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modernidade (a ferrovia) e a correlação com o trabalho e lazer da população; outras estradas
de ferro urbanas de Belém, ou seja, as concessionárias dos bondes que funcionaram
simultaneamente com o ramal da EFB. Mas, claro que não haveria tempo para tudo isso, o
enfoque deveria ser mais preciso pela impossibilidade de trabalhar todas as questões.
Concomitantemente ao trabalho com as fontes oficiais e impressas, executamos entrevistas
com os idosos que poderiam ter convivido com o ramal, tomando como referência o ano de
nascimento deles no máximo até o ano de 1922. O campo documental da pesquisa foi sendo
ampliado: relatórios dos presidentes da Província; jornais de época; requerimentos; ofícios;
relatórios; fotografias e mapas. Se trabalhar com as diversas memórias de uma cidade é
revivê-la, é compartilhar seus espaços, lugares e lembranças, é também aprender com as
lembranças do outro, é contar uma parte da história de seus habitantes. Assim, decidimos
definir o eixo principal do estudo com enfoque nas diversas memórias da cidade sobre o
Ramal Urbano da EFB.
Na seqüência, levantou-se a bibliografia especifica sobre o período de existência
(1889-1931) do Ramal Urbano São Braz – Jardim Público da EFB, onde a cidade de Belém
começa a mostrar suas faces com: (BARATA, 1973), (BORGES, 1983), (BRAGA, 1916),
(CRISPINO: BASTOS & TOLEDO, 2006), (CRUZ, 1973), (DERENJI, 1993),
(MAIA,MAIA & TOCANTINS, 1987), (MENDES,1998), (MORAES, 1989), (PENTEADO,
1968), (SANJAD, 2009), (SANTOS, 1980), (SARGES, 2000), (NUNES & HATOUM,
2006), (TOCANTINS, 1987); (VIANNA, 1902), (VIANNA, 1914). Surgem então os mapas,
as fotografias e os cartões postais: (CACCAVONI, 1899), (MONTENEGRO, 1908), (IMB,
1902), (KOSSOY, 2001), (GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ, 1998), (ARAÚJO, 1998),
(GEP, 1899), (MUNIZ, 1904), (SONTAG, 2004), (TEIXEIRA, 1995), (CODEM, 2000). O
trem, as ferrovias e a EFB contribuem com informações gerais e específicas: (ALMANACK,
1904), (ALVAREZ, 1962), (ANDRADE, 2002), (BENJAMIN, 2007), (IBGE, 1956),
(JURANDIR, 1960), (KÜHL, 1998), (MEIRA, 1974), (NEVES, 1958), (NINA RIBEIRO,
1895), (PANGBORN, 2003), (PENTEADO, 1968), (ROCHA, 1968), (TOCANTINS, 1978),
(SAES, 2006), (SIGNINI, 1982), (SIOLI, 1961), (WOLF, 1990). A lembrança e a memória
são também instigadas através da História Oral: (BOSI, 1994), (BERGSON, 1946),
(FREITAS, 2006), (HALBWACHS, 2006), (LE GOFF, 2003), (MALUF, 1995),
(SALGADO, 2006), (RICOEUR, 2007), (THOMPSON, 1992). O período estudado atravessa
importantes acontecimentos nacionais, seus desdobramentos no Estado do Pará e também
acontecimentos regionais como o “boom da borracha” na Amazônia, induzindo a flexibilidade