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“VULNERABILIDADE ECOTURÍSTICA NO
CAMINHO
DOS DIAMANTES
ESTRADA
REAL/MG”
Área de Concentração: Análise Espacial
Orientador: Prof. Dr. José Flávio Morais Castro
Mestranda: Flávia Machado da Cruz Pinheiro Barbosa
PUC-MG
Belo Horizonte
2009
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação em Geografia –
Tratamento da Informação Espacial
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Flávia Machado da Cruz Pinheiro Barbosa
VULNERABILIDADE ECOTURÍSTICA NO
CAMINHO DOS DIAMANTES – ESTRADA REAL/MG
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Geografia – Tratamento
da Informação Espacial da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Geografia.
Orientador: Prof. Dr. José Flávio Morais Castro
Belo Horizonte
2009
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Barbosa, Flávia Machado da Cruz Pinheiro
B238v Vulnerabilidade ecoturística no Caminho dos Diamantes – Estrada Real/MG /
Flávia Machado da Cruz Pinheiro Barbosa. Belo Horizonte, 2009.
163f.: il.
Orientador: José Flávio Morais Castro
Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Programa de Pós-Graduação em Tratamento da Informação Espacial.
1. Análise espacial (Estatística). 2. Ecoturismo – Minas Gerais. 3.
Vulnerabilidade. 4. Estrada Real. I. Castro, José Flávio Morais. II. Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em
Tratamento da Informação Espacial. III. Título.
CDU: 911.3(815.1)
Flávia Machado da Cruz Pinheiro Barbosa
Vulnerabilidade ecoturística no Caminho dos Diamantes – Estrada Real/MG
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Geografia – Tratamento
da Informação Espacial da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Geografia.
Área de Concentração: Análise Espacial
Banca examinadora
José Flávio Morais Castro (Orientador) – PUC Minas
Renato Moreira Hadad – PUC Minas
Bernardo Machado Gontijo – IGC-UFMG
Belo Horizonte, 15 de dezembro de 2009.
153
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, sempre presente em minha alma. Agradeço a minha família pela
compreensão nos momentos ausentes, aos meus queridos pais que possuem um coração
cheio de ternura, e em particular, minha avó-madrinha Conceição, pelo exemplo de pessoa
forte e cheia de garra. Ao meu eterno amor Paulo, pelo companheirismo e cumplicidade nas
horas mais difíceis e nos minutos de felicidade. Você possui uma sensibilidade que me deu
forças para enfrentar todos os obstáculos. Sensibilidade de artista, um designer por
natureza. Para sempre meu porto seguro, por isso agradeço pela paciência nos momentos
mais estressantes durante esta jornada. Agradeço ainda, a minha prima e turismóloga Érica
Baêta, nas orientações iniciais sobre Turismo, e a minha tia Márcia Baêta nas traduções.
Cássia, mais que minha cunhada, irmã do coração, não poderia esquecer de você, muito
obrigada pela força e ajuda!
Ao Programa de Pós-Graduação, pela oportunidade concedida em minha formação
acadêmica. Agradeço ao meu orientador, Prof.º Dr. José Flávio Morais Castro que desde a
minha graduação acompanhou esta caminhada, acreditando na minha capacidade de
pesquisa. Ao Prof.º Dr. Oswaldo Bueno Amorim Filho, pelo exemplo docente e cativante
durante suas aulas. Ao Prof.º PhD. Altino Caldeira, pela oportunidade nos trabalhos de
campo do projeto Estrada Real. E ao prof.º Dr. Leônidas Barroso, pela simplicidade
matemática e estimável dedicação aos seus alunos.
Aos amigos da PUC Minas em Contagem e aos professores do curso de Geografia com
ênfase em Geoprocessamento, em especial ao Prof.º Carlos Magno Ribeiro, pelas
conversas motivadoras que iniciaram esta pesquisa e ao Prof.º Paulo Rogério Junqueira
Alvim, pela oportunidade profissional e incentivadora no curso de Geografia da PUC Minas
em Contagem. Ao Instituto Estrada Real, pelas informações prestadas. Agradeço também
ao geógrafo Gabriel Azevedo Carvalho, pelas informações concedidas da SEMAD. Ao
CEDITUR que manteve uma recepção tão agradável e prestativa.
Enfim, agradeço a todos os meus amigos que me acompanharam e me deram incentivos
positivos. Aos queridos amigos Luiz, Éder, Tatiana e Ronan. Em especial, ao amigo Wagner
Batella pela caminhada acadêmica e profissional que juntos seguimos e que se tornou numa
verdadeira amizade desde a graduação. Ao casal geográfico Fabiano e Rejane, eternos
amigos que quero sempre ao meu lado. Minha amiga Luiza, também “geoprocessadora”,
agradeço pelos bons momentos de tira-dúvidas e compartilhamento das frustrações e
alegrias. Também meus agradecimentos para Carla Alves, pela ajuda tão espontânea.
x
152
Ao lar
"Minas não tem mar. Minas tem montanhas, matas e tem céu.
Minas não tem mar. Lá, quem quiser navegar tem de aprender
que o mar de Minas é em outro lugar.O mar de Minas não é no mar.
O mar de Minas é no céu, pro mundo olhar pra cima e navegar
sem nunca ter um porto onde chegar."
Rubem Alves
À força de vontade
“Anular a capacidade de trabalho de um indivíduo é roubar-lhe a própria essência de viver.
Eliminar as dificuldades e os problemas que lhe cercam a sobrevivência é privar o seu
raciocínio e inibir a sua criatividade, alienando-a no comodismo e jogando-a no tédio.
Pois, somente se compreende a vida como uma luta constante, quando a esperança do
amanhã e a vontade de participar e realizar estejam presentes em cada gesto e atitude,
porque é o desafio que nos difere das demais espécies.
Temos a capacidade de pensar, produzir, realizar,
guiar nosso futuro pelas nossas próprias mãos.”
Olavo Bilac
Aos desafios
“A falta de coragem é o pior dos perigos.”
Schiller
X
151
RESUMO
A sustentabilidade deve estar sempre presente nas atividades de ecoturismo. O
Caminho dos Diamantes integra o roteiro turístico da Estrada Real/MG e propicia o
desenvolvimento de várias modalidades ecoturísticas pela grande diversidade de
atrativos naturais. O objetivo geral desta pesquisa é fornecer subsídios técnico-
metodológicos ao planejamento ecoturístico no Caminho dos Diamantes, com base
nos resultados obtidos do Zoneamento Ecológico-econômico do Estado de Minas
Gerais – ZEE-MG, disponível pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, que permitiram a realização da análise
espacial dos recursos ecoturísticos, estreitando relações entre a Geografia e o
Turismo. Para tanto, foram realizadas análises da potencialidade ecoturística da
área de estudo, a partir de métodos aritméticos indicados por Smith (1992), e da
vulnerabilidade natural, a partir dos resultados do ZEE-MG. O resultado final desta
pesquisa é o mapa de vulnerabilidade ecoturística, desenvolvido por meio de
métodos e técnicas do geoprocessamento. A análise espacial indicou as classes de
vulnerabilidade ecoturística mais altas nos municípios de Diamantina, Ouro Preto,
Santana do Riacho e Mariana. Portanto, é necessário explorar de forma sustentável
essa região que possui enorme potencial ecoturístico.
Palavras-chave: análise espacial, ecoturismo, vulnerabilidade, Estrada Real.
X
150
ABSTRACT
Sustainability must always be present at ecotourism activities. “Caminho dos
Diamantes” (The Diamond Path) is part of the “Estrada Real – MG” (Royal Road –
MG) tourist route and it allows the development of a variety of ecotourism modalities
due to its wide diversity of natural attractions. The main objective of this research is
to offer technical and methodological subsidies for “Caminho dos Diamantes”
ecotourism planning, based on the results from “Zoneamento Ecológico-econômico
do Estado de Minas Gerais – ZEE-MG” (Minas Gerais State Ecological Economic
Zoning), available by “Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável – SEMAD” (Environment and Sustainable Development State
Department), which allowed for the spatial analysis of the ecotourism resources, thus
strengthening links between Geography and Tourism. Therefore, analysis of the
potential ecotourism of the investigated area was carried out through the arithmetic
methods identified by Smith (1992), as well as analysis of the natural vulnerability
through the results from ZEE-MG. The result of this research is a map of the
ecotourism vulnerability, developed by methods and techniques of the GIS. The
spatial analysis has indicated the highest categories of ecotourism vulnerability at the
municipalities of Diamantina, Ouro Preto, Santana do Riacho and Mariana.
Therefore, this region, which has a huge ecotourism potential, calls for being
explored in a sustainable way.
Key words: spatial analysis, ecotourism, vulnerability, Royal Road.
X
149
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Mapa de localização da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço no
Caminho dos Diamantes – Estrada Real – MG.........................................................13
Figura 2: Segmentação do mercado turístico............................................................21
Figura 3: Evolução do conceito de turismo sustentável ............................................23
Figura 4: Enfoque sistêmico do planejamento turístico. ............................................31
Figura 5: Processo de planejamento – esquema básico...........................................32
Figura 6: Modelo SISTUR .........................................................................................34
Figura 7: Divisões da Cartografia..............................................................................47
Figura 8: Exemplos dos processos de análise espacial ............................................49
Figura 9: Roteiro metodológico para o desenvolvimento da pesquisa ......................62
Figura 10: Exemplo da função Weighted Overlay .....................................................69
Figura 11: Mapa de localização da Estrada Real na região Sudeste........................73
Figura 12: Mapa de localização dos caminhos oficiais da Estrada Real...................74
Figura 13: Mapa de localização dos municípios do Caminho dos Diamantes...........75
Figura 14: Mapa de localização dos principais acessos no Caminho dos Diamantes
..................................................................................................................................77
Figura 15: Mapa da Capitania de Minas Geraes com a Deviza de suas Comarcas –
em destaque: Caminho dos Diamantes – Estrada Real............................................83
Figura 16: Mapa geológico simplificado do Caminho dos Diamantes .......................89
Figura 17: Mapa dos compartimentos do relevo no Caminho dos Diamantes ..........91
Figura 18: Mapa hipsométrico do Caminho dos Diamantes......................................94
Figura 19: Mapa das bacias hidrográficas do Caminho dos Diamantes....................96
Figura 20: Mapa de solos do Caminho dos Diamantes.............................................97
Figura 21: Mapa da vegetação do Caminho dos Diamantes.....................................99
Figura 22: Mapa das Unidades de Conservação do Caminho dos Diamantes .......100
Figura 23: Mapa de classificação climática do Caminho dos Diamantes ................102
Figura 24: Mapa dos atrativos naturais ...................................................................103
Figura 25: Mapa das atividades ecoturísticas .........................................................105
Figura 26: Mapa dos equipamentos de hospedagem .............................................107
Figura 27: Mapa dos equipamentos de alimentação...............................................108
Figura 28: Mapa da potencialidade ecoturística......................................................110
Figura 29: Mapa de vulnerabilidade natural ............................................................113
Figura 30: Mapa de vulnerabilidade ecoturística.....................................................114
Figura 31: Porcentagem da vulnerabilidade ecoturística do Caminho dos Diamantes
................................................................................................................................115
X
148
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Quantidade de municípios integrantes: roteiro turístico Estrada Real....72
TABELA 2: Quantidade de municípios integrantes nos caminhos da Estrada Real..72
TABELA 3: Potencialidade ecoturística....................................................................109
TABELA 4: Porcentagem da vulnerabilidade ecoturística por classe/município......115
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1: Organização das bases georreferenciadas...........................................54
QUADRO 2: Vulnerabilidade Natural ZEE-MG.......................................................57
QUADRO 3: Banco de dados dos recursos ecoturísticos..........................................59
QUADRO 4: Classificação dos atrativos naturais......................................................60
QUADRO 5: Metodologias para identificação da potencialidade turística.................64
QUADRO 6: Classificação dos métodos de avaliação do potencial turístico.............65
QUADRO 7: Ponderação dos grupos de variáveis....................................................67
QUADRO 8: Critérios para determinação das classes de vulnerabilidade
ecoturística.................................................................................................................70
QUADRO 9: Estratigrafia do Supergrupo Espinhaço.................................................88
X
147
LISTA DE SIGLAS
ACI – Associação Cartográfica Internacional
ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações
CECAV – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas
CEDITUR – Centro de Documentação e Informação Turística
CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo
FIEMG – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
FJP – Fundação João Pinheiro
FUNCESI – Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira
GIS – Geographical Information Systems (Sistema de Informações Geográficas)
GPS – Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global)
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEL – Instituto Euvaldo Lodi
IER – Instituto Estrada Real
MMA – Ministério do Meio Ambiente
RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural
SEMAD – Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SGBD – Sistema Gerenciador de Banco de Dados
SIG – Sistema de Informações Geográficas
SISTUR – Sistema de Turismo
SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
UC – Unidade de Conservação
UCPI – Unidade de Conservação de Proteção Integral
UCUS – Unidade de Conservação de Uso Sustentável
UFLA – Universidade Federal de Lavras
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
ZZE-MG – Zoneamento Ecológico-econômico do Estado de Minas Gerais
X
146
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................10
1.1 Objetivos da pesquisa ......................................................................................12
1.2 Justificativa........................................................................................................12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................18
2.1 Ecoturismo e desenvolvimento sustentável...................................................18
2.2 Planejamento turístico......................................................................................29
2.3. Os sistemas ambientais ..................................................................................36
2.3.1 Estudos de vulnerabilidades ambientais .....................................................40
2.4 Geoprocessamento e Turismo.........................................................................43
3 MATERIAIS, MÉTODOS E TÉCNICAS.................................................................51
4 CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-GEOGRÁFICA DA ÁREA DE ESTUDO ........71
4.1 Contextualização do roteiro turístico Estrada Real .......................................71
4.2 Processo de formação histórica dos caminhos reais....................................78
4.2.1 O legado dos viajantes naturalistas no Caminho dos Diamantes .............84
4.3 Caracterização fisiográfica do Caminho dos Diamantes...............................87
4.3.1 Geologia..........................................................................................................87
4.3.2 Geomorfologia................................................................................................90
4.3.3 Pedologia ........................................................................................................97
4.3.4 Vegetação .......................................................................................................98
4.3.5 Clima .............................................................................................................101
5 VULNERABILIDADE ECOTURÍSTICA ...............................................................103
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................121
REFERÊNCIAS.......................................................................................................124
ANEXOS .................................................................................................................138
X
10
1 INTRODUÇÃO
A discussão dos problemas ambientais cresceu de forma intensa nos últimos anos.
A destruição das poucas áreas verdes existentes, a poluição atmosférica, os
tratados ambientais entre países, as mudanças climáticas, as reduções na emissão
de gases, o mercado de compra e venda de créditos de carbono, a minimização dos
impactos ambientais, dentre outros, são temas presentes no cotidiano das pessoas
e nos principais encontros entre gestores públicos e empresários de grandes
corporações.
A necessidade de pesquisas relacionadas aos impactos ambientais tornou-se
grande demanda mundial. Uma das atividades econômicas causadoras de impactos
no meio ambiente é o Turismo. Os impactos causados pelo Turismo, atividade que
mantêm um crescimento acelerado em várias cidades, devem ser preocupações
fundamentais nessas pesquisas.
As atividades turísticas que beneficiam economicamente uma comunidade local
podem impactar o meio natural e o patrimônio histórico-cultural se não constarem de
planejamento adequado. Para um planejamento turístico eficiente é necessário o
conhecimento prévio da região e das características geográficas, principalmente
quando se tratar da implantação de um projeto pertinente ao ecoturismo. O
ecoturismo é uma recente modalidade turística que tenta se aproximar do conceito
de sustentabilidade por depender da natureza para sua efetividade.
O ecoturismo, conhecido também como Turismo ecológico, ganhou notoriedade
após a década de 90 com a criação dos propósitos para o desenvolvimento
sustentável em 1987, no relatório Brundtland
1
. O desenvolvimento sustentável é um
termo abrangente e utilizado em diversas áreas como forma de proteção ao meio
ambiente. Atualmente, muitas pesquisas que tratam sobre ecoturismo como principal
1
Relatório sobre o balanço do desenvolvimento mundial, publicado pela CMMAD Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, em 1987. Propõe estratégias
ambientais priorizando o desenvolvimento sustentável em longo prazo. (CMMAD, 1991)
11
foco procuram destacar a importância da interdisciplinaridade. A Geografia, aliada
ao geoprocessamento, é uma das ciências que permite essa interdisciplinaridade
junto ao Turismo, subsidiando a construção de planejamentos turísticos
sustentáveis, seja na elaboração de diagnósticos, prognósticos ou análises mais
específicas. Pretende-se com esta pesquisa estreitar relações entre a Geografia e o
Turismo.
Nesta pesquisa verificou-se, por meio de métodos e técnicas do geoprocessamento,
se áreas com potencialidade ecoturística estão localizadas em áreas de maior
vulnerabilidade natural. Influenciada pela importância histórico-geográfica, a
definição da área de estudo limitou-se pelo Caminho dos Diamantes que integra o
roteiro turístico Estrada Real, no Estado de Minas Gerais. O Caminho dos
Diamantes abrange 50 municípios, localizados no eixo principal do caminho e em
torno da sua área de influência.
Pela necessidade de estudos voltados ao planejamento ecoturístico, principalmente
no que cerne aos diagnósticos, percebe-se a importância das pesquisas ambientais
no percurso da Estrada Real. Diante disso, algumas inquietações nortearam a
pesquisa:
Quais municípios que possuem maior potencialidade ecoturística?
Quais áreas possuem maior vulnerabilidade natural?
Como é a distribuição espacial dos recursos ecoturísticos dos municípios?
Quais áreas necessitam de maiores investimentos para proteção do ambiente
natural em função da intensa atividade ecoturística?
Considerando o geoprocessamento como um forte aliado nas pesquisas que
envolvem o ecoturismo, buscou-se respostas a esses questionamentos direcionadas
aos gestores públicos e privados, aos agentes de Turismo, à população local e aos
turistas que elaboram roteiros, planejam viagens e se dirigem aos caminhos da
preservação e educação ambiental.
12
1.1 Objetivos da pesquisa
Esta pesquisa tem como objetivo geral fornecer subsídios técnico-metodológicos ao
planejamento ecoturístico no Caminho dos Diamantes do roteiro turístico Estrada
Real, com base nos resultados obtidos pelo Zoneamento Ecológico-Econômico do
Estado de Minas Gerais – ZEE-MG, disponível pela Secretaria Estadual de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, que permitiram a realização da
análise espacial dos recursos ecoturísticos, estreitando as relações entre a
Geografia e o Turismo.
Para identificar os municípios potenciais à prática do ecoturismo e com
vulnerabilidade ecoturística, pretende-se, com objetivos específicos:
y destacar a importância dos estudos geográficos no planejamento turístico;
y caracterizar os diversos componentes ambientais presentes na área de
estudo;
y analisar a distribuição espacial da potencialidade ecoturística;
y identificar áreas com maior vulnerabilidade natural (SEMAD, 2008); e
y realizar análise espacial da vulnerabilidade ecoturística.
1.2 Justificativa
A região da área de estudo contempla importantes cidades do Estado de Minas
Gerais, como Ouro Preto e Diamantina, que são classificadas como patrimônios
mundiais pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura – UNESCO (UNESCO, 2008a). Localiza-se no Complexo do Espinhaço,
área de grande biodiversidade e necessidade de proteção ambiental, titulada como
Reserva da Biosfera, também pela UNESCO (Figura 1).
13
Figura 1: Mapa de localização da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço no Caminho dos
Diamantes – Estrada Real – MG
14
Em Minas Gerais, a Serra do Espinhaço juntamente com a Serra da Canastra e a
Serra da Mantiqueira, é responsável pela organização atual da rede de drenagem
das principais bacias hidrográficas do Estado. Inicia-se na região central de Minas
Gerais prolongando-se até o norte da Bahia. O Espinhaço que é considerado uma
das regiões mais ricas do mundo em recursos naturais, contempla grande
biodiversidade formando um dos maiores campos rupestres brasileiros (UNESCO,
2005b).
O Governo do Estado de Minas Gerais recebeu um diploma em 2005, na cidade de
Belo Horizonte, declarando o título de Reserva da Biosfera ao Complexo do
Espinhaço. Esse título busca promover a preservação e exploração sustentável da
região, que também são fundamentos idealizados pelo ecoturismo.
A UNESCO identificou 482 Reservas da Biosfera no mundo, sete delas são
brasileiras: Amazônia Central, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Cinturão Verde da
Cidade de São Paulo, Pantanal e a Serra do Espinhaço (UNESCO, 2008b).
A Serra do Espinhaço é a sétima reserva do tipo no Brasil. Ela foi escolhida
pelo programa O Homem e a Biosfera/MAB
2
, da UNESCO, devido à sua
diversidade de recursos naturais existentes, que é considerada uma das
mais ricas do mundo. Devido a sua importância biológica, geomorfológica e
histórica serão adotadas medidas urgentes para a conservação de todo o
complexo montanhoso (UNESCO, 2005a).
Integrado a uma diversidade de recursos naturais devido à localização na Serra do
Espinhaço, o Caminho dos Diamantes – Estrada Real ainda é escasso de estudos
ambientais numa perspectiva regional. Investigações ambientais são realizadas
localmente em municípios pertencentes ao roteiro turístico, porém há uma carência
de pesquisas no conjunto regional. Comprova-se essa escassez no próprio site da
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG, gestora do Instituto
2
Criado em 1971, o Programa o Homem e a Biosfera (Programme on Man and the Biosphere – MaB)
é um programa de cooperação científica internacional sobre as interações entre o homem e seu meio.
As Reservas da Biosfera (RB’s) são a principal linha de ação do Programa e sua concepção é um
inovador instrumento de planejamento para combater os efeitos dos processos de degradação
ambiental.
15
Estrada Real – IER, que disponibiliza fontes de informações bibliográficas sobre o
roteiro turístico da Estrada Real, dentre essas fontes se enquadram monografias,
dissertações e teses.
Informações sobre os componentes ambientais e suas relações, como a topografia,
tipo de solo, clima, litologia, hidrografia e vegetação são imprescindíveis para a
prática de atividades ecoturísticas como o rafting, o arvorismo, o camping, o
cicloturismo, dentre outros. Por esse motivo a caracterização fisiográfica da área de
estudos está presente neste trabalho e fornece dados importantes que podem ser
utilizados por gestores públicos, planejadores, geógrafos, turismólogos e, até
mesmo pelos turistas. A interdisciplinaridade com diversas áreas de estudo
permitem comprovar que a Geografia é uma ciência que percorre a análise e a
síntese, como mostra Pierre George:
A Geografia, ciência de relações, pede um processo de pensamento
específico, partindo da descrição para chegar à explicação, em três etapas
principais: observação analítica, identificação das correlações, pesquisa das
relações de causalidade (GEORGE, 1986, p.7).
Castro (1993, p. 57) aplicou em sua pesquisa a sistematização dos Quatro Níveis da
Pesquisa Geográfica, elaborada em 1971 por André Libault, que “estabelece no
nível semântico a importância da análise e síntese na realização de diagnósticos”. O
autor reforça que “a Cartografia é um dos elementos finais de investigação; estando,
portanto, diretamente ligada aos aspectos gráficos dos métodos quantitativos”.
A Cartografia tem importante papel na aproximação entre a Geografia e o Turismo,
pois uma das fontes de consultas mais utilizadas por um turista são os mapas, que
constituem um precioso veículo de comunicação para a ciência geográfica. Mas, é
importante destacar a diferença entre mapas turísticos e mapas utilizados na
Geografia, como ressalta Sakitani:
Para a publicidade, o mapa tem uma função meramente ilustrativa, de
convencimento e de venda de um território turístico, diferentemente da
função do mapa atribuída pela cartografia, cuja principal função é a
localização dos fenômenos, vislumbrando uma representação da relação
que existe entre eles, em direção ao objetivo de criar uma imagem capaz de
16
revelar o conteúdo da informação selado nos dados que foram utilizados
(SAKITANI, 2006, p.37).
Os mapas turísticos ilustrativos que representam o ecoturismo, se incentivados por
uma eficiente comunicação cartográfica direcionada pela ciência geográfica, podem
favorecer a elaboração de roteiros turísticos adequados e fornecer informações
precisas aos turistas, além de subsidiar diagnósticos referentes ao planejamento
turístico.
Souza (2007, p.3) afirma que a Geografia, nos últimos anos, procura debater em
seus estudos a prática turística. O autor reforça uma discussão fundamental e
também presente na ciência geográfica, de que o Turismo é tido como um fenômeno
complexo. Sua complexidade tem levado várias disciplinas a buscar sua
compreensão não mais de forma particular, mas de forma pluridisciplinar,
transdisciplinar e multidisciplinar. A iniciativa de um trabalho interdisciplinar está
emoldurada nessa pesquisa, dividida em seis capítulos.
O primeiro capítulo aqui abordado é uma Introdução com a descrição da pesquisa,
comentários iniciais, definição dos objetivos, motivação e justificativa da realização
do trabalho.
No segundo capítulo, para a Fundamentação Teórica, foram definidos os conceitos
utilizados na pesquisa como: ecoturismo, sustentabilidade, planejamento turístico,
vulnerabilidade ambiental e geoprocessamento, sendo neste último conceito
apontadas importantes definições de cunho cartográfico.
O terceiro capítulo apresenta os Materiais, Métodos e Técnicas, com a descrição
das etapas metodológicas, dos métodos que fundamentaram a aplicação da
pesquisa e dos materiais e técnicas utilizadas.
O capítulo quatro trata da Caracterização Histórico-geográfica da Área de
Estudo, com a descrição e localização dos principais elementos da paisagem.
Foram abordados elementos naturais, como os aspectos fisiográficos da região e,
17
elementos antrópicos, evidenciando o legado dos viajantes naturalistas de um
determinado período histórico do Brasil. O quinto capítulo aborda a Vulnerabilidade
Ecoturística, a partir de análises dos levantamentos bibliográficos, de campo e de
laboratório, segundo os critérios dos objetivos propostos.
Por último, o capítulo seis, apresenta as Considerações Finais junto às conclusões
da pesquisa e algumas recomendações de futuros trabalhos com a intenção de
buscar continuidade e aprimoramento técnico-metodológico.
18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica busca acumular conhecimentos sobre modelos, conceitos
e explicações que norteiam o pesquisador durante a análise do objeto da pesquisa,
situando o estudo num contexto geral (DENCKER, 1998, p.68). O capítulo a seguir
apresenta bases teórico-metodológicas importantes de obras estudadas que
possuem relação com o tema aqui pesquisado.
Neste capítulo são abordados fundamentos teóricos referentes ao ecoturismo,
desenvolvimento sustentável, planejamento turístico e geoprocessamento,
desenvolvidos entre estudiosos da ciência geográfica e do Turismo. Resgata
trabalhos relevantes sobre vulnerabilidade e fragilidade ambiental, retratando a
contribuição das geotecnologias aos estudos ambientais. Vale ressaltar que o
planejamento turístico e os sistemas ambientais possuem enfoque sistêmico,
apoiados na Teoria Geral dos Sistemas, e exercem a função da interdisciplinaridade
neste capítulo.
2.1 Ecoturismo e desenvolvimento sustentável
Antes de se definir o ecoturismo, é necessário resgatar o significado do Turismo.
Assim como a Geografia, o Turismo tem suas raízes desde as antigas civilizações.
Goeldner, Ritchie e Mcintosh (2002, p.55) relatam que os primeiros exploradores,
comerciantes e navegantes ergueram as bases para o desenvolvimento do Turismo.
A origem do termo Turismo como aponta Oliveira (2001, p.17) está relacionada à
denominação “tur” do hebreu antigo que significa “viagem de descoberta, de
exploração, de reconhecimento”.
Para Barretto (2008, p.15) o termo “tur” ou “tour”, de origem francesa, está
etimologicamente ligado à expressão Grand Tour. Eram as viagens realizadas, entre
os séculos XVII e XVIII, por jovens ingleses elitizados num “percurso de ida e volta
19
com características peculiares quanto aos locais a serem visitados, ao tempo de
permanência neles e às motivações tanto para a viagem, quanto para a estada.” Os
jovens incentivados a fazer a Grand Tour para complementar sua educação eram
chamados de turistas. A Grand Tour foi bastante criticada ao perder seu propósito
educacional pela simples busca do prazer (GOELDNER, RITCHIE e MCINTOSH,
2002, p.49).
O termo tour ainda é utilizado nos dias de hoje como tour virtual quando se faz
referência aos passeios virtuais desenvolvidos em softwares específicos de
simulação e que representam um espaço virtual num tempo mínimo determinado.
Instituído no século XIX, porém, desenvolvido a partir do século XX, após a Segunda
Guerra Mundial, o Turismo foi conceituado como uma atividade consequente dos
aspectos relacionados à produtividade empresarial, ao poder de compra das
pessoas e ao bem-estar resultante da restauração da paz mundial (FOURASTIÉ
(1979) apud RUSCHMANN, 1997, p. 13).
Uma das primeiras definições foi elaborada por Hunziker e Krapf (1942) apud Beni
(1998, p.38) e afirmam que o Turismo é “a soma dos fenômenos e das relações
resultantes da viagem e da permanência de não-residentes, na medida em que não
leva à residência permanente e não está relacionada a nenhuma atividade
remuneratória”.
Banducci Júnior e Barretto (2006, p.18) enfatizam que o Turismo é um fenômeno
social, amplo e pode ser analisado sob o ponto de vista histórico, econômico,
psicológico, antropológico, etc. “Contudo, ressaltam que é na Geografia que o
debate sobre Turismo tem encontrado terreno fértil para seu desenvolvimento”.
A realização de viagens pelas pessoas, motivadas por uma série de atividades,
sejam elas o trabalho, a recreação ou o estudo, é uma característica particular do
Turismo. Dentre os vários segmentos turísticos, todos se baseiam em
deslocamentos espaciais. Para Ferrara (1999, p. 17), “a viagem corresponde aos
deslocamentos espaciais que demarcam suas diferenças concretas a partir das
paisagens que revela e, sobretudo, pela visibilidade que imaginariamente, produz”.
20
Porém, Ferrara (1999, p. 19) diferencia o significado de Turismo e viagem. Afirma
que “o deslocamento espacial é dominado pela viagem como metáfora de conquista
e o Turismo é o campo do deslocamento no tempo e se faz visível por meio dos
signos que o representam”.
A partir da definição de Ferrara (1999, p. 19) sobre Turismo e viagem, percebe-se
que os tropeiros e bandeirantes que percorreram os caminhos da Estrada Real a
partir do século XVIII, vivenciaram a região. O atual Turismo realizado nesses
caminhos identifica os lugares como pontos comerciais, produzindo espaços
fragmentados e excluindo oportunidades de vivenciá-los.
Carlos (1999, p.33) também critica a ilusão criada pelo Turismo. Explica que os
lugares imaginários nunca serão conhecidos porque o tempo de uma viagem
turística impede qualquer contato. Das verdadeiras viagens, apenas o transporte e o
deslocamento são aspectos semelhantes ao Turismo. Percebe-se na definição da
autora que no Turismo as experiências não são vivenciadas.
Rodrigues (1999, p.56) acredita que “o Turismo é uma atividade que produz (mesmo
quando se apropria sem transformar) um espaço”. Nota-se aqui uma contradição
quando a autora menciona que o Turismo se apropria sem transformar o espaço,
pois é evidente que toda e qualquer intervenção realizada num espaço, seja ela de
maior ou menor escala, provoca uma alteração no mesmo. No que se refere ao
Turismo como mercadoria o autor concorda com Carlos (1999, p.33) ao explicar que:
O espaço do/ou para o turismo constitui uma mercadoria complexa, pois ele
mesmo é uma mercadoria. Trata-se da natureza, ou da produção social,
incorporada em outra mercadoria, mas como parte do mesmo
consumo/produção/do espaço (RODRIGUES, 1999, p. 56).
Também Moretti (2002, p.3) entende o Turismo como mais uma indústria,
preocupada na produção em larga escala e, portanto, produzindo lugares turísticos
como mercadorias a serem consumidas.
A maioria dos conceitos aqui abordados são críticos ao Turismo. São tratados pelos
autores como um produto comercial voltado para aquelas pessoas que possuem
21
recursos financeiros e tempo livre fora de suas atividades habituais, sejam elas,
trabalho ou estudo.
Apesar disso, o Turismo pode atuar como uma atividade que estimula as pessoas à
preservação ambiental e histórico-cultural. Nas presentes condições ambientais, um
dos segmentos turísticos mais propícios ao estímulo de preservação é o ecoturismo.
O ecoturismo
3
apresenta-se como uma das várias modalidades de práticas sócio-
espaciais do Turismo, e tem ganhado importância especial para a conservação dos
ambientes naturais. No Anexo I, são descritas várias modalidades das atividades
ecoturísticas.
Diante de tantos segmentos turísticos é importante ressaltar que a natureza está
intrinsecamente ligada às atividades de férias, ou seja, de lazer. No entanto, as
atividades, neste âmbito, quando são especializadas, englobam um mercado
turístico variado, propiciado pela diversidade natural do espaço. O ecoturismo faz
parte deste nicho utilizando a natureza como base de sustentação (Figura 2). Pela
dependência dos recursos naturais, o ecoturismo teoricamente deve-se associar ao
Turismo que cuida e preserva esses recursos.
Figura 2: Segmentação do mercado turístico
Fonte: NIEFER e SILVA (1999, p.54)
3
No dicionário de símbolos “Eco é um dos atributos do grande deus ctoniano, o Jaguar. Por causa
disso, o eco é associado às montanhas, aos animais selvagens, [...].” (CHEVALIER e GHEERBRANT,
1991, p. 356)
22
Wearing e Neil (2001, p. 221) confirmam que “o ecoturismo gera benefícios para a
conservação da biodiversidade e pode, muitas vezes, ter sucesso na satisfação de
condições normalmente satisfeitas por outras atividades”. Ou seja, o ecoturismo ao
se equiparar com outras atividades, busca a natureza para sua realização devendo
prioritariamente ser sustentável e promover a preservação dos recursos naturais.
Ferreti (2002, p. 117) ressalta que “nem toda viagem para ambientes naturais é,
necessariamente, ecoturismo. O turismo que utiliza como matéria-prima a natureza
pode ser desenvolvido de vários modos”. Para tanto, é necessário que esse
desenvolvimento seja sustentável, pois “tende a simplificar os ecossistemas e a
reduzir a diversidade das espécies que neles vivem” (CMMAD, 1991, p.49). Para
concretizar o desenvolvimento sustentável é preciso minimizar impactos causados
sobre a vegetação, a qualidade da água, do ar e de outros elementos naturais, a fim
de manter a integridade global do ecossistema (CMMAD, 1991, p.49). Acredita-se
que a natureza é o espaço para a busca da reflexão, paz, harmonia e principalmente
por melhor qualidade de vida, um dos principais objetivos da sustentabilidade.
O conceito de desenvolvimento sustentável foi divulgado a partir da publicação do
relatório “Nosso Futuro Comum”, também chamado “Relatório Brundtland”, em 1987,
pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas –
CMMAD. O relatório indica que o “desenvolvimento sustentável deve satisfazer as
necessidades atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações
satisfazerem as suas próprias necessidades” (CMMAD, 1991, p.46).
Segundo Camargo e Nascimento (2002, p.3) “o desenvolvimento sustentável é visto
sob vários ângulos e cada qual destaca um aspecto que lhe é mais importante.”
Como consequência das diversas visões o conceito torna-se contraditório,
dificultando o entendimento e aplicação pela sociedade.
A conservação e o desenvolvimento sustentável ganharam importância por meio do
documento “Agenda 21: Agenda de ação para atingir o desenvolvimento
sustentável”, elaborado pela CNUMAD, na ECO-92, realizada no Rio de Janeiro em
1992.
23
Alguns autores indicam que o termo sustentabilidade surgiu ao mesmo tempo em
que foi criado o termo desenvolvimento sustentável, porém não há um consenso
sobre as reais diferenças entre ambos.
A sustentabilidade, segundo o dicionário de Houaiss, Villar e Franco (2002), significa
uma característica ou condição do que é sustentável, ou seja, que se mantém por
muito tempo. Como explicitado anteriormente, não há um critério para a
diferenciação entre os termos desenvolvimento sustentável e sustentabilidade. O
que se percebe atualmente é o uso mais expressivo do termo sustentabilidade.
Sancho (2001, p.244) não apresenta diferenças claras entre sustentabilidade e
desenvolvimento sustentável, porém pontua de maneira específica os três pilares
mais importantes ligados à sustentabilidade que são: qualidade, continuidade e
equilíbrio.
Neste âmbito, Sancho (2001, p.245) atribuiu ao Turismo sustentável o papel de
modelo de desenvolvimento econômico que projeta a melhoria da qualidade de vida,
a preservação do meio ambiente, o aumento da rentabilidade econômica para a
população local e para os investidores. O autor definiu campos de interação para a
sustentabilidade do sistema turístico: a sustentabilidade econômica, ecológica e
sociocultural. Ou seja, um empresário para investir sustentavelmente no local
necessita garantir a rentabilidade do investimento.
Swarbrooke (2000, p.11) afirma que “o debate sobre turismo sustentável é
parcialmente influenciado pelo conceito geral de desenvolvimento sustentável.” A
Figura 3 ilustra o processo pelo qual o debate se desenvolveu:
Figura 3: Evolução do conceito de turismo sustentável
Fonte: SWARBROOKE (2000, p.11)
24
A partir dessa discussão, nota-se um crescimento acelerado da atividade
ecoturística nas últimas décadas. Por depender da natureza, o ecoturismo vem
ganhando de forma simbólica, o papel principal na aplicação da sustentabilidade no
Turismo, enquanto outras atividades turísticas omitem que a sustentabilidade deve
ser aplicada em todos os sentidos e em todas as áreas.
A dependência da natureza para a realização do ecoturismo é comprovada na
definição de Lindberg e Hawkins (2005, p.15). Os autores acreditam que “as raízes
do ecoturismo encontram-se na natureza e no turismo ao ar livre.” A criação de
parques nacionais e de áreas naturais protegidas foram bases para o surgimento do
ecoturismo.
Já eram conhecidos ecoturistas no século XIX, pessoas com interesse nas
peculiariedades da natureza, quer seja nos parques nacionais de
Yellowstone e Yosemite, nos Estados Unidos, quer seja os aventureiros
com a finalidade de subir o Himalaia. Eram pessoas que tinham fascínio
pela natureza (FERRETI, 2002, p.116).
Contudo, o termo surgiu somente nos anos 80, denominando as viagens específicas
ligadas à natureza. O ecoturismo tornou-se o segmento do mercado internacional de
Turismo com os maiores índices de crescimento pela procura de experiências
turísticas em ambientes naturais pouco explorados (NIEFER; SILVA, 1999, p.1).
A primeira definição foi criada em 1983, por Héctor Ceballos-Lascuráin:
Ecoturismo ou turismo ecológico consiste em viagens ambientalmente
responsáveis com visitas a áreas naturais relativamente sem distúrbios,
para desfrutar e apreciar a natureza – juntamente com as manifestações do
passado ou do presente que possam existir. Ao mesmo tempo promove a
conservação, proporciona baixo impacto pelos visitantes e contribui
positivamente ao envolvimento socioeconômico ativo das populações locais.
(CEBALLOS-LASCURÁIN, 1996, p. 20).
Costa (2005, p.19) afirma que existe na atualidade “uma grande confusão
conceitual” em relação ao ecoturismo. É vasta a quantidade de denominações para
o Turismo voltado à natureza. Consequentemente, também foram geradas muitas
interpretações para o conceito de ecoturismo conforme os estudos de Wearing e
Neil:
25
O ecoturismo está evoluindo para um tipo de viagem especializada,
incorporando uma diversificada (e, muitas vezes, desconcertante) lista de
atividades e tipos de turismo, desde observação de pássaros, estudo
científico, fotografia, mergulho, caminhada na mata, até a recuperação de
ecossistemas danificados. A palavra ecoturismo é um termo amplo e vago.
Para alguns, é um subconjunto de atividades turísticas baseadas na
natureza; para outros, é um nicho de mercado, um tipo específico de
turismo de interesse especial (WEARING; NEIL, 2001, p.17).
Concorda-se com os autores ao afirmarem que o ecoturismo é um termo amplo e
vago. Amplo por ter muitas definições e ao mesmo tempo vago por ainda não ser
totalmente fiel ao seu discurso sustentável. A dicotomia entre preservação e
degradação da natureza está presente nas atividades ecoturísticas. Gontijo (2003,
p.137) identifica a insustentabilidade de uma região localizada na Serra do Cipó. A
região oferece atratividade ecoturística, porém, a utilização desenfreada dos
recursos naturais, sem um planejamento específico, vem causando sérios
problemas, não só ambiental, mas, também, na comunidade local.
Gontijo (2003, p.163) também sugere a criação de um Parque Natural Regional
juntamente com diversas ações mitigadoras para sanar os problemas devido à alta
concentração de turistas e má utilização dos recursos da região. O ecoturismo nesta
região ainda é insustentável. O autor acredita que para a atividade se tornar
sustentável a atitude da pessoa é que deve ser ecoturística e não o destino, ou seja,
quem viaja para um determinado espaço deve considerar os atrativos como lugares
sagrados e, somente assim, o turista terá responsabilidade de suas ações,
usufruindo conscientemente o atrativo (GONTIJO, 2003, p.182). Esta é uma
concepção bem estruturada e diferenciada do ecoturismo, pois incentiva profundas
reflexões sobre a visão distorcida que as pessoas possuem dos lugares turísticos,
uma visão somente de exploração e não de preservação.
Pires (2002, p.79) também realiza uma investigação crítica sobre a concepção do
ecoturismo ao evidenciar o interesse econômico nos recursos naturais a partir do
desenvolvimento do ecoturismo como “alternativa sustentável”.
O autor ressalta que, a partir da década de 50, o turismo convencional de massa se
mostrou uma atividade propriamente comercial e com um crescimento desenfreado.
Não era preocupação dos turistas respeitarem os limites dos destinos e das
26
populações locais. Portanto, por esses motivos, surge a necessidade de realização
de um Turismo “diferente”, chamado de Turismo alternativo. O Turismo alternativo
seria uma forma de minimizar os impactos causados pelo Turismo convencional de
massa, apontando uma nova ética turística.
É uma ética voltada ao desenvolvimento moderado, a valorização da cultura local, a
geração de benefícios locais, a preservação da paisagem e dos recursos turísticos
(PIRES, 2002, p.81). Essa nova ética ainda é contraditória ao modelo de
desenvolvimento econômico capitalista atual. Existem mudanças de comportamento
nas sociedades, porém ainda lento e receoso à desaceleração do crescimento
econômico. Afinal, vive-se nos dias de hoje numa sociedade extremamente
consumista.
Pires (2002, p.93) apresenta várias modalidades atribuídas ao Turismo alternativo.
Encontrou sessenta denominações e, dentre as mais recorrentes estão:
turismo sustentável;
turismo ambiental;
turismo ecológico;
ecoturismo;
turismo na natureza;
turismo com base na natureza;
turismo rural;
agroturismo;
viagem de aventura;
turismo com base local;
turismo cultural;
turismo participativo/de interesse especial;
turismo responsável.
Neste estudo, o autor propõe uma classificação das sessenta denominações e as
divide em grupos buscando características semelhantes entre elas. Essas
27
características são essências de cada modalidade, chamadas pelo autor de ênfase
ou enfoque. Cada grupo pertence a um enfoque específico.
A classificação Enfoque na Sustentabilidade e na Conservação abrange as
seguintes modalidades, dentre elas o ecoturismo:
turismo sustentável;
turismo ecológico;
ecoturismo;
turismo responsável;
turismo de pequena escala e passo suave;
turismo ambientalmente favorável;
turismo ético;
turismo socialmente responsável;
turismo de solidariedade;
turismo apropriado;
turismo suave;
turismo de baixo impacto.
Ressalta-se a origem do ecoturismo como um Turismo alternativo que se confunde
ao mesmo tempo com diversas modalidades turísticas atreladas entre si e tem seu
enfoque na sustentabilidade. Mas uma sustentabilidade inserida por pressões dos
discursos ambientais e não por espontaneidade. A evidência da sustentabilidade no
ecoturismo também está presente na definição do Instituto Brasileiro de Turismo –
EMBRATUR que, em 1994, publicou o conceito no documento “Diretrizes para uma
política nacional de ecoturismo”:
Ecoturismo é o segmento da atividade turística que utiliza, de forma
sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva a sua conservação e
busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da
interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações
envolvidas (COSTA, 2005, p.30).
É importante ressaltar também que nem todas as atividades ecoturísticas realizadas
atualmente buscam a formação de uma consciência ambientalista. A busca por uma
28
opção mais rentável economicamente junto à utilização dos recursos naturais
remete ao desenvolvimento do ecoturismo mal planejado em uma região.
Wearing e Neil (2001, p.18) indicam que “fazer ecoturismo é viajar para áreas
naturais relativamente tranqüilas ou sob proteção, encorajando a compreensão, a
apreciação e a conservação da flora, da fauna, da geologia e dos ecossistemas da
área”. Acrescenta-se ainda a importância da proteção social, ou seja, a preocupação
com a comunidade local. Os autores acreditam na “sustentabilidade ligada à
conservação, já que se fundamenta na capacidade de o meio ambiente renovar-se
sem diminuir ou prejudicar sua capacidade para isso” (WEARING; NEIL, 2001, p.18).
Essa é uma das maiores dificuldades do ecoturismo, utilizar o meio ambiente
respeitando o limite de capacidade de cada atrativo durante a recepção turística.
Segundo Sancho (2001, p.121), os atrativos são um dos principais componentes do
sistema turístico. Beni (1998, p. 271) explica que o atrativo turístico “é todo lugar,
objeto ou acontecimento de interesse turístico que motiva o deslocamento de grupos
humanos para conhecê-los.” Os atrativos turísticos se diferenciam dos recursos
turísticos. Os recursos turísticos são as estruturas e equipamentos oferecidos aos
turistas para manterem o contato com o atrativo (SANCHO, 2001, p.121). Quanto
mais atrativos e recursos turísticos presentes numa região, mais intenso será o
desenvolvimento das atividades turísticas. Nesta pesquisa, apresentamos os
recursos ecoturísticos como variáveis que propiciam o desenvolvimento das
atividades ecoturísticas.
É de suma importância que haja uma administração adequada para a prática do
ecoturismo, onde o governo, com apoio da iniciativa privada e da população local,
crie estratégias, legislações e regulamentações para utilização correta do atrativo
turístico, além de coordenar, controlar, planejar e promover o conjunto de toda a
atividade ecoturística (composto por empreendimentos locais, programas e políticas
de educação ambiental, atrativos turísticos, fluxo, turístico, etc.). Outro fator
imprescindível para o crescimento ordenado do ecoturismo é a adoção da política de
controle da capacidade de carga de cada atrativo. De acordo com CIFUENTE (1993,
p. 20), a capacidade de carga turística pode ser definida como o nível de visitação
que um sítio pode suportar, sem causar deterioração dos recursos e do ambiente
29
social do lugar, e sem que se diminua a qualidade da experiência dos visitantes. A
análise da capacidade de carga de um atrativo é uma das formas de limitação, sem
a intenção de proibir a realização das atividades ecoturísticas, ou seja:
Entende-se por capacidade de carga total de um destino o máximo uso que
se pode fazer dele sem que causem efeitos negativos sobre seus próprios
recursos biológicos, sem reduzir a satisfação dos visitantes ou sem que se
produza efeito adverso sobre a sociedade receptora, a economia ou a
cultura da área (SANCHO, 2001, p. 121).
Sancho (2001, p.248) ainda ressalta que a capacidade de carga está diretamente
ligada ao conceito de desenvolvimento sustentável, também associada ao
ecoturismo. Portanto, a partir dessas iniciativas conceituais, o ecoturismo tornou-se
sinônimo de atividade que deseja ser sustentável, mas que ainda necessita vencer
muitos obstáculos para alcançar realmente seu discurso de sustentabilidade. Para
que a sustentabilidade não seja teórica e, sim, o verdadeiro caminho para
preservação dos recursos naturais, é necessária atenção redobrada quando uma
região evidenciar potencialidades turísticas. Para tanto, o primeiro passo é direcionar
esforços ao planejamento turístico, principalmente no que se refere aos
diagnósticos.
2.2 Planejamento turístico
O ato de planejar está envolvido em situações corriqueiras do dia-a-dia e até mesmo
no enfoque mais técnico de uma atividade. Planejar um cardápio, uma viagem, uma
aula, uma pesquisa, a construção de uma estrada ou de uma casa, são os muitos
exemplos que implicam em alcançar determinados objetivos. O questionamento de
Lindberg e Hawkins (2005, p.21) sobre como evitar que algumas sementes,
transportadas na lama das botas de um caminhante introduzam uma erva daninha
intrusa em um frágil ecossistema montanhoso, é uma forma de planejar a
implantação de uma atividade turística e evitar impactos causados por ela.
Segundo Franco (2001, p.35) “a palavra planejamento carrega em seu valor
semântico o sentido de empreendimento, projeto, sonho e intenção. Como
30
empreendimento revela o ato de intervir ou transformar uma dada situação, numa
determinada direção, a fim de que se concretizem algumas intenções”. Neste ponto
de vista, Moraes (2006, p.41) acredita que o sentido geral do planejamento é tomar
as medidas necessárias para se atingir determinado estado ou objetivo.
Ações voltadas ao planejamento turístico são recentes. Em 1948, o planejamento
turístico teve seu primeiro modelo implantado na França, sendo que na Espanha, o
primeiro plano foi em 1952. A partir destes modelos, o planejamento se tornou
essencial para o Turismo nos outros países (PETROCCHI, 2001, p.73). Ruschmann
e Bordini (2006, p. 320) relatam que:
As primeiras manifestações de um planejamento formal do turismo datam
da década de 1940 em poucos países da Europa. Somente em 1960, a
prática foi adotada em outros países do continente. Na América Latina, o
planejamento turístico começou a ser realizado na metade da década de
1970, ainda que já existissem intenções nesse sentido desde os últimos
anos da década de 1960 (
RUSCHMANN; BORDINI, 2006, p. 320).
No Brasil, as primeiras atitudes sobre o planejamento turístico foram em 1966, ano
em que a política nacional de Turismo foi criada juntamente com o Conselho
Nacional de Turismo e da EMBRATUR, na época, Empresa Brasileira de Turismo.
Tardiamente, em 1972, desenvolveu-se o primeiro planejamento turístico no Brasil
(BARRETTO, 1991, p. 93). Somente na década de 1980, o planejamento turístico
acompanhou as discussões sobre desenvolvimento sustentável.
Duque e Mendes (2006, p.20) afirmam que o avanço das atividades turísticas no
Brasil não contou com um planejamento estruturado, causando muitos impactos
negativos nos espaços explorados. Após a consolidação dos discursos de
sustentabilidade, algumas pessoas notaram a necessidade de superar um grande
desafio: desenvolver o Turismo sustentável. Somente a partir disso foi priorizado o
planejamento turístico, mas, ainda sim, em poucas regiões e em passos lentos.
Descobriu-se que a garantia da sustentabilidade dos destinos turísticos é fornecida
por um adequado planejamento. Para Petrocchi (1998, p.19) o planejamento
turístico adequado se resume em quatro significados:
pré-determinar um curso de ações para o futuro;
conjunto de decisões interdependentes;
31
processo contínuo que visa produzir um estado futuro desejado, que somente
acontecerá se determinadas ações forem executadas;
atitude anterior à tomada de decisão.
O autor reforça o enfoque sistêmico do planejamento no Turismo, sendo necessária
a coleta de informações para servir de base no momento da tomada de decisão e
concretizar a ação. A Figura 4 mostra esse ciclo que é realimentado por novas
informações resultantes de suas ações.
Figura 4: Enfoque sistêmico do planejamento turístico.
Fonte: PETROCCHI (1998, p.21)
Duque e Mendes (2006, p.14) acreditam que o planejamento turístico “permite que
os objetivos sejam atingidos mais facilmente, na medida em que as tarefas e ações
são organizadas, permitindo que elas sejam priorizadas conforme a necessidade.” É
possível viabilizar a criação prévia de alternativas para a superação de obstáculos
encontrados à frente dos objetivos almejados.
Petrocchi (2001, p.76) realizou um levantamento dos diversos modelos voltados ao
planejamento turístico. Porém, antes de descrever esses modelos, Petrocchi (2001,
p.72) identificou uma estrutura comum a todos incluindo a necessidade de um
diagnóstico apropriado, a definição de metas e objetivos, a elaboração de
estratégias e planos de ação, e por fim, o acompanhamento da execução e análise
dos resultados para verificação de correções no planejamento a partir de novos
diagnósticos (Figura 5).
32
Figura 5: Processo de planejamento – esquema básico
Fonte: PETROCCHI (2001, p.72)
Nos estudos de Ruschmann e Bordini (2006, p.301) também há um consenso sobre
as etapas similares dos modelos de planejamento turístico. As etapas consistem em
coleta de dados, descrição de um diagnóstico e apresentação das intervenções
necessárias para se chegar à visão de futuro.
O Sistema de Turismo – SISTUR, elaborado por Mário Beni em 1988, é um dos
modelos de planejamento turístico estudados por Petrocchi (2001, p.86). Baseia-se
na Teoria Geral dos Sistemas, buscando estabelecer as relações e integração dos
elementos presentes no modelo de planejamento turístico (BENI, 1998, p.43).
Segundo Christofoletti (1979, p. 6) “a Teoria Geral dos Sistemas foi desenvolvida
inicialmente por Defay, em 1929, e Ludwing Bertalanffy, a partir de 1932.” Para o
autor é impossível estudar os elementos de um sistema isoladamente, sendo notável
a relação e dependência recíproca entre os componentes que formam um sistema
totalmente integralizado.
O SISTUR tem como objetivo principal ser um modelo referencial para:
Organizar o plano de estudos da atividade de Turismo, levando em
consideração a necessidade, há muito tempo demonstrada nas obras
teóricas e pesquisas publicadas em diversos países, de fundamentar as
hipóteses de trabalho, justificar posturas e princípios científicos, aperfeiçoar
e padronizar conceitos e definições, e consolidar condutas de investigação
para instrumentar análises e ampliar a pesquisa, com a conseqüente
descoberta e desenvolvimento de novas áreas de conhecimento em
Turismo (Beni, 1998, p.44).
33
O modelo SISTUR apresenta um pré-diagnóstico que traça as principais
características da região a ser trabalhada, a partir do levantamento de dados e
informações socioeconômicas, culturais e naturais.
Na etapa do diagnóstico, as pesquisas de oferta e demanda favorecem subsídios
para levantamento dos fatores físicos e não-físicos relacionados com a atividade
turística. A sustentabilidade do Turismo, do patrimônio histórico-cultural e da
potencialidade turística da região é promovida pela análise dos recursos disponíveis
(DUQUE e MENDES, 2006, p.30).
Para realizar o dimensionamento da produção de bens e serviços pela comunidade
é essencial caracterizar a estrutura econômica e social da região, sendo importante
análise dos equipamentos urbanos para identificação da ocupação turística, ou seja,
dos recursos turísticos (DUQUE e MENDES, 2006, p.30).
No prognóstico, as ações de futuros cenários se concretizam quando comparados
os resultados das metas estipuladas no diagnóstico e alcançadas na implantação do
projeto turístico. As políticas de desenvolvimento sustentável devem ser implantadas
nessas ações e é importante prever projetos nesse sentido para diminuir
desequilíbrios no sistema no que diz respeito à oferta e demanda turística. A Figura
6 é uma representação esquemática do modelo de planejamento turístico SISTUR:
34
Figura 6: Modelo SISTUR
Fonte: PETROCCHI (2001, p.86)
Um projeto turístico deve conter essencialmente duas etapas:
A etapa do estudo-diagnóstico define-se como de investigação, reflexão,
compreensão e juízo dos dados da realidade, com base em um quadro
normativo definido, com fins operativos que visem à intervenção. Esta etapa
coincide com a etapa de escolha e delimitação do tema, na qual o
planejador deve decidir exatamente o que planejar, qual será o objetivo de
seu trabalho. A etapa do prognóstico começa com a formulação de
alternativas de intervenção, na qual o planejador deve criar caminhos para
atingir seus objetivos, deve pensar na forma de realizar a tarefa desejada
(BARRETTO, 1991, p.28, grifo nosso).
35
É relevante para Ruschmann, Bordini e Delmanto (2006, p.104) que na “elaboração
de um plano, o levantamento prévio de informações é a base que dá segurança para
estabelecer as diretrizes necessárias ao desenvolvimento do turismo; para tanto,
deve ser aprofundado e abrangente”.
Com uma definição mais completa sobre as etapas de um planejamento turístico
Molina e Rodriguez (1991, p. 36) entendem que:
a primeira fase do planejamento como a de “definição”, que é composta por:
diagnóstico, prognóstico, identificação e fixação dos fins (os quantitativos
são as metas e os qualitativos são os objetivos), identificação das
estratégias, e instrumentos de apoio à fase de aplicação; o resultado dessa
fase é o plano. A segunda fase é a de aplicação, que dispõe a programação
das ações, a indicação dos recursos financeiros necessários às ações, a
instrumentação ou desenvolvimento de todos os tipos de projetos e, por
último, a avaliação (MOLINA E RODRIGUEZ, 1991, p.36).
Informações importantes como potencialidades, atrativos turísticos, público-alvo,
mercado potencial, equipamentos turísticos, infraestrutura e a realidade
socioeconômica do local integram o diagnóstico do planejamento turístico (DUQUE e
MENDES, 2006, p.30). Almeida (2006a, p.215) propõe que a potencialidade turística
de uma localidade pode ser entendida como:
a existência de condições objetivas favoráveis da oferta turística, dos
aspectos normativo-institucionais e de outros fatores complementares
capazes de viabilizar, por meio do adequado planejamento, uma
exploração turística sustentável destinada a satisfazer uma demanda
atual ou latente (ALMEIDA, 2006a, p. 215, grifo nosso).
A análise da potencialidade (relato sobre o potencial turístico e prioridade na
comunidade) é uma das etapas do modelo de planejamento turístico desenvolvido
na Austrália. Segundo Duque e Mendes (2006, p.31), é um dos modelos que melhor
representa a fase do diagnóstico, baseando-se na metodologia de análise
S.W.O.T.
4
. Essa metodologia também é sistêmica e consiste no levantamento das
variáveis: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
4
O termo S.W.O.T., em inglês, significa Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats. Consiste
numa metodologia utilizada para promover a análise de cenários, comumente utilizada em empresas.
No entanto, esta técnica vem sendo aproveitada também como ferramenta para estabelecer o nível
do desenvolvimento turístico em que se encontram as localidades, analisando os pontos fracos e
fortes, as fraquezas e oportunidades destes locais (DANTAS E MELO, 2008, p.120).
36
Diante disso, percebe-se que no planejamento ecoturístico, a fase do diagnóstico é
uma das mais importantes, principalmente no levantamento de informações
referentes à caracterização geográfica da região (oportunidades), localização dos
recursos naturais (oportunidades), inventário dos equipamentos turísticos
(oportunidades), fluxo turístico (ameaças), identificação das vulnerabilidades
(fraquezas) e potencialidades (forças) da região, dentre outras. Um sistema turístico
será estruturado a partir dessas informações que subsidiam a primeira etapa de um
modelo de planejamento ecoturístico, o diagnóstico de uma localidade.
2.3. Os sistemas ambientais
No Turismo é indispensável uma análise sistêmica apoiada nas questões espaciais,
e isso acontece com significativas contribuições da perspectiva geográfica no
planejamento, desenvolvimento e gerenciamento dos projetos turísticos (PEARCE,
2003, p.26).
Segundo Christofoletti (1979, p.1) é muito amplo o conceito de sistemas elaborado
por Hall e Fagen que, em 1956, afirmaram “se o sistema é o conjunto dos elementos
e das relações entre eles e os seus atributos, qualquer conjunto de elementos pode
se constituir um sistema, desde que possa ser relacionado no tempo e espaço”.
John Thornes e Denys Brunsden, em 1977, definiram o sistema como “conjunto de
objetos ou atributos e das suas relações, que se encontram organizados para
executar uma função particular” (CHRISTOFOLETTI, 1979, p.1).
Christofoletti (1979, p.1) também considera importante a definição de James Miller,
em 1965, que adiciona ao conceito de sistemas um conjunto de unidades com
características semelhantes e que possuem relações entre si. O autor ressalta as
cinco partes integrantes de um sistema:
elementos ou unidades: são os componentes que integram o sistema (as
suas variáveis);
37
relações: são os elementos inter-relacionados, criando uma dependência
entre eles através de ligações que formam os fluxos;
atributos: são as qualidades que se atribuem aos elementos ou ao sistema
com características próprias;
entrada (input): é tudo aquilo que o sistema recebe;
saída (output): é o resultado fornecido pelo sistema depois que as entradas
sofreram transformações.
Assim como é aplicada a Teoria Geral dos Sistemas nos modelos de planejamento
turístico, alguns modelos na Geografia buscam a mesma perspectiva. Para Tricart
(1977, p.19) “o sistema é como um conjunto de fenômenos que se processam
mediante fluxos de matéria e energia. Esses fluxos originam relações de
dependência mútua entre os fenômenos”. O autor ao se referir sobre o conceito
afirma que o sistema é o melhor instrumento lógico disponível para trabalhar com os
problemas do meio ambiente.
A Teoria Geral dos Sistemas também foi introduzida na Geografia por Arthur Strahler
em 1950, John Hack em 1960, Richard Chorley em 1962, Aland Howard em 1965,
Brian Berry em 1964, Peter Haggett em 1965, David Harvey em 1969, dentre outros
(CHRISTOFOLETTI, 1979, p.12).
Muitos conceitos abordados na Geografia e no Turismo seguiram o enfoque
sistêmico. O geossistema e a paisagem são exemplos disso, possuindo relevância
nos estudos geográficos e turísticos. Sobre a paisagem, Christofoletti (1999, p.38)
fez um breve histórico das proposições mais importantes na história do pensamento
geográfico.
Dentre essas proposições, é destaque o conceito elaborado por Carl Sauer que, em
1925, definiu a paisagem como um organismo complexo, feita pela associação
específica de formas e apreendida pela análise morfológica. A paisagem é
constituída pela “combinação de elementos materiais e de recursos naturais,
disponíveis em um lugar, com as obras humanas correspondendo ao uso que deles
fizeram os grupos culturais que viveram nesse lugar” (SAUER (1925) apud
CHRISTOFOLETTI, 1999, p.39).
38
Na mesma perspectiva que Carl Sauer, ressalta Carl Troll, em 1938, sobre a
importância de análise das paisagens naturais, culturais e econômicas ao criar a
junção Ecologia da Paisagem ou Geoecologia. É uma proposta dada pelo geógrafo
para definir e delinear as unidades componentes da superfície terrestre. A Ecologia
da Paisagem tem um enfoque no “estudo das relações entre indivíduos ou grupos de
organismos em uma determinada área da superfície da Terra” (CHRISTOFOLETTI,
1999, p. 39).
Sobre a integração e descrição dos fenômenos naturais, na década de 60, surge o
termo Geossistema, lançado pelo geógrafo russo Sotchava. Para ele, os
geossistemas compreendem “um espaço que se caracteriza pela homogeneidade
dos seus componentes, suas estruturas, fluxos e relações que integrados, formam o
sistema do ambiente fisco e onde há exploração biológica” (TROPPMAIR, 2006,
p.102).
O geossistema, portanto, é parte da geosfera e numa perspectiva vertical,
engloba as camadas superficiais do solo ou pedosfera, a superfície da
litosfera com elementos formadores da paisagem, a hidrosfera e a baixa
atmosfera, mas abrange também a biosfera, como exploradora do espaço
ou do sistema (TROPPMAIR, 2006, p.103).
Percebe-se que os geossistemas são componentes desenvolvedores da paisagem.
A paisagem é de fundamental importância nas produções de espaços turísticos.
Troppmair (2006, p.102) afirma que a visão sistêmica deve prevalecer e os
componentes físicos como o solo, água, vegetação, clima, dentre outros, devem ser
analisados num conjunto integrador. Neste sentido, também prevalecem os estudos
característicos, estruturais e dinâmicos da paisagem.
Troppmair (2006, p.102) lembra Christofoletti ao afirmar que o objetivo indispensável
da Geografia Física são os estudos dos geossistemas. Considerando o raciocínio do
autor, entende-se que para a Geografia Humana são imprescindíveis os estudos da
paisagem. Entretanto, nos dias atuais, sabe-se que a distinção entre as áreas Física
e Humana na ciência geográfica não é predominante entre os geógrafos que
buscam uma visão pluralista
5
.
5
São exemplos os estudos realizados por AMORIM FILHO (2006).
39
Dias e Santos (2007, p.3) discorrem sobre paisagem e geossistema enfatizando os
conceitos delimitados por Georges Bertrand e Jean Tricart. Georges Bertrand faz
distinção entre os conceitos e enfatiza:
A paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados.
É, em uma determinada porção do espaço, o resultado da combinação
dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos
que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um
conjunto único e indissociável, em perpétua evolução. (BERTRAND, 1972,
p.2).
Segundo Dias e Santos (2007, p.6), Georges Bertrand acredita que a paisagem,
geossistema e ecossitemas são conceitos diferentes, porém complementares. O
geossistema e ecossistema são essencialmente naturalistas e buscam a
identificação dos impactos causados pelas atividades humanas. A paisagem retrata
a análise social, sendo o resultado da intervenção da sociedade no espaço natural.
O geossistema e o ecossistema são sistemas passíveis de medição, que envolvem
trocas de energias e procuram atingir um equilíbrio natural. “Geossistema e
ecossistema são conceitos espaciais enquanto a paisagem é um processo, produto
do tempo e, mais precisamente, da história social” (BERTRAND (1978) apud DIAS e
SANTOS, 2007, p.6).
O interesse do geógrafo ao utilizar a abordagem sistêmica é na totalidade dos
sistemas não isolados, ou seja, que mantém relações com outros sistemas. Como
exemplo disso, pode-se destacar as relações da Geografia com os sistemas
turísticos. A Geografia tem destaque ao especificar essa abordagem, pois:
atualmente há maior embasamento tecnológico disponível para os estudos
das organizações espaciais, permitindo pesquisas mais acuradas a respeito
da estrutura, dinâmica e evolução dos sistemas inclusos no campo de ação
dessa disciplina (CHRISTOFOLETTI, 1999, p.1).
O embasamento tecnológico citado por Christofoletti (1999) está presente nas
geotecnologias. Inúmeras aplicações são desenvolvidas para análise espacial junto
aos sistemas ambientais. Várias aplicações das geotecnologias na identificação de
vulnerabilidades ambientais se tornam importantes instrumentos para o
planejamento ecoturístico.
40
2.3.1 Estudos de vulnerabilidades ambientais
A vulnerabilidade, fragilidade, susceptibilidade e risco ambiental são conceitos
contemporâneos e empregados em pesquisas que envolvem temáticas sobre
recursos naturais.
Veyret (2007, p.63) define os tipos de riscos que podem afetar a vida humana,
desde os ambientais, sociais até os riscos econômicos. Para a autora, um geógrafo
que estuda os riscos precisa focar a interpretação espacial. O risco é a “percepção
de um perigo possível, mais ou menos previsível por um grupo social ou por um
indivíduo que tenha sido exposto a ele” (VEYRET, 2007, p.24). A previsão de
cenários auxilia na detecção e prevenção de um risco. “As zonas de risco podem ser
definidas, portanto, de formas e superfícies variáveis, mapeáveis em diferentes
escalas espaciais e temporais” (VEYRET, 2007, p.12)
No Dictionnaire de l’environnement (1991) apud Veyret (2007, p. 24), a
vulnerabilidade “mede os impactos danosos do acontecimento sobre os alvos
afetados”. Os elementos ameaçados por acontecimentos de qualquer natureza são
definidos como alvos. A avaliação da vulnerabilidade de um alvo se dá pela
estimativa dos possíveis danos (VEYRET, 2007, 39).
Santos (2007, p.179) considera a vulnerabilidade como o “grau de suscetibilidade
em que um componente do meio, de um conjunto de componentes ou de uma
paisagem apresentam em resposta a uma ação, atividade ou fenômeno.” A condição
de superar as dificuldades causadas por um evento denuncia a fragilidade de um
sistema. Pode-se atribuir a essa condição o termo vulnerabilidade (VEYRET, 2007,
p. 42).
Neste mesmo sentido, Costa et al. (2007, p.2493) consideram a vulnerabilidade
ambiental como “o risco de degradação do ambiente natural, relacionada à erosão
do solo, perda de biodiversidade, assoreamento, contaminação do recurso solo-
água, etc”.
41
Para o ZEE-MG (SEMAD, 2008), a vulnerabilidade natural é “a incapacidade de uma
unidade espacial resistir e/ou recuperar-se, após sofrer impactos decorrentes de
atividades antrópicas consideradas normais”.
A avaliação da vulnerabilidade dá sustentação para entender aonde é vulnerável e
por qual motivo, bem como para reconhecer as causas sociais (SANTOS, 2007,
p.137). Atualmente, mapas de fragilidade ou vulnerabilidade são utilizados pelos
gestores públicos no que se refere ao planejamento físico-territorial. São muitas as
metodologias desenvolvidas para esse fim utilizando os recursos geotecnológicos.
Ross (1994, p.67) designou códigos para identificar níveis de fragilidade do solo, ou
seja, um índice de vulnerabilidade à erosão. O autor relaciona a fragilidade
ambiental com a Teoria Geral dos Sistemas em que a natureza procura alcançar um
equilíbrio dinâmico entre seus componentes simultaneamente às interferências do
homem.
Ross et al. (2005, p.2204) utilizaram as técnicas de modelagem numérica do terreno,
sensoriamento remoto e álgebra de mapas para mapear a fragilidade ambiental da
bacia hidrográfica do Córrego Alegre localizada no município de Atibaia, Estado de
São Paulo.
Sporl (2007, p.22) utilizou as redes neurais artificiais, a partir de um modelo
matemático, e lançou uma nova metodologia para a construção de modelos de
fragilidade ambiental. As técnicas utilizadas pela autora ainda não fazem parte do
cotidiano dos geógrafos, porém retratam novas possibilidades com os Sistemas de
Informações Geográficas – SIG’s.
Na pesquisa de Marcelino (2003, p.30) foi elaborado um mapeamento de áreas
susceptíveis a escorregamentos, aplicando técnicas de sensoriamento remoto e
SIG. Técnicas como a fusão de imagens ópticas orbitais e de inferência geográfica
possibilitaram o pesquisador alcançar maior precisão na elaboração do mapa de
susceptibilidade.
42
Luchiari, Kawakubo e Morato (2003, p.2) afirmam que “os produtos gerados pelos
estudos de fragilidade ambiental constituem-se em um importante subsídio para os
zoneamentos, que têm o objetivo de disciplinar o uso do solo”.
Um exemplo de subsídio para o poder público e instituições privadas nas tomadas
de decisões é mapa de vulnerabilidade natural elaborado para o ZEE-MG. O “ZEE-
MG é a representação cartográfica de um território dividido em zonas homogêneas
quanto à possibilidade de um dado empreendimento humano ser viável e
sustentável sócio-econômica e ambientalmente” (SCOLFORO; CARVALHO;
OLIVEIRA, 2008, p. 6). Os critérios utilizados por Ross (1994) na definição das
classes de fragilidade natural possuem uma relação bem próxima com as classes do
mapa de vulnerabilidade natural da SEMAD (2008).
O ZEE-MG, concluído em 2008, foi elaborado pela Universidade Federal de Lavras –
UFLA, em conjunto com diversas instituições mineiras como a Fundação João
Pinheiro – FJP, universidades, institutos, empresas de pesquisa, secretarias de
Estado, organizações governamentais, e ainda representantes da sociedade civil. A
SEMAD é responsável pela atualização, sistematização e disponibilização dos
dados do ZEE-MG.
Costa et al. (2009) destacou áreas de fragilidade ecoturística, definidas a partir das
situações de vulnerabilidade aos processos erosivos e de movimentos de massa. Os
autores mapearam os atrativos turísticos e identificaram as situações de
vulnerabilidade à erosão em suas proximidades. A publicação do termo fragilidade
ecoturística foi apresentada por Costa et al. (2009), norteando a metodologia desta
dissertação e indicando o resultado do mapa de vulnerabilidade ecoturística.
Diante do crescimento turístico e consequentes impactos ambientais gerados na
região da Estrada Real, esta pesquisa alia-se aos resultados provenientes do ZEE-
MG disponível pela SEMAD em função da análise espacial dos recursos
ecoturísticos localizados no Caminho dos Diamantes.
43
2.4 Geoprocessamento e Turismo
A Geografia dispõe de métodos e técnicas da análise espacial que podem auxiliar a
elaboração de diagnósticos em um planejamento ecoturístico. Atualmente, a análise
espacial conta com vários recursos geotecnológicos. Um dos recursos mais
utilizados não só pelos geógrafos, mas, também por outros profissionais, são os
Sistemas de Informações Geográficas – SIG’s, do inglês Geographical Information
Systems – GIS. Várias áreas do conhecimento podem utilizar esses recursos para
solucionar questões que envolvem análise espacial, inclusive o Turismo. Nesse
sentido, Almeida (2006b, p.81) esclarece que:
o ensino de planejamento turístico deve estar apoiado no uso de recursos
informacionais, como softwares de gerenciamento de projetos (por exemplo,
o MS Project) e sistemas de informações geográficas, além dos
programas habitualmente usados para a criação de documentos diversos
que integram os planos, programas e projetos (textos, gráficos e tabelas)
(ALMEIDA, 2006b, p.81, grifo nosso).
O autor destaca também a necessidade do uso de laboratórios de
geoprocessamento nos estudos turísticos, porém alerta sobre a maior familiaridade
da Geografia na utilização dos mesmos (ALMEIDA, 2006b, p.81). Antes de
apresentarmos a aplicação do geoprocessamento como forma de contribuição ao
planejamento ecoturístico, é necessário esclarecer, sem a intenção de esgotar o
assunto, alguns conceitos relacionados ao tema.
Dentre os três segmentos científicos que mais crescem no mundo estão as
biotecnologias, as nanotecnologias e as geotecnologias (GEWIN, 2004). Sendo este
último, o segmento representante da tecnologia geográfica aplicado aos métodos de
análise espacial. Atualmente, geotecnologias é um termo que muitas vezes é
confundido com o geoprocessamento, pela proximidade entre ambos. As
geotecnologias são as tecnologias utilizadas no desenvolvimento de trabalhos na
área de geoprocessamento. Ormond afirma que:
As geotecnologias são todas as tecnologias relacionadas à Geoinformação.
Esse conceito abrange a aquisição, processamento, interpretação (ou
análise) de dados ou informações espacialmente referenciadas. O termo
"Geotecnologia" refere-se a um grupo de tecnologias de informação
44
geograficamente referenciada, onde podemos situar o GPS, GIS,
Sensoriamento Remoto, Cartografia, geodésia e outros (ORMOND, 2005).
O geoprocessamento é mais amplo por tratar também das teorias que o envolvem,
pois foi reconhecido como disciplina científica independente em 1989, nos Estados
Unidos, a partir do desenvolvimento dos Sistemas de Informações Geográficas
(INPE, 2001, p.3).
Na pesquisa realizada por Moura (2005, p. 8), o “geoprocessamento, segundo a
maioria dos autores da área, engloba processamento digital de imagens, Cartografia
Digital e os sistemas informativos geográficos, ou sistemas de informações
geográficas, ou mesmo sistema geográfico de informação”.
No mesmo sentido, estão os conceitos atribuídos por alguns pesquisadores e
instituições. No glossário do Geominas (1996) geoprocessamento “é o conjunto de
tecnologias de coleta, tratamento, desenvolvimento e uso de informações
georreferenciadas”.
Meirelles, Câmara e Almeida (2007, p. 25) definem geoprocessamento “como um
ramo da tecnologia de computação eletrônica de dados, na medida em que se apóia
diretamente no processamento de dados georreferenciados.” Os autores definem
geoprocessamento baseando-se no termo Geomatic, traduzido de outras línguas.
A evolução dos sistemas voltados aos estudos espaciais acompanha o
desenvolvimento dos processos informatizados, difundindo em várias áreas o
geoprocessamento. As primeiras formas de processar dados espaciais contaram
com recursos computacionais precários, mas que, para a época significavam os
primeiros passos para a evolução dos SIG’s. Esses sistemas são utilizados por
instituições públicas, privadas e acadêmicas, e se firmaram na década de 80 até os
dias de hoje como instrumentos fundamentais para a análise espacial (INPE, 2001,
p.3).
Burrough e Mcdonnell (1998, p.11) definem um SIG “como um conjunto poderoso de
ferramentas para coletar, armazenar, recuperar, transformar e vizualizar dados
45
espaciais da realidade para propósitos específicos.” Pode-se notar uma
sobreposição entre os conceitos geotecnologias, geoprocessamento e SIG.
Silva (2001, p.29) apresenta a terminologia “Sistemas Geográficos de Informação
como estruturas de programação (pacotes de programas) que permitem a captura, o
armazenamento e atualização dos dados, sua exibição e, acima de tudo, análises e
integrações de dados ambientais”. O autor defende o uso deste termo em função da
estrutura de seus componentes. Nesta dissertação, optamos pela terminologia GIS,
que, traduzida para o Português, significa Sistema de Informações Geográficas –
SIG. Entende-se por essa terminologia que a essência do SIG é a informação ser
geográfica e não o sistema ser geográfico.
Os SIG’s potencializaram o papel da Cartografia na difusão da informação
geográfica e contribuíram para o acesso e o tratamento de dados espaciais em larga
escala, portanto é necessário o devido cuidado na manipulação desses dados. Nos
estudos de Moura (2005, p.6) tanto a falta, quanto o excesso de dados, são
prejudiciais para análise espacial.
A revolução paradigmática que valoriza as geotecnologias também permite o acesso
e a popularização de conceitos geográficos até então adormecidos por alguns
geógrafos. Utilizado por vários profissionais, um SIG é capaz de reunir informações
geográficas e estratégicas para o planejamento, pesquisa e suporte à tomada de
decisão.
Sakitani (2006, p.34) realizou um estudo sobre a Geografia e a Cartografia do
Turismo, elaborando uma proposta cartográfica para o Turismo. A autora afirma que
somente a partir do século XXI, firmaram-se pesquisas “enfocando os aspectos
pictórios, analisando mapas turísticos existentes ou propondo metodologias para
confecções de mapas turísticos através da utilização da geotecnologia”.
A Cartografia também acompanhou o processo de evolução tecnológica dos SIG’s e
é considerada como uma ciência fundamental para o desenvolvimento dos mesmos.
Dispõe de métodos para representação da distribuição dos fenômenos no espaço,
sendo considerada o principal veículo de comunicação para a ciência geográfica.
46
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (1999, p.3), o
conceito da Cartografia foi estabelecido em 1966 pela Associação Cartográfica
Internacional – ACI, e posteriormente, ratificado pela UNESCO, no mesmo ano:
A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações
científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de
observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para a
elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou
representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e
socioeconômicos, bem como a sua utilização (IBGE, 1999, p.3).
Na década de 70, Libault (1975, p.220) apresentou a Cartografia do Turismo como
possibilidade de estudos pela Geografia. O geógrafo afirma que “as próprias cartas
turísticas já constituem um domínio particular que pode representar um novo campo
de pesquisa para os cartógrafos”. Segundo Duque e Mendes (2006, p.76), a
“cartografia para o planejamento turístico é uma cartografia de precisão, que remete
a uma análise espacial do território”.
Dentre as estruturas da Cartografia, a Cartografia Sistemática é bastante
significativa, pois segundo Sanchez (1981, p.76) “serve de base para outras
representações”. Castro (2006, p.21) afirma a existência de muitas divisões na
Cartografia e de forma didática propôs uma organização destas ramificações (Figura
7).
47
Figura 7: Divisões da Cartografia
Fonte: CASTRO (2006, p.21).
Numa pesquisa valorizada pela análise espacial e que envolve temas ambientais,
como nesta dissertação, é fundamental a representação dos principais elementos
planimétricos e altimétricos. Segundo Castro (2006, p. 29) os “elementos altimétricos
são caracterizados pelas curvas de nível e pelos pontos cotados, e, elementos
planimétricos, caracterizados pela hidrografia, vegetação, rede viária, entre outros”.
A morfometria
6
de um relevo dá-se pela altimetria resultando em informações como
declividade, orientação de vertentes, hipsometria, perfil topográfico, etc. (CASTRO,
6
No verbete definido por Houaiss, Villar e Franco (2002) morfometria “é a mensuração e estudo
matemático das formações e configurações da superfície terrestre.”
48
2006, p.29). São informações utilizadas na caracterização da paisagem, elemento-
chave do Turismo, e que possibilitam a comunicação visual sobre a forma do relevo
de uma região. Duque e Mendes (2006, p.78) avaliam os mapas que devem ser
disponibilizados aos planejadores turísticos: hipsométrico, declividade, orientação de
vertentes, geológico, reservas ambientais, dentre outros.
O conjunto dessas informações geográficas é representado pela Cartografia
Temática. Nas pesquisas de Castro (2006, p.22), a Cartografia Temática “é
entendida como o conjunto de preocupações e operações que visam representar
graficamente a um conjunto de dados em certa área”. Para Ferreira e Moura (2005,
p.3) no Turismo:
os mapas temáticos são de fundamental importância, não apenas para
compreensão do território em si, mas também para identificação de
possíveis locais de visitação, distâncias entre atrativos, o tipo de atrativo
que determinado local possui e também informações sobre condições
naturais (relevo e hidrografia) do lugar a ser visitado (FERREIRA E MOURA,
2005, p.3).
Os mapas temáticos necessitam de tratamento para organização das informações
disponíveis. O tratamento da informação espacial é promovido pela Cartografia
Digital possibilitando gerar, em tempo mínimo e com relativa facilidade, grande
diversidade de produtos cartográficos. Portanto, a Cartografia Digital é um
importante instrumento que auxilia o esclarecimento de questões básicas da análise
espacial.
Para análise espacial é necessário um conjunto de fenômenos representados
geograficamente. Busca-se a partir de métodos e técnicas específicas a definição,
direção, padrão, tendência, localização, condição e explicação desse conjunto de
fenômenos (ABREU, 2006). Para Maguire (1991, p.16) esses questionamentos são
processos da análise espacial e se adaptam perfeitamente em um SIG. O autor
indica perguntas que representam os processos da análise espacial (Figura 8):
49
Figura 8: Exemplos dos processos de análise espacial
Fonte: Adaptado de MAGUIRE (1991, p.16)
Guerra, Machado e Abreu (2003, p. 119) afirmam que a Cartografia Digital e os
Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados – SGBD’s são os alicerces de um SIG.
Os autores acrescentam ainda que “a Cartografia Digital nada mais é do que a
transposição das cartas geográficas para o computador”.
Entende-se que a Cartografia Digital não é tão simples como apresentada pelos
autores. Além dos cuidados mencionados por Moura (2005, p.6) com o excesso de
dados no geoprocessamento, há de se priorizar os estudos sistemáticos da
Cartografia preocupando-se com as convenções, padrões e regras
institucionalizadas internacionalmente.
Pelo motivo do planejamento e gestão das atividades turísticas serem
intrinsecamente relacionados à manipulação de dados ambientais e
georreferenciáveis, podem utilizar o potencial da Cartografia e do geoprocessamento
para análise espacial (DUQUE E MENDES, 2006, p.11).
Longley et al. (2001, p.278) explica que análise espacial é “um conjunto de métodos
cujos resultados variam quando a localização dos objetos analisados é modificada”.
Druck et al. (2004, p.2) explicam que a análise espacial mensura propriedades e
50
relacionamentos, levando em conta a localização espacial do fenômeno em estudo
de forma explícita. Todos os autores apresentam definições em função da
localização espacial. Entretanto, para análises em função da localização espacial
dispomos de uma variedade de dados que, dependendo de sua qualidade e da
forma que são empregados, podem comprometer os resultados de qualquer análise.
Diante disso, concorda-se com Duque e Mendes (2006, p.88) quando propõem que
a Cartografia Digital está inserida em um conjunto de técnicas de
geoprocessamento, entre as quais se destaca a associação dos SIG’s. Essa
associação possibilita a montagem de banco de dados cartográficos e
alfanuméricos, com informações de localizações e de atributos, o que permite o
cruzamento de dados e espacialização de resultados, proporcionando análises
espaciais precisas, além da produção de mapas de boa qualidade. O Turismo é
dependente do espaço geográfico e o geoprocessamento atende as necessidades
de análise espacial requeridas pelo planejamento turístico.
51
3 MATERIAIS, MÉTODOS E TÉCNICAS
Este capítulo apresenta os métodos, materiais e técnicas aplicados nesta pesquisa
em quatro etapas metodológicas. A primeira etapa foi direcionada à fundamentação
teórica na busca de principais referências bibliográficas. Na revisão da literatura, o
conceito de Turismo teve importante destaque quanto à diferenciação que alguns
autores fazem entre os conceitos de Turismo e viagem. Na abordagem sobre o elo
entre Turismo e sustentabilidade utilizou-se uma breve exposição sobre a atividade
turística considerada mais sustentável, o ecoturismo.
A proximidade entre a Geografia e o Turismo é comprovada pelo significado de
planejamento. O SISTUR proposto por Beni (1998, p.43), relevante na
fundamentação teórica, é um dos modelos mais completos e complexos nos estudos
de planejamento turístico. Nele, é enfatizada a Teoria Geral dos Sistemas, presente
também nas teorias geográficas a partir dos conceitos de paisagem (Carl Sauer em
1925 e Georges Bertrand em 1968) e geossistema (Jean Tricart em 1977; Antônio
Christofoletti em 1979 e Helmut Troppmair em 2006).
Pesquisas sobre fragilidade ambiental desenvolvidas pelos geógrafos Jean Tricart,
Antônio Christofoletti e Jurandyr Ross são modelos na Geografia e servem de base
para análises espaciais entre elementos da paisagem, como a declividade,
orientação de vertentes, tipo do solo, padrão de relevo, dentre outros fatores
ambientais. Isso é evidente no contexto do ZEE-MG, produzido pela SEMAD (2008)
e aqui utilizado como referência para análise da vulnerabilidade natural da região de
estudo.
Também é evidente no ZEE-MG (SEMAD, 2008) a importância que os SIG’s
possuem na organização e elaboração de mapas como suporte às decisões no
planejamento sócio-ambiental e econômico. Instituições como o Ministério do Meio
Ambiente – MMA, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Serviço
Geológico do Brasil – CPRM, Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL,
52
dentre outras, disponibilizam publicamente bases georreferenciadas, que foram
estruturadas e desenvolvidas em SIG’s.
A segunda etapa constou de trabalhos de campo na área de estudo e da seleção e
organização das bases geográficas e do banco de dados dos recursos ecoturísticos.
Os trabalhos de campo em pesquisas geográficas se tornaram fundamentais para
observações empíricas. Nesta pesquisa foram realizados trabalhos de campo para o
reconhecimento prévio da região, importantes para observações mais generalizadas
da área de estudo. Os municípios visitados foram: Acaiaca, Barão de Cocais, Barra
Longa, Catas Altas, Conceição do Mato Dentro, Congonhas do Norte, Diamantina,
Mariana, Ponte Nova, Presidente Kubitschek, Santa Bárbara, Santo Antônio do
Itambé, Serra Azul de Minas e Serro. Os relatórios dos trabalhos de campo contaram
com registros fotográficos, descrições das viagens, coleta com equipamento de
Sistema de Posicionamento Global – GPS das coordenadas geográficas dos
principais pontos geográficos.
Esta pesquisa insere-se no Programa de Pós-graduação em Geografia e possui uma
particularidade, o Tratamento da Informação Espacial. “A noção de informação
espacial está relacionada à existência de objetos com propriedades, que incluem
sua localização no espaço e sua relação com outros objetos” (INPE, 2001, p.6).
Portanto, a informação espacial, neste caso, é constituída por um dado condicionado
à espacialização, isto é, que o dado tenha possibilidade de ser tratado e visualizado
através de mapas, a partir de técnicas específicas e auxiliadas por softwares de
análise espacial. Os softwares utilizados nesta pesquisa para conversão e
visualização de dados, elaboração de tabelas e mapas, inclusive para manipulação
de imagens e layouts dos mapas foram:
Adobe Photoshop CS4: manipulação de imagens para elaboração dos
layouts dos arquivos matriciais (RASTER), consistindo na remoção do fundo
branco das imagens para a importação dos mapas no Corel Draw;
53
ArcGIS – Versão 9.2 (foi cedida para a autora uma licença temporária de um
ano pela empresa Imagem como incentivo na utilização do software em
pesquisas de mestrado e doutorado): elaboração dos mapas;
AutoCAD Map – Versão 2000: visualização e conversão do arquivo do Limite
da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço;
CorelDRAW – Versão X3: diagramação de fluxogramas e layouts dos mapas;
Google Earth – Versão 5.0 Free: visualização e conversão dos arquivos dos
caminhos da Estrada Real;
GPS TrackMaker – Versão Free e Pro: visualização, organização e
conversão dos arquivos dos caminhos da Estrada Real;
Microsoft Office Access – Versão 2003: visualização e conversão de
tabelas do banco de dados do Instituto Euvaldo Lodi – IEL;
Microsoft Office Excel – Versão 2003: elaboração de tabelas;
Microsoft Office Word – Versão 2003: elaboração de quadros e do texto
final.
As bases georreferenciadas foram pesquisadas e organizadas para a produção dos
mapas. Foram utilizadas 26 bases georreferenciadas, disponibilizadas em vários
formatos por diversas instituições públicas e privadas, sendo que algumas das
instituições não indicaram a escala original da fonte primária (Quadro 1). Para os
mapas desta pesquisa, foi escolhido o Sistema de Coordenadas Geodésicas
(Latitude/Longitude) e o Datum do Sistema Geodésico Brasileiro, South American
Datum – SAD-69. As instituições que disponibilizaram as bases georreferenciadas
foram:
CECAV – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
GISMAPS – Empresa privada de prestação de serviços de
geoprocessamento
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
54
IEF – Instituto Estadual de Florestas
IER – Instituto Estrada Real
Ministério dos Transportes – PNLT Plano Nacional de Logística e
Transportes
MMA – Ministério do Meio Ambiente
SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável
UFLA – Universidade Federal de Lavras
Nº BASES FONTE PRIMÁRIA ESCALA DATA FORMATO
DISPONIBILIDADE
DE DADOS
1 Áreas urbanas de Minas Gerais ZEE-SEMAD ND 2008 SHAPE (.shp) ZEE SEMAD – 2008
2
Bacias Hidrográficas de Minas
Gerais
IGAM ND 2006 SHAPE (.shp) ZEE SEMAD - 2008
3 Capitais Estaduais do Brasil IBGE/DGC/DECAR 1: 2.500.000 2001 SHAPE (.shp) i3Geo - MMA – 2009
4
Cavidades Naturais
Subterrâneas do Brasil
CECAV ND 2009 SHAPE (.shp)
CECAV/ICMBIO/MMA
– 2009
5
Compartimentos de Relevo do
Brasil
IBGE ND 2002 SHAPE (.shp) i3Geo - MMA – 2009
6 Eixo Principal da Estrada Real IER ND 2007/2009
GPS TrackMaker
(.GTM)
IER - 2007
IER – 2009a
7
Eixo Principal do Caminho dos
Diamantes
IER ND 2007/2009
GPS TrackMaker
(.GTM)
IER - 2007
IER – 2009a
8 Ferrovias do Brasil
Ministério dos
Transportes/ANTT
ND 2003 SHAPE (.shp)
Ministério dos
Transportes - PNLT –
2007
9 Índice de Umidade ZEE-SEMAD
270 x 270
metros
2008 RASTER (.grid) ZEE SEMAD – 2008
10
Limite da Divisão Política do
Brasil
IBGE ND 2006 SHAPE (.shp)
Ministério dos
Transportes - PNLT –
2007
11
Limite da Reserva da Biosfera
da Serra do Espinhaço
SEMAD ND 2005 SHAPE (.shp)
Comitê da Reserva do
Espinhaço – 2009
12
Limite dos Municípios da
Estrada Real
IBGE/DGC/DECAR 1: 2.500.000 2001 SHAPE (.shp) i3Geo - MMA – 2009
13
Limite dos Municípios de Minas
Gerais
IBGE/DGC/DECAR 1: 2.500.000 2001 SHAPE (.shp) i3Geo - MMA – 2009
14
Limite dos Municípios de São
Paulo
IBGE/DGC/DECAR 1: 2.500.000 2001 SHAPE (.shp) i3Geo - MMA – 2009
15
Limite dos Municípios do
Caminho dos Diamantes
IBGE/DGC/DECAR 1: 2.500.000 2001 SHAPE (.shp) i3Geo - MMA – 2009
16
Limite dos Municípios do
Espírito Santo
IBGE/DGC/DECAR 1: 2.500.000 2001 SHAPE (.shp) i3Geo - MMA – 2009
17
Limite dos Municípios do Rio
Janeiro
IBGE/DGC/DECAR 1: 2.500.000 2001 SHAPE (.shp) i3Geo - MMA – 2009
Continua...
55
Quadro 1: Organização das bases georreferenciadas
Fonte: Elaborado pela autora, 2009
A base georreferenciada do Limite da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço
foi elaborada por Andrade e Viana (2005). Concedida em 2009 para esta pesquisa
no formato AutoCAD Drawing – .DWG, foi necessária a conversão do arquivo para o
formato SHAPE – .SHP, no software ArcGIS 9.2, sendo realizada automaticamente
pelo próprio software.
As bases georreferenciadas disponibilizadas pelo Instituto Estrada Real, em CD-
ROM (IER, 2007) e por correio eletrônico (IER, 2009a) estavam no formato GPS
TrackMaker – .GTM. O eixo principal do caminho da Estrada Real, definido pelo IER,
está em constante atualização desde sua criação. Em 2007, a instituição lançou um
CD-ROM com informações e dados sobre o Caminho dos Diamantes, inclusive com
arquivos em formato GPS TrackMaker – .GTM.
Diante dessas atualizações no roteiro turístico, em 2009, foi realizado contato com
funcionários do IER que forneceram arquivos no formato GPS TrackMaker – .GTM
referentes ao eixo principal e uma lista com os municípios pertencentes ao roteiro
18 Litologia do Brasil CPRM 1:1.000.000 2007 SHAPE (.shp)
GEOBANK/CPRM –
2009
19 Imagens de Radar SRTM SRTM 90 metros 2004 RASTER (.img) EMBRAPA – 2009
20
Rios e represas de Minas
Gerais
IGAM ND 2006 SHAPE (.shp) ZEE SEMAD – 2008
21
Rodovias Federais e Estaduais
do Brasil
Ministério dos
Transportes/CENTR
AN
1:1.000.000 2005 SHAPE (.shp)
Ministério dos
Transportes - PNLT –
2007
22 Sedes dos Municípios do Brasil IBGE/DGC/CCAR ND 2002 SHAPE (.shp) GISMAPS – 2009
23 Tipo de Solos do Brasil EMBRAPA/IBGE 1:5.000.000 2001 SHAPE (.shp) i3Geo - MMA – 2009
24
Mapeamento e inventário da
Flora Nativa e dos
Reflorestamentos de Minas
Gerais
UFLA/IEF 30 metros 2006
Published Map
Documents
(.pmf)
Atlas Digital da Flora
Nativa e
Reflorestamento de
Minas Gerais – 2006
25
Unidades de Conservação do
Brasil
IBAMA ND 2009 SHAPE (.shp) IBAMA – 2009
26
Vulnerabilidade Natural de
Minas Gerais
ZEE-SEMAD
270 x 270
metros
2008 RASTER (.grid) ZEE SEMAD – 2008
* ND = Não disponível
Continua
ç
ão...
56
turístico Estrada Real, atualizada até dia 17 de agosto deste ano. Atualmente, o IER
vem criando e disponibilizando planilhas de navegação
7
da Estrada Real.
As bases georreferenciadas do ZEE-MG (SEMAD, 2008) foram disponibilizadas no
formato SHAPE (.shp) e RASTER (.grid). Os dados compilados durante a
elaboração do ZEE-MG foram estruturados no software ArcGIS sendo utilizado um
modelo espacial de informações matriciais, ou seja, tipo raster. As unidades
espaciais são chamadas células ou pixels. Toda informação é considerada
completamente homogênea dentro de cada célula da matriz e, portanto recebe um
único valor para cada atributo que caracteriza esta área. Assim, uma célula
quadrada recebe um único valor de, por exemplo, altitude, mesmo que a elevação
do terreno varie dentro da área que a célula cobre (SEMAD, 2008).
A resolução espacial definida para o ZEE-MG foi de 270 x 270m, ou seja, células
que cobrem uma área de aproximadamente sete hectares de terreno. Os dados
utilizados no ZEE-MG, bem como os produtos finais, foram georreferenciados
usando a projeção cartográfica Albers de Igual Área e, quando necessário,
reamostrados para a resolução espacial de 270m usando o método do vizinho mais
próximo (SEMAD, 2008).
O banco de dados do ZEE-MG elaborado pela SEMAD (2008) foi concedido por
meio da assinatura do Termo de Permissão de Uso de Programa de Computador,
celebrada entre a SEMAD e o Programa de Pós-graduação em Geografia –
Tratamento da Informação Espacial. Foram respeitadas as características de
programação gráfica e visual das bases utilizadas nesta pesquisa, conforme
orientação no termo, principalmente a quantidade de classes do mapa de
7
“As planilhas de navegação foram construídas com metodologia própria, desenvolvida pelo Instituto
Estrada Real (IER), tendo como base padrões internacionais de cicloturismo. A inovação está em não
restringir o passeio às bicicletas. Exatamente pela liberdade que oferece, a planilha fornece subsídios
para que o turista investigue e pesquise as informações necessárias para planejar sua própria
viagem. As hospedagens, os meios de alimentação, os atrativos e produtos turísticos a serem
visitados e consumidos podem ser procurados e agendados pelo próprio viajante, de acordo com sua
necessidade” (IER, 2009b).
57
vulnerabilidade natural. A SEMAD (2008) também indicou o zoneamento climático
construído com base no índice de umidade de Thornthwaite, verificando as zonas
com características climáticas homogêneas (Anexo II).
Os fatores condicionantes para elaboração do mapa de vulnerabilidade natural,
utilizados no ZEE-MG foram: integridade da flora e fauna, susceptibilidade dos solos
à contaminação, susceptibilidade dos solos à erosão, susceptibilidade geológica à
contaminação das águas subterrâneas, disponibilidade natural de água e condições
climáticas. Após definir a vulnerabilidade para cada fator condicionante, essas foram
superpostas com um mesmo peso de ponderação, a fim de gerar a carta síntese de
vulnerabilidade natural (SEMAD, 2008). As classes que definem a vulnerabilidade
natural da carta síntese estão organizadas no Quadro 2:
CLASSE DESCRIÇÃO
Muito Alta
Nessa classe de vulnerabilidade, as áreas apresentam sérias restrições quanto à utilização dos
recursos naturais, pelo fato de que os mesmos encontram-se altamente vulneráveis às ações
antrópicas. Uma combinação de fatores condicionantes determina esse nível de vulnerabilidade
natural demandando avaliações cuidadosas para implantação de qualquer empreendimento. As
estratégias de desenvolvimento dessas áreas devem apontar para ações que não causem impactos
ambientais.
Alta
Nessa classe de vulnerabilidade, as áreas apresentam restrições consideráveis quanto à utilização
dos recursos naturais, pelo fato de que os mesmos encontram-se menos vulneráveis às ações
antrópicas do que na classe anterior. Uma combinação de fatores condicionantes determina esse
nível de vulnerabilidade natural demandando avaliações cuidadosas para implantação de qualquer
empreendimento. As estratégias de desenvolvimento dessas áreas devem apontar para ações que
causem o menor impacto possível.
Média
Nessa classe de vulnerabilidade, as áreas apresentam restrições moderadas quanto à utilização dos
recursos naturais. Algum fator condicionante determina esse nível de vulnerabilidade, porém, os
demais apresentam pouca vulnerabilidade. As estratégias de desenvolvimento dessas áreas devem
apontar para ações que não ofereçam danos potenciais ao fator limitante.
Baixa
Nessa classe de vulnerabilidade, as áreas apresentam baixas restrições quanto à utilização dos
recursos naturais. Alguns fatores condicionantes determinam um nível médio de vulnerabilidade,
porém, a maioria dos fatores apresenta baixa vulnerabilidade natural. As estratégias de
desenvolvimento dessas áreas devem apontar para ações que ofereçam baixo impacto potencial
aos fatores limitantes.
Muito Baixa
Nessa classe de vulnerabilidade, as áreas quase não apresentam restrições significativas quanto à
utilização dos recursos naturais, pelo fato de que os mesmos se encontram atualmente já com
elevado poder de resiliência. A combinação de fatores condicionantes determina esse nível de
vulnerabilidade natural demandando preocupações menos severas para implantação de qualquer
empreendimento. As estratégias de desenvolvimento dessas áreas podem apontar para ações que
causem impactos ambientais menores.
Quadro 2: Vulnerabilidade Natural ZEE-MG
Fonte: SEMAD (2008)
58
Além da seleção e organização das bases georreferenciadas, foi elaborado um
banco de dados quantitativos e qualitativos dos recursos ecoturísticos da área de
estudo a partir dos dados de diversas fontes e instituições (Anexo III). O banco de
dados foi criado em formato EXCEL – .XLS, disponibilizado em formato PORTABLE
DOCUMENT FORMAT .PDF, e contém informações sobre os recursos ecoturísticos
dos 50 municípios pertencentes ao Caminho dos Diamantes (Anexo V – CD-ROM).
Uma das referências iniciais para a organização desse banco de dados foi o
Diagnóstico do Potencial Turístico da Área de Influência da Estrada Real, elaborado
pelo Instituto Euvaldo Lodi – IEL, em 2003. O diagnóstico está formatado em
relatórios por regionais e possui um banco de dados organizado em software
Access. Possui foco maior no potencial turístico da área de influência da Estrada
Real, dando ênfase à oferta turística (IER, 2003). Portanto, disponibiliza diversos
dados como equipamentos de hospedagem, atrativos naturais, culturais e históricos,
equipamentos de alimentação, tipos de acessos, situação dos serviços de
saneamento, de transporte público, de saúde, dentre outros.
Como o Diagnóstico do Potencial Turístico da Área de Influência da Estrada Real foi
publicado em 2003, viu-se a necessidade de uma atualização dos dados a partir de
pesquisas nos sites, publicações e sedes de diversas instituições (Quadro 3). É
importante ressaltar que a disponibilidade dos dados no diagnóstico do IEL (2003)
foi fundamental para a definição das variáveis na construção da potencialidade
ecoturística. Os dados dos recursos ecoturísticos, ou seja, as variáveis para a
construção da potencialidade ecoturística foram definidas, padronizadas, agrupadas
e espacializadas junto às bases georreferenciadas. Lembrando que para a definição
dessas variáveis foi recebida orientação do Centro de Documentação e Informação
Turística do Centro Universitário Newton Paiva – CEDITUR
8
. O banco de dados dos
recursos ecoturísticos dos municípios integrantes do Caminho dos Diamantes da
Estrada Real está estruturado por 64 variáveis (Quadro 3):
8
O CEDITUR proporciona aos alunos a oportunidade de vivenciar a realidade do turismo e seus
desafios, realizando pesquisas da oferta e demanda turística, elaborando diagnósticos,
planejamentos estratégicos para os setores público e privado, formatando roteiros e produtos
turísticos e organizando eventos. (CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA, 2009)
59
GRUPOS VARIÁVEIS / RECURSOS ECOTURÍSTICOS FONTE
Atrativos Naturais
Quantidade de cada variável por município: Balneários, Cachoeiras,
Caminhos e trilhas, Grutas e Sítios arqueológicos, Mirantes e
Serras, Unidades de conservação e Outros.
A descrição das variáveis “atrativos naturais” é apresentada no
Quadro 4.
IEL (2003), FUNCESI (2003), CECAV
(2009), SIGEP (2002), Circuito Turístico
dos Diamantes (2008), Circuito Turístico
Serra de Minas (2009), Guia de
Ecoturismo (2005), Site Oficial de Turismo
de Ouro Preto (2009), Site de Informações
de Conceição do Mato Dentro (2009)
Atividades
Ecoturísticas
Quantidade de cada variável por município: Arvorismo, banhos na
natureza, bóia-cross, camping, canoagem, canyoning, cascading,
caving ou cavernismo (espeleologia), cicloturismo, escalada ou
alpinismo, mergulho, mountain bike, observação astronômica,
observação de fauna e flora, paragliding ou parapente, passeios a
cavalo, passeio de interesse arqueológico, pesca esportiva, rafting,
rapel, tirolesa, trekking e hikking, turismo fotográfico, turismo rural.
As variáveis indicam as atividades ecoturísticas presentes no
Caminho dos Diamantes e estão definidas no Anexo I.
Guia de Ecoturismo (2005)
Minastour (2009)
Equipamentos de
Hospedagem
Quantidade de cada tipo de equipamento de hospedagem por
município: Hotel, Hotel Fazenda, Pousada, Pensão, Albergue,
Camping.
IEL (2003)
Telelistas (2009)
Equipamentos de
Alimentação
Quantidade de cada tipo de equipamento de alimentação por
município: Restaurante, Lanchonete, Pizzaria, Café e cantina, Bar,
Sorveteria e Outros (Petisqueiras, lojas de rocambole, casa de
vitaminas, biscoiterias e padarias).
IEL (2003)
Telelistas (2009)
Quantidade de aeródromos (pistas de pouso) em cada município. ANAC (2009)
Quantidade de rodovias que cruzam cada município.
Ministério dos Transportes/CENTRAN
(2005)
Acessos
Quantidade de ferrovias que cruzam cada município. Ministério dos Transportes/ANTT (2003)
Quantidade de delegacias da polícia militar em cada município. Polícia Militar (2009)
Quantidade de delegacias da polícia civil em cada município. Intranet Polícia Civil (2009)
Quantidade de jornais e revistas em cada município.
IEL (2003)
SINDIJORI (2009)
Quantidade de emissoras de TV aberta e rádio em cada município.
Ministério das Comunicações - SRD -
Sistema de Controle de Radiodifusão
(2009)
Quantidade de agências e postos bancários em cada município.
BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN
(2009)
Quantidade de operadoras e monitores locais de ecoturismo em
cada município.
IEL (2003)
Guia de Ecoturismo (2005)
Quantidade de agências de correio em cada município. CORREIOS (2009)
Serviços Diversos
Quantidade dos serviços de saúde disponíveis em cada município
(somatório da quantidade de hospitais, postos de saúde, prontos
socorros, consultórios médicos, centros de saúde e clínicas
especializadas).
DATASUS (2009)
Quantidade de operadoras que oferecem serviço de internet em
cada município.
AGÊNCIA NACIONAL DE
TELECOMUNICAÇÕES – ANATEL – SICI
– Sistema de Coleta de Informações
(2009)
Quantidade de operadoras de telefonia móvel em cada município.
AGÊNCIA NACIONAL DE
TELECOMUNICAÇÕES – ANATEL (2009)
Telecomunicações
Quantidade de equipamentos de telefonia pública em cada
município.
AGÊNCIA NACIONAL DE
TELECOMUNICAÇÕES – ANATEL –
SGMU – Sistema de Gestão das Metas de
Universalização (2009)
Qualidade dos
equipamentos de
hospedagem e
alimentação
Quantidade de equipamentos de hospedagem básico, moderado e
de luxo e quantidade de equipamentos de alimentação básico,
moderado e de luxo em cada município.
Guia de Alimentação e Hospedagem
(2006)
Quadro 3: Banco de dados dos recursos ecoturísticos
Fonte: Elaborado pela autora, 2009
60
As últimas variáveis apresentadas no Quadro 3 (Qualidade dos equipamentos de
hospedagem e alimentação) foram escolhidas pela fácil disponibilidade de acesso e
para reforçar a importância de dados qualitativos em pesquisas que priorizam a
oferta turística. Porém, o guia consultado não disponibiliza dados de todos os
municípios da Estrada Real e não especifica detalhadamente a classificação da
qualidade dos equipamentos de hospedagem e alimentação. O guia exemplifica
resumidamente:
Uma série de variáveis foram levadas em conta para se estabelecer tal
classificação. Nas hospedagens, por exemplo, considerou-se o tipo de
hospedagem, o banho (quente ou frio), a localização e seu entorno e as
atrações turísticas da região. Nos estabelecimentos gastronômicos foram
avaliados o tipo de cozinha – brasileira, contemporânea, assinada – a
variedade de pratos, o ambiente, entre outros itens (Guia de Alimentação e
Hospedagem, 2006, p.15).
Essas variáveis apresentam a qualificação dos equipamentos de hospedagem e
alimentação. Para adaptação ao banco de dados desta pesquisa, foram
transformadas em variáveis quantitativas, somando-se a quantidade de
equipamentos por tipo de classificação (básico, moderado e luxo) para cada
município.
O Quadro 4 indica os tipos de atrativos naturais presentes no Caminho dos
Diamantes e classificados por categorias pelo Instituto Euvaldo Lodi – IEL:
Quadro 4: Classificação dos atrativos naturais
Fonte: IEL, 2003
Não serão tratadas discussões sobre a qualidade dos serviços oferecidos na área de
estudo. Apesar de ser um indicador essencial para avaliação da potencialidade
VARIÁVEIS / CATEGORIAS TIPOS DE ATRATIVOS
Mirantes e serras
Mirantes, altos, cruzeiros, morros, picos, torres, serras, rochas, paredões, pedras, pedreiras,
cânions
Unidades de conservação Florestas, matas, parques, reservas, APA's, RPPN's, áreas de proteção
Balneários
Balneários, banhos, praias, barragens, represas, lagos, lagoas, piscinas, poços, tanques,
córregos, rios, ribeirões
Cachoeiras Cachoeiras, cascatas, lajeados
Grutas e sítios arqueológicos Grutas, cavernas, lapas, sítios arqueológicos, pinturas rupestres e minas
Caminhos e trilhas Calçadas, calçamentos, caminhos, trilhas e vestígios da Estrada Real
Outros Nascentes, campos, campings e garimpos
61
turística, a dificuldade na coleta de dados, principalmente de dados qualitativos, é
um dos maiores desafios numa pesquisa turística. A disponibilidade de dados
qualitativos pode ser encontrada nos inventários turísticos, que são relatórios
exaustivos sobre os recursos turísticos existentes em um município.
A inventariação da Oferta Turística compreende levantamento, identificação
e registro dos atrativos turísticos, dos serviços e equipamentos turísticos e
da infraestrutura de apoio ao turismo como instrumento base de
informações para fins de planejamento e gestão da atividade turística.
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2006, p.6)
Para alguns municípios do Caminho dos Diamantes foram encontrados inventários
turísticos. O CEDITUR e a Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira –
FUNCESI são algumas das instituições que disponibilizam inventários turísticos,
porém não possuem inventários de todos os municípios do Caminho dos Diamantes.
Por esse motivo, optou-se pela coleta de dados quantitativos disponibilizados por
diversas instituições (Anexo III).
Após a seleção e organização das bases geográficas e do banco de dados dos
recursos ecoturísticos, a terceira etapa foi construída a partir da caracterização
fisiográfica da área de estudo e da produção de mapas para apresentação dos
resultados de potencialidade ecoturística e vulnerabilidade natural, conforme
convenções cartográficas. Buscou-se a composição de um arranjo metodológico
prevalecendo a utilização dos recursos dos SIG’s, como a construção de mapas
temáticos e de análise espacial. O roteiro metodológico (Figura 9) indica a
organização desta etapa, conforme a disponibilidade de dados.
A caracterização fisiográfica
9
, segundo Laus Neto (1996, p.4), é uma importante
aliada para o planejamento e considerada como um método de análise que, aplicada
9
Fisiografia: do grego physis - natureza e graphos - descrição; por conseguinte, fisiografia seria a
descrição da natureza. Todavia, não nos podemos contentar com esta simples definição. Alguns
autores usam indistintamente fisiografia, geomorfologia, fisiogeografia, geomorfogenia etc.
Preferimos, no entanto, a denominação geomorfologia (GUERRA, 2003, p.276).
Fisiogeografia: denominação usada, por certos autores, para os estudos da geografia física ou, mas
especialmente, das formas de relevo, isto é, geomorfologia, ou simplesmente, morfologia (GUERRA,
2003, p.276).
62
em várias ciências, busca explicar as características de formação natural da Terra e
de seus processos externos.
Figura 9: Roteiro metodológico para o desenvolvimento da pesquisa
Fonte: Elaborado pela autora, 2009
63
Nesta direção, foram identificados os principais componentes que integram a
paisagem, representada em cinco aspectos: geológicos, geomorfológicos,
pedológicos, vegetacionais e climáticos. Constata-se a importância do entendimento
desses fatores, pois:
não se pode entender a dinâmica e a gênese das formas do relevo, sem
que se conheça muito bem os fatores bioclimáticos, pedológicos, geológicos
e mesmo antrópicos que interferem no dinamismo e, portanto, em sua
evolução (ROSS, 1991, p.17).
É importante ressaltar algumas observações sobre os mapas elaborados para a
caracterização fisiográfica da área de estudo. Foram considerados os mesmos
critérios utilizados no relatório do ZEE-MG para as classes dos mapas de
classificação climática (Anexo II) e vulnerabilidade natural (Quadro 2).
Para o mapa geológico simplificado foram determinadas 7 classes resultantes do
agrupamento de 110 unidades litológicas presentes nos municípios do Caminho dos
Diamantes (Anexo IV). A quantidade de classes do mapa foi determinada pelo
agrupamento das unidades litológicas conforme as hierarquias dos grupos
geológicos disponibilizados no banco de dados do Serviço Geológico do Brasil –
CPRM.
O mapa hipsométrico foi elaborado a partir dos dados altimétricos das imagens
SRTM, extraindo curvas de nível de 100 metros através da função Surface
Analysis/Contour que integra a extensão Spatial Analyst do software ArcGIS 9.2.
Os estudos que nortearam a vulnerabilidade natural e a potencialidade ecoturística
se basearam principalmente nos trabalhos publicados pela SEMAD (2008),
Rodrigues (2008) e Almeida (2006a). A SEMAD (2008) divulgou os resultados da
elaboração de um diagnóstico dos meios geo-biofísico e sócio-econômico-jurídico-
institucional, que gerou respectivamente dois mapas principais, o mapa de
Vulnerabilidade Natural e o mapa de Potencialidade Social. Os mapas foram
sobrepostos e conceberam áreas com características próprias, determinando o ZEE-
MG. Rodrigues (2008) adotou uma opção metodológica exploratória de dados
64
quantitativos e cria um índice que sintetiza a capacidade estrutural dos municípios
integrantes da região de planejamento turístico da Estrada Real. Almeida (2006a)
apresentou diversas metodologias para identificação da potencialidade turística
(Quadro 5)
10
. Desde as mais simples até as mais complexas formas de avaliação
foram analisadas, indicando a necessidade de utilização de dados qualitativos e
quantitativos.
ANO ELABORAÇÃO DESCRIÇÃO
década
70
CHARLES GEARING,
WILLIAM SWART e
TURGUT VAR
TAI – Tourist Attraction Index (Índice de Atratividade Turística): método
indireto de preferência dos usuários que mede a atratividade de um
destino turístico a partir de uma avaliação sistemática padronizada.
1978
OMT – ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DO TURISMO
Avaliação dos Recursos Turísticos: inventário dos recursos turísticos e
das informações recolhidas por meio deste processo a partir da
utilização e fichas, agrupamento e aplicação de uma escala de valores
em uma série de fatores.
1995 ROBERTO BOULLÓN
Classificação dos Municípios Turísticos: utilização de critérios para
classificações a partir da demanda, do funcionamento e da oferta de
equipamentos.
1997
EMBRATUR E IEB –
INSTITUTO DE
ECOTURISMO NO
BRASIL
Matriz de Avaliação dos Polos de Desenvolvimento de Ecoturismo no
Brasil: aplicação de um quadro de valoração ecoturística
2003 EDSON PINZAN
Grau de Atração Turística: grau de atração de cada município sobre o
fluxo de visitantes.
Quadro 5: Metodologias para identificação da potencialidade turística
Fonte: ALMEIDA (2006a)
Uma das formas de mensuração de dados quantitativos e qualitativos para os
estudos da potencialidade turística é a investigação descritiva de lugares (ALMEIDA,
2006a, p.34). O custo para a pesquisa é oneroso e requer cuidados durante a coleta
de dados, principalmente quando a área de estudo envolve uma extensa região
como o roteiro turístico Estrada Real. Sobre outros problemas da investigação
descritiva de lugares, como nomear, descrever e classificar os atrativos turísticos e
sua exploração, Smith (1992, p. 19) acredita ser um problema complexo e de várias
faces não existindo um único modelo para sua classificação.
O autor categoriza os métodos de avaliação do potencial turístico em três classes
principais: descrição da localização de instalações e atividades, inventário dos
recursos e descrição das imagens das regiões e seus recursos (Quadro 6). Smith
(1992, p. 19) delimita os métodos e técnicas de investigação descritiva de lugares da
seguinte forma:
10
No Quadro 6 não estão retratadas todas as metodologias apresentadas por Almeida (2006a).
65
CLASSIFICAÇÃO MÉTODOS
localização de instalações
Descrição da localização de instalações e atividades
localização de atividades
métodos aritméticos
métodos separativos
Inventário de recursos
métodos aglomerativos
descrição espontânea
descrição preferencial
Imagens de regiões e recursos
técnicas de avaliação
Quadro 6: Classificação dos métodos de avaliação do potencial turístico
Fonte: SMITH (1992, p.19)
Aqui a prioridade foi dada à investigação descritiva de lugares definida por Smith
(1992), sendo o método aritmético escolhido e por ser o mais adequado para o
desenvolvimento da potencialidade ecoturística devido à disponibilidade dos dados.
A partir das idéias de Smith (1992), ficou evidente que os dados quantitativos
apresentados e tratados de forma aritmética contribuíram para a identificação da
potencialidade ecoturística do local e, portanto, atenderam aos objetivos desta
pesquisa. Almeida (2006a, p.34) detalha em sua pesquisa o método evidenciado por
Smith (1992), utilizado nesta dissertação:
O método aritmético é o mais simples para o inventário de recursos, e
consiste em delimitá-los e quantificá-los em seguida, nos casos em que o
interesse do pesquisador esteja centrado na simples presença física
de recursos ou no potencial de uma região para ser sujeito de alguma
forma de recreação. O inventário de recursos pode efetuar-se por meio da
simples enumeração ou mediante a criação de modelos de “sistemas” mais
ou menos complexos que combinem de forma aritmética as variáveis
descritivas (SMITH, 1992, p.26, grifo nosso).
Dessa forma, foi adaptado o método aritmético sistematizado por Rodrigues (2008,
p.59) para construção da potencialidade ecoturística dos municípios integrantes do
Caminho dos Diamantes da Estrada Real. Os procedimentos realizados para o
desenvolvimento do método na determinação da potencialidade ecoturística foram:
1. Definição de 64 variáveis utilizadas para identificar os recursos ecoturísticos
presentes nos 50 municípios (Anexo V – CD-ROM). Com o apoio do
CEDITUR, os grupos das variáveis foram definidos a partir da realização de
uma visita.
66
2. Padronização dos dados, agrupamento das variáveis, cálculo do número
médio por grupo e cálculo do número médio ponderado para classificar a
potencialidade ecoturística. Elaboração de tabela com hierarquia decrescente
da potencialidade ecoturística (da maior para menor média ponderada).
3. Elaboração de cartogramas coropléticos da distribuição espacial dos atrativos
naturais, das atividades ecoturísticas, dos equipamentos de hospedagem,
dos equipamentos de alimentação e da potencialidade ecoturística. Apesar
das variáveis relacionadas aos acessos, telecomunicações, serviços diversos
e qualidade dos equipamentos de hospedagem e alimentação constarem no
banco de dados, optou-se pela elaboração dos cartogramas somente de 4
grupos dos recursos ecoturísticos.
É importante destacar que recursos ecoturísticos como os serviços diversos (saúde,
delegacias da polícia militar e polícia civil, jornais e revistas, sistemas de radiofusão
(TV e rádio), agências e postos bancários, operadores e monitores locais, agências
de correio), os acessos, a disponibilidade de telecomunicações e a qualidade dos
equipamentos de hospedagem e alimentação não foram mapeados, porém foram
considerados variáveis importantes na elaboração do banco de dados (Anexo V –
CD-ROM).
As 64 variáveis foram padronizadas para adimensionar os dados conforme
recomendado por Barroso (2006), sendo apresentadas nos intervalos entre 0 a 1.
Rodrigues (2008, p.59) também utilizou esta técnica na padronização de dados em
sua pesquisa. Para tanto, aplicou-se a seguinte expressão aritmética em cada
variável por município:
Onde X = valor da variável
Xmin = menor valor da distribuição
11
Xmax = maior valor da distribuição
11
A distribuição neste caso é a coluna de valores por variável, ou seja, os valores das variáveis
apresentados para cada município.
(X - Xmin)
(
Xmax
Xmin
)
67
Logo, foi organizado o agrupamento das variáveis. Em primeiro momento, criou-se
grupos com variáveis afins, sendo calculado o número médio por grupo. No segundo
momento, para gerar um número-índice foi calculado o número médio ponderado,
reunindo assim os grupos e determinando a potencialidade ecoturística dos
municípios. A determinação dos pesos no cálculo deste índice priorizou uma
classificação hierárquica dos grupos, atribuindo-se notas de 1 a 8. Em ordem
decrescente está o grupo de variáveis de maior necessidade (8) para o grupo de
menor necessidade (1) que condiciona a prática do ecoturismo numa região (Quadro
7). O critério de notas foi definido a partir dos estudos metodológicos de Almeida
(2006) sobre as diversas Matrizes de Avaliação do Potencial Turístico de
Localidades Receptoras.
PESO GRUPOS
8 Atrativos Naturais
7 Atividades Ecoturísticas
6 Equipamentos de Hospedagem
5 Equipamentos de Alimentação
4
Acessos
3
Serviços Diversos
2
Telecomunicações
1
Qualidade dos equipamentos de hospedagem e alimentação
Quadro 7: Ponderação dos grupos de variáveis
Fonte: IEL, 2003
Para a espacialização dos principais recursos ecoturísticos e da potencialidade
ecoturística foram elaborados cartogramas coropléticos, generalizando os dados de
cada município. Utilizou-se a ordem visual de cores conforme padrões indicados
pela semiologia gráfica. Todos elaborados no software ArcGIS e classificados pelo
método de quebras naturais de Jenks (natural breaks), que estabelece classes a
partir das quebras identificadas pelo ordenamento dos atributos, resultando em
classes com valores próximos enquanto as diferenças entre as classes são
maximizadas (ESRI, 2006b, p.8). Decanini (2003, p.10) afirma que esse “método
forma grupos que são homogêneos internamente e assegura a heterogeneidade
entre classes”.
68
Ao classificar o cartograma das atividades ecoturísticas no software ArcGIS, obteve-
se na primeira classe o valor zero. Esta classe foi excluída e, portanto, mantidas
somente 4 classes para esse mapa. Após a elaboração do mapa de potencialidade
ecoturística realizou-se a delimitação da área de estudo no mapa de vulnerabilidade
natural (SEMAD, 2008). O cartograma de potencialidade ecoturística manteve o
mesmo número de classes utilizado no mapa de vulnerabilidade natural (SEMAD,
2008). Esta última opção foi escolhida para facilitar a análise entre os mapas de
potencialidade ecoturística e de vulnerabilidade natural (SEMAD, 2008).
Por fim, a quarta etapa é representada pelo processo de análise espacial, principal
contribuição desta pesquisa ao planejamento ecoturístico do Caminho dos
Diamantes. A vulnerabilidade ecoturística foi obtida pelo cruzamento de dados entre
os mapas de potencialidade ecoturística e de vulnerabilidade natural, a partir de uma
adaptação da metodologia sistematizada por Costa et al. (2009).
No geoprocessamento, o cruzamento dos dados é possibilitado pela álgebra de
mapas que utiliza operações aritméticas e booleanas. A álgebra de mapas é uma
linguagem da modelagem cartográfica e foi desenvolvida inicialmente por Dana
Tomlin, em 1983. É semelhante à álgebra convencional, onde operadores básicos
(adição, subtração, divisão, multiplicação, dentre outros) processam dados
geográficos. Na álgebra, os mapas representam as variáveis e são processados por
uma equação matemática (SMITH, GOODCHILD e LONGLEY, 2007, p.165,
tradução nossa).
Nesta pesquisa, o mapa de potencialidade ecoturística foi reclassificado em 5
classes pelo método de quebras naturais de Jenks e convertido para o formato
RASTER (.grid), acompanhando o mesmo formato e número de classes do mapa de
vulnerabilidade natural (SEMAD, 2008). Aqui o número de classes foi padronizado
para 5 para facilitar a análise do mapa final. Contudo, outras formas de análises
podem ser elaboradas com diferentes padronizações de classes. No ArcGIS 9.2, foi
utilizada a função Weighted Overlay (sobreposição ponderada) para gerar o mapa
síntese. Esta opção integra o conjunto de funções disponíveis em uma das
extensões do software, a Spatial Analyst (análise espacial). “A sobreposição de
69
mapas é uma das mais importantes e usadas operações em análise espacial.
Usualmente, envolve operações aritméticas em duas ou mais matrizes de igual
dimensão, devendo estar bem registradas geometricamente” (SEIXAS e FERREIRA,
2008).
A Figura 10 exemplifica esta função. Os dois mapas de entrada do exemplo foram
reclassificados para uma escala de medida comum de 1 a 3. Para cada mapa é
atribuído um peso porcentual. Os valores das células são multiplicados pelo peso e
os resultados são somados para criar o mapa de saída. Considerando a célula
superior esquerda, a influência do primeiro mapa é de 75% e a influência do
segundo é de 25%. Os valores para os dois mapas são: (2 * 75%) = 1,5 e (3 * 25%)
= 0,75. A soma de 1,5 e 0,75 é 2,25. Neste exemplo, o número de saída do pixel da
função Weighted Overlay é inteiro, sendo o valor final arredondado para 2. O
resultado é uma soma ponderada que fornece a capacidade de peso e combinam
múltiplas entradas para criar uma análise integrada (ESRI, 2006a, tradução nossa).
Figura 10: Exemplo da função Weighted Overlay
Fonte: ESRI (2006a)
Nesta pesquisa, a função Weighted Overlay permitiu combinar os mapas de
potencialidade ecoturística e a vulnerabilidade natural resultando no mapa de
vulnerabilidade ecoturística. A quantidade de classes para o mapa de fragilidade
ecoturística proposta por Costa et al. (2009) foi de 3 classes, porém, nesta pesquisa
foram adaptadas 5 classes mantendo o padrão dos mapas de potencialidade
ecoturística e vulnerabilidade natural. A sobreposição dos dois mapas resultou nos
seguintes critérios (Quadro 8):
75%: (2 * 75%) = 1,5 25%: (3 * 25%) = 0,75
1,5 + 0,75 = 2,25
70
CLASSE SOMA PONDERADA CRITÉRIO
Muito Baixa 0 a 1
Áreas quase não apresentam restrições ao
desenvolvimento das atividades ecoturísticas
Baixa 1,01 a 2
Áreas com baixas restrições ao desenvolvimento
das atividades ecoturísticas
Média 2,01 a 3
Áreas com restrições moderadas quanto à
intensificação das atividades ecoturísticas
Alta 3,01 a 4
Áreas com restrições consideráveis quanto à
intensificação das atividades ecoturísticas
Muito Alta 4,01 a 5
Áreas com sérias restrições quanto à
intensificação das atividades ecoturísticas
Quadro 8: Critérios para determinação das classes de vulnerabilidade ecoturística
Fonte: Mapa de Vulnerabilidade Ecoturística do Caminho dos Diamantes, 2009
Utilizou-se o mesmo critério de Costa et al. (2009) para definir o peso de cada mapa,
ou seja, uma ponderação de 50% para cada mapa, por ser uma avaliação mais
generalizada. Para uma definição da porcentagem de influência mais precisa seriam
necessárias pesquisas mais detalhadas sobre a potencialidade ecoturística,
principalmente no que se refere à capacidade de carga dos atrativos naturais. Esse
estudo serviria de base para estipular maior ou menor ponderação conforme o limite
de uso de cada atrativo. Quanto mais a região ultrapassar sua capacidade de carga,
terá maior influência na determinação da vulnerabilidade ecoturística. Em resumo,
ao mapa de vulnerabilidade natural foi agregado o valor da potencialidade
ecoturística e como resultado foi gerado o mapa de vulnerabilidade ecoturística.
71
4 CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-GEOGRÁFICA DA ÁREA DE ESTUDO
4.1 Contextualização do roteiro turístico Estrada Real
A Estrada Real vem se tornando e firmando-se cada vez mais como um dos
principais e mais importantes roteiros turísticos e ecológicos do Estado de Minas
Gerais, atraindo a atenção de agências e órgãos governamentais, empresas
privadas, organizações não governamentais e profissionais liberais. A Estrada Real
é um projeto turístico implantado nos antigos caminhos “que percorriam vasta área
no centro-sul do Brasil, tendo como destino principal a região das minas de ouro e
diamante da capitania das Minas Gerais” (SANTOS, 2001, p.13).
Na década de 90, um grupo de pessoas inspirado na peregrinação do Caminho de
Santiago de Compostela
12
, existente na Europa, propôs ao governo mineiro a
institucionalização das estradas reais do Brasil como um programa turístico oficial.
Este caminho é envolvido por uma exuberante natureza e possui uma considerável
herança histórico-cultural e religiosa para o país. No seu entorno, desenvolveu-se
uma dinâmica econômica de intenso aproveitamento turístico.
Em 2003, foi lançado o programa turístico governamental apoiado por vários órgãos
e instituições envolvidas com o Turismo e o financiamento de projetos. O Programa
de Desenvolvimento do Potencial Turístico da Estrada Real recebeu incentivos,
inclusive linhas de financiamento e programas de divulgação. Atualmente, a
instituição que gerencia o roteiro turístico Estrada Real é o IER, considerada uma
sociedade civil sem fins lucrativos e criada por iniciativa da FIEMG (IER, 2003).
12
LEÃO (2003, p.21) explica que, desde 1994, algumas pessoas viram nos caminhos da Estrada
Real, que até então constituíam caminhos “da roça” no interior mineiro e de passeios de grupos
alternativos uma possível versão local do caminho da Espanha.
72
A região da Estrada Real compreende 199 municípios, localizados na região sudeste
do Brasil, pertencentes a três Estados distribuídos da seguinte forma (Tabela 1 e
Figura 11):
TABELA 1
QUANTIDADE DE MUNICÍPIOS INTEGRANTES DO ROTEIRO TURÍSTICO ESTRADA REAL
ESTADO QTDE. MUNICÍPIOS
MINAS GERAIS 169
SÃO PAULO 22
RIO DE JANEIRO 8
TOTAL 199
Fonte: IER, 2009a
O roteiro turístico Estrada Real está dividido em 4 (quatro) caminhos (Tabela 2 e
Figura 12):
TABELA 2
QUANTIDADE DE MUNICÍPIOS INTEGRANTES NOS CAMINHOS DA ESTRADA REAL
CAMINHO QTDE. MUNICÍPIOS
CAMINHO VELHO 88
CAMINHO NOVO 54
CAMINHO DIAMANTES 50
CAMINHO DE SABARABUÇU 7
TOTAL 199
Fonte: IER, 2009a
O Caminho dos Diamantes corresponde à abrangência da territorialidade de 50
municípios (Figura 13), sendo que o eixo principal inicia-se em Ouro Preto e finaliza-
se no município de Diamantina.
73
Figura 11: Mapa de localização da Estrada Real na região Sudeste
74
Figura 12: Mapa de localização dos caminhos oficiais da Estrada Real
75
Figura 13: Mapa de localização dos municípios do Caminho dos Diamantes
76
Na área de abrangência do Caminho dos Diamantes, verifica-se a presença de uma
extensa e importante malha viária constituída de estradas federais e estaduais que
ligam os municípios e integram o roteiro turístico. Na malha viária destacam-se as
rodovias federais (BR-381, BR-262 e BR-120) consideradas importantes vias de
acesso a outros Estados e cidades polos do Estado de Minas Gerais (Figura 14).
As estradas estaduais como MG-010, MG-020, MG-262 também auxiliam no acesso
às cidades mineiras que fazem parte ao Caminho dos Diamantes, destacando-se a
MG-010 que percorre grande parte da Serra do Espinhaço e permite o acesso a
importantes pontos turísticos da Estrada Real e do Caminho dos Diamantes. O
grande número de estradas e a boa qualidade facilitam o acesso ao eixo principal da
Estrada Real, aos principais locais turísticos e consequentemente, aumentam o
número de visitantes e recursos investidos para o desenvolvimento dos circuitos
turísticos.
Porém, ainda é necessário melhorar alguns acessos aos municípios localizados na
área de influência da Estrada Real. Contudo, é importante que essa melhoria seja
acompanhada de um planejamento turístico integrado e adequado aos municípios,
favorecendo assim o aumento de turistas e evitando futuros problemas na
preservação dos atrativos naturais, históricos e culturais.
77
Figura 14: Mapa de localização dos principais acessos no Caminho dos Diamantes
78
O roteiro turístico da Estrada Real propicia uma crescente valorização da ecologia e
da paisagem natural que vem aos poucos transformando os locais do interior mineiro
em atrativos turísticos e tem como finalidade promover e desenvolver os municípios
mineiros da área de influência da Estrada Real, recuperando e aproveitando o
potencial local, de modo a formatar um produto turístico de destaque no cenário
nacional e internacional (IER, 2003).
O processo de formação histórica dos caminhos reais foi extremamente importante
para o desenvolvimento não só desta região, mas contribuiu de uma maneira geral
para a formação histórica brasileira.
4.2 Processo de formação histórica dos caminhos reais
Para compreendermos a Estrada Real como um importante projeto de movimento
turístico e econômico no Estado de Minas Gerais é de suma relevância retroceder os
passos na história e entendermos sua importância nas Minas Gerais dos séculos
XVII e XVIII.
A história da Estrada Real no Brasil surge com a chegada dos colonizadores
portugueses ao litoral da nova terra descoberta e perdura desde o século XVI. A
ausência de minerais preciosos no litoral brasileiro fez com que os colonizadores
começassem adentrar nas matas fechadas, aparecendo os primeiros caminhos em
busca de riqueza e os primeiros povoados, que surgem de forma desordenada,
bastando apenas uma possibilidade de existir ouro no sítio para que eles se
instalassem.
Como conseqüência desse movimento em direção ao interior
desconhecido, os primeiros povoados foram surgindo em locais nem
sempre muito adequados, bastando para tanto a expectativa de se
encontrar prata, ouro e pedras preciosas. Alcançado pelo Caminho do
Mar, o Planalto de Piratininga, ponto de partida do mais importante
processo de penetração para o conhecimento e ocupação dos
sertões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, assistiu à instalação
dos primeiros arraiais paulistas. Com o tempo, outros arraiais foram
sendo instalados ao longo dos cursos das monções e das rotas das
famosas bandeiras paulistas. Assim como os primeiros arraiais
paulistas, os mais antigos da região das minas, em sua grande
79
maioria, foram criados e cresceram ao longo de vales, à beira de
cursos d água, nos quais o ouro e o diamante afloravam (COSTA,
2005, p. 30).
Com o crescimento e disseminação de relatos de montanhas que reluziam prata e
ouro à luz do sol, portugueses e paulistas se aventuravam nas entranhas do sertão
desconhecidas.
Nessas empreitadas, esses desbravadores costumavam partir de
madrugada e pousavam antes de entardecer. Se encontravam algum
rio que se prestava à navegação, improvisavam canoas ligeiras.
Guiavam-se por serras, procuravam sempre por gargantas e evitavam
adentrar as matas muito fechadas. Por terra, aproveitavam as trilhas
dos índios, mas em falta dessas seguiam o curso de córregos e
riachos, passando de uma para outra banda, tantas vezes quanto
necessário (COSTA, 2005, p. 31).
Aos poucos a mata deixava de ser um fator de dificuldade, e novos caminhos
esculpidos pelos rios nas encostas das Serras do Mar e da Mantiqueira, facilitavam
o acesso às minas e atraíam a atenção de estrangeiros, o que forçou a coroa
portuguesa impedir a entrada deles no território brasileiro. Essa medida visava
proteger as minas e toda a riqueza descoberta e por descobrir.
A partir desta preocupação com o controle dos acessos às minas, que não foi
efetivado em sua totalidade, surgiu a necessidade do mapeamento das rotas,
favorecendo a mensuração do fluxo de viajantes e do escoamento de mercadorias.
Mas, com a vinda da família real para o Brasil, no início do século XVIII, estes
mecanismos de controle são removidos e com a abertura dos portos às nações
amigas de Portugal o acesso de estrangeiros às minas se tornou fácil. A partir deste
momento que os caminhos descobertos no sertão começaram a ser disseminados
pelo resto do mundo, como pode ser notado neste trecho apresentado por Costa
(2005):
A partir dos relatos, mapas e pinturas gerados por esses viajantes –
pesquisadores, comerciantes, religiosos, políticos ou engenheiros –
foi possível tornar conhecimento ao resto do mundo “civilizado” a
grande diversidade dos sertões brasileiros em especial o das regiões
das minas (COSTA, 2005, p. 42).
Conforme Santos (2001, p. 16), o surgimento dos primeiros trechos da Estrada Real
deve-se à ação das bandeiras de prospecção de pedras preciosas iniciadas por
80
Fernão Dias por volta de 1674 (século XVII) e encontra seu auge em meados de
1750 (século XVIII) com a economia mineradora. A entrada portuguesa no território
das Minas Gerais se deu de forma abrupta como instrumento de expressão da
constante expansão européia. A penetração no interior do território por contingentes
de exploradores agrupados em formação paramilitares seja para a captura de índios
ou extração de riquezas minerais, foram iniciativas responsáveis pelo devassamento
da enorme massa territorial representada pelo aglomerado de terras da porção
oriental da América do Sul. A incursão dos bandeirantes é vista como uma cruel
violação devido ao fato das terras penetradas serem ocupadas por cerca de cinco
milhões de indivíduos, dentre eles índios originários do território brasileiro,
paraguaios e do Rio do Prata, entre outros.
Santos (2001, p.22) afirma que foi em São Paulo de Piratininga e nas demais vilas
paulistas ao redor da região que se originaram e proliferaram os maiores
contingentes de expedições ao interior do território brasileiro e que no decorrer dos
passos históricos viriam a ser denominados como o processo histórico conhecido
como bandeirismo. O autor ainda explica:
Não podemos frisar a atividade bandeirante apenas como um
fenômeno oriundo dos núcleos urbanos paulistas do século XVI e
XVII, pois tiveram outros agentes como peça fundamental para o
desenvolvimento do sistema observados na exploração do que é o
sul da Bahia e o norte de Minas Gerais pelas entradas baianas, do
sertão nordestino por expedicionários sergipanos e cearenses e da
região do Rio Doce pelas entradas organizadas na capitania do
Espírito Santo (SANTOS, 2001, p. 22).
Costa (2005, p. 30) descreve que para a conquista, ocupação e exploração das
riquezas dos sertões fazia-se necessário o seu reconhecimento. Esse por sua vez,
iniciado a partir da segunda metade do século XVI, levou à construção dos caminhos
para os sertões escondidos por detrás das serras, presentes em boa parte do litoral
brasileiro.
Ouro Preto se tornou o principal foco dinamizador da Colônia em função de sua
riqueza mineral, e foi ainda, rota de passagem para as minas do Rio das Velhas e,
posteriormente, para o distrito diamantino. O trecho que percorre de Ouro Preto a
Ouro Branco “constitui um sítio impregnado de referências históricas, era passagem
81
obrigatória no período colonial por acessar a região de maior riqueza aurífera, Ouro
Preto e adjacências” (LEÃO, 2003, p. 29).
Costa (2005, p. 42) esclarece que no fim do século XVII, com o interior do Brasil
ainda por ser povoado, ocorreu um grande surto exploratório de suas riquezas, o
que provocou uma grande corrente migratória de povoamento em direção ao
território mineiro. Boa parte dessa ocupação inicial foi impulsionada pelas
“descobertas dos paulistas das Minas Gerais dos Cataguás (minas do ribeirão do
Ouro Preto, do ribeirão de Nossa Senhora do Carmo e outras) e as que chamam do
Caeté, e as mais modernas no Rio das Velhas e em outras partes que descobriram
outros paulistas”.
Segundo Iglesias (1985, p.12), pode-se destacar dois aspectos relevantes na
formação da sociedade mineira: a urbanização e a diversidade de classes sociais. O
aglomerado populacional gerou uma relação de comunicação com as regiões em
seu entorno. A mineração contribuiu na origem de muitas localidades, mas não foi o
único fator predominante. O comércio que se desenvolveu em torno da região
também foi fundamental para a emersão de vilas.
Em linhas gerais, foi a colonização o principal mecanismo para o surgimento da linha
de escoamento aurífero e consequentemente o surgimento da Estrada Real por
meio da abertura de caminhos pelas matas, esses caminhos foram surgindo de
forma progressiva e desenvolvendo-se para atender cada vez mais o movimento
gerado pela exploração de ouro em Minas Gerais.
Todo viajante que se dirigia às minas tinha que alcançar a Villa de
São Paulo pelo Caminho do Mar, a partir de Santos, e então tomava
a direção da Mantiqueira, acompanhando o Parayba. Ainda nos
Seiscentos surgiu uma conexão desse caminho com um outro,
construído a partir da sede da Capitania do Rio de Janeiro. Esse
caminho ainda envolvia um trecho marítimo, mas apenas até Paraty e
não mais até São Vicente. Ele permitia o acesso dos habitantes da
Capitania do Rio de Janeiro à região das minas, mas ainda passando
pelos arraiais e vilas paulistas do Parayba, que eram alcançados
depois de percorridos os trechos da Serra do Facão e os campos de
Cunha, já em São Paulo. Essa conexão entre o Rio de Janeiro e
Guaratinguetá passou a ser conhecida como Caminho Velho, em
distinção a um outro caminho, mais curto e novo, cuja construção
iniciou-se em fins de 1698 e que ficou conhecido como o caminho o
Caminho Novo ou do Garcia. Em 1725, uma variante do caminho do
82
Caminho Novo de percurso mais fácil, conhecida como Caminho do
Proença, passou a ligar o Rio de Janeiro com a região das minas a
partir da Baía de Guanabara e através da Serra da Estrela. Esse
caminho também ficou conhecido como Estrada Real do Rio de
Janeiro para Vila Rica. Outros acessos, tão ou mais importantes que
os demais, continuavam ligando a região do Recôncavo Baiano e a
sede do governo colonial à região das minas (COSTA, 2005, p.42).
A crescente proliferação de caminhos para o escoamento aurífero gerou um
problema de controle para a Coroa Portuguesa, pois desta forma novas rotas não
oficiais surgiam e facilitava o desvio do ouro e diamante. “Em meio a essa corrida
pela descoberta de novas ocorrências de ouro e diamante, a Coroa procurou
durante o período setecentista impedir, nem sempre com sucesso, a criação
indiscriminada de caminhos ou de novas picadas
13
para as minas” (COSTA, 2005,
p.43).
Costa (2005, p. 43) ressalta que apenas em meados do primeiro quartel do século
XIX, com a presença da Família Real Portuguesa no Brasil, foram expedidas
autorizações para a construção de novas picadas e caminhos, como a Picada do
Picu e a Estrada do Rubim. Esta última, posteriormente denominada São Pedro de
Alcântara, fazia a ligação entre a região de Cachoeiro do Itapemirim e a cidade de
Ouro Preto.
Santos (2001, p. 101) explica que até o início da primeira década do século XVIII a
Capitania de Minas Gerais cresceu praticamente pela mineração de ouro, o que viria
mudar com a descoberta de diamantes no Arraial do Tejuco. O primeiro registro da
descoberta de diamante na região é de 1714, o que teria se dado na lavra de um
faiscador, localizada junto a Serra da Lapa, na região do Arraial do Tejuco. A partir
da exploração do diamante, a Estrada Real tem seu prolongamento até Diamantina.
O trecho passa a ser de Villa Rica (Ouro Preto), passando por Mariana, Serra do
Caraça por Camargos, Catas Altas, Santa Bárbara, Cocais, Itambé do Mato Dentro,
Morro do Pilar, Conceição do Mato Dentro, Córregos, Itapanhoacanga, Serro, São
Gonçalo do Rio das Pedras, Milho Verde até o Arraial do Tejuco, topônimo de
13
Atalho aberto na mata a golpes de facão ou de foice para a passagem de pessoas, pequenos
veículos, etc. (HOUAISS, VILLAR E FRANCO, 2002)
83
Diamantina (Figura 15). O trecho era chamado de Caminho do Mato Grosso ou
Caminho do Mato Dentro
14
(COSTA, 2005, p.98).
Figura 15: Mapa da Capitania de Minas Geraes com a Deviza de suas Comarcas – em destaque:
Caminho dos Diamantes – Estrada Real
Fonte: Fundação João Pinheiro - FJP (1995)
A descoberta de diamantes em Minas Gerais não foi comunicada à Coroa
Portuguesa de imediato o que gerou um descontentamento por parte do rei de
Portugal e fez com que um regimento regulamentador da atividade de mineração de
diamantes fosse criado, conforme apresenta Santos (2001, p.104). Em 1730 é
promulgado, por decorrência, o primeiro regimento regulador da extração e
distribuição dos diamantes. Institui-se a taxa de capitação, tributo a ser pago sobre
14
Ver pesquisa de PÁDUA (2007).
84
cada escravo ou mineiro empregado na busca de diamantes, além da proibição de
instalação de lojas e vendas nas lavras e em suas imediações e da aquisição de
diamantes de escravos.
4.2.1 O legado dos viajantes naturalistas no Caminho dos Diamantes
Em Portugal e em demais países da Europa, mais precisamente no século XVIII,
teve-se a iniciativa de explorar as terras descobertas com expedições cientificas
para reconhecimento de potencialidades econômicas. Portugal patrocina uma série
delas pelo mundo, tendo a bordo naturalistas incumbidos de inventariar espécies
desconhecidas, estudadas in loco, recolher e enviar para museus de história natural
tais amostras, descrever o comportamento de espécies novas e conhecidas nas
condições ambientais, e o comportamento da natureza pelas interferências
humanas. (LUZ, 2003, p.54 e CRUZ, 2002, p.61).
Os naturalistas possuíam conhecimentos práticos e teóricos em relação à natureza,
dada a necessidade de se estudar em campo e a capacidade de descrever com
riqueza de detalhes. A participação destes naturalistas nas expedições foi de grande
importância para Portugal conhecer mais suas terras, além de contribuir com a
história das ciências naturais.
Após a abertura dos portos do Brasil, século XIX e “a elevação do país a condição
de sede do Reino Unido de Portugal e Algarves em 1815” possibilitou a especulação
de interesses brasileiros e estrangeiros relacionados à natureza do nosso país, não
somente exploratório, mas também por um ideal civilizatório universalista (LUZ,
2003, p.54).
No século XVIII, cresce em Portugal, assim como nos demais países da Europa, o
interesse pelas viagens de cunho científico. O governo português incentiva e
patrocina uma série de expedições. Muitos dos viajantes deste período são
recrutados junto à intelectualidade acadêmica de Coimbra (CRUZ, 2002, p.1).
85
A partir dos contatos entre brasileiros e estrangeiros e a intervenção dos mesmos
em facilitar a vinda deles ao Brasil, Portugal viu-se com uma grande oportunidade de
explorar os recursos naturais aqui encontrados. A partir destes interesses mútuos,
em 1809, relata-se a primeira viagem a Minas Gerais do naturalista João Mawe que
teve como objetivo observar possíveis ocorrências de prata na região, sendo assim,
considerado então o primeiro estrangeiro a viajar até a região das minas com
autorização do governo de Portugal (COSTA, 2005, p.112).
Por conta desta natureza, a região das minas, dentre outras, oferecia grandes
atrativos, pois compreendia um conjunto diversificado de biomas, regiões
montanhosas de difícil acesso, matas fechadas e nascentes de rios. As regiões
povoadas como o distrito de diamantino, as Serras do Caraça e da Mantiqueira,
entre outras, que se desenvolveram no século XVIII, eram também de interesse dos
naturalistas, principalmente de Auguste de Saint-Hilaire (LUZ, 2003, p.54).
Para os viajantes desta época, a Estrada Real era o melhor caminho para se chegar
até as terras de Minas Gerais, sendo este o caminho que cortava as cidades, muito
utilizada por comitivas que transportavam desde mulas, escravos e produtos. João
Mawe encontrou em seu caminho muitas dificuldades, uma região onde a
predominância são as serras e matas fechadas de difícil acesso e pouco exploradas.
Mawe fez uma descrição detalhada de sua viagem:
(...) para alcançar o Porto do Paraíba, seus membros passaram por um
trecho do caminho mais estreito que o anterior, atravessaram o rio por meio
de uma balsa (...). Seguiram em direção ao Paraibuna, onde existia outro
Registro. Mawe comenta que “a região em derredor, conquanto
montanhosa, é fértil e coberta de mato”. (...) transpuseram as montanhas da
Mantiqueira, passaram pela fazenda de Juiz de Fora e seguiram viagem
passando pelas fazendas de Antônio Ferreira, Dona Clara (...). Após
passarem por um declive de escabrosidade aterradora, atravessaram o Rio
das Mortes, passaram pela antiga estalagem do Registro Velho e chegaram
a Barbacena, segundo seu relato dois grandes caminhos, vindos de zonas
mineiras, uniam-se neste lugar: o de Oeste vinha de São João Del Rei,
Sabará e Cuiabá; o outro, de Villa Rica, Mariana, Vila do Príncipe, Tejuco,
dentre outras. (...) seguindo pelo Capão, passaram por minas de topázio e
alcançaram Villa Rica. Mawe viajou até o Tejuco, passando por Mariana,
Catas Altas, Cocais, seguindo pelo caminho do Mato, ora como uma
estrada muito má, ora estreita desnuda ou com matas, passou por Itambé,
Conceição, Tapinhocanga, Vila do Príncipe, Milho Verde onde funcionava
um Registro, em 17 de Setembro, chegou ao Tejuco
(COSTA, 2005, p.112).
86
Segundo (COSTA, 2005, p.115), após a estadia de João Mawe à região das minas,
outros viajantes naturalistas também estiveram por aqui. Em 1816, esteve aqui
Auguste Saint-Hilaire, acompanhado do Duque de Luxemburgo, embaixador da
França e junto à corte de Portugal, para sua primeira viagem a Minas Gerais, a
convite de Antônio Idelfonso Gomes. Saint-Hilaire parte para sua viagem, decidido ir
à direção das minas para se alcançar as terras do Rio de Janeiro por via terrestre. A
importância do relato de Saint-Hilaire deve-se ao fato de serem raras as suas
descrições para o trecho do caminho real, localizado na região entre o mar e a serra.
Assim em sua viagem às minas, Saint-Hilaire e companheiros saíram do Rio por
esse caminho que cortava “matas e campos ornados de flores vistosas” e
contornava a uma pequena distância da baía de Guanabara (COSTA, 2005, p.116).
Vislumbrado com uma natureza rica em fauna e flora exóticas e raras, localizadas
em terras e montanhas, tudo chamava a atenção do viajante, um caminho que era
por muitas vezes, exaustivo, porém, compensador por tanta beleza.
Saint-Hilaire percorreu outros caminhos: Caminho Novo, Caminho dos
Comerciantes, Caminho do Rio Preto, dentre outros, com o objetivo de desbravar
esses caminhos cercados por florestas densas e matas fechadas, também
considerados perigosos. Saint-Hilaire soube descrever com riqueza de detalhes para
Portugal tudo o que avistou em desenhos tão autênticos que não se podia acreditar
em tal perfeição da natureza (COSTA, 2005, p.115).
Estiveram também em meados de 1818, Carl Friedrich Philipp Von Martius e Johann
Baptist Von Spix, naturalistas desbravadores da região de Minas Gerais. No século
XIX, a exploração das minas de ouro, diamantes e pedras preciosas, como quartzo e
topázio, ainda era a principal atividade econômica da região. Spix e Martius, assim
como outros naturalistas, possuíam uma formação geral compreendendo a botânica,
a geologia, os processos das bacias hidrográficas e cursos d´água, e os aspectos
culturais da civilização (SPIX, 1981, p.17).
Ao chegar à região das minas, os naturalistas percorreram o caminho de Villa Rica
(Ouro Preto) ao Arraial do Tejuco (Diamantina), este denominado Caminho dos
Diamantes devido a maior concentração de diamantes. Spix e Martius depararam-se
87
com um lugar rico em biodiversidade, ao longo de todo o caminho até as terras do
Tejuco. A viagem que começou por Villa Rica teve seu trajeto descrito:
(...) Quando a nossa tropa se pôs a subir a encosta do morro de Villa Rica,
nascia justamente o sol e iluminava a cidade, reclinada entre pitorescos
outeiros, ao sopé do majestoso Itacolomi (...) levou-nos a estrada pela Serra
da Cachoeira, montanha alta e íngreme e que é formada de itacolomito
branco, frequentemente disposto em chapas, jazidas de xisto argiloso ou
grandes lajes de mica (...). Os campos, nesta região têm moitas de Sidas,
Murtas, Vernônias de folhas verdes – azuladas, e o solo arenoso e às vezes
tão movediço (...). Desse modo seguiu viagem por montes e vales (SPIX,
1981, p.17).
Com certeza, Spix e Martius obtiveram muitas experiências inimagináveis durante
todo o seu trajeto em companhia da natureza esplendorosa da região da Estrada
Real. Ao chegarem ao distrito diamantino tão almejado, relataram:
“Quase parece que a natureza escolheu para a região originária dessas
pedras preciosas os mais esplêndidos campos e os guarneceu com as mais
lindas flores. Tudo até agora havíamos visto de mais belo e soberbo em
paisagens, parecia incomparavelmente inferior diante do encanto que se
oferecia aos nossos olhos admirados. Todo o distrito diamantino parece um
jardim artisticamente plantado, a cuja alternativa de românticos cenários
alpestres, de montes e vales, se aliam mimosas paisagens de feição idílica”.
Não pudemos alcançar no mesmo dia a meta de nossa viagem, Tejuco, e
fomos forçados a pernoitar numa pobre fazenda, Palmital, ali perto. No dia
seguinte, vencido duas encostas de montanha, entramos no vale do
Jequitinhonha, rico em ouro e diamantes (...) e tivemos, afinal, a satisfação
de alcançar o Arraial do Tejuco (SPIX, 1981, p.26).
Pode-se dizer que os naturalistas vivenciaram a maior de suas experiências,
podendo assim repassá-las a Portugal, fazendo-se conhecer as terras das minas e
diamantes, e contribuindo com o processo de formação histórica da Estrada Real.
4.3 Caracterização fisiográfica do Caminho dos Diamantes
4.3.1 Geologia
A geologia do Caminho dos Diamantes é caracterizada segundo CPRM (2007),
pelas rochas do Complexo Espinhaço, Quadrilátero Ferrífero e Orógeno Araçuaí,
88
datadas nas eras geológicas do Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico (Figura 16).
Ao longo do tempo, a área de estudo sofreu intensos processos geológicos que
modificaram as formações da superfície. Esses fenômenos ocorreram com
intensidades e períodos de duração distintos (LABOURIAU, 1994, p.5). O Caminho
dos Diamantes possui diversidade geológica pela grande quantidade de unidades
litológicas (Anexo IV).
Na porção noroeste da área de estudo estão formações do Supergrupo Espinhaço
subdividido pelos Grupos Diamantina (Formações Galho do Miguel, Sopa
Brumadinho, Cambotas, Itapanhoacanga, São João da Chapada, e a Unidade
Conceição do Mato Dentro), Conselheiro Mata (Formações Córrego Bandeira,
Córrego Pereira, Rio Pardo Grande, Córrego dos Borges e Santa Rita) e o
Supergrupo Espinhaço indiviso. O Complexo Espinhaço está compreendido numa
faixa de dobramento e tem como esboço geológico rochas sedimentares ou
metamórficas (metassedimentos). Almeida Abreu (1995, p.3), apresenta a
estratigrafia do Supergrupo Espinhaço (Quadro 9).
Quadro 9: Estratigrafia do Supergrupo Espinhaço
Fonte: Almeida Abreu (1995, p.3)
Ao sul do Caminho dos Diamantes, na porção central de Minas Gerais, está a região
do Quadrilátero Ferrífero que abrange os Supergrupos Minas e Rio das Velhas, o
Grupo Itacolomi e a Formação Fonseca (RENGER et al., 1994, p.1). Nesta região
prevalecem rochas metamórficas, tais como: granito-gnaissico, migmatitos,
micaxistos, filitos, carbonáticas e massas intrusivas, como granitos e sienitos,
coberturas lateríticas ferruginosas e aluvionares (ENDO et al., 1992, p.30).
As porções nordeste, leste e sudeste abrangem o Complexo Guanhães, o Complexo
Gouveia e o Mantiqueira pertencentes ao Orógeno Araçuaí. De acordo com
GRUPOS DE FORMAÇÃO ROCHAS
1-São João da Chapada Arenitos, filitos hematíticos, conglomerados e brecha basal
2-Sopa-Brumadinho
Pelitos, arenitos, conglomerados, diamictitos, filitos hematíticos e xistos verdes,
vulcânicas básicas
3-Galho do Miguel Arenitos, localmente leitos pelíticos delgados
4- Santa Rita Pelitos e arenitos
5-Córrego dos Borges Arenitos, localmente conflomerados quartzíticos
6-Córrego da Bandeira Pelitos, arenitos.
7-Córrego Pereira Arenitos, pelitos.
8-Rio Pardo Grande Pelitos, arenitos, localmente carbonatos.
89
Pedrosa-Soares et al. (2007, p.1), o “Orógeno Araçuaí revela-se como uma das
regiões orogênicas mais bem conhecidas do Brasil”. Conforme Noce et al. (2007,
p.17), esse embasamento surgiu durante um processo orogênico paleoproterozóico.
Esse domínio foi profundamente retrabalhado e desmembrado, constituindo hoje as
unidades do embasamento orogênico. Os complexos Guanhães e Gouveia
assemelham-se ao arcabouço arqueano do Quadrilátero Ferrífero, incluindo rochas
gnaisses e migmatitos. O Complexo Mantiqueira é composto predominantemente
por ortognaisses bandados.
Figura 16: Mapa geológico simplificado do Caminho dos Diamantes
90
4.3.2 Geomorfologia
As formas do relevo no Caminho dos Diamantes se encontram bastante
desgastadas devido os processos erosivos ocorridos e que originaram feições de
serras. A Serra do Espinhaço é destaque devido às altitudes elevadas. Durante os
fenômenos naturais ocorridos ao longo do tempo, os sedimentos foram depositados
nas depressões que sofreram intensa atividade tectônica, em função da
movimentação da crosta terrestre. Durante esse processo, os sedimentos sofreram
metamorfização, intrusões, falhamentos e efusões vulcânicas (ROSS, 2006, p.79).
Na Serra do Espinhaço, as áreas de rochas quartzíticas apresentam relevo
protuberante e rugoso com afloramento rochoso entremeados por campo rupestre
(AB’SABER, 2003, p. 24).
Segundo IBGE (1997, p.65), o relevo da área em estudo é caracterizado pela
existência dos Cinturões Móveis Neoproterozóicos do Sudeste Sul (Serra do
Espinhaço Meridional, Planalto dos Campos das Vertentes e Serras do Quadrilátero
Ferrífero) e pelos Crátons Neoproterozóicos (Depressão de Belo Horizonte e
Depressão do Alto Médio Rio São Francisco). Prevalecem prolongamentos de
serras, como a do Espinhaço e Tabatinga, as serras que fazem parte da região do
Quadrilátero Ferrífero, as depressões e chapadas (Figura 17). As depressões estão
localizadas nas porções nordeste, leste e sudeste da área, existindo também uma
pequena porção a oeste, nos municípios pertencentes à região metropolitana de
Belo Horizonte.
91
Figura 17: Mapa dos compartimentos do relevo no Caminho dos Diamantes
Segundo Ross (2001, p.49), nesta região há predomínio de planaltos e serras do
Atlântico no sentido leste-sudeste, que estão associados ao cinturão do Atlântico. O
processo epirogenético pós-cretáceo (que perdurou pelo menos até o Terciário
Médio) resultou no soerguimento da plataforma sul-americana, reativando os
92
falhamentos antigos e gerando escarpas acentuadas. Nesta unidade estão inclusas
as áreas planálticas da faixa que acompanha o litoral e que estão delimitadas por
escarpas na borda ocidental da Serra do Espinhaço.
Segundo Ab’Sáber (2003, p.57), observa-se a presença do domínio dos Mares de
Morros em uma extensa unidade geomorfológica, sendo constituída
predominantemente por formas de dissecação fluvial do tipo colinas, cristas, topos
convexos, pontões e vales profundos e encaixados e que foram elaboradas sobre
rochas granito-gnaissses do embasamento pré-cambriano. Essas formas do relevo
estão concentradas na porção leste do Caminho dos Diamantes, inseridas na bacia
hidrográfica do Rio Doce. Ainda segundo Ab’Sáber (2003, p.16), o domínio dos
Mares de Morros compreende uma área de aproximadamente 650 mil km
2
do Brasil
Tropical Atlântico. É uma área de mamelonização extensiva afetando os níveis da
topografia (de 10-20 a 1.100-1300m de altitude no Brasil de Sudeste), mascarando
superfícies aplainadas de cimeira ou intermontanas, patamares de pedimentação e
eventuais terraços.
Assim como a cidade de Belo Horizonte, a região do Vale do Rio São Francisco
também está localizada em áreas rebaixadas e predominantemente aplainadas,
constituindo superfície de erosão que secciona uma grande diversidade de litologias
e arranjos estruturais. Essas áreas correspondem aos Crátons Neoproterozóicos
(Depressão de Belo Horizonte e Depressão do Alto Médio Rio São Francisco). São
regiões muito antigas e predominantemente sedimentares. Apresentam ainda
inúmeros trechos com ocorrência de relevos residuais quase sempre associados às
rochas cristalinas (ROSS, 2006, p.84).
Travassos, Varela e Guimarães (2008, p.111) identificaram as principais cavernas
localizadas nos municípios da Estrada Real, desenvolvidas em calcários e
quartzitos. No Caminho dos Diamantes estão presentes a Gruta da Igrejinha e a
Lapa de Antônio Pereira, localizadas no município de Ouro Preto; o sítio natural
Gruta Pau-Ferro, localizado no município de Monjolos; a Gruta do Salitre e a Gruta
Tromba D’Anta, localizadas no município de Diamantina; e mais algumas grutas não
turísticas, localizadas na região da Serra do Caraça, entre os municípios de Catas
Altas e Mariana.
93
Berbert-Born (2002, p.429) ressalta a importância da paisagem cárstica de Lagoa
Santa e cita as principais cavernas turísticas da Gruta de Maquiné, Rei do Mato e
Lapinha. A autora alerta para o esgotamento do aproveitamento turístico dessas
grutas e sugere a criação de “roteiros espeleológicos” em áreas próximas às
cavernas com o intuito de mostrar aos turistas o funcionamento da dinâmica do
carste, o meio biótico e a ocupação humana. A pesquisadora também indica que
deve ser avaliado o número ideal de pessoas e a periodicidade da visitação, os
procedimentos necessários e as restrições (BERBERT-BORN, 2002, p.429).
Travassos (2007, p.79) afirma que as cavernas possuem aproveitamento turístico
em todo o mundo que causa sérios impactos ambientais, porém sabe-se que esta
atividade turística contribui significativamente para a arrecadação financeira em
vários países. O pesquisador também ressalta que “nos países desenvolvidos o
problema da preservação das cavernas e da geração de renda é solucionado
através de controles específicos que podem acarretar, inclusive, o fechamento das
cavernas ou de salões e condutos”.
O relevo do Caminho dos Diamantes apresenta cotas altimétricas que variam entre
500 a 2.076 metros. As menores altitudes estão concentradas nas porções nordeste,
leste e sudeste, e as maiores nas porções noroeste, oeste e sudoeste, ao longo das
Serras do Espinhaço, Cipó e Caraça (Figura 18).
94
Figura 18: Mapa hipsométrico do Caminho dos Diamantes
95
A rede hidrográfica da área de estudo insere-se nas bacias dos rios São Francisco,
Jequitinhonha e Doce (Figura 19). A Serra do Espinhaço, além de ser considerada
um divisor de águas, funciona como um limitador da paisagem da região.
Na vertente oriental, onde os cursos d’água alimentam a bacia do rio Doce,
predominam vales encaixados com vertentes mais íngremes e cursos d’água
caudalosos. Na vertente ocidental, predominam escarpas erodidas, com diferenças
abruptas entre a Serra do Espinhaço e o cráton do Rio São Francisco, prevalecendo
formações aplainadas e depósitos sedimentares (SILVA, 2005, p.53).
A região do Alto Jequitinhonha
15
é caracterizada por feições de topos
predominantemente convexos, com densidades de drenagem de fina a média e
aprofundamentos variando de muito fraco a forte. É composto por planaltos,
chapadas, vales e grotas (GONÇALVES, 1997, p.23).
15
Região integrante do Caminho dos Diamantes na bacia do rio Jequitinhonha.
96
Figura 19: Mapa das bacias hidrográficas do Caminho dos Diamantes
97
4.3.3 Pedologia
A distribuição dos tipos de solos no Caminho dos Diamantes comprova a associação
das características pedológicas à geologia. Segundo o mapa de solos do Caminho
dos Diamantes (Figura 20), os solos encontrados na região é o Latossolo Vermelho
(porção central do caminho e entorno), Latossolo Vermelho Amarelo (porções
nordeste, leste e sudeste) e o Neossolo Litólico (porções Nordeste e Leste). Em
outras áreas da região de estudo, observa-se solos de menor incidência, tais como:
Cambissolo Héplico (porção sudoeste), Argissolo Vermelho Amarelo (porções leste e
oeste), Argissolo Vermelho (noroeste, oeste e sudoeste) e pequena concentração de
sedimentos e matéria orgânica nos afloramentos rochosos (porção oeste).
Figura 20: Mapa de solos do Caminho dos Diamantes
98
4.3.4 Vegetação
O mapeamento e inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas
Gerais, elaborado e publicado em 2006 pela Universidade Federal de Lavras –
UFLA e Instituto Estadual de Florestas – IEF, indica o tipo de cobertura vegetal atual
do Estado. A vegetação predominante do Caminho dos Diamantes é a Floresta
Estacional Semidecidual conforme o mapeamento e inventário da UFLA/IEF (Figura
21). Segundo Scolforo e Carvalho (2006, p. 26), caracteriza-se por uma vegetação
amplamente distribuída em Minas Gerais em áreas com regime de precipitação
sazonal dos domínios da Mata Atlântica e do Cerrado. No Domínio da Mata
Atlântica, é a tipologia predominante e, no Domínio do Cerrado, ocorre na forma de
encraves
16
e florestas associadas a corpos d’água permanentes ou intermitentes.
Na porção ocidental à Serra do Espinhaço e no vale do Rio São Francisco
predomina o Cerrado. Trata-se de uma vegetação com árvores de médio a pequeno
porte com galhos retorcidos. O clima predominante é regularmente sazonal com
estações seca e chuvosa bem definidas, e os solos em geral são bem drenados e
ácidos. É alta a incidência de fogo na estação seca (SCOLFORO E CARVALHO,
2006, p. 29).
Em toda a faixa da Serra do Espinhaço e principalmente em sua porção norte
apresentam-se os campos rupestres, vegetação predominante de serras e locais
caracterizados por afloramentos rochosos. Nos campos rupestres as temperaturas
médias são mais altas, principalmente durante o dia. Existe um período do ano em
que praticamente não chove e o solo é bastante pedregoso (SCOLFORO E
CARVALHO, 2006, p. 33).
Ainda segundo o mapeamento e inventário da UFLA/IEF, ao norte do Caminho dos
Diamantes estão presentes os campos de cerrado. E em menor expressividade,
estão presentes campos de altitude, veredas e reflorestamentos com plantações de
Eucalipto e Pinus.
16
Áreas disjuntas que se contatam (IBGE, 1992).
99
Figura 21: Mapa da vegetação do Caminho dos Diamantes
O Caminho dos Diamantes apresenta 52 Unidades de Conservação (UC’s), sendo
que 27 são Unidades de Conservação de Uso Sustentável (UCUS), 14 são
100
Unidades de Conservação de Proteção Integral (UCPI), 10 são Reservas
Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) e somente uma é área protegida não
contemplada pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza –
SNUC (Figura 22).
Figura 22: Mapa das Unidades de Conservação do Caminho dos Diamantes
101
4.3.5 Clima
Segundo o ZEE-MG (SEMAD, 2008), o clima da região é caracterizado nas porções
nordeste, leste e sudeste como B1 – Úmido, existindo pequenas áreas
representadas pelo clima C2 – Subúmido (entre os municípios de Dores de Ganhães
e Ferros, e em alguns municípios como Diamantina, Couto de Magalhães de Minas,
São Gonçalo do Rio Preto e Felício dos Santos). A região também apresenta outro
clima, o B2 – Úmido (em pequenas porções também nos municípios de Couto de
Magalhães de Minas, São Gonçalo do Rio Preto, Felício dos Santos e Serro). Nas
porções noroeste, oeste e sudoeste também estão presentes as três classificações
citadas acima (B1 – Úmido, B2 – Úmido e C2 – Úmido). Ainda ocorre no extremo
norte do município de Diamantina a classificação C1 – Subúmido Seco (Figura 23).
Segundo os estudos do ZEE-MG (SEMAD, 2008), as descrições das classificações
supracitadas estão organizadas da seguinte forma:
B1 – Úmido: Classe com características de clima úmido, cujo intervalo do
índice de umidade varia entre 20 e 40. O padrão de chuvas acumuladas
durante o ano varia em torno de 1400 a 1700 mm, com média aproximada de
1500 mm. A temperatura média anual oscila entre 18 a 23ºC, levando a
deficiência hídrica anual em valores bastante variáveis. As atividades que
dependem dos recursos naturais e que são realizadas nas regiões onde
existem esse clima, não são necessários grandes investimentos;
B2 – Úmido: Tipo climático que se situa na classe entre 40 e 60 para o índice
de umidade. A temperatura e precipitação acumulada (média anual) são de
19 a 20ºC e 1500 a 1600 mm, respectivamente. As regiões onde verifica-se
esse clima possuem características marcantes de desenvolvimento
socioeconômico devido à melhoria das condições naturais auto-sustentáveis;
C2 – Subúmido: Nessa classe o intervalo do índice de umidade está
compreendido entre 0 e 20. Os índices pluviométricos anuais são verificados
em torno de 1100 a 1400 mm e a temperatura anual é de 22ºC,
condicionando regiões transitórias entre os climas mais secos para aqueles
102
caracterizados como úmidos. Essa região apresenta disponibilidade de
recursos hídricos naturais;
C2 – Subúmido Seco: Tipo climático que apresenta um intervalo de índice de
umidade entre -33,3 e 0, na qual são verificados índices de chuvas
acumuladas na ordem de 850 a 1100 mm (média anual). Possui temperatura
média anual mais baixa com relação ao clima semi-árido compreendendo
uma faixa que pode variar de 21 a 25ºC.
Figura 23: Mapa de classificação climática do Caminho dos Diamantes
103
5 VULNERABILIDADE ECOTURÍSTICA
O Caminho dos Diamantes localiza-se em uma região de grande biodiversidade e
com uma infinidade de atrativos naturais que nem sempre são explorados
sustentavelmente. Foram encontrados mais de 700 atrativos naturais distribuídos em
municípios localizados no Caminho dos Diamantes (Figura 24). Os municípios que
mais apresentam atrativos naturais são: Santana do Riacho (74), Conceição do Mato
Dentro (51), Santa Bárbara (50) e Ouro Preto (46). No banco de dados organizado
nesta pesquisa foram quantificadas mais de 270 cachoeiras, sendo o atrativo natural
mais comum nesta região.
Figura 24: Mapa dos atrativos naturais
104
O mapa das atividades ecoturísticas representa a quantidade de modalidades de
ecoturismo (Anexo I) presentes em cada município no Caminho dos Diamantes
(Figura 25). Percebe-se que os municípios próximos ao eixo principal do Caminho
dos Diamantes possuem maior número de atividades ecoturísticas, principalmente
na porção norte da região. Existem dois núcleos de atratividade liderados pelos
municípios de Conceição do Mato Dentro e Mariana. O município de Conceição do
Mato Dentro se intitula como a “capital mineira do ecoturismo”
17
. Essa situação pode
ser atribuída pela maior quantidade de atrativos naturais (51) e de atividades
ecoturísticas (17) desenvolvidas em relação aos outros municípios localizados no
entorno do Caminho dos Diamantes.
Considerada a "Capital Mineira do Ecoturismo" devido à grande diversidade
e beleza natural de seu território, Conceição abriga a maior cachoeira de
Minas e segunda maior do Brasil, a Cachoeira do Tabuleiro. No que diz
respeito ao turismo no estado de Minas, o município pertence a dois
grandes circuitos: o da Estrada Real e o da Serra do Cipó (PORTAL CMD,
2009)
As atividades ecoturísticas mais frequentes nos municípios do Caminho dos
Diamantes são os Banhos na Natureza (em 36 municípios), o Trekking/Hikking (em
35 municípios), Passeios a Cavalo (em 28 municípios), Camping (em 24 municípios)
e a Observação da Fauna e Flora (em 19 municípios).
Portanto, o Caminho dos Diamantes propicia aos turistas atividades de caminhadas,
passeios a cavalo, da montagem de barracas em lugares próximos aos atrativos e
do convívio próximo com a natureza, por meio da observação e apreciação da fauna
e flora. Esta última atividade pode ser bem desenvolvida no Caminho dos
Diamantes, pois mais da metade dos municípios possuem unidades de
conservação.
Os municípios Guanhães, João Monlevade, Nova União, Passabem, Ponte Nova,
Rio Piracicaba, Sabinópolis, Santa Luzia, Santa Maria de Itabira, Santo Hipólito, São
Gonçalo do Rio Abaixo e Senhora do Porto não apresentam atividades ecoturísticas,
17
Ver pesquisa publicada por MAIA (2007).
105
o que indica a necessidade de maiores investigações sobre a possibilidade de
visitação ecoturística nos atrativos naturais desses municípios.
Figura 25: Mapa das atividades ecoturísticas
106
Os mapas dos equipamentos de hospedagem e alimentação apresentam a
quantidade de hotéis, hotéis fazenda, pousadas, pensões, albergues, campings,
restaurantes, lanchonetes, pizzaria, cafés e cantinas, bares, sorveteria, dentre outros
equipamentos, em cada município do Caminho dos Diamantes. São as duas
variáveis mais importantes da infraestrutura turística. Os diversos atrativos naturais
visitados pelos turistas contam com aproximadamente uma infraestrutura de 300
equipamentos de hospedagem (Figura 26) e pouco mais de 500 equipamentos de
alimentação (Figura 27), também localizados nos municípios que estão ao longo do
eixo principal do Caminho dos Diamantes.
Os equipamentos de hospedagem também estão concentrados nos municípios do
eixo principal do Caminho dos Diamantes (Figura 26). Todos os municípios possuem
equipamentos de hospedagem, sendo os municípios de Diamantina (24), Mariana
(20), Barão de Cocais (19), Itabira (19), Ouro Preto (19), João Monlevade (18) e
Serro (18) como os que mais oferecem equipamentos de hospedagem. Há maiores
opções de hospedagem nos municípios das extremidades do Caminho dos
Diamantes, Ouro Preto e Diamantina.
Os equipamentos de alimentação se concentram na porção sul do Caminho dos
Diamantes (Figura 27), sendo destaque os municípios de Ouro Preto (68), Itabira
(45) e João Monlevade (42). Na porção central do Caminho dos Diamantes, os
municípios apresentam em menor quantidade os equipamentos de alimentação.
Concomitantemente, os municípios de Santo Hipólito e Senhora do Porto oferecem
menor número de equipamentos de hospedagem. São municípios com pouca
infraestrutura, prejudicando assim o desenvolvimento do ecoturismo. O município
Santo Hipólito ainda possui uma quantidade significativa de atrativos naturais (8),
sendo necessária uma revisão em sua infraestrutura ecoturística. Porém, o
município de Senhora do Porto possui somente um atrativo natural, impossibilitando
maior desenvolvimento do ecoturismo, sendo necessário estudo sobre a
potencialidade de outros tipos de atividades turísticas (histórica, cultural, religiosa,
etc.). Vale ressaltar que o município de Conceição do Mato Dentro não apresenta os
maiores números de equipamentos de alimentação e hospedagem, apesar de se
enquadrar no grupo dos municípios com mais atrativos naturais e atividades
ecoturísticas.
107
Figura 26: Mapa dos equipamentos de hospedagem
108
Figura 27: Mapa dos equipamentos de alimentação
109
Conforme o método aritmético sistematizado nesta pesquisa para indicar a
potencialidade ecoturística de cada município do Caminho dos Diamantes, o
resultado da média ponderada dos municípios foi hierarquizado em ordem
decrescente, apresentando os municípios com maior e menor potencialidade
ecoturística (Tabela 3):
TABELA 3
POTENCIALIDADE ECOTURÍSTICA
Nº Município Média Ponderada
1 Ouro Preto 15
,
81
2 Mariana 12
,
16
3 Diamantina 11
,
90
4 Itabira 11
,
75
5 Concei
ç
ão do Mato Dentro 10
,
23
6 Barão de Cocais 9
,
19
7 Serro 8
,
95
8 Santa Luzia 7
,
98
9 João Monlevade 7
,
62
10 Ponte Nova 7
,
59
11 Santa Bárbara 7
,
46
12 La
g
oa Santa 7
,
39
13 Santana do Riacho 6
,
25
14 Catas Altas 5
,
64
15 Dores de Guanhães 5
,
08
16 Jaboticatubas 4
,
64
17 Guanhães 4
,
59
18 Morro do Pila
r
4
,
07
19 Ferros 3
,
74
20 Dom Joa
q
uim 3
,
65
21 Alvorada de Minas 3
,
56
22 Bom Jesus do Am
p
aro 3
,
51
23 Gouveia 3
,
42
24 Alvinó
p
olis 3
,
39
25 Couto de Ma
g
alhães de Minas 3
,
36
26 Con
g
onhas do Norte 3
,
15
27 Ta
q
uara
ç
u de Minas 3
,
01
28 Datas 3
,
01
29 Presidente Kubitschek 2
,
96
30 Acaiaca 2
,
92
31 Bela Vista de Minas 2
,
85
32 Itambé do Mato Dentro 2
,
81
33 Felício dos Santos 2
,
69
34 Mon
j
olos 2
,
56
35 São Gon
ç
alo do Rio Abaixo 2
,
48
36 Carmésia 2
,
36
37 Santo Antônio do Rio Abaixo 2
,
29
38 São Gon
ç
alo do Rio Preto 2
,
27
39 Nova União 2
,
25
40 Serra Azul de Minas 2
,
24
41 São Sebastião do Rio Preto 2
,
20
42 Santana de Pira
p
ama 2
,
13
43 Santa Maria de Itabira 2
,
02
44 Santo Antônio do Itambé 1
,
99
45 Rio Piracicaba 1
,
76
46 Barra Lon
g
a 1
,
58
47 Sabinó
p
olis 1
,
38
48 Santo Hi
p
ólito 1
,
18
49 Senhora do Porto 0
,
59
50 Passabem 0
,
36
Fonte: Banco de dados dos recursos ecoturísticos (Anexo V – CD-ROM), 2009
110
O mapa de potencialidade ecoturística (Figura 28) representa os resultados da
média ponderada de cada município (Tabela 3).
Figura 28: Mapa da potencialidade ecoturística
111
Percebe-se que no eixo principal do Caminho dos Diamantes a maioria dos
municípios possui maior potencialidade para o desenvolvimento de ecoturismo,
devido à maior oferta dos recursos ecoturísticos. Neste trecho, os municípios
inseridos na classe de Muito Alta potencialidade ecoturística são: Ouro Preto
(15,81), Mariana (12,16), Diamantina (11,90) e Itabira (11,75).
É importante destacar que recursos ecoturísticos como os serviços de saúde,
delegacias da polícia militar e polícia civil, jornais e revistas, sistemas de radiofusão
(TV e rádio), agências e postos bancários, operadores e monitores locais, agências
de correio, acessos e a disponibilidade de telecomunicações foram condicionantes
importantes para que os municípios de Itabira, Santa Luzia, João Monlevade e Ponte
Nova apresentassem uma posição de maior potencialidade ecoturística.
A grande quantidade desses serviços oferecidos nesses municípios não se explica
pelo fator turístico e sim, para atender às necessidades básicas da população local,
que por sinal é maior do que nos municípios que possuem atrativos naturais e maior
visitação turística. A quantidade da população de cada município está inserida no
banco de dados dos recursos ecoturísticos (Anexo V – CD-ROM).
A partir da análise do mapa de atrativos naturais (Figura 24) nota-se que, dentre os
municípios que mais possuem um número significativo de atrativos naturais, ainda
são escassos os serviços de hospedagem (Figura 26) e alimentação (Figura 27). O
município de Catas Altas é um exemplo, pois possui cerca de 30 atrativos naturais e
oferece ao turista poucos equipamentos de hospedagem (7) e alimentação (5). Na
mesma situação estão os municípios de Congonhas do Norte, Monjolos, Gouveia,
Santana do Pirapama e Itambé do Mato Dentro.
É indispensável um estudo sobre a demanda turística no local para comprovar
necessidades dos investimentos em infraestrutura nesses municípios, lembrando-se
da preocupação com o limite da capacidade de carga dos atrativos naturais. Um
exemplo é a região de Catas Altas, bastante explorada e degradada pela ação
mineradora, e por esse motivo requer um planejamento adequado para que o
ecoturismo seja sustentável.
112
Essa realidade aponta o motivo desses municípios não pertencerem ao grupo dos
dez municípios com maior potencialidade ecoturística (Tabela 3), pois possuem
poucos equipamentos de hospedagem e alimentação. O fato de que somente
possuir atrativos não é suficiente para que a atividade cresça (BISSOLI, 2000, p.48).
Os meios de hospedagem e serviços de alimentação são serviços turísticos
indispensáveis ao desenvolvimento da atividade turística (BENI, 1998, p. 299).
Os municípios de Itabira, Barão de Cocais, João Monvelade e Ponte Nova
apresentam um menor número de atrativos naturais e oferecem mais opções de
serviços de hospedagem e alimentação. Por esse motivo, os municípios apresentam
maior potencialidade ecoturística do que muitos municípios que dispõem de mais
atrativos naturais (Tabela 3). A quantidade de equipamentos de hospedagem e
alimentação foi significativa para que a média ponderada desses municípios se
apresentasse na classe de Alta a Muito Alta potencialidade ecoturística. Neste
caso, observa-se que ao utilizar o método aritmético para elaboração da
potencialidade ecoturística, encontra-se dificuldades em análises mais precisas,
surgindo distorções na classificação dos municípios.
O mapa de vulnerabilidade natural do Caminho dos Diamantes apresenta as áreas
mais vulneráveis aos condicionantes naturais, conforme metodologia do ZEE-MG
utilizada pela SEMAD (Figura 29). As áreas que pertencem à classificação Alta a
Muito Alta estão evidenciadas nas proximidades da Serra do Espinhaço. Uma
pequena porção a oeste exibe Média vulnerabilidade natural. As porções nordeste,
leste e sudeste do eixo principal do Caminho dos Diamantes possuem classificação
de Baixa a Muito Baixa vulnerabilidade natural.
113
Figura 29: Mapa de vulnerabilidade natural
114
O mapa de vulnerabilidade ecoturística (Figura 30) apresenta as áreas mais
vulneráveis ao ecoturismo, localizadas nas porções noroeste, oeste e sudeste do
eixo principal do Caminho dos Diamantes. Para mapear a vulnerabilidade
ecoturística na região do Caminho dos Diamantes foram definidas 5 classes: Muito
Baixa, Baixa, Média, Alta e Muito Alta.
Figura 30: Mapa de vulnerabilidade ecoturística
115
São mais expressivas áreas classificadas como Alta e Muito Alta vulnerabilidade
ecoturística na parte ocidental da Serra do Espinhaço, sendo que na parte oriental
prevalecem classes de Média e Baixa vulnerabilidade ecoturística.
A região do Caminho dos Diamantes possui uma área de aproximadamente
30.000km
2
, sendo que 32% de sua área está classificada como Média
vulnerabilidade ecoturística, 30% na classe Alta, 23% na classe Muito Alta, 14% na
classe Baixa e, em menor expressividade, 1% de sua área está classificada como
Muito Baixa vulnerabilidade ecoturística (Figura 31).
1%
14%
30%
23%
32%
Muito Baixa Baixa Média Alta Muito Alta
Figura 31: Porcentagem da vulnerabilidade ecoturística do Caminho dos Diamantes
Fonte: Mapa de vulnerabilidade ecoturística, 2009
Após aplicação metodológica que definiu o mapa-síntese (Figura 30), foi necessária
a elaboração da Tabela 4 para representar em cada município a porcentagem da
área (em Km
2
) de cada classe de vulnerabilidade ecoturística.
TABELA 4
PORCENTAGEM DA VULNERABILIDADE ECOTURÍSTICA POR CLASSE/MUNICÍPIO (%)
Nº MUNICÍPIO DENOMINAÇÃO
ÁREA POR
CLASSE EM Km
2
ÁREA TOTAL
EM Km
2
VULNERABILIDADE
ECOTURÍSTICA (%)
Baixa 96 95,38
1 Acaiaca
Média 5
101
4,62
Baixa 35 5,86
Média 506 84,41
2 Alvinópolis
Alta 58
599
9,73
Baixa 0 0,02
Média 343 92,28
3 Alvorada de Minas
Alta 29
372
7,70
Média 33 9,65
Alta 225 66,05
4 Barão de Cocais
Muito Alta 83
341
24,30
Continua...
116
Muito Baixa 51 13,27
Baixa 335 86,71
5 Barra Longa
Média 0
387
0,02
Baixa 104 95,90
6 Bela Vista de Minas
Média 4
108
4,10
Baixa 50 25,52
Média 133 68,19
7 Bom Jesus do Amparo
Alta 12
195
6,29
Baixa 177 69,27
8 Carmésia
Média 79
256
30,73
Média 50 20,86
9 Catas Altas
Alta 190
240
79,14
Média 664 39,97
Alta 728 43,83
10 Conceição do Mato Dentro
Muito Alta 269
1.660
16,20
Baixa 32 6,63
Média 218 45,39
11 Congonhas do Norte
Alta 230
480
47,98
Média 12 2,51
12
Couto de Magalhães de
Minas
Alta 466
478
97,49
Média 169 59,70
13 Datas
Alta 114
284
40,30
Alta 145 3,68
14 Diamantina
Muito Alta 3.786
3.931
96,32
Baixa 24 5,83
Média 371 91,72
15 Dom Joaquim
Alta 10
404
2,45
Baixa 49 12,79
Média 330 86,92
16 Dores de Guanhães
Alta 1
380
0,29
Baixa 3 0,86
Média 200 56,42
17 Felício dos Santos
Alta 151
354
42,72
Baixa 148 13,67
Média 928 85,58
18 Ferros
Alta 8
1.084
0,75
Média 19 2,22
19 Gouveia
Alta 847
866
97,78
Baixa 34 3,15
Média 1.026 96,04
20 Guanhães
Alta 9
1.069
0,81
Média 267 21,31
Alta 777 61,99
21 Itabira
Muito Alta 209
1.253
16,70
Baixa 94 24,77
Média 169 44,47
22 Itambé do Mato Dentro
Alta 117
380
30,76
Média 273 24,64
23 Jaboticatubas
Alta 836
1.109
75,36
Média 80 80,69
24 João Monlevade
Alta 19
99
19,31
Média 8 3,53
Alta 219 94,79
25 Lagoa Santa
Muito Alta 4
231
1,67
Média 3 0,29
Alta 523 43,80
26 Mariana
Muito Alta 668
1.195
55,92
Continua
ç
ão...
Continua...
117
Média 248 38,40
27 Monjolos
Alta 398
647
61,60
Baixa 19 3,91
Média 307 64,66
28 Morro do Pilar
Alta 149
474
31,43
Baixa 91 53,30
Média 58 33,83
29 Nova União
Alta 22
171
12,87
Média 1 0,08
Alta 422 33,88
30 Ouro Preto
Muito Alta 823
1.247
66,04
Muito Baixa 29 30,58
Baixa 65 69,27
31 Passabem
Média 0
93
0,16
Média 410 86,92
32 Ponte Nova
Alta 62
472
13,08
Baixa 0 0,04
Média 154 82,13
33 Presidente Kubitschek
Alta 34
188
17,83
Muito Baixa 65 17,51
Baixa 285 77,03
34 Rio Piracicaba
Média 20
371
5,47
Muito Baixa 19 2,14
Baixa 845 92,83
35 Sabinópolis
Média 46
910
5,03
Média 145 21,27
Alta 213 31,18
36 Santa Bárbara
Muito Alta 325
683
47,55
Média 107 45,88
Alta 125 53,34
37 Santa Luzia
Muito Alta 2
234
0,78
Baixa 419 82,60
38 Santa Maria de Itabira
Média 88
507
17,40
Baixa 118 9,75
Média 772 63,79
39 Santana de Pirapama
Alta 320
1.211
26,46
Média 3 0,38
Alta 253 37,63
40 Santana do Riacho
Muito Alta 417
673
61,99
Baixa 41 13,58
Média 186 61,87
41 Santo Antônio do Itambé
Alta 74
301
24,56
Baixa 99 93,40
42 Santo Antônio do Rio Abaixo
Média 7
106
6,60
Baixa 89 21,01
43 Santo Hipólito
Média 336
426
78,99
Baixa 268 73,73
Média 87 23,86
44 São Gonçalo do Rio Abaixo
Alta 9
363
2,41
Baixa 1 0,21
Média 82 26,37
45 São Gonçalo do Rio Preto
Alta 227
310
73,42
Baixa 115 90,27
Média 11 8,70
46 São Sebastião do Rio Preto
Alta 1
127
1,03
Continua
ç
ão...
Continua...
118
Muito Baixa 8 2,06
Baixa 356 93,97
47 Senhora do Porto
Média 15
379
3,98
Baixa 39 16,25
Média 165 69,49
48 Serra Azul de Minas
Alta 34
238
14,26
Média 114 9,32
Alta 760 61,86
49 Serro
Muito Alta 354
1.228
28,83
Baixa 137 41,74
Média 168 51,29
50 Taquaraçu de Minas
Alta 23
328
6,97
Fonte: Mapa de vulnerabilidade ecoturística, 2009
Os municípios de Diamantina, Ouro Preto, Santana do Riacho e Mariana
apresentam mais de 50% de suas áreas classificadas como Muito Alta
vulnerabilidade ecoturística. O município de Santa Bárbara possui mais de 40% de
sua área nesta classificação. É importante ressaltar que esses municípios são
vulneráveis, ou seja, são incapazes de se reconstituir dos impactos das atividades
ecoturísticas. Os municípios necessitam de avaliações cuidadosas na implantação
de atividades ecoturísticas, portanto, são os que necessitam de monitoramento,
fiscalização, planejamento e implantação de ações para não provocar impactos nos
atrativos naturais. Além de ser necessário a implantação de ações para remediar os
impactos aparentes.
Os municípios de Lagoa Santa, Serro, Gouveia, Couto de Magalhães de Minas,
Catas Altas, Jaboticatubas, São Gonçalo do Rio Preto, Barão de Cocais, Itabira,
Monjolos e Santa Luzia possuem mais de 50% de suas áreas indicadas na classe de
Alta vulnerabilidade ecoturística. Os municípios de Conceição do Mato Dentro e
Congonhas do Norte apresentam mais de 40% de suas áreas nesta classificação.
Nesta classe as áreas possuem restrições consideráveis quanto à utilização dos
recursos naturais, pelo fato de que os mesmos encontram-se menos vulneráveis aos
impactos do ecoturismo do que na classe anterior. As estratégias de
desenvolvimento dessas áreas devem apontar para ações que causem o menor
impacto possível.
As atividades e recursos ecoturísticos desenvolvidos nos distritos de São Gonçalo
do Rio das Pedras e Milho Verde, localizados no município de Serro, contribuem
Continua
ç
ão...
119
para que o município tenha um acentuado potencial ecoturístico. Porém, o município
está localizado em área de Alta vulnerabilidade ecoturística, onde se recomenda
causar o menor impacto possível nas áreas naturais. Durante o trabalho de campo,
observou-se que esses dois distritos possuem infraestrutura e serviços adequados
aos turistas que procuram explorar as áreas naturais. Além de possuir forte
identidade com o Turismo histórico-cultural e religioso, o município de Serro dispõe
de mais de 30 atrativos naturais, dentre eles balneários, cachoeiras, caminhos e
trilhas, mirantes e serras, grutas e uma unidade de conservação – o Parque
Estadual do Pico do Itambé. Portanto, o município poderá equilibrar suas atividades
turísticas em vários tipos de atrativos (culturais, históricos e naturais), não
sobrecarregando a capacidade de carga dos atrativos naturais.
Os municípios de São Gonçalo do Rio Preto, Barão de Cocais e Itabira possuem um
número significativo de recursos ecoturísticos e localizam-se em região de intenso
crescimento das atividades ecoturísticas. Estão localizados nas regiões das
principais serras do Caminho dos Diamantes tais como, a Serra do Caraça, Serra do
Cipó e Serra do Espinhaço. É importante que as instituições públicas, privadas e a
própria comunidade local se mobilizem para que o crescimento das atividades
ecoturísticas seja controlado e provoque o menor impacto possível. Vale ressaltar
que apesar de ter mais de 50% de sua área na classe de Alta vulnerabilidade
ecoturística, o município de Santa Luzia não possui atividades ecoturísticas e sofre
escassez de atrativos naturais.
Municípios como Guanhães, Alvorada de Minas, Dom Joaquim, Ponte Nova, Dores
de Guanhães, Ferros, Alvinópolis, Presidente Kubitschek, João Monlevade, Santo
Hipólito, Serra Azul de Minas, Bom Jesus do Amparo, Morro do Pilar, Santana de
Pirapama, Santo Antônio do Itambé, Datas, Felício dos Santos e Taquaraçu de
Minas estão classificados em áreas com mais de 50% na classe Média
vulnerabilidade ecoturística, possuindo restrições moderadas quanto à utilização dos
recursos naturais. Os municípios de Itambé do Mato Dentro e Congonhas do Norte
possuem mais de 40% de suas áreas nesta classificação. Os municípios de João
Monlevade e Ponte Nova não apresentam atrativos naturais e atividades
ecoturísticas em quantidade significativa, porém grande quantidade de serviços que
são oferecidos nesses dois municípios atendem as necessidades básicas da
120
população local, que é maior do que nos municípios que possuem mais atrativos
naturais e atividades ecoturísticas.
Os municípios Presidente Kubitschek, Morro do Pilar, Itambé do Mato Dentro,
Santana de Pirapama e Santo Antônio do Itambé possuem um número significativo
de atrativos naturais provocando uma tendência do crescimento acelerado do
ecoturismo, caso sejam aplicados investimentos na infraestrutura local. As
estratégias de desenvolvimento ecoturístico dessas áreas devem apontar para
ações que não ofereçam danos potenciais à capacidade de carga dos atrativos
naturais existentes.
Os municípios de Bela Vista de Minas, Acaiaca, Senhora do Porto, Santo Antônio do
Rio Abaixo, Sabinópolis, São Sebastião do Rio Preto, Barra Longa, Santa Maria de
Itabira, Rio Piracicaba, São Gonçalo do Rio Abaixo, Passabem, Carmésia e Nova
União possuem mais de 50% de suas áreas classificadas como Baixa
vulnerabilidade ecoturística. Praticamente todos estão localizados na porção leste do
eixo principal do Caminho dos Diamantes, exceto Nova União. São municípios que
oferecem pouca infraestrutura turística, sendo que suas atividades não estão
voltadas ao ecoturismo. Exceto os municípios de Bela Vista de Minas, Carmésia,
Santo Antônio do Rio Abaixo e São Sebastião do Rio Preto, mesmo com poucos
atrativos naturais apresentam um pequeno desenvolvimento do ecoturismo em suas
regiões. As estratégias de desenvolvimento ecoturístico dessas áreas devem
apontar para ações que ofereçam baixo impacto potencial à capacidade de carga
dos poucos atrativos existentes.
Os municípios com mais de 50% de áreas classificadas como Baixa vulnerabilidade
ecoturística são municípios que necessitam do desenvolvimento de outros tipos de
atividades turísticas, como por exemplo, o Turismo histórico-cultural, com o objetivo
de atrair maiores investimentos públicos e privados, ampliar suas infraestruturas aos
turistas e principalmente oferecer mais serviços para a população local.
É necessário ressaltar que nenhum município no Caminho dos Diamantes apresenta
mais de 50% de suas áreas na classificação de Muito Baixa vulnerabilidade
ecoturística.
121
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A região do Caminho dos Diamantes possui enorme potencial ecoturístico. É
necessário explorar de forma sustentável essas possibilidades fazendo com que a
população local também se beneficie dos impactos positivos gerados pelas
atividades econômicas e de lazer, evitando-se o acelerado crescimento dessas
atividades em municípios sem infraestrutura.
Nesta pesquisa, constatou-se a importância dos dados qualitativos nos estudos da
oferta turística. Para os dias atuais, a qualidade de um serviço turístico deverá ser
classificada conforme a apresentação de projetos sustentáveis oferecidos pelos
empreendimentos. O desenvolvimento das atividades turísticas depende
principalmente de informações espaciais precisas. O método aritmético aqui utilizado
foi validado com algumas ressalvas. Uma delas é a falta de dados qualitativos que
limitaram os resultados desta pesquisa. Optou-se pela utilização de dados
quantitativos por municípios, o que prejudicou análises mais detalhadas e pontuais.
O uso de métodos de ponderação para classificação da potencialidade turística é
muito utilizado em pesquisas no Turismo, porém deve-se ser realizada com muita
cautela a partir de estudos aprofundados e que ocupe uma equipe interdisciplinar
com um objetivo comum, principalmente guiada por geógrafos e turismólogos. A
Geografia, acompanhada pelo geoprocessamento, poderá cada vez mais ser uma
aliada aos estudos de diagnósticos dos planejamentos turísticos. Um dos pontos
positivos nesta dissertação, foi a aproximação entre as duas áreas do conhecimento
científico, a Geografia e o Turismo. A documentação cartográfica aqui produzida
são os subsídios fornecidos para as atividades de planejamento do ecoturismo no
Caminho dos Diamantes.
Ainda sobre o método aritmético utilizado, percebeu-se outros pontos negativos
como a falta de uma equipe multidisciplinar em investigações que envolvem estudos
de escala regional. Analisar um espaço nesta escala não é fácil, há dificuldade em
realizar análises muito generalizadas pelo excesso de dados disponíveis. Contudo,
outro ponto positivo da pesquisa foi a utilização do geoprocessamento que reuniu e
122
auxiliou o tratamento dos dados geográficos de maneira eficiente. A principal
vantagem foi aplicação dos SIG’s no Caminho dos Diamantes como teste
metodológico inicial, que posteriormente poderá ser aplicado em todo o roteiro
turístico da Estrada Real.
Uma das perspectivas para a continuidade de pesquisas neste âmbito é a avaliação
da capacidade de carga dos atrativos naturais no Caminho dos Diamantes,
identificando os atrativos sobrecarregados pelas atividades ecoturísticas e
desenvolvendo a educação ambiental no local. Outra perspectiva será a avaliação
de novos métodos de classificação para acurácia do mapa de vulnerabilidade
ecoturística. O método utilizado nesta pesquisa é bem generalizado e precisa ser
testado com outras operações de álgebra de mapas, inclusive utilizando outros
softwares de geoprocessamento.
Para a análise da capacidade de carga deve-se aplicar uma metodologia adequada
à região que inclua a identificação dos processos causadores de impactos
negativos, principalmente nas regiões de alta vulnerabilidade ecoturística indicadas
nesta pesquisa. Sabe-se que a capacidade de carga por muitos pesquisadores é
considerada como uma metodologia envolvida por aspectos muito subjetivos, sendo,
portanto, nesta dissertação pronunciada apenas como alternativa para futuras
pesquisas na área de estudo. É fato que cada atividade ecoturística causa um
impacto negativo no meio ambiente, portanto sugere-se também o desenvolvimento
de um índice hierárquico dos impactos causados pelo ecoturismo, ou seja, um índice
que avalie o grau de impacto negativo das atividades ecoturísticas.
A debilidade de componentes ambientais são indicadores de possíveis fragilidades
naturais. As intervenções antrópicas realizadas no espaço natural durante e após a
implantação de um projeto ecoturístico podem piorar a situação de fragilidade
natural e provocar alterações irreversíveis num sistema ambiental. Isso justifica a
contribuição desta pesquisa no que se refere à indicação de áreas de
vulnerabilidade ecoturística.
É necessário indicar em pesquisas futuras áreas de vulnerabilidade ecoturística
específicas para cada classe, a partir da criação de zonas homogêneas para
123
análises mais aprofundadas. A criação de um zoneamento para a vulnerabilidade
ecoturística pode ser mais uma vez a aproximação entre a Geografia e o Turismo,
adaptando metodologias destas duas ciências. Mas, para tanto, é preciso admitir
que a indicação de zonas homogêneas dependerá de bons trabalhos de campo,
planejados e preparados para o registro de observações mais detalhadas sobre as
regiões trabalhadas.
Uma outra perspectiva é o desenvolvimento de um banco de dados
georreferenciados para a Estrada Real, caracterizado por um sistema de acesso
público que mantém as informações turísticas e geográficas atualizadas
constantemente. Um banco de dados que seja desenvolvido em plataforma WebGIS
(SIG para uso na internet), com o objetivo de divulgar e atrair os turistas e
investimentos para a região, mantendo um caráter preservacionista voltado aos
projetos sustentáveis.
A ideia preservacionista pode ser aplicada na representação dos elementos bióticos,
abióticos e turísticos, detalhados em um Modelo Digital de Terreno – MDT indicando
os trechos vulneráveis e utilizando uma linguagem cartográfica totalmente adequada
ao turista. O modelo deve apresentar principais elementos que integram a paisagem
do roteiro turístico da Estrada Real, como os parâmetros climáticos, a topografia, a
cobertura vegetal, as características do solo, as características hidrográficas e,
principalmente, a localização dos recursos ecoturísticos.
Um turista destinado a conhecer os muitos caminhos da Estrada Real sentirá mais
segurança, conforto e preocupação em preservar o patrimônio natural, se antes da
viagem, ou até mesmo durante o percurso do roteiro, contar um sistema gratuito na
internet que apresente mapas de alta qualidade cartográfica e gráfica, disponibilize
fotografias da paisagem local e indique roteiros específicos a partir de links
georreferenciados. Um sistema que mantém a principal referência de um SIG: a
informação geográfica.
124
REFERÊNCIAS
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paisagísticas. 3.ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. 159p.
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Espinhaço: Fase 1 – Minas Gerais. 2005. 1 mapa: color. (base georreferenciada).
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uma visão antropológica. 5. ed. Campinas (SP): Papirus, 2006. 208 p. (Turismo)
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138
ANEXOS
ANEXO I – Modalidades das Atividades Ecoturísticas*
139
Fonte: Organizado pela autora a partir das informações obtidas pelo Guia de Ecoturismo (2005) e
SENAC Minas (2009).
*Observações:
Somente as modalidades ecoturísticas presentes no Caminho dos Diamantes – Estrada Real
foram listadas neste anexo.
A modalidade Turismo Rural foi incluída na pesquisa conforme os parâmetros apresentados
no Guia de Ecoturismo (2005). O guia indica as modalidades ecoturísticas oferecidas em
cada localidade e apresenta indicações de Turismo Rural por ter contato com a natureza.
Portanto, também foi considerado como turismo de caráter ecológico e inserido como
atividade ecoturística.
140
ANEXO II – Classificação climática
CLASSE DESCRIÇÃO
A – Superúmido
Os índices climáticos superam o valor numérico 100, possuindo temperaturas
médias anuais inferiores a 14ºC e, apresentando precipitações médias
acumuladas superiores a 1750 mm. São climas que apresentam baixa demanda
de evapotranspiração em virtude dos valores relativamente baixos para a
temperatura. Por conseguinte, traduzem em deficiências hídricas baixas,
elevando os índices de umidade. Quase sempre, são regiões que sofrem forte
influência de altitudes mais elevadas, como é o caso do sul do Estado, devido à
influência da Serra da Mantiqueira. Para atividades agrícolas, na maioria das
áreas ocorrem restrições térmicas para muitas culturas, onde o risco de
ocorrência de geadas agronômicas são bastante freqüentes, o que se torna
fator limitante. Por outro lado, algumas potencialidades para o desenvolvimento
regional podem ser destacadas como é verificada em certas localidades para a
indústria têxtil de malhas principalmente para o vestuário de inverno. A
paisagem natural oferece excelentes condições para atividades ecoturísticas.
B1 – Úmido
É a primeira classe com características de clima úmido, cujo intervalo do índice
de umidade varia entre 20 e 40. Neste caso, o padrão de chuvas acumulada
durante o ano, varia em torno de 1400 a 1700 mm, com média aproximada de
1500 mm. A temperatura média anual chega a oscilar de 18 a 23ºC, levando a
deficiência hídrica anual em valores bastante variáveis, pois a demanda de
evapotranspiração assim a caracteriza. Para as regiões onde se verificam este
tipo climático, atividades que dependem estritamente dos recursos naturais, tal
como a agricultura, podem se emergir sem grandes investimentos.
B2 – Úmido
Este tipo climático situa-se na classe entre 40 e 60 para o índice de umidade.
Verifica-se que a temperatura e precipitação total acumulada, médias anuais,
são da ordem de 19,0 a 20ºC e 1500 a 1600 mm, respectivamente. Por sua vez
a evapotranspiração potencial segue valores relativamente mais baixos, com
deficiência hídrica anual no solo agrícola da ordem de 87 mm. As regiões onde
são verificadas estas condições climáticas já possuem características
marcantes de desenvolvimento sócio-econômico devido à melhoria das
condições naturais auto-sustentáveis.
B3 – Úmido
O intervalo da classe para este tipo climático é de 60 a 80, cujo índice de
chuvas anual chega a superar a 1600 mm, podendo a temperatura média anual
ser inferior a 18,0ºC. O clima assim caracterizado fornece de maneira geral
condições favoráveis a diversos empreendimentos, tornando as regiões, do
ponto de vista dos recursos naturais, pouco restritivas ao desenvolvimento auto-
sustentável.
B4 – Úmido
Neste caso, o clima possui características notórias de umidade mais elevada
associada com níveis de temperatura mais baixas, sofrendo influências de
regiões serranas. O intervalo para o índice de umidade corresponde de 80 a
100. O índice pluviométrico supera 1700 mm e as temperaturas amenas
favorecem menor demanda de evapotranspiração, o que condiciona valores do
índice de umidade de Thornthwaite mais elevados. A prática da agricultura
irrigada é bastante restrita nestas regiões, pois as condições climáticas
favorecem a agricultura sem necessariamente ter que utilizar-se desta tecnolo-
gia. Além disso, estas condições climáticas favorecem melhoria na
disponibilidade dos recursos hídricos naturais, o que, entre outros fatores,
condicionam o maior desenvolvimento para as regiões que se enquadram neste
tipo climático.
141
C
1 – Subúmido
seco
Com intervalo do índice de umidade entre –33,3 e 0 são verificados índices de
chuvas acumuladas, em média durante o ano, na ordem de 850 a 1100 mm.
Possui temperaturas médias anuais relativamente mais baixas com relação ao
clima semi-árido compreendendo uma faixa que pode variar de 21 a 25ºC, que
levam a demanda de evapotranspiração relativamente menor, a qual, por sua
vez, gera índices de umidade pouco maiores.
C2 – Subúmido
Nesta classe o intervalo do índice de umidade está compreendido entre 0 e 20.
Quanto ao índice pluviométrico anual são verificados valores em torno de 1100
a 1400 mm e, por sua vez a temperatura média anual gira em torno de 22,0ºC
condicionando regiões transitórias entre os climas mais secos para aqueles
caracterizados como úmidos. Contudo, tal como em regiões onde são
encontrados os climas com características como aos anteriores (Semi-árido e
Subúmido seco), são necessárias atenções especiais pelos usuários e gestores
públicos dos recursos naturais nestas regiões que normalmente se refletem na
disponibilidade dos recursos hídricos naturais principalmente quando se trata da
atividade agropecuária.
D – Semi-árido
Com intervalo do índice de umidade entre –66,7 e –33,3, pode-se caracterizar
por serem regiões com baixos índices de chuvas, normalmente com média
anual abaixo de 850 mm, associados com elevadas taxas de evapotranspiração,
referenciando-se pelas temperaturas mais altas com médias anuais superando
25ºC, o que condiciona a um clima semi-árido.
Fonte: SEMAD (2008)
142
ANEXO III – Fontes de Dados: potencialidade ecoturística
ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil
ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações – SGMU: Sistema de Gestão das
metas de universalização e SICI: Sistema de coleta de informações
BACEN – Banco Central do Brasil
Circuito Turístico dos Diamantes
Circuito Turístico Serra do Cipó
Circuito Turístico Serras de Minas
DATASUS – Departamento de Informática do SUS
FUNCESI – Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira
GUIA de Alimentação e Hospedagem: Estrada Real
GUIA de Ecoturismo: Estrada Real
IEL – Instituto Euvaldo Lodi
MINASTOUR – Portal de turismo e serviços do Estado de Minas Gerais
Ministério das Comunicações – Correios: Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos e SRD: Sistema de Controle de Radiodifusão
Ministério dos Transportes – ANTT: Agência Nacional de Transportes Terrestres e
Centran: Centro de Excelência em Engenharia de Transportes
Polícia Civil do Estado de Minas Gerais: Intranet
Polícia Militar de Minas Gerais – PMMG: site oficial
Prefeitura Municipal de Lagoa Santa
Prefeitura Municipal de Passabem
SENAC Minas – Portal Descubraminas
SIGEP – Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos
SINDIJORI – Sindicato dos Proprietários de Jornais, Revistas e Similares do Estado
de Minas Gerais
Site de informações do município de Conceição do Mato Dentro
Site oficial de Turismo de Ouro Preto
TELELISTAS – site de prestação de serviços e utilidade pública que reproduz e
divulga, em conformidade com a legislação, as informações dos assinantes
comerciais e residenciais das principais operadoras de telefonia do Brasil.
143
ANEXO IV – Classes do mapa geológico simplificado
CLASSES HIERARQUIA SIGLA UNIDADE
NP2sls
NP2spl
Formação Sete Lagoas
NP2sl
Formação Lagoa do Jacaré NP2lj
Fácie Lagoa do Jaca NP2ljs
Grupo Bambuí
Subgrupo
Paraopeba
Formação Serra de Santa Helena NP2sh
Formação Chapada Acauã NP12ch
Litofácies Chapada Acauã NP12chq
Indiviso NP12mi
Hierarquia não encontrada NP12miq
Formação Chapada Acauã-Membro Rio
Preto
NP12mx
Formação Serra do Catuní NP12sc
NP3_C_cortado_cp
Formação Capelinha
NP3_C_cortado_cpq
Formação Duas Barras NP1db
SUPERGRUPO SÃO FRANCISCO
Grupo Macaúbas
Formação Domingas NP1md
Grupo Costa Sena APcs
SUPERGRUPO PARAÚNA
Grupo Pedro Pereira A34pp
Formação Córrego Bandeira MPcc
Formação Córrego Pereira MPecp
Formação Rio Pardo Grande MPrp
Formação Córrego dos Borges MPcb
Grupo
Conselheiro
Mata
Formação Santa Rita MPsr
Supergrupo Espinhaço Indiviso Pme
Formação Galho do Miguel PMgm
PMsbf
PMsc
PMsi
PMsp
PMspf
PMsb
Formação Sopa Brumadinho
PMss
Formação Cambotas PMec
Formação Itapanhoacanga PMip
Formação São João da Chapada PMsj
SUPERGRUPO ESPINHAÇO
Grupo Diamantina
Unidade Conceição do Mato Dentro PP4ev
Continua...
144
Formação Fonseca ENf
Grupo Itacolomi PP2it
Complexo Belo Horizonte A3bh
Complexo Santa Bárbara A3sb
Embasamento
Cristalino
(Complexos
Metamórficos)
Complexo Bação A3b
A4rma
A4rmc
Grupo Maquine
A4rm
A34rn
A3rp
A3rq
A3ru
Grupo Nova Lima
A4rr
Grupo Quebra Osso A3qo
Supergrupo Rio das Velhas
Supergrupo Rio das Velhas A34rv
Grupo Caraça PP1mc
Supergrupo Minas PP12m
PP1mi
PP1mic
Grupo Itabira
PP1mig
Grupo Sabará PP2ms
PP1mp
QUADRILÁTERO FERRÍFERO
Supergrupo Minas
Grupo Piracicaba
PP1mpc
PP2_gamma_2ce
PP2_gamma_2dv
PP2_gamma_2mo
Suíte Brás Pires
PP2_gamma_2pn
Complexo Gnáissicos - Complexo Piedade PP2pd
PP2_gamma_2am
PP2_gamma_2rp
ORÓGENO MINEIRO
Suíte Alto Maranhão
PP2_gamma_2sc
Continua...
Continua
ç
ão...
145
PP1ssf - Grupo Serra da
Serpentina
PP1ssi - Grupo Serra da
Serpentina
PP1ssq - Grupo Serra da
Serpentina
PP1ssx - Grupo Serra da
Serpentina
Sequência metavulcanossedimentar - Rio
Mata Cavalo
A3mc
A3se
Sequência metavulcanossedimentar - Serro
A3sez
A3_gamma_1g
Complexo Guanhães
A3g
PP4_gamma_ac
PP4_gamma_ac2
PP4_gamma_b
PP4_gamma_bc
PP4_gamma_bg
PP4_gamma_bgo
PP4_gamma_bi
PP4_gamma_bla
PP4_gamma_bsf
PP4_gamma_bsp
PP4_gamma_bu
PP4_gamma_it
Complexo Guanhães
Suíte Borrachudos
PP4_gamma_pe
Complexo Gouveia A3go
A3_gamma_1mqd
A3m
ORÓGENO ARAÇUAÍ
Complexo Mantiqueira
PRds (Grupo Dom Silvério)
Suíte Pedro Lessa NP1_delta_pl
Complexo Acaiaca Apac
Complexo Córrego Taioba A3_gamma_1mt
Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas NQdl
Depósitos aluviais e coluviais NQca
Depósitos aluvionares Q2a
Rochas metaultramáficas APmu
Corpo Barra Longa PP3_gamma_3bl
Corpo Caeté A4_gamma_2c
Corpo Coelho A3_gamma_1bc
PP_gamma_dj
Corpo Dom Joaquim
PP_gamma_i
Corpo Monsenhor Isidro AP_delta_mi
Corpo Jacém PP_gamma_j
Rochas
Ígneas
Plutônicas:
granitos,
granitóide,
gabro e
monzonito
Corpo Santa Luzia A4_gamma_3s
Corpo Rochas metabásicas PR_delta
GRUPOS NÃO IDENTIFICADOS
Rochas
Metamórficas:
metabasalto
e
metadiabásio
Corpo Soleiras e diques máficos NP1_delta
Fonte: Mapa geológico simplificado do Caminho dos Diamantes (2009)
Continua
ç
ão...
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
146
Subregião Região Código IBGE
População total
(estimativa
2009)
1 Acaiaca Núcleo Ouro Preto 3 310040 4.247
2 Alvinópolis Núcleo Ouro Preto 3 310230 15.664
3 Alvorada de Minas Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 310240 3.582
4 Barão de Cocais Núcleo Ouro Preto 3 310540 28.075
5 Barra Longa ---------- ---- 310570 7.054
6 Bela Vista de Minas Núcleo Ouro Preto 3 310600 10.337
7 Bom Jesus do Amparo Núcleo Ouro Preto 3 310770 5.753
8 Carmésia Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 311380 2.711
9 Catas Altas Núcleo Ouro Preto 3 311535 4.796
10 Conceição do Mato Dentro Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 311750 18.531
11 Congonhas do Norte Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 311810 5.341
12 Couto de Magalhães de Minas Núcleo Diamantina 1 312010 4.563
13 Datas Núcleo Diamantina 1 312100 5.699
14 Diamantina Núcleo Diamantina 1 312160 46.374
15 Dom Joaquim Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 312260 4.640
16 Dores de Guanhães Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 312310 5.749
17 Felício dos Santos Núcleo Diamantina 1 312540 5.873
18 Ferros Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 312590 11.534
19 Gouveia Núcleo Diamantina 1 312760 11.932
20 Guanhães Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 312800 30.645
21 Itabira Núcleo Ouro Preto 3 313170 110.414
22 Itambé do Mato Dentro Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 313280 2.489
23 Jaboticatubas Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 313460 16.514
24 João Monlevade Núcleo Ouro Preto 3 313620 75.320
25 Lagoa Santa ------------- ---- 313760 48.211
26 Mariana Núcleo Ouro Preto 3 314000 54.682
27 Monjolos Núcleo Diamantina 1 314250 2.312
INFORMAÇÕES GERAIS
Município
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
147
Subregião Região Código IBGE
População total
(estimativa
2009)
INFORMAÇÕES GERAIS
Município
28 Morro do Pilar Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 314370 3.529
29 Nova União Núcleo Ouro Preto 3 313660 5.654
30 Ouro Preto Núcleo Ouro Preto 3 314610 69.494
31 Passabem Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 314750 1.820
32 Ponte Nova Núcleo Ouro Preto 3 315210 57.657
33 Presidente Kubitschek Núcleo Diamantina 1 315330 3.087
34 Rio Piracicaba Núcleo Ouro Preto 3 315570 14.848
35 Sabinópolis Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 315680 16.318
36 Santa Bárbara Núcleo Ouro Preto 3 315720 27.570
37 Santa Luzia Núcleo Ouro Preto 3 315780 231.610
38 Santa Maria de Itabira Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 315800 10.821
39 Santana de Pirapama Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 315850 8.818
40 Santana do Riacho Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 315900 4.399
41 Santo Antônio do Itambé Núcleo Diamantina 1 316020 4.661
42 Santo Antônio do Rio Abaixo Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 316050 1.790
43 Santo Hipólito Núcleo Diamantina 1 316060 3.670
44 São Gonçalo do Rio Abaixo Núcleo Ouro Preto 3 316190 9.736
45 São Gonçalo do Rio Preto Núcleo Diamantina 1 312550 3.275
46 São Sebastião do Rio Preto Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 316480 1.744
47 Senhora do Porto Núcleo Conceição do Mato Dentro 2 316610 3.641
48 Serra Azul de Minas Núcleo Diamantina 1 316650 4.485
49 Serro Núcleo Diamantina 1 316710 21.523
50 Taquaraçu de Minas Núcleo Ouro Preto 3 316830 3.944
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
148
1 Acaiaca
2 Alvinópolis
3 Alvorada de Minas
4 Barão de Cocais
5 Barra Longa
6 Bela Vista de Minas
7 Bom Jesus do Amparo
8 Carmésia
9 Catas Altas
10 Conceição do Mato Dentro
11 Congonhas do Norte
12 Couto de Magalhães de Minas
13 Datas
14 Diamantina
15 Dom Joaquim
16 Dores de Guanhães
17 Felício dos Santos
18 Ferros
19 Gouveia
20 Guanhães
21 Itabira
22 Itambé do Mato Dentro
23 Jaboticatubas
24 João Monlevade
25 Lagoa Santa
26 Mariana
27 Monjolos
Município
Hotel Hotel fazenda Pousada Pensão Albergue Camping
Total_hosped
agem
0020002
3000003
1010002
127000019
1010002
1000001
0011002
1010002
1060007
3 0 11 0 0 0 14
3000003
3000003
0010001
9 0 14 0 0 1 24
2000002
0002002
1010002
3000003
3000003
100000010
190000019
1020003
2020004
180000018
70400011
72920020
0002002
HOSPEDAGEM
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
149
Município
28 Morro do Pilar
29 Nova União
30 Ouro Preto
31 Passabem
32 Ponte Nova
33 Presidente Kubitschek
34 Rio Piracicaba
35 Sabinópolis
36 Santa Bárbara
37 Santa Luzia
38 Santa Maria de Itabira
39 Santana de Pirapama
40 Santana do Riacho
41 Santo Antônio do Itambé
42 Santo Antônio do Rio Abaixo
43 Santo Hipólito
44 São Gonçalo do Rio Abaixo
45 São Gonçalo do Rio Preto
46 São Sebastião do Rio Preto
47 Senhora do Porto
48 Serra Azul de Minas
49 Serro
50 Taquaraçu de Minas
Hotel Hotel fazenda Pousada Pensão Albergue Camping
Total_hosped
agem
HOSPEDAGEM
0011002
0002002
4 1 12 0 1 1 19
0010001
150000015
0001001
1000001
2000002
50900014
61210010
1000001
1000001
0 1 11 0 0 0 12
0010001
2010003
0001001
1010002
0220004
0011002
1000001
0020002
1 1 14 0 0 2 18
0002002
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
150
1 Acaiaca
2 Alvinópolis
3 Alvorada de Minas
4 Barão de Cocais
5 Barra Longa
6 Bela Vista de Minas
7 Bom Jesus do Amparo
8 Carmésia
9 Catas Altas
10 Conceição do Mato Dentro
11 Congonhas do Norte
12 Couto de Magalhães de Minas
13 Datas
14 Diamantina
15 Dom Joaquim
16 Dores de Guanhães
17 Felício dos Santos
18 Ferros
19 Gouveia
20 Guanhães
21 Itabira
22 Itambé do Mato Dentro
23 Jaboticatubas
24 João Monlevade
25 Lagoa Santa
26 Mariana
27 Monjolos
Município
Restaurante Lanchonete Pizzaria Café e cantina Bar Sorveteria Outros
Total_alimenta
ção
30100105
20010104
20002015
1604041126
20100003
40001016
52000007
10000001
22000105
542000112
00002002
21000104
11000013
1906411334
21000104
11102117
30003006
23001006
52000108
930001215
20113105545
01000012
720001111
23012103342
1307001223
2113003028
10000001
ALIMENTAÇÃO
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
151
Município
28 Morro do Pilar
29 Nova União
30 Ouro Preto
31 Passabem
32 Ponte Nova
33 Presidente Kubitschek
34 Rio Piracicaba
35 Sabinópolis
36 Santa Bárbara
37 Santa Luzia
38 Santa Maria de Itabira
39 Santana de Pirapama
40 Santana do Riacho
41 Santo Antônio do Itambé
42 Santo Antônio do Rio Abaixo
43 Santo Hipólito
44 São Gonçalo do Rio Abaixo
45 São Gonçalo do Rio Preto
46 São Sebastião do Rio Preto
47 Senhora do Porto
48 Serra Azul de Minas
49 Serro
50 Taquaraçu de Minas
Restaurante Lanchonete Pizzaria Café e cantina Bar Sorveteria Outros
Total_alimenta
ção
ALIMENTAÇÃO
421130011
61100008
4294441468
10001002
1302104121
30000205
30000003
31101017
1015031020
1616000427
02000114
31001005
700031112
20001003
01000001
10000001
22004019
32000005
10000001
00001001
21000115
701280220
31001005
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
152
1 Acaiaca
2 Alvinópolis
3 Alvorada de Minas
4 Barão de Cocais
5 Barra Longa
6 Bela Vista de Minas
7 Bom Jesus do Amparo
8 Carmésia
9 Catas Altas
10 Conceição do Mato Dentro
11 Congonhas do Norte
12 Couto de Magalhães de Minas
13 Datas
14 Diamantina
15 Dom Joaquim
16 Dores de Guanhães
17 Felício dos Santos
18 Ferros
19 Gouveia
20 Guanhães
21 Itabira
22 Itambé do Mato Dentro
23 Jaboticatubas
24 João Monlevade
25 Lagoa Santa
26 Mariana
27 Monjolos
Município
hospedagem
básico
hospedagem
moderado
hospedagem luxo
alimentação
básico
alimentação
moderado
alimentação luxo
000000
000000
300200
420560
000000
000000
000000
000000
320321
761460
000000
000000
000000
8152 5152
000000
000000
000000
000000
000000
000000
224101
1010900
112300
000000
000000
440740
000000
QUALIDADE HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
153
Município
28 Morro do Pilar
29 Nova União
30 Ouro Preto
31 Passabem
32 Ponte Nova
33 Presidente Kubitschek
34 Rio Piracicaba
35 Sabinópolis
36 Santa Bárbara
37 Santa Luzia
38 Santa Maria de Itabira
39 Santana de Pirapama
40 Santana do Riacho
41 Santo Antônio do Itambé
42 Santo Antônio do Rio Abaixo
43 Santo Hipólito
44 São Gonçalo do Rio Abaixo
45 São Gonçalo do Rio Preto
46 São Sebastião do Rio Preto
47 Senhora do Porto
48 Serra Azul de Minas
49 Serro
50 Taquaraçu de Minas
hospedagem
básico
hospedagem
moderado
hospedagem luxo
alimentação
básico
alimentação
moderado
alimentação luxo
QUALIDADE HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO
200110
000000
31 19 2 9 18 1
000000
000000
000000
000000
000000
770520
330730
000000
000000
000000
000000
000000
000000
000000
000000
000000
000000
000000
7140670
000000
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
154
1 Acaiaca
2 Alvinópolis
3 Alvorada de Minas
4 Barão de Cocais
5 Barra Longa
6 Bela Vista de Minas
7 Bom Jesus do Amparo
8 Carmésia
9 Catas Altas
10 Conceição do Mato Dentro
11 Congonhas do Norte
12 Couto de Magalhães de Minas
13 Datas
14 Diamantina
15 Dom Joaquim
16 Dores de Guanhães
17 Felício dos Santos
18 Ferros
19 Gouveia
20 Guanhães
21 Itabira
22 Itambé do Mato Dentro
23 Jaboticatubas
24 João Monlevade
25 Lagoa Santa
26 Mariana
27 Monjolos
Município
Saúde
Delegacias da
polícia militar
Delegacias da
polícia civil
Jornais e
revistas
Sistemas de
Radiofusão (TV
e Rádio)
Agências e
postos
bancários
Operadoras e
monitores locais
Agências de
Correio
31102201
191105314
31104202
16 1 1 0 7 11 0 2
61101202
71103101
21104101
21101201
31012122
141117339
11003201
31103101
81104101
53 3 1 2 21 14 5 12
51103201
82003201
11004201
61103204
1411011102
4111113716
322 4 1 10 20 38 3 4
11103201
241104212
219 1 2 9 23 29 6 1
60 1 1 6 6 20 2 3
65 1 1 5 17 21 3 12
31002001
SERVIÇOS DIVERSOS
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
155
Município
28 Morro do Pilar
29 Nova União
30 Ouro Preto
31 Passabem
32 Ponte Nova
33 Presidente Kubitschek
34 Rio Piracicaba
35 Sabinópolis
36 Santa Bárbara
37 Santa Luzia
38 Santa Maria de Itabira
39 Santana de Pirapama
40 Santana do Riacho
41 Santo Antônio do Itambé
42 Santo Antônio do Rio Abaixo
43 Santo Hipólito
44 São Gonçalo do Rio Abaixo
45 São Gonçalo do Rio Preto
46 São Sebastião do Rio Preto
47 Senhora do Porto
48 Serra Azul de Minas
49 Serro
50 Taquaraçu de Minas
Saúde
Delegacias da
polícia militar
Delegacias da
polícia civil
Jornais e
revistas
Sistemas de
Radiofusão (TV
e Rádio)
Agências e
postos
bancários
Operadoras e
monitores locais
Agências de
Correio
SERVIÇOS DIVERSOS
31002201
31102103
113 1 1 6 20 31 4 16
41001201
175 1 1 4 16 23 2 6
30103201
91114302
111106202
1511211435
101 5 6 3 4 41 4 2
91105201
81103101
51104242
21007201
11012201
11102202
131103201
50003301
10001201
11002001
21102201
111115334
31112101
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
156
1 Acaiaca
2 Alvinópolis
3 Alvorada de Minas
4 Barão de Cocais
5 Barra Longa
6 Bela Vista de Minas
7 Bom Jesus do Amparo
8 Carmésia
9 Catas Altas
10 Conceição do Mato Dentro
11 Congonhas do Norte
12 Couto de Magalhães de Minas
13 Datas
14 Diamantina
15 Dom Joaquim
16 Dores de Guanhães
17 Felício dos Santos
18 Ferros
19 Gouveia
20 Guanhães
21 Itabira
22 Itambé do Mato Dentro
23 Jaboticatubas
24 João Monlevade
25 Lagoa Santa
26 Mariana
27 Monjolos
Município
Balneários Cachoeiras Caminhos e Trilhas
Grutas e Sítios
Arqueológicos
Mirantes e Serras
Unidades de
Conservação
Outros Total atrativos
03000003
02010104
13002006
03031018
02030005
01000001
02001003
02200105
7130391134
10 23 0 4 9 3 2 51
3151820029
153101011
12030006
3164812034
20000103
05101108
13011006
10202005
0161362028
322041012
160046017
6100130020
180122014
01130207
1003511038
0911200022
3402002029
ATRATIVOS NATURAIS
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
157
Município
28 Morro do Pilar
29 Nova União
30 Ouro Preto
31 Passabem
32 Ponte Nova
33 Presidente Kubitschek
34 Rio Piracicaba
35 Sabinópolis
36 Santa Bárbara
37 Santa Luzia
38 Santa Maria de Itabira
39 Santana de Pirapama
40 Santana do Riacho
41 Santo Antônio do Itambé
42 Santo Antônio do Rio Abaixo
43 Santo Hipólito
44 São Gonçalo do Rio Abaixo
45 São Gonçalo do Rio Preto
46 São Sebastião do Rio Preto
47 Senhora do Porto
48 Serra Azul de Minas
49 Serro
50 Taquaraçu de Minas
Balneários Cachoeiras Caminhos e Trilhas
Grutas e Sítios
Arqueológicos
Mirantes e Serras
Unidades de
Conservação
Outros Total atrativos
ATRATIVOS NATURAIS
370621019
0111100013
2 14 6 10 7 5 2 46
01001002
01000102
281310015
13010005
11000002
0304403050
00001001
11000002
3501211022
5 17 1 38 7 4 2 74
081012113
24011008
11050108
01001002
330121010
42010007
10000001
02102005
2232171036
03010004
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
158
1 Acaiaca
2 Alvinópolis
3 Alvorada de Minas
4 Barão de Cocais
5 Barra Longa
6 Bela Vista de Minas
7 Bom Jesus do Amparo
8 Carmésia
9 Catas Altas
10 Conceição do Mato Dentro
11 Congonhas do Norte
12 Couto de Magalhães de Minas
13 Datas
14 Diamantina
15 Dom Joaquim
16 Dores de Guanhães
17 Felício dos Santos
18 Ferros
19 Gouveia
20 Guanhães
21 Itabira
22 Itambé do Mato Dentro
23 Jaboticatubas
24 João Monlevade
25 Lagoa Santa
26 Mariana
27 Monjolos
Município
arvorismo
banhos
na
natureza
bóia-
cross
camping canoagem canyoning cascading
caving ou
cavernismo /
espeleologia
cicloturismo
escalada
ou
alpinismo
mergulho
mountain
bike
0100 0 0 0 0
0
000
01
0
10 00
0
000
0
0
101
0
00 0 0 101
0101 0 1 0 0 0 001
0000 0 0 0 0 0 000
0101 0 0 0 0 0 000
0101 0
0
00 0000
0101 1 0 0 0 0 000
0101 0 0 0 0 1 100
011
1
111 0 1100
0101 0 0 0 0 1 000
0101 0 0 0 0 0 000
0101 0 0 0 0 1 000
0100 0 0 0 1 0 100
0101 0 0 0 0 1 101
0101 1 0 0 0 1 100
0101 0 0 0 0 1 000
0101 1 0 0 0 1 000
0100 0 0 0 0 0 000
0000 0 0 0 0 0 000
0101 0 1 0 0 0 001
0101 0 0 0 0 0 000
0100 0 1 0 0 1 001
0000 0 0 0 0 0 000
0001 0 0 0 1 0 100
1101 0 1 1 1 1 111
0100 0 0 0 0 0 000
ATIVIDADES ECOTURÍSTICAS
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
159
Município
28 Morro do Pilar
29 Nova União
30 Ouro Preto
31 Passabem
32 Ponte Nova
33 Presidente Kubitschek
34 Rio Piracicaba
35 Sabinópolis
36 Santa Bárbara
37 Santa Luzia
38 Santa Maria de Itabira
39 Santana de Pirapama
40 Santana do Riacho
41 Santo Antônio do Itambé
42 Santo Antônio do Rio Abaixo
43 Santo Hipólito
44 São Gonçalo do Rio Abaixo
45 São Gonçalo do Rio Preto
46 São Sebastião do Rio Preto
47 Senhora do Porto
48 Serra Azul de Minas
49 Serro
50 Taquaraçu de Minas
arvorismo
banhos
na
natureza
bóia-
cross
camping canoagem canyoning cascading
caving ou
cavernismo /
espeleologia
cicloturismo
escalada
ou
alpinismo
mergulho
mountain
bike
ATIVIDADES ECOTURÍSTICAS
0111 1 0 0 0 0 000
0000 0 0 0 0 0 000
0101 0 0 0 0 0 011
0000 0 0 0 0 0 000
0000 0 0 0 0 0 000
0100 0 0 0 0 0 101
0000 0 0 0 0 0 000
0000 0 0 0 0 0 000
0100 0 0 0 0 1 000
0000 0 0 0 0 0 000
0000 0 0 0 0 0 000
0101 0 0 0 0 0 000
0100 0 1 0 0 0 100
0100 0 0 0 0 0 000
0101 0 0 0 0 0 001
0000 0 0 0 0 0 000
0000 0 0 0 0 0 000
0100 0 0 0 0 0 000
0101 0 0 0 0 1 000
0000 0 0 0 0 0 000
0100 0 0 0 0 0 000
0100 0 0 0 0 0 010
0100 0 0 0 0 0 000
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
160
1 Acaiaca
2 Alvinópolis
3 Alvorada de Minas
4 Barão de Cocais
5 Barra Longa
6 Bela Vista de Minas
7 Bom Jesus do Amparo
8 Carmésia
9 Catas Altas
10 Conceição do Mato Dentro
11 Congonhas do Norte
12 Couto de Magalhães de Minas
13 Datas
14 Diamantina
15 Dom Joaquim
16 Dores de Guanhães
17 Felício dos Santos
18 Ferros
19 Gouveia
20 Guanhães
21 Itabira
22 Itambé do Mato Dentro
23 Jaboticatubas
24 João Monlevade
25 Lagoa Santa
26 Mariana
27 Monjolos
Município
observação
astronômica
observação
de fauna e
flora
paragliding
ou parapente
passeios a
cavalo
passeio de
interesse
arqueológico
pesca
esportiva
rafting rapel tirolesa
trekking e
hikking
turismo
fotográfico
turismo
rural
Total
atividades
ecoturísticas
0
0
01 0 00001
0
03
0
0010
00
00 1 0
0
4
01010100
0
100 8
000
1
10000
1
10 8
0001000001002
0011000001005
0001000001004
0001010001006
01010101011010
11011011111017
0101100001108
0101100001107
0101000001107
0100000101118
0001010101009
0001010101009
0101000001006
0001010001007
0101000001105
0000000000000
0100000101119
0001000001105
0000000001016
0000000000000
0001110100018
00010001110115
0100000001003
ATIVIDADES ECOTURÍSTICAS
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
161
Município
28 Morro do Pilar
29 Nova União
30 Ouro Preto
31 Passabem
32 Ponte Nova
33 Presidente Kubitschek
34 Rio Piracicaba
35 Sabinópolis
36 Santa Bárbara
37 Santa Luzia
38 Santa Maria de Itabira
39 Santana de Pirapama
40 Santana do Riacho
41 Santo Antônio do Itambé
42 Santo Antônio do Rio Abaixo
43 Santo Hipólito
44 São Gonçalo do Rio Abaixo
45 São Gonçalo do Rio Preto
46 São Sebastião do Rio Preto
47 Senhora do Porto
48 Serra Azul de Minas
49 Serro
50 Taquaraçu de Minas
observação
astronômica
observação
de fauna e
flora
paragliding
ou parapente
passeios a
cavalo
passeio de
interesse
arqueológico
pesca
esportiva
rafting rapel tirolesa
trekking e
hikking
turismo
fotográfico
turismo
rural
Total
atividades
ecoturísticas
ATIVIDADES ECOTURÍSTICAS
0100001010007
0000000000000
0101000101019
0000000000000
0000000000000
0101000100006
0000000000000
0000000000000
0100000001105
0000000000000
0000000000000
0000000001003
0000010101118
0101000001004
0001000001016
0000000000000
0000000000000
0100000001003
0001000001005
0000000000000
0100000101004
0101000101107
0001000001003
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
162
1 Acaiaca
2 Alvinópolis
3 Alvorada de Minas
4 Barão de Cocais
5 Barra Longa
6 Bela Vista de Minas
7 Bom Jesus do Amparo
8 Carmésia
9 Catas Altas
10 Conceição do Mato Dentro
11 Congonhas do Norte
12 Couto de Magalhães de Minas
13 Datas
14 Diamantina
15 Dom Joaquim
16 Dores de Guanhães
17 Felício dos Santos
18 Ferros
19 Gouveia
20 Guanhães
21 Itabira
22 Itambé do Mato Dentro
23 Jaboticatubas
24 João Monlevade
25 Lagoa Santa
26 Mariana
27 Monjolos
Município
Aeródromos
(pistas de pouso)
Rodoviários Ferroviários Total acessos
Serviços de
internet
Telefonia móvel
Telefonia fixa
pública
03 141224
02 024478
02 021118
1 3 2 6 6 3 185
03 031133
02 024288
03 032433
01 011116
02 024325
1 3 0 4 3 4 111
00 002129
01 013235
02 021140
2 3 0 5 8 4 294
02 021137
02 023132
01 012124
02 024253
02 023276
1 3 0 4 7 4 196
0 2 1 3 11 4 709
00 002214
0 3 0 3 4 4 116
0 3 1 4 8 4 528
1 2 0 3 8 4 288
0 5 1 6 8 4 271
02 021118
TELECOMUNICAÇÕESACESSOS
ANEXO V – Banco de dados: potencialidade ecoturística
163
Município
28 Morro do Pilar
29 Nova União
30 Ouro Preto
31 Passabem
32 Ponte Nova
33 Presidente Kubitschek
34 Rio Piracicaba
35 Sabinópolis
36 Santa Bárbara
37 Santa Luzia
38 Santa Maria de Itabira
39 Santana de Pirapama
40 Santana do Riacho
41 Santo Antônio do Itambé
42 Santo Antônio do Rio Abaixo
43 Santo Hipólito
44 São Gonçalo do Rio Abaixo
45 São Gonçalo do Rio Preto
46 São Sebastião do Rio Preto
47 Senhora do Porto
48 Serra Azul de Minas
49 Serro
50 Taquaraçu de Minas
Aeródromos
(pistas de pouso)
Rodoviários Ferroviários Total acessos
Serviços de
internet
Telefonia móvel
Telefonia fixa
pública
TELECOMUNICAÇÕESACESSOS
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