4.2 ESTAT
´
ISTICA DE CONTAGEM DE CARGA 61
g
3
var(g)
=
4[(1 − 2/β)
2
− (N
1
− N
2
)
2
]
β(N
1
+ N
2
− 3 + 2/β)(N
1
+ N
2
− 1 + 2/β)(N
1
+ N
2
− 1 + 6/β)
. ( . )
Note que quando N
1
= N
2
e β = 2 o terceiro cumulante ´e nulo, e com β = 2 ele possui
um valor finito, mas que se torna desprez´ıvel quando aumentamos o n´umero de canais.
Esta regra se estende a cumulantes de g de ordem ´ımpar e maior que 1, implicando que
a distribui¸c˜ao de g tende a se tornar sim´etrica em torno do esperado pela lei de Ohm
no limite de muitos canais. Na verdade, no limite de grande n´umero de canais os cu-
mulantes de g de ordem maior que dois se tornam desprez´ıveis comparados `a variˆancia
e por isso, as distribui¸c˜oes tendem a adquirir um formato aproximadamente gaussiano
3
[22]. Para ilustrarmos melhor o efeito do terceiro cumulante, veja a fig. 4.3, onde temos
N
1
= 5, β = 1 e percebemos que para N
2
= 5 a distribui¸c˜ao se assemelha muito com uma
gaussiana, e para N
2
= 9, 13 e 21, a largura da distribui¸c˜ao (variˆancia) vai diminuindo
e efeitos de assimetria da distribui¸c˜ao se tornam mais acentuados. Este comportamento
´e ratificado em (b) e (c), pois a variˆancia diminui `a medida que N
2
aumenta, o terceiro
cumulante comparado `a variˆancia ´e desprez´ıvel para N
2
∼ 5 e, `a medida que N
2
aumenta,
ele se torna significante e negativo, justificando o comportamento das distribui¸c˜oes de g
com N
1
= N
2
. Por´em, pelas na eqs. ( . ) e ( . ), no limite de N
1
, N
2
1, temos
g
3
∝ (N
1
− N
2
)
2
(N
1
N
2
)
2
(N
1
+ N
2
)
−7
, onde vemos que mesmo para |N
1
− N
2
| 1,
o terceiro cumulante ´e desprez´ıvel, enfatizando a tendˆencia de P
1
(g) a uma distribui¸c˜ao
aproximadamente gaussiana no regime semicl´assico, mesmo para um ponto quˆantico as-
sim´etrico. Al´em disso, a condi¸c˜ao N
2
N
1
(ou vice-versa) significa fisicamente que
estamos pr´oximo do limite do ponto de contato quˆantico (N
2
→ ∞), pois o contato com
N
2
canais ´e muito aberto, fazendo com que o sistema deixe de ser uma cavidade ca´otica,
tendo praticamente o ponto de contato com N
1
canais dominando o transporte. No
PCQ, o transporte de cargas ´e estoc´astico, mas n˜ao ´e ca´otico e, portanto, os cumulantes
de carga s˜ao determin´ısticos, ou seja, passam a ser regidos por uma distribui¸c˜ao do tipo
delta de Dirac. Neste caso, a variˆancia e todos os cumulantes de ordem maior dos CTC’s
s˜ao nulos. Por isso que, em (a), `a medida que aumentamos N
2
, as curvas se estreitam
e se tornam mais altas em torno de g
Ohm
= N
1
N
2
/(N
1
+ N
2
), que no limite do PCQ ´e
g
Ohm
= N
1
+ O(1/N
2
).
Voltando para a fig. 4.2, vamos analisar a distribui¸c˜ao da potˆencia do ru´ıdo de disparo
3
J´a se sabe que no regime semicl´assico a distribui¸c˜ao de condutˆancia ´e centralmente gaussiana. Por´em
em suas caldas (g < 1/4 e g > 3/4), elas se comportam de maneira diferente: a ref. [49] considera que
o comportamento ´e lei de potˆencia, enquanto a ref. [50] afirma ser exponencial. Como trata-se de
uma regi˜ao de eventos raros, n˜ao temos precis˜ao num´erica suficiente para verificar o comportamento das
distribui¸c˜oes neste regime.