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ESCOLA SU
PERIOR DE TEOLOGIA
PROGRAMA
DE PÓS
-GRADUA
ÇÃO
EM TEOLOGIA
MARIA CÉLIA CALMON SANTOS
ANÁLISE DE DUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO
ENSINO SUPERIOR TECNOLÓGICO
:
INTERDISCIPLINARIDADE OU PROBLEMATIZAÇÃO?
São Leopoldo
2008
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MARIA CÉLIA CALMON SANTOS
ANÁLISE DE DUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO
ENSINO SUPERIOR TECNOLÓGICO
:
INTERDISCIPLINARIDADE OU PROBLEMATIZAÇÃO?
Dissertaçã
o de Mestrado Profissional
Para obtenção do Grau de Mestre em Teologia e
Educação
Escola Superior de Teologia
Instituto Ecumênico de Pós-Graduação Religião e
Educação
Orientadora 1ª Corretora: Prof. Drª
. Gisela
I. W.
Streck
2ª Corretora: Prof. Dr
ª.
Laude Erandi Brandenburg
São Leopoldo
2008
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha elaborada pela Biblioteca da
EST
S
237a
Santos, Maria Célia Calmon
Análise de duas práticas pedagógicas no ensino superior
t
ecnológ
ico : interdisciplinaridade ou problematização? /
Maria Célia
Calmon Santos
; orientadora Gisela Streck.
São
Leopoldo
:
EST
/P
PG, 200
8.
127
f
.
Dissertação (mestrado)
Esc
ola S
uperior de
T
eologia.
Programa
de Pós
-
Graduação. Mestrado
em
Teologia.
São Leopoldo, 200
8.
1.
Inovações educacionais.
2
.
Ensino Técnico
Finalidades e objetivos.
3.
Ensino Técnico
– Metodologia.
4
. Tecnologia
Estudo e ensino.
I.
Streck
, Gisela
Isolde
Waechter.
II.
Título.
Aos meus pais Adalvo e Aristotelina, pela educação, exemplo de vida, amor e por
me ensinarem a ser
perseveran
te.
Às minhas filhas Tayná e Raíssa pela
compreensão,
paciência
e amor.
AGRADECIMENTOS
A todos que contribuíram direta e indiretamente para que esta idéia se tornasse
realidade, especialmente:
A
Deus,
que me deu a vida, me inspirou e iluminou em todos os momentos de
dificuldade na trajetória.
Aos meus
familiares
pelo incentivo, entusiasmo
e
apoio durante a construção desta
dissertação.
Aos
colegas
do SENAI, que me ajudaram e compartilharam
comigo
o desafio de
escrever e ouvir
pacientemente as
minhas
reflexões e
considerações
.
À
Professora
Dra. Gisela Streck, pela oportunidade em ser a minha orientadora
,
por
acreditar no meu potencial para escrever e por ter desempenhado o verdadeiro
papel de uma mestra, aquela que conduz seus discípulos para que façam suas
próprias descobertas, aquela que
nos ensina a aprender e, ainda
como
orientadora
.
RESUMO
Este trabalho tem como contexto o estudo de duas práticas pedagógicas
interdisciplinares adotadas pela Instituição de Ensino Superior em tecnologia
pesquisada. Buscou conhecer a experiência da Instituição e refletir sobre o
signific
ado dessas práticas na formação de tecnólogo, assim como sobre como
tornar eficientes essas práticas adotadas, a partir da integração das disciplinas e dos
conteúdos curriculares nos semestres estudados pelos alunos. Parte da
necessidade de aprofundamento do conhecimento a cerca dessas práticas
pedagógicas que utilizam estratégias de trabalho com projetos interdisciplinares no
ensino superior tecnológico, bem como da problematização de conteúdos
disciplinares voltados à realidade do mundo do trabalho, que aproximam o aluno do
contexto profissional. O estudo se identifica com uma estratégia metodológica
denominada de Metodologia da Problematização, aproximando-se assim de uma
proposta curricular mais adequada à formação do tecnólogo, pois parte da vivencia
num contexto de estudo que terá de problematizar e buscando construir seus
estudos de maneira mais flexível, além de construir conhecimento teórico e prático
sólidos durante a formação. A pesquisa foi desenvolvida numa abordagem
qualitativa e buscou estudar os aspectos ligados à aprendizagem do aluno, a
integração curricular, mostrando de que maneira a influência das novas tecnologias
reflete o currículo de uma instituição de ensino superior, fazendo que com que esta
se adapte ao contexto da era pós-
moderna.
O instrumento de coleta e dados
utilizados para análise foi o questionário e entrevistas semi-estruturadas com os
alunos participantes da pesquisa, coordenadores da instituição de ensino e
responsável na empresa. Percebemos qu
e as práticas contribuíram na formação dos
tecnólogos da IES e identificamos vantagens, desvantagens e limitações em sua
operacionalização. Finalizamos apresentando a análise dos resultados, pontuando
como as práticas se mostram
como
complementares na construção de uma
identidade curricular para
uma sólida formação dos Tecnólogo
s n
a Instituição.
Palavras
-
Chaves:
Ensino Superior
. Metodologia
.
I
nterdisciplinaridade
.
Tecnologia
.
ABSTRACT
This work
has as
context
the study
of two interdisciplinary teaching practices a
dopted
by the Higher Education Institution in technology researched. We tried to know the
experience of
Institution
and reflect on the meaning of such practices in the training
of technologist,
thus
how to make effective these practices adopted from the
integration of disciplines and content in the curriculum studied by students
semesters. Part of the necessity the deepen
of
knowledge about the teaching
practices that use these strategies to work with interdisciplinary projects in higher
education technology, as well as the problem of disciplinary content focused on the
reality of the world of work, which bring the student's professional context. The study
identifies with a methodology called the methodology of the problem, thus bringing it
closer to a proposed curriculum well adjusted to the formation of the tech
nician
because part of the experience in a
context
of that question will have to build their
studies and looking for a more flexible as well as build solid theoretical and practical
knowledge during training.
The
research was
developed
in a qualitative
boarding
and
tried to search
study
ing
aspects of the student's learning,
the
curricular
integration,
showing how the influence of new technologies reflects the curriculum of an
Higher
Education
Institution, so that it fits with the context the postmodern
era.
The
instrument of collect and
data
was used to analyse was
the
questionnaire and half-
structuralized interviews with students participating in the research, coordinators of
the university and responsible in the company. We realized that the prac
tice
helped
in the
formation
of techn
ician
from the Higher Education Institution
and
we
identify
advantages, disadvantages and limitations in its operation. We finish presenting the
analysis of the results,
signing
how the practices ift hey show as complementary in
the construction of a curricular identity
for a solid formation of the techn
ician in
the institution.
Keywords:
H
igher E
ducatio
n
.
M
ethodology
. Interdisciplinarit
y. Technology.
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
12
2
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PÓS
-
MODERNIDADE: UMA
ANÁLISE DOS
IMPACTOS
CAUSADOS PELOS AVANCOS
DA TECNOLOGIA E O NASCIMENTO DOS CURSOS
TECNOLÓGICOS
17
2.1
A Pós
-
Modernidade e os A
vanços da
T
ecnologia
17
2.2
Os Impactos Causados pelos Avanços da Tecnologia e os
Reflexos no Ensino S
uperior
19
2.3
O Nascimento dos Cursos T
ecnológicos
23
3 CURRÍCULO INTEGRADO OU INTEGRAÇÃO
CURRICULAR? A ALTERNATIVA PODE ESTAR NA
INTERDISCIPLINARIDADE OU NA APRENDIZAGEM
ATRAVÉS DA PROBLEMATIZAÇÃO
31
3.1
O Currículo na Pós
-
M
odernidade
34
3.2
A Aprendizagem S
ignificativa
37
3.
3
Aprendizagem na Perspectiva Interdisciplinar do Currículo
39
4 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS: ESTUDO
COMPATIVO DAS APLICAÇÕES DA PRÁTICA
PEDAGÓGICA DO PROJETO INTEGRADOR E DA
METODOLOGIA THEOPRAX NOS CURSOS
TECNOLÓGICOS
42
4.1
A Proposta Curricular de Aprendizagem Baseada em
Problemas
42
4.2
O Projeto Integrador
45
4.3
A Metodologia TheoPrax
49
4.4
Apresentação da Pesquisa Social sobre as Práticas
Pedagógicas
54
4.4.1
Apresentação de dados da Pesquisa S
ocial
- C
oo
rdenação
P
edagógica
55
4.4.2
Apresentação de Dados da Pesquisa Social - Re
sponsável
Empresa C
ontratante
57
4.4.3
Apresentação de Dados da Pesquisa S
ocial
- Alunos
P
articipantes
59
4.5
Avaliação das Metodologias pelo Público P
esquisado
61
4.5.1
Contribuições
das P
ráticas
61
4.5.2
Limitações
das P
ráticas
65
4.5.3
Onde as Metodologias têm Pontos em C
omum
67
5
CONCLUSÃO
70
REFERÊNCIAS
73
LISTA DE QUADROS
Quadro
1
Princip
ais Pontos de M
elhoria dos Decretos Ministeriais
nº 2208/97 e nº 5154/04
24
Quadro
2
Etapas do Projeto Integrador
45
Quadro
3
Comparativo entre o Ensi
no Frontal e a Metodologia
TheoP
rax
51
Quadro
4
Capacidades Desenvolvidas com o Uso das M
etodologias
58
Quadro
5
Competências
Desenvolvidas com o Uso das M
etodologias
59
Quadro
6
Vantagens e Desvantagens do Projeto Integrador e d
a
Metodologia TheoP
rax
62
Quadro
7
Comparativo entre o Projeto
Integrador e a Metodologia
TheoP
rax
64
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CBO
Classificação Brasileira de Ocupações
CEFET
Centro Federal de Educação Tecnológica
CES
Câmara de Ensino Superior
CET
Centro de Educação Tecnológica
CIMATEC
Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia
CNE
Conselho Nacional de Educação
EST
Escola Superior de Teologia
IEPG
Instituto Ecumênico de Pós
-
Graduação
IES
Instituição e Ensino Superior
LDB
Lei de Diretrizes e Bases
MEC
Ministério da Educação e Cultura
PI
Projeto Integrador
SEMTEC
Secretaria de Educação Média e Tecnológica
SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SENETE
Secretaria Nacional de Educação Tecnológica
SESU
Secretaria de Educação Superior
SETEC
Secretaria de Educação Tecnológica
TheoPrax
Teoria e Prática
102
1
INTRODUÇÃO
Esta
dissertação
tem origem na prática pedagógica denominada de Projeto
Integrador
utilizada nos Cursos Superiores da Faculdade de
Tecnologia
do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (
SENAI
), Centro Integrado de Manufatura e
Tecnologia (
Cimatec
)
.
Foi realizada por Maria Célia Calmon Santos, pesquisadora e
também colaboradora contratada pela instituição desde 1999 e Mestranda do
Programa de Mestrado Profissional em Teologia e Educação do Instituto de Pós-
Graduação
(IEPG)
das Faculdades da Escola Superior de Teologia (
EST
) em São
Leopoldo
no
Rio Grande do Sul.
A coleta de dados teve início a partir do período de concepção do curso e no
decorrer da pesquisa realizada, primeiramente com o Projeto Integrador que serviu
para iniciar a análise de sua aplicação prática em sala de aula e, posteriormente com
a Metodologia
TheoPrax
desenvolvida na Alemanha.
Buscou
-se conhecer a experiência da Instituição d e Ensino Superior (IES) e
refletir sobre o significado na formação do Tecnólogo assim como sobre como tornar
a prática de ensino mais eficiente, a partir da integração de conteúdos curriculares e
de disciplinas no semestre estudado pelos alunos do Curso Superior de Tecnologia
em Mecatrônica.
O tratamento metodológico dado à pesquisa foi uma abordagem qualitativa,
seguindo a uma abordagem metodológica de duas práticas pedagógicas distintas,
utilizadas na formação dos tecnólogos na mesma Instituição de Ensino Superior
estudada.
O referido trabalho justificou-se ainda pela necessidade de aprofundamento
do conhecimento a cerca das práticas pedagógicas que utilizam estratégias de
atuação
com projetos interdisciplinares no Ensino Superior Tecnológico, bem como
da
Problematizaç
ão de conteúdos disciplinares voltados à realidade do Mundo do
Trabalho, que aproximam o aluno do contexto
prof
issional
. Além disso, buscou-
se
realizar um estudo comparativo de duas práticas pedagógicas que se
13
complementam e que fazem parte das estratégias de ensino da instituição, visando
alcançar os seguintes objetivos:
Compreender
sob a ótica da instituição o que se constitui em
diferencial no ensino através da experimentação de metodologias e
estratégias que proporcione ao aluno, em formação, condições de
atuar no futuro profissional;
Colher subsídios que apontem na direção das práticas de ensino
aplicadas através de projetos interdisciplinares;
Identificar os instrumentos e procedimentos utilizados nas
metodologias de ensino utilizadas no ensino superior tecnológico;
Destacar situações positivas das metodologias vivenciadas pelos
sujeitos da pesquisa;
Comparar as estratégias adotadas na instituição naquilo que se
assemelham e diferenciá-las naquilo que lhes é específico e não
menos importante no processo de formação do Tecnólogo.
A partir dos encaminhamentos da pesquisa, optou-se por estudar os
aspectos ligados à aprendizagem do aluno, da integração curricular e,
especialmente falando na Problematização de questões voltadas para a prática do
trabalho vivenciada em empresa. Esta opção se deu a partir dos estudos sobre
alternativas metodológicas para o ensino, da aproximação com a Metodologia da
Problematização através das leituras realizadas e identificação de sua aplicação
com a realidade estudada.
Assim, buscou-se em cada capítulo descrever aquilo que se constitui como
elemento fundamental para as práticas estudadas, seguindo a um encadeamento
metodológico necessário à compreensão pelo leitor daquilo que pesquisamos.
O primeiro capítulo
discorre
sobre a educação tecnológica na pós-
modern
idade, abordando os avanços e progressos da era industrial trazidos com o
advento da tecnologia. Mostramos um pouco as influências do fenômeno da
globalização nessa era pós-moderna, mostrando a necessidade de criação de um
currículo que desse conta de abarcar as inovações tecnológicas trazidas para esse
contexto. Com isso, faz uma abordagem sobre o nascimento dos cursos superiores
de tecnologia, mostrando as mudanças produzidas na primeira tentativa de inserção
14
desses cursos no Brasil e das mudanças produzidas a partir da edição da nova Lei
de Diretrizes e Bases (LDB).
Nesse capítulo mostra de que forma a educação tecnológica ao unir ao
mesmo tempo educação e os recursos que a tecnologia proporciona num mesmo
movimento, busca a sua própria identidade. E, desta forma, como essa busca
contribui para uma formação em rede de conhecimentos. Essa rede de
conhecimentos que surge da dinâmica, do movimento que a educação faz para estar
em sintonia com a tecnologia no seu processo educativo, especialmente falando do
en
sino superior tecnológico.
No segundo capítulo
aborda
sobre as mudanças no currículo, necessárias
para essa nova era de tecnologia. Busca mostrar de que forma a sociedade passou
por transformações curriculares que vão desde a estruturação curricular por
co
nteúdos, até chegar a uma estrutura mais flexível, contextualizada e integrada,
que aproxima o aluno da realidade do trabalho.
Traz a referência de que a formação do profissional com esse novo currículo
e inserido numa sociedade complexa, requer uma formação também voltada para
um pensamento complexo, mais elaborado. Conseqüentemente, para a
complexidade dos fenômenos sociais, políticos econômicos, culturais e do trabalho
que estão no entorno da educação. A esse respeito, trazemos a abordagem feita por
Edga
r Morin que se debruçou no estudo do pensamento complexo, considerando
que, na busca de um caminho tudo é válido, depende do sujeito ou do objeto em
estudo.
Na abordagem a respeito da complexidade, retoma a discussão sob a
importância da globalização do conhecimento e dos métodos globalizados para
ensinar. Mostrando assim, a importância em se fazer a opção pelos métodos de
ensino que se encarreguem de atender a esse chamado da tecnologia. E, para isso,
a aprendizagem deverá estar voltada para a construção escrita e pensamento
crítico. Com isso, poder estimular o pensamento crítico e as habilidades do
pensamento e construção de hipóteses. Traz ainda a importância de uma concepção
curricular que promova a integração dos conteúdos, num currículo que se aprop
rie
de uma nova concepção de homem e de profissional em formação.
O terceiro capítulo traz inicialmente uma abordagem teórica acerca da
metodologia da problematização e da aprendizagem baseada em problemas, como
15
metodologia a ser utilizada no ensino sup
erior.
A escolha destas abordagens se
deveu por considerarmos esta alternativa metodológica como sendo a mais voltada
para a realidade da formação de tecnólogos. Isto por que parte de uma estratégia de
ensino mais contextualizada, com foco em problemas reais encontrados nas
empresas para aproximar o aluno do mundo do trabalho.
Mostra como o aluno, ao vivenciar um contexto de estudo onde deverá
problematizar e buscar sanar as dificuldades teóricas constrói seu conhecimento de
maneira mais flexível, construindo assim um sólido conhecimento teórico e prático.
Nesse momento terá que buscar os recursos que subsidiem suas descobertas e com
isso construindo, aos poucos, o conhecimento necessário, aplicando-o à
realidade.
Descreve
-se daí o que se observou da realidade, a partir do que definimos
que seria pesquisado: as duas práticas pedagógicas interdisciplinares adotadas pela
Faculdade de Tecnologia em estudo. Iniciamos por apresentar o Projeto integrador
(PI), que se constituiu como a primeira estratégia de ensino adotada pela instituição
como tentativa de diferenciar seu ensino voltado para a tecnologia.
Mostra o Projeto Integrador em suas etapas e fases considerando-o como
um eixo articulador do currículo, no sentido da integração curricular e na
mobilização, r
ealiza
ção, aplicação de conhecimentos, que contribui com a formação
de um pensamento sistêmico durante todo o percurso formativo do aluno. O PI
sinaliza para a construção das competências pelo aluno a partir do trabalho em
equipe, da adoção de estratégias de apresentação de trabalhos interdisciplinares de
maneira escrita e verbal nos semestres. Pressupõe além da interdisciplinaridade
praticada o princípio da transversalidade entre os conteúdos de ensino através de
um eixo integrador desse currículo que visa estabelecer a interface entre as
disciplinas e promover a articulação de conhecimentos no semestre
letivo.
Em seguida, traz a metodologia TheoPrax, adotada pela Instituição de
Ensino em 2007. Parte da proposta de
trabalh
o em Projetos de caráter sério”. O
princípio básico são os desafios propostos aos alunos em que lhes são delegados
responsabilidade para resolução de problemas reais de empresas que os contrata
para resolverem problemas operacionais de cunho tecnológico. Na metodologia, os
estudantes são desafiados todo o tempo através do auto-reconhecimento de suas
16
capacidades, atitudes e conhecimentos e, ainda, através dos demais membros do
grupo
.
A metodologia TheoPrax utiliza alguns métodos para a execução dos
projetos. São eles: gerenciamento de projetos; gerenciamento de conhecimentos;
gerenciamento de tempo; solução de problemas; método de apresentação;
criatividade e documentação. Com isso, estimula os alunos a resolverem os
problemas e manterem
-
se sempre motivados.
Finalmente, aborda sobre a metodologia adotada pela faculdade que utiliza
as duas práticas pedagógicas citadas, numa turma de alunos do Curso Superior de
Tecnologia em Mecatrônica Industrial. Buscamos mostrar de que maneira estas
práticas contribuíram na formação dos tecnólogos que participaram da pesquisa,
i
dentifica
ndo
algumas vantagens e desvantagens
,
além das limitações que ambas
apresentam
em sua operacionaliza
ção
.
Além de devolver resultados à instituição, aponta para aplicaç
ão
desses
resultados no contexto das empresas, da
sociedade
e de outras instituições de
ensino superior que tenham cursos superiores de tecnologia em seu catálogo de
cursos
.
Considerando que o Projeto Integrador
não tem base sólida que sustente um
trabalho de equipe de longo tempo, por não preparar os alunos para este desafio
com projetos reais
,
pois
sozinho não
consegue
atender a esse novo currículo que se
configura
, necessário se faz atrelá-lo à metodologia TheoPrax. Desta forma,
assegurar
que haja uma complementação
sólida
na formação do Tecnólogo,
baseada na co
nstrução de uma identidade curricular
.
17
2 EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PÓS-MODERNIDADE: UMA
ANÁLISE DOS IMPACTOS CAUSADOS PELOS AVANCOS DA
TECNOLOGIA E O NASCIMENTO DOS CURSOS TECNOLÓGICOS
2.1
A Pós
-
Modernidade e os Avanços da Tecnologia
Apesar de todos os impactos sociais, políticos e econômicos criados com o
advento da Revolução Industrial, esta pode ser considerada como um marco
referencial de progresso.
Esse
discurso que atravessou os tempos, desde o mundo
antigo até a Revolução Industrial na Inglaterra no século XIX, levaria à consolidação
das desigualdades sociais em vários momentos da história da nossa sociedade. As
transformações provocadas no âmbito do trabalho e dos meios de produção, além
dos avanços tecnológicos dele decorrentes, fizeram com que fossem lançadas no
seio da sociedade novas bases para a instituição de um novo sistema econômico,
sob a ótica mais capitalista.
Os avanços e progressos da era industrial também trouxeram, em
contrapartida, conseqüências como: aumento do processo de urbanização,
causados pelos deslocamentos das áreas agrícolas para os grandes centros
urbanos. Trouxeram ainda a consolidação de duas classes sociais que se firmaram:
a bur
guesia industrial e o proletariado, este último, constituído pela grande massa de
trabalhadores da indústria da época. Com isso, o mundo passou a viver um novo
paradigma, o da produção de bens de consumo, voltado para uma nova sociedade
burguesa. Consolidou-se então o paradigma criado pela Revolução Industrial,
voltado para a produção industrial mecânica e inserção de estudos de natureza
científica. Pressupõe
-se aí o começo da era da pós-
modernidade.
Com base nessa constatação, seria correto afirmar que: a
pós
-
modernidade
se inicia com o avanço da tecnologia, imprimindo à sociedade uma nova visão de
consumo e do capital internacional. Daí então se pode dizer que, nasce uma nova
visão de mundo onde as inovações despertadas pelo dinam
ismo
da
sociedade em
busca de novos conhecimentos e formas de entendimento dos contextos social,
18
político, econômico e cultural, se fazem necessárias em função das contradições
geradas pela ciência, pela tecnologia e pela indústria.
Al
ém disso, a era pós-
moderna se apresenta através do despertar da subjetividade do homem. É, nesse
contexto, que surge o s-modernismo como ruptura da era moderna, dos
paradigmas da produçã
o,
se firma
ndo
de maneira ambígua, por
assunção,
ao longo
da histór
ia,
de
diversos significados
(ESPERANDIO, 2007)
.
A pós-modernidade foi estudada por Lyotard (
19
9
8)
em sua obra “A
condição pós-moderna”, como condição humana. Nessa nova forma de
entendimento do contexto, a ciência foi destronada e as práticas de pesquisa e da
docência necessitaram ser repensadas para dar lugar à ciência e a tecnologia. E,
com isso, a universidade, considerada como gestora de conhecimento, precisou
rever o seu papel e ir além da função de gestora de ciência. Precisou buscar a
compreensão da complexidade dos fenômenos que estuda e, ainda, gerar a ciência
e a tecnologia. Com isso, o paradigma da pós-modernidade se assenta no binômio
da ciência e da tecnologia.
Nessa
perspectiva, cabe analisar os impactos da ciência e da tecnologia
através do fenômeno da globalização. Esse fenômeno trouxe para a sociedade o
aumento das desigualdades sociais, a marginalização política e econômica de
regiões inteiras, além de favorecer o processo de exclusão social, que afetaram
sobremaneira o desenvolvimento da nação, refletindo a pobreza, o desemprego de
massa, a miséria espalhada nos grandes centros urbanos. Além disso, os níveis de
saúde cada vez mais baixos da população, vistos através das epidemias de dengue,
de infestações de animais peçonhentos, da violência urbana foram fatores que
também contribuíram com o fortalecimento desse processo.
Lampert (2005) ressalta que a pós-modernidade requer um currículo que
esteja de fato fundamentado na problematização, nos princípios da
interdisciplinaridade e no diálogo. Esse currículo deve visar preparar o sujeito para
uma convivência harmônica com o outro, com o cosmos e com a natureza. Deve
visar o bem estar do indivíduo, estabelecendo um
equilíbrio do sujeito com seu meio
e consigo mesmo. Desta forma, o indivíduo deverá desenvolver a sua capacidade
autônoma de pensar. Além disso, exercitar a capacidade de assumir posturas mais
flexíveis, mais contextualizadas e mais próximas com os proces
sos de humanização.
19
2.2
Os Impactos Causados pelos Avanços da Tecnologia e os
Reflexos no Ensino Superior
A partir daí passou a existir a necessidade de preparar profissionais que
atend
essem
a essa nova demanda social. Pois, apesar de todos os avanços
científicos e tecnológicos da era s-moderna, os reflexos da exclusão social,
também se disseminaram, sobretudo no âmbito do ensino e da educação. A escola,
outrora responsável pela mera transmissão de conteúdos e conhecimentos, agora
não pode mais prescindir de cumprir com seu papel que é o de preparar o
profissional para esse novo contexto. Com isso, a formação profissional nesse
período de pós-modernidade pretendeu voltar-se para o preparo de indivíduos para
uma atuação mais ativa, criativa e contextualizada no tempo e nos avanços da
ciência e da tecnologia. Uma formação capaz de adequar-se rapidamente às
mudanças que são impressas pelas inovações tecnológicas. Com isso, se passou a
buscar for
mas de aproximação com o mundo do trabalho que viabilizasse o encontro
entre esses dois mundos: o mundo da ciência e da tecnologia com o mundo da
educação
. “Na pós-modernidade, a educação, fundamentada no diálogo, na
problematização e na interdisciplinaridade, deve preparar o homem para conviver
harmonicamente com seus semelhantes”. (L
AMPERT
, 2005, p. 45).
Os reflexos da pós-modernidade passaram a suscitar da escola e da
sociedade um reposicionamento sobre a formação profissional. Com isso,
demandou
-
se por
um novo perfil profissional que atendesse às exigências do mundo
do trabalho e do capitalismo. Nesse contexto, o perfil deveria estar adequado às
exigências de um mundo do trabalho mais dinâmico e ligado às especificidades
regionais e à expectativa da sociedade pós-industrial. Para esse profissional
pressupõem
-se serem necessárias novas técnicas e ferramentas para que possa
operacionalizar o trabalho, além de novos conhecimentos e novas bases
tecnológicas na formação. Nessa ótica, a formação profissional passa a ser de tal
forma abrangente que, ao mesmo tempo, pressupõe articulação da técnica-
ciência
-
ética com a política. E, para que essa articulação exista de fato, é preciso estruturar
um currículo mais adequado a esse novo contexto, a essa nova realidade.
20
Nesse aspecto, Lampert
(2005, p. 35)
diz que “
a pós
-
modernidade clama por
um currículo que se relaciona às questões de classe, raça, gênero, ideologia,
indivíduos, hermenêutica, ecologia, teologia, cognição e todos os ‘ismos’ da era
pós”.
Para atender a esse clamor, a saída para a escola se constitui em adotar uma
alternativa voltada para uma educação mais focada e adequada ao contexto real e
que tem na interdisciplinaridade a sua sustentação.
Sob esse enfoque, pode-
se
dizer que o currículo interdisciplinar na era da
pós
-modernidade se constitui numa possibilidade de repensar a sociedade e a
escola de maneira mais articulada e contextualizada. Nesta nova configuração do
currículo será exigida, além da produção de novos saberes contextualizados, a
noção de realidade e do mundo do trabalho sem a fragmentação curricular vista no
contexto social anterior à revolução Industrial, onde eram priorizados os conteúdos e
a forma, numa visão mais conteudista do ensino. Estamos falando de um enfoque
do currículo que ultrapassa esta visão limitada. Um enfoque mais dialógico,
sistêmico e centrado no indivíduo e na sua aprendizagem.
Este novo enfoque tem seu desenho curricular voltado para uma estrutura
mais flexível onde deverão ser privilegiados os desempenhos, a articulação e
mobilização entre os saberes. É importante, portanto, ter os princípios da
interdisciplinaridade como orientadores da prática estabelecida e não como parte
conceitual, como foi concebida no ensino conteudista, no enfoque disciplinar. Trata-
se então de conceber a interdisciplinaridade como uma prática transformadora, por
se constituir “condição para melhoria da qualidade do ensino mediante a superação
contínua da sua clássica fragmentação, uma vez que orienta a formação global do
homem”.
(LUCK,
1994,
p.71
).
Mas antes de iniciar-
se
a discussão, seria necessário ter claros os conceitos
daquilo que está se chamando de interdisciplinaridade. É preciso identificar
conceitualmente aquilo em que
se
acredita ser a alternativa para o ensino, através
das práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula. Busc
ou
-se para isso alguns
conceitos que mais se aproximam d
esse
trabalho.
Piaget descreve a interdisciplinaridade como um intercâmbio mútuo e uma
integração entre várias ciências.
Já Berger considera que existe
i
nteração entre duas
ou mais disciplinas e esta pode ir desde a simples comunicação de idéias até à
21
integração
de
conceitos diretivos, da epistemologia, da terminologia, da metodologia,
dos procedimentos, dos dados e da organização da investigação e do ens
ino.
Luck (199
4
)
afirma
que, o objetivo da interdisciplinaridade é
:
...
promover a superação da visão restrita de mundo e a compreensão da
complexidade da realidade, ao mesmo tempo resgatando a centralidade do
homem na realidade e na produção do conhecime
nto, de modo a permitir ao
mesmo tempo uma melhor compreensão da realidade e do homem como o
ser determinante e determinado. (LUCK, 1994, p. 60 ).
Na análise que feita sobre a interdisciplinaridade, compreende-
se
que ela
busca estabelecer uma relação de reciprocidade entre o conhecimento e os
problemas encontrados na realidade, proporcionando vários outros desdobramentos
e conhecimentos, gerados a partir da reflexão
-
ação empreendida.
Pode
-
se
então considerar Interdisciplinaridade, como a integração de do
is
ou mais componentes curriculares na construção do conhecimento. Esse enfoque,
do qual estamos nos apropriando, buscou conciliar alguns conceitos que visam à
produção e a ampliação de conhecimentos, no âmbito do ensino. Consideramos a
interdisciplinarida
de como uma forma de unir as áreas de conhecimento,
fragmentadas no período da revolução industrial, visando adquirir
maior integração e
uniformidade, interligando a teoria à prática e, consequentemente estabelecendo
relação entre o conteúdo do ensino e a
realidade social vivenciada pelo aluno.
Um ensino interdisciplinar se respalda num ensino que busca novos
objetivos para o ensino, através de novos métodos e estratégias pedagógicas de
superação de um
monólogo
no ensino. Para tanto, “depende, então, basic
amente,
de uma mudança e atitude perante o problema do conhecimento, da substituição e
uma concepção fragmentária pela unitária do ser humano” (FAZENDA, 2002, p. 31).
Desta forma, buscar transpor obstáculos e barreiras postas entre as disciplinas,
áreas de
conhecimento e pessoas.
A interdisciplinaridade no ensino superior tecnológico vem ao encontro de
um ensino que dê conta de projetos coletivos de trabalho. Este argumento não
invalida a perspectiva disciplinar do ensino. Ao contrário, reforça que uma não pode
prescindir da outra. Isso mostra que existe uma forte ligação entre elas e as
estratégias de ensino, de pesquisa e de aplicação dos saberes constituídos, como
mostra
a figura abaixo.
22
INTERDISCIPLINARIDADE
ENSINO
PESQUISA
APLICAÇÃO
Figura 1
: Representação gráfica da interdisciplinaridade.
Fonte:
CALMON, Maria Célia , 2008.
A questão principal da interdisciplinaridade, portanto, se constitui na postura de
quem ensina, em perceber-se interdisciplinar em seu fazer pedagógico. Onde o
ensino, a pesquisa e a aplicação dos conhecimentos estão traduzidos no fazer
docente, em sua ação de ensinar.
A atitude interdisciplinar não está na junção de conteúdos, nem na junção
de métodos; muito menos na junção de disciplinas, nem na criação de
novos conteúdos produto dessas funções; a atitude interdisciplinar está
contida nas pessoas que pensam o projeto educativo. (FAZENDA, 2002.
p.64)
No contexto das mudanças impostas à sociedade em função das crises, as
instituições de ensino também necessitaram superar os obstáculos impostos a elas
contingencialmente. E, para atingir o nível das superações, levaram em conta que as
instituições de ensino, e
specialmente as de ensino superior, não se constituíam mais
como únicos espaços onde se processavam a transmissão de conhecimentos e,
conseqüentemente a aprendizagem. Necessitaram voltar-se para os avanços
tecnológicos, lançando mão dos recursos que a tecn
ologia apontava como auxiliares
ao ensino.
Com isso, a concepção interdisciplinar que despontava nesse contexto
apontou para a reestruturação do currículo e das instituições de ensino, como forma
de assegurar maior proximidade entre esses dois mundos. Assim, atribuiu à
formação mais especificidade e foco, além de atribuir a ela um cunho mais realístico,
pragmático e, conseqüentemente, mais contextualizado. Considerando que a
23
educação na pós-modernidade buscou preparar o sujeito para ir em busca da sua
auto
determinação, auto-realização e o auto-descobrimento, o ensino deveria então
prepará
-lo para estar a postos e disposto a desafiar-se sempre. Com isso,
consideramos que os aportes tecnológicos devam servir de instrumentos de trabalho
para a instigação do aluno ao ato de aprender por si mesmo, de forma crítica e
sistemática. Nesta perspectiva pode-
se
dizer que é nessa sociedade, que o ensino
superior deve levar em conta, além destas características, o próprio sistema
produtivo. Ambos deverão estabelecer um diálogo de tal maneira sinérgico que
possam enfatizar a aprendizagem e as possibilidades de inserção dos indivíduos
nos sistemas sociais e produtivos, num curto espaço de tempo, em sintonia com as
demandas da sociedade e do perfil identificado no mundo do tr
abalho.
E, como
assinala Ernani Lampert
:
A pós-modernidade exige uma educação harmônica que garanta o bem
estar do indivíduo e da sociedade. Enfim, um sujeito que se desacomode,
estabeleça um equilíbrio corpo e alma, dose o prazer com a sabedoria,
aprenda a trabalhar as perdas e as incertezas. Um sujeito capaz de se
reconciliar consigo mesmo, aceitar seus próprios limites, perdoar seus
próprios erros, ser tolerante consigo mesmo. Um ser que saiba fazer o outro
melhor e mais feliz. Um sujeito capaz de aprender a encontrar tempo para a
família, o lazer, o corpo, o prazer, o consumo, o descanso, o amor, os
outros, a leitura, a criação, a meditação, a oração e a solidão. Um sujeito
capaz de ser humilde, de silenciar, de encontrar sentido nas coisas, de
estudar e de realizar uma viagem interior de autodescobrimento, de
autodet
erminação e de auto
-
realização. (LAMPERT, 2005, p. 45)
2.3
O N
ascimento dos
Cursos T
ecnológicos
Sob a lógica da pós-modernidade que nasceu a educação tecnológica e,
posteriormente os Cursos Superiores de Tecnologia. Inicialmente estes foram
pensados ainda com a idéia da formação dos jovens no nível da pré-
qualificação
profissional técnica e tecnológi
ca.
Os cursos superiores de tecnologia, ainda que com outra nomenclatura, m
sua origem nos anos 60. Nasceram apoiados em necessidades do mercado e
respaldados pela Lei
4
.
024/61 e por legislação subseqüente (
BRASIL, 2001
).
24
As primeiras experiências de cursos superiores de tecnologia (engenharias
de operação e cursos de formação de tecnólogos, ambos com três anos de duração)
surgiram, no âmbito do sistema federal de ensino e do setor privado e público, em
São Paulo, no final dos anos 60 e início dos
an
os
70
.
Os cursos tecnológicos surgiram inicialmente com a Lei
5.
540/68 como
um modelo alternativo ao ensino universitário, com flexibilidade curricular e em curto
espaço de tempo para a formação. Na década de 70 houve por parte do governo um
grande incentivo para que Instituições de Ensino Superior Privadas pudessem
d
esenvolver cursos de tecnologia, incentivando com isso seu crescimento.
Em 1990 foi criada a Secretaria Nacional de Educação
Tecnológica
(
S
ENETE
)
, no âmbito do Ministério da Educação e Cultura. Posteriormente, em
1992, esta seria denominada de Secretaria de Educação Média e Tecnológica
SEMTEC, que tinha como objetivo o desenvolvimento e a melhoria do ensino médio
em todo o país.
O ensino superior tecnológico somente passou a ter diretrizes próprias a
partir de 1996 a partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional
LDB
9.394 de 20 de dezembro de 1996. A partir de então, começaram
a surgir mudanças profundas e substanciais na educação tecnológica do país. E
som
ente a partir deste ano, as regras foram estabelecidas, iniciando então um novo
ciclo legislativo que se evidencia como um ciclo de organização do ensino,
especialmente do ensino de graduação, no que se refere ao ensino superior de
tecnologia.
No ano seguinte, o MEC editou o Decreto Presidencial
2.208, de 17 de
abril de 1997 que regulamentou os artigos 36, 39 e 42 da LDB. Esse decreto
regulamentou a Educação Profissional brasileira. Nele foram fixados os objetivos
para a educação superior tecnológica, dentre eles: proporcionar a formação de
profissionais aptos a exercerem atividades específicas no trabalho, com
escolaridade correspondente aos níveis médio, superior e pós-
graduação;
especializar, aperfeiçoar e atualizar o trabalhador em seus conhecimentos
tecnológicos.
O Decreto prevê em seu Artigo 3 que a educação profissional em nível
tecnológico é destinada aos egressos do ensino médio e técnico. Devem abranger
áreas especializadas e conferirão aos egressos o diploma de Tecnólogo.
25
A educação preconiza
da por esse decreto previa a preparaçã
o do T
ecnólogo
nos Centros de Educação Tecnológica, instituições credenciadas para esse nível e
com características de especialização da educação profissional. Essas instituições
deveriam estar articuladas com os setores produtivos e com a sociedade. E, essa
articulação mais as atividades de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico de
novos processos, serviços e produtos, seguem na direção de uma educação que
busca a promoção do indivíduo em níveis cada vez maiores de
educação
profissional, a educação continuada.
No mesmo ano, foi editado o Parecer CEB/CNE
17 de 13
de dezembro de
19
97, somente homologado em 14 de janeiro de 1998. Esse parecer reafirmou o
entendimento de que o nível tecnológico se constitui em nível superior e que “a
educação profissional tecnológica, acessível aos egressos do ensino dio, integra-
se à educação superior e regula
-
se pela legislação referente a esse nível de ensino”.
Em 25 de novembro de 1999, através da Portaria
1.647/99 que dispõe
sobre a autorização de cursos de nível tecnológico da educação profissional, foi
dada a abertura para os cursos nesse nível tecnológico e sua oferta de vagas.
Através desta portaria, delega-se aos Centros de Educação Tecnológica, inclusive
os privados, uma
autonomia antes não existente.
Posteriormente os dispositivos do Decreto
2
.
208/97 foram revogados em
23 de Julho de 2004, com a edição do Decreto
5.154/04. Este Decreto estabelece
as normas que regulamentam os níveis e modalidades de educação profissional e
de ensino no país, além de uma construção curricular baseada em itinerários
formativos. Esse decreto se constitui não somente enquanto ruptura do Decreto
2208/97 bem como uma correção de rumo dado à educação profissional
.
Com isso,
a Educação
Profissional passa a se articular com a Educação Básica, passando a se
desenvolver nos níveis básico, técnico e tecnológico. Nesse decreto, o ensino
superior passa a ser instituído como graduação, com todas as prerrogativas
atribuídas ao ensino superior até então. Portanto, os cursos tecnológicos passam a
ter os mesmos direitos à continuidade de estudos em níveis de especialização,
mestrado e doutorado. Esta passa a ser a diferença primordial na legislação do
ensino superior no final do século XX. O quadro abaixo destaca as principais
alterações referentes ao ensino superior.
26
Decreto
2.208/97
Decreto
5.154/04
Organizava a educação profissional
em três níveis: básico, técnico e
tecnológico
Define que a educação “será
desenvolvida por meio de cursos e
programas de formação inicial e
continuada de trabalhadores;
Educação Profissional Técnica de
Nível Médio; e Educação Profissional
Tecnológica de Graduação e de Pós-
Graduação”
(Cf, artigo 1).
Q
uadro
1
:
Principais pontos de melhoria dos Decretos Ministeriais nº 2
.
208/97 e nº 5
.
154/04
Fonte:
CALMON, Maria Célia , 2008.
Os cursos tecnológicos foram criados inicialmente nos Centros Federais de
Educação Tecnológica CEFETS. Posteriormente estes passaram a ser
responsabilidade dos Centros de Educação Tecnológica CETs, que depois se
transformaram em Faculdades de Tecnologia através do
Decreto
5.225 de de
outubro de 2004. Com isso, a iniciativa privada passou a ter atuação na educação
tecnológica, formando a partir daí profissionais com possibilidades de atender às
inovações tecnológicas, com um perfil mais voltado às novas demandas da
sociedade e das indústrias.
Mas foi em 2001 com a edição do Parecer CNE/CES 436/01, de 02 de
abril de 2001 que
se
estabelece
ram
para os cursos superiores de tecnologia, todas
as prerrogativas legais conferidas a um curso de graduação. Estes passam a ser
oferecidos tanto em Instituições de Ensino Superior (Universidades, Faculdade
s
Integradas, Faculdades e Institutos ou Escolas Superiores ou Centros
Universitários), como em escolas de educação profissional que ofereçam cursos
nesse nível. Nesse parecer também se verificou a possibilidade de
atualização
contínua desses cursos, proporcionados através da pós-graduação lato e stricto
sensu. A diferença dos novos cursos superiores de tecnologia nesta nova edição da
Lei não está em sua duração abreviada, mas no foco que foi dado à formação mais
27
especializada e aos processos tecnológicos inerentes às inovações tecnológicas
demandadas pelo setor produtivo e à inovação.
Segundo o Parecer CNE/CES 436/01, o curso superior de tecnologia
deve contemplar a formação de um profissional que esteja “apto a desenvolver, de
forma plena e inovadora, atividades em uma determinada área profissional”. Deve
ter formação específica para a aplicação e desenvolvimento de pesquisa e inovação
tecnológica; difusão de tecnologias; gestão de processos de produção de bens e
serviços;
desenvolvimento da capacidade empreendedora; manutenção das suas
competências em sintonia com o mundo do trabalho; e desenvolvimento no contexto
das respectivas áreas profissionais. Acolhe a proposta de áreas profissionais,
incorporando o rol de áreas profissionais e respectivas cargas horárias, bem como a
caracterização de cada uma das áreas. Além disso, tem como características de
diferenciação de outros cursos superiores, o perfil profissional de conclusão.
Destaca
-se ainda no parecer a permanente ligação dos cursos de tecnologia com o
meio produtivo e com as necessidades da sociedade colocando-os numa excelente
perspectiva de contínua atualização, renovação e auto
-
reestruturação.
A nova educação profissional, especialmente a de nível tecnológico, reque
r
muito mais que a formação técnica específica para um determinado fazer. Ela
requer, além do domínio operacional de uma determinada técnica de trabalho, a
compreensão global do processo produtivo, com a apreensão do saber tecnológico e
do conhecimento que forma ao saber técnico e ao ato de fazer, com a
valorização da cultura do trabalho e com a mobilização dos valores necessários à
tomada de decisões profissionais e ao monitoramento dos seus próprios
desempenhos profissionais, em busca do belo e da perf
eição.( Parecer CNE/CEB 29
de 2002, p.19)
.
Foi em 2002 que se estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Superior Tecnológico, através da Resolução CNE/CP 3 de 18 de
dezembro de 2002. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais gerais para a
organização e o funcionamento dos cursos superiores de T
ecnologia.
De acordo
com os parâmetros estabelecidos nas Diretrizes Curriculares a finalidade maior das
instituições de ensino é a inserção social do educando no sistema produtivo” e a
man
eira de concretizar isto será através de um currículo integrado que conta de
evidenciar competências necessárias ao exercício profissional. Nele as
28
competências serão desenvolvidas, mobilizadas, articuladas e colocadas em ação
para evidenciar um desempenho mais eficiente e eficaz no trabalho. Ademais, o
desenvolvimento tecnológico pede por esse novo profissional, mais preparado e
capaz de tomar decisões de maneira mais autônoma, enfrentando situações de
imprevisibilidade no mundo do trabalho. Deve, portanto, estar mais bem preparado
para saber utilizar tanto os recursos da tecnologia, como os recursos da
comunicação, tornando-se capaz de buscar a informação nos diversos ambientes de
aprendizagem disponíveis.
Existem particularidades na estrutura dos cursos superiores de Tecnologia,
especialmente quanto a sua estrutura em módulos ou etapas e à sua
especialização, o que os diferencia dos demais cursos de graduação. E, é essa
estrutura que permite maior flexibilidade nos percursos formativos e os aproxima
ai
nda mais da ciência e da tecnologia, através de natureza pragmática propostas
nos percursos de formação. Com a nova LDB, os Cursos Superiores de Tecnologia,
enquanto cursos de graduação passaram a ter um novo status e estão inseridos na
educação superior como curso de graduação que permite aos seus egressos
continuidade em estudos lato e stricto sensu. E, como tal, têm atenção da SETEC e
da SESU, órgãos do Ministério da Educação que estabelecem os critérios e
estratégias de regulação.
A característica fundamental dos cursos superiores de tecnologia a partir da
sua nova edição pelo Ministério da Educação é a característica que permite ao
indivíduo educar-se permanentemente através da possibilidade de progressão em
níveis cada vez mais elevados de ensino, conforme já dito anteriormente. Esta
característica científico-educativa propicia a capacidade de busca permanente pelo
conhecimento, como uma mola propulsora que impulsiona no sentido de integrar-
se
e estar no mundo. E, esse movimento, permite que a tecnologia faça parte da
formação profissional e da vida do homem num devir. Mas, é a velocidade com que
as transformações se processam no interior das instituições que vão dar o tom que a
educação tecnológica deverá adotar para acompanhar os novos tempos, no sent
ido
de educar cidadãos
-
trabalhadores com maior agilidade, eficiência e competência
[sic
].
Para melhor entendimento desta questão,
é
precis
o compreender antes de
tudo o que se define por educação tecnológica. Considerando-se que “as
tecnologias são complexas e práticas ao mesmo tempo, elas estão a exigir uma
29
nova formação do homem que remeta à reflexão e compreensão do meio social em
que ele se circunscreve”. A tecnologia não está desassociada da educação, nem
dela deve prescindir. Não há como imaginar tecnologia sem que esta esteja a
serviço do homem e de como o homem é dependente de tecnologia.
Conseqüentemente, como estas impõem uma nova ética nas relações sociais, onde
se “tece junto”, isto é, onde os elementos são indissociáveis e inseparáveis. Este é o
princípio da complexidade defendido por Morin (2004
)
Para atender a esta nova demanda na formação de profissionais
especializados, as Instituições de Ensino Superior IES buscam criar currículos
volta
dos
para
as demandas do mundo do trabalho e com as novas tecnologias. E,
cada vez mais se viu estas Instituições de Ensino Superior ampliar seu portfólio de
cursos superiores de tecnologia, aproximando-se cada vez mais daquilo que
se
chama de modernidade. Mas, a pergunta que
se
faz é: Será o currículo o
respon
sável pelas inovações tecnológicas que se processam no interior das
organizações e da estrutura da sociedade? Ou será o currículo o responsável pela
construção de uma nova sociedade que conta de preencher uma lacuna deixada
ao longo dos tempos de ações educacionais de qualidade e, portanto, mais
competentes? As respostas a estas perguntas, certamente deverão ser respond
idas
ao longo deste trabalho.
A
modernidade significa um desafio em que se aponta para o futuro com
suas novas propostas, onde a educação se faz presente não como antes, mas co
mo
a mediação nesse novo tempo. A educação nesse aspecto deve ocupar seu espaço
ao lado da ciência e da tecnologia. Especialmente quando
se
fala da educação
tecnológica
em que se deseja formar indivíduos para um novo contexto social,
indivíduos mais qualificados e preparados para atender às demandas impressas
pela sociedade e pelas empresas. Cumpre ainda entender, portanto o papel da
educação e da escola na formação d
esse
indivíduo
[sic
]
.
A educação como parte do tecido social é responsável pela preparação do
indivíduo para o mundo do trabalho. Cabe a ela estabelecer os princípios da
formação profissional que deverão orientar os comportamentos dos indivíduos nas
suas relações com esse mundo. Portanto à educação
cabe
um papel primordial na
concepção de homem, de mundo e de sociedade. Desta feita, contribuindo com a
30
construção de uma sociedade mais humana, mais justa e mais igualitária. E, é
através do ensino que este papel
se estabelece e consolida.
O ensino aproxima o indivíduo do real através dos conhecimentos ensinados
e das práticas experimentadas. O exercício que se deve realizar é o de unir estas
duas lógicas num processo de integração dialética, buscando encurtar espaços e
permitir o enfrentamento dos desafios dessa sociedade moderna. Ao ensino cumpre
-
lhe o papel de integrar os conhecimentos através das práticas processadas no
interior das instituições através de ações interdisciplinares, onde o saber
compartilhado toma o lugar do saber fragmentado, na direção de construção de
novos conhecimentos, competências e novos saberes. Desta forma, estes saberes
se tornarão cada vez mais relevantes e, portanto, necessários para a construção de
uma identidade profissional mais s
edimentada
[sic
]
.
A educação tecnológica, portanto, ao unir a educação e a tecnologia num
movimento, busca a sua própria identidade. Não se trata aqui de dividir os saberes
nem hierarquizá-los, mas sim trabalhar como um todo capaz de integrar uma rede
conhecimento, razão e emoção em benefício de um desenvolvimento pessoal e
social do homem. Esse movimento não descaracteriza a educação enquanto
geradora de conhecimento, valores e idéias. Ao contrário, lhe a dinâmica
necessária para que possa atender aos objetivos da ação pedagógica que lhe é
inerente. A rede formada pela integração entre esses saberes tece uma teia capaz
de transformar contextos e destinos para aqueles que delas se beneficiam.
A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) tem o cargo de tecnólogo
sob o código CBO 029.90, com a seguinte descrição: “estudar, planejar, projetar,
especificar e executar projetos específicos da área de atuação”. Posteriormente a
CBO foi atualizada e a descrição do cargo de tecnólogo passou a incluir em suas
atribuições:
[...]
planejar serviços e implementar atividades, administrar e gerenciar
recursos, promover mudanças tecnológicas, aprimorar condições de
segurança, qualidade, saúde e meio ambiente. (Parecer CNE/CEB
29/2002, p.17).
Assim,
a educação busca responder às exigências da sociedade em
constante mudança. De um lado se aproximando das dimensões da tecnologia e de
31
outro lado das necessidades de formação de indivíduos cada vez mais preparados
para atender a essa complexidade imposta pela modern
idade.
32
3
CURRÍCULO INTEGRADO OU INTEGRAÇÃO CURRICULAR? A
ALTERNATIVA PODE ESTAR NA INTERDISCIPLINARIDADE
OU
NA
APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA PROBLEMATIZAÇÃO
“Assim como não posso ser professor sem me achar capacitado para ensinar certo e
bem os conteúdos de minha disciplina não posso, por outro lado, reduzir minha
prática docente ao puro ensino daqueles conteúdos. Esse é um momento apenas de
minha atividade pedagógica. Tão importante quanto ele, o ensino dos conteúdos, é o
meu testemunho ético ao ensiná
-
los”
(PAULO FREIRE, 1996).
No Brasil, se tornou lugar comum questionar as mazelas que passa a
educação e as experiências sem êxito dela decorrentes, sem pensar no fazer
pedagógico que envolve, antes de tudo, a reflexão sobre o currículo e suas
interfaces no processo educacional. Considerando que o currículo não é, na integra,
um projeto pedagógico e nem se restringe a ele, ao ser entendido como trajetória
educ
acional que diz respeito a toda estrutura e vida escolar, se impõe como o mais
importante referencial de um projeto pedagógico
[sic
].
Durante muito tempo, a concepção de currículo se pautou em uma visão
meramente escolar, acadêmica, sem levar em conta outros contextos em que se
concretiza. O currículo traduz um contexto histórico impregnado de condicionantes
socioeconômicos, políticos e culturais. Ademais, o currículo vai além desses
âmbitos, “sobretudo nos níveis da educação obrigatória, pretendem refletir o
esquema socializador, formativo e cultural que a instituição escolar tem”
(
SACRISTÁN
, 2000, p. 18). Constitui-se como um elemento preponderante na
qualidade da educação e, muitos educadores nem sabem de que lugar está quando
fala do currículo. Provavelmente, por não saber o que é currículo e nem de que
ponto de vista se entende o currículo. Embora na prática educativa nem sempre se
expresse consenso sobre currículo e o termo não seja traduzido de forma igualitária,
faz
-se necessário entendê-lo como um instrumento que agrega conhecimentos,
estratégias e ações de uma práxis pedagógica contextualizada que, em sua
essência, se faz transformadora
[sic
].
C
oncebe
-
se
o currículo em seus diversos contextos educativos, sociais,
culturais e políticos, dessa forma, ultrapassando o seu aspecto meramente escolar.
Para tanto, é preciso considerar, em sua concepção, que ele pode ser
33
intencionalmente pensado a partir da definição de pessoa que se quer formar,
re
lacionando aos perfis profissionais de demanda social e demanda do setor
produtivo e do trabalho. Conseqüentemente, os currículos, atrelados a essas
demandas, tendem a ser mais pragmáticos, tecnológicos e racionais na sua
efetividade e eficácia.
O currículo se configura como um projeto educacional que deriva de várias
decisões tomadas pelas instituições de ensino. Em decorrência da determinação do
currículo por esses fatores que são fatores determinantes, este pode ser delimitado
através das práticas pedagó
gicas
utilizadas em sala de aula. Essas práticas podem
referir
-se a um aspecto parcial do currículo, como podem também extrapolar as
várias disciplinas de um currículo, num determinado período letivo. Porém, a forma
de conceber o currículo por disciplinas, sem que haja um entrosamento entre as
elas, reflete uma fragmentação do saber em que se perde a visão de conjunto. Essa
forma define uma estrutura centralizadora ou uma forma autoritária de trabalhar
a
educação, se constituindo em um modelo que não atende aos anseios sociais da
maioria e ainda é imposto na atualidade, na maioria das instituições. Isso
nos
leva a
fazer
inferências de que a escola se constitui em uma instância formadora
excludente em sua essência
[sic
].
Esta expressão
indica
a afirmação de que essa escola não desenvolve uma
cultura de participação, nem atende às diversidades étnicas, culturais e religiosas.
Ademais, conceber o currículo como uma práxis transformadora requer superar o
academicismo curricular e ultrapassar o aspecto meramente escolar, para atingir um
novo status. Deve-se buscar uma concepção curricular que se baseie na
interdependência com diversas áreas de conhecimento. Uma concepção de currículo
fundamentada na crítica e que possa superar os modismos e modelos do passado,
sem
perder de vista a relação teoria e prática para respaldar-se como método. Em
uma práxis que se diz inovadora, não se pode separar o saber do pensar e do agir,
condições necessárias para a prática curricular e para a construção de
conhecimento em rede. Busca-se nessa nova perspectiva a interlocução entre os
diversos atores do processo, permitindo evidenciar novas formas de aprendizagem,
através da experimentação com o objeto do conhecimento e da reflexão sobre a
ação empreendida através da interdisciplinarid
ade.
“Os currículos são a expressão
do equilíbrio de interesses e forças que gravitam sobre o sistema educativo num
34
dado momento, enquanto que através deles se realizam os fins da educação no
ensino escolarizado”
(
SACRISTÁN
, 2000
, p.17)
.
Torna
-se, portanto necessário atribuir ao currículo uma perspectiva que
integre conceitos, procedimentos, tópicos, espaços geográficos, destrezas de
diferentes conteúdos da prática, coletivos humanos e ideais (Torres,
1998.
p
.29).
Desta forma, “quase se pode dizer que o currículo vem a ser um conjunto temático
abordável interdisciplinarmente, que serve de núcleo de aproximação para outros
muitos conhecimentos e contribuições sobre educação (
id.
, 2000, p. 29).
Conseqüentemente, um currículo interdisciplinar
que busque derrubar as amarras da
disciplinaridade e que supere os limites das disciplinas.
Desta maneira pretende-se estabelecer uma maior autonomia intelectual do
sujeito no estado do aprender a aprender em que não existam
compartamentalizações do currículo e sem sobreposição de uma área de
conhecimento para outra. É preciso, portanto que os princípios da globalidade sejam
incorporados à prática cotidiana, na qual os conteúdos curriculares devam ser
problematizados na práxis pedagógica. Assim, promover a articulação entre ensino,
pesquisa e extensão, concorrendo para a construção do conhecimento em sala de
aula. E, nesse enfoque, a pesquisa se constitui como parte metodológica da
investigação no âmbito do ensino na instituição e, a extensão, na sua relação de
contextualização e socialização do saber, sea forma de resgatar a função social
do ensino.
O currículo deve ser construído na dinâmica de sua implementação, a partir
de formação de redes de significados. Ao mesmo tempo em que promova um
diálogo
de transversalidade que extrapole as fronteiras das áreas de conhecimentos,
ou abrindo-se às diversas possibilidades de comunicação. Com isso, o currículo irá
se enriquecer na medida em que não se cristaliza em sua ação pedagógica.
Constitui
-se, portanto em um eixo organizador do trabalho pedagógico, quando d
a
sua implementação
[sic
].
S
alienta
-
se
que, na construção de um currículo, devem ser observados: a
coerência, a flexibilidade, e contextualização, confrontando-as com as demandas
sociais
e a coerência com os princípios da instituição. Atentar ainda para a
flexibilidade para permitir a (re)construção, (re)organização e a (des)construção do
saber, promovendo uma mobilidade do conhecimento para outras áreas de
35
conhecimento ainda não explorados. E, por fim a contextualização que deverá
abraçar o multiculturalismo e a diversidade dos saberes como elementos intrínsecos
na formulação do currículo e na sua prática curricular. Com isso, e
ncurta
-
se
a
distância entre o discurso curricular da prática curricular propriamente dita,
proporcionando ainda a sua aplicabilidade em contextos variados.
Entretanto, para que essa aplicabilidade ocorra, é necessário que seja feita
a escuta sensível dos atores do processo. Entendendo essa escuta sensível, como
uma escuta coletiva e compartilhada entre os diversos olhares de toda a
comunidade escolar. Desta forma poder-
se
-
á
realizar o abraço democrático sem
fronteiras e sem preferências daqueles que estão no poder, mas sobretudo, de
quem se constitui n
um
ser inacabado
[sic
]
.
Torres
(1998) considera que é através de um currículo integrado e
globalizado que será agrupada uma variedade de práticas educativas que serão
desenvolvidas nas aulas. Essas práticas deverão acontecer numa instituição de
ensino que proporcione um ensino e uma aprendizagem de qualidade. E é através
dos professores que essa proposta curricular irá ser concretizada.
3.1
O Currículo na Pós
-M
odernidade
H
oje
v
ive
-se em uma era de incertezas, numa nova ordem social, a era da
pós
-modernidade. O contexto das novas tecnologias e das mudanças cada vez mais
rápidas, provocadas pela velocidade das Tecnologias de Informação e Comunicação
- TIC faz com que pensemos numa educação que atenda aos novos paradigmas da
sociedade pós-
modern
a. A sociedade necessita de uma educação tecnológica que
pressuponha um currículo que conta de preparar o profissional, mais apto a atuar
e com mais flexibilidade e competência no mundo do trabalho. Esse currículo deverá
ter também diferentes significados para a pessoa, para a sociedade e para o setor
produtivo. Na formação, deverá estar contemplada a visão de polivalência, que
possibilitará aos alunos desenvolver capacidades e competências que os permitam
viver em sociedade, como cidadãos participantes, críticos e conscientes. Estas
36
capacidades os permitirão agir no mundo com mais flexibilidade, atendendo a
diversas situações e contextos em que estiverem inseridos.
Para esse currículo, a ação pedagógica a ser desenvolvida deve levar em
conta a complexidade como o desafio que deverá ser revelado na formação dos
alunos. Não se trata de modificar o ensino e o ato de ensinar, como diz Morin, mas
estruturar um ensino que tenha disciplinas em comunicação entre si, para que
possamos ver de maneira global as coisas no mundo e de reorganizá-lo. Esta é a
ótica da complexidade defendida por Morin, considerando que,
[...]
o pensamento complexo é fruto de um esforço em articular saberes
dispersos, diversos e adversos. Mas a própria idéia de complexidade
conduz a uma impossibilidade de unificar, uma vez que parte da incerteza
admite o reconhecimento cara a cara com o indizível. A complexidade não é
uma receita que eu dou, é apenas um convite para a civilização das idéias
(Entrevista de EDGAR MORIN, disponível em
http://edgarmorin.sescsp.org.br/arquivos/pensamentocomplexo_LD.doc
)
O pensamento complexo é a união entre a simplicidade e a complexidade.
Isso implica processos como selecionar, hierarquizar, separar, reduzir e globalizar.
“Trata
-se de articular o que está dissociado e distinguido e de distinguir o que está
indissociado. Mas não é uma união superficial, uma vez que essa relação é ao
mesmo tempo antagônica e complementária, conforme argumenta
Morin
em seus
trabalhos.
Os estudos de Morin buscam instigar as pesquisas de um novo saber e
apontam para o pensamento complexo e o método transdisciplinar, como possíveis
caminhos de busca. Nessa perspectiva, o sujeito está no centro orientador da busca
e do objeto-alvo. Destaca-se a necessidade de um eixo articulador, um centro
comum capaz de colocar em ação os caminhos que se pode seguir e as
interligações entre as diversas áreas. um sujeito (um eu pensante) que interage
com o mundo através de projeto que deve por em ação. Contudo, é importante
ressaltar que qualquer caminho pode ser considerado válido nessa proposta de
estudo de Morin, ou seja, tudo depende do sujeito e do objeto ou projeto.
Com isso, pode-
se
afirmar
que a educação tecnológica não pode prescindir
de um projeto educacional que tenha como foco ações pedagógicas voltadas para a
construção de conhecimentos que tenham como parâmetros o que acontece no
mundo real. Assim, é na organização do fazer pedagógico, na organização dos
37
conteúdos de ensino e das atividades de aprendizagem que o currículo é
estruturado. Porém, é na re
-
significação desse currículo, fragmentado pela dispersão
da estruturação destes em disciplinas que os estudiosos contemporâneos seguem
em direção da integração curricular. E, é nessa integração curricular que se percebe
“com precisão a relação existente entre determinada disciplina e outras”.
A organização curricular que privilegia a integração entre disciplinas num
currículo é privilégio dos métodos globalizados. Neles “os alunos, mobilizam-se para
chegar ao conhecimento do tema que lhes interessa, para resolver alguns problemas
do meio social ou natural que lhes são questionados, ou para realizar algum tipo de
construção. Nessa ação, para conhecer ou realizar alguma coisa, o estudante
precisa utilizar e aprender uma série de fatos, conceitos, técnicas e habilidades que
têm correspondência com matérias ou disciplinas convencionais, além de adquirir,
uma série de atitudes”
Os métodos globalizados permitem que o aluno resolva problemas
complexos, superando os conhecimentos adquiridos, transformando-os em novos
conhecimentos, mobilizados pela ação empreendida. Esses conhecimentos, uma
vez mobilizados, se transformam em conhecimentos vivos e que serão utilizados
no
mundo real, no mundo do trabalho pelos alunos. Servirão ainda, para que estes
possam realizar suas atividades no trabalho, intervindo na realidade que por si
é complexa. E, é nesse contexto que as disciplinas passam a ter um enfoque
globalizador que seja capaz de, na prática, aproximar as situações trabalhadas nas
atividades de ensino, em sala de aula, o mais possível à realidade do trabalho. Com
isso o aluno poderá exercitar, na prática, situações complexas, tal como estas se
apresentam em situaçõ
es reais trabalhadas, no mundo do trabalho, nas empresas.
As instituições de ensino, especialmente aquelas que preparam para o
exercício da atividade profissional, sentem hoje a necessidade de organizar os
conteúdos a serem ensinados e o ensino num enfoque globalizador. Sob essa nova
ordem, estes devem integrar além dos conteúdos, as disciplinas, onde a
aprendizagem deverá ser organizada de forma a permitir aos alunos
compreenderem o sentido dessa aprendizagem e, sua utilização na prática, no
trabalho. Entretanto, para que os conteúdos possam ser organizados desta maneira,
é preciso que sejam consideradas as formas como elas estão selecionadas no
currículo e qual a finalidade que terá para a formação.
38
É preciso, porém ter cuidado para que na organização dos conteúdos estes
não sejam simplesmente encaixados em disciplinas sem interconexões entre si.
Devem ser verificadas quais são as necessidades formativas do aluno com a
importância de cada conteúdo na matriz curricular do curso e de que maneira os
conteúdos deverão refletir as competências do profissional que estará sendo
formado
[sic
]
.
Na
perspectiva da formação, a instituição de ensino deve se preocupar em
definir qual é a função social que estará atribuindo ao currículo de ensino. Seja e
st
a
mais conteudista e propedêutica, onde
preponderância de algumas
disciplinas sobre outras, nas quais os critérios seletivos estão manifestamente
submetidos às demandas e às pressões daqueles grupos com maior capacidade de
incidência”,
ou globalizada, onde os conteúdos estão organizados de maneira a
contribuir com a formação. A preocupação deve ser, portanto, com as estratégias
utilizadas para a aprendizagem dos estudantes, uma vez que o problema de ensinar
não se situa basicamente nos conteúdos, mas em como se aprende e,
consequentemente, em como se deve ensinar para que essas aprendizagens sejam
produzidas.
3.2 A
A
prendizagem
S
ignificativa
Considerando que a aprendizagem se processa a partir da ação concreta do
sujeito sobre alguma coisa ou objeto do conhecimento, pode-
se
dizer que é a partir
do significado que o indivíduo atribui ao objeto percebido em seu campo visual,
aliado à sua maturidade biológica que são construídos o conhecimento e a
aprendizagem. A aprendizagem se inicia a partir do começo da existência do
indivíduo, da sua fase sensório motora. Perpassa o momento em que o indivíduo
passa a constituir outros conhecimentos, ao longo da vida, se constituindo em
conhecimento tácito e vai prosseguindo até o fim de sua existência. Contudo, é
importante considerar que os conhecimentos construídos pelo indivíduo não buscam
a ruptura dos esquemas mentais desenvolvidos anteriormente, mas se sedimenta
39
através de aprendizagens sucessivas e das aquisições feitas pelos indivíduos
(Piaget,
1974).
Ademais, não se pode pensar em aprendizagem, sem que sejam integradas
em sua construção, a escrita e o pensamento crítico. A escrita, por se constituir em
um exercício constante de reflexão crítica sobre o que se estuda representado
através das palavras. E, por que é através delas, que se articulam os
conhecimentos, compreendem os sentidos e estimulam o pensamento crítico. o
pensamento crítico por sua vez estimula as habilidades do pensamento, na
construção das hipóteses, dos argumentos e de soluções para os problemas (Pedro
Demo, 2000).
A aprendizagem deve ser sempre significativa para o aluno, pois, como diz
Pedro
Demo:
[...]
o aluno deixa a escola com algumas incertezas – também porque
aprende muito pouco e elas são, a rigor, inúteis para a vida marcada pela
complexidade e pela incerteza. Ele não aprende a criar, a argumentar, a
duvidar, mas a engolir certezas no contexto da reprodução funcionalista
(DEMO, 2000, p. 55 )
Mas, o que de fato
se
ente
nde
sobre “o que é aprender”? Antes de ma
is
nada,
é preciso compreender um pouco sobre a nossa capacidade para resolver
problemas. Esta capacidade, que deriva de outra, a capacidade de saber
problematizar. Isto significa que: “resolve melhor problemas quem aprende a definí-
los com acuidade, a ana
lisá
-los sistematicamente e a questioná-los severamente”
(
id.,2000,
p.47). Nesse sentido, aprender não se constitui numa ação acabada, mas
“ao contrário, indica vivamente a dinâmica da realidade complexa, a finitude da
s
soluções e a incompletude do conhecimento” (ibid., 2000. p.49).
As contribuições da psicologia de piagetiana quanto à organização
da aprendizagem, revelam que é a través da aprendizagem que se pode facilitar o
progresso das estruturas cognitivas que controlam os processos de equilibração e
reequilibração do indivíduo. Mostra que são nos conflitos cognitivos que os
desequilíbrios se constituem como os motores da aprendizagem. São as questões
interessantes e motivadoras, que podem ser problemáticas para a pessoa que
geram conflitos cognitivos e, conseqüentemente as aprendizagens. São ainda
capazes de proporcionar autonomia aos indivíduos no momento de sua aquisição.
40
Na busca pela autonomia, se aposta numa capacidade para aprender pela
descoberta e pela capacidade de aprender por si mesmos. É ainda a partir das
explicações sobre os processos de interação social estudados por Vygotsky através
da capacidade das pessoas de reconstruírem continuamente seu conhecimento e a
forma como aprende que a aprendizagem pass
a a ocupar um lugar de destaque nas
discussões. Conseq
ü
entemente pode
-
se
inferir que serão as estratégias didáticas ou
as práticas pedagógicas que atribuirão significado para aquele que aprende. Inicia-
se com isso, o discurso acerca da aprendizagem signifi
cativa
[sic
].
3.3
Aprendizagem na Perspectiva Interdisciplinar do Currículo
Mais importante que conceituar o currículo é olhá-lo de perto, de uma
distância e
de
um lugar próprios de quem trabalha o currículo, com o olhar de quem
está sempre em busca de respostas coerentes, contextualizadas e que consiga
realmente responder às perguntas metodológicas que procuramos. Portanto,
conceber o currículo como uma práxis transformadora requer que o percebamos em
sua totalidade, em seus contextos políticos, ideológicos, administrativos, sociais,
culturais e educativos, ultrapassando o aspecto meramente escolar da atividade.
A prática educativa sinaliza um distanciamento entre o discurso e a prática
do currículo. Entre qu
em executa e quem pensa o currículo no contexto educacional.
E, numa práxis educativa que se diz inovadora, não se pode separar o saber do
pensar e do agir, condições necessárias para a prática curricular e para a construção
de conhecimento em rede, numa perspectiva integradora. Essa perspectiva
curricular integradora de conhecimentos tem na pesquisa um fator preponderante na
apropriação do discurso pedagógico. Deve conter em seu contexto a constante
busca por respostas com vistas à sua aplicabilidade em diversos espaços
educativos. Deve ainda conter, além de características de conteúdos e bases de
conhecimentos, outros aspectos subjetivos que criem a identidade daquela
instituição.
41
O novo contexto da sociedade requer a busca por uma concepção curricular
que
se baseie na interdependência entre as diversas áreas de conhecimento. Uma
concepção de currículo fundamentado nos diversos saberes e que supere os
modismos e modelos do passado, porém não os perca de vista em seu discurso
teórico, para respaldar-se enquanto método. Busca-se nessa nova perspectiva a
interlocução entre os diversos atores do processo, permitindo evidenciar novas
formas de aprendizagem, através da experimentação com o objeto do conhecimento
e da reflexão sobre a ação empreendida. Estamos fala
ndo da interdisciplinaridade.
Pressupõe
-se que, para dar um passo em direção a uma proposta numa
organização de currículo interdisciplinar, que a instituição de ensino deva rever os
paradigmas em que se baseia e buscar romper com as amarras do passado, na
busca por novas formas de trabalho e de relação do homem que deseja formar, com
o mundo e com o conhecimento. Deve buscar atribuir um novo significado ao papel
que desempenha no contexto da sociedade, revendo seu funcionamento em relação
aos conteúdos ensinados, metodologias utilizadas no ensino e formas de relacionar-
se com os estudantes, indo ao seu encontro na busca pela autonomia do seu
processo de aprender a aprender. A instituição deverá, portanto, perceber-
se
interdisciplinar. É necessário para isso adotar ainda uma administração e uma
metodologia de trabalho mais participativa e que envolva todos os membros da
comunidade acadêmica. Sobretudo, adotar uma mudança de atitude, de
procedimentos e de postura por parte de todos esses atores do processo
[sic
].
No contexto dessas mudanças, a adoção de uma postura interdisciplinar
requer, principalmente por parte dos professores, um novo repensar sobre a sua
práxis pedagógica. Ademais, ao adotar uma prática interdisciplinar, o professor
passa a fazer parte de um contexto mais integrado onde a tônica da integração é o
estabelecimento da troca, da cooperação, do diálogo aberto e do planejamento
integrado. Desta feita, espera-se que um processo interdisciplinar ocorra sem
fragmentação dos saberes das diversas áreas de conhecimento. E, portanto, que o
processo de ensino e de aprendizagem ocorra sem rupturas e sem
compartimentalizações. Pretende-se com isso, um currículo mais dialógico,
contextualizado e flexível, sem perder a sua essência enquanto objeto de
transform
ação no interior dos espaços onde as práticas educativas se processam.
42
O sucesso de uma ação que se propõe interdisciplinar se revela pela atitude
interdisciplinar adotada. Não basta conhecer os teóricos que estudaram a
interdisciplinaridade, nem os princípios que norteiam uma prática que se faz
interdisciplinar, é preciso que estes princípios sejam incorporados à prática
cotidiana. Esta incorporação somente se num contexto em que o planejamento,
os objetivos e as ações sejam comuns, integrados e integradores dos
conhecimentos. Ou seja, onde se saiba de onde se está partindo e para onde se
quer chegar
[sic
].
Sabe
-
se
, entretanto que a interdisciplinaridade não conta de tudo.
Provavelmente está na transdisciplinaridade a saída para um ensino mais eficien
te e
eficaz. Esta é uma abordagem que passa entre, além e através das disciplinas,
numa busca de compreensão da complexidade curricular. Essa expressão serve de
limite entre o comprometimento e o individualismo da cada disciplina no currículo
[sic
].
43
4 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS: ESTUDO
COMPATIVO DAS APLICAÇÕES DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO
PROJETO INTEGRADOR E DA METODOLOGIA THEOPRAX NOS
CURSOS TECNOLÓGICOS
“Programados para aprender” e impossibilitados de viver sem a referência
de um amanhã, onde quer que haja mulheres e homens sempre o que
fazer, sempre o que ensinar, há sempre o que aprender. (
PAULO
FREIRE
, 1996
)
Este capítulo
apresenta
inicialmente uma abordagem teórica acerca da
metodologia da problematização e da aprendizagem baseada em problemas, como
metodologia a ser utilizada no ensino superior. Em seguida, apresenta as duas
práticas pedagógicas adotadas nos Cursos Superiores de Tecnologia, da Faculdade
de Tecnologia SENAI Cimatec, mostrando de que maneira elas contribuem na
formação dos alunos. E, no final da abordagem, traz uma análise comparativa, as
vantagens e desvantagens da utilização de cada prática no ensino superior
tecnológico.
4
.1 A
Proposta C
urricular de Aprendizagem Baseada em Problemas
Considerando o foco bastante específico do ensino superior tecnológico,
destaca-
se
a proposta curricular de Aprendizagem Baseada em Problemas
(Problem
-
Based
-
Learning
- PBL), como sendo a alternativa metodológica mais
voltada para a realidade da formação de tecnólogos, pois parte de
uma estratégia de
ensino mais contextualizada, que foca em problemas reais encontrados nas
empresas. Entretanto, essa aprendizagem não caminha sozinha. Precisa de suporte
de uma metodologia que vise problematizar situações num contexto o mais próximo
possí
vel da realidade. Nessa abordagem da Metodologia da Problematização,
se
apresenta
como estratégia de ensino a ser adotada. Nela são exercitadas a cadeia
da ação-
reflexão
-ação ou a relação da prática-
teoria
-prática no contexto
44
educacional, visando cada vez mais a sua aproximação à realidade. A metodologia
da problematização se constitui a partir de um “ponto de partida” da realidade vivida
pelo aluno, segue para o estudo dessa realidade, com seus obstáculos e
possibilidades de correção, até chegar na análise do problema e sua resolução.
Para isso, se vale de quatro etapas que caracterizam a metodologia.
A primeira etapa é a de observação da realidade em que o aluno deverá
buscar problematizá-la, identificar os pontos destoantes e fazer as correções
devida
s, identificam os pontos principais para análise, elaboram uma redação sobre
esses pontos, identificam os fatores associados ao problema para elaborarem o
diagnóstico. A segunda etapa se constitui na definição dos “pontos
-
chave” ou do que
estudar a partir
do diagnóstico realizado e, nesse momento deverão ser comparados
os estudos com a percepção inicial do problema levantado no momento da
observação. A terceira etapa corresponde à elaboração das hipóteses de solução e,
nesse momento deverão ser expressas a criatividade na resolução desses
problemas. A quarta e última etapa, corresponde à aplicação da realidade, ou etapa
de prática e de ação concreta
(BERBEL,1998).
No currículo, a utilização da metodologia da problematização requer
reprogramação das disciplin
as e das posturas do professor e do aluno quanto a uma
estratégia de estudo mais flexível. E, para que isso ocorra, é preciso que a realidade
seja observada e problematizada pelos alunos e estes, busquem aprofundá-
la
através da teorização dos conhecimentos. Entretanto “pela própria responsabilidade
em garantir os conhecimentos mínimos exigidos pelo Currículo, na Aprendizagem
Baseada em Problemas os objetivos cognitivos são todos previamente estabelecidos
e os construídos pelos estudantes deverão coincidir com os dos especialistas do
Currículo” (
id.
,1998, p. 149).
Tanto na metodologia da problematização, como na aprendizagem baseada
em problemas (PBL) as hipóteses são testadas pelos estudantes que analisam as
possíveis causas e possíveis determinantes maiores do problema a estudar. As
explicações não são somente relacionadas aos conhecimentos técnico-
científicos
(
ibid.
, 1998, p. 150). Os estudantes são estimulados a investigar, a partir de um
conhe
cimento preexistente e das suas experiências anteriores ao estudo. Nas
propostas um estímulo à atividade em grupo. Cada pessoa irá contribuir com a
pesquisa, como forma de unir as contribuições na compreensão e resolução dos
45
problemas. Sem com isso, deixar de lado a importância dos estudos individuais na
retenção dos conhecimentos.
A etapa de aplicação à realidade proposta pela metodologia se constitui
numa etapa prática e transformadora da realidade, pois aponta para a intervenção
que os alunos deverão fazer no contexto estudado. Pois ele traz um caminho
metodológico capaz de orientara a prática docente na condução de sua prática,
visando a autonomia dos seus alunos, bem como, visando o desenvolvimento de um
pensamento crítico e de aprendizagens durado
uras.
Por todas estas razões cremos ser possível afirmar que Problematização e
Aprendizagem Baseada em Problemas não são apenas dois termos, mas
dois caminhos diferentes de ensino e de formação profissional, com
diferentes conseqüências
(BERBEL,1998, p.
152).
Com base nesses estudos teóricos, identific
ou
-
se
no interior da Faculdade
de Tecnologia SENAI Cimatec, Instituição de Ensino Superior Tecnológico em
Salvador, Bahia, a adoção de duas estratégias metodológicas que se caracterizam
pela adoção de características interdisciplinares e utilização da problematização
como estratégia para o trabalho com projetos: o Projeto Integrador, que nasceu nas
estratégias dos cursos formatados e visam a integração curricular proposta por
semestre, e a metodologia TheoPrax, incorporada posteriormente na instituição
através de parceria com instituição estrangeira.
A escolha dessa instituição se deveu por ter participado da estruturação da
metodologia do Projeto Integrador quando a instituição estava elaborando seus
projeto
s pedagógicos de curso para submetê-los à avaliação do Ministério da
Educação em meados de 2003.
O
estudo teve início, portanto, a partir da concepção
dos primeiros Projetos de Curso que trazia a necessidade de incorporar uma
estratégia pedagógica diferenciada para a formação dos tecnólogos, e se estendeu
com a adoção pela IES de uma metodologia que viria a somar à outra já implantada,
a metodologia TheoPrax.
As práticas analisadas na pesquisa têm peculiaridades, pontos de
intersecção e diferenciação de suas estratégias didáticas que nos instigou à
pesquisa. Além disso, o que mais chamou direcionou este estudo foi a identificação
de
alguns pontos das duas práticas
que
têm muita relação com a metodologia da
46
Problematização e a Aprendizagem Baseada em Problemas
,
utilizadas em outras
áreas de conhecimento até então
pelas instituiç
ões de ensino
.
Considerando todo o contexto de aplicação e os objetivos propostos para a
adoção dessas duas práticas,
estas
se denominaram práticas pedagógicas
interdisciplinares
.
No desenvolvimento deste, t
ent
ou
-
se
mostrar cada uma em seu
contexto e concepção e, no final, destacar alguns pontos de convergência e os
limites de atuação de cada uma.
4.2 O Projeto Integrador
Da maneira como foi concebido, o Projeto Integrador se caracteriza como
um eixo articulador do currículo, no sentido da integração curricular e na
mobilização, realização, aplicação de conhecimentos, contribuindo com a formação
de um pensamento sistêmico durante todo o percurso formativo do aluno. No
momen
to da sua concepção, pensamos em estruturar uma prática pedagógica que
se constituísse enquanto prática pedagógica de natureza interdisciplinar que
pudesse permear todo o percurso formativo e cada semestre letivo. O objetivo
pensado era integrar áreas de conhecimento afins ou correlatas na criação de uma
proposta de projeto que envolvesse pelo menos duas disciplinas de um mesmo
módulo e buscasse articulação de conhecimentos teóricos e práticos entre unidades
curriculares em curso e conhecimentos adquiridos pelos discentes em módulos
realizados. Desta forma, nasceu o Projeto Integrador, constituindo-se como uma
ferramenta fundamental de apoio ao trabalho docente e na verificação dos
desempenhos e da aprendizagem dos alunos em cada semestre letivo.
De acordo com a proposta curricular estabelecida nas Diretrizes para o PI,
constituem
-se como seus objetivos: desenvolver ou estimular a capacidade de
pesquisa; desenvolver capacidades para tomada de decisão; desenvolver a
capacidade de planejamento; desenvolver a capacidade de trabalhar em grupo;
desenvolver ou estimular a oralidade; desenvolver a capacidade de administração
de tempo; desenvolver a capacidade de administrar conflitos; desenvolver
habilidades de resolução de problemas complexos; desenvolver o senso crítico do
47
aluno e aliar a teoria à prática na construção das competências dos futuros
tecnólogos. De acordo com essas diretrizes, existem quatro etapas de trabalho
definidas. Os docentes iniciam o planejamento do semestre através dessas etapas.
ETAPA
S
DESCRIÇÃO
Etapa I
Definição da situação Problema para a elaboração do projeto.
Etapa II
Elaboração do planejamento de trabalho e atribuição das
responsabilidades
individuais
Etapa III
Implementação do Projeto
Etapa IV
Avaliação do Projeto
Quadro 2
Etapas do Projeto Integrador
Fonte
: Diretrizes para elaboração do Projeto Integrador da Faculdade de Tecnologia SENAI
CIMATEC
A Etapa I que se constitui na definição da situação problema para
elaboração do projeto (escopo completo do projeto a ser desen
volvido)
e é
composta de duas fases: Fase 1 e Fase 2.
A Fase 1 se constitui no primeiro contato do professor com o Projeto
Integrador. É nesse momento que o docente faa sistematização das atividades
para o semestre. Podemos dizer que esse é um momento de preparação e de
planejamento do docente para o Início do período letivo. A partir daí são
estabelecidos: os objetivos da situação problema proposta; as situações problemas
possíveis de serem trabalhadas e os conhecimentos possíveis de articulação.
Na Fase 1 o professor: identifica o EIXO INTEGRADOR do semestre que
corre
sponde ao conjunto de competências das disciplinas do semestre e a
interseção entre elas e identificação das contribuições destas para a construção das
competências; descreve os objetivos do módulo; identifica que instrumentos comuns
de avaliação poderão ser utilizados para contribuir com a avaliação do projeto;
destaca quais unidades curriculares terão interface para o projeto; estabelece que
atividades poderão ser realizadas de maneira integrada; estabelece que conteúdos
serão tratados de maneira articulada; identifica as referências que deverão ser
consultadas pelos discentes; estabelece o cronograma de atividades; prepara
apresentação da proposta do PI para os discentes no começo do período letivo. Esta
48
fase acontece sempre durante o Planejamento Acadêmi
co
-Pedagógico realizado
pela Coordenação dos cursos e Coordenação Pedagógica, no começo de cada
período letivo do percurso formativo.
A Fase 2
da Etapa I se constitui no primeiro contato do aluno com o Projeto
Integrador e tem como objetivos: proporcionar aos discentes a oportunidade de:
Identificar, conhecer, entender, descrever e documentar as condições de contorno
envolvidas na situação problema proposta; possibilitar aos discentes a identificação
de situações problemas (Onde/como); possibilitar que os d
iscentes realizem consulta
aos docentes do semestre para orientações referentes ao PI; realizem pesquisas
em sites, livros e periódicos específicos; exercitem a liderança, disciplina e
cumprimento de prazos; iniciem na tarefa de articulação com o grupo para as
reuniões de planejamento de trabalho.
Na seqüência, os alunos passam para a Etapa II para elaboração do
planejamento de trabalho e atribuição das responsabilidades individuais. Nesta
etapa realizam o planejamento e, para isso, recebem orientações do
Coordenador
de Curso e docentes para: estruturar seu trabalho acadêmico utilizando as normas
da ABNT; identificar e descrever os impactos dos resultados esperados pelo projeto;
apresentar conjunto de indicadores capazes de dimensionar e permitir o
monitora
mento do projeto; buscar as referências bibliográficas que subsidiarão a
fundamentação dos argumentos para o desenvolvimento do projeto; definir
orçamento para execução do PI; estabelecer cronograma de execução do projeto
definindo suas etapas; elaborar em equipe os registros e os relatórios dos erros e
acertos no projeto.
Concluída esta etapa, seguem para a Etapa III de Implementação do
Projeto. Momento importante na construção e sedimentação de conhecimentos dos
discentes nos semestres. É nesta etapa que os alunos iniciam a busca por
orientação de professores das disciplinas com interface; buscam ajuda dos
responsáveis pelos laboratórios que irão utilizar durante o trabalho de pesquisa;
conhecem e avaliam as potencialidades e limitações identificadas no
desenvolvimento do projeto; conhece e aplica técnicas de avaliação do processo de
caracterização; documenta a aplicação dos testes em Laboratório, sala de aula /
registrando todas as etapas; avalia os resultados experimentais; determina as
poss
íveis incoerências na execução dos experimentos projeto; sugere possíveis
49
alterações na execução prevista, definindo novos materiais ou alterações no projeto;
documenta os resultados e dificuldades registrando todas as propostas de alteração
com suas possíveis conseqüências; identifica e discute as diferentes etapas
relacionadas ao planejamento e aos experimentos; avalia o desenvolvimento das
etapas do projeto, discutindo os resultados, avaliando ainda as considerações,
individuais e do grupo, as tarefas, comparando com os objetivos propostos e, por
fim, elabora relatório final, conforme orientações e entrega cópia impressa para
avaliação da banca de professores avaliadores.
Finalmente, a Etapa IV de Avaliação do projeto, onde o aluno termina de
preparar o Projeto Integrador, entrega o trabalho para a Coordenação de curso e
professores avaliadores e apresenta o PI em data definida em Calendário
Acadêmico. Os alunos nesta etapa colocarão em prática tudo o que receberam de
orientação para a preparação da apresentação do seu PI, pois terão que também
preparar uma apresentação formal para a comunidade acadêmica. Nessa etapa, o
objetivo é, portanto, avaliar e potencializar a capacidade de gerenciamento de
tempo, o conhecimento sobre o tema, a organização do trabalho em grupo e a
facilidade da apresentação em público. Tem ainda como princípio básico: assegurar
a integração entre conteúdos, pessoas e de equipes.
Um componente importante identificado na operacionalização do PI é a
transversalidade. Esta pressupõe um tratamento integrado dos conteúdos das áreas
de conhecimento estudados em cada semestre, através de um eixo integrador e o
estabelecimento de um compromisso das relações interpessoais e sociais escolares
com as questões envolvidas no tema, através do trabalho com o projeto. O objetivo
disso é proporcionar a coerência entre os valores experimentados na vivência que a
Instituição de Ensino propicia com os temas e o contato intelectual com os valores e
contextos em que os alunos vão se inserindo. O tema abord
ado deverá sempre estar
relacionado à questão profissional/social e pode muitas vezes, mesmo não se
tratando de áreas do conhecimento referentes aos componentes curriculares
tratados no semestre, utilizá
-
los em sua abordagem.
O propósito do PI é unificar
os conhecimentos do discente nas bases
tecnológicas e habilidades através de atividades em equipe, comprovando o
desenvolvimento das competências a partir da articulação dos conhecimentos
(interdisciplinaridade) e, ao mesmo tempo, avaliar a evolução/construção do
50
aprendizado, em cada módulo ou semestre cursado, evidenciando suas
competências profissionais. O projeto deve visar o reconhecimento da habilidade do
aluno na articulação de saberes durante a concepção, elaboração e construção do
projeto, estendendo-se até que o projeto possa ser colocado em funcionamento e
apresentado para a faculdade.
Outro ponto importante do PI é a identificação de um Eixo Integrador
no semestre. O eixo integrador se constitui na interseção entre as diversas áreas de
conheciment
o que se relacionam de um mesmo semestre letivo. Essa interseção
possibilita as trocas e o enriquecimento tanto por parte de alunos nos projetos, como
de professores nas trocas que estabelecem entre si durante o desenvolvimento dos
projetos dos alunos no semestre. Portanto, esta tarefa é exclusiva do eixo
integrador, ou seja, estabelecer a interface entre as disciplinas e promover a
articulação de conhecimentos no módulo. Ainda, em relação aos alunos, o eixo
integrador serve de orientação no sentido da complementaridade entre conteúdos,
denotando o seu entrelaçamento e a importância na construção das competências
desenvolvidas em cada semestre através das atividades desenvolvidas durante a
sua operacionalização. E, finalmente, para o professor, se constitui num momento
que deve aproveitar para dar mais uniformidade às suas ações docentes.
O estudo desta prática pedagógica vivenciado na IES traz a reflex
ão
sobre a abordagem teórica, os fundamentos e princípios metodológicos que
subsidiaram esta prática e uma pergunta ficou no ar: Será que da maneira como foi
trabalhado nos cursos até o momento, o Projeto Integrador é didaticamente viável?
Será ela capaz de superar a barreira entre a teoria e a prática no ensino superior
tecnológico? A prática resolve as dific
uldades cognitivas e de trabalhar em grupo dos
alunos do ensino superior? Será que da forma como foi concebida, ela atende à
formação de tecnólogos demandada hoje?
Fez
-se um esforço de b
usc
ou
ar
dar as
respostas a estas questões através dos dados relatados na pesquisa.
4.3
A Metodologia TheoPrax
51
Em 2006, a Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec, tomou conhecimento
de uma nova proposta metodológica experimentada na Alemanha, voltada para a
formação técnica e tecnológica. Desenvolvida na Alemanha mais de 11 anos, a
Met
odologia TheoPrax (Theo = teoria e Prax = prática) surgiu da necessidade de
“garantir nas escolas e universidades uma formação voltada para a prática, de
oferecer uma qualificação adicional para jovens menos privilegiados, bem como dar
um apoio especial p
ara jovens superdotados” (KRAUSE, 2007).
Nos estudos ainda na Alemanha, verificou-se que “para a maioria dos
professores alemães de ensino acadêmico, a pedagogia e a didática são áreas de
conhecimento pouco exploradas. Esses professores são autodidatas no ensino e
são lançados sem treinamento algum sobre seus alunos. Eles atuam conforme o
talento pedagógico pessoal, a habilidade do novo e pode variar desde um orador
inspirado até alguém que parece ler para si mesmo. A grande maioria dos
professores medianos se esconde atrás de retro projetores cuspidores de
transparências ou escrevem no quadro, sem alguma interação com seus ouvintes
passivos que freqüentemente mantêm diálogos apenas entre eles próprios. Em
noventa minutos são passadas pelo método frontal, entre vinte e quarenta páginas:
estéril, frustrante (para todos os envolvidos), cumprindo o dever, porém sem
eficiência (novamente para todos os envolvidos).”
(KRAUSE
e EYERER, 2007, p.2).
A transmissão de conhecimentos pelos professores foi um dos pontos-chave que
deu impulso à criação da metodologia TheoPrax, na Alemanha.
Com referência ao conhecimento adquirido pelo m
étodo frontal, sabe
-
se que
este freqüentemente evidencia que o professor transmite os conhecimentos aos
seus alunos e estes reagem de maneira passiva. Muitas vezes decoram os
conteúdos pela memória de curto prazo. Raramente exercitam o que aprendem por
iniciativa própria. Geralmente sabem muito e nada conseguem fazer. Como
conseqüência, em média trinta por cento, e em algumas disciplinas até oitenta por
cento dos alunos abandonam os estudos. Ao sair da faculdade, sofrem um choque
quando se deparam com a realidade dentro de uma empresa. A resposta para isso
foi encontrada pela adoção de trabalhos por projetos. “Este é o único conceito que
c
oncilia tanto um plano integrado para uma renovação do conteúdo e da didática das
grades curriculares, quanto uma estratégia de política acadêmica, questionando ao
52
mesmo tempo profundamente as estruturas e os conteúdos vigentes da formação
acadêmica”.
Par
a chegar a isso, os criadores da metodologia na Alemanha realizaram
uma pesquisa que teve apoio financeiro do Ministério da Educação, Ciência,
Pesquisa e Tecnologia da Alemanha (entre fevereiro e dezembro de 1981). Daí se
fez um estudo voltado para o trabalho baseado em projetos. Nele foram analisadas
as grades curriculares das disciplinas de: engenharia mecânica, engenharia elétrica,
engenharia civil, arquitetura, planejamento urbano e regional, planejamento
ambiental, planejamento de desenvolvimento regional, ciências exatas (exceto
medicina) e ciências econômicas.
Na Alemanha, os representantes da indústria exigem dos engenheiros das
universidades técnicas as qualificações voltadas para o conhecimento teórico
básico; amplo conhecimento de métodos; amplo leque de formação; raciocínio
sistêmico, raciocínio conceitual e interdisciplinar e independência de atuação
profissional. no caso dos engenheiros graduados nas faculdades específicas e
nas academias profissionais, o que mais se valoriza é o conhecimento específico
voltado para a prática; conhecimento de métodos específicos; leque de formação
específico; raciocínio sistêmico, raciocínio formal; rápida disponibilidade para a
realização de tarefas concretas.
Na pesquisa ainda, verificou-se que na perspectiva da indústria, esta
necessitava de uma qualificação mais ampla; maiores conhecimentos de
interdependências; disposição e capacidade para a aprendizagem; capacidade de
raciocínio em sistemas interdependentes; capacidade de decisão em situações
complexas;
espírito de equipe; desenvolvimento da personalidade.
A metodologia TheoPrax parte da proposta de “trabalho em Projetos de
caráter sério. O trabalho parte de desafios propostos aos estudantes, onde lhes são
delegadas responsabilidades para resolução de problemas reais de empresas que
contratam esses alunos para resolverem seus problemas. E, para isso, os alunos
precisam assumir uma visão empresarial, evidenciando desta forma, competências
da formação, como: trabalhar em equipe, trabalhar com metodologia
de
gerenciamento de projetos, análise de custos, negociação, habilidade de
comunicação interpessoal, dentre outras.
53
KRAUSE (2007) destaca como objetivos do TheoPrax: incrementar a
motivação da aprendizagem; pensar e agir em contextos; aprender de forma
auto
-
direcionada; fortalecer as competências; estabelecer elos entre
escolas/universidades e empresas; fomentar a atuação empresarial; melhorar a
escolha da profissão; aumentar o interesse por tecnologia e ciências exatas. E na
proposta pedagógica que descreve para a metodologia TheoPrax, enfatiza que os
estudantes são desafiados todo o tempo através do auto-reconhecimento de suas
capacidades, atitudes e conhecimentos e, ainda, através dos demais membros do
grupo. Existem situações em que esses conhecimentos serão expressos,
traduzindo
-se em mobilidade de pensamentos, ações e expressões que traduzem
um pensamento denominado de interdisciplinar.
No Brasil, o contato dos criadores da metodologia alemã com instituições de
ensino, resultou em diversos encontros de idéias idênticas quanto à formação
tecnológica e de cooperações existentes entre Alemanha e o SENAI. Estes
encontros de idéias e interesses convergiram para que em 2006 fossem iniciadas as
negociações para a implantação da metodologia no SENAI da Bahia. E, em
novembro desse mesmo ano foi apresentada a metodologia no SENAI Cimatec na
Bahia e no SENAI de Porto Alegre através de várias oficinas com mais de 50
professores participantes. Desses contatos então nasceu um acordo de cooperação
onde o Diretor da Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec assumiu para a
instituição a responsabilidade de experimentar a metodologia alemã nos cursos
superiores de Tecnologia, com os alunos, inicialmente do curso de Mecatrônica
Industrial.
No contato inicial com a metodologia, vimos que apesar de reconhecer e
trabalhar bastante com a autonomia do aluno para buscar o conhecimento, também
valoriza as aulas tradicionais (o ensino frontal). Esse tipo de ensino sempre utilizado
como um subsídio importante na solidificação das informações e organização dos
saberes teóricos dos alunos, conforme evidenci
ado no Quadro 3.
ASPECTOS
ENSINO FRONTAL
METODOLOGIA THEOPRAX
CONHECIMENTO
DADO AO ALUNO QUASE NA BANDEJA
PODE SER ADQUIRIDO SOMENTE ATFRAVÉS
DE INICIATIVA PRÓPRIA
54
TRABALHO
EM EQUIPE
---
SE CONSTITUI EM ELEMENTO
INDISPENSÁVEL, POIS CONSOLIDA AS
COMPETÊNCIAS SOCIAIS E PESSOAIS
NECESS;ARIAS Ã REALIDADE PROFISSIONAL,
NO MUNDO DO TRABALHO
CAPACIDADE DE
AVALIAÇÃO
ESTATÍSTICA
---
CAPACIDADE DE AVALIAR A EVOLUÇÃO DO
PROJETO
MÉT
ODOS DE ENSINO
ATRAVÉS DE AULAS EXPOSITIVAS
ENSINO ATRAVÉS DO DIÁLOGO. PORÉM NÁO
DESCARTA O ENSINO FRONTAL, UTILIZADO
COMO COMPLEMENTO
UTILIZAÇÃO DOS EXERCÍCIOS PARA
APROFUNDAMENTO DE CONTEÚDOS
PENSAMENTO EM CONTEXTOS E
POSSIBILIDADES
COMPETÊNCIAS
PESSOAIS DOS
ALUNOS
---
IDENTIFICAÇÃO DE TALENTOS E FRAQUEZAS
DE CADA ALUNO PARTICIPANTE DAS EQUIPES
(MAPA DE COMPETÊNCIAS)
Q
uadro
3
-
Comparativo entre o Ensino frontal e a metodologia TheoP
rax
Fonte:
Comparativo feito pelos criadores da metodologia TheoPrax, no Brasil em 03 de março de
2008, disponibilizada para a Instituição de Ensino.
A metodologia TheoPrax utiliza alguns métodos para a execução dos
projetos. São eles: gerenciamento de projetos; gerenciamento de conhecimentos;
gerenciamento de tempo; solução de problemas; método de apresentação;
criatividade e documentação. Estas são aplicadas no desenvolvimento do projeto
através de treinamentos e visam, segundo os criadores da metodologia, a interação
entre teoria e prática, além de proporcionar ao mesmo tempo aprendizagem e
treinamento.
O gerenciamento de projetos é introduzido como aprendizado e treinamento
para aproximar o aluno de estratégias utilizadas em empresas. Nele são trabalhadas
ferramentas básicas de administração, definição de competências dos alunos e de
55
divisão de tarefas, de elaboração de propostas de contrato e aspectos envolvidos
em uma contratação. Na proposta são observados o nível escolar e a idade e
maturidade dos alunos com vista a dimensionar os conteúdos e o nível de
aprofu
ndamento que será empregado.
4
.4 Apresentação da Pesquisa Social
No âmbito da Faculdade de Tecnologia em estudo, estão sendo
desenvolvidas
as
duas práticas pedagógicas. Ambas têm por base a
interdisciplinaridade e o trabalho com projetos voltados à área da indústria na
formação de tecnólogos. De um lado, o Projeto Integrador PI - utilizado
transversalmente pelas diversas áreas de conhecimento em cada semestre letivo e,
de outro lado, a Metodologia TheoPrax, utilizada inicialmente como piloto no Curso
Superior de Tecnologia em Mecatrônica Industrial. Faremos abaixo a apresentação
das práticas pedagógicas e em seguida um estudo comparativo destas no âmbito da
Faculdade de Tecnologia estudada.
Todo o trabalho de pesquisa foi realizado nas instalações da Faculdade de
Tecnologia SENAI Cimatec, instituição de ensino superior privada, mantida pelo
SENAI
Departamento Regional da Bahia. A faculdade nasceu desta instituição
sexagenária, que tem história na formação de jovens e adultos em educação
profis
sional em níveis de qualificação profissional e nível técnico e que ingressou na
educação superior em 2005. No começo deste estudo, a IES tinha apenas trê
s
cursos autorizados pelo MEC e no começo de 2008 constavam em seu catálogo
oito cursos autorizados. A tradição em educação profissional, a estrutura física e
tecnológica levou a instituição a
investir e
m graduação tecnológica.
A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas, de
dados de relatórios de acompanhamento da implantação da metodologia e
questionários aplicados aos estudantes, docentes envolvidos, coordenadores de
curso e pedagógico e empresa contratante de uma das metodologias com alunos,
de relatos dos alunos através de entrevistas informais, dados da Secretaria
Acadê
mica e das observações feitas pelos entrevistados. Portanto, a opção didática
56
foi verificar de que maneira essas práticas estão sendo utilizadas na IES,
estabelecendo um comparativo entre estas e buscando ao longo da pesquisa as
respostas para alguns dilem
as.
Este estudo foi realizado com estudantes do Curso Superior de Tecnologia
em Mecatrônica Industrial da Faculdade de Tecnologia SENAI Cimatec. No começo
de 2006.1 foram observados os 11 alunos desta turma e, a partir de 2006.2 quando
iniciaram os trabalhos do piloto do TheoPrax, com somente três alunos desta turma
que participaram do piloto.
4.4.1 Apresentação de Dados da Pesquisa Social sobre Implantação da
Experiência Piloto do TheoPrax
-
Coordenação Pedagógica
Como a Coordenadora Pedagógica não participou da implementação do
Projeto Integrador na Faculdade de Tecnologia
,
esta
não pode nos fornecer dados
comparativos desta implementação
com a metodologia TheoPrax.
Quando questionada sobre a diferença entre o ensino frontal e a
metodologia TheoPrax, reconhece que “no ensino frontal os alunos ficam
condicionados e acabam simplesmente decorando os assuntos, o diálogo e os
assuntos são despejados, acaba o favorecendo a aprendizagem e não
atendendo às exigências instrumentais no universo do trabalho e uma formação
mais individualista. na metodologia TheoPrax, os assuntos são trabalhados de
forma interdisciplinar, há uma associação entre a teoria e a prática, favorece o
trabalho em equipe, os assuntos são trabalhados através dos estudos de casos e
projetos e há o desenvolvimento da capacidade de comunicação”.
Em sua resposta à pergunta sobre o que considera como limitações na
metodologia Theoprax, a Coordenadora Pedagógica ressalta que na aplicação desta
metodologia o fator limitante é a
aceitaçã
o da indústria
” de projetos gerenciados por
alunos.
57
Quanto aos alunos, se estes foram selecionados e capacitados na
metodologia, a resposta dada foi que, “os alunos na verdade se identificaram com a
proposta e se candidataram para trabalhar no p
rojeto piloto”.
Aponta alguns pontos fortes na metodologia sob a perspectiva dos alunos.
São eles: 1) a motivação na aprendizagem dos alunos através do trabalho em
equipe; 2) o aumento na busca por soluções tecnológicas e; 3)a proximidade com o
ambiente in
dustrial/empresarial
.
Aponta
também três aspectos na metodologia que necessitam de melhoria
.
1) Maior divulgação para os empresários; 2) Disponibilidade dos professores para
orientação e acompanhamento dos projetos dos alunos, e: 3) capacitação dos
profes
sores nas etapas de desenvolvimento da metodologia. Dos aspectos
apontados, o que considera mais crítico é “ o de trabalhar em equipe, principalmente
no decorrer do projeto quando começam a aparecer os conflitos no trabalho, as
dificuldades de relacionamento, de liderança, de negociação entre os membros do
grupo”.
A “motivação dos alunos para trabalhar com projetos”, foi outro fator
importante nos resultados da experiência piloto, segundo a Coordenadora. Segundo
sua resposta a esta questão, “foi a possibilidade de aproximação com a empresa e
com um contexto real de trabalho, além da possibilidade de um futuro profissional
nessas empresas com contrato de estágio ou de trabalho talvez tenha sido os
maiores incentivadores desses alunos
”.
Relatou que a experiência piloto sinaliza a importância de disseminação
da metodologia e que “serão os alunos do ensino superior, que vivenciaram a
experiência com a metodologia, os multiplicadores”. Para a multiplicação da
metodologia
, esta
será
disseminada
em
escolas do Ensino Médio, escolas
públicas e
privadas
. Além disso, será criado um “CENTRO THEOPRAX’ que será responsável
pela gestão de todos os projetos com empresas no estado”.
58
4.4.2 Apresentação de Dados da P
esquisa
Social sobre Implantação da
E
xperiência
P
iloto do TheoPrax
- R
esponsável da
E
mpresa
C
ontratante
Considera importante a sua empresa ter recebido esclarecimentos sobre a
metodologia TheoPrax
.
Quanto a sua percepção sobre as duas práticas de ensino
utilizadas na graduação da Faculdade, considera o Projeto Integrador “interessante,
mas sofre de dois males. A proposta do projeto tem que estar pronta desde o inicio
do semestre, o que na minha percepção não tem acontecido com regularidade. O
segundo mal é a falta de pontos de checagem do andamento do projeto ao longo do
semestre. Essa falta de acompanhamento faz com que os alunos empurrem o início
do projeto para o meio do curso e
para
a frente, prejudicando a qualidade do
mesmo. Corrigindo esses dois problemas, a idéia é muito interessante
.
Como
comentário final, afirma que “nos primeiros semestres os alunos ainda não
conhecem metodologia de estudo e pesquisa o que também compromete a
qualidade”. o TheoPrax, considera “muito bom, pois o grupo de alunos
participantes assume um compromisso com uma instituição externa que tem um
objetivo concreto e irá cobrar, não com pontos de checagem ao longo do projeto,
mas também a qualidade do trabalho final pelo qual ele está pagando, mesmo que
seja uma quantia menor do que seria paga pelo mesmo serviço no mercado. A
“possibilidade de trabalhos com baixa qualidade fica bastante reduzida”.
Na condição de contratante, considera que a proposta de trabalho em
equipe é mais fácil com o TheoPrax, pois acredita que “o nível de responsabilidad
e
assumida faz toda a diferença. É importante mencionar que o cliente externo não irá
se preocupar com o nível de participação de cada aluno. Isso necessariamente será
papel de quem estiver coordenando o TheoPrax”. Infelizmente não sabe a diferença
entre o ensino frontal e a metodologia de trabalho por projetos. Porém, trabalhava
com Projetos desta natureza antes em suas atividades. Relata que “a empresa
trabalha com programas de estágio e projetos desse tipo são comuns no
planejamento do período de pass
agem do estagiário na empresa”.
Sente
-se preparado para trabalhar com a metodologia TheoPrax: “Ela não
difere em muito do trabalho realizado com os estagiários dentro da empresa. A
diferença fica basicamente na carga horária de contato e no apoio dado pel
os
professores que apóiam o TheoPrax dentro do Cimatec”.
59
Identifica como limitações na metodologia TheoPrax, “a priorização de outra
atividade em prejuízo do projeto. Ou seja, o resultado está demorando mais do que
o esperado. No outro projeto, a limitação tem sido a presença de todos os
participantes em visitas. Como nem todos podem comparecer não é possível afirmar
qual o grau de participação de cada um dos membros da equipe”.
Considera “ser indispensável instrumentalizar a empresa para lidar com a
metod
ologia”, não necessariamente com resolução de problemas, pois acredito que
a resolução do problema apresentado pode ser responsabilidade da equipe e dos
professores que apóiam a equipe dentro do CIMATEC. Por outro, lado “se a
empresa tem ferramental para ajudar os alunos, poderia ser uma ajuda, mas ao
mesmo tempo um bloqueio
à
criatividade e independência do grupo em relação
à
solução a serem apresentadas”.
Num trabalho com projetos de grande importância para os resultados da
empresa, considera importante: (1) a compreensão do problema pelos estudantes;
(2) a análise do problema feita pelos estudantes; (3) dar feedback aos estudantes;
(4) a execução da solução do problema pelos estudantes; (5) a elaboração do Plano
de Custos feita pelos estudantes; (6) a elaboração de um plano de solução para o
problema feita pelos estudantes.
Considera saber delegar responsabilidades para seu(s) orientando(s),
porém, na sua visão “saber delegar vem da personalidade e da maturidade do
indivíduo. No caso do TheoPrax, se não h
ouver delegação de autoridade, o projeto e
o desenvolvimento do grupo ficará comprometido”.
Coloca os alunos permanentemente frente aos desafios concretos durante a
execução dos projetos. Considera que: “Nos dois casos, houve uma preocupação
em deixar claro que a empresa quer uma solução de qualidade, pois o projeto,
apesar do caráter escola
-empresa, é visto como uma tarefa séria e que envolve algo
que a empresa precisa e está pagando pelo resultado. A empresa quer checar o
andamento do projeto, mesmo que evite interferir de forma acentuada na solução,
definir o conceito mais adequado, ver protótipos, aque a solução esteja definida.
Para colocar de outra forma um pouco mais firme, não é trabalho de sala, não é
brincadeira”.
Reconhece não dominar a metodologia de gerenciamento de projetos
necessária para o TheoPrax e, segundo relata “a minha experiência envolve
60
bastante gestão de projetos. Contudo, o manual do TheoPrax parece conter
bastante informação pelo seu tamanho e número de páginas. Como tivemos
uma
apresentação do TheoPrax e não o manual em mãos, não quero afirmar que
conheço a metodologia em profundidade”. Talvez por isso, não se sente à vontade
para dizer que competência desenvolveu com o acompanhamento da metodologia
TheoPrax na empresa.
4.4
.3 Apresentação de dados sobre implantação da experiência piloto do
TheoPrax
-
alunos participantes
Quando questionados sobre as mudanças
percebidas
no seu
processo
formativo, os alunos responderam que a “metodologia TheoPrax lhes agregou o
conhecimento
de uma forma mais simplificada para o planejamento de todo projeto e
também proporcionou a oportunidade de desenvolver uma solução aplicada à um
problema real da indústria. Permitindo, desta forma visualizar o desenvolvimento do
projeto como um todo desde
o início”.
Quanto a sua percepção sobre a diferença na metodologia de ensino
utilizada na sua formação na Faculdade e a metodologia TheoPrax, responderam
que a nova metodologia foi um pouco além do que foi trabalhado em sala de aula,
pois “o aprendizado que a metodologia TheoPrax envolveu foi além do conteúdo
teórico, com muitas dinâmicas e práticas aplicadas. Essa característica possibilita ao
aluno aplicar o conteúdo teórico de uma forma instantânea nas situações práticas, o
que facilitou bastante o ap
rendizado”.
Questionados sobre o trabalho em equipe e a questão da autonomia numa
proposta como a metodologia TheoPrax e trabalhar com projetos reais, as
respostas
dadas pelos alunos foi positiva para todos, ressaltando que ao trabalhar com
Projetos é participar desde o seu processo de tomada de decisões técnicas e
aplicação dos conteúdos teóricos para solucionar o objetivo do projeto, bem como
participa
r das etapas de planejamento de tempo, ferramentas e pessoas necessárias
para o bom desenvolvimento do projeto”.
61
Os alunos consideram estar mais preparados tecnicamente a partir do
trabalho com projetos no TheoPrax, pois tiveram que dar conta de novos
con
hecimentos, aprender novas estratégias para trabalhar em equipe, estratégias de
negociação e custos de projetos, além de melhorarem sua capacidade de
comunicação interpessoal, pois esta ferramenta tiveram que desenvolver durante o
trabalho com o TheoPrax
:
Com o Projeto Integrador
-
PI
Com o TheoPrax
CAPACIDA
D
ES
DESENVOLVIDAS
Confiabilidade, Disposição para a
aprendizagem, Capacidade de
concentração, Disposição para assumir
responsabilidades, Independência de
atuação (autonomia), Capacidade de
crítica
e autocrítica, Criatividade,
Flexibilidade, Autoconhecimento,
Polidez, Gerenciamento de Conflito,
Tolerância.
Persistência, Resistência ao estresse,
Exatidão,
Disposição para a
cooperação, Espírito de equipe,
Capacidade de Comunicação, Empatia
Quadro 4
:C
apacidades desenvolvidas com o uso das metodologias
Fonte:
CALMON, Maria Célia , 2008.
Qu
anto
às
competências
que
desenvolveram com o TheoPrax,
consideram que o Trabalho com projetos requer várias competências anteriores,
sem as quais teriam mu
itas dificuldades.
Competências prévias necessárias para
trabalhar com projetos
Competências desenvolvidas com o
TheoPrax
COMPET
Ê
NCIAS
DESENVOLVIDAS
Domínio da língua portuguesa falada
escrita, domínio de um segundo idioma,
domínio de técnicas simples de cálculo,
domínio de técnicas complexas de
cálculo, conhecimentos básicos das
ciências exatas, conhecimentos básicos
da cultura brasileira, conhecimentos
básicos do funcionamento da economia
Conhecimen
tos básicos
de
trabalhos por
projetos, conhecimentos básicos de
Gestão e a capacidade de resolverem
problemas reais das empresas.
62
Quadro 5
: Competências desenvolvidas com o uso das metodologias
Fonte
: CALMON, Maria Célia , 2008.
4.5
Avaliação das Metodologias pelo Público Pesquisado Pontos
Positivos e Limites
Durante a pesquisa foram identificados alguns pontos positivos das duas
práticas adotadas, bem como, os limites de cada estratégia de ensino aplicada,
que
foram destacados
para análise.
4
.5
.1 Contribuições das P
ráticas
A IES em estudo, ao adotar no currículo dos cursos superiores de
tecnologia a prática pedagógica do Projeto Integrador e, posteriormente a
metodologia
TheoPrax,
buscou desenvolver estratégias que diferenc
iasse
m a
formação dada em seu interior, das demais instituições que têm cursos no mesmo
nível tecnológico.
Em sua proposta, o PI pressupunha que os alunos desenvolveriam as
capacidades de trabalhar em grupos, de estruturar trabalhos acadêmicos de maneira
mais organizada, de apresentarem-se em público através das defesas dos mesmos
e relacionarem-se em grupo, estabelecendo um melhor contato inter-alunos. Porém,
sabemos que algum
elemento
faltou para acrescentar a esse diferencial.
Outra capacidade exercitada no PI foi a de elaboração de trabalhos
acadêmicos em que houvesse a demonstração da capacidade de comunicação
verbal dos membros das equipes. Apesar de não ter sido trabalhado nos conteúdos
das disciplinas no semestre, conforme constatamos nos documentos analisados.
A IES definiu que seriam objeto do piloto com a Metodologia
TheoPrax
os
alunos que estavam nos últimos semestres do curso superior de Mecatrônica
brasileira, conhecimentos básicos de
custos.
63
Industrial.
Pressupunha que uma vez desenvolvidas as competências durante o
trabalho com o PI, muitas das dificuldades
ter
iam sido superadas. Essa evidência
foi identificada na entrevista
informal
realizada com o responsável pelo seu
acompanhamento na empresa e com os alunos participantes. Na entrevista com o
Sr. Antonio Jr (nome como prefere ser chamado o profissional), o mesmo diz que:
“... Considero que a proposta TheoPrax mostra melhor aquilo que os alunos sabem.
O Projeto Integrador tem algumas limitações, principalmente durante o semestre, no
seu acompanhamento. Como está sendo feito, não dá para saber se todos os alunos
participaram de todas as etapas. No TheoPrax não, você acompanha cada etapa, de
negociação, de liderança e sabe do desempenho de cada um. (Relato verbal feito
em 17/10/2008 pelo responsável da empresa pelo acompanhamento do TheoPrax -
Sr. Antonio JR
)
Outro ponto positivo a considerar é o desenvolvimento da capacidade de
comunicação e argumentação dos alunos durante a execução dos projetos no
TheoPrax.
O exercício constante de negociação dos alunos com o representante da
empresa contratante expressa uma carência sentida no processo de formação
desses alunos, pois eles necessitaram ir
em
busca dessa capacidade.
Foram i
dentifica
dos
ainda durante as análises dos dados
apresentados
,
contribuições significativas para a instituiç
ão
na execução do PI. Esta dizem respeito
a uma maior integração entre os participantes e o trabalho em equipe; o
relacionamento entre os alunos, professores e o relacionamento intergrupo, além do
trabalho direcionado para um mesmo objetivo, são considerados como elementos
qu
e propiciam uma maior integração.
As contribuições do TheoPrax dizem respeito à ênfase dada ao trabalho em
equipe e aos efeitos que a ação colaborativa exerce nesse tipo de trabalho; a
identificação das capacidades individuais pelos alunos; o exercício da capacidade
comunicativa de maneira bastante efetiva, realizada através da habilidade de
comunicação desenvolvida, enfim, todas essas capacidades convergem para uma
maior integração, o que favorece o trabalho em equipe
.
No Projeto Integrador, todo o projeto parte de uma situação que “pode”
acontecer num contexto real do trabalho. no TheoPrax, os projetos são reais
porque partem de um problema existente na empresa. Nele se a contratação
desses alunos/projetos pelas empresas, o que se constitui em um
diferencial
64
importantíssimo para a formação dos Tecnólogos. Isto por que ao atuar em um
projeto que parte de um contexto real do trabalho com expectativas de resultados
positivos, tanto em termos de resultados qualitativos do trabalho, como do aspecto
fina
nceiro para a empresa e retorno do investimento feito num “projeto de caráter
sério
”, o aluno passa a pensar em contextos e a estabelecer maior proximidade com
uma atuação empresarial
com mais realidade
.
O trabalho com projetos da metodologia TheoPrax proporciona aos alunos
o exercício constante de evidência de suas competências, em função do constante
contato com a empresa contratante. Conseqüentemente, o aluno fixa muito mais
seus esforços na resolução dos problemas, pois sabe que toda a atenção está
ne
sse momento voltada para a sua ação. Sabe que pode até falhar, mas isto não é o
que deve buscar, e sim a resolução do problema e a satisfação da empresa
principalmente pela qualidade do trabalho realizado. O espírito de equipe, a
capacidade de críticas, o gerenciamento de problemas, as estratégias de trabalho
utilizadas, a aquisição de conhecimento auto-dirigido, leva ao fortalecimento de cada
um dos alunos no grupo, minimizando em cada etapa do projeto suas fraquezas e
ampliando suas capacidades. Seus talentos e criatividade poderão ainda aflorar.
Esse tipo de trabalho não somente treina estas capacidades, mas exige e fomenta
bastante o pensamento interdisciplinar. Ademais, ao trabalhar com projetos de
empresas, o aluno aprende a fazer planos de negócios e a dar soluções múltiplas
para os problemas.
Algumas vantagens e desvantagens foram levantadas na aplicação das
duas práticas
e
identifica
das
no
trabalho
e apresenta
do
no Quadro
6
.
Vantagens
Desvantagens
Projeto Integrador
TheoPrax
Vantagens
A formação dos
professores;
O acompanhamento da
etapas do projeto pelos
docentes na IES;
O investimento na formação dos professores; o
acompanhamento das etapas do projeto pela
ies; o pla
nejamento prévio do projeto e de suas
fases; a proximidade com o mundo do
trabalho; o contato com empresas ainda na
65
O tempo de execução do
projeto;
Falta de comprometimento
de alunos
fase de formação; treinamento da capacidade
de autonomia dos alunos; aquisição auto-
dirigida do conhecimento;aplicação ativa do
conhecimento
;fortalecimento da auto
-
confiança
dos alunos
Desvantagens
A formação dos
professores; o
acompanhamento da etapas
do projeto pelos docentes
na ies; o tempo de
execução do projeto;a falta
de gerenciamento do
projeto; falta de
comprometime
nto de
alunos; tempo para a
execução do projeto;
ausência de contato com
empresas; tempo de
execução do
projeto;ausência de contato
com empresa
A formação dos professores; o
acompanhamento das etapas do projeto pela
ies; o tempo destinado à execução do pro
jeto;o
gerenciamento do projeto; forte dependência
entre os membros da equipe; trabalho
adicional para os alunos; falta de critérios para
a implantação do projeto na empresa; o pouco
investimento dado pela ies para atuação do
professor acompanhar o proje
to
Quadro 6
:Vantagens e Desvantagens do P
rojeto
I
ntegrador e da
M
etodologia
T
heo
P
rax.
Fonte:
Dados levantados pela pesquisadora
durante a realização da pesquisa
Sob a ótica dos Coordenadores do
TheoPrax
no Brasil, da Empresa
contratante e dos alunos participantes da pesquisa, o PI teve um papel fundamental
na construção de algumas competências destes últimos. E ainda, considerando que
o PI tem um forte direcionamento didático-metodológico em sua operacio
nalização
em situações que podem ser reais ou não, as competências uma vez desenvolvidas,
reduzem o caminho metodológico necessários à aplicação da metodologia
Theo
P
rax.
Considerando ainda a necessidade de incorporação de uma concepção
interdisciplinar como forma de conduzir a educação e o ensino na instituição de
ensino superior, rumo a um diferencial competitivo, é necessário que sejam
estruturadas as diretrizes e aspectos teórico-metodológicos que norteiem a
instituição para adoção de uma proposta curricular mais voltada para uma nova
66
sociedade: a sociedade pós-moderna. Sem que pese mais a utilização de aspectos
práticos ou teóricos sobre os problemas e a teoria possa servir de arcabouço para
sustentar as descobertas.
4.5.2
Limitações das P
ráticas
P
eda
gógicas
N
ão
se
poder
ia deixar de considerar também as limitações que se
apresentaram na aplicação das duas práticas. No decorrer dos trabalhos na turma
piloto na Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC, verificou-se que as duas
práticas poderiam ser integradas que uma complementava a outra. Dsurgiu a
possibilidade do PI atuar em parceria com a Metodologia TheoPrax. Pois os
resultados em cada semestre apontavam para uma intersecção entre as duas
práticas pedagógicas.
Desta feita, inici
ou
-
se
pela análise do ponto de partida de cada prática e
suas respectivas fases ou etapas. O
Quadro
7 estabelece um comparativo entre as
práticas. Porém consider
ou
-
se
como uma grande limitação a aceitação da empresa
por
contrataç
ão
de alunos para resolverem os problemas existentes. O que não
acontece com o PI que não tem interface com empresa.
PRÁTICA PEDAGÓGICA
PONTO DE PARTIDA
FASES DO TRABALHO
PROJETO INTEGRADOR
Parte de uma situação real de
trabalho ou não para simulação
Escolha do tema; Hipótese;
Planejamento;
Coleta de Dados;
Estudo Bibliográfico;
Tratamento dos dados; Trabalho
Acadêmico;
Preparação da Apresentação;
Conclusões
THEOPRAX
Parte de uma situação real de
trabalho da empresa contratante
Escolha do projeto da empresa;
Contrato;
67
Quadro 7
:
C
omparativo entre o
P
rojeto
I
ntegrador e a
Metodologia T
h
eoP
rax
Fonte
:
Dados da
pesquisadora
levantados durante a realização da pesquisa
Faltou incorporar no trabalho interdisciplinar do PI aspectos como: a
definição clara das características de um processo disciplinar e o que o distingue de
uma nova proposta interdisciplinar; a necessidade de aplicação de novas formas de
compreender o processo de aprendizagem por parte dos professores, além dos
princípios teóricos que sustentam a metodologia da problematização nas situações
reais de trabalho no dia a dia da prática docente. E ainda em sua execução não
houve sinalização para trabalhar conteúdos mais comportamentais que dessem
conta de aspectos como cooperação grupal e trabalho em equipes.
Outra limitação existente no PI é o fato de não exercitar nos alunos a
capacidade de estabelecer um plano de negócios e de custos para ser negociado
com a empresa. No PI os alunos fazem os custos do projeto, porém sem nenhum
conhecimento prévio. no TheoPrax, os alunos aprendem a realizar essa ação
durante uma das etapas do problema.
Em resposta dada ao instrumento de pesquisa aplicado, a Coordenadora
Ped
agógica que acompanhou a implantação do TheoPrax na Instituição para o nível
técnico
diz que “a grande limitação do TheoPrax ainda é a aceitação pela Indústria
por esse tipo de trabalho”, principalmente por que envolve contratação formal,
através de instr
umento jurídico, o contrato de prestação de serviços assinado entre a
empresa, a instituição de ensino em a equipe de alunos de cada projeto.
Ressalta-
se
que quando o Piloto foi iniciado na instituição não havia a
pretensão de estender a metodologia para o ensino superior. A experiência inicial foi
somente com os cursos técnicos existentes na instituição. Além disso, no piloto dos
cursos técnicos existiu acompanhamento de uma Coordenadora Pedagógica, o que
não aconteceu com o piloto do ensino superior.
trabalho da empresa contratante
Contrato;
Planejamento;
Execução;
Trabalho em equipe;
Tratamento da informação;
Relatórios
68
Ou
tra limitação sinalizada pela mesma é a aceitação do professor da
proposta de trabalho com projetos de caráter sério” Diz: o professor precisa, antes
de tudo ser um educador e acreditar na proposta, pois requer muita dedicação,
responsabilidade e interes
se por parte dele. Ele precisa querer”.
Os criadores do TheoPrax consideram a metodologia como um trabalho de
caráter sério, devido à sua realização através de contrato com empresa, o que lhe
a seriedade necessária e o respaldo para que a empresa se sinta segura ao
contratar as equipes e os alunos sintam-se também seguros, tendo à frente do
projeto a empresa e os resultados. Esta é a verdadeira tradução dada pelos seus
criadores para uma proposta de caráter sério, a possibilidade de estabelecer entre o
a
luno e a empresa uma relação de proposta
-
contratação.
A Coordenadora Pedagógica considera ainda que durante a realização do
piloto há uma “motivação dos alunos para a aprendizagem, uma maior dedicação e o
aumento pelas buscas por soluções tecnológicas, trabalho em equipe e a
proximidade com um ambiente industrial/empresarial”. Tudo isso considera como
fatores decisivos na motivação dos alunos. A metodologia ainda não tem muita
inserção com as empresas locais. Por isso talvez ainda não esteja totalmente
dis
seminada. Provavelmente uma maior divulgação seja necessária, comenta ainda.
Além disso, deveria ter maior disponibilidade dos profissionais das áreas técnicas
para orientações aos alunos durante as fases do projeto, além de capacitação
constante.
4.5.3 Onde as
M
etodologias têm
P
ontos em
C
omum
Além de devolver resultados à instituição, esta an
álise
também aponta para
aplicações desses resultados no contexto das empresas e da sociedade. H
oje se
constitui
em desafio às instituições de ensino superior fomentar estratégias de
ensino que lancem mão cada vez mais de interface entre as diversas áreas de
conhecimento, articulando-as através de projetos que expressem a atuação
consciente e competente dos estudantes. Esses desafios são lançados
69
especialmente às instituições que formam profissionais focados em tecnologia e
inovação.
Entendemos que a articulação de conhecimentos somente se processará a
partir de diversos olhares voltados para a mesma direção (multidisciplinaridade) ou
através da articulação entre duas ou mais disciplinas no currículo
(interdisciplinaridade) ou ainda da transmutação dessas disciplinas integradas num
contexto ainda mais amplo e transcendente (transdisciplinaridade).
O que se quer dizer com isso é que
:
a transdisciplinaridade se tornará uma
descoberta iminente, decorrente dos resultados dessas novas estratégias no ensino,
apontando para a necessidade de repensar ainda mais as práticas e de melhorar
cada vez mais a ação docente, tornando-a mais dinâmica através de um ensino
também mais dinâmico que possibilite articulação, contextualização, re-ligação e
globalização dos conteúdos a serem desenvolvidos em sala de aula. Em resumo, é
preciso pensar numa função para o ensino que vise possibilitar ao aluno construir
suas próprias competências, seu próprio conhecimento sobre os assuntos dessa
disciplina e relacioná
-la com as outras áreas do conhecimento.
Numa primeira tentativa de conclusão, podemos dizer ainda que, enquanto
prática pedagógica interdisciplinar, o Projeto Integrador estudado
visou
problematizar temas de importância nas áreas dos cursos, articulando
-
os de maneira
interdisciplinar. Entretanto, não seguiu na direção da sua transcendência: a
transdisciplinaridade.
Reconhece
-
se
que por se constituir em um trabalho por projetos, o PI
favorece o inter
-
relacionamento entre os diversos membros de um grupo. Entretanto,
não tem base sólida que sustente um trabalho de equipe de longo tempo, por não
preparar os alunos para este desafio.
Numa segunda tentativa de conclusão
se
poderia
dizer ainda que a
metodologia TheoPrax se consolida através de sua estratégia de parceria e
contratação pelas empresas e por favorecer aos alunos a possibilidade de estar
em
mais próximos à realidade de uma rotina empresarial e de atuar
em
num problema
que existe nesse contexto e não está somente no mundo das idéias.
As duas práticas pedagógicas do PI e TP evidenciam possibilidades para os
alunos quanto ao exercício de trabalhar em equipe e o espírito de colaboração
.
Favorecem ainda as relações existentes entre esses e os professores das
70
disciplinas. E ainda proporcionam um planejamento de projeto por etapas em que
são definidos, elaborados, discutidos, executados e avaliados o trabalho realizado
por eles mesmos. E,
em ambas as práticas identificamos esta característica.
A saída talvez esteja em metodologias que problematizem o conhecimento
e que dêem conta de responder aos questionamentos das empresas, através da
resolução desses problemas ou através de projetos como o TheoPrax, que se
aproximam mais daquilo que a empresa e o aluno querem. Entretanto, em nenhuma
das propostas se buscou os princípios filosóficos e teóricos para lhes dar a devida
sustentação enquanto metodologia.
Lançamos
, pois, a proposta de dar contin
uidade
a esta pesquisa e buscar encontrar as bases filosóficas e metodológicas que mais se
ad
éqüem
ao ensino superior tecnológico.
Possivelmente
partiremos desse estudo,
aproveitando a metodologia da problematização e a aprendizagem baseada em
problemas, para então desenhar a estratégia que encaixa nesse nível de ensino.
71
CONCLUSÃO
Buscamos sempre encontar respostas às perguntas feitas. Encontrar
soluções para questões e situações ainda pouco exploradas. Porque devemos
esperar?
Ou p
orque devemos continuar a busca?
Possivelmente não teremos todas as respostas, mas a certeza de que
tentamos buscá-
las!
Basta que lembremos da nossa missão. Lembremos que
precisamos investigar os fatos, as consequências e que elas estão bem pertinho.
Ao lado de cada um de nós educadores. É preciso contudo que mesmo perto, n
ão
descuid
emos
dos detalhes, dos métodos, das estratégias, dos dados, das análises e
dos resultados.
No trabalho
realizad
o precisamos buscar os fatos, os pontos de vista, a
rotina e as eventualidades. Nenhum resultado levaria a resultados distintos se
ficasse
m
apenas nos fatos.
Foi
recis
o
buscar os dados, realizar análises. Sem estes
procedimentos, não teria como apresentar as respostas para algo que acontece na
rotina da IES pesquisada, como algo novo de forma cientifica e que se constitui em
um diferencial pedagógico.
Pensando
nos
alunos me pergunto de que forma ensinamos para
ess
a
realidade? Como podem esses alunos exercitar o conhecimento aprendido em
novas situações? Que possibilidades
temos
nos contextos de ensino para que
possamos preparar nossos alunos para esta sociedade complexa? Para a
complexidade do mundo moderno?
Geralmente dizemos que o ensino está voltado para esta realidade, mas
sequer mudamos nossa forma de ensinar. Na maioria das vezes nos detemos em
ensinar conteúdos de maneira monótona, acreditando que estamos fazendo a coisa
certa. Esquecendo que o mundo é dinâmico e que o ensino deve também ser
dinâmico.
Considerando as trilhas que a IES
seguiu
dur
ante
o período em que
a
pesquisa
foi realizada, percebemos que existe uma saída possível. E, para isso, é
preciso buscar uma alternativa que se adapte a situações inusitadas, uma alternativa
com uma abordagem mais sistêmica. E, como as duas experiências ap
resentadas
72
são basicamente estratégias inovadoras que estimulam os jovens na busca de
respostas para questões do mundo do trabalho, não poderíamos deixar de pontuá-
las.
O Projeto Integrador apresenta a possibilidade de aproximar os alunos de
uma realidade
ainda distante e que certamente ficará distante se não for aproximado
ao máximo da realidade, do mundo do trabalho. O seu pecado reside na distância do
contexto real de trabalho. Já a metodologia TheoPrax, tem sua capacidade de
adaptaçãoo a qualquer realidade, a qualquer nível de ensino e com pessoas das
mais diversas idades e culturas.
A característica principal do TheoPrax é seu caráter de sustentabilidade que
permite aos alunos uma aproximaç
ão
com a empresa que representa o seu futuro
profissional.
O trabalho com projetos de maneira sustentável qualifica o estudante
pela aplicação direta do conhecimento em situações que se assemelham muito à
rotina de uma empresa. Esse caráter de sustentabilidade e de realidade fascina os
alunos, coloca-os bem perto das novas tecnologias e com o mundo do trabalho
através da assunção de responsabilidades junto às empresas, o que os motiva ainda
mais para um bom desempenho no projeto.
A metodologia TheoPrax ratifica ainda mais o casamento entre a teoria e a
prática num contexto educacional. Nesse novo contexto a aprendizagem é auto-
dirigida e o aluno é o responsável direto pelo que aprende e pelos seus resultados.
Principalmente por que estabelece desde cedo um contato dos contratantes dos
temas dos projetos com os futuros e potencia
is
empregados.
Ainda,
pelas idéias
inovadoras e
potencial
criativ
o
apres
entado
s para as empresas.
Outra questão importante a ressaltar na metodologia é o espírito de equipe
e colaboração entre os colegas. O compartilhamento das idéias, do know-how de
cada um, das suas dificuldades, forças e fraquezas, inclusive dos docentes
envolvidos, permitem que os alunos passem da condição de mero espectador para
a condição de autor de sua história. Nesse tipo de ensino, o foco está nas atividades
e menos no ensino. Por isso a ênfase que se dá às atividades de grupo e individuais
e no ensino centrado em atividades. Ressaltando que nem tudo é perfeito e que
alguns desapontamentos e frustrações aparecerão naturalmente ao longo do
trabalho em equipe.
73
Mas, “como nem tudo são flores”, a metodologia TheoPrax pressupõe um
trabalho
excessivo para os professores que podem não saber de que maneira
avaliar esses alunos que trabalham com projetos, nem sabem de que maneira
precisarão modificar as estratégias que utilizam para o ensino. Provavelmente
precisarão modificar não somente as matrizes curriculares dos cursos que lecionam,
mas os conteúdos de ensino, dimensionar o tempo destinado às aulas teóricas e
práticas, as estratégias de avaliação que irão utilizar e o que considerar quando
avaliar, que não terão mais à sua disposição uma sala de aula e alunos regulares
e espaço
s definidos para as aulas.
Possivelmente teremos ainda que nos deparar com outras dificuldades
ainda não dimensionadas. Mas, é bom lembrar sempre que:
Não certeza de que construiremos práticas menos excludentes na escola, mas
podemos vislumbrar um movimento neste sentido. Portanto, a possibilidade nos
convida ao trabalho, árduo porque desconhecido, de transformá-la em realidade. A
existência da possibilidade nos desafia a buscar alternativas.” (ESTEBAN, 2000, p.
18
-
19).
E, pensar em alternativas
para
o ensino, sugere pensar em soluções
inovadoras e bem planejadas. Para isso a colaboração de todos os professores é
fundamental. E a escola deverá ir em busca de uma nova forma de ensinar, para
caminhar pelo mundo e para o mundo. Para isso, deverá tirar proveito das
vantagens do ensino em equipe (teamteaching) e de trabalhos em projetos com a
integração das disciplinas no sentido de problematizar as situações que ocorrem no
cotidiano das empresas. Corre-se o risco de se deparar com resultados não
previ
stos e de forçar
-
se a adotar novas rotinas e assumir custos não previsíveis com
esse tipo de ensino. Mas, sem riscos não haveria por que continuar o trabalho e
obter sucesso.
Estas reflexões são necessárias pois tanto na experiência alemã, quanto na
experiência brasileira, os obstáculos referentes à aceitação da metodologia pelas
empresas se repetem. Mesmo sabendo dos benefícios de estratégias desta
natureza, as empresas não validam de maneira consciente a contratação de alunos
para projetos. Este se constitui no maior desafio da metodologia TheoPrax.
Assegurar à empresa que ao customizar um projeto para estudantes, terá como
avalista a instituição de ensino formadora, com sua credibilidade e atuação.
74
Com a metodologia Theo
Prax
certamente a Instituição que a adotar terá
uma melhoria significativa no processo de ensino e de aprendizagem dos alunos
que ingressam nos
seus
cursos superiores de Tecnologia. A metodologia representa
um grande avanço educacional com benefícios para todos na comunidade
acadêmica. Principalmente se considerarmos as condições diferenciadas entre os
estudantes da Alemanha e os estudantes do Brasil. À instituição cabe organizar-
se
para utilizar a metodologia, adaptando para sua realidade
os
aspectos que levem em
consideração a sua realidade enquanto instituição de ensino, a cultura em que está
inserida e a realidade social e
a
econ
o
mi
a local. D
eve
ainda considerar a
experi
ência das empresas e buscar ouví-las antes de implementar qualquer
proposta
.
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41
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e
estabelece as diretrizes e
bases da educaç
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á outras providências
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n
acionais
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APÊNDICE
APÊNDICE A1
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APÊNDICE A2 FORMULÁRIOS THEOPRAX PARA ORGANIZAÇÃO DA PASTA
DE PROJETOS
82
APÊNDICE A1
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO INTEGRADOR
FACULDADES DE TECNOLOGIA SENAI BAHIA
DIRETRIZES PARA
ELABORAÇÃO DE PROJETOS
INTEGRADORES
Salvador
2008
83
FACULDADES DE TECNOLOGIA SENAI BAHIA
DIRETRIZES PARA
ELABORAÇÃO DE PROJETOS
INTEGRADORES
Salvador
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Copyright ©2008 por SENAI DR BA.
Todos os direitos reservados.
Elaboração: Maria Célia Calmon Santos
Catalogação na fonte (NIT
Núcleo de Informação Tecnológica)
SENAI
-DR BA Diretrizes Para Elaboração d
o Projeto Integrador
2007
.
Salvador, 2008. 21 f.
(Rev.01).
1.
Projeto Integrador 2. Eixo articulador
I. Título
CDD 370
________________________________________________________
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO INTEGRADOR
-
SENA
I Copyright @
2008 Nenhuma parte desta publicação pode ser alterada o
u apropriada sem a autorização
d
a ASDEN
-
SENAI BAHIA.
SENAI
DR BA
85
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................
INTRODUÇÃO
................................
................................
................................................
1 OBJETIVO
................................................................................................
...................
2 DESCRIÇÃO DO PROJETO INTEGRADOR
................................
.............................
3 DIRETRIZES GERAIS
................................................................
................................
.
4 ETAPAS DO PROJETO INTEGRADOR
................................
................................
.....
5 ESTRUTRA DO PROJETO INTEGRADOR
................................
...............................
6
APRESENTAÇÃO E
RESULTADOS
................................................................
.........
86
APRESENTAÇÃO
Conforme diretrizes contempladas nos Projetos Pedagógicos Institucionais
das Faculdades de Tecnologia SENAI Bahia e diretrizes curriculares adotadas para
os Projetos Pedagógicos de Curso, nasceu a necessidade de estruturar as Diretrizes
norteadoras para a
construção dos Projetos Integradores, no âmbito das Faculdades
de Tecnologia do SENAI da Bahia. Desta feita, essas diretrizes se constituem em um
norteador de toda a prática pedagógica que denominamos de Projeto Integrador em
cada semestre letivo dos curs
os Superiores de Tecnologia.
Estas diretrizes c
onstituem
-
se
numa ferramenta que visa, através das
articulações propostas, contribuir com as empresas na resolução de problemas
complexos, na melhoria da qualidade do trabalho destas e com os seus possíveis
av
anços tecnológicos. Serão voltados à solução de problemas reais nos segmentos
de atuação das Faculdades de Tecnologia e dos Cursos superiores propostos.
Terão como finalidade precípua, orientar os docentes e discentes dos Cursos
Superiores sobre a concepção, elaboração, desenvolvimento e apresentação do
Projeto Integrador.
87
INTRODUÇÃO
O Projeto Integrador se constitui num diferencial para todos os Cursos
Superiores de Tecnologia. Visa possibilitar a articulação entre teoria e prática,
entre
os conhecimentos científicos e tecnológicos, contextualização e valorização do
conhecimento acadêmico desenvolvido em cada semestre letivo, o desenvolvimento
da criatividade e de competências relacionais dos alunos. A prática pedagógica
interdiscipli
nar denominada de Projeto Integrador estão nas orientações
metodológicas do Projeto Pedagógico do e cada Curso Superior de Tecnologia das
Faculdades de Tecnologia do SENAI da Bahia.
Considerados como eixos articuladores na integralização do currículo,
possibilitam uma integração entre teoria e prática num sentido de mobilização,
realização, aplicação dos conhecimentos, além da construção de pensamento
sistêmico durante todo o percurso formativo. Os alunos deverão ser orientados a
desenvolver, projetos inovadores e criativos, despertando dentre outros o conceito
de responsabilidade social.
O projeto culmina com a apresentação de um trabalho que deverá envolver
pelo menos três (3) componentes curriculares do módulo/semestre. O trabalho
escrito deverá ser entregue, em forma de documento impresso e em mídia
eletrônica, ao professor e defendido em apresentação pública, em sala de aula ou
auditório.
88
1 OBJETIVO
O Projeto Integrador visa contextualizar e aplicar o
conhecimento acadêmico, trabalhar a interdisciplinaridade, relacionar a teoria e
prática, estimular o aprendizado, evidenciar a construção dos saberes, desenvolver
a capacidade relacional e as competências que serão adquiridas a cada
módulo/semestre letivo.
2 DESCRIÇÃO DO PROJETO INTEGRADOR
Inicialmente, os projetos integradores têm como objetivo precípuo orientar o aluno
quanto à inter-relação das competências que estão sendo adquiridas no percurso
formativo inicial, sua utilização e importância para a aquisição de novas
competências, contempladas nos módulos subseqüentes, que contribuirão para a
aplicabilidade no contexto da área técnica focada em seu curso.
Posteriormente, fortalecendo uma postura cidadã, os alunos passarão a se
relacionar com a comunidade através da disponibilização de recursos e da troca de
conhecimentos entre as partes, a fim de obter uma postura ética adequada e
responder às expectativas da sociedade em relação ao seu papel cidadão.
Para cada curso, deverão ser estabelecidas orientações específicas de
desenvolvimento edos PI e dos seus respectivos eixos articuladores.
3 DIRETRIZES GERAIS
Os Projetos Integradores serão realizados em grupo de pelo menos três e de
até quatro discentes;
Os Projetos
integradores representam a 3º nota do semestre;
As avaliações de desempenho deverão considerar indicadores individuais e
de grupo;
89
A ordem da apresentação e defesas orais serão sorteadas
pela Coordenação
do Curso
;
Os relatórios parciais deverão ser entregues nas datas definidas
previamente;
As apresentações parciais serão realizadas no âmbito das próprias unidades
curriculares, de acordo com o cronograma previamente elaborado e
divulgado;
Os comentários sobre os relatórios serão devolvidos ao grupo para as
revisões finais;
O Projeto possibilitará também a integração vertical com os módulos letivos
já realizados;
O grupo deverá apresentar o projeto em um tempo máximo de 30 minutos;
O
Coordenador do Curso definirá a composição da banca examinadora;
O trabalho deve ser entregue em três vias à Coordenação de Curso, nos dia
e horário estabelecidos;
A
nota do Projeto Integrador será atribuída numa escala de 0 a 10
.
4 ETAPAS DO PROJETO INTEGRADOR
Etapa
I - Definição da situação problema (escopo completo
do
projeto a ser desenvolvido) para elaboração do anteprojeto;
A etapa 1 se constitui de duas fases:
Fase 1 - se constitui no primeiro momento
contato
do professor com o Projeto
Integrador. Cabe a ele a sistematização do projeto neste momento.
.
Constitui
-
se,
portanto, num momento de preparação e planejamento do docente para o Início do
período letivo.
Nesta fase serão estabelecidos:
90
Objetivo geral do Módulo I
Unidades curriculares com interfaces
Instrumentos comuns de avaliação
entre as unidades curriculares
Conteúdos/atividades possíveis de articulação
-
Referência bibliográfica
Eixo Integrador
Cronograma
Atividades
I
ntegradas
/ Programadas
Integradas
Critério para
definição das
equipes
O
s o
bjetivos da situação problema proposta.
As situações problemas possíveis de serem trabalhadas nessa fase
Os
conhecimentos possíveis de articulação.
Para esta
fase
o professor
dever
á:
Identificar o EIXO INTEGRADOR do semestre. Este corresponde ao conjunto
de competências e sua interseção através das unidades curriculares do
semestre e suas contribuições para a c
onstrução dessas competências.
Descrever os objetivos dos módulos
Identificar que instrumentos comuns de avaliação poderão ser utilizados para
contribuir com a avaliação do projeto;
As unidades curriculares que terão interface para o projeto;
As atividades
que poderão ser realizadas de maneira integrada
Estabelecer que conteúdos poderão ser tratados de maneira articulada
Identificar que referências deverão ser consultadas pelos discentes
Estabelecer o cronograma de atividades
Preparar apresentação da proposta do PI para os discentes no começo do
período letivo
Abaixo fluxograma que retrata a estratégia pedagógica utilizada para a definição do
PI pelo docente.
Figura
3.
Fluxograma
das formas de interfaces, possíveis articulações de saberes e instrumentos de avaliação
.
91
Esta fase acontecerá sempre no Planejamento Acadêmico-
Pedagógico
realizado pela Coordenação Acadêmico-Pedagógica, no começo de cada período
letivo do percurso formativo.
Fase 2 - Se constitui no primeiro contato do discente com o Projeto Integrador e
tem
como objetivos:
Proporcionar aos discentes a oportunidade de: Identificar, conhecer, entender,
descrever e documentar as condições de contorno envolvidas na situação
problema proposta.
Possibilitar aos discentes a i
dentifica
ção de situações problemas
(On
de/como
)
Possibilitar que os discentes realizem consulta aos docentes do semestre
para orientações referentes ao PI
Realizem
pesquisas
em sites, livros e periódicos específicos
Exercitem a liderança, disciplina e cumprimento de prazos.
Iniciem na tarefa de articulação com o grupo para as
reuniões
de
planejamento de trabalho.
Cabe aos Docentes, a Coordenação do Curso e a Coordenação Pedagógica
a preparação das estratégias de apresentação do PI aos discentes.E, na
apresentação deverão ser passadas as orientações necessárias aos discentes, com
vistas à preparação da primeira versão do Projeto. Estes deverão ser orientados a
elaborarem o planejamento das ações para o seu anteprojeto de pesquisa.
Etapa II - Elaboração do planejamento de trabalho e atribuição das
responsabilidades
individuais;
Nesta etapa, os discentes deverão realizar o planejamento e,
para isso, receberão orientações
para
a:
E
struturar seu trabalho acadêmico utilizando as normas da ABNT;
Identifica
r e descrever os
impactos
dos resultados esperados pelo
projeto
,
Apresentar conjunto de indicadores capazes de dimensionar e permitir o
monitoramento do projeto ;
Buscar as
referência
s bibliográficas que subsidiarão o desenvolvimento do
projeto
Definir
orçamento para execução do PI
, estabelecendo suas etapas
;
Estabelecer cr
onograma de execução do projeto.
Para finalização desta fase, deverá ser estabelecida data para
apresentação do anteprojeto e planejamento de sua execução pela Coordenação do
curso.
92
Etapa III
Implementação do Projeto;
Constitui
-
se
de
um momento importante na construção e
sedimentação de conhecimentos dos discentes em cada semestre.É nesta etapa
que os alunos iniciam a busca por orientação de professores, de responsáveis po
r
laboratórios que irá utilizar na pesquisa. Nessa etapa, eles deverão ainda:
Conhecer e avaliar as potencialidades e limitações identificadas no
desenvolvimento do projeto..
Conhecer e aplicar técnicas de avaliação do processo de caracterização
Document
ar a aplicação dos testes em Laboratório, sala de aula / registrando
todas as etapas.
Avaliar os resultados experimentais.
Determinar as possíveis incoerências na execução dos experimentos projeto
Sugerir possíveis alterações na execução prevista, definindo novos materiais
ou alterações nos ensaios
e/ou provas
;
Documentar os resultados e dificuldades registrando todas as propostas de
alteraç
ão
com suas possíveis conseqüências.
Identificar e discutir as diferentes etapas relacionadas ao planejamento e
experimentos.
- Avaliar o desenvolvimento das etapas do projeto, discutindo os resultados,
avaliando as considerações, individuais e do grupo, as tarefas, comparando
com os objetivos propostos;
- Elaborar relatório final, conforme orientações do coordenador do curso e do
docente responsável pelo PI
Entrega
r cópia impressa para avaliação da banca de professores
avaliadores.
Etapa IV
Avaliação do projeto
Esta etapa se constitui no momento de finalização do Projeto
Integrador. Culmina com a entrega dos trabalhos para a Coordenação de curso e
professores avaliadores e apresentação do PI em data definida em Calendário
Acadêmico.
Os discentes deverão ser orientados a preparar a apresentação do seu
PI
e entregá-los em arquivos escrito e digita, além de preparar uma apresentação
formal para a comunidade acadêmica. Desta forma, o objetivo desta etapa é Avaliar
e potencializar a capacidade de gerenciamento de tempo, o conhecimento sobre o
tema, a organização do trabalho em grupo e a facilidade da apresentação em
público.
Os discentes deverão:
a)
Organizar e sintetizar as informações envolvidas no Projeto Integrador
preparando a apresentação em
powerpoint
e em CD ou DVD;
b)
Apresentar o Projeto
Integrador
93
CRITÉRIOS DA AVALIAÇÂO DO PROJETO INTEGRADOR ADOTADOS PARA A
BANCA
a) O trabalho será desenvolvido em equipe de 05 discentes, com escolha dos
membros obedecendo ao sorteio realizado pelas coordenações do curso e
pedagógica
;
b) Para evitar a possibilidade de plágio entre os trabalhos, os alunos serão argüidos
pelos docentes avaliadores responsáveis por unidades curriculares do módulo em
andamento;
c) A etapa de formação e escrita do projeto será acompanhada pela docente de
metodologia Científica
d) Os trabalhos deverão ser entregues na data estabelecida pela coordenação de
curso devidamente identificado, na Secretaria Acadêmica na forma digital (CD ou
DVD) e impressa (em três vias, encadernada em espiral),
Obs.: A não entrega do trabalho, na data acima citada, acarretará a perda da
pontuação referente à parte escrita;
e) O conceito final da avaliação do Projeto Integrador, contemplando aspectos
subjetivos e objetivos, será atribuído numa escala de 0,0 a 3,4 pontos.
A nota do projeto, obtida
individualmente por cada discente, será totalizada em todas
as unidades curriculares do Módulo em curso e, ao final, o conceito de cada uma
das unidades terá a seguinte divisão:
Itens de avaliação
Valor mínimo
Valor máximo
Avaliações em sala de aula (Provas e/ou
0,0
6,6
94
trabalhos), incluídas os aspectos
qualitativos.
Projeto Integrador
0,0
3,4
Nota Global (NG)
0,0
10,0
O conceito final deliberado pelos docentes avaliadores, para cada um dos Projetos
apresentados, seguirá os seguintes critérios:
APRESENTAÇÃO
E RESULTADOS
DO PROJETO INTEGRADOR
A apresentação da versão final do Projeto Integrador
,
com a presença e
participação obrigatória de todos os membros da equipe, acontecer
ão
no
período e horários definidos pela coordenação de curso. Devendo a ordem de
chamada das equipes serem definida por sorteio, realizada, em sala de aula. E a
equipe deverá apresentar o projeto em um tempo máximo de 30 minutos. O grupo
poderá
responder
a a
rgüições
feitas pela banca constituída de docentes do
semestre
.
Cada
grupo de docentes te
em sua
compos
ição,
no mínimo 03 membros
indicados pelo Coordenador do Curso. Excepcionalmente, na ausência de um
dos
membro
s, a apresentação poderá ocorrer com apenas 02 membros, desde que seja
por falta justificada com autorização do Coordenador do Curso. Portanto, ca
be
somente
à coordenação do curso definir a composição do grupo de docentes
responsáveis pela avaliação
nos dias de apresentação.
Os docentes que participam da banca recebem o formulário de avaliação que
contém itens, conforme descrito abaixo:
Verificar que competências e habilidades foram evidenciadas pelos
alunos em cada projeto
-
para isto comparar com o Plano de Ensino da
disciplina no semestre;
A
tribuir a pontuação referente à parte escrita do trabalho apresentado;
Avaliar os comportamentos evidenciados pelos alunos que dizem
respeito às ações de grupo (cumprimento de prazos e interação grupal
demonstrado ao longo do trabalho);
95
Avaliar os comportamentos evidenciados pelos alunos eque dizem
respeito às ações individuais ( comprometimento com os resultados do
grupo, postura, participação nas atividades previstas, cumprimento de
prazos ética; relacionamento com os demais membros do grupo e auto
-
cont
role emocional;
Verificar o conhecimento técnico-científico relacionado ao tema
proposto para o projeto e o realizado durante sua execução e na
apresentação pública;
Avaliar a capacidade do aluno de articular o conhecimento durante a
argüição feita pela banca e de administrar o tempo destinado à
apresentação do grupo.
Observações:
O não comparecimento de algum membro da equipe, no horário estabelecido
para a defesa, implicará na perda da pontuação da defesa para o(s)
faltoso(s).
Não serão aceitos trabalho
s entregues fora do prazo estabelecido;
No ato da entrega dos trabalhos escrito e digital na Secretaria Acadêmica, os
membros da equipe deverão assinar a lista de presença, para documentar o
recebimento
Os casos omissos deverão ser julgados pelo Colegiado do Curso e recursos
poderão ser encaminhados ao Colegiado de Ensino Superior para
deliberação
.
96
ANEXOS
ANEXO I
ESTRUTRA DO PROJETO INTEGRADOR
Capa
Folha de rosto
?
Sumário
Introdução
Desenvolvimento do projeto
Conclusão
Bibliografia
97
ANEXO II
F
ACULDADE DE
T
ECNOLOGIA
SENAI
(
COLOCAR AQUI O NOME
DA F
ACULDADE
)
C
URSO
S
UPERIOR DE
T
ECNOLOGIA EM
(
COLOCAR AQUI O NOME
DO CURSO
)
ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO / ANTEPROJETO
(capa)
Salvador
2008
98
Instruções preliminares para a
elaboração do modelo de Projeto / Anteprojeto
Observação:
- As equipes deverão consultar os docentes, do módulo estudado, sobre quais os
conteúdos que deverão ser trabalhados para que o Projeto Integrador possibilite,
ao máximo, o processo de interação entre as unidades curriculares
(interdisciplinaridade);
- Utilizar, preferencialmente, o horário de atendimento extra-classe para o
processo de consulta e acompanhamento dos discentes junto ao Projeto
Integrador.
O modelo do Projeto / Anteprojeto consiste nos seguintes campos:
1ª Página (capa)
Identificação da I
nstituição
Identificação do Curso
Módulo
(identificar qual o módulo cursado
– Básico I, Básico III ou Soldagem)
Nível do projeto: Se é o
Anteprojeto
(proposta da forma de execução) ou o
Projeto Final
(resultados já consolidados).
Título
: Descreve de forma sucinta o idéia central do trabalho. Evitar título
demasiadamente longo e ambíguo.
Identificação dos participantes: Nome completo de todos os integrantes da
equipe.
Identificação do período letivo: 2008.1
Disciplinas possíveis de articulação no período letivo (avaliar com os
docentes se há interação das disciplinas e conteúdos)
99
Local e data
2ª Página (folha de rosto)
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO INTEGRADOR
Item de referência
Identificação
Denominação do projeto
Módulo de referência
Turma
Área profissional
Natureza do projeto
Curso
Coordenação do projeto
Período de realização
3ª Página (Resumo do trabalho)
Apresentar resumidamente o objetivo do projeto a forma de execução
(procedimento experimental e ensaios) e os resultados obtido/esperados (no
máximo 300 palavras).
Observações:
- Seguir a orientação de formatação de texto indicada no anexo do Projeto
Integrador.
- O anteprojeto visa avaliar o nível de amadurecimento teórico-científico e a
capacidade da equipe em planejar e justificar o desenvolvimento de uma atividade
de pesquisa.
A partir da 4ª Página
100
INTRODUÇÃO
(descrever a situação problema, mostrar o estado da arte, a
possível aplicação e relacionar com as atividades acadêmicas do Curso Superior de
Tecnologia. Os objetivos e a relevância também devem ser destacados na
introdução).
Observação: Lembrar que o texto deve ser produzido pensando na facilidade da
leitura e do entendimento básico por uma pessoa leiga.
JUSTIFICATIVA
(demonstrar a relevância do tema)
OBJETIVOS
(o que a equipe pretende atingir com a realização do trabalho)
Gerais
(macros
-
sintetizar a finalidade geral do projeto)
Específicos
(Desdobrar o objetivo geral em finalidades de caráter mais específico,
pontuais)
METODOLOGIA DE EXECUÇÃO (descrição de como se pretendo realizar o
procedimento experimental, as apresentações e a elaboração dos textos)
Observação: Lembrar que a metodologia de execução deve ser detalhada e, ao
mesmo tempo, apresentada numa seqüência conexa das etapas programadas,
ligando claramente as fases de desenvolvimento para chegar à consolidação final do
trabalho.
METAS
(o que se pretende atingir com a realização do projeto, fazendo um
comentário sobre cada meta pretendida. Lembrar que meta trata de número
quanto eu posso atingir com o projeto exemplos: capacitação de 03 funcionários;
finalizar o projeto em 2 meses; aumento em 30% na produção; outr
os ).
IMPACTOS (
Informar os impactos potenciais da utilização dos resultados esperados
pelo projeto, apresentando um conjunto de indicadores
-
sempre que possível
quantificáveis
-
capazes de dimensionar e permitir sua monitoração no transcorrer do
projeto
)
Acadêmico
(como o trabalho contribuirá na formação individual e do grupo)
101
Científico
(como o projeto contribuirá no estímulo a prática investigativa)
Outros
(se pertinente, impactos ambiental, econômico e social)
CONSIDERAÇÕES FINAIS (neste ponto a equipe deve descrever as principais
expectativas, os problemas esperados e as formas de resolução)
REFERÊNCIA
(artigos, livros, sites, manuais, plantas, relatórios e outros
diretamente relacionados com o tema trabalhado)
Observação: Padrão ABNT
102
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES (Apoiadas na metodologia proposta, relacionar todas as etapas a serem desenvolvidas
no projeto)
Observação: Lembrar que a distribuição das atividades é temporal (escalonar em semanas) e que as mesmas devem estar devidamente
coerentes em suas correlações e executantes ao longo do tempo.
Início: / / Término: / /
Semanas
Ordem
Descrição da atividade
Responsáveis
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
11
12
1
Defesa do Anteprojeto
Equipe
Defesa do Projeto Integrador
Equipe
ORÇAMENTO
(descrever os itens e os custos diretos e indiretos relacionados com a realização do projeto)
Tabela 1. Detalhamento do orçamento do Projeto Integrador
Ordem
Item de despesa / uso
Quantidade
Valor (R$)
Fonte de financiamento
Responsável
1
2
3
102
Anexos
(utilizar esta área do trabalho para ilustrar desenhos, esquemas, imagens,
procedimentos e outras ferramentas que enriqueçam e possibilitem o entendimento do
trabalho)
Exemplo:
Figura 1. Comparison between predicted and actual por
e size.
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 1 2 3 4
Tempo (Horas)
Rugosidade Superficial (µm)
01 X
05 X
17 X
21 X
(a)
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 1 2 3 4
Tempo (Horas)
Rugosidade Superficial (µm)
01 X
05 X
17 X
21 X
(b)
Figura 2. Desempenhos dos corpos de provas frente ao processo de corrosão acelerada em
solução de HNO
3
. Em (a) centro
do cordão e (b) raiz do cordão.
Tabela 2. Descrição das despesas decorrentes da execução do Projeto Integrador.
Ordem
Item de despesa / uso
Quantidade
Valor (R$)
1
103
FICHA DE AVALIAÇÃO
Disciplinas
Fundament
os da
Computaçã
o
Metalografi
a
Ensaios
Mecânicos
Eletricida
de
Aplicada
Metalurgia
Física e Trat.
Térmicos
Metalurgia de Processos
Fundição e
Conformação
Habilidades
e
Competências
possíveis de
serem
trabalhadas no
Projeto
Integrador
Vide Plano de Ensino das unidades curriculares envolvidas
Pontuação da parte
escrita
0 a 1,5 ponto
Formatação
Concisão
Objetividade
Ortografia/gramática
Atitudinal
Coletivo
0 a 1,0 ponto
Cumprimento de prazos
Integração do grupo
Atitudinal
individual
0
– 1,5 ponto
Contribuição/comprometimento com os resultados do grupo
Postura
Participação nas atividades programadas
Cumprimento de prazos
Ética
Relacionamento interpessoal/auto
-
controle
Conhecimento
técnico sobre o tema
0 a 4,0 pontos
Desenvolvimento e aplicação de competências ao longo do período letivo
Defesa do projeto
individual
0 a 2,0 pontos
Argüição
Apresentação do trabalho
Capacidade de gerenciamento do tempo
104
APÊNDICE A2
FORMULÁRIOS THEOPRAX PARA ORGANIZAÇÃO
DA PASTA
DE PROJETOS
Folhas de trabalho para o gerenciamento de projetos
Início do projeto
-
Esclarecimento da situação inicial
Temas
Perguntas
Respostas
Situação inicial
?
Como surgiu este projeto?
?
Quem é atingido pelo projeto?
?
Quais são os cursos envolvidos?
?
Qual é a importância do projeto para
os "executores"?
Fatores importantes
Existem
?
limitações de tempo?
?
interfaces
?
riscos?
?
resistências?
?
expectativas?
?
recursos
Definição do objetivo
?
O que deve ser alcançado?
?
O que não deve ser alcançado?
?
Qual deve ser o proveito, quando e
para quem?
?
Como o projeto encaixa no conceito
da escola/dos estudos?
?
Qual é sua importância/prioridade?
Organização
?
Quem é o contratante?
?
Quem é o encarregado do projeto/o
porta
-
voz da equipe?
?
Quem deve participar?
?
Quem assume o monitoramento da
equipe?
?
Quem assume quais tarefas na
equipe?
?
Quem é responsável pela
documentação?
Procedimento
?
Data de início e fim?
?
Importantes passos
intermediários/marcos?
105
Fase da definição
Análise da situação
De que se trata no projeto?
Quais matérias/cursos fazem parte do projeto?
Quais são as capacidades necessárias?
Que fatores influenciam o projeto?
De que forma estes fatores exercem um impacto no projeto?
Onde se espera problemas?
Onde existem interfaces com outros cursos?
Quais são as condições marginais, os pré
-
requisitos para o projeto?
Que conseqüências terá a participação no projeto para os membros da equipe?
106
Fase da definição
Pequena análise dos stakeholders (p.ex. para projetos em escolas)
Verificação dos stakeholders
Quem são os stakeholders?
A definição de stakeholder: Todas as pessoas, grupos e instituições, que de
alguma forma são atingidos pelo projeto e/ou influenciam o projeto e/ou têm
interesse nos resultados.
Perguntas para a elaboração de uma lista de todos
os stakeholders em
potencial (internos e externos):
Quem entra em contato com o projeto, de forma direta ou indireta?
Quem é atingido pelo trabalho no projeto de forma direta?
Quem são os stakeholders internos, quem são os stakeholders externos?
Para quem pode haver qualquer mudança através do resultado do projeto?
Quem pode obstruir o trabalho no projeto?
Quem pode fomentar o trabalho no projeto?
De que pessoas/instituições existem dependências para o trabalho no projeto?
Quem tem quais expectativas do projeto?
107
Fase da definição
Desenvolvimento do objetivo
Catálogo de objetivos
Projeto:
Data:
Monitor do projeto:
Porta
-
voz da equipe/
encarregado do
projeto:
Descrição do objetivo:
Objetivos parciais:
Como pode ser medido o
alcance do objetivo?
Objetivos obrigatórios:
Objetivos desejáveis:
108
Objetivos facultativos:
Outros:
109
Fase da definição
Planejamento geral:
2004
Fases do projeto
Marcos
quando/o
que
Jan.
Fev.
Março
Abril
Maio
Junh
o
Julh
o
Aug.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
Início do projeto
Fase inicial e de
definição Fim
Fase de planejamento
Planejamento estrutural
Planejamento do
desenvolvimento
Estimativa dos custos
Fase de planejamento
Fim
Fase de concretização
Pesquisa detalhada
Planejamento de
experiências
Realização de
experiências/Pesquisas
de opinião/
Controlling do
projeto/direção do
projeto
Avaliações
110
Interpretação dos
resultados
Relatório intermediário
Fim da fase de
concretização
Fase final
Apresentação
Relatório final
Avaliação/reflexão
Fatura
Fase de planejamento
111
Definição de pacotes de trabalho (uma folha de trabalho por pacote de trabalho)
Projeto:
Pacote de trabalho:
(descrição
)
Envolvidos:
(Alunos/estudantes/professores/docentes/especialistas externos)
Materiais:
Resultado:
Tempo gasto:
Data do início:
Data do fim:
112
Modificações perante o planejamento:
Responsável:
11
3
Fase de planejamento
Análise de risco
Quais são os riscos que ameaçam o projeto?
Qual é a probabilidade dos riscos listados?
Onde poderíamos ter feito uma estimativa errada?
O que pode acontecer na pior das hipóteses?
Como podemos descobrir logo que algo está dando errado?
O que pode ser feito pela equipe do projeto para evitar os riscos?
114
Fase de planejamento
Planejamento do desenvolvimento
Lista dos pacotes de trabalho
Projeto:
No.
Denominação
do pacote de trabalho
Responsável
Duração:
Horas/
Dias
Custos*
*
Observação
Normalmente, o tempo de trabalho dos alunos/estudantes deve ser considerado como esforço de
aprendizagem, o tempo de trabalho dos professores corresponde a seus contratos -
por isso, estes
dois fatores não entram no cálculo dos custos.
Aqui se pensa em outros custos, que surgem em
relação a c
ada pacote de trabalho (p.ex. custos de passagens, custos de materiais etc.).
115
Sugestão:
Organização da pasta do projeto
Capa: Tema / Título do projeto
Conteúdo
I Organização do projeto
Monitor do projeto / equipe de monitores
(nome, endereço,
pode ser contatado por
telefone, fax, e
-
mail)
Contratante
(nome, endereço, pode ser contatado por telefone, fax, e
-
mail), pessoa
de contato
Contratante:
Equipe do projeto, membros da equipe, porta
-
voz da equipe
(nome, endereço,
pode ser contatado por
telefone, fax, e
-
mail)
Entidades com poder de decisão:
p. ex. a diretoria da escola; docente
(nome,
endereço, pode ser contatado por telefone, fax, e
-
mail)
Monitor do projeto: Orientador, externos
p.ex. contatos de TheoPrax (nome,
endereço, pode ser con
tatado por telefone, fax, e
-
mail)
Relatórios:
Que tipos de relatórios são previstos? Quem é responsável?
Documentação do projeto:
O que é documentado?
Como é documentado?
Quando, com que freqüência é documentado?
Quem documenta?
II Planejamento do
projeto
116
Documentos de planejamento
Plano estrutural
Plano de desenvolvimento
Lista dos pacotes de trabalho
Descrição dos pacotes de trabalho
Relatórios
Relatórios de marcos
Relatórios de resultados
Relatório final
Outros relatórios
Protocolos
Reuniões da equipe
Reuniões com o contratante
Outras reuniões
Protocolos de memória de importantes telefonemas
Apresentações
Apresentação intermediária
Apresentação final
III Execução
Atividades
Execução do pacote de trabalho
Experiências
Resultados:
Ocorrências imprevistas
IV Comunicação escrita
V Fontes de informação, literatura, materiais usados
117
Folha do projeto
Número do projeto:
Nome do projeto:
Data:
Motivo:
Qual é o motivo do projeto?
Objetivo do projeto:
O que deve/o deve ser o resultado do projeto, qual proveito deveria ter, para
quem?
Organização:
Quem é responsável por qual área e quais são suas competências?
Contratante:
Monitor do projeto:
Equipe do projeto:
Professor/Docente:
Datas:
Quando começa ou termina uma tarefa?
Início:
Marcos:
Fim do projeto:
Recursos:
Quais recursos estão à disposição?
Quando a proposta /
a contratação foi
efetuada?
Verbas
Quem mais vai
participar no
projeto?
(Pessoas
especializadas)
118
Restrições
Quais condições marginais/exigências/interfaces devem ser levadas em conta?
Planejamento:
Qual é o planejamento detalhado para fases individuais e qual é o planejamento
geral do projeto?
Relatórios:
Quem recebe quando em que forma um relatório sobre que assunto?
119
Fase de concretização
Comparação do estado desejado com o estado atual
O planejamento e o decorrer atual do projeto ainda estão idênticos?
Se houver uma divergência, a QUE (tarefa parcial / pacote de trabalho) está
relacionada?
COMO (com que método) descobriu QUEM QUE TIPO de divergência?
Qual é a gravidade da divergência entre o atual e o desejado, de acordo com a
avaliação da equipe do projeto?
Quais foram os motivos que levaram às divergências?
Foi atingida
principalmente a ár
ea dos fatos, dos métodos ou das relações?
Quais medidas parecem cabíveis para uma correção?
Em caso de decisão em favor de medidas corretivas:
Foram analisados
possíveis efeitos colaterais ou conseqüências não desejadas a longo prazo?
As divergências e/ou as medidas corretivas correspondentes são tão graves que
tornam necessária a comunicação às instâncias superiores?
As divergências foram discutidas com o contratante e com o monitor do projeto?
Quem controla quando e de que forma os
efeitos das medidas corretivas?
120
ANEXOS
ANEXO 1
- QUESTIONÁRIO ALUNOS
ANEXO 2 - QUESTIONÁRIO COORDENADOR DA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
NA FACULDADE
ANEXO 3
- QUESTIONÁRIO RESPONSÁVEL PELO PROJETO NA EMPRESA
121
ANEXO 1
-
QUESTIONÁRIO ALUNOS
Caro Aluno,
Este questionário tem o objetivo de colher algumas informações importantes sobre
sua experiência enquanto aluno da graduação tecnológica com a metodologia
TheoPrax. As informações contribuirão com o meu projeto de dissertação do
Mestrado Profissionalizante em Educação e Teologia do qual participo.
Desde já agradeço a sua contribuição!
Maria Célia Calmon Santos
ENTREVISTA AOS ALUNOS
1.
O que mudou em seu processo formativo após a experiência na metodologia
TheoP
rax?
2.
Em sua percepção, qual a diferença na metodologia de ensino utilizada na
sua formação na Faculdade e a metodologia TheoPrax.
3.
Trabalhar em equipe ficou mais fácil após iniciar com o TheoPrax?
4.
Você sente que adquiriu mais autonomia para
estudar e tomar decisões?
5.
O que é para você trabalhar com Projetos?
6.
Você se sente mais preparado tecnicamente após o TheoPrax?
7.
Você aprendeu com o TheoPrax a calcular custos de Projetos?
8.
Você acha que seus professores estão preparados para atuar na metodo
logia
TheoPrax
9.
Você considera possuir uma capacidade de comunicação interpessoal?
10.
Das capacidades descritas abaixo, quais você considera ter adquirido antes
e depois do TheoPrax? Coloque A para Antes e D para Depois
Confiabilidade ( ) ( )
Disposição par
a a aprendizagem ( ) ( )
Persistência ( ) ( )
122
Resistência ao estresse ( ) ( )
Exatidão ( ) ( )
Capacidade de concentração ( ) ( )
Disposição para assumi responsabilidades ( ) ( )
Independência de atuação (autonomia) ( ) ( )
Capacidade de crí
tica e auto
-
crítica ( ) ( )
Criatividade ( ) ( )
Flexibilidade ( ) ( )
Auto
-
conhecimento ( ) ( )
Disposição para a cooperação ( ) ( )
Espírito de equipe ( ) ( )
Polidez ( ) ( )
Gerenciamento de Conflito ( ) ( )
Tolerância ( ) ( )
Capac
idade de Comunicação ( ) ( )
Empatia ( ) ( )
11.
Das competências relacionadas abaixo, assinale aquelas desenvolvdas
antes e depois do TheoPrax.
Domínio da língua portuguesa falada escrita ( ) ( )
Domínio de um segundo idioma ( ) ( )
Domínio de téc
nicas simples de cálculo ( ) ( )
Domínio de técnicas complexas de cálculo ( ) ( )
Conhecimentos básicos das ciências exatas ( ) ( )
Conhecimentos básicos da cultura brasileira ( ) ( )
Conhecimentos básicos do funcionamento da economia brasileira (
) (
)
Conhecimentos básicos de custos ( ) ( )
Conhecimentos básicos trabalhos por projetos ( ) ( )
Conhecimentos básicos de Gestão ( ) ( )
123
ANEXO 2
-
QUESTIONÁRIO COORDENADOR DA IMPLANTAÇÃO DO
PROJETO NA FACULDADE
Caro
Coordenador(a)
,
Este questionário tem o objetivo de colher algumas informações importantes sobre sua
experiência enquanto Coordenador da metodologia TheoPrax na graduação tecnológica. As
informações contribuirão com o meu projeto de dissertação do Mestrado Profissionalizante
em Edu
cação e Teologia do qual participo.
Desde já agradeço a sua contribuição!
Maria Célia Calmon Santos
ENTREVISTA
AO COORDENADOR (A)
1.
Você recebeu capacitação na metodologia TheoPrax?
2.
Em sua percepção, qual a diferença na metodologia de ensino ut
ilizada na
graduação da Faculdade e a metodologia
TheoPrax
?
3.
Você sabe qual a diferença entre ensino frontal e metodologia de trabalho por
projetos?
4.
Que limitações você identifica na metodologia TheoPrax?
5.
Você teve em sua formação acadêmica preparação para
trabalhar com problemas
sociais?
6.
Foi realizada pesquisa com as empresas
?
7.
Foi feito levantamento do perfil dos alunos que participariam da experiência piloto?
8.
Quanto tempo foi destinado para a preparação dos professores?
9.
Que competências os professores pre
cisam ter para iniciar no trabalho com a
metodologia TheoPrax?
10.
Em quantas empresas foram testadas a metodologia?
11.
Você acredita que a experiência está dando certo? Indique três pontos fortes da
metodologia.
12.
O que poderia ser feito para melhorar o trabalho
com a metodologia? Indique três
pontos de melhoria
124
ANEXO 3
-
QUESTIONÁRIO RESPONSÁVEL PELO PROJETO NA
EMPRESA
Prezado Gestor,
Este questionário tem o objetivo de colher algumas informações importantes sobre
sua experiência enquanto Empresa contratante do grupo de alunos que
desenvolvem a Metodologia TheoPrax. As informações aqui prestadas contribuirão
com a minha pesquisa do Mestrado Profissional em Educação e Teologia do qual
participo. Serão preservados o seu nome e a fonte de informações disponi
bilizadas.
Desde já agradeço a sua contribuição!
Maria Célia Calmon Santos
ENTREVISTA À EMPRESA CONTRATANTE
Nome da Empresa:
PERGUNTAS:
1.
A sua empresa recebeu esclarecimentos sobre a metodologia TheoPrax?
Sim ( ) Não ( )
Se a sua resposta f
or negativa, diga o que gostaria que fosse feito nesse sentido.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
____
2.
Qual a sua percepção sobre as duas práticas de ensino
utilizadas na
graduação da Faculdade?
Projeto Integrador
125
TheoPrax
3.
Como contratante, você considera que a proposta de trabalho em equipe é
mais fácil com o TheoPrax?
Sim (
) Não ( )
Justifique sua resposta:
Projeto Integrador
TheoPrax.
Você
sabe qual a diferença entre ensino frontal e metodologia de trabalho por
projetos?
Sim ( ) Não (
)
Explique sua resposta:
_________________________________________________________________
_____________________________________________________________
____
_________________________________________________________________
___
4.
Você já trabalhava com Projetos desta natureza antes em suas atividades?
Sim (
) Não ( )
Explique sua resposta:
5.
Você se sente preparado para trabalhar com esta metodologia
TheoPrax?
Sim
(
) Não ( )
Explique sua resposta:
6.
Que limitações você identifica na metodologia TheoPrax?
Justifique:
7.
Você considera importante ter na preparação da empresa uma etapa que o
instrumentalize os responsáveis para trabalhar com resol
ução de problemas?
Sim ( ) Não ( )
Justifique sua resposta:
126
8.
Num trabalho como esse com projetos de grande importância para os
resultados de sua empresa, qual a etapa que você considera mais
importante?
A compreensão do problema pelos estudantes (
)
A análise do problema feita pelos estudantes ( )
A elaboração de um plano de solução para o problema feita pelos
estudantes ( )
A execução da solução do problema pelos estudantes ( )
Dar feedback aos estudantes ( )
A elaboração do Plano de Cus
tos feita pelos estudantes ( )
9.
Você sabe delegar responsabilidades para seu(s) orientando(s)?
Sim (
) Não ( )
Justifique sua resposta:
10.
Você os coloca permanentemente frente aos desafios concretos?
Sim ( ) Não ( )
Justifique sua
resposta:
11.
Você domina a metodologia de gerenciamento de projetos
o TheoPrax?
Sim ( ) Não (
)
Justifique sua resposta:
12.
Que competências você enquanto responsável pelo projeto na empresa
acredita ter desenvolvido com a utilização e acompanhamen
to da metodologia
TheoPrax?
Justifique sua resposta:
Grata pelas informações!
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