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constellatus, S. intermedius e S. anginosus) (Sakaguchi et al., 1997; Storoe et al., 2001;
Sennes et al., 2002; Flynn, 2004; Uluibau et al., 2005; Boscolo-Rizzo et al., 2006; Flynn et
al., 2006b; Rega et al., 2006; Seppänen et al., 2008). O Streptococcus milleri também é um
microorganismo de alta virulência que pode causar infecções supurativas graves. A
combinação da Fusobacteria e do S. milleri parece ter papel relevante nas infecções de
espaços lateral da faringe e retrofaríngeo (Peterson, 1993).
Estudos que avaliaram pacientes com infecções maxilo-faciais e infecções cervicais
profundas demonstraram que os principais microorganismos obtidos nas culturas foram
Streptococos viridans (Sakamoto et al., 2000; Tung-Yiu et al., 2000; Sennes et al., 2002; Rega
et al., 2006; Huang et al., 2005; Kim et al., 2007; Seppänen et al., 2008), Prevotella,
Fusobacterium (Sakamoto et al., 2000; Tung-Yiu et al., 2000; Boyanova et al., 2006;
Seppänen et al., 2008) e Peptostreptococos (Sakamoto et al., 2000; Tung-Yiu et al., 2000;
Huang et al., 2008), constituintes regulares da microbiota bacteriana bucal. É importante
salientar que esses trabalhos avaliaram infecções maxilo-faciais e cervicais de causa
predominantemente odontogênicas. Por outro lado, trabalhos que avaliaram infecções de
vias aéreas superiores, com menor prevalência de causas odontogênicas, tiveram predomínio
de Stafilococos, dentre eles o Stafilococos aureus como principal microorganismo isolado,
não pertencente à microbiota bucal (Boscolo-Rizzo et al., 2006; Agarwal et al., 2007; Suehara
et al., 2008). Complementado estes dados, Scutari e Dodson (1996) encontraram diferenças
em culturas bacterianas de infecções maxilo-faciais em terço superior e inferior de face em
adultos e crianças. Como o maior número de infecções no terço médio tinha origem não-
odontogênica (sinusal, traumática e outros), houve predomínio de Stafilococos (aureus e
epidermidis). Em terço-inferior da face, a principal causa das infecções foi odontogênica e por
isso, os microorganismos obtidos em culturas eram comuns à microbiota bucal, seguidos dos
Stafilococos epidermidis e Streptococos B-hemolíticos do grupo F.
Ainda na perspectiva etiopatogênica, vários estudos têm demonstrado que a principal
patogênese das infecções maxilo-faciais e cervicais profundas está associada à difusão de
processos infecciosos que ocorrem nos segundos e terceiros molares mandibulares, devido à
proximidade desses dentes com o espaço parafaríngeo e lateral da faringe (Sugata et al., 1997;
Flynn et al., 2006b; Agarwal et al., 2007). Nesses casos, freqüentemente há comprometimento
dos espaços submandibular, mastigatório e parafaríngeo, causando trismo, dor, disfagia e
alteração de voz (Pynn et al., 1995; Schuknecht et al., 2008). A difusão e gravidade da
infecção disseminada nesses espaços estão bem caracterizadas no trabalho de Cai et. al.