade e renda familiar, casadas e tiveram parto cesáreo
realizaram mais consulta puerperal.
Apenas 48,4% (93) receberam visita do PSF durante os primeiros 45 dias pós-
parto, sendo estas, em muitas vezes, realizadas com o intuito de lembrar a mãe sobre a
vacinação do RN. As ESF em questão possuem um instrumento importante nas mãos,
as fichas provenientes da Secretaria Municipal de Saúde. Com essas fichas, o
atendimento à mãe e ao RN deveriam ser valorizados e posto em prática.
Portanto, com relação ao atendimento, percebeu-se a importância do
atendimento puerperal e lacunas a serem preenchidas, em que a consulta puerperal e
as visitas/acompanhamento da atenção básica à saúde da mulher deveriam ser mais
frequentes, principalmente quando se trata de mães que tiveram RN de risco.
Em nossa investigação, pudemos perceber que entre as respostas das mães
sobre as alterações emocionais 79% (135); 84,0% (142) e 82,5% (141) eram positivas
aos 45 dias, três meses e seis meses, respectivamente, sendo as respostas mais dadas
nas três visitas “bem” e “feliz”; as respostas negativas foram variadas, o
representando uma porcentagem significativa. Assim, observamos que as alterações
emocionais ocorridas são alterações comuns no puerpério, independente de ser ou não
bebê de risco, estando relacionadas ao cansaço diário, estresse e mudança na rotina,
habituais nesse período. Faz-se necessário pesquisas que utilizem escalas de
Depressão puerperal em mulheres com RN de risco.
Com relação aos fatores associados, estatisticamente, às respostas emocionais,
temos que aos 45 dias pós-parto houve correlação estatística entre as mães que
tiveram intercorrências na gestação, e aos seis meses essas variáveis não tiveram
associação. Essa associação aos 45 dias, tendo mais respostas negativas as mães que
tiveram alterações na gestação pode estar relacionada ao estresse proveniente de uma
gravidez com intercorrências, medo de complicações ou a proximidade entre a vida e
a morte. O fato de aos seis meses não haver correlação pode estar ligado ao longo
82
tempo entre a gestação e a resposta da paciente, o qual foi suficiente para superar as
dificuldades surgidas nesse período.
Aos seis meses, houve correlação estatística com o estado emocional e a
realização da consulta puerperal.
A sexualidade se mostrou alterada nesse estudo, e aos 45 dias apresentou
45,8% (82) de respostas “pior que antes”e 7,3% (13) “melhorando”, apresentando
melhora aos seis meses, quando 26,3% (44) relataram estar “pior que antes” e 9,0%
(15) “melhorando”.
Teve correlação estatística com a sexualidade aos seis meses o convívio com o
companheiro, demonstrando que quanto melhor o convívio com o companheiro,
melhor estava a sexualidade, característica comum entre as mulheres, as quais
associam o lado sentimental com o ato sexual.
Contudo, podemos concluir que a escassez de pesquisas de enfermagem no
puerpério, ainda mais quando envolve bebês de risco, mesmo sendo grande o número
de RN que se enquadrem nessa classificação. É comum encontrar pesquisas sobre
cuidados ao bebê e, raramente, os que abordem as necessidades e cuidados às mães.
Sugerem-se novas pesquisas, que abordem orientações, cuidado e assistência ao
puerpério entre mães com bebês de risco.
83
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90
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91
APÊNDICES
92
APÊNDICE 1
CONDIÇÕES DE VIDA E SAÚDE DE BEBÊS DE RISCO NASCIDOS EM
MARINGÁ - PR E SUAS MÃES, AO LONGO DO PRIMEIRO ANO DE VIDA.
1ª Visita
____/____/____
2ª Visita
____/____/____
3ª Visita
____/____/____
4ª Visita
____/____/____
5ª Visita
____/____/____
6ª Visita
____/____/____
CARACTERIZAÇÃO DA FAMÍLIA
Nome completo da Mãe:
__________________________________________________
02) Quantas pessoas vivem na residência?
Nome Parentesco
com a
criança
Idade Religião Escolaridade* Situação
Conjugal
Ocupação
Doença
Crônica
(qual?)**
* Fundamental Completo (EFC); Fundamental Incompleto (EFI: 1-8 anos); dio Completo (MC);
Médio Incompleto (MI = 1-3 anos); Superior Completo (ESC); Superior Incompleto (SI); Analfabeto
(A);
** Problema de saúde com duração de mais de 6 meses e/ou uso de medicação contínua.
CARACTERIZAÇÃO DO BEBÊ
Identificação
03) Data do nascimento: ____/____/____
06) Apgar 1º ________ e 5 º __________
93
07) Idade gestacional: _____semanas _____dias
Hospitalização
13) Hospitalizações após o nascimento.
1ª Visita
2ª Visita
3ª Visita
4ª Visita
5ª Visita
6ª Visita
Nome do
hospital
Motivo /
Problema
Tempo de
internação
Como foi o
atendimento?*
* Escrever se foi: bom, ruim ou péssimo
19) Qual o tipo de alimentação da criança:
45 dias 3 meses 6 meses
Tipo alim.
2ª Visita
3ª Visita
4ª Visita
AME
AMP
AM+LV
AM+FI
FI
LV
LS
CARACTERIZAÇÃO DA MULHER
22) (2ª VISITA) Raça / Cor: branca( ) parda( ) negra( ) amarela( )
24) (2ª VISITA) Antecedentes da mulher:
( )Hipertensão ( )Diabetes ( )Cardiopatia ( )Cromossomopatias
( )Epilepsia ( )Endocrinopatias ( )Obesidade ( )Uro-nefropatias
( )Trombofilias ( )Patologia Respiratória ( )Infecções ( )Outros
94
Histórico obstétrico
27) (2ª VISITA) G____P____C____A____
Tipo de parto (dessa gestação): ( ) normal ( ) cesárea
Peso pré gestacional: ________Kg Estatura: ________cm
Peso ganho na gestação: _____________
Tempo de internação pós-parto da mãe: _________ dias
28) Quais os métodos contraceptivos usado(s)?
Método 2ª Visita
3ª Visita
4ª Visita
Nenhum
Pílula
Injetável
Camisinha
DIU
Tabelinha
Coito Int.
Outros
29) (2ª VISITA) Foi atendida pelo:
30) (2ª VISITA) Nº de consultas realizadas no pré-natal: _____
33) (2ª VISITA) Houve complicações e/ou internações na gravidez? Se sim, qual
motivo? (GRAVAR)
34) (2ª VISITA) Foi gravidez de risco? ( ) não ( ) sim, Porque?
______________
Histórico puerperal
36) Qual o peso atual?
1ª V
2ª V
3ª V
4ª V
5ª V
6ª V
37) Como você se sente? (GRAVAR)- 2ª, 3ª e 4ª visita
SUS Plano de saúde /
particular
pré-natal
Parto
95
38) Você fez a consulta do puerpério (2ª visita)? ( ) Sim ( ) Não
38) (2ª VISITA) Você tem companheiro?
( ) Não ( ) Sim É o pai do bebê? ( ) Sim ( ) Não
39) Me fale sobre sua sexualidade (desejo sexual):
- Antes da gestação, durante a gestação e atualmente (GRAVAR – 2ª Visita).
40) Me fale sobre seu desejo sexual atualmente? (GRAVAR – 4ª Visita).
41) (2ª VISITA) Com quantos dias pós-parto aconteceu a primeira relação sexual?
Não aconteceu ainda( )
Com menos de 10 dias( )
10-20 dias( )
20-30 dias( )
30- 42 dias( )
com mais de 42 dias( )
42) Alguma coisa a incomoda em seu corpo após a gestação? Se sim, o quê?
(GRAVAR)
2ª V 4ª V
43) (2ª VISITA) Realiza serviços domésticos?
Sim, diariamente ( ) Às vezes ( ) Não ( )
45) (2ª VISITA) Como está o convívio com:
Familiares: Ótimo ( ) Bom ( ) Péssimo ( ) Cansativo ( )
Amigos: Ótimo ( ) Bom ( ) Péssimo ( ) Cansativo ( )
Companheiro/esposo: Ótimo ( ) Bom ( ) Péssimo ( ) Cansativo ( )
Filhos: Ótimo ( ) Bom ( ) Péssimo ( ) Cansativo ( )
CARACTERIZAÇÃO DA REDE SOCIAL
Acesso ao atendimento à saúde
96
52) (3ª VISITA) Visitação do PSF:
1ª V V
semanal
quinzenal
mensal
Não passa
outro
Recursos
Renda familiar: ________
RELATÓRIO DE CAMPO
(receptividade do entrevistado e do ambiente durante a visita)
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
97
ANEXOS
98
99
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