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Universidade Estadual de Maringá
Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas
Área de concentração: Biologia Celular e Molecular
FABIO APARECIDO CORDEIRO
NOVOS GENES DA GALACTOSE OXIDASE
DE ESPÉCIES DO COMPLEXO Gibberella
fujikuroi
Maringá
2009
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FABIO APARECIDO CORDEIRO
NOVOS GENES DA GALACTOSE OXIDASE
DE ESPÉCIES DO COMPLEXO Gibberella
fujikuroi
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Ciências
Biológicas (Área de Concentração -
Biologia Celular e Molecular) da
Universidade Estadual de Maringá,
para obtenção do grau de Mestre em
Ciências Biológicas.
Orientadora: Prof
a
. Dr
a
. Ione Parra
Barbosa-Tessmann
Maringá
2009
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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil)
Cordeiro, Fabio Aparecido
C794n Novos genes da galactose oxidase de espécies do complexo
Gibberella fujikuroi. / Fabio Aparecido Cordeiro. --
Maringá, 2009.
53 f. : il. color., figs., tabs.
Orientador : Prof. Dr. Ione Parra Barbosa- Tessmann.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de
Maringá, Departamento de Bioquímica, Programa de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, 2009.
1. Gibberella fujikuroi - Galactose oxidase. 2.
Galactose oxidase. 3. Galactose oxidase - Genes - Clonagem.
4. Fusarium verticillioides - Galactose oxidase. 5.
Fusarium subglutinans - Galactose oxidase. I. Barbosa-
Tessmann, Ione Parra, orient. II. Universidade Estadual de
Maringá. Departamento de Bioquímica. Programa de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas. III. Título.
CDD 21.ed. 572.829
BIOGRAFIA
Fabio Aparecido Cordeiro nasceu em Cruzeiro do Oeste-PR em 12 de novembro de
1982. Possui bacharelado em Ciências Biológicas com ênfase em biotecnologia e licenciatura
em Ciências Biológicas, ambos pela Universidade Paranaense (2006). Após a conclusão do
Mestrado na Universidade Estadual de Maringá, ele ingressará no Programa de Doutorado em
Bioquímica na Universidade Federal do Paraná, no qual já se encontra aceito.
DEDICATÓRIAS
Ao meu pai, que nunca mediu esforços para educar os filhos.
À minha mãe, que nunca esqueceu de mim em suas orações.
À minha avó Luzia, que com sua enorme força de vontade de viver nos contempla
com a alegria de sua companhia.
Às minhas irmãs Ana Paula e Ana Lúcia, pelo carinho recebido.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, que tornou possível toda a trajetória até aqui.
Meus sinceros agradecimentos à Drª. Ione Parra Barbosa Tessmann, que transcendeu
seu papel de orientadora, sendo também uma conselheira.
Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pela bolsa de estudos concedida, o que tornou possível o meu sonho de seguir a carreira
científica.
Agradeço também à Fundação Internacional para a Ciência (IFS International
Foundation for Science), da Suécia, e à Fundação Araucária (Secretaria de Estado da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior), do Estado do Paraná, pelo financiamento do projeto de
pesquisa.
APRESENTAÇÃO
Esta dissertação é composta de um artigo científico que descreve a clonagem e a
análise de dois novos genes da enzima galactose oxidase de duas espécies do complexo
Gibberella fujikuroi: Fusarium subglutinans e Fusarium verticillioides. Em consonância com
as regras do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas, o trabalho foi redigido
como um artigo científico, que será enviado para a revista Genetics and Molecular Biology.
Cordeiro, FA and Barbosa-Tessmann, IP (2009). New galactose oxidase genes from species
of the Gibberella fujikuroi complex. Genetics and Molecular Biology. A ser submetido.
SUMÁRIO
NOVOS GENES DA GALACTOSE OXIDASE DE ESPÉCIES DO COMPLEXO
Gibberella fujikuroi..................................................................................................12
RESUMO..................................................................................................................12
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13
2 MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................16
2.1 Material....................................................................................................................16
2.2 Programas de bioinformática.................................................................................17
2.3 Microrganismos e manutenção...............................................................................17
2.4 Caracterização morfológica e cultural dos isolados.............................................18
2.5 Cultivo dos microrganismos em meio líquido.......................................................18
2.6 Análise da atividade enzimática.............................................................................19
2.7 Extração do DNA.....................................................................................................19
2.8 Clonagem dos genes da galactose oxidase de F. subglutinans e de F.
verticillioides.............................................................................................................21
2.9 Análises das sequências obtidas .............................................................................25
2.10 Extração de RNA e RT-PCR..................................................................................26
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................27
3.1 Caracterização morfológica e cultural dos isolados .............................................27
3.2 Análise da atividade enzimática .............................................................................28
3.3 Clonagem dos genes da galactose oxidase de F. subglutinans e de F.
verticillioides .............................................................................................................28
3.4 Análises das sequências obtidas..............................................................................29
3.5 Análise de RT-PCR..................................................................................................33
4 CONCLUSÕES........................................................................................................33
5 AGRADECIMENTOS ............................................................................................34
REFERÊNCIAS.......................................................................................................34
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Produção de galactose oxidase...........................................................................42
TABELA 2 - Similaridade entre os genes clonados da galactose oxidase com genes da
galactose oxidase de Fusarium spp. encontrados em bancos de dados .............43
TABELA 3 - Similaridade entre as proteínas galactose oxidase derivadas dos genes
clonados com proteínas da galactose oxidase derivadas de genes
encontrados em bancos de dados .......................................................................44
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Desenho de iniciadores e amplificação de um fragmento do gene da
galactose oxidase de F. subglutinans. ….......................................................... 45
FIGURA 2 - Características culturais e morfológicas dos isolados........................................ 46
FIGURA 3 - Amplificação dos genes da galactose oxidase por PCR..................................... 47
FIGURA 4 - Alinhamento múltiplo da sequência de nucleotídeos dos genes clonados
com a sequência do gene gaoA da galactose oxidase de
F. austroamericanum......................................................................................... 48
FIGURA 5 - Relação entre genes da galactose oxidase de Fusarium spp. ............................ 49
FIGURA 6 - Mapa de restrição dos genes da galactose oxidase de G. moniliformis,
de F. subglutinans e de F. verticillioides........................................................... 50
FIGURA 7 - Alinhamento múltiplo da sequência de aminoácidos das proteínas
derivadas dos genes clonados com a sequência da proteína codificada
pelo gene gaoA de F. austroamericanum .......................................................... 51
FIGURA 8 - Estrutura tridimensional das proteínas ............................................................... 52
FIGURA 9 - Resultado da reação de RT-PCR........................................................................ 53
LISTA DE ABREVIAÇÕES
AN – Número de acesso no GenBank (“Acession number”).
BDA – Meio ágar batata dextrose.
CML – Coleção micológica de Lavras.
CTAB – Brometo de cetil trimetilamônio.
DNA – Ácido desoxirribonucléico.
EDTA – Ácido etilenodiamino tetra-acético.
EST – “Expressed sequences tags” – seqüências expressas.
ITS – Região interna e transcrita do gene do RNA ribossomal.
LB – Meio Luria Bertani.
min – Minuto(s).
ORF – Janela de leitura aberta (“open reading frame”).
pb – Pares de bases
PCR – Reação da polimerase em cadeia.
RNA – Ácido ribonucléico.
RT – Reação da transcriptase reversa.
RT-PCR – Reação da transcriptase reversa e reação da polimerase em cadeia.
seg – Segundo(s).
TAE – Tampão Tris-Acetato-EDTA.
TE – Tampão Tris-EDTA.
U – Unidades internacionais.
UnB – Universidade de Brasília.
UFC – Unidade Formadora de colônia.
RESUMO GERAL
Introdução: A galactose oxidase é uma metaloproteína de cobre que converte galactose para
um aldeído e é utilizada para dosagem de galactose, síntese de carboidratos e diagnóstico de
câncer. Ela é produzida principalmente por Fusarium austroamericanum, sendo seu gene
clonado deste microrganismo. Também é produzida por Fusarium acuminatum e por isolados
do complexo Gibberella fujikuroi, mas os genes da galactose oxidase destas espécies são
desconhecidos. Objetivos: Clonar, sequenciar e analisar o gene da galactose oxidase de
espécies do complexo G. fujikuroi. Métodos: Um alinhamento da sequência de genes da
galactose oxidase já clonados evidenciou uma região de alta identidade, que foi escolhida para
desenho de iniciadores de amplificação. Os iniciadores desenhados foram utilizados em uma
reação de PCR com o DNA genômico de Fusarium subglutinans para amplificar um
fragmento de DNA de 263 pb, o qual foi clonado e sequenciado. Uma análise de similaridade
usando este fragmento evidenciou uma sequência no genoma de Gibberella moniliformis
(Fusarium verticillioides), a qual corresponde a um gene com uma ORF de 679 resíduos de
aminoácidos. Iniciadores desenhados para amplificar toda a região codificante deste gene
foram utilizados em reações de PCR com o DNA genômico de F. verticillioides e de F.
subglutinans, duas espécies do complexo G. fujikuroi. Os fragmentos de DNA (2040 pb)
amplificados foram clonados e sequenciados e a sua transcrição endógena foi evidenciada por
RT-PCR. As sequências obtidas foram comparadas com sequências de outros genes da
galactose oxidase e uma árvore filogenética foi inferida. Resultados e Discussão: Os genes
clonados correspondem a genes da galactose oxidase de F. verticillioides e de F.
subglutinans. A árvore filogenética evidenciou a presença de três linhagens ortólogas de
genes da galactose oxidase em Fusarium spp. Conclusões: A clonagem desses novos genes
da galactose oxidase permitirá futuros estudos com as proteínas por eles codificadas, por meio
de expressão em sistemas recombinantes.
GENERAL ABSTRACT
Introduction: Galactose oxidase is a copper enzyme that converts galactose to an andehyde
and is used for galactose concentration estimation, carbohydrate synthesis, and cancer
diagnosis. It is produced mainly by Fusarium austroamericanum, being its gene already
cloned for this species. It is also produced by Fusarium acuminatum and by isolates of the
Gibberella fujikuroi complex, but the galactose oxidase genes from these species are
unknown. Objectives: To clone, sequence, and analyze the galactose oxidase gene from
species of the G. fujikuroi complex. Methods: An alignment performed with galactose
oxidase genes found in data banks has evidenced a region of high similarity that was chosen
for primer design. The designed primers were used in a PCR reaction with genomic DNA
from F. subglutinans to amplify a DNA fragment of 263 bp that was cloned and sequenced. A
similarity analysis using this fragment has evidenced a sequence in the Gibberella
moniliformis (Fusarium verticillioides) genome, which corresponds to a gene with an ORF of
679 amino acids residues. Primers were designed to amplify the entire coding region of this
gene and were used in PCR reactions with the genomic DNA of F. verticillioides and of F.
subglutinans, two species of the G. fujikuroi complex. The amplified fragments (2040 bp)
were cloned and sequenced and their endogenous transcription was evidenced by RT-PCR.
The obtained sequences were compared with sequences from other galactose oxidase coding
genes and a phylogenetic tree was inferred. Results and Discussion: The cloned genes
correspond to galactose oxidase genes from F. verticillioides and from F. subglutinans. The
phylogenetic tree evidenced three orthologous lineages of galactose oxidase genes in
Fusarium spp. Conclusions: The cloning of these new galactose oxidase coding genes will
allow future studies of the coded proteins through expression in recombinant systems.
NOVOS GENES DA GALACTOSE OXIDASE DE ESPÉCIES DO
COMPLEXO Gibberella fujikuroi
Cordeiro, F.A.
1
, Barbosa-Tessmann, I.P.
2
RESUMO
A galactose oxidase é uma metaloproteína monomérica que contém um átomo de cobre como
cofator e que converte galactose para um aldeído. Ela é utilizada para dosagem de galactose,
síntese de carboidratos e diagnóstico de câncer. Esta enzima é produzida principalmente por
Fusarium austroamericanum, uma espécie do complexo Fusarium graminearum, mas
também por Fusarium acuminatum e por isolados dos complexos F. graminearum e
Gibberella fujikuroi. O gene gaoA que codifica a enzima de F. austroamericanum foi
clonado, mas os genes desta enzima das outras espécies secretoras ainda não foram clonados.
Alguns problemas associados com a galactose oxidase de F. austroamericanum, tais como
alto ponto isoelétrico, baixa eficiência catalítica e dificuldade de purificação fazem com que
haja a procura de genes homólogos. Neste trabalho, foram clonados e sequenciados os genes
da galactose oxidase de duas espécies do complexo G. fujikuroi: Fusarium verticillioides e
Fusarium subglutinans. A transcrição endógena destes genes foi demonstrada por RT-PCR.
Uma árvore filogenética inferida pelo alinhamento dos genes clonados com outros genes da
galactose oxidase encontrados em bancos de dados revelou a presença de três linhagens
ortólogas de genes da galactose oxidase em Fusarium spp. Com a clonagem destes novos
genes da galactose oxidase, futuros estudos de expressão heteróloga poderão ser realizados.
1
Aluno de mestrado do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas – Biologia Celular e Molecular.
2
Professora Associada do Departamento de Bioquímica da Universidade Estadual de Maringá.
13
1 INTRODUÇÃO
A galactose oxidase (
D
-galactose: O
2
oxirredutase, E.C. 1.1.3.9) é uma metaloproteína
monomérica que contém um átomo de cobre como cofator. Esta enzima foi primeiramente
detectada no meio de crescimento de Polyporus circinatus (COOPER et al., 1958), o qual foi
isolado na região sul do Brasil. Nobles e Madhosingh (1963), porém, reidentificaram o fungo
como sendo Dactylium dendroides (depositado em coleções de cultura com os números
NRRL 2903 e ATCC 46032), um micoparasita do P. circinatus. Em seguida, o fungo
produtor de galactose oxidase foi reclassificado como Fusarium graminearum (ÖGEL et al.,
1994; NIESSEN E VOGEL, 1997; O’DONNELL et al., 2000). Com a organização do
complexo de espécies F. graminearum, este isolado foi reconhecido como linhagem 1 deste
complexo ou Fusarium austroamericanum (O’DONNELL et al., 2004). Além do F.
austroamericanum, outras poucas espécies de fungos filamentosos são relatadas como
capazes de produzir a galactose oxidase, entre elas: isolados do complexo Gibberella fujikuroi
(GANCEDO et al., 1967; AISAKA e TERADA, 1982); Fusarium moniliforme f. sp.
subglutinans (BARBOSA-TESSMANN et al., 2001), o qual é atualmente classificado como
Fusarium subglutinans (LESLIE e SUMMERELL, 2006), Fusarium acuminatum
(BARBOSA-TESSMANN et al., 2001) e isolados do complexo F. graminearum
(BARBOSA-TESSMANN et al., 2001). O F. austroamericanum é o microrganismo com
maior potencial produtor comparado aos demais, sendo ele referência em pesquisa,
manipulação e produção industrial da enzima galactose oxidase.
A galactose oxidase de F. austroamericanum catalisa a oxidação de dois elétrons de
muitos álcoois primários, sobretudo o grupo 6-hidroxi da
D
-galactose, para o aldeído
correspondente, com concomitante redução de oxigênio para peróxido de hidrogênio
(WHITTAKER, 2002; WHITTAKER, 2003; WHITTAKER, 2005). Esta enzima também
possui alta atividade com diidroxiacetona, rafinose, melibiose e metil-galactopiranosídeos,
14
sendo o melhor substrato a diidroxicetona (WHITTAKER, 2002; GASPAROTTO et al.,
2006). A galactose oxidase de F. acuminatum e de G. fujikuroi possui especificidade de
substratos semelhante a da enzima de F. austroamericanum (AISAKA et al., 1984;
ALBERTON et al., 2007).
A galactose oxidase possui grande importância biotecnológica e é aplicada em: 1)
biosensores para dosagem de
D
-galactose, lactose e outros substratos da galactose oxidase
(SHLEEV et al., 2005; KONDAKOVA et al., 2007; TKAC et al., 2007); 2) biocatalisador na
síntese enzimática de aldeídos e carboidratos (BASU et al., 2000; ANDREANA et al., 2002;
FRANKE et al., 2003; SIEBUM et al., 2006; SHELDON, 2007); 3) estudos de coloração
histoquímica (SCHULTE e SPICER, 1983; FORTELIUS e MATTJUS, 2006); e 4) detecção
de câncer pelo método de coloração citoquímica usado para identificar o dissacarídeo (Gal-
(β13)-GalNAc) em glicoproteínas de fluidos corporais (SHAMSUDDIN, 1996; VUCENIK
et al., 2001; CHAGPAR et al., 2004).
O gene gaoA, o qual codifica a galactose oxidase de F. austroamericanum, foi
clonado e sequenciado (MCPHERSON et al., 1992). Este gene não possui íntrons e possui um
sítio predominante de início de transcrição bem estabelecido (MCPHERSON et al., 1992). O
gene codifica um mRNA de aproximadamente 2,5 kpb, com uma parte codificante de 2043
pb, que corresponde a uma proteína com 680 aminoácidos, a qual contém uma sequência
sinal de secreção de 41 resíduos de aminoácidos na extremidade amino terminal. Esta
sequência sinal é parcialmente clivada durante o processo de secreção, resultando em uma
pró-proteína que necessita de posterior processamento para formar a proteína madura
(MCPHERSON et al, 1992; ROGERS et al., 2000; FIRBANK et al., 2001; WHITTAKER,
2002; FIRBANK et al., 2003). relatos do uso da tecnologia do DNA recombinante, nos
quais o gene gaoA da galactose oxidase de F. austroamericanum foi expresso em fungos
filamentosos, em leveduras e em bactérias (WHITTAKER e WHITTAKER, 2000; XU et al.,
15
2000; SUN et al., 2001). A importância desta enzima também levou alguns pesquisadores a
realizarem estudos de mutagênese para tentar melhorar o perfil catalítico desta enzima
(DELAGRAVE et al., 2001; SUN et al., 2001; SUN et al., 2002; DEACON et al., 2004;
WILKINSON et al., 2004; ESCALLETES e TURNER, 2008). Outros genes da galactose
oxidase que foram clonados incluem o gene da galactose oxidase de Fusarium venenatum
(GOLIGHTLY et al., 2001) e da bactéria Stigmatella aurantiaca (SILAKOWSKI et al.,
1998), embora não haja relatos da produção desta enzima por estes microrganismos. Um
ponto a ressaltar é que os genes da galactose oxidase dos outros microrganismos produtores,
como F. subglutinans e F. acuminatum, ainda o foram clonados e a clonagem destes genes
poderia beneficiar o conhecimento desta família de genes e os estudos de expressão
recombinante desta enzima.
O uso da galactose oxidase em suas diversas aplicações apresenta algumas limitações
como o nível relativamente baixo da expressão secretora pelo F. austroamericanum, o que
torna a sua purificação um processo difícil e a preparação comercial bastante cara (MAZUR,
1991). Outra limitação da enzima inclui sua elevada basicidade com pH
I
de 12 (ETTINGER e
KOSMAN, 1981), o que não é adequado para estudos de histoquímica, pois uma proteína
altamente básica pode ser inibida e inativada por contaminantes macromoleculares e pode ser
menos reativa com glicoconjugados ligados nas membranas celulares (MAZUR, 1991).
Ainda, a enzima possui reduzida termoestabilidade e perde 50% de sua atividade a 67ºC
(SUN et al., 2001). Em termos cinéticos, a enzima possui um elevado K
m
para a galactose (68
- 175 mM) e uma baixa eficiência catalítica, com K
cat
/K
m
na ordem de 4,46 x 10
4
s
-1
M
-1
(BARON et al., 1994).
O complexo G. fujikuroi pertence à seção Liseola dentro do gênero Fusarium. Nesta
seção, estão incluídas espécies que produzem macroconídias e microconídias em cadeias e/ou
em falsas cabeças, mas que não produzem clamidósporos (LESLIE e SUMMRELL, 2006).
16
Nove espécies morfológicas constituindo nove populações de cruzamento (A a I) formam o
complexo G. fujikuroi (LESLIE e SUMMERELL, 2006). Aisaka e Terada (1982) estudaram
algumas propriedades cinéticas da galactose oxidase de um isolado de G. fujikuroi. Esta
enzima possui um K
m
menor para a galactose (43 mM) e um menor pH
I
(3,7), tendo, assim,
uma maior especificidade para a galactose e sendo, assim, menos básica, o que a torna mais
adequada para as aplicações biotecnológicas da galactose oxidase.
Considerando o exposto, este trabalho teve como objetivo a clonagem, o
sequenciamento e a análise dos genes da galactose oxidase de Fusarium verticillioides e de F.
subglutinans, duas espécies pertencentes ao complexo G. fujikuroi. A importância desta
clonagem é para um aumento no conhecimento de sequências gênicas codificadoras da
enzima galactose oxidase e para futuros estudos de expressão recombinante desta proteína.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Material
Iniciadores para a reação de PCR foram sintetizados pela Invitrogen (Brasil).
Polimerases para a reação de PCR (“Platinum Taq DNA polymerase” e “Platinum Pfx DNA
polymerase”), dNTPs, sistema de clonagem (“TA Cloning® kit”), sistema de purificação de
reação de PCR (“PureLink™ PCR Purification Kit”), proteinase K, X-gal, fenol, sistema de
síntese da primeira fita para RT-PCR (“SuperScript™ First Strand Synthesis for RT-PCR
kit”), sistema de purificação de RNA total (“PureLink™ Micro-to-Midi Total RNA
Purification System kit”) e os marcadores moleculares λDNA/HindIII e 1 kpb foram
adquiridos da Invitrogen (E.U.A.). A termocicladora utilizada foi a Techne TC-312
(Inglaterra). Ribonuclease A, CTAB, bissulfito de sódio, Trizma-Base, ampicilina, Taq DNA
polimerase, peroxidase, o-dianisidina, lauroilsarcosina, β-mercaptoetanol e CuSO
4
5H
2
O
foram adquiridos da Sigma-Aldrich (E.U.A.). EDTA dissódico e SDS foram adquiridos da
17
Promega (E.U.A.). Para análises sob Luz UV, foram utilizados o transiluminador e a câmera
fotográfica Polaroid da Fisher Scientific (E.U.A.). Para fotografias na luz clara e ao
microscópio, foi utilizada a câmera fotográfica Sony Cybershot (E.U.A.). O microscópio
utilizado foi o modelo MDL-150-BPI binocular Medilux (China). Todos os outros reagentes
tinham grau analítico ou grau superior.
2.2 Programas de bioinformática
ClustalW (http://www.ebi.ac.uk/Tools/clustalw2/index.html ou http://www.align.
genome.jp): utilizado para alinhamento de sequências, análise de similaridade e inferência de
árvore filogenética. BLAST (http://www.pubmed.org): utilizado para pesquisa de
similaridade. Translate (http://au.expasy.org/tools/dna.html): utilizado para conversão de
sequência de nucleotídeos em sequência de aminoácidos. CDD (“Conserved Protein Domain
Database”) (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Structure/cdd/wrpsb.cgi): utilizado para pesquisa
de domínios estruturais. pI/MW (http://au.expasy.org/tools/pi_tool.html): utilizado para
cálculo do pH
I
e da massa molecular das proteínas. NEBcutter (http://tools.neb.com/
NEBcutter2/index.php): utilizado para análise de sítios de enzimas de restrição. SWISS
MODEL-Repository (http://swissmodel.expasy.org/workspace/): utilizado para geração dos
modelos estruturais das proteínas.
2.3 Microrganismos e manutenção
F. subglutinans UnB 379 (teleomorfo: Gibberella subglutinans, população de
cruzamento E do complexo G. fujikuroi) identificado como produtor da enzima galactose
oxidase (BARBOSA-TESSMANN et al., 2001), foi obtido da coleção do Dr. J. C. Dianese
(Universidade de Brasília UnB). F. verticillioides CML 767 (teleomorfo: Gibberella
moniliformis; população de cruzamento A do complexo G. fujikuroi) foi adquirido da coleção
do Dr. L. H. Pfenning (Universidade Federal de Lavras). G. fujikuroi NRRL 2278
(teleomorfo: Fusarium fujikuroi; população de cruzamento C do complexo G. fujikuroi). F.
18
austroamericanum (teleomorfo: Gibberella zeae), primeiramente identificado como produtor
de galactose oxidase (COOPER et al., 1958), foi doado pelo Dr. C. Kemmelmeier
(Universidade Estadual de Maringá). Estes isolados estão sendo mantidos em tubo inclinado
de meio ágar batata dextrose (BDA) (LESLIE e SUMMERELL, 2006), com repique
trimestral e em tubo inclinado de BDA coberto com óleo mineral. A cepa TOP10 da bactéria
E. coli foi comprada da Invitrogen (E.U.A.). Esta cepa está sendo preservada em meio Luria
Bertani (LB) (triptona 1%, extrato de levedura 0,5%, NaCl 1%, pH 7,0) adicionado de
glicerol para uma concentração final de 50%, a -20
o
C.
2.4 Caracterização morfológica e cultural dos isolados
Para a diferenciação cultural e morfológica entre os isolados de F. verticillioides
CML 767 e de F. subglutinans UnB 379, foi realizado um cultivo em meio BDA em tubo
inclinado e um microcultivo. Para o microcultivo, os isolados foram inoculados em um bloco
de BDA (um cm
3
) colocado entre lâmina e lamínula em placa de petri com ambiente úmido
proporcionado por um pedaço de algodão embebido em água estéril. Em ambas as culturas, a
incubação foi feita por sete dias, à temperatura ambiente e no escuro. Os tubos foram
fotografados diretamente e as lâminas foram observadas em microscópio e fotografadas da
ocular.
2.5 Cultivo dos microrganismos em meio líquido
O meio líquido para produção de micélio foi o descrito por Markus et al. (1965). Este
meio é preparado em três soluções A: (NH
4
)
2
SO
4
15 mM, NH
4
NO
3
125 mM, extrato de
levedura 0,1%, KH
2
PO
4
66 mM, Na
2
HPO
4
56 mM; Solução B: MgSO
4
·7H
2
O 1,62 mM,
MnSO
4
·H
2
O 11,8 µM, CuSO
4
·5H
2
O 10 µM; e solução C: glicose 1%. Estas soluções foram
esterilizadas separadamente em autoclave a 121ºC e 1 atm, por 20 min. Antes do inóculo, as
soluções foram combinadas assepticamente em frascos de 125 mL da seguinte forma: 22,5
mL da solução A, 0,5 mL da solução B e 2 mL da solução C somando um volume final de 25
19
mL. As concentrações indicadas são as finais do meio. O inóculo consistiu de um fragmento
de 1 cm
3
de cultura recente em BDA inclinado. Após a transferência, o fragmento foi
subdividido em frações menores. Os frascos inoculados foram incubados por três dias a
25ºC, no escuro, em uma incubadora com agitação orbital a 100 rpm.
2.6 Análise da atividade enzimática
Para a análise enzimática, os microrganismos foram crescidos no meio líquido como
descrito acima. As culturas obtidas foram utilizadas como inóculo (2% vol/vol) para novos
frascos de 125 mL contendo 25 mL do mesmo meio líquido. As subculturas foram incubadas
nas mesmas condições por três dias. Após esta incubação, elas foram centrifugadas (5 min,
1500g) e o sobrenadante foi utilizado para o teste enzimático.
A atividade da galactose oxidase foi determinada por espectrofotometria com o
método da peroxidase/o-dianisidina (AMARAL et al., 1966; TRESSEL e KOSMAN, 1982),
como segue. A mistura de reação consistiu de 0,5 mL da amostra (sobrenadante); 1,4 mL de
mistura reativa [tampão fosfato 50 mM, pH 7,0; o-dianisidina (Sigma D-3252) 0,2 mg/mL
previamente diluída em metanol (2,0 mg/mL); peroxidase (Sigma P-8125) 0,04 mg/mL (6
U/mL)]; e 0,1 mL de solução de
D
-(+)-galactose 0,5 M. A mistura de reação foi mantida a
30ºC por 30 min. Nessa reação, o peróxido de hidrogênio produzido pela ação da galactose
oxidase é reduzido pela peroxidase, com concomitante oxidação da o-dianisidina para um
produto de cor marrom, o qual é lido a 460 nm. A solução utilizada como branco continha
0,1 mL de água destilada no lugar do substrato. Uma unidade enzimática foi definida como o
aumento de uma unidade de absorbância em 30 min de reação a 30
o
C.
2.7 Extração do DNA
Os microrganismos foram cultivados no meio líquido como descrito acima e as
culturas obtidas foram filtradas em gaze estéril. O micélio retido na gaze foi utilizado para
extração do DNA genômico com uso do protocolo descrito por Koenig et al. (1997), com as
20
modificações descritas em Biazio et al. (2008), como segue. A massa micelial filtrada foi
macerada em nitrogênio quido até redução a um fino, o qual foi transferido para
microtubos (aproximadamente 300 µL para cada tubo) e foi adicionado de 700 µL do tampão
de extração. Este reagente consiste de uma mistura de: tampão de lise do núcleo (Tris 0,2 M,
pH 7,5; EDTA 50 mM; CTAB 2%), tampão de isolamento de DNA (Tris 0,1 M, pH 7,5;
EDTA 5 mM; sorbitol 0,35 M) e solução de N-lauroilsarcosina 5% na proporção de 1:1:0,4.
Antes do uso, 38 mg de bissulfito de sódio foram adicionados para cada 9,6 mL do tampão de
extração. Os tubos foram incubados por 60 min a 65ºC, com agitação a cada 10 min para
homogeneização. Após esta incubação, a suspensão foi extraída com solvente orgânico pela
adição de 500 µL da mistura clorofórmio/álcool isoamílico (24:1) em cada tubo e agitação por
inversão por 5 min, até formar uma emulsão. As amostras foram centrifugadas a 12.000g por
10 min, à temperatura ambiente, e o sobrenadante foi transferido para um tubo limpo. Ao
sobrenadante foram adicionados 5 µL de RNAse A (20 mg/mL) e a solução foi incubada a
37ºC por 30 min. Em seguida, foram adicionados 5 µL de Proteinase K (20 mg/mL) e uma
nova incubação foi feita por 30 min a 56ºC. O DNA foi precipitado pela adição de 700 µL de
isopropanol com uma leve agitação e incubação overnight a -20
o
C. O DNA foi coletado por
centrifugação a 12000g por 5 min. O sobrenadante foi descartado e o DNA foi lavado com
500 µL de etanol 70%. O DNA foi coletado novamente por centrifugação a 12000g por 5 min
e o sobrenadante foi descartado. O DNA foi novamente lavado com etanol 70% e coletado
por centrifugação a 12000g por 5 min. O sobrenadante foi descartado e o DNA e as paredes
internas do tubo foram secos à temperatura ambiente por aproximadamente 10 min. O DNA
foi ressuspenso em 100 µL de tampão TE (Tris 10 mM, EDTA 1 mM, pH 8,0) e estocado em
refrigerador a -20ºC. A quantidade do DNA das amostras foi determinada por meio de leitura
da absorbância a 260 nm.
21
2.8 Clonagem dos genes da galactose oxidase de F. subglutinans e de F. verticillioides
Inicialmente, um par de iniciadores degenerados (FW 5´-GCTCGTGGKTA
TCAGTCATC-3´ e RV 5´-CAGTTCATSGCTGTGCTAGG-3´) foi desenhado com base em
regiões conservadas encontradas com o alinhamento de genes (Figura 1A) ou de fragmentos
de genes (“expressed sequence tag”- EST) da galactose oxidase de F. austroamericanum
(MCPHERSON et al., 1992; GenBank AN M86819), de Fusarium venenatum (GOLIGHTLY
et al., 2001; GenBank BD244461) e de Fusarium sporotrichioides (GenBank AN BI191247).
Estes iniciadores foram utilizados em uma reação de PCR com o DNA genômico de F.
subglutinans. A reação de amplificação foi realizada em tubos de PCR contendo 25 µL da
seguinte mistura de reação: tampão da enzima 1X (Tris-HCl 20 mM, pH 8,4; KCl 50 mM),
MgCl
2
1,5 mM, 1,5 U de Platinum Taq DNA polimerase; 0,2 mM de cada dNTP; 50 pmol de
cada iniciador (FW e RV) e 400 ng do DNA genômico. A reação de PCR consistiu de 25
ciclos de 1 min e 30 seg a 94ºC, 1 min e 30 seg a 57ºC e 2 min a 72ºC. Antes dos ciclos, as
amostras foram aquecidas por 5 min a 94ºC e, após os ciclos, as amostras foram incubadas
por 10 min a 72ºC. Para verificar a amplificação de um fragmento de DNA, dez µL da reação
de PCR acrescidos de 2 µL de tampão de carregamento 6X (azul de bromofenol 0,25%,
xileno de cianol FF 0,25%, sacarose 40%) foram aplicados em um gel de agarose 1,5%
contendo brometo de etídeo (0,25 µg/mL) e tampão TAE 1X (Tris-acetato 40mM; ácido
acético 20mM; EDTA 1mM). A corrida eletroforética foi feita em tampão TAE 1X a 80-100
V. O gel foi analisado sob luz UV.
O fragmento de DNA obtido (Figura 1B) foi clonado com uso do kit TA Cloning®,
como segue. Um microlitro da reação de PCR foi incubado por 16 horas a 16ºC com a
seguinte mistura: 50 ng do vetor pCR2.1, tampão da T4 DNA ligase 1 X e 4 U da T4 DNA
ligase em um volume de 10 µL. Dois microlitros da reação de ligação foram utilizados para
transformar 50
µL da bactéria E. coli cepa TOP10 feita competente com o método descrito
22
por Chung et al. (1989), como segue. Uma alçada do estoque da bactéria em glicerol foi
espalhada em uma placa de Agar LB, a qual foi incubada a 37
o
C durante uma noite. Uma
única unidade formadora de colônia (UFC) foi transferida para um tubo contendo 5 mL de
meio LB líquido, o qual foi incubado por uma noite a 37
o
C, com agitação de 100 rpm em uma
incubadora com rotação orbital. Cinquenta microlitros da cultura obtida foram transferidos
para um novo tubo contendo 5 mL de meio LB e crescidos por aproximadamente 3 horas.
Quinhentos microlitros desta última cultura foram centrifugados à temperatura ambiente (10
min, 9.000g) e o sedimento foi ressuspenso em 50 µL de tampão de transformação gelado
(TSS) (polietilenoglicol 8000 10%; dimetil sulfóxido 5%; triptona 1%; extrato de levedura
0,5%; NaCl 1%). As células foram mantidas no gelo e utilizadas imediatamente para a
transformação pela adição de 2 µL de β-mercaptoetanol 0,5 M e 2 µL da reação de ligação e
incubação por 30 min no gelo. Após esta incubação, as células foram submetidas a um choque
térmico a 42
o
C por 45 seg. Duzentos e cinquenta microlitros de tampão SOC (triptona 2%;
extrato de levedura 0,5%; NaCl 8,6 mM; KCl 2,5 mM; MgCl
2
10 mM; glicose 20 mM) foram
adicionados e a mistura foi incubada sob agitação por uma hora a 37
o
C. Cem microlitros desta
mistura foram plaqueados em agar LB/ampicilina (50 µg/mL). Para seleção azul/branca de
UFCs contendo o plasmídeo, o meio sólido de LB foi previamente coberto com 40 µL de X-
gal (20 mg/mL). As placas foram incubadas a 37ºC por uma noite.
Para o isolamento do DNA plasmidial em pequena escala, o método de lise alcalina
baseado no protocolo descrito em Sambook e Russel (2001) foi utilizado. Uma única UFC da
bactéria contendo o plasmídeo (cor branca) foi inoculada em 5 mL de meio LB/ampicilina
(50 µg/mL) e incubada sob agitação orbital de 100 rpm por uma noite a 37ºC. Após este
período, 1,5 mL da cultura foram transferidos para um tubo e centrifugados (2 min, 9000g).
O sedimento foi ressuspenso em 250 µL do tampão de ressuspensão (Tris 50 mM; EDTA 10
mM; pH 8,0) e 250 µL da solução de lise (NaOH 0,2 N; SDS 1%) foram adicionados. Após
23
homogeneização, 250 µL da solução de neutralização (acetato de potássio 3 mM; ácido
acético glacial 15,2 mM) foram adicionados. Após homogeneização, a mistura foi
centrifugada (5 min, 12000g) e o sobrenadante foi transferido para outro tubo. O DNA foi
precipitado com adição de dois volumes de isopropanol, homogeneização e incubação por 2
min à temperatura ambiente. O DNA foi coletado por centrifugação (5 min, 12000g). O
sobrenadante foi descartado e o sedimento de DNA foi lavado com etanol 70%. O DNA foi
coletado novamente por centrifugação (5 min, 12000g). O DNA lavado foi seco à
temperatura ambiente por 10 min e ressuspenso em 50 µL de tampão TE contendo RNAse A
(20 mg/mL). Após incubação de 1 h a 37
o
C, o DNA foi armazenado a -20ºC. A concentração
do DNA foi avaliada em espectrofotômetro por leitura em 260 nm e os plasmídeos obtidos
foram avaliados por análise de restrição.
O plasmídeo obtido foi utilizado como molde (50 ng) em uma nova reação de PCR
realizada como descrito acima, mas em um volume final de 100 µL. O fragmento amplificado
foi purificado com uso do kit Purelink™ PCR Purification e enviado para sequenciamento no
Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) da Universidade de São Paulo (USP). As
reações de sequenciamento foram realizadas com os iniciadores degenerados desenhados para
amplificar o fragmento interno do gene da galactose oxidase de F. subglutinans e com o kit
DYEnamic ET Dye Terminator com a Thermo Sequenase™ II DNA Polimerase (GE
Healthcare). O sequenciamento foi realizado em um sequenciador MegaBACE 1000 (GE
Healthcare). As sequências foram analisadas pelo software Sequence Analyser utilizando o
Base Caller Cimarron 3.12, conforme informações do CEGH, http://genoma.
ib.usp.br/servicos/sequenciamento.php (15 de janeiro de 2009).
A sequência do fragmento amplificado foi utilizada para uma pesquisa BLAST e
evidenciou um gene no genoma do Gibberella moniliformis 7600 (cromossomo 10,
cont3.113) (anamorfo: F. verticillioides) com uma janela de leitura aberta (ORF “Open
24
Reading Frame”) de 679 resíduos de aminoácidos, muito semelhante ao tamanho da enzima
galactose oxidase de F. austroamericanum. F. subglutinans e F. verticillioides pertencem ao
complexo de espécies G. fujikuroi.
Em seguida, novos iniciadores foram desenhados para amplificar todo o gene da
galactose oxidase de G. moniliformis (FW 5´-ATGAAGTCTTTCTACTCCTTGGC
CTTGTGC-3´ e RV 5´-TCAGACAGTGACCTTAATGGTGCTAGCAACG-3´). Estes
iniciadores foram utilizados em reações de PCR com o DNA genômico de F. subglutinans e
de F. verticillioides. As reações de amplificação foram realizadas em tubos de PCR
contendo: tampão da enzima 1X, 400 ng de DNA genômico, MgSO
4
1,0 mM, 0,3 mM de
cada dNTP, 50 pmol de cada iniciador e 1,25 U de Platinum® Pfx DNA polimerase, em um
volume total de 50 µL. A PCR foi executada com uma incubação inicial de 5 min a 94ºC
para desnaturação do DNA, e com 25 ciclos de 1 min a 94ºC, 1 min a 60ºC e 2 min a 68ºC.
Depois dos ciclos, as amostras foram submetidas a 68ºC por 10 min para completa extensão
dos fragmentos e refrigeradas a 4ºC. Para verificar a amplificação do produto, dez µl da
reação de PCR foram analisados em gel de agarose 1%, como descrito acima.
A enzima Platinum® Pfx DNA polimerase é uma enzima com atividade
exonucleásica 35 e portanto possui alta fidelidade. No entanto, ela não adiciona um
resíduo terminal de desoxiadenosina necessário para a clonagem do fragmento de DNA
amplificado com o kit de clonagem TA Cloning®. O fragmento de DNA amplificado foi,
então, tratado com a Taq DNA polimerase para inserção de uma desoxiadenosina
terminal, como segue. A reação de PCR realizada com a Platinum® Pfx DNA polimerase foi
adicionada com 1 U da Taq DNA polimerase e incubada por 10 min a 72
o
C. Em seguida, a
reação foi extraída com uma mistura de fenol (equilibrado com Tris, pH 8,0) e clorofórmio
com agitação em vórtex e centrifugação (5 min a 12000g). Após a centrifugação, a camada
aquosa foi transferida para um microtubo limpo e o DNA foi precipitado com adição de 2,5
25
volumes de etanol 100% e acetato de sódio (pH 5,2) para uma concentração final de 0,3 M.
O DNA precipitado foi coletado por centrifugação (5 min, 12000 g) e o sedimento obtido foi
lavado com etanol 70% com nova centrifugação (5 min, 12000 g). O sedimento final foi
ressuspenso em um volume correspondente ao volume inicial da reação de PCR com tampão
TE. Os fragmentos de DNA amplificados foram clonados com uso do kit TA Cloning®,
conforme descrito acima, e enviados para o Centro de Estudos do Genoma Humano da USP
para sequenciamento. Os iniciadores universais M13 direto e inverso direcionados para o
plasmídeo de clonagem (pCR®2.1 do kit TA cloning®) foram utilizados para sequenciar as
extremidades e 5´ do gene. Iniciadores internos ao gene também foram utilizados para
sequenciar completamente ambas as fitas da molécula de DNA. As sequências foram
alinhadas e um consenso foi gerado.
2.9 Análises das sequências obtidas
Os plasmídeos obtidos foram digeridos individualmente com uma ou duas enzimas de
restrição pela incubação individual dos mesmos com a(s) enzima(s) e com o tampão
daquela(s) enzima(s) 1X a 37
o
C por uma hora. O produto da digestão foi analisado em gel de
agarose. Mapas de restrição também foram gerados no programa NEBcutter.
Para a construção de uma árvore filogenética, as sequências dos genes clonados e do
gene gaoA de F. austroamericanum foram utilizadas para encontrar genes da galactose
oxidase no Fusarium Comparative Database (http://www.broad.mit.edu/annotation/genome/
fusarium_graminearum/MultiHome.html) e no GenBank (http:// www.pubmed.org) com uso
do programa BLAST nos bancos de nucleotídeos, de patentes, de ESTs e de genomas. Os
genes encontrados foram analisados com o programa CDD para a presença dos três domínios
estruturais presentes na proteína derivada do gene gaoA de F. austroamericanum. Os genes
que não codificavam proteínas com o mesmo padrão estrutural da galactose oxidase de F.
austroamericanum foram descartados. Somente as sequências codificantes dos genes foram
26
alinhadas. A partir dos alinhamentos foi inferida uma árvore filogenética de agrupamento de
vizinhos (“neighbor joining”).
Os genes clonados foram traduzidos com uso do programa Translate e as sequências
de aminoácidos obtidas foram comparadas com as sequências das proteínas galactose oxidase
derivadas dos genes encontrados nos bancos de dados. A presença e a posição de aminoácidos
importantes para a catálise foram avaliadas. Modelos estruturais tridimensionais das proteínas
foram obtidos por comparação com a estrutura tridimensional da proteína galactose oxidase
de F. austroamericanum com uso do programa SWISS MODEL-Repository.
2.10 Extração de RNA e RT-PCR
Para a extração do RNA, os microrganismos foram cultivados por três dias como
descrito acima. O RNA foi extraído com o kit PureLink™ Micro-to-Midi Total RNA
Purification System, como segue. O micélio e/ou esporos foram coletados por filtração em
gaze ou centrifugação (5 min, 1.000g). As células foram maceradas em nitrogênio líquido e
100 µL do macerado foram transferidos para microtubos estéreis. Um volume de 500 µL da
solução de lise contendo 5 µL de β-mercaptoetanol foi então adicionado. A mistura foi
mantida no gelo e homogeneizada por passagem em agulha estéril (18G). Após centrifugação
(2 min, 12000g), o sobrenadante foi transferido para um outro microtubo e 300 µL de etanol
100% foram adicionados. Após homogeneização, toda a mistura foi passada na coluna que
acompanha o kit com uso de centrifugação (15 seg, 12000g) à temperatura ambiente. A
coluna foi lavada com uso de centrifugação (15 seg, 12000g) à temperatura ambiente, uma
vez com 700 µL do tampão de lavagem I e duas vezes com 500 µL do tampão de lavagem II.
A coluna foi centrifugada (1 min, 12000g) para secar a membrana e o RNA foi eluído com
adição de 30 µL de água destilada livre de RNase e centrifugação (2 min, 12000g) à
temperatura ambiente. A concentração de RNA foi estimada espectrofotometricamente por
leitura de absorbância a 260 nm.
27
Cinco microgramas de RNA total foram utilizados para a reação da transcriptase
reversa (RT) com uso do kit SuperScritp™ First-Strand Synthesis System for RT-PCR, como
segue. O RNA foi incubado com 1 mM de cada dNTP e 0,5 µg de Oligo (dT)
12-18
a 65
o
C por 5
min. Após esta incubação, a mistura foi transferida para um banho de gelo e adicionada de 9
µL da seguinte mistura: tampão da RT 2,2 X, MgCl
2
11,1 mM, DTT 0,022 M e 40 U de
RNaseOUT
TM
. Esta mistura foi incubada a 42ºC por 2 min, adicionada de 50 U da enzima
SuperScript
TM
II RT e incubada novamente a 42
o
C por 50 min. A reação foi interrompida por
incubação a 70 ºC por 15 min e transferência para o gelo. Em seguida, foram adicionadas 2 U
de RNase H e foi feita uma incubação por 20 min a 37 ºC. A mistura obtida continha o cDNA,
o qual foi utilizado na reação de PCR.
Os iniciadores utilizados na reação de PCR com o cDNA obtido foram os mesmos
utilizados para amplificar o gene inteiro da galactose oxidase de G. moniliformis. A seguinte
mistura foi preparada: tampão da enzima 1X, MgCl
2
1,5 mM, 0,2 mM de cada dNTP, 50
pmol de cada iniciador, 2 U de Platinum® Taq DNA polimerase e 2 µL da reação de RT
contendo o cDNA como molde, em um volume total de 50 µL. A PCR foi executada com uma
incubação inicial de 5 min a 94ºC para desnaturação do DNA, e com 25 ciclos de 1 min e 30
seg a 94ºC, 1 min e 30 seg a 60ºC e 2 min a 72ºC. Depois dos 25 ciclos, as reações foram
submetidas a uma temperatura de 72ºC, por 10 min, para completa extensão dos fragmentos, e
refrigeradas a 4ºC. Para verificar a amplificação do produto, dez µL da reação de PCR foram
analisados em gel de agarose 1%, como descrito acima.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Caracterização morfológica e cultural dos isolados
O isolado de F. verticillioides pigmentou o meio BDA com cor salmão-pêssego e o
isolado de F. subglutinans pigmentou o meio BDA com cor púrpura (Figura 2A). Ambos os
28
isolados apresentaram micélio de cor branca (Figura 2A). Na análise de microcultivo em
BDA, o isolado de F. verticillioides formou apenas microconídios produzidos em cadeias e
não formou clamidosporos (Figura 2B). Por sua vez, o isolado de F. subglutinans formou
microconídios e macroconídios em falsas cabeças e também não formou clamidosporos
(Figura 2B). Os resultados obtidos mostram que os isolados utilizados realmente pertencem a
espécies diferentes, mas que os dois isolados apresentam características de espécies do
complexo G. fujikuroi.
3.2 Análise da atividade enzimática
Os resultados para a produção da enzima galactose oxidase pelo F. subglutinans e pelo
F. verticillioides são apresentados na Tabela 1. Somente o F. subglutinans foi capaz de
produzir a enzima galactose oxidase, quando crescido nas condições descritas na seção de
Material e Métodos. Esta produção ocorreu em quantidades muito pequenas (0,05 U/mL de
meio) com o teste enzimático realizado com 30 min de incubação (Tabela 1), o que está de
acordo com dados da literatura para este isolado (BARBOSA-TESSMANN et al, 2001). Em
comparação com o F. austroamericanum, que produz em torno de 25 U/mL de meio de
cultivo no teste enzimático realizado com dez min de incubação (GASPAROTTO et al.,
2006), o nível produtor do F. subglutinans é muito baixo.
3.3 Clonagem dos genes da galactose oxidase de F. subglutinans e de F. verticillioides
Os iniciadores desenhados para amplificar toda a parte codificante do gene da
galactose oxidase de G. moniliformis foram capazes de amplificar um fragmento de
aproximadamente 2000 pb do DNA genômico de F. verticillioides, de F. subglutinans, de F.
fujikuroi e de F. austroamericanum, com uso da enzima Platinum Pfx DNA polimerase
(Figura 3). Os fragmentos de DNA amplificados do DNA genômico de F. verticillioides e de
F. subglutinans foram clonados e sequenciados. Estas sequências serão depositadas no
GenBank e terão um número de acesso. Considerando que F. verticillioides é a forma
29
assexuada da G. moniliformis, o resultado obtido era esperado. Como F. subglutinans e F.
fujikuroi são espécies pertencentes do complexo G. fujikuroi, os iniciadores devem ter
reconhecido algum gene ortólogo destas espécies. De fato, após a clonagem e o
sequenciamento, uma similaridade de 94% foi observada entre os genes da galactose oxidase
de F. subglutinans e de G. moniliformis (Tabela 2). No entanto, a amplificação de um
fragmento de DNA de aproximadamente 2000 pb do DNA genômico de F.
austroamericanum não era esperada. Com a análise de busca de genes similares no GenBank
foi encontrado um gene no genoma de G. zeae (NZ AACM02000140) com 82 e 83% de
similaridade com os genes clonados de F. subglutinans e de F. verticillioides,
respectivamente. É provável que os iniciadores reconheceram este gene nas condições
utilizadas com a enzima Platinum Pfx DNA polimerase. Uma reação de PCR similar realizada
com a Platinum Taq DNA polimerase não foi capaz de amplificar qualquer fragmento de
DNA do DNA genômico de F. austroamericanum (dado não mostrado). Um fato a ser
ressaltado é que como a reação de PCR para amplificação dos genes clonados foi realizada
com uma enzima com leitura de prova e o sequenciamento de ambas as fitas do DNA foi
realizado as sequências gênicas obtidas devem ser altamente confiáveis.
3.4 Análises das sequências obtidas
Os genes clonados possuem 2040 pb com uma janela de leitura aberta (ORF) de 679
resíduos de aminoácidos. Os resultados da análise de similaridade mostram que os genes
clonados possuem uma alta identidade com outros genes da galactose oxidase de outros
isolados de Fusarium spp. (Tabela 2, Figura 4), sendo, portanto, genes da galactose oxidase.
A árvore filogenética inferida é mostrada na Figura 5. Os resultados obtidos
concordam com os dados do alinhamento. Estes resultados mostram que pelo menos três
linhagens ortólogas de genes da galactose oxidase em Fusarium spp. De acordo com estes
resultados, há relatos na literatura sobre a existência de cinco a seis isoenzimas para a
30
galactose oxidase em F. austroamericanum (KOSMAN et al., 1974; TRESSEL e KOSMAN,
1980). Estas diferentes linhagens ortólogas de genes poderiam codificar isoenzimas
diferentes. Do melhor de nosso conhecimento, esta é a primeira vez que uma árvore
filogenética para o gene da galactose oxidase é inferida e a existência de mais de uma
linhagem ortóloga para este gene é identificada. Sugerimos a seguinte nomenclatura para as
linhagens dos genes da galactose oxidase de Fusarium spp.: gaoA para a linhagem do gene
gaoA de F. austroamericanum, gaoB para a linhagem dos novos genes clonados de espécies
do complexo G. fujikuroi e gaoC para a terceira linhagem de genes.
Para provar que os genes clonados de F. verticillioides e de F. subglutinans
representam dois genes diferentes e que a diferença encontrada no sequenciamento era real e
não apenas artefato de sequenciamento, uma análise de restrição foi realizada. As análises de
restrição realizadas no laboratório e pelo programa NEBcutter demonstraram uma diferença
no sítio de restrição da enzima KpnI, que está presente no gene de F. subglutinans e ausente
no gene de F. verticillioides (Figura 6). O mapa de restrição do gene da galactose oxidase de
G. moniliformis (AAIM02000113) obtido no programa NEBcutter mostra os mesmos sítios de
restrição do gene de F. verticillioides. Como diferenças no comprimento dos fragmentos
de restrição com a enzima KpnI, foi concluído que os genes da galactose oxidase de F.
verticillioides e de F. subglutinans são genes diferentes, mesmo sendo de espécies tão
correlatas.
A Tabela 3 mostra os resultados da análise de similaridade entre as sequências de
aminoácidos das proteínas derivadas dos genes clonados e das proteínas derivadas dos genes
encontrados nos bancos de dados. Um alinhamento das proteínas dos genes clonados com a
proteína derivada do gene gaoA de F. austroamericanum é mostrado na Figura 7. Embora
haja também uma alta similaridade entre as proteínas derivadas dos genes clonados e das
proteínas derivadas dos genes pertencentes à linhagem gaoC, estas proteínas possuem maiores
31
número de resíduos de aminoácidos e massa molecular (Tabela 3). No entanto, a massa
molecular e o número de resíduos indicados podem não ser estes para as proteínas maduras,
visto que os sítios corretos do início de transcrição e de tradução e de remoção da sequência
sinal de secreção são desconhecidos. A principal diferença entre as proteínas derivadas da
linhagem de genes gaoC e as outras proteínas da galactose oxidase é uma longa extremidade
aminoterminal que não alinha com as sequências das outras proteínas (não mostrado).
A galactose oxidase de F. austroamericanum já foi cristalizada e a estrutura obtida por
estudos de cristalografia de Raios X foi relatada quase 20 anos atrás (ITO et al., 1991). O sítio
ativo compreende um átomo de cobre em uma geometria piramidal quadrática distorcida com
a tirosina 495 ocupando a posição axial. A His581, a His496, a Tyr495, a Tyr272 e o ligante
exógeno (água ou acetato, no lugar do substrato) coordenam o cobre em uma posição
equatorial. O traço mais interessante deste complexo é uma ligação tioéter na posição orto do
grupo hidroxílico entre a Tyr272 e a Cys228. Esta ligação presumidamente diminui o
potencial redox do par tirosil/tirosina. Para catalisar a oxidação de dois elétrons do substrato,
a enzima usa o átomo de cobre e a Tyr272 ligada com a Cys228, a qual funciona como um
cofator secundário interno (LEE et al., 2008). O anel indólico do Trp290 está π-empilhado
com a Tyr272 e parece controlar o acesso do sítio ativo e blindar o cofator Cys-Tyr da
exposição ao solvente, controlando assim a estabilidade e o potencial redox do radical tirosil
(ROGERS et al., 2007). Para entender melhor o mecanismo catalítico da galactose oxidase,
estudos de abordagem biomimética têm sido realizados (THOMAS, 2007) e os dados obtidos
com estes estudos corroboram os resultados obtidos anteriormente com a enzima. O
alinhamento das proteínas derivadas dos genes clonados com a proteína derivada do gene
gaoA de F. austroamericanum mostrado na Figura 7 revelou a conservação dos aminoácidos
do sítio ativo nas diferentes proteínas.
32
A galactose oxidase de F. austroamericanum é uma enzima secretada, cuja maturação
requer vários passos sucessivos: clivagem da sequência sinal de 41 resíduos de aminoácidos
que direciona a translocação para o espaço extracelular, ligação do metal e processamento do
cofator com a formação da ligação tioéter entre a Tyr272 e a Cys228. A conversão da forma
precursora inativa para a forma cataliticamente ativa de 639 resíduos de aminoácidos requer
somente cobre e oxigênio (MCPHERSON et al, 1992; ROGERS et al., 2000; FIRBANK et
al., 2001; WHITTAKER, 2002; FIRBANK et al., 2003). Não é possível afirmar que as
proteínas derivadas dos genes da galactose oxidase de F. verticillioides e de F. subglutinans
sofra o mesmo processamento, no entanto, como observado na Figura 7, a presença de um
peptídeo de 31 resíduos de aminoácidos na extremidade aminoterminal das proteínas que
parece corresponder ao peptídeo sinal da proteína de F. austroamericanum. Caso este
peptídeo fosse removido das proteínas dos genes clonados, as proteínas maduras teriam 645
resíduos de aminoácidos.
A forma madura da galactose oxidase de F. austroamericanum consiste de três
domínios predominantemente em β-conformação, com apenas um segmento em α-hélice
(resíduos de 327-332). O primeiro domínio (resíduos de 1-155) tem uma estrutura de β-
sanduíche e é ligado ao segundo domínio por uma cadeia polipeptídica bem ordenada. O
segundo e maior domínio (resíduos de 156-532) tem uma pseudo-simetria de sete estruturas
repetidas com uma aparência global de uma flor de sete pétalas, em que cada pétala consiste
de quatro segmentos em β-conformação formando uma folha β-pregueada antiparalela. Este
domínio é chamado de domínio Kelch e o íon cúprico está presente perto do eixo central desta
estrutura. Três dos quatro ligantes do cobre, a Tyr-272, a Tyr-495 e a His-496 estão
localizados no segundo domínio. O terceiro domínio (resíduos 533-639) fica no lado oposto
do local onde está o cobre no segundo domínio. Dois dos sete segmentos em β-conformação
do terceiro domínio entram no meio do segundo domínio, ao longo do eixo do motivo de
33
pseudo simetria, servindo como um ligante para o cobre (ITO et al., 1991). O quarto ligante
do cobre, a His-581, está localizado na extremidade do segmento em β-conformação do
terceiro domínio que entra na cavidade central do segundo domínio (FIRBANK et al., 2001).
Para evidenciar a presença destes três domínios nas proteínas derivadas dos genes clonados,
uma estrutura virtual foi gerada por comparação com a estrutura da galactose oxidase de F.
austroamericanum. Como pode ser evidenciado na Figura 8, os modelos estruturais obtidos
mostram a presença dos três domínios nas proteínas dos genes clonados.
3.5 Análise de RT-PCR
A transcrição de um gene eucariótico resulta em um mRNA celular. A Figura 9
mostra os resultados da análise de RT-PCR, revelando a transcrição dos genes da galactose
oxidase clonados em F. verticillioides e em F. subglutinans, assim como dos genes ortólogos
em F. fujikuroi e em F. austroamericanum. A transcrição do gene da galactose oxidase em F.
verticillioides não corresponde com os resultados obtidos na análise enzimática, visto que
este microrganismo não produziu a enzima. Este fato deve ser devido a alguma falha em
algum dos vários passos da expressão gênica como a tradução, o endereçamento e o
processamento da proteína produzida. Outra interpretação para o resultado obtido é a
existência de uma possível falha cnica pela contaminação da preparação do RNA com
DNA. O RNA total obtido deveria ter sido tratado com uma DNAse antes da reação de RT-
PCR para descartar esta hipótese.
4 CONCLUSÕES
Por meio deste trabalho, foi possível obter e analisar as sequências gênicas da
galactose oxidase de F. verticillioides e de F. subglutinans. Foi verificado a transcrição destes
genes nos dois microrganismos. Além disso, houve uma contribuição para o aumento do
conhecimento sobre genes da galactose oxidase em Fusarium, uma vez que vários genes
34
foram encontrados em banco de dados e uma comparação entre eles resultou em uma árvore
filogenética que evidenciou a presença de pelo menos três linhagens ortólogas de genes da
galactose oxidase em Fusarium spp. Em adição, os estudos realizados aqui possibilitarão
futuros estudos de expressão heteróloga dos genes clonados e a caracterização bioquímica das
enzimas recombinantes.
5 AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Fundação Internacional para a Ciência (Suécia) e Fundação Araucária,
pela ajuda financeira, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pela bolsa de mestrado de F. A. Cordeiro, e aos Professores Dr. C. Kemmelmeir
(UEM), Dr. J. C. Dianese (UnB) e L. H. Pfenning (UFLA), pela gentil doação dos isolados.
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42
Tabela 1.
Produção de galactose oxidase
Isolado Atividade enzimática (U/mL de sobrenadante)
F. subglutinans UnB 379 0,05 ± 0,03
F. verticillioides CML 767 0
Os valores representam a média e o desvio padrão dos resultados obtidos nas análises
realizadas separadamente nos filtrados de quatro frascos de cultura.
43
Tabela 2.
Similaridade entre os genes clonados da galactose oxidase com genes da
galactose oxidase de Fusarium spp. encontrados em bancos de dados
Gene GenBank AN/
Microrganismo
1
GenBank AN/Microrganismo
2
pb
% de
similaridade
3
AAIM02000113/G. moniliformis 2040 94
AN/F. verticillioides 2040 94
AAXH01000610/F. oxysporum f. sp.
lycopersici
2040 94
AACM02000140/G. zeae 2040 82
BD244461/F. venenatum 2040 82
M86819/F. austroamericanum 2043 59
XM_391208.1/G. zeae 2043 59
AAXH01000616.1/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
2046 59
AAIM02000112.1/G. moniliformis 2046 59
AAIM02000007.1/G. moniliformis 3303 56
AAXH01000074.1/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
3213
56
AN/F. subglutinans
2040 pb
AACM02000010.1/G. zeae 3204 56
AAIM02000113/G. moniliformis 2040 99
AAXH01000610/F. oxysporum f. sp.
lycopersici
2040 94
AACM02000140/G. zeae 2040 83
BD244461/F. venenatum 2040 82
M86819/F. austroamericanum 2043 58
XM_391208.1/G. zeae 2043 58
AAXH01000616.1/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
2046 59
AAIM02000112.1/G. moniliformis 2046 59
AAIM02000007.1/G. moniliformis 3303 55
AAXH01000074.1/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
3213
57
AN/F. verticillioides
2040 pb
AACM02000010.1/G. zeae 3204 55
1
Os números de acesso no GenBank destes genes serão atribuídos após depósito no
banco de dados.
2
Os números correspondem ao número de acesso no GenBank.
3
Os dados apresentados foram obtidos com o programa ClustalW.
44
Tabela
3
.
Similaridade entre as proteínas galactose oxidase derivadas dos genes clonados com
proteínas da galactose oxidase derivadas de genes encontrados em bancos de dados
Gene Proteína
3
GenBank AN/
Microrganismo
1
GenBank AN/Microrganismo
2
Resíduos
de amino-
ácidos
pI
M.M.
(Da)
% de
similaridade
4
AAIM02000113/
G. moniliformis
679 9,28 73044 96
AN/F. verticillioides 679 9,28 73044 96
AAXH01000610/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
679 9,19 73032 95
AACM02000140/G. zeae 679 9,08 73014 89
BD244461/F. venenatum 679 9,08 73113 88
M86819/F. austroamericanum 680 8,30 72823 60
XM_391208.1/G. zeae 680 8,30 72791 60
AAXH01000616.1/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
681 8,63 72777 60
AAIM02000112.1/
G. moniliformis
681 8,63 72777 60
AAIM02000007.1/
G. moniliformis
1100 9,08 117563 52
AAXH01000074.1/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
1070 8,98 113619 54
AN/
F. subglutinans
679 resíduos de
aminoácidos
pI=9,21
M.M.=73050 Da
AACM02000010.1/G.zeae 1067 8,09 113719 55
AAIM02000113/G. moniliformis 679 9,28 73044 100
AAXH01000610/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
679 9,19 73032 97
AACM02000140/G. zeae 679 9,08 73014 90
BD244461/F. venenatum 679 9,08 73113 89
M86819/F. austroamericanum 680 8,30 72823 60
XM_391208.1/G. zeae 680 8,30 72791 60
AAXH01000616.1/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
681 8,63 72777 60
AAIM02000112.1/
G. moniliformis
681 8,63 72777 60
AAIM02000007.1/
G. moniliformis
1100 9,08 117563 52
AAXH01000074.1/F. oxysporum
f. sp. lycopersici
1070 8,98 113619 54
AN/
F. verticillioides
679 resíduos de
aminoácidos
pI=9,28
M.M.=73044 Da
AACM02000010.1/G.zeae 1067 8,09 113719 55
1
Os números de acesso no GenBank destes genes serão atribuídos após depósito no referido
banco de dados.
2
Os números correspondem ao número de acesso no GenBank.
3
Dados obtidos com o programa Translate e Compute pI/MW.
4
Os dados apresentados foram obtidos com o programa ClustalW.
45
A)
BD244461/
F.venenatum
CGGCGAGTGGGTTCCTGGCCCCGATATGCAGATTGCTCGTGGTTATCAGTCATCTGCCAC 938
BI191247/
F. sporotrichioides
-------------------------ATGCAGATTGCTCGTGGTTATCAGTCATCAGCTAC 35
M86819/
F. austroamericanum
CGATAGCTGGATCCCGGGACCTGACATGCAAGTGGCTCGTGGGTATCAGTCATCAGCTAC 1791
***** * ******** *********** ** **
BD244461/F. venenatum
CACTTCTGATGGACGTGTGTTCACTATCGGTGGTTCATGGAGTGGTCCTCGTGGCGGCAA 998
BI191247/F. sporotrichioides
CACTTCTGATGGACGTGTCTTCACTATCGGCGGTTCATGGAGTGGTCCCCGTGGTGGCAA 95
M86819/F. austroamericanum
CATGTCAGACGGTCGTGTTTTTACCATTGGAGGCTCCTGGAGCGGTGGCGTATTTGAGAA 1851
** ** ** ** ***** ** ** ** ** ** ** ***** *** * **
BD244461/F. venenatum
GAACGGCGAGATTTACGATCCCAAGGCCAGAACTTGGACTTCCCTTCCCAAGTGTCTTGT 1058
BI191247/F. sporotrichioides
GAACGGCGAGATCTACGACCCCAAGGCCAGAACCTGGACATCCCTTCCCAAGTGTCTTGT 155
M86819/F. austroamericanum
GAATGGCGAAGTCTATAGCCCATCTTCAAAGACATGGACGTCCCTACCCAATGCCAAGGT 1911
*** ***** * ** ** * * ** ***** ***** ***** **
BD244461/F.venenatum
TAGCCCTATGCTTACAAAAGATAAGGAAGGTGTTTACAAGGCCGACAACCACGCTTGGCT 1118
BI191247/F. sporotrichioides
TGGTCCTATGCTCACCAAAGATAAGGAGGGTGTCTACAAGGCTGACAACCACGCTTGGCT 215
M86819/F. austroamericanum
CAACCCAATGTTGACGGCTGACAAGCAAGGATTGTACCGTTCAGACAACCACGCGTGGCT 1971
** *** * ** ** *** * ** * *** * *********** *****
BD244461/F.venenatum
CTTTGGCTGGAAGAAGGGAAGTGTCTTCCAGGCTGGCCCTAGCACAGCCATGAACTGGTA 1178
BI191247/F. sporotrichioides
CTTTGGTTGGAAGAAGGGCAGTGTCTTCCAAGCTGGACCTAGCACAGCGATGAACTGGTA 275
M86819/F. austroamericanum
CTTTGGATGGAAGAAGGGTTCGGTGTTCCAAGCGGGACCTAGCACAGCCATGAACTGGTA 2031
****** *********** ** ***** ** ** *********** ***********
B)
Figura 1. Desenho de iniciadores e amplificação de um fragmento do gene da galactose
oxidase de F. subglutinans. A) Alinhamento ClustalW de um fragmento do gene da galactose
oxidase de F. austroamericanum (MCPHERSON et al., 1992; GenBank M86819), de F.
venetatum (GOLIGHTHY et al., 2001; GenBank BD244461) e de F. sporotrichioides
(GenBank BI191247). A posição dos iniciadores desenhados está evidenciada. B) Gel de
agarose (1,5%) corado com brometo de etídeo mostrando o fragmento de DNA de 263 pb
amplificado em uma reação de PCR, utilizando os iniciadores direcionados para amplificar a
região de alta similaridade mostrada na parte A) desta figura e o DNA genômico de F.
subglutinans. O marcador de tamanho molecular utilizado foi o 1 kpb.
M
.
M
.
P
C
R
1.018
517
263 pb
298
220
pb
46
Figura 2. Características culturais e morfológicas dos isolados. A) Culturas de F.
subglutinans UnB 379 e de F. verticillioides CML 767 crescidos em meio BDA em tubo
inclinado, por 7 dias, à temperatura ambiente e no escuro. B) Estruturas reprodutivas dos
isolados de F. subglutinans UnB 379 e de F. verticillioides CML 767 crescidos em meio
BDA em microcultivo, por 7 dias, à temperatura ambiente e no escuro.
A)
B)
400 X 1000 X
400 X 1000 X
F. subglutinans UnB 379
F. verticillioides CML 767
F. subglutinans UnB 379F. verticillioides CML 767
A)
B)
400 X 1000 X
400 X 1000 X
F. subglutinans UnB 379
400 X 1000 X
F. subglutinans UnB 379
F. verticillioides CML 767
F. subglutinans UnB 379F. verticillioides CML 767 F. subglutinans UnB 379F. verticillioides CML 767
47
Figura 3. Amplificação dos genes da galactose oxidase por PCR. Gel de agarose (1%) corado
com brometo de etídeo mostrando os fragmentos de DNA de aproximadamente 2000 pb
amplificados nas reações de PCR, utilizando os iniciadores direcionados para amplificar toda
a região codificante do gene da galactose oxidase de G. moniliformis. O marcador de tamanho
molecular utilizado foi o λDNA/HindIII.
M
.
M
.
C
o
n
t
r
o
l
e
n
e
g
a
t
i
v
o
F
.
v
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i
d
e
s
F
.
s
u
b
g
l
u
t
i
n
a
n
s
2027
2322
F
.
f
u
j
i
k
u
r
o
i
F
.
a
u
s
t
r
o
a
m
e
r
i
c
a
n
u
m
pb
48
AN/F. subglutinans ATGAAGTCTTTCTACTCCTTGGCCTTGTGCCTCGGTGCCTTCTTCAATGCAGCCACTGCCATTGATCCTGAGGA-GCAGGGACAACAG--CCTGGAAAG-----TTCGCTGCTGCTCCCC 112
AN/F. verticillioides ATGAAGTCTTTCTACTCCTTGGCCTTGTGCCTTGGTGCCTTCTTCAATGCAGCCACTGCCATTCCACCAGAGGA-GCAGGGACAACAG--CCTGGAAAG-----TTCGCTGCTGCTCCCC 112
M86819/F. austroamericanum ATGAAACACCTTTTAACACTCGCTCTTTGCTTCAGCAGCATCAATGCTGTTGCTGTCACCGTCCCTCACAAGGCCGTAGGAACTGGAATTCCTGAAGGGAGTCTTCAGTTCCTGAGCCTT 120
***** * * * * ** * *** * * * ** ** ** ** * * *** * *** ** * **** * * * * * *** **
AN/F. subglutinans CAG---TCGGTTC-------AAACCCCATTGACCGTAAGGGATGGACTGTCAAGTGTTCCAGCCAGGCTCCAAATTTCCCCTGTGGTAGAGCCATCGATGGTGACAAGAACACCTTCTGG 222
AN/F. verticillioides CCG---TTGGCTC-------AAACCCCATTGACCGCAAGGGATGGACTGTCAAGTGTTCCAGCCAGGCTTCAAACTTCCCCTGTGGTAGAGCCATCGATGGTGACAAGAACACCTTCTGG 222
M86819/F. austroamericanum CGAGCCTCAGCACCTATCGGAAGCGCCATTTCTCGCAACAACTGGGCCGTCACTTGCGACAGTGCACAGTCGGGAAATGAATGCAACAAGGCCATTGATGGCAACAAGGATACCTTTTGG 240
* * * * ** * ***** ** ** *** * **** ** *** * ** * ***** ***** ***** * ***** ***
AN/F. subglutinans CAGACTCCCTATGGCACAACCAACACGCC---GCCTCCTCACACCATCACCATTGACATGAAGCAGACCCAGTATGTCAGTGGTCTCCAGATTACACCTCGCCAAGACGGCAACACCCGT 339
AN/F. verticillioides CAGACTCCCTATGGCACAACCAACACGCC---TCCTCCTCACACCATCACCATTGACATGAAGCAGACTCAGTATGTCAGTGGTCTCCAGATTACACCACGCCAAGACGGCAACACCCGT 339
M86819/F. austroamericanum CACACATTCTATGGCGCCAACGGGGATCCAAAGCCCCCTCACACATACACGATTGACATGAAGACAACTCAGAACGTCAACGGCTTGTCTATGCTGCCTCGACAGGATGGTAACCAAAAC 360
** ** ******* * * * ** ** ******** *** ************ ** *** * **** ** * ** ** ** ** ** ** ***
AN/F. subglutinans AACTGGATTGGTCGACATGAAGTCTACCTCAGCTCTGACGGCACCAACTGGGGAAAGCCCGTTGCCTTTGGAACTTATTGGGGAGACAAGTACCCCTGGAT-CACAAACTTTGAGACTCA 458
AN/F. verticillioides AACTGGATTGGTCGACATGAAGTCTACCTTAGCTCTGACGGCACCAACTGGGGAAAGCCCGTTGCCTTTGGAACATACTGGGGAGACAAGTACCCCTGGAT-CACAAACTTTGAGACTCA 458
M86819/F. austroamericanum GGCTGGATCGGTCGCCATGAGGTTTATCTAAGCTCAGATGGCACAAACTGGGGCAGCCCTGTTGCGTCAGGTAGTTGGTTCGCCGACTC-TACTACAAAATACTCCAACTTTGAAACTCG 479
****** ***** ***** ** ** ** ***** ** ***** ******** * ** ***** * ** * * * * *** *** * ** * * ******** ****
AN/F. subglutinans TCCTGCTCGCTATCTCCGCTTTGTTGCCCTCTCTAACGTGAACTCCGACTATCCTTGGATTGCTATTGCCGACTTTCAAGTCTACAATGCT--CTCAAGTACAACCCGCCTGCTAAGGGT 576
AN/F. verticillioides GCCTGCTCGCTATCTTCGCTTTGTTGCCCTTTCTAACGTGAACTCCGACTATCCCTGGATTGCTATTGCCGACTTTCAAGTCTACAACGCT--CTCAAGTACAATCCCCCTGTTAAGGGT 576
M86819/F. austroamericanum CCCTGCTCGCTATGTTCGTCTTGTCGCTATCACTGAAGCGAAT---GGCCAGCCTTGGACTAGCATTGCAGAGATCAACGTCTTCCAAGCTAGTTCTTACACAGCCCCCCAGCCT--GGT 594
************ * ** **** ** * ** * * *** * * * ** **** * ***** ** * * **** * * *** ** *** ** ** * ***
AN/F. subglutinans CTTGGAAAATGGGGTCCTACTATTGACTTCCCAGTCATCCCCGTCGCTGGTGCCGTTGAGCCTGTCTCCGGAAAGGTCGTCATCTGGTCTGCTTACCGATATGATGCTTTCCAAGGCACC 696
AN/F. verticillioides CTTGGAAAATGGGGTCCTACTCTTGACTTCCCCGTCATTCCCGTCGCTGGTGCCGTTGAGCCTGTCTCAGGAAAGGTCGTCATCTGGTCTGCTTACCGATATGATGCTTTCCAAGGCACC 696
M86819/F. austroamericanum CTTGGACGCTGGGGTCCGACTATTGACTTACCGATTGTTCCTGCGGCTGCAGCAATTGAACCGACATCGGGACGAGTCCTTATGTGGTCTTCATATCGCAATGATGCATTTGGAGGATCC 714
****** ******** *** ******* ** * * ** * **** ** **** ** ** *** *** * ** ****** * ** ** ******* ** *** **
AN/F. subglutinans ACTCCCCGTGGTGGCTTCACTCTCACTTCTATCTGGGACCCCAAGACCAACGTCATCTCCAACCGCAATGTTTCCAACAACCATCACGACATGTTCTGCCCTGGTATTTCCATGGACGGT 816
AN/F. verticillioides ACTCCTCGGGGTGGCTTCACTCTCACTTCTATCTGGGACCCCAAGACCAACGTCATCTCCAACCGCAATGTTTCCAACAACCATCACGACATGTTCTGCCCTGGTATTTCCATGGACGGT 816
M86819/F. austroamericanum CCT------GGTGGTATCACTTTGACGTCTTCCTGGGATCCATCCACTGGTATTGTTTCCGACCGCACTGTGACAGTCACCAAGCATGATATGTTCTGCCCTGGTATCTCCATGGATGGT 828
** ***** ***** * ** *** ****** ** ** * * *** ****** *** * ** * * ** ** ***************** ******** ***
AN/F. subglutinans GAGGGACAGATTGTCGTTACTGGCGGCAACGACGCTAAGAAGACTACCAT-TCTCATGC--CTGATGGTAACTGGGTTCCTGGCCCTGACATGCAGATTGCTCGTGGTTACCAATCATCT 933
AN/F. verticillioides GAGGGACAGATTGTCGTCACTGGTGGTAACGATGCGAAGAAGACTACCAT-TCTCATGC--CTGATGGCAACTGGGTTCCTGGCCCTGACATGCAGATTGCTCGTGGTTACCAATCATCT 933
M86819/F. austroamericanum AACGGTCAGATCGTAGTCACAGGTGGCAACGATGCCAAGAAGACCAGTTTGTATGATTCATCTAGCGATAGCTGGATCCCGGGACCTGACATGCAAGTGGCTCGTGGGTATCAGTCATCA 948
* ** ***** ** ** ** ** ** ***** ** ******** * * * * ** * ** * * **** * ** ** *********** * ******** ** ** *****
AN/F. subglutinans GCTACTTGCTCTGATGGCCGCGTTTTCACCATCGGTGGTTCGTGGAGCGGTGCCCGTGGCGGTAAGAACGGTGAAATCTATGACCCCAGGGCCAAGACCTGGACATCTCTTCCCAAGTGT 1053
AN/F. verticillioides GCTACTTGCTCTGACGGCCGTGTTTTCACCATCGGTGGCTCATGGAGCGGTCCCCGTGGCGGCAAGAACGGTGAAATCTACGACCCCAAGGCCAAGACCTGGACCTCCCTTCCCAAGTGC 1053
M86819/F. austroamericanum GCTACCATGTCAGACGGTCGTGTTTTTACCATTGGAGGCTCCTGGAGCGGTGGCGTATTTGAGAAGAATGGCGAAGTCTATAGCCCATCTTCAAAGACATGGACGTCCCTACCCAATGCC 1068
***** ** ** ** ** ***** ***** ** ** ** ********* * * ***** ** *** **** *** * ***** ***** ** ** *****
AN/F. subglutinans CTCGTCGGCCCTATGCTCACCCACGACAAGGAGGGTGTCTACAAGGCTGACAACCACGCTTGGCTCTTTGGCTGGAAGAAGGGCAGTGTTTTCCAGGCTGGACCCAGCACAGCCATGAAC 1173
AN/F. verticillioides CTCGTCGGCCCTATGCTCACCAAGGACAAGGAGGGTGTCTACAAGTCTGACAACCACGCTTGGCTCTTTGGCTGGAAGAAGAACAGTGTTTTCCAGGCTGGACCCAGCACAGCCATGAAC 1173
M86819/F. austroamericanum AAGGTCAACCCAATGTTGACGGCTGACAAGCAAGGATTGTACCGTTCAGACAACCACGCGTGGCTCTTTGGATGGAAGAAGGGTTCGGTGTTCCAAGCGGGACCTAGCACAGCCATGAAC 1188
*** *** *** * ** ****** * ** * *** * *********** *********** ********* ** ***** ** ***** ***************
AN/F. subglutinans TGGTACTACACCGATAGGGGTACTCAGGGTAACACCAAGGCTGCCGGTACTCGACGAAAGAACGGCAGAGTTGACCCTGACTCTATGAACGGCAACGTTGCCATGTTTGATGCCGTCAAG 1293
AN/F. verticillioides TGGTACTACACCACCAAGGGCACTCAGGGTGACACCAAGGCTGCTGGTACTCGACGAAAGAACGGCAGAATTGATCCTGATTCCATGAACGGCAATGTTGCCATGTTCGATGCCCTTAAG 1293
M86819/F. austroamericanum TGGTACTATACCAGTGGAAGT------GGTGATGTGAAGTCAGCCGGAAAACGCCAGTCTAACCGTGGTGTAGCCCCTGATGCCATGTGCGGAAACGCTGTCATGTACGACGCCGTTAAA 1302
******** *** * *** * *** * ** ** * ** * *** * * * * ***** * *** *** ** * ** ***** ** *** * **
AN/F. subglutinans GGCAAGATCCTCACCTTTGGCGGTGCTACCAGCTACCAGCAGGCTCCTGCCACTGCTAACGCTCACGTCCTCACCATTGACCAGCCTGGTGCCATTGCCCAAACCGCTCTCGTTGGAAAC 1413
AN/F. verticillioides GGCAAGATTCTCACCTTTGGCGGTGCTACCAGCTACCAACAAGCTCCTGCCACTGCTAACGCTCATGTTCTCACAATTGACCAGCCCGGTGCCATCGCCCAGACTGCTCTCGTTGGGAAC 1413
M86819/F. austroamericanum GGAAAGATCCTGACCTTTGGCGGCTCCCCAGATTATCAAGACTCTGACGCCACAACCAACGCCCACATCATCACCCTCGGTGAACCCGGAAC-ATCTCCCAA--CACTGTCTTTGCTAGC 1419
** ***** ** *********** * * ** ** * ** ***** * ***** ** * **** * * * ** ** * ** **** ** ** *** * *
AN/F. subglutinans AACGGTGCTGGTATCCACGCTCGTGTCTTCGCTACCTCTACCATTCTCCCTGACGGAAACGTCTTCATCACTGGCGGTCAATCTTACTCCAACCCTTTCACCGACACCAACGCTCAGCTC 1533
AN/F. verticillioides AACGGTGCTGGTATTCACGCCCGTGTCTTCGCTACCTCTGTCATCCTCCCTGACGGAAACGTCTTCATCACTGGTGGCCAATCTTACTCCAACCCGTTCACCGACACCAACGCTCAGCTC 1533
M86819/F. austroamericanum AATGG--GTTGTACTT-TGCCCGAACGTTTCACACCTCTGTTGTTCTTCCAGACGGAAGCACGTTTATTACAGGAGGCCAACGACGTGGAATTCCGTTCGAGGATTCAACCCCGGTATTT 1536
** ** * *** ** ** ** ****** * ** ** ******* * ** ** ** ** ** *** * ** *** ** * * * * *
AN/F. subglutinans GAGCCTGAGATGTTCATTTCCTCCTCCAACACATTCACTAAGCAACAGCCCAACACTATTCCCCGCACCTATCACAGTATGTCTCTGCTGCTGCCAGATGGTACTGTCTTCAACGGTGGC 1653
AN/F. verticillioides GAGCCCGAGATGTTCATTTCCTCCTCCAACACATTCGCTAAGCAACAATCCAACACCATTCCCCGCACGTATCACAGTATGTCTCTGCTGCTGCCAGATGCTACTGTCTTCAACGGTGGC 1653
M86819/F. austroamericanum ACACCTGAGATCTACGTCCCTGAACAAGACACTTTCTACAAGCAGAACCCCAACTCCATTGTTCGCGTCTACCATAGCATTTCCCTTTTGTTACCTGATGGCAGGGTATTTAACGGTGGT 1656
** ***** * * * * **** *** ***** * ***** * *** *** ** ** ** ** ** ** ** * ** **** * ** ** ********
AN/F. subglutinans GGTGGTCTTTGCGGTAGCTGCAAGAGCAACCACTTTGACGCTCAGATCTTCACCCCTCAGTATCTCCTCGATGGCAACGGTAACCTTGCTACCCGCCCCAAGATCACTGCTGTTTCGGCC 1773
AN/F. verticillioides GGTGGTCTCTGCGGTAGCTGCAAGAGCAACCACTTTGACGCTCAGATCTTCACCCCTCAGTACCTCCTTGATGGCAACGGTAACCTTGCTACCCGCCCCAAGATCACTGCTGTTTCGGCT 1773
M86819/F. austroamericanum GGTGGTCTTTGTGGCGATTGTACCACGAATCATTTCGACGCGCAAATCTTTACGCCAAACTATCTTTACAATAGCAACGGCAATCTCGCGACACGTCCCAAGATTACCAGAACCTCTACA 1776
******** ** ** ** * * ** ** ** ***** ** ***** ** ** * ** ** ** ******* ** ** ** ** ** ******** ** ** *
AN/F. subglutinans ACTACTGCCAAGGTCGGTAGCACCATCACCGTCACTGCCAACAGCGCCATCAAGAGCGCTTCTCTTATGCGATACGGAACTGCGACACATGTTGTCAACACCGATCAGCGCCGCATTCCT 1893
AN/F. verticillioides ACTACTGCCAAAGTCGGTAGCACCATCACTGTCACTGCCAACAGCGCCATCAAGAGCGCTTCTCTTATCCGATACGGAACTGCGACACATGTTGTCAACACTGACCAGCGCCGCATTCCT 1893
M86819/F. austroamericanum CAGAGCGTCAAGGTCGGTGGCAGAATTACAATCTCGACGGATTCTTCGATTAGCAAGGCGTCGTTGATTCGCTATGGTACAGCGACACACACGGTTAATACTGACCAGCGCCGCATTCCC 1896
* * *** ****** *** ** ** ** * * * * ** * * ** ** * ** ** ** ** ** ******** ** ** ** ** **************
AN/F. subglutinans TTGGCCCTGACAGGTGCTGGTACCAACAAGTACTCTTTCAAGATTCCCAATGATTCTGGTATTGCCCTCCCTGGCTACTGGATGCTTTTTGTCATCAACAACGCCGGTGTTCCCAGCGTT 2013
AN/F. verticillioides TTGGCCCTGACTGGTGCTGGTACTAACAAGTACTCTTTCAAGATTCCTAATGACTCTGGTATTGCCCTCCCCGGCTACTGGATGCTCTTCGTCCTCAACAACGCTGGTGTTCCTAGCGTT 2013
M86819/F. austroamericanum CTGACTCTGACAAACAATGGAGGAAATAGCTATTCTTTCCAAGTTCCTAGCGACTCTGGTGTTGCTTTGCCTGGCTACTGGATGTTGTTCGTGATGAACTCGGCCGGTGTTCCTAGTGTG 2016
** * ***** *** ** * ** ****** * **** * ** ****** **** * ** ************ * ** ** * *** ** ******** ** **
AN/F. subglutinans GCTAGCACCATTAAGGTCACTGTCTGA 2040
AN/F. verticillioides GCTAGCACCATTAAGGTCACTGTCTGA 2040
M86819/F. austroamericanum GCTTCGACGATTCGCGTTACTCAGTGA 2043
*** ** *** ** *** ***
Figura 4. Alinhamento múltiplo das sequências de nucleotídeos dos genes clonados e do gene
gaoA da galactose oxidase de F. austroamericanum (Genbank M86819). AN indica o número
de acesso a ser atribuído no GenBank. Os símbolos (*) representam nucleotídeos idênticos.
49
Figura 5. Relação entre genes da galactose oxidase de Fusarium spp. A árvore filogenética
apresentada foi inferida pelo método de semelhança de vizinhos (“neighbor joining”) com
base na sequência de nucleotídeos dos genes da galactose oxidase clonados de F. subglutinans
e de F. verticillioides e de genes da galactose oxidase encontrados nos bancos de dados. As
sequências em negrito foram obtidas neste trabalho, mas ainda não possuem número de
acesso (AN) no GenBank. Os números de acesso no GenBank das outras sequências estão
indicados.
AN/F. subglutinans
AAXH01000610.1/F. oxysporum f. sp. lycopersici
AN/F. verticillioides
BD244461/F. venenatum
AACM02000140.1/G. zeae
AAIM02000007.1/G. moniliformis
AACM02000010.1/G. zeae
XM_391208.1/G. zeae
M86819/F. austroamericanum
AAXH01000616.1/F. oxysporum f. sp. lycopersici
AAIM02000112.1/G. moniliformis
AAXH01000074.1 /F. oxysporum f. sp. lycopersici
gaoA
gaoB
gaoC
AN/F. subglutinans
AAXH01000610.1/F. oxysporum f. sp. lycopersici
AN/F. verticillioides
BD244461/F. venenatum
AACM02000140.1/G. zeae
AAIM02000007.1/G. moniliformis
AACM02000010.1/G. zeae
XM_391208.1/G. zeae
M86819/F. austroamericanum
AAXH01000616.1/F. oxysporum f. sp. lycopersici
AAIM02000112.1/G. moniliformis
AAXH01000074.1 /F. oxysporum f. sp. lycopersici
AN/F. subglutinans
AAXH01000610.1/F. oxysporum f. sp. lycopersici
AN/F. verticillioides
BD244461/F. venenatum
AACM02000140.1/G. zeae
AAIM02000007.1/G. moniliformis
AACM02000010.1/G. zeae
XM_391208.1/G. zeae
M86819/F. austroamericanum
AAXH01000616.1/F. oxysporum f. sp. lycopersici
AAIM02000112.1/G. moniliformis
AAXH01000074.1 /F. oxysporum f. sp. lycopersici
gaoA
gaoB
gaoC
50
Figura 6. Mapa de restrição dos genes da galactose oxidase de G. moniliformis, de F.
subglutinans e de F. verticillioides.
AAIM02000113/G. moniliformis
+1 2040 pbXhoI
1531 pb
AN/F. verticillioides
+1 2040 pbXhoI
1531 pb
AN/F. subglutinans
+1 2040 pbXhoI
1531 pb
KpnI
1913 pb
AAIM02000113/G. moniliformis
+1 2040 pbXhoI
1531 pb
AN/F. verticillioides
+1 2040 pbXhoI
1531 pb
AN/F. subglutinans
+1 2040 pbXhoI
1531 pb
KpnI
1913 pb
AN/F. subglutinans
+1 2040 pbXhoI
1531 pb
KpnI
1913 pb
51
F.verticillioides MKSFYSLALCLGAFFNAATAIPPEEQGQ-------QPGKFAAAPPVGSNPIDRKGWTVKC 53
F.subglutinans MKSFYSLALCLGAFFNAATAIDPEEQGQ-------QPGKFAAAPPVGSNPIDRKGWTVKC 53
F.austroamericanum MKHLLTLALCFSSINAVAVTVPHKAVGTGIPEGSLQFLSLRASAPIGS-AISRNNWAVTC 59
** : :****:.:: .*.:: : * * .: *:.*:** .*.*:.*:*.*
F.verticillioides SSQASNFPCGRAIDGDKNTFWQTPYGTTNTP-PPHTITIDMKQTQYVSGLQITPRQDGNT 112
F.subglutinans SSQAPNFPCGRAIDGDKNTFWQTPYGTTNTP-PPHTITIDMKQTQYVSGLQITPRQDGNT 112
F.austroamericanum DSAQSGNECNKAIDGNKDTFWHTFYGANGDPKPPHTYTIDMKTTQNVNGLSMLPRQDGNQ 119
.* .. *.:****:*:***:* **:.. * **** ***** ** *.**.: ******
F.verticillioides RNWIGRHEVYLSSDGTNWGKPVAFGTYWGDKYPWITNFETQPARYLRFVALSNVNSDYPW 172
F.subglutinans RNWIGRHEVYLSSDGTNWGKPVAFGTYWGDKYPWITNFETHPARYLRFVALSNVNSDYPW 172
F.austroamericanum NGWIGRHEVYLSSDGTNWGSPVASGSWFADSTTKYSNFETRPARYVRLVAITEANGQ-PW 178
..*****************.*** *:::.*. . :****:****:*:**:::.*.: **
F.verticillioides IAIADFQVYNALKYNPPVKGLGKWGPTLDFPVIPVAGAVEPVSGKVVIWSAYRYDAFQGT 232
F.subglutinans IAIADFQVYNALKYNPPAKGLGKWGPTIDFPVIPVAGAVEPVSGKVVIWSAYRYDAFQGT 232
F.austroamericanum TSIAEINVFQASSYTAPQPGLGRWGPTIDLPIVPAAAAIEPTSGRVLMWSSYRNDAFGGS 238
:**:::*::* .*..* ***:****:*:*::*.*.*:**.**:*::**:** *** *:
Cys228
F.verticillioides TPRGGFTLTSIWDPKTNVISNRNVSNNHHDMFCPGISMDGEGQIVVTGGNDAKKTTILMP 292
F.subglutinans TPRGGFTLTSIWDPKTNVISNRNVSNNHHDMFCPGISMDGEGQIVVTGGNDAKKTTILMP 292
F.austroamericanum P--GGITLTSSWDPSTGIVSDRTVTVTKHDMFCPGISMDGNGQIVVTGGNDAKKTSLYDS 296
. **:**** ***.*.::*:*.*: .:************:**************:: .
Tyr272 Trp290
F.verticillioides DGN-WVPGPDMQIARGYQSSATCSDGRVFTIGGSWSGPRGGKNGEIYDPKAKTWTSLPKC 351
F.subglutinans DGN-WVPGPDMQIARGYQSSATCSDGRVFTIGGSWSGARGGKNGEIYDPRAKTWTSLPKC 351
F.austroamericanum SSDSWIPGPDMQVARGYQSSATMSDGRVFTIGGSWSGGVFEKNGEVYSPSSKTWTSLPNA 356
..: *:******:********* ************** ****:*.* :*******:.
F.verticillioides LVGPMLTKDKEGVYKSDNHAWLFGWKKNSVFQAGPSTAMNWYYTTKGTQGDTKAAGTRRK 411
F.subglutinans LVGPMLTHDKEGVYKADNHAWLFGWKKGSVFQAGPSTAMNWYYTDRGTQGNTKAAGTRRK 411
F.austroamericanum KVNPMLTADKQGLYRSDNHAWLFGWKKGSVFQAGPSTAMNWYYTSG--SGDVKSAGKRQS 414
*.**** **:*:*::***********.**************** .*:.*:**.*:.
F.verticillioides NGRIDPDSMNGNVAMFDALKGKILTFGGATSYQQAPATANAHVLTIDQPGAIAQTALVGN 471
F.subglutinans NGRVDPDSMNGNVAMFDAVKGKILTFGGATSYQQAPATANAHVLTIDQPGAIAQTALVGN 471
F.austroamericanum NRGVAPDAMCGNAVMYDAVKGKILTFGGSPDYQDSDATTNAHIITLGEPGTSPNTVFASN 474
* : **:* **..*:**:*********:..**:: **:***::*:.:**: .:*.:..*
F.verticillioides NGAGIHARVFATSVILPDGNVFITGGQSYSNPFTDTNAQLEPEMFISSSNTFAKQQSNTI 531
F.subglutinans NGAGIHARVFATSTILPDGNVFITGGQSYSNPFTDTNAQLEPEMFISSSNTFTKQQPNTI 531
F.austroamericanum --GLYFARTFHTSVVLPDGSTFITGGQRRGIPFEDSTPVFTPEIYVPEQDTFYKQNPNSI 532
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Tyr495 His496
F.verticillioides PRTYHSMSLLLPDATVFNGGGGLCGSCKSNHFDAQIFTPQYLLDGNGNLATRPKITAVSA 591
F.subglutinans PRTYHSMSLLLPDGTVFNGGGGLCGSCKSNHFDAQIFTPQYLLDGNGNLATRPKITAVSA 591
F.austroamericanum VRVYHSISLLLPDGRVFNGGGGLCGDCTTNHFDAQIFTPNYLYNSNGNLATRPKITRTST 592
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F.verticillioides TTAKVGSTITVTANSAIKSASLIRYGTATHVVNTDQRRIPLALTGAGTNKYSFKIPNDSG 651
F.subglutinans TTAKVGSTITVTANSAIKSASLMRYGTATHVVNTDQRRIPLALTGAGTNKYSFKIPNDSG 651
F.austroamericanum QSVKVGGRITISTDSSISKASLIRYGTATHTVNTDQRRIPLTLTNNGGNSYSFQVPSDSG 652
:.***. **::::*:*..***:*******.**********:**. * *.***::*.***
F.verticillioides IALPGYWMLFVLNNAGVPSVASTIKVTV 679
F.subglutinans IALPGYWMLFVINNAGVPSVASTIKVTV 679
F.austroamericanum VALPGYWMLFVMNSAGVPSVASTIRVTQ 680
:**********:*.**********:**
Figura 7. Alinhamento múltiplo das sequências de aminoácidos das proteínas derivadas dos
genes clonados e da proteína codificada pelo gene gaoA de F. austroamericanum (Genbank
M86819). Aminoácidos em vermelho: pequeno (+ hidrofóbico, + aromático, - Y);
aminoácidos em azul: acídico; aminoácidos em magenta: básico; aminoácidos em verde:
hidroxílico (+ básico, - Q). Símbolos representam: * resíduos idênticos; : substituições
conservadas; e . substituições semiconservadas. A região sublinhada corresponde à seqüência
sinal da proteína imatura. Os resíduos de aminoácidos importantes do sítio ativo estão
enquadrados em retângulos e indicados.
52
Figura 8. Estrutura tridimensional das proteínas. A) A estrutura da enzima de F.
austroamericanum é derivada do gene gaoA (MCPHERSON et al., 1992). As estruturas das
enzimas de F. subglutinans e de F. verticillioides foram derivadas das sequências de
aminoácidos obtidas dos genes clonados neste trabalho. São mostrados os três domínios
estruturais da enzima, em vermelho o domínio I, em verde o domínio II e em azul o domínio
III. B) Rotação de 90 graus no sentido horizontal para frente das figuras do painel A. Em
evidência está a estrutura em pseudosimetria de sete pétalas do domínio II (domínio Kelch)
das respectivas enzimas.
F. austroamericanum F. subglutinans F. verticillioides
A
B
53
Figura 9. Resultado da reação de RT-PCR. Gel de agarose (1%) mostrando os produtos
amplificados de uma reação de PCR, utilizando os iniciadores desenhados para amplificar
toda a região codificante do gene da galactose oxidase de G. moniliformis e o cDNA de F.
verticillioides CML 767, de F. subglutinans UnB 379, de G. fujikuroi NRRL 2278 e de F.
austroamericanum. O marcador molecular foi o λDNA/HindIII. Na reação do controle
positivo, foi utilizado como molde o DNA genômico (400 ng) de F. verticillioides e na reação
do controle negativo nenhum DNA ou cDNA foi utilizado
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