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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,
ARQUITETURA E URBANISMO
DESEMPENHO ACÚSTICO DE DIFERENTES TIPOLOGIAS DE
PEITORIS VENTILADOS
MARIA LÚCIA GONDIM DA ROSA OITICICA
Campinas, SP
2010
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i
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,
ARQUITETURA E URBANISMO
DESEMPENHO ACÚSTICO DE DIFERENTES TIPOLOGIAS DE
PEITORIS VENTILADOS
MARIA LÚCIA GONDIM DA ROSA OITICICA
Orientadora: Profa. Dra. Stelamaris Rolla Bertoli
Texto apresentado à Comissão de Pós-
graduação da Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Estadual de Campinas,
UNICAMP, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Doutor em
Engenharia Civil, na área de
Concentração de Arquitetura e
Construção.
Campinas, SP
2010
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ii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - BAE - UNICAMP
Oi8d
Título em Inglês: Acoustic performances of various types of windows ventilated sills
Palavras-chave em Inglês: Acoustic insulation, Acoustic, Energy - Conservation, Bioclimatology,
Architecture and climate
Área de concentração: Arquitetura e Construção
Titulação: Doutor em Engenharia Civil
Banca examinadora: Ana Lúcia Nogueira de Camargo Haris, Evandro Ziggiati Monteiro, Lea
Cristina Lucas de Souza, Dinara Xavier da Paixão
Data da defesa: 05/07/2010
Programa de Pós Graduação: Engenharia Civil
iii
iv
AGRADECIMENTOS
“Obrigada Senhor por estar sempre presente na minha vida, proporcionando
oportunidades maravilhosas para realizar sonhos;
Obrigada Senhor por eu ter encontrado pessoas que estenderam a mão amiga;
Obrigada Senhor por ter-me dado forças para suportar as dificuldades, dando-me
sabedoria para assimilar os conhecimentos oriundos dos mestres e amigos;
Obrigada Senhor por ter me dado o discernimento, entendendo que nada disto na minha
vida valeria a pena, se não eu não sentisse, bem dentro da minha alma, a Sua presença
através do Seu Amor.”
Portanto, mais uma vez, Obrigada Senhor, e, por meio da sua imensa bondade gostaria de
agradecer também, a todos aqueles que de alguma forma, passaram na minha vida.
A minha orientadora, Profª, Dra. Stelamaris Bertoli, que soube brilhantemente orientar-
me com paciência, compreensão e sabedoria, demonstrando com nobreza como deve ser um
professor dedicado, e onde após quatro anos de estudos deixo saudosamente uma grande amiga.
A minha linda família, meus filhos Martina, Leopoldo e Maria Paula e ao meu marido
Paulo, que compreenderam a minha ausência em algumas tarefas da casa, como mãe e esposa,
entendendo a importância da realização deste sonho, convictos de que nada abalaria o amor que
sinto por eles, por eles serem a razão da minha vida.
Ao meu saudoso pai, Jarbas Oiticica que não presenciou o rmino desta minha
caminhada, ele, que tanto incentivo me deu para galgar esta pirâmide, com muito orgulho,
mostrando que devemos sempre buscar e lutar pelos nossos sonhos.
A minha mãe Geny que no seu jeitinho especial de ser, administrava algumas tarefas para
me dar oportunidade de dedicar-me mais aos estudos.
v
Ao Prof. Dr. Leonardo Bittencourt, que no momento das indecisões, sobre a temática
deste doutorado, repassou suas curiosidades, a qual, hoje eu finalizo, certa de que seus conselhos
foram muito produtivos.
Ao Obadias Pereira e Daniel Clemente, que sempre estavam disponíveis para
desenrolarem os meus protótipos, ajudando nas medições, sempre com dedicação e presteza.
Aos colegas de Campinas, Éder, Juliana Costa, Christian dos Santos e Fátima Ferreira
Neto que nas minhas idas e vindas sempre compartilharam as minhas dúvidas e hoje mesmo
distante posso dizer que encontrei bons amigos.
Aos colegas arquitetos Valéria Teles, Larisse Almeida, Emanuela Lamenha e Vivaldo
Chagas, que me ajudaram compartilhando seus conhecimentos para que eu pudesse superar as
minhas dificuldades e ausências.
A Profª Dra Lucila Laback que gentilmente permitiu que eu utilizasse os protótipos,
viabilizando assim esta pesquisa.
A Paula, secretária da s-graduação que sempre me atendeu com simpatia e atenção aos
meus questionamentos.
A Capes pela bolsa de fomento em forma de doutorado.
A Universidade Federal de Alagoas por permitir o meu afastamento e a equipe da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, em especial a Gianna Barbirato por estar sempre pronta a
responder e transmitir palavras amigas.
Aos colaboradores, nos nomes do Sr. Aparecido - Grupotelhas e Sr. Fernando, da
Surfaces - Viroc, pelo apoio em ceder gentilmente os materiais, para serem utilizados na
elaboração dos peitoris ventilados.
vi
Comece fazendo o que é necessário, depois
o que possível e de repente você estará
fazendo o impossível”.
São Francisco de Assis
vii
RESUMO
OITICICA, Maria Lucia Gondim da Rosa. Desempenho acústico de diversas tipologias de
peitoris ventilados. Campinas, 2010. 240 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Faculdade
de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.
Com a crise energética na década de 60, varias discussões foram levantadas com o propósito de
estimular as edificações a estarem inseridas em um contexto sustentável. As edificações, por
serem grandes consumidoras dos recursos naturais, buscam ser mais eficientes energeticamente
que outras quando estas proporcionam as mesmas condições ambientais com menor consumo
energético. Para tal, a bioclimatologia que relaciona o estudo do clima aplicado à arquitetura,
quando focada nas decisões arquitetônicas, torna-se uma excelente ferramenta para se obter
valores de consumo energéticos mais baixos. Nas regiões de clima quente úmido, a utilização do
peitoril ventilado como estratégia de projeto bioclimático, é uma ferramenta de projeto muito
bem aplicada dentro deste conceito. O peitoril ventilado é um dispositivo geralmente executado
em concreto, em formato geralmente em “L” invertido, sobreposto a uma abertura localizada no
peitoril abaixo das janelas, que tem por finalidade atuar como fonte complementar do movimento
de ar proporcionado pelas aberturas. A presença deste elemento nas aberturas das edificações
pode proporcionar uma redução do consumo de energia, uma vez que estimula a climatização
natural, mas ao mesmo tempo permite a passagem de ruído para o interior das edificações. Este
trabalho tem o objetivo de investigar o desempenho acústico de diversos protótipos de peitoril
ventilado, utilizados em fachadas como estratégia passiva de projeto bioclimático. Como método
de avaliação acústica foi medido o grau de isolamento acústico dos peitoris ventilados através da
diferença de nível sonoro padronizado mantendo-se fixa a área de abertura e variando as
características construtivas do elemento de fachada investigado. Diante dos diversos materiais
construtivos utilizados nos protótipos foi possível verificar significativas alterações na atenuação
acústica dos diferentes modelos investigados. Com isto, registra-se que a utilização de uma
estratégia passiva de projeto bem aplicada poderá propiciar em melhora nas condições acústica
no interior das edificações, estimulando assim a utilização da climatização natural e
consequentemente contribuindo para um menor consumo energético.
Palavras-chave: isolamento sonoro, eficiência energética, peitoril ventilado, desempenho
acústico, climatização natural e projeto bioclimático.
viii
ABSTRACT
OITICICA, Maria Lucia Gondim da Rosa. Acoustic performance of various types of windows
ventilated sills. Campinas, 2010. 240 f. Thesis (PhD in Civil Engineering) School of Civil
Engineering, Architecture and Planning, State University of Campinas, São Paulo, Brazil.
With the energy crisis in the 60s, several discussions have been raised with the intention of
stimulating the buildings to be included in a sustainable context. The buildings, being large
consumers of natural resources, seek to be more energy efficient than others when they provide
the same environmental conditions with lower energy consumption. To this end, the
bioclimatology that connects the study of climate applied to architecture, when focused on
architectural decisions, it is an excellent tool to obtain values of lower energy consumption. In
regions of warm humid climate, the use of ventilated window sill as bioclimatic design strategy is
a very well implemented project tool in this concept. The ventilated window sill is a device
generally in “L inverted, made on concrete, overlaid with a sill opening located below the
window, mainly act as a supplementary movement of air source provided by openings. The
presence of this element in the openings of buildings can provide a reduction in energy
consumption since it stimulates the natural climatization, but at the same time allows the passage
of noise to the interior of buildings. This work aims to investigate the sound insulation of a wall
containing different prototypes of ventilated windows sill commonly used in walls as a passive
bioclimatic design. The presence of this element in the openings of buildings can provide a
reduction in energy consumption since it stimulates the natural air conditioning, but at the same
time allows the passage of noise to the interior of buildings. This work aims to investigate the
sound insulation of a wall containing different prototypes of ventilated windows sill commonly
used in walls as a passive bioclimatic design. As methodology, different settings of ventilated
window sill were inserted in façade of flat opening building but made of different materials. The
sound insulation performance of each element used in a façade were compared and analyzed. In
preliminary results it was possible to verify changes in acoustic attenuation of different types of
ventilated windows sill investigated. That is, records that the use of a passive strategy and
implemented the project could offer in improving thermal and acoustic conditions inside the
buildings with lower energy consumption.
Keywords: sound insulation, energy efficiency, window ventilated sill, acoustic performance,
and natural climatization and bioclimatic design.
ix
SUMÁRIO
CAPÍTULO 3 - ISOLAMENTO SONORO .......................................................................
49
3.1
ISOLAMENTO SONORO AÉREO ...............................................................................................
51
3.1.1
Influência da absorção sonora no isolamento ......................................................................
55
3.2
ÍNDICE DE REDUÇÃO SONORA (R) ........................................................................................
59
3.2.1 ........................................................................................................................................
Parede simples ......................................................................................................................
60
3.2.2
Parede dupla ou tripla ............................................................................................................
63
3.2.3
Paredes compostas .................................................................................................................
64
CAPÍTULO 4 - CONTROLE DO RUÍDO DE ELEMENTOS DE FACHADAS .........
67
LISTA DE FIGURAS .........................................................................................................
xiii
LISTA DE TABELAS .........................................................................................................
xix
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ..................................................................
xxii
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .........................................................................................
1
1.1
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................
1
1.2
OBJETIVOS ............................................................................................................. ................................................................................................................
5
1.2.1
Objetivo Geral ............................................................................................................
5
1.2.2............................................................................................................................
Objetivos Específicos .................................................................................................
6
1.3
HIPÓTESE FORMULADA ...............................................................................................
6
1.4
ESTRUTURA DA TESE ....................................................................................................
6
CAPÍTULO 2 - PEITORIL VENTILADO E ESTRATÉGIAS PASSIVAS DO
PROJETO ARQUITETÕNICO ..............................................................
9
2.1
PEITORIL VENTILADO ...........................................................................................
9
2.2
ESTRATÉGIAS PASSIVAS DE PROJETO: VENTILAÇÃO E RUÍDO .................
15
2.3
CONSIDERAÇÕES DE NORMAS DE DESEMPENHO:
COMPATIBILIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES TÉRMICAS,
ENERGÉTICAS E ACÚSTICAS ..............................................................................
26
2.4
ADEQUAÇÃO DA ARQUITETURA AO CLIMA: OUTROS
ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS .........................................................................
28
2.5
CUSTOS DAS DECISÕES ACÚSTICAS .................................................................
34
x
CAPITULO 5 - MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................
99
5.1
LOCAL DO EXPERIMENTO ..........................................................................................
99
5.2
OBJETO DE ESTUDO: “O PEITORIL VENTILADO” .....................................................
101
5.2.1
Definição do tamanho da abertura na parede estrutural ........................................................
101
5.2.2
Implantação do objeto de estudo na parede estrutural ..........................................................
103
5.2.3
Variantes do peitoril ventilado ..............................................................................................
103
5.2.4
Outros sistemas construtivos de coontrole de fachada ........................................................
115
5.3
NORMAS ...........................................................................................................................
116
5.3.1
ISO 140-5(1998) .................................................................................................................
119
5.3.2
ISO 717-1(1996) .................................................................................................................
122
5.4
MEDIÇÕES ........................................................................................................................
125
5.4.1
Equipamentos utilizados .....................................................................................................
125
5.4.2
Procedimentos de medições ................................................................................................
125
5.4.3
Etapas de medições ..............................................................................................................
128
5.4.3.1
Fase experimental .................................................................................................................. 5.3.5 Etapas das medições
129
5.4.3.2
Fase aplicativa .......................................................................................................................
134
CAPÍTULO 6 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ..............................................................
143
6.1
DESEMPENHO ACÚSTICO DO PEITORIL VENTILADO............................................
143
6.1.1
Fase experimental ..................................................................................................................
144
6.1.1.1
Primeira etapa: “Investigação” - Avaliação da atenuação
acústica ..................................................................................................................................
144
6.1.1.2
Segunda etapa: “Melhoramento” - Melhora do
desempenho acústico .............................................................................................................
147
6.1.2
Fase aplicativa ....................................................................................................................... 8.1.1 Definição do tamanho da abertura na parede estrutural
150
...............................................................................................................................................
6.1.2.1
Primeira etapa: “Comparação” .............................................................................................
153
6.1.2.2
Segunda etapa: “Investigação” .............................................................................................
156
6.1.2.3
Terceira etapa: “Melhoramento” ..........................................................................................
159
6.2
COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO ACÚSTICO ENTRE AS
TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS .....................................................................................
162
6.2.1
Elementos compostos com material refletor: isolamento sonoro de
parede simples .......................................................................................................................
162
6.2.1.1
Comparação de desempenho acústico entre tipologias
similares: peitoril de granito e peitoril de concreto ..............................................................
163
6.2.1.2
Comparação de desempenho acústico entre tipologias
similares: peitoril de granito e peitoril de concreto com
165
xi
presença da placa absorvedora na parede da edificação ........................................................
6.2.2
Elementos compostos com material refletor-absorvedor-refletor:
isolamento sonoro de parede composta ................................................................................ Material refletor-: isolamento sonoro de parede simples
167
6.2.2.1
Comparação de desempenho acústico entre tipologias
similares: peitoril de telha termo-acústica, peitoril de placa
cimentícia e peitoril de placa viroc ......................................................................................
167
6.2.2.2
Comparação de desempenho acústico entre tipologias
similares: peitoril de telha termo-acústica, peitoril de placa
cimentícia e peitoril de placa viroc com presença da placa
absorvedora na parede da edificação ...................................................................................
170
6.2.3
Elementos compostos com material refletor-absorvedor-perfurado:
isolamento sonoro de parede composta com superfície interna do
peitoril ventilado perfurada ....................................................................................................
173
6.2.3.1
Comparação de desempenho acústico entre tipologias
similares: peitoril de chapa metálica, peitoril de madeira e
peitoril de pvc ......................................................................................................................
173
6.2.3.2
Comparação de desempenho acústico entre tipologias
similares: peitoril de chapa metálica, peitoril de madeira e
peitoril de pvc com presença da placa absorvedora na
parede da edificação .............................................................................................................
176
6.2.4
Elementos compostos com material refletor-absorvedor-refletor:
Isolamento de parede composta dentro de um conceito sustentável .................................... Material refletor-: isolamento sonoro de parede simples
178
6.2.4.1
A presença da sustentabilidade para comparação do
desempenho acústico entre tipologias: peitoril de placa
cimentícia e peitoril de placa viroc ........................................................................................
178
6.2.4.2
Comparação de desempenho acústico entre tipologias
similares: peitoril de placa viroc, com presença da placa
absorvedora na parede da edificação composta de
diferentes materiais - lã de rocha e fibra de coco .................................................................
181
6.3
Análise geral dos resultados ................................................................................................
183
6.4
Melhores desempenhos acústicos de cada grupo: Análise comparativa entre
os diversos sistemas construtivos de peitoris ventilados ......................................................
191
6.5
Estimativa de custos dos protótipos investigados ................................................................
194
6.6
Avaliação comparativa entre desempenho sonoro de várias pesquisas
existentes com o peitoril ventilado e a norma de desempenho NBR 15575-
4:2008 ...................................................................................................................................
196
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÕES ........................................................................................
199
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................
205
xii
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................................
215
ANEXO A DIFERENÇA PADRONIZADA DE NÍVEL (D2M,NT) DAS
TIPOLOGIAS APLICADAS NA FASE APLICATIVA, ETAPA
“COMPARAÇÃO ...................................................................................................................
229
ANEXO B DIFERENÇA PADRONIZADA DE NÍVEL (D2M,NT) DAS
TIPOLOGIAS APLICADAS NA FASE APLICATIVA, ETAPA
“INVESTIGAÇÃO ..................................................................................................................
233
ANEXO C DIFERENÇA PADRONIZADA DE NÍVEL (D2M,NT) DAS
TIPOLOGIAS APLICADAS NA FASE APLICATIVA, ETAPA
“MELHORAMENTO ..............................................................................................................
237
xiii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA
Pg
2.1
O peitoril ventilado ................................................................................................................
10
2.2
Formas de peitoril ventilado ..................................................................................................
11
2.3
Edifício Acaiaca (1957). Arquitetos Delfim Amorim e Lúcio Estelita, Recife, 1957.
Fonte: (MOREIRA, 2007). ....................................................................................................
11
2.4
Edifício Mirage (1967), de Acácio Gil Borsoi: uma resposta à demanda da mudança da
casa para o apartamento. Fonte: ARCOweb.. ........................................................................
11
2.5
Residência Emir Glasner (1972), Recife. Arquiteto Vital M. T. Pessoa de Melo. Fonte:
Foto de Aurelina Moura. Arquitextos... ................................................................................
12
2.6
Residência (1964) Maceió-AL. Fonte Maria Lúcia Oiticica ........................................................
12
2.7
Peitoril ventilado. Década de 50. Fonte: Acervo Leonardo Bittencout.. ...............................
12
2.8
Laboratório Ufal. Fonte: Acervo Leonardo Bittencourt. . ...............................................................
12
2.9
Edifício Donina Carneiro. Maceió-AL. Antes reforma. Fonte Maria Lucia Oiticica,
2008. ................................................................................................................................................
12
2.10
Edifício Donina Carneiro. Após reforma em 2009. Maceió-AL. Fonte: Maria Lúcia
Oiticica, 2010. ..................................................................................................................................
12
2.11
Laboratório UFAL. Arqto. Leonardo Bittencourt. Fonte:Leonardo Bittencourt ............................
13
2.12
Edifício Mirage (1967), de Acácio Gil Borsoi. Fonte:
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq012/arq012_03.asp ............................................
12
2.13
Edifício residencial (1973), Recife. Arqto. Vital Melo. Fonte: Disponivel em:
20/10/2008 http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq012/arq012_03.asp .................................
13
2.14
Corte do projeto de uma residência em Maceió utilizando peitoril ventilado: Arquiteto
Reginaldo Luiz Esteves - Crea-PE, datado de jan/1964. .................................................................
14
2.15
Corte original do projeto de uma residência em Maceió utilizando peitoril ventilado:
Arquiteto Reginaldo Luiz Esteves - Crea-PE, datado de jan/1964.. ......................................
14
2.16
Zoneamento Bioclimático Brasileiro apresentado na NBR.15.220 - Parte 3.Fonte:
(NBR 15.220, 2005). .............................................................................................................
21
2.17
Esquema dos brise-soleil móveis do Ministério da Educação, Lúcio Costa e equipe,
1936-42. Fonte: Brasil Builds, de Philip Goodwin, 1943. Acesso em 05/02/2009,
(PORTAL VITRUVIUS, ARQUITEXTOS-072, maio 2006,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq072_02.asp ). ....................................... .
29
2.18
Le Corbusier, Edifícios para alugar em Argel, Projeto Ponsik, 1933. Fonte: acesso em
05/02/2009, (PORTAL VITRUVIUS, ARQUITEXTOS-062, julho 2005,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp318.asp) ..............................................
29
2.19
Brise-soleil do Instituto Vital Brasil em Niterói, Álvaro Vital Brazil e Ademar
Marinho, 1942. Fonte: Brasil Builds, de Philip Goodwin, 1943. Acesso em
05/02/2009, (PORTAL VITRUVIUS, ARQUITEXTOS-072, maio 2006,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq072_02.asp ..........................................
30
xiv
2.20
Brise-soleil do Instituto Vital Brasil em Niterói, Álvaro Vital Brazil e Ademar
Marinho, 1942. Fonte: Brasil Builds, de Philip Goodwin, 1943. Acesso em
05/02/2009, (PORTAL VITRUVIUS, ARQUITEXTOS-072, maio 2006,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq072_02.asp ). .......................................
30
2.21
Brise-soleil do Grande Hotel de Ouro Preto, Oscar Niemeyer, 1940. Fonte: Brasil
Builds, de Philip Goodwin, 1943. Acesso em 05/02/2009, (PORTAL VITRUVIUS,
ARQUITEXTOS-072, maio 2006,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq072_02.asp ).. ......................................
30
2.22
Brise-soleil da Associação Brasileira de Imprensa, Irmãos Roberto, 1936. Fonte: Brasil
Builds, de Philip Goodwin, 1943. Acesso em 05/02/2009, (PORTAL VITRUVIUS,
ARQUITEXTOS-072, maio 2006,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq072_02.asp ). .................................................
30
2.23
Exemplos de combogos existente ainda hoje no mercado. Fonte:
http://www.imprelaje.com.br/?area=combogo ...................................................................... .
31
2.24
Castelo D'água dos arquitetos Luiz Nunes e Fernando Saturnino de Brito. 1937,
Olinda- PE, 1937. Fonte: (MINDLIM 1999). ........................................................................ .
32
2.25
Exemplo de aplicação de cobogó. Vista interna. Fonte:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=509007. .................................................
33
2.26
Exemplo de aplicação de cobogó. Varandas. Fonte:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=509007. .................................................
33
2.27
Exemplo de aplicação de cobogó. Fachadas. Fonte:
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp018.asp ..........................................................
33
2.28
Exemplo de aplicação de cobogó. Fachadas. Fonte:
http://flickr.com/photos/a_leste/2664657319/ ....................................................................... .
33
2.29
Exemplo de aplicação de cobogó. Pátios Internos. Fonte:
http://www.arq.ufsc.br/~labcon/arq5661/Aberturas3/janelas6.html ...................................... .
34
2.30
Exemplo de aplicação de cobogó. Corredores. Fonte:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=509007. .................................................
34
2.31
Variação de espessura das paredes de vedação, ao longo dos séculos, da arquitetura
brasileira. Fonte: (DUARTE, 2005). ..................................................................................... .
43
2.32
Densidade superficial dos processos construtivos das paredes mais comuns de
vedação, ao longo dos séculos, da arquitetura brasileira. Fonte: (DUARTE, 2005). ...........
43
2.33
Evolução do consumo de energia elétrica por habitante em alguns países. (U. S.
Census Bureau; EIA-Energy Information Administration, Official Energy Statistics
from the U.S. Government). Fonte: (LAMBERTS e TRIANA, 2005) . ...............................
44
2.34
Composição setorial do consumo de eletricidade em Brasil 2004. Fonte: (LAMBERTS
e TRIANA, 2005).. ................................................................................................................
45
2.35
Consumo de energia no setor residencial por fonte( Brasil. Bem, 2005). Fonte:
(LAMBERTS e TRIANA, 2005). .........................................................................................
46
3.1
Mecanismos de atenuação sonora ao ar livre.Fonte: (BISTAFA, 2006). .............................. .
49
3.2
Esquema dos pontos de medição para o parâmetro Diferença de Nível de Pressão
Sonora. .............................................................................................................................................
54
3.3
Índice de Redução Sonora (R) ou Diferença de nível (D) em relação a tipo de
diferentes de ambiente: Reverberante ou Absorvente. Fonte: EGAN, M.(1998) ............................
59
3.4
Teoria da Lei da Massa e a espessura de um painel. Fonte: (MEHTA, 1999). ...............................
61
xv
3.5
Curva típica de R para parede simples. Fonte: (GERGES,1992). .........................................
62
3.6
Índice de Redução Sonora de paredes com aberturas. Fonte: (GERGES, 1992). .................
65
4.1
Contornos do nível de ruído em diferentes alturas acima da rua em função da largura
das ruas. Fonte: URBVENT (2005). ...................................................................................... .
69
4.2
Dimensões e formas dos módulos utilizados como barreira: thnadner e splitter. Fonte:
(HAMMAD e GIBBS, 1983) ..........................................................................................................
71
4.3
Variáveis e layout experimental. 1(a) Varanda fechada; 1(b) varanda fechada e parede
fina sólida; 1(c) varanda fechada com painel splitter e 1(d) varanda fechada com painel
thnadner ................................................................................................................................. .
72
4.4
Primeiro protótipo do atenuador desenvolvido por Field. Fonte: Field(2004) ................................ Fonte Maria Lucia Oiticica, 2008.Edifício Mirage (1967), de Acácio Gil Borsoi.Fonte: Disponível em: 20/10/2008. http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq012/arq012_03.asp
76
4.5
Último protótipo do atenuador desenvolvido por Field. Fonte: Field(2004) .........................
77
4.6
Diversas fachadas investigadas com vidro duplo ventilado. Fonte: Blasco, Crispin e
Ingelaere (2004). ....................................................................................................................
78
4.7
Persianas em rolo utilizadas como proteção da iluminação nos edifícios. Situações
metade fechada e totalmente fechada. Fonte: Patrício e Bragança (2003) ............................
79
4.8
Diferentes protótipos de janelas com ventilação e alto isolamento acústico, duas com
molduras em alumínio (“a” e “d”) e duas com molduras de PVC (“b” e “c”). Fonte:
Asdruball, Burati e Bardinelli (2004) ....................................................................................
80
4.9
Janela híbrida do “Programa Teria”. Fonte: acesso eletrônico,
http://www.teria.itc.cnr.it/AllestimentiSperimentali.htm acesso em 08/04/2010 ................ .
81
4.10
Janela híbrida do “Programa Teria”. Fonte: acesso eletrônico,
http://www.cstb.fr/actualites/webzine/thematiques/acoustique/projet-teria-pour-
concilier-confort-thermique-et-acoustique.html em 08/04/2010 em 08/04/2010 ...........................
81
4.11
Desempenho de isolamento da janela investigada “Projeto Teria” medidas no local, em
condições reais, orifícios abertos. O índice médio quando das passagens de aviões é de
33dB(A) com controladores de ruído (curva azul) e de 25dB(A) sem controladores de
ruído (curva vermelha). Fonte: acesso eletrônico,
<http://www.cstb.fr/actualites/webzine/thematiques/acoustique/projet-teria-pour-
concilier-confort-thermique-et-acoustique.html>. Disponível em: 08 de abril de 2010..................
81
4.12
Planta baixa das edificações com “open screens”. Fonte: Hardlooper (2009) ................................
82
4.13
Ilustração da maquete em escala reduzida.Fonte: Hardlooper (2009) ...................................
83
4.14
Resultados das configurações dos modelos reduzidos para os painéis abertos
investigados. Fonte: Hardlooper (2009) ................................................................................
83
4.15
Container utilizado na investigação. Fonte: Hardlooper (2009) ............................................
84
4.16
Desenho esquemático das dimensões do bloco caixa grande (tipo 2) e pequeno (tipo1).
Fonte: Araújo e Bistafa (2009). .............................................................................................
87
4.17
Desenho do elemento vazado caixa tipo 3.Fonte: Araújo (2010 ...........................................
87
4.18
Desenho do elemento vazado: tipo 4 - caixa grande. Fonte: Araújo (2010) ..........................
87
4.19
(a) Parede de teste montado com bloco tipo 2 e (b) Detalhe de separação bloco tipo 2
(sem lã de vidro) na parede de teste. Fonte: Araújo (2010) ...................................................
88
4.20
(a) Parede de teste montado com bloco tipo 1 e (b) Detalhe de separação bloco tipo 1
(com lã de vidro) na parede de teste. Fonte: Araújo (2010) ..................................................
88
xvi
4.21
Espectro sonoro em bandas de 1/3-oitava da Redução de Ruído Padrão (Dnt) de todos
os blocos estudados, com respectivo Índice de Redução de Ruído Padrão Global
(Dntw). Fonte: Araújo (2010). ...............................................................................................
90
4.22
Produto “Silenceair” denominado “acoustics vent”. (a)foto, (b) vista externa e (c) vista
interna.Fonte: http://www.silenceair.com/site/silenceair-products.html# > Disponível
em 08 de abril de 2010. .........................................................................................................
91
4.23
Produto “Silenceair” denominado acoustics vent. Fonte:
http://www.silenceair.com/site/silenceair-products.html# > Disponível em 08 de abril
de 2010. .................................................................................................................................
91
4.24
Gráfico do Índice de Redução Sonora (Rw) do produto silenceair. Fonte:
<http://www.silenceair.com/site/professional.html> Disponível em 04 de abril de
2010. ......................................................................................................................................
91
4.25
Exemplos (A, B , C e D) de utilização dos produtos da “Passivent”, em áreas
residenciais e comerciais, para diminuição do ruído e beneficiar a ventilação natural.
Fonte: Catálogos Aircool Ventilator-Passivent www.assivent.com Disponível em 08
de abril de 2010. .................................................................................................................... .
92
4.26
Desenho do Aircool acoustic wall ventilator with hood” da Passivent. Dimensões de
787 x 315 x 265mm e Dn,e,w de 30 dB quando encontra-se aberta. Fonte: Fonte:
Catálogos Aircool Ventilator-Passivent www.assivent.com Disponível em 08 de abril
de 2010 ..................................................................................................................................
93
4.27
Desenho do “Aircool acoustic wall ventilator with single acoustic chevrons” da
Passivent. Dimensões de 797 x 315 x 330mm, com brises externos e brises acústicos
internos. Dn,e,w de 24 dB quando encontra-se aberta. Fonte: Fonte: Catálogos Aircool
Ventilator-Passivent www.assivent.com Disponível em 08 de abril de 2010. ......................
93
4.28
Desenho do “Aircool acoustic wall ventilator with double acoustic chevrons” da
Passivent. Dimensões de 797 x 315 x 330mm, com brises externos e duplos brises
acústicos internamente. Dn,e,w de 26 dB quando encontra-se aberta. Fonte: Fonte:
Catálogos Aircool Ventilator-Passivent www.assivent.com Disponível em 08 de abril
de 2010. .................................................................................................................................
94
4.29
Tipo 1: Peças acopladas em janelas do fabricante “Renson”. Utilizados para aeração
com controle de ruído. Fonte: www.renson.be ......................................................................
95
4.30
Tipo 2: Peças acopladas em janelas do fabricante “Renson”. Utilizados para aeração
com controle de ruído. Fonte: www.renson.be ......................................................................
95
4.31
Tipologia : Renson 445/86 brises acústicos (grelhas) do fabricante “Renson”.
Utilizados para agregar valores estéticos com redução de ruídos. Atenuação acústica
com Rw de 6dB quando estão abertos. Fonte: www.renson.be ............................................. .
95
4.32
Tipologia : Renson 446/150 brises de paredes do fabricante “Renson”. Utilizados para
agregar valores estéticos com redução de ruídos. Atenuação acústica com Rw de 11dB
quando estão abertos. Fonte: www.renson.be........................................................................ .
96
4.33
Tipologia : Renson 445/300 brises de paredes do fabricante “Renson”. Utilizados para
agregar valores estéticos com redução de ruídos. Atenuação acústica de 16dB quando
estão abertos. Fonte: www.renson.be ....................................................................................
96
4.34
Tipologia : Renson L.060AC Acoustic Linius do fabricante “Renson” utilizados para
agregar valores estéticos com redução de ruídos. Atenuação acústica com Rw de 6dB
quando estão abertos. Fonte: www.renson.be........................................................................
96
5.1
Área de estudo: UNICAMP-SP, Faculdade de Engenharia Civil e Arquitetura. Local
100
xvii
do experimento: Protótipos do Laboratório de Conforto Ambiental .....................................
5.2
Protótipo para medições: planta baixa e corte com a implantação da abertura.. Vista
“A” e “B” do protótipo anteriormente as investigações, protótipo fechado, e a
posterior, vista “C” e “D” protótipo com implantação da abertura. ...................................... .
102
5.3
Implantação do peitoril ventilado na parede estrutural do protótipo de medições ................ .
103
5.4
Composição plástica da forma do peitoril ventilado para definição das suas dimensões:
Espaçamento(e), Altura(a) e Largura(l) ............................................................................... .
104
5.5
Peitoril denominado mais longo e mais curto (altura e largura) ..........................................
106
5.6
Desenho do peitoril ventilado ortogonal definido para a “fase aplicativa”.. .........................
107
5.7
Placa metálica perfurada utilizada na parede da cavidade da fachada do peitoril
ventilado.. ..............................................................................................................................
114
5.8
Geometria do método do alto-falante.Fonte: (ISO 140-5-1998) ...........................................
120
5.9
Sistema Buiding Acoustic da B&K. Fonte: www.bksv.com/doc/bp1691.pdf ....................... .
125
5.10
Planta baixa e corte do protótipo com a localização das posições do microfone, da
fonte sonora. As fotos mostram detalhes da medição interna e a localização da fonte
externa. ..................................................................................................................................
127
6.1
Resultados gráficos da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) investigados, em
função da frequência, referentes aos protótipos avaliados na primeira etapa da FASE
EXPERIMENTAL .................................................................................................................
146
6.2
Resultados do gráfico da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) investigados, em
função da frequência, referente aos protótipos avaliados na segunda etapa da FASE
EXPERIMENTAL .................................................................................................................
149
6.3
Gráfico apresentando os resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) em
dB das situações investigadas da Etapa “Comparação”– FASE APLICATIVA
155
6.4
Gráfico apresentando os resultados da Diferença de Nível Padronizada (D2m,nt) das
situações da FASE APLICATIVA - Etapa “Investigação” ...................................................
158
6.5
Gráfico apresentando os resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das
diferentes tipologias da FASE APLICATIVA - Etapa “Melhoramento” ..............................
161
6.6
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias compostas de
paredes simples refletoras(granito e concreto) comparadas com fachada fechada e com
fachada com abertura similar à do peitoril ventilado. ............................................................
165
6.7
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias composta de
parede simples refletoras(granito e concreto) e a presença da placa absorvedora na
parede da edificação.... ..........................................................................................................
166
6.8
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas investigadas (refletora/absorvedora/refletora) entre as tipologias de telha
termo-acústica, placa cimentícia e placa viroc ......................................................................
170
6.9
Resultados da Diferença Padronizado de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas (refletora/absorvedora/refletora). As tipologias de telha termo-acústica,
placa cimentícia e placa viroc com a presença da placa absorvedora na parede da
edificação. ..............................................................................................................................
172
6.10
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas (refletora/absorvedora/perfurada) entre as tipologias da chapa metálica,
madeira e pvc. ........................................................................................................................
176
xviii
6.11
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas (refletora/absorvedora/perfurada). As tipologias da chapa metálica,
madeira, PVC com e sem a presença da placa absorvedora na parede da edificação ............
177
6.12
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas (refletora/absorvedora/refletora). As tipologias da placa címenticia e placa
viroc e o carater sustentavel. ..................................................................................................
180
6.13
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas (refletora/absorvedora/refletora) um conceito mais sustentável. As
tipologias da Placa Viroc com duas alternativas de placa absorvedora na parede da
edificação. (M08) Placa absorvedora em lã de rocha e (C06) placa absorvedora em
fibra de coco.. ........................................................................................................................
183
6.14
Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo
comparativo das paredes fechadas e abertas. .........................................................................
186
6.15
Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo
comparativo das paredes simples (grupo 2). ..........................................................................
187
6.16
Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo
comparativo das paredes compostas (refletor/absorvedor/elemento perfurado ou
vazado)...................................................................................................................................
188
6.17
Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo
comparativo das paredes compostas (refletor/absorvedor/refletor) e conceitos
sustentáveis... .........................................................................................................................
190
6.18
Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo
comparativo das paredes compostas (refletor/absorvedor/refletor) e conceitos
sustentáveis na placa absorvedora na parede da edificação. ..................................................
191
6.19
Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e Diferença Padronizada de Nível
Ponderada (D2m,nTw’) das tipologias investigadas – Quadro de grupos comparativos
dos melhores desempenhos das pesquisas sem tratamento na parede da edificação .............
193
6.20
Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e Diferença Padronizada de Nível
Ponderada (D2m,nTw’) das tipologias investigadas – Quadro de grupos comparativos
dos melhores desempenhos das pesquisas com tratamento na parede da edificação
(colocação de placa absorvedora). .........................................................................................
194
6.21
Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB de diversas pesquisas existentes
com elementos de fachada com aberturas..............................................................................
197
xix
LISTA DE TABELAS
TABELA
Pg
2.1
Recomendações para as decisões quanto ao projeto arquitetônico relativo às
edificações. Fonte: (FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R., 1995) .............................................
17
2.2
Carta e análise bioclimática de três cidades brasileiras. Fonte: (LAMBERTS,
DUTRA e PEREIRA, 2004). ................................................................................................
19
2.3
Recomendações para as zonas bioclimáticas brasileiras como definido pela Norma
de Desempenho Térmico NBR 15220-Parte 3. Fonte: LAMBERTS, R; TRIANA, M.
A. ............................................................................................................................................
22
2.4
Síntese de critérios de eficiência energética presentes nas principais metodologias
de avaliação ambiental de edificações aplicáveis ao setor residencial
(LAMBERTS, TRIANA, 2005). Fonte: (TRIANA e LAMBERTS, 2007). .........................
24
2.5
Categoria: Energia. Subcategoria: Desempenho térmico e diretrizes bioclimáticas.
Fonte: (TRIANA e LAMBERTS, 2007) ...............................................................................
26
2.6
O procedimento de apreciação “pontos por mérito”.Fonte: (FORTE, 2007) .................................
40
2.7
Impacto do ruído no mercado imobiliário italiano.Fonte: Fabiana Forte (2007)...................
41
2.8
Diferença no uso do ar-condicionado final no consumo total residencial de
eletricidade por região (%). Fonte: (ALMEIDA ET AL., 2001). ....................................................
47
3.1
Controle e estratégias do ruído nas edificações. ..............................................................................
50
3.2
Nomenclaturas dos principais termos utilizados em isolamento sonoro aéreo, as
normas internacionais relacionadas, as principais referências que as utilizam e a
definição dos termos. (*) Terminologias utilizadas no desenrolar do trabalho.
Fonte: (DUARTE, 2005). ................................................................................................................
53
3.3
O efeito da diferença no coeficiente entre dois materiais em certa freqüência.
Fonte: (EGAN, 1988). ...................................................................................................................
55
3.4
Classificação dos materiais absorvedores. Fonte: (EGAN, 1988). ..................................................
56
3.5
Tabela esquemática com sistemas construtivos distintos e as características
acústicas. ..........................................................................................................................................
58
3.6
Redução do Índice de Redução Sonora da parede feito por uma abertura.Fonte:
MEHTA, M. (1999).. .......................................................................................................................
66
4.1
Valores recomendados da diferença padronizada de vel ponderada da vedação
externa, D2m,nT,w para ensaios em campo. .........................................................................
70
4.2
Configuração dos modelos reduzidos para os painéis abertos investigados.Fonte:
Hardlooper (2009) .................................................................................................................
83
4.3
Resultados das medições na investigação com o container.Fonte: Hardlooper
(2009) ..................................................................................................................................... .
85
4.4
Resumo das características dos blocos desenvolvidos e avaliados, com respectivo
desempenho global de isolamento sonoro. Fonte: Araújo (2010).. .......................................
89
xx
5.1
Composição construtiva dos peitoris ventilados estabelecidos na primeira etapa das
medições: FASE EXPERIMENTAL .....................................................................................
108
5.2
Composição construtiva dos peitoris ventilados estabelecidos na segunda etapa das
medições: FASE APLICATIVA ...........................................................................................
110
5.3
Materiais absorvedores utilizados na cavidade interna das investigações do peitoril
ventilado .........................................................................................................................................
113
5.4
Outros sistemas construtivos de fachada investigados sem/com utilização do
peitoril ventilado ..............................................................................................................................
115
5.5
Principais conjuntos de normas de isolamento sonoro.Fonte: (DUARTE, 2005) ................. .
117
5.6
Quantidade do único número de isolamento sonoro para propriedades do elemento
do edifício e do edifício respectivamente. Fonte: ISO 717-1 (1996). .................................... .
123
5.7
Valores da curva de referência para isolamento sonoro em bandas de freqüência de
um terço de oitava e bandas de oitava.Fonte: ISO 717-1 (1996).. .........................................
124
5.8
Descritivo dos protótipos avaliados na primeira etapa da FASE
EXPERIMENTAL denominada etapa “investigação inicial” (EXP -Conf01 a EXP
-Conf04). ................................................................................................................................
131
5.9
Descritivo dos protótipos avaliados na segunda etapa da FASE EXPERIMENTAL
denominada etapa “melhoramento inicial”.(EXP-Conf05 a EXP-Conf08 ). ...................................
133
5.10
Descritivo dos protótipos avaliados na primeira etapa da FASE APLICATIVA
denominada etapa “comparação” (C).. .................................................................................. .
135
5.11
Protótipos avaliados na segunda etapa da fase aplicativa denominada etapa
“investigação” (I). .................................................................................................................. .
137
5.12
Descritivo dos protótipos avaliados na terceira etapa da fase aplicativa denominada
etapa “melhoramento”.. .........................................................................................................
139
6.1
Resumo das configurações de peitoris ventilados investigados na primeira etapa da
fase experimental ...................................................................................................................
145
6.2
Resumo dos resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) em dB investigados, referente aos
protótipos avaliados na primeira etapa da FASE EXPERIMENTAL ................................
145
6.3
Resumo das configurações de peitoris ventilados investigados na segunda etapa da
FASE EXPERIMENTAL ......................................................................................................
147
6.4
Resumo dos resultados investigados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT)
e a Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) em dB referente aos
protótipos avaliados na segunda etapa da FASE EXPERIMENTAL ....................................
148
6.5
Resultados da Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nT,w’) em dB
para as diferentes configurações analisadas na primeira e segunda etapa da FASE
EXPERIMENTAL. ................................................................................................................
150
6.6
Resumo das composições construtivas diferenciadas na FASE APLICATIVA,
investigadas em tres etapas: Etapa “comparação”. ................................................................
151
6.7
Resumo das composições construtivas diferenciadas na FASE APLICATIVA,
investigadas em tres etapas: Etapa “investigação”. ...............................................................
152
6.8
Resumo das composições construtivas diferenciadas na FASE APLICATIVA,
investigadas em tres etapas: Etapa “melhoramento”. ............................................................
153
6.9
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e da Diferença
Pradonizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) em dB das situações da Fase
Aplicativa - Etapa “Comparação” – FASE APLICATIVA.. ................................................
154
6.10
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e Diferença Padronizada
157
xxi
de Nível Ponderada (D2m,nTw’) em dB das situações investigadas na FASE
APLICATIVA Etapa “Investigação”..................................................................................
6.11
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e da Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) das situações investigadas da FASE
APLICATIVA Etapa “Melhoramento” .............................................................................
160
6.12
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) das tipologias compostas de paredes
simples refletoras ...................................................................................................................
164
6.13
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) das tipologias de paredes compostas
investigadas (refletora/absorvedora/refletora), telha termo-acústica, placa
cimentícia e placa viroc. ........................................................................................................
169
6.14
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) das tipologias de paredes compostas
(refletora/absorvedora/perfurada), chapa metálica, madeira e pvc. .......................................
175
6.15
Coeficiente de absorção sonora da fibra de coco e da lã de rocha .........................................
179
6.16
Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) entre tipologias similares: placa
viroc com a presença da placa absorvedora aplicada na parede da edificação
composta por diferentes materiais, lã de rocha e fibra de coco.. ...........................................
182
6.17
Sintese dos resultados apresentados em diferentes grupos das tipologias
investigadas ...........................................................................................................................
184
6.18
Estimativa de custos dos materiais necessários para execução dos protótipos (fretes
e mão de obra não inclusos) ...................................................................................................
195
xxii
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
SÍMBOLOS
NBR
Norma Brasileira
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
A
Abertura
Z
Zona Bioclimatica
OMS
Organização Mundial de Saúde
Leq
Nível de Pressão Sonora Equivalente
dB
Decibels
(K)
Coeficiente
NDSI
Noise Depreciation Sensitivity Index
PIB
Produto Interno Bruto
R
Índice de Redução Sonora
ISO
International Standard Organization
TL
Transmission Loss
D
Diferença de Nível
NR
Noise Reduction
IL
Insertion Loss
PT
Perda de Transmissão
R
Sound Reduction Índex
L1
Nível de pressão sonora em um ambientes com a presença da fonte sonora.
L2
Nível de pressão sonora em um ambientes receptor de som
S
Área da parede de transmissão sonora em comum
a
Absorção do ambiente receptor em sabins
f
Freqüência sonora
Hz
Hertz
Coeficiente de absorção
m
Massa da superfície expressa em
2
/mKg
fc
Freqüência crítica
2
c
Velocidade do fluido em que circunda o painel
xxiii
l
c
Velocidade da onda longitudinal no sólido
h
Espessura da placa investigada
d
Espaço de ar em m
c
Velocidade de propagação do som em m/s
Rcomp
Índice de Redução Sonora de uma superfície composta
comp
Coeficiente de transmissão composto
Si
Área de cada superfície
i
Coeficiente de Transmissão sonora de cada superfície
10
L
Nível de pressão sonora existente em 10% do tempo
90
L
Nível de pressão sonora existente em 90% do tempo
R'45º
Índice de Redução Sonora aparente
w
R
Índice de redução sonora ponderada
wcn
D
,,
Nível de diferença normalizado para tetos suspensos ponderados,
wcn
D
,,
wen
D
,,
Diferença normalizada de Nível de para elementos ponderados,
wen
D
,,
w
R'
Índice de redução sonora aparente ponderada,
wn
D
,
Diferença Normalizada Ponderada de Nível
wstr
R
,,
'
Índice de redução sonora aparente ponderada,
wstr
R
,,
'
wnT
D
,
Diferença Padronizada de Nível Ponderada,
wnT
D
,
wnTmls
D
,,2,
Diferença Padronizada de Nível Ponderada,
wnTmls
D
,,2,
'R
Índice de redução sonora aparente ponderada,
'R
str
R
,
'
Índice de redução sonora aparente ponderada,
str
R
,
'
n
D
Diferença Normalizada de Nível
nT
D
Diferença Padronizada de Nível
nTmls
D
,2,
Diferença Padronizada de Nível Ponderada
Conf
Configuração
U
Transmitância térmica
Fso
Fator de sombra
R’45ºw
Índice de Redução Sonora Aparente Ponderada
Carga Térmica
Capítulo 1 Introdução
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
1
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação
Com a crise energética do petróleo iniciada em 1968, várias discussões foram levantadas
com o propósito de estimular as edificações a se inserirem em um contexto sustentável, na busca
do desenvolvimento e uso de energias limpas e renováveis. No ramo da construção civil, as
edificações são consideradas grandes consumidoras dos recursos naturais, daí à necessidade de
serem adotadas medidas de redução do consumo desses recursos. Os novos conceitos levam à
implantação de novas ações, as quais visam tornar as edificações energeticamente mais
eficientes. Essas novas ideias estão basicamente focadas nas decisões estratégicas do projeto
arquitetônico. Foi na década de 60, que Olgay (1963), utilizando-se da arquitetura bioclimática,
buscou melhorias das condições de conforto dos seres humanos nas edificações, mediante o uso
de estratégias apropriadas de projeto de acordo com as diferenças climáticas consideradas para
cada local.
No Brasil, as novas tendências dos anos 60, representadas por meio do edifício
multifamiliar residencial, passaram a construir um campo primordial de experimentação para os
arquitetos. Os novos conceitos e concepções do edifício em altura, e implantado de forma
recuada no lote, motivaram que os projetos elaborados pelos arquitetos tivessem mais liberdade e
assim pudessem atender melhor aos requisitos bioclimáticos de ventilação e de orientação.
Nas regiões de clima quente-úmido, como no Nordeste Brasileiro, especialmente no
Estado de Pernambuco, a utilização do peitoril ventilado como estratégia de projeto bioclimático
tornou-se uma ferramenta de projeto muito bem aplicada dentro desse conceito, uma vez que esse
elemento favorece a integração entre o interior e exterior, a partir da inter-relação de três
sistemas: o clima, o homem e o habitat. A utilização de estratégias passivas de projeto
Capítulo 1 Introdução
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
2
arquitetônico beneficia a climatização natural (ventos), propiciando a sensação de conforto
térmico nos usuários com baixo consumo de energia por parte da edificação.
O peitoril ventilado é um elemento complementar de fachada com formas diversas,
sobreposto a uma abertura localizada no peitoril abaixo das janelas. Sua finalidade é atuar como
fonte complementar do movimento de ar proporcionado pelas aberturas, permitindo a passagem
dos ventos sem que haja penetração de chuvas para o interior da edificação.
A aplicabilidade estratégica do peitoril ventilado como ferramenta de projeto que
beneficia a ventilação natural, pode ser vista de forma única ou conjunta. Para isso se tornar
viável e efetivo, tem que se ter o cuidado em relação à concentração dos mais diferentes
poluentes. De uma maneira geral, os poluentes externos devem ser menores que os poluentes
internos. Essa preocupação deve ser reforçada com o objetivo de que o beneficiamento da
ventilação natural não deva causar outros problemas como ruídos ou falta de privacidade.
Para se obter o conforto acústico, cabe ressaltar que as edificações, na maioria, estão
inseridas em regiões populosas, onde o ruído faz parte do contexto urbano. Os ruídos de tráfegos
existentes nas grandes cidades vêm tomando grandes proporções, e, segundo a Organização
Mundial de Saúde (BERGLUND, LINDVALL e SCHWELA, 1995), a poluição sonora já é
considerada a terceira maior poluição do mundo. Aberturas para ventilação natural geralmente
oferecem pouca resistência à passagem do ruído, tornando-se o maior problema das estratégias de
projeto passivo.
Para as edificações estarem inseridas a um nível mínimo de desempenho térmico, ao
longo de uma vida útil, surgiu a Norma Brasileira de Desempenho Térmico para Edificações
NBR 15.220, publicada em maio de 2005 pela ABNT. Essa norma apresenta recomendações para
estratégias de projeto passivo com o objetivo de atender as diferentes regiões climáticas no
Brasil. A Norma estabelece um Zoneamento Bioclimático Brasileiro, recomendando diretrizes
construtivas relacionadas a estratégias de projeto térmico passivo como também procura orientar
ações sobre as aberturas em relação ao seu tamanho e sombreamento necessário. Nessa norma,
ainda são fornecidas recomendações de aberturas para ventilação em percentagem da área de
piso. Essas aberturas, denominadas “A”, podem ser classificadas como pequenas, médias e
grandes, as quais são distribuídas em três Zonas Bioclimáticas descritas Z6, Z7 e Z8 onde
Capítulo 1 Introdução
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
3
encontram-se grande parte do Norte, Nordeste e Centro Oeste Brasileiro, regiões onde a
concepção do peitoril ventilado é propícia de ser utilizada.
Leal, Cândido e Bittencourt (2006), em pesquisas desenvolvidas sobre ventilação natural,
descrevem que o desempenho do peitoril ventilado é afetado significativamente pela dimensão e
forma adotadas, esclarecendo que a extensão da parte superior do dispositivo proporciona o
direcionamento do fluxo de ar proveniente do peitoril. Os autores relatam também que os
formatos mais aerodinâmicos, como inclinados ou curvos, favorecem a maior captação do ar para
o interior do ambiente.
Segundo Viqueira et al (2002), o vento é um dos parâmetros importantes a serem
considerados na arquitetura, seja para captá-lo, evitá-lo, ou controlá-lo. Dessa forma, o vento é
um elemento de climatização passiva que tem sido bastante utilizado na arquitetura em todos os
tempos e todos os lugares.
O projeto arquitetônico que visa beneficiar de climatização natural faz com que o design
de suas fachadas seja caracterizado pela presença de aberturas para a passagem do vento. A
utilização do peitoril ventilado como elemento construtivo, principalmente nas regiões de clima
quente-úmido, é considerada um parceiro benéfico para implantação na construção dessas
fachadas.
O peitoril ventilado agrega valores à obra arquitetônica de várias maneiras: climática,
plástica e energeticamente. Climaticamente é um elemento expressivo de uma arquitetura aberta,
própria para os trópicos e, assim, ao mesmo tempo, ventila e sombreia o espaço interior. Nas
regiões de clima quente-úmido, o peitoril ventilado oferece uma grande contribuição para se
obter uma fachada impermeabilizada, devido à constante presença de chuvas nestas regiões.
Plasticamente, passa a ser um rico elemento devido a sua grande potencialidade construtiva, uma
vez que acrescenta valores formais à leitura do edifício. Energeticamente, por ser um coletor de
ventilação natural, torna-se um elemento que visa contribuir para a diminuição do consumo de
energia da edificação e, dependendo da situação, poderá conduzir passivamente a edificação a
situações de conforto térmico dos seus habitantes.
Capítulo 1 Introdução
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
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A argumentação acima retrata alguns fatores benéficos na implantação do peitoril
ventilado na construção. Porém, alguns cuidados paralelos merecem ser destacados. Proporcionar
a ventilação natural, em uma edificação, com a implantação de aberturas pode implicar caminhos
fáceis para passagem e condução do ruído para o interior dos espaços. O desafio deste trabalho
foi verificar e buscar alternativas em que possam ser melhoradas as condições acústicas do
peitoril ventilado. Melhorar as suas características de desempenho acústico, implica criar
subsídios técnicos para os engenheiros e arquitetos poderem enquadrar, nos projetos
arquitetônicos, um pensamento bioclimático, utilizando-se do peitoril ventilado.
Muitas pesquisas vêm sendo desenvolvidas, nos últimos anos, com o objetivo de buscar
elementos construtivos no combate ao calor e à insolação excessiva. No combate ao calor, muitas
ações estão voltadas para o fechamento das fachadas, que beneficia o isolamento acústico e
incentiva a utilização do ar condicionado. Em caminho oposto, existem ações que buscam
alternativas passivas de projeto, implantadas nas decisões arquitetônicas por meio da utilização
de fachadas abertas, incorporadas aos edifícios. Essas ações visam fazer uso da ventilação
natural, da luz natural, mas, involuntariamente, conduzem à entrada de sons indesejáveis do
ambiente externo para o interior das edificações. Integrar todos esses condicionantes -
iluminação, ventilação, paisagem e controle de ruído - em uma única e simples fachada, requer
habilidades difíceis para os projetistas. A questão fica em como conciliar todos os condicionantes
e qual, dentre estes, deve ser a ordem de prioridade. Grande parte dessas estratégias passivas de
projeto faz com que o conforto acústico seja negligenciado, mediante as dificuldades
encontradas. Dentre tantas, a falta de informações sobre acústica, necessárias para a utilização do
peitoril ventilado, não foge a essa regra.
A necessidade de informações sobre elementos de fachada que agreguem esses conceitos
bioclimáticos é de grande valia para o circuito da construção civil. Fica cada vez mais forte a
preocupação de incentivar o desenho arquitetônico das edificações com estratégias bioclimáticas,
apresentando valores acústicos agregados ao projeto, pois esses recursos podem ser grandes
aliados para a melhoria da atual situação mundial no que se refere aos problemas ambientais.
A cada dia são maiores os conflitos apresentados para concretização de implantação de
um projeto arquitetônico com integração bioclimática. Alguns destes conflitos são associados à
Capítulo 1 Introdução
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
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utilização de aberturas para ventilação natural e condução de ruído do exterior para o interior das
edificações, pois, ao beneficiar a iluminação natural no projeto por painéis de vidro, pode-se
fragilizar o isolamento sonoro das superfícies externas. Porém, ao se incrementar a ventilação
natural com pequenas aberturas, pode-se evitar a climatização artificial, ação, desmotivadora da
melhora da eficiência energética. Este trabalho buscou conhecer informações acústicas até então
desconhecidas sobre peitoris ventilados, variando tipologias construtivas, para fomentarem dados
que possam ser agregados a outros conceitos que levem as ambientes acusticamente mais
favoráveis. Com os resultados obtidos, este trabalho visa possibilitar uma integração entre
conforto acústico, conforto térmico e eficiência energética, simplesmente aperfeiçoando um
elemento de fachada, por meio da melhora de detalhes construtivos. Esta iniciativa, de utilização
do peitoril ventilado, pode levar a arquitetura a caminhos com maior integração bioclimática para
obtenção de espaços possivelmente mais saudáveis e sustentáveis.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo geral investigar o desempenho acústico de diversas
tipologias de peitoris ventilados, a fim de criar subsídios técnicos para que sejam utilizados como
ferramenta nas fachadas dos projetos bioclimáticos das regiões de clima quente-úmido no Brasil.
Capítulo 1 Introdução
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
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1.2.2 Objetivos Específicos
Conhecer o comportamento acústico de várias soluções construtivas de peitoris
ventilados;
Incentivar o uso das técnicas passivas nas edificações através de maiores conhecimentos
do desempenho acústico do peitoril ventilado;
Buscar materiais mais sustentáveis para serem utilizados como elemento construtivo na
fabricação dos peitoris ventilados;
Comparar os dados encontrados do desempenho acústico dos peitoris ventilados com os
resultados de outras pesquisas existentes, que utilizam elementos de fachada ventilada.
1.3 Hipótese formulada
Este trabalho tem a seguinte hipótese:
Se o peitoril ventilado é um elemento passivo de fachada utilizado nas estratégias de projeto
bioclimático, então quais as soluções construtivas que pode contribuir para a redução do ruído
das aberturas nestas fachadas
1.4 Estrutura da tese
A apresentação do trabalho é feita em sete capítulos como mostra o texto que se segue.
Capítulo 1 Introdução
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
7
No Capítulo 1 é feita uma breve introdução do tema da pesquisa onde são apresentados
aspectos relevantes, os quais justificam a intenção deste trabalho, a descrição do objetivo geral e
específico, bem como a formulação da hipótese.
O “peitoril ventilado”, elemento autilizado como objeto de estudo, é apresentado no
Capítulo 2, juntamente com algumas informações pertinentes a estratégias passivas de projeto. A
importância da arquitetura adequada ao clima é referenciada no combate ao calor e à insolação
excessiva. Outros elementos arquitetônicos de fachada, incorporados ao clima quente úmido,
também são mencionados nesse capítulo com uma breve discussão sobre os custos das decisões
de projeto, em relação à problemática do impacto acústico nas edificações.
O Capítulo 3 apresenta informações para conhecer, com aprofundamento, as questões do
controle do ruído nas edificações, sobre três focos; isolamento na fonte, na trajetória de
transmissão e no receptor. A influência da absorção sonora no isolamento é descrita juntamente
com o Índice de Redução Sonora nos vários sistemas construtivos, parede simples, parede dupla e
parede composta.
O Capítulo 4 mostra a diversidade de trabalhos voltados para a melhoria do desempenho
acústico em fachadas, seja pela criação de formas diferentes de varandas ou pátios, seja pela
busca na melhoria das janelas e barreiras. Os relatos apresentados sugerem que, com um desenho
cuidadoso, o desempenho acústico das fachadas pode ser aperfeiçoado para se buscar Índices de
Redução Sonora cada vez mais alta.
Destaca-se, no Capítulo 5, a descrição dos materiais e métodos desenvolvidos neste
trabalho, indicando os aspectos necessários para a definição e implantação do objeto de estudo, o
“peitoril ventilado”. O local do experimento e os procedimentos referentes às medições foram
detalhados. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram necessários conhecimento e uso de
normas que definiram os procedimentos de medição descritos também nesse capítulo.
O Capítulo 6 apresenta os resultados e discussão dos dados das medições efetuadas nas
várias fases da pesquisa. Algumas comparações são feitas entre os diversos materiais utilizados,
observando sempre a preocupação do desempenho acústico dos peitoris ventilados. Os resultados
de diversos trabalhos existentes com elementos de fachadas foram comparados com os resultados
deste trabalho.
Capítulo 1 Introdução
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
8
As conclusões desta pesquisa são destacadas no Capítulo 7. As considerações finais sobre
o trabalho são ressaltadas, mostrando a importância dos aspectos acústicos estarem agregados à
edificação em relação à ventilação e à eficiência energética. Enfatiza-se que a aplicabilidade do
“peitoril ventilado” como solução projetiva das edificações é um elemento agregador para as
fachadas, pois sua utilização poderá servir de um rico componente plástico que traz grandes
benefícios promovendo a ventilação natural dos ambientes, e consequentemente, reduzirem o
consumo energético. Finalizando este capítulo, algumas recomendações são mencionadas como
sugestões para futuros trabalhos, com a finalidade de que a busca por espaços mais sustentáveis e
integrados bioclimaticamente com acústica possa servir de um componente arquitetônico bem
aplicável.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
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CAPÍTULO 2 PEITORIL VENTILADO E ESTRETÉGIAS PASSIVAS DO
PROJETO ARQUITETÔNICO
A Arquitetura Moderna Brasileira oriunda do Movimento de Arte Moderna de 1922
marcou o surgimento de novos conceitos e idéias revolucionárias. Nessa época, foi necessária a
superação de alguns obstáculos como: indiferença ou hostilidade da opinião pública,
incompreensão geral, a necessidade de contornar a legislação municipal, a qual limitava a
liberdade de composição e, finalmente, a superação do alto custo dos materiais industrializados e
dos métodos de construção ainda artesanais. Segundo Bruand (1981), era preciso coragem,
energia e entusiasmo para ousar e enfrentar todos esses problemas de uma só vez.
Na literatura, constata-se que o clima foi o fator que mais interferiu na evolução da
Arquitetura Moderna Brasileira. O Brasil, situado inteiramente entre o Equador e o Trópico de
Capricórnio, apresentando-se com temperaturas elevadas durante o verão, colocou-se, dessa
maneira, para os arquitetos, como motivo claro na busca de elementos para combater o calor e a
insolação excessiva, proveniente de uma luminosidade intensa.
2.1 O peitoril ventilado
Armando de Holanda, arquiteto pernambucano, grande defensor da arquitetura
bioclimática, sintetizou algumas ideias por conta dos exercícios práticos apresentados pelos
arquitetos da época moderna pernambucana, Delfim Amorim, Gil Borsoi, Reginaldo Esteves e
Vital Pessoa de Melo. Destaca essas ideias como uma perfeita adequação da arquitetura moderna
aos condicionantes climáticos locais, mencionados em um livro simples e prático denominado
“Roteiro para Construir no Nordeste” (HOLANDA, 1973). Nesse roteiro, são estabelecidos
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
10
princípios visando à melhora dos índices de desempenho das edificações. Armando de Holanda
descreve, em seus roteiros, que a arquitetura dos climas quentes úmidos deve ser sombreada,
aberta, vigorosa, acolhedora e envolvente. Dentre as várias soluções projetivas, o peitoril
ventilado”, elemento de estudo deste trabalho, é mencionado e criado como um elemento
agregado às fachadas, que quando utilizado, podem servir de rico componente arquitetônico
plástico, trazendo grandes benefícios com a promoção da ventilação natural dos ambientes.
Bittencourt, Sacramento, Leal e Cândido (2007) descrevem o peitoril ventilado (Figura
2.1) como um dispositivo geralmente executado em concreto, com formato em “L” invertido,
sobreposto a uma abertura localizada no peitoril abaixo das janelas, que tem por finalidade atuar
como fonte complementar do movimento de ar proporcionado pelas aberturas. Essa abertura
apresenta-se protegida das chuvas pelos planos verticais e horizontais do “L”, permitindo a
passagem dos ventos, sem que haja a penetração de chuvas. Analisando a definição, pode-se
observar que o uso do peitoril ventilado nas edificações de climas quente-úmido passa a ser um
excelente recurso de aplicação, pois, além de possibilitar uma grande variação de formas e
composições plásticas (Figura 2.2), também permite promover a renovação do ar dos ambientes,
mesmo durante chuvas pesadas, característica climática acentuada dessas regiões.
Figura 2.1: O peitoril ventilado
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
11
Figura 2.2: Formas de peitoril ventilado
Segundo Holanda (1976), as chuvas de verão do Nordeste provocam a sensação de muito
calor, devido ao aumento da umidade do ar. Nessas ocasiões, é indispensável que os ambientes
permaneçam ventilados, sendo utilíssima, nas edificações em altura, a aplicação do peitoril
ventilado, criado por Augusto Reinaldo. Nas Figuras 2.3 a 2.13, são apresentados alguns
exemplos de peitoril ventilado, utilizados nas mais variadas aplicações dentro do contexto da
arquitetura moderna brasileira.
Figura 2.3: Edifício Acaiaca (1957). Arquitetos
Delfim Amorim e Lúcio Estelita, Recife, 1957.
Fonte: (MOREIRA, 2007).
Figura 2.4: Edifício Mirage (1967), de Acácio Gil
Borsoi: uma resposta à demanda da mudança da casa
para o apartamento. Fonte: ARCOweb
(continua)
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
12
Figura 2.5: Residência Emir Glasner (1972),
Recife. Arquiteto Vital M. T. Pessoa de Melo.
Fonte: Foto de Aurelina Moura. Arquitextos 086
Figura 2.6: Residência (1964) Maceió-AL.
Fonte Maria Lúcia Oiticica
Figura. 2.7: Peitoril ventilado. Década de 50.
Fonte: Acervo Leonardo Bittencout.
Figura 2.8: Laboratório Ufal.
Fonte: Acervo Leonardo Bittencourt
Antes da
reforma
Após a
reforma
Figura 2.9: Edifício Donina Carneiro. Maceió-
AL. Antes da reforma.
Fonte Maria Lucia Oiticica, 2008.
Figura 2.10: Edifício Donina Carneiro. 2009. Maceió-
AL. Após a reforma.
Fonte: Maria Lucia Oiticica, 2010.
(continuação)
(continua)
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
13
Figura 2.12: Edifício Mirage (1967), de Acácio Gil
Borsoi. Fonte:
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq012/arq01
2_03.asp
Figura 2.11: Laboratório UFAL. Arqto.
Leonardo Bittencourt.
Fonte:Leonardo Bittencourt
Figura 2.13: Edifício residencial (1973), Recife.
Arqto. Vital Melo. Fonte: Disponivel em: 20/10/2008
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq012/arq01
2_03.asp
(continuação)
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
14
Com a renovação da arquitetura em Recife, destacam-se os jovens arquitetos, Gil Borsoi
(carioca) e Delfim Amorim (português). Amorim fixou-se nessa cidade, em 1951, onde foi
inicialmente fortemente inspirado pelas doutrinas de Le Corbusier, procurando conservar um ar
europeu nos seus projetos. Mediante o conhecimento dos problemas adversos ao clima quente e
úmido, esses arquitetos buscaram, na sua arquitetura, soluções mais adequadas ao local,
engajando-se assim em novas pesquisas, evitando o abandono das novas técnicas da época
moderna. Como professores da Faculdade de Arquitetura, foram responsáveis pela formação de
uma geração de jovens arquitetos locais, tais como Reginaldo Esteves e Vital Pessoa de Melo. As
novas ideias passariam a ser fruto de uma fusão entre o estilo internacional do século XX com as
particularidades locais, dando excelentes resultados, principalmente na perfeita adequação da
arquitetura moderna aos condicionantes climáticos locais, entre elas a aplicação do peitoril
ventilado (Figura 2.14 e 2.15).
Figura 2.14: Corte do projeto de uma residência em
Maceió, utilizando peitoril ventilado: Arquiteto
Reginaldo Luiz Esteves - Crea-PE, datado de
jan/1964.Fonte: Acervo Jarbas Oiticica
Figura 2.15: Corte original do projeto de uma
residência em Maceió, utilizando peitoril
ventilado: Arquiteto Reginaldo Luiz Esteves -
Crea-PE, datado de jan/1964. Fonte: Acervo
Jarbas Oiticica
Holanda (1976), como roteirista das construções nordestinas, descreve: a proteção das
aberturas externas torna-se imprescindível nos trópicos, para a criação de ambientes amenos e a
redução dos consumos de energia com refrigeração e iluminação artificiais. As vantagens
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
15
econômicas dessas proteções ficam evidenciadas quando se compara seu custo de instalação com
os de operação do edifício, ao longo da sua vida.” Com isso a benfeitoria do peitoril ventilado
fica notória, uma vez que sua aplicação é um eficiente elemento bioclimático.
2.2 Estratégias passivas de projeto: ventilação e ruído
A arquitetura tem além de outras tantas funções, a de criar espaços que possam estar
adaptados a uma série de normas para atenderem às exigências dos indivíduos que ocupam esses
espaços no sentido de habitabilidade física, química e de segurança. Os arquitetos têm uma
grande responsabilidade, uma vez que suas decisões devem atender e resolver múltiplos
problemas funcionais e estéticos dentro de complexas solicitações socioeconômicas, culturais e
tecnológicas (RIVIERO, 1986).
A arte de projetar não deve estar limitada a apenas resolver problemas físicos, funcionais,
estéticos e econômicos. Os projetos arquitetônicos, muitas vezes, apresentam-se com ausência de
soluções vinculadas às necessárias adaptações climáticas. Para alguns projetistas, essa ausência,
nos projetos da adequação climática, vinculados aos outros problemas de projeto (físico,
funcionais, estéticos e econômicos), fica por conta das complexas exigências técnicas
encontradas no ato das decisões de projeto, devido às dificuldades existentes de informações e
tecnologias básicas que passam a tolher ou limitar a capacidade criadora. Já para outros
projetistas, a luta incessante por informações, com melhor aplicabilidade a uma adequação
climática ao projeto, serve de sustentáculo para um mundo mais sustentável e, dessa forma, as
decisões de projeto passam a ser um desafio a sua potencialidade criadora e inovadora.
Segundo Romero (1988), vivemos em um período extremamente interessante. Se de um
lado experimentamos o avanço espetacular da ciência, em praticamente todas as áreas,
progredindo de uma forma que assusta até as pessoas mais esclarecidas, de outro, assistimos à
separação de um casamento praticamente perfeito, e que vem dando bom resultado a cerca de
aproximadamente 10.000 anos, que é o da arquitetura com o clima.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
16
Maciel (2006) relata, em seus estudos de integração de conceitos bioclimáticos ao projeto
arquitetônico, que, nos últimos trinta e cinco anos, houve um progresso considerável no campo da
bioclimatologia e eficiência energética, mas todo esse progresso não tem influenciado a prática
de projeto.
O conhecimento bioclimático, neste terceiro milênio, leva o homem a retomar a sua
preocupação com aspectos relacionados a uma maior integração com a natureza. Surge a
“Consciência Ecológica”, forma de pensar que permite grandes realizações a partir da avaliação
dos impactos e/ou intervenções nos ecossistemas. Inicia-se a luta de conquista da associação
entre ventilação e proteção solar para se obter um meio mais eficiente de conforto rmico por
vias passivas. Nesse contexto, na edificação, os cuidados devem ser redobrados em relação aos
problemas acústicos que, por acaso, possam ocorrer, sem que tragam prejuízo para o pensamento
bioclimático.
A arquitetura, através das suas formas e espaços urbanos, tem propriedades sonoras que
podem contribuir para uma boa ou qualidade do ambiente sonoro. As formas podem permitir
a existência de alguns sons e exclusão de outros, influenciando assim para que as decisões de
projeto sejam estabelecidas com o objetivo de se obter maior satisfação aos usuários nos mais
diversos aspectos: social, econômico, técnico e estético. Nesse conceito, a utilização de diversas
formas do elemento peitoril ventilado passa a ser um relevante fator na melhoria dos aspectos
citados.
Sabe-se que, para uma edificação obter bons resultados de conforto acústico, algumas
normas acústicas merecem ser levadas em consideração. Se de um lado a edificação é marcada
por aberturas livres as quais permitem um condicionamento natural de excelentes resultados
energeticamente, por outro, têm-se janelas voltadas para espaços públicos acusticamente
agradáveis ou não. Conhecer o entorno passa a ser de fundamental importância para a
implantação de qualquer edificação. Saber escutar esses espaços torna-se uns dos primeiros
passos para se conhecer onde devemos locar uma edificação, cujos resultados energéticos estejam
no grupo dos que terão, de alguma forma, condicionamento natural. Esse casamento é
importantíssimo e, com certeza, essa integração da arquitetura bioclimática com a adequação
acústica é essencial para a obtenção de espaços mais saudáveis e mais sustentáveis.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
17
A bioclimatologia relaciona o estudo do clima aplicado à arquitetura, buscando-se com
isso, melhorar as condições de conforto dos seres humanos nas edificações, por meio do uso de
estratégias de projeto apropriadas, de acordo com as diferenças climáticas consideradas para cada
local. Foi Olgay (1968) que apresentou, no seu livro Design with Climate, o primeiro método de
fácil compreensão para se levar em consideração as variáveis do lugar (temperatura, umidade
relativa, nebulosidade, precipitações, ventos e energia solar).
Nas regiões quentes, de uma maneira geral, a arquitetura pode contribuir para minimizar a
diferença entre as temperaturas externas e internas. Existem momentos em que o desempenho
térmico de uma edificação pode ser estabelecido com a utilização dos recursos naturais
existentes. Por outro lado, nos momentos quando as condições climáticas são muito rígidas, deve-
se ter preocupação de procurar propostas arquitetônicas que maximizem o desempenho térmico
natural. Essas tarefas, quando bem planejadas e implantadas, podem reduzir a potência de
equipamentos de refrigeração, pois diminuem a quantidade de calor a ser retirada. Frota e
Schiffer (2005) estabelecem algumas clássicas recomendações de decisões para o projeto
arquitetônico relativo às edificações das regiões de clima quente-úmido (Tabela 2.1).
Tabela 2.1: Recomendações para as decisões quanto ao projeto arquitetônico relativo às
edificações. Fonte: (FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R., 2005)
Item
Recomendações para as decisões quanto ao partido arquitetônico em regiões
de clima quente-úmido
1
Ventilação noturna é bastante desejável.
2
Prever aberturas suficientemente grandes para permitir a ventilação nas horas do dia
em que a temperatura externa está mais baixa que a interna.
3
Proteger as aberturas da radiação solar direta sem fazer obstáculos ao vento.
4
A construção não deve ter uma inércia muito grande.
5
A cobertura tem que ser com inércia média, mas com elementos isolantes nos vedos.
6
A vegetação não deve impedir a passagem dos ventos.
7
As edificações nos lotes urbanos devem estar dispostas, de modo a permitir que a
ventilação atinja todos os edifícios e possibilite a ventilação cruzada nos seus interiores.
8
O arranjo espacial nas quadras deve incluir preocupação quanto às distâncias entre as
edificações para não agirem como barreiras ao vento para as vizinhanças.
9
Quanto à largura das ruas, as que estiverem localizadas perpendicularmente à direção
dos ventos dominantes devem ter dimensões maiores para evitar que construções
situadas em lados opostos das ruas funcionem como obstáculos aos ventos.
(continua)
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
18
A carta bioclimática é construída sobre um diagrama psicométrico que relaciona a
temperatura do ar e a umidade. Está dividida em nove zonas para análise das estratégias
bioclimáticas. Dentre as estratégias propostas, as mais importantes para as regiões de clima
quente úmido são: (1) zona de conforto, (2) zona de ventilação, (3) zona de resfriamento
evaporativo e (4) zona de massa térmica para resfriamento. As demais zonas são: (5) ar
condicionado, (6) umidificação, (7) massa térmica para aquecimento, (8) aquecimento solar e (9)
aquecimento artificial, estratégias correlacionadas às regiões frias e temperadas.
Diversas cartas bioclimáticas são usadas como ferramentas para estabelecer critérios de
conforto nas edificações. A carta bioclimática de Givoni (1992) é a mais aplicada em estudos no
Brasil, por definir o limite da zona de conforto e as zonas com as principais estratégias
bioclimáticas de conforto aplicadas ao projeto.
Segundo o programa ANALYSIS BIO, desenvolvido no LABEEE (laboratório de
Eficiência Energética em Edificações) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pode-
se obter a Carta Bioclimática de várias cidades brasileiras. Algumas delas como, Maceió, Belém
e Fortaleza (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 2004) são observadas, na Tabela 2.2, onde se
pode constatar que a ventilação natural ainda é uma estratégia passiva bem recomendada para
essas regiões de clima quente-úmido.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
19
Tabela 2.2: Carta e análise bioclimática de três cidades brasileiras.
Fonte: (LAMBERTS, DUTRA e PEREIRA, 2004).
CARTA BIOCLIMÁTICA
ANÁLISE BIOCLIMÁTICA
Concentração de temperaturas entre
17º C e 32º C e umidades relativas superior a
40%;
Conforto térmico em 17,8% das horas
do ano e desconforto em 82,1 %.
ESTRATÉGIA RECOMENDADA:
Ventilação 60,4%;
Ventilação, massa para
resfriamento e resfriamento evaporativo
14,1%.
Resumo: A ventilação é a grande solução para
o desconforto térmico, resolvendo 75% das
horas do ano
Concentração de temperaturas nunca
inferiores a 20ºC e umidades relativas altas
acima de 50%;
Conforto térmico em apenas 0,7% das
horas do ano e desconforto em 99,2 %.
ESTRATÉGIA RECOMENDADA:
Ventilação 85,6%;
Ventilação, massa para
resfriamento e resfriamento evaporativo 2,4%.
Resumo: A ventilação é a grande solução para
o desconforto térmico, resolvendo 89% das
horas do ano. Necessidade de ar condicionado
em 9,2% das horas do ano. Integração entre
sistemas naturais e artificiais é a maneira mais
adequada para obter conforto.
Concentração de temperaturas entre
20ºC e 31º C e umidades relativas superiores a
50%.
ESTRATÉGIA RECOMENDADA:
Ventilação 68,5%;
Ventilação, massa para
resfriamento e resfriamento evaporativo
15,8%.
Resumo: A ventilação é a grande solução para
o desconforto térmico, resolvendo 85,8% das
horas do ano. Recomenda os mesmos
princípios de projeto: aberturas amplas e
sombreadas, direcionadas de forma a captar o
vento; adoção de ventilação cruzada e
ventilação vertical.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
20
Pela grande adversidade de climas observado no Brasil, a NBR 15.220 - Parte 3:
denominada “Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações
unifamiliares de interesse social” (ABNT, 15220), estabelece um Zoneamento Bioclimático
(Figura 2.16) dividido em 08 zonas. Essa divisão visa proporcionar condições de conforto,
considerando parâmetros de conforto como: tamanho das aberturas para ventilação, proteção das
aberturas, vedações externas e estratégias de condicionamento térmico passivo. O litoral
nordestino e a região norte do Brasil encontram-se na Zona Bioclimática 08 (Z8), região
representada por 53,7% do território brasileiro; já nas Zonas Bioclimaticas 07 (Z7) e 06 (Z6),
respectivamente representada por 26,2% do território brasileiro, estão inseridos a região centro-
oeste e o interior nordestino. Anexo a essa Norma, encontra-se um conjunto de recomendações
com diretrizes construtivas para serem utilizadas como proposta nas estratégias de projeto
passivo. Essas recomendações podem ser vistas na Tabela 2.3.
Nas duas zonas climáticas citadas, Z6 e Z7, as recomendações no verão são resfriamento
evaporativo e massa térmica para resfriamento com ventilação seletiva, havendo a necessidade de
serem observados os períodos quentes em que a temperatura interna seja superior à exterior.
Nessas zonas climáticas, o peitoril ventilado, sendo aplicado com cautela, torna-se um parceiro,
para beneficiar as condições de conforto térmico nos ambientes. Na zona climática Z8, define-se
como estratégia, para época de verão, estimular a ventilação cruzada com ressalvas nos períodos
em que se obtenham temperaturas mais quentes. Outro fator importante, como estratégia de
projeto para as três zonas analisadas, é estabelecer sombras às aberturas, fator este em que o
peitoril ventilado, por si , já é um elemento sombreado.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
21
Figura 2.16: Zoneamento Bioclimático Brasileiro apresentado na NBR 15.220 - Parte 3.
Fonte: (NBR 15.220, 2005).
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
22
Tabela 2.3: Recomendações para as zonas bioclimáticas brasileiras como definido pela Norma de
Desempenho Térmico NBR 15220-Parte 3. Fonte: LAMBERTS, R; TRIANA, M. A.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
23
Procurar desenvolver projetos mais sustentáveis implica na preocupação em baixar os
índices energéticos existentes nas edificações. Sustentabilidade não é somente a preservação dos
recursos naturais; ela depende das ações do dia a dia, seja por intermédio do consumo, seja, por
meio da produção. Quando se fala de sustentabilidade em edificações, o maior desafio está na
capacidade que os seus responsáveis têm de poder transformar a construção e/ou o ambiente em
polos de desenvolvimentos com soluções adequadas pontuadas para cada empreendimento
específico.
Em 2001, foi iniciada a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia com
a lei n. 10.295 de 27/10/2001, a qual estabelece que todos os equipamentos e edificações devem
respeitar níveis nimos de eficiência. Com essa lei foram motivados os primeiros debates sobre
a temática eficiência energética em edificações no Brasil.
Em 2008, foi elaborada, pelo Laboratório de Eficiência Energética em Edificações,
Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina, por meio do
convênio com a Eletrobrás no âmbito do programa Procel, a Regulamentação para Etiquetagem
Voluntária do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais e de Serviços Públicos, que
passará a vigorar, com obrigatoriedade em 2012. Seu objetivo é criar condições para a
Etiquetagem Voluntária do nível de eficiência energética de edifícios comerciais e de serviços e
públicos. Essa regulamentação inclui três requisitos principais: desempenho térmico da
envoltória, eficiência e potência instalada do sistema de iluminação e eficiência do sistema de
condicionamento do ar. Para a classificação do sistema de condicionamento de ar, o nível de
eficiência energética pode ser estabelecido para um pavimento ou um conjunto de salas. Esse
regulamento aplica-se para edifícios com área total útil mínima de 500 m2 e/ou com tensão de
abastecimento igual ou superior a 2,3 kV (subgrupos A1, A2, A3, A3a, A4 e AS), incluindo
edifícios condicionados, parcialmente condicionados e não condicionados.
Na Regulamentação de Etiquetagem Voluntária do Nível de Eficiência Energética de
Edifícios Comerciais e de Serviços Públicos, estão inseridas, as edificações parcialmente ou não
condicionadas. Essas edificações são pontuadas como aquelas em que, de alguma forma, a
estratégia arquitetônica passiva de ventilação foi prevista para se obter, voluntaria ou
involuntariamente, melhores resultados energeticamente.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
24
Triana e Lamberts (2007) estudaram em profundidade diversas metodologias de avaliação
de edificações internacionais dentre aquelas de maior relevância na atualidade: LEED Homes
(USGBC, 2005), Casbee (IBEC, 2004), Green Star (GBCAUS, 2005), Gb Tool (IISBE, 2005),
HQE (CSTB, 2004), Ecohomes (BREEAM, 2002) e H&E (CERQUAL, 2005). Esse estudo
resultou em uma tabela de “Síntese de critérios de eficiência energética presentes nas principais
metodologias de avaliação ambiental de edificações aplicáveis ao setor residencial” e que está
apresentada na Tabela 2.4.
Tabela 2.4: Síntese de critérios de eficiência energética presentes nas principais metodologias de
avaliação ambiental de edificações aplicáveis ao setor residencial.
Fonte: (TRIANA e LAMBERTS, 2007).
Critérios
Eco
Homes
Green
Star
LEED-
H
CAS-
BEE
GB
Tool
HQE
H&E
Melhoria no desempenho Energético da edificação
(1)
(2)
Uso de energias renováveis
Uso de critérios de conforto térmico (T, Umidade) Conforto
Higrotérmico*
(*)
Otimização da iluminação natural/Medidas anti-
ofuscamento/Conforto visual*
(9)
(*)
Uso de iluminação eficiente/Conforto visual*
(10)
(11)
(3)
(*)
Eficiência da envolvente/isolamento térmico eficiente
(4)
Uso de ventilação natural e/ou Manter taxas adequadas de
ventilação / conforto olfativo *
(5)
(*)
Uso de produtos com ecoselo (eletrodomésticos)
Evitar poluição de luz devido à iluminação exterior
Fazer comissionamento da edificação.
(6)
Uso de materiais relacionados à eficiência energética que não
afetem a camada de ozônio
(7)
(8)
Acesso vistas a partir das principais áreas de ocupação
Conforto acústico
Fornecimento de local para secagem de roupas
Redução na demanda do pico de energia
Incentivo ao transporte público e alternativo (bicicletários)
(redução no consumo de energia no transporte)
Diminuição da produção de CO2 devido ao consumo de
energia
Fornecimento no projeto de espaço para trabalho em casa
(redução no consumo de energia no transporte)
Incentivo a assentamentos com atrações locais (diminuição
de percursos em carro)
Redução do efeito de ilha de calor
Otimizar desempenho energético das janelas
Conscientização do usuário
(Continua)
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
25
Prever manutenção do desempenho da edificação * em
condições anormais
(*)
Usar paisagismo como redutor do ganho térmico/áreas
externas para lazer
1.Usa como parâmetro o selo Energy Star; 2. Através da implantação, janelas, volumetria, desempenho térmico dos materiais,
aproveitamento do sol, proteções solares; 3. Refere-se a nível de iluminância; 4. Refere-se à redução da carga térmica; 5. Refere-
se à ventilação de gases de combustão; 6. Para construções maiores de 500 m2; 7. Refere-se a isolantes que não contenham HCFC
e boilers com baixo nível de Lux; 8. Uso de refrigerantes que não afetem a camada de ozônio; 9. Não considera medidas anti-
ofuscamento; 10. Refere-se à iluminação exterior; 11. Refere-se à iluminação por zonas com níveis menores de iluminância.
Com base nesses critérios levantados de eficiência energética presente nas principais
metodologias de avaliação ambiental de edificações aplicáveis ao setor residencial foi proposto
por Triana e Lamberts (2007), uma nova avaliação na categoria: Energia. Esta foi dividida em
rias “subcategorias”, as quais centralizam o foco em requisitos de desempenho térmico e
diretrizes bioclimáticas, ligados aos seus respectivos indicadores. Os requisitos de desempenhos
estabelecidos procuraram garantir um adequado desempenho térmico da edificação, compatível
com as diretrizes para as diferentes zonas bioclimáticas do país, definidas na NBR 15.220 - Parte
3 (NBR 15.220, 2005).
Na tabela 2.5, destinada à subcategoria “Desempenho térmico e diretrizes bioclimáticas”
(TRIANA e LAMBERTS, 2007), observam-se fatores direcionados para o conforto térmico. Os
requisitos de desempenho estão correlacionados, indiretamente, aos efeitos acústicos nas
residências, quando retrata as aberturas adequadas para ventilação. Nessa situação, o
favorecimento da ventilação natural, por meio do projeto, merece os cuidados denominados
acústicos não estabelecidos nessa norma.
Os requisitos mencionados acima merecem atenções acústicas especiais, objetivando o
incentivo aos projetos das edificações com estratégias bioclimáticas. Os valores acústicos devem
estar agregados ao projeto arquitetônico, pois podem ser um dos grandes aliados para a melhoria
da situação atual mundial no que se refere aos problemas ambientais. O peitoril ventilado, por ser
uma forma de desenho com base em critérios definidos de eficiência energética, que incentiva
a ventilação natural, quando bem aplicados, pode agregar valores aos custos das decisões
acústicas e energéticas, previamente estabelecidas, desde o início do projeto, sem que valores
financeiros possam ser acrescidos após sua aplicabilidade. A não observância de princípios
acústicos pode comprometer a utilização efetiva, por exemplo da ventilação natural.
(Continuação)
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
26
Tabela 2.5: Categoria: Energia. Subcategoria: Desempenho térmico e diretrizes bioclimáticas. Fonte:
(TRIANA e LAMBERTS, 2007)
SUBCATEGORIA
REQUISITOS DE
DESEMPENHO
INDICADOR
DESEMPENHO
TÉRMICO E DIRETRIZES
BIOCLIMÁTICAS
Aberturas adequadas para
ventilação
% da área de ventilação em relação à área
de piso do ambiente
Favorecimento da ventilação natural por
meio do projeto
Sombreamento das aberturas
Nível de uso de elementos de controle de
ganho solar para as janelas
Desempenho térmico das
paredes
U (transmitância) das paredes
C (Capacidade Térmica) das paredes
FSo (Fator solar) das paredes
Desempenho Térmico da
cobertura
Desempenho de coberturas quanto à U
(transmitância) térmica das superfícies
externas.
Desempenho de coberturas quanto à
absortância das superfícies externas.
FSo (Fator solar) para a cobertura.
% de teto ou terraço jardim usado na
cobertura
Desempenho das janelas frente à
infiltração e vedação
Uso de janelas em conformidade com as
normas, considerando a classe de uso por
região
2.3 Considerações de normas de desempenho: Compatibilização das
condições térmicas, energéticas e acústicas
Nos últimos anos, a crescente preocupação com a eficiência energética fez com que
iniciassem os primeiros projetos de regulamentação com esse fim. As regulamentações e normas
descritas abaixo merecem ser ressaltadas uma vez que sua aplicabilidade pode indiretamente
beneficiar ou comprometer a edificação acusticamente. Portanto, o seu conhecimento torna-se
uma ferramenta importante nas decisões acústicas do projeto.
Regulamentação para Etiquetagem de Nível de Eficiência Energética de Edifícios
Comerciais e Públicos (2008). Versão aprovada, em fevereiro de 2008 pela Secretaria
Técnica do GT Edificações (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2008). Essa
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
27
Regulamentação é de caráter voluntário para edificações novas e existentes e passará a
ter caráter obrigatório para edificações novas, no prazo máximo de cinco anos, a partir
de sua data em vigor (isto é, 2013). Os edifícios submetidos a esta regulamentação
devem atender a todas as normas da ABNT vigentes e aplicáveis. O objetivo é criar
condições para a etiquetagem do nível de eficiência energética de edifícios comerciais,
de serviços e públicos. Apesar de não ser uma norma direcionada para acústica das
edificações, é citada porque a fachada em estudo merece cuidados em relação à
abertura com peitoril ventilado, onde o uso deste recurso passivo pode direcionar uma
diminuição energética. No seu parágrafo 6.2.2, direcionado para edifícios
naturalmente ventilados ou não condicionados, ela cita que as aberturas podem
acarretar um impacto sonoro nas edificações e na documentação a ser apresentada
para a etiquetagem. Deve-se especificar qual a hipótese de conforto adotada
(ASHRAE 55, ISO 7730, etc...), bem como atender as normas da ABNT de conforto
acústico vigentes.
NBR 15.220 Parte 3 - Norma Brasileira de Desempenho Térmico para Edificações
(2005), publicada, em maio de 2005, pela ABNT, com recomendações para estratégias
de projeto passivo, procurando atender e abranger as diferentes regiões climáticas no
Brasil. Na parte 3 dessa norma, é estabelecido um Zoneamento Bioclimático
Brasileiro onde se recomendam diretrizes construtivas, relacionando estratégias de
projeto térmico passivo e orientações sobre as aberturas em relação ao seu tamanho e
sombreamento necessário. Essa norma foi citada, porque este trabalho visa adequar o
desempenho acústico das diferentes tipologias de peitoris ventilados com conceitos
bioclimáticos de ventilação, eficiência energética e acústica.
NBR 15575 Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos (2008).
Aprovada em 12 de maio de 2008, entrou em vigor após dois anos de publicada, isto
é, em maio de 2010. Essa norma estabelece os requisitos e critérios de desempenho
que se aplicam ao edifício habitacional de até cinco pavimentos, como um todo
integrado, e que pode ser avaliado de forma isolada para um ou mais sistemas. É
composta de seis itens: requisitos gerais, estruturais, pisos internos, vedações,
coberturas e hidrossanitários. No item 12 de suas partes, cita o desempenho acústico
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
28
visando promover o conforto acústico a seus ocupantes. O edifício habitacional deve
apresentar adequado isolamento acústico das vedações externas, no que se refere aos
ruídos aéreos provenientes do exterior da habitação e adequado isolamento acústico
entre ambientes. Referencia as normas brasileiras NBR 10151 (2000) e NBR 10152
(1987) para estabelecer o nível de ruído de fundo do local de implantação da obra. O
item medições tem como base as normas ISO 140-3 (1995), ISO 140-4 (1998), ISO
140-5 (1998) e a ISO 10052, normas internacionais de procedimentos de medição de
isolamento sonoro. No método de avaliação, estabelece um nível mínimo de aceitação
(M) de desempenho para as edificações, relacionando-o a critério de campo e de
ensaio de laboratório, respectivamente denominados de “Diferença Padronizada de
Nível Ponderada entre Ambientes (
wDnt ,
)” e “Índice de Redução Sonora Ponderada
(Rw)”.
2.4 Adequação da arquitetura ao clima: outros elementos arquitetônicos
As características urbanísticas e arquitetônicas apresentadas no período colonial, como
ruas estreitas, moradias com amplos beirais e generosas varandas foram elementos muito bem
aplicados, naquele momento da arquitetura, no combate ao calor e insolação.
Com o surgimento da Arquitetura Moderna, gerou-se, no Brasil, uma verdadeira
Revolução de princípios absolutamente opostos, entre os quais é evidenciada a presença das
aberturas dos edifícios para o exterior, visando trazer melhorias na penetração do ar, da luz e da
natureza. A aplicação dessa teoria acarretou uma maior preocupação das questões da obra
arquitetônica integrada ao clima, e assim vários elementos arquitetônicos foram introduzidos com
o objetivo de se combater o calor e a insolação excessiva.
O surgimento do brise-soleil(Figura 2.17), idealizado por Le Corbusier, no projeto de
Urbanização de Argel (1930-1934) (Figura 2.18), foi materializado por arquitetos brasileiros
mediante de estudos efetuados sobre o movimento do sol nas várias estações e nas diversas
latitudes, cujas regras variavam conforme a orientação das fachadas. A riqueza e variação deste
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
29
elemento (brise-soleil), fazendo parte das fachadas, transformaram-se em expressão plástica,
como marca forte da Arquitetura Moderna Brasileira (Figuras 2.19, 2.20, 2.21 e 2.22). Esse
princípio de proteção das novas edificações continuou e foi evidenciado, cada vez mais, com a
presença de veneziana, persianas e outros tipos de postigo, utilizando-se de novas técnicas
construtivas as quais deram um toque especial e inovador às fachadas.
Figura 2.17: Esquema dos brise-soleil móveis do Ministério da Educação, Lúcio Costa e equipe, 1936-42.
Fonte: Brasil Builds, de Philip Goodwin, 1943. Acesso em 05/02/2009, (PORTAL VITRUVIUS,
ARQUITEXTOS-072, maio 2006, http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq072_02.asp ).
Figura 2.18: Le Corbusier, Edifícios para alugar em Argel, Projeto Ponsik, 1933. Fonte: acesso em
05/02/2009, (PORTAL VITRUVIUS, ARQUITEXTOS-062, julho 2005,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp318.asp)
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
30
Figura 2.19: Brise-soleil do Instituto Vital Brasil,
em Niterói, Álvaro Vital Brazil e Ademar Marinho,
1942. Fonte: Brasil Builds, de Philip Goodwin,
1943. Acesso em 05/02/2009, (PORTAL
VITRUVIUS, ARQUITEXTOS-072, maio 2006,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq
072_02.asp ).
Figura 2.20: Brise-soleil do Instituto Vital Brasil,
em Niterói, Álvaro Vital Brazil e Ademar Marinho,
1942. Fonte: Brasil Builds, de Philip Goodwin,
1943. Acesso em 05/02/2009, (PORTAL
VITRUVIUS, ARQUITEXTOS-072, maio 2006,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq
072_02.asp ).
Figura 2.21: Brise-soleil do Grande Hotel de Ouro
Preto, Oscar Niemeyer, 1940. Fonte: Brasil Builds,
de Philip Goodwin, 1943. Acesso em 05/02/2009,
(PORTAL VITRUVIUS, ARQUITEXTOS-072,
maio 2006,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq
072_02.asp ).
Figura 2.22: Brise-soleil da Associação Brasileira
de Imprensa, Irmãos Roberto, 1936. Fonte: Brasil
Builds, de Philip Goodwin, 1943. Acesso em
05/02/2009, (PORTAL VITRUVIUS,
ARQUITEXTOS-072, maio 2006,
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq072/arq
072_02.asp ).
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
31
No início da Arquitetura Moderna, a circulação do ar já era uma preocupação a ser
incorporada na edificação, pois se tinha conhecimento, deste então, que nenhum dos problemas
de adequação da edificação ao calor e à insolação excessiva poderia ser tratado isoladamente sem
a preocupação da ventilação cruzada. As buscas de estratégias de projeto que promovessem as
correntes de ar necessitavam ser cuidadosamente estudadas, de maneira que pudessem atravessar
o edifício de ponta a ponta, sem criar qualquer desconforto para os que nele viviam ou
trabalhassem. Com esse pensamento foram apresentados alguns resultados como paredes que não
iriam até o teto, eram as paredes divisórias implantadas até certa altura, solução bastante
utilizada, principalmente em escritórios. O prédio sobre pilotis foi, naquele momento, outro
princípio utilizado pelos arquitetos brasileiros com a preocupação de garantir a livre circulação
do ar.
Segundo Bruand (1981), os procedimentos naturais de combate ao calor e ao excesso de
insolação são os mais importantes, porque, além de terem sido empregados com maior
frequência, contribuíram para assegurar caráter próprio à Arquitetura Moderna Brasileira,
diferenciando-a assim da arquitetura de outros países.
Segundo Amorim (2001), a necessidade de adequar a nova arquitetura às peculiaridades
do clima quente úmido foi introduzida no Nordeste pelo arquiteto Luis Nunes. Nos projetos desse
arquiteto, iniciou-se o uso de blocos de cimento de 50cm por 50cm, com 10cm de espessura,
denominado cobogó”. Cobogó são elementos vazados com numerosos pequenos orifícios
retangulares (Figura 2.23), projetados para proteger do sol e da chuva, mas possibilitando a
passagem do ar e promovendo uma ventilação constante, exigida pelo calor permanente da
região, no caso a 9º de latitude sul.
Figura 2.23: Exemplos de cobogós existentes ainda hoje no mercado. Fonte:
http://www.imprelaje.com.br/?area=combogo
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
32
A primeira obra em que é identificado o “cobogó” é o Prédio da Caixa D’água do Alto da
Sé, em Olinda (1934) (Figura 2.24). Essa edificação foi considerada a criação mais notável pela
utilização do elemento vazado “cobogós” no estado bruto, como “brise-soleil elementar”, os
quais constituíram, segundo Bruand (1981), uma espécie de anteparos transparentes, assegurando
uma boa ventilação e, em certos casos, uma proteção adequada contra os elementos naturais.
Figura 2.24: Castelo D'água dos arquitetos Luiz Nunes e Fernando Saturnino de Brito. 1937, Olinda- PE,
1937. Fonte: (MINDLIM 1999).
O cobogó foi inventado em Recife, com patente registrada em 1929 e tem esse nome pelas
iniciais de seus inventores, os engenheiros Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann
e Antonio is. Aurélio Buarque de Hollanda registra, em seu compêndio, o nome “cobogó”
para referenciar elementos vazados empregados na construção. Os cobogósem estado bruto
ainda são frequentemente usados em Pernambuco e no Nordeste, servindo para fechamento de
galerias de circulação, pátios e dependências em geral (Figura 2.25 a 2.30). É neles que se
encontra a origem do brise-soleil, fixado em caixilhos metálicos que, a seguir, foram
empregados com considerável frequência na arquitetura moderna brasileira.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
33
Figura 2.25: Exemplo de aplicação de cobogó.
Vista interna. Fonte:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=509
007
Figura 2.26: Exemplo de aplicação de cobogó.
Varandas. Fonte:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php
?t=509007
Figura 2.27: Exemplo de aplicação de cobogó.
Fachadas. Fonte:
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp01
8.asp
Figura 2.28: Exemplo de aplicação de cobogó.
Fachadas. Fonte:
http://flickr.com/photos/a_leste/2664657319/
(Continua)
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
34
Figura 2.29: Exemplo de aplicação de cobogó. Pátios
Internos. Fonte:
http://www.arq.ufsc.br/~labcon/arq5661/Aberturas3/ja
nelas6.html
Figura 2.30: Exemplo de aplicação de cobogó.
Corredores. Fonte:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php
?t=509007
2.5 Custos das decisões acústicas
Os problemas decorrentes do desenvolvimento e crescimento das cidades brasileiras, nas
últimas décadas, trouxeram consigo preocupações em relação à qualidade de vida das pessoas
residentes nos grandes centros. Vários desses problemas estão vinculados e relacionados a
diferentes aspectos, entre eles: aumento do número de veículos em circulação nas cidades,
existência de novos empreendimentos imobiliários, surgimento das mais variadas atividades
desenvolvidas na circunvizinhança e introdução e uso de máquinas e equipamentos nos espaços
urbanos. Todos esses aspectos passaram a ser foco de investigação nos meios científicos
internacionais, que os problemas correlacionados eram convergidos para a problemática
denominada “poluição sonora”.
Um dos grandes desafios deste século XXI é o combate ao ruído nos seus mais diferentes
aspectos, já que se necessita de maiores informações, em se tratando dos efeitos do ruído sobre os
seres humanos, da relação dose/resposta, como também da inexistência de critérios e condutas a
serem seguidas. Investigações diversas são necessárias para responder às perguntas: como deve
(Continuação)
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
35
ser avaliado o ruído, quais as suas características, qual o seu efeito nos seres humanos, como
combatê-los por meio da arquitetura e urbanismo, utilizando-se de estratégias sustentáveis, como
conciliar ruído e eficiência energética e muitas outras considerações. Em comparação com outros
poluentes, comenta-se no “Guidelines for Comunity Noise” (BERGLUND, LINDVALL e
SCHWELA, 1995), que a poluição sonora é um problema com soluções de custos elevados para
os países desenvolvidos, devido ao planejamento desordenado das cidades e às construções
acusticamente ineficientes das edificações. Os efeitos do ruído são generalizados como, da
mesma forma, são as consequências para a saúde do homem. Nessa perspectiva, pode-se perceber
que as ações para o controle do ruído ambiental têm que ser mais concretas e efetivas.
As ações para combater o impacto do ruído nas pessoas necessitam da busca incessante de
decisões em variadas áreas e setores. Os esforços devem estar nas soluções junto ao planejamento
das cidades, como também na estruturação dos equipamentos de uso das edificações. Para
elaboração de normas e estratégias de ruído, segundo a Organização Mundial de Saúde
(BERGLUND, LINDVALL e SCHWELA, 1995), duas abordagens diferentes para a tomada de
decisões podem ser aplicadas. A primeira abordagem das decisões podem ser baseadas
simplesmente na saúde, cultura e meio ambiente, com pouco peso para a eficiência econômica.
Essa abordagem tem o objetivo de reduzir o risco de efeitos adversos do ruído para um nível
socialmente aceitável. A segunda abordagem é baseada em uma relação custo-eficácia formal, ou
análise custo-benefício. O objetivo é identificar ações que consigam controlar os maiores
benefícios econômicos líquidos, ou seja, economicamente mais eficiente. Portanto, as
elaborações das normas direcionadas ao impacto acústico nas comunidades deverão estar
fundamentadas nesses pensamentos extremos com a certeza de que a justiça social foi assegurada
para todos os envolvidos e que essas normas estejam constituídas de informações cientificas
suficientes.
A problemática de combate e controle ao ruído direciona a vários pensamentos e
questionamentos divergentes, dentre eles deve ser destacado o pensamento de como deve-se
amenizar o ruído ambiental, promovendo uma arquitetura sustentável, na qual haja uma
integração e harmonia com o meio ambiente. Esses princípios nossos ancestrais souberam tão
bem implantar no passado por intermédio de uma arquitetura bioclimática, a qual busca a ligação
entre o clima, o homem e o habitat.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
36
Historicamente, essa integração entre clima, homem e habitat foi inicialmente mencionada
por Vitruvius (2006), escrito em 110 AC. No seu tratado, relata a preocupação que se deve ter da
adequação da edificação ao clima, citando que os edifícios ficarão corretamente dispostos se,
desde o início, se tiver presente, em que zonas e em que latitude é construída. Seus pensamentos
vão mais além com outras preocupações, relacionando cuidados que se deve ter na escolha de
lugares com uma boa acústica, citando: “Sendo tudo sido realizado com o máximo cuidado e
engenho, convém ser ainda mais diligente em se prestar atenção, para que se escolha um lugar
onde a voz se transmita suavemente e não apresente repercussões, fazendo ecoar sons incertos
aos ouvidos”.
De acordo com a Fundação Européia para a Melhoria das Condições de Vida, citado em
Forte (2007), qualidade de vida pode ser caracterizada pelo grau de necessidades de as pessoas
estarem satisfeitas. Com isso, pode-se dizer que habitações espaçosas e ajustadas dentro de
padrões e condições técnicas necessárias são importantes acessórios para o conforto e satisfação.
Todos esses aspectos o podem estar isolados, pois o ambiente local também desempenha um
papel vital para a satisfação e melhoria da qualidade de vida. Três aspectos são descritos como
críticos para se poder avaliar a capacidade de interesse e adequação de um ambiente local:
características ecológicas medidas em termos de qualidade da água e do ar, nível de ruído; acesso
a áreas verdes, reciclagem, sustentabilidade, segurança pessoal (baixa criminalidade) e,
finalizando, acessibilidade dos locais à infra-estrutura (estradas, lojas, escolas e outros). A
carência em qualquer um desses três setores e o seu efeito cumulativo podem atuar como uma
influência negativa sobre o bem-estar e saúde dos habitantes.
O ruído por ser um dos principais causadores do agravamento da qualidade de vida das
pessoas nos grandes centros, em todo o mundo, representa, dessa forma, um campo de grandes
dimensões econômicas na busca de saídas que orientem as políticas urbanas a concretizar e
investir em soluções que possam satisfazer aos padrões acústicos existentes. O custo do ruído
ainda é um campo pouco explorado no Brasil e no Mundo. Sabe-se que, após a Segunda Grande
Guerra Mundial, as cidades passaram por grandes transformações quando a ciência e a tecnologia
foram incorporadas e utilizadas como valor agregado para favorecimento do homem,
estimulando-se uma rápida urbanização das cidades, acarretando o êxodo rural em favorecimento
das áreas urbanas.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
37
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2003), nos últimos 15
anos, em se tratando de desenvolvimento brasileiro nos centros urbanos, existiu um aumento
considerável, quando os índices de urbanização passaram de 26.35% em 1950 para 81.2% em
2000. Segundo Nardi e Viveiros (2007), o crescimento das cidades foi resultado da criação de
uma rede urbana e também da expansão dos sistemas de comunicação e dos transportes, que
foram essenciais para o estabelecimento da integração econômica e da concentração das
indústrias e dos serviços. As concentrações espaciais das atividades econômicas e das populações
motivaram a explosão demográfica nas grandes cidades, quando muitas foram transformadas em
verdadeiras metrópoles. Essa explosão atingiu seu ponto culminante em 1970 e daí, logo em
seguida, as autoridades verificaram a necessidade de iniciar uma descentralização da economia,
que se iniciavam as contradições urbanas, em que os benefícios do desenvolvimento das
cidades traziam consigo algumas desvantagens e, entre elas, problemas relacionados à poluição
sonora.
Pelo fato de a poluição sonora ser um dos fatores causadores da diminuição da qualidade
de vida das pessoas, o objetivo das gestões públicas e privadas do ruído deveria ser no sentido de
manter as cidades em níveis baixos de exposição ao ruído, para que a saúde e o bem-estar destas
pessoas sejam protegidos. Para atendimento desse objetivo, alguns critérios foram desenvolvidos
a fim de se conhecer veis seguros da exposição ao ruído e, com isso, promover gestões e
controle do ruído como parte integrada a programas de saúde. Segundo Berglund, Lindvall e
Schwela (1997), em pesquisas relativamente recentes, o nível equivalente de ruído (Leq) de 65
dB(A) é considerado o limiar de conforto acústico para a medicina preventiva, estabelecendo
uma associação entre ruído urbano e seus efeitos no organismo humano. Segundo citação em
Paz, Ferreira e Zannin (2005), a exposição contínua a valores acima desse limite,
independentemente da idade, pode causar distúrbios psico-fisiológicos diversos, tais como:
distúrbios no sono, diminuição do desempenho laboral, hipertensão, como também agravamento
de doenças cardiovasculares.
Para compreender os limites das reações fisiológicas correlacionadas com níveis
de ruído ambiente, Pimentel-Souza (2000) classificou os níveis de ruído dos ambientes em três
categorias: ambiente acústico salubre, onde estão inseridos o limite da qualidade do sono (30
dB(A)) e o limite do conforto acústico (50 dB(A)); ambiente acústico tolerável que compreende o
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
38
início do estresse leve (55 dB(A)) ; e ambiente acústico insalubre, relacionados aos níveis de
ruído que podem acarretar um início a danos auditivos (70 dB(A)). Para maiores
esclarecimentos, os ambientes considerados toleráveis seriam aqueles em que os índices de ruído
estivessem na transição entre o nível da fala civilizada e educada que seriam entre 55 a 65 dB(A).
A explicação para essa tolerância é porque ambientes com índices acima desses valores inicia-se
em um estágio do caos sonoro e o ouvinte entra em distúrbios de atenção e de concentração. Para
se obter uma inteligibilidade da fala de 100% das palavras fáceis mencionadas no ambiente,
necessita-se de um nível sonoro da voz de, no mínimo, 10 dB acima do ruído de fundo, para que
as cordas vocais não sejam prejudicadas por conta de um ambiente muito barulhento.
No Brasil, as gestões de combate ao ruído ainda têm um longo caminho a ser percorrido
devido a poucas pesquisas nessa área. Na literatura, encontramos, na cidade de Curitiba-PR,
pesquisas desenvolvidas com o objetivo de analisar a percepção ao ruído urbano no cotidiano dos
habitantes de duas zonas distintas, uma controlada (bairro) e outra não controlada (centro) (PAZ,
FERREIRA e ZANNIN, 2005). Também encontramos pesquisas que mostram as reações de
incômodo sofridas pela população frente ao ruído urbano. Na primeira, buscou-se caracterizar e,
identificar o nível de esclarecimento da população em relação ao ruído urbano e, posteriormente,
analisar o nível de incômodo devido ao ruído. Os resultados dos questionários demonstraram que
95,5% da população do centro e 98% da população do bairro acreditam que o ruído pode causar
prejuízos em relação à saúde. Isso evidencia que a população está ciente dos prejuízos advindos
da exposição ao ruído urbano. Na segunda pesquisa (ZANNIN, DINIZ e BARBOSA, 2002), na
análise do nível de incômodo do ruído, foi encontrado que 76% da população investigada, de
alguma forma, se sentem incomodados pelo ruído urbano e, dentro desse grupo geral pesquisado,
60% da população afirmaram que o ruído na rua em que moravam havia aumentado nos últimos
tempos. Esse fato foi contraditado na avaliação, pois observou-se que houve uma redução dos
níveis sonoros na cidade em relação a pesquisas anteriores quando os níveis sonoros baixaram de
93,4% para 80,6% dos pontos medidos com índices sonoros acima de 65 dB(A). Essa
amostragem brasileira evidencia que os índices sonoros nas cidades estão acima dos
recomendados, como também esclarece que a população sente-se incomodada com os elevados
índices de ruído urbano encontrados. Dessa forma, estratégias na gestão pública como também
nos projetos de arquitetura devem ser priorizadas para a melhoria da qualidade de vida.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
39
Pesquisas da União Européia, levantadas pela Organização Mundial de Saúde
(BERGLAND, LINDVALL e SCHWELA, 1995), revelaram que 40% da população está exposta
a ruídos de tráfego durante o dia com o níveis de pressão sonora da ordem de 55 dB(A) e 20% da
população expostos a níveis acima de 65 dB(A). A estimativa da exposição, integrando todos os
ruídos dos diferentes meios de transportes é de que 50% dos cidadãos europeus moram em áreas
que não asseguram conforto acústico aos residentes. Durante o período noturno, mais de 30% da
população está exposta a níveis de pressão sonora acima de 55 dB(A), os quais trazem grande
prejuízo à vigília do sono.
As decisões oriundas das técnicas de projeto, ao serem analisadas, são relacionadas a
custos específicos de implantação. Destacando a elaboração dos custos das decisões acústicas no
projeto, estes podem também trazer efeitos negativos aos serviços profissionais (custos de
trabalho) quando necessitam de energias dobradas, para implantação de estratégias complexas
para atingir metas que consigam conciliar e promover maiores benefícios e satisfação aos
usuários. O projeto arquitetônico necessita ser viável nos seus mais diferentes aspectos: sobre os
serviços profissionais (custos de trabalho) e sobre o valor de mercado dos edifícios localizados
em zonas particularmente ruidosas (valor de mercado).
Estudos relatados pela Europires (Instituto de Estudos Políticos, Econômicas e Sociais
sem fins lucrativos) em 2004, segundo Forte (2007), revelaram que, na Itália, os custos globais de
ruído, diretos e indiretos, foram da ordem dos 20 milhões de euros/ano. Esses gastos
correspondem, a aproximadamente, 1,5 % do PIB (Produto Interno Bruto) e os gastos sanitários
diretos causados por danos considerados acusticamente insalubres representaram custos da ordem
de cerca de 35 milhões de dias de trabalho perdidos. Observa-se assim que o ruído constitui um
exemplo típico de aspecto externo negativo e seu valor econômico pode ser medido através de
uma variedade de técnicas de avaliação com base no conceito de disponibilidade para pagar ou
vontade de aceitar uma compensação.
Segundo Forte (2007), vários fatores que são avaliados na apreciação do processo como
"pontos de mérito", podem afetar o valor de mercado de um imóvel residencial. Os principais
fatores considerados são:
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
40
Características externas: condições externas do edifício que podem influenciar no
valor no imóvel onde dentre outros aspectos, a qualificação ambiental está inserida;
Características internas: São aspectos relacionados com a qualidade panorâmica,
exposição, qualidade da construção e eficiência energética;
Características tecnológicas: aspectos que refletem os níveis de guarnições, soluções
de projeto para reduzir o ruído acústico e as qualidades das molduras internas e
externas, entre outros. Geralmente, um edifício com soluções que garantam um
elevado nível acústico representa um aumento dos custos da construção que variam de
5% para 10% em direção à solução das edificações em que o problema de ruído não é
resolvido;
Produtividade: Este item está relacionado à capacidade que a edificação tem em
produzir rendimentos, como isenção fiscal, e outros.
Segundo Forte (2007) na avaliação do imóvel por “pontos por mérito”, o procedimento
consiste em comparar as características específicas do objeto de apreciação do imóvel com o
nível ótimo de características análogas relacionadas com edifícios que foram avaliados com o
valor máximo de mercado. O valor pesquisado é deduzido por um exame comparativo que
destaca os diferentes aspectos do edifício, por meio da aplicação de algum coeficiente (K) que
pode ser visto como o exemplo na Tabela 2.6. Com essa avaliação, denominada pontos por
méritos”, o projeto ou edificação avaliada pode ser diagnosticada e assim ser estabelecido o seu
coeficiente em relação as suas reais condições no combate ao ruído.
Tabela 2.6: O procedimento de apreciação “pontos por mérito.Fonte: (FORTE, 2007)
Características (K)
K max
K min
K max - K min
Externa
0,35
0,05
0,30
Interna
0,25
0,05
0,20
Tecnológica
0,30
0,10
0,20
Produtividade
0,10
0,05
0,05
K max
1,00
0,25
-
Forte (2007) vai ainda mais longe, relacionando a depreciação do imóvel por
consequência dos problemas oriundos do ruído. Na utilização do método de preços hedônicos do
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
41
imóvel, mostrou que é possível calcular o Índice de Sensibilidade de Amortecimento do Ruído
(Noise Depreciation Sensitivity Index NDSI) que prevê a variação média (em %) dos valores
dos imóveis para o aumento ou diminuição de um dB(A). Estudos realizados na Itália (Tabela
2.7) sublinham a incidência do ruído sobre o mercado imobiliário, estimado em termos de
depreciação dos valores de mercado. Estes valores estabelecem a depreciação do imóvel em
relação ao tipo de ruído, recebido conforme a área onde os imóveis estão inseridos, representando
uma variação na depreciação, por conta dos ruídos externos, de 10 a 40%, valores considerados
bem significativos, os quais exigem uma maior atenção na estratégia do projeto arquitetônico no
ato da sua implantação, de acordo com sua localização.
Tabela 2.7: Impacto do ruído no mercado imobiliário italiano.
Fonte: Fabiana Forte (2007)
FONTE
% DE DEPRECIAÇÃO
TIPO DE RUÍDO
Gabetti
20%
Ruído Externo
Polelli
15% - 20%
Ruído Externo
Campolongo
Leve: até 5%
Pesado: 10% - 40%
Muito Pesado Mais de 40%
Ruído Externo
Ruído Externo
Ruído Externo
Brusa
21%
Ruído Interno
Sabe-se que uma edificação pode ser avaliada por pontos por méritos e, ao mesmo
tempo, receber alguma interferência do ruído ambiental, acarretando uma depreciação do seu
valor no mercado imobiliário. Com isso, fica clara a necessidade de serem desenvolvidas
pesquisas no campo acústico das edificações, com o objetivo de que as casas sejam construídas
de maneira que satisfaçam e proporcionem condições acústicas para os usuários das edificações
seja qual for o destino de sua atividade (escolas, residências, hospitais, escritórios). Segundo
Rindel (2007), pesquisadores dessa área devem ter em mente que não é suficiente desenvolver
modelos precisos teóricos da transmissão sonora ou serem desenvolvidos novos sistemas de
construção com melhor isolamento, se arquitetos e parceiros das decisões do projeto não levarem
em conta a problemática acústica realmente a sério. Um dos grandes problemas que as
construções vêm sofrendo é que não é dado o mesmo peso aos “aspectos acústicosem relação a
outros aspectos, tais quais: resistência estrutural, segurança de incêndio, isolamento térmico,
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
42
consumo energético, iluminação natural, estética e outro, no processo de elaboração do projeto.
Algumas vezes, os requisitos acústicos são praticamente negligenciados ou considerados fator
secundário, que pode ser ajustado mais tarde no projeto, como simplesmente se faz ao escolher
uma cor de uma superfície. O fator básico primordial é obter uma atenuação ou um isolamento
sonoro adequados na escolha dos princípios da construção da edificação, como: construções
leves ou pesadas, paredes simples ou duplas, colunas, vigas e também definição das aberturas.
Todos esses aspectos estarão vinculados aos detalhes necessários das junções entre os elementos
construtivos.
A tecnologia das edificações, a partir da metade do século XX, vem sofrendo constantes
alterações por conta da tecnologia industrializada e intensa utilização do concreto, aço e vidro.
Estes fatores levaram a edificação para custos mais baixos, mas, em alguns aspectos, não
conseguiram atender quantitativa nem qualitativamente aos seus usuários.
Duarte (2004) afirma que, no Brasil, com o início da industrialização e da fabricação em
massa dos mais diversos materiais, as técnicas construtivas perderam o caráter local de cada
região. Nesse período, a arquitetura entra em um momento de grande conflito com o desempenho
acústico das edificações, pois o que era priorizado, tanto estética como tecnologicamente
confrontava-se com os conceitos básicos de isolamento sonoro de uma residência. Leveza e
pureza plástica são as duas palavras que, ainda hoje, compõem a principal diretriz para a maioria
dos arquitetos na definição do partido arquitetônico. Sobre esse assunto, Duarte (2005) mostra a
existência da redução acentuada da espessura das paredes, ao longo dos tempos, na arquitetura
brasileira, observada cada vez mais a existência de paredes com menores espessuras, conforme
indica a Figura 2.31. Paredes menos espessas podem estar relacionadas com paredes mais leves.
Ainda nessa pesquisa, Duarte (2005) relaciona em seus estudos a consequente diminuição da
densidade superficial das partições nos diversos processos construtivos mais comuns nas paredes
de vedação externa, em cada período da arquitetura brasileira (Figura 2.32). Diante desses
resultados, pode-se observar que as habitações brasileiras, no decorrer da história, vem perdendo
qualidade acústica relativa ao isolamento sonoro, indicando esforços não suficientes ao conforto
acústico na elaboração do projeto arquitetônico. Fica clara a necessidade de maiores cuidados
para se obter melhores desempenhos acústicos nas vedações das edificações brasileiras,
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
43
centrando esforços aos custos acústicos das edificações, visando atender a todas as classes
sociais.
Figura 2.31: Variação de espessura das paredes de vedação, ao longo dos séculos, da arquitetura
brasileira. Fonte: (DUARTE, 2005).
Figura 2.32: Densidade superficial dos processos construtivos das paredes mais comuns de vedação, ao
longo dos séculos, da arquitetura brasileira. Fonte: (DUARTE, 2005).
Outro aspecto que merece ser destacado nas decisões acústicas de projeto está relacionado
ao desempenho energético das edificações, acarretado pela presença das paredes e aberturas.
Medidas tomadas, em se tratando de eficiência energética, impulsionam o desenvolvimento e uso
de energias limpas e renováveis. Estimular a utilização da ventilação natural significa centralizar
esforços em direção a idéias do desenvolvimento sustentável como modelo econômico.
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
44
Procurando os registros do consumo de energia elétrica dos países em
desenvolvimento, como é o caso do Brasil, observa-se que o seu consumo, comparado com os
demais países, ainda apresenta valores bem abaixo da demanda mundial (Figura 2.33). Esses
valores de consumo, mesmo mais baixos que os demais países, necessitam de constante
vigilância. No caso do Brasil, esses cuidados são necessários devido aos seguintes fatores de uso:
aumento do PIB (Produto Interno Bruto), crescentes expectativas de conforto da população,
aumento constante da população brasileira e, finalizando, mudanças rápidas existentes na
inversão da forma de vida, de rural para urbana.
Figura 2.33: Evolução do consumo de energia elétrica por habitante em alguns países. (U. S. Census
Bureau; EIA-Energy Information Administration, Official Energy Statistics from the U.S. Government).
Fonte: (LAMBERTS e TRIANA, 2005)
Em 2001, devido aos fatores climáticos e à ausência de novos investimentos no setor
energético, o Brasil foi marcado pelo racionamento de energia elétrica, mais conhecido como
“crise energética”. Nesse momento, as produções das hidrelétricas, maior fonte geradora de
energia elétrica brasileira, entraram em colapso e a população foi obrigada a ficar atenta aos
problemas decorrentes da falta de energia. Passou a vigorar uma revisão nas tarifas, denominada
“recomposição tarifária extraordinária”, da ordem de 2,9% para a classe residencial e rural e de
7,9% para as demais classes, ficando em vigor por um período de 50 meses. O racionamento de
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
45
energia implicou uma desaceleração da economia, representando uma diminuição do PIB entre
1,5 % a 2%, valor em dólar de aproximadamente 15 bilhões (COSTA, 2002).
Para se entender a crise energética, torna-se necessário conhecer como vem se
comportando o Balanço Energético Brasileiro nos últimos anos. Em 2004, o consumo final de
energia elétrica apresentou uma taxa de crescimento na ordem de 4,9% em relação a 2003,
quando o setor industrial ficou com 38%, o setor de serviços (comercial, público e transportes)
com 27%, o setor residencial com 11%, o setor agropecuário com 4% e o setor energético com
8% o que no total, corresponde a 88% do consumo final de energia. O restante do consumo ficou
para o setor de transporte (LAMBERTS e TRIANA, 2005).
Buscando informações sobre a composição setorial do consumo de eletricidade no Brasil,
em 2004, observa-se na Figura 2.34, que a estrutura do consumo de eletricidade entre segmentos
de consumidores em 2004 apresenta uma forte concentração na indústria (47,9%) e no uso
residencial (21,9%), seguido do setor comercial (13,9%) e do setor público (8,4%) (LAMBERTS
e TRIANA, 2005).
Figura 2.34: Composição setorial do consumo de eletricidade no Brasil 2004. Fonte: (LAMBERTS e
TRIANA, 2005).
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
46
No Brasil, estudos, com participação do Finep e CNPq, foram iniciados com a
preocupação de se buscar um desenvolvimento mais sustentável nas edificações. Foi criado o
projeto “Tecnologias para a construção habitacional mais sustentável”, com o objetivo de se criar
uma metodologia de avaliação ambiental relativa ao tema “eficiência energética enfocando o
setor residencial”. A maior preocupação na busca por um desenvolvimento sustentável seria em
minimizar os índices relativos ao consumo de eletricidade, oriundos do setor residencial.
Segundo consumo de energia no setor residencial por fonte (Figura 2.35), a eletricidade tem uma
alta participação da ordem de 31,8%, ficando atrás apenas da lenha que é da ordem de 37,8%.
Esse valor coloca em questionamento procedimentos e critérios a serem estabelecidos no ato, do
projeto, para o desenvolvimento de projetos de edificações mais sustentáveis no país
(LAMBERTS e TRIANA, 2005).
Figura 2.35: Consumo de energia no setor residencial por fonte( Brasil. Bem, 2005). Fonte:
(LAMBERTS e TRIANA, 2005).
Segundo Almeida, Schaefer e Rovere (2001), o consumo de eletricidade, no setor
residencial, insere o uso do equipamento de ar condicionado, entre outros. O consumo de energia
é apresentado por região climática, conforme Tabela 2.8. Observa-se que a região nordeste
representa 3.1% do consumo nacional residencial de energia, oriundos da utilização do ar
condicionado. Nessa região, a ventilação natural é conhecida como excelente estratégia de
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
47
projeto para diminuição do consumo energético. Isso indica que o índice do uso do ar-
condicionado em muitos ambientes, pode ser diminuído, sem que seja prejudicado o conforto
ambiental dos usuários.
Tabela 2.8: Diferença no uso do ar-condicionado final no consumo total residencial de eletricidade, por
região (%). Fonte: (ALMEIDA; SCHAEFER e ROVERE, 2001).
REGIÃO
AR CONDICIONADO
(%)
Sudeste
3.3
Sul
1.5
Norte
9.4
Nordeste
3.1
Centro-Oeste
2.3
BRASIL
3.0
Segundo Tavares (2006), o consumo residencial de habitação de baixa renda no Brasil
ainda não apresenta o uso do ar condicionado agregado aos seus custos, que muitas vezes é
substituído pelo ventilador (circulador de ar). O autor enfatiza, na sua pesquisa, que essas
habitações não estão compatíveis com condições favoráveis de adequação dos seus projetos
arquitetônicos ao clima. À medida que o padrão familiar e/ou o poder aquisitivo dessa população
melhore, isso implicará possibilidade de um aumento do uso do equipamento de ar condicionado
nas edificações. Uma maneira de as habitações responderem de forma diversa a esse possível
aumento do consumo energético, por conta do uso do ar-condicionado, seria através da utilização
de estratégias passivas de projetos, adaptadas a cada local.
Os aspectos apresentados neste capítulo, relacionam ações necessárias a serem observadas
em implantações no âmbito do projeto arquitetura e/ou do planejamento urbano das cidades.
Essas ações estão direcionadas para a qualidade de vida das pessoas. Os aspectos acústicos não
devem ser negligenciados. Pode-se verificar que os impactos acústicos estão presentes no dia a
dia das cidades, pelo crescimento da população urbana, que traz consigo a problemática da
poluição sonora que, direta e/ou indiretamente, interfere na maneira de viver das pessoas. Intervir
nesses questionamentos é uma questão de posicionamento da gerência dos espaços urbanos,
públicos e privados. As decisões no âmbito acústico, quando não muito bem direcionadas, trazem
Capítulo 2 Peitoril Ventilado e Estratégias Passivas do Projeto Arquitetônico
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
48
perdas para a grande parte dos envolvidos. Desperdícios energéticos, desvalorização do imóvel e
do espaço urbano, que somam desfavoravelmente na dimensão da qualidade de vida das pessoas.
A utilização do peitoril ventilado são alternativas benéficas para serem administradas nas
decisões de projeto, pois, como mostrado, é uma ferramenta que quando bem aplicada poderá
agregar valores para a junção das interfaces térmicas, energéticas e acústicas.
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
49
CAPÍTULO 3 - ISOLAMENTO SONORO
O nível de ruído encontrado nos ambientes internos é resultado da combinação de duas
fontes: ruídos internos, aqueles produzidos dentro da própria edificação, e os ruídos externos,
aqueles que, na maioria das vezes, são oriundos de fontes externas como tráfego local, máquinas
existentes na circunvizinhança, e outras atividades existentes próximas à edificação.
Uma fonte sonora, de certa potência sonora, emite energia que se propaga e a sua
intensidade, pode ser detectada nas proximidades dessa fonte. A trajetória de propagação dessa
energia ou onda sonora em vibração é susceptível ao encontro de superfícies a sua volta. No
encontro da onda com as superfícies, parte da energia incidente pode ser refletida ou dissipada.
A magnitude da transformação dessa energia será proporcional aos mecanismos de atenuação
sonora como: perda com a distância percorrida, difração nas barreiras, absorção pela vegetação,
absorção atmosférica e gradientes de temperatura e de vento (Figura 3.1).
Figura 3.1: Mecanismos de atenuação sonora ao ar livre.
Fonte: (BISTAFA, 2006).
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
50
Nas pesquisas relativas ao nível sonoro encontrado em centros urbanos, os dados
levantados demonstram que esses espaços vêm sofrendo constantes variações, elevando seus
níveis diante da densidade construtiva e da forma das edificações (NIEMEYER e SANTOS,
2001; GUEDES e BERTOLI, 2005). Em pesquisa realizada sobre ruído em ruas da cidade de
Aracaju-SE (cidade nordestina brasileira de clima quente-úmido), Guedes (2005) constatou que
as edificações às margens das vias de tráfego estão expostas a maiores níveis sonoros em relação
aos edifícios mais recuados, destacando, ainda, a formação de zonas de sombra acústica por trás
de uma edificação ou conjunto dessas. As fachadas voltadas para essas áreas de sombra acústica
estão mais protegidas do ruído do tráfego. Salienta-se que a implantação de edifícios menos
sensíveis ao ruído, a exemplo de barreiras acústicas, pode contribuir como elementos de controle
de ruído, protegendo os prédios com atividades mais sensíveis ao ruído localizados atrás dessas
edificações.
A avaliação acústica de ambientes expostos ao ruído, seja um espaço urbano ou uma
edificação, e as estratégias direcionadas para o controle destes ruídos nos ambientes fazem parte
de um sistema complexo de problemas e para melhor conhecê-los necessita-se do
aprofundamento teórico e da avaliação das três partes integrantes da problemática: a fonte, a
trajetória de transmissão e o receptor (tabela 3.1).
Tabela 3.1: Os importantes controles e estratégias do ruído nas edificações.
OS IMPORTANTES CONTROLES DO RUÍDO NAS EDIFICAÇÕES
Estratégias
NA FONTE
NA TRAJETÓRIA DE TRANSMISSÃO
Planejamento no ato
do projeto e na
execução do produto.
Separação de áreas ruidosas das áreas não
ruidosas;
Barreiras acústicas;
Tratamento acústico com utilização de
absorvedores
O controle do ruído na fonte é provavelmente a melhor e mais eficiente maneira de se
promover o controle do ruído, muito embora nem sempre seja uma alternativa de fácil execução.
Como exemplo pode-se citar o ruído de tráfego. Para combatê-lo, seria muito mais eficaz se fosse
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
51
minimizado na eficiência do ruído dos motores dos automóveis, como também, na manutenção e
qualidade das rodovias, utilizando-se Ações Federais e Estaduais Regulamentadoras. Portanto, a
melhor maneira de se combater o ruído na fonte seria encontrar melhores procedimentos de
atenuação por meio do projeto e da fabricação do produto gerador do ruído.
O controle do ruído na trajetória de transmissão é para a arquitetura uma excelente
ferramenta de estratégia de projeto à atenuação do ruído. Nesse foco arquitetônico, pode-se dizer
que existem três maneiras de atuação para o controle da transmissão sonora aérea no percurso
sonoro. A primeira seria utilizar a separação de áreas ruidosas das áreas não ruidosas, fazendo
uso do projeto arquitetônico, por meio das suas fachadas e usando o planejamento urbano por
intermédio das vias de trânsito, pavimentação e sinalização. Outra estratégia seria a construção de
barreiras de isolamento sonoro entre áreas supostamente ruidosas e áreas silenciosas. A terceira
seria a utilização de tratamentos sonoros, fazendo-se uso de materiais absorvedores em ambientes
geradores do ruído ou em ambientes receptores.
O controle do ruído no receptor”, passa a ser a terceira alternativa no combate ao ruído.
Quando o ruído alcança o receptor, a estratégia aplicada seria a utilização de protetores auditivos.
Esse método é bastante utilizado nas indústrias, principalmente quando os dois outros métodos
não conseguem atingir a meta de redução necessária.
3.1 Isolamento sonoro aéreo
O isolamento de ruído fornecido por paredes, pisos, divisórias ou partições é apenas uma
maneira de atenuar a transmissão da energia sonora de um ambiente para outro. A propriedade
física importante de um elemento divisor entre ambientes, e que afeta o som refletido, absorvido
e transmitido, é a densidade superficial do material (massa por unidade de área). Na transmissão,
ocorre que elementos pesados transmitem pouco som, isto significando que o coeficiente de
transmissão para paredes pesadas é pequeno; para paredes leves, a transmissão é alta. O nível
de ruído transmitido por esses elementos (paredes, janelas, pisos, divisórias, e outros) também
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
52
varia de acordo com as faixas de frequências determinadas pelas características acústicas das
propriedades dos materiais.
Gerges (1992) descreve que o desempenho de materiais ou dispositivos para isolamento
acústico (enclausuramentos, divisórias e outros) pode ser estabelecido mediante determinação das
grandezas físicas como Índice de Redução Sonora e Diferença de Nível de Pressão Sonora. Índice
de Redução Sonora (R) é definido como a relação logarítmica do curso do coeficiente de
transmissão. O coeficiente de transmissão (
i
), por sua vez, é definido como a razão entre as
energias transmitidas/ energias incidentes. Matematicamente, “R” é representada pela Equação
3.1.
i
R
1
log10
dB (3.1)
Paixão (2002) esclarece as variações utilizadas dessas terminologias referentes à
transmissão sonora, retratando que:
“Fahy (1985, p.147) e Recuero & Gil (1993, p.294) esclarecem que a Perda de Transmissão (PT)
pode ser também, referida por Sound Reduction Index R (Índice de Redução Sonora), como as
normas ISO (International Standard Organization) e que, em alguns paises (como nos Estados
Unidos), a denominação mais empregada é Sound Transmission Loss TL (Perda de
Transmissão)”.
As terminologias usadas em investigações de isolamento sonoro, muitas com o mesmo
significado, mas que variam das bases das suas fontes ou países dos quais foram retirados os seus
conteúdos, fez com que Duarte (2005) criasse uma tabela resumida com os principais índices
utilizados para isolamento sonoro de um componente e as diferenças entre as terminologias
existentes na literatura e apresentada na Tabela 3.2. Com base nessa tabela, as terminologias
utilizadas neste trabalho serão Diferença de Nível (D) e Índice de Redução Sonora (R).
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
53
Tabela 3.2 Nomenclaturas dos principais termos utilizados em isolamento sonoro aéreo, as normas
internacionais relacionadas, as principais referências que as utilizam e a definição dos termos. (*)
Terminologias utilizadas no desenrolar do trabalho. Fonte: (DUARTE, 2005).
ÍNDICES
NORMAS
REFERÊNCIAS
DEFINIÇÃO
*Diferença de
Nível, D
(Level
Difference, D,
ou
Noise
Reduction,
NR)
ISO 140 4
EN 12354-1
Reynolds, 1981 (NR)
Gerges, 2000 (D)
ISO 140 4 (D)
EN 12354-1 (D)
Diferença do nível de pressão
sonora entre os dois lados do
dispositivo isolador.
Perda por
Inserção
(Insertion
Loss, IL)
___
___
Diferença do nível de pressão
sonora antes e depois da
colocação do dispositivo isolador
em um mesmo ponto de medição.
Perda de
Transmissão,
PT, ou
*Índice de
Redução
Sonora, R
(Transmission
Loss, TL, ou
Sound
Reduction
Index, R)
ISO 140-3
EN 12354-1
Sharland, 1979 (R)
Reynolds, 1981 (TL)
Pierce, 1994 (R
TL
)
Beranek, 1992 (R)
Gerges, 2000 (PT)
Fahy, 2001 (R)
ISO 140-3 (R)
EN 12354-1 (R)
Relação logarítmica entre a
potência sonora incidente em uma
partição e transmitida para outro
ambiente.
O Índice de Redução Sonora (R) de um complemento quantifica o isolamento quando o
componente é avaliado em laboratório. A Diferença de Nível de Pressão Sonora refere-se à
quantificação do isolamento de um componente obtido em campo. Quando se busca quantificar o
Índice de Redução Sonora de um componente utilizado como elemento divisor entre dois
ambientes, necessita-se de conhecimento dos níveis de pressão sonora em cada ambiente,
separadamente. A Diferença de Nível de Pressão Sonora (
D
) pode ser obtida, utilizando-se a
medição do nível de pressão sonora nos dois ambientes isolados estruturalmente (Figura 3.2). Um
ambiente com a presença da fonte sonora (
1L
) e o outro ambiente receptor (L2), separado pelo
elemento divisor a ser analisado, pode ser uma abertura, uma parede, uma janela, etc.
Matematicamente, a Diferença de Nível Sonora (
D
) é explicitada na Equação 3.2.
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
54
21 LLD
dB (3.2)
Figura 3.2: Esquema dos pontos de medição para o parâmetro
Diferença de Nível de Pressão Sonora.
Segundo Egan (1988), os valores da Diferença de Nível (
D
) entre dois ambientes, quando
medidos, sofre interferência de vários aspectos relativos ao ambiente avaliado como: área da
parede de transmissão sonora em comum (S) em m
2
, absorção do ambiente receptor (
2
a
) em
sabins e Índice de Redução Sonora (
R
) da parede de transmissão sonora em comum, dada em
dB. Essa relação pode ser vista na Equação 3.3.
S
a
RD
2
log10
dB (3.3)
Ao ser analisado o desempenho do isolamento de uma determinada parede construída
entre dois ambientes distintos, esses valores obtidos podem variar, dependendo do seu projeto e
onde se encontra instalada. Segundo Paixão (2002), a Diferença de Nível de Pressão Sonora, ao
contrário do Índice de Redução Sonora, não está baseada, somente, em características inerentes
aos materiais, porque sofre a interferência dos locais onde são medidos os níveis de pressão,
portanto depende de fatores relativos ao ambiente, como o volume e a absorção.
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
55
3.1.1 Influência da absorção sonora no isolamento
A absorção sonora em um ambiente depende da absorção dos materiais empregados nas
superfícies. Esses materiais absorvedores específicos têm como objetivo, na sua aplicação, a
finalidade de reduzir o ruído do interior dos ambientes por meio da redução das reflexões
causadas pelas superfícies. A quantificação da absorção do som é expressa pelo coeficiente de
absorção, o qual descreve a fração do som incidente, absorvido pelo material, e varia de zero a
1.0.
Os materiais absorventes geralmente são testados em laboratório. Materiais com
coeficiente de absorção superior a 0.50 são referenciados como absorvedores sonoros, enquanto
os materiais com valores menores que 0,20 são denominados de materiais refletores. Egan (1988)
demonstra, na Tabela 3.3, o efeito da diferença de percepção da absorção devido ao coeficiente
do material para a maioria das situações a uma dada frequência.
Tabela 3.3: O efeito da diferença no coeficiente entre dois materiais em certa freqüência. Fonte:
(EGAN, 1988).
Diferença no coeficiente
Efeito para maioria das situações
< 0.10
Pouca (geralmente não percebível)
0.10 a 0.40
Perceptível
> 0.40
Considerável
Os materiais absorvedores são classificados segundo seus mecanismos de absorção
categorizados em absorvedores porosos, painéis ou membranas absorvedoras e volumes
absorvedores (ressonadores). As características de absorção desses materiais, em função da
freqüência, são mostradas nos exemplos gráficos da Tabela 3.4. O desempenho de absorção
desses materiais depende da presença de cavidade entre o material e a superfície aplicada, da
densidade do material, como também da espessura do material poroso. Os padrões de montagens
e / ou aplicação não podem ser omitidos, uma vez que podem garantir desempenhos mais
eficientes.
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
56
Tabela 3.4: Classificação dos materiais absorvedores. Fonte: (EGAN, 1988).
CLASSIFICAÇÃO DOS ABSORVEDORES SONOROS
1. Absorvedores porosos
Melhor absorção nas frequências mais altas.
2. Volumes ressonadores
Absorção seletiva
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
57
3. Painéis ou membranas porosas (com e sem cavidade)
Absorção dependerá das características do material e aplicação.
Os materiais porosos absorvedores, ao serem utilizados nos ambientes ou paredes
divisórias, apresentam boa absorção sonora, minimizando o nível de pressão sonora interno no
ambiente. Por outro lado, sua capacidade de transmissão sonora é baixa. Mehta (1999) esclarece
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
58
como regra geral que, se um material permite a passagem de ar, consequentemente o som
também irá passar. Dessa forma, um material, para comportar-se com melhor isolamento sonoro,
deve ter uma constituição hermética e impermeável. A Tabela 3.5 procura mostrar
esquematicamente a diferença de desempenhos entre elementos construtivos distintos e suas
respectivas características acústicas.
Tabela 3.5: Tabela esquemática com sistemas construtivos distintos e características acústicas.
Elemento
Constituição
Alvenaria
Lã de Rocha
Alvenaria + Lã de Rocha
+Alvenaria
Sistema
Construtivo
Massa
Mola
Massa/Mola/Massa
Característica
Acústica
ISOLAMENTO
ABSORÇÃO
ISOLAMENTO-
ABSORÇÃO-
ISOLAMENTO
A Diferença de Nível de Pressão Sonora de uma parede construída entre dois ambientes
distintos pode variar de acordo com o volume e as características acústicas construtivas de cada
um desses ambientes, os quais podem ter características refletoras, denominadas de “ambiente
vivo” ou características absorvedoras, denominadas de “ambiente morto”. Na Figura 3.3, Egan
(1998) mostra que, se o ambiente receptor for um ambiente absorvedor com grande volume em
relação ao ambiente da fonte, o Índice de Redução Sonora (R) será menor que a diferença de
nível (D) apresentada, caso o ambiente receptor fosse um ambiente refletor com mesmo volume.
Isto acontece porque o isolamento sonoro da parede comum entre os dois ambientes é maior
quando a energia sonora é transmitida dentro de um ambiente receptor grande, com alta
capacidade absorvedora (ambientes mortos) do que ambientes (ambientes vivos) receptores
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
59
pequenos reverberantes. Assim o som que será transmitido em um ambiente morto não aumenta
muito como acontece nos ambientes vivos reverberantes.
Figura 3.3: Índice de Redução Sonora (R) ou Diferença de nível (D) em relação a tipo de diferentes de
ambiente: Reverberante ou Absorvente. Fonte: EGAN, M. (1998).
3.2 Índice de Redução Sonora (R)
As paredes construtivas das edificações são normalmente constituídas por uma série de
painéis onde cada um é caracterizado por um material diferente. Quando o painel é composto de
um único material, é denominado de “painel de folha única ou parede simples” e quando for
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
60
composto de várias camadas de materiais ou folhas, são chamados de “painéis de múltiplas
folhas, parede dupla ou parede tripla composta”. Como exemplo de parede simples, temos o
concreto e o tijolo maciço.
3.2.1 Parede Simples
Paredes simples são aquelas compostas de várias partes interconectadas, as quais oscilam
independentemente uma das outras sob a influência de flutuações da pressão sonora. A lei da
massa é justamente caracterizada por este comportamento em que a vibração do painel consiste
de várias partes ligadas, mas independentes. A expressão simplificada por Paixão (2002), para
calculo do Índice de Redução Sonora, na condição de isolamento sonoro é dada pela Lei da
Massa, vista na Equação 3.4.
log204,42R
(fm) dB (3.4)
Onde:
f
é a freqüência sonora;
m
é a densidade superficial expressa em
2
/ mKg
.
Conforme é observado na Equação 3.4, o Índice de Redução Sonora é diretamente
proporcional à densidade superficial e a frequência, isto é, maior a densidade superficial, maior o
Índice de Redução Sonora. A Lei da Massa indica que a parede simples, ao ter duplicada sua
densidade superficial ou duplicada a sua frequência do som incidente, apresenta um acréscimo de
6 dB no valor de
R
do painel (Figura 3.4).
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
61
Figura 3.4: Teoria da Lei da Massa e a espessura de um painel.
Fonte: (MEHTA, 1999).
Segundo Paixão (2002) o valor mais utilizado em medições realizadas em laboratórios, ou
mesmo em situações reais, porém, é o chamado Índice de Redução Sonora de Campo, que
considera somente os ângulos de incidência de 0° até 78°.
Reynolds (1981) destaca que o Índice de Redução Sonora é máxima na incidência normal,
aproximando-se de zero para ângulos próximos a 90°. Afirma, ainda, que a perda de transmissão,
na prática, nunca é igual a zero, por isso a integração é apenas dos ângulos de incidênci até 78°.
A representação matemática para o Índice de Redução Sonora de Campo (R) é dada pela
Equação 3.5, a qual é resultante da diminuição de um valor cinco (5) na Equação 3.4. Esse Valor
(5) empregado para corrigir o modelo matemático, possibilita a utilização da incidência de até
78°, decorre de comprovação experimental (PAIXÃO, 2002).
log20R
(fm) - 47,4 dB (3.5)
Segundo Mehta (1999), outros fatores, além da densidade superficial, podem ter
interferência no isolamento das paredes simples: a rigidez e o amortecimento do material (Figura
3.5).
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
62
Figura 3.5: Curva típica de R para parede simples.
Fonte: (GERGES,1992).
Gerges (1992) ressalta que é muito importante conhecer bem o espectro do ruído a ser
isolado e escolher adequadamente a parede para que, no isolamento acústico, não ocorra
ressonância mecânica e/ou efeito de coincidência, minimizando o valor do isolamento do
material.
Segundo Gerges (1992), a condição de coincidência ocorre quando o comprimento de
onda acústica no meio, projetada na estrutura, é igual ao comprimento da onda de flexão livre
dessa estrutura. Para incidência normal
0
, a condição de coincidência é chamada crítica. É
nessa frequência que a Lei da Massa deixa de ser válida devido ao início da zona controlada pelo
efeito da coincidência. A frequência crítica é dada pela Equação 3.6.
hc
c
fc
l
8,1
(3.6)
Onde:
fc
é a frequência crítica;
c
é velocidade do fluido em que circunda o painel;
l
c
é a velocidade da onda longitudinal no sólido;
h
é a espessura da placa.
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
63
3.2.2 Parede dupla ou tripla
A construção de uma parede dupla passa a ser uma boa solução para projetos que
necessitem de um elevado Índice de Redução Sonora sem necessariamente ter que fazer uso de
grandes massas. O desempenho desse tipo de parede pode ser aperfeiçoado mediante alguns
cuidados no seu desenho, como também na sua construção. Estes itens merecem ser observados.
Maximização da massa da parede;
Construção de duas paredes separadas por uma cavidade. Essa cavidade com camada de
ar funciona como uma mola, e o Índice de Redução Sonora será maior que o de uma
parede simples com equivalente peso. Melhores desempenhos ocorrerão para baixa
frequência quando a cavidade for pelo menos 100 mm;
Evitar interconexão entre as paredes para melhorar seu desempenho. O Índice de Redução
Sonora da parede se a soma da perda de transmissão de cada uma delas,
individualmente. Esse fato, na prática, passa a ser uma tarefa difícil ou quase impossível.
Pode ser conseguido, utilizando material resiliente entre as duas paredes;
Evitar que o material utilizado nas duas paredes tenha mesma frequência de coincidência.
Aconselha-se utilizar materiais com espessuras diferentes ou que não sejam similares;
Colocar material absorvedor poroso na cavidade entre as duas paredes melhora
desempenho do Índice de Redução Sonora;
Lembrar que materiais com rigidez baixa terão melhor desempenho do Índice de Redução
Sonora.
No caso de isolamento com paredes duplas de materiais como alvenaria, gesso, metais,
vidros, separadas por um espaço de ar, o Índice de Redução Sonora do conjunto composto da
parede 1 e 2 é dada pelos índices da Equação 3.7:
c
fd
RRR
2
log20621
dB (3.7)
Onde:
f
é a frequência em Hz;
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
64
d
é o espaço de ar entre as paredes em m;
c
é a velocidade de propagação do som em m/s;
1R
e
2R
são os Índices de Redução Sonora relativa à parede 1 e 2 em dB,
respectivamente.
3.2.3 Paredes compostas
As paredes, na prática, podem ser compostas de diferentes materiais, cujas espessuras e
áreas são diferentes. Muitas dessas paredes são tomadas por superfícies com aberturas, as quais
utilizam portas e/ou janelas. As aberturas, em geral, não têm o mesmo Índice de Redução Sonora
do material da parede e a sua utilização implica uma redução considerável no índice de parede
composta.
Para encontrar o Índice de Redução Sonora (
Rcomp
) de uma superfície composta,
matematicamente, utiliza-se a Equação 3.8 abaixo:
comp
Rcomp
1
log10
dB (3.8)
Onde:
comp
representa o coeficiente de transmissão composto e dado na equação 3.9
i
Si
iSi
comp
(3.9)
i
é o coeficiente de transmissão sonora de cada superfície;
Si
é a área de cada superfície.
O Índice de Redução Sonora de uma parede composta de duas superfícies com áreas S1 e
S2 e com coeficientes de transmissão
1
e
2
, respectivamente, pode ser dado pela Equação
3.10:
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
65
2211
21
log10
SS
SS
Rcomp
dB (3.10)
Gerges (1992) explica que as aberturas e/ou paredes com baixo índice de isolamento
podem ser consideradas como acusticamente transparentes. Para esses casos, as fórmulas são
aproximadas, pois não levam em conta as diretividades, efeitos de ressonância.
O Índice de Redução Sonora é reduzido na presença de aberturas, frestas. Essas podem até
amplificar o ruído em algumas frequências. Gerges (1992), mostra, na Figura 3.6, um gráfico que
é usado para quantificar o Índice de Redução Sonora de paredes com porcentagens diferentes de
aberturas. Esse gráfico indica, por exemplo, que a inserção numa parede de uma abertura de 1%
reduz o isolamento de 30dB para aproximadamente 19,6dB, o que significa uma redução de
10,4dB no isolamento.
Figura 3.6: Índice de Redução Sonora de paredes com aberturas. Fonte: (GERGES, 1992).
Para estabelecer valores para o Índice de Redução Sonora de paredes compostas por
diferentes materiais de diferentes Índices de Redução Sonora, Mehta (1999) sugere o uso da
Tabela 3.6, utilizando os seguintes procedimentos:
Calcula a área da abertura como percentagem da área total da parede;
Capítulo 3 Isolamento Sonoro
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
66
Determina a diferença entre o Índice de Redução Sonora (
R
) da parede e o Índice de
Redução Sonora (
R
) da abertura.
Com a diferença do
R
(encontrado no item acima) e a percentagem da abertura
(encontrado no primeiro item) encontra-se a redução a ser feita do
R
da parede.
Tabela 3.6: Redução do Índice de Redução Sonora da parede feito por uma abertura.
Fonte: MEHTA, M. (1999).
REDUÇÃO NA PERDA DE TRANSMISSÃO DE UMA PAREDE POR UMA ABERTURA (dB)
R parede -
R abertura
Área de abertura como percentagem da área total da parede
100%
50%
20%
10%
5%
2%
1%
0.5%
0.1%
0.01%
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0.5
0
0
0
0
0
0
0
0
2
2
1.0
0.5
0
0
0
0
0
0
0
3
3
2.0
1
0.5
0
0
0
0
0
0
4
4
2.5
1.0
0.5
0.5
0
0
0
0
0
5
5
3.0
1.5
1.0
0.5
0
0
0
0
0
R parede -
R abertura
Área de abertura como percentagem da área total da parede
100%
50%
20%
10%
5%
2%
1%
0.5%
0.1%
0.01%
6
6
4.0
2
1.0
0.5
0
0
0
0
0
7
7
5.0
2.5
1.5
1.0
0.5
0
0
0
0
8
8
6.0
3.0
2.0
1.0
0.5
0
0
0
0
9
9
6.5
4.0
2.5
1.5
1.0
0.5
0.5
0
0
10
10
7.5
4.5
3.0
2.0
1.0
0.5
0
0
0
15
15
12.0
8.5
6.0
4.0
2.0
1.0
1.0
0
0
20
20
17.0
13.0
10.5
8.0
5.0
3.0
2.0
0.5
0
30
30
27.0
23.0
20.0
17.0
13.0
10.0
8.0
3.0
0.5
40
40
37.0
33.0
30.0
27.0
23.0
20.0
17.0
10.5
3.0
50
50
47.0
43.0
40.0
37.0
33.0
30.0
27.0
20.0
10.5
60
60
57.0
53.0
50.0
47.0
43.0
40.0
37.0
30.0
20.0
O isolamento sonoro de fachadas requer embasamento nos requisitos teóricos
mencionados no transcorrer deste capítulo. As várias pesquisas existentes são norteadas por
normas de desempenho as quais são explicadas no capítulo materiais e métodos por serem
utilizadas na elaboração desta pesquisa de desempenho acústico de diferentes tipologias de
peitoris ventilados.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
67
CAPÍTULO 4 - CONTROLE DO RUÍDO DE ELEMENTOS DE FACHADAS
O controle do ruído nas cidades exige uma maior conscientização da aplicabilidade de
ações relacionadas ao planejamento urbano e ao traçado das cidades, e à utilização de estratégias
no projeto arquitetônico através do seu desenho. Na maioria das vezes, os problemas de controle
do ruído nas edificações persistem, pois as ações para o seu combate são tardias. A gravidade dos
problemas acústicos, pertinentes ao edifício, está em grande parte relacionada aos aspectos
relativos à escolha do terreno, à concepção estrutural, ou, até mesmo, aos detalhes relativos à
escolha das aberturas das fachadas.
A fachada de uma edificação pode ser considerada a última barreira entre o ruído externo
e o seu usuário. Esse condicionante arquitetônico é composto de paredes e aberturas. Estas
podem estar integradas à edificação de várias maneiras: totalmente aberta, totalmente fechada e
parcialmente aberta.
Nas estratégias do desenho das fachadas, em edifícios implantados em regiões de clima
quente úmido, o vento é um importante fator climático para a arquitetura bioclimática, cujo
objetivo é garantir a interação com qualidade entre o homem e o meio ambiente. Vários
elementos arquitetônicos são utilizados nas fachadas e, dentre outros aspectos, servem para
auxiliar na qualidade acústica da edificação. Esses elementos são caracterizados por varandas,
janelas especiais, brises, marquises, peitoris ventilados, elementos vazados e outros.
A utilização da ventilação natural nas edificações pode trazer ruídos indesejáveis oriundos
das ruas ou de outras salas no mesmo edifício. Naturalmente que, nos espaços urbanos, onde as
regulamentações que exigem níveis mínimos de amortecimento acústico para cada fachada forem
inviáveis de serem aplicadas, a estratégia do desenho das aberturas das fachadas beneficiando a
ventilação natural merece cuidados.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
68
Segundo Allard (1998), em alguns paises onde o ruído de tráfego nos espaços urbanos
mereça atenção especial, algumas regulamentações são estabelecidas exigindo o nível mínimo da
atenuação do ruído para a fachada da edificação. No caso da França, esses valores mínimos de
atenuação do ruído nas fachadas deve estar entre 65 e 70dB(A) e, para esse fim, janelas especiais
contemplando a redução de ruído estão em desenvolvimento. Vale ressaltar que as edificações
naturalmente ventiladas, em locais apropriados de condições acústicas, não devem ser mais
barulhentas que as alternativas convencionais de ventilação mecânica.
Field e Digerness (2008), em busca de critérios necessários para serem implantados em
edificações naturalmente ventiladas, comentam a ausência de normas internacionais reconhecidas
para estabelecer limites de ruídos de fundo internos para edificações que utilizam a ventilação
natural. Em pesquisas anteriores, sugeriram que os níveis de ruído interno permitido para
edificações com uso da ventilação natural deveriam ser maiores que as edificações que utilizam
janelas fechadas e sistemas de ar-condicionado por causa dos benefícios ditos não acústicos que a
ventilação natural propicia. Wackernagel et al (1999), em Apud Field e Digerness (2008),
indicam que o nível de pressão sonora equivalente do ruído interno acima de 65dB(A) deveria ser
aceitável para escritórios naturalmente ventilados. Trabalhos realizados por vários pesquisadores,
coletados e resumidos por Ghiaus e Allard (2005), (apud FIELD e DIGERNESS, 2008) mostram
que o nível de ruído entre 55 60dB(A) são aceitáveis para escritórios abertos e que as normas
internacionais de ruído são desnecessariamente rígidas para serem aplicadas em edificações
ventiladas naturalmente. Outro comentário, também apresentado por Field e Digerness (2008) em
McCartney e Nicol (2007), mostra que o nível de ruído interno tolerável na Europa é em torno de
60dB(A).
O projeto de pesquisa Europeu, “URBVENT”, Parte 1: Ambientes Urbanos, integrado por
vários pesquisadores (GHIAUS ET AL, 2006), teve por objetivo estudar os vários aspectos
necessários aos centros urbanos para possibilitar a inserção da utilização da ventilação natural nas
edificações em diversas tipologias de espaços urbanos. Os aspectos avaliados indicaram estudos
sobre ventilação, ruído e poluição do ar. Os estudos dirigidos ao ruído foram aprofundados
verificando-se os níveis de ruído apresentados em várias ruas com tipologias diferenciadas
levando em conta a altura das edificações inseridas nas ruas e a largura das vias. O objetivo
dessas medidas foi para obter o efeito da altura do ponto de medição acima do pavimento das
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
69
“canyons ruas” (ruas com edificações enfileiradas) sobre o ruído. As medições apresentaram um
elevado nível de ruído nessas tipologias de ruas, apresentando predominância no final das baixas
frequências, apesar da grande proporção de motocicletas encontradas no tráfego misturado. Um
dos resultados deste trabalho está apresentado na Figura 4.1, indicando o potencial para utilização
da ventilação natural nas edificações, em função de altura das edificações e largura das vias. A
Figura 4.1 mostra um contorno para níveis de ruído em diferentes alturas acima do nível da rua e
largura das ruas. A área do gráfico apresentado, que encontra as alturas e larguras a faixa
denominada “viável, indica que a estratégia de ventilação natural é bem aplicável nessa situação.
Este gráfico mostra que edificações com alturas baixas (até 15m) devem estar localizadas em ruas
com larguras de 8m, para utilizarem estratégia de projeto com ventilação natural. As edificações
com alturas e larguras situadas nas áreas denominada inviávelsão regiões onde a aplicação da
ventilação natural não deve ser utilizada. A área entre esses dois extremos são as regiões em que
existem possibilidades de soluções, utilizando-se de estudos estratégicos de desenho.
Figura 4.1: Contornos do nível de ruído em diferentes alturas acima da rua em função da largura das ruas.
Fonte: URBVENT (2005).
No Brasil, de acordo com a NBR 15575-4:2008, os níveis de pressão sonora para
desempenho de elementos de vedação de fachada mínimo de aceitação é o M (denominado
mínimo), ou seja, atende às premissas de projeto. A Tabela 4.1 apresenta os valores
recomendados da Diferença Padronizado de Nível Ponderada da vedação externa, (D2m,nT,w’)
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
70
para ensaios de campo de fachada. Segundo a norma NBR 15575-4:2008, devem ser avaliados os
dormitórios e a sala de estar da unidade habitacional. A mesma norma recomenda que o método
de campo deve ser efetuado conforme a norma ISO 140-5, obtendo-se os valores de D2m,nt, em
bandas de terço de oitava entre 100Hz e 3150Hz ou em bandas de oitava entre 125Hz e 2000Hz.
As janelas e portas no ato das medições devem estar fechadas e, se a fachada for constituída de
mais de um componente, deve ser ensaiado o sistema completo.
Tabela 4.1: Valores recomendados da diferença padronizada de nível ponderada da vedação
externa, D2m,nT,w para ensaios em campo.
Elemento
D2m,nt,w
(dB)
D2m,nt,w+5
(dB)
Nível de
desempenho
Vedação externa de dormitórios
25 a 29
30 a 34
M
30 a 34
35 a 39
I
35
39
S
NOTA 1: Para vedação externa de cozinhas, lavanderias e banheiros, não há exigências específicas.
NOTA 2: A diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w, é o numero único do isolamento de ruído
aéreo em edificações, derivado dos valores em bandas de oitava ou de terço de oitava da diferença
padronizada de nível, DnT, entre ambientes de acordo com o procedimento na ISO 717-1.
NOTA 3: “I” significa intermediário e “S” significa superior.
Com o propósito de investigar o desempenho acústico de fachadas de edificações nos
climas quentes, Hammad e Gibbs (1983 e 1987) investigaram três elementos arquitetônicos,
utilizados nessas regiões, em modelos de escala reduzida (1/10). Os elementos avaliados foram os
pátios, as varandas e os anteparos convencionais das fachadas. O objetivo dessas investigações
foi fornecer informações práticas para os arquitetos na elaboração dos projetos das fachadas e
esclarecer que pequenas modificações no desenho das edificações podem proporcionar proteção
adicional sonora sem comprometer outros requisitos ambientais.
Em pesquisas realizadas para investigar o comportamento acústico em pátios usuais das
regiões de clima quente, Hammad e Gibbs (1983) avaliaram o desempenho acústico de pátios,
utilizando duas situações de anteparos perfurados com geometria incomum, cobertos com
espumas plásticas de coeficiente de absorção maior de 0,8 nas frequências acima de 1000Hz
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
71
(Figura 4.2). Nas duas situações investigadas, os autores utilizaram um modelo reduzido, em
escala de 1/10, cujos desenhos (thnadner e splitter) apresentavam comportamento acusticamente
diferenciado. Segundo os autores, os resultados dessa pesquisa no modelo reduzido, ao serem
utilizados estes elementos como anteparos perfurados como parte de um pátio, foi apresentada
uma considerável redução do ruído de tráfego, na mesma ordem de grandeza que uma parede
sólida.
Figura 4.2: Dimensões e formas dos módulos utilizados como barreira: thnadner e splitter. Fonte:
(HAMMAD e GIBBS, 1983)
Na segunda pesquisa com varandas fechadas, Hammad e Gibbs (1983), também
utilizando modelos reduzidos em escala de 1/10, investigaram algumas combinações de varandas
abertas. As varandas eram abertas para a rua, mas com todas as outras superfícies desse elemento
fechadas, isto é, com teto e paredes laterais construídas com aplicação de anteparos perfurados de
geometria incomum com 20 mm de espessura, as quais tinham o papel de reduzir o som refletido.
A variação da varanda foi na verticalidade, simulando pavimentos diferentes, como também na
profundidade dessa. Assim, fica clara a alteração do ângulo de incidência do som no objeto
estudado (Figura 4.3). Os resultados indicaram que a proteção foi pequena e as frequências
invariáveis quando o receptor estava exposto à transmissão direta. A proteção aumentava diante
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
72
da ampliação do ângulo de incidência do som e da profundidade da varanda, tornando-se
dependente da freqüência, quando era colocado um anteparo na transmissão direta entre a fonte e
o receptor. A proteção de varandas convencionais variou entre 2 dB a 8 dB, em todas as faixas de
frequências de 200Hz a 4KHz, quando a profundidade da varanda é menor que 2m e /ou o piso
está a um ângulo de incidência menor que 30º. Outra investigação incluída neste trabalho foi
relacionada a colocação de material absorvedor na superfície do teto da varanda. O resultado da
aplicação desse material passou a ser considerado apenas para as varandas acima do segundo e
terceiro pavimentos nas varandas, com profundidade de 3m e 2m respectivamente, onde, sem
material absorvedor, o aumento na área de exposição da varanda aumentará o componente do
som refletido dentro do ambiente. A colocação de uma parede de anteparo (peitoril) de 1 m na
parede frontal da varanda que dá para rua, com 500 mm de espessura, reduziu a área de exposição
estudada. Com esta aplicação, o desempenho acústico variou entre 6 dB(A) no primeiro andar e 2
dB(A), no terceiro andar, com uma varanda de 4 m de profundidade. Para todos os andares com
profundidade de 1 m, o desempenho acústico foi aproximadamente de 5 dB(A). Fica claro,
portanto, que essa parede de anteparo é uma barreira do caminho do som direto, mais importante
para andares baixos e varandas estreitas.
Figura 4.3: Variáveis e layout experimental. 1(a) Varanda fechada; 1(b) varanda fechada e parede
fina sólida; 1(c) varanda fechada com painel splitter e 1(d) varanda fechada com painel thnadner.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
73
Na terceira parte da pesquisa com anteparos convencionais, Hammad e Gibbs (1987)
pesquisaram o desempenho acústico de 3 andares da fachada de um edifício existente (8º, 11º e
13º andar) com 35% de perfurações regulares executadas em bloco de concreto. Esse trabalho
pesquisa envolveu pesquisa em campo, baseando-se na ISO 140-4 e modelos reduzidos. Os
resultados encontrados apresentaram o índice de redução sonora da fachada em estudo de 5dB,
6dB e 7dB para o 13º, 11º e andares respectivamente. Isso significa que, em andares mais
baixos (com ângulos de incidência menores que 30º), a proteção diminui com o aumento da
altura. Nos modelos reduzidos utilizados com anteparos regulares perfurados, o desempenho
apresentado foi entre 15dB(A) no 1º andar e 23dB(A) no 5º andar.
Os sistemas de vedação das janelas nas fachadas merecem uma atenção especial nas
secções transversais das suas molduras, pois imperfeições podem levar à redução do desempenho
acústico dos espaços internos e, assim, o desenho da fachada pode ser prejudicado com passagem
extra de ruído. Lewis (1979) examinou o isolamento sonoro de janelas sem vedação com
diferentes secções transversais de molduras, como janelas com secções retangulares transversais
de madeira e outras com janelas em aço. Os resultados mostraram que uma janela de aço sem
vedação apresenta menor isolamento sonoro que uma janela sem vedação de madeira para
detalhes com espaços abertos de mesma altura e comprimento. A diferença do isolamento sonoro
é mais dependente da forma da secção transversal da moldura da janela do que da largura do
espaço de vazamento em que ocorre.
A presença de edificações próximas a rodovias, analisada por Chew e Lim (1994), revela
que o nível estatístico
10
L
aumenta em torno de 2,5 dB(A) a 1 m da fachada. Para rodovias com
edificações em ambos os lados, esse valor pode ser maior que 10 dB(A). O efeito da fachada é
significativo quando a rodovia está próxima ao edifício e essas distâncias com proximidades
menores que 20 m.. Para distâncias maiores que 20 m do edifício, esse efeito é desconsiderado.
Mohsen e Oldham (1977) descrevem a importância de auto-proteção em edifícios cujo
objetivo é reduzir o incômodo do ruído de tráfego, utilizando-se barreiras acústicas nos pontos
fragilizados da fachada contra exposições diretas do ruído externo. Exemplos destas
configurações como anteparos para proteger a edificação são: o uso de varandas, pátios e
reentrâncias na edificação. Nessa pesquisa, a utilização da varanda é investigada, como artifício
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
74
de auto-proteção da edificação, analisando a edificação antes e depois da aplicação dessa
configuração. Os resultados revelaram uma diferença de atenuação entre o antes e o depois da
aplicação do elemento de fachada da ordem de 5,5 dB no nível estatístico
10
L
e de 4,0 dB no
nível estatístico
90
L
.
Em outra pesquisa, Oldham e Mohsen (1979) investigam o ruído nos edifícios com auto-
proteção, relacionando-os com a geometria nas unidades. Foram utilizados dois tipos distintos de
edifícios com auto-proteção. O primeiro consistiu daqueles em que o elemento de anteparo é
similar a uma varanda fechada (isto é, varandas com parapeitos sólidos) e incluem todas as
variedades de pátios. O segundo grupo consiste dos tipos em que o elemento de anteparo é
similar a uma varanda aberta (isto é, varandas com parapeito perfurado ou gradeado). Nesse
grupo, foram incluídos edifícios com reentrâncias e todos os edifícios com pátio. O trabalho
demonstrou que edifícios com formas de auto-proteção podem reduzir o nível sonoro do ruído de
tráfego na edificação. Em situações em que o pátio seja de parede leve, próxima á rodovia, a
atenuação do nível estatístico
10
L
foi da ordem de 12 dB(A), enquanto que para pátios fechados
acima do andar, o valor foi da ordem de 8dB(A). O que determinará a aplicação dessas formas
de edificação será o nível de ruído externo encontrado e o nível aceitável do ruído interno.
Casas com pátios são formas tradicionais de construções em muitos países e, nas regiões
de clima quente esta estratégia de projeto não deve ser esquecida. Nesse tipo de edificação, as
paredes externas não possuem aberturas, e as janelas são voltadas para um pátio, permitindo
apenas a visão do céu. Por conta desses conceitos, esse tipo de edificação foi expandido em
muitas regiões urbanas onde a presença do ruído era predominante. Considerando essa edificação
como um muro exterior, Ettouney e Fricke (1973) pesquisaram a atenuação sonora em pátios,
considerando os efeitos da dimensão, da configuração espacial, porosidade e absorção das
superfícies próximas, e distâncias de pequenas fontes à barreira. Esse trabalho concluiu que
edificações com pátios podem ser localizadas muito próximas de fontes ruidosas para se obter a
atenuação máxima possível. A edificação servirá de escudo para o ruído. É uma estratégia
bastante aplicável para o planejamento urbano, enquanto o problema não for pela distância da
fonte sonora. A profundidade dos pátios deve ser mantida mínima para obter a atenuação sonora
máxima nas paredes posteriores do pátio. Algumas conclusões desse trabalho merecem ser
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
75
mencionadas: quanto mais próximo estiver o tio da fonte sonora, menor o nível de pressão
sonora na parede da retaguarda, e dentro do receptor sonoro do pátio. O nível sonoro, dentro do
pátio e na sua retaguarda aumenta com o aumento da altura da fonte. Quanto mais próximo o
recebedor do pátio da parede de fora, maior a atenuação. A presença da vegetação e de bons
tratamentos de absorção para o chão e outras superfícies circunvizinhas fornece pátios mais
silenciosos e melhores ambientes internos.
Viveiros, Gibbs e Gerges (2002) estudaram a atenuação sonora de brises acústicos,
utilizando como método para a medição do isolamento sonoro a análise de respostas impulsivas.
Com essa técnica, o coeficiente de transmissão sonoro foi medido em diferentes ângulos de
incidência e a perda de transmissão angular calculada. Nas frequências baixas, o estudo relata que
a transmissão é gerada pelos efeitos das camadas da massa. Os valores da perda de transmissão
são independentes do ângulo de incidência. Para as frequências médias e altas, a difração,
interferência e absorção determinam o desempenho dos brises e uma dependência angular pode
ser observada. Para os casos estudados, a geometria das lâminas teve uma pequena interferência
na transmissão das baixas frequências e a massa das lâminas teve pouca influência nas altas.
El-Dien e Hossam (2003) pesquisaram o campo sonoro encontrado em varandas (2 m) de
edificações próximas ao ruído de tráfego, cujas variantes eram a inclinação do teto (5º, 10º e 15º),
a inclinação do peitoril frontal da varanda (15º, 30º, -15º e -30º) e formas combinadas com os
melhores resultados dos itens anteriores. Utilizando os tetos das varandas inclinados, os
resultados da redução sonora apresentaram, que quanto maior a altura do pavimento, maior a
proteção sonora variando de 0,5 a 4dB(A). Com o peitoril inclinado, a redução sonora nos
pavimentos mais altos não foi expressiva, porém observou-se que os ângulos positivos são mais
efetivos. Na combinação das formas, os pavimentos superiores podem apresentar melhor
desempenho ao serem acrescidos com uma proteção adicional entre 0,5 a 1dB(A).
Ng e Chu (2004) pesquisaram também a eficncia sonora das varandas das edificações e
concluíram que a presença de parapeitos ou peitoris das varandas nas edificações fornecem
proteção limitada adicional de apenas 1,0dB(A) em comparação com janelas convencionais.
Field (2004) procurou aperfeiçoar o desenho de um atenuador de ruídos para edificações
que utilizem ventilação natural. Seus primeiros experimentos foram iniciados em 1999 (Figura
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
76
4.4) e, a seguir, aperfeiçoados em outras pesquisas (Figura 4.5), com o objetivo de serem, de fato,
instalados em fachadas e assim ser melhorado o nível de redução sonora externa dentro das
edificações, utilizando-se controle passivo de ruído. A intenção desse experimento foi maximizar
a ventilação natural e minimizar a intrusão de ruídos internos. A forma da abertura para
ventilação baseou-se em considerações aerodinâmicas, minimizando a queda de pressão e
facilitando o movimento de ar dentro da edificação. A área total da abertura representou
5400mm². A área dita aberta para ventilação representou 17% da área total do protótipo, o
desenhado em forma de módulos para que possam, se necessário, ser colocados juntos para
facilitar aumento do fluxo de ar para dentro da edificação. O experimento consistiu de quatro
ressonadores de ondas arranjados enfileirados, voltados para frequências especificas. Os
resultados de isolamento apresentaram um Índice de Redução Sonora Ponderado, (Rw), de 22dB.
A variação do desempenho acústico, em função da frequência encontrada, apresentou valores
significativos nas frequências de 400Hz a 4kHz; mas, nas frequências baixas entre 160Hz a
200Hz, esses valores foram baixos e, segundo o autor, estes valores devem ter sido por conta da
frequência de ressonância do protótipo pesquisado.
Figura 4. 4: Primeiro protótipo do atenuador desenvolvido por Field. Fonte: Field(2004)
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
77
Figura 4.5: Último protótipo do atenuador desenvolvido por Field. Fonte: Field(2004)
Dien e Woloszyn (2005) apresentaram pesquisas também em fachadas investigando a
profundidade de algumas varandas de edifícios e alguns parapeitos. Essa pesquisa procurou
diversificar várias profundidades de varandas com duas inclinações diferentes de parapeitos
modelados em uma edificação de oito pavimentos. Foram feitas simulações medidas em uma
maquete em escala. Os resultados foram calculados por equações que avaliam proteções por meio
de parâmetros geométricos. Esses resultados apresentaram variações no isolamento acústico entre
4 a 8dB(A) e uma proteção adicional de 0,5dB(A) a 4dB(A), utilizando a inclinação do
parapeito.
Lee et al (2007) investigaram o desempenho de fachadas diante do ruído de tráfego,
comparando o desenho das varandas das edificações de um complexo de apartamentos situados
próximos a uma rodovia. A primeira etapa destinou a medir as características acústicas externas e
as condições sonoras dos apartamentos. Uma maquete foi feita na escala de 1:50 e, com variações
de desenhos dos balcões , algumas investigações foram realizadas. A intenção foi conhecer as
condições acústicas da região e investigar quais futuras intervenções poderiam ser feitas nas
fachadas para melhorar o impacto acústico. Foram propostas seis modificações nas varandas,
basicamente indicando combinações de superfícies absorventes inclinadas no teto e no parapeito,
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
78
chegando à máxima redução de 16dB em 1kHz em apartamentos únicos e, para o complexo de
apartamento, redução de 10dB em 1KHz.
Matsumoto, Okubo e Yamamoto (2007) avaliaram em escala real a perda de inserção de
brises absorvedores. Os resultados indicaram que o isolamento sonoro do brise absorvedor é
afetado por estes fatores estruturais: área de absorção total por unidade de área do painel
investigado e espaçamento das lâminas.
Pesquisas de isolamento de fachadas com vidro duplo ventilado foram realizadas por
Blasco, Crispin e Ingelaere (2004). Essas janelas são compostas de duas lâminas completamente
transparentes, ou não, com uma estratégia bem particular de ventilação as quais são diferenciadas
em quatro categorias (Figura 4.6): ativos (possuem uma mecânica interno para ventilação),
passiva (ventilação natural na cavidade com o ar exterior), interativa (utiliza ventilação natural
mas com ajuda de um ventilador adicional) e finalmente hibrida (apresentam a combinam de
diversos mecanismos para ventilação). Todos os elementos utilizados tiveram superfície de vidro
especial, pelos lados internos e externos da fachada. O isolamento sonoro da fachada dessas
janelas demonstraram ser melhor que as fachadas tradicionais apresentando valores de atenuação
acima de 10dB. Merece ser destacado que é destacado nesse trabalho que o tipo da fachada
(ativa, passiva ou interativa) escolhida depende das condições climáticas da região.
(A)
- Fachada interna: vidro
simples 6 mm
- Fachada externa: vidro
duplo 6-12-8
- Cavidade: 12.5 cm
(B)
- Janela interna: vidro
simples 10 mm
- Janela externa: vidro
duplo 6-12-8
- Cavidade: 7 cm
(C)
- Fachada interna: vidro
duplo 8-12-6
- Fachada externa: vidro
simples 6mm
- Cavidade: 130 cm
(D)
- Fachada interna: vidro
simples 8 mm
Fachada externa: vidro
duplo 10-12-8
- Cavidade: 90 cm
Figura 4.6: Diversas fachadas investigadas com vidro duplo ventilado. Fonte: Blasco, Crispin e
Ingelaere (2004).
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
79
As persianas em rolo são comumente utilizadas como proteção da iluminação nos
edifícios. Patrício e Bragança (2003) testaram esse elemento em diferentes situações: totalmente
aberta, metade fechada (Figura 4.7(a)), totalmente fechada (Figura 4.7(b)). As medições
apresentaram diferentes resultados. Obviamente os melhores resultados foram aqueles em que as
janelas e persianas encontravam-se fechadas. O fato curioso apresentado foi que a presença da
persiana parcialmente aberta apresentou Índice de Redução Sonora pior do que quando estavam
abertas. Os resultados apresentados foram: com a janela e persiana aberta o isolamento sonoro foi
de 16 a 17dB; com janela aberta e persiana metade fechada o isolamento sonoro foi de 14 a
15dB; com janela aberta e persiana parcialmente aberta o isolamento sonoro foi de 11 a 12dB e,
nos casos com janela aberta e persiana fechada, o isolamento foi de 3 a 4 dB.
Figura 4.7: Persianas em rolo utilizadas como proteção da iluminação nos edifícios. Situações
metade fechada (a) e totalmente fechada (b). Fonte: Patrício e Bragança (2003)
Asdruball, Burati e Bardinelli (2004) investigando diferentes protótipos de janelas com
ventilação e alto isolamento acústico, duas com molduras em alumínio e duas com molduras de
PVC (Figura 4.8). Os protótipos das janelas investigadas apresentavam detalhes construtivos
diferentes nas suas montagens. Os resultados apresentados comprovaram a importância dos
detalhes construtivos cuidadosamente elaborados na construção das janelas para atingir melhor
desempenho acústico. Essas janelas especiais obtiveram melhores resultados que outras onde os
detalhes construtivos não foram tão focados para o desempenho acústico. As janelas da pesquisa
em PVC apresentaram melhor desempenho que as de alumínio.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
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Figura 4.8: Diferentes protótipos de janelas com ventilação e alto isolamento acústico, duas com
molduras em alumínio (“a” e “d”) e duas com molduras de PVC (“b” e “c”). Fonte: Asdruball, Burati e
Bardinelli (2004)
Em 2005, foi lançado, na Europa, um programa de pesquisa com o objetivo de investigar
produtos que procurassem atender, ao mesmo tempo, conforto térmico e conforto acústico, tarefa
bastante difícil, que a escolha da melhora do desempenho de um é feita em detrimento do
desempenho do outro. Julien Mailard do CSTB francês (Centre Technique et Scientifique du
Batiment Départment Acoustique et Eclairage), esclarecem sobre o programa denominado
“Programa Teria”, que consistiu na criação de uma janela isolante clássica, mas colocando, na
parte de baixo, três orifícios de 20 cm x 13 cm que pudesse abrir para o ar penetrar (Figura 4.9 e
Figura 4.10). Esses orifícios são equipados não apenas com materiais absorvedores, (técnica
passiva) mas também com alto-falantes, gerando um “contra ruído”, isto é, uma onda acústica
que impede o ruído exterior de entrar (técnica ativa). A combinação dessas duas técnicas de
absorção do ruído, passiva e ativa, permitiu aumentar, de modo significativo, o isolamento total
da janela aos ruídos exteriores, mantendo uma ventilação equivalente a de uma janela semi-
aberta. Os resultados apresentados nessa pesquisa mostraram claramente uma Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (DnTw) de 33dB (Figura 4.11).
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
81
Figura 4.9: Janela híbrida do “Programa Teria”. Fonte: acesso eletrônico,
http://www.teria.itc.cnr.it/AllestimentiSperimentali.htm acesso em 08/04/2010
Figura 4.10: Janela híbrida do “Programa Teria”. Fonte: acesso eletrônico,
http://www.cstb.fr/actualites/webzine/thematiques/acoustique/projet-teria-pour-concilier-confort-
thermique-et-acoustique.html em 08/04/2010 em 08/04/2010
Figura 4.11: Desempenho de isolamento da janela investigada “Projeto Teria”, medida no local,
em condições reais, orifícios abertos. O índice médio quando das passagens de aviões é de 33dB(A) com
controladores de ruído (curva azul) e de 25dB(A) sem controladores de ruído (curva vermelha). Fonte:
acesso eletrônico, <http://www.cstb.fr/actualites/webzine/thematiques/acoustique/projet-teria-pour-
concilier-confort-thermique-et-acoustique.html>. Disponível em: 08 de abril de 2010.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
82
Quando os edifícios estão situados em áreas próximas a rodovias, estações ferroviárias ou
áreas industriais, o ruído proveniente dessas fontes deve ser minimizado para reduzir o nível de
perturbação na vizinhança. Os recentes trabalhos de planejamento urbano e arquitetura mostram
uma tendência de fazer uso de barreiras a pequenas distâncias das edificações de
aproximadamente 1 a 3 metros. Essas barreiras podem ser usadas como varandas ou jardins de
inverno, principalmente em regiões com climas que caracterizem áreas semi-abertas. Esses
procedimentos agregam razões positivas e/ou negativas para a qualidade da edificação. Positivas
por estarem abertas para a iluminação e ventilação; negativa, por necessitarem ser fechadas para
o ruído. Na busca por soluções para esse impasse, Hardlooper e Cauberg (2004) propuseram
investigar as propriedades acústicas de painéis abertos nas fachadas. Esses painéis, denominados
“open noise screens” (painéis abertos para o ruído), são painéis verticais abertos (tipo brises),
colocados em ângulos retos e perpendiculares na fachada, com afastamento de aproximadamente
1,5 m e com profundidade entre 0,5 e 1,0m, com distâncias mútuas de 1,0 m entre eles e
espessuras de 0,2 m (Figura 4.12). Os painéis foram fabricados em alumínio ou aço perfurado,
tendo um coeficiente de absorção de aproximadamente 0,8 nas freqüências de 125 a 400Hz.
Esses painéis foram estruturados com material absorvedor e com sua utilização indicaram
resultados de isolamento sonoro com valores de
dB15
. Utilizaram dois parâmetros para
investigação. Inicialmente, as pesquisas foram realizadas usando uma maquete em escala
reduzida de 1:40 (Figura 4.13). As configurações e resultados de redução sonora desta
investigação são apresentados na Tabela 4.2 e Figura 4.14.
Figura 4.12: Planta baixa das edificações com “open screens”.
Fonte: Hardlooper (2009)
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
83
Figura 4.13: Ilustração da maquete em escala reduzida.
Fonte: Hardlooper (2009)
Tabela 4.2: Configuração dos modelos reduzidos para os painéis abertos investigados.
Fonte: Hardlooper (2009)
Nome
Orientação
da edificação
com a
rodovia
Comprimento
do Painel (m)
Espessura
do Painel
(m)
Espaçamentos
entre painéis
(m)
Redução
Sonora
(dB)
PAR 1
Paralelo
1,0
0,2
1.0
8
PAR 2
Paralelo
1,0
0,2
0,5
9
PER 1
Perpendicular
1,0
0,2
1.0
12
Figura 4.14: Resultados das configurações dos modelos reduzidos para os painéis abertos
investigados. Fonte: Hardlooper (2009)
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
84
A segunda etapa da pesquisa de Hardlooper (2009) foi investigada, utilizando os painéis
em tamanho real (1:1) instalados num container em cima de um caminhão trailer de 40 pés de
comprimento, (Figura 4.15). Para obter resultados acústicos mais precisos, para determinar a
redução sonora entre várias combinações de distâncias dos painéis, foram considerados os
ângulos dos painéis perante o ruído da estrada como fonte, e a orientação entre a estrada e o
container. Os painéis do container poderiam variar entre a 30°. Os dados apresentados, na
Tabela 4.3, mostram uma variação da redução sonora de 9dB a 11dB, dependendo da distância
dos painéis e do ângulo (posição) estabelecido entre o container e a estrada investigada. É
interessante observar que, inclinando os painéis em 30º, a redução sonora ganhou 1.5 dB extra.
Quando os painéis ficaram com orientação perpendicular a rua em relação a fonte sonora, a
redução sonora foi maior que quando ficou paralelo a esta fonte sonora . Outro fator que
Hardlooper (2009) apresentou nas suas pesquisas foi a significativa redução sonora nas altas
freqüências, 15dB em 4kHz (perpendicular, a 0,9m e a 30º). Nas frequências abaixo de 125Hz, o
pesquisador retrata que a redução sonora dos painéis podem ser negligenciadas e que, ao ser
fechada metade das aberturas entre os painéis com vidro transparente, uma redução a mais de
3dB foi encontrada. Esse trabalho retrata que “open screens” (painéis abertos) m demonstrando
ser uma alternativa de sucesso para os tradicionais painéis fechados e que podem ser utilizados
em residências.
Figura 4.15: Container utilizado na investigação. Fonte: Hardlooper (2009)
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
85
Tabela 4.3: Resultados das medições na investigação com o container.
Fonte: Hardlooper (2009)
Orientação
Distanciamento
(m)
Ângulo
Redução Sonora
(dB)
PER
0,9
11
PER
0,9
30º
13
PER
1,2
9
PER
1,2
30º
11
PER
1,8
6
PER
1,8
30º
8
PER
0,9
8
PER
0,9
30º
9
A utilização de ressonadores de Helmholtz em barreiras acústicas para atenuação do ruído
de tráfego, foi investigada por Lisot e Soares (2008). Para esse trabalho, foram inicialmente
desenvolvidos ressonadores capazes de absorver o som em frequências específicas desejadas,
conforme dimensionamento planejado. Esses ressonadores foram testados em câmara
reverberante, para verificar se seus coeficientes de absorção atendiam às necessidade do projeto.
Novas investigações foram realizadas com simulações com barreiras acústicas, utilizando o
programa SoundPLAN e os mesmos tipos de barreiras foram construídas em escala 1:5 e
testadas. Verificou-se que a utilização dos ressonadores em barreiras acústicas traz acréscimos
significativos na atenuação do ruído de tráfego nas áreas adjacentes, na face das barreiras em que
ocorre a geração do ruído. Segundo os autores, os ensaios realizados em câmara reverberante,
com os ressonadores de Helmholtz desenvolvidos, mostram que estes absorvem com mais
eficácia o ruído de tráfego em torno dos 200Hz, favorecendo o emprego dos mesmos em
ambientes expostos ao ruído proveniente do tráfego de veículos, que este se caracteriza por ser
de baixas a médias frequências, trazendo benefícios em relação ao conforto acústico de usuários
de áreas marginais a vias de tráfego intenso.
Araújo e Bistafa (2009), em trabalhos desenvolvidos sobre desempenho acústico de
elementos vazados, buscaram alternativas de projeto que pudessem gerar menores impactos
energéticos na arquitetura. Os elementos vazados são conhecidos como componentes
arquitetônicos que proporcionam permanente ventilação natural, proteção solar e iluminação
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
86
natural, mas, como todo elemento passivo, o problema acústico passa a ser um fator desfavorável
ao seu uso.
Araújo (2010) investigou as variantes acústicas envolvidas em uma proposta de elemento
vazado, buscando através de um estudo geométrico de um elemento, utilizado na arquitetura, em
especial no Nordeste brasileiro, denominado “cobogó, equilibrar entre as variáveis dos
materiais, como absorção e isolamento e a questão da promoção da ventilação e iluminação
natural. Essa pesquisa foi baseada nos ressonadores de Helmholtz, para estudar as proporções das
cavidades existentes. Após análises térmicas e acústicas dos elementos vazados proposto, as
primeiras variações, em dimensões do bloco, inserção de material absorvente e dos espaçamentos
das áreas vazadas (abertas) e proporções distintas, foram apresentadas. Paralelamente também foi
definida uma geometria diferenciada para quatro elementos distintos, denominados: elemento
“tipo 1 (P)”, elemento tipo 2 (G) (Figura 4.16) e elemento tipo 3 (caixa) (Figura 4.17) e elemento
tipo 4 (caixa grande) (Figura 4.18) foram instalados em uma edificação (Figura 4.19) onde
medições foram elaboradas de acordo com a norma ISO 140-5. As primeiras investigações foram
realizadas com a edificação fechada, sem abertura para o exterior, a fim de comparar seu
desempenho de isolamento. Em um segundo momento, cada um destes elementos foi testado
aberto com 5 cm de espaçamento entre eles, a fim de comparar seu desempenho de isolamento. O
elemento tipo 2 também foi investigado com espaçamentos de 10cm (Figura 4.19). Em outro
momento foi inserida de vidro nas cavidades dos protótipos desenvolvidos (Figura 4.20). Em
relação às áreas abertas foram calculadas as relações de cheios e vazios (áreas abertas e fechadas)
da composição testada. A relação de área aberta para cada elemento foi de 19% para tipo 1, com
maior área aberta; 13% para tipo 2 com espaçamento de 10cm; 12% com tipo 3; 9% para tipo 4 e
com menor relação de abertura, 8%, o elemento tipo 2 cujo espaçamentos foram de 5cm.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
87
Figura 4.16: Desenho esquemático das dimensões do bloco caixa grande (tipo 2) e pequeno
(tipo1). Fonte: Araújo (2010)
Figura 4.17: Desenho do elemento vazado caixa tipo 3.
Fonte: Araújo (2010)
Figura 4.18: Desenho do elemento vazado: tipo 4 - caixa grande.
Fonte: Araújo (2010)
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
88
Figura 4.19 : Parede de teste montado com bloco tipo 2 e com indicação do detalhe de separação
bloco tipo 2 (sem lã de vidro) na parede de teste. Fonte: Araújo (2010)
Figura 4.20: Parede de teste montado com bloco tipo 1 com indicação do detalhe de separação
bloco tipo 1 (com lã de vidro) na parede de teste. Fonte: Araújo (2010)
Os resultados indicaram que o bloco assentado totalmente fechado é o que apresenta
maior Índice de Redução Sonora, enquanto que a inserção da de vidro não altera
significativamente o desempenho dos elementos vazados investigados. A Tabela 4.4 apresenta o
resumo das características dos blocos desenvolvidos e avaliados com o respectivo desempenho
global de isolamento sonoro. O bloco “caixa” grande apresentou melhor desempenho com
DnTw de 27dB, seguido da caixa grande com espaçamento de 5cm com DnTw de 26dB sem
de vidro. As tipologias independentes apresentaram melhores índices sem a presença da de
vidro nas suas cavidades.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
89
Tabela 4.4: Resumo das características dos blocos desenvolvidos e avaliados, com respectivo
desempenho global de isolamento sonoro. Fonte: Araújo (2010).
CARACTERÍSTICAS E DESEMPENHO DE ELEMENTOS VAZADOS
Tipo de
Bloco
Condição
Abertura
Sigla
% de Área
Abertura
DnTw
(dB)
R’45w
(dB)
Tipo 1
(Pequeno)
Fechado
-
Pfechado
0
35
29
Com lã de
vidro
5 cm
P5 c/lã
19
21
15
Sem lã de
vidro
5 cm
P5 s/lã
19
21
15
Tipo 2
(Grande)
Fechado
-
Gfechado
0
40
36
Com lã de
vidro
5 cm
G5 c/lã
8
25
19
Sem lã de
vidro
5 cm
G5 s/lã
8
26
20
Tipo 2
(Grande)
Fechado
-
Gfechado
0
40
36
Com lã de
vidro
10 cm
G10 c/lã
13
23
17
Sem lã de
vidro
10 cm
G10 s/lã
13
25
19
Tipo 3
(Caixa)
Fechado
-
Cfechado
0
37
30
Com lã de
vidro
5 cm
C5 c/lã
12
27
21
Sem lã de
vidro
5 cm
C5 s/lã
12
27
21
Tipo 4
(Caixa
Grande)
Sem lã de
vidro
5 cm
CG
9
27
21
A Diferença Padronizada de Nível Ponderada em função da frequência, apresentado na
investigação de isolamento sonoro dos elementos vazados por Araújo (2010) (Figura 4.21),
mostra que os elementos investigados possuem melhor desempenho nas médias e altas
frequências e, em grande parte dos experimentos, esse resultado apresentou uma perda de
desempenho nas frequências próximas de 1600Hz. Nas baixas freqüências, entre 160Hz e 200Hz,
a curva espectral mostrou um baixo desempenho de apenas 5 a 10 dB.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
90
Figura 4.21: Espectro sonoro em bandas de 1/3-oitava da Redução de Ruído Padrão (DnT) de todos os
blocos estudados, com respectivo Índice de Redução de Ruído Padrão Global (DnTw). Fonte: Araújo
(2010).
No campo industrial, alguns produtos já foram desenvolvidos na busca da integração entre
conforto térmico versus conforto acústico. Esses produtos são considerados sistemas
revolucionários para a construção civil sustentável, pois propagam novas oportunidades para
serem mantidas as aberturas para ventilação natural, com redução do ruído externo, na magnitude
de aproximadamente 85%. Este produto, denominado Silenceair (Figura 4.22), não necessita
de energia para operação como também é manufaturado com materiais reciclados. Geralmente é
utilizado como parte integrante da habitação ou para obtenção específica de ventilação e ruído em
espaços especiais. As primeiras aplicações foram utilizadas em um complexo habitacional de
apartamentos, Homebush Residential Flats, na cidade de Sidney, Austrália, construído em 2006
(Figura 4.23). Esses apartamentos foram construídos próximos a uma rodovia ruidosa o que
caracterizou a sua eficiência na aplicação. O “silenceair” é constituído de dois tipos. O “Sileceair
240mm wall vents”, geralmente utilizado em paredes externas com maiores espessuras (240mm)
e o Sileceair 140 wall vents”, utilizado em espaços internos das edificações com paredes mais
reduzidas de 140mm. Na Figura 4.24, é apresentado o gráfico do Índice de Redução Sonora
apresentado no catálogo do “Silenceair”. É interessante observar que o espectro sonoro de 100Hz
a 5000Hz tem um Rw de 27dB, ao ser utilizado aberto, e de 39dB, ao estar fechado com
cavidades para passagem de ventilação na magnitude de 390mm x 140mm..
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
91
Figura 4.22: Produto “Silenceair” denominado “acoustics vent. (a)foto, (b) vista externa e (c) vista
interna.Fonte: http://www.silenceair.com/site/silenceair-products.html# > Disponível em 08 de abril de
2010.
Figura 4.23: Produto “Silenceair” denominado acoustics vent. Fonte:
http://www.silenceair.com/site/silenceair-products.html# > Disponível em 08 de abril de 2010.
Figura 4.24: Gráfico do Índice de Redução Sonora (Rw) do produto silenceair. Fonte:
<http://www.silenceair.com/site/professional.html> Disponível em 04 de abril de 2010.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
92
Além dos produtos mencionados (Silenceair), outras empresas, em escala residencial e
industrial, desenvolveram pesquisas sempre buscando uma integração bioclimática. Na Europa,
precisamente Inglaterra, encontram-se, no mercado, os produtos denominados “Acoustic
Aircooler Ventilator” (ventiladores acústicos) do fabricante Passivent. Esse produto também é
um componente arquitetônico usado nas fachadas (Figura 4.24), com o objetivo de reduzir o
desempenho acústico e beneficiar a transferência de ar natural, geralmente necessário, quando a
intenção é incrementar a ventilação natural nos projetos arquitetônicos cujas áreas de implantação
sejam ruidosas.
( A )
( B )
( C )
( D )
Figura 4.25: Exemplos (A, B , C e D) de utilização dos produtos da “Passivent”, em áreas residenciais e
comerciais, para diminuição do ruído e beneficiar a ventilação natural. Fonte: Catálogos Aircool
Ventilator-Passivent www.assivent.com Disponível em 08 de abril de 2010.
Este fabricante, “Passivent”, tem no mercado três diferentes tipologias, os quais diferem
uma da outra com detalhes específicos, de acordo com a necessidade da área de implantação
exigida para a redução do ruído: paredes acusticamente ventiladas com exaustores (“Aircool
acoustic wall ventilator with hood”, Figura 4.25); com simples lâminas de proteção acústica
(Aircool acoustic wall ventilator with single acoustic chevrons, Figura 4.26); e com duplas
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
93
lâminas de proteção acústica (“Aircool acoustic wall ventilator with double acoustic chevrons”,
Figura 4.27). O desempenho de atenuação acústica das tipologias mencionadas é de 30dB, 24dB
e 26dB, respectivamente.
Figura 4.26: Desenho do Aircool acoustic wall ventilator with hood” da Passivent. Dimensões de 787 x
315 x 265mm e Dn,e,w de 30 dB quando se encontra aberta. Fonte: Fonte: Catálogos Aircool Ventilator-
Passivent www.assivent.com Disponível em 08 de abril de 2010.
Figura 4.27: Desenho do “Aircool acoustic wall ventilator with single acoustic chevrons” da Passivent.
Dimensões de 797 x 315 x 330mm, com brises externos e brises acústicos internos. Dn,e,w de 24 dB
quando se encontra aberta. Fonte: Fonte: Catálogos Aircool Ventilator-Passivent www.assivent.com
Disponível em 08 de abril de 2010.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
94
Figura 4.28: Desenho do “Aircool acoustic wall ventilator with double acoustic chevrons” da Passivent.
Dimensões de 797 x 315 x 330mm, com brises externos e duplos brises acústicos internamente. Dn,e,w de
26 dB quando se encontra aberta. Fonte: Fonte: Catálogos Aircool Ventilator-Passivent
www.assivent.com Disponível em 08 de abril de 2010.
Existe no mercado uma quantidade razoável de soluções para minimizar o impacto da
ventilação com a acústica. Não cabe aqui citar fabricante por fabricante. No mercado europeu
esses produtos são mais encontrados, uma vez que as normas de desempenho em vigor são muito
mais rigorosas com a construção civil. As próximas figuras mostram diferentes tipologias que
vão desde pequenos equipamentos agregados às janelas envidraçadas (Figuras 4.28 e 4.29),
passando por grelhas acústicas (Figuras 4.30, 4.31 e 4.32), e chegando a brises acústicos (figura
4.33). Todos esses produtos têm o mesmo fim com desempenhos diferenciados que irão depender
da exigência da edificação.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
95
Figura 4.29: Tipo 1: Peças acopladas em janelas do fabricante “Renson”. Utilizadas para aeração com
controle de ruído. Fonte: www.renson.be.
Figura 4.30: Tipo 2: Peças acopladas em janelas do fabricante “Renson”. Utilizadas para aeração com
controle de ruído. Fonte: www.renson.be.
Figura 4.31: Tipologia : Renson 445/86 brises acústicos (grelhas) do fabricante “Renson”. Utilizados para
agregar valores estéticos com redução de ruídos. Atenuação acústica com Rw de 6dB quando estão
abertos. Fonte: www.renson.be.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
96
Figura 4.32: Tipologia : Renson 446/150 brises de paredes do fabricante “Renson”. Utilizados para
agregar valores estéticos com redução de ruídos. Atenuação acústica com Rw de 11dB quando estão
abertos. Fonte: www.renson.be.
Figura 4.33: Tipologia : Renson 445/300 brises de paredes do fabricante “Renson”. Utilizados para
agregar valores estéticos com redução de ruídos. Atenuação acústica de 16dB quando estão abertos. Fonte:
www.renson.be.
Figura 4.34: Tipologia : Renson L.060AC Acoustic Linius do fabricante “Renson” utilizados para agregar
valores estéticos com redução de ruídos. Atenuação acústica com Rw de 6dB quando estão abertos. Fonte:
www.renson.be.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
97
A diversidade de trabalhos voltados para a melhoria do desempenho acústico em fachadas
seja através da criação de formas diferentes de varandas ou pátios, seja pela busca da melhoria
das janelas e barreiras, é ressaltada, quando De Sallis, Oldham e Sharples (2002) apresentam uma
revisão de técnicas importantes para compreensão do conflito entre ventilação e acústica. Todos
estes relatos de pesquisas existentes sugerem que, para se obter melhores desempenhos acústicos
nas fachadas, o projeto dos componentes desta fachada, janelas, aberturas, paredes e outros,
merecem ser cuidadosamente detalhados visando criar elementos que tenham Índice Sonoros
reduzidos.
Analisando o comportamento acústico das edificações, o controle do ruído deve ser
pensado desde sua fase de concepção (projeto). A edificação deve estar em conformidade com
seu entorno, onde cada unidade edificada ou a ser edificada, esteja integrada com as realidades
especificas, envolvendo o exterior e interior. A acústica das edificações, sendo uma ciência
interdisciplinar, deve ter por objetivo único a criação de ambientes com condições de conforto,
em sentido amplo onde seu usuário possa estar enquadrado dentro de condições acústicas
salubres e satisfatórias a sua qualidade de vida.
Capítulo 4 Controle do Ruído de Elementos de Fachadas
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
98
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
99
CAPÍTULO 5 - MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo, são apresentados os materiais e métodos utilizados para se obter o
desempenho acústico de diversas tipologias de peitoris ventilados, visando conhecer o
comportamento acústico desses elementos, comumente utilizados nas estratégias passivas dos
projetos arquitetônicos existentes em regiões de clima quente-úmido. Para tal, foi necessário
escolher uma área de estudo que obedecesse às normas acústicas vigentes, encontrar uma
edificação que possibilitasse a implantação dos peitoris ventilados, definir materiais construtivos
do mercado da construção civil que atendessem às exigências para fabricação dos peitoris em
conformidade com as condições das variações climáticas externas, à que as fachadas estão
submetidas, definir as diferentes tipologias construtivas que deveriam ser investigadas, como
também estabelecer procedimentos de medição a serem implantados para avaliação dos peitoris
ventilados. Os resultados encontrados foram a Diferença Padronizada de Níveis Sonoros em
função da frequência e a Diferença Padronizada de Níveis Sonoros Ponderada das diferentes
tipologias do peitoril ventilado. Esses dados apresentam informações necessárias de desempenho
acústico dos peitoris para que a sua aplicabilidade nas estratégias de projetos passivos pelos
construtores e arquitetos dessas regiões possibilite uma maior adequação entre ventilação natural
(conforto térmico), eficiência energética e isolamento acústico.
5.1 Local do experimento
A área de estudo escolhida para realização dos ensaios acústicos encontra-se em uma
região relativamente silenciosa, considerada dentro dos limites propostos pela norma brasileira
NBR 10151(2000), com níveis de pressão sonora que variam entre 35 a 50 dB(A). As montagens
dos peitoris ventilados e medições foram realizadas em protótipos de edificações existentes, em
uma área destinada à pesquisa de Conforto Ambiental da Faculdade de Engenharia Civil,
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
100
Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), em
Campinas, São Paulo, Brasil (Figura 5.1).
Figura 5.1: Área de estudo: UNICAMP-SP, Faculdade de Engenharia Civil e Arquitetura. Local do
experimento: Protótipos do Laboratório de Conforto Ambiental
O protótipo utilizado para as medições acústicas foi construído com tijolo de barro maciço
sem revestimento tijolo / 10 cm espessura), assentado com argamassa comum de cimento,
pintado na cor branca (interna e externamente) e montado sobre uma base de concreto que
constitui o piso interno do ambiente. A cobertura é formada por uma laje pré-moldada recoberta
com telha de fibro-cimento, pintada externamente e internamente de branco. As dimensões
internas da edificação são de 2,00 x 2,50m, formando uma área útil de 5,00m
2
, altura de 2,40m, e
volume interno de 12,00m
3
. A fachada maior está orientada a Norte/Sul (2,70m) onde, a
princípio, encontrava-se uma janela de vidro fixa e na menor, Leste/Oeste (2,20m), existe uma
abertura que foi utilizada para a colocação dos elementos avaliados. Na primeira parte das
investigações, denominada “fase experimental, praticamente nenhuma modificação foi feita no
protótipo. Na segunda etapa das investigações, denominada “fase aplicativa”, as áreas destinadas
para janelas foram fechadas com alvenaria e mantida apenas a abertura para a aplicação do
peitoril ventilado.
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
101
5.2 Objeto de estudo: “O peitoril ventilado”
O peitoril ventilado é um elemento arquitetônico versátil nos aspectos relacionados a sua
forma e dimensão. A implantação desse elemento em uma fachada requer definição da
composição plástica e dos componentes construtivos. Para o conhecimento do desempenho
acústico desse elemento, este trabalho teve como método conhecer algumas tipologias do peitoril
ventilado, possíveis de serem utilizadas em fachadas e que serão, nas diversas etapas
investigativas, definidas, esclarecidas e estabelecidas.
5.2.1 Definição do tamanho da abertura na parede estrutural
A definição do design de um peitoril ventilado exige a presença de uma abertura a qual
tem a função de condutor de vento, interligando o ambiente externo ao ambiente interno. A
utilização dessa abertura possibilita positiva e/ou negativamente, dentre outras coisas, a passagem
de sons indesejáveis penetrarem o ambiente. Para análise desde trabalho, ficou estabelecido que
esta variante, a abertura, fosse fixa no desenvolvimento de todos os experimentos. Qualquer
variação que existisse na composição plástica do peitoril seria assim na forma do condutor (o
peitoril) e não na área da abertura. A definição do dimensionamento “estreito” dessa abertura
para as investigações ocorreu por ter sido questionado a arquitetos e usuários das edificações com
peitoris, que o item segurança é um fator importante no projeto, uma vez que estes podem ser
mantidos abertos ou fechados por basculantes móveis, conforme exigências ambientais de
conforto térmico e/ou acústico necessárias para o interior dos ambientes e também exigências do
usuário. Convém salientar que o peitoril ventilado é utilizado como abertura complementar para
condução da passagem do ar. As janelas, por ventura existentes nas paredes do local do
experimento, foram excluídas do processo de investigação, uma vez que se queria analisar apenas
o desempenho acústico do elemento denominado peitoril ventilado. Na Figura 5.2, pode-se
observar o protótipo utilizado para as investigações em duas situações: a situação denominada
protótipo fechado, situação do protótipo antes de iniciar as investigações cujos dados serviriam
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
102
de dados comparativos para o melhor desempenho que o protótipo apresentava parede sem
presença nenhuma de aberturas, e a denominada “protótipo com abertura que representa a
situação onde o protótipo apresenta a implantação de uma abertura, com dimensões de: 1.19m de
largura, 0.20m de altura e distanciadas do piso a 1.12m. Essa abertura foi utilizada no transcorrer
das investigações como elemento agregado às diferentes tipologias dos peitoris.
Figura 5.2: Protótipo para medições: planta baixa e corte com a implantação da abertura. Vista “A” e “B
do protótipo anteriormente às investigações, protótipo fechado, e a posterior, vista “C” e “D”, protótipo
com implantação da abertura.
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
103
5.2.2 Implantação do objeto de estudo na parede estrutural
A implantação do peitoril ventilado no local do experimento conforme Figura 5.3, deu-se
na parte central de uma das paredes externas do protótipo, estruturando-se na superfície superior
da abertura sem que seu posicionamento interferisse nas dimensões pré-estabelecidas. Os
procedimentos de escolha das dimensões para montagem dos peitoris ventilados serão
justificados no item 5.2.4.
Figura 5.3: Implantação do peitoril ventilado na parede estrutural do protótipo de medições
5.2.3 Variantes do peitoril ventilado
Para estabelecer e determinar as variantes para estruturação do peitoril ventilado em
diversas situações, este trabalho constituiu-se de uma série de investigações que serão explicadas
nas diversas fases do trabalho. Na “fase experimental”, primeira etapa da pesquisa, coube
encontrar as melhores variantes para definição de um padrão de projeto de peitoril ventilado e
assim obter melhores desempenhos da atenuação do ruído. Na segunda etapa, foram definidas as
características construtivas dos peitoris ventilados, traçando-se as diversas tipologias a serem
analisadas. Alguns aspectos relevantes para definição dessas tipologias serão ressaltados no
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
104
desenrolar deste capítulo como: a forma, a composição plástica e o sistema construtivo do peitoril
ventilado.
A forma do peitoril ventilado sempre surgiu em função da composição plástica a qual o
arquiteto gostaria de propor na sua fachada, tendo sempre o objetivo da integração climática
exterior e interior. Entre as mais diversas formas de peitoril ventilado, encontram-se: ortogonal,
inclinado e curvo. A forma definida para investigação deste trabalho foi do “peitoril ortogonal”,
por ser uma ferramenta bastante utilizada em diversos segmentos da construção civil e também
por ser um elemento de fácil fabricação e que atende a vários segmentos sociais.
Como todo elemento arquitetônico implantado a uma fachada, sua composição é
composta de uma figura tridimensional a qual deverá estar inserida e integrada à edificação. O
peitoril ventilado não foge à esta regra, pois, para essa integração com a edificação, é necessário
que algumas dimensões sejam determinadas. São elas: espaçamento do peitoril com a edificação
(e), altura do elemento externo do peitoril ventilado (lamina vertical) (a) e largura do elemento
(comprimento horizontal) do peitoril ventilado (l) (Figura 5.4). Alguns aspectos para definição
dessas dimensões serão explicados a seguir.
Figura 5.4: Composição plástica da forma do peitoril ventilado para definição das suas
dimensões: Espaçamento(e), Altura(a) e Largura(l)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
105
Espaçamento do peitoril com a edificação (e);
Nos peitoris ortogonais, o espaçamento referencia a distância interna entre o elemento de
fachada e a fachada. Para a definição desse item, dois fatores são comumente pensados para
sua implantação e assim merecem ser ressaltados: segurança e manutenção. Para segurança, o
peitoril não deve ter largos espaçamentos, para ser dificultada a passagem de pessoas quando
esses peitoris estiverem localizados em fachadas térreas. Quanto ao aspecto refere-se à
manutenção, a cavidade da parte interna do elemento de fachada, não deve ser muito próxima
da parede da fachada, pois essa proximidade dificulta possíveis reparos estruturais, no caso de
edifícios verticais com muitos pavimentos. Para definição do item espaçamento do peitoril
ventilado, o critério obedecido nas duas fases das investigações foi a mina vertical com
afastamento (espaçamento) de 0,20 m da parede estrutural da edificação (Figura 5.5).
Altura (lâmina vertical externo) do peitoril ventilado (a);
A altura do peitoril ventilado, denominada de lâmina vertical, foi determinada em função
da aplicabilidade desse elemento em janelas de edificações térreas e/ou em janelas de
edificações com vários níveis de pavimentos. Para essa investigação, foram observados os
dutos longos e curtos de ventilação, sendo apresentados nos desenhos desse elemento
arquitetônico. Na primeira etapa da fase experimental, foram estabelecidas alturas diferentes
do peitoril ventilado, denominados altura longa e curta. A altura longa” (aL), lâmina vertical
externa, teve a dimensão de 0.70m, contando com a espessura do peitoril (0.10m). A altura
curta(aC), lâmina externa vertical foi dimensionada em 0.40m com a espessura do material
(0.10m). Estes elementos podem ser visualizados na Figura 5.5.
Largura superior (comprimento horizontal) do peitoril ventilado (l).
A largura do peitoril ventilado é determinada pela lâmina superior do peitoril, colocada
geralmente acima da abertura, local onde a estrutura da janela envidraçada propriamente dita
ficará apoiada. Essa lamina superior poderá ter como limitador para o seu comprimento a
maior distância externa até a parede estrutural da edificação, comprimento externo ou
comprimento externo mais comprimento interno, isto é, esse elemento poderá ser projetado
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
106
avançando dentro da edificação, criando um condutor de ar também pelo lado interno da
edificação. Na “fase experimental”, primeira fase, foram estabelecidas as dimensões largura
longa (lL) e largura curta (lC) do peitoril. No peitoril com largura curta, ficou definida a sua
construção sem avanço interno na edificação, onde o seu comprimento finalizou na caixa da
esquadria da janela, representando um comprimento de 0.40m, composto de 0.20m do
espaçamento do peitoril ventilado e 0.20m referentes à espessura da parede e do material. No
peitoril com largura longa, as dimensões totalizaram 0.80m. Esse valor refere-se a 0,30m do
avanço externo + 0.10m da alvenaria + 0,40m do avanço interno (Figura 5.5).
Figura 5.5: Peitoril denominado mais longo e mais curto (altura e largura)
Os resultados do desempenho acústico do peitoril, na “fase experimental”, demonstraram que
a largura e altura longa do peitoril ventilado apresentaram comportamento mais eficientes e
assim, na fase aplicativa, optou-se pelas larguras e alturas do peitoril ventilado longo (Figura
5.6). Os ajustes pequenos das dimensões estabelecidas para execução dos peitoris ventilados
foram estruturados de acordo com cada sistema construtivo.
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
107
Figura 5.6: Desenho do peitoril ventilado ortogonal definido para a fase aplicativa”.
Para criar a estrutura do peitoril, ventilado foi necessário definir as composições
construtivas. Nas primeiras investigações, denominada fase experimental”, buscou-se um material
de fabricação rápida e prática. Os primeiros objetos de estudos para avaliação foram executados
em madeira compensada de 9mm. Sua construção foi composta de duas laminas de compensado
com 82mm de espaçamento entre elas, cuja cavidade interna poderia apresentar-se com camada de
lã de rocha de 50mm ou não e/ou furos na parede interna do componente, caracterizando a
presença de ressonadores ou não (Tabela 5.1). Nessa etapa, todos os testes foram com o objetivo
de conhecer melhor o comportamento acústico do peitoril diante de alguns aspectos mencionados
posteriormente.
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
108
Tabela 5.1: Composição construtiva dos peitoris ventilados estabelecidos na primeira etapa das medições:
FASE EXPERIMENTAL
COMPOSIÇÃO CONSTRUTIVA SUPERFÍCIES
Madeira Compensada 10mm
Item 1
Externa
Cavidade
Interna
Mad. Comp. 9mm
Vazio (82mm)
Mad. Comp. 9mm
Representações
Item 2
Externa
Cavidade
Interna
Mad. Comp. 9mm
Vazio (82mm)
Mad. Comp. 9mm com lã de rocha
aplicada na parede externa do peitoril
Representações
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
109
Item 3
Externa
Cavidade
Interna
Mad. Comp. 9mm
Vazio (82mm)
Mad. Comp. 9mm com lã de rocha
aplicada na parede externa da
edificação
Representações
Item 4
Externa
Cavidade
Interna
Mad. Comp. 9mm
Lã de Rocha 50mm + Vazio
de 32mm
Mad. Comp. 9mm com 4 furos de
60mm
Representações
(Continua)
(Continuação)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
110
Item 5
Externa
Cavidade
Interna
Mad. Comp. 9mm
Vazio 82mm
Mad. Comp. 9mm com 4 furos de
60mm
Representações
Na segunda fase das investigações, denominada fase aplicativa, o peitoril ventilado foi
construído com diversos materiais construtivos existentes no mercado. Os materiais utilizados
para compor os peitoris ventilados, durante a fase das investigações, foram os seguintes: granito,
concreto, chapa metálica, MDF com melamínico, PVC, telha metálica termo-acústica trapezóide,
placa cimentícia e placa viroc. A definição da composição construtiva do peitoril ventilado para
investigação está discriminada na Tabela 5.2.
Tabela 5.2: Composição construtiva dos peitoris ventilados estabelecidos na segunda etapa das medições:
FASE APLICATIVA
COMPOSIÇÃO CONSTRUTIVA SUPERFÍCIES
Granito 20mm
Externa
Cavidade
Interna
Granito
-
Granito
Representações
(Continuação)
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
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111
Concreto 20mm
Externa
Cavidade
Interna
Concreto
-
Concreto
Representações
Chapa Metálica 56mm
Externa
Cavidade
Interna
Chapa Metálica lisa 3mm
Lã de Rocha 50mm
Chapa Metálica 3mm perfurada tipo
moeda
Representações
MDF Melamínico 59mm
Externa
Cavidade
Interna
MDF Melamínico 9mm
Lã de Rocha 50mm
Eucatex 3mm perfurado
Representações
(Continuação)
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
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112
PVC 75 mm
Externa
Cavidade
Interna
Placa de PVC lisa com 5mm
Lã de Rocha 50mm
Colmeia de PVC com espaçamento de
20mm
Representações
Telha Termo-acústica 73mm
Externa
Cavidade
Interna
Telha Termo-acústica
Trapezóide com 20mm
Poliuretano 50mm
Telha Termo-acústica Trapezóide com
3mm
Representações
Placa Cimentícia 68mm
Externa
Cavidade
Interna
Placa Címenticia 9mm
Lã de Rocha 50mm
Placa Cimentícia 9mm
Representações
(Continuação)
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
113
Placa Viroc 78 mm
Externa
Cavidade
Interna
Placa Viroc 9mm
Fibra de coco
Placa Viroc 9mm
Representações
Para as composições construtivas do peitoril, conforme descritos na Tabela 5.1 e 5.2, em
algumas situações, a composição construtiva do peitoril ventilado exigiu a presença de materiais
com melhores índices de coeficiente de absorção e assim possibilitar uma melhora no
desempenho acústico dos sistemas construtivos investigados. Os materiais selecionados para as
cavidades internas foram: de rocha, poliuretano e fibra de coco, este último caracterizando
novos materiais sustentáveis encontrados no mercado. A Tabela 5.3 mostra maiores informações
sobre os materiais absorvedores aplicados.
Tabela 5.3: Materiais absorvedores utilizados na cavidade interna das investigações do peitoril ventilado
Material
Esp.
(mm)
Dens.
(Kg/m³)
NRC
Características
Foto
Lã de
Rocha
50
32 Kg/m³
0,80
- Baixa condutividade térmica;
- Não queima nem emite
fumaça;
- Alta resistência à temperatura
e ao fogo (750°);
- Quimicamente inerte.
- Redução sonora e de ruídos.
- Material utilizado em
componentes construtivos
industrializados no mercado
referenciando aspectos
acústicos.
(Continuação)
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
114
Poliu-
retano
50
35
-
- Injeção por meio de
maquinário apropriado nas
cavidades previamente
preparadas para receber a
isolação.
- Boa resistência química à
maioria dos solventes e
reagentes;
- Aplicação rápida e eficiente;
- Não apodrece, não mofa e não
é atacado por insetos;
- Baixa condutividade térmica;
- Aplicado diretamente na telha
termo-acústica (indústria).
Fibra de
Côco
60
60 a 80
0,65
- 100% natural e renovável;
- Alta durabilidade;
- Permeável.
Nos componentes construtivos do peitoril ventilado, onde a lamina interna era perfurada a
de rocha foi o material absorvedor selecionado para as investigações, utilizado na cavidade
interna e, em algumas situações, foi aplicado na cavidade da parede da fachada juntamente com
uma placa metálica perfurada (Figura 5.7). Para obtenção de dados comparativos, a fibra de coco
também foi utilizada na parede da cavidade da edificação.
Figura 5.7: Placa metálica perfurada utilizada na parede da cavidade da fachada do peitoril ventilado.
(Continuação)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
115
5.2.4 Outros sistemas construtivos de controle de fachada
As variantes de uma fachada são alguns elementos existentes na sua composição ou
sistema construtivo que possam ser confrontados com o desempenho acústico do peitoril
ventilado, elemento de fachada que, na sua implantação, modifica a característica de uma parede,
janela ou abertura. Nesse pensamento, outras situações de fachadas foram investigadas também
para, posteriormente, seus resultados serem confrontados com os dados do desempenho acústico
dos peitoris investigados. As situações de fachadas investigadas foram: fachada totalmente
fechada, fachada com uma abertura similar à utilizada na inserção do peitoril ventilado, janela de
vidro duplo e janela de vidro simples (Tabela 5.4).
Tabela 5.4: Outros sistemas construtivos de fachada investigados sem/com utilização
do peitoril ventilado
Elemento
(peitoril)
Espessura
Total
(mm)
Composição
Construtiva
Desenho Esquemático
(sem escala)
Fachada
com parede
fechada
100
Parede em tijolo de
alvenaria
Fachada
com
abertura na
parede
1190 x 200
Parede em tijolo de
alvenaria com abertura
Fachada
com vidro
simples
6
Janela de vidro simples
de 6 mm
880 x 1080
(alt x larg)
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
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116
Fachada
com vidro
duplo
6 - 8 - 6
Janela de vidro de 6
mm duplo com câmara
de ar de 8mm
880 x 1080
(alt x larg)
Fachada
com peitoril
ventilado e
abertura
fechada
com
madeira
9
Abertura fechada com
madeira de 9mm tipo
basculante
(1190 x 200)
5.3 Normas
As normas foram criadas para estabelecer critérios dos mais diversos procedimentos de
determinado assunto, orientados por uma comissão técnica específica, de maneira que a
população e a comunidade estejam protegidas. Para o desenvolvimento deste trabalho de
desempenho acústico de peitoril ventilado, algumas normas merecem ser mencionadas e
abordadas: normas internacionais de isolamento sonoro (ênfase no conforto acústico), norma
brasileira de desempenho térmico para edificações (ênfase no conforto térmico), norma de
desempenho de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos (ênfase no conforto térmico e
acústico) e regulamentação para etiquetagem de nível de eficiência energética de edifícios
comerciais e públicos (ênfase na eficiência energética). O conhecimento dessas normas leva este
trabalho à adequação do objeto de estudo com as vertentes de conforto térmico (ventilação), à
eficiência energética e ao conforto acústico, consolidando o desempenho do peitoril ventilado
dentro de um contexto mais bioclimático.
As normas internacionais de isolamento sonoro existentes são conhecidas por três conjuntos
principais de normas: os conjuntos de normas da ISO 140, da ISO 717 e da EN 12354 e o
conjunto secundário da qual faz parte a norma ISO 10052 que serve de orientação para as
anteriores citadas. A Tabela 5.5 especifica resumidamente os conjuntos de normas relativos à
medição do isolamento sonoro em edificações e elementos construtivos.
(Continuação)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
117
Tabela 5.5: Principais conjuntos de normas de isolamento sonoro.
Fonte: (DUARTE, 2005)
Conjunto de normas ISO 140
Medição do isolamento sonoro em edificações e elementos
construtivos.
NORMAS
ANO
REQUERIMENTOS PARA
ISO 140 1
1997
Medições em laboratório sem transmissão por flancos.
ISO 140 2
1991/
Cor 1: 1993
Precisão na determinação, verificação e aplicação dos
dados obtidos.
ISO 140 3
1995
Medições em laboratório do isolamento de ruído aéreo
em elementos construtivos.
ISO 140 4
1998
Medições em campo do isolamento de ruído aéreo entre
ambientes.
ISO 140 5
1998
Medições em campo de isolamento de ruído aéreo de
fachadas ou elementos de fachadas.
ISO 140 6
1998
Medições em laboratório para isolamento de ruído de
impacto de pisos.
ISO 140 7
1998
Medições em campo para isolamento de ruído de
impacto de pisos.
ISO 140 8
1997
Piso padrão para medições em laboratórios de
isolamento do ruído de impacto em pisos.
ISO 140 9
1985
Medições em laboratório de isolamento de ruído aéreo
em tetos.
ISO 140 10
(ISO 140 11:
retirada do grupo
de normas)
1991
Medições em laboratório de isolamento de ruído aéreo de
pequenos elementos construtivos.
ISO 140 12
2000
Medições em laboratório de isolamento de ruído aéreo e
de impacto em salas sobrepostas separadas por um piso.
ISO/TR 140 13
1997
Diretrizes gerais
Conjunto de normas ISO 717
Número único a partir do desempenho acústico de
edificações e de seus elementos.
ISO 717 1
1996
Isolamento de ruído aéreo
ISO 717 2
1996
Isolamento de ruído de impacto
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
118
Conjunto de normas EN 12354
Estimativa do desempenho acústico de edificações a
partir do desempenho de seus elementos.
EN 12354 1
2000
Isolamento de ruído aéreo
EN 12354 2
2000
Isolamento de ruído de impacto
EN 12354 3
2000
Isolamento de fachadas
EN 12354 4
2000
Radiação sonora de fachadas
EN 12354 5
>2005
Serviço de equipamento de som
EN 12354 6
2003
Absorção em salas
Para realização das medições deste trabalho em campo, duas normas internacionais
serviram de base para os procedimentos das medições: a norma ISO 140-5(1998) e a norma ISO
717-1(1996). A norma ISO 140-5(1998) especifica os métodos para medições de isolamento
sonoro aéreo de fachadas e elementos de fachada em campo, onde foi quantificada a Diferença de
Nível Padronizado do peitoril ventilado na fachada em estudo em função da freqüência. Já a
norma ISO 717-1(1996), retrata o isolamento sonoro aéreo e tem como proposta padronizar o
método cujos valores dos índices de isolamento sonoro, em função da freqüência, podem ser
convertidos em um número único, caracterizando o desempenho acústico global de um edifício
ou de um elemento de um edifício, aplicado para paredes, pisos, janelas e portas. Uma das razões
dessa norma é que, com esse valor estabelecido em um número único, a classificação do
isolamento sonoro aéreo simplifica a formulação das exigências acústicas dos códigos de obras
das edificações. Para avaliação deste trabalho, as normas de isolamento foram utilizadas para
aplicação dos procedimentos de medições, apresentadas a seguir.
(Continuação)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
119
5.3.1 ISO 140-5 (1998)
A norma ISO 140-5 (1995) especifica dois tipos de métodos para medições de isolamento
sonoro aéreo de fachadas e elementos de fachada, respectivamente. O primeiro método é
denominado método de elemento”, que visa estimar o Índice de Redução Sonora do elemento da
fachada, a exemplo de uma janela. O “método de elemento” mais preciso é realizado quando é
usado o alto-falante como fonte sonora artificial. Outros menos precisos, “método de elementos”,
podem usar o ruído de tráfego disponível. O outro tipo de método é o método global, que, por
outro lado, visa estimar a diferença sonora do nível exterior /interior nas condições atuais do
tráfego avaliado. O mais preciso “método global” pode ser usado também com uma fonte sonora.
O método global com alto falante produz redução sonora de uma fachada relativamente a uma
posição de 2m em frente à fachada. Esse método é particularmente útil quando, por diferentes
razões práticas, a verdadeira fonte de ruído não pode ser utilizada. O resultado deste método não
pode ser comparado com medições em laboratório.
No item 04 da norma ISO 140-5 (1995) são apresentadas recomendações pertinentes para
o desenvolvimento deste trabalho, aspectos importantes relacionados aos equipamentos
utilizados, como:
O microfone deve ter o diâmetro máximo de 13 mm;
O equipamento de medição do nível de pressão sonora deve adequar-se aos requisitos
da classe 0 ou 1 de instrumentos de acordo com a IEC 60651 (1979) ou IEC 60804
(1985). A cadeia de medições deve ser calibrada usando a classe 1 ou calibradores
melhores que os estabelecidos na IEC 60942 (1991);
O filtro de frequência em banda de um terço de oitava e, se relevante, o filtro de
frequência em banda de oitava deve enquadrar-se nos requisitos da IEC 61260 (1995);
O equipamento para medição do tempo de reverberação deve enquadrar-se aos
requisitos da norma ISO 354 (1985);
A directividade do alto-falante em campo livre deve ser tal que as diferenças locais no
nível de pressão sonoro em cada banda de frequência de interesse são inferiores a 5
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
120
dB, medido sobre uma superfície imaginária do mesmo tamanho e orientação quanto à
amostra.
Nas medições com uso do alto-falante, este é colocado em uma ou mais posições fora do
prédio, a uma distância “d” da fachada, com o ângulo de incidência sonoro igual a 45º
(Figura 5.8). O nível de pressão sonora médio é determinado, quer diretamente sobre a amostra (o
método de elemento) ou a 2 m em frente da fachada (o método global), bem como no ambiente
receptor. O Índice de Redução Sonora Aparente (R'45º) ou a Diferença de Nível Ponderado
Dls2m é calculado.
Figura 5.8: Geometria do método do alto-falante
Fonte: (ISO 140-5-1998)
Onde:
1 Normal à fachada
2 Plano vertical
3 Plano Horizontal
4 Alto-falante
O campo acústico gerado para o procedimento dessa norma deverá ser estável e com
espectro contínuo na faixa de frequência considerada. Se as medições são feitas em bandas de
frequência de 1/3 de oitava, as frequências centrais a serem utilizadas devem estar pelo menos
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
121
entre 100Hz e 3150Hz, mas, de preferência, devem estar entre 50 e 5000Hz. Se as medições o
feitas em bandas de 1/1 oitava, deve ser utilizada pelo menos a faixa de freqüências entre 125Hz
e 2000Hz, mas, de preferência, usar entre 63Hz e 4000Hz. Além disso, as diferenças entre os
níveis de potência sonora em bandas de 1/3 de oitava e pertencentes às bandas de 1/1 oitava não
devem ser superiores a 6dB em 125Hz, 5dB em 250Hz e 4dB para as frequências centrais
superiores.
Em todas as bandas de frequências relevantes, o nível de potência sonora da fonte sonora
deverá ser alto o suficiente para obter um nível de pressão sonora no ambiente receptor que
ultrapasse o ruído de fundo em, pelo menos, 6 dB.
Deve-se escolher a posição do alto-falante e a distância “d” à fachada, para que a variação
do nível de pressão sonora na amostra seja minimizada. Isto implica que a fonte sonora seja
preferencialmente colocada no terreno. Alternativamente, essa fonte sonora deve ser colocada o
mais alto possível acima do terreno como é possível na prática. A distância "r" da fonte sonora
para o centro da amostra deve ser de pelo menos 5 m (d
3,5m) para o método de elemento com
alto-falante e 7 m (d
5m) para o método global com alto-falante. O ângulo de incidência sonoro
deverá ser (45º 5º ) (Figura 5.8).
Para se obterem as medições da média do nível de pressão sonora no ambiente receptor, o
microfone usado deve mover de posição em posição. O nível de pressão sonora nas diferentes
posições do microfone deve ser a média ou base de energia para todas as posições da fonte
sonora. Além disso, deve-se determinar o nível de ruído de fundo. As posições escolhidas dentro
do ambiente do microfone para obter o nível de pressão sonora médio de cada campo acústico,
devem ser, no mínimo, cinco. Essas posições devem ser distribuídas dentro do máximo permitido
por cada ambiente, espaçadas uniformemente, obedecendo às seguintes distâncias mínimas de
separação:
0,7 m entre posições de microfone;
0,5 m entre qualquer posição de microfone e ambiente perímetro ou objetos do
ambiente;
1,0 m entre qualquer posição de microfone e fonte sonora;
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
122
Quando forem usados microfones móveis, o raio de varredura, pelo menos deve ser
de 0,7 m. O plano da transversal deverá ser inclinado, a fim de cobrir uma grande
parte do espaço permitido do ambiente e não ser distribuído dentro de qualquer plano
dentre 10º das superfícies do ambiente. A duração do período transversal não pode ser
inferior a 15 s.
Alguns cuidados devem ser garantidos em relação ao nível do ruído de fundo no ambiente
receptor, para que não seja afetado por combinações de ruído estranho. O nível do ruído de fundo
deve ser de, pelo menos, 6 dB (e de preferência mais de 10 dB) abaixo do nível do sinal e ruído
de fundo combinado.
Quanto às medições do tempo de reverberação, estas devem estar em conformidade com
as recomendações da norma ISO 354 (1985). O número mínimo de medições de decaimento
exigidas para cada banda de frequência será de seis. Ao menos uma posição do alto-falante e três
posições do microfone com duas leituras em cada caso devem ser utilizadas.
5.3.2 ISO 717-1 (1996)
Esta norma relata o isolamento sonoro aéreo e tem como proposta padronizar o método
pelo qual o conjunto dos índices de isolamento em função da frequência é convertido em um
único número, caracterizando o desempenho acústico de um edifício ou de um elemento de um
edifício: paredes, pisos, janelas e portas. Os seus resultados levam em consideração os diferentes
níveis de espectros de várias fontes sonoras dentro da edificação, assim como o tráfego externo
da edificação. Tem como base da sua estruturação as ISO 140-3(1995), ISO 145-4(1995), ISO
140-5(1995), ISO 145-9(1985) e a ISO 140-10(1991). Uma das razões dessa norma é que, com
esse valor estabelecido em um único numero para classificação do isolamento sonoro aéreo, seja
simplificada a formulação das exigências acústicas dos códigos de obras das edificações. O valor
da quantidade do número único é especificado de acordo com as necessidades e os resultados,
baseados em medições de bandas de frequência de um terço de oitava ou bandas de freqüência de
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
123
oitava. No caso de medições em laboratório, os resultados devem ser calculados, utilizando-se
apenas bandas de um terço de oitava.
Para compreensão dessa norma, dois termos são utilizados e merecem ser esclarecidos:
Quantidade do número único para avaliação do isolamento sonoro aéreo: Valor em
decibels, da curva de referência em 500 Hz depois de deslocá-lo de acordo com o
método especificado nesta norma ISO 717-1 (1996). O termo e símbolos dependem do
tipo de medição definido em cada norma de referência, conforme Tabela 5.6.
Tabela 5.6: Quantidade do único número de isolamento sonoro para propriedades do elemento do edifício
e do edifício respectivamente. Fonte: ISO 717-1 (1996).
QUANTIDADES DO NUMERO ÚNICO PARA ISOLAMENTO SONORO PARA
PROPRIEDADES DO ELEMENTO DO EDIFICIO
Derivadas para valores de bandas de um terço de oitava
Quantidade do número único
Termos e símbolos
Definida em:
Índice de redução sonora
ponderada,
w
R
Índice de redução sonora,
R
ISO 140-3: 1995
Diferença normalizada de nível
para tetos suspensos
ponderados,
wcn
D
,,
Diferença normalizada de nível
para tetos suspensos,
cn
D
,
ISO 140-9: 1985
Diferença normalizada de nível
para elementos ponderados,
wen
D
,,
Diferença normalizada de nível
para elementos,
en
D
,
ISO 140-10: 1991
QUANTIDADES DO NÚMERO ÚNICO PARA ISOLAMENTO SONORO DO EDIFÍCIO
Derivadas para valores bandas de um terço de oitava ou bandas de oitava
Quantidade do número único
Termos e símbolos
Definida em:
Índice de redução sonora
aparente ponderada,
w
R '
Índice de redução sonora
aparente ponderada,
'R
ISO 140-4: ----
Índice de redução sonora
aparente ponderada,
wo
R
,45
'
Índice de redução sonora
aparente ponderada,
o
R
45
'
ISO 140-5: ----
Índice de redução sonora
aparente ponderada,
wstr
R
,,
'
Índice de redução sonora
aparente ponderada,
str
R
,
'
ISO 140-5: ----
Diferença normalizada de nível
ponderada
wn
D
,
Diferença normalizada de
nível,
n
D
ISO 140-4: ----
Diferença padronizada de nível
ponderada,
wnT
D
,
Diferença padronizada de
nível,
nT
D
ISO 140-4: ----
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
124
Diferença padronizada de
nível ponderada,
wnTmls
D
,,2,
Ou
wnTmtr
D
,,2,
Diferença padronizada de
nível ponderada,
nTmls
D
,2,
ou
nTmtr
D
,2,
ISO 140-5: ----
Equação (7)
dB
A
A
DD
mnm
)log(10(
0
2,2
onde
2
0
10 mA
corresponde à área de
absorção de referência no
ambiente de recepção
Termo de adaptação do espectro: Valor em decibels, para serem somados à avaliação
do número único (ex. Rw), levando em conta as características particulares do
espectro sonoro.
Para avaliação da quantidade do número único do isolamento sonoro é necessário comparar
este número único com valores de referência estabelecidos nas frequências medidas dentro das
faixas de frequência de 100 Hz a 3150 Hz para bandas de frequência de um terço de oitava, e de
125Hz a 2000Hz para bandas de frequência de oitava. Estes valores de referência podem ser
apresentados em forma de tabela, conforme Tabela 5.7.
Tabela 5.7: Valores da curva de referência para isolamento sonoro em bandas de frequência de um terço
de oitava e bandas de oitava.Fonte: ISO 717-1 (1996).
Freqüência
(Hz)
Valores de referências , dB
Bandas de um terço de oitava
Bandas de oitava
100
33
125
36
36
160
39
200
42
250
45
45
315
48
400
51
500
52
52
630
53
800
54
1000
55
55
1250
56
1600
56
2000
56
56
2500
56
3150
56
(Continuação)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
125
5.4 Medições
5.4.1 Equipamentos utilizados
Para avaliação das características do desempenho acústico das diversas tipologias de
aberturas, utilizou-se, nesta pesquisa, o Sistema Building Acoustics da Brüel & Kjaer (Figura
5.9), composto por fonte omnidirecional, amplificador e analisador de frequência em tempo real
(Investigator 2260). Os procedimentos de medição foram definidos com base nas informações do
fabricante do equipamento e nas recomendações da norma internacional ISO 140-5:1998(E), que
descreve as medidas de campo do isolamento sonoro aéreo de fachadas e elementos de fachadas.
Figura 5.9: Sistema Buiding Acoustic da B&K.
Fonte: www.bksv.com/doc/bp1691.pdf
5.4.2 Procedimentos de medições
O procedimento de medições deste trabalho seguiu as recomendações da norma de
isolamento internacional para fachadas ISO 140-5-1998(E) e usou a nomenclatura dos parâmetros
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
126
do sistema Building Acoustic da B&K (1996). Para as diversas configurações investigadas, foram
medidos, em campo, os seguintes parâmetros acústicos:
Ruído de Fundo (B2): O ruído de fundo dentro do ambiente foi investigado no
momento das medidas de isolamento. Esse ruído foi registrado para verificação de que
os níveis de pressão sonora fossem menores de 10 dB do nível do sinal e foram
medidos, no mínimo, três vezes para cada situação avaliada;
Localização do Microfone: Como as reflexões causadas pelas paredes podem gerar
variação no nível de pressão sonoro dentro do ambiente, foram utilizadas
internamente três posições do microfone (M1, M2 e M3). Em cada ponto, foram
registrados três repetições. As distâncias mínimas obedecidas foram: 0,70m entre
microfones, 0,5m entre qualquer posição de microfone e paredes do ambiente e que
estivessem a 1,00m entre qualquer posição de microfone e a fonte sonora. Os
resultados obtidos foram calculados como uma média espacial;
Tempo de Reverberação (T): O tempo de reverberação foi medido no interior da
edificação, com leituras feitas nas três posições diferentes (M1, M2 e M3), na
presença do ruído rosa. Com a fonte posicionada dentro do protótipo, cumpriu o
deslocamento microfone-fonte recomendado;
Níveis de Pressão Sonoros medidos dentro e fora da edificação com fonte sonora
ligada (L2) e (L1): Essas medições foram repetidas três vezes para cada situação,
tanto as duas posições de fonte (F1 e F2) escolhida, como também os três pontos de
microfone M1, M2 e M3. No caso da medida do nível de pressão sonora realizada fora
da edificação, o microfone foi localizado a dois metros da parede da fachada;
Tipo de sinal sonoro para medição de L1 e L2: para a realização dos cálculos de
isolamento sonoro, foi utilizado o ruído branco, conforme recomendação da norma;
Posição da Fonte Sonora: A fonte sonora foi colocada na área externa do protótipo, na
fachada leste, num único ponto com alturas diferentes (F1 e F2) assim discriminadas:
F1 com altura da fonte de 1,27m e F2 com altura da fonte de 1,87m do nível do
terreno. Essas alturas o relativas ao corte do protótipo utilizado. A definição da
posição de colocação da fonte foi realizada de acordo com a norma ISO 140-
5:1998(E), cuja representação aparece no croqui da figura 5.11. A distância entre a
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
127
fonte (d) e a fachada analisada foi relativa ao comprimento da hipotenusa entre duas
retas de um ângulo reto a 3,5 m da fachada;
Frequências medidas: Os parâmetros utilizados na primeira etapa da investigação, fase
experimental, foram medidos em função da frequência em bandas 1/1 de oitava entre
125Hz e 8000Hz; na segunda fase das medições, em bandas de 1/3 de oitava entre
100Hz a 3150Hz.
As representações dos diversos posicionamentos descritos nos parágrafos anteriores estão
indicadas na Figura 5.10
Figura 5.10: Planta baixa e corte do protótipo com a localização das posições do microfone, da
fonte sonora. As fotos mostram detalhes da medição interna e a localização da fonte externa.
O software BZ 7204, associado ao sistema Building Acoustics da Brüel & Kjaer (1996),
foi usado para a medida do nível de pressão sonora externo da fonte ligada a 2m da frente da
fachada (L1,2m) e o nível de pressão sonora médio no ambiente do receptor com fonte sonora
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
128
também ligada (L2). Com esses parâmetros é calculado a Diferença Padronizada de Nível,
segundo a equação 5.2 .
22,12 LmLmD
dB (5.2)
No entanto, é necessário padronizar o resultado devido às variações da sala de recepção.
Assim, a Diferença de Nível é corrigida pelo receptor com o tempo de reverberação do ambiente.
Essa correção define a Diferença Padronizada de Nível que é calculado segundo a equação 5.3,
onde T é o tempo de reverberação do ambiente receptor e
0
T
= 0,5 s.
0
log22,1,2
T
T
LmLnTmD
dB (5.3)
Para cada uma das configurações analisadas, foram medidos em campo os parâmetros
acústicos:
Ruído de Fundo (B2)
Tempo de Reverberação (T)
Nível de Pressão Sonora da Fonte dentro e fora da edificação com fonte sonora ligada
(L2) e (L1):
Os parâmetros B2, T, L1 e L2, utilizados na primeira etapa da investigação, fase
experimental, foram medidos em função da frequência em banda 1/1 de oitava, entre 125 e 8000
Hz; já na segunda fase das medições, fase aplicativa, em bandas de 1/3 de oitava entre 100Hz a
3150Hz.
5.4.3 Etapas das medições
Como descrito anteriormente neste trabalho, o peitoril ventilado é um elemento, em geral
colocado na parte inferior da janela, que contém uma área aberta que serve de condutor de vento,
interligando o ambiente externo ao interno (Figura 5.3). Essa passagem de ar favorece a
passagem de sons. O desempenho acústico de uma edificação está associada ao nível de ruído
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
129
que cada componente do invólucro permite isolar. A fachada de uma edificação pode ser uma das
últimas barreiras ao ruído externo. Na composição das aberturas das fachadas, o peitoril ventilado
é comumente aplicado com variadas composições, forma e dimensões, onde cada uma delas
poderá ter sua contribuição na atenuação do ruído. Embora bastante conhecido o elemento
peitoril ventilado, pouco se sabe sobre suas características acústicas. As investigações propostas
nesta pesquisa tiveram como objetivo verificar o comportamento da atenuação do ruído da
fachada contendo algumas possíveis tipologias de peitoril ventilado.
A pesquisa foi divida em duas etapas ou fases. A primeira etapa constituiu a fase
experimental, onde se conheceram as normas existentes para avaliação de elementos de fachada,
como e se fez um pré-teste para verificar se existia uma atenuação sonora do objeto de estudo,
variando alguns aspectos geométricos como largura, comprimento, espaçamento do peitoril em
relação à parede da edificação, comportamento acústico da parede estrutural da edificação e do
peitoril ventilado, da melhoria acústica mediante inserção de materiais e/ou características
construtivas do elemento estudado. A segunda etapa das medições, fase aplicativa, foi baseada
na geometria da composição plástica do peitoril ventilado encontrado na primeira etapa com
melhor desempenho, procurando conhecer o desempenho acústico do objeto de estudo definido,
utilizando vários sistemas construtivos encontrados no mercado da construção civil.
5.4.3.1 Fase Experimental
A fase experimental (EXP) também foi desenvolvida em duas etapas. A primeira etapa
deste trabalho representou o início de uma série de investigações cuja finalidade foi conhecer o
desempenho acústico de peitoris ventilados. Essa etapa foi denominada “investigação inicial”. A
proposta foi realizar uma análise comparativa do comportamento acústico de algumas
configurações geométricas de peitoris com o isolamento acústico proporcionado por janelas
fechadas e abertas, inseridas numa fachada. A segunda etapa dessa fase constituiu-se de outra
série de investigações cuja finalidade foi melhorar o desempenho acústico do peitoril ventilado
variando características de absorção de superfícies da parede e do elemento, as quais serão
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
130
descritas no transcorrer deste capítulo. Essa etapa foi denominada “melhoramento inicial”. As
várias configurações de peitoris foram inseridos na fachada da edificação descrita anteriormente,
em uma área afastada de possíveis edificações e fontes de ruído ambiental (local do
experimento), cujas características acústicas atenderam aos procedimentos e métodos de medição
(normas e procedimentos de medições) descritos também anteriormente.
A primeira etapa da fase experimental, denominada etapa “investigação inicial”, baseou-
se em avaliar a atenuação sonora promovida por quatro configurações de peitoris (EXP-Conf01 a
EXP-Conf04), comumente encontradas nas aberturas de janelas em cidades de clima quente
úmido. O material empregado para a construção do elemento foi a madeira compensada de 9mm.
Para todas as configurações com abertura adotou-se a mesma área de 950mm x 200mm e o
mesmo espaçamento da parede (200mm). O dimensionamento destas aberturas baseou-se no
quesito segurança, que na prática, é um fator importante no projeto, uma vez que esses podem ser
compartilhados com fechamentos móveis ou não.
Foram escolhidas para as primeiras investigações quatro situações de fachada, denominadas
de configurações: EXP-Conf01 (parede fechada), EXP-Conf02 (parede com abertura), EXP-
Conf03 (parede com abertura e peitoril curto) e EXP-Conf04 (parede com abertura e peitoril
longo). A Tabela 5.8 descreve os protótipos avaliados nesta primeira etapa da “fase
experimental.
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
131
Tabela 5.8: Descritivo dos protótipos avaliados na primeira etapa da FASE EXPERIMENTAL
denominada etapa “investigação inicial” (EXP -Conf01 a EXP -Conf04).
Primeira Etapa - FASE EXPERIMENTAL
Etapa
Tipologia
Padrão Protótipo-
Descritivo
Dimensão
do vão
janela
fechada com
madeira
compensada
(mm)
Representação
-
Investigação
(EXPConf01
a
EXPConf04)
EXP-Conf01
Janela FECHADA
(sem abertura)
1150 x 950
EXP-Conf02
Janela COM
ABERTURA
inferior de 200mm x
950mm (sem peitoril
ventilado)
950 x 950
EXP-Conf03
Janela com abertura
inferior de 200mm x
950mm. Com
peitoril ventilado
“tipo a” (CURTO)
incorporado na
abertura sem
elemento interno.
Dimensões do
peitoril, largura de
50mm, altura de
40mm e
espaçamento de
20mm.
950 x 950
Investigação
(EXPConf01
a
EXPConf04)
EXP -Conf04
Janela com abertura
inferior de 200mm x
950mm. Com
peitoril ventilado
tipo b” (LONGO)
incorporado na
abertura elemento
interno. Dimensões
do peitoril com
elemento interno,
largura interna de
40mm + 50mm
largura externa,
altura de 70mm e
espaçamento 20mm.
950 x 950
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
132
Na segunda etapa dessa fase denominada melhoramento inicial, escolheu-se como
elemento de referência para investigação o peitoril analisado na primeira etapa da situação EXP
-Conf04” (“tipo longo”). Esse elemento foi o que apresentou melhor desempenho acústico quanto
ao isolamento, e os resultados podem ser verificados no Capítulo 6. O valor global de isolamento
(Dnt) encontrado representou uma atenuação de 6 dB a menos que o desempenho da janela
fechada (EXP -Conf01) e 6 dB a mais de atenuação que o desempenho da janela com abertura.
O critério de trabalho proposto para a segunda etapa da fase experimental foi modificar
algumas superfícies que fazem parte do peitoril ventilado. Uma das estratégias usadas foi a
aplicação de de rocha (material absorvente acústico) de 50mm nas superfícies internas do
peitoril. A de rocha foi selecionada por ser composta por longas fibras minerais entrelaçadas e
aglutinadas com resinas especiais. É um material bastante usado na construção civil, tem
aplicação diversa, podendo ser utilizado como miolo, dentro de paredes e divisórias construídas e
melhorar o desempenho de isolamento de paredes duplas. Como elemento para promover a
absorção sonora, a de rocha apresenta coeficientes de absorção sonora elevados nas médias e
altas frequências, com NRC de 0.80, segundo o fabricante. Outras estratégias aplicadas para
melhorar o desempenho acústico do peitoril ventilado foi criar ressonadores em uma das partes
pertencentes ao peitoril (peça vertical inferior), fazendo perfurações na sua cavidade interna (4
unidades com diâmetro de 60mm), como também preenchendo o interior da cavidade com o
material absorvedor de rocha. As características e representações das configurações
estabelecidas para os novos testes são apresentados na Tabela 5.9.
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
133
Tabela 5.9: Descritivo dos protótipos avaliados na segunda etapa da FASE EXPERIMENTAL,
denominada etapa “melhoramento inicial.
(EXP-Conf05 a EXP-Conf08 ).
Segunda Etapa - FASE EXPERIMENTAL
Etapa
Tipologia
Padrão
Protótipo-
Descritivo
Representação
Melhoramento
inicial
(EXP Conf05
a
EXP Conf08)
EXP-Conf05
Colocação do
material absorvedor
(lã de rocha de
espessura 50mm)
abaixo da abertura,
no duto de
ventilação e preso na
superfície da parede
da edificação,
recobrindo uma área
de 1,15 m por 0,42
m;
EXP -Conf06
Colocação do
material absorvedor
(lã de rocha de
espessura 5 cm) na
superfície da parede
vertical interna do
duto de ventilação
do peitoril,
recobrindo uma área
de 1,15 m por 0,70
m;
EXP -Conf07
Criação de 4 furos
circulares com
diâmetro de 60 mm,
na superfície inferior
da parede vertical
interna do duto de
ventilação do
peitoril, para criar os
ressonadores cujo
volume interno de
cada um ficou com
as dimensões de 0,28
m x 0,30m x 0,08m.
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
134
Melhoramento
inicial
(EXP Conf05
a
EXP Conf08)
EXP -Conf08
Criação de 4 furos
circulares com
diâmetro de 60 mm,
na superfície inferior
da parede vertical
interna do duto de
ventilação do peitoril
para criar os
ressonadores cujo
volume interno de
cada um ficou com
as dimensões de 0,28
m x 0,30m x 0,08m,
e preenchido com
de rocha de 5 cm de
espessura.
5.4.3.2 Fase Aplicativa
A segunda fase deste trabalho, denominada “fase aplicativa”, foi realizada também no
protótipo, situado no local das medições anteriores. Os procedimentos de normas estabelecidos
foram os mesmos determinados na fase experimental. Essa fase foi dividida em três etapas. A
primeira etapa, denominada “comparação”, constituiu em medições de alguns aspectos de
fachada comumente encontrados na construção civil, os quais serviriam para comparação com as
demais etapas. Estes aspectos foram: fachada totalmente fechada com alvenaria, fachada fechada
com uma abertura padrão similar para todos os peitoris, fachada com janela acústica (vidro duplo
separados de 20mm), fachada com janela de vidro simples e peitoril ventilado com abertura
existente fechada por elemento em madeira, simulando janela basculante fechada para a condição
temporária de se evitar ruídos excessivos temporários. As fachadas dos protótipos com essas
configurações estão descriminados na Tabela 5.10.
(Continuação)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
135
Tabela 5.10: Descritivo dos protótipos avaliados na primeira etapa da
FASE APLICATIVA, denominada etapa “comparação” (C).
Primeira Etapa - FASE APLICATIVA
Etapa
Tipologia
Descritivo
Espessura
total
(mm)
Comparação
(C)
C01
(fechada)
Parede totalmente
fechada em
alvenaria (sem
peitoril)
100
C02
(com
abertura)
Parede fechada com
abertura (abertura
sem peitoril
ventilado)
1190 x 200
C03
(vidro duplo)
Janela acústica com
vidro duplo com
câmara de ar interna
(sem peitoril e sem
abertura)
20
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
136
Comparação
(C)
C04
(vidro
simples)
Janela com vidro
simples
(sem peitoril e sem
abertura)
4
C05
(fechamento
basculante)
Peitoril com chapa
cimentícia dupla de
9 mm com Lã de
rocha de 50mm na
cavidade interna
.Abertura com
fechamento em
madeira
basculante)
68
C06
(fibra de coco
parede)
Placa Viroc dupla
com 10mmcom
fibra de coco de
60mm na cavidade
interna. Fibra de
coco na parede da
fachada.
70
Na segunda etapa da fase aplicativa”, foram construídos protótipos de peitoris ventilados
em forma ortogonal de diferentes tipologias, fabricados com materiais encontrados no mercado
da construção civil. Essa etapa foi denominada “investigação”, uma vez que foram construídos
peitoris ventilados diversificados, alguns com superfícies mais refletivas e outros com superfícies
mais absorvedoras. Em alguns casos, os peitoris ventilados foram construídos com placas duplas
como sanduíches, onde, na estrutura interna, foram utilizados de rocha, placa de fibra de coco
ou poliuretano rígido, com espessura entre 50 a 60mm. Os materiais empregados foram: placa de
granito (I01), placa de concreto aparente (I02), madeira compensada melanina dupla com de
(Continuação)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
137
rocha na cavidade (I03), chapa cimentícia dupla com lã de rocha, chapa metálica dupla com de
rocha, telha metálica termoacústica dupla com poliuretano e chapa viroc dupla com placa de fibra
de coco. Esses elementos investigados são discriminados na Tabela 5.11.
Tabela 5.11: Protótipos avaliados na segunda etapa da fase aplicativa, denominada etapa
“investigação” (I)
Segunda Etapa FASE APLICATIVA
Etapa
Composição
Denominação
Espessura
Total
(mm)
Peitoril Ventilado
Investigação (I)
I01
(granito)
Granito
20
I02
(concreto)
Concreto
20
I03
(chapa
metálica)
Chapa Metálica
com lã de rocha
50mm na
cavidade
56
I04
(madeira)
Mdf melamínico
com lã de rocha
50 mm na
cavidade
62
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
138
Investigação (I)
I05
(PVC)
PVC com lã de
rocha 50mm na
cavidade
76
I06
(telha termo-
acústica)
Telha metálica
termoacústica
com poliuretano
rígido de 50 mm
na cavidade
56
I07
(chapa
cimentícia)
Chapa cimentícia
com Lã de rocha
50 mm na
cavidade Telha
metálica
termoacustica
com poliuretano
rígido de 50 mm
na cavidade
68
I08
(viroc)
Placa Viroc com
placa de fibra de
coco de 50 mm na
cavidade interna
68
Na terceira etapa da fase aplicativa, denominada “melhoramento”, buscou-se
aperfeiçoar o desempenho acústico dos peitoris ventilados. Para tal, foi criada uma placa de
chapa metálica dupla com uma face lisa e outra face com chapa tipo moeda, preenchida com lã de
rocha de 50 mm na cavidade interna. Essa peça, com dimensões de 300mm de altura, 1190mm de
comprimento e 500mm de largura, foi suspensa na parede externa da fachada e abaixo da
abertura entre a parede da edificação e a parede interna do peitoril. Para essa avaliação, todas as
(Continuação)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
139
situações discriminadas na segunda etapa foram repetidas, diferenciando da etapa anterior apenas
pela utilização desse novo componente. Esses elementos investigativos são discriminados na
Tabela 5.12.
Tabela 5.12: Descritivo dos protótipos avaliados na terceira etapa da fase aplicativa, denominada
etapa “melhoramento”.
Terceira Etapa FASE APLICATIVA
Etapa
Conf.
Descritivo
Placa Absorvedora
(1190 x 200 mm)
Na parede fachada cavidade do peitoril
melhoramento
(M)
M01
(granito
com placa)
Granito
M02
(concreto
com placa)
Concreto
M03
(chapa
metálica)
Chapa Metálica com
lã de rocha 50mm na
cavidade
(Continua)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
140
melhoramento
(M)
M04
(madeira
com placa)
Mdf melamínico com
lã de rocha 50 mm na
cavidade
M05
(PVC com
placa)
PVC com lã de rocha
50mm na cavidade
M06
(telha
termo-
acústica
com placa)
Telha metálica
termoacústica com
poliuretano rígido de
50 mm na cavidade
M07
(chapa
cimentícia)
Chapa cimentícia com
Lã de rocha 50 mm na
cavidade Telha
metálica
termoacustica com
poliuretano rígido de
50 mm na cavidade
M08
(viroc com
placa)
Placa Viroc com placa
de fibra de coco de 50
mm na cavidade
interna
(Continuação)
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
141
Para cada configuração, foi calculada a Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) em
função da freqüência e a Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’). Os resultados
foram comparados e são apresentados no próximo capítulo.
Capítulo 5 Materiais e Métodos
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
142
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
143
CAPÍTULO 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme descrição apresentada em materiais e metódos explicados do capítulo 5, este
trabalho de investigação do desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
foi desenvolvido em duas fases. A primeira fase, descrita como “fase experimental”, coube
investigar algumas características geométricas do objeto de estudo no comportamento de
isolamento. A segunda fase, denominada “fase aplicativa”, foi definida em três etapas
denominadas de: comparação (primeira etapa), investigação (segunda etapa) e melhoramento
(terceira etapa). Os resultados e respectivas análises são apresentados no transcorrer deste
capítulo. Os dados e resultados da primeira fase aqui apresentados, foram importantes como base
para conhecimento e domínio da geometria e atenuação do peitoril ventilado e permitiram
estabelecer os padrões para a investigação da segunda fase. Não será feita análise comparativa de
resultados entre a primeira e segunda fase.
6.1 Desempenho acústico do peitoril ventilado
Este trabalho teve como objetivo investigar o desempenho acústico de diferentes
tipologias de peitoris ventilados. Nos itens a seguir serão esclarecidas, as etapas de pesquisas
realizadas: “fase experimental” e “fase aplicativa”.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
144
6.1.1 Fase Experimental
A fase experimental do desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris
ventilados foi desenvolvida em duas etapas, denominadas de “investigação” e “melhoramento”,
as quais serão explicadas a seguir neste capítulo.
6.1.1.1 Primeira etapa: “Investigação” - Avaliação da atenuação acústica
Coube a essa fase experimental investigar inicialmente o desempenho acústico de quatro
diferentes tipologias de fachada: fachada com janela fechada, janela com abertura e duas
situações com peitoril ventilado (Tabela 6.1). Com os resultados de L1, L2 e T foram calculados
os valores da Diferença Padronizada de Níve (D2m,nT) em função das frequências em bandas de
1/1 de oitava, entre 125Hz a 8000Hz, para cada uma das quatro configurações (Tabela 6.2),
denominadas de EXP-Conf01 (janela fechada), EXP-Conf02 (janela com abertura), EXP-Conf03
(janela com peiroril curto) e EXP-Conf04 (janela com peitoril longo), os quais são visualisadas
na Figura 6.1. Os resultados da Diferença Padronizada de Nível em função da frequência estão na
forma de tabela (Tabela 6.2) e na forma de gráfico (Figura 6.1). Esses resultados mostram a
diferença existente do desempenho acústico entre a fachada com janela fechada e a fachada com
janela com abertura. Segundo dados apresentados na Figura 6.1, a janela fechada apresentou
melhor desempenho que a janela com abertura, como era esperado. Observa-se, nas duas
tipologias de peitoril ventilado investigados (peitoril curto e longo), um comportamento acústico
relativamente plano em função da frequência para os dois elementos, porém, quantitativamente,
nos valores de isolamento na faixa de frequência entre 250Hz a 500Hz, o peitoril longo
apresentou melhores resultados. Esses resultados indicaram para o desempenho de isolamento
que, para o ruído de baixa frequência, pode representar um problema e o resultado apresentado
merece ser considerado e investigado.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
145
Tabela 6.1: Resumo das configurações de peitoris ventilados investigados na primeira etapa da fase
experimental
Primeira etapa FASE EXPERIMENTAL
Tipologias investigadas
Configurações
EXP-Conf 01
EXP-Conf 02
EXP-Conf 03
EXP-Conf 04
Representações
Denominações
Janela Fechada
Janela com
Abertura
Janela com peitoril
curto
Janela com peitoril
longo
Tabela 6.2: Resumo dos resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) em dB investigados, referente aos protótipos avaliados na
primeira etapa da FASE EXPERIMENTAL
FASE EXPERIMENTAL
Primeira Etapa “Investigação”
Tipologia
Padrão
Protótipo-
(Descritivo)
D2m,nT
(dB)
D2m,nTw’
(dB)
Frequências (Hz)
125
250
500
1000
2000
4000
8000
EXP-
Conf01
Janela
fechada
22,1
19,3
21,6
24,6
24,8
21,1
23,6
24,0
EXP-
Conf02
Janela com
abertura
15,8
11,7
12,0
11,3
9,5
7,9
10,6
11,5
EXP-
Conf03
Janela
peitoril
curto
15,0
13,3
12,5
20,3
18,8
18,9
22,0
17,8
EXP-
Conf04
Janela
peitoril
longo
11,2
15,9
14,8
18,4
17,7
18,8
23
17,5
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
146
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
125 250 500 1K 2K 4K 8K
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
EXP-Conf01- Janela fechada EXP-Conf02 -com abertura
EXP-Conf03-com peitoril curto EXP-Conf04-com peitoril longo
Figura 6.1: Resultados gráficos da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) investigados, em função da
frequência, referentes aos protótipos avaliados na primeira etapa da FASE EXPERIMENTAL
Com base nos resultados apresentados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT), foi
possível obter a Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) dos elementos
investigados, segundo a norma 717-1 (1996) que representa um valor único de isolamento. Os
resultados estão apresentados na Tabela 6.2 e confirmam que o comportamento do isolamento
das duas configurações de peitoris ventilados (EXP-Conf03 - peitoril curto e EXP-Conf04
peitoril longo) são superiores a de uma abertura comum (EXP-Conf02). Esses representam um
valor de 6 dB de isolamento a mais que uma fachada com janela com abertura similar e 6 dB a
menos que uma fachada com janela fechada. Pode-se dizer que o peitoril ventilado pode ser um
componente representativo a ser agregado na melhora do desempenho acústico de fachadas que
envolvem climatização natural.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
147
6.1.1.2 Segunda etapa: “Melhoramento” – Melhora do desempenho acústico
A segunda etapa desta fase experimental” foi baseada nos resultados de desempenho da
geometria do peitoril ventilado da configuração EXP-Conf04 (peitoril longo) e investigou o
desempenho acústico de novas configurações, utilizando variações de tratamento do elemento
com inserção de novos aplicativos como materiais absorvedores, no caso de rocha e/ou furos
representando ressonadores. Estas novas configurações (Tabela 6.3) foram definidas como: EXP-
Conf05 (Absorvedor parede da edificação), EXP-Conf06 (Absorvedor superfície peitoril), EXP-
Conf07 (Ressonador, furos 60mm parede do peitoril sem absorvedor) e EXP-Conf08
(Ressonador, furos 60mm parede do peitoril com absorvedor).
Tabela 6.3: Resumo das configurações de peitoris ventilados investigados na segunda etapa da
FASE EXPERIMENTAL
Segunda etapa FASE EXPERIMENTAL
Tipologias investigadas
Configurações
EXP-Conf 05
EXP-Conf 06
EXP-Conf 07
EXP-Conf 08
Representações
Denominações
Absorvedor parede
da edificação
Absorvedor
superfície peitoril
Ressonador, furos
60mm parede do
peitoril sem
absorvedor na
cavidade do
peitoril
Ressonador, furos
60mm parede do
peitoril com
absorvedor na
cavidade do
peitoril
Os resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT), em função da frequência,
apresentados na Tabela 6.4 e na Figura 6.2, mostram a importância da escolha da superficie
interna (cavidade) do peitoril na melhora do desempenho acústico do elemento, seja ela a parede
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
148
da edificação (EXP-Conf05) ou a parede do peitoril (EXP-Conf06), quando comparados a uma
fachada de janela com abertura (EXP-Conf02). Outro aspecto interessante a ser considerado,
nesses resultados, é que um condicionante de fachada (peitoril ventilado), ao ter sua composição
estrutural modificada, seja pela presença de um elemento absorvedor (lã de rocha) ou pela
alteração na sua estrutura física (ressonadores), o isolamento sonoro, embora pequeno ainda nas
baixas frequências, melhora consideravelmente nas médias e altas.
Outro fator a ser considerado, na Figura 6.2, é referente à melhora no desempenho
acústico nas altas frequências (acima de 2000Hz) por conta da presença da de rocha nas
configurações EXP-Conf05 e EXP-Conf06, em comparação com a janela fechada (EXP-Conf01),
mostrando, mais uma vez, a importância da inserção de materiais absorvedores nesses elementos
de fachada.
Tabela 6.4: Resumo dos resultados investigados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a
Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) em dB referente aos protótipos avaliados na
segunda etapa da FASE EXPERIMENTAL
FASE EXPERIMENTAL
Segunda Etapa “Melhoramento”
Tipologia
Padrão
Protótipo-
(Descritivo)
D2m,nT
(dB)
D2m,nTw’
(dB)
Frequências (Hz)
125
250
500
1000
2000
4000
8000
EXP-
Conf05
Absorvedor
parede
edificação
16,9
14,8
18,2
22,4
24,8
26,3
29
21,8
EXP-
Conf06
Absorvedor
supercie
peitoril
12,4
16,4
20,4
22,7
24,5
26,2
27,9
23,0
EXP-
Conf07
Ressonador -
Furos 60mm
parede peitoril
vazado sem
absorvedor)
13,8
16,1
15,5
17,6
15,4
19,1
23,3
16,8
EXP-
Conf08
Ressonador -
Furos 60mm
parede peitoril
vazado com
absorvedor
13,1
15,2
15,3
19,0
19,9
21,5
24,7
18,3
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
149
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
125 250 500 1K 2K 4K 8K
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
EXP-Conf05-Absorvedor parede edificação
EXP-Conf06-Absorvedor superficie peitoril
EXP-Conf07-Ressonador (vazado sem absorvedor)
EXP-Conf08-Ressonador (vazado com absorvedor interno)
EXP-Conf01-Janela Fechada
EXP-Conf02 -com abertura
Figura 6.2: Resultados do gráfico da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) investigados, em função
da frequência, referente aos protótipos avaliados na segunda etapa da FASE EXPERIMENTAL
Os resultados da Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw) para as duas
etapas estão apresentados na Tabela 6.5. Esses resultados comprovam o que foi mencionado
anteriormente em relação à importância das superficies da cavidade do peitoril ventilado, uma
vez que seus valores chegaram muito próximo ao de uma janela fechada com D2m,nTw de 24
dB. A Configuração EXP-Conf06, que representa o desempenho acústico da situação com a
inserção do material absorvedor na parede do peitoril, apresentou melhor desempenho, com
D2m,nTw de 23 dB. Com base nesses resultados, as próximas tipologias propostas foram
desenvolvidas, considerando algumas modificações nos aspectos referentes à parede e ao material
da cavidade do peitoril.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
150
Tabela 6.5: Resultados da Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nT,w) em dB para as
diferentes configurações analisadas na primeira e segunda etapa da FASE EXPERIMENTAL.
FASE EXPERIMENTAL
Etapas
Configurações
Tipologia das Janelas
D2m,nT,w
(dB)
Primeira
(Investigação)
EXP-Conf01
Fechada
24,0
EXP-Conf02
Com abertura
11,5
EXP-Conf03
Com Peitoril Curto
17,8
EXP-Conf04
Com Peitoril Longo
17,5
Segunda
-
(Melhoramento)
EXP-Conf05
Absorvedor parede edificação (com
peitoril longo)
21,8
EXP-Conf06
Absorvedor parede peitoril (com peitoril
longo)
23,0
EXP-Conf07
Ressonador sem absorvedor interno
(com peitoril longo)
16,8
EXP-Conf08
Ressonador com absorvedor interno (com
peitoril longo)
18,3
6.1.2 Fase Aplicativa
A fase aplicativa foi desenvolvida, utilizando-se da construção e montagem de vários
tipos de peitoris ventilados introduzidos em uma fachada com abertura fixa pré-estabelecida. As
pesquisas foram desenvolvidas em tres etapas denominadas: “comparação”, “investigação” e
“melhoramento”.
A primeira etapa, denominada “comparação”, constituiu em medições de alguns aspectos
de fachada, comumente encontrados na construção civil, os quais serviriam para comparação com
as demais etapas. Estes aspectos foram: fachada totalmente fechada com alvenaria, fachada
fechada com uma abertura padrão similar para todos os peitoris, fachada com janela acústica
(vidro duplo separados de 20mm), fachada com janela de vidro simples e peitoril ventilado com
abertura existente, fechada por elemento em madeira simulando janela basculante fechada para a
condição temporária. Essa etapa pode ser visualizada, resumidamente, na Tabela 6.6.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
151
Tabela 6.6: Resumo das composições construtivas diferenciadas na FASE APLICATIVA, investigadas
em tres etapas: Etapa “comparação”.
COMPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DIFERENCIADAS
Etapa “Comparação” (C): Fase Aplicativa
Fechado
Com abertura
Vidro Duplo
Vidro Simples
C01
C02
C03
C04
Fechamento com basculante
Fibra de coco parede edificação
C05
C06
Na segunda etapa, denominada “investigação”, foram construídos peitoris ventilados
diversificados, alguns com superfícies mais refletivas e outros com superfícies mais
absorvedoras. Em alguns casos, os peitoris ventilados foram construídos com placas duplas como
sanduíches, onde, na estrutura interna, foram utilizados de rocha, placa de fibra de coco ou
poliuretano rígido, com espessura entre 50 a 60mm. Os materiais empregados foram: placa de
granito (I01), placa de concreto aparente (I02), madeira compensada melanina dupla com de
rocha na cavidade (I03), chapa cimentícia dupla com de rocha, chapa metálica dupla com de
rocha, telha metálica termoacústica dupla com poliuretano e chapa viroc dupla com placa de fibra
de coco. Esses elementos investigados são discriminados na Tabela 6.7.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
152
Tabela 6.7: Resumo das composições construtivas diferenciadas na FASE APLICATIVA, investigadas
em tres etapas: Etapa “investigação”.
COMPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DIFERENCIADAS
Etapa “Investigação” (I): Fase Aplicativa
Granito
Concreto
Chapa Metálica
Madeira
I01
I02
I03
I04
PVC
Telha Termo-acústica
Chapa Cimentícia
Placa Viroc
I05
I06
I07
I08
Na terceira etapa, denominada “melhoramento”, buscou-se aperfeiçoar o desempenho
acústico dos peitoris ventilados. Para tal, foi criada uma placa de chapa metálica dupla com uma
face lisa e outra face com chapa tipo moeda, onde foi utilizada, na cavidade interna, de rocha
de 50mm. Essa peça, com dimensões de 300mm de altura, 1190mm de comprimento e 500mm de
largura foi suspensa na parede externa da edificação e abaixo da abertura, entre a parede da
edificação e a parede interna do peitoril. Para essa avaliação, todas as situações discriminadas na
segunda etapa foram repetidas, diferenciando da etapa anterior apenas pela utilização deste novo
componente. Esses elementos investigativos são apresentados na Tabela 6.8.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
153
Tabela 6.8: Resumo das composições construtivas diferenciadas na FASE APLICATIVA, investigadas
em tres etapas: Etapa “melhoramento”.
COMPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DIFERENCIADAS
Etapa “Melhoramento” (M): Fase Aplicativa
Granito com placa
Concreto com placa
Chapa Metálica com
placa
Madeira com placa
M01
M02
M03
M04
PVC com placa
Telha Termo-acústica
com placa
Chapa Cimentícia
com placa
Placa Viroc com
placa
M05
M06
M07
M08
6.1.2.1 Primeira etapa: “Comparação”
Essa etapa baseou-se em investigar situações que servissem de comparações com as
diversas tipologias de peitoril ventilado investigadas. A Tabela 6.9 mostra os resultados da
Diferença Padronizado de Nível (D2m,nT) em função da frequência nas situações dos diversos
tipos de fechamento dos protótipos: fechado com alvenaria, com abertura, com vidro duplo, com
vidro simples, com peitoril com abertura fechada tipo basculante e com peitoril com aplicação da
fibra de coco na parede edificação. Esses mesmos resultados são apresentados graficamente no
apêndice.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
154
Tabela 6.9 Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e da Diferença Pradonizada
de Nível Ponderada (D2m,nTw’) em dB das situações da
Fase Aplicativa - Etapa “Comparação” – FASE APLICATIVA.
FASE APLICATIVA
Etapa “Comparação”
Tipologias
Frequência
(Hz)
D2m,nT
(dB)
C01
C02
C03
C04
C05
C06
Fechada
com
alvenaria
Com
abertura
(1190mm x
200mm)
Vidro
Duplo
Vidro
Simples
Peitoril com
Placa
Cimentícia
com
Fechamento
Basculante
na
Abertura
Peitoril com
Placa Viroc
com fibra de
Coco
aplicado na
parede da
edificação
100
30,0
20,1
30,3
27,8
24,0
24,4
125
26,8
15,0
25,2
23,8
18,8
10,6
160
32,0
18,3
26,3
26,9
22,5
5,5
200
32,3
17,0
23,8
25,0
23,6
10,3
250
34,0
14,0
29,1
28,5
30,3
22,2
315
34,6
9,7
28,7
28,0
28,4
20,5
400
36,6
10,3
28,2
26,0
28,3
17,1
500
31,1
12,0
28,0
27,3
26,5
14,1
630
36,6
9,8
28,5
28,0
27,6
18,8
800
36,4
11,2
29,8
30,3
28,5
21,1
1000
37,6
11,4
29,9
31,1
28,6
23,4
1250
35,8
9,2
29,9
33,0
27,8
21,3
1600
36,0
6,8
28,2
33,4
25,8
21,9
2000
36,0
12,5
27,2
32
24,9
22,0
2500
44,1
18,3
27,8
29,7
25,8
23,9
3150
42,7
17,6
25,1
29,2
25,1
24,5
D2m,nTw
(dB)
37
12
29
30
27
21
A Figura 6.3 apresenta o resumo dos resultados, mostrando graficamente a diferença
existente do desempenho acústico em função da frequência entre essas situações investigadas. As
maiores diferenças de desempenho ficam por conta da situação entre a fachada fechada (C01) e a
com abertura (C02). A fachada fechada apresenta melhor desempenho e a fachada com abertura o
pior desempenho. Observa-se, nas outras duas tipologias usadas, fachada com vidro duplo(C03) e
vidro simples(C04), que ocorreu um comportamento acústico quase plano em função da
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
155
frequência, não havendo diferenças significantes de desempenho acústico entre as duas situações,
para frequência entre 315Hz e 1000Hz, os dois elementos perdem um pouco de seu desempenho
de isolamento. Nas frequências acima de 1000Hz, o vidro simples apresentou uma pequena
melhora em consideração ao vidro duplo. A presença do peitoril ventilado com uma abertura
fechada com madeira tipo janela basculante(C05) apresentou similar característica à fachada com
vidro duplo e simples, porém, nas frequências baixas, abaixo de 315Hz, esse desempenho foi
considerado pior que os das outras duas situações (C03 e C04). O comportamento do item C06 da
placa viroc com placa absorvedora executada com fibra de coco apresenta curva espectral
diferentes das demais uma vez que a sua tipologia é caracterizada com a presença de uma
abertura. Esse item será mais adiante avaliado, pois sua comparação mostrará o desempenho de
materiais mais sustentáveis em relação a outros com fontes menos sustentáveis.
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
C01-Protótipo FECHADO
C02- Protótipo ABERTO (25cm)
C03-Vidro Duplo (6/8/6mm)
C04-Vidro Simples (6mm)
C05-Cimentícia com Fechamento Abertura
C06- Viroc com placa em fibra côco
Figura 6.3: Gráfico apresentando os resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) em dB das
situações investigadas da Etapa “Comparação” – FASE APLICATIVA.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
156
Os resultados da Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) dos elementos
investigados, segundo a norma 717-1 (1996), que representa um valor único de isolamento, são
apresentados na Tabela 6.9. Pode-se observar a pouca diferença de desempenho entre o vidro
duplo(C03) e vidro simples(C04) (diferença de 1dB). A fachada fechada (C01), ao ser inserida
uma janela com vidro simples(C04) ou duplo (C03), apresenta uma perda de desempenho da
ordem de 7dB a 8dB. Os valores de desempenho entre a parede fechada(C01) e a parede com
abertura(C02) é significativa, havendo uma perda de 25dB de isolamento da parede quando a
abertura é implantada na fachada. Essa mesma parede, utilizando-se de um peitoril, porém com
uma abertura similar à situação C02, quando fechada com madeira tipo basculante(C05),
apresentou uma perda de 2dB em relação à situação do vidro duplo e 3dB do vidro simples. A
utilização do peitoril ventilado com a placa em fibra de coco absorvedora, na parede da
edificação, apresentou valores de 21 dB para a Diferença Padronizada de Nível Ponderada
(D2m,nTw), uma perda de 6dB para quando a situação C05 com peitoril ventilado estava com
sua abertura fechada.
6.1.2.2 Segunda etapa: “Investigação”
Essa fase representa a implantação de novos elementos na fachada investigada por
intermédio da inserção de diferentes tipologias de peitoris ventilados. Os resultados dos valores
da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT), em função da frequência, foram obtidos e são
apresentados na Tabela 6.10. Esses valores mostram a atenuação sonora dos elementos
investigados. A Figura 6.4 representa a Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) em função da
frequência das diversas tipologias (granito, concreto, chapa metálica, madeira, pvc, telha termo-
acústica, placa cimentícia e placa viroc) resunidas num único gráfico. Pode-se observar que o
desempenho acústico das tipologias investigadas apresentaram, nas frequências abaixo de 160Hz,
valores de isolamento pequenos. Nas médias frequências (500Hz), essa característica sofre
algumas divergências, uma vez que os materiais investigados apresentaram comportamento
muito diferentes. O granito(I01) e o concreto(I02) representaram os piores desempenhos com
valores em torno de 10dB, seguidos de uma pequena melhora com os peitoris em placa
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
157
cimenticia(I07) e placa viroc em torno de 12,8dB. Nessa mesma faixa de frequência (média), os
peitoris com tipologia I03(chapa metálica), I04(madeira) e I05(pvc) apresentaram melhoras
consideráveis, pois ficaram com desempenho entre 22dB a 25dB. Analisando as tipologias na
alta frequência (2000Hz), pode-se dizer que o peitoril com pvc(I05) apresentou o melhor
desempenho na ordem de 30dB, seguidos da chapa metálica(I03) e madeira(I04), com valores de
26dB e 23dB, respectivamente. É interessante mencionar que das oito tipologias investigadas, a
chapa metálica(I03), madeira(I04) e o pvc(I05) apresentaram menores oscilações acima da
frequência de 250dB, assim como, os melhores desempenhos.
Tabela 6.10: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e Diferença Padronizada de Nível
Ponderada (D2m,nTw’) em dB das situações investigadas na
FASE APLICATIVA Etapa “Investigação”
FASE APLICATIVA
ETAPA “Investigação”
Tipologias
Freq.
(Hz)
D2m,nT
(dB)
I01
I02
I03
I04
I05
I06
I07
I08
Granito
Concreto
Chapa
Metálica
Madeira
PVC
Telha
Termo-
acústica
Placa
Cimentícia
Placa
Viroc
100
20,2
21,4
19,5
21,2
20,6
19,6
20,6
18,5
125
6,5
7,0
7,5
9,3
11,1
10,4
9,2
6,7
160
6,9
6,2
7,4
9,4
10,7
8,4
5,7
5,0
200
13,1
13,5
14,8
15,7
17,6
14,3
10,6
11,0
250
22,8
22,5
24,7
24,4
21,1
22,3
22,2
21,5
315
20,4
19,2
22,3
23,3
17,5
18,6
19,5
19,5
400
12,5
12,5
21,5
22,2
19,5
13,5
14,2
11,7
500
9,5
11,0
23,3
25,2
21,9
13,4
12,8
12,8
630
17
16,6
28,5
27,8
25,8
17,2
16,4
16,0
800
20,8
20,7
27,8
26,8
27,2
22,3
20,9
19,4
1000
19,7
18,3
26,6
27,1
25,3
20,4
22,6
21,2
1250
19,1
15,7
26,3
27,4
26,7
16,9
17,5
19,1
1650
19,8
14,2
25,6
25,0
30,7
16,4
16,9
21,6
2000
19,4
16,7
26,0
23,1
30,3
19,1
18,9
21,1
2500
17,3
19,4
27,7
24,5
29,3
23,4
21,9
20,8
3150
19,1
19,2
27,2
24,2
30,4
22,1
21,4
21,4
D2m,nTw’
(dB)
18
16
25
25
26
18
19
19
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
158
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
I01 - Granito I02 - Concreto
I03 - Chapa Metálica I04 - Madeira
I05 - PVC I06 - Telha Termo-acústica
I07 - Placa Cimenticia I08 - Placa Viroc
Figura 6.4: Gráfico apresentando os resultados da Diferença de Nível Padronizada (D2m,nt) das situações
da FASE APLICATIVA - Etapa “Investigação”
O número único de isolamento dado pela Diferença Padronizada de Nível Ponderada
(D2m,nTw’) dos elementos investigados nesta etapa denominada investigação são
apresentados na Tabela 6.10. De acordo com esses dados, o peitoril com PVC(I05) apresentou o
melhor desempenho acústico global com 26dB, seguido da chapa metálica e madeira com 25dB.
Os peitoris ventilados feitos de outros materiais mantiveram os seus valores de desempenho entre
16dB e 19dB. Isso representa que a mesma fachada, com a mesma abertura com a inserção de
elementos tipo peitoris ventilados executados com composições construtivas diferenciadas, pode
variar seu desempenho acústico. Nos casos estudados essa variação representou uma diferença de
9dB, isto é, entre 16dB a 26dB.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
159
6.1.2.3 Terceira etapa: “Melhoramento”
Na fase experimental, alguns ensaios foram realizados e verificou-se que a parede da
superficie da edificação tem um papel importante no desempenho acústico destes elementos
(peitoris ventilados). Nessa terceira etapa, buscou-se investigar qual seria a contribuição dessa
parede na melhoria do desempenho acústico das diversas tipologias investigadas na etapa 2. Os
resultados da Diferença Padronizada de Nivel Ponderada (D2m,nT), em função da frequência
proveniente dos ensaios com utilização de uma placa absorvedora padrão, situada na parede da
edificação, em todas as situações de elementos investigados, podem ser observados na Tabela
6.11. Observa-se, nessa tabela, um baixo desempenho de todos os elementos investigados na
frequência inferior a 250Hz, da ordem de 7dB a 11dB. Nas médias frequências (500Hz), inicia-
se a melhora do desempenho acústico para os elementos investigados. Os elementos
M01(granito), M02(concreto) e M08(viroc) apresentaram um ligeira melhora, porém esse
desempenho ficou ainda na ordem de aproximadamente 15dB. O elemento M06(telha metálica)
juntamente com o elemento M07(placa cimentícia) ficaram com valores entre 17dB a 19dB. O
elemento M03(chapa metálica) apresentou, nessa faixa, o melhor desempenho com 25,7dB, tendo
desempenho próximo aos elementos M04(madeira) e M05(pvc) com 23dB. Nas frequências de
1000Hz e 2000Hz, as diferentes tipologias apresentaram uma melhora significativa para todos os
elementos, ficando entre 21dB e 28dB, caracterizando a importância da presença do material
absorvedor aplicado na parede da edificação. Os gráficos que representam o comportamento
acústico, do isolamento dado pela Diferença Padronizada de Nível em função da frequência dos
diferentes elementos de peitoris ventilados utilizados para investigação, podem ser vistos
individualmente, no apêndice, e resumidamente, em um único gráfico, na Figura 6.5.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
160
Tabela 6.11: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e da Diferença Padronizada de
Nível Ponderada (D2m,nTw’) das situações investigadas da
FASE APLICATIVA Etapa “Melhoramento”
FASE APLICATIVA
ETAPA “Melhoramento”
Tipologias
Freq.
(Hz)
D2m,nT
(dB)
M01
M02
M03
M04
M05
M06
M07
M08
Granito
c/ placa
Absorv.
Concreto
c/ placa
Absorv.
Chapa
Metálica
c/ placa
Absorv.
Madeira
c/ placa
Absorv.
PVC
c/ placa
Absorv.
Telha
Termo-
acústica
c/ placa
Absorv.
Placa
Cimentícia
c/ placa
Absorv.
Placa
Viroc c/
placa
Absorv.
100
21,9
21,3
18,8
19,5
19,8
21,2
21,7
19,5
125
7,1
7,1
7,3
7,5
11,8
9,0
10,9
9,0
160
7,2
7,8
8,3
7,4
11,3
7,7
9,1
5,5
200
13,6
13,6
16,1
14,9
18,0
14,7
10,6
11,8
250
22,6
22,7
24,4
27,7
22,9
23,9
20,6
21,4
315
21,6
20,5
23,2
22,3
20,3
20,0
19,8
19,8
400
15,7
15,1
23,5
21,5
20,7
16,3
17,8
14,5
500
14,5
16,0
25,7
23,3
23,4
17,4
19,1
15,9
630
21,7
20,5
28,3
28,5
27,3
22
17,7
19,5
800
25,4
25,0
27,5
27,8
27,3
24,1
25,8
24,4
1000
27,0
28,0
28,4
26,6
27,8
23,2
27,8
25,9
1250
24,4
25,2
28,5
26,3
28,6
23,0
24,1
23,4
1650
23,3
21,7
25,4
25,6
27,7
26,0
23,2
19,8
2000
22,6
21,0
26,6
25,9
26,0
24,8
21,3
20,6
2500
22,6
22,2
29,2
27,7
26,0
22,9
23,4
25,7
3150
24,0
21,4
27,6
27,2
24,9
25,0
23,7
25,4
D2m,nTw’
(dB)
22
21
26
25
26
23
22
22
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
161
Diferença Padronizada de Nível
(D2mnT)
0
5
10
15
20
25
30
35
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
M01 - GRANITO com Placa Absorvedora
M02 - CONCRETO com Placa Absorvedora
M03 - PLACA METÁLICA com Placa Absorvedora
M04 - MADEIRA com Placa Absorvedora
M05 - PVC com Placa Absorvedora
M06 - TELHA TERMO-ACÚSTICA com Placa Aborvedora
M07 - PLACA CIMENTÍCIA com Placa Absorvedora
M08 - PLACA VIROC com Placa Aborvedora
Figura 6.5: Gráfico apresentando os resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das
diferentes tipologias da FASE APLICATIVA - Etapa “Melhoramento”
O número único de isolamento dado pela Diferença Padronizada de Nível Ponderada
(D2m,nTw’) dos elementos investigados, nessa etapa melhoramento, são apresentados na
Tabela 6.11. De acordo com esses dados, os peitoris de chapa metálica(M03), de madeira(M04) e
de pvc(M5) apresentaram os melhores desempenhos entre 26dB e 25dB. O peitoril de
concreto(M02) e o peitoril de viroc (M08) ficaram com desempenhos acústicos de 21dB. Os
elementos de granito(M01) e de chapa cimentícia(M07) com 22dB, e finalizando, o peitoril de
telha termo-acústica(M06) com 23dB. Observa-se, nas tipologias de peitoris ventilados com a
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
162
aplicação da placa absorvedora na parede da edificação, que o desempenho acústico apresentou
uma variação entre 21dB a 26dB. Isso significa um acréscimo de 5dB.
6.2 Comparação de desempenho acústico entre as tipologias construtivas
No item 6.1 deste capítulo, foi apresentado o desempenho acústico das diversas tipologias
investigadas em etapas distintas. A fase investigativa serviu apenas para conhecer algumas
características apresentadas do peitoril ventilado, as quais serviram de pré-teste para a fase
seguinte. A fase aplicativa baseou-se em conhecer o comportamento acústico de diversas
tipologias do peitoril ventilado, comumente encontrado no mercado da construção civil. Para uma
melhor compreenção das etapas, estes valores serão analisados em grupos, de acordo com suas
características construtivas: grupo comparativo de desempenho acústico dos elementos de parede
simples (granito e concreto); grupo comparativo de desempenho acústico dos elementos de
paredes compostas, refletoras/absorvedoras/refletoras (telha termo-acústica, chapa cimentícia e
placa viroc); grupo comparativo de desempenho acústico dos elementos de paredes compostas,
sendo a parede externa refletora, a cavidade absorvedora e a parede interna do peitoril composta
de material perfurado (chapa metálica, madeira e pvc). Todos esses grupos serão também
comparados com a aplicação da placa absorvedora utilizada na parede interna da edificação.
Análise comparativa entre materiais utilizados nas investigações mais sustentaveis que outros
serão também referenciados neste trabalho.
6.2.1 Elementos compostos com material refletor: isolamento sonoro de
parede simples
A análise desenvolvida nessa etapa, referencia as tipologias dos peitoris ventilados
construído de uma única placa denominada parede simples. Esses elementos são representados
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
163
pelos peitoril em granito (I01) e peitoril em placa de concreto (I02). Essas duas composições
foram investigadas com uma nova alternativa, utilizando placas absorvedoras na parede da
edificação denominadas de peitoril em granito com placa absorvedora na parede da edificação
(M01) e peitoril com placa em concreto com placa absorvedora na parede da edificação (M02)
que serão apresentados a seguir.
6.2.1.1 Comparação de desempenho acústico entre tipologias similares:
peitoril de granito e peitoril de concreto
As duas tipologias apresentadas possuem características acústicas similares, pois o
compostos de parede simples com características de superfícies lisas polidas e bastante refletoras.
Conforme os dados de Diferença Padronizada de Nível em função da frequência apresentados na
Tabela 6.12 e o na Figura 6.6, essas duas tipologias de peitoris ventilados apresentaram
similaridade na curva espectral até a frequência de 800Hz. Após esta frequência o peitoril em
granito apresentou uma pequena melhora até 2500Hz. Ao comparar esses dois elementos, pode-
se dizer que o granito apresenta uma pequena melhora no desempenho acústico quando
comparada com a resultados da Diferença Padronizada de Nível do concreto. Ao observar as
características espectrais das tipologias de peitoris ventilados comparadas com a fachada com
abertura similar a do peitoril, constatam-se dois pontos com comportamentos não muito
favoráveis, que são: uma perda significativa nas frequências abaixo de 250Hz e uma queda
brusca de desempenho na frequencia de 500Hz, que logo a seguir, apresentam melhora
acentuadas em comparação com a fachada com abertura. O desempenho acústico representado
em Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’), apresentado na última linha da
tabela 6.12, mostra que a presença de um peitoril com caracteristicas refletoras e composto de
parede simples melhora o desempenho da fachada com similar abertura em torno de 4dB
(concreto) a 6dB (granito). A fachada com abertura que apresentava um desempenho de 12dB
passou, com a utilização do peitoril em concreto, para 16dB e, com a presença do granito, para
18dB. A diferença de desempenho entre os dois elementos, isto é, peitoril em concreto e peitoril
em granito, representou uma diferença de 2dB.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
164
Tabela 6.12: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença Padronizada de
Nível Ponderada (D2m,nTw’) das tipologias compostas de paredes simples refletoras
TIPOLOGIAS DE PEITORIS VENTILADOS COMPARADOS
Freq.
(Hz)
D2m,nT
(dB)
C01
C02
I01
I02
M01
M02
Fechado c/
alvenaria
Com
abertura
Granito
Concreto
Granito
c/ placa Absorv.
Concreto c/
placa Absorv.
100
30,0
20,1
20,2
21,4
21,9
21,3
125
26,8
15,0
6,5
7,0
7,1
7,1
160
32,0
18,3
6,9
6,2
7,2
7,8
200
32,3
17,0
13,1
13,5
13,6
13,6
250
34,0
14,0
22,8
22,5
22,6
22,7
315
34,6
9,7
20,4
19,2
21,6
20,5
400
36,6
10,3
12,5
12,5
15,7
15,1
500
31,1
12,0
9,5
11,0
14,5
16,0
630
36,6
9,8
17
16,6
21,7
20,5
800
36,4
11,2
20,8
20,7
25,4
25,0
1000
37,6
11,4
19,7
18,3
27,0
28,0
1250
35,8
9,2
19,1
15,7
24,4
25,2
1650
36,0
6,8
19,8
14,2
23,3
21,7
2000
36,0
12,5
19,4
16,7
22,6
21,0
2500
44,1
18,3
17,3
19,4
22,6
22,2
3150
42,7
17,6
19,1
19,2
24,0
21,4
D2m,ntw’
(dB)
37
12
18
16
22
21
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
165
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT(dB)
Fachada Fechada Fachada com abertura
I01 - Granito I02 - Concreto
Figura 6.6: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias compostas de paredes
simples refletoras(granito e concreto) comparadas com fachada fechada e com fachada com abertura
similar à do peitoril ventilado.
6.2.1.2 Comparação de desempenho acústico entre tipologias similares:
peitoril de granito e peitoril de concreto com presença da placa
absorvedora na parede da edificação.
O uso da placa absorvedora na parede da edificação representa a busca por melhorias no
desempenho acústico dos peitoris ventilados investigados. A Tabela 6.12 e a Figura 6.7
apresentam os resultados da Diferença Padronizada de Nível em função da frequência
encontradas. Observa-se que o desempenho acústico, em função da frequência dos peitoris
ventilados com a presença da placa refletora, foram similares, uma vez que a curva espectral dos
dois apresentaram melhoras mas sem diferenças espectrais entre as tipologias. Se as tipologias
investigadas anteriomente, sem a presença da placa absorvedora, apresentavam pequenas
divergências entre elas e alguns pontos de fraco desempenho, nessa investigação, as observações
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
166
passaram a ser praticamente despercebidas, exceto ainda o baixo desempenho nas frequências
abaixo de 250Hz. A Diferença Padronizada de Nível Ponderada da Tabela 6.12 mostra alguns
aspectos interessantes sobre o desempenho: a tipologia do granito com a placa absorvedora
melhorou em 4dB o desempenho acústico sem a utilização desta, em 5dB, o desempenho acústico
do peitoril de concreto na mesma situação. Analisando esses valores da fachada com similar
abertura, observa-se que o peitoril ventilado, com a presença da placa absorvedora na parede da
edificação, melhorou o desempenho de 12dB(fachada com abertura) para 22dB, no caso do
peitoril em granito, e 21dB no caso do peitoril em concreto. Esses valores comparados
representaram uma melhora entre 9dB a 10dB da fachada com similar abertura.
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Fachada Fechada
Fachada com abertura
I01 - Granito
I02 - Concreto
M01 - GRANITO com Placa Absorvedora
M02 - CONCRETO com Placa Absorvedora
Figura 6.7: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias composta de parede
simples refletoras(granito e concreto) e a presença da placa absorvedora na parede da edificação.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
167
6.2.2 Elementos compostos com material refletor-absorvedor-refletor:
isolamento sonoro de parede composta
As análises desenvolvidas nessa etapa referenciam as tipologias dos peitoris ventilados
construídos de vários componentes, ou melhor, superfícies, denominados de parede composta. Os
elementos são caracterizados por três camadas de materiais. A face externa e interna dos peitoris
ventilados construídos é caracterizada por um material refletor e nas duas faces são similares.
Estes materiais foram: chapa metálica termoacústica, placa cimentícia e placa viroc. Na cavidade
interna dos peitoris, foram utilizados materiais absorvedores. poliuretano, de rocha e fibra de
coco. Os peitoris ventilados foram assim apresentados: peitoril em telha termoacustica com
cavidade em poliuretano (I06), peitoril com placa cimentícia com cavidade em lã de rocha (I07) e
peitoril em placa viroc com cavidade em fibra de côco (I08). Essas composições foram
investigadas com uma nova alternativa, utilizando uma placa absorvedora na parede da
edificação, denominadas de peitoril de telha termo-acústica com placa absorvedora na parede da
edificação (M06), peitoril de placa cimentícia com placa absorvedora na parede da edificação
(M07) e peitoril de placa viroc com placa absorvedora na parede da edificação (M08).
6.2.2.1 Comparação de desempenho acústico entre tipologias similares:
peitoril de telha termo-acústica, peitoril de placa cimentícia e peitoril
de placa viroc
Esta análise corresponde à investigação do comportamento acústico de tipologias de
isolamento, caracterizadas por paredes compostas, isto é, massa/mola/massa. Os materiais
utilizados (telha termo-acústica, chapa cimentícia e placa viroc) possuem densidades superficiais
diferenciadas, mas, basicamente, foram compostos por duas superfícies externas refletoras e a
cavidade central preenchida por um componente absorvedor de características de absorção
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
168
diferentes (poliuretano, de rocha e fibra de coco). A Tabela 6.13 mostra a variação da
Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) em função da frequência das configurações
investigadas e, na Figura 6.8, o gráfico relativo à Tabela 6.13. O comportamento acústico
apresentado nesses resultados retratam um baixo desempenho nas frequências abaixo de 200Hz,
similar ao mencionado anteriormente com as placas de granito(I01) e concreto(I02). Nessa faixa,
a telha metálica(I06) demonstra uma pequena melhora em relação aos outros dois materiais. Na
faixa de 500Hz, observamos uma nova queda de desempenho nessa frequência e posterior
elevação de desempenho desses materiais, se comparados com a fachada com abertura. Nas altas
freqüências, quem apresentou desempenho mais linear em função da frequência foi o peitoril de
placa de viroc(I08). Analisando o desempenho por meio dos valores da Diferença Padronizadao
de Nível Ponderada (D2m,nT,w’), observa-se que o peitoril ventilado construído com telha
termo-acústica(I06) melhorou em 6dB o seu desempenho, em relação à fachada com abertura
similar, passando de 12dB para 18dB. O desempenho acústico dos outros dois materiais (placa
cimentícia e placa viroc) passaou de 12dB (fachada com abertura) para 19dB, isto é 7dB. A
diferença de desempenho entre os materiais com mesmas características de parede composta
refletora-absorvedorarefletora (telha termo-acústica, placa cimentícia e placa viroc) foi muito
pequena, representando apenas 01dB de melhora entre o peitoril com a placa cimentícia e o de
placa viroc.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
169
Tabela 6.13: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença Padronizada de
Nível Ponderada (D2m,nTw’) das tipologias de paredes compostas investigadas
(refletora/absorvedora/refletora), telha termo-acústica, placa cimentícia e placa viroc.
TIPOLOGIAS DE PEITORIS VENTILADOS COMPARADOS
Freq.
(Hz)
D2m,nT
(dB)
C01
C02
I06
I07
I08
M06
M07
M08
Fechado
com
alvena-
ria
Com
aber-
tura
Telha
Termo-
acústica
Placa
Cimentí-
cia
Placa
Viroc
Telha
Termo-
acústica
c/ placa
absorv.
Placa
Cimentí-
cia c/ placa
absorv.
Placa
Viroc c/
placa
absorv.
100
30,0
20,1
19,6
20,6
18,5
21,2
21,7
19,5
125
26,8
15,0
10,4
9,2
6,7
9,0
10,9
9,0
160
32,0
18,3
8,4
5,7
5,0
7,7
9,1
5,5
200
32,3
17,0
14,3
10,6
11,0
14,7
10,6
11,8
250
34,0
14,0
22,3
22,2
21,5
23,9
20,6
21,4
315
34,6
9,7
18,6
19,5
19,5
20,0
19,8
19,8
400
36,6
10,3
13,5
14,2
11,7
16,3
17,8
14,5
500
31,1
12,0
13,4
12,8
12,8
17,4
19,1
15,9
630
36,6
9,8
17,2
16,4
16,0
22
17,7
19,5
800
36,4
11,2
22,3
20,9
19,4
24,1
25,8
24,4
1000
37,6
11,4
20,4
22,6
21,2
23,2
27,8
25,9
1250
35,8
9,2
16,9
17,5
19,1
23,0
24,1
23,4
1650
36,0
6,8
16,4
16,9
21,6
26,0
23,2
19,8
2000
36,0
12,5
19,1
18,9
21,1
24,8
21,3
20,6
2500
44,1
18,3
23,4
21,9
20,8
22,9
23,4
25,7
3150
42,7
17,6
22,1
21,4
21,4
25,0
23,7
25,4
D2m,nTw’
(dB)
37
12
18
19
19
23
22
21
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
170
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Fachada Fechada Fachada com abertura
I06 - Telha Termo-acústica I07 - Placa Cimenticia
I08 - Placa Viroc
Figura 6.8: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes compostas
investigadas (refletora/absorvedora/refletora) entre as tipologias de telha termo-
acústica, placa cimentícia e placa viroc
6.2.2.2 Comparação de desempenho acústico entre tipologias similares:
peitoril de telha termo-acústica, peitoril de placa cimentícia e peitoril
de placa viroc com a presença da placa absorvedora na parede da
edificação
Após avaliação comparativa entre materiais com superficies externas e internas refletoras
e a cavidade desses elementos absorvedores, a próxima etapa para análise constituiu a utilização
de uma placa absorvedora na parede da edificação. Essa placa é composta de uma chapa metálica
perfurada com lã de rocha na sua cavidade. A Tabela 6.13 apresenta os resultados das diferentes
tipologias em função da frequência na situação em que a placa absorvedora foi inserida na parede
da edificação. Essa nova situação analisada foi denominada de peitoril M06 (telha
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
171
termoacústica), peitoril M07 (placa cimentícia) e peitoril M08 (placa viroc). Os peitoris
investigados, construídos com as diferentes características mencionadas, apresentaram ligeiras
modificações no desempenho acústico em função da frequência. Ao aplicar a placa absorvedora
de de rocha, na parede da edificação observou-se uma melhora no desempenho acústico dos
peitoris investigados, independentemente de qual seja sua construção. Sabendo-se que a de
rocha utilizada na parede da edificação apresenta um desempenho absorvedor maior na média e
alta frequência, os peitoris ventilados investigados continuaram assim com baixo desempenho
nas baixas frequências e apresentaram uma pequena melhora nas médias e altas frequências como
mostram a Tabela 6.13 e a Figura 6.9. Observa-se que o baixo desempenho encontrado na
frequência de 500Hz, na etapa anterior (sem a presença da placa absorvedora), foi
consideravelmente melhorado, uma vez que a placa absorvedora foi inserida na parede da
edificação. O peitoril de telha termo-acústica(I06) e o de placa cimentícia(I07) foram os que
apresentaram melhores desempenhos nesta faixa de frequência de 500Hz como também nas
outras frequências mais altas. Esta observação pode ser confirmada por meio dos valores da
Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nT,w’), apresentados na última linha da Tabela
6.13. O peitoril da telha termo-acústica(I06) melhorou em 4dB o seu desempenho com a presença
da placa absorvedora, seguida do peitoril da placa cimentícia(I07) em 3dB e do peitoril de placa
viroc em 2dB, isto é, desempenhos de isolamento de 23dB, 22dB e 21dB, respectivamente. Esses
peitoris ventilados, ao serem comparados com a fachada com similar abertura (fachada com
abertura - I02), apresentaram uma melhora de desempenho da ordem de 11dB para o peitoril com
telha termo-acústica(I06), 10dB para o peitoril de placa cimentícia(I07) e 9dB para o peitoril de
placa viroc(I08).
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
172
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Fachada Fechada
Fachada com abertura
I06 - Telha Termo-acústica
I07 - Placa Cimenticia
I08 - Placa Viroc
M06 - TELHA TERMO-ACÚSTICA com Placa Aborvedora
M07 - PLACA CIMENTÍCIA com Placa Absorvedora
M08 - PLACA VIROC com Placa Absorvedora
Figura 6.9: Resultados da Diferença Padronizado de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes compostas
(refletora/absorvedora/refletora). As tipologias de telha termo-acústica, placa cimentícia e placa viroc com
a presença da placa absorvedora na parede da edificação.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
173
6.2.3 Elementos compostos com material refletor-absorvedor-perfurado:
isolamento sonoro de parede composta com superfície interna do
peitoril ventilado perfurada
As análises desenvolvidas nessa etapa referenciam as tipologias dos peitoris ventilados
construídos por vários componentes, denominados de parede composta. Os elementos são
caracterizados por três camadas de materiais. A face externa dos peitoris ventilados construídos é
caracterizada por um material refletor, a cavidade (entre as duas superfícies) é caracterizada por
um material absorvedor (lã de rocha) e a face interna dos peitoris é composta de material similar
ao da face externa porém com características vazadas ou perfuradas. Os peitoris ventilados foram
assim apresentados: peitoril em chapa metálica (I03), peitoril em madeira mdf com melamínico
(I04) e peitoril em PVC (I05). Todos esses elementos foram investigados com uma nova
alternativa, utilizando uma placa absorvedora na parede da edificação. Essas pesquisas foram
descritas como peitoril em chapa metálica com placa absorvedora na parede da edificação (M03),
peitoril em madeira mdf com melamínico com placa absorvedora na parede da edificação (M04)
e peitoril em PVC com placa absorvedora na parede da edificação (M05).
6.2.3.1 Comparação de desempenho acústico entre tipologias similares:
peitoril em chapa metálica, peitoril de madeira e peitoril de PVC
A nova composição investigada refere-se à parede composta por três elementos distintos
em que a superfície externa seria composta por um elemento refletor; a cavidade, por um
elemento absorvedor, no caso a de rocha e a terceira superfície (interna), por um similar
material ao da camada externa, porém com superfície perfurada ou vazada. Foram encontrados
nessas tipologias de peitoris ventilados novos comportamentos de isolamento sonoros. Os
resultados da Diferença Padronizada de Nível em função da frequência são apresentados na
Tabela 6.14 e respectivo gráfico na Figura 6.10. Nas frequência abaixo de 200Hz, observaram-se
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
174
resultados similares aos das outras tipologias investigadas, isto é, valores mais baixos que o da
parede vazada. A partir de 250Hz, os desempenhos apresentam resultados bastante satisfatórios e
superiores aos valores encontradas em parede com similar abertura(fachada com abertura - I02).
A curva espectral do peitoril de chapa metálica(I03) e do peitoril de madeira(I04) foi
bastante linear, ficando na faixa entre 22dB a 27dB. O peitoril de pvc(I05) apresentou a maior
variação, mesmo mostrando bom desempenho, ficando com valores de 17dB a 30dB. Entre
250Hz a 1250Hz, o peitoril de chapa metálica(I03) e o peitoril de madeira(I04) apresentaram
melhores resultados de isolamento, enquanto o peitoril de pvc(I06) apresentou melhores
resultados nas frequência acima de 1250Hz. Um fato interessante de ser comentado é que a
percentagem de perfuração da placa colocada na cavidade interna dos peitoris ventilados de
chapa metálica(I03) e de madeira(I04) foram bastante diferentes. A chapa metálica(I03)
perfurada apresentada (tipo moeda, 20mm) deixava visível a de rocha enquanto que a
perfuração do peitoril em madeira(I04) era caracterizada por pequenos furos equidistantes
(2mm), onde se percebia muito pouco a presença do material da cavidadede interna. Apesar da
diferença existente na composição das suas superfícies internas, a transparência acústica foi
similar aos peitoris dos diferentes materiais que apresentaram a curva espectral bastante similar
em todas as suas frequências. Outro fato a ser comentado é que a presença da colmeia na
tipologia do peitoril de pvc(I06) fez com houvesse uma maior variação de desempenho acústico
nas suas frequências. Seu desempenho apresentou resultados mais baixos nas médias frequências
e maiores nas frequências mais altas, isso comparados com as outras situações investigadas.
Os resultados apresentados na última linha da Tabela 6.14, referente à Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’), mostram uma melhora significativa do
desempenho do peitoril ventilado, ao modificar a superfície da cavidade. A presença desta
superfície perfurada ou vazada representou uma melhora significativa de 13dB a 14dB a mais que
uma fachada com abertura similar. Esses valores eram anteriormente de 12dB (parede com
abertura) e passaram para um desempenho de 25dB para o peitoril de chapa metálica (I03) e o
peitoril de madeira (I04). O peitoril em pvc apresentou um desempenho de 26dB, melhor
resultado de todas as diferentes tipologias apresentadas.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
175
Tabela 6.14: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença Padronizada de
Nível Ponderada (D2m,nTw’) das tipologias de paredes compostas (refletora/absorvedora/perfurada),
chapa metálica, madeira e pvc.
TIPOLOGIAS DE PEITORIS VENTILADOS COMPARADOS
Freq.
(Hz)
D2m,nT
(dB)
C01
C02
I03
I04
I05
M03
M04
M05
Fechado
com
alvena-
ria
Com
aber-
tura
Chapa
Metálica
Madeira
PVC
Chapa
Metálica
c/ placa
absorv.
Madeira
c/ placa
absorv.
PVC c/
placa
absorv.
100
30,0
20,1
19,5
21,2
20,6
18,8
19,5
19,8
125
26,8
15,0
7,5
9,3
11,1
7,3
7,5
11,8
160
32,0
18,3
7,4
9,4
10,7
8,3
7,4
11,3
200
32,3
17,0
14,8
15,7
17,6
16,1
14,9
18,0
250
34,0
14,0
24,7
24,4
21,6
24,4
27,7
22,9
315
34,6
9,7
22,3
23,3
17,5
23,2
22,3
20,3
400
36,6
10,3
21,5
22,2
19,5
23,5
21,5
20,7
500
31,1
12,0
23,3
25,2
21,9
25,7
23,3
23,4
630
36,6
9,8
28,5
27,8
25,8
28,3
28,5
27,3
800
36,4
11,2
27,8
26,8
27,2
27,5
27,8
27,3
1000
37,6
11,4
26,6
27,1
25,3
28,4
26,6
27,8
1250
35,8
9,2
26,3
27,4
26,7
28,5
26,3
28,6
1650
36,0
6,8
25,6
25,0
30,7
25,4
25,6
27,7
2000
36,0
12,5
26,0
23,1
30,3
26,6
25,9
26,0
2500
44,1
18,3
27,7
24,5
29,3
29,2
27,7
26,0
3150
42,7
17,6
27,2
24,2
30,4
27,6
27,2
24,9
D2m,ntw’
(dB)
37
12
25
25
26
26
25
26
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
176
Diferença Ponderada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2mnT(dB)
Fachada Fechada Fachada com abertura
I03 - Chapa Metálica I04 - Madeira
I05 - PVC
Figura 6.10: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas (refletora/absorvedora/perfurada) entre as tipologias da chapa metálica, madeira e pvc.
6.2.3.2 Comparação de desempenho acústico entre tipologias similares:
peitoril de chapa metálica, peitoril de madeira, peitoril de pvc com
presença da placa absorvedora na parede da edificação
A placa absorvedora colocada na parede da edificação dos peitoris ventilados, cujas
paredes internas eram de material perfurado ou vazado, praticamente não alteram os resultados
das configurações anteriores. Esses resultados podem ser observados na Figura 6.11 onde mostra
a pouca oscilação do comportamento da Diferença Padronizada de Nivel (D2m,nT) em função da
frequência nessa investigação. Isso significa que a combinação de dois materiais absorvedores
nas paredes internas dos peitoris ventilados passam a ser desnecessárias. Sua utilização deve ser
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
177
na parede da superficie do peitoril ou na parede da edificação. Diante dos resultados, observou-se
que a parede do peitoril com material perfurado ou vazado utilizando-se na sua cavidade material
absorvedor beneficia muito mais o desempenho acústico dos peitoris. Os resultados da Diferença
Padronizada de Nível Ponderada, apresentados na última linha da Tabela 6.14, mostram que o
desempenho com placa absorvedora na parede da edificação manteve os mesmos valores do
peitoril com pvc(M05) e madeira (M04), isto é, 26dB e 25dB, respectivamente. na chapa
metálica, houve a melhora de apenas 01dB a mais que a situação anterior (sem placa
absorvedora), isto é , passou anteriormente de 25dB para 26dB.
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Fachada Fechada
Fachada com abertura
I03 - Chapa Metálica
I04 - Madeira
I05 - PVC
M03 - CHAPA METÁLICA com Placa Absorvedora
M04 - MADEIRA com Placa Absorvedora
M05 - PVC com Placa Absorvedora
Figura 6.11: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas (refletora/absorvedora/perfurada). As tipologias da chapa metálica, madeira, PVC com e sem a
presença da placa absorvedora na parede da edificação
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
178
6.2.4 Elementos compostos com material refletor-absorvedor-refletor:
Isolamento de parede composta dentro de um conceito sustentável
As análises desenvolvidas nessa etapa, referenciam as tipologias dos peitoris ventilados
construídos por vários componentes, porém o que diferencia um do outro é a diferença do caráter
sustentável entre materiais que farão parte dos peitoris. Os elementos são caracterizados por três
camadas de materiais. A face externa dos peitoris ventilados construídos é caracterizada por um
material refletor (placa cimentícia e placa viroc); a cavidade (entre as duas superfícies) é
caracterizada por um material absorvedor (lã de rocha e fibra de coco) e a face interna dos
peitoris é composta de material similar à face externa. Os peitoris ventilados analisados foram
assim apresentados: peitoril em chapa cimentícia com cavidade em lã de rocha (I07) e peitoril em
placa viroc com fibra de coco na cavidade (I08), este caracterizado mais sustentável que a outra
opção (placa cimentícia e de rocha). Todos estes elementos foram investigados com uma nova
alternativa utilizando uma placa absorvedora na parede da edificação que serão apresentados a
seguir. Essas pesquisas foram descritas como peitoril em placa cimentícia com placa absorvedora
na parede da edificação (M07), peitoril de placa viroc com placa absorvedora na parede da
edificação (M08). Estes resultados são apresentados na Tabela 6.13 e os gráficos dos resultados
na Figura 6.9.
6.2.4.1 A presença da sustentabilidade para comparação entre tipologias:
peitoril de placa cimentícia e peitoril de placa viroc
Um dos objetivos deste trabalho concentrou-se em conhecer o desempenho acústico do
peitoril ventilado para que estas informações possam contribuir para adequar e integrar o
conforto acústico, conforto térmico e eficiência energética. Baseado nessa integração
bioclimática, este trabalho também buscou investigar materiais mais sustentáveis e compará-los
com os demais utilizados no mercado da construção civil. Os materiais escolhidos foram de duas
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
179
características físicas diferentes: um material com superficie refletora (placa viroc) e outro com
composição absorvedora (fibra de coco).
A placa viroc é um material constituído basicamente por dois principais materiais de
construção: cimento e madeira. No Brasil, esse material é encontrado com superficies lisas,
embora as superficies perfuradas existam na Europa. Esse material combina resistência e
flexibilidade da madeira com durabilidade e qualidades de dureza do cimento, podendo ser
utilizado tanto nas áreas externas como nas internas. A sua integridade estrutural torna-o
resistente ao impacto e é um elemento fácil de ser utilizado. Não são painéis tóxicos, não
apresentando perigo para a saúde pública nem para o meio ambiente.
A fibra de coco é formada em placas denominadas acústicas, atendendo aos mais diversos
e exigentes setores do mercado, em substituição aos produtos não renováveis. Esse material é
fabricado com diferentes densidades (60 a 80Kg/m³), para uso em forros de alvenaria,
enchimento de paredes, gesso, madeira e outras utilizações. Nos dados de catálogos, não
apresenta Índice de Redução Sonora (R), apenas se refere que sua utilização pode reduzir o ruído
em torno de 20%. A falta de maiores informações acústicas sobre esse material fez com que
fossem investigadas as suas características espectrais da absorção sonora. Utilizou-se a câmara
reverberante da FEC-UNICAMP para obter os valores referentes ao coeficiente de absorção
sonora desse material, apresentados na Tabela 6.15, e assim comparar com a absorção sonora da
lã de rocha, fornecida pelo fabricante, material utilizado na maioria das tipologias investigadas.
Tabela 6.15: Coeficiente de absorção sonora da fibra de coco e da lã de rocha
MATERIAL
FREQUÊNCIA (HZ)
125
250
500
1000
2000
4000
8000
NCR
Fibra de coco
0,19
0,31
0,42
0,92
0,97
1,00
1,00
0,65
Lã de Rocha
0,20
0,64
0,87
1,02
0,98
0,98
-
0,88
A composição dos materiais apresentados nessa investigação, denominada sustentável,
mostra que, independentemente da composição da parede composta por materiais praticamente
similares, muito embora fabricados um com princípio mais sustentável que o outro, ambos não
apresentam diferenças no desempenho acústico. A Figura 6.12 apresenta os resultados da
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
180
Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) em função da frequência dessas duas tipologias
(peitoril com placa cimentícia e peitoril com placa viroc). No item 6.2.2 desse capítulo, o
desempenho acústico desses dois materiais já foram avaliados entre eles. Observa-se que o
peitoril de placa viroc (I08) apresentou um espectro mais plano e melhor desempenho que o
peitoril de placa cimentícia (I07) entre as frequências de 1250Hz a 2500Hz. O fato merecedor de
destaque é que os materiais utilizados apresentam resultados similares, mas as caracteristicas
tecnologicas de fabricação são diferentes pois a placa viroc e a fibra de coco pertencem a
processos de conceitos sustentáveis. Portanto, a escolha de utilizar um peitoril com conceito mais
sustentável que outro é uma opção do construtor e proprietário da obra. Cabe ressaltar que ambos
os peitoris, placa cimentícia e placa viroc possuem mesmo desempenho acústico com Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nt) de 19dB. Esta igualidade de resultados retrata que as
superficies externas (placa cimentícia e placa viroc) apresentam características acústicas similares
e as cavidades internas (lã de rocha e fibra de coco) não interferiram nos resultados.
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Fachada Fechada Fachada com abertura
I07 - Placa Cimenticia I08 - Placa Viroc
Figura 6.12: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas (refletora/absorvedora/refletora). As tipologias da placa címenticia e placa viroc e o carater
sustentavel.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
181
6.2.4.2 Comparação de desempenho acústico entre tipologias similares:
peitoril de placa viroc com a presença da placa absorvedora aplicada
na parede da edificação, composta por diferentes materiais - de
rocha e fibra de coco.
Neste momento, procurou-se comparar a placa viroc (aplicação sustentável), com duas
diferenciadas maneiras de utilizar a parede da edificação. Uma maneira foi utilizando a placa
absorvedora de de rocha na parede da edificação e outra, utilizando a mesma superficie com a
placa fabricada em fibra de coco. Os resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e
Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) são apresentados na Tabela 6.16. Os
resultados do comporamento do desempenho acústico das duas situações da Diferença
Padronizada de Nível em função da frequência (D2m,nT) é apresentado na Figura 6.13.
Observam-se em ambas as situações, valores mais baixos, com queda significativa nas
frequências próximas de 160 Hz, fato que ocorreu em todas as outras situações pesquisadas. Nas
frequências médias e altas, a Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT), em função da
frequência utilizando a fibra de coco na parede da edificação, apresentou melhores resultados
que a placa viroc com utilização da placa absorvedora com lã de rocha. Os resultados da
Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) em ambas as situações foram similares
com valores de 21dB.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
182
Tabela 6.16: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e a Diferença Padronizada de
Nível Ponderada (D2m,nTw’) entre tipologias similares: placa viroc com a presença da placa absorvedora
aplicada na parede da edificação composta por diferentes materiais, lã de rocha e fibra de coco.
TIPOLOGIAS DE PEITORIS VENTILADOS COMPARADOS
Freq.
(Hz)
D2m,nT
(dB)
C01
C02
M08
Fechado com
alvenaria
Com abertura
Placa Viroc c/
placa absorv. em
lã de rocha
Placa Viroc c/
placa absorv. em
fibra de coco
100
30,0
20,1
19,5
20,4
125
26,8
15,0
9,0
10,6
160
32,0
18,3
5,5
5,5
200
32,3
17,0
11,8
10,3
250
34,0
14,0
21,4
22,2
315
34,6
9,7
19,8
20,5
400
36,6
10,3
14,5
17,1
500
31,1
12,0
15,9
14,1
630
36,6
9,8
19,5
18,8
800
36,4
11,2
24,4
22,1
1000
37,6
11,4
25,9
23,4
1250
35,8
9,2
23,4
21,3
1650
36,0
6,8
19,8
21,9
2000
36,0
12,5
20,6
22
2500
44,1
18,3
25,7
23,9
3150
42,7
17,6
25,4
24,5
D2m,ntw’
(dB)
37
12
21
21
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
183
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
I08 - Placa Viroc
M08 - PLACA VIROC com Placa Absorvedora
C06- PLACA VIROC com Placa Absorvedora em fibra de côco
Figura 6.13: Resultados da Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias de paredes
compostas (refletora/absorvedora/refletora) um conceito mais sustentável. As tipologias da Placa Viroc
com duas alternativas de placa absorvedora na parede da edificação. (M08) Placa absorvedora em lã de
rocha e (C06) placa absorvedora em fibra de coco.
6.3 Análise geral dos resultados
A síntese dos resultados da Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) é
apresentada na Tabela 6.17, classificando as tipologias investigadas em diferentes grupos. O
grupo comparativo, representado pela fachada totalmente fechada (1A), fachada com
abertura(1B) e fachadas com aberturas fechadas(1C); o grupo parede simples(2); o grupo parede
composta (refletor/absorvedor/refletor com conceitos sustentáveis) (3) e o grupo de paredes
compostas (refletor/absorvedor/ elemento perfurado ou vazado) (4). Nessa tabela, pode-se
verificar, na margem direita, quanto cada tipologia melhorou o seu desempenho, quando
comparada com a parede com abertura (Grupo 1B).
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
184
Tabela 6.17: Sintese dos resultados apresentados em diferentes grupos das tipologias investigadas
CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS
INVESTIGADOS
TIPOLOGIAS INVESTIGADAS
D2m,nTw’
(dB)
GANHO
COMPARA-
DO COM
FACHADA
COM
ABERTURA
(dB)
Grupo Comparativo fechado
(1A)
C01
Fachada Fechada
37
+25
Grupo Comparativo
com abertura
(1B)
C02
Fachada com abertura
12
0
Grupos comparativos com
aberturas fechadas
(sem ventilação)
(1C)
C03
Vidro duplo
29
+17
C04
Vidro simples
30
+18
C05
Fachada com peitoril -
fechamento
abertura com
basculante
27
+15
Parede Simples
-
(com e sem absorvedor na
parede da edificação)
(2)
I01
Granito
18
+6
I02
Concreto
16
+4
M01
Granito com placa
absorvedora
22
+10
M02
Concreto com placa
absorvedora
21
+9
Parede Composta:
Refletor/Absorvedor/Elemento
perfurado ou vazado
-
(com e sem absorvedor na
parede da edificação)
(3)
I03
Chapa Metálica
25
+13
I04
Madeira
25
+13
I05
PVC
26
+14
M03
Chapa Metálica com
placa absorvedora
26
+14
M04
Madeira com placa
absorvedora
25
+13
M05
PVC com placa
absorvedora
26
+14
Parede Composta:
Refletor/Absorvedor/Refletor
-
(com e sem absorvedor na
parede da edificação)
-
Conceito sustentável
(4)
I06
Telha Termo-acústica
18
+6
I07
Placa Cimentícia
19
+7
I08
Placa Viroc
19
+7
M06
Telha Termo-acústica
com placa
absorvedora
23
+11
M07
Placa Cimentícia com
placa absorvedora
22
+10
M08
Placa Viroc com placa
absorvedora
21
+9
C06
Placa Viroc com Fibra de
coco na parede da
edificação
21
+9
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
185
O desempenho de cada parede pertencente ao grupo comparativo das paredes abertas e
fechadas é mostrado na Figura 6.14. A parede totalmente fechada apresenta D2m nT,w’ de 37dB.
As demais paredes, com a presença das aberturas fechadas, compostas de vidro duplo, vidro
simples e janela com peitoril com abertura fechada, ficaram com D2m,nTw’ entre 27dB a 30dB.
A janela com abertura apresenta apenas 12dB de isolamento. Essa parede com abertura serviu de
comparação para todas as investigações efetuadas, uma vez que se pretende mostrar, neste
trabalho, que uma fachada com abertura pode permanecer com abertura desde que as
intervenções procurem equilibrar o nível de ruído interno. Esse equilibrio bioclimático integraria
o conforto acústico, conforto térmico e a eficiência energética. Se uma fachada com vidro duplo
ou vidro simples apresenta um desempenho acústico na ordem de 29dB a 30dB sem integração
bioclimática (sem ventilação, consumindo ar-condicionado para melhora do conforto térmico,
mas satisfazendo possivelmente o lado acústico), haverá valor mais favorável para obtermos esse
mesmo ambiente com ventilação, diminuição do consumo de ar-condicionado, tomando cuidados
para o conforto acústico. A janela com peitoril ventilado, porém com sua abertura fechada,
chegou a parâmetros de 27dB. Esta tipologia se fosse utilizada com metodos mais eficientes de
isolamento acústico, certamente se obteriam melhores desempenhos. Diante desses argumentos,
pode-se dizer que o valor próximo de 27dB seria o desempenho compatível para possibilitar uma
integração bioclimática com a presença de uma abertura a qual viabilizaria um desempenho
acústico razoável para áreas o muito ruidosas, utilização da ventilação integrando as condições
de conforto térmico, se a localidade assim permitir e, consequentemente, viabilizaria a não
utilização dos sistemas de condicionamento de ar artificial. Cabe aqui também destacar que a
utilização do peitoril ventilado, bem estruturado acusticamente, não inviabiliza a sua utilização
em áreas de ruído intermediárias, uma vez que faz parte da sua estrutura de desenho projetar uma
janela basculante pelo lado interno, caso haja necessidade temporariamente para os momentos de
ruído mais intenso.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
186
37
12
29
30
27
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1
Tipologias Investigadas (Grupo 1A, 1Be 1C)
D2m,nTw' (dB)
Fachada Fechada
Fachada com abertura
C03 - Vidro duplo
C04 - Vidro simples
C05 - Fachada com peitoril - fechamento abertura com basculante
Figura 6.14: Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo comparativo das
paredes fechadas e abertas.
O grupo 2, do qual fazem parte as composições de paredes simples, granito e concreto,
representa o tipo de peitoril ventilado mais utilizado na construção civil. São elementos práticos,
densidade altas e resistentes às intempéries climáticas. A Figura 6.15 apresenta os resultados da
Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) do grupo 2. O caráter sonoro refletivo
das suas cavidades internas demonstram um baixo desempenho de isolamento sonoro,
principalmente para o concreto na ordem de 16dB e de 18dB para o granito. Este fato revela, que
para melhorar o desempenho acústico desses materiais, a cavidade do peitoril fazendo uso da
parede da edificação, necessita ser trabalhada. Caso essas paredes simples não apresentem
características acústicas, o desempenho fica nessa ordem de grandeza. Se a cavidade interna do
peitoril apresentar alguma absorção sonora, como no caso da placa absorvedora de de rocha,
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
187
esse desempenho obtém melhoras de 4dB a 5 dB. Os novos valores passam a ser de 22dB para o
granito e 21dB para o concreto, ambos com placa absorvedora.
12
18
16
22
21
0
5
10
15
20
25
1
Tipologias Investigadas
D2m,nTw' (dB)
Fachada com abertura
I01 - Granito
I02 - Concreto
M01 - Granito com placa absorvedora
M02 - Concreto com placa absorvedora
Figura 6.15: Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo comparativo das
paredes simples (grupo 2).
Com o grupo 3 houve a intensão de investigar as composições cujas características de
peitoril fossem formadas por superficie refletora (externa,), cavidade absorvedora e superficie
interna, composta de um material perfurado ou vazado. A Figura 6.16 apresenta os resultados da
Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) do grupo 3. Nesse grupo, foi observado
a importância da parede interna do peitoril ventilado como material absorvedor. Essa superficie,
por ser uma cavidade interna , não estaria sujeita às intempéries climáticas. O material utilizado
para a área externa do peitoril ventilado foi da mesma composição do interno, variando apenas a
estrutura da sua superficie, que passaria a ter perfurações em vez de ser uma superficie totalmente
lisa. A madeira foi utilizada por permitir que os peitoris também pudessem ser locados em
varandas cobertas onde não sofreriam danos de intempéries. Esses elementos, tendo a cavidade
interna perfurada, foram o que apresentaram melhores desempenhos, mostrando a importância
dessa cavidade para o desempenho acústico dos peitoris. Conforme pode ser observado na Figura
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
188
6.16, esses peitoris apresentaram desempenho entre 25dB e 26dB com a presença ou não da placa
absorvedora da outra parede da cavidade (da edificação). Isso significa que a utilização da placa
não agrega valor ou melhora ao desempenho, mas significa mudanças no seu custo benefício.
Diante desses fatos, pode-se dizer que o peitoril deve utilizar uma parede absorvedora, sendo
preferencialmente a da cavidade interna por propiciar maiores áreas de absorção.
12
25
25
26
26
25
26
0
5
10
15
20
25
30
2
Tipologias Investigadas
D2m,nTw' (dB)
Fachada com abertura
I03 - Chapa Metálica
I04 - Madeira
I05 - PVC
M03 - Chapa Metálica com placa absorvedora
M04 - Madeira com placa absorvedora
M05 - PVC com placa absorvedora
Figura 6.16: Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo comparativo das
paredes compostas (refletor/absorvedor/elemento perfurado ou vazado).
O grupo 4, relativo ao grupo comparativo de paredes compostas por superfícies
refletoras/absorvedoras/refletoras e conceito sustentável, é apresentado na Figura 6.17. Esse
grupo fez parte da investigação do comportamento dos elementos supostamente bons isolantes se
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
189
estivesse presente em paredes sólidas sem aberturas. São elementos compostos de
massa/mola/massa naturalmente compostos todos por painéis e fibras. Esses elementos trabalham
como barreiras sonoras, mas também como materiais condutores sonoros, que suas superfícies
internas do peitoril são refletoras. Os resultados de desempenho indicam que independentemente
de serem compostos por três elementos, o seu desempenho ainda foi considerado baixo. Diante
do seu custo estar integrado ao custo de três componentes, uma chapa na superfície externa e
interna e um material absorvedor na cavidade, o desempenho apresentado melhorou muito pouco
em relação à composição de parede simples, ao granito e ao concreto. Os seus valores
praticamente foram similares ao desempenho do peitoril em granito, isto é, entre 18dB e 19dB.
Para melhorar o desempenho desses elementos necessita-se tentar modificar o carater refletivo da
superficie interna do peitoril. o havendo possibilidades de melhora no elemento peitoril a
estratégia passa a ser de intervenções acústicas na parede da cavidade da edificação. A utilização
da placa absorvedora de lã de rocha apresentou uma melhora no desempenho acústico dos
peitoris independentemente de qual tipologia fosse investigada. A melhora do desempenho
desses elementos passou a ser um valor agregado ao anterior. Melhora na ordem de 2dB a 4dB. O
peitoril de telha termo-acústica foi, entre os três experimentos, o que apresentou, nessa situação,
melhor desempenho, ficando assim com 23dB de isolamento e as demais, com 22dB para a placa
cimentícia e 21dB para a placa viroc.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
190
12
18
19
19
23
22
21
0
5
10
15
20
25
3
Tipologias Investigadas
D2m,nTw' (dB)
Fachada com abertura
I06 - Telha Termo-acústica
I07 - Placa Cimentícia
I08 - Placa Viroc
M06 - Telha Termo-acústica com placa absorvedora
M07 - Placa Cimentícia com placa absorvedora
M08 - Placa Viroc com placa absorvedora
Figura 6.17: Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo comparativo das
paredes compostas (refletor/absorvedor/refletor) e conceitos sustentáveis.
Os conceitos sustentáveis passam pela idéia de que podemos utilizar os materiais
ecologicamente corretos do mercado da mesma forma que os demais. As investigações
mostraram que utilizar esses materiais é uma questão de escolha e viabilidade financeira. Nesse
grupo investigado (grupo 4), utilizaram-se o peitoril de placa viroc com placas de fibra de coco
na sua cavidade interna, para caracterizar o conceito sustentável. Os resultados mostram que seu
desempenho é similar ao grupo da sua categoria de composição não sustentável. A placa viroc e a
chapa cimentícia obtiveram mesmo desempenho entre 19dB e 18dB sem placa de absorção na
parede e com 21dB e 22dB, com a placa absorvedora respectivamente.
Em busca de testar alguns materiais sustentáveis ou não, alguns testes foram realizados
entre a lã de rocha e a fibra de coco aplicada na parede da edificação. A investigação foi realizada
com o peitoril de placa viroc. Os resultados mostraram a similaridade de desempenho entre esses
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
191
dois materiais, uma vez que ambos obtiveram Diferença Padronizada de Nível Ponderada
(D2m,nTw’) de 21dB (Figura 6.18).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1
Tipologias Investigadas
D2m,nTw' (dB)
Fachada Fechada
Fachada com abertura
M08 - Placa Viroc com placa absorvedora - lã de rocha
C06 - Placa Viroc com placa absorvedora - Fibra de coco
Figura 6.18: Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB das tipologias do grupo comparativo das
paredes compostas (refletor/absorvedor/refletor) e conceitos sustentáveis na placa absorvedora na parede
da edificação.
6.4 Melhores desempenhos acústicos de cada grupo - Análise comparativa
entre os diversos sistemas construtivos de peitoris ventilados
Os desempenhos acústicos apresentados nas figuras a seguir são relativos aos melhores
desempenhos obtidos por cada categoria investigada. No grupo dos melhores “A”, isto é, sem
utilização da placa absorvedora na parede da edificação, na Figura 6.19, constata-se que, diante
dos três parâmetros comparativos, parede fechada, parede com abertura e parede com peitoril
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
192
com basculante fechado, o peitoril que apresentou melhor desempenho foi o de PVC (I05). A
tipologia do peitoril de PVC investigado é caracterizado por uma superfície refletora na parede
externa, uma cavidade com um material bastante absorvedor e a parede da superfície interna do
peitoril perfurada ou vazada. Essa composição representa a estratégia de projeto indicada para ser
trabalhado o peitoril. Essas perfurações na parede do peitoril, com a utilização de uma material
bastante absorvedor na sua cavidade interna, incrementa a cavidade em diminuir a reverberação
interna, como também diminuir as reflexões indesejadas de ruído. Nas frequências superiores a
500Hz, a tipologia do peitoril ventilado em PVC apresentou similaridade de valores com a
tipologia de peitoril ventilado fechado com basculante. Nas frequências baixas entre 200Hz e a
500Hz, percebe-se um a perda de desempenho, comparada com a janela com basculante(C05), e
as frequências menores que 200Hz precisam ser mais bem avaliadas. A representação da
Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) em um único número demonstra uma
aproximação muito grande entre esses dois exemplos. O peitoril com abertura basculante fechada
apresentou desempenho de 27dB e a de PVC, 26dB. Esses valores obtidos foram considerados
satisfatórios, pois, para uma integração bioclimática, teremos um bom desempenho, porém
teremos condições de climatizar naturalmente o espaço.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
193
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Fachada Fechada
Fachada com abertura
I01 - Granito
I05 - PVC
I08 - Placa Viroc
C05-Cimentícia com Fechamento Abertura
Diferença Padronizada de Nível Ponderada
(D2m,ntw')
37
12
18
26
19
27
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1
D2m,nTw' (dB)
Fachada Fechada
Fachada com abertura
I01 - Granito
I05 - PVC
I08 - Placa Viroc
C05 - Cimentícia com Fechamento Abertura
Figura 6.19: Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e Diferença Padronizada de Nível Ponderada
(D2m,nTw’) das tipologias investigadas – Quadro de grupos comparativos dos melhores desempenhos
das pesquisas sem tratamento na parede da edificação
No grupo “B”, as melhores tipologias com a colocação da placa absorvedora na parede da
edificação são apresentados na Figura 6.20. Observa-se que a colocação da placa absorvedora, na
parede da edificação, foi um elemento importante para aquelas tipologias cujas suas superfícies
eram anteriormente refletoras internamente, superfície do peitoril e da edificação. Nessas
situações, foi apresentada uma melhora no desempenho acústico, ficando entre 22dB e 23dB.
Esses valores, se comparados com a janela com abertura com basculante fechado (27dB),
apresenta um distanciamento maior desse resultado. Na tipologia de peitoril de PVC que,
anteriormente, sem utilização da placa absorvedora, havia apresentado um bom desempenho,
com a inserção da placa absorvedora, seus valores de desempenhos não foram alterados. Isso
esclarece que, nessa situação em que uma superfície do peitoril já apresente características
absorvedoras, a presença de mais um complemento absorvedor, no caso na parede da edificação,
passa a ser uma estratégia desnecessária, pois seus valores permaneceram os 26dB.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
194
Diferença Padronizada de Nível
(D2m,nT)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Fachada Fechada
Fachada com abertura
M01 - GRANITO com Placa Absorvedora
M05 - PVC com Placa Absorvedora
M06 - TELHA TERMO-ACÚSTICA com Placa Aborvedora
M08 - PLACA VIROC com Placa Aborvedora
C05-Cimentícia com Fechamento Abertura
Diferença Padronizada de Nível Paonderada
(D2m,nTw')
37
12
22
26
23
21
27
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1
D2m,nTw' (dB)
Fachada Fechada
Fachada com abertura
M01 - Granito com placa absorvedora
M05 - PVC com placa absorvedora
M06 - Telha Termo-acústica com placa absorvedora
M08 - Placa Viroc com placa absorvedora
C05 - Cimenticia com Fechamento abertura
Figura 6.20: Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) e Diferença Padronizada de Nível Ponderada
(D2m,nTw’) das tipologias investigadas Quadro de grupos comparativos dos melhores desempenhos
das pesquisas com tratamento na parede da edificação (colocação de placa absorvedora).
6.5 Estimativa de custos dos protótipos investigados
Os valores apresentados, na Tabela 6.18, representam uma estimativa dos custos dos
materiais utilizados para execução dos peitoris ventilados. Não fazem parte desses custos valores
intercorrentes de mão de obra para execução do protótipo, montagem na obra, fretes e algum
outro material necessário para aplicação na fachada da edificação a exemplos de: colas especiais,
pinturas, argamassa, vedações, nem parcerias que possam reduzir este custo. Não cabe a esse
trabalho engrandecer um material em detrimento do outro uma vez que em todas as opções,
existem seu prós e contras. Portanto, cabe a cada construtor e arquiteto verificar o seu objetivo,
qual o material que melhor se aplica e assim decidir quais as características construtivas que
queira seguir.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
195
De acordo com os resultados da Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’)
dos protótipos investigados, o peitoril em chapa metálica, em madeira e em pvc (sem placa
absorvedora) apresentaram melhores índices e os custos desse material podem ser comparados
com os demais. O custo decorrente da opção sustentável está aqui também presente para ser
avaliado. Os materiais sustentáveis, utilizados nesta pesquisa, fazem parte de tecnologia de ponta
e recentes. Seus custos, comparados com materiais antigos no mercado, são ainda mais altos que
os não sustentáveis, mas à medida que forem sendo utilizados com maiores demandas, acredita-se
que seus custos sejam reduzidos.
Tabela 6.18: Estimativa de custos dos materiais necessários para execução dos protótipos (fretes e mão de
obra não inclusos)
CUSTOS MATERIAL PROTÓTIPOS (frete e mão de obra não inclusos)
Material
Protótipo
(A)
(B1)
(B2)
(C )
(A+B)
(A+B+C)
(A+B+C)
Sup.
Externa
+
Interna
(R$)
Cav.
(lã de
Rocha)
(R$)
Cav.
(fibra
de coco)
(R$)
Placa
Abs.
(R$)
Total
sem
placa
(R$)
Total
com
placa de
R$)
Total
com
placa de
fibra (R$)
Granito
300,00
-
-
61,34
(lã)
300,00
361,54
-
Concreto
-
-
-
-
-
-
Madeira
147,75
46,90
-
194,56
255,90
-
Chapa Metálica
*ñ/ galvanizada
270,00
46,90
-
316,90
378,44
PVC
300,00
46,90
-
346,90
408,24
-
Telha Termo-
acústica
320,00
-
350,00
411,34
-
Placa Cimentícia
337,00
46,9
-
383,90
445,24
-
Placa Viroc
*opção
sustentável
242,00
-
220,00
105,00
(fibra)
462,00
567,00
Placa Viroc
*simulação sem
sustentabilidade
242,00
46,90
-
61,34
(lã)
288,90
350,24
-
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
196
6.6 Avaliação comparativa entre desempenho sonoro de várias pesquisas
existentes com o peitoril ventilado e a norma de desempenho NBR
15575-4:2008.
No decorrer do capítulo 4, várias pesquisas foram apresentadas, as quais buscaram
informações sobre desempenho sonoro de elementos de fachadas com climatização natural.
Algumas dessas pesquisas foram caracerizadas por Rw e outras por D2m,nT,w (Diferença
Padronizada de Nível Ponderada). A Figura 6.21 mostra resultados desses trabalhos
mencionados, incluindo o desempenho sonoro do peitoril ventilado desta pesquisa. Esses
valores foram sintetizados e comparados. Segundo a NBR 15575-4:2008, os valores
recomendados mínimos para vedação externa de dormitórios no Brasil, com valores da Diferença
de Nível Padronizada Ponderada (D2m,ntw’), seria de 25dB a 29dB. Pode-se observar, na figura
6.24, que grande parte das pesquisas realizadas internacionalmente nos últimos anos, Atenuador
de Field, Protótipo Teria, Cobogós, Passivent com duas lâminas, Silenceair, e o próprio Peitoril
Ventilado, nas condições investigadas, atende às exigências mínimas da norma brasileira de
desempenho, tornando-se assim elementos aceitos com condições de aplicabilidade no mercado
sustentável. O peitoril ventilado não foge a essa regra principalmente quando comparado ao
tamanho das suas aberturas investigadas (1190mm x 200mm), por serem em maiores proporções
quando comparadas com as demais.
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
197
Figura 6.21: Diferença Padronizada de Nível Ponderada em dB de diversas pesquisas existentes com
elementos de fachada com aberturas.
Os resultados apresentados, no decorrer deste trabalho, revelam que o peitoril ventilado é
uma rica ferramenta bioclimática para integração entre ventilação, eficiência energética e
isolamento acústico. A obtenção de valores de Diferença Padronizada de Nível Ponderada de
26dB enfatiza a aplicabilidade desse elemento como componente arquitetônico, com condições
Diferença Padronizada de Nível Ponderada
(D2m,nTw')
22
25
13
27
26
27
26
0
5
10
15
20
25
30
ATENUADOR Field (2002)
PROTÓTIPO TERIA - Sem Controlador
de ruído (2005)
BRISES - Hardlooper (2009)
COBOGÓ (Araújo, 2010)
PASSIVENT com duas lâminas
(Dispositivo industrial)
SILENCEAIR aberto (Dispositivo
industrial
PEITORIL VENTILADO (Oiticica, 2010)
dB
Capítulo 6 Resultados e Discussão
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoril ventilado
198
de isolamento sonoro satisfatório nas fachadas brasileiras. Outro fator positivo do peitoril
ventilado pesquisado é relativo aos tamanhos das aberturas (1190mm x 200mm) pois ao serem
comparadas com as demais pesquisas, são maiores e promovem consideravelmente a ventilação
natural sem maiores riscos de ruídos para o ambiente interno.
Capítulo 7 Conclusões
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
199
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÕES
A fase inicial deste trabalho, denominada de fase investigativa, procurou-se conhecer as
normas existentes para avaliação de elementos de fachada e assim investigar o comportamento
acústico de algumas tipologias de peitoris ventilados. A investigação relacionada à composição
plástica dos peitoris ventilados apresentou resultados positivos na atenuação do ruído.
A fachada investigada, com a tipologia de janela com abertura e peitoril ventilado,
apresentou melhor desempenho acústico que a fachada de janela com abertura sem a presença do
peitoril ventilado, e pior desempenho acústico que a fachada sem abertura e sem peitoril
ventilado, denominada de fachada fechada. O resultado encontrado da Diferença Padronizada de
Nível Ponderada (D2m,nTw’), da janela com utilização de peitoril ventilado, é na ordem de 6dB
maior que a janela com abertura e sem peitoril ventilado, e 6dB menor que a fachada fechada
(sem abertura e sem peitoril ventilado). Esses valores demonstraram que a presença do peitoril
ventilado como componente arquitetônico de fachada é uma ferramenta bioclimática agregadora
entre ventilação, eficiência energética e acústica.
A investigação da utilização de material absorvedor no duto de ventilação, canal entre a
parede interna do peitoril e a parede da edificação, apresentou melhores resultados da Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’), quando o material foi aplicado na face interna da
parede do peitoril ventilado, em comparação com a aplicação do material absorvedor na parede
da edificação.
Nas investigações realizadas com aberturas fixas, peitoris ventilados com formas
similares (ortogonais), mas com dimensões diferentes, denominados peitoril longo (altura de
0,70m e largura de 0,90m) e peitoril curto (altura de 0,40m e largura de 0,50m), os resultados da
Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’), entre eles, não apresentou diferenças
significativas. Os valores encontrados com tipologias de janelas com a presença de peitoris
Capítulo 7 Conclusões
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
200
ventilados, seja qual for a sua dimensão, continuou apresentando melhores resultados de que as
tipologias de uma fachada com a mesma abertura, porém sem a presença de peitoris ventilados.
Os resultados da Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’), das tipologias
de peitoris ventilados, com presença de ressonadores, ou não, na parede interna do peitoril
ventilado (duto de passagem do vento), não apresentaram diferenças significativas entre elas. O
fato importante a ser considerado é a melhora de desempenho acústico apresentado, quando, nas
investigações com a mesma tipologia de peitoril com ressonadores, foi colocado material
absorvedor na cavidade central entre as lâminas (superfícies) do peitoril, área essas conectada e
exposta às aberturas dos ressonadores.
Com base nos resultados encontrados nos peitoris ventiladas investigados na fase
investigativa”, algumas sugestões para estratégias passivas de projeto são apresentadas.
Primeiramente, para obter os melhores desempenhos acústicos, deve-se beneficiar a parede
interna (superfície voltada para o duto de vento) do peitoril ventilado com a colocação de um
material absorvedor de alto desempenho acústico. Caso o peitoril não possa ser modificado
arquitetonicamente, deve-se utilizar a parede da edificação do duto de ventilação do peitoril com
a presença também de material absorvedor de alto desempenho. Outra estratégia de projeto é
utilizar ressonadores no peitoril ventilado. Preferencialmente, para obtenção de melhores
desempenhos acústicos, deve-se utilizar material absorvedor de alto desempenho na cavidade
central do peitoril (entre as duas lâminas do peitoril ventilado). Em tipologias investigadas, com
padrão de forma ortogonal, as dimensões (altura e largura) dos peitoris ventilados, sejam eles
peitoris curtos ou longos, não apresentam diferenças significativas no desempenho acústico entre
elas, a diferença fica por conta da variação espectral em algumas frequências. A interface do
desempenho acústico do peitoril ventilado com a arquitetura bioclimática é que todas as
investigações de fachadas com utilização de janela com aberturas e utilizando peitoril ventilado
apresentaram melhoras significativas na Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’),
quando comparados com fachadas com janelas com a mesma abertura sem a presença do peitoril
ventilado.
A segunda fase deste trabalho, fase aplicativa”, avaliou diversas tipologias de peitoris
ventilados, divididos em três etapas (comparação, investigação e melhoramento), procurando
Capítulo 7 Conclusões
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
201
investigar várias composições construtivas com diferentes materiais, tais como: granito, concreto,
madeira, chapa metálica, PVC, telha termo-acústica, chapa cimentícia e placa viroc.
A etapa comparaçãoinvestigou desempenhos de alguns elementos de fachada, com ou
sem utilização de peitoril ventilado, para que os resultados de desempenhos possam ser
comparados com as diversas tipologias de peitoris ventilados. Os resultados da Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) encontrados mostraram que uma fachada
totalmente fechada (sem abertura e sem janelas) obtém alto desempenho acústico na ordem de
37dB. Os valores de desempenho encontrados para as fachadas com algum tipo de janela fechada
(vidro simples, vidro duplo e utilizando peitoril ventilado com abertura fechada) variaram entre
30dB a 27dB. As fachadas, com a presença de uma abertura (1190mm x 200mm) similar à
utilizada nas investigações de peitoris ventilados, apresentaram uma redução considerável de
desempenho acústico, com valores de apenas 12dB. Os resultados são claros: à medida que as
intervenções vão ocorrendo na fachada, utilizando-se janelas e aberturas, perdas de desempenho
também vão sendo detectadas, quando comparadas com uma fachada fechada com alvenaria.
A composição das diversas tipologias de peitoris ventilados investigadas com os
diferentes materiais foi variada. Os resultados apresentados são os pesquisados na etapa
investigação” (sem utilizar placa absorvedora na parede da edificação) e etapa melhoramento”
(com utilização de placa absorvedora na parede da edificação).
O grupo denominado de peitoris ventilados com parede simples (peitoril de granito e
peitoril de concreto) e parede composta (peitoril de telha termo-acústica, peitoril de placa
cimentícia e peitoril com placa viroc), sem a presença da placa absorvedora na parede da
edificação, apresentou desempenho acústico entre 16dB a 19dB. O pior desempenho acústico
apresentado foi o peitoril ventilado de concreto com 16dB. Esses dois grupos de peitoris
ventilados têm detalhes construtivos diferenciados, porém apresentam uma similaridade entre
seus componentes construtivos. A similaridade existente é a presença da superfície da parede
interna do peitoril ventilado, no duto de passagem de vento, com alta característica refletora.
Esses resultados enfatizam que, quanto mais refletora for a superfície da parede interna do
peitoril ventilado, menor será o seu desempenho acústico. A utilização de placas absorvedoras na
parede da edificação, dos dutos de ventilação dos peitoris ventilados é bem aplicada neste grupo.
Capítulo 7 Conclusões
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
202
A aplicação dessas placas apresentou melhoras de desempenho acústico nos diversos peitoris, na
ordem de 2dB a 5dB. O desempenho acústico dos diversos peitoris ventilados desse grupo, com a
utilização da placa absorvedora, apresentou valores de Diferença Padronizada de Nível
Ponderada (D2m,nTw”) entre 21dB a 23dB. O fato interessante é que este grupo de peitoris
ventilados apresentou os melhores desempenhos com a utilização da placa absorvedora na parede
da edificação. Os resultados de desempenho, comparados com os de uma fachada com similar
abertura (sem utilizar peitoril ventilado), apresentaram melhoras na ordem de 9dB a 11dB. Esses
valores demonstram, mais uma vez, a importância do peitoril ventilado na integração
bioclimática, uma vez que a presença de peitoris ventilados como elemento de fachada permite
integrar a ventilação com atenuação do ruído.
Os resultados mais significativos encontrados são os referentes ao grupo dos peitoris
ventilados elaborados de paredes composta (material refletor, absorvedor e perfurado), cujas
superfícies internas (parede do duto de ventilação) são perfuradas. A Diferença de Nível
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) apresentou valores entre 25dB a 26dB. Nessa
situação, a inserção da placa absorvedora na parede da edificação não agrega valores, que as
melhoras de desempenho acústico desses elementos de fachada não foram significantes. Os
resultados de desempenho desse grupo, composto com uma superfície perfurada, comparados
com os de uma fachada com similar abertura (sem utilizar peitoril ventilado), apresenta melhoras
na ordem de 13dB a 14dB. Interessante observar que essa característica de peitoril duplica a
melhora do desempenho acústico da fachada (14dB) que, antes, com fachada com abertura, sem
utilizar peitoril ventilado a Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’), era de
apenas 12dB.
Os materiais sustentáveis (placa viroc e fibra de coco) investigados nessa pesquisa, com
características similares aos não sustentáveis (placa cimentícia e lã de rocha), apresentaram
resultados similares de desempenho. A fibra de coco, com NRC de 0,68 e a de Rocha com
NRC de 0,88, ao serem aplicadas na parede da edificação, os resultados encontrados da
Diferença Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) não foram diferentes, isto é, 21dB.
As sugestões para utilização de estratégias de projeto, fundamentadas nessa segunda fase,
denominada aplicativa”, ressalta algumas observações, mencionadas na etapa anterior. A
Capítulo 7 Conclusões
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
203
utilização dos peitoris ventilados, preferencialmente, deve ter as superfícies internas perfuradas,
superfície do duto de ventilação, com aplicação de material absorvedor de alto desempenho
acústico. Ao serem utilizados peitoris ventilados com essas características, a Diferença
Padronizada de Nível Ponderada (D2m,nTw’) é entre 25dB a 26dB. A combinação desses
peitoris ventilados com material absorvedor na parede da edificação não melhorará
significativamente o desempenho acústico. A placa absorvedora na parede da edificação melhora,
sim,o desempenho acústico dos ambientes, quando utilizada com peitoris ventilados, cujas
superfícies internas sejam refletoras. Essa melhora é de 2db a 5dB do desempenho do peitoril
sem sua utilização. Esses peitoris ventilados, com superfícies refletoras internas do duto de
ventilação, têm desempenho acústico entre 16dB a 19dB. Os materiais sustentáveis, quando
utilizados, são eficientes acusticamente, porém seus custos ainda precisam ser mais competitivos
com os materiais não sustentáveis, principalmente a fibra de coco.
Conclui-se que as fachadas com utilização de peitoris ventilados permitem que os
ambientes possam ser climatizados naturalmente com significante atenuação de ruído. As
diferenças entre as diferentes tipologias existem, porém a composição construtiva das suas
superfícies é relevante, para estimular ambientes menos ruidosos. Os resultados comprovam que
fachadas com utilização de peitoril ventilado atenuam ruídos e são quase tão eficientes
acusticamente, quanto uma fachada similar fechada com janelas de vidro simples. Os peitoris,
por serem uma abertura complementar, podem melhorar ainda mais o seu desempenho, quando a
alternativa de utilização de basculante for aplicada, para momentos específicos mais ruidosos.
Comprovadamente, o peitoril ventilado é uma alternativa passiva de projeto, sustentável,
atenuadora de ruído, beneficiadora da ventilação natural, por permitir passagem de ventilação e,
consequentemente, uma ferramenta energeticamente eficiente.
As investigações sobre desempenho acústico de peitoris ventilados não devem ficar
apenas nesses resultados introdutórios. A inexistência de parâmetros acústicos fez com que, esse
trabalho fosse iniciado. Recomenda-se que sejam feitas investigações, procurando a integração
bioclimática dessas informações, com áreas de conforto térmico e luminoso. O peitoril ventilado
tem a contribuir para ambientes mais saudáveis e sustentáveis. Várias investigações podem ser
realizadas ainda com esta ferramenta de trabalho, a exemplo de: investigar o desempenho
acústico de novas formas de peitoris, inclinadas e curvas; investigar a integração do peitoril
Capítulo 7 Conclusões
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
204
ventilado com a ventilação cruzada nas edificações; buscar aperfeiçoar o desempenho acústico do
peitoril ventilado em frequências especificas abaixo de 500 Hz, sem que haja prejuízo do fluxo de
ventilação. Certamente, essas propostas de pesquisa podem conduzir a arquitetura para caminhos
mais sustentáveis e assim contribuir para a preservação do nosso planeta nas próximas gerações.
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Bibliografia Consultada
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228
Anexo A
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
229
ANEXO A
Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias aplicadas na
FASE APLICATIVA, etapa “Comparação”.
C01
Fechado com alvenaria
C01-Fechado
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
C02
Com abertura (1190mm x 200mm)
C02 - Com Abertura
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Anexo A
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
230
C03
Vidro Duplo
C03 - Vidro Duplo (6/8/6mm)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
C04
Vidro Simples
C04 - Vidro Simples (6mm)
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Anexo A
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
231
C05
Peitoril com Placa Cimentícia com Fechamento Basculante na Abertura
C05 - Peitoril com Placa Cimentícia com
Fechamento Basculante na Abertura
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
C06
Peitoril com Placa Viroc com fibra de Coco aplicado na parede da edificação
C06-Viroc com placa fibra côco
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Anexo A
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
232
Anexo B
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
233
ANEXO B
Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias aplicadas na
FASE APLICATIVA, etapa “Investigação”.
I01
Granito
I01 - Granito
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
d2m,nT (dB)
I02
Concreto
I02 - Concreto
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Anexo B
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
234
I03
Chapa Metálica
I03 - Chapa Metálica
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT(dB)
I04
Madeira
I04 - Madeira
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Anexo B
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
235
I05
PVC
I05 - PVC
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
I06
Telha Termo-acústica
I06 - Telha Termo-acústica
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Anexo B
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
236
I07
Placa Cimentícia
I07 - Placa Cimenticia
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
I08
Placa Viroc
I08 - Placa Viroc
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT(dB)
Anexo C
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
237
ANEXO C
Diferença Padronizada de Nível (D2m,nT) das tipologias aplicadas na
FASE APLICATIVA, etapa “Melhoramento”.
M01
Granito com placa absorvedora
M01 - GRANITO com Placa Absorvedora
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
M02
Concreto com placa absorvedora
M02 - CONCRETO com Placa Absorvedora
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT(dB)
Anexo C
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
238
M03
Chapa Metálica com placa absorvedora
M03 - PLACA METÁLICA com Placa Absorvedora
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
M04
Madeira com placa absorvedora
M04 - MADEIRA com Placa Absorvedora
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Anexo C
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
239
M05
PVC com placa absorvedora
M05 - PVC com Placa Absorvedora
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
M06
Telha Termo-acústica com placa absorvedora
M06 - TELHA TERMO-ASTICA com Placa
Aborvedora
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
Anexo C
Desempenho acústico de diferentes tipologias de peitoris ventilados
240
M07
Placa Cimentícia com placa absorvedora
M07 - PLACA CIMENTÍCIA com Placa
Absorvedora
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB)
M08
Placa Viroc com placa absorvedora
M08 - PLACA VIROC com Placa Aborvedora
0
10
20
30
40
50
100
125
160
200
250
315
400
500
630
800
1000
1250
1600
2000
2500
3150
Frequência (Hz)
D2m,nT (dB0
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