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FACULDADES ALVES FARIA - ALFA
MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
SHIRLEY MAGALHÃES DE ANDRADE
DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO E CONDIÇÕES DE VIDA
NO MUNICÍPIO DE CALDAS NOVAS - GO
GOIÂNIA
DEZEMBRO DE 2009
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2
FACULDADES ALVES FARIA - ALFA
MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
SHIRLEY MAGALHÃES DE ANDRADE
DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO E CONDIÇÕES DE VIDA
NO MUNICÍPIO DE CALDAS NOVAS -GO
ANÁLISE E POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL
GOIÂNIA
DEZEMBRO DE 2009
Dissertação apresentada a coordenação do
programa de Mestrado em Desenvolvimento
Regional da Faculdade Alves Faria, como
requisito para obtenção do título de mestre em
desenvolvimento regional, sob a orientação do
Prof Dr. Fernando Negret Fernandez
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FACULDADES ALVES FARIA - ALFA
MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
SHIRLEY MAGALHÃES DE ANDRADE
DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO E CONDIÇÕES DE VIDA
NO MUNICÍPIO DE CALDAS NOVAS - GO
AVALIADORES
______________________________________
Prof. Dr. Fernando Negret Fernandes-ALFA
Orientador
______________________________________
Prof. Dr. Alcido Elenor Wander-ALFA
__________________________________________
Profª. Drª. Simone Costa Pfeiffer-UFG
GOIÂNIA
DEZEMBRO DE 2009
4
Este trabalho é dedicado
À pequena mas, valiosa Família que enriqueceu minha vida.
Meu esposo Marcelo e Meu filho Diego.
A vocês, dedico este estudo com muito amor e carinho.
5
Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter de mim cuidado pelos inúmeros
quilômetros rodados para presenciar as aulas que possibilitaram a conclusão desse
trabalho sem que fosse acometida a nenhum incidente.
Especialmente ao meu marido e amigo Marcelo, pelas inúmeras horas dedicadas a
me auxiliar na conclusão desse trabalho. Acima de tudo, pelo inestimável apoio familiar
que preencheu as diversas falhas que fui tendo por força das circunstâncias, e pela
paciência e compreensão ao longo da elaboração desse trabalho.
Ao meu orientador e amigo, Prof Dr. Fernando Negret Fernandez pelo constante
incentivo, sempre indicando a direção a ser tomada nos momentos de maior dificuldade,
interlocutor interessado em participar de minhas inquietações, co-autor em vários
trechos.
Um agradecimento especial à Fundação Caldas Novas Convention & Visitors
Bureau, bem como a todos os órgãos que me disponibilizaram dados para publicação.
Agradeço aos meus pais, minha irmã e meu filho, por terem sido o contínuo apoio
em todo este período, ensinando-me, principalmente, a importância da construção e
coerência de meus próprios valores.
E sem esquecer da importância das amizades feitas nesta jornada, dos novos
amigos que encontrei e que não esquecerei.
RESUMO
MAGALHÃES, Shirley Andrade. Desenvolvimento turístico e condições de vida no
município de Caldas Novas-GO. Dissertação de Mestrado (Desenvolvimento Regional)
Faculdade Alves Faria. 2009. 111p. Faculdade Alves Faria. Goiânia, 2009.
O Objetivo desta dissertação foi mostrar a relação entre o desenvolvimento do turismo e as
mudanças na melhoria das condições de vida da população de Caldas Novas. Trata-se de
entender assim os efeitos do turismo no bem estar da comunidade local, como resultado da
dinâmica econômica e da geração de emprego desta atividade, bem como pelas políticas e
ações públicas do município e do Estado para melhorar a infraestrutura e os equipamentos
sociais na cidade. Nesta perspectiva foram analisados, de uma parte, os processos de
construção e crescimento dos empreendimentos e serviços turísticos e de outra, a construção e
o fornecimento dos serviços básicos de atendimento a população local e aos turistas. Para essa
análise foram utilizados indicadores sobre o mero de quartos construídos, de empregos
gerados, melhoria dos serviços de saúde, da educação, das condições da moradia e do médio
ambiente, dentre outros. A informação foi obtida em diversas fontes bibliográficas e em
trabalho de campo, mediante entrevistas a pessoas chave vinculadas ás atividades turísticas,
ao comércio, a atividades sócio-ambientais e ao governo municipal e estadual. A pesquisa
realizou uma análise das diversas modalidades de turismo que oferece o município de Caldas
Novas na sua área urbana e rural, onde além das águas quentes como atrativo principal, inclui
a programação de eventos e o turismo de aventura, lazer, ecoturismo e de negócios.
Igualmente foi realizado um estudo sobre as mudanças na modalidade de alojamentos que
vem acontecendo na cidade de Caldas Novas. O município apresentou um crescimento
acentuado e sem planejamento resultando em uma deficiência em infra-estrutura básica e um
impacto negativo ao meio ambiente. A incorporação dos aspectos ambientais à prática do
planejamento e gestão ambiental do município é necessária para consolidar uma configuração
de usos e funções mais apropriados a região.
Palavras chave: sustentabilidade, desenvolvimento regional, turismo
9
ABSTRACT
MAGALHAES, Shirley Andrade. Tourism development and life conditions in the municipal
district of Caldas Novas. Dissertation (Development) - Faculty Alves Faria. 2009. 111p.
Faculty Alves Faria. Goiânia, 2009.
The aim of this dissertation was to show the relation among the development of the
tourism and the changes in the improvement live condition of the population from Caldas
Novas-GO. It’s deal about to understand like this the effects of the tourism in the comfort of
the local community, as a result of the economic dynamics and of the generation job of this
activity, as well as the politics and the public actions of the district of the state to improve the
infrastructure and the social equipments in the city. In this perspective were analyzed, of a
part, the process of construction and increase of the enterprise and tourist services and
another, the construction and the basic services supply of attending the local population and
the tourists. For this analysis were used indicators about the numbers of rooms built, the
employments produced, improvement of the health services, the education, the conditions of
habitation and the medium environment, and so on. The information were obtained in several
bibliographic sources and in a field reserch, through interviews to key people connected to
touristic activities, trade, activities social environment and to the state and municipal
government. The research realized an analysis of the several mode of tourism that offers to
the district of Caldas Novas in its rural and urbanity zone, where besides the hot waters as the
principal attraction, include the program of events and the tourism of adventure, leisure,
ecotourism and the business. In the same way was realized a study about the changes in the
accommodation model that comes happening in the city of Caldas Novas.
The city grew sharp
and unplanned resulting in basic infrastructure deficiency and negative impact on the
environment. The incorporation of environmental aspects to the practice of environmental
planning and management of the municipality is required to consolidate a configuration of
uses and functions more appropriate to the region.
Key words: Sustainability, regional development, tourism
10
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Comportamento do Nível do lençol freático do aquífero termal de Araxá,
localizado no município de Caldas Novas...................................................
18
Figura 2 - Quadro pintado a óleo por Félix Emílio Taunay da lagoa de Pirapitinga...... 24
Figura 3 – Primeiro Hotel construído em Caldas Novas................................................. 27
Figura 4 – Mapa de acesso ao município de Caldas Novas saindo das grandes
metrópoles....................................................................................................
29
Figura 5 - Relação dos principais afluentes da região no entorno de Caldas
Novas...........................................................................................................
30
Figura 6 – Principais rodovias de acesso a Caldas Novas.............................................. 31
Figura 7 – Serra de Caldas Novas (ao fundo)................................................................. 32
Figura 8 Modelo esquemático do Fluxo de água subterrânea de Caldas Novas e Rio
Quente..........................................................................................................
34
Figura 9 – Aquíferos existentes na seção geológica no município de Caldas Novas..... 37
Figura 10 Crescimento do número de empregos em Caldas Novas, nos anos de
1996 a 2007.................................................................................................. 41
Figura 11 - Quantidade de estabelecimentos divididos por
setores.......................................................................................................... 42
Figura 12 - Quantidade de empregos divididos por
setores.......................................................................................................... 43
Figura 13- Crescimento PIB Nominal - Ano Base 1999 a 2006..................................... 45
Figura 14 Crescimento da contribuição dos setores no PIB Nominal de Caldas
Novas...........................................................................................................
46
Figura 15 – Crescimento Produto Interno Bruto per capita de Caldas Novas no
período de 1999 a 2006................................................................................
47
Figura 16 Quantidade de visitantes no Parque Estadual Serra de Caldas no período
de 2004-2008................................................................................................
76
Figura 17 Quantidade de leitos disponível em Caldas Novas (Hotéis, pousadas,
apart-hoteis e flat)........................................................................................
79
Figura 18 Efeito da expansão da construção civil no município de Caldas Novas e
construção de novos empreendimentos benéficos a cidade.........................
80
Figura 19 Perfil do uso e ocupação do solo no município de Caldas Novas na
década de 70 e após década de 80................................................................
81
11
Figura 20 Quantidade de piscinas termais e frias dos parques aquáticos, hotéis e
pousadas em Caldas Novas..........................................................................
83
Figura 21 Relação de Unidades habitacionais (série 1) segundo o tipo de instalação
e estimativa do número de empregos diretos gerados (série 2)...................
84
Figura 22 – Quantidade de ligações de água tratada no município de Caldas Novas..... 87
Figura 23 – Mortalidade infantil no município de Caldas Novas................................... 89
Figura 24 Taxa de analfabetismo no município de Caldas Novas nos períodos de
1970 a 2000..................................................................................................
90
Figura 25 – Situação das áreas de preservação permanente em Caldas Novas...............
96
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 Evolução da população total, rural e urbana no município de Caldas
Novas do período de 1980 a 2007..........................................................
39
Tabela 2 Relação de empregados admitidos e desligados no período de 1996-
2007 no município de Caldas Novas......................................................
44
Tabela 3 – Número de Unidade de Saúde no Município de Caldas Novas............. 48
Tabela 4 - Número de escolas, salas de aula, número de docentes, alunos
matriculados e taxa de analfabetismo (população de 10 anos ou mais
de idade) - 2000, 2005 – 2006................................................................
49
Tabela 5 - Efeitos/impactos do turismo nas modalidades turísticas - opinião dos
entrevistados...........................................................................................
77
Tabela 6 - Quantidade de ligações de esgoto no município de Caldas Novas, no
período de 2002, 2004 a 2005, 2007 a 2008..........................................
85
Tabela 7 - Efeitos/impactos do turismo na infra-estrutura de Caldas Novas- visão
dos entrevistados....................................................................................
86
Tabela 8 Quantidade de consumidores de energia elétrica no período de 1999-
2008........................................................................................................
87
Tabela 9 – Quantidade de leitos e hospitais no município de Caldas Novas........... 88
Tabela 10 Quantidade de empregos formais no município de Caldas Novas e
rendimento médio no período de 1998 a 2007.......................................
91
Tabela 11 - Efeitos/impactos do turismo no emprego/renda da população de
Caldas Novas- opinião dos entrevistados...............................................
92
Tabela 12 - Efeitos/impactos do turismo na cultura de Caldas Novas- visão dos
entrevistados...........................................................................................
93
Tabela 13 - Efeitos/impactos do turismo no meio ambiente de Caldas Novas-
opinião dos entrevistados.......................................................................
95
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 15
1. CARACTERIZACÃO DO MUNICÍPIO DE CALDAS
NOVAS........................................................................................................................
23
1.1 Origem e Processo Histórico do Município ...................................................... 23
1.2 Aspectos geográficos e Ambientais.................................................................... 28
1.2.1 Localização e acessibilidade.............................................................................. 28
1.2.2 Geomorfologia e a função de recarga dos aqüíferos da Serra de Caldas
Novas...........................................................................................................................
31
1.3 A origem e manutenção das águas quentes de Caldas Novas.......................... 33
1.4 Aspectos demográficos....................................................................................... 38
1.5 Aspectos socioeconômicos.................................................................................. 40
1.5.1 Principais fontes de emprego e renda do município........................................... 40
1.5.2 Estrutura Produtiva Municipal: Composição do PIB por Setores e as
Mudanças na estrutura produtiva setorial em Caldas Novas.......................................
44
1.5.3 Infra-Estrutura básica: A situação da saúde, educação e habitação.................... 47
1.5.4 A Importância do Setor Turismo na Expansão Demográfica e Econômica de
Caldas Novas............................................................................................................... 50
2. ASPECTOS TEORICOS E CONCEITUAIS SOBRE
DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO, CONDIÇÕES DE VIDA,
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E POLITICAS PÚBLICAS...................
52
2.1. O Desenvolvimento e o Crescimento................................................................. 52
2.2 O papel do turismo no desenvolvimento social................................................. 57
2.3 O conceito de indicadores e seu papel como instrumento de medição de
condições, processos e mudanças.............................................................................. 59
2.4 Indicadores sobre o desenvolvimento do turismo............................................. 60
2.5 O conceito de condições de vida..........................................................................
61
2.6 Indicadores sobre condições de vida.................................................................. 63
2.7 O conceito de impacto ambiental........................................................................
65
2.8 Indicadores sobre impacto ambiental ocasionado pelo turismo...................... 68
2.9 Políticas públicas para o turismo........................................................................
70
14
3. O DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO E SEU IMPACTO SOBRE AS
CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO E O MEIO AMBIENTE EM
CALDAS NOVAS......................................................................................................
75
3.1. O Desenvolvimento das Modalidades Predominantes de Turismo no
Município de Caldas Novas.......................................................................................
75
3.2. O Desenvolvimento da Infraestrutura do Turismo em Caldas Novas........... 78
3.3. As Transformações das Condições de Vida Urbana em Caldas Novas a
partir das Atividades Turísticas...............................................................................
84
3.3.1. Infraestrutura Básica.......................................................................................... 84
3.3.2. A Melhoria do Emprego e da Renda em Caldas Novas como conseqüência
do Turismo...................................................................................................................
91
3.3.3. As transformações culturais provocadas pelo turismo e participação da
população na formulação de políticas públicas voltadas para o turismo.....................
92
3.4. O Impacto Ambiental na Cidade como Conseqüência do Turismo............... 94
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................ 98
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 102
APÊNDICE A............................................................................................................. 109
15
INTRODUÇÃO
O município de Caldas Novas nasceu do desbravamento dos bandeirantes na exploração
do ouro ocorrida no Estado de Goiás no início do século XVII. Entretanto, foi o
descobrimento das águas termais que fez com que o município desenvolvesse as atividades
turísticas, o comércio e outras atividades econômicas. Hoje, as águas termais constituem o
principal recurso natural que possibilitou ao município se tornar uma das principais atrações e
destino turístico no nível nacional.
Procurou-se estudar o processo de desenvolvimento turístico de Caldas Novas e analisar
de que forma o turismo tem contribuído para a melhoria das condições de vida da população
do município. Com esta perspectiva analisou-se as características naturais do município, a
infraestrutura instalada para atender o turismo e alguns indicadores que permitiram verificar
as mudanças na qualidade de vida urbana, das moradias da população e outros aspectos sócio-
ambientais.
A atividade turística no município é o grande precursor do crescimento observado, rege
desde os aspectos socioculturais ao econômico. O fortalecimento desta atividade faz com que
o município se destaque dentre os demais municípios do Estado de Goiás.
Os indicadores utilizados para verificar a qualidade de vida do município de Caldas
Novas, relacionados à renda, emprego e educação apresentaram bom desempenho, superando
até a média estadual. O município de Caldas Novas apresenta um aumento no número de
empregos e crescimento de estabelecimentos. O Produto Interno Bruto per capita apresenta
um aumento gradativo, não sendo influenciado com a explosão demográfica observada no
período analisado. A taxa de analfabetismo no município é menor do que a estadual, sendo o
município o segundo município do sul goiano com maior número de escolas.
O complexo hoteleiro do município continua se expandindo. Nota-se um crescente
incremento no número de leitos. O reflexo deste aumento é observado no número de
empregos diretos e indiretos que são gerados. Neste sentido sugere-se que o município
formule e execute políticas blicas relacionados à educação ambiental, visando à
sustentabilidade da atividade e a preservação de seus recursos naturais fonte de sua riqueza.
16
Objetivos
Objetivo Geral
Estudar o desenvolvimento turístico do município de Caldas Novas – GO, conhecendo o
seu impacto na melhoria das condições de vida da população e apresentando sugestões para a
implementação de políticas públicas.
Objetivos Específicos
- Estudar o desenvolvimento turístico do município a partir do incremento dos
estabelecimentos e infraestrutura turística instalados no município com base na exploração
das águas quentes, estabelecendo o impacto dessa atividade na melhoria das condições de
vida da população local e apresentando sugestões para a formulação de políticas públicas
- Selecionar e aplicar um conjunto de indicadores que permitam estabelecer o
crescimento da atividade turística e a melhoria das condições de vida da população.
- Pesquisar o incremento das instalações e infra-estrutura turística com base na
exploração das águas quentes para conhecer o número de empregos gerados pela atividade
turística.
- Propor algumas iniciativas para subsidiar a formulação de políticas públicas
municipais com base nas análises das condições de vida constatadas com a aplicação dos
indicadores.
Justificativa
Diante da importância do potencial turístico existente no município, baseado
principalmente nas águas quentes e, prevendo a degradação do recurso por uma exploração
excessiva, em 1996, uma lei proibiu a abertura de novos poços artesianos que visavam
explorar os lençóis termais de Caldas. Nem todos os impactos desta proibição ainda não
foram avaliados, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento da cidade. No entanto,
17
sabe-se que a exploração e/ou disponibilidade de um recurso mineral de tamanho interesse
social (seja por aspectos de saúde, lazer e entretenimento) torna-se um indicador com
potencialidade para ser manejado adequadamente e melhorar a qualidade de vida do
município.
Ao abordar este assunto, o presente trabalho trás o cenário de uma cidade cujo potencial
econômico concentra-se na exploração turística, buscando entender que impactos sócio-
ambientais foram ocasionados. Entretanto, apresentam-se igualmente algumas recomendações
com o fim de que a administração e gestão municipal mitiguem esses impactos e possa
promover o desenvolvimento econômico dentre de parâmetros de sustentabilidade da
atividade turística.
De acordo com dados da literatura, o lençol freático de águas quentes do município de
Caldas Novas sofreu uma degradação até o ano de 1966 (Figura 1), devido a que a exploração
dessas águas vinha sendo realizada de forma desordenada e sem controle. O DNPM
(Departamento Nacional de Produção Mineral) observou uma baixa expressiva do lençol
freático em Caldas Novas. Em quatro anos, de 1992 a 1996, o lençol teve um rebaixamento de
20 metros, devido à exploração acentuada no município.
Foi, então, estabelecida uma normatização para a exploração das águas quentes com
base em licenciamento e restrições por órgãos ambientais estaduais e municipais, que visaram
a sua conservação. Essa medida recuperou notavelmente o lençol freático, elevando seu nível
para até 25 metros. Entretanto, os impactos econômicos desta medida restritiva não foram
avaliados com relação ao desenvolvimento econômico do município.
18
Figura 1 Comportamento do Nível do lençol freático do aquífero termal de Araxá,
localizado no município de Caldas Novas.
Fonte: Departamento Nacional de pesquisa Mineral – DNPM, 2009.
Estudar o desenvolvimento turístico do município a partir do incremento dos
estabelecimentos e da infra-estrutura turística instalados no município com base na
exploração das águas quentes e estabelecer o impacto dessa atividade na melhoria das
condições de vida da população local, após o período desta normalização, torna-se de grande
valia. Dessa maneira se puderam conhecer os benefícios e os impactos da exploração deste
valioso recurso e propor algumas recomendações com a finalidade de garantir maior
sustentabilidade e permanência das águas termais como principal atrativo e fonte de
desenvolvimento econômico do município.
A proibição da exploração do lençol freático no município a partir de 1996, depois do
rebaixamento sofrido, demonstrou a conveniência desta medida com a sua recuperação
progressiva nos anos seguintes.
Metodologia
A pesquisa para a presente dissertação foi desenvolvida com base em informação
fundamentalmente secundária ou bibliográfica e complementada com entrevistas em trabalho
de campo junto a pessoas chave do município. Estas foram escolhidas por representarem
segmentos sociais e econômicos locais importantes, tais como associações, cooperativas,
complexos hoteleiros, instituições governamentais e não governamentais.
620.00
625.00
630.00
635.00
640.00
645.00
650.00
655.00
1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010
ANO
NÍVEL DO LENÇOL FREÁTICO
ARA
19
Foram coletados dados em bases bibliográficas disponíveis no município sobre questões
de saneamento, infraestrutura básica para o turismo e atrações (piscinas, centro de
convenções). A pesquisa de campo foi realizada no mês de julho de 2009 com 23 pessoas
intimamente ligadas com a atividade, com a seguinte representação: 56,5% associações de
classe e fundações, 21,7% órgãos públicos, 8,7% impressa local, 8,7% serviços sociais e 4,3%
comércio local. Este abordou os efeitos do turismo para a população local em que os assuntos
podem ser vistos no apêndice A, que foram escolhidos como pontos para verificação do
desenvolvimento do turismo no município, contendo tanto perguntas objetivas como uma
dissertativa (aberta).
Do questionário foi analisada percentualmente a opinião nas respostas, e exposta em
gráficos e tabelas. Essas foram utilizadas para comparar com os dados e trabalhos
bibliográficos disponíveis sobre os assuntos no município a fim de ratificar as informações
coletadas.
A busca da informação bibliográfica foi orientada para subsidiar a aplicabilidade dos
indicadores que foram utilizados para a constatação das mudanças nas condições de vida da
população. Foram selecionados aspectos com informações disponíveis para o período entre
1996 a 2006, após a normalização da utilização das águas termais de Caldas Novas. Órgãos
públicos com dados censitários disponíveis foram consultados e utilizados, principalmente o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Secretaria de Planejamento de
Goiás- Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação (SEPLAN). Igualmente foram
consultados e utilizados dados disponíveis dos Ministérios do Trabalho, Cidades, Educação e
Saúde. O período de cada dado varia conforme a disponibilidade encontrada nessas
instituições.
Observa-se que os dados utilizados advêm de órgãos estaduais e federais, dada a
insuficiência e/ou ausência de dados municipais disponíveis. Esta deficiência é agravada pelo
cenário político vivenciado pelo município. A instabilidade e oscilações no governo local
impossibilitaram que dados estatísticos ou censitários estivessem disponíveis. A cada
mudança de governo municipal, os dados são eliminados para dar inicio a um novo ciclo.
Os indicadores usados neste trabalho foram:
20
a) Renda: Produto Interno Bruto (PIB) per capita, com o objetivo de analisar se tem
diminuído ou aumentado essa proporção no período de pesquisa. O PIB per capita é um
indicador universalmente utilizado em análise de desenvolvimento. Alguns autores ressaltam
na literatura que este índice faz uma agregação dos indicadores econômicos (produto, renda,
despesa), e por dividirem esses indicadores pelo número total de habitantes o valor per capita
é um indicador utilizado para analisar a qualidade de vida de uma população.
Para utilização deste indicador, foram obtidos os dados junto à SEPLAN no período de
1999 a 2006. Segundo os pesquisadores do Instituto, os dados de 1996 a 1998, não se
encontram mais disponíveis devido a uma mudança do órgão de realizacão dos calculos, e
mudanças de metodologia.
b) Educação: Taxa de analfabetismo e/ou proporção de alunos potenciais na escola. O
índice de analfabetismo também é bastante utilizado para mensurar o nível de
desenvolvimento humano em uma região. Sabe-se que em países com renda baixa, com
predominância de pobreza e miséria, esse índice tende a ser cada vez mais alto.
Para utilização deste indicador, foram obtidos os dados junto ao Ministerio da Cidade
no período de 1970 a 2000 e dados do SEPIN no período de 2005 a 2006.
c) Condições da Habitação: número de moradias com instalação de água potável,
energia ou esgoto. A disponibilidade de saneamento básico em uma dada região reflete as
condições de vida que uma população possui. As questões de pobreza e miséria são
severamente associadas às condições de moradia e qualidade de vida. Os dados destes
indicadores foram obtidos junto ao órgão municipal o DEMAE Departamento de água e
esgoto de Caldas Novas e na SEPLAN- Secretaria de Planejamento. Os dados de esgoto e
água tratada compreendem o período de 2002 a 2008.
d) Saúde: Os indicadores mais utilizados para mensurar esse aspecto são índice de
mortalidade infantil e quantidades de leitos. Dados do SEPLAN foram utilizados para a
análise destes indicadores.
e) Emprego: número de pessoas empregadas ou desempregadas ressaltando a
proporção de pessoas que vivem do turismo das águas quentes. Para este índice, serão
21
utilizados os dados da plataforma do Ministério do Trabalho e Emprego e, com a metodologia
de agrupamento do IBGE.
f) Questão ambiental: condiçoes ambientais de exploração de recursos minerais,
número de moradias com esgoto ou percentagem (%) da estrutura urbana com esgoto;
percentagem (%) da cidade que tem coleta de lixo.
Para determinar o desenvolvimento do turismo, foram analisados os estabelecimentos
turísticos, particularmente hotéis que utilizam as águas quentes. A análise buscou demonstrar
o crescimento do número de quartos construídos no mesmo período a partir da proibição da
utilização do lençol freático compreendido entre 1996 a 2007. Os dados disponíveis
enquadram-se neste período, sendo disponibilizados para os anos de 1998, 2003, 2004 e 2008.
A disponibilidade de informações para esses indicadores sobre condições de vida e
turismo foi complementada com uma pesquisa de campo com pessoas chave do município,
tais como funcionários do governo municipal ligados ao turismo na cidade, membros das
associações de classe (Associação ligadas ao turismo), principalmente dos setores turísticos e
do comercio, bem como líderes sociais e comunitários dos bairros periféricos em que o
desenvolvimento turístico não tem levado muitos benefícios.
O questionário (apêndice A), aplicado em julho de 2009, foi composto de 23 perguntas,
sendo estas 22 objetivas e uma questão aberta. A análise deste foi realizada com base em
variáveis discretas. Os 23 entrevistados pontuaram, em uma Escala de Likert de 0 a 4, os
efeitos do desenvolvimento da atividade turística no município, em que respectivamente afere
estes efeitos em nenhum, fraco, médio, bom e excelente. O número de opiniões por classe foi
transformado em dados percentuais, seguido de análise descritivo.
As análises realizadas nesta dissertação permitiram a elaboração de três capítulos. O
primeiro capítulo contempla um histórico marcado pela origem do município, bem como sua
caracterização sob aspectos geográficos, geológico, demográfico, socioeconômicos e
ambientais. Assuntos como acessibilidade, limites do município também compõem este
capitulo, assim como, um breve relato sob a ocorrência de águas termais no município sem o
fenômeno do vulcanismo.
22
O segundo capítulo contém aspectos teóricos e conceituais sobre desenvolvimento
turístico, condições de vida, sustentabilidade ambiental e políticas públicas no município de
Caldas Novas e gerais.
O terceiro capítulo trata do desenvolvimento turístico e seu impacto sobre as condições
de vida da população e o meio ambiente em Caldas Novas. Este capítulo incorpora os
resultados da pesquisa sobre a informação secundária analisada e sobre o trabalho de campo
realizado com pessoas chave do município.
23
1. CARACTERIZACÃO DO MUNICÍPIO DE CALDAS NOVAS
A atividade turística no município é o grande precursor do crescimento observado, rege
desde os aspectos econômicos aos socioculturais. O fortalecimento desta atividade faz com
que o município se destaque dentre os demais municípios do Estado de Goiás.
Dos indicadores utilizados para verificar a qualidade de vida do município de Caldas
Novas, os relacionados à renda, emprego e educação, apresentaram bom desempenho,
superando até a média estadual. O município de Caldas Novas apresenta um aumento no
número de empregos e crescimento de estabelecimentos. O PIB per capita apresenta um
aumento gradativo, não sendo influenciado com a explosão demográfica observada no
período analisado. A taxa de analfabetismo no município é menor do que a estadual, sendo o
município o segundo do sul goiano com maior número de escolas.
O complexo hoteleiro do município continua se expandido. Nota-se um crescente
incremento no número de leitos. O reflexo deste aumento é observado no número de
empregos diretos e indiretos que são gerados, podendo ser 5,5 por unidade habitacional
(UHS).
1.1 Origem e Processo Histórico do Município
A história do município é datada com mais de dois séculos. Em 1722, quando o
bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva (o filho do Anhanguera), chegou aos sertões dos
guaiases à procura de jazidas de ouro, teve seu primeiro contato com os povos que habitavam
a região. Segundo Luiz (2005) e Elias (1994), tratava-se das tribos dos índios Caiapós e
Xavantes, que possuíam hábitos já conhecidos dos indígenas como ausência de uso de
vestuário (nudismo), atividades de pesca e caça predominante, fabricação de armas e
cerâmicas, instrumentos musicais baseados em fibra de vegetais, e senso religioso apurado.
Embora as águas quentes sejam a maior riqueza mineral de caldas novas, foi a marca
pelo ouro que trouxe para o município o garimpeiro Martinho Coelho de Siqueira (Elias,
1994 p. 40). Em 1777, um garimpeiro paulista, Martinho Coelho de Siqueira, vindo dos lados
de Santa Cruz, hoje uma das cidades mais antigas localizada a 69 km de Caldas Novas,
exercendo seu papel de caçador, adentra as matas alertado pelo alarido de seus cães, vai em
direção
do barulho, na certeza de que havia algum animal por perto, e é surpreendido ao se
deparar com os cães escaldados pelas águas quentes do lugar.
com
o lagoa de Pirapitinga (Figura 2
e está registrado em um belo quadro pintado a óleo por Félix Emílio Taunay, que em 1962
constava num catálogo de exposição de pintura na escola de belas artes do Rio de Janeiro
(Elias, 1994; Guia Caldas Novas, 2008).
Ao contornar as serras d
suas encostas, local que, mais tarde recebeu o nome de
hoje Pousada do rio Quente. Apesar de terem sido descobertas no início do século
XVII, as fontes termais da Serra de S
mais de meio século. Os banhos termais eram privilégio apenas dos índios da
região, que sabiam de seu valor medicinal e revigorante (Guia Caldas Novas, 2008,
sp).
Figura 2 -
Quadro pintado a óleo por Félix Em
(Fonte: Guia Caldas Novas, 2008
Em 1778, Martinho resolve fixar moradia em Caldas Novas. Para diversos historiadores
Martinho Coelho de Siqueira é considerado o descobridor dessas terras, que hoje pertencem
ao municípi
o de Caldas Novas, pois ele não apenas descobriu a região, como também nela se
estabeleceu, construindo ali a primeira morada. Essa morada era a sede de sua fazenda,
Fazenda das Caldas, e, ainda hoje, embora modificada, está preservada dentro da propriedad
do SESC, sendo relatada em diversos documentos de historiadores como João Emanoel Pohl e
Oscar Santos, os quais podem ser observados, no terceiro capítulo da obra referência “Caldas
Novas: Ontem e
Hoje” de Ana Cristina Elias 199
do barulho, na certeza de que havia algum animal por perto, e é surpreendido ao se
deparar com os cães escaldados pelas águas quentes do lugar.
Essa cena, no lugar conhecido
o lagoa de Pirapitinga (Figura 2
), tem grande importância para a história de C
e está registrado em um belo quadro pintado a óleo por Félix Emílio Taunay, que em 1962
constava num catálogo de exposição de pintura na escola de belas artes do Rio de Janeiro
(Elias, 1994; Guia Caldas Novas, 2008).
Ao contornar as serras d
e caldas encontrou diversas fontes de águas quentes nas
suas encostas, local que, mais tarde recebeu o nome de
R
hoje Pousada do rio Quente. Apesar de terem sido descobertas no início do século
XVII, as fontes termais da Serra de S
anta Cruz ficaram praticamente esquecidas por
mais de meio século. Os banhos termais eram privilégio apenas dos índios da
região, que sabiam de seu valor medicinal e revigorante (Guia Caldas Novas, 2008,
sp).
Quadro pintado a óleo por Félix Em
ílio Taunay da lagoa de Pirapitinga.
(Fonte: Guia Caldas Novas, 2008
Em 1778, Martinho resolve fixar moradia em Caldas Novas. Para diversos historiadores
Martinho Coelho de Siqueira é considerado o descobridor dessas terras, que hoje pertencem
o de Caldas Novas, pois ele não apenas descobriu a região, como também nela se
estabeleceu, construindo ali a primeira morada. Essa morada era a sede de sua fazenda,
Fazenda das Caldas, e, ainda hoje, embora modificada, está preservada dentro da propriedad
do SESC, sendo relatada em diversos documentos de historiadores como João Emanoel Pohl e
Oscar Santos, os quais podem ser observados, no terceiro capítulo da obra referência “Caldas
Hoje” de Ana Cristina Elias 199
4.
24
do barulho, na certeza de que havia algum animal por perto, e é surpreendido ao se
Essa cena, no lugar conhecido
), tem grande importância para a história de C
aldas Novas
e está registrado em um belo quadro pintado a óleo por Félix Emílio Taunay, que em 1962
constava num catálogo de exposição de pintura na escola de belas artes do Rio de Janeiro
e caldas encontrou diversas fontes de águas quentes nas
R
ibeirão de Águas Quentes,
hoje Pousada do rio Quente. Apesar de terem sido descobertas no início do século
anta Cruz ficaram praticamente esquecidas por
mais de meio século. Os banhos termais eram privilégio apenas dos índios da
região, que sabiam de seu valor medicinal e revigorante (Guia Caldas Novas, 2008,
ílio Taunay da lagoa de Pirapitinga.
Em 1778, Martinho resolve fixar moradia em Caldas Novas. Para diversos historiadores
Martinho Coelho de Siqueira é considerado o descobridor dessas terras, que hoje pertencem
o de Caldas Novas, pois ele não apenas descobriu a região, como também nela se
estabeleceu, construindo ali a primeira morada. Essa morada era a sede de sua fazenda,
Fazenda das Caldas, e, ainda hoje, embora modificada, está preservada dentro da propriedad
e
do SESC, sendo relatada em diversos documentos de historiadores como João Emanoel Pohl e
Oscar Santos, os quais podem ser observados, no terceiro capítulo da obra referência “Caldas
25
Os documentos relatam a existência da casa sede, moradia de Marinho, e de varias
outras de sapé, circuncida-instaladas a sede, para estadia de vários garimpeiros e doentes que
vinham em busca do poder curativo das águas termais, principalmente na esperança de curar o
Mal de Hansen.
De acordo com Duarte et al (2003), a partir do descobrimento da propriedade termal das
águas, começam as visitas em busca da cura de problemas de saúde, mas ao longo do tempo
esse público foi se modificando já que os empreendedores não queriam que suas terras
tivessem fama de fonte de cura para leprosos e outros tipos de doença. Inicia-se então uma
considerável mudança na percepção da região pela influência do complexo de Caldas que
deixa de ser medicinal para se tornar um complexo turístico.
Conforme Belisário (2006),
Caldas Novas, nos anos de 1990, absorve três instituições de ensino superior e conta
com várias escolas particulares e públicas de ensino fundamental, além de escolas de
ensino de idiomas, artes e academias de ginástica. A cidade incorpora novas
tecnologias nos ramos da informática, telecomunicação e aviação. São instalados
provedores de internet, casas de jogos em rede. Juntamente com a capital do estado,
é uma das primeiras cidades estaduais a receber serviços telefônicos com tecnologia
de última geração, do tipo GSM. Além de estradas estaduais e proximidade com
rodovias federais, foi construído um novo aeroporto, inaugurado em 2002, com
capacidade de receber aviões de grande porte e vôos diários. Tais investimentos em
infraestrutura de transporte e comunicação inserem a cidade no fluxo de trânsito e de
informações em escala global. Desta forma a região das Águas Quentes passa a ser
conhecida em todo o Brasil e no exterior como a maior estância hidrotermal do
mundo.
Segundo Borges no início do século XXI, Caldas Novas constituiu-se, junto com o
município de Rio Quente, na maior atração turística do estado de Goiás. A rede conecta-se
com grandes centros urbanos do país, como Brasília, Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro,
através de rodovias asfaltadas e de um aeroporto.
Esse aumento significativo da população e principalmente de população flutuante,
turistas em busca das águas termais, gerou no município problemas de infra-estrutura para
atender toda essa população, uma grande alteração ambiental. O grande crescimento do
mercado imobiliário faz com que as nascentes e áreas de preservação sejam invadidas para a
construção de grandes empreendimentos, como hotéis, resorts e apartamentos.
“Entre os impactos ocorrentes na região, tem-se, a crescente exploração dos
recursos hídricos, desmatamento de matas ciliares, poluição sonora e a poluição de
26
rios e lagos resultantes do aumento crescente da emissão de lixo e esgoto
domésticos, sem o devido tratamento.” (Belisario, 2006)
Luiz (2005 p.4-8) traz um relato das principais datas desde as primeiras informações das
águas termais de Caldas ate a primeira faculdade estabelecida no município:
1550 Primeiras informações sobre as águas quentes numa publicação espanhola,
cujo registro descrevia incursões de índios em trilhas;
Século XVII formações das bandeiras em busca de pedras preciosas e índios para
escravizar;
1722 Descoberta das nascentes do Rio Quente por Bartolomeu Bueno Filho, filho
do “Anhanguera”;
1777 Chega Martinho Coelho Siqueira, Bandeirante que lançou a pedra
fundamental de Caldas Novas (1778);
1818 Os poderes curativos das águas termais ajudam o governador do Estado de
Goiás, Fernando Delgado Castilho, a se curar de Reumatismo;
1819 – D. João financia a vinda do naturalista francês August Saint Hilaire que vem
estudar as propriedades das águas quentes;
1842 – A população era de cerca de 200 habitantes;
1850 Construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Desterro; Em 1888 a
igreja passa ser chamada de Nossa Senhora das Dores (padroeira dos doentes) atual
padroeira da cidade;
1857 a resolução provincial nº. 6 de 19 de agosto de 1859, suprime o município
de Vila Bela e anexa seu território ao município de Pouso Alto (Piracanjuba);
1870 – Inaugurada a primeira escola;
1871 A lei estadual . 493, de 5 de julho de 11871, restabelece o município
como o nome de Vila Bela de Morrinhos e Caldas Novas volta a ser distrito de
Morrinhos;
1893 – Agência do Correio
1910 – 1ª casa de banho de Caldas Novas;
1911 A lei estadual nº. 373, de 5 de julho de 1911, cria o município de Caldas
Novas, com território desmembrado de Morrinhos;
1911 – Sendo instalado em 21 de outubro o novo município de Caldas Novas, tendo
a emancipação política e criação;
1915 – Primeiras eleições;
1913 – Primeiras análises científicas das águas termais de Caldas;
1920 – Criação do balneário público;
1923 – Caldas Novas, em 21 de Junho, é elevada à categoria de cidade;
1936 Na divisão territorial do Estado, estabelecida por lei em 31 de dezembro de
1936, o município de Caldas Novas tem três distritos: Caldas Novas (sede), Boa
Vista do Marzagão e São Sebastião do Sapé;
[...]
1948 – O ex-governador Jerônimo Coimbra Bueno juntamente com 11 amigos
adquirem a área da lagoa do Pirapitinga objetivando incrementar o
desenvolvimento de Caldas Novas;
1966 – Abertura da Rodovia ligando Morrinhos a Caldas Novas;
1968 – Inaugurado em Caldas Novas o primeiro clube-hotel com piscinas termais, o
CTC – Caldas Termas Clube;
1997 – 1998 – Implantação do “Parque Estadual da Serra de Caldas”;
1999 – UNICALDAS – Faculdade de Caldas Novas foi fundada, sendo criada
como um estabelecimento de ensino superior;
2002 Outubro inauguração do Ginásio de Esporte Agostinho Gonzaga de
Menezes, com capacidade de 3.000 lugares. Inauguração do aeroporto Nelson
Ribeiro Guimarães e o Terminal de passageiros Carlos Divino de Maria, com uma
pista de 2.100m, apto para grandes aeronaves e com fluxo mensal de 4.000
passageiros em vôos fretados (Luiz, 2005. p. 4-8).
27
Se foi o ouro que impulsionou a chegada dos primeiros habitantes no município de
Caldas Novas, a existência das águas termais foi o que garantiu sua instalação e
desenvolvimento, visto que as jazidas de ouro são limitadas, e os lençóis de águas termais, se
bem administrados, com critérios de sustentabilidade, podem oferecer uma exploração a mais
longo prazo.
Dois fatores contribuíram muito para o povoamento da região: as águas termais e o
ouro que era farto às margens dorrego das Caldas, na época denominado
Córrego das Lavras. Entusiasmado com o manancial de águas quentes, Martinho
Coelho fixou residência ali, de olho também nas minas de ouro que se
multiplicavam: apossou de uma vasta gleba de terra na localidade e construiu o sitio
das Caldas, em seguida requereu a sesmaria (direito de posse) das terras,
legalizando suas propriedades, onde se dedicou ao garimpo de ouro. Logo a notícia
da existência de ouro e do valor medicinal das águas se espalhou atraindo centenas
de forasteiros e doentes, que construíram barracos às margens do córrego das
lavras. (Guia Caldas Novas, 2008. sp.).
Segundo os registros históricos de Galli (2008) em 1964, é construído o primeiro hotel
em Caldas Novas pelos descendentes do médico mineiro Ciro Palmerston, de madeira com
um total de 20 quartos (Figura 3). Este se torna o modelo para construção do Hotel Pousada
(1971) e do Hotel Turismo (1977), primeiro hotel cinco estrelas da hotelaria de Goiás.
Figura 3 – Primeiro Hotel construído em Caldas Novas.
Fonte: Galli (2008).
28
Após quase seis décadas, a família Palmerston vende o empreendimento hoteleiro para
dois grupos de investidores, um de Uberlândia e outro de Goiânia. Atualmente esse complexo
hoteleiro, considerado o maior do mundo para águas termais é conhecido como Rio Quente
Resorts. Hoje o município conta com um parque hoteleiro composto de 140 unidades, que
representam 9.570 UHS, gerando oferta de 39.816 leitos (dados de 2005). O mesmo autor
ressalta ainda que a população fixa de Caldas Novas seja de 70 mil habitantes, versus a
flutuante de 100 mil. No término de 2004, registrou-se a passagem pelo município de dois
milhões de pessoas.
1.2 Aspectos geográficos e Ambientais
1.2.1 Localização e acessibilidade
A cidade de Caldas Novas está situada entre o paralelo 17º 30’ de latitude sul e entre o
meridiano de 48º
30’ a Oeste de Greenwich. Integra a Microrregião 14 (“Meia Ponte”), que
engloba 17 municípios, situada na porção Centro-Sul do Estado de Goiás (Duarte et al, 2003).
Sua altitude varia de 520-1043 metros, com área total de 1.604 Km². Com clima tropical
semi-úmido, temperaturas variando entre 18 -31ºC, e precipitação média anual de 1.400 a
1.700 mm pluviômetros, possui duas estações bem definidas: seca e chuvosa (Costa, Silva Jr e
Santos, 2007).
O município de Caldas Novas tem uma localização privilegiada dentro do Estado,
que as distâncias são de 156 km desde Goiânia, a 297 km de Brasília, 190 km de Uberlândia e
a 758 km da cidade de São Paulo (Figura 4).
29
Figura 4 – Mapa de acesso ao município de Caldas Novas saindo das grandes metrópoles
Fonte: Site Hotel Parque das primaveras - http://www.hpprimaveras.com.br/caldas/localizacao.htm
Esta localização proporciona um acesso fácil ao município possibilitando o
desenvolvimento do turismo, bem como da escoação da sua produção.
Em Goiás os acessos a cidade de Caldas Novas têm sido ampliados. Em 1966 o acesso
pavimentado era pela cidade de Morrinhos, hoje se tem várias rodovias estaduais que
permitem o acesso a Caldas Novas, pois conta-se com estradas saindo de Goiânia, Ipameri,
Marzagão e Pires do Rio e Piracanjuba. Os limites municipais são definidos, segundo Costa,
Silva Jr e Santos (2007), tomando por base os principais rios que passam por esta região
(Figura 5).
30
Figura 5 - Relação dos principais afluentes da região no entorno de Caldas Novas.
Fonte: Peixoto Filho (2000)
31
No mapa (figura 5) pode-se observar que o município de Caldas Novas é limitado a
noroeste pelo Rio Piracanjuba, ao sudeste pelo Rio do Bagre, pelo sudoeste o Rio do Peixe e o
Rio Corumbá que limita o município ao Leste e Sul, sendo o principal curso de água da
região. (Costa, Silva Jr e Santos, 2007).
As principais rodovias de acesso para o município de Caldas Novas são as GO-139;
GO-213 e GO- 412 (Figura 6).
Figura 6 – Principais rodovias de acesso a Caldas Novas.
Fonte: Google Maps (2008)
1.2.2 Geomorfologia e a função de recarga dos aqüíferos da Serra de Caldas Novas
As formações geomorfológicas do município de Caldas Novas são caracterizadas por
duas feições distintas: A Serra de Caldas Novas e o Planalto circunvizinho. A Serra de Caldas
(Figura 7) exibe uma forma elíptica com eixos de 15 a 9 km, com a superfície grosseiramente
horizontalizada com leve caimento para oeste e sudoeste. Possui altitude máxima de 1043
metros no nível do mar. Sua formação é dada pela resistência de quartzitos ao intemperismo
(Albuquerque, 1996; Luiz, 2005).
32
Figura 7 – Serra de Caldas Novas (ao fundo).
Fonte: Luiz Maron (2008) – disponível em http://www.panoramio.com/photo/10560528
Resultante de processos erosivos que atuam na superfície, o planalto circunvizinho a
Serra é formado a partir do terciário inferior datado em mais de 65 milhões de anos (Luiz,
2005). Segundo o mesmo autor, este planalto tem relevos mais enérgicos em direção ao Rio
Corumbá, a leste do município.
De acordo com Costa e Biella (2006), vários cursos d água drenam o perímetro urbano e
suas imediações, sendo o principal deles o Córrego de Caldas que nasce na Serra de Caldas
Novas na região Oeste do município e deságua ao Leste, na margem direita do Rio
Pirapitinga. Este que, por sua vez, desemboca atualmente no lago formado pelo represamento
do Rio Corumbá para a instalação da UHE Corumbá I. O Córrego de Caldas, por ter sua
nascente dentro da área preservada do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PESCAN),
não tem tido maiores problemas com relação à preservação desta parte alta da bacia.
33
De acordo com Campos, Tröger e Haesbaert (2005), desde o ponto de vista regional, a
Serra de Caldas é de extrema importância para as águas termais, pois é naquele setor onde se
processa o maior volume de recarga das águas quentes, tanto do Aquífero Paranoá, quanto do
Aqüífero Araxá (por mistura).
De acordo com Campos, Tröger e Haesbaert (2005):
Em função da grande importância da Serra de Caldas do ponto de vista de recarga
dos aquíferos, é fundamental que esta região seja mantida como área de
preservação ambiental com o mínimo uso e ocupação, como é o caso do Parque
Estadual da Serra de Caldas Novas. (Campos, 2005)
Assim a Serra de Caldas possui duas funções para o município de Caldas Novas: uma
relacionada a geologia do local, sendo responsável pela recarga dos aqüíferos da região, e
outra relacionada ao turismo. A Serra de Caldas torna-se o principal ponto eco-turístico, pois
apresenta características de uma unidade de conservação ambiental de proteção integral.
1.3 A origem e manutenção das águas quentes de Caldas Novas
Desde a descoberta das águas existe a crença de que a origem do aquecimento das águas
é vulcânica, porém o aquecimento das águas da região não tem vinculação com vulcanismo.
De acordo com Campos, Tröger e Haesbaert (2005)
A região das águas termais do sudeste do estado de Goiás comporta uma das
maiores ocorrências de águas quentes sem vinculação com vulcanismo ou outro tipo
de magmatismo. O aquecimento se processa a partir do grau geotérmico, que
representa o aumento da temperatura com o gradual aumento da profundidade.
Nesse caso, as águas de chuva que se infiltram através do solo e rochas falhadas e
fraturadas, alcançam profundidades maiores que 1000 metros e chegam a
temperaturas cerca de 50
o
C mais elevadas que a média anual na superfície. Depois
de aquecidas, as águas migram em direção à superfície por sistemas de fraturas e
quando interceptam a superfície formam as nascentes termais.
Segundo Peixoto Filho (2000), o grau geotérmico é definido como sendo a
profundidade necessária para aumentar a temperatura de 1ºC, variável numa mesma vertical,
pelo menos nos primeiros quilômetros da crosta terrestre. O gradiente Geotérmico depende da
espessura da crosta, no qual assume baixos valores em zonas de coberturas geossinclinais de
grandes espessuras sedimentadas e elevados valores nas zonas de menor espessura,
34
principalmente, onde estas são tectonicamente ativas, fraturadas e associadas às atividades
vulcânicas recentes.
O esquema proposto por Luiz (2005) mostra como se o aquecimento das águas em
Caldas Novas (Figura 8) e também em Rio Quente. As águas de chuvas que penetram no solo
e descem em profundidade de cerca de 1500 metros, através de grandes fraturamentos, no
contato com as rochas, são mineralizadas e aquecidas pelo fenômeno denominado de
gradiente geotérmico. Existem dois sistemas de circulação de recarga do lençol:
O 1 ° sistema de circulação, com recarga na Serra de Caldas Novas, permite a
descida de água em profundidades de até 1500 metros, atingindo cerca de 75°C.
Estas águas sobem, após aquecidas, e constituem as águas da Pousada do Rio
Quente (misturada com águas mais frias) e as águas dos poços com maiores
temperaturas de Caldas Novas (59°C). É denominado de aquífero Paranoá. O
sistema de circulação, com recarga em volta da Serra de Caldas Novas e com cotas
acima de 720 metros, originam a maior parte das águas de Caldas Novas (com
temperatura em torno de 38 a 40°C). É denominado de Aqüífero Araxá. A
exploração das águas termais aconteceu de forma descontrolada, onde se explorava
poços por até 24 horas seguidas, a cidade era abastecida por água termal. Todo esse
descontrole acarretou em um significativo rebaixamento do lençol, fazendo com
que se necessitasse de medidas urgentes para a manutenção das águas termais.
Figura 8 – Modelo esquemático do Fluxo de água subterrânea de Caldas Novas e Rio Quente.
Fonte: Luiz (2005)
35
Campos, Tröger e Haesbaert (2005), ressaltam a carência de informações, não existindo
estudos consistentes sobre os vários aquíferos e as causas do hidrotermalismo, apesar da
importância das águas subterrâneas para a região de Caldas Novas. Em estudos os autores
afirmam que na região de Caldas Novas, existem três grupos de aquíferos tomando como base
as variações químicas, as condições de circulação, as temperaturas e os tipos litológicos,
sendo estes:
O Sistema Aquífero Intergranular, Sistema Aquífero Paranoá e Sistema Aquífero Araxá.
Aquíferos são corpos rochosos com propriedades de armazenar e transmitir as
águas subterrâneas.
Os A
QUÍFERO
S são caracterizados por parâmetros dimensionais como extensão,
espessura e geometria os quais são condicionados pela Geologia Estrutural,
Estratigrafia e Parâmetros Hidrodinâmicos (transmissividade, armazenamento ou
porosidade efetiva), que dependem dos padrões faciológicos, condições de recarga
e descarga além de variáveis de estado que descrevem a situação do reservatório
subterrâneo em cada instante (superfície piezométrica, qualidade, condições de
exploração etc).
As águas subterrâneas são realimentadas pelas infiltrações de águas de origem
meteóricas. Essas águas fluem lentamente (mm/dia, cm/dia ou m/dia) pelos poros e
ou fissuras/fraturas intercomunicantes das rochas, armazenando-se em reservatórios
subterrâneos ou alimentando os rios (efluência), lagos e nascentes durante os
períodos sem chuvas, ou ainda, vão desaguar diretamente nos oceanos e mares, de
onde evaporam e sobem à atmosfera para dar origem a novas chuvas, representando
parcela significativa do ciclo hidrológico (ANA, 2002. p19).
O aquífero intergranular, segundo Tröger et al. (1999) apud Campos, Tröger e
Haesbaert (2005), corresponde ao conjunto denominado de aquífero freático. São aquíferos
livres, ou seja, a pressão da água na superfície da zona saturada está em equilíbrio com a
pressão atmosférica, com a qual se comunica livremente, são contínuos lateralmente, de
ampla extensão, com espessura saturada muito variável e de grande importância
hidrogeológica local. Estes aquíferos desempenham três importantes funções na região:
funcionam como filtros, favorecem a recarga dos aquíferos sotopostos e regularizam a vazão
de base das drenagens superficiais nos períodos de recessão de precipitações pluviométricas.
Os aquíferos intergranulares são caracterizados por águas frias com temperaturas
próximas às médias anuais locais e por águas pouco mineralizadas. O tempo de
contato entre as águas de chuva e o material geológico (solo ou rocha alterada), é
restrito, o que diminui a taxa total de sais dissolvidos. Os exutórios desses aquíferos
são representados por pequenas fontes de contato e/ou depressão, e pela drenagem
subterrânea para os aquíferos fraturados subjacentes. Campos, Tröger e Haesbaert
(2005, p.7-8)
36
Os outros dois sistemas de aquíferos caracterizados em Caldas Novas são do tipo
fraturado. Segundo a Agência Nacional das Águas - ANA (2002) os aquíferos fraturados ou
fissurados ocorrem em rochas ígneas e metamórficas, a capacidade destas rochas em
acumularem água está relacionada à quantidade de fraturas, suas aberturas e
intercomunicação. No Brasil a importância destes aquíferos está muito mais em sua
localização geográfica, do que na quantidade de água que armazenam. Poços perfurados
nestas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora. A possibilidade de se ter um
poço produtivo dependerá, tão somente, de o mesmo interceptar fraturas capazes de conduzir
a água. caso em que, de dois poços situados a pouca distância um do outro, somente um
venha a fornecer água, sendo o outro seco.
Para minimizar o fracasso da perfuração nestes terrenos, faz-se necessário que a
locação do poço seja bem estudada por profissional competente. Nestes aquíferos a água
pode fluir onde houver fraturas, que, quase sempre, tendem a ter orientações preferenciais, e
por isto se diz que são meios aquíferos anisotrópicos, ou que possuem anisotropia.
O Sistema aquífero Paranoá e Araxá existente na região de Caldas Novas é descrito
por Campos, Tröger e Haesbaert (2005, p.8) da seguinte maneira:
Paranoá: representado por aquíferos: fraturados, livres ou confinados, frios ou
termais, anisotrópicos e heterogêneos e com extensão lateral controlada pelos
grandes lineamentos. O Sistema Paranoá é classificado como aquífero livre quando
as zonas de fraturas são associadas a áreas de afloramentos de rochas psamo-pelíto-
carbonatadas do Grupo Paranoá, sendo na região de Caldas Novas correspondente
ao Domo de Caldas. Por outro lado, quando as zonas fraturadas/fissuradas são
recobertas por rochas xistosas do Grupo Araxá, estes aquíferos são classificados
como confinados, sendo os xistos considerados como o conjunto aquitarde
confinante. O Grupo Araxá pode ser considerado como conjunto confinante, pois
apesar de também ser potencialmente fraturado, a densidade e a abertura das
fraturas são muito inferiores às do Grupo Paranoá. Esta feição é exclusivamente em
função do contraste reológico dos litotipos das duas unidades litoestratigráficas.
Araxá: representado por aquíferos fraturados muito heterogêneos e anisotrópicos,
livres, frios ou termais, com extensão lateral restrita controlada pela distribuição
das zonas de fraturamento. Os aquíferos ligados ao Sistema Araxá, classificados
como frios, são aqueles cujas zonas fraturadas são recarregadas diretamente pela
infiltração de águas de precipitação a partir do Subsistema Intergranular P
II
. Neste
caso são consideradas as primeiras centenas de metros da coluna de xistos do
Grupo Araxá. As zonas fraturadas mais profundas, próximas ao contato tectônico
entre os grupos Araxá e Paranoá e eventualmente, as zonas fraturadas mais abertas
em profundidades menores, compõem o aquífero Araxá termal da região de Caldas
Novas. A recarga destes aquíferos se dá por fluxo ascendente a partir das águas
aquecidas do Aquífero Paranoá termal sotoposto.
Luiz (2005) afirma que o Domo da Serra de Caldas, nesta região, é constituída por
metassedimentos do Grupo Paranoá, na qual os terrenos rebaixados adjacentes constituem-se
37
de xistos variados e quartzitos do Grupo Araxá. Entende-se por Domo de Caldas ou Serra de
Caldas Novas ou ainda Domo Estrutural de Caldas, a feição fisiográfica-estrutural
caracterizada pela elevação topográfica isolada no sudeste goiano, que alcança cotas
topográficas superiores a 1000 metros. Os terrenos rebaixados são distribuídos sobre
morfologia de relevo plano a suave ondulado com cotas topográficas variando de 600 a 800
metros.
A seção geológica, idealizada pelos geólogos José Fernando Gambier Costa e
Fábio Floriano Haesbaert (2000), ilustra o posicionamento destas rochas em sub-
superfície. As rochas da região foram originalmente depositadas em um ambiente
marinho. A idade para a sedimentação do Grupo Paranoá situa-se entre 950 e 1350
Ma, posicionada no MesoNeoproterozóico. O metamorfismo é de muito baixo
grau, as estruturas sedimentares muito bem preservadas (Luiz, 2005. p.73).
Figura 9 – Aquíferos existentes na seção geológica no município de Caldas Novas
Fonte: Luiz (2005)
Segundo Galli (2008, sp),
{...} o eminente risco que correu Caldas Novas, no ano de 1996, quando se
constatou a queda preocupante do seu lençol aquífero. Tomava-se uma medida
urgente ou então o ouro quente líquido seria objeto de ausência nos ressequidos
azulejos das piscinas dos hotéis. A pergunta óbvia que vem à cabeça seria como
imaginar Caldas Novas sem a sua água quente? Realmente seria o caos para o maior
centro turístico de Goiás, seria a morte econômica para o município. A água, como o
ouro, é um bem finito. Terminou, já era.
As medidas tomadas foram rias. Entre elas a captação do líqüido para abastecer o
município servindo-se do Ribeirão Pirapitinga, proibindo-se a utilização de poços
38
artesianos que tinham esse propósito. Ainda limitar o volume diário de
bombeamento utilizado pelos hotéis e clubes, tendo esses poços individualmente um
limite máximo de uso. Também a partir de 1996 foram proibidas aberturas de novos
poços artesianos, se permitindo novos perfuramentos àqueles autorizados antes
deste ano. O Departamento de Minas e Energia de Goiás e a Associação das
Empresas Mineradoras de Águas Termais de Caldas Novas apontam que em junho
de 2005 havia aproximadamente 120 poços termais em funcionamento e cerca de 30
com autorização para perfuração, concedidas antes de 1996. Quanto ao nível médio
do lençol termal, apresentava boa recuperação do quadro encontrado em 1996, que
era de 618 metros, para 650 metros em maio de 2005.
Um estudo está sendo desenvolvido pela Associação das empresas mineradoras das
águas termais de Goiás - AMAT (2008), visando minimizar os efeitos da impermeabilização
dos solos e do bombeamento, analisa-se a viabilidade da Recarga Artificial dos Aqüíferos
Termais utilizando as próprias águas termais bombeadas. Estas devem ser submetidas a um
tratamento, infiltradas em locais adequados através de tanques com poços rasos ou utilizando
poços tubulares profundos.
Esta iniciativa é devido à preocupação com a extração descontrolada de água do lençol
freático e a necessidade de providências voltadas para a manutenção das águas termais de
Caldas Novas, a principal fonte do turismo na região.
1.4 Aspectos Demográficos
Costa, Silva Jr e Santos (2007), ressaltam que o crescimento populacional de Caldas
Novas se deu de maneira desorganizada e rápida (Tabela 1). Incentivado principalmente pela
exploração das águas termais, o turismo e o desenvolvimento das redes hoteleiras no
município, trouxe consigo o crescimento de outras áreas como serviços e comércio.
De acordo com dados do IBGE, o censo de Caldas Novas, em 2000, possui uma
população fixa de 49.642 habitantes, com uma média por unidade domiciliar de
3,53 hab. e aproximadamente 30.000 unidades construídas. Deste total cerca de
65% foram edificados nos últimos 20 anos e 60.000 lotes ainda não foram
ocupados. Em 18 anos, Caldas Novas aumentou 500 % sua população. Com tanto
crescimento nos setores econômicos, impulsionados principalmente pelo turismo, é
natural que a população também experimente uma explosão demográfica. A
população de Caldas Novas cresceu 238 % até 2003 em relação a 1991. Todavia
esse crescimento se verifica na zona urbana, em detrimento do crescimento na
população da zona rural. (Luiz, 2005. p.03)
39
Tabela 1 Evolução da população total, rural e urbana no município de Caldas Novas do
período de 1980 a 2007
Ano Referência População Urbana Rural
1980 11.274 6.916 4.358
1991 24.159 21.238 2.921
1996 39.635 37.057 2.578
2000 49.660 47.308 2.352
2001 52.771 - -
2002 55.026 - -
2003 57.516 - -
2004 62.744 - -
2005 65.637 - -
2006 68.508 - -
2007 62.204 60.070 2.134
NOTA: 1980, 1991 e 2000 - Censo Demográfico.1996 - Contagem.2001 a 2006 - Estimativa 01/07.2007 .
Fonte: SEPLAN (2008)
A análise dos dados retirados da bibliografia disponível mostra um crescimento
acentuado no município de Caldas Novas de sua população. Na Tabela 1 pode-se notar que a
população do município a partir da década de 80 a 2007 teve um aumento de 768%. Como é
discutido na literatura, esse crescimento populacional de Caldas Novas, se deu de forma
desordenada e não planejada. Fatores como migração, oferta de trabalho formal e informal são
responsáveis por esse crescimento acelerado.
Analisando o período compreendido entre 1996 e 2007 verifica-se uma taxa média de
crescimento populacional de 4,18% enquanto que o Estado de Goiás apresentou um
crescimento de 2,05%.
Sendo Caldas Novas um pólo turístico, esse crescimento é explicável uma vez que, o
aumento de hotéis, pousadas e outras formas de hospedagem, geram uma demanda de mão de
obra para serviços. A construção ou aumento de obras civis também emprega uma
considerável quantia de mão de obra, fazendo com que a migração para o município seja
acentuada.
40
Paulo (2005) relaciona o crescimento populacional acelerado com o advento do turismo.
De acordo com os seus dados, obtidos do censo de 2000, a população era de
aproximadamente 49.642 habitantes, e para o autor esse crescimento elevado da população no
município de Caldas Novas, baseado na atividade turística, está associado a outros fenômenos
urbanos como a migração, o aumento do trabalho informal, aculturação da cidade, dentre
outros.
A migração e aculturação do município são tidas como um dos principais problemas do
crescimento urbano acelerado em Caldas Novas. A atração de diferentes tipos culturais tende
a miscigenar a cultura da região fazendo que vários hábitos e costumes se fundam e tornem-se
típicos da região da população original (PAULO, 2005).
1.5 Aspectos socioeconômicos
1.5.1 Principais fontes de emprego e renda do município
Foco da maioria das plataformas políticas, associada à qualidade de vida, o emprego
(geração de renda), é um dos fatores primordiais, no qual a sociedade civil se baseia para a
construção de uma qualidade de vida melhor. De acordo com os dados do Ministério do
Trabalho e Emprego, o município de Caldas Novas apresenta um aumento acentuado no
número de vínculos de emprego conforme mostra a Figura 10.
41
Figura 10 – Crescimento do número de empregos em Caldas Novas, nos anos de 1996 a 2007.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (2009)
Dentre os setores o comércio foi a atividade com maior aumento no número de
estabelecimentos (Figura 11). Entretanto, na geração de vagas de emprego, o setor de serviços
foi o que ofereceu maior número no período analisado, seguido do comércio, sendo esses são
inquestionavelmente gerados a partir do turismo na região, pois grande parte dos
estabelecimentos estão orientados a atender o turista. O município de Caldas Novas
apresentou uma taxa média anual de crescimento de 12,6% o que representa um aumento bem
superior ao apresentado pelo Estado de Goiás, o qual foi no mesmo período uma taxa de
6,59% de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (2009).
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
mero de vinculos
Ano
42
Figura 11 - Quantidade de estabelecimentos divididos por setores.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (2009)
A atividade agropecuária, a construção civil e a indústria de transformação
apresentaram um crescimento pequeno em relação a serviços e comércio, resultantes em grande
parte do turismo, enquanto o serviço industrial de utilidade pública não apresentou aumento maior
se comparado com esses setores (Figura 12).
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Número de Estabelecimentos
Ano
Extrativa mineral Industria de transformação
Servicos industriais de utilidade pública Construção civil
Comercio Serviços
Administração publica Agropecuária, extrativismo vegetal, caça e pesca
43
Figura 12 - Quantidade de empregos divididos por setores.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (2009)
Observa-se ainda, que a construção civil que era a atividade mais empregadora no
período de 1996, ano da proibição da perfuração de novos poços, teve um decréscimo no ano
posterior, mantendo um aumento gradativo até 2002 e voltando a cair em 2003-2004 e 2005-
2006.
De acordo com a Tabela 2 Caldas Novas registrou um saldo negativo de empregos
entre os anos de 1996 a 1999 segundo dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados). Isso pode estar relacionado a queda de oferta de emprego na construção
civil ocorrida entre os anos de 1996 e 2000 retomando o seu crescimento nos anos posteriores,
e uma estabilidade no crescimento nos demais setores.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Número de Vínculos
Ano
Extrativa mineral Industria de transformacao
Servicos industr de utilidade publica Construcao civil
Comercio Servicos
Administracao publica Agropecuar, extr vegetal, caca e pesca
44
Tabela 2 – Relação de empregados admitidos e desligados no período de 1996-2007 no
município de Caldas Novas
Admitidos/ Desligados - Caldas Novas- GO
ADM/DES 1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Total
ADMITIDOS 3623
3120
2480
2410
3012
3776
3931
4244
4482
4925
4683
5574
46260
DESLIGADOS 3945
3478
2968
2497
2741
3167
3534
3710
4183
4298
4402
4798
43721
Saldo -322
-358
-488
-87
271
609
397
534
299
627
281
776
2539
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (2009)
1.5.2 Estrutura Produtiva Municipal: Composição do PIB por Setores e as Mudanças na
Estrutura Produtiva Setorial em Caldas Novas
Para se mensurar a atividade econômica de uma região ou de um país, um dos
indicadores mais utilizados é o PIB (Produto Interno Bruto), o qual representa a soma, em
valores monetários, de todos os bens e serviços produzidos por uma unidade territorial
durante um determinado período. Dividindo-se o PIB total pelos residentes obtém-se o PIB
per capita. Inicialmente fez-se uma pesquisa bibliográfica sobre o município de Caldas Novas
e a formação do seu PIB.
Segundo a SEPLAN, os dados do período de 1996 a 1998, não são mais
disponibilizados, devido a uma mudança do órgão que realizava o cálculo, em cujo assunto o
IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) até o ano de 1996 era o responsável por
essa analise. Houve também uma mudança de metodologia no ano de 2002, dificultando a
análise setorial, pois a estrutura dos setores no PIB foi alterada. Existe ainda uma defasagem
de 2 anos na divulgação do PIB municipal o que impossibilitou a obtenção dos dados do
período após 2007.
Observando a Figura 13 é possível verificar que o município de Caldas Novas teve um
crescimento do PIB no período de 1999-2006. Esse aumento, se comparado ao de todo o
Estado de Goiás foi superior.
Figura 13-
Crescimento PIB Nominal
Fonte: SEPLAN (2009)
A participação da atividade turística no PIB de um município é discutido por Moura
(2007). Segundo o autor, o turismo não gera receita do ponto de vista econômico, pelo
fato da viagem em si, mas, igualmente, pelas conseqüências não
desencadeadas deste ato.
Quando um consumidor viaja com fins turísticos, ele não concorre no mercado de
trabalho, o que afeta positivamente o destino receptor ocasionando diretamente a
possibilidade de abertura de novos empregos no mercado de
presente no local escolhido para o seu turismo, o viajante passa a demandar uma
ampla variedade de mercadorias e serviços, tais como: transporte, acomodação,
alimentos, bebidas, comunicação, entretenimento e artigos em geral (Moura, 2
p.120)
Esse fato pode explicar a participação do setor de serviço como maior contribuição
para o PIB do município uma vez que, o turista faz majoritariamente utilização de serviços no
município.
Como pode ser observado na figura 14 o PIB advindo d
aumento considerável a partir do ano de 2001, em comparação aos demais. O setor industrial
apresenta uma oscilação entre os anos
Crescimento PIB Nominal
- Ano Base 1999 a 2006.
A participação da atividade turística no PIB de um município é discutido por Moura
(2007). Segundo o autor, o turismo não gera receita do ponto de vista econômico, pelo
fato da viagem em si, mas, igualmente, pelas conseqüências não
-
intencionadas dir
Quando um consumidor viaja com fins turísticos, ele não concorre no mercado de
trabalho, o que afeta positivamente o destino receptor ocasionando diretamente a
possibilidade de abertura de novos empregos no mercado de
presente no local escolhido para o seu turismo, o viajante passa a demandar uma
ampla variedade de mercadorias e serviços, tais como: transporte, acomodação,
alimentos, bebidas, comunicação, entretenimento e artigos em geral (Moura, 2
p.120)
.
Esse fato pode explicar a participação do setor de serviço como maior contribuição
para o PIB do município uma vez que, o turista faz majoritariamente utilização de serviços no
Como pode ser observado na figura 14 o PIB advindo d
o setor de serviço
aumento considerável a partir do ano de 2001, em comparação aos demais. O setor industrial
apresenta uma oscilação entre os anos
do período analisado
e o da agropecuária uma queda.
45
A participação da atividade turística no PIB de um município é discutido por Moura
(2007). Segundo o autor, o turismo não gera receita do ponto de vista econômico, pelo
intencionadas dir
etamente
Quando um consumidor viaja com fins turísticos, ele não concorre no mercado de
trabalho, o que afeta positivamente o destino receptor ocasionando diretamente a
possibilidade de abertura de novos empregos no mercado de
trabalho. Ao se fazer
presente no local escolhido para o seu turismo, o viajante passa a demandar uma
ampla variedade de mercadorias e serviços, tais como: transporte, acomodação,
alimentos, bebidas, comunicação, entretenimento e artigos em geral (Moura, 2
007.
Esse fato pode explicar a participação do setor de serviço como maior contribuição
para o PIB do município uma vez que, o turista faz majoritariamente utilização de serviços no
o setor de serviço
s, teve um
aumento considerável a partir do ano de 2001, em comparação aos demais. O setor industrial
e o da agropecuária uma queda.
Figura 14 –
Crescimento da contribuição dos setores no PIB Nominal de Caldas Novas
Fonte: SEPLAN (2009)
Existe uma
discussão
no capí
tulo 3 desta dissertação, alguns autores classificam como
serviço. Entretanto, segundo o que ressalta Moura (2007) a atividade turística gera receita nos
diferentes setores do município. O tipo de turismo
pode definir qual seria o setor que mais obtém recei
De acordo com os dados do SEPLAN (2008) o município apresenta um aumento
gradativo de seu produto interno bruto (Figura 15). A explosão demográfica observada no
mesmo período não sofreu interferências na soma de suas riquezas. Indic
crescimento populacional vem associado com um crescimento também na economia do
município.
Crescimento da contribuição dos setores no PIB Nominal de Caldas Novas
discussão
a respeito do setor no qual
o turismo se encaixa. Como será
tulo 3 desta dissertação, alguns autores classificam como
indú
serviço. Entretanto, segundo o que ressalta Moura (2007) a atividade turística gera receita nos
diferentes setores do município. O tipo de turismo
e
o comercio disponibilizado
pode definir qual seria o setor que mais obtém recei
ta através do turismo.
De acordo com os dados do SEPLAN (2008) o município apresenta um aumento
gradativo de seu produto interno bruto (Figura 15). A explosão demográfica observada no
mesmo período não sofreu interferências na soma de suas riquezas. Indic
crescimento populacional vem associado com um crescimento também na economia do
46
Crescimento da contribuição dos setores no PIB Nominal de Caldas Novas
o turismo se encaixa. Como será
visto
indú
stria e outros como
serviço. Entretanto, segundo o que ressalta Moura (2007) a atividade turística gera receita nos
o comercio disponibilizado
para este,
ta através do turismo.
De acordo com os dados do SEPLAN (2008) o município apresenta um aumento
gradativo de seu produto interno bruto (Figura 15). A explosão demográfica observada no
mesmo período não sofreu interferências na soma de suas riquezas. Indic
ando assim, que o
crescimento populacional vem associado com um crescimento também na economia do
Figura 15 –
Crescimento Produto Interno Bruto
1999 a 2006.
Fonte: SEPLAN (2009)
.
1.5.3 Infra-
Estrutura básica:
De acordo com o
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de S
Ministério da Saúde,
o município de Caldas Novas contava no ano de 2007 com 4 hospitais,
sendo 3 na rede particular
e 1
de saúde. Porém não
disponibiliza
Tabela 3.
Crescimento Produto Interno Bruto
per capita
de Caldas Novas no período de
Estrutura básica:
A situação da saúde
, educação e habitação
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de S
o município de Caldas Novas contava no ano de 2007 com 4 hospitais,
e 1
na rede pública
, além de 9 postos de saúde
disponibiliza
nenhum pronto-
socorro, como pode ser observado na
47
de Caldas Novas no período de
, educação e habitação
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de S
aúde CNES do
o município de Caldas Novas contava no ano de 2007 com 4 hospitais,
, além de 9 postos de saúde
e 6 unidades básicas
socorro, como pode ser observado na
48
Tabela 3 – Número de Unidade de Saúde no Município de Caldas Novas
De acordo com a Tabela 4 Caldas Novas se destaca como sendo o segundo município
do sul goiano com maior número de escolas e número de alunos matriculados, é o que
apresentou maior aumento em número de escolas entre 2005 e 2006. Possuindo 52 escolas em
2006 e uma taxa de analfabetismo em 2000 de 7,52%, sendo a menor da região, inclusive
inferior ao do Estado de Goiás, o qual apresenta um índice de 10,8%. Isso pode sugerir que o
incremento da atividade turística e o crescimento econômico municipal permitiram aumentar
o número de estabelecimentos escolares e melhorar as condições do serviço educacional
Tipo de estabelecimento Público
Filantropico
Privado Sindicato Total
Centro de parto normal - - - - -
Centro de saude/unidade básica de saude 6 - - - 6
Central de regulação de servos de saude 1 - - - 1
Clinica especializada/ambulatório especializado - - 7 - 7
Consultório isolado - - 15 - 15
Cooperativa - - - - -
Farmácia 1 - - - 1
Hospital especializado - - - - -
Hospital geral 1 - 3 - 4
Hospital dia - - - - -
Laboratório Central de Sde Pública - LACEN - - - - -
Policlínica - - - - -
Posto de saude 9 - - - 9
Pronto socorro especializado - - - - -
Pronto socorro geral - - - - -
Secretaria de saude 1 - - - 1
Unidade autorizadora - - - - -
Unidade de serviço de apoio de diagnose e terapia 2 - 6 - 8
Unidade de saude da falia - - - - -
Unidade de vigilancia em saude - - - - -
Unidade de vigilancia epidemiologia (antigo) - - - - -
Unidade de vigilancia sanitaria (antigo) - - - - -
Unidade mista - - - - -
Unidade móvel de nível pré-hosp-urgência/emergênci - - - - -
Unidade móvel fluvial - - - - -
Unidade móvel terrestre 1 - - - 1
Pronto socorro de hospital geral (antigo) - - - - -
Pronto socorro traumato-ortopédico (antigo) - - - - -
Tipo de estabelecimento não informado - - - - -
Total 22 - 31 - 53
Fonte: CNES
Nota: mero total de estabelecimentos, prestando ou não serviços ao SUS
Número de unidades por tipo de prestador segundo tipo de estabelecimento
Dez/2007
Fonte: Ministério da Saúde- CNES (2009)
49
Tabela 4 - Número de escolas, salas de aula, número de docentes, alunos matriculados e taxa
de analfabetismo (população de 10 anos ou mais de idade) - 2000, 2005 – 2006
Municípios
Nº de escolas
Salas de aula
Nº de docentes
Alunos matriculados
Taxa de
analfabetismo
(%) -2000
2005
2006
2005
2006
2005 2006 2005 2006
Água Limpa 2 2 12 12 28 30 649 561 13,28
Aloândia 2 2 25 21 22 20 485 479 17,16
Bom Jesus de Goiás 14 14 114 117 277 267 5.761 5.631 15,65
Buriti Alegre 9 9 73 70 112 115 2.463 2.487 14,58
Cachoeira Dourada 8 8 79 79 167 162 3.011 2.667 17,37
Caldas Novas 47 52 376 408 772 843 17.759 18.765 7,52
Cezarina 6 6 50 45 129 114 2.409 2.171 12,80
Cromínia 6 6 28 32 55 60 1.203 1.325 14,18
Edealina 3 3 22 21 55 48 1.074 1.055 16,46
Edéia 9 9 55 59 123 125 2.828 2.727 13,52
Goiatuba 28 24 201 186 499 461 9.212 9.253 11,24
Inaciolândia 4 4 45 42 93 86 1.836 1.804 21,50
Indiara 13 13 70 75 156 158 3.656 3.428 14,51
Itumbiara 60 58 641 620 1.331
1.282
26.169 25.464 11,03
Joviânia 7 9 60 55 100 95 1.907 1.843 12,76
Mairipotaba 2 2 15 16 40 44 777 810 14,67
Marzagão 4 3 20 18 33 29 755 706 14,26
Morrinhos 42 40 271 270 496 493 10.970 10.458 11,06
Panamá 3 3 21 17 38 38 859 791 18,10
Piracanjuba 31 30 189 192 407 417 6.796 6.800 12,35
Pontalina 16 15 112 109 210 228 4.423 4.283 13,84
Porteirão 3 3 20 20 43 36 844 821 19,60
Professor Jamil 5 5 21 23 57 51 1.096 1.011 16,33
Rio Quente 2 2 16 15 42 37 909 886 7,70
Varjão 4 5 19 26 34 44 1.075 1.141 16,99
Vicentinópolis 4 4 42 42 101 88 1.739 1.881 15,87
TOTAL DA REGIÃO 334 331 2.597
2.590
5.420
5.371
110.665 109.248 12,14
TOTAL DO ESTADO 4.643
4.589
34.662
34.695
71.490
70.841
1.617.125
1.595.474
10,80
REGIÃO/ESTADO(%) 7,19 7,21 7,49 7,47 7,58 7,58 6,84 6,85
-
Fonte: Secretaria da Educação do Estado de Goiás/IBGE. SEPLAN-GO/SEPIN/Gerência de Estatística
Socioeconômica-2007
50
Albuquerque (1998) ressalta que a rede de esgoto não seguiu a mesma expansão da
cidade, ficando concentrada somente na zona mais central. A presença de fossas sépticas nos
bairros mais afastado é uma realidade presente no município, assim como o lançamento de
esgoto nos córregos contidos na cidade. A estação de tratamento de esgoto do Parque real não
suporta as necessidades da cidade. A população já sofre os transtornos com a ausência deste
beneficio com o mau cheiro, animais indesejáveis (ratos, baratas) e doenças.
De acordo com o Departamento de água e esgoto de Caldas Novas no ano de 2007 o
município apresentava uma carência neste serviço, disponibilizando somente 9.499 ligações
de esgoto, produto de um aumento paulatino em relação ha anos anteriores. o número de
ligações de água chega a 19.970, podendo-se observar que menos da metade das residências
com ligação de água possuem ao mesmo tempo ligação de esgoto.
Por outro lado, a CELG (Centrais Elétricas de Goiás) atendeu no ano de 2007 o total
de 38.771 unidades consumidoras no município de Caldas Novas, representando um
atendimento de 100% da população permanente, além do grande número de casas de veraneio
no município.
1.5.4 A Importância do Setor Turismo na Expansão Demográfica e Econômica de Caldas
Novas
Sabe-se que o aumento populacional de um dado município tem sua origem no
crescimento da taxa de natalidade e na migração da área rural para o campo, ou de outras
localidades urbanas. O município de Caldas Novas tem seu crescimento pautado
acentuadamente nas relações de migração e não na taxa de natalidade, apresentando um
crescimento populacional de quase oito vezes no período de 1980 a 2007, segundo os dados
disponíveis na bibliografia.
Segundo Paulo (2005) o impulsionador do crescimento urbano no município de Caldas
Novas foi e ainda é o turismo ou a atividade turística. Aponta ainda, que após a implantação
do turismo com as edificações da Pousada do Rio Quente (que até meados de 1980 pertencia
ao município de Caldas Novas) e do primeiro Caldas Termas Clube em 1968, a cidade teve
um notável crescimento urbano
51
Normalmente observa-se que as cidades turísticas iniciam-se com a formação do cleo
urbano e posteriormente se o desenvolvimento do turismo. Caldas Novas seguiu por um
caminho inverso, em que sua gênese se dá a partir do turismo, precursor do seu crescimento
urbano. Nessa perspectiva, pode-se então, afirmar que o turismo em Caldas Novas direcionou
o crescimento urbano da cidade de modo acelerado, o que justifica uma deficiência na infra-
estrutura turística presente por muitos anos no município. O dinamismo aplicado ao turismo
social definiu estratégias de crescimento econômico para o município, e explicou a
especialização turística (PAULO, 2005).
Os impactos observados por esse processo, em que se verifica um aumento na migração,
têm como conseqüência um crescimento de trabalhos informais e um processo de perda de
cultura da população devido a uma miscigenação baseado na soma de diferentes migrantes
que se instalam no município.
Entretanto pode-se considerar que no município, o turismo é o grande precursor do
desenvolvimento sócioeconômico. Os impactos observados podem ser benéficos também, se
observados por um ângulo otimista, no qual o desenvolvimento da atividade turística, trás
benefícios para seus moradores, gerando renda e trabalho, com uma oferta crescente, e
fazendo uso de mão de obra especializada nos empregos gerados.
O turismo é uma atividade que utiliza uma diversificada mão de obra. Faz uso desde a
população que não possui escolaridade avançada até profissionais com formação acadêmica.
Essa diversificação pode ser observada em todos os segmentos e modalidades.
Assim o turismo apresenta efeitos diretos e indiretos em um município ou região. Inclui
as despesas realizadas diretamente pelo turista na utilização de equipamentos e instalações
diretamente pagos na atividade e os indiretos relacionados com equipamentos e prestação de
serviço na compra de bens de consumo e outros, indiretamente relacionados ao turismo.
52
2 ASPECTOS TEORICOS E CONCEITUAIS SOBRE DESENVOLVIMENTO
TURÍSTICO, CONDIÇÕES DE VIDA, SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E
POLITICAS PÚBLICAS.
2.1 O Desenvolvimento e o Crescimento
Crescimento está diretamente ligado a tamanho, a quantidade, ao aumento ou a
expansão de fatores econômicos, enquanto que desenvolvimento refere-se a aspectos
relacionados, principalmente com os fatores sociais e que tem a ver com a melhoria das
condições de vida e o bem-estar da população. É claro que o desenvolvimento como conceito
inclui os aspectos ambientais, culturais, políticos e institucionais
Considerado por Buarque (1999) o desenvolvimento é um processo endógeno registrado
em pequenas unidades territoriais e agrupamentos humanos capaz de promover o dinamismo
econômico e a melhoria da qualidade de vida da população. Representa uma singular
transformação nas bases econômicas e na organização social em nível local, resultante da
mobilização das energias da sociedade, explorando as suas capacidades e potencialidades
específicas. Para ser um processo consistente e sustentável, o desenvolvimento deve elevar as
oportunidades sociais e a viabilidade e competitividade da economia local, aumentando a
renda e as formas de riqueza, ao mesmo tempo em que assegura a conservação dos recursos
naturais.
Barbosa (2005) atenta para o conceito de desenvolvimento, não se restringindo apenas a
questão econômica:
Desenvolvimento não deve ser entendido apenas como sinônimo de
desenvolvimento econômico, embora muitos continuem reduzindo o conceito a este
significado. O chamado desenvolvimento econômico é, basicamente, o binômio
formado pelo crescimento econômico (mensurável por meio do Produto Nacional
Bruto - PNB ou Produto Interno Bruto - PIB) e pela modernização tecnológica, em
que ambos se estimulam reciprocamente. Ora, a história tem mostrado, e o Brasil é
um excelente exemplo a esse respeito, especialmente se recordar a época do
chamado “milagre econômico” em fins dos anos 60 e começo dos anos 70 que o
desenvolvimento estritamente econômico pode ocorrer sem que, automática ou
forçosamente (ou proporcionalmente) haja melhoria no quadro de concentração de
renda ou dos indicadores sociais (BARBOSA, 2005. p113).
Para Coriolano (2001), entende-se por desenvolvimento um processo de produção de
riqueza com partilha e distribuição com equidade, conforme as necessidades das pessoas, ou
53
seja, com justiça. O desenvolvimento não se refere apenas à economia, ao contrario, a
economia deve ser tomada em função do desenvolvimento. Um dos maiores desafios da
sociedade atual é promover o desenvolvimento centrado no homem. Pensar esse tipo de
desenvolvimento pode ser aparentemente simples, mas encerra uma revolução de idéias e
praticas sociais, que passam a orientar as pessoas e as organizações para a produção e
consumo de partilhados.
A definição de desenvolvimento não se limita à economia. Deve abranger desde
questões econômicas a mesmo ambientais buscando-se assim um desenvolvimento
sustentável. Neste contexto deve-se buscar indicadores que possibilitem uma análise
abrangente do município, não se preocupando somente com a questão econômica.
Milani e Droulers (2002) lembram que o fenômeno turístico é fonte de crescimento
econômico, fazendo com que o turismo seja considerado em estratégias de desenvolvimento
local. Essa contribuição pode se apresentar, por exemplo, gerando novas exigências de
equipamento, alimento e infra-estruturas, ter impacto positivo na criação de novos empregos
(hotelaria, agências de viagem, operadores de turismo, feiras de artesanato, etc.) e por
incrementar o saldo da balança comercial reduzindo déficits.
O surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável mudou os paradigmas em
vários setores da sociedade. O turismo também foi um destes setores que sofreu mudanças nas
suas concepções, uma vez que, está diretamente utilizando como fonte primaria de seus
produtos os recursos naturais e culturais. As atividades pelo turismo tornam-se limitadas
mediante os impactos que pode ocasionar um crescimento rápido e desordenado, como na
atualidade, comprometendo sua rentabilidade e sobrevivência.
Segundo Moises (1999), por reconhecimento da insuficiência dos parâmetros
econômicos para avaliar o desenvolvimento dos países (e, portanto, pela perda de hegemonia
da concepção economicista de desenvolvimento), a ONU está calculando o Índice de
Desenvolvimento Humano - IDH - que considera três dimensões: saúde, educação e renda.
Para estimar o aspecto saúde, é utilizada a esperança de vida ao nascer. Para a educação, a
taxa de alfabetização de adultos, assim como a taxa de matrícula combinada nos três níveis de
ensino. E, por fim, busca-se estimar a renda das pessoas em seu próprio país, usando para tal o
PIB per capita, ajustado para diferenças no custo de vida de cada nação.
54
Turismo Sustentável foi definido pela OMT (1995), como:
"aquele ecologicamente sustentável em longo prazo, economicamente viável,
assim como ética e socialmente eqüitativo para as comunidades locais. Exige
integração ao meio ambiente natural, cultural e humano, respeitando a frágil
balança que caracteriza muitas destinações turísticas, em particular pequenas ilhas e
áreas ambientalmente sensíveis
De acordo com a metodologia de cálculo do IDH no que se refere à dimensão Renda, o
indicador tradicionalmente utilizado no cômputo do IDH se baseia no Produto Interno Bruto
per capita. No entanto, para cálculo do IDH municipal com o objetivo de melhor caracterizar
as reais possibilidades de consumo da população local, optou-se por substituir este indicador
pela renda familiar per capita do município
1
.
Para se caracterizar o desenvolvimento, de uma maneira concreta, faz-se necessário que
com este se possa mensurar o crescimento pessoal de cada um. Fatores que antes eram
considerados utópicos, como respeito à natureza, diversidade cultural e outros ligados a uma
sociedade mais justa e fraterna devem ser tomados como primícias.
Na identificação do turismo como uma atividade econômica depara-se com desavenças
a respeito da classe de atividade (industrial ou serviços) na qual se enquadra. Paulo (2005)
afirma que o turismo é considerado um bem imaterial, formado das relações que o tornam
bastante complexo. Essa complexidade é ressaltada com base na concepção do produto gerado
pela atividade turística.
O produto turístico é composto de um conjunto de bens e serviços unidos por relações
de interação e interdependência. Suas singularidades distinguem-no dos bens industrializados
e do comércio como também dos demais tipos de serviços. Uma de suas características mais
marcantes é que se trata de um produto imaterial intangível cujo resíduo, após o uso, é
uma experiência vivencial Sendo um bem imaterial é impossível falarmos em indústria do
turismo, que o termo indústria remete-nos ao pensamento de algo material, produzido,
1
(documento encontrado no site do PNUD ( Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ), no
qual se afirma que foi construído com base nas metodologias utilizadas pelas equipes da Fundação João Pinheiro
(FJP) e do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), na construção dos indicadores e índices
publicados no “ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL”, em 1998).
55
industrializado. [..] o turismo é algo que é consumido por quem o pratica, pois, somente ao
término da viagem tem-se a sensação de “consumo” do “produto (Paulo, 2005. p15).
Corroborando com essa concepção de complexidade da atividade turística, Feger
(2002), afirma que a atividade turística ou mesmo o termo turismo não possui um termo
unânime aceito, afirmando que este pode possuir diversos significados baseando-se na função
do papel que desempenha num determinado momento para as pessoas que nele intervêm.
Cada disciplina, que busca o estudo de turismo, procura tratar essa atividade de maneira
sistematizada no seu processo de definição. Neste processo, as definições em alguns
momentos definem o turismo sem levar em conta as suas limitações, gerando controvérsias
entre os diversos autores que se preocupam com seu estudo.
Na disciplina de economia discute-se o pertencimento do turismo ao setor industrial ou
de serviços. Para as ciências geográficas, por exemplo, o turismo se constitui no deslocamento
de pessoas de um lugar para outro da superfície terrestre. Já no campo legal, o turismo é
considerado como o exercício do direito à liberdade individual de trânsito que tem as pessoas.
Do ponto de vista da sociologia apresenta-se como uma oportunidade para diminuir as
necessidades que surgem quando o indivíduo se encontra estressado em sua vida de trabalho.
Nota-se que o viés varia consideravelmente de uma disciplina para outra, o mesmo ocorrendo
com as diversas correntes de pensamento que sustentam o turismo (Feger, 2002 p.11).
Paulo (2005) traz uma variedade de definições e classificações que o termo turismo vem
adquirindo ao longo do tempo, baseado na sua diversificação e recurso a serem explorados:
Turismo de recreação: localizado em regiões aptas a oferecerem recreação e lazer
para quem o procura. Esse tipo de turismo é o mais difundido no Brasil, visto que o
país possui uma riqueza natural muito grande e isso ainda é o que mais atrai o
turista, a busca pelo lazer.
Turismo de negócios: voltado para o grupo empresarial, o turismo de negócios
cresce muito nas médias e grandes cidades. São cidades que não possuem atrativos
turísticos naturais e, assim especializam-se em hotéis, flats, centros de convenções
para melhor receber um público que apenas quer resolver negócios.
Turismo rural: hoje, muito difundido em todo o Brasil, é o turismo voltado para as
atividades e vida no campo. Fazendas são transformadas em hotéis e as atividades
rurais são o principal atrativo desse tipo de turismo. Devido ao fato da maioria da
população do país estar presente nos centros urbanos, repletos de problemas de
ordem social e natural, esse tipo de turismo está sendo amplamente utilizado em
todas as regiões brasileiras (Paulo, 2005. p.17).
56
Mendes (2007) ainda apresenta outras classes de turismo, complementando a
classificação de Paulo (2005):
Turismo de aventura é o deslocamento de pessoas para espaços naturais, com ou
sem roteiros programados e ausência ou insipiência de equipamentos receptivos,
motivadas pela atração exercida pelo desconhecido e desejo de enfrentar situações
de desafio físico e emocional. Compreende múltiplas formas de treinamento de
sobrevivência na selva e em outros locais inóspitos ou ainda não desbravados e
contato com culturas primitivas.
Ecoturismo é o deslocamento de pessoas a espaços naturais delimitados e
protegidos pelo estado ou controlados em parceria com associações locais e
ONG’s. Pressupõe sempre uma utilização controlada da área com planejamento de
uso sustentável de seus recursos naturais e culturais, por meio de estudos de
impacto ambiental, estimativas da capacidade de carga e suporte do local,
monitoramento e avaliação constantes e sistema de gestão responsável (Mendes,
2007. p.39-43)
Silva, Kushano e Ávila (2008) apontam a média da idade para cada grupo dessas formas
de turismo. Para o autor, turismo infantil é o turismo praticado por crianças entre sete e treze
anos de idade; o juvenil, entre catorze e dezenove anos; e o de terceira idade, entre cinquenta
e cinco e setenta anos, indicando ainda uma quarta idade, cujos indivíduos tenham acima de
setenta anos. O autor supracitado não faz menção à meia idade.
Segmentar o mercado turístico conforme a idade é um desafio, que a sociedade
atual passa por grandes mudanças em seus aspectos populacionais e comportamentais.
Tal fato reflete no Brasil, que, em 2020, terá mais de 14% da população constituída de
idosos, sendo que nos próximos vinte e cinco anos, será o sexto mais envelhecido do
mundo (Silva, Kushano e Ávila, 2008 p. 107)
Demonstrando os estudos de Giaretta (2003) na qual a definição de turismo de
juventude é exposto, de acordo com a faixa etária composta por indivíduos entre dezoito e
trinta e cinco anos, esta afirma que: este turismo é praticado por um grupo “homogêneo de
jovens, com as características marcadas por período etário, estilo de vida e estado de espírito,
que desencadeia uma série de sub-segmentos divididos em vários tipos de turismo” (Giaretta,
2003, p.8).
Com base no trabalho de campo no qual foram realizadas entrevistas com pessoas chave
do município, pretendeu-se conhecer o desenvolvimento dessas categorias de turismo
apresentadas por Mendes (2007): Turismo de Aventura e Ecoturismo.
57
2.2 O papel do turismo no desenvolvimento social
Qualquer forma de desenvolvimento econômico requer medidas de planejamento
sólidas e bem estruturadas em todas as suas etapas, com objetivos e metas bem definidos, para
atingir os resultados propostos e esperados. O turismo é apresentado hoje como um campo
capaz de gerar uma aceleração econômica, conseguindo uma melhoria nas áreas social e
cultural e sem degradar drasticamente o meio ambiente. No entanto, a opção pelo
desenvolvimento sustentável através do turismo possui aspectos mais complexos do que
parece, pois, além de ser uma atividade multi-setorial, traz, junto ao seu desenvolvimento,
diversos impactos positivos e negativos, necessitando, assim, de políticas públicas eficazes
para que se sustente ao longo do tempo (Barbosa e Zamot, 2004).
O conceito de turismo é um pouco controverso segundo os vários autores que tratam
desse assunto. O turismo está relacionado com as viagens, porém não todas as viagens são
consideradas como turismo. O conceito de turismo implica a existência de recursos naturais
e/ou culturais e infra-estrutura. “Turismo é o estudo do homem longe de seu local de
residência, da indústria que satisfaz suas necessidades, e dos impactos que ambos, ele e a
indústria geram sobre os ambientes físico, econômico, sócio-cultural da área receptora.
(Barbosa, 2005.p.107).
O consumo turístico torna-se bastante abstrato. Alguns autores buscam sua
materialização utilizando termos como “indústria do turismo”, “mercado turístico” dentre
outros. Entretanto, conforme Paulo (2005), o turismo deve ser visto como um bem imaterial
formado de relações bastante complexas. Essa complexidade se devido a sua composição
que busca integrar a prática social com base cultural, com herança histórica, a um meio
ambiente diverso e natural, relações sociais de hospitalidade, troca de informações
interculturais. O somatório desta dinâmica sociocultural gera um fenômeno, recheado de
objetividade/subjetividade, consumido por milhões de pessoas, como síntese: o produto
turístico. Os sentimentos de consumo, dos próprios produtos do turismo acentuam essa
complexidade característica desta atividade por englobar vários fatores e interações e
independência entre eles.
Feger (2002) baseado no sentido moderno da palavra define o turismo como sendo um
fenômeno da atualidade, que se baseia na constante necessidade de recuperação e troca de
58
ambiente, nos aspectos de conhecimento e a apreciação da beleza cênica de uma região,
gozando do contato com a natureza e em particular do produto crescente da fusão das nações
e países da sociedade humana, resultado do desenvolvimento do comércio, indústria e do
aperfeiçoamento dos meios de transporte.
Esta afirmação do Feger vem de encontro às características específicas da atividade
turística que se desenvolve no município de Caldas Novas, pois se trata, antes de tudo, da
busca do contato com a natureza, com o recurso das águas quentes de propriedades minerais e
também da apreciação das belezas da região.
O turismo é uma modalidade de deslocamento espacial que envolve a utilização de
algum meio de transporte e ao menos um pernoite no destino; esse deslocamento pode ser
motivado por diversas razões, como lazer, negócios, congressos, saúde e outros (Paulo, 2005).
Assim sendo, o turismo é uma atividade econômica altamente lucrativa, capaz de gerar
empregos diretos e indiretamente. O desafio agora é como fazer uso de riquezas naturais, do
potencial turístico evitando ao máximo a degradação dos recursos turísticos e naturais.
Carvalho (2005, p.3) relaciona essa problemática, questionando a sustentabilidade desta
atividade turística, e mostrando a importância de se ter um conjunto de políticas públicas que
visem garantir essa sustentação.
Este será o grande dilema do século XXI: elevar o padrão de vida da população e,
ao mesmo tempo, garantir a sustentação do consumo dessa população. No âmbito
do turismo, defrontam-se, de um lado, empresários, comunidades e o próprio
governo procurando dinamizar o turismo como forma de gerar empregos e renda
com poucos investimentos e, de outro lado, ambientalistas, intelectuais e
Organizações Não-Governamentais (ONGs) preocupados com a degeneração do
meio-ambiente e com os problemas sociais que são os efeitos colaterais da
atividade turística.
Esta afirmação do Carvalho tem muita relevância para o propósito da presente
dissertação, pois se busca mediante o diagnóstico da realidade local e com o apoio das
opiniões de pessoas chave na atividade turística, conhecer os efeitos do turismo sobre os
recursos naturais e o meio ambiente do município e da região.
59
De acordo com Silva (2006), o turismo é uma das mais vigorosas atividades econômicas
mundiais, principalmente o setor de serviços, sendo considerado um dos três setores líderes
mundiais em produtividade, com consequente ampliação da oferta de emprego e geração de
renda. Entretanto, seu desenvolvimento sempre esteve pautado no mesmo molde de qualquer
outra atividade humana - o enfoque econômico. Se o turismo pode contribuir sensivelmente
para o desenvolvimento socioeconômico e cultural de amplas regiões, tem ao mesmo tempo, o
potencial para degradar o ambiente natural, as estruturas sociais e a herança cultural dos
povos.
Desta forma observa-se que o turismo possui um papel expressivo na modificação no
município trazendo benefícios, e provocando alterações ao mesmo tempo, principalmente no
meio ambiente e na cultura da população. Essas se devem ao grande número de migrações em
busca dessa melhora na qualidade de vida que o turismo proporciona.
Milani e Droulers (2002) chamam atenção para que não se esqueça que a atividade é
muito mais que uma indústria de serviços. Trata-se de um fenômeno que tem repercussões
sobre todo na estrutura da sociedade local onde essa está inserida, modificando a base
cultural, parte de uma herança histórica e que se desenvolve em um meio ambiente
determinado.
2.3 O conceito de indicadores e seu papel como instrumento de medição de condições,
processos e mudanças
Conforme Herculano (2000), os indicadores, além de condensarem informações para a
tomada de decisões referentes às escolhas políticas, tem também a função de espelhar a forma
e os rumos que toma essa coisa gigantesca e misteriosa que é o coletivo. O cidadão comum é
levado a perceber a sociedade na qual está mergulhado, não apenas através da sua experiência
imediata, mas através das sinalizações e interpretações daqueles que têm a tarefa de perscrutar
o cenário social no seu conjunto e nos seus rumos e horizontes. Os cientistas sociais e os
jornalistas são assim, olheiros e intérpretes que produzem, interpretam e divulgam os
indicadores. A objetividade e exatidão destes dados, entretanto, estarão sujeitas a diferentes
interpretações e mesmo a distorções e manipulações, intencionais ou não. A análise desses
índices possibilita uma visão do desenvolvimento de uma região.
60
Gomes e Silva (2008) argumentam que um indicador de desenvolvimento sustentável
pode geralmente ser entendido como uma ferramenta de análise quantitativa das mudanças, ao
mensurar e ao disseminar o progresso para o uso e gerenciamento sustentável de recursos
econômicos, sociais, organizacionais e ambientais. Os indicadores devem ser vistos como um
resumo circunstancial de um dado momento, podendo ser classificados tanto em quantitativos
e qualitativos.
Um indicador é algo que aponta um resultado ou uma circunstância. Sua finalidade é
mostrar como o sistema está trabalhando para os objetivos estabelecidos. Os indicadores
são vistos normalmente como algo quantitativo e nesse sentido um indicador não é o mesmo
que indicação. Isto não significa que não pode haver nenhum indicador qualitativo. A escolha
entre indicadores quantitativos e qualitativos depende principalmente da finalidade dos
indicadores, embora os indicadores quantitativos sejam usados mais freqüentemente. (Gomes
e Silva, 2008. p.4).
Assim, se a necessidade de utilização de um índice que mostre a qualidade de vida
no município e não simplesmente o PIB e o IDH para se verificar o desenvolvimento
municipal
2.4 Indicadores sobre o desenvolvimento do turismo
Borges (2005) afirma que a atividade turística traz profundas modificações nos lugares
em que se desenvolve. Atribui essas alterações ao fato que nos pólos turísticos, se confrontam
a territorialidade sedentária da população local que se encontra instalada nos locais e a
população flutuante, passageira que por ali só passam, trazendo consigo hábitos e costumes,
cuja novidade, muitas vezes, gera uma sensação de invasão do lugar, compensada pelos
benefícios financeiros oriundos de sua passagem.
Dentre os indicadores associados ao desenvolvimento turístico numa dada região, os
relacionados à qualidade ambiental e condições de moradia se destacam. Paulo (2005) afirma
que os sistemas de abastecimento de água e esgoto sanitário são de extrema importância em
uma cidade turística, devido à grande receptividade de pessoas em diversas épocas do ano.
Segundo o que assinala a mesma autora, esses serviços são de responsabilidade da prefeitura
61
do município. Em Caldas Novas, o governo local tem dificuldade de acompanhar o
crescimento urbano e as demandas que o município tem na área do saneamento básico.
Sob a ótica ainda da qualidade ambiental, entra-se numa questão bastante discutida: a
Sustentabilidade. Barbosa (2005) ressalta que o turismo pode auxiliar na qualidade ambiental
em vários aspectos:
Preservação de importantes áreas naturais: O turismo pode ajudar a justificar e a
pagar pela preservação de parques naturais, recreações ao ar livre e manutenção de
áreas como atrações que de outra forma, podem ser deterioradas ecologicamente.
Preservação de locais históricos e arqueológicos: O turismo funciona como
incentivo para ajudar a pagar pela manutenção de locais históricos e arqueológicos
(como atrações para turistas) que, de outra forma, podem ser deteriorados ou até
mesmo desaparecer.
Melhorias na qualidade ambiental: O turismo funciona como incentivo para manter
o meio ambiente agradável como um todo através do controle do ar, da água, da
poluição sonora, de problemas com o lixo. Também, pode incentivar a melhoria da
estética ambiental por meio de programas de paisagismo, designs adequados de
construções e melhor manutenção.
Melhoria de infra-estrutura: A infra-estrutura local de rodovias, sistemas de água e
esgoto, telecomunicações e outras podem, e em geral, é otimizada através do
desenvolvimento do turismo, o que traz benefícios econômicos e ambientais.
Melhorias no meio ambiente: Embora este seja um benefício mais subjetivo, o
desenvolvimento de instalações turísticas bem projetadas pode promover melhorias
em paisagens naturais ou urbanas que, de outra forma, podem apresentar-se
tediosas e desinteressantes.
Valorização da cultura típica: A atividade turística pode atuar como um importante
fator de valorização de hábitos e costumes relativos ao cotidiano do núcleo receptor
frente ao processo de globalização, uma vez que este aspecto é fundamental para
caracterizar a diferença entre locais e/ou regiões. No aspecto econômico o turismo é
capaz de aumentar as receitas dos municípios, gerar impostos, maximizar o
recebimento de divisas, gerar ocupação e renda para a população local e redistribuir
a renda (Barbosa, 2005. p.112)
Dentro desta perspectiva os indicadores do desenvolvimento do turismo devem ser
vistos de forma mais abrangente, em que aspectos sociais e ambientais devem ser tomados
como base. Não a estrutura física do local da exploração do turismo, mas também fatores
que estão diretamente ligados, como os recursos naturais.
2.5 O conceito de condições de vida
A definição da condição ou qualidade de vida de um indivíduo ou população possui
grande complexidade devido a fatores externos e internos que devem ser analisados a fim de
estabelecer e definir esse índice. Dependendo da área do saber, do foco estabelecido, essa
definição adquire vários significados.
62
Rocha (2008, p.3) ressalta que:
A qualidade de vida é um termo empregado para descrever a qualidade das
condições de vida levando em consideração fatores como a saúde, a educação, o
bem-estar físico, psicológico, emocional e mental, expectativa de vida etc. A
qualidade de vida envolve também elementos não relacionados, como a família,
amigos, emprego ou outras circunstâncias da vida.
Nesta definição observa-se que a qualidade de vida tem que estar relacionada com
fatores econômicos, sociais e psicológicos. A expectativa de vida, o emprego, a possibilidade
de ascensão da população, relacionados ao seu bem estar psicológico, emocional e mental
devem ser mensurados para quantificar a qualidade de vida de uma população. Esta definição
difere da primeira definição da expressão qualidade de vida na qual essa estaria relacionada
somente a questão econômica.
A construção do conceito qualidade de vida é desenvolvido em diferentes campos do
saber, o que lhe confere vários sentidos. Diferentes variáveis são consideradas. Em termos
objetivos, a expressão qualidade de vida "foi empregada pela primeira vez pelo presidente dos
Estados Unidos, Lyndon Johnson em 1964 ao declarar que 'os objetivos não podem ser
medidos através do balanço dos bancos. Eles podem ser medidos através da qualidade de
vida que proporcionam às pessoas (GRUPO WHOQOL, 1998).
Com o advento de novos parâmetros econômicos e sociais, que se destacam por sua
atuação num determinado período, a definição da qualidade de vida incorporou cada vez mais
fatores a serem considerados. É o que se percebe nos dias atuais com relação à questão
ambiental, muito se fala em sustentabilidade, desequilíbrios ambientais e meio ambiente.
Frente a vários problemas sociais relacionados a essa temática, por uso abusivo ou
irresponsável dos recursos naturais, a questão ambiental hoje pode ser relacionada com a
qualidade de vida somando-se a fatores já considerados.
Para Herculano (2000) o conceito de qualidade de vida é proposto como um conceito no
qual a questão ambiental se agregue aos demais itens hoje mensurados pelo IDH. Propõe que
"qualidade de vida" seja definida como a soma das condições econômicas, ambientais,
científico-culturais e políticas coletivamente construídas e postas à disposição dos indivíduos
para que estes possam realizar suas potencialidades: inclui a acessibilidade à produção e ao
63
consumo, aos meios para produzir cultura, ciência e arte, bem como pressupõe a existência de
mecanismos de comunicação, de informação, de participação e de influência nos destinos
coletivos, através da gestão territorial que assegure água e ar limpos, rigidez ambiental,
equipamentos coletivos urbanos, alimentos saudáveis e a disponibilidade de espaços naturais
ao menos no meio urbano, bem como da preservação de ecossistemas naturais.
O Grupo WHOQOL (1998) definiu Qualidade de Vida como "a percepção do indivíduo
de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações". Concordando com essa
definição Minayo, Hartz e Buss ponderam que esta definição é uma noção eminentemente
humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa,
social e ambiental e à própria estética existencial, pressupondo assim, a capacidade de efetuar
uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão
de conforto e bem-estar.
Essas considerações implicam a percepção do individuo frente as suas expectativas,
desejos e anseios, em que a qualidade de vida, se torna um objeto mais abstrato e subordinado
a sentimentos do indivíduo. Isso porque a diversidade cultural e os valores de uma dada
população possuem uma diversidade considerável, tornando assim a ponderação da qualidade
de vida mais em um aspecto individual, que não pode ser extrapolado para uma dada
população.
2.6 Indicadores sobre condições de Vida
O Índice de Condição de Vida - ICV foi elaborado num contexto para estudo do
desenvolvimento de um município, tomando como base a metodologia básica semelhante à
utilizada na construção do IDH. Entretanto, incorpora um conjunto maior de indicadores de
desempenho sócioeconômico, de modo a captar, da forma mais abrangente possível, o
processo de desenvolvimento social. Basicamente, isso é feito pela ampliação do leque de
indicadores que compõem as dimensões Renda, Educação e Longevidade e pela introdução de
duas dimensões adicionais dedicadas a retratar a situação da Infância e da Habitação (Atlas de
Desenvolvimento Humano no Brasil”, em 1998).
64
Outro índice proposto por Herculano (2000) é o índice de qualidade de vida – IQC:
Os estudos sobre indicadores enfatizam a sua utilidade para a formulação de
política nacional e de acordos internacionais. Entendemos, porém, que os pontos
indicativos de qualidade de vida devem ser desagregados, isto é, mensurados,
sobretudo localmente, a partir da identificação de micro-espaços minimamente
homogêneos (a favela, o bairro, os distritos municipais). Essa ênfase no micro é
muito importante, pois possibilita tomar medidas contra a estratificação espacial, o
que repercutirá na luta contra a desigualdade cio-econômica, bem como para
salientar a necessidade de políticas preservacionistas. Até aqui, a noção equivocada
do que é qualidade de vida tem sido eminentemente metropolitana e, neste sentido,
as políticas de desenvolvimento local entre nós m provocado uma razzia nas
amenidades locais e a expulsão de sua população, caracterizando verdadeiras
guerras de ocupação. Um IQV local contribuirá para nortear políticas: locais, em
um esquema comparativo da alocação de recursos (Herculano, 2000 sp).
A proposta do autor é agregar em uma única metodologia, o cálculo do índice de
qualidade de vida, reunindo assim o IDH e o ICV. Neste índice o autor propõe que sejam
usados parâmetros como:
qualidade habitacional: média de pessoas por m2 domiciliar; quantidade de
domicílios ligados às redes de abastecimento de água, de eletricidade, de esgotos,
de telefonia; extensão dessas redes e das vias urbanas calçadas;
qualidade educacional: matrículas escolares/ população em idade escolar; nível
médio de escolaridade; nível médio de escolaridade feminina (considerada como
fator alavancador de desenvolvimento); número de professores secundários/
população em idade escolar; número de jornais e de livros vendidos; número de
livrarias disponíveis; número de centros culturais/ população;
qualidade da saúde: expectativa de vida; mortalidade infantil; morbidade materna;
número de leitos e de médicos à disposição da população; relação de mortes por
pacientes hospitalares; quantidade de proteína animal distribuída à população de
menos de 15 anos, pela rede pública de ensino e pelas creches;
condições de trabalho: quantidade de acidentes de trabalho/ população trabalhadora
industrial e agrícola; extensão das jornadas; níveis salariais médios por setor;
presença de mão de obra infantil/ total da população trabalhadora; o grau de
diferença entre as rendas mais altas e mais baixas advindas do trabalho assalariado;
diversidade e horizontalidade na comunicação social: número de aparelhos de
rádios e televisões; mero de estações emissoras; mero e tiragens de jornais
impressos; quantidade de salas para cinemas e teatros; número de horas semanais
de programas de rádio e tv por cidade com informativos sobre saúde, meio
ambiente, cidadania e educativos em geral; comunicação comunitária (quantidade
de jornais, emissoras de rádio e tv por bairro); quantidade de bibliotecas por cidade
e bairro; relação de emissoras, jornais e revistas por proprietário; mero de
computadores ligados à Internet;
qualidade do transporte coletivo: assentos/hora disponíveis.sobre trilhos para a
população urbana e interurbana; assentos/hora por veículo coletivo; tempo médio
de deslocamento entre a moradia e o local de trabalho;
qualidade ambiental urbana: área verde e/ou áreas amenas urbanas per capita;
distância média das moradias a essas áreas; níveis de emissão de CFC
(clorofluorcarbono), de dióxido de carbono e de outros dejetos químicos; volume e
qualidade da água potável disponível; destino dado ao lixo; valor de equipamentos
industriais anti-poluição existentes/valor da produção;
qualidade ambiental não urbana
: níveis de acidificação e de contaminação tóxica
dos solos; evolução da área de desertificação em relação à área total agrícola e de
65
florestas; taxa de deflorestamento x taxas de reflorestamento; distância da área
destinada a rejeitos radioativos em relação à área de vida das populações;
qualidade, pluralidade e horizontalidade nos canais de decisão coletiva: recursos
financeiros e de pessoal destinados à gestão - governamental e não-governamental -
dos itens acima; velocidade na tramitação processual administrativa e judicial;
existência de conselhos democráticos deliberativos, plurais e paritários;
acessibilidade à candidatura a cargos eletivos (Herculano, 2000 sp).
Como pode ser observado existe um número muito extenso de indicadores no estudo da
qualidade de vida e desenvolvimento. Existe a necessidade de se estabelecer a precisão de
cada indicador e buscar um número menor de conjunto de dados para análise sem perder na
qualidade das conclusões. Uma das discusões e debates teóricos mais conhecidos é entorno de
identificar e formular precisamente um número reduzido de indicadores, porém que sejam
determinantes das condições de vida.
2.7 O conceito de impacto ambiental
De acordo com Moreira (1996) o que caracteriza o impacto ambiental, não é qualquer
alteração nas propriedades do ambiente, mas as alterações que provoquem o desequilíbrio das
relações constitutivas do ambiente, tais como as alterações que excedam a capacidade de
absorção do ambiente considerado.
Assim a visão de que os impactos têm somente agravantes negativos deve ser extinta.
As alterações sofridas no meio por um determinado empreendimento ou ação podem melhorar
este garantindo sua sobrevivência e sustentabilidade. A ABNT (1996) caracteriza o impacto
ambiental como qualquer alteração no meio ambiente, podendo esta ter um caráter adverso ou
benéfico, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma
organização. Os estudos de impacto ambiental devem objetivar a análise e avaliação das
conseqüências de algumas ações, para que possa haver a prevenção da qualidade de
determinado ambiente que poderá sofrer a execução de certos projetos ou ações, ou logo após
a implementação dos mesmos.
De acordo com Michelin (2006), os efeitos do turismo podem ser positivos ou
negativos, sendo considerados positivos os que trazem benefícios para a comunidade
receptora e contribuem para a preservação do meio natural e, negativos os que causam
degradação e estragos nesse meio, banalização e espetacularização da cultura, dentre outros.
Esses podem ser reversíveis, quando detectados no seu início, ou antes, e irreversíveis,
66
quando não lhes é dada a devida atenção e , algumas vezes, no momento que se percebe isso
já é tarde demais para a sua reversão.
Segundo a Resolução 001 de 23 de agosto de 1986 do Conselho Nacional de Meio
Ambiente - CONAMA impacto ambiental pode ser visto como:
[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam: I a saúde, a segurança e
o bem estar da população; II as atividades sociais e econômicas; III a biota; IV
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V a qualidade dos
recursos ambientais. (CONAMA, 001, de 23.08.1986).
De acordo com Bollmann (2001), nossa sociedade necessita cada vez mais de
informações cientificamente coletadas, analisadas e interpretadas, para que possamos
promover nosso sustento e desenvolvimento, com a menor agressão possível ao ambiente e
aos outros entes viventes que compartilham conosco este planeta. A consciência da nossa
capacidade de alterar os ecossistemas do planeta a ponto de comprometer a sustentabilidade
de nossa e de outras espécies faz-nos responsáveis, não só pela manutenção da espécie
humana, como por todas as demais, que estão sujeitas às alterações, o que torna maior a
responsabilidade e necessidade de conhecimento sobre o ambiente.
De acordo com Coriolano (2001), desenvolvimento, turismo e meio ambiente
encontram numa relação recíproca: atividades econômicas transformam o meio ambiente e o
ambiente alterado constitui uma restrição externa para o desenvolvimento econômico e social.
Contudo essa relação pode ser feita de uma forma controlada, reduzindo impactos e agressões.
Mas o agravante é o uso e a exploração da natureza, são os grandes impactos naturais
ocasionados para atender ao consumismo, à especulação, à acumulação, à ganância e ao lucro
desmedido, gerando não apenas degradação da natureza, mas, também, o aviltamento da
sociedade. O desenvolvimento acabou gerando riqueza para uma minoria e pobreza para uma
grande maioria.
De acordo com Ruschmann (1997, p.19),
A inter-relação entre o turismo e o meio ambiente é incontestável, uma vez
que este último constitui a “matéria-prima” da atividade. A deterioração das
condições de vida nos grandes conglomerados urbanos faz com que um
número cada vez maior de pessoas procure, nas férias e nos fins de semana,
as regiões com belezas naturais. O contato com a natureza constitui,
atualmente, uma das maiores motivações das viagens de lazer e as
67
conseqüências do fluxo em massa de turistas para esses locais-extremamente
sensíveis, tais como as praias e as montanhas- devem necessariamente ser
avaliadas e seus efeitos negativos evitados antes que esse valioso patrimônio
da humanidade se degrade irremediavelmente
Ruschmann (1997), ainda coloca que o desenvolvimento turístico em ambientes naturais
apresenta algumas vantagens e também desvantagens. Entre as vantagens coloca a criação de
planos e programas de conservação e preservação de áreas naturais, de tios arqueológicos e,
ainda, de monumentos históricos. Os empreendedores turísticos passam a investir nas
medidas preservacionistas, a fim de manter a qualidade e a consequente atratividade dos
recursos naturais e socioculturais;
Dentre os impactos relacionados no Quadro 1 as áreas que mais preocupam chamam
atenção no município de Caldas Novas são as questões relacionadas à cultura e meio
ambiente. Muitos autores ressaltam a grande explosão demográfica ocorrida no município
com o desenvolvimento do turismo o qual proporcionou uma aculturação na população local.
Outro fato foi relacionado à utilização das águas termais, que sofreu um rebaixamento no
lençol freático devido a uma exploração desordenada e intensiva.
68
QUADRO 1 – Impactos causados pelo Turismo
ÁREA IMPACTOS POTENCIAIS
POSITIVOS
IMPACTOS POTENCIAIS
NEGATIVOS
Economia
Receitas, empregos, nível de vida da
população local, investimento
Inflação local, especulação
imobiliária, concentração dos
investimentos alternativos, custos em
termos de infra-estruturas necessárias
Turismo e Comércio
Reconhecimento da região, novas
infra-estruturas, acessibilidade
maior
Preços mais elevados e reputação
junto ao comércio, desenvolvimento
descontrolado do comércio local
Sociedade e cultura
Maior empenho dos residentes na
promoção dos eventos locais,
reforço dos valores e tradições
locais
Comercialização sazonal de atividades
privadas, alterações dos costumes em
função do turismo, custo sociais
(prostituição, abuso de drogas e
álcool)
Psicologia
Orgulho quanto aos costumes locais,
reconhecimento da riqueza da troca
com o outro
Atitudes defensivas face a outras
culturas, hospitalidades por
dificuldade de comunicação
Política e administração
Reconhecimento internacional,
desenvolvimento local integrado
Mau planejamento, segregação sócio-
espacial
Meio ambiente
Novas infra-estruturas, conservação
de algumas áreas, estratégias de
gestão sustentável
Degradação ambiental, poluição,
alteração de hábitos alimentares,
produção excessiva e sazonal de
resíduos sólidos
Fonte: MILANI e DROULERS (2002)
2.8 Indicadores sobre Impacto ambiental ocasionado pelo turismo
A questão ambiental nunca teve tanta atenção como pode se observar na atualidade. A
consciência da escassez dos recursos naturais vem motivando a sociedade a buscar novos
meios de produção que atendam a exigência de sustentabilidade. Tamanhos são os efeitos do
uso desmedido destes recursos, que quando se remete a temática de impacto ambiental, a idéia
predominante é a negativa. A busca incessante dos vários segmentos sociais por métodos e
maneiras de amenizar os danos causados ao meio ambiente vem dominando o cenário
mundial.
69
Segundo Bollmann (2001), o estudo de indicadores ambientais torna-se cada vez mais
complexo e a necessidade de trocar experiências para superar as dificuldades é essencial para
o avanço do conhecimento científico nesse campo. Porém, isso não é em si uma novidade,
pois as dificuldades e as respectivas superações das condições ambientais e sua avaliação
fazem parte da própria historia do homem e são tão antigas quanto nossa história e evolução
biológica.
O grande crescimento populacional, antropotização de áreas de formas cada vez mais
agressivas pelo homem, na busca de sua sobrevivência, são os principais agravantes da
realidade ambiental que o mundo vive. Enchentes, aquecimento global, mudanças climáticas
bruscas, desastres ambientais mais freqüentes são a reação de ações do mundo capitalista.
De acordo com Paulo (2005), a verticalização das cidades torna-se responsável também
pela intensa exploração do solo urbano, um dos principais problemas presentes em Caldas
Novas, atualmente. A exploração indiscriminada de determinados espaços, como por
exemplo, às margens dos córregos urbanos e do lago de Corumbá, tornou-se um sério
problema de ordem ambiental, que poderá acarretar a exaustão dos recursos naturais,
principalmente da água termal, de suma importância para a manutenção do turismo local.
Essa verticalização é uma realidade vivida no município de Caldas Novas. Seu
crescimento vertical vem modificando a paisagem da capital do município. Os edifícios vêm
dominando o meio ambiente urbano limitando a luminosidade para população, uma vez que
as edificações altas criam uma barreira de sombreamento e mudanças no microclima da
cidade.
Outro impacto ambiental na cidade é ocasionado pela produção e deficiente coleta e
disposição final do lixo. Segundo Pasqualetto (2006) a quantidade de lixo gerada em períodos
de temporada chega a ser 25% maior que em períodos normais, saltando de 60 para 80
toneladas diárias de lixo
De acordo com Ruschmann (1997), nos últimos anos, percebe-se uma conscientização
maior no sentido de avaliar se o desenvolvimento do turismo ocorrerá sem comprometer
outros aspectos da economia, ou se criará novos problemas, relacionados com o meio
70
ambiente natural e sócio-cultural. O desafio é buscar caminhos que não enfatizem apenas
retorno econômico, mas também o bem-estar da nação.
2.9 Políticas Públicas para o turismo
Silveira, Paixão e Cobos (2006) ressaltam que a evolução das políticas públicas do
turismo brasileiro vem sendo marcada por alterações abruptas de direcionamento, conduzidas
pelo próprio cenário da política nacional das últimas quatro décadas. A descontinuidade nas
ações do Governo Federal é notadamente marcada em tais períodos, seja na forma de governo
(como ocorreu com o fim da ditadura), seja na linha filosófica (como na recente escalada do
Partido dos Trabalhadores ao Palácio do Planalto). Esta tendência à descontinuidade torna-se
preocupante, pois denota fragilidade, decorrente da dependência que a atividade turística
apresenta em relação às ações governamentais apontada no conjunto das relações estruturais,
além de várias outras obras que discutem o papel do governo no turismo. Essa preocupação
retoma espaço nos meios políticos e acadêmicos do país, neste momento conturbado em que,
às vésperas de uma nova eleição presidencial, instaura-se um clima de incertezas.
Furlan Basso (2007) traça um histórico para o ecoturismo, em que as políticas públicas
datadas desde 1985, mostram que sua importância para o país tornou-se mais expressiva. A
descontinuidade supracitada por Silveira, Paixão e Cobos (2006) é notória com tomadas e
retomadas das políticas públicas, seguindo os interesses do governo em vigência.
1985 -Primeiro projeto a abordar a atividade turística em área natural, intitulado
“Turismo Ecológico”, promovido pela EMBRATUR Instituto Brasileiro de
Turismo, em parceria com o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis;
1987 - Criação da Comissão Técnica Nacional para monitorar o Projeto Turismo
Ecológico (EMBRATUR / IBAMA);
1991 - A então Secretaria de Meio Ambiente da Presidência da República (SEMA),
em parceira com ONGs, realiza o I Curso Básico de Condutor de Visitantes, sendo
a primeira iniciativa em capacitação para recursos humanos em Ecoturismo;
1992/93 - EMBRATUR lança iniciativas de promoção do Ecoturismo, com
destaque ao Manual Operacional do Ecoturismo;
1994 - Na tentativa de implementar uma Política Nacional para o Ecoturismo, foi
formado um Grupo Interministerial de Trabalho na área, reunindo técnicos do
MMA, IBAMA, MICT, e da EMBRATUR. Contou com a participação de
representantes do Ministério da Educação e Cultura, setor privado e ONGs;
1995 Publicação do documento Diretrizes para uma Política Nacional de
Ecoturismo, principal resultado da ação de 1994;
1998 - Programa de Ecoturismo da Amazônia Legal – PROECOTUR. Iniciativa do
MMA, por intermédio da Secretaria de Coordenação da Amazônia, com a
responsabilidade de estruturar o Ecoturismo na região.
71
1999 - A EMBRATUR lança o projeto los de Desenvolvimento do Ecoturismo
no Brasil;
2003 - Criação do Ministério do Turismo. Reestruturação do Programa Pólos;
2004 Oficinas Diálogos e Diretrizes para o Ecoturismo para Elaboração das
Diretrizes para o Desenvolvimento do Ecoturismo, realizada pela Secretaria de
Políticas do Ministério do Turismo, com a participação de diversos representantes
do segmento;
2006 - Republicação do marco conceitual do Ecoturismo e realização das Jornadas
Técnicas de Segmentação6 em Ecoturismo em diversas Unidades da Federação;
2007 - Reestruturação do PROECOTUR pelo Ministério do Turismo (PRODETUR
NORTE) (Furlan Basso, 2007. p.3-4).
A expressividade do turismo para um determinado local para seu desenvolvimento faz
que muitos autores tentem materializar esta atividade. É como afirma Carvalho (2005) que
considera essa atividade, de modo particular, como sendo uma nova indústria, que além de
oferecer um desenvolvimento econômico local rápido, ameniza a maioria dos problemas
sociais encontrados hoje, como a falta de emprego, distribuição de renda e melhoria na
qualidade de vida.
[...] o turismo é capaz de oferecer um rápido crescimento econômico em termos de
nível de empregos, distribuição mais justa da riqueza, melhoria da qualidade de
vida e incremento de alguns setores industriais ligados à atividade turística. Essas
são as razões pelas quais países desenvolvidos investem grandes somas de recursos
numa atividade que pode tornar-se uma força motriz no desenvolvimento
econômico e social. (Carvalho, 2005. p24)
O autor, acima citado, justifica sua afirmação em que essa atividade é capaz de
promover esse rápido desenvolvimento econômico, baseados em dados do World Travel &
Tourism Council os quais mostram que, em termos de emprego, o turismo mundial gera
crescimento médio de 3% nos postos de trabalho, taxa que deve se manter constante até 2015,
podendo contribuir para o Produto Interno Bruto com cerca de 3,8%. O turismo é visto como
um meio para os países alcançarem seus objetivos econômicos. Essa perspectiva de
crescimento do turismo deve mudar a partir da crise econômica atual e iniciada em 2008.
Entretanto, para a diminuição da desigualdade social, argumentada pelo autor,
necessita-se que políticas públicas na área do “turismo” sejam mais bem discutidas e
formuladas. Outro fator associado são os impactos econômicos que o turismo traz consigo e
são ressaltados por Barbosa (2002, p.3)
- Mudanças na oferta do setor poderão envolver mudanças quantitativas (abertura
ou fechamento de hotéis e atrativos) - acarretando uma expansão ou contração da
capacidade, ou mudanças qualitativas (melhora na qualidade ambiental, infra-
estrutura local, natureza dos produtos e serviços disponíveis na região). Estas
72
mudanças provavelmente resultarão em diversos impactos que precisam ser
analisados cuidadosamente.
- A avaliação dos impactos econômicos devido a mudança na demanda turística,
mudança na população, na posição competitiva da região, promoções, modismo,
mudanças nas variáveis econômicas. Tudo isso provavelmente resultará em
alterações na quantidade de turistas para a região e nos gastos turísticos. Uma
análise de impacto econômico pode calcular a magnitude e a natureza destes
impactos.
- A avaliação dos efeitos de ações e políticas que afetem a atividade turística de
forma direta ou indireta. Desta forma os tomadores de decisão poderão ter
informações e subsídios para analisar e entender as conseqüências das ações a
serem realizadas e escolher a melhor alternativa.
- Entender a estrutura econômica e as interdependências entre os diferentes setores
na economia local. Os estudos econômicos ajudam a mensurar o tamanho e a
estrutura do setor de turismo em determinada região, e sua ligação com os demais
setores econômicos.
- Comparar os impactos econômicos em diferentes alternativas de alocação de
recursos para o desenvolvimento local. Este estudo poderá servir para incentivar o
gasto público no setor de turismo, ou mesmo a obtenção de tratamento diferenciado
relativo a outros setores da economia.
Os impactos a que faz referência Almeida nas afirmações anteriores, são de grande
utilidade como referencial para esta dissertação, já que conhecer os efeitos da atividade
turística nas condições de vida da população do município de Caldas Novas é o propósito
fundamental deste trabalho.
Segundo Cruz (2000) apud Barbosa e Almeida [1998?] a função das políticas públicas
direcionada ao turismo, em que cabe a estas o estabelecimento de metas e diretrizes que
orientem o desenvolvimento sócio-espacial da atividade, tanto no que diz respeito à esfera
pública como no que refere à iniciativa privada, e na sua ausência, o autor ressalta que a
atividade turística se dará de forma desorganizada, a revelia, ou seja, refém de interesses
particulares.
Arruda e Clemente (2009) definem políticas públicas como o conjunto de ações
coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais apresentando planos e programas de
ação governamental voltados à intervenção no domínio social, configurando um compromisso
público que visa dar conta de determinada demanda, em diversas áreas. Expressa a
transformação daquilo que é do âmbito privado em ações coletivas no espaço público, em que
se formulem diretrizes e metas a serem fomentadas pelo Estado, sobretudo na implementação
dos objetivos e direitos fundamentais dispostos na Constituição.
73
No trabalho de Lopes [2007?] essa necessidade de traçar metas e objetivos nas políticas
públicas voltados ao turismo, parece estar mais palpável no que o autor coloca sobre a
destinação necessária para essa atividade econômica, com características distintas:
O turismo configura-se como uma das mais importantes e promissoras áreas de
desenvolvimento do país, apresentando taxas de crescimento percentuais superiores
à média mundial em termos de fluxo turístico receptivo, receita turística cambial e
geração de empregos. Inserido na competitividade ditada pelo contexto
internacional, o Brasil inicia, na década de 90, a arrancada, visando à consolidação
de um planejamento estratégico para a atividade, balizando o seu primeiro modelo
no PNMT – Programa Nacional de Municipalização do Turismo, que enfoca a
gestão municipal como prioridade dos programas institucionais desenhados pelo
governo. No que se refere ao Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
destaca-se que pela primeira vez na história, houve a criação de um Ministério
específico para o turismo, o que demonstra a importância e o amadurecimento
efetivo da atividade, sob a ótica do poder público federal. O turismo deixou de ser
“sobrenome” para se tornar um ministério independente, com ministro de Estado
exclusivo e com verbas próprias, ganhando posicionamento diferenciado e status-
quo depois dessa medida. Com a criação do Ministério do Turismo, foi
implementado o “Plano Nacional do Turismo Diretrizes, Metas e Programas”,
que estabeleceu os rumos para o desenvolvimento da atividade turística no Brasil
para o período 2003-2007 [Lopes, 2007. 5-9]
Cabe ressaltar do parágrafo anterior o Programa Nacional de Municipalização do
Turismo PNMT, pois constitui uma política nacional que considera o município como a
unidade territorial administrativa na qual deve ser focalizada a gestão do turismo.
Neste programa apresentado por Lopes [2007?], um fato bastante relevante, é a
descentralização do turismo no programa de PNTM contemplando não a cidade do Rio de
Janeiro, mas todo o potencial turístico do país.
De acordo com Souza (2007), Caldas Novas e Rio Quente, município vizinho, se
destacam como o segundo maior destino turístico do Brasil. Caldas Novas é conhecida
internacionalmente por ser a maior estância hidrotermal do mundo, possuindo águas em
temperaturas que variam de 20° a 60°. Na alta temporada, a cidade chega a comportar mais de
100 mil turistas.
O mesmo autor ressalta que, não foi ao acaso que Caldas Novas registrou um
vertiginoso crescimento econômico nos últimos anos, traduzido principalmente pelos
investimentos maciços na construção civil, tanto de novos complexos de lazer, quanto em
hotelaria e edifícios residenciais, incluindo flats, resorts e prédios de apartamentos, a maior
74
parte dotada de infra-estrutura de lazer. Também se destacam os parques temáticos, áreas de
camping e clubes. De acordo com sua análise junto a Secretaria Municipal de Planejamento, a
cidade contava em 2007 com 106 hotéis entre clubes-hotéis, apart-hoteis, pousadas e pensões
o que corresponde a uma oferta em torno de 45.000 leitos, que terão um acréscimo até o final
do ano de 2007 aproximadamente 5.000 leitos. Entretanto, o estabelecimento destas políticas
públicas requer um dispendioso trabalho de análise em que se faz necessário uma parceria
entre sociedade e governo na sua eficácia.
De outro lado, implementar políticas públicas em busca do desenvolvimento sustentável
não é uma tarefa fácil. A premência por resultados e o foco na sustentabilidade econômica
obscurecem as demais dimensões da sustentabilidade, inibindo o desenvolvimento de ações
estratégicas que possam ser aplicadas e se revertam em benefício para todos aqueles
envolvidos na atividade. O estreitamento das relações entre a sociedade civil e o governo, em
todas as suas esferas, poderá, portanto, vir a ser a condição necessária para criar o ambiente
favorável para geração de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável
(Carvalho, 2005. p20).
75
3. O DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO E SEU IMPACTO SOBRE AS
CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO E O MEIO AMBIENTE EM CALDAS
NOVAS
O desenvolvimento da atividade turística em Caldas Novas é marcado por uma
expansão da construção civil, clube hotéis, mobiliaria com foco no lazer (Luiz, 2005). Os
impactos desse desenvolvimento na cidade apresentam aspectos positivos e negativos. Neste
capitulo são abordados os tipos de modalidades de turismo que ocorrem no município, quais
as melhorias nas condições de vida da população e os agravantes para o meio ambiente.
3.1. O Desenvolvimento das Modalidades Predominantes de Turismo no Município de
Caldas Novas
Segundo Luiz (2005) as modalidades de turismo existente em Caldas Novas são as de
lazer, ecológico, rural, eventos, saúde e religioso. Entretanto o turismo de aventura também
está presente de acordo com a pesquisa realizada. Além das águas termais, atração turística
mais importante do município, existe uma busca por atividades como tirolesa, canoagem,
mergulho e outras atividades mais radicais. Essas atividades podem ser consideradas também
como parte do turismo ecológico e rural devido a estar intimamente ligada a natureza e suas
características geológicas (relevo, paredões).
O turismo de aventura em Caldas Novas concentra-se nos hotéis fazendas, pousadas e
parque da Serra de Caldas. As cachoeiras, trilhas são as principais atrações para o
desenvolvimento da atividade. Luiz (2005) descreve que as principais atrações para essa
modalidade é a visitação ao parque, cachoeiras em seu entorno, o lago de Corumbá, Ribeirão
do Sapé e visitas na zona rural.
A busca do contato com a natureza em forma de turismo é uma atividade que vem
crescendo. Caldas Novas possui recursos para que esta modalidade se desenvolva mais ainda
no município.
76
O turismo ecológico é caracterizado principalmente pela visitação do Parque Estadual
da Serra de Caldas Novas, Unidade de Conservação do município com 175km², criada pela
Lei 7.282 em 25 de setembro de 1970, possui várias atrações de ecoturismo como trilhas,
cachoeira e a própria Serra de Caldas. Segundo a atual diretoria, o parque tem tido um
aumento considerável de turistas.
Observa-se na Figura 16 que em quatro anos o número de visitantes ao parque quase
dobrou. Em 2004, 5.456 turistas passaram pelo parque, já em 2008 esse número subiu para
9590 turistas, um aumento de 76%. Além de cenário para o ecoturismo no município, o
parque também atua na educação ambiental e centro de pesquisa e observação, caracterizando
sua importância para Caldas Novas (Figura 16).
Figura 16 Quantidade de visitantes no Parque Estadual Serra de Caldas no período de 2004-
2008.
Fonte: Direção do Parque Estadual da Serra de Caldas (2009)
As respostas sobre o impacto ou a relevância desta modalidade de turismo estão
bastante divididas (Tabela 5), pois o maior setor dos entrevistados, que representa 34,8% do
total, considera que o turismo de aventura tem somente uma baixa importância, o turismo
de aventura apresenta um efeito médio com 34,8%, pois tradicionalmente a maior parte dos
turistas procura as piscinas de águas termais. Segundo ainda a opinião dos entrevistados outro
agravante para a pouca procura desta atividade no município é a questão da falta de
77
divulgação de outras modalidades de turismo no município, manifestando assim a necessidade
de maior divulgação do município expondo não as águas termais, mas toda a riqueza
natural de Caldas Novas.
Tradicionalmente, Caldas Novas promove eventos anuais que entraram no
calendário de festividade nacional. Caldas Country Fest, Caldas Festival e o Carnaval das
águas quentes que segundo o Guia de Turismo é o carnaval mais concorrido no estado de
Goiás. São eventos que atraem para o município, vários turistas, principalmente os da faixa
etária de 18 a 35 anos. Na pesquisa, esses eventos constituem grandes atrações para o
município. O fluxo de turistas tende a aumentar muito. Na entrevista realizada Tabela 5, esse
item foi o que apresentou maior percentual em termos da sua relevância como atividade
turística e considerada de boa a excelente.
Tabela 5 - Efeitos/impactos do turismo nas modalidades turísticas - opinião dos entrevistados
O turismo de negócio também se destaca em Caldas Novas apresentando uma infra-
estrutura que favorece essa atividade. Segundo um levantamento realizado pela Fundação
Caldas Novas Convention & Visitors Bureau (dados não publicados), o município possui 10
Centros de Convenções, 68 salas de reuniões e 48 salões de eventos. Contudo a exploração
desta modalidade de turismo não representa muito para o município de Caldas Novas na
opinião dos entrevistados.
EFEITOS DO TURISMO
OPINIÃO DOS ENTREVISTADOS
Nenhum
efeito
Baixo
efeito
Médio
efeito
Alto
efeito
Efeito
muito alto
Busca pelo turismo de aventura
21,7% 30,4% 34,8% 8,7% 4,3%
Busca pelo ecoturismo
17,4% 34,8% 30,4% 13,0% 4,3%
Turismo de negócios
8,7% 26,1% 34,8% 26,1% 0,0%
Aumento do número de turistas em
eventos especiais
0% 0% 8,7% 39,1% 47,8%
Incremento do turismo infantil
(idade entre 7 e 13)
21,7% 30,4% 34,8% 13,0% 0,0%
Incremento do turismo juvenil
(idade entre 18 e 35)
17,4% 4,3% 52,2% 21,7% 4,3%
Incremento do turismo de terceira idade
(idade entre 55 e 70)
4,3% 0,0% 17,4% 43,5% 34,8%
78
De acordo com Luiz (2005), essa opinião dos entrevistados é questionável. Em seu
estudo, utilizando dados da EMBRATUR, o turismo de eventos e negócios chega a gerar três
vezes mais receita para o município que as demais modalidades. A duração média de cinco
dias de eventos tem um tempo superior aos das outras modalidades de turismo fora da
temporada. Além disso, pode-se relacionar que os acontecimentos destes eventos ocorrem
durante a semana, em dias úteis, e o turismo de lazer tende a se concentrar somente em
feriados e fins de semana fora da temporada.
Buscou-se ainda, neste trabalho, definir qual a faixa etária predominante dos turistas
que freqüentam o município de Caldas Novas. Entretanto, não existem dados censitários ou
mesmo estimativa dos órgãos regulamentadores e/ou responsável por esta área nem
municipal, nem Estadual. Somente os entrevistados na pesquisa de campo apontam um
crescimento para o turismo de terceira idade, devido à inexistência de informações
bibliográficas. (Tabela 5)
Esta informação é de suma relevância quando se busca incrementar ou melhorar a
disponibilidade de serviços e atrações para o desenvolvimento da atividade no município.
Assim deve-se realizar uma pesquisa que aponte qual é o público que vem crescendo no
município para ofertar melhores condições visando conforto e bem estar.
3.2. O Desenvolvimento da Infraestrutura do Turismo em Caldas Novas
Pode-se considerar que Caldas Novas terá até 2011 o maior complexo hoteleiro do
Estado de Goiás, superando a capital que segundo dados da Secretaria de turismo (2008) hoje
possui 13.215 leitos, distribuído em 6.195 UHs. Em quase uma década o município teve um
acréscimo de 13.288 leitos (Figura 17) aumento superior a quantidade de leitos disponíveis
em Goiânia. A construção civil é um dos aspectos que mais cresce no município. Segundo a
pesquisa realizada os impactos/efeitos desta atividade apresentam níveis de avaliação de alto a
excelente.
79
Figura 17 Quantidade de leitos disponível em Caldas Novas (Hotéis, pousadas, apart-
hoteis e flat).
Fonte: 2009 Fundação Caldas Novas Convention & Visitors Bureau (não publicado); 2004 Luiz (2005),
2003; 1998 – Albuquerque1998.
Na opinião dos entrevistados, vários empreendimentos que visam o fortalecimento da
atividade turística foram implantados na cidade, sendo que 78% dos entrevistados afirmam
que são instalações benéficas ao município. Corroborando a explosão de empreendimentos
instalados e em construção presente no município (Figura 18). Aqui estão inclusos bares,
restaurantes, lojas comerciais, além de novos hotéis e empreendimentos voltados para o
turismo na cidade.
A verticalização da cidade já é uma realidade em Caldas Novas. O município já
apresenta o segundo lugar entre os municípios que possui maior número de elevadores no
Estado, conforme afirma Albuquerque (1998). Essa verticalização é vista como uma
vantagem para a população de um município, pois propicia uma maior acesso a saneamento
básico, asfalto, proximidade aos centros comerciais da cidade, trabalho e segurança.
Entretanto, gera maior quantidade de veículos e em conseqüência, congestionamento, ruído e
contaminação,
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
1998 2000 2002 2004 2006 2008
Figura 18
Efeito da expansão da construção civil no município de
c
onstrução de novos empreendimentos benéficos a cidade
Outro exemplo forte dessa expansão da construção civil em Caldas Novas pode ser
observado comparando a
década de 80 (Figura 19).
Observa
uma expansão notoriamente ascendente na cada de 80, em comparação a anterior.
base nos dados do crescimento populaciona
se que essa expansão
aconteceu
Efeito da expansão da construção civil no município de
onstrução de novos empreendimentos benéficos a cidade
.
Outro exemplo forte dessa expansão da construção civil em Caldas Novas pode ser
ocupação do solo
do município na década
Observa
-
se um aumento no uso e ocupação do solo intensivo, com
uma expansão notoriamente ascendente na cada de 80, em comparação a anterior.
base nos dados do crescimento populaciona
l de 1980 a 2007 e na ocupação do solo, constata
aconteceu
tanto no sentido horizontal como vertical.
80
Efeito da expansão da construção civil no município de
Caldas Novas e
Outro exemplo forte dessa expansão da construção civil em Caldas Novas pode ser
do município na década
de 70 com a após a
se um aumento no uso e ocupação do solo intensivo, com
uma expansão notoriamente ascendente na cada de 80, em comparação a anterior.
Com
l de 1980 a 2007 e na ocupação do solo, constata
-
tanto no sentido horizontal como vertical.
81
Figura 19 – Perfil do uso e ocupação do solo no município de Caldas Novas na década de 70 e
após década de 80.
Fonte: AMAT (2008)
Um aspecto relevante do crescimento urbano é o novo estilo de acomodações que em
Caldas Novas se estão construindo. Os principais empreendimentos que vem sendo
construídos para acomodação do turista são condomínios, que alguns denominam de
CondoHotel. Essa modalidade oferece aos turistas uma maneira diferente e mais viável
financeiramente de hospedagem, onde condomínios denominados residenciais, oferecem
serviços de hotelaria. A locação de casas em Caldas Novas era uma atividade tradicional.
Mas a construção de condomínios residenciais que visem locação é uma das novidades que o
município vem oferecendo e em cujas construções se estão investindo mais.
Em um inventário realizado pela Fundação Caldas Novas Convention & Visitors
Bureau contabilizando o número de leitos dos condomínios juntos com os tradicionais
empreendimentos de estadia para turistas, Caldas Novas oferece hoje 112.586 leitos. Segundo
os dados disponíveis estão em construção para lançamento em 2011 mais 19.698 leitos.
82
Com base em Ruschmann, Prado e Garrido [2001?], baseando-se nas estimativas do
Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste e da Fundação de Pesquisas
Econômicas da Universidade de São Paulo FIPE, os índices de geração de emprego no
complexo turístico são de 1,5 para diretos e 5,5 para empregos totais por unidade habitacional
- UHs -, considerada como cada apartamento com fins de hotelaria. Assim sendo, em Caldas
Novas dos 3707 UHs previstas para 2011, o município oferecerá 5560,5 oportunidades de
emprego diretas e 14.828 empregos indiretos, totalizando 20.388,5 vagas.
Ayres, Daemon e Fernandes [1998?] afirmam que a capacidade de geração de empregos
diretos no setor hoteleiro é de, em média, 0,53 pessoas por unidade habitacional, variando
esse índice com a categoria de hotel e com a localização do estabelecimento. Utilizando o
índice indicado pelos autores considera-se que em Caldas Novas podem estar disponíveis
1964.7 postos de empregos diretos.
Outro empreendimento que vem tendo um acréscimo devido ao aumento do turismo
em Caldas Novas é o número de piscinas no município. Na Figura 20 observa-se que a
quantidade de piscinas termais e frias vem crescendo junto com a construção civil, mostrando
que o município se torna um centro turístico consolidado que continua em expansão.
Entretanto o aumento de piscinas frias vem sendo maior que o das piscinas quentes, reflexo da
proibição da construção de novos poços artesianos em 1996 para recuperação do lençol
freático. Isso demandará mais mão de obra especializada nestes equipamentos,
particularmente profissionais ligados a limpeza e manutenção de piscinas.
83
Figura 20 Quantidade de piscinas termais e frias dos parques aquáticos, hotéis e pousadas
em Caldas Novas.
Fonte: Ano: 2003 e 2004 – Luiz (2005) e 2009 - Fundação Caldas Novas Convention & Visitors Bureau (2009)
Ressalta-se ainda que neste levantamento não foram consideradas as piscinas
existentes nos condomínios residenciais CondoHotel, Se estes fossem levados em
consideração teríamos um total de 324 piscinas termais em Caldas Novas e 144 piscinas frias.
Com a realização da pesquisa em campo pode-se considerar que a utilização de condomínios
em Caldas Novas é um tendência que vai se consolidar. Esse tipo de empreendimento tende a
dominar o mercado de hotelaria no município.
O número de condomínios no município já detém mais da metade de toda a quantidade
de unidades habitacionais oferecidas (63,3%). Na Figura 21 observa-se que este tipo de
empreendimento oferece maior número de postos de emprego direto.
84
Figura 21 Relação de Unidades habitacionais (série 1) segundo o tipo de instalação e
estimativa do número de empregos diretos gerados (série 2).
Fonte: Fundação Caldas Novas Convention & Visitors Bureau (2009); Considerando índice de 1,5 empregos por
UH
3.3. As Transformações das Condições de Vida Urbana em Caldas Novas a partir das
Atividades Turísticas
3.3.1. Infraestrutura Básica:
Um das questões mais polêmicas no município que permeia esse assunto é a questão do
saneamento em Caldas Novas. De acordo com os dados obtidos junto ao Departamento de
água e esgoto de Caldas Novas no ano de 2002 a 2008 (Tabela 6) o município apresenta uma
carência neste serviço. Entretanto, vem aumentando de forma paulatina o número de ligações
no município.
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
18000
20000
Série1
13306 985 2178 3853 38 150 462 60
Série2
19959 1477.5 3267 5780 57 225 693 90
Condomín
io
Apart
Hotel
Flat Hotel
Hotel
Fazenda
Camping Pousada Motel
85
Tabela 6 - Quantidade de ligações de esgoto no município de Caldas Novas, no período de
2002, 2004 a 2005, 2007 a 2008.
Fonte: DEMAE (2009)
Segundo os entrevistados, poucos são os bairros que possuem coleta de esgoto.
Contido no contexto “saneamento básico” esse ponto merece atenção, o fato de que na
inexistência deste serviço, recorre-se na construção de fossas nos quintais. Como o recurso
natural mais utilizado no município é o lençol freático, esse pode estar correndo risco de
poluição uma vez que a construção dessas fossas não possui uma norma técnica e é executada
por qualquer pessoa.
Quando abordados sobre as condições e melhoria das vias de acesso à cidade, os
entrevistados sugerem que os efeitos do turismo para o município foram favoráveis, 57% das
respostas assinalaram como alto o efeito do turismo na melhoria das vias de acesso no
município (Tabela 7).
Ano Ligações de Esgoto Incremento (%)
2002 5315 -
2004 5879 9,6
2005 7816 24,8
2007 9499 30,5
2008 9684 1,9
86
Tabela 7 - Efeitos/impactos do turismo na infra-estrutura de Caldas Novas- visão dos
entrevistados
Na questão objetiva que tratava deste assunto, foram inseridas, neste contexto, as
questões de abastecimento de água e energia, juntamente com a coleta de esgoto. Assim sendo
houve um comportamento diferente na opinião dos entrevistados. Em que a maioria considera
o efeito do turismo bom nos quesitos de infraestrutura básica urbana.
As ligações de água ultrapassam o número de 20.000 (Figura 22), indicando que este
benefício atende de modo satisfatório a população, porém o número de ligações de esgoto
não chega a 10.000, mostrando assim uma grande deficiência em esgoto no município.
EFEITOS DO TURISMO
OPINIÃO DOS ENTREVISTADOS
Nenhum
efeito
Baixo
efeito
Médio
efeito
Alto
efeito
Efeito
muito
alto
Melhoria da Infraestrutura urbana promovida
pelo turismo
4,3% 17,4% 26,1% 39,1% 13,0%
Melhoria na qualidade da educação fornecida
pelas escolas da cidade
17,4% 17,4% 30,4% 26,1% 8,7%
Melhoria das Estradas de Acesso a Cidade 0,0% 13,0% 13,0% 56,5% 17,4%
Melhoria da Infraestrutura Urbana
(abastecimento de água, esgoto e ligações de
energia elétrica)
4,3% 30,4% 21,7% 43,5% 0,0%
Especulação imobiliária (valorização dos
móveis)
4,3% 0,0% 39,1% 30,4% 26,1%
Melhoria do atendimento em saúde 8,7% 34,8% 26,1% 30,4% 0,0%
Perda de segurança (aumento da
criminalidade)
4,3% 13,0% 34,8% 26,1% 21,7%
Perda de conforto em função do aumento
temporário da população com o fluxo de
turistas
13,0% 4,3% 26,1% 39,1% 17,4%
87
Figura 22 – Quantidade de ligações de água tratada no município de Caldas Novas
Fonte: DEMAE (2009)
A disponibilidade de energia elétrica apresenta um crescimento no período de 1999-
2008, acompanhando o aumento da população de Caldas Novas (Tabela 8). Considerando a
média em cada residência de cinco habitantes, o município possuiria cerca de 14.519
residências e 1433 estabelecimentos comerciais, mostrando que o número de ligações supera
ao número de residências com habitantes fixos no município. Isso porque a população
flutuante no município é alta, havendo residências habitadas somente no período de férias.
A melhoria nos aspectos de água tratada e energia amenizaram os efeitos da insatisfação
dos entrevistados a respeito do esgoto, tornando a questão de infra-estrutura um ponto
positivo com o advento do turismo.
Tabela 8 – Quantidade de consumidores de energia elétrica no período de 1999-2008.
Ano Consumidores (nº) Incremento (%)
1999 22952
2000 25007 9.0
2001 27470 9.8
2002 29570 7.6
2003 31578 6.8
2004 33926 7.4
2005 35830 5.6
2006 37158 3.7
2007 38771 4.3
2008 40659 4.9
Fonte: SEPLAN (2009)
88
Em relação à saúde, observa-se com base na Tabela 9 que a disponibilidade de leitos e
hospitais teve uma oscilação no período avaliado, recuperando o número de leitos nos últimos
anos. Em 1996 se tinha a relação de 1,31 leitos por 1.000 habitantes e em 2007 é de 2,1 leitos
por mil habitantes, enquanto o Estado de Goiás apresenta 3,0 leitos por 1000 habitantes.
Porém, esse índice agrava-se em Caldas Novas, quando se considera que a população
flutuante no município que necessita deste tipo de serviço aumenta em períodos de temporada
chegando a 100 mil habitantes, o que faria o índice chegar a 1,3 em feriados prolongados.
Nessa proporção o índice fica bem abaixo do recomendado.
Tabela 9 – Quantidade de leitos e hospitais no município de Caldas Novas
Saúde
1996
1997
1998
1999 2000
2001
2002
2003
2006
2007
2009
Hospitais (nº) 2
3
4
4
4 4 3 3 4 4 4
Leitos (nº) 52
102
126
126
126 126 96 96 129 131 149
Fonte: SEPLAN (2003)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana da Saúde
(OPAS) não recomendam nem estabelecem taxas ideais de número de leitos por habitante a
serem seguidas e cumpridas por seus países-membros. Tampouco definem e recomendam o
número desejável de médicos, enfermeiros e dentistas por habitante. Porém o Ministério da
Saúde indica um parâmetro de 2,5 a 3 leitos por 1000 habitantes, mostrando assim que o
município, considerando a população flutuante, ainda precisa melhorar o número de leitos e
desta forma o atendimento à população no quesito saúde.
O repasse para saúde é realizado conforme a população do município, e como Caldas
Novas apresenta uma população flutuante muito alta, esse tipo de serviço pode ser
comprometido em épocas de grande concentração.
Outro indicador utilizado para medir as condições da saúde em um município é o índice
de mortalidade infantil. De acordo com a Figura 23 pode se observar que a mortalidade
infantil no município vem caindo, mantendo índices bem abaixo do Estado de Goiás e do
Brasil
89
Figura 23 – Mortalidade infantil no município de Caldas Novas
Fonte: Elaborado a partir de dados do caderno de Informação de Saúde- Ministério da Saúde (2009)
Um dos indicadores utilizados para mensurar a qualidade da educação em um município
é a taxa de analfabetismo. Esta está relacionada com o percentual de pessoas com 10 e mais
anos de idade que não sabem ler nem escrever. Um relatório elaborado pelo Ministério das
Cidades constatou que houve um descréscimo na taxa de analfabetismo no município. Os
indices que inicialmente marcavam 32,1% da população com mais de 10 anos sem saberem
ler e escrever em 1970, apresentam somente 8,1% da população como analfabeta (Figura 24).
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Mortalidade infantil por 1.000
nascidos-vivos
Ano
Caldas Novas
Goiás
Brasil
90
Figura 24 Taxa de analfabetismo no município de Caldas Novas nos períodos de 1970 a
2000.
Fonte: IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2009).
Na Figura 24 pode-se observar que o índice de analfabetismo no município diminuiu
até 7,52%. Este índice é menor do que o observado em todo o estado, no qual a taxa de
analfabetismo é de 10,8%. Entretanto, na opinião dos entrevistados, observada na Tabela 8,
sobre a melhoria na educação do município, o turismo não exerceu diretamente esta melhoria,
sendo que os entrevistados afirmam que o efeito do turismo neste aspecto é apenas médio.
No período dos eventos de lazer (carnaval, Caldas Fest Country e outros) a poluição
sonora na cidade é agravada. O som automotivo alto, uso de fogos de artifícios, aumento da
frota de carros (nem sempre regulados, e equipados com sons) causam um desconforto para a
população local e para outros turistas que buscam no silencio e na calmaria seu refugio de
descanso (Albuquerque, 1998).
Corroborando com o exposto pelo autor, a perturbação do turismo à população local foi
indicada como um efeito alto (38%) pelos pesquisadores, assim como o aumento da
criminalidade, onde 48% dos entrevistados indicam um efeito de alto a muito alto.
De acordo com Pizam; Mansfeld (1995) apud Santos e Silva (2006), os efeitos da
violência são extremamente negativos para a indústria do turismo. A participação do governo,
população e instituições ligadas ao turismo, é de fundamental importância, para reduzir os
91
índices de criminalidade, possibilitando melhores condições de permanência aos turistas e a
população local.
Caldas Novas, sendo uma cidade a qual sobrevive fortemente do turismo, necessita
dedicar uma atenção mais apurada as políticas de segurança pública, observando que de
acordo com o autor acima o aumento da criminalidade gera a diminuição da busca por regiões
com tais características.
3.3.2. A Melhoria do Emprego e da Renda em Caldas Novas como conseqüência do Turismo.
Segundo dados do SEPIN (2009), de 1998 a 2007 Caldas Novas teve um aumento de
130% na quantidade de empregos formais no município, o rendimento médio do município
demonstra que dobrou no mesmo período (Tabela 10).
Tabela 10 Quantidade de empregos formais no município de Caldas Novas e rendimento
médio no período de 1998 a 2007.
Emprego
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Número de
empregos
formais
(RAIS)
5.647 6.229 6.733 7.942 8.536 9.544 9.912 11.316 11.786 13.067
Rendimento
Médio - R$
(RAIS)
... 348.97 372.68 394.58 443.38 510.7 551.8 594.52 664.49 718.79
Fonte: SEPLAN (2009)
Ignara (2003) afirma que o turismo necessita de uma infinidade de mão de obra
especializada. Isso pode explicar o grande efeito na geração de empregos para mulheres e
jovens dentro da atividade. Segundo os dados analisados, as mulheres e jovens também são
beneficiados com oportunidades de empregos dentro da atividade turística. Isso irá refletir na
renda familiar, quando mais de uma pessoa em uma família possui um emprego remunerado
(Tabela 11).
92
Tabela 11 - Efeitos/impactos do turismo no emprego/renda da população de Caldas Novas-
opinião dos entrevistados
Ressalta-se ainda que fatores como preferência por mão de obra de outro município e
migração do homem do campo para a cidade (que na opinião dos entrevistados tem um efeito
alto no município, com grande incidência de migrantes), não interfere na geração de emprego
para população local, apresentando baixo efeito.
O turismo em Caldas Novas trouxe à população local geração de emprego. Dos
entrevistados 83% consideram o efeito do turismo para a população de bom a excelente. Isso
confirma que esta atividade é capaz de empregar grande número de mão de obra direta e
indiretamente.
3.3.3. As transformações culturais provocadas pelo turismo e participação da população na
formulação de políticas públicas voltadas para o turismo
De acordo com Michelin (2006), é através do planejamento que os impactos, tanto
positivos, quanto negativos são avaliados, para que desta maneira tenha-se noção do que
poderá acontecer no futuro com o desenvolvimento do fenômeno turístico em certo local.
Também a capacidade de carga é trabalhada e definida durante o planejamento. A sua
EFEITOS DO TURISMO
OPINIÃO DOS ENTREVISTADOS
Nenhum
efeito
Baixo
efeito
Médio
efeito
Alto
efeito
Efeito
muito
alto
Geração de empregos para a população
local
0,0% 4,3% 13,0% 52,2% 30,4%
Contribuição para o aumento da renda
familiar (emprego para mulheres e
jovens)
4,3% 8,7% 13,0% 39,1% 30,4%
Situação financeira da população na
baixa temporada (diminuição da renda)
0,0% 13,0% 56,5% 26,1% 4,3%
Preferência pelas empresas por mão-de-
obra de outros municípios
21,7% 30,4% 26,1% 21,7% 0,0%
Influência nos preços dos produtos de
consumo interno
4,3% 13,0% 43,5% 21,7% 17,4%
Emigração do campo, diminuição das
atividades econômicas rurais e aumento
de preços dos alimentos.
13,0% 21,7% 34,8% 26,1% 4,3%
93
determinação é fundamental para que o Turismo não venha a se tornar o “vilão” degradando
os recursos naturais pela saturação de turistas em um determinado local ao mesmo tempo.
De acordo com Brito e Melo (2008), o processo de sensibilização turística engloba
todos os envolvidos no desenvolvimento da atividade turística e que o mesmo é um fator
primordial para que o turismo venha trazer benefícios para a comunidade autóctone e
satisfação das necessidades e desejos dos turistas e visitantes daquele local. Com isso a grande
necessidade de envolvimento da sociedade no planejamento e desenvolvimento do turismo
local.
Vindo de encontro à opinião do autor observando a Tabela 12 existe no município um
grande efeito do turismo da organização da comunidade e na atuação e respeito do conselho
municipal do turismo, por outro lado a pesquisa obteve com base na opinião dos entrevistados
um efeito de baixo a médio no aumento das iniciativas do governo no sentido de planejar e
desenvolver o turismo local
Tabela 12 - Efeitos/impactos do turismo na cultura de Caldas Novas- visão dos entrevistados
Apesar de a literatura enfatizar os efeitos do turismo para a cultura da população local,
de acordo com as respostas dos entrevistados, os dados evidenciam que o turismo em Caldas
Novas não trouxe grandes influências para a cultura local, que mais de 50% dos
entrevistados afirmaram que o turismo trouxe de nenhum a pouco efeito na valorização do
EFEITOS DO TURISMO
OPINIÃO DOS ENTREVISTADOS
Nenhum
efeito
Baixo
efeito
Médio
efeito
Alto
efeito
Efeito
muito
alto
Valorização do patrimônio histórico
26,1
%
39,1
%
4,3
%
17,4
%
13,0
%
Revitalização da cultura tradicional local
13,0
%
21,7
%
43,5
%
4,3
%
17,4
%
Organização e participação da comunidade
4,3
%
17,4
%
30,4
%
43,5
%
17,4
%
Aumento das iniciativas do governo para o
planejamento e desenvolvimento do turismo
0,0
%
30,4
%
34,8
%
26,1
%
8,7
%
Conselho Municipal de Turismo atuante e
respeitado pelo governo local
17,4
%
21,7
%
26,1
%
30,4
%
4,3
%
Projeção da cidade e orgulho de ser morador
8,7
%
17,4
%
17,4
%
34,8
%
21,7
%
Oportunidades de esporte e lazer para a
comunidade
17,4
%
21,7
%
30,4
%
21,7
%
8,7
%
94
patrimônio histórico e um efeito entre baixo e médio na revitalização da cultura local, como
pode ser observado na Tabela 12.
Banducci Junior (2001, p.43), afirma que o turismo como agente desse processo amplo,
pode tanto destruir como estimular respostas positivas que venham a reforçar a identidade do
grupo ou outros aspectos da cultura local. Logo se pode dizer que a cultura local continua
pouco afetada pelo turismo
A conscientização deve começar com os próprios moradores, que muitas vezes iniciam
os processos de destruição puramente por desinformação. O mesmo turismo que gera
empregos e desenvolve a economia local não pode destruir o ambiente e a população que ali
se desenvolvia. Deve-se, pelo contrário, formular e executar políticas públicas para
valorizar e fortalecer a cultura local e torná-la um atrativo para o turismo.
3.4. O Impacto Ambiental na Cidade como Conseqüência do Turismo.
Uma das áreas mais afetadas pelo turismo no município de Caldas Novas é o meio
ambiente. A questão ambiental em todos os itens questionados aos entrevistados teve como
resposta os índices mais altos.
Albuquerque (1998) afirma que a consciência ecológica vem aumentando em todos os
setores da sociedade. Esse despertar, conforme afirma o autor, vem das conseqüências
observadas no município pela degradação do meio ambiente. De acordo com o mesmo autor
existe um aumento na conscientização das questões ambientais, apoiado pelo aumento de
incentivo a medidas de proteção ambiental.
O lixo urbano é tido como um dos maiores problemas do município. Existe a coleta de
lixo no município que é depositado em um lixão a cinco quilômetros da cidade. O lixo de
Caldas Novas é considerado rico para a sua reciclagem. Entretanto apenas parte deste é
utilizado. Existem alguns catadores de lixo que empacotam e vendem para outras cidades, e
parte dos restos orgânicos produzido nos hotéis e restaurantes é usado na alimentação de
suínos por pequenos agricultores da cidade (Albuquerque 1998).
95
Devido a atividade turística observa-se que o lixo do município possui altos índices de
alumínio e plásticos, devido ao alto consumo de bebidas e fast-food. Segundo estudos de
Pasqualetto et al (2006) o lixo de Caldas Novas possui um percentual de plástico maior que a
média nacional (3%), sendo observado no município um porcentual de cerca de 12,76% e a
porcentagem de metal encontrada foi de 2,14%, 1,86% a menos que a média, a pequena
quantidade percentual de metais na caracterização deve-se a presença de catadores em Caldas
Novas.
Com o turismo o município apresenta um aumento sazonal na produção de lixo.
Segundo os entrevistados o desenvolvimento da atividade turística no município tem efeitos
alto a muito alto. Afirmam que o município apresenta uma produção excessiva de lixo na alta
temporada (Tabela 13).
Tabela 13 - Efeitos/impactos do turismo no meio ambiente de Caldas Novas- opinião dos
entrevistados
Caldas Novas como qualquer cidade em ascensão passa por problemas ambientais
causados pelo crescimento que atualmente vive. Estudo de Costa e Biella (2006) mostram que
as nascentes dos mananciais dentro do município estão todas degradadas. Em outros estudos
consultados e segundo os entrevistados os problemas ambientais são graves e preocupantes.
Particularmente a degradação das nascentes e das áreas de preservação permanentes (APP) é
discutida. Um estudo realizado pela AMAT afirma que cerca de 4,1% da mata ciliar dos
EFEITOS DO TURISMO OPINIÃO DOS ENTREVISTADOS
Nenhum
efeito
Baixo
efeito
Médio
efeito
Alto
efeito
Efeito
muito
alto
Incentivo a medidas de proteção
ambiental
17,4% 21,7% 30,4% 30,4% 0,0%
Melhoria da consciência ambiental
da comunidade
8,7% 26,1% 39,1% 26,1% 0,0%
Destruição da paisagem natural por
empreendimentos turísticos
0,0% 17,4% 26,1% 30,4% 21,7%
Degradação do meio ambiente 0,0% 13,0% 34,8% 30,4% 21,7%
Produção excessiva e sazonal de lixo 17,4% 21,7% 30,4% 30,4% 0,0%
96
mananciais do município foram ocupados por empreendimentos ligados ao turismo. Esse
índice poderia até ser considerado baixo, se não fosse 47,6% de área desmatada que somando
com as áreas ocupadas pelos empreendimentos se atinge mais de 50% de degradação da APP
em Caldas Novas (Figura 25)
Albuquerque (1998) ressalta que essa ocupação das áreas ribeirinhas vem do crescente
processo de imigração que o município vem experimentando e cujas pessoas que chegam a
cidade, em geral de baixa renda, se instalam nestas áreas.
Figura 25 – Situação das áreas de preservação permanente em Caldas Novas
Fonte: AMAT (2008)
Esse cenário confiabilidade á opinião dos entrevistados que a maioria afirma que
a degradação do meio ambiente no município devido ao turismo é grande, sendo que 52%
consideram os impactos entre alto e muito alto (Tabela 13).
97
Segundo Sousa Júnior et al. (no prelo) a área total de preservação permanente exigida
legalmente pelo código florestal de 1989 no município de Caldas Novas é de 1,97 km²,
entretanto, seus estudos mostraram que existe 0,95 km² (48,25%) de APP remanescente, 0,94
km² (47,64%) de área desmatada e 0, 081 km² (4,1%) de área ocupada dentro das APP’s, da
qual 2,5% correspondem à ocupação por residências e 1,6% correspondente à ocupação por
empreendimentos hoteleiros.
A verticalização da cidade atua como um impacto negativo para o meio ambiente no
município. Essa expansão tende a criar uma poluição visual sendo barreira para paisagens do
município, além de limitar a luminosidade solar nas instalações vizinhas.
A degradação do meio ambiente do município é outro fator que os entrevistados deram
como de alto efeito. A degradação do meio ambiente e destruição da paisagem natural por
empreendimentos turísticos é apontado como um dos grandes fatores de degradação
ambiental. (Tabela 13)
Fato preocupante, é que mesmo com esse cenário as questões relacionadas com
incentivos a práticas de preservação e de consciência no município em favor da preservação
de meio ambiente apresentam índices medianos na opinião dos entrevistados (Tabela 13).
Os dados das pesquisas mostram que o turismo, como qualquer outra atividade, tendem
a ser impactantes no meio ambiente. A busca por medidas mitigadoras torna-se uma
necessidade a fim de conservar os recursos que são explorados. Uma vez que o turismo no
município é baseando justamente nestas fontes, ações para prevenir a destruição do meio
ambiente em Caldas Novas devem ser uma prioridade na gestão do município.
Associar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental do município
é o trabalho que os gestores municipais tem que buscar, no intuito de melhorar a qualidade de
vida de seus habitantes, proporcionar condições favoráveis ao bem estar de seus turistas,
trazendo receita para o município e garantindo a continuidade do exercício do turismo em sua
região.
98
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A atividade turística no município é a grande precursora da melhoria de diversos
indicadores socioculturais e econômicos. O fortalecimento desta atividade faz com Caldas
Novas se destaque dentre os demais municípios do Estado de Goiás.
Dos indicadores utilizados para verificar a qualidade de vida do município, os
relacionados à renda, emprego e educação apresentaram bom desempenho, superando até a
média estadual. O município de Caldas Novas apresenta um aumento no número de empregos
e crescimento de estabelecimentos. O Produto Interno Bruto per capita teve um aumento
gradativo, não sendo influenciado com a explosão demográfica observada no período
analisado. A taxa de analfabetismo no município é menor do que a estadual, sendo o segundo
município do sul goiano com maior número de escolas e melhores serviços educacionais e
médicos.
O complexo hoteleiro do município continua se expandido, surgindo uma nova
modalidade de hotelaria o CondoHotel para os quais se deve elaborar um sistema de
tributação, uma vez que este serve como Unidade Habitacional para o turismo. Nota-se um
crescente incremento no número de leitos, e consequentemente um incremento no número de
empregos diretos e indiretos gerados.
Com a proibição da exploração do lençol freático no município em 1996, quando foi
restringido o uso de novos poços de águas termais, o município superou essa limitação com
investimentos em outras fontes hídricas. Essa iniciativa gerou o aumento de piscinas frias no
município. Alem deste aumento, observa-se que outros empreendimentos estão sendo
instalados sem a utilização de águas termais, como é o caso do Clube Náutico de Caldas
Novas, sendo um dos mais procurados atualmente.
O município oferece uma variedade de atividades ligadas ao turismo que vão desde a
exploração das águas termais, atrativo principal, à promoções de eventos, englobando as
modalidades de turismo de aventura, lazer, ecoturismo e de negócio.
99
O sistema de saneamento básico, no quesito esgoto, deve ser estendido. A porcentagem
de residências com esse serviço é baixa, não atendendo nem um terço da população, se for
considerado o número de ligações de água tratada. A ausência deste serviço vem acarretando
vários problemas sociais e ambientais, como a incidência de animais transmissores de doença
(insetos e ratos) doenças gastrointestinais e infecto-contagiosas, maus odores e contaminação
de afluentes que cortam o perímetro urbano.
O uso de fossas sépticas deve ser diminuído com a extensão das redes de coleta de
esgoto. Esse benefício atua como preventivo na saúde populacional, no controle de doenças
principalmente as transmitidas por animais. Ainda a ausência deste serviço de forma eficiente
agrava-se mais quando se atenta para a contaminação do lençol freático que é o recurso
fundamental da vida turística e socioeconômica de Caldas Novas.
Esta deficiência é agravada mais ainda com a carência do sistema de coleta e destinação
dos resíduos sólidos do município. O lixão, que não comporta mais a quantidade de resíduos
gerada cotidianamente, está ameaçado de saturação porque aumenta o lixo com as temporadas
turísticas no município.
Um sistema eficiente de coleta e destinação do lixo urbano deve ser instalado no
município para dar mais atratividade e confiabilidade ao turista. Uma cidade mais limpa,
consequentemente consegue um número de turista mais fieis. Programas de auxilio e
capacitação para os catadores de lixo, com criação de cooperativa, que visem sua inclusão e
valorização, auxiliariam nesta questão uma vez que o lixo da cidade tem grande potencial de
reciclagem.
Os aspectos ambientais são os que mais agravam a qualidade de vida no município. A
expansão urbana acentuada faz que o município tenha no seu perfil suas matas ciliares
ameaçadas. A ocupação destas áreas indica que medidas de políticas públicas devem ser
tomadas para mitigar esse impacto causado pelo aumento do município.
Deve-se procurar fortalecer organizações de segurança pública, apoiando estudos na
área para a obtenção de parâmetros precisos para o desenvolvimento de políticas nessa área.
100
Priorizar a criação de um banco de dados onde se possa ter acesso a informação
histórica do município, lembrando que as raízes histórico-culturais devem ser consolidadas
como atrativo turístico é elemento de identidade das comunidades locais. A criação de novos
e manutenção dos locais de visitação onde o turista possa conhecer a história do município,
obras e objetos do patrimônio municipal e a origem das águas termais, será uma iniciativa
relevante, visto que este é sempre um ponto de curiosidade dos turistas. Estabelecer uma
metodologia para monitorar os estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, com o
fim de manter atualizadas estatísticas e tendências da atividade turística no município.
Somente com dados e tendências temporais pode-se fazer planejamento e elaborar projetos
para o fortalecimento do turismo.
Campanhas de educação ambiental e mobilização comunitária em prol de um meio
ambiente saudável, que seja explorado de forma sustentável devem ser formuladas e
executadas no município. Estas devem ser realizadas desde a formação básica do cidadão ate
sua graduação, e orientadas para:
1) Conscientizar as crianças e jovens sobre a necessidade da preservação ambiental e dos
recursos naturais e turísticos do município. Campanhas de educação ambiental
informal com a população, particularmente na Serra de Caldas e nas áreas rurais onde
as matas ciliares dos rios devem ser preservadas e reflorestadas.
2) Educação ambiental formal: Incorporar nos currículos acadêmicos das escolas
disciplinas obrigatórias sobre ecologia e manejo do meio ambiente, tendo em
consideração a problemática ambiental específica e os recursos naturais de Caldas
Novas.
3) Fortalecer os existentes e criar novos viveiros no município para doar mudas de
árvores nativas e desenvolver campanhas de reflorestamento.
Manter o sistema de monitoramento e fiscalização de uso das águas termais e
estabelecer uma taxa de uso das águas do lençol freático com o fim de obter recursos para
financiar os viveiros e as campanhas de reflorestamento.
Verificar o repasse de verbas destinado a saúde, procurando ajustes para medidas de
oferta deste serviço ao turista. Devido ao repasse das verbas estar relacionado com o número
de pessoas residentes no município, torna-se necessário negociar perante o governo federal
verbas especiais para atendimento do turismo.
101
Ainda dentro do estabelecimento de políticas publicas para o município, a divulgação e
o fortalecimento das ações de marketing devem ser melhoradas, investindo em ações nos
níveis nacional e internacional, desvinculando-se da Pousada do Rio Quente. O município
para concretizar outras modalidades de exploração deve associar seu potencial de águas
termais, as outras riquezas da região, como a Serra de Caldas e o lago Corumbá.
102
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108
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SILVA, Tatiana Amaral; KUSHANO Elizabete Sayuri; AVILA, Marco Aurélio.
Segmentação de mercado: uma abordagem sobre o turismo em diferentes faixas etárias.
Caderno Virtual de Turismo ISSN: 1677-6976 Vol. 8, N° 2 (2008). p.105-114
109
APÊNDICE - A
Formulários para a Pesquisa de Campo
Responda o quadro abaixo atribuindo valores de 0 a 4 para os efeitos do turismo no
município de Caldas Novas.
Indicadores
Avaliação
0
1
2
3
4
Geração de empregos para a população local
Novos empreendimentos benéficos para a cidade
Expansão do setor de construção civil
Contribuição para o aumento da renda familiar
(emprego para mulheres e jovens)
Situação financeira da população na baixa temporada
(diminuição da renda)
Influência nos preços dos produtos de consumo
interno
Preferência pelas empresas por mão-de-obra de
outros municípios
Especulação imobiliária (valorização dos imóveis)
Emigração do campo, diminuição das atividades
econômicas rurais e aumento de preços dos alimentos.
Melhoria da Infraestrutura urbana promovida pelo
turismo
Melhoria na qualidade da educação fornecida pelas
escolas da cidade
0 = nenhum impacto
1 = baixo impacto
2 = impacto médio
3 = bom/alto impacto
4 = excelente/ muito alto
110
Oportunidades de esporte e lazer para a comunidade
Valorização do patrimônio histórico
Revitalização da cultura tradicional local (artesanato,
gastronomia, do folclore, festas típicas, etc.)
Organização e participação da comunidade (ex:
criação de associações, cooperativas, etc.)
Aumento das iniciativas do governo para o
planejamento e desenvolvimento do turismo
Conselho Municipal de Turismo atuante e respeitado
pelo governo local
Projeção da cidade e orgulho de ser morador
Aumento da migração (novos moradores)
Perda de segurança (aumento da criminalidade)
Perda de conforto em função do aumento temporário
da população com o fluxo de turistas
Incentivo a medidas de proteção ambiental
Melhoria da consciência ambiental da comunidade
Destruição da paisagem natural por empreendimentos
turísticos
Degradação do meio ambiente (ex: poluição,
desmatamento, captura de espécies nativas, etc.)
Aumento do número de turistas em eventos especiais,
ex. Caldas Country, Caldas Festival
Produção excessiva e sazonal de lixo
Melhoria do atendimento em saúde
Melhoria das Estradas de Acesso a Cidade
Melhoria da Infraestrutura Urbana (abastecimento de
água, esgoto e ligações de energia elétrica)
Busca pelo turismo de aventura ex. Caminhadas,
Tirolesa, Mergulho, Canoagem, etc.
Busca pelo ecoturismo ex. Utilização de áreas
protegidas
Turismo de negócios. Ex. Congressos, encontros de
empresas, etc.
Incremento do turismo infantil (idade entre 7 e 13)
111
Incremento do turismo juvenil (idade entre 18 e 35)
Incremento do turismo de terceira idade (idade entre
55 e 70)
Qual sua sugestão para amenizar os efeitos negativos e potencializar os efeitos
positivos do turismo em Caldas Novas proporcionando assim um aumento na condição
de vida da população local?
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