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1881
Primeiros estudos sobre propriedade-composição de vidros para a construção de
instrumentos ópticos, como o microscópio.
1932
Zachariasen publica o trabalho sobre a hipótese de rede aleatória e as regras para
a formação de vidros.
1960
Turnbull e Cohen propõem modelo para a formação de vidros, baseado no
controle de cristalização através da taxa de resfriamento.
1970
A Corning Glass americana produz a primeira fibra óptica de sílica, utilizando
técnicas de deposição de vapor químico.
1.2 – Vidros: conceitos gerais
Nas últimas décadas, os vidros estão ganhando destaque em aplicações tecnológicas
devido às suas propriedades voltadas à área da fotônica. Alguns vidros possuem propriedades
de chaveamento elétrico, ou seja, quando este é submetido a intensos campos elétricos, a
condutividade do vidro aumenta subitamente, tornando-o condutor. No caso dos vidros
teluritos, devido ao seu alto índice de refração, é possível obter o efeito de geração de
segundo harmônico em feixes de luz intensos. Este efeito é obtido incidindo um feixe com um
campo elétrico de freqüência ω sobre uma amostra não-linear, esta irá produzir um feixe
fundamental, com freqüência ω, e o seu segundo harmônico, com freqüência de 2ω.
O vidro é um sólido amorfo, não-cristalino. Um material é chamado de amorfo quando
não possui simetria de longo alcance, ou seja, não possui cadeias de íons simétricas longas,
como ocorre nos cristais. Ao longo da história foram dadas diversas definições para o vidro,
mas muitas não satisfaziam as condições de formação de vidros. Mas, através de muitos
estudos sobre a formação vítrea, foi adotada uma definição satisfatória para vidro: “um vidro
é um sólido não-cristalino que exibe o fenômeno de transição vítrea”
3
.
Um termo que devemos considerar na preparação de um vidro é a chamada
temperatura de transição vítrea (T
g
). Quando resfriamos o material no estado líquido,
chegamos à temperatura de fusão (T
f
) do material. A partir desse ponto, pode ocorrer um dos
seguintes processos: o material cristaliza-se, provocando uma contração no volume específico
da amostra, ou passa para um estado de líquido super-resfriado, mantendo a mesma taxa de
contração no volume do líquido inicial. À medida que a temperatura decresce, a viscosidade
aumenta e a uma determinada temperatura, definida por T
g
, ocorre a mudança de fase. Isto
está ilustrado na figura 1a. A posição da T
g
pode variar com a taxa de resfriamento que a
amostra sofre. Para resfriamentos rápidos, a T
g
é deslocada para altas temperaturas, enquanto
resfriamentos baixos deslocam a T
g
para temperaturas mais baixas, como é visto na figura 1b.