Download PDF
ads:
Érika Olivier Vilela Bragança
DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE QUESTIONÁRIO
ESPECÍFICO PARA A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA
EM PACIENTES COM FIBRILAÇÃO ATRIAL
Tese apresentada à Universidade
Federal de São Paulo para obtenção
do Título de Doutor em Ciências.
São Paulo
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
DEPARTAMENTO DE MEDICINA
DISCIPLINA DE CARDIOLOGIA
Orientador:
Prof. Dr. Braulio Luna Filho,
Livre Docente Doutor da Disciplina de Cardiologia do
Departamento de Medicina da Universidade Federal de
São Paulo.
Co-orientador:
Prof. Dr. Angelo Amato Vincenzo de Paola,
Professor Titular da Disciplina de Cardiologia do
Departamento de Medicina da Universidade Federal de
São Paulo.
ads:
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
DEPARTAMENTO DE MEDICINA
DISCIPLINA DE CARDIOLOGIA
Chefe do Departamento:
Prof. Dr. Angelo Amato Vincenzo de Paola,
Chefe da Disciplina de Cardiologia:
Prof. Dr. Antonio Carlos Carvalho
Coordenador do Programa de Pós-graduação:
Prof. Dr. Valdir Ambrósio Moisés,
iv
Dedicatórias
Ao meu querido aEliseu Vilela Xavier (in
memoriam), pessoa mais maravilhosa que já conheci, dedico
este trabalho com muita saudade e ternura.
v
Ao Fabiano José Reis Larangeira, meu amado marido, pela
incomensurável paciência nos momentos mais difíceis, pelo enorme
incentivo e compreensão, sem os quais este trabalho não seria possível e,
se o foi, devo isso a você, o esposo e pai que superou todas as minhas
expectativas.
Ao Gabriel Olivier Bragança Larangeira, meu filho tão
amado, menino iluminado que veio preencher a minha vida. Inteligente e
muito espirituoso, com seu carinho, admiração e doçura me deu ainda mais
força para continuar.
vi
Agradecimentos
A Deus, que me deu a chance de estar aqui neste momento e poder
usufruir grandes oportunidades.
Aos meus pais, Daisy Olivier Vilela e Elcino Monteiro Bragança, pela
confiança que depositaram em mim, pela liberdade de escolhas que sempre me
deram e por me ensinarem a valorizar a vida e a felicidade.
Aos meus irmãos, Renata Olivier Vilela Bragança e Bruno Olivier Vilela
Bragança, pela amizade e pelas lembranças maravilhosas da nossa infância.
A minha avó, Aracy Dielle Vilela Xavier, pelo seu exemplo de coragem
e alegria e por sempre ter acreditado no meu potencial.
Aos meus avós (in memoriam), Elcino Lopes Bragança e Ana Maria
Monteiro Bragança, por me fazerem sentir eternamente “sinhazinha”.
Aos meus sogros, José Reis Larangeira e Nilza Codreansky
Larangeira, por me acolherem como filha e por seu enorme carinho.
As minhas tias Eloísa Monteiro Bragança, Elcie Bragança Carvalho
França, Estela Maria Bragança Pacheco, e aos meus tios Ulisses Carvalho
França (in memoriam) e Fausto Pacheco, que mesmo à distância sempre
torceram muito por mim.
As minhas tias Sheila Olivier Vilela, nia Cecília Etore Vilela e Miriam
Basílio Paulinelli Vilela e aos meus tios Dirceu Olivier Vilela, Denis Olivier Vilela
(in memoriam), Julio Olivier Vilela e Regis Olivier Vilela (in memoriam), pelo apoio
e carinho que sempre me deram.
vii
A todos os meus familiares e amigos que de alguma forma
contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional.
Ao Prof. Dr. Bráulio Luna Filho, Livre-docente da Disciplina de
Cardiologia da UNIFESP-EPM, meu querido orientador. Recebeu-me no setor de
Eletrocardiografia, recém-chegada a São Paulo, ainda estagiária da Cardiologia e
surpreendeu-me profundamente com seus conhecimentos sobre a medicina e o
mundo. Extremamente culto e inteligente, tratou-me sempre com cordialidade e
respeito. Agradeço-lhe pela disponibilidade, pelo incentivo às atividades
científicas e pelos bons momentos que passamos na elaboração deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Ângelo Amato Vincenzo de Paola, Titular da Disciplina de
Cardiologia da UNIFESP-EPM, pela formação em Eletrofisiologia e pelo privilégio
da convivência tão enriquecedora. Sem dúvida, um workaholic, um conhecedor
dos mais diversos tipos de pessoas e suas necessidades. Sou-lhe grata pelo
carinho, incentivo e compreensão.
Ao Prof. Dr. Antônio Carlos Carvalho, Titular da Disciplina de
Cardiologia da UNIFESP-EPM, pela maneira cordial que sempre me tratou, pela
postura serena e exemplar. Acreditou neste trabalho e me fez acreditar ainda
mais.
Ao Prof. José Bocanegra Arroyo, Titular da Disciplina de Cardiologia da
UNIFESP-EPM por me acolher na Disciplina de Cardiologia da UNIFESP-EPM,
pelo carinho frequente e pelos eletrocardiogramas difíceis, frutos de anos de
trabalho, que aprendi a admirar.
Ao Prof. Dirceu Vieira dos Santos (in memoriam), com muita saudade,
a quem devo o privilégio do aprendizado da semiologia cardíaca. Não houve um
paciente que eu tenha visto no ambulatório de válvula que o Dr. Dirceu não
tenha, pessoalmente, revisto toda a anamnese e o exame físico. Sem dúvida
nenhuma, foi um aprendizado enriquecedor.
viii
Ao Prof. Dr. Valter Correa de Lima, Adjunto da Disciplina de
Cardiologia da UNIFESP-EPM, responsável pelo setor de hemodinâmica da
UNIFESP-EPM, competente e organizado. Agradeço pela paciência e
compreensão em um momento profissional delicado e pela maneira cortês com
que me mostrou o melhor caminho para o meu êxito profissional e pessoal.
A Dra. Rozana Mesquita Cicconelli, que gentilmente me atendeu no
momento inicial deste trabalho, apresentou-me a tradução do questionário SF-36
enorme contribuição para comunidade científica brasileira ajudou-me na
compreensão e nos cálculos de sua pontuação.
Ao Dr. Almino Rocha Neto, que me despertou para este trabalho,
quando recém-chegado da França em 1998, trazendo as novidades sobre a
ablação da fibrilação atrial e em algum momento citou o termo “qualidade de
vida”.
Ao Dr. Henrique Horta Veloso, meu conterrâneo e árduo defensor de
suas opiniões. Escreveu sua tese de doutorado com muita propriedade, sendo
fonte de grande inspiração.
Ao Dr. Luiz Roberto Leite da Silva, pelo incentivo em um momento
crucial, quando acreditou neste trabalho e não me deixou desistir.
Ao Dr. Guilherme Fenelon, por sua prestimosa contribuição neste
trabalho e sugestões de extrema pertinência. Nem tudo tinha caído por terra...
A todos os colegas do Setor de Eletrofisiologia Clínica. Fátima Dumas
Cintra e Rinaldo Carvalho Fernandes, dupla harmoniosa e exemplos de
perseverança. Cezar Eumman Mesas, Aloyr G. Simões e Petrônio Rangel, pela
paciência, amizade, ensinamentos, os muitos chopps que tomamos e as muitas
risadas que demos juntos. Patrícia Hitomi Kuga, minha sempre companheira na
Eletrofisiologia e nas ótimas viagens que fizemos juntas. Elerson Arfelli e Paulo
ix
Cezar Tostes, pelo convívio e pela troca de conhecimentos sempre tão
enriquecedora. Jefferson Jaber, Alberto de Paula Junior e André Zanatta, também
aprendi muito com vocês meninos!
À Enfermeira Sônia Schutzer, que com seu jeito particular de ser aos
poucos me conquistou e reforçou a idéia de que tudo na vida depende de um
ponto de vista. Agradeço-lhe de coração pela aproximação e por tantas idéias que
pudemos trocar.
À psicóloga Daniela Levy, pessoa doce e que teve participação
essencial na aplicação de muitos questionários deste trabalho.
A todos os professores, médicos assistentes, pós-graduandos,
residentes, estagiários e alunos da UNIFESP-EPM, com os quais tive a
oportunidade de convivência.
A todos os colegas nos mais diversos hospitais com quem tive a
oportunidade de trabalhar, dividir conhecimentos e noites sofridas de plantão.
A minha colega e grande amiga, Dra. Aurélia Mussi, por sua amizade e
apoio constantes. É, sem dúvida, exemplo de mulher guerreira.
Às enfermeiras, auxiliares de enfermagem, pessoal da limpeza,
recepção e técnicos do Setor de Hemodinâmica da UNIFESP-EPM, pelo carinho
e respeito com que sempre me trataram.
Às secretárias da Disciplina de Cardiologia, Sra. Edileuza da Silva
Cunha e Sra. Vânia Sabino, pelas tão prestimosas orientações e atenção a mim
dispensada.
x
À secretária da Pós-graduação da Disciplina de Cardiologia, Sra. Maria
Christina Corrêa Meyer Campos de Almeida, que com seu jeito firme e ao mesmo
tempo carinhoso me conquistou.
Às funcionárias do Setor de Eletrofisiologia Clínica da UNIFESP EPM
Sra. Gersina Bispo de Barros Pacheco, Sra. Valnísia Sena, Sra. Zélia Pimenta da
Silva, Sra. Floricéia Alves da Rocha, Srta. Vanessa Alcântara Lopes e Srta. Roseli
da Silva, pelo carinho e atenção a mim e a minha família nesses anos de tão
intenso convívio. Agradeço a paciência que sempre tiveram comigo, mesmo nos
dias em que eu estava “1000%” estresse. Vivemos ali tantos momentos difíceis e
felizes que jamais serão esquecidos.
Ao Dr. Eduardo Rodrigues Bento Costa, que após terminada minha
formação em Eletrofisiologia, convidou-me para trabalhar em São José dos
Campos e me deu a oportunidade de realizar meu sonho profissional. Por sua
enorme amizade e por tantos ensinamentos, meus sinceros agradecimentos.
A minha grande amiga, a biomédica da CardioRitmo São José dos
Campos, Andreza Chaguri, por sua enorme amizade, minha irmã de coração.
Às funcionárias da CardioRitmo- São José dos Campos, Adriana
Marques Batista, Andréa Marques Antônio e Maria Neide de O. Santos, pelo
incrível carinho que me receberam e pelos bons momentos que temos passado
juntas.
Aos médicos e colegas do Hospital Belo Horizonte, onde fui muito bem
recebida e tive a oportunidade de realizar meu internato médico de volta à cidade
da minha adolescência.
xi
A todos os professores e colegas do Curso de Medicina das
Faculdades Integradas Severino Sombra. Agradeço de coração o apoio e os
ensinamentos que recebi de muitos professores, em especial do Prof. Dr. Pedro
Paulo Franco Mexas, pela ajuda em momento tão difícil. Trago na alma a
saudade daqueles tempos, a saudade daquela felicidade.
A minha grande amiga-irmã, Sâmia Sasdelli Hetti... Passe o tempo que
for, estejamos separadas pela distância que for, estaremos sempre unidas pela
nossa eterna amizade de infância.
À Sra. Maria Nilce Pereira, professora de português, por sua ajuda na
revisão do texto e, principalmente, por sua dedicação e carinho.
xii
Agradecimentos Especiais
A todos os pacientes portadores de fibrilação atrial que tão
gentilmente e tão humildemente responderam aos questionários tornando este
trabalho possível. Os meus sinceros agradecimentos, a consciência da minha
dívida e do muito que ainda há de ser feito.
À Sra. Maria de Lourdes Costa Oliveira, secretária da Disciplina de
Cardiologia, pessoa serena, cordial, discreta e atenciosa com todos e em todos os
momentos. Sou-lhe muita grata pelas palavras de incentivo e pelo carinho com
que sempre me tratou.
À minha grande amiga, Veruska Hernandes Campos Maria,
Enfermeira responsável pela Eletrofisiologia da UNIFESP-EPM, por quem tenho
um enorme carinho e admiração. Extremamente capacitada, dinâmica e amiga,
sou-lhe muito grata pela importante contribuição para a realização deste trabalho.
Indubitavelmente, sem a sua presença, este trabalho não seria possível.
xiii
“Quem passa por nós, nunca vai só, nunca nos deixa sós,
deixa sempre um pouco de si, leva sempre um pouco de nós”
(Charles Chaplin)
1. INTRODUÇÃO
Introdução
2
1.1 Aspectos epidemiológicos
A fibrilação atrial (FA) é a arritmia sustentada mais comum na prática
clínica e está associada a significante aumento na morbimortalidade de seus
portadores (Katz, Pick, 1956; Kannel et al., 1982). Sua prevalência é estimada em
0,4% a 1% da população geral, aumentando para 8% naqueles com mais de 80
anos. Estima-se que 2,3 milhões de pessoas nos Estados Unidos e 4,5 milhões
de pessoas na Europa tenham FA paroxística ou persistente (Go et al., 2001).
No Brasil, a FA foi observada em 4,8% dos 1.021 eletrocardiogramas
analisados de pacientes com idade entre 66 e 87 anos (De Carvalho Fo. et
al.,1994; Feinberg et al, 1995). Setenta por cento dos pacientes com FA têm entre
65 e 75 anos de idade. Sua prevalência ajustada pela idade é maior no sexo
masculino, mas cerca de 60% dos pacientes afetados com mais de 75 anos, são
mulheres (Kannel et al., 1983; Furberg et al., 1994; Feinberg et al, 1995; Lévy et
al.,1999). Além disso, a FA relaciona-se estreitamente com a presença de
insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e cardiopatia valvar, sendo mais
prevalente com a maior gravidade destas condições (Fuster et al., 2001). Por
outro lado, a prevalência da FA isolada é muito variável, podendo ser encontrada
em 3 a 30% de todos os casos (Kopecky et al., 1999; Lévy et al.,1999; Murgatroyd
et al., 1999).
1.2 Manifestações clínicas
O impacto clínico dessa arritmia pode variar do indivíduo totalmente
assintomático àquele extremamente limitado por sintomas. A primeira
manifestação clínica pode ser um evento embólico ou a exacerbação da
insuficiência cardíaca. Ao contrário do que se poderia imaginar, a ausência de
sintomas não é totalmente benéfica. Os episódios de FA intermitentes e com
duração variável levam ao remodelamento atrial, pela diminuição nos períodos
refratários atriais, propiciando a perpetuação da arritmia. Além disso, podem
Introdução
3
provocar alterações no metabolismo do miocárdio ventricular e o desenvolvimento
de taquicardiomiopatia (Lévy et al., 1998).
Nos pacientes sintomáticos, são frequentes as palpitações, a dispneia,
a dor no peito, a tontura e a fadiga. A síncope, embora incomum, está associada
à maior gravidade.
O evento embólico é a complicação mais temida nos pacientes com FA
e está diretamente relacionado à presença de doença cardiovascular. O risco de
acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes com FA é de 3 a 8% ao ano,
dependendo da associação com fatores de risco. Idade avançada, disfunção
ventricular, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, doença coronariana
e, principalmente, evento embólico prévio são fatores de risco independentes para
o tromboembolismo na FA não-reumática (Atrial Fibrillation Investigators, 1994;
Hart et al., 1999a).
Alguns esquemas clínicos para estratificar os pacientes portadores de
FA e risco para evento embólico foram avaliados. Dentre eles, o CHADS2
(“Cardiac failure, Hypertension, Age, Diabetes, Stroke”) estratifica de forma
simples, demonstrando correlação de valores acima de 2 pontos com maiores
taxas de AVC (Gage et al., 2001). A taxa de AVC para pacientes com FA isolada
em uso de aspirina pode chegar a 3,3% ao ano, mesmo na ausência de doença
cardíaca estrutural (Hart et al., 1999b).
Com relação à taxa de mortalidade, os pacientes com FA apresentam o
dobro de risco em relação àqueles em ritmo sinusal e há uma forte associação
com a gravidade da doença cardíaca subjacente (Kannel et al., 1983; Flegel et al.,
1987; Krahn et al., 1995).
Introdução
4
1.3 Classificação da fibrilação atrial
A classificação atualmente recomendada utiliza os termos primeiro
episódio, paroxística, persistente e permanente, com a intenção de torná-la
simples e clinicamente relevante. Se o paciente tem dois ou mais episódios, a FA
é considerada recorrente. Se a arritmia termina espontaneamente é designada
paroxística e, quando sustentada, é chamada de persistente. O termo permanente
é usado para FA de longa duração (mais de um ano), ou quando a cardioversão
não foi indicada ou houve insucesso na reversão (Fuster et al., 2006).
1.4 Opções terapêuticas
O manuseio ótimo da FA permanece incerto, mesmo nos dias atuais. O
arsenal de condutas composto por anticoagulação, controle do ritmo, controle da
frequência ventricular, técnicas ablativas e cirúrgicas, marcapasso, desfibrilador
atrial, entre outros, parece insuficiente diante de tal arritmia (Fuster et al., 2006;
Wyse et al., 2002; Jaïs et al., 2002a).
1.4.1 Anticoagulação
Para a maioria dos pacientes, a anticoagulação oral é recomendável,
devido à inequívoca eficácia na redução do AVC, mesmo quando o ritmo sinusal é
restabelecido (Wyse et al., 2002; Opolski et al., 2004). A ocorrência de AVC sofre
redução do risco relativo de aproximadamente 62% com o uso do warfarin quando
comparado ao placebo. O uso da aspirina reduz o risco do AVC em 22% e
quando comparados warfarin e aspirina a redução no risco relativo de AVC é de
36%. (Hart et al., 1999b).
No estudo AFFIRM (Wyse et al., 2002) a taxa de AVC isquêmico foi de
aproximadamente 1% ao ano em cada grupo (controle do ritmo vs controle da
Introdução
5
frequência cardíaca) e a maioria deles ocorreu naqueles que descontinuaram a
anticoagulação ou estavam com os níveis de Razão Normatizada Internacional
(RNI) subterapêuticos.
1.4.2 Controle do ritmo vs controle da frequência cardíaca
Durante muitos anos, o controle do ritmo, com reversão e manutenção
do ritmo sinusal, foi a estratégia terapêutica preferencial (Brodsky et al., 1996;
Hohnloser et al., 2000). Acreditava-se que o restabelecimento do ritmo sinusal
propiciaria uma condição mais fisiológica, com redução dos sintomas, melhora da
tolerância ao exercício, diminuição do risco de AVC, melhora da qualidade de
vida, extensão da sobrevida e, eventualmente, a descontinuação da terapia
anticoagulante (Waldo, 1999; Falk, 2001). Entretanto, nenhum dos presumíveis
benefícios foi alcançado quando comparado ao controle da frequência cardíaca
(Hohnloser et al., 2000; Wyse et al., 2002; Gelder et al., 2002; Carlsson et al.,
2003; Opolski et al., 2004; Roy et al., 2008).
Atualmente a opção pela reversão para o ritmo sinusal é baseada no
controle dos sintomas, na restauração do ritmo em um primeiro episódio de FA e
na prevenção da disfunção ventricular (De Paola et al., 2003; Fuster et al., 2006).
A manutenção do ritmo sinusal pode ser alcançada com taxa de
sucesso variável com o uso das diversas drogas antiarrítmicas. A amiodarona é o
fármaco antiarrítmico mais eficaz para prevenção de recorrências de FA (Roy et
al., 2000; Wyse et al., 2002; Opolski et al., 2004), exceto naqueles com doença
cardíaca isquêmica, onde não diferença significativa quando comparada ao
sotalol (Singh et al., 2005). O que limita o seu uso é o risco de efeitos colaterais
extracardíacos (cerca de 20 a 40% dos casos) (Fuster et al., 2006).
A despeito de
repetidas cardioversões e uso de drogas antiarrítmicas, a taxa de manutenção do
ritmo sinusal foi de 56% (PIAF), 39% (RACE), 38% (STAF), 63,5% (HOT-CAFE) e
73% (AF-CHF) no grupo controle de ritmo ao final dos estudos (Hohnloser et al.,
Introdução
6
2000; Gelder et al., 2002; Carlsson et al., 2003; Opolski et al., 2004; Roy et al.,
2008). No AFFIRM (Wyse et al., 2002), a prevalência do ritmo sinusal em
pacientes no grupo controle do ritmo foi decrescente com o passar dos anos,
sendo de 82,4%, 73,3% e 62,6% em um, três e cinco anos de seguimento,
respectivamente.
O controle da frequência cardíaca pode ser considerado estratégia
inicial no tratamento da FA e o controle do ritmo pode ser abandonado
precocemente se não for totalmente satisfatório, visto que ambas as estratégias
não apresentam diferença nas taxas de mortalidade e AVC (De Denus et al.,
2005).
1.4.3 Ablação da fibrilação atrial
As veias pulmonares de pacientes com FA exibem propriedades
eletrofisiológicas distintas daqueles sem tal arritmia, o que potencialmente explica
sua arritmogenicidade (JAÏS et al., 2002a). A terapia curativa desenvolvida por
cirurgiões através de atriotomias e, posteriormente utilizada por eletrofisiologistas
pela criação de lesões lineares atriais com aplicação de radiofrequência por
cateter, interrompe as frentes de onda, mas não impede os batimentos
deflagradores capazes de induzir a FA (Shah et al., 1999).
No entanto o mapeamento cuidadoso desses focos venosos e a
ablação com o isolamento das veias pulmonares pode curar a FA paroxística
(Chen et al., 1999; Scanavacca et al., 1999; Haïssaguere et al., 2000
a;
Haïssaguere et al., 2000
b).
A eficácia na ablação da FA é bastante variada e complicações
maiores foram relatadas em cerca de 6% dos procedimentos. (Cappato et al.,
2005). A grande variação nos resultados deve-se às diferenças nas técnicas
empregadas, nos tempos de seguimento, na definição de sucesso, nas drogas
Introdução
7
antiarrítmicos e nos níveis de experiência dos centros realizadores. (Calkins et al.,
2007).
1.5 Qualidade de vida
A eficácia terapêutica da FA é avaliada, predominantemente, segundo
critérios objetivos, como morbidade e mortalidade. Nos dias atuais, tais objetivos
expandem-se para a redução dos sintomas e a prevenção das complicações
provocadas por essa arritmia, com consequente melhora da qualidade de vida de
seus portadores (Luderitz, Jung, 2000). A qualidade de vida dos pacientes com
FA sofre impacto considerável, sendo significantemente pior do que a de
pacientes pós-infarto do miocárdio, com insuficiência cardíaca ou com outros tipos
de arritmias (Bubien, 2000).
1.5.1 Importância da avaliação da qualidade de vida
Muitos fatores têm influenciado o crescente interesse pelas medidas de
qualidade de vida. Tais medidas auxiliam em tomadas de decisão, principalmente
em pacientes com condições crônicas, diferenciam fatores que afetam a escolha
do tratamento e facilitam as informações, tornando os pacientes participantes na
terapêutica, além de proverem dados de relevância às autoridades reguladoras
para aprovação de novas drogas e dispositivos (Luderitz, Jung, 2000). Também
fornecem descrições valiosas das experiências de uma determinada população
de pacientes, comparam diferentes grupos ou subgrupos de doentes, ajudam a
predizer o curso da doença, o processo de recuperação, a resposta ao tratamento
e a necessidade de serviços específicos (Devon, Ferrans, 2003).
A avaliação da qualidade de vida é tão importante quanto medidas
tradicionais que afetam as doenças. Desde o início dos anos 70 tem havido um
aumento exponencial no uso da qualidade de vida como desfecho em pesquisas
clínicas. Um levantamento do registro de ensaios clínicos controlados da
Colaboração Cochrane mostrou que os estudos mais relacionados com a
Introdução
8
avaliação de qualidade de vida são aqueles referentes aos cânceres (29%) e às
doenças cardiovasculares (26%) (Engelmann, Pehrson, 2003).
Em contraste com arritmias com risco de vida, a fibrilação atrial pode
até parecer benigna, todavia revelará seus efeitos deletérios com a passar dos
anos. Além disso, os pacientes com FA experimentam sintomas significantes
durante os episódios de arritmia, incluindo palpitações, dispneia, tontura, dor no
peito e fadiga. Os pacientes com FA persistente ou permanente, frequentemente
relatam sensação geral de doença, baixa tolerância aos exercícios, irritabilidade,
déficit de concentração e distúrbios do sono (Bubien, 2000).
O manuseio dessa arritmia é complexo e multifacetado, pois envolve a
anticoagulação em combinação com drogas antiarrítmicas e com terapias não-
farmacológicas (cardioversão, ablação por cateter, marcapasso, desfibrilador
atrial, cirurgia). O impacto dessas terapias na morbidade e na mortalidade não
está claro. Por conseguinte, a redução de sintomas e a melhora na qualidade de
vida são as principais razões para tratar esses pacientes (Bubien, 2000;
Engelmann, Pehrson, 2003).
1.5.2 Definição de qualidade de vida
O conceito de qualidade de vida é inerentemente subjetivo e de
definição muito variada. No entanto existe um consenso geral de que a qualidade
de vida é uma construção multidimensional e pode ser avaliada com base nos
quatro principais componentes: condição física, bem-estar psicológico, atividades
sociais e atividades diárias (Louise, Bubien, 1996; Luderitz, Jung, 2000;
Engelmann, Pehrson, 2003).
A capacidade funcional tem relação estrita com a manutenção do status
social e inclui a habilidade da pessoa em realizar suas atividades diárias e
cuidados próprios, bem como funções intelectuais, emocionais e sociais. A
Introdução
9
presença ou ausência de sintomas, sua frequência e intensidade estão inseridas
na saúde física e mental das dimensões de qualidade de vida (Bubien et al.,
1996). Miettinem (1987) definiu a qualidade de vida como a “Sensação íntima de
conforto, bem-estar ou felicidade no desempenho de suas funções físicas,
intelectuais e psíquicas dentro da realidade da sua família, do seu trabalho e
dos valores da comunidade a qual pertence”.
1.5.3 Instrumentos de medida de qualidade de vida
No processo de avaliação da qualidade de vida é interessante
transformar medidas subjetivas em objetivas, capazes de serem mensuradas de
forma quantitativa. A acurada quantificação da qualidade de vida tem sido
proposta por meio de questionários ou instrumentos e existem dois tipos básicos:
os questionários genéricos e os questionários doença-específicos (Bubien et
al.,1996, Luderitz, Jung, 2000; Engelmann, Pehrson, 2003).
Os questionários genéricos são aplicáveis a qualquer condição de saúde e
doença, não sendo utilizados especificamente para uma doença ou uma
população suscetível; são mais proveitosos na avaliação de saúde geral e na
comparação entre as doenças (Luderitz, Jung, 2000; Engelmann, Pehrson, 2003).
Por isso não são capazes de detectar determinados aspectos particulares ou
específicos da qualidade de vida dos pacientes (Guyatt et al., 1989).
Atualmente, o SF-36 (The Medical Outcome Study Short-Form Health
Survey, SF-36) (anexo 1) é o questionário genérico validado mais utilizado na
literatura, existindo cerca de 4 mil publicações sobre esse instrumento (Turner-
Bowker et al, 2002). Traduzido em mais de 50 países, inclusive no Brasil
(Ciconelli et al.,1999), é composto por 36 questões, agrupadas em oito domínios,
os quais refletem aspectos de saúde mental e saúde física. A pontuação de cada
domínio varia de zero a 100 pontos, sendo que quanto maior a pontuação, melhor
a qualidade de vida. (Ware, Sherbourne, 1992; McHorney et al, 1993, 1994).
Introdução
10
Um questionário específico é um instrumento capaz de avaliar de forma
individual e específica determinados aspectos da qualidade de vida (Guyatt,
1995). Geralmente foca-se nos domínios mais relevantes da doença ou condição
em estudo e nas características dos pacientes, onde a condição é prevalente. Por
esse motivo, o mais apropriados para ensaios clínicos que avaliam
intervenções terapêuticas específicas (Luderitz, Jung, 2000; Engelmann, Pehrson,
2003). As principais vantagens desse tipo de instrumento referem-se à inclusão
de dimensões relevantes para os pacientes. As desvantagens incluem a perda de
comparação dos resultados com outros grupos de doenças e a possibilidade de
perda de informações de domínios que não foram incluídos (Fletcher et al., 1992).
Os questionários de medida de qualidade de vida, sejam eles
genéricos ou específicos, envolvem uma complexa coleção de itens, questões e
domínios. Um item é uma pergunta única e o conjunto de itens forma uma
determinada questão. Um domínio ou dimensão identifica um foco particular de
atenção e se compromete a responder um único item ou vários itens
relacionados. O instrumento é a coleção de itens usados para obter os dados
desejados e pode conter uma questão global única ou múltiplos itens que, por sua
vez, podem ou não ser categorizados em questões e domínios separados
(Luderitz, Jung, 2000).
1.5.4 Propriedades psicométricas dos questionários de qualidade de vida
A seleção de um instrumento apropriado de medida de qualidade de
vida é afetada por vários fatores. A escolha deve se basear na capacidade do
instrumento em avaliar de forma adequada a situação pretendida. O instrumento
deve ter formato simples, de fácil aplicação e compreensão; seus componentes
devem ser claros e o tempo de administração apropriado (Bell et al., 1990;
Luderitz, Jung, 2000).
Introdução
11
As propriedades psicométricas ou de medida são os pré-requisitos
fundamentais às medidas da qualidade de vida, sejam elas questionários
genéricos ou específicos. Tais propriedades incluem a validade, a
reprodutibilidade, a responsividade, a sensibilidade e a utilidade prática do
questionário em questão (Luderitz, Jung, 2000; Devon, Ferrans, 2003;
Engelmann, Pehrson, 2003).
A validade é a estimativa da extensão para qual o instrumento de
medida reflete o que se tem a intenção de medir, ou seja, se os resultados de
uma aferição correspondem ao estado verdadeiro dos fenômenos medidos. Um
instrumento válido é aquele com um acúmulo de evidências sobre medidas
repetidas, não podendo ser interpretado como tudo ou nada. A validade não está
presente ou ausente. É possível construir evidências a favor ou contra a validade
de uma escala, nas condições em que ela é usada. Existem três formas de
validade: de conteúdo, de critério e de construto. A validade de conteúdo avalia
se os itens de um instrumento preenchem a variação de conteúdo sobre o que se
pretende estudar. Embora o endosso de tal validade seja subjetivo, a revisão da
literatura, a comparação com modelos existentes, entrevistas à população alvo e
a opinião de especialistas dão suporte aos instrumentos específicos. A validade
de critério existe na medida em que as aferições correlacionam-se com alguma
outra variável diretamente observável. Por exemplo, um teste sobre o uso próprio
de nitrato sublingual pode ser validado pela contagem do número de comprimidos
tomados no blister e o número de episódios de angina anotados pelo paciente em
um diário. A validade de construto provê um elo entre a teoria e a conceituação
do instrumento, ou seja, ele deve medir convincentemente o que se propõe. Isso
pode ser realizado de duas maneiras: por meio da validade de construtos
convergente e divergente. Assume-se que existe validade de construto
convergente quando dois métodos independentes levam a resultados similares e
validade de construto divergente quando são identificados grupos diferentes em
uma mesma medida (Fletcher et al., 1996; Devon, Ferrans, 2003).
Introdução
12
Na definição de reprodutibilidade, medidas de um fenômeno estável –
repetidas por pessoas e instrumentos diferentes em momentos e lugares distintos
alcançam resultados semelhantes. A medida reprodutível é aquela que é
consistente e estável ao longo do tempo ou em mensurações repetidas. Por isso
é também denominada confiabilidade ou precisão. É necessária em um
instrumento de medida, mas não é um componente suficiente de validade. Essa
medida é composta por dois elementos: a verdadeira pontuação (ou pontuação
real) e o erro de mensuração causado por distúrbios aleatórios. Existem quatro
métodos de avaliação da reprodutibilidade de um instrumento: o teste-reteste, a
forma alternativa, a divisão em partes iguais e a consistência interna.
O teste reteste é apropriado para medir características estáveis ao
longo do tempo. A avaliação estatística é calculada pela comparação da
pontuação inicial com a do teste subsequente. O coeficiente de correlação de
Pearson, comumente utilizado, não é adequado para medidas repetitivas, pois
não reflete diferenças sistemáticas e randômicas. O coeficiente de correlação
intraclasse é o índice de escolha para quantificar a reprodutibilidade pelo teste-
reteste, que reflete diferenças randômicas e sistemáticas (Bartko, 1966;
Kramer, Feinstein, 1981). A forma alternativa requer a construção de um novo
teste paralelo, o que pode ser difícil, até mesmo impossível se o conteúdo for
limitado ou se existirem muitos itens para serem testados. A técnica de divisão
em partes iguais (split-halves) pode ser considerada uma substituta da forma
alternativa e uma forma de reprodutibilidade de consistência interna. Os itens são
divididos ocasionalmente em dois grupos, a pontuação de cada metade é
correlacionada e a fórmula de Spearmn-Brown é aplicada para estimar a
reprodutibilidade do teste como um todo (Brown, 1999). O método de
consistência interna avalia quão bem os itens de um instrumento se encaixam
conceitualmente e deve ser sempre aplicado para avaliar a reprodutibilidade,
mesmo quando outros métodos forem utilizados. A consistência interna é
mensurada por meio do coeficiente alfa de Cronbach, adequado para medidas
repetitivas (Cronbach, 1950).
Introdução
13
Um instrumento é internamente consistente se todos os seus itens são
medidas de um mesmo atributo. O coeficiente alfa estima a reprodutibilidade por
computar a média de correlação inter - item entre todos os itens do teste. Um
valor alfa maior ou igual a 0,70 tem sido recomendado para comparação de
grupos. A precisão na análise da pontuação individual de um paciente requer um
coeficiente alfa maior ou igual a 0,90. Tais valores são considerados excelentes
para esta análise. (McHorney et al., 1994; Fletcher et al., 1996; Devon, Ferrans,
2003).
A responsividade é a medida da associação entre as mudanças
observadas na pontuação e o verdadeiro valor do construto, ou seja, os
resultados encontrados pelo questionário mudam de acordo com as mudanças
nas condições clínicas dos pacientes. Vários métodos estatísticos têm sido
propostos para avaliar a responsividade. Um deles é o teste t pareado da
pontuação dos questionários pré e pós - tratamento.
As diferenças significantes indicam que o questionário é responsivo às
mudanças no estado clínico do paciente. Um instrumento é sensível quando é
hábil em detectar pequenas, porém importantes mudanças ou diferenças na
qualidade de vida (Fletcher et al., 1996; Luderitz, Jung, 2000; Devon, Ferrans,
2003; Engelmann, Pehrson, 2003).
Para que uma medida tenha utilidade prática, além de ser válida,
reprodutível e responsiva, deve ser simples e rápida de aplicar, ter uma
pontuação fácil e prover dados de valor clínico (Engelmann, Pehrson, 2003).
1.5.5 Questionários de qualidade de vida em estudos com fibrilação atrial
Na cada de 90, vários estudos avaliaram a qualidade de vida em
pacientes com FA. No entanto, a maioria desses trabalhos foi realizada com um
número pequeno de pacientes. Alguns utilizaram os formatos de entrevista e
Introdução
14
relato de sintomas, e poucos incluíram métodos validados para análise da
qualidade de vida (Louise, Bubien, 1996; Luderitz, Jung, 2000).
A partir do ano 2000, estudos sobre FA empregaram métodos mais
adequados para avaliar a qualidade de vida dos pacientes (quadro 1). Os estudos
PIAF (Grönefeld et al.,2003) e STAF (Carlsson et al.,2003) ainda utilizaram o
formato de relato de sintomas que o preenche os pré-requisitos necessários
para instrumento de medida de qualidade de vida. Os questionários Symptom
Checklist (SCL anexo 3) e Atrial Fibrillation Severity Scale (AFSS anexo 2)
tiveram suas validações inseridas no ensaio clínico (Bubien et al., 1996, Dorian et
al., 2002). Dessa maneira a validação faz parte do resultado, originando aquilo
que em lógica chama-se de raciocínio circular - o resultado do ensaio valida o
instrumento e vice-versa. O questionário Quality of Life Index (QoL version IV
anexo 4), teve sua validação publicada em revista de menor impacto e é
classificado como questionário genérico com componente doença cardíaca-
específico (Ferrans, Powers, 1985). Os questionários Duke Activity Status Index
(anexo 5) (Hlatky et al., 1989) e Specific Activity Scale (Goldman, 1981) são
questionários genéricos e avaliam a capacidade funcional. No entanto sabe-se
que nem sempre uma melhor tolerância ao exercício se traduz em melhor
qualidade de vida (Hohnloser et al., 2000; Opolski et al., 2004).
O instrumento University of Minnesota Living with Heart Failure
Questionnaire (anexo 6) (Rector et al., 1987) é um questionário específico para
avaliar a qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca.
A maioria dos estudos, entretanto, utilizou o questionário genérico SF-
36 na avaliação da qualidade de vida dos pacientes com FA que, todavia, não
aborda as manifestações específicas dessa arritmia (Grönefeld et al., 2003;
Dorian et al., 2002; Carlsson et al., 2003; Hagens et al., 2004; The AFFIRM
Investigators, 2005; Wazni et al., 2005; Singh et al., 2006).
Paradoxalmente, considerando sua importância clínica, encontramos
três questionários descritos como específicos para a FA: AFSS - University of
Introdução
15
Toronto Atrial Fibrillation Severity Scale; AFQLQ Quality of Life Atrial Fibrillation;
AFQoL-18 Atrial Fibrillation Quality of Life (Dorian et al.,2002; Tsuneda et al.,
2006; Badia et al.,2007). No entanto eles apresentam fragilidades metodológicas
que dificultam suas aplicações.
O primeiro, o AFSS (anexo 2), a avaliação de suas propriedades
encontra-se inserida no ensaio clínico e não publicação prévia de validação do
instrumento (Dorian et al., 2002). Além disso, restringe os seus itens à avaliação
exclusiva da palpitação. O segundo, o AFQLQ, teve as publicações de sua
apresentação e validação em 2003 e 2005 em japonês (Tsuneda et al., 2006). O
terceiro deles, o AFQoL-18 (anexo 7), foi publicado em revista eletrônica e
desenvolvido inicialmente com 40 itens, sofrendo reduções até 18 itens. Não
dados de avaliação prospectiva ou de responsividade deste às manifestações
evolutivas da FA (Badia et al., 2007).
Também foi encontrado na literatura um questionário, Symptom
Severity Questionnaire (anexo 8), aplicado em estudo randomizado para ablação
de FA que nos parece arritmia - específico. Todavia não foi validado e não
publicação referente ao seu desenvolvimento (Oral et al.,2006).
Por conseguinte, consideramos relevante a construção de um
instrumento específico para avaliação da qualidade de vida em pacientes com
fibrilação atrial que aborde as principais manifestações clínicas dessa arritmia e
que tenha suas propriedades de medida adequadamente testadas.
Introdução
16
Quadro 1. Estudos clínicos, a partir de 2000, que avaliaram a qualidade de vida
de pacientes com FA. Descrição dos instrumentos de medida utilizados e
caracterizações.
ESTUDOS
DE QUALIDADE DE
VIDA
MEDIDA
DE QUALIDADE DE
VIDA
TIPOS DE QUESTIONÁRIO
S
Estudos com Dro
gas Anti
arrítmicas
CTAF
(2002)
SF-36
Genérico
DASI
Genérico
SCL
Arritmia - específico
AFSS
FA - específico
SAFE-T
(2006)
SF-36
Genérico
SCL
Arritmia – específico
SAS
Genérico
AFSS
FA - específico
Estudos Controle do Ritmo vs Cont
role da Frequência Cardíaca
PIAF
(2003)
SF-36
Genérico
Relato de sintomas NA
STAF
(2003)
SF-36 Genérico
Relato de sintomas NA
RACE
(2004)
SF-36 Genérico
SF-36 Genérico
AFFIRM
(2005)
QoL - IV Genérico com componente doença
cardíaca-específico
SCL Arritmia – específico
SF-36 Genérico
AF
-
CHF
(2008)
SCL Arritmia – específico
AFSS FA – específico
Minnesota IC – específico
Estudos randomizados de ablação por cateter
Wazni et al
(2005)
SF-36 Genérico
Oral et al
(2006)
Symptom Severity Questionnaire NA
Estudo Controle de Frequência Cardíaca
Tsuneda
et al
(2006)
AFQLQ FA - específico
QoL IV: Quality of Life Index - Cardiac Version IV; SCL: Symptom Checklist: Frequency and Severity;
AFSS: University of Toronto AF Severity Scale; Minnesota: University of Minnesota Living with Heart Failure
Questionnaire; DASI: Duke Activity Status Index; AFQLQ:Quality of Life of Atrial Fibrillation; SAS: Specific
Activity Scale; NA: não se aplica.
2. OBJETIVOS
Objetivos
19
1. Desenvolver um questionário específico para avaliação da qualidade de
vida em pacientes com fibrilação atrial.
2. Validar o questionário por meio da análise de suas propriedades de
medida: validade, reprodutibilidade e responsividade.
3. MÉTODOS
Métodos
18
O estudo Desenvolvimento e Validação de um Questionário
Específico para Avaliação da Qualidade de Vida em Pacientes com
Fibrilação Atrial foi elaborado e realizado no Setor de Eletrofisiologia Clínica,
Disciplina de Cardiologia, Departamento de Medicina da Escola Paulista de
Medicina – Universidade Federal de São Paulo. O trabalho foi realizado de janeiro
de 1999 a maio de 2002 e foi dividido em três fases.
3.1 Fase inicial – Desenvolvimento do questionário
Em janeiro de 1999 iniciamos o desenvolvimento de um questionário
para avaliação da qualidade de vida em pacientes com FA, nomeado QVFA -
Qualidade de Vida em FA. Com este intuito foram realizadas sessões de painel
com especialistas em arritmia. Inicialmente, os especialistas determinaram quais
seriam as manifestações clínicas mais importantes dessa arritmia. Foi elaborado
um modelo de questionário onde as manifestações clínicas compuseram os
domínios. As questões e os itens de cada domínio foram novamente discutidos
com os especialistas, de acordo com sua relevância. A linguagem empregada
objetivou a simplicidade, a clareza e a facilidade de compreensão. A definição da
pontuação foi estabelecida por consenso entre os eletrofisiologistas que
atribuíram valores maiores ou menores, de acordo com a importância do item,
questão e domínio no contexto clínico. Optamos por valores maiores para aqueles
itens considerados piores para a FA. Finalmente, esse modelo foi aplicado
inicialmente em um pequeno grupo de pacientes - fase piloto. Após esta fase,
observamos que o tratamento empregado para essa arritmia era relevante e, por
conseguinte, foram incluídos no questionário três domínios sobre teste tema. A
definição da pontuação também foi feita por meio de consenso em sessão de
painel.
Métodos
19
3.2 Fase intermediária – Seleção e aplicação
3.2.1 Seleção dos pacientes
Foram considerados elegíveis para este estudo:
1. Pacientes portadores de FA documentada em ECG de 12 derivações;
2. FA de qualquer etiologia;
3. FA de qualquer classificação;
4. Pacientes sintomáticos ou não;
5. Pacientes com FA em acompanhamento no ambulatório de FA no
Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Paulo;
6. Pacientes alfabetizados ou não, devendo eles próprios responder aos
questionários.
A escolha da terapêutica era decisão do médico que assistia ao
paciente nas consultas regulares e não consistia em critério de inclusão ou
exclusão.
Foram considerados critérios de exclusão:
1. Pacientes que não concordassem em participar do estudo por qualquer
motivo;
2. Pacientes com déficit importante de memória;
3. Pacientes com algum grau de demência.
Também foram excluídos os pacientes que responderam aos
questionários na visita inicial (drop out), sem nenhuma outra avaliação
subsequente por qualquer motivo.
Métodos
20
Uma vez satisfeitos os critérios de inclusão e exclusão os pacientes
foram informados detalhadamente sobre os objetivos do estudo e os
procedimentos aos quais seriam submetidos, conforme as recomendações da
Organização Mundial de Saúde e Declaração de Helsinque de 1975 para
pesquisas biomédicas, envolvendo seres humanos. O termo de consentimento
livre e informado foi assinado e iniciada a pesquisa.
3.2.2 Aplicação dos questionários
Foram aplicados de forma prospectiva e simultânea os questionários
SF-36 e QVFA aos pacientes elegíveis. A forma escolhida para responder aos
questionários foi a entrevista. Para padronização da entrevista foram treinados
três observadores e as perguntas foram feitas de acordo com a forma escrita, não
existindo explicação de qualquer palavra ou questão. A compreensão deveria ser
exclusiva do entrevistado. Antes ou após a consulta ambulatorial, foram aplicados
os questionários aos pacientes em ambiente tranquilo e com medição do tempo
despendido sem a percepção do paciente. Os acompanhantes podiam
permanecer na sala e foram orientados a não ajudar na compreensão das
perguntas ou nas respostas.
No período de fevereiro a novembro de 1999 foi realizado um projeto
piloto que consistiu na aplicação simultânea dos questionários SF-36 e QVFA em
32 pacientes elegíveis na visita inicial e após três meses.
No período de fevereiro de 2001 a maio de 2002, os questionários SF-
36 e QVFA foram aplicados simultaneamente a pacientes elegíveis na visita
inicial, aos três, seis, nove e 12 meses. Todos os pacientes tiveram as suas
informações clínicas inseridos em um banco de dados (Quadro 2).
Métodos
21
Quadro 2. Dados clínicos registrados a cada avaliação.
Dados
Inicial
3 meses
6 meses
9 meses
12 meses
Data de Nascimento X
Escolaridade X
Idade X
Sexo X
Classificação FA X X X X X
Ritmo X X X X X
Duração da FA X
N de CVE X X X X X
DAA X X X X X
Terapia antitrombótica X X X X X
Arritmias concomitantes X X X X X
Evento embólico X X X X X
Evento hemorrágico X X X X X
DM X
Tireoideopatia X
DPOC X
MP/ causa X
HAS X
Doença Cardíaca* X
FEVE X X
AE X X
CF (NYHA) X X X X X
Fc média X X X X X
N= número; CVE= cardioversão elétrica; DAA= droga antiarrítmica; DM= diabetes mellitus; DPOC=
doença pulmonar obstrutiva crônica; MP= marcapasso; HAS= hipertensão arterial sistêmica;
FEVE= fração de ejeção do ventrículo esquerdo; AE= átrio esquerdo; CF= classe funcional; Fc=
frequência cardíaca.*Doença cardíaca: doença arterial coronariana, valvar não-reumática, valvar
reumática, miocardiopatia dilatada idiopática, miocardiopatia Chagásica, cardiopatia congênita.
3.3 Fase final – Validação
Para validação do questionário QVFA analisaram-se as seguintes
propriedades de medida: a validade, a reprodutibilidade e a responsividade.
Foram analisadas as validades de conteúdo e construto. Para a
validade de conteúdo consideram-se aspectos valorizados na literatura, a opinião
de especialistas e entrevistas com a população-alvo. Para validade de construto
convergente, simultaneamente ao QVFA, foi aplicado o questionário genérico SF-
Métodos
22
36. A escolha desse instrumento fundamentou-se em sua importância na literatura
e por ser um questionário validado e traduzido para a língua portuguesa.
A reprodutibilidade foi testada por meio do método de teste-reteste
(coeficiente de correlação intraclasse de Bartko), pela consistência interna
(coeficiente alfa de Cronbach α) e pela análise da concordância inter e
intraobservadores. Dois observadores treinados na aplicação do questionário
aplicaram 40 QVFA em pacientes com FA, em momentos e locais distintos da
seguinte maneira:
1. Reprodutibilidade interobservadores: O observador 1 aplicou dez questionários
QVFA pela manhã em dez pacientes com FA no ambulatório de
anticoagulação. No mesmo dia à tarde, o observador 2 aplicou o questionário
QVFA nos mesmos dez pacientes no setor de arritmias. Em outro dia os
observadores fizeram o oposto: o observador 2 aplicou o questionário QVFA
pela manhã em outros dez pacientes no ambulatório de anticoagulação e o
observador 1 aplicou o questionário QVFA nesses mesmos pacientes no
período da tarde no setor de arritmias.
2. Reprodutibilidade intraobservadores: um observador aplicou 20 questionários
QVFA em 20 pacientes com FA no período da manhã no ambulatório de
anticoagulação e repetiu a aplicação nestes pacientes no período da tarde no
setor de arritmias.
A evidência de responsividade foi analisada pela mudança na
pontuação dos domínios do QVFA no período de seguimento, indicando se
mudanças clínicas puderam determinar diferenças significativas nos valores
obtidos.
Métodos
23
3.4 Análise estatística
Os resultados da pontuação dos domínios do SF-36 e do QVFA, a
pontuação total do QVFA, o tempo despendido para a aplicação dos
questionários, assim como as variáveis clínicas foram agrupados em um banco de
dados utilizando-se o programa SPSS 10.0
para ambiente operacional Windows
XP Service Pack 3
. Os cálculos estatísticos foram realizados pelo mesmo
programa anteriormente citado. Para a construção dos gráficos e das figuras
utilizou-se o Microsoft Excel
que faz parte do Microsoft Office 2000 Premium e
também o programa SPSS 10.0
para ambiente operacional Windows XP Service
Pack 3
. As tabelas foram construídas no Microsoft Excel
e no Microsoft Word
,
ambos do Microsoft Office 2000 Premium.
Inicialmente foi realizada a estatística descritiva das condições
demográficas e clínicas dos pacientes, obtendo-se a distribuição das frequências
absolutas e relativas das variáveis qualitativas e quantitativas. As variáveis
contínuas foram apresentadas como média ± desvio-padrão.
3.4.1 Validade de construto convergente
Os valores encontrados para cada domínio do SF-36 e para o total do
QVFA, quando comparado ao SF-36, foram expressos em média ± desvio-
padrão.
Realizamos a correlação entre as médias dos domínios do SF-36 (X) e
do total do QVFA (Y) para testar a validade de construto convergente e fornecer
evidência de validade. No caso de X e Y apresentarem variações no mesmo
sentido, diz-se que entre elas existe correlação positiva; quando as variações de
X e Y são em sentido contrário, trata-se de correlação negativa; finalmente
quando a variação de X não está relacionada com a variação de Y, não
correlação (BERQUÓ et al, 1981).
Métodos
24
3.4.2 Reprodutibilidade
Para estimar a reprodutibilidade foram calculados o coeficiente de
correlação intraclasse de Bartko e o coeficiente alfa de Cronbach nas médias de
cada domínio do QVFA e no total desse questionário. Também foram calculados
os coeficientes para a média de tempo despendido na aplicação do questionário
QVFA.
Para a realização do coeficiente de correlação intraclasse de Bartko, de
acordo com as orientações sugeridas por Fleiss (1986), utilizamos a seguinte
fórmula:
R =
N (PMS – SEM)
N x PMS + (K-1) RMS + (N-1) x (K-1) x SEM
Os elementos constituintes desta fórmula (PMS, RMS, SEM, N e K) são
extraídos da análise de variância por repetição e expressos como:
PMS = quadrado médio por paciente;
RMS = quadrado médio por observador;
EMS = quadrado médio dos erros;
N = número de eventos analisados;
K = número de observadores.
Eles expressam a variabilidade que pode ocorrer entre cada
mensuração realizada pelos observadores, além de aquela resultante do erro
aleatório. A estatística R pode variar de –1 a +1, significando discordância e
concordância respectivamente.
Métodos
25
Para o cálculo do coeficiente alfa de Cronbach (Bland, Altman, 1997), a
fórmula é:
α
=
k
kk
k
(
1-
Σ
ΣΣ
Σs
2
i
)
k
k k
k
– 1
s
2
T
Os elementos da fórmula são expressos como:
α
= número de itens;
s
2
i
= variação de cada item;
s
2
T
= variação da pontuação total formada pela soma de todos os itens
Um valor maior ou igual a 0,70 tem sido recomendado para ambos os
coeficientes. A precisão na análise da pontuação requer um coeficiente de 0,90,
sendo um valor de 0,95 desejável e considerado excelente (Nunnally, 1978;
Devon, Ferrans, 2003).
3.4.3 Responsividade
Os valores encontrados para os domínios do QVFA e a pontuação total
desse questionário foram expressos em média ± erro-padrão e comparados o
momento inicial e 12 meses, utilizando-se o teste t de student (Gosset). As
diferenças significativas devem indicar que o questionário é responsivo às
mudanças no estado clínico do paciente.
Para rejeição da hipótese de nulidade, utilizamos a probabilidade de
significância p < 0,05 (5%). Os intervalos de confiança foram calculados com a
probabilidade de 95%.
4. RESULTADOS
Resultados
30
4.1 Questionário
O questionário desenvolvido foi chamado de QVFA – Qualidade de
Vida em Fibrilação Atrial (anexo 6).
O formato do questionário contou com o título acima centralizado,
seguido de um cabeçalho de identificação com dados relevantes sobre o
paciente, a data da aplicação e o número da avaliação, já que foram cinco
avaliações em um ano de seguimento.
O QVFA foi formatado em sete domínios, 27 questões e 83 itens. Os
domínios foram numerados sequencialmente de I a VII, em algarismos romanos,
e foram compostos pelas principais manifestações clínicas da FA (palpitação,
Dispneia, precordialgia e tontura) e pelas intervenções habituais nesta arritmia
(medicação, cardioversão elétrica e ablação). As questões que contêm itens que
pontuam foram sequencialmente numeradas de 1 a 22 em algarismos arábicos.
As questões com resposta sim ou não de transição para as questões do domínio,
não foram numeradas e nem pontuadas. Os itens não foram numerados e para
cada um deles foi atribuída uma única resposta em forma de letra para evitar a
sugestão tanto do investigador quanto do paciente. Números maiores poderiam
sugerir melhor qualidade de vida.
Na fase piloto, o QVFA foi composto até o domínio V (Medicação). Os
domínios VI (Cardioversão Elétrica) e VII (Ablação) foram inseridos após esta
fase.
Resultados
31
Figura 1. Questionário QVFA – Qualidade de Vida em FA.
QVFA
Avaliação de Qualidade de Vida em Paciente com Fibrilação Atrial
Identificação
Data:__________Nº:______
Nome:____________________________________________________
RG:__________Sexo:_______Data de Nasc.:__________Idade:______
Natural:_____________Proced.:___________Profissão:____________
Endereço:____________________________________Tel:__________
QUESTIONÁRIO:
I. PALPITAÇÃO
Tem palpitação (batedeira no peito)?
( ) Sim ( )Não
1)
A palpitação é :
Diária.........................................................................
...............
e
Semanal...................................................................................
d
Quinzenal.................................................................................
c
Mensal.................................
.....................................................
b
> 30 dias...................................................................................
a
2)
A palpitação aparece com:
Repouso.....................................................
..............................
c
Estresse
emocional .................................................................
b
Atividade comum (trabalho ou casa)........................................
a
3) Qual é a duração da palpitação?
< 1 minuto
.................................................................................
a
Minutos.....................................................................................
b
Horas................................................................
........................
d
Contínua (direto)......................................................................
e
4)
Quando começou a última palpitação?
< 48 horas........................................................................
........
c
> 48 horas a uma semana.......................................................
k
>
uma semana até um mês......................................................
b
> um mês até seis meses........................................................
l
> seis meses até um ano.........................................................
a
>
um ano..................................................................................
m
5)
A palpitação atrapalha o seu dia-a-dia?
Muito........................................................................................
d
Médio.......................................................................................
c
Resultados
32
Pouco....................................................................
...................
b
Nada.........................................................................................
a
II. DISPNEIA
Tem falta de ar?
( ) Sim ( ) Não
6)
A falta de ar é em:
Repouso...................................................................................
f
Esforço:
. pequeno......................................................................
e
. médio..........................................................................
d
. grande........................................................................ b
7)
Junto com a falta de ar tem:
Palpitação................................................................................ b
Tosse....................................................................................... a
Tontura.....................................................................................
b
Outros...................................................................................... a
Nenhum sintoma......................................................................
z
8)
A falta de ar atrapalha o seu dia-a-dia?
Muito........................................................................................
h
Médio.......................................................................................
f
Pouco.......................................................................................
d
Nada.................................
........................................................
a
III. PRECORDIALGIA
Tem dor no peito?
( ) Sim ( ) Não
9)
A dor no peito começou ao mesmo tempo em que a palpitação?
Sim...c Não...z
10)
A dor no peito aparece com:
Repouso...................................................................................
d
Estresse
emocional .................................................................
c
Atividade comum (trabalho ou casa)...............
.........................
b
Outros......................................................................................
a
11)
Junto com a dor no peito tem:
Nenhum sintoma......................................................................
z
Sudorese..................................................................................
b
Náuseas e/ou vômitos..............................................................
b
Resultados
33
Irradiação.................................................................................
a
Outros...................................................................................... a
12)
A dor no peito atrapalha o seu dia-a-dia:
Muito........................................................................................
g
Médio.......................................................................................
e
Pouco.......................................................................................
c
Nada...........................................
..............................................
a
IV. TONTURA
Tem tontura?
( ) Sim ( ) Não
13)
Qual é o tipo de tontura?
Sensação momentânea de desequilíbrio.................................
c
Movimento rotatório seu ou do ambiente.................................
c
Sensação de desmaio..............................................................
d
Desmaio...................................................................................
f
14)
Junto com a tontura tem:
Palpitação................................................................................ b
Visão embaçada...................................................................... b
Ansiedade................................................................................
a
Fraqueza..................................................................................
a
Outros...................................................................................... a
Nenhum sintoma......................................................................
z
15)
A tontura atrapalha o seu dia-a-dia:
Muito........................................................................................
g
Médio...............................................................
........................
e
Pouco.......................................................................................
c
Nada.........................................................................................
a
V. MEDICAÇÃO
Faz uso de medicação?
( ) Sim ( ) Não
16)
É para o tratamento da arritmia?
Sim...b Não...z
17)
Depois que começou a medicação:
Ficou do mesmo jeito...............................................................
a
Melh
orou..................................................................................
z
Resultados
34
Piorou.......................................................................................
c
18)
Tomar a medicação atrapalha o seu dia-a-dia:
Muito........................................................................................
e
Médio.......................................................................................
d
Pouco.............................................................
..........................
c
Nada.........................................................................................
z
VI. CARDIOVERSÃO ELÉTRICA
19)
Já recebeu choque no peito?
Sim...b Não...z
20)
Depois do choque:
Ficou do mesmo jeito...............................................................
a
Melhorou..................................................................................
z
Piorou..............................................................
.........................
c
VII. ABLAÇÃO
21)
Já fez ablação (tratamento com cateteres nas veias para arritmia)?
Sim...b Não...z
22)
Depois da ablação:
Ficou do mesmo jeito...............................................................
a
Melhorou..................................................................................
z
Piorou.......................................................................................
c
4.1.1 A Pontuação do questionário do QVFA
Para cada item foi atribuída uma única resposta em forma de letra. Cada
letra recebeu um valor numérico como mostrado no quadro abaixo.
Resultados
35
Quadro 3. Valor numérico dos itens do questionário QVFA
a
1,0
h
8,0
b
2,0
i
9,0
c
3,0
j
10,0
d
4,0
k
2,
e
5,0
l
1,5
f
6,0
m
0,5
g
7,0
z
0,0
Os domínios de I a IV pontuam 20, cada um deles. Os domínios V, VI e
VII pontuam 20 conjuntamente. A pontuação do QVFA é obtida pela soma da
resposta numérica de cada um dos 22 itens, o que provê uma pontuação total que
varia de zero a 100 pontos. Pontuações maiores significam uma pior qualidade de
vida.
Quadro 4. Pontuação do QVFA
Domínio
Questões
Pontos
I
1
5,0
2
3,0
3
5,0
4
3,0
5
4,0
II
6
6,0
7
6,0
8
8,0
III
9
3,0
10
4,0
11
6,0
12
7,0
IV
13
6,0
14
7,0
15
7,0
V
16
2,0
17
3,0
18
5,0
VI
19
2,0
20
3,0
VII
21
2,0
22
3,0
Resultados
36
4.2 Resultado da fase piloto de aplicação do questionário QVFA
Inicialmente, o questionário QVFA foi aplicado simultaneamente com o
SF-36, em 32 pacientes portadores de FA em seguimento ambulatorial que
preencheram os critérios de inclusão e exclusão. A idade média dos pacientes foi
de 59 ± 12 anos e 59% deles eram do sexo masculino.
Foram comparados os domínios do SF-36 e o valor total do
questionário QVFA no momento inicial e aos três meses. O QVFA nessa fase não
possuía os domínios Cardioversão Elétrica e Ablação, que foram adicionados
após essa fase.
Ambos os questionários mostraram melhora da qualidade de vida nesse
período de seguimento, com diferença estatisticamente significante nos domínios
Capacidade Funcional, Aspectos Sociais e Saúde Mental do SF-36 e no total do
QVFA.
Tabela 1. Resultados dos domínios do SF-36 e do total do questionário QVFA
fase piloto - no momento inicial e aos três meses.
Domínios do SF-36 Inicial 3 meses p*
Capacidade Funcional
64,8 ± 30,1 76,7 ± 26,0
0,002
Aspectos Físicos
56,2 ± 41,2 71,1 ± 38,7
0,084
Dor
63,1 ± 28,4 63,8 ± 27,6
0,845
Estado Geral de Saúde
63,2 ± 22,8 65,1 ± 29,1
0,611
Vitalidade
61,4 ± 23,1 67,0 ± 27,3
0,127
Aspectos Sociais
74,0 ± 22,3 85,6 ± 24,6
0,034
Aspectos Emocionais
64,4 ± 37,0 71,7 ± 38,0
0,367
Saúde Mental
66,2 ± 22,6 72,5 ± 21,0
0,044
Total QVFA
34,2 ± 20,1 26,0 ± 20,0
0,006
Valores expressos em média e desvio-padrão. * teste t de Student pareado (p<0,05).
Resultados
37
A análise dos domínios do QVFA mostrou melhora na qualidade de vida
em todos os domínios, com diferença estatisticamente significante, nos domínios
Dispneia e Tontura.
Tabela 2. Resultados do questionário QVFA fase piloto no momento inicial e
aos três meses.
Domínios do QVFA Inicial 3 meses p*
Palpitação
9,4 ± 1,3 7,8 ± 1,3
0,170
Dispneia
6,6 ± 1,1 3,6 ± 1,2
0,009
Precordialgia
4,4 ± 1,0 3,4 ± 1,0
0,300
Tontura
5,6 ± 0,9 3,4 ± 0,7
0,007
Medicação
8,6 ± 0,8 7,9 ± 0,6
0,442
Total QVFA
34,2 ± 3,5 26,0 ± 3,5
0,006
Valores expressos em média e erro-padrão. * teste t de Student pareado (p<0,05).
4.3 Amostra dos pacientes
Inicialmente 87 pacientes preencheram os critérios de inclusão e
exclusão do estudo sendo administramos ambos os questionários. Vinte e quatro
desses foram excluídos, por não completarem nenhuma das avaliações
subsequentes. Sessenta e três pacientes foram avaliados no momento inicial, aos
três, seis, nove e 12 meses no período de fevereiro de 2001 a maio de 2002.
Trinta e seis pacientes (57,1%) eram do sexo masculino e 27 (42,9%)
do sexo feminino. A idade variou de 32 a 85 anos com média de 62,9 ± 12,2 anos
(figura 2).
Resultados
38
Cinquenta e seis pacientes (90,4%) apresentavam baixa escolaridade e
1 paciente (1,6%) era analfabeto (figura 3).
34
19
10
0
5
10
15
20
25
30
35
< 65 anos 65 - 75 anos > 75 anos
54%
30,2%
15,9%
Número de
Pacientes
Figura 2. Distribuição dos pacientes em números absolutos (acima das barras) e
relativos (inseridos às barras) por faixas etárias. Os limites etários correspondem
às idades de baixo, médio e alto riscos para evento tromboembólico,
respectivamente (Fihn et al.,1996).
1,6%
69,4%
21,0%
4,8%
1,6%
1,6%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Número de
Pacientes
Analfabeto 1 Grau
Incompleto
1 Grau
Completo
2 Grau
Completo
Superior
Incompleto
Superior
Completo
Grau de Instrução
Figura 3. Distribuição do grau de instrução dos pacientes estudados.
Resultados
39
4.3.1 Duração da fibrilação atrial
A data de início da arritmia foi determinada pelo primeiro registro
médico ou eletrocardiográfico encontrado no prontuário do paciente (tabela 3).
Tabela 3. Distribuição dos pacientes de acordo com o tempo de início da FA
Tempo de início da FA Número de pacientes %
< 48 horas 1 1,6
< 1 ano 4 6,3
1 – 5 anos 37 58,7
> 5 – 10 anos 8 12,7
> 10 anos 13 20,6
4.3.2 Doença cardíaca subjacente
Tabela 4. Distribuição dos pacientes de acordo com a condição cardíaca
subjacente
Doença Cardíaca Número de pacientes %
HAS 38 60,3
Valvar não - reumática 9 14,3
MCP dilatada idiopática 9 14,3
DAC 6 9,5
MCP Chagásica 3 4,8
Valvar reumática 2 3,2
Cardiopatia congênita 2 3,2
HAS= Hipertensão Arterial Sistêmica; MCP= Miocardiopatia; DAC= Doença Arterial Coronariana.
Resultados
40
4.3.3 Outros fatores associados
Tabela 5. Distribuição dos pacientes de acordo com outras condições associadas
Outras Condições Número de pacientes %
Hipotireoidismo 8 12,7
DM 7 11,1
DPOC 6 9,5
Hipertireoidismo 3 4,8
DM= Diabetes Mellitus; DPOC= Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.
4.3.4 Arritmias associadas
Seis pacientes (9,5%) eram portadores de marcapasso definitivo, sendo
a indicação do implante por bloqueio atrioventricular total em 2 (3,2%), doença do
sinusal em 1 (1,6%), ablação do atrioventricular em 1 (1,6%), bradicardia
em 1 (1,6%) e desconhecida em 1 (1,6%).
O flutter atrial estava presente em 12 (19%) pacientes, a taquicardia
ventricular não sustentada em 9 (14,3%) e a taquicardia atrial em 6 (9,5%). Não
foram observadas outras taquicardias nessa população de pacientes.
4.3.5 Eventos embólicos e hemorrágicos
Tabela 6. Distribuição dos pacientes de acordo com os eventos embólicos
Eventos Embólicos Número de pacientes %
AVCI 5 7,9
AIT 1 1,6
Embolia esplâncnica 1 1,6
Total 7 11,1
AVCI= Acidente Vascular Cerebral Isquêmico; AIT= Acidente Isquêmico Transitório.
Resultados
41
Tabela 7. Distribuição dos pacientes de acordo com os eventos hemorrágicos
Eventos Embólicos Número de pacientes %
AVCH 1 1,6
HDA 1 1,6
Hematoma MI 1 1,6
Hematúria 1 1,6
Total 4 6,3
AVCH=Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico; HDA= Hemorragia Digestiva Alta; MI=Membro
Inferior.
4.3.6 Cardioversão elétrica e ablação
Trinta pacientes (47,6%) foram submetidos à cardioversão elétrica
variando de uma a quatro cardioversões por paciente (figura 4).
A ablação da fibrilação atrial foi realizada em 1 (1,6%) paciente e a
ablação de flutter atrial em 2 (3,2%) pacientes.
1.6%
4.8%
9.5%
31.7%
52.4%
0 1 2 3 4
NÚMERO DE CVE
Figura 4. Porcentagem de pacientes submetidos à cardioversão elétrica (CVE)
distribuída de acordo com o numero de cardioversões.
Resultados
42
4.3.7 Parâmetros ecocardiográficos
O tamanho do átrio esquerdo avaliado pelo ecocardiograma
transtorácico em 58 (92%) pacientes variou de 30 a 67 mm, com média de 44,5 ±
8,1 mm; 44 (76%) pacientes tinham o átrio esquerdo maior ou igual a 40 mm.
A fração de ejeção do ventrículo esquerdo determinada pelo método de
Teicholz em 55 (87%) pacientes variou de 31 a 88%, com média de 69 ± 10%. Em
oito pacientes a fração de ejeção não foi calculada; 7 (13%) pacientes tinham a
fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 60%.
Consideramos válidos os resultados dos ecocardiogramas aum ano
antes e seis meses depois da avaliação inicial.
4.3.8 Drogas antiarrítmicas
Identificamos as drogas antiarrítmicas utilizadas pelos pacientes nos
cinco momentos do seguimento. O betabloqueador foi a droga mais utilizada em
todos os momentos, exceto aos 12 meses. A amiodarona foi a segunda droga
antiarrítmica mais utilizada, seguida pela digoxina e pelo antagonista do canal de
cálcio. O sotalol, a propafenona e a quinidina foram drogas menos utilizadas
(figura 5).
Resultados
43
0
3
6
9
12
Quinidina
Propafenona
Sotalol
Ant. Canal de Cálcio
Digoxina
Amiodarona
Betabloqueador
42
38
40
34
26
31
34
28
26
31
24
21
26
24
29
7
9
7
13
19
2
4
2
0
5
2
2
2
3
2
2
0
0
0
0
0
10
20
30
40
50
Porcentagem de
Pacientes (%)
Tempo de Seguimento (meses)
Figura 5. Distribuição das drogas antiarrítmicas utilizadas nos cinco momentos da
avaliação deste estudo. O eixo Z corresponde à porcentagem de pacientes, o eixo
X ao tempo de seguimento em meses e o eixo Y às drogas antiarrítmicas. Os
valores acima das barras correspondem ao número absoluto de pacientes.
4.3.9 Ritmo
O ritmo cardíaco dos pacientes foi determinado em cada momento da
avaliação através de eletrocardiograma de 12 derivações (figura 6).
Os pacientes que se encontravam em ritmo outro eram: 1 (1,6%) paciente
em flutter atrial, 1 (1,6%) em taquicardia juncional e 6 (9,5%) em ritmo de
marcapasso.
Resultados
44
26
27
6
15
24
4
15
24
2
13
24
3
15
20
3
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Porcentagem de
Pacientes(%)
0 3 6 9 12
Tempo de Seguimento (meses)
Sinusal FA Outro
RITMO
Figura 6. Distribuição do ritmo cardíaco dos pacientes em cada um dos cinco
momentos de seguimento deste estudo. O eixo Z corresponde à porcentagem de
pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de seguimento em meses. Os valores
nas barras correspondem ao número absoluto de pacientes.
4.3.10 Frequência cardíaca
A frequência cardíaca dos pacientes foi avaliada através de holter de
eletrocardiograma de 24 horas (figura 7). Consideramos válidos os resultados do
Holter até um mês antes da avaliação.
Resultados
45
Figura 7. Distribuição das frequências cardíacas médias ao Holter de ECG de 24
horas no período de seguimento.
4.3.11 Classificação da fibrilação atrial
Observamos a classificação da FA a cada avaliação, de acordo com o
julgamento do médico que atendeu ao paciente (figura 8).
Resultados
46
24
20
19
20
11
15
15
14
14
10
14
16
14
10
15
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Porcentagem de
Pacientes(%)
0 3 6 9 12
Tempo de Seguimento (meses)
Paroxística Persistente Permanente
CLASSIFICAÇÃO DA FA
Figura 8. Distribuição do número de pacientes de acordo com a classificação da
FA em cada momento do seguimento. O eixo Z corresponde à porcentagem de
pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de seguimento em meses. Os valores
nas barras correspondem ao número absoluto de pacientes.
4.3.12 Terapia antitrombótica
Relatamos o uso de anticoagulante oral e antiagregante plaquetário em
cada momento do seguimento (figura 9).
Resultados
47
26
25
24
29
40
8
9
13
1213
0
10
20
30
40
50
60
70
0 3 6 9 12
Tempo de Seguimento (meses)
Porcentagem de
Pacientes (%)
Anticoagulante oral Antiagregante plaquetário
TERAPIA ANTITROMBÓTICA
Figura 9. Distribuição do número de pacientes em uso de anticoagulante oral e
antiagregante plaquetário em cada momento do seguimento. O eixo Z
corresponde à porcentagem de pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de
seguimento em meses. Os valores nas barras correspondem ao número absoluto
de pacientes.
4.3.13 Classe funcional
Avaliamos em cada consulta a classe funcional dos pacientes de
acordo com a classificação da New York Heart Association (figura 10). A maioria
dos pacientes se encontrava em classe funcional I ou II em todos os momentos
avaliados.
Resultados
48
71
25
2
2
70
21
7
2
61
30
9
0
61
26
10
3
62
33
5
0
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Porcentagem de
Pacientes (%)
0 3 6 9 12
Tempo de Seguimento (meses)
I II III IV
CLASSE FUNCIONAL (NYHA)
Figura 10. Distribuição do número de pacientes de acordo com a classe
funcional, segundo a NYHA, nos cinco momentos do seguimento. O eixo Z
corresponde à porcentagem de pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de
seguimento em meses. Os valores nas barras correspondem ao número absoluto
de pacientes.
4.4 Qualidade de vida – Propriedades de medida
4.4.1 Validade
A validade de construto pode ser observada por meio da comparação
simultânea dos resultados obtidos com os questionários SF-36 e QVFA. Foram
aplicados 462 questionários (231 SF-36 e 231 QVFA) nos momentos inicial, três,
seis, nove e 12 meses.
Resultados
49
Houve melhora em todos os domínios do SF-36 ao final de um ano,
com diferença estatisticamente significante nos domínios Capacidade Funcional,
Dor, Estado Geral de Saúde e Aspectos Sociais, quando comparados ao
momento inicial.
Também houve melhora estatisticamente significante no total do QVFA
ao final do período de seguimento, quando comparado ao momento inicial (tabela
8).
Tabela 8. Resultados dos domínios do SF-36 e o total do QVFA no momento
inicial, aos três, seis, nove e 12 meses.
Domínios do SF
-
36
Inicial
3 meses
6 meses
9 meses
12 meses
Capacidade Funcional
66 ± 28 69 ± 27 65 ± 27 67 ±31 73 ± 29*
Aspectos Físicos
59 ± 39 58 ± 41 55 ± 44 50 ± 44 65 ± 43
Dor
61 ± 28 72 ± 27 64 ± 29 72 ± 30 76 ± 30*
Estado Geral de Saúde
62 ± 26 73 ± 23 71 ± 23 71 ± 25 78 ± 19*
Vitalidade
59 ± 24 67 ± 27 59 ± 28 59 ± 25 64 ± 21
Aspectos Sociais
73 ± 30 76 ± 32 73 ± 35 81 ± 31 85 ± 27*
Aspecto Emocional
72 ± 38 72 ± 40 80 ± 36 80 ± 38 79 ± 38
Saúde Mental
66 ± 26 73 ± 25 71 ± 24 67 ± 29 70 ± 26
Total QVFA
24 ± 18 20 ± 18 19 ± 15 14 ± 11 13 ± 11*
Valores expressos em média e desvio-padrão.
*
p < 0,05.
*
teste t de Student pareado momento
inicial e aos 12 meses.
Na figura 11, as linhas mostram uma tendência similar entre os
domínios do SF-36 e o total do QVFA. Isto é especialmente verdadeiro para os
domínios Vitalidade, Estado Geral de Saúde, Aspectos Físicos, Capacidade
Funcional, e Dor.
Resultados
50
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 3 6 9 12
Tempo de Seguimento (meses)
Pontuação dos
questionários
(médias)
Vitalidade Aspectos Físicos Aspectos Sociais
Saúde Mental Aspectos Emocionais Capacidade Funcional
Estado Geral de Saúde Total QVFA Dor
SF-36
QVFA
DOMÍNIOS DO SF-36 E TOTAL DO QVFA
Figura 11. Distribuição das médias encontradas nos domínios do SF-36 e do total
do QVFA a cada três meses no período de um ano. O eixo Z corresponde às
médias da pontuação dos domínios do SF-36 e do total do QVFA. O eixo X
corresponde ao tempo de seguimento em meses. Os marcadores nas linhas
correspondem às médias dos questionários no momento inicial, aos três, seis,
nove e 12 meses
O número de pacientes que responderam aos questionários no período
de um ano variou de 63 no momento inicial para 39 aos 12 meses (figura 12).
Houve perda de seguimento em 38% dos pacientes ao final do seguimento.
Resultados
51
39
40
43
46
63
0
10
20
30
40
50
60
70
Inicial 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses
Momentos de Avaliação
Número de Pacientes
Figura 12. Distribuição do número de pacientes que responderam aos
questionários a cada três meses no período de um ano. O eixo Z corresponde ao
número absoluto de pacientes e o eixo X corresponde ao tempo de seguimento
em meses. Os valores nos marcadores da linha correspondem ao número
absoluto de pacientes no momento inicial, aos três, seis, nove e 12 meses.
A validade de construto convergente pode ser observada pela
correlação entre as médias dos domínios do SF-36 e do total do QVFA. As figuras
13 a 16 mostram uma correlação negativa entre os domínios do SF-36 e o total do
QVFA. Vê-se que os valores mais altos dos domínios do SF-36 tendem a ocorrer
em conjunto com os menores valores do total do QVFA. Em última análise os dois
questionários possuem uma relação inversa. No entanto, ambos os questionários
expressam o mesmo resultado de qualidade de vida. Para o SF-36, quanto maior
a pontuação, melhor a qualidade de vida e para o QVFA, quanto menor a
pontuação, melhor a qualidade de vida.
Resultados
52
Total QVFA
50403020100-10
Capacidade Funcional
120
100
80
60
40
20
0
Figura 13. Correlação entre o domínio Capacidade Física do SF-36 e o total do
QVFA aos 12 meses. Os pontos correspondem às médias dos questionários e a
linha representa a regressão linear.
Total QVFA
50403020100-10
Vitalidade
120
100
80
60
40
20
0
-20
Figura 14. Correlação entre o domínio Vitalidade do SF-36 e o total do QVFA aos
12 meses. Os pontos correspondem às médias dos questionários e a linha
representa a regressão linear.
Resultados
53
Total QVFA
50403020100-10
Saúde Mental
120
100
80
60
40
20
0
Figura 15. Correlação entre o domínio Saúde Mental do SF-36 e o total do QVFA
aos 12 meses. Os pontos correspondem às dias dos questionários e a linha
representa a regressão linear.
Total QVFA
50403020100-10
Estado Geral de Saúde
120
100
80
60
40
20
0
Figura 16. Correlação entre o domínio Estado Geral de Saúde do SF-36 e o total
do QVFA aos nove meses. Os pontos correspondem às médias dos questionários
e a linha representa a regressão linear.
Resultados
54
A validade de conteúdo pode ser confirmada por meio da revisão da
literatura e da opinião de especialistas em arritmia. Os domínios utilizados na
construção do QVFA estão de acordo com as principais manifestações clínicas da
FA e com a abordagem terapêutica habitualmente empregada nesta arritmia.
4.4.2 Reprodutibilidade
As reprodutibilidades inter e intraobservadores podem ser
demonstradas pela obtenção de coeficientes precisos ( 0,90) na análise da
pontuação total do QVFA. Também foram encontrados ótimos coeficientes em
alguns domínios deste questionário.
O coeficiente alfa das dias do tempo despendido para aplicação do
questionário foi bom na análise interobservadores (0,77) e excelente na análise
intra-observadores (0,95) (tabela 9).
Tabela 9. Análise da reprodutibilidade do tempo despendido na aplicação do
QVFA. Observa-se o tempo utilizado por observadores distintos (Obs 1 e Obs 2)
na análise interobservadores e pelo mesmo observador (Obs 1) nos dois
momentos da avaliação (Manhã e Tarde).
Interobservadores Intraobservadores
Obs 1 Obs 2 Obs 1 – M Obs 1 - T
Tempo
(minutos)
02:15 ± 01:17
02:49 ± 01:17 01:22 ± 00:30 01:21 ± 00:28
Α 0,77 0,95
Obs = observador; M= manhã; T= tarde.
Encontramos altas taxas de reprodutibilidade interobservadores,
tanto na análise global quanto para os domínios do QVFA. Os coeficientes
Resultados
55
encontrados pelos métodos de consistência interna e teste–reteste (Cronbach
0,98 e Bartko 0,95, respectivamente) para o valor Total do QVFA são
considerados excelentes (tabela 10).
Os domínios Dispneia e Cardioversão Elétrica também obtiveram
coeficientes alfas precisos e considerados excelentes. Os demais domínios,
exceto Medicação, alcançaram coeficientes com valores bons ( 0,70). Tais
resultados obtidos pelo método da consistência interna demonstraram que o
QVFA é um instrumento altamente reprodutível entre observadores treinados.
Pelo método do teste-reteste encontramos um coeficiente de correlação
intraclasse excelente nos domínios Cardioversão Elétrica e Dispneia. O
coeficiente foi considerado bom nos domínios Precordialgia e Tontura. Diante
desses resultados, o QVFA apresentou boa estabilidade entre o período da
manhã e o da tarde, quando aplicado por observadores treinados distintos.
Tabela 10. Resultados dos métodos de consistência interna (Coeficiente alfa de
Cronbach) e teste-reteste (Coeficiente de Correlação Intraclasse de Bartko) para
demonstração da reprodutibilidade interobservadores do questionário QVFA.
QVFA
Cronbach* Bartko**
Palpitação 0,70 0,53
Dispneia 0,97 0,94
Precordialgia 0,89 0,81
Tontura 0,88 0,78
Medicação 0,58 0,41
Cardioversão Elétrica 0,99 0,98
Ablação NC NC
Total 0,98 0,95
*
Coeficiente alfa,
**
Coeficiente de Correlação Intraclasse; CVE = Cardioversão Elétrica; NC =
não calculado.
Resultados
56
Na análise da reprodutibilidade intraobservadores (tabela 11), os
domínios Palpitação, Tontura e CVE obtiveram coeficientes alfas excelentes. Os
demais domínios alcançaram coeficientes com bons valores ( 0,70). Tais
resultados obtidos pelo método da consistência interna demonstraram que o
QVFA é um instrumento altamente reprodutível pelo mesmo observador.
Pelo método do teste-reteste encontramos coeficientes de correlação
intraclasse excelentes nos domínios Palpitação, Tontura e CVE. O coeficiente foi
considerado bom nos domínios Dispneia e Precordialgia. Esses resultados
demonstram que o QVFA apresentou boa estabilidade entre o período da manhã
e o da tarde, quando utilizado pelo mesmo observador.
Os coeficientes encontrados pelos métodos de consistência interna e
teste –reteste (Cronbach 0,96 e Bartko 0,91, respectivamente) para o valor Total
do QVFA são considerados excelentes.
Tabela 11. Resultados dos métodos de consistência interna (Coeficiente alfa de
Cronbach) e teste-reteste (Coeficiente de Correlação Intraclasse de Bartko) para
demonstração da reprodutibilidade intraobservadores do questionário QVFA.
QVFA
Cronbach** Bartko*
Palpitação 0,99 0,98
Dispneia 0,88 0,78
Precordialgia 0,88 0,78
Tontura 0,99 0,99
Medicação 0,81 0,68
Cardioversão Elétrica 0,97 0,94
Ablação NC NC
Total 0,96 0,91
*
Coeficiente alfa,
**
Coeficiente de Correlação Intraclasse; CVE = Cardioversão Elétrica; NC =
não calculado.
Resultados
57
4.4.3 Responsividade
Observamos diferenças significantes entre os indivíduos ao longo do
período de seguimento. Tais diferenças indicaram que o questionário QVFA foi
responsivo às mudanças no estado clínico desses pacientes (tabela 12).
Os domínios Palpitação, Dispneia e Medicação apresentaram diferença
estatisticamente significante no momento inicial e aos 12 meses, enquanto o
domínio Tontura apresentou uma tendência a significância estatística. O total do
QVFA foi responsivo na medida em que apresentou diferença estatisticamente
significante quando comparados o momento inicial e aos 12 meses.
Tabela 12. Médias da pontuação do questionário QVFA no momento inicial, aos
três, seis, nove e 12 meses. Análise da responsividade no período de um ano e
aplicação de teste estatístico no momento inicial e aos 12 meses.
Domínios do
QVFA
Inicial
3 meses
6 meses
9 meses
12 meses
p*
Palpitação
7,5±0,9 6,1±1,1 5,8±1,0 4,9±1,0 3,7±0,9
0,019
Dispneia
4,7±0,8 4,5±0,9 5,1±1,0 2,5±0,7 2,3±0,7
0,001
Precordialgia
1,5±0,5 1,3±0,6 1,6±0,6 0,4±0,3 0,5±0,3
0,251
Tontura
5,2±0,8 3,8±0,8 2,4±0,6 2,6±0,6 3,2±0,7
0,061
Medicação
2,7±0,2 2,5±0,3 2,6±0,3 2,0±0,2 1,9±0,1
0,014
CVE
1,3±0,2 1,4±0,2 1,4±0,2 1,2±0,2 1,3±0,2
0,412
Ablação
0,4±0,1 0,4±0,2 0,5±0,2 0,4±0,1 0,4±0,1
1,000
Total
23,6±2,3 20,3±2,7 19,0±2,4 14,1±1,8 13,3±1,8
0,002
*
teste t pareado inicial e aos 12 meses (p<0,05). Valores expressos em média e erro-padrão.
4.4.4 Propriedades de medidas
Analisamos criteriosamente as propriedades psicométricas do QVFA.
Os resultados encontrados forneceram evidências de validade, reprodutibilidade e
responsividade para este instrumento. Tais resultados podem ser vistos
resumidamente no quadro 5.
Resultados
58
Quadro 5. Demonstração dos resultados encontrados para as propriedades
psicométricas analisadas do questionário QVFA.
Evidências
de
Validade
Evidências
de
Reprodutibilidade
Evidências
de
Responsividade
Conteúdo
Confirmada pela literatura
e a opinião de
especialistas em arritmia.
Construto Convergente
Confirmada pela
correlação entre os
domínios do SF-
36 e o
total do QVFA.
Consistência Interna
Interobservadores
α 0,70 em todos os
domínios, exceto Medicação
(0,60).
Total QVFA α = 0,98
Intraobservadores
α 0,70 em todos os
domínios.
Total QVFA α = 0,96
Mudanças na pontuação
(p < 0,05)
Palpitação
Dispneia
Medicação
Total QVFA
Tontura (p = 0,06)
4.5 Tempo de aplicação dos questionários
Calculamos as médias do tempo em minutos despendido na aplicação
dos questionários SF-36 e QVFA no momento inicial, aos três, seis, nove e 12
meses. Também foi calculada a média geral de tempo para ambos os
questionários (tabelas 13 e 14). A média geral do tempo utilizado na aplicação do
questionário SF-36 foi de 9:25 ± 1:14 minutos, enquanto para o QVFA foi de 3:08
± 0:33 minutos (p < 0,001).
Resultados
59
Tabela 13. Médias do tempo utilizado na aplicação do questionário SF-36 no
momento inicial, aos três, seis, nove e 12 meses e a dia geral de tempo no
período de um ano. Também o número de pacientes em que o tempo foi aferido e
a média geral do número de pacientes no período de um ano.
Inicial 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses
Geral
SF-36
11:27±3:14
9:39± 3:10
9:04± 1:45
8:40± 2:16
8:15± 2:37
9:25± 1:14
N 63 46 43 40 38
46 ± 10
N= número de pacientes. Tempo em minutos; valores expressos em média e desvio-padrão.
Tabela 14. Médias do tempo utilizado na aplicação do questionário QVFA no
momento inicial, aos três, seis, nove e 12 meses e a dia geral de tempo no
período de um ano. Também o número de pacientes em que o tempo foi aferido e
a média geral do número de pacientes no período de um ano.
Inicial 3 meses 6 meses 9 meses 12 meses
Geral
QVFA
4:02± 2:03
2:54± 1:22
3:14± 1:34
2:56± 1:28
2:35± 1:28
3:08± 0:33
N 63 46 42 39 35
45±11
N= número de pacientes. Tempo em minutos; valores expressos em média e desvio-padrão.
5. DISCUSSÃO
Discussão
59
A construção do questionário doença-específico QVFA Qualidade de Vida
em Fibrilação Atrial (figura 1 e anexo 9) - prestigiou a fibrilação atrial como um todo, ou
seja, formulou questões que abordam as principais manifestações clínicas e as
possibilidades de tratamento habitualmente empregadas para esta arritmia. Igualmente
importante e fundamental, testamos as propriedades psicométricas e demonstramos a
validade, reprodutibilidade e responsividade deste questionário.
Validade
Observamos a validade do QVFA quando este foi comparado externamente
a outro instrumento de medida validado e amplamente utilizado, o questionário SF-
36 (anexo 1) (Ware, Sherbourne, 1992). Embora o questionário SF-36 não seja capaz
de detectar aspectos particulares ou específicos da qualidade de vida, é proveitoso na
avaliação da saúde geral e instrumento confiável para tal comparação (Guyatt et al.,
1989; Luderitz, Jung, 2000; Engelmann, Pehrson, 2003).
A análise simultânea de um número significativo de questionários (231
questionários SF-36 e 231 questionários QVFA) no período de seguimento de um ano
demonstrou melhora na qualidade de vida dos pacientes, tanto pelo SF-36 quanto pelo
QVFA (tabela 8 e figura 11). Tal resultado confirma que os valores encontrados pelo
QVFA foram capazes de refletir a qualidade de vida que se tinha intenção de medir,
que o SF-36 é um instrumento válido e capaz de corresponder ao estado verdadeiro do
fenômeno medido. Quando as médias encontradas nos cinco momentos avaliados por
ambos os questionários são plotadas em linhas (figura 11), observamos uma tendência
a comportamento similar entre o SF-36 e o QVFA. Além disto, demonstramos uma
importante correlação entre as médias de ambos os instrumentos (figuras 13 a 16). A
relação inversa dos valores encontrados expressa a mesma expectativa de qualidade
de vida, que quanto maior o valor encontrado para o SF-36 melhor a qualidade de
vida, e para o QVFA, quanto maior o valor, pior a qualidade de vida.
Embora o SF-36 seja bastante empregado e considerado um questionário
curto e de rápida aplicação (5 a 10 minutos), pareceu-nos um questionário extenso com
itens de difícil compreensão e um sistema de pontuação complicado (Ware et al, 1993).
Discussão
60
Os pacientes se sentiam cansados após a aplicação desse instrumento e muitas vezes
não entendiam as perguntas. No momento inicial, despendemos um tempo (11:27 ±
3:14 min) significantemente maior (p<0,001) na aplicação do SF-36 do que nos demais
momentos deste estudo (Tabela 13). O tempo de aplicação no momento inicial também
foi significantemente maior do que o tempo de aplicação descrito na literatura para este
questionário. Acreditamos que quando utilizado na forma de entrevista, o entrevistador
necessita de treinamento específico para se habituar às perguntas e formatos. Só após
longo treino e dezenas de aplicações, alcançamos um tempo de aplicação comparável
àquele descrito na literatura (tempo médio SF-36 aos três, seis, nove e 12 meses 8:53
± 2:38 minutos).
em relação ao QVFA, o tempo de aplicação do questionário foi
significantemente menor, com diferenças estatísticas e também de ordem prática (3:08
± 0:33 min, p<0,001 tabelas 13 e 14). Isto possibilita a incorporação deste
instrumento na rotina ambulatorial dos pacientes com fibrilação atrial.
A análise da validade de conteúdo do questionário QVFA mostrou que tal
instrumento preencheu a variação do conteúdo que se pretendia estudar. Os domínios,
as questões e os itens selecionados receberam o endosso de eletrofisiologistas e
encontram-se de acordo com as principais manifestações clínicas e abordagem
terapêutica dessa arritmia na literatura. Na medida em que utilizamos o questionário
SF-36 para validação externa, também pudemos traçar um paralelo entre ambos os
questionários, comparando, ainda que de forma subjetiva, a capacidade de
compreensão de conteúdo desses instrumentos.
O questionário QVFA mostrou-se de fácil compreensão para todos os
pacientes. Mesmo um paciente analfabeto e outro com primeiro grau incompleto e
portador de hipoacusia não demonstraram dificuldade no entendimento das perguntas
e escolhiam com rapidez as respostas. A facilidade de compreensão do questionário
QVFA esteve fortemente relacionada à utilização de uma linguagem simples, direta e
de questões relacionadas ao cotidiano da doença. A abordagem de sintomas quase
sempre experimentados pelos pacientes – palpitação, falta de ar, dor no peito e tontura
- tornou os pacientes participantes e colaborativos nas respostas.
Discussão
61
Por outro lado, o questionário SF-36 utiliza palavras ou termos como
“esportes árduos”, “ligeiramente”, “moderadamente”, “extremamente”, “dor grave”,
“vigor”, “energia”, “esgotado”, entre outras, de difícil compreensão para os pacientes.
Mesmo um paciente com nível superior completo teve dificuldade para entender alguns
termos do SF-36. Também observamos dificuldade na compreensão deste questionário
em algumas questões em particular (questões 9 e 11 – anexo 1). As opções de
respostas às vezes não são claras e muitas vezes são complexas. Na última questão
do SF-36 (questão 11) existe uma opção de resposta - “não sei” -, que nesta altura da
entrevista parecia ser um alívio aos pacientes escolhê-la como resposta, tamanho
cansaço apresentavam.
O sistema de pontuação criado para o QVFA objetivou a simplicidade, a
praticidade e a rapidez. Atribuímos uma pontuação individualizada para cada domínio
e, ainda, um valor total para o questionário pela soma dos valores encontrados para
cada domínio. Isso permitiu-nos avaliar a qualidade de vida tanto domínio a domínio
quanto de forma global. Pudemos mensurar o que mais interfere na qualidade de vida
desses pacientes: se os sintomas e qual deles, se a terapêutica e qual delas ou se
ambos. A escolha da variação do valor global do questionário de zero a 100 baseou-se
nos mesmos valores atribuídos a cada domínio do SF-36. Diferentemente deste último,
no questionário QVFA, valores maiores foram atribuídos aos itens de maior relevância
clínica; consequentemente, quanto maior a pontuação pior a qualidade de vida.
Os domínios de I a IV referentes às manifestações clínicas (I- Palpitação, II-
Dispneia, III- Precordialgia, IV- Tontura) pontuaram 20 cada um deles. Os domínios de
V a VII referentes à terapêutica (V- Medicação, VI- Cardioversão Elétrica e VII-
Ablação) pontuaram 20 conjuntamente. A escolha deste sistema de pontuação foi
amplamente discutida com eletrofisiologistas e os valores escolhidos sempre levaram
em consideração a importância no contexto clínico. Aos itens de cada questão
preferimos atribuir letras e não números, com o intuito de evitar que os pacientes
ficassem sugestionados por números maiores, significando uma melhor resposta.
Acreditamos que desta forma foi possível criar um sistema de pontuação simples e que
demonstrou ser válido na medida que encontrou resultados comparáveis àqueles do
questionário SF-36 ao final do seguimento (tabela 8).
Discussão
62
Quando observamos o sistema de pontuação do questionário SF-36 (anexo
1), deparamo-nos com um sistema não tão simples. Para compreendê-lo, contamos
com a colaboração da médica responsável pela tradução desse instrumento para o
português (Ciconelli et al, 1999). No corpo do questionário é atribuído um determinado
número para cada item. De acordo com a primeira tabela da pontuação, esses
números são transformados nos mesmos valores (ex.: 1 vale 1) ou em valores
contrários (ex.:1 vale 5 ou 6, dependendo se existem 5 ou 6 itens na questão, 2 vale 4
ou 5, 3 vale 3 ou 4 e, assim, sucessivamente). Depois de determinado o valor de cada
questão, estas o agrupadas de acordo com o domínio ao qual correspondem. É
então aplicada uma fórmula e o valor do domínio é obtido.
Para nossa comodidade e agilidade criamos um sistema de cálculos no
programa Microsoft Excel (anexo 10) para encontrar a pontuação final de cada domínio
desse questionário. Além disso, o sistema de pontuação do SF-36 não permite um
valor global para a qualidade de vida. A pontuação é calculada para cada um dos oito
domínios na variação de zero a 100 e a interpretação deve ser feita de domínio a
domínio. Quanto maior o valor, melhor será a qualidade de vida. Foram realizadas
transformações lineares na pontuação de cada domínio do questionário SF-36 para
determinar os valores de referência para a população geral nos Estados Unidos (Ware
et al, 1994). Entretanto tais valores não existem para a população geral brasileira.
Validade de conteúdo - outros questionários específicos
Analisamos o conteúdo de outros questionários que avaliaram a qualidade de
vida de pacientes com fibrilação atrial utilizados nos grandes estudos clínicos, como o
Symptom Checklist Frequency and Severity, o Quality of Life Index Versão IV e o
Atrial Fibrillation Severity Scale (Dorian et al, 2002; The AFFIRM Investigators, 2005;
Singh et al., 2006; Roy et al., 2008).
O questionário Quality of Life Index Versão IV ou Cardíaca (anexo 4) utilizado
no AFFIRM, é um questionário genérico com componente doença cardíaca-específico
(Ferrans, Powers, 1985). À versão genérica original foram incorporados três itens
específicos sobre doença cardíaca (angina, dispneia e mudança de estilo de vida). Esta
Discussão
63
versão também é utilizada em pacientes submetidos à angioplastia, cirurgia de
revascularização, terapia antiarrítmica, implante de desfibriladores, reabilitação
cardíaca e angina estável (Devon, Ferrans, 2003). O componente doença cardíaca-
específico aborda dois sintomas que participam das manifestações clínicas da FA.
Entretanto, acreditamos que para essa arritmia o pode faltar um item ou mesmo
vários itens que abordem o impacto das palpitações na qualidade de vida dos seus
portadores.
Outro instrumento bastante utilizado, o Symptom Checklist Frequency and
Severity (anexo 3) aplicado nos estudos Canadian Trial, SAFE-T, AFFIRM e AF-CHF é
um questionário arritmia-específico, formatado em uma lista de sintomas que serão
quantificados pela sua frequência e severidade (Bubien et al., 1996). Esta lista de
sintomas é composta por sintomas gerais (dificuldade para dormir, náusea, fraqueza
etc.) e cardiovasculares (dispneia, taquicardia, coração palpitando etc.). Alguns
sintomas desta lista, por exemplo, dor de cabeça ou pouco apetite, podem coincidir
com um quadro arrítmico, mas não são sintomas específicos da fibrilação atrial.
O questionário FA - específico, o Atrial Fibrillation Severity Scale (AFSS)
(anexo 2) foi desenvolvido pela Universidade de Toronto e empregado para medir a
qualidade de vida de pacientes com FA dos estudos Canadian Trial, SAFE-T e do AF-
CHF (Maglio et al, 1998; Dorian et al, 2002). Este questionário é composto por 14 itens
que abordam a frequência, a duração e a severidade dos episódios de FA, o número
de cardioversões elétricas, de idas ao pronto socorro, de hospitalizações e de visitas ao
especialista. O único sintoma abordado por este questionário é o “ritmo cardíaco
irregular”. Outras manifestações clínicas importantes como dispneia, precordialgia e
tontura não são consideradas em nenhum dos itens do AFSS. Embora, este seja o
questionário específico mais utilizado nos grandes estudos, esse instrumento avalia a
qualidade de vida de pacientes com FA baseado, exclusivamente em um único
sintoma. O sistema de pontuação deste questionário fornece um valor para a carga
(burden) total da FA pela soma dos valores encontrados para frequência, severidade e
duração dos episódios de “ritmo cardíaco irregular”. Existe ainda um item único que
avalia o bem - estar global como sendo “a vida a pior ou a melhor possível”. O número
de cardioversões o recebe pontuação e o número de visitas ao pronto socorro,
hospitalizações e visitas ao especialista são pontuadas individualmente.
Discussão
64
A análise da pontuação não é clara pela descrição do questionário, que se
encontra inserida no ensaio clínico, nem tão pouco pela explicação fornecida pelo autor
ou pela visibilização da tabela de pontuação (Dorian et al., 2002).
Durante o desenvolvimento deste trabalho, surgiram outros dois
questionários específicos para fibrilação atrial: AFQLQ Quality of Life Atrial Fibrillation
e AFQoL-18 – Atrial Fibrillation Quality of Life (Tsuneda et al., 2006; Badia et al., 2007).
O questionário FA-específico Quality of Life Atrial Fibrillation (AFQLQ)
desenvolvido pela Sociedade Japonesa de Eletrocardiologia, avaliou a qualidade de
vida de pacientes com FA no estudo Quality Of Life and atrial Fibrillation QOLAF
(Tsuneda et al., 2006). Consiste em três subescalas: questões 1 a 6 refletindo a
variedade e frequência dos sintomas (0-24 pontos); questões 7 a 12, a severidade dos
sintomas (0-18 pontos) e questões 13 a 26, limitações de atividades diárias e
ansiedade relacionadas a FA (0-56 pontos). Quanto maior a pontuação, melhor é a
qualidade de vida. Este questionário, desenvolvido e publicado em japonês, não se
encontra disponível em outras línguas, até o momento. Por conseguinte, não temos
condições de tecer analise critica nem fazer comentários sobre seu valor científico.
Mais recentemente, foi publicado o questionário Atrial Fibrillation Quality of
Life (AFQoL-18)(anexo7) desenvolvido pelo grupo espanhol (Badia et al., 2007). Este
avalia a qualidade de vida de pacientes com FA por meio de uma lista de 18 perguntas
ou itens, divididos em dois domínios: psicológico e físico. Formulado, primariamente,
pela seleção de 286 itens extraídos de entrevistas de pacientes com FA e com endosso
de especialistas em arritmia, sofreu uma redução inicial para 40 e depois para 18 itens.
É um questionário que ainda necessita complementação da reprodutibilidade por meio
do teste-reteste, validade de construto pela comparação com método validado e
testar sua responsividade, como explicitado pelos autores. Além disso, parece-nos
mais um questionário genérico ou, quiçás, específico para arritmias em geral, pois não
aborda questões próprias da FA.
A FA é uma arritmia complexa tanto nos seus sintomas quanto na sua
abordagem. O impacto que causa na qualidade de vida de seus portadores envolve
suas manifestações clínicas e formas de tratamento. Por conseguinte, a avaliação da
Discussão
65
qualidade de vida desses pacientes deve considerar todos estes aspectos. Os
questionários descritos para essa avaliação não nos pareceram adequados, tanto
clínica como cientificamente.
Reprodutibilidade
Igualmente importante para um instrumento de medida, embora não seja um
componente suficiente de validade, a reprodutibilidade, confiabilidade ou precisão é
necessária. Não basta o instrumento medir o que se pretende; deve também reproduzir
os resultados encontrados quando utilizado por outras pessoas, em momentos e
lugares distintos.
A nossa primeira observação foi em relação à reprodutibilidade do tempo de
aplicação do questionário QVFA, quando aplicado pelo mesmo observador ou por
observadores distintos (tabela 9), pelo método da consistência interna (Coeficiente Alfa
de Cronbach). Demonstramos que a média de tempo despendido na aplicação do
questionário por um observador, quando comparado com ele mesmo, em momentos e
locais distintos, alcançou um excelente coeficiente alfa (0,95). E, quando comparamos
a média de tempo de observadores distintos, encontramos um bom coeficiente alfa
(0,77). Os coeficientes encontrados na análise da reprodutibilidade do tempo
despendido para a aplicação do questionário QVFA são considerados adequados. Um
coeficiente alfa melhor na análise intraobservadores é condição sine qua non inicial
para a validação de um teste. Todavia a tendência à concordância entre observadores
diferentes é o que fundamenta as condições de interobjetividade científica para a
validação de um instrumento.
Quando analisamos a reprodutibilidade dos resultados inter e
intraobservadores em relação às médias encontradas para o total do QVFA (tabelas 10
e 11), observamos excelentes coeficientes tanto pelo método da consistência interna
(Cronbach 0,98 e 0,96, respectivamente) quanto pelo teste-reteste (Bartko 0,95 e 0,91,
respectivamente). Tais resultados conferem uma confiabilidade excelente ao
questionário QVFA, demonstrando que ele é altamente reprodutível. A análise da
reprodutibilidade inter e intraobservadores de cada um dos sete domínios do
Discussão
66
questionário QVFA, pelos dois métodos, também demonstrou ótimos resultados, com
coeficientes de reprodutibilidade excelentes para a maioria dos domínios. No entanto
encontramos coeficientes um pouco mais baixos para os domínios Medicação
(Cronbach 0,58 e Bartko 0,41) e Palpitação (Bartko 0,53) na análise interobservadores.
Acreditamos que a adesão ao uso de medicamentos seja o fator de confusão
no domínio Medicação (Lip, Beevers, 1997). Os pacientes podem informar a um
observador que fazem uso de medicação para sua arritmia, enquanto ao outro
observador confessam que não tomam medicação. Isso faz com que não encontremos
coeficientes de reprodutibilidade tão altos para esse domínio.
No domínio Palpitação também observamos um valor mais baixo do
coeficiente de correlação intraclasse de Bartko, embora o coeficiente alfa seja
adequado (0,70). A análise de reprodutibilidade pelo método da consistência interna
(Cronbach 0,70) demonstrou que tal domínio é reprodutível entre observadores
distintos. O método do teste-reteste mede características estáveis ao longo do tempo.
A palpitação é um sintoma dinâmico que representa a variação da frequência e
intensidade de uma arritmia; apresenta grande interferência cognitiva e ainda pode
tornar-se imperceptível ao paciente com o aumento do tempo de FA devido à
adaptação hemodinâmica. Diante disso, torna-se importante determinar o quão bem as
questões de um domínio se encaixam juntas, conceitualmente, pelo método da
consistência interna. A estabilidade não será um determinante de reprodutibilidade para
um domínio que possui “instabilidade”, ainda que entre o período da manhã e o da
tarde.
Responsividade
Não bastasse o questionário QVFA medir o que se pretende, por pessoas
diferentes em momentos e locais distintos, também demonstrou capacidade na
detecção de mudanças no status clínico dos portadores de FA. Quando analisamos a
responsividade do questionário ao longo do tempo, ele mostrou-se responsivo na
proporção que encontramos diferenças estatisticamente significantes nas médias dos
domínios, particularmente nos domínios Palpitação, Dispneia, Tontura e Medicação e
Discussão
67
principalmente no Total do questionário, comparando-se os momentos inicial e final do
seguimento (tabela 12). A capacidade deste instrumento em captar variações nas
condições clínicas dos pacientes com fibrilação atrial torna-o ainda mais interessante,
já que tal arritmia possui sintomas dinâmicos.
Limitações
Uma limitação deste estudo foi não realizar entrevista para validade de
conteúdo coma a população alvo. Embora citada quando se trata de avaliação de
qualidade de vida, esta abordagem raramente é realizada nos estudos. Além de
aspectos valorizados na literatura e da opinião de especialistas no assunto, saber se as
questões e os itens selecionados correspondem às expectativas dos doentes reforça a
evidência de validade de conteúdo. Entrevistamos cinco pacientes com FA e ficamos
surpresos com as respostas obtidas. Para todos, o pior sintoma relacionada à arritmia é
o medo e prolongar a vida foi considerado mais importante do que melhorar as
manifestações da doença. Mesmo considerando que essas opiniões não sejam
especificas da FA, não deixa de ser um ponto de interesse para pesquisas futuras.
Considerações finais
Considerando a complexidade da FA e o arsenal terapêutico que a envolve,
construímos um instrumento capaz de captar o impacto desta arritmia na qualidade de
vida de seus portadores. Para tanto, desenvolvemos um questionário com substancial
conteúdo clínico, o que o torna intuitivo para aqueles profissionais que estão em
contato com esses pacientes. A utilização de uma linguagem simples e direta permite
ao questionário QVFA ser aplicado aos pacientes com qualquer nível de escolaridade.
O sistema de pontuação de fácil aplicabilidade, fornece o resultado sobre a qualidade
de vida do paciente de forma pida. Além disso, para aplicação desse instrumento
necessitamos apenas três minutos, o que possibilita sua incorporação na consulta de
rotina do paciente com fibrilação atrial.
Discussão
68
A análise meticulosa das propriedades de medida do questionário QVFA
demonstrou evidências consistentes de validade, reprodutibilidade e responsividade
(quadro 5). A validade de conteúdo foi confirmada pela literatura e pela opinião de
especialistas e a validade de construto convergente estabeleceu-se por meio da
comparação do questionário QVFA com o questionário mais utilizado na literatura - o
questionário SF-36. Os coeficientes alfas encontrados para o questionário QVFA na
análise interobservadores e intraobservadores foram excelentes (0,98 e 0,96,
respectivamente), comprovando que o QVFA é confiável e altamente reprodutível. As
mudanças nas condições clínicas dos pacientes foram também observadas pelas
variações significantes na pontuação ao longo do tempo. Por conseguinte, o
questionário QVFA preencheu os critérios de aplicabilidade clínica necessários para
este tipo de instrumento e, consequentemente, acreditamos que seja adequado na
avaliação da qualidade de vida de pacientes com fibrilação atrial.
6. CONCLUSÕES
70
Conclusões
Os resultados deste estudo permitem chegar às seguintes conclusões:
1. O QVFA Qualidade de Vida em Fibrilação Atrial é um questionário
específico que aborda as principais manifestações clínicas da fibrilação
atrial e as terapêuticas empregadas para essa arritmia. Neste contexto este
questionário não tem similar na literatura médica;
2. É um questionário de fácil compreensão e de rápida aplicação - em dia
três minutos - o que possibilita sua incorporação na avaliação ambulatorial
ou de consultório nos pacientes com essa arritmia;
3. Finalizando, o questionário QVFA é um instrumento apropriado para avaliar
a qualidade de vida dos pacientes com fibrilação atrial, porque demonstrou
validade, reprodutibilidade e responsividade, propriedades fundamentais
para seu reconhecimento científico.
7. ANEXOS
Anexos
72
ANEXO 1. The Medical Outcome Study Short-Form Survey – SF-36
SF-36 PESQUISA EM SAÚDE
Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações
nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz de
fazer suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a
resposta como indicado. Caso você esteja inseguro em como responder, por
favor tente responder o melhor que puder.
1. Em geral, você diria que sua saúde é: (circule uma)
.Excelente..............................................................................................1
.Muito boa.............................................................................................2
.Boa.......................................................................................................3
.Ruim.....................................................................................................4
.Muito ruim...........................................................................................5
2. Comparada a um ano atrás, como você classificaria sua saúde geral, agora?
(circule uma)
.Muito melhor agora do que a um ano atrás.........................................1
.Um pouco melhor agora do que a um ano atrás..................................2
.Quase a mesma de um ano atrás .........................................................3
.Um pouco pior agora do que a um ano atrás.......................................4
.Muito pior agora do que a um ano atrás..............................................5
Anexos
73
3.Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente
durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para fazer
essas atividades? Neste caso, quanto?
(circule um número em cada linha)
Atividades Sim.
Dificulta
Muito
Sim.
Dificulta
um pouco
Não. Não
Dificulta
de modo
algum
a.
Atividades vigorosas
, que exigem muito
esforço, tais como correr, levantar objetos
pesados, participar em esportes árduos
1 2 3
b.
Atividades moderadas
, tais como mover
uma mesa, passar aspirador
de pó, jogar
bola, varrer a casa
1 2 3
c. Levantar ou carregar mantimentos
1 2 3
d. Subir
vários
lances de escada
1 2 3
e. Subir
um lance
de escada
1 2 3
f. Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se
1 2 3
g. Andar
mais de 1 quilômetro
1 2 3
h. Andar
vários quarteirões
1 2 3
i.Andar
um
quarteirão
1 2 3
j. Tomar banho ou vestir-se
1 2 3
Anexos
74
4. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas
com o seu trabalho ou com alguma atividade regular diária, como
consequência da sua saúde física?
(circule uma em cada linha)
Sim Não
a. Você diminuiu
a quantidade de tempo
que se
dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b. Realizou
menos
tarefas do que você gostaria? 1 2
c. Esteve
limitado
no seu tipo de trabalho ou em
outras atividades?
1 2
d. Teve
dificuldade
de fazer seu trabalho ou outras
atividades(p.ex: necessitou de um esforço extra?)
1 2
5. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas
com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como consequência de
algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou ansioso)?
(circule uma em cada linha)
Sim Não
a. Você diminuiu
a quantidade de tempo
que se
dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b. Realizou
menos
tarefas do que você gostaria? 1 2
c. Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades
com tanto cuidado com geralmente faz?
1 2
Anexos
75
6. Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou
problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em
relação a família, vizinhos, amigos ou em grupo?
(circule uma)
. De forma nenhuma..........................................................................1
. Ligeiramente....................................................................................2
. Moderadamente...............................................................................3
. Bastante...........................................................................................4
. Extremamente..................................................................................5
7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?
(circule uma)
. Nenhuma.........................................................................................1
. Muito leve.......................................................................................2
. Leve................................................................................................3
. Moderada........................................................................................4
. Grave..............................................................................................5
. Muito grave....................................................................................6
8. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com o seu trabalho
normal (incluindo tanto o trabalho fora e dentro de casa)?
(circule uma)
. De maneira nenhuma.......................................................................1
.Um pouco.........................................................................................2
. Moderadamente...............................................................................3
. Bastante...........................................................................................4
. Extremamente..................................................................................5
Anexos
76
9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido
com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma
resposta que mais se aproxime da maneira como você se sente. Em relação as
últimas 4 semanas.
(circule um número para cada linha)
Todo
tempo
A maior
parte do
tempo
Uma boa
parte do
tempo
Alguma
parte do
tempo
Uma
pequena
parte do
tempo
Nunca
a. Quanto tempo você tem
se sentido cheio de vigor
,
cheio de vontade
, cheio de
força?
1 2 3 4 5 6
b. Quanto tempo você tem
se sentido uma pessoa
muito nervosa?
1 2 3 4 5 6
c. Quanto tempo você tem
se sentido tão deprimido
que nada pode animá-lo?
1 2 3 4 5 6
d. Quanto tempo você
tem
se sentido
calmo ou
tranquilo?
1 2 3 4 5 6
e. Quanto tempo você tem
se sentido com muita
energia?
1 2 3 4 5 6
f. Quanto tempo você tem
se sentido
desanimado e
abatido?
1 2 3 4 5 6
g. Quanto tempo você tem
se sentido esgotado?
1 2 3 4 5 6
h. Quanto
tempo você tem
se sentido uma pessoa
feliz?
1 2 3 4 5 6
i. Quanto tempo você tem
se sentido cansado?
1 2 3 4 5 6
Anexos
77
10. Durante as últimas 4 semanas, quanto do seu tempo a sua saúde física ou
problemas emocionais interferiram com suas atividades sociais (como visitar
amigos, parentes, etc.)?
(circule uma)
. Todo o tempo.................................................................................1
. A maior parte do tempo.................................................................2
. Alguma parte do tempo.................................................................3
. Uma pequena parte do tempo........................................................4
. Nenhuma parte do tempo...............................................................5
11. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?
(circule um número em cada linha)
Definiti-
vamente
verda-
deiro
A maioria
da vezes
verdadeiro
Não
sei
A maioria
da vezes
falso
Definiti-
vamente
falso
a. Eu costumo adoecer um
pouco mais facilmente que
as outras pessoas
1 2 3 4 5
b. Eu sou tão saudável
quanto qualquer pessoa
que eu conheço
1 2 3 4 5
c. Eu acho que a minha
saúde vai piorar
1 2 3 4 5
d. Minha saúde é excelente
1 2 3 4 5
Anexos
78
Pontuação do questionário SF-36
Questão
Pontuação
01
15,0 24,4 33,4 42,0 51,0
02
Soma normal
03
Soma normal
04
Soma normal
05
Soma normal
06
15 24 33 42 51
07
16,0 25,4 34,2 43,1 52,2 61,0
08
Se 81 e 71----------------6
Se 81 e 72 a 6------------5
Se 82 e 72 a 6------------4
Se 83 e 72 a 6------------3
Se 84 e 72 a 6------------2
Se 85 e 72 a 6------------1
Se a questão 7 não for respondida, o escore da questão 8
passa a ser o seguinte:
16 42,25
24,75 51,0
33,5
09
a,d,e,h =valores contrários
1=6, 2=5, 3=3, 4=3, 5=2, 6=1
Vitalidade= a+e+g+i Saúde mental=b+c+d+f+h
10
Soma normal
11
a,c = valores normais
b,d = valores contrários 1=5, 2=4, 3=3, 4=2, 5=1
Anexos
79
Cálculo do Raw Scale ( 0 a 100)
Questão Limites Score Range
Capacidade Funcional
3
(a+b+c+d+e+
f+g+h+i+j)
10,30 20
Aspectos Físicos
4(a+b+c+d) 4,8 4
Dor
7+8 2,12 10
Estado Geral de Saúde
1+11 5,25 20
Vitalidade
9(a+e+g+i) 4,24 20
Aspectos Sociais
6+10 2,10 8
Aspecto Emocional
5(a+b+c) 3,6 3
Saúde Mental
9(b+c+d+f+h) 5,30 25
Raw Scale:
Ex: Item = [ Valor obtido – Valor mais baixo ] x 100
Variação
Ex: Capacidade Funcional = 21 Ex: 21-10 x 100 = 55
Valor mais baixo = 10 20
Variação = 20
Obs.: A questão nº 2 não entra no cálculo dos domínios.
Dados perdidos:
Se responder mais de 50% = substituir o valor pela média.
Anexos
80
ANEXO 2. Atrial Fibrillation Severity Scale – AFSS.
Anexos
81
Anexos
82
Anexos
83
ANEXO 3. Symptom Checkilist – Frequency and Severity
Anexos
84
Anexos
85
ANEXO 4. Questionário Quality of Life Index – Cardiac Version IV
Anexos
86
Anexos
87
Anexos
88
Anexos
89
Anexos
90
Anexos
91
ANEXO 5. Questionário Duke Activity Status Index
Anexos
92
ANEXO 6. Questionário Minnesota Living with Heart Failure
MINNESOTA LIVING WITH HEART FAILURE
QUESTIONNAIRE
The following questions ask how much your heart failure (heart condition) affected
your life during the past month (4 weeks). After each question, circle the 0, 1, 2, 3,
4 or 5 to show how much your life was affected. If a question does not apply to
you, circle the 0 after that question.
Did your heart failure prevent
you from living as you wanted during Very Very
the past month (4 weeks) by - No Little
Much
1. causing swelling in your ankles or legs? 0 1 2 3 4 5
2. making you sit or lie down to rest during
the day? 0 1 2 3 4 5
3. making your walking about or climbing
stairs difficult? 0 1 2 3 4 5
4. making your working around the house
or yard difficult? 0 1 2 3 4 5
5. making your going places away from
home difficult? 0 1 2 3 4 5
6. making your sleeping well at night
difficult? 0 1 2 3 4 5
7. making your relating to or doing things
with your friends or family difficult? 0 1 2 3 4 5
8. making your working to earn a living
difficult?
0 1 2 3 4 5
9. making your recreational pastimes, sports
or hobbies difficult? 0 1 2 3 4 5
10. making your sexual activities difficult? 0 1 2 3 4 5
11. making you eat less of the foods you
like? 0 1 2 3 4 5
12. making you short of breath? 0 1 2 3 4 5
13. making you tired, fatigued, or low on
energy? 0 1 2 3 4 5
14. making you stay in a hospital? 0 1 2 3 4 5
15. costing you money for medical care? 0 1 2 3 4 5
16. giving you side effects from treatments? 0 1 2 3 4 5
17. making you feel you are a burden to your
family or friends? 0 1 2 3 4 5
18. making you feel a loss of self-control
in your life? 0 1 2 3 4 5
19. making you worry? 0 1 2 3 4 5
20. making it difficult for you to concentrate
Anexos
93
or remember things? 0 1 2 3 4 5
21. making you feel depressed? 0 1 2 3 4 5
_________________________________________________________________________
©1986 Regents of the University of Minnesota, All rights reserved. Do not copy or reproduce without
permission. LIVING WITH HEART FAILURE® is a registered trademark of the Regents of the University
of Minnesota.
Anexos
94
ANEXO 7. Atrial Fibrillation Quality of Life – AFQoL-18
Anexos
95
ANEXO 8. Symptom Severity Questionnaire
Questionário aplicado antes da randomização, 3, 6 e 12 meses; com pontuação
máxima de 25 pontos e quanto maior a pontuação significa doença mais severa
(Oral, 1996).
Anexos
96
ANEXO 9. Questionário QVFA – Qualidade de Vida em Fibrilação Atrial
QVFA
Avaliação da Qualidade de Vida em Paciente com Fibrilação Atrial
Identificação Data:__________Nº:______
Nome:____________________________________________________
RG:__________Sexo:_______Data de Nasc.:__________Idade:______
Natural:_____________Proced.:___________Profissão:____________
Endereço:____________________________________Tel:__________
QUESTIONÁRIO:
I. PALPITAÇÃO
Tem palpitação (batedeira no peito)?
( ) Sim ( )Não
1)
A palpitação é :
Diária........................................................................................
e
Semanal...................................................................................
d
Quinzenal..........
.......................................................................
c
Mensal......................................................................................
b
> 30 dias.......................................................................
............
a
2)
A palpitação aparece com:
Repouso...................................................................................
c
Stress
emotional .....................................................................
b
Atividade
comum (trabalho ou casa)........................................
a
3)
Qual é a duração da palpitação?
<
1 minuto.................................................................................
a
Minutos.........................................
............................................
b
Horas........................................................................................
d
Contínua (direto)......................................................................
e
4)
Quando começou a última palpitação?
<
48 horas................................................................................
c
> 48 horas a uma semana.......................................................
k
> uma semana até um mês...............
.......................................
b
> um mês até uma semana......................................................
l
> seis meses até um ano.........................................................
a
> um ano..................................
................................................
m
5)
A palpitação atrapalha o seu dia a dia?
Muito........................................................................................
d
Médio..................................................
.....................................
c
Anexos
97
Pouco.......................................................................................
b
Nada.........................................................................................
a
II. DISPNÉ
IA
Tem falta de ar?
( ) Sim ( ) Não
6)
A falta de ar é em:
Repouso...................................................................................
f
Esforço:
. pequeno......................................................................
e
. médio..........................................................................
d
. grande........................................................................ b
7)
Junto com a falta de ar tem:
Palpitação................................................................................ b
Tosse....................................................................................... a
Tontura.....................................................................................
b
Outros...................................................................................... a
Nenhum sintoma......................................................................
z
8)
A falta de ar atrapalha o seu dia a dia?
Muito........................................................................................
h
Médio.......................................................................................
f
Pouco...............
........................................................................
d
Nada.........................................................................................
a
III. PRECORDIALGIA
Tem dor no peito?
( ) Sim ( ) Não
9)
A dor no peito começou ao mesmo tempo em que a palpitação?
Sim...c Não...z
10)
A dor no peito aparece com:
Repouso...................................................................................
d
Stress emotional ........
.............................................................
c
Atividade comum (trabalho ou casa)........................................
b
Outros......................................................................................
a
11)
Junto com a dor no peito tem:
Nenhum sintoma......................................................................
z
Sudorese..................................................................................
b
Náuseas e/ou vômitos..............................................................
b
Irradiação.................................................................................
a
Anexos
98
Outros...................................................................................... a
12) A dor no peito atrapalha o seu dia a dia:
Muito........................................................................................
g
Médio.......................................................................................
e
Pouco.....................
..................................................................
c
Nada.........................................................................................
a
IV. TONTURA
Tem tontura?
( ) Sim ( ) Não
13)
Qual é o tipo de tontura?
Sensação momentânea de desequilíbrio.................................
c
Movimento rotatório seu ou do ambiente.................................
c
Sensação de desmaio..............................................................
d
Desmaio...................................................................................
f
14)
Junto com a tontura tem:
Palpitação................................................................................ b
Visão embaçada...................................................................... b
Ansiedade................................................................................
a
Fraqueza..................................................................................
a
Outros...................................................................................... a
Nenhum sintoma......................................................................
z
15)
A tontura atrapalha o seu dia a dia:
Muito........................................................................................
g
Médio.......................................................................................
e
Pouco.......................................................................................
c
Nada..
.......................................................................................
a
V MEDICAÇÃO
Faz uso de medicação?
( ) Sim ( ) Não
16)
É para o tratamento da arritmia?
Sim...b Não...z
17)
Depois que começou a medicação:
Ficou do mesmo jeito...............................................................
a
Melhorou..................................................................................
z
Piorou.......................................
................................................
c
Anexos
99
18) Tomar a medicação atrapalha o seu dia a dia:
Muito........................................................................................
e
Médio..........................................
.............................................
d
Pouco.......................................................................................
c
Nada.........................................................................................
z
VI
. CARDIOVERSÃO ELÉTRICA
19)
Já recebeu
choque no peito?
Sim...b Não...z
20)
Depois do choque:
Ficou do mesmo jeito...............................................................
a
Melhorou........................................
..........................................
z
Piorou.......................................................................................
c
VII. ABLAÇÃO
21)
Já fez ablação (tratamento com cateteres nas veias para arritmia)?
Sim...b Não...z
22)
Depois da ablação:
Ficou do mesmo jeito...............................................................
a
Melhorou..................................................................................
z
Piorou...................
....................................................................
c
Anexos
100
Pontuação do questionário
a 1,0 h 8,0
b 2,0 i 9,0
c 3,0 j 10,0
d 4,0 k 2,5
e 5,0 l 1,5
f 6,0 m 0,5
g 7,0 z 0,0
Domínio
Questão
Pontuação
I
1 5,0
2 3,0
3 5,0
4 3,0
5 4,0
II
6 6,0
7 6,0
8 8,0
III
9 3,0
10 4,0
11 6,0
12 7,0
IV
13 6,0
14 7,0
15 7,0
V
16 2,0
17 3,0
18 5,0
VI 19 2,0
20 3,0
VII 21 2,0
22 3,0
Domínios I a IV 20 ptos, V+VI+VII 20 ptos Total 100 ptos
Anexos
101
ANEXO 10. Cálculo da pontuação do questionário SF-36
Questã
o Pontuação Cálculo do Raw Scale
Pontos
Final Domínios do SF-36
1
3,4 30
10 20 100
100
Capaciade Funcional
2
8
4 4 100
100
Aspectos Físicos
3
30 9,2
2 10 100
72
Dor
4
8 23,4
5 20 100
92
Estado Geral de Saúde
5
4 17
4 20 100
65
Vitalidade
6
5 10
2 8 100
100
Aspectos Sociais
7
4,2 4
3 3 100
33,3
Aspecto Emocional
8
5 22
5 25 100
68
Saúde Mental
9
17 22
10
5
11
20
Anexos
102
ANEXO 11. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Universidade Federal de São Paulo
Escola Paulista de Medicina
Hospital São Paulo
Serviço de Eletrofisiologia Clínica
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
1. Título do projeto: “Avaliação de Qualidade de Vida em Pacientes com Fibrilação Atrial :
Desenvolvimento e Validação de um Novo Questionário”.
2. Essas informações estão sendo fornecidas para a sua participação voluntária neste estudo,
que visa avaliar a qualidade de vida dos pacientes portadores de fibrilação atrial através de um
novo questionário específico.
3. Os procedimentos realizados durante o estudo serão a sua consulta ambulatorial de rotina e a
avaliação de qualidade de vida, especificamente, através de uma entrevista. Após sua
consulta ambulatorial de rotina, será certificado o seu diagnóstico de fibrilação atrial com o
médico que o atendeu. Se você se qualificar para o estudo e concordar em se inscrever, será
avaliado e acompanhado a cada 3 meses até o final do estudo em 1 ano. A primeira avaliação
será feita após a consulta ambulatorial e as subseqüentes poderão ser feitas antes ou depois
da sua consulta de rotina. Serão feitas perguntas a você através de dois questionários que
serão lidos por uma pessoa treinada para a aplicação deles. As perguntas são simples e não
poderão ser explicadas pela pessoa que o entrevistar, você deve responder de acordo com
aquilo que entender, sendo que caso não entenda imediatamente poderá pedir para que o
entrevistador repita quantas vezes forem necessárias as perguntas. Você precisará responder
somente o que lhe for perguntado, bastando, em algumas circunstâncias “simou não”, o
sendo necessárias maiores explicações. Em algumas respostas você pode não encontrar as
palavras que você mais usa no seu dia a dia, tente escolher a resposta que mais se aproxime
daquilo que você entende. O primeiro questionário aplicado é um questionário geral que terá
perguntas sobre vários aspectos da sua vida. O segundo questionário aplicado é um
questionário específico que terá perguntas sobre os seus sintomas e o tratamento que está
fazendo. Em relação as medicações utilizadas não é necessário informar quais são os
medicamentos que toma, basta saber se são para sua arritmia ou não. Caso algum
acompanhante esteja com você na consulta ele pode acompanhar a entrevista dos
questionários, mas não poderá ajudá-lo no entendimento da pergunta e nem com as
respostas. O tempo de aplicação dos questionário também será monitorizado pelo
entrevistador, sem que isso interfira no seu entendimento das perguntas ou na sua avaliação.
Não precisa ficar preocupado em acertar as respostas, pois não são perguntas de errar e
Anexos
103
acertar e, sim, sobre como você é no seu dia a dia, na sua casa junto da sua família, no seu
trabalho junto dos seus colegas e na sua vida social junto dos seus amigos.
4. Se você aceitar participar, não será necessário fazer qualquer exame específico ou outros
exames durante o estudo, exceto aqueles que sua condição clínica exigir, de acordo com a
avaliação médica nas consultas de rotina. Excepcionalmente, quando a avaliação de
qualidade de vida for feita em dia diferente da sua consulta, poderá ser necessária a
realização de um eletrocardiograma para certificação do seu ritmo cardíaco naquele momento.
5. A participação neste estudo prolongará suas consultas regulares ao médico em cerca de 20
minutos. Não existe nenhum risco para sua saúde em responder aos questionários. As
intercorrências no seu estado clínico, novos sintomas ou qualquer outro devem ser informados
ao médico que o atender nas consultas de rotina. Nas avaliações de qualidade de vida, o
haverá espaço além das perguntas padrões. Você deverá também avisar os médicos que o
tratam de que você está fazendo parte deste estudo.
6. Responder aos questionários deste estudo poderá ou não trazer-lhe benefícios adicionais
pessoais, mas as informações reunidas a partir do estudo serão muito importantes para a
descoberta de um novo questionário para avaliar a qualidade de vida dos portadores de
fibrilação atrial. Este novo questionário poderá trazer um melhor entendimento de o quanto as
manifestações clínicas da sua doença interferem no seu dia a dia, possibilitando auxílio nas
decisões terapêuticas, com melhora dos sintomas e um dia a dia mais satisfatório.
7. Não existe no momento nenhum outro questionário específico de avaliação de qualidade de
vida em português que possa ser utilizado e a única opção alternativa a essa avaliação será a
não participação no estudo.
8. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa
para esclarecimento de eventuais dúvidas. A principal investigadora é a Dra Érika Olivier Vilela
Bragança que pode ser encontrada à Rua Napoleão de Barros, 593 Vila Clementino, São
Paulo/SP; telefone (0XX11) 5579-8255 ou fax (0XX11) 5573-3572. Se você tiver alguma
consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) à Rua Botucatu, 572, 1º andar – cj 14, (0XX11) 5571-1062 ou fax (0XX11)
5539-7162.
9. É garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento e deixar de
participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade do seu tratamento na instituição.
10. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros pacientes, não sendo
divulgado a identificação de nenhum paciente.
11. O paciente tem o direito de acesso aos resultados da pesquisa que sejam do conhecimento
dos pesquisadores.
12. Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase da pesquisa, incluindo
exames e consultas. Também não compensação financeira relacionada a sua participação.
Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.
Anexos
104
13. Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos
propostos neste estudo (nexo casual comprovado), o participante tem direito a tratamento
médico na instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.
14. É compromisso do pesquisador de utilizar os dados e o material coletado somente para esta
pesquisa.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas
para mim, descrevendo o estudo “Avaliação de Qualidade de Vida dos Pacientes com
Fibrilação Atrial: Desenvolvimento e Validação de um Novo Questionário”. Eu discuti com a
Dra. Érika Olivier Vilela Bragança a minha decisão de aceitar essa avaliação. Ficaram claros para
mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos
e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro
também que a minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia de acesso a
tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e
poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem
penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou ao meu
atendimento neste serviço.
_____________________________________________________
Assinatura do Paciente/ Representante legal * Data ___/___/_____
_____________________________________________________
Assinatura da testemunha Data ___/___/_____
* para casos de pacientes menores de 18 anos, analfabetos, semi-analfabetos ou portadores de
deficiência auditiva ou visual.
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste
paciente ou representante legal para a participação neste estudo.
____________________________________________________
Dra. Érika Olivier Vilela Bragança CRM 83 944 Data ___/___/_____
Anexos
105
ANEXO 12. Carta de Aprovação do Comitê de Ética
8.REFERÊNCIAS
Referências
106
Atrial Fibrillation Investigators. Risk Factors for Stroke and Efficacy of
Antithrombotic Therapy in Atrial Fibrillation Analysis of Pooled Data From Five
Randomized Controlled Trials. Arch Intern Med 1994, 154:1449-57.
Badia X, Arribas F, Ormaetxe JM, Peinado R, De Los Terreros MS. Development
of a questionnaire to measure health-related quality of life (HRQoL) in patients
with atrial fibrillation (AF-QoL). Health and Quality of Life Outcomes 2007, 5:37.
Disponível em: URL: http://www.hqlo.com/contents/5/1/37
Bartko JJ. The intraclass correlation coefficient as a measure of reliability.
Psychol Rep 1966, 19(1):3-11.
Bell MI, Bombardier C, Tugwell P. Measurement of functional status, quality of life,
and utility in rheumatoid arthritis. Arthritis Rheum 1990, 33(4):591-601.
Berquó ES, Souza JMP, Gotlieb SLD. Bioestatística. ed rev. São Paulo: EPU,
1981. P. 98-107, 299- 302.
Bland JM, Altman DG. Cronbch’s alpha. B M J 1997, 314:572.
Brodsky MA, Chun JG, Podrid PJ, et al. Regional attitudes of generalists
specialists, and subspecialists about management of atrial fibrillation. Arch Intern
Med 1996, 156:2553-62.
Brown B. Formula for an effective acuity system. Nurs Manage 1999, 30(6):14.
Bubien SR, Knotts-Dolson SM, Plumb VJ, Kay GN. Effect of Radiofrequency
Catheter Ablation on Health-Related Quality of Life and Activities of daily Living in
Patients with Recurrent Arrhythmias. Circulation 1996, 94:1585-91.
Bubien RS. A New Beat on an Opld Rhythm. Am J Nurs 2000, 1000:42-50.
Referências
107
Cappato R, Calkins H, Chen SA, et al. Worldwide survey on the methods, efficacy,
and safety of catheter ablation for human atrial fibrillation. Circulation 2005,
111:1100-5.
Calkins H, Brugada J, Packer DL, Cappato R, Chen S-A, Crijns HJG, Damiano RI,
Davies W, Haines DE, Haissaguerre M, Iesaka Y, Jackman W, Jais P, Kottkamp
H, Kuck KH, Lindsay BD, Marchlinski FE, Mccarthy PM, Mont JL, Morady F,
Nademanee K, Natale A, Pappone C, Prystowsky E, Raviele A, Ruskin JN,
Shemin RJ. HRS/ EHRA/ ECAS Expert Consensus Statement on Catheter and
Surgical Ablation of Atrial Fibrillation: Recommendations for Personnel, Policy,
Procedures and Follow-Up. A report of the Heart Rhythm Society (HRS) Task
Force on Catheter and Surgical Ablation of Atrial Fibrillation. Heart Rhythm 2007,
4(6):1-46.
Carlsson J, Miketic S, Windeler J, Cuneo A, Haun S, Micus S, Walter S, Tebbe U
for The Staf Investigators. Randomized Trial of Rate-Control Versus Rhythm-
Control in Persistent Atrial Fibrillation – The Strategies of Treatment of Atrial
Fibrillation (STAF) Study. J Am Coll Cardiol 2003, 41(10):1690-96.
Chen SA, Hsieh MH, Tai CT, Tsai CF, Prakash VS, Yu WC, Hsu TL, Ding YA,
Chang MS. Initiation of Atrial Fibrillation by Ectopic Beats Originating From the
Pulmonary Veins Electrophysiological Characteristics, Pharmacological
Responses, and Effects of Radiofrequency Ablation. Circulation 1999, 100:1879-
1886.
Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a
língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade
de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol 1999, 39(3):143-50.
Cronbach LJ. Further evidence on response sets and test design. Educ Psychol
Meas 1950, 10:3.
Referências
108
De Carvalho Fo ET, Miotta ST, Alves AT, Curiat JA, De Alencar YM. Fibrilação
Atrial Crônica no Idoso. Arq Bras Cardiol1994, 57:109-114.
De Denus S, Sanoski CA, Carlsson J, Opolski G, Spinler SA. Rate vs Rhythm
Control in Patients With Atrial Fibrillation A Meta-analysis. Arch Intern Med
2005, 165:258-62.
De Paola AAV, Figueiredo E, Sesso R, Veloso HH, Nascimento LOT for The
Socesp Investigators. Effectiveness and costs of chemical versus electrical
cardioversion of atrial fibrillation. Intern J Cardiol 2003, 88:157-166.
Devon HA, Ferrans CE. The Psychometric Properties of Four Quality of Life
Instruments Used in Cardiovascular Population. J Cardiopulm Rehabil
2003,23:122-138.
Dorian P, Paquette M, Newman D, Green M, Connolly SI, Talajic M, Roy D for The
CTAF Investigators. Quality of life improves with treatment in the Canadian Trial of
Atrial Fibrillation. Am Heart J 2002, 143:984-90.
Engelmann MDM, Pehrson S. Quality of life in nonpharmacologic treatment of
atrial fibrillation. Eur Heart J 2003, 24:1387-1400.
Falk RH. Atrial fibrillation Medical Progress. N Engl J Med 2001, 344(14):1067-
78.
Feinberg WM, Blackshear JL, Laupacis A, Kronmal R, Hart RG. Prevalence, Age
Distribution, and Gender of Patients With Atrial Fibrillation Analysis and
Implications. Arch Intern Med 1995, 155:469-73.
Ferrans CE, Powers MJ. Quality of life index:development and psychometric
properties. Adv Nurs Sci 1985, 8(1):15-24.
Referências
109
Fihn SD, Callahan CM, Martin DC, Mcdonell MB, Henikoff JG, White RH for The
National Consortium Of Anticoagulation Clinics. The risk for and severity of
bleeding complications and elderly patients treated with warfarin. Ann Intern Med
1996, 124:970-9.
Flegel KM, Shipley MJ, Rose G. Risk of Stroke in Non-Rheumatic Atrial Fibrillation
[published erratum appers in Lancet 1987, 1:878]. Lancet 1987, 1:526-9.
Fleiss JL. Statistical methods for rates and proportion. 2
nd
edition. New York:
Jwiley & Sons, 1986. P.432
Fletcher A, Gore S, Jones D. Quality of life measures in health care:II. Design,
analysis and interpretation. B M J 1992, 305:1145-8.
Fletcher RH, Fletcher SW, Wagner EH. Epidemiologia clínica: elementos
essenciais. 3
a
ed. Traduzido por: Duncan BB, Schmidt MI. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1996.
Furberg CD, Psaty BM, Manolio TA, Gardin JM, Smith VE, Rautaharju PM, CHS
Collaborative Research Group. Prevalence of Atrial Fibrillation in Elderly Subjects
(the Cardiovascular Health Study). Am J Cardiol 1994, 74:236-41.
Fuster V, Rydén LE, Asinger RW, Cannom DS, Crijns HJ, Frye RL, Halperin JL,
Kay GN, Klein WW, Lévy S, Mcnamara RL, Prystowsky EN, Wann LS, Wyse DG.
ACC/AHA/ESC guidelines for the management of patients with atrial fibrillation: a
report of the American College of Cardiology/ American Heart Association Task
Force on Practice Guidelines and the European Society of the Cardiology
Committee for Practice Guidelines and Policy Conferences (Committee to Develop
Guidelines for the Management of Patients With Atrial Fibrillation). J Am Coll
Cardiol 2001, 38(4):1266i.
Referências
110
Fuster V, Rydén LE, Cannom DS, Crijns HJ, Curtis AB, Ellenbogen KA, Halperin
JL, Le Heuzey J-Y, Kay GN, Lowe JE, Olsson SB, Prystowsky EN, Tamargo JL,
Wann S, Smith SC, Jacobs AK, Adams CD, Anderson JL, Antman EM, Hunt SA,
Nishimura R, Ornato JP, Page RL, Reigel B, Priori SG, Blanc J-J, Budaj A, Camm
AJ, Dean V, Deckers JW, Despres C, Dickstein K, Lekakis J, Mcgregor K, Metra
M, Morais J, Osterspey A, Zamorano JL. ACC/AHA/ESC 2006 guidelines for the
management of patients with atrial fibrillation: a report of the American College of
Cardiology/ American Heart Association Task Force on Practice Guidelines and
the European Society of Cardiology Committee for Practice Guidelines (Writing
Committee to Revise the 2001 Guidelines for the Management of Patients With
Atrial Fibrillation). J Am Coll Cardiol 2006, 48:e149-246.
Gage BF, Watermann AD, Shannon W, et al. Validation of clinical classification
schemes for predicting stroke: results from the National Registry of Atrial
Fibrillation. JAMA 2001; 285:2864-70.
Gelder ICV, Hagens VE, Bosker HA, Kingma H, Kamp O, Kingma T, Said Sa,
Darmanata JJ, Timmermans AJM, Tijssen JGP, Crijns HJGM for The Rate Control
Versus Electrical Cardioversion For Persistent Atrial Fibrillation Study Group. A
Comparison of Rate Control and Rhythm Control in Patients with Recurrent
Persistent Atrial Fibrillation The RACE Trial. N Engl J Med 2002, 347(23):1834-
40.
Grönefeld GA, Lilienthal J, Kuck K-H, Hohnloser SH for the Pharmacologigal
Intervention in Atrial Fibrillatio (PIAF) Study Investigators. Impact of rate versus
rhythm control on quality of life in patients with persistent atrial fibrillation. Results
from a prospective randomized study. Eur Heart J 2003, 24:1430-36.
Go AS, Hylek EM, Phillips KA, Chang YC, Henault LE, Selby JY, Singer DE.
Prevalence of Diagnosed Atrial Fibrillation in Adults: National Implications for
Rhythm Management and Stroke Prevention: the AnTicoagulation and Risk
Factors In Atrial Fibrillation (ATRIA) Study. JAMA 2001, 285(18):2370-5.
Referências
111
Goldman L, Hasimoto B, Cook F, Loscalzo A. Comparative reproducibility and
validy of systems for assessing cardiovascular functional class: advantages for a
new specific scale. Circulation 1981, 64:1227-34
Guyatt GH, Van Zaten SJOV, Feeney DH. Measuring quality of life in clinical trials:
a taxonomy and review. Can Med Ass J 1989, 140:1441-8.
Guyatt GH. A taxonomy of health status instruments. J Rheumatol 1995,
22:1188-90.
Hagens VE, Rnachor AV, Van Sonderen E, Bosker HA, Kamp O, Tijssen JGP,
Kingma JH, Crijns HJGM, Van Gelder IC For The Race Study Group. Effect of
Rate or Rhythm Control on Quality of Life in Persistent Atrial Fibrillation. J Am
Coll Cardiol 2004, 43:241-7.
Haïssaguerre M, Jaïs P, Shah DC, Garrigue S, Takahashi A, Lavergne T, Hocini
M, Peng JT, Roudant R, Clémenty J. Electrophysiological End Point for Catheter
Ablation of Atrial Fibrillation Initiated from Multiple Pulmonary Venous Foci.
Circulation 2000a, 101:1409-17.
Haïssaguere M, Shah DC, Jaïs P, Hocini M, Yamane T, Deisenhofer I, Chauvin M,
Garrigue S, Clémenty J. Electrophysiological Breakthroughs From the Left Atrium
to the Pulmonary Veins. Circulation 2000b, 102:2463-65.
Hart RG, Pearce LA, Mcbride R, Rothbart RM, Asinger RW, Stroke Prevention In
Atrial Fibrillation (SPAF) Investigators. Factors Associated With Ischemic Stroke
During Aspirin Therapy in Atrial Fibrillation Analysis of 2012 Participants in the
SPAF I-III Clinical Trials. Stroke 1999a, 30:1223-29.
Referências
112
Hart RG, Benavente O, Mcbride R, Pearce LA. Antithrombotic Therapy To Prevent
Stroke in Patients with Atrial Fibrillation: A Meta-Analysis. Ann Intern Med 1999b,
131:492-501.
Hlatky MA, Boineau RE, Higginbotham MB, et al. A brief self-administered
questionnaire to determine functional capacity (Duke Activity Status Index). Am J
Cardiol 1989, 64:651-4.
Hohnloser SH, Kuck KH, Lilienthal J for The PIAF Investigators. Rhythm or rate
control in atrial fibrillation – Phamacological Intervention in Atrial Fibrillation (PIAF):
a randomised trial. Lancet 2000, 356:1789-94.
Jaïs P, Weerasooriya R, Shah DC, Hocini M, Macle L, Choi KJ, Scavee C,
Haïssaguerre M, Clémenty J. Ablation therapy for atrial fibrillation (AF): Past,
present, future. Cardiovasc Res 2002a, 54:337-46.
Kannel WB, Abbott RD, Savage DD, Mcnamara PM. Epidemiologic features of
chronic atrial fibrillation: The Framingham Study. N Engl J Med 1982; 306:1018-
22.
Kannel WB, Abbott RD, Savage DD, Mcnamara PM. Coronary heart Disease and
atrial fibrillation: The Framingham Study. Am Heart J 1983, 106:389-96.
Katz LM, Pick A.Clinical electrocardiography Part I. The arrhythmias.
Philadelphia, Lea & Febiger, 1956.
Kopecky SL, Gersh BJ, Mcgoon MD, Chu CP, Ilstrup DM, Chesebro JH, Whisnant
JP. Lone Atrial Fibrillation in Elderly Persons A Marker for Cardiovascular Risk.
Arch Intern Med 1999, 159:1118-22.
Referências
113
Krahn AD, Manfreda J, Tate RB, Mathewson FAL, Cuddy TE. The Natural History
of Atrial Fibrillation: Incidence, Risk Factors, and Prognosis in the Manitoba
Follow-Up Study. Am J Med 1995, 98:476-84.
Kramer MS, Feinstein AR. Clinical biostatistics. Clin Pharmacol Ther 1981,
29:111-23.
Lévy S, Breithardt G, Campbell RWF, Camm AJ, Daubert JC, Allessie M, Aliot E,
Capucci A, Cosio F, Crijns H, Jordaens L, Hauer RNW, Lombardi F, Luderitz B On
Behalf Of The Working Group On Arrhythmias Of The European Society Of
Cardiology. Atrial Fibrillation: current knowledge and recommendations for
management. Eur Heart J 1998, 19:1294-1320.
Lévy S, Maarek M, Coumel P, Guize L, Lekieffre J, Medvedowsky JL.
Characterization of Different Subsets of Atrial Fibrillation in General Practice in
France – The ALFA Study. Circulation 1999, 99:3028-35.
Lip GYH, Beevers DG. Doctors, nurses, pharmacists and patients the Racional
Evaluation And Choice in Hypertension (REACH) Survey of Hypertension Care
Delivery. Blood Presure 1997, 6:6-10.
Louise SJ, Bubien RS. Quality of Life in Patients with Atrial Fibrillation. Cardiol
Clin 1996, 14(4):597-606.
Luderitz B, Jung W. Quality of Life in Patients with Atrial Fibrillation [Review
Article]. Arch Intern Med 2000, 160(12):1749-57.
Maglio C, Paquette M. Measuring quality of life and symptom severity in patients
with atrial fibrillation [abstract]. PACE 1998, 21:839.
Referências
114
McHorney CA, Ware JE, Raczek AE. The MOS 36-item Short-Form Health Survey
(SF-36):II. Psychometric and clinical tests of validity in measuring physical and
mental health constructs. Med Care 1993, 31:247.
McHorney CA, Ware JE, Lu JFR, Sherbourne CD. The MOS 36-item Short-Form
Health Survey (SF-36):III. Data Quality, Scaling Assumptions, and Realiability
Across Diverse Patients Groups. Med Care 1994, 32:40-66.
Miettinem OS. Quality of life from the epidemiologic perspective. J Chron Dis
1987, 40:641-3.
Murgatroyd FD, Gibson SM, Baiyan X. Double-blind placebo-controlled trial of
dogoxin in symptomatic paroxysmal atrial fibrillation. Circulation 1999, 99:2765-
70.
Nunnally J. Psychometric Theory. New York, McGraw-Hill, 1978.
Opolski G, Torbicki A, Kosior DA, Szulc M, Wozakowska-Kapton B, Kotodziej P,
Achremczyk P for the Investigators of the Polish HOT CAFE Trial. Rate Control vs
Rhythm Control in Patients With Nonvalvular Persistent Atrial Fibrillation. The
Results of the Polish How to Treat Chronic Atrial Fibrillation (HOT CAFE) Study.
Chest 2004, 126:476-86.
Oral H, Pappone C, Chugh A, Good E, Bogun F, Pelosi F Jr, Bates ER, Lehmann
MH, Vicedomini G, Augello G, et al. Circunferencial pulmonary-vein ablation for
chronic atrial fibrillation. N Eng J Med 2006, 354:934-41.
Rector TS, Kubo SH, Cohn JN. Patients’self-assessment of their congestive heart
failure. Part 2: Content, reliability and validity of a new measure, the Minnesota
Living with Heart Failure questionnaire. Heart Failure 1987, oct/nov:198-209.
Disponível em: URL: http://www.mlhfq.org/
Referências
115
Roy D, Talajic M, Dorian P, Connolly S, Eisenberg MJ, Green M, Kus T, Lambert
J, Dubuc M, Gagné P, Nattel S, Thibault B for The Canadian Trial Of Atrial
Fibrillation Investigators. Amiodarone to Prevent Recurrence of Atrial Fibrillation
The Canadian Trial. N Engl J Med 2000, 342(13):913-20.
Roy D, Talajic M, Nattel S, Wyse DG, Dorian P, Lee KL, Bourassa MG, Arnold
MO, Buxton AE, Camm AJ, Connoly SJ, Dubuc M, Ducharme A, Guerra PG,
Hohnloser SH, Lambert J, Le Heuzey J-Y, O’hara G, Pedersen OD, Rouleau J-L,
Singh BN, Stevenson LW, Stevenson WG, Thibault B, Waldo AL for the Atrial
Fibrillation and Congestive Heart Failure (AF-CHF) Investigators. N Engl J Med
2008, 358(25):2667-77.
Scanavacca M, Sosa E, D’ávila A, Tondato F, Darrieux F, Hachul D, Bahia A,
Cavalcanti P, Oliveira F. Ablação com Radiofreqüência da Fibrilação Atrial
Paroxística. Arq Bras Cardiol 1999, 72(6):693-700.
Shah DC, Haïssaguerre M, Jaïs P. Catheter Ablation of Pulmonary Vein Foci for
Atrial Fibrillation – Pulmonary Vein Foci Ablation for Atrial Fibrillation. Thorac
Cardiovasc Surgery 1999, 47(Suppl):352-6.
Singh BN, Singh SN, Reda DJ, Tang XC, Lopez B, Harris CL, Fletcher RD,
Sharma SC, Atwood JE, Jacobson AK, Lewis HD, Raisch DW, Ezekowitz MD for
The Sotalol Amiodarone Atrial Fibrillation Efficacy Trial (SAFE-T) Investigators.
Amiodarone versus Sotalol for Atrial Fibrillation. N Engl J Med 2005,
352(18):1861-72.
Singh SN, Tang XC, Singh BN, Dorian P, Reda DJ, Harris CL, Fletcher RD,
Sharma SC, Atwood JE, Jacobson AK, Lewis HD, Lopez B Jr, Raish DW,
Ezekowitz MD for SAFE-T Investigators. Quality of Life and Exercise Performance
in Patients in Sinus Rhythm Versus Persistent Atrial Fibrillation: A Veterans Affairs
Cooperative Studies Program Substudy. J Am Coll Cardiol 2006, 48:721-30.
Referências
116
The AFFIRM Investigators. Quality of life in atrial fibrillation: The Atrial Fibrillation
Follow-up Investigation of Rhythm Management (AFFIRM) Study. Am Heart J
2005, 149:112-20.
Tsuneda T, Yamashita T, Fukunami M, Kumagai K, Niwano S, Okumura K, Inoue
H. Rate control and Quality of Life in Patients with Permanent Atrial Fibrillation
The Quality Of Life and Atrial Fibrillation (QOLAF) Study. Circ J 2006, 70:965-70.
Turner-Bowker DM, Bartley PJ, Ware JE. SF-36 Health Survey & “SF”
Bibliography: Third Edition (1988-2000). Lincoln, RI: QualityMetric Incorporated,
2002.
Waldo AL. Management of atrial fibrillation: the need for AFFIRMative action. Am
J Cardiol 1999, 84:698-700.
Ware JE, Sherbourne CD. The MOS 36-item Short-Form Health Survey (SF-36):I.
Conceptual framework and item selection. Med Care 1992, 30:473.
Ware JE, Snow KK, Kosinski M, et al. SF-36 Health Survey Manual and
Interpretation Guide. Boston: The Health Institute, New England Medical Center
Hospitals, 1993.
Ware JE, Kosinski M, Keller ED. The SF-36 Physical and Mental Health Summary
Scales: A User’s Manual. Boston, MA. The Health Institute, 1994. Disponível em:
URL: http://www.sf-36.org/
Wazni OM, Marrouche NF, Martin DO, Verma A, Bhargava M, Saliba W, Bash D,
Schweukert R, Brachmann J, Gunther J et al. Radiofrequency ablation vs
antiarrhythmic drugs as first-line treatment of symptomatic atrial fibrillation: a
randomized trial. JAMA 2005, 293:2634-40.
Referências
117
Wyse DG, Waldo AL, Dimarco JP, Domanski MJ, Rosenberg Y, Schron EB, Kellen
JC, Greene HL, Mickel MC, Dalquist JE, Corley SD. A Comparison of Rate Control
and Rhythm Control in Patients with Atrial Fibrillation The AFFIRM Trial. N Engl
J Med 2002, 347(23):1825-33.
Abstract
Abstract
Background: Atrial fibrillation (AF) is the most common sustained arrhythmia in
clinical practice, and has major impact on health-related quality of life, thus, there
is a need for a specific instrument to asses AF symptoms and quality of life.
Methods: We developed and validated a specific questionnaire for quality of life in
AF patients (QLAF) based on clinical manifestations (palpitation, breathlessness,
dizziness and chest pain), and the usual treatments (medication, cardioversion
and ablation). For validation, the new questionnaire was compared with the
generic SF-36 questionnaire. Reproducibility was tested using 40 questionnaires
administered by two different observers at distinct times and places.
Responsiveness was evaluated based on variation of the QLAF score over time.
Results: There were a total of 462 questionnaires (231 SF-36 and 231 QLAF)
administered at baseline, 3, 6, 9 and 12 months. Construct validity was
demonstrated by the negative correlation between QLAF and SF-36 scores that
was observed over the follow-up period. Analysis of internal consistency for
reproducibility showed excellent Cronbach’s alpha coefficients (inter- and intra-
observer coefficients of 0.98 and 0.96, respectively). QLAF was responsive as
indicated by significant differences in mean domain scores from the beginning to
the end of follow-up. It took much less time to administer the QLAF than the SF-36
(3:08 ± 0:33 min vs. 9:25 ± 1:14 min, p<0.001). Conclusion: The QLAF
questionnaire is easy to understand and can be administered rapidly in the
outpatient setting. Furthermore, the QLAF score is valid and reproducible and
responsive to a change in clinical status.
Apêndice
Apêndice
View Letter
Date:
Mar 22, 2009
To:
"Erika Olivier Braganca" o[email protected]
cc:
From:
"International Journal of Cardiology" [email protected]
Subject:
IJC editorial decision on MS No. IJC-D-07-02599R2
Ms. Ref. No.: IJC-D-07-02599R2
Title: Validating a New Quality of Life Questionnaire Symptom Based for Atrial
Fibrillation
International Journal of Cardiology
Dear Dr Braganca,
I am pleased to inform you that your manuscript entitled "Validating a New Quality
of Life Questionnaire Symptom Based for Atrial Fibrillation"
has been accepted for publication in the International Journal of Cardiology. It will
appear in the next available issue. Thank you for submitting your excellent article
to the International Journal of Cardiology.
Please note: Please do not enquire immediately about issue number and exact
date of publication. You will be contacted by Elsevier regarding proofs in due
course. At present it might take up to 4-5 months. If after this time you are still not
contacted by Elsevier, please direct your queries to Author Support:
Articles in Press are included in PubMed and published online through Science
Direct.
Yours sincerely,
Prof. Andrew Coats
Editor-in-Chief
International Journal of Cardiology
Apêndice
Bibliografia Consultada
Bibliografia Consultada
Associação Brasileira de Normas Técnicas. Referências bibliográficas: NBR-
6023. Rio de Janeiro, 2000.
Rother ET & Braga MER. Como elaborar sua tese: estrutura e referências. São
Paulo: BIREME, 2001.
Universidade de São Paulo. Faculdades de Saúde Pública. Biblioteca CIR.
Guia de apresentação de teses. São Paulo: A Biblioteca; 1998.
Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients
Érika O.V. Braganca
, Bráulio Luna Filho, Veruska H. Maria,
Daniela Levy, Angelo A.V. de Paola
Universidade Federal de Sao Paulo, Brazil
Received 16 October 2007; received in revised form 19 February 2009; accepted 22 March 2009
Abstract
Background: Atrial fibrillation (AF) is the most common sustained arrhythmia in clinical practice, and has major impact on health-related
quality of life, thus, there is a need for a specific instrument to assess AF symptoms and quality of life.
Methods: We developed and validated a specific questionnaire for quality of life in AF patients (QLAF) basedon clinical manifestations (palpitation,
breathlessness, dizziness and chest pain), and the usual treatments (medication, cardioversion and ablation). For validation, the new questionnaire
was compared with the generic SF-36 questionnaire. Reproducibility was tested using 40 questionnaires administered by two different observers at
distinct times and places. Responsiveness was evaluated based on variation of the QLAF score over time.
Results: There were a total of 462 questionnaires (231 SF-36 and 231 QLAF) administered at baseline, 3, 6, 9 and 12 months. Construct
validity was demonstrated by the negative correlation between QLAF and SF-36 scores that was observed over the follow-up period.
Analysis of internal consistency for reproducibility showed excellent Cronbach's alpha coefficients (inter- and intraobserver coefficients of
0.98 and 0.96, respectively). QLAF was responsive as indicated by significant differences in mean domain scores from the beginning to the
end of follow-up. It took much less time to administer the QLAF than the SF-36 (3:08 ±0:33 min vs. 9:25 ±1:14 min, pb 0.001).
Conclusion: The QLAF questionnaire is easy to understand and can be administered rapidly in the outpatient setting. Furthermore, the QLAF
score is valid and reproducible and responsive to a change in clinical status.
© 2009 Elsevier Ireland Ltd. All rights reserved.
Keywords: Quality of life; Atrial fibrillation; Disease-specific questionnaire
1. Introduction
Atrial fibrillation (AF) is the most common sustained
arrhythmia observed in clinical practice and is associated
with increased mortality and morbidity [1,2]. The clinical
impact ranges from completely asymptomatic subjects to
others living extremely limited lives, the first manifestation
being an embolic event or exacerbated cardi ac failure [3].
Common symptoms include palpitations, breathlessness, chest
pain and dizziness or fatigue [4]. AF patients frequently report
general discomfort, low exercise tolerance, irritability, con-
centration deficit and sleep disorder. The optimal clinical
management for AF is still unclear. The therapeutic arsenal,
which includes anticoagulation, rhythm control, rate control,
surgical and catheter ablation, pacemakers and, defibrillators,
appears to be insufficient [57]. As a consequence, symptom
relief and improving quality of life are often the primary goals
of treatment [8,9].
The definition of quality of life is inherently subjective;
however, accurate quantification of quality of life has been
proposed based on the use of two basic types of questionnaires,
generic and disease-specific [911]. An appropriate ques-
tionnaire must evaluate a specific situation adequately, and
be easy to use and understand [12]. A basic prerequisite is
analysis of its validity, reproducibility and responsiveness in
terms of psychometric properties [9,10,13].
International Journal of Cardiology xx (2009) xxx xxx
IJCA-11942; No of Pages 8
www.elsevier.com/locate/ijcard
Corresponding author. CardioRitmo, Av. Alfredo Ignácio Nogueira
Penido, 255 sl 703 Jd Aquárius, São José dos Campos, Cep 12246-000,
Brazil. Tel./fax: +55 12 3941 3928.
E-mail address: [email protected] (É.O.V. Braganca).
0167-5273/$ - see front matter © 2009 Elsevier Ireland Ltd. All rights reserved.
doi:10.1016/j.ijcard.2009.03.087
ARTICLE IN PRESS
Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/
j.ijcard.2009.03.087
Since 2000, a number of studies have evaluated AF patient
quality of life using both generic and disease-specific in-
struments, but the questionnaires are not fully satisfactory
[6,1419]. The generic SF-36 questionnaire has been
extensively used in the literature, but does not cover AF-
specific m anifestations. Despite the importance of AF, th e
University of Toronto Atrial Fibrillation Scale is the only
questionnaire specifically designed for this arrhythmia, but
covers only the symptom of palpitations.
We sought to develop an instrument for assessing AF
patient quality of life that covered the main clinical manifesta-
tions and treatments and had properly tested measurement
properties.
2. Methods
2.1. Initial phase
Three meetings were held with eight specialists certified
by the Brazilian Society of Electrophysiology. First, the spe-
cialists determined the most important clinical manifestations
of atrial fibrillation. To design the questionnaire it is useful
to understand the difference between items, questions and
domains, because quality of life is generally measured by a
complex collection of items, questions, domains, and instru-
ments. An item is a single question, and the domain identifies
a particular focus of attention and may contain the response
to a single item or responses to several related items. An
instrument is the collection of items used to obtain the desired
data [10]. A model questionnaire was developed in which
the clinical manifestations corresponded to the domains. The
questions and items of each domain were discussed with the
specialists according to their relevance. The definition of the
score was establish ed by consensus among electrophysiolo-
gists, who attributed higher or lower values according to the
clinical importance of the item, question and domain. This
model questionnaire was initially administered to a small
group of patients during a pilot phase. After this phase, the
treatment used for this arrhythmia was found to be relevant,
and three domains regarding this topic were therefore in-
cluded in the questionnaire.
2.2. Intermediate phase patient selection and application
Patients with AF of any etiology or classification were
eligible for enrollment as long as their AF was documented
by ECG. Patients could be either symptomatic or asympto-
matic and were asked to respond to questionnaires and fol-
lowed up at the AF outpatient clinic. The choice of treatment
was made by the attending physician and was not an inclusion
or exclusion criterion.
We excluded patients not agreeing to participate for any
reason, or having major memory deficits, or dementia. Patients
were not required to be literate in order to participate in the
study. Those responding to the questionnaire on their initial
visit but not on subsequent visits, for any reason, were
excluded. We init ial ly admin ist ered both quest ionn ai res to
87 patients, but 24 patients were excluded because they did
not compete in any of the follow-up visits.
Patients were given details of the aims of the study and
signed an informed consent form prior to the study, which
was authorized by the university's ethics committee.
SF-36 and quality of life symptom based for AF (QLAF)
questionnaires were administered prospectively and simulta-
neously at baseline, 3, 6, 9 and 12 months, and all clinical data
were collected. Patients responded through standardized inter-
views. Two trained interviewers read each question as written
without explaining words or questions. Questionnaires were
administered in a quiet setting befo re or after the patient's am-
bulatory visit. Completion time was recorded without patients
noticing. Persons accompanying were allowed to remain in the
room but instructed not to help.
2.3. Final phase validation
Measurement properties analyzed were validity, reprodu-
cibility, and responsiveness.
Validity w as tested by analyzing content and construct
validity. Aspects validated in the literature and expert opin-
ions were c onsi de red for analysis of content validit y. Con-
vergent construct validity was evaluated by simultaneous
application of the QLAF questionnaire and the generic SF-36
scale.
Reproducibility was estimated by analyzing inter- and
intra-observer agreement using testretest (Bartko's intraclass
correlation coefficient) and internal consistency (Cronbach's
alpha coefficient) methods. To evaluate the intra-observer
agreement, 20 QLAF questionnaires were administered by
the same observer twice to the same patients at the AF out-
patient clinic at a different time of the day. To evaluate inter-
observer agreement, 40 QLAF questionnaires were adminis-
tered by two observers in 20 patients at different times and
locations.
Responsiveness was a nalyzed on the basis of changes
in QLAF domain s cores during th e follow-up p eriod to
discover whether clinical chan ges lead to significant differ-
ences in the domain scores.
2.4. The quali ty of l ife symptom based atrial fibrillation
questionnaire
The QLAF questionnaire consisted of seven domains,
22 numbered questions and 83 items, or simple questions
which made up the domains. Domains were numbered se-
quentially (I-VII) covering the main clinical manifestations
(palpitation, breathlessness, chest pain, and dizziness) and
therapeutic interventions (drugs, direct-current cardioversion,
and ablation) (Appendix A). Questions containing items to
be scored were sequentially numbered 122. Yes/no ques-
tions leading into domains were not numbered or scored.
Items were not numbered and a single answer in letter format
was attributed to each item to avoid suggestion from the
2 É.O.V. Braganca et al. / International Journal of Cardiology xx (2009) xxxxxx
ARTICLE IN PRESS
Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/
j.ijcard.2009.03.087
researcher or patient. Higher numbers indicated a worse
quality of life.
2.5. Statistical analysis
Descriptive statistical analysis was used to obtain the
distribution of absolute a nd re lative f requencies of qualita-
tive and quantitative variables. Continuous variables are
reported as the mean±standard deviation. Scores from each
domain of the SF-36 and the total QLAF score, as compared
to the SF-36, were expressed as mean ±standard deviation.
The correlation between the mean SF-36 domain scores
and the mean total QLAF score was determined to test
convergent construct validity and provide evidence of
validity.
To estimate reproduci bility, B artko's intraclass correla-
tion coefficient [20] and Cronbach's alpha coefficient [21]
were calculat ed for the me an scor es of eac h QLAF domai n
and total score. We also calculated coefficients for the mean
time taken to a dminister the QLAF.
QLAF domain scores and total were expressed as the
mean±standard error of the mean. A paired Student t-test
(Gosset) was used to compare the results at baseline and
12 months, with significant differences showing respon-
siveness to changes in clinical conditions.
A signifi canc e l ev el o f p b 0.05(5%)wasusedtoreject
the nu ll hypothesi s. Confidence interval s were calculated
with 95% probability.
3. Results
3.1. Clinical outcomes
Patients' clinical characteristics are shown in Table 1. Beta-
blockers were the drug most frequently used by patients at all
times during the study, except at 12 months, followed by
amiodarone, digoxin and calcium antagonists. The drugs less
frequently used at all times were sotalol, propafenone, and
quinidine. ECG determined heart rhythm on each visit and a
rhythm other than AF or sinus were called other. Heart rate
monitoring with a 24-h Holter system, valid when performed up
to one month before each assessment, showed a controlled mean
heart rate for each of the five periods analyzed. The attending
physician classified AF for the patient at the time of assessment.
About 60% of the patients were anticoagulated at all times. Most
patients were in New York Heart Association functional class I
or II for all periods analyzed (Table 2).
3.2. Quality of life
Detailed analysis of the QLAF's psychometric properties
provided evidence of its validity, reproducibility, and
responsiveness.
Construct validity was shown by comparing SF-36
and QLAF results. A total of 462 questionnaires (231 SF-36
and 231 QLAF) were administered at baseline and 3, 6, 9 and
12 months. Improvement in all SF-36 domains was observed at
Table 1
Demographic and associated conditions.
No. of patients at baseline 63
Age (years) (mean±SD) 62.8± 12.2
Male (%) 57.1
AF classification (%)
Paroxysm 24
Persistent 20
Permanent 19
Underlying heart disease (%)
Hypertension 60.3
Coronary heart disease 9.5
Valvular (rheumatic) 14.3
Nonrheumatic valvular 3.2
Dilated cardiomyopathy 14.3
Chagas' cardiomyopathy 4.8
Congenital heart disease 3.2
None 15.9
Pacemaker 9.5
Prior events (%)
Embolic 11.1
Bleeding 6.3
Concomitant atrial tachycardia/flutter (%) 28.5
Baseline transthoracic echocardiogram
LA size (mm) (mean mean ±SD) 44.4±8.2
LVEF (%) (mean ±SD) 69±10
Prior current-direct cardioversion 47.6
AF ablation (%) 1.6
AF = atrial fibrillation; VT = ventricular tachycardia; LA = leftatrium; LVEF =
left ventricular ejection fraction.
Table 2
Other associated conditions.
Baseline 3 months 6 months 9 months 12 months
Antiarrhythmic drugs (%)
Beta-blocker 66.7 82.6 93.0 85.0 66.7
Amiodarone 49.2 73.9 65.1 65.0 79.5
Digoxin 38.0 45.6 60.5 60.0 74.4
Calcium-channel
blockers
11.1 19.6 16.3 32.5 48.7
Sotalol 3.2 8.7 4.7 0.0 12.8
Propafenone 3.2 4.3 4.7 7.5 5.1
Quinidine 3.2 0.0 0.0 0.0 0.0
Heart rhythm (%)
Sinus 41.3 32.6 34.9 32.5 38.5
AF 42.9 52.2 55.8 60.0 51.3
Other 9.5 8.7 4.7 7.5 7.7
Heart rate (Holter)
(mean±SD)
73±16 79±18 72±16 75±19 75±15
Classification of AF (%)
Paroxysmal 38.1 43.5 32.6 25.0 35.9
Persistent 33.3 23.9 32.6 25.0 28.2
Permanent 30.2 34.8 32.6 37.5 38.5
Antithrombotic
therapy (n)
Oral
anticoagulation
63.5 62.5 57 65 62.5
Aspirin 21 25 30 23 20.5
NYHA class (%)
I and II 96 91 91 87 95
III and IV 4 9 9 13 5
3É.O.V. Braganca et al. / International Journal of Cardiology xx (2009) xxxxxx
ARTICLE IN PRESS
Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/
j.ijcard.2009.03.087
the end of one year , with significant differences compared to
baseline for the following domains: Physic al Ca pacit y, Body
Pain, General Health and Social Function. Significant improve-
ment compared to baseline wasalsoobservedforthetotal
QLAF score at end of follow-up period (Table 3).
Convergent construc t validity was d emonstrated by
negative correlation between mean SF-36 domain scores
and total QLAF score. Higher SF-36 domain scores tended
to occur together with lower total QLAF scores in an inverse
relationship, but expressing the same result (worst quality of
life indicated by high SF-36 scores were indicated by low
QLAF scores).
Literature review and arrhythmia specialists confirmed
the content validity. QLAF domains concur with th e main
clinical manifestations and therap eutic approaches [13].
Inter- and i ntra-observer reproducibility was shown in
precise coefficients ( 0.90) for analysis of the total QLAF
score. The alpha coefficient for mean time taken to admin-
ister the questionnaire was goo d for inter-observer (α =0.77)
and excellent for intra-observer analysis (α =0.95).
Analysis of inter-observer reproducibility (Table 4)
showed excellent precise alpha coefficients for Breath-
lessness and Direct-Current Cardioversion. Good coeffi-
cients ( 0.70) we re obtaine d for othe r domains except
Drugs. The internal consistency of the results show that
QLAF is highly reproducible across trained observers. Test
retest analysis revealed an excellent intraclass coefficient for
Direct-Current Cardioversion and Breathlessness, and good
coefficients for Chest Pain and Dizziness. QLAF results were
stable between morning and afternoon periods when
questionnaires were administered by different trained obser-
vers. Excellent coefficients were obtained for the total QLAF
score from internal consistency and testretest methods
(Cronbach=0.98 and Bartko=0.95, respectively).
Analysis of intra-observer reproducibility (Table 5)
revealed excellent alpha coefficients for Palpitation, Dizzi-
ness, and Direct-Current Cardioversion, and good coeffi-
cients ( 0.70) for other domains. The internal consistency
method showed high intra-observer reproducibility. Test
retest analysis showed excellent intraclass correlation
coefficients for Palpitation, Dizziness and Direct-Current
Cardioversion, and good coefficients for the Breathlessness
and Chest Pain domains. The results also demonstrated
good QLAF stability between morning and afternoon
periods when administered by the same observer. The
coefficients obtained by the internal consistency and test
retest methods for total QLAF score were considered
excellent (Cronbach= 0.96 and Bartko=0.9).
Responsiveness was confirmed by significant differences
in QLAF domain scores throughout the follow-up period,
indicating that the instrument was responsive to changes in
clinical conditions (Table 6). Significant differences between
baseline and 12 months were observed for the Palpitation,
Breathlessness, and Drugs domain, whereas the Dizziness
domain showed a tendency toward statistical significance. The
tota l QL AF score was respons ive as indicated by the
significant difference between baseline and 12 months.
Table 3
Mean and standard deviation of the SF-36 domains scores and the total
QLAF score.
SF-36 scale Baseline 3 months 6 months 9 months 12 months
Vitality 59± 24 67±27 59± 28 59±25 64± 21
Physical function 59±39 58± 41 55±44 50±44 65±43
Social function 73±30 76± 32 73±35 81± 31 85±27*
Mental function 66 ±26 73±25 71±24 67±29 70±26
Role-emotional 72±38 72± 40 80±36 80± 38 79±38
Physical capacity 66 ±28 69±27 65 ± 27 67±31 73± 29*
General health 62 ± 26 73±23 71± 23 71±25 78± 19*
Body pain 61±28 72± 27 64±29 72± 30 76±30*
Total QLAF 24±18 20± 18 19±15 14± 11 13±11*
*pb 0.05 for comparison between baseline and 12 months (Student t-test).
Table 4
Interobserver reproducibility of the QLAF questionnaire.
QLAF Cronbach
Bartko
⁎⁎
Palpitation 0.70 0.53
Breathlessness 0.97 0.94
Chest pain 0.89 0.81
Dizziness 0.88 0.78
Drugs 0.58 0.41
DCC 0.99 0.98
Ablation NA NA
Total 0.98 0.95
Total 0.96 0.91
Alpha coefficient;
⁎⁎
Intraclass correlation coefficient; DCC = direct-current
cardioversion; NA = not applicable.
Table 5
Intra-observer reproducibility of the QLAF questionnaire.
QLAF Cronbach
⁎⁎
Bartko
Palpitation 0.99 0.98
Breathlessness 0.88 0.78
Chest pain 0.88 0.78
Dizziness 0.99 0.99
Drugs 0.81 0.68
DCC 0.97 0.94
Ablation NA NA
Total 0.96 0.91
Alpha coefficient;
⁎⁎
Intraclass correlation coefficient; DCC = direct-current
cardioversion; NA = not applicable.
Table 6
Responsiveness of the QLAF questionnaire.
QLAF Baseline 3 months 6 months 9 months 12 months
Palpitation 7.5± 0.9 6.1 ± 1.1 5.8±1.0 4.9±1.0 3.7±0.9*
Breathlessness 4.7±0.8 4.5±0.9 5.1 ± 1.0 2.5±0.7 2.3±0.7*
Chest pain 1.5±0.5 1.3±0.6 1.6 ± 0.6 0.4±0.3 0.5±0.3
Dizziness 5.2± 0.8 3.8±0.8 2.4±0.6 2.6±0.6 3.2±0.7**
Drugs 2.7±0.2 2.5±0.3 2.6±0.3 2.0 ±0.2 1.9 ±0.1*
DCC 1.3±0.2 1.4 ± 0.2 1.4 ±0.2 1.2±0.2 1.3±0.2
Ablation 0.4± 0.1 0.4 ± 0.2 0.5±0.2 0.4±0.1 0.4±0.1
Total 23.6±2.3 20.3± 2.7 19.0 ± 2.4 14.1±1.8 13.3±1.8*
*pb 0.05 and **p= 0.06 for comparison between baseline and 12 months.
DCC = direct-current cardioversion.
4 É.O.V. Braganca et al. / International Journal of Cardiology xx (2009) xxxxxx
ARTICLE IN PRESS
Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/
j.ijcard.2009.03.087
The results obtained (summarized in Table 7 ) provided
evidence of the validity, reproducibility, and responsiveness
of the QLAF questionnaire.
The mean overall time taken to administer questionnaires
was 9:25±1:14 min for the SF-36, but only 3:08±0:33 min for
the QLAF (pb 0.001).
4. Discussion
The aim in developing a disease-specific QLAF was to
assess the full range of AF, so we formulated questions covering
the main clinical manifestations and treatments. Equally impor-
tant, we tested the instrument's psychometric properties to show
its validity, reproducibility, and responsiveness.
The QLAF questionnaire that we developed to evaluate
the quality of life of patients with AF showed good agreement
with the SF-36. However, in addition to requiring less time
for its application, this new questionnaire adds information
about the status of the patients through objective questions
related to the main clinical manifestations of the disease. In
addition, the new questionnaire had construct and content
validity. It was also validated by robust methodological and
statistical analyses: internal and external control, independent
observers, double-blind evaluation, analysis of reproducibility
and responsiveness, etc.
4.1. Validity
Simultaneous analysis of a significant number of ques-
tionnaires (231 for the SF-36 and 231 for the QLAF) over
a one-year follow-up period showed an improvement in quality
of life on both measures (Table 3). This result confirms that
QLAF scores reflected patients' quality of life since they were
comparable to the changes in SF-36, which is a validated
instrument. Similar behavior was observed for the SF-36 and
QLAF over time, thus supporting the validity of the QLAF
instrument. The inverse relationship between SF-36 and QLAF
scores indicates the same expectation of quality of life, i.e. a
higher score means better quality of life on the SF-36, and a
lower score means worse quality of life on the QLAF.
The time required to administer the QLAF was sig-
nificantly less than that for the SF-36 (3:08±0:33 min vs.
9:25±1:14 min, p b 0.001), which is of practical relevance
since QLAF may be used to assess quality of life during a
patient's routine visit.
Although we could not objectively evaluate a patient's
comprehension of content, we found that the QLAF question-
naire was easily understood by all patients since the questions
were stated in simple language that related to everyday aspects
of the disease. Inclusion of symptoms almost always expe-
rienced by patients palpitation, breathlessness, chest pain
and dizziness and the usual therapies drugs, direct-
current cardioversion and ablation encouraged patients to
collaborate.
QLAF scoring aimed for simplicity, practicality, and speed.
An individualized score was attributed to each domain and a
total score calculated by summing to provide an overall quality
of life number. We found the factors having most impact on
quality of life for these patients, whether symptoms or types of
treatment (and which ones), or both. This scoring system was
found to be valid since results were comparable to those from
SF-36 at end of follow-up (Table 3).
4.1.1. Content validity other specific questionnair es
Another way of evaluating QLAF content is to compare
it with other similar questionnaires, especially those used in
large studies such as the Atrial Fibrillation Follow-up Inves-
tigation of Rhythm Management trial [6], Atrial Fibrillation
and Congestive Heart Failure trial [15] and the Canadian
Trial of Atrial Fibrillation [16]. The Quality of Life Index-
Cardiac Version IV used in the AFFIRM trial is a generi c
questionnaire with a disea se-specific component [22]. The
original generic version contains three heart disease-specific
items (angina , dyspnea, and lifestyle changes). The heart
disease-specific component includes two symptoms also
found among the manifestations of AF; however, we believe
that in the case of AF the omission of one or more items
characterizing the impact of palpitations on quality of life of
patients is unacceptable since this is the most frequently
reported symptom.
Another widely used questionnaire is the Symptom Check-
list:FrequencyandSeverityusedintheAFFIRM,AF-CHF
and Canadian Trials, which is an arrhythmia-specific instrument
[1 1 ]. Its list of symptoms to be quantified by frequency and
severity covers both general symptoms (difficulty sleeping,
nausea, weakness, etc.) and cardiovascular symptoms (shortness
of breath, heart fluttering/skipping, heart racing, etc.). Some
symptoms, such as headache or poor appetite, may coincide
with the presentation of arrhythmia, whereas others such as
trouble concentrating, sweating and nausea may accompa ny
arrhythmias but are not arrhythmia-specific symptoms.
The only AF-specific questionnaire in the literature is
the Atrial Fibrillation Severity Scale (AFSS), developed at
University of Toronto to meas ure quality of life of AF patients
in the Canadian Trial and the AF-CHF trial [15,16,23].
Notwithstanding exhaustive efforts, however, we could not
find publication about its scientific validation. In addition,
the AFSS evaluates the quality of life of patients with atrial
Table 7
Psychometric data obtained for the quality of life symptom based atrial
fibrillation (QLAF) questionnaire.
Evidence of validity Evidence of
reproducibility
Evidence of
responsiveness
Content Change in scores
(p b 0.05)
Supported by the literature
and by expert opinions
Testretest
(total QLAF) Palpitation
Breathlessness
Constructconvergent α =0.975 Drugs
Supported by correlation between
QLAF and SF-36 domains
(interobserver) Total QLAF
α =0.955 Dizziness
(intraobserver) (pb 0.06)
5É.O.V. Braganca et al. / International Journal of Cardiology xx (2009) xxxxxx
ARTICLE IN PRESS
Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/
j.ijcard.2009.03.087
fibrillation based on the analysis of a single symptom, i.e., an
irregular heart rhythm [16,23]. As an alternative, we con-
structed a questionnaire that covers the main clinical mani-
festations (palpitation, breathlessness, chest pain, and dizziness)
and usual therapies for this arrhythmia (cardioversion, drugs
and ablation). We compared our questionnaire with the SF-36,
which is cited in more than 4000 publications and has been
translated in more than 50 countries, with at least three publi-
cations on its scientific validity [24,25].
AF is a complex arrhythmia in terms of both symptoms
and therapeutic approach; its impact on quality of life involves
clinical manifestations and treatment modalities, so assessment
of patient quality of life must include these aspects. Therefore,
the questionnaires used for this purpose in large trials are not
satisfactory.
4.2. Reproducibility
Analysis of reproducibility, reliability, or precision is a
necessary but not sufficient part of instrument validation. Not
only should an instrument measure what it is supposed to, but
results must be replicable.
In the present study, the coefficients obtained in repro-
ducibility analysis of time taken to administer QLAF were
adequate (intra- and inter -observ er analysis alpha coef ficients
were 0.95 and 0.77). A better alpha coefficient for intra-observer
analysis is an initial sine qua non condition for validating a test
but inter-observer agreement is the basis for scientific inter-
objectivity [26].
On analyzing the reproducibility of inter and intra-observer
results using mean total QLAF scores (Tables 4 and 5), excellent
coeffici ents were obtained with both methods internal con-
sistency (Cronbach= 0.98 and 0.96,) and testretes t (Bartko = 0.95
and 0.91). Results show excellent reliability; the QLAF is highly
reproducible. Analyzing inter and intra-observer reproduci-
bility for each of the seven QLAF domains by both methods
also yielded very good results, with excellent reproducibility
coefficients for most domains. However, we found slightly
lower coefficients for Drugs (Cronbach=0.58 and Bartko=0.41)
and Palpitation (Bartko=0.53) domains on inter-observer anal-
ysis. We believe that compliance with drug use was a con-
founding factor in the Drugs domain [27]. Patients may tell one
observer they take their medications, and then confess they do
not to another. This would explain the lack of a high repro-
ducibility coefficient for this domain. A lower Bartko intraclass
correlation coefficient was also obtained for the Palpitation
domain, although the alpha coefficient was adequate (0.70).
Analysis of reproducibility by the internal consistency method
(Cronbach=0.70) showed that this domain is reproducible
between distinct observers. The testretest method measure-
ments showed stable characteristics over time. Palpitation is
a dynamic symptom, which represents the variation in fre-
quency and intensity of an arrhythmia; it is affected by cog-
nitive interference and due to hemodynamic adaptation may go
unnoticed in chronic AF patients. Therefore, we must ask how
well questions in a domain fit together conceptually using the
internal consistency method. Stability is not a determinant of
reproducibility for a domain characterized by instability, even
between morning and afternoon periods.
4.3. Responsiveness
In addition to AF patient quality of life measured by differ-
ent persons at distinct times and places, the QLAF also detected
changes in clinical conditions. Analysis of responsiveness
over time confirmed this property, with significant differences
in mean domain scores, particularly Palpitation, Breathlessness,
Dizziness and Drugs, and total score on comparing baseline
and end of follow-up (Table 6). The ability to detect variations
in AF patients' clinical conditions is even more interesting since
variable symptoms occur almost randomly over time.
4.4. Limitations
One limitation of the present study was that we did not
interview the target population to determine content validity, an
approach rarely used but frequently cited when assessing quality
of life. In addition to the literature and expert opinions, con-
firmation of questions corresponding to patient expectations
would be useful. Five AF patients interviewed surprisingly said
that fear was the worst symptom and prolonging life was more
important than improving current health, which is an interesting
topic for future research.
The present study offers a reliable tool for quality-of-life
assessment through different types of clinical interventions.
Further studies involving a larger number of patients will be
necessary for the separate analysis of different AF subgroups,
as well as to measure final outcomes. Furthermore, separate
analysis of quality of life and hospitalization are needed for
direct-current cardioversion, ablation or changes in drug thera-
py in order to obtain reliable responses.
4.5. Clinical implications
When evaluating quality of life, the SF-36 and QLAF com-
plement one another since the generic questionnaire is important
for the comparison with other health states and provides an
overall assessment of any health condition or disease, but is
unable to detect certain particular or specific aspects related to
the quality of life associated with a specific disease.
Considering the complexity of AF and its therapeutic arsenal,
developing an instrument to capture quality of life is a challenge.
The QLAF's substantial clinical content makes it intuitive for
professionals and no other AF-specific questionnaire covering
the main clinical manifestations and treatments is found in
the literature. Simple and direct language facilitates use with
patients of different educational levels, and easy-to-use scoring
provides quick results. Detailed analysis of measurement prop-
erties showed consistent evidence for validity, reproducibility ,
and responsiveness. QLAF takes just three minutes and may be
used
as part of an AF patient's routine visit to provide overall
assessment of the disease and individual.
6 É.O.V. Braganca et al. / International Journal of Cardiology xx (2009) xxxxxx
ARTICLE IN PRESS
Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/
j.ijcard.2009.03.087
Acknowledgement
The authors of this manuscript have certified that they
comply with the Principles of Ethical Publishing in the
International Journal of Cardiology [28].
Appendix A. The QLAF quality of life symptom
based for atrial fibrillation questionnaire.
7É.O.V. Braganca et al. / International Journal of Cardiology xx (2009) xxxxxx
ARTICLE IN PRESS
Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/
j.ijcard.2009.03.087
References
[1] Katz LM, Pick A. Clinical electrocardiography Part I. The arrhythmias.
Philadelphia: Lea & Febiger; 1956.
[2] Kannel WB, Abbott RD, Savage DD, Mcnamara PM. Epidemiologic
features of chronic atrial fibrillation: the Framingham study. N Engl J
Med 1982;306:101822.
[3] Lévy S, Breithardt G, Campbell RWF, et al. Atrial fibrillation: current
knowledge and recommendations for management. Eur Heart J 1998;19:
1294320.
[4] Prystowsky EN, Benson DW, Fuster V, et al. Management of patients
with atrial fibrillation a statement for healthcare professionals from
the subcommittee on electrocardiography and electrophysiology,
American Heart Association. Circulation 1996;93:126277.
[5] Fuster V, Rydén LE, Asinger RW, et al. ACC/AHA/ESC guidelines for
the management of patients with atrial fibrillation: a report of the
American College of Cardiology/AmericanHeart Association Task Force
on Practice Guidelines and the European Society of the Cardiology
Committee for Practice Guidelines and Policy Conferences (Committee
to develop g uidelines for the management of patients with atrial
fibrillation). J Am Coll Cardiol 2001 ;38(4):1266i.
[6] Wyse DG, Waldo AL, Dimarco JP, et al. A comparison of rate control
and rhythm control in patients with atrial fibrillation the AFFIRM
trial. N Engl J Med 2002;347(23):182533.
[7] Jaïs P, Weerasooriya R, Shah DC, et al. Ablation therapy for atrial
fibrillation (AF): past, present, future. Cardiovasc Res 2002;54:33746.
[8] Bubien RS. A new beat on an Opld rhythm. Am J Nurs 2000;1000:
4250.
[9] Engelmann MDM, Pehrson S. Quality of life in nonpharmacologic
treatment of atrial fibrillation. Eur Heart J 2003;24:1387400.
[10] Luderitz B, Jung W. Quality of life in patients with atrial fibrillation
[review article]. Arch Intern Med 2000;160(12):174957.
[11] Bubien SR, Knotts-Dolson SM, Plumb VJ, Kay GN. Effect of radio-
frequency catheter ablation on health-related quality of life and activities of
daily living in patients with recurrent arrhythmias. Circulation 1996;94:
158591.
[12] Bell MJ, Bombardier C, Tugwell P. Measurement of functional status,
quality of life, and utility in rheumatoid arthritis. Arthritis Rheum 1990;33
(4): 591601.
[13] Devon HA, Ferrans CE. The psychometric properties of four quality of
life instruments used in cardiovascular population. J Cardiopulm Rehabil
2003;23:12238.
[14] Hohnloser SH, Kuck KH, Lilienthal J, For the Piaf investigators. Rhythm
or rate control in atrial fibrillation pharmacological intervention in
atrial fibrillation (PIAF): a randomised trial. Lancet 2000;356:178994.
[15] The AfChf rrial investigators. Rationale and design of a study assessing
treatment strategies of atrial fibrillation in patients with heart failure: the
atrial fibrillation and congestiveheart failure (AFCHF) trial. Am Heart J
2002;144:597607.
[16] Dorian P, Paquette M, Newman D, et al. Quality of life improves with
treatment in the Canadian trial of atrial fibrillation. Am Heart J 2002;143:
98490.
[17] Carlsson J, Miketic S, Windeler J, et al. Randomized trial of rate-control
versus rhythm-control in persistent atrial fibrillation the strategies of
treatment of atrial fibrillation (STAF) study. J Am Coll Cardiol 2003;41
(10):16906.
[18] Hagens VE, Rnachor AV, Van Sonderen E, et al. Effect of rate or
rhythm control on quality of life in persistent atrial fibrillation. J Am
Coll Cardiol 2004;43:2417.
[19] Hegbom F, Stavem K, Sire S, Heldal M, Orning OM, Gjesdal K.
Effects of short-term exercise training on symptoms and quality of life
in patients with chronic atrial fibrillation. Int J Cardiol Mar 2 2007;116
(1):8692.
[20] Fleiss JL. Statistical methods for rates and proportion. 2nd ed. New York:
J
wiley&Sons;1986.p.432.
[21] Bland JM, Altman DG. Cronbach's alpha. BMJ 1997;314:572.
[22] Ferrans CE, Powers MJ. Quality of life index: development and
psychometric properties. Adv Nurs Sci 1985;8(1):1524.
[23] Maglio C, Paquette M. Measuring quality of life and symptom severity
in patients with atrial fibrillation [abstract]. PACE 1998;21:839.
[24] Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinao I, Quaresma MR. Tradução
para a língua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação
de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol 1999;39
(3):14350.
[25] Turner-Bowker DM, Bartley PJ, Ware JE. SF-36 Health Survey &
SF Bibliography: Third Edition (19882000). Lincoln, RI: Quality-
Metric Incorporated; 2002.
[26] Karl Popper. The Logic of Scientific Discovery, Routledge, 14th Printing,
1977. First English Ed., Hutchinson, 1959. First published as Logik Der
Forschung in Vienna: Springer, 1934 ano 2000. P 479.
[27] Lip GYH, Beevers DG. Doctors, nurses, pharmacists and patients
the rational evaluation and choice in hypertension (REACH) survey of
hypertension care delivery. Blood Pressure 1997;6:610.
[28] Coats AJ. Ethical authorship and publishing. Int J Cardiol 2009;131:
14950.
8 É.O.V. Braganca et al. / International Journal of Cardiology xx (2009) xxxxxx
ARTICLE IN PRESS
Please cite this article as: Braganca ÉOV, et al, Validating a new quality of life questionnaire for atrial fibrillation patients, Int J Cardiol (2009), doi:10.1016/
j.ijcard.2009.03.087
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo