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disciplina;
o texto EAD explicita os objetivos;
o livro tradicional não se preocupa com esse
aspecto normalmente.
aborda as questões de vários ângulos seguindo
mais de um caminho para expor o tema e
discuti-lo.
o texto tradicional costuma usar uma
abordagem linear, expressando, essencialmente,
o pensamento do autor;
é estruturado de acordo com as necessidades de
aprendizagem do estudante;
o livro tradicional se estrutura mais pela lógica
do assunto;
enfatiza questões de auto-avaliação, que levam
o aluno a checar frequentemente o seu
progresso;
o livro comum não cuida disso.
dirige-se ao aluno de forma individualizada,
procurando antever dificuldades que venham a
surgir.
não é comum esse tipo de abordagem no livro
tradicional;
introduz sumários e resumos ao final (ou no
início) de cada bloco ou unidade;
esse recurso não é típico do livro comum;
usa linguagem direta e simples, procurando
estabelecer diálogo e empatia com o estudante;
o livro comum geralmente utiliza uma
linguagem objetiva, impessoal, neutra.
os conteúdos são organizados em blocos,
entremeados com outras questões e referências;
no livro comum o conteúdo é normalmente
apresentado em longos capítulos, de forma
densa.
o texto EAD assume aspecto editorial e gráfico
leve e funcional, utilizando variados recursos de
diagramação e visuais como orientadores e
facilitadores da aprendizagem;
o aspecto gráfico do livro comum é geralmente
denso e linear;
proporciona o desenvolvimento de habilidades
de estudo e de disciplina intelectual;
o texto comum não se ocupa desse aspecto.
Fonte: Emereciano e Wickert (1998, p. 35)
Observando o quadro, percebemos que as diferenças apontadas por esses autores
privilegiam o material de EAD em detrimento do livro didático, realçando as qualidades
daquele e nos permitindo inferir que tanto os textos escritos para EAD quanto os livros
didáticos comuns sejam gêneros discursivos, no mínimo, aparentados, visto que a forma como
se organizam os conteúdos, suas funções e o contexto em que são utilizados sejam diferentes.
Uma diferença que julgamos pertinente é a de que o texto da EAD é elaborado para
um público específico, no contexto de um curso ou disciplina, levando em conta a modalidade
para a qual é escrito, pois o texto escrito para EAD, na maioria das vezes, enfatiza questões de
auto-avaliação, que levam o aluno a checar seu progresso, fornecendo um referencial com
respostas e comentários, o que nem sempre acontece nos livros comuns.
Porém, discordamos desses autores, ao afirmarem que o livro comum seja geralmente
escrito para o professor ou outros especialistas, que a sua linguagem é linear, que se estrutura
mais pela lógica do assunto, que seu conteúdo é apresentado em longos capítulos, de forma
densa etc., pois isso pode variar muito de autor para autor, conteúdo para conteúdo. Assim,
acreditamos que não é possível fazer generalizações, como o fazem os autores citados.