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tem doze fundamentos ou “chaves”: dedicar-se para Deus, renúncia, fé, oração,
santidade, humildade, justiça, fazer discípulos, esforço, unidade, sabedoria (ciência,
revelação) e coragem
453
, que abririam um novo tempo para a igreja.
Hoje, mais que nunca, neste tempo de globalização dos poderes fáticos do
príncipe deste mundo, que fecha fileiras para unificar seus exércitos,
econômicos, políticos, militares e religiosos, o povo de Deus deve,
urgentemente, estreitar laços de amor fraternal, de renúncia a qualquer
protagonismo, e aos bens deste mundo, para alcançar a unidade da fé e
formar a única igreja de Cristo, seu corpo, sua noiva
454
.
R. Padilla avalia que desde uma perspectiva bíblica a nova vida está dada a
partir do viver em harmonia com Deus, com o próximo e com a criação
455
. Isso é
viver plenamente. “A base dessa vida plena está no reconhecimento de Deus como
o Criador e Dono do universo e de tudo quanto nele existe. E este reconhecimento
se manifesta concretamente em termos de justiça econômica”
456
. Infelizmente, essa
visão não parece ter prevalecido na América Latina, especialmente entre os
evangélicos. Concordo com Ricardo Gondim quando afirma:
Interessados em multiplicar o número de crentes, os evangélicos buscaram
métodos eficazes de evangelização, deixando de lado as exigências
abrangentes da evangelização. Para viabilizar um conceito individualista e
ultramundano de salvação, optaram por otimizar métodos, sacrificando as
exigências proféticas da reflexão teológica que encarna o Reino de
Deus
457
.
Os novos valores cultivados pela pessoa transformada pressupõem a
encarnação de uma ética voltada para a transformação da vida humana e da
criação. Conforme escreve R. Padilla: “uma ética orientada à transformação da vida
humana e da criação em todas suas dimensões, pelo poder e para a glória de Deus.
E a Igreja está chamada a encarnar essa ética aqui e agora”
458
.
453
DÍEZ, Miguel. Economía del reino. 2 ed. Lima: REMAR, 2003. p. 13-443.
454
DÍEZ, 2003. p. 17: “Hoy, más que nunca, en este tiempo de globalización de los poderes fácticos
del príncipe de este mundo, que cierra filas para unificar sus ejércitos, económicos, políticos, militares
y religiosos, el pueblo de Dios debe, urgentemente, estrechar lazos de amor fraternal, de renuncia a
cualquier protagonismo, y a los bienes de este mundo, para alcanzar la unidad de la fe y formar la
única iglesia de Cristo, su cuerpo, su novia” (tradução nossa).
455
PADILLA, 2002. p. 68s.
456
PADILLA, 2002. p. 68, 69: “La base de esa vida plena está en el reconocimiento de Dios como el
Creador y Dueño del universo y de todo cuanto en él existe. Y este reconocimiento se manifiesta
concretamente en términos de justicia económica” (tradução nossa).
457
GONDIM, 2010. p. 145.
458
PADILLA, 2002. p. 22: “Una ética orientada a la transformación de la vida humana y de la creación
en todas sus dimensiones, por el poder y para la gloria de Dios. Y la Iglesia está llamada a encarnar
esa ética aquí y ahora” (tradução nossa).