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RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Química
Universidade Federal de Santa Maria
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO E IN VIVO
CONTRA RADICAIS PEROXILA E HIDROXILA EM AMOSTRAS DE
PLANTAS MEDICINAIS
Autor: Maurício Hilgemann
Orientador: Leandro Machado de Carvalho
Local e Data da Defesa: Santa Maria, 26 de julho de 2010.
O presente trabalho visa ao desenvolvimento de novas metodologias para a determinação da
capacidade antioxidante in vitro e in vivo contra radicais peroxila e hidroxila em amostras de 5 plantas
medicinais (Matricaria chamomilla L., Psidium guajava, Achyrocline satureoides, Baccharis
genistelloides e Cymbopogon citratus) e sete compostos fenólicos (rutina, quercetina, resveratrol,
ácido cafeico, ácido ferúlico, ácido gálico e ácido rosmarínico). A capacidade antioxidante das
amostras foi determinada por dois métodos independentes. No primeiro, testou-se uma nova forma
para a detecção de radicais hidroxila, usando-se um procedimento eletroquímico no qual os radicais
destroem uma monocamada auto-organizada de hexanotiol sob um eletrodo de ouro. Esta
monocamada consegue inibir o sinal eletroquímico de um par redox dissolvido, e, ao ser atacada por
radicais livres, estes a destroem, e a recuperação do sinal eletroquímico do par redox se dá de forma
proporcional à extensão de dissolução da monocamada. No segundo método, a determinação da
capacidade antioxidante contra radicais peroxila e hidroxila ocorre através da detecção indireta
destes radicais por fluorimetria (ex/em: 485/520 nm), empregando diacetato de 2’,7’-
diclorofluoresceína (DCFH-DA) como substrato. O DCFH-DA, após sofrer desacetilação, pode ser
oxidado por espécies reativas de oxigênio (ERO), gerando fluorescência. Os radicais peroxila foram
gerados através da termodegradação do reagente cloreto de 2,2’-azobis (2-metilamidinopropano)
(ABAP) a 37ºC, enquanto os radicais hidroxila foram gerados pela reação de Fenton. Ensaios in vivo
foram avaliados utilizando-se hepatócitos do peixe zebra (Danio rerio), expostos aos extratos das
plantas P. guajava e C. citratus (melhor e pior desempenho in vitro, respectivamente). Os resultados
obtidos pelos métodos eletroquímico e fluorimétrico demonstram que é extremamente difícil classificar
as plantas de acordo com sua capacidade antioxidante, uma vez que o resultado obtido depende
fortemente da concentração e da composição química dos extratos, além do princípio do método
analítico empregado. Entretanto, obteve-se uma boa correlação entre os ensaios in vitro e in vivo
feitos para os extratos das plantas P. guajava e C. citratus, já que os resultados obtidos mostraram
uma redução da concentração de ERO intracelular em forma dose-dependete nos hepatócitos
expostos a P. guajava, sem se observar efeito antioxidante no ensaio com C. citratus, a exemplo dos
ensaios in vitro realizados. O presente trabalho pretende chamar a atenção para esses diferentes
resultados obtidos, e compara os diferentes métodos levando em consideração as diferenças
existentes entre as metodologias, assim como as diferenças existentes entre os radicais testados.
Além disso, discute-se a estabilidade, a reatividade e tempo de meia-vida destas espécies.
Palavras-chave: capacidade antioxidante; extratos de plantas medicinais; compostos
fenólicos, métodos eletroquímicos e fluorimétricos; testes in vitro × testes in vivo