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DANIELLE FABÍOLA PEREIRA DA SILVA
DESENVOLVIMENTO E CONTROLE DO AMADURECIMENTO DA MANGA
‘UBÁ’
Tese apresentada à Universidade Federal
de Viçosa, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia,
para obtenção do título de Doctor Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS BRASIL
2009
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DANIELLE FABÍOLA PEREIRA DA SILVA
Desenvolvimento e controle do amadurecimento da manga ‘Ubá’
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de s-
Graduação em Fitotecnia, para
obtenção do título de Doctor
Scientiae.
APROVADA: 25 de novembro de 2009.
__________________________________ __________________________________
Prof. Dalmo Lopes de Siqueira Prof. Paulo Roberto Cecon
(Coorientador) (Coorientador)
__________________________________ __________________________________
Prof. Marlon Cristian Toledo Pereira Pesq. Cláudia Rita de Souza
__________________________________
Prof. Luiz Carlos Chamhum Saloo
(Orientador)
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ii
À minha Mãe (Inácia), meu esposo (Marcelo)
e aos meus irmãos, com carinho.
Dedico
iii
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade
com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.
Fernando Pessoa
iv
AGRADECIMENTOS
À Deus pela presença constante em minha vida, por todas as oportunidades.
A minha amada Mãe, Inácia, por ser a “argamassa” que mantém juntos os
ladrilhos da família. Obrigada pela sólida educação, o que me proporcionou a
continuidade nos estudos até a chegada a conclusão desse curso, meus eternos
agradecimentos. Obrigada pelo exemplo de vida e determinação!!!
Ao meu esposo Marcelo Pimenta, meu companheiro de vida, que assumiu, com
dedicação extrema, muita das minhas responsabilidades familiares, propiciando a minha
dedicação integral ao curso especialmente nos dias em que antecederam a defesa. Para
tanto, foi indispensável à compreensão e o imenso amor. Você tornou todos os
momentos mais leves e mais agradáveis!
Aos meus irmãos Wagner, Ivan, Emerson, Éder Danilo e em especial à minha
irmãzinha do coração Iata Fabianna, pelo incentivo e pela torcida. A minha cunhada
Raquel e meu sobrinho Guilherme Matheus pela alegria que trouxeram a nossa família.
À Universidade Federal de Viçosa, em especial ao Departamento de Fitotecnia,
pela oportunidade de realização do Curso.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
pela ajuda financeira.
Ao Professor Luiz Carlos Chamhum Salomão, obrigada por ouvir todas as
questões, dúvidas e problemas que surgiam durante os experimentos. Obrigada por ser
um interlocutor paciente, pela oportunidade oferecida, pela orientação e principalmente
pelo bom convívio durante os cursos de Mestrado e Doutorado.
Aos Professores Paulo Roberto Cecon e Dalmo Lopes de Siqueira, pelas valiosas
sugestões para o aprimoramento deste trabalho.
Ao Professor Marlon Cristian Toledo Pereira e a Pesquisadora Cláudia Rita, pela
disposão em participar da banca examinadora e pelas sugestões e correções que muito
enriqueceram este trabalho.
Aos Professores Cláudio Horst Bruckner e Laércio Zambolim pelos
ensinamentos, amizade e em especial pelo agradável convívio.
Aos amigos Aline Rocha, Beatriz G. Brasileiro e cero Cartaxo Lucena, pelo
companheirismo e amizade.
v
Aos colegas de laboratório Aline, Luana, Ricardo, Railene Hérica, Robson,
Tiago, Rithiely, Márcio Gama, Andréa, Nivaldo e Tiago com quem compartilhei, mais
de perto, dúvidas e conhecimentos.
À secretária do Programa de s-Graduação em Fitotecnia, Tatiani, pela
disposão para o bom andamento dos trabalhos.
vi
BIOGRAFIA
DANIELLE FABÍOLA PEREIRA SILVA, filha de Jo Dermeval Pereira e
Inácia Alípio da Silva Pereira, nasceu na cidade de Montes Claros, Minas Gerais, em 27
de fevereiro de 1978.
Em agosto de 1997, ingressou na Universidade Estadual de Montes Claros
(UNIMONTES), graduando-se em Engenharia Agronômica em julho de 2002.
Em maio de 2002, foi contratada como Bolsista Pesquisadora pela Rohm and
Haas Química Ltda. para desenvolver trabalhos com fisiologia s-colheita de frutas e
hortaliças na Universidade Federal de Viçosa até agosto de 2004.
Nesse mesmo mês e ano, ingressou no Programa de s-Graduação em
Fitotecnia, em nível de Mestrado, da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, MG,
submetendo-se à defesa de tese em 24 de julho de 2006.
Em novembro 2006, ingressou no Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia,
em nível de Doutorado, da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa, MG,
submetendo-se à defesa de tese em 25 de novembro de 2009.
vii
CONTEÚDO
Página
RESUMO ..........................................................................................................
x
ABSTRACT ......................................................................................................
xii
INTRODUÇÃO GERAL ...................................................................................
1
1.1 Desenvolvimento do fruto. ..........................................................................
1
1.2 Aplicação pré-colheita de etileno..............................................................
4
1.3 Aplicação pós-colheita de etileno..............................................................
7
CAPÍTULO 1 ....................................................................................................
10
DESENVOLVIMENTO DE MANGA „UBÁ‟ EM VISCONDE DO
RIO BRANCO-MG...................................................................................................
10
RESUMO ..........................................................................................................
10
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................
11
2. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................
13
2.1. Análises ..................................................................................................
14
2.1.1. Comprimento, menor e maior diâmetro ................................................
14
2.1.2 Parâmetros de cor da casca e da polpa...............................................
14
2.1.3. Massa fresca (fruto, casca, polpa e semente)
14
2.1.4. Massa seca (fruto, casca, polpa e semente) ...........................................
15
2.1.5. Extravasamento de solutos ...................................................................
15
2.1.6. Consistência da polpa..........................................................................
15
2.1.7. Sólidos solúveis ...................................................................................
16
2.1.8. Acidez titulável ..................................................................................
16
2.1.9. Ratio .................................................................................................
16
2.1.10. Vitamina C ........................................................................................
16
2.1.11. Carotenóides .....................................................................................
16
2.1.12. Carboidratos .....................................................................................
17
2.1.13. Produção de CO
2
................................................................................
17
2.1.14. Unidades de calor (graus-dia)............................................................
18
2.1.15. Análise dos dados ...............................................................................
18
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................
20
3.1. Comprimento, menor e maior diâmetro ..................................................
20
3.2. Parâmetros de cor da casca e da polpa..................................................
21
3.3. Massa fresca (fruto, casca, polpa e semente) ...........................................
23
3.4. Massa seca (fruto, casca, polpa e semente) .............................................. ...........................................
25
3.5. Extravasamento.....................................................................................
26
3.6. Consistência da polpa............................................................................
27
3.7. Sólidos solúveis e Acidez titulável .........................................................
28
3.8. Ratio ..................................................................................................
29
3.9. Vitamina C ........................................................................................
30
3.10. Carotenóides ......................................................................................
31
3.11. Carboidratos ......................................................................................
33
3.12. Produção de CO
2
......................................................................................
35
3.13. Unidades de calor (graus-dia)............................................................
35
4. CONCLUSÕES .............................................................................................
40
CAPÍTULO 2 ....................................................................................................
41
EFEITO DO ETHEPHON NA ANTECIPAÇÃO DA COLHEITA E NOS
ATRIBUTOS DE QUALIDADE DA MANGA „UBÁ‟ .....................................
41
RESUMO ..........................................................................................................
41
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................
42
2. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................
45
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................
47
4. CONCLUSÕES. ...............................................................................................
57
CAPÍTULO 3 .......................................................................................................
58
AMADURECIMENTO DE MANGA „UBÁ‟ COM ETILENO E
CARBURETO DE CÁLCIO NA PÓS-COLHEITA..........................................
58
RESUMO...............................................................................................................
58
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................
59
2. MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................
62
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................
64
3.1 Produção de CO
2
..........................................................................................
64
3.2 Perda de massa fresca....................................................................................
64
3.3 Cor da casca................................................................................................
65
3.4 Cor da polpa................................................................................................
67
3.5 Consistência da polpa......................................................................................
68
3.6 Extravasamento................................................................................................
69
ix
3.7 Acidez titulável................................................................................................
70
3.8 Vitamina C......................................................................................................
70
3.9 Sólidos solúveis...........................................................................................
71
3.12 Carotenóides da polpa....................................................................................
72
4. CONCLUSÕES .............................................................................................
74
5. CONCLUSÕES GERAIS ..............................................................................
75
6. REFERÊNCIAS.............................................................................................
76
APÊNDICE............................................................................................................
87
x
RESUMO
SILVA, Danielle Fabíola Pereira, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, novembro de
2009. Crescimento, acúmulo de graus-dia e controle do amadurecimento de
manga ‘Ubá’. Orientador: Luiz Carlos Chamhum Salomão. Coorientadores: Dalmo
Lopes de Siqueira e Paulo Roberto Cecon.
O objetivo deste trabalho foi avaliar as mudanças físicas, químicas e fisiológicas
ocorridas durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, visando estabelecer as fases de
desenvolvimento do fruto; determinar a soma de calor ou número de grausdia
necessário para o completo desenvolvimento do fruto e verificar os efeitos da aplicação
de etileno exógeno na pré e na s-colheita sobre o avanço do amadurecimento e sobre
a qualidade comercial do fruto. Os experimentos de campo e os frutos para os demais
experimentos foram obtidos em pomar com cerca de 30 anos de idade em Visconde do
Rio Branco, MG (latitude de 21º00‟37”S, longitude de 42º50‟26”O e altitude de 352m).
Foram conduzidos três experimentos. No experimento 1, semanalmente, desde a antese
até o completo amadurecimento na planta, foram coletados 25 frutos de 15 mangueiras.
As amostragens ocorreram de agosto de 2007 a janeiro de 2008. As características
avaliadas foram: unidades de calor (graus-dia); comprimento, menor e maior diâmetro;
produção de CO
2
; parâmetros de cor L*, a* e b* da casca e da polpa; massa fresca e
seca (fruto, casca, polpa e semente); extravasamento de solutos; consistência da polpa;
sólidos solúveis (SS); acidez titulável (AT); ratio (razão SS/AT); vitamina C;
carotenóides, amido e açúcares solúveis. O desenvolvimento da manga „Ubá‟ estendeu-
se por 23 semanas. O padrão de desenvolvimento ajustou-se a um modelo sigmoidal
simples. O climatérico respiratório dos frutos ligados à planta foi atingido entre a 20
a
e
a 21
a
semana após a antese (SAA). A maturidade fisiológica do fruto foi atingida na 17
a
SAA, após o acúmulo de 1459,1 unidades de calor (UC). Para o experimento 2, na 17
a
semana após a antese, 25 mangueiras, sendo cinco por tratamento, foram pulverizadas
com ethephon nas doses 0, 250, 500, 750 e 1000 mg L
-1
, acrescido de 0,5% de óleo
mineral. Foram colhidos 10 frutos de cada planta, diariamente até o completo
amadurecimento, com exceção da dose 0 mg L
-1
, em que, a partir de 6 dias após
aplicação do ethephon (DAAE), a colheita foi semanal até 41 DAAE. Frutos tratados
xi
apresentaram coloração de polpa mais intensa, menor firmeza e maior teor de lidos
solúveis em relação aos não-tratados. A aplicação de 500 ou 750 mg L
-1
de ethephon,
seguida de colheita no 3
o
DAAE, permitiu a obtenção de frutos com qualidade
comercial, além de dispensar a climatização após a colheita. O uso do ethephon em pré-
colheita antecipou o amadurecimento dos frutos na planta e a colheita de manga Ubá‟,
e não prejudicou a qualidade final dos frutos. Para o experimento 3, mangas Ubá‟
fisiologicamente maduras, mas com as cascas verdes, foram colhidas em 11 de
dezembro de 2008 (18
a
SAA). Frutos com massa média de 133,85 1,89 g foram
submetidos a diferentes doses de carbureto de cálcio (0, 20, 40, 80 e 160 g/m
3
de câmara)
e etileno (0, 50, 100, 200 e 400 mL/ m
3
de mara) durante 24 h de exposição, em
câmaras de refrigeração (18,1 0,7 °C e 90 3% de UR), onde permaneceram, após o
tratamento, até o completo amadurecimento. As maiores perdas de massa fresca foram
registradas no 15
º
dia de armazenamento para as doses de 20 e 160 g de CaC
2
e 50 mL
de etileno. Nos frutos tratados com carbureto de cálcio, o pico respiratório ocorreu aos
3, 6, 9, 9 e 12 dias de armazenamento para as doses 160, 80, 40, 20 e 0 g,
respectivamente. Naqueles tratados com etileno o pico climatérico respiratório foi
registrado aos 3, 3, 6, 6 e 12 dias de armazenamento para as doses 400, 200, 100, 50 e 0
mL, respectivamente. A mudança de cor da casca, medida pelo ângulo hue, foi mais
acelerada nos frutos tratados com carbureto de cálcio, em relação aos frutos tratados
com etileno. Nos frutos tratados com etileno, a queda da firmeza foi mais brusca em
relação aos frutos tratados com CaC
2
. No entanto, o extravasamento de solutos foi
maior para frutos tratados com CaC
2
. O teor de lidos solúveis foi crescente durante
todo o período de avaliação, sendo que, quanto maior a dose de carbureto ou etileno,
mais rápida foi a conversão de amido a açúcar. Ocorreu a antecipação e uniformização
do amadurecimento de manga „Ubá‟, independentemente da dose de carbureto de cálcio
ou de etileno.
xii
ABSTRACT
SILVA, Danielle Fabíola Pereira, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, November,
2009. Growth, accumulation of degree-days and the ripening of mango
'Uba'. Adviser: Luiz Carlos Chamhum Salomão. Co-advisers: Dalmo Lopes de
Siqueira and Paulo Roberto Cecon.
The aim of this study was to evaluate the physical, chemical and physiological
changes that occurr during the development of the mango 'Uba', to establish the stages
of fruit development; determine the total amount of heat or number of degree-days
needed to complete the development of the fruit and verify the effects of exogenous
ethylene on the pre and post-harvest, the ripening progress and on the commercial
quality of the fruit. Field experiments and fruit for the other experiments were obtained
in an orchard about 30 years old in Visconde do Rio Branco, MG (latitude 21 º 00'37 "S,
longitude 42 ° 50'26"W and altitude of 352m). Three experiments were conducted. In
experiment 1, weekly, from anthesis to ripening, 25 fruits were collected from 15
mango trees. Sampling occurred from August 2007 to January 2008. The characteristics
evaluated were: units of heat (degree-days), length, smallest and largest diameter; CO
2
production; color parameters L*, a* and b* of the skin and pulp; fresh and dry weight
(fruit, peel, pulp and seed) Electrolyte leakage; pulp consistency; soluble solids (SS);
titratable acidity (TA); ratio (ratio SS/TA), vitamin C; carotenoids; starch and soluble
sugars. The development of the mango ' Ubá' lasted for 23 weeks. The pattern of
development adjusted to a simple sigmoidal model. The respiratory climacteric of the
fruit attached to the plant was reached between the 20
th
and 21
st
week after anthesis
(SAA).The physiological maturity of the fruit was achieved in the 17
th
SAA following
the accumulation of 1459.1 units of heat (UC). For experiment 2, in the 17
th
week after
anthesis, 25 mango trees, five per treatment, were sprayed with ethephon at doses 0,
250, 500, 750 and 1000 mg L
-1
plus 0.5% mineral oil .We collected 10 fruits from each
plant every day until completely ripened, except for the 0 mg L
-1,
dose where, from 6
days after application of ethephon (DAAE), the harvest was weekly up to 41 DAAE.
Treated fruit showed more intense staining of the pulp, less firmness and higher soluble
solids content compared to non-treated pulp. The application of 500 or 750 mg L
-1
of
ethephon, followed by a harvest in the 3
rd
DAAE, allowed the production of
commercial-quality fruit, besides dispensing acclimatization after the harvest. The use
of ethephon in the pre-harvest anticipated fruit ripening of the fruit on the plant and
harvest of mango 'Uba', and did not affect the final quality of fruit. For experiment 3,
physiologically mature mangos 'Uba', but with green peels, were harvested on
December 11, 2008 (18
th
SAA). Fruits with an average weight of 133.85 ± 1.89g were
subjected to different doses of calcium carbide (0, 20, 40, 80 and 160 g/m
3
chamber) and
ethylene (0, 50, 100, 200 and 400 mL/m
3
chamber) for 24h of exposure in refrigerated
chambers (18.1 ± 0.71 ° C and 90 ± 3% UR), where they remained after the treatment
until completely mature. The greatest losses of fresh mass were recorded on the 15th
day of storage at rates of 20 and 160 g of CaC
2
and 50 mL of ethylene. In fruits treated
with calcium carbide, the respiratory peak occurred at 3, 6, 9, 9 and 12 days of storage
for doses 160, 80, 40, 20 and 0 g, respectively. Those treated with the ethylene,
climacteric respiratory was recorded at 3, 3, 6, 6 and 12 days of storage for doses 400,
200, 100, 50 and 0 mL, respectively. The change in skin color, as measured by hue
angle was more accelerated in fruit treated with calcium carbide, compared to fruits
treated with ethylene. In fruit treated with ethylene, the decrease in firmness was more
abrupt compared to fruit treated with CaC
2.
However, the leakage was higher for fruit
treated with CaC
2.
The soluble solids content increased throughout the period of
evaluation, with higher doses of carbide or ethylene meaning a faster conversion of
starch to sugar. There was anticipation and uniform ripening of mango 'Uba' regardless
of the dose of calcium carbide and ethylene.
1
INTRODUÇÃO GERAL
A mangueira (Mangifera indica L.) é uma espécie de clima tropical, originária
do sul da Ásia, tendo-se disseminado por vários países climaticamente favoráveis ao seu
desenvolvimento. Do conjunto de frutas atualmente comercializadas, a manga é uma
das mais populares do mundo, em virtude do seu amplo consumo nos países asticos e
na América Latina (NETO; REINHARDT, 2003). É uma fruta de aroma e cor muito
agradáveis que faz parte do elenco das frutas tropicais de importância ecomica, não
apenas pela aparência exótica, mas também por ser fonte de carotenóides, minerais e
carboidratos (FARAONI, 2006).
O cultivo da mangueira no Brasil ocupa área ao redor de 80 mil hectares
(AGRIANUAL, 2009). A produção brasileira, no ano de 2008, foi de 1.272.184
toneladas, exportando 40.876 toneladas (FAO, 2009). No Brasil, a mangueira é
cultivada em quase todas as regiões, havendo potencial de expansão tanto da área
cultivada quanto da produtividade. Em Minas Gerais, especificamente na Zona da Mata
Mineira, destaca-se o cultivar Ubá, que é encontrado crescendo espontaneamente em
praticamente todos os municípios da região. Os frutos desse cultivar são utilizados
principalmente no processamento industrial, mas m grande aceitação para o consumo
in natura.
Devido à sua excelente qualidade organoléptica, a manga é muito apreciada no
Brasil, como evidencia o contínuo aumento do consumo do fruto in natura ou
processado na forma de diversos produtos, normalmente disponibilizados no mercado, o
que tem proporcionado crescente interesse pelo o seu cultivo comercial (AGRIANUAL,
2009).
1.1 Desenvolvimento do Fruto
Segundo Cunha et al. (2002), a época de maturação da manga, cujo crescimento
apresenta padrão sigmóide simples, varia entre as diversas regiões produtoras, e o
período de desenvolvimento (da floração à colheita) é, em geral, de 100 a 150 dias. Em
regiões mais quentes, esse período é menor. Estudos realizados para determinar as
relações entre parâmetros de crescimento da manga „Haden‟, também mostraram uma
típica curva sigmoidal simples (NETO; REINHARDT, 2003). Por outro lado, Moraes et
al. (2004) caracterizaram o crescimento do fruto da mangueira „Tommy Atkins com de
padrão sigmoidal duplo, caracterizado por um rápido aumento aaproximadamente 12
semanas após a fertilização e depois por um aumento mais lento e gradual até pouco
2
antes da maturidade completa. De acordo com as mudanças metabólicas, a sua
ontogenia pode ser separada em quatro estádios (juvenil, adolescente, climatérico e
senesncia) mais ou menos bem definidos (CUNHA et al., 2002).
De acordo com Medina et al. (1981), para manga Paheri‟, a fase juvenil termina
cerca de 21 dias após a fertilização. Esta fase é caracterizada por rápida multiplicação
celular, alta intensidade respiratória, alta taxa de crescimento, teor máximo de água,
rápido aumento no conteúdo de nitrogênio e ácidos. A relação carboidrato/ nitrogênio
(C/N) é baixa. O exocarpo é verde e firmemente ligado ao fruto.
A fase adolescente abrange do 21
o
ao 49
o
dia. É identificada por máximo
aumento em tamanho, desenvolvimento de aroma e sabor, taxa média de respiração,
declínio na taxa de crescimento, aumento da pressão osmótica e diminuição do teor de
umidade. A percentagem de glicose cai rapidamente, a sacarose rapidamente aumenta, o
amido mantém um nível alto e os conteúdos de ácidos e nitrogênio mostram valores
razoavelmente altos, com aumento da relação C/N. Neste estádio, o fruto adquire cor
verde escura, podendo ser usado para fabricação de picles (Medina et al. 1981).
A fase climatérica é um estádio crítico na ontogenia do fruto e se estende do 49
o
ao 77
o
dia após a antese. A respiração está nonimo e o amido é rapidamente
hidrolisado em açúcares com uma diminuição do conteúdo de ácidos. A sacarose exibe
uma percentagem máxima neste estádio. Há uma queda do conteúdo de nitrogênio
acompanhada de uma alta relação carboidrato/nitrogênio. O climatérico marca o início
da senesncia e uma mudança da cor verde escura para verde amarelada (Medina et al.
1981).
A fase de senescência se estende do 77
o
dia em diante, dependendo da variedade,
e é caracterizada por uma elevação da taxa de respiração seguida de um declínio. O
crescimento do fruto o é expressivo, a pressão osmótica aumenta e o conteúdo de
umidade cai a um nível baixo. O conteúdo de glicose aumenta e diminui, com uma
correspondente elevação e queda da intensidade respiratória, enquanto a sacarose e
amido exibem um apreciável declínio. A acidez do fruto diminui. um declínio no
nitrogênio, com uma elevação na relação carboidrato/nitrogênio. O amarelecimento do
exocarpo do fruto é marcante. O fruto se torna macio, os tecidos internos se desintegram
e finalmente a morte se segue com a deterioração e decomposição dos materiais
constituintes.
O estádio de desenvolvimento dos frutos no momento da colheita tem influência
na qualidade do fruto maduro (LUCENA et al., 2007). Quando os frutos o colhidos
3
verdes ou fisiologicamente imaturos, não amadurecem, enrugam e apresentam
exsudação da seiva, ou quando o amadurecimento ocorre, a qualidade dos frutos é
prejudicada (HULME, 1970). Os frutos colhidos muito maduros deterioram-se
rapidamente, o podendo ser armazenados e/ou comercializados em locais distantes
(KAYS, 1991). A avaliação do padrão de desenvolvimento de um fruto a partir do
florescimento auxilia no estabelecimento de índices de maturidade (COOMBE, 1976).
O desenvolvimento dos frutos tem sido determinado com base no diâmetro,
comprimento, circunferência, peso, volume, coloração e formato do fruto, desde a
antese até a maturação (NETO; REINHARDT, 2003).
Vários critérios são utilizados na determinação da maturidade de frutos,
baseados na aparência (tamanho, diâmetro, cor) e na composição química (sólidos
solúveis, acidez titulável) do produto na época da colheita. Porém, estes índices podem
variar consideravelmente, dependendo do local de cultivo, dos cultivares e das
condições climáticas do ano de crescimento (BIALE; YOUNG, 1964). Um dos índices
utilizados na determinação do ponto de colheita é o número de dias desde a floração até
o desenvolvimento pleno do fruto (WARRINGTON et al., 1999). Um dos problemas
deste método é a variação em função das condições ambientais.
Segundo Bleinroth (1989), deve-se levar em consideração três fatores
importantes para determinar o ponto de colheita, os quais deverão ser ajustados de
acordo com a cultivar e a região produtora, que são: densidade da fruta entre 1,01 e 1,02
g/cm
3
; firmeza entre 17,15 e 19,60 N e sólidos solúveis totais entre 12 e 15 ºBrix. Neste
mesmo sentido, Kader (1999) afirma que o teor mínimo de SST necessário para se
efetuar a colheita é de 12 a 14 ºBrix.
Os graus-dia (GD) ou unidades térmicas, ou ainda graus de calor, são parâmetros
apropriados para determinar, em diversas regiões, o tempo necessário entre o
florescimento e a maturação dos frutos (SOUZA, 2001). Os GD podem ser
determinados somando-se todas as horas diárias em que as plantas estão em atividade
vegetativa. Na prática, usam-se as temperaturas médias diárias para o somatório dos GD
o que fornece a soma térmica anual (MONTENEGRO, 1980). O número de graus-dia
sofre menores variações ambientais que o número de dias da antese à colheita, sendo
um método mais preciso para detectar o ponto de colheita. De acordo com Lucena
(2006), trabalhando com manga „Tommy Atkinsna região de Petrolina, observou-se
que, para o completo desenvolvimento desta variedade, são necessárias 1939,7 UC (112
DAA), utilizando como temperatura base 10° C. Em estudos realizados com a manga
4
„Ratna‟, na Índia, observou-se que, aos 112 DAA com temperatura base
de 17,9º C, o
somatório das unidades de calor foi de 866 UC (BURONDKAR et al., 2000). Este valor
pode ter sido afetado pela temperatura base
superestimada.
MORAES et al. (2000) analisaram a manga „Ubá‟ quanto às alterações físicas e
químicas a partir da 15
a
semana após a floração, até o completo amadurecimento, e
observaram que a taxa respiratória dos frutos não se alterou significativamente até a 23
a
semana, com subseqüente aumento superior a 100%, correspondente ao pico
climatérico. O acúmulo de lidos solúveis foi pequeno até a 23
a
semana, com média de
Brix, com posterior incremento para 20° brix em média na 25
a
semana de avaliação.
A acidez total decresceu durante o período estudado; em conseqüência, a razão sólidos
solúveis totais/acidez total aumentou, mais rapidamente, entre a 22
a
e a 24
a
semana. A
partir da 15
a
semana após a floração, a manga „Ubá‟ possui capacidade para
maturação aparentemente normal, ou seja, atingiram a maturidade fisiológica
(MORAES, 1988).
De acordo com Bleinroth (1994), vários parâmetros têm sido sugeridos para
determinar a maturidade da manga, com base nos aspectos externo, físico e na
composição química à época da colheita. Quando corta-se o pedúnculo e observa-se que
a ejeção de seiva se atenua e esta não é mais viscosa como seca rapidamente, pode-se
dizer que atingiu a maturidade fisiológica. Com relação ao aspecto externo e de acordo
com o cultivar, podem-se considerar como indicadores da maturidade da fruta:
coloração da casca, pois sua tonalidade verde-oliva passa a verde-claro brilhante, livre
da cerosidade da pruína; o aspecto das lenticelas, estas se fecham com a maturidade da
fruta; a forma do ápice, mais cheio e arredondado; e a forma do bico, que começa a
aparecer em alguns cultivares.
1.2 Aplicação pré-colheita de etileno
O etileno é o único fitorregulador gasoso presente nas plantas e possui diferentes
efeitos nas células vegetais, promovendo alterações metabólicas nos diversos estádios
de desenvolvimento dos tecidos vegetais. Alguns dos efeitos conhecidos são
crescimento e diferenciação celular, formação de raízes adventícias, germinação de
sementes, indução da floração em algumas espécies (por exemplo, o abacaxizeiro),
abscisão e senesncia de folhas, flores e frutos. O etileno também está envolvido nos
processos de resposta a estresses de caráter biótico ou abiótico como ataques de
patógenos e ferimentos nos tecidos vegetais (MCKEON; YANG, 1987; MORETTI et
5
al., 1998; SALTVEIT, 1999; KIEBER, 2004). O etileno também está diretamente
relacionado com o processo de amadurecimento dos frutos. Por isso, comercialmente,
pode ser utilizado como meio de acelerar, controlar e uniformizar o amadurecimento de
diferentes órgãos de várias espécies vegetais (ANDREUCCETTI et al., 2007).
A síntese de etileno em frutos climatéricos e não-climatéricos, ocorre a partir do
aminoácido metionina, com a formação de dois intermediárioschaves: a S-
adenosilmetionina (SAM) e o ácido 1-carboxílico 1-aminociclopropano (ACC)
(CHITARRA; CHITARRA 2005). A aplicação de etileno tanto na pré quanto na pós-
colheita em frutos climatéricos causa a antecipação da respiração climatérica e o
amadurecimento, sem, no entanto, alterar a forma da curva da respiração climatérica
(FINGER; VIEIRA 2002). O ácido 2-cloroetilfosfônico (Ethephon) é a substância mais
utilizada na agricultura para liberação de etileno. De acordo com Yang (1969), em
condições de pH igual ou superior a 5, há hidrólise do ácido e liberação de etileno:
2 1
H H O H H O O H H
O
-
- C C P O
-
Cl C C P O
-
+ OH
-
Cl
-
+ HO P - O
-
+ C = C
H H O
-
H H O
-
O
-
H H
Ácido 2 cloroetilfosfônico Etileno
O etileno tem sido usado em pré-colheita com o objetivo de promover o desbaste
químico de frutos (HUTTON, 1992; MARODIN et al., 1986; PANZENHAGEN et al.,
1992; MARINHO ; SOUZA, 1997; CAETANO et al., 1981; DOMINGUES et al.,
2001). Para tanto, é usado na faixa de concentração de 100 a 400 mg/L de ethephon. A
aplicação de ethephon (200, 300 e 400 mg/L) sobre plantas de tangor „Murcote‟
promoveu o desbaste de frutos em todas as doses, e apesar de não existirem diferenças
estatísticas entre os tratamentos, a dose de 400 mg/L mostrou tendência de maior
porcentagem de queda de frutos, que atingiu 66,57% (DOMINGUES et al., 2001).
Vários processos estão envolvidos no amadurecimento, os quais podem ocorrer
simultaneamente ou em sequência, podendo estar associados ou serem independentes.
Durante o amadurecimento da manga podem-se verificar várias alterações a firmeza da
polpa, os teores de açúcares, a síntese de etileno, a respiração, a coloração da casca e da
polpa, a composição e o teor de ácidos orgânicos e perda de massa (MORAES et al.,
2000). A manga é um fruto climatérico que sofre um incremento na respiração e na
produção de etileno quando exposta à aplicação exógena de etileno (KAYS, 1991).
Etileno
ácido 2-cloroetilfosfônico
6
A manga Ubá‟ geralmente amadurece de novembro a janeiro na região de São
Paulo devido à fecundação das flores em épocas distintas (MANICA, 1996). A
maturação desuniforme em uma mesma planta exige colheita escalonada, que pode
prolongar-se por até um mês. Frutos fisiologicamente maduros de diversas espécies e
cultivares têm sido submetidos a tratamentos com etileno ou seus análogos tanto na pré
quanto na pós-colheita, tanto em nível experimental como comercial, visando acelerar e
uniformizar o seu amadurecimento e, ou, melhorar o seu padrão de qualidade.
Os efeitos da combinação da aplicação em pré-colheita de
aminoetoxivinilglicina (125 g. ha
-1
e 250 g. ha
-1
, aos 15 ou 21 dias antes da colheita) e
de ethephon (140g ha
-1
aos sete dias antes da colheita) foram avaliados em pêssegos
„Eldorado‟ (BRACKMANN et al., 2007). A aplicação de 125g ha
-1
de
aminoetoxivinilglicina 15 dias antes da colheita reduziu a incidência de escurecimento
da polpa de pêssegos durante a exposição a 15°C, após 24 dias de armazenamento em
atmosfera controlada a 0°C. Para frutos tratados com ethephon, observou-se maior
produção de etileno e redução drástica na firmeza e acidez, confirmando o potencial
deste produto em antecipar o amadurecimento dos frutos, além de reduzir as desordens
causadas por baixas temperaturas.
O abacaxizeiro responde muito bem à aplicação pré-colheita de substâncias
químicas que apresentem a capacidade de influenciar alguns de seus processos
fisiológicos, especialmente o florescimento, o que permite o seu cultivo comercial de
forma racional e ecomica (CUNHA, 1999). A possibilidade de se induzir o
florescimento do abacaxizeiro é que permite a sua exploração econômica, pois, sem essa
técnica, a colheita seria bastante dificultada por se prolongar durante meses,
favorecendo, ainda, a ocorrência de pragas e doenças. Existem diversos produtos que
podem ser usados com essa finalidade, a exemplo do carbureto de lcio e do ácido 2-
cloroetilfosfônico (ethephon), que são os mais empregados no Brasil, e do etileno,
bastante usado em outros países.
Na literatura consultada não foram encontrados trabalhos descrevendo as
mudanças físicas e químicas em manga „Ubá‟ desde o florescimento até o
amadurecimento do fruto e o uso de etileno em pré-colheita de manga „Ubá‟ visando à
antecipação e a uniformização do amadurecimento. Apesar disso, alguns produtores do
município de Visconde de Rio Branco MG utilizam essa prática com doses arbitrárias
a fim de antecipar o período de oferta da manga „Ubá‟ para a indústria, uniformizar o
7
amadurecimento dos frutos na planta, facilitar a operação da colheita, além de dispensar
a climatização.
1.3 Aplicação pós-colheita de etileno
A aplicação s-colheita de etileno em frutos climatéricos e não-climatéricos
induz efeitos distintos, os quais estão relacionados com a natureza da resposta ao etileno
e habilidade de sua síntese pelos frutos. Além disso, a magnitude das respostas, nas duas
classes, varia em função do estádio de desenvolvimento do fruto e da concentração de
etileno aplicada.
A aplicação de etileno exógeno na s-colheita resulta na antecipação do
amadurecimento e na melhoria da coloração externa de diversos frutos. Além do etileno,
outros compostos chamados de análogos do etileno podem ser utilizados para acelerar o
amadurecimento em frutos, como propileno, acetileno, monóxido de carbono e 1-buteno
(ABELES et al., 1992).
MOURA et al. (1998) testaram a efetividade da pulverização com solução de
ethephon na indução do amadurecimento pós-colheita de tomate. A utilização de doses
iguais ou superiores a 1000 mg/L de ethephon, contendo ou não o espalhante adesivo na
concentração de 1 mL de Dytrol/L, foi eficiente para acelerar e uniformizar o
amadurecimento do tomate em relação aos frutos não tratados. Em frutos climatéricos,
como a manga, esse fitorregulador antecipa significativamente o tempo requerido para o
pico climatérico, principalmente quando aplicado antes dessa fase.
Em mangas „Ubá‟ tratadas com 1000 mg/L de ácido-2-cloetilfosfônico após a
colheita, as transições de cor da casca e polpa foram uniformizadas e antecipadas, em
relação às dos frutos o tratados (MORAES, 1988). Mangas „Keitt‟ colhidas em
estágio pré-climatérico receberam tratamento com 0, 500 e 1000 mg/L de ethrel
(produto comercial) após a colheita e, posteriormente, foram armazenadas a 28°C e
analisadas nos tempos 0, 3, 6, 9 e 16 dias. A aplicação de ethrel antecipou o
amadurecimento e o interferiu nas características de qualidade dos frutos
(CONEGLIAN; RODRIGUES, 1993).
BRAZ et al. (2008) estudaram a indução do amadurecimento de mangas Ubá e
Tommy Atkins com a aplicação s-colheita de ethephon na dose de 1000 mg/L,
mantidas a temperatura ambiente. Os frutos foram avaliados aos 3, 6, 9 e 12 dias após a
colheita. A aplicação de ethephon foi eficiente em acelerar o amadurecimento e
8
contribuiu para a obtenção de características desejáveis em menor período de
armazenamento.
A antecipação do amadurecimento de frutos através da aplicação do acetileno,
pode ser obtida a custo acessível através da reação de carbureto de lcio (CaC
2
) com
água (MARRIOT, 1980) ou mesmo deixando-o reagir com o vapor de água liberado
pelas frutas (REID, 1992) e/ou com a umidade do ar atmosférico (LOESECKE, 1950).
Para bananas, recomenda-se que se trabalhe com uma concentração de 0,1% de
acetileno, para o que são necessários reagir 2,66 gramas de CaC
2
com o dobro de água,
para ocorrer a liberação de gás suficiente para induzir a maturação em frutas por metro
cúbico de câmara totalmente vedada (MOREIRA, 1987).
CaC
2
+ 2H
2
O C
2
H
2
+ Ca (OH)
2
+ Energia
Por outro lado, Rigitano (1965) recomenda o uso de carbureto de cálcio na dose
de 200 a 400 g/m
3
de câmara para caquis.
Foi estudado o efeito do carbureto de cálcio e ethephon nas variedades de manga
„Nam Dokmai‟, Kaew‟ e „Chok Anan‟ na Índia (ZEITSCHRIFTEN, 2009). A dose
aplicada de carbureto de cálcio foi 10 g CaC
2
/kg de frutos e a de ethephon, 200 mg/L.
Os frutos foram armazenados a 24±2° C e 33±2° C durante 7 dias. O carbureto de cálcio
e o ethephon anteciparam e uniformizaram as alterações de cor da casca e da polpa, o
teor de sólidos solúveis e a firmeza da polpa. No entanto, o efeito do ethephon foi
menos evidente em relação ao carbureto de cálcio.
Essas divergências apontam para a necessidade de estudos científicos visando
determinar as condições ideais de uso de carbureto de cálcio para cada espécie e
cultivar. Como as informações acerca da aplicação do etileno exógeno, tanto na pré
quanto na s-colheita de manga „Ubá‟, o escassas, principalmente relativas às
alterações bioquímicas e metabólicas associadas ao amadurecimento, propõe-se estudar
o desenvolvimento do fruto e avaliar a influência da aplicação do etileno e seus
análogos sobre seus processos metabólicos.
1.4 Objetivos:
1. Avaliar as mudanças físicas, químicas e fisiológicas ocorridas durante o ciclo
da manga „Ubá‟, visando estabelecer as fases de desenvolvimento do fruto e obter
9
subsídios para determinação dos índices de amadurecimento e do estádio de maturação
mais adequado para sua colheita;
2. Determinar a soma de calor ou número de grausdia necessário para o
completo desenvolvimento da manga „Ubá‟;
3. Verificar os efeitos da aplicação de etileno exógeno na pré e na s-colheita
sobre o avanço do amadurecimento e sobre a qualidade comercial da manga Ubá
visando sincronizar o amadurecimento e estender o período de oferta para a indústria.
10
CAPÍTULO 1
DESENVOLVIMENTO DE MANGA „UBÁ‟ EM VISCONDE DO RIO
BRANCO-MG
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi caracterizar as alterações sico-químicas e
fisiológicas durante o desenvolvimento dos frutos de mangueira (Mangifera indica L.)
„Ubá‟, da antese até o completo amadurecimento na planta. O experimento foi
conduzido na Fazenda Sementeira, em Visconde do Rio Branco, MG, pertencente à
Universidade Federal de Viçosa em pomar com cerca de 30 anos de idade.
Semanalmente, desde a antese até o amadurecimento, foram coletados 25 frutos de 15
mangueiras „Ubá‟ previamente identificadas. O delineamento experimental utilizado foi
o DIC, com 23 tratamentos (épocas de colheita) e 5 repetões, sendo cada unidade
experimental constitda por 5 frutos. As amostragens ocorreram de agosto de 2007 a
janeiro de 2008. As características avaliadas foram: unidades de calor (graus-dia);
comprimento, diâmetros ventral e transversal; produção de CO2; parâmetros de cor da
casca e da polpa; massa fresca (fruto, casca, polpa e semente); massa seca (fruto, casca,
polpa e semente); extravasamento de solutos; consisncia da polpa; sólidos solúveis
(SS); acidez titulável (AT); ratio (razão SS/AT); vitamina C; carotenóides e
carboidratos. O ciclo de desenvolvimento da manga „Ubá‟ em Visconde do Rio Branco
estendeu-se por 23 semanas. As dimensões dos frutos tenderam a estabilizar-se após a
15
a
semana após a antese. A maturidade fisiológica dos frutos foi atingida 17 semanas
após a antese, após acúmulo de 1459,1 unidades de calor. O padrão de desenvolvimento
ajustou-se a um modelo sigmoidal simples. O climatérico respiratório dos frutos ligados
à planta foi atingido entre a 20
a
e a 21
a
semanas após a antese, e o teor de lidos
solúveis máximo de 24,20 °Brix foi obtido nos frutos amadurecidos na planta, na 23
a
SAA.
11
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, a mangueira é cultivada em quase todas as regiões, havendo potencial
de expansão tanto da área cultivada quanto da produtividade. Em Minas Gerais,
especificamente na Zona da Mata Mineira, destaca-se o cultivar Ubá, que é encontrado
crescendo espontaneamente em praticamente todos os municípios da região. Os frutos
desse cultivar são utilizados principalmente no processamento industrial, mas têm
grande aceitação para o consumo in natura.
A avaliação do padrão de desenvolvimento de um fruto a partir do florescimento
auxilia no estabelecimento de índices de maturidade e colheita (KAYS, 1991). Vários
índices são utilizados durante o desenvolvimento, baseados na aparência (formato,
diâmetro, cor) e na composição química (sólidos solúveis, acidez titulável) (BIALE;
YOUNG, 1964). De acordo com Filgueiras et al. (2000), os índices físicos de colheita
de manga são baseados, em sua maioria, em características relacionadas com a forma e
com o aspecto do fruto, que podem ser percebidos visualmente sem emprego de
todos destrutivos, tais como: coloração e aspecto da casca, a tonalidade verde-oliva
passa a verde-clara brilhante, livre de cerosidade; aspecto das lenticelas: elas se fecham
com a maturidade da fruta; forma do ápice: mais cheio e arredondado; forma do bico:
começa a aparecer em algumas cultivares e conformação do ombro: na fruta verde está
em linha com o ponto de interseção do pedúnculo, elevando-se com o avanço do
processo de maturação.
Os diversos órgãos que compõem as plantas passam por fases distintas de
crescimento ao longo do desenvolvimento, sendo a fase final caracterizada pela
senesncia dos tecidos. O desenvolvimento da planta ou do órgão é decorrente da
combinação de crescimento e diferenciação dos tecidos (CHITARRA; CHITARRA
2005).
As diferentes fases do desenvolvimento dos frutos o caracterizadas por
alterações na estrutura, fisiologia e bioquímica das células, que culminam com a
maturação, senescência e finalmente morte dos tecidos. O amadurecimento é
caracterizado pelo amaciamento da polpa, por alterações na cor da casca e polpa, pela
redução da adstrinncia e pelo desenvolvimento do aroma e sabor dos frutos
(CHITARRA; CHITARRA 2005).
O intervalo de tempo para o completo desenvolvimento de um fruto pode variar
de cerca de três semanas, para frutos como o morango, até cerca de 60 semanas, para a
laranja Valência‟. O aumento do volume ou matéria fresca total dos frutos entre a
12
antese e o final do crescimento varia de 40 vezes, para algumas variedades de abóboras,
até cerca de 300.000 vezes, para o fruto do abacateiro (COOMBE, 1976).
A manga „Ubá‟ geralmente é colhida com casca verde, porém fisiologicamente
madura, ou seja, na fase pré-climatérica. Se colhida antes dessa fase, a manga não
atinge qualidade de consumo satisfatória. Portanto, a discriminação entre a fruta
fisiologicamente madura e a imatura na colheita, e a medição da qualidade na colheita
da manga verde é muito importante sob o ponto de vista do mercado (SARANWONG
et al., 2004).
MORAES et al. (2000), trabalhando com manga Ubá‟, analisaram as alterações
físicas e químicas a partir da 15
a
semana após a floração, até o completo
amadurecimento. A taxa respiratória dos frutos não se alterou significativamente até a
23
a
semana, com subsequente aumento superior a 100%, correspondente ao pico
climatérico. O acúmulo de lidos solúveis foi pequeno até a 23
a
semana, com média de
Brix, com posterior incremento para 20° Brix, em média, na 25
a
semana de
avaliação. A acidez titulável decresceu durante o período estudado, e, em consequência,
a razão sólidos solúveis/ acidez titulável aumentou, mais rapidamente, entre a 22
a
e a 24
a
semana. A partir da 15
a
semana após a floração, os frutos da manga „Ubá‟ já
apresentarem capacidade para maturação aparentemente normal, ou seja, atingiram a
maturidade fisiológica (MORAES, 1988).
Todos os aspectos do desenvolvimento da mangueira são direta ou
indiretamente influenciados pelo ambiente. Assim, o conhecimento das respostas desta
planta às variações ambientais é de fundamental importância para o estabelecimento de
um manejo adequado às condições correntes, visando à melhoria da qualidade dos
frutos e à maximização da produtividade.
Não foram encontradas, na literatura, referências sobre o completo
desenvolvimento da manga „Ubá‟. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi
caracterizar as alterações sicas, químicas e fisiológicas durante o desenvolvimento dos
frutos de mangueira (Mangifera indica L.) Ubá, da antese até o completo
amadurecimento na planta.
13
2. MATERIAL E MÉTODOS
A fase de campo foi conduzida na Fazenda Sementeira, em Visconde do Rio
Branco, MG (latitude de 21º00‟37”S, longitude de 42º50‟26”O, altitude de 352m),
pertencente à Universidade Federal de Viçosa, em pomar de mangueiras enxertadas,
com cerca de 30 anos de idade. As temperaturas máximas, médias e mínimas do local
durante a fase de condução do experimento encontram-se descritas na figura 1.
Semanalmente, desde a antese (09/08/2007) até o completo amadurecimento do fruto
na planta (10/01/2008), foram coletados 25 frutos de 15 mangueiras „Ubá‟ previamente
identificadas. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado
(DIC), com 23 tratamentos (épocas de colheita) e 5 repetições, sendo a unidade
experimental constituída por 5 frutos cada. As amostragens ocorreram de agosto de
2007 a janeiro de 2008. Após a colheita, os frutos foram transportados para o
Laboratório de Análise de Frutas do Setor de Fruticultura da UFV, onde procederam-se
análises das características sicas, químicas e fisiológicas dos frutos.
Para as análises de comprimento, menor e maior diâmetro; cor da casca e da
polpa e firmeza da polpa, os frutos foram avaliados individualmente. Para as análises
massa fresca e seca (fruto, casca, polpa e semente), teor de sólidos solúveis (SS), acidez
titulável (AT), Ratio (relação sólidos solúveis/acidez titulável), extravasamento de
eletrólitos, vitamina C da polpa, carotenóides da polpa, carboidratos da polpa e
produção de CO
2
dos frutos foram utilizadas amostras compostas de cinco frutos cada.
8 9 10 11 12
Temperatura (° C)
15
20
25
30
35
Temperatura máxima
Temperatura média
Temperatura mínima
Figura 1: Médias observadas das temperaturas máximas, médias e nimas mensais
durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, de agosto a dezembro de 2007.
Set
Out
Nov
Dez
Ago
Período experimental (meses)
14
2.1 - Análises
2.1.1 Comprimento, diâmetro ventral (menor) e transversal (maior)
Foi determinado através de paquímetro e os resultados expressos em mm
(FIGURA 2).
Figura 2: Ilustração dos pontos de medição do comprimento e dos diâmetros ventral e
transversal de manga „Ubá‟.
2.1.2 - Parâmetros de cor da casca e da polpa
A partir da 9
a
SAA, a cor da casca foi medida na região central em lados opostos do
fruto e a cor da polpa foi avaliada na rego central em um dos lados do fruto, do qual foi
retirada uma porção da polpa, de modo que a leitura foi feita próximo ao caroço. Para estas
análises, utilizou-se o colorímetro Konica Minolta Modelo CR 10, que forneceu os valores
de L*, a*, b*, C e h
o
. O coeficiente L (luminosidade) varia de 0 (preto) a 100 (branco); o a*
varia do verde (-60) ao vermelho (+60); o b* vai do azul (-60) ao amarelo (+60). C (croma
saturação ou intensidade da cor) é calculado pela equação: C = (a
2
+ b
2
)
1/2
e representa a
hipotenusa do triângulo obtido pela junção dos pontos (0,0), (a*, b*) e (a*,0). O h
o
(ângulo
hue) é o ângulo entre a hipotenusa e 0
o
no eixo a* e é calculado por: h
o
= tg
-1
(b*/a*) e, para
interpretação apropriada, o h
o
varia de 0 a 360
o
, sendo 0
o
vermelho, 90
o
amarelo, 180
o
verde e 270
o
- azul (McGuire, 1992). Para análise dos dados utilizou-se apenas os
parâmetros L*, a*, b* para lculo do ΔE (diferença de cor). Os resultados foram expressos
em ∆E=(∆L
*2
+∆a
*2
+∆b
*2
)
1/2
. O ∆E define a saturação e intensidade da cor definida por L*,
a
*
e b
*
(Minolta Corp, 1994) e foi determinado pela diferença de cor entre os valores
registrados nos frutos em cada semana de colheita e os obtidos nos frutos no início das
avaliações (9
a
SAA).
2.1.3 - Massa fresca do fruto, casca, polpa e semente
Diâmetro transversal (maior)
Comprimento
Diâmetro
ventral
(menor)
caroço
15
Os frutos e suas partes foram pesados em balança eletrônica de precisão de 0,1 g.
Para a determinação das massas de polpa, de casca e de semente a partir da SAA, os
frutos foram pesados e, em seguida, descascados e despolpados. As cascas, assim como as
sementes, foram pesadas. A massa da polpa foi determinada por subtração (massa dos frutos
massa das cascas massa das sementes). O cálculo das massas da polpa, da casca e da
semente foi feito em relação à massa dos frutos e os resultados expressos em g.
2.1.4 - Massa seca do fruto, casca, polpa e semente
Amostras parciais (entre 10 e 30g) da polpa, casca e semente foram seccionadas
em pequenos pedaços, pesadas e colocadas para secar em estufa com temperatura de 70
± 5°C, por 72 h. Após secagem, o material foi colocado em dessecador por dez minutos
para que sua temperatura entrasse em equilíbrio com o ambiente, antes de se proceder à
uma nova pesagem.
2.1.5 - Extravasamento de solutos
O extravasamento de eletlitos é uma medida para estimar a alteração da
permeabilidade da membrana em resposta a estresses ambientais, crescimento,
desenvolvimento e variação genotípica (WHITLOW et al., 1992). A partir da 9
a
SAA a
análise foi feita de acordo com metodologia descrita por Serek et al. (1995), com
modificações. Foi retirada uma porção da casca na região mediana dos frutos sem que
ocorresse ferimento da polpa, e, em seguida, retirou-se um cilindro de polpa por fruto
(1,14 cm de diâmetro por 1,0 cm de altura), com o auxílio de um furador metálico de
rolhas, totalizando cinco cilindros por amostra. Os cilindros foram lavados em água
destilada, e secos superficialmente com papel absorvente. A seguir, passaram por um
período de repouso de duas horas em tubos de ensaio contendo 15 mL de água destilada
em banho-maria a 25°C. Terminado o tempo de repouso, foi medida a condutividade
elétrica da água. Posteriormente, os tubos de ensaio contendo os discos de casca foram
autoclavados (121° C a 1,5 atm) por 30 min e a condutividade elétrica foi medida
novamente. Os resultados foram expressos como a razão entre a primeira e a segunda
medição, multiplicado por 100.
2.1.6 - Consistência da polpa
A partir da 9
a
SAA foi retirada uma porção da casca na região mediana dos
frutos sem que ocorresse compressão ou esmagamento da polpa. A seguir, a polpa foi
16
submetida a uma força até que o tecido não apresentasse mais resisncia. A força foi
aplicada por meio da ponteira (12 mm de diâmetro) de um penetrômetro digital
SHIMPO modelo DFS 100. Os resultados foram expressos em kPa, após a divisão do
valor da força aplicada em N, pela área transversal da ponteira, em m
2
.
2.1.7 - Sólidos solúveis
Os lidos solúveis da polpa foram determinados fazendo-se três leituras em
refratômetro portátil, Atago modelo N1, com leitura na faixa de 0 a 32
o
Brix, após
homogeneização de aquotas da polpa de cinco frutos. Os dados foram expressos em
o
Brix.
2.1.8 - Acidez titulável
A partir da 9
a
SAA foram retiradas amostras compostas da polpa dos frutos, com
massa aproximada de 5,0 g. As amostras foram trituradas em homogeneizador de
tecidos tipo Politron, juntamente com 50 mL de água destilada. Posteriormente, foram
transferidas para erlenmeyers, completando-se o volume para 100 mL, com água
destilada. Foram adicionadas a este extrato, três gotas de indicador fenolftaleína 1 %,
procedendo-se as titulações, sob agitação, com solução de NaOH 0,1 N, previamente
padronizada com biftalato de potássio. Os resultados foram expressos em g de ácido
trico por 100 g de polpa.
2.1.9 - Ratio
Obtido através do quociente sólidos solúveis/ acidez titulável.
2.1.10 - Vitamina C
A partir da 9
a
SAA foi determinada por titulação com reagente de Tillman [2,6
diclorofenolindofenol (sal sódico) a 0,1%] (AOAC, 1997), em amostras compostas da
polpa de cinco frutos. Os resultados foram expressos em mg de ácido ascórbico/ 100 g
de massa fresca da polpa.
2.1.11 - Carotenóides
Amostras compostas da polpa dos frutos foram retiradas a partir da 9
a
SAA, e
armazenadas em congelador a 15
o
C até o momento da determinação. O teor de
carotenóides totais da polpa foi determinado pela metodologia descrita para
17
determinação de carotenóides e clorofila de casca de manga por Fonseca (1999), com
modificações. Amostras com massa de aproximadamente 2,0 g foram trituradas em
cadinhos de porcelana com areia esterelizada, 10 mg de CaCO
3
(para manutenção do
pH) e acetona 80% gelada, sendo o extrato cetônico filtrado em papel filtro até a
completa extração dos pigmentos e o volume completado para 25 mL. As absorbâncias
foram lidas em espectrofotômetro nos comprimentos de onda de 470, 646,8 e 663,2 nm
e os veis de carotenóides determinados segundo as equações de Lichtenthaler (1987),
em µg/mL
-1
de extrato.
Clorofila a (C
a
) = 12,25A
663,2
2,79A
646,8
Clorofila b (C
b
) = 21,50A
646,8
5,10A
663,2
Carotenóides (C
c
) = [1000A
470
(1,82C
a
+ 85,02C
b
)]/198
Os resultados foram multiplicados por 25 e divididos pela massa de polpa, sendo
expressos em mg/100g de polpa.
2.1.12 - Carboidratos
Amostras compostas da polpa dos frutos foram retiradas a partir da 9
a
SAA, e
armazenadas em freezer a 15
o
C até o momento da determinação.
Os açúcares solúveis totais foram extraídos em etanol 80% a quente, a partir de
200 mg de amostras, segundo a metodologia utilizada por Salomão (1995). A partir da
reação do extrato com o reagente de antrona, foi determinada a absorvância, a 620 nm.
O amido foi quantificado a partir do resíduo remanescente das extrações
etanólicas, mediante a metodologia descrita por McCready et al. (1950), e modificada
por Patel (1970).
2.1.13 - Produção de CO
2
A produção de CO
2
pelos frutos foi determinada por cromatografia gasosa desde
a 1
a
SAA. Para isso, os frutos foram acondicionados em frascos de vidro herméticos.
Sessenta minutos após o fechamento dos frascos, alíquotas de 1,0 mL de sua atmosfera
foram retiradas com seringa e injetadas em cromatógrafo a gás GOW MAC, Série 550,
com detector de condutividade térmica, equipado com coluna de alumínio preenchida
com Porapak Q. As condições de trabalho foram: fluxo de 40 mL por minuto de gás
hélio, que foi o gás de arraste; corrente elétrica de 150 mA; temperaturas da coluna, do
18
detector e do injetor de 50, 70 e 80
o
C, respectivamente; e temperatura ambiente de 20 a
23
o
C. A quantificação de CO
2
foi feita por meio de comparação dos picos produzidos
pela amostra, no cromatograma, e os produzidos pela injeção de uma alíquota-padrão
composta de 5,96% mol de CO
2
por mol de mistura CO
2
+ N2. Os resultados foram
expressos em mg de CO
2
.kg.
-1
.h
-1
.
2.1.14 - Unidades de calor (graus-dia)
As determinações de unidades de calor (UC) foram feitas de acordo com
Chitarra; Chitarra (2005), onde se calculou a temperatura média diária, cuja soma
algébrica foi deduzida da temperatura mínima de crescimento:
UC = unidades de calor, ºC;
Tmáx = temperatura máxima do ar, ºC;
Tmín = temperatura mínima do ar, ºC; e
Tbase = temperatura nima de crescimento, ºC.
A temperatura base ou mínima de crescimento da mangueira encontrada na
literatura é 10° C, dada como a temperatura abaixo da qual paralisação do
crescimento da planta (Chaudhri, 1976; Medina et al. 1981; Silva, 1996; Lucena, 2006).
Para medir a temperatura foi utilizado um datalogger até 126 dias após a antese
(DAA), o que corresponde a 18
a
semana após a antese (SAA), após este período houve
falhas no aparelho utilizado. Desta forma, a análise para graus dia foi realizada até a
18
a
SAA.
2.1.15 Análise dos dados
Os dados obtidos em função do tempo foram submetidos à análise de variância e
de regressão. Para explicar fisiologicamente o desenvolvimento dos frutos, para
algumas características utilizaram-se modelos de regressões não-lineares sigmoidais,
com três e quatro parâmetros, conforme descrito a seguir. A escolha dos modelos não-
Amadurecimento
Antese
(Tmáx + Tn)/2 T base, onde:
UC =
Σ
19
lineares foi baseada no coeficiente de determinação e no potencial para explicar o
fenômeno biológico.
Os pontos de inflexão das curvas ajustadas corresponderam aos momentos em
que ocorreram as taxas máximas de acúmulo da característica em análise. A taxa
máxima de acúmulo semanal foi determinada pelo acúmulo no ponto de inflexão menos
o acúmulo da semana anterior, de acordo com Laviola et al. (2009, 2008, 2007ª, 2007b e
2007c). Os pontos de curvatura mínima (PC
min
) e máxima (PC
max
) nos modelos
sigmoidais foram calculados conforme método citado por Venegas et al. (1998),
utilizando os parâmetros das equações não-lineares:
O PC
min
indica o momento na curva de acúmulo em que se iniciam ganhos
significativos no acúmulo de micronutrientes. o PC
max
indica o momento em que o
acúmulo da característica em análise começa a se estabilizar.
O programa estatístico utilizado foi o Sistema de Análises Estatísticas e
Genéticas da Universidade Federal de Vosa, versão 9.1 (SAEG, 2007).
P
P
20
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Comprimento, diâmetros ventral e transversal
As medidas de comprimento ajustaram-se a um modelo sigmoidal simples em
resposta a variação do tempo (Figura 3). O ponto de curvatura nima ocorreu na 3,08
a
SAA, indicando início de ganhos expressivos no crescimento do fruto (Figura 3). A taxa
de crescimento máxima do comprimento ocorreu na 7,7
a
SAA, com ganho semanal de
8,89 mm. O ponto de curvatura máxima ocorreu na 12,3
a
SAA, indicando que a partir
dessa semana o comprimento começou a estabilizar.
Semanas após a antese (S)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Taxa (mm/semana)
0
2
4
6
8
10
Comprimento (mm)
0
15
30
45
60
75
90
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 4
Col 1 vs Col 3
Figura 3: Valores observados e estimados do aumento do comprimento durante o
desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
O ponto de curvatura nima para os diâmetros ventral e transversal ocorreram
na 2,54ª e 2,17ª SAA, respectivamente, indicando início de ganhos expressivos nas
dimensões do fruto do fruto (Figura 4). Os pontos de curvatura máxima para os diâmetros
ventral e transversal ocorreram na 13,86a e 13,33 a SAA, respectivamente, indicando que
a partir dessas semanas as dimensões começaram a estabilizar.
As médias dos diâmetros ventral e transversal ajustaram-se a um modelo
sigmoidal em resposta à variação do tempo (Figura 4). Lucena (2007) trabalhando com
____
Fruto Ŷ= 82,7175/(1+exp(-(S-7,7070)/2,3145)) R
2
= 0,9903
21
curva de crescimento em manga cv. Tommy Atkins no Vale do São Francisco, em
Petrolina, PE, observou que os diâmetros longitudinal, ventral e transversal apresentaram
ajuste quadrático em função da variação do tempo. Os frutos aumentaram em tamanho até
10
a
SAA quando se avaliou o comprimento e até 11
a
SAA quando se considerou os
diâmetros ventrais e transversais, e após estes períodos essas características praticamente
se mantiveram constantes.
Semanas após a antese (S)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Diâmetros (mm)
0
10
20
30
40
50
60
70
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 3
Figura 4: Estimativa dos diâmetros ventral e transversal durante o desenvolvimento da
manga „Ubá‟ em função do tempo (S).
3.2. Parâmetros de cor da casca e da polpa
Embora nem todos os frutos mudem de cor durante o amadurecimento, esta é
uma das características mais associadas ao ponto de colheita e maturidade para consumo
(TUCKER, 1993). Esta afirmação é particularmente verdadeira na colheita da manga,
especialmente em relação à cor da casca. Na figura 5 A, é possível observar que a
diferença de cor da casca (ΔE) de manga „Ubá‟ aumentou 27 vezes da 9
a
SAA (ΔE=2,7)
e começou a sofrer alterações mais bruscas a partir da 21ª SAA, apresentando, na 23
a
SAA, diferença de cor de 12,6.
A diferença de coloração da polpa duplicou da nona até a 14
a
SAA passando de
4,0 para 8,6. A partir daí houve elevado incremento, chegando na 23
a
SAA a 34,2
(Figura 5 A).
Diâmetro menor Ŷ= 59,3058/(1+exp(-(S-8,1985)/2,8295)) R
2
= 0,9883
Diâmetro maior Ŷ= 62,5000/(1+exp(-(S-7,7507)/2,7885)) R
2
= 0,9852
22
A característica ângulo hue da casca ajustou-se a um modelo sigmoidal (Figura
5B). O ponto de curvatura mínima ocorreu na 21,8ª SAA (h=102,8°), indicando o início
da transição da cor verde para amarela. Na 23ª SAA, a casca se encontrava na cor
amarelo intenso (h=82,9°). O ponto de curvatura máximo foi estimado em 26,1° SAA,
indicando que o houve estabilização durante o período experimental. A coloração dos
frutos varia acentuadamente com a intensidade e a quantidade de insolação que o fruto
recebe (MORAIS et al., 2002). Portanto, a sua posição na planta e a estação do ano
influenciam significativamente no desenvolvimento da cor, razão provável do alto
desvio padrão das médias observadas (dados não mostrados).
Resultados semelhantes foram encontrados por Moraes et al. (2000) que
trabalhando com desenvolvimento de frutos de manga „Ubá‟ em Visconde do Rio
Branco - MG, observaram que a partir da 21ª semana após a floração, segundo a escala
de cor de Munsell a coloração da casca de manga passou da matiz 5,0 GY (verde-
amarelo) para a matiz 5,0 Y (amarelo) a partir da 21ª semana após a floração e,
finalmente, alcançou a matiz 10 YR (laranja) entre a 23ª e a 24ª semana após a floração.
De acordo com O‟ Hare (1995), o início do climatérico em frutos de manga é
caracterizado por intensa degradação de clorofila da casca. Isso pode ser observado na
figura 5B, pois na 21,8 SAA iniciou-se rápida transformação da cor verde para amarelo,
praticamente coincidindo com o pico climatérico (Figura 17).
O ângulo Hue da polpa (Figura 5 B) ajustou-se a um modelo sigmoidal. A cor
amarela esverdeada para a polpa foi atingida na 15
a
SAA (h=100,6°). A cor amarela da
polpa (h=90°) foi alcançada 18,3
a
SAA. Na 23ª SAA a coloração da polpa era 73,9°, o
que indica coloração amarelo alaranjado (McGuire, 1992).
Semanas após a antese
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Diferença de cor
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 3
Semanas após a antese
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Ângulo hue (°)
70
80
90
100
110
120
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 3
Figura 5: Estimativa da diferença de cor, A: da casca e da polpa (ΔE) e B: Ângulo Hue°
da casca e da polpa, durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, em fuão do tempo
(S).
Casca Ŷ=exp(0,1102S) R
2
=0,7611
Polpa Ŷ=exp(0,1536S) R
2
=0,8751
A
B
Casca Ŷ=116,5887/(1+exp(-S-23,9782)/-1,0831)) R
2
=0,8495
Polpa Ŷ=150,4243/(1+exp(-(S-22,6418)/-10,8621)) R
2
=0,9424
23
Os pontos de curvatura nima (PC min) e máxima (PC max) foram de 44,4
SAA e 0,9 SAA, respectivamente, extrapolando o peodo experimental e indicando
ausência de fase estável na mudança de cor na polpa.
3.3. Massa fresca do fruto, polpa, casca e semente
Semelhantemente às dimensões, o acúmulo de massa fresca do fruto, polpa,
casca e semente ajustou-se a um padrão de desenvolvimento sigmoidal simples (Figuras
6 e 7).
O ponto de curvatura mínima ocorreu na 7,4
a
SAA, indicando início de ganhos
expressivos no acúmulo de massa fresca do fruto (Figura 6). Através da derivada da
equação de ajuste é possível observar que a maior taxa de acúmulo da massa fresca
ocorreu na 11,4
a
SAA com ganho semanal de 19,87 g. O ponto de curvatura máxima
ocorreu na 15,4
a
SAA, indicando que a partir dessa semana o acúmulo de massa fresca
começou a estabilizar, o que corresponde a 88% do acúmulo máximo. Esses resultados
são semelhantes aos encontrados por Moraes et al. (2000) que trabalhando com
desenvolvimento de manga „Ubá‟ na Zona da Mata Mineira, observou que a partir da
15
a
semana após a floração, houve estabilização do acúmulo de massa fresca para o
fruto.
Semanas após a antese (S)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Taxa (g/semana)
0
5
10
15
20
25
Massa fresca (g)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 4
Col 1 vs Col 3
Figura 6: Valores observados e estimados do aumento do acúmulo de massa fresca do
fruto durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
Fruto Ŷ= 161,7857/(1+exp(-(S-11,4370)/2,0022)) R
2
= 0,9821
24
O ponto de curvatura mínima ocorreu na 6,86
a
; 5,59
a
e 9,73
a
SAA para polpa,
casca e semente, respectivamente (Figura 7). Para a polpa, casca e semente, o ponto de
curvatura máxima, ou seja, o início da estabilização no acúmulo de massa fresca
ocorreu na 15,19
a
; 20,25
a
e 13,84
a
SAA, respectivamente (Figura 7). As massas
máximas atingidas pela polpa, casca e semente foram 101,13; 34,75 e 29,09 g,
respectivamente.
Da nona semana em diante, a partir de quando foi possível separar as partes do
fruto, a polpa se destacava sobre os demais componentes, até atingir 62,49% da
massa total do fruto.
Na 17ª SAA, quando o fruto já se encontrava fisiologicamente maduro, observa-
se que o rendimento de polpa, casca e semente foi de 63,47; 17,35 e 19,18 %,
respectivamente. Estes resultados confirmam os encontrados por Rocha (2009), que
trabalhando com vários acessos de manga „Ubá‟ encontrou rendimento de polpa, casca e
semente 65,28; 20,03 e 15,76%, respectivamente. De acordo com Folegatti et al. (2002),
o rendimento de polpa mínimo aceitável para selecionar cultivares cujos frutos são
destinados a industrialização é de 60%, estando os frutos analisados nesse experimento
acima dessas exigências.
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Massa fresca (g)
0
20
40
60
80
100
120
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 3
Col 1 vs Col 4
Figura 7: Estimativa da massa fresca da polpa, casca e semente durante o
desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
Casca Ŷ= 29,0910/(1+exp(-(S-11,7824)/1,0282)) R
2
=0,884
Semente Ŷ= 34,7533/(1+exp(-(S-12,9195)/3,6642)) R
2
=0,9103
Polpa Ŷ = 101,1264/(1+exp(-(S-11,0257)/2,0848)) R
2
= 0,9043
25
3.4. Massa seca do fruto, polpa, casca e semente
O ponto de curvatura mínima ocorreu na 8,78
a
SAA, indicando início de ganhos
expressivos no acúmulo de massa seca do fruto (Figura 8). o ponto de curvatura
máxima ocorreu na 22,58
a
SAA, indicando que a partir dessa semana o acúmulo de
matéria seca começou a estabilizar. Esse início de estabilização ocorreu próximo à 23ª
SAA, quando os frutos já se encontravam maduros na planta, ao contrário do acúmulo
de matéria fresca, em que a estabilização ocorreu a partir da 15,4ª SAA (Figura 6).
Semanas após a antese (S)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Taxa (g/semana)
0
1
2
3
4
Massa seca (g)
0
10
20
30
40
50
60
Figura 8: Valores observados e estimados do acúmulo de massa seca do fruto durante o
desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
É possível observar que a polpa foi o componente responvel pela maior
quantidade de massa seca no fruto totalmente desenvolvido (Figura 9), assim como
observado para jaboticaba (MAGALHÃES, 1991). Até cerca da 11
a
SAA, a casca da
manga Ubá‟ acumulava mais massa seca do que a semente; a partir daí, um acúmulo
acentuado de massa seca foi observado na semente, continuando até o final do
desenvolvimento.
O ponto de curvatura mínima ocorreu na 9,14
a
; 5,30
a
e 10,26
a
SAA para polpa,
casca e semente respectivamente (Figura 9). Por outro lado, o ponto de curvatura
máxima ocorreu na 22,55
a
e 20,29
a
SAA para casca e semente, respectivamente. Para a
massa seca da polpa, o ponto de curvatura máxima foi estimado em 31,32 SAA,
indicando que não houve estabilização durante o período experimental.
Fruto Ŷ= 53,3732/(1+exp(-(S-15,683)/3,4494)) R
2
= 0,9782
26
Semanas após a antese
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Massa seca (g)
0
5
10
15
20
25
30
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 3
Col 1 vs Col 4
Figura 9: Estimativa da massa seca da polpa, casca e semente durante o
desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
3.5. Extravasamento de solutos
O extravasamento de solutos ajustou-se ao modelo linear em função do tempo
(Figura 10). Observa-se que o extravasamento de solutos é diretamente proporcional ao
desenvolvimento do fruto, ou seja, concomitantemente ao desenvolvimento vai
ocorrendo maior extravasamento de solutos. Isso possivelmente ocorreu devido à
expansão celular durante o desenvolvimento do fruto. Houve correlação positiva para
acúmulo de massa seca da polpa (0, 829**) e teor de sólidos solúveis (0,667**) e
extravasamento de eletlitos, indicando que a expansão celular e consequentemente, o
acúmulo de massa seca pode ter sido responsável pelo maior vazamento de eletlitos.
A expansão celular, bem como o amadurecimento, provoca grandes alterações na
estrutura da membrana e da parece celular. Isso leva ao aumento do extravasamento de
solutos. De acordo com Kader (1999), umas das transformações mais marcantes que
ocorrem durante o amadurecimento e posterior senescência dos frutos é o
extravasamento de solutos, o que confirma os dados observados neste trabalho.
Polpa Ŷ = 42,1338/(1+exp(-(S-20,2305)/5,5433)) R
2
= 0,9256
Casca Ŷ= 8,9297/(1+exp(-(S-13,9287)/4,3131)) R
2
= 0,8680
Semente Ŷ= 15,2162/(1+exp(-(S-15,2745)/2,5085)) R
2
= 0,9557
27
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Eletrólitos (%)
0
10
20
30
40
50
60
70
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 4
Col 1 vs Col 3
Figura 10: Valores observados e estimados do extravasamento de eletlitos da polpa
(%) durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
3.6. Consistência da Polpa
A consistência da polpa dos frutos reduziu gradativamente até a 14
a
SAA
(Figura 11). Da 15
a
SAA em diante, houve aumento da taxa de queda da consistência,
como se vê pelo aumento da declividade da curva. Filgueiras et al. (2000), recomendam
a colheita da manga „Tommy Atkins‟ com consistência de 129,36 N. Mas é possível
encontrar bastante divergências entre os autores para esta mesma cultivar. Medlicott e
Reynolds (1988) recomendam colher a manga „Tommy Atkins‟ com consistência
variando de 107,84 a 127,45 N e Alves et al. (2002), com consistência de 129,41 N.
Conforme se discutiu anteriormente, a colheita da manga „Ubá‟ pode ocorrer a partir da
17ª SAA (maturidade fisiológica). Nesse período, a consistência estimada da polpa foi
de 2015,6 kPa (Figura 1).
No final do desenvolvimento, a queda brusca da consistência da manga Ubá‟
pode ter ocorrido devido à relação com o amadurecimento e a degradação da parede
celular e lamela média.
Ŷ=-31,5098+4,1567S r
2
=0,7179
28
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Consistência da polpa (kPa)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 4
Col 1 vs Col 3
Figura 11: Valores observados e estimados da consistência da polpa (kPa) durante o
desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
A consistência da polpa teve correlação significativa e negativa com o teor de
sólidos solúveis (-0,8604**), e com ângulo hue da polpa (-0,862**) indicando que
quanto maior o teor de sólidos solúveis e quanto mais amarela, menor a consistência da
polpa. Com o amadurecimento, ocorre à hidrólise de polissacarídeos incluindo o amido,
o que resulta no aumento da concentração de açúcares solúveis, levando a um maior
teor de sólidos solúveis. Essas alterações explicam, em parte, a perda da firmeza ou
aumento de maciez da fruta quando avança o estádio de amadurecimento do fruto (VAN
BUREN, 1984).
3.7. lidos solúveis e acidez titulável
Os SS aumentaram gradativamente até a 17
a
SAA e, rapidamente, daí em diante
(Figura 12 A). Da 9
a
SAA até a 17
a
SAA o teor de sólidos solúveis aumentou de 6,5
para 8,0 °Brix. O teor máximo de 24,32º Brix foi atingido na 23
a
SAA. De acordo com
Sigrist (1992), o aumento no teor de SS durante a maturação é atribuído principalmente
à hidrólise dos carboidratos de reserva, acumulados durante o crescimento do fruto na
planta. Frutos colhidos a partir da 17
a
SAA, e deixados a amadurecer, completaram o
amadurecimento e adquiriram características organolépticas satisfatórias para o
consumo (capítulo 2).
Ŷ=2876,8664-(66,0024exp(0,1511S)) R
2
=0,871
29
Ocorreu redução na acidez titutável com o decorrer do desenvolvimento do fruto
(Figura 12 B). Na 9
a
SAA o teor de ácido cítrico foi de 3,49%. No momento em que o
fruto atingiu a maturidade fisiológica, na 17
a
SAA, o teor de acidez foi 2,33% e no fruto
completamente maduro 0,83% de ácido trico. Segundo Hulme (1974), após a colheita
e durante o armazenamento, a concentração dos ácidos orgânicos usualmente declina
em decorrência de sua utilização como substrato na respiração ou da sua transformação
em açúcares. Essas transformações têm papel importante nas características de sabor
(acidez) e do aroma, uma vez que alguns compostos são voláteis.
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Teor de sólidos solúveis (°Brix)
0
5
10
15
20
25
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 4
Col 1 vs Col 3
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Acidez titulável (% de ácido cítrico)
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 4
Col 1 vs Col 3
Figura 12 - A: Valores observados e estimados do teor de sólidos solúveis da polpa e B:
acidez titulável da polpa durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do
tempo (S).
A acidez titulável teve correlação significativa com a consisncia da polpa
(0,9192**), quanto menor a consistência da polpa menor foi a acidez titulável. Quanto
menor acidez titulável, maior o pH; isso pode reduzir a estabilidade de pectinas da
parede, facilitando o ataque da poligalacturonase e, assim reduzir a consistência da
polpa.
3.8. Ratio
Em frutos de várias espécies, a razão sólidos solúveis/acidez titulável é
indicadora do estágio de maturidade fisiológica (CHITARRA; CHITARRA, 2005). Esta
relação era de 2,57 na SAA passando para 2,86 na 17ª SAA, (Figura 13), sendo este
período caracterizado pelo baixo teor de sólidos solúveis e elevada acidez titulável
(Figura 12). Com o avanço do desenvolvimento, a acidez decresceu e houve incremento
A
B
Ŷ= 6,4228+0,0018*exp(0,4002S) R
2
=0,9760
Ŷ= 3,6457+0,0501S-0,0075S
2
R
2
= 0,9023
30
no teor de lidos solúveis e, consequentemente, as a 17ª SAA observou-se um
aumento da razão, para finalmente apresentar rápido aumento entre a 21ª e a 23ª SAA,
apresentando ratio de 42,63 na 23ª SAA.
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Ratio (SS/AT)
0
10
20
30
40
50
Y=2,5714+2,2081E-007*exp(0,8268*x) R2=0,9760
Figura 13: Valores observados e estimados do ratio (teor de sólidos solúveis/ acidez
titulável) durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, em fuão do tempo (S).
3.9. Vitamina C
A vitamina C decresceu segundo modelo quadrático ao longo das semanas após
a antese (Figura 14). Segundo Menezes (1996), o ácido ascórbico é, estruturalmente, um
dos componentes vitamínicos mais simples encontrados em plantas. É uma lactona de
açúcar ácido que é sintetizada em plantas a partir de glicose ou outros carboidratos
simples. Foi possível observar que, para a manga „Ubá‟, os valores encontrados para
vitamina C nos frutos maduros são praticamente o dobro dos valores encontrados para
outros cultivares, pois na 23
a
SAA os frutos apresentavam teor de vitamina C de 73,67
mg/ 100g de massa fresca da polpa, o que destaca o alto valor nutritivo da cv Ubá. Na
17
a
SAA, que corresponde ao fruto fisiologicamente maduro, observa-se uma tendência
de estabilização da vitamina C. Resultados semelhantes foram encontrados por Ribeiro
(2006) que, trabalhando com manga „Ubá‟, no estádio maduro para consumo obteve
valores de 77,71 mg/ 100g de massa fresca da polpa, contra 15,69, 9,79 e 10,54
mg/100g de massa fresca da polpa para os cultivares Haden, Tommy Atkins e Palmer,
respectivamente.
Ŷ= 2,5714+( 0,00000022081 exp(0,8268S)) R
2
=0,9760
31
Os teores de vitamina C descritos nesse experimento são bastante semelhantes
àqueles relatados por Lakshminarayana et al. (1970), em trabalho realizado com manga
„Alphonso‟, em que concentrações médias de 175,0 e 87,5 mg/100 g da massa fresca da
polpa foram obtidos para os estádios 35 e 112 dias após a antese, respectivamente.
Segundo Franco (2003), a manga „Comum‟ madura possui 43 mg de vitamina C /100 g
da massa fresca da polpa. Por outro, Wills et al. (1998) afirmam que essa mesma
cultivar possui 30 mg/100 g da massa fresca da polpa de vitamina C e Salunke e Desai
(1984), em „Keitt‟, detectaram apenas 13,9 mg/100 g da massa fresca da polpa de
vitamina C. As diferenças entre os teores encontrados por estes autores e os deste
experimento, podem ser atribuídas às diferenças entre cultivares, localização dos
plantios, em climas e regiões distintas, diferentes tratos culturais, tipos de solos, e uso
ou não de irrigação.
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Vitamina C (mg/100g de massa fresca da polpa)
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 4
Col 1 vs Col 3
Figura 14: Valores observados e estimados da vitamina C da polpa (mg/100g de massa
fresca da polpa) durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
3.10 Carotenóides
As dias dos teores de carotenóides ajustaram-se a um modelo quadrático em
resposta à variação do tempo (Figura 15). Observa-se ao longo do desenvolvimento dos
frutos, incremento no teor de carotenóides, partindo de 0,3 mg/100g da massa fresca da
polpa na 9ª SAA para 2,5 mg/100g na 23
a
SAA. Os resultados observados confirma os
Ŷ=494,9039-38,4786S+0,8767S
2
R
2
= 0,9250
32
encontrados por Ribeiro (2006) que, trabalhando com alguns cultivares de manga, entre
elas a „Ubá‟ coletada no comércio local no estádio maduro para consumo, observou
valores de carotenóides totais de 2,41 mg/100g. Por outro lado, cultivares como Haden,
Tommy Atkins e Palmer apresentam teores de carotenóides na polpa de 1,91; 2,53 e
2,63 mg/ 100g de polpa, respectivamente (Ribeiro, 2006).
Medlicott et al. (1986), trabalhando com a manga „Tommy Atkins‟, encontraram
valor para carotenóides totais superior a 0,5 mg/100 g da massa fresca da polpa. Salunke
e Desai (1984), estudando diversas cultivares de mangas maduras, verificaram uma
variação no teor de carotenóides totais de 0,9 a 9,2 mg/100 g da massa fresca da polpa.
Mangels et al. (1993) ressaltam que os níveis desses pigmentos podem ser influenciados
pela estação do ano, localização geográfica, condições de colheita, além de outros
fatores.
Subbarayan (1970) trabalhando com manga Alphonso‟ nos estádios de
amadurecimento verde, parcialmente maduro e maduro, observou teor de carotenóides
de 0,041; 3,36 e 8,92 mg/100 g da massa fresca da polpa, respectivamente.
Y=2,4550-0,3910S+0,0162S
2
R
2
=0,9624
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Carotenóides (mg/100g)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Figura 15: Valores observados e estimados do teor de carotenóides da polpa (mg/100g
de polpa) durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
33
3.11 Carboidratos
O teor de amido ajustou-se a um modelo quadrático (Figura 16 A). Estimou-se
na 9
a
SAA, 7,32% de amido; ao longo do desenvolvimento do fruto houve acúmulo
expressivo de amido até a 17
a
SAA (11,87%) e, daí até o completo amadurecimento do
fruto na planta houve decréscimos. Este decréscimo do amido a partir da 17
a
SAA,
indica a conversão do amido em açúcar (Figura 16 B). Lakshminarayana et al. (1970)
trabalhando com manga „Tommy Atkins‟, durante a permanência da manga na planta,
observou que o acúmulo de amido é a principal atividade nos tecidos da polpa, cujo teor
aumenta de 1,5% após o vingamento para até 13% quando atinge o completo
desenvolvimento. No entanto, após a colheita, esse amido é totalmente hidrolisado e
ocorre síntese de açúcares totais em até 8 dias. Esses valores podem variar com a
cultivar, período da colheita, local de cultivo e condições de cultivo (LUCENA, 2006).
O amido é descrito como sendo a principal reserva de carbono utilizada na
síntese pós-colheita da sacarose (açúcar predominante na manga madura) (FUCKS et
al., 1980; MATOO et al., 1975; SUBRAMANYAM et al.; 1975; TANDON et al.,
1993). Porém, não existe consenso, pois Hubbard et al. (1991) e Castrillo et al. (1992),
por exemplo, concluíram que o conteúdo de amido encontrado na manga recém-colhida,
era insuficiente para fornecer mais do que um acréscimo de 7% no teor de açúcares da
polpa para a produção da sacarose acumulada durante o amadurecimento após a
colheita.
O teor de úcares solúveis (Figura 16 B), como principal constituinte dos SS,
seguiu a mesma tendência de aumento observada naquele. Conforme observado para o
teor de sólidos solúveis (Figura 12 A), o teor de açúcares solúveis permaneceu
praticamente constante até a 7
a
SAA (2,02%). Daí em diante, o teor de açúcares foi
crescente, sendo que da 22
a
a 23
a
SAA este aumento foi da ordem de 18,5%, passando
de 5,84 para 6,92%. Estes resultados estão de acordo com os relatados por Chitarra;
Chitarra (2005), que afirmam que, em frutos climatéricos como a manga, o teor médio
de açúcares no fruto maduro varia de 5 a 10%.
Para o teor de carboidratos totais (açúcares e amido), foi observado, na 23
a
SAA
valores de 14,40%. Este resultado confirma os resultados encontrados por Ribeiro
(2006), que trabalhando com caracterização e avaliação do potencial antioxidante de
manga, concluiu que o teor de carboidratos totais para manga „Ubá‟ madura é de
15,87%.
34
Os dados encontrados na bibliografia consultada são conflitantes no que diz
respeito aos níveis dos açúcares solúveis presentes no desenvolvimento e no fruto
maduro. De acordo com Krishnamurthy; Subramanyam, (1973) e Awad, (1993) um
predomínio de hexoses no início do amadurecimento (3 a 6%) e da sacarose no fruto
maduro (10 a 12%). Resultado diferente do encontrado por Medlicott e Thompson,
(1985), onde a sacarose foi o açúcar predominante durante todo o amadurecimento do
cultivar Keitt, contribuindo com cerca de 57% do conteúdo total de açúcares no fruto
maduro. Existem ainda relatos que descrevem um aumento dos teores de açúcares
durante o crescimento da fruta e relatos onde estes açúcares permaneceram constantes
durante todo o seu desenvolvimento (HUBBARD et al., 1991; KRISHNAMURTHY et
al., 1960). Em resumo, existem evidências de que o amadurecimento e o acúmulo dos
açúcares solúveis na manga são iniciados antes da colheita e, embora os teores de amido
a esta época possam ser considerados insuficientes, uma parte substancial dos açúcares
que concorrem para o adoçamento do fruto maduro é acumulada após a colheita. A
aparente discrepância entre os dados pode ser devido aos diferentes cultivares que foram
estudados, às metodologias de alise utilizadas e também ao estágio de maturação do
fruto quando colhido.
No presente trabalho é possível observar que existe síntese de amido em
quantidades significativas durante a fase de formação do fruto, o que justifica todo o
açúcar acumulado no fruto maduro, apesar de existir um espaço de tempo muito grande
entre a degradação do amido e a síntese de açúcar. É provável que o adoçamento da
manga comece com a fruta ainda ligada à árvore e continue após a colheita. De acordo
com Bernardes-Silva et al. (2003), ainda não é claro qual é a fonte de carbono para a
síntese pós-colheita da sacarose.
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Amido (%)
0
2
4
6
8
10
12
14
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 4
Col 1 vs Col 3
Semanas após a antese (S)
0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Açúcar total (%)
0
2
4
6
8
10
12
14
Col 1 vs Col 2
Col 1 vs Col 4
Col 1 vs Col 3
A
B
Ŷ =8,8027-1,2983S+0,0529S
2
R
2
=0,9267
Ŷ =-12,0153+2,9841S-0,0929S
2
R
2
=0,7044
35
Figura 16: Valores observados e estimados de amido (A) e açúcares (B) na matéria
fresca da polpa durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟, em função do tempo (S).
3.12 Produção de CO
2
A produção de CO
2
decresceu até por volta da 1 SAA (Figura 17).
Observaram-se altas taxas de produção de CO
2
da primeira à quinta SAA, com queda de
2533,00 mg CO
2
.kg
-1
.h
-1
para 879,21 mg CO
2
.kg
-1
.h
-1
. De acordo com Taiz; Zeiger
(2004), a existência de produções elevadas de CO
2
no início do desenvolvimento não
tem relação com o padrão climatérico ou não-climatérico do fruto e pode estar
relacionada com a divisão celular e o crescimento radial daslulas.
Da sexta à 11ª SAA, a produção de CO
2
continuou em queda, pom mais suave,
passando de 245,26 mg CO
2
.kg
-1
.h
-1
para 55,32 mg CO
2
.kg
-1
.h
-1
. Da 12ª SAA até a 20ª
SAA, houve estabilização da produção de CO
2
, com média de 55,60 mg CO
2
.kg
-1
.h
-1
no
período e na 21ª SAA ocorreu o pico climatérico, com produção de 165,93 mg CO
2
.kg
-
1
.h
-1
.
Figura 17: Produção de CO
2
(mg de CO
2
kg
-1
.h.
-1
) durante o desenvolvimento da manga
„Ubá‟.
3.13 Fases de desenvolvimento e acúmulo de unidades de calor (graus-dia)
Durante o desenvolvimento da manga 'Ubá' foi possível identificar três fases,
delimitadas pelos PC
mín
e PC
max
das equações de ajustes das características físicas
Semanas após antese
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Produção CO
2
(mg CO
2
/kg/h)
0
50
100
150
500
1000
1500
2000
2500
3000
36
referentes ao fruto inteiro (Tabela 1). Nota-se que os PC
mín
e PC
max
variaram de acordo
com a característica avaliada. Portanto, embora seja possível estabelecer as fases do
desenvolvimento para cada uma das características avaliadas, optou-se por utilizar suas
dias para a delimitação do intervalo de tempo de cada fase.
Tabela 1. Pontos de curvatura nima e máxima e taxas de crescimento máximas para
as características físicas avaliadas durante o desenvolvimento da manga „Ubá‟ em
Visconde do Rio Branco, Minas Gerais
Característica
PC min
(SAA)
PC max
(SAA)
Taxa crescimento máximo
(SAA)
Comprimento
3,08
12,3
7,7
Diâmetro ventral
2,54
13,86
8,19
Diâmetro transversal
2,17
13,33
7,75
Massa fresca do
fruto
7,43
15,44
11,44
Massa seca do fruto
8,78
22,58
15,68
Média
4,80
13,50
10,15
A primeira fase do desenvolvimento do fruto estendeu-se da 1ª à 5ª SAA,
aproximadamente, com término variando de 2,17 SAA para o diâmetro transversal a
8,78 SAA para massa seca do fruto (Tabela 1). Em analogia ao trabalho descrito por
Medina et al (1981), esta fase pode ser denominada juvenil. É caracterizada pela alta
taxa respiratória, provavelmente devido à intensa multiplicação celular (TAIZ;
ZEIGER, 2004), pequeno incremento das dimensões e da massa do fruto, casca verde e
firmemente aderida à polpa. Ainda nessa fase se observam baixo extravasamento de
eletrólitos, elevada consisncia, baixos teores de lidos solúveis, de açúcares e de
carotenóides, elevadas acidez e vitamina C da polpa. Esta fase completou-se com o
acúmulo de 308,5 UC (Tabela 2).
37
Tabela 2. Acúmulo de unidades de calor (UC) durante o desenvolvimento da manga
„Ubá‟ em Visconde do Rio Branco, Minas Gerais
Dias ou semanas após a antese
Unidades de calor
DAA
1
SAA
2
7
1
72,0
14
2
136,5
21
3
210,0
28
4
295,0
35
5
308,5
42
6
336,5
49
7
360,5
56
8
442,5
63
9
548,7
70
10
657,2
77
11
772,3
84
12
888,1
91
13
998,2
98
14
1109,4
105
15
1219,3
112
16
1334,2
119
17
1459,1
126
18
1565,5
1
Dias após a antese.
2
Semanas após a antese
A segunda fase do desenvolvimento do fruto estendeu-se da 6ª até a 15ª SAA,
aproximadamente, com o término dessa fase variando de 12,30 SAA para comprimento
a 22,58 SAA para massa seca do fruto (Tabela 1). Essa é a fase adolescente definida por
Medina et al. (1981), em que grande incremento nas dimensões e no acúmulo de
massa fresca, resultante, principalmente de grande expansão celular e acúmulo de água
no fruto. Apenas o acúmulo de massa seca ainda foi pequeno nesta fase, atingindo
17,4% da massa fresca do fruto ou 50,5 % da massa seca final, na 15ª SAA. Nessa fase,
registraram-se as máximas taxas de incremento das dimensões e da massa do fruto, a
taxa respiratória foi mediana, a casca permaneceu verde e a polpa tornou-se verde claro.
A polpa sobressaiu-se em relação à casca e à semente, houve aumento no
extravasamento de eletrólitos e o teor de amido manteve-se alto, houve ligeira redução
da consistência, pequeno aumento nos teores de lidos solúveis, de açúcares e de
carotenóides e queda nos teores de acidez e vitamina C da polpa. Durante esta fase
houve acúmulo de 910,8 UC (Tabela 2).
38
A terceira e última fase do desenvolvimento, ou fase climatérica (Medina et al.,
1981), estendeu-se da 16ª até a 23ª SAA (Tabela 1), finalizando com a queda dos frutos
maduros da árvore. Nessa fase, há tendência de estabilização das dimensões e do
acúmulo de massa fresca. Todavia, 49,5% da massa seca do fruto, em grande parte
carboidratos para a polpa, são acumulados nessa fase, aumentando a percentagem de
matéria seca do fruto para 29,5% na 23ª SAA.
, também, observam-se o pré-climatério (da 16ª à 20ª SAA), o climatério (21ª
SAA), com pico de produção de CO
2
de 165,93 mg.kg
-1
.h
-1
, e o pós-climatério
respiratório (da 22ª à 23ª SAA) (Figura 17). Essa é a fase de amadurecimento do fruto,
em que conversão do amido em açúcar, sendo essa conversão mais marcante a partir
da 17ª SAA. Consequentemente, houve aumento no teor de açúcares e de sólidos
solúveis da polpa. Paralelamente, houve queda da acidez titulável, provocando rápida
elevação da relação SS/AT. Houve síntese intensa de carotenóides na polpa a partir da
17ª SAA e a polpa tornou-se gradativamente amarela. Por outro lado, o inicio do
amarelecimento da casca ocorreu a partir de 21,8 SAA (PC
mín
para o ângulo hue),
concomitantemente com a rápida redução na consistência da polpa. Assim, o fruto
tomou-se macio e observou-se desenvolvimento de aroma e sabor característicos de
fruto completamente maduro para consumo.
Estes resultados são similares aos encontrados por Moraes et al. (2000) que,
estudando o desenvolvimento de manga 'Ubá' em Visconde do Rio Branco, MG,
observaram o pico do tipo climatérico (91,0 mg CO
2
kg
-1
.h
-1
) na 23ª semana após a
floração.
Em decorrência da evolução dessas características, é possível afirmar que a
manga „Ubá‟ atingiu a maturidade fisiológica na 17ª SAA (119 dias após a antese), após
acúmulo de 1459,1 UC, pois frutos colhidos com esta idade e deixados para amadurecer
em temperatura ambiente, completaram o amadurecimento e adquiriram características
organolépticas satisfatórias para comercialização e consumo (ver capítulo 2). Nesse
período, os valores atingidos para ângulo hue, consistência, SS, AT e relação SS/AT da
polpa foram de 94,31°, 1904,55 kPa, 8,04° Brix, 2,33% e 2,85, respectivamente.
Também nesse período, a massa fresca do fruto foi de 152,3 g, contra 161,3 g na 23ª
SAA (Figura 6). Essa perda de massa do fruto e, consequentemente, de produção, é
compensada pelos melhores preços alcançados pelos frutos colhidos precocemente.
Para a manga 'Tommy Atkins' cultivada na região de Petrolina, Lucena (2006)
observou que, para atingir o ponto de colheita comercial são necessárias 1939,7 UC
39
(112 DAA), utilizando como temperatura base 10° C. Este paralelo evidencia que, em
igualdade de condições ambientais, a manga 'Ubá' é mais precoce que a manga 'Tommy
Atkins' quanto ao acúmulo de UC, todavia, esta variedade, cultivada na região de
Petrolina, completa o seu desenvolvimento em menor período devido às condições
climáticas mais favoráveis do local.
Para estudos realizados por Burondkar et al. (2000), com a manga 'Ratna' na
Índia, utilizando a temperatura base de 17,9 °C, o acúmulo de unidades de calor durante
o completo desenvolvimento do fruto foi de 866 UC, atingido aos 112 DAA.
40
4 CONCLUSÕES
O ciclo de desenvolvimento da manga Ubá‟ em Visconde do Rio Branco estendeu-se
por 23 semanas.
O padrão de desenvolvimento ajustou-se a um modelo sigmoidal simples, com três
estágios de crescimento, da 1
a
à 5
a
SAA; da 6
a
à 15
a
SAA e da 16
a
à 23
a
SAA.
O climatérico respiratório dos frutos ligados à planta foi atingido na 21ª semana após a
antese.
A maturidade fisiológica do fruto foi atingida na 17
a
SAA, após o acúmulo de 1459,1
unidades de calor (UC).
41
CAPÍTULO 2
EFEITO DO ETHEPHON NA ANTECIPAÇÃO DA COLHEITA E NOS
ATRIBUTOS DE QUALIDADE DA MANGA ‘UBÁ’
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes doses de ethephon na
antecipação e uniformização do amadurecimento e nos atributos de qualidade da manga
„Ubá‟. Na 17
a
semana após a antese, 25 mangueiras, sendo cinco por tratamento, foram
pulverizadas com ethephon nas doses 0, 250, 500, 750 e 1000 mg L
-1
, acrescido de 0,5%
de óleo mineral. Foram colhidos 10 frutos de cada planta, diariamente até o completo
amadurecimento, com exceção da dose 0 mg L
-1
, em que, a partir de 6 dias após
aplicação do ethephon (DAAE), a colheita foi semanal até 41 DAAE. Dos 10 frutos
colhidos, 5 foram analisados no dia da colheita e 5 armazenados a 20,0 0,8 °C e 90
5% umidade relativa e avaliados após o completo amadurecimento. Os frutos tratados
apresentaram coloração de polpa mais intensa, menor firmeza e maior teor de lidos
solúveis em relação aos não-tratados. A aplicação de 500 ou 750 mg L
-1
de ethephon,
seguida da colheita no 3
o
DAAE, permitiu a obtenção de frutos com qualidade
comercial, além de dispensar a climatização após a colheita. O uso do ethephon em pré-
colheita antecipou o amadurecimento dos frutos na planta e a colheita de manga „Ubá‟,
e não prejudicou a qualidade final dos frutos.
42
1. INTRODUÇÃO
A mangueira „Ubá‟ é encontrada crescendo espontaneamente em praticamente
todos os Municípios da Zona da Mata Mineira, estando bem adaptada às condições
edafoclimáticas da rego (ROCHA, 2009). A manga „Ubá‟ pode ser utilizada in natura
ou na forma de sucos, geléias e outros produtos processados (PINTO et al., 2004). A
excelente qualidade do seu suco faz com que as agroindústrias da região, concentradas
nos Municípios de Visconde de Rio Branco, Ubá e Astolfo Dutra, se encontrem em
franca expansão e sejam responsáveis pela geração de recursos e empregos. Isso gera
demanda crescente de frutos em quantidade e com qualidade superior.
A manga „Ubá‟ geralmente amadurece de novembro a janeiro, e a maturação
desuniforme em uma mesma planta, exige a colheita escalonada, que pode prolongar-se
por até um mês. O etileno es diretamente relacionado com o processo de
amadurecimento dos frutos. Por isso, frutos fisiologicamente maduros de diversas
espécies e cultivares têm sido submetidos a tratamentos com este regulador de
crescimento e/ou seus análogos sintéticos, tanto em nível experimental como comercial,
visando acelerar e uniformizar o seu amadurecimento e, ou, melhorar o seu padrão de
qualidade. Com esses fins, entretanto, o uso do etileno tem-se restringido
principalmente à pós-colheita de frutos.
Devido a sua alta taxa de difusão, é muito dicil aplicar o etileno no campo sob
a forma de s, mas tal limitação pode ser superada utilizando um composto capaz de
liberar etileno (BRACKMANN et al., 2007). O composto mais amplamente utilizado é
o ácido 2-cloroetilfosfônico (Ethephon), que é sintético, foi descoberto na década de
1960 e é comercializado sob rios nomes comerciais, como por exemplo, Ethrel,
(CHITARRA; CHITARRA, 2005).
O ethephon, quando aspergido em solução aquosa, é rapidamente absorvido e
translocado no interior das células vegetais. Em condições de pH igual ou superior a 5,
ocorre hidrólise do ácido e liberação de etileno (YANG, 1969). Portanto, quando o
ethephon é absorvido pela planta, ocorre a sua decomposição dentro da célula, liberando
lentamente o etileno próximo ao seu sítio de ação, potencializando a sua resposta
fisiológica (TAIZ; ZEIGER, 2004). Por esta razão, sua atuação no amadurecimento dos
frutos é atribuída à liberação deste gás dentro dos tecidos vegetais (WARNER;
LEOPOL, 1967).
43
O ethephon tem eficiência na antecipação e uniformização da coloração da casca
de vários frutos não-climatéricos e no amadurecimento de frutos climatéricos quando
utilizado na pós-colheita, como por exemplo, de tomate (MEDINA et al., 1996), ameixa
(DOMINGUES et al., 2001), frutos cítricos (MARTINS, 2003), banana (ÁLVARES,
2003; SALOMÃO et al., 2004), café (CARVALHO et al. 2003) e maçã (STEFFENS;
BRACKMANN, 2006; STEFFENS et al., 2006; ANDREUCCETTI et al., 2007;
FIORAVANÇO et al., 2007; NOGUEIRA et al., 2007). Entretanto, não há registro no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para uso de ethephon na
pós-colheita de frutas (AGROFIT, 2009).
Na pré-colheita, ou seja, para aplicação no campo, o ethephon, em suas várias
formulações comerciais, tem registro para uso em diversas culturas e com rias
finalidades. Para uniformizar e antecipar o amadurecimento de frutos registro para
uso em algodão, café, figo e videira. Para a manga, o ethephon tem registro para
indução do florescimento (AGROFIT, 2009).
Estudos foram realizados por Brackmann et al. (2007), avaliando os efeitos da
aplicação em pré-colheita de ethephon (140g ha
-1
aos sete dias antes da colheita) em
pêssegos „Eldorado‟. Para frutos tratados com ethephon, observaram maior produção de
etileno e redução drástica na firmeza e acidez, confirmando o potencial deste produto
em antecipar o amadurecimento dos frutos.
Frutos de pereira (Pyrus communis L.) cv. Packham's Triumph foram
pulverizados com ethephon nas concentrações de 0; 12,5; 25; 50 e 100 mg/L quatro
semanas antes da data da colheita. Após a colheita as pêras foram armazenadas a -1,0ºC
e 92-96% de umidade relativa por 0, 10, 20, 40 e 80 dias. Após os períodos de
armazenamento refrigerado, os frutos foram conservados em temperatura ambiente por
dois ou oito dias. A firmeza da polpa apresentou uma tendência de diminuição com o
aumento das concentrações de ethephon, do período de armazenamento e dos dias à
temperatura ambiente. A relação sólidos solúveis totais (SST)/acidez titulável (AT)
variou mais em função da redução da AT do que do aumento dos valores de SST. A
relação SST/AT aumentou desde a aplicação dos tratamentos até a colheita. A produção
de etileno aumentou com o aumento do período de armazenamento e do número de dias
em temperatura ambiente; mas não foi influenciada pela concentração de ethephon
(SEIBERT et al., 2000).
Não foram encontrados, na literatura consultada, relatos de uso de ethephon na
pré-colheita de manga. A possibilidade desse produto ser efetivo em uniformizar e
44
antecipar a colheita da manga „Ubá‟ traria vantagem para o produtor ao proceder a
colheita de todos os frutos da planta de uma só vez, além de dispensar a climatização na
pós-colheita. Para a indústria de polpa e suco, o uso do produto permitiria o
escalonamento da oferta e, consequentemente, a otimização do uso de máquinas e mão-
de-obra para beneficiar o fruto.
A partir desse contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes
doses de ethephon para a antecipação e uniformização do amadurecimento e nos
atributos de qualidade de frutos de manga „Ubá‟.
45
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em pomar com aproximadamente 30 anos de
idade, pertencente à Universidade Federal de Viçosa, localizado em Visconde do Rio
Branco, MG, Brasil (latitude de 21º00‟37S, longitude de 42º50‟26”O, altitude de
352m).
No dia 02 de dezembro de 2007, que correspondeu à 17
a
semana após a antese
(quando os frutos encontravam-se fisiologicamente maduros ver Cap. 1), as plantas
foram pulverizadas com ácido 2-cloroetilfosfônico (produto comercial Ethrel, 240 g
i.a./L), nas doses 0, 250, 500, 750 e 1000 mg L
-1
do ingrediente ativo, acrescido de 0,5
mL/L de óleo mineral (produto comercial ASSIST). Foram colhidos 10 frutos de cada
mangueira diariamente, até o completo amadurecimento na planta, com exceção da dose
0 mg L
-1
que, após 6 dias da aplicação do ethephon (DAAE), a colheita foi realizada
semanalmente até 41 DAAE. Dos 10 frutos colhidos, 5 foram analisados no dia da
colheita e os outros 5 foram lavados, tratados em solução de fungicida Prochloraz (49,5
mL/ 100 L de água) por 5 minutos, secos ao ar ambiente, armazenados a 20,0 0,8 °C e
90 5% de umidade relativa e avaliados após o completo amadurecimento. Os frutos
foram considerados maduros quando apresentaram polpa macia, cor amarela da casca e
laranja da polpa e desenvolvimento do aroma e sabor característicos da manga „Ubá‟.
Os frutos foram avaliados quanto à coloração da polpa, consistência da polpa,
teor de sólidos solúveis, acidez titulável e razão sólidos solúveis/acidez titulável,
conforme a descrão apresentada no capítulo 1. Para a determinação da diferença de
cor da polpa (ΔE) usou-se como referência a cor do dia da aplicação do ethephon.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em esquema
de parcelas subdivididas, sendo nas parcelas as 5 doses de ethephon e nas subparcelas
os dias de avaliação ou colheita, com 5 repetições de 5 frutos por unidade experimental.
Os dados foram analisados por meio das análises de variância e regressão. Os modelos
ajustados por meio de regressão foram escolhidos com base na signifincia dos
coeficientes de regressão ao nível de 5% de probabilidade pelo teste “t”, de Student, no
coeficiente de determinação e no potencial para explicar o fenômeno biológico.
Independentemente da interação dose e dias ser ou não significativa, optou-se pelo seu
desdobramento, dado o interesse em estudo. Os frutos analisados no dia da colheita e
aqueles analisados após o completo amadurecimento passaram por análise estatística
46
distintas. O programa estatístico utilizado foi o Sistema de Análises Estatísticas e
Genéticas da Universidade Federal de Viçosa, versão 9.1 (SAEG, 2007).
47
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para os frutos avaliados no mesmo dia da colheita, as dias dos valores da
diferença de cor da polpa (∆E) aumentaram mais lentamente nos não-tratados com
ethephon (Figuras 1A e 1B). Os valores de ∆E aumentaram com o tempo para todos os
tratamentos, indicando o amadurecimento das frutas ao longo dos dias após aplicação
do ethephon. De acordo com Chitarra; Chitarra (2005), as modificações na coloração
das frutas com o avanço do amadurecimento ocorrem devido à processos degradativos
ou sintéticos, sendo utilizado como um dos principais critérios de julgamento para o
amadurecimento de frutas. Frutos das plantas tratadas com 500 mg L
-1
, no 6
o
DAAE
atingiram valores de E de 29,0, enquanto que, em frutos de plantas do tratamento
controle, neste mesmo dia de avaliação, o valor de E foi de apenas 8,4. Isto ocorreu
porque os frutos não-tratados com ethephon não sofreram a indução artificial e,
portanto, a síntese auto-catalítica do etileno ocorreu naturalmente (KADER, 1999).
Para frutos colhidos nos dias subsequentes à aplicação de ethephon e analisados
após o amadurecimento completo (Figura 1C), as diferentes doses de ethephon não
alteram a diferea de cor da polpa, independentemente do dia da colheita. Entretanto,
quanto mais tardiamente os frutos foram colhidos, maiores foram os valores médios de
E, indicando que o aumento do período em contato com o etileno intensificou a
coloração final da polpa.
0 1 2 3 4 5 6
Diferença de cor da polpa
0
5
10
15
20
25
30
35
0 7 14 21 28 35 42
0
5
10
15
20
25
30
35
A
B
0 mg/L Ŷ = 4,1022+0,7570D-0,0079D
2
R
2
=0,8128
250 mg/L Ŷ = 0,1570+4,9347D-0,1502D
2
R
2
=0,8742
500 mg/L Ŷ = 0,4272+6,5996D-0,3071D
2
R
2
=0,8869
750 mg/L Ŷ = 1,4330+7,0129D-0,4420D
2
R
2
=0,8848
1000 mg/L Ŷ = 0,8414+5,8309D-0,2130D
2
R
2
=0,8814
Diferença de cor da polpa
Diferença de cor da polpa
Dias após aplicação de ethephon (D)
Dias após aplicação de ethephon (D)
48
0
20
40
60
80
100
0 250 500 750 1000
Doses de ethephon (mg/L)
Diferença de cor da polpa
Figura 1. Diferença de cor da polpa da manga „Ubá‟ em relação à cor no dia da
aplicação de ethephon. A: frutos tratados com ethephon e analisados no dia da colheita.
B: frutos não-tratados e analisados no dia da colheita. C: frutos colhidos nos dias
subsequentes à aplicação de ethephon e analisados após o amadurecimento completo.
DAAE: dias após a aplicação de ethephon.
A cor da polpa (h), medida na região central do fruto, próximo ao caroço,
apresentava-se esverdeada no dia zero (dia da aplicação do ethephon), sendo que, a
aplicação pré-colheita de ethephon resultou em frutos com coloração de polpa mais
alaranjada. No sexto DAAE os frutos apresentaram valores de ângulo de 93,9; 73,29;
70,23; 69,07 e 71,81° para as doses 0, 250, 500, 750 e 1000 mg L
-1
, respectivamente
(Figuras 2A e 2B) . Nos frutos não tratados (0 mg L
-1
) a polpa ainda apresentava
coloração esverdeada no sexto DAAE, enquanto que, para os demais tratamentos neste
mesmo dia de avaliação a polpa apresentava coloração amarelo-alaranjado, o que
confirma o efeito do ethephon em antecipar a mudança e uniformizar a coloração da
polpa da manga „Ubá‟.
Para os frutos colhidos nos dias 0, 1, 4 e 5 após a aplicação de ethephon e
analisados após o amadurecimento, o h da polpa não se alterou com o aumento das
doses do produto (Figura 2C).para os frutos colhidos no 2
º
e 3
º
DAAE, ajustaram-se
modelos quadráticos, com valores mínimos de h entre as doses de 500 e 750 mg L
-1
. Por
outro lado, observou-se que, em geral, quanto mais tardia foi a colheita, menor foi o
valor do h, indicando que a maior permanência do fruto na planta após a aplicação do
ethephon contribui para que este adquira coloração mais amarela ou alaranjada, o que é
essencial para a indústria e para o consumo ao natural.
C
3 DAAE Ŷ = 61,23
0 DAAE Ŷ = 0,0
1 DAAE Ŷ = 40,43
2 DAAE Ŷ = 54,01
5 DAAE Ŷ =84,83
4 DAAE Ŷ = 62,19
Diferença de cor da polpa
Dias após aplicação de ethephon (D)
Doses de ethephon (mg/L)
49
Dias após a aplicação de ethephon (D)
0 1 2 3 4 5 6
Ângulo hue (°)
0
20
40
60
80
100
120
Dias após a aplicação de ethephon (D)
0 7 14 21 28 35 42
Ângulo hue (°)
0
20
40
60
80
100
120
Figura 2. Ângulo hue da polpa da manga „Ubá‟ nos dias após a aplicação de ethephon.
A: frutos tratados com ethephon e analisados no dia da colheita. B: frutos não-tratados e
analisados no dia da colheita. C: frutos colhidos nos dias subsequentes à aplicação de
ethephon e analisados após o amadurecimento completo. DAAE: dias após a aplicação
de ethephon.
Quando foram analisados no mesmo dia da colheita, observou-se que os frutos
das plantas tratadas apresentaram redução brusca na consistência da polpa no
primeiro dia após a aplicação do ethephon, chegando no sexto DAAE aos valores de
788,5; 400,8; 324,3 e 442,0 kPa paras as doses 250, 500, 750 e 1000 mg L
-1
,
respectivamente (Figura 3A). Para frutos do tratamento 0 mg L
-1
, a consisncia chegou
a 1178,2 kPa somente 41 DAAE (Figura 3B). Brackmann et al. (2007) também
observaram que, em pêssego „Eldoradotratados com ethephon na pré-colheita, a
consistência da polpa foi significativamente menor. Seibert et al. (2000) trabalhando
com Pêra „Packham‟s Triumph‟ tratadas em pré-colheita com 0; 12,5; 25; 50 e 100 mg
0 DAAE Ŷ = 77,13
1 DAAE Ŷ = 74,94
2 DAAE Ŷ = 78,4641 - 0,0209X + 0,000015054X
2
R
2
= 0,5798
3 DAAE Ŷ = 75,6250 - 0,0170X + 0,000013499X
2
R
2
= 0,4022
4 DAAE Ŷ = 71,53
5 DAAE Ŷ = 69,72
A
B
C
250 mg/L Ŷ = 97,9797exp(-0,0484D) R
2
=0,6366
500 mg/L Ŷ = 94,4019exp(-0,0493D) R
2
=0,8585
750 mg/L Ŷ = 93,2351exp(-0,0500D) R
2
=0,8424
1000 mg/L Ŷ = 95,8310exp(-0,0481D) R
2
=0,7818
0 mg/L Ŷ = 101,5724exp(-0,0131D) R
2
= 0,6561
Ângulo hue ( °)
Ângulo hue ( °)
Dias após aplicação de ethephon (D)
Dias após aplicação de ethephon (D)
Ângulo hue
Doses de ethephon (mg/L)
50
L
-1
de ethephon, observaram que quanto a maior a dose de ethephon menor foi a firmeza
dos frutos.
Para os frutos colhidos e avaliados após o completo amadurecimento, a
consistência da polpa (Figura 3C) não foi alterada pelas doses de ethephon,
independentemente dos dias de coleta. Observou-se que, quanto mais tardia foi a
colheita dos frutos, menor foi a consistência apresentada após o completo
amadurecimento (Figura 3C), indicando que frutos colhidos mais tardiamente tornaram
mais macios quando completamente maduros.
Dias após a aplicação dfe ethephon (D)
0 1 2 3 4 5 6
Consistência da polpa (kPa)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Dias após a aplicação de ethephon (D)
0 7 14 21 28 35 42
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Figura 3. Consistência da polpa da manga „Ubá‟ nos dias após a aplicação de ethephon.
A: frutos tratados com ethephon e analisados no dia da colheita. B: frutos não-tratados e
analisados no dia da colheita. C: frutos colhidos nos dias subsequentes à aplicação de
0 DAAE Ŷ= 300,45
1 DAAE Ŷ =248,05
2 DAAE Ŷ =239,84
3 DAAE Ŷ =181,94
4 DAAE Ŷ =179,10
5 DAAE Ŷ =168,61
250 mg/L Ŷ = 6132,8988/(1,7770+D) R
2
=0,9324
500 mg/L Ŷ = 2766,3334/(0,9019+D) R
2
=0,9663
750 mg/L Ŷ = 2174,3792/(0,7038+D) R
2
=0,9737
1000 mg/L Ŷ = 3089,8551/(0,9900+D) R
2
=0,9701
0 mg/L Ŷ = 79571,45/(26,5345+D) R
2
=0,8677
A
B
C
Consistência da polpa (kPa)
Consistência da polpa (kPa)
Dias após aplicação de ethephon (D)
Dias após aplicação de ethephon (D)
Consistência da polpa (kPa)
Doses de ethephon (mL/L)
51
ethephon e analisados após o amadurecimento completo. DAAE: dias após a aplicação
de ethephon.
Nos frutos tratados com ethephon e analisados no dia da colheita, os teores de
sólidos solúveis foram superiores a 18°Brix no sexto DAAE (Figura 4 A). Os teores de
SS foram maiores nos frutos que receberam doses 500 e 750 mg L
-1
, atingindo
aproximadamente 22°Brix. Observou-se também, que os maiores acréscimos no teor de
sólidos solúveis dos frutos tratados com ethephon ocorreram entre o 2
º
e o 3
º
dias após o
tratamento. Isso evidencia o efeito do ethephon em antecipar o amadurecimento de
frutos de manga „Ubá sem prejudicar a qualidade s-colheita (Figura 4A). Nos frutos
tratados com 1000 mg L
-1
(Figura 4B), o teor de sólidos solúveis foi constantemente
inferior ao daqueles tratados com as doses 500 e 750 mg L
-1
. Aparentemente, frutos
tratados com 1000 mg L
-1
apresentaram amadurecimento acelerado, como observado
nas características de consistência, ângulo Hue e diferença de cor da polpa, não
permitindo a conversão total do amido a açúcares solúveis.
Nos frutos obtidos das plantas do tratamento controle, o teor de lidos solúveis
foi de apenas 7,1°Brix no sexto DAAE, atingindo valores superiores a 18°Brix somente
a partir do 27
o
DAAE. Esses resultados demonstraram que existe possibilidade de
escalonamento da colheita de manga com o uso de ethephon, visando atender a
demanda da indústria de sucos. De forma mais limitada em relação à extensão do
período de safra, o ethephon foi utilizado na pós-colheita, a exemplo da „Keitt‟, onde os
frutos tratados com 1.000 mg L
-1
de Ethrel tiveram o seu amadurecimento antecipado
em relação aos frutos controle (CONEGLIAN; RODRIGUES 1993).
Quando os frutos foram colhidos nos dias 0, 1 e 2 após a aplicação de ethephon e
analisados após amadurecimento, o teor de sólidos solúveis não foi alterado pelas doses
de ethephon (Figura 4C). Nos três casos, o teor de sólidos solúveis atingido ao final do
amadurecimento foi baixo, variando de 13,49 a 16,25° brix. Para as coletas dos dias 3, 4
e 5, o efeito foi quadrático com teor de sólidos solúveis máximo entre as doses de 500 e
750 mg L
-1
. Para frutos colhidos nos 3 e 4 DAAE, o teor de sólidos solúveis superou 18
o
Brix nas doses de 500, 750 e 1000 mg L
-1
. Para frutos colhidos no 5
°
DAAE, o teor de
sólidos solúveis superou 18
o
Brix para todas as doses, com exceção de 0 mg L
-1
.
52
0
3
6
9
12
15
18
21
24
0 250 500 750 1000
Doses de ethephon (mg/L)
Teor de Sólidos Solúveis (
o
Brix)
Dias após a aplicação de ethephon (D)
0 1 2 3 4 5 6
0
5
10
15
20
25
30
Dias após a aplicação de ethephon (D)
0 7 14 21 28 35 42
0
5
10
15
20
25
30
Figura 4. Teor de sólidos solúveis da polpa da manga „Ubá‟ nos dias após a aplicação de
ethephon. A: frutos tratados com ethephon e analisados no dia da colheita. B: frutos
o-tratados e analisados no dia da colheita. C: frutos colhidos nos dias subsequentes à
aplicação de ethephon e analisados após o amadurecimento completo. DAAE: dias após
a aplicação de ethephon.
A acidez titulável ajustou-se ao modelo quadrático para todas as doses avaliadas
(Figura 5A e 5B), no caso da avaliação dos frutos logo após a colheita. A antecipação na
queda dos teores de ácidos orgânicos foi mais rápida nos frutos obtidos de plantas
pulverizadas com ethephon. Para a dose de 1000 mg L
-1
, os teores de acidez titulável
foram mais elevados que para as doses de 500 e 750 mg L
-1
. De acordo com
Palaniswamy et al. (1974), o decréscimo do ácido contido em grande quantidade em
mangas verdes, dá-se de modo muito lento, podendo ocorrer prejuízos no momento da
colheita, já que em alguns casos, o fruto apresenta-se completamente amarelado, porém
Dia 0 Ŷ = 13,49
Dia 1 Ŷ = 14,99
Dia 2 Ŷ = 16,25
Dia 3 Ŷ = 13,2031 + 0,0163X - 0,000011278X
2
R
2
= 0,5681
Dia 4 Ŷ = 13,3074 + 0,0172X - 0,000013989X
2
R
2
= 0,5688
Dia 5 Ŷ = 15,3577 + 0,0197X - 0,000015090X
2
R
2
= 0,6670
A
B
C
250 mg/L Ŷ = 26,4042/(1+exp(-(D-3,4059)/2,5585)) R
2
=0,9988
500 mg/L Ŷ = 24,0426/(1+exp(-(D-2,1715)/1,8153)) R
2
=0,9969
750 mg/L Ŷ = 23,6349/(1+exp(-(D-1,9310)/1,7829)) R
2
=0,9971
1000 mg/L Ŷ = 32,5985/(1+exp(-(D-4,3081)/2,8795)) R
2
=0,9994
0 mg/L Ŷ = 7,3846-0,1095D+0,0143D
2
R
2
= 0,8218
Dias após aplicação de ethephon (D)
Dias após aplicação de ethephon (D)
Doses de ethephon (mL/L)
53
ainda com polpa ácida. Portanto, as doses de 500 e 750 mg L
-1
foram mais efetivas em
promover o completo amadurecimento dos frutos.
Quando os frutos foram colhidos e analisados após o amadurecimento, a acidez
titulável não foi influenciada pelas doses de ethephon nas coletas dos dias 0, 1, 2, 3 e 4,
sendo que, quanto mais tardiamente foram colhidos, menor foi à acidez titulável. Por
outro lado, os frutos colhidos no quinto DAAE apresentaram menor acidez titulável
entre as doses de 500 e 750 mg L
-1
(Figura 5C), mais uma vez evidenciando a
efetividade dessas doses na promoção do amadurecimento.
Notou-se que, para a dose de 1000 mg L
-1
, os teores de sólidos solúveis foram
menores (Figura 3A) e a acidez titulável (Figura 5A) foi maior quando comparado com
as doses 500 e 750 mg L
-1
. Estes resultados poderiam justificar um amadurecimento
desuniforme e irregular, indicando ser essa dose excessiva. Também foi observada
grande abscisão de folhas e frutos nas plantas tratadas com 1000 mg L
-1
(dados não
apresentados). Esta abscisão pode ser explicada, pois altas doses de ethephon podem ser
o principal responsável pela aceleração da abscisão, ele se acumula nos espaços de ar
entre o receptáculo e o fruto, onde pode coordenar a taxa de abscisão nas múltiplas
zonas (CHITARRA; CHITARRA 2005). Brackmann et al. (2007), também observaram
que a aplicação de ethephon (140g ha
-1
) provocou queda antecipada de pêssegos
„Eldorado‟.
0 1 2 3 4 5 6
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
0 7 14 21 28 35 42
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
A
B
250 mg/L Ŷ = 1,2400-0,1823D+0,0087D
2
R
2
=0,9998
500 mg/L Ŷ = 0,9527-0,2143D+0,0173D
2
R
2
=0,9986
750 mg/L Ŷ = 0,8482-0,1713D+0,0120D
2
R
2
=0,9770
1000 mg/L Ŷ = 1,3228-0,2704D+0,0225D
2
R
2
=0,9917
0 mg/L Ŷ = 1,0997-0,0076D-0,0002D
2
R
2
=0,9942
Acidez titulável (%)
Acidez titulável (%)
Dias após aplicação de ethephon (D)
Dias após aplicação de ethephon (D)
54
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0 250 500 750 1000
Doses de ethephon (mg/L)
Acidez titulável (% de ác. cítrico)
Figura 5. Acidez titulável da polpa da manga „Ubá‟ nos dias após a aplicação de
ethephon. A: frutos tratados com ethephon e analisados no dia da colheita. B: frutos
o-tratados e analisados no dia da colheita. C: frutos colhidos nos dias subsequentes à
aplicação de ethephon e analisados após o amadurecimento completo. DAAE: dias após
a aplicação de ethephon.
A relação lidos solúveis/ acidez titulável ajustou-se a modelos quadráticos
para todas as doses avaliadas (Figura 6A e 6B), no caso da avaliação dos frutos logo
após a colheita. Nos frutos tratados, no 5
°
dia, a relação foi 35,19; 54,81; 52,79 e 50,31
para as doses 250, 500, 750 e 1000 mg L
-1
, respectivamente, enquanto nos frutos não-
tratados o ratio era de apenas 5,82 nesse mesmo dia.
A relação entre °Brix e acidez titulável (Figura 6C) apresentou comportamento
semelhante ao da variável lidos solúveis para frutos analisados após o completo
amadurecimento (Figura 4C). A maior relação SS/AT foi observada nos frutos
completamente maduros da colheita do dia 5, visto que, para este dia, os frutos
apresentaram o maior teor de lidos solúveis (Figura 4C) e menor acidez titulável
(Figura 5C), sendo as doses de 500 a 750 mg L
-1
de ethephon as que proporcionaram
maior relação SS/AT.
Dia 0 Ŷ = 0,7023
Dia 1 Ŷ = 0,5806
Dia 2 Ŷ = 0,5247
Dia 3 Ŷ = 0,4989
Dia 4 Ŷ = 0,4862
Dia 5 Ŷ = 0,5639-0,0007D+0,00000049799D
2
R
2
= 0,8076
C
Doses de ethephon (mL/L)
Acidez titulável (%)
55
0
10
20
30
40
50
60
70
0 250 500 750 1000
Doses de ethephon (mg/L)
Ratio
0 1 2 3 4 5 6
0
20
40
60
80
0 7 14 21 28 35 42
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Figura 6. Relação lidos solúveis/ acidez titulável (ratio) da polpa da manga „Ubá‟ nos
dias após a aplicação de ethephon. A: frutos tratados com ethephon e analisados no dia
da colheita. B: frutos não-tratados e analisados no dia da colheita. C: frutos colhidos nos
dias subsequentes à aplicação de ethephon e analisados após o amadurecimento
completo. DAAE: dias após a aplicação de ethephon.
Também nota-se que, quanto mais se retardou a colheita, menor foi o tempo
necessário para que os frutos completassem o amadurecimento, independentemente da
dose (Tabela 1). Neste sentindo, a dose de 750 mg L
-1
foi a que se mostrou mais efetiva
em acelerar o amadurecimento, antecipando-o em 36 dias, em comparação com a dose 0
mg L
-1
. Frutos colhidos no 3
o
DAAE (05/12/2007) e armazenados em câmara fria,
atingiram o completo amadurecimento com 12, 7, 6, 4 e 6 dias para as doses de 0, 250,
500, 750 e 1000 mg L
-1
, respectivamente. Considerando-se a dose de 750 mg L
-1
, o
amadurecimento em quatro dias corresponde ao mesmo tempo despendido quando o
tratamento com ethephon, carbureto de lcio ou etileno ocorre na s-colheita dos
0 DAAE Ŷ = 19,47
1 DAAE Ŷ = 27,76
2 DAAE Ŷ = 33,26
3 DAAE Ŷ = 22,9027 + 0,0586X - 0,000046590X
2
R
2
= 0,5349
4 DAAE Ŷ = 22,6606 + 0,0724X - 0,000056318X
2
R
2
= 0,4212
5 DAAE Ŷ = 27,6631 + 0,1014X - 0,000078067X
2
R
2
= 0,7687
A
B
C
250 mg/L Y=4,7418+1,3316D+0,9516D
2
R
2
= 0,7436
500 mg/L Y=3,5978+4,6498D+1,1182D
2
R
2
=0,8623
750 mg/L Y=2,9498+7,5909D+0,4755D
2
R
2
= 0,8983
1000 mg/L Y=5,6508-3,0542D+2,3978D
2
R
2
=0,8691
0 mg/L Y=9,4421-1,0243D+0,0601D
2
R
2
=0,8330
Sólidos solúveis/ acidez titulável (ratio)
Dias após aplicação de ethephon (D)
Dias após aplicação de ethephon (D)
Sólidos solúveis/ acidez titulável (ratio)
Doses de ethephon (mL/L)
56
frutos. Portanto, torna-se evidente que o ethephon aplicado em pré-colheita também
dispensa a aplicação tradicional feita na pós-colheita.
Tabela 1: Tempo (dias) necessário para que frutos tratados ou não-tratados com
ethephon atingissem o completo amadurecimento após a colheita
Colheita
DAAE
2
Doses de ethephon (mg L
-1
)
0
250
500
750
1000
02/12/2007
1
0
12
-
-
-
-
03/12/2007
1
12
8
7
5
8
04/12/2007
2
12
8
7
4
7
05/12/2007
3
12
7
6
4
6
06/12/2007
4
12
5
5
3
5
07/12/2007
5
11
5
4
2
4
08/12/2007
6
11
-
-
-
-
13/12/2007
14
11
-
-
-
-
18/12/2007
21
6
-
-
-
-
27/12/2007
28
5
-
-
-
-
03/01/2008
35
3
-
-
-
-
10/01/2008
42
0
-
-
-
-
1
Data da pulverização com ethephon, correspondente à 17 semana após a antese.
2
Dias após a aplicação de ethephon.
A avaliação do conjunto dos resultados apresentados permite indicar a aplicação
da dose de 750 mg L
-1
, seguido da colheita dos frutos 3 dias depois. Procedendo-se
dessa forma não se observou abscisão de folhas ou frutos, ou qualquer outro sintoma
depreciativo nas mangueiras. Por outro lado, observou-se a antecipação e a
uniformização do amadurecimento dos frutos, possibilitando uma única colheita por
árvore. Também se observou que os frutos adquirem, ao completar o amadurecimento,
características físicas e químicas semelhantes às daqueles amadurecidos naturalmente
na árvore. Ao ser gerado no interior dos tecidos, o etileno ainda induziu a formação de
camada de abscisão, facilitando o procedimento da colheita da manga, para a indústria.
Finalmente, a aplicação pré-colheita do ethephon dispensou a climatização pós-
colheita da manga Ubá‟, procedimento que, pela precariedade com que é geralmente
executado, é umas das principais causa de perdas da fruta. Isso possibilita, ainda,
redução nos custos de produção ao dispensar a construção de câmaras de climatização.
57
4. CONCLUSÕES
1. O uso do ethephon em pré-colheita antecipa a colheita de manga „Ubá‟ em até
36 dias, além de uniformizar o amadurecimento dos frutos na planta.
2. Após a aplicação do ethephon, quanto mais tardia a colheita, mais
rapidamente completa-se o amadurecimento e melhor é a qualidade final do fruto. A
dose de 750 mg L
-1
de ethephon em pré-colheita é a que proporciona frutos de melhor
qualidade.
3. Frutos tratados com ethephon nas doses de 500 e 750 mg L
-1
e colhidos a
partir do terceiro DAAE adquirem ótima qualidade final e dispensam a climatização
pós-colheita.
58
CAPÍTULO 3
AMADURECIMENTO DE MANGA ‘UBÁ’ COM ETILENO E CARBURETO DE
LCIO NA PÓS-COLHEITA
RESUMO
Visando a antecipação e uniformização do amadurecimento pós-colheita de manga „Ubá‟,
conduziu-se o presente trabalho em condições de refrigeração. Mangas fisiologicamente
maduras, mas com as cascas verdes, foram colhidas no pomar experimental da UFV em
Visconde do Rio Branco, MG. Frutos com massa média de 133,85 1,89 g foram
submetidos a diferentes doses de carbureto de cálcio (0, 20, 40, 80 e 160 g/m
3
de câmara) e
etileno (0, 50, 100, 200 e 400 mL/ m
3
de câmara) durante 24 h de exposição, em câmaras frias
(18,1 0,71 °C e 90 3% de UR), onde permaneceram até o completo amadurecimento. A
unidade experimental constituiu-se de três frutos, com três repetições, em delineamento
inteiramente casualizado. As maiores perdas de massa fresca foram registradas entre 8,8%
(20 e 160 g/ m
3
de CaC
2
) a 9% (50 mL/ m
3
de etileno) no 15° dia de armazenamento. Nos
frutos tratados com carbureto de cálcio, o pico respiratório ocorreu aos 3, 6, 9, 9 e 12 dias
de armazenamento para as doses 160, 80, 40, 20 e 0 g/ m
3
, respectivamente. Nos frutos
tratados com etileno, o pico climatérico respiratório foi registrado aos 3, 3, 6, 6 e 12 dias de
armazenamento para as doses 400, 200, 100, 50 e 0 mL/ m
3
, respectivamente. Em relação
ao ângulo hue da casca, a mudança de cor foi mais acelerada para frutos tratados com
carbureto de cálcio, em relação aos frutos tratados com etileno. Nos frutos tratados com
etileno, a queda da firmeza foi mais brusca em relação aos tratados com CaC
2
. No entanto,
o extravasamento de solutos foi maior para frutos tratados com CaC
2
. O teor de lidos
solúveis foi crescente durante todo o período de avaliação, sendo que, quanto maior da dose
de carbureto de cálcio ou etileno, mais elevado foi o teor de SS. Ocorreu a antecipação e
uniformização do amadurecimento de manga „Ubá‟ para todas as doses de carbureto de
cálcio ou de etileno testadas. Mesmo as menores doses de carbureto (20 g/m
3
) e etileno (50
mL/m
3
) foram eficientes em antecipar o amadurecimento de manga „Ubá‟.
59
1. INTRODUÇÃO
A mangueira é uma espécie de clima tropical, originária do sul da Ásia, tendo-se
disseminado por vários países climaticamente favoráveis ao seu desenvolvimento. Do
conjunto de frutas tropicais atualmente comercializadas, a manga é uma das mais
populares do mundo, em virtude do seu amplo consumo nos países asiáticos e da
América Latina (NETO et al., 2003). É uma fruta de aroma e cor muito agradáveis que
faz parte do elenco das frutas tropicais de importância econômica, não apenas pela
aparência exótica, mas também por ser rica em carotenóides, minerais e carboidratos
(FARAONI, 2006).
A manga caracteriza-se como fruto climatérico que sofre um incremento na
respiração e na produção de etileno quando exposta a uma aplicação exógena de etileno
(KAYS, 1991). Esse fitorregulador antecipa significativamente o tempo requerido para
o pico climatérico, principalmente quando aplicado antes dessa fase. O efeito do etileno
produzido naturalmente pelas plantas pode ser substituído pelo suprimento exógeno
para iniciar a respiração climatérica e desencadear o amadurecimento (KAYS, 1991;
WILLS et al., 2001), que ambos induzem o processo de autocatálise da síntese deste
fitorregulador pelos frutos.
O etileno exógeno é efetivo em induzir o climatério quando aplicado no estádio
pré-climatério do fruto, ou seja, antes do início da produção autocatalítica de etileno.
Além do etileno, outros compostos chamados de análogos do etileno podem ser
utilizados para acelerar o amadurecimento em frutos, como propileno, acetileno,
monóxido de carbono e 1- buteno (ABELES et al., 1992).
A aplicação de etileno exógeno resulta na antecipação e uniformização do
amadurecimento e na melhoria da coloração externa de diversos frutos (STEFFENS et
al., 2006). Comercialmente, é bastante difundido o uso do etileno gasoso na indução do
amadurecimento ou climatização de frutos, o qual é adquirido na forma de s
comprimido, em mistura com nitrogênio. A climatização também pode ser feita com
acetileno, um análogo do etileno gerado a partir da queima do carbureto de cálcio
(CaC
2
), e que vem sendo utilizado por pequenos e médios produtores rurais como
alternativa ao etileno gasoso.
A climatização de frutos através da aplicação do acetileno, pode ser obtida a
custo acessível através da reação de carbureto de cálcio com água (Marriot, 1980) ou
mesmo deixando-o reagir com o vapor de água liberado pelas frutas (Reid, 1992) e/ou
60
com a umidade do ar atmosférico (LOESECKE, 1950). Para bananas, recomenda-se
que se trabalhe com uma concentração de 0,1% de acetileno, para o que são necessários
reagir 2,66 gramas de CaC
2
com o dobro de água, para ocorrer a liberação de gás
suficiente para induzir a maturação de frutas, por metro cúbico de câmara totalmente
vedada (MOREIRA, 1987). Por outro lado, Rigitano (1965) recomenda o uso de
carbureto de cálcio na dose de 200 a 400 g/m
3
de mara para caquis. Essa divergência
aponta para a necessidade de estudos científicos visando determinar as condições ideais
de uso de carbureto de cálcio para cada espécie e cultivar.
A dose a ser utilizada está diretamente relacionada ao volume da mara de
maturação, à espécie, ao volume de frutos e ao limite de segurança de acúmulo de gases
para minimizar o perigo de explosão (MARRIOT, 1980). No entanto, os produtores,
por não terem acesso a um protocolo básico para climatização, adicionam quantidades
supraótimas de CaC
2
, que, além de aumentar o custo de operação e o perigo de
explosões (Moreira, 1987), resultam na obtenção de frutos de curta vida útil pós-
colheita (Reid, 1992), elevando as perdas e limitando a comercialização.
O etileno também pode ser gerado pela decomposição de ácido-2-
cloroetilfosfônico (ethephon). Em mangas „Ubá‟ tratadas com 1000 mg.L
-1
ethephon,
as transições de cor da casca e da polpa foram uniformizadas e antecipadas, em relação
às dos frutos não-tratados (MORAES, 1988).
Mangas „Keittcolhidas em estágio pré-climatérico receberam tratamento com
0, 500 e 1000 mg.L
-1
de ethrel (produto comercial) após a colheita e, posteriormente,
foram armazenados a 28°C e analisadas nos tempos 0, 3, 6, 9 e 16 dias. A aplicação de
ethrel antecipou o amadurecimento dos frutos e o interferiu nas características de
qualidade dos frutos (CONEGLIAN; RODRIGUES, 1993).
Braz et al. (2008) estudaram a indução do amadurecimento de manga Ubá e
Tommy Atkins com a aplicação s-colheita de ethephon na dose de 1000 mg.L
-1
,
mantidas a temperatura ambiente. Os frutos foram avaliados aos 3, 6, 9 e 12 dias após a
colheita. A aplicação de ethephon foi eficiente em acelerar o amadurecimento e
contribuiu para a obtenção de características desejáveis de consumo após 3 dias de
armazenamento.
Foi estudado o efeito do carbureto de cálcio e ethephon nas variedades de manga
„Nam Dokmai‟, „Kaew‟, e „Chok Anan‟ na Índia. A dose aplicada de carbureto de
cálcio foi 10 g CaC
2
/kg de frutos e a de ethephon, 200 mg.L
-1
durante 18 horas de
exposição em câmaras de alvenaria. Os frutos foram armazenados a 24±2° C e 33±2° C
61
durante 7 dias. O carbureto de lcio e o ethephon anteciparam as mudanças e
uniformizaram as características de cor da casca e da polpa, o teor de sólidos solúveis e
a firmeza da polpa. No entanto, o efeito do ethephon foi menos evidente em relação ao
carbureto de cálcio (ZEITSCHRIFTEN, 2009).
Estudos sobre a antecipação do amadurecimento de frutos de manga Rataul‟
foram realizados com 500, 1000 e 1500 mg.L
-1
de ethephon e 25 g de carbureto de
cálcio /10 kg de fruto durante 24 horas de exposição em câmaras de alvenaria (PAL,
1998). Observou-se que, em frutos tratados com carbureto de cálcio, o início do
amadurecimento foi mais rápido em relação ao ethephon, porém o uso de 1000 mg.L
-1
de ethephon resultou em melhor qualidade sensorial para consumo in natura. Valores de
firmeza da polpa de 4 a 6 N foram indicados como mais aceitáveis pela avaliação
sensorial. Frutos tratados com ethephon tiveram a maior perda de peso de massa fresca
em relação aos frutos tratados com carbureto de cálcio e do tratamento controle. Frutos
tratados com carbureto de cálcio tiveram maior percentual de apodrecimento e menor
teor de vitamina C ao final do período avaliado.
Diante do exposto, a resposta dos frutos ao tratamento com etileno e seus
análogos depende da sensibilidade do tecido, da concentração utilizada, da composão
da atmosfera, do tempo de exposição, da temperatura e da espécie ou cultivar. Desta
forma, o objetivo deste trabalho foi comparar os efeitos de diferentes doses de etileno
gasoso e carbureto de lcio na antecipação e uniformização do amadurecimento na
pós-colheita de manga „Ubá‟.
62
2. MATERIAL E MÉTODOS
Os frutos de mangueira „Ubáfisiologicamente maduros (com a polpa ao redor
da semente de coloração amarela) foram colhidos em 11 de dezembro de 2008, na 18
a
semana após a antese em pomar com cerca de 30 anos de idade, na Fazenda
Experimental Sementeira, localizada em Visconde do Rio Branco, MG (latitude de
21º00‟37”S, longitude de 42º50‟26”O e altitude de 352m), pertencente à
Universidade Federal de Viçosa (UFV), Após a colheita, os frutos foram transportados
em caixas plásticas para o Laboratório de Análise de Frutas do Setor de Fruticultura do
Departamento de Fitotecnia da UFV.
No laboratório, foi efetuada a seleção e padronização dos frutos, lavagem em
solução aquosa de detergente 0,2% e tratamento com solução de fungicida Prochloraz
(Sportak 450 CE, da empresa Hoechst Schering AgrEvo UK Ltd. - Inglaterra), na dose de
49,5 g/100 L de água, por 5 min, e secagem ao ar. Posteriormente, os frutos com massa
de 133,85 1,89 g foram submetidos aos tratamentos com etileno gasoso e carbureto de
cálcio (CaC
2
). Parte dos frutos foi tratada com carbureto de lcio nas doses de 0, 20,
40, 80 e 160 g/m
3
de câmara durante 24 h de exposição; a outra parte dos frutos foi
tratada com etileno gasoso nas concentrações de 0, 50, 100, 200 e 400 mL/ m
3
durante
24 h de exposição. O CaC
2
foi dissolvido em água, com massa equivalente a duas vezes
a massa do produto, visando à completa liberação de acetileno. Para o tratamento os
frutos foram acondicionados em caixas plásticas de 32,25 L recobertas com filme de
polietileno de baixa densidade (89 cm altura x 59 cm de largura e 30 µm de espessura) e
mantidos em mara fria a 18,1 ± 0,71°C. Decorridas as 24 horas de exposição aos
produtos, os filmes de polietileno foram removidos, as câmaras frias passaram por
renovação de sua atmosfera interna e os frutos foram novamente armazenados a 18,1 ±
0,71°C e analisados nos tempos 0, 1, 3, 6, 9, 12 e 15 dias.
Os experimentos foram instalados segundo um esquema de parcelas
subdivididas, tendo nas parcelas as concentrações (5 níveis) e nas subparcelas os dias de
avaliação (7 níveis) no delineamento inteiramente casualizado, com três repetições e
três frutos por unidade experimental, sendo 315 frutos por produto testado, totalizando
630 frutos.
Os frutos foram submetidos às seguintes análises: produção de CO
2
, perda de
massa fresca, coloração da casca e da polpa, consistência da polpa, extravasamento de
63
solutos, acidez titulável, vitamina C, teor de sólidos solúveis e carotenóides da polpa.
As metodologias de análise são as mesmas descritas no capítulo 1.
Para a análise dos dados das variáveis foi feito o desdobramento das interações
independentemente da interação ser significativa ou não, e as médias dos fatores foram
submetidas à análise de regressão. A escolha das equações foi feita baseando-se na
significância dos coeficientes de regressão pelo teste “t” (Student), no coeficiente de
determinação (R
2
) e no potencial para explicar o fenômeno biológico. O programa
estatístico utilizado foi o Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas da Universidade
Federal de Viçosa, versão 9.1 (SAEG, 2007). A comparação entre os produtos foi
descritiva.
64
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Produção de CO
2
Em frutos tratados com carbureto de cálcio, o pico respiratório ocorreu aos 3, 6,
9, 9 e 12 dias de armazenamento para as doses 160, 80, 40, 20 e 0 g/m
3
respectivamente
(Figura 1 A). Nos frutos tratados com etileno, o pico respiratório foi registrado aos 3, 3,
6, 6 e 12 dias de armazenamento para as doses 400, 200, 100, 50 e 0 mL/m
3
respectivamente (Figura 1 B). Os maiores picos foram observados para frutos tratados
com 400 mL/m
3
de etileno (243,08 mg.kg
-1
.h
-1
) e com 160 g/m
3
de carbureto de cálcio
(212,77 mg.kg
-1
.h
-1
). Isso indica que o etileno nas doses de 200 e 400 mL/m
3
e o CaC
2
na dose de 160 g/m
3
foram mais eficazes na antecipação do climatério. Para ambos os
produtos, doses mais elevadas ampliaram a diferença de produção de CO
2
entre o
mínimo e o máximo climatérico. Maiores doses podem ter sido mais eficientes,
possivelmente pela maior difusão do produto para o interior dos tecidos.
De acordo com figura 1, é possível observar que a taxa respiratória em manga é
do tipo ascensão temporária, pois esta aumenta temporariamente e o completo
amadurecimento só ocorreu após o pico respiratório. O pico de respiração, designado
como máximo climatérico, foi seguido por um período de decnio na atividade,
designado como estádios-climatérico, de acordo com descrição de KAYS (1991).
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Produção de CO
2
(mg.kg
-1
.h
-1
)
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Produção de CO
2
(mg.kg
-1
.h
-1
)
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
Figura 1- Produção de CO
2
(mg.kg
-1
.h
-1
) de manga „Ubá‟ tratada com carbureto de
cálcio (A) e etileno (B).
3.2 Perda de massa fresca
A perda de massa fresca dos frutos tratados com carbureto de cálcio e etileno
(Figura 2) aumentou linearmente durante o armazenamento. Segundo Fontes et al.
(1999) a perda de massa fresca é um sintoma inicial de perda de água. Os frutos não-
0 g
20 g
40 g
80 g
160 g
0 mL
50 mL
100 mL
200 mL
400 mL
A
B
65
tratados apresentaram menor perda de massa durante todo o período experimental,
chegando no 15° dia com perda acumulada de 5,7% de massa fresca.
Não se encontrou, na literatura consultada, referência ao limite de perda de
massa tolerado para manga. Entretanto, segundo Kays (1991), produtos suculentos têm
alto teor de umidade na colheita e, mesmo a perda de uma pequena quantidade de água
pode, em algumas espécies, causar efeitos negativos nas propriedades sicas,
fisiológicas, patológicas, nutricionais, econômicas e estéticas do produto. Nas condições
deste experimento, as maiores perdas situaram-se entre 8,8% e 9% no 15° dia de
armazenamento (Figura 2 A e 2B). De acordo com Chitarra; Chitarra (2005), perdas
para produtos hortícolas da ordem de 3 a 6% são suficientes para causar um marcante
declínio na qualidade, mas alguns produtos são ainda comercializáveis com 10% de
perda de umidade.
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Perda de massa fresca (%)
0
2
4
6
8
10
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Perda de massa fresca (%)
0
2
4
6
8
10
Figura 2- Estimativa da perda de massa fresca (%) de manga „Ubá‟ tratada com
carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
3.3 Cor da casca
A mudança característica inicial do amadurecimento é a degradação da clorofila,
bem como a síntese de outros pigmentos. A mudança de cor da casca foi bem
pronunciada para frutos tratados com carbureto de lcio (Figura 3 A). Observa-se,
nestes frutos, mudança gradual da cor da casca de verde para amarelo durante o
armazenamento, dos frutos tratados com 20, 40, 80 e 160 g/m
3
de CaC
2
. Estes mesmos
frutos apresentaram coloração amarelo intenso aos doze dias de armazenamento, com h
igual a 85,62°; 82,11°; 78,73° e 79,03°, respectivamente, enquanto a testemunha
apresentou h igual a 90,43°.
Em frutos tratados com etileno, a mudança de cor da casca foi mais lenta em
relação aos tratados com CaC
2
, notando-se um tom amarelo na casca a partir de doze
0 mL Ŷ =0,37679
**
D r
2
= 0,9991
50 mL Ŷ = 0,59672
**
D r
2
= 0,9903
100 mL Ŷ = 0,52851
**
D r
2
= 0,9915
200 mL Ŷ = 0,56968
**
D r
2
= 0,9941
400 mL Ŷ = 0,54659
**
D r
2
= 0,9981
0 g Ŷ= 0,37679
**
D r
2
= 0,9991
20 g Ŷ =0,58354
**
D r
2
= 0,9991
40 g Ŷ =0,56824
**
D r
2
= 0,9951
80 g Ŷ =0,56872
**
D r
2
= 0,9949
160 g Ŷ =0,58587
**
D r
2
= 0,9949
A
B
66
dias de armazenamento (Figura 3 B), com valores de h de 87,29°; 89,27°; 85,24° e
88,63° para as doses 50, 100, 200 e 400 mL/m
3
de etileno, respectivamente, aos doze
dias.
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Ângulo hue da casca (°)
70
80
90
100
110
120
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Ângulo hue da casca (°)
70
80
90
100
110
120
Figura 3- A: Estimativa do ângulo hue da casca (°) de manga „Ubá‟ tratada com
carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
A diferença de cor da casca aumentou de forma mais rápida para frutos tratados
com 160, 80 e 40 g de carbureto de lcio e mais lenta para os frutos tratados com 20 g
de CaC
2
(Figura 4 A), conforme relatado para o ângulo hue. Todavia, na figura 4B, é
possível observar que praticamente não houve diferença na evolução da diferença de cor
da casca para os frutos tratados com etileno.
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Diferença de cor da casca
0
5
10
15
20
25
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Diferença de cor da casca
0
5
10
15
20
Figura 4- Estimativa da diferença de cor da casca (ΔE) de manga „Ubá‟ tratada com
carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
A
B
0 g Ŷ=114,8305+0,8482D-0,1650D
2
R
2
=0,9997
20 g Ŷ =115,8259-0,9565D-0,0705D
2
R
2
=0,9980
40 g Ŷ =116,6195-1,8775D-0,0282D
2
R
2
=0,9957
80 g Ŷ =117,7023-1,7920D-0,0537D
2
R
2
=0,9966
160 g Ŷ =116,7921-1,8680D-0,0433D
2
R
2
=0,9963
0 mL Ŷ =114,8305+0,8482D-0,1650D
2
R
2
=0,9997
50 mL Ŷ = 115,6357-1,3526D-0,0358D
2
R
2
=0,9965
100 mL Ŷ = 116,5954-2,8428D+0,0681D
2
R
2
=0,9884
200 mL Ŷ = 116,6356-2,4738D+0,0254D
2
R
2
=0,9924
400 mL Ŷ = 116,9558-2,2298D+0,0228D
2
R
2
=0,9924
0 g Ŷ=0,9326+0,0798D+0,0683D
2
R
2
=0,9998
20 g Ŷ =1,0252+0,8340D+0,0212D
2
R
2
=0,9951
40 g Ŷ =0,1975+1,6724D-0,0236D
2
R
2
=0,9955
80 g Ŷ =0,1772+1,4234D+0,0038D
2
R
2
=0,9971
160 g Ŷ =0,5982+1,9367D-0,0396D
2
R
2
=0,9947
0 mL Ŷ =0,9326+0,0798D+0,0683D
2
R
2
=0,9998
50 mL Ŷ = 1,9367+1,1079D-0,0131D
2
R
2
=0,9921
100 mL Ŷ = 0,8789+1,5514D-0,0246D
2
R
2
=0,9911
200 mLŶ = 0,7373+1,5023D-0,0195D
2
R
2
=0,9918
400 mL Ŷ = 1,0026+1,1962D-0,0049D
2
R
2
=0,9935
A
B
67
3.4 Cor da polpa
De acordo com o ângulo hue para a polpa, a mudança de cor de verde para
amarelo ocorreu de forma gradual tanto para frutos tratados com carbureto de cálcio
quanto para frutos tratados com etileno, com tendência de estabilização a partir do 9
°
dia
(Figura 5). Tanto nos frutos tratados com carbureto de cálcio (Figura 5 A) quanto nos
tratados com etileno (Figura 5 B), os valores de h foram superiores dos frutos não-
tratados, durante todo o período experimental, o que indica a mudança de cor verde para
amarela em período menor nos frutos não-tratados. Por outro lado, observou-se que os
frutos tratados com carbureto e com etileno apresentaram maior uniformidade na
coloração da polpa em relação aos não-tratados. Em todos os casos, a polpa atingiu a
coloração alaranjada ao final do período de armazenamento.
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Ângulo hue da polpa (°)
70
75
80
85
90
95
100
105
Dias apóso tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Ângulo hue da polpa (°)
70
75
80
85
90
95
100
105
Figura 5- Estimativa do ângulo hue da polpa (°) de manga „Ubá‟ tratada com carbureto
de cálcio (A) e etileno (B).
A diferença de cor da polpa apresentou evolução semelhante para frutos tratados
com carbureto de cálcio e etileno (Figura 6), e praticamente o diferiu dos frutos não-
tratados.
A
B
0 g Ŷ=99,2716-3,3567D+0,1070D
2
R
2
=0,9844
20 g Ŷ=99,3393-3,6023D+0,1410D
2
R
2
=0,9786
40 g Ŷ =97,5051-2,8208D+0,0960D
2
R
2
=0,9829
80 g Ŷ =98,1087-3,0198D+0,1148D
2
R
2
=0,9797
160 g Ŷ =99,2864-2,9703D+0,1070D
2
R
2
=0,9814
0 mL Ŷ =99,2716-3,3567D+0,1070D
2
R
2
=0,9844
50 mL Ŷ = 98,7481-3,3250D+0,1381D
2
R
2
=0,9582
100 mL Ŷ = 97,7929-2,6915D+0,0951D
2
R
2
=0,9856
200 mL Ŷ = 98,2535-3,6982D+0,1621D
2
R
2
=0,9798
400 mL Ŷ = 98,5295-3,1862D+0,1337D
2
R
2
=0,9569
68
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Diferença de cor da polpa
0
5
10
15
20
25
30
35
Dias após o tratamento com etileno
0 3 6 9 12 15
Diferença de cor da polpa
0
5
10
15
20
25
30
Figura 6- Estimativa da diferença de cor da polpa (ΔE) de manga „Ubá‟ tratada com
carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
3.5 Consistência da polpa
O amaciamento dos tecidos é uma das principais transformações no
amadurecimento de frutos carnosos, tendo influência acentuada tanto na qualidade
como no período de conservação, e está relacionado diretamente com os componentes
químicos das paredes celulares (Kays, 1991). A consistência da polpa apresentou queda
dia em torno de 40% do dia zero para o primeiro dia para frutos tratados com
carbureto de lcio (Figura 7 A), enquanto que para frutos não-tratados a queda foi de
apenas 26%. Todavia, para frutos tratados com etileno, a queda média registrada entre o
dia zero e o primeiro dia foi em torno de 64%, indicando que nas doses utilizadas, o
etileno foi mais eficiente que o carbureto de lcio na redução da consistência no
período mencionado. Resultados contrários foram relatados por Chitarra; Chitarra
(2005), onde frutos tratados com CaC
2
apresentaram maior maciez da polpa que frutos
tratados com etileno. No presente trabalho observou-se, no entanto, comportamento
diferente, o que talvez possa ser explicado pelo controle das temperaturas durante o
tratamento e o armazenamento. Essa menor redução da firmeza indica um potencial do
carbureto para antecipar e uniformizar o amadurecimento em manga, desde que haja
controle da temperatura durante o tratamento e armazenamento. Entretanto, deve-se
destacar que não equivalência entre os níveis dos produtos utilizados, já que etileno e
acetileno apresentam estrutura química diferente, sendo o etileno mais efetivo na
indução do amadurecimento que qualquer de seus análogos (FINGER; VIEIRA, 1997).
De acordo com os relatos de Brady (1994), Picton et al. (1995) e Bonghi et al.
(1996), em frutos climatéricos, há grande número de genes ativados durante o
amadurecimento, os quais são dependentes de etileno, como o da poligalacturonase,
0 mL Ŷ = 2,4336+2,7603D-0,0810D
2
R
2
=0,9902
50 mL Ŷ = 2,0893+3,2351D-0,1001D
2
R
2
=0,9850
100 mL Ŷ = 1,2396+3,3141D-0,1057D
2
R
2
=0,9844
200 mL Ŷ = 1,0312+3,8974D-0,1401D
2
R
2
=0,9815
400 mL Ŷ = 2,4140+3,0213D-0,0883D
2
R
2
=0,9859
0 g Ŷ=2,4336+2,7603D-0,0810D
2
R2=0,9902
20 g Ŷ = 1,7484+3,2898D-0,1086D
2
R2=0,9876
40 g Ŷ = 1,4556+3,7457D-0,1471D
2
R
2
=0,9772
80 g Ŷ= 1,3364+3,5275D-0,1235D
2
R
2
=0,9751
160 g Ŷ = 1,5750+2,6808D-0,0586D
2
R
2
=0,9940
A
B
69
endo1, 4- -glucanase, sintase do ACC, oxidase do ACC, sintase do fitoeno e invertase.
Estudos realizados com tomates transgênicos, contendo o gene antisenso para a enzima
sintase do ACC, sugerem que o acúmulo de mRNA para poligalacturonase, principal
enzima responvel pelo processo de perda de firmeza de frutos, é regulado pela
presença de etileno (SITRIT; BENNETT, 1998).
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Consistência da polpa (kPa)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Consistência da polpa (kPa)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Figura 7- Estimativa da consistência da polpa (kPa) de manga „Ubá‟ tratada com
carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
3.6 Extravasamento de solutos
Observa-se, na figura 8 que, quanto maior a dose, maior foi o extravasamento
durante todo o período experimental. Houve maior extravasamento de eletlitos para
frutos tratados com 160 e 80 g de carbureto de cálcio (Figura 8 A), demonstrando que as
maiores doses causaram maior desorganização das membranas celulares e
conseqüentemente, maior antecipação do amadurecimento, conforme observado para a
produção de CO
2
(Figura 1).
Frutos tratados com etileno tiveram extravasamento de solutos menor (Figura 8
B), quando comparados com frutos tratados com CaC
2
(Figura 8 A).
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Extravasamento de eletrólitos (%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Extravasamento de eletrólitos (%)
0
10
20
30
40
50
60
70
0 g Ŷ=3038,1956exp(-0,2981D) R
2
=0,9616
20 g Ŷ = 2909,9636exp(-0,5258D) R
2
=0,9772
40 g Ŷ = 2918,6747exp(-0,5542D) R
2
=0,9724
80 g Ŷ = 2913,0158exp(-0,5730D) R
2
=0,9762
160 g Ŷ = 2897,1757exp(-0,5284D) R
2
=0,9728
0 mL Ŷ = 3038,1956exp(-0,2981D) R
2
=0,9616
50 mL Ŷ = 2836,1386exp(-0,8009D) R
2
=0,9633
100 mL Ŷ = 2887,7430exp(-0,8030D) R
2
=0,9634
200 mL Ŷ = 2872,6468exp(-0,9468D) R
2
=0,9690
400 mL Ŷ = 2868,2826exp(-0,9704D) R
2
=0,9699
A
B
0 g Ŷ=7,2255+2,2567D r
2
=0,9567
20 g Ŷ = 5,8550+3,2491D r
2
=0,9943
40 g Ŷ = 6,6986+3,3656D r
2
=0,9962
80 g Ŷ = 13,1741+3,8363D r
2
=0,9715
160 g Ŷ = 17,4250+3,7639D r
2
=0,9530
0 mL Ŷ= 7,2255+2,2567D r
2
=0,9640
50 mL Ŷ= 8,2077+2,6423D r
2
=0,9277
100 mL Ŷ= 8,1381+2,6952D r
2
=0,9194
200 mL Ŷ= 14,3744+2,8059D r
2
=0,8183
400 mL Ŷ= 14,2206+3,2172D r
2
=0,8651
A
B
70
Figura 8- Estimativa do extravasamento de eletlitos da polpa (%) de manga „Ubá‟
tratada com carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
3.7 Acidez titulável
A acidez titulável teve queda brusca já no terceiro dia de armazenamento, tanto
para frutos tratados com carbureto de cálcio (Figura 9 A), como para frutos tratados
com etileno (Figura 9 B). Para frutos não-tratados, observa-se queda mais lenta da
acidez titulável, o que confirma o potencial do etileno e/ou seus análogos em antecipar e
uniformizar o amadurecimento de manga.
A redução nos teores de acidez, foi semelhante para os produtos testados e, no
caso da manga, o ácido predominante é o trico.
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Acidez titulável (% ácido cítrico)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Acidez titulável (% ácido cítrico)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Figura 9- Estimativa da acidez titulável (% de ácido trico) de manga „Ubá‟ tratada
com carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
3.8 Vitamina C
Observa-se queda gradual para vitamina C em frutos tratados com carbureto de
cálcio durante todo o período de armazenamento (Figura 10 A). Todavia, para frutos
tratados com etileno a queda foi mais brusca, com tendência de estabilização nos teores,
em torno de 70 mg de vitamina C (100 g MF)
-1
, a partir do nono dia após o tratamento
(Figura 10 B). A queda abrupta para frutos tratados com etileno é indesejável, pois
indica perda de valor nutritivo do fruto. Ao final do período de avalião tanto frutos
tratados com CaC
2
quanto frutos tratados com etileno apresentaram teor de vitamina C
em torno de 40 mg. 100g
-1
de ácido ascórbico, enquanto que, para frutos não tratados o
teor de vitamina C para o mesmo período foi em torno de 70 mg. 100g
-1
de ácido
ascórbico, indicando o amadurecimento desuniforme dos frutos não-tratados.
0 g Ŷ=2,9809-0,2037D+0,0006D
2
R
2
=0,9997
20 g Ŷ= 2,8017-0,2822D+0,0071D
2
R
2
=0,9861
40 g Ŷ= 2,7757-0,3238D+0,0103D2 R
2
=0,9706
80 g Ŷ= 2,8376-0,2851D+0,0070D
2
R
2
=0,9703
160 g Ŷ= 2,8393-0,2913D+0,0075D
2
R
2
=0,9863
0 mL Ŷ=2,9809-0,2037D+0,0006D
2
R
2
=0,9997
50 mL Ŷ= 2,8167-0,2852D+0,0072D
2
R
2
=0,9879
100 mL Ŷ= 2,8831-0,2476D+0,0043D
2
R
2
=0,9907
200 mL Ŷ= 2,9390-0,3138D+0,0088D
2
R
2
=0,9865
400 mL Ŷ = 2,8539-0,2818D+0,0070D
2
R
2
=0,9880
A
B
71
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Vitamina C, mg de ácido ascórbico(100 g MF)
-1
20
40
60
80
100
120
140
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Vitamina C, mg de ácido ascórbico(100 g MF)
-1
20
40
60
80
100
120
140
Figura 10- Estimativa da vitamina C (mg de ácido ascórbico/ 100g
-1
de massa fresca) de
manga „Ubá‟ tratada com carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
3.9 Sólidos solúveis
O teor de sólidos solúveis foi crescente durante todo o período de avaliação,
sendo que, quanto maior da dose de CaC
2
ou etileno, maiores foram os valores atingidos
(Figura 11). Os tratamentos com CaC
2
e etileno provocaram aumento no teor de sólidos
solúveis totais dos frutos, comprovando que este produto pode ser utilizado para
amadurecer os frutos fora da planta com possível aumento no rendimento industrial.
Para frutos tratados com carbureto de cálcio (Figura 11 A), o teor de SS de 11° Brix foi
alcançado a partir do terceiro dia somente para as doses 40, 80 e 160 g/m
3
. De acordo
com a ANVISA (2005), o teor de SS mínimo exigido para fabricação de suco de manga
é de 11° Brix, desta forma, é possível observar que frutos tratados com etileno, mesmo
nas menores doses alcançaram estes valores no terceiro dia após o tratamento com
etileno (Figura 11 B).
Dias após tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Teor de sólidos solúveis (°Brix)
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Teor de sólidos solúveis (°Brix)
6
8
10
12
14
16
18
20
22
Figura 11- Estimativa do teor de sólidos solúveis da polpa (°Brix) de manga „Ubá
tratada com carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
0 g Ŷ=6,7717+1,0697D-0,0222D
2
R
2
=0,9675
20 g Ŷ = 6,6660+1,4217D-0,0346D
2
R
2
=0,9868
40 g Ŷ = 6,8258+1,6316D-0,0494D
2
R
2
=0,9787
80 g Ŷ = 6,6456+1,9881D-0,0721D
2
R
2
=0,9780
160 g Ŷ = 6,2577+2,2111D-0,0846D
2
R
2
=0,9673
0 mL Ŷ=6,7717+1,0697D-0,0222D
2
R
2
=0,9675
50 mL Ŷ= 6,9448+1,2374D-0,0272D
2
R
2
=0,9892
100 mL Ŷ=7,0452+1,5014D-0,0441D
2
R
2
=0,9859
200 ml Ŷ=7,5207+1,8806D-0,0706D
2
R
2
=0,9801
400 mL Ŷ=7,6107+2,0093D-0,0764D
2
R
2
=0,9796
A
B
0 g Ŷ= 117,9249-6,4729D+0,2282D
2
R
2
=0,7740
20 g Ŷ = 119,4274-8,8391D+0,2398D
2
R
2
=0,8898
40 g Ŷ = 120,0722-10,3634D+0,3321D
2
R
2
=0,9146
80 g Ŷ = 118,9759-11,2854D+0,3899D
2
R
2
=0,9216
160 g Ŷ = 117,8297-10,9809D+0,3560D
2
R
2
=0,9030
0 mL Ŷ =117,9249-6,4729D+0,2282D
2
R
2
=0,7740
50 mL Ŷ =111,7950-11,4127D+0,4631D
2
R
2
=0,9771
100 mL Ŷ =107,8507-10,1072D+0,3670D
2
R
2
=0,9812
200 mL Ŷ =106,0912-9,7969D+0,3468D
2
R
2
=0,9819
400 mL Ŷ =104,0185-9,8081D+0,3446D
2
R
2
=0,9821
A
B
72
3.10 Carotenóides da polpa
Os teores de carotenóides nos frutos tratados com CaC
2
e etileno, bem como nos
o-tratados, apresentaram acréscimos significativos. Ao longo do período de
avaliação, apenas nos frutos tratados com etileno nas doses de 100, 200 e 400 mL/m
3
de
câmara observou-se estímulo à produção de carotenóides, em relação aos frutos não-
tratados (Figura 12B).
Contudo, segundo Leliéve et al. (1997), a síntese de carotenóides pode ser
etileno-dependente ou independente, em função do tipo de pigmento e, portanto, outras
substâncias reguladoras podem interferir nesse mecanismo. Além disso, as mudanças na
coloração em frutos são afetadas pela ação do etileno (Larriegaudiere et al., 1996) e pela
idade do fruto na hora da colheita (Agar et al.,1999), sendo, muitas vezes, associadas à
produção de etileno pelos frutos (ABDI et al. 1997; PEREIRA et al., 2008).
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 3 6 9 12 15
Carotenóides (mg/100g de polpa)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
Dias após o tratamento com etileno (D)
0 3 6 9 12 15
Carotenóides (mg/100g de polpa)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
Figura 12- A: Estimativa do teor de carotenóides da polpa (mg/100g de polpa) de
manga „Ubá‟ tratada com carbureto de cálcio (A) e etileno (B).
O início do climatério em manga foi caracterizado por intensa degradação de
clorofila da casca, indicado pela queda do valor de h (Figura 3) e síntese de pigmentos
carotenóides (Figura 12), responsáveis pela cor amarela da polpa. Simultaneamente, a
polpa apresentou aumento na concentração de sólidos solúveis (Figura 11) e redução
acentuada da acidez titulável (Figura 9) e da consistência (Figura 7). De acordo com
Malundo et al. (2001), os açúcares e ácidos são os componentes primários no
desenvolvimento do sabor em mangas e estes componentes influenciam a percepção
humana para o aroma do fruto.
A
B
Dias após o tratamento com etileno (D)
Dias após o tratamento com carbureto (D)
0 g Ŷ= 0,1427+0,1947D-0,0057D
2
R
2
=0,9637
20 g Ŷ = 0,1554+0,1854D-0,0054D
2
R
2
=0,9761
40 g Ŷ = 0,2346+0,1770D-0,0048D
2
R
2
=0,9462
80 g Ŷ = 0,2171+0,1998D-0,0069D
2
R
2
=0,9305
160 g Ŷ = 0,1894+0,2202D-0,0077D
2
R
2
=0,9716
0 mL Ŷ = 0,1427+0,1947D-0,0057D
2
R
2
=0,9637
50 mL Ŷ = 0,1974+0,1673D-0,0038D
2
R
2
=0,9350
100 mL Ŷ = 0,2305+0,2293D-0,0089D
2
R
2
=0,9293
200 mL Ŷ = 0,2921+0,2256D-0,0088D
2
R
2
=0,8351
400 mL Ŷ = 0,3150+0,2040D-0,0071D
2
R
2
=0,8051
73
Tanto nos frutos tratados com CaC
2
quanto com etileno, a evolução das médias
das características avaliadas ocorreu de forma semelhante ao observado nos frutos não-
tratados, porém de forma antecipada e com taxas mais elevadas. Porém, nos frutos não-
tratados, para várias características, as transformações ocorreram de forma incompleta
até o final do período avaliado. Isso confirma a eficiência dos dois produtos em
antecipar e uniformizar o amadurecimento da manga „Ubá‟.
Segundo Chitarra; Chitarra (2005), o climatério é tido como uma indicação do
final de um período de síntese ativa e manutenção dos processos metabólicos e do início
da senescência do fruto. Entretanto, os resultados obtidos neste trabalho não confirmam
essa hipótese, pois para as doses mais elevadas de CaC
2
e etileno, o pico climatérico da
respiração ocorreu no terceiro dia após os tratamentos, enquanto as características ideais
de consumo só foram atingidas por volta do nono dia.
Nota-se que houve efeito de doses dos produtos testados para as características
produção de CO
2
(Figura 1), perda de massa fresca (Figura 2), coloração da casca
(Figuras 3 e 4), coloração da polpa (Figuras 5 e 6), extravasamento de solutos (Figura 8)
e SS (Figura 11), ou seja, nas maiores doses, a antecipação do amadurecimento foi mais
rápida e para as menores doses, essa antecipação foi mais lenta. Portanto, o uso de
diferentes doses de CaC
2
ou etileno torna-se uma opção para pequenos produtores que
comercializam suas frutas em feiras livres, e para a indústria, para não haver sobrecarga
de trabalho no processamento da fruta.
74
4. CONCLUSÕES
Mangas „Ubá‟ tratadas com diferentes doses de etileno e carbureto de cálcio tiveram
o seu amadurecimento antecipado e uniformizado, sem comprometer suas
características sicas, fisiológicas e bioquímicas.
As menores doses tanto de etileno (50 mL/m
3
) quanto de carbureto (20 g/m
3
) de
cálcio foram suficientes para antecipar e uniformizar o amadurecimento dos frutos.
Somente após 15 dias de armazenamento, os frutos do tratamento controle
encontravam-se totalmente maduros para consumo in natura, entretanto para as maiores
doses de CaC
2
e etileno isso ocorreu no nono dia de armazenamento..
75
6. CONCLUSÕES GERAIS
O padrão de desenvolvimento da manga „Ubá‟ produzida na Zona da Mata
Mineira ajustou-se a um modelo sigmoidal simples e o climatérico respiratório dos
frutos ligados à planta foi atingido entre a 20
a
e a 21
a
semana após a antese. O estádio
de maturação fisiológica ocorreu na 17
a
SAA após o acúmulo de 1459,1 unidades de
calor (UC).
Frutos tratados com etileno exógeno na pré-colheita apresentaram coloração de
polpa mais intensa, menor firmeza e maior teor de sólidos solúveis em relação aos não-
tratados. A aplicação de 500 ou 750 mg L
-1
de ethephon, seguida da colheita dos frutos
no 3
o
DAAE, permitiu a obtenção de frutos com qualidade comercial, além de dispensar
a climatização após a colheita. O uso do ethephon em pré-colheita antecipou o
amadurecimento dos frutos na planta e a colheita de manga „Ubá‟ sem afetar a
qualidade final dos frutos.
Frutos de manga „Ubá‟ tratados com diferentes doses de etileno e carbureto de
cálcio na pós-colheita tiveram o seu amadurecimento antecipado e uniformizado, sem
comprometer as características físicas, fisiológicas e bioquímicas estudadas. As
menores doses tanto de etileno quanto de carbureto de cálcio foram suficientes para
antecipar e uniformizar o amadurecimento dos frutos, estando os frutos aptos para o
consumo in natura já no nono dia após a aplicação dos produtos. Por outro lado,
somente após 15 dias de armazenamento os frutos não-tratados encontravam-se
totalmente maduros para consumo in natura.
76
7. REFERÊNCIAS
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87
APÊNDICE
88
APÊNDICE A
Quadro 1 A. Estimativas das taxas de acúmulo de massa fresca, comprimento e massa
seca da manga „Ubá‟ durante o desenvolvimento do fruto (capítulo 1)
Massa fresca
Ŷ =(80,8040exp(11,4370-D)/2,0022)/(1+exp(11,437-D)/2,0022
2
)
Comprimento do fruto
Ŷ =(35,7388exp(7,7070-D)/2,3145)/(1+exp(7,7070-D)/2,3145
2
)
Massa seca
Ŷ =(15,4733exp(15,683-D)/3,4494)/(1+exp(15,683-D)/3,4494
2
)
89
Quadro 2 A. Estimativa dos coeficientes de correlação entre as variáveis (Var) diâmetro menor (DM), comprimento (C), diâmetro maior (DMA),
massa fresca do fruto (PFF), massa fresca da polpa (PFP), massa fresca da casca (PFC), massa fresca da semente (PFS), massa
seca da polpa (PSP), massa seca da casca (PSC), massa seca da semente (PSS), respiração (RESP), extravasamento de solutos
(EXT), consistência da polpa (CONS), teor de sólidos solúveis (SST), acidez titulável (AT), ratio (RT), vitamina C (VC), ângulo
hue casca (hC) e ângulo polpa (hP) de mangas „Ubá‟ durante o desenvolvimento (capítulo 1)
** e * e significativo a 1 e 5 % respectivamente,
ns
não significativo pelo teste “t”.
VAR
DM
C
DMA
PFF
PFP
PFC
PFS
PES
PSP
PSC
PSS
RESP
EXT
CONS
SST
AT
RT
VC
hC
hP
DM
C
0,959
**
DMA
0,987
**
0,974
**
PFF
0,979
**
0,955
**
0,982
**
PFP
0,964
**
0,945
**
0,970
**
0,989
**
PFC
0,925
**
0,855
**
0,912
**
0,939
**
0,902
**
PFS
0,946
**
0,941
**
0,952
**
0,960
**
0,921
**
0,889
**
PES
0,923
**
0,818
**
0,893
**
0,924
**
0,896
**
0,951
**
0,871
**
PSP
0,885
**
0,775
**
0,856
**
0,880
**
0,853
**
0,917
**
0,822
**
0,986
**
PSC
0,903
**
0,828
**
0,882
**
0,913
**
0,887
**
0,931
**
0,859
**
0,947
**
0,895
**
PSS
0,926
**
0,831
**
0,898
**
0,938
**
0,909
**
0,954
**
0,896
**
0,986
**
0,948
**
0,947
**
RESP
-0,127
ns
-0,256
*
-0,182
ns
-0,147
ns
-0,169
ns
-0,042
ns
-0,155
ns
0,089
ns
0,151
ns
-0,017
ns
0,040
ns
EXT
0,771**
0,686**
0,747**
0,789**
0,763**
0,813**
0,757**
0,839**
0,829**
0,772**
0,835**
0,032
ns
CONS
-0,775
**
-0,672
**
-0,730
**
-0,773
**
-0,745
**
-0,796
**
-0,735
**
-0,859
**
-0,857
**
-0,812
**
-0,833
**
-0,043
ns
-0,754
**
SST
0,625
**
0,463
**
0,564
**
0,605
**
0,569
**
0,706
**
0,5532
**
0,800
**
0,829
**
0,731
**
0,744
**
0,235
*
0,667
**
-0,860
**
AT
-0,817
**
-0,704
**
-0,777
**
-0,819
**
-0,788
**
-0,866
**
-0,774
**
-0,921
**
-0,918
**
-0,860
**
-0,899
**
-0,031
ns
-0,802
**
0,919
**
-0,881
**
RT
0,477
**
0,342
**
0,426
**
0,468
**
0,434
**
0,562
**
0,428
**
0,651
**
0,688
**
0,602
**
0,583
**
0,139
ns
0,534
**
-0,814
**
0,943
**
-0,792
**
VC
-0,916
**
-0,874
**
-0,905
**
-0,930
**
-0,911
**
-0,917
**
-0,893
**
-0,902
**
-0,862
**
-0,877
**
-0,919
**
0,091
ns
-0,804
**
0,791
**
-0,613
**
0,828
**
-0,483
**
hC
0,361
**
0,282
**
0,326
**
0,343
**
0,293
*
0,430
**
0,359
**
0,470
**
0,470
**
0,463
**
0,4476
**
0,093
ns
0,349
**
-0,587
**
0,685
**
-0,607
**
0,668
**
-0,324
**
hP
0,711
**
0,608
**
0,673
**
0,701
**
0,661
**
0,752
**
0,689
**
0,792
**
0,781
**
0,773
**
0,771
**
0,062
ns
0,673
**
-0,862
**
0,839
**
-0,859
**
0,775**
-0,723**
0,623**
90
Quadro 3 A. Resumo da análise de variância para as variáveis diâmetro menor (DM), comprimento (CO), diâmetro maior (DMA), massa fresca
fruto (PFF), massa fresca polpa (PFP), massa fresca casca (PFC), massa fresca semente (PFS), massa seca polpa (PSP), massa
seca casca (PSC), massa seca semente (PSS), de mangas „Ubá‟ durante o desenvolvimento (capítulo 1)
F.V
GL
Quadrados médios
DM
CO
DMA
PFF
PFP
PFC
PFS
PSF
PSP
TRAT
22
373,44
**
531,69
**
335,45
**
978,88
**
3327,22
**
357,08
**
541,79
**
1019,43
**
262,33
**
RES
60
1,26
3,72
1,11
30,49
36,93
4,22
7,23
2,52
2,10
CV (%)
2,16
2,55
1,89
4,39
7,56
9,10
11,93
5,73
10,18
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F.
Quadro 4 A. Resumo da análise de variância respiração (RESP), extravasamento de solutos (EXT), consistência da polpa (CONS), teor de
sólidos solúveis (SST), acidez titulável (AT), ratio (RT), vitamina C (VC), ângulo hue da casca (hC) e ângulo hue da polpa (hP)
de mangas „Ubá‟ durante o desenvolvimento (capítulo 1)
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F.
F.V
GL
Quadrados médios
RESP
EXT
CONS
SST
AT
RT
VC
hC
hP
TRAT
22
5673,45
**
1766,06
**
25585,39
**
138,47
**
3,88
**
590,39
**
12176,59
**
44259,56
**
39786,9
**
RES
60
409,58
146,56
650,65
0,41
0 ,40
2,92
178,84
8771,23
17189,40
CV (%)
27,79
34,59
11,47
6,42
8,42
23,37
11,14
138,71
39,42
91
Quadro 5 A. Resumo da análise de variância para as variáveis ângulo hue da casca (HCASCA), ângulo hue da polpa (HPOLPA), diferença de cor
da casca (DCORCA), diferença de cor da polpa (DCORPO), extravasamento de solutos (EXT), acidez titulável (AT), vitamina C
(VITAC), consistência da polpa (CONS), sólidos solúveis (SS), carotenóides da polpa (CAROT), produção de CO
2
(RESP) e perda
de massa fresca (PMF), em manga „Ubá‟ tratada com diferentes doses de carbureto de cálcio (capítulo 3)
FV
GL
Quadrados Médios
HCASCA
HPOLPA
DCORCA
DCORPO
EXT
AT
VITAC
CONS
SS
CAROT
RESP
PMF
TRAT
4
185,542
**
18,873
**
54,547
**
6,557
ns
1268,276
**
0,0224
**
1424,495
**
267097,1
**
22,157
**
1,825
ns
4479,649
**
7,575
**
RES (a)
10
8,796
2,720
4,173
2,648
26,719
0,049
62,082
7166,677
0,613
1,104
804,068
2,459
DIAS
6
2464,635
**
1254,839
**
879,259
**
1556,842
**
6073,921
**
16,851
**
14028,59
**
1733849
**
416,901
**
20,767
**
15816,53
**
136,957
**
DIAS*TRAT
24
34,588
**
10,300
**
12,391
*
5,592
ns
131,588
**
0,054
*
148,768
**
62462,28
**
2,415
**
0,182
**
2698,328
**
0,825
**
RES (b)
60
6,152
3,155
7,134
4,293
11,778
0,026
52,273
11214,95
0,358
0,827
155,425
,341
CV (%) Parcela
2,86
1,92
23,72
10,62
16,71
15,00
10,14
9,48
5,66
5,38
24,84
44,12
CV (%) Subparcela
2,39
2,07
31,01
13,52
11,09
10,88
9,29
11,85
4,32
4,65
10,92
16,44
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F.
* Significativo a 5% de probabilidade, pelo teste F.
ns
Não-significativo a 5% de probabilidade, pelo teste F.
92
Quadro 6 A. Resumo da análise de variância para as variáveis ângulo hue da casca (HCASCA), ângulo hue da polpa (HPOLPA), diferença de cor
da casca (DCORCA), diferença de cor da polpa (DCORPO), extravasamento de solutos (EXT), acidez titulável (AT), vitamina C
(VITAC), consistência da polpa (CONS), sólidos solúveis (SS), carotenóides da polpa (CAROT), produção de CO
2
(RESP) e perda
de massa fresca (PMF), em manga „Ubá‟ tratada com diferentes doses de etileno (capítulo 3)
FV
GL
Quadrados Médios
HCASCA
HPOLPA
DCORCA
DCORPO
EXT
AT
VITAC
CONS
SS
CAROT
RESP
PMF
TRAT
4
122,703
**
22,668
**
27,386
**
7,430
**
618,171
**
0,0841
*
2379,016
**
237152,3
**
29,380
**
3,992
*
3567,729
**
7,219
**
RES (a)
10
11,187
3,232
8,650
2,142
24,605
0,028
72,081
4186,271
0,348
**
0,894
428,601
3,750
DIAS
6
1901,523
**
1211,447
**
652,953
**
1774,363
**
3969,245
**
18,501
**
12863,65
**
1733316
**
400,172
21,072
**
17858,83
**
129,849
**
DIAS*TRAT
24
36,958
**
11,586
**
11,043
n.s
5,662
ns
54,977
**
0,0368
*
124,2280
**
65109,29
**
2,858
**
0,514
**
3863,138
**
0,834
**
RES (b)
60
7,582
2,949
7,378
4,100
7,178
0,0204
49,640
13751,08
0,365
,776
266,575
0,239
CV (%) Parcela
3,19
2,08
36,00
9,46
17,73
26,18
11,65
53,79
4,31
4,78
17,65
55,71
CV (%) Subparcela
2,63
1,99
33,25
13,09
9,56
9,12
9,66
12,95
4,41
4,46
13,92
14,09
** Significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F.
* Significativo a 5% de probabilidade, pelo teste F.
ns
Não-significativo a 5% de probabilidade, pelo teste F.
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