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Segundo Jabbour, Acioly e Miguel (2006), além do aumento do preço
internacional do petróleo (em 1999 depois da decisão da OPEP de aumentar o preço do barril),
outro fator que influenciou foi a desvalorização do rubro. Esses acontecimentos impulsionaram
os superávits comerciais, a partir de 1999, e superávits na conta corrente, e, consequentemente,
ao crescimento do PIB.
A Tabela 4 abaixo apresenta a evolução de alguns indicadores macroeconômicos
selecionados para a economia russa, entre 1992 e 2004, com evidente melhora a partir de 2000.
Tabela 4: Indicadores macroeconômicos (1992 a 2004).
2506,0 840,0 204,0 128,6 21,8 11,1 84,4 36,5 20,2 18,6 15,0 12,0 11,7
0,20 1,00 2,20 4,60 5,10 5,80 9,70 25,60 28,20 29,20 31,40 30,70 28,80
0,30 1,10 0,00 6,20 6,70 6,50 11,40 26,50 26,00 26,10 29,70 34,70 28,80
Fonte: Dados extraídos do IMF.
A taxa inflacionária, de acordo com a Tabela 4 apresenta um decrescimento
significativo, entre 1992 e 1997, caindo de 2.506,0% para 11,1%. Nesse período, os fatores
determinantes para a queda da inflação foram a sobrevalorização da taxa de câmbio e um forte
aperto monetário. Em 1998, há uma elevação na inflação em decorrência dos efeitos da crise
cambial sobre a economia russa. A partir de 1999, a inflação russa retomou sua trajetória de
declínio. Apesar da queda da inflação entre 1999 e 2004, a mesma continua em patamares acima
de 10,0% a.a.
Como já mencionado anteriormente, o regime cambial russo, entre 1992 e 2003,
caracterizou-se por uma certa volatilidade na taxa de câmbio. Conforme pode ser observado na
Tabela 4 houve uma expressiva desvalorização nominal na taxa de câmbio no período da crise
russa (e no período imediatamente subsequente a crise), isto é, em 1997/1999, quando a taxa de
câmbio nominal média passou de 5,8 para 24,6 (rublo/dólar) e de 6,5 para 26,5 (rublo/euro),
sendo que, a partir de então, o câmbio nominal tem tido um comportamento relativamente
estável.
Desde o fim da crise, a Rússia adotou um regime de câmbio flutuante adminis-
trado, acompanhado de uma conversibilidade parcial da conta de capital. A política monetária
tem como meta tanto reduzir a inflação quanto limitar a apreciação da moeda doméstica, com
fortes intervenções do Banco Central da Rússia (BCR) no mercado de câmbio, sendo que a taxa