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Interação com o filho
A literatura sobre o desenvolvimento infantil mostra que quanto mais os pais
conseguem interagir com seus filhos pequenos, realizando atividades que estimulam suas
habilidades físicas, emocionais e cognitivas, melhor os resultados do seu desenvolvimento.
Pensando nisso, criou-se um inventário de itens para avaliar a freqüência com que as
professoras interagiam com seus bebês em atividades que vão além dos cuidados básicos
(Tabela 51).
Tabela 51. Freqüência da interação das participantes com seu filho (n = 40)
Tipo de interação Valor
mínimo
Valor
máximo
Média Desvio
Padrão
Sorrir para o seu filho. 9 10 9,9 0,36
Demonstrar amor par o seu filho. 8 10 9,7 0,61
Ninar seu filho. 8 10 9,7 0,61
Acariciar seu filho. 9 10 9,7 0,41
Ser carinhosa com o seu filho. 8 10 9,6 0,85
Encorajar sua criatividade. 7 10 9,6 0,85
Cantar para o seu filho. 7 10 9,4 1,01
Deixar seu filho explorar o ambiente. 5 10 9,3 1,38
Conversar com seu filho. 7 10 9,3 0,99
Fazer brincadeiras com seu filho. 8 10 9,2 0,89
Deixar que seu filho faça algumas coisas por si mesmo. 5 10 9,0 1,41
Aproveitar a hora do banho para fazer brincadeiras. 5 10 8,8 1,41
Passear com seu filho. 2 10 7,8 2,22
Contar histórias para o seu filho. 1 10 7,3 2,73
Perder o controle com seu filho. (pontuação invertida) 4 10 7,4 2,03
Nota: A escala de pontuação variou de 1, “nunca” a 10, “sempre”. Para o item com pontuação
invertida, a escala variou de 1, “sempre” a 10, “nunca”.
No que se refere à freqüência dos diferentes tipos de interação que as participantes
relataram ter com seus filhos, todos os itens apresentaram médias altas, com pouca variação
de uma pessoa para outra. Apenas os itens, "passear com o filho", "contar histórias" e "[não]
perder o controle com seu filho", apresentaram pontuações abaixo de oito pontos. Como
algumas crianças eram ainda muito novas, algumas mães não contavam histórias para elas e
não faziam passeios direcionados. Observou-se que algumas das respondentes perdiam a
paciência com seus filhos com certa freqüência. Não há dúvida que crianças pequenas,
sobretudo aquelas com idades mais próximas a dois anos, podem irritar seus pais quando
ficam cansadas e mal humoradas ou quando se recusam a fazer coisas importantes (tomar
remédio, trocar de fralda ou de roupa, parar de fazer algo perigoso, ir para a cama, etc.). O
estado de cansaço crônico, que a maioria das mulheres apresentou, também pode ter deixado-
as com menor grau de autocontrole frente a esses comportamentos irritantes.