diferença do técnico, no caso, que eu talvez esteja fazendo a diferença é realmente
isso daí, você tá participando junto com o agricultor pra fazer, mas na realidade os
resultados são todos dele (Emerson).
(...) tem satisfação de, às vezes, às vezes, ter o compromisso de orientar, né? De
abrir esse espaço, né? Pra poder alertar ou pra poder mostrar esse lado da... desse...
trabalho, né? Então, tentar conscientizar o pessoal, né? Mostrar pra eles que
também é possível, então, essa parte é o que mais a gente... é... que faz sentir bem.
Tanto na parte em que a gente pode fazer, né? Como ter a oportunidade de poder
estar orientando o pessoal, e também mostrando esse outro lado de que também dá
para se produzir, e sempre, né? Visando a questão do impacto, que hoje em dia o
que mais se vê é a questão do desequilíbrio, né? Desde solo, clima, temperatura pra
gente tentar sempre ver e fazer de uma forma com que o pessoal se conscientize e
enxergue, né? A necessidade de se trabalhar hoje de uma forma diferente, para que
a gente possa se perpetuar, porque do jeito que a coisa anda e vem a cada dia se
degradando, a gente tem que se conscientizar e ter uma posição diferente em
relação a nossa realidade de produção hoje, né? Então é uma coisa que tem que ser
bem colocada e ter o compromisso de mostrar esse lado e a gente tem uma vontade
grande de que o pessoal se conscientize e passe a trabalhar de forma diferente, né?
Que o pessoal tenha uma visão mais... mais ecológica, vamos dizer assim, não dizer
que não tem que ver o lado econômico, mas tem sempre que tentar conciliar o
econômico com o lado ambiental, que eu acho que é de fundamental importância,
são coisas que todo mundo, às vezes, sabe, só que deixa, às vezes, a desejar no dia a
dia, tanto na parte particular como nas posições tomadas, aí o pessoal, às vezes,
deixa a desejar (Edinei).
A importância das ações de extensão é medida pelos resultados obtidos e, embora haja
dificuldades, os resultados melhoram com o tempo. Depois que o agricultor adquire certa
experiência, o extensionista começa a interferir apenas quando há problemas a serem
solucionados, como é exposto por Everaldo: “A gente tem notado aí que está dando resultado
sim, a gente tem acompanhado o pessoal, e quando eles têm a necessidade nos procuram”.
Elaine e Eduardo mencionam que o agricultor orgânico realmente depende do extensionista
para executar o seu trabalho. Devido à complexidade que envolve as técnicas agroecológicas,
as orientações e incentivos dos extensionistas possuem grande relevância para o sucesso da
conversão. Mesmo que o agricultor não esteja interessado, o extensionista faz a sua parte,
tendo que, frequentemente, esperar o momento certo para conseguir convencer o agricultor,
como é percebido no discurso de Edinei:
(...) a gente percebe que o produtor, ele depende da assistência técnica para, assim,
ele poder fazer o trabalho dele lá, mas não consegue se ele não tiver a instrução de
alguém, né? E eu acho que isso é o papel da assistência técnica, então, eu acredito
que sim, né? (Elaine).
Eu me sinto bem, porque eu acho que estou contribuindo com a natureza,
contribuindo com as pessoas que se alimentam da agricultura, contribuindo e
orientando o produtor e a sua família para mudar também de vida, eu acho que essa
é a função do extensionista, não do agrônomo, mas do extensionista, é levar o de
melhor pro agricultor, se o agrotóxico tá errado, vamos levar uma alternativa pra
ele, nem que ele não faça, mas vamos levar essa alternativa pra ele, por escrito ou
conversando com ele (Eduardo).