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No Nordeste brasileiro, em 2005, constatou-se a utilização média de 19,02
trabalhadores por unidade produtiva, sendo 89,60% permanentes e 10,40%
temporários. Considerando que essas unidades contam com área média de
1,73ha cultivado com floricultura, conclui-se pelo emprego de 10,99
trabalhadores por hectare, sendo 9,85 permanentes. Da mão-de-obra
permanente utilizada, a familiar correspondia a 8,61% e a assalariada a
91,39%, com predominância de remuneração na faixa de um a dois salários
mínimos mensais. (BRAINER e OLIVEIRA, 2007, p. 186).
Embora a maior parte da mão de obra utilizada seja assalariada, é
significativa a porcentagem de trabalhadores familiares envolvidos nesta atividade.
Além disto, muitos produtores contrataram mão-de-obra assalariada depois que a
produção aumentou, tendo dado início à produção com a mão-de-obra familiar.
No Brasil, a produção é desenvolvida em pequenas propriedades, cuja
média nacional de área cultivada é de 3,5 hectares. Contudo, existem
diferenças regionais importantes. Assim, o Estado de Goiás, por exemplo,
possui uma área média de cultivo - a maior nacional - de 6,3 hectares, o que
se explica pelo fato da sua vocação para a produção de mudas de plantas
ornamentais, exigentes em maiores dimensões físicas de área. Na Região
Nordeste, pesquisas realizadas em 2005 constataram que a área média
cultivada com flores e plantas ornamentais é de 1,73 ha por produtor e que
esse valor correspondia, em média, a 8,61% da área total da propriedade.
As propriedades com menos de cinco hectares plantados com flores
correspondiam a 70,2% do total; as com cinco a dez representaram 19,15%
e as com mais de dez, 10,65 %. (BRAINER e OLIVEIRA, 2007, p. 172).
A floricultura é uma atividade que se concentra em algumas regiões. Kiyuna
et al. (2004), analisando o Censo Agropecuário, constatou que existe uma grande
concentração econômica do setor e, portanto, uma grande assimetria entre os
municípios produtores: “Os 20% dos municípios brasileiros mais importantes no
ranking (Estrato 1) totalizaram 95% do valor da floricultura brasileira em 1995/96.
Considerando os municípios comuns aos dois levantamentos (CENSO e
IBRAFLOR)”. Estes municípios (20%) eram os mais dinâmicos em termos de
tecnologia, produção e relação com o mercado. Os demais municípios representam
o potencial produtivo que poderia ser realizado se os fatores que impulsionam o
setor estivessem presentes.
Em todo o País, a distribuição da área cultivada com flores e plantas é de
50,4% para mudas; 13,2% para flores envasadas; 28,8% para flores de corte; 3,1%
para folhagens em vasos; 2,6% para folhagens de corte e 1,9% para outros produtos
da floricultura (GRAZIANO, 2002).