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túnica albugínea desvitalizada, moderadamente basofílica e anucleada. No entanto, era
evidente a sua dissociação, e o preenchimento do espaço entre elas por tecido
conjuntivo cicatricial e raros mononucleares. Evidenciado também deposição de
colágeno em partes do enxerto, formação de cápsula de tecido conjuntivo que a envolvia
e neovascularização discreta no interior do mesmo (Prancha II, fotos A e B).
No decorrer da evolução do processo, ficou evidenciado, um aumento no
número de células inflamatórias. Sendo que, aos trinta dias, reação inflamatória é
considerada aguda, com predominância de polimorfonucleares e com raros
mononucleares; aos sessenta dias, reação inflamatória crônica com predominância de
mononucleares associada a raros polimorfonucleares; e, aos noventa dias, reação
inflamatória crônica com predominância de mononucleares.
Neste estudo, o fio poliglactina 910 (Vicryl®) n° 2.0 mostrou-se resistente e de
fácil manuseio, além de suportar o gradiente de pressão sobre a região. Em um animal
do grupo controle (30 dias) e em um animal do grupo do implante 30 dias, constatou-se
uma reação granulomatosa supurada, com ocorrência de células gigantes tipo corpo
estranho, associada ao fio, evidenciada na região onde este ancorava a referida túnica
(Prancha II, foto F).
EURIDES et. al., (1994), utilizaram segmento livre de peritônio-muscular em
reparo de defeito provocado no diafragma de cães. Estes autores verificaram, no mesmo
período, células mononucleares, que foram atribuídas ao fio de sutura, o mesmo
utilizado nesta investigação, e em menor escala ao implante. BARREIROS et. al.,
(1996), também relatam o mesmo tipo de reação em sua experimentação (Prancha II,
fotos E e G).
MAZZANTI et. al., (2001), na avaliação microscópica no 30° dias de pós-
operatório, verificaram ao redor dos filamentos Vicryl® e do implante muscular, um
infiltrado discreto de polimorfonucleares e raros mononucleares. Na região de
implantação, no entanto, onde havia ocorrido a substituição do implante por tecido
fibromuscular, não foi notada ao redor do fio, infiltração de células inflamatórias,
demonstrando que a reação encontrada possivelmente não foi pela presença do fio de
sutura e sim pelo implante muscular.
A evolução das lesões, quando analisadas histologicamente, mostrou que
inicialmente, houve uma inflamação aguda, seguida de proliferação conjuntiva. Esse
processo foi auxiliado e orientado pelo enxerto. Observações semelhantes foram
relatadas por GEEVER e MERENDINO (1952) utilizando a derme na reparação de