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E foi a partir dessa estabilidade e pelo fato de ser um Estado centralizado, autoritário e
consolidado, que o Império pôde retomar sua política imperialista já praticada quando do
período colonial e do Reino Unido, voltando as atenções para o Rio da Prata, onde almejava,
se possível, reduzir o Uruguai a semi-protetorado, manter a Argentina e o Paraguai em
posição secundária, dominar a navegação dos rios Uruguai, Paraguai e Paraná. As décadas de
1850 e 1860 assinalariam o auge do Império, bem como de sua economia cafeeira e
escravista. Segundo assinala Ricardo Salles, em Guerra do Paraguai: , de 1990: ―A
produção escravista, base da economia, estava em expansão com as plantações de café,
principalmente na região do vale do Paraíba. O Brasil gozava de uma situação privilegiada em
relação ao mercado internacional, tendo praticamente o monopólio do fornecimento do
produto. A produção agrícola nas outras regiões à base do trabalho escravo, se não conhecia
expansão semelhante à região cafeeira, conseguia, no mínimo, manter-se estavelmente, em
termos de preservação da unidade de produção escravista, devido a características próprias do
modo de produção escravista. Em outras regiões, ainda, como no Rio Grande do Sul,
conhecia-se mesmo uma expansão da produção, nesse caso do próprio mercado interno da
região cafeeira com o charque.‖
A produção escravista pastoril-charqueadora sulina
avançava produzindo e vendendo igualmente couro e mulas, imprescindíveis para a
cafeicultura.
As décadas de 1850 e 1860 assinalariam o auge do Império, bem como de sua
economia cafeeira e escravista. Segundo podemos ler no trecho de Ricardo Salles. ―A
produção escravista, base da economia, estava em expansão com as plantações de café,
principalmente na região do vale do Paraíba. O Brasil gozava de uma situação privilegiada em
relação ao mercado internacional, tendo praticamente o monopólio do fornecimento do
produto. A produção agrícola nas outras regiões à base do trabalho escravo, se não conhecia
expansão semelhante à região cafeeira, conseguia, no mínimo, manter-se estavelmente, em
termos de preservação da unidade de produção escravista, devido a características próprias do
modo de produção escravista. Em outras regiões, ainda, como no Rio Grande do Sul,
conhecia-se mesmo uma expansão da produção, nesse caso do próprio mercado interno da
região cafeeira com o charque.‖
A produção escravista pastoril-charqueadora sulina
SALES, Ricardo. Guerra do Paraguai: escravidão [...] Op Cit pp. 40-41
Cf., entre outros: TRINDADE, J. B. Tropeiros. São Paulo: Editoração e Comunicações/Incepa, 1992.
FONSECA, Ari Veríssimo da. Tropeiros de mula: a ocupação do espaço; a dilatação das fronteiras. 2 ed. Passo
Fundo: Berthier, 2004; Caminho das tropas. Importância do tropeirismo na configuração urbano-espacial de
Cruz Alta. S.L: IPHAE/SEC, sd.
SALES, Ricardo. Guerra do Paraguai: escravidão [...] Op Cit pp. 40-41