Tatiana de Freitas Barbosa
Barbosa TF. Fluorose dentária e concentração de flúor nas unhas de
crianças residentes em diferentes áreas fluoretadas. [dissertação].
Araçatuba: Universidade Estadual Paulista; 2010.
Resumo
A fluoretação das águas de abastecimento público tem ocasionado
significante redução na prevalência da cárie em diferentes populações,
entretanto, a exposição ao flúor pelo uso de diferentes métodos tem trazido
preocupações quanto ao aumento na prevalência de fluorose dentária. Por
isso, estudos sobre os fatores de risco associados à fluorose são necessários,
além do acompanhamento contínuo e efetivo da exposição ao flúor, por
diferentes meios, incluindo mais recentemente os marcadores biológicos
para esse íon, como a unha, que também reflete o nível de exposição crônica,
desde que um indivíduo tenha uma ingestão de flúor relativamente
constante. Assim, objetivou-se analisar o teor de fluoreto das águas de
abastecimento público em diferentes áreas de um município, uma
abastecida por poços profundos e outra pela estação de tratamento de água
(ETA), e verificar se os teores de fluoretos encontrados refletem diferenças
nas concentrações de flúor observadas nas unhas das crianças de 12 anos e
na prevalência de fluorose dentária. Para isso, foram selecionados 43 pontos
para coleta de amostras de água, abrangendo as 17 fontes de abastecimento
existente no município. A população de estudo foi constituída por 60
crianças, de 12 anos de idade, nascidas e moradoras permanentes nas duas
áreas de estudo, seguindo os critérios de inclusão, sendo uma com excesso e
outra sem excesso de flúor nas águas de abastecimento público. As
amostras de água, coletadas mensalmente nos pontos previamente
estabelecidos, foram analisadas em duplicata no período de janeiro a
dezembro de 2009, utilizando-se um analisador de íons acoplado a um
eletrodo específico para flúor. Coletas e análise do flúor nas unhas das
crianças foram realizadas, utilizando-se a técnica da microdifusão facilitada
por HMDS. Para verificação da fluorose dentária foi utilizado o índice de
DEAN modificado. Do total das amostras de água analisadas, (n=512), 44%
(n=224) apresentaram teores adequados e 56% (n=288) inadequados, tendo-
se 10% (n=49) abaixo e 46% (n=239) acima do recomendado. Considerando
apenas as regiões abastecidas por poços profundos e pela ETA, os valores
médios de flúor observados foram de 1,08 ± 0.04 e de 0,71 ± 0.07 (mgF/L)
respectivamente. Na região sem excesso de flúor a maioria dos participantes,
43% (n=13), não apresentou fluorose, enquanto 17% (n=5) tiveram grau
questionável, 23% (n=7) muito leve e 17% (n=5) leve. Já na região com
excesso, 13% (n=4) não apresentaram fluorose; 13% (n=4) grau questionável,
33% (n=10) muito leve, e a maioria, 40% (n=12) leve. Em nenhum dos
grupos foram registrados fluorose moderada e severa. Nas regiões sem
excesso de flúor nas águas a concentração média encontrada nas unhas das
crianças foi de 2,24 mgF/Kg enquanto na região com excesso foi de 2,67