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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
Londrina
2010
RAYMUNDO PIRES JUNIOR
ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E
DESEMPENHO MOTOR EM ESCOLARES
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i
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação Associado
em Educação Física UEM/UEL para
obtenção do título de Mestre em
Educação Física.
Londrina
2010
RAYMUNDO PIRES JUNIOR
ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E
DESEMPENHO MOTOR EM ESCOLARES
Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira
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ii
Este exemplar corresponde à defesa de
Dissertação de Mestrado defendida por
Raymundo Pires Junior e aprovada pela
Comissão julgadora em:
23/08/2010.
Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira
Orientador
Londrina
2010
RAYMUNDO PIRES JUNIOR
ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E
DESEMPENHO MOTOR EM ESCOLARES
iii
COMISSÃO JULGADORA
Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira
Orientador
Prof. Dr. Hugo Tourinho Filho
Membro Externo
Prof. Dr. Dartagnan Pinto Guedes
Membro Interno
iv
Dedicatória
Algumas pessoas ocuparam lugar decisivo em minha
vida e carreira profissional. A estes, cronologicamente mencionados, minha eterna
gratidão.
Aos meus pais, Raymundo Pires Netto e Brigida
Melem Pires (In Memoriam) que desde a mais tenra idade jamais deixaram de fazer o
que lhes era possível e o imaginável.
À minha companheira de jornada, minha esposa
querida Andréia P. Pires, que nunca deixou de me apoiar e incentivar em qualquer
momento de nossas vidas.
Ao meu sobrinho Carlos Augusto Pires Schroeder e
aos meus filhos Lucas P. Pires e Gabriel P. Pires, minha fonte de luta e superação.
v
Agradecimentos
Ao Professor Arli Ramos de Oliveira, por ter me orientado neste Curso de
Mestrado, pela sua experiência profissional, de vida, paciência e compreensão, minha
admiração e gratidão.
Ao Professor Dartagnan Pinto Guedes, meu norte na minha carreira
profissional há mais de 20 anos.
Aos professores, companheiros de profissão e fonte de incentivo, meus
verdadeiros amigos, Hugo Tourinho Filho e Gustavo André Borges.
Ao meu irmão de coração Eldo (Dinho) Padilha, pois, sem sua atuação
este trabalho não aconteceria.
À todos os acadêmicos da UNOPAR que auxiliaram na coleta e dados e
contribuíram decisivamente para este estudo, em especial ao Daniel, Paulo, Gabriel,
Guilherme, Carlos, Álvaro, Byanca, Jenifer, Adriana, Aline, Camila, Solange e Talita.
Ao professor Leandro Ricardo Altimari, pela disponibilidade e auxílio em
momento crucial.
Aos escolares que fizeram parte deste estudo, aos diretores e
coordenadores do colégio.
vi
PIRES JUNIOR, Raymundo. Análise da qualidade de vida e desempenho motor em
escolares. 2010. 78f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) Centro de
Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, Paraná.
RESUMO
Palavras-Chave: Kidscreen, qualidade de vida, aptidão física.
Qualidade de vida (QV) é um construto formado por dimensões que compõem o bem-
estar e autopercepção da saúde. A aptidão física entre crianças e adolescentes tem
demonstrado níveis baixos pelo advento da modernidade favorecendo cada vez mais o
surgimento das doenças hipocinéticas. Mediante o exposto, o objetivo deste estudo é
analisar a QV e desempenho motor (DM) relacionados à saúde em escolares de uma
escola da rede privada de Londrina, Paraná. Participaram do estudo 588 escolares,
sendo 325 rapazes e 263 moças, dos 12 aos 17 anos de idade que responderam ao
Questionário Kidscreen-52 para avaliação da QV e realizaram os testes de DM Sentar-
e-alcançar, dinamometria manual e o Vai-e-vem 20m. A amostra foi selecionada pelo
método não probabilístico e os dados foram tratados mediante estatística descritiva,
com cálculo de homogeneidade utilizando o teste de Levene, seguidos da ANOVA na
associação entre QV, DM com as idades e gênero, e ANCOVA na associação entre
QV e DM. O nível de significância adotado foi de p<0,05. Os resultados apontaram
valores médios significativos a favor dos rapazes em QV nas dimensões “Saúde e
atividade física”, “Bem-estar psicológico”, “Estado de humor geral”, “Autopercepção”,
“Autonomia” e “Vida familiar”, enquanto que para as moças os maiores escores foram
observados na dimensão “Amigos e apoio social”. Entre os mais jovens, a QV
apresentou diferença estatística na dimensão “Saúde e atividade física”; entre os
com
mais idade na dimensão “Rejeição social”, e aqueles com idades intermediárias foram
superiores na dimensão “Recursos financeiros”. No DM os rapazes foram
significativamente superiores na aptidão cardiorrespiratória e em força de preensão
manual, enquanto as moças foram superiores em flexibilidade. No decorrer das idades
os mais velhos sempre apresentaram valores significativos mais altos em todas as
capacidades motoras investigadas. Quanto à associação entre QV e DM relacionado
ao VO
2máx
, as diferenças estatísticas ocorreram apenas na dimensão “Saúde e
atividade física” a favor dos escolares com melhores índices de QV e na dimensão
“Amigos e apoio socialcom superioridade para os jovens de QV intermediária. Para
força manual e flexibilidade não foram observadas diferenças estatísticas, entretanto,
os escolares com QV intermediária foram superiores na maioria das dimensões. É
possível admitir mediante os resultados apresentados que os rapazes têm melhor QV
que as moças na maioria das dimensões; que os escores de QV são maiores para os
mais jovens com maior envolvimento em atividades físicas, bem como a rejeição social
é menor entre os mais velhos; e os escolares com idade intermediária adotam um
estilo de vida que lhes permite fazer as mesmas coisas que seus pares. No DM, os
rapazes apresentaram melhores resultados
na capacidade aeróbica e força e as
moças em flexibilidade. E na associação entre QV e DM é possível inferir que nem
sempre aqueles com escores mais elevados de QV, apresentam melhor desempenho
físico.
vii
PIRES JUNIOR, Raymundo. Analysis of quality of life and motor performance on
schoolers. 2010. 78f. Dissertation (Master in Physical Education) Physical Education
and Sports Center. State University of Londrina, Parana.
ABSTRACT
Quality of life (QL) is a construct made up of dimensions that comprise well being and
self-perceived health. Physical fitness among children and adolescents has achieved
low levels since the advent of modern life, increasingly favoring the emergence of
hypokinetic diseases. Therefore, the purpose of this study was to analyze the QL and
motor performance (MP) related to health in schoolers from a private school in Londrina,
Parana. The study participants were 588 school children and adolescents, of which 325
boys and 263 girls, in the age range from 12 to 17 years, who answered to the
Kidscreen-52 Questionnaire for assessment of QL and MP tests of Sit-and-Reach,
manual dinamometry and 20-m Shuttle run. The sample was selected by the non
probabilistic method and data were processed using descriptive statistics, using
Levene's test of homogeneity, followed by ANOVA in the association between QL, MP
with age and gender, and ANCOVA in the association between QL and MP. The
significance level adopted was p<0.05. The results indicated significant mean values
favoring boys in QL on the “Physical”, “Psychological well-being”, “Moods and
emotions”, “Self-perception” and “Parent Relations and Home Life” dimensions, while
the greatest scores for girls were found in the “Social Support and Peers” dimension.
Among the younger subjects, QL showed statistical difference in the “Physical”
dimension; and among the older ones in the “Social Acceptance (Bullying)” dimension,
and those with intermediate age were superior in the “Financial Resources” dimension.
In MP boys were significantly superior in cardiorrespiratory fitness and handgrip
strength, while girls were superior in flexibility. Regarding the ages, the oldest subjects
always showed significantly higher values in all investigated motor skills. Regarding the
association between QL and MP with VO
2
max, statistical differences were found only in
the Physical” dimension, favoring schoolers with higher QL indexes and in the “Social
Support and Peers” dimension it was superior for schoolers with intermediate QL. No
statistical differences were found for handgrip strength and flexibility. However,
schoolers with intermediate QL were superior in most dimensions. From the results, it is
possible to conclude that boys have a better QL than girls in most dimensions; that the
QL scores are higher for the younger with greater involvement with physical activity, and
social rejection is lower among the older subjects. Schoolers with intermediate age
adopt a lifestyle that allows them to do the same things as their peers. In MP, the boys
showed better results in aerobic capacity and strength and girls in flexibility. Regarding
the association between QL and MP, it is possible to infer that not always those with
higher scores in QL show better physical performance.
Key words: Kidscreen, Quality of life, Physical fitness.
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Número de sujeitos envolvidos no estudo ...........................................
29
Tabela
2
Valores de média, desvio padrão e estatística F equivalentes às
dimensões associadas à qualidade de vida entre escolares de uma
escola particular de Londrina, Paraná. ................................................
36
Tabela
3
Valores de média, desvio-padrão e estatística F equivalentes aos
resultados dos testes de Sentar-e-Alcançar, Dinamometria Manual e
Vai-e-Vem 20m entre escolares de uma escola particular de
Londrina, Paraná. ................................................................................
41
T
abela
4
Valores de média, desvio-padrão e estatística F equivalentes aos
resultados dos tertís de qualidade de vida para o teste de Vai-e-Vem
de 20m, com controle da idade e gênero, entre escolares de uma
escola particular de Londrina, Paraná. ................................................
45
Tabela
5
Valores de média, desvio-padrão e estatística F equivalentes aos
resultados dos tertís de qualidade de vida para o teste de
Dinamometria manual, com controle da idade e gênero, entre
escolares de uma escola particular de Londrina, Paraná. ..................
46
Tabela
6
Valores de média, desvio-padrão e estatística F equivalentes aos
resultados dos tertís de qualidade de vida para o teste de
Flexibilidade, com controle da idade e gênero, entre escolares de
uma escola particular de Londrina, Paraná. ........................................
47
ix
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
QV
Qualidade de Vida
DM
Desempenho Motor
OMS
Organização Mundial da Saúde
DEF
Departamento de Educação Física
CCS
Centro de Ciências da Saúde
PNUD
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PIB
Produto Interno Bruto
ICV
Índice de Condição Vida
CE
Comissão Européia
HBSC Health Behaviour in School Aged Children
QVRS
Qualidade de Vida Relacionada à Saúde
IMC
Índice de Massa Corporal
ACSM American College of Sports Medicine
SRT Shuttle Run Test
ANOVA Análise de Variância
ANCOVA
Análise de Covariância
IPAQ International Physical Activity Questionnaire
WHOQOL World Health Organization Quality of Life
CEFE
Centro de Educação Física e Esporte
QVRS
Qualidade de Vida Relacionada à Saúde
IDH
Índice de Desenvolvimento Humano
UEL
Universidade Estadual Londrina
UEM
Universidade Estadual de Maringá
x
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO
..................................................................................................
1
1.1. OBJETIVOS ...............................................................................................
3
2.
JUSTIFICATIVA
...................................……………………………………………
4
3.
REVISÃO DA LITERATURA
............................................................................
6
3.1. Qualidade de Vida ......................................................................................
6
3.1.1. Subjetividade e Multidimensionalidade em Qualidade de Vida..... 8
3.1.2 Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) ........................
9
3.1.3. Instrumentos de Avaliação de Qualidade de Vida ........................
10
3.2. Kidscreen-52 ...............................................................................................
13
3.2.1. Dimensões do Kidscreen-52 ............................................................
15
3.3. Aptidão Física ............................................................................................. 19
3.4. Desempenho Motor .................................................................................... 23
3.4.1. Resistência cardiorrespiratória ........................................................ 24
3.4.2. Força muscular ................................................................................ 25
3.4.3. Flexibilidade .....................................................................................
26
4.
M
É
TODOS
.............................................……………………………………………
28
4.1. Caracterização do Estudo ..........................................................................
28
4.2. Seleção da Amostra ...................................................................................
28
4.3. Coleta de Dados .........................................................................................
29
4.3.1. Aplicação do Kidscreen-52 ..............................................................
30
4.3.1.1. Procedimentos metodológicos para aplicação do Kidscreen-52 ..
30
4.3.2. Testes de desempenho motor .........................................................
31
4.3.2.1. Protocolos dos testes de desempenho motor ..............................
31
4.4. Tratamento Estatístico . .............................................................................
33
5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
........................................................................
35
5.1. Qualidade de Vida ......................................................................................
35
5.2. Análise das Variáveis Relacionadas ao Desempenho Motor .....................
40
5.3. Qualidade de Vida e Desempenho Motor....................................................
44
xi
6.
CONCLUSÃO
....................................................................................................
50
REFER
Ê
NCIAS
.................................................................................................
52
ANEXOS
............................................................................................................
64
Anexo 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ....................................
64
Anexo 2. Kidscreen-52 ......................................................................................
66
Anexo 3. Kidscreen-52 Versão Pais/Tutores ....................................................
72
Anexo 4. Ficha para avaliação dos testes motores ...........................................
78
1
1. INTRODUÇÃO
Historicamente, o ser humano busca incessantemente a saúde. Desde
as ações mágico-religiosas da antiguidade até os dias atuais. Em meados do
século 20 as ações sanitaristas que já aconteciam algum tempo, juntamente
com o advento da era bacteriológica, associado às ações higienistas,
proporcionaram ao homem maior sobrevida, até então sem igual (FARINATTI;
FERREIRA, 2006).
Com o aumento da longevidade do ser humano, mediante redução das
doenças infecto contagiosas que assolavam a humanidade, as acometidas ao
sistema cardiovascular passaram a ser as responsáveis pela maior taxa de
mortalidade. Os hábitos do cotidiano passaram a ganhar cada vez maior
importância, ficando claro que o estilo de vida passou a exercer papel
fundamental na prevenção das doenças da modernidade, tais como as
relacionadas aos aspectos nutricionais, sedentarismo, câncer, as de ordem
respiratória, bem como aquelas de fatores psicossociais. Exemplo disso, os
indivíduos com comportamentos preventivos nestas dimensões do bem-estar,
tem aumentado sua sobrevida (GUEDES; GUEDES, 1995; NAHAS, 2006;
DOÑA, 2002).
Estas doenças têm causando grande prejuízo para todo o sistema
monetário mundial e com maior impacto ao sistema previdenciário (PATE et al,
1995). Neste paradigma, não basta apenas viver com ausência de doenças,
mas sim evitá-las, viver mais e melhor, pelo maior tempo possível, iniciando
estes hábitos desde a mais tenra idade (DOÑA, 2002).
Esta preocupação é ainda maior em crianças e adolescente, uma vez
que o comprometimento do seu desenvolvimento normal acarreta riscos mais
graves à saúde, podendo tornar-se irreversíveis. Cada vez mais são
importantes as medidas que visam diagnosticar os comportamentos de ordem
biológica, social e psicológica nesta população, bem como ações para melhoria
do bem-estar, qualidade de vida e saúde (COSTA, BIGRAS, 2007; GASPAR;
MATOS, 2008).
Além destes aspectos, os componentes da aptidão física relacionada à
saúde (resistência/força muscular, flexibilidade, resistência aeróbia e gordura
2
corporal) são preponderantes para garantia da qualidade de vida positiva, onde
o indivíduo se afasta ao máximo das doenças (BARBANTI, 1990). Guedes e
Guedes (1995) afirmam que ao se engajar em programas regulares de
atividades físicas, o indivíduo provavelmente será mais ativo e mais saudável.
Mota et al (2002) demonstram a preocupação na promoção do desempenho
motor e aptidão sica entre escolares, na tentativa de combater as imposições
da vida moderna que estão contribuindo para o aparecimento de doenças
associadas ao sedentarismo entre os jovens.
As ações direcionadas ao aprimoramento e à conservação do corpo
humano são norteadas pela Organização Mundial da Saúde (1996) e
abrangem dimensões dirigidas ao bem-estar individual e coletivo, que além da
atividade física, contempla também os aspectos pessoais, ambientais,
psicológicos, sociais e culturais como fatores determinantes para uma boa
qualidade de vida. Portanto, o desafio atualmente é verificar o quanto cada
indivíduo tem de positivo nestas dimensões no sentido de assegurar melhor
qualidade de vida.
Entre os jovens, as ações direcionadas aos comportamentos para uma
boa qualidade de vida devem começar o quanto antes, por ser um período
sensível a mudanças, tanto positivas, quanto negativas nos aspectos
comportamentais e ambientais (CURRIE et al, 2004; GUEDES, 2007). No
campo da atividade física, muitos são os estudos que procuram identificar o
nível de aptidão física relacionada à saúde através do desempenho motor em
crianças a adolescentes. No campo do bem-estar poucos são os que
investigam a qualidade de vida principalmente entre brasileiros. E raríssimos
são os que apontam a associação entre qualidade de vida e desempenho
motor na população jovem (MALINA, 1990; GUEDES, 2002; SERASSUELO JR
et al, 2005; LA TORRE et al, 2006; OH et al, 2009).
Assim, surgem as seguintes indagações: a qualidade de vida pode ser
influenciada pelo desempenho motor entre jovens? A idade ou gênero pode
exercer alguma influência no comportamento dessas variáveis?
3
1.1 OBJETIVOS
Diante do exposto o objetivo deste estudo é analisar a qualidade de vida
e o desempenho motor entre os escolares de uma escola da rede privada da
cidade de Londrina, Estado do Paraná.
Como Objetivos Específicos:
a) Identificar indicadores ligados à qualidade de vida, de acordo
com a idade e gênero.
b) Caracterizar indicadores ligados ao desempenho motor, de
acordo com a idade e gênero.
c) Verificar a existência de possíveis diferenças associadas ao
desempenho motor de acordo com as dimensões de
indicadores relacionados à qualidade de vida.
4
2. JUSTIFICATIVA
Na área da Educação Física inúmeros estudos procuram identificar o
nível de aptidão física entre os jovens na tentativa de manutenção e/ou
promoção da saúde através da atividade física (MOTA et al, 2002; GANLEY;
SHERMAN, 2000; GLANER, 2005). Esta ideia se justifica no sentido de evitar o
surgimento das doenças relacionadas à hipocinesia, uma vez que a vida
moderna, com equipamentos eletro-eletrônicos à disposição da população, tem
contribuído fortemente para este fato (GUEDES; GUEDES, 1995; NAHAS,
2006).
Para a população jovem especificamente, poucos são os instrumentos
que se prestam a avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) para
os considerados saudáveis. Ravens-Sieberer e o Grupo Europeu Kidscreen
(2001) afirmam não existir instrumentos padronizados, transculturais, para
aplicação com relevância equivalente nessas populações em diferentes países.
Com este propósito, foi criado o Kidscreen, instrumento de avaliação de QVRS
para jovens saudáveis, como para aqueles portadores de alguma disfunção
crônica, na faixa etária compreendida entre 8 e 18 anos de idade e que fornece
também medidas para os pais. É composto por 10 dimensões, Saúde e
Atividade Física; Bem-estar Psicológico; Estado de Humor Geral;
Autopercepção; Autonomia (Tempo Livre); Família e Ambiente Familiar;
Questões Econômicas; Amigos e Relações Interpessoais; Ambiente Escolar e
Aprendizagem e Rejeição Social (provocação, bullying), que procuram
identificar o nível de qualidade de vida geral, como para cada uma destas
dimensões.
Há, portanto, o isolamento de fatores que são imprescindíveis aos
jovens em idade escolar: a aptidão física, principalmente a relacionada à saúde
e a investigação da qualidade vida. A identificação destes atributos pode
contribuir tanto para a manutenção e melhoria da qualidade de vida, bem como
para o aprimoramento dos componentes do desempenho motor relacionados à
saúde, na expectativa que aqueles com altos níveis de aptidão física nos
componentes motores, podem ter melhor qualidade de vida. Isso se reflete no
5
fato de que os mais ativos fisicamente parecem ter melhor relacionamento com
seus pares, menor propensão a doenças, lidam melhor com a pressão
psicológica em relação ao meio em que vivem, entre outros indicativos da boa
saúde e qualidade de vida influenciado pela atividade física (GONÇALVES et
al, 2007; GUEDES et al, 2001).
A relevância desse estudo se justifica na tentativa de avaliar o
desempenho motor, identificar a qualidade de vida, na expectativa de
proporcionar bem-estar e saúde entre os jovens; auxiliar pais e educadores na
condução de vida dos seus filhos/escolares, identificando possíveis déficits nas
diferentes dimensões de qualidade de vida, e; promover a prática da atividade
física para melhoria da saúde.
6
3. REVISÃO DE LITERATURA
Temas pertinentes são tratados nesta seção na tentativa de elucidar
aqueles componentes que constituem a estrutura deste trabalho, que se
encontram dispostos numa sequência de forma a possibilitar o melhor
entendimento ao leitor. Primordialmente, os itens qualidade de vida, o
instrumento de verificação da qualidade de vida entre jovens, Kidscreen-52 e a
aptidão física relacionada à saúde, são os destaques desta revisão.
3.1. Qualidade de Vida
Qualidade de Vida (QV) é um dos assuntos de maior destaque na
atualidade, sendo discutido e estudado desde o meio acadêmico, científico,
político, imprensa escrita e falada, até a população em geral. Esta importância
se deve ao fato de que o ser humano busca constantemente uma maneira de
viver melhor: cientistas realizam suas pesquisas na tentativa de proporcionar
melhoria da qualidade de vida e os meios de comunicação tratam de
disseminar as informações em todas as camadas sociais.
No meio científico, na base de dados PubMed, aparecem 145.667
trabalhos para o termo Quality of Lifeentre artigos, teses e dissertações das
mais diferentes áreas do conhecimento humano, como Medicina, Engenharia,
Psicologia, Pedagogia, Educação Física entre outras.
O homem ao longo do tempo vem buscando constantemente “viver
melhor”, estar bem”, viver bem” Dados históricos reportam esta preocupação
desde a pré-história, quando o homem atribuía essa condição aos desígnios
divinos num contexto mágico-religioso. Estas ações sempre tiveram como foco
a busca pela saúde e seus determinantes e assim aconteceu nas sociedades
egípcia, grega, romana, como também na Idade Média, chegando à era da
modernidade através da revolução industrial até os dias atuais. No final do
século XIX, foram as ações sanitaristas que nortearam os princípios de saúde:
água potável, saneamento básico, higiene pessoal, enfatizando o meio
ambiente físico como estratégia de saúde pública reduziu grandemente o
número de mortes. A partir das cadas de 40-50 com as descobertas da
7
microbiologia foi que a humanidade deu um salto na expectativa e qualidade de
vida (FARINATTI; FERREIRA, 2006). Até então eram as doenças infecto-
contagiososas as responsáveis pela maioria das mortes entre os seres
humanos. Com o avanço da medicina, proporcionando meios de tratamento
eficaz para estas doenças, são agora, as decorrentes do sistema
cardiovascular que ocupam este lugar (NAHAS, 2006).
Paradoxalmente as novas tecnologias proporcionaram o contraponto
que por um lado favoreceram a longevidade e por outro, maior incidência de
doenças da modernidade, como as relacionadas ao sedentarismo, as de ordem
psíquica e nutricional. Atualmente, as ações dirigidas à coletividade humana
são no sentido de relacionar os fatores determinantes destas doenças, os
danos provocados à saúde e as medidas de controle e prevenção para
melhoria da qualidade de vida (GONÇALVES; VILARTA, 2004).
Na tentativa de definir qualidade de vida, Vido e Fernandes (2007),
salientam que a humanidade traz referências históricas mesmo antes da Era
Cristã, a exemplo de Sócrates (469-399 a.C.) que afirmava que o mérito moral
determinava a qualidade de vida; Aristóteles (384-322 a.C.) mencionava que as
pessoas distintas concebem boa vida ou bem-estar como sendo a mesma
coisa que felicidade, e que o significado de felicidade torna-se uma questão de
contestação, pois alguns afirmam ser uma coisa, outros dizem ser outra,
quando o homem adoece concebe saúde com sendo felicidade, quando
empobrece é a riqueza que proporciona esta percepção (GILL et al, 1994).
Após a Segunda Guerra Mundial, o conceito de “boa vida” foi usado para
descrever a posse de bens materiais como casa própria, carros e outros bens
de consumo. Com o passar do tempo, o crescimento econômico e industrial
ampliou esse conceito, integrando as áreas da saúde, educação, moradia,
transporte, lazer, trabalho, crescimento individual, segurança e diminuição da
morbimortalidade infantil. Nos anos 80, QV configura-se em diferentes
dimensões na percepção de bem-estar. E é a partir da década de 90 que a
definição de qualidade de vida parece consolidar-se em dois aspectos
relevantes: subjetividade e multidimensionalidade (SEIDL; ZANNON, 2004).
8
3.1.1. Subjetividade e Multidimensionalidade em Qualidade de Vida.
Multidimensionalidade segundo Seidl e Zanon (2004) é o construto
composto por diferentes dimensões. São perspectivas nos campos biológicos,
psicológico, cultural e econômico, que auxiliam de forma subjetiva o
entendimento de qualidade de vida.
subjetividade é a percepção da pessoa sobre seu estado de saúde, é
a forma como o indivíduo avalia sua situação pessoal em cada uma das
dimensões sobre qualidade de vida e essa a definição depende do ponto de
vista do próprio indivíduo. É um conceito vasto, influenciado de forma complexa
pela saúde física do indivíduo, estado psicológico, nível de independência,
relações sociais, crenças pessoais e as suas relações com aspectos do
ambiente em que vive, baseado na sua própria percepção do que é QV
(WHOQOL GROUP, 1995).
O desenvolvimento destes elementos conduziu à definição de qualidade
de vida assumida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a
percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos
sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações (WHOQOL GROUP, 1994).
Há de se destacar que este significado pode ser diferenciado levando-se
em conta a faixa etária ou a comunidade em que está inserido. Para o jovem,
QV pode ter um sentido, de forma a prevenir doenças e aumentar a expectativa
de vida, enquanto para os idosos, as ações que possam auxiliar nos efeitos
biológicos do envelhecimento, a independência física, a saúde psicológica,
melhoria da funcionalidade entre outras, provocam outro sentido na QV. Por
outro lado, esta percepção pode diferir entre pessoas com características
individuais e condições de vida semelhantes, ficando evidente a percepção
individual na interpretação dos indicadores de qualidade de vida
(GONÇALVES; VILARTA, 2004; NAHAS, 2006).
O conceito assumido pela OMS apresenta uma acepção mais ampla,
sem fazer referência a disfunções. Nesta perspectiva genérica os estudos
incluem pessoas saudáveis, restringindo as portadoras de agravos específicos.
Os instrumentos utilizados para avaliação da QV devem, portanto, englobar
aspectos importantes relacionados à saúde e refletir o impacto de uma doença
9
sobre o indivíduo. Deve também permitir comparar a qualidade de vida de
indivíduos sadios com doentes, como também aqueles que vivem em
diferentes contextos sociais e culturais (ARAGÃO, 2007).
3.1.2 Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS)
Uma segunda vertente é a Qualidade de Vida Relacionada à Saúde
(QVRS), do inglês Health-Related Quality of Life (HRQL), que considera
também os aspectos quanto às enfermidades, às disfunções e às intervenções
terapêuticas em saúde, identificando o seu impacto destes na QV (VIDO;
FERNANDES, 2007). De modo geral, os instrumentos de avaliação de QVRS
incluem itens que refletem os sintomas e limitações das funções físicas,
psicológicas e sociais, como são percebidos pelos próprios indivíduos ou pelos
outros. Investiga detalhes específicos, sendo recomendado nas pesquisas
clínicas ou nas estratégias de mudança de QV, mediante as intervenções
(ARAGÃO, 2007). Segundo Minayo et al (2000) as expressões Qualidade de
Vida Ligada à Saúde (QVLS) bem como Qualidade de Vida Relacionada à
Saúde (QVRS) são similares, uma vez que a primeira é definida como o valor
atribuído à vida, ponderado pelas deteriorações funcionais; as percepções e
condições sociais que são induzidas pela doença, agravos, tratamentos; e a
organização política e econômica do sistema assistencial. A segunda é o valor
atribuído à duração da vida quando modificada pela percepção de limitações
físicas, psicológicas, funções sociais e oportunidades influenciadas pela
doença, tratamento e outros agravos. Nestas duas definições, o conceito
fundamental de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde é igualmente a
percepção da saúde, as funções sociais, psicológicas e físicas, bem como os
danos a ela relacionados.
De forma genérica, a qualidade de vida é um dos objetivos da promoção
à saúde, que tem como meta, evitar doenças e prolongar a vida, assegurando
meios para uma vida melhor, no sentido de reduzir a vulnerabilidade e riscos à
saúde relacionados a seus determinantes e condicionantes: modos de viver,
condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a
bens e serviços essenciais (CAMPOS; RODRIGUES NETO, 2008). A partir da
década de 80 estas ações passaram a ganhar destaque no campo da saúde
10
pública, principalmente a partir da Carta de Ottawa (OMS, 1986) que enfatizou
alguns pré-requisitos para a saúde que inclui paz, meios econômicos
adequados, alimentação e moradia, ecossistema e uso de meios sustentáveis,
na expectativa da melhoria da qualidade de vida.
Ao longo desses anos, medidas quantitativas de qualidade de vida e
saúde foram sendo implantadas com o objetivo de diagnosticar, sugerindo
alternativas de tratamento, prevenção e controle nas diferentes dimensões que
compõem o constructo QV.
3.1.3 Instrumentos de Avaliação da Qualidade de Vida
Segundo Vido e Fernandes (2007), os primeiros instrumentos para medir
QV apareceram na literatura a partir da década de 1970. Sua construção segue
três correntes a se destacar: funcionalismo, que define um estado normal para
certa idade e função social e seu desvio, ou morbidade, caracterizado por
indicadores individuais de capacidade de execução de atividades; teoria do
bem-estar, que explora as reações subjetivas das experiências de vida,
buscando a competência do indivíduo para minimizar sofrimentos e aumentar a
satisfação pessoal e de seu entorno; e a teoria da utilidade, de base
econômica, que pressupõe a escolha dos indivíduos ao compararem um
determinado estado de saúde a outro (MINAYO et al, 2000).
Os instrumentos genéricos são caracterizados pela investigação da QV
em indivíduos saudáveis e não restrito a pessoas com doenças (SAIDL;
ZANON, 2004). São apropriados a estudos epidemiológicos, planejamento e
avaliação do sistema de saúde, destacando-se o WHOQOL-100 (The World
Health Organization Quality of Life Assessment), com 100 questões, que
envolvem seis domínios da qualidade de vida: domínio físico, psicológico, nível
de independência, relações sociais, ambiente (segurança física, vizinhança,
recursos econômicos, etc.) e espiritualidade (religião e crenças). E o
WHOQOL-Bref, forma curta, com 26 questões que contempla quatro domínio
da QV: domínios físico, psicológico, social e ambiental. Foram desenvolvidos
pela OMS que criou o WHOQOL group em 1995 (FLECK et al, 2000). Vale
destacar outros instrumentos utilizados para avaliar a QV ou QVRS, como o
SF-36 (The Medical Outcomes Study 36 itens) (CICONELLI, 1997); Sickness
11
Impact Profile (SIP), Nottingham Health Profile (NHP), McMaster Health Index
Questionnaire (MHIQ) e Rand Health Insurance Study (Rand HIS) entre outros
(CAMPOS; RODRIGUES NETO, 2008; ZUBARAN et al, 2008).
os instrumentos específicos são destinados a grupos com sintomas e
limitações físicas, psicológicas, sociais e são em grande número para este fim,
como para os idosos WHOQOL-Old (FLECK et al, 2000); para o trabalhador
(OLIVEIRA, 1997); para portadores de câncer (European Organization for
Research and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire Core-30 -
EORTC QLQ-C3); para diabéticos (Audit of Diabetes Dependent Quality of Life
- ADDQoL), (BRADLEY, 1999); e são muitos, dirigidos para os mais diferentes
agravos, como para pessoas portadoras de deficiências físicas ou mentais, de
fibrose cística, de HIV, de epilepsia, de artrite reumatóide, como também para
aqueles submetidos a cirurgias ou tratamentos. Neste caso em especial, foi
desenvolvido o QALY (Quality-Adjusted Life-Years), que tem como meta a
qualidade de vida dos pacientes para um patamar melhor do que o anterior à
intervenção, usualmente apresentado como custo por ano de vida ganho,
ajustado pela qualidade (MINAYO et al, 2000).
No campo social, os indicadores estatísticos caracterizam o grau de
qualidade de vida ou desenvolvimento humano. Um dos mais conhecidos
mundialmente o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi criado com
a intenção de analisar os aspectos econômicos (nível de renda, PIB - Produto
Interno Bruto e emprego), com os de natureza social e cultural (saúde,
expectativa de vida, índices de mortalidade e morbidade, escolaridade e
alfabetização, desnutrição e obesidade). Esta tríade fundamenta a qualidade
de vida de uma população. Outros indicadores também são utilizados, como o
ICV (Índice de Condição de Vida), criado pela Fundação João Pinheiro de Belo
Horizonte, Brasil e o IQV (Índice de Qualidade de Vida), desenvolvido pelo
Jornal Folha de São Paulo (MINAYO et al, 2000; NAHAS, 2006).
Assim como para os adultos, os instrumentos de avaliação da QV ou
QVRS se prestam aos aspectos genéricos e específicos direcionados às
crianças e aos adolescentes. O Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé
- AUQEI, (ASSUMPÇÃO JR. et al, 2000); o World Health Organization Quality
of Life WHOQOL-Bref (BAMPI et al, 2008); o Child Health Questionnaire-Parent
12
Form 50 - CHQ-PF50 (FALEIROS; MACHADO, 2006); o Parental-Caregiver
Perceptions Questionnaire - P-CPQ (FEITOSA; COLARES; PINKHAM, 2005) e
o Medical Outcomes Study SF-36 Health Survey
(COSTA; BIGRAS, 2007) o
exemplos dos instrumentos genéricos de avaliação da qualidade de vida. Já o
Obstructive Sleep Apnea-18-Item Questionnaire - OSA-18, que é um
questionário para avaliação da qualidade de vida de crianças com distúrbios
obstrutivos do sono (SILVA; LEITE, 2006); o Inventário Simplificado de
Qualidade de Vida na Epilepsia Infantil (FERNANDES; SOUZA, 1999); o
Questionário de Qualidade de Vida em Fibrose Cística (ROZOV et al, 2006) e o
Pediatric Asthma Quality of Life Questionnaire - PAQLQ-A (LA SCALA;
NASPITZ; SOLÉ, 2005) fazem parte dentre inúmeros outros instrumentos
específicos de avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde.
Nas idades jovens, objeto deste estudo, segundo Barros; Gropo e
Petribú (2008), os estudos sobre QV tem sido conduzidos na sua maioria aos
adultos, para as crianças e adolescentes, tem ocorrido em menor número.
Os mesmos autores realizaram levantamento nos bancos de dados MEDLINE
LILACS, PsycINFO, PubMed e Adolec, no período de 1966 a 2008 em todas as
línguas que utilizassem instrumentos de satisfação com a vida voltados para
adolescentes, estando ou não relacionados à avaliação de algum tipo de
doença ou transtorno. Foram incluídos artigos que continham a avaliação de
qualidade de vida de jovens entre 12 e 18 anos e foram encontradas 176
publicações que envolviam temas associados à satisfação com a vida e à
qualidade de vida dos adolescentes. Davim et al (2008) encontraram 236
referências bibliográficas provenientes do MEDLINE e 35 do LILACS no
descritor em ciências da saúde com os termos qualidade de vida e quality of life
no período de 2000 a 2007. Observaram também um crescimento no número
de estudos sobre qualidade de vida em crianças e adolescentes nos anos entre
2001 a 2004 e declínio considerável no número de publicações a partir de
2005.
Particularmente quanto ao Kidscreen-52 (Ravens-Sieberer et al e
KISDCREEN Group, 2005), trata-se de um instrumento de avaliação de
qualidade de vida genérico, com 52 questões, para as idades entre 8 a 18
anos, com propriedades psicométricas transculturais, possibilitando sua
aplicação em diferentes contextos nacionais e culturais. Fornece medidas
13
práticas da QVRS tanto em crianças e adolescentes saudáveis como aqueles
que apresentam alguma enfermidade, permitindo também uma medida
representativa para pais ou tutores, além de permitir a comparação da saúde e
condição de vida entre os jovens Europeus, do Sudeste Asiático, da América
do Norte e América Latina.
Num estudo de revisão literária acerca de instrumentos para
dimensionar a qualidade de vida relacionada à saúde em crianças e
adolescentes, Schlarmann; Blau; Schnepp (2008) concluíram que o Kidscreen
parece ser o mais adequado a esta finalidade, uma vez que apresentou os
melhores resultados psicométricos no construto multidimensional, que está
relacionado aos aspectos físico, emocional, mental, social e comportamental do
bem-estar como percepção subjetiva e em diferentes contextos culturais e de
sistemas de valores dependendo onde vive este jovem.
3.2 Kidscreen-52
O Projeto Kidscreen (Proteção e Promoção da Qualidade de Vida
Relacionada à Saúde em Crianças e Adolescentes uma perspectiva
européia), financiado pela Comissão Européia (CE), através do programa
“Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico: Atividades de Natureza Genérica”,
inserido no Programa da CE “Qualidade de Vida e Gestão de Recursos de
Vida”, foi iniciado em 2001 com o objetivo de medir e detectar subgrupos com
baixa QVRS, monitorar o estado de saúde ao longo do tempo e avaliar o
impacto das intervenções em saúde pública numa determinada população
jovem. Este projeto ocorreu pelo fato de Ravens-Sieberer e Grupo Europeu
Kidscreen (2001), afirmarem não haver instrumentos padronizados,
transculturais para aplicação com relevância equivalente em populações de
crianças e adolescentes em diferentes países. O primeiro instrumento
Kidscreen (estudo piloto) foi desenvolvido e traduzido para quatro países:
Alemanha, França, Espanha e Holanda e após extensivas análises e pesquisas
psicométricas, resultou a versão com 52 questões. A fase seguinte consistiu na
aplicação de amostras representativas nestes países para análise de dados
nacionais. A próxima fase compreendeu a implantação do instrumento com a
participação originalmente de sete países: Áustria, Suíça, Alemanha, Espanha,
14
França, Holanda e Inglaterra. Após o estudo piloto, quando o instrumento
básico foi desenvolvido, três novos países se juntaram aos demais: Grécia,
Irlanda e Suécia, posteriormente Polônia, República Tcheca e Hungria e o
estudo de referência teve início com 13 países. Em 2003 todos os países
fizeram um inquérito nacional representativo e assim tomaram parte na fase de
implantação em 2004 do Kidscreen-52, instrumento de avaliação de QVRS
para jovens saudáveis, como para aqueles portadores de alguma disfunção
crônica, na faixa etária compreendida entre 8 e 18 anos de idade e que fornece
também medidas para os pais ou tutores (RAVENS-SIEBERER; KIDSCREEN
GROUP, 2005; ROBITAIL; KIDSCREEN GROUP, 2006).
No que diz respeito a estas idades, a investigação do estado de saúde
subjetiva em amostras nacionais e internacionais vem ganhando importância,
como demonstram os estudos da OMS através do Health Behaviour in School
Aged Children - HBSC (CURRIE et al, 2001). Por outro lado, Rajmil e o Grupo
Europeu Kidscreen (2004) verificaram que o conceito de qualidade de vida
relacionada à saúde para estas faixas etárias parece o estar claro, uma vez
que as análises em instrumentos específicos e genéricos de medida de QVRS
apresentaram diferenças nas definições, apesar dos domínios que avaliam a
qualidade de vida relacionada à saúde serem praticamente os mesmos, mas a
forma com que eram tratados diferenciava. Os autores enfatizam a importância
das dimensões serem relevantes e necessárias para descrever o conceito de
QVRS em crianças e adolescentes, sendo um construto multidimensional
reportado em vários estudos para populações adultas.
Neste sentido o Kidscreen procura contemplar os domínios que foram
encontrados nestes instrumentos após exaustiva revisão e pelo fato que a
construção de um questionário segundo Ravens-Sieberer e European Group
(2001), a criança ou adolescente devem ser chamados para expressar seu
ponto de vista quanto ao seu bem-estar e percepção da saúde nos aspectos
físico, cultural, envolvimento social, estressores sociais, comportamentos de
saúde e suporte social. Assim foram incluídas as seguintes dimensões no
Kidscreen-52: Saúde e Atividade Física; Sentimentos; Estado de Humor Geral;
Auto Percepção; Autonomia / Tempo Livre; Família e Ambiente Familiar;
Questões Econômicas; Amigos e Relações Interpessoais; Ambiente Escolar e
Aprendizagem e Bullying (provocação por outros jovens), além de estabelecer
15
a QVRS medida também por seus pais ou tutores. Desta forma, determinantes
relevantes como variáveis demográficas, saúde física e mental da criança e do
adolescente e sua relação com os pais (tutores), são verificados neste
instrumento.
3.2.1. Dimensões do Kidscreen-52
O KIDSCREEN-52 contempla 10 dimensões, que são assim descritas no
seu manual (2005) e devem ser interpretadas da seguinte forma (THE
KIDSCREEN GROUP EUROPE, 2006):
Dimensão 1 - Saúde e Atividade Física (Bem-estar Físico).
Esta dimensão explora o nível de atividade, energia e aptidão física da
criança e/ou adolescente distribuído em 5 itens. O nível de atividade física é
avaliado com referência à sua capacidade para praticar atividade física em
torno da sua casa e da escola, tais como desportos específicos e também
incluindo outras atividades de grupo que geram impacto na atividade física.
Esta dimensão também parece envolver a capacidade dos jovens para brincar
e viver energicamente. Por extensão são também avaliados sentimentos de
mal-estar e queixas de uma saúde pobre. Uma pontuação baixa implica sentir-
se exausto fisicamente, não se sentir bem, ter baixa energia, estar fora de
forma fisicamente e uma pontuação elevada revela boa forma física, uma vida
ativa fisicamente, sentir-se saudável e com energia.
Dimensão 2 – Sentimentos (Bem-estar Psicológico).
Avalia através de 6 itens o bem-estar psicológico da
criança/adolescente, incluindo emoções positivas e satisfação com a vida. As
questões procuram compreender até que ponto a criança/adolescente
experimenta sentimentos positivos tais como a felicidade e alegria. Também
reflete a opinião acerca da satisfação com a vida até ao momento. Uma
pontuação baixa implica falta de prazer na vida, insatisfação com a vida e uma
16
pontuação elevada revela percepção de felicidade, com olhar positivo sobre a
vida, satisfação, prazer e alegria de viver.
Dimensão 3 - Estado de Humor Geral (Estado de Ânimo e
Emoções).
Abrange o quanto é que a criança/adolescente experimenta sentimentos
e emoções depressivas e estressantes. Revela especificamente sentimentos
tais como a solidão, tristeza e resignação. Além disso, esta dimensão
contempla como é que esses sentimentos são percebidos. Apresenta
pontuação elevada na qualidade de vida se estes sentimentos negativos forem
raros, sentindo-se bem, com bom humor. Uma pontuação baixa implica sentir-
se deprimido, infeliz, com mau humor. Este conjunto é avaliado por 7 questões.
Dimensão 4 - Autopercepção (Sobre si próprio).
Explora, mediante 5 itens, se a percepção que o jovem tem de si próprio,
incluindo a aparência do corpo é positiva ou negativa. A imagem corporal é
explorada por questões acerca da satisfação da aparência com roupas e outros
acessórios pessoais. Avalia o quão seguro e satisfeito a criança e/ou
adolescente se sente consigo próprio e com a sua aparência. Também reflete o
valor que a pessoa atribui a si própria e a percepção de quanto positivamente
os outros a avaliam. Uma pontuação baixa implica uma imagem corporal
negativa, auto-rejeição, infelicidade, insatisfação consigo, baixa autoestima,
sentindo-se desconfortável com a sua aparência e uma pontuação elevada
revela autoconfiança, satisfação com a sua imagem corporal, felicidade
consigo, boa autoestima, de maneira a sentir-se confortável com sua
aparência.
Dimensão 5 - Autonomia (Tempo Livre).
Esta dimensão incide sobre a oportunidade dada à criança ou
adolescente para criar e gerir o seu tempo livre, que é visto como um fator
importante do desenvolvimento para a definição da sua identidade. Em 5
17
questões, esta dimensão refere-se à liberdade de escolha da
criança/adolescente, autossuficiência e independência. Em particular, é
considerada nesta dimensão a forma como o jovem molda a sua própria vida,
bem como a capacidade de tomar decisões em atividades do cotidiano.
Também avalia se a criança/adolescente se sente suficientemente provida de
oportunidades para participar de atividades sociais no seu tempo livre. Uma
pontuação baixa implica sentir-se restringido, oprimido, dependente e uma
pontuação elevada revela sentir-se livre, autônomo, independente.
Dimensão 6 - Família e Ambiente Familiar (Vida Familiar).
Esta dimensão avalia a relação com os pais e o ambiente em casa.
Explora em 6 questões a qualidade das interações entre os jovens e os pais ou
tutores e os sentimentos da criança/adolescente para com os mesmos. É
particularmente importante perceber na relação familiar, se este jovem percebe
ser amado, se recebe apoio da família, se o ambiente familiar é confortável e
também se sente que o tratam com justiça. Uma pontuação baixa implica
sentir-se sozinho, negligenciado, não apreciado, perceber os pais como pouco
disponíveis e injustos e uma pontuação elevada revela sentir-se seguro,
apoiado e amado, sentir-se compreendido, bem cuidado, perceber pais
disponíveis e justos.
Dimensão 7 - Questões Econômicas (Recursos Financeiros).
Nesta dimensão, é avaliada em 3 itens, a percepção da
criança/adolescente acerca dos recursos financeiros. Explora se o jovem sente
que tem recursos financeiros que lhe permitam adotar um estilo de vida que é
comparável ao das outras crianças/adolescentes e se permite ter oportunidade
para fazer atividades em conjunto com os seus pares. Uma pontuação baixa
implica sentir que os recursos financeiros restringem seu estilo de vida pela
desvantagem financeira. Uma pontuação elevada revela sentir-se satisfeito
com os recursos financeiros.
18
Dimensão 8 - Amigos (Relações Interpessoais e Apoio Social).
Explora a natureza das relações da criança/adolescente com seus
pares. A dimensão explora a qualidade das interações entre os jovens, bem
como o suporte percebido das mesmas. As 6 questões abordam como a
criança sente o apoio e aceitação dos amigos e a sua capacidade para iniciar e
manter relações de amizade. Em particular, são considerados aspectos
relativos à comunicação com os outros. Também explora a extensão em que o
jovem experimenta sentimentos positivos de grupo e o quanto é que se sente
como fazendo parte de um grupo e respeitado pelos seus pares e amigos. Uma
pontuação baixa implica sentir-se excluído, pouco aceito e sem apoio do grupo
de pares e incapaz de confiar neles. Uma pontuação elevada revela sentir-se
aceito, apoiado e incluído no grupo de pares e capaz de confiar neles.
Dimensão 9 - Ambiente Escolar e Aprendizagem (Meio Escolar).
Esta dimensão explora a percepção que a criança/adolescente tem da
sua capacidade cognitiva, aprendizagem e concentração. Também inclui a
satisfação deste jovem acerca da sua competência e desempenho escolar. São
aqui considerados os sentimentos pela escola, tais como, se a escola é um
espaço agradável para se estar. Também explora a forma como a
criança/adolescente percebe a sua relação com os professores. Esta dimensão
inclui, numa das 6 questões, por exemplo, se jovem se relaciona bem com os
professores e se os professores se interessam pelos alunos enquanto pessoas.
Uma pontuação baixa implica que não gosta da escola e/ou dos professores,
possui sentimentos negativos acerca da escola e pode envolver baixa
capacidade de aprendizagem e uma pontuação elevada revela sentir-se
satisfeito na escola, ter boa capacidade de aprendizagem e estar satisfeito com
a vida escolar.
Dimensão 10 – Provocação (Bullying – Rejeição Social).
Envolve aspectos acerca dos sentimentos de rejeição pelos pares na
escola. Explora os sentimentos de ser rejeitado pelos outros, bem como a
19
ansiedade para com o grupo de pares. Um aluno é provocado quando outro
aluno ou grupo de alunos lhe dizem ou fazem coisas más, desagradáveis, além
de ameaças. É também provocação quando um aluno é repetidamente
rebaixado perante os outros. Mas o é provocação quando dois alunos
sensivelmente do mesmo nível brigam. Esta dimensão aponta mediante 3
itens, valores elevados na qualidade de vida se estes sentimentos negativos
forem raros. Uma pontuação baixa implica sentir-se atormentado, provocado e
rejeitado pelos seus pares e uma pontuação elevada revela não se sentir
provocado, sentir-se respeitado e aceito pelos seus pares.
Cada uma destas dimensões recebe uma pontuação que podem ser
analisadas separadamente ou considerando o cômputo das 10 dimensões,
assumindo escore 100 como pontuação máxima para aqueles com melhor
qualidade de vida.
O instrumento Kidscreen está atualmente disponível em tcheco,
holandês, inglês, francês, alemão, grego, húngaro, polonês, espanhol, sueco,
coreano e mais recentemente em português (BERRA et al, 2009; GASPAR;
MATOS, 2008; HONG et al, 2007; ROBITAIL et al, 2006; KISCREEN GROUP,
2006; AYMERICH et al, 2005).
Além do instrumento com 52 questões, foi validado para os países
europeus o Kidscreen-27, contendo 27 questões de forma sintetizada do
primeiro questionário (RAVENS-SIEBERER, 2007).
A seguir serão discutidos os componentes da aptidão física relacionada
à saúde e o desempenho motor de crianças e adolescentes.
3.3. Aptidão Física
Para melhor entendimento da aptidão física, necessário se torna
apresentar o conceito de atividade física na sua mais clássica acepção:
qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, que
resulta em gasto energético maior que os níveis de repouso (CASPERSEN;
POWELL; CHRISTENSON, 1985). Este comportamento pode envolver
atividades da vida diária (vestir-se, banhar-se, comer), ocupacionais (trabalho),
deslocamentos (transporte) e lazer (exercícios físicos, esporte, televisão,
computador).
20
A aptidão física vem recebendo ao longo dos anos definições que se
ajustam mediante as necessidades de bem-estar do homem. Em 1978, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu aptidão sica como a
capacidade de realizar trabalho muscular de maneira satisfatória. De acordo
com esta tendência onde o indivíduo deve apresentar condições que lhe
permita bom desempenho motor quando submetido a situações que envolvam
esforços físicos, Pate (1988) engloba aspectos importantes que são
destacados para aptidão física, como um estado caracterizado pela capacidade
de executar atividades diárias com vigor e demonstração de traços e
capacidades associadas com baixo risco de desenvolvimento prematuro de
doenças hipocinéticas. Estas definições, segundo o Colégio Americano de
Medicina Desportiva (ACSM, 2000), incluem capacidades que são multifatoriais
e componentes que podem ser definidos, medidos e desenvolvidos
separadamente.
A aptidão física, mediante as definições mais clássicas, se divide em
duas vertentes: a aptidão física relacionada à saúde (AFRS) e aptidão física
relacionada à performance motora ou habilidades esportivas. Nesta, estão
relacionados os componentes que permitem a performance máxima nos
esportes: resistência cardiorrespiratória, composição corporal, flexibilidade,
força/resistência muscular, agilidade, equilíbrio, velocidade e potência. Já a
aptidão física relacionada à saúde compreende as capacidades que em níveis
adequados possibilitam maior energia ao cotidiano, diminuindo a possibilidade
do acometimento das doenças crônico-degenerativas, estando diretamente
relacionada à prática de atividades sica, bem como ao estilo de vida ativo. Os
componentes da AFRS o: resistência cardiorrespiratória, composição
corporal, flexibilidade e força/resistência muscular (BARBANTI, 1990; ACSM,
2000; NAHAS, 2006).
Atualmente parece estar claro que a atividade física e aptidão física
estão associadas à saúde e à qualidade de vida, uma vez que em níveis
adequados afastam o aparecimento de inúmeras doenças relacionadas à
hipocinesia, proporcionando bem-estar, afastando o risco de doenças. Este
comportamento segundo NAHAS (2006), é de grande importância para todas
as faixas etárias, principalmente para aqueles de meia idade e idosos, quando
os riscos potenciais se materializam, podendo levar ao óbito. para GUEDES
21
e GUEDES (1995), concordam quanto à importância devida a todas as idades,
entretanto, chamam a atenção que na infância e adolescência, os indivíduos
apresentam maior sensibilidade às características motoras mencionadas
anteriormente. Ceschini; Florindo; Benício (2007), demonstraram que níveis
mais elevados de atividade física na infância e adolescência, podem influenciar
a aptidão física relacionada à saúde na idade adulta, afirmando que jovens
fisicamente ativos, provavelmente serão adultos fisicamente ativos, podendo
desenvolver maior proteção contra as doenças hipocinéticas, bem como serem
indivíduos com melhor qualidade de vida. Oliveira et al (2005) através de
levantamento bibliográfico, afirmaram que hábitos e estilo de vida saudável
adquiridos na infância se estendem para a vida adulta. Também aqueles com
valores elevados de IMC na infância e adolescência, apresentam grandes
chances de serem adultos com sobrepeso (MAMUN et al, 2009).
Essas evidências estão de acordo com a definição mais clássica de
saúde pela OMS, como uma multiplicidade de aspectos do comportamento
humano, voltados a um estado de completo bem-estar físico, mental e social,
onde não basta apenas não estar doente para ter saúde, é preciso apresentar
atitudes e evidências que afastem ao máximo os riscos que possam provocar
doenças. Assim, a aptidão física relacionada à saúde aparece como modulador
entre os aspectos de saúde e de doença durante a vida do ser humano.
BARBANTI (1990) denomina como continuum, onde num extremo, o pólo
negativo, o indivíduo estaria acamado e necessitando de atenção e cuidados
médicos, estando associado à morbidade e à mortalidade prematura; noutro
extremo, o pólo positivo, ou saúde positiva, caracterizado pela saúde ótima,
boa capacidade funcional, confirmada pela percepção de bem-estar geral
(GUISELINI, 2004).
A adoção de um estilo de vida saudável segundo NAHAS (2006), pode
garantir melhor qualidade de vida, uma vez que objetiva conduzir e/ou
estabelecer as pessoas no pólo positivo do continuum. As atitudes a seguir são
sugeridas pelo autor para um estilo de vida saudável, como comportamentos
preventivos: controle do colesterol, pressão arterial, uso de bebidas alcoólicas,
tabaco, uso de cinto de segurança, entre outros; nutrição: ingestão de frutas e
hortaliças, um bom café da manhã, refeições variadas e controle de doces e
gorduras; atividade física: 30 minutos de atividades moderadas / intensas 5
22
vezes por semana, exercícios que envolvam força e alongamento muscular e
ser ativo fisicamente durante o dia; relacionamentos: amigos, parentes e
grupos sociais; e, estresse: equilíbrio ao contrariar-se, lazer ativo e
relaxamento. Fica evidente que o estilo de vida adotado é determinante para
uma boa saúde, Gonçalves; Vilarta (2004), afirmam que o estilo de vida é o
resultado da integração de muitos fatores que compõem a nossa existência,
são adaptações biológicas e culturais que dependendo do tipo adotado podem
interferir negativa ou positivamente na saúde e bem-estar. Também
esclarecem que estes comportamentos são aprendidos e modelados durante
os primeiros anos, podendo, ao longo da vida ser alterados mediante
influências biológicas, ambientais e culturais. Vale ressaltar que o bem-estar e
consequentemente a qualidade de vida, dependem do ponto de vista e das
circunstâncias de quem dimensiona, entretanto, alguns fatores de risco para a
saúde e qualidade de vida tem sido identificados. São fatores de ordem
familiar: baixo nível sócio econômico, conflitos familiares, doença mental,
dificuldades de organização e comunicação familiar e tamanho da família;
fatores emocionais: apatia, estresse, baixa auto-estima e descontrole
emocional; fatores ligados a escola/emprego: fracasso, desmotivação,
desinteresse, isolamento, provocação (bulling) e expectativas positivas e
negativas; relacionamentos pessoais: rejeição dos pares, alienação e
isolamento; déficitis pessoais: deficiência sensorial, física, mental e atraso no
desenvolvimento; e, fatores ecológicos: vizinhança, desemprego, pobreza
extrema e discriminação (BAUM; POSLUSZNY, 1999; GONÇALVES et al,
2007; SANTOS, 2008).
Assim parece claro a importância em analisar a QV e aptidão física entre
jovens, uma vez que os indivíduos desenvolvem um estilo de vida próprio, que
se pode alterar ao longo da vida, refletindo suas competências cognitivas,
emocionais, físicas, sociais, profissionais e espirituais (RIBEIRO, 2004). E
segundo Currie et al (2004), diante do cenário de promoção e prevenção da
saúde e qualidade de vida, os programas dirigidos ao desenvolvimento das
capacidades das pessoas, devem atuar preferencialmente antes que os
sintomas se instalem, promovendo a participação efetiva da população alvo e o
desenvolvimento psicossocial. Será assim um processo de otimização, que
23
leva a um estilo de vida saudável, a uma boa percepção de qualidade de vida,
de competência pessoal e participação ativa na comunidade.
3.4. Desempenho Motor
Como citado anteriormente, a adoção de um estilo de vida saudável
pode garantir melhor qualidade de vida, uma vez que objetiva conduzir e/ou
estabelecer as pessoas no pólo positivo do continuum da vida (NAHAS, 2006).
Principalmente na infância e adolescência, por ser um período sensível a
mudanças, tanto positiva quanto negativas nos aspectos comportamentais e
ambientais, a verificação do desempenho motor torna-se ferramenta
indispensável para otimizar a promoção da prática de atividades físicas, da
saúde e possivelmente da qualidade de vida (KUNKEL; OLIVEIRA; PERES
(2009); MURER (2008).
Mesmo em apontamentos a exemplo de MATSUDO et al (2003), apesar
de parte dos estudos apontarem que um bom desempenho motor nas idades
escolar não é garantia para uma boa aptidão sica na idade adulta, afirma que
a execução de um programa eficiente de Educação Física representa melhor
oportunidade para melhoria do nível da aptidão física. Dessa forma salienta
que comportamentos estabelecidos durante a infância podem afetar a saúde
dos adultos; a prevenção a estilos de vida sedentários na infância é melhor do
que tentar revertê-los na idade adulta, sendo melhor ajudar as crianças a
desenvolverem hábitos do que alterá-los quando forem adultos.
MOTA et al (2002) também enfoca a preocupação quanto aos
programas de Educação Física no sentido de promover o desempenho motor e
aptidão física entre os escolares, bem como as imposições da vida moderna a
esse grupo, contribuindo para o surgimento das doenças associadas ao
aumento do peso corporal. Fica evidenciada a importância da atividade física
na prevenção e promoção da saúde (GANLEY; SHERMAN, 2000; GLANER,
2005).
Mediante os achados, parecem ser relevantes as informações quanto a
QVRS e o nível de aptidão no sentindo de assegurar a melhor qualidade de
vida possível entre os jovens. Assim, aqueles componentes motores da aptidão
física relacionada à saúde o aqueles utilizados para este estudo, os quais
24
estão de acordo com o ACSM (2000), compreendidos em fatores motores
(flexibilidade e força/resistência muscular localizada) e funcionais (aptidão
cardiorrespiratória), além dos morfológicos, fisiológicos e psicológicos, sendo
que estes três últimos fatores não são objetos deste estudo.
3.4.1. Resistência cardiorrespiratória
A capacidade cardiorrespiratória pode ser entendida como a capacidade
de realizar exercício dinâmico de intensidade moderada a alta, por grandes
grupos musculares, por períodos longos. A realização desta tarefa depende do
estado funcional dos sistemas respiratório, cardiovascular e
musculoesquelético (FONTOURA; FORMENTIN; ABECH, 2008). Numa
conceituação mais clássica é considerado o componente da aptidão física
relacionado à saúde que descreve a capacidade dos sistemas cardiovascular e
respiratório em fornecer oxigênio durante uma atividade física contínua (ACSM,
2000).
Segundo Guedes (2007), a resistência cardiorrespiratória depende de
dois aspectos: a) da capacidade química dos tecidos musculares utilizarem
oxigênio como fonte principal de energia; b) da capacidade combinada dos
mecanismos pulmonar, cardíaco, sanguíneo, vascular e celular transportarem o
oxigênio até o mecanismo aeróbio dos músculos.
Ao se admitir então que o teste motor para esta finalidade deve oferecer
indicações sobre a capacidade de captação, transporte e utilização de
oxigênio, para sustentação do trabalho muscular por longa distância, a
preferência é por aqueles que envolvam caminhada e corrida, uma vez que os
grupos musculares envolvidos, coincidem com aqueles exigidos nas
solicitações motoras das atividades do cotidiano (BORGES, 2009; GUEDES,
2007).
Os testes de pista/campo são aqueles utilizados com maior frequência
para avaliação de grandes grupos, por serem de fácil aplicação e pelo tempo
despendido para sua realização. As distâncias sugeridas são aquelas entre 800
e 2400 metros ou com duração de 9 a 12 minutos. E em se tratando de jovens
em idade escolar, vários são os testes utilizados, entre os quais são
destacados os testes de 9 e de 12 minutos e o Shuttle Run Test de 20 metros
25
(SRT-20m), conhecido como teste de Lèger e Lambert (DUARTE; DUARTE,
2001; CARVALHO FILHO; MARTINS; SILVA, 2006).
O indicador fisiológico aceito universalmente como principal componente
associado à resistência aeróbica é o V0
2max
. (Volume Máximo de Oxigênio).
Levando-se em conta que o V0
2
aumenta proporcionalmente com a velocidade
de corrida, Léger; Lambert e Marcier (1983), propuseram o SRT-20 metros
(Shuttle Run Test - 20 m), o qual foi sugerido para crianças e adolescentes
entre 6 e 17 anos, num estudo que envolveu 7000 jovens. Também é
denominado teste aeróbico de corrida de Vai-e-Vem de 20 m.
A capacidade cardiorrespiratória, expressa principalmente pelo consumo
máximo de oxigênio, tem sido sugerida como medida preferível em relação a
questionários que avaliam o nível de atividade física, por sua maior objetividade
e menor possibilidade de erro, além de melhor correlacionar com as doenças
cardiovasculares (RODRIGUES et al, 2007)
Duarte e Duarte (2001) publicaram estudos sobre as correlações ( r )
entre medidas diretas de V0
2
e as obtidas no teste aeróbico de corrida de Vai-
e-Vem de 20 m. (validade concorrente) entre crianças e adolescentes e
encontraram valores que variaram de r = 0,51 a r = 0,76. Portanto, diante
destes achados, como também por outros trabalhos publicados, pode-se
estabelecer a aplicabilidade do SRT-20 m (Vai-e-Vem de 20 m) entre jovens
em idade escolar (BUONO et al, 1991; BARNETT; CHAN; BRUCE, 1993).
3.4.2. Força muscular
As medidas associadas à força muscular, são aquelas que exigem
tensão/sobrecarga máxima, produzidas por um grupo muscular específico com
um único movimento. Os resultados dessa capacidade motora podem
apresentar diferentes resultados conforme o grupo muscular exigido, assim, um
jovem pode obter elevado índice de força na região abdominal e um resultado
não correspondente nos membros superiores, por exemplo (GUEDES, 2007).
Segundo Schneider; Benetti e Meyer (2004), os testes de campo o
práticos para avaliar a força em jovens, mas apresentam algumas
desvantagens, que impossibilitam o controle de fatores que podem
26
influenciar a medida, como a velocidade do movimento, o controle do ângulo
articular e as condições ambientais.
Dessa forma, a aferição da força máxima voluntária através da preensão
manual, ou simplesmente dinamometria manual (DM), é um teste indicado para
estas populações e bastante simples a sua administração, por ser um aparelho
portátil (dinamômetro) e de rápida aplicação, uma vez que exige apenas o
emprego da força no equipamento. Neste caso, a força empreendida é a
isométrica, na qual o músculo se contrai, permanecendo sob tensão constante
por um curto intervalo de tempo, porém, pouca alteração no seu
comprimento (SCHLÜSSEL; ANJOS; KAC 2008).
Moura; Moreira e Caixeta, (2008) argumentam que todo o membro
superior atua em função da mão, que é posicionada para as atividades básicas,
lúdicas e profissionais. Dessa forma, o homem é o único ser capaz de
manipular objetos e de executar trabalhos manuais com equilíbrio, firmeza e
versatilidade. Giarolla; Figueira e Matsudo (1991); Esteves; Reis e Caldeira;
(2005); HASTUTI (2007) afirmam que a mão assume papel importante como
órgão do sistema locomotor, principalmente em crianças e adolescentes, pois,
tem grande influência na eficiência social e criativa, é capaz de fazer
minuciosas distinções entre o meio externo, combinando força e destreza e
realiza movimentos como transporte, preensão e manipulação de objetos,
essenciais à vida diária, bem como aos esportes.
Segundo Silva (2003), dentre as capacidades sicas voltadas à
promoção da saúde, pode-se citar a força como uma das mais importantes
devido à sua relação com a diminuição de lesões, aumento da autonomia de
movimento, sendo também relatadas algumas melhoras anatômicas e
psicológicas.
3.4.3. Flexibilidade
A flexibilidade é a capacidade motora originada pela genética e pelo
meio ambiente, sendo este último o que diz respeito aos exercícios e ao estilo
de vida. É descrita pela maior medida possível de movimento de um grupo
músculo-articular, sem que provoque lesões (ACHOUR JR, 2002). Em níveis
satisfatórios, proporciona o aumento e a manutenção da capacidade de
27
suportar esforços físicos, economia do trabalho muscular, profilaxia das lesões
músculoesquelético, facilitação do aprendizado de movimentos, otimização da
recuperação após um esforço e conservação da autonomia nas atividades
habituais (WEINECK, 2003).
A flexibilidade não se configura como característica geral a todo corpo,
mas a uma estrutura articular em particular, mesmo assim, para determinado
movimento, o que compreende que um indivíduo pode possuir um bom nível de
desempenho nos ísquios-tibiais e baixos níveis na cintura escapular, a exemplo
da capacidade de força muscular (SILVA; LEITE, 2006; GUEDES, 2007).
Por ser específico de cada articulação, um indivíduo não pode ser
considerado flexível com base na aplicação de um teste que meça apenas uma
articulação. São considerados eficientes, aqueles testes onde a soma de todas
as articulações ou o maior número delas estiverem envolvidas ao mesmo
tempo. Inúmeros são os instrumentos de medida que podem ser relacionados
que atendem estes preceitos: flexômetros, goniômetros, flexiteste, sentar-e-
alcançar (sit-and-reach), flexão profunda do corpo, tot-flex original, tot-flex
melhorado, extensão do tronco, extensão do tronco e braços, flexão lateral do
tronco, entre outros (GUEDES; GUEDES, 2006; SILVA, 2003; FONTOURA;
FORMENTIN e ABECH, 2008; PITANGA, 2008; BENAVENT et al, 2008).
Destes, o recurso mais descrito frequentemente na literatura para os
jovens, é o teste de Sentar-e-Alcançar, por ser prático, não requerer nenhum
tipo de movimento sofisticado, ser rápido e de fácil compreensão (SILVA, 2003;
GUEDES, 2007).
Mesmo com as dificuldades em a literatura apresentar dados objetivos a
cerca da redução de lesões músculo-esquelético naqueles indivíduos com
níveis mais elevados de flexibilidade, parece ser verdadeira a suposição que
baixos níveis de flexibilidade podem estar associados a muitas lesões e
condições crônicas e o contrário (flexibilidade em níveis mais elevados), parece
atuar positivamente sobre a saúde e melhoria da qualidade de vida (SILVA,
2003; PEZZETA; LOPES; PIRES NETO, 2003).
Enfim, a qualidade de vida de crianças e adolescentes pode ser
influenciada pelo estado de seus componentes relacionados à sua aptidão
física e ao seu desempenho motor.
28
4. TODOS
Os procedimentos metodológicos serão descritos primeiramente pela
caracterização do estudo, seguido da seleção da amostra, coleta de dados,
descrição dos protocolos do inquérito, bem como dos testes de desempenho
motor e pela análise dos aspectos relacionados à qualidade de vida e
desempenho motor.
4.1. Caracterização do Estudo
O presente estudo se caracteriza como Método Correlacional, uma vez
que segundo Marconi e Lakatos (2000); Mattos; Rosseto Junior e Blecher
(2008) envolve coleta de dados a fim de determinar se, e até que grau, uma
relação existe entre duas ou mais variáveis mensuráveis. Quando essa relação
existe, isto significa que os escores dentro de certo limiar em uma medida
estão associados aos escores dentro de um limiar em uma outra medida. O
fato de que existe uma relação entre duas variáveis não significa que uma é a
causa da outra.
4.2. Seleção da Amostra
Para a seleção da amostra utilizou-se do método não-probabilístico.
Para tanto, os escolares foram informados dos objetivos do estudo e
convidados a participarem da coleta dos dados.
Mediante confirmação pelo termo de consentimento livre e esclarecido
(Anexo 1), concordaram em participar do estudo 588 escolares de uma escola
da rede particular de ensino do município de Londrina, Paraná, matriculados no
ensino fundamental e médio, sendo 263 moças e 325 rapazes, com idades
entre 12 a 17 anos.
Os escolares foram divididos em 3 faixas etárias, 12-13 anos, 14-15
anos e 16-17 anos, no intuito de oferecer maior poder discriminatório entre as
variáveis do estudo.
29
A Tabela 1 apresenta o número de sujeitos envolvidos no estudo,
distribuídos por gênero e idade.
Tabela 1 – Número de sujeitos envolvidos no estudo (N=588)
Idade Moças Rapazes Ambos os Gêneros
12 Anos
13 Anos
14 Anos
15 Anos
16 Anos
17 Anos
48
40
60
48
60
7
41
51
63
71
83
16
89
91
123
119
143
23
12 – 17 Anos 263 325 588
A participação dos alunos foi voluntária, desde que atendesse a quatro
critérios: (a) autorização dos pais ou responsáveis para participar do estudo; (b)
ter entre 12 e 17 anos de idade; (c) não apresentar algum problema físico que
impedisse, temporária ou definitivamente de realizar os testes motores; e (d)
estar presente nas aulas no dia agendado para a coleta dos dados. A amostra
definitiva foi composta por 588 sujeitos de ambos os gêneros distribuídos de
acordo com a idade (Tabela 1).
4.3. Coleta de Dados
Para atender aos objetivos propostos, a coleta de dados seguiu os
seguintes momentos: primeiramente os escolares responderam o questionário
(Kidscreen-52) em sala de aula e na presença do pesquisador (BERRA et al;
KIDSCREEN GROUP, 2007). Num segundo momento, os escolares foram
submetidos aos testes de desempenho motor, força, flexibilidade e capacidade
cardiorrespiratória.
As coletas foram realizadas entre os meses julho e novembro de 2009 e
os protocolos de intervenção foram aprovados pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Autônoma de Madrid (protocolo no. A/7481/07). O
projeto de pesquisa deste estudo sob número 14780.2010-72 recebeu
financiamento da Agencia Española de Cooperación Internacional (AECI).
Os protocolos para aplicação do questionário bem como dos testes de
desempenho motor, serão apresentados a seguir.
30
4.3.1. Aplicação do Kidscreen-52
Como descrito no Manual Kidscreen, o inquérito pode ser realizado por
telefone, e-mail, carta ou de forma presencial, esta última foi a opção escolhida
para este estudo pela facilidade na sua aplicação, uma vez que o tempo
estimado para assinalar as 52 questões (independente da idade) é de 10 a 15
minutos e também para assegurar uma quantidade satisfatória de devolução ao
pesquisador dos instrumentos preenchidos.
O Kidscreen-52 é composto por 52 questões, distribuídas em 10
dimensões: Saúde e Atividade Física; Sentimentos; Estado de Humor Geral;
Auto Percepção; Autonomia / Tempo Livre; Família e Ambiente Familiar;
Questões Econômicas; Amigos e Relações Interpessoais; Ambiente Escolar e
Aprendizagem e Bullying (provocação por outros jovens). Trata-se de um
questionário onde os jovens assinalam em cada questão como estão se
sentindo, levando-se em conta a última semana. As questões estão
disponibilizadas em uma escala Lickert de 5 pontos, sendo 0 = “nada” até 5 =
“muitíssimo” para algumas questões e 0 = “nunca” até 5 = “sempre” para
outras.
O instrumento Kidscreen-52 foi validado para a língua portuguesa por
Gaspar; Matos; Ribeiro (2006), alcançando valores Alpha de Cronbach entre
0,60 (Autopercepção) a 0,88 (Questões econômicas), com valor médio global
de 0,80 que confirma elevada consistência interna. Para o instrumento original
utilizado inicialmente pelos 13 países que o desenvolveram, o Alpha de
Cronbach ficou entre 0,76 (Rejeição social) a 0,89 (Questões econômicas)
(RAVENS-SIEBERER et al; KIDSCREEN GROUP, 2005).
4.3.1.1. Procedimentos metodológicos para aplicação do Kidscreen-
52
Em todas as classes investigadas, o pesquisador era acompanhado pelo
professor da turma. Após a explanação dos objetivos do estudo, os
questionários foram distribuídos e as seguintes instruções foram-lhes descritas:
a) ler atentamente a cada questão antes de responder a que melhor se
enquadrasse com a sua última semana;
31
b) não deixar nenhuma questão em branco; e
c) não trocar informações com os colegas, uma vez que as questões são
pessoais e confidenciais;
Todas estas instruções também estavam descritas no início do
formulário.
4.3.2. Testes de desempenho motor
Os testes de desempenho motor foram realizados num prazo de 7 (sete)
dias a contar da data do preenchimento do Kidscreen-52 pelos escolares,
durante as aulas regulares de Educação Física.
Mesmo não sendo objeto do presente estudo, inicialmente foram
realizadas as medidas de crescimento físico (peso e estatura), seguido pela
flexibilidade através do teste sentar-e-alcançar, força por dinamometria manual
e finalizando com resistência cardiorrespiratória pelo Teste Vai-e-Vem 20m.
4.3.2.1. Protocolos dos testes de desempenho motor
Todos os avaliados receberam instrução prévia sobre a execução de
cada um dos testes.
A equipe de avaliadores era treinada e foram sempre os mesmos a
participar do estudo.
Os protocolos descritos seguiram as orientações de GUEDES; GUEDES
(2006) e RUIZ et al 2006.
a) Flexibilidade.
Teste: Sentar-e-Alcançar.
Foi construída uma caixa de madeira especialmente para esta finalidade
com dimensões de 30 cm x 30 cm, parte superior plana com 56 cm de
comprimento, sobre a qual se fixa a escala de medida com amplitude de até 50
cm, de tal forma que o valor 15 coincida com a linha onde o avaliado acomoda
os pés. A escala de medida foi fixada na parte superior plana, com intervalo de
1 cm.
O avaliado era postado sentado e descalço de frente para o aparelho,
com as pernas embaixo da caixa, os joelhos completamente estendidos e a
32
planta de ambos os pés totalmente em contato com a caixa. O avaliador
apoiava os joelhos do avaliado na tentativa de assegurar a extensão dos
mesmos. Ao sinal do avaliador, os braços eram estendidos sobre a superfície
da caixa, com as mãos posicionadas uma sobre a outra e a ponta dos dedos
de ambas coincidindo. O avaliado tentava alcançar a maior distância possível,
deslocando a palma das mãos voltada para baixo e em contato com a caixa,
em movimento lento, sem solavancos e sustentando a posição durante 2
segundos.
Foram realizadas 3 tentativas para cada avaliado, sendo registrada a
maior distância alcançada.
b) Força.
Teste: dinamometria manual.
O dinamômetro utilizado foi da marca Takei, modelo TKK 5401, digital.
Para a realização do teste de força manual, o avaliado foi posicionado
em pé, com o braço estendido ao longo do corpo (posição anatômica). O
dinamômetro era ajustado para o tamanho das mãos e posicionado em uma
delas. O braço não poderia encostar-se ao corpo. Ao sinal do avaliador, o aluno
imprimia força de preensão por pelo menos 2 segundos, passava o
dinamômetro para a outra mão, repetindo todo o procedimento anterior.
Foram realizadas duas tentativas em cada uma das mãos, sendo
registrado o valor mais alto conseguido.
c) Resistência cardiorrespiratória.
Teste: Vai-e-Vem 20m.
Utilizou-se de um equipamento de som, do tipo CD Player, com alto-
falante potente, posicionado no meio e à lateral do espaço demarcado e um CD
(compact disc) previamente gravado com o ritmo progressivo. A quadra
poliesportiva foi demarcada com fita adesiva, com duas linhas paralelas,
distantes 20 metros uma da outra, além do recuo interno de 2 metros para cada
linha. Os cones foram posicionados em ambas as linhas externas, com espaço
mínimo de 1,5 m. entre eles, perfazendo um número igual de cones nas duas
linhas.
33
Os escolares foram posicionados ao lado do cone e atrás da linha de 20
metros, onde recebiam um número que era fixado na sua vestimenta e cada
bateria era composta por no máximo 10 avaliados.
Ao sinal do avaliador, se deslocavam de uma linha para outra, distante
20 m., dando a volta no cone e retornavam à linha oposta, em ritmo de
deslocamento em concordância com os sinais sonoros emitidos pelo CD. Os
sinais sonoros são emitidos progressivamente mais rápidos, iniciando no
estágio 1 a cada 9,0 segundos e encerrando no estágio 22 a cada 3,892
segundos, exigindo do avaliado deslocamentos sucessivamente mais rápidos à
medida que o teste se desenvolve. Os escolares ajustavam seu ritmo de
deslocamento de maneira a estarem com um dos pés sobre a linha interna,
distante 2 metros da linha de 20 m no momento em que soava cada sinal.
Quando o avaliado atingia a linha interna antes do sinal sonoro, deveria
aguardar pelo sinal para retornar ao sentido contrário.
O teste era encerrado quando o avaliado interrompia voluntariamente
seu deslocamento por exaustão ou quando se atrasava para alcançar a linha
interna 2 metros da linha de 20 m), pela segunda vez, não necessariamente
consecutiva.
Foi registrado o tempo de encerramento do teste para cada aluno.
4.4. Tratamento Estatístico
Foram empregados os recursos da estatística descritiva para
caracterização da amostra, envolvendo o cálculo da proporção de distribuição
em cada estrato considerado.
Para testar a homogeneidade entre os dados foi empregado o teste de
Levene e calculado assim os valores médios e desvio-padrão. Para análise da
variável Qualidade de Vida, bem como Desempenho Motor com a idade e
gênero, recorreu-se à Análise de Variância (ANOVA) Two-Way.
Posteriormente, para identificação de diferenças entre os estratos, formados a
partir das variáveis independentes à análise de variância, utilizou-se do teste
de comparação múltipla de Scheffee para identificação das diferenças
específicas.
34
Na associação Qualidade de Vida e Desempenho Motor, inicialmente os
escores de qualidade de vida de acordo com o Kidscreen foram dicotomizados
em três estratos, de acordo com a distribuição de tertis: (a) grupo com menores
escores de qualidade de vida foram reunidos os escolares que apresentaram
valores até o primeiro tertil; (b) grupo com escores de qualidade de vida
intermediários foram reunidos os escolares que apresentaram valores entre o
primeiro e o terceiro tertil; e (c) grupo com maiores escores de qualidade de
vida reuniu os escolares que apresentam valores acima do terceiro tertil. Na
sequência utilizou-se da Análise de Covariância (ANCOVA) com controle da
idade e gênero, acompanhada do teste de comparação múltipla de Scheffee
para identificação das diferenças específicas. O nível de significância adotado
foi de p < 0,05.
Os dados coletados foram analisados utilizando-se do pacote estatístico
computadorizado Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão
17.0.
35
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tentativa de oferecer melhor entendimento e compreensão do
presente estudo, os resultados encontrados serão apresentados na mesma
sequência dos objetivos específicos e discutidos de forma simultânea.
Mediante os objetivos propostos, serão abordados inicialmente os
comportamentos relacionados à qualidade de vida de acordo com a idade e
gênero. Na sequência serão apresentados e discutidos os indicadores do
desempenho motor de acordo com a idade e gênero. Finalmente, a análise
entre a qualidade de vida e desempenho motor.
5.1. Qualidade de Vida
Para verificar o comportamento de qualidade de vida pelo instrumento
Kidscreen-52, nas 10 diferentes dimensões entre os escolares, distribuídos nas
faixas etárias 12-13 anos, 14-15 anos e 16-17 anos em ambos os gêneros, os
valores descritivos da Análise de Variância (ANOVA), são apresentados na
Tabela 2.
36
Tabela 2 Valores de média, desvio padrão e estatística F equivalentes às
dimensões associadas à qualidade de vida entre escolares de uma escola
particular de Londrina, Paraná. (n=588)
Dimensões Grupos Etários
Qualidade 12 – 13 Anos 14 – 15 Anos 16 – 17 Anos
De Vida Moças Rapazes Moças Rapazes Moças Rapazes
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
65,00
±11,43
81,89
±13,47
79,87
±14,32
74,95
±11,64
75,41
±13,97
76,82
±16,50
81,36
±16,55
84,85
±11,78
69,81
±15,50
88,26
±16,41
70,26
±10,45
83,55
±11,06
80,90
±12,66
80,00
±10,44
76,39
±14,15
82,07
±12,61
75,22
±15,70
80,51
±13,02
72,61
±12,98
88,99
±10,53
62,36
±10,63
81,65
±12,73
76,88
±14,13
73,23
±10,11
75,44
±14,72
76,73
±15,55
83,12
±13,65
85,51
±12,39
68,85
±13,37
91,65
±9,74
67,82
±11,45
83,43
±13,70
84,03
±12,61
79,67
±9,63
78,78
±15,29
80,62
±14,85
81,09
±18,61
82,54
±15,28
68,43
±16,43
90,35
±11,29
57,82
±9,69
80,20
±12,04
76,68
±13,79
73,06
±9,52
73,18
±13,13
79,26
±13,77
77,94
±16,94
85,34
±11,13
73,14
±9,70
94,02
±7,65
65,13
±10,96
83,77
±17,18
81,15
±12,71
78,83
±10,40
77,78
±14,23
80,74
±13,99
80,47
±17,25
80,74
±12,69
69,19
±15,19
91,76
±11,34
Dimensões F
Gênero
F
Grupo Etário
F
Interação
1: Saúde e Atividade Física
2: Bem-estar psicológico
3: Estado de humor geral
4: Autopercepção
5: Autonomia
6: Vida familiar
7: Recursos financeiros
8: Amigos e apoio social
9: Meio escolar
10: Rejeição social
43,11 (p = 0,00)*
4,16 (p = 0,04)*
14,14 (p = 0,00)*
44,10 (p = 0,00)*
6,01 (p = 0,02)*
8,22 (p = 0,00)*
ns
13,09 (p = 0,00)*
ns
ns
13,70 (p = 0,00)*
ns
ns
ns
ns
ns
3,04 (p = 0,05)*
ns
ns
6,01 (p = 0,00)*
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
* p < 0,05
Os valores médios apresentados na Tabela 2 possibilitam estabelecer
inferências no sentido de que a dimensão “Rejeição social” é aquela em que os
escolares de ambos os gêneros manifestaram melhor aspecto relacionado à
qualidade de vida. Na sequência, tem-se a dimensão “Amigos e apoio social”
com escores elevados para o gênero feminino. Já entre os rapazes, os escores
se mostraram elevados na dimensão “Bem-estar psicológico” para as faixas
37
etárias 12-13 anos e 16-17 anos e para aqueles entre 14-15 anos, foi a
dimensão “Estado de ânimo e emoções” que apresentou este comportamento.
E com os menores escores, são identificadas as dimensões “Saúde e atividade
física” com valores mais baixos, seguido imediatamente pela dimensão “Meio
escolar”, com valores muito próximos.
Ao estabelecer comparações entre os valores médios observados entre
os gêneros, constatam-se a ocorrência de diferenças estatisticamente
significativas favorecendo os rapazes nos escores encontrados nas dimensões
“Saúde e atividade física”, “Bem-estar psicológico”, “Estado de ânimo e
emoções”, “Autopercepção”, “Autonomia” e Vida familiar”, enquanto as moças
apresentaram escores significativamente mais elevados na dimensão “Amigos
e apoio social”.
Com relação aos grupos etários considerados, os escolares de 12-13
anos apresentaram valores médios significativamente maiores na dimensão
“Saúde e atividade física”. Na faixa etária de 14-15 anos foi a dimensão
“Recursos financeiros” que apresentou diferença estatística, ao passo que os
escolares com mais idade apresentaram escores mais elevados na dimensão
“Rejeição social”.
Pioneiro em estudos que procuram identificar a relação entre qualidade
de vida e atividade física em adolescentes no Brasil, Gordia (2008) procurou
demonstrar a influência dos comportamentos de risco e nível de atividade física
na qualidade de vida entre escolares de 14 a 20 anos de idade do Município da
Lapa no Estado do Paraná. Para as variáveis de qualidade de vida, utilizou o
instrumento WHOQOL-Bref e para verificação do nível de atividade física
recorreu ao IPAQ versão 8, forma curta, última semana. Os resultados
apontaram melhores valores de qualidade de vida no domínio Físico, que difere
do presente estudo, onde a dimensão Saúde e atividade física (Bem-estar
físico) apresentaram os menores índices de qualidade de vida em todas as
faixas etárias e em ambos os gêneros, quantificados pelo Kidscreen-52.
Uma justificativa pode ser atribuída pelo fato de que as questões do
domínio Físico do WHOQOL-Bref, contemplam além dos comportamentos
sobre atividade física, também aqueles relacionados à dor, tratamento dico,
locomoção, sono e trabalho. Por outro lado a dimensão 1 do Kidscreen-52
Saúde e atividade física (Bem-estar físico), contempla comportamentos quanto
38
à correr, andar de bicicleta, além de percepção de muita energia e boa forma,
que parece envolver maior poder discriminatório em relação à prática da
atividade física, ao vigor e ao desempenho físico que o primeiro.
Em outro estudo onde também foi utilizado o WHOQOL-Bref numa
amostra de adolescentes de 13 a 20 anos de idade, Barbosa Filho et al (2009)
identificaram o domínio Relações Sociais como aquele de escores mais
elevados 72,6 ± 18,7, seguido do domínio Físico 71,7 ± 12,9, enquanto o
domínio Meio Ambiente foi aquele com menores valores 52,0 ± 13,9 para
qualidade vida entre os jovens. Esses resultados corroboram com os achados
de Gordia (2008) onde também o domínio Meio Ambiente alcançou os menores
resultados. Este domínio contempla aspectos relacionados à segurança física e
proteção, ambiente no lar, recursos financeiros, qualidade e disponibilidade aos
cuidados da saúde, oportunidades e possibilidade de adquirir novas
informações e habilidades, oportunidades em participar de atividades de
recreação e lazer, ambiente físico (poluição, ruído, trânsito, clima) e finalmente,
transporte (MORENO et al, 2006).
Mesmo não fazendo parte dos objetivos deste estudo, a comparação
com os escores de qualidade de vida com jovens europeus torna-se importante
como medida representativa, uma vez que estes dados são normativos para a
maioria dos estudos deste gênero. Entre os europeus, fizeram parte da
amostra 22.827 jovens de 8 a 18 anos de idade, dos 13 países participantes da
fase de implantação do instrumento Kidscreen, Alemanha, Áustria, Suíça,
República Tcheca, Grécia, Espanha, França, Hungria, Holanda, Polônia,
Suécia, Inglaterra e Irlanda do Norte, que alcançaram os seguintes valores nas
dimensões a seguir: “Saúde e atividade física, 66,54±19,52; “Bem-estar
psicológico, 75,23±19,08; “Estado de humor geral”, 76,24±18,19;
“Autopercepção”, 68,39±22,22; “Autonomia”, 70,36±21,71; “Vida familiar”,
77,91±20,28; “Recursos financeiros”, 74,38±19,45; “Amigos e apoio social”,
67,24±20,47; “Meio escolar”, 89,24±16,36 e “Rejeição social”, 70,92±26,72
(GASPAR; MATOS, 2008; RAVENS-SIEBERER et al, 2005; 2008).
Conforme descrito na Tabela 2, os dados revelam superioridade na
qualidade de vida em favor dos jovens de uma escola da rede privada de
Londrina, Paraná nas dimensões “Bem-estar psicológico”, “Autopercepção”,
“Autonomia”, “Recursos financeiros” e notadamente nas dimensões “Amigos e
39
apoio social” e “Rejeição social”, enquanto que amostra européia foi bastante
superior na dimensão “Ambiente escolar”.
Estes resultados podem ser explicados, primeiramente pela diferença do
tamanho das amostras. Deve-se considerar também que na presente pesquisa,
participaram do estudo apenas adolescentes de uma escola particular e o
inquérito foi respondido na presença do pesquisador, enquanto que entre os
europeus havia crianças entre os 8 e 11 anos de idade, perfazendo 30,14% da
amostra e ainda os inquéritos foram preenchidos de três formas, na escola, via
internet e também por telefone, pertencendo a diferentes estratos
socioeconômicos.
Bisegger et al (2005), demonstraram escores elevados na qualidade de
vida entre crianças e um decréscimo na qualidade de vida entre jovens
europeus avaliados pelo Kidscreen-52 a partir dos 12 anos de idade,
principalmente entre as moças. De qualquer forma os alunos desta escola
particular de Londrina, Paraná, parecem viver em condições que permite
conferir a eles boa qualidade de vida.
Outro estudo realizado por Gillison; Skevington; Standage (2008),
investigaram a estabilidade da qualidade de vida em jovens ingleses através do
Kidscreen-52. Os inquéritos foram obtidos em dois momentos, com intervalo de
um ano após o primeiro, na tentativa de verificar as alterações da percepção de
qualidade de vida durante a adolescência. A amostra foi composta por
escolares de ambos os gêneros, com média de idade de 14,05 anos no
primeiro momento e 14,9 no segundo. Os resultados apontaram não haver
diferenças entre os dois momentos. Concluíram então, que a qualidade de vida
não sofre alterações nesta faixa etária e reforçam ainda a hipótese de ocorrer
mudanças após os 16 anos de idade, quando os comportamentos de risco para
a saúde se tornam mais evidentes, podendo alterar a qualidade de vida.
No presente estudo, as dimensões “Bem-estar psicológico”, “Estado de
humor geral” e “Rejeição social”, sofreram mudanças positivas quanto à
qualidade de vida com o avançar da idade. Por outro lado, nas dimensões
“Saúde e atividade sica”, e “Autonomia”, ocorreram redução nos escores de
qualidade de vida, porém, apenas entre as moças, corroborando com a
literatura que sugere que as moças tendem a ser menos ativas com mais idade
(Farias Junior, 2008; Guedes et al, 2001; Gonçalves et al, 2007; Silva et al,
40
2008) e provavelmente sentem-se mais vigiadas por seus pais que os rapazes,
interferindo na percepção de autonomia.
Vieira et al (2008), investigaram 454 crianças e adolescentes Espanhóis
entre 8 a 18 anos de idade através do Kidscreen-52, na intenção de verificarem
a resposta de qualidade de vida relacionada à saúde nesta população durante
um período de três anos. Houve um decréscimo nos escores relacionados à
qualidade de vida na faixa etária compreendida dos 13 aos 17 anos entre as
moças, principalmente após o período pubertário, sendo mais marcante nas
dimensões “Bem-estar psicológico” e “Estado de humor geral”. Na pesquisa
entre os escolares de Londrina, Paraná, as moças também apresentaram
redução dos escores de qualidade de vida na dimensão “Estado de ânimo e
emoções” a partir dos 14-15 anos de idade, entretanto, não significativos,
mantendo os índices alcançados entre os 16-17 anos de idade. Na dimensão
“Bem-estar psicológico”, praticamente não ocorreu mudanças entre as faixas
etárias. Levando-se em conta a diferença na escala de tempo entre os dois
estudos, os resultados parecem indicar maiores efeitos após a puberdade na
qualidade entre as espanholas, que as londrinenses de uma escola particular.
A seguir, serão analisados os resultados das variáveis relacionadas ao
desempenho motor.
5.2. Análise das Variáveis Relacionadas ao Desempenho Motor
Para demonstrar o comportamento das variáveis de desempenho motor,
a Tabela 3 apresenta os resultados descritivos e Análise de Variância (ANOVA)
para flexibilidade através do Teste Sentar-e-Alcançar, força de preensão
manual pela Dinamometria Manual e resistência cardiorrespiratória pelo teste
Vai-e-Vem 20m, para as faixas etárias de 12-13 anos, 14-15 anos e 16-17
anos, em ambos os gêneros.
41
Tabela 3 Valores de média, desvio-padrão e estatística F equivalentes aos
resultados dos testes de Sentar-e-Alcançar, Dinamometria Manual e Vai-e-Vem
20m entre escolares de uma escola particular de Londrina, Paraná. (n=588)
* p < 0,05
Com relação ao desempenho no Teste Vai-e-Vem 20m, que oferece
indicações quanto à capacidade cardiorrespiratória dos escolares, os rapazes
apresentaram resultados continuamente superiores com a idade dos 12 aos 17
anos. As moças demonstraram uma estabilização na quantidade de estágios
percorridos durante todo o período etário. Ao comparar os valores médios
encontrados entre ambos os gêneros, constata-se a superioridade a favor dos
rapazes para percorrer longas distâncias desde os 12 anos e com a idade
essas diferenças se acentuaram cada vez mais.
Em busca de explicação plausível que possa justificar as acentuadas
diferenças entre os gêneros quanto ao desempenho nos testes de corrida de
longa distância, a menor quantidade de gordura corporal, o maior comprimento
de pernas, a massa muscular mais desenvolvida e a mais elevada capacidade
aeróbia entre os rapazes são fatores decisivos para que as diferenças entre os
gêneros venham a ocorrer (GUEDES; GUEDES, 1993).
Pode-se perceber a evolução da aptidão cardiorrespiratória entre os
rapazes com o avançar da idade, diferentemente dos achados de Araújo;
Oliveira (2008) que verificaram redução da performance aeróbica com o
aumento da idade em ambos os sexos entre escolares de 10 a 14 anos de
idade. Por outro lado, Guedes; Guedes (1993) encontraram redução para as
moças, apenas entre 15 e 16 anos de idade, voltando a aumentar logo em
seguida, numa amostra de escolares de 7 a 17 anos de idade.
Grupo Sentar-e-Alcançar
(cm)
Dinamometria
Manual(kg)
Vai-e-Vem 20m
(tempo)
Etário Moças Rapazes Moças Rapazes Moças Rapazes
12-13 Anos
14–15 Anos
16-17 Anos
18,90±8,41
19,22±9,12
24,19±9,24
14,97±8,61
15,34±8,94
18,55±9,60
22,45±5,32
24,47±5,52
25,47±4,38
25,34±6,93
33,65±8,22
38,16±6,71
2,93±1,31
3,08±1,26
3,10±1,29
3,81±1,70
4,79±1,89
5,55±1,97
F
Gênero
F
Grupo Etário
F
Interação
27,386 (p = 0,000)*
6,488 (p = 0,002)*
0,025 (p = 0,976)
223,468(p = 0,000)*
62,982(p = 0,000)*
23,597(p = 0,000)*
144,711 (p = 0,000)*
19,416 (p = 0,000)*
7,956 (p = 0,000)*
42
Tourinho Filho; Tourinho (1998) afirmam que o aumento da capacidade
aeróbia na puberdade é superior entre os rapazes em todas as idades, mas
entre as moças é mais alto na fase pré-púbere. Essa afirmação está de acordo
com trabalho realizado por Carvalho Filho; Martins; Silva (2006) com 611
escolares, demonstrando superioridade para os rapazes em todas as idades.
Entre as meninas, os melhores resultados alcançados foram encontrados dos 9
aos 11 anos de idade, caindo aos 12 anos e voltando a aumentar nas idades
subsequentes.
Dentre os inúmeros estudos que procuram identificar o nível de atividade
física entre os jovens, Coelho e Silva et al (2005); Lopes; Maia (2004); Guedes
et al (2001); Farias Junior; Lopes (2004); Farias Juniorr (2008); Nobre; Krebs;
Valentini (2009) afirmam que rapazes são mais ativos fisicamente que as
moças, devido a maioria deles estarem inseridos em atividades esportivas,
sendo mais ativos principalmente no período pós-escolar, enquanto elas estão
mais dedicadas aos afazeres domésticos. Já Souza et al (2009), demonstraram
em seu estudo, que as moças são mais ativas fisicamente que os rapazes, na
proporção onde 32,8% se mostraram muito ativas, contra 28,5% dos rapazes e
16,5% ativas, enquanto que entre os rapazes este percentual é de 12,8%.
A relação entre o desempenho físico e qualidade de vida, proposta deste
trabalho, ainda é tema bastante escasso na literatura. Entretanto, Kunkel;
Oliveira; Peres (2009) realizaram um estudo envolvendo 467 adolescentes de
uma escola pública de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, na tentativa de
identificar a qualidade de vida pelo instrumento Pedriatric Quality of Life
Inventory - PEDS-QL 4.0 entre jovens com e sem excesso de peso corporal
estabelecido através do Índice de Massa Corporal - IMC. Os jovens com
excesso de peso corporal tiveram 3,54 vezes maiores chances de ter qualidade
de vida ruim que aqueles com peso corporal normal. Ainda, as moças tiveram
sempre menores escores de qualidade de vida que os rapazes o que parece
estar de acordo com a presente pesquisa, uma vez que os rapazes sempre
tiveram maiores escores de qualidade de vida na dimensão 1, Atividade física e
saúde (Tabela 2), bem como foram superiores na aptidão cardiorrespiratória e
em força de membros superiores (Tabela 3).
Os resultados encontrados mediante o teste de dinamometria manual
para aferição dos índices de força de preensão manual, entre os rapazes,
43
apontam valores que se elevaram abruptamente dos 12 aos 17 anos de idade,
enquanto entre as moças, os valores demonstraram discreto aumento neste
mesmo período etário.
Quando da comparação entre os valores médios apresentados pelos
dois gêneros, as diferenças observadas se mostraram estatisticamente
significantes nos três grupos etários com clara superioridade dos rapazes em
relação às moças, principalmente com o avançar da idade.
Os resultados progressivamente maiores apresentados pelos rapazes,
segundo Guedes; Guedes (1993) podem se justificar pelo fato de o advento da
puberdade no gênero masculino provocar um ganho de massa muscular
bastante acentuado em consequência de uma maior produção de hormônios
andrógenos, fazendo com que apresentem índices de força muscular mais
elevado com a idade. Por outro lado, entre as moças, o ganho de massa
muscular na puberdade é significativamente menor.
Mesmo entre pré-púberes, Alves et al (2008) demonstraram a
superioridade dos meninos em relação às meninas não apenas para
dinamometria manual, como também para o VO
2
máximo obtido pelo Teste de
Vai-e-Vem 20 m através da equação proposta por Léger et al (1983).
Entretanto, Schneider; Benetti; Meyer (2004), numa amostra de jovens
voleibolistas, não ocorreu diferenças entre rapazes e moças nos diferentes
estágios maturacionais através de dinamometria computadorizada, observaram
tão somente a evolução da força em ambos os gêneros de forma semelhante.
Há de considerar que grande parte dos autores tem demonstrado que os
meninos são mais fortes que as meninas nas diferentes faixas etárias
(BERGMANN et al, 2007; ESTEVES et al, 2005; MOURA; MOREIRA;
CAIXETA, 2008).
Com relação ao Teste Sentar-e-Alcançar, ambos os gêneros
apresentaram valores médios crescentes com o aumento da idade. Nos três
grupos etários, as moças apresentaram valores dios estatisticamente
superiores em relação aos rapazes. As diferenças anatômicas e a maior
aceitabilidade de atividades onde os movimentos de flexibilidade o
enfatizados, em substituição aos mais vigorosos em relação à força e
resistência muscular, podem ter favorecido esses resultados entre as moças.
44
Bergmann et al (2007) também encontraram superioridade para as
moças em flexibilidade nas idades entre 10 e 14 anos. Resultados semelhantes
forma descritos por Ulbrich et al (2007) que demonstraram aumento dos
índices de flexibilidade com o avançar dos estágios maturacionais e
superioridade para as moças. Neste mesmo trabalho, os rapazes se mostraram
superiores em preensão manual em todos os estágios e o VO
2
máximo
apresentou redução mediante o desenvolvimento maturacional.
Em comparação a estudo realizado na cidade de Londrina, Paraná
envolvendo 1180 escolares da rede pública de 7 a 17 anos de idade de ambos
os gêneros desenvolvido por Guedes; Guedes (1993), os jovens da presente
pesquisa apresentaram escores sempre inferiores, em todas as faixas etárias
entre rapazes e moças nos testes de Sentar-e-Alcançar e Dinamometria
Manual, sugerindo haver diferenças entre escolares da rede pública e particular
nesta cidade.
Na tentativa de identificar o comportamento da flexibilidade em relação
aos diferentes níveis de atividade física medidos pelo IPAQ-8, versão curta,
uma semana Melo; Oliveira e Almeida (2009) não encontraram em sua amostra
de adolescentes diferenças nos valores de flexibilidade entre os grupos ativo,
insuficientemente ativos e muito ativos, indicando não ocorrer associações
entre o nível de atividade física e o desempenho em flexibilidade.
A seguir serão analisados os resultados obtidos neste estudo sobre
qualidade de vida, em relação ao desempenho motor.
5.3. Qualidade de Vida e Desempenho Motor
Para análise da qualidade de vida e desempenho motor as Tabela 4, 5 e
6, apresentam os resultados descritivos e Análise de Covariância (ANCOVA),
de forma que a qualidade de vida se apresenta dividida em tertís para cada
variável motora em ambos os gêneros nas idades de 12 a 17 anos, tendo como
controle a idade e gênero.
A interpretação dos resultados é no sentido de que aqueles indivíduos
localizados no tertil apresentam menores escores de qualidade de vida para
a variável em questão, enquanto que aqueles do tertil, são considerados de
maior qualidade de vida e aqueles no tertil, são os jovens com qualidade de
45
vida intermediária. A Tabela 4 apresenta os resultados entre qualidade de vida
e aspecto cardiorrespiratório pelo Teste Vai-e-Vem 20m, expresso em VO
2
máximo (ml/kg/min) para maior poder discriminatório entre os tertís. A força de
preensão pela dinamometria manual e qualidade de vida é apresentada na
Tabela 5. Os resultados obtidos na flexibilidade pelo Teste de Sentar-e-
Alcançar e qualidade de vida encontram-se descritos na Tabela 6.
Tabela 4 - Valores de média, desvio-padrão e estatística F equivalentes aos
resultados dos tertís de qualidade de vida para o teste de Vai-e-Vem de 20m,
com controle da idade e gênero, entre escolares de uma escola particular de
Londrina, Paraná
Vai-e-Vem 20m (VO² máx. - ml/kg/min)
Qualidade de Vida
1º Tertil 2º Tertil 3º Tertil F p
1: Saúde e Atividade Física 37,05±4,51
40,17±5,10
40,90±5,17
12,090
0,000
2: Bem-estar psicológico 38,33±4,70
40,40±6,06
38,87±4,71
2,990 0,052
3: Estado de humor geral 38,61±4,99
39,47±5,39
39,04±5,02
0,760 0,469
4: Autopercepção 38,31±5,25
40,01±4,85
39,18±5,22
1,549 0,214
5: Autonomia 38,81±5,13
39,30±5,58
39,12±4,80
0,180 0,835
6: Vida familiar 39,22±5,34
39,14±5,21
38,64±4,82
0,362 0,697
7: Recursos financeiros 38,55±4,83
39,88±5,41
38,61±5,24
0,836 0,435
8: Amigos e apoio social 38,21±5,22
40,12±5,26
38,95±4,83
3,633 0,028
9: Meio escolar 39,18±5,47
39,29±5,08
38,56±4,84
1,103 0,334
10: Rejeição social
38,98±5,31
39,12±5,30
39,10±4,96
0,414 0,662
ANCOVA com controle da idade e gênero
Os resultados entre qualidade de vida e capacidade cardiorrespiratória,
apontam diferença estatística na dimensão “Saúde e atividade física” e “Amigos
e apoio social”. Os valores mais elevados de VO
2
máximo do ao tertil na
dimensão “Saúde e atividade física” indicam que aqueles jovens de melhor
aptidão aeróbia, são os que apresentam índices mais elevados de qualidade de
vida. Entretanto, na dimensão “Amigos e apoio social”, são os jovens do 2º tertil
que apresentam resultados superiores de qualidade de vida. Pode-se observar
na Tabela 4 comportamento semelhante a este último em quase todas as
dimensões, entretanto, sem diferença estatística. Apenas na dimensão “Vida
familiar” é que os valores da aptidão cardiorrespiratória se mostraram
superiores no 1º tertil de qualidade de vida.
46
Tabela 5 - Valores de média, desvio-padrão e estatística F equivalentes aos
resultados dos tertís de qualidade de vida para o teste de Dinamometria
manual, com controle da idade e nero, entre escolares de uma escola
particular de Londrina, Paraná
Dinamometria Manual (kg)
Qualidade de Vida
1º Tertil 2º Tertil 3º Tertil F p
1: Saúde e Atividade Física
27,79±8,39
27,32±7,44
27,00±7,99
0,245
0,783
2: Bem-estar psicológico 27,62±7,14
28,90±9,18
25,98±7,70
2,576
0,078
3: Estado de humor geral 27,89±7,70
27,32±8,56
27,03±7,46
0,304
0,738
4: Autopercepção 27,34±7,73
27,25±7,72
27,82±8,78
0,955
0,386
5: Autonomia 28,06±8,63
26,42±7,03
27,69±8,11
2,618
0,075
6: Vida familiar 28,43±8,08
27,12±7,81
26,28±7,75
2,841
0,060
7: Recursos financeiros 26,72±7,80
28,24±7,73
27,37±8,75
0,437
0,646
8: Amigos e apoio social 28,06±8,45
28,10±7,89
26,06±7,39
2,166
0,117
9: Meio escolar 27,97±8,11
28,28±8,13
25,77±7,47
2,229
0,110
10: Rejeição social
26,74±7,51
28,80±8,37
27,00±8,04
0,984
0,375
ANCOVA com controle da idade e gênero
Com relação à dinamometria manual, apenas a dimensão
“Autopercepção” apresentou valores pouco superiores no tertil, indicando
melhor qualidade de vida na percepção de si mesmo para aqueles jovens com
maiores índices de força de preensão manual.
Nas dimensões “Bem-estar psicológico”, “Recursos financeiros”, “Amigos
e apoio social”, “Meio escolar” e “Rejeição social”, os escores mais elevados
para dinamometria manual foram para aqueles do tertil de qualidade de vida
intermediária.
nas dimensões “Saúde e atividade física”, “Estado de humor geral”,
“Autonomia” e “Vida familiar”, os jovens com menores escores em preensão
manual foram os que apresentaram resultados superiores de qualidade de
vida. Em nenhuma das dimensões foram observadas diferenças estatística.
47
Tabela 6 - Valores de média, desvio-padrão e estatística F equivalentes aos
resultados dos tertís de qualidade de vida para o teste de Flexibilidade, com
controle da idade e gênero, entre escolares de uma escola particular de
Londrina, Paraná.
Flexibilidade
Qualidade de Vida
1º Tertil 2º Tertil 3º Tertil F p
1: Saúde e Atividade Física 17,27±8,81
17,54±8,31
18,80±10,07
1,533
0,218
2: Bem-estar psicológico 17,50±8,88
18,30±9,00
17,55±9,30 0,473
0,623
3: Estado de humor geral 18,64±9,68
16,93±8,45
17,79±9,02 0,897
0,409
4: Autopercepção 17,88±8,75
16,64±9,23
18,92±9,21 0,889
0,412
5: Autonomia 18,46±8,26
16,11±9,00
18,59±9,75 2,068
0,129
6: Vida familiar 16,99±8,73
18,52±8,61
17,82±9,92 0,399
0,671
7: Recursos financeiros 17,34±9,49
18,40±8,49
17,28±9,08 1,298
0,275
8: Amigos e apoio social 17,72±9,49
18,75±8,78
16,74±8,73 1,432
0,241
9: Meio escolar 16,41±9,48
18,71±8,55
18,14±8,99 1,399
0,249
10: Rejeição social
17,85±8,26
17,97±8,87
17,55±9,89 0,305
0,737
ANCOVA com controle da idade e gênero
No comportamento motor flexibilidade, as dimensões “Saúde e atividade
física”, “Autopercepção” e “Autonomia”, são as que demonstram superioridade
em qualidade de vida para os jovens mais flexíveis.
Por outro lado, a dimensão “Estado de humor geral” apresenta índices
mais elevados de flexibilidade para os escolares de qualidade de vida mais
baixo. As demais dimensões situam os jovens com maiores escores no Teste
Sentar-e-Alcançar no tertil de qualidade de vida intermediária. Os resultados
muito semelhantes entre os tertís para flexibilidade, apontam para não
ocorrência de diferenças estatísticas.
Baseados em evidências epidemiológicas entre prática de atividade
física e condição de saúde, Guedes et al (2002) tentaram estabelecer
associação entre os níveis de atividade física e indicadores dos componentes
de aptidão física relacionada à saúde em adolescentes de 15 a 18 anos de
idade. Os resultados apontaram baixa associação entre atividade física e
aptidão física, demonstrando que apesar dos jovens serem ativos, não
garantia de que os mesmos se encontrem aptos fisicamente.
Outra preocupação entre os pesquisadores são os comportamentos de
risco à saúde entre os adolescentes, uma vez que podem favorecer para níveis
mais baixos de aptidão física e saúde. Neste sentido, Farias Junior; Lopes
48
(2003) investigaram 1107 escolares de Florianópolis, Estado de Santa Catarina
e por meio de questionário verificaram que níveis insuficientes de atividade
física, uso de bebida alcoólica e baixo consumo de frutas e verduras, foram os
comportamentos mais evidentes no estilo de vida entre na amostra estudada.
No sentido de estabelecer associação entre qualidade de vida e
desempenho motor ou nível de atividade física entre crianças e adolescentes,
há ainda grande carência em pesquisas.
Entre trabalhos desta natureza, Murer (2008) investigou a associação
entre qualidade de vida e desempenho motor em 50 crianças de 7 aos 12 anos
de idade, que frequentavam academia de ginástica / musculação de 2 a 5
vezes por semana. Utilizou-se para tanto do instrumento AUQEI
(Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Image) para avaliação da qualidade
de vida e o teste de Wells e Dillon para medida da flexibilidade como
componente para o desempenho motor, além de medidas antropométricas para
medidas representativas da aptidão física.
Os resultados do AUQEI foram padronizados numa escala de 0 a 100,
obtendo escore dio de qualidade de vida de 70,5. Nesta amostra, 88%
apresentaram valores de qualidade de vida maior ou superior a 48,
configurando boa qualidade de vida para estas crianças e 67% demonstraram
flexibilidade fraca, correspondente a 56,7% entre as meninas e 85% entre os
meninos. O domínio Lazer foi o que alcançou índices mais elevados para
qualidade de vida 80,6 enquanto o domínio Funções foi o mais baixo 51,2.
Na diferenciação entre os gêneros, as meninas levaram vantagem, com
escores médios de 71,5, contra 68,3 entre os meninos. Na associação entre
qualidade de vida e flexibilidade, os resultados apontaram que aquelas
crianças com menores índices de flexibilidade, alcançaram valores mais
elevados de qualidade de vida geral 70,7, contra 70,2 do grupo com
flexibilidade boa / ótima, demonstrando que a aptidão sica não é fator
preponderante na percepção subjetiva de qualidade de vida.
Numa tentativa de estabelecer comparação com a presente pesquisa,
considerando as diferenças entre as idades e instrumentos utilizados, os
escolares com escores de qualidade de vida elevada e intermediária,
demonstraram ligeira superioridade em flexibilidade, comparados aos de
menores índices de qualidade de vida (Tabela 6).
49
Gordia (2008) procurou estabelecer a associação entre atividade física
medida pelo IPAQ-8 versão curta, uma semana, com a qualidade de vida entre
adolescentes verificada pelo WHOQOL-Bref, IMC e ainda os efeitos destes
com o uso de bebidas alcoólicas. Os resultados apontaram para QV global
razoável, com melhores e piores escores para o Domínio Físico e Domínio
Meio Ambiente respectivamente. A grande maioria nesta amostra, demonstrou
nível de atividade física alta, 76,8%, enquanto apenas 2,3% apresentaram nível
de atividade física baixo. As moças estudantes do turno matutino fazendo parte
deste último e 84,7% apresentaram IMC normal. Identificou-se assim, os
grupos vulneráveis em apresentar qualidade de vida ruim, aqueles
pertencentes ao gênero feminino, os obesos e também os prováveis
dependentes de bebidas alcoólicas.
Gordia et al (2009) investigaram a associação entre atividade física,
qualidade de vida, IMC e uso de bebidas alcoólicas apenas com o Domínio
Físico do instrumento WHOQOL-Bref entre adolescentes. Para o domínio em
questão, os jovens apresentaram qualidade de vida satisfatória segundo os
autores, com escore de 74,4. Puderam estabelecer através da análise
estatística, que indivíduos menos ativos tiveram 1,7 vezes mais chances de
possuir domínio físico ruim que seus pares, bem como entre as moças, esta
proporção foi de 2,8 vezes, tendo mais chance de apresentar domínio sico
ruim que os rapazes.
Quanto a uma possível comparação entre a qualidade de vida entre os
trabalhos citados com a presente pesquisa, mesmo que utilizados diferentes
instrumentos de investigação, é possível identificar que os jovens mais ativos
são aqueles que em geral apresentam escores de qualidade de vida mais altos.
Neste estudo, juntamente com a dimensão “Amigos e apoio social”, a
dimensão “Atividade física e saúde” (Bem-estar físico), foram as únicas
dimensões a apresentarem diferença estatística na associação com o VO
2
máximo (Tabela 4). O mesmo fato ocorrendo para a flexibilidade, entretanto,
sem diferença estatística, onde os jovens mais ativos apresentaram melhor
qualidade de vida (Tabela 6). para dinamometria manual (Tabela 5), apenas
a dimensão “Autopercepção” apresentou índices ligeiramente superiores para
aqueles com melhor qualidade de vida, porém, sem apresentar diferença
significativa.
50
6. CONCLUSÃO
Mediante os resultados apresentados no presente estudo, que teve
como objetivo analisar a qualidade de vida e o desempenho motor entre
escolares de uma escola particular do município Londrina, Paraná, pode-se
concluir que:
Com relação ao nero, os rapazes apresentaram escores mais
elevados quanto aos indicadores ligados à qualidade de vida, sugerindo que
nesta amostra eles demonstraram maior energia e capacidade de praticar
atividades físicas na escola ou fora dela; maior satisfação com a vida no
sentido de felicidade e alegria; experimentam menores emoções depressivas e
estressantes relativos à solidão e tristeza; sentem-se mais satisfeitos com suas
roupas, acessórios e como os outros os avaliam; demonstram maior
autossuficiência e independência para criar e gerir seu tempo livre; e, sentem-
se seguros, apoiados, amados, compreendidos, bem cuidados por seus pais ou
tutores, percebendo-os como disponíveis e justos. Por outro lado, as moças
exploram melhor a qualidade das relações com seus pares, recebendo apoio e
aceitação dos seus amigos, bem como a capacidade de iniciar e manter
relações de amizade.
No que diz respeito aos indicadores de qualidade de vida e idade, os
resultados apontaram que com o avançar da idade, a qualidade de vida diminui
nos aspectos relacionados à prática de atividade física. os mais velhos
experimentam menores sentimentos de rejeição que seus pares, sentem-se
menos provocados e atormentados. Na faixa etária entre os 14-15 anos de
idade admitem recurso financeiro suficiente para adotar um estilo de vida
comparável aos seus pares, bem como oportunidades para fazer atividades em
conjunto.
Quanto ao desempenho motor no aspecto aeróbico, os rapazes se
mostraram em melhor condição cardiorrespiratória, com incremento do
potencial com o avançar da idade, diferentemente das moças onde houve
estabilização nos estágios percorridos.
51
Para a força de preensão manual, os resultados foram progressivamente
maiores com a idade tanto para as moças quanto para os rapazes e entre
estes, o incremento foi abrupto com o avançar da idade.
Quanto à flexibilidade, as moças sempre se mostraram superiores em
todas as idades, demonstrando maior eficiência nesta variável do desempenho
motor.
Na associação entre qualidade de vida e desempenho motor no aspecto
cardiorrespiratório, pode-se inferir que aqueles jovens com índices mais
elevados de VO
2
máximo são os que possuem melhor qualidade de vida na
dimensão “Saúde e Atividade Física”. os de qualidade de vida intermediária
têm melhor relacionamento com seus pares, bem como melhor capacidade
para manter e/ou iniciar amizades.
Quanto à associação entre qualidade de vida e desempenho motor em
relação à força de preensão manual, os resultados permitem indicar não haver
associação entre qualidade de vida e força, quando representada pela
dinamometria manual.
Finalmente, quanto à associação entre qualidade de vida e desempenho
motor relacionado à flexibilidade, é possível admitir que quanto maior a
flexibilidade, a qualidade de vida pode ser mais elevada.
Após a análise dos resultados, bem como a discussão e conclusão dos
mesmos, pode-se sugerir alguns pontos que podem ser abordados em novos
estudos:
a) A análise da qualidade de vida, assim como o desempenho motor
devem ser explorados em outros contextos socioeconômicos, uma
vez que o fator financeiro, cultural e ambiental podem interferir nos
resultados.
b) O envolvimento de crianças a partir dos 8 anos de idade, uma vez
que o instrumento Kidscreen-52 contempla esta possibilidade, poderá
permitir a inferência das variáveis abordadas neste estudo nesta
população.
c) Promover estudos com maior número de participantes de diferentes
faixas etárias, níveis socioeconômicos e étnicos.
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64
ANEXOS
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(De acordo com a Resolução 196 de 10/10/1996 do Conselho Nacional de
Saúde)
TÍTULO DO PROJETO: ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E
DESEMPENHO MOTOR EM ESCOLARES. Nº: 14780.2010-72
Objetivos do projeto: analisar a qualidade de vida e o desempenho motor
entre os escolares de diferentes contextos socioeconômico do município de
Londrina, Paraná. Identificar indicadores ligados à qualidade de vida, de acordo
com a idade, gênero e contexto socioeconômico. Identificar indicadores ligados
ao desempenho motor, de acordo com a idade, gênero e contexto
socioeconômico. Analisar eventual associação estatística entre qualidade de
vida e desempenho motor.
Procedimentos: uma equipe de pesquisadores treinados serão os
responsáveis pela coleta das informações. Os procedimentos por eles
realizados, deverão seguir dois momentos: primeiramente responder o
questionário (Kidscreen-52) em sala de aula e na presença do pesquisador.
Tão logo terminarem de responder, deverá ser encaminhado aos pais ou
tutores um questionário similar que após ser respondido por um dos pais ou
tutores, haverá um prazo de uma semana para ser devolvido ao pesquisado.
Num segundo momento, serão submetidos aos testes de desempenho motor,
força, flexibilidade e capacidade cardiorrespiratória.
Desconfortos e Riscos: O questionário, bem como os testes de desempenho
motor a serem aplicados, não deverão oferecer riscos ou desconfortos para a
integridade física, mental ou social dos participantes.
Benefícios: as informações obtidas nessa pesquisa poderão proporcionar
ações de saúde que possam melhorar a qualidade de vida dos jovens, além de
serem úteis cientificamente.
Esclarecimentos antes e durante a pesquisa: Todos os jovens terão
esclarecimento assim que se fizer necessário a qualquer tempo sobre os
procedimentos, os riscos e os benefícios relacionados à pesquisa. Qualquer
questão sobre a metodologia utilizada no projeto ou informações adicionais que
se fizerem necessárias serão encorajadas.
Recusar ou retirar o consentimento: A permissão para participar do projeto é
voluntária. Portanto, os responsáveis legais estarão livres para negar esse
consentimento a qualquer momento, sem que isto traga qualquer tipo de
constrangimento ou penalização.
65
Despesas decorrentes da participação no projeto de pesquisa: Os
voluntários estarão isentos de qualquer despesa ou ressarcimento decorrente
do projeto de pesquisa.
Exposição dos resultados e preservação da privacidade: Os resultados
obtidos no estudo deverão ser publicados, independentemente dos resultados
encontrados; contudo, sem que haja identificação dos jovens que prestarem
sua contribuição como sujeitos da amostra, respeitando, assim, a privacidade
dos participantes conforme rege as normas éticas.
CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Eu,_________________________________________, declaro que, após ter
sido convenientemente esclarecido pelo pós-graduando Raymundo Pires Jr. e
ter entendido o que me foi explicado, não havendo mais dúvidas, CONCORDO
VOLUNTARIAMENTE em participar do projeto.
_________________________________________________
Assinatura do participante
Eu, Raymundo Pires Jr., declaro que forneci todas as informações referentes
ao projeto. Em caso de qualquer dúvida, favor entrar em contato conosco na
Direção do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de
Londrina – Fones 3371.4144 ou (43) 8403.8930
___________________________________________________
Assinatura do Pós-Graduando
Londrina, _________de ___________________de 2009.
66
ANEXO 2
Proyecto de Investigación A/7481/07. AECI 2008
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE
Questionário para Escolares
Olá !!!
Como está? Como você se sente? Isto é o que queremos saber de você.
Por favor, leia cada pergunta com atenção enquanto pensa em sua resposta. Procure
recordar a última semana, ou seja, os últimos 7 dias. Qual é a resposta que primeiro
ocorre a você? Escolha a opção que acredita ser melhor para você e assinale a
resposta com um X.
Lembre-se: Isto não é uma prova. Não existem respostas certas ou erradas. Porém, é
importante que responda todas as perguntas e que possamos identificar claramente o
X.
Não comente suas respostas com ninguém. Ninguém mais, além de nós, terá acesso
as suas respostas. Suas respostas serão confidenciais.
Matricula: Código do Aluno:
Avaliação de indicadores morfológicos, condição
física e hábitos de vida saudáveis
na população infanto-juvenil
67
__ __ / __ __ / __ __ __ __
Dia Mês Ano
Feminino Masculino
___________
Dia
___________
Mês
___________
Ano
Não Sim Qual? ___________________________________________
1. Atividade Física e Saúde
1.
Excelente
Muito boa
Boa
Regular
Ruim
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
2. Você tem se sentido bem e em boa forma?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
3.
Você tem se sentido fisicamente ativo/a
fisicamente? (por exemplo, tem feito corridas,
andado de bicicleta, etc.)?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
4. Você tem podido correr bem?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
5. Você tem se sentido com muita energia?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2. Seus Sentimentos
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
1. Você tem desfrutado da vida?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
2. Você tem se sentido contente de estar vivo/a?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Qual é o seu sexo?
Qual é a data de seu nascimento?
De maneira geral, como você acha que é a sua saúde?
Por favor, anote a data de hoje:
Considerando a última semana…
Você tem alguma deficiência, doença ou problema médico crônico?
68
3. Você tem se sentido satisfeito/a com sua vida?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
4. Você tem estado de bom humor?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5. Você tem se sentido alegre?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6. Você tem se divertido?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3. Seu Estado de Animo e Emocional
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1. Você esta tendo a sensação de fazer tudo errado?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2. Você esta se sentido triste?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3. Você esta se sentido tão mal que não quer fazer nada?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4.
Você esta tendo a sensação de que tudo em sua vida vai
mal?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5. Você esta se sentido farto/a, cheio/a da vida?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6. Você esta se sentido só?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
7. Você esta se sentido sobre pressão?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4. Sobre você mesmo
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1. Você esta contente com a sua maneira de ser?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2. Você esta contente com as suas roupas?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3. Você está preocupado/a com o seu aspecto?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4. Você tem inveja do aspecto de seus colegas?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5.
Existe alguma parte do seu corpo que você gostaria de
mudar?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
69
5. Seu Tempo Livre
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1. Você tem tempo suficiente para você mesmo?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2.
Você tem feito aquilo que você quer fazer no seu tempo
livre?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3. Você tem oportunidade suficiente de estar ao ar livre?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4. Você tem tempo suficiente para ver os amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5. Você tem escolhido o que fazer em seu tempo livre?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6. Sua Vida Familiar
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
1. Seus pais têm entendido você?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
2. Você tem se sentido querido/a pelos seus pais?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
3. Você tem se sentido feliz em sua casa?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4. Seus pais têm tempo suficiente para você?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5. Seus pais têm tratado você de forma justa?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6. Você tem dialogado com seus pais?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
7. Assuntos Financeiros
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1.
Você tem dinheiro suficiente para fazer as mesmas
coisas que seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2. Você tem dinheiro suficiente para os seus gastos?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
70
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
3.
Você tem tido dinheiro suficiente para fazer as coisas
que quer com seus amigos/as?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
8. Seus amigos/as
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1.
Você tem estado com seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2. Você tem realizado tarefas com outros jovens?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3. Você tem se divertido com seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4.
Você e seus amigos/as têm se ajudado uns/umas aos
outros/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5. Você tem falado de tudo com seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6. Você tem confiança em seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
9. Sua Escola
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
1. Você tem se sentido feliz na escola?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
2. Você esta bem nos estudos?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
3. Você esta satisfeito/a com seus professores?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
4. Você tem prestado atenção nas aulas?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5. Você gosta de ir a escola?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6. Você tem se relacionado bem com os professores?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
10. Você e os Demais
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
71
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1. Você tem medo dos outros rapazes/moças?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2. Outros rapazes/moças têm zombado de Você?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3.
Outros rapazes/moças têm intimidado ou ameaçado
você?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
Muito obrigado pela sua participação !!!
72
ANEXO 3
Proyecto de Investigación A/7481/07. AECI 2008
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE
Questionário para Pais/Tutores
Código do aluno:
Prezados Pais ou Tutores:
Está em curso um estudo de pesquisa sobre a qualidade de vida relacionada à
saúde em escolares do ensino fundamental e médio. O estudo é parte de um
levantamento populacional que está sendo realizado no Brasil e em outros países da
América Latina, Espanha e Portugal, e destina-se a identificar alguns aspectos
relacionados à saúde da população infanto-juvenil e sua repercussão em indicadores
associados ao crescimento físico e ao desempenho motor com o objetivo de
proporcionar dados que permitam traçar estratégias de intervenção em diversos veis
de atuação.
Para tanto, professores do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade
Estadual de Londrina (CEFE/UEL) deverão realizar medidas antropométricas e aplicar
testes motores em alunos selecionados para o estudo e obter dos pais/tutores, mediante
questionário, um conjunto de dados sobre o seu comportamento.
Dessa forma, solicitamos o consentimento dos senhores para que seu filho(a)
possa participar do estudo, respondendo o questionário em anexo e devolvendo-o para a
Coordenação do Colégio por intermédio de seu próprio filho(a). Lembramos que sua
participação no estudo é inteiramente voluntária. Contudo, se for o caso de nos atender,
solicitamos que procure responder as questões da melhor maneira possível, fazendo com
que as suas respostas possam refletir a perspectiva de seu filho(a).
Para as suas respostas, procure recordar o comportamento de seu filho(a) na
última semana, ou seja, os últimos sete dias.
73
__ __ / __ __ / __ __ __ __
Dia Mês Ano
Mãe Pai
Madrasta / Companheira do pai Padrasto / Companheiro da mãe
Outro Quem? ___________________________
____________
Dia
______________
Mês
______________
Ano
Feminino Masculino
______ centímetros ______ quilogramos
1. Atividade Física e Saúde deste seu filho(a)
1. Excelente Muito boa Boa Regular Ruim
O seu filho(a):
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
2.
Tem se sentido bem e em forma?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
3.
Tem se sentido fisicamente ativo/a (por
exemplo, tem feito corridas, andado de
bicicleta, etc)?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
4.
Tem podido correr bem?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
Considerando a última semana...
Considerando a última semana...
Quem esta respondendo este questionário?
Em geral, como você diria que é a saúde deste seu filho(a)?
Qual a data de nascimento deste seu filho(a)?
Qual o sexo deste seu filho(a)?
Qual a altura e o peso corporal aproximado deste seu filho(a)?
Por favor, anote a data de hoje:
74
5.
Tem se sentido com muita energia?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2. Sentimentos deste seu filho(a)
O seu filho(a):
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
1.
Tem desfrutado da vida?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
2.
Tem se sentido contente de estar vivo/a?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
3.
Tem se sentido satisfeito/a com sua vida?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
4.
Tem estado de bom humor?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5.
Tem se sentido alegre?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6.
Tem se divertido?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3. Estado de animo deste seu filho(a)
O seu filho(a):
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1.
Tem a sensação de estar fazendo tudo errado?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2.
Tem se sentido triste?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3.
Tem se sentido tão mal que não quer fazer
nada?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4.
Tem a sensação de que tudo em sua vida vai
mal?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5.
Tem se sentido farto/a, cheio/a da vida?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6.
Tem se sentido só?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
7.
Tem se sentido sobre pressão?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
75
4. Sobre o quê seu filho(a) pensa dele mesmo
O seu filho(a):
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1.
Esta contente com sua forma de ser?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2.
Esta contente com sua roupa?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3.
Esta preocupado/a com seu aspecto?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4.
Tem inveja do aspecto de seus colegas?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5.
Gostaria de trocar alguma parte do seu corpo?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5. Tempo livre deste seu filho(a)
O seu filho(a):
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1.
Tem tempo suficiente para ele/a mesmo/a?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2.
Tem feito as coisas que ele/a quer fazer no seu
tempo livre?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3.
Tem oportunidade suficiente de estar ao ar
livre?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4.
Tem tempo suficiente para ver os seus
amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5.
Tem escolhido o que fazer em seu tempo
livre?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6. Vida familiar deste seu filho(a)
O seu filho(a):
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
1.
Tem se sentido compreendido/a pelos seus
pais?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
2. Tem se sentido querido/a pelos seus pais?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
76
O seu filho(a):
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
3.
Se sente feliz em sua casa?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4.
Tem recebido atenção suficiente de seus pais?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5.
Tem sido tratado de forma justa pelos seus pais?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6.
Tem dialogado com seus pais quando deseja?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
7. Assuntos financeiros deste seu filho(a)
O seu filho(a):
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1.
Tem dinheiro suficiente para fazer as mesmas
coisas que seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2. Tem dinheiro suficiente para os seus gastos?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
O seu filho(a):
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
3.
Tem dinheiro suficiente para fazer as coisas
que quer com seus amigos/as?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
8. Amigos/as deste seu filho(a)
O seu filho(a):
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1.
Tem estado com seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2.
Tem realizado tarefas com outros jovens?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3.
Tem se divertido com seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
4.
E seus amigos/as têm se ajudado uns/umas aos
outros/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5.
Tem conversado sobre vários assuntos com
seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
77
6.
Tem confiança em seus amigos/as?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
9. A escola deste seu filho(a)
O seu filho(a):
Nada
Um pouco
Moderada-
mente
Muito
Muitíssimo
1.
Tem se sentido feliz na escola?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
2.
Esta bem nos estudos?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
3.
Esta satisfeito/a com seus professores?
Nada
Um pouco
Moderadamente
Muito
Muitíssimo
O seu filho(a):
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
4. Tem prestado atenção nas aulas?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
5. Gosta de ir para a escola?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
6.
Tem se relacionado bem com seus
professores?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
10. Relação deste seu filho(a) com os demais jovens
O seu filho(a):
Nunca
Quase nunca
Algumas
vezes
Quase
sempre
Sempre
1.
Tem medo (temor) de outros rapazes/moças?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
2.
Tem sido zombado por outros rapazes/moças?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
3.
Tem recebido intimidações ou ameaças de
outros rapazes/moças?
Nunca
Quase nunca
Algumas vezes
Quase sempre
Sempre
Muito obrigado pela sua participação!
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
Considerando a última semana…
78
ANEXO 4
Proyecto de Investigación A/7481/07. AECI 2008
DADOS DE CODIFICAÇÃO
País: Data de Nascimento:
Escola: Data da Avaliação:
Curso: Sexo: M
F
Código do Aluno:
DADOS ANTROPOMÉTRICO
1ª Med
Peso (kg)
Estatura (cm)
Testes Físicos 1ª Medida
2ª Medida
Course Navette
Dinamometría
DIR ESQ DIR ESQ
Sit and Reach
Avaliação de indicadores morfológicos, condição física e
hábitos de vida saudáveis na população infanto-juvenil
Livros Grátis
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