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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
MARCELO LOBATO FONSECA
Estudo do Potencial Alelopático de Plantas da
Família Leguminosae: Investigação de
Aleloquímicos de Parkia pendula
Belém – Pará
2005
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Estudo do Potencial Alelopático de Plantas da
Família Leguminosae: Investigação de
Aleloquímicos de Parkia pendula
Aluno: Marcelo Lobato Fonseca
*
Orientadora: Professora Dra. Mara Sílvia Pinheiro Arruda
Dissertação apresentada ao curso de
Pós-Graduação em Química como
parte do requisito para obtenção do
titulo de Mestre em Química.
*
Bolsista da
Belém – Pará
2005
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FICHA CATALOGRÁFICA
Fonseca, Marcelo Lobato
Titulo: Estudo do Potencial Alelopático de Plantas da Família
Leguminosae: Investigação de Aleloquímicos de Parkia pendula./
Marcelo Lobato Fonseca – Belém, 2005.
Dissertação de Mestrado (Mestre em Química Orgânica) Universidade
Federal do Pará, 2005.
Bibliografia p. 118-120
1- Parkia pendula, 2- alelopatia, 3- flavonóides, 4- derivados Ar-C
1
,
5-derivados C
13
carotenoide, 6- triterpenos, 7- esteróides.
I- Título.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Estudo do Potencial Alelopático de Plantas da
Família Leguminosae: Investigação de
Aleloquímicos de Parkia pendula
MARCELO LOBATO FONSECA
Profa. Dra. Mara Sílvia Pinheiro Arruda
Orientadora
ICEN - UFPA
Prof. Dr. Adolfo Henrique Müller
ICEN - UFPA
Prof. Dr. Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva
DQ-UFSCar
Julgado em: 31/03/2005
Belém – Pará
2005
Dedico este trabalho à Suzana e à
Eduarda, por tudo de especial que são em
minha vida, pelo amor, carinho e
companheirismo que fazem de nós uma família
feliz.
AGRADECIMENTOS
A Deus, provedor de todo conhecimento, pela sabedoria e iluminação
concedida em toda a minha vida.
Aos meus pais, Santana da Conceição Fonseca e Deuza Lobato Fonseca,
pela educação, incentivo e amor que foram e continuam sendo fundamentais em
minha existência.
Aos meus irmãos, pela fraternidade que nos mantém unidos tanto nos
momentos alegres como nos momentos tristes de nossas vidas.
À professora Mara Silvia Pinheiro Arruda, pela orientação competente e
incentivo na elaboração deste trabalho.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Química: Alberto
Cardoso Arruda, Adolfo Henrique Muller, Giselle Maria Skelding Pinheiro Guilhon e
Lourivaldo da Silva Santos, pela valorosa contribuição em minha formação a partir
dos ensinamentos prestados durante as disciplinas ministradas os quais estão aqui
demonstrados e pelo incentivo e ajuda que estiveram dispostos a me oferecer.
Ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do
Pará, pela estrutura necessária para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao Dr. Antônio Pedro da Silva Souza Filho, pelos valiosos ensinamentos na
disciplina “Alelopatia” e pela colaboração na realização dos bioensaios alelopáticos.
Ao Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental, onde foram
realizados os bioensaios.
Aos funcionários e técnicos do Laboratório de Química-Pesquisa, pelo auxílio
durante os trabalhos de laboratório.
A todos os amigos do Laboratório de Química-Pesquisa: Adriano Caldeiras
Fernandes, Ana Cristina Baetas, Débora da Cruz Arruda, Eliana Ferreira Ozela,
Erlyson Farias Fernandes, Isabel Cecília de Castro Tavares, João da Silva Carneiro,
Joyce Silva, Júlio da Silva Félix, Mariana Sarkis Müller, Marilene Nunes, Milton
Nascimento da Silva, Monah Fonseca, Nelson Santos Gonçalves, Rafael Okada
Yasunori Moreira, Reinaldo Araújo dos Santos e Sonia das Graças S. R. Pamplona,
em especial aos amigos Lívia Trindade Lobo e Luís Adriano Santos do Nascimento,
companheiros das lutas, sofrimentos e vitórias.
Às demais pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a
elaboração deste trabalho, em especial, aos meus familiares.
À CAPES pela bolsa de estudos.
Ao Funtec/Sectam, pelo auxílio financeiro.
RESUMO
Este trabalho refere-se ao estudo químico e alelopático da espécie Parkia pendula,
pertencente à família Leguminosae e conhecida vulgarmente como “visgueiro”. A
escolha da referida espécie para estudo se deu com base em bioensaios
alelopáticos realizados com extratos etanólicos das folhas e raízes de quatro
espécies pertencentes à família Leguminosae, os quais, demonstraram que o extrato
etanólico das folhas de Parkia pendula inibiu em 100 % a germinação das sementes
de Mimosa pudica, uma erva daninha conhecida popularmente como “malícia”, por
isso, este extrato foi fracionado e biomonitorado. Das frações com maior potencial
alelopático foram isoladas e identificadas onze substâncias: dois flavonóides,
3,7,8,4’-tetrametoxiflavona (S
1
) e 2’-hidroxi-3,7,8,4’,5’- pentametoxiflavona (S
2
); dois
derivados Ar-C
1
, ácido 3,4,5-trimetoxibenzóico (S
3
) e ácido 3,4-dimetoxibenzóico
(S
4
); dois derivados C
13
carotenóide, blumenol A (S
5
) e dehidrovomifoliol (S
6
); um
monoacilglicerídeo (S
7
); dois triterpenos em mistura, β-amirina (S
8
) e lupeol (S
9
) e a
mistura dos esteróides glicosilados β-sitosterol (S
10
) e estigmasterol (S
11
). Na
determinação estrutural das substâncias isoladas foram utilizados métodos
espectrométricos uni e bidimensionais de RMN
1
H e
13
C, além de comparação com
dados descritos na literatura. As substâncias S
1
, S
2
, S
3
, S
4
e S
5
foram submetidas a
bioensaios alelopáticos frente à germinação, desenvolvimento da radícula e do
hipocótilo de plantas invasoras de pastagem. Os percentuais de inibição observados
nestes bioensaios apresentaram uma linearidade crescente do princípio ativo
associada ao aumento da concentração das substâncias.
Palavras-chave: Parkia pendula, alelopatia, flavonóides, derivados Ar-C
1
, derivados
C
13
carotenóide, triterpenos, esteróides.
ABSTRACT
This work refers to chemical and allelopatic studies of species Parkia pendula, from
the Leguminosae family and it is known commonly as "visgueiro". The choice of the
referred species for study was based in allelopatic experiments accomplished with
ethanolic extracts of leaves and roots of four species belonging to the Leguminosae
family. The se studies demonstrated that the ethanolic extract of the leaves of Parkia
pendula inhibited in 100% the germination of the seeds of Mimosa pudica, a weed
known popularly as "malícia". This extract was fractioned and the fractions with
allelopatic activity were purified. There were isolated and identified eleven
substances: two flavonoids, 3,7,8,4'-tetramethoxyflavone (S
1
) and 2'-hidroxy-
3,7,8,4',5'-pentamethoxyflavone (S
2
); two derivatives Ar-C
1
, 3,4,5-trimetoxybenzoic
acid (S
3
) and 3,4-dimetoxybenzoic acid (S
4
); two derivatives C
13
carotene, blumenol
A (S
5
) and dehydrovomifoliol (S
6
); a monoacylglycerol (S
7
); two triterpenes in mixture,
β-amyrin (S
8
) and lupeol (S
9
) and the mixture of the glycosilated steroids β-sitosterol
(S
10
) and stigmasterol (S
11
). Spectrometric methods were used (1D and 2D
dimensional of NMR
1
H and
13
C) in the structural determination of the isolated
substances, besides comparison with data described in the literature. The substances
S
1
, S
2
, S
3
, S
4
and S
5
were submitted the allelopatic experiments measuring the
germination inhibition, development of the radicle and of the hypocotyl of plants. The
degree of inhibition observed in these experiments demonstrated linearity of activity
when associated to the concentration of the substances.
Key Word: Parkia pendula, allelopaty, flavonoids, derivatives Ar-C
1
, derivatives C
13
carotene, triterpenes, steroids.
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
MEMORIAL
1- INTRODUÇÃO................................................................................ 17
2- OBJETIVOS....................................................................................
19
3- PARKIA PENDULA........................................................................ 20
3.1- Família Leguminosae...................................................................... 20
3.2- Subfamília Mimosoideae................................................................. 20
3.3-
Gênero Parkia.................................................................................
21
3.4-
Espécie Parkia
pendula...................................................................
25
3.5-
Classificação Botânica....................................................................
26
4- PARTE EXPERIMENTAL............................................................... 27
4.1- Coleta e Identificação do Material Botânico....................................
27
4.2- Obtenção dos Extratos Brutos........................................................ 27
4.3-
Fracionamento do Extrato Etanólico das Folhas de Parkia
pendula
(PEF)...............................................................................................
29
4.4- Refracionamento da Fração P
4
....................................................... 30
4.4.1- Metodologia de Purificação por CLAE da Fração P
4(14)25-
34
......................................................................................................
34
4.5- Refracionamento da Fração P
5
....................................................... 35
4.6- Refracionamento da Fração P
6
....................................................... 37
4.7- Métodos Utilizados na Determinação Estrutural das Substâncias
Isoladas...........................................................................................
38
4.8- Metodologia Utilizada nos Bioensaios............................................ 38
4.8.1- Germinação de semente................................................................. 38
4.8.2- Desenvolvimento da radícula e do hipocótilo..................................
39
4.8.3- Combinação de pares aleloquímicos.............................................. 39
4.9- Análise Estatística........................................................................... 41
4.10- Materiais e Equipamentos Utilizados nos Procedimentos
Experimentais..................................................................................
41
4.10.1-
Equipamentos utilizados no isolamento e identificação estrutural
das substâncias...............................................................................
41
4.10.2-
Reagentes utilizados no isolamento e identificação estrutural das
substâncias.....................................................................................
42
4.10.3-
Instrumentos e materiais utilizados nos Bioensaios
Alelopáticos.....................................................................................
43
5- CONSTITUINTES QUÍMICOS ISOLADOS DAS PARTES
AÉREAS DE PARKIA PENDULA .................................................
44
6- ROTA BIOSSINTÉTICA................................................................. 48
6.1- Flavonóides..................................................................................... 48
6.2- Derivados Ar-C
1
.............................................................................. 52
6.3- Derivados C-13 Carotenóide...........................................................
54
6.4- Monoacilglicerídeo S
7
......................................................................
59
7- ELUCIDAÇÃO ESTRUTURAL DAS SUBSTÂNCIAS
ISOLADAS......................................................................................
60
7.1- Flavonóide S
1
.................................................................................. 60
7.2- Flavonóide S
2
.................................................................................. 67
7.3- Derivado Ar-C
1
S
3
........................................................................... 76
7.4- Derivado Ar-C
1
S
4
........................................................................... 79
7.5- Derivado C
13
Carotenóide S
5
.......................................................... 83
7.6- Derivado C
13
Carotenóide S
6
.......................................................... 89
7.7- Monoacilglicerídeo S
7
..................................................................... 93
7.8- Triterpenos S
8
e S
9
..........................................................................
97
7.9- Esteróides S
10
e S
11
........................................................................ 101
8- RESULTADO DOS BIOENSAIOS..................................................
104
8.1- Extratos Brutos................................................................................
104
8.2- Frações Resultantes do Fracionamento do Extrato Etanólico das
Folhas de P. pendula......................................................................
105
8.3- Bioensaios com as Substâncias S
1
, S
2
, S
3
, S
4
e S
5
........................
106
8.3.1-
Germinação de sementes............................................................... 106
8.3.2-
Desenvolvimento da radícula.......................................................... 108
8.3.3-
Desenvolvimento do
hipocótilo........................................................
111
8.4- Combinação de pares aleloquímicos............................................. 114
9- CONCLUSÕES............................................................................... 117
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................
118
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Esquema 1- Proposta Biossintética para formação de S
1
e
S
2
......................
50
Esquema 2- Proposta Biossintética para formação de S
3
e
S
4
......................
53
Esquema 3- Proposta Biossintética para formação de S
5
e
S
6
......................
55
Esquema 4- Proposta Biossintética para formação de S
7
............................. 59
Figura 1-
Inflorescências em Parkia..........................................................
22
Figura 2-
Parkia pendula...........................................................................
26
Figura 3- Cromatograma da fração P
4(14)25-34
em CLAE........................... 35
Figura 4- Modelo teórico da combinação entre pares aleloquímicos........
40
Figura 5- Estrutura básica dos flavonóides...............................................
48
Figura 6- Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
1
.......................... 60
Figura 7- Espectro de COSY
1
H x
1
H de S
1
.............................................. 61
Figura 8- Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de S
1
...........................
62
Figura 9- Espectro de HETCOR de S
1
......................................................
63
Figura 10- Espectro de HETCOR de S
1
(Expansão de 3,5-4,3 x 54,0-
62,0 ppm)...................................................................................
63
Figura 11- Espectro de HMBC de S
1
(Expansão de 7,8-8,3 x 130,0-175,0
ppm)...........................................................................................
64
Figura 12- Espectro de HMBC de S
1
(Expansão de 3,8-4,1 x 0,0-220,0
ppm)...........................................................................................
64
Figura 13- Espectro de HMBC de S
1
(Expansão de 6,9-7,4 x 115,0-157,0
ppm)...........................................................................................
65
Figura 14- Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
2
.......................... 67
Figura 15- Espectro de NOEdiff de S
2
(irradiação em 7,06 ppm).............. 68
Figura 16- Espectro de NOEdiff de S
2
(irradiação em 6,63 ppm).............. 69
Figura 17- Espectro de NOEdiff de S
2
(irradiação em 7,32 ppm).............. 70
Figura 18- Espectro de NOEdiff de S
2
(irradiação em 8,16 ppm).............. 70
Figura 19- Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de S
2
...........................
71
Figura 20- Espectro de HSQC de S
2
(Expansão de 6,2-8,2 x 100,0-124,0
ppm)...........................................................................................
72
Figura 21- Espectro de HSQC de S
2
(Expansão de 3,8-4,2 x 55,0-63,0
ppm)...........................................................................................
72
Figura 22- Espectro de HMBC de S
2
(Expansão de 6,6-8,0 x 105,0-175,0
ppm)...........................................................................................
73
Figura 23- Espectro de HMBC de S
2
(Expansão de 3,8-4,1 x 135,0-158,0
ppm)...........................................................................................
73
Figura 24- Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
3
.......................... 76
Figura 25- Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de S
3
...........................
77
Figura 26- Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
4
.......................... 79
Figura 27- Espectro de COSY
1
H x
1
H de S
4
.............................................. 80
Figura 28- Espectro de NOEdiff de S
4
(irradiação em 6,91 ppm).............. 81
Figura 29- Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de S
4
...........................
81
Figura 30- Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
5
.......................... 83
Figura 31- Espectro de COSY
1
H x
1
H de S
5
.............................................. 84
Figura 32- Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CD
3
OD) de S
5
.........................
85
Figura 33- Espectro de HSQC de S
5
.......................................................... 86
Figura 34- Espectro de HMBC de S
5
.......................................................... 87
Figura 35- Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
6
.......................... 89
Figura 36- Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de S
6
...........................
91
Figura 37- Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
7
.......................... 93
Figura 38- Espectro de COSY
1
H x
1
H de S
7
.............................................. 94
Figura 39- Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de S
7
...........................
95
Figura 40- Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
8
+ S
9
.................. 97
Figura 41- Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de S
8
+ S
9
...................
98
Figura 42- Espectro de RMN
1
H (300 MHz, Piridina-D
5
) de S
10
+ S
11
........ 101
Figura 43- Espectro de RMN
13
C (75 MHz, Piridina-D
5
) de S
10
+ S
11
.........
102
Fluxograma
1-
Obtenção dos Extratos Brutos...................................................
28
Fluxograma
2-
Fracionamento do Extrato Etanólico de Parkia
pendula......................................................................................
29
Fluxograma
3-
Fracionamento da Fração P
4
.....................................................
31
Fluxograma
4-
Refracionamento da Fração P
4(12)
.............................................
32
Fluxograma
5-
Refracionamento da Fração P
4(14)
.............................................
33
Fluxograma
6-
Fracionamento da Fração P
5
.....................................................
36
Fluxograma
7-
Fracionamento da Fração P
6
.....................................................
37
Gráfico 1- Efeitos dos extratos etanólicos de plantas da família
Leguminosae, sobre a germinação de plantas invasoras.........
104
Gráfico 2- Efeitos das frações oriundas do fracionamento do extrato
etanólico das folhas de P. pendula, sobre a germinação de
plantas invasoras.......................................................................
105
Gráfico 3- Efeitos de S
1
sobre a germinação das sementes de malícia e
mata-pasto.................................................................................
106
Gráfico 4- Efeitos de S
2
sobre a germinação das sementes de malícia e
mata-pasto.................................................................................
107
Gráfico 5- Efeitos de S
3
sobre a germinação das sementes de malícia e
mata-pasto.................................................................................
107
Gráfico 6- Efeitos de S
4
sobre a germinação das sementes de malícia e
mata-pasto.................................................................................
107
Gráfico 7- Efeitos de S
5
sobre a germinação das sementes de malícia e
mata-pasto.................................................................................
108
Gráfico 8- Efeitos de S
1
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia
e mata-pasto..............................................................................
109
Gráfico 9- Efeitos de S
2
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia
e mata-pasto..............................................................................
109
Gráfico 10- Efeitos de S
3
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia
e mata-pasto..............................................................................
110
Gráfico 11- Efeitos de S
4
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia
e mata-pasto..............................................................................
110
Gráfico 12- Efeitos de S
5
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia
e mata-pasto..............................................................................
111
Gráfico 13- Efeitos de S
1
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de
malícia e mata-pasto.................................................................
112
Gráfico 14- Efeitos de S
2
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de
malícia e mata-pasto.................................................................
112
Gráfico 15- Efeitos de S
3
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de
malícia e mata-pasto.................................................................
113
Gráfico 16- Efeitos de S
4
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de
malícia e mata-pasto.................................................................
113
Gráfico 17- Efeitos de S
5
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de
malícia e mata-pasto.................................................................
114
Tabela 1- Dados de RMN
1
H e
13
C para S
1
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75
MHz)..........................................................................................
66
Tabela 2- Dados de RMN
1
H e
13
C para S
2
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75
MHz)..........................................................................................
75
Tabela 3- Dados de RMN
1
H e
13
C para S
3
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75
MHz)..........................................................................................
78
Tabela 4- Dados de RMN
1
H e
13
C para S
4
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75
MHz)..........................................................................................
82
Tabela 5- Dados de RMN
1
H e
13
C para S
5
(ppm, 300 e 75 MHz)............ 88
Tabela 6- Dados de RMN
1
H e
13
C para S
6
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75
MHz)..........................................................................................
92
Tabela 7- Dados de RMN
1
H e
13
C para S
7
(ppm, CDCl
3
300 e 75
MHz)..........................................................................................
96
Tabela 8- Dados de RMN
13
C para S
8
e S
9
(ppm, CDCl
3
, 75 MHz)...........
100
Tabela 9-
Dados de RMN
13
C para
S
10
e
S
11
(ppm, Piridina-D
5
, 75
MHz)..........................................................................................
103
Tabela 10- Efeitos associativos observados na combinação de S
1
com S
2
115
Tabela 11-
Efeitos associativos observados na combinação de
S
1
com
S
3
115
Tabela 12-
Efeitos associativos observados na combinação de
S
1
com
S
4
116
Tabela 13-
Efeitos associativos observados na combinação de
S
3
com
S
4
116
ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
AcOEt Acetato de Etila
CCDC Cromatografia em Camada Delgada Comparativa
CCVU Coluna Cromatográfica por Via Úmida
CLAE Cromatografia Liquida de Alta Eficiência
COSY
1
H x
1
H H, H Correlated Spectroscopy
d
Dubleto
dd
Duplo dubleto
DEPT Distorsionless Enhancement by Polarization Transfer
DMAPP Dimetilalilpirofosfato
Fig. Figura
Graf. Gráfico
HETCOR Heteronuclear Chemical Shift Correlation
Hex. Hexano
HSQC Heteronuclear Single Quantum Coherence
HMBC Heteronuclear Multiple Bond Correlation
Hz Hertz
IPP Isopentenil pirofosfato
J
Constante de acoplamento
m
Multipleto
MeOH Metanol
MHz Megahertz
min Minuto
MVA Ácido mevalônico
NADPH Nicotinamida Adenina Dinucleotidio Pirofosfato
NOEdiff Nuclear Ovehauser Effect difference
PAL L-Fenilalanina Amônia Liase
p. Página
P.A. Para Análise
ppm Parte por milhão
q
Quarteto
qt
Quinteto
RMN
1
H Ressonância Magnética Nuclear de hidrogênio-1
RMN
13
C Ressonância Magnética Nuclear de carbono-13
SAM S-Adenosil Metionina
s
Singleto
sl
Singleto largo
t
Tripleto
Tab. Tabela
UV Ultravioleta
δ Deslocamento Químico
MEMORIAL
FONSECA, M. L.; ARRUDA, M. S. P.; ARRUDA, A.C., SOUZA FILHO, A. P.,
SANTOS, L. da S.; MULLER, A. H.; GUILHON, G. M. S. P. Flavonóides
Metoxilados e Avaliação do Potencial Alelopático de Parkia pendula
(Leguminosae). 27ª REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
QUÍMICA, Salvador-Bahia, 2004.
SOUZA FILHO, A. P., FONSECA, M. L.; ARRUDA, M. S. P. Substâncias Químicas
com Atividades Alelopáticas Presentes Nas Folhas de Parkia pendula
(Leguminosae). Planta Daninha. Viçosa-MG. V. 23. n. 4. p. 565-573. 2005.
1- Introdução
Nos últimos anos, tem crescido a preocupação da sociedade em relação à
utilização de insumos químicos na agropecuária. Estes insumos são os fertilizantes e
os defensivos agrícolas (inseticidas, fungicidas, acaricidas e herbicidas). Em relação
a estes últimos, o que chama a atenção é a sua extrema capacidade de poluir o
ambiente, comprometer a vida silvestre e contaminar os alimentos utilizados na dieta
humana (Souza Filho & Alves, 1998).
Nesse contexto, os milhares de substâncias químicas disponíveis na natureza,
principalmente, aquelas produzidas pelas plantas, podem oferecer para o homem
novas e excelentes oportunidades para diversificar o controle de endemias na
agropecuária, com a produção de biodefensivos (os bioherbicidas), reduzindo ou
eliminando a contaminação do ambiente, preservando os recursos naturais e
garantindo produtos com alta qualidade e desprovidos de agentes contaminantes.
No Brasil, especificamente na Amazônia, as condições oferecidas pela sua
biodiversidade são extremamente auspiciosas, pela sua diversidade em espécies
vegetais, constituindo substancial manancial de fontes de estruturas químicas com
grandes possibilidades de uso direto como biodefensivos.
Estudos mostram que uma planta pode, direta ou indiretamente, interferir no
desempenho de outras plantas em sua vizinhança através da produção de
substâncias químicas liberadas para o meio ambiente, fenômeno que Molish, em
1937, chamou de alelopatia.
A alelopatia é o fenômeno que se caracteriza pela interferência que uma
planta exerce no desenvolvimento de outra planta, alterando o padrão e a densidade
(Rice, 1974; Smith, 1989). Esta interferência ocorre pela produção de substâncias
químicas que são liberadas para o meio ambiente por volatilização, exsudação
radicular, lixiviação e decomposição dos resíduos de plantas (Einhellig, 1995).
O emprego de herbicidas no controle químico de plantas invasoras de
pastagem é uma prática muito comum, porém desaconselhável pela agressão que
causam ao meio ambiente. Uma alternativa ao emprego dos defensivos químicos é a
alelopatia. Substâncias alelopáticas deverão desempenhar um importante papel
ecológico num futuro próximo, para uso na agropecuária. Tais substâncias serão
usadas como ferramentas de manejo das pastagens, e fontes para a produção de
biodefensivos agrícolas.
Nos últimos anos, um número considerável de substâncias químicas com
atividades alelopáticas, foram isoladas e identificadas a partir de várias espécies de
plantas. Basicamente, esses metabólitos pertencem às classes dos terpenóides,
flavonóides, esteróides, alcalóides, acetogeninas e fenilpropanóides (Whittaker &
Fenni, 1971).
Teoricamente, todas as plantas são, potencialmente, capazes de sintetizar
compostos altamente diversificados quimicamente com atividade alelopática. Ao
mesmo tempo, todas as partes das plantas podem conter essas substâncias. Em
diferentes bioensaios, agentes alelopáticos foram identificados nas folhas, nos
caules, nas flores, nos rizomas, nas raízes, nos frutos e nas sementes de diferentes
espécies de plantas (Smith & Martin, 1994).
O grupo de Química de Produtos Naturais da UFPA em parceria com a
Embrapa (CPATU) vem realizando estudos químicos sistemáticos e de atividade
alelopática de plantas pertencentes à família Leguminosae e os resultados obtidos
tem se mostrado bastante interessantes. Dando continuidade a este estudo
sistemático, as folhas de Parkia pendula, uma Leguminosae, foram investigadas sob
o ponto de vista fitoquímico e de atividade alelopática.
Parkia pendula (Leguminosae), subfamília Mimosoideae, conhecida
vulgarmente como “visgueiro”, é objeto do presente estudo. Sua escolha para
investigação fitoquímica e alelopática, se deu com base nos bioensaios realizados
com extratos orgânicos de espécies da família Leguminosae, os quais demonstraram
que o extrato etanólico das folhas da referida espécie apresentou apreciável efeito
alelopático sobre plantas invasoras de pastagem, além de não haver relato na
literatura de estudo químico para a espécie.
2- Objetivos
Ø Fazer o estudo fitoquímico do extrato etanólico das folhas de Parkia pendula,
monitorado via bioensaios alelopáticos, buscando o isolamento, purificação, e
identificação estrutural de seus principais metabólitos secundários.
Ø Caracterizar as atividades alelopáticas das substâncias isoladas sobre a
germinação de sementes e o desenvolvimento de plantas daninhas, com a
finalidade de obter entre elas, uma ou mais que possam ser utilizadas como
bioherbicidas .
3- PARKIA PENDULA (LEGUMINOSAE)
3.1- A FAMÍLIA LEGUMINOSAE
O papel importante das leguminosas na composição das matas amazônicas
foi apreciado por HUBER. Cabe-lhes o primeiro lugar entre os vegetais lenhosos,
quer pelo número de indivíduos quer pelo de espécies e gêneros botânicos: a elas
pertencem a maioria das árvores gigantes e um grande número de árvores de
notável beleza. Se a grande maioria das leguminosas amazônicas é constituída por
árvores, muitas o também as espécies escandentes da mata. As espécies
herbáceas (inclusive os subarbustos) são, ao contrário, relativamente poucas na
região e na maioria restrita aos campos naturais, ocupando quase todas, uma área
geográfica maior, fora da Amazônia.
A distribuição das leguminosas dentro da Amazônia não é uniforme, sendo a
parte mais rica uma faixa que atravessa o centro da região de Noroeste a Sudeste. A
família leguminosae está subdividida em grupos de gêneros (subfamílias) ligados
entre si por múltiplas formas de transição (Ducke, 1939). Estas subfamílias são:
Caesalpinioideae, Mimosoideae e Papilionoideae. Suas características botânicas
compreendem plantas com os mais diversos bitos, de minúsculas ervas a
portentosas árvores (podendo alcançar até 60m), ou cipós enormes. Folhas
geralmente simples por supressão. Inflorescências paniculiformes, racemosas ou
glomeruladas, raro outros tipos, com flores diclomídeas a maioria zigmorfas,
actinomorfas apenas nas Mimosoideae; cálice ganossépalo pentapartido, corola com
5 pétalas geralmente desiguais ou reduzidas a uma, livres sendo que geralmente
duas são coalescentes na base (Van Den Berg, 1982).
3.2- A SUBFAMÍLIA MIMOSOIDEAE
A subfamília Mimosoideae possui mais ou menos 60 gêneros e 3000 espécies
distribuídas em 5 tribos. Tem distribuição principalmente pantropical e subtropical,
com a maior diversidade nos gêneros Acacia, Mimosa e Inga. A subfamília inclui
árvores, ervas, lianas e arbustos. As folhas o sempre paripinadas, pinadas em
Inga e bipinadas em todos os outros gêneros. As flores o geralmente pequenas e
sempre agrupadas em inflorescências relativamente compactas, na forma de espiga,
umbela, panícula ou capítulo denso; o número varia de poucas flores em algumas
espécies de Inga até mais de 2000 em algumas espécies de Parkia. Funcionalmente
a inflorescência exerce o papel de uma flor.
Os mecanismos de polinização são diversos, incluindo abelhas em
Stryphnodendron, Dinizia, Mimosa, Acácia, Pseudopiptadenia e Piptadenia; espécies
de Ingá e Zygia são polinizadas principalmente por mariposas da noite
(especialmente Sphingidae). A maioria das espécies de Parkia é polinizada por
morcegos, com duas espécies na Reserva (P. multijuga e P. velutina) polinizadas por
abelhas noturnas (Megalopta).
Os frutos o vagens, deiscentes ou não, mas sempre com sementes
numerosas. Muitas espécies são comidas por papagaios e macacos, que podem ser
predadores ou talvez dispersores ocasionais. As sementes de Inga são recalcitrantes
e envolvidas em polpa branca e doce (arilo). Em outros gêneros, a testa da semente
é muito dura e pode permanecer viável por anos. Maneiras de disperção incluem
vento (Dinizia, Pseudopiptadenia e outras), roedores (Parkia multijuga), água
(Macrosamanea), araras (Parkia pendula), e provavelmente macacos e pássaros.
Através dos nectários, Mimosoideae em geral, tem uma relação forte com
formigas; a planta fornece um líquido (néctar) rico em açúcar para a formiga, em
troca de proteção contra herbívoros (Ribeiro, et al., 1999).
3.3- O GÊNERO PARKIA
O gênero Parkia é pantropical, com sua maior diversidade na Amazônia. A
polinização do gênero foi estudada na Reserva Ducke, no estado do Amazonas e
áreas vizinhas. Em cinco espécies a polinização é feita por morcegos, especialmente
por Glossoghata discolor (provavelmente a espécie mostrada na figura 1). Os
morcegos visitam rapidamente à noite, lambendo o néctar produzido por flores
nectaríferas. Duas espécies, P. multijuga e P. velutina são polinizadas por abelhas
noturnas (Megalopta). As flores são sempre bem coloridas, sendo vermelhas ou
amarelas, que aparentemente variam independentemente do polinizador.
A posição das inflorescências varia entre as espécies, uma característica que
Diagrama das inflorescências de Parkia
Foto (Ribeiro et al., 1999)
pode ajudar na identificação, uma vez que as ráquis geralmente permanecem por um
longo período do ano (Ribeiro, et al., 1999).
Segundo levantamento bibliográfico realizado, três espécies desse gênero
foram estudadas quimicamente: P. clappertoniana (Lemmich et al., 1996), P.
biglobosa (Tringali, Spatafora & Longo, 2000) e P. speciosa (Jamaluddin, Mohamed
& Lajis, 1995), das quais, foram isoladas substâncias pertencentes à classe dos
flavonóides, triterpenos, esteróides e ésteres-Ar-C
3
. Os constituintes químicos
isolados destas espécies são mostrados a seguir:
Figura 1: Inflorescências em Parkia
O
O
OMe
M
eO
OMe
O
M
e
H
O
OMe
2'-hidroxi-3,7,8,4',5'-pentametoxiflavona
O
O
OMe
H
O
OMe
O
M
e
7-hidroxi-3,8,4'-trimetoxiflavona
9
M
eO
HO
O
O O
H
O
O
OH
1-( - Feruloillignoceril)-glicerol
n
M
eO
OH
O O OH
O O
OH
1-( - Isoferuloilalcanoil)-gliceróis n = 21-25
Ø P. clappertoniana (Lemmich et al., 1996)
Ø P. biglobosa (Tringali, Spatafora & Longo, 2000)
O
H
O
OH
O
H
OH
OH
O
H
Epigalocatequina
O
H
O
OH
OH
OH
O
3-O-galato-epicatequina
OH
O
H
OH
O
O
H
O
OH
OH
OH
O
OH
3-O-galato-epigalocatequina
OH
O
H
OH
O
O
H
O
OH
O
H
OH
OMe
OH
O
H
4-O-metil-epigalocatequina
Lupeol
H
O
O
Stigmast-4-en-3-one
Ø P. speciosa (Jamaluddin, Mohamed & Lajis, 1995)
3.4- A ESPÉCIE Parkia pendula (Willdenow) Bentham ex Walpers
Parkia pendula (Fig. 2, p. 26), conhecida vulgarmente como “visgueiro”, é uma
árvore de dossel. Copa plana, formando uma das mais distintas e bonitas forma em
árvores da Amazônia. Casca sempre vermelha, desprendendo em placas grandes.
Apresenta folhas grandes, foliólulos bem finos. Possui a distribuição mais ampla no
gênero, entre a América Central e o Espírito Santo.
Parkia pendula tem uma copa muito bonita, e seria uma árvore ideal para
arborização se seus frutos não produzissem quantidades enormes de goma tão
pegajosa que é capaz de tirar a tinta de automóveis, por isso, não pode ser cultivada
nas ruas (Ribeiro, et al., 1999).
Foto (Ribeiro et al., 1999)
3.5- CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
· Divisão: Magnoliophyta
· Subdivisão: Magnolicae
· Classe: Magnolipsida
· Subclasse: Hamamelidae
· Ordem: Urticales
· Subordem: Malviflorae
· Família: Leguminosae
· Subfamília: Mimosoideae
· Gênero: Parkia
· Espécie: Parkia pendula
Figura 2: Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp.
4- PARTE EXPERIMENTAL
4.1- Coleta e identificação do material botânico para análise
A coleta do material botânico foi realizada obedecendo ao protocolo de coleta
reconhecido internacionalmente, tendo sido obtidos fotos digitais do espécime e do
ramo fértil para compor a exsicata, localização do espécime por GPS e autorização
do proprietário da área para proceder a coleta. As espécies foram identificadas pela
professora M. Sc. Ely Simone Cajueiro Gurgel e pelo parataxonomista Manoel
Cordeiro dos Reis, que pertencem ao Museu Paraense Emílio Göeldi.
Foram coletados 2,5 kg de folhas e/ou raízes das espécies frescas. As
amostras foram cuidadosamente escolhidas para composição das exsicatas e
identificadas pelo código internacional de nomenclatura botânica (GREUTER, 1988),
sendo que apenas foi coletado material fértil.
As amostras coletadas foram folhas e raízes de quatro espécies da família
Leguminosae, encontrando-se as exsicatas depositadas no herbário de folhas (HF)
do Museu Paraense Emílio eldi (MPEG), segundo os registros mostrados a
seguir:
Espécie MPEG HF
Parkia pendula
171299 3165
Plathymenia reticulata
171304 3170
Cassia fastuose
171330 3196
Samanea tubulosa
171333 3199
4.2- Obtenção dos extratos brutos
O material botânico (Folhas e raízes) das quatro espécies coletadas foi seco
em estufa com temperatura de 45 °C e posteriormente triturado em moinho tipo
facas, resultando em oito amostras. Separou-se 500 g do material seco e moído de
cada amostra e realizou-se a extração por percolação a frio, utilizando-se 8 litros de
álcool etílico, sendo o tempo total de extração de 24 horas, ou seja, para cada quatro
litros de etanol levou-se um tempo de 12 horas de extração, seguido por
concentração a vácuo para evaporação do solvente. No fluxograma 1, é mostrada a
metodologia utilizada para a obtenção dos extratos brutos das amostras coletadas.
1. Extração à frio com etanol (24 h)
2. Filtração
Concentração
BIOENSAIOS
ALELOPÁTICOS
(GRÁF. 1, p. 104)
SOLUÇÃO
ETANÓLICA
RESÍDUO
MATERIAL
BOTÂNICO SECO E
MOÍDO
500,0 g
EXTRATO
ETANÓLICO
FLUXOGRAMA 1: Obtenção dos Extratos Brutos
Os extratos obtidos foram submetidos à avaliação da atividade potencialmente
alelopática com exceção do extrato etanólico das raízes de Parkia pendula, que
apresentou baixo rendimento. Mediante a realização dos bioensaios, ficou
constatado que o extrato etanólico das folhas da espécie Parkia pendula, foi o que
apresentou o maior potencial inibitório da germinação de plantas daninhas, sendo,
portanto escolhido para estudo fitoquímico.
4.3- Fracionamento do extrato etanólico das folhas de Parkia pendula (PEF)
Depois de realizados os bioensaios, com a escolha das folhas da espécie P.
pendula para estudo fitoquímico, o extrato bruto (10,0 g) foi submetido a
fracionamento em CCVU filtrante utilizando-se como fase estacionária, sílica-gel 70-
230 Mesh desativada com MeOH/H
2
O na proporção de 1:1 e como fase móvel,
solventes e misturas de solventes com gradiente crescente de polaridade, resultando
num total de 7 frações: Hex. 100% (P
1
), Hex.:CH
2
Cl
2
50% (P
2
), CH
2
Cl
2
100% (P
3
),
CH
2
Cl
2
:AcOEt 50% (P
4
), AcOEt 100% (P
5
), AcOEt:MeOH 50% (P
6
) e MeOH 100%
(P
7
) (Fluxograma 2).
FLUXOGRAMA 2: Fracionamento do Extrato Etanólico
1. Bio
ensaio Alelopático (Graf. 1)
2. CCVU Filtrante (7 frações)
CH
2
Cl
2
/AcOEt
(50 %)
AcOEt
(100 %)
Hexano
(100 %)
CH
2
Cl
2
(100 %)
Hex/CH
2
Cl
2
(50 %)
AcOEt/MeOH
(50 %)
MeOH
(100 %)
EXTRATO
ETANÓLICO DAS
FOLHAS (PEF)
10,0
g
P
1
4
,
7
x 10
-
2
g
P
3
0,
7
g
P
4
1
,0
g
P
5
0,
3
g
P
2
0,5
g
P
6
3
,0
g
P
7
2
,0
g
B
IOENSAIOS
ALELOPÁTICOS
(Gráf. 2
, p. 105
)
Foi avaliado o potencial alelopático das frações oriundas do fracionamento do
extrato PEF, sendo que, das sete frações obtidas, somente seis foram submetidas a
bioensaios, uma vez que o rendimento da fração P
1
foi muito baixo, impossibilitando
a sua análise.
O resultado dos bioensaios indicou um apreciável efeito inibitório das frações
P
4
, P
5
e P
6
, com percentual de 76,0; 100,0 e 70,0 %, respectivamente, frente a
germinação das sementes de malícia, e portanto, estas frações foram selecionadas
para refracionamento e purificação.
4.4- Refracionamento da fração P
4
A fração CH
2
Cl
2
:AcOEt 50% (P
4
) com 1,0 g foi refracionada em CCVU
utilizando-se como eluentes misturas de Hexano e AcOEt em gradiente crescente
de polaridade, obtendo-se 60 frações que foram monitoradas via CCDC e reunidas
em 15 frações (Fluxograma 3).
A fração P
4(3)
com 27,0 mg foi submetida à cnica de RMN de
1
H e
13
C
evidenciando a presença dos triterpenos β-amirina (S
8
) e lupeol (S
9
) em mistura.
A fração P
4(11)
com 65 mg foi refracionada em CCVU utilizando-se sistema
isocrático de eluição formado pela mistura de Hex:CH
2
Cl
2
:MeOH na proporção
5,0:4,5:0.5, obtendo-se 12,0 mg do flavonóide 3,7,8,4’-tetrametoxiflavona (S
1
) e 8,0
mg do monoacilglicerídeo (S
7
).
A fração P
4(13)
com 60,0 mg foi submetida a CCVU utilizando-se misturas de
Hexano e AcOEt em ordem crescente de polaridade, onde foram isolados 8,0 mg do
ácido verátrico (S
4
).
CCVU (Hex/AcOEt)
RMN
1
H e
13
C
CCVU Isocrática
Hex/CH
2
Cl
2
/MeOH
Proporção 5,0:4,5:0,5
RMN
1
H e
13
C
RMN
1
H e
13
C
Fluxograma 4 Fluxograma 5
CCVU (Hex/AcOEt)
RMN
1
H e
13
C
Bioensaio
Bioensaio
P
4
1,0 g
60 Frações
reunidas em 15
por CCDC
P
4(3)
S
8
e S
9
27,0 mg
EM MISTURA
P
4(11)
65,0 mg
P
4(11)
-
1
P
4(11)
-
2
S
1
12,0 mg
S
7
8,0 mg
P
4(12)
106,6 mg
P
4(13)
60,0 mg
P
4(14)
124,0 mg
P
4(1
3
)
-
1
S
4
8,0 mg
FLUXOGRAMA 3: Fracionamento da Fração P
4
A fração P
4(12)
com 106,0 mg foi refracionada em CCVU usando-se como
eluentes, misturas de Hexano e AcOEt em ordem crescente de polaridade,
resultando em 76 frações, reunidas em 6 por CCDC. A reunião P
4(12)-3
com 19,0 mg
foi submetida a CCDP, eluida em Hex/AcOEt na proporção 65:35, obtendo-se 2,0 mg
CCVU (Hex/AcOEt)
CCDP
Hex:AcOEt 35 %
RMN
1
H
CCVU Isocrática
Hex/CH
2
Cl
2
/MeOH
5,0:4,5:0,5
P
4(12)
106,0 mg
76 Frações
reunidas em 6
por CCDC
P
4(12)-3
19,0 mg
P
4(12)-4
23,0 mg
S
1
2,0 mg
S
6
+ S
7
15,0 mg
do flavonóide 3,7,8,4’-tetrametoxiflavona (S
1
). A reunião P
4(12)-4
com 23,0 mg foi
refracionada em CCVU, utilizando-se sistema isocrático com Hex:CH
2
Cl
2
:MeOH na
proporção de 5,0:4,5:0,5, obtendo-se 15,0 mg do derivado carotenóide
dehidrovomifoliol (S
6
) em mistura com o monoacilglicerídeo (S
7
) (Fluxograma 4).
FLUXOGRAMA 4: Refracionamento da Fração P
4(12)
A fração P
4(14)
com 124,0 mg foi refracionada em CCVU utilizando-se como
eluentes misturas de Hexano e AcOEt em ordem crescente de polaridade, resultando
34 frações, reunidas em 4 frações a partir da análise por CCDC. De onde se obteve
8,6 mg do flavonóide 2’-hidroxi-3,7,8,4’,5’-pentametoxiflavona (S
2
)
e 21,0 mg do
ácido 3,4,5-trimetoxibenzóico (S
3
).
A fração P
4(14)-4
com 40,0 mg foi submetida à técnica de CLAE, obtendo-se 1,5
mg de S
2
e 5,0 mg do derivado carotenóide blumenol A (S
5
) (Fluxograma 5).
CCVU (Hex/AcOEt)
RMN
1
H e
13
C
Bioensaio
RMN
1
H e
13
C
Bioensaio
CLAE analítico C18
H
2
O(acidificada)/CH
3
CN
65:35
RMN
1
H e
13
C
Bioensaio
P
4(14)
124,0 mg
34 Frações
reunidas em 4
por CCDC
P
4(14)
-
2
P
4(14)
-
3
S
2
8,6 mg
S
3
21,0 mg
P
4(14)-4
40,0 mg
5 Frações
S
2
1,5 mg
S
5
5,0 mg
FLUXOGRAMA 5: Refracionamento da Fração P
4(14)
4.4.1- Metodologia de purificação por CLAE da fração P
4(14)25-34
A fração P
4(14)25-34
com 40,0 mg foi solubilizada em acetonitrila e sonicada em
ultrasson durante 2 minutos. Em seguida, foi filtrada em membrana filtrante com
diâmetro de poros de 0,25 µm, sendo posteriormente injetada uma alíquota de 20 µL
no sistema CLAE.
Para análise do melhor sistema a utilizar na separação, foi usado um aparelho
composto por duas bombas LC-10 AD (Shimadzu), com sistema de injeção manual
(looping de 20 µL), detector SPD 10 AV UV-Visivel (em um comprimento de onda de
245 nm), uma interface CBM, software Class 3.1 e sistema de degaseficador de
membrana DGU-14. Como fase estacionária, utilizou-se uma coluna analítica Luna
C18 (25 x 0,46 cm) e pré-coluna de C18. Como fase móvel, utilizou-se um sistema
isocrático formado pela mistura dos solventes água ultra-pura, obtida de um sistema
milipore (Elgamax), contendo 1,25% de ácido fórmico e acetonitrila, usando-se um
fluxo de 1 mL/min. Os solventes foram filtrados em membrana de nylon de 0,45 µm e
mantidos em um banho de ultrassom durante 30 min.
Depois de determinado o melhor sistema de separação, a fração foi injetada
em CLAE analítico para isolamento de suas substâncias, uma vez que, a quantidade
de amostra não era suficiente para otimizar o método por CLAE preparativo.
O sistema utilizado foi um sistema isocrático de H
2
O (1,25% de ác.
fórmico)/CH
3
CN numa proporção de 65:35 em 30 min.
A separação dos picos principais no CLAE analítico resultou em 5 frações: A,
B, C, D e E, sendo que duas delas: A e D foram analisadas por RMN, obtendo-se a
estrutura de S
5
e S
2
, respectivamente
.
(Fluxograma 5 e Figura 3).
4.5- Refracionamento da fração P
5
A fração AcOEt 100% (P
5
) com 310,0 mg foi submetida a CCVU utilizando-se
como fase estacionária sephadex LH-20 e como fase móvel MeOH. A amostra foi
solubilizada em 10 mL de MeOH e inoculada em coluna de 1,5 X 80 cm, obtendo-se
80 frações de 6 mL aproximadamente, que foram monitoradas via CCDC e reunidas
em 7 frações. A fração P
5(3)
com 158,0 mg foi submetida também a uma CCVU por
sephadex LH-20 utilizando-se como eluentes a mistura de CH
2
Cl
2
/MeOH na
proporção de 1:9. A Fração P
5(3)-5
com 65,0 mg foi submetida a um novo
refracionamento em CCVU, utilizando-se como fase estacionária, sílica-gel 70-230
Mesh e como fase móvel, a mistura de CH
2
Cl
2
/MeOH em ordem crescente de
polaridade, resultando em 10,0 mg do derivado carotenóide blumenol A (S
5
).
Figura 3: Cromatograma da fração P
4(14)25-34
em CLAE
A
B
C
D
E
CCVU Sephadex LH 20
MeOH 100%
CCVU, Sephadex LH 20
CH
2
Cl
2
/MeOH (1:9)
CCVU, Sílica
-
gel 70
-
230 Mesh
CH
2
Cl
2
/MeOH
RMN
1
H e
13
C
P
5
310,0 mg
80 Frações de 6
mL Reunidas
em 7 por CCDC
P
5(3)
158,0 mg
P
5(3)-52
P
5(3)-5
65,0 mg
S
5
10,0 mg
FLUXOGRAMA 6: Fracionamento da Fração P
5
CCVU Sephadex LH 20
MeOH 100%
RMN
1
H e
13
C
P
6
1,0 g
152 Frações de
6 mL Reunidas
em 9 por CCDC
P
6(3)
S
10
e S
11
22,0 mg
EM MISTURA
4.6- Refracionamento da fração P
6
A fração AcOEt:MeOH 50% (P
6
) com 3,0 g foi submetida a CCVU, utilizando-
se como fase estacionária sephadex LH-20 e como fase móvel MeOH. 1,0 g da
amostra foi solubilizado em 10 mL de MeOH e inoculado em uma coluna de 1,5 X 80
cm, resultando em 22,0 mg da mistura dos esteróides β-sitosterol (S
10
) e
estigmasterol (S
11
) glucosilados.
FLUXOGRAMA 7: Fracionamento da Fração P
6
4.7- Métodos utilizados na determinação estrutural das substâncias isoladas
Métodos espectrométricos de Ressonância Magnética Nuclear de RMN
1
H,
RMN
13
C, NOEdiff e DEPT em conjunto com as técnicas bidimensionais: COSY
1
H x
1
H, HETCOR, HMBC e HSQC, foram usados na determinação estrutural, juntamente
com a comparação com dados descritos na literatura.
4.8- Metodologia utilizada nos Bioensaios
4.8.1- Germinação de semente.
O bioensaio de germinação de semente foi monitorado em período de 10 dias,
com contagens diárias e eliminação das sementes germinadas. Foram consideradas
sementes germinadas, aquelas que apresentavam extensão radicular igual ou
superior a 2,0 milímetros.
O bioensaio foi desenvolvido em condições de 25
O
C de temperatura
constante e fotoperíodo de 12 horas. Cada placa de Petri de 9,0 centímetros de
diâmetro recebeu 10 sementes, os resultados estão descritos no item 8 (Resultado
dos Bioensaios), no Gráfico 1, p.104 para os extratos brutos, no gáfico 2, p. 105 para
as frações oriundas do fracionamento do extrato etanólico das folhas de P. pendula,
e nos gráficos 3-7, p. 106-108, respectivamente para as substâncias S
1
, S
2
, S
3
, S
4
e
S
5
.
Como plantas receptoras, foram utilizadas aquelas que ocorrem com maior
freqüência nas áreas de pastagens cultivadas que são: Mimosa pudica L. (malícia) e
Senna obtusifolia (L.) Irwing & Barneby (mata-pasto). As sementes foram coletadas
em áreas de pastagens cultivadas no município de Castanhal, Estado do Pará.
Passaram por processo de limpeza e expurgo e foram tratadas para obter-se a
quebra da dormência (Souza Filho et al., 1998).
Os testes para os extratos brutos foram realizados utilizando-se soluções
metanólicas à 10.000 ppm; para as frações oriundas do primeiro fracionamento
foram realizados a 1.000 ppm e para as substâncias S
1
, S
2
, S
3
, S
4
e
S
5
,
foram
realizados nas concentrações de 0,0; 5,0; 10,0; 15,0 e 20,0 ppm, tendo sido utilizado,
neste caso, diclorometano como solvente para o preparo das soluções. O tratamento
na concentração 0,0 foi considerado testemunha e constou apenas de água
destilada. Cada placa de Petri de 9,0 cm de diâmetro recebeu 3,0 mL de solução,
quando do início de cada bioensaio, sendo adicionado a partir de então, apenas
água destilada para manter a concentração original do sistema.
4.8.2- Desenvolvimento da radícula e do hipocótilo
Os efeitos alelopáticos das substâncias puras, sobre o desenvolvimento da
radícula e do hipocótilo, foram avaliados nas mesmas condições do bioensaio de
germinação, medindo, ao final de 10 dias de crescimento, o comprimento da radícula
e do hipocótilo.
Nestes bioensaios foram utilizadas duas sementes pré-germinadas por placa
de Petri. As soluções das substâncias foram adicionadas apenas uma vez, quando
do início do bioensaio, sendo adicionado, a partir de então, apenas água destilada
quando necessário. Cada placa de Petri recebeu 3,0 mL da solução diclorometânica
com as substâncias, nas respectivas concentrações de 5,0; 10,0; 15,0 e 20,0 ppm.
Após evaporação do solvente, adicionou-se volume igual de água destilada,
mantendo-se dessa forma, a concentração original. Como tratamento testemunha
utilizou-se água destilada.
4.8.3- Combinação entre pares aleloquímicos
A combinação entre pares de aleloquímicos é um método, no qual, faz-se a
avaliação do efeito alelopático da associação de duas substâncias frente às espécies
receptoras. Neste estudo, foram realizadas combinações entre duas substâncias
quaisquer X e Y, procedendo-se a avaliação dos efeitos alelopáticos em cinco
associações: A = substância X pura; B = X/Y (3:1); C = X/Y (1:1); D = X/Y (1:3) e E =
substância Y pura. As concentrações utilizadas foram as mesmas dos bioensaios
anteriores: 5,0; 10,0; 15,0 e 20,0 ppm. Foram avaliados os efeitos inibitórios frente à
germinação de sementes, desenvolvimento da radícula e do hipocótilo nas mesmas
condições descritas anteriormente.
Para efeito de análise dos resultados, considerou-se um modelo teórico (ver
figura 4) constante de quatro possibilidades:
Figura 4: Modelo teórico esperado de respostas envolvendo os efeitos da combinação entre dois
aleloquímicos X e Y, sobre a germinação de sementes, desenvolvimento da radícula e hipocótilo.
Onde as combinações estão representadas no eixo x pelas letras: A = substância X pura; B = X/Y
(3:1); C = X/Y (1:1); D = X/Y (1:3) e E = substância Y pura, respectivamente para cada combinação
entre X e Y.
A possibilidade 1 apresenta percentual inibitório de magnitude máxima na
associação 1:1 de duas substâncias quaisquer, evidenciando a presença de
1 2
3 4
sinergismo entre as mesmas. Na possibilidade 2, ocorre o inverso, uma vez que os
efeitos de maior magnitude são observados nos extremos, onde as substâncias
estão na concentração pura, evidenciando a ausência de sinergismo.
O modelo teórico 3 representa um aumento do potencial inibitório da
substância X, em função da combinação com a substância Y, isso porque, mesmo
com a redução da concentração da substância X, as inibições foram de ordem
superior ao da substância pura, evidenciando que a substância Y potencializa a
atividade alelopática da substância X. E finalmente, o modelo teórico 4 apresenta
o comportamento inverso do modelo teórico 3, uma vez que, neste caso é a
substância Y que tem sua atividade potencializada pela substância X. Foram
testadas as associações entre as substâncias S
1
com S
2
, S
1
com S
3
, S
1
com S
4
e
S
3
com S
4
. Os resultados destes bioensaios são discutidos no item 8.3.4 e
mostrados nas tabelas 10-13, p. 115-116.
4.9- Análise Estatística
Para todos os bioensaios, o delineamento experimental foi casualizado com
três repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as
médias comparadas pelo teste de Tukey (5%). Os resultados foram analisados
utilizando-se o programa estatístico SAS (SAS, 1989).
4.10- MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NOS PROCEDIMENTOS
EXPERIMENTAIS
4.10.1- Equipamentos utilizados no isolamento e identificação estrutural das
substâncias
Ø Espectrômetro de Ressonância Magnética Nuclear:
VARIAN modelo MERCURY-300 (300MHz), Laboratório de Química-
Pesquisa, Curso de Pós-graduação em Química, Centro de Ciências Exatas e
Naturais, UFPA.
Ø Câmara de Análise de Fluorescência por Luz Ultravioleta:
Cabine tipo SPECTROLINE modelo CM 10 com luz tipo SPECTROLINE
modelo ENF – 260C.
Ø Balança Analítica:
SARTORIUS modelo BP210S.
Ø Evaporadores Rotativos:
BÜCHI modelo 461
QUIMIS modelo Q–344-2
Ø Cromatógrafo Líquido de Alta Eficiência (CLAE) Analítico:
Duas bombas LC-10 AD (Shimadzu), detector SPD 10 AV UV-Visivel,
uma interface CBM, software Class 3.1 e um degaseficador de membrana
DGU-14.
Fase estacionária uma coluna Luna C18 (25 x 0,46 cm) e pré-coluna
de C18.
Ø Ultrasson
Modelo Branson 2200
4.10.2- Reagentes utilizados no isolamento e identificação estrutural das
substâncias
Ø Solventes utilizados nas preparações dos Extratos Orgânicos e nas Análises
Cromatográficas:
Solventes P.A. (SYNTH, NUCLEAR, CINÉTICA QUIMICA)
Ø Solventes Utilizados na Obtenção dos Espectros de RMN e EM:
Solventes deuterados (MERCK, ALDRICH e ACROS)
Ø Solventes Utilizados nas Análises em CLAE:
Solventes grau HPLC (TEDIA).
Ácido Fórmico 88% P.A. (VETEC)
Água ultra-pura, sistema milipore (Elgamax)
Ø Reagentes utilizados na revelação das placas de CCDC:
Solução de Ce(SO
4
)
2
Ø Fases Estacionárias Utilizadas para Análises de Cromatografia Sólido-Líquido:
Sílica-gel 70-230 Mesh para CCVU (MERCK)
Sílica-gel 60 GF
254
para CCDC (MERCK)
Sílica-gel 60 PF
254-366
para CCDP (MERCK)
Sephadex Lipofílico LH-20 (SIGMA)
Coluna Luna C-18 5 µ para CLAE (PHENOMENEX)
4.10.3- Instrumentos e materiais utilizados nos Bioensaios Alelopáticos
(Laboratório de Agroindústria da EMBRAPA Amazônia Oriental, Belém-Pará)
Ø Placas de Petri com diâmetro de 9,0 cm aproximadamente
Ø Pipetador automático eppendorf
Ø Filtro de papel qualitativo
Ø Estufa de Germinação de fotoperíodo - Eletrolab
Ø Sementes de espécies de ervas daninhas invasoras de pastagens: Mimosa
pudica Mill. (malícia) e Senna obtusifolia (L.) Irwing & Barneby (mata-pasto).
O
O
OMe
M
eO
OMe
O
M
e
S
1
O
O
OMe
M
eO
OMe
O
M
e
H
O
OMe
S
2
5- CONSTITUINTES QUÍMICOS ISOLADOS DAS PARTES AÉREAS DE PARKIA
PENDULA
A investigação química do extrato etanólico das folhas de P. pendula resultou
no isolamento de onze substâncias, sendo dois flavonóides: S
1
e S
2
, dois ácidos Ar-
C
1
: S
3
e S
4
, dois derivados C
13
carotenóide: S
5
e S
6
, um monoacilglicerídeo: S
7
, dois
triterpenos: S
8
e S
9
e dois esteróides glicosilados: S
10
e S
11
.
Estruturas das Substâncias Isoladas de Parkia pendula:
3,7,8,4’-tetrametoxiflavona
RMN
1
H (Fig. 6, p. 60)
RMN
13
C (Fig. 8, p. 62)
COSY
1
H x
1
H (Fig. 7, p. 61)
HETCOR (Fig. 9 e 10, p. 63)
HMBC (Fig. 11, 12 e 13, p. 64
e 65)
2’-hidroxi-3,7,8,4’,5’-
pentametoxiflavona
RMN
1
H (Fig. 14, p. 67)
RMN
13
C (Fig. 19, p. 71)
HSQC (Fig. 20 e 21, p. 72)
HMBC (Fig. 22 e 23 , p. 73)
NOEdiff (Fig. 15-18, p. 68,
69 e 70)
COOH
OMe
M
eO OMe
S
3
COOH
OMe
OMe
S
4
OH
O
O
H
H
S
5
S
6
OH
O
O
Ácido 3,4,5-trimetoxi benzóico
RMN
1
H (Fig. 24, p. 76)
RMN
13
C (Fig. 25, p. 77)
Ácido verátrico
RMN
1
H (Fig. 26, p. 79)
RMN
13
C (Fig. 29, p. 81)
COSY
1
H x
1
H (Fig. 27, p.
80)
NOEdiff (Fig. 28, p. 81)
Dehidrovomifoliol
RMN
1
H (Fig. 35, p. 89)
RMN
13
C (Fig. 36, p. 91)
Blumenol A
RMN
1
H (Fig. 30, p. 83)
RMN
13
C (Fig. 32, p. 85)
COSY
1
H x
1
H (Fig. 31, p.
84)
HSQC (Fig. 33, p. 86)
HMBC (Fig. 34, p. 87)
S
8
H
H
O
H
H
S
9
H
H
O
H
21
HO O
CH
3
OH
O
S
7
RMN
1
H (Fig. 37, p. 93)
RMN
13
C (Fig. 39, p. 95)
COSY
1
H x
1
H (Fig. 38, p.
94)
β-amirina
RMN
1
H (Fig. 40, p. 97)
RMN
13
C (Fig. 41, p. 98)
Lupeol
RMN
1
H (Fig. 40, p. 97)
RMN
13
C (Fig. 41, p. 98)
HH
G
luO
H
S
10
S
11
HH
G
luO
H
3-β-glicopiranosídio-sitosterol
RMN
1
H (Fig. 42, p. 101)
RMN
13
C (Fig. 43, p. 102)
3-β-glicopiranosídio-
estigmasterol
RMN
1
H (Fig. 42, p. 101)
RMN
13
C (Fig. 43, p. 102)
O
O
A
C
B
6- Rota Biossintética
6.1- FLAVONÓIDES
Os flavonóides, em geral, derivam de rotas biossintéticas mistas, acetato e
chiquimato. O esqueleto flavonóide C
6
-C
3
-C
6
é formado por condensação do tio-éster
CoA do ácido p-cumárico, oriundo do caminho chiquimato, com 3 unidades de
malonil CoA, oriundo do acetato.
Sua estrutura básica possui uma unidade C
15,
invariável, onde a sub-unidade
ArC
3
é derivada do chiquimato e o outro anel aromático (anel A) é de origem
policetídica.
Os flavonóides podem ser coloridos ou incolores e concentram-se mais
na parte aérea das plantas, ocorrendo em menor proporção nas raízes e rizomas.
Sua função biológica nas plantas está relacionada com a atração de insetos
polinizadores e proteção contra os nocivos, reação contra infecções virais e fúngicas
(fitoalexinas), colaboram com hormônios no processo de crescimento, inibição de
ações enzimáticas e participação nos sistemas redox das células (Lopes, et al.,
1999).
Medicinalmente, os flavonóides apresentam uma ampla variedade de
atividades biológicas: capacidade antioxidativa (esta constitui a atividade mais
conhecida através de estudos desenvolvidos atualmente); atividades antiinflamatória
e vasodilatadora; ação antialérgica; atividade antitumoral, anti-hepatotóxica,
antiulcerogênica; atuação antiplaquetária, bem como ações antimicrobianas e
antivirais. A principal vantagem do uso de flavonóides na farmacologia é a sua
baixíssima toxicidade (Mann, 1987).
Figura 5: Estrutura básica dos flavonóides
F
1
O
O
MeO
OMe
OMe
OMe
M
eO
OMe
OH
F
2
O
O
MeO
OMe
OMe
M
eO
OMe
OH
Os flavonóides polimetoxilados são substâncias biologicamente ativas. Devido
a sua elevada lipossolubilidade, sua distribuição nas folhas é confinada a dutos
especiais ou ficam na superfície misturadas a ceras, desta forma, podem funcionar
como repelentes de insetos ou como agentes antifúngicos. Uma forte evidência disto
foi descoberta em certos tipos de plantas resistentes à moléstia de ”Malsseco”, as
quais continham maior quantidade de duas flavonas, a nobiletina (F
1
) e a tangeretina
(F
2
) que as outras plantas da mesma espécie (Harborne, 1983).
A rota biossintética da maioria das classes dos flavonóides é mostrada
com a fenilalanina como precursor da sub-unidade p-cumárico (p-cumarilSCoA) a
qual condensa com três unidades C
2
para a produção das chalconas ( Dewick,
1997).
A proposta biossintética para formação dos flavonóides S
1
e S
2
é demonstrada
no esquema 1 (p. 50-51).
Esquema 1: Proposta Biossintética para formação de S
1
e S
2
OH
O
Ácido cinâmico
OH
O
HO
Ácido p-cumárico
OH
SCoA
OO
O
O
OH
SCoA
OOH
O
O
H
+
OH
OOH
O O
H
H
H
H
+
H
+
H
+
-H
2
O
Enolização
Claisen
(Chalcona sintase)
-HSCoA
NADPH
Redutase
-HSCoA
-CO
2
PAL
[O]
C
O
O
H
HO
OH
OH
Ácido chiquímico
OH
NH
2
O
Fenilalanina
p-cumarato-CoA ligase
Chalcona
(Isoliquiritigenina)
OH
O
HO OH
..
H
+
+
O
SCoA
OO
O
O
3 x malonil-SCoa
H
+
CoAS
O
OH
p-cumaril-SCoA
Esquema 1: Proposta Biossintética para formação de S
1
e S
2
(continuação)
O
2
2-oxoglutarato
O
H
O
HO O
Flavanona
(Liquiritigenina)
O
2
2-oxoglutarato
OH
O
HO O
OH
Dihidroflavonol
OH
O
HO O
OH
Flavonol
OH
O
HO O
OH
OH
[O]
[O]
SAM
OMe
O
M
eO O
OMe
OMe
OH
O
HO O
OH
OH
HO
OH
SAM
OMe
O
MeO O
OMe
OMe
HO
OMe
S
1
S
2
CHO
OGlu
Helicilina
CH
2
OH
OGlu
Salicilina
CHO
OMe
OH
Vanilina
CO
2
H
OH
Ác. acetil-salicílic
o
6.2- DERIVADOS Ar-C
1
Um grande número de compostos Ar-C
1
ocorrem na natureza, na forma de
ésteres ou glicosídeos.
Estes compostos derivam via degradação da cadeia lateral dos ácidos
cinâmicos, ou a partir do ácido dihidrochiquímico ou do ácido corísmico. O caminho a
partir dos ácidos cinâmicos é o mais comum.
Alguns exemplos de metabólitos Ar-C
1
:
Os extratos do salgueiro (Salix Alba L.) são usados em preparações
antiinflamatórias. Foi demonstrado que a salicilina é um dos princípios ativos do
salgueiro. Isto estimulou a síntese de um análogo que é mais potente: o ácido acetil-
salicílico (Mann, 1987).
Uma proposta biossintética a partir do ácido chiquímico é apresentada para as
substâncias S
3
e S
4
no esquema 2 (p. 53).
Isoladas do salgueiro
OH
O
Ácido cinâmico
OH
O
HO
Ácido p-cumárico
PAL
[O]
COOH
HO
OH
OH
Ácido chiquímico
OH
NH
2
O
Fenilalanina
OH
O
H
O
H
O
OH
HO
OH
OH
COOH
SCoA
-MeCOSCoA
-
oxidação
2 x
[O]
[O]
1 x
O
H
O
HO
HO
SCoA
-MeCOSCoA
-
oxidação
OH
OH
COOH
SAM
SAM
MeO
OMe
OMe
COOH
S
3
OMe
OMe
COOH
S
4
Esquema 2: Proposta Biossintética para formação de S
3
e S
4
6.3- “BISNORSESQUITERPENÓIDES” (DERIVADOS C
13
CAROTENÓIDES)
Terpenóides são a mais variada classe estrutural de produtos naturais de
plantas. O nome terpenóide ou terpeno deriva do fato de que os primeiros membros
isolados desta classe foram as terpentinas (“turpentin em Alemão). Todos os
terpenóides são derivados por condensação de unidades de cinco carbonos,
baseado no esqueleto isopentano. Estes monômeros são derivados das unidades
isoprenos biológicos (DMAPP e IPP), normalmente numa associação cabeça-cauda,
gerando numerosos esqueletos terpenóides.
Os terpenos que derivam de 3 unidades C
5
, formando um esqueleto com 15
átomos de carbonos, são conhecidos como sesquiterpenos. Como os monoterpenos,
muitos sesquiterpenos são encontrados em óleos essenciais, e também muitos deles
comportam-se como fitoalexinas, que são compostos antibióticos produzidos por
plantas em estágios elevados de estresses (ataque microbiais, ataque de herbívoros
e competição com outras plantas) e muitas fitoalexinas são conhecidas como sendo
aleloquímicos.
Embora o hormônio de plantas, o ácido abscíssico seja estruturalmente um
sesquiterpeno, visto que possui esqueleto C
15
, não é sintetizado nas plantas,
diretamente por condensação de 3 unidades isoprênicas, mas sim por clivagem
assimétrica de um carotenóide C
40
a Violaxantina, (Dewik, 1997) sendo esta formada
por oxidação do β-caroteno. O ácido abscíssico pode ser encontrado também em
fungos, porém, neste caso tem como principal precursor o farnesol, que é formado
por 3 unidaes C
5
.
O caminho biossintético para formação das substâncias S
5
e S
6
, a partir do
ácido mevalônico, é mostrado no esquema 3 (p. 55-58).
Esquema 3: Proposta Biossintética para formação de S
5
e S
6
O
2
C
OH
H
R
H
S
M
e
H
R
O
H
H
S
MVA
OPP
IPP
+
OPP
DMAPP
H
OPP
H
Prefitoeno
CH
2
OPP
Geranil-geranil PP
2 x IPP
15,15'-E-fitoeno
H
5S
H
2S
H
5R
H
2R
-2[H]
CH
2
PPOH
2
C
XEnz
HC
CH
XEnz
H
PPOH
2
C
+
-Caroteno
Fitoflueno
H
5S
H
2S
-2[H]
H
5S
H
2R
H
5S
H
2R
-2[H]
H
5S
H
2R
H
5S
H
2R
H
5S
H
2R
Neurosporeno
-2[H]
H
5S
H
2R
H
5S
H
2R
H
5S
H
2R
H
5S
H
2R
Licopeno
XEnz
XEnz
H
H
XEnz
H
H
EnzX
Esquema 3: Proposta Biossintética para formação de S
5
e S
6
(continuação)
O
2
NADPH
HO
OH
Zeaxanthina
O
2
NADPH
HO
OH
O
O
H
H
Violaxanthina
H
O
O
C
OH
OH
9'
9' cis-neoxanthina
Clivagem
oxidativa
-caroteno
Esquema 3: Proposta Biossintética para formação de S
5
e S
6
(continuação)
H
O
O
CHO
H
H
Abertura do epóxido
formação da dupla ligação
[O]
O
OH
CHO
[O]
O
OH
CO
2
H
Ác. abscíssico
O
2
(Dioxigenase)
O
OH
CO
2
H
O
O
O
OH
O
S
6
(Dehidrovomifoliol)
NADPH
O
OH
OHH
S
5
(Blumenol A)
Esquema 3: Proposta Biossintética para formação de S
5
e S
6
(continuação)
+
H
+
..
H
O
OH
OP
glicerol 3-P
PO O CH
3
O
OH
21
HO O CH
3
O
OH
21
S
7
CoAS
CH
3
O
21
lignocericil-CoA
- HSCoA
H
2
O
Esquema 4: Proposta Biossintética para formação de S
7
6.4- MONOACILGLICERÍDEO S
7
Figura 6: Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
1
7- ELUCIDAÇÃO ESTRUTURAL DAS SUBSTÂNCIAS ISOLADAS
A elucidação estrutural e o assinalamento correto dos hidrogênios e carbonos
das substâncias isoladas foram feitos com base na análise dos espectros uni e
bidimensionais de RMN
1
H e
13
C, bem como, pela comparação com dados
encontrados na literatura.
7.1- Flavonóide S
1
O espectro de RMN
1
H (Fig. 6; Tab. 1, p. 66) de S
1
, exibe quatro sinais na
região de hidrogênios aromáticos e na região alifática, quatro sinais de hidrogênios
de grupos metoxila ligados a carbonos sp
2
.
A observação destes sinais sugere a presença de um flavonóide do tipo
flavonol, visto que não foi observado um sinal singleto em δ
H
6,3-6,6, característico
de hidrogênio H-3 de flavonas ou em δ
H
7,6-7,8, característico de hidrogênio H-2 de
isoflavona (Harborne et al, 1975), assim, o anel C de S
1
deve ser totalmente
substituído como nos flavonóis.
Figura 7:
Espectro de COSY
1
H x
1
H de
S
1
O
O
OR
C
Podemos observar distintamente, no espectro de RMN
1
H, na região
aromática, confirmado pela análise do espectro de COSY
1
H x
1
H (Fig. 7), dois
grupos de sinais, um dos quais, exibindo dois dubletos, integrando para um
hidrogênio cada, centrados em δ
H
7,97 (d, J = 9,3 Hz) e 7,03 (d, J = 9,3 Hz),
caracterizando um padrão de substituição do tipo AX. Este padrão AX deve ser
assinalado a dois hidrogênios orto acoplados das posições 5 e 6 do anel A do
flavonol, devido a ocorrência do sinal em δ
H
7,97 bastante desprotegido, que pode
ser explicado pelo efeito da anisotropia magnética da ligação C=O em posição
periplanar ao hidrogênio H-5. Uma outra observação que reafirma este
assinalamento é a ausência de sinal de OH-5 quelado à carbonila em δ
H
~ 10,00-
13,00. Assim, o anel A deve estar substituído nas posições 7 e 8 por grupos OMe. O
outro grupo de sinais exibe dois dubletos, integrando para dois hidrogênios cada,
centrados em δ
H
8,17 (d, J = 9,3 Hz) e 7,04 (d, J = 9,3 Hz), característico de anel B
da estrutura de flavonol para substituído. Este padrão de substituição foi atribuído
respectivamente a dois pares de hidrogênios equivalentes orto acoplados das
posições 2’/6’ e 3’/5’.
O
O
OMe
M
eO
OMe
OMe
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5
'
6'
Figura 8:
Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de
S
1
O
O
OMe
M
eO
OMe
OMe
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5
'
6'
O espectro de RMN
13
C (Fig.8; Tab. 1, p. 66) de S
1
, apresenta dezessete
sinais, referentes aos dezenove carbonos da estrutura, uma vez que, os pares de
carbonos C-2’/C-6’ e C-3’/C-5’ são quimicamente equivalentes, exibindo somente um
sinal cada em δ
C
130,1 e 114,0, respectivamente. Observa-se na região de carbonos
carbinólicos, a presença de um sinal em δ
C
59,9, característico de grupo metoxila
substituinte na posição 3 da estrutura de flavonol e ainda outro sinal em δ
C
61,6,
típico de metoxila em posição di-orto substituída.
O assinalamento correto dos hidrogênios e carbonos da estrutura de S
1
foi
feito com base na análise dos experimentos de HETCOR e HMBC.
O espectro de HETCOR (Fig. 9 e 10) mostra, por exemplo, as correlações
1
J
C,H
entre os sinais em δ
C
130,1; 121,0; 114,0; 109,8; 61,6 (OMe-8); 59,9 (OMe-3);
56,5 e 55,4, respectivamente com os sinais em δ
H
8,17 (H-2’/6’); 7,97 (H-5); 7,04 (H-
3’/5’); 7,03 (H-6); 4,01; 3,88; 3,99 e 3,90. A partir destas correlações, ficam
assinalados os carbonos metínicos aromáticos, os hidrogênios do grupo metoxila
substituinte da posição 3 do anel C e os hidrogênios do grupo metoxila di-orto-
substituído da posição 8 do anel A.
Figura 9:
Espectro de HETCOR de
S
1
Figura 10:
Espectro de HETCOR de
S
1
(Expansão de 3,5-4,3 x 54,0-62,0 ppm)
No espectro de HMBC (Fig. 11), observa-se correlações
3
J
C,H
entre o sinal em
δ
H
7,97 (H-5) com os sinais em δ
C
174,7 (C-4), 156,3 e 149,5. O assinalamento
destes dois últimos sinais, se deu com base na correlação entre o sinal em δ
H
3,99
com o sinal em δ
C
156,3 (Fig. 12), sendo esta correlação atribuída aos hidrogênios
da OMe-7 com o carbono C-7, e por exclusão, o sinal em δ
C
149,5 foi atribuído a C-
Figura 12:
Espectro de HMBC de
S
1
(Expansão de 3,8-4,1 x 0,0-220,0 ppm)
9. Observa-se também, correlações
3
J
C,H
entre os sinais em δ
H
8,17 (H-2’/6’) com os
sinais de carbono em δ
C
161,4 e 155,2, estes sinais podem ser atribuídos aos
carbonos C-2 ou C-4’. A atribuição correta para estes carbonos se deu a partir da
correlação existente entre o sinal em δ
H
3,90 com o sinal em δ
C
161,4, sendo esta
correlação atribuída aos hidrogênios da OMe-4’ com o carbono C-4’, e por exclusão,
o sinal em δ
C
155,2 foi atribuído a C-2.
Observa-se ainda no espectro de HMBC (Fig. 13), as correlações
3
J
C,H
entre o
sinal em δ
H
7,03 (H-6) com os sinais de carbono em δ
C
136,7 e 119,0 e entre o sinal
Figura 11:
Espectro de HMBC de
S
1
(Expansão de 7,8-8,3 x 130,0-175,0 ppm)
Figura 13: Espectro de HMBC de S
1
(Expansão de 6,9-7,4 x 115,0-157,0 ppm)
O
O
O
O
O
O
M
e
M
e
Me
Me
em δ
H
7,04 (H-3’/5’) com o sinal em δ
C
123,4. O assinalamento dos carbonos C-3 e
C-8 foi feito pela observação da correlação
3
J
C,H
(Fig. 12) entre os sinais em δ
H
3,88
(OMe-3) e 4,01 (OMe-8), respectivamente, com os sinais de carbono em δ
C
140,3
(C-3) e 136,7 (C-8). Pelo fato de não poder-se distinguir com precisão as correlações
entre os sinais de carbono em δ
C
119,0 e 123,4, recorreu-se à literatura de
substância modelo para atribuir o sinal em δ
C
119,0 a C-10 e o sinal em δ
C
123,4 a
C-1’ (Lemmich, et al., 1996).
Correlações
2,3
J
C,H
observadas no espectro de HMBC de S
1
O
O
OMe
M
eO
OMe
OMe
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5'
6'
δ
H
δ
C
δ
H
a
2
---- 155,2 ----
3
---- 140,3 ----
4
---- 174,7 ----
5
7,97 d (J = 9,3 Hz) 121,0 7,87 d
6
7,03 d (J = 9,3 Hz) 109,8 7,31 d
7
---- 156,3 ----
8
---- 136,7 ----
9
---- 149,5 ----
10
---- 119,0 ----
1’
---- 123,4 ----
2’/6’
8,17 d (J = 9,3 Hz) 130,1 8,10 d
3’/5’
7,04 d (J = 9,3 Hz) 114,0 7,20 d
4’
---- 161,4 ----
OMe-3
3,88 (s) 59,9
OMe-7
3,99 (s) 56,5
OMe-8
4,01 (s) 61,6
OMe-4’
3,90 (s) 55,4
4,00; 3,97; 3,87
e 3,83
A reunião de todas estas informações espectrais em conjunto com os dados
descritos na literatura permitiu concluir que a substância S
1
trata-se da 3,7,8,4’-
tetrametoxiflavona, cujos dados espectrométricos de RMN
1
H estão condizentes aos
dados encontrados na literatura (Malan & Roux, 1975) e sua estrutura está mostrada
a seguir. Vale ressaltar ainda, que os dados de RMN
13
C são inéditos, assim como, o
assinalamento dos δ
H
das metoxilas.
Tabela 1: Dados de RMN
1
H e
13
C para S
1
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75 MHz)
a
DMSO-D
6
, 60 MHz (Malan & Roux, 1975)
Figura 14: Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
2
7.2- Flavonóide S
2
Os dados espectroscópicos de RMN
1
H (Fig. 14; Tab. 2, p. 75) de S
2
, mostram
sinais de hidrogênios aromáticos e de grupos metoxilas, que sugerem a presença de
um flavonóide polimetoxilado. Estes sinais são:
- dois dubletos orto acoplados, integrando para um hidrogênio cada, centrados
em δ
H
7,06 e 7,99 (J = 9,0 Hz);
- três singletos integrando para um hidrogênio cada, em δ
H
6,63; 7,32 e 8,16;
- um conjunto de cinco singletos integrando para quinze hidrogênios, em δ
H
3,90; 3,92; 3,94; 3,99 e 4,01, evidenciando a presença de cinco grupos metoxilas
ligados a carbono sp
2
.
O
O
OR
C
Figura 15:
Espectro de NOEdiff de
S
2
(irradiação em 7,06 ppm)
A observação do sinal singleto em δ
H
6,63 poderia sugerir a presença de uma
flavona, mas essa possibilidade foi descartada, uma vez que o sinal de carbonila
observado no espectro de RMN
13
C (Fig. 19; Tab. 2, p. 75) não se encontra na faixa
de δ
C
176-183, característico de flavonas (Agrawal, 1989). Logo, sugerimos
prelinarmente que o anel C da estrutura dessa substância está totalmente
substuituído como nos flavonóis:
A presença do par de dubletos orto acoplados em δ
H
7,99 e 7,06 (J = 9,0 Hz),
indica que a substância S
2
, assim como S
1
, apresenta a posição 5 deoxidada, e nos
permite sugerir que o padrão de substituição do anel A é similar para ambos os
compostos, atribuindo-se estes sinais respectivamente, aos hidrogênios H-5 e H-6. A
irradiação do sinal dubleto em δ
H
7,06 (Fig. 15) relativo a H-6, mostrou efeito NOE
com o hidrogênio H-5 e com os hidrogênios de OMe em δ
H
4,01, assinalada como
sendo OMe-7.
O
O
O
R
MeO
O
M
e
6
5
7
Figura 16:
Espectro de NOEdiff de
S
2
(irradiação em 6,63 ppm)
S
2a
O
O
OMe
M
eO
OMe
O
M
e
M
e
O
OH
S
2b
O
O
OMe
M
eO
OMe
O
H
M
e
O
OMe
O
O
OMe
M
eO
OMe
O
M
e
H
O
OMe
S
2c
4'
S
2
b
O
O
OMe
M
eO
OMe
OHMeO
OMe
2'
3'
S
2c
O
O
OMe
M
eO
OMe
OMeHO
OMe
2'
3'
4'
Observa-se no espectro de RMN
13
C (Fig. 19, p. 71) dois sinais de OMe em δ
C
> 58,0, evidenciando a presença de um grupo metoxila di-orto-substituído e uma
metoxila em C-3. O sinal singleto em δ
H
8,16 desaparece com adição de D
2
O,
evidenciando se tratar de um hidrogênio hidroxílico. A partir dessa análise preliminar,
podemos propor três possibilidades estruturais para S
2
:
Os sinais singletos na região de hidrogênios aromáticos centrados em δ
H
6,63
e 7,32, foram atribuídos, respectivamente, aos hidrogênios H-3’ e H-6’, com base na
análise do efeito mesomérico, que desprotege o hidrogênio H-6’. A estrutura S
2a
foi
descartada com base na análise do espectro de NOEdiff (Fig. 16), com irradiação do
sinal singleto em δ
H
6,63 relacionado a H-3’, o qual mostrou efeito NOE com apenas
um grupo metoxila em δ
H
3,94, ficando dessa forma impossibilitado propor que a
hidroxila esteja na posição 5’.
ou
Figura 17:
Espectro de NOEdiff de
S
2
(irradiação em 7,32 ppm)
Figura 18:
Espectro de NOEdiff de
S
2
(irradiação em 8,16 ppm)
8
S
2c
O
O
OMe
M
eO
OMe
OMeHO
OMe
2'
3'
3
ou
O espectro de NOEdiff (Fig. 17) exibindo irradiação do sinal em δ
H
7,32
atribuído a H-6’, permitiu assinalar o deslocamento químico de OMe-5’, uma vez que,
observou-se efeito NOE efetivo com o sinal em δ
H
3,92 atribuído a OMe-5’ e ainda,
observou-se um efeito NOE de menor intensidade com o sinal em δ
H
3,99, que pode
ser atribuído a OMe-3 ou a OMe-8.
A análise do espectro de NOEdiff (Fig. 18), permitiu definir a estrutura S
2c
para
a substância S
2
, visto que ao se fazer a irradiação do sinal do hidrogênio do grupo
hidroxila em δ
H
8,16 verificou-se efeito NOE com o sinal do hidrogênio H-3’ (δ
H
6,63)
e com o sinal do grupo OMe em δ
H
3,90, não sendo observado efeito NOE com o
sinal de OMe-5’ (δ
H
3,92), ficando descartada a possibilidade estrutural S
2b
.
R
1,
R
2
= OH ou OMe
O
O
OMe
M
eO
OMe
OR
2
OMe
OR
1
6'
5'
ou
8
3
Figura 19:
Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de
S
2
O espectro de RMN
13
C (Fig. 19) de S
2
apresenta vinte sinais referentes aos
vinte carbonos presentes na estrutura e é mostrado a seguir:
O padrão de hidrogenação dos carbonos e o assinalamento correto dos
deslocamentos químicos dos hidrogênios e carbonos da estrutura de S
2
foram
definidos com base na análise dos espectros bidimensionais de HSQC e HMBC.
O espectro de HSQC (Fig. 20 e 21) mostra, por exemplo, as correlações
1
J
C,H
entre os sinais em δ
C
121,1; 110,7; 110,1; 102,8; 61,9; 61,5; 56,5; 56,3 e 56,1,
respectivamente com os sinais em δ
H
7,99 (H-5); 7,32 (H-6’); 7,06 (H-6); 6,63 (H-3’);
3,90; 3,99; 4,01 (OMe-7, definido por NOE); 3,94 e 3,92 (OMe-5’, definido por NOE).
A partir destas correlações, ficam assinalados os carbonos metínicos aromáticos e
os hidrogênios dos grupos metoxilas das posições 7 e 5’ e por exclusão, o sinal em
δ
H
3,94, correlacionado com o sinal em δ
C
56,3, foi atribuído a OMe-4’.
S
2
O
O
OMe
M
eO
OMe
OMeHO
OMe
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Figura 20: Espectro de HSQC de S
2
(Expansão de 6,2-8,2 x 100,0-124,0 ppm)
Figura 21: Espectro de HSQC de S
2
(Expansão de 3,8-4,2 x 55,0-63,0 ppm)
Figura 22: Espectro de HMBC de S
2
(Expansão de 6,6-8,0 x 105,0-175,0 ppm)
Figura 23: Espectro de HMBC de S
2
(Expansão de 3,8-4,1 x 135,0-158,0 ppm)
No espectro de HMBC (Fig. 22 e 23), observa-se correlações
3
J
C,H
entre o
sinal em δ
H
7,99 (H-5) com os sinais em δ
C
173,4 (C-4); 156,6 (C-7) e 149,9 (C-9). A
atribuição destes dois últimos sinais, se deu com base na correlação entre o sinal em
δ
H
4,01 com o sinal em δ
C
156,6, sendo esta correlação atribuída aos hidrogênios da
OMe-7 com o carbono C-7, e por exclusão, o sinal em δ
C
149,9 foi atribuído a C-9.
Observa-se também, correlações
3
J
C,H
entre o sinal em δ
H
7,06 (H-6) com os sinais
de carbono em δ
C
136,7 e 118,7, estes sinais foram atribuídos respectivamente, aos
carbonos C-8 e C-10, com base também, na observação da correlação
3
J
C,H
entre o
sinal em δ
H
3,99 com o sinal em δ
C
136,7, sendo esta correlação atribuída aos
hidrogênios da OMe-8 com o carbono C-8, e por exclusão, o sinal em δ
C
118,7 foi
atribuído a C-10.
O
O
O
O
O
OHO
O
M
e
M
e
Me
Me
Me
S
2
O
O
OMe
M
eO
OMe
OMeHO
OMe
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1'
2'
3'
4'
5'
6'
Observa-se ainda no espectro de HMBC, as correlações
2,3
J
C,H
entre o sinal
em δ
H
6,63 (H-3’) com os sinais de carbono em δ
C
153,6; 151,3; 143,5 e 108,9, estes
sinais foram atribuídos respectivamente, aos carbonos C-4’, C-2’, C-5’ e C-1’, com
base na observação das correlações
3
J
C,H
entre o sinal em δ
C
153,6 com o sinal de
metoxila em δ
H
3,94 (OMe-4’) e entre o sinal em δ
C
143,5 com o sinal de metoxila em
δ
H
3,92 (OMe-5’), dessa forma, o único sinal de carbono aromático oxidado em δ
C
151,3 que faltou assinalar, fica atribuído a C-2’ e o sinal de carbono aromático
totalmente substituído em δ
C
108,9 fica atribuído a C-1’. A atribuição do sinal da
OMe-3 e de C-3 se deu, pela observação no espectro de HMBC da correlação entre
o sinal em δ
H
3,90 com o sinal em δ
C
138,1 e, por exclusão, o sinal em δ
C
155,2 foi
atribuído ao carbono C-2.
O conjunto de todas essas informações espectrais nos levou a concluir que a
estrutura de S
2
é a da 2’-hidroxi-3,7,8,4’,5’-pentametoxiflavona:
Segundo levantamento bibliográfico realizado no Chemical Abstract existe
somente um registro de isolamento desta substância na literatura, a qual foi isolada
anteriormente de Parkia clappertoniana (Leguminosae). Alguns valores de δ
C
foram
Correlações
2,3
J
C,H
observadas no espectro de HMBC de S
2
δ
H
δ
C
δ
H
a
δ
C
a
2
---- 155,2
---- 149,9
3
---- 138,1
---- 136,7
4
---- 173,4
---- 173,3
5
7,99 d (J = 9,0 Hz) 121,1
8,02 d (J = 8,0 Hz)
6
7,06 d (J = 9,0 Hz) 110,1
7,08 d (J = 8,0 Hz)
10
---- 118,7
----
7
---- 156,6
----
8
---- 136,7
----
9
---- 149,9
----
1’
---- 108,9
---- 109,0
2’
---- 151,3
---- 151,3
3’
6,63 (s) 102,8
6,64 (s) 102,8
4’
---- 153,6
---- 153,6
5’
---- 143,5
---- 143,5
6’
7,32 (s) 110,7
7,32 (s) 110,8
OMe-3
3,90 (s) 61,9
OMe-7
4,01 (s) 56,5
OMe-8
3,99 (s) 61,5
OMe-4’
3,94 (s) 56,3
OMe-5’
3,92 (s) 56,1
OH
8,16 (s) ---- 8,20 (s) ----
4,05 (s); 4,01 (s); 3,95
(s); 3,94 (s) e 3,90 (s)
121,1; 118,7;
e 110,1
156,6; 155,6;
e 138,1
61,9; 61,5;
56,5; 56,3 e
56,1
corrigidos em relação à literatura consultada, em especial, as atribuições dos
carbonos C-2, C-3, C-8 e C-9, que estavam incorretas. Outros valores de δ
H
e δ
C
que
não estavam assinalados, puderam ser definidos precisamente, fato ocorrido, por
exemplo, em relação aos grupos metoxila.
Tabela 2: Dados de RMN
1
H e
13
C para S
2
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75 MHz)
a
CDCl
3
, 200 e 50 MHz (Lemmich, et al., 1996)
Figura 24: Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
3
COOH
OMe
OMe
M
eO
S
3a
COOH
OMe
M
eO OMe
S
3b
7.3- Derivado Ar-C
1
S
3
Analisando os dados espectroscópicos de RMN
1
H (Fig. 24; Tab. 3, p. 78),
observa-se para a substância S
3
,
a presença de três sinais singletos:
Na região de hidrogênios aromáticos, observa-se um singleto integrando para
dois hidrogênios em δ
H
7,36, atribuído a dois hidrogênios quimicamente semelhantes
ligados ao anel aromático.
Observa-se ainda um conjunto formado por dois singletos, integrando para
nove hidrogênios em δ
H
3,92 e 3,93, referentes a três grupos metoxila ligados ao
anel aromático, sendo dois deles quimicamente equivalentes.
Levando-se em consideração o valor de carbonila de ácido observado no
espectro de RMN
13
C (Fig. 25) em δ
C
170,2, em conjunto com os dados de RMN
1
H
apresentados, pode-se propor duas possibilidades estruturais para S
3
:
Figura 25:
Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de
S
3
A estrutura S
3a
foi descartada, pela observação no espectro de RMN
13
C de
um sinal de grupo metoxila em posição orto-di-substituída (δ
C
60,9), fato este,
possível somente para a proposta estrutural S
3b
.
Observa-se no espectro de RMN
13
C de S
3
, além do sinal da carbonila de
ácido e da metoxila orto-di-substituída, sinais em: δ
C
56,3 atribuído às duas
metoxilas equivalentes das posições 3/5; δ
C
107,5 referente aos dois carbonos CH
quimicamente semelhantes das posições 2/6 e três sinais em δ
C
124,0; 140,0 e
153,0 assinalados, respectivamente, a um carbono aromático totalmente substituído
da posição 1, um carbono aromático oxidado da posição 4 e dois carbonos
aromáticos oxidados e equivalentes das posições 3/5.
O conjunto dessas informações espectrais deram respaldo para identificar a
estrutura da substância S
3
, como sendo o ácido 3,4,5-trimetoxibenzóico, que em
pesquisas recentes apresentou atividade antimicrobial, inibindo o crescimento de
Staphylococcus aureus (Bisigmano, et. al., 2000).
COOH
OMe
M
eO OMe
S
3
2
3
4
5
6
1
δ
H
δ
C
δ
H
a
δ
C
a
1
---- 124,0 ---- na
2/6
7,36 (s) 107,5 7,36 (s) 107,5
3/5
---- 153,0 ---- 153,0
4
---- 143,0 ---- 146,2
COOH
---- 170,2 12,78 (s) 170,9
OMe-3/5
3,92 (s) 56,3 3,92 56,3
OMe-4
3,93 (s) 60,9 3,93 60,9
Tabela 3: Dados de RMN
1
H e
13
C para S
3
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75 MHz)
a
(Nascimento, 2002)
na
Sinal não assinalado
Figura 26: Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
4
7.4- Derivado Ar-C
1
S
4
O espectro de RMN
1
H de S
4
apresentado na figura a seguir apresenta três
sinais na região de hidrogênios aromáticos e dois sinais referentes a grupos metoxila
ligados a carbono aromático.
Os sinais observados são:
- um duplo dubleto, integrando para um hidrogênio, centrado em δ
H
7,75 (J =
8,7 e 1,8 Hz);
- um dubleto, integrando para um hidrogênio em δ
H
6,91 (J = 8,7 Hz);
- um dubleto, integrando para um hidrogênio em δ
H
7,58 (J = 1,8 Hz).
Estes sinais se correlacionam de forma orto-meta, orto e meta,
respectivamente, confirmado pelo experimento de correlação homonuclear COSY
1
H
x
1
H, mostrado na figura 27:
Figura 27:
Espectro de COSY
1
H x
1
H de
S
4
COOH
OMe
OMe
S
4a
3
1
4
COOH
OMe
OMe
S
4b
4
2
1
Observa-se ainda, um conjunto formado por dois singletos, integrando para
seis hidrogênios, atribuídos a dois grupos metoxila ligados ao anel aromático em δ
H
3,95 e 3,94.
A observação no espectro de RMN
13
C (Fig. 29, p. 81) de um sinal de
carbonila de ácido em δ
C
169,7, em conjunto com os dados apresentados até aqui,
nos permitiu propor preliminarmente, duas possibilidades estruturais para S
4
:
Figura 28:
Espectro de NOEDIF de
S
4
(irradiação em 6,91 ppm)
Figura 29:
Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de
S
4
A análise do espectro de NOEdiff (Fig. 28), com irradiação do sinal dubleto em
δ
H
6,91 (H-5 em S
4a
e H-6 em S
4b
), mostrou efeito NOE com o sinal duplo dubleto
em δ
H
7,75 assim como, com o sinal de um grupo metoxila em δ
H
3,95, ficando
dessa forma descartada a possibilidade estrutural S
4b
. Este experimento, ainda
permitiu o assinalamento dos dois grupos metoxilas da estrutura S
4a
, uma vez que, o
grupo metoxila em δ
H
3,95 que apresentou efeito NOE com H-5 foi atribuído a OMe-4
e, consequentemente, o sinal em δ
H
3,94 foi relacionado ao grupo metoxila da
posição 3.
O espectro de RMN
13
C apresentado na figura 29 apresenta nove sinais
referentes aos nove carbonos da estrutura de S
4
.
COOH
OMe
OMe
6
5
4
COOH
OMe
OMe
S
4
2
3
4
5
6
1
δ
H
δ
C
δ
H
a
δ
C
b
1
---- 120,6 ---- na
2
7,58 d (J = 1,8 Hz) 111,4 7,55 d (J = 2,0 Hz) 112,4
3
---- 147,7 ---- na
4
---- 152,7 ---- na
5
6,91 d (J = 8,7 Hz) 109,3 6,94 d (J = 8,2 Hz) 110,4
6
7,75 dd (J = 8,7 e 1,8 Hz) 123,5 7,64 dd (J = 8,2 e 2,0 Hz) 124,5
COOH
---- 169,7 ---- 170,1
OMe-3
3,93 (s) 55,0
c
3,89 (s) 56,0
OMe-4
3,94 (s) 55,1
c
3,95 (s) 56,1
A confirmação da estrutura de S
4
foi feita através da análise destes dados em
concordância com os valores encontrados na literatura (Machida & Kikuchi, 1996;
Nascimento, 2002) para o ácido 3,4-dimetoxibenzóico, conhecido vulgarmente como
ácido verátrico.
Tabela 4: Dados de RMN
1
H e
13
C para S
4
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75 MHz)
a
CDCl
3
, 270 MHz (Machida & Kikuchi, 1996)
b
CDCl
3
, 300 MHz (Nascimento, 2002)
c
Sinais interconvertidos
na
Sinais não assinalados
Figura 30: Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
5
7.5- Derivado C
13
Carotenóide S
5
Analisando-se os dados espectrais de RMN
1
H (Fig. 30; Tab. 5, p. 88) de S
5
,
pode-se observar sinais na região de hidrogênios olefínicos, carbinólicos e alifáticos.
Alguns destes sinais são:
- um duplo dubleto em δ
H
5,87 (J = 15,6 e 6,0 Hz) e um dubleto em δ
H
5,77 (J
= 15,6 Hz), indicando uma ligação –HC=CH- com os hidrogênios em relação
trans, observado pelos valores da constante de acoplamento (J = 15,6 Hz);
- um quinteto em δ
H
4,41 (J = 6,0 Hz);
- um sinal dubleto referente a uma metila ligada a CH em δ
H
1,30 (J = 6,0 Hz).
Através da análise do espectro de correlação homonuclear COSY
1
H x
1
H
(Fig. 31), pode-se observar correlações entre todos os sinais mencionados
Figura 31:
Espectro de COSY
1
H x
1
H de
S
5
anteriormente, indicando que os hidrogênios estão acoplando entre si,
caracterizando um grupo do tipo –CH=CH-CHOH-CH
3
ligado a um carbono
totalmente substituído, sugerindo uma cadeia lateral, como mostrado na estrutura
parcial abaixo:
Observou-se ainda:
- um dubleto centrado em δ
H
5,90 (J = 1,2 Hz), atribuído a um hidrogênio
olefínico, que segundo o espectro de COSY
1
H x
1
H, está acoplando com uma
metila sobre dupla, cujo sinal é observado em δ
H
1,89 (J = 1,2 Hz);
- dois dubletos centrados em δ
H
2,24 e 2,45 (J = 17,0 Hz), atribuídos a dois
hidrogênios metilênicos em acoplamento geminal;
- e dois singletos em δ
H
0,99 e 1,07, atribuídos a dois grupos metílicos ligados
a carbono sp
3
totalmente substituído.
Todos esses dados em conjunto permitem propor a estrutura de um esqueleto
megastimano para S
5
.
Figura 32:
Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CD
3
OD) de
S
5
O
H
H
HO
OH
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1
Analisando o espectro de RMN
13
C (Fig. 32; Tab. 5, p. 88), observou-se 13
sinais, sendo que o padrão de hidrogenação desses carbonos foi determinado via
HSQC (Fig. 33, p. 86).
Os sinais de
13
C que caracterizam a estrutura de S
5
são;
- um sinal em δ
C
201,4, relacionado ao carbono de carbonila α,β-
insaturada em um anel ciclohexano;
- um sinal em δ
C
167,6, atribuído a um carbono olefínico totalmente
substituído e em posição β a um grupo C=O;
- três sinais em δ
C
136,9; 130,1 e 127,1, relativos a três carbonos CH
olefínicos;
- um sinal em δ
C
80,0, atribuído a um carbono oxidado totalmente
substituído;
Figura 33: Espectro de HSQC de S
5
- um sinal em δ
C
68,7 assinalado a um carbono oximetínico;
- um sinal de carbono metilênico vizinho a carbonila em δ
C
50,7;
- um sinal de carbono sp
3
totalmente substituído em δ
C
42,4;
- e quatro sinais referentes a quatro metilas em δ
C
24,5, 23,8, 23,5, e
19,6.
A análise do espectro de HSQC (Fig. 33) para esta substância, mostrou
as correlações
1
J
C,H
entre os sinais dos carbonos metínicos, metilênicos e metílicos
com seus respectivos sinais de hidrogênios. As correlações observadas são entre os
sinais em δ
C
136,9; 130,1; 127,1; 68,7; 50,7; 24,5; 23,8; 23,5 e 19,6, respectivamente
com os sinais em δ
H
5,87 (H-8); 5,77 (H-7); 5,90 (H-4); 4,41 (H-9); 2,45 (H-2ax) e
2,23 (H-2eq); 0,99 (Me-12); 1,29 (Me-10); 1,07 (Me-11) e 1,89 (Me-13).
Figura 34: Espectro de HMBC de S
5
OHH
O
OH
A análise do espectro de correlação heteronuclear HMBC (Fig. 34) para esta
substância, mostrou correlações que nos permitiu atribuir alguns sinais de carbono
ainda não confirmados.
Todas essas informações espectrais permitiram concluir que a substância S
5
trata-se do derivado carotenóide blumenol A. Os sinais referentes aos carbonos C-7
e C-8 foram corrigidos em relação às atribuições da literatura, com base no espectro
de HSQC, o qual mostra que o hidrogênio olefínico mais protegido em δ
H
5,77 (H-7),
Correlações
2,3
J
C,H
observadas no espectro de HMBC de S
5
δ
H
(CDCl
3
) δ
C
(CDCl
3
)
δ
C
(CD
3
OD) δ
C
, CDCl
3
(Gonzáles
et. al., 1994)
1 ---- 41,1 42,4 41,1
2
Heq. 2,24 d (J = 17,0 Hz)
Hax. 2,45 d (J = 17,0 Hz)
49,7
50,7
49,7
3 ---- 198,1 201,4 197,9
4 5,90 d (J = 1,2 Hz) 126,8 127,1 126,9
5 ---- 162,9 167,6 162,6
6 ---- 79,0 80,0 79,0
7 5,77 d (J = 15,6 Hz) 128,9 130,1 135,7
8 5,87 dd (J = 15,6 e 6,0 Hz) 135,7 136,9 129,0
9 4,41 qt (J = 6,0 Hz) 67,9 68,7 68,0
10
1,29 d (J = 6,0 Hz) 23,7 23,8 23,7
11
0,99 (s) 22,9 23,5 22,9
12
1,07 (s) 24,0 24,5 24,0
13
1,89 d (J = 1,2 Hz) 18,9 19,6 18,9
está correlacionado com o sinal de carbono em δ
C
130,1, enquanto que o sinal
referente a H-8 em δ
H
5,87, está correlacionado com o sinal de carbono em δ
C
136,9,
e não o inverso, como está assinalado na literatura (Gonzáles et. al., 1994).
Tabela 5: Dados de RMN
1
H e
13
C para S
5
(ppm, 300 e 75 MHz)
Figura 35: Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
6
7.6- Derivado C
13
Carotenóide S
6
A substância S
6
foi isolada em mistura na proporção 1:1 com a substância S
7
.
Esta discussão leva em consideração somente os sinais nos espectros de RMN
referentes à substância S
6
, uma vez que a substância S
7
foi isolada em outra fração
e será discutida posteriormente.
Analisando-se o espectro de RMN
1
H da mistura (Fig. 35), observa-se para a
substância S
6
, a presença de sinais na região de hidrogênios olefínicos, alifáticos e
um sinal de hidrogênio hidroxílico.
O
H
H
OH
O
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1
Os sinais relativos a estes hidrogênios são:
Ø Para os hidrogênios olefínicos: dois dubletos em δ
H
6,85 (J = 15,6 Hz) e
6,46 (J = 15,6 Hz), integrando um hidrogênio cada, relativos a dois
hidrogênios trans acoplados e ainda, um singleto largo em δ 5,95,
integrando um hidrogênio;
Ø Para os hidrogênios alifáticos: dois dubletos em δ
H
2,18 (J = 17,0 Hz) e
2,50 (J = 17,0 Hz), atribuídos a dois hidrogênios metilênicos em
acoplamento geminal e outro dubleto, integrando três hidrogênios em δ
H
1,88 (J = 1,5 Hz), característico de metila vinílica, além de dois singletos
em δ
H
1,01 e 1,10, atribuídos a dois grupos metílicos ligados a carbono sp
3
totalmente substituído, bem como um singleto em δ
H
2,30, relacionado a
um grupo metila α a carbonila;
Ø Para o hidrogênio hidroxílico: um singleto em δ
H
3,26 que desaparece com
adição de D
2
O.
Os dados acima nos permitiram propor para S
6
assim como para a substância
S
5
, a estrutura de um esqueleto megastimano (α-ionol):
Os tipos de carbonos presentes em S
6
foram definidos através da análise do
experimento de DEPT, o qual corroborou para as atribuições dos sinais de carbono
exibidos no espectro de RMN
13
C (Fig. 36). Observa-se neste espectro treze sinais,
dois dos quais em δ
C
197,5 e 197,1, relacionados a carbonos de carbonilas α,β-
insaturadas. Outros quatro sinais em δ
C
160,5; 145,0; 130,4 e 127,8 relativos a
quatro carbonos olefínicos, um sinal em δ
C
79,3 atribuído a um carbono oxidado
totalmente substituído, e quatro sinais referentes a quatro metilas, além de um sinal
em δ
C
49,5 referente a um carbono metilênico e outro em δ
C
41,4 atribuído a um
carbono sp
3
totalmente substituído.
Figura 36:
Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de
S
6
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1
S
6
OH
O
O
Ao compararmos os dados de RMN
1
H e
13
C de S
6
com aqueles encontrados
na literatura (Kato, et. al., 1977; Atta & Viqar, 1992), para o “bis-nor-sesquiterpeno”
(derivado carotenóide) dehidrovomifoliol, encontramos total concordância, definindo
assim a estrutura de S
6
.
δ
H
δ
C
δ
C
(Atta & Viqar, 1992)
1
---- 41,4 s 41,2
2
Hax. 2,18 d (J = 16,8 Hz)
Heq. 2,50 d (J = 16,8 Hz)
49,5 t
49,3
3
---- 197,5 s 196,4
4
5,95 (sl) 127,8 d 127,1
5
---- 160,5 s 146,1
6
---- 79,3 s 78,9
7
6,85 d (J = 15,6 Hz) 145,0 d 144,4
8
6,45 d (J = 15,6 Hz) 130,4 d 129,8
9
---- 197,1 s 196,0
10
2,30 (s) 28,3 q 28,2
11
1,88 (s) 18,7 q 18,6
12
1,10 (s) 24,3 q 24,2
13
1,01 (s) 22,9 q 22,9
Tabela 6: Dados de RMN
1
H e
13
C para S
6
(ppm, CDCl
3
, 300 e 75 MHz)
O padrão de hidrogenação dos carbonos foi determinado via DEPT
Figura 37: Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
7
7.7- Monoacilglicerídeo S
7
O espectro de RMN
1
H (Fig. 37) para a substância S
7
, apresenta sinais na
região de hidrogênios carbinólicos e um grupo de sinais na região de hidrogênios de
cadeia hidrocarbônica saturada longa.
Na região de hidrogênios carbinólicos, observa-se distintamente, um conjunto
de sinais formado por:
- dois duplos dubletos, integrando para um hidrogênio cada, centrados em δ
H
4,21 (J = 11,7 e 5,1 Hz) e em δ
H
4,14 (J = 11,7 e 6,0 Hz);
- um outro par de duplos dubletos, integrando para um hidrogênio cada, em δ
H
3,70 (J = 11,4 e 4,2 Hz) e δ
H
3,60 (J = 11,4 e 5,7 Hz);
- um quinteto, integrando para um hidrogênio em δ
H
3,93 (J = 4,8 Hz).
Figura 38:
Espectro de COSY
1
H x
1
H de
S
7
HO O
H
R
H
S
H
H
R
H
S
OH
1
2
3
A partir do espectro de COSY
1
H x
1
H (Fig. 38), nota-se que os sinais
descritos anteriormente se correlacionam, evidenciando a presença de dois grupos
metilênicos carbinólicos diastereotópicos, ou seja, ligados a um centro quiral. Dessa
forma, pode-se justificar o fato dos hidrogênios de cada grupo CH
2
não serem
quimicamente equivalentes. A análise desses dados nos permitiu propor uma
subestrutura para S
7
, mostrada a seguir:
A presença de uma cadeia hidrocarbônica saturada longa, ligada à
subestrutura anterior, é atribuída pela observação no espectro de RMN
1
H dos
seguintes sinais: um tripleto, integrando para dois hidrogênios em δ
H
2,35 (J = 7,5
Hz), característico de hidrogênio de grupo metilênico ligado a carbono carbonílico;
um quinteto em δ
H
1,63 (J = 7,2 Hz), típico de hidrogênios de grupo CH
2
β à
carbonila; um outro tripleto, integrando para três hidrogênios, centrado em δ
H
0,88 (J
Figura 39:
Espectro de RMN
1
3
C (75 MHz, CDCl
3
) de
S
7
= 6,8 Hz), característico de hidrogênios de metila terminal; observa-se ainda, um
singleto largo em δ
H
1,25, integrando aproximadamente para 40 hidrogênios,
evidenciando a presença de uma sequência n de grupos CH
2
.
O espectro de RMN
13
C (Fig. 39) de S
7
apresenta um sinal em δ
C
174,3 que
caracteriza uma carbonila de éster não conjugada, evidenciando que a subestrutura
apresentada está esterificada com uma cadeia hidrocarbônica saturada. Observa-se
ainda na região de carbonos carbinólicos, três sinais em δ
C
70,3; 65,2 e 63,3. Com
base na teoria, podemos atribuir o sinal mais desprotegido
C
70,3) ao carbono
oximetínico C-2. O carbono mais protegido
C
63,3) foi atribuído ao carbono
metilênico C-3, visto que possui dois efeitos γ, enquanto C-1 possui apenas um
efeito γ e, consequentemente, o sinal em δ
C
65,2 foi atribuídos a C-1.
HO O CH
3
O
H
R
H
S
H
H
R
H
S
OH
1
2
3
21
4
5
27
S
7
A análise desses dados espectroscópicos permitiu identificarmos a substância
S
7
, como sendo um monoacilglicerídeo:
Tabela 7: Dados de RMN
1
H e
13
C para S
7
(ppm, CDCl
3
300 e 75 MHz)
O padrão de hidrogenação dos carbonos foi determinado via DEPT
δ
H
δ
C
1
H
R
3,60
dd
(
= 11,4 e 5,7 Hz)
H
S
3,70
dd
(
= 11,4 e 4,2 Hz)
65,2
t
2
3,93
m
(
J
= 4,8 Hz)
70,3
d
3
H
R
4,14
dd
(
J
= 11,7 e 6,0 Hz)
H
S
4,21
d
d
(
J
= 11,7 e 5,1 Hz)
63,3
t
4
----
174,3
s
5
2,35
t
(
J
= 7,5 Hz)
34,1
t
6
1,63
qt (
J
= 7,2 Hz)
3
1,9
t
(CH
2
)
2
0
1,25 (
sl
)
29,1
29,7
t
27
0,88
t
(
J
= 6,8 Hz)
14,1
q
19
29
21
28
22
20
30
12
13
18
S
8
H
O
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1
14
16
15
17
27
24 23
26
25
Figura 40: Espectro de RMN
1
H (300 MHz, CDCl
3
) de S
8
+ S
9
12
13
18
19
29
21
28
22
20
30
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1
14
16
15
17
27
24 23
2625
S
9
H
O
7.8- Triterpenos S
8
e S
9
As substâncias S
8
e S
9
foram obtidas em mistura. No espectro de RMN
1
H
(Fig. 40) da mistura, observa-se um grande acúmulo de sinais na região de
hidrogênios alifáticos, podendo-se distinguir a presença de vários sinais singletos e
dubleto relativos a grupos metílicos, e ainda, sinais na região de hidrogênios
olefínicos e carbinólicos, todos os quais são indicativos de estruturas terpênicas.
Figura 41:
Espectro de RMN
13
C (75 MHz, CDCl
3
) de
S
8
+
S
9
A análise do espectro de RMN
13
C (Fig. 41) da mistura nos leva à mesma
conclusão. Também neste espectro, observam-se um grande número de sinais de
carbonos sp
3
metílicos, metilênicos e metínicos, bem como, vários sinais de
carbonos olefínicos e um sinal de carbono sp
3
carbinólico.
A estrutura do triterpeno β-amirina (S
8
) foi identificada principalmente, pela
presença nos espectros de RMN
1
H e
13
C dos seguintes sinais:
- um tripleto centrado em δ
H
5,18 (J = 3,6 Hz), relativo ao hidrogênio olefínico
H-12. Os carbonos desta dupla o observados em δ
C
121,7 e 145,2,
atribuídos respectivamente, aos carbonos C-12 e C-13;
- um duplo dubleto em δ
H
3,22 (J = 11,4 e 5,5 Hz), atribuído ao hidrogênio
carbinólico H-3. O respectivo sinal de carbono aparece em δ
C
79,0.
Os outros sinais relevantes de RMN
1
H e
13
C da estrutura S
8
foram
compatíveis com aqueles encontrados na literatura (Mahato & Kundu, 1994).
A outra estrutura identificada na mistura foi o triterpeno pentacíclico lupeol (S
9
)
e os principais sinais de RMN
1
H e
13
C que permitiram esta determinação foram:
- dois multipletos em δ
H
4,68 e 4,56 relativos aos hidrogênios 2H-29 da dupla
vinilidênica. Os sinais de
13
C da respectiva dupla ligação aparecem em δ
C
109,3 e 150,9;
- um duplo dubleto em δ
H
3,22 (J = 11,4 e 5,5 Hz), atribuído ao hidrogênio
carbinólico H-3, sobreposto ao sinal do H-3 de S
8
. O respectivo sinal de
carbono foi observado também em δ
C
79,0;
- um dubleto em δ
H
1,67 (J = 2,4 Hz), atribuído a metila ligada à dupla
vinilidênica, a qual mostrou sinal no espectro de
13
C em δ
C
19,3.
Os sinais de RMN
1
H e
13
C relatados na literatura (Mahato & Kundu, 1994)
para o lupeol, foram comparados com aqueles observados para S
9
, encontrando
total concordância.
A tabela 8 mostrada a seguir apresenta os dados de RMN
13
C e DEPT para
as substâncias S
8
e S
9
em comparação com os dados encontrados na literatura.
C S
8
S
8
(Mahato & Kundu,
1994)
S
9
S
9
(Mahato & Kundu,
1994)
1
38,6 t 38,7 38,7 t 38,8
2
26,9 t 27,3 27,4 t 27,4
3
79,0 d 79,0 79,0 d 78,9
4
38,8 s 38,8 38,8 s 38,8
5
55,2 d 55,3 55,3 d 55,3
6
18,4 t 18,5 18,3 t 18,3
7
32,5 t 32,8 34,3 t 34,2
8
39,8 s 38,8 40,8 s 40,8
9
47,6 d 47,7 50,4 d 50,4
10
36,9 s 37,6 37,1 s 37,1
11
23,5 t 23,6 20,9 t 20,9
12
121,7 d 121,8 25,1 t 25,1
13
145,2 s 145,1 38,0 d 38,0
14
41,7 s 41,8 42,8 s 42,8
15
26,1 t 26,2 27,5 t 27,4
16
27,2 t 27,0 35,6 t 35,5
17
32,5 s 32,5 43,0 s 43,0
18
47,2 d 47,4 48,3 d 48,2
19
46,8 t 46,9 48,0 d 47,9
20
31,1 s 31,1 150,9 s 150,9
21
34,7 t 34,8 29,8 t 29,8
22
37,1 t 37,2 40,0 t 40,0
23
28,1 q 28,2 28,0 q 28,0
24
15,5 q 15,5 15,4 q 15,4
25
15,6 q 15,6 16,1 q 16,1
26
16,8 q 16,9 16,0 q 15,9
27
26,0 q 26,0 14,5 q 14,5
28
28,4 q 28,4 18,0 q 18,0
29
33,3 q 33,3 109,3 t 109,3
30
23,7 q 23,7 19,3 q 19,3
Tabela 8: Dados de RMN
13
C para S
8
e S
9
(ppm, CDCl
3
, 75 MHz)
O padrão de hidrogenação dos carbonos foi determinado pelo experimento DEPT
19
29
21
28
22
20
12
13
18
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1
14
16
15
17
27
24
23
26
25
R
O
S
10
19
29
21
28
22
20
12
13
18
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1
14
16
15
17
27
24
23
26
25
R
O
S
11
2'
3'
1'
4'
5'
6'
O
OH
HO
HO
HO
R =
Figura 42: Espectro de RMN
1
H (300 MHz, Piridina-D
5
) de S
10
+ S
11
7.9- Esteróides S
10
e S
11
A obtenção e a identificação destes dois compostos em mistura é muito
comum devido às semelhanças estruturais apresentadas entre eles. O espectro de
RMN
1
H da mistura S
10
+ S
11
é mostrado na figura 42 a seguir:
Figura
43:
Espectro de RMN
13
C (75 MHz, Piridina-D
5
) de
S
10
+
S
11
Os sinais observados neste espectro são: um sinal largo em δ
H
5,39, típico de
hidrogênio da posição 6 de esqueleto esteroidal em S
10
e S
11
; um duplo dubleto em
δ
H
5,26 (J = 15,3 e 8,4 Hz), referente ao hidrogênio H-22 em S
11
, outro duplo dubleto
em δ
H
~ 5,10 (J = 15,3 e 8,4 Hz), referente ao hidrogênio H-23 em S
11
; um multipleto
em δ
H
4,00, atribuído ao hidrogênio H-3 em S
10
e S
11
; uma grande quantidade de
sinais na região de δ
H
0,60 a 2,80, relativos aos vários hidrogênios metílicos,
metilênicos e metínicos de S
10
e S
11
, observa-se ainda, entre δ
H
4,00 a 5,10, um
conjunto de sinais de hidrogênios carbinólicos característico de grupamento açúcar
do tipo D-glucopiranosídeo, que provavelmente deve estar ligado na posição 3 da
estrutura de S
10
e S
11
, em especial, o dubleto em δ
H
5,09 (J = 7,8 Hz) referente ao
hidrogênio hemiacetálico.
O espectro de RMN
13
C (Figura 43), para a mistura S
10
+ S
11
, apresentou
sinais que confirmam a presença destas duas substâncias. Entre os sinais
observados, destacam-se os sinais: em δ
C
141,2 e 122,2, atribuídos
respectivamente, aos carbonos C-5 e C-6 de S
10
e S
11
; em δ
C
139,1 e 129,8,
atribuídos respectivamente, aos carbonos olefínicos C-22 e C-23 de S
11
e em δ
C
102,9, referente ao carbono anomérico do grupo D-glucopiranosídeo, que se
confirma pela presença de sinais de carbonos carbinólicos de açúcar na região de δ
C
60,0 a 79,0.
C S
10
S
10
(Ahmad, Ghazala &
Uddin, 1992)
S
11
S
11
(Guilhon, 2000)
1
37,8 t 37,6 37,8 t 37,5
2
30,3 t 30,3 30,6 t 32,7
3
78,4 d 78,4 78,4 d 78,2
4
40,2 t 40,0 40,1 t 42,4
5
141,2 s 140,9 141,2 s 141,0
6
122,2 d 121,9 122,2 d 121,9
7
32,5 t 32,2 32,5 t 32,1
8
32,4 d 32,1 32,4 d 32,2
9
50,7 d 50,4 50,7 d 50,4
10
37,2 s 36,9 37,2 s 37,0
11
21,6 t 21,4 21,6 t 21,3
12
39,6 t 39,4 39,6 t 39,9
13
42,8 s 42,6 42,8 s 42,5
14
57,1 d 56,9 57,2 d 57,0
15
24,8 t 24,6 24,8 t 24,6
16
28,8 t 28,6 28,8 t 29,3
17
56,6 d 56,3 56,4 d 56,1
18
12,3 q 12,1 12,3 q 12,2
19
19,5 q 19,3 19,5 q 19,4
20
36,7 d 36,4 41,1 d 40,7
21
19,3 q 19,1 19,3 q 18,9
22
34,5 t 34,3 139,1 d 138,8
23
26,7 t 26,5 129,8 d 129,5
24
46,4 d 46,1 51,7 d 51,4
25
29,8 d 29,5 29,8 d 32,2
26
19,7 q 19,5 21,8 q 21,5
27
20,3 q 20,0 19,4 q 19,2
28
23,7 t 23,5 26,0 t 25,7
29
12,5 q 12,2 12,5 q 12,5
1’
102,9 d 102,6 102,9 d 102,6
2’
75,6 d 75,3 75,6 d 75,3
3’
78,9 d 78,2 78,9 d 78,6
4’
72,0 d 71,7 72,0 d 71,8
5’
78,8 d 77,3 78,8 d 78,4
6’
63,2 t 62,9 63,2 t 62,9
A tabela 9 apresenta os dados espectrais de RMN
13
C e DEPT para as
substâncias S
10
e S
11
em comparação com dados encontrados na literatura.
Tabela 9: Dados de RMN
13
C para S
10
e S
11
(ppm, Piridina-D
5
, 75 MHz)
O padrão de hidrogenação dos carbonos foi determinado via DEPT
8- RESULTADO DOS BIOENSAIOS
8.1- EXTRATOS BRUTOS
Os extratos etanólico das folhas e/ou raízes de quatro espécies da família
Leguminosae foram submetidos a bioensaio de inibição da germinação de sementes
de plantas invasoras de pastagem, segundo metodologia descrita, os resultados
destes bioensaios estão expressos no Gráfico 1.
Analisando o Gráfico 1, observa-se que as amostras testadas afetaram muito
pouco a germinação das sementes de mata-pasto. Em contrapartida, as sementes
de malícia foram fortemente afetadas pelas amostras 1(Parkia pendula folhas), 6
(Samanea tubulosa folhas) e 7 (Samanea tubulosa raízes), com percentuais de
inibição de germinação da ordem de 100,0; 100,0 e 64,0 %, respectivamente.
Baseado nesses resultados, a amostra 1 (Parkia pendula folhas) foi
escolhida para estudos subsequentes, uma vez que, apresentou elevado potencial
alelopático inibitório, além de não ter sido encontrado na literatura, relato de estudo
fitoquímico para a espécie.
1- Parkia pendula (folhas)
2- Plathymenia reticulata (folhas)
3- Plathymenia reticulata (raízes)
4- Cassia fastuose (folhas)
5- Cassia fastuose (raízes)
6- Samanea tubulosa (folhas)
7- Samanea tubulosa (raízes)
Gráfico 1
: Efeitos dos extratos etanólico (10000 ppm) de plantas da família Leguminosae,
sobre a germinação de plantas invasoras. Dados expressos em percentual de inibição em
relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
8.2- FRAÇÕES RESULTANTES DO FRACIONAMENTO DO EXTRATO
ETANÓLICO DAS FOLHAS DE P. pendula
Das 7 frações resultantes do fracionamento do extrato etanólico das folhas
de P. pendula (Fluxograma 2, p. 29), codificadas como P
1
(Hex. 100%), P
2
(Hex./CH
2
Cl
2
1:1), P
3
(CH
2
Cl
2
100%), P
4
(CH
2
Cl
2
/AcOEt 1:1), P
5
(AcOEt 100%) e P
6
(AcOEt/MeOH 1:1) e P
7
(MeOH 100%), 6 foram sujeitas a bioensaios, com exceção
de P
1
, que apresentou massa insuficiente para o teste. Os resultados dos bioensaios
são apresentados no gráfico 2.
O resultado dos bioensaios apresentados no Gráfico 2, demonstraram que as
frações P
4
, P
5
e P
6
apresentaram apreciáveis percentuais de inibição da germinação,
principalmente em relação às sementes de malícia, com inibições de 76,0; 100,0 e
70,0 %, respectivamente. Em relação às sementes de mata-pasto, destaca-se o
efeito ocasionado pela fração P
5
, a qual apresentou 60,0 % de inibição da
germinação das sementes da referida espécie.
A partir destes resultados, as frações P
4
, P
5
e P
6
, foram submetidas a
sucessivos fracionamentos (Fluxogramas 3, 4, 5, 6, e 7, Parte experimental),
resultando na obtenção de onze substâncias, das quais, cinco (S
1
, S
2
, S
3
, S
4
e S
5
)
foram submetidas a bioensaios alelopáticos sobre a germinação, desenvolvimento
Gráfico 2
: Efeitos das frações (1000 ppm) oriundas do fracionamento do extrato etanólico das
folhas de P. pendula, sobre a germinação das sementes de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
da radícula e desenvolvimento do hipocótilo, das espécies malícia e mata-pasto. Os
resultados desses bioensaios são discutidos a seguir.
8.3- BIOENSAIOS COM AS SUBSTÂNCIAS S
1
, S
2
, S
3
, S
4
e S
5
8.3.1- Germinação de Sementes
Foram realizados bioensaios para determinação do potencial de inibição das
substâncias S
1
, S
2
, S
3
, S
4
e S
5
, sobre a germinação das sementes de malícia e
mata-pasto, utilizando-se várias concentrações (5,0; 10,0; 15,0 e 20,0 ppm).
Independentemente da espécie receptora (malícia ou mata-pasto), os níveis
de inibição da germinação foram extremamente baixos, em todas as substâncias
testadas, sendo de apenas 33,0 %, a inibição de maior magnitude obtida da
substância S
3
na concentração de 20,0 ppm, frente à germinação das sementes de
malícia (Gráfico 5, p. 107). A seguir, são mostrados os gráficos que apresentam os
resultados dos bioensaios sobre a germinação de sementes para as substâncias S
1
,
S
2
, S
3
, S
4
e S
5
.
Gráfico 3
: Efeitos de
S
1
sobre a germinação das sementes de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 4
: Efeitos de
S
2
sobre a germinação das sementes de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 5
: Efeitos de
S
3
sobre a germinação das sementes de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 6
: Efeitos de
S
4
sobre a germinação das sementes de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
8.3.2- Desenvolvimento da radícula
Assim como nos efeitos observados na germinação das sementes, as
inibições sobre o desenvolvimento da radícula, independentemente da espécie
receptora, estiveram associadas à concentração das substâncias, sendo as inibições
mais intensas quase sempre observadas a 20,0 ppm. As inibições observadas sobre
este parâmetro, foram de magnitude relativamente superior às observadas sobre a
germinação.
Os efeitos observados para as substâncias S
2
(Gráfico 9, p. 109) e S
5
(Gráfico
12, p. 111), independentemente da espécie receptora (malícia ou mata-pasto),
tiveram percentual de inibição baixos. Para a substância S
3
(Gráfico 10, p. 110), os
níveis de inibição também não estiveram relacionados ao tipo de espécie receptora,
mas os percentuais de inibição observados alcançaram 40,0 e 43,5 %, na
concentração de 20,0 ppm, para as espécies malícia e mata-pasto, respectivamente.
os efeitos observados para as substâncias S
1
(Gráfico 8, p. 109) e S
4
(Gráfico 11, p. 110), estiveram associados ao tipo de espécie receptora, sendo que,
o percentual inibitório apresentado por S
1
foi maior, frente à malícia, enquanto que, o
percentual inibitório observado para S
4
, esteve em níveis mais elevados frente à
espécie mata-pasto. Os percentuais de inibição mais expressivos observados,
respectivamente, para as substâncias S
1
e S
4
foram de 33,3 e 58,0 %, na
Gráfico 7
: Efeitos de
S
5
sobre a germinação das sementes de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
concentração de 20,0 ppm, frente às espécies malícia e mata-pasto,
respectivamente.
Gráfico 8
: Efeitos de
S
1
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 9
: Efeitos de
S
2
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 11
: Efeitos de
S
4
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 10
: Efeitos de
S
3
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 12
: Efeitos de
S
5
sobre o desenvolvimento da radícula de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
8.3.3- Desenvolvimento do hipocótilo
Para a inibição do desenvolvimento do hipocótilo, os percentuais observados
foram de magnitude ligeiramente superior aos observados para a germinação, mas
inferiores aos observados para o desenvolvimento da radícula. Os efeitos mais
significativos foram obtidos pelas substâncias S
1
, S
3
e S
4
.
As substâncias S
1
e S
4
apresentaram maior percentual de inibição frente à
espécie malícia, com 27,0 % cada uma, na concentração de 20,0 ppm. a
substância S
3
, apresentou 27,0 e 33,4 % de inibição, na concentração de 20,0 ppm,
frente às espécies malícia e mata-pasto, respectivamente. Os gráficos apresentados
a seguir descrevem o resultado do efeito de inibição do desenvolvimento do
hipocótilo para todas as substâncias nas quatro concentrações (5,0; 10,0; 15,0 e
20,0 ppm).
Gráfico 13
: Efeitos de
S
1
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 14
: Efeitos de
S
2
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 15
: Efeitos de
S
3
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Gráfico 16
: Efeitos de
S
4
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
8.4- Combinação entre pares aleloquímicos
Os bioensaios realizados até aqui com as substâncias S
1
, S
2
, S
3
, S
4
e S
5
,
não apresentaram níveis de inibição expressivos, como aqueles observados para o
extrato bruto e para as frações oriundas do seu fracionamento. Por esse motivo,
levantou-se a hipótese de que o princípio ativo da espécie P. pendula estaria numa
associação de duas ou mais substâncias que quando atuam separadamente, não
expressando assim, o mesmo efeito que tinham em mistura.
Baseado nessa hipótese foram realizados bioensaios de germinação,
desenvolvimento da radícula e do hipocótilo, fazendo-se a mistura de duas
substâncias. Foram testadas as associações entre as substâncias S
1
com S
2
, S
1
com
S
3
, S
1
com S
4
e S
3
com S
4
.
A análise da ação combinada das substâncias nos testes realizados, é
apresentada nas tabelas 10-13, p. 113 e 114. Considerando as quatro
possibilidades estabelecidas no modelo teórico (Figura 4, p. 40), os resultados
indicam ausência de efeitos sinérgicos nas associações de substâncias
experimentadas. Pode-se observar que as inibições promovidas pelas substâncias
Gráfico 17
: Efeitos de
S
5
sobre o desenvolvimento do hipocótilo de malícia e mata-pasto. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O destilada)
Concentração
(ppm)
Malícia Mata-pasto
S
1
S
2
Germinação
Radícula Hipocótilo
Germinação
Radícula Hipocótilo
20 0 11,0 18,5 30,0 13,0 27,0 6,0
15 5 6,0 11,8 18,0 6,0 7,0 0,0
10 10 0,0 4,5 8,0 4,0 13,0 4,0
5 15 0,0 8,0 12,0 3,0 7,0 4.0
0 20 11,0 14,3 25,0 12,0 20,0 8,0
Concentração
(ppm)
Malícia Mata-pasto
S
1
S
3
Germinação
Radícula Hipocótilo
Germinação
Radícula Hipocótilo
20 0 20,0 19,0 16,0 18,0 30,0 24,0
15 5 15,0 14,0 11,0 14,0 10,0 17,0
10 10 10,0 16,0 10,0 10,0 12,0 18,0
5 15 10,0 14,0 15,0 12,0 14,0 18.0
0 20 20,0 20,0 18,0 15,0 28,0 32,0
puras foram em geral, de maior magnitude do que as inibições promovidas pelas
diferentes combinações estabelecidas, tanto para os efeitos sobre a germinação das
sementes como sobre o desenvolvimento da radícula e do hipocótilo.
Tabela 10: Efeitos associativos observados na combinação de S
1
com S
2
. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O
destilada).
Tabela 11: Efeitos associativos observados na combinação de S
1
com S
3
. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O
destilada).
Concentração
(ppm)
Malícia Mata-pasto
S
3
S
4
Germinação
Radícula Hipocótilo
Germinação
Radícula Hipocótilo
20 0 33,0 38,0 24,0 0,0 39,0 30,0
15 5 20,0 17,0 20,0 0,0 27,0 10,0
10 10 10,0 20,0 25,0 5,0 38,0 15,0
5 15 12,0 10,0 13,0 4,0 46,0 18.0
0 20 20,0 21,0 23,0 12,0 52,0 20,0
Concentração
(ppm)
Malícia Mata-pasto
S
1
S
4
Germinação
Radícula Hipocótilo
Germinação
Radícula Hipocótilo
20 0 15,0 28,0 20,0 10,0 32,0 30,0
15 5 10,0 22,0 11,0 8,0 25,0 27,0
10 10 12,0 20,0 10,0 6,0 28,0 15,0
5 15 12,0 22,0 11,0 9,0 28,0 15.0
0 20 17,0 33,0 26,0 14,0 35,0 27,0
Tabela 12: Efeitos associativos observados na combinação de S
1
com S
4
. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O
destilada).
Tabela 13: Efeitos associativos observados na combinação de S
3
com S
4
. Dados
expressos em percentual de inibição em relação ao tratamento testemunha (H
2
O
destilada).
CONCLUSÕES
O estudo químico e alelopático da espécie Parkia pendula (Leguminosae)
resultou no isolamento e identificação estrutural de 11 substâncias, pertencentes à
classe dos flavonóides (S
1
e S
2
), derivados Ar-C
1
(S
3
e S
4
), derivados C-13
carotenóide (S
5
e S
6
), monoacilglicerídeo (S
7
), triterpenos (S
8
e S
9
) e esteróides (S
10
e S
11
).
O Levantamento Bibliográfico realizado para as substâncias S
1
(3,7,8,4’-
tetrametoxiflavona) e S
2
(2’-hidroxi-3,7,8,4’,5’-pentametoxiflavona), revelou que a
substância S
2
está sendo isolada pela segunda vez como produto natural, uma vez
que, um relato na literatura de seu isolamento em Parkia clappertoniana. Porém,
o assinalamento dos hidrogênios dos grupos metoxila e da maioria dos carbonos
aromáticos oxidados da estrutura de S
2
, descrito neste trabalho, são inéditos. O
assinalamento dos hidrogênios metoxílicos e os dados de RMN
13
C para a
substância S
1
, também são novos.
O isolamento de flavonóides que apresentam a posição 5 do anel A deoxidada
é relativamente raro na literatura. A ocorrência de estruturas flavonoídicas com essa
característica está sendo mencionada pela segunda vez no gênero Parkia, através
deste estudo.
As substâncias S
1
, S
2
, S
3
, S
4
e S
5
, foram submetidas a bioensaios de
germinação, desenvolvimento da radícula e do hipocótilo em várias concentrações.
Os resultados demonstraram que os níveis de inibição não foram significativamente
expressivos, como aqueles observados para o extrato bruto e para as frações
oriundas do seu fracionamento, mas, demonstraram uma linearidade crescente do
princípio ativo, associada ao aumento da concentração das substâncias.
Foram feitos bioensaios alelopáticos baseados na hipótese de que o princípio
ativo da espécie P. pendula estaria numa associação de duas ou mais substâncias,
que quando atuam separadamente, não expressam o mesmo efeito que tinham em
mistura. Porém, para as combinações testadas não houve sinergismo.
É necessário dar continuidade ao estudo químico e alelopático da espécie
Parkia pendula, uma vez que, substâncias isoladas e identificadas neste trabalho
que não foram avaliadas, com destaque para o derivado C-13 carotenóide
dehidrovomifoliol (S
6
), que segundo a literatura apresenta atividade alelopática.
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