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Quadro 8 - Trajetória dos autores mais assíduos da Revista do Patrimônio
Nome/ Estado natal Família e estudos Ocupação Jornalismo Academias, institutos
e associações
Trajetória profissional Trajetória
política
Obras destacadas Observações
ALFREDO GALVÃO
(1900-1987)
Natural do Rio de
Janeiro
Estudou na ENBA
entre 1916 e 27.
Nela, conquistou a
Grande Medalha de
Ouro em Pintura,
em 1926, e o
Prêmio de Viagem
à Europa, em 1927.
Com isso, estudou
em Paris entre
1928 e 32.
Pintor,
historiador
da arte e
professor
Em 1938, foi nomeado professor de Anatomia e Fisiologia Artísticas
e, em 1947, obteve a cadeira de Pintura em concurso. Entre 1949 e
51, foi vice-diretor da Escola Nacional de Belas Artes.
“Noções de Anatomo-fisiologia
artística e proporções” (1941).
ARTUR CÉSAR
FERREIRA REIS
(1906-1993)
Natural do Amazonas
Filho do jornalista
e teatrólogo
Vicente Torres da
Silva Reis. Fez o
ensino primário e
secundário em
Manaus. Iniciou o
Curso de Direito de
Belém em 1923,
mas o concluiu
pela Faculdade de
Ciências Jurídicas e
Sociais do Rio de
Janeiro, em 1927.
Historiador
e professor
Entre 1928 e 38,
foi redator-chefe
do Jornal do
Comércio, cujo
proprietário era seu
pai.
Posteriormente, foi
colaborador de O
Estado do Pará e
da Folha do Norte,
ambos de Belém.
Foi sócio do IHGB, do
Instituto Histórico de
Petrópolis (IHP) e do
Instituto Geográfico
Histórico do Amazonas
(IGHA), tendo
pertencido a este último
por 67 anos. Em 1977,
foi considerado pela
diretoria do IGHA
como Diretor Perpétuo.
Foi ainda membro da
Academia Amazonense
de Letras a partir de
1967.
No fim da década de 1920, deu início ao magistério, como professor
de História do Brasil no colégio Dom Bosco e Escola Normal do
Amazonas, em Manaus.
Em 1940, foi representante do Sphan no Amazonas.
Ao longo de sua trajetória, ocupou diversos cargos de direção: foi
Chefe da Divisão de Expansão Econômica do Departamento
Nacional de Indústria e Comércio do Ministério do Trabalho;
diretor-geral do Departamento Estadual do Trabalho de São Paulo;
presidiu a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da
Amazônia (SPVEA); dirigiu o Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia e o Departamento de História e Divulgação do Estado da
Guanabara. Presidiu o Conselho Federal de Cultura entre 1967 e 68.
Foi também professor de Sociologia na PUC-Rio, de Administração
na FGV e de História na UFF.
Foi Chefe de
gabinete da Junta
Governista
Revolucionária.
Em 1964, foi
nomeado
Governador do
Amazonas, cargo
que ocupou até
1967.
“História do Amazonas” (1931);
“A política de Portugal no Vale
Amazônico” (1940); “Síntese da
História do Pará” (1941);
“Território do Amapá – Perfil
Histórico” (1949); “O Índio da
Amazônica” (1957); “A
Amazônia e a cobiça
internacional” (1961); “Aspectos
da experiência portuguesa na
Amazônica” (1966).
CARLOS OTT
(Karl Borromeus Ott)
ou Frei Fidélis
(1908-1997)
Natural da Alemanha
Bacharelou-se em
Filosofia no
Antonianum de
Urbee (Alemanha),
em 1937.
Diplomou-se ainda
pela Universidade
Pontifícia Romana
de Santo Antônio.
Historiador
da arte e
professor
Escreveu artigos
para a Revista do
Arquivo Municipal
de São Paulo.
Na década de 1920, chegou ao Nordeste brasileiro para realizar um
trabalho religioso pela Ordem dos Franciscanos. Abandonou o
exercício religioso e se dedicou à pesquisa e ao ensino de História.
Pesquisou arte colonial, história, arqueologia, pré-história e folclore.
Foi funcionário do Sphan na Bahia.
Em 1941, participou da fundação da Faculdade de Filosofia da
Universidade Federal da Bahia, onde lecionou Etnologia Geral e do
Brasil. Ministrou ainda aulas de latim no Instituto Normal Isaías
Alves.
“Formação e evolução étnica na
cidade de Salvador (o folclore
baiano)” (1955); “Bailes
pastoris” (1958); “Vestígios de
cultura indígena no sertão da
Bahia” (1945); “A Irmandade de
Nossa Senhora do Rosário dos
Pretos do Pelourinho” (1968);
“Influência alemã no barroco
luso-brasileiro” (1969); “A
escola bahiana de pintura (1764-
1850)” (1982) etc.
Publicou “A Santa Casa
da Misericórdia do
Salvador” (1960) na série
Publicações do Sphan.
D. CLEMENTE
MARIA DA SILVA
NIGRA
(1903-1987)
Natural da Alemanha
e naturalizado
brasileiro em 1933
Filho de padeiro,
chegou ao Brasil
em 1922 para
ingressar na Ordem
Beneditina em
Salvador.
Entre 1930 e 32,
viajou à Europa,
assistindo ao curso
Artes Plásticas na
Cidade Eterna
(Roma).
Historiador
da arte,
professor e
religioso
Foi professor no curso secundário em São Paulo e vice-reitor do
Mosteiro de S. Paulo. Foi Capelão da Marinha, na Ilha das Cobras
(RJ).
Em 1940, foi nomeado arquivista-mor da Ordem Beneditina
Brasileira e, no mesmo ano, iniciou seus serviços para o Sphan, onde
foi perito e pesquisador sobre arquitetura, pintura e esculturas sacras
(principalmente na Bahia e no Rio de Janeiro).
Em 1955, organizou a Exposição de Arte Retrospectiva Brasileira
por ocasião do 36º Congresso Eucarístico Internacional do Rio de
Janeiro.
Indicado por Rodrigo M. F. de Andrade, D. Clemente dirigiu o
Museu de Arte Sacra de Salvador, desde sua fundação, em 1958, até
1979.
“Três artistas beneditinos”
(1950); “Construtores e artistas
do Mosteiro de São Bento do
Rio de Janeiro” (1950); “Sobre
as artes plásticas na antiga
Capitania de S. Vicente” (1958);
“Os dois escultores, frei
Agostinho da Piedade, frei
Agostinho de Jesus, e o
arquiteto, frei Macário de São
João” (1971); “Convento de
Santa Teresa, Museu de Arte
Sacra da Universidade Federal
da Bahia” (1972) etc.
Francisco Agenor
NORONHA SANTOS
(1876-1954)
Natural do Rio de
Janeiro
Historiador Membro do IHGB e da
Sociedade Brasileira de
Geografia.
Foi funcionário público do Arquivo do Município do Rio de Janeiro.
Dedicou-se assim à história do rio de Janeiro. Escreveu também
sobre a história do município de Conservatória (RJ).
“Meios de transporte no Rio de
Janeiro” (1934) e “As freguesias
do Rio antigo” (1965).
Doou sua coleção de
livros para a biblioteca do
Sphan, que, por esse
motivo, recebeu seu nome
como uma homenagem.