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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Determinação da disponibilidade de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn
em Amostras de Carnes Bovinas, Suínas e de Frango In
natura e Processadas Termicamente
Eveline de Abreu Menezes*
Tese apresentada como parte dos requisitos
para obtenção do título de DOUTOR EM
CIÊNCIAS, área de concentração:
QUÍMICA ANALÍTICA.
Orientadora:
Dra. Ana Rita de Araujo Nogueira
* Bolsista
CNPq
São Carlos – SP
2010
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
M543dd
Menezes, Eveline de Abreu.
Determinação da disponibilidade de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn
em amostras de carnes bovinas, suínas e de frango In
natura e processadas termicamente / Eveline de Abreu
Menezes. -- São Carlos : UFSCar, 2010.
108 f.
Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,
2010.
1. Química analítica. 2. Carne. 3. Disponibilidade
nutricional. 4. Nutrientes. 5. Proteínas. I. Título.
CDD: 543 (20
a
)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÁO CARLOS
Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia
Departamento de Química
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÁO EM QUÍMICA
Curso de Doutorado
Assinaturas dos membros da banca examinadora que avaliaram e
aprovaram a defesa de tese de doutorado da candidata Eveline de Abriu
Menezes, realizada em 30 dejulho de 2010:
~
<'--
\, ' --'" .-
Dra. Ana Rita de Araujo Nogueira
~~
Profa. Dra. olange Cadore
~' =:::
Prof. Dr. Francis
)/w/L~jp';~
, Prof. Dr. Pedro Vitoriano de Oliveira
O verdadeiro lugar do nascimento é aquele em que lançamos pela
primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmo.”
Marguerite Yourcenar
Aos meus pais Francisco Xavier e Maria
Lúcia e à minha irmã Evilene que sem os quais
não conseguiria realizar este trabalho. A
distância entre nós foi imensa, mas o a
mor
recíproco me fortalecia para o cumprimento
desta etapa.
AGRADECIMENTOS
Meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram de alguma
forma para que esse trabalho fosse realizado, em especial:
A Dra. Ana Rita de Araújo Nogueira pela orientação, amizade,
incentivo, confiança e apoio durante todo o desenvolvimento desse trabalho;
Ao Dr. Gilberto Batista de Souza pelo apoio e amizade durante todo
o desenvolvimento desse trabalho;
Aos Professores Francisco José Krug (CENA / USP) e Pedro Vitoriano de Oliveira
(IQ / USP), Solange Cadore (IQ/ UNICAMP) e Solange Guidolin Canniatti Brazaca
(Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição/ESALQ/ USP) membros da
Banca Examinadora, por todos os comentários e sugestões;
Ao Prof. Dr. Joaquim Araújo Nóbrega pelas importantes sugestões;
Ao Prof. Dr. Edenir Rodrigues Pereira Filho pelas importantes
sugestões;
Ao programa de Pós-Graduação em Química da Universidade
Federal de São Carlos pela oportunidade;
A todos os professores do DQ/UFSCar que contribuíram para minha
formação acadêmica;
À Embrapa Pecuária Sudeste pelo espaço e oportunidade
concedidos;
Ao CNPq pela bolsa concedida;
Aos funcionários do DQ/UFSCar em especial às funcionárias da
Secretaria de Pós-Graduação;
Aos funcionários e estagiários da Embrapa Pecuária Sudeste:
Lourdes, Marcão, Cristina, Mariana, Natália, Célia e Victor.
Ao meu amor Victor, por todo apoio, companheirismo, paciência e
exemplo de amor durante todo esse trabalho.
Aos amigos e companheiros do GAIA: Amália, Amanda, Ana Beatriz,
Caio, Carla Bossu, Catarinie, Clarice, Edivaldo, Érica, Kelber, Laís, Luana,
Luciana, Lucimar, Manasses, Mário, Marcelo, Mirian, Naiara, Natália Sartarelli,
Natália Canevari, Patrícia, Paula, Poliana, Renata, Roberto, Rodolfo, Rodrigo,
Rosileni, Silvia, e Wladiana pela amizade, bom ambiente de trabalho, sugestões e
troca de conhecimentos.
A todos os amigos que passaram pelo Gaia em especial: Alexandra,
Fabiana, Clésia, Dani, Edilene, Edivan, Sherlan, Lílian e o George.
Às amigas Clésia e Cris Iamamoto por todo apoio, carinho e amizade
e por terem me recebido em suas casas quando cheguei a São Carlos;
À minha amiga Wladiana pelo apoio, amizade, companheirismo,
desabafos e momentos de alegria mesmo distante;
Aos meus amigos Rodolfo, Patrícia (Paty), Carlinha e Caio pela
amizade, companheirismo, caronas e pela ótima convivência no laboratório.
Ao amigo Prof. Dr. Sandro Tomaz Gouveia pelo incentivo e apoio;
Aos meus amigos e familiares de Fortaleza que apesar da distância
estão sempre torcendo por mim;
Enfim, a Deus por tudo.
vii
LISTA DE TABELAS
TABELA 2.1- Composição química e conteúdo energético de alguns tipos de
carne (g/100g) FONTE: (SEUβ, I. 1991,1993)........................................................
7
TABELA 2.2. Composição nutricional de alguns cortes suínos (valor nutricional
de carne crua em 100g) em comparação a carnes de frango e bovina FONTE:
(SARCINELLI et al.,2007)......................................................................................
10
TABELA 4.1 - Parâmetros empregados na análise por ICP OES.......................... 43
TABELA 4.2 Programa de aquecimento em forno de micro-ondas com
cavidade..................................................................................................................
46
TABELA 4.3- Programa de aquecimento para digestão das amostras de carne de
frango in natura e processadas termicamente após a diálise, empregando forno
de micro-ondas com cavidade.................................................................................
49
TABELA 5.1- Teores totais de Ca, Fe, Mg e Zn em amostras de frango (n=3).......
56
TABELA 5.2- Teores totais de Ca, Fe, Cu e Zn em amostras de carne suína
(n=3).........................................................................................................................
56
TABELA 5.3- Teores totais de Ca, Fe, Cu e Zn em amostr
as de carne bovina
(n=3).........................................................................................................................
56
TABELA 5.4- Concentração de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn g g
-1
) em material de
referencia certificado (CRM) após decomposição total (n=3)..................................
57
TABELA 5.5 Valores dos limites de detecção (LOD) para os elementos cálcio,
cobre, ferro, magnésio e zinco.................................................................................
58
TABELA 5.6 Programa de aquecimento otimizado para a determinação de Cu
por GF AAS.............................................................................................................
60
viii
LISTA DE TABELAS
TABELA 5.7 Teores totais de cobre nas amostras de frango por GFAAS (n=3).....
62
TABELA 5.8 Teor de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e digestibilidade in
vitro da proteína (DP) da amostra de carne bovina nos diferentes métodos de
cocção......................................................................................................................
64
TABELA 5.9 Determinação da proteína bruta (PB) e digestibilidade in vitro da
proteína (DP) da amostra de carne de frango nos diferentes métodos de cocção.
66
TABELA 5.10. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e digestibilidade
in vitro da proteína (DP) da amostra de carne suína nos diferentes métodos de
cocção......................................................................................................................
67
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.1- Consumo de carnes no Brasil (kg/pessoa/ano) FONTE: (SAAB et
al., 2009)
11
FIGURA 2.2- Produção de carnes no Brasil FONTE: (SAAB et al., 2009). 12
FIGURA 2.3- Etapas da Reação de Maillard FONTE: (OETTERER; SARMENTO,
2006)
32
FIGURA 2.4 - Esquema da reação de Maillard 33
FIGURA 2.5 - Vibrações típicas de átomos. Os sinais + e significam vibrações
perpendiculares ao plano do papel FONTE: (STUART, 2006)
34
FIGURA 2.6- Esquema dos processos que ocorrem no plasma. Adaptado de
GINÉ- ROSIAS (1998)
38
FIGURA 4.1 - (I) esquema do recipiente de amostras dentro do frasco do forno
microondas com cavidade, (II) corte transversal do recipiente de amostras:
FONTE (ARAÚJO, 2004).
48
FIGURA 5.1 Curvas de temperaturas de pirólise e atomização para 30 µg L
-1
de Cu em presença do branco da amostra 1% v/v HNO
3
. () Curva de Pirólise e
() Curva de Atomização. Modificador utilizado: 1000 µg L
-1
Mg(NO
3
)
2
.
59
FIGURA 5.2 Curva analítica para Cu em meio do branco da amostra 1% vv
-1
HNO
3
. (y = 0,0043 x + 0,0116; R = 0,997).
60
FIGURA 5.3 Disponibilidade das proteínas em amostras de carne bovina, de
frango e suína após diferentes processamentos térmicos (IN) in natura; (CA)
cozida em água; (GR) grelhado; (FC -1) forno convencional-1; (MW) forno de
micro-ondas e (FC– 2) forno convencional-2.
70
FIGURA 5.4 Média de porcentagem de Mg disponível pelo método
digestibilidade in vitro nas amostras de carnes bovina, suína e de frango
submetidas a diferentes processamentos térmicos in natura, água (cozido em
água), FC1 (Forno convencional 1), FCII (Forno convencional 2), GR (grelhado)
e MW (micro-ondas).
71
FIGURA 5.5 Porcentagem de Mg disponível no método digestibilidade in vitro em
amostras de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos.
71
x
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 5.6 Teores médios de Ca disponível após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suínas de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos in natura, água (cozido em água), FC1 (Forno
convencional 1), FCII (Forno convencional 2), GR (grelhado) e MW (micro-
ondas).
73
FIGURA 5.7 Teores médios de Ca disponível após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suínas e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos.
73
FIGURA 5.8. Teores disponiveis de ferro após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suína e de frango submetidas aos diferentes
processamentos térmicos in natura, água (cozido em água), FC1 (Forno
convencional 1), FCII (Forno convencional 2), GR (grelhado) e MW (micro-
ondas).
74
FIGURA 5.9. Teores de Fe disponível obtidos após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos.
75
FIGURA 5.10 Teores de Zn disponível obtidos após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos; in natura, água (cozido em água), FC1 (Forno
convencional 1), FCII (Forno convencional 2), GR (grelhado) e MW (micro-
ondas).
77
FIGURA 5.11 Teores de Zn disponível obtidos após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suínas e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos.
77
FIGURA 5.12. Teores de Cu disponível após digestibilidade in vitro nas amostras
de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes processamentos
térmicos; in natura, água (cozido em água), FC1 (Forno convencional 1), FCII
(Forno convencional 2), GR (grelhado) e MW (micro-ondas).
79
xi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 5.13. Teores de Cu disponível após digestibilidade in vitro nas amostras
de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes processamentos
térmicos
79
FIGURA 5.14 Espectro de FTIR característico de amostra de carne bovina in
natura.
81
FIGURA 5.15 Espectro FTIR para amostra de carne bovina in natura e
processadas termicamente. 1- carne in natura, 2- cozida em água, 3- micro-
ondas, 4- grelhada, 5- Forno convencional 1 e 6- forno convencional 2.
82
FIGURA 5.16 Espectro FTIR para amostra de carne suína in natura e
processadas termicamente 1- carne in natura, 2- cozida em água, 3- micro-
ondas, 4- grelhada, 5- Forno convencional 1 e 6- forno convencional 2.
83
FIGURA 5.17 Espectro FTIR para amostra de frango in natura e processadas
termicamente. 1- carne in natura, 2- cozida em água, 3- micro-ondas, 4-
grelhada, 5- Forno convencional 1 e 6- forno convencional 2.
83
FIGURA 5.18 Gráfico de scores PC1 versus PC2 para a amostra de carne
bovina in natura e processadas termicamente. C1- in natura, C2- cozida em
água, C3-grelhada, C4- micro-ondas, C5- Forno convencional1 e C6- Forno
convencional 2.
85
FIGURA 5.19– Gráfico de loadings PC1 versus PC2. (Ca, Cu, Fe, Mg e Zn total
(CaT, CuT, FeT, MgT e ZnT) e biodisponível (Ca bio, Cu bio, Fe bio, Mg bio e Zn
bio) proteína bruta (PB), proteína biodisponível (PB dig) e da matéria seca (MS)
86
xii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 5.20 Gráfico de scores PC1 versus PC2 para a amostra de carne de
frango in natura e processadas termicamente. F1- in natura, F2- cozida em água,
F3-grelhada, F4- micro-ondas, F5- Forno convencional1 e F6- Forno
convencional 2.
87
FIGURA 5.21 Gráfico de loadings PC1 versus PC2 (Ca, Cu, Fe, Mg e Zn total
(CaT, CuT, FeT, MgT e ZnT) e biodisponível (Ca bio, Cu bio, Fe bio, Mg bio e Zn
bio) proteína bruta (PB), proteína biodisponível (PB dig) e da matéria seca (MS).
88
FIGURA 5.22 Gráfico de scores PC1 versus PC2 para a amostra de carne
suína in natura e processada termicamente. S1- in natura, S2- cozida em água,
S3-grelhada, S4- micro-ondas, S5- Forno convencional1 e S6- Forno
convencional 2.
89
FIGURA 5.23 Gráfico de loadings PC1 versus PC2 (Ca, Cu, Fe, Mg e Zn total
(CaT, CuT, FeT, MgT e ZnT) e biodisponível (Ca bio, Cu bio, Fe bio, Mg bio e Zn
bio) proteína bruta (PB), proteína biodisponível (PB dig) e da matéria seca (MS)
90
xiii
RESUMO
DETERMINAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE Ca, Cu, Fe, Mg E Zn EM
AMOSTRAS DE CARNES BOVINA, SUÍNA E DE FRANGO IN NATURA E
PROCESSADAS TERMICAMENTE Neste trabalho estudou-se a disponibilidade
dos nutrientes Ca, Cu, Fe, Mg e Zn em amostras de carnes bovina, suína e de
frango in natura e após os seguintes tratamentos térmicos: Cozido em água,
grelhado, micro-ondas, forno convencional I 45 min 180
o
C e forno convencional
II 60 min e 180
o
C. A determinação dos teores totais de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn
para amostras de carnes bovina e suína foi realizada por espectrometria de
emissão óptica com plasma acoplado indutivamente (ICP OES), enquanto que a
determinação de Cu para as amostras de carne de frango foi feita por
espectrometria de absorção atômica com atomização eletrotérmica em forno de
grafite (GFAAS), após digestão das amostras em forno de micro-ondas com
cavidade. A determinação da proteína bruta foi realizada a partir da determinação
do teor de nitrogênio total e para a determinação da digestibilidade da proteína foi
empregado o método proposto por Akeson e Stahman, no qual a amostra é
digerida com enzimas digestivas em meio ácido, simulando in vitro as condições
existentes no trato gastrointestinal humano. Para avaliação da disponibilidade dos
minerais foi empregado procedimento in vitro, utilizando fluido gástrico simulado.
Indiferente ao procedimento de cocção, comportamento similar foi observado para
os diferentes tipos de carne. A elevação da temperatura e do tempo de exposição
do alimento ao calor provocam diminuição da disponibilidade das proteínas,
provavelmente em função da desnaturação das mesmas. A carne bovina
apresentou cerca de 20% de disponibilidade de Cu, Fe e Zn o que a torna fonte
importante desses nutrientes na nutrição humana. Quando a carne foi cozida em
água maior eficiência foi observada, em relação à disponibilidade de nutrientes.
Para todas as amostras, o processamento que empregou forno convencional por
60 min e 180
o
C mostrou uma baixa disponibilidade de nutrientes e proteínas, o
que indica que esse processo de aquecimento térmico pode ter alterado a
digestibilidade e a absorção dos minerais nas amostras aqui estudadas.
xiv
ABSTRACT
AVAILABILITY OF Ca, Cu, Fe, Mg AND Zn IN BOVINE, PORK AND CHICKEN
MEAT SAMPLES RAW AND TERMICALLY PROCESSED In this work, the
availability of Ca, Cu, Fe, Mg, and Zn in bovine, pork and chicken meat samples
raw and after thermal treatments: water boiled, grilled, microwave, convention oven
I 180
o
C (FCI) and conventional oven II 60 min and 180
o
C was evaluated.
Total determination of Ca, Cu, Fe, Mg and Zn in bovine and pork samples was
performed by inductively coupled plasma optical emission spectrometry (ICP
OES), and Cu in chicken samples was determined by graphite furnace atomic
absorption spectrometry (GFAAS), after digestion assisted by microwave radiation.
Total protein determination was performed based on total nitrogen determination
and the protein digestibility determination was determined by using the method
proposed by Akeson and Stahman, in which the sample is digested with digestive
enzymes in an acidic medium, simulanting in vitro conditions. To the mineral
availability evaluation, an in vitro procedure, simulated gastric fluid was applied.
Independent of the procedure of cooking, similar behavior was observed for all
meat sample evaluated. Increasing temperature and exposition time of food to
heat, decreases in proteins availability was observed, probably due to proteins
denaturation. The bovine meat presented about 20% of Cu, Fe, and Zn availability,
that became this kind of food an important source of these nutrients in human
nutrition. When the meat was water boiled, it was observed increase in nutrients
availability. For all samples, the use of conventional oven during 60 min at 180
o
C
(FCII) presented reduces in nutrients and proteins availability, indicating that this
thermal treatment can change the digestibility and mineral absorption of the
evaluated meat samples.
xv
SUMÁRIO
1 – Introdução ......................................................................................................
2
2 – Revisão Bibliográfica ......................................................................................
6
2.1 – Carne bovina...................................................................................................
6
2.1.1 – Composição da carne bovina.......................................................................
6
2.1.1.1- Água........................................................................................................... 6
2.1.1.2- Vitaminas.....................................................................................................
6
2.1.1.3- Proteínas.................................................................................................... 7
2.1.2- Fatores que influenciam na composição da carne.........................................
8
2.1.3- Qualidade sensorial da carne........................................................................ 8
2.2- Suíno............................................................................................................... 9
2.3-Frango.............................................................................................................. 12
2.4- Processamentos térmicos das carnes ............................................................. 13
2.4.1- Calor úmido ................................................................................................ 15
2.4.2- Calor seco..................................................................................................... 15
2.4.3- Calor misto.................................................................................................... 16
2.4.4- Radiação micro-ondas................................................................................... 16
2.4.5- Congelamento................................................................................................
17
2.5- Biodisponibilidade............................................................................................ 17
2.6- Importância do Ca, Cu, Fe, Mg e Zn no organismo......................................... 20
2.6.1- Cálcio............................................................................................................ 20
2.6.2- Cobre..............................................................................................................
21
2.6.3- Ferro...............................................................................................................
22
2.6.4- Magnésio....................................................................................................... 24
2.6.5- Zinco............................................................................................................. 24
2.7- Proteínas.......................................................................................................... 26
2.7.1- Composição das proteínas........................................................................... 26
2.7.2- Função das proteínas................................................................................... 27
2.7.3- Digestibilidade da proteína.............................................................................
28
2.8- Reação de Millard............................................................................................. 29
xvi
2.8.1- Etapas da “reação de Maillard”......................................................................
30
2.9- Técnicas Espectroscópicas............................................................................. 33
2.9.1- Espectrometria por Infravermelho com Transformada de Fourier
(FTIR).......................................................................................................................
33
2.9.2- Espectrometria de Absorção Atômica com Forno de Grafite (GF AAS)........ 35
2.9.3- Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Acoplado Indutivamente
(ICP OES) ...............................................................................................................
36
3- Objetivos.............................................................................................................
40
4 – Procedimento Experimental..........................................................................
42
4.1- Instrumentação................................................................................................. 42
4.2 – Reagentes...................................................................................................... 43
4.3 – Amostras ....................................................................................................... 44
4.3.1 – Preparo das Amostras de Carne..................................................................
44
4.3.2- Métodos de Cocção..................................................................................... 45
4.4- Determinação dos Teores Totais Ca, Cu, Fe, Mg e Zn.....................................
46
4.5- Estudos da disponibilidade in vitro de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn nas amostras de
Carne bovina, suína e de frango in natura e processadas Termicamente..............
47
4.6- Determinação de cobre na carne de frango por GF AAS................................ 48
4.7- Digestibilidade das proteínas ......................................................................... 49
4.7.1- Matéria seca................................................................................................ 50
4.7.2- Proteína Bruta .............................................................................................. 50
4.8- Digestibilidade in vitro das proteínas..............................................................
51
4.9- FTIR................................................................................................................ 53
5 – Resultados e Discussão ............................................................................
55
5.1 Determinação dos teores totais de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn nas amostras de
carne bovina, suína e de frango..............................................................................
55
5.1.2. – Determinação dos teores total de cobre nas amostras de frango.............. 58
5.2 – Determinação da digestibilidade das proteínas............................................ 62
5.2.1 – Carne bovina.............................................................................................. 62
5.2.2 – Frango........................................................................................................ 64
5.2.3 – Carne suína................................................................................................ 66
xvii
5.3 – Determinação da disponibilidade de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn..............................
70
5.4- Análise de FTIR.................................................................................................
81
5.5- Análise de Componentes Principal (PCA)....................................................... 84
6 – Conclusões ......................................................................................................
93
7 – Referências Bibliográficas…………................................................................
95
Capítulo 1
Capítulo 1Capítulo 1
Capítulo 1
Introdução
IntroduçãoIntrodução
Introdução
Introdução 2
1- INTRODUÇÃO
Uma alimentação saudável deve ser composta de uma variedade de
fontes de nutrientes e fibras dietéticas em proporções adequadas. Nutrientes tais
como proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais são essenciais para o
crescimento e para a manutenção dos tecidos e dos órgãos
1
. As carnes de um
modo geral são alimentos fonte de várias vitaminas lipossolúveis, assim como de
elementos traço
2,3
. A carne bovina, de grande importância na alimentação
justamente por ser fonte de lipídios e de proteínas de alto valor biológico, é a mais
consumida em todas as classes sociais do Brasil, chegando a representar 41% do
consumo total de carnes
4
.
Apesar de não conter fibras dietéticas como as encontradas nos grãos,
nas frutas e nas hortaliças e ser praticamente desprovida de carboidratos, a carne
é considerada um alimento nutricionalmente denso devido à quantidade de
proteína completa, associada a um baixo conteúdo calórico, ou seja, 15 a 20 g de
proteína por 100 kcal em carne magra grelhada. Também constitui uma excelente
fonte de lipídios essenciais, de vitaminas do complexo B (principalmente a
vitamina B12) e dos minerais ferro e zinco em uma forma altamente assimilável
pelo organismo
1
. Os consumidores estão se tornando cada vez mais esclarecidos
e exigentes quanto à qualidade dos produtos de consumo diário. No caso
específico das carnes, essa demanda acontece tanto pelos atributos intrínsecos
de qualidade, tais como maciez, sabor e quantidade de gordura, como também
pelas características de ordem ou natureza voltadas para as formas de produção e
processamento, como os métodos de cocção empregados durante seu preparo
5
.
Os métodos de cocção são importantes meios para deixar os alimentos fáceis de
serem digeridos, porém se não forem realizados de forma correta podem formar
compostos tóxicos, como os que podem ocorrer durante a reação de Maillard,
escurecimento não enzimático que leva à produção de pigmentos escuros,
ocasionando perdas na digestibilidade da proteína
6
.
Elementos essenciais tais como cálcio, cobre, ferro, magnésio e zinco
são importantes para garantir vários processos metabólicos. No entanto, o
intervalo de concentração que determina a essencialidade ou toxicidade,
Introdução 3
geralmente é muito estreito, com implicações graves quando esses limites não são
respeitados, seja para mais ou para menos
7
. Os elementos tóxicos afetam
negativamente vários processos metabólicos e, quando presentes em
concentrações relativamente altas, podem causar danos irreversíveis e até levar a
morte do indivíduo
7,8
. Informações sobre a distribuição dos constituintes químicos
nos alimentos são importantes e necessárias para estimar a absorção de
elementos essenciais e para avaliar os potenciais riscos à saúde causados pela
exposição a elementos tóxicos.
O zinco é um componente essencial para a atividade de mais de 300
enzimas e estabilizador de estruturas moleculares. Participa da síntese e da
degradação de carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucléicos. Pode estar
presente na dieta, associado às moléculas orgânicas como por exemplo, às
proteínas, aos fitatos e aos carboidratos, ou na forma de sais inorgânicos, como
em suplementos ou em alimentos fortificados
9
.
O cálcio é responsável por algumas funções metabólicas quando
ligado a enzimas, tais como: coagulação sanguínea, regulação da contração
muscular, secreção de hormônios e neurotransmissores, adesão celular e funções
de proteínas e citoesqueleto
9
.
O ferro tem funções metabólica e enzimática. Como exemplo, participa
da síntese da hemoglobina e da mioglobina. Alem disso, as enzimas contendo Fe
participam de reações redox e de transferência de elétrons
10
.
O cobre tem funções orgânicas específicas por ser constituinte de
enzimas com atividade de oxidação e redução. Possui papel primordial em células
fisiológicas, atuando como co-fator catalítico na química redox de enzimas para
proteínas que realizam funções biológicas fundamentais, necessárias para o
crescimento e desenvolvimento
11
. O cobre também é necessário para a respiração
mitrocondrial e na absorção de Fe
12
.
O magnésio participa da formação de dentes e ossos, ajuda na
transmissão de impulsos nervosos, intervém no relaxamento muscular e na
produção de energia celular. Em caso de carência, são verificados sintomas de
Introdução 4
espasmos musculares, podendo mesmo alcançar um estado agravado de
contração generalizada – tetania.
Durante o processamento dos alimentos ocorrem alterações químicas
que podem melhorar ou piorar a biodisponibilidade de certos nutrientes, pelo
favorecimento ou prejuízo da sua digestão e da sua absorção, ou pela inativação
de determinadas substâncias presentes no alimento. Por outro lado, durante o
processamento também podem ocorrer perdas de nutrientes, alterando o valor
nutricional dos alimentos
13
. Os métodos empregados para avaliar a adequação do
fornecimento alimentar de micronutrientes não têm como avaliar sua utilização
verdadeira, pois levam em conta somente o total ingerido, estimado com base em
tabelas de comparação de alimentos
14
. Para estimar a qualidade e as fontes
dietéticas dos minerais é necessário definir precisamente a quantidade de
minerais disponível para absorção e utilização (isto é, a biodisponibilidade)
15
.
Avaliar a biodisponibilidade dos minerais tem atraído o interesse em
estudos nutricionais. Biodisponibilidade é o termo usado para descrever a
proporção de um nutriente em um alimento que pode ser utilizado para as funções
normais do organismo
16
. Embora existam relatos de vários fatores que possam
afetar a absorção dos nutrientes, tem sido considerado biodisponível a fração
dialisável (ou solúvel) que ao menos teoricamente está disponível no organismo,
mesmo que outros fatores venham a prejudicar o acesso a esses nutrientes
15
.
Considerando os aspectos abordados quanto à biodisponibilidade dos
minerais e de sua relevância do ponto de vista analítico e bioquímico, neste
trabalho foi avaliado método de digestão in vitro baseado na utilização de enzimas
em meio ácido e técnicas espectroscópicas para quantificação de Ca, Cu, Fe, Mg
e Zn em amostras de carnes bovina, suína e de frango in natura e processadas
termicamente.
Capítulo
Capítulo Capítulo
Capítulo 2
22
2
Revisão B
Revisão BRevisão B
Revisão Bibliográfica
ibliográficaibliográfica
ibliográfica
Revisão Bibliográfica 6
2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Carne bovina
O Brasil historicamente tem sido um dos grandes produtores de carne
bovina, tendo se tornado a partir de 2005, o maior exportador mundial dessa
carne. Segundo a FAO, um em cada cinco quilos de carne bovina comercializada
no mundo é de origem brasileira. O volume exportado chega a 1,3 milhões de
toneladas, gerando recursos em torno de US$ 3 bilhões. Isso representa cerca de
15% da produção nacional. O restante da produção é direcionado ao mercado
interno
17
.
A carne bovina é de grande importância na alimentação, justamente por ser
fonte de lipídios e de proteínas de alto valor biológico. No Brasil, o consumo de
carne bovina per capita fica ao redor de 40 kg por ano
2,3
.
2.1.1. Composição química da carne bovina
A carne magra bovina apresenta em torno de 75% de água, 21 a 22% de
proteína, 1 a 2% de gordura, 1% de minerais e menos de 1% de carboidratos
18
.
2.1.1.1.Água
Por ser um componente abundante, a água influi na qualidade da carne,
afetando a suculência, textura, cor e sabor. Sendo a água o meio universal das
reações biológicas, sua presença afeta diretamente as reações que ocorrem na
carne durante o armazenamento e o processamento
18
.
2.1.1.2.Vitaminas
A carne e os miúdos constituem fontes inigualáveis de algumas vitaminas e
minerais extremamente importantes para a manutenção da saúde. É o caso das
vitaminas do complexo B presentes na carne, e da vitamina A, presente no fígado.
Dentre as vitaminas do complexo B, o destaque é para a B12 (cobalamina), que
só é encontrada nos produtos de origem animal, principalmente nas carnes bovina
e ovina. Outras, como a B2 (riboflavina), a B6 (piridoxina), a niacina, a folacina e o
Revisão Bibliográfica 7
ácido pantotênico, também estão presentes na carne em quantidades
significativas
18
.
2.1.1.3. Proteínas
A carne é considerada excelente fonte de proteínas tanto em quantidade
como em qualidade. Por exemplo, 100 g de carne magra do corte “coxão mole”,
depois do cozimento, contem 30 g de proteína, o que corresponde a 50% das
necessidades diárias do ser humano adulto. Em qualidade, as proteínas da carne
são as mais completas por apresentarem um perfeito equilíbrio de aminoácidos
essenciais, isto é, aqueles que o corpo humano não sintetiza a partir dos demais e
que, por isso, devem estar presentes nos alimentos ingeridos
18
.
O consumo de proteína animal, especialmente a carne bovina, é
freqüentemente associado aos malefícios à saúde humana. A carne bovina magra,
similarmente à carne branca das aves (sem pele) e o lombo suíno, são fontes
importantes de proteína e devem fazer parte de uma dieta balanceada com os
nutrientes dos demais grupos de alimentos (Tabela 2.1).
TABELA 2.1- Composição química e conteúdo energético de alguns tipos de carne
(g/100g) FONTE: (SEUβ, I. 1991,1993)
19,20
.
Revisão Bibliográfica 8
2.1.2. Fatores que influenciam na composição da carne
Espécie: o efeito da espécie na composição da carne é o fator mais acentuado,
porém nos músculos com pouca gordura, a variação da composição química é
pequena.
• Raça: depois da espécie, a raça é o fator intrínseco que mais afeta a composição
química e bioquímica do músculo. Os bovinos de corte possuem maior quantidade
de gordura intramuscular do que os bovinos de leite.
Sexo: em geral, os machos possuem menor quantidade de gordura subcutânea
do que as fêmeas.
• Idade: de maneira geral, ao aumentar a idade, aumentam quase todos os
parâmetros químicos, com exceção da água. Animais jovens possuem pouca
quantidade de gordura subcutânea e intramuscular e não apresentam marmoreio.
• Nutrição: em geral, o nível de alimentação sobre o crescimento de animais reflete
na composição de diversos músculos. O teor de gordura intramuscular também é
um reflexo do plano de nutrição.
Localização anatômica: é o fator intrínseco mais complexo. variações na
composição química dos músculos de diferentes localizações. Um clássico
exemplo é a composição dos músculos da coxa e peito de aves.
Treinamento e exercício: a modificação mais acentuada ocorre no teor de
mioglobina, que é relativamente mais elevada nos músculos mais ativos do que
nos músculos menos ativos
18
.
2.1.3. Qualidade sensorial da carne
Devido à importância da carne como alimento e a exigência dos
consumidores, que cada dia se tornam mais esclarecidos e conscientes,
aumentou de forma significativa à procura por produtos de melhor qualidade
21
.
Essa demanda acontece tanto pelos atributos intrínsecos de qualidade da
carne, tais como maciez, sabor e quantidade de gordura, como também pelas
características de ordem ou natureza voltadas para as formas de produção,
utilização do meio ambiente, processamento, comercialização, etc
21
.
Revisão Bibliográfica 9
Qualquer que seja a base científica dos atributos da qualidade sensorial da
carne, sua importância é determinada pelas preferências regionais e pela visão
individual do consumidor. Dos atributos da qualidade sensorial, a cor, a
capacidade de retenção de água e um pouco do odor da carne fornecem ao
consumidor uma sensação da suculência, textura, maciez e sabor da mesma
22
.
Tendo em vista a importância da carne bovina tanto para o consumo interno
como para a economia do país devido às exportações e a geração de empregos,
frente às dificuldades sanitárias e consequentemente econômicas enfrentadas
pelo produtor atualmente, é necessária a promoção da carne bovina no Brasil
através do esclarecimento sobre a importância do setor, do potencial do país e da
intensificação e seriedade das medidas sanitárias que vêm sendo adotadas.
2.2. Suínos
A carne suína, classificada como carne vermelha, tem composição muito
semelhante as demais e ao contrario do que muitos pensam, é um alimento rico
em nutrientes, apresentando diversos benefícios indiscutíveis à saúde humana.
Ela é rica em proteína de alto valor biológico, ácidos graxos monoinsaturados,
vitaminas do complexo B e diversos minerais. O teor de gordura e o valor calórico
dependem da localização da carne no animal, mas a quantidade dos demais
nutrientes é pouco afetada (Tabela 2.2)
23
.
Revisão Bibliográfica 10
TABELA 2.2. Composição nutricional de alguns cortes suínos (valor nutricional de
carne crua em 100g) em comparação a carnes de frango e bovina FONTE:
(SARCINELLI et al., 2007)
23
.
Lombo Pernil Costela Sobre –
coxa
de frango
Contra –
filé bovino
Calorias (kcal)
136 222 282 211 243
Proteínas (g)
20 18,7 16,1 17,2 19,0
Lipídeos
5,4 15,6 23,5 15,2 17,9
Carboidratos (g)
- - - - -
Ac.Graxos
saturados
1,87 5,44 8,73 4,38 7,29
Ac. Graxos
mono-
insaturados
2,42 6,98 10,65 6,51 7,78
Coletesrol (mg)
66 66 81 84 67
Ferro (mg)
1,2 0,77 0,91 0,99 1,58
Magnésio (mg)
25 21 16 20 18
Sódio (mg)
49 61 75 76 53
Potássio (mg)
359 333 233 192 295
Selênio (mg)
32,4 30,7 24 12,9 16,7
A composição geral de carne suína consiste de 72% de água, 20% de
proteína, 7% de gordura, 1% de minerais e menos que 1% de carboidratos
24,25
.
Comparando-se a outros alimentos, a carne suína é um alimento rico em proteína,
pobre em carboidratos e com relativamente baixo nível energético (em torno de
147 kcal/100g de carne suína). É a proteína animal mais produzida e mais
consumida em todo o mundo
26
.
A carne suína no Brasil representa 14% da produção nacional e 9,5% da
exportação do complexo carnes. Responde por 13,7% do consumo nacional de
carnes enquanto no mundo é a carne mais consumida, com 43,2% do consumo
Revisão Bibliográfica 11
total. A região Sul do Brasil responde por 70% da produção brasileira e por 80%
das exportações. O Brasil exporta 20% da sua produção, sendo os principais
destinos à Rússia, com 43% e a China (via Hong Kong), com 20%
27
.
Apesar de ser a carne mais consumida no mundo, com cerca de 39% do
consumo total de carnes
28
, a carne suína figura apenas em terceiro lugar em
consumo no Brasil (Figura 2.1). De acordo com um estudo coordenado pela
Universidade de Copenhagen e financiado pela União Européia, que envolveu
universidades de diferentes países, inclusive do Brasil
29
, as principais razões
pelas quais o consumo de carne suína no Brasil não é maior são culturais, que
o brasileiro ainda a produção de carne suína como uma atividade suja, na qual
um animal extremamente gorduroso é alimentado com restos de comida
30
.
FIGURA 2.1- Consumo de carnes no Brasil (kg/pessoa/ano) FONTE: (SAAB
et al., 2009)
30
.
Quanto à produção, pode-se perceber pela Figura 2.2 que nos últimos anos
a produção dos três tipos de carne tem percorrido trajetórias um tanto diferentes.
Ainda que a carne suína apresente a menor produção, bastante inferior aos níveis
das demais, ela tem mantido uma trajetória de crescimento constante, com poucas
variações. O expressivo crescimento do Brasil no cenário internacional da carne
suína é reflexo do aperfeiçoamento de toda cadeia produtiva, com a devida
Revisão Bibliográfica 12
adequação frente aos países consumidores e à conquista gradativa de mais
mercados
30
.
FIGURA 2.2- produção de carnes no Brasil FONTE: (SAAB et al., 2009)
30
.
De acordo com o exposto, o consumo da carne suína é visto como tabu
para alguns consumidores por acreditarem no mito que ela é rica em gordura e faz
mal a saúde. No entanto, trata-se de carne rica em nutrientes necessários ao
corpo humano e quando consumida sem exageros, não causa nenhum dano à
saúde humana
23
.
2.3. Frango
O Brasil é o terceiro maior produtor e líder mundial nas exportações de
carne de frango, ocupando 40% do mercado mundial. Apresenta um dos maiores
índices de consumo médio de frango por habitante, que se elevou de 12,7 para
37,8 kg entre 1989 e 2007, atrás apenas dos Estados Unidos (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DOS PRODUTORES E EXPORTADORES DE FRANGOS ABEF,
2007)
31
. Isso se deve ao preço mais baixo em relação ao das carnes bovina e
suína, pela estabilidade promovida pelo plano real e pela diversidade e praticidade
dos produtos oferecidos, associadas ao conceito de um produto saudável pobre
em gorduras, desde que seja consumido sem pele
32
. Essa carne apresenta rico
teor de proteínas de boa qualidade e pode ser consumida em todas as idades e,
Revisão Bibliográfica 13
sem pele, por alguém que tenha riscos cardiovasculares, pois contem uma baixa
taxa de colesterol. Na realidade, a carne de aves constitui uma fonte importante de
proteínas de boa qualidade, ricas em aminoácidos indispensáveis, com valor
biológico comparável ao das outras carnes
21
.
2.4. Processamentos térmicos das carnes
O valor nutritivo de um alimento é o resultado de seu efeito sobre a saúde
de quem o consumiu. Em relação à carne bovina, assim como para os demais
alimentos, é determinado pela combinação de três fatores: sua composição, o
modo de preparo e o estado de saúde do indivíduo consumidor. O valor nutricional
da carne pode ser alterado quando a mesma é processada, no caso de
descongelamento incorreto e durante a cocção. A diminuição do peso, ou
rendimento também estão associados ao aumento da temperatura, tempo e
equipamento utilizado para seu preparo
33
.
Os diferentes métodos de cocção existentes podem ser um fator importante
e interferente na qualidade da proteína da carne. Sabe-se que ao aplicar uma
temperatura elevada na carne, suas proteínas se desnaturam e ocorre a reação
de Maillard, responsável por produzir componentes que o serão absorvidos e
aproveitados pelo organismo humano
6
.
Além da reação de Maillard, os tratamentos térmicos como a cocção de um
alimento protéico promovem a conversão do colágeno em gelatina e a
desnaturação das proteínas. O aquecimento da carne também pode provocar
alterações nas gorduras, que resultam na formação de aromas particulares para
cada tipo de carne. O cozimento da carne afeta a sua textura pelas alterações
estruturais das proteínas microfibrilares, alteração do pH e capacidade de
retenção de água, redistribuição da gordura e alteração do tecido conectivo. Todas
essa alterações, que afetam a qualidade da carne, estão também ligadas à
espécie do animal, sua alimentação, idade e sexo, bem como ao estado sico
(maior ou menor teor de glicogênio) antes do abate
34
.
As diversas formas de calor transmitem aos alimentos características
especiais e perdas de parte ou de toda sua estrutura. As cocções em água ou
Revisão Bibliográfica 14
vapor se distinguem pelas perdas produzidas em alimentos, enquanto que as
cocções pelo calor seco, pelo ar confinado ou ar livre, se destacam pelas
transformações que operam. A cocção por ar confinado, pela menor perda líquida,
exalta as qualidades suculentas do alimento, como por exemplo, em carnes e
mantém quase integralmente seus componentes solúveis; a cocção por calor tanto
em ar confinado quanto ao ar livre gera transformações superficiais nos alimentos,
ocorridas quando há excesso de tempo de exposição calórica
35
.
Os principais objetivos da cocção dos alimentos são
36
:
• Manter ou melhorar o valor nutritivo
• Aumentar a digestibilidade;
Aumentar a palatabilidade, diminuindo, acentuando ou alterando a cor, o
sabor, a textura ou a consistência dos alimentos;
•Inibir o crescimento de organismos patogênicos ou o desenvolvimento de
substâncias prejudiciais à saúde.
O processo de cozimento é fator determinante da capacidade de retenção
de água da carne (suculência). Carne que atinge uma dada temperatura interna
mais rapidamente apresenta-se mais suculenta, sendo que esse fato é melhor
observado até 7C, pois a partir dessa temperatura as alterações protéicas são
tão intensas que o tempo de cozimento torna-se indiferente. Quando a carne é
assada forma-se uma superfície (capa) de proteína coagulada que impede a perda
de suco; quanto mais rápido o processo de aquecimento mais rápido será a
formação dessa capa. Fato semelhante ocorre quando se cozinha a carne
mergulhando-a em água já quente em comparação quando é cozida mergulhando-
a em água que inicialmente estava fria
37
.
Os procedimentos que envolvem aplicação de calor utilizado para cocção
de alimentos são: calor úmido, calor seco, calor direto e calor misto
35
.
Revisão Bibliográfica 15
2.4.1. Calor úmido
Na propagação de calor úmido participam a água e o vapor de água
35
. É
uma cocção lenta, na qual o vapor hidrata o alimento, abrandando as fibras
36
.
Como características principais esperadas em alimentos pela cocção de
calor úmido figuram as perdas de nutrientes e outras substâncias, por dissolução e
a não formação de crostas
35
.
Quando se utiliza o método de cocção por calor úmido, é importante
destacar que podem haver perdas por dissolução de componentes hidrossolúveis,
alterando-se desta forma, o valor nutritivo do alimento
36
.
Quando se trata de carnes, o prestígio nutritivo de caldos se deve
justamente à passagem para meio aquoso de compostos solúveis como proteínas,
minerais, substâncias extrativas e vitaminas
35
.
As diferentes formas de cocção por calor úmido são
36
:
Cocção em líquido: consiste em cozinhar os alimentos em água. Os tipos de
cocção que empregam o calor úmido são fervura em fogo lento e fervura em
ebulição.
Cocção a vapor: consiste em cozinhar por meio do vapor que envolve o alimento.
Este método apresenta a vantagem de realçar a aparência dos alimentos, além de
reduzir as perdas por dissolução, preservando o valor nutritivo.
2.4.2. Calor seco
O calor seco ocorre quando, no método de cozimento, a ação é a
desidratação do alimento. A aplicação desta forma de calor pode ser realizada por
meio indireto ou direto
36
.
A cocção por calor seco visa manter sempre o ar ambiente aquecido, que
produz no alimento modificações de sua superfície. Em presença de produtos com
grande teor de água, o calor seco provoca sua lenta evaporação
35
. De acordo com
PHILIPPI, os métodos de cocção por calor seco são:
Assar no forno: aplicação de ar quente e calor indireto.
Revisão Bibliográfica 16
Grelhar: método que consiste em preparar os alimentos por exposição ao calor
seco e forte, utilizando-se grelha (meio indireto). Para grelhar são utilizadas
chapas aquecidas que transferem calor ao alimento por meio direto
36
.
2.4.3. Calor misto
A cocção é realizada em duas etapas, inicia-se com calor seco, para formar
uma camada protetora em volta do alimento e impedir a saída dos sucos;
posteriormente, submete-se o alimento a calor úmido, adicionando-se pequenas
quantidades de líquido
36
.
2.4.4. Radiação micro-ondas
O forno de radiação micro-ondas (MW) é um equipamento que passou a
fazer parte da maioria dos lares nas duas últimas décadas. Talvez o ponto mais
favorável na sua utilização em relação ao fogão, está relacionado com o menor
tempo requerido para efetuar o cozimento dos alimentos
38
.
A energia da radiação micro-ondas se converte em calor ao ser absorvida
pela matéria. Algumas das principais características do aquecimento por micro-
ondas em relação a outras formas convencionais de aquecimento são: o aumento
da temperatura é muito rápido e a velocidade do aquecimento pode ser estimada
como quatro vezes superior ao processo convencional; e o nível de potência pode
ser ajustado eletronicamente em uma fração de segundos
39
.
A cocção por radiação micro-ondas ocorre por meio de ondas
eletromagnéticas, geradas por unidades emissoras chamadas magnetrons. O
aquecimento se dá à medida que as micro-ondas penetram no alimento, causando
fricção entre as moléculas de água e consequentemente, produzindo calor
36
.
O forno de micro-ondas é um equipamento capaz de agilizar o preparo, o
aquecimento e o descongelamento dos alimentos, permite ainda uma melhor
preservação do valor nutritivo dos mesmos
36
.
Revisão Bibliográfica 17
2.4.5.Congelamento
Processos de conservação através de refrigeração e congelamento podem
alterar fisicamente as carnes, promovendo alterações nos teores dos elementos
traço. O processo de refrigeração utiliza temperaturas entre –1
o
C e 10
o
C. Esse
processo não possui ão esterilizante, apenas retarda as atividades microbianas
existentes e impede o surgimento de novos agentes deteriorantes. Apesar do
método de refrigeração possibilitar a manutenção das qualidades nutritivas da
carne, ele é menos eficaz quando se trata da manutenção dos caracteres
sensoriais
40
.
O congelamento, por empregar temperaturas mais baixas que a
refrigeração, prolonga o tempo de conservação da carne. As temperaturas
utilizadas diminuem ou paralisam a deterioração causada por microrganismos,
enzimas ou agentes químicos. Além disso, o congelamento é um dos melhores
métodos para manter a cor, o aroma e a aparência do alimento
41-43
.
O processo de congelamento que ocorre geralmente nas amostras de carne
é caracterizado pelo congelamento do tipo lento que leva à formação de cristais de
gelo nos espaços intracelulares e no interior das células. Esses cristais podem
gerar o rompimento das células e dos tecidos, o que pode acarretar no
aprisionamento de sólidos no interior dos mesmos. Com o processo de
descongelamento ocorrem perdas através do gotejamento da água formada e
conseqüentemente dos sólidos ali dissolvidos, por não ocorrer reabsorção total do
suco da carne
44,45
.
2.5. Biodisponibilidade
Para que elementos químicos sejam utilizados pelos sistemas biológicos, é
necessário que estejam disponíveis para absorção. Sendo assim apenas a sua
abundância na natureza não é fator que garanta a sua absorção. Essa
disponibilidade é influenciada por vários fatores como: capacidade de
solubilização das espécies dos elementos, pela possibilidade de ionização dos
compostos solúveis, pela formação de complexos e pelas condições de
Revisão Bibliográfica 18
prevalência dos diferentes estados de oxidação dos elementos na região da
estabilidade da água
3,46-49
.
Através da determinação do teor total do nutriente ingerido, não é possível
medir o quanto deste nutriente será absorvido, pois existem diversos fatores
intrínsecos e extrínsecos que influenciam no aproveitamento dos nutrientes.
Dentre os fatores intrínsecos podem ser destacadas: a espécie do nutriente, a
matriz onde o nutriente está incorporado e a ligação molecular desse nutriente.
Com relação aos fatores extrínsecos destacam-se: a quantidade desse nutriente
na dieta associada às interações que ele pode sofrer, os atenuadores de
bioconversão, o estado nutricional do indivíduo e os fatores genéticos
relacionados ao indivíduo
49-51
.
Para estimar a qualidade de uma fonte dietética de um determinado
mineral, é necessário definir com precisão a quantidade de minerais disponíveis
para a absorção e utilização, ou seja, sua biodisponibilidade
52
. A
biodisponibilidade de minerais e oligoelementos tem gerado crescente interesse
no campo da nutrição. Biodisponibilidade deve ser determinada por medidas in
vivo
53
. Idealmente, esse tipo de pesquisa deve ser feito com seres humanos. No
entanto, tais estudos são difíceis, caros e fornecem informações limitadas a cada
experimento
54
. Os ensaios em animais são mais baratos, porém bastante
limitados, principalmente devido às diferenças existentes entre o metabolismo de
animais e de seres humanos. Como alternativa para estudos em animais e in vivo,
a disponibilidade de minerais ou elementos traço também pode ser estimada com
base em métodos in vitro
15
.
As técnicas in vitro permitem estimar disponibilidade de elementos
inorgânicos considerados essenciais. Esse método é capaz de quantificar a
capacidade solúvel ou dialisável do nutriente, mas não a disponibilidade deste
propriamente dito, uma vez que nem todo o material solúvel ou dialisável é
absorvido. As principais vantagens da método são: (1) permite o melhor controle
das variáveis, tornando-se um modelo importante no sentido de prever e sugerir
estudos in vivo; e (2) o baixo custo metodológico. Porém esse procedimento
apresenta como desvantagem o fato de não reproduzir a maioria dos fatores
Revisão Bibliográfica 19
fisiológicos envolvidos na absorção e na utilização do nutriente. Portanto, essa
metodologia é um importante precursor para estudos envolvendo apenas a
quantidade de mineral disponível no trato gastrointestinal para a absorção, ou
seja, a bioacessibilidade
15
.
Estes métodos são amplamente utilizados por sua boa correlação com
estudos in vivo
55,56.
Valores de bioacessibilidade devem ser tomados como índices
relativos de biodisponibilidade, o que significa que o método fornece uma boa
base para o estabelecimento de tendências, comparações e na determinação dos
efeitos causados por diferentes fatores
57
.
A determinação da digestibilidade dos nutrientes empregando digestões
enzimáticas com pepsina e pancreatina, simulando processos que ocorrem no
sistema digestivo do indivíduo tem sido freqüentemente empregada na avaliação
do valor nutricional dos alimentos
58
. Esse modelo de simulação da digestão
gastrointestinal foi proposto por MILLHER et al. e atualmente é o método de
digestão simulado recomendado pela farmacopéia americana
59
. Nesse processo,
as enzimas digestivas liberam minerais, tornando-os bioacessíveis. Cámara e
colaboradores (2005) determinaram as espécies de ferro e avaliaram a
bioacessibilidade de cada espécie desse elemento em merenda escolar. Outros
estudos, também visando especiação e bioacessibilidade de As, Hg, Cu, Mn, Se e
Zn têm sido propostos
60-65
.
Do exposto acima é possível observar que os alimentos são nossa principal
fonte de nutrientes minerais e a sua absorção é dependente da forma como o
alimento é preparado. A qualidade nutricional dos alimentos está relacionada não
à concentração dos minerais, mas também à concentração e ao tipo de
proteínas presentes, à existência de compostos antinutricionais, ao tipo de outros
compostos presentes e também a ligação dos minerais com esses compostos
9
.
Por isso, determinar os processos de absorção e utilização de micronutrientes em
dietas mistas dos seres humanos em condições normais, provavelmente
continuará sendo um importante desafio para nutricionistas, químicos e
bioquímicos por muitos anos. Conhecer a influencia de micronutrientes de
alimentos vegetais e animais é necessário para melhorar e manter a saúde
Revisão Bibliográfica 20
nutricional e bem estar das pessoas, especialmente mulheres, lactentes e crianças
nos países em desenvolvimento
66
.
2.6. Importância do Ca, Cu, Fe, Mg e Zn no organismo
Deficiências nutricionais de minerais essenciais como Ca, Cu, Fe, Mn e Zn
têm enormes custos sociais, incluindo dificuldades na aprendizagem das crianças,
aumento nas taxas de morbidade e mortalidade, menor produtividade do
trabalhador e altos investimentos em saúde. Tudo isto provoca a diminuição do
potencial humano e do desenvolvimento econômico
67
.
2.6.1. Cálcio
O cálcio é responsável por algumas funções metabólicas quando ligado a
enzimas tais como: coagulação sanguínea, regulação da contração muscular,
secreção de hormônios e neurotransmissores, adesão celular e funções de
proteínas e citoesqueleto
9
.
A eficiência na absorção do cálcio é praticamente similar na maioria dos
alimentos, incluindo leite e seus derivados. Deve-se ressaltar que o cálcio pode ter
baixa absorção em alimentos ricos em ácido oxálico, como espinafre, batata-doce
e feijão. O ácido oxálico é o inibidor mais potente da absorção de cálcio. A
absorção do cálcio do espinafre é de apenas 5%, comparada a 27% do leite em
doses similares
68
. Alimentos ricos em ácido fítico, como feijão cru, sementes,
castanhas, cereais e isolados de soja, também podem proporcionar baixa
absorção de cálcio. No entanto, o ácido fítico (forma de armazenamento de fósforo
em sementes) é um inibidor moderado. A absorção de cálcio de vários produtos
perecíveis parece ser equivalente. Fitatos, a cafeína, o ferro e o zinco em altos
níveis também podem interferir de forma negativa na absorção
69
. A ingestão de
sódio em altas concentrações apresenta bastante influência na perda óssea,
liberando quantidades consideráveis de cálcio na urina. Em relação à solubilidade
dos sais de Ca, a faixa de absorção de sais de acetato, lactato, gluconato, citrato e
carbonato estão entre 25 e 40% e esses têm sido utilizados em suplementos.
Revisão Bibliográfica 21
A presença da vitamina D é essencial na absorção de cálcio. Leite e seus
derivados são as melhores fontes naturais de Ca, sendo que 75 a 89% da
ingestão e absorção de todo o cálcio vêm destas fontes
70
.
Outras fontes de Ca são vegetais, frutas, grãos, peixes, aves e carnes. A
ingestão recomendada (DRIs) tem sido estabelecida em diferentes idades do
indivíduo, variando entre 800 a 1300 mg/dia
9
.
A deficiência de cálcio pode causar osteoporose, hipertensão e raquitismo.
E o excesso na ingestão pode provocar insuficiência renal, síndrome da
hipercalcemia e formação de pedras nos rins
9,71
.
2.6.2. Cobre
O cobre tem funções orgânicas específicas por ser constituinte de enzimas
com atividade de oxidação e redução. Possui papel primordial em células
fisiológicas, atuando como co-fator catalítico na química redox de enzimas para
proteínas que realizam funções biológicas fundamentais necessárias para o
crescimento e desenvolvimento
11
. O cobre também é necessário para respiração
mitrocondrial e absorção de Fe
12
.
Outro aspecto relevante é o estudo da deficiência e do excesso de cobre
considerando dois erros congênitos raros do metabolismo; a síndrome de Menkes,
na qual um defeito na absorção intestinal de Cu, com adaptação defeituosa
pelos tecidos, provocando deficiência funcional grave; e a doença de Wilson, na
qual um defeito na excreção de Cu pela bile, levando a maior acúmulo nos
tecidos
9
.
Deficiências de cobre são menos freqüentes que deficiências de outros
elementos e tem sido identificado em bebês prematuros e crianças com
desnutrição ou quando ocorre baixa ingestão desse mineral na dieta
72
.
Fatores da dieta podem alterar significativamente a biodisponibilidade de
cobre. O zinco em excesso prejudica a absorção de cobre, existindo dois
mecanismos propostos para explicar esse fato. O primeiro sugere que ambos os
íons competem pela mesma proteína ligante na mucosa intestinal. O outro está
relacionado com a indução da síntese de metalotioneína pelo zinco nas células da
mucosa intestinal, causando aumento na retenção intracelular de Cu e
Revisão Bibliográfica 22
conseqüente redução de transporte pelo plasma. Suplementos de cálcio também
podem prejudicar a absorção de cobre, pois aumentam o pH do conteúdo
intestinal, tornado os sais de Cu menos solúveis. Alta ingestão de ferro pode afetar
o estado nutricional relativo a cobre
9
.
A biodisponibilidade de cobre pode ser discutida sob vários aspectos. No
processamento dos alimentos devem ser considerados tratamentos químicos que
envolvam oxidação ou redução, os quais podem diminuir e afetar a
biodisponibilidade do mineral. A trituração de grãos integrais, que remova o farelo
e o gérmen, pode reduzir o conteúdo de cobre em mais de 45%. Durante o
tratamento térmico, prejuízos na biodisponibilidade de cobre o caracterizados,
em razão da formação de compostos de produtos da reação de MaiIllard
9
.
Cerca de 30% de cobre, na forma de sulfato de cobre (CuSO
4
) é absorvido
do trato gastrointestinal em humanos. O aumento do pH reduz a absorção desse
metal. Isto é provavelmente devido à diminuição Cu
2+
e um predomínio de
hidróxido de cobre (II) [Cu(OH)
2
], que tende a precipitar
73,74
. Uma fração do cobre
em grãos de cereais pode formar quelato com lectinas e glicoproteínas, que se
dissociam em valores baixos de pH e formam complexos insolúveis. Complexo de
cobre, como o cobre metionina, é mais facilmente absorvido do que o cobre na
forma de sais inorgânicos. Cisteína e ácido ascórbico, em contrapartida, podem
reduzir a biodisponibilidade de cobre, provavelmente através da redução do Cu (II)
para Cu (I)
73-76
.
2.6.3. Ferro
O ferro tem funções metabólica e enzimática. Como exemplo, participa da
síntese da hemoglobina ou da mioglobina e as enzimas contendo Fe participam de
reações redox e de transferência de elétrons
10
. De acordo com WHO/UNICEF, a
deficiência de ferro é a mais simples e persistente deficiência nutricional do
mundo
77
.
Estima-se que quase 40% da população mundial apresente carência de
ferro ou níveis baixos de hemoglobina, estabelecendo uma situação de risco que
inclui indivíduos tanto dos estratos sociais mais privilegiados como dos mais
Revisão Bibliográfica 23
carentes, especialmente o grupo materno-infantil: lactentes, pré-escolares,
escolares, gestantes e nutrizes. Como pode existir deficiência de ferro sem a
presença de anemia, a ocorrência de carência de ferro na população apresenta
uma magnitude ainda maior do que a prevalência da anemia ferropriva
78,79
. A
carência desse nutriente prejudica a nutrição e a saúde, o desenvolvimento sico
e o aprendizado
80
.
BIANCHI e colaboradores ressaltam que, embora a anemia seja um dos
maiores problemas mundiais de saúde pública, paradoxalmente a média de ferro
total presente na dieta de diversas regiões encontra-se acima das recomendações
diárias necessárias para suprir o uso metabólico normal desse mineral. A anemia
é decorrente da baixa biodisponibilidade do ferro nos alimentos, principalmente os
de origem vegetal
81
.
O ácido ascórbico, quando ingerido juntamente com o ferro não-heme,
potencializa sua absorção, mantendo-o na forma de quelato solúvel no intestino
delgado
82
. O ácido ascórbico e a carne ou tecido animal são os dois maiores
promotores dietéticos, conhecidos, da biodisponibilidade de ferro. Como agente
redutor, o ácido ascórbico mantém o ferro dos alimentos no estado ferroso, mais
solúvel. Também forma quelato ferro-ascorbato, que se mantém solúvel mesmo
com o aumento do pH no intestino delgado proximal
83
. O ferro contido em frutas e
vegetais, que são ricos em ácido ascórbico, normalmente é 15% disponível
81,84
.
Alguns fatores intraluminais afetam negativamente a quantidade de ferro
disponível para absorção. Entre esses podem ser citados os fatores
antinutricionais, tais como o ácido oxálico, o ácido fítico e polifenóis (taninos, por
exemplo), que formam precipitados, quelatos insolúveis ou macromoléculas que
diminuem a absorção do ferro
81,84,85
.
As carnes podem aumentar de duas a quatro vezes a absorção do ferro
não-heme. Esse fato ocorre pela presença de altas quantidades de aminoácidos
sulfurados em conjunto com a ausência de fatores que inibem a absorção do ferro.
Entretanto, as proteínas contidas no queijo e no leite reduzem significativamente a
absorção de ferro devido às altas concentrações do cálcio
86
.
Revisão Bibliográfica 24
Ferro na forma de Fe
2+
geralmente é absorvido pelo trato gastrointestinal
mais facilmente do que Fe
3+
, provavelmente devido à sua maior solubilidade. Além
disso, quelantes alimentares podem aumentar ou reduzir a formação de
complexos insolúveis com íons Fe
2+
e, portanto, afetar a absorção Fe
2+
. Por
exemplo, EDTA pode aumentar significativamente a biodisponibilidade do Fe
2+
no
pão, em contrapartida, os fitatos podem formar complexos insolúveis no lúmen
intestinal em valores de pH em que não são absorvidos. Na presença de fitase,
Fe
2+
inorgânico é liberado e esta disponível para a absorção como cátion
bivalente
87-90
.
2.6.4. Magnésio
O magnésio é necessário para o metabolismo energético e está envolvido
na síntese protéica. Participa de mais de cem sistemas enzimáticos, sendo que
uma de suas principais funções é mediar o processo de catálise para as reações
com fosfato e produção de energia, o ATP4-6. Os processos fisiológicos da
contração muscular e da coagulação sangüínea são dependentes da presença de
cálcio e de magnésio, devendo ser enfatizada a necessidade de se avaliar
possíveis interações entre os dois minerais
91,92
.
O magnésio está amplamente distribuído nas fontes alimentares vegetais e
animais, porém em diferentes concentrações. Os vegetais folhosos são as
melhores fontes, seguidos por legumes, produtos marinhos, nozes, cereais e
derivados do leite. Fitatos, fibras, álcool ou excesso de fosfato e cálcio diminuem a
absorção de magnésio, ao passo que a lactose e outros carboidratos podem
aumentar
9
.
A recomendação diária de Mg é de aproximadamente 350 mg dia
-1
e a
deficiência pode ocasionar aumento da irritabilidade muscular e arritmias
cardíacas
9
.
2.6.5. Zinco
O zinco é um componente essencial para a atividade de mais de 300
enzimas, além de atuar como estabilizador de estruturas moleculares. Participa da
síntese e da degradação de carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucléicos.
Revisão Bibliográfica 25
Pode estar presente na dieta associado às moléculas orgânicas, por exemplo,
proteínas, fitatos e carboidratos, ou na forma de sais inorgânicos, como em
suplementos ou em alimentos fortificados. As principais fontes de zinco o leite,
ostras, camarão, carne bovina, de frango e de peixe, fígado e gérmen de trigo,
entre outros
9
.
O zinco é um espécie atômica pequena e se comporta quimicamente como
um ácido de Lewis capaz de doar elétrons, o que determina a sua passagem pelas
membranas biológicas tanto por mecanismos de difusão passiva quanto por
transporte ativo. O metal é transferido do lúmen intestinal para o interior do
enterócito um tipo de célula epitelial da camada superficial do intestino delgado
e intestino grosso). Estas células podem quebrar moléculas e transportá-las para
dentro dos tecidos, ultrapassando a borda em escova, e daí para a circulação
sangüínea, em um processo que envolve os transportes paracelular e mediado por
carreadores
93
.
Uma boa fonte de zinco não deve conter constituintes químicos que inibem
sua absorção. Além disto, a presença de alguns aminoácidos, como cisteína e
histidina melhoram a sua solubilidade
9
.
O conteúdo de fitato presente nos alimentos reduz a biodisponibilidade de
Zn. A razão molar fitato:Zn de 20 pode produzir efeito negativo, pois o fitato é
carregado negativamente; logo, tem um forte potencial para se ligar a cátions
bivalentes, tais como o zinco, impedindo sua absorção
47,94
.
Outros componentes de alimentos tais como fibras, taninos e cafeína
parecem não afetar a utilização de zinco pelo organismo
9
. Por outro lado, DYCK e
colaboradores, em estudo in vitro no qual foi avaliada a disponibilidade de Fe, Ca
e Zn de uma refeição contendo 4 componentes alimentares diferentes (café,
vitamina C, farinha de trigo e pectina), observaram que, com exceção da vitamina
C, todos os demais componentes tiveram efeitos negativos na disponibilidade
desses minerais, sendo que o maior efeito foi da farinha de trigo, sendo Zn o
analito que sofreu maior interferência
95
. O ferro, se fornecido junto com o zinco
através de suplemento pode ter efeito negativo na absorção de Zn
96
.
Revisão Bibliográfica 26
A deficiência de zinco pode provocar anorexia, baixo crescimento e defeito
no crescimento fetal, cicatrização lenta, intolerância à glicose pela diminuição de
produção de insulina, impotência sexual e atrofia testicular, atraso na maturação
sexual e esquelética, restrição da utilização da vitamina A, desordens de
comportamento, aprendizado e memória, diarréia e dermatites
97
.
2.7. Proteínas
As proteínas são macromoléculas presentes em todas as células dos
organismos vivos
98
. Além de constituírem o componente celular mais abundante,
são as moléculas mais diversificadas quanto à forma e função
99
.
Elas podem ser de origens exógenas, provenientes das proteínas ingeridas
pela dieta, ou endógenas, derivadas da degradação das proteínas celulares do
próprio organismo
98
. Segundo SGARBIERI, as proteínas são nutrientes essenciais
ao organismo humano, devendo estar presentes na alimentação em quantidades
adequadas
6
. Além de levar em consideração o aspecto quantitativo, deve ser
considerado o aspecto qualitativo das proteínas, isto é, o seu valor nutritivo, o
qual, por sua vez irá depender dos seguintes aspectos: composição,
digestibilidade, biodisponibilidade dos aminoácidos essenciais e ausência de
toxicidade e ou de propriedades antinutricionais.
As proteínas desempenham muitas funções nos alimentos e poderiam ser
melhoradas se houvesse maior conhecimento acerca dos mecanismos que
condicionam e regem seu comportamento. É fundamental que haja o
entendimento profundo de todos os componentes dos alimentos e das relações
entre eles para a otimização dos processos tecnológicos
100
.
2.7.1. Composição das proteínas
Todas as proteínas, sejam das linhagens mais antigas de bactérias, sejam
das formas mais complexas da vida, são compostas por 20 aminoácidos, ligados
covalentemente em seqüência lineares características: glicina, alanina, valina,
leucina, isoleucina, prolina, fenilalanina, tirosina, triptofano, serina, treonina,
cisteína, metionina, asparagina, glutamina, aspartato, glutamato, lisina, arginina e
histidina
101
.
Revisão Bibliográfica 27
Alguns aminoácidos são considerados essenciais, pois devem estar
presentes na dieta em quantidades e proporções definidas, uma vez que o
organismo humano não possui a capacidade de sintentizá-los a partir de outras
substâncias. Tais aminoácidos são os seguintes: histidina, isoleucina, leucina,
lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina
6
.
2.7.2. Funções das Proteínas
As proteínas estão entre as macromoléculas biológicas mais abundantes e
também são extremamente versáteis em suas funções
101
. Exercem papel de
grande importância no ciclo vital do homem e suas funções estão ligadas a um
grande número (quase que a totalidade) de reações homeostáticas
102
.
As funções que as proteínas desempenham são estruturais e dinâmicas.
Formam componentes do esqueleto celular e de estruturas de sustentação, além
de participar de quase todos os processos biológicos
99
. Entre outras, podem ser
citadas as seguintes funções: plástica; formação de enzimas; formação de
anticorpos; formação de hormônios; equilíbrio ácido-básico; distribuição de
líquidos no organismo; transporte de substâncias; transporte de oxigênio;
coagulação do sangue; atividade muscular além de apesar de em menor valor,
como substrato energético
102
.
Segundo LEHNINGER as proteínas podem ser classificadas de acordo com
suas funções biológicas, como as descritas a seguir:
Enzimas: o grupo de proteínas mais variado e altamente especializado e cujos
componentes possuem atividade catalítica. Cada enzima é capaz de catalisar um
tipo de reação química diferente
101
.
Proteínas transportadoras: estão no plasma sanguíneo, ligam-se a íons ou a
moléculas específicas, os quais são transportados de um órgão para outro. Outros
tipos de proteínas de transporte estão presentes nas membranas plasmáticas e
nas membranas intracelulares de todos os organismos; estão aptas a ligarem-se,
por exemplo, à glicose, aos aminoácidos ou a outras substâncias e a seguir
transportá-las através dessas membranas.
Revisão Bibliográfica 28
Proteínas contráteis ou de motilidade: algumas proteínas habilitam células e
organismos com a capacidade de contraírem-se, de mudarem de forma, ou de se
deslocarem no meio ambiente.
Proteínas de defesa: muitas proteínas defendem o organismo contra a invasão de
outras espécies. As imunoglobulinas ou anticorpos, proteínas especializadas
sintetizadas pelos linfócitos dos vertebrados, podem reconhecer e precipitar ou
neutralizar os invasores.
Proteínas reguladoras: algumas proteínas ajudam a regular a atividade celular ou
fisiológica. Entre elas estão muitos hormônios; alguns deles incluem a insulina que
regula o metabolismo dos açúcares e o hormônio de crescimento da hipófise.
2.7.3. Digestibilidade da Proteína
A digestibilidade da proteína deve ser entendida como a porção da proteína
que pode ser hidrolisada pelas enzimas digestivas até aminoácidos e que,
portanto, estariam disponíveis biologicamente, desde que não houvesse nenhuma
interferência na absorção dos aminoácidos pelo organismo humano
103
. A
digestibilidade in vitro de uma proteína é estimada utilizando enzimas proteolíticas
que agem normalmente na digestão, procurando imitar, inclusive, as condições de
acidez características do estomago e do intestino, onde a digestão das proteínas
se processa
6
.
As proteínas não sofrem modificações químicas na cavidade oral, porém a
mastigação pode quebrá-las em partículas menores. A chegada da proteína no
estomago estimula a mucosa gástrica a secretar o hormônio gastrina, o qual, por
sua vez, estimula a secreção de ácido clorídrico pelas células parietais e de
pepsinogênio pelas células principais das glândulas stricas. O suco gástrico
ácido (pH 1,0 2,5) é um agente desnaturante de proteínas globulares e torna as
ligações internas dos peptídeos mais acessíveis à hidrólise enzimática. O
pepsinogênio, precursor inativo (zimogênio), é convertido à pepsina ativa pela
alteração do pH. Essa fase da digestão no estomago representa apenas de 10 a
20% de digestão total da proteína
101,104
.
Revisão Bibliográfica 29
Segundo DUNKER et al., a próxima fase da digestão ocorre no duodeno e
no jejuno. O conteúdo ácido do estomago passa para o intestino delgado, o pH
baixo provoca a secreção do hormônio secretina no sangue, que vai estimular o
pâncreas a secretar bicarbonato para neutralizar o ácido, aumentando o pH para
cerca de 7,0
104
.
A digestão das proteínas continua a ocorrer no intestino delgado. A entrada
de aminoácidos na parte superior do intestino (duodeno) libera o hormônio
colocistoquinina, que estimula a secreção de várias enzimas pancreáticas que
exibem atividade ótima em valores de pH entre 7,0 e 8,0. Três dessas enzimas,
tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidades, são sintetizadas pelas células
exócrinas do pâncreas na forma de seus zimogênios enzimaticamente inativos,
tripsinogênio, quimiotripsinogênio e procarboxipeptidase
101
.
De acordo com LEHNINGER, pela ação seqüencial das enzimas
proteolíticas e peptidases as proteínas ingeridas são hidrolizadas até uma mistura
de aminoácidos livres, que pode então ser transportada através das células
epiteliais que, por sua vez, recobrem internamente o intestino delgado. Os
aminoácidos livres entram nos capilares sanguíneos das vilosidades e são
transportados até o fígado, onde serão posteriormente metabolizados
101
.
2.8. Reação de Maillard
A reação entre carbonilas e aminas, conhecida como reação de Maillard,
desempenha papel importante na estabilidade dos alimentos no desenvolvimento
de cor, sabor, nutrição e saúde
105
.
A “reação de Maillard” foi primeiramente descoberta pelo químico francês
Louis-Camille Maillard em 1912, através da reação amino-carbonil durante a
tentativa de síntese de peptídeos em condições fisiológicas
106
. Nesse trabalho
Maillard descreve o desenvolvimento de pigmentos marrons resultantes da reação
entre a glicose e o aminoácido glicina
6
. No entanto, somente em 1953 foi proposto
por Hodge um esquema coerente para esta reação, no qual um açúcar, como a
glucose, se condensa com um composto que contém um grupo amino livre (de um
Revisão Bibliográfica 30
aminoácido ou proteína), resultando em um produto condensado N-substituído de
glicosilamina, que se rearranja para formar o produto de Amadori
107
.
O esquema de Hodge permanece útil até hoje, mas com algumas
ressalvas. O esquema é um simples resumo das reações que ocorrem e, além
disso, nos anos posteriores um grande número de pesquisas sobre a reação de
Maillard foi realizada, sendo estabelecidas outras vias importantes que não
originalmente visualizadas
105
.
Hoje em dia, as reações que ocorrem entre proteínas e açúcares redutores
são conhecidas como do tipo Maillard, altamente dependente da temperatura, do
pH e da atividade da água no sistema. Como exemplo pode ser citada a
velocidade da reação, que cresce linearmente com o aumento temperatura e do
pH, sendo o resultado final o escurecimento do produto, bem como o acumulo de
certos compostos de degradação, que podem ser tóxicos, ocasionando perda de
digestibilidade e de valor protéico. Por causa da produção de pigmentos escuros,
a reação é também conhecida como reação de escurecimento não enzimático
6
.
Uma vez desencadeada a reação, fica muito difícil interrompê-la. No
alimento, é dependente da presença do açúcar redutor que dará o grupamento
carbonila C=O, advindo de um aldeído ou cetona
105
.
As modificações induzidas pela “reação de Maillard” m como principal
conseqüência à diminuição do valor nutritivo das proteínas. Os produtos desta
reação geralmente estão presentes em alimentos que contêm altos teores de
açúcares redutores, armazenados com altos valores de umidade e que sofreram
aquecimento acima de 60 ºC, afetando as características da parede celular
108
.
2.8.1. Etapas da “reação de Maillard"
Segundo os autores OUTTERER E SARMENTO, a reação ocorre
preferencialmente em meio alcalino em 3 etapas distintas, são elas
105
:
Etapa 1: é necessário a abertura do anel do açúcar ou o açúcar na forma redutora.
Inicialmente o açúcar redutor, glicose, condensa-se com o aminoácido. A ação do
calor e a presença de água aceleram a reação. Essa condensação se faz no
carbono reativo. A relação açúcar aminoácido é 1:1 no início.
Revisão Bibliográfica 31
O composto formado se desidrata, levando à formação da base de Schiff,
insaturada e instável. A proporção de liberação de água é de 1:1 em relação ao
açúcar combinado. O rearranjo para a forma cíclica é imediato, mais estável
devido à formação da ligação hemiacetálica entre os carbonos 1 e 5. É a
glicosilamina N substituída ou aldosilamina. Por ser o último componente da
reação em equilíbrio com a solução aquosa, encerra a etapa 1.
Etapa 2: consta do rearranjo de Amadori, reação chave para o escurecimento.
Ocorre a entrada e a saída de um H
+
, inicialmente formando o catiônico da base
de Schiff (capaz de doar prótons) e isomerização, dando um amino, 1 desoxi, 2
cetose, N substituídos. É a forma ceto (cetoseamina) mais estável e que encerra a
etapa 2.
Etapa 3: de "Maillard", composta por dois caminhos:
a) A partir do produto da etapa 2, que é sensível ao calor em estado seco, mesmo
em valor de pH ácido. Caso aquecida se desidrata, sofrendo fissão, gerando
substâncias marrons. Em estado líquido, se o valor do pH for alcalino, ocorre o
escurecimento imediato.
b) A etapa 3 da reação de "Maillard", partindo da cetoseamina pode ser entendida
como uma série de reações que ainda não estão totalmente elucidadas e
generalizadas. Experimentalmente, partindo de 1 glicina, 1 deoxi, 2 cetose, D-
frutose, chega-se ao hidroximetil furfural, que reage com os compostos iniciais
ocorrendo à polimerização e a formação das melanoidinas.
Resumidamente, o escurecimento não enzimático pode ser representado
pelas figuras 2.3 e 2.4
34
.
Revisão Bibliográfica 32
FIGURA 2.3- Etapas da Reação de Maillard FONTE: (OETTERER;
SARMENTO, 2006)
105
.
Revisão Bibliográfica 33
Açúcar
Redutor
Amino-
ácido
Produto de
condensação
e eliminação
( Amadori)
Intermediários
incolores com
e sem N na
molécula
Degradação de
Strecker libera CO
2
e novos compostos
carbonila
Melanoidinas
com nitrogênio
na molécula
Composto
pirazínicos
+
Açúcar
Redutor
Amino-
ácido
Produto de
condensação
e eliminação
( Amadori)
Intermediários
incolores com
e sem N na
molécula
Degradação de
Strecker libera CO
2
e novos compostos
carbonila
Melanoidinas
com nitrogênio
na molécula
Composto
pirazínicos
+
FIGURA 2.4 - Esquema da reação de Maillard
2.9.Técnicas Espectroscópicas
2.9.1. Espectroscopia por infravermelho com transformada de Fourier
(FTIR)
A radiação de infravermelho é à parte do espectro eletromagnético entre a
região visível e as micro-ondas. A região de maior interesse para a espectroscopia
é de 4000 a 400 cm
-1
109
.
A absorção na região do infravermelho é causada por movimentos
rotacionais e vibracionais dos grupos moleculares e ligações químicas de uma
molécula. Essencialmente, existem duas vibrações fundamentais: estiramento,
onde os átomos permanecem no mesmo eixo da ligação, porém à distância entre
os átomos aumenta e diminui, e deformação, onde as posições dos átomos
mudam em relação ao eixo de ligação original. Quando luz infravermelha de
mesma freqüência de vibração de estiramento ou de deformação incide na
amostra a energia é absorvida e a amplitude de vibração é aumentada. Devido à
energia de absorção na freqüência de ressonância, o detector do espectrômetro
de infravermelho registra um pico de absorção naquele comprimento de onda
109
.
Vibrações típicas de um grupo de átomos são ilustradas na Figura 2.5.
Revisão Bibliográfica 34
FIGURA 2.5 - Vibrações típicas de átomos. Os sinais + e significam
vibrações perpendiculares ao plano do papel FONTE: (STUART, 2006)
110
.
A FTIR é uma ferramenta que permite informar sobre a natureza,
reatividade e arranjo estrutural de grupos funcionais contendo oxigênio, a
presença de proteínas e carboidratos, e a eficiência do processo de purificação da
amostra quanto a contaminantes como argila, metais e sais
111
. Os espectros de
infravermelho podem revelar as interações entre grupos orgânicos, como os
carboxílicos e íons metálicos, visto que a coordenação dos grupos funcionais
orgânicos com metais provoca deslocamento na freqüência de absorção das
ligações do íon carboxilato, o que permite a identificação da natureza (iônica ou
covalente) da ligação organometálica
112,113
.
Em complementação aos dados obtidos por ressonância magnética nuclear
(NMR), as análises de FTIR têm sido tradicionalmente usadas para identificar
grupos funcionais como: grupos carboxila, amina, hidroxila, carbonila e
outros
111,114
.
Revisão Bibliográfica 35
Vibrações de deformação geralmente requerem menos energia e são
encontradas em freqüências menores do que as vibrações de estiramento.
Estiramento devido à tripla ligação (2300 2000 cm
-1
) é mais forte do que duplas
ligações (1900 1500 cm
-1
) e essas são mais fortes do que ligações simples,
como C-C, C-O e C-N (1300 800 cm
-1
). Vibrações de estiramento envolvendo
prótons (ex. C-H, O-H e N-H) ocorrem em freqüências entre 3700 e 2650 cm
-1
. O
estiramento da ligação O-H ocorre em freqüência mais alta (3700 3200 cm
-1
) do
que para estiramento C-H (3050 – 2850 cm
-1
)
111
.
2.9.2. Espectrometria de Absorção Atômica em Forno de Grafite
(GFAAS)
O acoplamento de um forno de grafite ao espectrômetro de absorção
atômica deu origem à chamada espectrometria de absorção atômica em forno de
grafite. A amostra é introduzida no tubo de grafite através de um orifício localizado
na parte superior do tubo, por meio de micropipeta ou amostrador automático.
Após a injeção da amostra no tubo de grafite, este é submetido a um programa de
aquecimento que inclui usualmente cinco etapas básicas: 1) secagem, 2) queima
ou pirólise, 3) atomização, 4) limpeza do forno e 5) resfriamento. Na etapa de
secagem, o solvente é evaporado lentamente da amostra de maneira controlada,
para evitar respingos e perda do analito. A etapa de pirólise tem como objetivo
remover a matriz tanto quanto possível antes da atomização, diminuindo a
possibilidade de interferências e reduzindo a magnitude do sinal de fundo. Essa
etapa é particularmente crítica na determinação de elementos voláteis como Hg,
As, Se, Cd e Pb, que podem ser parcial ou totalmente volatilizados junto com a
matriz. O tempo e a temperatura de pirólise devem ser controlados de tal forma
que se elimine o máximo dos componentes da matriz sem perdas do analito, ou
seja, são determinados pelas estabilidades térmicas relativas do analito e da
matriz. O tempo de pirólise deve ser suficientemente longo para permitir que o
sinal de fundo retome a linha base antes da atomização. Na etapa de atomização
são formados átomos livres no estado fundamental. A temperatura de atomização
deve ser alta suficiente para garantir a completa e rápida volatilização do analito.
Revisão Bibliográfica 36
Uma velocidade de aquecimento rápida e uma baixa temperatura de atomização
são desejáveis, a fim de prolongar o tempo de vida útil do tubo. A limpeza é feita
elevando a temperatura do atomizador até um valor máximo por um curto período
de tempo, para eliminar qualquer resíduo que tenha permanecido no tubo. O
resfriamento é feito para garantir que a plataforma esteja à temperatura ambiente
antes da introdução de uma nova amostra. Em cada etapa, é utilizada uma rampa
de aquecimento e um tempo de permanência. A rampa é a elevação gradual e
controlada de temperatura entre duas etapas em um programa de aquecimento do
forno e a permanência é o tempo em que o forno mantém determinada
temperatura constante.
Uma atmosfera inerte durante todo o programa de temperatura é obtida por
dois fluxos independentes de um gás inerte, geralmente argônio. O fluxo externo
passa ao redor do tubo de grafite, protegendo-o da degradação a altas
temperaturas por contato com oxigênio da atmosfera, enquanto que o fluxo interno
elimina o ar e carrega vapores da matriz da amostra durante todo o programa,
exceto na etapa de atomização. Durante a atomização, o fluxo interno de gás é
interrompido e o tubo de grafite é aquecido rapidamente até uma temperatura
suficientemente elevada para que o analito seja atomizado. Os átomos
vaporizados absorvem a radiação que passa através do tubo na direção horizontal
e a intensidade da radiação transmitida é medida
115-117
.
2.9.3. Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Acoplado
Indutivamente (ICP OES)
A espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente
(ICP OES) é uma técnica que possibilita a determinação rápida de vários
elementos em diferentes faixas de concentrações. Como vantagens apresenta
característica multielementar e simultânea, sensibilidade, precisão, rapidez, bem
como ampla faixa dinâmica linear de trabalho
118
.
Na técnica de ICP OES são gerados espectros eletromagnéticos nas
regiões do ultravioleta e visível, a partir de transições eletrônicas em átomos e
íons excitados. O plasma fornece energia suficientemente alta para promover
Revisão Bibliográfica 37
excitação da maioria dos elementos, sendo medida a intensidade da radiação
emitida em comprimentos de onda específicos, correspondendo à concentração
do analito de interesse
118
.
O plasma é um gás parcialmente ionizado, produzido a partir de uma
descarga em uma corrente de gás inerte (argônio), mediante aquecimento por
indução em uma tocha de quartzo localizada dentro de uma bobina de indução
ligada a um gerador de radiofreqüência, que opera a freqüência e potência
apropriadas
119
.
Na bobina de indução, um campo eletromagnético alternado de alta radio-
frequência proporciona colisões entre elétrons e átomos gerando alta energia, que
é transferida para o gás formando o plasma. Essa conversão de energia cinética e
energia térmica possibilita a formação de um plasma estável a temperaturas de
6000 e 10000 K
119
.
A introdução da amostra é realizada por um processo de nebulização,
sendo que somente cerca de 2% a 3% do aerossol formado atinge o plasma. Na
tocha ocorrem processos de dessolvatação, vaporização, atomização, excitação e
ionização (Figura 2.6). Os processos de atomização e excitação dos átomos
geram espectros atômicos, ao passo que a ionização e excitação das espécies
iônicas geram espectros iônicos
120,121
.
Revisão Bibliográfica 38
FIGURA 2.6- Esquema dos processos que ocorrem no plasma. Adaptado
de (GINÉ- ROSIAS, 1996)
118
.
Capítulo 3
Capítulo 3Capítulo 3
Capítulo 3
Objetivos
ObjetivosObjetivos
Objetivos
Objetivos 40
3. OBJETIVOS
Avaliar a biodisponibilidade de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn em amostras de carnes
bovina, suína e de frango in natura e processadas termicamente utilizando método
in vitro, bem como avaliar a digestibilidade da proteína dessas amostras,
submetidas a diferentes métodos de cocção.
Capítulo 4
Capítulo 4Capítulo 4
Capítulo 4
Procedimento Experimental
Procedimento ExperimentalProcedimento Experimental
Procedimento Experimental
Procedimento Experimental 42
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1. Instrumentação
Os seguintes equipamentos foram empregados durante o desenvolvimento
desta tese:
Espectrômetro de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente (ICP
OES) com visão radial (Varian, Austrália), empregado para a determinação de
cálcio, cobre, ferro, magnésio e zinco. Os parâmetros instrumentais estão
descritos na Tabela 4.1.
Espectrômetro de absorção atômica com atomização eletrotérmica em
forno de grafite GTA 100 (Varian, modelo SpectrAA 800, Austrália) equipado
com corretor de fundo Zeeman transversal, amostrador automático, tubo de grafite
recoberto piroliticamente com aquecimento longitudinal (HGA Varian) foi
empregado nas determinações de cobre nas amostras de frango in natura e
processada termicamente após a diálise. Todas as medidas foram feitas em
absorbância integrada (integração do sinal transiente de absorbância em função
do tempo). Para as determinações foi empregada lâmpada de catodo oco de
cobre, corrente elétrica aplicada 4,0 (mA), resolução espectral de 0,5 nm e
comprimento de onda de 327,4 nm.
Espectrômetro FTIR Perkin- Elmer (Spectrum 1000, Estados Unidos), nas
determinações estruturais.
Forno de micro-ondas com cavidade (Multiwave®, Anton Paar GmbH, Áustria).
Liofilizador (microModulyo, New York, EUA)
Moinho criogênico (Marconi MA 775).
Procedimento Experimental 43
Sistema de destilação semi-automático (Marconi MA 0-36)
Centrifuga (Fanem 206-R)
Sistema para destilação de ácido em sub-ebulição (Marconi, Piracicaba, Brasil).
TABELA 4.1 - Parâmetros empregados na análise por ICP OES
Parâmetros Instrumentais ICP OES (visão radial)
Potência da rádio freqüência (kW) 1,3
Vazão do nebulizador (L min
–1
)
0,6
Vazão do gás do plasma (L min
–1
) 15
Vazão do gás auxiliar (L min
–1
) 1,50
Nebulizador V-Groove
Câmara de nebulização Sturman Master
Altura de observação mm 15
Comprimento de onda (nm) Ca (II) (λ 396,847)
Cu (I) (λ = 327,395)
Cr(II) (λ = 267,716)
Fe (II) (λ =238,204)
Mg (II) (λ = 280,270)
Zn (II) (λ = 213,857)
4.2. Reagentes
Todos os materiais (vidrarias, ponteiras, frascos etc) utilizados para a
realização do trabalho foram descontaminados em banho de HNO
3
10% (v v
-1
) por
24 h. Água ultrapura (resistividade de 18,2 Mcm), obtida de um sistema de
purificação de água Milli-Q plus (Millipore, Estado Unidos) foi empregada para
todas as diluições, preparo de amostras e limpeza de vidraria. Os padrões foram
preparados a partir de soluções estoque individuais contendo 1000 mg L
-1
(Tritisol
®
, Merck) de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn. Ácido nítrico HNO
3
(Merk, Alemanha) e
peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) (Merck) foram utilizados como agentes oxidantes na
Procedimento Experimental 44
digestão das amostras. Na etapa de diálise foram usadas as enzimas pancreatina,
pepsina e sais de bile (Sigma, St Louis, MO, EUA) e membranas de diálise (Cial,
São Paulo, Brasil) de 10 a 12 kDa. Para a digestibilidade das proteínas foram
usados ácido sulfúrico (H
2
SO
4
) e hidróxido de sódio (NaOH) (Merck) e os
catalisadores sulfato de cobre (Cu
2
SO
4
), sulfato de potássio (K
2
SO
4
) e ácido
tricloroacético (TCA) (Synth, São Paulo, Brasil).
As membranas de diálise (Cial) foram condicionadas de acordo com a
recomendação do fabricante: limpeza com água por 3 h para remoção do glicerol
e remoção de compostos de enxofre com solução do sulfeto de sódio 0,3 % (m v
-
1
), a 80
o
C, por 1 min. Em seguida, as membranas foram enxaguadas com água a
60
o
C, por 2 min, seguido pela acidificação com solução de H
2
SO
4
0,2 % (m v
-1
) e,
novamente enxaguadas com água a 80
o
C para remoção do ácido. As
especificações da membrana eram para retenção de moléculas com pesos
moleculares iguais ou superiores 12 kDa.
4.3. Amostras
Foram utilizados três tipos de carnes - bovina, suína e de frango, adquiridas
no comércio da cidade de São Carlos, SP. Os cortes de cada amostra de carne
foram escolhidos de acordo com os tipos mais consumidos e mais acessíveis pela
população. Para a carne bovina foi utilizado o coxão mole, para a carne suína o
pernil e para a carne de aves o peito de frango. As amostras foram moídas em
multiprocessador, homogeneizadas, preparadas nos diferentes métodos de
cocção e acondicionadas em refrigerador para a realização das análises. o
foram adicionados temperos em nenhuma etapa do preparo, para que estes não
interferissem nas determinações. As análises foram realizadas em triplicata,
garantindo assim maior confiabilidade nos resultados.
4.3.1. Preparo das amostras de carnes
Após a retirada dos tecidos adiposos das carnes bovina e suína e da pele
do peito de frango, as peças de carne, de aproximadamente 1,0 kg foram cortadas
Procedimento Experimental 45
em pedaços de aproximadamente 5 cm, sendo a seguir homogeneizadas em
liquidificador à baixa rotação, durante 2 minutos.
4.3.2. Métodos de Cocção
Para o preparo das amostras foi utilizado os procedimentos propostos pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, descritos a seguir (MAPA,
2000):
In Natura: as carnes foram trituradas e armazenadas sob refrigeração até
o momento da análise.
Assada em forno convencional (FC-1): as amostras foram colocadas
em um recipiente de vidro e cobertas com papel alumínio. Foram assadas em
temperatura médio-alta, em forno pré-aquecido por 45 min 180
o
C.
Assada em forno de micro-ondas (MW): as amostras foram colocadas
em um recipiente de vidro e cobertas com filme plástico. Em seguida, foram
cozidas em potência máxima de 650 W por 6 min.
Cozida em água (CA): em uma panela de aço inoxidável colocou-se as
amostras moídas e 500 mL de água fria. Em seguida a panela foi levada ao fogo
alto, onde permaneceu por 30 min.
Grelhada (GR): amostras foram grelhadas durante 10 min em grelha pré-
aquecida.
Assada em forno convencional (FC-2): as amostras foram colocadas
em um recipiente de vidro e cobertas com papel alumínio. Foram assadas em
temperatura médio-alta 180
o
C durante 60 min, em forno pré-aquecido.
Após as diferentes formas de processamento as amostras foram trituradas
em processador e armazenadas sob refrigeração para as realizações da diálise.
Para a determinação dos teores totais de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn as amostras
in natura de todas as carnes e as carnes processadas termicamente foram
liofilizadas.
Procedimento Experimental 46
4.4. Determinação dos teores totais de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn
As amostras de carnes trituradas foram liofilizadas por 24 horas e
posteriormente pulverizadas em moinho criogênico usando recipiente imerso em
nitrogênio liquido (SPEX), sendo que foi aplicado o seguinte programa para a
moagem (dividido em 3 ciclos): Etapa 1. pré-congelamento: 4 min; Etapa 2.
moagem: 2 min, intercalados por ciclos de recongelamento de 2 min. Os teores
totais foram determinados nas amostras empregando forno com radiação micro-
ondas para mineralização das amostras. Aproximadamente, 100 mg das amostras
de carnes bovina, suína e de frango in natura e processadas termicamente todas
liofilizadas e 250 mg de material certificado de referência (NIST 8414–Bovine
Muscle Powder) e Bovine Liver (NIST 1577b), foram utilizados.
Volumes de 1,0 mL de H
2
O
2
(30% m/m) e 2,0 mL HNO
3
(7 mol L
-1
) foram
utilizados nas digestões. Após a digestão, as amostras foram diluídas para 10 mL
com água deionizada e os teores de cálcio, cobre, ferro, magnésio e zinco foram
determinados por ICP OES. Na Tabela 4.2 está descrito o programa de
aquecimento utilizado durante a digestão micro-ondas e na Tabela 4.1 as
condições utilizadas no ICP OES.
TABELA 4.2 – Programa de aquecimento em forno de micro-ondas com cavidade
Etapas Potência (W) Tempo (min)
1 300 2,0
2 0 3,0
3 650 4,0
4 850 5,0
5 1000 5,0
6 Vent. 15,0
Procedimento Experimental 47
4.5- Estudos da disponibilidade in vitro para Ca, Cu, Fe, Mg e Zn nas
amostras de carnes bovina, suína e de frango in natura e processadas
termicamente
A disponibilidade do Ca, Cu, Fe, Mg, e Zn nas amostras de carne bovina,
suína e de frango in natura e processadas termicamente foram determinadas
empregando o procedimento in vitro proposto por MILLER et al. (1981)
59
. O
experimento baseou-se na simulação da digestão gastrointestinal com pepsina-
HCl durante a fase gástrica e sais de bile-pancreatina na fase intestinal. A solução
de pepsina foi preparada dissolvendo 16 g de pepsina em 100 mL de HCl 0,1 mol
L
-1
. A solução de pancreatina e sais de bile foi preparada pela dissolução de 0,5 g
de pancreatina e 3,13 g de extrato de bile em 125 mL de NaHCO
3
0,1 mol L
-1
.
Adicionou-se a 20 g de cada amostra de carne, 100 mL de HCl 0,01 mol L
-1
e ajustou-se o pH para 2 com solução de HCl 2 mol L
-1
. Em seguida adicionou-se
3,2 mL de pepsina em meio 0,1 mol L
-1
de HCl, agitou-se em banho
termostatizado a 37º C durante 2 horas. Essa etapa simula a digestão do alimento
que ocorre no estômago. Após esta etapa, 20 g do digerido de pepsina foi pesado
em triplicata, sendo uma delas utilizada para o procedimento de titulação e as
outras para a diálise.
Para o procedimento de titulação, 5 mL de solução de pancreatina e sais de
bile foram adicionados aos digeridos de pepsina de cada amostra que, em
seguida, foram tituladas com solução 0,5 mol L
-1
de NaOH até aproximadamente
pH 7,5 para simular o valor de pH encontrado no meio intestinal de um indivíduo.
A diálise foi realizada durante duas horas em sacos de diálise contendo NaHCO
3
0,1 mol L
-1
equivalente à acidez titulável. Dessa forma, o interior da membrana de
diálise deve estar em meio tamponado (NaHCO
3
) para que, durante o processo de
diálise, não ocorra mudança brusca de pH e precipitação das proteínas.
Ao final das 2 horas de digestão, o conteúdo da membrana chamado de
dialisado foi retirado e analisado por ICP OES. As condições de análise do ICP
OES estão na Tabela 4.1. Na equação 2 pode ser observado como foi realizado o
cálculo da porcentagem do elemento (E) dialisado.
Procedimento Experimental 48
% E = mg Fe x mL dialisado (25mL) ( Equação 2)
mg Fe Total x peso inicial da amostra
4.6. Determinação de cobre na carne de frango por GFAAS
Para a determinação de cobre nas amostras de frango in natura e
processadas termicamente, 500 µL do dialisado foram colocados em um mini-
frasco de Teflon®. Adicionou-se 75 µL de HNO
3
65% v/v subdestilado e 75 µL de
H
2
O
2
30% m/m conforme procedimento descrito por ARAÚJO (2004)
122
. Após a
transferência, os mini-frascos abertos foram introduzidos nos frascos de PTFE do
forno com radiação microondas com cavidade (Anton Paar), que continha 2 mL de
água deionizada. Os 2 mL de água foram adicionados para a absorção de energia
micro-ondas excedente, não entrando em contato com o interior dos recipientes
que continham as amostras. A Figura 4.1 apresenta as dimensões dos recipientes
utilizados (mini-frascos). O programa de aquecimento utilizado para a digestão das
amostras de frango in natura e processadas termicamente após a diálise está
descrito na Tabela 3.
Procedimento Experimental 49
FIGURA 4.1 - (I) esquema do recipiente de amostras dentro do frasco do forno
microondas com cavidade, (II) corte transversal do recipiente de amostras: FONTE
(ARAÚJO, 2004).
TABELA 4.3- Programa de aquecimento para digestão das amostras de carne de
frango in natura e processadas termicamente após a diálise, empregando forno de
micro-ondas com cavidade.
Etapa Potência (W) Tempo (min)
1 250 1
2 0 1
3 250 5
4 400 5
5 750 10
6 0 10
Após digestão, as amostras foram transferidas para frascos tipo “Falcon” de
15 mL, sendo os volumes ajustados com água deionizada para 3,5 mL. Dessa
forma, o elemento Cu foi determinado por GFAAS, sendo construídas curvas de
pirólise e atomização com a introdução de 30 µL de solução analítica na
concentração de 30 µg L
-1
de Cu e em presença do branco da amostra (branco da
diálise após digestão por radiação micro-ondas) em meio 1% v/v HNO
3
e 3 µL de
modificador químico 1000 µg L
-1
Mg(NO
3
)
2.
A curva analítica de calibração, obtida
em uma faixa de concentração de 0,5 a 50 mg L
-1
para Cu em presença do branco
da amostra, com acidez 1,0 % v/v HNO
3
, foi feita a partir de solução analítica 1000
mg L
-1
de Cu.
4.7. Digestibilidade das proteínas
Foram realizadas as seguintes analises nas amostras de carnes bovina,
suína e de frango in natura e processadas termicamente:
Procedimento Experimental 50
4.7.1. Matéria Seca
Para a determinação da matéria seca a 105ºC, transferiu-se para pesa-filtro
de 1 a 2 g de amostra moída. O pesa-filtro mais a amostra foram transferidos para
estufa calibrada a 105ºC por aproximadamente 8 h ou até peso constante, sendo
em seguida transferidos para dessecador até atingir temperatura ambiente, sendo
a seguir novamente pesados. Os cálculos foram realizados em função da
diferença de massas inicial e final.
4.7.2. Proteína Bruta
De acordo com o INSTITUTO ADOLFO LUTZ (2004)
123
, a determinação de
proteínas baseia-se na determinação de nitrogênio total, geralmente feita pelo
processo de digestão Kjeldahl. Este método, idealizado em 1883, tem sofrido
numerosas modificações e adaptações, porém sempre se baseia em três etapas:
digestão, destilação e titulação. A matéria orgânica é decomposta e o nitrogênio
existente é finalmente transformado em amônia como o teor de nitrogênio das
diferentes proteínas corresponde a aproximadamente 16% do teor total de
nitrogênio, normalmente é considerado o fator empírico 6,25 para transformar o
número de gramas de nitrogênio obtido em número de gramas de proteína.
Digestão A matéria orgânica existente na amostra é decomposta com ácido
sulfúrico e uma mistura catalisadora, normalmente K
2
SO
4
:CuSO
4
(10:1). Sulfato
de potássio é adicionado para elevar a temperatura de ebulição e sulfato de cobre
é adicionado para favorecer a decomposição da matéria orgânica.
Destilação A amônia é liberada do sal amoniacal pela reação com hidróxido de
sódio e recebida numa solução ácida de volume e concentração conhecidos.
Titulação Determina-se à quantidade de nitrogênio presente na amostra
titulando-se o excesso do ácido utilizado na destilação com hidróxido.
Digestão- 0,100 mg da amostra é pesada e transferida a um tubo de digestão de
300 mL. A seguir são adicionados 1,5 g de mistura catalisadora e 2,5 mL de ácido
sulfúrico (H
2
SO
4
) concentrado. Em seguida os tubos são transferidos a um bloco
digestor, elevando gradativamente a temperatura até atingir 400
o
C, temperatura
Procedimento Experimental 51
na qual é mantida por aproximadamente 3 horas, ou até que as paredes internas
dos tubos estejam perfeitamente limpas, ou que a fumaça branca de SO
2
(dióxido
de enxofre) praticamente desapareça. A digestão se completa quando a solução é
transformada na coloração verde água transparente. A seguir os tubos contendo a
solução das amostras são retirados do bloco digestor e transferidos para suporte
adequado, onde são deixados esfriar.
Destilação - após o esfriamento, os tubos são conectados ao sistema de
destilação semi-automático, cujo condensador esteja previamente conectado a um
frasco tipo erlenmeyer de 250 mL contendo 10 mL de solução de 1% mv
-1
de
H
3
BO
3
e solução indicadora (solução 0,1% m v
-1
de verde de bromocresol
e
solução 0,1 % m v
-1
de vermelho de metila). À amostra são adicionados 25 mL de
solução 40% m v
-1
de
NaOH, sendo a seguir iniciada a destilação até que o volume
destilado seja de aproximadamente 50 mL.
•Titulação - o destilado coletado é titulado com solução padronizada 0,05 mol L
-1
de H
2
SO
4
.
A porcentagem de nitrogênio das amostras é calculada a partir da seguinte
expressão:
% N = ((14 * 0,05 *100)/ 100) * ( V H
2
SO
4
– V branco)
14 = equivalente do nitrogênio
0,05 = concentração do ácido
100 = 100% (para expressar o resultado em porcentagem)
100 = massa utilizada (em miligrama – 0,100g * 1000)
V H
2
SO
4
= volume de ácido consumido até o ponto de viragem (em mL)
V Branco = volume de ácido consumido até o ponto de viragem do branco (em
mL)
• % Proteína Bruta (PB) = % N * 6,25
4.8. Digestibilidade In Vitro das Proteínas
A digestibilidade das proteínas foi determinada pelo método de AKESON &
STAHMAN (1964)
124
, que é a avaliação in vitro por meio da determinação da taxa
Procedimento Experimental 52
de hidrólise por associações enzimáticas de pepsina e pancreatina, simulando as
condições existentes no trato gastrointestinal, através da digestão das amostras
com pepsina por 3 horas e posteriormente com pancreatina por 24 horas. O
hidrolisado foi separado da fração não digerida (sólida) por precipitação com ácido
tricloroacético (TCA) a 30% mv
-1
e posterior centrifugação. O mesmo processo foi
utilizado para a obtenção das amostras referentes ao branco da enzima e da
amostra. A porcentagem da digestibilidade da proteína foi calculada pela relação
entre o nitrogênio hidrolisado (ou digerido) e o conteúdo de nitrogênio total das
amostras (obtidos de acordo com o procedimento descrito no item anterior - micro-
Kjeldahl)
125
.
Pesou-se 500 mg de amostra previamente liofilisada e moída em moinho
criogênico em um tubo tipo Falcon, adicionou-se 12,5 mg da enzima pepsina
diluídas em 15 mL de HCl 0,01 mol L
-1
. Levou-se a um banho termostatizado sob
agitação, a temperatura 37ºC, por três horas. Após esse intervalo de tempo a
digestão foi neutralizada adicionando-se 7,5 mL de NaOH 0,01 mol L
-1
, em
seguida adicionou-se 4 mg da enzima pancreatina diluída em tampão fosfato com
pH 8. As amostras foram levadas ao banho termostatizado, onde permaneceram
incubadas por 24 horas, sob agitação e temperatura de 37 ºC. A digestão foi
interrompida após esse período, quando foi adicionado 5 mL de solução TCA a
30% m v
-1
. Em seguida a solução foi centrifugada por 20 min a 4000 rpm. Após
centrifugação, o sobrenadante foi separado e o resíduo submetido à digestão para
determinação de proteína bruta, conforme descrito anteriormente. A determinação
da digestibilidade é feita considerando os teores de proteína bruta total e os
determinados após a digestibilidade in vitro e o branco da digestão (equação 1):
%
DIGESTIBILIDADE = PB dig *100 ( Equação 1)
PB total
Procedimento Experimental 53
4.9. FTIR
As medidas de FTIR foram realizadas de acordo com a metodologia
descrita por STEVENSON (1994)
111
. As pastilhas foram preparadas na proporção
de 1:100, ou seja, 1 mg de amostra de carne bovina, suína e de frango in natura e
processadas termicamente, previamente liofilizadas e moídas para cada 100 mg
de KBr. Os espectros foram obtidos a partir de 64 varreduras no intervalo de 4000
a 400 cm
-1
com resolução espectral de 4 cm
-1
.
Capítulo
Capítulo Capítulo
Capítulo 5
55
5
Resultados e Discussão
Resultados e DiscussãoResultados e Discussão
Resultados e Discussão
Resultados e Discussão 55
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Determinação dos teores totais de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn nas
amostras de carnes bovina, suína e de frango
A eficiência de digestão usando ácidos diluídos na decomposição de
compostos orgânicos deve-se à ação do HNO
3
formando NO gasoso, removido do
meio reacional e que reage com o O
2
presente na fase gasosa. Em seguida, o
NO
2
é gerado e reabsorvido na solução, formando NO
3
-
e NO. A geração de
soluções com menor acidez é conveniente, quando se utilizam métodos que
empregam sistemas de nebulização para a introdução dos digeridos e previnem a
ocorrência de danos aos equipamentos. A adição de moléculas de água ao
sistema micro-ondas é, em função da alta capacidade calorífica da água, o que
facilita o aquecimento. Pode prevenir também tanto a formação de sais insolúveis,
que poderiam ser formados com o emprego de HNO
3
concentrado, como elevadas
pressões e temperatura em sistemas com cavidade, agindo como um
amortecedor. Além disso, utilização de ácidos diluídos diminui resíduos, custos,
contaminação e valores do branco analítico
126,127
.
Nas Tabelas 5.1, 5.2, 5.3 e 5.4 estão apresentados os teores de Ca, Cu,
Fe, Mg e Zn determinados nas amostras de carnes bovina, suína e de frango in
natura e processadas termicamente e na tabela 5.5 são apresentados os
resultados obtidos com as amostras certificadas utilizadas para verificar a exatidão
do procedimento, os materiais de referência certificado Bovine Muscle Powder
(Nist 8414) e Bovine Liver (NIST 1577b). Os valores encontrados mostram uma
concordância com os valores certificados, considerando o teste t-Student, a um
nível de confiança de 95 %.
Foi possível observar que houve variação significativa entre os teores dos
analitos obtidos entre as amostras in natura e as amostras submetidas a
diferentes processamentos térmicos. Esses resultados foram coerentes, tendo em
vista a possível ocorrência de perdas por lixiviação nas amostras ao passarem por
esses processamentos. As maiores diferenças de concentração foram verificadas
no tratamento “cozido em água”.
Resultados e Discussão 56
TABELA 5.1- Teores totais de Ca, Fe, Mg e Zn em amostras de frango (n=3).
Amostras
Ca (mg kg
-1
) Fe (mg kg
-1
) Mg (mg kg
-1
) Zn (mg kg
-1
)
in natura
157 ± 2 32 ± 2 1235 ± 1 39± 0,7
CA
142 ± 2 22 ± 3 826 ± 2 29 ± 1
Grelhado
142 ± 2 25 ± 1 1289 ± 1 33 ± 2
MW
122 ± 0,4 26 ± 0,7 1307 ± 0,8 28 ± 1
FCI
87 ± 2 23 ± 2 1140 ± 2 33 ± 2
FCII
97 ± 0,8 28 ± 2 1167 ± 0,6 31 ± 0,9
In natura, sem sofrer tratamento térmico, CA, cozido em água 30 min, grelhado, grelhado a 75
o
C,
10 min, MW, aquecido sob radiação micro-ondas, FCI, forno convencional I – 180
o
C, 45 min e FCII,
forno convencional II, aquecido a 180
o
C, 60 min.
TABELA 5.2- Teores totais de Ca, Fe, Cu e Zn em amostras de carne suína (n=3).
Amostras
Ca (mg kg
-1
) Cu (mg kg
-1
) Fe (mg kg
-1
) Mg (mg kg
-1
) Zn (mg kg
-1
)
in natura
144 ± 1 2,3 ± 0,2 21 ± 0,8 933 ± 3 45 ± 1
CA
113 ± 2 1,2 ± 0,3 16 ± 0,9 646 ± 2 41 ± 3
Grelhado
103 ± 1 2,8 ± 0,1 18 ± 1 858 ± 0,9 41 ± 0,7
MW
114 ± 0,95 2,1 ± 0,5 16 ± 0,9 962 ± 2 40 ± 0,9
FCI
97 ± 2 2,1 ± 0,2 18 ± 2 722 ± 2 45 ± 1
FCII
104 ± 2 2,1 ± 0,6 15 ± 1 896 ± 3 42 ± 2
In natura, sem sofrer tratamento térmico, CA, cozido em água 30 min, grelhado, grelhado a 75
o
C,
10 min, MW, aquecido sob radiação micro-ondas, FCI, forno convencional I – 180
o
C, 45 min e FCII,
forno convencional II, aquecido a 180
o
C, 60 min.
TABELA 5.3- Teores totais de Ca, Fe, Cu e Zn em amostras de carne bovina
(n=3).
Amostras
Ca (mg kg
-1
) Cu (mg kg
-1
) Fe (mg kg
-1
) Mg (mg kg
-1
) Zn (mg kg
-1
)
in natura
105 ± 1 1,9 ± 0,9 49 ± 2 763 ± 4 172 ± 0,9
CA
68 ± 0,7 1,2 ± 0,9 37 ± 2 556 ± 3 165 ± 2
Grelhado
115 ± 0,8 1,8 ± 0,8 42 ± 3 673 ± 2 173 ± 3
MW
116 ± 1 1,9 ± 0,6 49 ± 1 726 ± 0,9 173 ± 1
FCI
121 ± 1 1,9 ± 0,5 43 ± 3 545 ± 0,9 174 ± 4
FCII
92 ± 2 2,1 ± 0,2 42 ± 1 792 ± 2 174 ± 2
In natura, sem sofrer tratamento térmico, CA, cozido em água 30 min, grelhado, grelhado a 75
o
C,
10 min, MW, aquecido sob radiação micro-ondas, FCI, forno convencional I – 180
o
C, 45 min e FCII,
forno convencional II, aquecido a 180
o
C, 60 min.
Resultados e Discussão 57
TABELA 5.4- Concentração de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn (µg g
-1
) em material de
referencia certificado (CRM) após decomposição total (n=3).
Ca (µg g
-1
) Cu (µg g
-1
) Fe (µg g
-1
) Mg (µg g
-1
) Zn(µg g
-1
)
Bovine Liver
(NIST 1577b)
Valor
encontrado
117 ± 9 154 ± 2 182 ± 2 613 ± 6 122 ± 1
Valor
Certificado
116 ± 4 160 ± 8 184 ± 15 601 ± 28 127 ± 16
Bovine Muscle (NIST 8414)
Valor
encontrado
149 ± 12 3,15 ± 0,03 68 ± 2,1 941 ± 19 141 ± 1
Valor
Certificado
145 ± 20 2,84 ± 0,45 71 ± 9,2 960 ± 95 142 ± 14
Os limites de detecção e quantificação foram calculados considerando-se
as medidas da razão do sinal analítico / sinal de fundo (SBR) e a concentração do
analito que produz um sinal líquido (altura de pico) equivalente à intensidade do
sinal de fundo (BEC). As equações envolvidas foram deduzidas conforme sugerido
por THOMSEN et al. (2000)
128
. O BEC e o SBR são calculados pelas fórmulas:
Onde, Csr é a concentração da solução de referência mais concentrada,
I
branco
é a intensidade de emissão do branco analítico e I
sr
é a intensidade de
emissão da solução de referência mais concentrada.
O limite de detecção (LOD) e o limite de quantificação (LOQ) são
calculados aplicando-se as fórmulas e considerando-se o BEC:
branco
brancosr
I
II
SBR
=
SBR
C
BEC
sr
=
100
RSD10BEC
LOQ
×
=
100
RSD3BEC
LOD
×
=
Resultados e Discussão 58
Onde RSD é o desvio padrão relativo para 10 medidas da solução do
branco analítico.
O limite de detecção para os elementos Ca, Cu, Fe, Mg e Zn está
apresentado na Tabela 5.5 e os resultados encontrados estão de acordo com
VIEIRA (2007)
129
, que otimizou as condições do equipamento (ICP OES), as quais
foram utilizadas neste trabalho.
TABELA 5.5 Valores dos limites de detecção (LOD) para os elementos cálcio,
cobre, ferro, magnésio e zinco.
Elementos LOD (mg L
-1
)
Zn (I) (λ = 213,857 nm) 0,02
Ca (II) (λ = 396,847 nm) 0,48
Mg (II) (λ = 280,270 nm)
0,02
Cu (I) (λ = 327,395 nm) 0,05
Fe (II) (λ = 238,204 nm) 0,03
5.1.2. Determinação dos teores totais de cobre nas amostras de frango
O teor total de cobre nas amostras de frango in natura e processadas
termicamente ficaram a abaixo do limite de determinação estabelecidos para o
ICP OES. Por essa razão as determinações foram efetuadas por GFAAS.
A utilização da GFAAS como técnica analítica de determinação elementar
requer que o programa de aquecimento seja otimizado para definição das
temperaturas de pirólise e atomização. A pirólise é uma etapa de separação
térmica para a remoção de concomitantes sem perdas do analito por volatilização
e a atomização é a etapa de aquecimento rápido para gerar uma nuvem atômica
mais densa e posterior leitura do sinal analítico
119
. A Figura 5.1 mostram as curvas
de temperatura de pirólise e atomização usando 30 µg L
-1
de Cu em presença do
branco da amostra (1% vv
-1
HNO
3
) e 5 µL de modificador químico 1000 µg L
-1
de
Mg(NO
3
)
2
.
Resultados e Discussão 59
0,1
0,11
0,12
0,13
0,14
0,15
0,16
0,17
0,18
0,19
0,2
400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400
Temperatura (o C)
Absorbância Integrada
FIGURA 5.1 Curvas de temperaturas de pirólise e atomização para 30 µg L
-1
de
Cu em presença do branco da amostra 1% v/v HNO
3
. () Curva de Pirólise e ()
Curva de Atomização. Modificador utilizado: 1000 µg L
-1
Mg(NO
3
)
2
.
A máxima temperatura de pirólise obtida sem perdas para Cu foi 800
o
C, e
a melhor sensibilidade na atomização foi obtida a 2200
o
C. Nessas temperaturas
foram observados os melhores perfis dos sinais analíticos de absorbância com os
menores desvios entre as medidas. O desvio padrão relativo (RSD) obtido foi em
torno de 3,0% (n=3).
Após a otimização do método, o programa de aquecimento utilizado para a
determinação da concentração total de Cu nas amostras de frango estão
apresentado na Tabela 5.6. Nas Figuras 5.2 é apresentada a curva analítica de
calibração de Cu, obtida em meio do branco da amostra (amostras digeridas no
mini-frascos após diálise).
Resultados e Discussão 60
TABELA 5.6 Programa de aquecimento otimizado para a determinação de Cu
por GF AAS.
Etapa T (
o
C) Tempo (s) Fluxo (L min
-1
)
Secagem 95 40 3,0
Secagem 120 10 3,0
Pirólise 800 5,0 3,0
Atomização 2200 1,1 0
Limpeza 2500 2,0 3,0
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0 10 20 30 40 50 60
Cu (u L
-1
)
Absorb6ancia Integrada
FIGURA 5.2 Curva analítica para Cu em meio do branco da amostra 1%
vv
-1
HNO
3
. (y = 0,0043 x + 0,0116; R = 0,997).
O limite de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) para o Cu foram
calculados utilizando 10 medidas do branco analítico. Para o cálculo do LOD e do
LOQ foram utilizadas as equações 3 e 4, respectivamente.
Resultados e Discussão 61
LOD (µ
µµ
µg L
-1
) =
a
x 3 S
(Equação 3)
LOQ (µ
µµ
µg L
-1
) =
a
x 10 S
(Equação 4)
S = desvio padrão de 10 medidas do branco analítico
a = coeficiente angular da curva de calibração
Os limites de detecção (LOD) e de quantificação (LOQ) para determinação
de Cu por GFAAS, utilizando-se as condições otimizadas, foram 0,33 µg L
-1
e
1,08 µg L
-1
, respectivamente.
Os resultados obtidos de cobre nas amostras de frango obtidos por GFAAS
estão indicados na tabela 5.7.
TABELA 5.7 Teores totais de cobre nas amostras de frango por GFAAS (n=3).
Amostras Cu (mg kg
-1
)
Frango in natura
1,2 ± 0,1
Frango CA
0,65 ± 0,1
Frango Grelhado
1,07 ± 0,5
Frango MW
0,96 ± 0,1
Frango FCI
0,81 ± 0,2
Frango FCII
0,84 ± 0,1
M.R.
2,59 ± 0,18
M.R. - Material de Referencia - NIST 8414 para Cu = 2,84 ± 0,45 mg kg
-1
.
In natura, sem sofrer tratamento térmico, (CA) cozido em água 30 min, grelhado a 75
o
C, 10 min,
MW, aquecido sob radiação micro-ondas, FCI, forno convencional I 180
o
C, 45 min e FCII, forno
convencional II, aquecido a 180
o
C, 60 min.
A Tabela 5.7 mostra o teor total de cobre nas amostras de frango in natura
e após processamento térmico. A partir desses resultados foi possível observar
perdas de cobre da ordem de 50% na amostra cozida em água (CA), valor similar
ao encontrado por ANDRADE et al. (2004)
40
, em um estudo onde os autores
avaliaram o comportamento do cobre e do zinco em carnes cruas, processadas
termicamente, resfriadas e congeladas no período de um mês. Essa perda
Resultados e Discussão 62
significativa de cobre talvez seja decorrente da lixiviação do mesmo para a
solução aquosa, uma vez que esse elemento está ligado a proteínas que, quando
aquecidas, são desnaturadas, liberando o cobre para a solução aquosa.
5.2. Determinação da digestibilidade das proteínas.
5.2.1. Carne Bovina
Na determinação da matéria seca (MS) ocorre a evaporação da água
presente na amostra pela ação do calor. Essa determinação é importante porque
os resultados de proteína bruta (PB) e da digestibilidade da proteína (DP) são
corrigidos e fornecidos com base em cem por cento de matéria seca.
Conforme o método de cocção e o tipo de calor empregados durante o
preparo das amostras, os teores de matéria seca apresentam valores distintos,
como apresentado na Tabela 5.8. Os métodos MW, com 65%, seguido do FC-2
com 61%, apresentaram teores mais elevados de matéria seca, pois antes da
secagem na estufa sofreram tratamentos que incluíram altas temperaturas, que
ocasionaram perdas de água. Já os métodos FC-1 (45%) e GR (40%) foram
equivalentes e no método CA (25 %) a quantidade de matéria seca da amostra foi
menor. Nesse procedimento houve maior absorção de água durante o preparo por
calor úmido. Uma das propriedades mais importantes das proteínas é a retenção
de água em suas moléculas, o que talvez justifique a baixa quantidade de matéria
seca no método CA.
A umidade, importante para suculência e palatabilidade da carne como
alimento, é mais baixa nos pescados submetidos à cocção em forno de micro-
ondas, devido à perda de peso mais elevada que ocorre nesse método. Esse
comportamento foi verificado em filés de cavalinha, garoupa, caranha vermelha e
pampo Flórida, sardinha, trutas arco-íris e tilápias do Nilo
130-133
.
A maior quantidade de matéria seca no preparo FC-2 pode ser atribuída à
uniformidade da temperatura no interior e na superfície da amostra, ao contrario
do que ocorre nos outros métodos, em que a superfície da amostra atinge
temperaturas mais elevadas antes do interior, causando a desnaturação das
Resultados e Discussão 63
proteínas superficiais, tornando-as insolúveis e resultando na formação de uma
camada que contribui para a redução de perdas de água por gotejamento e
evaporação
134
.
Em relação à proteína bruta, não houve grandes diferenças no teor total,
visto que era a mesma amostra, preparada com diferentes métodos de cocção,
como apresentado na Tabela 5.8. As principais variações ficaram entre os
procedimentos CA, com 98% de PB, e o procedimento por micro-ondas (MW),
com 85% de PB.
De acordo com a literatura, a digestibilidade da proteína das carnes é
superior 94%
135
. Resultados concordante com a literatura foram encontrados
nesse trabalho. Conforme pode ser observado na Tabela 5.8, observa-se que a
digestibilidade da proteína (DP) em relação aos métodos FC-2 (DP=69%) e GR
(DP=75%) são equivalentes, destacando-se o método CA (DP=88%), que
apresenta melhor eficiência para a digestibilidade protéica da carne, ao contrário
dos métodos FC-2 (DP=50%) e MW (DP=59 %), que apresentaram resultados de
digestibilidade inferiores.
Pesquisas que avaliaram métodos de cocção mostram que o cozimento
pode alterar os valores de umidade, proteína, gorduras e cinzas dos alimentos,
devido à incorporação do meio de cocção e pelas perdas de nutrientes e
água
136,137
. Observa-se na Tabela 5.8, que os métodos que obtiveram a melhor
disponibilidade da proteína foram CA com 89%, seguido de GR com 86% e FC-1
com 81%. No método CA, a água presente pode ter ficado retida na proteína,
facilitando a quebra das moléculas e em consequencia melhorando sua
disponibilidade. Os métodos MW (71%) e FC-2 (54%) apresentaram menor
digestibilidade, fato mais uma vez atribuído à uniformidade da temperatura no
interior e na superfície da amostra, que causa a desnaturação das proteínas
superficiais, tornando-as insolúveis e resultando na formação de compostos da
reação de Maillard que deixam os alimentos protéicos com baixa digestibilidade e,
consequentemente, com a sua absorção diminuída.
Resultados e Discussão 64
TABELA 5.8 Teor de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e digestibilidade in
vitro da proteína (DP) da amostra de carne bovina nos diferentes métodos de
cocção (n=3).
Determinações
Métodos
de
cocção
Matéria Seca
MS (m/m %)
Proteína
Bruta
PB (%, m/m)
Digestibilidade
in vitro
DP (%, m/m)
Disponibilidade
(DP x100)
PB
CA
25 ± 0,6 99 ± 4,3 88 ± 3,4 89 ± 7,4
FC –1
45 ± 2,8 86 ± 5,4 69 ± 2,5 81 ± 8,9
FC -2
62 ± 1,9 92 ± 1,8 50 ± 4,3 55 ± 5,5
GR
40 ± 0,8 86 ± 1,7 75 ± 1,3 86 ± 0,6
MW
66 ± 1,7 85 ± 6,9 59 ± 4,5 71 ± 9,1
CA (cozido em água), FC1 (Forno convencional 1), FC-2 (Forno convencional 2), GR (grelhado)
e MW (micro-ondas)
5.2.2. Frango
De acordo com a Tabela 5.9, o teor de matéria seca desta amostra foi maior
no método FC-2 (60%), pois este foi o método que ficou exposto à temperatura
mais elevada e por um tempo maior, seguido pelo método FC-1 (MS =50%) e o
método MW (MS = 35%). Os métodos CA e GR respectivamente 27% 29% são
equivalentes, havendo uma grande perda de água durante a secagem.
ROSA et al. encontraram, em peitos de frangos submetidos a métodos de
cocção semelhantes, menores valores de umidade em peitos assados em micro-
ondas do que o encontrado nas amostras fritas em óleo
138
.
Em relação aos valores obtidos de proteína bruta, no presente trabalho foram
obtidos resultados relativamente próximos, entre 85 e 90%, conforme pode ser
observado na Tabela 5.9. Os resultados das análises de PB geralmente são
expressos com base em 100% da matéria seca. Em relação aos resultados de
digestibilidade da proteína, onde ocorreu hidrólise enzimática, o método de cocção
que apresentou o menor valor de digestibilidade protéica foi o FC-2 com 44%
Resultados e Discussão 65
(Tabela 5.9). Esse resultado está de acordo com os valores obtidos por VIEIRA et
al., no qual peitos de frango submetidos ao método assado em micro-ondas
apresentaram valor médio de proteína de 40%
139
.
As amostras de frango, em geral apresentaram boa digestibilidade protéica,
superior a 80 % de aproveitamento, sendo uma boa opção para consumo humano
e com adequada qualidade nutricional, pois todos os aminoácidos essenciais
estarão sendo ofertados sem que haja grandes perdas pela cocção. O método CA
apresentou o melhor desempenho com 83%, seguida por GR e MW que se
apresentaram equivalentes com 81% e FC-1 com 71%.
A disponibilidade da proteína para a carne de aves foi satisfatória nos
métodos CA, MW, GR. O método FC-1 apresentou 79% de disponiblidade, o que
também é um resultado considerável. No procedimento FC-2, no qual as proteínas
da carne do frango sofrem maior agressão do calor aplicado durante o preparo,
pode ocorrer a formação de compostos de Maillard, os quais são tóxicos ao
organismo humano e de baixa digestibilidade protéica
9
em função da inibição das
enzimas proteolíticas, ocasionando queda na sua atividade e, consequentemente,
baixa absorção deste nutriente pelo organismo humano. Alem disso, a cocção
determina perdas na umidade e também o efeito da disponibilidade das proteínas
e, considerando os métodos aqui estudados, frango assado pelo procedimento
FC-2 apresenta perdas mais elevadas e, em conseqüência disso, esse método
determina modificações mais severas com relação à composição para esse tipo
de carne. o cozimento em água é a forma de cocção que menos altera a
composição da carne de frango.
Resultados e Discussão 66
TABELA 5.9 Determinação daproteína bruta (PB) e digestibilidade in vitro da
proteína (DP) da amostra de carne de frango nos diferentes métodos de cocção.
(n=3).
Determinações
Métodos
de
cocção
Matéria Seca
MS (m/m %)
Proteína
Bruta
PB (%, m/m)
Digestibilidade
in vitro
DP (%, m/m)
Disponibilidade
(DP x100)
PB
CA
27 ± 1,1 83 ± 2,2 83 ± 2,2 100 ± 4,1
FC –1
50 ± 0,54 89 ± 2,8 71 ± 1,1 79 ± 2,8
FC -2
60±0,35 84 ± 3,0 44 ± 3,6 53 ± 5,9
GR
29 ± 0,01 87 ± 2,2 81 ± 2,5 93 ± 2,9
MW
35 ± 0,05 87 ± 1,4 81 ± 2,0 94 ± 3,2
CA (cozido em água), FC1 (Forno convencional 1), FC-2 (Forno convencional 2), GR (grelhado) e
MW (micro-ondas)
5.2.3. Carne Suína
Em relação à carne suína, o método que apresentou menor perda de água
durante a secagem em estufa foi o método FC-2 com 83 % de matéria seca. Do
mesmo modo que ocorreu com as carnes bovina e de aves, este método foi o que
ficou mais tempo exposto ao calor excessivo, deixando a amostra bem seca,
mesmo antes de ser realizada a análise, como pode ser observado na Tabela
5.10. Para os métodos FC-1 e MW os teores de matéria seca foram,
respectivamente, 57% e 73%. Os métodos GR (37%) e CA (33%) destacam-se
pela menor quantidade de matéria seca, visto que esses métodos foram os que
tiveram maior absorção e também menor perda de água nas suas moléculas
durante o cozimento.
Como nas amostras anteriores, os teores de proteína bruta deste tipo de
amostra também foram corrigidos inicialmente pela matéria seca e a variação
entre os métodos de cocção foi baixa, como mostra na Tabela 5.10. O método que
apresentou teores mais elevados de proteína bruta foi o GR com 81%, seguido por
Resultados e Discussão 67
MW (79%), FC-2 (79%), FC-1 (78%), e CA (77%), demonstrando praticamente
não haver variação nos teores de proteína bruta em função do procedimento de
preparo das amostras.
Em relação a digestibilidade da proteína (DP), o método que apresentou
melhor digestibilidade foi o GR com 71%, seguido do método CA (69%). Também
apresentaram uma boa digestibilidade os métodos MW com 58% e o FC-1 com
57%. O método FC-2 foi o que apresentou menor digestibilidade 37%, talvez
decorrente do maior tempo de exposição ao aquecimento.
Pode se observar, a partir dos resultados referentes a disponibilidade, que a
forma mais adequada de consumo da carne suína, para que haja um melhor
aproveitamento da mesma pelo organismo, são os métodos CA (89%) e GR
(88%), que tiveram a melhor absorção considerando os teores de proteína total da
amostra. Os métodos MW (73%) e FC-1 (72%) também apresentam resultados
satisfatórios de absorção para o organismo. O método FC-2 (47%) apresentou
menor disponibilidade.
TABELA 5.10. Teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e digestibilidade
in vitro da proteína (DP) da amostra de carne suína nos diferentes métodos de
cocção (n=3).
Determinação
Métodos
de
cocção
Matéria Seca
MS (%,m/m)
Proteína
Bruta
PB (%, m/m)
Digestibilidade
in vitro
DP (%, m/m)
Biodisponibilidade
(DP x100)
PB
CA
33 ± 0,4 77 ± 3,6 69 ± 3,4 89 ± 5,4
FC –1
57 ± 0,5 78 ± 2,7 57 ± 1,2 72 ± 1,4
FC -2
83 ± 0,1 79 ± 0,5 37 ± 3,6 47 ± 4,3
GR
37 ± 0,6 81 ± 1,3 71 ± 2,1 88 ± 4,0
MW
73 ± 0,5 79 ± 1,2 58 ± 1,2 73 ± 1,8
CA (cozido em água), FC1 (Forno convencional 1), FC-2 (Forno convencional 2), GR (grelhado) e
MW (micro-ondas).
Comparando-se os três tipos de carnes (Figura 5.3), os diferentes métodos
Resultados e Discussão 68
de cocção aplicados e a carne in natura, pode-se observar que as carnes bovina e
suína apresentaram o mesmo comportamento nos diferentes modos de cocção,
enquanto o frango apresentou disponibilidade mais elevada em relação às outras.
A partir desses resultados, pode-se inferir que as proteínas da carne de frango
estariam mais disponíveis do ponto de vista nutricional.
A realização das análises das amostras de carne na forma in natura, foi
exclusivamente para comparar os resultados obtidos nos métodos de cozimento,
pois, sabe-se que não é da nossa cultura o consumo de carnes cruas.
Comparando-se as três amostras de carnes na forma in natura, é possível verificar
o comportamento diferenciado de cada uma delas, destacando a amostra de
frango, que foi totalmente absorvida, atingindo 100% de aproveitamento. A
absorção da carne bovina seria superior a 90% e da carne suína a
biodisponibilidade protéica seria de aproximadamente 70%, isso talvez se deva ao
fato dessa carne ser rica em gorduras e por sua vez as enzimas digestivas não
serem capazes de hidrolisá-las até o ponto das mesmas serem totalmente
absorvidas
140
.
Os métodos que apresentaram melhor biodisponibilidade nos diferentes
processos de preparo foram o CA e GR, que resultaram em valores superiores a
80% de biodisponibilidade protéica, sendo um resultado satisfatório, levando em
conta que o indivíduo preparando a carne cozida em água e grelhada estaria
atingindo suas necessidades nutricionais em relação aos aminoácidos essenciais.
No método FC-1 os resultados obtidos para as carnes bovina e suína
mostraram-se inferiores a 80% de biodisponibilidade protéica, destacando-se
novamente a carne de frango, com absorção superior a 80%, como foi discutido
anteriormente.
Nas amostras cozidas no forno com radiação micro-ondas, as carnes
bovina e suína mostraram-se equivalentes, a carne de frango apresentou
disponibilidade neste método de cocção similar ao método GR. Pode-se observar
que no método FC-2 todas as carnes apresentaram valores de digestibilidade da
proteína inferiores a 60%.
Nos diferentes métodos de cocção foi possível observar que as formas de
Resultados e Discussão 69
transferência de calor, temperatura, duração do processo e o meio de cozimento
são variáveis responsáveis pelas alterações químicas e físicas, que podem
modificar o valor nutricional dos alimentos
131,141
.
Segundo POTTER & HOTCHKISS, quando utilizado formas de aquecimento
convencionais (chama direta, ar quente, contato direto com chapa quente e outros
similares), as fontes de calor fazem com que as moléculas do alimento sejam
aquecidas da superfície da peça até o interior da massa muscular, de maneira que
o aquecimento ocorre em camadas sucessivas
141
. Isso determina o cozimento do
exterior da peça, ou seja, a coagulação das proteínas, formando um envoltório
(uma casca), que evita a perda de componentes cárneos para o exterior antes que
sua temperatura interna aumente, resultando em perdas mais baixas no
cozimento. Entretanto a transferência de calor por radiação micro-ondas ocorre
por meio da irradiação eletromagnética. Assim, o calor é gerado rápido e
distribuído igualmente por toda a peça, sendo que as moléculas de água entram
em ebulição no interior do alimento e o vapor aquece os sólidos adjacentes por
condução
142
.
Observando a linha de tendência no gráfico, os métodos de cocção para os
diferentes tipos de carne seguem o mesmo comportamento, aumentando-se a
temperatura e o tempo de exposição do alimento ao calor, diminui-se a
disponibilidade das proteínas. Considerando esses resultados é possível concluir
que ao deixar as carnes por um tempo prolongado a altas temperaturas pode
ocorrer a formação de compostos tóxicos ao organismo, formados a partir dos
açúcares e das proteínas, decorrentes da reação de Maillard.
Resultados e Discussão 70
0
20
40
60
80
100
120
IN CA GR FC-1 MW FC-2
Método de coão
DP x 100 / PB
Bovino Frango Suino
Linear (Bovino) Linear (Frango) Linear (Suino)
FIGURA 5.3 Disponibilidade das proteínas em amostras de carne bovina, de
frango e suína após diferentes processamentos térmicos (IN) in natura; (CA)
cozida em água; (GR) grelhado; (FC -1) forno convencional-1; (MW) forno de
micro-ondas e (FC– 2) forno convencional-2.
5.3. Determinação da disponibilidade de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn
A biodisponibilidade dos nutrientes Ca, Cu, Fe, Mg e Zn foi determinada a
partir de procedimento de digestão in vitro, que envolveu a diálise da solução
digerida.
Resultados e Discussão 71
23%
15%
27%
21%
28%
17%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratamentos térmicos
% Mg
FIGURA 5.4 dia de porcentagem de Mg disponível pelo método digestibilidade
in vitro nas amostras de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos in natura, CA (cozido em água), FC1 (Forno
convencional 1), FCII (Forno convencional 2), GR (grelhado) e MW (micro-ondas).
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratamentos micos
Mg
Mg: Bovino
Mg:Frango
Mg:Suino
FIGURA 5.5 Porcentagem de Mg disponível no método digestibilidade in vitro em
amostras de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos.
Nas Figuras 5.4 e 5.5 são apresentados os teores em porcentagem de Mg
absorvido, considerado em relação ao Mg dialisado após os diferentes
Resultados e Discussão 72
procedimentos de preparo avaliados. Os resultados foram obtidos com o emprego
da equação 2 apresentada no procedimento experimental, sendo todos os
experimentos realizados em triplicata. Pode ser observado que os tratamentos GR
(28%) e MW (27%) apresentam melhor disponibilidade do Mg, sendo a seguir
considerados os tratamentos FCI (23%) e CA (21%), sendo que menor
disponibilidade de Mg foi observada após o tratamento FCII (15%). Em relação às
amostras, para todos os tratamentos térmicos, o Mg se mostrou mais disponível
na carne bovina seguida da suína e por ultimo no frango, sendo mantida a relação
entre os tratamentos.
GERBER et al., estudando a influência dos processos de cocção em cortes
de carnes gordurosas sobre a ingestão real de nutrientes verificaram que
processos de cocção afetam os vários minerais em diferentes maneiras como, por
exemplo, cálcio, sódio, potássio, magnésio e fósforo, cujos teores decresceram
em todos os cortes após esses tratamentos
143
. Os autores concluíram ainda que
as perdas são devido à lixiviação de minerais para água. Portanto, processo de
cocção que envolva água, como vapor e destilação, pode afetar o teor de
minerais. Esse estudo esde acordo com os dados obtidos nesse trabalho para
as carnes suína e de frango, onde o cozimento em água resultou em menores
teores de Mg disponíveis para absorção.
A ingestão diária recomendada de magnésio é 420 mg. Nesse trabalho foi
possível observar que para cada 100g de carne obteve-se aproximadamente 43
mg, 23 mg e 32 mg de magnésio para as carnes bovina, suína e de frango
respectivamente resultando em uma média de 10% de Mg da ingestão
recomendada. O processamento térmico onde o magnésio está mais disponível é
o grelhado, independente do tipo de carne estudada. Em vista disso, apesar das
carnes não serem as fontes primárias de magnésio em uma dieta as mesmas
mostraram uma boa contribuição desse nutriente para o organismo.
Resultados e Discussão 73
21%
13%
20%
26%
19%
14%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratamentos rmicos
% Ca
FIGURA 5.6 Teores médios de Ca disponível após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suínas de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos in natura, água (cozido em água), FC1 (Forno
convencional 1), FCII (Forno convencional 2), GR (grelhado) e MW (micro-ondas).
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratementosrmicos
Ca
Ca: Bovino
Ca:Frango
Ca:Suino
FIGURA 5.7 Teores médios de Ca disponível após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suínas e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos.
Nas Figuras 5.6 e 5.7 são apresentados os teores referentes de cálcio nas
amostras analisadas, após o processamento térmico, em comparação aos teores
Resultados e Discussão 74
originais. Pode-se observar maior disponibilidade de Ca após o tratamento água
(26%), sendo os demais equivalentes. Assim como para o Mg, menor
disponibilidade de Ca foi observada após o tratamento FCII (12,5%). Quando
comparadas às amostras avaliadas, a carne bovina apresentou maior
disponibilidade de Ca, sendo que a carne suína e de frango apresentaram
resultados inferiores e similares.
Dietas têm sido estudadas quanto à quantidade de cálcio, indicando
consumo insuficiente em relação aos requerimentos nutricionais. Tal quadro é
agravado em uma situação de hábitos alimentares cuja disponibilidade do cálcio é
reduzida.
A recomendação diária de cálcio é 1000 mg. Nesse trabalho foi observado
que para 100g de carne obteve-se 2,3 mg, 5,7 mg, 5,8 mg de cálcio para as
carnes bovina, suína e de frango respectivamente. Existem poucos relatos na
literatura sobre o estudo da disponibilidade de cálcio em amostras de carne, uma
vez que as fontes primárias desse nutriente são o leite e seus derivados. Nesse
trabalho podemos observar que as carnes não se mostraram uma boa fonte de
cálcio mesmo, quando a disponibilidade se mostrou por volta de 35%.
15%
12%
20%
18% 18% 18%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratamentos térmicos
% Fe
FIGURA 5.8. Teores disponiveis de ferro após digestibilidade in vitro nas amostras
de carnes bovina, suína e de frango submetidas aos diferentes processamentos
térmicos in natura, água (cozido em água), FC1 (Forno convencional 1), FCII
Resultados e Discussão 75
(Forno convencional 2), GR (grelhado) e MW (micro-ondas).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratmentosrmicos
Fe
Fe: Bovino
Fe:Frango
Fe:Suino
FIGURA 5.9. Teores de Fe disponível obtidos após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos.
Nas Figuras 5.8 e 5.9 são apresentados os teores de Fe após a
digestibilidade in vitro nas diferentes amostras de carne in natura e após os
diferentes processamentos térmicos. Pode-se observar que para os tratamentos
térmicos avaliados, o procedimento cozido em água apresentou maior
disponibilidade de Fe (20%), sendo que os demais tratamentos apresentaram-se
equivalentes, e os tratamentos FCII e FCI apresentaram as menores
disponibilidades de Fe (respectivamente 12 e 15%). Em relação ao tipo de carne,
houve maior disponibilidade na carne bovina, sendo que a carne suína e de frango
resultaram em valores similares.
MOURA & CANNIATTI-BRAZACA, avaliando a disponibilidade de ferro de
feijão comum (phaseolus vulgaris l.) em comparação com carne bovina verificaram
um teor de absorção de ferro na carne bovina e no feijão após a digestibilidade in
vitro por volta de 24% e 17% respectivamente
87
. Os autores atribuíram essa
menor digestibilidade no feijão a presença de taninos que impedem a absorção do
ferro em conseqüência da formação do complexo tatino-Fe.
Resultados e Discussão 76
Dentre as formas de ferro heme e não-heme sabe-se que o ferro presente
nas carnes (heme) é mais disponível biologicamente, podendo ser assimilado na
proporção de aproximadamente 25% do total do alimento
144
.
DUHAIM avaliou espectrofotometricamente o conteúdo total de ferro de
fígado e carne de diferentes animais e observou que o fígado (11,52 mg/100 g) e a
carne bovina (6,72 mg/100 g) apresentaram teores de ferro significativamente
superiores aos encontrados em fígado (8,32 mg/100 g) e na carne de frango (3,84
mg/100 g)
145
.
FRANCO apresentou valores de ferro para a carne bovina como sendo 2,39
mg/100 g; de frango 1,90 mg/100 g; e de fígado bovino e de frango como sendo
12,10 e 7,40 mg/100 g, respectivamente
146
.
GERBER et al., verificaram que as concentrações de ferro tendem a
aumentar após o cozimento em carne bovina e que o ferro foi significativamente
maior em dois pedaços de carne de porco após cocção
143
. KUMAR et al. e
MISTRY et. al. (1988) relataram que o cozimento de carnes aumenta do teor de
ferro
147,148
.
KRISCHNER et al., monitorando os processos de desnaturação das
proteínas em carne após 4 diferentes temperaturas de aquecimento usando
microscopia de infravermelho com transformada de Fourie (FTIR), verificaram que
houve desnaturação das proteínas como a actina, a miosina e o colágeno a partir
dos 45
0
C
149
.
A ingestão diária recomendada de ferro é de 15 mg dia. Cada 100g de
carne bovina possui 49 mg kg
-1
de ferro. Nesse trabalho obteve-se uma
disponibilidade de Fe de aproximadamente 20% para todas as carnes.
Foi possível observar que houve aumento na disponibilidade de ferro em
todas as amostras de carne após os processos de cocção, com exceção dos
processos FCI e FCII. Isso talvez se deva ao fato de nesses processos ter
ocorrido à desnaturação da proteína (precipitação), comprometendo o ferro
disponível, uma vez que as enzimas utilizadas no processo de digestibilidade in
vitro não serem capazes de quebrar as ligações ferro-proteína.
Resultados e Discussão 77
16%
11%
15%
18%
17%
13%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratamentos térmicos
%Zn
FIGURA 5.10 Teores de Zn disponível obtidos após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos; in natura, água (cozido em água), FC1 (Forno
convencional 1), FCII (Forno convencional 2), GR (grelhado) e MW (micro-ondas).
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratmentosrmicos
Zn
Zn: Bovino
Zn:Frango
Zn:Suino
FIGURA 5.11 Teores de Zn disponível obtidos após digestibilidade in vitro nas
amostras de carnes bovina, suínas e de frango submetidas a diferentes
processamentos térmicos.
Nas Figuras 5.10 e 5.11 são apresentados os teores de Zn nas diferentes
amostras de carnes avaliadas, in natura e após os processamentos térmicos. O
Resultados e Discussão 78
Zn se mostrou mais disponível no tratamento cozido em água (18%), com
resultados equivalentes obtidos entre os outros tratamentos. Menor disponibilidade
de Zn foi obtida após o tratamento FCII (11%). Em relação às amostras, o Zn se
mostrou mais disponível na carne bovina e suína e menos disponível para a carne
de frango, independente do tratamento térmico.
ANDRADE et al., em um estudo sobre extração seqüencial de zinco em
carnes cruas e processadas, verificaram que zinco é encontrado em até cinco
espécies químicas em dois tipos de carnes bovinas (alcatra e patinho)
40
. Um
número menor de espécies químicas ocorre em outros tipos de carne estudados
(chã, lagarto e peito de frango). Os autores observaram que o processo de
cozimento diminuiu os teores totais de zinco e altera ligeiramente o perfil das
espécies químicas presentes. O congelamento reduz a concentração total de
zinco, além de também alterar ligeiramente o perfil das espécies químicas.
Segundo ORNELLAS, o processamento térmico promove a perda do zinco
em até 65%
150
. Em trabalho anterior desenvolvido por ANDRADE et al., com as
mesmas amostras, puderam ser observadas perdas de 10 até 65% após o
processamento térmico
40
. Em relação à extração, o processamento térmico
influenciou no processo de extração, aumentando o teor de zinco extraído para a
maioria das amostras, em média 20% em relação às amostras in natura.
ANDRADE et al., observaram que os teores de zinco na maioria das
amostras resfriadas e processadas termicamente de carnes bovinas, sem passar
por processo de congelamento, é superior a 3 mg, o que corresponde a 20% em
média da recomendação diária deste nutriente, caracterizando uma boa fonte
deste elemento
40
.
A disponibilidade de Zn para as amostras de carne bovina, suína e de
frango foram, 1,73 mg, 0,89 mg e 0,79 mg respectivamente, todavia a
recomendação diária é 8,0 mg/dia. A carne bovina contribui com
aproximadamente 20% da recomendação diária, permitindo a conclusão de que a
mesma contribui de maneira razoável na dieta como fonte de zinco apesar da
carne bovina não ser uma fonte primária desse nutriente.
Resultados e Discussão 79
Foi possível verificar que não houve influência do aquecimento no tipo do
tecido das amostras de carnes estudadas sobre a disponibilidade de zinco, pois
não houve diferenças significativas na absorção desse nutriente mesmo após
submetidas aos diferentes processos de cocção.
19%
12%
21%
26%
18%
21%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratamentos micos
% Cu
FIGURA 5.12. Teores de Cu disponível após digestibilidade in vitro nas amostras
de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes processamentos
térmicos; in natura, água (cozido em água), FC1 (Forno convencional 1), FCII
(Forno convencional 2), GR (grelhado) e MW (micro-ondas).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
FCI FCII MW CA grelhado i_natura
Tratmentos rmicos
Cu
Cu: Bovino
Cu:Frango
Cu:Suino
FIGURA 5.13. Teores de Cu disponível após digestibilidade in vitro nas amostras
de carnes bovina, suína e de frango submetidas a diferentes processamentos
térmicos
Resultados e Discussão 80
Nas Figuras 5.12 e 5.13 são apresentados os teores de Cu nas diferentes
amostras de carne in natura e após processamentos térmicos. Foi possível
observar que, após os diferentes tratamentos térmicos, os tratamentos cozido em
água e radiação micro-ondas apresentaram maiores disponibilidades de cobre. CA
(26%) e MW (21%), sendo que os outros tratamentos se apresentaram
equivalentes. A menor disponibilidade de Cu foi observada após o FCII (12%). Em
relação às amostras, para todos os tratamentos térmicos o Cu se mostrou mais
disponível na carne bovina e suína e menos disponível para a carne de frango.
ANDRADE et. al. em um estudo sobre Zn e Cu em amostras de carnes,
observaram que ocorrem perdas percentuais de cobre durante o processo térmico,
quando comparadas as carnes in natura com as carnes cozidas em fogão
convencional. Os autores observaram ainda que as perdas para as carnes de
aves diminuem com o decorrer do tempo de congelamento, sendo que para
algumas amostras não houve perda significativa do cobre durante o processo de
cocção após 2 semanas de congelamento
40
.
CÀMARA et al., estudando a biodisponibilidade de minerais em refeições
escolares e comparando métodos de diálise e solubilidade, observaram que a
carne e o peixe à base de vegetais eram as mais pobres fontes de Cu dietéticos
15
.
A partir dos resultados obtidos na figura 5.13 é possível observar que a
carne bovina e o tratamento “cozida em água” apresentam maiores percentagens
de cobre biodisponivel contribuindo com aproximadamente 25% da recomendação
diária (1,7 mg/dia) quando comparada aos outros processamentos térmicos e à
carne in natura. Isso talvez se deva ao fato de haver compostos facilmente
solúveis nessa fração, que podem apresentar boa disponibilidade para o
organismo. Sabe-se que compostos de cobre solúveis apresentam cerca de 40%
de aproveitamento
40
, decorrente do enfraquecimento das ligações entre proteínas
e minerais, o que facilita a absorção dos mesmos pelo organismo.
As informações disponíveis sobre a solubilidade e diálise de Cu em
alimentos é escassa, especialmente referentes ao teor de Cu em carnes.
Resultados e Discussão 81
5.4. Análise de FTIR
O aquecimento é um dos passos mais importantes no processamento de
alimentos como as carnes. Por isso, estudar o comportamento térmico de
proteínas miofibrilares e do tecido conjuntivo da carne é uma tarefa importante na
determinação da qualidade final dos produtos da carne. Nesse contexto, o objetivo
da utilização da técnica de FTIR nesse trabalho foi de monitorar os processos de
desnaturação do tecido conjuntivo e das fibras musculares das amostras de
carnes bovina, suína e de frango.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
0,65
C-Hdeformação (CH2). lideos , proteínas..;
banda de amida II, proteína
C-Hstrech ácidos graxos (AG)/membrana
de lpídeos
C=O
éster
fosfolideo
banda de amida I, proteína
strch COO-, C=O)
banda de amida III proteína
def (c-). CoC- etc..carbohidratos
FIGURA 5.14 Espectro de FTIR característico de amostra de carne bovina in
natura.
Na Figura 5.14 é apresentado um espectro típico para amostras de carnes.
Esse espectro é caracterizado principalmente pelas bandas de amida I e amida II,
que podem ser correlacionados com as proteínas mais importantes da carne, tais
como actina, miosina e colágeno.
KIRSCHNER et. al. realizaram aquecimento térmico em amostra de carne
a temperaturas de 45, 60 e 75
o
C e verificaram que ocorreram significativas
alterações nos espectros na região amida I durante o processo de aquecimento,
decorrente da desnaturação das proteínas
149
. Essas mudanças foram mais
marcantes a temperaturas mais elevadas. Nesse caso, correram mudanças
Resultados e Discussão 82
conformacionais mais pronunciadas para as miofibras do que para o tecido
conjuntivo da carne, o que pode estar relacionado com a desnaturação das
proteínas.
Foi observado o mesmo comportamento para amostras de carne estudadas
nesse trabalho como é possível observar nas Figuras 5.15, 5.16 e 5.17.
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 45000 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 45000 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
λ
(nm)
3
2
6
4 e 5
1
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 45000 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 45000 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
λ
(nm)
3
2
6
4 e 5
1
FIGURA 5.15 Espectro FTIR para amostra de carne bovina in natura e
processadas termicamente. 1- carne in natura, 2- cozida em água, 3- micro-ondas,
4- grelhada, 5- Forno convencional 1 e 6- forno convencional 2.
Resultados e Discussão 83
1
λ
(cm
-1
)
2
3
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 45000 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
5
4
6
FIGURA 5.16 Espectro FTIR para amostra de carne suína in natura e
processadas termicamente 1- carne in natura, 2- cozida em água, 3- micro-ondas,
4- grelhada, 5- Forno convencional 1 e 6- forno convencional 2.
1
1
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
2
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
3
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
4
5
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500
6
Resultados e Discussão 84
FIGURA 5.17 Espectro FTIR para amostra de frango in natura e processadas
termicamente. 1- carne in natura, 2- cozida em água, 3- micro-ondas, 4- grelhada,
5- Forno convencional 1 e 6- forno convencional 2.
A partir dos resultados apresentados nas Figuras 5.16 e 5.17, é possível
verificar comportamento semelhante entre as amostras de carnes bovina e suína e
as amostras de carne dos estudos feito por KIRSCHNER et. al., ou seja, ocorreu
desnaturação das proteínas nos aquecimentos mais elevados, pois houve
alargamento das bandas de amida I e II, que caracterizam principalmente
proteínas como miosina, actina e colágeno
150
. As amostras de frango não
apresentaram comportamento semelhante às demais, isso talvez se deva ao fato
das proteínas desse tipo de carne serem distintas das presentes nas carnes suína
e bovina.
KIRSCHNER e colaboradores também fizeram imagens FTIR
microespectrocópicas, com o intuito de observar o efeito do aquecimento sobre as
proteínas da carne
149
. Os autores verificaram a partir dessas imagens a
desnaturação das proteínas e observaram também que esse efeito foi mais
pronunciado a 70
o
C, sendo que nesse caso as proteínas apresentam tamanho
reduzido e maior escurecimento quando comparadas às proteínas a carne in
natura.
Pelo exposto, é possível concluir que processamentos rmicos em
amostras de carne provocam desnaturação de proteínas importantes como a
miosina, actina e colágeno. Essa desnaturação pode ser responsável pela baixa
disponibilidade de minerais e proteínas nas amostras de carne aqui estudadas nos
processamentos a temperaturas mais elevadas, como FCII.
5.5. Análise de Componentes Principal (PCA)
A quimiometria é uma ferramenta matemática e estatística freqüentemente
utilizada para maximizar as informações que podem ser extraídas de um conjunto
de dados. Usando seus recursos, os métodos de desenvolvimento de produtos
alimentícios e análise de alimentos em geral são simplificados. Nesses casos o
Resultados e Discussão 85
uso da quimiometria auxilia na decisão de quais determinações são importantes e,
assim, algumas delas podem ser suprimidas. Isso pode ser facilmente utilizado em
gráficos bidimensionais, contendo grande parte das informações estatísticas pelo
uso da técnica de análise por componentes principais (PCA, Principal Component
Analysis)
151
.
Devido à diferença significativa entre as carnes bovina, suína e de frango, a
avaliação estatística dos dados foi realizada separadamente para cada amostra de
carne. Nas FIGURAS 5.18 e 5.219 são apresentados os gráficos de scores e
loadings para a carne bovina, respectivamente, e nas FIGURAS 5.20 e 5.21 são
apresentados os gráficos de scores e loadings para frango, respectivamente, e
nas FIGURAS 5.22 e 5.23 são apresentados os gráficos de scores e loadings para
a carne suína, respectivamente.
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-3
-2
-1
0
1
2
3
C6
C5
C4
C3
C2
C1
Bovina in natura (C1)
Bovina água (C2)
Bovina grelhada (C3)
Bovina MW (C4)
Bovina FCI (C5)
Bovina FCII (C6)
PC2 (23 %)
PC1 (39 %)
FIGURA 5.18 Gráfico de scores PC1 versus PC2 para a amostra de carne
bovina in natura e processadas termicamente. C1- in natura, C2- cozida em água,
Resultados e Discussão 86
C3-grelhada, C4- micro-ondas, C5- Forno convencional1 e C6- Forno
convencional 2.
-0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
PC1 (23 %)
PC1 (39 %)
Zn T
PB Dig
PB
CuT
MS
Cu Bio
Zn Bio
Ca Bio
Mg T
Fe T
Fe Bio
Ca T
Mg Bio
-0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
PC1 (23 %)
PC1 (39 %)
Zn T
PB Dig
PB
CuT
MS
Cu Bio
Zn Bio
Ca Bio
Mg T
Fe T
Fe Bio
Ca T
Mg Bio
FIGURA 5.19– Gráfico de loadings PC1 versus PC2. (Ca, Cu, Fe, Mg e Zn total
(CaT, CuT, FeT, MgT e ZnT) e biodisponível (Ca bio, Cu bio, Fe bio, Mg bio e Zn
bio) proteína bruta (PB), proteína biodisponível (PB dig) e da matéria seca (MS)
A PCA obtida a partir dos valores médios de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn
total (CaT, CuT, FeT, MgT e ZnT) e biodisponível (Ca bio, Cu bio, Fe bio, Mg bio e
Zn bio) proteína bruta (PB), proteína biodisponível (PB dig) e da matéria seca (MS)
para as amostra de carne bovina mostrou que, com apenas duas componentes
principais, é possível reter 62% da variância dos dados, sendo 39% da variância
total descrita pela primeira componente principal (PC1) e 23% pela PC2 (FIGURA
5.18). Nesta análise quimiométrica e nas demais que se seguem, os dados foram
Resultados e Discussão 87
autoescalados a fim de dar o mesmo peso para todas as variáveis e foi utilizado o
programa computacional Pirouette 4.0 rev. 2 da empresa Infometrix. Com o auxílio
da figura 5.19 foi possível observar a partir da PC2 a separação de dois grupos
segundo os tratamentos térmicos, ou seja, a carne in natura e o tratamento mais
brando (cozido em água) ficaram separados dos outros tratamentos. A partir do
gráfico de loadings (Figura 5.19) podemos observar que o (Ca bio, Zn bio e Cu
bio, CuT, PB e PB dig) são os responsáveis pela caracterização das amostras de
carne in natura e cozida em água enquanto que (CaT, FeT, ZnT, MgT, Fe bio e
Ms) pelos demais tratamentos térmicos.
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3
-4
-3
-2
-1
0
1
2
Frango In natura (F1)
Frango água (F2)
Frango grelhado (F3)
Frango MW (F4)
Frango FCI (F5)
Frango FCII (F6)
F6
F5
F4
F3
F2
F1
PC2 (25 %)
PC1 (36 %)
FIGURA 5.20 Gráfico de scores PC1 versus PC2 para a amostra de carne de
frango in natura e processadas termicamente. F1- in natura, F2- cozida em água,
F3-grelhada, F4- micro-ondas, F5- Forno convencional1 e F6- Forno convencional
2.
Resultados e Discussão 88
-0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
PC2 (25 %)
PC1 (36 %)
Zn T
Pb Dig
Ca T
Cu Bio
Ca Bio
Zn Bio
MS
Mg Bio
Fe Bio
PB
Mg T
Fe T
Cu Bio
-0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
PC2 (25 %)
PC1 (36 %)
Zn T
Pb Dig
Ca T
Cu Bio
Ca Bio
Zn Bio
MS
Mg Bio
Fe Bio
PB
Mg T
Fe T
Cu Bio
FIGURA 5.21 Gráfico de loadings PC1 versus PC2 (Ca, Cu, Fe, Mg e Zn total
(CaT, CuT, FeT, MgT e ZnT) e biodisponível (Ca bio, Cu bio, Fe bio, Mg bio e Zn
bio) proteína bruta (PB), proteína biodisponível (PB dig) e da matéria seca (MS)
A PCA obtida a partir dos valores médios de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn total
(CaT, CuT, FeT, MgT e ZnT) e biodisponível (Ca bio, Cu bio, Fe bio, Mg bio e Zn
bio) proteína bruta (PB), proteína biodisponível (PB dig) e da matéria seca (MS)
para as amostra de frango mostrou que, com apenas duas componentes
principais, é possível descrever 61% dos resultados obtidos, sendo 36% da
variância total descrita pela PC1 e 25% PC2 (FIGURA 5.20). Na figura 5.21 foi
possível observar a partir da PC1 a separação de três grupos segundo os
tratamentos térmicos, ou seja, a carne in natura e os tratamentos cozido em água
e grelhado ficaram separados dos outros tratamentos. A partir do gráfico de
loadings (FIGURA 5.21) podemos observar que o (Cu bio, CaT, ZnT e PB dig) são
Resultados e Discussão 89
os responsáveis pela caracterização das amostras de frango in natura, cozido em
água e grelhado enquanto que (Ca bio, Zn bio, Mg bio, Fe bio, FeT, MgT, MS e
PB) pelos demais tratamentos térmicos.
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
Suíno in natura (S1)
Suíno água (S2)
Suíno grelhado (S3)
Suíno MW (S4)
Suíno FCI (S5)
Suíno FCII (S6)
S6
S5
S4
S3
S2
S1
PC2 (27 %)
PC1 (30 %)
FIGURA 5.22 – Gráfico de scores PC1 versus PC2 para a amostra de carne suína
in natura e processada termicamente. S1- in natura, S2- cozida em água, S3-
grelhada, S4- micro-ondas, S5- Forno convencional1 e S6- Forno convencional 2.
Resultados e Discussão 90
-0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
PC2 (27 %)
PC1 (30 %)
Cu Bio
Ca T
Mg T
Zn T
PB Dig
Fe T
Mg Bio
Cu Bio
Ca Bio
PB
Fe Bio
Zn Bio
MS
-0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
PC2 (27 %)
PC1 (30 %)
Cu Bio
Ca T
Mg T
Zn T
PB Dig
Fe T
Mg Bio
Cu Bio
Ca Bio
PB
Fe Bio
Zn Bio
MS
FIGURA 5.23 Gráfico de loadings PC1 versus PC2 (Ca, Cu, Fe, Mg e Zn total
(CaT, CuT, FeT, MgT e ZnT) e biodisponível (Ca bio, Cu bio, Fe bio, Mg bio e Zn
bio) proteína bruta (PB), proteína biodisponível (PB dig) e da matéria seca (MS)
A PCA obtida a partir dos valores médios de Ca, Cu, Fe, Mg e Zn total
(CaT, CuT, FeT, MgT e ZnT) e biodisponível (Ca bio, Cu bio, Fe bio, Mg bio e Zn
bio) proteína bruta (PB), proteína biodisponível (PB dig) e da matéria seca (MS)
para as amostra de carne suína mostrou que, com apenas duas componentes
principais, é possível descrever 57% dos resultados obtidos, sendo 27% da
variância total descrita pela PC1 e 30% pela PC2 (Figura 5.22). A partir da figura
5.23 foi possível observar a partir da PC2 a separação de quatro grupos segundo
os tratamentos térmicos, ou seja, a carne in natura e os tratamentos cozido em
água, grelhado e microondas ficaram separados dos outros tratamentos. A partir
do gráfico de loadings (Figura 5.23) podemos observar que o (Ca bio, Mg bio, Fe
Resultados e Discussão 91
bio, Cu bio, FeT, MgT, CuT, MgT, CaT, PB e PB dig) são os responsáveis pela
caracterização das amostras de suíno in natura, cozido em água, grelhado e
microondas enquanto que (Zn bio, ZnT e MS ) pelos tratamentos térmicos FCI e
FCII.
A partir da discussão anterior, é possível observar a influência das
características particulares de cada carne sobre a biodisponibilidade dos
nutrientes e proteínas.
Capítulo 6
Capítulo 6Capítulo 6
Capítulo 6
Conclusões
ConclusõesConclusões
Conclusões
Conclusões 93
6. CONCLUSÕES
Foi possível observar que os métodos de cocção influenciam na
disponibilidade de proteínas e nutriente dos alimentos. Em relação à
disponibilidade de proteína, a carne de frango foi a menos afetada pelos
processamentos térmicos.
Com relação à disponibilidade de nutrientes, a carne bovina se mostrou
uma boa fonte de Cu, Fe e Zn, todos com aproximadamente 20% de
disponibilidade, sendo que o tratamento cozido em água apresentou maior
eficiência nesse estudo.
Para todas as amostras, o processamento que empregou forno
convencional por 60 min e 180
o
C (FCII) mostrou uma baixa disponibilidade de
nutrientes e proteínas, o que indica que esse processo de aquecimento térmico
pode ter alterado a digestibilidade e a absorção dos minerais nas amostras aqui
estudadas, decorrentes da reação de Maillard, a qual pode ter sido acelerada pelo
maior tempo e maior temperatura de aquecimento nesse processo.
A partir dos resultados obtidos com o emprego da técnica FTIR foi possível
comprovar as alterações provocadas pelos processos térmicos quanto à
desnaturação de proteínas importantes como a miosina, a actina e o colágeno.
Essa desnaturação pode ser responsável pela baixa disponibilidade de minerais e
proteínas nas amostras de carne aqui estudadas nos processamentos mais
severos como FCII.
A PCA realizada com as amostras de carnes mostrou separação entre os
tratamentos térmicos, formando dois grupos para todas as carnes, um deles
composto pelos tratamentos mais brandos e o outro composto pelos tratamentos
mais severos.
A avaliação da disponibilidade de minerais nos alimentos in natura e
processados foi um trabalho desafiante, principalmente devido ao método de
diálise in vitro ser utilizado como estimativa da absorção dos nutrientes nas
amostras. Todavia, para uma melhor compreensão desses processos pelo
organismo humano se faz necessário um estudo mais elaborado envolvendo
indivíduos, em um estudo multidisciplinar.
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