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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
PROGRAMA DE PÓS
SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO
BAIRRO ESPERANÇA, EM UBERLÂNDIA
AGNALDA RODRIGUES NAVES
Orientador: Prof. Dr.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
INSTITUTO DE GEOGRAFIA
PROGRAMA DE PÓS
-
SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO
BAIRRO ESPERANÇA, EM UBERLÂNDIA
AGNALDA RODRIGUES NAVES
Orientador: Prof. Dr.
Samuel do Carmo Lima
UBERLÂNDIA
2010
i
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO
BAIRRO ESPERANÇA, EM UBERLÂNDIA
- MG
Samuel do Carmo Lima
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ii
AGNALDA RODRIGUES NAVES
SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO BAIRRO
ESPERANÇA, EM UBERLÂNDIA – MG
Dissertação apresentada ao Instituto de
Geografia da Universidade Federal de
Uberlândia, como requisito final para a
obtenção do título de Mestre em Geografia
da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Samuel do Carmo Lima
UBERLÂNDIA
2010
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iii
“Não posso estar no mundo de luvas
nas
mãos, constatando apenas.
Constatando, intervenho, educo e me educo.
Ensino porque busco, porque indaguei,
porque indago e me indago.
Pesquiso para conhecer o que ainda não
conheço,
comunicar ou anunciar a novidade.
O que me faz esperançoso
não é tanto a certeza do achado,
mas mover-
se na busca.
Não é possível buscar sem esperança,
nem, tampouco na solidão.”
“Não posso estar no mundo de luvas
mãos, constatando apenas.
Constatando, intervenho, educo e me educo.
Ensino porque busco, porque indaguei,
porque indago e me indago.
Pesquiso para conhecer o que ainda não
comunicar ou anunciar a novidade.
O que me faz esperançoso
não é tanto a certeza do achado,
se na busca.
Não é possível buscar sem esperança,
nem, tampouco na solidão.”
(
PAULO FREIRE
iv
“Não posso estar no mundo de luvas
Constatando, intervenho, educo e me educo.
Ensino porque busco, porque indaguei,
Pesquiso para conhecer o que ainda não
comunicar ou anunciar a novidade.
Não é possível buscar sem esperança,
PAULO FREIRE
, 1978)
v
AGRADECIMENTOS
Mais esta, Senhor Deus... pelo dom maravilhoso da vida e pela oportunidade de
buscar o conhecimento.
Ao Prof. Dr. Samuel do Carmo Lima, pelos inúmeros ensinamentos, pela
oportunidade de crescimento, confiança, apoio e disponibilidade. Fez-me vislumbrar
um horizonte bem maior do que realmente ele apresenta ser, me ensinando que de
um sonho não se deve desistir, o meu muito obrigado.
Aos meus pais, Manoel Rodrigues Gonzaga, Ana Luiz Gonzaga (In memoriam) que
sempre me amaram, respeitaram e apoiaram em minhas decisões, por todos os
esforços que fizeram para me ajudar, por toda a minha formação moral, mesmo
apesar de estarem distante corporalmente, sempre estiveram comigo em espírito.
Ao meu esposo Eli, pelo seu bom humor em partilhar comigo dessa empreitada com
espírito de amizade, sempre acreditou em mim e me incentivou a prosseguir na
busca dos meus sonhos, mesmo com ares de que agora é momento de pausa de
estudo, obrigada, meu amor por tudo. Você faz parte de minha vida eternamente.
Aos meus filhos, Miller e Marcelo, que trazem alegria a nós, são filhos que dão
valor à família, responsáveis por tudo o que fazem, foram bondosos, o mediram
esforços em contribuir, ajudando-me nas minhas limitações em lidar com o
computador, estavam sempre presentes quando os solicitavam.
Às minhas noras filhas, Flávia e Cádima, deixaram muitas vezes de partilhar suas
vidas com a sua família para partilhar comigo das minhas angústias que por vezes
sentia. Quantas vezes Flávia, com seu coração grandioso, elaborava um delicioso
almoço e me oferecia. A filha nora Cádima, com a sua alegria contagiante, sempre
pronta a ajudar, o meu agradecimento pela enorme contribuição no trabalho, nas
correções preliminares sempre me animava.
Aos netos, Christian, Carol e Luara, obrigada Deus, por tê-los perto de nós. Chys,
com apenas 10 anos de idade foi um anjo bom, mesmo sendo uma criança me
auxiliava quando acontecia algum problema no computador. Ele resolvia com
maestria. Carol com 3 anos e Luara com 11 meses de vida, me visitavam sempre,
deixei de brincar com elas por estar estudando. Prometo, minhas florzinhas, que
terei tempo para brincar muito com vocês.
Às minhas amigas irmãs, cunhados e sobrinhos, pelo carinho, amizade,
ensinamentos, oportunidades, cumplicidade, força e excelentes momentos de
descontração.
vi
A toda a equipe que compõe a secretaria da Pós-Graduação da Geografia, pessoas
maravilhosas, sempre prontas e disponíveis para ajudar. Aos professores, Dr. Paulo
César, com humildade sempre oferecia ajuda; e Dra. Daurea, com a sua amizade,
benevolência e humildade, contribuiu sobremaneira para a realização deste trabalho
e proporcionou um conhecimento amplo do objeto estudado.
À Prefeitura Municipal de Uberlândia, na pessoa do Prefeito Odelmo Leão Carneiro,
pelo apoio à LIP, concedida a mim em tempo hábil.
O E.M.E.I Irmã Maria Apparecida Monteiro, nas pessoas da diretora da instituição
Valéria Guimarães, e da coordenadora da creche local Marise, que abriram as
portas e acreditaram neste trabalho, muito obrigada.
Às minhas amigas, companheiras e professoras, educadoras, merendeiras meus
sinceros agradecimentos por tudo. As minhas amigas professoras por vezes me
visitavam e/ou me telefonavam, para saber o que estava acontecendo comigo.
À Pastoral da Criança, na pessoa da Coordenadora Nildes, que esteve presente e
constante neste projeto, orientando e ajudando nos trabalhos de campo.
À grande amiga Sandra Diniz, que acredita no amor, retrata a realidade através de
histórias infantis, buscando a essencia da vida que é a solidariedade, amor ao
próximo e humildade de reconhecer nas diferenças, uma oportunidade de inclusão
social. Sou privilegiada por conhecê-la e com alegria ela fez a correção gramatical
do trabalho com maestria.
Às famílias do Bairro Esperança, os nossos agradecimentos pela paciência e
carinho que tiveram comigo, em especial as crianças participantes deste estudo.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo
auxílio financeiro com a bolsa de pesquisa.
Muito obrigada!
Agnalda Rodrigues Naves
vii
RESUMO
A pobreza e a desigualdade social aumentam o risco de doenças, podendo afetar o
desenvolvimento infantil. Mediante este cenário, foi escolhido como centro de
pesquisa o bairro Esperança em Uberlândia-MG. Houve a necessidade de melhorar
o estado nutricional das famílias que possuem baixo poder aquisitivo, intervindo com
um projeto de segurança alimentar na tentativa de melhorar a saúde das famílias,
sobretudo das crianças dessa comunidade. Utilizou-se uma metodologia participativa
em que as mães aprendem a plantar e elaborar refeições simples e saudáveis e
ainda o consumo de alimentos de fácil acesso e de baixo custo. Neste sentido, este
estudo tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa qualitativa, realizada
entre janeiro de 2008 a julho de 2010. Observou-se que a intervenção contribuiu
para a manutenção do estado nutricional das crianças, bem como a melhora no
estado de saúde e prevenção de algumas doenças que as acometem pela falta de
alimentação adequada. O estudo permitiu observar que houve melhoria da saúde
das vinte e três crianças acompanhadas, sendo que apenas quatro tiveram
desenvolvimento abaixo do normal. Desta forma o estudo demonstrou a importância
da segurança alimentar como forma de colaboração para as famílias da comunidade
do bairro Esperança em Uberlândia–MG.
PALAVRAS-CHAVE: alimentação, criança, famílias, segurança alimentar.
viii
ABSTRACT
Poverty and social inequality increase the risk of diseases, even affecting the infantile
development. Through this scenario, Esperança Neighborhood, in Uberlandia City
Minas Gerais State, was chosen as the research center for this survey. There was
the necessity of improving the nourishment condition of the families of low
purchasing power, intervening with a project of safe nourishing with the attempt to
improve these families’ health condition, especially for the children from this
community. A collaborative methodology was used in which the mothers learn how to
plant and elaborate simple and healthful meals and even to consume easy access
and low cost food. In this sense, this study has the objective of presenting the results
of the qualitative research, performed from January of 2008 to July of 2010. It was
observed that the intervention contributed to the maintenance of the children’s
nourishment as well as the improvement in their health condition and the prevention
of some of the diseases that may attack them in the lack of proper feeding. The study
showed that there was an improvement in the health condition of the twenty-three
children that were monitored, from which only four had a development below the
normal expected. Through this, the study demonstrated the importance of the safe
nourishing as a means of collaboration for the families from the community of
Esperança Neighborhood – Uberlandia, Minas Gerais State.
KEY-WORDS: feeding, child, families, safe nourishing.
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 Mapa da localização do bairro Esperança .............................................. 13
FIGURA 2 Moringa(Oleifera), Ora-Pro-Nobis (Pereskia Aculeata), taioba
(Colocasia antiquorum) ............................................................................ 14
FIGURA 3 Alunos da Instituição Municipal Irmã Maria Apparecida Monteiro
recebendo mudas da planta moringa (Oleifera) ....................................... 17
FIGURA 4 Grupo de crianças plantando mudas da árvore de moringa (Oleifera)
no ambiente externo da instituição escolar .............................................. 17
FIGURA 5 Mães da comunidade recebendo o caderno de receitas ......................... 21
FIGURA 6 Ferramentas de pesagem e medida: balança e fita métrica .................... 24
FIGURA 7 Elaboração da Multimistura ..................................................................... 31
FIGURA 8 A Multimistura .......................................................................................... 32
FIGURA 9 Calorias e nutrientes encontrados no farelo de arroz .............................. 33
FIGURA 10 Calorias e nutrientes encontrados no farelo de trigo .............................. 34
FIGURA 11 Calorias e nutrientes encontrados no fubá de milho .............................. 35
FIGURA 12 Calorias e nutrientes encontrados na folha da mandioca ...................... 36
FIGURA 13 Calorias e nutrientes encontrados na folha da abóbora ........................ 37
FIGURA 14 Calorias e nutrientes encontrados na semente da abóbora ................... 38
FIGURA 15 Origem das famílias da comunidade Esperança ................................... 42
FIGURA 16 Tempo de moradia na comunidade Esperança ..................................... 43
FIGURA 17 Reivindicações da comunidade Esperança ........................................... 44
FIGURA 18 Distribuição dos moradores entrevistados quanto ao sexo .................... 45
FIGURA 19 Distribuição dos moradores quanto à religião ........................................ 46
FIGURA 20 Envolvimento e participação na comunidade ......................................... 47
FIGURA 21 Nível de satisfação das famílias em morar na comunidade Esperança . 48
FIGURA 22 Presença de quintais nas residências da comunidade Esperança ........ 49
FIGURA 23 Informações sobre a Multimistura .......................................................... 50
FIGURA 24 Crianças brincando na escola ................................................................ 54
FIGURA 25 Altura média de meninos de cinco anos de idade de países
desenvolvidos e de extratos socioeconômicos altos e baixos de países
em desenvolvimento ................................................................................. 63
FIGURA 26 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 1 ............................... 66
FIGURA 27 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 1 ................................ 67
x
FIGURA 28 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 2 ............................... 68
FIGURA 29 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 2 ................................ 68
FIGURA 30 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 3 ............................... 69
FIGURA 31 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 3 ................................ 70
FIGURA 32 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 4 ............................... 71
FIGURA 33 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 4 ................................ 71
FIGURA 34 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 5 ............................... 72
FIGURA 35 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 5 ................................ 73
FIGURA 36 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 6 ............................... 74
FIGURA 37 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 6 ................................ 74
FIGURA 38 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 7 ............................... 75
FIGURA 39 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 7 ................................ 76
FIGURA 40 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 8 ............................... 77
FIGURA 41 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 8 ................................ 77
FIGURA 42 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 9 ............................... 78
FIGURA 43 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 9 ................................ 79
FIGURA 44 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 10 ............................. 80
FIGURA 45 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 10 .............................. 80
FIGURA 46 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 11 ............................. 81
FIGURA 47 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 11 .............................. 82
FIGURA 48 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 12 ............................. 83
FIGURA 49 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 12 .............................. 83
FIGURA 50 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 13 ............................. 84
FIGURA 51 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 13 .............................. 85
FIGURA 52 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 14 ............................. 86
FIGURA 53 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 14 .............................. 86
FIGURA 54 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 15 ............................. 87
FIGURA 55 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 15 .............................. 88
FIGURA 56 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 16 ............................. 89
FIGURA 57 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 16 .............................. 89
FIGURA 58 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 17 ............................. 90
FIGURA 59 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 17 .............................. 91
FIGURA 60 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 18 ............................. 92
FIGURA 61 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 18 .............................. 92
xi
FIGURA 62 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 19 ............................. 93
FIGURA 63 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 19 .............................. 94
FIGURA 64 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 20 ............................. 95
FIGURA 65 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 20 .............................. 95
FIGURA 66 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 21 ............................. 96
FIGURA 67 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 21 .............................. 97
FIGURA 68 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 22 ............................. 98
FIGURA 69 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 22 .............................. 98
FIGURA 70 Curva de crescimento infantil – Altura da criança 23 ............................. 99
FIGURA 71 Curva de crescimento infantil – Peso da criança 23 ............................ 100
xii
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1 Composição química do ora-pro-nobis (Pereskia Aculeata) .................... 15
TABELA 2 Composição química da moringa (Oleifera) ............................................ 16
TABELA 3 Composição química da taioba (Colocasia antiquorum) ......................... 18
TABELA 4 Peso/altura utilizando como padrão (OMS 2006) para ambos os
gêneros .................................................................................................... 65
TABELA 5 Curva de crescimento infantil – altura/peso (kg) da criança 1 ................. 67
TABELA 6 Curva de crescimento infantil – altura/peso (kg) da criança 2 ................. 69
TABELA 7 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 3 .................. 70
TABELA 8 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 4 .................. 72
TABELA 9 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 5 .................. 73
TABELA 10 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 6 ................ 75
TABELA 11 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 7 ................ 76
TABELA 12 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 8 ................ 78
TABELA 13 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 9 ............... 79
TABELA 14 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 10 .............. 81
TABELA 15 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 11 ............. 82
TABELA 16 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 12 .............. 84
TABELA 17 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 13 .............. 85
TABELA 18 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 14 .............. 87
TABELA 19 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 15 .............. 88
TABELA 20 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 16 .............. 90
TABELA 21 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 17 .............. 91
TABELA 22 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 18 .............. 93
TABELA 23 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 19 .............. 94
TABELA 24 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 20 .............. 96
TABELA 25 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 21 .............. 97
TABELA 26 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 22 .............. 99
TABELA 27 Curva de crescimento infantil - altura/peso (kg) da criança 23 ............ 100
TABELA 28 Crianças da comunidade Esperança / PESO ...................................... 101
TABELA 29 Crianças da comunidade Esperança / ALTURA .................................. 102
TABELA 30 Calendário para a assistência à criança até os cinco anos de idade... 104
xiii
SUMÁRIO
I-INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.2 Objetivos ............................................................................................................ 3
1.1.2 Objetivo geral ......................................................................................................... 3
1.1.3 Objetivos específicos ............................................................................................. 4
II-METODOLOGIA ...................................................................................................... 6
2.1 Métodos da Pesquisa ......................................................................................... 6
2.2 Reflexões sócio-históricas acerca das famílias da comunidade do bairro
Esperança ............................................................................................................ 10
2.2.1 Caracterização do bairro Esperança ................................................................ 11
2.2.2 Caracterização dos sujeitos da pesquisa ......................................................... 13
III-REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 27
3.1 A Multimistura e a segurança alimentar .................................................................. 30
IV-RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 42
4.1 Caracterização da população estudada .................................................................. 42
4.2 O cuidado infantil nos contextos familiar e escolar no bairro Esperança ................. 51
4.3 A concepção das mães da comunidade Esperança sobre cuidar/educar ................ 55
4.4 Características socioeconômicas das famílias ........................................................ 57
4.5 Desenvolvimento infantil: altura/peso ...................................................................... 62
4.6 Análise e discussão sobre as medidas antropométricos de Altura/Peso das
vinte e três crianças da comunidade Esperança .................................................... 100
V-CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 106
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 112
ANEXOS ................................................................................................................. 116
xiv
I-INTRODUÇÃO
1
I-INTRODUÇÃO
“Pensar certo significa procurar, descobrir e entender o que acha mais escondido nas coisas e
nos fatos que nós observamos e analisamos. Descobrir por exemplo, que não é “mau olhado o
que está fazendo Pedrinho triste, mas a verminose.”(PAULO FREIRE, 1978).
Este trabalho teve origem nas nossas inquietações em buscar respostas por
meio de um estudo das famílias do Bairro Esperança, um dos contextos mais
problemáticos da cidade de Uberlândia-MG. A partir do trabalho como professora da
instituição Municipal Irmã Maria Apparecida Monteiro e do acompanhamento das
mudanças acontecidas ao longo dos anos de convivência com as pessoas do bairro,
foi-se materializando o desejo de discutir um tema relevante — a fome nessa
comunidade, que não tem acesso aos direitos básicos incluindo o próprio alimento.
O primeiro propósito da pesquisa no Bairro Esperança, veio de uma
curiosidade irrequieta de conhecer mais de perto a realidade das famílias. O
segundo propósito foi o nosso interesse pela questão das doenças que acometem
as crianças da comunidade. Vieram à tona as indagações, primeiro quando nos
deparamos com as mazelas de uma pobreza absoluta: por que essa família veio
morar no Bairro Esperança? Quem são essas famílias? O que faziam antes de vir
morar neste bairro? Como eles viviam? Como se alimentam? Quais as doenças que
acometem as crianças e os idosos? Quais são as expectativas dessa população?
Segundo Santos (2001) a organização e a produção da vida das pessoas no
espaço geográfico, estão orientadas não apenas por relações sociais no espaço de
vivência, mas também de pertencimento do lugar onde se humaniza, onde se contrói
culturas, geografias, histórias e identidades individuais e coletivamente.
Quando Castro (1963) conceituou o termo fome, estabeleceu dois tipos de
fome: a fome oculta, que ocorre quando o homem não ingere elementos nutritivos
em seu regime habitual, quando se come de maneira incorreta; e a fome crônica,
que ocorre quando uma pessoa não se alimenta todos os dias, não tem comida em
casa, em decorrência da inadequação quantitativa (energia) ou qualitativa
(nutrientes) para o exercício das atividades normais.
“O conceito de segurança alimentar e nutricional é o acesso a
alimentos básicos de qualidade em quantidades suficientes, de modo
permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades
2
essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis,
contribuindo, assim, para a existência digna em um contexto de
desenvolvimento integral da pessoa humana.” (VALENTE, 2002).
Ao conviver com uma realidade de extrema pobreza, não nos cabe fazer
juízos de valor sobre ela, apenas buscar somar esforços para minimizar as
dificuldades, sejam elas de ordem social ou econômica, que atingem as famílias
dessa comunidade. Neste sentido, resolvemos que, por meio da escuta, queríamos
saber o que as famílias tinham a nos dizer no que se refere as dificuldades
enfrentadas no dia a dia em relação a pobreza.
Adentrar ao bairro a cada semana nos proporcionou momentos de grande
alegria permeada por um sentimento de gratidão e de respeito pelas famílias que
nos recebiam em suas residências. Além da alegria de conviver com a comunidade
ao longo de vinte anos como professora da escola local, percebemos que, até então,
não conhecíamos, de fato, a realidade daquelas famílias.
Com a convivência de anos com a comunidade, tivemos uma facilidade para
conseguir a colaboração necessária para o início dos trabalhos de campo. Foi
relevante ter um olhar atento que extrapolava os muros da escola, para perceber
que até então não tínhamos conhecimento da realidade dessas famílias. Um termo
utilizado pelos antropólogos (estranhamento) da realidade parecia inevitável, para
não nos acomodarmos com a situação de pobreza das famílias.
A inserção no universo das famílias dessa comunidade, levou-nos a lidar com
uma realidade complexa e, muitas vezes, foi preciso ter um olhar atento, que
captasse a sua visão de mundo, mas que não fosse um olhar preconceituoso. Foi
preciso buscar a essência dos universos das famílias: era como encontrar um baú
cheio de surpresas, de experiências, de relatos alegres, tristes, sofridos, em meio a
um turbilhão de sentimentos, que talvez mesmo com uma tecnologia avançada não
seria possível obter.
Os conflitos internos, o receio em escrever sobre a experiência vivida, a
história real da comunidade do Bairro Esperança foram sendo depositados,
metaforicamente no baú de surpresas que contém fragmentos das falas, de histórias
contadas, relatos de experiências e trajetórias de vida de cada família.
Restava-nos agora conviver e compartilhar de suas vidas, de suas aspirações
3
e de suas reivindicações, para compreender de que forma as famílias foram se
redesenhando dentro do contexto da cidade, convivendo com as mazelas da
pobreza, o desemprego, a fome, a falta de dignidade que acomete as famílias e as
crianças do bairro.
Essa comunidade possui um forte estigma de criminalidade, não fugindo à
regra das demais comunidades pobres de nosso país. A maioria das famílias
moradoras do bairro vieram das margens do Rio Uberabinha, desalojadas de seus
barracos de invasão em área de Preservação Permanente, outras vieram do Ceará
e do estado de Goiás. Foram assentadas por um programa social do governo
municipal, em que cada família recebeu um terreno, as casas foram construídas sob
regime de mutirão aos domingos, realizados pelos próprios moradores.
O nosso trabalho tem como objetivo intervir nessa comunidade com o projeto
de Segurança Alimentar, que tem como premissa básica de potencializar esforços
no sentido de estimular as famílias a cultivar seu próprio alimento, para melhorar a
dieta alimentar familiar, propiciando o desenvolvimento infantil de crianças de 0 a 5
anos de idade.
Esta intervenção adquire vantagem com o incremento da qualidade e da
quantidade de alimentos, utilizando-se as plantas ora-pro-nobis (Pereskia aculeata),
moringa (Oleifera) e taioba (Colocasia antiquorum) e a multimistura, que são de
baixo custo, de fácil acesso e estão disponíveis para o consumo das famílias dessa
comunidade.
Esta prática pode contribuir para melhoria da saúde das famílias devido a
utilização de produtos naturais, livres de grandes quantidades de agrotóxicos. Com
isso aproveitam-se os espaços ociosos nos quintais, evitando o acúmulo de lixo,
além do valor agregado ao imóvel advindo da utilização racional do espaço utilizado
por estas plantas.
1.2 Objetivos
1.1.2 Objetivo geral
Fazer uma intervenção de Segurança Alimentar no bairro Esperança, utilizando-se
de uma metodologia participativa em que as mães aprendem a plantar e elaborar
refeições simples e saudáveis, utilizando alimentos de fácil acesso e de baixo custo,
4
que vem propiciar uma melhoria da saúde das famílias dessa comunidade.
1.1.3 Objetivos específicos
1 - Conhecer os fatores sócio-históricos acerca das famílias da comunidade do
Bairro Esperança.
2 - Atuar no Bairro Esperança com a Segurança Alimentar numa Perspectiva da
Geografia da Saúde.
3 - Avaliar o Cuidado Infantil nos Contextos Familiar e Escolar no Bairro Esperança.
A nossa pesquisa, evidentemente não esgota nesse tema. Esperamos, no
entanto, dar a nossa contribuição abrindo novas perspectivas em torno desse
assunto. Dividimos esta dissertação em quatro capítulos: após a introdução, no
segundo capítulo, foi descrita a metodologia utilizada na pesquisa, que incluiu uma
apresentação das características do bairro e de seus moradores, bem como os
procedimentos de pesquisa realizados. No terceiro capítulo, apresentamos o
referencial teórico; no quarto capítulo, a análise dos resultados, seguida das
considerações finais.
5
II-METODOLOGIA
6
II-METODOLOGIA
2.1 Métodos da Pesquisa
Para a realização deste trabalho, buscamos uma metodologia da pesquisa
participante que pudesse orientar-nos e possibilitar o acesso as várias técnicas para
a análise e compreensão da dinâmica das famílias dessa comunidade. A
organização da pesquisa se deu por meio de trabalhos de campo, questionários
aplicados, entrevistas informais com os moradores do bairro, fotografias, pesagem
mensal, oficinas com a participação das mães da comunidade, a construção de
gráficos que compõem a amostra e a sua transcrição para posterior análise.
A pesquisa foi realizada entre janeiro de 2008 a julho de 2010, junto as
famílias do Bairro Esperança em Uberlândia-MG. Com tais motivações buscou-se
um caminho processual que pudesse ser reconhecido nos seguintes passos
destacados ao longo do trabalho.
A técnica de trabalho de campo buscou conhecer mais de perto a trajetória de
vida dos moradores dessa comunidade, por meio de questionários com aplicação
direta, para que pudéssemos fazer um levantamento das informações para
descrever as peculiaridades do bairro e medir as variáveis para a compreensão dos
fatos. O trabalho de campo foi a estratégia utilizada para que as famílias visitadas
respondessem as perguntas do questionário. Foram necessárias várias idas ao
bairro, para a concretização da pesquisa. Os questionários tinham questões abertas,
foram aplicados no início e no final da pesquisa com perguntas diferenciadas para o
mesmo grupo de pessoas, a fim de coletar informações relevantes de antes e depois
da intervenção de segurança alimentar na comunidade.
Outras técnicas utilizadas foram as entrevistas informais e a observação
empírica, por meio delas, conseguimos informações valiosas para ouvir o que eles
tinham a nos dizer. A observação social como técnica adquiriu posição de
questionamentos em que as pessoas envolvidas não foram meros informantes, mas
protagonistas do fazer coletivo. A experiência com a qual nos envolvemos a partir da
elaboração e da execução desse projeto partiu de um grupo de pessoas excluídas
da sociedade, cujas famílias em sua maioria possuem muitos filhos, que se
apresentam debilitadas pelas doenças que advêm da desnutrição.
O propósito desta pesquisa foi trabalhar na perspectiva da práxis, assim como
7
na introdução do conhecimento científico aliado à ciência popular, o que coloca o
pesquisador frente às contradições a que os fundamentos da pesquisa participante
estão sujeitos.
Convocamos toda a comunidade para participar do projeto, sendo que quinze
famílias aceitaram a nossa proposta. São famílias que possuem muitos filhos, a
maioria das mulheres cuidam das crianças sem ajuda do pai. Optaram por participar
do projeto para melhorar as condições precárias em que se encontram. As vinte e
três crianças foram inscritas no projeto e acompanhadas mensalmente com
pesagens e medidas para a avaliação do desenvolvimento infantil.
Estabelecemos várias frentes de trabalho na comunidade Esperança. Numa
primeira etapa do trabalho, partimos de uma situação concreta com a escolha e
seleção das famílias que possuem maior número de filhos e são carentes de
recursos financeiros.
Logo após fizemos a intervenção de um novo conceito de alimentação com o
plantio de plantas nos quintais das casas das famílias escolhidas. As plantas que
foram plantadas foram o ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), a moringa (Oleifera) e a
taioba (Colocasia antiquorum). Foram escolhidas pela facilidade do cultivo, são
plantas que não precisam de tantos cuidados, uma vez plantada como é o caso do
ora-pro-nobis (Pereskia aculeata) é uma planta que dura 50 anos.
Tivemos também como importante parceiro neste projeto a Pastoral da
Criança, que é um órgão regido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) da Igreja Católica Apostólica Romana. A Pastoral da Criança surgiu em 1982
numa reunião sobre a paz mundial da ONU (Organização das Nações Unidas), o
então diretor executivo do UNICEF, Sr. James Grant, convenceu Dom Paulo
Evaristo Arns, cardeal Arcebispo de São Paulo naquela época , de que a igreja
poderia ajudar a salvar a vida de muitas crianças que morriam de doenças
facilmente preveníveis. Ao voltar para o Brasil Dom Paulo telefonou para Zilda Arns
(fundadora da Pastoral da Criança) sobre esta idéia e se ela aceitaria participar
deste projeto. A proposta de como a igreja poderia participar desta luta para reduzir
a mortalidade infantil foi apresentada a CNBB em 1983. Foi então que iniciou-se o
trabalho da Pastoral da Criança que logo foi se expandindo por todo o Brasil e
posteriormente para outros países (PASTORAL DA CRIANÇA, 2000).
8
A Pastoral da Criança oferecia a multimistura para melhorar o estado
nutricional das crianças de 0 a 6 anos de idade, como também orientava as mães
sobre o aleitamento materno, vacinação, higiene, com isso diminuia as doenças que
poderiam ser prevenidas e evitadas, entre as crianças e as mulheres. Por solicitação
das mães da comunidade, foi feita a introdução da Multimistura
1
na alimentação das
crianças como complemento alimentar. A multimistura é elaborada com uma mistura
de vários ingredientes como: sementes, folhas verdes escuras e farelos que foi
inserido na alimentação das crianças, foi oferecida por um período de dez meses
nesta comunidade. Devido a controvérsia de cientistas e pesquisadores deixamos
de oferecer o produto, justamente por não ter uma base científica segundo dados do
Ministério da Saúde (2001).
Numa terceira etapa do trabalho, para a avaliação do desenvolvimento infantil
das 23 crianças cadastradas no projeto, mensalmente eram submetidas a medidas
antropométricas de altura/ peso por meio da balança da Pastoral da Criança e da fita
métrica para a altura. Ao longo das medidas antropométricas, as informações mês a
mês foram sendo construídas em gráficos de altura e peso para a análise posterior
do desenvolvimento da criança. O gráfico contém uma faixa em que a altura e peso
deve estar na curva ascendente. Se a criança apresenta um quadro em linha reta,
pode ser que a criança esteja com problemas de saúde. Caso o peso e altura
decrescem a criança deve ser encaminhada ao atendimento médico pediátrico no
Posto de Saúde.
Na quarta etapa, foram realizadas oficinas com as mães na igreja local, nas
pesagens mensais, aconteciam a troca de experiências sobre receitas caseiras
nutritivas, com o aproveitamento de alimentos que as famílias cultivam em suas
casas. As mães presentes receberam um caderno de receitas para a anotação da
receita do dia. As receitas eram elaboradas com a ajuda das mães, com o intuito de
promover nas famílias da comunidade o gosto pela culinária. Cada receita elaborada
era colada no caderno para a mãe pôr em prática em casa o que aprendeu nas
oficinas.
A observação e as entrevistas informais também foram estratégias aplicadas
1
Multimistura é um complemento alimentar que utiliza subprodutos, como talo de folhas,
sementes, folhas verdes e farelos (PASTORAL DA CRIANÇA, 2000).
9
para captar tudo o que as famílias falavam, os gestos, a maneira de elaborar as
refeições, a forma pela qual as mães cuidavam e educavam seus filhos.
A organização dos passos da pesquisa levou-nos a optar por uma
aproximação amigável do campo de pesquisa, isto é, buscar integrar na pesquisa as
atividades dos sujeitos pesquisados, para que também o pesquisador, além de
receber o apoio do grupo, possa dar uma contribuição substancial para a melhoria
da qualidade de vida da comunidade.
Foi considerado o princípio da precaução frente aos mais variados meios
possíveis de busca de informações e, ao mesmo tempo, o respeito em relação aos
valores, às atitudes e às opiniões das pessoas envolvidas. Da mesma forma,
aplicou-se o princípio da rigorosidade argumentativa, visto que a pesquisa se
propunha a fortalecer a relevância da pesquisa participante e da sistematização dos
dados apresentados, com uma tentativa de mudar hábitos e atitudes das famílias
dessa comunidade.
A opção pelos processos participativos continua como condição para trilhar os
caminhos de uma comunidade de grupos oprimidos, marginalizados pelos sistemas
excludentes da sociedade, com vistas a conquistar mais justiça social em direção a
um desenvolvimento solidário e sustentável. Continua na sua essência, os princípios
metodológicos da educação dialógica e cuja condição é a práxis –“reflexão e ação
dos homens sobre o mundo para transformá-lo” (FREIRE, 1978).
Segundo o autor, o saber informal das pessoas investigadas não é
desprezado, mas compartilhado com o saber formal científico, o que possibilita um
enriquecimento tuo. A experiência da abertura mostra que sabemos algo e
também ignoramos algo e a ela se junta a certeza de que podemos saber melhor e
conhecer o que ainda não sabemos.
Para Brandão (2006), uma situação real deve ser o ponto de partida para uma
situação julgada como ideal, ponto de chegada. Nesse sentido, a pesquisa
participante contribuiu para uma intervenção dialógica com a comunidade estudada
e para a produção do conhecimento, no sentido de implementar as ações eficazes
para o engajamento das pessoas do local estudado, como também desenvolver
políticas e práticas de atenção à saúde. Buscou promover na comunidade um
aprendizado da realidade estudada e poder vir a atuar sobre ela, transformando-a.
10
2.2 Reflexões sócio-históricas acerca das famílias da comunidade do
bairro Esperança
Em Uberlândia, segundo Soares (1988), com o reflexo da situação econômica
brasileira, houve uma explosão de programas habitacionais que vinham suprir a
demanda da situação da classe trabalhadora excluída dos bens necessários à
sobrevivência, entre eles a moradia. Ao analisarmos a conjuntura brasileira de 1980,
constatamos que foi um período marcado pela história de muitas famílias excluídas
dos programas sociais. Em meio a esse período histórico, um grande contingente de
famílias migrou da zona rural para a cidade, com a ilusão de que a vida pudesse ser
melhor. Com o tempo, por falta de pagamento de aluguéis, foram morar nas
periferias das cidades ou em locais insalubres.
Surgia em 1980, um Programa de Habitação que oferecia vantagens à
pessoa que possuía baixa renda, com o propósito de um regime de autoconstrução.
As famílias que moravam às margens do Rio Uberabinha, aderiram ao projeto do
BNH (Banco Nacional de Habitação). Teve início então, o mutirão aos domingos,
com a ajuda de todos. Havia um jornal da cidade em 1984, intitulado “Participação”,
que anunciava que 250 pessoas, homens, mulheres e crianças, iniciavam às sete
horas da manhã a construção de suas casas no Bairro Esperança.
“A cozinha improvisada prepara cenoura, couve, feijão, arroz
macarrão e sardinha. Terceiro domingo de agosto, ondas de poeira
são levantadas pelo vento da mudança. O rádio toca. A maioria está
desempregada, sem chances, são todos trabalhadores e se não
trabalham é por consequência dessa crise que afeta todo o país,
segundo o coordenador da Divisão de Habitação Popular...”
(JORNAL PARTICIPAÇÃO, 1984).
Nesse contexto, o Bairro Esperança teve início na década de 1980, com o
surgimento do Programa de Habitação para as classes populares, em regime de
mutirão, com ajuda das pessoas amigas. Alguém falou em esperança, com isso o
bairro recebeu essa nomenclatura de Bairro Esperança (
JORNAL PARTICIPAÇÃO,
1984).
Contente com o local da futura casa, uma moradora explicou que, depois de o
embrião ficar pronto, podia ampliar a casa aos poucos. Acreditava-se que estava
valendo a pena sair das margens do Uberabinha. “Quando eu morava nas margens
do Uberabinha, tinha um barraco coberto de plástico preto”, dizia a moradora. Muitos
desses ex-moradores aproveitavam o pouco de material que restava de seu barraco
11
para levar para a construção da nova moradia. Solicitavam a ajuda da Prefeitura
Municipal de Uberlândia, que fornecia o madeiramento e as telhas para a cobertura
de suas casas. “Casas novas com telhas velhas, plásticas e eternit, fica feio”
(JORNAL PARTICIPAÇÃO, 1984).
O Jornal Participação da época (1984) reproduz a fala de um morador do bairro:
[
...]“ Tenho nove filhos, um ajuda em casa, o mais velho é
paralítico. Eu acredito que as coisas nascem do chão. Minhas
mãos modelam o barro, a olaria que temos aqui planta um
novo sonho. Neste bairro surge uma nova vida. Estou
desempregado,a olaria local ajuda o pessoal a fazer algum
dinheiro. Espero que outras benfeitorias venham no sentido de
ocupar a mão de obra das famílias que vivem aqui. Eu gostaria
que todos daqui deste bairro tivessem uma horta no quintal de
sua casa, somente para a gente comer melhor, porque as
verduras e a carne andam muito caro.” (JORNAL
PARTICIPAÇÃO, 1984).
2.2.1 Caracterização do bairro Esperança
O bairro Esperança está localizado no setor norte de Uberlândia-MG, não é
um bairro periférico, mas urbano, que possui uma geografia interessante: é
circundado por duas veredas e um parque, denominado Parque Siquierolli, que é um
bom indicador da qualidade do ar, por estar localizado em áreas de preservação
permanente. O bairro apresenta uma posição geográfica privilegiada, por estar
localizado nas proximidades do Distrito Industrial da cidade, por uma avenida
denominada de Av. João Tomás de Resende, de intenso tráfego de automóveis,
caminhões e de pessoas.
A infraestrutura do Bairro Esperança pode ser apresentada da seguinte forma:
o bairro é constituído de casas construídas em regime de autoconstrução em 1980.
Muitas dessas casas não sofreram reformas ao longo do tempo. Trata-se de um
bairro de famílias com baixo poder aquisitivo. Logo à sua entrada, próximo à
avenida, há barracos construídos com lonas pretas e com restos de construção.
Numa tarde de domingo, ao chegar ao bairro, vimos uma multidão em volta
de um grupo de jovens que faziam seus ensaios de dança de rua. Ao conversar com
alguns dos participantes, ficamos sabendo que esse grupo de jovens da comunidade
realiza seus ensaios no pátio emprestado pela escola local nos finais de semana,
pois não possui um lugar reservado ao grupo para a demonstração da cultura local.
O bairro, segundo um morador, com quase 30 anos de existência, ainda não
12
conta com uma infraestrutura adequada para atender essa comunidade. Não há
praça para o lazer dos jovens, existe na entrada do bairro uma área demarcada para
ser uma praça, porém até o momento não foi concretizada sua construção.
[...]“Os políticos vêm aqui somente na época da eleição. Eles
colocaram até um poste no meio do terreno para fazer a praça. Até
hoje não vimos essa praça que tanto prometeram”.
No bairro uma instituição municipal e uma creche sob a responsabilidade
do Poder Público municipal, a UDI - Unidade de Desenvolvimento Infantil, ambas
voltadas ao atendimento de crianças do bairro e adjacências. Coexistem no bairro
igrejas, católica e evangélica e as demais denominações são grupos espíritas
ligados a outras localidades.
A igreja católica atende à comunidade local, com ações da Pastoral dos
Vicentinos. Essa pastoral ajuda as famílias pobres com a doação de cestas básicas.
Também existe a Pastoral da Criança que cuida e incentiva as famílias a cuidarem
da saúde familiar. Outro movimento era o Clube de Mães que era realizado todas as
quartas-feiras, no salão paroquial da igreja e contribuiu com as mães da
comunidade, ensinando práticas artesanais para melhorar o rendimento familiar.
A igreja evangélica também tem contribuído com esse tipo de trabalhos
artesanais para as mães da comunidade. Geralmente, é frequentada por mulheres,
muitas delas sobressaem vendendo panos de prato, vidros enfeitados e bordados
elaborados por elas. Acontecem no bairro os bazares, nos quais são vendidos os
materiais que foram confeccionados, durante o ano todo.
Segundo informações coletadas na Secretaria Municipal de Planejamento
Urbano e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Uberlândia (2009), o bairro
Esperança está dentro dos limites geográficos dos loteamentos de bairros
integrados, sendo eles: Esperança, Esperança II, Jardim América I (parte), Jardim
América II, Nossa Senhora das Graças (parte), Residencial Liberdade, Santa Rosa,
Santa Rosa prolongamento e São José, constando o número populacional resultante
desta integração de 10.727 pessoas. O Projeto Bairros Integrados procura reduzir a
quantidade de "bairros" existentes na cidade, de acordo com a proximidade e
caracteristicas de cada setor, os limites naturais, as características geográficas e de
uso e ocupação do solo (PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA, 2009).
Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes da Prefeitura
Municipal de Uberlândia (2009)
29/4/2004 dos bairros
integrados as
cidade e facilitam
o trabalho dos órgãos públicos
orientam
a população no que tange a sua localização dentro da cidad
apresenta o mapa
da localização do
com destaque para o b
airro citado
Fonte: Google Earth, 2009
FIGURA
2.2.2
Caracterização do
Na
primeira fase da pesquisa, após
as visitas realizadas, v
(Colocasia antiquorum
),
nos quintais das
quinze famílias
segurança alimentar.
Por meio dessa
agregar uma diversidade de alimentos para as famílias,
de zero a cinco anos
comunidade.
As idas ao bairro aconteceram intensamente durante os dois anos de
Municipal de Uberlândia (2009)
, as Leis de Integração 5916
23/10/1993
integrados as
informações relevantes das diversas áreas da
o trabalho dos órgãos públicos
,
das entidades privadas, bem como
a população no que tange a sua localização dentro da cidad
da localização do
bairro Esperança n
a cidade
airro citado
.
Fonte: Google Earth, 2009
FIGURA
1 - Mapa da localização do bairro
Esperança
Caracterização do
s sujeitos da pesquisa
primeira fase da pesquisa, após
os
diálogos com a comunidade
as visitas realizadas, v
erificou-se a necessidade do ini
cio do
),
o ora-pro-nobis (Pereskia Aculeata)
e a
quinze famílias
que fizeram opção em
participar
Por meio dessa
alternativa, viável e de
baixo custo
agregar uma diversidade de alimentos para as famílias,
sobretudo
de zero a cinco anos
de idade, que vivem
abaixo da linha de pobreza nessa
As idas ao bairro aconteceram intensamente durante os dois anos de
13
23/10/1993
e a Lei 8649
informações relevantes das diversas áreas da
das entidades privadas, bem como
a população no que tange a sua localização dentro da cidad
e. A FIGURA 1
a cidade
de Uberlândia MG,
Esperança
diálogos com a comunidade
mediante
cio do
plantio de taioba
e a
moringa (Oleifera)
participar
do projeto de
baixo custo
, podemos
sobretudo
para as crianças
abaixo da linha de pobreza nessa
As idas ao bairro aconteceram intensamente durante os dois anos de
14
pesquisa, as técnicas utilizadas foram relevantes para a concretização dos
resultados apresentados. Com o consentimento das quinze famílias, uma vez por
semana seria realizado o plantio de plantas nos quintais de suas casas, como a
taioba (Colocasia antiquorum), o ora-pro-nobis (Pereskia Aculeata) e a moringa
(Oleifera). A FIGURA 2 apresenta a ilustração dessas plantas.
Fonte: NAVES, A.R; setembro 2009
FIGURA 2 - Moringa (Oleifera), Ora-Pro-Nobis (Pereskia Aculeata), taioba
(Colocasia antiquorum),
Surgiu então o questionamento de onde encontrar essas plantas que os
nossos avós utilizavam na cozinha. Foi preciso buscar informações nas feiras livres,
em hortas ribeirinhas da cidade para adquirir exemplares de taioba. Da planta ora-
pro-nobis não foi difícil encontrar exemplares (mudas), próximo ao bairro existe uma
cerca viva dessa planta. As mudas de moringa (Oleifera) foram adquiridas no Horto
Municipal de Uberlândia, em 2008. Houve na instituição escolar local um evento, “A
Semana da Família”, onde recebemos mais de 80 mudas para serem doadas a cada
família presente.
No início, foi extremamente difícil, pois devido à falta de cuidados adequados
de conservação a maioria das mudas doadas morreram. Foi necessário procurar
novas mudas para que o trabalho pudesse ser realizado. A planta ora-pro-nobís
(Pereskia aculeata) não tivemos tantos problemas, pois permanece verde e nutritiva
ao ponto de ser chamada “a carne dos pobres”, podendo ser aproveitada ao longo
dos 50 anos após o plantio sem regar ou cuidar (BRANDÃO, 2008).
A planta ora-pro-nobís (Pereskia aculeata) é conhecida pela população rural
15
em algumas regiões do país. É uma trepadeira com folhas suculentas. Seu consumo
é disseminado em Minas Gerais, especialmente nas antigas regiões mineradoras.
No interior do país, a combinação mais conhecida é angu com ora-pro-nobis. É uma
hortaliça de folhas grossas e tenras. Seu cultivo não é muito exigente e o teor
proteico é semelhante ao do caruru, da couve e do espinafre. O ora-pro-nobis
(Pereskia aculeata) a comunidade está inserindo em sua alimentação diária, esta
planta pode contribuir para melhorar o estado nutricional das crianças do bairro
como também da família.
Em algumas regiões, é comum usá-la misturada ao feijão ou em sopas,
refogados, mistos, mexidos e omeletes. O ora-pro-nobis (Pereskia aculeata) é uma
planta que aliada a outras fontes de nutrientes é capaz de assegurar uma segurança
alimentar numa comunidade pobre. Sabe-se que o organismo humano necessita de
quantidade e qualidade de alimentos para a sua nutrição, mediante isso optamos por
introduzi-la no cardápio alimentar destas famílias para enriquecer e melhorar o
estado nutricional das crianças, justamente por ser uma planta que possui uma
concentração razoável de nutrientes. Na TABELA 1, pode-se observar a composição
de nutrientes dessa planta ora-pro-nobis (Pereskia aculeata).
TABELA 1
Composição química do ora-pro-nobis (Pereskia aculeata)
Podemos contar dez árvores adultas de moringa (Oleifera), existentes no
bairro, que foram plantadas pela comunidade; as suas folhas estão sendo utilizadas
pelas mães no preparo das refeições diárias. Essas plantas são utilizadas na
alimentação das famílias da comunidade, como também são oferecidas no lanche
das crianças no dia da pesagem que acontece mensalmente, no salão da igreja
local, com o intuito de reforço nutricional das crianças cadastradas no projeto.
Segundo Kerr (2000), cientista estudioso da moringa
(Oleifera), relata em
16
suas pesquisas que essa planta requer poucos cuidados de cultivo e cresce
rapidamente até uma altura de quatro metros, no primeiro ano. Na Índia e na África,
a moringa é encontrada crescendo em áreas próximas à cozinha e em quintais; as
folhas são colhidas diariamente para uso em sopas, molhos e saladas. Essa planta
possui proteínas, é rica em vitaminas A e C, cálcio, ferro e fósforo. Nas regiões
secas, o cultivo da moringa é vantajoso, uma vez que suas folhas podem ser
colhidas quando nenhum outro vegetal fresco está disponível.
Esta planta ela está sendo utilizada pela comunidade agregada a outros
alimentos que possibilita a melhoria da saúde das famílias. Para melhor
aproveitamento das suas propriedades, é necessário acrescentar outras fontes de
nutrientes que venha enriquecer o cardápio diário de uma família. Na TABELA 2,
pode-se observar a composição de nutrientes da planta moringa (Oleifera).
TABELA 2
Composição química da moringa
(
Oleifera
)
As árvores de moringa (Oleifera) existentes no bairro, podem ser suficientes
para atender à demanda de famílias e das crianças dessa comunidade. Fizemos
uma parceria com o Horto Municipal de Uberlândia, que nos encaminha mudas para
a doação às famílias. No ano de 2009, recebemos mais de 40 mudas de moringa
(Oleifera) doadas pelo órgão municipal para serem plantadas no bairro, com o
intuito de promover a mudaa de hábitos, visando promover atitudes saudáveis
para a melhoria da saúde da comunidade por meio da segurança alimentar.
A distribuição das mudas que recebemos foi realizada na instituão
escolar local; as crianças receberam para levar para a família plantar. A escola
local passa a ser o elemento de ligação e de inclusão, que contribui para a
instrumentalização das famílias da comunidade, por meio desse Projeto de
Segurança Alimentar. A FIGURA 3 ilustra o recebimento das mudas:
17
Fonte: NAVES, A.R; setembro 2009
FIGURA 3 - Alunos da Instituição Municipal Irmã Maria Apparecida Monteiro
recebendo mudas da planta moringa (Oleifera)
As crianças participam com maior desenvoltura e educam os pais para a
conservação do meio ambiente. Um grupo de crianças da instituição escolar local,
na FIGURA 4, plantam as mudas da moringa
(
Oleifera) no espaço externo da
escola. Conversamos com elas sobre a importância do plantio dessas árvores na
escola e no bairro, para a utililização das folhas como alimento: além de contribuir
para a conservação do meio ambiente, torna o bairro ecologicamente correto, com
árvores plantadas nos passeios das casas, que podem ser usadas como alimento.
Fonte: NAVES, A.R; setembro 2009
FIGURA 4 - Grupo de crianças plantando mudas da árvore de moringa (Oleifera) no
ambiente externo da instituição escolar
Quanto à hortaliça taioba, conhecida na zona rural e nas cidades do interior,
dela se aproveita as folhas, talos e o tubérculo. Para quem não conhece bem, pode
ser confundida com o inhame e com algumas folhagens ornamentais. De verde mais
18
claro que a folha do inhame, a folha da taioba tem abertura até a haste, ao passo
que, no inhame, a fenda se fecha antes.
O tubérculo pode ser preparado nas formas adotadas para o preparo do
ca, do inhame e da batata-doce. Suas folhas e talos podem ser consumidos
refogados ou em omeletes e sufs. Na Bahia, as folhas da taioba são utilizadas
no preparo do Efó, um prato típico. Verifica-se, na taioba, um alimento de fácil
acesso, que pode incrementar as refeões drias.
Esta planta, como podemos ver na TABELA 3, possui na sua composão
química rios nutrientes essenciais, porém seu uso isolado, assim como a ora-
pro-nobis (Pereskia aculeata) e a moringa (Oleifera), não supre a cancia
alimentar de uma pessoa. Mediante isto é necessário uma variedade de
alimentos que venha a satisfazer as necessidades nutricionais de uma pessoa.
TABELA 3
Composição química da taioba (Colocasia antiquorum)
A convivência com as famílias trouxe testemunhos vivos, foram
paulatinamente depositados no baú de surpresas mencionado na introdução deste
trabalho. Pequenas surpresas que fomos alinhavando ao longo dos dois anos de
pesquisa ajudaram-nos a compreender que a união das famílias na busca de
soluções simples pode fazer a diferença no sentido de melhorar a saúde da família.
No primeiro semestre de 2009, fizemos uma parceria com a Pastoral da
Criança, que contribuiu sobremaneira para a efetivação da pesquisa. Nas visitas que
fizemos ao longo do ano no bairro, buscamos escutar primeiro o que a família queria
falar ou saber. As famílias foram ganhando confiança entenderam a intenção de
nossas visitas no bairro possibilitando a concretização efetiva da nossa proposta.
Surgiam perguntas por parte das mães e de pessoas da comunidade, sobre
as reuniões da Pastoral da Criança, como utilizar a multimistura, a moringa (Oleifera)
e o ora-pro-nobis (Pereskia Aculeata). A partir desses questionamentos e a convite
19
da coordenadora da Pastoral da Criança, fomos buscar informações sobre a ação da
pastoral na comunidade que atendia as famílias desde a década de 1990.
Depois de muita conversa com as famílias da comunidade, quinze delas
optaram por participar da pesquisa e passaram a ser assistidas pela Pastoral da
Criança. A partir de então, iniciamos um acompanhamento de 23 crianças de zero a
cinco anos de idade, mensalmente foram pesadas e medidas para análise do
desenvolvimento infantil. As reuniões do dia da pesagem mensal das crianças
cadastradas na Pastoral da Criança, aconteciam uma vez ao mês, aos sábados, às
14horas, num salão cedido pela igreja localizada no bairro.
Antes, as mães participavam das reuniões na igreja Santa Rosa de Lima e
era difícil devido a distância do bairro Esperança. Para atender a reivindicação das
mães, desde 2008, as reuniões têm ocorrido no salão da igreja do bairro, visando à
participação da comunidade na busca de seus direitos de cidadania. As reuniões
ocorreram aos sábados devido à preocupação em evitar que as crianças deixem a
escola e/ou a creche em dia escolar. Segue o relato de uma das avós atendidas:
[...] Sabe, eu tenho três netos cadastrados na Pastoral da Criança.
As reuniões que ele faziam na outra igreja ficava difícil para nós. As
mães que tem crianças pequenas é tão difícil, a gente queria que
essas reuniões fossem aqui no bairro. Graças a Deus, eles
atenderam o nosso pedido, agora está sendo realizada na
Comunidade Esperança” (A.B.S).
Para o dia da pesagem das crianças, são planejados momentos de acolhida
às famílias. As mães presentes, pais e avós, juntos, ajudam a organizar o dia do
peso, preparando o lanche com sucos naturais. Ajudam a tirar a roupa e o sapato
das crianças e a colocá-las na balança. As es levam o Cartão da Criança para a
anotação dos dados apresentados. Se o diagnóstico apresentar anormalidade, a
mãe é aconselhada a levá-la ao Posto de Saúde mais próximo.
Neste dia, as mães são orientadas sobre a importância do leite materno, das
vacinas, sobre os cuidados com a higiene dos alimentos, do corpo e da casa,
importantes para a saúde de todos na família. O lanche é oferecido a todos os
presentes, busca-se construir práticas alimentares saudáveis, com alimentos
saborosos e de baixo custo. A troca de informações entre elas é de fundamental
importância no sentido de promover na comunidade o elo de amizade, que muitas
vezes, são vizinhos do lado e não se conhecem.
20
Também acontece a troca de conhecimento sobre receitas culinárias
nutritivas caseiras, a respeito do aproveitamento de talos e das folhas desses
vegetais que foram plantados na comunidade; as mães presentes recebem um
caderno de receitas, com o intuito de executá-las, propiciando a sua família
alimentos simples, mas ricos em nutrientes.
Durante o lanche oferecido no dia da pesagem, são transmitidas informações
sobre os ingredientes da refeição servida no dia. Geralmente, farofa, pão com carne
de soja, acompanhada por sucos como a limonada e fanta
2
caseira, com uso de
cenoura, água e limão. Essas práticas possibilitam às mães aprender como elaborar
refeições simples, com alimentos nutritivos de baixo custo que a família possui em
suas casas (PASTORAL DA CRIANÇA, 2000).
Descreveremos algumas das receitas que elaboramos junto às mães,
utilizando essas plantas cultivadas nos quintais de suas casas. No dia anterior à
reunião, era combinado entre o grupo de es para levar o que tinham em casa
para complementar o lanche do dia. Geralmente, os sucos e lanches rápidos foram
elaborados junto com as mães, para aprenderem a pôr em prática em casa. O
motivo que dificultou o trabalho nas oficinas é que as mães chegavam em horários
alternados, nunca pontualmente às 14h, horário em que começa a pesagem das
crianças.
As mães que chegavam atrasadas ficaram em desvantagem em relação às
demais, porque não participaram do preparo do alimento, apenas pesam a criança e
tomam o lanche. Percebemos que algumas delas são criativas, elaboram refeições
simples, mudam a receita culinária, aproveitam o que têm em casa, a refeição fica
saborosa e nutritiva ao mesmo tempo.
Na FIGURA 5, é apresentado o caderno de receitas, aos quais as mães da
comunidade receberam quando levavam as crianças para a pesagem mensal na
igreja local e em seguida apresentamos algumas receitas que estão neste caderno.
Estas receitas são simples, as mães da comunidade estão utilizando em seus
cardápios, elas possibilitam uma diversificação na alimentação através de uma
variedade de ingredientes que compoem o prato elaborado.
2
O nome fanta caseira toma emprestada a denominação de um refrigerante de laranja fabricado pela
Coca Cola, para agregar um valor simbólico ao produto.
21
Fonte: NAVES, A.R; outubro 2009
FIGURA 5 - Mães da comunidade recebendo o caderno de receitas
Suco de Acerola com ora-pro-nobis
Ingredientes:
1 prato de sopa cheia de acerolas
1 copo de suco de limão
6 a 8 folhas de ora-pro-nobis
2 litros de água filtrada
Açúcar a gosto
Preparo: Bater no liquidificador as acerolas,
juntamente com as folhas do ora-pro-nobis.
Coar e acrescentar a água e o açucar. Em
seguida colocar para gelar por 1 hora. Depois
é só saborear.
Suco de Limão com Folhas de ora-pro-
nobis
Ingredientes:
1 litro de água gelada,
10 folhas de ora-pro-nobis
1 inhame pequeno descascado
3 limões
6 colheres de sopa de açúcar
Preparo:
Junte a água, as folhas bem lavadas, o inhame
e o suco do limão e bata no liquidificador.
Coe e acrescente o açúcar. Sirva gelado.
Fonte: NAVES, A.R; outubro 2009
Fonte: NAVES, A.R; outrubro 2009
22
Suco Verde
Ingredientes:
4 limões
talos de couve
folhas de moringa
rapadura ou açucar a gosto
Preparo:
Acrescente todos os ingredientes com o
açúcar ou a rapadura.
Bata tudo no liquidificador
Sirva gelado
Farofa Nutritiva
Ingredientes:
1Kg de farinha de mandioca
½ de carne moida
½ de carne de soja
2 cenouras
folhas de ora-pro-nobis
folhas de moringa
Preparo:
Deixe a carne de soja de molho por 30 minutos. Enquanto isso prepare a carne
moida a gosto. Rale as cenouras e deixe-as cruas, lave as folhas de ora-pro-nobis e
moringa com cuidado. Misture todos os ingredientes, inclusive a carne de soja que
estava de molho, acrescentando a farinha de mandioca, por ultimo coloque a
cenoura e as follhas verdes.
Fonte: NAVES, A.R; setembro 2009
Fonte: NAVES, A.R; setembro 2009
Fonte: NAVES, A.R; setembro 2009
23
Estas receitas foram apenas algumas das diversas que fizemos ao longo de
dois anos de projeto. Este trabalho não foi interrompido visto que as oficinas
continuam ocorrendo mensalmente no bairro Esperança. As es ajudam a
organizar o lanche, que é oferecido a todos os presentes na reunião. Algumas delas
relatam que têm procurado melhorar as refeições em sua casa, com os alimentos do
quintal. Nas visitas que fazemos diariamente no bairro nos aguarda surpresas
agradáveis.
Quando visitamos uma das casas das famílias, a avó estava preparando o
almoço: utilizava o fubá para fazer a polenta. Para dar sabor ao alimento e torná-lo
nutritivo, a avó acrescentou molho de tomate com folhas de moringa. Tornou-se um
prato colorido, criativo e gostoso de ser saboreado. Ela disse que passava por
dificuldades financeiras, não tinha o arroz e feijão para o almoço. Solicitou-nos uma
cesta básica, porque o marido a deixara desamparada. Segue o seu relato.
[...] “Moro neste bairro muitos anos, gosto de morar aqui, o que
me entristece são as pessoas que não querem melhorar de vida. As
casas estão caindo, cobertas com plásticos preto por descuido do
dono. Mas gosto de cuidar das minhas coisas, gosto de plantar no
meu quintal, planto para ter fartura em casa. Muita gente vem em
minha casa para buscar remédio para os filhos que estão doentes,
isso é porque eu planto. O pessoal da igreja vem aqui pegar galhos
de moringa para fazer o remédio para as crianças” (M. A).
Nas reuniões mensais, utilizou-se de uma técnica para a avaliação do
desenvolvimento do estado nutricional das crianças, a balança da Pastoral da
Criança para a verificação do desenvolvimento e crescimento do peso de 23
crianças escolares. Para a verificação da estatura, foi utilizada uma fita métrica
fixada na parede. Para os menores de dois anos de idade, inicialmente, a régua
antropométrica foi emprestada pelo posto de saúde; posteriormente,
confeccionamos uma, para a aferição mais adequada com a criança deitada.
Esta metodologia propiciou um aprendizado de como fazer o
acompanhamento do peso/estatura das crianças, como utilizar adequadamente a
balança a fita métrica e o cartão da criança. Essas ferramentas foram importantes
para o nosso trabalho. O peso/estatura retrata a saúde da criança. Quando a criança
está doente, não está mamando ou se alimentando bem, pode ser demonstrado na
faixa da curva do gráfico, a mãe consegue entender e intrepretar o desenvolvimento
24
do seu filho, na FIGURA 6 demostramos as ferramentas de pesagem e medida
utilizadas.
Fonte: NAVES, A.R; novembro 2009
FIGURA 6 - Ferramentas de pesagem e medida: balança e fita métrica
Quanto à avaliação das 23 crianças do peso para idade (P/I) estatura para
idade (E/I) de crianças de zero a cinco anos de idade, utilizamos o Cartão da
Criança como referência para observar a posição do peso/estatura em relação aos
pontos como; excesso de peso, normalidade e abaixo do peso.
Foram anotados mês a s, o peso/altura, para a verificação dos marcos de
desenvolvimento da criança. Cada peso/altura foi sendo registrado no gráfico
peso/idade original traçado de peso/altura curva do desenvolvimento para análise
posterior. Não foi possível controlar todas as variáveis que compõem o processo de
crescimento e desenvolvimento de uma criança, que envolve fatores complexos de
análise, e cabe ao clínico estabelecer se a criança está dentro ou fora de
determinados parâmetros e se tem um crescimento normal.
Atualmente, a forma de cartão que as mães utilizam para o acompanhamento
do crescimento do filho é oferecida pelo Posto de Saúde onde a mãe é assistida,
garante o registro do peso no Gráfico Peso/Idade do Cartão da Criança de forma
simples que o pediatra anota, para o acompanhamento do desenvolvimento da
criança.
Segundo Ministério da Saude (2006), no momento histórico-social que a
humanidade vive, a evolução das tecnologias trouxe modificações ao perfil das
25
crianças. A criança de até cinco anos de idade recebia orientações e atendimento de
acordo com sua faixa etária, mas, ao chegar à adolescência, ela se apresentava
obesa. Cientistas e pesquisadores chegaram a um consenso de que precisava ser
feito um acompanhamento de uma avaliação sistemática mais abrangente das
crianças, particularmente nos países mais pobres, com o intuito de contribuir para a
melhoria das famílias que não acesso aos serviços de saúde.
Apresentada a metodologia de trabalho, no próximo capítulo será feita uma
revisão da literatura, de forma a construir o referencial teórico que presidiu a
realização desta pesquisa.
26
III-REFERENCIAL TEÓRICO
27
III-REFERENCIAL TEÓRICO
Segurança Alimentar é um tema que tem destaque na atualidade. Para que
uma população possa ter saúde física e mental, torna-se necessário que tenha
alimentação, educação e moradia. Na fase infantil, crianças que não obtiverem
alimentação equilibrada e estímulos afetivos e psicomotores podem apresentar
problemas irreversíveis de saúde física e cognitiva (PIAGET, 1978).
Segundo o Ministério da Saúde (2001), criança que nasce com peso de
2500g pode ser decorrente do estado da saúde da mãe. Vários o os fatores que
podem influenciar no crescimento do bebê na fase fetal. Nas últimas décadas têm
verificado uma melhora no quadro da saúde familiar, que pode ser explicado graças
aos serviços de saneamento básico e atenção médica às mães gestantes, estas
ações sem dúvida, tiveram papel preponderante para a elevação da qualidade de
vida da família brasileira.
O propósito do Projeto de Segurança Alimentar proposto por nós, tem a
função de promover na comunidade Esperança a melhoria da saúde não somente
das crianças, mas da família. Acredita-se que as ações locais são relevantes para
criar hábitos e atitudes nas pessoas em melhorar o nível de vida e o ambiente que o
cerca tornando-os mais felizes.
Portanto, ainda se justifica as ações e políticas de prevenção e de controle da
desnutrição infantil, sejam elas desenvolvidas pelo poder blico ou pela sociedade
civil organizada. Neste último setor, uma instituição que atua na promoção da saúde
no Brasil é a Pastoral da Criança, organismo de Ação Social da CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil), a qual adotou a utilização da multimistura entre as
ações empreendidas por voluntários no combate à desnutrição.
Segundo a
idealizadora médica pediatra, Brandão (2006), a utilização da multimistura como
medida de prevenção apresenta as seguintes vantagens: disponibilidade regional de
seus ingredientes, não interferência nos hábitos alimentares da população, baixo
custo, possibilidade de preparação caseira e acessibilidade a praticamente toda a
população.
Segundo Belik (2003), os governantes devem optar por meios eficazes de
educação, geração de emprego e renda para a população excluída, que favorece à
família acesso regular aos alimentos, com dignidade.
28
No mundo globalizado, mudanças sociais e econômicas têm contribuído para
um novo perfil nutricional da população. Os hábitos alimentares inadequados da
população têm levado à desnutrição e à obesidade de crianças e adultos. O Brasil
vive a fase de expansão do desenvolvimento tecnológico, a produção de grãos tem
crescido nessa última década, mas o que se percebe é que uma significativa parcela
da população sofre pela falta de regularidade de alimentos.
De acordo com Valente (2002), o indivíduo necessita viver em um ambiente
que propicie a saúde integral. Sabe-se que o Brasil é capaz de alimentar a sua
população com tranquilidade e fartura. O que dificulta a disponibilidade de alimentos
às famílias pobres é a distribuição de renda, que impossibilita o acesso ao
alimento e, em consequência, advêm as doenças da carência alimentar, como
anemia, desnutrição, diarreia, que comprometem o desenvolvimento das crianças
pobres.
Segundo Castro (1963) alertava sobre as consequências da miséria no livro
“Geografia da Fome”, ao qual afirmava que a fome não era um problema natural, isto
é, não dependia nem era resultado dos fatos da natureza, ao contrário, era fruto de
ações dos homens, de suas opções, da condução econômica que davam a seus
países.
Em contrapartida, no Brasil verifica-se atualmente uma nova fase de
expansão de desenvolvimento tecnológico em que a produção de grãos tem
crescido nos últimos anos, mas o que se percebe é que uma grande parcela da
população pobre ainda sofre com a falta de alimentos e, quando alimentos, os
hábitos alimentares incorretos têm levado à baixo peso ou ainda o excesso de peso.
Diante dessa realidade, constata-se que alimentos suficientes para todos
os países que sofrem com a fome. Nesse contexto parodoxal, em que aumento
de produção de alimentos em todo mundo, em contrapartida existem vítimas da
fome. Os trabalhadores urbanos se deparam com a impossibilidade de comprar
alimentos em consequencia do desemprego, dos baixos salários, entre outros
fatores.
O acesso ao alimento depende essencialmente do poder de compra de cada
família, de sua força de trabalho e, portanto, de um sistema que lhe garanta o
trabalho e uma remuneração condizente ao bem viver. Como consequência dessa
29
dependência de uma remuneração digna, a força de trabalho é convertida em
salário, e este, em alimento. Os alimentos estão disponíveis em supermercados, em
feiras, no entanto, parte da população não tem dinheiro para adquiri-los. Com isso,
vão-se agravando os fatores associados da carência de alimentos necessários para
a nutrição, advindo assim doenças e alterações associadas à pobreza.
Outro fator está relacionado ao consumo de alimentos pobres em nutrientes,
como o uso excessivo de gorduras saturadas, carboidratos, que são impostos pelo
mercado. O estresse também tem trazido problemas para a população em geral,
devido à vida agitada dos grandes centros urbanos, também tem, ao longo do
tempo, provocado mudanças e doenças ao homem.
Órgãos governamentais e não governamentais m evidenciado preocupação
com a fome em todo o mundo. A demonstração efetiva são ações como a realizada
pela ONU (Organização das Nações Unidas), por intermédio da FAO (Organização
de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas). Esses órgãos traçam as diretrizes
e monitoram o cumprimento das metas do milênio, de redução de pobreza a2015,
ditadas na Cúpula Mundial da Alimentação, realizada em Roma, em 1996. Não
basta cumprir metas para a redução da pobreza: é necessário uma combinação de
ações políticas blicas em âmbitos federal, estadual e municipal, para que a
sociedade consiga minimizar a pobreza com mecanismos de ações locais.
Existem várias ações implantadas, como o Fome Zero, um programa do
Governo Federal que tem como objetivo promover ações para garantir a segurança
alimentar das famílias com déficit alimentar e desnutrição de crianças. As ações
locais possibilitam à comunidade desenvolver autonomia e vontade de melhorar o
que precisa ser mudado.
De acordo com Sisan (2006), o Congresso Nacional criou o Sistema Nacional
de Segurança Alimentar Nutricional, com vistas a assegurar o direito humano à
alimentação adequada e deu outras providências no artigo quarto. A Segurança
Alimentar e Nutricional abrange:
I- ampliação das condições de acesso aos alimentos por meio da
produção, em especial da agricultura familiar, da industrialização, da
comercialização incluindo-se a água, bem como a geração de
emprego e da distribuição da renda.
ll- conservação da biodiversidade e utilização sustentável dos
recursos.
30
lll- promoção da saúde, da nutrição e da alimentação da população
incluindo-se os grupos específicos e populações em situação de
vulnerabilidade social.
Segundo a médica que criou a Multimistura, Brandão (2008), o processo de
comercialização dos alimentos pode ser aperfeiçoado de forma a evitar
desperdícios. Existem alternativas de aproveitamento de alimentos que permitem
baratear o preço e, com isso, contribuir para diminuir o abismo da desigualdade
social em nosso país.
Buscando outras teorias, Pessoa (1978), em seus estudos, contribuiu para a
elucidação das doenças que acometem o desenvolvimento dos indivíduos. As
causas segundo o autor, estão relacionadas com a pobreza, a distribuição de
renda, a moradia precária, a alimentação deficitária; são fatores relevantes que
precisam ser redimensionados com políticas públicas para minimizar as
desigualdades sociais entre os povos.
Mantivemos uma parceria com o ônibus do Programa Cozinha Brasil
Alimentação Inteligente. O ônibus percorre todo o Brasil com nutricionistas
ministrando aulas de segurança alimentar para as famílias interessadas em buscar
qualidade na alimentação. O curso é voltado principalmente, para pessoas de baixa
renda, mulheres responsáveis pelas famílias, domésticas e trabalhadores em geral.
Achamos oportuno o curso porque aproveita toda a parte da planta, como as cascas,
os talos e as sementes, ou seja, tudo que a família possui de alimentos em casa
pode ser aproveitado na elaboração de pratos simples. Aproveitando o momento
para novas aprendizagens, a pesquisadora fez o curso para ter maiores
conhecimentos da culinária regional e com isso repassá-las às mães da
comunidade.
3.1 A Multimistura e a segurança alimentar
Segundo a Pastoral da Criança (2000), a médica pediatra Zilda Arns, sentia a
necessidade de um trabalho nas comunidades junto às famílias, especialmente as
mães, que poderiam melhorar o estado nutricional da família e de seus próprios
filhos se soubessem preparar refeições simples e nutritivas.
Segundo Brandão (2008), relata que o uso da Multimistura em doses
mínimas, acrescidas constantemente à alimentação, fornece nutrientes
considerados indispensáveis para promover o crescimento da criança e do feto,
31
aumentando a resistência as infecções, diminuindo diarreias, reduzindo doenças
respiratórias, elevando a produção de leite materno, mantendo a saúde.
Fonte: NAVES, A.R; setembro 2009
FIGURA 7 - Elaboração da Multimistura
No preparo da Multimistura deve ser observadas as seguintes
recomendações básicas da Pastoral da Criança:
Lavagem e secagem à sombra das folhas verdes selecionadas, trituradas em
liquidificador.
As sementes devem ser lavadas em água corrente, secas à sombra e
trituradas em liquidificador.
Os farelos e as farinhas devem ser torrados separadamente até leve
tostamento.
Ingredientes tais como a aveia em flocos e açúcar mascavo, entre outros,
quando presentes na formulação, são adicionados no final da preparação.
Os ingredientes são elaborados e torrados com zelo, obtidos nos processos
acima citados, obtendo-se uma mistura final, a Multimistura. A FIGURA 8 apresenta
o produto final.
32
Fonte: NAVES, A.R; novembro 2009
FIGURA 8 - A Multimistura
“Usada desde 1985 pela Pastoral da Criança, a Multimistura foi
adotada em outras iniciativas, ganhou evidência entre as ações de
combate à desnutrição infantil. Mas hoje vem sendo questionada e
reavaliada. A própria Pastoral, a partir de 1994, passou a substituir o
conceito de Multimistura pela noção de alimentação enriquecida,
enfatizando e valor de qualquer alimento adquirido em nível local
com alto valor nutritivo, bom paladar e baixo custo, como a manda
ótima fonte de vitamina A. Hoje, a Multimistura é distribuida para
menos de 10% das famílias atendidas pela entidade”. (Situação
Mundial da Infância, UNICEF, 2006).
As FIGURAS de 9 a 14 apresentam calorias e nutrientes encontrados em
100g de diversos alimentos que compõem a multimistura, e porcentagem da
necessidade diária para uma mulher entre 18 e 30 anos, pesando 55 kg, atividade
moderada, não grávida e não amamentando segundo KATHLEEN MAHAN;
ESCOTT-STUMP (2007).
O farelo de arroz possui em 100g, 12,8% das necessidades diárias de caloria,
28,9% da proteína, 129,3% do ferro, 17% do cálcio, 205,5% da vitamina B1, 19,2%
da vitamina B2 e 199% das necessidades diárias de niacina.
33
Fonte
3:
KATHLEEN MAHAN; ESCOTT-STUMP (2007)
FIGURA 9 - Calorias e nutrientes encontrados no farelo de arroz
O farelo de trigo, por exemplo, em 100g possui 9,5% das necessidades
diárias de caloria, 30,7% da proteína, 72% do ferro, 24% do cálcio, 80,9% da
vitamina B1, 27,7% da vitamina B2 e 197% das necessidades diárias de niacina.
3 Os valores nutricionais das calorias e nutrientes nas figuras 9 a 14 apresentados são referências
universais, portanto diferem dos dados oficiais da Pastoral da Criança.
34
Fonte: KATHLEEN MAHAN; ESCOTT-STUMP (2007)
FIGURA 10 - Calorias e nutrientes encontrados no farelo de trigo
O fubá de milho possui em 100g, 16,8% das necessidades diárias de caloria,
18,1% da proteína, 10% do ferro, 1,3% do cálcio, 4,5% de vitamina A, 22,2% da
vitamina B1, 4,6% da vitamina B2 e 26% das necessidades diárias de niacina.
35
Fonte: KATHLEEN MAHAN; ESCOTT-STUMP (2007)
FIGURA 11 - Calorias e nutrientes encontrados no fubá de milho
A folha de mandioca possue em 100g, 4,2% das necessidades diárias de
caloria, 15,2% da proteína, 50,7% do ferro, 67% do cálcio, 245% de vitamina A,
22,7% da vitamina B1, 46,2% da vitamina B2, 16% das necessidades diárias de
niacina e 518% das necessidades diárias de vitamina C.
36
Fonte: KATHLEEN MAHAN; ESCOTT-STUMP (2007)
FIGURA 12 - Calorias e nutrientes encontrados na folha da mandioca
A folha de abóbora possui em 100g, 1,2% das necessidades diárias de
caloria, 8,7% da proteína, 5,3% do ferro, 106% do cálcio, 75% de vitamina A, 8,2%
da vitamina B1, 4,6% da vitamina B2, 21,3% das necessidades diárias de niacina e
133% das necessidades diárias de vitamina C.
37
Fonte: KATHLEEN MAHAN; ESCOTT-STUMP (2007)
FIGURA 13 - Calorias e nutrientes encontrados na folha da abóbora
A semente de abóbora possui em 100g, 25,3% das necessidades diárias de
caloria, 65,9% da proteína, 61,3% do ferro, 8% do cálcio, 0,63% de vitamina A,
20,9% da vitamina B1, 12,3% da vitamina B2 e 19,3% das necessidades diárias de
niacina.
38
Fonte: KATHLEEN MAHAN; ESCOTT-STUMP (2007)
FIGURA 14 - Calorias e nutrientes encontrados na semente da abóbora
Entretanto, o uso da multimistura como complemento alimentar é cercado de
controvérsias. Segundo Farfan (1998), não provas de que esse produto seja
adequado para utilização na manutenção e no crescimento de crianças, nem mesmo
que os valores nutricionais e as propriedades biológicas da multimistura justifiquem
o seu uso indiscriminado para populações sob risco nutricional.
39
De acordo com Kaminsky (2007) os trabalhos científicos têm apresentado
argumentos contrários ao uso da multimistura, por causa da presença de toxicidade,
de fatores antinutricionais e de condições higiênico-sanitárias desfavoráveis. Em sua
dissertação de mestrado, o autor fez um estudo cientifico que identificou estas
informações, que está sendo relevante para posteriores estudos.
Também Oliveira et al. (2006) estudaram o impacto da multimistura sobre o
estado nutricional de pré-escolares matriculados em quatro creches no Estado da
Paraíba. Após dois meses de suplementação da dieta alimentar com a multimistura,
não houve alteração significativa no estado nutricional. Em todos esses estudos,
chama a atenção para a presença de fatores antinutricionais ou tóxicos, aspectos de
má conservação e de contaminação microbiológica, baixo valor nutricional entre
alguns dos constituintes utilizados, a baixa biodisponibilidade dos nutrientes, ácido
fítico ou fitato encontrados nos grãos integrais, como também ácido cianídrico das
folhas da mandioca.
Tanto o ácido fítico quanto o ácido cianídrico têm propriedades
antinutricionais. Vários estudos em humanos demonstraram que, durante a
passagem do fitato pelos intestinos, diminui a absorção de minerais. Segundo Farfan
(1998), o farelo de trigo não é digerido pelo organismo. Porém, a fibra tem uma
função importante: ela absorve água e forma o bolo alimentar, aumentando a ação
muscular dos intestinos. Para um melhor aproveitamento nutricional das fibras é
importante aumentar o consumo de água.
Por todos esses motivos e por fatores antinutricionais que influenciam na
biodisponibilidade de minerais, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) é
contrário à utilização da multimistura como alimentação alternativa. O Conselho
esclarece ainda, que os estudos científicos sobre os valores nutricionais e a baixa
qualidade sanitária das matérias-primas utilizadas na produção desta mistura,
trazem grande preocupação na sua utilização pela população, em especial, pelos
grupos vulneráveis de gestantes e crianças.
Segundo Barbosa et al., 2006, a multimistura é um produto obtido a partir de
alimentos mais comumente utilizados na nutrição animal, com características
químicas muito próximas, senão similares a outros farelos e cereais, não possuindo
qualquer atributo que garanta riqueza nutricional.
40
De acordo com Bittencourt (1998) afirma que, os talos, as sementes e as
folhas das plantas utilizadas na multimistura são pobres em calorias. Mesmo que
apresentem altas concentrações de minerais, vitaminas e fibras, sabe-se pouco se
durante todo seu processamento se estas qualidades nutricionais são preservadas.
Também ressalta que existem nestas partes das plantas a presença de fatores
antinutricionais ou tóxicos e a baixa biodisponibilidade, ou seja, se mal utilizado pode
prejudicar a absorção de outros nutrientes essenciais ao corpo humano.
Esses fatores estão relacionados com os ácidos fítico ou fitato, encontrados
nos grãos integrais, como também ao ácido cianídrico das folhas da mandioca, que
são prejudiciais à saúde do homem. Tanto o ácido fítico quanto o ácido cianídrico
têm propriedades antinutricionais e podem ligar-se a alguns minerais e reduzir a
biodisponibilidade, diminuir a eficiência de minerais e causas doenças. Também têm
sido realizados estudos em humanos, demonstrando que, durante a passagem do
fitato pelos intestinos, diminui a absorção de minerais.
41
IV-RESULTADOS E DISCUSSÕES
42
IV-RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Caracterização da população estudada
Numa primeira fase da pesquisa, foram aplicados 50 questionários no bairro,
porém aderiram ao projeto apenas 15 pessoas que responderam representando 15
famílias. Visamos em primeiro lugar, fazer uma análise das condições sócio-
históricas das famílias da comunidade do Bairro Esperança. Os resultados obtidos
nos questionários possibilitou-nos de obter informações relevantes e conhecer a
realidade estudada com mais profundidade.
A FIGURA 15 mostra que 80% da população que mora no bairro são
moradores que vieram das margens do Rio Uberabinha, viviam em casebres, pois
não tinham onde morar. Desse grupo de pessoas, 13,3% vieram do Estado do
Ceará e 6,7% do Estado de Goiás.
Fonte: NAVES, A.R; (2008)
FIGURA 15 - Origem das famílias da comunidade Esperança em Uberlândia - MG
Esses moradores que moram atualmente em Uberlândia, na sua maioria
vieram das margens do rio Uberabinha. Buscando o resgate das origens dessas
famílias, um grupo expressivo adveio da zona rural na busca de emprego para
conquistar uma vida melhor na cidade. A baixa escolarização dessa população,
impediu de adentrar no mercado de trabalho, acontece que, muitas vezes, a
expectativa de emprego não se concretiza e essas populações se instalam em
condições precárias nas periferias das cidades, nas favelas e ou invasões
clandestinas de terras.
43
Conforme mostra a FIGURA 16, a maioria das famílias moram no bairro
mais de vinte anos (53,3%), desde o princípio da instalação do Bairro Esperança.
Constatou-se que 40% das famílias moram a dez anos no bairro, enquanto 6,66%, a
mais de dez anos.
FIGURA 16 - Tempo de moradia na comunidade Esperança em Uberlândia-MG
O Bairro Esperança possui uma boa localização, mas devido ao estigma que
possui de ser um bairro violento, não agrega valor de venda de imóvel. Uma parcela
expressiva dos moradores que moram no bairro a menos de dez anos é de pessoas
que vieram de outros bairros pobres da cidade, após conseguirem comprar sua casa
por um preço inferior ao do mercado. Uma porcentagem dos moradores comprou o
imóvel de terceiro e continua morando ali. Nas conversas cotidianas, a maioria da
população gosta de morar no bairro, apenas reivindica que é preciso que os órgãos
públicos dêem atenção merecida ao bairro. Segundo um morador
;
[...] Nós somos discriminados de todo jeito. Ninguém gosta de
passar dentro do bairro porque tem medo. Aqui a maioria das
famílias são pessoas do bem. Nós sozinhos não conseguimos nada.
Aqui tinha uma tal de associação de moradores que podia trabalhar
para a comunidade, hoje não existe mais. Entra ano, sai ano,
estamos sem ninguém para erguer o bairro.” (J.N).
A FIGURA 17 mostra o que a população do bairro Esperança espera dos
órgãos governamentais. Uma porcentagem de 67% reivindica ao Poder Público a
Fonte: N
AVES, A.R; (2008)
44
instalação de um Posto de Saúde no bairro. Uma porcentagem de 20% solicita um
Posto Policial e 13,% uma farmácia no local.
Fonte: NAVES, A.R; (2008)
FIGURA 17 - Reivindicações da comunidade Esperança em Uberlândia-MG
Em conversas com as famílias, perguntamos-lhes sobre o atendimento do
Posto de Saúde do Bairro Santa Rosa. Disseram que o posto fica perto do bairro,
mas atende bairros adjacentes o que tem dificultado o atendimento. Uma mãe
relatou que;
[...] “é preciso madrugar para conseguir uma consulta.” (A.M).
Quando foi perguntado sobre o Posto Policial no bairro, as famílias disseram
que, com policiais por perto, a criminalidade diminui. Segundo um morador:
[...] “a polícia toda hora é chamada para vir resolver um problema no
bairro. Ela fica o dia todo aqui. Então é melhor instalar um Posto
Policial, assim eles ficam aqui direto.” (J A).
Nenhuma rede de farmácias de Uberlândia se interessou em instalar um
ponto de comercio no bairro e por isso a comunidade não conta com farmácia e
outros serviços essenciais. Os moradores precisam recorrer ao bairro vizinho para
adquirir medicamentos, ou então precisam se deslocar ao centro da cidade para
fazer suas compras de medicamentos, devido à carência de serviços de saúde na
comunidade.
45
Na FIGURA 18, é demonstrado que 60% das pessoas entrevistadas são
constituídas de mulheres e 40% de homens.
Fonte: NAVES, A.R; (2008)
FIGURA 18 - Distribuição dos moradores entrevistados quanto ao sexo.
A gerência da casa é das mulheres, que têm de três a quatro filhos menores
de idade sob sua responsabilidade. Os maridos, muitos deles segundo relatos das
mulheres, deixaram seus lares à procura de emprego em outros estados do país.
Nos relatos das mães, os maridos vão embora e deixam os filhos sob os cuidados
delas, o que agrava mais ainda suas condições atuais.
A pesquisa mostrou que essas mulheres o tem onde recorrer nas suas
necessidades básicas, acabam buscando auxílio dos pais e familiares, na tentativa
de driblar a pobreza em que se encontram. Os filhos são os que mais sofrem com
esta dura realidade, pois acabam sendo obrigados a viver de forma precária de
recursos materiais, financeiros e ainda sofrem com a ausência da figura paterna,
perdendo assim este referencial em suas vidas.
A FIGURA 19 apresenta a distribuição dos moradores quanto à religião. Um
grupo expressivo de 46,6% dos moradores são católicos, 33,3% são evangélicos e
20% o espíritas. Existem outros movimentos religiosos no bairro, porém
participaram da pesquisa apenas pessoas que participam de um destes grupos
citados.
46
Fonte: NAVES, A.R; (2008)
FIGURA 19 - Distribuição dos moradores quanto à religião
Ao conversar com pessoas católicas do bairro, elas disseram que a igreja foi
construída depois de alguns anos do surgimento do bairro.
[...] “A igreja local contribui com a comunidade, mas deveria ajudar as
pessoas que ficam perambulando pelas ruas do bairro, devido o uso
de drogas.” (V. L).
Os relatos dos moradores foram de grande valia para o nosso trabalho. Foi
uma riqueza de dialetos, de falas de cada pessoa com quem convivemos nesse
período de pesquisa. Segundo um senhor evangélico, para construir sua igreja no
bairro foi necessário a ajuda de um grupo de fiéis, residentes na comunidade, onde
trabalharam até mesmo nos finais de semana para concretizar sua construção.
A comunidade o possui área de lazer. Ao perguntar a eles sobre o
Parque Siquierolli, localizado ao lado do bairro Esperança e os benefícios que
pode trazer a comunidade, foi relatado que a presença no parque é pequena, a
idéia que se tem é que o parque não pertence a eles, mas aos outros. A
instituição escolar e a creche local têm promovido passeios ecológicos com as
crianças a este local, para desenvolver a noção de pertencimento do lugar que
também é deles, conforme Santos (1996).
“As dimensões espaciais do cotidiano processam-se no espaço de
convivência, onde se desenrolam situações de relações sejam solidárias
ou conflituosas. Deve-se valorizar o lugar porque enraíza as pessoas em
sua singularidade cultural, ou seja constituem relações de
pertencimento.” (SANTOS, 1996).
47
Na FIGURA 20 mostra as formas de participação da comunidade, em sua
maioria ocorrem nas igrejas (46,7%), na escola (40%) e outras formas de cultura
participativa (13,3%). Existem também pessoas que participam de duas ou até
mesmo das três formas de participação da comunidade, citadas anteriormente.
O bairro não conta com outras instituões ou áreas de lazer que incentivem a
participação da comunidade.
Fonte: NAVES, A.R; (2008)
FIGURA 20 - Envolvimento e participação na comunidade
A escola tem motivado as famílias a participar da vida escolar dos filhos,
com eventos que favorecem a parceria com a comunidade. Segundo os
moradores, a participação da comunidade na associação que existia no local
não conseguiu melhorar o bairro. Havia muita coisa a fazer e pouca pessoas
para trabalhar. Atualmente, a associação de moradores do bairro deixou de
existir, por não contar com pessoas da própria comunidade que quisesse
candidatar-se.
O que se tem notado, ao longo de atuação como professora da instituão
escolar é que a participação dos pais dessa comunidade não é efetiva na
escola, a não ser em dia de eventos de confraternização. Quando solicitados a
48
participar para reuniões de pais, para falar da vida escolar dos filhos, da
metodologia de trabalho escolar, a presença é insuficiente.
[...] “Sabe, a escola é boa, educa as crianças, mas a gente tem que
trabalhar, não para faltar do serviço. A minha mulher que tem que
ir, mas ela cuida da casa, não tem muito tempo. A minha sogra não
pode contar com ela, porque está doente”.
Nos relatos das famílias, observou-se que o ensino infantil não tem tanta
importância. Sabe-se que é na primeira infância que a criança recebe estímulos
necessários ao seu desenvolvimento normal. Ao contrário, quando uma criança
deixa de receber estímulos, pode comprometer o desenvolvimento cognitivo, o
afetivo e o psicomotor. A importância da escola e da creche no bairro é uma
referencia básica pelo motivo de contribuir na complementação alimentar das
crianças e na socialização das famílias.
De acordo com a FIGURA 21, o nível de satisfação dos moradores em
relação ao bairro em que residem foi de 53,3% dos moradores estão insatisfeitos.
Os outros 46,7% se dizem satisfeitos apesar da situação atual.
Fonte: NAVES, A.R; (2008)
FIGURA 21 - Nível de satisfação das famílias em morar na comunidade Esperança
em Uberlândia-MG
Ao conversar com as pessoas que não estão satisfeitas, relataram que só não
se mudaram do bairro por não terem condições de adquirir imóvel em outro local da
cidade. Outro fator é que o bairro Esperança possui boa localização diferente dos
49
novos conjuntos habitacionais que, apesar de terem seu valor imobiliário mais
acessível, são distantes do centro da cidade, além disso existem dificuldades no uso
do transporte coletivo que torna oneroso, comprometendo o salário que já é irrisório.
Apesar disso, nas conversas cotidianas com as famílias dessa comunidade,
percebemos os que gostam de morar no bairro; porém não deixam de sentir
insatisfação referentes aos problemas sociais graves decorrentes da fome, da
pobreza, da violência gerada pelas drogas e pelo álcool.
[...] “Aqui é bom porque a casa é minha, não pago aluguel e está
perto do centro da cidade” (P. A.)
[...] “Muita gente aqui não gosta de trabalhar, satisfeito com o que
tem. A casa caindo, cobre a casa com lona preta. Assim o bairro
não melhora” (M J.).
[...] “Aqui tem violência porque tem desemprego. Não tem nada para
fazer faz o que não presta. ouviu o ditado; cabeça vazia é
morada do diabo” (J.S.).
Na FIGURA 22 identificamos que 80% dos moradores possuem quintal em
suas casas. Os 20% restantes não possuem quintais por motivos de construção.
Fonte: NAVES, A.R; (2008)
FIGURA 22 - Presença de quintais nas residências da comunidade Esperança
Nas visitas ao bairro, ao observar a construção das casas, vimos que todas
foram constituidas no modelo embrião. Cada morador foi ampliando de acordo com
as necessidades e condições financeiras para tal. Cada casa possui uma arquitetura
diferente. As que foram ampliadas não chegam a ser grandes, devido à dificuldade
50
financeira de terminar a construção. Com isso, sobrou espaço para o quintal. Nesse
espaço, verificamos que não havia plantio de árvores frutíferas nem mesmo horta
caseira.
As casas que não possuem quintais foram sendo ocupadas por construções
chamadas de meia água, construídas em espaço restrito; possuem, geralmente, três
cômodos: uma sala, cozinha e quarto conjugado com banheiro. Essas casas o
construídas para abrigar os filhos que se casam e não têm condições financeiras
para comprar um imóvel. São conhecidas, popularmente, como “puxadinhos”.
Na FIGURA 23 ao perguntar à comunidade a respeito da Multimistura,
verificamos que 86% das pessoas conhecem o complemento alimentar. Um grupo
menor de 14% não conhece a Multimistura: são aquelas famílias que possuem uma
condição melhor de vida e não tiveram a necessidade de recorrer a esse
complemento alimentar.
Fonte: NAVES, A.R; (2008)
FIGURA 23 - Informações sobre a Multimistura
As pessoas que conhecem a Multimistura reconhecem como um
complemento alimentar que, acrescentado às refeições diárias, visa melhorar a
saúde das crianças do bairro. Ao conversar com as mães que não utilizam o
complemento alimentar, disseram não conhecer o produto e não ter necessidade de
utilizá-lo.
51
4.2 O cuidado infantil nos contextos familiar e escolar no bairro Esperança
Esta abordagem surgiu das vivências com a comunidade do Bairro
Esperança, na instituição escolar Irmã Maria Apparecida Monteiro, por meio da qual
pudemos conviver com as famílias da comunidade e com os profissionais da
instituição escolar. A escola surgiu em 1990 após reivindicação da comunidade,
visando atender a demanda do bairro de crianças de 0 a 5 anos de idade, pois nas
mediações não há instituições públicas que atendem esta faixa etária.
Conhecer a realidade do trabalho pedagógico na instituição escolar não foi
difícil, pela vivência de alguns anos como professora da escola. A administradora
escolar nos acolheu com carinho, sabia das razões do nosso trabalho. As
entrevistas informais com a diretora, com os professores e com os demais
educadores, bem como a observação, foram estratégias que possibilitaram uma
análise abrangente da realidade pesquisada. No estudo, procurou-se conhecer o
significado do educar/cuidar na perspectiva da equipe da instituição escolar infantil
localizada no Bairro Esperança, que atende crianças da faixa etária de zero a cinco
anos de idade.
A escola citada neste estudo é uma referência local, pois o cuidado com os
alunos transpõe as barreiras do ensino formal. Isto significa que a equipe
pedagógica busca uma excelência no que tange o cuidar e educar infantil, mantendo
diálogos constantes com a família, ouvindo os alunos nas suas necessidades, sejam
elas educacionais, emocionais ou ainda materiais.
O lanche oferecido as crianças segue um cardápio diversificado que auxilia a
família do aluno na complementação alimentar, visto que em sua maioria não possui
alimentos adequados a nutrição infantil. Infelizmente existem casos de crianças que
tem na escola a sua única refeição diária.
A instituição escolar trabalha com ensino infantil e possui uma equipe
interdisciplinar; cada profissional desempenha a função que lhe é conferida. O
professor intervém nas orientações didáticas e nos cuidados alinhados com uma
concepção de criança e de educação. O educador faz parte da equipe escolar que
realiza a função de educar com o objetivo de desenvolver as potencialidades que o
aluno traz de suas vivências cotidianas. A função do diretor é buscar a realização
dos fins educativos que se desenrolam na escola.
52
Nas conversas diárias que tivemos com a diretora, perguntamos a ela a sua
concepção de educação infantil. Segundo a diretora,
[...] “O ato de educar/cuidar na esfera institucional na atualidade
exige habilidades que vão além da dimensão pedagógica. As
funções de educar/cuidar devem ser vistas de maneira integrada,
educar são situações de aprendizagens orientadas significativas com
conhecimentos variados que vem contribuir para o desenvolvimento
de cada criança. A metodologia utilizada na escola tem como base
princípios apresentados nas teorias do desenvolvimento para o
entendimento das formações das estruturas cognitivas das crianças
na fase infantil.” (V.G.).
A comunidade do bairro Esperança vive como outras comunidades pobres
das periferias das cidades brasileiras; as condições sociais impõem a essas famílias
níveis precários de moradia, de alimentação, de Educação e de saúde. As crianças
são as que mais padecem, principalmente nesse estágio de desenvolvimento físico,
cognitivo e emocional. As famílias não têm condições materiais, culturais ou
psicológicas para realizar o cuidado integral de que a criança precisa. A escola é
uma das instituições que podem realizar uma ação de cuidar das crianças e educa-
las, complementando a ação da família e, por isso, desempenha papel fundamental,
principalmente nas comunidades pobres.
Nesse contexto, a escola cumpre um papel relevante na sociedade: socializar
o conhecimento elaborado com uma educação de qualidade, no sentido de
potencializar as habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras das crianças com
profissionais que orientem sua prática no entendimento do desenvolvimento integral
das crianças.
Ao conversar com alguns professores, percebemos que, para eles, uma
relação direta entre cuidar e educar, quando se trabalha com crianças pequenas.
Elas possuem uma natureza que as caracteriza como seres que sentem e pensam o
mundo de maneira peculiar de brincar, de entender o mundo que o cerca e até
mesmo de lidar com os problemas que enfrenta.
Segundo Wallon (1999), a criança é um ser que necessita dos cuidados de
pessoas mais experientes; por meio das intervenções dos adultos, o
desenvolvimento e os processos psicológicos mais complexos começam a se
formar.
Segundo uma das professoras o cuidar/educar, significa:
53
[...) “O cuidar/educar estão integrados em se tratando de crianças
pequenas, é necessário a intervenção do adulto a todo momento.
Quando o professor trabalha as atividades em sala de aula está
educando e cuidando ao mesmo tempo. As atividades que exigem
que as crianças corram, pulem é preciso um olhar atento do
professor ou de outro profissional que esteja envolvido com as
crianças.” (I.C.)
A professora relata que as crianças, ao brincarem, repetem várias vezes a
mesma brincadeira; as meninas se organizam, pegam as bonecas, fantasiam,
assumindo papéis de adultos como professores, pais, mães e avós. As meninas
brincam de imitar a professora e as es; agem frente ao cotidiano, representando
uma cena típica vivenciada por elas. Os meninos gostam muito de brincar com
carrinhos e com espadas, imitando o Super-Homem.
Essas brincadeiras são reveladoras: muitas vezes, a criança, ao brincar,
consegue libertar-se dos medos e das angústias. Suas falas revelam os papéis dos
adultos. Suas interpretações mostram seu modo de ver o mundo e podem acionar
pensamentos para a resolução de problemas que lhes são importantes.
As brincadeiras que a escola e/ou a família proporciona às crianças passam a
ser um espaço de interação social e de construção do eu. O brinquedo é
considerado como uma fonte rica de possibilidades ao desenvolvimento infantil; por
meio dele, a criança aprende a utilizar materiais que servirão para representar a
realidade ausente, embora ainda não sejam capazes de imaginar objetos reais,
como forma de satisfazer seus desejos que o podem ser realizados (VYGOTSKY,
1991).
Ainda de acordo com o autor, as crianças necessitam de atenção e de carinho
e a interação com outras crianças é fundamental para o seu desenvolvimento e
crescimento global. A instituição escolar que atende o ensino infantil deve partir
daquilo que a criança traz consigo, ou seja, o conhecimento que adquiriu de seu
cotidiano, interessar-se sobre o que sente, o que ela sabe sobre a sua família.
Para alguns educadores o cuidado é tudo o que fazem com a criança
brincar, conversar, limpar, alimentar, proteger e educar. Para eles, o cuidar e o
educar têm um mesmo sentido de identificar suas necessidades e atendê-las de
forma adequada.
[...] “Quando você cuida com carinho, ouve o que eles tem a dizer,
você atenção, ao promover brincadeiras e jogos, material
54
pedagógico significativo, isso faz parte do desenvolvimento da
criança. Quando se trata do cuidado manter a criança limpa, brincar
com ela, acredito que faz parte do cuidado com ela. Não vejo muita
diferença entre cuidar e educar com crianças pequenas.”
(educadora).
As educadoras são profissionais que atuam junto ao professor, auxiliando nas
atividades propostas em sala de aula. Geralmente a sala comporta de 20 a 22
crianças em idade de dois, três, quatro e cinco anos de idade, conforme
recomendado pela Secretaria de Educação do Município. Em cada sala de aula,
um educador infantil, que contribui com o professor no sentido de propiciar um
atendimento com qualidade, segundo a diretora da instituição escolar.
Na FIGURA 24, pode-se observar a intervenção intencional do educador, que
deixa as crianças brincar com os colegas que elas mesmas escolhem.
Fonte: NAVES, A.R; setembro 2009
FIGURA 24-Crianças brincando na escola
Em cada mesa, sentam-se quatro crianças para interagir. A instituição
escolar, segundo a educadora que atende o ensino infantil de três anos do período
integral, parte do princípio de que se deve oferecer um ambiente rico de
possibilidades que a criança não possui esses recursos pedagógicos em sua
casa; a escola é o locus da criança para aprender brincando, na construção do seu
eu. Nas brincadeiras, segundo a educadora, as meninas e os meninos gostam muito
de brincar do faz de conta, apenas um brinquedo pode ser motivo de brincadeira que
extrapola o horário predeterminado.
As crianças têm, em média, três anos de idade; a maioria mora no próprio
bairro e fica em período integral na escola. Existe uma estrutura montada para
55
atender a essas crianças, no sentido de possibilitar-lhes uma qualidade de vida
melhor. As educadoras promovem recreações intercaladas entre as refeições, o
sono e as atividades pedagógicas como ouvir histórias, assistir filmes, trabalhos
manuais. Segundo Vygotsky (1991), a criança, ao longo do seu crescimento, recebe
influências no contexto escolar, da família, no jeito de falar, de vestir, de se
comunicar. Aos poucos, ela assimila a cultura a partir das intervenções constantes
do adulto e de crianças maiores, mais experientes. Nesse sentido, a escola e a
família exerce uma função essencial para o aprendizado e desenvolvimento da
criança principalmente na fase infantil que elas assimilarão os valores sociais.
No decorrer da pesquisa houve uma melhora no desenvolvimento escolar das
crianças envolvidas no projeto, isto foi identificado por meio de diálogos com as
professoras sobre o rendimento em sala de aula. Nestes relatos foi verificado que as
crianças estavam mais ativas e participantes, visto que anteriormente ao projeto as
crianças apresentavam-se apáticas e com baixo rendimento escolar.
4.3 A concepção das mães da comunidade Esperança sobre cuidar/educar
A infância foi um assunto amplamente debatido na década de 80, culminando
com a aprovação da Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente e, antes, pela Constituição Federal de 1988
que indicava a necessidade de políticas, programas visando promover a
valorização e o bem-estar da criança, assegurando todos os direitos fundamentais
da pessoa humana, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, em seu Art. 4º determina:
“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à Educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.” (ECA,
1990).
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ressalta que a primeira
etapa da educação sica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criaa
de zero até seis anos de idade, em seus aspectos sicos, psicológicos, intelectuais e
sociais, complementando assim, a ão da família e da comunidade (BRASIL / MEC,
1996).
56
A família é a primeira referência com que a criança interage no início da vida;
essa interação ocorre por meio das interações sociais, do amor, da atenção, da
saúde, da alimentação, da educação. É por meio delas que a criança desenvolve
todas as habilidades necessárias para a sua sobrevivência. A criança tem uma
forma própria e ativa de raciocinar e de aprender (PIAGET, 1978).
De acordo com esse autor, buscamos compreender a prática em torno do
cuidar e educar sob a ótica das mães dessa comunidade. Nas visitas diárias ao
bairro, buscamos observar para compreender a prática das mães em torno do
cuidado dos filhos. Foi preciso ter um olhar atento para a cultura de cada família,
como se alimenta, de que forma a mãe cuida do filho na diversidade de suas
experiências de vida. As atitudes, os gestos, a maneira de cuidar, o modo de falar,
os modelos do cuidar advêm do contexto sociocultural em que um grupo de pessoas
está inserido.
As famílias foram visitadas e revisitadas diariamente, para a observação das
condições socioeconômicas e culturais para uma primeira compreensão da prática
da mãe como cuidadora do filho. Com o consentimento de cada uma dessas
famílias, tivemos a possibilidade de adentrar e nos sentimos mais à vontade para
partilhar de suas vidas. Nas idas ao bairro, pudemos constatar experiências ricas de
significados no interior das casas, na rua, na escola, sobre as aprendizagens
culturais das crianças em relação ao seu grupo cultural.
A observação foi relevante para conhecer a prática das mães, como
cuidadoras de seus filhos no dia a dia. Cada família possui sua característica de ser
e de viver, que se constituiu num vasto campo e rico de possibilidades de
aprendizagem com a diferença e também aprender com elas sobre seus valores e
crenças. Para algumas das mães, o ato de cuidar é um processo normal da vida é
conversar, brincar, limpar, levar para a escola tudo isso faz parte da vida de uma
família segundo a mãe.
[...] “Eu cuido do meu filho bem. Ele é obediente na escola, me ajuda
nas tarefas de casa, mando ele limpinho e arrumadinho para a
escola. Eu não brinco com ele, porque perde o respeito de mãe para
filho.” (J. M).
A tradição cultural de algumas das famílias pesquisadas diz que não é bom
brincar com o filho, porque ele perde o respeito pelos pais. Observamos uma avó
que cuida de um dos netos num período do dia, mostra-se ríspida a qualquer gesto
57
que o neto venha ter. A fala da avó denota uma educação com resquícios
conservadores, os valores de uma Educação tradicional que recebeu da família
geram conflitos com a geração atual.
[...] “Este menino é muito custoso, não senta hora nenhuma. Não fica
como a gente, quer pular, subir no sofá, pula o dia inteiro. Na
minha época as crianças eram bem calmas, não dou conta mais de
cuidar porque eles estão muito agitados.” (C.M).
De acordo com Piaget (1978), a criança precisa de movimentos para se
desenvolver, deve interagir com o mundo que a cerca; as noções de espaço e tempo
são construídas pela ação. A fase que o autor chama de estágio pré-operacional é
aquela em que a criança tem sua percepção global, não discrimina detalhes. Nessa
fase, esse e outros fatores ligados ao meio social podem levar a um sério
comprometimento da qualidade de vida das crianças pobres, alterando o seu
desenvolvimento infantil.
Segundo uma das avós, a creche local não atende a toda a demanda do
bairro, em relação às crianças. A administradora da creche relatou que existe uma
lista de espera e, muitas vezes, as famílias aguardam de dois a três anos para que o
filho tenha acesso ao atendimento da creche.
A creche atende crianças de zero a três anos, depois desta idade elas vão
para a escola municipal localizada também no bairro Esperança que atende crianças
de três a cinco anos de idade. Após este período as crianças vão para o ensino
fundamental, a partir daí elas precisam procurar uma escola fora do bairro porque a
instituição escolar local não atende a demanda de alunos para esta faixa etária.
Existe uma necessidade de ampliação das vagas na creche e na escola local,
para atender às crianças de menor idade do bairro. O contexto social em que essas
crianças vivem, com vulnerável poder aquisitivo da família, o acesso restrito a
brinquedos, a espaço físico, a uma alimentação equilibrada fazem com que o
desenvolvimento da criança seja prejudicado. A escola passa ser um local
privilegiado para a comunidade, porque nesse espaço, a criança se alimenta e
recebe estímulos necessários que ela não possui em casa.
4.4 Características socioeconômicas das famílias
A análise das condições socioeconômicas vem mostrar que as famílias
pesquisadas estão expostas à vulnerabilidade social. A maioria das mães cuida dos
58
filhos sem o apoio paterno. Nos relatos das mães, a maioria dos maridos as
abandonou fatores entre eles, o alcoolismo e o desemprego.
No caso das mães que trabalham fora de casa, as crianças menores são
cuidadas pelos irmãos mais velhos ou pelas avós e um grupo dessas crianças vão
para a instituição escolar e creche local. As mulheres de 30 a 39 anos casaram-se
cedo, tornaram-se avós jovens, ajudam as filhas a cuidar dos netos. casos em
que moram juntos numa mesma residência; os avós se tornam os provedores da
economia da família com o pouco rendimento da aposentadoria que recebem.
Algumas casas de avós abrigam de dez a quinze pessoas, numa residência
geralmente pequena, sem espaço físico adequado para as crianças brincarem.
Todos dormem amontoados em ambientes insalubres e, com isso, as crianças
adoecem mais facilmente, pela falta das condições necessárias para a manutenção
da saúde da família. Numa conversa que tivemos com o avô de uma das famílias,
ele disse:
[...] “É difícil morar assim, os meus filhos e noras estão
desempregados. Não tem a Bolsa Família, está faltando a
documentação certa. Nós ajudamos conforme a gente ganha e pode”
(S.M.).
O fato de as mulheres viverem sem o apoio dos maridos faz com que a vida
se torne difícil, trazendo consequências, como o abandono dos estudos, a
dificuldade de conseguir emprego, além de reduzir o poder aquisitivo da família. A
mãe desempregada sente-se forçada a usar o salário dos pais para comprar as
coisas de que os filhos necessitam.
Outro fator que ainda repercute na vida dessas famílias é o gasto com
medicamentos que os avós consomem diariamente para melhorar os sintomas de
dores das doenças crônicas degenerativas e ou outras (doenças) que acometem a
pessoa idosa.
Nos relatos da maioria das es, elas reivindicam o acesso à saúde para
seus filhos menores. O atendimento do posto de saúde que fica próximo ao bairro
não atende às necessidades da população, porque também atende outros bairros
adjacentes. Não uma política pública no sentido de orientar as mães jovens nos
exames do pré-natal. Muitas vezes, a mãe também não procura atendimento médico
59
por desinformação, achando que está bem de saúde.
O atendimento do posto de saúde que atende o bairro Esperança é deficitário
segundo as mães pesquisadas. Para conseguir uma consulta especializada é
preciso esperar um mês. O atendimento na Unidade de Atendimento Integrado (UAI)
mais próxima ao bairro deve ter o encaminhamento do posto de saúde. Segundo as
mães a doença não espera. Quando ocorre bronquite, asma e outras doenças, as
mães cuidam em casa, fazendo a automedicação, por não conseguirem uma
consulta médica imediata.
Verifica-se que as famílias do bairro trabalham como catadoras de materiais
reciclados. Segundo essas mães, o dinheiro que ganham na venda desses materiais
vem contribuir nas despesas da casa. Os fatores agravantes como o desemprego e
a baixa escolaridade fazem com que elas enfrentem a dificuldade de adentrar o
mercado de trabalho formal. A renda dessas famílias não ultrapassa um salário
mínimo. Nos relatos dessas mulheres, verifica-se uma expectativa de uma vida
melhor de trabalhar numa fábrica ou indústria, para receber os direitos do
trabalhador como a carteira assinada, férias, 13º salário, etc.
Eu preciso trabalhar e ganhar mais, apanhar material reciclado não
está dando dinheiro, eles pagam pouco” (A. S.).
“Queria trabalhar em consultório dentário como recepcionista. É
muito melhor que catar garrafas Pet” (P. S.).
“A minha família toda procurando emprego, mas não acha de jeito
nenhum” (J.S).
“Aqui em casa mora quatro famílias, todas tem crianças pequenas, a
gente não conseguiu o Bolsa Familia porque faltando
documentação que a PMU está pedindo” (S. A.)
“Trabalhei por vários anos de doméstica, agora estou
desempregada” (M. A.)
“Hoje está complicado arrumar emprego, eles pedem o curriculum,
como a gente não tem estudo não tem jeito” (P. A.).
“Eu não tenho estudo, eu trabalho na igreja ganho cesta básica e
roupas para os meus filhos” ( L. S.).
“Aqui neste bairro o que domina é o egoísmo, cada um na sua, olho
por olho, dente por dente” (L. P.).
“Eu vim do Nordeste, tenho cinco filhos, mas só veio comigo o menor
deles. Vim a procura de emprego, até agora não consegui nada” (C.
M.).
“As firmas não querem pessoas sem estudo.Tem que saber ler e
contar para conseguir um emprego melhor do que catar material
reciclado” (P. A.).
60
“Eu moro neste bairro porque não tem outro lugar para ir morar.É
preciso um Posto Policial para acabar com alguns problemas que
tem aqui” (R. A.).
Essa comunidade retrata bem a realidade de milhares de pessoas que não
contam com políticas públicas para o enfrentamento da situação da violência, do
desemprego que no interior do bairro. Elas se queixam da dificuldade de
conseguir um emprego melhor com carteira assinada. Um número expressivo das
famílias pesquisadas dessa comunidade vive algum tipo de privação dos bens
essenciais à vida: a baixa escolaridade, a pobreza, o desemprego, moradias
precárias, uma série de fatores são condicionantes de exclusão dos bens
necessários a uma vida com qualidade.
Apenas um grupo minoritário não precisa trabalhar fora de casa, porque
contam com o salário de seus maridos. Sentem-se satisfeitas em cuidar da casa e
dos filhos. Esse grupo de mães possui um nível socioeconômico baixo, mas não
paga aluguel, tem uma qualidade de vida melhor do que as outras mães que pagam
aluguel e precisam deixar seus filhos aos cuidados da creche e ou de terceiros.
De acordo com a pesquisa as mães dessa comunidade tiveram acesso ao
ensino fundamental, nenhuma conseguiu concluir o Ensino Médio, pelas dificuldades
encontradas na trajetória de suas vidas. Vários fatores, como as condições
financeiras, contribuíram para que essas mulheres tivessem poucas oportunidades
de avançar nos estudos, ou mesmo chegar ao ingresso no Ensino Superior. Nas
conversas que tivemos com elas, relataram que deixaram de estudar por vários
motivos; na maioria das vezes, por gravidez na adolescência.
Pelos relatos de algumas dessas famílias, sua origem foi a zona rural. Ao
migrarem por vários estados do país, não conseguiram emprego para suprir as
necessidades de sua família e, com isso, foram procurar a periferia da cidade para
morar. Com as idas e vindas de um lugar para o outro, tiveram influências negativas
de empobrecimento da falta de uma perspectiva de uma vida melhor.
[...] “Procurei a cidade porque emprego, a zona rural não tem
mais. Para morar na zona rural hoje é preciso ter um pedaço de
terra, senão a gente passa fome. Tudo que se planta tem que dividir
com o patrão, disse um pai de família.” (C.S.)
Segundo Santos (1996), a cidade promove o bem-estar daqueles que podem
61
usufruir do que a cidade pode oferecer de melhor, mas pode dificultar o bem-estar
da população pobre, quando essa mesma cidade não possui uma estrutura
adequada para garantir o bem-estar dos cidadãos; o processo culmina com o
empobrecimento e o desânimo diante da vida.
Quando buscamos resgatar as histórias dessas famílias, vimos que quase todas
passaram porrias circunstâncias de pobreza que afetaram a sua qualidade de vida. A
maioria delas relata histórias de desemprego, de migrações, de alcoolismo e de uso de
entorpecentes e consequentes desentendimentos conjugais. Foi nesses ambientes que
essas mães nasceram e passaram seus primeiros anos de vida.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) surgiu para dar proteção à
criança e ao jovem por meio de amparo legal, a fim de que toda criança e
adolescente tenha direito a sua infância, a educação, a moradia, etc. As políticas
públicas têm uma enorme contribuição a dar aos jovens que vieram de lares
desestruturados, cujos pais são alcoólatras e vivem em situação de risco desde
muito novos.
A instituição escolar e a creche do bairro Esperança têm procurado propiciar o
melhor atendimento infantil para as crianças menores de cinco anos de idade. A
escola local promove um ambiente pedagógico que possa contribuir com o
desenvolvimento global das crianças visando a ajudar os jovens a se tornarem mais
críticos diante da realidade pobre em que vivem.
O que se tem verificado, no interior da escola é que o trabalho pedagógico,
por si só, não basta: é preciso buscar um conjunto de ações que dêem conta da
problemática de trabalhar com famílias pobres. A instituição escolar e a creche local,
não contam com profissionais especializados como psicólogos e assistentes sociais
que possam contribuir para ajudar as famílias que enfrentam problemas graves
como o alcoolismo, a violência, os abusos, os maus tratos, a baixa autoestima, a
precariedade de moradia e as doenças advindas da pobreza.
“A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de
idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade.” (ECA ,1990).
As mães relatam as dificuldades enfrentadas pela falta de emprego e de
saúde da maioria de homens e mulheres que vivem na comunidade. A precariedade
62
das condições econômicas compromete a vida, principalmente, das crianças com
(doenças) como a desnutrição, as anemias e a diarreia, que as acometem e
prejudicam o seu desenvolvimento.
O Estatuto da Criança e Adolescente (1990) deixa claro, quando ressalta que
cabe à escola complementar a ação da família no desenvolvimento da criança na
sua totalidade, potencializando seu desenvolvimento integral. Dessa forma, cabe à
educação Infantil um entendimento acerca de propostas pedagógicas, no sentido de
se constituir como unidade educacional interdisciplinar em que as teorias e os
saberes possam sustentar a prática pedagógica de qualidade a todos.
4.5 Desenvolvimento infantil: Altura/Peso
Segundo Ministério da Saúde (2001), tem feito estudos com países
desenvolvidos e também em países em desenvolvimento como o Brasil, onde foi
realizada uma pesquisa de comparação da altura das crianças de cinco anos de
idade.
Em relação aos países desenvolvidos e em desenvolvimento o resultado foi o
mesmo, identificou-se a importância do acesso aos bens materiais e culturais para a
criança desenvolver dentro do seu potencial de desenvolvimento normal. É
considerado como um dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão de
sua estreita dependência de fatores ambientais, tais como alimentação, cuidados
gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico, acesso aos
serviços de saúde, que relflete nas condições de vida da criança, no passado e no
presente.
Na FIGURA 25 mostra o desenvolvimento de uma criança quando bem
estimulada por fatores externos possibilitando a ela desenvolver dentro do seu
potencial genético. Exemplificando o caso do Brasil, onde foram realizados estudos
em crianças do meio urbano e do meio rural do Nordeste e São Paulo, onde
chegaram a conclusão que as com nivel socioeconômico alto desenvolveram com
um crescimento acima das que não possuem as mesmas condições para um
desenvolvimento infantil normal.
63
Fonte: Martoreli, R. et al.. Small stature in developing nations: its causes and
implications. in Margen,S.; Ogar (ed.) Progress in human natrition. Estport; A VI Publ.,
1978 e IBGE, ENDEF, 1974-75.
FIGURA 25- Altura média de meninos de cinco anos de idade de países
desenvolvidos e de extratos socioeconômicos altos e baixos de países em
desenvolvimento
Diante do exposto, órgãos como o Ministério da Saúde e a Pastoral da
Criança promoveram políticas públicas de atendimento às famílias pobres com
imunizações, aleitamento materno, acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento da criança, incluindo a abordagem psíquica. Essas ações têm
demonstrado e contribuido para a melhoria da saúde das famílias brasileiras.
Segundo esses órgãos gestores de políticas públicas, o desenvolvimento e o
crescimento de uma população infantil devem ser considerados com
responsabilidade para a garantia de um desempenho psíquico, social e biológico
saudável.
Sabe-se que a altura/peso de criança ao nascer é um indicador relevante, não
somente do estado nutricional, mas das condições de vida e saúde a que a mãe
está submetida.
Os estudos tem demonstrado que, déficits de crescimento linear que ocorram
até os dois anos de idade são passíveis de recuperação total, desde que a criança
seja atendida nas suas necessidades de alimentação, saúde, educação, moradia
adequada, entre outros. O controle das infecções, ou seja, uma vacinação adequada
e o aleitamento materno são essenciais para o crescimento adequado, a fim de
evitar a ocorrências constantes das doenças infantis.
64
De um modo geral, considera-se o crescimento como aumento do tamanho
corporal e, portanto, ele cessa com o rmino do aumento em altura (crescimento
linear). De um modo mais amplo, pode-se dizer que o crescimento do ser humano é
um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da vida,
considerando- se os fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e órgãos.
É importante ressaltar que a criança é um ser frágil dependente e vulnerável em
relão ao ambiente que o cerca. Isso faz com que condições favoráveis ao
crescimento, não apenas dos recursos materiais e institucionais com que a criança
pode contar (alimentação, moradia, saneamento, serviços de saúde, creches e pré-
escolas), mas também dos cuidados gerais, como o tempo, a atenção, o afeto que a
e, a família e a sociedade como um todo lhe dedicam.Tempo, ateão e afeto
definem a qualidade do cuidado infantil e quando isso é propiciado à criança, permite a
otimização dos recursos materiais e institucionais de que a criança dispõe.
É de se considerar que uma família tem uma função importante no cuidado
infantil, as determinadas maneiras culturais de como cada uma delas se relaciona
com seus filhos e com aqueles que a cuidam e como é inserida no contexto das
fantasias e crenças de sua família e dos acontecimentos do dia do dia familiar, pode
ter influências positivas e ou negativas na criança.
É fundamental escutar a queixa dos pais e levar em consideração a história
familiar no contexto de um propósito contínuo de acompanhamento do crescimento
e desenvolvimento de uma criança. Assim será possível formar-se um quadro
completo do crescimento e desenvolvimento da criança e da real necessidade de
intervenção.
Na TABELA 4, consta o peso/estatura ao nascer e até a idade de cinco anos
para crianças com crescimento e desenvolvimento normais para ambos os gêneros.
Existem fatores considerados fundamentais para o bom desenvolvimento e para o
crescimento de uma criança: peso e o comprimento ao nascer, alimentação em
qualidade e quantidade suficientes, cuidados de saúde, vacinação, moradia digna,
estimulação psicomotora e relações afetivas, que a família proporciona a criança.
Todos esses fatores refletem as condições gerais de vida e do meio em que a
criança está inserida.
Peso/altura
utilizando
Fonte: WHO
Multicentre Growth Reference Study Group
TABELA 4
utilizando
como padrão OMS (2006)
para ambos os gêneros
Multicentre Growth Reference Study Group
.OMS (2006)
65
para ambos os gêneros
66
As vinte e três crianças envolvidas na pesquisa foram acompanhadas durante
dois anos, com medidas antropométricas realizadas mensalmente, o que permitiu
uma avaliação aproximada da realidade pesquisada. Abaixo analisaremos por meio
de figuras e tabelas altura/peso de cada uma destas crianças, que nos possibilitou
avaliar o desenvolvimento infantil por meio de um novo conceito de alimentação e de
mudanças de hábitos e atitudes das famílias, para melhoria da sua qualidade de
vida.
Nas figuras podemos identificar por meio de gráficos a evolução dos quadros
de altura e peso, de acordo com as medidas indicadas pela a Organização Mundial
da Saúde (2006). Nas tabelas, fez-se uma relação entre crescimento e
desenvolvimento, realizadas mês a mês durante as pesagens, para assim
relacionar as medidas antropométricas.
A criança 1 é uma menina que nasceu em 18/03/08 com o peso de 2800g e
teve o comprimento ao nascer 51 cm, estatura compatível com um desenvolvimento
intrauterino normal. Em uma das pesagens, apresentou baixa estatura, nas
avaliações subsequentes apresentou um crescimento adequado, como demonstra
FIGURA 26 a seguir:
Figura 26 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 1
Essa criança nasceu com o peso normal de acordo com o biotipo da mãe. Nas
avaliões mensais apresentou o aumento esperado de peso como demonstra a
FIGURA 27 a seguir:
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)Altura (cm)
67
Figura 27 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 1
Ao fazer uma análise na relação peso/altura dessa criança, é possível concluir
a criança encontrava-se dentro da faixa normal do desenvolvimento infantil (cf.
TABELA 5).
TABELA 5
Curva de crescimento infantil – altura/peso (kg) da criança 1
A criança 2 é um menino que nasceu em 19/09/08, o peso ao nascer foi de
3500g e teve o comprimento de 53 cm. Apresentou estatura compatível com um
desenvolvimento intrauterino normal. Durante as avaliações mensais, apresentou
excelente padrão de crescimento. Na última avaliação, encontrava-se próximo à
faixa superior de normalidade para o desenvolvimento estatural, como demostra a
FIGURA 28 a seguir:
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 51 cm 2,80 kg
1/12 52 cm 3,40 kg
2/12 53 cm 4,50 kg
3/12 5,95 kg
4/12
5/12 58 cm 7,00 kg
6/12 7,00 kg
7/12 64 cm 7,05 kg
8/12 65 cm 7,50 kg
9/12
10/12 7,75 kg
11/12 68 cm 7,70 kg
1
1 1/12
1 2/12 72 cm 8,00 kg
1 3/12 8,10 kg
1 4/12
68
Figura 28 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 2
Em relação ao peso corporal, a criança 2, teve peso compatível com o
desenvolvimento intrauterino normal. Durante as avaliações, persistiu com o bom
desenvolvimento de peso. Nas últimas avaliações, encontrava-se dentro da faixa de
desenvolvimento normal, como demonstra a FIGURA 29 a seguir:
Figura 29 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 2
Ao fazer uma análise em relação ao peso/altura, é possível interpretar que a
criança 2 apresenta um excelente desenvolvimento dentro da faixa etária em que se
encontra (cf. TABELA 6).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
69
TABELA 6
Curva de crescimento infantil -altura/peso (kg) da criança 2
A criança 3 é uma menina que nasceu em 21/12/09, com peso de 2690g e
teve o comprimento ao nascer de 47 cm. Embora somente duas avaliações tenham
sido realizadas após o nascimento, é possível observar uma manutenção de
desenvolvimento normal. Na última avaliação, manteve-se dentro faixa de
normalidade, como demostra a FIGURA 30 a seguir:
Figura 30 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 3
Em relação ao peso corporal, a criança 3 apresentou ao nascimento
peso mínimo de 2690g dentro da normalidade. Nas pesagens realizadas
durante o acompanhamento, foi verificado uma tendência acima do peso
corporal. Na última pesagem apresentou aumento progressivo do peso,
como demostra a FIGURA 31 a seguir:
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 53 cm 3,50 kg
1/12 55 cm 5,25 kg
2/12 59 cm 5,50 kg
3/12 62 cm 6,15 kg
4/12 65 cm 6,87 kg
5/12
6/12 67 cm 7,78 kg
7/12
8/12 72 cm 8,35 kg
9/12 73 cm 8,55 kg
10/12 75 cm 8,90 kg
11/12 9,25 kg
1
1 1/12
1 2/12
1 3/12 82 cm 10,60 kg
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
70
Figura 31 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 3
Ao fazer uma análise de peso/altura dessa criança, embora vários
fatores possam influenciar seu desenvolvimento, observamos uma situação
preocupante compatível com tendência para a obesidade ou edema
associado com a uma desnutrição protéico-energética (cf. TABELA 7).
TABELA 7
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 3
A criança 4 é um menino que nasceu em 27/02/08, o peso foi de 3630g
e o comprimento ao nascer foi de 47 cm. Nas últimas avaliações, apresentou
um quadro normal, e o seu desenvolvimento está dentro dos padrões da
Organização Mundial da Saúde (2006), como demostrado mediante
apresentação da FIGURA 32 a seguir:
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 47 cm 2,69 kg
1/12 3,60 kg
2/12 4,90 kg
3/12 5,90 kg
4/12
5/12
6/12 64 cm 8,30 kg
7/12 65 cm 9,00 kg
71
Figura 32 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 4
Ao nascer, essa criança tinha peso excelente. Com a ausência de
avaliação nos meses seguintes, verificou-se um aumento de peso que
esteve na faixa superior do normal. Nos meses subsequentes, apresentou
um quadro de diminuição de peso, voltando para a faixa de normalidade de
desenvolvimento, como demostra a FIGURA 33 a seguir:
Figura 33 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 4
Ao fazer uma análise de peso/altura dessa criança, observamos uma
situação estável, visto que seu desenvolvimento está dentro da faixa de
segurança de desenvolvimento normal. (cf. TABELA 8).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
72
TABELA 8
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 4
A criança 5 é uma menina que nasceu em 15/05/08. Teve peso ao
nascer de 3250g, o comprimento de 47 cm. Nasceu com altura dentro da
normalidade. Nas últimas avaliações, apresentou um bom padrão de
desempenho, chegando à curva ideal de crescimento, como demostra a
FIGURA 34 a seguir:
Figura 34- Curva de crescimento infantil - Altura da criança 5
Vários fatores podem ter interferido no peso dessa criança, a falta de
uma alimentação adequada ou mesmo inchada. Nos últimos meses,
apresentou diminuição de peso, chegando à faixa de desenvolvimento ideal,
como demostra a FIGURA 35 a seguir:
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 47 cm 3,63 kg 1 9/12 82 cm 12,40 kg
1/12 1 10/12 82 cm 12,50 kg
2/12 1 11/12
3/12 2
4/12 2 1/12
5/12 2 2/12
6/12 2 3/12
7/12 2 4/12
8/12 2 5/12
9/12 2 6/12
10/12 2 7/12
11/12 11,25 kg 2 8/12
1 10,50 kg 2 9/12
1 1/12 75 cm 2 10/12
1 2/12 2 11/12
1 3/12 3
1 4/12 3 1/12
1 5/12 3 2/12
1 6/12 12,10 kg 3 3/12
1 7/12 3 4/12
1 8/12 82 cm 12,50 kg 3 5/12
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
73
Figura 35 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 5
A altura/peso dessa criança atualmente, apresenta dentro da
normalidade do desenvolvimento infantil. (cf. TABELA 9).
TABELA 9
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 5
A criança 6 é um menino que nasceu em 01/04/08, teve peso ao nascer de
2870g e com comprimento de 47 cm. Ao analisar a altura dessa criança, verifica-se
que ela nasceu com desenvolvimento mínimo intrauterino da mãe. Nota-se que nas
últimas medições a criança não cresceu adequadamente, como demostra a FIGURA
36 a seguir:
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 47 cm 3,25 kg
1/12
2/12
3/12
4/12
5/12
6/12 8,50 kg
7/12
8/12
9/12 9,00 kg
10/12
11/12
1
1 1/12 75 cm 9,50 kg
1 2/12
1 3/12
1 4/12 79 cm 9,55 kg
1 5/12
1 6/12
1 7/12 80 cm 9,50 kg
74
Figura 36 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 6
Em relação ao peso, nas primeiras avaliações a criança esteve com baixo
peso. Nas avaliações iniciais melhorou o seu peso chegando a faixa de normalidade.
Atualmente está com peso adequado à faixa etária para um desenvolvimento bom,
como demonstra a FIGURA 37 a seguir:
Figura 37- Curva de crescimento infantil - Peso da criança 6
A altura dessa criança atualmente, apresenta abaixo da normalidade,
o seu peso está dentro da normalidade do desenvolvimento infantil
(cf.
TABELA 10).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
75
TABELA 10
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 6
A criança 7 é uma menina que nasceu em 20/03/08 e teve indicador de peso
de 3100g. O comprimento ao nascer foi de 50 cm. Ao analisar essa criança, a altura
se encontra acima da faixa normal de crescimento. Nas últimas avaliações,
apresentou o mesmo quadro de crescimento como demostra a FIGURA 38 a seguir:
Figura 38 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 7
Em relação ao peso, apresentou indicador ideal. Nas avaliações a criança
apresentou um desenvolvimento normal do peso. Com isso, pode-se constatar que
houve uma melhora em seu estado de saúde, pois melhorou seu estado nutricional.
Aos dezoito meses, obteve uma melhora significativa no seu estado de saúde, como
demostra a FIGURA 39.
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 47 cm 2,87 kg
1/12 50 cm 3,55 kg
2/12 53 cm 4,00 kg
3/12
4/12 59 cm 5,90 kg
5/12
6/12 64 cm 6,40 kg
7/12 66 cm 7,00 kg
8/12
9/12
10/12
11/12 7,60 kg
1 7,70 kg
1 1/12
1 2/12 70 cm 8,40 kg
1 3/12 9,50 kg
1 4/12
1 5/12
1 6/12 71 cm 9,90 kg
1 7/12
1 8/12 74 cm 10,00 kg
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
76
Figura 39 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 7
Ao fazer uma análise de peso/altura dessa criança, observamos uma situação
em que o crescimento pode ser levado em conta como bom indicador de saúde. No
caso dessa criança pode ser genética, podemos verificar abaixo: (cf. TABELA 11).
TABELA 11
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 7
A criança 8 é um menino, nasceu em 23/10/07 com peso de 2800g e teve o
comprimento ao nascer de 45 cm. Essa criança não foi medida ao longo do ano,
ficando uma lacuna quanto ao seu crescimento, como demostra a FIGURA 40.
0
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0
3/12
6/12
9/12
1
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1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 50 cm 3,10 kg
1/12
2/12
3/12
4/12
5/12
6/12
7/12
8/12
9/12
10/12
11/12 7,25 kg
1 7,30 kg
1 1/12 8,10 kg
1 2/12
1 3/12
1 4/12
1 5/12
1 6/12
1 7/12 98 cm 9,00 kg
1 8/12 98 cm 10,00 kg
77
Figura 40 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 8
Em relação ao peso corporal, nasceu de acordo com o recomendado pela
OMS (2006). Durante as avaliações apresentou-se abaixo do peso voltando em
seguida a normalidade. Nas últimas avaliações, encontrava-se na faixa normal,
como demostra a FIGURA 41 a seguir:
Figura 41 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 8
Ao fazer uma análise de peso/altura dessa criança, podemos interpretar que
apresentou um desenvolvimento normal. Ao fazer uma análise na relação altura, é
possível concluir que a criança nasceu pequena. A explicação pode ser
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
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1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
78
constitucional, os pais sejam de estatura baixa, como também a desnutrição da e
pode alterar o desenvolvimento fetal. (cf. TABELA 12).
TABELA 12
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 8
A criança 9 é uma menina que nasceu em 06/04/07, teve o peso ao nascer de
3900g e o comprimento de 49 cm. De acordo com a tabela da normalidade de altura
está compatível com o desenvolvimento intrauterino da mãe.Desde o início até as
últimas avaliações apresentou um desenvolvimento normal de altura porque
manteve na faixa de crescimento ideal, como demostra a FIGURA 42 a seguir:
Figura 42 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 9
Esta criança nasceu com peso ideal de acordo com a tabela de normalidade.
Durante as avaliações, manteve dentro do peso normal. Houve oscilações durante
as pesagens mensais. Nas últimas avaliações, a criança encontrava-se na faixa de
desenvolvimento normal, como demostra a FIGURA 43 a seguir:
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 45 cm 2,80 kg
1/12
2/12
3/12
4/12
5/12
6/12 6,75 kg
7/12 7,05 kg
8/12 7,30 kg
9/12
10/12 7,70 kg
11/12
1 7,55 kg
1 1/12 8,20 kg
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
79
.
Figura 43 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 9
Ao fazer uma análise de peso/altura dessa criança, podemos interpretar que
ela apresenta um bom desenvolvimento. A explicação pode ser constitucional, que
os pais sejam altos. (cf. TABELA 13).
TABELA 13
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 9
A criança 10 é uma menina que nasceu em 17/07/07, com peso de 2800g e
comprimento de 50 cm. Nasceu com altura ideal. Na penúltima avaliação,
apresentou altura dentro da normalidade, sendo que na última avaliação teve um
crescimento ideal, como demostra a FIGURA 44 a seguir:
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 49 cm 3,90 kg 1 9/12 11,30 kg
1/12 55 cm 4,60 kg 1 10/12
2/12 58 cm 5,30 kg 1 11/12
3/12 60 cm 5,80 kg 2
4/12 62 cm 6,20 kg 2 1/12
5/12 65 cm 6,65 kg 2 2/12
6/12 68 cm 7,10 kg 2 3/12 12,30 kg
7/12 2 4/12 13,30 kg
8/12 7,70 kg 2 5/12
9/12 2 6/12 88 cm
10/12 2 7/12
11/12 75 cm 2 8/12 96 cm 12,80 kg
1 2 9/12
1 1/12 8,95 kg 2 10/12
1 2/12 76 cm 9,40 kg 2 11/12
1 3/12 10,60 kg 3
1 4/12 10,55 kg 3 1/12
1 5/12 3 2/12
1 6/12 3 3/12
1 7/12 3 4/12
1 8/12 11,40 kg 3 5/12
80
.
Figura 44 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 10
Nasceu com peso corporal mínimo. Nota-se nas avaliações um excesso de
peso para a faixa etária dessa criança. Na última pesagem, houve um salto
qualitativo no estado da saúde infantil, entrando para a faixa de desenvolvimento
normal, como demostra a FIGURA 45 a seguir:
Figura 45 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 10
Ao fazer uma análise de peso/altura dessa criança, podemos interpretar que,
atualmente, apresenta um bom desenvolvimento. O excesso de peso, pode ser
devido a desnutrição e ou inchaço (edema) (cf. TABELA 14).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
81
TABELA 14
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 10
A criança 11 é uma menina que nasceu em 17/08/07 com 3500g, teve o
comprimento de 49 cm. Ao analisar a altura dessa criança, pode-se verificar que ela
nasceu dentro do desenvolvimento intrauterino da mãe. Nas últimas medições,
houve um crescimento significativo, demonstra que sua estatura está de acordo com
a faixa ideal de crescimento, como demostra a FIGURA 46 a seguir:
.
Figura 46 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 11
O peso ao nascer está dentro da curva de desenvolvimento ideal. Nos meses
subsequentes, apresentou o mesmo desempenho dentro da faixa de peso normal de
desenvolvimento ideal, como demostra a FIGURA 47:
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 50 cm 2,80 kg 1 9/12
1/12 1 10/12
2/12 1 11/12
3/12 2
4/12 2 1/12
5/12 2 2/12
6/12 2 3/12
7/12 2 4/12
8/12 2 5/12 87 cm 12,00 kg
9/12 2 6/12
10/12 2 7/12
11/12 2 8/12
1 13,30 kg 2 9/12
1 1/12 2 10/12
1 2/12 2 11/12
1 3/12 3
1 4/12 11,20 kg 3 1/12
1 5/12 13,00 kg 3 2/12
1 6/12 76 cm 11,60 kg 3 3/12
1 7/12 12,75 kg 3 4/12
1 8/12 3 5/12
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
82
.
Figura 47 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 11
Em relação ao peso/estatura, verifica-se que a mantém dentro do quadro da
normalidade do desenvolvimento infantil. (cf. TABELA 15)
TABELA 15
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 11
A criança 12 é uma menina que nasceu em 22/06/07 com 2060g e teve o
comprimento de 45 cm. Ao analisar a altura dessa criança, pode-se verificar que ela
nasceu com o desenvolvimento mínimo intrauterino da mãe. Verifica-se que o
atingiu a altura dentro do desenvolvimento normal. Desde o início a criança
apresentou baixa estatura para a faixa etária, como demostra a FIGURA 48 a seguir:
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 49 cm 3,50 kg
1/12 52 cm 4,10 kg
2/12
3/12 57 cm 4,70 kg
4/12 60 cm 5,65 kg
5/12 63 cm 6,40 kg
6/12 64 cm 7,30 kg
7/12 66 cm 7,35 kg
8/12
9/12 69 cm 8,00 kg
10/12
11/12
1 72 cm 8,95 kg
1 1/12
1 2/12
1 3/12
1 4/12 78 cm 10,20 kg
1 5/12
1 6/12 80 cm 10,60 kg
1 7/12 11,00 kg
83
.
Figura 48 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 12
Verifica-se que, nasceu abaixo do peso de desenvolvimento nimo intrauterino
da e. Nos primeiros meses de pesagem, apresentou um quadro preocupante
chegando a faixa de baixo peso. Nas últimas avaliões teve diminuição de peso, mas
manm dentro da faixa de normalidade, como demostra a FIGURA 49 a seguir:
Figura 49 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 12
Ao fazer uma análise de peso/altura dessa criança, podemos interpretar que,
atualmente, apresenta baixa estatura e peso normal. É necessário um
acompanhamento do estado nutricional desta criança. (cf. TABELA 16).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
84
TABELA 16
Curva de crescimento infantil -altura /peso (kg) da criança 12
A criança 13 é um menino, que nasceu em 23/10/07 com peso de 3300g. O
comprimento ao nascer foi de 50 cm, dentro da curva de desenvolvimento ideal. Nas
últimas avaliações apresentou um bom desempenho de crescimento para a faixa
etária, como demostra a FIGURA 50 a seguir:
.
Figura 50 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 13
Ao analisar o peso dessa criança, pode-se verificar que ela nasceu com peso
normal. Durante as pesagens manteve dentro do quadro da faixa da normalidade
para a faixa etária, como demostra a FIGURA 51 a seguir:
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 45 cm 2,06 kg 1 9/12 9,20 kg
1/12 46 cm 2,50 kg 1 10/12
2/12 49 cm 3,65 kg 1 11/12 78 cm
3/12 51 cm 4,10 kg 2
4/12 2 1/12
5/12 2 2/12
6/12 2 3/12
7/12 2 4/12 82 cm 10,00 kg
8/12 2 5/12
9/12 2 6/12
10/12 2 7/12
11/12 2 8/12
1 2 9/12
1 1/12 2 10/12
1 2/12 8,20 kg 2 11/12
1 3/12 3
1 4/12 8,70 kg 3 1/12
1 5/12 9,00 kg 3 2/12
1 6/12 10,10 kg 3 3/12
1 7/12 3 4/12
1 8/12 3 5/12
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
85
Figura 51 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 13
A relação peso/estatura dessa criança apresenta um bom desenvolvimento
para a faixa etária (cf. TABELA 17).
TABELA 17
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 13
A criança 14 é um menino que nasceu em 31/05/04 com peso de 2850g. Teve
o comprimento ao nascer de 47 cm. A altura ao nascer está normal em relação ao
recomendado pela OMS. Nas últimas avaliações pode-se observar que houve uma
aceleração no crescimento chegando a uma altura superior da média das crianças
de altura normal, como demostra a FIGURA 52 a seguir.
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 50 cm 3,30 kg 1 9/12 11,00 kg
1/12 1 10/12 11,20 kg
2/12 1 11/12
3/12 2
4/12 2 1/12 12,20 kg
5/12 2 2/12
6/12 2 3/12 88 cm 12,00 kg
7/12 2 4/12 89 cm 11,30 kg
8/12 2 5/12 89 cm 12,50 kg
9/12 2 6/12
10/12 2 7/12
11/12 2 8/12 91 cm 13,00 kg
1 2 9/12
1 1/12 2 10/12
1 2/12 2 11/12
1 3/12 3
1 4/12 3 1/12
1 5/12 3 2/12
1 6/12 3 3/12
1 7/12 3 4/12
1 8/12 3 5/12
86
Figura 52 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 14
Em relação ao peso, nas primeiras avaliações constata-se que a criança se
manteve dentro da faixa de normalidade de desenvolvimento infantil. Nas últimas
pesagens, nota-se um aumento de peso, que chegou ao excesso de peso corporal,
como demostra a FIGURA 53 a seguir:
.
Figura 53 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 14
Ao fazer uma análise da altura/peso podemos interpretar que é uma criança
de estatura elevada, possivelmente pode ser constitucional de ter pais altos e que
apresenta um quandro de excesso de peso (cf. TABELA 18).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
87
TABELA 18
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 14
A criança 15 é um menino que nasceu em 31/01/06 com peso de 3280g e
teve o comprimento ao nascer de 50 cm. Ao interpretar altura dessa criança verifica-
se que, durante as avaliações, apresentou um crescimento inapropriado para a faixa
etária e posteriormente voltou para o desenvolvimento normal, como demostra a
FIGURA 54 a seguir:
.
Figura 54 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 15
Quanto ao peso, nasceu com peso normal do desenvolvimento intrauterino da
mãe. Nas demais pesagens apresentou um bom desempenho de acordo com a faixa
de desenvolvimento normal, como demostra a FIGURA 55 a seguir:
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (Kg)
0 47 cm 2,85 kg 1 9/12 3 6/12 100 cm 17,35 kg
1/12 1 10/12 3 7/12
2/12 1 11/12 3 8/12 17,30 kg
3/12 2 3 9/12
4/12 2 1/12 3 10/12 18,50 kg
5/12 2 2/12 3 11/12 20,10 kg
6/12 2 3/12 4
7/12 2 4/12 4 1/12 19,30 kg
8/12 2 5/12 4 2/12 20,00 kg
9/12 2 6/12 4 3/12 112 cm 20,65 kg
10/12 2 7/12 4 4/12 21,50 kg
11/12 2 8/12 4 5/12 114 cm 21,50 kg
1 2 9/12 4 6/12
1 1/12 2 10/12 4 7/12
1 2/12 2 11/12 4 8/12
1 3/12 3 4 9/12
1 4/12 3 1/12 4 10/12
1 5/12 3 2/12 4 11/12
1 6/12 3 3/12 5
1 7/12 3 4/12
1 8/12 3 5/12
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
88
.
Figura 55 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 15
Em relação peso/estatura essa criança apresentou estatura normal.É possível
interpretar pelo peso que esta criança está dentro do padrão de desenvolvimento
normal (cf. TABELA 19).
TABELA 19
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 15
A criança 16 é um menino que nasceu em 15/10/06 com peso de 3500g e
comprimento de 51 cm, com uma altura ideal. Durante as avaliações, percebe que o
quadro de crescimento é bom, mantém-se na faixa de crescimento normal de altura
em relação as outras crianças pesquisadas, como demostra a FIGURA 56 a seguir:
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (Kg)
0 50 cm 3,28 kg 1 9/12 3 6/12
1/12 1 10/12 3 7/12 14,70 kg
2/12 1 11/12 3 8/12 96 cm 14,60 kg
3/12 2 3 9/12 15,20 kg
4/12 2 1/12 3 10/12 15,80 kg
5/12 2 2/12 3 11/12
6/12 2 3/12 4
7/12 2 4/12 4 1/12
8/12 2 5/12 4 2/12
9/12 2 6/12 4 3/12
10/12 62 cm 7,95 kg 2 7/12 14,00 kg 4 4/12
11/12 2 8/12 4 5/12
1 2 9/12 4 6/12
1 1/12 2 10/12 4 7/12
1 2/12 2 11/12 4 8/12
1 3/12 3 13,60 kg 4 9/12
1 4/12 3 1/12 4 10/12
1 5/12 3 2/12 13,70 kg 4 11/12
1 6/12 3 3/12 5
1 7/12 3 4/12 14,20 kg
1 8/12 3 5/12
89
Figura 56- Curva de crescimento infantil - Altura da criança 16
Em relação ao peso ao nascer, foi excelente. Nos meses seguintes, houve
oscilações que não alteraram o quadro de normalidade de peso, mantendo na faixa
de desenvolvimento normal, como demostra FIGURA 57 a seguir:
.
Figura 57- Curva de crescimento infantil - Peso da criança 16
O peso/estatura dessa criança atualmente apresenta dentro de um padrão
ideal de normalidade do desenvolvimento infantil. (cf. TABELA 20).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
90
TABELA 20
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 16
A criança 17 é um menino que nasceu em 07/02/06 com peso de 3230g.Teve
o comprimento ao nascer de 49 cm, estatura compatível com o desenvolvimento
intrauterino da mãe. A altura da criança manteve-se dentro da normalidade, apesar
das poucas medições antropométricas que pudemos realizar com ela, como
demostra a FIGURA 58 a seguir:
Figura 58- Curva de crescimento infantil - Altura da criança 17
Quanto ao peso, a criança nasceu de acordo com o desenvolvimento
intrauterino da mãe. Nas pesagens iniciais, apresentou um bom desempenho.
Atualmente mantém-se dentro da normalidade de acordo com a faixa de
desenvolvimento normal, como demostra a FIGURA 59 a seguir.
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
0 51 cm 3,50 kg 1 9/12
1/12 58 cm 5,20 kg 1 10/12
2/12 1 11/12
3/12 63 cm 5,56 kg 2
4/12 65 cm 7,19 kg 2 1/12
5/12 69 cm 7,65 kg 2 2/12
6/12 2 3/12
7/12 2 4/12
8/12 71 cm 8,70 kg 2 5/12
9/12 2 6/12
10/12 2 7/12
11/12 2 8/12 11,90 kg
1 2 9/12 11,30 kg
1 1/12 2 10/12 12,60 kg
1 2/12 2 11/12
1 3/12 3
1 4/12 3 1/12 12,90 kg
1 5/12 3 2/12 97 cm 13,60 kg
1 6/12 3 3/12
1 7/12 3 4/12
1 8/12 3 5/12
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
91
.
Figura 59 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 17
O peso/estatura dessa criança, apresenta-se dentro de um padrão ideal de
normalidade de desenvolvimento infantil (cf. TABELA 21).
TABELA 21
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 17
A criança 18 é um menino gêmeo, que nasceu em 12/08/06 com peso de
2500g e teve o comprimento ao nascer de 45 cm. Ao analisar a altura dessa criança,
pode-se verificar que ela nasceu com estatura inferior ao normal. Verifica-se também
que a altura dessa criança não está dentro da faixa do desenvolvimento normal,
como demostra a FIGURA 60 a seguir:
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (Kg)
0 49 cm 3,23 kg 1 9/12 3 6/12 14,10 kg
1/12 1 10/12 3 7/12 101 cm 14,10 kg
2/12 1 11/12 3 8/12 101 cm 16,00 kg
3/12 2 3 9/12
4/12 2 1/12 3 10/12
5/12 2 2/12 3 11/12
6/12 2 3/12 4
7/12 2 4/12 4 1/12
8/12 2 5/12 4 2/12
9/12 2 6/12 4 3/12
10/12 2 7/12 4 4/12
11/12 2 8/12 4 5/12
1 2 9/12 4 6/12
1 1/12 2 10/12 4 7/12
1 2/12 2 11/12 4 8/12
1 3/12 3 4 9/12
1 4/12 3 1/12 4 10/12
1 5/12 3 2/12 4 11/12
1 6/12 3 3/12 13,50 kg 5
1 7/12 3 4/12
1 8/12 3 5/12
92
.
Figura 60 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 18
Quanto ao peso, pode-se verificar que nasceu com peso baixo de acordo com
o desenvolvimento intrauterino da mãe. Nas primeiras avaliações apresentou baixo
peso, posteriormente manteve-se dentro da faixa de segurança do desenvolvimento
normal como demonstra a FIGURA 61 a seguir:
.
Figura 61 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 18
Ao fazer uma interpretação do peso/altura dessa criança, verifica-se estatura
baixa, fato que preocupa. Em relação ao peso o desenvolvimento apresenta-se
normal (cf. TABELA 22).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
93
TABELA 22
Curva de crescimento infantil – altura/peso (kg) da criança 18
A criança 19 é um menino gêmeo que nasceu em 12/08/06 com o mesmo
peso do irmão de 2500g e comprimento de 47 cm, sendo 2 cm mais alto que o
irmão. Verifica-se que durante as avaliações a altura não estava dentro do
desenvolvimento normal. Desde o início, a criança apresentou baixa estatura aas
últimas avaliações, como demostra a FIGURA 62 a seguir:
.
Figura 62 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 19
Pode-se verificar que a criança nasceu abaixo do peso. Embora esteja dentro
da faixa de normalidade, nas primeiras avaliações apresentou baixo peso,
posteriormente manteve-se dentro da faixa de segurança do desenvolvimento
normal como demonstra a FIGURA 63 a seguir:
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (Kg)
0 45 cm 2,50 kg 1 9/12 12,40 kg 3 6/12
1/12 50 cm 3,25 kg 1 10/12 3 7/12 90 cm 16,00 kg
2/12 51 cm 3,80 kg 1 11/12 12,40 kg 3 8/12
3/12 57 cm 5,00 kg 2 3 9/12
4/12 2 1/12 3 10/12
5/12 65 cm 7,74 kg 2 2/12 3 11/12
6/12 2 3/12 4
7/12 2 4/12 4 1/12
8/12 2 5/12 13,50 kg 4 2/12
9/12 2 6/12 13,80 kg 4 3/12
10/12 2 7/12 4 4/12
11/12 2 8/12 88 cm 14,70 kg 4 5/12
1 2 9/12 15,15 kg 4 6/12
1 1/12 2 10/12 4 7/12
1 2/12 73 cm 10,75 kg 2 11/12 4 8/12
1 3/12 3 4 9/12
1 4/12 74 cm 10,90 kg 3 1/12 4 10/12
1 5/12 3 2/12 4 11/12
1 6/12 3 3/12 5
1 7/12 79 cm 11,58 kg 3 4/12 15,20 kg
1 8/12 3 5/12 15,20 kg
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
94
.
Figura 63 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 19
Ao fazer uma interpretação do peso/altura dos irmãos, verifica-se estatura
baixa, fato que preocupa e peso dentro da normalidade, embora seja possível
interpretar que os irmãos estejam apresentando inchaço (edema).(cf. TABELA 23).
TABELA 23
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 19
A criança 20 é um menino, que nasceu em 10/10/04 com 3075g e teve o
comprimento ao nascer de 49 cm, estatura compatível com um desenvolvimento
intrauterino normal. Nas últimas avaliações, encontrava-se na faixa da normalidade
dentro de um padrão de crescimento normal, como demostra a FIGURA 64 a seguir:
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (Kg)
0 47 cm 2,50 kg 1 9/12 77 cm 12,50 kg 3 6/12
1/12 50 cm 3,35 kg 1 10/12 3 7/12 89 cm 17,10 kg
2/12 53 cm 4,00 kg 1 11/12 12,70 kg 3 8/12
3/12 56 cm 5,00 kg 2 3 9/12
4/12 2 1/12 3 10/12
5/12 65 cm 7,50 kg 2 2/12 3 11/12
6/12 7,75 kg 2 3/12 4
7/12 2 4/12 4 1/12
8/12 2 5/12 13,60 kg 4 2/12
9/12 2 6/12 14,10 kg 4 3/12
10/12 2 7/12 4 4/12
11/12 2 8/12 86 cm 15,70 kg 4 5/12
1 2 9/12 15,95 kg 4 6/12
1 1/12 72 cm 10,74 kg 2 10/12 4 7/12
1 2/12 2 11/12 4 8/12
1 3/12 3 4 9/12
1 4/12 73 cm 11,30 kg 3 1/12 4 10/12
1 5/12 3 2/12 4 11/12
1 6/12 3 3/12 5
1 7/12 76 cm 11,63 kg 3 4/12 15,80 kg
1 8/12 3 5/12 15,60 kg
95
.
Figura 64 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 20
Quanto ao peso, pode-se verificar que nasceu com peso compatível com um
desenvolvimento normal intrauterino. Durante as avaliações, o peso manteve-se dentro
do padrão ideal de desenvolvimento normal, como demostra a FIGURA 65 a seguir:
.
Figura 65 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 20
Ao fazer uma interpretação peso/estatura dessa criança apresenta dentro do
quadro de desenvolvimento ideal (cf. TABELA 24).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
96
TABELA 24
Curva de crescimento infantil – altura/peso (kg) da criança 20
A criança 21 é uma menina que nasceu em 16/09/05 com 4160g e o
comprimento ao nascer foi de 50 cm. Ao analisar a altura dessa criança, pode-se
verificar ela nasceu dentro do desenvolvimento máximo intrauterino da e. Nas
avaliações apresentou uma regularidade no crescimento, mantendo dentro da
normalidade, como demostra a FIGURA 66 a seguir:
.
Figura 66 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 21
Quanto ao peso, pode-se verificar que nasceu com peso máximo do
desenvolvimento intrauterino da mãe. Durante as avaliações, manteve-se dentro da
faixa de segurança do desenvolvimento normal, como demostra a FIGURA 67 a
seguir:
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (Kg)
0 49 cm 3,07 kg 1 9/12 3 6/12
1/12 1 10/12 3 7/12
2/12 1 11/12 3 8/12
3/12 2 3 9/12
4/12 2 1/12 3 10/12
5/12 2 2/12 3 11/12
6/12 2 3/12 4 98 cm 15,60 kg
7/12 2 4/12 4 1/12 15,60 kg
8/12 2 5/12 4 2/12
9/12 2 6/12 4 3/12
10/12 2 7/12 4 4/12 16,10 kg
11/12 2 8/12 4 5/12
1 2 9/12 4 6/12 16,70 kg
1 1/12 2 10/12 4 7/12 108 cm 16,00 kg
1 2/12 2 11/12 4 8/12 108 cm 17,00 kg
1 3/12 3 4 9/12 110 cm 17,00 kg
1 4/12 3 1/12 4 10/12
1 5/12 3 2/12 4 11/12
1 6/12 3 3/12 5
1 7/12 3 4/12
1 8/12 3 5/12
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
97
.
Figura 67 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 21
Ao fazer uma análise na relação peso/altura dessa criança, é possível concluir
que encontra-se dentro da faixa de normalidade (cf. TABELA 25).
TABELA 25
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 21
A criança 22 é uma menina que nasceu em 18/12/05 com 3150g e teve o
comprimento ao nascer de 49 cm. Essa criança nasceu compatível com o
desenvolvimento intrauterino da mãe. Nas avaliações apresentou um
desenvolvimento normal de altura e mantém-se na faixa de crescimento ideal, como
demostra a FIGURA 68 a seguir:
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (Kg)
0 50 cm 4,16 kg 1 9/12 3 6/12
1/12 55 cm 4,95 kg 1 10/12 3 7/12 14,25 kg
2/12 1 11/12 3 8/12
3/12 60 cm 6,30 kg 2 3 9/12 13,70 kg
4/12 2 1/12 3 10/12 14,00 kg
5/12 2 2/12 3 11/12 14,50 kg
6/12 2 3/12 4 96 cm 14,50 kg
7/12 2 4/12 4 1/12
8/12 2 5/12 4 2/12 14,25 kg
9/12 2 6/12 4 3/12 97 cm 15,50 kg
10/12 2 7/12 4 4/12
11/12 2 8/12 4 5/12
1 2 9/12 4 6/12
1 1/12 2 10/12 4 7/12
1 2/12 2 11/12 4 8/12
1 3/12 3 4 9/12
1 4/12 3 1/12 4 10/12
1 5/12 3 2/12 4 11/12
1 6/12 3 3/12 5
1 7/12 3 4/12
1 8/12 3 5/12
98
.
Figura 68 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 22
Quanto ao peso corporal, nasceu com peso ideal. Durante as avaliações,
encontra-se dentro do padrão de bom desenvolvimento, na FIGURA 69 a seguir:
Figura 69 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 22
Ao fazer uma análise de peso/altura dessa criança podemos interpretar que
ela apresenta um desenvolvimento satisfatório para a faixa etária (cf. TABELA 26).
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
99
TABELA 26
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 22
A criança 23 é um menino que nasceu em 26/04/04 com 3220g; o
comprimento ao nascer foi de 50 cm. A criança nasceu compatível com o
desenvolvimento intrauterino da e. Nas primeiras medidas antropométricas
verificou-se uma normalidade no crescimento. Na última medida, apresentou um
déficit de crescimento, como demostra a FIGURA 70 a seguir:
.
Figura 70 - Curva de crescimento infantil - Altura da criança 23
Em relação ao peso desta criança, nasceu com peso compatível com o
desenvolvimento intrauterino da mãe. Com as avaliações iniciais, houve aumento de
ganho de peso. Nas últimas avaliações, verificou-se um excesso de peso, fato que
preocupa pela faixa etária em que se encontra a criança, na FIGURA 71 a seguir:
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (Kg)
0 49 cm 3,15 kg 1 9/12 3 6/12
1/12 1 10/12 12,00 kg 3 7/12
2/12 1 11/12 3 8/12 16,60 kg
3/12 2 87 cm 13,00 kg 3 9/12 15,40 kg
4/12 61 cm 6,09 kg 2 1/12 3 10/12 15,50 kg
5/12 2 2/12 3 11/12
6/12 62 cm 7,00 kg 2 3/12 4 102 cm 15,50 kg
7/12 2 4/12 4 1/12
8/12 2 5/12 4 2/12
9/12 68 cm 8,00 kg 2 6/12 4 3/12
10/12 2 7/12 4 4/12
11/12 2 8/12 4 5/12
1 76 cm 9,60 kg 2 9/12 93 cm 14,00 kg 4 6/12
1 1/12 2 10/12 4 7/12
1 2/12 2 11/12 4 8/12
1 3/12 77 cm 9,00 kg 3 4 9/12
1 4/12 3 1/12 4 10/12
1 5/12 3 2/12 13,65 kg 4 11/12
1 6/12 80 cm 10,10 kg 3 3/12 13,95 kg 5
1 7/12 3 4/12 14,40 kg
1 8/12 3 5/12 14,90 kg
0
20
40
60
80
100
120
140
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Altura (cm)
100
.
Figura 71 - Curva de crescimento infantil - Peso da criança 23
Ao fazer uma relação do peso/altura verifica-se que a criança precisa de uma
avaliação criteriosa visto que seu desenvolvimento estatural está abaixo do normal e
seu peso está acima do recomendado, sendo necessário um acompanhamento
minucioso do estado em que se encontra.(cf. TABELA 27).
TABELA 27
Curva de crescimento infantil –altura/peso (kg) da criança 23
4.6 Análise e discussão sobre as medidas antropométricas de Altura/Peso das
vinte e três crianças da comunidade Esperança
Nas TABELAS 28 e 29 consta a relação das vinte e três (23) crianças de sexo
masculino e feminino atendidas pelo projeto. A curva do desenvolvimento infantil varia
0
5
10
15
20
25
0
3/12
6/12
9/12
1
1 3/12
1 6/12
1 9/12
2
2 3/12
2 6/12
2 9/12
3
3 3/12
3 6/12
3 9/12
4
4 3/12
4 6/12
4 9/12
5
Idade (anos)
Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (kg)
Idade
(anos)
Altura (cm) Peso (Kg)
0 50 cm 3,22 kg 1 9/12 3 6/12
1/12 52 cm 3,70 kg 1 10/12 3 7/12
2/12 58 cm 6,30 kg 1 11/12 3 8/12
3/12 2 3 9/12
4/12 2 1/12 3 10/12
5/12 2 2/12 3 11/12
6/12 2 3/12 4
7/12 2 4/12 4 1/12
8/12 2 5/12 4 2/12
9/12 2 6/12 4 3/12
10/12 2 7/12 4 4/12
11/12 2 8/12 4 5/12
1 2 9/12 4 6/12
1 1/12 2 10/12 4 7/12
1 2/12 2 11/12 4 8/12 20,50 kg
1 3/12 3 4 9/12 21,10 kg
1 4/12 3 1/12 4 10/12 21,00 kg
1 5/12 3 2/12 4 11/12 22,00 kg
1 6/12 3 3/12 5 100 cm
1 7/12 3 4/12
1 8/12 3 5/12
101
entre os meninos e meninas, essa foi a razão de especifi-los. As vinte e três (23)
criaas foram analisadas a partir do peso do nascimento. O peso ao nascer de uma
criaa é um bom indicador da saúde da e no período de gestação, por isso foi
relevante buscar esta informação para a observação da evolão do desenvolvimento
de cada criança observada. Na nossa observão, apenas três crianças nasceram com
o peso abaixo do recomendado pela OMS (2006).
TABELA 28
Crianças da comunidade Esperança / PESO
Relação de
Crianças
Sexo
Peso /
Nasc.
1 mês
2 a 3 meses
> 3 meses
Última
pesagem
Criança 1
Menina
Normal Normal
Normal Normal Normal
Criança 2
Menino
Normal Normal
Normal Normal Normal
Criança 3
Menina
Normal Normal
Normal Acima Acima
Criança 4
Menino
Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 5
Menina
Normal ---- ---- Abaixo Normal
Criança 6
Menino
Normal Normal
Abaixo Normal Normal
Criança 7
Menina
Normal ---- ---- Abaixo Normal
Criança 8
Menino
Normal ---- ---- Abaixo Normal
Criança 9
Menina
Normal Normal
Normal Normal Normal
Criança 10
Menina
Normal ---- ---- Acima Normal
Criança 11
Menina
Normal Normal
Normal Normal Normal
Criança 12
Menina
Abaixo Abaixo Abaixo Normal Normal
Criança 13
Menino
Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 14
Menino
Normal ---- ---- Acima Acima
Criança 15
Menino
Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 16
Menino
Normal Normal
Normal Normal Normal
Criança 17
Menino
Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 18
Menino
Abaixo Abaixo Abaixo Normal Normal
Criança 19
Menino
Abaixo Abaixo Abaixo Acima Normal
Criança 20
Menino
Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 21
Menina
Normal Normal
Normal Normal Normal
Criança 22
Menina
Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 23
Menino
Normal Normal
Normal Acima Acima
As crianças que foram pesadas com um s de vida, três delas apresentou
peso inferior abaixo da curva do desenvolvimento normal e nove crianças manteve na
curva normal do desenvolvimento infantil. Ainda no primeiro s, onze crianças o
foram pesadas.
De dois a três meses, quatro delas apresentaram desenvolvimento baixo no
peso. Um grupo de oito crianças esteve na curva do desenvolvimento normal. Onze
102
criaas não foram pesadas nesta faixa etária. Apenas quatro crianças apresentaram
peso abaixo do desenvolvimento ideal.
Acima dos três meses, cinco crianças apresentaram peso acima da curva do
desenvolvimento infantil. Um grupo de quinze crianças esteve na curva normal,
enquanto três crianças apresentaram peso abaixo da normalidade. Na última pesagem,
três crianças esteve acima da curva do desenvolvimento normal. Enquanto um grupo
de vinte crianças esteve dentro do quadro de desenvolvimento normal.
Na TABELA 29, consta a relação das 23 crianças de sexo masculino e
feminino referente à medida antropométrica de altura. No grupo, três crianças
apresentaram baixa estatura ao nascer segundo a TABELA de normalidade da OMS
(2006).
Vinte crianças nasceram com estatura normal.
TABELA 29
Crianças da comunidade Esperança / ALTURA
Relação de
Crianças
Sexo
Altura /
Nasc.
1 mês
2 a 3
meses
> 3 meses
Última
medida
Criança 1 Menina Normal Normal Normal Abaixo Normal
Criança 2 Menino Normal Normal Normal Normal Normal
Criança 3 Menina Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 4 Menino Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 5 Menina Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 6 Menino Normal Abaixo Abaixo Normal Abaixo
Criança 7 Menina Normal ---- ---- Acima Acima
Criança 8 Menino Abaixo ---- ---- ---- ----
Criança 9 Menina Normal Normal Normal Normal Normal
Criança 10 Menina Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 11 Menina Normal Normal Normal Normal Normal
Criança 12 Menina Abaixo Abaixo Abaixo Abaixo Abaixo
Criança 13 Menino Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 14 Menino Normal ---- ---- Normal Acima
Criança 15 Menino Normal ---- ---- Abaixo Normal
Criança 16 Menino Normal Normal Normal Normal Normal
Criança 17 Menino Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 18 Menino Abaixo Abaixo Abaixo Normal Abaixo
Criança 19 Menino Normal Abaixo Normal Abaixo Abaixo
Criança 20 Menino Normal ---- ---- Normal Normal
Criança 21 Menina Normal Normal Normal Normal Normal
Criança 22 Menina Normal Normal Normal Normal Normal
Criança 23 Menino Normal Normal ---- ---- Normal
103
Com um mês de vida, quatro crianças apresentaram baixa estatura. Um grupo
de oito crianças se manteve na curva de desenvolvimento normal, enquanto onze
não foram assistidas no primeiro mês de vida por não comparecerem no dia da
pesagem mensal.
De dois a três meses, três crianças estavam abaixo do peso. Um grupo de
oito crianças estava dentro da curva do desenvolvimento normal, enquanto doze não
compareceram.
Acima do três meses, quatro crianças apresentavam baixa estatura, apenas
uma esteve com altura acima. Um grupo de dezesseis crianças manteve na curva de
crescimento normal e duas não foram aferidas as medidas antropométricas.
Na última medição antropométrica, quatro crianças apresentaram baixa
estatura corporal. Um grupo de dezesseis crianças esteve dentro do quadro de bom
desempenho de crescimento normal. Apenas duas crianças apresentaram estatura
corporal de crescimento acima do esperado para a faixa etária e (1) uma criança não
foi analisada.
Nas visitas diárias, a escuta foi o melhor diagnóstico para conhecer e
identificar situações de risco para a saúde e para o desenvolvimento da criança.
Ouvimos o que a família tinha a dizer e percebemos que, muitas vezes, por
desinformação dos pais, o filho apresenta-se robusto, mas adoece com frequência.
A família entende que a criança está bem, porque está gordinha. Os pais
consideram normal a criança com baixa estatura: “a minha família é de gente baixa,”
diz a mãe. Com isso, os pais acabam por não tratar o problema de forma correta,
não encaminham a criança ao médico com frequencia e com isso prejudica o seu
desenvolvimento.
Nas conversas com as mães, percebemos os mitos que a família traz em sua
história. Eles dizem que quando a criança gripa, é porque brincou com água; eu sou
pobre, porque Deus quis; comer folhas e talos de verduras isso é comida para porco.
Por desconhecimento dos valores nutritivos desses alimentos, a família deixa de
consumir alimentos variados, substituindo-os por refrigerantes, carboidratos e com
isso, advém o excesso de peso, pela falta da qualidade e quantidade suficientes de
alimentos.
104
TABELA 30
Calendário para a assistência à criança até os cinco anos de idade
Fonte: (Ministério da Saúde, 2001).
Os graves problemas de doenças infecciosas em crianças, como a diarreia, e
outras patologias podem provocar uma desaceleração no ritmo do crescimento. Isso
pode ser constatado pelo número de crianças com déficit de crescimento
significativo, nos meninos e meninas dessa comunidade. São crianças que não têm
uma alimentação equilibrada, a família sofre com a pobreza e a desnutrição.
O déficit de crescimento dessas crianças ainda pode ser reversível, quando
fatores externos, como a mudança dos hábitos alimentares, os cuidados de saúde, o
cuidado da família, a vacinação são fundamentais para aumentar a velocidade de
crescimento em crianças desnutridas. Torna-se mais difícil a reversibilidade de
crescimento em crianças maiores de cinco anos de idade.
É importante ressaltar que o Ministério da Saúde (2001) propôs um calendário
mínimo para a assistência à criança menor de cinco anos, porque os estudos
comprovam que, nessa faixa etária, elas o frágeis e suscetíveis as doenças que
acometem crianças desnutridas. Ao conversar com as mães sobre a importância do
calendário, o que percebemos a ausencia de algumas vacinas necessárias até os
cinco anos. Verificamos que, depois de a criança completar um ano de vida, as
vacinas e o atendimento do pediatra vão sendo esquecidos pela família.
Quando perguntamos às mães quantas delas fizeram o pré-natal no posto de
saúde local, todas foram unânimes em dizer que é necessário e gratuito o
atendimento médico, na fase gestacional. O controle do pré-natal é de fundamental
importância e pode identificar fatores de risco para a mãe e o bebê, principalmente
em mães jovens dessa comunidade.
105
V-CONSIDERAÇÕES FINAIS
106
V-CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos resultados apresentados neste trabalho permite algumas
conclusões acerca da desnutrição de crianças pesquisadas no bairro Esperança em
Uberlândia-MG. Nessa comunidade, as famílias vivem como outras famílias pobres
de outras cidades brasileiras; as condições sociais impõem situações de
precariedade no acesso aos bens necessários à vida e com isso, as crianças, no
início da formação do desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, são as que
padecem.
A família é a primeira referência social da criança e o seu desenvolvimento
físico, intelectual e psicológico depende das interações que podem se estabelecer,
primeiramente com os pais, mas também com irmãos, tios, avós e outras pessoas
que moram na mesma casa. É por meio dessas interações sociais, na família, que a
criança inicia o desenvolvimento das habilidades necessárias para a vida adulta.
Ao mesmo tempo, a escola também cumpre papel fundamental no
desenvolvimento infantil, favorecendo experiências de socialização e
potencializando habilidades afetivas, cognitivas, e psicomotoras. Assim, se
estabelecem duas instâncias das quais o desenvolvimento infantil depende, a família
e a escola.
O cuidado infantil na família se estabelece com base nas condições materiais,
culturais, afetivas de que dispõe. Na comunidade do bairro Esperança, o contexto
social em que vivem as famílias impõe precariedades no desenvolvimento das
crianças, que se revelam como dificuldades de socialização, retardos de
desenvolvimento físico e intelectual. A falta de acesso aos bens necessários a uma
vida digna e um desenvolvimento saudável faz com que o desenvolvimento infantil
seja prejudicado.
O cuidado infantil na escola, ainda que o substituía a família no
desenvolvimento social, intelectual e psicomotor das crianças, cumpre papel
relevante na educação infantil. Mas, também há precariedades materiais e humanas,
principalmente nas escolas públicas das periferias da cidade, que se somam às
dificuldades das famílias no cuidado infantil. Ainda, assim, a escola representa uma
possibilidade, uma chance contra o contexto social desfavorável das comunidades
carentes das periferias pobres das cidades brasileiras.
107
Para muitas crianças, a escola significa a possibilidade de obter a
alimentação que em casa não os têm. Na verdade, a falta de alimentação ou a
alimentação em quantidades e qualidades insuficientes para nutrir, representa um
grande problema para o desenvolvimento infantil. No bairro Esperança, isso se
confirma com a verificação do estado nutricional, não só das crianças, mas de toda a
família. A maioria das famílias dessa comunidade conta com a escola para
complementar a alimentação diária dos filhos.
A escola Irmã Maria Apparecida Monteiro, no bairro Esperança, tem realizado
uma parceria com as famílias no cuidado infantil, cumprindo sua função social na
educação. Especificamente, neste projeto, que tinha como pressuposto a ideia de
que as dificuldades da família no cuidado das crianças, em grande parte
relacionavam-se à pobreza e a miséria e, que, melhorando a alimentação das
crianças seria possível melhorar o seu desenvolvimento, a escola não se omitiu.
Por isso, estabelecemos uma pesquisa participante sobre a segurança
alimentar da comunidade, com intervenções para melhoria da alimentação das
famílias, com adição de constituintes nutritivos, cujo objetivo era mudar hábitos
alimentares e atitudes, em primeiro lugar, orientando as famílias a cultivar plantas
como moringa (moringa oleifera) e ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), que seriam
acrescentadas à alimentação como saladas e sucos, assim como adicionadas ao
feijão. As plantas foram cultivadas nos quintais das casas e mudaram a paisagem do
bairro.
Adicionalmente, a Pastoral da Criança, que atuava na comunidade,
ministrou a multimistura, como complemento alimentar durante o primeiro ano do
projeto, mas, tendo em vista a controvérsia que existe nos meios acadêmicos em
torno do seu uso, sua utilização foi interrompida.
Durante essas reuniões (23) vinte e três crianças de zero a cinco anos foram
pesadas e medidas, com a intenção de avaliar os benefícios da introdução dos
alimentos mais nutritivos à dieta alimentar das famílias. Nas reuniões mensais, aos
sábados, ocorriam trocas de experiências e de receitas culinárias e discussões que
propiciavam amadurecimento e autonomia das famílias na busca de seus direitos de
cidadania.
Muitas mulheres do bairro, que não participavam do projeto, mostravam
108
interesse em conhecer o que se tratava nas reuniões e em aprender a elaborar as
receitas que eram aprendidas.
Com base nos relatos das mães, pode-se constatar uma melhoria no
desenvolvimento das crianças que participavam do projeto, tendo em vista que não
adoeceram constantemente com antes, com resfriados, diarreia e bronquite,
principalmente. Das (23) vinte e três crianças acompanhadas, ao final do projeto
quatro tiveram desenvolvimento estatural abaixo do normal. Em relação ao peso ao
final das pesagens apenas três crianças apresentaram-se acima do normal, sendo
que nenhuma criança ficou abaixo do peso recomendado pela OMS (2006).
Não foi possível controlar todas as variáveis que compõem o processo de
crescimento e desenvolvimento das crianças, que envolvem fatores complexos de
análise, que é mais adequada aos médicos. Por isso, não podemos realizar
interpretações puramente quantitativas sobre o peso e a altura das crianças.
Mudança de hábitos e costumes é um processo gradual e de longo prazo.
Espera-se que essa experiência de diálogos com a comunidade sobre alimentos
saudáveis seja um ponto de partida para novas experiências que venham formar
uma consciência da importância da busca pela saúde, por meio do alimento, ainda
que o problema maior da comunidade do bairro Esperança além da qualidade,
abrange a quantidade.
Fica demonstrada a importância da Universidade Pública como agente de
transformação social, quando se coloca ao lado das comunidades excluídas
reconhecendo sua realidade, respeitando seus conhecimentos e saberes, para
juntos buscar soluções para a vida.
Dessa forma, a comunidade do bairro Esperança continua reinventando sua
cidadania, em busca de trabalho e dignidade, por uma sociedade mais justa, o que
certamente não pode ser alcançado sem comida, alimentos em quantidade e
qualidade suficientes para a manutenção da saúde.
Se a sociedade tem responsabilidades sobre as condições de pobreza, de
miséria e de acesso restrito à alimentação, o poder público, também não pode ser
isentado, devendo atuar com políticas inclusivas e multissetoriais.
A comunidade espera ações do poder público municipal, estadual e federal
que possam oferecer melhores condições de vida para as famílias e para suas
109
crianças. O direito à vida passa pela garantia de um direito humano, que consiste
em uma alimentação adequada que respeite a cultura e preserve a dignidade. Isso
significa alcançar e satisfazer, além da dimensão orgânica, a intelectual, a
psicológica e a espiritual do ser humano.
A música citada abaixo é um exemplo do que a comunidade reinvindica. Ela
espera que seus direitos básicos de vida sejam garantidos e também a esperança
de dias melhores sejam preservados, podendo alcançar assim seus sonhos e
objetivos.
Comida
Titãs
Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...
A gente não quer
Só dinheiro
110
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...
Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade...
111
REFERÊNCIAS
112
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Acessado em 24/06/2010.
115
ANEXOS
116
ANEXOS
ANEXO 1 - Questionários
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Anexo 2-Termo de Consentimento livre e esclarecido
Você está sendo convidada para participar da pesquisa “SEGURANÇA ALIMENTAR
E DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO BAIRRO ESPERANÇA, EM UBERLÂNDIA -
MG”, sob a responsabilidade da pesquisadora AGNALDA RODRIGUES NAVES.
Nessa pesquisa nós estamos buscando entender a realidade das crianças do Bairro
Esperança e ajudá-las a desenvolver novos hábitos alimentares.
Em nenhum momento você será identificada. Os resultados da pesquisa serão
publicados e ainda assim a sua identidade será preservada.
Você não terá nenhum gasto nem ganho financeiro por participar na pesquisa.
Você é livre para desistir de participar a qualquer momento, sem nenhum prejuízo
para a senhora.
Uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ficará com você.
Qualquer dúvida a respeito da pesquisa a senhora poderá entrar em contato com a
pesquisadora.
Uberlândia,____de________________de 200__.
__________________________
Agnalda Rodrigues Naves
Pesquisadora responsável
Eu aceito participar do projeto citado acima, voluntariamente, após ter sido
devidamente esclarecido
_________________________________
Mãe participante da pesquisa
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