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buscando no racionalismo a saída para as contradições geradas no interior do
pensamento capitalista.
Jean-Jaques Rousseau, por exemplo, foi um filósofo francês que criticou a
sociedade burguesa defendendo as classes mais populares baseando-se na justiça,
na igualdade e na soberania do povo. Charles Fourrier, por sua vez, foi um francês
que pensou e defendeu uma sociedade de base coletiva e cooperativa estruturada
em falanstérios (STONER; FREEMAN, 1999). Para Saint-Simon, um aristocrata, era
a classe industrial quem fundamentalmente alimentava toda a sociedade, por esta
razão, defendia uma reforma social sem a abolição da propriedade com base na
organização e controle do Estado que deveria ser industrializado e não coercitivo.
(SOUZA; OLIVEIRA, 2008). Contudo, dentre estes pensadores destaca-se aqui a
contribuição de Robert Owen, um socialista inglês e rico industrial que ofereceu
vários benefícios a seus empregados sendo pioneiro em muitos deles (não
empregar crianças menores de dez anos) tornando suas indústrias modelo de
legislação social (BATEMAN, 1998).
Owen concebeu um novo sistema de gestão cujo objetivo máximo seria a
diminuição dos maus tratos, ressalvados o princípio da justiça e a generosidade,
conforme uma crença própria. Questionou as perdas de tempo e de recursos
financeiros resultantes do modelo de gestão praticado na época, defendeu a
possibilidade de retorno de capital, de até 100%, a partir de investimentos em
máquinas e instrumentos, limpos e bem-cuidados, mas, igualmente, em pessoas
que deveriam ser treinadas, com energia e determinação no trabalho; tratadas com
generosidade, alimentadas com quantidade suficiente de comida sadia e outras
necessidades de vida; e fisicamente preservadas, em boas condições de trabalho,
para evitar a ausência ou a deterioração prematura (SOUZA; OLIVEIRA, 2006).
Nas idéias desses pensadores em comunhão está a busca da construção de
uma sociedade ideal, na qual é possível criar uma organização onde as classes
sociais vivessem em harmonia ao buscarem interesses comuns que estivessem
acima da exploração ou da busca incessante pelo lucro. Tal ideologia influenciou
sobremaneira a inserção do tema responsabilidade social na pauta das
organizações e seus negócios no final do séc. XIX e, sobretudo, no séc. XX.
Nesta inserção temática destacam-se dois enfoques ou abordagens da
responsabilidade social. O primeiro, denominado de Escola Socioeconômica teve
como precursor Andrew Carnegie (1835-1919) fundador do conglomerado U.S Steel