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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARA
CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM AGRONOMIA
JOSÉ CARLOS DE SANTANA
AMBIÊNCIA NO CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE ALFACE, EM AMBIENTE
PROTEGIDO, COM E SEM TELA TERMORREFLETORA
Marechal Cândido Rondon
2009
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARA
CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM AGRONOMIA
JOSÉ CARLOS DE SANTANA
AMBIÊNCIA NO CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE ALFACE, EM AMBIENTE
PROTEGIDO, COM E SEM TELA TERMORREFLETORA
Dissertação apresentada à Universidade Estadual
do Oeste do Paraná, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Nível
Mestrado, para obteão dotulo de Mestre.
ORIENTADOR: PROF. DR. ÉLCIO SILVÉRIO
KLOSOWSKI
CO-ORIENTADORA: PROF. DRA. MÁRCIA DE
MORAES ECHER
Marechal Cândido Rondon
2009
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4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu pai João Ribeiro de Santana, meu exemplo de
obstinação e a minha mãe Josina Tereza Santana, pela mão amiga.
Aos meus irmãos Maria, Edvaldo, Célia e Ângela, ao Admar e Denilza pela
amizade e apoio.
Aos meus sobrinhos Thatiane, Bruno, Wagner e Thaís, fiéis amigos e
companheiros.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida.
Aos meus pais, irmãos e sobrinhos. Agrado a todos vocês que sempre
confiaram em mim e não mediram esforços ao me auxiliar.
Ao meu orientador Professor Doutor Élcio Silvério Klosowski, por aceitar me
orientar, por todos os ensinamentos e amizade, por mostrar sempre a melhor forma
de resolver as situações adversas durante o curso. Muito obrigado.
A minha Co-orientadora Professora Doutora Márcia de Moraes Echer, pela
amizade, por todos os ensinamentos e paciência dispensada, demonstrando-me a
melhor maneira de trabalhar com olericultura.
Ao Professor Doutor Vandeir Francisco Guimarães, por todos os
ensinamentos em Fisiologia Vegetal e inestimável auxílio na estatística do
experimento.
Ao Professor Doutor Cláudio Yuji Tsutsumi, pela importante ajuda na
estatística e conhecimentos em olericultura.
A todos os Professores Doutores e colaboradores do Programa de Pós-
Graduação em Agronomia, com os quais muito aprendi.
Aos amigos de curso, cada um deixou sua marca na história do curso.
Agradeço em especial ao Carlos, prontamente me auxiliou durante a avaliação do
experimento.
Ao casal de amigos Irineu Schimitike e Denise Gozzer Schimitike, que
gentilmente permitiram meu descanso em seu lar.
Ao Sr José Caetano, olericultor pioneiro do município de Assis
Chateaubriand, um sábio conhecedor da arte de cultivar hortaliças.
6
Ao agricultor orgânico Francisco Vieira Martins Neto, que prontamente cedeu
seu ambiente protegido para a realização do experimento.
Aos empresários Agnaldo, Admilson e Valdir, pela compreensão e amizade
durante a realização do curso.
Aos amigos que sempre me incentivaram e ajudaram em todos os
momentos: Marta Estavas, Edmar, Kátia, Daianny, Sérgio e outros que sempre
estiveram ao meu lado.
7
“Se teus projetos são para um ano, semeia o grão.
Se são para dez anos, planta uma árvore.
Se são para cem anos, instrua o povo.
Semeando uma vez o grão, colherás uma vez;
plantando uma árvore, colherás dez vezes;
instruindo o povo, colherás cem vezes.
Se deres um peixe a um homem, ele comerá uma vez;
se o ensinares a pescar, ele comerá a vida inteira.”
Kuan-Tzu
8
RESUMO
A tela termorrefletora é uma opção para promover o sombreamento e reduzir
a temperatura do ar em ambiente protegido, e permitir um melhor crescimento e
desenvolvimentos das plantas. Neste sentido, o presente trabalho teve como
objetivo avaliar o efeito da temperatura do ar, evaporação e poder evaporativo do ar
sobre o desempenho de quatro cultivares de alface crespa (Itapuã, Paola, Vera e
Verônica) sob ambiente protegido com e sem a utilizão de tela termorrefletora, nas
condições de verão da região oeste do Paraná. O experimento foi instalado no
município de Assis Chateaubriand, PR, em propriedade particular em ambiente
protegido com sistema de cultivo orgânico. O ambiente protegido cujas dimensões
eram 4,5 m de altura, 3 m de pé-direito, 60 m de comprimento e 5 m de largura. Foi
dividido em duas partes iguais, formando dois ambientes com 30 m de comprimento.
Um ambiente coberto de polietileno de baixa densidade, 100 micras de espessura, e
o outro, abaixo da referida cobertura, foi instalado à altura do-direito, a tela
termorrefletora 50%. No interior de cada ambiente foram instalados três tanques de
evaporação a 0,4 m de altura e abrigo meteorológico à 1,5 m de altura, contendo
evaporímetro de Piche, termômetro de máxima e mínima, e Dattalogger. Para avaliar
as características produtivas das cultivares, utilizou utilizou-se o delineamento em
blocos casualizados (DBC), com 6 repetições. As avaliações foram realizadas aos 0
7 14 21 e 28 dias após transplante (DAT). As temperaturas do ar mínima, média e
máxima observadas foram de 16,3; 25,1 e 38,4 ºC; para ambiente sem tela
termorrefletora e de 16,7; 24,6 e 36,2 ºC para ambiente com tela termorrefletora,
respectivamente. A tela termorrefletora reduziu significativamente a temperatura do
ar e foi influenciada pelas condições do tempo, principalmente dias nublados ou
chuvosos. A lâmina de água evaporada no ambiente sem tela termorrefletora foi
26% superior ao outro ambiente. O poder evaporativo do ar foi de 4,16 mm em
ambiente sem tela termorrefletora e de 3,82 mm no ambiente com tela. Contudo não
se observou diferença estatística significativa entre estes valores. As cultivares de
alface Itapuã, Vera e Venica demonstraram resultados superiores de produtividade
em relação a cultivar Paola nos dois ambientes avaliados. Porém, quando compara
os ambientes, aquele sem tela termorrefletora apresentou produtividade de 14,97 t
ha
-1
contra 12,61 t ha
-1
do ambiente com tela termorrefletora.
Palavra-chave: Cultivo Protegido; Sombreamento; Poder evaporativo do ar; Análise
de Crescimento e Lactuca sativa.
9
ABSTRACT
ENVIRONMENT IN THE GROWTH AND PRODUCTION OF LETTUCE, IN
GREENHOUSE, WITH AND WITHOUT REFLECTIVE SCREEN
The reflective screen is an option to promote the shading, to reduce the air
temperature in greenhouse, and to allow a better growth and developments of the
plants. This way, the present work had as objective evaluates the effect of the air
temperature, evaporation and the air’s evaporative power on the acting of four
cultivate of curly lettuce (Itapuã, Paola, Vera and Veronica) under greenhouse with
and without reflective screen, in the conditions of summer at west of Paraná. The
experiment was carried at Assis Chateaubriand/PR, in a private property in a
greenhouse with organic cultivation system. The greenhouse had the following
dimensions 4.5m height, 3m pier, 60m length, and 5m wide. The greenhouse was
divided into two equal parts, forming two atmospheres with 30m length each. One of
the rooms was covered with polyethylene with low density, 100 micras of denseness
and the other room, under this covering, it was installed to the height of the foot-righ,
the reflective screen 50%. Inside each room three small evaporimeter were
established to 0.4m height, and a meteorological protection at 1.5m height,
containing Piche evaporimeter, maximum and minimum thermometer and
Dattalogger. In order to evaluate the productive characteristics of the cultivate,
treatments distributions followed the randomized design (DCA), with 6 replications.
The evaluations were done at 0, 7, 14, 21 and 28 days after the transplantation
(DAT). The, minimum, medium and maximum air temperatures observed in the room
without term reflective screen were respectively 16,3; 25,1 and 38,4 °C; and 16,7;
24,6 and 36,2 °C in the room with reflective screen. The reflective screen reduced
significantly the air temperature and it was influenced by the weather conditions,
mainly on cloudy or rainy days. The amount of evaporated water in the atmosphere
without reflective screen was 26% upper than the other one. The air’s evaporative
power was 4,16mm in the atmosphere without reflective screen and 3,82mm in the
atmosphere with it. However it was not observed a significant statistical difference
between those numbers. The cultivates of Itapuã, Vera and Venica lettuce
demonstrated better results in productivity in relation to Paola in both evaluated
atmosphere. However, when it compares the atmospheres, the one without reflective
screen presented productivity of 14.97 t ha against 12.61 t ha to the atmosphere with
reflective screen.
Keywords: Greenhouse; Shading; Air’s Evaporative Power; Growth analysis and
Lactuca sativa.
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Representação esquemática do ambiente protegido (ST - sem tela
termorrefletora e CT - com tela termorrefletora) para o cultivo orgânico
de alface em Assis Chateaubriand, PR, 2008.
............................................28
Figura 2: Representação esquemática da parcela experimental, com área útil de
coleta de plantas durante o ciclo da cultura. Assis Chateaubriand, PR,
2008.................................................................................................................31
Figura 3: Abrigo Meteorológico com termômetro de máxima e mínima,
evaporímetro de Piche, Datalogger. Assis Chateaubriand, PR, 2008.......32
Figura 4: Representação esquemática da vista superior de um dos ambientes,
com a localização dos tanques de evaporação e abrigo meteorológico.
Assis Chateaubriand, PR, 2008.
...................................................................33
Figura 5: Tanque de evaporação com suporte a 0,4 m de altura. Assis
Chateaubriand, PR, 2008...............................................................................34
Figura 6: Temperatura do ar Mínima, Média e Máxima, em ambiente protegido
Sem Tela Termorrefletora (ST) e Com Tela Termorrefletora (CT) durante
ciclo da alface. Assis Chateaubriand, PR, 2008..........................................37
Figura 7: Média horária da temperatura do ar em ambiente protegido para o cultivo
orgânico de alface sem tela termorrefletora e com tela termorrefletora.
Assis Chateaubriand, PR, 2008.
...................................................................39
Figura 8: Evaporação e temperatura do ar média em ambiente protegido para o
cultivo de alface em sistema orgânico sem e com Tela Termorrefletora.
Assis Chateaubriand, PR, 2008. ...................................................................41
Figura 9: Poder evaporativo do ar em ambiente protegido para o cultivo da alface
em sistema orgânico com e sem Tela Termorrefletora durante o ciclo da
alface. Assis Chateaubriand, PR, 2008........................................................43
Figura 10: Taxa de crescimento absoluto (TCA). em função do dia após
transplantio das cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e
Verônica, cultivadas em ambiente protegido em sistema orgânico sem
(a) e com (b) tela termorrefletora, Assis Chateaubriand, PR, 2008...........45
Figura 11: Taxa de crescimento relativo (TCR). em função do dia após transplantio
das cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica,
cultivadas em ambiente protegido em sistema orgânico sem (a) e com
(b) tela termorrefletora, Assis Chateaubriand, PR, 2008............................46
11
Figura 12: Taxa assimilatória líquida (TAL). em função do dia após transplantio
das cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica,
cultivadas em ambiente protegido em sistema orgânico sem (a) e com
(b) tela termorrefletora, Assis Chateaubriand, PR, 2008............................47
Figura 13: Razão de Área Foliar (RAF) em função do dia após transplantio das
cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica, cultivadas
em ambiente protegido em sistema orgânico sem (a) e com (b) tela
termorrefletora, Assis Chateaubriand, PR, 2008.........................................48
Figura 14: Área foliar específica (AFE) em função do dia após transplantio das
cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica, cultivadas
em ambiente protegido em sistema orgânico sem (a) e com (b) tela
termorrefletora, Assis Chateaubriand, PR, 2008.........................................49
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Análise química do solo em ambiente protegido, Assis Chateaubriand,
PR, 2008..........................................................................................................29
Tabela 2: Condição do tempo, classificado em Sol, Nublado ou Chuvoso, durante
os 28 dias, de 12/01/2008 a 09/02/2008. Assis Chateaubriand, PR,
2008.................................................................................................................38
Tabela 3: Equações de ajuste das variáveis MST, MSF e AF, de cultivares de
alface crespa em função do tempo para os ambientes sem e com tela
termorrefletora. Assis Chateaubriand, PR, 2008.........................................44
Tabela 4: Altura de planta (H), número de folhas (NF), diâmetro da copa (DC),
massa fresca das folhas (MFF), massa fresca da parte aérea (MFPA) e
produtividade (P) de cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e
Verônica, cultivadas em ambiente protegido em sistema orgânico, Assis
Chateaubriand, PR, 2008...............................................................................50
Tabela 5: Altura de planta (H), número de folhas (NF), diâmetro da copa (DC),
massa fresca das folhas (MFF), massa fresca da parte aérea (MFPA) e
produtividade (P), médias em ambiente protegido para o cultivo de
alface em sistema orgânico sem e com de tela termorrefletora. Assis
Chateaubriand, PR, 2008...............................................................................51
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................15
2 REVISÃO LITERATURA.......................................................................................17
2.1 Alface: Botânica e Considerações Gerais...........................................................17
2.2 Cultivo de Alface em Ambiente Protegido...........................................................18
2.3 Definição de Ambiente Protegido........................................................................19
2.4 Vantagens da Utilização de Ambiente Protegido ................................................20
2.5 O Ambiente em Cultivo Protegido .......................................................................21
2.5.1 Temperatura e Umidade Relativa do Ar...........................................................22
2.5.2 Variações de Temperatura e UR na Cultura da Alface.....................................23
2.5.3 Controle da Temperatura .................................................................................23
2.6 Evaporação e Evapotranspiração em Ambiente Protegido.................................24
2.7 Influências da Cobertura em Ambiente Protegido...............................................26
2.7.1 Uso de Telas Termorrefletoras.........................................................................26
3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................28
3.1 Localização e Caracterização da Área Experimental..........................................28
3.2 Características Químicas do Solo .......................................................................29
3.3 Adubação............................................................................................................29
3.4 Características das Cultivares.............................................................................29
3.5 Produção das Mudas...........................................................................................30
3.6 Instalação do Experimento..................................................................................30
3.7 Tratos Culturais...................................................................................................31
3.8 Elementos Meteorológicos Observados..............................................................32
3.8.1 Temperatura do Ar ...........................................................................................32
3.8.2 Poder Evaporativo do Ar e Evaporação ...........................................................33
3.9 Características Agronômicas Avaliadas..............................................................34
3.9.1 Variáveis Biométricas.......................................................................................34
3.9.2 Análise de Crescimento....................................................................................36
3.10 Análise Estatística.............................................................................................36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................37
4.1 Temperatura do Ar ..............................................................................................37
4.2 Evaporação e Poder Evaporativo do Ar ..............................................................40
4.2.1 Evaporação ......................................................................................................40
14
4.2.2 Poder Evaporativo do Ar ..................................................................................42
4.3 Análise de Crescimento.......................................................................................43
4.4 Características Produtivas...................................................................................50
5 CONCLUSÃO........................................................................................................53
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................54
15
1 INTRODUÇÃO
O aumento da prodão de alimentos no mundo é necessário, porém, o
aumento de áreas agricultáveis é restrita ou privilégio de apenas alguns países.
Logo, somente com a utilização de tecnologias que aumentem a produção, será
possível atingir elevados índices de produtividade, para suprir esta demanda. A
utilizão do ambiente protegido tornou-se um sistema de produção alternativo e
muito utilizado na horticultura, devido à necessidade do fornecimento de produtos de
qualidade durante o ano todo. Além de possibilitar a diversificação de atividades
exercidas pelos agricultores, podendo aumentar sua fonte de renda.
Dentre as hortaliças cultivadas em ambiente protegido es a alface (Lactuca
sativa L) que é a hortaliça folhosa mais produzida pelos horticultores e consumida
sob forma de salada (in natura). Além do aspecto nutricional, é de grande
importância do ponto de vista sócio-econômico, pois gera muitos empregos diretos
devido à necessidade de mão-de-obra. Na agricultura familiar, serve como base da
renda para pequenos horticultores.
O cultivo da alface em ambiente protegido tem sido uma ótima alternativa
para a região Sul do Brasil, onde, no inverno, podem ocorrer geadas e granizo. No
verão, as elevadas temperaturas e radiação solar comprometem a produção.
Portanto, para o sucesso do empreendimento, o ambiente protegido deve
atender as necessidades fisiológicas da planta, uma vez que provoca grandes
alterações nos elementos meteorológicos, que apresentam importância vital para
manutenção e desenvolvimento.
Os diferentes materiais genéticos, por sua vez, respondem de maneira
distinta aos fatores ambientais e às práticas agrícolas, dentre elas o sombreamento.
O sombreamento afeta significativamente a cultura da alface, alterando a
arquitetura, peso, qualidade e, principalmente a produção.
A utilização de telas de sombreamento no ambiente protegido é uma opção
para a redução da radiação solar incidente sobre a cultura, diminuição da
temperatura do solo e do ar no verão e maior proteção contra geadas no inverno,
visando à adaptação do ambiente às necessidades da planta.
Considerando o efeito da tela termorrefletora sobre as condições térmicas do
ambiente protegido, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da temperatura do
ar, evaporação e poder evaporativo do ar sobre o desempenho de quatro cultivares
16
de alface crespa (Itapuã, Paola, Vera e Verônica) sob ambiente protegido com e
sem a utilizão de tela termorrefletora.
17
2 REVISÃO LITERATURA
2.1 Alface: Botânica e Considerações Gerais
A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta originária da região do
Mediterrâneo, da qual se tem conhecimento como planta medicinal desde 4500 a. C.
O cultivo como hortaliça surgiu aproximadamente 2500 a.C. A introdução deste
vegetal no Brasil se deu por meio dos colonizadores portugueses (GOTO; TIVELLI,
1998). É atualmente considerada uma cultura de expressiva importância econômica,
e tamm uma das hortaliças folhosas mais consumidas (SILVA et al., 1999;
RESENDE et al., 2003; GRANGEIRO et al., 2006).
A alface pertence à família botânica Asteraceae, da ordem Asterales e da
classe Magnoliatae. Como de pode ser consumida crua in natura”, conserva todas
suas propriedades nutritivas, sendo rica em sais minerais como cálcio e fósforo, e
vitaminas A, B, C, D e E, é de agradável paladar e indicada para dietas
hipocalóricas, além de agir como excelente calmante (MURAYAMA, 1983).
É uma planta herbácea, de caule pequeno, ao qual se prendem as folhas
que são relativamente grandes e dispostas alternamente, com coloração variando do
verde-amarelo ao verde escuro, com algumas cultivares apresentando coloração
arroxeada. A raiz é pivotante e quando cultivada a campo pode atingir até 60 cm,
quando cultivada em ambiente protegido, torna-se relativamente curta, atingindo até
20 cm e com pequenas ramificões (GOTO; TIVELLI, 1998).
Como é uma planta C
3
, apresenta maior eficiência fotossintética com baixas
temperaturas (TAIZ; ZEIGER, 2004). Por se tratar de uma cultura anual, encerra sua
fase vegetativa quando a planta atinge o máximo de desenvolvimento foliar. Na fase
reprodutiva, a alface emite uma haste floral (pendoamento), terminando por uma
inflorescência ramificada, com inúmeras flores hermafroditas, as quais são
normalmente autofecundadas. Esta fase, entretanto apenas interessa as empresas e
horticultores para a produção de sementes (FILGUEIRA, 1982).
Para o pendoamento, a planta necessita de dias com elevadas
temperaturas e longos fotoperíodos, o que faz as plantas passarem precocemente
da fase vegetativa para a reprodutiva (CONTI; TAVARES, 2000). Com isto, há
18
redução da produtividade e de qualidade do produto, ocasionando acúmulo de tex,
fazendo com que as folhas se tornem amargas, rígidas e de tamanho e número
reduzido (LEDO et al., 2000).
2.2 Cultivo de Alface em Ambiente Protegido
As condições ambientais interferem de modo significativo no
desenvolvimento e produção da alface, tornando-se imprescindível o conhecimento
das variáveis envolvidas neste processo, principalmente da interação entre
ambiente, genótipo e fenótipo.
Neste contexto, Filgueira (2003) conceitua que ambiente é o conjunto de
fatores agroecológicos e agrotecnológicos externos à planta, mas que influenciam
no desenvolvimento e produção. O genótipo é a composição getica da planta, o
resultado da interação entre o ambiente e o genótipo, constitui o fenótipo, que é a
expressão visível do genótipo, característica que interessa aos produtores e
consumidores.
Para corroborar com a literatura que expressa as diferenças entre as
cultivares de alface, cada qual com uma característica genética de adaptabilidade a
uma condição específica, vários experimentos já foram desenvolvidos.
Conforme constataram Radin et al. (2004), em experimento avaliando o
crescimento de cultivares de alface Verônica, Marisa e Regina, conduzido em
ambiente protegido e a campo, que as plantas cultivadas em ambiente protegido,
apresentaram aumento de massa na matéria fresca e seca das folhas, área foliar
específica e número de folhas. O ciclo da cultura foi mais curto, e as cultivares não
apresentaram diferenças entre si quando cultivadas em ambiente protegido. A
cultivar Regina apresentou maior mero de folhas e índice de área foliar que as
outras cultivares.
Experimento testando as cultivares Bariri (tipo alongada), Mariane (tipo
crespa) e Verdinha (tipo lisa) em ambiente protegido, foi realizado por Trani et al.
(2006). Estes autores observaram que a altura média das plantas das cultivares
Bariri e Mariane foram superiores à Verdinha, e que o número de folhas e área foliar
da cultivar Bariri foi superior às outras duas cultivares, logo, concluíram que as
19
cultivares Bariri e Verdinha apresentaram bom desempenho sob ambiente protegido
e potencial para o comércio.
Cada genótipo responde de diferente forma ao ambiente, portanto, somente
quando se modifica o ambiente, será possível observar a resposta no fenótipo da
planta. Desta forma, pesquisas objetivando a avaliação de diferentes variáveis
ambientais sobre a seleção de cultivares foram realizadas. Dentre elas pode-se
destacar a adaptação a altas temperaturas (SILVA et al., 1999; CONTI; TAVARES,
2000; LÉDO et al., 2000), acúmulo de nutrientes nas folhas (GRANGEIRO et al.,
2006), e utilização de diferentes potenciais de água no solo e irrigação (ANDRADE
JR; KLAR, 1997; MAGGI et al., 2006; VILAS BOAS et al., 2007).
Desta forma, é possível pela análise de crescimento avaliar o crescimento
final da planta, por meio de uma interpretação do seu desenvolvimento em um
intervalo de tempo. Esta análise permite avaliar os diferentes materiais genéticos e a
sua interação com o ambiente, além de ser um meio acessível e preciso para avaliar
o crescimento e inferir a contribuição de diferentes processos fisiológicos sobre o
comportamento vegetal (BENINCASA, 2003; PORTES e CASTRO JR, 1991).
Para Dantas e Escobedo (1998) a produtividade de uma cultura é resultado
da relação fotossíntese e respiração, sendo necessário o conhecimento dos
mecanismos pelos quais se a interação solo-planta-atmosfera, de forma a fazer
uso racional e otimizar o microclima. O uso de modelos matemáticos para expressar
parâmetros de crescimento e seus derivados, fornece subsídios para melhor
compreensão dos diferentes processos fisiológicos envolvidos na morfogênese da
planta.
Conforme cita Alencar (2003), estes processos são interpretados pelo uso
de algoritmos para ajuste de funções não lineares, viabilizando o uso de modelos
matemáticos para análise de crescimento. Estes modelos tendem a ser
simplificados, para representar adequadamente as curvas de crescimento.
2.3 Definição de Ambiente Protegido
O termo Plasticultura conforme ressalta Goto (1997) deve ser substituído
pelo termo Ambiente Protegido, uma vez que possui várias finalidades na proteção
20
do ambiente, podendo ser utilizado como: guarda-chuva, abrigo, estufa. No Brasil,
quando produtos hortícolas são produzidos sob algum tipo de estrutura, metálica ou
de madeira, em que seja utilizado filme de plástico para sua cobertura, com ou sem
controle ambiental, está sendo denominado de cultivo em ambiente protegido. Esta
forma de cultivo de hortaliças no Brasil não é tão recente, porém, passou a ser
amplamente utilizado no início da década de noventa (GOTO; TIVELLI, 1998).
Para Beltrão et al. (2002) é uma estrutura coberta com a finalidade de
proteger as plantas contra os agentes meteorológicos exteriores, sendo que no seu
interior podem ser cultivados os mais diversos tipos de plantas. Contudo, o ambiente
protegido deve apresentar as características de eficiência e funcionalidade. Eficiente
no sentido de oferecer a condição climática dentro das exigências fisiológicas de
cada cultura. Funcional de forma a permitir a melhor utilização do ambiente do ponto
de vista técnico e econômico (EMBRAPA, 2005).
2.4 Vantagens da Utilizão de Ambiente Protegido
As adversidades e as sazonalidades climáticas podem limitar a produção e
permitem o aproveitamento de apenas alguns períodos do ano para o
desenvolvimento das culturas, afetando a oferta destes produtos no mercado
(SGANZERLA, 1995).
De forma a reduzir estes efeitos desfavoráveis pode-se lançar mão da
produção em ambiente protegido que para Andriolo (1999), se constitui um
agrossistema diferencial do tradicional por permitir o cultivo fora de época normal
para a cultura e possibilitar o ajuste do ambiente às necessidades da cultura, de
acordo com cada fase do desenvolvimento da planta.
A maioria das hortaliças folhosas é de fácil cultivo no inverno,
conseqüentemente os preços caem. No entanto, no veo, os preços são altamente
atraentes, sendo uma época que os produtores podem utilizar as estruturas de
proteção para cultivar estas espécies (AGUIAR et al., 2004). Assim possibilitando o
fornecimento de produtos in natura durante o ano todo (MAGGI et al., 2006), o que
permitiu maior difusão desta tecnologia no Brasil (ANDRADE JÚNIOR e KLAR,
21
1997). Além destas vantagens, Filgueira (2003) sugere que ocorre um aumento na
quantidade e melhor qualidade dos produtos produzidos.
Os horticultores demonstram crescente adoção desta tecnologia, o que de
acordo com Silva et al. (1999) ocorre em razão da possibilidade de controle parcial
dos fatores ambientais. No entanto, apesar das alterações microclimáticas causadas
pelo cultivo protegido, nem todas as plantas estão adaptadas a esta forma de
cultivo, fazendo-se necessário a pesquisa de cultivares adaptadas.
2.5 O Ambiente em Cultivo Protegido
Muitas pesquisas com vegetais são realizadas em ambientes protegidos,
visando atenuar os efeitos do ambiente externo sobre a variável em estudo, porém,
verificou-se que existem resultados para uma mesma variável e fator estudado que
o contraditórios ou opostos, devido a fatores extrínsecos e intrínsecos. Estes
fatores podem ser: orientação, estrutura, tamanho, tipo de cobertura do ambiente
protegido, e também as características genéticas da cultura em estudo (BELTRÃO
et al., 2002).
O ambiente protegido provoca grande alteração nos elementos
meteorológicos e para Frisina e Escobedo (1999) estes fatores apresentam
importância vital às plantas para sua manutenção e desenvolvimento, via
fotossíntese, evapotranspiração e fototropismo. Conforme afirma Yenmez (2004)
dentre os fatores climáticos que afetam a produção em ambiente protegido, pode-se
destacar a radiação solar, que determina a temperatura do solo e do ar,
consequentemente alterando a umidade relativa do ar.
Corroborando com esta afirmação, Caron et al. (2003) realizaram
experimentos em ambiente protegido e em campo aberto, visando determinar a
eficiência de conversão da radiação solar fotossinteticamente ativa interceptada na
cultura da alface. A quantidade de fitomassa produzida no ambiente protegido foi
maior quando comparada a fitomassa produzida no ambiente natural, com a mesma
quantidade de radiação solar fotossinteticamente ativa acumulada, o que favorece a
antecipação da duração do período de cultivo em ambiente protegido em relação ao
ambiente natural.
22
Buriol et al. (2000) em experimento avaliando as modificações da umidade
relativa do ar pelo uso e manejo do ambiente protegido, observaram que o valor
médio da umidade relativa do ar dentro do ambiente protegido é superior ao
observado no ambiente externo. Durante o dia, quando a temperatura é crescente,
ocorre o inverso sendo que o manejo de abertura do ambiente afeta
significativamente os valores de umidade relativa do ar.
Conforme relata Santos et al. (2002), os valores médios mensais no interior
do ambiente protegido foram superiores em relação aos encontrados a campo, em
7% para temperatura e umidade relativa do ar, 34% para déficit de saturação e em
4,7% para pressão atual de vapor d’água no ar.
2.5.1 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
A variação da umidade relativa do ar no interior do ambiente protegido
depende principalmente da temperatura do ar e da ventilação. Conforme Buriol et al.
(2000) mesmo que a umidade relativa do ar no interior do ambiente protegido esteja
diretamente relacionada com a umidade do solo e a temperatura do ar, variações
entre os valores registrados no interior e exterior do ambiente, podem ser
relacionadas às condições climáticas da região, condições do tempo, como a
radiação solar, temperatura do ar e velocidade do vento.
A faixa térmica ideal para a maioria das hortaliças de verão situa-se entre 18
e 25 ºC. Quando a temperatura do ar situa-se fora deste intervalo, por períodos de
tempo de várias horas ou dias, o crescimento e desenvolvimento da cultura são
afetados. Segundo justifica Andriolo (2000) a umidade relativa do ar é um elemento
que influência a transpiração, pois interfere na condutância estomática, e
indiretamente, na turgescência dos tecidos, afetando vários processos metabólicos.
Conforme Matzner e Comstock (2001) a indução da temperatura mudando a
condução dos estômatos foi linearmente correlacionada com a indução da
temperatura mudando a condução hidráulica em toda a planta de feijão. A
magnitude da indução da temperatura em toda a condução do sistema vascular da
planta foi suficiente para relatar a interação dos efeitos da temperatura e umidade
relativa do ar sobre a regulação dos estômatos.
23
2.5.2 Variações de Temperatura e UR na Cultura da Alface
Manter a regularidade de produção e a qualidade das hortaliças são práticas
muito difíceis, especialmente devido às altas temperaturas e longos fotoperíodos.
Segundo Argyris et al. (2008), devido ao processo de termo inibição pode ocorrer
falha na germinação das sementes, quando temperaturas entre 25 a 30ºC, mas a
temperatura ideal para germinação oscila de acordo com cada variedade.
Silva et al. (1999) estudaram o comportamento de quatro cultivares de alface
(Vitória, Brasil 303, Elisa e Babá), sob altas temperaturas em ambiente protegido em
três épocas de semeadura, e verificaram que as cultivares Vitória e Elisa foram mais
resistentes ao pendoamento e dias para o florescimento, no entanto, o houve
diferença entre as cultivares quanto à época de semeadura.
Quando Costa et al. (2004) testaram a simulão dos parâmetros climáticos
de temperatura e umidade relativa do ar no interior do ambiente protegido em
experimento com a cultura de alface, verificaram que a temperatura média simulada
e a observada pelos sensores, foram respectivamente de 23,6 e 24,1 ºC; para a
determinação da umidade relativa do ar a média simulada e o valor dado pelos
sensores, foram respectivamente de 61,6 e 66,0%. Os autores concluíram que para
o período analisado, os resultados obtidos foram adequados para simular a
temperatura e a umidade relativa do ar no interior da estufa plástica.
De acordo com Sanchez (2007) o desempenho de cinco cultivares de alface,
em cultivo hidropônico, não foi afetado pelo ambiente climatizado ou não. O
consumo de água, no entanto, foi maior no ambiente protegido convencional em
relação ao climatizado, provavelmente devido a temperaturas mais elevadas e
menor umidade relativa do ar.
2.5.3 Controle da Temperatura
Para manter a temperatura ideal para cada cultura, é necessário manejo do
ambiente protegido, ou adapta-lo às exigências da cultura. A temperatura no interior
do ambiente protegido, segundo Streck et al. (2002) pode ser reduzida com emprego
de nebulização, branqueamento da cobertura interna da estufa e sombreamento
com tela plástica. Em todas as técnicas avaliadas houve redução da temperatura do
24
ar no interior do ambiente protegido, porém, mesmo com expressiva redução
térmica, em dias críticos de elevadas temperaturas, não foi possível chegar a
temperaturas ótimas para muitos cultivos.
Por outro lado, desde que a temperatura do ar não seja muito elevada nos
meses de verão, a ventilação natural é suficiente para o controle da temperatura,
conforme afirma Kendirli et al. (2007) analisando os elementos climáticos para o
desenvolvimento do ambiente protegido na região oriental do Mar Negro.
2.6 Evaporação e Evapotranspiração em Ambiente Protegido
Conforme Yuan et al. (2001) as culturas requerem freqüente irrigação, para
minimizar o estresse drico e alcançar o máximo de produção e qualidade, que
ficam protegidas da precipitação pluvial. Torna-se necessário, então avaliar a
evaporação no interior do ambiente protegido, que para Rezende et al. (2004) é
geralmente menor que a verificada no exterior, fato este, que pode ser atribuído à
opacidade da cobertura à radiação solar e redão da ação do vento.
Corroborando com esta afirmação Heldwein et al. (2001a) constatou que a
evaporação de água em minitanques foi em média 52% menor dentro do ambiente
protegido em relação ao meio externo. Resultados obtidos por Montes (2008)
demonstraram que a evaporação sazonal da cultura de alface foi menor no ambiente
protegido quando comparado com ambiente externo. Observaram também que os
valores de coeficiente de cultura (Kc), em três estádios de avaliação, no ambiente
protegido foram de 0,93; 1,27 e 1, 3; enquanto que para ambiente externo foram de
0,8; 1,12 e 1,39.
Um dos métodos de avaliação da evapotranspiração é a utilizão de
Tanque Classe A. Andrade Júnior e Klar (1997) concluíram que a aplicação de uma
lâmina de irrigação equivalente a 75% da evaporação do Tanque Classe A,
apresentou melhores resultados de matéria fresca por planta e produtividade da
alface. A eficiência do uso da água diminuiu linearmente com o acscimo da mina
de irrigação aplicada.
Para Fernandes et al. (2000), a desvantagem do uso deste equipamento é a
grande área ocupada pelo tanque. No entanto a utilização do Tanque Reduzido ou
25
evaporímetro de Piche, em substituição ao Tanque Classe A, mostrou alta
correlação entre os resultados obtidos, com a vantagem de ocupar menor área,
apresentar menor custo e maior praticidade.
Neste sentido, o trabalho de Rezende at al. (2004) mostrou que a
evapotranspiração determinada pelos tanques reduzidos 0,6 m de diâmetro e pelo
evaporímetro de Piche no interior do ambiente protegido apresentaram menores
valores que os da estação meteorológica.
Maggi (2006) pesquisando a espacialização da evaporação dentro do
ambiente protegido e a produção de três cultivares de alface sob diferentes lâminas
de irrigação por gotejamento, constatou a eficiência deste equipamento para estimar
as laminas de água a serem aplicadas.
O evaporímetro de Piche também pode ser utilizado quando se necessita de
informações sobre a perda diária de água, pelo processo da evaporação, com o
equipamento sendo instalado próximo ou diretamente na área em que se quer obter
a informação. Para Waring e Hermann (1966) o evaporímetro de Piche não retrata
exatamente a transpiração das folhas, devido a densidade de fluxo de radiação solar
global incidente e da resistência estomática e cuticular das folhas ao fluxo do vapor
d’água, ser regida não somente pelo fluxo turbulento do ar.
O que é contestado por Heldwein et al. (2001b) que utilizaram o
evaporímetro de Piche como indicativo da evapotranspiração máxima de espécies
cultivadas em ambientes protegidos. E que afirmam ser os dois processos regidos
pelos mesmos princípios sicos de mudança de estado da água e pelos mesmos
elementos meteorológicos.
Conforme Papaioannou et al. (1996) a evaporação em um evaporímetro de
Piche, quando instalado em um abrigo meteorológico, não recebe radião solar
direta, portanto, consiste primeiramente em uma resposta ao poder evaporativo do
ar, devido ao déficit de umidade relativa do ar e em menor grau a velocidade do
vento sobre a membrana do evaporímetro.
26
2.7 Influências da Cobertura em Ambiente Protegido
O polietileno transparente utilizado em coberturas pode modificar as
condições microclimáticas dentro do ambiente protegido. A transmissividade à
radiação global varia com a espessura do material e tempo de uso. As modificações
em parcelas das radiações refletidas e nos fluxos energéticos tamm podem ser
observadas. Neste sentido, Frisina e Escobedo (1999) constataram que a
transmissividade da radiação global pelo polietileno não varia durante o ciclo da
alface, sendo independente da superfície vegetada. Entretanto as razões entre as
radiações refletidas interna e externas apresentaram variações ao longo do ciclo,
provavelmente, devido ao maior crescimento da cultura dentro do ambiente
protegido. O fluxo de calor latente de evaporação no meio externo apresentou
aumento significativo em relação ao ambiente protegido, no qual os fluxos de calor
no solo e sensível são maiores.
Outra opção para cobertura é a utilização de tela térmica difusora da luz.
Factor (2000) avaliou a influência deste tipo de cobertura, nas condições
microclimáticas, bem como sobre as características agronômicas de quatro bridos
de melão cultivados em ambiente protegido. Os valores da temperatura do ar
máxima e mínima foram superiores no interior do ambiente protegido em relação ao
ambiente externo, porém, o uso deste filme, possibilitou melhor adequação da
temperatura do ar às exigências da cultura.
O agrotêxtil é outro material para o qual existem muitas pesquisas sobre sua
eficiência e forma de manejo. Reghin et al. (2002) verificaram que plantas de alface
permanecendo durante todo o ciclo com a proteção de agroxtil atingiram ponto de
colheita, uma semana antes das plantas sem proteção. Quanto maior o período de
proteção a que as plantas foram submetidas, maior peso e qualidade do produto,
comprovando o benefício de manter o agrotêxtil no cultivo durante todo o ciclo da
cultura.
2.7.1 Uso de Telas Termorrefletoras
Em ambiente protegido as temperaturas são mais elevadas do que a campo.
Do ponto de vista da ambiência vegetal, altos valores de radiação solar implicam em
uma elevada carga rmica no interior da instalação, em geral, recomenda-se o uso
27
de algum tipo de sombreamento a partir do final da primavera ao início do outono.
As telas termorrefletoras, amplamente utilizadas na agricultura, constituem uma
opção de sombreamento, por serem metalizadas em alumínio em ambas as faces.
Desta forma permitem reflexão de parte da energia solar, o que proporciona a estes
ambientes menores temperaturas no verão e maiores no inverno, além de propiciar
proteção contra geadas, promove difusão da luz e aumenta a eficiência da
fotossíntese (AGUIAR, 2004; COSTA, 2004).
Segundo Li et al. (1998) a utilização da tela termorrefletora apresentou
redução nos valores totais de radiação solar (incidente mais refletida), além de
demonstrar uma distribuição uniforme das radiações diretas e indiretas e aumento
da quantidade de reflexão da radiação nas áreas cultivadas.
Guiselini e Sentelhas (2004) avaliando a inflncia de diferentes coberturas
sobre a cultura de gérberas constataram que os ambientes protegidos provocam
diminuição da umidade relativa do ar e aumento da temperatura durante o dia. A
temperatura média diária do ar, no ambiente com filme de polietileno de baixa
densidade (PEBD), leitoso, foi de 6ºC superior ao ambiente externo e de 3ºC
superior ao ambiente com telas de sombreamento.
Para a produção de mudas de cafeeiro, o uso de telas termorrefletoras de
40% e 50%, propiciaram melhores resultados que as telas negras de 60% e 70%,
resultando em maior altura, quantidade de matéria seca e diâmetro do caule. Os
tipos de telas testados não alteraram significativamente a temperatura e umidade
relativa do ar nas parcelas (COSTA, 2004).
28
ST
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e Caracterização da Área Experimental
O experimento foi conduzido em uma propriedade comercial, localizada no
município de Assis Chateaubriand PR. As coordenadas geográficas do município
o: latitude 24º 25’ Sul, longitude 53º 29’ Oeste e altitude de 440 m.
O clima da região segundo Köppen é do tipo Cfa, clima subtropical. Os
verões são quentes, geadas pouco freqüentes e tendência de concentração das
chuvas nos meses de verão, contudo sem estação seca definida (IAPAR, 2008).
O trabalho foi desenvolvido no período de Dezembro de 2007 a Fevereiro de
2008, em ambiente protegido para produção de alface em sistema de produção
orgânico. A estrutura apresentava teto em arco, com 3 m de pé direito, altura de 4,5
m, 60 m de comprimento, 5 m de largura e coberta com polietileno de baixa
densidade (PEBD), com espessura de 100 micras do tipo branco leitoso, aditivado
contra raios ultravioletas.
Para realizão do experimento o ambiente foi dividido em duas partes
iguais, em uma das partes dos ambientes além do PEBD, na altura do -direito foi
instalada a tela termorrefletora (Aluminet
®
50%), cobrindo toda a área. Cada divisão
do ambiente protegido (ST - sem tela termorrefletora e CT - com tela termorrefletora)
apresentava comprimento de 30 m, largura 5 m e área de 150 m
2
, conforme se
observa na figura 1.
N
Figura 1: Representação esquemática do ambiente protegido (ST - sem tela
termorrefletora e CT - com tela termorrefletora) para o cultivo orgânico de alface em
Assis Chateaubriand, PR, 2008.
ST
CT
29
3.2 Características Químicas do Solo
O solo em sua maior parte é composto por derrame basáltico, sendo do tipo
Latossolo Vermelho Eutrófico. Para a análise do solo, foram coletadas 10 amostras
de cada um dos ambientes de forma aleatória, a profundidade 0-20 cm. As amostras
foram misturadas de acordo com o ambiente de origem, gerando uma amostra
composta e encaminhada ao Laboratório Solanalise Central de Análise Ltda, para
análise química, cujos resultados foram apresentados na Tabela 1.
Tabela 1: Análise química do solo em ambiente protegido, Assis Chateaubriand, PR,
2008.
pH MO H+Al
K
Ca Mg SB CTC Fe Mn Cu Zn P Ambiente
CaCl
2
g dm
-3
Cmol dm
-3
mg dm
-3
ST 6,50 41,81
2,19
2,25
14,08
4,13
90,33
22,64
28,00
460,00
23,30
32,00
156,64
CT 6,70 41,81
2,19
1,68
13,00
4,20
89,61
21,07
26,00
449,00
23,40
27,00
176,44
Análise realizada no Laboratório Solanalise Central de Análise Ltda, Cascavel – PR.
3.3 Adubação
De acordo com a análise química do solo e as recomendações agronômicas
para a cultura de alface, não foi necessário nenhum tipo de correção do solo. Como
era uma área em sistema de produção orgânico, antes da instalação do
experimento, foi realizada cobertura verde, em sistema consorciado com as
espécies mucuna-preta (Stizolobium aterrimum), feijão-de-porco (Canavalia
ensiformis), sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) e girassol (Helianthus annuus),
quando as plantas atingiram o máximo crescimento vegetativo foram incorporadas
ao solo.
3.4 Características das Cultivares
As quatro cultivares de alface, tipo crespa, utilizadas foram: Itapuã, Paola,
Vera e Verônica. A cultivar Itapuã pertence à empresa ISLA
®
Sementes, apresenta
30
ciclo rápido de 45 dias no verão e de 60 dias no inverno, o período de germinação
tem duração de 4 a 7 dias. As folhas crespas e soltas.
A cultivar Paola, foi desenvolvida pela empresa FELTRIN
®
Sementes. As
folhas o crespas recortadas e é tolerante ao pendoamento. O ciclo médio é de 60
a 70 dias.
As cultivares Vera e Verônica pertencem a empresa SAKATA
®
Sakata Seed
Sudamerica Ltda. O aspecto visual é excelente, folhas são bem repicadas e
uniformes e as plantas apresentam alta resistência ao pendoamento precoce.
3.5 Produção das Mudas
As mudas foram produzidas em bandejas de poliestireno expandido com 128
lulas, nas quais utilizou-se o substrato comercial Plantmax®. A semeadura foi
realizada no dia 21 de dezembro de 2007, utilizando três sementes por célula, de
quatro cultivares de alface.
Após emergência das plântulas realizou-se desbaste deixando uma plântula
por célula. A irrigação das mudas foi realizada diariamente no período da manhã, e
no período da tarde somente quando necessário, utilizando quantidade de água
suficiente para manter o substrato úmido.
Quando as plântulas apresentavam de cinco a seis folhas definitivas, 22 dias
após semeadura (DAS), no dia 12 de Janeiro de 2008, estas foram transplantadas
para o ambiente protegido.
3.6 Instalação do Experimento
Na preparação dos canteiros, os restos culturais foram incorporados ao solo,
com a utilização de um rotocanteirador manual, a profundidade de 20 cm, apenas na
área previamente delimitada para formão dos canteiros.
O experimento foi instalado em delineamento em blocos casualizados, em
esquema fatorial de 2 x 4, com seis repetições. O primeiro fator foi constituído de
dois ambientes (com e sem tela termorrefletora) e segundo fator por quatro
cultivares de alface crespa (Itapuã, Paola, Vera e Verônica). Cada bloco foi
composto de quatro parcelas de 3,0 m de comprimento, 1,2 m de largura, com uma
31
área de 3,6 m
2
. Os blocos ficaram distanciados entre si de 0,3 m. As mudas foram
transplantadas no espaçamento de 0,3 x 0,3 m (Figura 2).
Figura 2: Representação esquemática da parcela experimental, com área útil de
coleta de plantas durante o ciclo da cultura. Assis Chateaubriand, PR, 2008.
3.7 Tratos Culturais
Após o transplante, para atender a demanda de água pela cultura, foi
realizada irrigação por sistema de gotejamento. Cada linha de gotejadores atendia a
duas linhas de planta no canteiro (Figura 2). Cada ambiente possuía sistema de
irrigação independente. Durante os primeiros sete dias após o transplantio (DAT)
realizou-se irrigação complementar por aspersão, para aumentar a chance de
pegamento das mudas. As plantas que sofreram injúrias durante o transplante ou
que morreram até cinco DAT, foram substituídas.
Quando necessário realizou-se capinas manuais, para controle de plantas
daninhas como picão-preto (Bidens pilosa), tiririca (Cyperus rotundus), azedinha
(Rumex acetosa), caruru (Amaranthus viridis L), corda-de-viola (Ipomoea
grandifolia). Para o controle de insetos e pragas foram instaladas armadilhas de
garrafas plásticas perfuradas e contendo vinho e instaladas a altura de um metro do
solo.
linha de irrigação por gotejamento
32
3.8 Elementos Meteorológicos Observados
Para a avaliação dos elementos meteorológicos foi instalado a altura de 1,5
m, no interior de cada ambiente um abrigo meteorológico, de madeira, pintado de
branco, com a face aberta voltada para Sul. Os equipamentos instalados em cada
abrigo meteorológico foram: datalogger com sensores de temperatura e umidade
relativa do ar, evaporímetro de Piche e termômetro de máxima e mínima (Figura 3).
Figura 3: Abrigo Meteorológico com termômetro de máxima e mínima, evaporímetro
de Piche, Datalogger. Assis Chateaubriand, PR, 2008.
3.8.1 Temperatura do Ar
Os dados da temperatura do ar foram coletados por meio de datalogger com
sensores de temperatura e umidade relativa do ar Marca AZ, modelo 8829, escala
de temperatura de -40 a 85º C, escala de umidade relativa do ar de 0 a 100%,
resolução de 1º C para temperatura do ar e acurácia para umidade relativa do ar de
33
aproximadamente 3%. O datalogger foi programado para coletar e armazenar os
dados de hora em hora.
3.8.2 Poder Evaporativo do Ar e Evaporação
O evaporímetro de Piche determina a capacidade evaporativa do ar. O
equipamento é constituído por um tubo de vidro cilíndrico graduado em mimetros
com capacidade para 30 mm e subdivisões de 0,1 mm. A extremidade superior é
fechada e extremidade inferior contém um disco de papel (superfície porosa), que é
constantemente umedecido pela água utilizada no preenchimento. A água
evaporada através da superfície porosa é função do poder evaporativo do ar. Este
equipamento foi instalado em abrigo meteorológico e as leituras realizadas
diariamente às 09:00 horas.
Para avaliar a lâmina de água evaporada, foram instalados três tanques de
evaporação em cada ambiente, localizados na parte central de cada ambiente
(Figura 4). Cada tanque de evaporação consiste de um recipiente plástico, com
diâmetro de 0,18 m, branco, instalado a 0,4 m de altura, sobre um suporte de
madeira pintado de branco, (Figura 5). Para determinar a lâmina de água evaporada,
cada tanque de evaporação era preenchido com 500 ml de água e a cada dois dias
era realizada a leitura. Por diferença determinou-se a lâmina de água evaporada em
mililitros (mm), com auxílio de uma proveta graduada com capacidade de 500 ml. A
lâmina de água evaporada foi determinada em função da área do tanque de
evaporação (0,025 m
2
)
Figura 4: Representação esquemática da vista superior de um dos ambientes, com a
localização dos tanques de evaporação e abrigo meteorológico. Assis
Chateaubriand, PR, 2008.
34
Figura 5: Tanque de evaporação com suporte a 0,4 m de altura. Assis
Chateaubriand, PR, 2008.
3.9 Características Agronômicas Avaliadas
As características agronômicas avaliadas foram divididas em duas
categorias: variáveis biométricas e com base nestas foi feita a análise de
crescimento.
3.9.1 Variáveis Biométricas
Durante o experimento foram realizadas cinco avaliações de variáveis
biométricas, nas datas 0 (dia do transplante), 7, 14, 21 e 28 DAT.
Na avaliação 0 DAT (12/01/2008), utilizou-se de plantas que ficaram nas
bandejas. No dia da instalação do experimento determinou-se a média de cinco
35
plantas como parcela, com cinco repetições por cultivar avaliada, totalizando 20
parcelas.
Nas avaliações 7, 14 e 21 DAT, que correspondem às datas de 19/01/2008,
26/01/2008 e 02/02/2008, foram avaliadas duas plantas como parcela útil para
determinar a média de cada parcela.
Na última colheita de plantas, 28 DAT (09/02/2008), foram avaliadas as
características produtivas, utilizou-se de quatro plantas como parcela útil para
determinar a média da parcela. Nesta avaliação também se determinou as
características produtivas diâmetro da cabeça (cm) e altura da planta (cm), número
de folhas, massa fresca da parte área (g), massa fresca das folhas (g), e
produtividade (t ha
-1
).
As plantas foram cuidadosamente retiradas do solo com as raízes e lavadas
em água corrente, posteriormente acondicionadas em sacos plásticos transparentes,
previamente identificados por ambiente, bloco e cultivar. As análises foram
realizadas na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus
Toledo, no Laboratório de Controle de Qualidade de Grupo de Estudos de Manejo
na Aqüicultura.
Nas plantas coletadas foram determinados o diâmetro da cabeça (DC),
mediu-se a copa da planta no sentido longitudinal e transversal, a soma dos dois
resultados foi dividida por dois, e a altura da planta (H), respectivamente, utilizando-
se de uma régua graduada e posteriormente, estas foram seccionadas para
contagem do número de folhas (NF).
Para verificação das unidades de massa fresca e seca das plantas, se
utilizou uma balança de precisão 0,01g.
Para verificação a massa seca das diferentes partes das plantas, estas
foram devidamente acondicionadas em embalagens de papel, identificadas por
ambiente, bloco e cultivar, e levadas à estufa de circulação forçada de ar, com
temperatura de
65º C, até atingir massa constante.
Área Foliar (AF cm
2
), foi calculada com a utilização de discos foliares, com
área conhecida, fez-se regra de três simples, multiplicando o valor de MSF pelo
somatório da área dos discos, o resultado divide-se pela massa seca dos discos, e
determinando-se a área foliar.
36
A produtividade (t ha
-1
) foi determinada em função da massa média de uma
planta e do espaçamento utilizado, extrapolando o resultado para a área de um
hectare.
3.9.2 Análise de Crescimento
Na determinação dos parâmetros relativos a análise de crescimento, foi
utilizado o programa computacional ANACRES, (PORTES e CASTRO JÚNIOR,
1991). Os dados de altura de plantas, massa seca das folhas, massa seca total e
área foliar foram ajustados em função do tempo (DAT), para os diferentes
ambientes. O ajuste foi feito por meio de equação exponencial quadrática, por ter
representado o melhor comportamento das plantas em função do tempo. A partir dos
dados de massa seca e área foliar ajustados foram calculadas as taxa de
crescimento absoluto (TCA), taxa de crescimento relativo (TCR), taxa assimilatória
líquida (TAL) e razão de área foliar (RAF).
3.10 Análise Estatística
Após tabulação, os dados das características biométricas foram submetidos
à análise de variância pelo Teste F e as médias dos tratamentos foram comparadas
utilizando-se o Teste de Tukey (p< 0,05).
Para os elementos meteorológicos observados determinou-se análise de
variância pelo Teste F para a temperatura do ar, evaporação e poder evaporativo do
ar, ao nível de 5% de probabilidade.
37
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Temperatura do Ar
No ambiente sem tela termorrefletora as temperaturas diárias mínima, média
e máxima do ar foram de 16,3; 25,1 e 38,4ºC, respectivamente. Para o ambiente
com tela termorrefletora constatou-se temperatura diária mínima, dia e máxima
do ar de 16,7; 24,6 e 36,2ºC, respectivamente (Figura 6). Os valores encontrados
para a temperatura do ar nos dois ambientes diferiram estatisticamente entre si, pelo
Teste F a 1% de significância e com coeficiente de variação (CV) de 10,39 %. O
coeficiente de variação fornece uma idéia de precisão entre os dados, quanto menor
o valor mais homogêneo são os dados, o valor encontrado é classificado como CV
médio (PIMENTEL-GOMES, 1987).
As temperaturas do ar máximas observadas mantiveram-se acima do limite
recomendado por Goto e Tiveli (1998) para a cultura da alface que consideram
temperaturas críticas máximas toleráveis de aproximadamente 30 ºC.
15
20
25
30
35
40
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Tempo (Dias)
Temperatura do Ar (ºC)
Máxima ST Média ST nima ST
Máxima CT Média CT nima CT
Figura 6: Temperatura do ar Mínima, Média e Máxima, em ambiente protegido Sem
Tela Termorrefletora (ST) e Com Tela Termorrefletora (CT) durante ciclo da alface.
Assis Chateaubriand, PR, 2008.
38
A manutenção da temperatura na faixa ideal para a cultura é um entrave
para o cultivo em ambiente protegido. Em experimento realizado por Streck et al.
(2002) em ambiente protegido sem cultivo e solo em processo de solarizão,
utilizando diferentes técnicas para redução da temperatura, entre elas, a utilização
de telas de sombreamento, constatou-se que não foi possível atingir uma redução
da temperatura para valores da faixa ótima para o cultivo que é de temperatura
média inferior a 20 ºC.
Como se observa na figura 6 os maiores valores de temperatura máxima
foram encontradas no ambiente sem a utilização de tela termorrefletora, sendo os
maiores valores de mínima foram verificadas no ambiente com tela termorrefletora.
No presente estudo a variação diária da temperatura do ar não sofreu
influência ao longo do ciclo da cultura, visto que não houve variação tendenciosa ao
desenvolvimento da cultura da alface nos dois ambientes analisados. No entanto,
quando se compara ao ambiente externo, Frisina e Escobedo (1999) constataram
que o ambiente protegido perde pouca radiação por emissão de ondas longas,
tornando os fluxos de calor no solo e sensível maior no interior do ambiente
protegido.
As temperaturas do ar nos dois ambientes apresentaram decréscimos
acentuados nos dias 8, 16, 17 e 18 DAT, referentes aos dias 19, 27, 28 e 29 de
Janeiro de 2008, nos quais se registrou ocorrência de precipitação pluvial, conforme
se observa na Tabela 2.
Tabela 2: Condição do tempo, classificado em Sol, Nublado ou Chuvoso, durante os
28 dias, de 12/01/2008 a 09/02/2008. Assis Chateaubriand, PR, 2008.
Dia
Condição do
Tempo
Dia
Condição do
Tempo
Dia
Condição do
Tempo
Dia
Condição do
Tempo
1 Nublado 8 Chuvoso 15 Nublado 22 Sol
2 Nublado 9 Nublado 16 Chuvoso 23 Sol
3 Nublado 10 Sol 17 Chuvoso 24 Sol
4 Nublado 11 Sol 18 Chuvoso 25 Sol
5 Sol 12 Sol 19 Nublado 26 Sol
6 Sol 13 Sol 20 Nublado 27 Sol
7 Nublado 14 Nublado 21 Sol 28 Sol
39
As temperaturas médias por horário de observação, calculadas a partir das
coletas dos 28 dias do experimento, no ambiente sem tela termorrefletora e com tela
termorrefletora, são apresentadas na figura 7.
15
17
19
21
23
25
27
29
31
33
35
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Tempo (h)
Temperatura do Ar (
O
C)
Sem Tela
Com Tela
Figura 7: Média horária da temperatura do ar em ambiente protegido para o cultivo
orgânico de alface sem tela termorrefletora e com tela termorrefletora. Assis
Chateaubriand, PR, 2008.
No período compreendido entre 0:00 e 06:00 h os valores de temperatura do
ar mantiveram-se praticamente iguais nos dois ambientes. Desta forma, a tela
termorrefletora não provocou efeito sobre a retenção de ondas longas no ambiente.
Entretanto, a temperatura mínima observada no ambiente com tela foi de 19ºC às
6:00 h, levemente superior à observada no ambiente somente com PEBD, a qual foi
18,7ºC às 7:00 h.
Entre 06:00 e 11:00 h, o ambiente com tela termorrefletora foi aquecido mais
rapidamente até que a temperatura do ar se igualou nos dois ambientes por volta
das 12:00 h. A partir de 13:00 até às 23:00 h, a temperatura do ar no ambiente com
tela termorrefletora foi sempre menor que a observada no ambiente somente com
PEBD. Esta constatação comprova a capacidade de reflexão propiciada pela tela
termorrefletora, no sentido de reduzir à quantidade de radiação solar incidente,
modificando o saldo de radiação e consequentemente as temperaturas do solo e do
40
ar, observadas nestes ambientes, como tamm constatado nos trabalhos de
Guiselini e Sentelhas (2004) e de Buriol et al. (2000).
Neste sentido, Vasquez et al. (2005) também argumentam a respeito da
maior temperatura do ar observada em ambiente protegido, destacando a
interrupção do processo convectivo pela cobertura pstica e o menor volume de ar
armazenado a ser aquecido no interior do ambiente. Santana et al. (2009) destacam
ainda que a quantidade de sombreamento propicionado pela tela, modifica o padrão
de temperatura do ar no ambiente protegido. Estes autores observaram que as
menores temperaturas do ar foram proporcionadas por tela preta com 50% de
sombreamento quando comparadas com as condições de 35% de sombreamento e
a pleno sol.
As variações de temperatura do ar observadas entre o período diurno e
noturno influenciam o desenvolvimento e a produtividade das plantas (FILGUEIRA,
2003). De acordo com Rodrigues (2002), temperaturas do ar no período noturno
inferiores a 12ºC podem reduzir ou cessar atividade de muitas enzimas, além de
exercer efeito sobre a taxa de transpiração e respiração, tamanho e forma das folhas
e alongamento do caule. Desta forma, é imprescindível um controle mais efetivo
deste elemento climático em ambiente protegido, com emprego de manejo e
artifícios adequados com o intuito de obter maior produção vegetal.
4.2 Evaporação e Poder Evaporativo do Ar
4.2.1 Evaporação
Os dados de evaporação coletados nos ambientes sem e com tela
termorrefletora, durante o ciclo da alface em Assis Chateaubriand, são apresentados
na figura 8. O ambiente sem tela termorrefletora apresentou evaporação média 26%
superior ao ambiente com tela termorrefletora. Os valores dios diários de
evaporação foram de 4,49 e 3,32 mm para o ambiente com PEBD e com tela
termorrefletora, respectivamente. A lâmina de água evaporada no ambiente com tela
termorrefletora diferiu estatisticamente daquela observada no ambiente sem tela,
com coeficiente de variação (CV) de 28,42%.
41
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Tempo (Dias)
Evaporação (mm)
0
5
10
15
20
25
30
35
Temperatura do Ar (ºC)
Evaporação Sem Tela
Evaporação Com Tela
Temperatura do Ar Sem Tela
Temperatura do Ar Com Tela
Figura 8: Evaporação e temperatura do ar média em ambiente protegido para o
cultivo de alface em sistema orgânico sem e com Tela Termorrefletora. Assis
Chateaubriand, PR, 2008.
A menor lâmina de água evaporada no ambiente com tela termorrefletora se
deve a menor disponibilidade energética para o processo de transferência de calor
latente neste ambiente, provocada pela atenuação da radiação solar pela tela,
menor temperatura do ar e maior umidade relativa do ar (PEREIRA et al., 2002).
Andrade Jr. e Klar (1997) encontraram para ambiente protegido cultivado
com alface, na cidade de Botucatu - SP, mina de evaporação medida pelo tanque
Classe A de 2,94 mm para os meses de julho a setembro e Buriol et al. (2001) na
cidade de Santa Maria RS observaram lâmina de 2,98 mm de evaporação por dia
também no mês de setembro. Enquanto Maggi et al. (2006) em Botucatu – SP
encontram para o mesmo período de Setembro a Novembro, lâmina de evaporação
de 3,59 mm, sempre inferior àquela observada a campo.
Da figura 8 verifica-se que a evaporação o foi influenciada pelo ciclo da
cultura, o que modifica a área foliar e o espaço ocupado pelas plantas. No entanto,
Heldwein et al. (2001a) pesquisando a influência da espécie cultivada e da época do
ano sobre a lâmina de evaporação em ambiente protegido e a campo, constataram
que a evaporação tende a decrescer ao longo do ciclo da cultura. Os autores
justificam que ambientes protegidos cultivados com culturas de porte alto tendem a
42
propiciar menor evaporação que nos ambientes cultivados com plantas de porte
baixo e atribuem estes resultados ao maior desenvolvimento das plantas e ocupação
do espaço aéreo pelas folhas e menor eficiência na renovão do ar.
Constata-se na figura 8 e tabela 2 a influência da temperatura do ar e da
ocorrência de dias claros, nublados e chuvosos sobre a lâmina de água evaporada.
Dias nublados e chuvosos em que a temperatura do ar é mais amena, os valores de
umidade relativa do ar mais elevada dificultam a evaporação em virtude do menor
potencial higrométrico do ar.
4.2.2 Poder Evaporativo do Ar
Como pode ser observado na figura 9, o poder evaporativo médio do ar foi
de 4,16 mm para ambiente sem tela termorrefletora e 3,82 mm para o ambiente com
tela termorrefletora. Estes valores superam aqueles encontrados por Buriol et al.
(2001) de 2,4 e 1,99 mm para os meses de Agosto e Novembro, respectivamente,
em ambiente protegido tipo capela, na cidade de Santa Maria – RS.
Não foi observada diferença estatística significativa pelo Teste F (p<0,05)
para os valores do poder evaporativo do ar, observados no ambiente com e sem tela
termorrefletora, embora o coeficiente de variação seja alto (CV 36,62%).
O fato de não ter sido observado diferença entre os valores obtidos para os
diferentes ambientes se justifica pelo evaporímetro de Piche ter sido instalado em
abrigo meteorológico. Portanto, a tela termorrefletora não modificou a quantidade de
radiação solar incidente sobre o equipamento. Neste caso, o evaporímetro de Piche
sob abrigo faz com que o poder evaporativo do ar fique sujeito apenas à taxa de
renovão do ar e ao potencial higrométrico do ar.
A medida do poder evaporativo do ar obtida em abrigo meteorológico para
estimar a quantidade de água a ser aplicada por irrigação para atender a demanda
da cultura não seria recomendada, considerando que Heldwein (2001b) obteve um
resultado satisfatório para a cultura do pimentão, somente quando este equipamento
foi exposto à radiação solar em ambiente protegido.
43
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Tempo (dias)
Poder Evaporativo do Ar (mm)
Sem Tela Com Tela
Figura 9: Poder evaporativo do ar em ambiente protegido para o cultivo da alface em
sistema orgânico com e sem Tela Termorrefletora durante o ciclo da alface. Assis
Chateaubriand, PR, 2008.
4.3 Análise de Crescimento
Com base no acúmulo de massa seca total (MST), massa seca das folhas
(MSF) e área foliar (AF), durante o ciclo da cultura, foi possível calcular os
parâmetros de crescimento que serão apresentados. Os dados referentes a MST,
MSF e AF foram ajustados em função do tempo (DAT), conforme equações
apresentadas na tabela 3.
A análise de crescimento estabelece que a taxa de crescimento de uma
planta ou órgão é em função do tamanho inicial, isto é, o incremento de matéria seca
está relacionado com a matéria seca no início do período de observação. Todo o
crescimento resulta da produção de material para atender as necessidades
metabólicas ou estruturais da planta (BENINCASA, 2003).
44
Tabela 3: Equações de ajuste das variáveis MST, MSF e AF, de cultivares de alface
crespa em função do tempo para os ambientes sem e com tela termorrefletora. Assis
Chateaubriand, PR, 2008.
Sem Tela Termorrefletora Com Tela Termorrefletora
Variedade
Variável
Equação R
2
Equação R
2
MST
0,02021*e
0,29681X-0,00325X2
99,99
**
0,02082*e
0,22272X-0,00080X2
99,89
**
Itapuã MSF
0,01049*e
0,35375X-0,00464X2
99,95
**
0,01073*e
0,28734X-0,00267X2
99,85
**
AF
0,01185*e
0,33196X-0,04535X2
99,62
**
0,01137*e
0,29470X-0,00345X2
99,96
**
MST
0,02112*e
0,20817X-0,00169X2
99,71
**
0,02073*e
0,17846X-0,00119X2
99,64
**
Paola MSF
0,01959*e
0,18020X-0,00070X2
99,68
**
0,01927*e
0,16084X-0,00076X2
99,64
**
AF
0,01366*e
0,2293X-0,00250X2
99,86
**
0,01341*e
0,22853X-0,00319X2
99,96
**
MST
0,03830*e
0,20614X-0,00082X2
99,94
**
0,04026*e
0,17462X-0,00009X2
99,68
**
Vera MSF
0,02852*e
0,21755X-0,00099X2
99,93
**
0,02870*e
0,18954X-0,00024X2
99,62
**
AF
0,02254*e
0,24437X-0,00237X2
99,96
**
0,02244*e
0,24080X-0,00230X2
99,94
**
MST
0,02033*e
0,27773X-0,00244X2
99,99
**
0,02100*e
0,22436X-0,00097X2
99,67
**
Verônica MSF
0,01939*e
0,25873X-0,00182X2
99,97
**
0,02019*e
0,20581X-0,00050X2
99,78
**
AF
0,01410*e
0,29974X-0,00348X2
99,95
**
0,01539*e
0,23443X-0,00170X2
99,92
**
** singificativo pelo Teste F (p<0,01).
A taxa de crescimento absoluto (TCA), que determina a taxa de crescimento
absoluto entre duas amostras, representa a velocidade média de crescimento da
planta ao longo de seu ciclo (BENINCASA, 2003). Na figura 10 observa-se que nos
dois ambientes as plantas apresentaram resposta crescente em função do tempo.
No período de 0 a 14 DAT, nota-se pouco incremento de massa, porém no ambiente
sem tela (Figura 10a) as cultivares de alface Itapuã, Vera e Verônica apresentaram
um crescimento mais rápido em relação ao ambiente com tela termorrefletora
(Figura 10b). No período de 21 a 28 DAT a planta acumula maior quantidade de
massa nos dois ambientes. No ambiente com tela a curva de crescimento neste
período é mais acentuada. Echer et al. (2006) pesquisando diferentes doses de
bioestimulante em mudas de maracujazeiro amarelo, tamm encontraram maior
incremento da TCA na última semana de avaliação.
45
Figura 10: Taxa de crescimento absoluto (TCA). em função do dia após transplantio
das cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica, cultivadas em
ambiente protegido em sistema orgânico sem (a) e com (b) tela termorrefletora,
Assis Chateaubriand, PR, 2008.
No ambiente sem tela termorrefletora as cultivares Vera e Verônica
apresentaram os melhores resultados, seguidas pelas cultivares Itapuã e Paola.
Para o ambiente com tela termorrefletora a cultivar Vera, Itapuã e Verônica
apresentaram desempenho semelhante. Considerando os dois ambientes, as
cultivares Itapuã, Vera e Verônica apresentaram melhores resultados no ambiente
com a tela, isso ocorre devido à maior reflexão de parte da radiação incidente sobre
o ambiente protegido. Nesta condição, a quantidade de radiação solar
fotossinteticamente ativa é reduzida, induzindo a planta a aumentar a área foliar
para captar maior quantidade de radiação solar.
Com relação ao comportamento da taxa de crescimento relativo (TCR)
durante o ciclo da cultura, verifica-se nos dois tratamentos (Figura 11) e em todas as
cultivares avaliadas, um declínio sistemático na TCR. Nota-se que no ambiente sem
tela termorrefletora ocorrem os maiores valores de TCR e variação entre as
cultivares (Figura 11a). Entretanto, no ambiente com tela termorrefletora observa-se
menor variação entre as cultivares e valores de TCR (Figura 11b).
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
TCA (g dia
-1
)
Itap
Paola
Vera
Verônica
(a)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
TCA (g dia
-1
)
Itapuã
Paola
Vera
Verônica
(b)
46
Figura 11: Taxa de crescimento relativo (TCR). em função do dia após transplantio
das cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica, cultivadas em
ambiente protegido em sistema orgânico sem (a) e com (b) tela termorrefletora,
Assis Chateaubriand, PR, 2008.
No ambiente sem tela termorrefletora, contudo, maior variação dos
valores da TCR entre as cultivares como pode ser observado nas figuras 11 (a) e
(b). As cultivares Itapuã e Verônica apresentaram taxa de crescimento relativo muito
próxima nos dois ambientes e com valores maiores que os apresentados pelas
cultivares Vera e Paola. A cultivar Paola apresentou a menor TCR nos dois
ambientes em relação às demais cultivares. A cultivar Vera apresentou aumento da
TCR, do início para o final do ciclo, no ambiente com tela termorrefletora.
Para a cultura de alface, Dantas e Escobedo (1998) observaram respostas
semelhantes para TCR. De acordo com os autores, estes resultados se justificam
pelo fato das plantas crescerem e se desenvolverem relativamente em função do
acúmulo de matéria seca e das condições do ambiente para a produção de novo
material estrutural. Benincasa (2003) complementa ainda que este comportamento
se deve ao gasto de energia na manutenção dos tecidos, que aumenta o ganho de
massa seca das plantas.
A taxa assimilatória líquida (TAL) determina o balanço entre a fotossíntese e
a respiração, ou seja, a fotossíntese líquida, por matéria seca produzida, em função
da área foliar fotossinteticamente ativa (Figura 12).
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
TCR (g g
-1
dia
-1
)
Itapuã
Paola
Vera
Verônica
(a)
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
TCR (g g
-1
dia
-1
)
Itapuã
Paola
Vera
Verônica
(b)
47
Figura 12: Taxa assimilatória líquida (TAL). em função do dia após transplantio das
cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica, cultivadas em ambiente
protegido em sistema orgânico sem (a) e com (b) tela termorrefletora, Assis
Chateaubriand, PR, 2008.
Conforme se verifica na figura 12a em ambiente sem tela termorrefletora
houve decréscimo da TAL de 0 a 28 DAT para as cultivares Itapuã, Paola e
Verônica. Enquanto para a cultivar Vera houve redução a 14 DAT e aumento a
partir desta data até 28 DAT.
No ambiente com tela termorrefletora observa-se para todas as cultivares,
decréscimo nos valores de TAL até 14 DAT e aumento após esta data até o final do
ciclo. Neste ambiente a cultivar Verônica manteve praticamente constante a TAL
(Figura12b).
Os resultados distintos apresentados pelas cultivares nos dois ambientes,
ocorrem segundo Alencar (2003), devido a TAL ser mais influenciada pelas
condições do ambiente do que pelo potencial genético da cultivar estudada.
Os resultados encontrados para as cultivares de alface diferem daqueles
observados por Urchei et al. (2000) analisando o crescimento de duas cultivares de
feijoeiro. A taxa assimilatória líquida, de acordo com estes autores, diminui ao longo
dos diferentes estádios de desenvolvimento da planta, apresentando valores
elevados durante a fase vegetativa da cultura, declina e posteriormente se mantém
constante durante a fase reprodutiva, com decréscimos sucessivos no final do
estádio reprodutivo ao término do ciclo da cultura.
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
TAL (g dm-
2
dia
-1
)
Itapuã
Paola
Vera
Verônica
(a)
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
TAL(g dm
-2
dia
-1
)
Itapuã
Paola
Vera
Verônica
(b)
48
A razão de área foliar (RAF) representa área foliar (dm
2
) em uso pela planta
para produzir um grama de matéria seca (Figura 13).
Figura 13: Razão de Área Foliar (RAF) em função do dia após transplantio das
cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica, cultivadas em ambiente
protegido em sistema orgânico sem (a) e com (b) tela termorrefletora, Assis
Chateaubriand, PR, 2008.
Nos dois ambientes (Figura 13 a, b) houve variação semelhante para RAF.
No entanto, no ambiente com tela termorrefletora (Figura 13b) os valores foram
superiores aos observados no ambiente sem tela (Figura 13a), isto pode ser
explicado pelo fato da tela termorrefletora diminuir a incidência de radiação solar
fotossinteticamente ativa sobre as culturas, aumentam a quantidade de radiação
difusa, resultando em aumento da área foliar na cultura de alface. Nos dois
ambientes em estudo, a cultivar Verônica apresentou valores de RAF que
aumentaram até o 7 DAT e depois decresceram até o 28 DAT. Nas demais
cultivares observou-se aumento da RAF até o 14 DAT e decréscimo após esta data
até final do experimento.
Estes resultados corroboram aqueles obtidos por Urchei et al. (2000) que
afirmam que na fase vegetativa maior parte do material fotossintetizado é convertido
em folhas para maior captação da radião solar incidente. A partir dessa fase
ocorrem decréscimos subseqüentes com o desenvolvimento da cultura. Benincasa
(2003) argumenta que estes resultados são compreensíveis, porque com o
0,4000
0,5000
0,6000
0,7000
0,8000
0,9000
1,0000
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
RAF (dm
2
g
-1
)
Itap
Paola
Vera
Verônica
(a)
0,4000
0,5000
0,6000
0,7000
0,8000
0,9000
1,0000
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
RAF (dm
2
g
-1
)
Itap
Paola
Vera
Verônica
(b)
49
crescimento, aumenta a interferência de folhas superiores sobre as inferiores,
denominado de auto-sombreamento.
De acordo com Benincasa (2003) a área foliar específica relaciona
componentes morfológicos da folha, com componentes anatômicos,
respectivamente, a superfície da folha é estimada com sua composição interna,
como número e tamanho de células do mesófilo foliar (Figura 14).
Figura 14: Área foliar específica (AFE) em função do dia após transplantio das
cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica, cultivadas em ambiente
protegido em sistema orgânico sem (a) e com (b) tela termorrefletora, Assis
Chateaubriand, PR, 2008.
Na figura 14 observa-se que a área foliar específica (AFE) apresentou
resultados semelhantes nos dois ambientes, embora com variação mais
pronunciada para o ambiente com tela termorrefletora. As variações nas curvas de
AFE se assemelham aquelas observadas para RAF. A cultivar Itapuã, contudo
apresentou decréscimo de AFE desde 0 até 28 DAT nos dois ambientes. A partir de
7 DAT, a cultivar Paola apresentou maior AFE dentre as cultivares estudadas para
os dois ambientes. A redução da AFE indica acúmulo de fotoassimilados nas folhas
ao longo do ciclo, resultando em amulo de massa em detrimento à área foliar.
Estes resultados confirmam aqueles encontrados por Dantas e Escobedo
(1998), que relatam que tanto no verão quanto no inverno, o crescimento da área
foliar foi menor que o crescimento da matéria seca na última semana após o
transplante. Os resultados obtidos por estes autores indicam que folhas de alface
cultivadas em ambiente externo, apresentam menor conteúdo líquido do que em
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
AFE (dm
2
g
-1
)
Itapuã Paola Vera Venica
(a)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 7 14 21 28
Tempo (DAT)
AFE (dm
2
g
-1
)
Itap Paola Vera Venica
(b)
50
ambiente protegido, logo, são mais espessas. Os valores de AFE encontrados em
ambiente externo foram de 5,63 dm
2
g
-1
e em ambiente protegido de 3,96 dm
2
g
-1
.
4.4 Características Produtivas
As características produtivas das cultivares avaliadas foram determinadas
aos 28 DAT, momento em que apresentaram o máximo crescimento vegetativo,
tendo sido avaliado altura da planta (H), número de folhas (NF), diâmetro da copa
(DC), massa fresca das folhas (MFF), massa fresca da parte aérea (MFPA) e
produtividade (P).
Conforme se observa na tabela 4 e tabela 5, houve diferença estatística
significativa para as cultivares e os ambientes, respectivamente. No entanto, não
houve diferença estatística significativa para a interação entre cultivares e
ambientes, o que demonstra desempenho semelhante entre as cultivares para os
diferentes ambientes avaliados.
Quanto à característica altura da planta (H), a cultivar Verônica foi a que
apresentou a maior dia, porém, estatisticamente não diferiu dos valores
observados para a cultivar Itapuã, mas apresentou diferença estatística em relação a
cultivar Vera, que não diferiu da cultivar Itapuã. A cultivar Paola apresentou a menor
média para altura de todas as cultivares.
Tabela 4: Altura de planta (H), número de folhas (NF), diâmetro da copa (DC),
massa fresca das folhas (MFF), massa fresca da parte rea (MFPA) e
produtividade (P) de cultivares de alface crespa Itapuã, Paola, Vera e Verônica,
cultivadas em ambiente protegido em sistema orgânico, Assis Chateaubriand, PR,
2008.
Médias seguidas da mesma letra, na coluna, para cultivares, o diferem estatisticamente entre si,
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Cultivar H (cm) NF DC (cm) MFF (g) MFPA (g) P (t ha
-1
)
Itap
22,78 ab 14,44 a 31,81 a 136,58 a 147,40 a 16,38 a
Paola
11,27 c 9,90 b 16,52 b 37,52 b 39,34 b 4,37 b
Vera
21,32 b 14,98 a 31,35 a 140,78 a 150,25 a 16,69 a
Verônica
23,10 a 14,88 a 33,24 a 147,52 a 159,50 a 17,72 a
51
Tabela 5: Altura de planta (H), número de folhas (NF), diâmetro da copa (DC),
massa fresca das folhas (MFF), massa fresca da parte rea (MFPA) e
produtividade (P), médias em ambiente protegido para o cultivo de alface em
sistema orgânico sem e com de tela termorrefletora. Assis Chateaubriand, PR, 2008.
Médias seguidas da mesma letra, na coluna, para cobertura, o diferem estatisticamente entre si,
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
De acordo com Trani et al. (2006), para esta característica. as alfaces do tipo
crespas avaliadas, apresentaram menor altura quando comparado com grupo lisa e
alongadas, para todas cultivares avaliadas. A média das plantas variou de 17 a 18,3
cm, resultado inferior ao apresentado pelas cultivares Itapuã, Vera e Verônica do
presente estudo.
Para número de folhas, diâmetro da copa, massa fresca das folhas, massa
fresca da parte área e produtividade, a cultivar Paola apresentou os menores
valores, cujos resultados diferiram estatisticamente dos observados para as demais
cultivares. Para estes parâmetros não foram observadas diferenças estatísticas
significativas para as cultivares Itapuã, Vera e Verônica. O número de folhas (NF)
obtidos para todas as cultivares são inferiores aos 23,06 folhas encontrados por
Vilas Boas et al. (2007) para a cultivar Verônica, avaliando a lâmina de irrigação na
cultura, em ambiente protegido modelo arco, no município de Lavras - MG.
Enquanto, Radin et al. (2004), na cidade Eldorado do Sul – RS, em ambiente
protegido tipo “estufa plástica pampeana”, verificaram em experimento com
cultivares de alface do tipo crespa, que a cultivar Verônica apresentou 27,7 folhas
em ambiente protegido e 16,5 folhas em condição de campo.
De acordo com Bezerra Neto et al. (2005) quanto maior o fluxo de fótons no
ambiente, maior a fotossíntese e prodão de fotoassimilados, ou seja, quanto maior
a luminosidade no ambiente, maior fotossíntese e quantidade de carboidratos
utilizados pela planta para o crescimento e desenvolvimento.
Cobertura H (cm) NF DC (cm) MFF (g) MFPA (g) P (t ha
-1
)
Sem Tela
19,30 a 14,35 a 27,27 b 181,74 a 134,77 a 14,97 a
Com Tela
19,94 a 12,74 b 29,19 a 144,89 b 113,48 b 12,61 b
Média 19,62 13,55 28,23 163,31 124,12 13,79
CV (%) 7,90 10,57 9,78 21,02 23,06 23,06
52
O diâmetro de copa obtido para as cultivares Itapuã, Vera e Verônica foram
semelhantes aos encontrados por Bezerra Neto et al. (2005) para a cultivar ‘Great
Lakes’ com média de 33,96 cm.
As cultivares Vera e Verônica apresentaram massa fresca das folhas menores
que os encontrados por Lima et al. (2004), com diferentes espaçamentos. Para o
espaçamento de 20 x 30, a massa fresca da folha variou de 263,34 a 302,29 g e
para espaçamento de 20 x 20, variou e 301,1 a 236,15 g. Enquanto Radin et al.
(2004) encontraram 235,48 g e Vilas Boas et al.(2007) 296,43 g para a cultivar
Verônica.
A produtividade apresentada pelas cultivares Itapuã, Vera e Verônica,
encontram-se muito próximas daquelas encontradas por Aquino et al. (2007) de
16,32 t ha
-1
para a cultivar Verônica. Os resultados obtidos por Ledo et al. (2000) e
Grangeiro et al. (2006) apontam para esta cultivar, produtividade de 25,2 e 20,8 ha
-1
,
respectivamente.
As variações de altura de planta, número de folhas, diâmetro do caule,
massa fresca das folhas e da parte área e da produtividade entre os ambientes sem
e com tela termorrefletora encontram-se na tabela 5. A altura das plantas não diferiu
estatisticamente entre os dois ambientes. A média de 19,62 cm foi menor que a
encontrada por Bezerra Neto et al. (2005) testando telas nas cores branca, verde,
preta e testemunha, as quais propiciaram diferença estatística significativa na altura
da planta somente em relação à testemunha.
No ambiente sem tela termorrefletora foram encontradas maior mero de
folhas, massa fresca de folhas, massa fresca da parte área e produtividade, que
diferiram estatisticamente do ambiente com a tela termorrefletora, para o qual se
observou maior diâmetro da copa.
Com base nos resultados obtidos, a cultivar Verônica apresentou, para as
variáveis estudadas, excelente resultados, embora não tenha apresentado diferença
estatística em relação às cultivares Itapuã e Vera. Desta forma é posvel utilizar
essas cultivares para o cultivo em ambiente protegido, com e sem a utilização de
tela termorrefletora. Quanto a cultivar Paola, não apresentou bons resultados, faz-se
necessário testar esta cultivar em outras condições de cultivo.
A utilização da malha termorrefletora o correspondeu às expectativas de
melhora no desempenho produtivo para a cultura de alface, visto a quantidade de
dias nublados ou chuvosos durante o período experimental. O uso da tela promoveu
53
redução na temperatura do ar e menor lâmina de água evaporada que deve refletir
no manejo da irrigação e na lâmina de água utilizada pela cultura, novas pesquisas
poderão determinar a sua utilizão em outras culturas, ambiente e manejo.
5 CONCLUSÃO
A utilização da tela termorrefletora reduziu a temperatura máxima e média
do ar em 2,2 e 0,5ºC, respectivamente, e a lâmina de água evaporada, mas não
alterou o poder evaporativo do ar em abrigo meteorológico.
A produtividade das cultivares de alface crespa foram superiores no
ambiente sem a utilização da tela termorrefletora.
Os melhores desempenhos produtivos foram observados nas cultivares de
alface crespa Itapuã, Vera e Verônica.
54
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