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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
TC JOÃO ZOLA N´DONGA
GESTÃO DE MANUTENÇÃO ORIENTADA À CONFIABILIDADE DE
COMPONENTES DE AVIAÇAO DA FORÇA AÉREA DE NACIONAL DE ANGOLA
(FANA)
Rio de Janeiro
2010
Dissertação de Mestrado apresentada ao curso de
Mestrado em Engenharia Mecânica do Instituto
Militar de Engenharia, como requisito parcial para
obtenção do titulo de Mestre em ciências em
Engenharia Mecânica.
Orientador:
Cel R/1. Paulo Afonso Lopes da Silva Ph.D.
Rio de Janeiro
2010
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2
C2010
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
Praça General Tubúrcio, 80 Praia Vermelha
Rio de Janeiro RJ CEP: 22290-270
Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-
lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer
forma de arquivamento.
É permitida a menção, reprodução parcial ou a transmissão entre bibliotecas
deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja ou
venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que
sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são da responsabilidade do autor e dos
orientadores.
629.130
N337
N‘donga, João Zola
Gestão de Manutenção Orientada à Confiabilidade de
Componentes de Aviação de FANA /
João Zola N‘donga. - Rio de Janeiro:
Instituto Militar de Engenharia. 2010.
117 p.: il.
Dissertação (mestrado) Instituto Militar de
Engenharia, - Rio de Janeiro, 2010.
1. FANA - Angola. 2. Viação Aérea Angola. 3.
Transporte Aéreo Confiabilidade. 4. Transporte Aéreo
Manutenção. I.Titulo II.Instituto Militar de Engenharia.
629.130
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3
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
JOÃO ZOLA N’DONGA
GESTÃO DE MANUTENÇÃO ORIENTADA À CONFIABILIDADE DE
COMPONENTES DE AVIAÇÃO DA FANA
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia
Mecânica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção
do título de Mestre em Ciências em Engenharia Mecânica.
Orientador: Cel R/1 Paulo Afonso Lopes da Silva Ph.D.
Aprovada em 03 de agosto de 2010 pela seguinte Banca Examinadora:
_______________________________________________________________
Prof. Cel R/1 Paulo Afonso Lopes da Silva Ph.D. - Presidente -IME
_______________________________________________________________
Prof. Maj Jorge Audrin Morgado de Gois Dr.- Ing IME
_______________________________________________________________
Prof. Annibal Parracho Sant‘Anna Ph.D. Universidade Federal Fluminense
Rio de Janeiro
2010
4
À minha família que sempre esteve ao meu lado, nos
momentos difíceis da minha formação.
À minha filha, que suportou a minha ausência durante a
longa batalha acadêmica
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, sendo a fonte de tudo.
Á Sua Excelência General e Comandante do IME.
Ao Corpo docente do IME e à direção da Pós-graduação.
Ao Cel R/1 Paulo Afonso Lopes da Silva pela dedicação, vontade e paciência
aplicadas por ele durante a orientação.
Ao Maj Jorge Audrim Morgado de Gois, pela vontade na transmissão da sua
experiência científica.
Ao Ten Cel Ricardo Eiji Hamaoka, que sempre me deu apóio e coragem de poder
seguir os estudos com sucesso.
Aos professores pela dedicação em transmitir-me os seus conhecimentos e sua
experiência do campo cientifico.
Às Entidades Militares do EMG/FAA, pela boa vontade e iniciativa na formação de
quadros e financiamento da minha bolsa de estudo durante o tempo do mestrado.
Aos meus Chefes da DPAT/EMG/FAA, nomeadamente os Generais Fernando
Araújo e Afonso Neto pela oportunidade dada de me formar como mestre.
Ao Chefes da DPPE/EMG/FAA, como entidade responsável pela formação de
Militares e Coronel Augusto Teca.
Ao General Fernando Sengano Suadi e Entidades Militares das FANA pela vontade
e gentileza de fornecer me dados que tornaram possível a criação da minha
dissertação.
6
Aos colegas da DPAT/EMG/FAA, pela amizade e encorajamento que sempre me
deram.
Às Entidades Militares das Forças Armadas Brasileiras pelo tratamento e carinho
dados ao longo da minha formação.
Aos colegas e amigos que dividiram o mesmo espaço acadêmico comigo e muitas
vezes passamos noites estudando juntos.
7
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.................................................................................... 9
LISTA DE TABELAS............................................................................................. 10
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................. 11
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................... 15
1.1 Introdução ................................................................................................ 15
1.2 Objetivo................................................................................................................ 15
1.3 Relevância do tema e do trabalho............................................................ 16
1.4 Organização do trabalho........................................................................... 16
2 REVISÃO DE LITERATURA E CONCEITOS.......................................... 18
2.1 Gestão de Manutenção de acordo a ISO.................................................. 21
2.1.1 Benefícios da implantação da ISO para a organização............................. 22
2.2 Manutenção, Confiabilidades, disponibilidade e mantenabilidade........... 23
2.3 Curva de taxa das falhas ou de banheira................................................... 33
2.3.1 Causas e efeitos das falhas........................................................................ 35
2..3.2 Análise das falhas....................................................................................... 36
2.3.3 Falha (erro) humana na manutenção aeronáutica...................................... 37
2.4 Aeronaves de combate como um sistema................................................... 39
2.4.1 Assento ejetável (sistema em paralelo)....................................................... 40
2.4.2 Arranjo em série.......................................................................................... 41
2.4.3 Outros arranjos............................................................................................ 43
2.5 Tipos de manutenção.................................................................................. 44
2.6 Redes de Petri............................................................................................ 48
2.6.1 Aplicação ................................................................................................... 48
2.6.2 Representação gráfica............................................................................... 49
2.6.3 Objetivo da RdP no presente trabalho....................................................... 50
8
3 FORÇA AÉREA NACIONAL DE ANGOLA............................................. 55
3.1 Histórico de Angola................................................................................... 55
3.2 Histórico da FANA.................................................................................... 56
3.2.1 Metodologia existente............................................................................... 59
3.2.2 Dados recolhidos durante a pesquisa...................................................... 63
3.2.3 Necessidades............................................................................................ 67
4 METODOLOGIA PROPOSTA................................................................. 68
4.1 Introdução................................................................................................ 68
4.2 Implatanção da teoria proposta................................................................ 69
4.2.1 As Vantagens........................................................................................... 84
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 85
5.1 Discussão............................................................................................... 85
5.2 Conclusões............................................................................................. 86
5.3 Recomendações..................................................................................... 87
5.3.1 Generalidade........................................................................................... 87
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 89
ANEXO 1 Normas da ISO.................................................................................... 90
ANEXO 2 Aeronaves utilizadas na FANA..... ..................................................... 101
ANEXO 3 Aeronaves utilizadas na FAB................................................................ 110
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIG 2.1 Evolução da manutenção................................................................. 19
FIG 2.2 Curva de banheira............................................................................ 33
FIG. 2 .3 Diagrama de causas e efeitos........................................................... 36
FIG. 2.4 Representação esquemática de um arranjo em paralelo.................. 41
FIG 2.5 Representação esquemática de um arranjo em série....................... 42
FIG 2.6 Representação esquemática de um arranjo misto............................ 44
FIG. 2.7 Efeito da ocorrência de uma ação..................................................... 49
FIG. 2.8 Etapas da manutenção de um componente...................................... 51
FIG. 2.9 Componente real............................................................................... 51
FIG 3.1 Estrutura Orgânica da FANA............................................................. 59
FIG. 4.1 Representação dos operadores,mantenedores e engenheiros....... 80
FIG. 6.1 Representação de serviço necessário e desnecessário.................. 88
10
LISTA DE TABELAS
Tab. 3.1 Instrumento de coleta de dados........................................................... 64
Tab. 4.1 Matriz de inspeção................................................................................ 76
Tab. 4.2 Tempos médios....................................................................................... 79
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ABREVIATURAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRAMAN Associação Brasileira de Manutenção
CCPM - Comissão Conjunta Parlamentar Mista
DPAT - Direção Principal de Armamento e Técnica
EMG - Estado Maior Geral
FAA - Forças Armadas de Angola
FAB - Força Aérea Brasileira
FANA - Força Aérea Nacional de Angola
FAPLA - Força Armadas Popular de Angola
IANORQ Instituto Angolano de Normas e Qualidades
INAC - Instituto Nacional da Aviação Civil
ISO - International Organization Standard
MPI - Método de Procedimento de Inspeção
MT-1 - Manutenção técnica pré-utilizada
MT-3 - Manutenção técnica
NBR - Norma Brasileira Registrada.
TMDR - Tempo Médio de Reparo
TMEF - Tempo Médio entre Falhas
TMAF - Tempo Médio até falha
TAAG - Transporte Aéreo Angolano
TAM - Terminal Aéreo Militar
TPM - Total Productive Maintenance
RSEA - Regulamento do Serviço de Engenharia de Aviaçao
12
SÍMBOLOS
R(t) - representa confiabilidade
λ - Taxa da falhas
- Base do logaritmo neperiano
Q - Não confiabilidade
P - Conjunto de lugar
T - Conjunto de transição
I - Conjunto de bags de entrada
O - Conjunto de bags de saida
K - Conjunto de capacidades de lugares
C - Matriz de incidência
n - Número de componentes
rpm - Rotação por minuto
13
RESUMO
A implementação de uma nova teoria, de Gestão de Manutenção orientada à
Confiabilidade de Componentes de aviação pode ser considerada como uma das
mais importantes ferramentas de manutenção da Força Aérea Nacional de Angola
(FANA), cujo papel é estabelecer uma cultura de melhoria contínua, que possa servir
de ponto de referência para a garantia do elevado grau de confiabilidade de
equipamentos de vôo.
Este trabalho propõe um modelo gerencial de Manutenção na FANA, que
contemple uma intenção estratégica baseada em conceitos de confiabilidade e de
disponibilidade. Nesse âmbito, a gestão da manutenção vai assumir uma dimensão
estratégica, considerando-se a sua importância para a obtenção de vantagens no
asseguramento de vôos, em face do papel crescente da disponibilidade operacional
fundamental para o sucesso, deste Ramo das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Uma visão contemporânea da gestão da manutenção considera que essa
função deva englobar todo o ciclo de vida dos equipamentos, iniciando-se desde a
etapa de concepção do projeto, passando pela etapa de montagem, até a sua
execução. Dessa forma, a partir da aplicação da gestão do conhecimento nas
atividades de asseguramento de vôos, propõe-se uma estratégia direcionada para a
melhoria da qualidade dos serviços de manutenção, representando um investimento
que se reverterá em ganhos de confiabilidade e desempenho operacional dos
equipamentos de vôos, resultando na prontidão combativa, sendo expressão
emblemática das Forças Armadas.
Palavras-chave: Gestão, Manutenção e Confiabilidade.
14
ABSTRACT
The implementation of a new theory, of Management of Maintenance guided to
the Trustworthiness of Components of aviation can be considered as one of the most
important tools of maintenance of the National Air Force of Angola (FANA), whose
paper is to establish a culture of continuous improvement, that can serve of control
point for the guarantee of the raised degree of flight equipment trustworthiness.
This work it argues a managemental model of Maintenance on the FAN, that
contemplates an established strategically intention in concepts as of trustworthiness
and availability. In this scope, the management of the maintenance goes to assume a
strategically dimension, considering it its importance for the attainment of advantages
in the securing of flights, in face of the increasing paper of the operational availability
for the success of this Branch of the Angolan Armed Forces (FAA).
A vision contemporary of the management of the maintenance considers that this
function must all to contemplate the cycle of life of the equipment, initiating itself
since the stage of conception of the project, passing for the stage of assembly, until
its execution. Of this form, from the application of the management of the knowledge
in the activities of securing of flights, it is intended to adopt a strategy directed for the
improvement of the quality of the maintenance services, being represented an
investment that will revert in profits of trustworthiness and operational performance of
the equipment of flights. This has as resulted the militant promptitude, being
emblematic expression of the Armed Forces.
Word-key: Management, Maintenance and trustworthiness
15
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Neste capitulo apresenta-se um breve intróito ao assunto manutenção,
relacionado-o com o campo de aeronáutica. Em seguida, a introdução, os objetivos,
relevância do tema e do trabalho e a própria estrutura do trabalho.
1.1. INTRODUÇÃO
A crescente concorrência e a necessidade de obter constantes resultados
positivos, evitar acidentes e acelerar o processo de globalização da economia, têm
levado as organizações de Aeronáutica a, cada vez mais, buscarem modelos de
gerenciamento baseados nos conceitos de eliminação de desperdícios, melhoria da
qualidade, aumento da produtividade e redução de custos. Esta busca se torna
ainda mais eficaz quando incorporada a uma estratégia adequada de
mantenabilidade.
Deste modo, todos os Setores e níveis hierárquicos devem participar da
estratégia das Forças Armadas, porque todos devem compreender sua função e
potencial dentro do conjunto de ações para execução da estratégia adotada.
1.2. OBJETIVOS
Este trabalho propõe um modelo gerencial de Manutenção na Força Aérea de
Nacional Angolana (FANA), que apresenta alguns fundamentos para integrar as
variáveis relacionadas com a manutenção e confiabilidade no sistema de
asseguramento de vôos da FANA Além disso, chama-se a atenção para a
mantenabilidade, disponibilidade, e taxa de falha como variáveis de interesse
fundamental à Gestão de manutenção.
16
Por fim, dar a conhecer as sugestões, como ganhos potenciais que podem ser
alcançados mediante a adoção da presente metodologia proposta, ou das futuras
pesquisas, assim como justificar a necessidade de implantação de sistema de
gestão na FANA.
1.3. RELEVÂNCIA DO TEMA E DO TRABALHO
Pode-se considerar a gestão de manutenção como um tema relevante para es-
tudo devido a sua capacidade de criar um ambiente de melhoria contínua e permitir
a FANA elevar seu grau de organização, de competitividade, além de sua compatibi-
lidade com teorias também muito importantes para a melhoria da segurança de vôos
e de todo pessoal nela envolvido.
a relevância deste trabalho está em poder oferecer a FANA, uma análise
crítica com base acadêmica dos resultados levantados da pesquisa feita na Base
Aérea
1
de Luanda
2
, além de sugerir ações para melhoria desses resultados.
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Este trabalho está organizado em cinco capítulos:
O primeiro capítulo trata das considerações iniciais Estão aqui apresentados
os aspectos motivadores do trabalho, introdução, os objetivos e a relevância.
O segundo capítulo apresenta a revisão de literatura e conceitos São
apresentados os principais manuais consultados e conceitos associados à
abordagem do tema.
1
Base Aérea n
0
1
2
Luanda: Capital da república de Angola
17
O terceiro capítulo faz referência a Força Aérea Nacional Neste capitulo, são
abordados os históricos de Angola, da FANA, assim como a realidade atual.
O quarto capítulo baseia-se na teoria proposta - Considerado capitulo
principal, nele está apresentada a teoria como placa mãe deste trabalho.
O quinto capítulo aborda uma análise comparativa entre a FANA e a FAB e fi-
nalmente, apresenta as considerações finais e sugestões - É o capitulo que
encerra o trabalho através das conclusões e sugestões.
18
2. REVISÃO DA LITRATURA E CONCEITOS
Neste capítulo busca- se fazer uma revisão na bibliografia basilar, artigos, e
dissertações mais recentes, visando à fundamentação teórica para coleta e análise
de dados.
JOÃO RICARDO BARUSSO LAFRAIA (2001) apresenta as funções de
confiabilidade com seu manual de confiabilidade, mantenabilidade e disponibilidade;
ALAN KARDECK, JÚLIO NASCIF (2002) com manual de manutenção função
estratégica;
W.GRANT IRESON,CLYDE F. COOMBS, Jr. RICHARD Y. MOSS (1996) no seu
livro, de engenharia de manutenção e confiabilidade apresentam os conceitos de
manutenção, confiabilidade, mantenabilidade, falha, taxa de falhas e curva de
banheira;
OLIVEIRA, Marcos (1995) A. Implantando a ISO 9000 em pequenas e médias
empresas. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1996 apresenta dados de implantação de
ISO em uma organização;
PINTO, A.K. e XAVIER J. N. (2001)Rio de Janeiro: Qualitymark editora, 1998,
apresenta Manutenção e Função Estratégica apresenta as formulas de
confiabilidade, disponibilidade, falha, taxa de falha e tempos médios;
S.Natkin (1980), Les Réseaux de Petri Stochastiques et Leur Application a
L‘evaluation des Systemes Informatiques, Thèse de Docteur Ingegneur, CNAM,
Paris, France.
19
Ministério da Defesa de Angola (1976), no Regulamento de Serviço de Aviação
apresenta informações sobre a manutenção e o uso de equipamentos para o
asseguramento de vôos da FANA;
A necessidade de consertar ou reformar coisas sempre existiu, portanto é difícil
definir de forma precisa quando surgiu de fato a atividade de manutenção. Sabe-se
que historicamente na Europa em torno do século XVI, a fabricação dos primeiros
relógios mecânicos fez surgir também os primeiros técnicos de montagem e
reparação. A Revolução Industrial e a Primeira Grande Guerra deram espaço à
expansão das tarefas de manutenção emergenciais. Na Segunda Grande Guerra
conceitos de disponibilidade e produtividade eram mais explorados e levaram ao
que chamamos de manutenção preventiva e posteriormente aos modernos tipos de
manutenção que veremos nos itens posteriores da presente Dissertação.
Retrospectivas e evolução da Manutenção em um contexto mundial pode ser
representada por três gerações descritas a seguir (SIEVULI, 2001) e resumidas:
FIG. 2.1 - Evolução da manutenção.
1
a
GERAÇÃO (1930
1940)
- Conserto após a
falha
- Baixa
disponibilidade do
equipamento
- Manutenção Corretiva
de emergência
2
a
GERAÇÃO (1940
1970)
- Monitoramento
com base no
tempo.
Manutenção
Planejada
- Disponibilidade
crescente
- Planejamento e
controle manuais
3
a
GERAÇÃO (Desde
1970)
- Monitoramento com
base na condição.
Engenharia de
Manutenção
- Confiabilidade e
Manutenibilidade
- Softwares potentes de
planejamento e
controle
-Grupos de trabalho
multidisciplinares
20
1
a
geração (1930 a 1940): caracterizada pelo conserto as a falha ou
manutenção emergencial;
2
a
geração (1940 a 1970): caracterizada pela disponibilidade crescente e maior
vida útil dos equipamentos, pelas intervenções preventivas baseadas no tempo de
uso após a última intervenção, pelo custo elevado de manutenção quando
comparado aos benefícios, pelos sistemas manuais de planejamento e registro das
tarefas e ocorrências de manutenção e posteriormente pelo início do uso de
computadores grandes e lentos para execução dessas tarefas;
3
a
geração (Desde 1970): caracterizada pelo aumento significativo da
disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos, pela melhoria na relação entre o
custo e o benefício da manutenção, pelas intervenções nos equipamentos baseadas
na análise da condição e no risco da falha, pela melhor qualidade dos produtos, pelo
controle dos riscos para a segurança e saúde do operador, pela preocupação com o
meio ambiente, por computadores portáteis e rápidos com potentes softwares para
intervenções e gerenciamento da manutenção, am do surgimento dos grupos de
trabalho multidisciplinares.
Pela evolução ao longo do tempo, a expectativa para a manutenção aponta para
alguns conceitos a desenvolver, de forma a caminhar-se para a ausência de falhas
dos equipamentos ou bens, com base em que:
A qualidade produz-se, não se controla;
Não existem culpados, mas sim causas;
Deverá ser controlado o processo e não o resultado ou, então, inspecionar
continuamente o homem;
Todo o defeito encontrado é importante, pois assim poderá ser eliminado;
É muito importante que a correção do defeito seja efetuada pelo seu
causador.
21
2.1. GESTÃO DE MANUTENÇÃO DE ACORDO A ISO 9001
Por ser sistema de gestão de manutenção, um modelo de gestão relacionado à
melhoria da confiabilidade e disp0onibilidade de equipamentos, e por estarem estas
características diretamente associadas às falhas dos equipamentos, à qualidade e
tipo de manutenção que se lhes aplica, se faz necessária inicialmente para um
melhor entendimento da gestão de manutenção, a abordagem de conceitos sobre
gestão baseiada em ISO 9001.
A sigla "ISO" refere-se à International Organization for Standardization,
organização não-governamental fundada em 1947, em Genebra, e hoje está
presente em cerca de 160 países. A sua função é a de promover a normatização de
produtos e serviços, para que a qualidade dos mesmos seja permanentemente
melhorada.
As normas ISO da série 9000 são um conjunto de normas e guias internacionais
para a Gestão da Qualidade. Elas são genéricas em natureza e foram elaboradas
para servirem para todos os tipos de negócio. O conjunto ISO 9000, 9001, 9004
sustenta a criação de um Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) e são aplicáveis a
qualquer organização sem considerar produto, serviço, tamanho, ou se a companhia
é blica ou privada. Vale ressaltar que é a ISO 9001 quem traz os requisitos a
serem seguidos para implementar um SGQ, sendo que as demais dão suporte a ela.
Esta família de normas estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos
processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do
ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos clientes, colaboradores e
fornecedores, num processo contínuo de melhoria do sistema de gestão da
qualidade. Aplicam-se a campos tão distintos quanto materiais, produtos, processos
e serviços.
22
A Implantação e certificação da ISO 9001:2000 permitem à organização
demonstrar um nível diferenciado de planejamento, gerência e preocupação com a
satisfação do consumidor.
Essa implantação não garante que a empresa atue sem falhas nos seus
processos e sempre satisfaça seus clientes, contudo exige que haja ferramentas
consistentes para prevenir efetivamente a ocorrência de falhas e tratar com agilidade
e eficácia a ocorrência de um desvio, atuando na causa do problema.
Segundo OSADA (1993) o gerenciamento da manutenção deve considerar os
seguintes pontos:
a) Restringir os investimentos em equipamentos desnecessários;
b) Utilizar ao máximo os equipamentos existentes;
c) Melhorar a taxa de utilização do equipamento para a produção;
d) Garantir a qualidade do produto, através do uso do equipamento;
e) Reduzir a mão-de-obra de baixo custo, através da melhoria dos
equipamentos;
f) Reduzir os custos de energia e materiais adquiridos, através de inovações no
equipamento e melhorias dos métodos de sua utilização.
Todas essas tarefas são fundamentais para reestruturar a organização, como
resposta aos desafios futuros. Elas precisam ser realizadas com a participação de
todos os funcionários.
2.1.1. BENEFÍCIOS DA IMPLANTAÇÃO ISO PARA A ORGANIZAÇÃO
Maior participação no mercado;
Maior satisfação dos clientes;
Redução de custos;
23
Maior produtividade;
Maior competitividade;
Maior lucro;
Para trazer para dentro da organização os conhecimentos das pessoas que
trabalham nela. Assim, se uma pessoa, por exemplo, se aposentar, o seu tra-
balho terá continuidade de maneira mais fácil.
2.2. MANUTENÇÃO, CONFIABILIDADE, DISPONIBILIDADE E MANTENABILIDADE
Para se manter as funcionalidades de um dispositivo durante a sua vida útil, ou
restaurar as propriedades de um dispositivo que apresentou alguma falha, é
necessário lançar mão de certas atividades. Essas atividades são denominadas
ações de manutenção e podem incluir revisão, reparo, remoção, substituição,
modificação, inspeção, calibração, verificação, dentre outras.
A função manutenção, em tempos de intensa competição e de sobrevivência
entre mercados globalizados internos e externos, vem recebendo especial atenção
dos mais diversos setores de atuação de uma empresa, especialmente a partir das
últimas décadas do século passado, alcançando praticamente todos os níveis
hierárquicos. Isso ocorre em razão da necessidade fundamental de controle de
custos operacionais, dos quais os de manutenção fazem parte e representam um
dos grandes componentes de custos controláveis (FLEMING & FRANÇA, 1997)
(PARDUE APUD GOUWS & GOUWS, 1997).
Entretanto, a manutenção não é um conceito novo; ela acompanha toda a
história da evolução de equipamentos, desde o desenvolvimento das primeiras
máquinas a vapor até a evolução dos itens físicos.
O termo manutenção, segundo MONCHY, tem origem no âmbito militar, no qual
significa ―manter‖ níveis constantes de efetivo e provisões, passando a ser aplicado
24
na indústria apenas no período pós-Segunda Guerra Mundial (1950) nos Estados
Unidos (MONCHY APUD WYREBSKI, 1997). Segundo a Associação Brasileira de
Normas Técnicas ABNT, resumidamente, manutenção é ―a combinação de todas
as ações cnicas e administrativas, destinadas a manter ou recolocar um item em
um estado no qual possa desempenhar uma função requerida‖ (ABNT, 1994).
MONCHY define manutenção como ―o conjunto de ações que permitam manter
ou restabelecer um bem dentro de um estado espefico para assegurar um serviço
determinado‖.
MOUBRAY atribui à manutenção a função de ―assegurar que os itens físicos
continuem a fazer o que os seus usuários querem que eles façam‖. Essa mudança
de enfoque proposta, de atenção não ao item, mas à função que ele possui,
representa a ruptura de um paradigma da manutenção. Com base na definição
proposta por MOUBRAY, considerações podem ser feitas com relação aos principais
termos da definição que nortearão este trabalho. Segundo o dicionário Aurélio,
manter significa ―[...] conservar, sustentar, continuar em um estado existente‖;
manter contém a noção de prevenção das funções de um sistema em
funcionamento; restabelecer significa a correção da função de um item ou sistema
consecutiva à perda de função, e estado espefico implica conhecimento das
funções esperadas (WYREBSKI, 1997).
MOUBRAY (1997) relata que o processo de gerenciamento da manutenção
sofreu importantes transformações em seus métodos no decorrer de sua evolução,
principalmente nos últimos vinte e cinco anos, talvez mais do que qualquer outra
atividade de gerenciamento (MOUBRAY, 1997).
Afirmou o ALAN KARDEC PINTO:
A atividade de manutenção precisa deixar de ser apenas
eficiente para se tornar eficaz; ou seja, não basta,
25
apenas, reparar o equipamento ou instalação tão rápido
quanto possível, mas, principalmente, é preciso manter a
função do equipamento disponível para a operação,
evitar a falha do equipamento e reduzir os riscos de uma
parada não planejada‖.
a definição sobre ‗manter‘ é indicada, em vários dicionários, como causar
continuidade ou reter o estado atual. Isto sugere que ‗manutenção‘ significa
preservar algo.
A esse respeito, MONCHY (1989) apresenta a conceituação da Associação
Francesa de Normatização, na qual a ―manutenção é o conjunto de ações que
permite manter ou restabelecer um bem, dentro de um estado específico ou na
medida para assegurar um serviço determinado‖ .
De forma mais abrangente, o termo manutenção engloba os conceitos de
prevenção (manter) e correção (restabelecer). Sendo assim, o estado específico ou
serviço determinado implica na predeterminação do objetivo esperado, com
quantificação dos níveis caractesticos. MONCHY (1989) comenta ainda sobre a
lacuna deixada por grande parte das definições, ao não fazerem referência ao
aspecto econômico envolvido na realização de uma manutenção eficiente, que
deveria assegurar que suas atividades conduzissem a um custo global otimizado.
Sobre o assunto, cabe também observar o posicionamento de MOUBRAY
(2000). Para o autor, ‗manter‘ significa continuar em um estado existente, ou seja, a
manutenção é o conjunto de técnicas de atuação para que os ativos físicos
(equipamentos, sistemas, instalações) cumpram ou preservem sua função ou
funções específicas.
Autores como SLACK et al. (1997), por sua vez, observa que a ‗manutenção‘ é o
termo usado para abordar a forma pela qual as organizações tentam evitar as falhas,
26
cuidando de suas instalações físicas. Esta abordagem enfatiza a prevenção e a
recuperação de falhas, uma importante área de atuação da manutenção, embora se
entenda que não envolve a sua completa amplitude. Pode-se afirmar ainda, que as
causas e os efeitos das falhas merecem atenção especial e permanente, assim
como o desenvolvimento de ações pró-ativas, com vistas a minimizar a ocorrência e
as conseqüências das falhas, caso ocorram.
Para MATHEW (2004, ), ―espera-se, do gerenciamento da manutenção, que
planeje suas atividades por toda vida do equipamento‖. Como afirma MORAIS
(2004), com o advento de novas tecnologias, a atividade de manutenção passou a
ser sinônimo de qualidade, confiabilidade e disponibilidade de diversos setores,
como telecomunicações, indústria e aviação.
Como afirma Enrick (1977):
Na era da viagem especial automação e computadores
maquinam e equipamentos sofisticados e dispositivos
complexos um velho problema reapareceu com uma
urgência: determinar por quanto tempo espera-se que um
produto funcione apropriadamente, ou o quão confiável é
este produto.
A confiabilidade é definida de maneira muito semelhante por diversos autores e
possuem pontos de convergência que o: probabilidade, função/missão, tempo e
condições.
BERGAMO (1997) define o termo confiabilidade como ―a probabilidade de um
produto executar, sem falhas, certa missão, sob certas condições, durante um
determinado período de tempo‖. Por sua vez, ENRICK (1977), define confiabilidade
como a ―probabilidade de um produto, dispositivo ou equipamento executar, sem
falhas, a função para a qual foi projetado, por um período de tempo requerido‖.
27
Analisando-se essas definições, em especial os pontos de convergência,
percebe-se a necessidade de se quantificar ou mensurar a confiabilidade, pois ela
precisa ser expressa em termos de probabilidade, Também se percebe o foco no
desempenho da sua função -, pois mesmo em funcionamento, o dispositivo precisa
finalizar corretamente a tarefa, para se considerar confiável.
Neste sentido, exemplifica a situação com uma guilhotina para 50 folhas, sendo
as ultimas 20 somente marcadas pela ação, e não cortadas. Este exemplo
caracteriza a confiabilidade como um conceito distinto e mais especifico do que o
simples ato de funcionar.
Outro ponto de convergência, o fator tempo, tem sua relevância no fato de que
se espera que um dispositivo apresente as mesmas características e eficiência,
indefinidamente. Pode-se resumir como a funcionalidade ao longo de um período.
Este fator torna-se extremamente relevante para a aviação, uma vez que os
acidentes costumam acarretar em fatalidades. Assim sendo, o prazo pelo qual se
espera o funcionamento adequado de um componente deve ser calculado com boa
margem de precisão e adicionado um fator de segurança. Além disso, o tempo de
correto funcionamento é fator de competitividade, uma vez que o exigente
consumidor atual analisa os prazos de garantia, utilizando como fator interveniente
na tomada de decisão.
Por último, o fator que se refere às condições de operação, serve como
delimitador do ambiente sob o qual o sistema deverá estar submetido. Como propõe
VACCARO (1997), não se pode mensurar a confiabilidade de um aparelho de
televisão exposto à chuva. Essas condições deverão ser perfeitamente conhecidas e
observadas pelos operadores do sistema, principalmente em atividades de elevado
risco potencial. Outro exemplo bastante simples, porém comum, é o uso de aparelho
em rede elétrica de tensão distintas da indicada.
28
Diversos estudos sobre confiabilidade e suas aplicações, tem trazido valiosa
contribuição, não para o meio cientifico, mas principalmente para toda a
sociedade. Produtos aparentemente simples, como canetas que escrevem em
condições de gravidade nula ou negativa e até dispositivos complexos como
aeronaves, espaçonaves, satélites, submarinos, usinas de geração de energia
elétrica, dentre outros, passaram por ensaios, testes e análises, muito antes de
serem colocados em operação.
Durante o projeto e nos testes, a confiabilidade de um equipamento é medida e,
caso não esteja dentro de parâmetros aceitáveis, o mesmo será reprojetado ou
receberá um dispositivo semelhante que atuará em paralelo, como uma reserva de
segurança. Nesta segunda hipótese, a confiabilidade inicial do equipamento isolado
não será altera, entretanto a confiabilidade final do sistema criado será aumentada.
Em aeronaves, devido ao risco natural da atividade, a confiabilidade deve ser
elevada, entretanto, com a degradação dos componentes ao longo de sua vida útil,
devido aos fatores como tempo de uso, corrosão, inexistência de peças de
reposição originais e tensões aplicadas, teremos uma significativa redução deste
valor.
Segundo FIRMINO ET AL (2004), a confiabilidade é uma ferramenta que permite
a elaboração de estratégia de manutenção, pois visa garantir o bom funcionamento
do produto, em decorrência do seu tempo de uso e dos fatores que podem
influenciar seu desempenho. Isto acarreta em adequação das atividades de
manutenção, ao longo do tempo, variações no desempenho do componente alvo,
devido a fatores como fadiga e corrosão.
Finalmente a Confiabilidade é definida como, capacidade que um sistema ou
componente tem de executar as suas funções sob determinadas condições e
durante certo período de tempo (IEEE 90).
29
Por outras palavras, é a probabilidade condicional de um sistema ou
componente cumprir a sua missão dentro do tempo previsto e sujeito a um
funcionamento normal (sem avarias). Uma missão aérea é o exemplo perfeito para
ilustrar este conceito. Quando um avião de Transporte Aéreo Angolano (TAAG)
parte para a sua missão, de Angola ao Brasil, existe um objetivo em mente:
completar o vôo, dentro de aproximadamente sete horas previstas e em segurança
(sem falhas catastróficas).
Também por confiabilidade entende-se a probabilidade de um equipamento
operar continuamente sem falhas por um período definido de tempo ou número de
ciclos, dentro das condições de desempenho especificadas em projeto (SAE, 1993).
Para o Comando da Aeronáutica, a função confiabilidade é definida na DMA
400-6 - Ciclo de Vida de Sistemas e Materiais da Aeronáutica (1992) como a
―probabilidade de um dispositivo executar, com sucesso, a função para a qual foi
desenvolvido, durante um período de tempo especificado e sob condições
operacionais preestabelecidas‖.
Segundo LAFRAIA (2001), existem outros pametros utilizados na análise de
confiabilidade, que são:
a) Tempo Médio para Falha (TMPF) É o tempo médio para falha de compo-
nentes que não podem ser reparados.
b) Tempo Média entre Falhas (TMEF) É o tempo médio de falha de componen-
tes reparáveis.
c) Tempo Médio de Reparo (TMDR) É o tempo para reparo de componentes.
Estes conceitos também são bastante explorados em BERGAMO (1997),
BLANCHARD (2003) e VACCARO (1997).
30
TMEF, ou Tempo Médio Entre Falhas, é a medida básica para a confiabilidade
do sistema. Quando maior o TMEF, maior a confiabilidade do produto. A Equação
(2.1) mostra esta relação.




( 2.1)
Onde: R(t) é a confiabilidade
Tempo é a duração da missão.
TMDR, ou Tempo Médio de Reparação (ou recuperação), é o tempo estimado
de recuperação do sistema perante uma avaria. Pode abranger o tempo que leva a
diagnosticar o problema, o tempo que leva a chegar um cnico ao local e o tempo
que leva a reparar fisicamente o sistema. Tal como no caso do TMEF, a unidade do
TMDR é expressa em horas. Como se pela Equação (2.2), o TMDR tem impacto
sobre a disponibilidade e não a confiabilidade. Quando maior o TMDR, maior a
avaria do sistema. Pondo de maneira mais simples, quanto mais tempo leva a
recuperar o sistema, menos disponibilidade ele tem. A fórmula abaixo ilustra a forma
como o TMEF e o TMDR influenciam a disponibilidade geral do sistema. Se o TMEF
aumentar, a disponibilidade também aumenta. Se o TMDR aumentar, a
disponibilidade diminui.
D=


 (2.2)
A Disponibilidade, por seu turno, é o grau a que um sistema ou componente está
operacional e acessível, quando é necessária a sua utilização (IEEE 90)
Segundo a NBR-5462 (1994), disponibilidade é a capacidade de um item estar
em condições de executar certa função em um dado instante ou durante um
31
intervalo de tempo determinado, levando-se em conta os aspectos combinados de
sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manutenção, supondo que os
recursos externos requeridos estejam assegurados.
A disponibilidade de um dado produto ou sistema está na verdade, diretamente
associado com a ―qualidade temporal‖ ou vida desse sistema, se considerado
reparável. Pode ser vista como a probabilidade de o sistema ou componente estar
em posição para executar determinada função sob certas condições e numa dada
altura. A disponibilidade é determinada pela confiabilidade do sistema, assim como
o seu tempo de recuperação quando ocorre uma avaria. Quando os sistemas têm
períodos operacionais longos e contínuos (por exemplo, um centro de dados com 10
anos), as avarias são inevitáveis. A disponibilidade é muitas vezes tida em conta,
porque quando uma avaria a variável crucial passa a ser a rapidez com que o
sistema recupera. Pegando no exemplo do centro de dados, a variável crucial é ter
uma concepção de sistema confiável, mas quando ocorre uma avaria o aspecto
mais importante a ter em conta é pôr o equipamento TI e os processos de novo a
funcionar, fazendo-o com a máxima rapidez, para reduzir ao mínimo o período de
inatividade.
Por mantenabilidade entende-se a probabilidade de um reparo em um
equipamento ser executado dentro do tempo e dos procedimentos previamente
determinados e está ligado às condições de acesso ao equipamento, à habilidade
para diagnóstico da falha além dos recursos materiais e humanos disponíveis e
adequados para a realização do reparo (SAE, 1993).
Segundo a Reliasoft (2003), mantenibilidade é definida como ―a probabilidade de
executar uma ação de reparo bem sucedida dentro de um dado tempo‖. Ou seja, a
mantenibilidade mede a facilidade e a velocidade com que um sistema pode ser
restaurado para um estado operacional após uma falha ocorrer. Por exemplo, se um
sistema possui 90% de mantenibilidade em uma hora, isso significa que há 90% de
32
probabilidade de que o mesmo será reparado dentro de uma hora. A principal
variável levada em conta para o cálculo da mantenibilidade é o tempo de reparo.
Segundo KRAUS (1988), o parâmetro de mantenibilidade mais comumente
utilizado é o tempo médio para reparo. O TMDR é medido como o tempo
transcorrido para se efetuar uma operação de manutenção, e é utilizado para se
estimar o tempo em que o sistema não está operacional e também a sua
disponibilidade.
A manutenção é o objetivo de toda esta discussão. Ela fica prejudicada sempre
que alguma falha acontece no sistema produtivo. A falha é a variável principal e a
razão de todo o estudo em confiabilidade e tem relação direta com diversos
aspectos da manutenção.
A falha de um equipamento é a situação na qual este se torna incapaz, total ou
parcialmente, de desempenhar uma ou mais funções para qual foi projetado e
construído (XENOS, 1998, e SAE, 1993).
As interrupções da função do equipamento também podem ser definidas como
mau funcionamento ou avarias e classificadas conforme mostrado a seguir
(TAKAHASHI, 1993; NAKAJIMA, 1989, e SHIROSE, 1992), falhas :
Fatais: mais de três horas de duração
De longa duração: mais de uma hora
Gerais: de cinco a dez minutos
Menores: menos de cinco minutos
A Taxa da falhas é a multiplicidades de falhas em um dado tempo mede com
que freqüência uma falha ocorre. Ela é calculada como o número de falhas em um
período de tempo.
33
λ= (numero de falhas/numero total de produtos testados) x 100 (2.3)
λ= (numero de falhas/tempo de operação) (2.4)
2.3 CURVA DE TAXA DE FALHA OU DE BANHEIRA
A análise do comportamento da taxa de falha de um equipamento ao longo do
tempo pode ser representada por uma curva que possui a forma de uma banheira, a
curva da banheira (bathtube curve), como na Figura 2.1. A curva representa as fases
da vida características de um sistema: mortalidade infantil, maturidade e mortalidade
senil (BERGAMO, 1997; BLANCHARD, 2003: MATHEW, 2004 e MORAIS, 2004).
I II III
Infantil Juvenil Envelhecimento
FIG. 2. 2 - Curva da taxa de falhas ou de banheira
As fases descritas pela curva da banheira são:
a) Infantil fase inicial da vida de um produto, quando ocorrem as chamadas
falhas prematuras que demandam a depuração do processo de produção e
dos componentes do sistema. Nesta fase a taxa de falha é alta, porem em
decréscimo e não deve ser utilizada para calculo da confiabilidade, uma vez
que as características do dispositivo podem ser substancialmente
modificadas, até se atingir a configuração final. Nesta fase, o fabricante
34
deverá executar testes e ensaios acelerados, buscando antecipar a
maturidade do dispositivo, permitindo-se disponibilizar ao mercado, um
produto com valores adequados de confiabilidade.
b) Juvenil período desejavelmente mais longo do produto, no qual a taxa de
falha se mantém estável, no seu nível mais baixo. Como afirma ROSA (2003),
este é o período durante o qual ocorrem as chamadas falhas aleatórias, que
são devidas, principalmente, a fatores complexos, incontroláveis e nem
sempre conhecidos. Este período também é conhecido como sendo a vida útil
do componente ou sistema.
c) Envelhecimento período da vida de um produto que compreende o período
de crescimento da taxa de falha. Segundo VACCARO (1997), ―a manutenção
de equipamentos que tenham atingido este período tenderá a tornar- se
demasiadamente onerosa‖. Dessa forma, e sob a perspectiva do
planejamento do ciclo de vida, antes de um dispositivo atingir tal período,
deve haver uma definição sobre qual ação será mais vantajosa, podendo-se
optar pela recuperação, modernização, substituição ou desativação de um
produto ou sistema. MATHEW (2004) considera que as ações necessárias de
manutenção, como planejamento de estoque, devem ser previstas com
antecedência e que, porem, essa previsão torna-se difícil na fase de
desgaste, quando o gerente enfrenta o dilema de se manter níveis elevados
de sobressalentes, graças à crescente taxa de falhas, ou sofrer atrasos no
reparo e falência de orçamento, caso opte por manter determinado
equipamento em operação.
35
2.3.1 CAUSAS E EFEITO DAS FALHAS
As causas das falhas são diversas e podem se apresentar isolada ou
simultaneamente. Essas causas podem ser agrupadas em três grandes categorias
(XENOS, 1998; MIRSHAWKA, 1991, e NAKASATO, 1994):
Falta de resistência: proveniente de uma deficiência de projeto, especificação
inadequada do material, deficiência na fabricação ou montagem;
Uso inadequado: exposição do equipamento a esforços e condições de uso
acima da resistência especificada em projeto;
Manutenção inadequada: inadequação ou ausência de ações de manutenção
para evitar a deterioração.
Com base nessas três categorias pode-se dizer que uma falha acontece porque
o esforço aplicado ao equipamento ultrapassa sua resistência.
Resumindo, as falhas acontecem geralmente por fatores tais como: erros de
fabricação, de montagem, de operação ou de manutenção, lubrificação ou
refrigeração inadequada, sujeira, objetos estranhos, folgas, vazamentos,
deformações, trincas, condições ambientais desfavoráveis, vibração, oscilação de
pressão, de temperatura e de tensão, torque incorreto, oxidação, corrosão,
obstrução de dutos e também por colisões, (XENOS, 1998, MIRSHAWKA, 1991,
TAKAHASHI, 1993; SHIROSE, 1994, e SUZAKI, 1987, ).
O diagrama de ISHIKAWA é uma ferramenta poderosa para a identificação dos
direcionadores que potencialmente causam os efeitos indesejáveis.
36
Ele é uma ferramenta analítica que, adotada por um grupo de projeto, parte de
um "problema de interesse" e possibilita a ocorrência de um "brainstorming" visando
identificar as causas possíveis para o problema.
FIG. 2 .3 - Diagrama de causas e efeitos
2.3.2. ANÁLISE DAS FALHAS
Medidas como limpeza e inspeção dos equipamentos, conhecimento e
obediência as condições de uso previstas em projeto, recuperação das
degenerações, correções das deficiências provenientes do projeto ou fabricação e
maior capacitação técnica dos usuários e mantenedores o ações básicas para a
eliminação das falhas e não podem ser negligenciadas (NAKAJIMA, 1989, e
NAKASATO, 1994, ). Porém tão importante quanto às ações para eliminação das
falhas ocorridas, é o estudo detalhado de suas causas e a utilização dos resultados
desse estudo como uma ferramenta poderosa para evitar sua recorrência.
O ato de reunir-se no local da falha para sua análise imediata é chamado pelos
japoneses de Princípio dos Três Gens que significam ir ao local da ocorrência
37
(Genba), observar o equipamento (Genbutsu) e o fenômeno (Genjitsu) (XENOS,
1998, e SUZAKI, 1993). Nessa reunião para análise da causa raiz da falha, devem
estar presentes os envolvidos à Manutenção, Engenharia, Produção e quaisquer
outras pessoas que possam contribuir para a análise.
2.3.3. FALHA (ERRO) HUMANA NA MANUTENÇÃO AERONÁUTICA
O termo ―erro humano‖ é freqüentemente usado para apontar os culpados e, o
raro, atribuir um grau de culpabilidade a alguém; no entanto, sabemos que essa
denominação (erro humano), por si só, não resolve os problemas. O ―erro‖ ronda dia
e noite as atividades ligadas à manutenção.
Os trabalhos (na maioria) envolvem remoções e substituições de motores, peças
e componentes, em ambientes nem sempre adequados a sua realização. As tarefas
são executadas por equipes culturalmente heterogêneas, e as publicações técnicas
são muitas das vezes em língua estrangeira. Sob essas condições, o potencial de
ocorrência de erro humano é considerável.
É fato que a intenção do ser humano é fazer o melhor dando tudo de si.
Todavia, o ―erro‖ é inerente às condições humanas e, dessa forma, apesar da
vontade de acertar e fazer o melhor, os acidentes (muitas vezes envolvendo
equipamentos tecnicamente perfeitos e profissionais altamente capazes) continuam
acontecendo.
O erro ligado às condições humanas está, invariavelmente, na maioria dos
acidentes aéreos, e evitá-los ou minimizá-los não é tarefa apenas do elemento
humano, mas também da organização. Isso porque, ―envolvendo‖ o elemento
humano, a organização, com a sua cultura organizacional própria e seu estilo de
gerenciamento, que são preponderantes na incidência de erro por parte daqueles
que ―labutam‖ na atividade da manutenção.
38
Principais Erros Humanos Cometidos pela Manutenção No elenco dos principais
erros humanos cometidos pela manutenção destacam-se os lapsos e deslizes e as
negligências e violações.
Os lapsos ou deslizes são erros cometidos por descuido, distração ou
esquecimento. Nesse caso, são interpretados como enganos involuntários. os
erros cometidos por negligências e violações são intencionais, pois infração a
normas e/ou procedimentos de forma voluntária.
É evidente que os erros cometidos por negligências e violações são os mais
graves. Todavia, tanto os lapsos e deslizes quanto as negligências e violações
podem causar sérios prejuízos financeiros às organizações e, em situações
extremas, acidentes e riscos à vida. Aumentando o Potencial de Erros Humanos
Os seres humanos o falíveis. O grau de vulnerabilidade a erros aumenta
substancialmente quando envolvimento com algumas drogas lícitas, tais como
alguns medicamentos, e até mesmo quando uso demasiado de bebidas
alcoólicas. O grau de vulnerabilidade e propensão a erros pode ser ainda maior,
quando envolvimento com drogas ilícitas, tais como maconha, cocaína, ópio,
heroína e outras anfetaminas. O desempenho humano também cai, podendo
resultar em fatores de erro, quando o indivíduo se encontra sob efeito da fadiga ou
de estresse, quando está em meio a preocupações pessoais e/ou profissionais, e
quando há motivações relacionadas às limitações físicas e aos fatores ambientais.
Fatores Contribuintes para o Erro Humano O erro humano está intimamente ligado
às condições organizacionais e humanas - mentais e físicas.
Conforme informação anterior, ―as condições organizacionais envolvem o
elemento humano‖. Com isso, dependendo da cultura organizacional e do estilo de
gerenciamento, é possível que o elemento humano exceda e desconsidere que,
embora capaz e hábil, suas próprias limitações podem ser causa de um acidente ou
incidente. Os fatores que contribuem para o erro humano motivado pelas condições
39
organizacionais estão relacionados às instalações da organização, nem sempre
compatíveis com a realização dos serviços:
Ausência de ferramentas especiais para a realização dos trabalhos;
Dados de manutenção inexistentes e/ou imprecisos e confusos;
Manuais de manutenção inexistentes e/ou desatualizados;
Equipes de trabalho deficientes;
Pressão do superior;
Excesso de gerenciamento, induzindo à tensão;
Interrupção dos trabalhos;
Profissional sobrecarregado (com multitarefas);
Falta de investimento na capacitação do pessoal.
2.4. AERONAVES DE COMBATE COMO UM SISTEMA
Uma aeronave, apesar de ter seu preço unitário fixado em contrato, deve ser
adquirida em conjunto com um pacote logístico inicial que permita sua implantação e
operação. Este fator torna o custo de aquisição bastante elevado, impondo longos
períodos de operação. Como este período é extremamente longo, desgastes
certamente ocorrerão, impondo um aumento na variação dos processos de
operação.
Devido ao risco natural da atividade, a confiabilidade deve ser elevada,
entretanto, com a degradação dos componentes ao longo de sua vida útil, devido a
fatores como tempo de uso, corrosão, falta de peças de reposição originais, tensões
aplicadas, dentre outros, pode-se ter uma significativa redução deste valor.
As aeronaves atuais são complexos sistemas e apresentam grande diversidade
de componentes, dispostos em arranjos variados, com metodologias de manutenção
distintas. Como todo sistema, seus atributos dos componentes, individualmente,
bem como do arranjo estabelecido entre eles. Isto se aplica para a confiabilidade
40
final de uma aeronave, pois enquanto dimensão da qualidade, esta apresentará
variações em função da confiabilidade de cada componente e dos diversos tipos de
arranjos constituídos.
diversos tipos de arranjos, neste trabalho são destacados os mais comuns
os arranjos em série e em paralelo.
2.4.1. ARRANJO EM PARALELO (ASSENTO EJETÁVEL)
Supondo-se que um determinado sistema tenha elevada confiabilidade de
projeto, porém apresente fragilidades quando submetido a condições especiais, este
sistema deve ser projetado com dispositivos de segurança que diminuam sua
fragilidade ou protejam os principais componentes, no intuito de minimizar as
possíveis perdas.
Em aeronaves, o componente principal, ou o mais valioso é a tripulação. Isto
ocorre, não somente por causas subjetivas e incomensuráveis como o valor da vida
humana, mas também pelo tempo necessário para a formação de novos tripulantes.
Como uma aeronave tem, em média, seu tempo de montagem total contado em
meses e a formação do piloto prolonga-se por anos, dispositivos de sobrevida para
os tripulantes foram desenvolvidos.
A criação do assento ejetável elevou a probabilidade de sobrevivência dos
tripulantes, independente das condições da aeronave. Devido a esta independência,
estes dois sistemas (aeronave e assento ejetável) funcionam como dispositivos
paralelos, considerando-se apenas a função sobrevivência. Como redundância,
pode se exemplificar os instrumentos de auxílio à navegação e dos computadores a
bordo, equipamentos de comunicação.
Percebe-se, então, que a redundância é uma forma de assegurar uma maior
confiabilidade, pois o sistema continua em operação enquanto ao menos um
41
componente funcionar. Isto resulta na equação 2.5, na qual, R(t) é a função
confiabilidade ou sucesso no instante t, e Q(t) a não confiabilidade ou insucesso.
Rp(t) = 1- Qp(t) = 1 - [Q
1
(t)x Q
2
(t)x Q
3
(t)x… x Q
n
(t)] (2.5)
Como afirma BERGAMO (1997), a utilização de um arranjo em paralelo dos
componentes de um sistema aumenta sua confiabilidade final.
A figura 2.5 é uma representação bastante conhecida deste tipo de arranjo em
paralelo:
FIG. 2.4 - Representação esquemática de um arranjo em paralelo.
2.4.2. ARRANJO EM SÉRIE
Este arranjo é bastante comum, pois por meio dele, diversos processos são
desenvolvidos, como em uma esteira de linha de produção. Se algum setor parar,
toda a linha para. Também pode ser interpretado como uma corrente, na qual basta
romper um único elo, para que a mesma deixe de funcionar. Neste sistema, é
necessário que toda a linha, formada por n componentes, esteja em operação,
simultaneamente, para que a mesma atinja sua finalidade.
1
2
3
n
42
Em aeronaves, uma grande ocorrência desta arquitetura, principalmente em
sua parte mecânica e estrutural, devido à impossibilidade de se projetar redundância
de seu arcabouço. Não longarinas reservas para sustentar a fuselagem ou as
asas, tampouco trem de pouso ou pneus sobressalentes, prontos para operar sem
interferências de manutenção. Nestas situações, busca-se um reforço do
componente, para que se reduza a probabilidade da ocorrência de falhas.
Nota-se, que as principais características desse tipo de arranjo são a
simplicidade e fragilidade, uma vez que a falha de apenas um componente, por
menor que seja, compromete o desempenho final. Como contata SIMONS (2004), a
confiabilidade total do sistema será menor do que a confiabilidade de cada parte
envolvida no processo.
Para arranjo deste tipo, quando utilizados em atividades de risco, deve-se
selecionar os componentes com a maior robustez possível, visando reduzir essa
fragilidade. Isto resulta na equação confiabilidade ou sucesso no instante t:
Rp(t) = R
1
(t)x R
2
(t)x R
3
(t)x...x R
n
(t) (2.6)
Apesar de fácil compreensão, esta ocorrência torna-se causa freqüente de
acidentes, mesmo operando dentro das especificações de peso máximo de
decolagem. Em termos mais simples, pode-se afirmar que uma aeronave com dois
motores, ambos em pleno funcionamento, não é, necessariamente, uma aeronave
bimotor para a engenharia da confiabilidade.
A figura é uma representação deste tipo de arranjo em série:
FIG. 2.5 - Representação esquemática de um arranjo em série.
1
2
3
n
43
2.4.3. OUTROS ARRANJOS
Diversos outros arranjos podem ser utilizados em aeronaves, sendo alguns
resultados de um novo arranjo decorrente dos anteriores, como sistemas mistos
(série-paralelo, paralelo-série, misto-paralelo), sistemas k-out-of-n e sistemas
complexos, como redes.
Para exemplificar um sistema misto, têm-se Algumas aeronaves de pequenos e
médios portes apresentam dois motores idênticos. Como todos os demais sistemas,
cada motor apresenta sua confiabilidade própria e o ―sistema aeronave‖ apresenta a
confiabilidade total Rp (t), calculada com base em seus componentes críticos.
Caso a aeronave apresente limitações técnicas para voar monomotor, como
peso máximo, pode-se afirmar que:
a) Em operações acima do peso máximo monomotor, o conjunto dos dois
motores forma, à luz da confiabilidade, um único grupo motopropulsor
(componentes em série);
b) Em operações abaixo do peso máximo monomotor, os dos dois motores
correspondem a dois grupos distintos (componentes em paralelo).
Isto significa que, durante um vôo, uma aeronave pode ter sua confiabilidade
modificada, pois, caso apresente falha em um motor, com peso elevado, não
conseguirá sustentar o vôo nivelado. Todavia, caso a falha ocorra após algum tempo
de vôo desta mesma aeronave, com redução do peso por queima do combustível,
ou em caso de necessidade, por alijamento de cargas, esta poderá prosseguir em
vôo nivelado até a pista mais próxima. A figura a baixo, apresenta um arranjo misto
paralelo-série:
44
FIG. 2.6 Representação esquemática de um arranjo em paralelo- série.
2.5 TIPOS DE MANUTENÇÃO
De acordo com a forma em que a intervenção é feita ao equipamento, pode-se
definir o tipo de manutenção. De um modo geral, a manutenção de equipamentos ou
bens pode ser classificada em preventiva e corretiva.
Para MATHEW (2004), ―espera-se, do gerenciamento da manutenção, que
planeja suas atividades por toda a vida do equipamento‖. Como afirma Morais
(2004), com o advento de novas tecnologias, a atividade de manutenção passou a
ser sinônimo de qualidade, confiabilidade de diversos setores, como
telecomunicações e aviação.
Diversos autores (BERGAMO, 1997; BLANCHARD, 2003) e as próprias normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT que utiliza o termo
mantenabilidade em sua NBR 5462), pregam alguns principais tipos de manutenção,
a saber:
a) Manutenção Preventiva realizada independentemente de falha, em
intervalos programados, determinados em horas de funcionamento,
quantidade de ciclo ou prazo de validade, baseados em uma estimativa media
a
1
a
2
m
1
m
1
m
3
m
n
b
2
b
3
b
n
a
n
a
3
b
1
45
de ocorrência de falhas. Nesta metodologia, o dispositivo ou sistema recebe
uma intervenção sem que tenha apresentado qualquer tipo de falha. Esse
método apresenta a grande vantagem da previsibilidade, entretanto,
EDUARDO (2003), ressalta os elevados custos de manutenção devido ao
desperdício da vida útil, e à substituição de componentes em bom estado.
Obviamente, em frotas grandes, nas quais uma unidade representa pequeno
percentual, ou para componentes de pequeno valore ou aquisição, e que não
sejam críticos, esta metodologia é bastante recomendada, porque não implica
em paradas súbitas da produção. No caso de frotas reduzidas, mesmo que o
item seja de valor um pouco mais elevado, essa metodologia traz o beneficio
da previsibilidade, o que caberá ao objetivo de se manter uma disponibilidade
desejada. Morais (2004), afirma que a manutenção preventiva também
aumenta a vida útil do equipamento, porém a falta de recursos pode ser um
fator limitador de sua aplicação;
b) Manutenção Corretiva- realizada sempre que ocorrer uma situação
indesejada, no intuito de restaurar a condição operacional de um determinado
equipamento. O dispositivo permanece em operação até falhar, o que resulta
na imprevisibilidade da interferência em termos de prazo e material
necessário, uma vez que a falha é conhecida após sua ocorrência. Essa
metodologia não deve ser aplicada em itens críticos que impliquem em
prejuízos inaceitáveis, como acidentes, perdas humanas ou valores elevados.
Para itens não críticos, essa metodologia é simples e recomendada, pois não
gera desperdícios da vida útil. Todavia, para EDUARDO (2003), a
manutenção corretiva é a que acarreta os maiores custos associados à
perdas de produção, uma vez que as paradas são inesperadas e não há a
possibilidade de se efetuar um planejamento eficiente. Acrescenta-se a isso
os fatores disponibilidade mínima, e tamanha da frota. Em frotas pequenas,
associado à imprevisibilidade da interferência, pode comprometer a
disponibilidade mínima necessária, o responsável pelo processo deverá
analisar todos os fatores para decidir pela melhor metodologia.
46
MA Atualmente, a manutenção de aeronaves baseia-se nestas duas principais
metodologias. Em ambos os casos, os manuais técnicos contêm o tipo de
manutenção necessária, contudo, não consideram as variações existentes nas
unidades em operação, tampouco a variação na operação propriamente dita, ou
fatores de planejamento de manutenção, como peças em estoque, quantidade e
disponibilidade da frota e oportunidade de realização da intervenção.
Além disto, o ciclo de vida que prevê a revisão, substituição ou desativação de
um equipamento ou sistema, freqüentemente se encontra apoiado em medidas
insuficientes como tempo (horas ou dias) ou quantidade de uso (ciclo). Muitas vezes,
depois de determinado período, um sistema é desativado fora do prazo ideal,
causando prejuízos. Nos casos de desativação esteja planejada para além da real
capacidade, os prejuízos serão contabilizados durante as investigações dos
acidentes que poderão ocorrer.
Os sistemas de manutenção mais recentes pregam a possibilidade de uma
terceira via, denominada manutenção preditiva. Esta é definida por EDUARDO
(2003) como a atividade capaz de:
[...] monitorar parâmetros que caracterizem a condição
de operação da maquina de forma a poder detectar,
prever a época da provável ocorrência, e se possível,
diagnosticar o tipo de defeito para que se possa planejar
a operação de manutenção na ocasião e na forma mais
conveniente.
A metodologia preditiva assemelha-se à preventiva no que tange a remoção do
componente antes de o mesmo apresentar falha. A principal diferenciação é a
flexibilidade do prazo dessa intervenção, sendo fixado antecipadamente na
prevenção, enquanto que a preditiva estabelece a interferência conforme os
resultados obtidos no acompanhamento do desempenho de determinado dispositivo,
47
buscando o momento ideal de intervenção. Como foi citado, devido à remoção
sem falhas, a manutenção preventiva torna-se dispendiosa e poluente, a não
emprega o recurso disponível até próximo ao ponto ideal, desperdiçando-se parte de
sua vida útil e acarretando maiores investimentos e material rejeitado.
Com o acompanhamento qualitativo dos equipamentos, os momentos de
intervenção podem se basear em dados de cada unidade, ocorrendo em momento
adequado. Essa manutenção permite uma maior disponibilidade do equipamento
durante toda maturidade (período desejavelmente mais longo do produto), não
incorrendo em remoção prematura, em revisões desnecessárias e evita, também,
sua separação com a confiabilidade degradada.
Esses dois métodos preventivo e corretivo não podem ser comparados entre
si, de maneira absoluta de tal forma que aponte um método melhor ou pior. que
se analisar variáveis como efeitos de falha, custos do componente e de serviço,
viabilidade do acompanhamento, tamanho da frota, disponibilidade desejável,
planejamento da produção ou operação, dificuldade de intervenção, oportunidade
junto ao fornecedor e outros considerados pertinentes pelo engenheiro responsável
pelo sistema.
Isso tudo demonstra que para cada situação, há uma melhor metodologia a ser
empregada. Componentes semelhantes, com a mesma finalidade e nas mesmas
condições de uso, podem ter metodologias de manutenção distintas, escolhidas pelo
engenheiro responsável. Ou até um mesmo componente, ter sua metodologia
alterada, devido à mudança em um fator de planejamento, como alteração do custo
de aquisição ou flutuação nos níveis de estoque.
Essa possibilidade de variação de metodologia caracteriza uma terceira
alternativa que pode ser denominada de manutenção mista ou flexível, não é
facilmente absorvida pelos técnicos responsáveis pela manutenção, uma vez que os
métodos preventivos e corretivos estão por demais arraigados em suas rotinas.
48
2.6. REDES DE PETRI
Redes de Petri foram definidas em Agosto de 1939 por Carl Adam Petri quando
ele tinha 13 anos. Vinte três (23) anos depois, ele documentou o trabalho como
parte de sua tese de doutorado.
Redes de Petri (RdP) é uma ferramenta matemática, para modelagem de
sistemas, que permite tratamentos algébricos ou por simulação a partir de uma
estratégia relativamente simples de compor as interrelações entre os eventos
ocorrendo no sistema. Sua configuração original previa quatro elementos básicos,
que são os arcos, lugares, transições e marcas.
Lugar: interpretado como um estado do sistema, sendo representado por r-
culos;
Transição: associada com a ocorrência de eventos no sistema, sendo repre-
sentada por uma barra ou retângulo;
Marca (token): indicador de que a condição associada ao lugar em que apare-
ce é satisfeita, representada por pontos;
Arcos: fazem o mapeamento entre transições e lugares, sendo de entrada
(quando vão de um lugar para uma transição) ou de saída (no sentido oposto).
2.6.1. APLICAÇÃO.
Algumas áreas nas quais se encontram aplicações típicas das redes de Petri
são:
Automação de escritórios;
Automação de manufatura;
Avaliação de desempenho;
49
Bancos de dados;
Circuitos integrados;
Protocolos de comunicação;
Sistemas distribuídos;
Sistemas de produção.
2.6.2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
A representação gráfica de uma rede de Petri básica é formada por dois
componentes: um ativo chamado de transição (barra) e outro passivo denominado
lugar (círculo). Os lugares equivalem às variáveis de estado e as transições
correspondem às ações realizadas pelo sistema (MAC96) Esses dois componentes
são ligados entre si através de arcos dirigidos. Os arcos podem ser únicos ou
múltiplos. As figuras abaixo mostram os elementos básicos de um grafo associado
às redes de Petri antes e após disparo.
Antes Depois
FIG. 2.7 Efeito da ocorrência de uma ação
50
Onde:
2.6.3. OBJETIVO DE REDE DE PETRI NO PRESENTE TRABALHO
Neste trabalho foi utilizada a redes de petri para o controlo de toda operação da
manutenção de um componente, durante a sua vida útil, apresentando incapacidade
de funcionamento, passando pela manutenção, reparação, verificação de
propriedades e validação da solução, e retornando ao stock. Porém todas as etapas
(entrada e saída) são mostradas através de modelação matemática.
2.6.3.1. Simulação
Um componente mecânico reparável submetido à manutenção, cujo
comportamento segue as seguintes etapas, como apresenta a figura 2.7:
Representa a marca
O arco
A transição
Lugar
51
FIG. 2.8 Etapas da manutenção de um componente
Ou:
Real
FIG. 2.9 Componente real
A deslocação de marcas (componente) na simulação apresenta os seguintes
resultados:
R
Manutenção
=(P,T,I,O,K), onde:
Reparo
Funcionamento
o
Funcionamento
Falha
52
O conjunto de lugares P é
P= {Componente, Falha, Reparo, Disponibilidade };
O conjunto de transições T é
T= {vida útil, Manutenção, Mantenabilidade, Retorno};
O conjunto de bags de entrada I é
I= {I(Vida útil)= [Componente], I(Manutenção)= [Falha], I(Mantenabilidade)=
[Reparo], I(Retorno)= [Disponibilidade]};
O conjunto de bags de saída O é
O= {O (Vida útil) = [Falha], O (Manutenção)= [Reparo], O (mantenabilidade)=
[Disponibilidade], O(Retorno)= [Componente]};
O conjunto de capacidades de lugares é
K= {k
Componente
=1, k
Falha
=1, k
Reparo
=1, k
Disponibilidade
=1};
Matriz I (pré- condições) é: I = {(pi, tj)}
I =
   




Matriz O (pós- condições) é: O = {(tj, pi)}
53
O =
   




Matriz de incidência (C) → C= {(tj, pi)} - {(pi, tj)}
 C = 


O programa resulta no seguinte:
Step: 1 / Time: 0 =====>
Enable: T0
Position: P0 decr. 1 token(s)
Position: P1 incr. 1 token(s)
Position: P5 incr. 1 token(s)
Step: 2 / Time: 0 =====>
Enable: T1
Position: P1 decr. 1 token(s)
Position: P2 incr. 1 token(s)
Step: 3 / Time: 0 =====>





54
Enable: T2
Position: P2 decr. 1 token(s)
Position: P3 incr. 1 token(s)
Step: 4 / Time: 0 =====>
Enable: T3
Position: P3 decr. 1 token(s)
Position: P5 decr. 1 token(s)
Position: P4 incr. 1 token(s)
Step: 5 / Time: 0 =====>
Enable: T4
Position: P4 decr. 1 token(s)
Position: P0 incr. 1 token(s)
55
3. FORÇA AÉREA NACIONAL DE ANGOLA
3.1. HISTÓRICO DE ANGOLA
Angola situa-se na costa do Atlântico Sul da África Ocidental, entre a Namíbia e
o Congo. Também faz fronteira com a República Democrática do Congo e a Zâmbia,
a oriente.
Angola não conheceu a paz desde 1961 até 2002, primeiro em virtude da luta
contra o domínio colonial português até 1975, ano da sua independência. Logo após
a independência, eclodiu a guerra civil entre os principais partidos políticos, os
anteriores movimentos de libertação.
A guerra civil de 27 anos causou grandes danos às instituições políticas e
sociais do país. As Nações Unidas estimam em 1,8 milhões o número de pessoas
internamente deslocadas. A grave situação econômica do país inviabilizava um
apoio governamental efetivo a muitas instituições sociais. Hoje, Angola encontra-se
na fase de conquista e recuperação das suas infraestruturas, estando assim em um
processo de reconstrução nacional.
Em conseqüência da paz, atualmente as Forças Armadas Angolanas (FAA)
encontram se em transição para tornarem-se Forcas Armadas pacíficas. Como
Instituição permanente de interesse nacional está organizada com base na disciplina
e na hierarquia, com as seguintes atribuições específicas:
a) Defender a soberania nacional;
b) Preservar a unidade nacional e a manutenção da paz;
c) Garantir a proteção do território contra os atentados nacionais e
internacionais;
d) Cooperar com o desenvolvimento do país.
56
e) Participar em missões humanitárias, de apoio à paz ou de cooperação
técnico-militar com outros países, bem como nas ações de busca e
salvamento, segurança da navegação, preservação dos recursos nacionais,
investigação científica.
3.2. HITÓRICO DA FORÇA AÉREA NACIONAL DE ANGOLA
Esse capítulo faz referência ao histórico da Força rea Nacional de Angola,
desde as primeiras horas da sua fundação, até o presente. Em seguida são
apresentados os resultados da pesquisa feita na principal base rea deste Ramo.
Essa fase foi caracterizada, basicamente, pela atuação na área predeterminada
objeto deste estudo.
Essa experiência caracterizou grande parte da pesquisa, forneceu os subsídios
necessários á determinação ao qual a manutenção e análise de confiabilidade de
componente de vôo da FANA estão submetidas. Assim, pôde-se caracterizar in loco
como se comporta uma estrutura de manutenção, a sua organização, os diversos
elementos a ela ligados.
Paralelamente a essa atividade, realizou-se uma pesquisa bibliográfica tanto em
obras nacionais como internacionais.
De acordo com a diretiva n.º 7 da subcomissão conjunta para a Força rea
(CCFA) da CCPM, a este Ramo foi atribuída à missão de defender o Espaço Aéreo
Nacional, vigiar áreas vitais e assegurar a proteção dos interesses nacionais e
cooperar nas batalhas Aéro-Navais e Aéro-Terrestres.
A Força Aérea Angolana surgiu com a tomada das primeiras estruturas físicas e
da técnica aeronáutica militar e civil instalada na então colônia, acompanhada da
incorporação de alguns quadros pilotos e técnicos anteriormente pertencentes à
Força Aérea Portuguesa.
57
Após a seleção de 35 jovens e a mobilização de nove instrutores, organizou-se o
primeiro curso de formação de pilotos angolanos de aparelhos mono e bimotor, que
teve o seu início a 20 de Outubro de 1975, nas instalações do então Aéro-Clube de
Angola, hoje Terminal Aéreo Militar (TAM). Para esse efeito, foram selecionados e
colocados ao serviço do curso os aviões do tipo Auster, Cherokee, Cessna e outros
aparelhos como aeronaves Dornier, Nordatlas e helicópteros do tipo Allouette III
abandonados noutras unidades.
Os alunos tiveram uma formação rápida e eficiente, tendo começado a ser
lançados em Dezembro de 1975 e finalizado o curso em 28 de Março de 1976.
Enquanto decorria o curso, desenvolveram-se esforços tendentes à ocupação
pacífica das Unidades Aéreas, que resultaram na recepção da Base Aérea de
Luanda em Outubro de 1975, onde se instalou o comando. Posteriormente,
procedeu-se à recepção das Bases Aéreas do Negage
3
e de Saurimo.
4
Em paralelo com a técnica de aviação, montaram-se algumas peças de Artilharia
Anti-Aérea para servirem de segurança às referidas Bases Aéreas, em especial à de
Luanda. A Defesa Anti-Aérea, como Arma das tropas terrestres, foi evoluindo como
uma organização, possuindo na sua composição grupos subdivididos em baterias e
pelotões. Essas subunidades estavam dotadas de peças como ZPU-4, ZU-23, ZGU-
1, TOP-20 mm e mísseis portáteis do tipo C-2M.
A Força rea Nacional foi fundada a 21 de Janeiro de 1976 na então base
aérea 1 em Luanda, onde o primeiro Presidente de Angola, António Agostinho
Neto proclamou a então Força Aérea Popular de Angola/Defesa Antiaérea
(FAPA/DAA), que viria a ser redimensionada em Setembro de 2002, a luz dos
acordos de Bicesse com a denominação atual Força Aérea Nacional Angolana
(FANA).
3
Uma das bases Aérea localizada ao Norte de Angola
4
A Base Aérea 1, localizada a Leste de Angola
58
Como importante Arma, a DAA teve um desenvolvimento paralelo ao da
aviação. Esse desenvolvimento deveu-se à formação dos seus primeiros quadros e
até mesmo de unidades completas na ex-União Soviética e em Cuba, evoluindo,
deste modo, até atingir a dimensão nacional com sistemas complexos, como é o
caso dos Radares, como componente complementar necessário ao funcionamento
eficaz dessa Arma.
Nesse mesmo ano, inicia-se uma ampla campanha de recrutamento de jovens
nas escolas para as especialidades de Aviação e Defesa Anti-Aérea. Os jovens para
as especialidades de aviação foram enviados a então União Soviética, com vista a
sua formação como pilotos de MiG-21, An-2, An-26 e helicópteros Mi-8 e Mi-17.
Deu-se então início à organização das Bases Aéreas de Luanda, do Negage e de
Saurimo, bem como do comando do Ramo, que se instalou inicialmente na Base
Aérea de Luanda. Essa medida foi tomada para melhor implementação da Estrutura
Orgânica, na perspectiva de cobrir todo o território nacional.
Atualmente, entre 1992 e 2010 a Força Aérea está efetivada com
aproximadamente 6.000 homens, e formada por seguinte estrutura orgânica:
Chefe do Estado-Maior
Órgãos Coordenadores
Comandos funcionais
Bases Aéreas e Aeródromos de Manobra.
O seu principal quadro orgânico é constituído por Chefe de Estado Maior da
FANA, Órgãos Coordenadores, Comandos Funcionais e Bases Aéreas e
Aeródromos de Manobras (FIG. 3.1):
59
FIG. 3.1 - Estrutura Orgânica da FANA
Para dar cumprimento às suas obrigações, a Força Aérea emprega aeronaves
de transporte (Il-72, An-12, An-24, An-32, CASA C-212, Hércules C-130 e
helicópteros Mi-8 e Mi-17), de reconhecimento e combate (PC-7, PC-9, L-29 e
Tucano CMB B12/31H), caça-bombardeiros (Su-22, Su-24 e Su-25), caças
interceptores (MiG-23 e Su-27), para além dos helicópteros Mi-35, Allouette III e SA-
342L Gazelle.
3.2.1. METODOLOGIA EXISTENTE
A situação atual refere-se à realidade atual no desevolvimento das atividades do
asseguramento de vôos na FANA. Os avanços e lacunas definem esta metodologia
existente.
Chefe
do EM
Órgães
coordenadores
Comandos funcionais
Bases Aéreas e Aeródromos de Manobras
60
A manutenção de aeronaves na FANA baseia-se aos princípios fundamentados
nos seguintes documentos:
O Regulamento
5
do Serviço de Engenharia de Aviação (RSEA);
A Carta Tecnológica.
Documentos adicionais para o asseguramento de vôo.
O Regulamento do Serviço de Engenharia de Aviação é o documento que define
a designação e as tarefas de serviço de engenharia de aviação, a organização do
asseguramento engenheiro-aeronautico, estabelece as regras gerais de exploração
e reparação (concerto) da técnica de aviação, assim como as exigências para
garantir o grau elevado da confiabilidade das aeronaves, bem como o treinamento
do pessoal envolvido na aviação e por fim o controle da existência e estado da
técnica de aviação nas unidades.
A Carta tecnológica é o documento do fabricante que acompanha a técnica, nela
se encontram as recomendações e instruções necessárias e suficientes para
preservação e fazer melhor uso da técnica. É o documento que complementa o
regulamento para o assegurmento da cnica. O uso desta carta é adequado às
realidades de cada país.
É considerada documentação técnica necessária á Manutenção da frota da
FAN, constituída por manuais adquiridos aos fabricantes e atualizados através de
assinaturas com os mesmos.
Os documentos adicionais para o asseguramento de vôo são itens de apóio,
sendo muitos deles estão na fase de reforma.
5
Principal documento de asseguramento de vôos, mas encontra-se em reforma.
61
A Manutenção do material é considerada uma parte fundamental do
asseguramento técnico dos Equipamentos Militares das FAA. Essa função
compreende um conjunto de atividades, divididas em Manutenção Preventiva ou
Técnica e Manutenção de Restauração ou Reparação.
A Manutenção Preventiva ou cnica é realizada periodicamente segundo as
indicações do fabricante ou pela experiência dos utilizadores, com vista a evitar o
surgimento de avarias mecânicas prematuras.
A Manutenção de Restauração ou de Reparação é realizada para consertar e
colocar em condições de apto para emprego determinados equipamentos ou artigos
de materiais.
A Manutenção dos Equipamentos das FAA classifica-se por escalões, conforme
o grau de capacidade das diferentes Unidades das Tropas para poder manter ou
reparar o material e equipamento que lhe são distribuídos. Escalões de Manutenção
são níveis de capacidade técnica para a execução de tarefas de manutenção quer
preventiva, como de reparação do material. o cinco os escalões de manutenção,
os quais se agrupam nas seguintes categorias:
A Manutenção Elementar ou Orgânica tem os seguintes escalões:
1º escalão - manutenção técnica pré-utilizacão (MT-1) é uma operação realizada
antes de usar o material. Ela é feita pelas Tripulações e Equipagens.
escalão - manutenção técnica preventiva (MT- 2) e reparação ligeira (RL) é
uma operação adicional realizada pelo pessoal especializado das frações técnicas
da subunidade ou unidade a quem está distribuído o material e equipamento.
Geralmente essa manutenção realiza-se nas Pequenas Unidades de Manutenção
(Companhia de Manutenção, Pelotão, Esquadrilha e Seção de Manutenção)
62
escalão manutenção técnica preventiva (MT-3) e reparação média (RM) é a
manutenção que se realiza por órgãos especializados chamadas Unidade Media de
Manutenção (Batalhão de Manutenção, Unidade de Trabalhos
(Regulamentares, Esquadra de Manutenção) pertencentes à grande unidade
utilizador do material ou do escalão superior de comando, colocados em apóio das
unidades utilizadores e, em certos casos, por grupos de manutenção dentro da
própria unidade utilizador.
escalão reparação média (RM) é a reconstrução de equipamento
importante, utilizando conjuntos em estado de serviço, efetuada por Grandes
Unidades de Manutenção (Regimento de Manutenção de ARMTEC, Brigada de
Intervenção técnica, Grupo de Manutenção). São órgãos pertencentes ao escalão
superior de comando, atribuídos organicamente para o efeito.
escao reparação geral (RG) é a operação de manutenção, realizada nas
áreas de retaguarda (zona do interior), para revisão geral, recuperação completa do
material, ou execução de trabalhos complexos com vista à modernização do material
ou introdução de alterações ou modificações significativas e construtivas. Essa
manutenção é efetuada nas Bases de Reparação Geral.
A Manutenção da FANA rege-se por dois conceitos que determinam a atividade
diária de conservação do estado de aeronavegabilidade da frota:
Manutenção Programada,
Manutenção não Programada.
Manutenção Programada é executada de acordo com periodicidade
predeterminada para repor a condição de apto para o serviço, através de inspeções,
verificações, substituições, ajustes, calibrações, limpezas etc.
63
Na Manutenção Programada temos ainda dois conceitos:
a) Manutenção Hrad-Time- a remoção de um elemento que atinge o limite de
tempo preestabelecido.
b) Manutenção On Condition - inspeções continuadas e ensaios que determina a
condição das unidades, sistemas ou partes da estrutura, com o objetivo de
conseguir a condição - apto para o serviço.
Manutenção Não Programada é executada para substituição de um elemento
em serviço, corrigindo a avaria, conhecida ou suspeita.
3.2.2. DADOS RECOLHIDOS DURANTE A PESQUISA
Como cronograma temporal, visando adequar ao calendário do mestrado, os
dados de desempenho foram coletados entre outubro e novembro de 2009. Vale
ressaltar o tempo de recolha de dados não foi suficiente para se familiarizar com
todos os setores que respondem pela manutenção, mas o necessário para
elaboração do trabalho foi coletado com sucesso.
De acordo com as informações obtidas da pesquisa, com questionário baseado
nas literaturas, foi possível identificar, a forma como as atividades de manutenção
são desenvolvidas pela FANA.
64
A tabela (GIL, 1999; LAVORANTI, 2005), a baixo, apresenta as várias formas de
recolha de dados, através das pesquisas.
Instrumentos de
Coletas de Dados
Descrição
Observação
Quando os dados de determinados aspectos da realidade são obtidos através dos sentidos
Entrevista
As informações sobre determinado assunto ou problema são obtidas através de um
entrevistado. Pode ser:
Padronizada ou
estruturada
Há um roteiro previamente estabelecido, consistindo em se fazer uma
série de perguntas a um informante, segundo um roteiro pré-
estabelecido. O teor e a ordem das perguntas não podem ser
alterados.
Despadronizada
ou Não-
Estruturada
Não existe rigidez de roteiro. Podem-se explorar mais
amplamente algumas questões. Composta por conversações
informais, que pode ser alimentada por perguntas abertas, com maior
liberdade para o informante.
Questionário
Consiste em uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo
informante. Deve ser objetivo, limitado em extensão e estar
acompanhado de instruções, que esclareçam o propósito de sua aplicação,
ressaltam a importância da colaboração do informante e facilitam o preenchimento. As
perguntas podem ser abertas, como ‗Qual a sua opinião?‘,
fechadas, de duas escolhas: sim ou não ou de múltipla escolha, com uma série de respostas
possíveis .
Formulário
Composto de uma coleção de questões, anotadas por um entrevistador numa situação face a
face com a outra pessoa (o informante) .
Tab 31 - Instrumentos de coleta de dados.
65
De acordo com os objetivos definidos nessa dissertação, a forma de coleta de
dados adotada foi entrevista despadronizada, uma vez que se verificou a
necessidade do contato face a face com os entrevistados e com liberdade se
pronunciar, para que as informações obtidas fossem as mais próximas possíveis da
realidade.
Sinteticamente, durante o questionamento, procurou-se saber o nivel da
manutençao na FANA, a formação do pessoal, a atualizaçao dos equipamentos e
grau da segurança do trabalho.
Foram feitos os seguintes questionamentos:
Existe pessoal treinado para manutenção de cada tipo e modelo de
equipamento?
Os planos de manutenção são cumpridos?
Existe documentação técnica atualizada referente aos equipamentos?
Existem equipamentos de teste e calibração (quando necessário) para
avaliação do equipamento após a manutenção?
O fabricante ou representante técnico do equipamento é acessível?
As normas da qualidade, como por exemplo, as da ISO, são cumpridas?
É possível e fácil a aquisição de peças originais ou paralela, de reposição,
quando necessário?
Os cálculos de confiabilidades, disponibilidades, taxa de falhas são feitos?
As tabelas são preenchidas de acordo as normas?
As normas da segurança do trabalho são cumpridas?
De uma forma geral, as respostas obtidas pelos entrevistadores de serviço de
asseguramento de vôos, são:
66
A manutençao na FANA baseia-se nas cartas tecnologicas e no regulamento de
serviço de Aviaçao como foi referenciado no 3.2.1. De acordo com o tempo de
conflitos armados, não foi possivel uma organizaçao de caracter cientifico,
compativel à modernidade. Os esforços estão sendo feitos no sentido de colmatar as
lacunas.
Atual situaçao das FAA, em consequencia da nova ordem que o país vive, o
enquadramento nos padrões internacionais é necessario. A aplicaçao das normas
da ISO ainda não marca presença no desenvolvimento das atividades de
manutençao. Isso justifica-se pela política e situaçao que o país viveu durante muito
tempo.
A formaçao do pessoal que responde pelo asseguramento de vôos é uma das
prioridades, como afirmou o Comandante deste Ramo na comemoraçao de 34
0
aniversário da FANA.
A carência e modernizaçao de equipamento de trabalho é também questão que
está em destaque.
O distanciamento do pessoal que responde pela manutençao na associaçao
bibilografica para desenvolvimento das suas funçoes é assunto que merece
atenção.
Apesar das lacunas existentes, a consciência profissional e a experiência
adquirida ao longo dos anos de conflito, servem como ponto de referência no
cumprimento das tarefas, para conseguir a boa confiabilidade das aeronaves da
FANA.
67
3.2.3. NECESSIDADES
A própria situação atual da FANA, demanda a aplicação de novos métodos de
estruturação e organização dos trabalhos, mais adequados à constante busca por
maior capacidade competitiva. Há necessidade de um bom gerenciamento, por parte
deste Ramo, dos seus recursos humanos e materiais disponíveis, de modo a obter
resultados satisfatórios. Isto implica em procurar sempre a diminuição dos tempos
dos processos sem comprometer o resultado final, assim como a ociosidade dos
recursos existentes, tanto materiais como humanos. De modo geral, na formulação
de estratégias, que buscam soluções eficazes e confiáveis dos seus equipamentos.
A preocupação que visa à modernização dos equipamentos e a reciclagem do
pessoal de asseguramento de vôos somam todas as necessidades que a FANA
precisa suprir.
68
4. METODOLOGIA PROPOSTA
4.1. INTRODUÇÃO
É preciso enfatizar que os sistemas falham. Não existe um único modo, uma
―mágica‖ que previna ou elimine todas as falhas. Também não existe uma política de
manutenção melhor que qualquer outra. Cada uma possui seu lugar, sendo que o
verdadeiro desafio consiste em encontrar esta política e em que lugar ela deve ser
aplicada. Esse desafio está presente neste trabalho, como teoria que continuará no
futuro, já que é preciso dar conta do padrão tecnológico de cada momento.
A aeronave como aparelho voador constitui um conjunto de sistemas e
componentes (mecânicos e eletrônicos) de alta complexidade. Torna-se relevante
determinar por quanto tempo os seus componentes poderão desempenhar, sem
falhas, sua função. Através de uma boa organização e gestão, assim como a
formação eficaz e envolvimento de toda equipe do pessoal que responde pela
manutenção, tornar-se-á possível a redução de falhas e/ acidentes.
A presente proposta é conseqüência de estudo feito através de pesquisas, e
recolha de dados por método socrático e bibliográfico.
A recolha de dados foi feita na Base Aérea de Luanda e foram adicionados a
estes dados, os conhecimentos e experiência de caráter cientifico, que tornaram
possível o desenvolvimento deste trabalho, intitulado de ―Gestão de Manutenção
orientada à Confiabilidades de Componentes de Vôo da FANA".
A confiabilidade de equipamentos e sistemas é, hoje, uma das principais
preocupações nas diversas áreas da produção de bens e serviços, a qual focaliza os
riscos à segurança operacional, ao meio ambiente e a otimização de recursos.
69
4.2 .IMPLANTAÇÃO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO ORIENTADA À
CONFIABILIDADE DE COMPONENTES DE VÔO DA FANA
Baseado no REFORSUS (2002), o momento de ter que tomar a decisão da
implantação de um sistema de Gestão de Manutenção é a etapa mais importante do
processo, ou seja, é nesse momento específico de se decidir sobre os serviços de
manutenção que se deseja implementar. Quais e quantos os problemas ou questões
se colocam para se iniciar a implantação de um sistema de gestão de manutenção?
Uma das primeiras perguntas que deve ser feita: Quantos equipamentos existem
na organização? Quais os tipos? Estão todos em um mesmo lugar ou distribuídos
em diferentes setores? Todos os equipamentos são constantemente conferidos?
A confusão generalizada passa, então, a ter ações práticas, sendo respondidas
uma a uma as questões e sendo organizadas ou normatizadas para que com essas
respostas já se possa estar montando o sistema de gestão de manutenção.
Para organizar esse conjunto de informações é preciso:
a) Cadastrar os equipamentos, estruturando tudo o que pertence à organização.
b) Depois disso, iniciar e organizar a manutenção torna-se tarefa fácil, e mais do
que isso, eficaz.
É preciso obter uma noção de conjunto. Para saber, por exemplo, qual é a
população de Angola, é necessário realizar o Censo Demográfico. Através dele é
possível obter um raio-x do país quantas pessoas (homens e mulheres de várias
idades), qual o nível de escolaridade, etc.
Assim, também, é preciso fazer algo semelhante nas organizações /empresas.
Ao cadastrar todos os equipamentos, ter-se-á facilidade de saber todo componente
da sua composição, desta forma está-se criando o inventário da organização.
70
Através deste procedimento a cima citado, é possível conhecer a quantidade e a
qualidade dos equipamentos de vôo, os problemas que apresentam e
conseqüentemente, tornar-se-á fácil descobrir o tipo de manutenção que será
aplicada.
A implantação de uma gestão de manutenção na FANA, segundo a presente
metodologia proposta, envolve os passos seguintes:
PASSO 1- Uso das normas internacionais
PASSO 2- Fazer um plano de manutenção
PASSO 3- Redigir o manual de procedimentos de inspeção (MPI)
PASSO 4 - Definir a metodologia de inspeção
PASSO 5- Organizar a manutenção corretiva
PASSO 6- Organizar a manutenção preventiva
PASSO 7- Capacitar o pessoal
PASSO 8- Criar uma biblioteca técnica
PASSO 9- Elaborar um cadastro e codificação de equipamentos
PASSO 10- Aplicar a segurança de trabalho
PASSO 11- Aplicar um sistema de gestão da qualidade
Os presentes passos estão caracterizados pelos seguintes detalhes:
PASSO 1- USO DAS NORMAS INTERNACIONAIS
Baseando em normas internacionais, que as FANA precisa se associar aos
padrões internacionais, a modernização dos processos e métodos no cumprimentos
das atividade, precisa se basear nas normas da ISO 9001.Como modelo de gestão
relacionado à melhoria da confiabilidade e disponibilidade de equipamentos.
71
A ISO vai proporcionar um novo ambiente de trabalho, em conformidade a atual
política de manutenção (cuja base teórica é apresentada, resumidamente, nos
anexos)
O estabelecimento de normas padronizadas tende a facilitar os registros de
manutenção, a rastreabilidade dos materiais e garante facilidade na identificação de
tais registros. Tais metodologias são utilizadas em todos os países membros da
ICAO - International Civil Aviation Organization, ou OACI - Organização de Aviação
Civil Internacional.
PASSO 2- FAZER UM PLANO DE MANUTENÇÃO
O plano de manutenção deve ser construído avaliando alguns fatores restritivos,
tais como a capacidade da equipe de manuteão, necessidade da produção para
com o equipamento e a necessidade do equipamento por manutenção.
OSADA (1993) afirma que uma das desculpas para impedir a manutenção
planejada é ―não tempo suficiente‖. A razão para o tempo insuficiente é o fato de
que o departamento de operações não paralisaria o equipamento apenas para as
atividades de manutenção.
Segundo OSADA (1993) as vantagens de um plano de manutenção podem ser
resumidas da seguinte forma:
O número de etapas pode ser identificado e o trabalho transformado em
rotina.
As exigências de recursos humanos podem ser planejadas, de modo a tornar
disponível o pessoal necessário.
Os erros na aquisição de materiais, peças, sobressalentes e subcontratação
de serviços podem ser evitados.
72
A qualidade pode ser verificada e podem ser adquiridos materiais de melhor
qualidade.
Através da criação de planos de trabalho detalhados, os cronogramas podem
ser preparados e coordenados com os planos de produção.
Os ciclos de reparo podem ser identificados para que possam ser tomadas as
medidas em tempo hábil.
Os padrões para o trabalho de reparo podem ser identificados, permitindo que
o trabalho seja executado de forma eficiente.
Planos de reparo simultâneos podem ser criados.
O senso de responsabilidade das pessoas pode ser estimulado.
Através de atividades de trabalho planejadas, um grande volume de trabalho
pode ser realizado de forma mais eficiente.
Podem-se estabelecer rotinas de manutenção mais freqüentes para se evitarem
acidentes. Este tipo de procedimento acarretará em aumento de custos de
manutenção (sem contar no custo de suprimentos que serão trocados). No entanto,
o simples fato de se retirar um determinado item da aeronave para avaliação e
depois montá-lo também reduzirá a confiabilidade deste item. Por isso,
necessidade de encontrar o ―intervalo ótimo‖, intervalo este em que ainda possamos
ter um grau de confiabilidade aceitável dos componentes e custo reduzido de
manutenção.
Além de custo de manutenção, existe o custo dos suprimentos aplicados a
manutenção. Para minimizar-se este custo é preciso antes saber qual o ―intervalo
ótimo‖ entre as manutenções. Depois, monta-se uma estrutura logística que atenda
a este intervalo e ao planejamento estratégico do alto escalão da força aérea quanto
à disponibilidade das aeronaves.
73
No caso de suprimentos de aeronaves, este pode ser dividido em dois grandes
grupos: materiais consumíveis e materiais reparáveis. Para cada grupo teremos uma
estrutura logística diferente.
Materiais consumíveis são aqueles que nas manutenções são trocados quando
apresentam avarias ou já atingiram o seu limite de vida. São itens que não permitem
a sua recuperação por ser inviável economicamente. Este tipo de suprimento é
adequado junto aos fabricantes e estocado em armazéns, às vezes sob ambiente
controlado (temperatura e umidade) até a sua aplicação na aeronave.
Para satisfazer o planejamento do numero de itens consumíveis a serem
estocados, devemos ter em conta a freqüência de consumo, o prazo de validade, o
grau de disponibildade a ser atendido pelas aeronaves, etc. Este tipo de estudo não
será abordado neste trabalho, que enfocará o problema dos materiais reparáveis.
Por materiais reparáveis entendam-se materiais cujo custo unitário geralmente é
bastante elevado e cuja recuperação é viável economicamente. Nesta categoria
pode-se enquadrar motores e turbinas, entre outros.
Os materiais reparáveis, depois de retirados da aeronave, são manutenidos
(reparados) e retornam à cadeia de suprimento para aplicação em outra aeronave
que tiver este componente retirado para manutenção.
Para minimizar os custos deste tipo de reparáveis, é preciso que haja o
gerenciamento perfeito de todas as etapas que compõem o ciclo de reparo, desde a
saída do componente da aeronave, passando pele parte administrativa envolvida no
processo, o transporte até aos locais onde será feita a manutenção (parque ou
empresa contratada), o transporte de retorno às bases aéreas, onde as aeronaves
são manutenidas até o retorno de componente à cadeia de suprimento.
74
Pretende-se com este estudo diminuir o tempo de ciclo de reparo de itens
reparáveis e conseqüentemente o número de itens em circulação. Desta forma,
evitar-se-á o dispêndio financeiro com aquisição de itens adicionais para manter o
ciclo de reparáveis abastecido ou conseguir-se-á o aumento de disponibilidade das
aeronaves mantendo-se o número de itens circulantes atualmente.
PASSO 3 - REDIGIR O MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO (MPI)
Este manual contendo procedimentos de inspeção e durante suas atividades
deve mantê-lo atualizado. O manual deve explicar o sistema de inspeções adotado
pela oficina de modo a facilitar a compreensão por parte dos colaboradores. Este
deve estabelecer em detalhes os requisitos da oficina, incluindo a continuidade da
responsabilidade de inspeções, modelos de formulários e os métodos de execução
dos serviços.
O manual sempre que necessário, deve referir-se aos padrões de inspeções do
fabricante na manutenção de um particular artigo. A oficina deve dar uma cópia
desse manual para cada um de seus supervisores e inspetores que irão cumprir
suas determinações. Este Manual é preciosa ferramenta em prol da Segurança de
Vôo.
PASSO 4 - DEFINIR A METODOLOGIA DE INSPEÇÃO:
Deverá haver uma atitude permanente para a prevenção, através de exame e
vistoria de componentes.
Necessitará de pessoal devidamente treinado, com experiência e
conhecimento adequado de equipamento e do processo.
Deverá ser feita uma análise dos dados estatísticos obtidos através da
inspeção, bem como um acompanhamento das ações Corretivas.
75
Deve-se substituir a prática de corrigir defeitos, após atos consumados.
De que forma?
Verificando / detectando:
As condições de bom funcionamento do equipamento;
O estado de limpeza do equipamento (ver pormenor);
Os apertos;
Fugas de qualquer fluido;
Temperaturas de funcionamento anormais;
Ruídos anormais;
Controlo dos parâmetros de funcionamento.
Os itens referidos têm como vantagens:
Desencadear de uma ação corretiva imediata;
Planejamento devido de uma ação futura.
Caso prático da inspeção é a elaboração de um quadro simples que contem os
seguintes dados:
Código do equipamento;
Órgão do equipamento;
Método (visual, de leitura, de medição através de aparelhagem, etc.);
O estado do equipamento (parado ou em funcionamento);
O parâmetro analisado (limpeza, temperatura, pressão);
O valor encontrado.
(ver exemplos práticos a seguir)
76
Exemplos de matrizes de inspeção planeada
Inspeção Planeada
Mensal
Ano________________
Mês________________
IPM n
o
_______
Sector
Planeamento
Tipo de avaria
Fuga de ar comprimido:
Fuga de combustível:
Fuga óleo:
Sinais de corrosão?
Tab. 4.2 - Representação da matriz de inspeção planeada
PASSO 5 - ORGANIZAR A MANUTENÇÃO CORRETIVA
Apesar de rudimentar, a organização corretiva necessita de:
Pessoal previamente treinado para atuar com rapidez e proficiência em
todos os casos de defeitos previsíveis e com quadro e horários bem
estabelecidos;
Meios materiais necessários para a ação corretiva: aparelhos de medição
e teste adaptados aos equipamentos existentes e disponíveis,
rapidamente, no próprio local;
77
Ferramentas necessárias para todos os tipos de intervenções necessárias
que se convencionou realizar no local;
Manuais detalhados de manutenção corretiva referentes aos
equipamentos e às cadeias produtivas, e sua fácil acessibilidade;
Desenhos detalhados dos equipamentos e dos circuitos que
correspondam às instalações atualizadas;
Stock racionalmente organizado, em contacto íntimo com a manutenção e
contendo, em todos os instantes, bom número de itens acima do ponto
crítico de encomenda;
Contratos bem estudados, estabelecidos com entidades nacionais ou
internacionais, no caso de equipamentos de alta tecnologia cuja
manutenção local seja impossível;
Formação, Reciclagem e atualização periódicas dos chefes e dos
técnicos de manutenção;
Registros dos defeitos e dos tempos de reparação, classificados por
equipamentos e por cadeias produtivas (normalmente associadas a
cadeias de manutenção);
Registro das perdas de produção (efetuado de acordo com a operação-
produção) resultantes das paragens devidas a defeitos e das paragens
para manutenção;
PASSO 6 - ORGANIZAR A MANUTENÇÃO PREVENTIVA
78
Para que a manutenção preventiva funcione é necessário:
Existência de um sector de planejamento da manutenção (Gabinete de
preparação e Métodos) composto pelas pessoas mais qualificadas da
manutenção e tendo funções de preparação de trabalho e de racionalização e
otimização de todas as ações.
Existência de um arquivo técnico organizado, contendo: manuais de
manutenção, manuais de pesquisas de defeitos, catálogos construtivos dos
equipamentos, catálogos de manutenção (dados pelos fabricantes) e
desenhos de projeto atualizados .
Existência de ficheiros contendo as seguintes informações:
Fichas históricas dos equipamentos, contendo registro das manutenções
efetuadas e defeitos encontrados;
Fichas de tempos de reparação, com cálculo atualizado de valores
médios,como mostra a tabela (4.3):
79
Tempos de falhas e de reparo observados
Desiganação do
componente
Tempo de falhas (h)
Tempo de reparo (h)
1
2
.
n
Tab.4.2 - Tempos médios.
Fichas de planejamento prévio, normalizado, dos trabalhos repetitivos de
manutenção. Nestas fichas constam: composição das equipas de
manutenção, materiais, peças de reposição e ferramentas, organogramas
com a seqüência lógica das várias atividades implicadas;
Existência de plannings nos quais se mostram os trabalhos em curso e a
realizar no próximo futuro. Devem existir plannings locais nas oficinas;
Existência de um serviço de emissão de requisições ou pedidos de trabalho,
contendo a descrição do trabalho, os tempos previstos, a lista de itens a
requisitar e a composição da equipe especializada;
Emissão de mapas de rotinas diárias; Existência de um serviço de controlo,
habilitado a calcular dados estatísticos relativos à fiabilidade e à produção;
Existência de um serviço de emissão de relatórios resumidos das grandes
manutenções periódicas;
80
Existência de interações organizadas com o stock e os serviços de produção
PASSO 7 - CAPACITAR O PESSOAL
É extremamente importante propiciar aos técnicos do setor de manutenção,
sempre que possíveis oportunidades de aperfeiçoamento técnico através de, por
exemplo, palestras dadas por elementos mais experientes da própria organização ou
contratados fora, facilidades de horário e/ou reembolso parcial em cursos de
superação profissional, sendo de interesse do setor, assinatura de revistas e jornais
técnicos, leitura constante de normas ou manuais de manutenção, enfim, tudo que
puder contribuir para um melhor desenvolvimento da capacidade produtiva dos
técnicos. A figura a baixo mostra as atribuições de cada um, como resultado de
capacitação.
Operadores
Executar tarefas de manutenção
Lubrificação, regulares,
engaxetamento, reaperto
Mantenedores
Executar tarefas com maior grau
de complexidade ou dificuldade.
Engenheiros
Planejamento, projeto e
desenvolvimento de equipamentos
que "não exijam manutenção
FIG. 4.2 Operadores, Mantenedores e Engenheiros.
81
PASSO 8 - CRIAR UMA BIBLIOTECA TÉCNICA
Atualização das normas acompanha a velocidade do ciclo tecnológico. Associar
as normas nacionais com as internacionais facilitará atingir o padrão desejado.
A Biblioteca Técnica é uma área de suma importância dentro de uma
organização de manutenção. A organização homologada deve desempenhar suas
atividades de manutenção, modificação e reparo de acordo com os padrões pré-
estabelecidos. Esta deve possuir e manter atualizada a documentação técnica
necessária, incluindo legislação aeronáutica da FAN, diretrizes de
aeronavegabilidade, manuais de serviço, catálogos de peças, boletins de serviço e
de informação, instruções e cartas dos fabricantes relacionados com os artigos que
ela mantém, modifica ou repara.
PASSO 9 - MONTAR UM FERRAMENTAL DISPONÍVEL E CONFIABILIDADE
Os setores de Manutenção Aeronáutica da FAN devem possuir os
equipamentos, materiais, ferramentas e testes necessários para desempenhar
eficientemente as funções inerentes aos trabalhos que se propõe executar. Devem
assegurar-se de que todos os equipamentos de inspeção e de teste são controlados
e verificados em intervalos regulares para garantir correta calibração para um
padrão estabelecido pelo IANORQ ou um padrão estabelecido pelo fabricante do
equipamento. No caso de equipamento estrangeiro, podem ser usados os padrões
do país de origem do mesmo.
Além disto, um meio adequado de controle das calibrações dos equipamentos
deve ser implantado de modo a garantir que nenhum equipamento utilizado em
manutenção esteja com sua calibração vencida. Os equipamentos, materiais,
ferramentas e testes requeridos devem ser localizados nas instalações da oficina e
sob total controle.
82
PASSO 10 - ELABORAR UM CADASTRO E CODIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Para fazer o gerenciamento da manutenção é preciso ter um cadastro único que
abranja todos os equipamentos que serão manutencionados. Ter o histórico de
falhas, manutenções realizadas, peças trocadas, entre outras informações, facilita o
gestor na tomada de decisões no planejamento da manutenção.
Segundo MARQUES (2003), os equipamentos de produção compreendem todas
as máquinas, isoladas ou integradas, que permitem a fabricação dos diferentes
produtos ou realizar o serviço requerido. Os equipamentos periféricos são aqueles
que compõem ou dão suporte aos equipamentos principais, tais como geradores de
energia, caldeiras, ferramentas, compressores, etc. existem também os
equipamentos classificados como facilidades, tais como iluminação, aquecimento,
canalizações de fluidos, etc. e as instalações propriamente ditas da empresa, que
também requerem manutenção, tais como edificações, ruas, muros, telefones, redes
de computadores, etc. Esta classificação coloca em evidência alguns imperativos da
organização:
A necessidade de se ter um inventário dos equipamentos, codificado,
analisado e localizado;
A necessidade de repartir e precisar os domínios de responsabilidade da
manutenção dos bens;
A necessidade de determinar prioridades e níveis de manutenção;
A necessidade de reagrupar em "famílias‖ os diferentes bens.
Ainda de acordo com MARQUES (2003), o Cadastro de Equipamentos deve ser
feito por família de equipamentos que possam ser recondicionáveis, devendo conter
as seguintes informações básicas:
Endereço (Localização) da aplicação atual;
83
Dados de identificação geral, de cada família de equipamentos, tais como
número patrimonial, fabricante, marca, modelo, número de série, etc.;
Dados técnicos nominais, construtivos e de montagem, tais como diâmetro
do eixo, rpm, voltagem, amperagem, temperatura, freqüência, etc.;
Dados complementares sobre o equipamento, dados administrativos, etc.
É importante se observar que o Cadastro de Equipamentos é a ficha ou registro
onde serão anotadas todas as ocorrências envolvendo este determinado
equipamento na localização específica, devendo ser direta e automaticamente
atualizada a cada Ordem de Serviço e Folha de Inspeção emitida, pois é neste
cadastro que se formarão os Históricos deste equipamento.
PASSO 11 - APLICAR A SEGURANÇA DE TRABALHO
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que
são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais,
bem como proteger a integridade física e mental de ser humano e a capacidade de
um componente executar o seu trabalho.
Sugerem-se para este tema:
1. Nas condições humanas, evitar:
a. O uso inadequado do equipamento de trabalho;
b. A falta de equipamentos de proteção do ser humano;
c. Trabalho de rotina (habitual), associado à negligencia;
d. Distração ou desinteresse (falta da consciência profissional).
2. Nas condições materiais, evitar:
84
a. O ambiente de trabalho que oferece riscos;
b. Equipamentos duvidosos para o trabalho;
c. Falta de equipamento adequado do trabalho;
d. Material inadequado para proteção ambiental.
PASSO 12 - APLICAR UM SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
A FANA pode estabelecer, documentar, implementar e manter um sistema de
gestão da qualidade e melhorar continuamente a sua eficácia, de acordo com os
requisitos de Norma da ISO 9001(anexo 1).
4.2.1. AS VANTAGENS
Importa focar a importância da presente proposta, através das vantagens a
baixo citadas:
Redução de custos;
Evitar paragens com perdas de produção;
Reduzir tempos de não disponibilidade do equipamento;
Reduzir emergências e número de avarias;
Melhorar a qualidade da produção;
Aumentar a segurança;
Aumentar o tempo de vida dos equipamentos;
Aumentar o output da produção (missão);
Aumentar o nível de organização.
85
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Neste capítulo procurou-se apresentar algumas considerações comparativas
entre a FAB e a FANA. Assim como conclusões necessárias para um estudo
complementar e recomendar alguns dados para uma eventual pesquisa no futuro.
5.1 DISCUSSÃO
Dentre tantas abordagens sobre a qualidade da manutenção, pode-se abordar
que, as Forças Armadas de Angola vivem um peodo de transição, para uma Força
pacífica. A aplicação dos novos conceitos exige tempo e gastos de recursos
financeiros. Em comparação aos anos anteriores, nota-se uma significativa
mudança, tanto nos recursos humanos, como nos materiais. Isto traduz na boa
tendência para o seu desenvolvimento.
Dentro do pensamento de modernização, e acompanhando o processo evolutivo
da moderna aviação, o Comando da Aeronáutica busca no mercado as aeronave
que pudessem dar continuidade à missão dentro dos elevados padrões
tradicionalmente oferecidos pela Força Aérea Nacional de Angola. De modo igual a
FAB procura modernizar as suas aeronaves.
Tanto na FAB como na FANA, as intervenções de manutenção são em geral de
dois tipos, ou têm caráter preventivo, visando à substituição de componentes, ou
ainda a lubrificação, limpeza ou ajuste, ou têm caráter corretivo, implicando substituir
equipamentos degradados na seqüência de avarias ou indícios destas. As primeiras
são em geral calendarizadas de forma determinística e no longo prazo, as segundas
se calendarizáveis, só o serão no curto prazo.
86
Complementarmente intervenções de inspeção, que visam verificar a
qualidade de funcionamento dos equipamentos ou sistemas, garantindo que estão
dentro de determinados parâmetros pré-definidos, e são em geral calendarizadas no
longo prazo. Importa salientar que, a FANA tem a maior parte de aeronaves da
origem Rússia, República Tcheca, Francesa (anexo 2), enquanto a FAB tem
aeronaves de origem do próprio Brasil, USA França, Alemanha, Canadá e Espanha
(anexo 3).
5.2 CONCLUSÕES
A correta gestão da manutenção encontra muitos incentivos quando se trata de
equipamentos destinados à produção de bens e serviços, para que o causem
atrasos de missões, perdas humanas ou aumento dos custos operacionais.
A implantação de gestão de manutenção orientada à confiabilidade na FANA
possibilita uma revolução no processo de gestão da manutenção. Com a mesma
amplitude, os conceitos da engenharia de confiabilidade trarão a este Ramo o
crescimento da cultura pela confiabilidade.
Fica patente e indiscutível a necessidade de implantação da presente proposta
6
na FANA, sendo organização que querem gerir suas ações, numa visão holística e
estratégica. O sistema de gestão da manutenção passa de mera coadjuvante no
cenário organizacional para um setor responsável pela redução de falhas ou queda
no desempenho nos mais variados processos de asseguramento de vôos.
Os principais resultados a obter pelo presente trabalho são traduzidos
diretamente em aumento de confiabilidade, disponibilidade, TMEF e redução de
custos de manutenção.
6
Proposta: Gestão de manutenção orientada à confiabilidade de componentes de vôo da FANA.
87
5.3 . RECOMENDAÇÕES.
A implantação da teoria de gestão de manutenção e confiabilidade de
componente de vôos na FANA, necessita do envolvimento de todos, não somente
de alguns grupos de pessoas. Ela depende essencialmente da aceitação da direção
da FANA, que por sua vez deve difundir seus conceitos e dar suporte para que o
programa evolua positivamente.
5.3.1. GENERALIDADE
Foram transcorridas diversas etapas significativas durante a pesquisa, para criar
a presente teoria, percebe-se a necessidade de se dar prosseguimento ao assunto
em papel, seja por meio de futuros estudos no mesmo ambiente, seja por meio de
novos subsídios, utilizando-se estas análises como alicerces para outros conceitos e
desafios. Seguem discriminadas as seguintes recomendações:
a) Trabalhar em Equipe, considerado como elemento chave para manutenção, já
que se trata de um conjunto de componentes ou sistemas em busca de um
alto grau capacidade, motivação, flexibilidade, envolvimento e
comprometimento de todos com as metas e objetivos comuns
b) Fazer leituras constantes ao manual de fabricante e regulamento de
asseguramento de vôo. Já que o conhecimento tornou-se um ativo importante
e indispensável por ser a principal matéria-prima com a qual todos trabalham,
sendo garantia de alta confiabilidade.
c) Estudar o comportamento do sistema levando em conta a diminuição dos
tempos médios entre falhas (TMEF) e aumento do tempo médio do reparo
(TMDR) com envelhecimento do componente.
88
d) Cortar serviços desnecessários para reduzir custos, é muito comum encontrar
uma aplicação maior do que a necessária nos recursos na manutenção.
Serviços desnecessários consomem boa parte desses recursos e entre esses
podemos citar: excesso de manutenção preventiva, problemas de qualidade
de mão de obra que geram repetição de serviços e maior tempo na execução
dos serviços, problemas tecnológicos e problemas crônicos, dentre outros.
FIG. 6.1- Representa serviço necessário e desnecessário
Serviço necessário
Serviço
desnecessário
89
6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ABRAMAN : Associação Brasileira de Manutenção. Disponível na Internet:
HTTP:/WWW.abraman.org.br .
CARLOS DUEK, Análise de confiabilidade na Manutenção de Componente
Mecânico de Aviação. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de
Santa Maria 2005`
Departamento de Aviação Civil, Regulamento Brasileiro de Homologação
Aeronáutica - RBHA 145. Revisão 2003.
JOÃO RICARDO BARUSSO LAFRAIA apresenta as funções de confiabilidade
com seu manual de confiabilidade, mantenabilidade e disponibilidade. Disponível
na Internet 2001.
HAMAOKA, R.E. Otimização de Sistemas Logísticos: Metodologia de Aplicada à
Unidade de Manutenção de Aviação de Exercito Brasileiro. Dissertação de
Mestrado, Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, 1999.
MONCHY, F.. A Função Manutenção , Formação para a Gerência da Manutenção
Industrial. São Paulo: Editora Durban Ltda., 1989.
MIGUEL JÚNIOR: A Formação e Desenvolvimento das Forças Armadas
Angolanas Editoras: Nzila 1992.
MENDES, R. (2001) Máquinas e acidentes de trabalho. Brasília: MTE/SIT; MPAS,
2001. 86 p. (Coleção Previdência Social; v. 13)
MINISTÉRIO DA DEFESA DE ANGOLA , Regulamento do Serviço de Engenharia
de Aviação 1976.
PINTO, A.K. e XAVIER J. N. Manutenção: Função Estratégica, Rio de Janeiro:
Qualitymark editora, 2001.
S.Natkin, Les Réseaux de Petri Stochastiques et Leur Application a
L’evaluation des Systemes Informatiques, Thèse de Docteur Ingegneur,
CNAM, Paris, France, 1980.
TAVARES, L. A.. Excelência na Manutenção , Estratégias, otimização e
Gerenciamento. Salvador: Casa da Qualidade Editora Ltda. 1996. In
WYREBSKI.
90
W.GRANT IRESON CLYDE F.COOMBS, Jr.RICHARD Y. MOSS,handbook of
Reliability Engineering and Management 1996.
91
ANEXO 1
92
ISO 9001:1994
Essa norma tinha a garantia da qualidade como base da certificação. A norma tinha
os seguintes requisitos:
1 - Responsabilidade da Direção (Trata do papel da alta direcção na implementação
do sistema da Qualidade);
2 - Sistema da qualidade (Descreve a documentação que compõe o sistema da
qualidade);
3 - Análise do contrato (Trata da relação comercial entre a empresa e os seus
clientes);
4 - Controle da concepção e projecto (Trata da concepção e desenvolvimento de
novos produtos para atender aos clientes);
5 - Controle dos documentos e dados (Trata da forma de controlar os documentos
do sistema da qualidade);
6 - Compras (Trata da qualificação dos fornecedores de materiais / serviços e do
processo de compras);
7 - Produto fornecido pelo Cliente (Trata da metodologia para assegurar a
conformidade dos produtos fornecidos pelo Cliente para incorporar ao produto final);
8 - Rastreabilidade (Trata da história desde o início do fabrico do produto ou da
prestação do serviço);
9 - Controle do processo (Trata do processo de produção dos produtos da empresa);
10 - Inspecção e ensaios (Trata do controle da qualidade que é realizado no produto
ou serviço);
11 - Controle de equipamentos de inspecção, medição e ensaio (Trata do controle
necessário para a calibração / verificação dos instrumentos que inspeccionam,
meçam ou ensaiem a conformidade do produto);
93
12 - Situação da inspecção e ensaios (Trata da identificação da situação da
inspecção do produto ou serviço em todas as etapas da sua produção)
13 - Controle do produto não conforme (Trata da metodologia de controle para os
produtos fora de especificação);
14 - Acção correctiva e preventiva (Trata das acções necessárias para as não
conformidades identificadas de forma a evitar que aconteça e a sua repetição);
15 - Manuseamento, armazenamento, embalagem, preservação e expedição (Trata
dos cuidados com o produto acabado até a sua expedição para o cliente);
16 - Controle dos registos da qualidade (Trata da metodologia do controle dos
registos da qualidade para facilitar a sua identificação,recuperação);
17 - Auditorias internas da qualidade (Trata da programação das auditorias internas
da qualidade);
18 - Formação (Trata do levantamento de necessidades de formação e da
programação das respectivas formações);
19 - Serviços após - venda (Trata dos serviços prestados após venda);
20 - Técnicas estatísticas (Trata da utilização de técnicas estatísticas na empresa);
Esta versão por exigir muito "papel" em vez da implementação das práticas como
exigido pela ISO 9001:2008.
Para solucionar as dificuldades da anterior, esta norma combinava as 9001, 9002 e
9003 em uma única, doravante denominada simplesmente 9001:2000.
Os processos de projeto e desenvolvimento eram requeridos apenas para empresas
que, de fato, investiam na criação de novos produtos, inovando ao estabelecer o
conceito de "controle de processo" antes e durante o processo.
[2]
Esta nova versão
exigia ainda o envolvimento da gestão para promover a integração da qualidade
internamente na própria organização, definindo um responsável pelas ações da
qualidade. Adicionalmente, pretendia-se melhorar o gerenciamento de processos por
meio de aferições de desempenho e pela implementação de indicadores para medir
a efetividade das ações e atividades desenvolvidas.
94
Mas a principal mudança na norma foi a introdução da visão de foco no cliente.
Anteriormente, o cliente era visto como externo à organização, e doravante passava
a ser percebido como integrante do sistema da organização. A qualidade, desse
modo, passava a ser considerada como uma variável de múltiplas dimensões,
definida pelo cliente, por suas necessidades e desejos. Além disso, não eram
considerados como clientes apenas os consumidores finais do produto, mas todos
os envolvidos na cadeia de produção.
ISO 9000:2005
Foi a única norma lançada nesse ano, descrevendo os fundamentos de sistemas de
gestão da qualidade que, no Brasil, constituem o objeto da família ABNT NBR ISO
9000, e definindo os termos a ela relacionados. É aplicável a organizações que
buscam vantagens através da implementação de um sistema de gestão da
qualidade; a organizações que buscam a confiança nos seus fornecedores de que
os requisitos de seus produtos serão atendidos; a usuários dos produtos; aqueles
que têm interesse no entendimento mútuo da terminologia utilizada na gestão da
qualidade (por exemplo: fornecedores, clientes, órgãos reguladores); aqueles,
internos ou externos à organização, que avaliam o sistema de gestão da qualidade
ou o auditam, para verificarem a conformidade com os requisitos da ABNT NBR ISO
9001 (por exemplo: auditores, órgãos regulamentadores e organismos de
certificação); aqueles, internos ou externos à organização, que prestam assessoria
ou treinamento sobre o sistema de gestão da qualidade adequado à organização; e
a grupos de pessoas que elaboram normas correlatas.
ISO 9001:2008
A versão atual da norma foi aprovada no fim do ano de 2008.
Esta nova versão foi elaborada para apresentar maior compatibilidade com a família
da ISO 14000, e as alterações realizadas trouxeram maior compatibilidade para as
95
suas traduções e consequentemente um melhor entendimento e interpretação de
seu texto.
Outra importante alteração nesta versão foi a sub-cláusula 1.2 que introduz o
conceito de exclusões. Esta cláusula permite que requisitos da norma que não
sejam aplicáveis devido a caractesticas da organização ou de seus produtos sejam
excluídos, desde que devidamente justificados. Desta forma, garante-se o caráter
genérico da norma e sua aplicabilidade para qualquer organização, independente do
seu tipo, tamanho e categoria de produto.
Critérios para a normatização
As normas foram elaboradas por meio de um consenso internacional acerca das
práticas que uma empresa deve tomar a fim de atender plenamente os requisitos de
qualidade total. A ISO 9000 não fixa metas a serem atingidas pelas organizações a
serem certificadas; as próprias organizações é quem estabelecem essas metas.
Uma organização deve seguir alguns passos e atender a alguns requisitos para
serem certificadas. Dentre esses podem-se citar:
Padronização de todos os processos-chave da organização, processos que
afetam o produto e conseqüentemente o cliente;
Monitoramento e medição dos processos de fabricação para assegurar a
qualidade do produto/serviço, através de indicadores de performance e desvios;
Implementar e manter os registros adequados e necessários para garantir a
rastreabilidade do processo;
Inspeção de qualidade e meios apropriados de ações corretivas quando
necessário; e
Revisão sistemática dos processos e do sistema da qualidade para garantir sua
eficácia.
Um "produto", no vocabulário da ISO, pode significar um objeto físico, ou serviço, ou
software.
96
A International Organization for Standardization publicou em 2004 um artigo que
dizia: "Atualmente as organizações de serviço representam um número grande de
empresas certificadas pela ISO 9001:2000, aproximadamente 31% do total".
[3]
Os elementos da ISO 9000
A cópia das normas é vedada. A "ISO 9001:2000 Sistema de gestão da qualidade
novo Requisitos" é um documento de aproximadamente 30 páginas, disponível
nos órgãos representantes em cada país, descrito em itens como abaixo:
Página 1: Prefácio
Página 1 a 3: Introdução
Página 3: Objetivo e campo de aplicação
Página 3: Referência normativa
Página 3: Termos e definições
Página 4 a 12: Requisitos
o Seção 4: Sistema de Gestão da Qualidade
o Seção 5: Responsabilidade da Direção
o Seção 6: Gestão de Recursos
o Seção 7: Realização do Produto
o Seção 8: Medição, análise e melhoria
Os seis documentos obrigatórios da norma são:
Controle de Documentos
Controle de Registros
Auditorias Internas
Controle de Produto/ Serviço não-conformes
Ação corretiva
Ação preventiva
Em acréscimo aos requisitos da ISO 9001:2000 é necessário definir e implementar
uma "Política da Qualidade" e um "Manual da Qualidade" embora isso não queira
97
dizer que eles sejam os únicos documentos necessários. Cada organização deve
avalizar o seu processo por inteiro.
Terminologia
Ação corretiva - ação para eliminar a causa de uma não-conformidade
identificada ou de outra situação indesejável
Ação preventiva - ação para eliminar a causa de uma potencial não-
conformidade
Cliente - organização ou pessoa que recebe um produto
Conformidade - satisfação com um requisito
Eficácia - medida em que as atividades planejadas foram realizadas e obtidos os
resultados planejados
Eficiência - relação entre os resultados obtidos e os recursos utilizados
Fornecedor - organização ou pessoa que fornece um produto
Política da Qualidade - conjunto de intenções e de orientações de uma
organização, relacionadas com a qualidade, como formalmente expressas pela
gestão superior
Procedimento - modo especificado de realizar uma atividade ou um processo
Processo - conjunto de atividades interrelacionadas e interatuantes que
transformam entradas em saídas
Produto - resultado de um processo
Qualidade - grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de
características intrínsecas
Requisito - necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita ou
obrigatória
Satisfação de clientes - percepção dos clientes quanto ao grau de satisfação
dos seus requisitos
Sistema de Gestão da Qualidade - sistema de gestão para dirigir e controlar
uma organização no que respeita à qualidade
Resumo em linguagem informal
98
Os elementos descritos abaixo são alguns dos aspectos a serem abordados pela
organização no momento da implementação da ISO 9001:2000, lembrando sempre
que alguns desses requisitos variam de acordo com o tamanho e ramo de atividade
da empresa.
Deve ser feita a análise de todo processo e garantir a padronização, monitoramento
e documentação de todo o processo que tem influência no produto.
Responsabilidade da direção: requer que a política de qualidade seja definida,
documentada, comunicada, implementada e mantida. Além disto, requer que se
designe um representante da administração para coordenar e controlar o sistema
da qualidade.
Sistema da qualidade: deve ser documentado na forma de um manual e
implementado também.
Análise crítica de contratos: os requisitos contratuais devem estar completos e
bem definidos. A empresa deve assegurar que tenha todos os recursos
necessários para atender às exigências contratuais.
Controle de projeto: todas as atividades referentes à projetos (planejamento,
métodos para revisão, mudanças, verificações, etc.) devem ser documentadas.
Controle de documentos: requer procedimentos para controlar a geração,
distribuição, mudança e revisão em todos os documentos codificados na
empresa.
Aquisição: deve-se garantir que as matérias-primas atendam às exigências
especificadas. Deve haver procedimentos para a avaliação de fornecedores.
Produtos fornecidos pelo cliente: deve-se assegurar que estes produtos sejam
adequados ao uso.
Identificação e rastreabilidade do produto: requer a identificação do produto
por item, série ou lote durante todos os estágios da produção, entrega e
instalação.
Controle de processos: requer que todas as fases de processamento de um
produto sejam controladas (por procedimentos, normas, etc.) e documentadas.
99
Inspeção e ensaios: requer que a matéria-prima seja inspecionada (por
procedimentos documentados) antes de sua utilização.
Equipamentos de inspeção, medição e ensaios: requer procedimentos para a
calibração/aferição, o controle e a manutenção destes equipamentos.
Situação da inspeção e ensaios: deve haver, no produto, algum indicador que
demonstre por quais inspeções e ensaios ele passou e se foi aprovado ou não.
Controle de produto não-conformes: requer procedimentos para assegurar
que o produto não conforme aos requisitos especificados é impedido de ser
utilizado inadvertidamente.
Ação corretiva: exige a investigação e análise das causas de produtos não-
conformes e adoção de medidas para prevenir a reincidência destas não-
conformidades.
Manuseio, armazenamento, embalagem e expedição: requer a existência de
procedimentos para o manuseio, o armazenamento, a embalagem e a expedição
dos produtos.
Registros da qualidade: devem ser mantidos registros da qualidade ao longo
de todo o processo de produção. Estes devem ser devidamente arquivados e
protegidos contra danos e extravios.
Auditorias internas da qualidade: deve-se implantar um sistema de avaliação
do programa da qualidade.
Treinamento: devem ser estabelecidos programas de treinamento para manter,
atualizar e ampliar os conhecimentos e as habilidades dos funcionários.
Assistência técnica: requer procedimentos para garantir a assistência à
clientes.
Técnicas estatísticas: devem ser utilizadas cnicas estatísticas adequadas
para verificar a aceitabilidade da capacidade do processo e as características do
produto.
No Brasil
100
A família de normas NBR ISO 9000:1994 (9001, 9002 e 9003) foi cancelada e
substituída pela série de normas ABNT NBR ISO 9000:2000, que é composta de
três normas:
ABNT NBR ISO 9000:2000: Descreve os fundamentos de sistemas de gestão
da qualidade e estabelece a terminologia para estes sistemas.
ABNT NBR ISO 9001:2000: Especifica requisitos para um Sistema de Gestão da
Qualidade, onde uma organização precisa demonstrar sua capacidade para
fornecer produtos que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos
regulamentares aplicáveis, e objetiva aumentar a satisfação do cliente.
ABNT NBR ISO 9004:2000: Fornece diretrizes que consideram tanto a eficácia
como a eficiência do sistema de gestão da qualidade. O objetivo desta norma é
melhorar o desempenho da organização e a satisfação dos clientes e das outras
partes interessadas.
Não existe certificação para as normas ABNT NBR ISO 9000:2000 e ABNT NBR
ISO 9004:2000.
101
ANEXO 2
102
ALGUMAS DAS AERONAVES USADAS PELA FANA
SU-22
SU-27
103
MIG-23
104
MI-8
CEZNA
105
Il-76
106
AN-12
107
MI-17
108
AN-26
109
Allouette
110
ANEXO 3
111
ALGUMAS AERONAVES DA FAB
Mirage III
112
F-5 Tiger II
113
AMX A-1
C-95 Bandeirante
114
C-115 Buffalo
C-130 Hercules
115
VC-96 Brasília
C-
91
116
Avro
caças F-5
117
MHG
MIRAGE 06I
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