regras intuitivas que o especialista utiliza para resolver os problemas, e sua aplicação
possibilita, de uma maneira mais econômica, a obtenção de soluções aceitáveis, embora
nem sempre ótimas (CUNHA, 1995).
Para que um sistema especialista seja uma ferramenta eficaz, as pessoas deverão ser
capazes de interagir com o mesmo facilmente. Para facilitar esta interação, é importante
que um sistema especialista, além da capacidade de realizar a sua tarefa, tenha as duas
habilidades seguintes (RICH, 1988):
- A explicação do seu raciocínio. Em muitos dos domínios onde os sistemas
especialistas operam, as pessoas não aceitarão resultados a menos que estejam convencidas
da precisão do processo de raciocínio que produziu esses resultados. Isto é particularmente
verdadeiro, por exemplo, na medicina, pois o médico terá a responsabilidade final pelo
diagnóstico, mesmo quando este for alcançado com considerável auxílio de um programa.
Assim, é importante que o processo de raciocínio utilizado nesses programas possua passos
compreensíveis e que o meta-conhecimento (conhecimento a respeito do processo de
raciocínio) suficiente esteja disponível, para que as explicações desses passos possam ser
geradas.
- A aquisição de conhecimento. Como os sistemas especialistas derivam seu poder
da riqueza das bases de conhecimento que exploram, é extremamente importante que essas
bases sejam tão completas e precisas quanto possível. Muitas vezes, entretanto, não existe
nenhuma codificação padrão desse conhecimento; ou seja, ele só existe dentro da cabeça
do especialista humano. Assim, a única maneira de levar este conhecimento para o
programa será pela interação com o especialista humano.
O processo de construção de um SE é freqüentemente chamado de Engenharia de
Conhecimento (EC). Tipicamente envolve uma forma especial de interação entre o
construtor do SE, chamado Engenheiro de Conhecimento, e um ou mais especialistas em
alguma área. O Engenheiro de Conhecimento “extrai” dos especialistas seus
procedimentos, estratégias e regras práticas para a solução de problemas e reconstrói este
conhecimento em um SE, como mostra a Figura 1.1. O resultado é um programa que
soluciona problemas à maneira dos especialistas humanos (WATERMAN, 1986).