Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
MARIA
CENTRO
DE
CIÊNCIAS
RURAIS
PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
AGRONOMIA
DESEMPENHO
DO
GIRASSOL
EM
DIFERENTES
ÉPOCAS
DE
SEMEADURA
NA
REGIÃO
NOROESTE
DO
RIO
GRANDE
DO
SUL.
TESE
DE
DOUTORADO
Antonio Mauro Rodrigues Cadorin
Santa Maria, RS, Brasil
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
DESEMPENHO
DO
GIRASSOL
EM
DIFERENTES
ÉPOCAS
DE
SEMEADURA
NA
REGIÃO
NOROESTE
DO
RIO
GRANDE
DO
SUL.
por
Antonio Mauro Rodrigues Cadorin
Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de
Pós-Graduação em Agronomia, Área de Concentração em
Produção Vegetal, da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Agronomia.
Orientador: Prof. Sandro Luís Petter Medeiros
Santa Maria, RS, Brasil
2010
ads:
Cadorin, Antonio Mauro Rodrigues, 1958-
R696d
Desempenho do girassol em diferentes épocas de semeadura na
região noroeste do Rio Grande do Sul / Antonio Mauro Rodrigues
Cadorin. - 2010.
85 f. ; il.
Tese (doutorado) Universidade Federal de Santa Maria, Centro
de Ciências Rurais, Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
2010.
“Orientador: Prof. Sandro Luís Petter Medeiros”
1. Agronomia 2. Girassol 3. Épocas de semeadura 4. Regressão
linear múltipla 5. Backwards I. Medeiros, Sandro Luís Petter II. Título
CDU: 633.85
Ficha catalográfica elaborada por
Patrícia da Rosa Corrêa – CRB 10/1652
Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Rurais/UFSM
___________________________________________________________________
© 2010
Todos os direitos autorais reservados a Antonio Mauro Rodrigues Cadorin. A
reprodução de partes ou do todo deste trabalho poderá ser feita com autorização
por escrito do autor.
Endereço: Sala 115, prédio laboratórios, Bairro Linha Sete de Setembro, Campus da
UFSM – Frederico Westphalen, RS, 98 400-000
Fone (0xx)55 3744 8900; End. Eletr: amrcadorin@gmail.com
___________________________________________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Minha Família com muito
carinho e amor para Rose minha fiel e valiosa companheira, ao
Junior e a minha filha Camila pelo amor e por serem os geradores
do nosso neto Joaquim, que renova a beleza e a graça da vida. Ao
Antonio Mauro Filho e a Ana Beatriz pelo carinho e a confiança
que tem em seu pai. A todos, em fim que nos incentivaram nesta
caminhada, o nosso profundo reconhecimento e gratidão. Que o
Grande Arquiteto do Universo que é Deus nos ilumine com a luz da
sabedoria, com muita liberdade, igualdade e fraternidade entre os
homens.
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um
pode começar agora e fazer um novo fim.” (Chico Xavier)
AGRADECIMENTOS
Ao iniciar esta seção de agradecimentos tenho a convicção de que a grande
força impulsionadora da humanidade, geradora de energia e entusiasmo aos
humanos é o Supremo Criador e Arquiteto de todas as coisas que é DEUS, para
qual eu faço a minha reverência plena e rogo pela sua proteção e luzes com a Glória
ao Grande Arquiteto do Universo.
Também não tenho a pretensão de agradecer de maneira formal a todos e a
todas que de uma forma ou outra me ajudaram e em incentivaram em mais esta
grande etapa da minha vida, mais a certeza de que muitos mesmo no anonimato e
até por lapso nosso e de espaço não estão neste rol, mas que certamente foram
indispensáveis na construção deste templo interior na busca da liberdade, justiça e
fraternidade que é elemento telúrico dos homens em busca do desenvolvimento.
Na conclusão deste trabalho agradeço a Deus pela Família que tenho e
dedico o mesmo a minha Esposa Rose pelo amor, carinho e paciência. Para a
minha filha Camila e o Junior que além de seu sorriso e carinho nos brinda com a
mais recente alegria representada pelo nosso neto Joaquim. Ao nosso filho
Maurinho com suas posições firme e obstinada de quem é apaixonado pelas
ciências agrárias. A minha querida filha Ana Beatriz que veio durante o nosso curso
de mestrado em agronomia e agora iluminou o nosso Doutorado.
Aos colegas de trabalho e ideal, peças fundamentais na condução de
nossos trabalhos, desde a idéia do curso de doutorado aa elaboração final desta
tese, os quais além da efetiva orientação nos deram suporte para esta caminhada
ora em terrenos desfavoráveis. O nosso reconhecimento ao Prof. Engº. Agrº. Dr.
Bráulio Otomar Caron e sua esposa Profª. Engª. Agrª. Drª. Denise Schimidt, Prof.
Engº. Agrº. Dr. Velci Queiróz de Souza e sua esposa Silviane.
Agradeço também a participação decisiva do Prof. Engº Agrº Dr. Paulo
Augusto Manfron desde o momento em que nos candidatamos ao curso até o
presente momento. Também o nosso reconhecimento a participação do Prof.Engº
Agrº Dr. Sandro Luís Petter Medeiros.
Por derradeiro agradeço a UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
Colégio Agrícola de Frederico Westphalen pela oportunidade bem como ao CNPq
pelo apoio financeiro para a condução do nosso trabalho.
RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação Agronomia
Universidade Federal de Santa Maria
DESEMPENHO
DO
GIRASSOL
EM
DIFERENTES
ÉPOCAS
DE
SEMEADURA
NA
REGIÃO
NOROESTE
DO
RIO
GRANDE
DO
SUL.
A
UTOR
:
A
NTONIO
M
AURO
R
ODRIGUES
C
ADORIN
O
RIENTADOR
:
S
ANDRO
L
UIS
P
ETTER
M
EDEIROS
Data e Local da Defesa: Frederico Westphalen, 27 de agosto de 2010.
A produção de girassol (Helianthus annuus L) no Brasil está em expansão, destaca-se o Sul com uma
área cultivada de 17% com a oleaginosa. O desempenho do girassol está diretamente relacionado à
escolha da época de semeadura, do genótipo, do manejo adequado do solo e fertilidade, sistema de
rotação, da sucessão de culturas e especialmente dos fatores ambientais. A cultura que se adapta a
diferentes condições edafoclimáticas, podendo ser cultivada em quase todo o Brasil. Com base nisto,
o objetivo deste trabalho foi avaliar a interferência do ambiente de cultivo e da época de semeadura
sobre caracteres morfológicos e fenológicos da cultura do girassol. Além de identificar as principais
fases do desenvolvimento da cultura dentro das épocas de semeadura testadas. Também se
objetivou construir um modelo com base em equações de regressão linear múltipla que expressem o
crescimento da cultura do girassol nas condições de campo. E, desta forma possa ser empregado
como ferramenta para se estimar o potencial produtivo da cultura do girassol para a região Noroeste
do RS, com base na projeção das variáveis meteorológicas para o período e do manejo desde a
implantação até a colheita desta importante oleaginosa. Para isto, foram avaliados os genótipos Hélio
250, 251, 358; 884 e 885 na safra 2008-09 e os genótipos Hélio 250, 251, 253; 360, HLA 211 e
Paraíso 33 na safra 2009-10 em três épocas (agosto, outubro e dezembro). O experimento foi
conduzido em blocos completos com quatro repetições no Campus da UFSM em Frederico
Westphalen, na região noroeste do RS. As variáveis avaliadas foram altura de planta, tamanho do
capítulo, massa de mil aquênios e o rendimento. As variáveis morfológicas avaliadas foram altura de
planta (AP), tamanho do capítulo (TC), massa de mil aquênios (MMA) e o rendimento (REND). Os
caracteres fenológicos foram dias da semeadura a emergência (S-E), dias da emergência a floração
inicial (E-FI), dias da floração inicial a floração plena (FI-FP) e dias da floração plena a maturação
fisiológica (FP-MF). Realizaram-se análises individuais e conjuntas e as médias comparadas pelo
teste de Tukey a 5%. Os modelos estimados a partir de equações de regressão linear múltipla,
através do método Backward, em nível de 5% de probabilidade de erro. As variáveis independentes
de entrada nos modelos foram: a TM, TMin, TMax, PP, e a GD de cada fase fenológica. As variáveis
dependentes foram às fases fenológicas e o rendimento. A variável morfológica altura de planta é
influenciada pelo ambiente e por épocas de semeadura, para o tamanho do capítulo ocorre influência
do ambiente e para o rendimento verificou-se que responde positivamente a condições ambientais e
a épocas de semeadura. Para os caracteres fenológicos estudados ocorre também influência da
época de semeadura, com exceção da variável início da floração a floração plena que não apresenta
interferência da época de semeadura. Quando avaliado a interferência das variáveis
agrometeorológicas, pode-se afirmar que o houve interação entre estas e as variáveis
dependentes, podendo-se dizer que a soma térmica e as temperaturas máximas e mínimas são
determinantes para os subperiodos fenológicas da cultura do girassol, sendo o rendimento de
aquênios influenciado somente pela soma térmica dos subperiodos da semeadura a emergência,
desta com a floração inicial e a floração plena. Quanto às épocas de semeadura, a de agosto
acarreta aumento do ciclo da planta, enquanto que a de dezembro determina redução do ciclo, e que,
a época de semeadura de outubro é a fase preferencial da cultura para a região Noroeste do Rio
Grande do Sul.
Palavras-chave: Épocas de Semeadura; Subperiodos; Regressão Linear Múltipla; Backwards;
ABSTRACT
Ph.D Thesis
Agronomy Post-Graduation Program
Federal University of Santa Maria
PERFORMANCE OF SUNFLOWER IN DIFFERENT SOWING TIMES
OF NORTHWEST REGION IN RIO GRANDE DO SUL.
A
UTHOR
:
A
NTONIO
M
AURO
R
ODRIGUES
C
ADORIN
A
DVISER
:
S
ANDRO
L
UIS
P
ETTER
M
EDEIROS
Frederico Westphalen, august 27
th
, 2010.
The production of sunflower (Helianthus annuus L.) in Brazil is booming, in emphasis there is the
south with an acreage of 17% with the oilseed. The performance of sunflower is directly related to
the choice about many factors like sowing date, genotype, the appropriate management and soil
fertility, crop rotation, crop succession and especially environmental factors. This culture adapts
to different soil and edaphoclimatic conditions and can be cultivated in almost all over Brazil. On
this basis, the aim of this work was to evaluate the cultivation environment influence and sowing
date on phonology and morphology traits of sunflower. Besides identifying the main stages of
culture development within sowing dates tested. It also aimed to build a model based on multiple
linear regression equations that express the growth of sunflower under field conditions. And this
way can be used as a tool to estimate the potential yield of sunflower to the Northwestern of RS,
based on the projection of meteorological variables for the period and management since the
establishment to harvest this important oilseed. For this, was evaluated the genotypes Hélio 250,
251, 358, 884 and 885 in the 2008-09 harvest and genotypes Hélio 250, 251, 253, 360, 211, and
HLA 211, and Paraíso 33 in the 2009-10 harvest in three seasons (August, October and
December). The experiment was conducted in Random Block Complete with four replications on
the UFSM Campus in Frederico Westphalen, in Northwestern Brazil. The morphological traits
measured were plant height, chapter size, a thousand seeds weight and yield. Phenological
characters were days of sowing emergence (S-E), days from emergence to early flowering (E-FI)
days from initial flowering to full flowering (FI-FP) and days of full flowering to physiological
maturity (FP-MF). Individual analysis and combined and the averages compared by Tukey test at
5% were realized. The models estimated form multiple linear regression equations, using, the
method Backward in the 5% level of error probability. The independent variables in models of
entry were: TM, Tmin, Tmax, PP and GD of each phonologic stage. The phonologic stage and
yield were the dependent variables. Based on results, concludes that the morphological traits
plant height, is influenced by the environment and sowing dates, for the chapter size there is the
environment influence and was found that the yield has positively answers to environmental
conditions and sowing times. For the studied phonological traits also occurs influence of
environmental conditions and sowing date. With the exception onset flowering to full flowering
witch presents no interference form the sowing time. When evaluated the agrometeorological
variables interference, we can say that there was no interaction between them and the dependent
variables, it can be said that the thermal plus and the maximum and minimum temperatures are
crucial for the phonological sub-stages of sunflower, been the achene yield influenced just for the
thermal plus for the sub-stages form sowing to emergence and since this with the initial flowering
and full flowering. About the sowing stages, the August present an increase of the plant cycle,
while in the December suggests a cycle reduction, and that the sowing in October is the culture
preferred phase to Northwestern region of the RS.
Key words: Sowing Times, Sub-stages, Multiple Linear Regression, Backwards.
LISTA
DE
TABELAS
Tabelas do
CAPÍTULO I........................................................................................... 19
Tabela 1 – Resumo da análise de variância para os anos agrícolas 2008/09, 2009/10
e conjunta das variáveis morfológicas TC, AP, REND e PMA em genótipos de
girassol. Campus da UFSM, Frederico Westphalen, RS. 2010. ................................ 26
Tabela 2 Comparação de médias de cinco genótipos de girassol na safra 2008/09
e seis na safra 2009/10 para as variáveis morfológicas AP, TC e REND. Campus da
UFSM - Frederico Westphalen-RS. 2010. ................................................................. 28
Tabela 3 – Comparação de médias conjunta para os anos agrícolas 2008/09 e
2009/10 e as épocas de semeadura para as variáveis morfológicas AP, TC e REND
dos genótipos Hélio 250 e Hélio 251. Campus da UFSM - Frederico Westphalen-
RS.2010. ................................................................................................................... 30
Tabelas do CAPÍTULO II ......................................................................................... 36
Tabela 1 – Análise de variância para as variáveis de natureza fenológicas (S-E, E-FI,
FI-FP e FP-MF) para os genótipos Hélio 250 e 251 de girassol nos anos agrícola
2008-09, 2009-10 e análise conjunta dos mesmos. Campus da UFSM. Frederico
Westphalen, RS. ....................................................................................................... 43
Tabela 2 Comparação de médias de cinco genótipos de girassol na safra 2008/09
e seis na safra 2009/10 para as variáveis fenológicas S-E, E-FI FE-FP e FP-MF.
Campus da UFSM - Frederico Westphalen-RS,2010. ............................................... 46
Tabela 3 – Comparação de médias conjunta para os anos agrícolas 2008/09 e
2009/10 e as épocas de semeadura para as variáveis fenológicas S-E, E-FI, FI-FP e
FP-MF dos genótipos Hélio 250 e Hélio 251. Campus da UFSM - Frederico
Westphalen-RS.2010. ............................................................................................... 48
Tabelas do CAPÍTULO III ........................................................................................ 54
Tabela 1 Equações de regressão para estimativa de rendimento e as fases
fenológicas da semeadura a emergência (S-E), dias da emergência a floração inicial
(E-FI), dias da floração inicial a floração plena (FI-FP) e dias da floração plena a
maturação fisiológica (FP-MF) da cultura do girassol a partir de elementos
meteorológicos em experimento realizado nos anos agrícolas de 2008-09 e 2009-10
no Campus da UFSM. Frederico Westphalen-RS. 2010. .......................................... 63
Tabela 2 Representação da duração das principais fases de desenvolvimento da
cultura do girassol submetidos a dois anos de cultivo sob três épocas de semeadura
na Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Campus da UFSM. Frederico
Westphalen - RS. 2010. ............................................................................................ 64
LISTA
DE
FIGURAS
Figura do Capítulo III
Figura 1 Soma térmica conjunta (Graus Dias = GD) para os genótipos Hélio 250 e
251 de girassol nas várias fases fenológicas da cultura, obtidos segundo a estação
do INMET(A854) para as três épocas de semeadura (época 1 27-08, época 2
14-10 e época 3 13-12) nos anos agrícolas de 2008/09 e 2009/10. Campus da
UFSM. Frederico Westphalen - RS. .......................................................................... 61
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL ......................................................................................................... 11
Referências bibliográficas ............................................................................................ 15
INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA NA MORFOLOGIA DO GIRASSOL NA
REGIÃO NOROESTE DO RS. ............................................................................................ 19
Resumo .............................................................................................................................. 19
Abstract .............................................................................................................................. 19
Introdução ......................................................................................................................... 20
Material e Métodos .......................................................................................................... 22
Resultados e Discussão ................................................................................................ 25
Conclusões ....................................................................................................................... 33
Referências bibliográficas ............................................................................................ 33
INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA NA FENOLOGIA DO GIRASSOL NA
REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL. ........................................................ 36
Resumo .............................................................................................................................. 36
Abstract .............................................................................................................................. 37
Introdução ......................................................................................................................... 37
Material e Métodos .......................................................................................................... 39
Resultados e Discussão ................................................................................................ 42
Conclusões ....................................................................................................................... 51
Referências bibliográficas ............................................................................................ 51
MODELO DE REGRESSÃO E FASES DE DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO
GIRASSOL NA REGIÃO NOROESTE DO RS. ................................................................ 54
Resumo .............................................................................................................................. 54
Abstract .............................................................................................................................. 55
Introdução ......................................................................................................................... 55
Material e métodos .......................................................................................................... 57
Resultados e Discussão ................................................................................................ 60
Conclusões ....................................................................................................................... 67
Referências bibliográficas ............................................................................................ 67
ANEXOS ................................................................................................................................. 73
INTRODUÇÃO GERAL
O girassol (Helianthus annuus L.) é uma dicotiledônea anual. O gênero deriva
do grego helios, que significa sol, e de anthus, que significa flor, ou “flor do sol”, que
gira seguindo o movimento do sol. É da ordem Asterales e família Asteraceae. É
uma planta de fecundação cruzada, sendo feita basicamente por insetos,
particularmente as abelhas. O girassol é muito utilizado nas rotações de culturas
como reciclador de nutrientes, tendo potencial alelopático às plantas invasoras,
melhorando as características físicas do solo. Esta versatilidade torna a cultura
adequada para pequenos produtores, além das vantagens relacionadas à rotação de
culturas, o girassol é ótimo para a produção de mel, grãos e óleo (UNGARO, 2001).
O subproduto da extração a frio (torta) é usado em rações animais e adubo,
contendo 40% de proteína, teor de óleo entre 7 e 9% na extração mecânica (WEISS,
1983).
Em lavouras comerciais, durante a floração, as abelhas propiciam aumento da
produção, pela polinização de um maior número de flores além de possibilitar
completa fecundação das mesmas. Ou seja, além da produção de aquênios, a
produção de mel pode ser outra fonte de renda, visto que chega a produzir de 30 a
40 kg de mel por hectare. Tem sido usada também como planta forrageira para
alimentação animal, para alimentação de aves e como planta ornamental, além da
produção de óleo para alimentação humana (DALL' AGNOL et al., 2005).
Seu ciclo vegetativo depende de cada variedade ou híbrido, podendo ser de
90 até 150 dias. Segundo REYES et al. (1985), o girassol pode ser semeado durante
o ano todo e se adapta bem a condições variáveis de temperatura. Seu porte final
depende do genótipo, mas normalmente ultrapassa 1,60 m, podendo chegar a 3,00
m de altura.
Com estas características e potencialidades fica evidente a grande
possibilidade de uso da cultura com um aliado da produção primária, como mais
uma alternativa somando-se as atividades existentes, possibilitando a diversificação,
sustentabilidade do sistema, agregar renda e produção de energia ou agroenergia
renovável.
O girassol destaca-se como a quinta oleaginosa em produção de grãos com
estimativas de produção de 25,23 milhões de toneladas em abril de 2005, e a quarta
12
em produção de óleo (11,71 milhões de toneladas métricas) no mundo, (USDA,
2008). Os maiores produtores mundiais, com base na safra 2008/2009, são Rússia,
Ucrânia, Argentina e Turquia (USDA, 2008). De acordo com citações de VIEIRA
(2005), nos últimos 20 anos, a produção mundial de girassol vem crescendo 1,8%
ao ano, enquanto a canola e a soja apresentam uma taxa média de crescimento de
4% ao ano. O baixo rendimento médio mundial da cultura, 1170 kg/ha, é apontado
como sendo um dos fatores que têm desestimulado o produtor, considerando o
custo de produção que tem aumentado.
O Brasil é um produtor pouco expressivo de girassol, tendo participado com
aproximadamente 0,5% da produção mundial nos últimos dois anos. Verifica-se, no
entanto, que a produção nacional vem crescendo nos últimos dez anos, estimulado
pelo consumo interno, importância da oleaginosa e da política de bioenergia. O
interesse e o aumento do cultivo do girassol no Brasil ocorreram, principalmente,
pelo surgimento de indústrias interessadas em adquirir o produto e pela necessidade
dos agricultores por novas opções de cultivo, amparados pelos resultados de
pesquisa e pelas tecnologias geradas na década de 1990. Sendo cultivado no Brasil
na safra 2008 uma área de 111,10 mil hectares com o girassol e a produção
concentra-se em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul (Região Centro-Oeste) e
Rio Grande do Sul (CONAB, 2008).
A alta eficiência em utilizar a água disponível no solo para o seu
desenvolvimento, a capacidade de produzir grande quantidade de matéria seca sob
condição de estresse hídrico (SHEAFFER et al., 1977), e a tolerância à ampla faixa
de temperaturas, sem redução significativa da produção (CASTRO et al., 1997), são
fatores que estimulam o cultivo do girassol, para a produção de grãos, como uma
cultura alternativa e agregadora de renda.
Segundo LEITE et al. (2007), a maior tolerância à seca do girassol em relação
ao milho e sorgo, a baixa incidência de pragas, além de benefícios proporcionados
às culturas subseqüentes, são alguns dos fatores que vêm favorecendo o cultivo
desta oleaginosa principalmente no ambiente safrinha em regiões subtropicais.
SIONIT et al. (1973) salientam a importância da umidade do solo no
desenvolvimento da cultura do girassol e no seu rendimento, ressaltando que a
produção e a qualidade de grãos são negativamente afetados, ainda que o déficit
hídrico na zona radicular seja pequeno, e que o rendimento máximo é alcançado
13
quando o solo encontra-se em capacidade de campo, evidenciando a importância da
época de semeadura sobre o rendimento das culturas.
O girassol é uma cultura que apresenta características desejáveis sob o ponto
de vista agronômico, como ciclo curto, elevada qualidade e bom rendimento em óleo
(SILVA & SANGOI, 1985), que fazem dela uma boa opção aos produtores
brasileiros. Dentre os fatores que afetam sua produtividade, destaca-se o clima
condicionando o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo (MASSIGNAN &
ANGELOCCI, 1993; SENTELHAs et al., 1994), a composição química da planta
quanto ao teor e qualidade de óleo (ROBINSON, 1970; UNGARO et al., 1997), a
duração dos sub-períodos de desenvolvimento da cultura (SILVEIRA et al., 1990), a
sensibilidade às doenças (SENTELHAS et al., 1994) e às pragas (OSETO et al.,
1989) e, principalmente, o rendimento de grãos (SANGOI & SILVA, 1985; SOJKA et
al., 1989).
Características que podem ser alteradas na planta são a estatura e o
tamanho do capítulo, as quais, segundo CASTIGLIONI et al. (1994), variam de
acordo com o genótipo e as condições edafoclimáticas, além da época de
semeadura (MELLO et al., 2006).
O desempenho de uma lavoura de girassol de elevado potencial produtivo
está diretamente relacionado à escolha da época de semeadura, do genótipo, do
manejo adequado da fertilidade do solo, considerando o sistema de rotação e
sucessão de culturas, além dos fatores ambientais, como a distribuição de água
uniforme durante o ciclo da cultura (LEITE et al., 2007).
Considerando, a possibilidade de rotação com as culturas predominantes na
Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, verifica-se que o girassol é uma
importante opção aos agricultores, pelo risco reduzido nas épocas antes e após as
culturas predominantes, ou seja, no período compreendido entre setembro/outubro e
janeiro/fevereiro, o que concorda com os estudos de CÂMARA & MONTEIRO
(1997). Estes autores destacam ainda como vantagens, a ampla adaptabilidade e
plasticidade da cultura do girassol às diferentes épocas de semeadura e as boas
condições operacionais para o produtor, pois utiliza o mesmo maquinário destinado
à produção de soja e milho, com pequenas modificações.
Trabalhos de zoneamento agrícola no Brasil foram efetuados por diversos
autores, alguns inclusive sobre fruteiras (CAMARGO et al., 1971; CAMARGO et al.,
1974; Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária, 1978; MOTA et al., 1971;
14
MOTA et al., 1978; ALFONSI, 1996; CASTRO TEIXEIRA & AZEVEDO, 1996). Em
trabalho de zoneamento agroclimatológico, MOTA et al. (1971) estabeleceram áreas
preferenciais, toleradas e marginais, onde os elementos do clima não limitam a
semeadura. Posteriormente, MOTA et al. (1978) efetuaram a classificação
agroclimatológica para todo o Brasil, com base nos aspectos de fotoperiodos e
térmicos. Deve-se também mencionar, o zoneamento agroclimático do Estado de
São Paulo efetuado por CAMARGO et al. (1971).
Para determinação da época de semeadura mais adequada para uma
espécie numa dada região, vários métodos podem ser empregados, como os
experimentos de campo, avaliando-se variáveis biométricas da cultura, e as
simulações, pelo uso de modelos agrometeorológicos de estimativa da produtividade
agrícola. Trabalhos nessa linha têm sido realizados no Brasil para as culturas de
milho (ALFONSI et al., 1997), feijão (WREGE et al., 1997), trigo (CUNHA et al.,
1997) e soja (CUNHA et al., 1998) entre outras, visando subsidiar projetos agrícolas
de implantação de culturas. Para girassol, destacam-se os trabalhos desenvolvidos
por ZAFFARONI et al. (1994), para o Estado da Paraíba, por SILVEIRA et al. (1990)
e BARNI et al. (1995, 1996), para o Estado do Rio Grande do Sul, e por BEVITÓRI &
BALLA (1997), para o Estado de Goiás
Neste sentido, há necessidade de avaliar o comportamento fenológico de
cultivares em diferentes épocas de semeadura, pois pode ocorrer interação entre
cultivares e ambientes (PORTO et al., 2007). Segundo GOYNE & HAMMER (1982),
a cultura do girassol tem a duração de seu ciclo afetada basicamente pelos
seguintes elementos climáticos: a temperatura do ar; radiação solar e o fotoperíodo.
Porém, de acordo com ROBINSON (1979), o girassol pode ser considerado pouco
sensível ao fotoperíodo, por florescer numa larga faixa de comprimento do dia.
Com base nisto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a interferência do
ambiente de cultivo e da época de semeadura sobre caracteres morfológicos e
fenológicos da cultura do girassol. Além de identificar as principais fases do
desenvolvimento da cultura dentro das épocas de semeadura testadas e a partir
destas apresentar uma escala de desenvolvimento fenológico para esta região do
Estado. Também se objetivou construir um modelo com base em equações de
regressão conjunta que expressem o crescimento da cultura do girassol nas
condições de campo. E, desta forma possa ser empregado como ferramenta para se
estimar o potencial produtivo da cultura do girassol para a região Noroeste do RS,
15
com base na projeção das variáveis meteorológicas para o período e do manejo
desde a implantação até a colheita desta importante oleaginosa.
Referências bibliográficas
ALFONSI, R. R. Zoneamento climático da mandioca industrial para o Estado de São
Paulo: curso sobre a cultura da mandioca. Campinas: CATI. Campinas, 1996. 1 2p.
ALFONSI, R.R.; VICTORIA FILHO, R.; SENTELHAS, P.C. Épocas de semeadura
para a cultura do milho no estado de São Paulo, baseadas na probabilidade de
atendimento hídrico. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v.5, n.1, p.43-49,
1997
BARNI, N.A.; BERLATO, M.A.; BERGAMASCHI, H.; RIBOLDI, J. Modelo
Agrometeorológico de predição do rendimento do girassol: I. relação entre
rendimento e índice hídrico. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v.2, n.1, p.7-17,
1996.
BARNI, N.A.; BERLATO, M.A.; BERGAMASCHI, H.; RIBOLDI, J. Rendimento
máximo do girassol com base na radiação solar e temperatura: II. Produção de
fitomassa e rendimento de grãos. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v.1, n.2, p.201-
216, 1995.
BEVITÓRI, R.; BALLA, A.J. Estudo de época de semeadura e densidade de plantas
de girassol no estado de Goiás. In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE
GIRASSOL, 12., Campinas, 1997. Resumos. Campinas: Fundação Cargill, 1997.
p.57.
CÂMARA, G.M.S.; MONTEIRO, C.A. Potencial da cultura do girassol para rotação
com cana-de-açúcar. In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE GIRASSOL, 12.,
Campinas, 1997. Resumos. Campinas: Fundação Cargill, 1997. p.1-4.
CAMARGO, A. P. de, et al. Aptidão climática de culturas agrícolas. In: São Paulo.
Secretaria da Agricultura. Zoneamento agrícola do Estado de o Paulo. São
Paulo, 474 p. 109-49, 1974.
CAMARGO, A.P. et al. Zoneamento da aptidão físicoecológica para as culturas
de soja, girassol e amendoim no Estado de São Paulo. São Paulo: Secretaria da
Agricultura, 1971. 28p.
CASTIGLIONI, V.B.R., BALLA, A., CASTRO, C., SILVEIRA, J.M. Fases de
desenvolvimento da planta do girassol. Documentos, EMBRAPA-CNPSo. n.58,
1994, 24 p.
CASTRO TEIXEIRA, A. H. de, AZEVEDO, P. V. de. Zoneamento agroclimático para
a videira européia no Estado de Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de
Agrometereologia, v.4, n. I , p. 139-45, 1996.
16
CASTRO, C.; CASTIGLIONI, V. B. R. ; BALLA, A. ; LEITE, R. M. V. B. C. ; KARAM,
D. ; MELLO, H.C. ; GUEDES, L.C.A. ; FARIAS, J. R. B. Acultura do girassol.
Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1997. pp. 827-833.
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em: Site:
http://www.conab.gov.br/conabweb/ . Acesso em: julho 2010.
CUNHA, G.R.; HAAS, J.C.; ASSAD, E.D. Zoneamento dos riscos climáticos para a
cultura de trigo no Estado do Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE AGROMETEOROLOGIA, 10., Piracicaba, 1997. Anais. Piracicaba:
SBA/ESALQ, 1997. p.372-373.
CUNHA, G.R.; HAAS, J.C.; DALMAGO, GENEI, A.D.; PASINATO, A. Perda de
rendimento potencial em soja no Rio Grande do Sul por deficiência hídrica. Revista
Brasileira de Agrometeorologia, v.6, n.1, p.111-119, 1998.
DALL'AGNOL, A.; VIEIRA, O. V.; LEITE, M. R. V. B. de C. Origem e histórico do
Girassol. In: ______. Girassol no Brasil. Londrina: Embrapa Soja, 2005. v. 1, p. 1-
12.
EMPRESA CATARINENSE DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Zoneamento
agroclimático do Estado de Santa Catarina. Porto Alegre: Pallotti, 1978. 150p.
GOYNE, P.J.; HAMMER, G.L. Phenology of sunflower cultivars. II. Controlled-
environment studies of temperature and photoperiod effects. Australian Journal of
Research, v.33, p.251-261, 1982.
LEITE, R.M.V.B.C.; CASTRO, C.; BRIGHENTI, A.M.; OLIVEIRA, F.A.; CARVALHO,
C.G.P.;OLIVEIRA, A.C.B. Indicações para o cultivo de girassol nos Estados do Rio
Grande do Sul,Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Roraima.
Londrina: Embrapa Soja, 2007. 4p. (Embrapa Soja. Comunicado Técnico, 78).
MASSIGNAM, A.M.; ANGELOCCI, L.R. Relações entre temperatura do ar,
disponibilidade hídrica no solo, fotoperíodo e duração de sub-períodos fenológicos
do girassol. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v.1, p.63-69, 1993.
MELLO, R.; NÖRNBERG, J.L.; RESTLE, J.; NEUMANN, M.; QUEIROZ, A.C.;
COSTA, P.B.; MAGALHÃES, A.L.R.; DAVID, D.B. de. Características fenológicas,
produtivas e qualitativas de girassol em diferentes épocas de semeadura para
produção de silagem. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.35, n.3, p.672 -
682, 2006.
MOTA, F.S., ACOSTA, M.J.C., BEIRSDORF, M.C.I. Zoneamento agroclimático da
cultura da mandioca no Brasil. Brasília: Ministério da Agricultura, Instituto
Nacional de Meteorologia. 1978. 16p. (Série Pesquisa Meteorológica, 3).
MOTA, F.S., BEIRSDORF, M.I. C., GARCEZ, J.R.B. Zoneamento agroclimático do
Rio Grande do Sul e Santa Catarina: normais agroclimáticas. Pelotas: 1971. 80p.
(Circular nº 50).
17
OSETO, C.Y.; CHARLET, L.D.; BUSACCA, J.D. Effects of planting date on damage
caused by the banded sunflower moth (Lepidoptera: Cochylidae) in the northern
great plans. Journal Economic Entomology, v.82, n.3, p.910-912, 1989.
PORTO, W. S.; CARVALHO, C. G. P. de; BARTH PINTO, R. J. Adaptabilidade e
estabilidade como critérios para seleção de genótipos de girassol. Pesquisa
Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v. 42, p. 491-499, 2007.
REYES, F.G.R.; GARIBAY, C.B.; UNGARO, C.B.; TOLEDO, M.C.F. Girassol:
cultura e aspectos químicos, nutricionais e tecnológicos. Campinas: Fundação
Cargil, 1985. 88p.
ROBINSON, R.G. Production and culture. In: CARTER, J.F. Sunflower science and
technology. (ASA. Agronomy Series, 19). Madison: ASA, 1979. p.89-95.
ROBINSON, R.G. Sunflower date of planting and chemical composition at various
growth stages. Agronomy Journal, v.62, p.665-666, 1970.
SANGOI, P.R.F.; SILVA, L. Época de semeadura em girassol: II. Efeitos no índice
de área foliar, incidência de moléstias, rendimento biológico e índice de colheita.
Lavoura Arrozeira, v.38, n.362, p.6-13, 1985.
SENTELHAS, P.C.; NOGUEIRA, S.S.S.; PEDRO JR., M.J.; SANTOS, R.R.
Temperatura-base e graus-dia para cultivares de girassol. Revista Brasileira de
Agrometeorologia, v.2, p.43-49, 1994.
SHEAFFER, C.C.; McNEMAR, J.H.; CLARK, N.A. Potential of sunflowers for silage
in double-cropping systems following small grains. Agronomy Journal., v.69, p.543-
546, 1977.
SILVA, P.R.F. da; SANGOI, L. Época da semeadura em girassol: I. Efeitos no
rendimento de grãos, componentes do rendimento, teor de e rendimento de óleo.
Lavoura Arrozeira, v.38, n.361, p.20-27,1985.
SILVEIRA, E.P.; ASSIS, F.N.; GONÇALVES, P.R.; ALVES, G.C. Épocas de
semeadura no sudeste do Rio Grande do Sul. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
v.25, n.5, p.709-720, 1990.
SIONIT, N.; GHORASHI, S. R.; KHERADNAN, M. Effect of soil water potencial on
growth and yield of sunflower (Helianthus annuus L.). Journal of Agricultural
Science, Cambridge, v. 81, p. 113-116, ago./dez. 1973.
SOJKA, R.E.; ARNOLD, F.B.; MORRISON, W.H.; BUSSCHER, W.J. Effect of early
and late planting on sunflower performance in the southeastern United States.
Applied Agricultural Research, v.4, n.1, p.37-46, 1989.
UNGARO, M. R. G. Mercados potenciais para o girassol e os seus subprodutos. In:
Câmara, G. M. S.; Chiavegato, E. J (ed.). O agronegócio das plantas
oleaginosas: Algodão, amendoim, girassol e mamona. Piracicaba: ESALQ,
2001. p.12 -140.
18
UNGARO, M.R.G.; SENTELHAS, P.C.; TURATTI, J.M.; SOAVE, D. Influência da
temperatura do ar na composição de aquênios de girassol. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v.32, n.4, p.351-356, 1997.
USDA. United States Departament of Agriculture. Disponível
em:<http://www.ers.usda.gov/data/sdp>. Acesso em: 15 jun. 2010.
VIEIRA, O. V. Características da cultura do girassol e sua inserção em
sistemas de cultivos no Brasil. Embrapa Soja, Rod. Carlos João Strass, Orlando
Amaral, Cx. Postal 231, 86001-970, Londrina, PR; Revista Plantio Direto, edição nº.
88, julho/agosto de 2005. Aldeia Norte Editora, Passo Fundo-RS.
WEISS, E. A. Oilseed processing and products. In: Weiss, E. A. (ed.). Oilseed
crops. London: Longman, 1983. cap. 11, p.528-596.
WREGE, M.S.; GONÇALVES, S.L.; CARAMORI, P.H.; VASCONCELLOS,
M.E.C.; OLIVEIRA, D.; ABUCARUB NETO, M. Riscos de deficiência hídrica
na cultura do feijoeiro durante a safra das águas no Estado do Paraná. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, 10., Piracicaba,
1997. Anais. Piracicaba: SBA/ESALQ, 1997. p.306-308.
ZAFFARONI, E.; SILVA, M.A.V.; AZEVEDO, P.V. Potencial agroclimático da
cultura do girassol no Estado da Paraíba: temperatura e radiação solar.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.29, n.10, p.1483-1491, 1994.
CAPÍTULO I
INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA NA MORFOLOGIA DO
GIRASSOL NA REGIÃO NOROESTE DO RS.
INFLUENCE OF SOWING DATE IN MORPHOLOGY OF SUNFLOWER
IN NORTHWEST REGION RS.
Resumo
A produção de girassol (Helianthus annuus L) no Brasil expandiu-se nos últimos
anos nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e principalmente no RS. A área cultivada
no país vem crescendo e na região Sul chega a ocupar 17% da área agrícola com
essa oleaginosa. Em virtude da importância crescente da cultura, o objetivo do
trabalho foi avaliar a interferência das épocas de semeadura sobre caracteres
morfológicos da cultura (altura de planta, tamanho do capítulo) e da massa de mil
aquênios e rendimento de grãos. Foram cultivados os genótipos Hélio 250, 251, 358;
884 e 885 na safra 2008-09 em três épocas (27/agosto, 14/outubro e 13/dezembro)
e os genótipos Hélio 250, 251, 253, 360, HLA 211 e Paraíso 33 na safra 2009-10 em
três épocas (31/agosto, 12/novembro e 09/dezembro). O experimento foi conduzido
em blocos completos com quatro repetições no Campus da UFSM em Frederico
Westphalen, na região noroeste do RS. Foram realizadas análises de variância e
comparações de médias pelo teste de Tukey (5%). A estatura da planta foi
influenciada pelo ambiente e por épocas de semeadura, para o tamanho do capítulo
ocorre influência do ambiente e a variável rendimento respondeu positivamente a
condições ambientais e a época de semeadura.
Palavras-Chave: genótipo; Helianthus annuus L; interação G x A.
Abstract
The sunflower production (Helianthus annus L.) in Brazil is booming in recent years
in the Midwest, Southeast and especially in the South, and the acreage in the country
is growing and the South comes to occupy 17% of the area the oilseed. The aim this
work was to evaluate the influence of the environment of cultivation and sowing date
20
on morphological traits of sunflower (plant height, chapter size, weight of thousand
seeds and grain yield). The genotypes cultivated were Hélio 250, 251, 358, 884 and
885 in the 2008-09 harvest and Hélio 250, 251, 253, 360, HLA211 and Paraíso 33 in
the 2009-10 harvest in three growing seasons (August, October and December). The
experiment was conducted in RBC with four replications in the UFSM Campus of
the Frederico Westphalen in Northwestern of the RS. Data were submitted to
variance analysis and Tukey test (5%). The plant height was influenced by the
environment conditions and sowing dates, the size of the chapter was influenced by
environment conditions and grain yield variable was found to respond positively to
environmental conditions and sowing date.
Key words: genotype, interaction G x E, Helianthus annuus L.,
Introdução
A produção de girassol (Helianthus annuus L) no Brasil está em plena
expansão nos últimos anos nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e principalmente no
Sul, sendo que a área cultivada no país aumentou de 50,10 mil hectares na safra
2004/2005 para 111,30 mil hectares em 2007/2008, fazendo com que a região Sul
represente mais de 17% de toda a área ocupada com esta oleaginosa no território
brasileiro. De outra parte se observa uma redução para a safra 2008/09 com uma
área de 63.600 ha, produção de 86900 t e rendimento médio de 1365 kg/ha
(CONAB, 2010).
O cultivo de girassol atendia basicamente a três objetivos: produção de
aquênios para alimentação de pássaros; produção de óleo comestível e ração para
animais. Entretanto, especialmente a partir de 2005, a cultura tem despertado o
interesse de agricultores, cnicos e empresas devido à possibilidade de utilizar o
óleo derivado dessa espécie na fabricação de biodiesel (BACKES et al., 2008).
A obtenção de informações por meio da pesquisa tem sido decisiva para dar
suporte tecnológico ao desenvolvimento da cultura, garantindo melhores
produtividades e retornos econômicos competitivos. Entre as várias tecnologias
desenvolvidas para a produção do girassol, a escolha adequada de cultivares
21
constitui um dos principais componentes do sistema de produção da cultura
(PORTO et al., 2007).
A alta eficiência em utilizar a água disponível no solo para o seu
desenvolvimento, a capacidade de produzir grande quantidade de matéria seca sob
condição de estresse hídrico (SHEAFFER et al., 1977), e a tolerância à ampla faixa
de temperaturas, sem redução significativa da produção (CASTRO et al., 1997), são
fatores que estimulam o cultivo do girassol, para a produção de grãos, como uma
cultura alternativa e agregadora de renda.
A maior tolerância à seca do girassol em relação ao milho e sorgo, a baixa
incidência de pragas, além de benefícios proporcionados às culturas subseqüentes,
são alguns dos fatores que vêm favorecendo o cultivo desta oleaginosa
principalmente no ambiente safrinha em regiões subtropicais (LEITE et al., 2007). No
entanto, SIONIT et al. (1973) salientam a importância da umidade do solo no
desenvolvimento e rendimento do girassol, e que o rendimento máximo é alcançado
quando o solo encontra-se em capacidade de campo, evidenciando a importância da
época de semeadura sobre o rendimento das culturas. Por mais que o girassol tenha
facilidade de adaptação em vários tipos de solo, o ideal é a utilização de solos
corrigidos, com pH entre 5,2 e 6,4, a fim de se evitar sintomas de toxidez. Além
disso, solos profundos, de textura média, férteis, planos e bem drenados, favorecem
o bom desenvolvimento do sistema radicular. Essas características o maior
resistência à seca e ao tombamento, proporcionando maior absorção de água e
nutrientes e, conseqüentemente, maior rendimento.
O girassol também apresenta outras características que podem ser alteradas
como a estatura, o tamanho do capítulo as quais segundo CASTIGLIONI et al.
(1994), variam de acordo com o genótipo e as condições edafoclimáticas, além da
época de semeadura (MELLO et al., 2006).
Com base nisto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a interferência do
ambiente de cultivo e da época de semeadura sobre caracteres morfológicos da
cultura do girassol.
22
Material e Métodos
Localização do experimento
O experimento foi conduzido nos anos agrícolas de 2008/09 e 2009/10 nas
épocas de cultivo dos meses de agosto, setembro e outubro de cada ano agrícola no
Campus da UFSM de Frederico Westphalen – RS, situado na BR 386, linha Sete de
Setembro, latitude 27°23’26’’; longitude 53°25’43’’, a 641,3 m de altitude.
Os solos desta região são classificados como latossolos, sendo muito
profundos e homogêneos, altamente intemperizáveis, bem drenados, apresentando
normalmente A-Bw-C. Tem pouco incremento de argila no decorrer do perfil, com
perfil homogêneo, difícil de separar os horizontes; Pobres quimicamente (alta
caulinita e óxidos de ferro) (STRECK et al, 2009).
A correção do pH e a adubação do solo foram realizadas a partir de análise
de solo da área experimental, seguindo as recomendações da Comissão de Química
e Fertilidade do Solo - RS/SC (2004). Nas semeaduras foram utilizados 300 kg ha¹
da formulação 05-20-20 + 0,5 (NPK+B). A adubação nitrogenada com 45 kg de N
com adubo comercial uréia (45 % N) por hectare em cobertura foi aplicada aos trinta
dias após a emergência a lanço na entrelinha seguida de capina manual. O solo da
área experimental do CDE-CAFW-UFSM, Frederico Westphalen-RS, conduzido no
sistema de semeadura direta na palha (PDP), apresentava o cultivo de aveia preta
(Avena strigosa Schreb) no inverno e todos os cultivos (safra 2008-09 e 2009-10)
foram implantadas sobre a palhada desta cultura. A tecnologia de produção adotada
na cultura seguiu as indicações para o cultivo de girassol no Estado do Rio Grande
do Sul propostas por LEITE et al. (2007).
O clima da região é Cfb (clima temperado úmido) com verão temperado, ou
seja, subtropical úmido com temperatura média anual de 19,1°C, variando com
máxima de 3 e mínimo de C (MORENO,1961). Os dados meteorológicos
necessários aos modelos, foram coletados na Estação do Instituto Nacional de
Meteorologia (A 854), situada no Campus da UFSM-CESNORS, com localização:
latitude: -27.3956º, longitude: -53.4294º e altitude: 490.00 metros, estando a cerca
de 700 metros da área experimental.
23
Material experimental
No ano agrícola de 2008/09 foram utilizados cinco genótipos comerciais de
girassol da detentora destas sementes a empresa HELIANTHUS DO BRASIL®,
constituídos de híbridos simples, nas três épocas de cultivo (27/agosto, 14/outubro e
13/dezembro), sendo: 1) HÉLIO 250: florescimento 50 a 60 dias, maturação
fisiológica 85 a 105 dias, ótima resistência ao acamamento, altura média de 160 a
180 cm, 44 a 48% de óleo, recomendado para todo o Brasil. 2) HÉLIO 251: cor do
aquênio cor estriada, florescimento 52 a 65 dias, maturação fisiológica 90 a 115
dias, ótima resistência ao acamamento, altura média de 170 a 210 cm, 40 a 44% de
óleo, recomendado para todo o Brasil. 3) HÉLIO 358: cor do aquênio preta,
florescimento 50 a 65 dias, maturação fisiológica 100 a 115 dias, ótima resistência
ao acamamento, altura média de 170 cm, 40 a 45% de óleo, recomendado para todo
o Brasil. 4) HÉLIO 884: cor do aquênio estriada (preta e cinza), florescimento 52 a
65 dias, maturação fisiológica 90 a 115 dias, ótima resistência ao acamamento,
altura média de 155 a 175 cm, 40 a 46% de óleo, recomendado para todo o Brasil.
5) HÉLIO 885: cor do aquênio estriada (preta e cinza), florescimento 55 a 65 dias,
maturação fisiológica 105 a 110 dias, ótima resistência ao acamamento, altura
média de 195 cm, 42 a 48% de óleo, recomendado para todo o Brasil.
No ano agrícola de 2009/10, utilizaram-se seis genótipos comerciais de
girassol nas três épocas de cultivo (31/agosto, 12/novembro e 09/dezembro) das
empresas detentoras sementes HELIANTHUS DO BRASIL® (cinco genótipos) e
NIDERA® (um genótipo), as quais foram: 1) LIO 250, 2) HÉLIO 251, 3) HÉLIO
253: cor do aquênio estriada (preta e cinza), florescimento 50 a 63 dias, maturação
fisiológica 87 a 110 dias, ótima resistência ao acamamento, altura média de 165 a
175 cm, 42 a 46% de óleo, recomendado para todo o Brasil. 4) HÉLIO 360: Híbrido
triplo, cor do aquênio estriada (preta e cinza), florescimento 55 a 65 dias, maturação
fisiológica 90 a 115 dias, ótima resistência ao acamamento, altura média de 180 a
220 cm, 43 a 47% de óleo, recomendado para todo o Brasil. 5) HLA 211: Genótipo
tipo CLEARFIELD em fase de avaliação e não divulgada a ficha do material. 6)
PARAISO 33: Genótipo da NIDERA® Híbrido simples, cor do aquênio não estriado,
florescimento 60 a 65 dias, ciclo 120 a 125 dias, ótima resistência ao acamamento,
altura dia de 160 a 170 cm, 49% de óleo no grão, recomendado para todo o
Brasil.
24
Delineamento experimental
O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados, foram
utilizadas quatro repetições. O espaçamento utilizado foi de 0,80 metros entre linhas
e 0,25 metros entre plantas, totalizando a área da parcela de 19,20 m
2
, composta
por 96 plantas, das quais 48 compuseram a parcela útil.
Variáveis Fitotecnicas
Foram avaliados as seguintes variáveis:
a) Altura da planta (AP, em cm): Obtida medindo-se dez plantas da área útil
da parcela escolhidas aleatoriamente, desde o nível do solo até a inserção
do capítulo, com uma régua, no período de floração plena;
b) Diâmetro ou tamanho do capítulo (TC, em cm): Obtido medindo-se o
diâmetro do receptáculo da inflorescência de dez plantas da área útil da
parcela escolhidas aleatoriamente, com uma régua, no período de
maturação fisiológica;
c) Massa de mil aquênios (MMA, em g): Obtido pela amostragem aleatória de
1.000 grãos de cada parcela e posterior pesagem dos mesmos em balança
de precisão, expressa em gramas;
d) Produção de grãos (REND, em kg.ha
-1
): obtida através do lculo
proporcional da produção de grãos por parcela extrapolada para uma área
de 1 ha, corrigindo a umidade para o padrão de 11%.
Análise estatística
Os dados foram submetidos a análise de variação pelo Procedimento GLM
(General Linear Models) do pacote estatístico SAS Learning Edition (2002), com a
finalidade de corrigir os efeitos das parcelas perdidas durante a condução do
experimento. Após a verificação da significância das interações, as mesmas foram
desmembradas em seus efeitos simples, onde as médias foram comparadas pelo
teste de Tukey a 5 % probabilidade de erro.
25
Resultados e Discussão
A análise de variância dos cinco genótipos (Tabela 1) para o ano agrícola
2008/09 em duas épocas de cultivo, para as variáveis fitotecnicas contata-se que o
único que não apresentou diferença significativa para nenhum dos fatores de
variação, inclusive a interação foi rendimento (Rend).
Os coeficientes de variação para todas as variáveis avaliados oscilaram
desde 4,35 até 18,42 podendo ser considerados de baixa a média magnitude
conforme classificação de PIMENTEL GOMES (1990). Portanto, o planejamento
experimental e o delineamento estatístico foram eficientes para eliminar eventuais
heterogeneidades na área experimental.
Havendo interação significativa, os genótipos (Tabela 1) foram comparados
dentro e entre cada época. Observa-se que para o ano agrícola 2009/10 a interação
entre épocas de cultivo (semeadura) dos genótipos significativa a 5 % de
probabilidade de erro (P > F) para a maioria dos caracteres avaliados, exceto para a
variável morfológica tamanho de capítulo (TC).
A análise de variação conjunta os dados (Tabela 1) mostraram que a
interação tripla não revelou diferença significativa para nenhum dos caracteres
avaliados. Dentre estes o TC revelou diferença somente entre épocas de cultivo.
Para a variável altura de planta houve interação dupla somente entre época e ano.
Para o rendimento as interações duplas entre ano e época e ano e genótipo foram
significativas. Os coeficientes de variação das variáveis morfológicas apresentaram
baixa à média variação, na faixa de 7,68 a 15,60 para altura de planta e rendimento,
respectivamente.
Tabela 1
Resumo da análise de variância para os anos agrícolas 2008/09, 2009/10 e conjunta das variáveis morfológicas TC, AP
e REND em genótipos de girassol. Campus da UFSM, Frederico Westphalen, RS. 2010.
Fator Variação G.L.
2008-09 2009-10 Conjunta
TC AP REND. TC AP REND. TC AP REND.
Bloco 3
2,84ns
213,13ns 0,111ns
28,75 0,007 46390,29 19,64 *
216,41 ns 69954,45 ns
Época 2 88,23* 9161,27*
0,033ns
91,959* 3,797*
2555464,5* 37,78 * 7905,91 * 506250,73 *
Genótipo 1 (4) 33,69* 2228,79*
0,115ns
15,294* 0,116*
54798,82*
2,67 ns
2411,78 *
135921,22 ns
Genótipo x Época 2 (8) 15,52* 2035,26*
0,007ns
4,735 ns 0,024*
19338,22*
6,79 ns 9,65 ns 4437,01 ns
Ano 1
7,07 ns
2219,37* 382223,93 *
Ano x Época 1
3,47 ns
4376,31 * 251661,80 *
Ano x Genótipo 1
0,0388 ns 519,35 ns
350821,82 *
Ano x Época x Gen 1
1,51 ns 0,08 ns 1411,08 ns
MÉDIA
18,17 178,92 1333,57 17,35 1,661 1413,16
19,15 169,67 1389,24
C.V.
4,39 6,78 18,42 12,91 6,587 6,772
9,9 7,68 15,5
OBSERVAÇÃO:
TC: Tamanho do capitulo (em cm);
AP: Altura de planta (em cm);
REND: Rendimento (em kg/ha).
* Teste de F significativo a 5 % de probabilidade de erro.
ns = Não significativo com a probabilidade de erro a 5 %.
27
Para o ano agrícola de 2008/09 a variável TC na primeira época de
semeadura (Tabela 2), somente o genótipo Hélio 884 diferiu dos demais com o
menor TC. Na segunda época os genótipos Hélio 250 e Hélio 251 foram os que
apresentaram o maior TC, não diferindo estes entre as épocas testadas. Por outro
lado os genótipos Hélio 358 e Hélio 884 apresentaram redução significativa de
diâmetro para a segunda época estudada.
Para AP na primeira época (Tabela 2), os genótipos Hélio 251 e Hélio 884
apresentaram maior estatura, e Hélio 358 e Hélio 250 os de menor. Já para a
segunda época os genótipos Hélio 885, Hélio 884 e Hélio 358 foram os de menor
porte, enquanto que o Hélio 251 foi o mais elevado. Quando comparadas as duas
épocas de semeadura nota-se que os genótipos Hélio 250 e Hélio 251 não
apresentaram diferença entre estes períodos. Para o restante dos materiais
estudados a segunda época revelou redução na estatura de plantas.
Quanto a variável MMA na primeira época de semeadura (Tabela 2), os
genótipos Hélio 358, Hélio 884 e Hélio 885 foram os que apresentaram maiores
valores de MMA, tendo o menor valor o genótipo Hélio 251. Observa-se que entre as
épocas, os genótipos Hélio 250 e Hélio 251 apresentaram valores de MMA idênticos.
Porém, esses dois genótipos apresentaram valores MMA superiores aos demais na
segunda época. No agrícola 2009/10 a variável TC (Tabela 1), cuja, interação entre
épocas e genótipos não foi significativa, o genótipo Paraíso 33 foi o que apresentou
maior magnitude, seguido de Hélio 251, Hélio 250 e Hélio 253, ficando o genótipo
HLA 211 com a menor magnitude.
A AP dentro da época 1 revelou somente o genótipo Hélio 250 como
apresentando menor estatura quando comparado com Hélio 360 e HLA 211. Para a
época 2 o HLA 211 foi o que apresentou a maior estatura ficando os genótipos Hélio
253 e Hélio 250 com o menor porte. Na época 3 o quem apresentou maior porte foi
“Paraíso 33” seguido do HLA 211, enquanto que os genótipos Hélio 251 e Hélio 250
foram os que apresentaram menor estatura.
O genótipo Paraíso 33 foi o que apresentou melhor resposta em rendimento
nas três épocas testadas, seguido por Hélio 253 e Hélio 360 na época um; por Hélio
250 na época dois e pelos genótipos Hélio 251 e Hélio 250 na época três.
Tabela 2
Comparação de médias de cinco genótipos de girassol na safra 2008/09 e seis na safra 2009/10 para as variáveis
morfológicas AP, TC e REND. Campus da UFSM - Frederico Westphalen-RS. 2010.
2008/09
GENÓTIPOS AP (cm) MMA (g) TC (cm)
AVALIADOS
Época 1 Época 2 Época 1 Época 2 Época 1 Época 2
Hélio 250
182,67 cA 137,67 bA - 58,09 bcA 58,09 aA 20,33 aA 20,33 aA
Hélio 251
211,33 abA 147,11 aA - 52,95 cA 52,95 bA 21,67 aA 21,67 aA
Hélio 358
182,00 cA 147,15 cB - 64,40 aA 54,90 bB 20,67 aA 13,73 bB
Hélio 884
230,33 aA 147,50 cB - 59,67 abA 49,95 cB 18,33 bA 13,25 bB
Hélio 885
197,00 bcA 133,13 cB - 60,83 abA 53,17 bB 20,67 aA 15,16 bA
2009/10
GENÓTIPOS AP (m) REND (kg) TC
AVALIADOS Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3
(cm)
Paraíso 33
2,23 abA 1,56 bB 1,60 aB 1893,33 aA 1555,55 aB 1241,25 aC 18,636 a
Hélio 251
2,07 abA 1,54 Bb 1,27 cC 1752,50 bA 1316,25 cdB 1156,25 abcC 18,417 ab
Hélio 250
1,95 bA 1,43 cdB 1,21 cB 1765,00 bA 1452,50 abB 1187,50 abC 17,800 abc
Hélio 253
2,17 abA 1,41 dB 1,30 bcB 1876,25 aA 1332,50 bcB 1105,00 bcdC 17,083 abc
Hélio 360
2,35 aA 1,50 bcB 1,34 bcB 1871,67 aA 1197,50 dB 1015,00 dC 16,364 bc
HLA 211
2,28 aA 1,64 ab 1,49 abB 1740,00 bA 1343,75 bcB 1046,25 cdC 15,917 c
OBSERVAÇÃO:
TC: Tamanho do capitulo (em cm);
AP: Altura de planta (em cm);
REND: Rendimento (em kg/ha);
MMA: Massa de Mil Aquênios.
Letras minúsculas iguais na coluna e maiúsculas iguais na linha indicam não diferem estatisticamente pelo teste de
Tukey ao nível de 5% de significância.
29
Para altura de planta dentro do ano agrícola 2008/09 (Tabela 3), os genótipos
não apresentaram diferenças significativas dentro de época e nem entre épocas.
Para o segundo ano somente a segunda época revelou diferença entre genótipos
sendo o Hélio 250 apresentou a menor estatura. Quando comparada as épocas
dentro deste ano, houve redução significativa na altura de plantas da primeira para a
segunda e da segunda para a terceira época, respectivamente. Frente aos anos
somente a segunda época apresentou diferença significativa para o segundo ano em
relação ao primeiro.
Para a variável TC no ano agrícola 2008/09 os genótipos não diferiram entre
si dentro de época e nem entre as épocas, para o segundo ano houve diferença
significativa para Hélio 251 reduzindo significativamente da primeira para a segunda
e da segunda para a terceira época, para Hélio 250 somente a terceira época
apresentou redução significativa no tamanho de capítulos. Não havendo diferença
entre os anos testados para esta variável.
Quando comparados os genótipos quanto ao rendimento dentro do ano
agrícola 2008/09 os mesmos não diferiram entre si dentro de época e também entre
épocas. Para o ano 2009/10 somente dentro da época dois, o genótipo Hélio 250 foi
o que apresentou maior potencial produtivo, o diferindo para as demais épocas.
Quando comparado as épocas, à terceira época apresentou produtividade
significativamente inferior à primeira época. Quanto à variável ano, o segundo ano
apresentou-se mais produtivo em relação ao primeiro ano, exceto para Hélio 251 na
segunda época, o qual foi mais produtivo no primeiro ano.
Tabela 3 Comparação de médias conjunta para os anos agrícolas 2008/09 e 2009/10 e as épocas de semeadura para as
variáveis morfológicas AP, TC e REND dos genótipos Hélio 250 e Hélio 251. Campus da UFSM - Frederico Westphalen-RS.2010.
GENOTIPO
Altura de Planta (cm) Tamanho do Capítulo (cm)
2008/09 2009/10 2008/09 2009/10
Época 1 Época 2 Época 3
Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 1 Época 2 Época 3
H 250
182,67 aAα
137,67 aAα
SI
195,00 aAα
143,75 bBβ 121,25 aC 20,33 aAα 19,55 aAα
19,00 aAα
18,50 aAα
14,75 aB
H 251
211,33 aAα
147,11 aAα
SI
207,50 aAα
153,75 aBβ 127,5 aC 21,67 aAα 18,50 aAα
21,50 aAα
19,00 aBα
16,50 aC
GENOTIPO
Rendimento (kg/ha)
2008/09 2009/10
Época 1 Época 2 Época 1 Época 2 Época 3
H 250
1167,0 aAβ
1275,00 aAα
1765,0 aAα
1452,5 aABβ 1187,50 aB
H 251
1540,3 aAβ
1402,75 aAα
1752,5 aAα
1316,25 bABβ
1156,25 aB
OBSERVAÇÃO:
TC: Tamanho do capitulo (em cm);
AP: Altura de planta (em cm);
REND: Rendimento (em kg/ha).
Letras minúsculas iguais na coluna, maiúsculas iguais na linha e grega na linha entre anos indicam não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível
de 5% de significância.
31
Não houve diferenças na altura de plantas para os genótipos estudados, entre
as épocas e anos testados. Estes resultados estão em acordo com SILVA e
MUNDSTOCK (1990) quando afirmam que as cultivares de estatura elevada
geralmente possuem ciclo longo. Pois o genótipo Hélio 250 que apresentou a menor
estatura esta descrita pela empresa detentora HELIANTHUS do Brasil ® da semente
com a altura média de 1,60 a 1,80 m e 85 a 105 dias para a maturação fisiológica,
classificado como precoce, quando comparado ao Helio 251, cujo ciclo é de 95 a
115 dias e altura média de 1,70 a 2,10m. Quanto à altura, são observadas na
literatura variações de 0,5 a 4,0 m (CASTIGLIONI et al.,1994), usualmente oscilando
entre 1,0 m e 2,5 m.
Os resultados da interação genótipo x ambiente encontradas neste trabalho
indicam que a época de cultivo somente não causou interferência sob a variável
tamanho de capítulo, sendo que as diferenças expressas entre genótipos é somente
pelo potencial genético dos materiais. Segundo PORTO et al. (2007), a cultura
apresenta variações de comportamento de cultivares em função da região e época
de semeadura, em virtude da interação genótipo x ambiente. Por outro lado os
demais caracteres apresentaram a influência da época de cultivo sobre a expressão
fenotípica dos genótipos. Segundo ALLARD (1960), os caracteres que se
desenvolvem em curto período de tempo estão menos sujeitos ao efeito de ambiente
e apresentariam maior herdabilidade do que aqueles com maior período de
interferência em sua formação, ou seja, quanto menor o período fenológico maior é
a herdabilidade e menor a variação frente a diferentes ambientes. De outra parte, a
época de semeadura ideal é aquela que permite satisfazer as exigências das plantas
durante o seu desenvolvimento, reduzindo o aparecimento de doenças e
assegurando boa produtividade (COSTA et al., 2000).
No aspecto do rendimento do girassol, os genótipos responderam épocas de
semeadura testadas, sendo verificada uma tendência de decréscimo do rendimento
com o atraso na época (Tabela 2). Tais observações são coerentes com UNGARO
et al. (2000), BACKES et al. (2008) e PORTO et al. (2007) que também observaram
reduções na produção de aquênios com o atraso da semeadura de girassol. As
variações de produção retratam a importância da época de semeadura para a
cultura do girassol, uma vez que podem resultar em redução de até 92% na
produção de aquênios (AFFÉRI et all, 2008).
32
O rendimento de aquênios, conforme PORTO et al. (2006b) com plantios de
verão (fevereiro-março) nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal, variou entre 1,70 e 2,05 t.ha
-1
nos anos
de 2001 a 2004 utilizando entre nove e doze genótipos. No mesmo período, PORTO
et al. (2006a) nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São
Paulo, em plantios de safrinha (agosto-setembro) verificaram rendimentos variando
desde 1,49 e 1,87 t.ha
-1
, utilizando seis genótipos a quatorze.
Segundo CASTRO & FARIAS (2005), o rendimento de grãos é fortemente
influenciado, além de outros fatores, pela época de plantio na cultura de girassol.
Observaram que a época semeadura no mês de abril foi a que proporcionou melhor
rendimento para a cultura. Em março de 2005, RÊGO FILHO et al. (2006a, 2006b)
avaliaram, os mesmos genótipos utilizados neste experimento, obtendo rendimento
médio de grãos de 0,74 t.ha
-1
e, embora a produção dos genótipos tenha variado
entre 0,41 e 1,01 t.ha
-1
, suas médias foram consideradas estatisticamente iguais.
Também nas mesmas condições deste experimento, BEZERRA NETO et al. (2007)
ao conduzirem um experimento de competição de cultivares com semeadura em
dezembro de 2005, obtiveram um rendimento dio de grãos de 0,35 T.ha
-1
,
variando entre 0,13 e 0,73 t.ha
-1
, sendo que neste experimento o híbrido Hélio 251
foi o mais produtivo e os demais estatisticamente equivalentes.
O tamanho de capítulo não mostrou variação significativa no primeiro ano de
experimento entre as épocas. Porém, no segundo ano de avaliação, esta variável
agronômica revelou-se significativamente diferente entre as épocas. O tamanho do
capítulo variou desde 14,75 a21,67 cm. Segundo ensaios nacionais conduzidos
pela EMBRAPA (2006), o tamanho de capítulo apresentou um valor médio de
15,30cm de diâmetro. Segundo CASTRO (2005), as variações do diâmetro de
capítulos do girassol se devem a características intrínsecas de cada genótipo e que
são grandemente influenciadas pelas diferentes condições ambientais e pelo manejo
adotado na cultura, podendo variar de 7 a 40 cm.
SILVA et al (2009) analisando os espaçamentos entre linhas com os valores
obtidos para o diâmetro do capítulo e altura de plantas, constataram que os
resultados obtidos para não diferiram entre si, obtendo-se em média 11,8 e 92,6 cm,
respectivamente. Também pelo fato do girassol ter sido cultivado na safrinha, onde
limitação hídrica em estádios mais avançados de desenvolvimento da cultura, os
valores obtidos para o diâmetro do capítulo são considerados baixos. De acordo
33
com (CASTRO & FARIAS, 2005), a limitação de água no solo proporciona
diminuição no desenvolvimento das plantas de girassol, limitando o enchimento de
aquênios a partir das reservas acumuladas nas folhas/pecíolos, caule e capítulo
Conclusões
A altura de planta é influenciada pelas épocas de semeadura e pelo ambiente
de cultivo, apresentando redução para as semeaduras tardias.
O tamanho de capítulo somente o ambiente causa interferência, mostrando
que em anos favoráveis, este caráter revela diferenças entre os potenciais genéticos
de cada genótipo;
O rendimento da cultura do girassol é altamente influenciado pelas condições
ambientais e pela época de semeadura a qual é submetida.
Referências bibliográficas
AFFÉRRI F.S.; BRITO, L.R.; SIEBENEICHLER, S.C.; PELUZIO, J.M.;
NASCIMENTO, L.C.; OLIVEIRA, T.C. Avaliação de cultivares de girassol, em
diferentes épocas de semeadura, no sul do estado do Tocantins, safra 2005/2006.
Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 4, n. 7, p.79-87 2008.
ALLARD, R, W. Principle of plant breeding. 3.ed. New York: J. Wiley, 1960. 485p.
BACKES, R. L.; SOUZA, A. M. de; BALBINOT JUNIOR, A. A.; GALLOTTI, G. J. M.;
BAVARESCO, A. Desempenho de cultivares de girassol em duas épocas de plantio
de safrinha no planalto norte catarinense. Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.1, p. 41-
48, 2008.
BEZERRA NETO, F.V.; GO FILHO, L.M.; SANTOS, Z. M.; LEAL, N.R.; ROSA,
R.M.R.; GOMES, A.A.; ROSA, B.S. Avaliação agronômica de seis cultivares de
girassol em duas épocas de semeadura em Campos dos Goytacazes. In: Congresso
Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel, 4, Varginha.
Anais... Varginha: UFLA, p.444-449. 2007.
CASTIGLIONI, V.B.R., BALLA, A., CASTRO, C., SILVEIRA, J.M. Fases de
desenvolvimento da planta do girassol. Documentos, EMBRAPA-CNPSo. n.58,
1994, 24 p.
CASTRO, C.; CASTIGLIONI, V. B. R. ; BALLA, A. ; LEITE, R. M. V. B. C. ; KARAM,
D. ; MELLO, H.C. ; GUEDES, L.C.A. ; FARIAS, J. R. B. A cultura do girassol.
Londrina: EMBRAPA-CNPSo,. pp. 827-833. 1997.
34
CASTRO, C. de; FARIAS, J.R.B. Ecofisiologia do girassol. In: Leite, R.M.V.B. de C.;
Brighenti, A.M.; Castro, C. de (Eds.). Girassol no Brasil. Londrina: EMBRAPA-
CNPSo, p.163-218. 2005.
COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO - RS/SC. Manual de
adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina. 10. Ed. Porto Alegre: SBCS - Núcleo Regional Sul/UFRGS, 2004. 400p.
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em: Site:
http://www.conab.gov.br/conabweb/ . Acesso em: julho 2010.
COSTA, V. C. A.; SILVA, F. N.; RIBEIRO, M. C. C. Efeito de épocas de semeadura
na germinação e desenvolvimento em girassol (Helinathus annuus L.). Revista
Científica Rural, Bagé, v. 5, p.154-158, 2000.
EMBRAPA Informes da avaliação de genótipos de girassol 2004/2005 e 2005.
Londrina: EMBRAPA Soja, 2006. 118p. (Documentos 271).
LEITE, R. M. V. B. C.; CASTRO, C.; BRIGHERTI, A. M.; OLIVEIRA, F. A.;
CARVALHO, C. G. P.; OLIVEIRA, A. C. B. Indicações para o cultivo de girassol
nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso,
Goiás e Roraima. Londrina: Embrapa, 2007. 4p (Comunicado Técnico, nº 78).
MELLO, R.; NÖRNBERG, J.L.; RESTLE, J.; NEUMANN, M.; QUEIROZ, A.C.;
COSTA, P.B.; MAGALHÃES, A.L.R.; DAVID, D.B. de. Características fenológicas,
produtivas e qualitativas de girassol em diferentes épocas de semeadura para
produção de silagem. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.35, n.3, p.672 -
682, 2006.
PIMENTEL-GOMES, F. Curso de estatística experimental. Piracicaba: Nobel,
1990. 476p.
PORTO, W. S.; CARVALHO, C. G. P.; PINTO, R. J. B. Adaptabilidade e estabilidade
como critérios para seleção de genótipos de girassol. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, DF, v. 42, p. 491-499, 2007.
PORTO, W.S.; CARVALHO, C.G.P.; PINTO, R.J.B.; OLIVEIRA, A.B.; OLIVEIRA,
M.F. Desempenho produtivo de genótipos de girassol na semeadura de
agosto/setembro. In: Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras
e Biodiesel, 3, Varginha. Anais... Varginha: UFLA, p.176-180. 2006a
PORTO, W.S.; CARVALHO, C.G.P.; PINTO, R.J.B.; OLIVEIRA, A.B.; OLIVEIRA,
M.F. Desempenho produtivo de genótipos de girassol na semeadura de
fevereiro/março. In: Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e
Biodiesel, 3, Varginha. Anais... Varginha: UFLA, p.171-175. 2006b
RÊGO FILHO, L.M; ANDRADE, W.E.B.; FERREIRA, J.M.; OLIVEIRA, L.A.A.;
VALENTINI, L.; RIBEIRO, L. J.; FREITAS, S.J. Avaliação de genótipos de girassol
na região Norte do Estado do Rio de Janeiro - Primeira época de semeadura (março
2005). In: Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e
Biodiesel, 3, Varginha. Anais... Varginha: UFLA p.93-98. 2006a
35
RÊGO FILHO, L.M; ANDRADE, W.E.B.; FERREIRA, J.M.; OLIVEIRA, L.A.A.;
VALENTINI, L.; RIBEIRO, L. J.; FREITAS, S.J. Avaliação de genótipos de girassol
na região Norte do Estado do Rio de Janeiro - Terceira época de semeadura
(fevereiro 2006). In: Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras
e Biodiesel, 3, Varginha. Anais... Varginha: UFLA p.105-109. 2006b
SAS LEARNING EDITION. Programa SAS - Getting started with the SAS Learning
Edition. Cary: SAS Publishing, 2002. 200p.
SILVA, A.G.; PIRES, R.; MORÃES, E.B. ;OLIVEIRA, A.C.B.; Cláudio CARVALHO,
C.G.P. Desempenho de híbridos de girassol em espaçamentos reduzidos.
Ciências Agrárias, Londrina, v. 30, n. 1, p. 31-38, jan./mar. 2009.
SILVA, P. R. F. da; MUNDSTOCK, C. M. Estabelecimento da lavoura. In: SILVA....
Girassol: indicações para o cultivo no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Ed.
Universidade/UFRGS, Secretaria da Agricultura, Departamento de pesquisa,
IPAGRO, 1990b. 71 p.
SIONIT, N.; GHORASHI, S.R.; KHERADNAN, M. Effect of soil water potential on
growth and yield of sunflower. Journal of Agricultural Science, v.81, p.113-116,
1973.
SHEAFFER, C.C.; McNEMAR, J.H.; CLARK, N.A. Potential of sunflowers for silage
in double-cropping systems following small grains. Agron. J., v.69, p.543-546, 1977.
STRECK, E.V.; KAMPF, N.; DALMOLIN, R.S D. et al. Solos do Rio Grande do Sul.
Editora: Ufrgs. 122 p.:, 2009.
UNGARO, M. R. G.; NOGUEIRA, S. S. S.; NAGAI, V. Parâmetros fisiológicos,
produção de aquênios e fitomassa de girassol em diferentes épocas de Cultivo.
Bragantia, Campinas, v. 59, n. 2, p. 205-211, 2000.
MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da
Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Diretoria de Terras e Colonização,
Secção de Geografia, 1961.46 p.
CAPÍTULO II
INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA NA FENOLOGIA DO
GIRASSOL NA REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL.
INFLUENCE OF SOWING DATE IN PHENOLOGY OF SUNFLOWER
IN NORTHWEST REGION RIO GRANDE DO SUL.
Resumo
O desempenho do girassol (Helianthus annuus L) está diretamente relacionado à
escolha da época de semeadura, do genótipo, do manejo adequado do solo e
fertilidade, sistema de rotação, da sucessão de culturas e especialmente das
condições meteorológicas. O objetivo do trabalho foi avaliar a interferência do
ambiente e épocas de semeadura sobre caracteres fenológicos da cultura (S-E=Dias
da semeadura emergência, E-FI=Emergência a floração inicial, FI-FP= Floração
inicial a floração plena e FP-MF=Floração plena a maturação fisiológica). Foram
cultivados os genótipos Hélio 250, 251, 358; 884 e 885 na safra 2008-09 em três
épocas de semeadura (agosto, outubro e dezembro) e os genótipos Hélio 250, 251,
253, 360, HLA 211 e Paraíso 33 na safra 2009-10 em três épocas (agosto, outubro e
dezembro). O experimento foi conduzido em blocos completos com quatro
repetições no Campus da UFSM em Frederico Westphalen, na região noroeste do
RS. As análises de variância executadas por anos de cultivo e conjunta mostraram
ser significativo a 5% probabilidade de erro no teste de F. Foi realizada as
comparações múltiplas de médias por Tukey a 5%, por ano agrícola, variáveis
fenológicas e épocas de semeadura. Os caracteres fenológicos estudados sofrem
influência das condições ambientais e da época de semeadura, com exceção da
variável início da floração a floração plena que não apresenta interferência da época
de semeadura, revelando este, ser um caráter que possui alta penetrância e
expressividade, ou seja, é pouco influenciado pelas condições ambientais.
Palavras-Chave: genótipo, subperiodos, Helianthus annuus L
37
Abstract
The sunflower perfomance is directly related to the choice of sowing dates, genotype,
the appropriate soil and fertility management, crop rotation, crop sucession and
especially environment factors. The aim of this work was to evaluate the environment
influence and the sowing dates in crop phenological characteristics (S-E, E-FI, FI-FP
and FP-MF). The genotypes utilized were Hélio 250, 251, 358, 884 and 885
genotypes in the 2008-09 harvest and the Hélio 250, 251, 253, 360, HLA211 and
Paraíso 33 in the 2009-10 harvest in three seasons (August, October and
December). The experiment was conducted in RBC with four replications in the
UFSM – Campus of the Frederico Westphalen in Northwestern of the RS. The
variance analysis was carried out by individual perfomance and joint after submitted
to multiple comparisons means by Tukey test (5%). The phenological characteristics
are influenced by environment conditions and sowing dates, with the exception of the
begin flowering to full flowering, which presents no interference of sowing times,
revealing that this traits have high penetrance and expressivity, showed little
environmental influence.
Key words: genotype, sub-stages, Helianthus annuus L.
Introdução
O girassol (Helianthus annuus L.) destaca-se como a quinta oleaginosa em
produção de grãos e a quarta em produção de óleo, no mundo. Possui alta
adaptabilidade à deficiência hídrica, à amplitude térmica e sofre pouca influência do
fotoperíodo, portanto, apresenta-se como opção viável para compor programas de
rotação de culturas em diversas localidades e épocas do ano (CASTRO et al., 1996;
CASTRO; FARIAS, 2005).
O girassol é de grande importância mundial, pela excelente qualidade do óleo
comestível e aproveitamento dos subprodutos da extração do óleo para rações
balanceadas (ROSSI, 1997), ou na formulação de isolado protéico para
enriquecimento de produtos de panificação e derivados cárneos (REYES et al.,
1985). Atualmente o girassol também é destinado para produção de biocombustível.
38
O aumento do cultivo e da procura pelo girassol no Brasil ocorreu pelo
surgimento de indústrias interessadas em adquirir o produto e pela necessidade dos
agricultores por novas opções de cultivo, amparados pelos resultados de pesquisa.
A produção de girassol concentra-se nos Estados de Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul (Região Centro-Oeste) e Rio Grande do Sul. Na região
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, o cultivo do girassol pode ocorrer sob
três estratégias: a primeira no final do inverno, com intuito de semear outras culturas
anuais de verão em seqüência (caso do milho, soja ou feijão), maximizando o uso
econômico das áreas; a segunda no período de primavera, substituindo o cultivo de
milho, soja, feijão e fumo, sendo esta a época preferencial da cultura do girassol; e a
terceira, na safrinha, após a colheita de feijão, fumo e milho (final de janeiro e
fevereiro) (BACKES et al., 2008). Nesta região, as culturas usualmente instaladas
são: o milho, feijão e fumo, as quais dificilmente serão substituídas pelos produtores,
o que dificulta o cultivo do girassol na safrinha.
O desempenho de uma lavoura de girassol está diretamente relacionado à
escolha da época de semeadura, do genótipo, do manejo adequado da fertilidade do
solo, considerando o sistema de rotação e sucessão de culturas, além dos fatores
ambientais, como a distribuição de água uniforme durante o ciclo da cultura (LEITE
et al., 2007)
Neste sentido, há necessidade de avaliar o comportamento fenológico de
cultivares em diferentes épocas de semeadura, pois pode ocorrer interação entre
cultivares e ambientes (PORTO et al., 2007). Pois de acordo com GOYNE &
HAMMER (1982), a cultura do girassol tem a duração de seu ciclo afetada
basicamente pelos seguintes elementos climáticos: temperatura do ar; radiação
solar e fotoperíodo. Porém, de acordo com ROBINSON (1979), o girassol pode ser
considerado pouco sensível ao fotoperíodo, por florescer numa larga faixa de
comprimento do dia. No Brasil, a influência do clima na duração do ciclo e dos
subperíodo do girassol está relacionada, principalmente, com a temperatura do ar
(MASSIGNAM & ANGELOCCI, 1993; SENTELHAS et al., 1994).
Em função do comportamento do girassol frente a condições edafoclimáticas,
o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência das épocas de semeadura sobre as
variáveis fenológicas e o desenvolvimento da cultura do girassol.
39
Material e Métodos
Localização do experimento
O experimento foi conduzido em três épocas de semeadura nos anos
agrícolas de 2008/09 (27/ago.,14/out. e 13/dez.) e 2009/10 (31/ago.,12/nov. e
09/dez.) no Campus da UFSM de Frederico Westphalen RS, situado na BR 386,
linha Sete de Setembro, latitude 27°23’26’’; longitude 53°25’43’’, a 641,3 m de
altitude.
Os solos desta região são classificados como latossolos, sendo muito
profundos e homogêneos, altamente intemperizáveis, bem drenados, apresentando
normalmente A-Bw-C. Tem pouco incremento de argila no decorrer do perfil, com
perfil homogêneo, difícil de separar os horizontes; Pobres quimicamente (alta
caulinita e óxidos de ferro) STRECK et al, 2009.
A correção do pH e a adubação do solo foram realizadas a partir de análise
de solo da área experimental, seguindo as recomendações da Comissão de Química
e Fertilidade do Solo - RS/SC (2004). Nas semeaduras foram utilizados 300 kg ha ¹
da formulação 05-20-20 + 0,5 (NPK+B). A adubação nitrogenada com 45 kg de N
com adubo comercial uréia (45 % N) por hectare em cobertura foi aplicada aos trinta
dias após a emergência a lanço na entrelinha seguida de capina manual. O solo da
área experimental do CDE-CAFW-UFSM, Frederico Westphalen - RS, conduzido no
sistema de semeadura direta na palha (PDP) apresentava o cultivo de aveia preta
(Avena strigosa Schreb) no inverno e todos os cultivos (safra 2008-09 e 2009-10)
foram implantadas sobre a palhada desta cultura. Sendo a tecnologia de produção
para a cultura com base nas Indicações para o cultivo de girassol nos Estados do
Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Roraima
(LEITE et al, 2007).
Segundo a classificação climática de KÖPPEN & GEIGER (1928) o clima da
região é Cfb (clima temperado úmido) com verão temperado, ou seja, subtropical
úmido com temperatura média anual de 19,1°C, variando com máxima de 38° e
mínimo de C (MORENO, 1961). Quanto aos dados climatológicos base para os
nossos estudos foram coletados a partir dos registros da Estação do INMET (A 854)
localizada no Campus da UFSM- CESNORS – Departamento de Agronomia de
Frederico Westphalen – RS. Cuja abertura foi em: 13/12/2007 com a seguinte
40
localização: latitude: -27.3956º, longitude: -53.4294º e altitude: 490.00 metros,
estando a cerca de 700 metros da área experimental.
Material experimental
No ano agrícola de 2008/09 foram utilizados cinco genótipos comerciais de
girassol, constituídos de híbridos simples, nas três épocas (27/agosto, 14/outubro e
13/dezembro) de cultivo sendo detentora destas sementes a empresa HELIANTHUS
DO BRASIL®. 1) HÉLIO 250: florescimento 50 a 60 dias, maturação fisiológica 85 a
105 dias, ótima resistência ao acamamento, altura média de 160 a 180 cm, 44 a
48% de óleo, recomendado para todo o Brasil. 2) HÉLIO 251: cor do aquênio cor
estriada, florescimento 52 a 65 dias, maturação fisiológica 90 a 115 dias, ótima
resistência ao acamamento, altura média de 170 a 210 cm, 40 a 44% de óleo,
recomendado para todo o Brasil. 3) HÉLIO 358: cor do aquênio preta, florescimento
50 a 65 dias, maturação fisiológica 100 a 115 dias, ótima resistência ao
acamamento, altura média de 170 cm, 40 a 45% de óleo, recomendado para todo o
Brasil. 4) HÉLIO 884: cor do aquênio estriada (preta e cinza), florescimento 52 a 65
dias, maturação fisiológica 90 a 115 dias, ótima resistência ao acamamento, altura
média de 155 a 175 cm, 40 a 46% de óleo, recomendado para todo o Brasil. 5)
HÉLIO 885: cor do aquênio estriada (preta e cinza), florescimento 55 a 65 dias,
maturação fisiológica 105 a 110 dias, ótima resistência ao acamamento, altura
média de 195 cm, 42 a 48% de óleo, recomendado para todo o Brasil.
No ano agrícola de 2009/10, utilizaram-se seis genótipos comerciais de
girassol nas três épocas de cultivo (31/agosto, 12/novembro e 09/dezembro) das
empresas detentoras sementes HELIANTHUS DO BRASIL® (cinco genótipos) e
NIDERA® (um genótipo), as quais foram: 1) LIO 250, 2) HÉLIO 251, 3) HÉLIO
253: cor do aquênio estriada (preta e cinza), florescimento 50 a 63 dias, maturação
fisiológica 87 a 110 dias, ótima resistência ao acamamento, altura média de 165 a
175 cm, 42 a 46% de óleo, recomendado para todo o Brasil. 4) HÉLIO 360: Híbrido
triplo, cor do aquênio estriada (preta e cinza), florescimento 55 a 65 dias, maturação
fisiológica 90 a 115 dias, ótima resistência ao acamamento, altura média de 180 a
220 cm, 43 a 47% de óleo, recomendado para todo o Brasil. 5) HLA 211: Genótipo
tipo CLEARFIELD em fase de avaliação e não divulgada a ficha do material. 6)
PARAISO 33: Genótipo da NIDERA® Híbrido simples, cor do aquênio não estriado,
41
florescimento 60 a 65 dias, ciclo 120 a 125 dias, ótima resistência ao acamamento,
altura dia de 160 a 170 cm, 49% de óleo no grão, recomendado para todo o
Brasil.
Delineamento experimental
O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados, foram
utilizadas quatro repetições. O espaçamento utilizado foi de 0,80 m entre linhas e
0,25 m entre plantas, totalizando a área da parcela de 19,20 m
2
, composta por 96
plantas, das quais 48 compuseram a parcela útil.
Caracteres avaliados e metodologia de avaliação
A avaliação dos caracteres estudados seguiu a metodologia descrita por
CASTIGLIONE et al. (1997), como segue:
a) Dias da semeadura a emergência (S-E): Período decorrido desde a
semeadura (S) até emergência (E), ou seja, o aparecimento da primeira
folha acima dos cotilédones em 50% das plântulas da parcela.
b) Dias da emergência a floração inicial (E-FI): Período decorrido desde a
emergência até o surgimento de um pequeno broto floral em 50% das
plantas da parcela (FI).
c) Dias da floração inicial a floração plena (FI-FP): Período decorrido desde FI
até o momento no qual 50% dos capítulos da parcela encontravam-se
totalmente abertos (FP).
d) Dias da floração plena a maturação fisiológica (FP-MF): Período decorrido
desde FP até maturação dos aquênios (MF), identificada quando as
brácteas apresentaram coloração amarelo e castanho em 50% dos
capítulos.
Análise estatística
Após as avaliações e tabulações dos dados em planilha eletrônica, os
mesmos foram submetidos a análise de variação pelo Procedimento GLM (General
Linear Models) do pacote estatístico SAS Learning Edition (2002), com a finalidade
42
de corrigir os efeitos das parcelas perdidas durante a condução do experimento.
Após a verificação da significância das interações, as mesmas foram desmembradas
em seus efeitos simples, onde as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5
% probabilidade de erro.
Resultados e Discussão
As análises de variação conjunta dos dados revelaram diferenças
significativas para interação tripla em todas as variáveis fenológicas, exceto dias da
emergência ao início da floração (E-FI). Para as interações duplas, a resposta foi
semelhante dentro das variáveis fenológicas, onde somente a variáveis dias da
floração inicial a floração plena (FI-FP) não apresentou diferença para a interação
dupla entre genótipos e época. Quanto ao coeficiente de variação as quatro
variáveis fenológicas apresentaram baixíssima variação, indo de 0 a 3,94 (Tabela 1).
Para o ano agrícola de 2009/10 a interação entre épocas de cultivo
(semeadura) dos genótipos houve diferença significativa a 5 % de probabilidade de
erro (P > F) para a todas as variáveis fenológicas avaliadas (Tabela 1). Esses
resultados indicam que a época de cultivo causou interferência sob a expressão dos
caracteres ficando as diferenças entre genótipos expressas dentro de cada época de
cultivo e as modificações causadas dentro de cada genótipo com alteração da época
de cultivo.
De acordo com a análise de variância dos cinco genótipos estudados no ano
agrícola de 2008/09 em duas épocas de cultivo, para os caracteres fenológicos a
interação entre genótipos e épocas apresentou significância a 5 % de probabilidade
de erro pelo Teste de F (P>F), para todas as variáveis fenológicas (Tabela 1).
Os coeficientes de variação para todos os caracteres avaliados apresentaram
de muito baixa a baixa magnitude (0,01 a 7,408, respectivamente) de acordo
classificação de PIMENTEL GOMES (1990). Desta forma, ressalta-se que o
planejamento experimental e o delineamento estatístico foram eficientes em eliminar
as características estranhas potencialmente perturbadoras dos resultados.
Tabela 1 Análise de variância para as variáveis de natureza fenológicas (S-E, E-FI, FI-FP e FP-MF) para os genótipos Hélio 250
e 251 de girassol nos anos agrícola 2008/09, 2009/10 e análise conjunta dos mesmos. Campus da UFSM. Frederico Westphalen,
RS.
Fator Variação G.L.
2008/09 2009/10 Conjunta
S-E E-FI FI-FP FP-MF S-E E-FI FI-FP FP-MF S-E E-FI FI-FP FP-MF
Bloco 3 0 0 0 0 0,078 0,126 1,208 0 0,0 *
0,128 ns 0,128 ns
0,0 *
Época 2 187,50* 2343,24* 145,20* 288,30* 369,427* 6148,817* 18,335*
238,253* 156,28 *
2286,07 *
31,96 * 227,67 *
Genótipo 1 (4) 1,64* 64,93* 24,48* 10,94* 0,385* 20,136* 11,249*
113,404* 0,417 * 7,2 *
0,176 ns
6,89 *
Genótipo x Época 2 (8) 1,64* 80,45* 22,56* 42,44* 0,383* 5,568* 5,084* 6,604* 0,206 * 12,01*
0,094 ns
9,78 *
Ano 1 3,339 * 52,89 * 14,422 *
772,89 *
Ano x Época 1 3,709 * 130,1 * 34,793 *
24,45 *
Ano x Genótipo 1 0,412 * 0,91 * 0,91 * 6,111 *
Ano x Época x
Gen 1 0,412 *
0,079 ns
0,91 * 6,111 *
MÉDIA
10,3 62,44 32 32 8,188 58,602 8,573 22,852 8,857 59,21 8,06 23,62
C.V.
0,01 0,01 0,01 0,01 3,184 0,755 7,408 0,01 0,01 0,53 3,94 0,01
OBSERVAÇÃO:
* Teste de F: Significativo a 5 % de probabilidade de erro.
ns = Não significativo com a probabilidade de erro a 5 %.
Caracteres Fenológicos: S-E: Dias da semeadura a emergência; E-FI: Dias da emergência a floração inicial; FI-FP: Dias da floração inicial e floração plena
e FP-MF: Dias da floração plena a maturação fisiológica. Em todos os casos observados 50% da parcela experimental.
43
44
Para o ano agrícola 2008/09 a variável fenológica S-E dentro do primeiro
período não apresentou diferença significativa entre os genótipos testados, no
entanto, para o segundo período os genótipos Hélio 358 e 250 apresentaram rápida
emergência, levando sete dias entre a semeadura e a emergência (Tabela 2).
Quando considerado cada genótipo frente aos dois períodos de avaliação, a
segunda época reduziu significativamente o número de dias da semeadura à
emergência para todos os genótipos.
Para a variável fenológica E-FI, dentro da primeira época, o genótipo Hélio
358 foi o que apresentou menor ciclo vegetativo, levando 61 dias para iniciar o
período reprodutivo (Tabela 2). Por outro, lado Hélio 885 foi o que apresentou um
maior ciclo vegetativo com 78 dias para iniciar a floração. Considerando a segunda
época de cultivo os genótipos apresentaram magnitudes muito próximas, variando
de 53 a 55 dias, entretanto, houve diferença significativa entre as médias sendo
Hélio 251 com 53 dias o mais precoce e os genótipos Hélio 358 e Hélio 884 os mais
tardios com 55 dias para completar este período.
Quando avaliado cada genótipo frente aos dois períodos de semeadura, o
segundo período de avaliação (época 2) reduziu significativamente o número de dias
do ciclo vegetativo da ordem de 23 %, para todos os genótipos testados.
Os genótipos Hélio 250 e Hélio 251 (para a primeira época e segunda época,
respectivamente) foram aqueles que apresentaram menor período de tempo para
atingir FI-FP (Tabela 2). Avaliando a diferença entre épocas, a primeira apresentou
menor período de tempo entre a floração inicial e a floração plena para todos os
genótipos, exceto para Hélio 358.
Na variável fenológica FP-MF, dentro da primeira época, o genótipo Hélio 358
foi o mais precoce em relação aos demais, confirmando o acumulado de 115 dias
entre a emergência e a maturação fisiológica (Tabela 2). E genótipos lio 251 e
Hélio 884 apresentaram maior mero de dias entre floração plena e a maturação
fisiológica. Dentro da segunda época os genótipos Hélio 250 e Hélio 251 foram os
que apresentaram menores valores de dias (26 dias) para FP-MF. Na comparação
entre épocas, observa-se redução do número de dias para FP-MF para a segunda
época em todos os genótipos estudados, exceto Hélio 358 que aumentou o número
de dias.
Para o ano agrícola 2009/10 a variável fenológica S-E na primeira época de
cultivo, revelou que os materiais avaliados apresentaram comportamento
45
semelhante, com exceção do genótipo Hélio 253, o qual apresentou maior número
de dias para atingir 50 % de emergência das plântulas (Tabela 2). Na segunda e
terceira época todos os genótipos apresentaram comportamento semelhante, não
diferindo entre si.
Na variável E-FI para a primeira época lio 250 e Hélio 360 foram os que
apresentaram o período mais curto entre a emergência e o início da floração (Tabela
2). Para o genótipo Hélio 253 o comportamento foi intermediário em relação aos
demais. Para a segunda época Hélio 253 foi o que apresentou o menor período de
tempo e o Hélio 360 o segundo menor período. Na terceira época os genótipos Hélio
251 e Hélio 250 revelaram o menor período de tempo, ficando o Hélio 253 com a
segunda posição referente ao tempo para atingir a floração inicial. A interferência
das diferentes épocas sobre o comportamento dos genótipos testados foi que a
terceira época reduziu significativamente o número de dias da emergência a floração
inicial, o mesmo comportamento foi observado para a segunda época quando
comparado com a primeira.
Para FI-FP dentro da primeira época os genótipos testados apresentaram
comportamento semelhante, exceto para Hélio 360, o qual apresentou um maior
número de dias em relação aos demais (Tabela 2). Nas épocas 2 e 3 os genótipos
Hélio 251 e lio 250 foram os que apresentaram período de tempo mais curto para
FI-FP. O genótipo Paraíso 33, apresentou período mais longo que os demais.
Quando observado a interferência da época dentro de cada genótipo, Hélio 360 foi o
único que não apresentou alteração significativa entre as três épocas testadas.
Quando observada a variável fenológica FP-MF na primeira época, o genótipo
Paraíso 33 foi o que apresentou o maior período de enchimento de grãos, enquanto
que o Hélio 250 levou menor tempo para atingir a maturação fisiológica (Tabela 2).
Para as épocas 2 e 3 o genótipo Paraíso 33 continuou sendo aquele que apresentou
maior número de dias para atingir a maturação fisiológica. Por outro lado, para estas
duas épocas o genótipo que apresentou menor período de tempo foi o Hélio 253.
Para a interferência das épocas de cultivo dentro de cada genótipo, a primeira época
foi a que apresentou o maior número de dias para atingir a maturação fisiológica
seguida das épocas 3 e 2, respectivamente, exceto para Hélio 250, o qual
apresentou as épocas 1 e 3 semelhantes seguidas da época 2.
Tabela 2 Comparação de médias de cinco genótipos de girassol na safra 2008/09 e seis na safra 2009/10 para as variáveis
fenológicas S-E, E-FI FE-FP e FP-MF. Campus da UFSM - Frederico Westphalen-RS,2010.
GENÓTIPOS 2008/09
S-E E-FI FI-FP FP-MF
AVALIADOS
Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3
Hélio 250
13 aA
7,0 cB - 70,0 dA 54,0 bB - 6,0 dB 12,0 cA SI 36,0 bA 26,0 dB -
Hélio 251
13 aA
8,0 bB - 73,0 cA 53,0 cB - 7,0 cB 12,0 cA SI 37,0 aA 26,0 dB -
Hélio 358
13 aA
7,0 cB - 61,0 eA 55,0 aB - 15,0 aA 13,0 bB SI 30,0 cB 32,0 aA -
Hélio 884
13 aA
9,0 aB - 74,0 bA 55,0 aB - 7,0 cB 14,0 aA SI 37,0 aA 30,0 cB -
Hélio 885
13 aA
9,0 aB - 78,0 aA 54,0 bB - 8,0 bB 14,0 aA SI 36,0 bA 31,0 bB -
2009/10
Paraiso 33
13,000 bA 6,00 aB 6,00 aB 81,67 aA 54,00 aB 49,00 aC 6,67 bB 11,00 Aa 12,00 aA 33,00 aA 24,00 aC 27,00 aB
Hélio 251
13,000 bA 6,00 aB 6,00 aB 81,00 aA 52,00 bB 46,00 dC 7,00 bB 8,00 cA 7,00 dB 25,00 cA 16,00 eC 20,00 eB
Hélio 250
13,000 bA 6,00 aB 6,00 aB 77,50 cA 52,00 bB 46,00 dC 7,50 Ba 8,00 cA 7,00 dB 20,00 dA 16,00 eC 20,00 eA
Hélio 253
14,250 aA 6,00 aB 6,00 aB 79,23 bA 50,00 dB 47,00 cC 6,75 Bb 9,00 bA 9,00 cA 27,00 bA 19,00 dC 22,00 dB
Hélio 360
13,000 bA 6,00 aB 6,00 aB 76,67 cA 51,00 cB 48,00 bC 9,67 aA 9,00 bA 10,00 bA 25,00 cA 20,00 cC 24,00 cB
HLA 211
12,750 bA 6,00 aB 6,00 aB 81,50 aA 54,00 aB 48,00 bC 7,00 bB 9,00 bA 10,00 bA 27,00 bA 22,00 bC 26,00 bB
OBSERVAÇÃO:
S-E: Dias da semeadura e emergência (50 % da parcela).
E-FI: Dias da emergência a floração inicial (50 % da parcela).
FI-FP: Dias da floração inicial a floração plena (50 % da parcela).
FP-MF: Dias da floração plena a maturação fisiológica (50 % da parcela).
Letras minúsculas iguais na coluna e maiúsculas iguais na linha indicam não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância.
47
Para a variável fenológica S-E, os dois genótipos avaliados apresentaram
diferença significativa somente dentro da época dois para o primeiro ano (safra
2008/09), ficando o genótipo Hélio 250 para esta condição com menor número de
dias para atingir 50% de emergência das plântulas (Tabela 3). Quando comparado
dentro do primeiro ano, a segunda época apresentou menor número de dias em
relação à primeira, sendo o mesmo comportamento observado para o segundo ano
(safra 2009/10), dentro do qual a segunda e a terceira época revelaram-se
semelhantes. Para comparação entre anos, a primeira época não diferiu de um ano
para outro, enquanto que, para a segunda época, o segundo ano de cultivo
apresentou uma redução significativa para o número de dias.
No ano 2008/09, o genótipo Hélio 250 necessitou menor número de dias para
E-FI dentro para na primeira época, enquanto que na segunda época, foi genótipo
Hélio 251 que apresentou o menor número de dias (Tabela 3). Para esse ano,
ocorreu redução significativamente dos dias para E-FI.
Em 2009/10, os genótipos diferiram somente dentro da primeira época, sendo
Hélio 250 foi o mais precoce (Tabela 3). Também foi observada redução gradativa e
significativa do número de dias para E-IF da primeira até a terceira época. Para a
comparação entre os anos, somente a primeira época apresentou diferença
significativa entre o primeiro e segundo ano, sendo o primeiro o que necessitou do
menor número de dias.
A variável fenológica FI-FP apresentou diferença significativa entre os
genótipos nos dois anos agrícolas (Tabela 3). Para o primeiro ano, Hélio 250 foi o
mais precoce e para o segundo ano, Hélio 251 revelou menor número de dias para
atingir a floração plena. Quando comparada às épocas dentro do primeiro ano, a
primeira época foi significativamente menor do que a segunda época, e para o
segundo ano, a segunda época também revelou um maior número de dias para
atingir a floração plena, sendo a primeira e a terceira época, semelhantes. Para a
comparação de época entre anos, somente a segunda época para o segundo ano foi
significativamente inferior à mesma época no primeiro.
A variável fenológica FP-MF revelou que somente a primeira época, tanto
dentro do primeiro ano quanto no segundo, revelou diferença significativa para os
genótipos, sendo Hélio 250 o que necessitou o menor número de dias para atingir a
maturação fisiológica. Quando comparado os anos, o segundo ano apresentou
menor número de dias para todas as épocas em relação ao primeiro.
Tabela 3 Comparação de médias conjunta para os anos agrícolas 2008/09 e 2009/10 e as épocas de semeadura para as
variáveis fenológicas S-E, E-FI, FI-FP e FP-MF dos genótipos Hélio 250 e Hélio 251. Campus da UFSM - Frederico Westphalen-
RS.2010.
GENOTIPO
S-E S-E E-FI E-FI
2008/09 2009/10
2008/09
2009/10
Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3
H
élio
250
13 aAα
7,0 bBα
SI
13 aAα
6,0 aBβ 6,0 aB 70,0 bAβ 54,0 aBα
SI
77,50 bAα
52,0 aBα
46,0 aC
H
élio
251
13 aAα
8,0 aBα
SI
13 aAα
6,0 aBβ 6,0 aB 73,0 aAβ 53,0 bBα
SI
81,0 aAα 52,0 aBα
46,0 aC
GENOTIPO
FI-FP FI-FP FP-MF FP-MF
2008/09 2009/10 2008/09 2009/10
Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3 Época 1 Época 2 Época 3
H
élio
250
6,0 bBα
12,0 aAα
SI
7,5 aBα
8,0 aAβ 7,0 aB 36,0 bAα
26,0 aBα
SI
20,0 bAβ 16,0 aBβ
20,0 aA
H
élio
251
7,0 aBα
12,0 aAα
SI
7,0 bBα
8,0 aAβ 7,0 aB 37,0 aAα
26,0 aBα
SI
25,0 aAβ 16,0 aCβ
20,0 aB
OBSERVAÇÃO:
S-E: Dias da semeadura e emergência (50 % da parcela).
E-FI: Dias da emergência a floração inicial (50 % da parcela).
FI-FP: Dias da floração inicial a floração plena (50 % da parcela).
FP-MF: Dias da floração plena a maturação fisiológica (50 % da parcela).
Letras minúsculas iguais na coluna, maiúsculas iguais na linha e grega na linha entre anos indicam não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey ao
nível de 5% de significância.
49
O ambiente agrícola influencia de forma significativa, bem como, as épocas
de semeadura na expressão de caracteres de natureza fenológica da cultura do
girassol. No entanto, a variável FI-FP mostrou-se insensível a variação em épocas
de semeadura e genótipos testados, revelando que este caráter apresenta alta
penetrância e expressividade.
A duração do ciclo vegetativo total pode variar de 90 a 130 dias, dependendo
da cultivar, da data de semeadura e das condições ambientais características de
cada região e ano, (CASTIGLIONI et al.,1997), além da época de semeadura
(MELLO et al., 2006).
O período entre a germinação e a emergência foi prolongado de 7 dias,
período normal considerado por CASTIGLIONI et al., (1997) para 13 dias após a
semeadura, devido à temperatura média do período ser inferior à temperatura ótima
de 20ºC.
Em solos com aeração e disponibilidade hídrica normais, a temperatura é o
principal fator limitante à germinação da semente de girassol. Em temperaturas
abaixo de 3 a 4 ºC a germinação é inibida, crescendo exponencialmente em
temperaturas acima deste limite aestabilizar-se entre 6 e 23 ºC. Acima de 25 ºC a
germinação decresce rapidamente, sendo levemente inibida entre 37 e 40 ºC
(MACCHIA et al., 1985; GAY et al. 1991) e totalmente inibida a temperaturas
superiores a 45 ºC (CORBINEAU et al., 2002).
A cultura do girassol tem a duração de seu ciclo afetada basicamente pelos
seguintes elementos climáticos: temperatura do ar; radiação solar e fotoperíodo
(GOYNE & HAMMER, 1982). Porém, de acordo com ROBINSON (1979), o girassol
pode ser considerado pouco sensível ao fotoperíodo, por florescer numa larga faixa
de comprimento do dia. No Brasil, a influência do clima na duração do ciclo e dos
subperíodos do girassol está relacionada, principalmente, com a temperatura do ar
(MASSIGNAM & ANGELOCCI, 1993; SENTELHAS et al., 1994).
O período de crescimento vegetativo, com duração de 80 dias, também foi
prolongado, considerado ideal por CASTRO & FARIAS (2005) como sendo entre 55
a 60 dias. BACKES et al. (2008) ao avaliarem 12 genótipos de girassol, obtiveram
tempo médio para a floração plena de 60,58 dias e 68,77 para plantios em janeiro e
fevereiro, respectivamente, concluindo que o plantio mais tardio foi o responsável
pelo aumento do referido período. A temperatura média de 19,2ºC, abaixo da faixa
ideal de 25 a 27ºC ocasionou o prolongamento desta fase.
50
Segundo CASTIGLIONI et al. (1997), o consumo de água requerido na fase
de crescimento é de 1,8 a 6,2mm por dia, sendo que nas condições do experimento
a precipitação média diária obtida foi de 3,1mm.
No período de florescimento, ocorreu retardamento no florescimento que
ocorreu em 8-12 dias, e a precipitação média diária foi de 5,4mm, valor abaixo do
requerido, que é de 6 a 8 mm (CASTIGLIONI et al., 1997). Para AFFÉRI et all
(2008), a maioria das cultivares, indicou um aumento no número de dias para o
florescimento. Esses resultados estão também em concordância com BACKES et al.
(2008), que verificaram atrasos no florescimento com o retardamento da semeadura.
Durante a fase de florescimento, a temperatura máxima registrada foi de
28,6ºC, abaixo do limite de 35ºC. Temperaturas elevadas aceleram o florescimento e
dificultam a polinização adequada (CASTIGLIONI et al., 1997). No trabalho
conduzido por MORETI et al., (1996), as abelhas eram os insetos mais freqüentes
na área em estudo (uma média de 5,30 visitas de Apis. mellifera/flor) no horário mais
visitado, quando a cultura estava em pleno florescimento e semeada na época
preferencial.
A maturação encontrada no estudo também foi retarda com o atraso na
semeadura, tendo esta influência direta da época de semeadura e de ambiente de
cultivo. CRUZ & REGAZZI (2001) afirmam que fatores fisiológicos e bioquímicos
próprios de cada genótipo são a principal causa da interação G x A. Como os
genótipos se desenvolvem em sistemas dinâmicos, em que ocorrem constantes
mudanças, desde a semeadura até a maturação, geralmente um comportamento
diferenciado dos mesmos na resposta às variações ambientais.
KOLE & GUPTA (1982) verificaram que nas variedades Modem (anã) e EC-
68414 (alta) de girassol, a maturidade fisiológica foi atingida entre 30 e 36 dias após
o florescimento, quando apresentou máximo aumento em peso seco; aos 36 dias,
sua germinação foi 89 e 86% respectivamente. Flint Jr., citado por BITTENCOURT
(1984), estudando a maturação do “Peredovik”, concluiu que a matéria seca, a
porcentagem de germinação e o teor de óleo aumentaram até 40 dias após o
florescimento, quando foi alcançada a maturidade fisiológica. BITTENCOURT
(1984), trabalhando com os cultivares IAC-Anhandy e Cortisol (híbrido), verificou que
a maturidade fisiológica das sementes ocorreu entre 39 e 42 dias após o
florescimento para o primeiro e entre 26 e 40 dias para o segundo. Conforme esse
autor, para a obtenção de sementes com alta capacidade germinativa e vigor, a
51
colheita poderia ser realizada aos 100-105 dias após o plantio para o lAC-Anhand e
aos 110-115 dias para o Contisol.
Conclusões
Os caracteres fenológicos dias da semeadura a emergência; dias de
emergência a floração inicial e dias da floração plena a maturação fisiológica da
cultura do girassol sofrem influência das condições ambientais e da época de
semeadura.
A variável fenológica dias do início da floração a floração plena não apresenta
interferência da época de semeadura, revelando este, ser um caráter que possui alta
penetrância e expressividade, ou seja, é pouco influenciado pelas condições
ambientais, fotoperíodo e soma térmica.
Referências bibliográficas
AFFÉRRI F.S.; BRITO,*L.R.; SIEBENEICHLER,*S.C.; PELUZIO, J.M.;
NASCIMENTO,*L.C.; OLIVEIRA,*T.C. Avaliação de cultivares de girassol, em
diferentes épocas de semeadura, no sul do estado do tocantins, safra 2005/2006.
Amazônia: Ci. & Desenv., Belém, v. 4, n. 7, p.79-87 2008.
ALLARD, R, W. Principle of plant breeding. 3.ed. New York: J. Wiley, 1960. 485p.
BACKES, R. L.; SOUZA, A. M. de; BALBINOT JUNIOR, A. A.; GALLOTTI, G. J. M.;
BAVARESCO, A. Desempenho de cultivares de girassol em duas épocas de plantio
de safrinha no planalto norte catarinense. Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.1, p. 41-
48, 2008.
BITTENCOURT, J.F.N. Maturação de sementes de girassol (Helianthus annuus L).
Jaboticabal, UNESP, 1984. 97p. Tese (Mestrado).
CASTIGLIONI, V.B.R., BALLA, A., CASTRO, C., SILVEIRA, J.M. Fases de
desenvolvimento da planta do girassol. Documentos, EMBRAPA-CNPSo. n.58,
1997, 24 p.
CASTRO, C. DE; CASTIGLIONI, V.B.R.; BALLA, A.; LEITE, R.M.V.B. DE C.;
KARAM, D.; MELLO, H.C.; GUEDES, L.C.A.; FARIAS, J.R.B. A cultura do girassol.
Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 1996. 38p. (Circular Técnica, 13).
CASTRO, C. de; FARIAS, J.R.B. Ecofisiologia do girassol. In: LEITE, R.M.V.B.C.;
BRIGHENTI, A.M.
; CASTRO, C. de. (Eds.). Girassol no Brasil. Londrina: Embrapa
Soja, 2005. cap.9, p.163-218.
52
CORBINEAU, F.; GAY-MATHIEU, C.; VINEL, D.; CÔME, D. Decrease in sunflower
(Helianthus annuus L.) seed viability caused by high temperature as related to
energy metabolism, membrane damage and lipid composition. Physiologia
Plantarum, v.116, p.489-496. 2002.
CRUZ, C.D.; REGAZZI, A.J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento
genético. 2. ed. Viçosa: UFV, 390p. 2001
GAY, C.; CORBINEAU, F.; CÔME, D. Effects of temperature and oxigen on seed
germination and seedling growth in sunflower (Helianthus annuus L.). Enviromental
and Experimental Botany, v.31, p.193-200. 1991.
GOYNE, P.J.; HAMMER, G.L. Phenology of sunflower cultivars. II. Controlled
environment studies of temperature and photoperiod effects. Australian Journal of
Research, v.33, p.251-261, 1982.
KOLE, S. & GUPTA, K. The timing of physiological maturity of seeds of sunflower:
evaluation through multiple tests. Seed Science & Technology, 10:457-467, 1982.
LEITE, R.M.V.B.C.; CASTRO, C.; BRIGHENTI, A.M.; OLIVEIRA, F.A.; CARVALHO,
C.G.P.;OLIVEIRA, A.C.B. Indicações para o cultivo de girassol nos Estados do Rio
Grande do Sul,Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Roraima.
Londrina: Embrapa Soja, 2007. 4p. (Embrapa Soja. Comunicado Técnico, 78).
MASSIGNAM, A.M.; ANGELOCCI, L.R. Determinação da temperatura-base e de
graus-dia na estimativa da duração dos sub períodos de desenvolvimento de três
cultivares de girassol. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v.1, p.71-79, 1993.
MELLO, R.; NÖRNBERG, J.L.; RESTLE, J.; NEUMANN, M.; QUEIROZ, A.C.;
COSTA, P.B.; MAGALHÃES, A.L.R.; DAVID, D.B. de. Características fenológicas,
produtivas e qualitativas de girassol em diferentes épocas de semeadura para
produção de silagem. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.35, n.3, p.672 -
682, 2006.
MORETI, A.C.C.C.; SILVA, R.M.B.: SILVA, E.C.A.;M.L.T.M.F.,ALVES; OTSUK, I.P.
Aumento na Produção de sementes de Girassol (Helianthus annuus) Pela Ação dos
Insetos Polinizadores. Scientia agrícola, v. 53 n.2-3, p.280-284, 1996.
PIMENTEL-GOMES, F. Curso de estatística experimental. Piracicaba: Nobel,
1990, 476p.
PORTO, W. S.; CARVALHO, C. G. P. de; BARTH PINTO, R. J. Adaptabilidade e
estabilidade como critérios para seleção de genótipos de girassol. Pesquisa
Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v. 42, p. 491-499, 2007.
REYES, F.G.R.; GARIBAY, C.B.; UNGARO, C.B.; TOLEDO, M.C.F. Girassol:
cultura e aspectos químicos, nutricionais e tecnológicos. Campinas: Fundação
Cargil, 1985. 88p.
ROBINSON, R.G. Production and culture. In: CARTER, J.F. Sunflower science and
technology. (ASA. Agronomy Series, 19). Madison: ASA, 1979. p.89-95.
53
ROSSI, R.O. Girassol. Curitiba: Tecnoagro, 1997. 333p
SANGOI, L.; SILVA, P. R. F. da. Distribuição e acúmulo de matéria seca em duas
cultivares de girassol em três épocas de semeadura. Pesquisa Agropecuária
Brasileira. Brasília, v. 23, n. 5, p. 489-502, 1988.
SAS LEARNING EDITION. Programa SAS - Getting started with the SAS Learning
Edition. Cary: SAS Publishing, 2002. 200p.
SASTRY, P.S.N.; CHAKRAVARTY, N.V.K. Energy summation index for wheat crop
in India. Agricultural and Forest Meteorology, v.27, n.1-2, p.45-48, 1982.
SENTELHAS, P.C.; NOGUEIRA, S.S.S.; PEDRO JR., M.J.; SANTOS, R.R.
Temperatura-base e graus-dia para cultivares de girassol. Revista Brasileira de
Agrometeorologia, v.2, p.43-49, 1994.
STRECK, E.V.; KAMPF, N.; DALMOLIN, R.S D. et al. Solos do Rio Grande do Sul.
Editora: Ufrgs. 122 p.:, 2009.
WANG, J.Y. A critique of heat approach to plant response studies. Ecology, v.41,
n.4, p.785-790, 1960.
CAPÍTULO III
MODELO DE REGRESSÃO E FASES DE DESENVOLVIMENTO DA
CULTURA DO GIRASSOL NA REGIÃO NOROESTE DO RS.
REGRESSION MODEL AND SUNFLOWER DEVELOPMENT STAGES
IN NORTHWESTERN REGION OF THE RS
Resumo
O girassol (Helianthus annuus L.) é uma cultura que se adapta a diferentes
condições edafoclimáticas, podendo ser cultivada desde em quase todo o Brasil.
Foram cultivados os genótipos Hélio 250, 251 nas safras 2008-09 e 2009-10 em três
épocas (agosto, outubro e dezembro). O experimento foi conduzido em blocos
completos com quatro repetições no Campus da UFSM em Frederico Westphalen,
na região noroeste do RS. Foram estimadas equações regressão linear múltipla,
através do método Backward, em nível de 5% de probabilidade de erro. As variáveis
independentes de entrada nos modelos foram a temperatura xima e mínima,
precipitação pluvial e graus-dia em cada fase fenológica. As variáveis dependentes
foram às fases fenológicas e o rendimento. Não houve interação entre as variáveis
independentes e dependentes, sendo utilizados os valores dios das variáveis
independentes ocorridas entre as datas das fases fenológicas para a obtenção das
equações de regressão. A soma térmica e as temperaturas máximas e mínimas são
determinantes para os subperíodo fenológicos da cultura do girassol, sendo o
rendimento de aquênios influenciado pela soma térmica dos subperíodo da
semeadura a emergência, desta com a floração inicial e a floração plena. Quanto às
épocas de semeadura, a de agosto apresenta um aumento do ciclo da planta,
enquanto que a de dezembro sugere uma redução do ciclo. A época de semeadura
de outubro é a indicada para a cultura na região Noroeste do Rio Grande do Sul.
Palavras-chave: Fenologia; Rendimento; época de semeadura
55
Abstract
The sunflower adapts to different edaphoclimatics conditions, could being cultivated
in almost all over the Brazil. The genotypes cultivated were Hélio 250 and 251 in
2008-09 and 2009-10 harvest in three seasons (August, October and December).
The experiment was conducted in RBC with four replications in the UFSM Campus in
Frederico Westphalen, in northwestern region on the RS. It was estimated linear
multiple regression, using the Backward method, in 5% error probability. The
independent variables were minimum and maximum air temperature, rain and
degrees-day in each phenological phase. The dependent variables were the
phenological phases and yield. There was no interaction between the independent
and dependent variables, thus, it was utilized medium values of the independent
variables occurred between each phenological phases for estimates regressions
equations. The thermal time and maximum and minimum temperatures are
determinates for the phenologics sub-phases of the sunflower culture. The grain yield
is influenced by thermal time in sowing to emergence, initial flowering to full
flowering. August sowing date increase of the plant cycle, while the December
suggest a cycle reduction. The October is the preferred sowing date of the culture to
the Northwestern of RS.
Key words: phenological phases, sowing date, grain yield.
Introdução
Dentre as culturas oleaginosas cultivadas no Brasil, a do girassol é a que
mais cresceu nos últimos anos, tanto em área de cultivo como em produção, sendo
classificada atualmente como a segunda maior fonte de matéria prima para a
indústria de óleo comestível do mundo (COBIA & ZIMMER, 1978).
O girassol é uma cultura que apresenta características desejáveis sob o ponto
de vista agronômico, como ciclo curto, elevada qualidade e bom rendimento em óleo
(SILVA & SANGOI, 1985), que fazem dela uma boa opção aos produtores
brasileiros. Dentre os fatores que afetam sua produtividade, destaca-se o clima
condicionando o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo (MASSIGNAN &
ANGELOCCI, 1993; SENTELHAS et al., 1994), a composição química da planta
56
quanto ao teor e qualidade de óleo (ROBINSON, 1970; UNGARO et al., 1997), a
duração dos subperíodo de desenvolvimento da cultura (SILVEIRA et al., 1990), e,
principalmente, o rendimento de grãos (SANGOI & SILVA, 1985; SOJKA et al.,
1989).
O girassol é uma cultura que se adapta a diferentes condições
edafoclimáticas, podendo ser cultivada desde o Rio Grande do Sul até o Estado de
Roraima. Em função da disponibilidade hídrica e da temperatura, características de
cada região, pode ser cultivado como primeira cultura, aproveitando o início das
chuvas (inverno-primavera), ou como segunda cultura (verão-outono), aproveitando
o final das chuvas. Recomendam-se especial cuidado em não cultivá-lo em épocas
favoráveis ao aparecimento de doenças, especialmente aquelas que ocorrem no
final do ciclo das plantas, imediatamente após o florescimento, evitando, assim,
regiões com baixas temperaturas no final do ciclo (LEITE et al,. 2007).
Considerando, a possibilidade de rotação com as culturas predominantes na
Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, verifica-se que o girassol é uma
importante opção aos agricultores, pelo risco reduzido nas épocas antes e após as
culturas predominantes, ou seja, no período compreendido entre setembro/outubro e
janeiro/fevereiro, o que concorda com os estudos de CÂMARA & MONTEIRO
(1997). Estes autores destacam ainda como vantagens, a ampla adaptabilidade e
plasticidade da cultura do girassol às diferentes épocas de semeadura e as boas
condições operacionais para o produtor, pois utiliza o mesmo maquinário destinado
à produção de soja e milho, com pequenas modificações.
Trabalhos de zoneamento agrícola no Brasil foram efetuados por diversos
autores, alguns inclusive sobre fruteiras (CAMARGO et al., 1971; CAMARGO et al.,
1974; Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária, 1978; MOTA et al., 1971;
MOTA et al., 1978; ALFONSI, 1996; CASTRO TEIXEIRA & AZEVEDO, 1996).
Posteriormente, MOTA et al. (1978) efetuaram a classificação agroclimatológica para
todo o Brasil com base nos aspectos de fotoperíodo e térmicos. Deve-se também
mencionar, o zoneamento agroclimático do Estado de São Paulo efetuado por
CAMARGO et al. (1971).
Para determinação da época de semeadura mais adequada para uma
espécie numa dada região, vários métodos podem ser empregados, como os
experimentos de campo, avaliando-se variáveis biométricas da cultura, e as
57
simulações, pelo uso de modelos agrometeorológicos de estimativa da produtividade
agrícola.
No Brasil, tem sido realizados trabalhos para determinação de épocas de
semeadura para as culturas de milho (ALFONSI et al., 1997), feijão (WREGE et al.,
1997), trigo (CUNHA et al., 1997) e soja (CUNHA et al., 1998) entre outras, visando
subsidiar projetos agrícolas de implantação de culturas. Para girassol, destacam-se
os trabalhos desenvolvidos por ZAFFARONI et al. (1994), para o Estado da Paraíba,
por SILVEIRA et al. (1990) e BARNI et al. (1995, 1996), para o Estado do Rio
Grande do Sul, e por BEVITÓRI & BALLA (1997), para o Estado de Goiás.
O objetivo deste trabalho foi dentificar as principais fases do desenvolvimento
da cultura dentro das épocas de semeadura testadas. Também o objetivo de
construir um modelo com base em equações de regressão conjunta que expressem
o crescimento da cultura do girassol nas condições de campo. E, desta forma possa
ser empregado como ferramenta para se estimar o potencial produtivo da cultura do
girassol para a região Noroeste do RS, com base na projeção das variáveis
meteorológicas para o período e do manejo desde a implantação até a colheita
desta importante oleaginosa.
Material e métodos
Localização do experimento
O experimento foi conduzido nos anos agrícolas de 2008/09 e 2009/10 nas
épocas de cultivo dos meses de agosto, setembro e outubro de cada ano agrícola no
Campus da UFSM de Frederico Westphalen – RS, situado na BR 386, linha Sete de
Setembro, latitude 27°23’26’’; longitude 53°25’43’’, a 641,3 m de altitude.
Os solos desta região são classificados como latossolos, sendo muito
profundos e homogêneos, altamente intemperizáveis, bem drenados, apresentando
normalmente A-Bw-C. Tem pouco incremento de argila no decorrer do perfil, com
perfil homogêneo, difícil de separar os horizontes; Pobres quimicamente (alta
caulinita e óxidos de ferro); No RS tem Latossolos Brunos (transição entre os
Campos de Cima da Serra e o Planalto) e Vermelhos, muito usado para cultivos
anuais (STRECK et al, 2009).
58
A correção do pH e a adubação do solo foram realizadas a partir de análise
de solo da área experimental, seguindo as recomendações da Comissão de Química
e Fertilidade do Solo - RS/SC (2004). Nas semeaduras foram utilizados 300 kg ha ¹
da formulação 05-20-20 + 0,5 (NPK+B). A adubação nitrogenada com 45 kg de N
com adubo comercial uréia (45 % N) por hectare em cobertura foi aplicada aos trinta
dias após a emergência a lanço na entrelinha seguida de capina manual., O solo da
área experimental do CDE-CAFW-UFSM, Frederico Westphalen-RS, conduzido no
sistema de semeadura direta na palha (PDP) apresentava o cultivo de aveia preta
(Avena strigos Schereb.) no inverno e todos os cultivos (safra 2008-09 e 2009-10)
foram implantadas sobre a palhada desta cultura. Sendo a tecnologia de produção
para a cultura com base nas Indicações para o cultivo de girassol nos Estados do
Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Roraima
(LEITE et al,. 2007).
Segundo a classificação climática de KÖPPEN & GEIGER (1928) o clima da
região é Cfb (clima temperado úmido) com verão temperado, ou seja, subtropical
úmido com temperatura média anual de 19,1°C, variando com máxima de 38° e
mínimo de C (MORENO, 1961). Quanto aos dados climatológicos base para os
nossos estudos foram coletados a partir dos registros da Estação do INMET (A 854)
localizada no Campus da UFSM- CESNORS – Departamento de Agronomia de
Frederico Westphalen – RS. Cuja abertura foi em: 13/12/2007 com a seguinte
localização: latitude: -27.3956º, longitude: -53.4294º e altitude: 490.00 metros,
estando a cerca de 700 metros da área experimental.
Material experimental
Nos anos agrícolas de 2008/09 e 2009/10 foram utilizados dois genótipos
comerciais de girassol nas três épocas de cultivo sendo detentora destas sementes
a empresa HELIANTHUS DO BRASIL®,os quais foram: 1) HÉLIO 250: Híbrido
simples, cor do aquênio preta, florescimento 50 a 60 dias, maturação fisiológica 85 a
105 dias, ótima resistência ao acamamento, altura média de 160 a 180 cm,
densidade de 40000 pl/ha, 44 a 48% de óleo, recomendado para todo o Brasil. 2)
HÉLIO 251: Híbrido simples, cor do aquênio cor estriada, florescimento 52 a 65 dias,
maturação fisiológica 90 a 115 dias, ótima resistência ao acamamento, altura média
59
de 170 a 210 cm, densidade de 40000 pl/ha, 40 a 44% de óleo, recomendado para
todo o Brasil.
Delineamento experimental
Os materiais foram distribuídos na área experimental utilizando o
delineamento de blocos completos casualizados. Foram utilizadas quatro repetições,
cada qual composta por 96 plantas, das quais 48 plantas compuseram a parcela útil.
O espaçamento utilizado foi de 0,80 m entre linhas e 0,25 m entre plantas,
totalizando uma área de 19,20 m
2
.
Análise estatística
Para as estimativas das equações, foi utilizado o método geral para
regressão linear múltipla, sendo utilizada a opção Backward no método de análise,
em nível de 5% de probabilidade de erro. Este procedimento é um dos mais
utilizados, pois providencia uma relação funcional simples (linear) entre variáveis. A
relação matemática é expressa pela equação: Y = b
0
+ b
1
X
1
+ b
2
X
2
+ ... + b
n
X
n
+ e
ij
,
em que b
0
, b
1
, ..., bn são os coeficientes de regressão, ajustados a partir dos dados
experimentais; Y a variável dependente principal e X
1
, X
2
, ..., X
n
são as n variáveis
independentes e e
ij
o erro (DRAPER & SMITH, 1966).
As variáveis independentes de entrada nos modelos foram: Radiação solar
(Rad) a temperatura média do ar (TM, em °C), temperatura mínima (TMin),
temperatura xima (TMax), a precipitação pluvial (mm), a soma rmica (GD, em
°C dia
-1
;), os períodos da semeadura a emergência (S-E), da emergência ao inicio
da floração (E-FI), do inicio da floração a floração plena (FI-FP), da floração plena a
maturação fisiológica (FP-MF), e o rendimento (Kg.ha
-1
). Para o lculo das
equações de regressão, utilizaram-se os valores médios das variáveis
independentes ocorridas entre as datas das fases fenológicas. As variáveis
dependentes foram as fases fenológicas e o rendimento.
60
Resultados e Discussão
A soma térmica foi maior na fase fenológica da emergência ao inicio da
floração para todas as épocas de cultivo (Figura 1). Quando comparados, os anos
agrícolas, o primeiro ano agrícola teve influencia somente sobre a fase de
maturação fisiológica, enquanto que o segundo ano apresentou maior influencia
sobre a fase da emergência ao inicio da floração nas épocas 2 e 3. Para as demais
fases não houve alteração entre anos de cultivo.
Na Tabela 1 estão apresentadas as equações de regressão para estimativa
de rendimento e as fases fenológicas da semeadura a emergência (S-E), dias da
emergência a floração inicial (E-FI), dias da floração inicial a floração plena (FI-FP) e
dias da floração plena a maturação fisiológica (FP-MF) da cultura do girassol a partir
de elementos meteorológicos.
A análise revelou que os elementos climatológicos interagem com as fases
fenológicas. De acordo com estes resultados é possível inferir que a fase da
semeadura a emergência apresenta influencia direta da temperatura mínima, da
soma térmica e da temperatura xima, na ordem de 77,79, 22,19 e 0,02%
respectivamente. Revelando que a maior influencia é determinada pela temperatura
mínima nesta fase.
61
Soma térmica época 2
0
200
400
600
800
1000
1200
Soma térmica (oC)
Safra 2008-2009
Safra 2009-2010
Soma térmica época 1
0
200
400
600
800
1000
1200
Soma térmica (oC)
Safra 2008-2009
Safra 2009-2010
Soma térmica época 3
0
200
400
600
800
1000
1200
S - E E - DFI(R4) DFI(R4)-
DFP(R5,5)
DFP - MF
Esdios fenológicos
Soma térmica (oC)
Safra 2008-2009
Safra 2009-2010
Figura 1.
Soma térmica conjunta (Graus Dias = GD) para os genótipos Hélio 250 e
251 de girassol nas várias fases fenológicas da cultura, obtidos segundo a estação
do INMET (A854) para as três épocas de semeadura (época 1 27-08, época 2
14-10 e época 3 13-12) nos anos agrícolas de 2008/09 e 2009/10. Campus da
UFSM. Frederico Westphalen - RS.
Para a fase da emergência ao inicio da floração somente as temperaturas
mínimas e máximas interferiram significativamente sobre esta fase fenológica, sendo
de 99,35 e 0,37%, respectivamente.
Na fase de floração inicial a floração plena a soma térmica foi determinante
contribuindo com 98,02%, as demais também significativas foram às temperaturas
62
média e máxima e a radiação solar (Tabela 2). Para atingir a maturação fisiológica
somente a soma térmica e a radiação solar foram importantes, porém a participação
da soma térmica foi de maior relevância com 99,88% de contribuição.
Quando observado o rendimento de aquênios, a contribuição dos elementos
climatológicos ficou a cargo somente da soma térmica das fases da semeadura a
emergência, da emergência ao inicio da floração e até atingir a floração plena. A
soma térmica da fase da semeadura a emergência contribuiu com 75,43% e da fase
do inicio da floração a floração plena com 23,29%.
Na Tabela 2 são confrontadas as durações das principais fases de
desenvolvimento da cultura do girassol as três épocas de semeadura na Região
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul com dados da bibliografia.
Ocorreu aumento da duração das as fases da semeadura a emergência, da
emergência ao inicio da floração e da floração plena a maturação fisiológica para a
época de semeadura de agosto (Figura 1). Por outro lado, os dias do inicio da
floração a floração plena são reduzidos quando comparados com as demais épocas.
Para a época de semeadura em outubro as fases do inicio da floração a floração
plena é maior quando comparado com as demais épocas.
Na época de semeadura de dezembro os resultados sugerem que somente a
floração inicial apresenta redução dos números de dias (Figura 1).
Tabela 1 Equações de regressão para estimativa de rendimento e as fases fenológicas da semeadura a emergência (S-E), dias
da emergência a floração inicial (E-FI), dias da floração inicial a floração plena (FI-FP) e dias da floração plena a maturação
fisiológica (FP-MF) da cultura do girassol a partir de elementos meteorológicos em experimento realizado nos anos agrícolas de
2008-09 e 2009-10 no Campus da UFSM. Frederico Westphalen-RS. 2010.
Fases
Fenológica
Modelo de regressão
% de contrib
uição
REND = -5817,4357 + 22,6465 GDSE + 3,2968 GDEFI + 6,70246 GDFIFP 1,00
GDSE = 0,7543
GDEFI = 0,0128
GDFIFP = 0,2329
S - E
=12,77357+0,07598 GDSE+ 0,36268 T.Máx. SE- 1,11585 T.Min. SE
1,00
T.Mín.SE = 0,7779
GDSE = 0,2219
T.Máx. SE = 0,0002
E - FI =193,09799+14,11024T.Máx. EFI-21,799993 T.Min.EFI 0,9972
T.Mín.EFI = 0,9935
T.Máx. EFI = 0,0037
FI - FP =17,49161+0,0491GDFIFP+9,95304T.Máx. FIFP-10,73098T.Méd.FIFP-0,00642RADFIFP 1,00
GDFIFP = 0,9802
T.Méd.FIFP = 0,0196
T.Máx. FIFP = 0,0001
Rad.FIFP = 0,0001
FP - MF = 50,2471+0,03174GDFPMF-0,033RADFPMF 1,00
GDFPmf = 0,9988
Rad.FPMF = 0,0012
OBSERVAÇÃO: Radiação solar (Rad), temperatura média do ar (TM, em °C), temperatura mínima (TMin), temperatura máxima (TMax), a precipitação
pluvial (mm), a soma térmica (GD, em °C dia
-1
), dias da semeadura a emergência (S-E), da emergência ao inicio da floração (E-FI), do inicio da floração a
floração plena (FI-FP), da floração plena a maturação fisiológica (FP-MF), e o rendimento (Kg.ha
-1
), GD (Graus Dias)
64
Tabela 2 Representação da duração das principais fases de desenvolvimento da
cultura do girassol submetidos a dois anos de cultivo sob três épocas de semeadura
na Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Campus da UFSM. Frederico
Westphalen - RS. 2010.
Autores / Fases S - E E - FI FI - FP FP - MF
Castiglione et al. (1997) 5 a 15 dias 45 a 70 dias 10 a 15 dias 20 a 30 dias
Castro & Farias, (2005) 4 a 10 dias 50 a 70 dias 10 a 15 dias 20 a 30 dias
Estudo Época 1 13 dias 70 a 80 dias 6 a 7 dias 25 a 36 dias
Estudo Época 2 6 a 8 dias 52 a 54 dias 8 a 12 dias 16 a 26 dias
Estudo Época 3 6 dias 46 dias 7 dias 20 dias
Os resultados referentes ao trabalho possibilitam inferir que a soma térmica e
as temperaturas máximas e mínimas são determinantes para as subperíodo
fenológica da cultura do girassol, o que esta de acordo com diversos autores
(Robinson, 1979; Massignam & Angelocci, 1993; Sentelhas et al., 1994). Por outro
lado, as análises revelaram que os elementos climatológicos o interagem com as
fases fenológicas, demonstrando com isto, que os elementos climatológicos
apresentam influencia direta sobre as épocas de semeadura.
De acordo com Robinson (1979), o girassol pode ser considerado pouco
sensível ao fotoperíodo, por florescer numa larga faixa de comprimento do dia.
para Goyne & Hammer, (1982), a cultura tem a duração de seu ciclo afetada
basicamente pelos seguintes elementos climáticos: temperatura do ar; radiação
solar e fotoperíodo.
No Brasil, a influência do clima na duração do ciclo e dos subperíodo do
girassol está relacionada, principalmente, com a temperatura do ar (Massignam &
Angelocci, 1993; Sentelhas et al., 1994). Trabalhos realizados por esses autores
expressam essa relação através da soma térmica ou graus-dia, índice que vem
sendo largamente utilizado para estimativa da duração do ciclo de diversas culturas
em virtude da sua simplicidade, apesar das suas limitações (Wang, 1960).
Para Sentelhas e Ungaro (1998), os resultados obtidos permitiram concluir
que o índice bioclimático foi entre os índices avaliados o que proporcionou menor
variabilidade no total de unidades bioclimáticas requeridas para os materiais
analisados de girassol completarem o ciclo, semeadura - maturidade fisiológica.
Utilizando-se, o índice térmico, concluíram que o cultivar IAC-Anhandy e o híbrido
Contisol-621 necessitam, respectivamente, de 1743 e 1713
o
C dia para atingirem o
ponto de maturidade fisiológica.
65
Na Argentina a época de semeadura teve influência no ciclo e na altura de
planta, no diâmetro de capítulo, na produção de aquênios, eficiência da planta e
área foliar por apresentarem diferenças das variáveis climatológicas (CHOLAKY et
al., 1985).
UNGARO et al., (1992 e 1997) haviam encontrado comportamento
diferenciado dependente da época de semeadura com respeito aos aspectos de
temperatura ótima para a produção de óleo nos aquênios e nível da dormência das
sementes logo após a colheita.
De acordo com os resultados descritos pela EMBRAPA (1983), por BEVITÓRI
& BALLA (1997) e por UNGARO (1998), que estipulam o final de Fevereiro como
data limite à semeadura, não somente sob o aspecto hídrico, mas também pelo
aumento nas possibilidades de ocorrência de geada nas fases de florescimento e
frutificação nas semeaduras mais tardias. CAMPBELL & ATHAYDE (1988),
chegaram aos mesmos resultados, sendo que nas semeaduras posteriores à
Fevereiro, o crescimento e o desenvolvimento das plantas foram afetados
negativamente.
O rendimento de aquênios apresentou associação somente com a soma
térmica dos sub-períodos da semeadura a emergência, desta com a floração inicial e
a floração plena, revelando serem estas as fases cruciais para determinar o
rendimento da cultura (Tabela 2).
Para MARIN et al. (2000), em estudo semelhante, os resultados indicaram
que risco de quebra de rendimento para cada época de semeadura, informação
essa fundamental ao planejamento e à tomada de decisão com relação à
implantação da cultura, não levando em consideração, no entanto, os problemas
relativos à ocorrência de geadas. De acordo, com estes autores, para a cidade de
Piracicaba, as semeaduras com menores riscos de quebra de rendimento são
aquelas compreendidas entre 21 de Outubro e 01 de Novembro, porém, com
possibilidade de se estender de 11 de Outubro a 01 de Dezembro. Em Ribeirão
Preto, as melhores épocas de semeadura variam entre 21 de Outubro e 21 de
Novembro, havendo ainda boas chances de reduzidas quebras entre 11 de Outubro
a 01 de Dezembro. Finalmente, em Manduri o risco mínimo ocorre para semeaduras
entre 20 de Novembro e 01 de Dezembro, sendo que entre 21 de setembro e 11 de
janeiro as chances de atendimento hídrico da cultura são elevadas.
66
Os resultados da época de semeadura de agosto diferem dos estudos de
Castiglione et al. (1997) e Castro & Farias (2005) apresentando um aumento do ciclo
da planta, com exceção da fase que compreende o inicio da floração a floração
plena. A época de semeadura de outubro esta dentro do intervalo citado pelos
autores, sugerindo ser esta a fase preferencial da cultura para a região em questão.
Por outro lado, a época de semeadura em dezembro sugere uma redução do ciclo
principalmente na fase que compreende o inicio da floração a flora plena.
O girassol é uma planta extremamente adaptável a diferentes condições
ambientais (CARTER, 1978). A época de semeadura normalmente influencia a
produção de grãos e seus componentes. Dependendo da região do País essa planta
pode ser indicada para semeadura na “safrinha” (fevereiro-março), verão, outono.
RAMOS (1995) encontrou, para as condições de Goiás, boas produções de
aquênios nas semeaduras de outubro e de fevereiro, porém muito baixas nas de
março, enquanto DAROS e RONZELLI (1993) e RIZZARDI e MILGIORANÇA (1993),
respectivamente, no Paraná e no Rio Grande do Sul, verificaram variações
significativas no rendimento de aquênios em semeaduras realizadas entre setembro
e novembro, sendo as maiores produções obtidas na semeadura de setembro. No
Rio Grande do Sul a época de semeadura causou, também, alteração na área foliar
das plantas (SANGOI e SILVA, 1985), ao passo que no planalto catarinense,
SANGOI e KRUSE (1993) encontraram interação significativa entre cultivar e época
de semeadura para produção de aquênios e seus componentes.
A amplitude de variação para as produções obtidas entre a época mais
favorável, em comparação com a menos favorável, na região avaliada, foi de cerca
de 500 kg.ha
-1
. Essa diferença encontrada não é compatível com os resultados
obtidos por BEVITORI e BALLA (1995), que relatam, em Goiás, aumentos de até
1.749 kg.ha-1 no rendimento de aquênios, somente com a mudança da época de
semeadura; da mesma forma, RIZZARDI e MILGIORANÇA (1993) verificaram uma
diferença de 2.023 kg.ha
-1
entre as semeaduras de janeiro e de julho.
67
Conclusões
A soma rmica e as temperaturas máximas e mínimas são determinantes
para os subperíodo fenológicos da cultura do girassol;
O rendimento de aquênios apresenta associação com a soma térmica dos
subperíodo da semeadura a emergência, desta com a floração inicial e a floração
plena, revelando serem estas as fases cruciais para determinar o rendimento da
cultura.
A época de semeadura de agosto apresenta um aumento do ciclo da planta,
com exceção da fase que compreende o inicio da floração a floração plena.
A época de semeadura de outubro é a fase preferencial da cultura para a
região Noroeste do Rio Grande do Sul;
A semeadura em dezembro determina redução do ciclo, principalmente na
fase que compreende o inicio da floração a flora plena.
Referências bibliográficas
ALFONSI, R. R. Zoneamento climático da mandioca industrial para o Estado de
São Paulo: Curso sobre a cultura da mandioca. Campinas: CATI. Campinas, 1996.
1 2p.
BARNI, N.A.; BERLATO, M.A.; BERGAMASCHI, H.; RIBOLDI, J. Modelo
Agrometeorológico de predição do rendimento do girassol: I. relação entre
rendimento e índice hídrico. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v.2, n.1, p.7-17,
1996.
BARNI, N.A.; BERLATO, M.A.; BERGAMASCHI, H.; RIBOLDI, J. Rendimento
máximo do girassol com base na radiação solar e temperatura: II. Produção de
fitomassa e rendimento de grãos. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, v.1, n.2, p.201-
216, 1995.
BEVITORI, R.; BALLA, A.J. Época de semeadura de girassol para o Estado de
Goiás. In: REUNIÃONACIONALDE PESQUISA DEGIRASSOL, 11., 1995. Goiânia.
Resumos... Londrina: Embrapa/IAC, 1995. p.21.
BEVITÓRI, R.; BALLA, A.J. Estudo de época de semeadura e densidade de plantas
de girassol no estado de Goiás. In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE
GIRASSOL, 12., Campinas, 1997. Resumos. Campinas: Fundação Cargill, 1997.
p.57.
68
CÂMARA, G.M.S.; MONTEIRO, C.A. Potencial da cultura do girassol para rotação
com cana-de-açúcar. In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE GIRASSOL, 12.,
Campinas, 1997. Resumos. Campinas: Fundação Cargill, 1997. p.1-4.
CAMARGO, A. P. de, et al. Aptidão climática de culturas agrícolas. In: São Paulo.
Secretaria da Agricultura. Zoneamento agrícola do Estado de o Paulo. São
Paulo, 474 p. 109-49, 1974.
CAMARGO, A.P. et al. Zoneamento da aptidão físicoecológica para as culturas
de soja, girassol e amendoim no Estado de São Paulo. São Paulo: Secretaria da
Agricultura, 197 1. 28p.
CAMPBELL, A.T.; ATHAYDE, M.L.F. Efeito de datas de semeadura no
comportamento de dois genótipos de girassol. I. Aspectos fenológicos e
agronômicos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.23, n.4, p.371-378, 1988.
CARTER, J. F. Sunflower Science and Technology.Madison:. The American
Society of Agronomy, 1978. 375p. (Agronomy monography, 19).
CASTRO, C. de; FARIAS, J.R.B. Ecofisiologia do girassol. In: LEITE, R.M.V.B.C.;
BRIGHENTI, A.M.; CASTRO, C. de. (Eds.) Girassol no Brasil. Londrina: Embrapa
Soja, 2005. cap.9, p.163-218.
CASTIGLIONI, V.B.R., BALLA, A., CASTRO, C., SILVEIRA, J.M. Fases de
desenvolvimento da planta do girassol. Documentos, EMBRAPA-CNPSo. n.58,
1997, 24 p.
CASTRO TEIXEIRA, A. H. de, AZEVEDO, P. V. de. Zoneamento agroclimático para
a videira européia no Estado de Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de
Agrometereologia, v.4, n. I , p. 139-45, 1996.
CHOLAKY, L.; GIAYETTO,O.;NEUMANN, E.C. 1985. Épocas de siembra: efectos
sobre el desarrollo, morfología, componentes del rendimiento y producción de
girasoles de ciclos diferenciados. In: INTERNATIONAL SUNFLOWER
CONFERENCE, 10., 1985. Mar del Plata. Proceedings... Buenos
Aires:ASAGIR,1985. v.1, p.155-160.
COBIA, D.W.; ZIMMER, D.E. Sunflower production and marketing. Dakota: North
Dakota Univ. of Agriculture and Applied Science, 1978. 73p. (Extension Bulletin, 25).
COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO - RS/SC. Manual de
adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina. 10. Ed. Porto Alegre: SBCS - Núcleo Regional Sul/UFRGS, 2004. 400p.
CUNHA, G.R.; HAAS, J.C.; ASSAD, E.D. Zoneamento dos riscos climáticos para a
cultura de trigo no Estado do Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE AGROMETEOROLOGIA, 10., Piracicaba, 1997. Anais. Piracicaba:
SBA/ESALQ, 1997. p.372-373.
CUNHA, G.R.; HAAS, J.C.; DALMAGO, GENEI, A.D.; PASINATO, A. Perda de
rendimento potencial em soja no Rio Grande do Sul por deficiência hídrica. Revista
Brasileira de Agrometeorologia, v.6, n.1, p.111-119, 1998.
69
DRAPER, N.R.; SMITH, R. Applied regression analysis. New York: John Wiley &
Sons, 1966. 407p.
DAROS, E.; RONZELLI JUNIOR, P. Resposta do girassol à época de semeadura,
no primeiro planalto paranaense, safra 92/93. In: REUNIÃO NACIONAL DE
PESQUISA DE GIRASSOL, 10, 1993. Goiânia. Resumos...Campinas:
IAC/Embrapa, 1993. p.67.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de
Pesquisa de Soja. Indicações técnicas para o cultivo do girassol. Londrina:
EMBRAPA, CNPSo, 1983. (Documentos, 3).
EMPRESA CATARINENSE DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Zoneamento
agrociimático do Estado de Santa Catarina. Porto Alegre: Pallotti, 1978. 150p.
LEITE, R.M.V.B.C.; CASTRO, C.; BRIGHENTI, A.M.; OLIVEIRA, F.A.; CARVALHO,
C.G.P.;OLIVEIRA, A.C.B. Indicações para o cultivo de girassol nos Estados do Rio
Grande do Sul,Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Roraima.
Londrina: Embrapa Soja, 2007. 4p. (Embrapa Soja. Comunicado Técnico, 78).
MARIN, F.R.; SENTELHAS, P.C. e UNGARO, M.R.G. Perda de rendimento
potencial da cultura do girassol por deficiência hídrica, no Estado de São Paulo.
Scientia Agricola, vol.57, n.1, pp. 1-6. 2000.
MASSIGNAM, A.M.; ANGELOCCI, L.R. Relações entre temperatura do ar,
disponibilidade hídrica no solo, fotoperíodo e duração de sub-períodos fenológicos
do girassol. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v.1, p.63-69, 1993.
MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da
Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Diretoria de Terras e Colonização,
Secção de Geografia, 1961.46 p.
MOTA, F.S., ACOSTA, M.J.C., BEIRSDORF, M.C.I. Zoneamento agroclimático da
cultura da mandioca no Brasil. Brasília: Ministério da Agricultura, Instituto
Nacional de Meteorologia. 1978. 16p. (Série Pesquisa Meteorológica, 3).
MOTA, F.S., BEIRSDORF, M.I. C., GARCEZ, J.R.B. Zoneamento agroclimático
do Rio Grande do Sul e Santa Catarina: normais agroclimáticas. Pelotas: 1971.
80p. (Circular nº 50).
RAMOS, J.G. Efeito de seis épocas de plantio em três híbridos de girassol, em
Senador Canedo, Estado de Goiás. In: REUNIÃONACIONALDE
PESQUISADEGIRASSOL, 11.,1995.Goiânia. Resumos... Goiânia: Embrapa;
EMGOPA, 1995. p.23.
RIZZARDI, M.A.; MILGIORANÇA,M.E.Reação de cultivares de girassol à época de
semadura no planalto médio rio-grandense. In: REUNIÃO NACIONAL DE
PESQUISA DE GIRASSOL, 10., 1993. Goiânia. Resumos... Campinas:
IAC/Embrapa, 1993. p.55-56.
ROBINSON, R.G. Sunflower date of planting and chemical composition at various
growth stages. Agronomy Journal, v.62, p.665-666, 1970.
70
SANGOI, L.; KRUSE, N.D. Comportamento de cultivares de girassol em diferentes
épocas de semeadura no planalto catarinense. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, v.28, n.1, p.81-91, 1993.
SANGOI, L; SILVA, P.R.F. Época de semeadura em girassol. II.Efeitos no índice de
área foliar, incidência de moléstias, rendimento biológico e índice de colheita.
Lavoura Arrozeira, Porto Alegre, v.36, n.362, p.6-13, 1985.
SANGOI, P.R.F.; SILVA, L. Época de semeadura em girassol: II. Efeitos no índice
de área foliar, incidência de moléstias, rendimento biológico e índice de colheita.
Lavoura Arrozeira, v.38, n.362, p.6-13, 1985.
SENTELHAS, P.C.; NOGUEIRA, S.S.S.; PEDRO Jr.; SANTOS, R.R. Temperatura-
base e graus-dia para cultivares de girassol. Revista Brasileira de
Agrometeorologia, v.2, p.43-49, 1994.
SENTELHAS, P.C.; UNGARO, M.R.G. Índices bioclimáticos para a cultura de
girassol. Scientia Agrícola, Piracicaba, v.55, n.1. p.1-10, 1998.
SILVA, P.R.F. da; SANGOI, L. Época da semeadura em girassol: I. Efeitos no
rendimento de grãos, componentes do rendimento, teor de e rendimento de óleo.
Lavoura Arrozeira, v.38, n.361, p.20-27,1985.
SILVEIRA, E.P.; ASSIS, F.N.; GONÇALVES, P.R.; ALVES, G.C. Épocas de
semeadura no sudeste do Rio Grande do Sul. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
v.25, n.5, p.709-720, 1990.
SOJKA, R.E.; ARNOLD, F.B.; MORRISON, W.H.; BUSSCHER, W.J. Effect of early
and late planting on sunflower performance in the southeastern United States.
Applied Agricultural Research, v.4, n.1, p.37-46, 1989.
STRECK, E.V.; KAMPF, N.; DALMOLIN, R.S D. et al. Solos do Rio Grande do Sul.
Editora: Ufrgs. 122 p.:, 2009.
UNGARO, M.R.G. Girassol. In: INSTITUTO AGRONÔMICO. Instruções agrícolas
para as principais culturas econômicas. 6.ed. Campinas: IAC, 1998. p.307-308.
(Boletim, 200).
UNGARO, M.R.G.; SENTELHAS, P.C.; TURATTI, J.M.; SOAVE, D. Influência da
temperatura do ar na composição de aquênios de girassol. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v.32, n.4, p.351-356, 1997.
UNGARO, M.R.G.; SENTELHAS, P.C.; TURATTI, J.M.; SOAVE, D. Influência da
temperatura do ar na composição de aquênios de girassol. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, v.3.
UNGARO, M.R.G.; MAEDA, J.A.; SANTOS, R.R. Relation between planting and
harvest dates and sunflower “seed” dormancy. INTERNATIONAL SUNFLOWER
CONFERENCE, 13.,Pisa, 1992. Proceedings... Pisa: International Sunflower
Association, 1992, v.1, p.447-452.
71
WREGE, M.S.; GONÇALVES, S.L.; CARAMORI, P.H.; VASCONCELLOS, M.E.C.;
OLIVEIRA, D.; ABUCARUB NETO, M. Riscos de deficiência hídrica na cultura do
feijoeiro durante a safra das águas no Estado do Paraná. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, 10., Piracicaba, 1997. Anais.
Piracicaba: SBA/ESALQ, 1997. p.306-308.
ZAFFARONI, E.; SILVA, M.A.V.; AZEVEDO, P.V. Potencial agroclimático da cultura
do girassol no Estado da Paraíba: temperatura e radiação solar. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v.29, n.10, p.1483-1491, 1994.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos neste trabalho permitem concluir que:
A variável morfológica altura de planta é influenciada pelo ambiente e por
épocas de semeadura, para o tamanho do capítulo ocorre influência do ambiente e
para o rendimento verificou-se que responde positivamente a condições ambientais
e a épocas de semeadura.
Para os caracteres fenológicos estudados ocorre também influência das
condições ambientais e da época de semeadura. Com exceção da variável início da
floração a floração plena que não apresenta interferência da época de semeadura.
Quando avaliado a interferência das variáveis agrometeorológicas, pode-se
afirmar que não houve interação entre estas e as variáveis dependentes, podendo-
se dizer que a soma térmica e as temperaturas máximas e mínimas são
determinantes para os subperíodo fenológicos da cultura do girassol, sendo o
rendimento de aquênios influenciado somente pela soma térmica dos subperíodo da
semeadura a emergência, desta com a floração inicial e a floração plena.
Quanto às épocas de semeadura, a de agosto apresenta um aumento do ciclo
da planta, enquanto que a de dezembro sugere uma redução do ciclo, e que, a
época de semeadura de outubro é a fase preferencial da cultura para a região
Noroeste do Rio Grande do Sul.
ANEXOS
ANEXO 1Localização da área experimental.
Figura 1 Fotografia aérea (Fonte Google Earth, 2009) do local dos experimentos
(circulo pontilhado) nos anos 2008/09 e 2009/10 no Campus da UFSM Frederico
Westphalen – RS, CAFW e CESNORS.
74
ANEXO 2 Dados de temperatura acumulada da primeira época de se semeadura
da safra 2008/09.
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
2
7
/
8
/
0
8
3
/
9
/
0
8
1
0
/
9
/
0
8
1
7
/
9
/
0
8
2
4
/
9
/
0
8
1
/
1
0
/
0
8
8
/
1
0
/
0
8
1
5
/
1
0
/
0
8
2
2
/
1
0
/
0
8
2
9
/
1
0
/
0
8
5
/
1
1
/
0
8
1
2
/
1
1
/
0
8
1
9
/
1
1
/
0
8
2
6
/
1
1
/
0
8
3
/
1
2
/
0
8
1
0
/
1
2
/
0
8
1
7
/
1
2
/
0
8
2
4
/
1
2
/
0
8
3
1
/
1
2
/
0
8
7
/
1
/
0
9
1
4
/
1
/
0
9
2
1
/
1
/
0
9
2
8
/
1
/
0
9
4
/
2
/
0
9
1
1
/
2
/
0
9
T md.dia Tmax Tmin
Figura 2 Variação da temperatura máxima, mínima e média durante o período
experimental da primeira semeadura (27.08.09) do girassol. Campus da UFSM,
Frederico Westphalen, RS, Brasil, 2008. (Fonte: INMET-A184, Campus da UFSM)
75
ANEXO 3 Dados de precipitação pluvial acumulada da primeira época de se
semeadura da safra 2008/09.
Figura 3 Precipitação pluvial durante o período experimental da primeira época de
semeadura (27.08.09) do girassol. Campus da UFSM, Frederico Westphalen, RS,
Brasil, 2008. (Fonte: INMET-A184, Campus da UFSM)
0
20
40
60
80
100
120
27/8/08
10/9/08
24/9/08
8/10/08
22/10/08
5/11/08
19/11/08
3/12/08
17/12/08
31/12/08
14/1/09
28/1/09
11/2/09
Precip itação (m m )
chuva(mm)dia
76
ANEXO 4 Dados de temperatura acumulada da segunda época de se semeadura
da safra 2008/09.
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
29,0
1
4
/
1
0
/
2
0
0
8
2
1
/
1
0
/
2
0
0
8
2
8
/
1
0
/
2
0
0
8
4
/
1
1
/
2
0
0
8
1
1
/
1
1
/
2
0
0
8
1
8
/
1
1
/
2
0
0
8
2
5
/
1
1
/
2
0
0
8
2
/
1
2
/
2
0
0
8
9
/
1
2
/
2
0
0
8
1
6
/
1
2
/
2
0
0
8
2
3
/
1
2
/
2
0
0
8
3
0
/
1
2
/
2
0
0
8
6
/
1
/
2
0
0
9
1
3
/
1
/
2
0
0
9
2
0
/
1
/
2
0
0
9
2
7
/
1
/
2
0
0
9
3
/
2
/
2
0
0
9
1
0
/
2
/
2
0
0
9
Temperatura do ar (oC)
T dia Tmax dia Tmin dia
Figura 4 Variação da temperatura xima, mínima e média durante o período
experimental da segunda época de semeadura (14.10.08) do girassol. Campus da
UFSM, Frederico Westphalen, RS, Brasil, 2008. (Fonte: INMET-A184, Campus da
UFSM)
77
ANEXO 5 Dados de precipitação pluvial acumulada da segunda época de se
semeadura da safra 2008/09.
Figura 5Precipitação pluvial durante o período experimental da segunda época de
semeadura (14.10.08) do girassol. Campus da UFSM, Frederico Westphalen, RS,
Brasil, 2008. (Fonte: INMET-A184, Campus da UFSM)
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
14/10/2008
21/10/2008
28/10/2008
4/11/2008
11/11/2008
18/11/2008
25/11/2008
2/12/2008
9/12/2008
16/12/2008
23/12/2008
30/12/2008
6/1/2009
13/1/2009
20/1/2009
27/1/2009
3/2/2009
10/2/2009
P recipitação (m m )
chuva(mm)dia
78
ANEXO 6 Dados de temperatura acumulada da terceira época de se semeadura
da safra 2008/09.
15,0
17,0
19,0
21,0
23,0
25,0
27,0
29,0
13/10/2008
20/10/2008
2
7/
1
0/2
0
08
3/
1
1/2008
10/11/200
8
17/11/2008
2
4/11/2
0
08
1/12/2008
8/
1
2/
2
008
15/12/2008
22/12/2008
2
9/12/2
0
08
5
/1
/
20
09
12/1/
2
009
1
9/
1
/
200
9
26/1/2009
2
/2
/
200
9
9/
2
/
20
09
Temperatura do ar (
o
C)
T md.dia Tmax Tmin
Figura 6 Variação da temperatura xima, mínima e média durante o período
experimental da terceira época de semeadura (13.12.2008) do girassol. Campus da
UFSM, Frederico Westphalen, RS, Brasil, 2008. (Fonte: INMET-A184, Campus da
UFSM)
79
ANEXO 7 Dados de precipitação pluvial acumulada da terceira época de se
semeadura da safra 2008/09.
Figura 7 Precipitação pluvial durante o período experimental da terceira época de
semeadura (13.12.08) do girassol. Campus da UFSM, Frederico Westphalen, RS,
Brasil, 2008. (Fonte: INMET-A184, Campus da UFSM)
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
13/12/08
20/12/08
27/12/08
3/1/09
10/1/09
17/1/09
24/1/09
31/1/09
7/2/09
14/2/09
P recipitação (m m )
precipitão (mm)
80
ANEXO 8 Dados de precipitação pluvial acumulada da primeira época de se
semeadura da safra 2009/10.
0
20
40
60
80
100
120
140
31/08/2009
07/09/2009
14/09/2009
21/09/2009
28/09/2009
05/10/2009
12/10/2009
19/10/2009
26/10/2009
02/11/2009
09/11/2009
16/11/2009
23/11/2009
30/11/2009
07/12/2009
14/12/2009
21/12/2009
28/12/2009
Chuva (mm)
chuva(mm)dia
Figura 8 Precipitação pluvial durante o período experimental da primeira época de
semeadura (31.08.2009) do girassol no ano agrícola 2009/10. Campus da UFSM,
Frederico Westphalen, RS, Brasil (Fonte: INMET-A184, Campus da UFSM).
81
ANEXO 9 Dados de precipitação pluvial acumulada da segunda época de se
semeadura da safra 2009/10.
0
20
40
60
80
100
120
140
1
2
/
1
1
/
2
0
0
9
1
9
/
1
1
/
2
0
0
9
2
6
/
1
1
/
2
0
0
9
0
3
/
1
2
/
2
0
0
9
1
0
/
1
2
/
2
0
0
9
1
7
/
1
2
/
2
0
0
9
2
4
/
1
2
/
2
0
0
9
3
1
/
1
2
/
2
0
0
9
0
7
/
0
1
/
2
0
1
0
1
4
/
0
1
/
2
0
1
0
2
1
/
0
1
/
2
0
1
0
2
8
/
0
1
/
2
0
1
0
0
4
/
0
2
/
2
0
1
0
1
1
/
0
2
/
2
0
1
0
Chuva (mm)
chuva(mm)dia
Figura 9Precipitação pluvial durante o período experimental da segunda época de
semeadura (12.11.2009) do girassol no ano agrícola 2009/10. Campus da UFSM,
Frederico Westphalen, RS, Brasil (Fonte: INMET-A184, Campus da UFSM).
82
ANEXO 10 Dados de precipitação pluvial acumulada da terceira época de se
semeadura da safra 2009/10.
-
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
0
9
/
1
2
/
2
0
0
9
1
6
/
1
2
/
2
0
0
9
2
3
/
1
2
/
2
0
0
9
3
0
/
1
2
/
2
0
0
9
0
6
/
0
1
/
2
0
1
0
1
3
/
0
1
/
2
0
1
0
2
0
/
0
1
/
2
0
1
0
2
7
/
0
1
/
2
0
1
0
0
3
/
0
2
/
2
0
1
0
1
0
/
0
2
/
2
0
1
0
1
7
/
0
2
/
2
0
1
0
2
4
/
0
2
/
2
0
1
0
Chuva (mm)
chuva(mm)dia
Figura 10 – Precipitação pluvial durante o período experimental da terceira época de
semeadura (em 09.12.2009) do girassol no ano agrícola 2009/10. Campus da
UFSM, Frederico Westphalen, RS, Brasil (Fonte: INMET-A184, Campus da UFSM).
83
ANEXO 11 Dados de temperatura acumulada da primeira época de se semeadura
da safra 2009/10.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
3
1
/
0
8
/
2
0
0
9
0
7
/
0
9
/
2
0
0
9
1
4
/
0
9
/
2
0
0
9
2
1
/
0
9
/
2
0
0
9
2
8
/
0
9
/
2
0
0
9
0
5
/
1
0
/
2
0
0
9
1
2
/
1
0
/
2
0
0
9
1
9
/
1
0
/
2
0
0
9
2
6
/
1
0
/
2
0
0
9
0
2
/
1
1
/
2
0
0
9
0
9
/
1
1
/
2
0
0
9
1
6
/
1
1
/
2
0
0
9
2
3
/
1
1
/
2
0
0
9
3
0
/
1
1
/
2
0
0
9
0
7
/
1
2
/
2
0
0
9
1
4
/
1
2
/
2
0
0
9
2
1
/
1
2
/
2
0
0
9
2
8
/
1
2
/
2
0
0
9
Temperatura do ar (oC)
T md.dia Tmax dia Tmin dia
Figura 11 Variação da temperatura máxima, mínima e média durante o período
experimental da primeira época de semeadura (31.08.2009) do girassol no ano
agrícola 2009/10. Campus da UFSM, Frederico Westphalen, RS, Brasil, (Fonte:
INMET-A184, Campus da UFSM)
84
ANEXO 12 Dados de temperatura acumulada da segunda época de se semeadura
da safra 2009/10.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
1
2
/
1
1
/
2
0
0
9
1
9
/
1
1
/
2
0
0
9
2
6
/
1
1
/
2
0
0
9
0
3
/
1
2
/
2
0
0
9
1
0
/
1
2
/
2
0
0
9
1
7
/
1
2
/
2
0
0
9
2
4
/
1
2
/
2
0
0
9
3
1
/
1
2
/
2
0
0
9
0
7
/
0
1
/
2
0
1
0
1
4
/
0
1
/
2
0
1
0
2
1
/
0
1
/
2
0
1
0
2
8
/
0
1
/
2
0
1
0
0
4
/
0
2
/
2
0
1
0
1
1
/
0
2
/
2
0
1
0
Temperatura do ar (oC)
T md dia Tmax dia Tmin dia
Figura 12 Variação da temperatura máxima, mínima e média durante o período
experimental da segunda época de semeadura (12.11.2009) do girassol no ano
agrícola 2009/10. Campus da UFSM, Frederico Westphalen, RS, Brasil, (Fonte:
INMET-A184, Campus da UFSM)
85
ANEXO 13 Dados de temperatura acumulada da terceira época de se semeadura
da safra 2009/10.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
0
9
/
1
2
/
2
0
0
9
1
6
/
1
2
/
2
0
0
9
2
3
/
1
2
/
2
0
0
9
3
0
/
1
2
/
2
0
0
9
0
6
/
0
1
/
2
0
1
0
1
3
/
0
1
/
2
0
1
0
2
0
/
0
1
/
2
0
1
0
2
7
/
0
1
/
2
0
1
0
0
3
/
0
2
/
2
0
1
0
1
0
/
0
2
/
2
0
1
0
1
7
/
0
2
/
2
0
1
0
2
4
/
0
2
/
2
0
1
0
Temperatura do ar (oC)
Tmed Tmax Tmin dia
Figura 13 Variação da temperatura máxima, mínima e média durante o período
experimental da terceira época de semeadura (09.12.2009) do girassol no ano
agrícola 2009/10. Campus da UFSM, Frederico Westphalen, RS, Brasil, (Fonte:
INMET-A184, Campus da UFSM)
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo