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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES- CCH
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA - CURSO DE MESTRADO
AREA DE CONCENTRAÇÃO: ANÁLISE REGIONAL E AMBIENTAL
ORDILEI APARECIDO GASPAR DE MELO
ANÁLISE COMPARATIVA DA FRAGILIDADE POTENCIAL E EMERGENTE DA
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BAIANO – ASSIS CHATEAUBRIAND – PR
MARINGÁ
2010
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iii
ORDILEI APARECIDO GASPAR DE MELO
ANÁLISE COMPARATIVA DA FRAGILIDADE POTENCIAL E EMERGENTE DA
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BAIANO – ASSIS CHATEAUBRIAND – PR.
Dissertação de Mestrado apresentada a
Universidade Estadual de Maringá, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Geografia, área de concentração:
análise Ambiental e Regional.
Orientador: Prof. Dr. Manoel Luiz dos Santos
Co-orientador: Prof. Dr. Nelson Vicente
Lovatto Gasparetto
MARINGÁ
2010
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iv
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(Biblioteca Central - UEM, Maringá PR., Brasil)
Melo, Ordilei Aparecido Gaspar de
M528a Análise comparativa da fragilidade potencial e emergente
da bacia hidrográfica do rio Baiano - Assis Chateaubriand -
PR / Ordilei Aparecido Gaspar de Melo. -- Maringá, 2010.
viii, 87 f. : il. color., figs., tabs., quadros.
Orientador : Prof. Dr. Manoel Luiz dos Santos.
Co-orientador : Prof. Dr. Nelson Vicente Lovatto
Gasparetto.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de
Maringá, Departamento de Geografia, Programa de Pós-
Graduação em Geografia, 2010.
1. Fragilidade ambiental - Bacia do rio Baiano - Assis
Chateaubriand - PR. 2. Análise comparativa - Bacia do rio
Baiano - Assis Chateaubriand - PR. 3. Mapeamento - Bacia do
rio Baiano - Assis Chateaubriand - PR. 4. Ação antrópica -
Bacia do rio Baiano - Assis Chateaubriand - PR. 5.
Vulnerabilidade ambiental - Bacia do rio Baiano - Assis
Chateaubriand - PR. I. Santos, Manoel Luiz dos, orient. II.
Gasparetto, Nelson Vicente Lovatto, co-orient. III.
Universidade Estadual de Maringá. Departamento de
Geografia. Programa de Pós-Graduação em Geografia. IV.
Título.
CDD 21.ed. 918.162
v
vi
AGRADECIMENTOS
Ao Grupo de Estudos Muitidisciplinares do Ambiente (GEMA) por disponibilizar seus
laboratórios e equipamentos necessários para realização da pesquisa.
A todos os professores, funcionários e demais colegas que integram o grupo (GEMA)
pelas contribuições.
Ao Prof. Dr. Manoel Luiz dos Santos, pela orientação, amizade e principalmente pela
confiança depositada na realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Nelson Vicente L. Gasparetto, pela sua amizade e pelas contribuições em
todas as etapas deste trabalho.
À Prof
a
Dr
a
Marta Luzia de Souza pela amizade, disponibilidade e auxílio nos
trabalhos de mapeamentos temáticos.
Ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá,
em especial à secreria Cida, pelo apoio e amizade.
Ao Prof
a
Msc. Lucimara Liberali, coordenadora do curso de graduação em Geografia
da Unimeo Ctesop-Assis Chateaubriand pelo entusiasmo e amizade.
Ao Prof. Msc. Nelson Douhi meu professor da graduação, pela amizade, pelos
ensinamentos e por ter acreditado na realização deste trabalho.
À Prefeitura Municipal de Assis Chateaubrinad, que dentro das limitações
disponibilizou todo seu material para o desenvolvimento da pesquisa.
À C. Vale Cooperativa Agroindustrial, entreposto de Assis Chateubriand, por
disponibilizar os dados pluviométricos dos últimos 11 anos.
Aos amigos Gilmar Echardt, Vladimir de Souza, Edivando Vitor do Couto, Pedro
França Junior, Otávio Montagner, Édipo Cremon ,Isabel Teresinha Leli, Fabiana Zaparoli,
Alan Charles Fontana, Alceu Rodrigues, Daiany Duarte Manieri, Ranieri Paiva, e, em
especial a Rafaela Harumi Fujita entre outros, os quais nunca hesitaram em ajudar,
contribuindo diretamente na realização deste trabalho e compartilhando desta conquista.
A Kelly Cristina de Campos pela compreensão, carinho e apoio em todas as etapas
deste trabalho.
Meu especial agradecimento a todas as pessoas que confiaram e contribuíram nessa
conquista, aos meus pais: Luiz Pereira de Melo, Maria Aparecida Gaspar de melo, e minha
irmã Luciana Gaspar de Melo, que ajudaram mesmo a distância, nesta conquista.
SUMÁRIO
INDICE DE FIGURAS ......................................................................................................... iv
INDICE DE QUADROS ....................................................................................................... vi
RESUMO ............................................................................................................................ vii
ABSTRACT ......................................................................................................................... viii
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 3
2.1 Objetivo geral ............................................................................................. 3
2.2 Objetivos específicos .................................................................................. 3
3. LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO E DA ÁREA DE ESTUDO .................................... 4
4. HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ASSIS CHATEAUBRIAND ...... 5
4.1 Colonização ................................................................................................ 5
4.2 Demografia ................................................................................................. 7
4.3 Atividade Agrícola e de serviços ....................................................................... 8
5. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA REGIÃO E DA ÁREA DE ESTUDO ................. 10
5.1 Relevo e substrato Rochoso....................................................................... 10
5.2 Características do clima ............................................................................ 11
5.3 Vegetação ................................................................................................. 12
5.4 Hidrografia ............................................................................................... 13
6. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS .............................................. 15
7. TODOS E TÉCNICAS ........................................................................................... 24
7.1 Etapas de realização do trabalho ................................................................ 24
7.1.1 Geomorfologia ...................................................................................... 26
7.1.2 Curva hipsométrica ................................................................................. 27
7.1.3 Curva de distribuição de declividade ..................................................... 28
7.1.4 Perfis transversais ................................................................................. 28
7.1.5 Carta base ................................................................................................ 29
iii
7.1.6 Carta de Compartimentação da Bacia ....................................................... 29
7.1.7 Carta de evolução do uso e ocupação do solo (1985, 1996 e 2009) ........... 29
7.1.8 Carta hipsométrica ................................................................................... 30
7.1.9 Carta de declividade ................................................................................. 31
7.1.10 Carta Geomorfológica ............................................................................ 31
7.1.11 Carta de solos ......................................................................................... 32
7.1.12 Carta de classes de fragilidade ambiental com base na proposta de Crepani
et al (1996) ................................................................................................................... 32
7.1.13 Carta de classes de fragilidade ambiental com base na proposta de Ross
(1994) .......................................................................................................................... 35
7.1.14 Carta de classes de fragilidade ambiental adaptada da proposta de Ross
(1994) .......................................................................................................................... 38
8. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................ 39
8.1 Análise Pluviométrica da Bacia ................................................................. 39
8.2 Solos ......................................................................................................... 40
8.3 Geomorfologia .......................................................................................... 44
8.3.1 Perfis transversais da bacia ....................................................................... 51
9 Análise dos Produtos Cartográficos ............................................................... 54
9.1 Carta base ............................................................................................. 54
9.2 Carta de Compartimentação da bacia do rio Baiano ............................... 54
9.3 Carta de evolução do uso e ocupação do solo (1985, 1996 e 2009) ........ 57
9.4 Carta hipsométrica ................................................................................ 62
9.5 Carta Geomorfológica ........................................................................... 65
9.6 Processos Morfodinâmicos Atuais ......................................................... 68
9.7 Carta de declividade .............................................................................. 69
10. VULNERABILIDADE AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
BAIANO ............................................................................................................................. 72
iv
10.1 Carta de classes de fragilidade ambiental com base na proposta de
Crepani et al (1996) ...................................................................................................... 72
10.2 Carta de classes de fragilidade ambiental com base na proposta de Ross
(1994)................................................................................................................................ 75
10.3 Carta de classes de fragilidade ambiental adaptada da proposta de Ross
(1994)................................................................................................................................ 78
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 81
12 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 83
INDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Localização da Área de estudo ............................................................................... 4
Figura 2- Início da ocupação de Assis Chateaubriand (1961) .................................................. 6
Figura 3 - Tipos climáticos do estado do Paraná, baseado em Köeppen (1948) ..................... 11
Figura 4 Ordenamento dos canais da bacia hidrogfica do rio Baiano, conforme Strahler
(1952) .................................................................................................................................. 14
Figura 5- Representação simplificada do sistema fluvial, conforme Charlton (2008) ............ 17
Figura 6- Fluxograma com as etapas de realização da pesquisa ............................................ 25
Figura 7- Classificação das diferentes formas de relevo, segundo Ross (1996) ..................... 32
Figura 8- Distribuição pluviométrica anual para a bacia do rio Baiano (período de 1998
2009) ................................................................................................................................... 39
Figura 9 - Precipitação média mensal em milímetros, (período de 1998 – 2009) ................... 40
Figura 10 Representação esquemática dos solos ao longo de duas vertentes sobre o basalto
no Terceiro Planalto Paranaense ........................................................................................... 41
Figura 11 - Carta de solos da bacia hidrográfica do rio Baiano ............................................. 43
Figura 12- Perfil longitudinal do rio Baiano com os trechos medidos ................................... 46
Figura 13- Geologia da área de estudo com orientação das falhas e fraturas e trechos medidos
ao longo do curso do rio Baiano ........................................................................................... 48
Figura 14- Curva hipsométrica da bacia hidrográfica do rio Baiano ...................................... 50
Figura 15 - Curva de distribuição de declividade da bacia hidrográfica do rio Baiano........... 50
v
Figura 16 - Perfis transversais da bacia hidrográfica do rio Baiano ....................................... 53
Figura 17 - Carta base da bacia do rio Baiano ....................................................................... 55
Figura 18 - Carta de compartimentação da bacia do rio Baiano ............................................ 56
Figura 19 – Gráficos referentes à evolução do uso do solo ................................................... 57
Figura 20 - Área de reserva florestal, principal remanescente de vegetação nativa da bacia.
Foto: Ordilei Aparecido Gaspar de Melo - 2010 ................................................................... 58
Figura 21 - Carta de evolução do uso do solo da bacia hidrográfica do rio Baiano (1985, 1996
e 2009) ................................................................................................................................. 59
Figura 22 – Parte da malha urbana de Assis Chateaubriand (compartimento CI). Foto: Ordilei
Aparecido Gaspar de Melo - 2010 ........................................................................................ 60
Figura 23 - Área agrícola ocupada com cultura temporária (plantio de soja). Foto: Ordilei
Aparecido Gaspar de Melo - 2010 ........................................................................................ 61
Figura 24 Pequena área de pastagem no setor sul da bacia (compartimento CI), ao fundo
plantio de soja e conjunto habitacional. Foto: Ordilei Aparecido Gaspar de Melo - 2010 ...... 61
Figura 25 - Carta hipsométrica da bacia hidrográfica do rio Baiano ...................................... 64
Figura 26 - Carta geomorfológica da bacia hidrográfica do rio Baiano ................................. 67
Figura 27 Fotografias mostrando processos erosivos atuais: 1 ravina em área de baixa
declividade; 2 erosão laminar em área de pastagem próximo ao rio Baiano. Foto: Ordilei
Aparecido Gaspar de Melo - 2010 ........................................................................................ 68
Figura 28 Fotografias mostrando a exploração de basalto: 1 exploração de cascalho; 2
pedreira desativada, paredão vertical de exploração de basalto. Foto: Ordilei Aparecido
Gaspar de Melo - 2010 ......................................................................................................... 69
Figura 29 - Carta de classes de declividade da bacia hidrográfica do rio Baiano.....................71
Figura 30 - Carta de classes de fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do rio Baiano com
base na proposta de Crepani et al (1996) .............................................................................. 74
Figura 31 - Carta de fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do rio Baiano com base na
proposta de Ross (1994) ....................................................................................................... 77
Figura 32 Fotografias mostrando áreas de fragilidade ambiental muito alta: 1 cabeceira de
drenagem próximo a área urbana; 2 e 3 voçoroca provocada pelo fluxo concentrado de
vi
águas pluviais provenientes da área urbana; 4 área de solos rasos, utilizada para exploração
de basalto. Foto: Ordilei Aparecido Gaspar de Melo - 2010.................................................. 79
Figura 33 Carta de fragilidade da bacia hidrográfica do rio Baiano com apoio na cobertura
vegetal/uso do solo ............................................................................................................... 80
INDICE DE QUADROS
Quadro 3- Classes de vulnerabilidade ................................................................................... 22
Quadro 4 - Matriz dos índices de dissecação do relevo, adaptado de Ross, (1994) ................ 28
Quadro 5 – Escala de vulnerabilidade da rocha .................................................................... 33
Quadro 6 Escala de erosividade da chuva .......................................................................... 35
Quadro 7 - Graus de Vulnerabilidade/estabilidade, conforme Ross (1994) ........................... 36
Quadro 8 - Escala de vulnerabilidade para as classes de declividade, conforme Ross (1994) 36
Quadro 9 – Classes de fragilidade dos solos, conforme Ross (1994) ..................................... 37
Quadro 10 – Graus de proteção do solo segundo a cobertura vegetal/uso do solo ................. 37
Quadro 11 - Níveis hierárquicos das variações pluviométricas ............................................. 38
Quadro 12 - Área ocupada pelas classes de altitude na bacia do rio Baiano .......................... 63
Quadro 13 - Área ocupada pelas classes de morfologia do terreno na bacia do rio Baiano .... 66
Quadro 14 - Área ocupada pelas classes de declividade na bacia do rio Baiano .................... 70
INDICE DE TABELAS
Tabela 1- População do município de Assis Chateaubriand .................................................... 8
Tabela 2 – Taxonomia das formas de relevo ......................................................................... 20
Tabela 3 – Graus de Vulnerabilidade/estabilidade ................................................................ 33
Tabela 4 – Escala de vulnerabilidade para as classes de declividade ..................................... 33
Tabela 5 – Graus de vulnerabilidade/estabilidade dos solos.....................................................34
Tabela 6 – Graus de proteção exercidos pela vegetação...........................................................34
Tabela 7 – Resumo das variáveis morfométricas do rio Baiano...............................................46
Tabela 8 - Índices de Dissecação do Relevo dos perfis transversais da Bacia do Rio Baiano. 52
vii
RESUMO
A dissertação tem como proposta a comparação entre modelos de fragilidade ambiental
mediante a análise integrada do ambiente, para tal exercício foram propostas diferentes
metodologias, que culminaram em diferentes formas de modelagem de dados a fim de
verificar qual destas apresenta como resultado uma maior conformidade com o estágio de
equilíbrio/desequilíbrio dinâmico da área de estudo. A área delimitada para a realização desta
pesquisa foi a bacia hidrogfica do rio Baiano, localizada no município de Assis
Chateaubriand, região Oeste do estado do Paraná. Nesse sentido, foi feito o mapeamento de
áreas suscetíveis a riscos naturais ou induzidos pela ação antrópica por meio da utilização de
metodologias que buscam avaliar riscos potenciais e emergentes. Para tanto, fez-se necessário
a identificação de algumas características físicas (solos, clima, rochas, relevo) e de uso e
ocupação do solo da bacia de drenagem, sintetizando as informações para a elaboração de três
mapas de fragilidade ambiental, ou seja, produtos cartográficos temáticos que representem os
componentes do ambiente natural e socioeconômico de importância para o planejamento do
uso do solo, para projetos de engenharia, para subsidiar o planejamento ambiental e dos sítios
urbanos, bem como apoiar trabalhos futuros.
Palavras-chave: Análise comparativa, bacia hidrográfica, mapeamento, fragilidade ambiental.
viii
ABSTRACT
This dissertation proposed to do the comparison between models of environmental fragility
through integrated analysis of the environment, for this exercise were proposed differents
methodologies, that resulted in different forms of data modeling to verify which of these
features result in greater conformity with the stage of equilibrium / disequilibrium dynamic of
the study area. The study area to make this research was the river basin of Baiano, located in
Assis Chateaubriand municipality, west of Para State. In this sense, it was made the
mapping of susceptible areas to natural risks or induced by human action, through use of the
methodologies that seek to evaluate the potential risks and emerging risks. for this, it was
necessary the identification of the some physical characteristics (soils, climate, rocks, relief)
and the use and occupation of the watershed, synthesizing the information for the preparation
of three maps of environmental fragility, in other words, thematic cartographic products
which represent the components of the natural environment and socio-economic of
importance for the planning of soil use, for engineering projects, for subsidize environmental
planning and of the urban sites, as well as to support future works..
Key words: Comparative analysis, hydrographic basin, mapping, environmental fragility.
1. INTRODUÇÃO
O ser humano reproduz no espo seu ritmo de desenvolvimento, provocando
alterações nas características fisionômicas das paisagens, fato que tem se reproduzido a nível
global. A expansão das áreas urbanas, o aumento da população mundial, e, consequentemente
a maior necessidade de produção de alimentos, vêm aumentando a pressão sobre os recursos
naturais. Em decorrência disso, elementos do meio físico como solo, relevo, vegetação e
hidrografia m seu equilíbrio dinâmico rompido, tornando-se mais vulneráveis e passíveis de
degradação.
A área de pesquisa eslocalizada no município de Assis Chateaubriand, inserido na
região oeste do Paraná e também vem sofrendo impactos decorrentes da intensificação do uso
do solo, principalmente para fins agrícolas. Ao contrário do que ocorre no cenário mundial, a
área não tem observado grandes avanços da urbanização, porém a porção impermeabilizada
provoca modificações na dinâmica hidrológica da bacia.
A opção em estudar uma bacia hidrográfica se deve ao fato de ser esta, uma unidade
territorial de suma importância para estudo, planejamento e gestão dos recursos naturais.
Além disso, a bacia hidrográfica contempla tanto elementos físicos quanto socioeconômicos e
se constitui num sistema aberto de troca de energia e matéria.
No Brasil, foi apenas a partir da década de 1980 do século passado que se
intensificaram os estudos relacionados à bacia hidrográfica como unidade de planejamento. A
bacia de drenagem exerce um importante papel no que se refere à evolução do relevo uma vez
que os cursos d’água constituem importantes modeladores da paisagem (GUERRA e
CUNHA, 1996).
Sendo assim, esta pesquisa tem o intuito de apoiar o planejamento ambiental da bacia
em estudo, tendo em vista que sua principal drenagem (rio Baiano) é afluente da margem
esquerda do rio Piquiri, importante tributário do rio Paraná. Desta forma, procurou-se fazer
uma abordagem da bacia hidrográfica de forma integrada, buscando estabelecer uma síntese
da relação entre os elementos físicos e de uso e ocupação do solo.
A análise da vulnerabilidade ambiental da bacia, proposta da pesquisa foi realizada
com base nas propostas metodológicas de Crepani et al (1996) e Ross (1994). Para fins
comparativos, estas foram utilizadas com o intuito de se verificar qual delas melhor se adapta
a área de estudo.
Finalmente é apresentada uma terceira proposta levando-se em consideração as
características específicas da área, evidenciadas em campo.
2
Os estudos técnico-científicos referentes à bacia do rio Baiano são escassos, daí a
importância deste recorte para trabalhos futuros e para utilização por parte de instituições
públicas, em que se pese a relevância ambiental e socioeconômica da referida área.
3
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Fazer a análise comparativa da fragilidade potencial e emergente da bacia hidrográfica
do rio Baiano identificando as suas diferentes classes através da aplicação de diferentes
metodologias a fim de compatibilizar os resultados com a realidade de campo.
2.2 Objetivos específicos
* Realizar a caracterização física e de uso e ocupação do solo da bacia;
* Hierarquizar os níveis de fragilidade ambiental presentes na área de estudo;
* Fazer a correlação dos produtos cartogficos básicos, e dos trabalhos de campo para
a geração das cartas síntese de fragilidade ambiental;
* Elaborar as cartas de fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do rio Baiano a
partir da utilização de diferentes metodologias;
* Analisar os modelos de fragilidade ambiental, identificando qual melhor se adapta à
dinâmica ambiental da bacia.
4
3. LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO E DA ÁREA DE ESTUDO
O Município de Assis Chateaubriand está situado na região Oeste do Estado do
Paraná, aproximadamente entre as latitudes 24º11’48’’, 24º40’04’’S e longitudes 53°26’10’’,
53° 42 49’’W, a 440 metros de altitude e corresponde a uma área territorial de 1.010,33 Km².
A bacia hidrográfica do rio Baiano ocupa uma área de drenagem de 69,78 km² e está
localizada no setor Norte do município, encontrando-se quase integralmente no espaço rural,
entre as latitudes 24º14’48’’, 24º24’59’’S e longitudes 53º29’20’’, 53º33’38’’W. No setor sul-
sudeste da bacia é verificada a presença da malha urbana, onde nasce o canal principal rio
Baiano, orientado no sentido noroeste, até desaguar no rio Piquiri (Figura 1).
Figura 1 - Localização da Área de estudo
5
4. HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ASSIS
CHATEAUBRIAND
4.1 Colonização
Assis Chateaubriand teve sua origem ligada a um plano de colonização empreendido
pela Colonizadora Norte do Paraná S/A antecedida pela sociedade Colonizadora União
D’Oeste Ltda de propriedade do Sr. Adízio Figueiredo dos Santos. Esta adquirente da Gleba
Santa Cruz, das promissoras terras do Vale do Piquiri em 17 de Novembro de 1951, funda no
ano seguinte a primeira estrutura urbana, que serve de base para os trabalhos topográficos. A
vila inicial foi nomeada Campo dos Baianos numa referência à origem nordestina da maior
parte de seus moradores (LIMA, 2004).
A efetiva ocupação se com a aquisição dos direitos da gleba pela Colonizadora
Norte do Paraná, em 1958, que executa um modelo de colonização nos moldes empreendidos
no norte do Estado, com pequenas propriedades e uma rede de cidades próximas. Essa
ocupação expressa a nova urbanização brasileira que se constitui a partir de 1940 e
caracteriza-se pelo surgimento de núcleos urbanos no interior do país e pela maior articulação
entre cidades (SANTOS, 1996).
A cidade começa a ser construída em 1961 como distrito do município de Toledo
(Figura 2). Foi nomeada pelo proprietário da Colonizadora, de Tupãssi, que em Tupi-Guarani
significa “Mãe de Deus”. Em 27 de Julho de 1962, de acordo com a Lei 4.582, o então
distrito de Toledo passa a denominar-se Assis Chateaubriand, uma homenagem do empresário
Oscar Martinez, dono da Colonizadora Norte da Paraná S/A ao amigo jornalista e embaixador
brasileiro Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Em 20 de agosto de 1966,
entrou em vigor a Lei n.º 5.389 criando o Município de Assis Chateaubriand, desmembrado
de Toledo, elevando sua sede à categoria de cidade. A instalação do Município se deu em 14
de março de 1967, sendo nomeado Interventor Municipal, o Sr. Manoel de Souza Ramos, por
meio do decreto n.º 4.379, de 13 de março de 1967, exerceu esse cargo até 31 de janeiro de
1969.
6
Figura 2- Início da ocupação de Assis Chateaubriand (1961)
Fonte: Lima (2004)
Devido ao encontro de duas correntes migratórias distintas que ocuparam as férteis
terras do oeste paranaense, o Vale do Piquiri foi o grande divisor de águas da colonização no
Estado do Paraná. A primeira corrente fora de nordestinos, capixabas, mineiros e paulistas,
a segunda foi do sul do Brasil, composta de gchos e catarinense (MAIOR, 1996).
De acordo com Lima (2004), resulta da confluência dos dois fluxos migratórios a
característica peculiar da população da cidade, a condição de espaço de transição ou confronto
sóciocultural entre as influências do Sul e do Norte/Nordeste do país, diferenciando-se de
maneira significativa dos municípios: ao Sul, Tupãssi, Toledo e Palotina com influência
predominante de Gaúchos e Catarinenses; e ao Norte, Brasilândia do Sul e Alto Piquiri,
notadamente influenciados pela cultura paulista, mineira e de alguns estados do nordeste.
Segundo Maior (1996), o Oeste do Paraná comportou-se em três fases, a partir da sua
colonização.
A primeira fase é da economia extrativista e de subsistência familiar nas décadas de
1950 e 1960. A segunda fase, concentrada nas décadas de 1970 e 1980, período de
modernização na produção agrícola, sendo implantadas as culturas da soja, trigo, algodão e
milho.
A terceira fase é a atualidade, ou seja, década de 1990 e o novo milênio, marcada pela
diversificação na base agropecuária e pela busca de alternativas da agroindustrialização e de
competitividade.
7
No inicio da colonização de Assis Chateaubriand, onde tudo era mata virgem, a
principal fonte de renda era a agricultura comercial e principalmente a agricultura de
subsistência.
De acordo com Maior, 1996 a primeira forma de agricultura fora o cultivo de
hortaliças, mandioca, feijão, arroz e milho, criação de pequenos animais: porco, galinha e
gado. Com a derrubada das matas, a escala de produção aumentou, passando ao plantio em
grande escala, culturas mencionadas e o café em áreas altas (cabeceiras dos lotes devido às
geadas). Com a introdução da lavoura branca, houve uma produção contínua, mesmo com o
plantio ainda manual, devido aos tocos e madeira derrubados nas propriedades. Surge em
seguida o ciclo da hortelã, que empregou grande quantidade de gente, pois sua mão-de-obra
era grande até a extração do óleo. Com a mecanização (década de 1960), e a entrada da soja
no mercado, houve grande êxodo rural, fato mundial, onde parte da mão-de-obra fora
substituída por máquinas e implementos agrícolas, e com tal mecanização foram surgindo o
algodão, o trigo, a soja e outras culturas até os dias de hoje.
4.2 Demografia
Segundo relatos de pioneiros, devido ao encontro das duas correntes migratórias houve
grande circulação de pessoas no então recém criado município de Assis Chateaubriand,
principalmente nos anos de 1960 e 1970, desde então houve um decréscimo populacional
devido ao fim do ciclo da hortelã (1975), que empregava mero considerável de pessoas e
com o início da mecanização, o êxodo rural foi acentuando-se (MAIOR, 1996). Porém esse
contingente de pessoas que deixou o campo, ao contrário do que se observa nas grandes
cidades, não se aglomerou na área urbana do município, mas, deixou a região em direção aos
grandes centros como Curitiba, cidades do estado de São Paulo, entre outros.
Os imigrantes nordestinos representam cerca de 35% da população do município, os
imigrantes estrangeiros (japoneses, italianos, alemães e outros) somam cerca de 10%.
Atualmente o município conta com uma população de 32.065 habitantes dos quais 27.640
residentes no espaço urbano e 4.425 residentes na área rural (IBGE, 2007). Apresenta uma
densidade demográfica de 32,97 hab/Km², distribuída de forma desigual, visto que muitas
pessoas deixaram o campo para viverem na área urbana.
Desde o início da colonização até os dias atuais, tanto o espo urbano quanto o rural
de Assis Chateaubriand, passaram por diferentes fases de desenvolvimento. Da mesma
maneira que atraiu fluxos populacionais intensos, assistiu ao declínio dos índices
8
demográficos. Pode-se observar na tabela 1, o vertiginoso crescimento demográfico
chateaubriandense do ano de 1960 para 1970, porém o que se seguiu nos anos posteriores foi
um também acentuado declínio populacional constatado no decorrer a realização dos
programas censirios.
Tabela 1- População do município de Assis Chateaubriand
POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ASSIS
CHATEAUBRIAND-PR
PERÍODO RURAL URBANA TOTAL
1960 ////////// //////////// 3.487
1970 67.180 11.604 78.794
1980 26.255 28.376 54.631
1991 10.902 28.835 39.737
1996 8.105 27.553 35.658
2000 6.265 27.052 33.317
2007 4.425 27.640 32.065
Fonte: IBGE (2007)
4.3 Atividade Agrícola e de serviços
O município de Assis Chateaubriand ainda apresenta-se essencialmente agrícola,
considerando que as atividades econômicas predominantes m como base à produção
agropecuária. Inserido no contexto econômico nacional e internacional convergiu para a
economia agrária tecnificada, que representa a sua principal atividade econômica. Das
atividades agrícolas desenvolvidas no município, merecem destaque as culturas temporárias
como a produção de soja, milho e trigo, os quais o cultivados em escala comercial. São
desenvolvidas duas culturas anuais, uma de inverno e outra de verão, os métodos de plantio
são, o convencional ainda praticado no Brasil e o plantio direto na palha com maiores
benefícios à conservação do solo e controle da erosão.
No ano de 2005 a cultura do trigo levou o município ao primeiro lugar no ranking da
produção nacional. Apesar de ter tido uma queda na produtividade em relação à 2004, o
município aumentou sua área cultivada em 10.000 hectares, o que levou a um acréscimo de
28% na produção. As 96.000 toneladas produzidas em Assis Chateaubriand representaram
2,06% da produção nacional e 3,47% da paranaense (IBGE,2006).
Na área urbana predominam as atividades comerciais e serviços voltados as
necessidades locais, atendendo também a munipios vizinhos com menor infraestrutura. As
9
atividades comerciais são altamente dependentes da produção agcola, pois, um bom
desempenho da agricultura, garante também as vendas para o comércio e contratação de mão-
de-obra para as prestadoras de serviços.
10
5. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA REGIÃO E DA ÁREA DE
ESTUDO
5.1 Relevo e substrato Rochoso
O município de Assis Chateaubriand desenvolve-se exclusivamente sobre substrato
rochoso, formado pelo basalto, originado do vulcanismo fissural que ocorreu na bacia do
Paraná. A essa sequência de derrames White (1908), definiu como Formação Serra Geral
(JK). Segundo Leinz (1949) essas litologias recobrem praticamente toda a bacia sedimentar
do Paraná, com uma área superior a 1.200.000km².
De acordo com Pinese e Nardy, (2003) a Formação Serra Geral resultou de um dos
mais extensos eventos vulcânicos globais de natureza fissural que inundou de lavas a bacia do
Paraná e recobriu aproximadamente 75% de toda sua superfície. O magmatismo a grosso
modo, ocorreu a 132 M.a. atrás e se estendeu por um período de tempo relativamente curto
(1,1 M.a.), o que conferiu ao fenômeno uma taxa de efusão elevada, da ordem de 1km³ de
lavas/ano. Cada corrida de lava vulcânica ou derrame pode atingir em média 30 a 40m de
espessura e compõe-se de três partes principais: base, zona central e topo. A base constitui a
zona vítrea e vesicular, material de fácil decomposição. A zona central é a mais espessa e
maciça, porém recortada por juntas verticais, que formam um arranjo prismático que se
assemelha a colunas de base hexagonais.
O topo de um derrame típico apresenta os denominados “olhos de sapo, resultantes da
concentração dos gases abaixo da superfície da lava em resfriamento, formando bolhas que
são posteriormente preenchidas (amígdalas) ou permanecem vazias (vesículas),
(MINEROPAR, 2006).
O estudo do substrato rochoso de uma determinada área é de suma importância para a
compreensão das formas de relevo, da gênese e composição dos solos, a fim de direcionar os
estudos referentes à fragilidade do ambiente.
Geomorfologicamente, a área de estudo está inserida na bacia sedimentar do Paraná,
na unidade morfoescultural denominada Terceiro Planalto Paranaense, subunidade Planalto de
Cascavel, que apresenta média dissecação do relevo, predomínio de vertentes convexas e
altitudes variando de 240 a 920m. (SANTOS et al. 2006).
Segundo Nakashima; brega (2003) o relevo do Terceiro Planalto Paranaense é de
um modo geral caracterizado por extensos platôs, com topos aplainados, levemente convexos
11
em geral nos divisores das principais bacias hidrográficas como a do Paranapanema, Ivaí,
Piquiri e Iguaçu. Nas áreas onde a rede de drenagem é mais densa aparecem colinas médias e
curtas, com declividades mais acentuadas, que geralmente ocorrem próximo às nascentes dos
principais afluentes e sub-afluentes.
5.2 Características do clima
As condições climáticas de uma determinada região resultam de uma série de fatores
que atuam conjuntamente e que produzem características específicas. Para Nimer (1979) o
clima de uma região é determinado por fatores físicos como a latitude, altitude,
continentalidade, radiação solar e outros fatores dinâmicos, caracterizados por influências de
massas de ar que cobrem uma região.
O regime climático ao qual está inserido o município de Assis Chateaubriand (Figura
3) se caracteriza segundo classificação de eppen (1948) como Cfa Clima Subtropical
Úmido (Mesotérmico), com média do mês mais quente superior a 22ºC e no mês mais frio
inferior a 18ºC, sem estação seca definida, verão quente e geadas menos frequêntes
(MAACK, 1981). A precipitação anual é em média de 1250 a 1500mm.
Figura 3 - Tipos climáticos do estado do Paraná, baseado em Köeppen (1948)
12
5.3 Vegetação
A vegetação exerce um papel importante quanto agente protetor dos ambientes
naturais, com efeito, grande parte da água proveniente dos eventos chuvosos, fica retida nas
folhas, evitando o impacto direto das gotas no solo, possibilitando uma infiltração mais lenta
para as camadas de subsuperfície, reduzindo o escoamento superficial concentrado. Contudo,
deve-se considerar que, mesmo em solos protegidos por vegetação natural podem ocorrer
processos erosivos, mas, com menores propoões.
Do total da área do Estado do Paraná, mais de 83% era recoberta por mata, este
percentual vai rapidamente decaindo a partir da década de 1930, quando então a ação
antrópica no Estado ocorre de maneira mais intensa (MAACK, 1981).
No município de Assis Chateaubriand, bem como em todo o Oeste paranaense, havia
uma cobertura vegetal densa e exuberante, constituída pela Floresta Estacional Semidecidual,
que de acordo com Maack (op. cit) é formada por árvores que chegavam de 30 a 40m de
altura, dentre elas, espécies como a peroba, canela, cedro, pau d’alho, ipês, imbúias, entre
outras.
A Floresta Estacional Semidecidual é um tipo de vegetação que está condicionado a
dupla estacionalidade climática, uma tropical com épocas de intensas chuvas de verão, com
temperaturas médias em torno de 22°C, seguida por estiagem acentuada, e outra subtropical
sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno com
temperaturas médias em torno de 15°C. Estes climas determinam uma estacionalidade foliar
dos elementos arbóreos dominantes, os quais têm adaptação ora à deficiência hídrica, ora à
queda da temperatura nos meses frios (IBGE, 1997).
A derrubada da mata nessa região teve início em meados do século XX, quando os
desbravadores voltaram seus olhos para a então conhecida terra roxa”, um solo muito
favorável às práticas agrícolas, desde então houve uma acelerada substituição da cobertura
vegetal natural pelo plantio de café e hortelã, e nos últimos anos pelas culturas temporárias de
trigo, soja e milho.
A vegetação predominante na área de estudo, caracteriza-se pela ocorrência de
fragmentos isolados de mata em Áreas de Preservação Permanente (APPs), como a mata
ciliar, reserva legal e no horto florestal, sendo assim, remanescentes da cobertura vegetal
original. De modo geral, a vegetação primária encontra-se extremamente reduzida pela
exploração excessiva ocorrida desde meados do século XX.
13
5.4 Hidrografia
O município de Assis Chateaubriand apresenta uma densa rede de drenagem,
influenciados pelo declive do relevo, os rios têm vergência predominantemente nos sentidos
Norte e Noroeste, para desaguarem no rio Piquiri, importante tributário do rio Paraná. Neste
sentido, predominam os rios Barreiro, Peixe, Encantado, Baiano e Verde, além de vários
córregos. Os padrões de drenagem imperantes, são o subdendrítico e o subparalelo.
Na bacia em estudo ocorrem canais de até quarta ordem, o maior número de
tributários, com maior volume de água se localizam na margem direita, orientados no sentido
noroeste até desaguar no canal principal (rio Baiano). Esses tributários estão dispostos de
forma subparalela, caracterizando o padrão de drenagem da área (figura 4). O padrão de
drenagem forma-se a partir do arranjo, em planta, dos cursos d’água dentro da área de
captação de uma bacia hidrográfica, e, sofrem influência, dentre outros fatores, do substrato
rochoso e do clima.
As características da rede de drenagem, influenciados pela declividade e pelo substrato
rochoso, também refletem o potencial de degradação dos recursos naturais (BELTRAME,
1994).
De acordo com Strahler apud Christofoletti (1974) o ordenamento dos canais de uma
bacia hidrogfica se apresenta da seguinte forma: os menores canais, sem tributários são
considerados de 1° ordem, estendendo-se da nascente até a confluência; os canais de 2° ordem
surgem da confluência de dois canais de 1° ordem; os canais de 3° ordem surgem da
confluência de dois canais de segunda ordem, podendo receber tributários das ordens
inferiores e assim sucessivamente.
14
Figura 4 – Ordenamento dos canais da bacia hidrográfica do rio Baiano, conforme Strahler (1952)
15
6. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOGICOS
Os sistemas ambientais, face às intervenções humanas, apresentam maior ou menor
fragilidade em função de suas características naturais”. Qualquer alteração nos diferentes
componentes da natureza (relevo, solo, vegetação, clima, rochas e recursos hídricos) acarreta
no comprometimento da funcionalidade do sistema, quebrando o seu estado de equilíbrio
dinâmico. Estas variáveis tratadas de forma integrada possibilitam obter um diagnóstico das
diferentes categorias hierárquicas da fragilidade dos ambientes naturais (SPÖRL e ROSS,
2004).
Seguindo os pressupostos geossistêmicos de Sotchava (1977), acredita-se que a
preocupação central dos estudos da Geografia Física, não é simples e tão somente estudar os
componentes da natureza, mas sim, as conexões entre eles. O estudo o deve ficar restrito à
morfologia da paisagem e suas subdivisões, mas extrapolar para o estudo da sua dinâmica,
não deixando de lado a conexão entre o homem e a natureza.
De acordo com Grigoriev (1968) a crosta terrestre, a hidrosfera, a troposfera, a
cobertura vegetal e o reino animal, formam oEstrato Geográfico da Terra”, ou seja, um
conjunto de fatores que define o ambiente onde vivem os homens. Sendo assim, este conjunto
de fatores está intensamente interligado, devendo ser estudado como partes de um todo, não
isoladamente.
Analisando o ambiente sob o enfoque da Teoria dos Sistemas, Tricart (1977) parte do
pressuposto de que na natureza as forças de energia e matéria se processam por meio de
relações de equilíbrio dinâmico. Entretanto, este equilíbrio, é frequentemente alterado pelas
intervenções antrópicas nos diversos componentes da natureza, gerando um estado de
desequilíbrio temporário ou permanente. O autor define ainda que, os ambientes, quando
estão em equilíbrio dinâmico são estáveis, e quando em desequilíbrioo instáveis.
Com base nesses pressupostos, esta pesquisa prima pelo estudo das interações entre os
componentes do meio físico, com destaque para o relevo, solos, substrato rochoso e clima e
dos fatores socioeconômicos. A análise da interrelação destes componentes visa fornecer
subsídios ao melhor entendimento da dinâmica ambiental do objeto de estudo. Assim,
algumas concepções teórico-metodológicas norteiam a presente pesquisa, apresentando uma
análise integrada da paisagem, com base na análise sistêmica.
16
O diagnóstico ambiental torna-se um instrumento muito importante, onde são feitas a
caracterização e análise da fragilidade do meio físico e sua capacidade de suportar as pressões
exercidas pelas atividades antrópicas (MOREIRA, 1998).
Segundo Cunha e Guerra (1996) “a degradação desenfreada dos recursos naturais
renováveis nos dias de hoje, é um processo que deve ser analisado e contido com eficiência e
rapidez. Neste sentido, uma metodologia para diagnóstico da situação real em que se
encontram esses recursos em dado espaço geográfico, passa a ser um instrumento necessário
em um trabalho de planejamento e preservação ambiental”.
Santos (2004), diz que o planejamento ambiental fundamenta-se na interação e
integração dos sistemas que compõem o ambiente. Tem o papel de estabelecer as relações
entre os sistemas ecológicos e os processos da sociedade, das necessidades socioculturais a
atividades e interesses econômicos, a fim de manter a máxima integridade possível dos seus
elementos componentes.
Nesta perspectiva, para o tema do recorte aqui exposto, torna-se também importante a
análise da forma, da rede de drenagem e das características do relevo da bacia, pois
possibilitam uma maior compreensão dos fenômenos e da dinâmica ambiental presentes na
área.
Christofoletti (1981) e Charlton (2008) salientam que a bacia hidrográfica é a unidade
básica do sistema fluvial. Sistemas fluviais são sistemas abertos, meios pelos quais são
trocados energia e materiais com o ambiente circunvizinho. Em sistemas fechados, só energia
é trocada com o ambiente circunvizinho. As principais contribuições ao sistema são água e
sedimento derivados das avarias das rochas subjacentes. Contribuições adicionais incluem
material biológico e solutos derivados de contribuições atmosféricas, rochas que resistem e a
decomposição de material orgânico. Água e sedimentos movem-se pelo sistema para a saída
de bacia fluvial onde este material é descarregado ao oceano. Desta forma, o sistema fluvial
pode ser representado de forma simplificada (figura 5).
17
Figura 5- Representação simplificada do sistema fluvial, conforme Charlton (2008)
A bacia hidrográfica caracteriza-se por ser uma unidade territorial de suma
importância para a análise da paisagem, com efeito, sua dinâmica comanda os fluxos hídricos
a partir do escoamento superficial e do escoamento em canais, drenando sedimentos (carga de
fundo e em suspensão) para uma saída comum.
De acordo com Tucci (1997), “ as características morfológicas de uma bacia de
drenagem são importantes, à medida que determinam a maior ou menor rapidez e intensidade
com que são sentidos os efeitos das precipitações. A análise dessas características permite
avaliar o seu grau de energia e sua sucetibilidade à ocorrência de processos erosivos e
deposicionais. Permite, também, inferir a intensidade de denudação e amplitude do
soerguimento, bem como contribuir para avaliar as possibilidades de urbanização, o tipo e
características do sistema viário”.
O papel hidrogico da bacia hidrográfica seria o de transformar uma entrada de
volume concentrada no tempo (precipitação) em uma saída de água (escoamento) de forma
mais distribuída no tempo. Esse papel hidrológico vai ser grandemente influenciado pelas
características físicas das bacias que compreendem a sua área de drenagem, forma, sistema de
drenagem e características do relevo (SILVEIRA, 1997).
18
Christofoletti (1969) escreve sobre a análise morfométrica de bacias hidrográficas,
ressaltando que o estudo de aspectos relacionados à drenagem, relevo e substrato rochoso
pode levar à compreensão de diversas questões associadas à dinâmica ambiental local. A
análise morfométrica da rede de drenagem por meio de sua representação longitudinal pode
ser uma ferramenta muito importante quando aliada a estudos geomorfológicos por atentar à
compreensão dos condicionantes que equilibram ou desequilibram o sistema fluvial.
De acordo com Knighton (1998) a análise do perfil longitudinal consiste num método
simples e eficaz, que basicamente utiliza-se de dados de altitude e extensão do canal, para a
geração de uma curva de ajustamento logarítmico ncavo ascendente, onde se verificam
maiores declividades nas nascentes e menores em direção à foz, sendo a representação gráfica
característica de rios em estado de equilíbrio.
Neste sentido, Hack (1973) elaborou uma proposta de análise chamada de índice RDE
(Relação Declividade vs Extensão) também designada de Stream-Gradient Índex ou
simplesmente índice SL, relação Slope vs Lenght (declive da drenagem ou de um determinado
trecho desta vs extensão da drenagem ou de um trecho específico). Aplicando esse índice para
estudos referentes à Neotectônica em vários contextos geológicos. Ele propôs este índice
como um elemento bastante prático para a determinação de anomalias significativas na
concavidade natural do perfil longitudinal, o que possibilitou a normalização dos valores de
gradiente e a identificação de anomalias de drenagem em cada trecho de seu curso.
Segundo Cunha, (1996) o perfil longitudinal de um rio sofre contínuas alterações,
devido às variações no escoamento e na carga sólida, o que acarreta muitas irregularidades no
seu leito como as corredeiras e as depressões. Ao longo do canal, o rio tenta eliminar essas
irregularidades, na tentativa de adquirir um perfil longitudinal ncavo e liso, com
declividade suficiente para transportar a sua carga. Outros fatores influenciam no perfil
longitudinal tais como a confluência de tributários, as variações na resisncia à erosão do
substrato rochoso, a erosão remontante por mudança brusca em nível de base à jusante ou
ainda as deformações neotectônicas locais ou na bacia de drenagem (Acklas Jr. Et Al., 2003).
Para a produção de material cartográfico, na área de mapeamento uma gama muito
grande de metodologias discutidas e aplicadas nos mais diversos países, muitas destas não
podem ser aplicadas a países de clima tropical como no caso do Brasil, mas, podem ser
adaptadas aos mesmos.
Em relação ao diagnóstico dinâmico em bacias hidrográficas, Cunha e Guerra (1996)
afirmam que os desequilíbrios ambientais muitas vezes são originados de um conjunto de
elementos que compõe a paisagem. A bacia hidrográfica é a unidade integradora desses
19
fatores (naturais e sociais), portanto deve ser administrada no sentido de minimizar os
impactos ambientais, pois nessa ótica, é possível acompanhar as mudanças introduzidas pelo
homem e as respostas da natureza.
Desta forma, Kawakubo et al (2005), afirmam que o mapa de fragilidade ambiental
constitui-se numa das principais ferramentas utilizadas pelos órgãos públicos na elaboração
do planejamento territorial ambiental. O mapeamento da fragilidade ambiental permite avaliar
as potencialidades do meio ambiente de forma integrada, compatibilizando suas
características naturais com suas restrições.
Nóbrega et al (1992) realizaram estudos sobre a Formação Caiuá no município de
Umuarama-PR a partir da proposta metodológica das Zonas Expostas aos Riscos de
Movimentação dos Solos (ZERMOS), desenvolvida na França, buscando informar quanto à
existência de riscos naturais, conhecidos ou previsíveis, para as construções e outros modos
de ocupação do solo, estabelecendo cinco zonas de risco hierarquizadas de acordo com o
comprometimento de sua estabilidade. A representação dos riscos (movimentos de massa,
eroo, etc) se dá por intermédio de uma escala de cores. O verde é para áreas sem problemas;
laranja, indica a potencialidade, mas sem precisar o nível, ou seja, a natureza e a amplitude do
risco; vermelho, indica áreas instáveis com chances reais de risco e, a cor negra é usada para
situações que traduzem a dinâmica da instabilidade observada. A análise da vulnerabilidade
dos terrenos é feita por meio de levantamentos dos fatores naturais permanentes (litologia,
estrutura, drenagem) e dos temporais, sendo o trabalho dividido em três fases:
1º- Levantamento bibliogfico sobre a existência ou não de movimentos do terreno;
2º- Estudos geomorfológicos executado por fotointerpretação;
3º- O estudo e o controle, dos principais fatores que afetam a estabilidade.
Segundo Nóbrega, et al, (op cit) “a metodologia cartográfica deve ser capaz de refletir
a dinâmica da paisagem e, também atender os objetivos do projeto. As cartas elaboradas
devem ser de fácil compreensão pela comunidade”. Assim, os problemas relacionados à
forma de apropriação humana dos recursos naturais, em especial o uso da terra, constituem
temáticas que necessitam de representação cartográfica acerca das variáveis de análise
referentes aos mais deferentes temas.
De acordo com Ross (1994) “os estudos integrados de um determinado terririo
pressupõem o entendimento da dinâmica de funcionamento do ambiente natural com ou sem a
intervenção das ações humanas. Assim, a elaboração do Zoneamento Ambiental deve partir
da adoção de uma metodologia de trabalho baseada na compreensão das características e da
dinâmica do ambiente natural, e do meio cioeconômico, visando buscar a integração das
20
diversas disciplinas científicas, por meio de uma síntese do conhecimento acerca da realidade
pesquisada”.
A identificação dos ambientes naturais e suas fragilidades potenciais e emergentes
proporcionam uma melhor definição das diretrizes e ações a serem implementadas no espaço
físico territorial, servindo de base para o zoneamento e fornecendo subdios à gestão do
território (ROSS, 2004).
Uma grande contribuição para os estudos geomorfológicos e de fragilidade dos
ambientes naturais foi dada por Ross (1992), com a descrição do registro cartográfico e a
questão taxonômica do relevo, salientando as diferentes proporções das formas dos terrenos,
suas explicações genéticas, e, sua interrelação e interdependência com os demais
componentes da natureza (substrato rochoso, cobertura pedológica, clima, hidrografia e
vegetação).
Desta forma, a superfície terrestre seria composta por formas de relevo de diferentes
táxons, possuindo diferentes idades e dinâmicas. Na tabela 2, verifica-se a divisão taxonômica
do relevo proposta por Ross (1992), que se constitui em seis taxons:
Tabela 2 – Taxonomia das formas de relevo
Taxons Exemplos de formas de relevo
Unidade Morfoestrutural Bacias sedimentares
Unidade Morfoescultural Planaltos em patamar, planaltos e chapadas e
cimeiras, depressões periféricas
Unidade morfológica ou de padrão de
formas semelhantes
Padrão em colinas, padrão em fromas
tabulares, pado em morros
Tipos mais específicos de formas de relevo Colinas, formas tabulares, formas de morros,
cristas
Tipos de vertente Convexas, côncavas, retilíneas
Formas provenientes de processos atuais Voçorocas, ravinas, cicatrizes de
deslizamentos
Fonte- Ross (1992)
Reis Nakashima (1999), aplicou a proposta taxonômica do relevo ao elaborar a carta
geomorfológica da bacia hidrográfica do rio Keller no Norte do Paraná, esta que serviu como
subsídio para a identificação de unidades de fragilidade ambiental da bacia, tendo como
resultado a elaboração de uma carta síntese (fragilidade ambiental). Foram utilizadas
fotografias aéreas na escala 1:25.000 e imagens do satélite TM-Landsat, para a elaboração da
21
carta de uso do solo e dos processos erosivos do vale. Desse modo foram identificadas as
grandes formas de relevo e detectados os processos erosivos que afetaram a área,
relacionando-os ao uso do solo.
Ross (1994) também elaborou uma proposta para a análise empírica da fragilidade
para ambientes naturais e antropizados, no intuito de avaliar de forma integrada os
componentes do estrato geográfico (solos, relevo, rochas, clima, flora, fauna, entre outros),
fixada no princípio de funcionalidade intrínseca dos componentes físicos e bióticos da
natureza, tendo como base o conceito de Unidade Ecodinâmica preconizada por Tricart
(1977). Dentro desta concepção o ambiente é analisado sob o prisma da Teoria dos Sistemas.
Para a elaboração da carta de fragilidade, são utilizados produtos cartográficos
intermediários (carta pedológica, geomorfológica, de declividade e de cobertura vegetal
segundo graus de proteção), a partir da análise destes produtos é sugerida a construção de
pranchas planimétricas que indiquem a hierarquia das classes de erodibilidade dos solos. Estas
pranchas permitem a correlação de todos os dados, tendo como resultado um produto final
que classifica as unidades ecodinâmicas estáveis e instáveis, distinguindo os graus de
instabilidade potencial e emergente. Uma área tem instabilidade emergente quando as
atividades humanas desestabilizaram o equilíbrio dinâmico, onde a cobertura vegetal natural
foi substituída por pastagens, agricultura, entre outros. No entanto, para a determinação da
instabilidade potencial são considerados apenas aspectos naturais.
Santos et al (2007) realizaram o Mapeamento da Vulnerabilidade Geoambiental do
Estado do Paraná fundamentados na metodologia da fragilidade empírica dos ambientes
proposta por Ross (1994), levando em consideração as variáves: geologia, geomorfologia e
pedologia, considerando-se três classes: baixa, moderada e alta, aplicadas à cinquenta
unidades geomorfológicas definidas para a área de estudo. As classes de vulnerabilidade
foram associadas aos processos geoambientais: erosão, movimentos de massa, quedas de
blocos, subsidência, recalques e colapsos de solo, inundações periódicas e contaminação das
águas subterrâneas. Os dados espaciais foram integrados por meio da utilização de
Geoprocessamento para a identificação de problemas quanto à aptidão e uso do solo para cada
unidade.
Crepani et al. (1996) desenvolveram uma metodologia para elaboração de mapas de
vulnerabilidade Natural à Erosão, com o objetivo de apoiar o Zoneamento Ecológico-
Econômico da Amazônia apoiado no conceito de Ecodinâmica (TRICART, 1977). Esta
metodologia consiste primeiramente na elaboração de um mapa de unidades Homogêneas de
Paisagem, ou Unidades Territoriais Básicas (UTB’s), obtido através da alise e interpretação
22
de imagem TM-LANDSAT. O segundo passo é associar a este mapa preliminar, as
informões temáticas pré-existentes.
A estabilidade ou vulnerabilidade, a resistência ao processo natural de eroo das
unidades de paisagem natural é definida pela análise integrada do conjunto rocha, solo,
relevo, vegetação e clima. Seguindo esta proposta, cada um destes temas recebe uma
pontuação de fragilidade variando de 1 a 3. Desta forma as unidades mais estáveis
apresentarão valores mais próximos de 1,0, as intermedrias ao redor de 2,0 e as unidades de
paisagem mais vulneráveis estarão próximas de 3,0.
Como resultado final é apresentado a vulnerabilidade de cada unidade ambiental em
função das informações provenientes de cada tema avaliado: substrato rochoso, relevo,
vegetação, solos e clima. Sendo assim, cada unidade territorial básica recebe um valor final
resultante da média aritmética dos valores individuais segundo uma equação empírica, que
busca representar a posição desta unidade dentro da escala de vulnerabilidade natural à perda
de solo:
VULNERABILIDADE = (G+R+S+V+C)
5
Onde:
G = vulnerabilidade para o tema geologia
R = vulnerabilidade para o tema geomorfologia
S = vulnerabilidade para o tema solos
V = vulnerabilidade para o tema vegetação
C = vulnerabilidade para o tema clima
Dentro desta escala de vulnerabilidade as unidades territoriais sicas o classificadas
conforme o quadro a seguir:
Grau de fragilidade Intervalo de classe
Muito baixa 1,0 – 1,4
Baixa 1,4 - 1,8
Média 1,8 – 2,2
Forte 2,2 – 2,6
Muito forte 2,6 – 3,0
Quadro 3- Classes de vulnerabilidade
Fonte: adaptado de Crepani et al. (1996)
23
Spörl e Ross (2004) realizaram uma análise comparativa da fragilidade ambiental com
aplicação de três modelos, com o intuito de confrontar o modelo proposto por Crepani et al
(1996) a dois outros propostos por Ross (1994). Para a aplicação dos três modelos foi
escolhida uma área na divisa dos estados de São Paulo e Minas Gerais e teve como resultado a
elaboração de três cartas síntese de fragilidade, as quais foram confrontados e avaliados os
resultados apresentados por cada modelo.
O primeiro modelo proposto por Ross (op cit), aia-se nos Índices de Dissecação do
Relevo, cujas unidades de fragilidade são resultantes dos levantamentos de relevo, solos,
cobertura vegetal/uso do solo e clima. Desta forma, as variáveis podem ser hierarquizadas em
classes que vão de muito fraca (1) a muito forte (5).
O segundo modelo sugerido por Ross (op cit), baseia-se nas classes de declividade, os
levantamentos básicos dos elementos físicos são os mesmos do modelo anterior, porém, os
índices de dissecação do relevo não são utilizados com suporte para a construção da carta-
síntese de fragilidade, mas sim, as classes de declividade que vão de muito fraca (<6%) a
muito forte (>30%).
A classificação das variáveis, declividade, solos, cobertura vegetal e pluviosidade
compõem uma combinação numérica formada por quatro dígitos. Neste modelo, o 1° dígito
da combinação entre as variáveis irá sempre determinar o grau de fragilidade da área.
Após a comparação dos três modelos o foi possível apontar qual o melhor, pois não
foi estabelecida uma comparação dos modelos empíricos com a realidade de campo, para
melhor avaliação dos três modelos de análise da fragilidade ambiental faz-se necessário
correlacionar os problemas de erosão, deslizamentos e perda de qualidade das águas de
superfície.
24
7. MÉTODOS E TÉCNICAS
7.1 Etapas de realização do trabalho
As etapas da pesquisa, bem como as principais metodologias aplicadas, estão
representadas de forma sintética no fluxograma das etapas de realização, que serviu de
orientação para o desenvolvimento da dissertação (Figura 6).
A realização desta dissertação teve como base a aquisão, sistematização, correlação
e interpretação dos dados que consistiram em:
a) Levantamento bibliográfico: foram levantadas todas as informações referentes a trabalhos
produzidos sobre a área de estudo e a região, assim como sobre a temática que pudessem
contribuir para a pesquisa;
b) Análise laboratorial: elaboração da base cartográfica;
c) Levantamentos de campo: nesta etapa foram feitos o reconhecimento da área de estudo,
levantamento de solos, uso do solo e dos processos morfodinâmicos atuais;
d) Análise, correlação e interpretação dos dados, além da discussão dos resultados.
25
Figura 6- Fluxograma com as etapas de realização da pesquisa
26
7.1.1 Geomorfologia
O cálculo dos índices referentes à forma, rede de drenagem e relevo foram baseados
nos conceitos de Hack (1973), Vilella e Matos (1975), Christofoletti (1980), Ross (1994) e
Granell-Perez (2001),). O perfil longitudinal do rio Baiano foi elaborado por meio da análise
da carta topográfica de Assis Chateaubriand (MI 2800-4) e Ipo (MI 2800-2) na escala
1:50.000, os dados levantados foram representados na forma de gráfico por meio do programa
Microsoft EXCEL e editados no programa Corel Draw 13.
O RDE (Relação Declividade vs Extensão) do rio Baiano foi calculado por trecho e
em sua totalidade por meio das equações propostas por Hack (1973):
RDE trecho = DH x L
DL (Eq. 1)
RDE total = _DH__
Log n (Eq. 2)
Onde:
DH é a diferença altimétrica entre dois pontos selecionados do curso d’água, DL é o
comprimento do trecho analisado, L corresponde à extensão acumulada do rio até o ponto
médio do trecho onde o índice RDE está sendo calculado e Log n é o logaritmo natural do
canal.
Nesse estudo foi considerado que os valores de RDE de cada trecho (razão entre RDE
trecho/ RDE total) entre os limiares 2 a 10 são anomalias de 2ª ordem e valores de RDE acima
de 10 são anomalias de 1ª ordem, como sugerido por Etchebehere (2000).
A sinuosidade do curso d’água (Sin) foi determinada pela relação: Sin=L/Ev. Onde L=
Comprimento do canal principal e Ev= equivalente vetorial
A densidade de drenagem (Dd) da bacia hidrográfica do rio Baiano foi calculada com
base na relação entre o comprimento total dos canais de escoamento e a área total. Essa
relação pode ser definida pela expressão: Dd = L/A
Onde:
Dd = densidade da drenagem;
L = comprimento total dos canais;
A = área da bacia.
27
- O coeficiente de manutenção (Cm) da bacia hidrográfica do rio Baiano é uma
estimativa quanto a área necessária para manter um metro de canal ativo e pode ser calculado
pela expressão: Cm=1/Dd . 1000
Na qual:
Cm = o coeficiente de manutenção;
Dd = a densidade de drenagem, expresso em metros.
- A densidade hidrográfica (Dr) foi calculada com base na relação entre a densidade de
rios, o número total de rios ou cursos de água e a área da bacia considerada. Essa relação pode
ser definida pela expressão: Dr = N/A
Onde:
Dr = densidade de rios;
N = número total de rios;
A = área da bacia.
- A extensão média do percurso superficial (Eps) foi calculada com base na densidade
de drenagem, podendo ser definida pela expressão: Eps = 1/2Dd
Onde:
Eps = extensão do percurso superficial;
Dd = densidade de drenagem.
7.1.2 Curva hipsométrica
Para a elaboração da curva hipsométrica foram realizadas medidas de área das classes
de altitude, extraídas das curvas de nível no software Spring 4.3.3. Posteriormente os dados
foram tratados no Microsoft Ecxel 2003, as gerado o gráfico de dispersão, passou-se à
edição no software Corel Draw 13.
28
7.1.3 Curva de distribuição de declividade
A curva da distribuição de declividade foi construída a partir do cálculo da área,
compreendida por cada classe de declividade (%) no software Spring 4.3.3., logo após foi
realizada a conversão da área (km² em %), os dados foram tratados no Microsoft Ecxel 2003,
em seguida foi realizada a edição no software Corel Draw 13.
7.1.4 Perfis transversais
Os perfis foram traçados mediante a utilização de dados de elevação adquiridos pelo
projeto Shutle Radar Topography Mission version 2003 (NASA-SRTM, 2009), coletados
entre 11 e 22 de fevereiro de 2000, pelo equipamento C/X-Band Synthetic Aperture Radar,
acoplado à nave Endeavour, sendo convertidos em altitude. A resolução original no terreno é
de 90m x 90m, porém os dados foram reamostrados para resolução de 30m x 30m por meio
de um método geoestatístico denominado de krigagem, a seguir os perfis foram redesenhados
no software Corel Draw 13.
Para maior conhecimento do relevo da bacia do rio Baiano, também foram analisados
os índices de dissecação dos perfis transversais, estabelecidos utilizando a matriz dos índices
de dissecação do relevo proposta por Ross (1994) expressa no quadro 4.
Densidade de
Drenagem ou
Dimensão Interfluvial
Média (classes)
/ / / / / / / / / /
Graus de Entalhamento
dos Vales (classes)
Muito Baixa
(1) >3750m
Baixa (2)
1750 a 3750m
Média (3)
750 a 1750 m
Alta (4) 250 a
750 m
Muito Alta
(5) <250 m
Muito Fraco (1)
(< de 20 m)
11 12 13 14 15
Fraco (2) (20 a 40m) 21 22 23 24 25
Médio (3) (40 a 80m) 31 32 33 34 35
Forte (4) (80 a 160m) 41 42 43 44 45
Muito Forte (5) (> 160m) 51 52 53 54 55
Quadro 4 - Matriz dos índices de dissecação do relevo, adaptado de Ross, (1994)
29
7.1.5 Carta base
A base cartográfica da área de estudo foi digitalizada a partir das folhas topográficas
de Iporã (MI 2800-2), Assis Chateaubriand (MI 2800-4) e Formosa do Oeste (MI 2801-3) na
escala 1:50.000, editada pelo Serviço Geográfico do Minisrio do Exército com base na
cobertura aerofotogramétrica de 1994, disponibilizadas pelo Instituto de Terras, Cartografia e
Geodésia (ITCG) através do site
http://www.itcg.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=51. Tal procedimento
foi realizado por meio da utilização da ferramenta (edição vetorial) do software Spring
4.3.3,desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um Sistema de
Informações Geográficas (SIG). Para a representação da malha urbana e das estradas
principais, foi utilizada uma base digitalizada, fornecida pela prefeitura municipal de Assis
Chateaubriand com escala 1:50.000, referente a um estudo realizado pela MINEROPAR,
(2006). Posteriormente os dados foram editados no software Corel Draw 13. Este produto
cartográfico consiste em um importante suporte para a construção das cartas temáticas e
escolha de áreas para ensaios e coletas de campo.
7.1.6 Carta de Compartimentação da Bacia
Essa carta foi elaborada para que a análise dos elementos da bacia fosse efetuada de
maneira mais ordenada. A área foi compartimentada por meio da distribuição dos tipos de
solo da bacia, das cotas altimétricas e das classes de declividade, foi considerado o perfil
longitudinal do canal principal, tendo como limites para cada unidade de paisagem, as
rupturas de declive do canal. Esse produto cartográfico foi digitalizado no software Spring
4.3.3 e editado no software Corel Draw 13.
7.1.7 Carta de evolução do uso e ocupação do solo (1985, 1996 e 2009)
Para a elaboração desta carta foram utilizadas três imagens orbitais do satélite Landsat
5 (sensor TM, datadas de 14/07/1985, 10/06/1996 e 30/08/2008), possuindo resolução
espacial de 30 metros, adquiridas junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
através do site <http://www.dgi.inpe.br>. Utilizou-se ainda parte do mosaico Landsat 5
disponibilizado pela NASA (http://zulu.ssc.nasa.gov/mrsid) como base para a correção
30
geométrica das imagens, ou seja, ajustes necessários para garantir o mesmo posicionamento
dos objetos no espaço conforme a projeção e o datum. A partir de então, procedeu-se à
delimitação das classes de uso e ocupação do solo.
Para o mapeamento temático das imagens orbitais foram escolhidas cinco grandes
classes: a cultura temporária, os fragmentos de floresta, a pastagem, área urbana e os corpos
d’água. A divisão dessas classes obedeceu à escala de trabalho permitida pela resolução
espacial das imagens orbitais estudadas. Os temas escolhidos para a análise foram:
1- Área urbana – foi considerada parte da malha urbana de Assis Chateaubriand.
2- Cultura temporária - esta classe abriga os espaços destinados à agricultura e com a presença
de solo exposto.
3- Floresta - considerou-se a mata de grande porte e densa, como exemplo de amostra o
Parque São Francisco de Assis.
4- Pastagem – presença de pequenas áreas destinadas à criação de gado.
5- Corpo d’água - presença de água, lagos e represas.
As operações referentes ao Geoprocessamento das imagens foram realizadas no
software Spring 4.3.3. Dadas as dimenes da área e os erros na classificação das imagens, foi
adotado para a delimitação das classes temáticas o módulo de edição vetorial, por atentar à
maior coerência na espacialização dos elementos. Posteriormente os dados foram editados no
software Corel Draw 13. Também foram realizadas observações de campo, para verificação
das formas de uso e ocupação do solo recentes.
7.1.8 Carta hipsométrica
Para a elaboração da carta hipsométrica, as altitudes foram divididas em 09 classes,
com intervalos de 20 metros, expressas por cores que variam do verde claro ao marrom
escuro, fornecendo dados para uma compartimentação da bacia em termos de altitude e sua
representatividade, tendo como cota mínima a elevação de 260 metros e cota máxima 440
metros de altitude. Os dados foram tratados no software Spring 4.3.3 e editados no software
corel Draw 13.
31
7.1.9 Carta de declividade
A carta de declividade foi elaborada a partir da interpolação das curvas de nível com
equidistância de 20 metros digitalizadas das Cartas topográficas de Iporã (MI 2800-2), Assis
Chateaubriand (MI 2800-4) e Formosa do Oeste (MI 2801-3) na escala 1:50.000, editada pelo
Serviço Geográfico do Ministério do Exército.
As classes de declividade adotadas para a elaboração deste produto cartográfico
tiveram como base as classes propostas por Ross (1994). Esse autor diz que, para a análise da
fragilidade dos ambientes em escalas de detalhe devem-se utilizar os intervalos de classe
consagrados nos estudos de capacidade de Uso/Aptidão Agrícola associados com aqueles
conhecidos como valores limites críticos da Geotecnia, indicativos respectivamente do vigor
dos processos erosivos, dos riscos de escorregamentos/deslizamentos e inundações frequentes.
Deste modo estas classes são: <3%, 3-6%, 6-12%, 12-20%, 20-30%, 30-50% e >50%.
Sendo as classes de declividade de até 6% muito baixas, Ross (op. cit) organizou essas
classes em 5 categorias hierárquicas da seguinte forma:
Muito Forte acima de 30%.
Forte de 20 – 30%;
Média de 12 – 20%;
Fraca de 6 – 12%;
Muito Fraca até 6%;
7.1.10 Carta Geomorfogica
A carta geomorfológica teve como base o Mapa Geomorfológico do município de
Assis Chateaubriand/PR, com escala 1:50.000 (MINEROPAR, 2006), elaborado a partir de
fotointerpretação e correlação com outros produtos cartográficos como a carta topográfica.
Para a adaptação da Carta Morfológica, adotou-se a metodologia proposta por Ross (1996),
utilizada no Projeto Radambrasil. Para este trabalho foi considerado apenas o 5º nível
taxionômico, onde é apresentada a classificação do relevo quanto as formas, distribuídas nos
diversos setores das vertentes (Figura 7). Foram realizadas observações de campo para
confirmação da morfologia do terreno da área de estudo.
32
Figura 7- Classificação das diferentes formas de relevo, segundo Ross (1996)
7.1.11 Carta de solos
Esta carta foi elaborada com base na descrição morfológica dos solos nos pontos de
coleta dos trabalhos de campo. A nomenclatura dos solos foi baseada no Manual de
Classificação de Solos da EMBRAPA (2006). Após a delimitação dos tipos de solo no campo,
seguiram-se os trabalhos de gabinete, onde os pontos coletados foram plotados no software
SPRING 4.3.3 para a criação das classes temáticas e posteriormente a sua vetorização.
7.1.12 Carta de classes de fragilidade ambiental com base na proposta de Crepani
et al (1996)
Esse produto foi elaborado com base na metodologia proposta por Crepani et al.
(1996), a partir dos temas geologia, solos, declividade e cobertura vegetal/uso do solo, além
da caracterização climática da área. Também foram realizados reconhecimentos de campo.
As variáveis espaciais para a determinação das áreas de fragilidade ambiental, foram
classificadas em cinco categorias hierárquicas para a produção final da carta síntese: muito
fraca, fraca, média, forte e muito forte. (Tabela 3).
Vr
Tc
Vc
Vc
Vr
Vcc
Vcc
Vr
Vc
Tc
Vc
Vr
Vcc
Tp
Vr
Vr
Vc
Tc
Vc
Vcc
Vc
Vc
Pc
Vr
Pp
Vcc
Pp
Vr
Pp
Vcc
Vr
Pc
Vr: Vertente retilinea
Vc: Vertente convexa
Vcc: Vertente côncava
Pc: Patamar convexo
Pp: Patamar plano
Tc: Topo convexo
Tp: Topo plano
33
Tabela 3 – Graus de Vulnerabilidade/estabilidade
Grau de fragilidade Intervalo de classe Cor da classe
Muito baixa 1,0 – 1,4 Verde
Baixa 1,4 - 1,8 Amarelo
Média 1,8 – 2,2 Laranja
Forte 2,2 – 2,6 Vermelho
Muito forte 2,6 – 3,0 Marrom
FonteCrepani et al (2001)
Para o tema declividade do terreno, utilizaram-se os intervalos de classe e os valores
de vulnerabilidade propostos por Crepani et al (2001) tabela 4.
Tabela 4 – Escala de vulnerabilidade para as classes de declividade
Classes Morfométricas Declividade (%) Valores de Vulnerabilidade
Muito baixa < 2 1,0
Baixa 2 - 6 1,5
Média 6 - 20 2,0
Alta 20 - 50 2,5
Muito alta > 50 3,0
Fonte – Crepani et al. (2001)
Para o tema substrato rochoso (Quadro 5), foram analisados a resistência da rocha à
eroo e o grau de coesão destas rochas. Sendo assim, Crepani et al. (2001) atribuem valores
próximos de (1,0) para rochas que apresentam maior grau de coesão, valores intermediários
(ao redor de 2,0) para as rochas que apresentam valores intermediários em seu grau de coesão,
e valores próximos à vulnerabilidade (3,0) para as rochas que apresentam os menores valores
no seu grau de coesão.
Tipo de Rocha Litologia Vulnerabilidade
Ígneas Basalto 1,5
Quadro 5 – Escala de vulnerabilidade da rocha
Fonte- Crepani et al. (2001)
O grau de vulnerabilidade dos tipos de solos (Tabela 5) foi determinado conforme sua
resistência frente aos processos erosivos. Portanto, às unidades de paisagem onde ocorrem
solos estáveis foram atribuídos valores próximos de (1,0), onde ocorrem solos intermediários,
34
valores de estabilidade (2,0), e onde ocorrem solos frágeis foram atribuídos valores próximos
de (3,0).
Tabela 5 - Graus de vulnerabilidade/estabilidade dos solos.
Classes de Solo – EMBRAPA (2006) Vulnerabilidade
Latossolos Vermelhos 1,0
Nitossolos Vermelhos 2,0
Cambissolos 2,5
Gleissolos 3,0
Material Coluvial 3,0
Fonte- Crepani et al. (2001)
Para o tema cobertura vegetal, foi considerado o grau de proteção exercido pela
vegetação contra os processos erosivos e a compactação do solo, bem como o favorecimento à
percolação de água para as camadas de subsuperfície. A densidade de cobertura vegetal da
unidade de paisagem determina o grau de proteção do solo da unidade. Ou seja, valores
próximos de (1,0) indicam estabilidade, valores intermediários (ao redor de 2,0), ou se
apresenta baixo grau de proteção apresenta valores pximos de (3,0). Por se tratar de uma
área ocupada por atividades econômicas, ao tema cobertura vegetal agrupou-se também o uso
do solo. Na tabela 6 estão descritos os tipos de formação vegetal e seus respectivos graus de
proteção aos solos.
Tabela 6 - Graus de proteção exercidos pela vegetação
Fonte- Adaptado de Crepani et al. (2001)
Para a variável clima (Quadro 6), foram analisadas as informações referentes à
pluviosidade anual e à duração do período chuvoso, conforme preconizado na metodologia,
faz-se uma quantificação empírica do grau de risco a que está submetida uma unidade de
paisagem. Assim, de acordo com Spörl, (2001) o valor da intensidade pluviométrica para uma
determinada área pode ser obtido dividindo-se o valor da pluviosidade média anual (em mm)
Tipos de cobertura
vegetal/uso do solo
Valores de
Vulnerabilidade
Floresta 1,0
Pastagens 2,8
Agricultura de ciclo curto 3,0
35
pela duração do período chuvoso (em meses). Logo, quanto maior o valor da intensidade
pluviométrica, maior é a erosividade da chuva.
Intensidade
pluviométrica
(mm/mês)
Vulnera
bilidade
Intensidade
pluviométrica
(mm/mês)
Vulnera
bilidade
Intensidade
pluviométrica
(mm/mês)
Vulnera
bilidade
< 50 1,0
200
-
225
1,7
375
400
2,4
50 - 75 1,1
225
-
250
1,8
400
425
2,5
75 - 100 1,2 250 - 275 1,9 425 – 450 2,6
100 - 125 1,3
275 - 300 2,0 450 – 475 2,7
125 - 150 1,4
300 - 325 2,1 475 – 500 2,8
150 – 175
1,5
325 - 350 2,2 500 – 525 2,9
175 - 200 1,6
350
-
375
2,3
> 525
30
Quadro 6 – Escala de erosividade da chuva
Fonte: Adaptado com base em Crepani et al. (2001)
Observando a distribuição linear dos valores contidos entre os intervalos possíveis de
intensidade pluviométrica para as diversas regiões do país, foi obtido para a bacia do rio
Baiano o valor de 161,1mm/mês, caracterizando-se assim uma área de fragilidade média
quanto ao fator clima.
Os procedimentos técnico-operacionais seguiram duas etapas. A primeira de
elaboração dos mapas temáticos básicos foi realizada no software Spring 4.3.3, a seguir os
dados foram exportados como representação vetorial para o software Arc Gis 9.2. Na segunda
etapa, seguiu-se a integração das variáveis no software Arc Gis 9.2 no módulo Spatial
Analyst, onde os dados vetoriais foram convertidos em raster, a seguir cada variável recebeu
valores conforme seu grau de fragilidade. O mapa síntese resultou da expressão:
([Rocha]+[Declividade]+[Clima]+[Solos]+[Grau de proteção da cobertura do solo])
5
7.1.13 Carta de classes de fragilidade ambiental com base na proposta de Ross
(1994)
Segundo a metodologia proposta por Ross (1994), para a elaboração da carta de
fragilidade ambiental devem ser realizados levantamentos de relevo, aqui expresso pela
declividade, solos, cobertura vegetal/uso do solo e clima que corresponde a intensidade
36
pluviométrica. O modelo propõe que cada variável seja hierarquizada em cinco classes de
acordo com sua vulnerabilidade. Desta forma, as variáveis mais estáveis apresentarão valores
próximos de 1, as intermediárias ao redor de 3 e as mais vulneráveis, próximas de 5.
Para a elaboração desta carta foi considerada a correlação entre quatro variáveis:
Classes de declividade – categoria hierárquicas de muito fraca (1) a forte (4);
Solos – categorias hierárquicas de muito fraca (1) a muito forte (5);
Cobertura vegetal – índice de proteção muito alto (1) a baixo (4);
Pluviosidade – categoria hierárquica baixa (2).
A classificação da fragilidade ambiental gera um código de quatro algarismos, onde o
primeiro (declividade) é o responsável pela determinão do grau de fragilidade, as demais
variáveis definem uma hierarquização através de seus coeficientes de fragilidade.
As variáveis espaciais para a determinação das áreas de fragilidade ambiental, são
classificadas por Ross (1994), em cinco categorias hierárquicas (Quadro 7).
Grau de fragilidade
Intervalo de classe
Muito fraca 1
Fraca 2
Média 3
Forte 4
Muito Forte 5
Quadro 7 - Graus de Vulnerabilidade/estabilidade, conforme Ross (1994)
Dessa forma, conforme os temas selecionados quatro grandes categorias hierárquicas
foram adotadas para a produção final da carta: muito fraca, fraca, média, forte.
Para cada tema selecionado utilizou-se a seguinte classificação conforme Ross (1994).
Para o tema declividade do terreno, utilizaram-se os seguintes intervalos de classe e os
valores de vulnerabilidade (Quadro 8).
Valores de vulnerabilidade Declividade (%)
1 - Muito baixa Até 6%
2 - Baixa 6-12%
3 - Média 12-20%
4 - Forte 20-30%
Quadro 8 - Escala de vulnerabilidade para as classes de declividade, conforme Ross (1994)
37
Para a hierarquização da variável solo (Quadro 9) foram levados em consideração os tipos de
solo encontrados na área de estudo. Assim, os tipos de solo são classificados conforme seu grau de
fragilidade, de acordo com as características texturais, estruturais, plasticidade, grau de coesão das
partículas e profundidade/espessura dos horizontes.
Classes de fragilidade Tipos de solo
1 - Muito baixa Latossolos Vermelhos de textura argilosa
2 - Baixa Nitossolos Vermelhos de textura argilosa
3 - Média Gleissolos, solos concrecionários
4 - Forte Cambissolos
5 – Muito forte Material coluvial
Quadro 9Classes de fragilidade dos solos, conforme Ross (1994)
Para a análise da proteção exercida pela cobertura vegetal/uso do solo foram
estabelecidos graus de proteção baseados nos critério propostos por Ross (1994) conforme
apresentado no quadro 10.
Graus de protão Tipos de cobertura vegetal/uso do solo
1 - Muito alto Mata
2 - Alto Reflorestamento
3 - dio Pastagens e agricultura de ciclo longo
4 - Baixo Agricultura de ciclo curto, como soja, milho e trigo
Quadro 10 – Graus de proteção do solo segundo a cobertura vegetal/uso do solo
Fonte: Ross (1994)
Para a variável clima (Quadro 11), nesta metodologia, foi analisada a distribuição e
intensidade das chuvas ao longo do ano por serem fatores decisivos no processo de
intemperismo das rochas e formação dos solos, sendo assim, fundamentais para a análise da
fragilidade ambiental.
Níveis hierárquicos Características Pluviométricas
1
Situação pluviométrica com distribuição regular ao
longo do ano, com volumes anuais não muito superiores
a 1000 mm/ano
2
Situação pluviométrica com distribuição regular ao
longo do ano, com volumes anuais não muito
superiores a 2000 mm/ano
38
3
Situação pluviométrica com distribuição anual desigual,
com períodos secos entre 2 e 3 meses no inverno, e no
verão com maiores intensidades de dezembro a março
4
Situação pluviométrica com d
istribuição anual desigual,
com período seco entre 3 e 6 meses, e alta concentração
das chuvas no veo entre novembro e abril quando
ocorrem 70 a 80% do total das chuvas
5 Situação pluviométrica com distribuição regular, ou não,
ao longo do ano, com grandes volumes anuais,
ultrapassando 2500 mm/ano; ou ainda, comportamentos
pluviométricos irregulares ao longo do ano, com
episódios de chuvas de alta intensidade e volumes anuais
baixos, geralmente abaixo de 900 mm/ano (semi-árido)
Quadro 11 - Níveis hierárquicos das variações pluviométricas
Fonte: Ross (1994)
7.1.14 Carta de classes de fragilidade ambiental adaptada da proposta de Ross
(1994)
Da mesma forma do modelo anterior, nesta proposta a primeira varvel também
determina a fragilidade, porém, há a substituição em importância do tema declividade pelo
tema cobertura vegetal/uso do solo, pois a área não se encontra em seu estado natural, mas
sim quase integralmente ocupada por atividades econômicas, que, desta maneira assumem um
papel de reguladoras do estado de estabilidade/instabilidade dinâmico.
Assim sendo, o procedimento técnico operacional utilizado para a obtenção deste
produto cartográfico também é uma derivação dos procedimentos apresentados no modelo
anterior. As variáveis declividade, solos e cobertura vegetal/uso do solo mantêm-se as
mesmas. A classificação destas variáveis compõe uma combinação numérica formada por três
dígitos, onde o primeiro é relacionado à cobertura vegetal/uso do solo, o segundo ao solo e o
terceiro à declividade e podem ser visualizadas nos quadros 7,8 e 9.
39
8. RESULTADOS E DISCUSSÕES
8.1 Análise Pluviométrica da Bacia
A pluviosidade é um dos mais importantes elementos do clima, sendo assim, seu
estudo se faz necessário em função da atuação das precipitações sobre uma determinada área.
A ação mecânica exercida pelas chuvas sobre o solo é um fator importante a ser analisado
pelo seu caráter de agente erosivo. Segundo Tomazoni (2002) as gotas de chuva, caindo na
superfície do solo, desagregam as partículas do mesmo, removendo-as. Esse processo é mais
intenso quanto menor a cobertura vegetal, maior a intensidade da chuva, maior o grau de
declive e maior for à susceptibilidade do solo à erosão.
Na área deste estudo a indisponibilidade de dados referentes a outros elementos
climáticos, como a temperatura, por exemplo, que pudessem caracterizar melhor a área,
possibilitaram somente a análise do comportamento pluviométrico.
As análises do comportamento pluviométrico da bacia foram feitas com dados do
período de 1998 a 2009, provenientes da leitura de um pluvmetro localizado no entreposto
da C. Vale Cooperativa Agroindustrial. certa irregularidade nos índices pluviométricos
anuais com média para período de 1933,2mm/ano (Figura 8). Sendo a precipitação mínima
1382mm e a máxima de 2478mm.
Figura 8- Distribuição pluviométrica anual para a bacia do rio Baiano (período de 1998 – 2009)
40
Na análise da precipitação média mensal (Figura 9), percebeu-se que a mesma se
distribui de forma irregular durante o ano, desta forma, assume-se que as médias
pluviométricas de janeiro de 1998 a dezembro de 2009 são mais elevadas nos meses de
fevereiro, outubro, novembro e dezembro, variando em média de 188 a 233mm. Sendo o mês
de outubro o mais chuvoso do ano. Os períodos mais secos ocorrem nos meses de março,
junho e julho, com índices pluviométricos variando em média de 98 a 115mm, com o mês de
julho sendo o mais seco do ano.
Figura 9 - Precipitação média mensal em milímetros, (período de 1998 – 2009)
8.2 Solos
Para Nakashima e brega (2003) a diversidade de solos depende principalmente dos
fatores do meio físico. No caso da região Oeste do Paraná o substrato rochoso é composto por
basalto. O relevo está associado aos padrões de drenagem e suas densidades, que resultam em
relevos com maior ou menor grau de dissecação (entalhamento), originando vertentes com
formas, extensões e declives variados.
Na área em estudo ainda não uma classificação pedológica em escala de detalhe.
No que tange aos tipos de solo, existe somente o mapeamento do estado do Paraná na escala
1:600.000, portanto muito genérico, e um mapeamento de materiais inconsolidados na escala
1:50.000 realizado pela Mineropar no ano de 2006, abrangendo todo o território do município.
Segundo Felipe et al, apud Santos e Vitte (1998), o mapa de materiais inconsolidados
41
constitui na síntese das informações do processo de origem dos materiais, rocha original,
textura, características do material inconsolidado e perfil típico de alteração.
Nakashima e Nóbrega (2003) dizem que o Oeste paranaense é constituído de solos
com grande profundidade, relevo variando de suavemente ondulado a ondulado, com baixa
acidez e sem impedimentos à mecanização no manejo agrícola, principalmente na área de
ocorrência do Latossolo Vermelho Eutroférrico e Nitossolo Vermelho Eutroférrico.
Esses autores afirmam ainda que, no oeste paranaense predominam os Latossolos
Vermelhos Eutroférricos, textura argilosa, nos topos e altas vertentes, e Nitossolos Vermelhos
Eutroférricos nas médias e baixas vertentes. Em certos locais ocorre a seqüência, Latossolo
Vermelho, textura argilosa, Nitossolo Vermelho e Neossolo Litólico, do topo até a baixa
vertente respectivamente; nas várzeas, em geral, ocorrem os Gleissolos; o Cambissolo
também pode ser encontrado na média baixa vertente (Figura 10).
Figura 10 – Representação esquemática dos solos ao longo de duas vertentes sobre o basalto no
Terceiro Planalto Paranaense
Fonte: Nakashima e Nóbrega (2003)
Na área de estudo, predominam cinco tipos de cobertura pedológica: Latossolos
vermelhos de textura argilosa, encontrados predominantemente em topografias planas de topo
da bacia; os Nitossolos Vermelhos aparecem em maior quantidade, ocupando um grande
percentual da área, se desenvolvendo em áreas de alta, média e baixa vertente, ocupando uma
pequena área no setor norte da bacia pode-se observar a presença de Material coluvial, os
Cambissolos aparecem nas vertentes com maior declividade, enquanto que os Gleissolos estão
restritos ás áreas mais pobremente drenadas.
Ao analisar a carta de solos (Figura 11), verifica-se o predomínio do Nitossolo
Vermelho distroférrico e/ou eutroférrico em toda a bacia, principalmente no compartimento C
II. Esse tipo de solo tem como característica um bom estágio de desenvolvimento (evolução e
profundidade), com estrutura subangular a angular, textura argilosa e presea de cerosidade
nas faces dos agregados. De acordo com a EMBRAPA (2006) esses solos por apresentarem
42
no horizonte B nítico a presença de cerosidade, o atendem aos requisitos para o B
latossólico. Têm textura argilosa ou muito argilosa e a diferença textural é inexpressiva.
O Latossolo Vermelho distroférrico e/ou eutroférrico abrange uma grande
porcentagem do compartimento C I, principalmente no setor sul da bacia, nas áreas de maior
altitude, também pode ser encontrado nos demais compartimentos associado às áreas de topo
com baixa declividade e no interflúvio entre o rio Baiano e o córrego Aroma. Os Latossolos
também são solos bem evoluídos, constituídos por material mineral, apresentando horizonte B
latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200cm da
superfície do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta mais que 150cm de
espessura (EMBRAPA, 2006).
Ocupando uma pequena fração do terreno a sul da bacia, ainda no compartimento C I,
foi verificada a presença de Gleissolos, provenientes da oxiredução de compostos
ferruginosos causado por um ambiente mal drenado, repleto de pequenas nascentes e sujeito à
elevação do lençol freático durante os períodos chuvosos. Segundo a EMBRAPA (2006) os
Gleissolos são solos constituídos por material mineral com horizonte glei iniciando-se dentro
dos primeiros 150cm da superfície, imediatamente abaixo de horizonte A ou E, ou de
horizonte hístico com espessura insuficiente para definir a classe dos Organossolos.
No setor norte (compartimento CIII), encontra-se uma área recoberta por material
coluvial gerado por meio da ação combinada da gravidade e da água. Possui características
diferentes dos solos subjacentes, principalmente pelo padrão caótico de organização de seus
constituintes. A matriz apresenta uma composição de grãos, seixos e blocos de diversos
tamanhos e em vários graus de alteração.
No setor nordeste da bacia, nas proximidades das pedreiras, (compartimento CIII),
verifica-se a presença de solos rasos, formados por Cambissolos, associados a áreas de maior
declividade. São solos constituídos por material mineral com horizonte B incipiente
subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial, exceto hístico com 40cm ou mais de
espessura, ou horizonte A chernozêmico, quando o B incipiente apresentar argila de atividade
alta e saturação por bases alta. Plintita e petroplintita, horizonte glei e horizonte vértico, se
presentes, não satisfazem os requisitos para Plintossolos, Gleissolos e Vertissolos,
respectivamente (EMBRAPA, 2006).
O mapeamento da cobertura pedológica vinculado aos estudos de fragilidade
ambiental, contribui sobre maneira para o conhecimento preliminar da susceptibilidade
natural dos solos aos processos erosivos.
43
Figura 11 - Carta de solos da bacia hidrográfica do rio Baiano
44
8.3 Geomorfologia
O relevo da área de estudo se apresenta modelado por colinas e pequenos espigões de
topos suavemente aplainados, predomínio de vertentes retilíneas, baixa dissecação do relevo e
vales predominantemente em “V”. Os espigões constituem divisores de água secundários, os
vales mais profundos encontram-se no médio curso do rio Baiano. O setor Leste da bacia
possui relevo mais dissecado, referente à maior densidade de rios que cortam a paisagem.
Estruturalmente a área recebe influência de linhas de falhas e fraturas direcionadas de SE-NW
e SW-NE predominantemente, que condicionam o desenvolvimento e direção dos eixos de
drenagem.
As características morfométricas da bacia governam todo o escoamento superficial da
água, e por isso a bacia hidrográfica vem sendo considerada como unidade territorial ideal
para o planejamento integrado dos recursos naturais (BACK, 2006).
Christofoletti (1969) tece alguns comentários sobre a análise morfométrica de bacias
hidrográficas, ressaltando que o estudo de aspectos relacionados à drenagem, relevo e
geologia pode levar à compreensão de diversas questões associadas à dinâmica ambiental
local.
Assim, a sinuosidade do canal principal foi determinada pelo índice (Sin) de 1,33.
Segundo Christofoletti (1980) valores próximos a 1,0 indicam que o canal tende a ser
retilíneo, os valores superiores a 2,0 sugerem canais irregulares. Através do valor
encontrado, pode-se verificar que o canal principal (rio Baiano) possui baixa sinuosidade,
comprovando a influência da orientação estrutural, com tendência para a maior velocidade de
fluxo.
De acordo com o cálculo de densidade de drenagem (Dd), a partir da equação Dd =
L/A, verificou-se que a bacia do rio Baiano possui alta densidade de drenagem, cujo valor é
de 0,823Km/Km². De acordo com Villela e Mattos (1975) o valor da densidade de drenagem
pode variar de 0,5km/km² para bacias com drenagem pobre e de até 3,5km/km² para bacias
excepcionalmente bem drenadas.
O coeficiente de manutenção (Cm) da bacia hidrográfica do rio Baiano é de
1,21km²/km, ou seja, esta é a área necessária para manter um quilômetro de canal ativo.
A densidade hidrográfica (Dr) medida para a bacia hidrográfica em estudo foi 0,691
rios/km². Segundo Christofoletti (1980) é importante porque representa o comportamento
hidrográfico de determinada área, em um de seus aspectos fundamentais que é a capacidade
de gerar novos cursos de água.
45
Conforme Peña apud Christofoletti (1970, p.6) “a drenagem encontra-se íntima e
especialmente relacionada, como fator analítico, com outro elemento fisiográfico e
geomorfológico de extraordinária importância: a erosão”. Com os índices e padrões
morfométricos, há a possibilidade de uma melhor compreensão do principal agente erosivo da
bacia, a dinâmica do escoamento das águas superficiais.
A extensão média do percurso superficial (Eps) foi calculada com base na densidade
de drenagem a partir da equação Eps = 1/2Dd e teve como resultado o valor 0,411 km, isto é,
a chuva terá que escoar pela superfície do terreno, em média, a distância de 411 metros até
atingir um canal, esse dado tem relação direta com os processos erosivos, pois quanto maior a
distância percorrida pelas enxurradas sobre as vertentes, maior a sua atuação sobre as
mesmas.
A partir do índice entre o comprimento e a área da bacia (ICo) obtido através da
equação ICo=Lb/
A
, pôde-se constatar que a bacia do rio Baiano possui forma alongada, o
cálculo teve como resultado um valor bem acima da unidade (ICO=2,34). Segundo
Christofoletti (1980) este dado apresenta significância para descrever e interpretar tanto a
forma como o processo de alargamento ou alongamento da bacia hidrográfica. Quando o
valor de ICo estiver próximo de 1,0 a bacia apresenta forma semelhante ao quadrado, e
quando o valor for menor que 1,0 a bacia teforma alargada, e quanto maior for o valor,
acima da unidade, mais alongada será a forma da bacia.
O rio Baiano possui 22.85 km de extensão, e uma amplitude altimétrica de 120 metros.
O perfil longitudinal do rio Baiano encontra-se na sua maior parte em desajuste fluvial,
podendo ser identificados dois trechos em subsidência e um em ascensão (Figura 12).
Adotou-se afastamentos iguais ou superiores a 10m da linha de melhor ajuste como
indicativos de prováveis anomalias, conforme proposto por Guedes et al (2006).
46
Figura 12 - Perfil longitudinal do rio Baiano com os trechos medidos
A partir da aplicação dos índices de RDE para a análise do perfil longitudinal do rio
Baiano pôde-se verificar que as anomalias estão distribuídas em cinco dos seis trechos
analisados ao longo do canal, ou seja, índices acima de 2 (Tabela 7). O trecho 1, entre as
cotas de 380 a 360m apresentou equilíbrio com índice de RDE inferior a 2. As anomalias de
ordem estão compreendidas nos trechos 2, 3, 4 e 6 entre as cotas de 360 a 340, 340 a 320,
320 a 300 e 280 a 260 m. O trecho entre as cotas de 300 a 280 m corresponde a uma anomalia
de 1ª ordem, possuindo índice de RDE acima do limiar 10 (10,0090448).
Tabela 7- Resumo das variáveis morfométricas do rio Baiano
Trecho Cota
superior
(m)
Cota
inferior
(m)
diferença
altimétrica
(m)
Extensão
do
trecho
Extensão
total (m)
declividade RDE
trecho
RDE
total
RDE
trecho/RDE
total
1 380 360 20 1100 1100 0,018182 20 11,95585 1,67282087
2 360 340 20 4555 5655 0,004391 24,82986 11,95585 2,07679517
3 340 320 20 2500 8155 0,008 65,24 11,95585 5,45674166
4 320 300 20 5300 13455 0,003774 50,77358 11,95585
4,24675561
5 300 280 20 2700 16155 0,007407 119,6667 11,95585 10,0090448
6 280 260 20 6700 22855 0,002985 68,22388 11,95585 5,70631655
47
Com a análise do perfil longitudinal do rio Baiano, verificou-se que o mesmo possui
trechos anômalos desde o alto curso até a sua foz. Ao distribuir espacialmente as anomalias
encontradas, verifica-se que as anomalias de 2ª ordem estão relacionadas à lineamentos
estruturais ( presença de falhas e fraturas).
A anomalia de 1ª ordem encontrada para o rio Baiano possui uma extensão de cerca de
2700m, localizada na transição entre o médio e o baixo curso do rio em estudo, nesse trecho
ocorre a conflncia com tributários de maior volume, além de lineamentos do relevo (Figura
13). Diante dos resultados expostos, levando-se em consideração o contexto litológico da
área e sua resistência à erosão, assume-se que as anomalias encontradas no perfil longitudinal
do rio Baiano podem estar vinculadas a imposição estrutural através do lineamento e
orientação das falhas e fraturas e a confluência de tributários de maior volume. A
representação longitudinal do rio Baiano também auxiliou na delimitação dos compartimentos
CI, CII e CIII, para que o estudo da área procedesse de maneira mais organizada.
48
Figura 13 - Geologia da área de estudo com orientação das falhas e fraturas e trechos medidos ao longo do curso do rio Baiano
49
Segundo Granell-Pérez, (2001) nas bacias alongadas, os fenômenos pluviométricos
geram um escoamento melhor distribuído temporalmente no canal principal que diminui o
risco de enchente, embora o nível de vazão alta seja mais durável.
Em referência aos valores acima expostos, pôde-se verificar que a área em questão, é
pouco susceptível às enchentes, devido à forma alongada da bacia, outro fator relevante é a
característica de uma bacia bem drenada, pois quanto mais bem drenada se caracteriza uma
área, menor será a área necessária para manter um quilômetro de canal ativo, menor também
será o percurso do escoamento superficial até atingir um corpo hídrico na área de captação da
bacia.
A curva hipsométrica é a representação gráfica das variações de altitude em relação à
área de uma bacia. São medidas as áreas compreendidas em cada classe de altitude obtidas
através da interpolação das curvas de nível. Avalia-se, então, a porcentagem do total
correspondente a cada uma dessas áreas, e a porcentagem acumulada da área total que fica
acima ou abaixo de cada curva de nível.
Entre as cotas altimétricas de 320 a 380m foi identificada uma área aplainada com
pouca variação altimétrica, mas, numa grande porção de área, aproximadamente 60% da área
total da bacia.
Segundo Riffel (2005) as áreas pertencentes à superfície aplainada devem possuir
baixa declividade, pouca variância altimétrica, ou seja, configurar extensas áreas planas e
contínuas e, quando instalado o sistema fluvial posterior, marcar topos de vertentes
suavemente convexos. Ressalta ainda que a existência do ponto de ruptura, com mudança da
forma da curva para convexa, reflete na incisão fluvial da superfície previamente aplainada,
ou seja, uma paleosuperfície.
Observando-se a curva hipsométrica (Figura 14), nota-se que não pontos de ruptura
que pudessem causar convexidade da mesma, isto é um indicativo de que não existem topos
ou patamares residuais no interior da bacia, estando restritos aos interflúvios.
As cotas altimétricas de menor ocorrência na área de estudo são as que estão acima de
420m, ocupando apenas 0,7% do total da área, configurando-se em um patamar isolado.
De acordo com Linsley, Kohler e Paulhus apud Vilela e Mattos (1975), bacias
geologicamente maduras tendem a apresentar curvas hipsométricas semelhantes, com
distribuão equilibrada de área para as diferentes altitudes, que depois de alcançado o
equilíbrio, tendem a variar muito pouco, apesar da diminuição das altitudes provocadas pela
eroo. Neste sentido poderia-se considerar a bacia do rio Baiano como uma área que ainda
está se ajustando à litoestrutura, devido à distribuão desigual das diferentes altitudes.
50
Figura 14- Curva hipsométrica da bacia hidrográfica do rio Baiano
A curva da distribuição das declividades apresentou uma ocorrência maior das baixas
declividades, ocupando cerca de 90% do total da área. As maiores declividades referentes à
classe de 20-30% aparece apenas em pontos isolados da bacia ocupando uma área inferior a
0,1% (figura 15).
Figura 15 - Curva de distribuição de declividade da bacia hidrográfica do rio Baiano
51
8.3.1 Perfis transversais da bacia
Os perfis transversais da bacia foram traçados para maior compreensão das formas de
relevo da área. A partir destes, pôde-se verificar a assimetria das vertentes de um interflúvio
para outro.
No perfil 1, (Figura 16) são verificadas as maiores cotas altimétricas, fato esse, que
favorece a remoção de sedimentos dessa parte da bacia para jusante.
Segundo Carvalho (1994), nas partes altas de uma bacia hidrográfica ocorre uma
maior erosão e transporte de sedimentos. A erosão vai diminuindo da alta para a parte média
da bacia na medida que as declividades decrescem, na parte baixa ocorre a formação de
colúvios, onde maior parte dos sedimentos erodidos se distribuem pelos terrenos,
predominando nessas partes a gradação de materiais.
Em referência às vertentes desse perfil, a do setor leste apresenta-se retilínea,
aplainada na parte superior e com maior comprimento de rampa, porém com menor grau de
inclinação; a vertente do setor oeste apresenta-se convexa-retilínea em toda sua extensão,
contendo pequenas formas irregulares.
O perfil 2, (Figura 16) revela a assimetria das formas das vertentes. A vertente do setor
leste possui forma aplainada na parte superior, retilínea na parte média para a parte inferior; a
vertente do setor oeste apresenta-se convexa-retilínea com maior declividade e menor
comprimento de rampa.
O perfil 3, (Figura 16) mostra que as vertentes possuem formas assimétricas, tanto a
vertente leste como a oeste apresentam-se retilíneas, cabendo à vertente oeste maior
comprimento de rampa.
No perfil 4, (Figura 16) pode-se verificar a assimetria das formas das vertentes e
diferença de cotas altimétricas do setor leste para o oeste. A vertente oeste do Córrego Aroma
possui maior declividade e também maior comprimento de rampa. A distância da vertente do
vale até o interflúvio é maior do que a distância da vertente do rio Baiano. A vertente
esquerda do rio Baiano apresenta-se convexa na parte superior e retilínea na média e baixa
vertente.
O perfil 5, (Figura 16) mostra índice médio de incisão do canal, neste local ocorre a
diminuição da velocidade fluxo do rio Baiano, referente ao barramento provocado pelas águas
do rio Piquiri. Por estar localizada a jusante, ocorre maior deposição de sedimentos
provenientes da montante da bacia. A assimetria das vertentes é aparente, neste
compartimento as cotas altimétricas diminuem relativamente. A vertente do setor leste
52
apresenta-se retilínea com maior comprimento de rampa; a vertente do setor Oeste demonstra
convexidade e retilinização e mais suavizadas em relação ao setor Leste do perfil.
A partir da análise dos perfis transversais da bacia do rio Baiano, pôde-se atribuir
índices de dissecação do relevo utilizando como parâmetro as classes delimitadas por Ross
(1994), baseadas na relação de densidade de drenagem/dimensão interfluvial média para a
dissecação no plano horizontal e nos graus de entalhamento dos canais de drenagem para a
dissecação no plano vertical.
Assim, os perfis 1, 2 e 5 possuem dimensões interfluviais baixas com grau médio de
entalhamento do vale, já os perfis 3 e 4 apresentam dimensões interfluviais muito baixas, mas
entalhamento do vale que variam de Médio a Forte (tabela 8). Os valores obtidos para a
dissecação do relevo dos perfis transversais da bacia do rio Baiano deram conta de que a área
tem relevo pouco dissecado, possuindo baixa dimensão interfluvial, com centenas de metros.
Quanto ao índice de entalhamento do vale, apenas o perfil 4 apresentou maior valor,
porém, possui maior dimensão interfluvial que atenua a forte incisão do vale. Na média, os
perfis apresentaram valores baixos para a dissecação do relevo da bacia. A análise dos perfis
transversais possibilitou em primeira análise o conhecimento do relevo da área quanto ao grau
de dissecação.
Tabela 8 - Índices de Dissecação do Relevo dos perfis transversais da Bacia do Rio Baiano
Perfis
Transversais da
bacia do rio
Baiano
Dimensão
Interfluvial (metros)
Graus de Entalhamento
do Vale (metros)
Categorias
Perfil 1 2410 (Baixa) 60 (Médio) 12, 32
Perfil 2 3460 (Baixa) 65 (Médio) 12, 32
Perfil 3 4690 (Muito Baixa)
80 (Médio) 11, 32
Perfil 4 4780 (Muito Baixa)
85 (Forte) 11, 41
Perfil 5 2440 (Baixa) 65 (Médio) 12, 32
Média 3556 (Baixa) 71 (Médio) 12, 32
53
Figura 16 - Perfis transversais da bacia hidrográfica do rio Baiano
54
9 Análise dos Produtos Cartográficos
9.1 Carta base
A carta base (Figura 17) é um produto cartográfico que dá uma noção preliminar da
rede de drenagem, do relevo e da rede viária da área de estudo. Pode-se verificar à montante
da bacia a presença da malha urbana, enquanto que nos setores médio e inferior a ocupação é
totalmente rural. Com relação ao relevo da área, de forma geral, predominam as pequenas
cotas altimétricas e as declividades predominantes são pouco acentuadas. A rede de drenagem
possui um número expressivo de ribeirões e córregos, principalmente no setor leste. Como o
próprio nome diz, esse produto serve de base para a elaboração de outras cartas temáticas,
além de orientar na escolha dos locais para os trabalhos de campo e coleta de amostras para as
análises laboratoriais. As pedreiras (desativadas ou em atividade) existentes na área situam-se
no nordeste da bacia, ou seja, na área onde os solos são mais rasos, daí, extrai-se parte do
basalto necessário para pavimentação de ruas e estradas do município.
9.2 Carta de Compartimentação da bacia do rio Baiano
Dada à homogeneidade do substrato rochoso, da distribuição das altitudes, das formas
de vertente e das classes de declividade, a elaboração da carta de compartimentação da área
de estudo obedeceu a distribuição das classes de solo e o perfil longitudinal do rio Baiano, que
proporcionou a distinção de três compartimentos. De maneira geral, ao observar a Figura 18,
nota-se que no compartimento I é onde se encontram as maiores altitudes, os tipos de solo
predominantes nessa área o os Latossolos Vermelhos. Nessa unidade verifica-se o
desenvolvimento da malha urbana.
O setor médio da bacia, representado na carta pelo compartimento II, apresenta
altitudes menos acentuadas, onde os solos predominantes são os Nitossolos Vermelhos. Nesse
setor, localiza-se a confluência com o tributário de maior caudal e o rio Baiano.
O compartimento III, representado na carta pela hachura de cor verde, abrange uma
área de baixas altitudes. Nesse compartimento as declividades são mais acentuadas,
propiciando o aparecimento de solos menos desenvolvidos como os Cambissolos e áreas
recobertas por material coluvial.
55
Figura 17 - Carta base da bacia do rio Baiano
56
Figura 18 - Carta de compartimentação da bacia do rio Baiano
57
9.3 Carta de evolução do uso e ocupação do solo (1985, 1996 e 2009)
A carta temática de evolução do uso e ocupação do solo traz informações sobre a
ocupação da área de estudo em três períodos distintos (1985, 1996 e 2009). Para tanto, foram
utilizadas imagens da mesma estação para cada ano. Tais informações foram extraídas de
imagens do satélite Landsat 5 TM. Para auxiliar na leitura das imagens orbitais, foram
elaboradas classes temáticas para classificação dos tipos de uso e ocupação do solo.
Após a realização do mapeamento das classes temáticas, identificou-se que no ano de
1985 a bacia do rio Baiano contava com 90,5% de sua área destinada às culturas temporárias.
Nesse ano aproximadamente 4,5% da área da bacia era ocupada por edificações urbanas e as
pequenas manchas residuais de fragmentos de floresta representavam 4,6% da área total,
distribuídas de maneira esparsa.
No intervalo de 1985 a 1996 notam-se poucas mudanças no uso do solo da área. O
crescimento da malha urbana foi de aproximadamente 0,3%, os fragmentos de vegetação
aumentaram aproximadamente em 1,97% e a área destinada às culturas temporárias reduziu-
se em 2,4 %.
Do ano de 1996 a 2009 houve uma redução na área ocupada pelas culturas
temporárias, em cerca de 4,3%. Nesse período o processo de crescimento urbano registrou um
aumento de sua área em apenas 0,34 Km², principalmente no sentido sul, e, os fragmentos de
floresta tiveram um aumento de aproximadamente 4,02% em sua área. Estes dados podem ser
melhor visualizados na figura 19.
Figura 19 – Gráficos referentes à evolução do uso do solo
No período compreendido por esse estudo a ocupação da bacia do rio Baiano
promoveu um significativo aumento da área de fragmentos de floresta, que cresceu cerca de
6% entre os anos de 1985 e 2009. Este tipo de cobertura vegetal proporciona um alto grau de
58
proteção ao solo devido à sua continuidade, evitando o impacto das gotas de chuva
diretamente no terreno (Figura 20).
Figura 20 - Área de reserva florestal, principal remanescente de vegetação nativa da bacia. Foto:
Ordilei Aparecido Gaspar de Melo - 2010
Na carta de evolução do uso do solo (Figura 21), pode-se observar o crescimento dos
fragmentos de floresta em detrimento das culturas temporárias, bem como o baixo
crescimento da malha urbana. Pode-se observar que, as áreas destinadas às pastagens
apresentam pouca expressão, devido às características físicas da área, como predominância
das baixas declividades, solos bem desenvolvidos e a consequente valorização da terra. Os
dados demonstram a vocação agrícola da área, configurando-se na atividade econômica de
maior importância.
59
Figura 21 - Carta de evolução do uso do solo da bacia hidrográfica do rio Baiano (1985, 1996 e 2009)
60
Na área urbana (Figura 22) predominam as atividades comerciais e/ou serviços
voltados as necessidades locais, atendendo também a municípios vizinhos com menor
infraestrutura. As atividades comerciais são altamente dependentes da produção agrícola,
pois, um bom desempenho da agricultura, garante também as vendas para o comércio e
contratação de mão-de-obra para as prestadoras de serviços.
Figura 22 – Parte da malha urbana de Assis Chateaubriand (compartimento CI). Foto: Ordilei
Aparecido Gaspar de Melo - 2010
No que tange às questões ambientais a impermeabilização do solo na área urbana tem
provocado efeitos negativos sobre o ambiente fluvial, pois as precipitações que incidem
nesses locais, chegam aos canais com muita velocidade e volume, diminuindo o tempo de
concentração e a retenção de água no sistema, com isso diminui a percolação de água que
alimenta o fluxo de base, responsável por manter o fluxo hídrico as cessarem as chuvas.
O uso agrícola levado a efeito através das culturas temporárias é outro fator a ser
analisado, por ocupar grande percentual da área e ser responsável direto pela carga de
sedimentos que chega aos canais (Figura 23).
61
Figura 23 - Área agrícola ocupada com cultura temporária (plantio de soja). Foto: Ordilei Aparecido
Gaspar de Melo - 2010
A pastagem (Figura 24) tem um papel secundário, sendo voltada na maioria das vezes
ao abastecimento de leite e carne para as próprias propriedades rurais. Estas áreas são
ocupadas de forma pouco densa com número reduzido de animais por área.
Figura 24 – Pequena área de pastagem no setor sul da bacia (compartimento CI), ao fundo plantio de
soja e conjunto habitacional. Foto: Ordilei Aparecido Gaspar de Melo - 2010
62
9.4 Carta hipsométrica
A análise altimétrica é um instrumento importante, pois oferece uma primeira
aproximação para o entendimento da bacia hidrográfica, identificando os setores de maiores e
menores altitudes. Douhi (2003), diz que através desta análise, é possível a identificação de
algumas características morfológicas, tais como: planícies de deposição, vales encaixados,
topos, áreas de erosão, entre outras.
O município de Assis Chateaubriand está localizado na região fisiográfica, que, Maack
(1981) denomina de Terceiro Planalto Paranaense, apresentando cotas altimétricas pouco
elevadas, predominando as cotas de 340 a 540m e relevo de declividades pouco acentuadas.
Com altitude média de 440m acima do nível do mar, o relevo de Assis Chateaubriand
tem sua cota máxima de 573m, localizada nas cabeceiras do rio Peixe, ao sul do município. A
cota mais baixa possui altitudes em torno de 256m, localizada no extremo noroeste, junto às
margens do rio Piquiri. A distribuição do relevo ao longo do território é representada por
cerca de 80% de áreas planas ou suavemente onduladas, e 20% de áreas de média à alta
declividade, com desníveis de até 100m ao longo dos vales (MINEROPAR, 2006).
Inserida no setor norte do município a área de estudo possui uma variação altimétrica
de 180 metros, considerando que o ponto mais elevado está localizado a 440m e o mais baixo
a 260m. Os pontos mais elevados se localizam no setor E e S/SE da bacia, e seguindo à
jusante até a confluência com o rio Piquiri, onde estão localizados os pontos mais baixos, com
média de 265m. A área com cota inferior a 300m ocupa apenas uma pequena parcela da bacia,
cerca de 8,74% da área, sendo que nos divisores intermediários predominam altitudes que
variam entre 340 e 380m. Os topos que correspondem aos níveis topográficos superiores dos
divisores principais, apresentam altitudes acima de 380m.
A porção oeste da bacia possui um relevo mais plano, com cotas que vão de 360 a
260m com tendência à suavização, evidenciando-se numa zona de relevo com baixa
declividade. Quantitativamente a bacia do rio Baiano tem a maioria de suas áreas
compreendidas entre as altitudes de 340 a 360m que corresponde a 21,1% do total da área,
sendo que estas altitudes são encontradas principalmente na parte central e oeste da bacia. A
altitude que apresenta menor área de abrangência é a compreendida pela classe >420m; com
apenas 0,72% da área da bacia, podendo ser encontrada num topo isolado no setor leste da
bacia.
A análise da carta hipsométrica mostra que não há obstáculos que impeçam a
ocupação, tanto urbana quanto rural, pois não existem grandes elevações que dificultariam
63
construções ou atividades agrícolas, no entanto, apenas esse dado o é capaz de apresentar
resultados finais quanto à degradação do meio sico da área em questão, nem tampouco o
grau de fragilidade dos terrenos. A carta hipsométrica (Figura 25), pode ser importante
quando utilizada de forma integrada em estudos de uso e ocupação do solo, pois a associação
dos elementos do meio físico como relevo, solo, substrato rochoso, clima e vegetação
possibilitam melhor análise da ocupação e das atividades humanas às quais os ambientes são
submetidos. A área compreendida por cada classe de altitude está expressa no quadro 12.
Classe de altitude (m)
Área ocupada em Km²
260-280 2,4467
280-300 3,6355
300-320 7,2674
320-340 11,0037
340-360 14,7239
360-380 14,4274
380-400 11,1463
400-420 4,6439
>420 0,4892
Total 69,784
Quadro 12 - Área ocupada pelas classes de altitude na bacia do rio Baiano
64
Figura 25 - Carta hipsométrica da bacia hidrográfica do rio Baiano
65
9.5 Carta Geomorfológica
A área em estudo está inserida na unidade estrutural da Bacia Sedimentar do Paraná na
subdivisão do Planalto paranaense. Apresenta estrutura Geológica constituída por rochas
magmáticas da Formação Serra Geral do Grupo São Bento Juro-Cretáceo” (MINEROPAR,
2006).
Para a representação goemorfológica (Figura 26) optou-se pelo 5º xon da
metodologia proposta por Ross (1992) na qual as formas do relevo são estudadas de forma
individualizada nas vertentes. A representão corresponde à combinação de letras maiúsculas
e minúsculas que representam os setores das vertentes e sua morfologia.
Vertentes retilíneas (Vr): predominam em toda a área, principalmente na parte central
e sudeste da bacia. São as formas dominantes na vertente direita da bacia e ocupam
segmentos de média alta a baixa vertente compreendendo 60,14% da área. Apresentam
em sua maioria, caráter planar das linhas de fluxo. Neste segmento o relevo é pouco
dissecado e a declividade varia de 0 a 27% da média-alta para baixa vertente. Os solos
são formados predominantemente por Cambissolos e o Latossolos, podendo ser
encontrado o Gleissolo em áreas onde a drenagem é deficiente.
Vertentes convexas (Vc): o formas de relevo restritas à parte oeste da bacia do rio
Baiano e representam principalmente segmentos intermediários da alta para média
vertente, essa morfologia não se mantém ao longo de toda vertente, transicionando na
baixa vertente para retilínea, ocupam cerca de 7,3% da área. Predominam nesta
unidade os processos morfogenéticos influenciados pela ação erosiva. A declividade
varia entre 0 e 12% e condiciona o desenvolvimento de solos com predomínio dos
Latossolos e Nitossolos.
Vertentes ncavas (Vcc): estas formas são restritas à parte norte da bacia,
basicamente na vertente direita cobrindo uma área de apenas 0,6% da área. As
unidades ncavas associadas a ambientes climáticos úmidos favorecem a
concentração de umidade e, consequentemente, aceleram os processos pedogenéticos.
Na porção norte da bacia os segmentos ncavos ocupam posições de baixa vertente e
apresentam declividade que varia entre 9 e 20%. Os solos predominantes são o
Nitossolos.
Topo convexo (Tc): são porções do relevo que ocupam uma pequena área da bacia,
cerca de 14,77% e resistem à ação do desgaste efetuado pelos processos erosivos se
66
mantendo numa posição mais elevada nos divisores principais e interflúvios. Essa
diferenciação do desgaste ocorre através da erosão diferencial da rocha. A declividade
varia entre 0 e 3% e predomina o Latossolo.
Topos Planos (Tp): são formas de relevo mais amplas e estão presentes nos divisores
principais da bacia do rio Baiano, porém ocupam áreas pouco expressivas não
ultrapassando 1,19% do total. Apresentam baixa declividade entre 0 e 3% e solos bem
espessos com predomínio do Latossolo.
Fundo de vale em V” compreende 16% da área da bacia, ocupando as áreas
entalhadas pelos eixos de drenagem. A área ocupada por cada classe de morfologia do
relevo da bacia do rio Baiano pode ser visualizada no quadro 13.
Morfologia
Área ocupada em Km²
Tc- Topo convexo 10,3090
Tp- Topo plano 0,8330
Vc- Vertente Convexa 5,0920
Vcc- Vertente côncava 0,4114
Vr- Vertente retilínea 41,97
Fundo de vale em “V” 11,190
Total 69,784
Quadro 13 - Área ocupada pelas classes de morfologia do terreno na bacia do rio Baiano
67
Figura 26 - Carta geomorfogica da bacia hidrográfica do rio Baiano
68
9.6 Processos Morfodinâmicos Atuais
A bacia do rio Baiano tem a grande maioria de sua área ocupada por atividades
agrícolas, cabe aqui ressaltar que as intervenções antrópicas devem ser abordadas como
ações, que, sobre o ambiente, modificam ou mesmo recriam formas de relevo. Essas
modificações do relevo correspondem ao sexto táxon da classificação proposta por Ross
(1992) e englobam as formas menores produzidas pelos processos morfogenéticos atuais e
quase sempre induzidas pela ação humana como as voçorocas, ravinas, cicatrizes de
deslizamentos, terracetes de pisoteio do gado, cortes para estradas, aterros, entre outros.
Por se tratar de uma área predominantemente agrícola, o manejo dos cultivos tem
grandes reflexos sobre a conservação do solo, como também pode condicionar o
aparecimento de alguns processos erosivos. Nos compartimentos CI e CII, mesmo em áreas
de baixa declividade, sob cultura temporária (soja, trigo ou milho), foi verificada a presença
de processos erosivos lineares com o desenvolvimento ravinas (Figura 27). A erosão linear é
causada pelo fluxo concentrado das águas pluviais, por isso é um processo agressivo que
deixa traços acentuados de sua ação. Em área de pastagem do compartimento CI foi
observado o processo de erosão laminar, que resulta da remoção relativamente uniforme dos
horizontes superficiais do solo, por ser menos notável, este processo provoca graves
problemas quando não é contido.
Figura 27 – Fotografias mostrando processos erosivos atuais: 1 – ravina em área de baixa
declividade; 2 – eroo laminar em área de pastagem próximo ao rio Baiano. Foto: Ordilei Aparecido
Gaspar de Melo - 2010
69
Ainda no compartimento CI, nota-se na área urbana, localizada no setor sul da bacia,
que a impermeabilização do solo desencadeia diversas formas de degradação nos canais,
devido à velocidade e volume das águas captadas pelas galerias pluviais que chegam as
calhas dos rios.
No compartimento CIII foi verificada a presença de cicatrizes provenientes da
exploração de basalto (Figura 28). Nessa área, onde há uma faixa de solos rasos, fica
evidente a intervenção antrópica, modificando as formas de relevo local. A exposição das
rochas e o possível rompimento do lençol freático tornam esse ambiente mais susceptível a
problemas ambientais.
Figura 28 – Fotografias mostrando a exploração de basalto: 1 – exploração de cascalho; 2 – pedreira
desativada, paredão vertical de exploração de basalto. Foto: Ordilei Aparecido Gaspar de Melo -
2010
De maneira geral pode-se admitir que, as características morfológicas associadas às
intervenções antrópicas vêm alterando a dinâmica natural da área de estudo, contribuindo na
intensificão do escoamento concentrado e difuso, dos processos erosivos e de
assoreamento dos leitos fluviais.
9.7 Carta de declividade
O escoamento superficial do terreno, é um processo natural, que, associado a
extensão do comprimento de rampa e ao grau de declividade das vertentes pode ser fator
determinante na fragilidade dos terrenos frente aos processos erosivos. Para Bigarella e
Mazuchowski (1985), o escoamento superficial desempenha um papel decisivo no
70
mecanismo erosivo e a intensidade do fenômeno depende da velocidade, isto é, onde as
vertentes são mais íngremes podem acentuar a velocidade do escoamento. Desta forma,
Cunha (1995) diz que uma encosta com baixa declividade e comprimento de rampa, também
pode ser vulnerável aos processos de erosão quando submetida a uma grande vazão de
escoamento de águas superficiais, esse fator pode ocorrer dependendo das características de
uso da área.
Para esta análise optou-se por seis classes de declividade, levando em conta que na
área de estudo prevalecem as baixas declividades, as classes foram divididas da seguinte
forma: 0-3%, 3-6%, 6-9%, 9-12%, 12-20% e de 20-30%.
Depois de analisadas as declividades da bacia do rio Baiano (Figura 29) pôde-se
constatar que:
A classe com declividades menores que 3% abrangem uma área de cerca de 22,1 km²
e é encontrada ao longo de toda a área, principalmente no vale do canal principal e no topo
dos interflúvios, onde dominam os Latossolos em vertentes levemente convexas.
A classe de declividade entre 3 a 6% impera em toda bacia, podendo ser encontrada
na baixa vertente próximo aos canais de drenagem, por vezes associadas às rupturas de
declive.
A classe compreendida pelas classes de declividade de 6 a 9% são verificadas ao
longo dos canais de drenagem. A classe de 9-12% pode ser encontrada ao longo das
drenagens e na média vertente. A classe compreendida entre 12-20% desenvolve-se por
vezes associadas às áreas de ruptura de declive. A classe de declividade de 20-30%
compreende a menor área dentre as classes elencadas para este estudo, cerca de 0,0641 km²,
podendo ser encontradas de forma isolada no setor norte da bacia, associadas a cabeceiras de
drenagem de pequenos afluentes do rio Baiano ou área de rupturas de declive dominadas por
Cambissolos. A área ocupada por cada classe de declividade pode ser visualizada no quadro
14.
Classe de declividade em % Área ocupada em K
0-3 22,0873
3-6 21,4326
6-9 18,6887
9-12 5,6651
12-20 1,8462
20-30 0,0641
Total 69,784
Quadro 14 - Área ocupada pelas classes de declividade na bacia do rio Baiano
71
Figura 29 - Carta de classes de declividade da bacia hidrográfica do rio Baiano
72
10. VULNERABILIDADE AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIO BAIANO
10.1 Carta de classes de fragilidade ambiental com base na proposta de Crepani et al (1996)
Os temas selecionados para a construção da carta de fragilidade ambiental da bacia
hidrográfica do rio Baiano (Figura 30), como já mencionado na metodologia foram:
1) – Geologia;
2) – Classes de declividade;
3) – Graus de proteção exercidos pela vegetação;
4) – Clima;
5) – Tipos de solo.
Foram consideradas para este estudo as classes hierárquicas de fragilidade de muito
baixa a muito forte, atribuídas às variáveis, porém quando realizada a análise integrada dos
temas selecionados, a síntese resultou em quatro classes:
a) Muito baixa, representada pela cor verde;
b) Baixa, representada pela cor amarela;
c) Média, representada pela cor laranja;
d) Forte, representada pela cor vermelha.
A cor verde representa as classes de fragilidade muito baixas, que ocorrem nos três
compartimentos da bacia, devido à baixa declividade das vertentes e aos tipos de solo,
principalmente Nitossolos Vermelhos, essas áreas são menos propensas a riscos potenciais ou
emergentes. O uso do solo nessas áreas, formado por fragmentos de floresta em sua maioria
também foi determinante para os resultados alcançados. Essa classe ocorre principalmente no
vale do rio Baiano e de seus afluentes e também no setor sul da bacia.
A classe de fragilidade baixa (cor amarela) abrange áreas de declividade mais
acentuadas que a classes muito baixa, variando de 0 a 9% em sua maioria, os solos
predominantes são os Latossolos Vemelhos de textura argilosa, o uso do solo engloba áreas
de cultura temporária, além da malha urbana.
A área classificada como de risco médio (cor laranja) é mais expressiva no
compartimento CII, influenciada pela maior dissecação do relevo, revelando declividades que
variam de 9 a 12%, chegando em alguns pontos a aproximadamente 20%, com vertentes de
comprimento de rampa menos extensos e interflúvios mais curtos, os solos predominantes são
Nitossolos Vermelhos e o uso do solo caracteriza-se por culturas temporárias. Assim, no
73
cruzamento das informações, o maior peso das classes de declividade e das culturas
temporárias predominantes, confirmou fragilidade ambiental média para essa área. Como
pode-se observar na carta de fragilidade ambiental da bacia do rio Baiano (figura 30) a classe
de fragilidade média abriga algumas descontinuidades, representadas por áreas pontuais de
maior estabilidade.
As classes consideradas de risco forte, representadas na carta com a cor vermelha, são
áreas pontuais nos compartimentos CI e CIII, onde a declividade das vertentes passa dos 20%,
os solos são formados por Gleissolos ou solos pouco espessos como Cambissolos, neste caso
o uso do solo também influi de maneira significativa, principalmente no compartimento CIII,
onde localizam-se cicatrizes de exploração de cascalho e basalto. Desta forma, a declividade,
os tipos de solo e o uso do solo configuram-se nas variáveis preponderantes para a
delimitação dessa classe, além dos temas, clima e geologia que têm o mesmo peso para toda a
bacia.
A caracterização da área de estudo, aliada aos produtos cartográficos temáticos
básicos, permitiram a identificação da fragilidade ambiental potencial e emergente,
apresentadas pelas características físicas e de uso e ocupação da bacia, demonstrando a
importância da análise conjunta dos componentes da paisagem.
Diante do acima exposto, observam-se áreas que merecem especial atenção por se
tratarem de áreas mais vulneráveis aos processos erosivos, possuindo relevo mais dissecado,
solos pouco espessos ou muito friáveis, áreas onde o uso do solo não favorece a sua proteção
ou onde os processos atuais são movidos por intervenções antrópicas muito agressivas como
no caso das pedreiras existentes na bacia.
74
Figura 30 - Carta de classes de fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do rio Baiano com base na proposta de Crepani et al (1996)
75
10.2 Carta de classes de fragilidade ambiental com base na proposta de Ross (1994)
Para a elaboração desta carta (Figura 31) foi considerada a correlação entre quatro
variáveis:
* Classes de declividade – categoria hierárquicas de muito fraca (1) a forte (4);
* Solos – categorias hierquicas de muito fraca (1) a muito forte (5);
* Cobertura vegetal – índice de proteção muito alto (1) a baixo (4);
* Pluviosidade – categoria hierárquica (2).
A cor verde representa as classes de fragilidade muito baixas, que ocorrem nos três
compartimentos da bacia, principalmente no compartimento CI, resultante da combinação dos
algarismos 1242, 1132, 1142, 1112, 1542, denotando a baixa declividade das vertentes (0-
6%). Os solos são constituídos principalmente Latossolos Vermelhos e Nitossolos Vermelhos.
Essas áreas são menos propensas a riscos potenciais ou emergentes. A proteção do solo
exercida pela vegetação é média a baixa, ou seja, áreas ocupadas por culturas temporárias e
urbanização.
A classe de fragilidade baixa (cor amarela) é predominante no compartimento CII,
resultando da combinação 2142 e 2242, abrangendo áreas de declividade mais acentuadas,
variando de 6 a 12%, os solos predominantes são os Nitossolos Vemelhos de textura argilosa,
a cobertura vegetal é composta por culturas temporárias.
A área classificada como de risco médio (cor laranja), resulta da combinação 3132,
3212, 3242, 3442, e é mais expressiva nos compartimentos CII e CIII, influenciada pela maior
dissecação do relevo, revelando declividades que variam de 12 a 20%, com vertentes de
comprimento de rampa menos extensos e interflúvios mais curtos, os solos predominantes são
Nitossolos Vermelhos, ocorrendo também Cambissolos e Latossolos Vermelhos, culturas
temporárias caracterizam a cobertura vegetal.
As classes consideradas de risco forte, representadas na carta com a cor vermelha, são
áreas pontuais nos três compartimentos, áreas com índice 4242, 4342, como uma cabeceira de
drenagem localizada na área urbana no compartimento CI, locais onde a declividade das
vertentes varia de 20 a 30%, os solos são formados por Gleissolos ou solos pouco espessos
como Cambissolos, neste caso o uso do solo também influi de maneira significativa,
principalmente no compartimento CIII, onde localizam-se cicatrizes de exploração de
cascalho e basalto. A declividade, os tipos de solo e o uso do solo configuram-se nas variáveis
76
preponderantes para a delimitação de todas as classes, pois, o clima (intensidade
pluviométrica) tem o mesmo peso para toda a bacia.
Diante do acima exposto, observa-se uma indicação de áreas que merecem especial
atenção por se tratarem de áreas mais vulneráveis aos processos erosivos, possuindo relevo
mais dissecado, solos pouco espessos ou muito friáveis, áreas onde o uso do solo não favorece
a sua proteção ou onde os processos atuais são movidos por intervenções antrópicas muito
agressivas como no caso das pedreiras existentes na bacia.
Assim, no cruzamento das informações, a forma como os dados foram modelados e o
maior peso das classes de declividade, confirmaram a predominância de fragilidade ambiental
muito baixa para a área, visto que a declividade da área, principal varvel proposta na
metodologia de Ross (1994), é, em sua maioria composta por classes muito baixas.
77
Figura 31 - Carta de fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do rio Baiano com base na proposta de Ross (1994)
78
10.3 Carta de classes de fragilidade ambiental adaptada da proposta de Ross (1994)
Para a elaboração desta carta foi considerada a correlação entre três variáveis:
* Classes de declividade – categoria hierárquicas de muito fraca (1) a forte (4);
* Solos – categorias hierquicas de muito fraca (1) a muito forte (5);
* Cobertura vegetal/uso do soloíndice de proteção muito alto (1) a baixo (4);
A cor verde representa as classes de fragilidade muito baixas, que ocorrem nos três
compartimentos da bacia, principalmente no compartimento CI, indicando a baixa declividade
das vertentes (0-6%), os solos são constituídos principalmente por Nitossolos Vermelhos. A
proteção do solo exercida pela vegetação é alta, ou seja, áreas ocupadas por floresta.
A classe de fragilidade baixa (cor amarela) ocorre nos três compartimentos,
principalmente associadas aos topos das vertentes, abrangendo áreas de baixa declividade,
variando de 0 a 3%, os solos predominantes são os Latossolos Vemelhos de textura argilosa, a
cobertura vegetal é composta por culturas temporárias.
A área classificada como de risco médio (cor laranja) é a mais expressiva nos três
compartimentos, influenciada pela maior dissecação do relevo, revelando declividades que
variam de 0 a 12%, com vertentes de comprimento de rampa menos extensos e interflúvios
mais curtos, os solos predominantes são Nitossolos Vermelhos, culturas temporárias
caracterizam a cobertura vegetal.
As classes consideradas de risco forte, representadas na carta com a cor vermelha, são
áreas pontuais nos três compartimentos, locais onde a declividade das vertentes varia de 12 a
20%, onde predominam Nitossolos Vermelhos e a cobertura vegetal é composta por culturas
temporárias.
As classes consideradas de risco muito forte (cor marrom) são áreas onde os solos
apresentam-se muito friáveis, como Gleissolos ou solos pouco espessos como Cambissolos,
neste caso o uso do solo também influi de maneira significativa, principalmente no
compartimento CIII, onde localizam-se cicatrizes de exploração de basalto como
mencionado. No compartimento CI, também foi atribuído alto risco para uma cabeceira de
drenagem localizada na área urbana e uma área de influência do fluxo concentrado de águas
pluviais que provoca uma agressiva feição erosiva (Figura 32).
79
Figura 32 – Fotografias mostrando áreas de fragilidade ambiental muito alta: 1 – cabeceira de
drenagem próximo a área urbana; 2 e 3 – voçoroca provocada pelo fluxo concentrado de águas
pluviais provenientes da área urbana; 4 – área de solos rasos, utilizada para exploração de basalto.
Foto: Ordilei Aparecido Gaspar de Melo - 2010
Este modelo é resultado do cruzamento dos temas cobertura vegetal/uso do solo,
declividade e solos, os dados foram modelados de modo que as atividades humanas
assumissem maior peso, confirmando a predominância de fragilidade ambiental média para a
área, visto que a declividade, principal variável proposta na metodologia, foi substituída em
importância pela variável cobertura vegetal/uso do solo, que, para a área em particular
influencia a maior ou menor fragilidade potencial e emergente (Figura 33).
80
Figura 33 – Carta de fragilidade da bacia hidrográfica do rio Baiano com apoio na cobertura vegetal/uso do solo
81
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em relação aos modelos de fragilidade ambiental, estes foram muito importantes para
comparar a eficácia da modelagem de dados no apontamento das reais condões ambientais
da área de estudo.
Quanto ao uso e ocupação do solo, foram identificadas poucas variações na bacia,
apresentando áreas de culturas temporárias, fragmentos de floresta, poucas áreas de pastagem,
além de parte da malha urbana do município. O uso do solo pouco diversificado, onde
predominam áreas agrícolas vem a confirmar a vocação econômica local.
No que se refere à Geomorfologia, predominam na bacia vertentes retilíneas, com
altitudes que variam entre 260 a 440m. As maiores declividades são verificadas
principalmente no compartimento CIII. A forma da bacia, retangular, confere um baixo risco
de alagamentos. A alta densidade de drenagem contribui para que as águas pluviais não
realizem grandes percursos nas vertentes, minimizando assim sua ação quanto agente erosivo.
A média pluviométrica do período estudado jan/1998 a dez/2009, apresentou uma dia de
1933,2 mm/ano, evidenciando um regime bastante chuvoso para a região.
Nesta pesquisa foi possível realizar uma avaliação das características físicas e de uso e
ocupação do solo da bacia hidrográfica do rio Baiano, e os resultados dessa interação. A
avaliação dos modelos de fragilidade ambiental implica em compreender qualitativa e
quantitativamente a relação entre as variáveis ambientais e socioeconômicas e a realidade de
campo. Assim, a aplicação de três modelos de análise foram propostos:
O primeiro modelo adotado trata-se das Unidades Territoriais sicas que sintetiza o
resultado numa carta, onde todas as variáveis determinam a maior ou menor fragilidade
potencial e emergente da área, isso ocorre durante a interrelação e mediação das mesmas, ou
seja, utilização da média aritmética entre as variáveis. Desta forma assume-se que todas as
variáveis teriam a mesma importância, resultando assim numa maior coerência com a
realidade, porém, se numa determinada área uma das variáveis estiver influenciando mais
significativamente o estado de equilíbrio/desequilíbrio dinâmico, esta não terá um peso maior
“encobrindo” assim os resultados.
O segundo modelo empregado foi a análise empírica da fragilidade, este, por sua vez
aponta a fragilidade ambiental dos ambientes naturais e antropizados através da combinação
de quatro variáveis, relevo, solos, cobertura vegetal/uso do solo e clima (pluviosidade), onde o
peso da primeira varvel determina a fragilidade, enquanto que as demais seriam um
complemento para precisar o estágio de estabilidade/instabilidade. Neste caso, a fragilidade é
82
indicada do ponto de vista natural, devido principalmente às condições de relevo, aqui
representado pela declividade. Segundo este modelo, as atividades econômicas básicas
perdem importância como agente transformador do ambiente, pois mesmo em área de baixas
declividades da bacia ocorrência de ravinas e voçorocas resultantes da falta de
planejamento urbano. Assim, mesmo que a área tenha solos muito friáveis como Gleissolos,
por exemplo, e a cobertura vegetal não favoreça a sua proteção, mas se o relevo for pouco
dissecado, esta, será considerada de fragilidade muito baixa ou baixa.
A forma da modelagem dos dados para a obtenção dos graus de fragilidade reflete-se
nas diferentes maneiras de ponderar a importância das variáveis selecionadas. É preciso
salientar que os procedimentos operacionais podem o reproduzir fielmente a realidade de
campo, pois a fragilidade não depende de apenas uma variável, mas de um conjunto. Em
linhas gerais, quer dizer que super-valorizar o tema relevo (1° variável) pode atenuar a
vulnerabilidade quando se trata de áreas com relevo pouco declivoso, mesmo se as outras
variáveis (solo, cobertura vegetal/uso do solo, clima) apresentarem-se instáveis.
O terceiro modelo empregado foi adaptado do segundo a partir da combinação de três
variáveis, cobertura vegetal/uso do solo, declividade e solos, onde o peso da primeira variável
determina a fragilidade, enquanto que as demais seriam um complemento para precisar o
estágio de estabilidade/instabilidade. Neste caso, a fragilidade é indicada com base nas
condições de cobertura vegetal/uso do solo. Assim a modelagem de dados mostrou-se a mais
compatível com a área em particular, pois a maioria dos impactos sobre a estabilidade do
meio físico derivam de atividades humanas.
Quanto à degradação ambiental, os impactos mais sensíveis são de ordem ocupacional
(fluxo concentrado das águas pluviais, cortes para exploração de basalto) e medidas
administrativas ainda precisam ser tomadas (necessidade de obras e manutenção e contenção,
legislação e fiscalização).
Buscou-se nesta pesquisa, assimilar modelos de avaliação da fragilidade ambiental
para o reconhecimento da dinâmica ambiental local. Desta forma, depois de analisados os três
modelos propostos, podemos deduzir que, optar por modelos geomatemáticos prontos nem
sempre contemplam a realidade local, podendo criar distorções do resultado que se espera.
O terceiro modelo adaptado da metodologia de Ross, (1994) apresentou como
resultado uma maior compatibilidade, revelando os agentes que realmente provocam
modificações das condições ambientais. Este modelo é aplicável a esta área de pesquisa em
particular, para aplicação em outras áreas será necessário um reconhecimento prévio dos
elementos físicos e de uso e ocupação do solo, além de reconhecimentos de campo.
83
12 REFERÊNCIAS
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