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DHALTON SHIGUER ITO
TECNOLOGIAKIT DE CULTIVARES DE CA
RESISTENTES AOS NEMATÓIDES” NA VIABILIZAÇÃO DA
CAFEICULTURA EM ÁREAS INFESTADAS
LONDRINA
2010
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DHALTON SHIGUER ITO
TECNOLOGIAKIT DE CULTIVARES DE CAFÉ
RESISTENTES AOS NEMATÓIDES” NA VIABILIZAÇÃO DA
CAFEICULTURA EM ÁREAS INFESTADAS
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronomia, da Universidade
Estadual de Londrina, para obtenção do
título de Doutor em Agronomia, Área de
Concentração em Fitossanidade.
Orientador(a): Prof
a
. Dra. Débora Cristina
Santiago
LONDRINA
2010
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Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da
Universidade Estadual de Londrina.
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
I89t Ito, Dhalton Shiguer.
Tecnologia “kit de cultivares de ca resistentes aos nemaidesna viabilização
da cafeicultura em áreas infestadas / Dhalton Shiguer Ito. Londrina, 2010.
64 f. : il.
Orientador: Débora Cristina Santiago.
Co-orientador: Tumoru Sera.
Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, 2010.
Inclui bibliografia.
1. Ca Resistência a doenças e pragas Aspectos genéticos Teses. 2. Café
Melhoramento genético Teses. 3. Nematoda em plantas Teses. 4. Fungos nematófagos
Teses. 5. Meloidogyne Patogenicidade Teses. I. Santiago, Débora Cristina.
II. Sera, Tumoru. III. Universidade Estadual de Londrina. Centro de Ciências Agrárias.
Programa de Pós-Graduação em Agronomia. IV. Título.
CDU 633.73:632.651
DHALTON SHIGUER ITO
TECNOLOGIAKIT DE CULTIVARES DE CAFÉ
RESISTENTES AOS NEMATÓIDES” NA VIABILIZAÇÃO DA
CAFEICULTURA EM ÁREAS INFESTADAS
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronomia da Universidade
Estadual de Londrina, para obtenção do
título de Doutor em Agronomia.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof
a
. Dra. Inês Cristina de Batista Fonseca UEL
Dr. Gustavo Hiroshi Sera IAPAR
Prof. Dr. Édison Miglioranza UEL
Dr. Carlos Roberto Riede IAPAR
Prof. Dr. Seiji Igarashi UEL
Dr. Nelson da Silva Fonseca Júnior IAPAR
______________________________
Prof
a
. Dra. Débora Cristina Santiago
Orientadora
Universidade Estadual de Londrina
DEDICATÓRIA
À todos que sempre torceram sinceramente
a favor de meu sucesso.
AGRADECIMENTOS
Agradeço o curso de pós-graduação em Agronomia da UEL, IAPAR
e CNPq pela oportunidade de adquirir todo este conhecimento e permitir meu
avanço na carreira científica;
À professora Débora Cristina Santiago, por toda a orientação
recebida no desenvolvimento deste trabalho;
Ao meu co-orientador Tumoru Sera, que vem acompanhando minha
formação há muitos anos, agradeço toda a ajuda, confiança e dedicação;
À equipe Genética/Café do IAPAR, por toda colaboração na
realização de grande parte deste trabalho;
À comissão examinadora, que contribuiu muito na melhoria deste
trabalho;
À minha esposa, pelo companheirismo e por todo apoio que recebi,
principalmente nas horas difíceis;
Àos meus pais, irmã e sobrinho, que sempre me incentivaram e
estiveram ao meu lado;
Aos amigos que, mais do que nunca, se demonstraram amigos de
verdade;
Aos colegas que estão sempre por perto;
E, à todas as pessoas que contribuíram de alguma forma na
realização deste trabalho.
ITO, Dhalton Shiguer. Tecnologia “kit de cultivares de café resistentes aos
nematóides” na viabilização da cafeicultura em áreas infestadas: 2010. 64 fls.
Tese (Doutorado em Agronomia) Universidade Estadual de Londrina, Londrina,
2010.
RESUMO
A cafeicultura brasileira tem sofrido consideráveis prejuízos devido à presença dos
nematóides do gênero Meloidogyne, que ocasionam grandes perdas na
produtividade. No Brasil, esta redução é estimada em cerca de 20 % e, ao nível da
propriedade a inviabilidade econômica pode ocorrer em dois anos após introdução
do parasito. No Paraná, a presença de nematóides tem inviabilizado o cultivo do
café em diversas regiões, principalmente as de temperatura mais elevada e solo
arenoso. Na maioria dos casos, o controle de nematóides é ineficiente,
principalmente se a área estiver infestada antes do plantio. Entretanto, é possível
promover a viabilização dessas áreas, através do “Kit de cultivares de café
resistentes aos nematóides”, que visa indicar com segurança, rapidez e baixo custo,
as cultivares de café suscetíveis para áreas isentas e resistentes ou parcialmente
resistentes as áreas infestadas. O objetivo deste trabalho é propor uma nova
alternativa para viabilização da cafeicultura em áreas infestadas com nematóides e,
também, avaliar a resistência das cultivares utilizando essa metodologia. Os “kits”
foram compostos pelas cultivares IPR 100, IPR 106, Tupi IAC-1669/33 e Obatã IAC-
1669/20, junto com as cultivares padrões resistente Apoatã IAC 2258 e suscetível
Mundo Novo IAC-376/4. Foram distribuídos “kits” em 14 municípios das regiões
norte, noroeste e oeste do Paraná, com indícios de nematóides em cafezal,
totalizando 20 repetições em blocos ao acaso e parcela mínima de dez plantas. As
cultivares utilizadas no “kit” foram avaliadas para a quantidade de galhas e massas
de ovos. As cultivares IPR 100 e IPR 106 mostraram-se em campo moderadamente
resistentes e Mundo Novo IAC-376/4, Tupi IAC-1669/33 e Obatã IAC-1669/20 foram
suscetíveis. Apesar de estatisticamente suscetíveis ou resistentes, em algumas
propriedades ocorreram reação resistente nas suscetíveis e reação suscetível em
resistentes. Propõe-se o uso de “kit” como alternativa eficiente, simples, rápida e
baixo custo, para recomendação segura das cultivares resistentes a algumas raças e
espécies de nematóides do gênero Meloidogyne, ocorrendo pura ou em mistura.
Assim, é possível indicar cultivares de café resistentes com segurança, para
viabilização de áreas infestadas por nematóides com rapidez e baixo custo para os
agricultores.
Palavras-chave: Coffea arabica, fitossanidade, melhoramento genético, nematóides
de galhas.
ITO, Dhalton Shiguer. Technology “nematodes resistant coffee cultivars kit” in
viabilization of infested areas for coffee crop. 2010. 64 fls. Tese (Doutorado em
Agronomia) Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.
ABSTRACT
The Brazilian coffee has suffered considerable losses due of occurrence of
nematodes of genus Meloidogyne, which causes great decrease in productivity. In
Brazil, this reduction is estimated in 20% and, at farm level, the economic unviability
may occur in two years. In Paraná State-Brazil, the occurrence of nematodes has
rendered the coffee crop unfeasible in various regions, especially those with higher
temperature and sandy soil. In most cases, the control is inefficient, especially if the
area is already infested before planting. However, it may be possible to promote the
viability of these areas, through the "kit of coffee resistant cultivars to nematodes”,
which aims to indicate certainty, rapidness and lower cost, the susceptible coffee
varieties to nematodes-free areas and resistant or partially resistant to infested areas.
The aim of this research is to propose a new alternative for viability of coffee crop in
infected areas with nematodes and evaluate the resistance of cultivars used in this
methodology. The kits were composed by cultivars IPR 100, IPR 106, Tupi IAC-
1669/33 and Obatã IAC-1669/20, with the standards resistant cultivar ApoaIAC
2258 and susceptible Mundo Novo IAC-376/4. Kits were distributed to 14 producers
in the northern, northwestern and western regions of Paraná in coffee farms with
evidences of nematodes, in randomized block design with 20 replications with 10
plants per plot. Cultivars belonging to the kits returned for analysis of the number of
galls and eggs. The cultivars IPR 100 and IPR 106 were, in the field, moderately
resistant and the Mundo Novo IAC-376/4, Tupi IAC-1669/33 and Obatã IAC-1669/20,
susceptibles. Although statistically resistant or susceptible, resistant cultivars
presented susceptible reaction in some farms and susceptible cultivars presented
resistant reaction in others. It proposes the use of "kit" as an efficient alternative,
simple, rapid and low cost, reliable recommendations for resistant cultivars to some
races and species of nematodes of the genus Meloidogyne, occurring alone or in
mixture. It is possible to quickly recommend resistant coffee cultivars with low costs
to farmers in nematode infested areas.
Key-words: Coffea arabica, crop breeding, phytosanity, root-knot nematodes.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 8
2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 10
2.1 Nematóides na Cafeicultura ........................................................................ 10
2.2 Biologia e Ciclo de Vida ............................................................................... 12
2.3 Sintomatologia .............................................................................................. 14
2.4 Prejuízos econômicos causados pelos nematóides ................................. 15
2.5 Resistência do cafeeiro aos nematóides .................................................... 16
2.6 Identificação de Espécies e Raças ............................................................. 19
2.7 Disseminação ............................................................................................... 22
2.8 Manejo de nematóides ................................................................................. 22
2.8.1 Controle cultural ........................................................................................... 23
2.8.2 Controle físico .............................................................................................. 24
2.8.3 Controle químico .......................................................................................... 24
2.8.4 Controle biológico ........................................................................................ 25
2.8.5 Controle genético ......................................................................................... 25
3 ARTIGO A: “KIT DE CULTIVARES DE CAFÉ RESISTENTES AOS
NEMATÓIDES”: NOVA TECNOLOGIA PARA ADOÇÃO DE CULTIVARES
RESISTENTES EM PROPRIEDADES INFESTADAS POR NEMATÓIDES ............ 27
3.1 Resumo e Abstract ....................................................................................... 27
3.2 Introdução ..................................................................................................... 28
3.3 Descrição Metodológica .............................................................................. 30
3.4 Validação da Tecnologia .............................................................................. 33
3.5 Considerações Finais ................................................................................... 38
4 ARTIGO B: RESISTÊNCIA DE CAFEEIROS UTILIZADOS NO “KIT DE
CULTIVARES RESISTENTES AOS NEMATÓIDES” NO ESTADO DO PARANÁ . 39
4.1 Resumo e Abstract ....................................................................................... 39
4.2 Introdução ..................................................................................................... 41
4.3 Material e Métodos ....................................................................................... 42
4.4 Resultados e Discussão .............................................................................. 44
4.5 Conclusão ..................................................................................................... 49
5 CONCLUSÕES GERAIS ................................................................................ 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 51
APÊNDICES ............................................................................................................. 60
8
1 INTRODUÇÃO
O café é uma das mais importantes commodities no comércio
agrícola internacional, o que representa uma significativa fonte de divisa para vários
países da América Latina, África e Ásia. Apenas duas espécies de Coffea são
produzidas comercialmente, Coffea arabica L. (café arábica) e C. canephora P. (café
robusta), sendo que o primeiro representa cerca de 65% do total.
Cerca de 103 espécies do gênero Coffea (DAVIS et al., 2006), C.
arabica e C. canephora dominam economicamente o comércio mundial de café,
sendo responsáveis por cerca de 99% da produção mundial. Atualmente, café
arábica representa cerca de 60% do ca consumido, sendo o café robusta
responsável pelo restante.
Comparado com o café arábica, o café robusta em geral, é mais
vigoroso, produtivo e rústico, mas a qualidade das bebidas derivadas de seus grãos
é consideravelmente inferior. Robusta é a mais amplamente cultivada das
variedades botânicas de C. canephora no mundo, de modo que o nome desta é
utilizado para designar o nome comum da espécie.
Entre os produtos naturais, o café tem um valor monetário superado
apenas pelo petróleo. O seu comércio internacional gera mais de US$ 90 bilhões por
ano e envolve cerca de 500 milhões de pessoas em sua gestão, desde o cultivo até
o produto final para o consumo. O café é cultivado atualmente em cerca de 80
países em quatro continentes. Muitos países africanos, incluindo Uganda, Burundi,
Ruanda e Etiópia têm café como sua principal fonte de divisas. Além disso, a grande
maioria dos cafezais mundiais pertence a pequenos proprietários, que torna a
atividade extremamente importante para manter a população no campo,
proporcionando melhor rendimento, riqueza e distribuição de benefícios sociais.
O Brasil é o maior produtor mundial, seguido pela Colômbia e,
alternadamente o Vietnã. Produziu cerca de 39,47 milhões de sacas (60 kg) de
grãos de café em 2009. Desse total, a produção do café arábica, o mais cultivado no
país, com 73,1% da produção total, ficou em 28,9 milhões de sacas. o café
robusta, com 26,9% da colheita nacional, ficou em 10,60 milhões de sacas (CONAB,
2010).
9
No Brasil, a variedade botânica Kouillou, (também conhecida como
Conilon) é praticamente a única variedade cultivada de C. canephora e dentro de C.
arabica, as cultivares dos germoplasmas Catuaí e Mundo Novo são as mais
cultivadas. Muitas outras cultivares pertencentes a outros germoplasmas também
são economicamente importantes no mundo.
Entre vários fatores que vêm interferindo na produção e na
produtividade da cultura do cafeeiro, podemos destacar as doenças, pragas e
nematóides. Dentre essas, podemos evidenciar os nematóides como sendo um dos
principais elementos causadores de danos à produtividade e por provocar
decripitude precoce e ocasionais mortes às plantas.
Na maioria dos casos, o controle de nematóides é ineficiente,
principalmente se a área estiver infestada, sendo praticamente impossível eliminá-
los (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001). O controle químico, cultural e biológico
ainda são alternativas economicamente inviáveis, sendo o uso de cultivares de café
geneticamente resistentes em áreas infestadas o método mais eficiente, econômico
e ecologicamente correto (GONÇALVES et al., 1998).
Mesmo em áreas infestadas, onde aparentemente o cultivo de café
está condenado, pode ser possível promover a viabilização dessas áreas através
da indicação de cultivares resistentes mais específicas quanto a espécies e raças
fisiológicas, permitindo o cultivo seguro de café. Isto traz vários benefícios para
agricultores, que possuem desde micro (2ha de café) até mega propriedades com
mais de 500ha de cafezal.
A indicação errada das cultivares ao nível de propriedade pode
resultar no fracasso da propriedade cafeeira e provocar prejuízos incalculáveis para
as entidades de assistência técnica e pesquisa, pois inviabilizaria o plantio destas
cultivares para a outros cafeicultores, especialmente os familiares e os pequenos.
Isto ocorre devido as cultivares indicadas não apresentarem resistência para a
maioria dos nematóides. Para disponibilizar cultivares de ca com resistência à
população de nematóides específica de cada propriedade, a utilização da tecnologia
“Kit de cultivares de café resistentes aos nematóides” pode ser uma alternativa para
os cafeicultores. O kit é composto por cultivares com diferentes espectros de
resistência para diferentes espécies e raças de nematóides que, após testadas
previamente in loco, serão indicadas para o plantio na área infestada.
10
A viabilização do uso da referida tecnologia é simples, permitindo
aos usuários (produtores rurais e extensionistas) a adoção do sistema, para poder
indicar com relativa segurança, rapidez e principalmente com custo operacional
reduzido, as cultivares de café resistentes ou parcialmente resistentes para plantio
em áreas infestadas por raças ou espécies do Meloidogyne spp.
O objetivo desta pesquisa foi avaliar e propor uma nova metodologia
tecnologia para testar resistência das cultivares de café aos nematóides visando a
recomendação segura de cultivares ao nível da propriedade em regiões infestadas
por nematóides no estado do Paraná.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Os nematóides constituem o mais abundante grupo de animais
multicelulares em número de indivíduos no mundo, estimado em um milhão de
espécies (VIGLIERCHIO, 1991). Quatro de cada cinco animais do planeta são
nematóides. Enquanto a maioria dos nematóides do solo é benéfica degradando e
mineralizando a matéria orgânica, algumas espécies são importantes patógenos de
plantas. Os fitonematóides parasitam raízes, bulbos, caules e folhas vegetais,
causando grandes perdas na agricultura (FREITAS et al., 2007). Plantas parasitadas
por nematóides tendem a ser menos produtivas (SASSER, 1979) e tornam-se mais
suscetíveis a outros fitopatógenos e menos tolerantes a estresses ambientais,
principalmente o hídrico, além de não responderem satisfatoriamente às práticas de
adubação (MOURA, 1996).
2.1 Nematóides na Cafeicultura:
Em 1878, o cientista francês Jobert publicou a primeira referência
sobre nematóides parasitando cafeeiros na Baixada Fluminense. Em 1887, Goeldi,
11
por solicitação do governo Imperial da época, estudou o mal que afligia a região
cafeeira da então Província do Rio de Janeiro e instituiu nova classificação genérica
para o nematóide de galhas, descrevendo também a espécie típica denominada
Meloidogyne exigua Goeldi (PONTE, 1980). Desde então, mais de 40 espécies
pertencentes a 31 gêneros de fitonematóides foram encontradas em associação
com raízes de cafeeiros no Brasil, sendo que o principal gênero parasito é
Meloidogyne.
Dentre as 80 espécies descritas de Meloidogyne, 18 infectam o
cafeeiro em todo o mundo. No Brasil, são encontradas as espécies M .exigua Goedi,
1982; M. incognita (KOFOID; WHITE, 1919) Chitwood, 1949; M. paranaensis
Carneiro, Carneiro, Abrantes, Santos, Almeida, 1996; M. coffeicola Lordello; Zamith,
1960; M. javanica (TREUB, 1885) Chitwood, 1949; M. hapla Chitwood, 1949
(CAMPOS, 1997). Entretanto, as espécies mais prejudiciais são M. exigua, pela
ampla distribuição geográfica, e, pela intensidade dos danos que causam, M.
paranaensis e M. incognita (GONÇALVES et al., 2004).
Segundo Carneiro, Altéia e Britto (1992), no Paraná, os
fitonematóides que causam mais danos ao café são o M. paranaensis e as raças 1,
2, 3 e 4 de M. incognita, sendo os mais freqüentes a espécie M. paranaensis e as
raças 1 e 2 de M. incognita, entretanto também foram constatados M. exigua e M.
coffeicola. Pesquisa recente realizada por Carneiro e Almeida (2000), indica um
substancial aumento da distribuição de M. paranaensis (70%) e decréscimo de M.
incognita (30%) no estado. Nas propriedades infestadas por nematóides, são
observadas normalmente a predominância de misturas entre espécies e raças.
Krzyzanowski et al. (2001) constataram que, das 657 amostras de solo e raízes
coletadas em diversas regiões do estado do Paraná, 34,1% foram positivas para
nematóide de galhas. Dessas, 22,8% eram misturas entre espécies e raças do
gênero Meloidogyne. As mais agressivas são por ordem, M. paranaensis, M.
incognita raças 2 e 1, sendo respectivamente em freqüência de ocorrência 55%,
25% e 10% em população pura ou mais freqüentemente em população mesclada.
Em cafezais paulistas, M. paranaensis encontra-se disseminado em freqüências que
variam de 10,7% a 24,5% das amostras em que foram encontrados nematóides do
gênero Meloidogyne (LORDELLO; LORDELLO, 2001), enquanto que em Minas
Gerais, existe apenas um relato de sua ocorrência (SANTOS, 1997). M. incognita é a
espécie com maior disseminação nas regiões do arenito do estado de São Paulo
12
(GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001) seguida por M. exigua e M. paranaensis
(LORDELLO et al., 2001). É detectada em poucas propriedades cafeeiras dos
estados do Espírito Santo (LORDELLO; HASHIZUME, 1971), Bahia (SOUZA et al.,
2000) e Minas Gerais (LIMA et al., 1985; MARCUZZO et al., 2000). Nesses estados,
M. exigua é a espécie mais disseminada (CAMPOS et al., 1985). Souza et al.
(2003), através de um levantamento populacional em regiões cafeeiras do oeste da
Bahia, não constataram a presença de nematóides do gênero Meloidogyne. No
entanto, foram detectados os nematóides das lesões Pratylenchus sp. associado
com o nematóide espiralado Helicotylenchus sp. na região do Planalto de
Conquista e Chapada Diamantina dentre 14.876 amostras coletadas, 9,2% não
apresentaram nematóides nocivos. Todavia, 57,3% dos cafeeiros se encontraram
infectados com M. exigua; 18,1% apresentaram-se sintomas para M. incognita; e
15,9% estavam infestados com nematóides das lesões, Pratylenchus sp.,
associados a M. exigua e/ou M. incognita. Segundo Barbosa et al. (2004a), em
levantamento feito nas três principais regiões cafeeiras do estado do Rio de Janeiro,
constataram a presença de M. exigua em 70% das amostras, enquanto que M.
paranaensis, M. coffeicola e M. incognita não foram detectados.
2.2 Biologia e Ciclo de Vida
Os nematóides em geral, são seres de corpos tubulares, alongados,
de diâmetro praticamente constante ao longo do comprimento afilando-se de
maneira gradual nas extremidades. Na extremidade anterior geralmente é menos
atenuada que a posterior. A forma roliça e alongada do corpo é adequada ao
movimento serpentiforme de locomoção, por ondulação transversal. A maior
variação ocorre especialmente nas fêmeas, que apresentam o corpo com a largura
notavelmente aumentada, resultando na forma de pêra, piriforme (RUPPERT, et al.,
2005). As fêmeas quando adultas apresentam-se esbranquiçadas, brilhantes,
globosas e providas de um pescoço comprido. Seu tamanho varia de menos de meio
a mais de dois milímetros (LORDELLO, 1984).
13
Em espécies de nematóides a reprodução a partir de um único
espécime ocorre, principalmente, por partenogênese e em certo número de
exceções ocorrem em machos e fêmeas que se reproduzem por anfimixia (TAYLOR;
SASSER, 1978).
O ciclo de vida das espécies de Meloidogyne inicia-se com o ovo,
que algumas horas após sua deposição, começa seu desenvolvimento para a
formação de larva. Dentro do ovo ocorreram a multiplicação celular e o
desenvolvimento embrionário, terminando com a formação do juvenil do segundo
estádio (J2) num período de 14 dias, em condições ótimas de temperatura e
umidade (CAMPOS et al., 2001). Este é o primeiro estádio juvenil que tem
mobilidade dentro do ovo, porém não muito ativa. Após a eclosão do ovo, o J2 se
move pelo solo à procura de raízes pela atração por substâncias emanadas das
mesmas. Quando encontrada as raízes, injeta secreções esofaringianas através do
estilete que estimulam a formação de células hipertrofiadas pela planta, ao redor do
corpo do nematóide, denominas células gigantes. Ao redor das células gigantes
ocorre hiperplasia, ou seja, intensa multiplicação celular formando inúmeras células
pequenas. Essas mudanças não são obrigatoriamente acompanhadas por
engrossamento da raiz para formação de galhas distintas (TAYLOR; SASSER,
1978).
Enquanto as células gigantes são formadas, células do primórdio
sexual se dividem, se transformando em dois distintos prolongamentos nas fêmeas
ou formando um único prolongamento em machos (TAYLOR; SASSER, 1978).
Entretanto, se ocorrer algum estresse no meio ambiente, como deficiência
nutricional, temperaturas extremas e excesso populacional, os juvenis com
bifurcação no primórdio sexual, que resultariam em fêmeas, podem sofrer reversão
sexual formando machos (CAMPOS, 1999).
As células gigantes representam depósito de nutrientes desviados
da planta e são essenciais para a alimentação e o desenvolvimento subseqüente do
nematóide. Com a formação das células nutridoras e a definição do sítio de
alimentação, o juvenil se torna gradualmente mais robusto com o corpo cilíndrico
que perde a mobilidade, com posterior sedentarismo. O juvenil com o corpo bem
desenvolvido sofrerá a segunda ecdise, passando a juvenil de terceiro estádio (J3) e
logo em seguida sofrerá a terceira ecdise passando a juvenil de quarto estádio (J4) e
posteriormente se tornam adultos. As fêmeas iniciam a oviposição três dias após
14
alcançar o estádio adulto. As glândulas retais são estimuladas para produção de
uma substância pegajosa e gelatinosa que envolve os ovos, liberados pela vulva,
formando uma massa de ovos que fica presa à parte posterior da fêmea. No final do
desenvolvimento desse nematóide o corpo ocupa todo o parênquima cortical com
a vulva alcançando a parte externa da raiz e a massa de ovos fica exposta na
superfície, em contato como o solo. Em algumas plantas, entretanto, a massa de
ovos fica retida na epiderme. Cada fêmea pode pôr de 800 a 2850 ovos com o ciclo
se completando em 28 dias em condições ótimas de temperatura e umidade
(CAMPOS, 1999).
2.3 Sintomatologia
As espécies de Meloidogyne que parasitam o cafeeiro apresentam
graus variados de patogenicidade, sendo poucos os estudos realizados para
determinar o grau de interferência de cada espécie na produção de café. Trata-se de
estudos complexos, pois envolvem a interação entre os fatores da planta hospedeira
com cultivares, espaçamento e idade, do parasito, da espécie, nível populacional, e
do ambiente como tipo de solo, umidade e temperatura (GONÇALVES;
SILVAROLLA, 2001).
Um dos primeiros sintomas das plantas hospedeiras ao ataque dos
nematóides do gênero Meloidogyne é a formação de galhas em suas raízes. Em
geral, as fêmeas depositam suas massas de ovos na superfície das raízes. No caso
do café, as fêmeas de M. incognita e M. coffeicola colocam as massas de ovos
externamente às raízes enquanto que M. exigua e M. paranaensis depositam
internamente (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001).
Segundo Lordello (1984), além das galhas, pode-se encontrar
fendilhamentos e escamações nos tecidos corticais, que chegam a causar total
desorganização deste tecido, podendo ocorrer redução no sistema radicular.
Na parte aérea, os sintomas são clorose das folhas,
depauperamento das plantas, crescimento desigual, alterações das características
da cultivar, redução na produção e dependendo da espécie do parasito, pode levar à
15
morte da planta (CAMPOS, 1999). Em experimento de campo, Arruda (1960)
verificou efeito depressivo em mudas do “Mundo Novo” previamente infestadas com
M. exigua, onde as plantas parasitadas apresentaram-se em média 30% menores
em relação às plantas sadias. Outros sintomas observáveis são: o descolamento do
córtex, paralisação do crescimento da ponta da raiz, e rachaduras. No campo
observa-se murcha das plantas durante a parte mais quente do dia, declínio
vagaroso, queda prematura das folhas, queda na produção, sintomas de deficiências
de minerais (BRASS et al., 2008).
Desde sua constatação, na antiga Província do Rio de Janeiro em
1878, M. exigua caracterizou-se pela presença generalizada nos cafeeiros onde
ocorre, ao contrário das outras espécies, como M. coffeicola, M. incognita e M.
paranaensis, que têm como característica a ocorrência inicial de reboleiras, onde as
plantas apresentam sintomas iniciais nítidos de definhamento e amarelecimento.
Exceções a isto, são encontradas em áreas de renovação cafeeira, em solos pré-
infestados, principalmente por M incognita e M. paranaensis ou em cafezais
implantados com mudas contaminadas, onde as infestações se tornam
generalizadas (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001).
2.4 Prejuízos econômicos causados pelos nematóides
A redução estimada da produção mundial de café causada pelos
fitonematóides é de 15% segundo Sasser e Frekman (1987). Conforme Lordello
(1976 apud GONÇALVES et al., 2004) a redução da produção brasileira de café é
estimada em cerca de 20%, sendo que deste total, as espécies de Meloidogyne são
responsáveis por 75%. Gonçalves et al. (2004) ainda relataram que é necessário
considerar as perdas indiretas causadas pelo parasitismo dos nematóides como a
menor tolerância ao frio e à seca e a perda parcial na eficiência de utilização de
alguns insumos. Estudos de Barbosa et al. (2004b) verificaram uma redução na
produção alcançando até 75% em lavouras infestadas por M. exígua, enquanto que
M. paranaensis e M. incógnita, têm levado a quase extinção da cafeicultura do Oeste
paulista e Noroeste paranaense.
16
2.5 Resistência do cafeeiro aos nematóides
Apesar da importância econômica mundial estar restrita às espécies
C. arabica e C. canephora, os programas de melhoramento têm buscado
características favoráveis existentes em outras espécies (FAZUOLI, 1986). Fontes
de resistência aos nematóides do gênero Meloidogyne são escassas em C. arabica.
Lordello e Lordello (1987) avaliaram a resistência de mudas às raças 1, 2, 3 e 4 de
M. incognita em linhagens de C. arabica e duas de C. canephora, e observaram que
nenhum genótipo entre os avaliados apresentou resistência. Diferente do que se
constata em C. arabica, estudos têm mostrado que fontes de resistência aos
nematóides do gênero Meloidogyne estão presentes em outras espécies de café.
As espécies C. canephora, C. congensis e C. dewevrei além de
serem resistentes a vários nematóides, também, possuem um sistema radicular mais
desenvolvido e apresentam resistência a outros patógenos (GONÇALVES, 1999).
Cafeeiros de C. canephora apresentam resistência aos nematóides M. exigua
(FAZUOLI et al., 1987; ANTHONY et al., 2003; SALGADO et al., 2005), M. incognita
(FAZUOLI et al., 1987; SERA et al., 2006a) e M. paranaensis (SERA et al., 2006a).
Acessos de C. racemosa apresentaram resistência ao M. exigua (ANTHONY et al.,
2003). Em C. canephora, porém, as plantas em sua grande maioria segregam para
resistência, sendo que alguns deles apresentam resistência simultânea a algumas
populações de M. incognita e M. paranaensis (SERA et al., 2006a). Os cafeeiros são
resistentes aos parasitos sem, contudo, serem imunes a eles, e ainda apresentam
uma taxa de segregação para suscetibilidade de 10 a 15%, fato esperado em
decorrência do sistema reprodutivo de C. canephora, que apresenta fecundação
cruzada (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2007).
Pesquisas para identificar fontes de resistência ao M. paranaensis
são escassas. Mata et al. (2000) identificaram progênie de cafeeiro resistente a M.
paranaensis em campo e deu origem a cultivar IPR 100. As cultivares IPR 100 e IPR
106 são moderadamente resistentes ao M. paranaensis (SERA et al., 2002). Plantas
da cultivar IPR 100, inoculadas em casa de vegetação, apresentaram resistência ao
M. paranaensis (SERA et al., 2009). IPR 100 também foi resistente aos nematóides
M incognita raça 2 (ITO et al., 2008) e raça 1 (KANAYAMA et al., 2009). Os acessos
17
de C. arabica T16733 e T16739 apresentaram resistência ao M. paranaensis na
Guatemala (ANTHONY et al., 2003). Vários cafeeiros de C. canephora também vêm
apresentando resistência ao M. paranaensis (SERA et al., 2006a).
As fontes de resistência encontradas em outras espécies de café
podem ser utilizadas a médio e longo prazo, através de hibridações interespecíficas,
visando incorporar caracteres agronômicos importantes bem como a resistência aos
nematóides. Em híbridos interespecíficos entre C. arabica e C. canephora como em
cafeeiros do “Icatu”, “Sarchimor”, “Catimor” e “Híbrido de Timor” vem sendo
identificada resistência para os nematóides M. incognita, M. paranaensis e M. exigua
(GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001). Uma progênie do germoplasma Híbrido de
Timor (cruzamento natural entre C. canephora x C. arabica) se comportou como
imune as raças 1 e 2 de M. incognita, sendo esse o primeiro relato em cafeeiros
derivados do “Híbrido de Timor” (OLIVEIRA, 2006). Alguns cafeeiros do
germoplasma Sarchimor (“Villa Sarchi” x “Híbrido de Timor”) são resistentes à raça 3
de M. incognita (GONÇALVES; FERRAZ, 1987). Foram encontrados cafeeiros do
“Icatu” (C. canephora x C. arabica) com resistência ao M. incognita e ao M.
paranaensis (SERA et al., 2004), porém Carneiro (1995) testou a reação de cafés
„Icatu‟ em condições de campo para raça 2 de M. incognita, três anos após o plantio
foi realizada avaliação e nenhum material comportou-se como resistente. A cultivar
IPR 106 (“Icatu”) apresentou resistência ao M. paranaensis (ITO et al., 2008) e à
raça 2 de M. incognita (SERA et al., 2006b; ITO et al., 2008). Além disso, existem
seleções do “Icatu” e “Sarchimor” com resistência em homozigose a M. exigua e com
boas características agronômicas (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2007), como a
cultivar IAPAR 59 com resistência completa ao M. exigua (SALGADO et al., 2002;
2005).
A técnica de enxertia hipocotiledonar, utilizando-se como porta-
enxertos, cultivares de C. canephora resistentes aos nematóides, vêm sendo
utilizadas como fontes de resistência em curto prazo. Atualmente, a cultivar Apoatã
IAC-2258 de C. canephora var. robusta é amplamente utilizada como porta-enxerto,
sendo resistente a M. incognita, M. exigua (FAZUOLLI et al., 1987; GONÇALVES;
SILVAROLLA, 2001; SALGADO et al., 2005) e M. paranaensis (SERA et al., 2006a).
As mudas enxertadas apresentam alguns inconvenientes como: segregação para
suscetibilidade, quebra do cavaleiro na região da enxertia, enraizamento do enxerto
quando plantado mais fundo, maior porcentagem de replantio (15-20%), utilização
18
somente em áreas de renovação ou replantio e maior custos das mudas. Mesmo
assim, esse método oferece aos cafeicultores uma alternativa para o plantio de ca
em áreas infestadas por alguns nematóides. Além da resistência ao nematóide, a
enxertia pode propiciar benefícios para planta enxertada quando comparada ao -
franco, em áreas infestadas. Foi verificado que uma cultivar do germoplasma Mundo
Novo enxertada em plantas resistentes a M. exigua, M. incognita e M. paranaensis
produziu, em média, 37, 442 e 590% a mais que cafeeiros pés francos,
respectivamente (GONÇALVES; SILVAROLA, 2007). Costa et al. (1991) avaliaram
os desempenhos de alguns porta-enxertos de C. canephora na produção de café do
¨Mundo Novo¨ enxertado, em área infestada por M. incognita raça 1, e constataram
que os cafeeiros enxertados produziram cerca de três vezes mais que os cafeeiros
pés francos, que foram utilizados como testemunhas. Ferrari (2003), avaliou o efeito
de diferentes porta-enxertos no desenvolvimento inicial de plantas enxertadas de
café arábica, comparadas com não enxertadas e também a melhor combinação
entre enxerto e porta-enxerto em condições de campo e observou que a enxertia
não favoreceu o crescimento inicial e nem houve uma combinação especifica porta-
enxerto/enxerto superior aos demais tratamentos. A resistência ao nematóide M.
incognita tem sido verificada em C. congensis (GONÇALVES; FERRAZ, 1987;
GONÇALVES et al., 1988) e em C. canephora (GONÇALVES; FERRAZ, 1987;
GONÇALVES et al., 1988; GONÇALVES et al., 1996; TOMAZINI et al., 2005; SERA
et al., 2006a). A resistência encontrada em C. canephora não pode ser atribuída aos
compostos fenólicos, pois em trabalho desenvolvido por Mazzafera et al. (1989)
tanto na cultivar resistente Apoatã como na suscetível „Mundo Novo‟ houve aumento
desses compostos nas raízes.
Análises genéticas feitas no “Híbrido de Timor” indicaram a
resistência ao M. exigua sendo monogênica e com dominância completa (FAZUOLI,
1981). Noir et al. (2003), identificaram marcadores de DNA associados à resistência
ao M. exigua e concluíram que esta resistência é controlada por um gene maior
denominado Mex-1. Alpizar et al. (2007) concluíram que este gene maior pode
apresentar dominância incompleta.
Este foi o primeiro gene de resistência identificado para nematóides
em café. Em trabalho desenvolvido por Anzueto et al. (2001), em C. arabica da
Etiópia, a resistência a M. incognita foi dominante na geração F
1
e transmitida para a
geração F
2
. A segregação nas populações F
2
indicou a presença de um gene
19
dominante para alguns cruzamentos e dois genes complementares em outros. Em
outras culturas como em tomate (Lycopersicon esculentum) a resistência a espécies
de Meloidogyne é controlada por um gene dominante denominado Mi (LÓPES-
PÉREZ et al., 2006). Outros genes responsáveis pela resistência às outras raças e
espécies ainda estão sendo investigados.
Vêm sendo observado que a resistência do cafeeiro aos nematóides
de galhas é de maneira geral, específica à espécie ou raça. Tomazini et al. (2005)
identificaram genótipos de C. canephora var. robusta suscetíveis a Pratylenchus
coffeae, porém resistente a M. incognita. Além disso, genótipos de C. canephora var.
kouillou foram resistentes a P. coffeae e suscetíveis a M. incognita, sendo assim, tal
fato demonstra a possibilidade de seleção de plantas resistentes a ambos os
nematóides em C. canephora.
A resistência do cafeeiro a Meloidogyne pode ser confundida com a
perda de virulência causada por sucessivas multiplicações em outras culturas.
Carneiro e Jorge (2001) comprovaram a perda de virulência de populações de M.
incognita e M. paranaensis em cafeeiros, quando multiplicados após
aproximadamente oito gerações sucessivas em tomateiros.
2.6 Identificação de Espécies e Raças
2.6.1 Identificação por padrão perineal da fêmea
As características morfológicas e morfométricas são comumente
utilizadas no estudo taxonômico de nematóides. Através do corte perineal da fêmea,
é possível identificar muitas espécies de Meloidogyne, pois a região da cauda da
fêmea, que abrange a vulva e o ânus, possui marcas cuticulares características de
cada espécie. Entretanto, pode haver configurações atípicas em algumas
populações que podem dificultar a realização desta cnica, além de torná-la
subjetiva (ALONSO; ALFENAS, 2006).
20
2.6.2 Identificação por eletroforese de isoenzimas
Esta técnica possibilita o estudo da variação genética ao nível de
enzimas, as quais representam a expressão primária do gene (PIMENTEL, 1988).
Baseia-se na separação de partículas em um determinado gel de acordo com sua
massa e carga e vem sendo utilizado na identificação de espécies desde 1970.
Porém, nessa época, utilizava-se os padrões de proteínas totais para distinguir as
espécies, tendo como produto um grande número de bandas que dificultava na
interpretação dos dados. Hoje,com a utilização dos padrões de isoenzimas, a leitura
tornou-se fácil e simplificada (ALONSO; ALFENAS, 2006).
As isoenzimas são formas moleculares de uma mesma enzima com
propriedades catalíticas similares, mas que diferem em suas mobilidades
eletroforéticas (ALONSO; ALFENAS, 2006). A identificação de nematóides de galhas
é feita principalmente pela enzima esterase (EST), porém outras, como a malato
desidrogenase (MDH), a superóxido dismutase (SOD) e a glutamato oxalacetato
transaminase (GOT), também o utilizadas para complementar as informações da
EST.
As principais vantagens da utilização da eletroforese de isoenzimas
são: reconhecimento da maioria das espécies de Meloidogyne ainda que em
mistura; identificação de populações atípicas; eficiência (confiabilidade) e rapidez.
Entretanto, essa técnica não permite a utilização de outros estádios de
desenvolvimento do nematóide que não fêmeas e não permite também a separação
de raças e fenótipos de esterase são conhecidos apenas nas 26 das 80 espécies de
Meloidogyne descritas na literatura (ALONSO; ALFENAS, 2006).
2.6.3 Identificação por hospedeiros diferenciadores
Por apresentar preferências alimentares diferentes, e quando essas
diferenças ocorrem dentro de uma mesma espécie diz-se tratar de raças fisiológicas
diferentes. As raças de uma espécie não podem ser diferenciadas
21
morfologicamente. O que se usa é a reprodução da população em plantas
previamente estabelecidas, chamadas de hospedeiros diferenciadores. Quando um
nematóide se multiplica, recebe o sinal (+) e quando não se multiplica, um sinal (-)
(ALONSO; ALFENAS, 2006) (Tabela 1.1).
Tabela 1.1 Exemplo de plantas diferenciadoras utilizadas na identificação de
algumas espécies e raças de Meloidogyne.
Espécie/Raça
Plantas diferenciadoras
Fumo
Algodão
Pimentão
Melancia
Amendoim
Tomate
M. incognita raça 1
-
-
+
+
-
+
M. incognita raça 2
+
-
+
+
-
+
M. incognita raça 3
-
+
+
+
-
+
M. incognita raça 4
+
+
+
+
-
+
M. arenaria raça 1
+
-
+
+
+
+
M. arenaria raça 2
+
-
-
+
-
+
M. javanica
+
-
-
+
-
+
M. hapla
+
-
+
-
+
+
2.6.4 Identificação por marcadores moleculares
As primeiras técnicas de biologia molecular aplicadas para
nematóides fitopatogênicos envolveram a análise do polimosfismo de fragmentos
obtidos pla digestão do DNA total com enzimas de restrição (RFLPs). Porém,
somente após a técnica de amplificação de DNA por PCR que uma melhor
discriminação interespecífica pode ser obtida, sendo propostos novos métodos de
diagnóstico, como a amplificação de regiões de DNA mitocondrial ou ribossômico. O
método de RAPD (DNA polimórfico amplificado ao acaso) tem sido utilizado para
muitos estudos, devido a sua sensibilidade, rapidez e simplicidade.
Atualmente, tem-se utilizado marcadores de RAPD convertidos em
SCAR (Região amplificada de sequência caracterizada), que são marcadores de
22
RAPD cuja sequência interna tenha sido determinada, permitindo compor primers
mais longos, ricos em GC e de sequência específica.
Marcadores SCAR espécie-específicos foram definidos para as
três principais espécies de Meloidogyne parasitas do café no Brasi: M. exigua, M.
incognita e M. paranaensis (ALONSO; ALFENAS, 2006).
2.7 Disseminação
Os nematóides comumente são disseminados através de mudas
infestadas, fragmentos de solo infestado aderido a implementos agrícolas, veículos,
botas e calçados, água de irrigação, chuva, entre outros. (TIHOHOD, 1993).
2.8 Manejo de nematóides
Se a área de cultivo do café estiver infestada por fitonematóides, na
maioria das vezes, o controle é ineficiente e é difícil a eliminação completa
(GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001). Entretanto, é possível reduzir populações e
mantê-las em níveis baixos através de medidas de controle (GONÇALVES;
SILVAROLLA, 2007). Algumas estratégias de manejo dos nematóides de galhas no
café não vêm apresentando a mesma eficiência alcançada em outros cultivos. Isto,
provavelmente é devido ao café ser uma cultura perene, propiciando condições para
aumento populacional dos nematóides permanentemente (GONÇALVES, 1999). Em
áreas infestadas a primeira medida a ser tomada antes do controle é a analise
nematológica para identificação da (s) espécie (s) presente (s) e a determinação do
nível de infestação (KRZYZANOWSKI, 2000).
A principal estratégia de manejo ainda é evitar a sua disseminação
através de solos, águas e culturas contaminadas (GONÇALVES et al., 1998).
23
2.8.1 Controle cultural
Através de técnicas como alqueive, rotação de culturas e adubação
orgânica é possível realizar o controle cultural dos nematóides. Porém, para definir
a programação das estratégias que serão utilizadas para o manejo, é necessário ter
conhecimento das espécies e raças presentes no cafezal.
O alqueive consiste em manter o solo sem vegetação através de
arações, gradagens e uso de herbicidas, para eliminar plantas hospedeiras
suscetíveis aos nematóides, seguido de pousio. A exposição à luz solar e ação do
calor, aliada a inanição, provocará uma diminuição na população dos parasitos.
Essa prática pode ser realizada em áreas de renovação de cafezais
(GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001).
A rotação de culturas depende da identificação da (s) espécie (s) e
raça (s) de nematóides presentes na área. Essa prática vem mostrando bons
resultados em áreas de renovação cafeeira, entretanto, em áreas infestadas, o uso
de plantas antagônicas, intercaladas a cafeeiros não tem propiciado controle
satisfatório (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001). A rotação nunca pode ser feita com
um bom hospedeiro para o nematóide, mas, empregando-se plantas não
hospedeiras ou hospedeiras ruins como mucunas, crotalárias e amendoim. As
plantas são as únicas fontes de alimentação e de nutrientes para os nematóides, por
isso, privando-os do alimento, a densidade populacional dos nematóides sofrerá um
decréscimo (CAMPOS, 1999). A rotação de culturas no controle de nematóides é
questionável por razões econômicas e de especificidade do mercado.
A adubação orgânica (farelo de mamona, palha de café) têm sido
relatada como eficiente na redução de populações de nematóides devido à
população microbiana, principalmente, fungos e bactérias que atacam nematóides,
reduzindo e mantendo a população de parasitos. Além disso, a adubação orgânica
favorece o melhor desenvolvimento das plantas pela melhoria das condições físicas
do solo e como fonte de nutrientes (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001).
24
2.8.2 Controle físico
A solarização tem sido utilizada no combate a diversos organismos,
pois controla patógenos de solo através da temperatura provida da energia solar
(KATAN et al., 1976). Consiste na cobertura de solo úmido por uma película de
plástico transparente antes do plantio, durante cerca de oito semanas, com intensa
radiação solar (NEVES et al., 2007). A vantagem adicional dessa termoterapia é
que os microrganismos benéficos termorresistentes atuam sobre os fitopatógenos
enfraquecidos, promovendo um controle biológico em adição ao efeito térmico. A
sobrevivência dos antagonistas dificulta, ainda, a reinfestação do solo por
fitoparasitas (SANTOS et al., 2006).
A solarização tem se mostrado ainda mais eficiente quando
combinada à biofumigação, que produz gases tóxicos com grande efeito sobre
patógenos de solo (STAPLETON; DeVAY, 1983 apud NEVES et al., 2007).
Entretanto, ao nível de cafezal, não é viável.
2.8.3 Controle químico
O controle químico se faz pelo uso de nematicidas sistêmicos ou de
contato, que atuam diminuindo o nível populacional desses parasitos por um
determinado período (MARCUZZO et al., 2000). Devem ser aplicados no início da
estação chuvosa, quando o sistema radicular entra em franca absorção de água e
nutrientes pela emissão de radicelas. A eficiência do produto aumentará, coincidindo
também, com as melhores condições de temperatura e umidade para a eclosão de
larvas de segundo estádio no solo, que estas são as mais sensíveis à ação do
nematicida que aquelas no interior de raízes ou dos ovos. Em lavouras adultas, é
impraticável, sob o ponto de vista econômico, realizar aplicações de nematicidas, por
ser preciso tratar grande volume de solo e, ainda, por estarem as raízes primárias
do cafeeiro, na maioria dos casos, bastante comprometidas, com difícil recuperação
(SANTOS, 2010).
25
2.8.4 Controle biológico
A existência de nematóides predadores, fungos parasitas, bactérias
e ácaros de solo pode exercer influência significativa na redução de fitonematóides
(STIRLING, 1991), podendo reduzir populações de fitonematóides para limiares
abaixo do nível de dano econômico (DUNCAN, 1991).
Diversos gêneros e espécies de fungos têm sido estudados no
controle biológico de fitonematóides, devido a capacidade de capturar nematóides.
São conhecidos cerca de 70 gêneros e 160 espécies com a habilidade de usar
nematóides em sua alimentação (FERRAZ et al., 2001). No café, o principal método
de controle biológico é através da utilização de fungos do gênero Arthrobotrys,
Paeclomyces e Verticilium (CAMPOS et al., 1992), sendo o Paecilomyces lilacinus
(THOM, 1910), um fungo de solo que tem se mostrado efetivo no biocontrole de
espécies do gênero Meloidogyne (KERRY, 1990).
Cadioli et al. (2009), estudando efeitos de isolados de P. lilacinus,
observaram a redução de ovos e J2 presentes no solo e nas raízes dos
experimentos, além do aumento no tamanho das plantas.
2.8.5 Controle genético
A maior parte das estratégias de manejo torna-se mais eficiente
quando utilizada juntamente com o melhoramento genético, ou seja, o manejo
correto associado às cultivares mais adaptadas a determinadas regiões. Dentre as
estratégias de manejo, a utilização de resistência é, sem dúvida, uma das
alternativas mais desejáveis considerando sua compatibilidade com outras práticas
de manejo e não ser prejudicial ao ambiente (FANCELLI, 2003). O uso de cultivares
resistentes é o meio de controle mais eficiente, economicamente viável e
ambientalmente correto (GONÇALVES et al., 1998).
A resistência da planta a pragas é geralmente definida pela
habilidade da mesma em diminuir, inibir ou superar o ataque do patógeno
26
(WINGARD, 1953). Por outro lado, plantas não resistentes podem continuar
crescendo ou produzindo. Freqüentemente, os nematologistas relacionam respostas
do hospedeiro ao parasitismo dos nematóides com a habilidade da planta em
suportar a reprodução do nematóide.
Em contraste à resistência que é a habilidade da planta em inibir a
reprodução da espécie do nematóide, a planta pode tolerar ou não a reprodução dos
nematóides com maior ou menor grau de produção ou crescimento podendo ser
tolerante ou intolerante. Uma planta suscetível pode ser intolerante, não o
parasitismo do nematóide, ou pode ser tolerante com crescimento ou produção
parcial ou total, permitindo o desenvolvimento do nematóide. Esses diferentes
conceitos em áreas distintas devem ser considerados para definir a resistência da
planta a pragas e patógenos, os métodos utilizados para avaliar resistência e a
natureza da interação da praga ou patógeno com o hospedeiro, assim como
formular estratégia de manejo integrado dos nematóides em cultivo comercial de
plantas (RITZINGER; FANCELLI, 2006).
27
3 ARTIGO A: “KIT DE CULTIVARES DE CAFÉ RESISTENTES AOS
NEMATÓIDES”: NOVA TECNOLOGIA PARA ADOÇÃO DE CULTIVARES
RESISTENTES EM PROPRIEDADES INFESTADAS POR NEMATÓIDES
3.1 Resumo e Abstract
Este trabalho visa apresentar e propor a utilização do “kit de cultivares de café
resistentes aos nematóides”, como uma nova tecnologia para a viabilização da
cafeicultura em áreas infestadas por nematóides. É uma tecnologia simples, rápida,
eficiente e de baixo custo, que possibilita a indicação segura de cultivares em áreas
infestadas ou a não recomendação do cultivo de café. O kit é composto por
cultivares possivelmente resistentes, um padrão suscetível, um padrão resistente e
planta indicadora. Dados da primeira etapa de distribuição dos “kits” mostraram
poucos problemas operacionais na implantação. Foi possível identificar propriedades
aptas para o cultivo do café, mesmo com presença de nematóides, se usadas as
cultivares resistentes presentes no “kit”. As cultivares IPR-100, IPR-106 e Apoatã
IAC-2258 foram indicadas para várias propriedades de café infestadas por
nematóides no estado do Paraná. O “kit de cultivares de café resistentes aos
nematóides” também poderia ser aplicado em outras culturas, devendo ser
modificado de acordo com a necessidade específica de cada cultura.
Palavras-Chave: Coffea, Meloidogyne, nematóide de galhas.
“NEMATODE RESISTANT COFFEE CULTIVARS KIT”: NEW TECHNOLOGY
FOR ADOPTION OF RESISTANT CULTIVARS IN FARMS INFESTED WITH
NEMATODES.
This research aims to present and propose the use of the “nematode resistant coffee
cultivars kit” such as a new technology for viabilization of coffee crop in nematodes
infested areas. It is a simple, fast, efficient and inexpensive technology, which allows
the safe indication of cultivars in infested areas or not recommendation of coffee
crop. The kit consists of resistant cultivars, a susceptible standard, a resistant
28
standard and indicator plant. Results of the first kits distribution stage showed fewer
operational implementation problems. It was possible to identify farms able to coffee
crop, even with the presence of nematodes, if used resistant cultivars present in the
“kit”. The coffee cultivars IPR-100, IPR-106 e Apoatã IAC-2258 were indicated for
several coffee farms infested with nematodes in Paraná State. The “nematode
resistant coffee cultivars kit” could also be applied to other crops, however should be
modified according the specific need of each culture.
Keywords: Coffea, Meloidogyne, root-knot nematodes.
3.2 Introdução
A cafeicultura brasileira tem sofrido consideráveis prejuízos
devido à presença dos nematóides do gênero Meloidogyne, que ocasionam grandes
perdas na produtividade, podendo levar à morte da planta e ao fracasso do
empreendimento devido a controle muito difícil e oneroso deste parasito. Segundo
Sasser e Frekman (1987), a redução estimada da produção mundial de café
causada pelos fitonematóides é de 15%. Conforme Lordello (1976 apud
GONÇALVES et al., 2004) as espécies de Meloidogyne o responsáveis por 75%
da redução da produção brasileira de café causada por nematóides. No Brasil, as
espécies de maior importância o a M. exigua, pela ampla distribuição geográfica,
M. incognita e M. paranaensis, pela severidade do ataque. Gonçalves et al. (2004)
ainda relataram que é necessário considerar as perdas indiretas causadas pelo
parasitismo dos nematóides como a menor tolerância ao frio e à seca e a perda
parcial na eficiência de utilização de insumos relacionado à absorção radicular.
No Paraná, a presença de nematóides tem inviabilizado o cultivo do
café em diversas regiões, principalmente as de temperatura mais elevada e solo
arenoso. Esses fatores que favorecem a multiplicação do parasito, e dependendo da
população de nematóides, das raças e espécies presentes na propriedade, podem
inviabilizar economicamente as áreas em menos de dois anos no campo, Os
nematóides que foram constatados no Paraná são M. paranaensis, M. incognita
(raças 1, 2, 3, 4), M. exigua e M. coffeicola. Nas propriedades infestadas por
29
nematóides, são observadas normalmente a predominância de misturas entre
espécies e raças (SOUZA et al., 2000).
Na maioria dos casos, o controle de nematóides é ineficiente,
principalmente se a área estiver infestada, sendo praticamente impossível eliminá-
los (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001). O controle químico, cultural e biológico
ainda são alternativas economicamente inviáveis, sendo o uso de cultivares de café
geneticamente resistentes em áreas infestadas o todo mais econômico e
ambientalmente correto (GONÇALVES et al., 1998). Não tem sido relatado casos de
quebra de resistência por mutação e recombinação provavelmente devido à sua
reprodução partenogenética e devido ao seu hábito sedentário e pouca mobilidade
no solo.
Antes do plantio de café na propriedade, é importante saber se a
propriedade apresenta nematóides que podem afetar a cultura. O tempo que se
consome para determinar o tipo de nematóide exige cerca de seis a oito meses e o
custo é elevado e inacessível, inviabilizando essa analise para os agricultores
familiares. Muitas vezes não é importante saber qual nematóide está presente na
área, pois é desconhecida a reação dos cafeeiros para todos os nematóides,
inclusive os ainda desconhecidos pela comunidade científica como parasitos do
cafeeiro. Além disso, nas propriedades infestadas por nematóides, normalmente,
ocorre a mistura de espécies e raças conforme Souza et al. (2000).
A indicação errada das cultivares, quanto à resistência aos
nematóides, pode levar ao fracasso do cafezal, pois o controle do nematóide será
economicamente inviável para cafeeiros suscetíveis aos nematóides presentes na
propriedade. Podem ocorrer prejuízos institucionais incalculáveis para as entidades
de pesquisa e assistência se uma cultivar for indicada erroneamente para os
cafeicultores.
Como a população de nematóides numa propriedade é muito diversa
e as cultivares de café não são resistentes a todos os nematóides, propõe-se neste
trabalho o uso do “kit de cultivares de café resistentes aos nematóides” para uma
melhor indicação de cultivares em propriedades infestadas por nematóides.
30
3.3 Descrição Metodológica
Para disponibilizar cultivares de café com resistência aos
nematóides específicos de cada propriedade, a utilização da tecnologia “Kit
cultivares de café resistentes aos nematóides” apresenta-se como uma alternativa
simples, rápida, eficiente e de baixo custo aos cafeicultores, indicando cultivares
para o plantio seguro na área infestada, podendo indicar também a não
recomendação, caso não exista cultivar resistente aos nematóides presentes na
propriedade.
A metodologia é bastante simplificada para se adequar às
características desde a cafeicultura familiar até os grandes cafeicultores, para que,
com o tempo, os extensionistas e agricultores possam aprender e adotar
independentemente.
O “kit de cultivares de café resistentes aos nematóides” é composto
basicamente de cultivares possivelmente resistentes; um padrão suscetível; um
padrão resistente e quiabo (Abelmoschus esculentus L. Moench), que é suscetível à
maioria dos nematóides do gênero Meloidogyne, representando uma planta
indicadora com alta reprodução dos nematóides.
As cultivares resistentes utilizadas são IPR 100 (resistente a M.
paranaensis e M. incognita raças 2 e 1.), IPR 106 (resistente a M.paranaensis e M.
incognita raça 2), Tupi IAC 1669-33 (resistente a Meloidogyne spp.) e ObaIAC
1669-20 (resistente a Meloidogyne spp.). Como padrão suscetível podem ser
utilizadas as cultivares do “Catuaí” ou do “Mundo Novo” e como padrão resistente a
cultivar Apoatã IAC 2258 de Coffea canephora (resistente a M. paranaensis e M.
incognita raças 2 e 1). Estas plantas foram produzidas no IAPAR e entregues para
os agricultores via entidade de assistência técnica, como a EMATER.
Basicamente são 12 os passos a serem seguidos para a adoção da
tecnologia “Kit de cultivares de café resistentes aos nematóides” os quais estão
descritos a seguir.
1
o
) Recebimento do “kit de cultivares de café resistentes aos
nematóides: os agricultores recebem as cultivares de café, possivelmente
resistentes, juntamente com o padrão suscetível e o padrão resistente, junto com o
quiabo (suscetível geral), todos identificados com etiquetas;
31
2
o
) Preparação do inoculo: cafeeiros com nematóides são
arrancados no foco de áreas previamente identificadas e com alta infestação
usando-se as galhas de nematóides nas raízes do cafeeiro ou do quiabo usadas no
mapeio de nematóides da propriedade se não existe cafeeiro parasitado;
3
o
) Construção do canteiro para „kit”: fazer canteiro não elevado
com as raízes e a terra da zona radicular de cafeeiros infestados arrancados dos
focos e homogeneizar bem o canteiro. Fazer a cobertura do canteiro com palha ou
sombrite (75% de luminosidade).
4
o
) Implantação manutenção dos cafeeiros no canteiro da
propriedade: cada cultivar de café é plantada em uma linha com espaçamento
aproximado de 1 cm entre plantas e 15 cm entre linhas colocando a etiqueta em
cada cultivar. Manter sem deficiência nutricional e patógenos de folhas e caule;
Além da irrigação normal, irrigar uma vez cada 30 dias com 5 litros da solução
contendo 50 ml de água sanitária (hipoclorito de sódio) e 50 ml de Derosal a 1% em
cada metro quadrado do canteiro;
5
o
) Controle da boa reprodução dos nematóides: o quiabo é
semeado entre as linhas de ca, para servir de indicadora de reprodução dos
nematóides no canteiro;
6º) Mapeamento detalhado da distribuição do nematóide em
toda a propriedade: nas áreas onde se quer cultivar o café na propriedade, o
quiabo é semeado a cada 1 a 10 metros de distância de acordo com o tamanho da
propriedade, grau de precisão desejada da análise e grau de infestação dos
nematóides, sendo os espaçamentos menores, respectivamente, para as pequenas
propriedades, mais precisão e menos infestação. Após três meses, as raízes do
quiabeiro são avaliadas visualmente pela presença de galhas e é anotado no mapa
da propriedade onde foram constatadas galhas. Assim, são demarcadas as áreas
livres de nematóides e livres de erosão, sendo indicadas para plantio de cultivares
suscetíveis. O mapeamento da propriedade pode ser feito antes ou na mesma
época da instalação do kit de cultivares. O mapeamento três meses antes da
instalação dos kits é feito quando não existem cafeeiros infestados na propriedade,
ou seja, não existe inoculo de nematóides para instalação dos kits. O inoculo pode
ser obtido das plantas de quiabo infestadas, as quais foram usadas no mapeamento.
Durante o mapeamento, as plantas de quiabo também devem ser plantadas em
áreas com maior probabilidade de ocorrência dos nematóides, como terraços, caixas
32
de retenção de água, abaixo das vias de acesso de visita de pessoas, animais e/ou
veículos, e até em pomares e jardins, dependendo da localização;
7
o
) Redução populacional de nematóides antes do plantio de
cafés resistentes: nas áreas infestadas por nematóides, a área total para café
pode ser dividida em 4 a 10 partes. Imediatamente, inicia-se a redução populacional
de nematóides nos primeiros 1/5 a 1/10 de área prevista para o plantio parcelado
bienal ou anual de café na propriedade com o plantio de cultivares resistentes aos
nematóides e controlar a erosão e ervas daninhas;
8
o
) Coleta dos materiais: após três meses do plantio do kit, são
arrancadas cuidadosamente 20 das 30 plantas de cada linha separadamente,
preservando o máximo de raízes;
9
o
) Preparação das amostras e envio para laboratório: as 20
plantas de cada linha serão enviadas para o laboratório com uma pequena porção
de terra, juntamente com a respectiva etiqueta, em saco plástico, do mesmo modo
conforme foi recebido pelos agricultores;
10
o
) Avaliação da resistência das cultivares: os cafeeiros e os
quiabos vivos, que serão enviados para o laboratório da UEL e do IAPAR via
EMATER ou entidades de assistência técnica, serão avaliados após coloração com
floxina B, seguindo uma escala de notas de 1 a 6 (TAYLOR; SASSER 1978,
modificado), sendo nota 1 para ausência de galhas e massas de ovos (GO); nota 2
para plantas com 1 a 2 GO; nota 3, de 3 a 10 GO; nota 4, de 11 a 30 GO; nota 5, de
31 a 100 GO e nota 6, para mais de 100 GO. Essas cultivares serão classificadas
como resistentes (notas 1 e 2), parcialmente resistentes (notas 3 e 4) ou suscetíveis
(notas 5 e 6) comparando com as notas médias do IGO dos padrões resistente e
suscetível;
11
o
) Encomenda das mudas: se encontrado cultivares resistentes,
as mudas deverão ser encomendadas junto aos viveiros;
12
o
) Avaliação visual pelos técnicos e/ou agricultores: as dez
plantas restantes, são mantidas no local para avaliação visual aos seis meses pelos
extensionistas e aos doze meses pelos agricultores, sendo cinco plantas para cada.
A avaliação das plantas será pela comparação do vigor dos cafeeiros e do quiabo
com o padrão suscetível (cultivares do “Catuaí” ou do “Mundo Novo”) e resistente
(„Apoatã IAC 2258‟).
33
A indicação das cultivares de café nas propriedades poderá ser
baseada na análise realizada nos laboratórios do IAPAR de forma rápida. Poderá
ser realizada em Universidades, Cooperativas, Associações ou Prefeituras com
pequeno investimento constituído de pequeno telado de 25-50 m
2
, uma sala com
laboratório rústico composto por pia, mesa/balcão com superfície de pedra, uma lupa
e corante Floxina B. A condução pode ser feita por um técnico em laboratório. No
caso de ausência de apoio de laboratório, alternativamente, os materiais podem ser
avaliados visualmente comparando-se as raízes com galhas e o tamanho e o vigor
das plantas com os padrões pelos extensionistas e agricultores.
3.4 Validação da Tecnologia
Nesta primeira etapa de distribuição, foram enviados 83 “kits” a
propriedades localizadas em 25 municípios. Destas, 28 propriedades (33,7%)
tiveram algum problema operacional que impediu a análise do “kit” (Tabela 2.1). Os
problemas apresentados foram: “kit” retornado com número de plantas menor que
quatro em pelo menos uma cultivar, sendo considerado insuficiente para avaliação;
inoculo insuficiente no canteiro; testemunha suscetível sem nematóide
possivelmente causado pela falta de homogeneização do solo juntamente com as
raízes infestadas; incapacidade de avaliação de no mínimo uma das cultivares que
compõe o “kit”, devido a não devolução do material ou pelo estado ruim de
conservação.
Tabela 2.1. Notas médias dos locais onde foram distribuídos os “kits de cultivares de
café resistentes aos nematóides”.
Locais
Cultivares de café
(1)
IPR 100
IPR 106
Obatã
Tupi
Apoatã
MN
Altônia I
1,10
2,95
5,58
4,95
1,70
5,05
Altônia II
2,18
2,31
3,96
4,42
3,33
4,38
Altônia III
3,55
2,00
3,17
3,31
4,10
4,89
Altônia IV
3,88
2,33
4,63
5,13
4,00
5,38
Altônia V
4,79
4,61
4,89
5,47
4,65
5,85
Altonia VI
(3) (5)
1,00
1,00
1,00
1,00
3,00
1,06
34
Arapongas I
(5)
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
Arapongas II
(5)
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
Arapongas III
(4) (5)
2,48
-
4,48
4,25
1,37
4,71
Arapongas IV
(4)
2,48
-
4,48
4,25
1,37
4,71
Apucarana VI
1,00
1,00
2,35
2,73
1,00
1,40
Astorga I
2,27
1,96
4,80
1,67
1,10
3,00
Astorga I
(5)
1,00
2,90
1,00
1,00
1,00
1,00
Astorga II
2,48
1,78
5,25
5,05
2,45
5,18
Astorga II
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,48
Astorga III
1,70
1,70
1,81
3,75
1,85
3,90
Astorga IV
1,13
1,04
3,08
2,72
1,29
3,42
Astorga V
1,91
1,87
5,38
2,56
1,91
3,81
Astorga VI
1,83
1,00
2,96
3,39
1,40
3,30
Astorga VII
2,37
2,73
5,13
4,36
2,83
3,55
Astorga VIII
2,38
2,63
5,20
4,21
2,85
3,53
Astorga IX
3,43
2,95
5,14
5,20
3,50
5,25
Astorga X
3,92
3,41
5,52
5,16
3,55
4,82
Astorga XI
3,13
3,28
4,74
5,25
4,04
4,70
Astorga XII
4,00
3,38
5,48
5,00
4,21
5,20
Cafeara I
3,18
2,75
5,33
5,00
3,92
5,20
Cafeara II
3,19
2,63
5,14
4,11
2,25
4,75
Cafeara III
(3) (5)
1,00
1,00
2,00
1,00
1,00
1,00
Cambé I
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,40
Cambé II
1,00
1,40
1,37
1,00
1,00
2,56
Cambé III
2,00
2,33
4,00
4,14
1,00
3,00
Cambé IV
1,00
1,40
1,37
1,00
1,00
2,56
Cambira
1,24
2,60
4,60
4,26
1,48
3,87
Cianorte I
1,85
1,64
5,11
4,07
1,78
4,22
Cianorte II
(3)
1,00
1,67
1,14
2,69
1,64
1,13
Colorado I
4,38
4,59
5,13
5,00
5,10
5,30
Colorado II
3,56
2,25
4,80
5,17
3,87
5,11
Cornélio Procópio I
(4)
1,00
2,00
2,58
2,50
1,00
-
Cornélio Procópio II
2,11
1,75
4,00
4,33
2,22
2,50
Florestópolis
2,88
2,50
4,80
5,17
1,92
4,70
Ibiporã
1,00
1,82
4,28
4,27
2,33
4,00
Itaguajé
3,87
3,00
5,20
4,93
4,08
5,00
Londrina I
(4)
4,00
3,57
5,82
-
3,13
5,47
Londrina II
1,30
1,62
2,69
2,21
1,57
2,56
Londrina III
2,50
2,46
5,27
5,31
4,29
5,14
Londrina IV
2,86
2,00
4,60
4,33
1,50
4,33
Londrina V
(5)
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
Londrina VI
(4)
-
1,00
4,33
3,90
2,27
4,20
Londrina VII
(3) (5)
1,16
1,00
1,21
1,00
1,00
1,06
Londrina VIII
(5)
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
Londrina IX
(4) (5)
1,00
1,00
1,00
1,00
-
1,00
Mandaguaçu I
(3) (5)
1,44
1,00
1,94
1,05
1,00
1,21
Mandaguaçu II
1,11
1,00
1,45
2,90
1,05
2,90
Mandaguari I
(3) (5)
1,20
1,21
1,00
1,00
1,00
1,21
Mandaguari II
(2) (3) (5)
1,57
1,00
1,78
1,17
1,00
1,33
35
Mandaguari III
1,86
2,24
4,50
5,38
3,00
5,20
Mandaguari IV
1,90
2,21
4,65
5,25
3,05
5,17
Maringá
3,72
3,21
5,17
5,11
4,39
4,47
Mirasselva I
1,00
1,00
2,11
1,00
1,11
2,80
Mirasselva II
1,37
1,00
2,87
2,40
1,00
2,89
Mirasselva III
(2) (5)
1,00
1,00
1,64
1,00
1,30
1,00
Mirasselva IV
(2) (5)
1,50
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
Mirasselva V
1,78
1,00
2,80
2,62
1,00
3,00
Mirasselva VI
1,00
1,00
2,56
1,00
1,25
3,00
Mirasselva VII
(5)
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
Mirasselva VIII
1,64
1,40
4,64
2,92
1,88
3,75
Munhoz de Mello I
1,65
1,68
3,80
4,22
1,50
3,63
Munhoz de Mello II
3,15
3,20
5,14
4,25
2,83
5,00
Munhoz de Mello III
3,15
3,21
4,89
4,60
3,11
5,11
Munhoz de Mello IV
1,78
2,00
3,80
4,07
2,00
3,50
Não Identificado I
(3) (5)
1,50
1,50
1,00
1,00
1,00
1,60
Não Identificado II
(4)
3,60
3,00
5,60
-
3,60
5,00
Paranavaí
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
3,00
Pitangueiras
3,50
3,42
5,23
5,22
4,53
4,94
Rolândia
3,57
3,00
4,82
4,83
3,88
4,90
Santa Fé I
1,00
1,00
2,33
1,00
1,11
2,33
Santa Fé II
1,00
1,00
2,33
1,00
1,11
2,33
São Jorge do Patrocínio I
4,00
3,63
4,67
5,00
3,06
5,19
São Jorge do Patrocínio II
3,00
3,00
4,50
4,94
4,08
5,05
Tamarana I
(4)
4,00
3,57
5,82
-
3,13
5,47
Tamarana II
(4)
3,60
3,00
5,60
-
3,60
5,00
Tamarana III
(4)
2,40
2,60
4,50
-
1,40
5,00
Xambrê
(3) (5)
1,00
1,22
1,21
1,63
1,10
1,00
(1)
Obatã IAC 1669-20; Tupi IAC 1669-33; Apoatã IAC 2258 (padrão resistente); MN= Mundo Novo
IAC 376-4 (padrão suscetível).
(2)
Kit” retornado com número insuficiente de plantas (menor que quatro) a serem avaliadas em pelo
menos uma cultivar;
(3)
Inóculo insuficiente no canteiro instalado na propriedade e/ou presença de nematóides não
parasitos de cafeeiros e/ou presença de nematóides que perderam a virulência em cafeeiros;
(4)
Não considerado pela inviabilidade de avaliação de uma cultivar, devido à devolução do material
com seu estado de conservação ruim.
(5)
Não considerado devido à ausência de nematóides na testemunha suscetível causados
possivelmente pela falta de homogeneização do solo juntamente com as raízes infestadas.
Dentre as propriedades que puderam ser analisadas, em 90% dos
casos foi possível diagnosticar pelo menos uma cultivar que pode ser recomendada
ou não para o plantio. Propriedades em que não apresentaram nenhuma cultivar
suscetível, apesar da presença de amostras de solo/planta com galhas em outras
plantas, foram consideradas aptas para cultivo de café. O mesmo pode ser feito em
cinco propriedades (9,1%) que não apresentaram nenhuma ocorrência de
nematóides em nenhuma cultivar, indicando que nestas propriedades poderão ser
plantadas qualquer uma das cultivares avaliadas para cultivo comercial de café. Isto
36
é devido à possível ausência de nematóides do gênero Meloidogyne parasitos de
cafeeiros e/ou presença de nematóides parasitos do cafeeiro que perderam a
virulência pela multiplicação sucessiva em plantas de outras espécies (CARNEIRO;
JORGE, 2001).
Quatro propriedades (7,3%) apresentaram a cultivar IPR-100 como
suscetíveis, contra sete suscetíveis (12,7%) da cultivar Apoatã IAC-2258. Em 17
propriedades (30,9%) a cultivar IPR-106 mostrou-se mais suscetível que a cultivar
IPR-100, podendo indicar a presença de M. incognita raça 1, para a qual esta
cultivar é suscetível.
É possível que a cultivar Tupi IAC-1669/33 Cambira possa resistir ao
nematóide M. incognita raça 3 de acordo com os resultados dos kits distribuídos nas
propriedades Astorga I e V, Mirasselva I e VI, Santa I e II. A cultivar Obatã IAC-
1669/20 é possível que resista à raça 4 de M. incognita, pelos resultados dos kits
Astorga III e 54.
Quando as cultivares Tupi IAC-1669/33 e Oba IAC-1669/20,
respectivamente possíveis portadores de genes de resistência aos nematóides M.
incognita raças 3 e 4, as cultivares ApoaIAC-2258, IPR-100 e IPR-106 também
mostraram-se resistentes, o que pode indicar que estas três últimas cultivares
também possam ser portadoras de genes de resistência às raças 3 e 4 de M.
incognita.
Em seis propriedades (10,7%) a cultivar Apoatã IAC-2258 mostrou-
se suscetível enquanto a cultivar IPR-100 e IPR-106 comportavam-se como
resistentes, indicando que as cultivares IPR-100 e IPR-106 podem ter gene de
resistência que a cultivar Apoatã IAC-2258 não possui.
Quatro propriedades (7,1%) não apresentaram nenhuma cultivar
resistente, onde nem mesmo o padrão resistente „Apoatã IAC 2258‟ apresentou
resistência. Dentre essas, três propriedades devem ser analisadas com maiores
detalhes devido à alta suscetibilidade de todas as cultivares, fato que pode indicar a
presença de gêneros/espécies/raças novas ou mistura de nematóides nessas áreas,
necessitando novas pesquisas para levantamento e identificação. Outra
possibilidade é a pressão de inoculo estar sendo excessiva, fazendo com que
cultivares parcialmente resistentes apresentem mais galhas que massa de ovos,
podendo ser resistentes. Assim, são necessárias novas pesquisas de
comportamento de cultivares em pressão de inoculo diferente ou mesmo quebra de
37
resistência devido à algum fator ambiental, como a alta temperatura, que pode
anular a ação de genes de resistência, como no caso do tomate, relatado por Araújo
et al. (1982).
Assim, a redução populacional de áreas infestadas por nematóides
antes do plantio de cultivares resistentes é imprescindível para que não haja casos
de resistência insuficiente por população muito alta ou a ocorrência de dano oculto
provocada por parasitismo que não causa a morte da planta, mas reduz a
produtividade e leva à perda de lucratividade, especialmente nos anos de preços
baixos.
A resistência das cultivares indicada pelo uso do kit é para as raças
e espécies presentes na propriedade no momento do teste, não devendo permitir a
entrada de tipos diferentes de nematóides por qualquer muda e terra infestadas que
anulem a resistência. Apenas uma fêmea pode reproduzir cerca de 1000 novos
nematóides em apenas 30 dias sem a necessidade de macho devido a sua
reprodução partenogenética.
O uso desta tecnologia nestes casos é de extrema importância, pois
mesmo a cultivar padrão resistente à maioria das espécies de Meloidogyne, „Apoatã
IAC-2258‟, não pode ser recomendada seguramente como porta-enxerto genérico,
pois não confirmou sua resistência em algumas propriedades.
A tecnologia do “kit” também ajudará entidades de assistência
técnica na indicação com mais segurança das cultivares resistentes aos nematóides
independente de se conhecer a(s) espécie(s) de nematóides do gênero
Meloidogyne, puras ou em mistura.
Como as cultivares de café não são resistentes a todos os
nematóides e devido à diversidade populacional de nematóides, a tecnologia do “kit”
é uma alternativa de baixo custo, simples, rápida e precisa, para indicar cultivares de
café resistentes, de forma segura, inclusive aos nematóides ainda desconhecidos
pela comunidade científica como parasitos do cafeeiro. Pode ser adaptado também
para utilização na diferenciação preliminar de espécies e raças presentes na área,
de acordo com a resistência conhecida de cada cultivar.
38
3.5 Considerações Finais
Outras cultivares de café deverão ser utilizadas nos ”kits”
dependendo da região cafeeira, à medida que novas cultivares resistentes são
lançadas com outras características de valor como precocidade de maturação,
tamanho dos grãos e resistência e adaptação a outros fatores biótico e abióticos.
O “kit de cultivares de café resistentes aos nematóides” pode ser
aplicado também em outras culturas, necessitando ser modificado de acordo com
cada cultura e cada situação específica.
39
4 ARTIGO B: RESISTÊNCIA DE CAFEEIROS UTILIZADOS NO “KIT DE
CULTIVARES RESISTENTES AOS NEMATÓIDES” NO ESTADO DO
PARANÁ
4.1 Resumo e Abstract
Os nematóides estão inviabilizando o cultivo de café em diversas regiões do Brasil.
Como a população de nematóides é muito diversa e as cultivares de café não são
resistentes a todos os nematóides é possível que ocorra a indicação errada das
cultivares, causando grandes prejuízos para as propriedades cafeeiras. Para a
indicação segura de cultivares resistentes aos nematóides específicos para cada
propriedade, a utilização do “kit de cultivares resistentes aos nematóides” é uma
nova proposta tecnológica alternativa a ser utilizada pelos cafeicultores visando
indicar cultivares resistentes para áreas infestadas. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a resistência aos nematóides das cultivares de café distribuídas nos “kits de
cultivares resistentes aos nematóides”. Os kits foram distribuídos entre novembro e
dezembro de 2006 a diversos produtores localizados nas regiões Norte, Noroeste e
Oeste do Paraná. Foi avaliado o resultado de 40 kits distribuídos para 40
propriedades de café. As cultivares foram avaliadas após seis meses pela contagem
de galhas e massas de ovos (GO). IPR 100‟ e „IPR 106‟ foram estatisticamente
iguais ao padrão resistente „Apoatã IAC 2258‟ na maioria dos casos, mas suscetíveis
em alguns. Portanto, a recomendação generalizada dessas três cultivares pode
provocar prejuízos para as propriedades cafeeiras. Tupi IAC 1669-33‟ e „Obatã IAC
1669-20‟ também apresentaram resistência semelhante ao padrão resistente, porém
em poucos locais, indicando resistência somente aos nematóides específicos dessas
propriedades. Com o uso do “kit de cultivares resistentes aos nematóides” pode-se
evitar esses erros na indicação de cultivares em propriedades infestadas por
nematóides.
Palavras-chave: Coffea arabica, melhoramento genético, Meloidogyne, resistência
aos nematóides de galhas.
40
RESISTANCE OF COFFEES USED AT “NEMATODE RESISTANT CULTIVARS
KIT” AT PARANÁ STATE
The nematodes are unfeasible the coffee crop in several Paraná‟s areas. In many
cases, the nematodes control are inefficient, becoming impossible to eliminate them.
The use of resistant cultivars to nematodes is a correct economical and
environmentally method of control. However, if the cultivars indication is wronging, it
may be generate great losses. To available resistant coffee cultivars to specific
nematodes of any areas, the use of “nematodes resistant cultivars kit” is a propose of
new technology to be applied coffee growers to indicate susceptible cultivars to free
areas and resistant cultivars to infested areas. Kits of plants were distributed to
various producers in the northern region of Paraná in coffee farms with nematodes.
The results of 40 kits distributed to 40 producers in the northern, northwestern and
western regions of Paraná were evaluated. Cultivars belonging to the kits returned
for analysis of the number of galls and eggs. The cultivars IPR 100 and IPR 106 were
statistically identical to the „Apoatã IAC 2258‟ resistant standard, in most cases,
however were susceptible in others. Therefore, a general recommendation of these
three cultivars may cause losses to the coffee farms. Tupi IAC 1669-33‟ and „Obatã
IAC 1669-20‟ also presents similar resistance to the resistant standard, but in few
places, indicating nematode resistance only to those specific properties. Using the
“nematode resistant cultivars kit" it is possible to avoid these errors to indicate
cultivars in nematode infested properties.
Keywords: Coffea arabica, crop breeding, Meloidogyne, root knot nematodes.
41
4.2 Introdução
Os fitonematóides do gênero Meloidogyne vêm provocando grandes
prejuízos para a cafeicultura brasileira e muitas vezes estão inviabilizando o plantio
de novos cafezais em áreas infestadas.
Atualmente, existem quatorze espécies de Meloidogyne que
parasitam o cafeeiro, sendo que no Brasil ocorrem as espécies M. paranaensis, M.
incognita, M. exigua, M. coffeicola, M. goeldii e M. hapla (SANTOS, 2001).
Em cafezais paulistas, M. paranaensis encontra-se disseminado em
freqüências que variam de 10,7 % a 24,5 % das amostras em que foram
encontrados nematóides do gênero Meloidogyne (LORDELLO; LORDELLO, 2001),
enquanto que em Minas Gerais, existe apenas um relato de sua ocorrência
(SANTOS, 1997). M. incognita é a espécie com maior disseminação nas regiões do
arenito do estado de São Paulo (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001) seguida por M.
exigua e M. paranaensis (LORDELLO et al., 2001), e detectada em poucas
propriedades cafeeiras dos estados do Espírito Santo (LORDELLO; HASHIZUME,
1971), Bahia (SOUZA et al., 2000) e Minas Gerais (LIMA et al., 1985; MARCUZZO et
al., 2000), que têm M. exigua como a espécie mais disseminada (CAMPOS et al.,
1985). No Paraná, as espécies/raças encontradas freqüentemente são M.
paranaensis, M. incognita raças 1 e 4 e espécies não identificadas de Meloidogyne
(KRZYZANOWSKI et al., 2001).
O controle de nematóides em muitos casos é ineficiente,
principalmente se a área estiver infestada (GONÇALVES; SILVAROLLA, 2001).
Portanto, o uso de cultivares de café resistentes aos nematóides representa um dos
métodos mais econômicos e ambientalmente corretos (GONÇALVES et al., 1998).
A resistência do cafeeiro ao M. incognita e M. paranaensis vem
sendo encontrada em C. canephora (SERA et al., 2006a) e em C. congensis
(GONÇALVES et al., 1988). As espécies C. canephora, C. congensis e C. dewevrei
além de serem resistentes a vários nematóides, também, possuem um sistema
radicular mais desenvolvido e apresentam resistência a outros patógenos
(GONÇALVES, 1999). Fontes de resistência a M. paranaensis e a M. incognita
(SERA et al., 2004) têm sido encontradas em plantas do “Icatu". Resistência para
algumas raças de M. incognita também foram identificadas em cafeeiros arábicos do
42
germoplasma Sarchimor (GONÇALVES et al., 1988). Gonçalves e Silvarolla (2001)
relataram que os germoplasmas originados do cruzamento C. arabica x C.
canephora, Icatu, Sarchimor e Catimor, apresentam resistência à M. exigua, M.
incognita e M. paranaensis, porém geralmente são segregantes para suscetibilidade.
Instituições de pesquisa do Brasil desenvolveram algumas cultivares resistentes aos
nematóides como „Apoatã IAC-2258‟ (porta-enxerto), „IAPAR 59‟, „IPR 100‟, „IPR 106‟
e „Acauã‟.
Antes do plantio do café na propriedade é importante saber se no
local existem nematóides que afetam a cultura. Saber qual nematóide está presente
na área pode não ser importante, pois a reação dos cafeeiros para todos os
nematóides ainda é desconhecida, inclusive para os ainda desconhecidos pela
comunidade científica como parasitos do cafeeiro. Além disso, nas propriedades
infestadas por nematóides, normalmente, ocorre a mistura de espécies e raças
conforme Souza et al. (2000). Como a população de nematóides é muito diversa e
as cultivares de café não são resistentes a todos os nematóides é possível que
ocorra a indicação errada das cultivares. Isto pode levar ao fracasso do cafezal e
provocar prejuízos para os agricultores e para as entidades de assistência cnica e
de pesquisa. Para indicar cultivares de café, com segurança, rapidez e baixo custo,
a utilização do “Kit de cultivares resistentes aos nematóides” é uma nova proposta
tecnológica do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) para ser aplicada pelos
cafeicultores, visando indicar cultivares resistentes ou parcialmente resistentes
específicos para cada propriedade. Os objetivos deste trabalho foram: a) avaliar a
resistência aos nematóides das cultivares de café nos kits distribuídos no Paraná; b)
indicar cultivares de café resistentes aos nematóides em áreas infestadas.
4.3 Material e Métodos
O “kit de cultivares resistentes aos nematóides” foi composto
basicamente de cultivares possivelmente resistentes, um padrão suscetível, um
padrão resistente e o quiabo (Abelmoschus esculentus L. Moench), que é suscetível
à maioria dos nematóides do gênero Meloidogyne, representando uma planta
43
indicadora com alta reprodução dos nematóides. As cultivares possivelmente
resistentes utilizadas foram „IPR 100, „IPR 106‟, „Tupi IAC 1669-33‟ e „Obatã IAC
1669-20‟. Como padrões foram utilizadas como suscetível a cultivar Mundo Novo
376-4 e como resistente a cultivar porta enxerto Apoatã IAC 2258 de Coffea
canephora. Essas plantas foram produzidas no Instituto Agronômico do Paraná
(IAPAR) e entregues para os agricultores pelo Instituto Paranaense de Assistência e
Extensão Rural (EMATER).
Foram distribuídos 84 “kits de cultivares de café resistentes aos
nematóides” em 84 propriedades de café, entre novembro e dezembro de 2006 a
produtores localizados na região norte, noroeste e oeste do Paraná, nos seguintes
municípios: Alto Paraná, Altônia, Apucarana, Astorga, Cambé, Cambira, Cianorte,
Cruzeiro do Oeste, Esperança Nova, Floraí, Florestópolis, Grandes Rios, Guairaçá,
Icaraíma, Indianápolis, Jaguapitã, Japurá, Londrina, Mandaguaçú, Mandaguarí,
Maria Helena, Mirasselva, Munhoz de Mello, Nova Esperança, Paraíso do Norte,
Paranacity, Paranavaí, Perobal, Pìtangueiras, Rondon, Santa Fé, São Sebastião do
Paraíso, São Jorge do Patrocínio, Tamboára, Umuarama, Uniflor e Xambrê. Os
agricultores receberam as cultivares de café, possivelmente resistentes, juntamente
com o padrão suscetível e o padrão resistente, além do quiabo (suscetível geral),
todos identificados com etiquetas.
Em seguida, os cafeeiros instalados na propriedade foram
arrancados no foco de áreas previamente identificadas e com alta infestação de
nematóides. Construiu-se um canteiro não elevado com as raízes e a terra da zona
radicular desses cafeeiros infestados. Cada cultivar de café que compõe o kit foi
plantada em uma linha de 30 plantas, com espaçamento aproximado de 1 cm entre
plantas e 15 cm entre linhas. Foram colocadas etiquetas para identificação. Cobriu-
se o canteiro com palha ou sombrite (75% de luminosidade) e manteve-se sem
deficiência hídrica. O quiabo foi semeado entre as linhas de café, para servir de
indicadora de reprodução dos nematóides no canteiro.
Após três meses do plantio do kit, foram arrancadas 20 das 30
plantas de cada linha separadamente, preservando o máximo de raízes. As plantas
arrancadas com as raízes foram enviadas para o laboratório de melhoramento de
café do IAPAR e para o laboratório de Fitopatologia da Universidade Estadual de
Londrina (UEL), com uma pequena porção de terra, juntamente com a respectiva
etiqueta, em saco plástico, do mesmo modo que foi recebido pelos agricultores. Os
44
cafeeiros enviados para os laboratórios da UEL e do IAPAR, foram avaliados após
coloração com floxina B, seguindo uma escala de notas de 1 a 6 (TAYLOR;
SASSER 1978, modificado), sendo: nota 1 = ausência de galhas e massas de ovos
(GO); nota 2 = plantas com 1 a 2 GO; nota 3 = 3 a 10 GO; nota 4 = 11 a 30 GO; nota
5 = 31 a 100 GO ; nota 6 = mais de 100 GO.
Dos 84 kits enviados para os agricultores foram avaliados somente
40 kits de 40 propriedades de café. Cada propriedade de café foi considerada como
sendo uma repetição, totalizando 40 repetições. Cada cultivar representou um
tratamento com parcela mínima de dez plantas. Os dados dos 40 kits foram
submetidos à análise de variância como blocos ao acaso, ao nível de média de
parcelas, e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a 1% de
significância.
As porcentagens de plantas resistentes (R), moderadamente
resistentes (MR), moderadamente suscetíveis (MS), suscetíveis (S) e altamente
suscetíveis (AS) foram obtidas para cada cultivar em 33 dos 40 kits de café
avaliados. O índice de galhas e massas de ovos (IGO) foi utilizado para classificar os
cafeeiros quanto aos níveis de resistência aos nematóides. A seguinte classificação
foi utilizada: R = notas médias entre 1,00 e 2,00; MR = 2,01 a 3,00; MS = 3,01 a
4,00; S = 4,01 a 5,00; AS = 5,01 a 6,00.
4.4 Resultados e Discussão
Dos 84 “kits” enviados aos produtores, foram usados os dados de
somente 40 para realizar o teste de médias (Tabela 3.1.), devido à diversos fatores
que impossibilitaram a avaliação, como erros na preparação do canteiro, falta de
raízes nas plantas devolvidas, não indentificação do material devolvido, má
condução das plantas no canteiro e não devolução dos materiais. Desses 40 kits, 33
apresentaram boa pressão de inóculo do(s) nematóide(s), indicado pela nota média
de pelo menos 3,00 no padrão suscetível „Mundo Novo IAC 376-4‟. Os dados desses
33 kits foram usados para obter a frequencia de plantas R, MR, MS, S e AS (Tabela
3.2.).
45
Através do teste de Hartley, foi possível verificar que as variâncias
foram homogêneas e pelo teste de Shapiro-Wilks foi verificada a normalidade dos
resíduos.
As cultivares IPR 100 (“Catuaí SH
2
SH
3
”) e IPR 106 (“Icatu”) foram
estatisticamente iguais ao padrão resistente „Apoatã IAC 2258‟ (C. canephora)
(Tabela 3.1.), podendo ser indicadas com sucesso para várias propriedades
infestadas por nematóides e testadas pelos “kits” no estado do Paraná.
Tabela 3.1. Notas médias do índice de galhas e massas de ovos (IGO) das
cultivares de café avaliadas pelo “kit de cultivares resistentes aos nematóides” em 40
propriedades do Paraná.
Cultivar
IGO
(1)
IPR 106
2,35 a
IPR 100
2,48 a
Apoatã IAC 2258
2,66 a
Obatã IAC1669-20
3,95 b
Tupi IAC1669-33
4,17 b
Mundo Novo 376-4
4,19 b
(1)
Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem estatisticamente pelo teste de
Scott-Knott a 1 % de significância.
Do mesmo modo que a cultivar Apoatã IAC 2258, as cultivares IPR
100 e IPR 106 foram relatadas com sendo resistentes aos nematóides M.
incognita e M. paranaensis. „Apoatã IAC 2258‟ foi relatada como sendo resistente
a M. incognita (FAZUOLI et al., 1987; SERA et al., 2006a), M. paranaensis (SERA et
al., 2006a) e M. exigua (FAZUOLI et al., 1987; SALGADO et al., 2005). „IPR 100‟ foi
resistente ao M. paranaensis (MATA et al., 2000; SERA et al., 2007, 2009; ITO et al.,
2008) e à raça 1 (KANAYAMA et al., 2009) e 2 (ITO et al., 2008) de M. incognita.
„IPR 106‟ apresentou resistência ao M. paranaensis (ITO et al., 2008) e à raça 2 de
M. incognita (SERA et al., 2006b; ITO et al., 2008).
É bem provável que „IPR 100e „IPR 106‟ sejam resistentes não
para os nematóides citados anteriormente, mas também para outros ainda não
testados, pois essas cultivares apresentaram níveis de resistência R e MR em locais
(Altônia II, Londrina II e Mandaguari) em que o padrão Apoatã IAC-2258, resistente a
vários nematóides, foi MS e S. Isto indica que nessas áreas existem nematóides
46
diferentes de M. paranaensis e raças 1 e 2 de M. incognita. „IPR 100‟ e „IPR 106‟
podem ser resistentes a esses nematóides, devendo ser avaliadas para a resistência
a esses e outros, ainda não testados.
As cultivares ObaIAC1669-20 e Tupi IAC 1669-33 de Cambira,
foram estatisticamente iguais ao padrão suscetível Mundo Novo 376-4‟ (Tabela
3.1). Baseado somente na análise estatística, indicaria que as cultivares Tupi IAC
1669-33 e Obatã IAC 1669-20 não são recomendáveis para o plantio em áreas
infestas por nematóides. Essas cultivares foram MS, S e AS na maioria dos locais
onde os kits foram instalados. Entretanto, „Tupi IAC 1669-33‟ e „Obatã IAC 1669-20‟
apresentaram resistência semelhante ao padrão resistente, respectivamente, em
três (Astorga I, Astorga V e Paranavaí) e dois (Astorga III e Paranavaí) locais
indicando que foram resistentes aos nematóides presentes naquelas propriedades
(Tabela 2.2). Em outros trabalhos, progênies de „Tupi IAC 1669-33‟ apresentaram
índices de resistencia variados ao nematóide M. paranaensis (SERA et al., 2009,
2007b) e apresentou moderada resistência a M. exigua (BARBOSA et al., 2007).
„Obatã IAC 1669-20 foi resistente a M. incognita (FAZUOLI et al., 1983). Para essas
propriedades, o uso dessas cultivares podem ser melhores do que as opções de
„IPR 100‟, „IPR 106‟ ou „Apoatã IAC-2258‟, devido ao custo, disponibilidade de
mudas, época de maturação dos frutos tardia, tamanho dos frutos e resistência a
outras doenças. Assim, não seria desejável descartar „Tupi IAC 1669-33‟ e „Obatã
IAC 1669-20‟ que são cultivares valiosas resistentes à ferrugem enquanto que as
cultivares mais resistentes aos nematóides não são resistentes à ferrugem.
Tabela 3.2. Notas médias do índice galhas e massas de ovos (IGO), das cultivares
de café em 40 locais onde os “kits de cultivares resistentes aos nematóides” foram
implantados.
Locais
Cultivares de café
(1)
IPR 100
IPR 106
Tupi
Obatã
Apoatã
MN
Altônia I
1,10
2,95
5,58
4,95
1,70
5,05
Altônia II
2,18
2,31
3,96
4,42
3,33
4,38
Altônia III
3,55
2,00
3,17
3,31
4,10
4,89
Altônia IV
3,88
2,33
4,63
5,13
4,00
5,38
Altônia V
4,79
4,61
4,89
5,47
4,65
5,85
Apucarana
(2)
1,00
1,00
2,35
2,73
1,00
1,40
Astorga I
2,27
1,96
4,80
1,67
1,10
3,00
Astorga II
2,48
1,78
5,25
5,05
2,45
5,18
47
Astorga III
1,70
1,70
1,81
3,75
1,85
3,90
Astorga IV
1,13
1,04
3,08
2,72
1,29
3,42
Astorga V
1,91
1,87
5,38
2,56
1,91
3,81
Astorga VI
1,83
1,00
2,96
3,39
1,40
3,30
Astorga VII
2,37
2,73
5,13
4,36
2,83
3,55
Astorga VIII
2,38
2,63
5,20
4,21
2,85
3,53
Astorga IX
3,43
2,95
5,14
5,20
3,50
5,25
Astorga X
3,92
3,41
5,52
5,16
3,55
4,82
Astorga XI
3,13
3,28
4,74
5,25
4,04
4,70
Astorga XII
4,00
3,38
5,48
5,00
4,21
5,20
Cafeara
3,18
2,75
5,33
5,00
3,92
5,20
Cambé
(2)
1,00
1,40
1,37
1,00
1,00
2,56
Cambira
1,24
2,60
4,60
4,26
1,48
3,87
Cianorte
1,85
1,64
5,11
4,07
1,78
4,22
Colorado
4,38
4,59
5,13
5,00
5,10
5,30
Florestópolis
2,88
2,50
4,80
5,17
1,92
4,70
Itaguajé
3,87
3,00
5,20
4,93
4,08
5,00
Londrina I
(2)
1,30
1,62
2,69
2,21
1,57
2,56
Londrina II
2,50
2,46
5,27
5,31
4,29
5,14
Mandaguaçú
(2)
1,11
1,00
1,45
2,90
1,05
2,90
Mandaguari
1,90
2,21
4,65
5,25
3,05
5,17
Maringá
3,72
3,21
5,17
5,11
4,39
4,47
Miraselva I
(2)
1,00
1,00
2,11
1,00
1,11
2,80
Miraselva II
(2)
1,37
1,00
2,87
2,40
1,00
2,89
Munhoz de Mello I
1,65
1,68
3,80
4,22
1,50
3,63
Munhoz de Mello II
3,15
3,20
5,14
4,25
2,83
5,00
Munhoz de Mello III
3,15
3,21
4,89
4,60
3,11
5,11
Paranavaí
1,00
1,00
1,00
1,00
1,00
3,00
Pitangueiras
3,50
3,42
5,23
5,22
4,53
4,94
Rolândia
3,57
3,00
4,82
4,83
3,88
4,90
Santa Fé
(2)
1,00
1,00
2,33
1,00
1,11
2,33
São Jorge do Patrocínio
4,00
3,63
4,67
5,00
3,06
5,19
Média Geral
2,48
2,35
4,17
3,95
2,66
4,19
% R
(3)
30,30
30,30
6,06
6,06
33,33
0,00
% MR
(3)
21,21
39,39
3,03
6,06
12,12
6,06
% MS
(3)
42,42
24,24
12,12
9,09
27,27
24,24
% S
(3)
6,06
6,06
30,30
45,45
24,24
33,33
% AS
(3)
0,00
0,00
48,48
33,33
3,03
36,36
(1)
Obatã IAC 1669-20; Tupi IAC 1669-33; Apoatã IAC 2258 (padrão resistente); MN= Mundo
Novo IAC 376-4 (padrão suscetível).
(2)
Locais em que o nível de inóculo dos nematóides (MN < 3,00) estava muito baixo,
prejudicando a interpretação dos dados.
(3)
Classificação baseada nos 33 locais com nota média do MN 3,00. Resistentes (R) =
notas médias entre 1,00 e 2,00; Moderadamente resistentes (MR) = 2,01 a 3,00;
Moderadamente suscetíveis (MS) = 3,01 a 4,00; Suscetíveis (S) = 4,01 a 5,00; Altamente
suscetíveis (AS) = 5,01 a 6,00.
Analisando o comportamento específico das cultivares Apoatã IAC-
2258, IPR 100 e IPR 106 é possível verificar que essas não apresentaram
48
resistência aos nematóides em nível satisfatório em várias propriedades. As
cultivares Apoatã IAC-2258, IPR 100 e IPR 106 foram classificadas como R e MR,
respectivamente, em 45,45%, 51,51% e 69,69% dos locais em que o padrão
suscetível apresentou nota média de IGO maior ou igual a 3,00 (Tabela 3.2). A
diversidade populacional dos nematóides presentes nas propriedades, a mistura de
espécies e raças e a alta pressão de inóculo podem ser algumas das explicações
para esse comportamento indesejável de ocorrerem reações MS, S e AS em
cultivares consideradas resistentes.
Em alguns locais (Astorga IX, Astorga X, Astorga XI, Astorga XII,
Cafeara, Itaguajé, Munhoz de Mello II, Munhoz de Mello III, Pitangueiras, Rolândia e
São Jorge do Patrocínio) „Apoatã IAC-2258‟, „IPR 100‟ e „IPR 106‟ foram
classificadas como MS, provavelmente, devido à alta pressão de inóculo, observada
pela nota média do padrão suscetível próxima de 5,00. É provável que essa reação
de MS pode ser MR ou R quando as plantas dessas cultivares se tornarem adultas.
Em 42,42% dos locais „IPR 100‟ apresentou reação MS, podendo ser MR ou R em
algumas situações com menor nível de inóculo ou em plantas adultas (Tabela 3.2.).
Assim, verifica-se que as cultivares IPR 100 e IPR 106 foram tão
resistentes quanto a cultivar padrão Apoatã IAC-2258, mas nenhuma garante a
segurança na recomendação de forma generalizada, pois não foram resistentes em
todos os locais. „Tupi IAC 1669-33‟ e „Obatã IAC 1669-20‟ foram tão suscetíveis
quanto à cultivar suscetível padrão, sendo recomendadas para poucos locais. A
cultivar IPR 106 foi a que apresentou resistência em mais locais e, provavelmente, é
resistente a mais espécies e raças de nematóides do Paraná do que „Apoatã IAC-
2258‟ e „IPR 100‟. Apesar da „IPR 106‟ ser relatada como sendo resistente apenas
para M. paranaensis (ITO et al., 2008) e para a raça 2 de M. incognita (SERA et al.,
2006b; ITO et al., 2008) é bem provável que seja resistente para outros nematóides.
Como a população de nematóides é muito diversa e as cultivares de
café não são resistentes a todos os nematóides, erros na indicação poderão ocorrer.
O “kit de cultivares resistentes aos nematóides” pode ser considerada uma
alternativa rápida, segura e economicamente viável de indicar cultivares com
resistência aos nematóides específicos de cada propriedade, além de evitar o
descarte de algumas cultivares valiosas com resistência para poucos nematóides.
Espécies e raças de nematóides que infectam os cafeeiros considerados resistentes
podem estar com uma população baixa no início, porém podem aumentar a
49
população e provocar uma reação MS nesses cafeeiros. Portanto, para as
propriedades de café deveriam ser indicadas, de preferência, somente as cultivares
do kit que apresentarem reações R e MR, e das MR dar preferência para aquelas
com notas mais próximas de 2,00.
Os casos novos de nematóides que provocaram reação suscetível
em cultivares resistentes, devem ser pesquisados quanto a ocorrência de outras
espécies e raças de Meloidogyne. Por outro lado, pesquisas deveriam ser feitas nas
cultivares que apresentaram resistência onde não se esperava, pois podem ser
resistentes aos nematóides presentes no local.
4.5 Conclusão
As cultivares IPR 100, IPR 106 e Apoatã IAC-2258 apresentaram
resistência aos nematóides em vários locais onde os kits foram implantados no
Paraná, porém não foram resistentes em todos os locais. Portanto, uma
recomendação generalizada dessas três cultivares pode provocar prejuízos para as
propriedades cafeeiras. O uso do “kit de cultivares resistentes aos nematóides” pode
evitar esses erros na indicação de cultivares.
A cultivar IPR 106 foi a que apresentou resistência em mais locais
do estado do Paraná e poderia ser recomendada com segurança, em cerca de 70%
das propriedades.
Como o valor das mudas enxertadas é bem maior que as de pés-
francos, as cultivares IPR 100 e IPR 106 se tornam uma excelente opção para áreas
onde apresentaram resistência.
50
5 CONCLUSÕES GERAIS
Erros na indicação de cultivares de café quanto à resistência aos
nematóides podem ocorrer devido à grande diversidade populacional dos
nematóides numa região e na propriedade. Além disso, não existem cultivares
resistentes à todos os nematóides. A indicação correta pode ser viabilizada pelo uso
do “kit de cultivares de café resistentes aos nematóides”, que representa uma
alternativa segura para recomendar cultivares resistentes ao nível de propriedade.
Como não se conhece a reação de resistência das cultivares para
todos os nematóides, o “kit” pode ser uma ferramenta útil para identificar novas
fontes de resistência, inclusive para nematóides ainda desconhecidos como
parasitos de cafeeiros.
As cultivares pés-francos IPR 100 e IPR 106 podem ser indicadas
para a maioria das propriedades infestadas por nematóides localizadas nas regiões
norte, noroeste e oeste do estado do Paraná, desde que testado previamente a
adequabilidade das cultivares usando-se o kit.
Outras medidas de controle dentro do manejo integrado de
nematóides na propriedade devem ser adotadas como o controle de erosão,
redução populacional antes do plantio de cultivares resistentes, não plantio intercalar
de plantas altamente suscetíveis e manutenção do teor de matéria orgânica para
multiplicação de inimigos naturais.
As cultivares estarão resistentes às raças e espécies de nematóides
presentes no momento do teste com o kit, devendo impedir a entrada de novas
raças e espécies de nematóides por qualquer muda e solo, os quais anularão a
resistência das cultivares testadas.
Esta metodologia do “kit de cultivares de café resistentes aos
nematóides” poderá ser adaptada e usada em outros estados brasileiros e até em
outros países, necessitando antes a inclusão de cultivares com resistência aos
nematóides mais adaptadas à região de cultivo desejada.
Apesar desta metodologia do kit ter sido desenvolvida para
beneficiar a cafeicultura, é possível empregá-la também em outras culturas,
especialmente de plantas perenes, sendo necessárias ajustes usando cultivares
resistentes adaptadas às regiões de cultivo alvos.
51
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60
APÊNDICES
1. Fotos dos “kits de cultivares de café resistentes aos nematóides” recém instalados
em algumas propriedades.
61
2. À esquerda, lavoura decrépita altamente infestada por nematóides. À direita,
lavoura sadia.
62
3. “Kit” instalado adequadamente, com cobertura de sombrite 50%.
63
4. “Kits” embalados e identificados por cultivar para serem enviados para
agricultores.
64
5. Raízes de cafeeiros desenvolvidos por três meses nas propriedades após
coloração com Floxina B.
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