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objetos arquitetônicos ligados por relações espaciais. Esta relação espacial é alcançada por
meio dos elementos morfológicos.
Os elementos morfológicos podem ser: o lote, o quarteirão, a rua e a praça (DEL RIO,1990).
Todavia, Lamas (2004) os sistematizou de modo mais detalhado, afirmando que estes podem
ser: a edificação, o lote, o quarteirão, a fachada, o logradouro, o traçado (rua), a praça, o
monumento, a vegetação, e o mobiliário urbano.
Portanto, a rua, um elemento morfológico carregado de símbolos, pode ser considerada
também como pano de fundo de determinado cenário, revelando imagens ao longo de seu
percurso. Ela também pode ser considerada o esqueleto da cidade, pois dá acesso a moradias e
liga-se a outras vias (JANUZZI, 2006; GUIMARÂES, 2004).
As ruas sempre foram entendidas como meio de ligação, ou seja, conectavam espaços
privados e pontos coletivos (REIS FILHO, 1968).
As ruas e a topografia podem ser elementos delimitadores do desenho adotado pelos
quarteirões, pois a forma do quarteirão vai depender do tipo de malha urbana adotada no
projeto do desenho da cidade (LAMAS, 2004). O quarteirão está ligado ao processo de
traçado urbano e divisão fundiária, sendo definido por Lamas (2004) como “espaço
delimitado pelo cruzamento de três ou mais vias e subdivisível em parcelas de cadastro (lotes)
para construção de edifícios” (LAMAS, 2004, p.88). Ou seja, é uma unidade morfológica que
agrupa os edifícios no espaço delimitado pelo cruzamento das vias.
Do mesmo modo que a forma dos quarteirões caracteriza certas áreas na cidade, a praça
também o faz, pois é outro elemento marcante e característico de alguns traçados. A praça
pode ser definida como um espaço livre para lazer ou recreação e também ponto de
focalização urbanística, pois as arquiteturas mais significativas costumam se concentrar nela.
A praça é ainda um espaço físico com presença de mobiliário urbano, paisagismo e
arborização, e pode ter diversas funções, como entretenimento, melhoria da qualidade
ambiental e higiene mental (FERRARI, 2004; REIS FILHO, 1968; DE ANGELIS, 2002).
Mas, o que mais chama a atenção na morfologia de uma cidade é o tecido urbano e a trama
dos seus elementos morfológicos. Portanto, estes três elementos juntos (rua, quarteirão e
praça) começam a delinear a forma urbana. Além de compor os elementos que formam a
cidade, ainda podem ser importantes na estruturação, crescimento e desenvolvimento urbano.
A base da morfologia urbana está ligada à organização do tecido da cidade, e segue preceitos
que ela mesma trata de identificar (traçado urbano, edificações, e uso e ocupação do solo).