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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
Emiliano Côrtes Barbosa
Escola Politécnica da Bahia: Poder, política e educação na
Bahia Republicana (1896 1920)
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
Graduação em História Social da Universidade
Federal Fluminense, como requisito para
obtenção do título de mestre. Área de concentração:
Poder e Idéias Políticas.
Orientador: Théo Lobarinhas Piñeiro
NITERÓI
2010
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EMILIANO CÔRTES BARBOSA
Escola Politécnica da Bahia: Poder, política e educação na
Bahia Republicana (1896 1920)
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
Graduação em História Social da Universidade
Federal Fluminense, como requisito para
obtenção do título de mestre. Área de concentração:
Poder e Idéias Políticas.
Orientador: Théo Lobarinhas Piñeiro
NITERÓI, 2010
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EMILIANO CÔRTES BARBOSA
Escola Politécnica da Bahia: Poder, política e educação na
Bahia Republicana (1896 1920)
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
Graduação em História Social da Universidade
Federal Fluminense, como requisito para
obtenção do título de mestre. Área de concentração:
Poder e Idéias Políticas.
BANCA EXAMINADORA
PROF. DR. Théo Lobarinhas Piñeiro
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF (ORIENTADOR)
PROF. (A) DR.(A) Sônia Regina de Mendonça
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE UFF (ARGUIDOR)
PROF. DR. Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro Marinho
MUSEU DE ASTRONOMIA E CIÊNCIAS AFINS MAST-RJ (ARGUIDOR)
4
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá
B238 Barbosa, Emiliano Côrtes.
Escola Politécnica da Bahia: poder, política e educação na Bahia republicana
(1896-1920) / Emiliano Côrtes Barbosa. 2010.
272 f.
Orientador: Théo Lobarinhas Piñeiro.
Dissertação (Mestrado em História Social) Universidade Federal Fluminense,
Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2010.
Bibliografia: f. 155-161.
1. Bahia. 2. Política. 3. Engenharia. 4. Hegemonia. 5. Escola Politécnica da Bahia. I.
Piñeiro, Théo Lobarinhas. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências
Humanas e Filosofia. III. Título.
CDD 981.05
5
DEDICATÓRIA
A Jorgina Côrtes (in memorian) e Maria Emilia
Minha Mainha e Mãe (Avó) mulheres guerreiras e,
sobretudo pelo amor transmitido por toda minha trajetória de vida.
Leni Barbosa, pelo carinho, força e amor ao longo destes últimos anos
Obrigado.
6
Agradecimentos
Este trabalho, assinado apenas por um autor, contou, entretanto, com a ajuda,
cooperação, suporte e sugestões de algumas pessoas. Seja opinando sobre a pesquisa,
seja dando apoio emocional, esses amigos e colegas tornaram possível a feitura dessas
linhas. Assim, gostaria de mencionar alguns desses agentes queridos.
Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida e pelas certezas que o sacrifício
de Seu Filho me confere.
Agradeço a meu orientador, Théo Lobarinhas Piñeiro que, nas orientações acadêmicas e
vida, sempre será uma grandiosa referência. Obrigado!
Agradeço a Nilton de Almeida Araújo pelas conversas via MSN, sempre divertidas e, ao
mesmo tempo, sérias e críticas. Além do conhecimento, surgiu dessas experiências um
bem maior: amizade.
Sou eternamente grato a Professora Sônia Regina de Mendonça, pelas críticas sempre
pertinentes na banca de qualificação, e pela grata confiança depositada em mim. Minha
verdadeira mãe, no meu desenvolvimento intelectual ao longo de minha vida
acadêmica, seja como seu bolsista de iniciação, seja como mestrando. Sou eternamente
grato pela sóbria e dedicada iniciação à pesquisa acadêmica.
À Davi Silvany, Nicolas Carinhanha, Camila, Patrícia, Danilo (Babu), Breno, Caio,
Dona Deyse, Márcia e toda galera da monitoria ―do Interseção‖, agradeço pelo
companheirismo, carinho e cooperação nas horas mais difíceis e, principalmente, pelo
infindável desejo e esforço em me ver sempre feliz. Obrigado!
Agradeço a Luciene Prates, - Curso Interseção - pelo incentivo, carinho e oportunidade
para a prática da docência. Sem a sua confiança, talvez o meu futuro se tornasse mais
tortuoso. Aceite minha eterna gratidão: obrigado querida amiga!
Agradeço a Leonardo Lusitano famoso putinho -, que, além de trazer à tona a
vanguarda dos anos 1980, foi e é um ombro onde sempre encontrei apoio e
compreensão. A Marcos Felipe Lopes de Brum - Billy pelas agradáveis conversas,
7
críticas, amizade, consideração e respeito. A toda turma 203.02, em especial a Fabio
Afonso Frizzo, Rodrigo da Silva, Larissa Costard, Vanessa Brunow Letícia Ferreira,
Cecília, Camila Marques, Isabela Gomes, Luiz Antônio Cavalcante e Ludmila Gama
serei eternamente grato a vocês por tudo, pelo respeito e carinho. Aos amigos da
República, em especial a Vinicius Mota da Costa Mota parceiro e amigo o que
você acha Mota ?? - Thiago Panica, Bernardo, Eliel, Vinicius Rocha, Leonardo Freitas e
Renato Silva, grandes colegas, amigos e parceiros para todos os momentos. Obrigado
galera!
Sou grato aos funcionários da Escola Politécnica da Bahia: Paulo, Edielson, Margarida
―Margô‖, Carmem, Levy, Sheila, Val e especialmente ao diretor Professor Dr Luiz
Edmundo. Meus afetuosos agradecimentos por me acolherem e fazerem com que o
ofício de pesquisador se tornasse mais divertido e instigante.
Agradeço aos funcionários, colegas e professores do Programa de Pós Graduação em
História da Universidade Federal da Bahia, particularmente à Professora Maria José
Rapassi, pelas orientações e incentivo. Ao Professor Antônio Guerreiro, pelas aulas
sempre recheadas de curiosidades e saber. Aos colegas Poliana Cordeiro, Halysson
Fonseca, Herasto, Luiz Carlos, Jacira, Nilson, Vanessa e Cândido, pelo convívio,
aprendizado, discussões, sugestões e acolhimento.
Agradeço, ainda, a todos os funcionários das instituições em que pesquisei e, sob a gafe
de me esquecer de alguém, os faço representar pelas próprias instituições. Sendo assim
agradeço ao Instituto Geográfico Histórico da Bahia, Arquivo Público do Estado da
Bahia, Associação Comercial da Bahia, Biblioteca Municipal de Salvador e Instituto
Politécnico da Bahia.
Agradeço pela amizade e afeto, à Rita Almico, Luiz Antônio Araújo e especialmente
Luiz Fernando Saraiva e Bruno Oliveira (Nobre Garoto). Sempre disponível a me
auxiliar nas indicações bibliográficas, nas discussões, sugestões e solidariedade nos
momentos mais difíceis da pesquisa. Muitíssimo obrigado amigo Luiz e Garoto!!!!!
Agradeço, também, a Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro Marinho pela participação
na banca de qualificação. Suas ponderações, diante à importância que se deve ser
reservada a discussão teórico-conceitual, foram-me de imensa valia para a finalização
deste trabalho. Muito obrigado.
8
Sou grato a Dona Maria D´juda, Jamile, Amanda e Antônio Corrêa, pelo carinho
acolhimento como filho, e mais um membro da família Multary. Serei eternamente
agradecido. Obrigado!
Agradecimento especial à Tatiana Simões e Jordan Campos, por ter me orientado nos
momentos de receio e angústia. Suas palavras amigas e esclarecedoras me fizeram
acreditar a todo o momento que esse momento seria possível e vitorioso. Devo a vocês
minha sincera gratidão. Obrigado!
Pelo amor e suporte, sou grato a minha família. Agradeço a minha mãe Jorgina Côrtes
(in memorian) pelo seu eterno amor e carinho, que sempre acreditou em minha
capacidade de vencer e que me ensinar às contradições da vida e sempre a palavra
amiga. Te amo para toda a eternidade. A minha insubstituível avó Maria Emilia de
Jesus, pelo suporte material e emocional, e por todos os anos de minha vida, sem a
senhora, minha trajetória acadêmica não seria possível. A minha irmã, Emiliana Mila -
, pelos momentos fraternos divididos e vividos juntos. Obrigado! Te Amo! A André
Salvatice, cunhado e amigo de todos os momentos.
Agradeço a Leni Silva Barbosa por todos os momentos inesquecíveis e maravilhosos,
momentos partilhados; pela dedicação a mim e pela depositada nos meus esforços;
por sua eterna capacidade de ouvir, motivar e amar. Te amo, Obrigado por tudo!
9
Resumo
Avaliar o processo de institucionalização da Escola Politécnica da Bahia EPBA é
a diretriz do presente estudo. Esta investigação se foca em analisar e discutir as razões
pelas quais a Escola Politécnica da Bahia foi criada, bem como a sua trajetória nos seus
vinte três primeiros anos. Uma instituição de ensino formadora de engenheiros, criada e
administrada por uma agência composta por agentes encampados na sociedade civil e
sociedade política, situação que nos traz a luz as estratégias das frações da classe média
urbanas preocupadas em alcançar representatividade e, a partir daí, inscrever seus
projetos de ―visão de mundo‖. Portanto, tentaremos reconstruir o cenário ―jogo‖
político na Bahia republicana, destacando todo processo de crise de hegemonia,
apontando os agentes principais das disputas, inserindo a criação da EPBA, e seus
representantes dentro deste processo.
PALAVRAS-CHAVE: 1. Bahia. 2. Política. 3. Engenharia. 4. Hegemonia. 5. Escola
Politécnica da Bahia.
ABSTRACT
The institutionalization of the ―Escola Politécnica da Bahia - EPBA‖ in Bahia, Brazil, is
the guideline of this study. This research focuses in analyzing and discussing the
reasons on which the ―EPBA‖ had been created, and its way in about the first twenty
three years. An educational institution that graduated the engineers, was created and
maintained by an agency composed by agents involved in civil society and policy
society, brings to light, a strategy of fractions of the middle class city in achieving
representation, and then write their projects' ―vision of the world". Therefore we will try
to reconstruct the policy scene in Bahia Republican, emphasizing the whole process of
hegemony crisis, pointing the main agents of disputes. We insert the beginning of
―EPBA‖, and its delegates of this process.
KEY WORDS: 1. Bahia. 2. Politicy. 3. Engineering. 4. Hegemony. 5. Escola
Politécnica da Bahia.
10
LISTA DE ABREVIATURAS
APEB Arquivo Público do Estado da Bahia
ACBA Associação Comercial da Bahia
EAB Escola Agrícola da Bahia
EMOP - Escola de Minas de Ouro Preto
EPBA Escola Politécnica da Bahia
EPRJ Escola Politécnica do Rio de Janeiro
EPSP Escola Politécnica de São Paulo
FAMED Faculdade de Medicina da Bahia
FLDB Faculdade Livre de Direito da Bahia
IIBA Imperial Instituto Baiano de Agricultura
IPBA Instituto Politécnico da Bahia
SEAGRIBA Secretária de Agricultura da Bahia
SBA Sociedade Baiana de Agricultura
SNA Sociedade Nacional de Agricultura
UFF Universidade Federal Fluminense
11
Lista de quadros, figuras e gráficos PG
Quadros
Quadro 1 Nível Educacional dos Ministros por Período 1822 1889 ----------------------------------- 21
Quadro 2 - Educacional dos Senadores não Ministros, por Período, 1822 1889 ------------------------- 21
Diagramas
Diagrama 1 Diagrama de Partidos Políticos na Bahia na Primeira República ---------------------------- 80
Gráficos
Gráfico 1 - Advogados, Médicos e Engenheiros por 10.000 ha da população RJ - (1843 -1906) ------ 30
Gráfico 2 - Origem dos Estudantes Matriculados na EPBA por Estados da Federação 1897 1920 ---- 89
Gráfico 3: Origem dos Estudantes Matriculados na EPBA por Regiões da Federação 1897 1920--- 90
Gráfico 4 - Origem dos Estudantes Matriculados na EPBA por Centros Regionais na Bahia 1897 1920 -------- 90
Gráfico 5 - Origem Social dos Pais EPBA 1897 1920 ------------------------------------------------------- 94
Gráfico 6 - Profissão dos Pais EPBA 1897 1920 ----------------------------------------------------------- 95
Gráfico 7 - Número de Alunos Matriculados ou Ingressantes na EPBA 1897 1920 --------------------- 98
Gráfico 8 - Número de estudantes ‗concluintes‘ versus número de estudantes ‗ingressantes‘ EPBA 1897 1920 98
Gráfico 9 - Matrículas de Estudantes ―Civis‖ e ―Militares‖ na EPBA 1897 – 1920 ----------------------- 102
Gráfico 10 - Estudantes formados pela EPBA 1897 1920 --------------------------------------------------- 104
Gráfico 11 - Taxa de Desistência por Curso EPBA 1897 1920 --------------------------------------------- 104
12
Gráfico 12 - Origem dos docentes da EPBA por Estados da Federação 1897 1920 --------------------- 109
Gráfico 13 - Procedência dos docentes da EPBA pela Bahia e Outras Regiões 1897 1920 ---------- 110
Gráfico 14 - Procedência social do Pai 1897 1920 --------------------------------------------------------- 110
Gráfico 15 - Procedência da formação do corpo docente da EPBA - 1897 1920 ------------------------ 112
Gráfico 16 - Ingressos de docentes por ano da EPBA - 1897 1952 ---------------------------------------- 115
Gráfico 17- Distribuição do professorado por categoria funcional da EPBA - 1897 1952 ------------- 118
13
SUMÁRIO PG
Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------- 14
Capítulo 1 - Engenharia como projeto na Bahia republicana ---------------------------------- 21
1 - Ciências, Bacharéis e Engenharia no XIX ―Oropa, Rio e Bahia‖ -------------------------- 21
2 - Um breve balanço historiográfico: engenheiros no ―Brasil‖ e na ―Bahia‖---------------- 39
3 - Opções teóricas de metodológicas --------------------------------------------------------------- 46
4 - Escola Agrícola da Bahia X Escola Politécnica da Bahia: poder, política e educação -- 55
4.1 - Escola Agrícola da Bahia EAB -------------------------------------------------------------- 56
4.2 - Escola Politécnica da Bahia à luz da engenharia na Bahia republicana: embates e projetos -------- 58
Capítulo 2 - Escola Politécnica da Bahia: um perfil institucional ----------------------------- 62
1 - O jogo e a ―regra‖ - A política na Bahia Republicana: embates e projetos -------------- 64
2 - Escola “Polytechnica” da Bahia: objetivos e projetos --------------------------------------- 81
3 - Discentes: perfil e procedência ------------------------------------------------------------------ 87
4 - Docentes: Origens e projetos -------------------------------------------------------------------- 107
Capítulo 3 - Engenheiros Politécnicos: Projetos e trajetórias ------------------------------ 121
1 - Um ―projeto” para a modernidade: origens históricas ----------------------------------------- 121
2 - Escola Polytechnica da Bahia: um projeto ―contra-hegemônico‖ ---------------------------- 131
3 -EPBA e J J Seabra: A conquista de um projeto contra-hegemônico -------------------- 146
Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------- 155
Bibliografia -------------------------------------------------------------------------------------------- 158
Anexos -------------------------------------------------------------------------------------------------- 165
14
Introdução
A gênese da ideia de escrever sobre uma instituição de ensino, mais
precisamente sobre uma escola formadora de engenheiros, com recorte cronológico para
a Primeira República, surgiu como proposta de projeto de mestrado, quando ainda como
bolsista de Iniciação Científica, junto ao projeto “Estado, Poder e Educação no Brasil:
O Ensino Agrícola na Primeira Metade do culo XX”, no qual, sob a orientação da
Professora Doutora Sônia Regina de Mendonça, pude trabalhar com variados tipos de
fontes e leituras sobre o tema.
Partindo desta premissa, após levantamentos prévios de dados em instituições
públicas, em sua grande maioria detentoras de acervos importantes para quem trabalha
no foco da História Social e História Institucional, percebemos uma carência de
trabalhos acadêmicos sobre a temática em questão. Diante desta constatação,
elaboramos um projeto e o pusemos em prática. No entanto, ao debruçarmos sobre o
nosso objeto, procuramos perfazer a trajetória de uma instituição de ensino formadora
de engenheiros no estado da Bahia, durante as suas duas primeiras décadas de
funcionamento, levando em conta a sua inserção social e seu papel na construção da
sociedade baiana durante a República Velha.
Com este objetivo, procuramos entender as complexas relações entre as frações
dominantes
1
na Bahia ao final do Império e suas constantes ligações junto às entidades
de classe Sociedade Baiana de Agricultura SBA, Associação Comercial da Bahia
ACB dentre outras . Ao iniciar nossa investigação e ainda em meio a variadas leituras,
saltou aos nossos olhos a existência de uma instituição, na Província da Bahia, ligada
ainda às frações da classe dominante regional e à nomeada “Imperial Instituto Bahiano
de Agricultura” (doravante chamado IIBA). Instituto criado a partir da iniciativa dessas
1
Pang, Eul-Soo.Coronelisno e Oligarquia 1889 1943 (A Bahia na Primeira República Brasileira).Rio de
Janeiro, Ed Civilização Brasileira, 1979, Tourinho. Antonieta de Campos. O Imperial Instituto Bahiano
de Agricultura: A instrução agrícola e a crise da economia açucareira na segunda metade do século XIX.
Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, UFBA, 1982, Sampaio, Consuelo
Novais. Os partidos políticos da Bahia na Primeira República: uma política de acomodação. Salvador, Ed
UFBA, 1998, Dias, André Luís Mattedi. Engenheiros, mulheres, matemáticos: interesses e disputas na
profissionalização da matemática na Bahia 1896 1968. Tese de Doutorado, USP, 2002, Araújo, Nilton
de Almeida. A Escola Agrícola de São Bento das Lajes e a Institucionalização da Agronomia no Brasil
1877 1930. Dissertação de Mestrado UEFS, 2006.
15
frações
2
pertencentes à região do Recôncavo Baiano área historicamente ligada à
produção de açúcar com o intuito de amenizar a crise açucareira por meio do projeto
de criação e manutenção da Escola Agrícola da Bahia (doravante chamado EAB),
fundada em São Bento das Lajes. Com efeito, ambas as instituições, criadas na segunda
metade do século XIX, serviam de ponto de partida para a compreensão das relações
sociais e políticas entre os ―coronéis‖ amalgamados junto ao poder na província e no
Império. Apesar de criada por um grupo seleto de grandes proprietários do Recôncavo
com o propósito de ―modernizar‖ a agricultura baiana, que então atravessava momentos
difíceis, o IIBA e o EAB conviveram ao longo de sua existência com diversas crises
financeiras. Ao que tudo indica, só não fecharam suas portas devido a constantes
subvenções provinciais e imperiais, face à influência política de alguns grandes
proprietários e políticos, ligados a cargos públicos e dotados de vínculos pessoais com
D. Pedro II.
Com a fundação da EAB em 1877, o principal objetivo dos dirigentes do IIBA
passou a ser o funcionamento da Escola, destinada à formação de técnicos e agrônomos.
Cabe destacar que grupos ligados ao comércio de exportação se encontravam
inseridos junto a vários cargos da diretoria do IIBA, constituindo-se em alguns dos
principais patrocinadores, apesar de seu controle ser exercido por grandes proprietários
rurais. O clima de otimismo que cercou a inauguração da EAB logo se modificaria, na
medida em que apareceram alguns problemas, dentre eles o acirramento das
contradições entre tais grupos
3
e as primeiras discussões sobre seu nível de ensino, bem
como sobre a pertinência de seu funcionamento
4
. Um dos principais críticos à
manutenção da Escola, o Prof. Arlindo Coelho Fragoso, em 1893, escreveria uma série
de artigos sobre a EAB, publicados no periódico local “Jornal de Notícias”, nos quais o
autor defendia a necessidade de reformas, dentre elas a transferência da Instituição para
Salvador. Após vários apelos, inclusive de ex-diretores da escola, deputados e diretores
2
Segundo Eul-Soo Pang tais frações da classe dominante são denominadas de ―clãs‖, conceito com o qual
não concordamos, mas consideramos pertinente mencionar. Coronelisno e Oligarquia 1889 1943 (A
Bahia na Primeira República Brasileira).Rio de Janeiro, Ed Civilização Brasileira, 1979, pp.19-63.
3
Problemas curriculares onde se cabe a definição do ensino na escola; de caráter eminentemente teórico
ou prático; por ser uma instituição fundada pela sociedade civil, cabe a ela subsidiar a escola, o que não
acontecia, sendo sempre patrocinada pelo dinheiro público. Se o dinheiro público é o que realmente
prevalecia, o porque então não passar o controle da escola para a província. São essas algumas das
questões contraditórias dentre várias outras levantadas por membros ligados a EAB, deputados
provinciais e diretores do IIBA.
4
Tourinho. Antonieta de Campos. O Imperial Instituto Bahiano de Agricultura: A instrução agrícola e a
crise da economia ucareira na segunda metade do século XIX. Dissertação de Mestrado. Faculdade de
Filosofia e Ciências Humanas, UFBA, 1982, p.150.
16
do próprio IIBA, nada foi feito até os primeiros anos da era republicana, apesar da
Instituição ter passado por diversas transformações, seja de ordem estadual e federal
5
,
após a derrocada do IIBA em 1902.
Arlindo Coelho Fragoso, catedrático de Engenharia Rural da EAB, assumiria,
em 1892, o posto de Secretário de Agricultura no governo de Rodrigues Lima (1892
1896), aliando-se politicamente a Luiz Viana, conservador ligado ao grupo dos Viana da
região do Vale do São Francisco. Luiz Viana, apesar de ser juiz de direito no
Recôncavo cargo adquirido por influência do Barão de Cotegipe, seu padrinho
político foi membro fundador do IIBA
6
e chefe político do tradicional Partido
Conservador
7
, sendo ligado à fração agrocomercial da região
8
. Arlindo Fragoso,
aproveitando suas alianças com políticos tradicionais tais como a família dos
Calmon e seu prestígio como Secretário de Agricultura, exonerou-se do cargo de
catedrático da EAB em 1895 e fundou, em Salvador, o Instituto Politécnico da Bahia e,
logo depois a Escola Politécnica da Bahia nosso objeto de estudo. Mantido como
Diretor da Secretária de Agricultura do governo Luiz Viana (1896 -1900), Arlindo
Fragoso liderou o grupo de engenheiros que fundou o IPBA e a EPBA, tornando-se o
primeiro presidente do Instituto (1896-1899) e no primeiro diretor da escola (1897-
1907). A partir de então o IPBA através de sua escola se tornaria a principal instituição
formadora de engenheiros, em detrimento da EAB, agregando catedráticos egressos
desta última.
As histórias do IPBA e EPBA evidenciam e nos trazem a reflexão que é preciso
pensar as instituições não apenas no mundo das ideias de valores e normas, ou seja, no
mundo abstrato. Mas sim, pensar que elas representam um conjunto complexo
caracterizado por certa organização e fixação no meio social de forma concreta,
destinado a formular e a efetivar um dado “projeto de mundo”.
5
Criada pelo governo provincial, central e pelo IIBA entidade ligada a sociedade civil (1877),
transformada em Instituto Agrícola da Bahia (IAB) pelo governo estadual após a derrocada do IIBA, foi
federalizada em 1911 como escola média e tornando à jurisdição do governo da Bahia na sua
transferência em 1930, para Salvador. Cf Araújo, Nilton de Almeida. A Escola Agrícola de São Bento das
Lajes e a Institucionalização da Agronomia no Brasil 1877 1930.
6
TOURINHO, Antonieta de Campos. Op. cit, p.236.
7
Pang, Eul-Soo.Coronelisno e Oligarquia 1889 1943 (A Bahia na Primeira República Brasileira).Rio de
Janeiro, Ed Civilização Brasileira,1979,p.64-68.
8
Assumo este terno da obra de Consuelo Novais Sampaio, onde a autora entende a república é que se
legitima com comércio agroexportador mais diversificados, via alianças com agentes de antes eram
ligados ao comércio.
17
Pensar em instituições num sentido ampliado, como instituições profissionais, de
ensino, coorporativas etc., significa refletir que as mesmas trabalham em sentido
exequível, no intuito de formar uma teia de relações objetivas entre agências e agentes.
Sendo assim, investir na nossa proposta impõe um procedimento metodológico capaz de
explicar essa espécie particular de produção e reprodução de projetos, e de saberes
como é o caso do nosso “objeto” a ser investigado; onde, num determinado período
estava a criação e a consolidação de uma instituição, com suas práticas, regras e
especificidades, noutro, percebe-se diferentes campos de saber - Medicina, Direito e
Agronomia - se constituindo; se diferenciando e adquirindo certa autonomia. Esta
dicotomia facultou o acesso destes agentes institucionais a postos burocráticos no seio
do aparato estatal.
Para compreender o objetivo que emprega, e a lógica de como funciona uma
instituição, entendemos ser fundamental perceber as tensões sociais que a circundam, as
práticas sociais dos grupos nelas contido e o pensamento preponderante
9
. Seus
discursos, pensamentos e suas trajetórias dirigentes, docentes e ex-alunos nos
informa as práticas individuais, e consequentemente as coletivas. A junção dessas
histórias revela-nos um referencial social construído a partir dessas experiências que,
são também alterados por estes elementos.
Partindo destes pressupostos, nosso estudo se propõe a mostrar que a Escola
Politécnica da Bahia, através de seus dirigentes, docentes e ex-alunos, alcançam
destaque na sociedade civil e sociedade política, passando então a inscrever seus
projetos de visão de mundo no interior da sociedade política. O resultado desta relação
em um dado momento é a transformação destes projetos em políticas públicas para o
estado da Bahia, e principalmente Salvador. Veremos que vários destes agentes se
tornaram nomes importantes, tanto na sociedade política local e quanto na nacional.
10
É neste contexto que pretendemos nos ater daqui por diante, e creio estarmos
contribuindo não apenas para o amadurecimento e enriquecimento da historiografia
específica sobre o tema, mas também para a própria história das agências envolvidas e,
porque não, à história da política baiana na Primeira República.
9
Destacamos o ―conjunto‖ ou ―grupo social, no qual, pautaremos, no caso do nosso estudo, os
engenheiros da EPBA.
10
Faziam parte do quadro de catedráticos do IPBA: Miguel Calmon Du Pin e Almeida, Antônio Ferrão
Moniz de Aragão, Octávio Cavalcante Mangabeira dentre outros.
18
No Primeiro capítulo tentaremos mostrar e contextualizar o momento histórico
que precede o recorte cronológico de nossa dissertação, no intuito de procurar entender
de maneira clara e objetiva a importância e a ascensão do ofício de engenheiro no
Império brasileiro em detrimento de outras duas profissões: médicos e advogados. Para
atingir nosso objeto de estudo, elencaremos os fatos e os acontecimentos históricos que
se relacionam com a criação da Escola Politécnica da Bahia, em 1897, por meio de seu
porta-voz político o Instituto Politécnico da Bahia criado em 1896. A análise da
historiografia sobre o tema, principalmente a que evidencia seus engenheiros, também
será trabalhada como forma de definir conceitualmente o que pretendemos trabalhar.
Pretendemos empreender uma discussão sobre os primórdios da inserção da
ciência no Brasil, situando-a dentro da institucionalização das três principais profissões
no Império brasileiro: Advogados, Médicos e Engenheiros. Ao mostrar a inserção dos
engenheiros, passamos então a detalhar toda a trajetória das escolas formadoras - a
princípio sob a tutela militar -, suas mudanças e reformas, até a criação da Escola
Politécnica da capital do Império, saindo da chancela militar e se instituindo como
profissional civil stricto sensu. Neste tempo, os engenheiros já se encontravam
imbuídos de um respeitado capital simbólico e inscritos em um novo projeto de Estado
em ascensão dentro do país. Chamaremos a atenção para as outras especialidades da
engenharia, principalmente no que diz respeito à Agronomia. Abordaremos a vanguarda
da Bahia na formação de engenheiro agrônomos e seus embates com as frações
dominantes desencadeado na criação da Escola Politécnica da Bahia.
Optaremos por discutir as principais interpretações acerca da institucionalização
da engenharia no Estado Brasileiro no século XIX, com ênfase na abordagem teórica
sobre o tema. O percurso será o de uma historiografia tradicional, conservadora até a
abordagem de trabalhados mais recentes e inovadores. Ainda neste tópico apontaremos
para nossas opções teóricas e metodológicas para o estudo. Neste mesmo capítulo,
faremos uma locução das nossas opções teóricas e metodológicas. Temos por base para
o nosso estudo o arcabouço de conceitos elaborados por Antônio Gramsci. Faremos
uma explanação breve sobre Estado Ampliado tem como auxílio os métodos do
sociólogo francês Pierre Bourdieu. Entendemos que aplicação das ideias desses dois
pensadores seja condição sine qua non para a construção do estudo proposto.
Portanto, buscaremos analisar os desdobramentos e as correlações de forças
entre as frações das classes dominantes e as razões pelas quais levaram à criação da
Escola Politécnica da Bahia em detrimento da Escola Agrícola da Bahia, localizada na
19
região de maior importância econômica da Bahia: o Recôncavo Baiano. Entendemos
que situar o panorama político deste momento histórico seja fundamental para
compreender os agentes e agências que estavam juntos na arena de disputas políticas,
que a Bahia, neste momento, passava por uma acintosa crise de hegemonia.
No segundo capítulo, trataremos do perfil da escola formadora de engenheiros
da Bahia. Para chegarmos a este propósito, pautar-nos-emos no perfil dos discentes e
docentes, identificando suas origens e o público que esta instituição veio a formar e a
atender. Na prática isto significa dizer ordenar e organizar as frações encampadas dentro
da instituição e seu projeto. Aprofundando nas incursões abordadas no capítulo inicial,
trabalharemos de forma mais direta, as razões que levaram a criação da escola. Para
levantar a questão, vamos analisar os eventos por dois principais caminhos: o primeiro,
visando colocar a maneira pela qual a historiografia tratou o episódio; segundo, expor
nossas analises com a sistematização do escopo documental, com destaque para as atas
da congregação da instituição e alguns poucos periódicos a serem analisados, pautando
os motivos da criação da escola, seus objetivos e projetos. Para um embasamento mais
completo, entendemos ser fundamental reconstruir todo o cenário ―jogo‖ político na
Bahia republicana, destacando todo processo de crise de hegemonia apontando os
agentes principais das disputas, inserindo a criação da EPBA dentro deste processo.
Mostraremos o ambiente das disputas e as correlações de forças no qual a Escola
Politécnica está inserida. A seguir, mostraremos a adesão a um projeto de visão de
mundo, quando Arlindo Fragoso, seu principal dirigente foi nomeado para o principal
cargo hierarquicamente abaixo do governador. Dando prosseguimento às análises,
discutiremos o estabelecimento da escola como agência formadora de engenheiros, sua
estrutura curricular e o perfil social do alunato. Encerramos com a quantificação dos
dados, que nos mostra o contingente dos alunos; qual o curso mais solicitado; o nível
das evasões; a procedência e quais os anos com maior procura na instituição dentro do
recorte estabelecido por nossa pesquisa. Não deixaremos levar em consideração os
embates políticos que de alguma forma tinham reflexo na manutenção da escola, que
a ascensão da escola constantemente dependerá dos resultados destas disputas,
principalmente nos seus primeiros vinte anos de existência. Continuando a análise,
voltamos nossas investigações para o corpo docente da escola. Expondo suas origens e
seus projetos para a instituição. È importante destacar a ascensão e a distribuição destes
intelectuais na organicidade das frações dominantes, encampados na sociedade civil,
dentro de seus aparelhos e na sociedade política, por meio das instituições públicas.
20
Entendemos que o coroamento destes intelectuais e seus projetos junto a estas frações se
fizeram com a nomeação de Arlindo Fragoso fundador da escola - para a Secretária
Geral do Estado da Bahia. A partir de então, Arlindo Fragoso e seu grupo político,
em sua maioria professores catedráticos de uma primeira geração da escola, ocuparam
os principais cargos na administração José Joaquim Seabra, na Bahia (1912-1916).
No terceiro capítulo, analisaremos de forma qualitativa as questões levantadas e
evidenciadas no capítulo anterior no que se refere à trajetória dos discentes passados
pela instituição e docentes alocados na escola. Procuraremos levantar por meio de seus
discursos e projetos, suas visões de mundo - que estão divulgando. Alguns desses
alunos que se graduaram na Escola Politécnica da Bahia se tornaram grandes
personalidades no cenário intelectual e político, seja nos limites da Bahia e alguns casos
no cenário nacional como, por exemplo: Otávio Mangabeira, Francisco de Souza
Ao fazer o caminho desses agentes, constatarmos que seus projetos e visão de
mundo condiziam com a da instituição, na qual se formaram, podemos então provar a
hipótese principal do nosso estudo: que a Escola Politécnica da Bahia, por meio de seus
dirigentes, construiu e discerniu projetos de visão de mundo. Provando então que a
instituição formadora de engenheiros da Bahia é, portanto, um aparelho privado de
hegemonia.
Portanto, por meio desta pesquisa entendemos estar contribuindo para a história
desta instituição formadora de engenheiros e, estar de também contribuindo para a
historiografia da Bahia na Primeira República.
21
Capítulo 1
Engenharia como projeto na Bahia republicana
Introdução
A proposta deste primeiro capítulo é abordar de maneira sucinta os
acontecimentos históricos que levaram a criação da Escola Politécnica da Bahia, em
1897 (doravante EPBA), e do seu porta-voz político o Instituto Politécnico da Bahia,
criado em 1896 (doravante IPBA). Para melhor compreendermos os nossos objetos de
estudo, nesta primeira seção, analisaremos os caminhos das atividades científicas no
Brasil a partir do século XIX, destacando as três principais formações profissionais
dentro do Império: Advocacia, Medicina e Engenharia.
1 Ciências, Bacharéis e Engenharia no XIX “Oropa, Rio e Bahia
11
A História da inserção formal das Ciências no Brasil iniciou-se nas primeiras
décadas do século XIX, após a instalação da Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, sob a
regência do então príncipe D. João. Até a chegada da corte em 1808, o Brasil não
passava de uma colônia dentro da lógica do mercantilismo lusitano, portanto, sem
universidades, imprensa, bibliotecas, museus, academias científicas, etc.
Essas características contrastam com as colônias espanholas, que tiveram
universidades já a partir do século XVI. Segundo José Murilo de Carvalho, tal contraste
se explica em razão da ―concepção federativa‖ dos Habsburgos em oposição ao
―centralismo‖ adotado pelos Bourbons
12
. Esta prática era uma política deliberada da
Coroa portuguesa, quiçá, por temer a formação de uma identidade regional, ou mesmo,
o desenvolvimento de um sentimento nacionalista que aspirasse independência política,
11
Mário de Andrade, no seu Macunaíma, registrou uma expressão que serve para designar o mundo
inteiro: "Oropa França e Bahia". A personagem Vei quer que o herói Macunaíma se case com uma de
suas filhas e anuncia: "O dote que dou pra ti é Oropa França e Bahia." Adaptamos ao colocar Rio, pois a
porta de entrada para a modernização no Brasil é o Rio de Janeiro; a nova Belle Époque brasileira
inspirada na remodela Paris, capital da França e considerada o modelo de civilização da época.
12
Segundo José Murilo de Carvalho, no Século XIX a América espanhola já gozava de 25 universidades.
CARVALHO, José Murilo de. A Construção da Ordem. Teatro de Sombras, 2 ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2006, p. 70-71.
22
ou seja, os possíveis letrados organizados em suas frações poderiam criar situações
contra o status quo do Império Português. Vale lembrar, que alguns fatores similares
vieram potencializar movimentos de independência política nas colônias espanholas.
13
No entanto, algumas midas tentativas de estabelecer a atividades científicas no
Brasil ocorreram em meados de 1783, com incentivo do Marquês de Pombal, que
patrocinou a expedição do naturalista português Alexandre Rodrigues, com o objetivo
de explorar e identificar a fauna, a flora e a geologia brasileira.
14
Contudo, em 1772, foi
fundada no Rio de Janeiro a primeira sociedade acadêmica ligada à ciência: a
Sociedade Scientifica”, que se manteve em atividade até 1794. Em 1797, o primeiro
―Instituto Botânico‖ foi criado em Salvador, na Bahia.
15
Podemos dizer que a transferência da família imperial, fomentou a entrada das
ciências, o ideal e os bons costumes da civilização européia no Brasil. No período de
curta duração de 1808 a 1810‖, o monarca criou a Academia Real Naval, Academia
Real Militar, a Biblioteca Nacional, os Jardins Botânicos reais, a Escola de Cirurgia da
Bahia e a Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, na capital do
Império.
16
Durante o reinado de D. Pedro I, as políticas e ões, no que dizem respeito ao
incentivo científico, aprendizagem e tecnologia, sofrem certo atraso ―desaceleração‖ até
por conta da crise política de seu reinado, muito embora tenham sido criadas as
faculdades de direito em Pernambuco e São Paulo. Nas primeiras décadas do século
XIX, a ciência no Brasil foi praticada e lembrada em sua maior parte por expedições
científicas promovidas por naturalistas europeus, dentre eles, Charles Darwin.
17
Estas
práticas científicas constituíam-se, em grande parte, de missões estrangeiras para se
descrever a rica e fabulosa biodiversidade nacional, sua fauna e flora, e também sua
geografia, amparado pelo grande potencial geológico brasileiro, que incentivará, por
exemplo, criação da Escola de Minas de Outro Preto por D. Pedro II na segunda metade
do Século XIX.
13
Idem, Capítulo III, IV.
14
Para saber mais sobre o tema ver: FALCON, Francisco. A Época Pombalina. São Paulo: Editora Ática,
1982; MAXWELL, Kenneth. Trad. João Maia. A Devassa da Devassa - A Inconfidência Mineira: Brasil
e Portugal 1750-1808. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1995; ___Marquês de Pombal - Paradoxo do
Iluminismo. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996.
15
BARRETO, Aldo de Albuquerque. Olhar sobre os 20 anos da Associação Nacional de Pesquisa e s-
Graduação em Ciência da Informação (ANCIB). Brasília, v.2, n.1, p.4. Disponível em:
http://aldoibct.bighost.com.br/aldo%20ancib.pdf. Acesso em 26/12/2009.
16
FAUSTO, Boris. História da Brasil. São Paulo: EDUSP. 2002.
17
LOPEZ, Adriana, Motta, Carlos Guilherme. História do Brasil: Uma interpretação. São Paulo: Ed:
Senac,2008. Capítulo 18.
23
Como falamos no Primeiro Reinado, foi aprovada, em 1826 a criação das
primeiras instituições formadoras de bacharéis em Direito no Brasil, são elas: a
Faculdade de Direito de Olinda, logo transferida para Recife e a Faculdade de Direito de
São Paulo.
Mesmo com a criação das escolas de direito em Pernambuco e São Paulo, os
membros das frações políticas mais poderosas do I Reinado e da Regência, eram
aquelas a obter o título de bacharel na Universidade de Coimbra. A historiografia sobre
o tema nomeou este contingente de ―primeira geração bacharelesca do Brasil‖ também
conhecidas como ―coimbrões‖. Esses agentes da primeira geração se tornaram a “fina
flor” da política no Primeiro Reinado e Regência.
Somente na segunda metade do século XIX é que os primeiros membros, agora
da segunda geração, em sua maioria formados no Brasil, destacaram-se no controle
político do Império, agora em sua segunda fase, agora com D. Pedro II.
De acordo com Carvalho
18
, a formação superior foi um forte aliado na
amalgamação, ―unificação‖ das frações das classes dominantes na política do Brasil
Império, ou seja, no processo de construção do Estado Nacional brasileiro, as
características dessas frações apresentam-se sob características de homogeneidade. A
unificação da política imperial relaciona-se intimamente com a educação superior na
medida em que quase a totalidade dos grupos dominantes detinha o privilégio de cursar
um curso superior em contraste com a maioria da população. E ainda, a concentração e
opção por uma formação jurídica, adquirindo assim, um núcleo comum de
conhecimentos, e por fim, as poucas opções de escolha na localidade onde estes agentes
se formavam.
No entanto, como a quase totalidade dos agentes pertencentes às frações
dominantes possuía curso superior, podemos dizer que a porcentagem de bacharéis de
ministros, era maior do que os senadores, que por sua vez, se equivaliam aos deputados
legislativos. Como nos mostra o quadro 1 e 2.
18
Lembramos que Carvalho perpassa todo seu estudo pela matriz elitista de percepção de Estado, viés
teórico, no qual, não concedemos para o nosso objeto de analises.
24
Quadro 1
Nível Educacional dos Ministros por Período 1822 1889 (%)
1822- 31
1831 - 40
1840 53
1853- 71
1871 89
Total
86,67
85,72
86,96
96,00
95,46
91,32
11,11
14,28
13,04
4,0
4,54
8,22
2,22
_
_
_
_
0,46
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
(n= 45)
(N=35)
(N=23)
(N=50)
(N=66)
(N=219)
Fonte: CARVALHO, José Murilo de. A Construção da Ordem. Teatro de Sombras, 2 ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 78.
Quadro 2
Nível Educacional dos Senadores não Ministros, por Período, 1822 1889 (%)
1822- 31
1831 - 40
1840 53
1853- 71
1871 89
Total
81,82
73,34
57,90
80,00
80,77
76,11
15,15
26,66
31,58
20,00
19,23
21,24
3,03
_
10,52
_
_
2,65
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
(n= 33)
(N=15)
(N=19)
(N=20)
(N=26)
(N=113)
Fonte: CARVALHO, José Murilo de. Op, Cit. 78.
Dentre as profissões bacharelescas, a formação em ―Direito‖, via de regra,
prevaleceu no Brasil Imperial; adquirida em num primeiro momento em Coimbra -
antes da conquista da Independência - e posteriormente em Pernambuco e São Paulo.
25
Coimbra, após o domínio jesuíta, passou por uma grande reforma patrocinada
pelo Marquês de Pombal em meados do século XVIII. A partir de então, a instituição
passou a se orientar para uma formação mais pautada nas ciências naturais, enfatizando
sua orientação para melhor explorar os recursos das colônias do Império português. Os
métodos, programas e conteúdos, antes pautados principalmente nas leis canônicas,
estudos escolásticos, teologia filosófica, aristotelismo e ensino religioso, volta-se para a
física, a química, a matemática, a zoologia, a botânica e ciências exatas.
Com isso, podemos dizer que o Iluminismo de fato chegou a Portugal
19
. As
mudanças, ocorridas dentro do Império, e principalmente em sua principal Universidade
―Coimbra‖ vai desencadear em um novo fortalecimento do poder estatal português, após
um declínio contundente na extração aurífera, grande oscilação do preço do açúcar, e
também o domínio inglês. No entanto, as reformas na educação, iriam de encontro a um
leve surto de recuperação econômica do Estado português.
Porém, com a viradeira
20
, a instituição voltou seu foco à carreira jurídica com
ênfase no ―direito canônico‖ e educação religiosa. O período posterior a essa reação
formou a maioria dos políticos brasileiros do Primeiro Reinado.
Ressaltamos que a geração formada em Coimbra teve um importante papel na
fase de estabilização do Império. As universidades ibéricas tinham de fato a
característica de se diferenciarem por seguirem uma orientação instrumental, no
comprometimento com o fortalecimento do poder monárquico, logo, seguindo as
premissas do ―Antigo Regime‖ pela defesa da Igreja.
A segunda geração de bacharéis em Direito, formaram-se nas duas instituições
criadas em 1826. Na região Nordeste, inicialmente na cidade de Olinda, mas que logo
transferida para Recife, em 1854. A segunda criada para atender as demandas do centro
19
Destacamos que o iluminismo Português, não vem de encontro ao iluminismo Frances; pois este
continha ferramentas capazes de pôr em perigo o antigo regime, portanto, de acordo com JoMurilo, o
iluminismo português ficou mais próximo do italiano, onde, as tendências se orientavam em sentido mais
reformista e pedagógico e, sem o espírito revolucionário Frances.
20
O termo Viradeira foi criado para identificar o período que se iniciou a 13 de Março de 1777 com a
nomeação por D. Maria I de novos Secretários de Estado, em substituição do Marquês de Pombal. Neste
período deu-se uma progressiva quebra do controle estatal sobre muitas áreas econômicas, com a extinção
de alguns dos monopólios mercantis estabelecidos por Pombal, e permitiu-se uma retomada influência da
Igreja e da alta nobreza sobre o Estado. No que se refere à Universidade de Coimbra, muitos professores e
alunos foram expulsos sob diversas acusações ligadas à heresia, como enciclopedismo, naturalismo e
deísmo. Francisco de Melo Franco, um dos expulsos escreveu tempo depois um clássico livro sobre o
episódio O reino da estupidez em represália. Cf: CARVALHO, José Murilo de. Op. Cit. Capítulo
III, CARDOSO, Ciro Flamarion S. ―A crise do colonialismo Luso na América Portuguesa 1750- 1822‖
in LINHARES, Maria Yeda (org).História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Ed Campos, Ed, 2000, p.
111-128.
26
sul localizada na cidade de São Paulo. Para Gizlene Neder, o objetivo em criar as duas
instituições nas regiões distintas, tem como propósito o favorecimento da ―construção
da nação‖, assim nos diz a autora:
Projetavam, desta maneira, uma articulação entre as diferentes
regiões que compunham o país; preveniam-se, também, dos
movimentos separatistas. Havia, sem dúvida, alguma clareza acerca da
importância de uma direção no processo de ideologização através da
educação, formulada em termos da ―formação de uma consciência
nacional‖.
21
Apesar dos cursos terem sido criados no Império brasileiro, o modelo a ser
seguido seria o de Coimbra, com algumas importantes adaptações. Na grade curricular,
a tendência a de priorizar o Direito Romano e Canônico seguido por Coimbra, foi
suprimida pelo modelo brasileiro, com vistas a atender as necessidades do novo
Império. Disciplinas como Economia Político, Direito Mercantil e Direito Marítimo
foram implementadas, pois havia uma demanda por tais conteúdos, o que evidencia um
processo de mudanças. O status quo internacional passava por grandes adaptações e
mudanças. Revoluções eclodiam pela Europa, na América inglesa e na América
espanhola, o pensamento liberal se afirmava a cada dia, e o modelo do Antigo Regime”
era ainda mais combatido.
Mesmo sendo criadas simultaneamente, considerando as devidas adaptações
necessárias, comparando a sua congênere de Coimbra, as duas escolas na prática tinham
diferenças em seu conteúdo teórico. Segundo Lília Schwarcz
22
a escola de São Paulo,
seguiu um modelo mais voltado para a vertente política liberal. Em tal cenário o que
fica patente é a intenção de formar uma nova geração bacharéis burocratas capacitados
para a política, ou seja, formar novos quadros de lideranças para dirigir o país. a
escola de Recife, voltava-se para uma linha de trabalho calcado nas questões raciais,
ciências, Medicina Legal e Antropologia Criminal. Podemos dizer que Recife tinha em
sua prática formar ―homens de ciência‖.
Para seguir a linha mais ligada à ―científica‖, a escola pernambucana contou
com grande influência do positivismo e do evolucionismo social levados principalmente
21
NEDER, Gizlene. Discurso jurídico e ordem burguesa no Brasil. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris
Editor, 1995, p. 100.
22
SCHWARCZ, Lília Moritz. O Espetáculo das Raças: cientistas, instituições e questão racial no
Brasil1870-1930 . São Paulo: Companhia das Letras, 1993. Capítulo V.
27
pela Escola italiana de criminologia, que tinha em seu ideal o Direito como
conhecimento científico.
a oficialização da primeira escola de Medicina, veio durante o início século
XIX com a criação das escolas de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro foram criadas
e consolidadas. Com vinda da Família real para o Brasil, que ao chegar, o então príncipe
regente D. João futuro D. João VI por decreto criou as instituições formadoras de
médicos.
A Escola de Cirurgia da Bahia foi à primeira instituição de ensino superior do
Brasil. Criada em 18 de fevereiro de 1808 e instalada no Hospital Real Militar. Os
primeiros docentes foram médicos militares vindos com o próprio D. João, e
posteriormente os civis ocuparam as cadeiras para a docência. Por meio de nova Carta-
Régia em 29 de dezembro de 1815, D. João VI determinou que a Escola de Cirurgia
fosse denominada de Academia Médico-Cirúrgica da Bahia.
A Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro foi instalada no
Hospital Real Militar, localizada no morro do Castelo. O curso tinha duração de cinco
anos e referendado pela Universidade de Coimbra
23
. Logo, estamos falando do
momento da institucionalização da instrução médica no Brasil, pois, em momentos
anteriores já ocorria o contato entre as ―medicinas‖ européias e as do Brasil. O influxo
médico inaugural da nova sede do Império Português não se deu por via da erudição
qualificada de seus físicos e cirurgiões, mas por intermédio dos conhecimentos e
experiências da medicina popularesca possuídos pelos navegadores, imigrantes,
exilados e padres que aqui aportaram nos primeiros anos de contato. Tinha caráter
essencialmente informal, sem grande pretensão de unificação de saberes, o que
podemos dizer, é que este momento histórico fazia parte do encontro cultural
promovido pelas grandes navegações. Entretanto suas condições eram extremamente
precárias, com grau de salubridade nulo, fazendo com que fossem obrigados a buscar
seus próprios métodos de cura dentro daquele espaço.
24
Em 1813, tanto a escola do Rio de Janeiro quanto a de Salvador foram
reorganizadas e se transformaram em Academias Médico-Cirúrgicas. O novo
regulamento permitia a adoção de regras e normas próprias para seu funcionamento e
garantia pela primeira vez, aos profissionais aqui formados, o direito de exercer a
Medicina, pois até então, só exerciam os médicos formados em Portugal.
23
NAVA, Pedro. Capítulos Da História Da Medicina No Brasil. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
24
SCHWARCZ, Op.Cit.
28
Ainda tomando o trabalho de Schwarcz, as duas escolas pouco a pouco se
valorizaram e criaram suas próprias identidades. Não perderam a oportunidade de criar
aparelhos ―ideia‖ de intervir no social.
25
Contudo, a instituição baiana começou a pensar
o cruzamento racial como grande questão para a afirmação da nação, e a instituição do
Rio de Janeiro construiu sua identidade pautada em estudos de doenças tropicais.
26
A partir da década de 1870 as ideias e as áreas de interesse das duas instituições
começaram a se aglutinar. Neste momento, as academias, e, principalmente a profissão
do médico, possuem certo prestígio. Foi então que começou a ganhar espaço no meio
médico, o propósito de intervenção social.
27
Schwarcz ressalta também o grande
conflito que se deu da medicina com o direito. A autora afirma que ambos imaginavam
ter nas mãos o destino da nação. Os advogados pensando através do ideário iluminista,
da igualdade e os médicos, partindo do pressuposto de viés biológico, ressaltando
principalmente as diferenças raciais.
28
a presença dos engenheiros no Brasil foi de fundamental importância desde o
início da colonização. Seu primeiro momento em terras brasileiras se fez auxiliando,
projetando e construindo fortificações, seguido por trabalhos direcionados na
demarcação do território, planejamento de cidades e ministrando Aulas de Fortificação
na Bahia e Rio de Janeiro, a partir do inicio do século XVIII.
Para Marinho
29
, devido às circunstâncias e necessidades das Aulas de
Fortificação, estas são consideradas como as primeiras escolas de ensino tipo ―leigo"
que passaram no Brasil.
30
Por este contexto os dirigentes colonizadores reivindicavam
―com insistência a remessa de engenheiros e a necessidade de abrir Aulas para o ensino
da Engenharia entre candidatos selecionados no local‖
31
, dando impulso tempos depois,
para a criação da Real Academia da Artilharia, Fortificações e Desenho da Cidade do
Rio de Janeiro ainda em dezembro de 1792.
32
25
SCHWARCZ, Op. Cit
26
Idem.
27
Idem.
28
Idem.
29
MARINHO, Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro. Ampliando o Estado Imperial: os engenheiros e a
organização da cultura no Brasil oitocentista, 1874-1888. Tese de Doutorado em História pelo PGHF da
UFF. Niterói: 2008, p. 96.
30
Idem.
31
TAVARES, Aurélio de Lyra. A engenharia militar portuguesa na construção do Brasil. Rio de Janeiro:
Bibliex, 2000, p. 61.
32
MARINHO, Op.Cit.
29
De acordo com a historiografia especializada, a institucionalização da
Engenharia
33
no Brasil teve início com a fundação da Academia Real Militar em 1810.
34
A instituição em seu início seguia o modelo de perspectiva mais teórico, instituindo um
curso de ciências, mas, logo em seguida outros cursos foram criados com aplicações
práticas e com ênfase em estudos estratégicos militares, o que na prática qualificaria
melhor os futuros oficiais do exército.
35
a partir do início da década de 1820, foi permitida a entrada de alunos civis
na instituição, ou seja, agora a escola não era só um local para a formação de oficiais do
Exército, mas também uma agência educadora do ensino de Engenharia, tendo em vista
as necessidades das frações dirigentes dentro do novo contexto político do Brasil, que se
tornara sede do Império Português.
Em 1831 foi proposta uma grande reforma na Academia Real Militar, aonde
veio a ocorrer à anexação da Academia de Guardas-Marinha, passando a ser chamada
de Academia Militar e de Marinha. O novo currículo era composto pelos cursos de
pontes e calçadas, matemática, militar e também construção naval. No entanto, a junção
não perdurou por muito tempo e, 1834 o Ministro da Marinha reivindica a separação da
Academia dos Guardas-Marinha alegando incompatibilidade entre as instituições.
36
Academia Real Militar foi renomeada em 1839 para Escola Militar da Corte.
Nessa nova reestruturação o currículo sofreu o corte das disciplinas de pontes e
calçadas, caracterizando a volta da escola as suas origens: o ensino stricto sensu militar.
As mudanças ocorridas na Academia Real Militar veio de encontro a uma readequação
dos alunos em duas companhias; uma ligada à infantaria e cavalaria e uma segunda
ligada à engenharia e artilharia.
Com o aumento da demanda de grandes obras públicas, e apesar da Engenharia
Civil ter sido instituída em março de 1842, na própria escola militar, o contingente de
formados nesta especialidade não era satisfatório, pois ainda permanecia insuficiente a
quantidade de engenheiros civis formados a atender grande demanda. A partir deste
33
A engenharia no Brasil se instala sob a égide dos militares formados em Portugal, logo a engenharia
brasileira em seu primeiro momento, ira se constituir com uma forte influência portuguesa; nos chama a
atenção que algumas obras sobre a temática indicam esta influência como sendo francesa, o que não é
verdade como indica Pedro Marinho. MARINHO, Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro. Engenharia
Imperial: o Instituto Politécnico Brasileiro 1862-1880. Dissertação de Mestrado em História pelo PGHF
da UFF. Niterói: UFF, 2002. Capítulo 1.
34
CARVALHO, José Murilo. Op. Cit. p 74-76, MARINHO, Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro. Op.
Cit. Capítulo II, TAVARES, Aurélio de Lyra. Op. Cit. Capítulo I.
35
Idem, Ibidem.
36
Idem.
30
momento se iniciou uma grande campanha para a criação de um curso exclusivamente
civil.
37
Ao mesmo tempo em que aumentava a demanda por Engenheiros civis, também
a formação militar passava por transformações. Com a sucessão de rebeliões durante no
Império, principalmente durante o período regencial, os comandantes do exército
entenderam que havia uma necessidade modificar a forma de educar seus oficiais, tendo
como referencia as técnicas e práticas dos exércitos europeus. Neste momento, o
Ministro da Guerra Manoel Felizardo de Souza e Mello
38
decretou em 1850 a abolição
do sistema aristocrático dentro da carreira das forças armadas. O novo critério
estabelecia que, para galgar na hierarquia da corporação, seria necessário um
determinado tempo; dado por antiguidade e uma formação técnica militar, e não mais
por bons relacionamentos dentro da Corte.
Com essas novas diretrizes, as carreiras militares passaram a não ser mais tão
interessantes para os filhos das frações dominantes, que, com as modificações nas
regras, os filhos dessas frações levariam um bom tempo para chegar a uma patente que
viesse a valer a pena na carreira militar prestígio era o mais importante , outro
ponto seria os salários dos militares que não eram tão atrativos para essas frações.
O Ministro Felizardo com estas mudanças tinha em mente a ideia de
profissionalizar e racionalizar a mentalidade do exército. Essas mudanças vão causar
principalmente a modificação do perfil dos oficiais do Exército. O que antes era
ocupado pelos filhos das frações dominantes, passou a ser ocupado pelos filhos da
classe média no Império baixos funcionários públicos e militares assim se
potencializa ainda mais a campanha para a separação do ensino militar superior do
ensino para civis em escolas militares
39
.
37
Idem.
38
Manuel Felizardo de Sousa e Melo nascido em Campo Grande em cinco de dezembro de 1805 foi um
militar, professor, jornalista, magistrado e político brasileiro. Formado em matemática pela Universidade
de Coimbra, em 1826. Casou em Porto Alegre, em 1834, com Francisca Cândida Figueiredo Chagas
Santos, filha do general Francisco das Chagas Santos e Joana Matilde de Figueiredo. Nomeado lente
substituto da Academia Militar da Corte. Foi sucessivamente promovido até o posto de general. Enquanto
morava no Rio Grande do Sul, trabalhando em um cargo administrativo, foi redator do Correio Oficial da
Província de São Pedro que circulou de 1834 a 1835 em Porto Alegre. Foi deputado provincial eleito à
Legislatura da Assembléia Provincial do Rio Grande do Sul. Membro prestigiado do Partido Conservador
e ocupou numerosos cargos públicos, tendo sido deputado geral, presidente das províncias do Ceará,
Maranhão, Alagoas, São Paulo e Pernambuco, e ministro da Marinha, da Guerra e também senador do
Império do Brasil de 1849 a 1866. SISSON, S.A. Galeria dos brasileiros ilustres. Brasília: Senado
Federal, 1999.
39
Para saber mais sobre as mudanças da mentalidade do ensino militar no Império ver: SCHULZ, John. O
Exército na Política: Origens da Intervenção Militar, 1850 1894. São Paulo: Edusp, 1994. Capítulos I,II,
31
Em março de 1858 o Ministro da Guerra Jerônimo Francisco Coelho, decretou
que a Escola Militar da Corte fosse chamada a partir de então de Escola Central e a
Escola de Aplicação do Exército fosse denominada Escola Militar e Aplicação do
Exército. Ficou determinado que a Escola Central fosse destinada ao ensino das
Ciências Físicas e Naturais e Matemáticas, como também às cadeiras específicas da
Engenharia Civil, como por exemplo, curso de estradas de ferro.
40
A nova instituição tinha como orientação, a École Centrale des Arts et
Manufactures de Paris, instituída em 1828, e que tinha como ofício formar engenheiros
civis e industriais. Chamamos a atenção que o modelo da escola francesa não era
exclusividade do Brasil, visto que as escolas francesas, instituídas a partir do século
XVIII, tornam-se referência para a formação de variadas Escolas de Engenharia no
continente europeu. Contudo ao adotar o modelo francês, a Escola Central se torna o
divisor de águas na formação de engenheiro no país, já que referência, portuguesa
norteava a formação dos engenheiros brasileiros até este momento
41
.
Lembramos que mesmo sendo instituído um curso de engenheiro civil stricto
sensu na Escola Central, a instituição ainda continuava sob a administração do
Ministério da Guerra, o regime interno se fazia por práticas e regulamentos militares,
portanto, docentes e discentes eram obrigados a circular do interior da instituição com
fardas oficiais da corporação
42
.
Com a ascensão da Escola Central, as matrículas para o Curso de Engenharia
principalmente a de especialidade civil aceleraram na mesma razão em que a
profissão se fazia cada vez mais necessária para tocar as obras blicas que os
dirigentes imperiais consideravam mais importantes; neste momento as ferrovias e
reformas urbanas.
Podemos dizer que o ofício profissional de engenheiro no Brasil esteve
durante toda a segunda metade do século XIX, ligado de forma orgânica às frações
das classes dominantes. Ou seja, os interesses de ambos os grupos agregam-se a
interesses recíprocos, perante aos agentes ligados na direção do país. Está simbiose
COSTA, Wilma Peres. A Espada de Dâmocles: O Exército, a Guerra do Paraguai e a Crise do Império.
São Paulo: Hucitec, 1994. Capítulo I
40
Marinho, Op.Cit.
41
MARINHO, Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro. Engenharia Imperial: o Instituto Politécnico
Brasileiro 1862-1880. Dissertação de Mestrado em História pelo PGHF da UFF. Niterói: UFF, 2002.
Capítulo I.
42
TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil séculos XVI XIX, V. 1, 2ª Ed,
Rio de Janeiro: Clavero, 1994, p. 107.
32
entre ambos os grupos só se fez aumentar, conforme as mudanças econômicas e
sociais e, também com a chegada das novas frações ao aparelho estatal. Por essas
transformações, os engenheiros se fizeram engendrar cada vez mais aos grupos
dominantes, inscrevendo seus projetos e dilatando sua esfera de influência.
43
Entendemos que essa materialização de influência ocorreu em dois momentos
distintos: no primeiro momento na sociedade civil
44
, onde esses agentes se encontram
e se organizam organicamente no interior de seus aparelhos, para a partir daí
alcançarem a sociedade política. Portanto, ao ver seus projetos apropriados junto às
frações dominantes, os engenheiros se habilitam a exercer cargos e funções em
diferentes instâncias da máquina pública.
Ao conquistar estes espaços perante aos grupos dirigentes no Império,
começou-se, simultaneamente, uma campanha junto à sociedade política para a
criação de um órgão oficial para formação dos futuros engenheiros do país. A ideia de
estar sob os mandos do exército, não cabia para aquele momento histórico. Neste
instante, o engenheiro adquiria prestígio e força entre as frações dirigentes, diante
deste novo fato, a estratégia de reformular e criar uma nova instituição formadora de
engenheiros, independente e separada da alçada dos militares estava colocado.
Diante deste novo momento, o período perpassado de dezesseis anos, marcado
pela reforma de 1858, criando da Escola Central até a chegada do ano de 1874, ano
onde ocorre uma nova reforma que culmina na criação da Escola Politécnica foi
decisivo para a consolidação e reconhecimento das práticas profissionais dos
engenheiros civis no Brasil.
Portanto, a forte demanda para a formação de profissionais especializados em
obras públicas e a decorrente necessidade de ampliação do próprio curso de engenharia,
bem como o interesse já demonstrado em deixar a preparação militar numa só escola e a
ineficácia em submeter os aspirantes a engenheiros civis à rigidez da disciplina militar
como horizonte profissional, levaram, em 1874, a criação e reformulação da estrutura
curricular da Escola Central. Com as alterações dos regulamentos e estatutos, o nome da
Escola Central sai de cena para a entrada do modelo Politécnico.
45
43
MARINHO, Op.Cit.
44
Sobre sociedade civil, e sociedade política discutiremos em seguida neste capítulo.
45
Lembramos que o modelo da Escola carioca se espelha na École Polytechnique de Paris onde é
característico um modelo de concepção iluminista e enciclopédica, que tinha como uma das suas
finalidades desenvolver uma articulação harmoniosa entre as ciências e a engenharia. Segundo André
Mattedi a escola francesa tem como legado ―O modelo dessa síntese enciclopédica era a geometria
33
Em 25 de abril de 1874, instituiu-se a criação da Escola Politécnica,
46
subordinada a partir de agora ao Ministério do Império, separando, finalmente, a
formação dos engenheiros civis do controle militar. O Gráfico I nos mostra a ascensão
e a conquista de prestígio investido por ―capital simbólico
47
, quanto na prática do
ofício profissional em comparação as profissões de advogados e médicos, neste caso na
cidade do Rio de Janeiro.
Gráfico I Advogados, Médicos e Engenheiros por 10.000 ha da população RJ - (1843 -1906)
Fonte: COELHO, Edmundo Campos. As profissões imperiais: medicina, engenharia e Advocacia no Rio
de Janeiro, 1822-1930. Rio de Janeiro: Record, 1999, p. 85
Ao analisar os dados do Gráfico I podemos identificar o aumento considerável
das obras públicas e também a preocupação de inserir o Brasil na economia
descritiva, que ocupava o lugar de maior destaque nesse programa, pois fornecia o método geométrico
geral que seria aplicado sucessivamente a todos os campos da engenharia civil ou militar. DIAS, André
Luís Mattedi. Engenheiros, mulheres, matemáticos: interesses e disputas na profissionalização da
matemática na Bahia (1896-1968). Tese (Doutorado). São Paulo: USP, 2002, p. 63.
46
BRASIL. Decreto N° 5.600, de 25 de abril de 1874. Coleção de Leis do Império do Brasil.
47
Entendemos que Bourdieu, em sua definição de capital, amplia a concepção marxista, onde, não apenas
o acúmulo de bens e riquezas econômicas é determinante para a dominação stricta do poder, e sim, todo
recurso ou poder que se manifesta em uma atividade social, ou seja, além do capital econômico, é
decisivo para Bourdieu a compreensão de capital cultural e saberes e conhecimentos reconhecidos por
diplomas e títulos capital social relações sociais que podem ser convertidas em recursos de
dominação. No entanto, está dada a definição de Bourdieu para capital simbólico. Bourdieu, Pierre. A
economia das trocas simbólicas. SP, Perspectiva, 1975.
34
internacional, o conduzindo-o para a reconfiguração das mudanças que transcorriam nas
regras do capital. Entretanto, abordarmos alguns fatos para tentar justificar as razões, na
qual, desencadeou-se na necessidade da criação da Escola Politécnica em 1874, e a
demanda por engenheiros civis
48
, quando se acentua a partir de 1860, e chegando a
ultrapassar médicos e advogados em contingente de graduados no início da fase
republicana.
Portanto, ao defrontarmos os fatos que justificam o crescimento da demanda por
engenheiros, informamos que no Brasil do Segundo Império, as frações dominantes se
compunham em sua grande maioria por proprietários de terras e escravos, e grupos
ligados a agro-exportação
49
. Em conjunto, esses grupos cerravam fileiras para que seus
interesses particulares fossem perpetrados junto à burocracia estatal, por meio de seus
aparelhos privados. Essas frações, neste momento, investiam por um novo projeto
político para o Estado Imperial brasileiro, este projeto que vem carregado pelo discurso
da ideologia civilizatória‖ e ―progressista. Podemos dizer que essas frações possuíam
um papel chave na expansão e manutenção dos negócios do Império, pois, esses
agentes ocupavam alguns dos principais cargos na administração estatal, além de
estarem alocados em suas agências de representatividade.
Contudo, esses agentes passam a divulgar e inscrever sua nova visão de mundo
nas diversas agências estatais. Portanto, o projeto ―modernizador‖ do Estado está
conjuntamente ligado ao ofício dos engenheiros que, também por meio de suas agências
representativas, reproduzia o discurso da ideologia ―civilizatória‖ e de ―progresso‖,
calcada na remodelação do país, ou seja, a necessidade de ―modernizá-lo‖.
A partir do modelo cientificista, em voga na Europa do século XIX, e do
aumento de representação dos engenheiros na sociedade civil, reproduzindo o mesmo
discurso das frações dominantes, esses profissionais investidos de prestígio, passaram a
reivindicar desejos antigos, como por exemplo, reformular o ensino da engenharia.
48
Roberto Simonsen nos informa que desde os primórdios da engenharia no Brasil uma ―simbiose‖
entre o ofício profissional da engenharia e a economia. A primeira fase na trajetória da institucionalização
do ensino profissional da engenharia no país é ―essencialmente militar, justificada pelas necessidades da
consolidação da posição internacional do Brasil no continente sul-americano e da manutenção da unidade
da pátria, ameaçada por sucessivos movimentos revolucionários [...]. de a escola, por volta de 1858,
assumir o caráter acentuadamente civil, exatamente quando o país começou a experimentar os primeiros
progressos na ordem econômica‖. SIMONSEN, Roberto C. A engenharia e a indústria. São Paulo: s.e.,
1945, p. 14.
49
Dentre esses grupos ligados a agro-exportação podemos citar: empresários, banqueiros, negociantes,
comerciantes e etc. Para saber mais sobre esses agentes e a forma de como atuavam dentro da ordem
econômica do Império ver: PIÑEIRO, Théo Lobarinhas. ―Negócios e Política no Brasil Império‖. In:
Brasil e Argentina. Estado, Agricultura e Empresários. Rio de Janeiro: Vício de Leitura/ La Plata:
Universidad Nacional de La Plata, 2001.
35
Diante destes fatores, podemos anunciar que a criação da Escola Politécnica na
capital do Império ocorreu devido a dois principais motivos: primeiro, pelo fato de os
engenheiros após se investirem de prestígio
50
, passam a porta-vozes e divulgadores da
nova ideologia das frações dominantes, conquistando assim representação nas agências
estatais, ou seja, na sociedade política. Segundo, após passarem a ocupar cargos na
burocracia estatal, cresce também seu poder de representatividade, consequentemente,
suas reivindicações passam a ser ouvidas. Sendo assim, com a crescente demanda de
obras pública, também a necessidade cada vez mais de mão de obra especializada,
então, a implantação do ensino ―politécnico‖ nos moldes franceses, com a ruptura das
regras militares seria uma necessidade inquestionável.
Ressaltamos que a presença política de D. Pedro II, junto ao grupo social que o
compunha na esfera do poder agregando práticas e maneira de governar e agir, que em
conjunto atuaram para uma reconfiguração de um dado projeto de Estado que atuasse no
sentido de corresponder a ideologia do ―moderno‖ e ―civilizado‖. Isso sucedeu,
portanto, com as crescentes demandas por ―obras públicas‖, justificando assim, à
conservação da ―ordem‖ e à manutenção do poder político centralizado, que eram uns
dos pontos mais marcantes e característicos da monarquia brasileira.
A partir de então, com criação da Escola Politécnica as engenharias com
especialidades se difundiram pelo país. Contudo, ainda no século XIX, mais
precisamente dois anos após a criação da instituição carioca, foi fundada na província de
Minas Gerais a Escola de Minas de Ouro Preto, com o intuito de formar especialistas
com o fim de explorar os recursos minerais do Império e sobre tudo os da província de
Minas Gerais.
O grande patrocinador da criação desta nova instituição seria o próprio
Imperador D. Pedro II
51
, que, ao fazer uma viagem à Paris, se reuniu com vários
cientistas e em uma dessas conversas resolveu solicitar a realização de um estudo para o
conhecimento sobre os possíveis potenciais geológicos do Brasil e como explo-los.
Nascia assim, a ideia de se criar uma instituição formadora de especialistas em minas e
especialidades ligados a geologia. Então o Imperador decidiu convidar o cientista
francês Auguste Daubreé, professor de História Natural e diretor da Escola de Minas de
50
Informamos que esse prestígio vem investido principalmente de capital simbólico‖, conceito
trabalhado e definido pelo sociólogo frances Pierre Bourdieu. Cf. BOURDIEU, Pierre. Poder simbólico.
São Paulo: Bertrand Brasil. 2004. Capítulo 1
51
Destacamos que o Imperador do Brasil era membro da Academia de Ciências de Paris dentre outras
Associações ligadas a Ciências.
36
Paris para uma série de palestras no Brasil para explorar o tema relacionado aos
potenciais geológicos e os possíveis ganhos da aplicação desta ciência para o Império.
No entanto, Daubreé não pode assumir o compromisso, mas indicou Claude Henri
Gorceix para a missão, o que acabou desencadeado na criação da Escola de Minas e
Outro Preto na província de Minas Gerais. O objetivo da criação da escola segundo Rita
C. M. Roque seria formar técnicos capazes de conhecer o solo brasileiro e de
desenvolver a exploração de suas riquezas minerais a fim de promover a economia
mineral do Brasil...
52
Ainda assim, desde sua criação, a instituição mineira priorizou trabalhos de
emprego mais imediato, isso devido ao seu fundador e primeiro diretor Claude Henri
Gorceix, que priorizava a prática em detrimento da teoria stricto sensu.
53
A opção pelo
modelo prático, a diferenciou de outras instituições formadoras de engenheiros do
Brasil, que segundo Roque, por optar por essa vocação a Escola de Minas chegou a
sofrer com protestos e até represálias, principalmente por outras escolas congêneres, o
que chegou de certa maneira a atrasar a sua consolidação como escola de engenharia.
Mas seus alunos conseguiram conquistas no meio profissional, que acabou por ajudar
na consolidação da instituição na formação de engenheiros
54
.
Podemos dizer que a Escola de Minas de Ouro Preto, constitui-se num momento
decisivo para a constituição de um saber técnico e prático do engenheiro, a partir do
incentivo de uma política de desenvolvimento técnico empreendida pelo Estado
Imperial, tendo como principal incentivador D. Pedro II. Destacamos na instituição,
elementos diferenciados em relação às outras escolas de engenharia, como por exemplo,
o chamado ―espírito Gorceix‖
55
.
Outra especialidade que vai tomar força e espaço no Brasil é a do grupo dos
engenheiros agrônomos. A primeira instituição a diplomar engenheiros agrônomos no
Brasil foi fundada na Bahia, em 1877. Criada por iniciativa das frações dominantes
através do Imperial Instituto de Baiano de Agricultura (IIBA) fundado em 1859, tinha
como principal objetivo criar uma escola formadora de especialistas ligados ao trato
52
ROQUE, Rita de ssia Menezes. Os Bandeirantes dos tempos modernos: a Escola de Minas de Ouro
Preto e o Bloco no Poder em Minas (1889-1945). Dissertação de Mestrado pelo Programa de Pós
Graduação em História da Universidade Federal Fluminense. Niterói: UFF, 1999, p. 40.
53
Idem.
54
Idem, p. 45 46. Além do trabalho de Roque, outra grande referência de estudo desta instituição é:
CARVALHO, José Murilo. A Escola de Minas de Ouro Preto: o peso da glória. 2ªEd Revisada: Ed
UFMG, 2002, BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira. Construindo as Minas e Planejando as gerais: “os
engenheiros e a constituição dos grupos sociais”. Tese de doutorado em Sociologia Unicamp, 1993.
55
BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira, Op. Cit, Capítulo I, CARVALHO, Op. Cit. Capítulo II.
37
com a terra.
56
O IIBA também promoveu discussões e pleiteava possíveis iniciativas
para modernização da produção açucareira, que passava por uma série de dificuldades
principalmente pela concorrência internacional. A instituição de caráter privado ligado
sociedade civil tinha em seus quadros grandes personalidades da política no Império
deputados, senadores, conselheiros e ministros o que contou com o apoio irrestrito do
Imperador D. Pedro II. Após os dezoito anos de sua criação, o IIBA consegue
finalmente materializar o seu grande objetivo; é inaugurada em quinze de fevereiro de
mil oitocentos de setenta e sete a primeira escola no Brasil a diplomar engenheiros
agrônomos Escola Agrícola da Bahia (EAB).
Lembramos que a criação da EAB se deu em um tempo no qual havia a
emergência de várias novas instituições no ramo do ensino da engenharia. A década de
1870 é um dos períodos mais intensos das ciências brasileiras, insurgi dentro do
contexto da ideologia do ―moderno‖ e ―civilizador‖, o pensamento cientificista
finalmente alcançava lugar de destaque dentro do Império.
Veremos um declínio da Engenharia Agronômica no país ao final do Império,
materializada na decadência da EAB e no fechamento IIBA no início do século XX. Os
engenheiros agrônomos a partir da Primeira República passaram a ―re-ocupar espaços
na sociedade civil e sociedade política, liderando um grupo de agentes que vão divulgar
e propagandear um novo projeto para o país, movimento nomeado pela historiadora
Sônia Mendonça de ―Ruralismo Brasileiro‖ contra o projeto agroexportador liderado
pela burguesia cafeeira paulista.
57
Ao fazermos da trajetória das três principais profissões no Brasil Direito,
Medicina e Engenharia - com destaque para a institucionalização da engenharia,
apontando suas mudanças dentro do contexto social e as suas reconfigurações para a
expansão da classe engenheira. Podemos dizer que ao final da década de 1870 o mapa
do ensino da engenharia se encontra nesta formação: para engenheiros civis, a Escola
Politécnica do Rio de Janeiro (1874); engenheiros de minas a Escola de Minas de Ouro
Preto (1875), em Minas Gerais e engenheiros agrônomos, na Bahia (1877), local onde
se encontra o coração da produção açucareira baiana desde meados da colônia, o
Recôncavo Baiano.
56
TOURINHO. Antonieta de Campos. O Imperial Instituto Bahiano de Agricultura: A instrução agrícola
e a crise da economia açucareira na segunda metade do século XIX. Dissertação de Mestrado. Faculdade
de Filosofia e Ciências Humanas, UFBA, 1982.
57
MENDONÇA, Sonia Regina de. O Ruralismo Brasileiro. São Paulo: Hucitec, 1997.
38
Percebemos que o processo de anexação e assimilação das ciências européias no
Brasil, foi fruto de uma interação complexa com o meio social, em que a instalação de
um campo científico não é um processo por meio intuitivo e autônomo ou um ―reflexo
direto‖ de uma ―ciência pura‖.
58
Entendemos que o reconhecimento das especializações das disciplinas
científicas de um órgão ou de uma agência de saber, é preciso indicar que além das
instituições propriamente ditas, a ―sociabilidade‖ científica, se relaciona a ―apoios‖ e
―desobediência‖ destes grupos sociais com os interesses do Estado. Segundo Araújo, ―a
renovação ante ao que deve ser considerado ciência permite pensá-la como uma
instituição social que é parte da cultura como qualquer outra manifestação, e não possui
qualquer superioridade epistemológica ante outros corpos de conhecimentos e crenças,
como a religião, a arte etc.‖.
59
Podemos então dizer que no bojo de uma sociedade, as ciências atuam, via de
regra, dentro de parâmetros e limites pré-definidos pelos agentes sociais para um
determinado conjunto de símbolos e ações, mantendo-se então relações próximas de
interdependência com o meio ambiente no qual se insere e se desenvolve.
Apresentaremos, no entanto, de maneira sucinta a trajetória das três principais
profissões de nível superior no Brasil Império advocacia, medicina e engenharia
lembrando que o nosso objeto de estudo, é especificar os engenheiros na Bahia no
momento histórico da República Velha, principalmente no que se refere à trajetória da
EPBA.
A partir de agora, voltaremos nossas analises para o cenário baiano, onde se
encontra nosso objeto de estudo: a Escola Politécnica da Bahia. Para chegarmos ao
nosso objeto, faremos uma rápida passagem pela trajetória da EAB, até meados de
1896, ano em que Arlindo Coelho Fragoso
60
, professor de Mecânica Aplicada da EAB
articula a criação de uma nova instituição formadora de engenheiros na Bahia, mas
agora com sede na capital da baiana na era republicana. As articulações, o cenário
58
SALDAÑA, J. J. ―Ciência e identidade cultural: a história da ciência na América Latina‖ In:
FIGUEIRÔA, Sílvia F. de M. Um olhar sobre o passado: história das ciências na América Latina
Campinas, SP: Editora da UNICAMP; São Paulo: Imprensa Oficial, 2000.
59
ARAÚJO, Nilton de Almeida. A Escola Agrícola de São Bento das Lajes e a Institucionalização da
Agronomia no Brasil 1877 1930. Dissertação de Mestrado UEFS, 2006, p.28.
60
Arlindo Coelho Fragoso, nasceu em 30 de outubro de 1865 na cidade de Santo Amaro da Purificação,
Bahia.Diploma-se como engenheiro Civil pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1885. Ocupou o
cargo de intendente Municipal ―Prefeito‖ de Santo Amaro (1893); Entre 1912 e 1916, foi Secretário Geral
do governo do Dr. J. J. Seabra, quando desenvolveu papel preponderante. Morreu em 06 de janeiro de
1926, na sua cidade natal. Disponível em:
http://www.educacaoemdestaque.com/index_arquivos/Page18232.htm. Acesso em 05/03/2010.
39
político e as correlações de forças, que irão desencadear na criação da EPBA, veremos
no último tópico deste capítulo inicial.
2 Um breve balanço historiográfico: engenheiros no “Brasil” e na
“Bahia”
Ao tratarmos a Engenharia, tentaremos estabelecer uma cronologia de seu
estabelecimento no Brasil, apontando o seu desenvolvimento inicial até a
institucionalização da profissão de ―engenheiro civil‖ stricto sensu dentro no período
imperial, com a criação da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em 1874. Também se
mostra importante colocarmos o surgimento de uma Engenharia de novo tipo
―Agronomia‖ que também será abordado por s de maneira prévia. Após fazermos
uma breve trajetória da institucionalização da engenharia no Brasil, entendemos ser de
grande relevância apontar alguns estudos sobre a temática, no intuito de dialogar e
buscar, análises empíricas que, de algum modo, compreendem aspectos análogos ao
nosso objeto de investigação. Procuramos privilegiar trabalhos acadêmicos que, de
alguma forma têm abordagem na trajetória e na inserção dos engenheiros na construção
social do Brasil, principalmente após segunda metade do século XIX, ainda perdure o
Regime do Império.
61
Ao nos defrontarmos com a historiografia especializada, verificamos que os
estudos sobre o nosso objeto encontram-se em plena expansão e muito pelo fato da
abertura de variados programas de pós-graduação pelo país, assim como alguns mais
específicos como o de ―História das Ciências‖. Essa nova abordagem no campo
acadêmico, tem se firmado bem peculiar, trazendo novas ferramentas metodológicas e
agregando novos teóricos com o fim de compreendermos de maneira mais clara e
consistente algumas temáticas antes vistas praticamente pela história social, econômica
e cultural. Dentro desse campo de conhecimento que tem como objeto os ―engenheiros‖
destacamos os trabalhos de Araújo
62
e Mattedi
63
, pois são estudos pertinentes e
61
Informamos que poucos dialogam a abordagens de matriz gramsciana, no qual, compartilhamos. No
entanto, nos últimos anos alguns poucos trabalhos recém finalizados, começam a trazer abordagens
teóricas sobre a concepção de Estado Ampliado. Sobre a concepção de Estado ampliado, e principalmente
os conceitos que o acompanham discutiremos no próximo tópico deste capítulo.
62
ARAÚJO, Nilton de Almeida. A Escola Agrícola de São Bento das Lajes e a Institucionalização da
Agronomia no Brasil 1877 1930. Dissertação de Mestrado UEFS, 2006.
40
enriquecedores, principalmente para a institucionalização do campo
64
das ciências no
Brasil, com destaque para a Bahia, nos próximos parágrafos dialogaremos de forma
mais direta com esses trabalhos.
Não nos prendemos aos estudos acadêmicos específicos sobre os engenheiros e
suas agências, entendemos que citar trabalhos que tomam como ―objeto‖ a cidade do
Rio de Janeiro seja pontual, principalmente após a implementação de políticas sócio-
economicas específicas, a partir da execução do projeto modernizador da cidade.
Considerando essas premissas, entendemos que a pesquisa pioneira de Eulália Maria
Lahmeyer Lobo, editado em 1978
65
, tornou-se uma referência obrigatória para estudos
posteriores. Ao analisar uma gama documental expressiva, abrangendo um período de
185 anos, entre os séculos XVIII e XX, a historiadora por meio de um esforço
intelectual digno, assinala, observa e pontua as práticas urbanas e sua submissão ao
capital mercantil e suas benesses; principalmente após a proibição do tráfico
ultramarino de escravos.
No momento posterior ao trabalho de Lobo, variados estudos passam a examinar
a importância e a significação da grande ―reforma urbana‖ ocorrida na cidade do Rio de
Janeiro e, agora agregando mais um elemento: as práticas dos engenheiros
66
.
Chamamos a atenção para o trabalho de José Murilo de Carvalho, sobre a Escola
de Minas de Ouro Preto, editado ao final dos anos setenta, e tendo uma nova edição
revisitada, em 2002.
67
Neste ensaio o autor empreendeu com grande afinco uma nova
abordagem no trato com a temática, pois, por se tratar de um estudo específico sobre
uma instituição formadora de engenheiro, Carvalho invoca uma proposta metodológica
de estudo da instituição científica que rompe com uma dimensão comemorativa e
63
DIAS, André Luís Mattedi. Engenheiros, mulheres, matemáticos: interesses e disputas na
profissionalização da matemática na Bahia 1896 1968. Tese de Doutorado, USP, 2002.
64
O conceito de campo é definido como ―universo no qual estão inseridos os agentes e as instituições que
produzem, reproduzem ou difundem a arte, a literatura ou a ciência. BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais
da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico/ tradução Denice Bárbara Catani. São Paulo:
Editora da UNESP, 2004, p. 20.
65
LOBO, Eulália Maria Lahmeyer. História do Rio de Janeiro: do capital comercial ao capital industrial
e financeiro. Rio de Janeiro: IBMEC, 1978, 2V.
66
Lembramos que a analise constituída por esses trabalhos, é compreendido entre os anos finais do
Império e principalmente durante a reforma do Prefeito e engenheiro Pereira Passos. Trabalhos como de:
ROCHA, Oswaldo Porto. A era das demolições do Rio de Janeiro: 1870 1920; Lia de Aquino.
Contribuição ao estudo das habitações populares, Rio de Janeiro: 1886 1906. Rio de Janeiro: Secretaria
Municipal de Cultura: Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, 1986, são trabalhos
referenciais para entender o período de implementação das reformas urbanas no Rio de Janeiro. No
entanto, esses estudos não esgotam a temática.
67
CARVALHO, 2002, Op.Cit.
41
elogiosa da história das instituições científicas presente até então no Brasil.
68
O estudo
de José Murilo trabalha a questão social da escola, seus métodos e sua vocação prática
em detrimento do saber teórico. Um trabalho de matriz teórica de viés elitista, mas não
menos importante, já que, a escola mineira, é de grande importância para a afirmação da
engenharia como campo de conhecimento prático.
Outro estudo de relevância publicado ao final dos anos setenta, que avança no
entendimento da ação dos engenheiros como agentes divulgadores de projetos de visão
de mundo, agora analisados dentro da matriz gramsciana, é o estudo de Lili Katsuco
Kawamura. A autora analisa os engenheiros inseridos no ceio das classes fundamentais,
visto por dois aspectos conjuntos: ora intelectuais se reproduzindo e empenhados a
praticar ações intelectuais autênticas, ora propagandeando o ofício, na qual, essas
frações se inscrevem no modo de produção burguês. Ao dissertar sobre o
reconhecimento dos engenheiros na função orgânica, a autora aponta também o
gelatinoso processo, tal qual, a Escola formadora de engenheiros se encontrava;
impondo aos aspirantes engenheiros uma condição de mundo dúbia: Diz a autora
―...conteúdo ideológico vinha a favorecer tanto os interesses dos
grupos agroexportadores, quanto os da incipiente burguesia industrial
e principalmente os da burguesia dos países centrais, [...] de um lado o
engenheiro subordinava-se, de outro, expressava-se favoravelmente
aos interesses específico da incipiente burguesia industrial‖.
69
Outro grande trabalho que consideramos referencial para tratarmos da trajetória
dos engenheiros
70
no Brasil e seus embates até a conquista de devido prestígio junto às
frações da classe na segunda metade do século XIX; destaco o estudo desenvolvido por
Pedro Carlos da Silva Telles. Neste justo ensaio, o autor coloca todo o percurso que a
engenharia se fez ao longo da história do Brasil. Apesar de Telles ter formação
acadêmica na área das Ciências Exatas Engenharia e seu texto discorrer de forma
técnica e narrativa, sem privilegiar análises sociológicas específicas, no entanto, o autor
68
Idem, Ibidem.
69
KAWAMURA, Lili Katsuco. Engenheiros: trabalho e ideologia. 1ª Ed. São Paulo: Ática, 1979, p. 16-
18.
70
Lembremos que a profissão de engenheiro no Brasil até a segunda metade do século XIX se fazia por
exclusividade dos militares. Apenas em meados da década de 1870 é que de fato haverá o reconhecimento
da profissão engenheiro ―civil‖, com a criação da Escola Politécnica, desvinculando da alçada exclusiva
dos militares. MARINHO, Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro. Op. Cit. Capítulo 2.
42
é leitura obrigatória aos pesquisadores interessados na história dos engenheiros no
Brasil
71
.
Chamamos a atenção para o estudo não menos importante publicado no final dos
anos 1990, o trabalho idealizado por Edmundo Campos Coelho. Em sua pertinente
análise, Coelho busca circunscrever as relações de alguns grupos profissionais e o
aparelhamento estatal no Brasil imperial. A partir de então, o sociólogo propõem
salientar a institucionalização da Medicina, Engenharia e Advocacia, perpassando por
todo século XIX.
72
O objeto da pesquisa de Coelho é mostrar o processo de formação e
a estabilização das práticas profissionais ligadas à medicina, engenharia e advocacia, à
luz do projeto ―modernizador‖ que assolou o país, e os pontos que condicionaram a
enrijecer essas atividades profissionais mediante a uma sociedade caracterizada pelo
escravismo e a agroexportação
73
.
Assim como Telles e Coelho, outras pesquisas tomaram forma e destaque na
historiografia a respeito da História da engenharia no Brasil ao final dos anos de 1980 e
posteriormente aos anos 2000. Acompanhado pela abertura de trabalhos anteriores
tendo como pano de fundo a inserção dos engenheiros na dinâmica da sociedade
brasileira e o seu papel nas correlações de forças dentro de uma sociedade civil em
formação a partir da segunda metade do século XIX.
Partindo destes pressupostos, destacamos o mestrado de Luís Otávio Ferreira
74
,
que parte da suposta influência da filosofia ―positivista‖ comteana na formação dos
engenheiros, destacamos que essa abordagem foi praticamente suprimida pela
historiografia. Ferreira defende que o positivismo foi a principal matriz ideológica na
formação intelectual dos engenheiros e os auxiliou no reconhecimento como agentes
difusores da ciência no Brasil.
75
O discurso da ―educação científica‖ traz os exaltados
engenheiros, os colocando como divulgadores de um intelectualidade de novo tipo,
concretizando, coroando e personificando um ícone social civilizador e moderno. Luís
71
TELLES, Pedro Carlos da Silva. História da Engenharia no Brasil séculos XVI XIX, V. 1, 2ª Ed,
Rio de Janeiro: Clavero, 1994.
72
COELHO, Edmundo Campos. As profissões Imperiais: medicina, engenharia e advocacia no Rio de
Janeiro 1822 1930. Rio de Janeiro: Record, 1999.
73
Idem.
74
FERREIRA, Luís Otávio. Os Politécnicos: ciência e reorganização social segundo o pensamento
positivista da Escola Politécnica do Rio de Janeiro 1862 1922. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro:
UFRJ, 1989. Destacamos o artigo do historiador Sérgio Buarque de Holanda, onde o autor destaca a
influência do positivismo no meio dos engenheiros militares. HOLANDA, Sérgio Buarque. ―Resistências
as Reforma‖. In: História Geral da Civilização Brasileira. Tomo II, Vol. VII. São Paulo: Difel, 1977, PP.
283-359.
75
Idem.
43
Ferreira chega a essa chancela por perceber semelhanças entre os discursos de grupos
alocados tanto no Instituto Politécnico Brasileiro, quanto de grupos pertencentes à
Academia Brasileira de Ciências.
Citamos agora um dos estudos acadêmicos mais recentes sobre os engenheiros
civis; os estudos defendidos por Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro Marinho no
PPGH - UFF, ano de 2002 dissertação - e 2008 tese de doutoramento. Marinho
expõe suas hipóteses balizando com a matriz gramsciana de ―Estado Ampliado.
Marinho demonstra que a correlação de forças que sustenta o bloco no poder ao final do
século XIX, passou a expressar a sua incapacidade de formular e fomentar intelectuais
capacitados, com o fim de articular e negociar nos embates intra-classes dominantes,
projetos compatíveis com o momento histórico. O autor analisa os engenheiros civis
reconhecidos como ―intelectuais orgânicos‖ alocados em seus ―aparelhos‖
76
, onde a
partir de então irão atuar na organicidade dos projetos das frações do complexo
agroexportador, praticando e propagandeando novos projetos de visão de mundo
77
,
passando então a ocupar pastas estratégicas nos Ministérios do Império, principalmente
os ligados a construção de Estradas de Ferro, reformas urbanas e expansão de portos.
Marinho mostra como os engenheiros por meio de seus aparelhos; onde se
discursava o ideal de ―civilizar e modernizar‖
78
tem como pano de fundo a extrapolação
da sociedade civil em direção à sociedade política, caracterizando parte de um caminho
na ampliação do Estado brasileiro.
Ao contextualizar parte da historiografia sobre a Engenharia no Brasil mais
particularmente no Rio de Janeiro, partimos agora para uma análise restrita à Bahia. No
entanto, poucos estudos dentro da historiografia baiana, objetivam ou apontam atenção
especial aos engenheiros. Praticamente a ausência de trabalhos vistos pelo viés de
matriz gramsciana.
Verificamos a existência de diversos trabalhos referentes à expansão da malha
ferroviária no estado da Bahia
79
e, grande parte destes trabalhos aponta para o projeto
76
Vale lembrar que os objetos de análise dos trabalhos de Pedro Marinho são: primeiro o Instituto
Politécnico Brasileiro em sua dissertação e posteriormente, o Clube de Engenharia em sua tese de
doutoramento.
77
Assinalamos que esses projetos vão ao encontro do ideal de um Estado moderno e civilizado, o que
canalizando o ideal do capital internacional.
78
De acordo com Marinho, dentro do Clube de Engenharia se discutia variados ideais de modernização
do Estado imperial, dentre elas a construção de ferrovias, projetos de saneamento urbano dentre outras.
79
Citamos alguns trabalhos importantes no estudo da expansão das ferrovias na Bahia. ZORZO,
Francisco Antônio. Ferrovia e Rede urbana na Bahia: Doze Cidades Conectadas pela Ferrovia no Sul do
Recôncavo e Sudoeste Baiano. Feira de Santana: UEFS, 2001, ZUZA, José Vieira Camelo F.º . A
implantação e consolidação das estradas de ferro no nordeste Brasileiro. Tese de doutorado. Campinas:
44
civilizatório e modernizador germinado na capital do Império. Mas acreditamos que
com a expansão dos programas de pós-graduação e principalmente os ligados ao estudo
das ciências e congêneres, possamos então avançar no debate entorno deste grupo de
agentes tão importantes no contexto social e histórico do Brasil.
Ao analisar estudos específicos sobre a Bahia, trazemos com destaque o estudo
de Antonieta de Campos Tourinho
80
que tem como objeto, as razões e os motivos, pelos
quais é criado o Imperial Instituto Baiano de Agricultura - IIBA. Instituição que anos
mais tarde redundará na criação da Escola Agrícola da Bahia EAB. Antonieta
Tourinho reconstitui toda a trajetória do IIBA e seus principais agentes, defendendo a
hipótese de que o instituto foi criado como parte de uma estratégia política definida
pelos setores mais progressistas das frações dominantes. Essas frações, então ligados a
agroexportação
81
, no intuito de superar a crise econômica açucareira frente ao mercado
internacional, optam por meio do IIBA, pela criação e pela manutenção de um
estabelecimento de ensino que formasse uma mão-de-obra especializada, ou seja,
formar engenheiros de novo tipo: agrônomos
82
. Entendemos, contudo, que o estudo das
instituições IIBA e EAB - é uma contribuição para a análise da ação, projetos políticos
e visão de mundo das frações dominantes que se remodelam e/ou acomodam conforme
a conjuntura específica do momento histórico. Tourinho com certeza é um referencial
fundamental para o estudo da institucionalização da primeira entidade ligada à terra
criada pelas frações dominantes na Bahia que fomentou a formação de novos
engenheiros agora especialistas no trato com a terra.
Nesta direção, a dissertação de Nilton Araújo tenta complementar a análise de
Tourinho, tornando-se leitura obrigatória para que se compreenda a institucionalização
de um novo ramo científico no Brasil e na Bahia, em particular: o Ensino Superior
Agronômico. A partir da análise da documentação produzida pela EAB, Araújo
argumenta ser possível definir o processo de construção da hegemonia dos grupos
IE/UNICAMP, 2000, SIMÕES, Lindinalva. As Estradas de Ferro do Recôncavo. Dissertação de
Mestrado Salvador: UFBA. 1970.
80
TOURINHO. Antonieta de Campos. O Imperial Instituto Bahiano de Agricultura: A instrução agrícola
e a crise da economia ucareira na segunda metade do século XIX. Dissertação de Mestrado. Faculdade
de Filosofia e Ciências Humanas, UFBA, 1982.
81
Informamos que parte dos sócios do IIBA são ligados a agroexportação e, também a importação e
exportação de outros gêneros agrícolas. Constatando o aumento das correlações de forças entre as frações
das classes dominantes na busca de um novo projeto ideológico, já que, as tradicionais frações se
encontravam enfraquecidas naquele momento histórico. Para tanto, a presença de agentes de outra
natureza econômica em uma instituição ligada as tradicionais frações, pode-se concluir o início de uma
crise hegemônica, que terá seu ponto máximo, nas duas primeiras décadas do regime republicano.
82
Destacamos que a historiadora Sônia Regina de Mendonça tem grande parte de sua obra e pesquisas
recentes, pautada na investigação da institucionalização da agronomia no Brasil.
45
agroexportadores do recôncavo baiano, tendo a escola agrícola como seus principais
instrumentos
83
.
O objeto de estudo deste trabalho EPBA - emerge da ruptura política de alguns
agentes que se encontravam no interior da EAB. Esse grupo de agentes liderado pelo
catedrático da escola, Arlindo Coelho Fragoso, ao romper com parte das frações de
encampavam o IIBA - instituição política que administrava a EAB - articulam a criação
de uma nova instituição de ensino formadora de engenheiro, após, esgotar todas as
possibilidades de transferência da EAB para Salvador
84
.
Avançando para uma abordagem mais específica dentro da proposta deste
trabalho, venho dialogar com o estudo de André Luis Mattedi Dias
85
que tem seu estudo
pautado no viés da institucionalização do Ensino da Matemática e entende que o
Instituto Politécnico da Bahia IPBA-, através de sua Escola, teria sido um agente
difusor da Ciência Matemática.
Sua obra discorre no âmbito da História das Ciências. Em um capítulo o autor
trabalha a criação da Escola Politécnica da Bahia EPBA -, porém, não aprofunda as
correlações de forças entre as frações da classe, mas ressalta a importância da história
da primeira instituição da Bahia formar engenheiros ―civis e geógrafos‖.
Mattedi destaca que a história da EPBA se confunde com os embates políticos
da época sem, contudo, articular ambos os processos, nem tampouco aprofundar as
motivações. Tal perspectiva decorre do fato de seu trabalho ter como prioridade a
institucionalização da Matemática, em um recorte cronológico que se prolonga até
meados de 1968.
Concluindo, ao iniciarmos a nossa proposta de trabalho apresentamos, de forma
sucinta, a trajetória da institucionalização das ciências e das três principais profissões
dentro da constituição do Império, com destaque para as transformações e
reconfigurações na formação dos engenheiros. Entendemos que a criação da Escola
Politécnica do Rio de Janeiro é o marco da institucionalização da engenharia no país,
pois, a partir da escola da capital do Império é que a engenharia nacional de deslancha
pelo país, principalmente no que tange a outras especialidades de novo tipo. Fizemos
uso de alguns autores que de forma direta ou indireta investigaram algumas questões
que será fruto de nossa investigação ao longo desta pesquisa. Para tanto, citaremos três
83
ARAÚJO, Nilton de Almeida. A Escola Agrícola de São Bento das Lajes e a Institucionalização da
Agronomia no Brasil 1877 1930. Dissertação de Mestrado UEFS, 2006, p.5.
84
Cf: mais a frente.
85
DIAS, André Luís Mattedi. Op. Cit.
46
aspectos nos quais estes estudos contribuíram de forma decisiva para a abordagem de
nosso objeto.
Primeiro, diz respeito ao período investigado
86
; segundo, tratam do grupo de
profissionais engenheiros e as instituições nas quais estão ligados e terceiro, os
trabalhos com especificidade na Bahia, buscam como pano de fundo as correlações de
forças e as possíveis razões para a criação das instituições formadoras de engenheiros.
Destacamos que cada obra apresentada por nós privilegia em diferentes
problemáticas as nossas hipóteses, mesmo com algumas perpassando e chancelando
ponderações gramscianas, e outras, se apropriando de matrizes teóricas distintas. Os
estudos aqui abordados são de grande importância para a realização da nossa proposta
de estudo, as variadas hipóteses, as apreciadas pesquisas apresentadas, poderão ser de
grande valia na reflexão de nossas pressuposições de análises a serem feitas.
3 - Opções teóricas e metodológicas
Com a necessidade de compreendermos a dinâmica social e o tempo histórico do
período abarcado pelo estudo, trabalharemos com a matriz teórica de percepção de
Estado, desenvolvida pelo revolucionário italiano Antônio Gramsci, onde faremos uso
freqüente de conceitos chaves do autor. Conceitos como: sociedade civil, sociedade
política, intelectual e aparelho privado de hegemonia são fundamentais para o
entendimento de todo arcabouço teórico de Estado Ampliado desenvolvido por
Gramsci.
Para Gramsci, sociedade civil é o local onde as corporações e instituições sociais
partem para propagandear seus projetos de visão de mundo, ou seja, “aparelhos
privados de hegemonia”. Entendemos que esses aparelhos definem a cartilha ética do
Estado, o que podemos dizer grosso modo: onde o caráter moral atinge a sua forma
mais elaborada. Como afirma Gramsci:
[...] é preciso distinguir a sociedade civil tal como é entendida por
Hegel e no sentido em que é muitas vezes usada nestas notas isto é,
no sentido de hegemonia política e cultural de um grupo social sobre
toda a sociedade, como conteúdo ético do Estado do sentido em que
86
Os trabalhos por nós colocados abarcam o período compreendido entre final do século XIX e início do
XX.
47
lhe dão os católicos, para os quais a sociedade civil, ao contrário, é a
sociedade política ou o Estado, em oposição à sociedade familiar e à
Igreja.
87
Elaborando o conceito de sociedade política ou Estado em sentido estrito
Gramsci nos declara que o ―aparato de coerção estatal que assegura ‗legalmente‘ a
disciplina dos grupos que não ‗consentem‘ nem ativa nem passivamente‖
88
. O autor
aponta que esta é apenas uma hipótese extrema, não havendo apenas um Estado
estritamente coercitivo, ou seja, uma sociedade política pura. Gramsci pensou nesta
possibilidade por enunciar a ideia de que a superioridade de uma fração de classe se
pronuncia em dois momentos: ora como poder de dominação, ora como direção moral e
intelectual. Logo, o primeiro momento equivale ao Estado, assimilado em sentido
restrito e o segundo momento a personificação da hegemonia. Para Gramsci, o que
organiza e potencializa a conquista de uma hegemonia é a figura do intelectual
orgânico, este trabalharia no sentido de discernir e homogeneizar os agentes instalados
em seus aparelhos. No entanto, ao tratarmos neste capítulo sobre opções teórico-
metodológicas, explicitaremos melhor sobre estas ponderações.
89
As reflexões teóricas que serão colocadas neste trabalho, partem das ideias do
revolucionário italiano Antônio Gramsci. Suas colocações vêm de encontro a uma
releitura das reflexões de Lenin e também entendidas por nós, como um avanço
significativo dos manuscritos de Marx, principalmente no que se diz respeito ao
economicismo. Sobre a crítica de Gramsci ao economicismo Marinho nos diz:
―Em Gramsci, o enfoque das ―ideologias‖ (religião, censo
comum, idéias, crenças etc.) é um dos mais amplos e profundos no
marxismo, assim como seu estudo sobre a função dos intelectuais na
sociedade. Já se pretendeu que o ponto de vista de Gramsci subvertia
as relações que Marx havia verificado entre a base e a superestrutura,
passando esta a determinar aquela. Na verdade, Gramsci mantendo o
postulado marxista, combateu as interpretações sobre o pensamento de
Marx que segundo a expressão de Croce faziam da economia um
―Deus oculto‖ e tem sempre em conta a unidade material ―espiritual‖
que constitui todo regime social. ‖
90
87
GRAMSCI, Antônio. Maquiavel, a Política e o Estado Moderno. Ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1968, p. 225.
88
GRAMSCI, Antônio. Os intelectuais e a organização da cultura. São Paulo: Círculo do Livro, s/d, p.
13-14.
89
Idem, p. 13-14.
90
Cf. MARINHO, Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro, Tese de Doutorado. Op. Cit. p. 40
48
Avançando sobre nossas opções teóricas, informamos que ao trabalhar
diretamente sobre o nosso objeto
91
, colocaremos sempre em evidência as concepções
gramsciana de Estado ampliado
92
. Gramsci teoriza o Estado partindo do entendimento,
de não idealizar-lo como uma mera instituição incontestável e absoluta, acima de
qualquer sociedade como propunha a matriz ―marxiana‖
93
, e sim entender o Estado
como uma relação social. Ou seja, pensá-lo como junção das relações sociais presentes
numa dada sociedade. Sendo assim, Estado é concebido pelo conjunto das relações
sociais existentes numa sociedade, amalgamando, em si própria, as correlações de
forças, presentes nesta mesma sociedade constituída. Gramsci entende a
necessidade de se reelaborar dos conceitos de sociedade civil e sociedade política.
Contudo, partindo destas premissas, o teórico recria um novo modelo de Estado,
nomeando-o Estado ampliado. Onde ao tratar a sociedade civil de forma diferenciada
em relação aos seus antecessores, Gramsci assinala que a sociedade civil deve ser
entendida e percebida como hegemonia política e cultural de uma fração ou grupo social
sobre todas as esferas da sociedade, como conteúdo ético do Estado
94
. Sobre esse ponto
Gramsci nos diz:
[...]é preciso distinguir a sociedade civil tal como é entendida por
Hegel e no sentido em que é muitas vezes usada nestas notas isto é,
no sentido de hegemonia política e cultural de um grupo social sobre
toda a sociedade, como conteúdo ético do Estado [sem grifo no
original] do sentido em que lhe dão os católicos, para os quais a
91
Informamos que o teor de análise do nosso estudo, se da no âmbito da criação da Escola Politécnica da
Bahia, a luz de seus objetivos, projetos; e seu papel na formação e reprodução das frações da classe na
Bahia no momento histórico estudado.
92
Entre variados escritos de Antônio Gramsci, informamos especificamente: GRAMSCI, Antônio.
Cadernos do Cárcere. Vol. 3: Maquiavel. Notas sobre o estado e a política‖. Tradução de: Luiz Sérgio
Henriques, Marco Aurélio Nogueira, Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
2000.
93
Complementando a citação de Pedro Marinho, dizemos que na matriz marxiana, a infra-estrutura -
modo de produção prevalece e, consequentemente, à vontade e os interesses das classes dominantes,
detentoras dos meios de produção. Sendo assim, podemos dizer que o determinismo econômico prevalece
em detrimento da política, do social e o ideológico. Informamos também que a expressão ―marxiana‖
refere-se às noções e conceitos articulados e desenvolvidos pelo autor Karl Marx, diferente da
conhecida expressão marxista‖, que é referência ao pensamento e ideias desenvolvida por seus
seguidores.
94
Lembramos que Gramsci conceitua aqui uma percepção de sociedade civil, na qual os organismos e
instituições sociais e políticas, aparelhos privados de hegemonia‖, definem o conteúdo ético do
Estado‖, ou seja, onde o caráter moral alcança sua forma mais organizada.
49
sociedade civil, ao contrário, é a sociedade política ou o Estado, em
oposição à sociedade familiar e à Igreja‖
95
As reflexões do pensador italiano sobre sociedade civil avançam muito além do
poder exclusivo de dominação, pois se balizam, dentro de um panorama onde:
... a hegemonia pressupõe que se deve levar em conta os interesses e
as tendências dos grupos sobre os quais a hegemonia será exercida;
que se forme certo equilíbrio de compromisso, isto é, que o grupo
dirigente faça sacrifícios de ordem econômico-corporativa. Mas
também é indubitável que os sacrifícios e o compromisso não se
relacionam com o essencial, pois se a hegemonia é ético-política
também é econômica; não pode deixar de se fundamentar na função
decisiva que o grupo dirigente exerce no núcleo decisivo da atividade
econômica.
96
Para tanto, a condensação da sociedade civil
97
por meio de seus aparelhos
privados de hegemonia
98
devem ser vista, com a percepção de superioridade de
determinadas classes sociais, se dando na seguinte frente de ação. A tomada da direção
moral e intelectual ação sempre articulada por um intelectual
99
- via poder de
dominação, onde este provém do próprio Estado em sentido restrito, ou seja, a própria
sociedade política.
95
Idem, Op. Cit. p. 225.
96
Idem, Ibidem. p. 33.
97
Podemos dizer de forma sumariada e vulgar, que sociedade civil é o espaço onde os indivíduos se
organizam nos chamados aparelhos privados de hegemonia, sob a liderança de um intelectual, com o fim
de se instituírem organicamente para elaboração de projetos de visão de mundo.
98
Concordamos aqui com o conceito de aparelho de hegemonia de Christine Buci-Glucksmann, que o
identifica como o ―conjunto complexo de instituições, ideologias, práticas e agentes (entre os quais os
‗intelectuais‘), o aparelho de hegemonia encontra sua unificação através da análise da expansão de
uma classe. Uma hegemonia não se unifica como aparelho a não ser por referência à classe que se
constitui em e através da mediação de múltiplos sub-sistemas: aparelho escolar (da escola à universidade),
aparelho cultural (dos museus às bibliotecas), organização da informação, do meio-ambiente, do
urbanismo, sem esquecer o peso específico de aparelhos eventualmente herdados de um modo de
produção anterior (tipo: a Igreja e seus intelectuais)‖.BUCI-GLUCKSMANN, Christine. Gramsci e o
Estado. Rio de Janeiro. Ed. Paz e Terra. 1980. p 70.
99
Informamos que o intelectual para Gramsci não é aquele agente detentor do saber letrado e erudito, e
sim, o agente responsável pela organização, deve estar diretamente relacionado à vida prática, deve ser,
sobretudo, um ―persuasor permanente‖. O processo de transformação social requer assim ―intelectuais
políticos qualificados, dirigentes, organizadores de todas as atividades e funções inerentes ao
desenvolvimento orgânico de uma sociedade integral. Saber mais ver: Gramsci, Antônio. Cadernos do
Cárcere. Vol.2: Os intelectuais. O princípio educativo. Jornalismo. Tradução de: Carlos Nelson Coutinho.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2000.
50
Para tanto, ao analisar matriz teórica gramsciana, vimos que a
institucionalização do Estado, parte da junção sociedade civil + sociedade política que
tem, para além força coercitiva, fato que é característico de um Estado, tanto para sua
preservação e estruturação, temos um componente que para o autor é de fundamental
importância para a estabilização e consenso: a cultura.
100
Com a expansão da sociedade civil na época contemporânea, alguns grupos nem
sempre conseguem desenvolver e discernir seus projetos de visão de mundo, seja por
falta de uma organicidade, via seus aparelhos privados de hegemonia; ou mesmo por ter
seus discursos suprimidos por outros grupos melhor organizados dentro da sociedade da
civil. No entanto, adotam como estratégia a cooptação de outros projetos de visão de
mundo, como seus, onde esses projetos são pertencentes às frações dominantes.
Essa dinâmica de um projeto de uma fração sobrepor a outra é o que Gramsci
nomeou de hegemonia, ou seja, quando uma visão de mundo cultura de um
determinado grupo ou fração se impõe sobre as demais classes - ainda que
inconscientemente - e passando assim a ser compartilhado por todos. Ainda dentro
dessa configuração destacamos que a cultura é tomada como viés organizativo dos
grupos e do próprio Estado, a partir deste momento ganha importância figura do
intelectual, não aquele caracterizado enquanto monopólio da erudição, investido em
caráter iluminista, mas sim aquele agente que, no interior de uma fração dominante
atuando na organização e direção - moral e intelectual -, explicitando, solidificando e
propagandeando o arcabouço de normas culturais a ele ligado, ora por pertencimento de
classe, ora por processo via consenso.
Neste instante, esses grupos se encontram inseridos na sociedade política,
ocupando variados cargos em agências e em instituições públicas. É a partir daí que o
Estado através destes agentes se investe de um projeto de visão de mundo, passando
assim a perpetrá-lo como um consenso dentro de uma dada sociedade. Dentro desta
perspectiva o papel do Estado, a política, ou seja, a prática - adquire a ―Carta Magna‖
que dará ordem e organicidade as modificações sociais, fundindo à ―cultura‖ como sua
principal ferramenta de ação. A partir do momento em que o Estado for percebido em
seu todo, como um conjunto ampliado que agrega sociedade civil e sociedade política.
100
Cultura para Gramsci não é investimento de erudição e sábios, mas sim, um conjunto de visões de
mundo crenças, valores e auto-percepção de seu lugar em uma dada sociedade concedida por agentes
sociais.
51
Podemos então dizer que a política e a cultura se juntam de maneira simbiótica,
via a dar conformação a este novo processo estatal, pois, para além do caráter coercitivo
das agências públicas, já programadas a consumar a violência física, esta reconfiguração
do Estado é acima de tudo direção e consenso, caso esse ciclo não se concretize,
teremos então uma inevitável e persistente crise de legitimidade
101
.
Portanto, a não existência de legitimidade do Estado, acarreta também no não
coroamento hegemônico, consequentemente, não hegemonia instituída sem as
correlações de forças e disputas com a sacralização de vitória de um dado projeto, ou
seja, a conquista de uma representação, reconhecida como legítima, de uma determinada
sociedade. Sendo assim dizemos os conceitos explicitados perpassam na dinâmica da
que Gramsci nomeou guerra de posições permanente
102
, que sempre se constituirá de
forma político-cultural.
Para tanto, podemos utilizar o que Sônia Mendonça já havia conjecturado,
dizendo que ―Estado, hegemonia e cultura são, portanto, dimensões inseparáveis e
intercambiantes de uma mesma problemática: a do exercício da dominação de classe e
da reprodução social.‖
103
Ao refletirmos sobre estas prerrogativas, ainda que com
percepção ―oculta‖ e/ou abstrata, nos investimos de forma suscetível, quando se
reconhece que uma das evidentes obrigações do ―Estado‖ equivale, principalmente, em
fornecer e instituir
104
variadas regras e categorias que passamos a exercitar muito das
vezes inconscientemente em nossas rotinas; quando nos referendamos a conceitos, visão
de mundo e, até mesmo, o nosso objeto aqui tomado para investigação.
Avançando em nossas análises, entendemos que a constituição do Estado
caminha em conjunto com a edificação de um dado campo do poder‖, compreendido
por nós como uma contenda, onde as disputas intra-relações deste campo do poder se
constituem em uma gama de gêneros de capital‖
105
, que lutam insistentemente, pelo
poder de controle do Estado e a sua própria reprodução.
106
Por meio de suas agências o
101
GRAMSCI, Op. Cit. pp. 12-109.
102
Idem, pp. 13-48.
103
MENDONÇA, Sônia Regina de. Estado, violência Simbólica e metaforização da cidadania. Tempo.
RJ, UFF/Relume-Dumará, 1, Abr., 1996, p. 98.
104
Destacamos que as instituições escolares são as principais agências que trabalham de forma a divulgar
e perpetrar normas, cultura, costumes e instruções, no qual, nos atemos nas praticas do nosso cotidiano.
Essas agências imbuídas do saber/poder são regulamentadas e instituídas pelo Estado. Cf: MENDONÇA.
Sônia Regina de. Agronomia e Poder no Brasil. Rio de Janeiro, Ed:Vício de Leitura, 1998.
105
BOURDIEU, Pierre. Op. Cit. 1975.
106
Além das lutas travadas no interior do poder constituído, as variadas frações investidas por seu próprio
capital batalham o interminavelmente pela reprodução da sua própria fração. E uma das maneiras que
essas frações se investem para se reproduzirem é por meio de “instituições escolares. Através destas
52
Estado se congrega de variadas informações - condensa, realoca, opera e propagandeia -
e as redistribui, num trabalho conjunto que podemos chamar de uma unificação
teórica
107
.
Ainda sobre essas premissas tomamos as observações da historiadora Sônia
Mendonça que nos diz:
Situando-se do ponto de vista da sociedade em seu conjunto, ele torna-
se o responsável por operações de totalização - através de
recenseamentos, estatísticas ou contabilidade nacional; de objetivação
- mediante a cartografia (representação unitária do espaço) ou mesmo
a escrita e de codificação - como unificação cognitiva que implica
numa centralização e monopolização de saberes que beneficiam, via
de regra, aos letrados
108
.
Ao enxergarmos a cultura como algo que agrega e unifica o Estado em seu
sentido restrito, é importante dizer que a conjectura estruturante do Estado nos sugere a
personificá-la como capital simbólico
109
, o quer dizer que, a ordem e as
classificações e/ou hierarquização de uma dada sociedade se investem de uma
determinada forma de poder conceituado, de acordo com Pierre Bourdieu, como formas
de ―capital‖.
110
Após expormos nossas opções de matriz teórica, entendemos que certamente se
fará sentido mais claro se as compilarmos em uma determinada metodologia para a
aplicação, ainda que seja apenas um estudo de caso.
Ao aplicarmos nossas opções teóricas as nossas possíveis linhas de investigação,
temos como premissas algumas ponderações. Primeiro, iremos tentar apontar os
possíveis fatores os quais desencadearam a criação da EPBA. Para essas incursões,
acreditamos que investigar e traduzir o panorama política da Bahia no período histórico
a ser investigado, seja uma condição sine qua non para ditarmos alguma possível
instituições é que essas frações propagandeiam e investem seus futuros agentes para encampar, via de
regra, seus aparelhos privados em primeiro momento e no segundo momento, agências estatais.
107
MENDONÇA. Sônia Regina de. ”Estado e Classe Dominante Agrária no Brasil pós-30 (1930 -
1945)‖. Relatório Técnico ao CNPq, Fevereiro, 1997.
108
Idem, p. 26.
109
BOURDIEU, Pierre. Poder simbólico. São Paulo: Bertrand Brasil. 2004.
110
Entendemos que Bourdieu, em sua definição de capital, amplia a concepção marxista, onde, não
apenas o acúmulo de bens e riquezas econômicas é determinante para a dominação stricta do poder, e
sim, todo recurso ou poder que se manifesta em uma atividade social, ou seja, além do capital econômico,
é decisivo para Bourdieu a compreensão de capital cultural e saberes e conhecimentos reconhecidos por
diplomas e títulos capital social relações sociais que podem ser convertidas em recursos de
dominação. No entanto, está dada a definição de Bourdieu para capital simbólico. Bourdieu, Pierre. Op.
Cit. 1975.
53
conclusão para nosso estudo. Logo, a Bahia do período a ser estudado atravessava um
tortuoso processo de crise de hegemônica, portanto, o que nos leva ter mais cuidado no
trato com o escopo documental, no sentido de evitarmos erros interpretativos. Vale
lembrar que as fontes não fornecem informações neutras, sendo uma parcela diluída em
periódicos com conteúdos em forma de discursos
111
e, como tais, não podem ser lidos
acriticamente, como se refletissem diretamente o quadro histórico que pretendem
―reproduzir‖.
Assim, cada grupo de fontes possui uma natureza, um modelo de composição,
um vocabulário característico, elementos que, em conjunto, compõe a análise do texto
como um todo. No entanto, tentaremos remontar de forma mais lúcida os embates e as
correlações de forças entre as frações que disputavam o poder no estado.
Nosso segundo viés de investigação vem de encontro a localizar e organizar os
agentes que se encontravam de alguma forma envolvidos, ora no IPBA, instituição
política que administrava a EPBA; ora na EPBA, esses em sua maioria composto pelo
corpo docente da instituição. A partir destas informações tentaremos de alguma forma
traduzir o discurso dos agentes intra-instituição; a partir destas análises entendemos
ser é possível enxergar a quem esses agentes representam e as frações, as quais, eles
estampam. Com a codificação dessas informações será possível traduzir o seu projeto de
visão de mundo.
Nossa terceira e última linha de investigação tem como objetivo, a partir da
posse das informações das duas primeiras análises, agregá-las a trajetória de alguns
alunos. Deste modo, será possível concluirmos se a EPBA é realmente uma agência
representativa e reprodutora das frações a elas ligadas, ou seja, se, de fato, a EPBA é um
aparelho privado de hegemonia. Entendemos ser importante para chegar a resultados
mais concretos, a investigação e a montagem do habitus
112
da instituição, no entanto,
para esse investimento seria extrapolar nosso plano de trabalho definido e posto em
prática. Mas para um trabalho futuro enxergamos a necessidade de tentar mapear e
codificar o estilo da escola.
111
Ciro F.S. CARDOSO, Ronaldo VAIFAS, ―História e análises de textos‖ in: Ciro F.S. CARDOSO,
Ronaldo VAIFAS. (org). Domínios da História. 5. ed. Campus. 1997, p. 377.
112
O conceito de habitus” elaborado por Pierre Bourdieu, onde, o sistema aberto de disposições, ações e
percepções que os indivíduos adquirem com o tempo em suas experiências sociais tanto na dimensão
material, corpórea, quanto simbólica, cultural, entre outras. O “habitus” vai, no entanto, além do
indivíduo, diz respeito às estruturas relacionais nas quais está inserido, possibilitando a compreensão
tanto de sua posição num ―campo‖ quanto seu conjunto de “capitais”. BOURDIEU, Pierre. Op. Cit., pp.
190-191.
54
Adotaremos dentro da nossa metodologia o fato de que as histórias individuais
oferecerem traços originais que ajudam a compreender conjunturas mais vastas,
repercutindo sobre o processo histórico
113
. Para tanto, as fontes são documentos datados
do período abarcados pelo nosso estudo, encontrados em parte como forma de
discursos, e outra como informações dispersas em pastas individuais corpo discente e
docente - que foram fichados a partir de grades-padrão de coleta de dados, segundo a
especificidade da fonte e trabalhadas com vistas não somente à reconstituição dos
debates. E apontar meandros e práticas especificamente ao período estudado, buscando
sua sistematização através de quadros que dêem conta dos principais agentes e agências
dentro da disputa política.
Portanto, ocuparemos uma extensa análise quantitativa no próximo capítulo com
o fim que de alcançarmos posteriormente capítulo final - as análises qualitativas.
Pierre Bourdieu ao analisar a intelectualidade francesa se apropriou deste método
quantitativo/ qualitativo seus resultados nos diz que:
Em suma, seria inútil, também neste caso, esperar que a estatística
produza ela mesma os princípios de sua construção. Somente uma
análise estrutural dos sistemas de relações que definem um
determinado estado do campo intelectual pode imprimir eficácia e
verdade à análise estatística, fornecendo-lhe os princípios de uma
seleção dos fatos capaz de levar em conta suas propriedades mais
pertinentes, isto é, suas propriedades de posição.
114
Entendemos que a história da política baiana na Primeira República e do EPBA
são elementos de vital importância para o entendimento da formatação social Bahia e as
suas respectivas agências, em construção no decorrer suas primeiras décadas
republicanas. A proposição a respeito do discurso e seu tratamento expostos acima
incidirá no arcabouço de fontes expostos nos Relatórios de Ministérios ocupados por
personalidades baianas, periódicos de época, estatutos institucionais do IPBA, atas de
sua congregação do IPBA e EPBA e acervo histórico da própria instituição, onde
tomaremos como o corpus documental essencial para a realização do nosso estudo.
113
Chamamos a atenção que Pierre Boudieu em seu livro Razões Práticas dialoga sobre o tema ―A ilusão
biográfica‖. Cf: BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: Sobre a teoria da ação. Campinas, SP: Papirus,
1996.
114
BOURDIEU, Op. Cit. 186.
55
Ao buscar a análise crítica de discursos e respectivamente a análise de
conteúdo
115
das fontes e a busca por suas causas e efeitos, poderá nos dar uma
contribuição significativa para entender os fatos no seio das frações dominantes do
período a ser analisado. Sobre a análise de discurso Faircloug nós diz:
O discurso contribui para a constituição de todas as dimensões da
estrutura social que, direta ou indiretamente, o moldam e o restringem:
suas próprias normas e convenções, como também relações,
identidades e instituições que lhe são subjacentes. O discurso é uma
prática, não apenas de representação de mundo, mas de significação
do mundo, constituindo e construindo o mundo em significado.
116
Ao analisar os discursos reproduzidos pelos agentes ligados a sociedade civil por
meio de suas agências e pelos seus representantes na sociedade política, pretendemos
verificar as necessidades, perspectivas - presentes e futuras. Contudo, creio que por
intermédio deste método - análise de discurso e análise de conteúdo possa nos dar
mais uma base para materializar e traçar as estratégias de tais grupos.
Portanto, para conhecer a estrutura dessas frações de classe serão examinados: a
forma de recrutamento desses agentes
117
; suas funções trajetórias políticas; sua origem
social/ econômica; seu estilo de vida‖; modalidades de socialização escolar.
118
4 - Escola Agrícola da Bahia X Escola Politécnica da Bahia: poder,
política e educação
115
. FAIRCLOUG, Norman. Discurso e mudança social. Brasília: Ed da UNB, 2001.
116
Idem, p.91
117
A prioridade do nosso trabalho é o estudo sobre a EPBA e sua inserção na sociedade baiana. As
análises externas à instituição mesmo que inevitável - seria extrapolar as balizas dentro das nossas
opções de recorte, apesar do projeto inicial deste estudo ser trabalhar o perfil da instituição e seu contexto
na sociedade como um todo ―político e social‖. Iremos apontar essas diretrizes, mas sem o
aprofundamento devido.
118
Informamos que o sociólogo Sérgio Miceli foi uma dos primeiros pesquisadores brasileiros a trabalhar
com prosopografia agregando a análise quantitativa/ qualitativa como Bourdieu nos indica. Vale lembra
que Miceli foi um dos primeiros seguidores de Pierre Bourdieu no Brasil, além de ter sido orientado do
sociólogo francês durante o seu doutoramento. MICELI, Sergio. Poder, Sexo e Letras na República
Velha: estudo clinica dos anatolianos. São Paulo:Ed Perspectiva, 1977.
56
Como destacamos no segundo tópico deste capítulo, o estudo da
institucionalização da engenharia
119
na Bahia tem como um dos alicerces a Escola
Politécnica da Bahia. No entanto, colocaremos de forma sucinta os possíveis fatores
desencadeantes para a criação da instituição formadora de engenheiros de Salvador.
Logo, a partir de um movimento liderado pelo professor catedrático de Mecânica
Aplicada da EAB, Arlindo Coelho Fragoso e seu grupo político, após disputas políticas
seguido de uma ruptura com parte da fração dominante ligada a lavoura canavieira,
foram criados na capital baiana com apoio do governo estadual o Instituto Politécnico
da Bahia (IPBA, 1896) e posteriormente a Escola Politécnica da Bahia (EPBA, 1897).
4.1 Escola Agrícola da Bahia - EAB
Em meados de 1859, foi criada por iniciativa das frações dominantes com o
apoio do Imperador D. Pedro II, uma instituição nomeada Imperial Instituto Bahiano de
Agricultura.
120
Localizada na região do Recôncavo Baiano área historicamente
ligada à produção de açúcar com o intuito de amenizar a crise açucareira junto ao
mercado externo. Contudo a criação desta instituição tinha como projeto máximo a
criação e manutenção de uma Escola formadora de especialistas com o trato da terra, a
modernização passou a ser a saída para a crise e, na Bahia esta tentativa se expressa no
IIBA.
Para Tourinho
121
, a criação da instituição traduz o esforço de setores mais
progressistas das frações ligadas a agroexportação na tentativa de superar os problemas
da economia e modernizar a produção açucareira.
Após dezoito anos de disputas
122
é fundada em São Bento das Lajes a Escola
Agrícola da Bahia, inaugurada no dia 15 de fevereiro de 1877, no Engenho das Lages de
propriedade da Ordem de São Bento. A Escola Agrícola de S. Bento das Lajes acabou
119
Ressaltamos que a Escola Politécnica da Bahia, foi a pioneira na formação de engenheiros civis e
geógrafos na Bahia. Para tanto, a Escola agrícola da Bahia formava os primeiro engenheiros baianos,
mas, com a especialidade de agrônomos.
120
TOURINHO,1981, Op. Cit.
121
Idem. Capítulo I.
122
Durante dezoito anos o IIBA por meio de seus representantes pleiteava ao governo Imperial subsídios
para a construção de sua escola que, as contribuições junto a seus sócios nunca conseguiam atingir o
suficiente para o término da EAB. Destacamos também o longo debate em torno da escolha da
localização da construção da instituição escolar. Cf: Tourinho, Op. Cit. pp. 48 190.
57
sendo o impulso catalisador dos ideais modernizadores, ou seja, a tentativa de difusão
de uma técnica mais avançada; formação de uma mão-de-obra mais "especializada" e a
defesa da educação agrícola como solução para os males da agricultura. Apesar das
inúmeras dificuldades enfrentadas ao longo de seus quarenta e cinco anos de existência,
tomado pela euforia inicial, o IIBA construiu em pleno massapê do Recôncavo Baiano
uma escola superior de agronomia. Logo, a origem e o funcionamento dessa Escola
estão intimamente ligados ao Imperial Instituto que a construiu e a manteve até o ano de
1904, quando seus bens foram revertidos ao Estado.
123
Partindo destas premissas, entendemos que ambas as instituições, criadas na
segunda metade do século XIX, servem de ponto de partida para o entendimento das
relações sociais e políticas entre as frações ligadas a agroexpotação, amalgamadas junto
ao poder na Província e no Império. Apesar de criada por um grupo seleto de grandes
proprietários do Recôncavo com o propósito de ―modernizar‖ a agricultura baiana, que
então atravessava momentos difíceis, o IIBA e o EAB conviveram ao longo de sua
existência com diversas crises financeiras. Apesar dos seguidos subsídios ―públicos‖ a
instituição não tinha uma vinculação orgânica com o Estado, nem na esfera federal
nem estadual, os problemas de manutenção se agravaram a ponto de que sua
continuação se tornar inviável, desfazendo-se o modelo - tripartite ou semi-
governamental
124
-, de parceria entre o Estado, em seus dois níveis, e os produtores de
açúcar.
Portanto, ao que tudo indica, o IIBA e EAB não fecharam suas portas devido
às constantes subvenções provinciais e imperiais, face à influência política de seus
agentes ligados a cargos públicos e dotados de vínculos pessoais com Imperador D.
Pedro II. Cabe destacar que grupos ligados ao comércio de exportação se
encontravam inseridos junto a vários cargos da diretoria do IIBA, materializando-se em
uns dos principais patrocinadores, apesar de seu controle ser exercido pelos grandes
proprietários rurais
125
. A criação das instituições foi também reflexo das dificuldades,
123
BAIARDI, Amilcar. O Imperial Instituto Bahiano de Agricultura: e as mudanças na agricultura e na
agroindústria da Bahia na segunda metade do século XIX. IN: III Congresso Brasileiro de História
Econômica: Curitiba, PR, 1999.
124
Destacamos que o modelo de associação entre produtores de açúcar e o estado duas estâncias, ou seja,
entre particulares ―privado‖ e governos estadual e federal Baiardi chamará de tripartite e Pang de semi-
governamental. Para mais detalhes ver: PANG, Eul Soo. O Engenho Central do Bom Jardim na
economia baiana; alguns aspectos de sua história, 1875 1891. Rio de Janeiro: AN/IHGB, 1979a,
BAIARDI, Op. Cit. pp.3 - 4.
125
Entendemos que a participação de agentes ligados ao agro-comércio é um indicativo do
enfraquecimento das frações ligadas a terra, principalmente, s década de 1870. No entanto, já se
vivencia ainda no Império o início das correlações de forças entre essas frações dentro do próprio IIBA.
58
conflitos e contradições da estrutura socioeconômica da Província da Bahia na segunda
metade do século XIX. Neste período, a indústria açucareira no Brasil lutou com
dificuldades internas e externas que acabaram por reduzir um produto essencialmente de
exportação a um lugar secundário no comércio mundial, consequentemente, a levar as
regiões produtoras a uma situação de decadência. As implicações desse quadro são
diversas, e se prendem principalmente aos problemas de mercado, preço, técnica e mão-
de-obra qualificada.
O clima de otimismo que cercou a inauguração do estabelecimento de ensino
logo se modificaria, na medida em que apareceram alguns problemas, dentre eles o
acirramento das contradições entre as frações ali encampadas
126
, e as primeiras
discussões sobre seu nível de ensino, bem como sobre a pertinência de seu
funcionamento
127
. Um dos principais críticos à manutenção da Escola, o Prof. Arlindo
Coelho Fragoso, em 1893, no período republicano, escreveria uma série de artigos
sobre a EAB, publicados no periódico local “Jornal de Notícias”, nos quais o autor
defendia a necessidade de reformas, dentre elas a transferência da instituição para
Salvador.
128
4.2 A Escola Politécnica da Bahia à luz da engenharia na Bahia republicana: embates e
projetos
Por de trás das publicações de Arlindo Fragoso, havia uma forte oposição entre o
catedrático da escola rural com a Diretoria do Imperial Instituto. A partir deste
confronto podemos apontar o complexo processo de correlações de forças intra-classe
alojadas no interior da diretoria do IIBA e sua escola, acarretando o rompimento de
Arlindo e parte dos agentes pertencentes a essas frações, desencadeando ao final da
década de 1890 na criação da EPBA. Fragoso e seu grupo político neste momento
Começa-se neste momento o indicativo da enunciada crise de hegemonia que vai se assolar na Bahia nos
primeiros anos da era republicana.
126
Problemas curriculares onde se cabe a definição do ensino na escola; de caráter eminentemente teórico
ou prático; por ser uma instituição fundada pela sociedade civil, cabe a ela subsidiar a escola, o que não
acontecia, sendo sempre subsidiada pelo dinheiro público. Se o dinheiro público é o que realmente
prevalecia, o porque então não passar o controle da escola para a província ou Império. São essas algumas
das questões contraditórias dentre várias outras levantadas por membros ligados a EAB, deputados
provinciais e diretores do IIBA.
127
TOURINHO, Op. Cit. p.150.
128
FRAGOSO, Arlindo. Escola Agrícola da Bahia. Bahia: Oficinas dos Dois Mundos, 1893.
59
representavam um novo projeto de visão de mundo, em detrimento da velha ordem da
classe proprietária baiana.
As bandeiras fundamentais de Arlindo seriam a reorganização do regime
científico da Escola Agrícola
129
, a substituição integral do seu regime administrativo - o
fim da intervenção do IIBA -, a precária situação que se encontrava o corpo docente -
mal remunerada e isolada - e sua principal reivindicação: a transferência da instituição
para a capital. Segundo Nilton Araújo o catedrático entendia que:
―...era preciso que houvesse uma ação dos governos no
desenvolvimento e melhoramento do ensino agrícola englobando
outras instituições além do ensino agrícola superior como estações
agronômicas, institutos agrícolas, escolas práticas e elementares de
agricultura, colégios e cadeiras rurais, asilos agrícolas, quintas
regionais, fazendas modelos e normais.
130
A coleção de artigos publicados pelo docente Arlindo, em 1893, no Jornal de
Notícias, esboçou o pensamento de um dos mais destacados membros do corpo docente
da EAB, inclusive tendo, após sua saída deste estabelecimento uma destacada carreira
política, institucional, acadêmica e jornalística na fase republicana, ao tempo em que
enfrentou a administração da Escola e do Imperial Instituto. Os artigos editados em
forma de livro é fonte primorosa e obrigatória, na medida em que sua linha nem é de
aclamação da escola, e nem de condenação generalizada. O discernimento dos textos,
são narrados em dezoito artigos, é traduz uma verdadeira estampa do cotidiano do
estabelecimento de ensino, após a perda do apoio financeiro do governo central, na
era republicana.
131
Percebemos nos textos de Fragoso, a sua tendência ao novo projeto de visão de
mundo percebido por todo o Estado brasileiro: o projeto ―modernizador‖ e
129
Arlindo neste momento pregava o discurso da transformação da EAB em uma escola secundária e
prática. Segundo Arlindo: Fragoso propôs a reforma da Escola, transformando-a em um instituto normal
para ensino e propaganda agrícola, e junto à criação urgente ―de todas as outras instituições
complementares destinadas a propagar as práticas e ensinamentos racionais da agricultura moderna‖. [...]
que o estabelecimento deva se transformar em uma escola secundária porque ‗não é possível que a Bahia
que apenas possui essa Escola defeituosa na sua conformação orgânica, agora elevá-la ao grau de
estudos altamente científicos‖. ARAÚJO, Nilton de Almeida. Op. Cit. p.46, TORINHO, Antonieta
Campos. Op. Cit. p. 160.
130
Idem, Ibidem. . p.46.
131
FRAGOSO, Arlindo. Escola Agrícola da Bahia: Sobre a urgência e bases sobre a reforma deste
estabelecimento. Bahia: Oficinas dos Dois Mundos, 1893.
60
―civilizatório‖. Vale destacar que Arlindo trás consigo toda uma formação intelectual
adquirida na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Logo, o catedrático vivenciou e
perpetrou sem, ―consciência ou coerção, em virtude das disposições que, embora sejam
inquestionavelmente fruto dos determinismos sociais, são também constituídas fora da
esfera do consciente e da coerção.
132
E ao interiorizar todo o conjunto de ideias advindas de novo projeto de visão de
mundo, ao retornar a Bahia, Fragoso traz consigo certo estilo de agir e pensar - habitus -
investido também de um dado capital cultural.
O catedrático contudo, assumiria, em 1892, o posto de Secretário de Agricultura
no governo de Rodrigues Lima (1892 1896), aliando-se politicamente ao Conselheiro
e futuro governador Luiz Viana. Viana, apesar de ser juiz de direito no Recôncavo
cargo adquirido por influência do Barão de Cotegipe, seu padrinho político foi
membro fundador do IIBA
133
e chefe político do tradicional Partido Conservador
134
,
sendo ligado à fração agrocomercial da região
135
. Arlindo Fragoso, aproveitando suas
alianças com políticos tradicionais - tais como a família Calmon - e seu prestígio como
idealizador e criador de todo o aparato administrativo da Secretária de Agricultura da
Bahia (SEAGRIBA), tendo sido o seu primeiro Secretário. Exonerou-se do cargo de
catedrático da EAB em 1895 e fundou, em Salvador, tanto o Instituto Politécnico, logo
depois a Escola Politécnica. Mantido como Diretor da Secretária de Agricultura do
governo Luiz Viana (1896 -1900), Arlindo Fragoso liderou o grupo de engenheiros - em
sua maioria graduados na Escola politécnica do Rio de Janeiro - que fundou o IPBA e a
EPBA, tornando-se o primeiro presidente do Instituto (1896-1899) e no primeiro diretor
da escola (1897-1907), além de ser o primeiro catedrático na cadeira de Mecânica
Aplicada (1897-1916). A história do IPBA e EPBA evidencia a participação de vários
personagens que se tornaram nomes importantes na política local e nacional.
136
132
BOUDIEU, Pierre Apud MENDONÇA, Sônia Regina de. Op. Cit. p.103.
133
Idem, Op. cit. p.236.
134
PANG, Eul-Soo. Coronelismo e Oligarquia 1889 1943 ―A Bahia na Primeira República Brasileira‖.
Rio de Janeiro, Ed: Civilização Brasileira, 1979, p.64-68.
135
Percebemos a ligação de agentes das frações tradicionais ao novo grupo crescente na Bahia: os
comerciantes ligados a importação e exportação, representados principalmente por sua agência
“Associação Comercial da Bahia”. Segundo Consuelo Novais Sampaio, a república é que se legitima
com comércio agroexportador mais diversificados, via alianças com agentes de antes eram ligados ao
comércio. SAMPAIO, Consuelo Novais. Os partidos políticos da Bahia na Primeira República: uma
política de acomodação. Salvador, EduFBA, 1998.
136
Faziam parte do quadro de catedráticos da EPBA e membros sócios do IPBA: Miguel Calmon Du Pin
e Almeida, Antônio Ferrão Moniz de Aragão, Octávio Cavalcante Mangabeira, Francisco de Souza,
Austricliano Honório de Carvalho, José Antônio Costa, José Joaquim Rodrigues Saldanha dentre outros.
61
A partir de então a EPBA se tornaria a principal instituição formadora de
engenheiros, em detrimento da EAB, agregando catedráticos egressos desta última.
Destacamos que a EAB, que em sua primeira fase formou agrônomos (1877-1904), já
passando por dificuldades; transferida para a chancela do estado baiano formou práticos
para a agricultura (1905-1910); de (1911-1917) ainda sob a tutela do estado da Bahia, a
escola se caracterizou como médio prática, já transferida para Salvador; o período
subsequente correspondente à suspensão de suas atividades (1916-1920) e por fim, o
restabelecimento da escola na formação superior (1920-1930), mas sem o mesmo grau
de importância quando ainda se encontrava instalada na região do Recôncavo.
137
No próximo capítulo exploraremos melhor os motivos colocados pela literatura
especializada, no que tange as supostas razões de criação da EPBA. Colocaremos
também de forma sucinta as disputas no jogo político no estado da Bahia, que desde o
início da era republicana passava por uma acentuada crise de hegemonia. Os partidos,
os grupos, na qual, estavam inseridos os agentes que controlavam a EPBA que desde
sempre ocupariam de alguma forma cargos em agências publicas e de ser forma
propagandeando seus projetos de visão de mundo.
Portanto, tentaremos provar ao final deste estudo que a EPBA, durante a
Primeira República, se constituiu, em um dado momento, como um aparelho privado de
hegemonia, condensando as relações de força presentes na cena política baiana. As
guerras de posição no interior da classe dominante, envolvendo as frações ligadas ao
setor agrocomercial, de alguma maneira se refletiram na EPBA, fosse por meio da
liberação de subvenções, fosse através de disputas políticas. É neste contexto que
pretendo me ater daqui por diante e creio estar contribuindo não apenas para o
amadurecimento e enriquecimento da historiografia específica sobre o tema, mas
também pra a própria história das agências envolvidas e, porque não, à história da
política baiana na Primeira República.
137
ARAÚJO, Op. Cit. pp. 29 32.
62
Capítulo 2
Escola Politécnica da Bahia: um perfil institucional
Criada no dia 4 de março de 1897 e reconhecida pelo Decreto 2.803 de
09/05/1898, publicado no Diário Oficial de 11/05/1898, assinado pelo presidente
Prudente de Morais, tornando assim a instituição baiana, oficialmente, escola livre de
ensino superior, equiparado às escolas federais congêneres, atribuído aos esforços ao
então senador e futuro governador Severino Vieira, que foi homenageado pela
congregação com a colocação do seu retrato no salão nobre.
138
A Escola Politécnica da Bahia esteve subordinada diretamente ao Instituto
Politécnico da Bahia, até meados de 1934 quando passou pelo seu primeiro processo de
federalização. A escola de engenheiros funcionou provisoriamente em dois endereços:
primeiro, esteve localizada na Rua das Laranjeiras, 6, próxima ao Pelourinho, atual
Centro Histórico de Salvador; foi transferida em 1901 para a Rua João Florêncio, 1,
esquina com a Praça da Piedade; mudou-se em 1905 para o palacete Salvador, 57 do
largo de São Pedro, na Avenida Sete de Setembro, centro da cidade, onde funcionou até
1960, quando se mudou para as instalações atuais, na Rua Aristides Novis, 02, no
bairro da Federação
139
.
Por Liderança de Arlindo Coelho Fragoso, e seu grupo de seguidores e mais
alguns destacados membros da sociedade civil baiana, num total de dezessete agentes
associados, realizaram duas reuniões prévias: a primeira a cinco de julho de 1896,
quando dividiram entre si as tarefas de elaborar programas, estatutos e planos para a
criação de um Instituto, e logo em seguida criar uma escola para a formação de
engenheiros. Coube a alguns desses agentes trabalharem junto aos poderes públicos -
governador, deputados e senadores - no intuito de adquirir subvenções; o segundo
encontro, realizado logo em seguida, a nove de julho, tinha como pauta discutir e
aprovar os estatutos do Instituto e da Escola.
138
GUIMARÃES, Archimedes Pereira. Escola Politécnica da Bahia, p. 19 e 34.
139
Durante nossas investigações para a execução de nosso estudo, constatamos que o antigo Instituto
Politécnico da Bahia existe até hoje, com sede na Rua da Paz 187 Sala 206, bairro da Graça, Salvador.
No entanto, por via nosso levantamento constatou que o IPBA atualmente é apenas uma organização de
apoio institucional as engenharias de modo geral, principalmente, por meio de sua publicação semestral o
periódico a Revista Politécnica lançada a partir do ano 2006.
63
Definidos os estatutos, IPBA foi instalado solenemente em 12 de julho de 1896,
numa reunião realizada na sede da Secretaria Estadual de Agricultura (SEAGRIBA),
agência, na qual, Arlindo ocupava o cargo de diretor e mentor intelectual. A solenidade
de instalação do Instituto foi testemunhada por autoridades governamentais, deputados,
senadores, magistrados e jornalistas, além dos próprios sócios-fundadores
140
.
Em seguida, ainda em 1896, de acordo com as atas da congregação, foram
realizadas mais seis reuniões, onde se referendou a aprovação do regulamento, os
programas de ensino e a organização da Escola. Decidiu-se pela adoção dos
regulamentos e estatutos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, como nos diz as
palavras de Arlindo Fragoso de acordo com o registro da ata de instalação da EPBA que
diz, ―‘fazendo ver as faltas de que se ressente a Escola de Pernambuco e a confusão que
se nota na de São Paulo‘. Propunha, por isso, que se adotasse o regime da Escola do Rio
de Janeiro.‖
141
Apesar das palavras de Fragoso argumentar pelos confusos estatutos das escolas
de Pernambuco e São Paulo, entendemos que o real motivo pela escolha do modelo da
escola da capital, vem de encontro a três fatores relevantes: primeiro, sua íntima ligação
com a instituição, que o ex-docente da EAB trás consigo todo sua formação moral e
intelectual adquirida na instituição carioca; segundo, a grande maioria dos sócios e
professores fundadores da instituição eram também politécnicos
142
; terceiro, Arlindo
com sua grande astúcia política, ao adotar o regime da Escola do Rio de Janeiro, pensou
na aproximação com a sociedade política da capital e possíveis vantagens no interior de
agências estatais, vindo no lastro de políticos baianos, ocupando cargos em
Ministério.
143
Ao longo da trajetória das instituições EPBA e IPBA -, entendemos que ambas
funcionaram como um todo ―coerente‖ e ―orgânico‖, portanto, não havendo diferenças
discrepantes entre as duas. Na leitura das atas das duas instituições, praticamente não
havia divergências entre as instituições, com rara exceção. Portanto, nossa linha
investigativa parte da hipótese de que a atuação do IPBA, ao menos nos seus primeiros
quarenta anos de atuação, enquanto esteve formalmente administrando à EPBA, suas
140
Nos anexos deste estudo traremos os sócio-fundadores do IPBA.
141
GUIMARÃES, Op. Cit. p. 10.
142
O termo Politécnico” era uma expressão dada para a época aos que se graduavam na Escola
Politécnica do Rio de Janeiro.
143
Destacamos que Arlindo por meio de seu prestígio perante a sociedade política ocupou variados cargos
públicos, dentre eles o de Secretário direto de Miguel Calmon quando ocupou o Ministério da Indústria,
Viação e Obras Públicas em 1907, e o de Secretário Geral na administração de J.J Seabra em 1912.
64
atividades desde sempre foram realizadas no próprio âmbito da EPBA. Por este fato,
daremos ênfase a partir deste ponto em diante, farei referências quase sempre à EPBA e
apenas oportunamente ao IPBA, que o foco deste estudo é analisar o âmbito da
instituição criada pelo Instituto Politécnico.
144
1 O jogo e a “regra” - A política na Bahia Republicana: embates e
projetos
Após termos exposto as considerações iniciais sobre nosso objeto, procuraremos
analisar e discutir as razões, nas quais a EPBA, foi criada e a sua trajetória nos seus
vinte três primeiros anos. Uma instituição de ensino formadora de engenheiros, criada e
administrada por uma agência composta por agentes encampados na sociedade civil e
sociedade política, nos traz a luz, uma estratégia das frações da classe em alcançar
representatividade. No entanto, ao reunir-se e atuar para a propagação de visão de
mundo, por meio de seus estabelecimentos, irão também caminhar para a gestação e
inclusão dessas frações em diferentes esferas do poder do Estado. Sobre a definição de
Estado, Gramsci nos fala:
Deve-se notar que na noção de Estado entram elementos que também
são comuns à noção de sociedade civil (neste sentido, poder-se-ia
dizer que Estado = sociedade política + sociedade civil, isto é,
hegemonia revestida de coerção).
145
144
Uma das fontes documentais a ser visitada frequentemente por nós, serão informações contidas no
livro editado pelo catedrático de química, Archimedes Pereira Guimarães. Escola Politécnica da Bahia.
Trata-se de uma transcrição dos "principais fatos" registrados nas atas das reuniões da diretoria do
Instituto Polytechnico. Portanto, ao consultarmos os livros de atas da Congregação da Escola Politécnica,
verificamos que o conteúdo é praticamente idêntico ao do livro publicado pelo Professor Archimedes. Por
este fato, para melhor manuseio e interpretação dos fatos históricos, optaremos pela consulta da
publicação do docente Archimedes, que, a manipulação dos documentos originais se apresenta de
forma bastante danificada e com grandes dificuldades de acesso e manuseio. Para adotarmos essa
estratégia, levamos em conta o fato de que, quanto nas atas da diretoria do Instituto, quanto na atas da
escola, as assinaturas de presença são praticamente as mesmas nas duas instituições. O que constata que a
grande maioria de sócios do Instituto são também docentes da escola, principalmente após os primeiros
cinco anos de criação da instituição de ensino. Por este fato, nos reforçou estratégia de maior consulta
pela publicação do Professor Archimedes.
145
GRAMSCI, Antônio. Cadernos do Cárcere. Vol. 3: Maquiavel. Notas sobre o estado e a política‖.
145
Tradução de: Luiz Sérgio Henriques, Marco Aurélio Nogueira, Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira. 2000, PP. 63-74.
65
Ao conseguir unificar interesses e divulgar concepções de mundo, dentro de um
processo de crise hegemônica, na Bahia de fins do século XIX e início do XX,
ressaltamos que as frações de classes distintas, pugnavam entre si e acordavam-se, na
construção de alianças que as colocassem em posição de assumir a condução de um
novo projeto hegemônico. Para tanto, a respeito do desenrolar da crise hegemônica
ocorrida na Bahia no período a ser estudado, não cogitamos analisar toda complexidade
daquele instante, mas sim dar conta da correlação de força que desencadeou a criação da
EPBA e o projeto hegemônico tal qual está inserido. Entendemos que os engenheiros
baianos por meio de sua escola, atuaram na produção e na reprodução das frações da
classe dominante na Bahia durante o período da República Velha.
Pontuamos no capítulo anterior a importância dos estudos já existentes acerca do
conjunto das relações sociais existentes na sociedade baiana, amalgamando, em si
própria, as correlações de forças políticas e, institucionalização de agências e agentes
presentes que remontam ao arcabouço social na Bahia, nas ultimas décadas do século
XIX. Para tentarmos traduzir o ambiente político na Bahia e a sua clara crise
hegemônica iniciada nos últimos anos do Império e acentuada nos primeiros anos da
era republicana -, situação que se resolve com a chegada de J.J Seabra ao poder,
entendemos ser de fundamental importância fazermos um sucinto panorama do jogo
político na Bahia na Primeira República e suas ―regras‖. Tomaremos junto a essa
analise os embates e o grupo político, na qual, Arlindo Coelho Fragoso fundador da
EPBA - e seus seguidores estão inseridos.
Analisando esse período, a historiadora Consuelo Novais Sampaio demonstrou
em um de seus trabalhos mais importantes, que a arena de disputas políticas na Bahia se
encontrava numa situação bem diversa em comparação a outros estados,
146
onde as
frações dominantes se encontravam de forma coerente, não havendo uma correlação
de forças tão acentuada por um projeto de visão de mundo, as disputas ocorriam mais
dentro de um rculo consensual. Esse consenso faz garantir um ciclo de estabilidade
principalmente às agências ligadas a sociedade civil e sociedade política. Para Sampaio
as disputas e os conflitos entre as frações da classe dominante marcaram o regime
republicano na Bahia em seu início. O novo regime, na Bahia, não desfrutou da força
que sucedera em outras unidades da federação, e o executivo acabou nas mãos de
146
Consuelo Sampaio demonstrou a conjuntura da sociedade baiana em comparação a outros estados da
federação Minas Gerais e São Paulo onde, as frações dominantes tinham certo consenso em relação a
seus projetos. Sampaio, Consuelo Novais. Op., Cit., Capítulo I.
66
antigos nomes do Império, monarquistas convictos e conservadores, mas republicanos
de última hora, por pura estratégia de acomodação e sobrevivência política.
147
Um dos nomes históricos ligados ao movimento republicano na Bahia e uma das
vozes a protocolar o novo ideal, o médico Virgilio Clímaco Damásio (1838-1913),
comandou o estado por cinco dias, logo após entregou o cargo ao monarquista, ex-
membro do Partido Liberal, Manuel Vitorino Pereira (1853-1902), por indicação do
Ministro da Fazenda o ―baiano‖, Ruy Barbosa.
Em parágrafos anteriores havíamos informado que a Bahia caminhava para
um processo de crise de hegemônica iniciado ao fim do regime imperial, entretanto, este
processo se institucionaliza de fato nos anos iniciais da era republicana. O processo
de crise se instala quando o Governador Manoel Vitorino
148
apresentou a chapa dos
candidatos baianos à Assembléia Nacional Constituinte. Logo, as discordâncias e as
correlações de forças entre os membros das frações dominantes, comandado pelo
conselheiro José Luiz de Almeida Couto
149
(1833-1895), último nome a presidir a
província da Bahia, rompe com Vitorino e cria o Partido Nacional, com outros agentes
ligados aos dois partidos tradicionais do Império. Visto a esse jogo político, fica claro o
imbróglio da crise de hegemonia. Portanto, não foi coincidência o fato de o PN ter
nascido sob certas divergências: na primeira linha estava um crítico severo da ―Águia de
Haia‖, Amphilophio Botelho Freire de Carvalho (1850-1903), que fora chefe de polícia,
juiz de direito e Ministro do Supremo Tribunal Federal, egresso das fileiras do histórico
Partido Conservador, representado pelo periódico‖ Gazeta da Bahia, substituído anos
mais tarde pelo ―Estado da Bahia‖. Na segunda linha se encontrava Jo Luiz de
Almeida Couto, correligionário de Ruy Barbosa e tradicional membro do antigo Partido
Liberal, que tinha como porta-voz o Jornal Diário da Bahia, o órgão representativo na
imprensa local dos liberais desde 1868. Por seguinte, o PN, ainda, agregou em seus
quadros, os membros do Partido Católico, também fundado em 1890, mas logo se
147
Idem, Ibidem.
148
Destacamos que o Médico Manoel Vitorino um legítimo membro representante da fração média de
Salvador, no qual, estava ligado a Associação Comercial da Bahia, agência representativa do grupo ligado
ao agro-comércio de Salvador. Fração que já informamos ganhou grande espaço, via suas agências
representativas. As frações ligadas ao agro-comércio tinham sintonia junto ao projeto ―civilizatório‖ e
―progressista‖.
149
O conselheiro José Luiz de Almeida Couto, nome histórico do período imperial, havia presidido a
Província de São Paulo (1884 -1885) e ocupou a cadeira de último presidente da Província da Bahia,
dentre variados cargos políticos no Império, ocupou o cargo de lente da Escola de Medicina da Bahia. Era
um dos maiores defensores das mais tradicionais frações ligadas à lavoura canavieira e escravidão.
67
dissolveu, cedendo espaço ao Partido Nacional Democrata (PND), também de curta
duração.
A partir de maio de 1892, uma nova reconfiguração na política baiana ocorre,
desencadeando na criação do Partido Republicano Federalista, tendo como porta voz o
Jornal Diário da Bahia. A nova agremiação seria presidida pelo já ex-governador José
Gonçalves da Silva (1838-1911). O novo partido, contava em seus quadros, com
personalidades como Severino Vieira (1849-1917) e Luiz Viana (1846-1920), ambos
advindos das ―fileiras‖ do Partido Conservador.
Por disputas entre os dois lideres políticos cada qual representando sua
fração
150
pelo poder no estado, vão divergir entre si em torno das eleições, donde
surgiram duas novas representações: o Partido Republicano Federal, congregando os
partidários de Luiz Vianna, doravante chamados de vianistas; e o Partido Republicano
Constitucional, reunindo os antigos proprietários escravistas e antiflorianistas
seguidores de José Gonçalves da Silva, denominados de gonçalvistas.
151
Contudo, diante das incertezas de um processo de crise, e das disputas de qual
projeto se tornaria hegemônico, traz consigo a necessidade da condensação da sociedade
civil em agências representativas, e a adesão de Arlindo Coelho Fragoso ao grupo
político ligado ao conselheiro Luiz Viana, evidência a opção de Arlindo naquele
momento histórico.
152
A luta de Fragoso para a criação de uma instituição de ensino,
que seus protestos para a transferência da EAB não surtiram efeito, pode ter como pano
150
Informamos que Severino Vieira representava as antigas frações da classe ligadas à grande
propriedade agroexportadora e escravocrata. Aliado de Cícero Dantas Martins ―Barão de Jeremoabo‖ um
dos maiores fazendeiro de toda a região Nordeste, com sessenta e uma propriedades na Bahia e Sergipe,
Vieira antes de chegar ao cargo de governador em 1900, ocupou o cargo de Ministro da Indústria, Viação
e Obras Públicas na presidência de Campos Sales, que representava o projeto agroexportador ligado a
burguesia paulista, ficando claro, o seu projeto de Estado. Luiz Viana, apesar de ter raízes políticas
ligadas ao Partido conservador, com a transição para o regime republicano, tendeu a se alinhar aos setores
mais progressistas com inclinação a mudanças, principalmente, no que diz respeito a seu ideal de Estado,
passando então a se alinhar ao projeto contra-hegemônicos‖ liderado pela Sociedade Nacional de
Agricultura (SNA). A prova desta tendência seria a sua presença nos quadros de associados da Sociedade
baiana de Agricultura (SBA) instituição associada à SNA.
151
Segundo Consuelo Sampaio, a política baiana durante toda fase da República Velha, tem como
característica designar aos partidos, nomes de seu lideres, marcando uma linha bastante personalista, ou
seja, os chefes políticos que, via de regra, eram fundadores das agremiações e seus articuladores, tendo
seus correligionários seguir a sua tinha linha de ação. Ex: Vianistas, Gonçalvistas, Marcelinistas,
Severinistas, Seabristas. Essa tendência vem acompanhando a política na Bahia até os dias atuais, aonde,
um líder vem muito mais investido de personalismo do que uma ideologia partidária. Tomamos como
exemplo Antônio Carlos Magalhães, e o movimento denominado “carlismo”, que dominou a política na
Bahia por quase quarenta anos.
152
Veremos nos parágrafos adiantes que as escolhas de agentes por um dado projeto, se apresenta neste
momento histórico de forma muito tênue, no entanto, a escolha de Arlindo neste período, não vai
evidenciar de fato suas convicções quanto ao seu projeto de visão de mundo. Entendemos essas
―nuances‖ como parte do processe de correlação de forças entre as frações que disputam um dado projeto
e o poder do estado.
68
de fundo a criação de uma agência para auxiliar na reprodução e organização da fração
da classe, e do próprio Estado.
Devemos ter sempre em vista que a função destas agências não teria o mesmo
valor sem o papel do intelectual
153
, aquele agente que, no interior de uma fração
dominante atuando na organização e direção - moral e intelectual -, explicitando,
solidificando e propagandeando o arcabouço de normas culturais a ele ligado, seja por
pertencimento de classe, ou por processo via consenso.
154
Entendemos que Arlindo
Fragoso ocupou está função no interior da fração, na qual, estava inserido.
Além de ser reconhecido catedrático pela comunidade docente, se apresentava
como excelente orador e, se articulava muito bem com a classe política baiana. Arlindo
tinha transito livre entre as variadas frações, mas, se ligou ao grupo vianista, após
ocupar e criar a Secretária de Agricultura da Bahia (SEAGRIBA) no governo Rodrigues
Lima (1892-1896) e logo em seguida ocupa a Diretoria da mesma agência, já na
administração Luiz Viana (1896-1900). Não foi por acaso que o IPBA foi criado na
sede da Secretária de Agricultura, marcando assim o grande prestígio que o professor
Fragoso detinha na sociedade política da época.
Em 1900, ocorre uma nova ruptura, desta vez entre os vianistas, que tinham
seus ideais representados no Diário de Notícias, e os severinistas, seguidores de
Severino Vieira, que a partir do apoio de Viana elege-se para a cadeira do executivo
estadual. Após tomar posse no cargo de governador, Severino Vieira desfaz a aliança
com o grupo vianista, e de quebra desagradando o presidente Campos Sales (1898-
1902) e sua política dos governadores.
155
Essa nova ruptura entre vianistas e
severinistas, em 1900, na análise de Sampaio, motivou a criação do Partido
Republicano da Bahia (PRB), a primeira legenda partidária, onde os agentes ligados a
Severino Vieira conseguem relativa homogeneização e apaziguamento junto às frações
proprietária do interior do estado.
153
Entendemos que Arlindo Fragoso, seria uma peça fundamental no auxílio da reprodução e
organicidade da fração, na qual, está inserido. Veremos à frente que o docente Arlindo é o principal nome
da EPBA em seus primeiros vinte cinco anos, ora como professor, ora como administrado e, como
articulador junto à sociedade política.
154
evidências de que o grupo que Fragoso se articula neste momento, tem seus ideais articulados no
projeto contra-hegemônico nomeado pela historiadora Sônia Regina de Mendonça como “ruralismo
brasileiro”. Esse projeto ao longo de toda República Velha, disputa com o projeto agroexportador
paulista, o poder do Estado. Trabalhamos com essa hipótese pelo fato de Luiz Viana ser membro da
Sociedade baiana de agricultura, agência confederada da Sociedade Nacional de Agricultura da qual
Viana também era associado.
155
Para melhor entender a Política dos Governadores Cf: FAUSTO, Boris. Op. Cit. pp.258-259.
69
Ao analisar o domínio severinista, entendemos que sua liderança quando
governador não foi tão consensual como afirma a Sampaio, que, ao rmino seu
mandato, Severino encontrou uma grande resistência junto à sociedade civil
soteropolitana, principalmente, as frações ligadas ao comércio, tendo uma relevante
oposição da Associação Comercial da Bahia, causando grandes problemas para o
cotidiano da cidade.
156
Segundo José Alfredo de Araújo;
Severino Vieira teve um governo problemático, pois sua política foi
de desarme e perseguição a todos aqueles que fossem contra o seu
poder, levando dessa forma um descontentamento das classes
interessadas no seu governo, desarticulando-as, o que enfraqueceu seu
governo ao ponto de terminar o mandato marcado pelo fechamento do
comércio a três dias de sua saída, insatisfeito com as altas taxas de
impostos cobrados pelo governo.
157
Portanto, mesmo com todo aparato de oposição a Severino Vieira, o governador
conseguiu, ainda assim, fazer seu sucessor, o conservador José Marcelino de Souza,
contando com o apoio principalmente das frações proprietária do interior do estado e o
frágil sistema de votação da República Velha, em conjunto com o voto de cabresto,
típico da região.
Os anos da administração severinista foram os quatro anos mais difíceis da
EPBA, chegando à escola a quase fechar suas portas, por corte da subvenção estadual.
As razões alegadas por Vieira para a suspensão da ajuda financeira a instituição de
ensino, é argumentada pela falta de esclarecimento nos relatórios da instituição ao
estado, quanto ao uso da subvenção, ou seja, a prestação de contas contestada. Mas,
como informamos a verdadeira motivação para o corte das subvenções estaduais foi
realizar uma retaliação ao grupo de Arlindo Fragoso, que até aquele momento pertencia
às frações ligadas ao ex-governador Luiz Viana.
Lembramos que Arlindo Fragoso, principal líder dos fundadores do IPBA e
primeiro diretor da EPBA, idealizou e ocupou a cadeira Secretário da Agricultura do
156
Ao final do seu mandato, Severino Vieira entrou grande resistência junto às frações ligadas ao
comércio. Após algumas reformas e aumento de impostos, a Associação Comercial da Bahia resolveu
juntar forças junto a outros grupos urbanos, passando a protestar, chegando até a fechar o comércio por
dias. Para maiores informações ver: Tavares, Luiz Henrique Dias. História da Bahia. São Paulo: Ática,
1987. Capítulo XXI.
157
ARAÚJO, José Alfredo.“José Marcelino de Souza, sua marca na política dos coronéis e sua primeira
semana de governo‖ in: Matta, Alfredo Eurico Rodrigues. (org) Bahia: Construindo nossa história
recente. Salvador, UCsal, 2001, pp. 63-70.
70
governo Rodrigues Lima (1892-1896), logo em seguida ocupou o cargo de diretor dessa
mesma secretária no governo Luiz Viana, quando a EPBA foi criada. Após a
institucionalização da escola foi imediatamente aprovado pela Lei 149/1896, que
ordenava "subvencionar, anualmente, com a quantia de 60:000$000, pagos em
prestações mensais de 5:000$000, a escola de engenharia que fundar neste Estado o
INSTITUTO POLITÉCNICO".
158
A suspensão dos pagamentos das subvenções, por parte do governador Severino,
alegando problemas com a prestação das contas do exercício anterior, causou grande
desconforto e articulação entre os membros da diretoria do Instituto, que diante da
apontada desorganização, tomará ações com objetivo de sanar o ocorrido. Foi necessária
a convocação de uma assembléia geral do IPBA em dezembro de 1902, por exigência
do Tribunal Administrativo do Estado, para a aprovação das contas relativas aos
exercícios de 1900 e 1901. No entanto, mesmo com as devidas explicações não se
evitou que o pagamento das subvenções baixassem para 50:000$000, em 1901 e 1902, e
36:000$000, em 1903
159
. Esse pior momento vivenciado pela escola foi lembrado em
um discurso pelo engenheiro Cornélio Daltro de Azevedo em 1943:
(...) Era em 1900, se não me falha a memória; dificuldades havidas
não permitiam o pagamento mesmo da insignificante e mesquinha
importância com a qual eram remunerados os professores; veio a
crise, os lentes resolveram não dar mais aulas enquanto não
aparecesse a verba para o seu pagamento.
Era o fechamento da Escola.
O fato chega ao conhecimento do Dr. Arlindo Fragoso (...) procura
os professores, pede, suplica, implora que não abandonassem a
Escola que seria fechada, e ninguém lhe atende; cria-se o seguinte
dilema; dinheiro ou suspensão das aulas. (grifos nossos)
(...) Arlindo, reunindo os estudantes em uma das salas da Escola (...)
nos poz ao par da situação dizendo: apenas ficaram ao meu lado, ao
lado da Escola, o velho Maia e o Dionysio; o Maia, como sabem ,
póde dar, como me confessou, o curso anexo e arquitetura e nada
mais; Dionysio só poderá dar física; se a Escola ficar sem aulas
durante 20 dias será fechada e naturalmente não mais se abrirá;
enquanto, porém, existir. Arlindo Coelho Fragoso, a Escola
Politécnica da Bahia não se fechará; peço que todos compareçam
diariamente às 7 horas e eu darei todas as aulas, exceção feita das que
ficam com o Maia e o Dionysio.
No dia seguinte, manha cedo, todos os alunos se acham presentes;
Arlindo entra para a sala (...) chama o Coelho, encarregado da
158
GUIMARÃES, Op. Cit. pp. 29-34.
159
Idem, pp. 27-29, p. 34, p. 40.
71
Secretaria, indaga qual a aula daquela hora, pede o livro de registro
das aulas, manda tocar a sineta, lê a última aula e programa em punho,
45 minutos de aula, findo os quais manda tocar nova aula; nova
consulta é feita, 45 minutos de aula e assim, Arlindo dava diariamente,
sem sair da sala, das 7 da manhã às 5 da tarde, interrompendo apenas
para o almoço, todas as cadeiras do curso, porém todas, cumprindo à
risca o programa durante uns 10 dias, nos trazendo presos pelo
encanto da sua palavra fácil, fascinado por aquele talento impar,
eletrizados pela sua vastíssima cultura e pela vontade férrea de
sustentar a Escola, numa demonstração hercúlea de um devotamento
sem igual, até que começaram os nossos lentes (...) a voltar à Escola,
retomando as suas cadeiras. E voltaram quasi todos.
160
(grifos nossos)
Ao analisar jogo político, verificamos a ocorrência a todo o momento, de
rupturas de facções, fato característico de um processo de crise hegemônica. Com a
expansão da sociedade civil na Bahia republicana, alguns grupos nem sempre
conseguem desenvolver e discernir seus projetos de visão de mundo, ou mesmo por
falta de uma organicidade, via suas agências privadas
161
; ou mesmo por ter seus
discursos suprimidos por outros grupos melhor organizados dentro da sociedade civil.
Daí vem o processo de re-acomodação dos agentes, ação tão divulgada pela
historiografia baiana do período. As velhas frações tinham que de alguma maneira se
reestruturar, tendo como opção, a escolha de um novo projeto, que, o anterior não
se sustentava e nem mesmo não se legitimava mais no seio da sociedade política. Por
este fato, a justificativa de variadas rupturas. No entanto, é normal que no interior de um
estado de crise, que as frações em disputa, adotam como estratégia; a cooptação de
outros projetos de visão de mundo, como seus. Nos parágrafos seguintes veremos que
essa estratégia foi adotada por J.J Seabra, ao ascender o poder na Bahia em 1912; ao se
apropriar do discurso do ―progresso‖ e civilizatório‖ consegue neutralizar as diversas
frações da classe na Bahia durante doze anos.
Ainda falando das frações alojadas no PRB, ao adotar como estratagema a
defesa dos interesses da burguesia agro-exportadora, o PRB abrigou em seus quadros as
antigas tendências políticas baianas - conservadora, liberal, federalista e
constitucionalista. Diante deste cenário bastante heterogêneo, além do contexto de
160
AZEVEDO, Cornélio Daltro. Discurso: dia do engenheiro. Apud, DIAS, André Luís Mattedi, Op.,
Cit., pp. 48-49. (Grifos Nossos)
161
Dentre algumas agências podemos destacar algumas: Associação Comercial da Bahia (ACB),
Sociedade Baiana de Agricultura (SBA), Instituto Politécnico da Bahia com sua escola (IPBA E EPBA),
Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) dentre outros.
72
criação do PRB mostrado, agrega-se o ex-deputado geral pelo Partido Conservador
José Marcelino de Souza (1848-1917), empossado presidente da Comissão Executiva, e
o ex-governador Joaquim Manuel Rodrigues Lima (1892-1896), que ficou com a
presidência do Conselho Geral. José Joaquim Seabra e Francisco de Paula Oliveira
Guimarães foram eleitos delegados do PRB na Capital Federal. Logo, surgiram as
facções dos marcelinistas e dos seabristas. Constatando, que mesmo sendo um
partido dominante neste momento, o PRB não construiu um consenso um projeto de
visão de mundo, o que acarretará numa nova ruptura nos anos seguinte.
Entretanto, no ano de 1907, os dois principais lideres do partido os ex-
governadores Severino Vieira (1900-1904) e José Marcelino de Souza (1904-1908)
não chegaram a um acordo sobre a indicação de quem chefiaria o executivo baiano nos
próximos quatro anos (1908 a 1912). O nome que terminou prevalecendo foi o de João
Ferreira de Araújo Pinho (1851-1917), mais um velho representante das frações
proprietária do Recôncavo, bacharel em direito e promotor de justiça que, sob o
Império, havia sido eleito deputado provincial pelo Partido Conservador; ocupou o
cargo de governador até 1911, renunciando antes do fim de seu mandato, sendo
sucedido, interinamente, pelo presidente da Câmara dos Deputados do Estado, Aurélio
Rodrigues Vianna.
162
Diante do processo de crise, o conflito entre severinistas e marcelinistas fez
ruir as bases já enfraquecidas do PRB e facilitou a ascensão de J. J. Seabra e da
agremiação criada pelo mesmo; o Partido Republicano Democrata (PRD). J. J Seabra,
político pragmático e de grande prestígio na capital, ascendeu ao poder na Bahia
engrenado no esteio da política das salvações do presidente Hermes da Fonseca. Com
Seabra galgando ao poder, o seabrismo se transformou na primeira força hegemônica
da política baiana da era republicana, pois Seabra conseguiu um primeiro mandato de
governador de (1912-1916) e logo em seguida conseguiu eleger seu sucessor, seu maior
aliado, Antonio Ferrão Moniz de Aragão catedrático de economia política da EPBA -,
para o período seguinte (1916-1920) e voltou ao governo para um segundo mandato
(1920-1924).
162
Em 1911 e 1912 podemos dizer que o processo de crise atinge o mais auto grau de tensão. Uns dos
eventos mais inesperados ocorridos durante este período, destacamos a existência de duas assembléias
legislativa em funcionamento; uma em Salvador e outra em Itabuna. Outro evento de grave tensão e, um
dos mais marcantes da história da Bahia republicana; o bombardeio por parte do exército, a sede do
governo baiano. Esse evento ocorreu justamente por problemas de reconhecimento da eleição do então
Ministro da Viação e Obras Públicas do governo Hermes da Fonseca J. J Seabra. Para saber mais ver:
SAMPAIO, Consuelo Novais, Op. cit., TAVARES, Luiz Henrique Dias, Op. Cit.
73
Podemos dizer que o período seabrista, foi o de maior prosperidade para a
EPBA. Não por acaso que o professor Arlindo, após passar por graves dificuldades
financeiras com a escola, e passar alguns anos no ostracismo político, sem grandes
articulações na sociedade política, após Seabra assumir o cargo de governador, Arlindo
é nomeado para a cadeira de Secretário Geral do Estado, cargo mais importante do
estado abaixo do governador.
Fragoso na prática foi o grande gerente do primeiro governo seabrista. O
prestígio de Arlindo perante o governador é traduzido em variadas subvenções para
instituição de ensino, e ocupação de cargos no governo por alguns docentes da escola
aliados de Fragoso. J. J Seabra era um político com grande destaque e prestígio na
capital federal, segundo Silvia Noronha Sarmento, Seabra tinha como ―estratégia
assumir posições destacadas, através dos seus recursos de oratória e da disposição de se
expor sem restrições, firmar alianças nacionais e, através disso, fortalecer sua posição
na Bahia.
163
O tirocínio por dentro do poder central, rendia a Seabra capital político,
ou seja, além de se investir de grande prestígio, conquistou o poder na Bahia,
articulando alianças pela capital federal e não por dentro da política baiana.
Seabra antes de chegar ao poder no estado da Bahia, ocupou o Ministério da
Justiça e Negócios Interiores, durante a presidência de Rodrigues Alves (1902 1906),
vivenciou e trabalhou no Ministério a favor da reforma da capital federal reforma
urbana Pereira Passos -, ocupou anos mais tarde o Ministério da Viação e Obras
Públicas na presidência de Hermes da Fonseca, partindo neste momento para a cadeira
de Governador. Em um dos discursos mais famosos por J. J Seabra, publicado pelo
periódico ―O Democrata‖ seu principal braço político na capital, Seabra exalta suas
realizações como governador, como se diz;
(...) o quanto e muito concorreu para a construção das obras do porto
desta capital, fazendo esquecer o tempo em que se desembarcava em
arrebentados e maltratados saveiros, com risco de vida, em um cais
onde as cascas de banana de misturavam com toda sorte de
imundícies.
Pouco depois, ao entrar na cidade, uma outra comissão de ricos e
importantes comerciantes agradeceu, sensibilizada, a V. Exa ter
mandado destruir o Santa Bárbara, o beco da Garapa, o grande
mictório que era todo o bairro comercial, e transformado toda aquela
montoeira em ruas arejadas, largas e salubres.
163
SARMENTO, Silvia Noronha. A Raposa e a Águia: J. J. Seabra e Rui Barbosa na Política Baiana da
Primeira República. Dissertação de Mestrado: Salvador, UFBA, 2009, p. 31.
74
Ao fim da Rua da Montanha, obra do paulista Homem de Melo,
encontrou ainda V. Exa uma enorme multidão que lhe bateu palmas
frenéticas, por lhe haver V. Exa facilitado a passagem e condução em
automóvel por uma avenida asfaltada, arborizada e limpa, que se
destina da Baixa de São Bento ao Rio Vermelho, e, que está pronta
até o Farol da Barra, lugar onde precisamente V. Exa se recordou de
haver tomado, quando criança, belos banhos, lembrando-se bem de
uma senhora que, em certa ocasião, deixou a mercê das ondas a
cabeleira postiça que trazia, mas esquecendo-se, ou não, querendo
relatar, as piculas que brincou ali mesmo, com o Araujão e outros.
164
Ao analisarmos a sua trajetória e alguns de seus discursos, como o citado, fica
claro quanto ao seu projeto de visão de mundo, Seabra era uma grande entusiasta do
projeto ―modernista‖ e civilizatório‖ em voga na capital da República. Ao assumir o
cargo de governador, transforma a capital baiana em um grande canteiro de obras; com
alargamento de avenidas, construção de novas edificações, modernização do porto,
saneamento básico, ampliação da malha ferroviária, instalação de bondes elétricos
dentre outras realizações.
165
Logo, o homem que vai gerenciar todo esse processo será
Arlindo Fragoso e seus auxiliares quase todos ligados a EPBA.
166
A relação de J. J. Seabra com a EPBA e sua direção, vem de período anterior,
quando ainda como deputado federal conseguiu aprovar em 1909 a primeira subvenção
federal para a Escola, de 50:000$000 anuais.
No mesmo discurso citado, Seabra se exalta a se referir a colocação de seu busto
no salão nobre da EPBA, provando o sua ligação de tempos com a instituição e em tom
de ironia o governador aproveita e provoca seu maior oponente na política baiana neste
momento: Rui Barbosa, que apesar de toda a tradição intelectual e ligado as frações
mais conservadores. Nos dizeres de Seabra; (...) a visitar a Escola Politécnica, no salão
164
Extraído do Jornal O Democrata do dia, 16 abr.1919.
165
Destacamos também o transito fácil de Seabra com algumas agências ligadas a sociedade civil, dentre
elas a Associação Comercial da Bahia, o IPBA, empresários ligados a importação e exportação e
companhias multinacionais como a Light, relações construída ainda quando era Ministro de Estado. Para
saber mais ver: Sarmento, Silvia Noronha, Op., Cit., Capítulo I, II.
166
Dentre os agentes - professores da EPBA - que pertenciam ao grupo político de Arlindo Fragoso
temos: Francisco Lopes da Silva Lima, ocupou a intendência de Salvador, 1896 dentre outros cargos,
Francisco de Souza foi diretor do Serviço de Águas e Esgotos durante o domínio seabrista, chegando a ser
intendente (prefeito) de Salvador em 1930 e Thyrso Paiva engenheiro chefe da Inspetoria da Iluminação,
tendo exercido interinamente diversas vezes o cargo de intendente de Salvador. Existem outros agentes
pertencentes ao grupo de Arlindo, mas, ainda não foi possível mapear todos os nomes.
75
nobre e ao subir para os doutorais, à esquerda, observe se não encontra um busto em
bronze, praticamente igual ao da Escola de Medicina!
167
Podemos dizer que no caso específico da Bahia republicana, que a trajetória das
ciências, esteve sempre associada de alguma forma à política, e a política na maioria das
vezes se apropriam das ciências. Logo, entendemos que essa relação se perpassa de
maneira simbiótica, ou seja, uma se apropria da outra para aquisição de prestígio e
status. O grande exemplo deste processo seria a relação de J. J Seabra no meio político,
ao se referir a colocação de seu busto no salão nobre da EPBA e na escola de medicina.
Noutra vertente encontramos Arlindo Fragoso, um acadêmico de grande prestígio,
ocupando o segundo cargo em importância no estado. Em ambos os casos, essas
posições rendem ―capital simbólico‖, cada um a sua maneira. No caso da ciência ―pura‖
simplesmente, dificilmente renderia tal conquista de prestígio, status e reconhecimento,
tanto no meio acadêmico, quanto no meio político simultaneamente.
Como Secretário Geral, Arlindo Fragoso articulou decisivamente para a
aprovação da lei 1087 de 31/07/1915, que concedeu um auxílio de 161:000$000 para a
aquisição do prédio vizinho à sede do largo de São Pedro, permitindo a ampliação das
instalações da EPBA, que foi também reconhecida como instituição de "utilidade
pública".
168
Octávio Mangabeira, ex-aluno, professor catedrático da instituição, como
Deputado Federal, também garantiu subvenção a entidade através de emenda ao
orçamento federal em 1912, como também em de 1916, 1921 no valor de 50:000$000,
1922 na quantia de 50:000$000) e 1923 no valor de 60:000$000. Em 1920 Mangabeira
conseguiu subvenções anuais de 100:000$000 para a implantação do curso de química
industrial em 1920 e nos três anos subsequentes.
Sobre as novas instalações da escola Arlindo fez a leitura de parte do Relatório
oficial do Biênio 1915-1916, em Assembléia Geral do Instituto, diz Fragoso;
(...) afirmando ser de ―relativa prosperidade‖ a situação da entidade.
(...) ―Do edifício agora bastante ampliado pela aquisição de um prédio
novo, e muitíssimo melhorado por uma série de reformas, de tôdo o
gênero, às novas instalações, de mobiliário e material ensino, e, a
mais, mantidos, com os possíveis progressos, todos os seus cursos,
rigorosamente praticados, a ESCOLA POLITÉCNICA está
assinalando as vantagens da sua instituição pelos serviços prestados,
com honra para o seu nome, à causa do ensino superior do país‖...
167
Idem, Ibdem, Jornal O Democrata do dia, 16 abr.1919.
168
GUIMARÃES, Op. Cit. p. 63 e 141.
76
―Mais vastas, neste memento, as acomodações da ESCOLA
POLITÉCNICA, graças ao novo prédio adquirido, de área igual ao
antigo e que com as reformas realizadas ficou constituído em um
edifício, tornou-se maior o número de salas de aula e cresceram, a par
do espaço reservado aos gabinetes e laboratórios, as dependências,
pròpriamente, à administração, melhorando, ainda, o salão de honra, a
biblioteca, a Secretária e o Arquivo.
169
No governo Antônio Moniz (1916-1920), período ainda de predomínio
―seabrista‖ foram restabelecidos os pagamentos das subvenções estaduais, que tinham
perdido a regularidade já algum tempo, e foram transferidas para a EPBA a
biblioteca e parte dos gabinetes de química da Escola Agrícola de São Bento das Lages
- (EAB), agora sob tutela do governo estadual.
170
Contudo, podemos dizer que por conta
destes e de outros benefícios conseguidos para a EPBA, quase sempre oriundos da via
pública, todos estes políticos, agentes e representantes de agências ligadas à sociedade
civil e sociedade política, em alguns casos também catedráticos da escola caso do
Governador Antônio Moniz, catedrático de Economia Política -, foram homenageados
pela EPBA e pelo IPBA, tendo seus nomes exaltados em discursos, passando seus
bustos e retratos a ocuparem um lugar de destaque no salão nobre da escola e seus
nomes batizando salas, laboratórios e gabinetes. Como consta da Ata da entidade um
voto de congratulação ao governador e Professor catedrático Antônio Moniz;
(...) ilustre professor catedrático deste estabelecimento, pela
segurança com que vai exercendo seu patriótico programa de
Governo, especialmente no tocante à defesa dos interesses da
coletividade ―(...)
171
Vários destes agentes que de alguma forma contribuíram em benefício da EPBA,
como mostramos, se encontram inseridos na sociedade política, ocupando variados
cargos em agências e em instituições públicas. Seabra ao iniciar seu mandato, traz
consigo uma visão de mundo, e trabalha para a propagação deste ideal por meio de seus
agentes, que também o representantes de aparelhos privados, que estão imbuídos do
mesmo projeto; Arlindo Fragoso é o maior exemplo, mas não o único.
A partir daí, esses agentes, que antes se encontravam em seus aparelhos
privados, agora se encontram investidos no interior do aparelho estatal,
169
Idem, p.105.
170
Idem, p. 141 e 197.
171
Idem, p. 104.
77
propagandeando seu projeto de visão de mundo, passando assim a perpetrá-lo como um
consenso no interior das correlações de forças entre as frações e a sociedade como um
todo. A conseqüência deste processo é a perda do discurso por outras frações que se
encontram em oposição ao projeto em voga. Passando o discurso dos agentes alocados
no interior do estado, a se legitimar tornando então o bastão oficial.
Partindo destas premissas, o papel do Estado, a política, ou seja, a prática,
adquire feições de constituição
172
, significando ordem e organicidade as
transformações sociais, amalgamando também à ―cultura‖ como sua principal
ferramenta de ação. Neste momento, podemos dizer que a política e cultura se juntam
de maneira conjunta, via a dar conformação a este novo projeto estatal, pois, para além
do caráter coercitivo das agências estatais, já programadas a consumar a violência física.
Esta reconfiguração ocorrida na Bahia, após a chegada de Seabra ao poder, é acima de
tudo direção e consenso, o que quer dizer, conquista de legitimidade para mudanças.
Caso esse ciclo não se concretizasse, o processo de crise de hegemonia se persistiria,
dando margem para outras rupturas políticas, como ocorridos em momentos anteriores.
Contudo, existência de legitimidade para com o novo projeto ―seabrista‖,
acarreta diretamente na autenticação para a conquista da hegemonia, concomitante, não
hegemonia instituída sem as correlações de forças e disputas com a sacralização de
conquista de um dado projeto, ou seja, a conquista de uma representação, reconhecida
como legítima e oficial, de uma determinada sociedade ou fração. Podemos então dizer
que, os conceitos explicitados perpassam na dinâmica da que Gramsci nomeou guerra
de posições permanentes‖, onde essas dinâmicas sempre se perpassarão de forma
político-cultural. Colocamos que para além das lutas travadas no interior do poder
constituído, as variadas frações investidas por seu próprio capital lutam
incessantemente pela reprodução da sua própria fração. E uma das maneiras que essas
frações se investem para se reproduzirem é por meio de ―instituições escolares‖. Por
meio destas instituições é que essas frações propagandeiam e investem seus futuros
agentes para ocupar, via de regra, seus aparelhos privados e agências estatais.
A pós essas considerações trazemos a seguinte questão: Qual o papel da EPBA
teria neste processo? Trabalhamos como hipótese principal de que a EPBA se
apresentada como uma das principais agências divulgadoras do projeto ―seabrista‖,
172
Destacamos que no seu primeiro mandato de governador J. J Seabra, dentro de seu projeto político e
visão de mundo, conseguiu raro poder de dominação na história da Bahia republicana. Em 1915, será feita
uma grande reforma na constituição do estado da Bahia, fato que deixaria as frações proprietárias e
conservadoras de joelhos perante o governador. Saber mais ver: PANG, Op., Cit., SAMPAIO, Op. Cit.
78
potencializando por ter seu principal dirigente Arlindo Fragoso - como o principal
gerente na administração estadual.
Portanto, diante dessas considerações, entendemos que saber e poder se
amalgamam, configurando e reproduzindo um corpo de agentes habilitados a ocupar as
cadeiras de poder burocrático, em nome de uma competência legitimada por uma
instituição escolar. Sendo assim, entendemos e tentaremos responder se a EPBA
realmente trabalhou na reprodução da fração da classe e do ideal de mundo das frações
no poder, mesmo que alguns anos depois o domínio seabrista venha a ser derrotado na
arena política. Todavia, é bom ratificar, que as finanças da EPBA encontraram-se em
más condições em diversos momentos ao longo deste período, principalmente durante
os momentos de crise hegemônica, onde, professores tiveram seus salários atrasados,
projetos tiveram que ser cancelados ou adiados, enfim, mesmo com o apoio de alguns
agentes ligados a sociedade política.
173
A estrutura da escola só melhorou com a
chegada de J. J Seabra ao governo, com aquisição de novas subvenções adquirindo nova
sede, laboratórios e melhorando sua estrutura como um todo.
174
Voltando ao cenário político, em meados dos anos 1920, o seabrismo entrou
em crise. A oposição que nos anos de hegemonia seabrista, não conseguia emplacar
um discurso, após uma frustrada campanha presidencial, onde, Seabra almejada a vice-
presidência na chapa de Nilo Peçanha.
Seabra por um erro estratégico permitiu que seus opositores se re-articulassem
em torno de seus pontos vulneráveis. Entra em cena neste momento a figura do
banqueiro Francisco Marques de Góes Calmon, irmão de Miguel Calmon Du Pan e
Almeida, uns dos grandes intelectuais e políticos da época.
Com o apoio incessante de Campos Sales, a vitória dos Calmon seria
incontestável. Chico Calmon (19241928), como era conhecido sucede Seabra no
governo da Bahia, terminando assim o domínio de uma das mais importantes lideranças
políticas da Bahia. Para tanto, entrar em mais detalhes nas correlações políticas após
1920, seria extrapolar nosso recorte cronológico, portanto, não nos interessa para nossas
173
Todos os episódios sobre dificuldades da EPBA são narrados e colocados nas atas da congregação da
instituição. Cf. Guimarães, Op. Cit.
174
Nos tópicos a seguir mostraremos os dados quantitativos do corpo discente da escola. Nas seções
seguintes esse ponto será melhor trabalhado; veremos principalmente que a instituição se firma como
escola com grande demanda após 1912.
79
analises.
175
Logo, em seguida mostraremos um diagrama representativo dos partidos
políticos na Bahia na Primeira República.
175
SAMPAIO, Op., Cit. Ver, também da mesma autora, os seguintes verbetes: Diário da Bahia e Diário
de Notícias. In: ABREU, Alzira Alves de et. al. (organização). Dicionário histórico-biográfico brasileiro
pós-1930. Rio de Janeiro: Editora da FGV; CPDOC, 2001, p.1843-1844 e 1847-1848, respectivamente.
Os dados biográficos dos políticos baianos podem ser encontrados em:
http://www.fpc.ba.gov.br/arquivo_cmemo_memgovs_governadores_biografia.asp
80
Diagrama
dos
partidos
poticos
da
Bahia
na
Primeira
Reblica
Fonte:Diagrama elaborado a partir de informações de SAMPAIO, Consuelo Novais. Os Partidos Políticos da Bahia na Primeira
República.Salvador: Edufba, 1998 Apud SARMENTO, Silvia Noronha, Op., Cit.,.p.45.
*Foram marcados em cinza e situados ao centro do gráfico os partidos que ocupavam o governo da Bahia.
81
2. Escola “Polytechnica da Bahia: objetivos e projetos
A Escola Politécnica da Bahia nasceu por iniciativa de uma fração da classe
em sua maioria engenheiros politécnicos e agentes das tradicionais frações proprietárias
ligados a um ideal mais progressista - liderados por Arlindo Coelho Fragoso - ex-
professor da Escola Agrícola da Bahia, ex-secretário e diretor da Secretária de
Agricultura da Bahia. Por meio do recém criado Instituto Politécnico da Bahia e seus
dezessete sócios fundadores, tinham como objetivo principal, criar uma escola de
formação para engenheiros.
Chamam-nos, no entanto, a atenção dois aspectos: o apelo no ―estatuto
176
por
subvenção pública, ou seja, uma instituição criada por iniciativa da sociedade civil,
reivindicando auxílio financeiro público, reproduzindo a velha tradição brasileira de
financiar projetos e interesses de cunho privado; noutra, a criação de variados cursos de
engenharia, dentre eles, o de Agronomia em detrimento da EAB. Curso que jamais foi
incorporado a EPBA, apesar das reformas em estatutos e regimento interno sempre
colocado a promessa de criação do curso de Agronomia, como diz na reforma do
Regimento Interno, aprovado no ano de 1917 e reformado em 1919. Assim diz o
Regimento da EPBA;
Art. 1º. O ensino ministrado na Escola Polytechnica da Bahia será
actualmente o do curso de Engenharia Civil, podendo posteriormente
ser creados os cursos de Engenharia Mecanica e de Eletricidade, de
Engenharia Industrial, de Engenharia Agronomica e outros curso
profissionais.
177
Durante o período da administração do IPBA, a promessa de criação do curso de
Agronomia não se concretizou, dando indícios de que a influência dos agrônomos no
campo científico e político na Bahia, durante o recorte trabalhado por nós, não se fazia
aplicar. Entendemos que este fato merece ser melhor investigado, portanto, está
contenda nos tomaria um tempo maior, extrapolando assim, nosso tempo cronológico
para a finalização deste estudo. Mas, está em curso um estudo de doutoramento do
historiador Nilton de Almeida Araújo, que poderá responder parcialmente a questão
176
Sobre os objetivos e fins da instituição ver na página 45 deste capítulo.
177
Regimento Interno da Escola Polytechnica da Bahia. Salvador: Livreiros Editores, 1920, p. 5.
82
levantada por nós, ou seja, a situação do campo agronômico na Bahia Republicana e a
eventual perda do capital político por parte dos agrônomos formados pela EAB.
A Escola Politécnica da Bahia, fundada no dia 4 de março de 1897, tendo
realizado a primeira reunião ordinária da congregação e aos 14 dias do mesmo mês e
instalando-se em solenidade realizada na sede da Secretária de Agricultura da Bahia
(SEAGRIBA), foi presenciada por vários representantes políticos e personalidades
ligadas à sociedade civil. Após um ano, a instituição se tornou oficialmente escola livre
de ensino superior, igualando-se às instituições federais congêneres, pelo Decreto 2803
de 09/05/1898.
178
Os fatores que levaram à iniciativa da criação da escola são variados de acordo
com a escassa historiografia dedicada ao tema. Segundo Pedro Telles, a imigração
estrangeira , provocada pelo contexto da modernização da mão-de-obra, a expansão da
cafeicultura; gerando a necessidades de recursos, e a implantação do regime
republicano, causando a descentralização político-administrativa, foram fatores
determinantes para a criação de novas escolas superiores, e principalmente a de
formação de engenheiros no país, incluindo na Bahia.
179
Respondendo, contudo a essa prerrogativa, Lima Rocha, Freire Jr e Ribeiro
Filho, argumentam que fatores como a imigração e a expansão cafeeira não seriam
determinantes para o nascimento da EPBA, mas, compartilham da hipótese da
descentralização política como um fator decisivo para a criação da instituição.
180
Cid Teixeira, argumenta a decadência econômica das frações ligadas a
produção açucareira do Recôncavo como fator motivador para a criação da escola, e,
também a necessidade de formar cnicos especializados para ocupar cargos na
administração pública, que, as faculdades de Medicina (FAMED) e de Direito
(FLDB) não respondiam mais para as demandas específicas. Teixeira
181
chama a
atenção para o fato de somente indivíduos com a formação de engenheiros poderiam
178
BARBOSA, Emiliano. rtes. Escola Politécnica da Bahia: historia e perfil institucional 1897 1920.
In: XXV Simpósio Nacional de História-Anpuh, 2009, Fortaleza. XXV Simpósio Nacional de História-
História e Ética. Fortaleza : Fortaleza:Editora, 2009. v. I. p. 303-303
179
TELLES, Pedro da Silva. Centenário do ensino da engenharia no Brasil. In: Seminário Nacional de
História da Ciência e da Tecnologia, IV. São Paulo Annablume, Nova Stella, 1993, pp. 300-307.
180
ROCHA, João Augusto de Lima, JÚNIOR, Olival Freire, FILHO, Aurino Ribeiro. Escola Politécnica
da Bahia, um século de existência. Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia, V, Ouro
Preto, 1995. Anais. São Paulo: SBHC, 1998, pp. 328-331.
181
TEIXEIRA, Cid. Conferência Pública: Sessão especial comemorativa do 7aniversário da morte de
Arlindo Fragoso, fundador da Escola politécnica da Bahia. Salvador, Reitoria da UFBA, 05/01/2001.
83
ingressar em cargos específicos na administração do estado
182
. André Mattedi, assim
como Teixeira, também compartilha da idéia e das razões de criação da EPBA estarem
associadas às necessidades de ocupação de novos cargos públicos com a chegada do
regime republicano, com o argumento da estratégia de fortalecimento econômico do
estado, bem como àquela de garantir esse mercado profissional para os filhos das
frações dominantes, cujas condições financeiras já não eram as mesmas.
183
Para João Augusto de Lima Rocha, o conflito de Canudos contribuiu para a
concepção de uma escola formadora de engenheiros, principalmente geógrafos. A
necessidade de conhecer as particularidades do relevo do sertão baiano, para reprimir e
sufocar o movimento liderado por Antônio Conselheiro foi decisiva para o processo de
criação da EPBA com o apoio irrestrito do governador Luiz Viana. No entanto,
achamos que essa hipótese carece de comprovação empírica mais definida.
184
Entendemos, no entanto, que o motivo principal desencadeador para criação da
EPBA está para além dos fatores abordados pela historiografia até então, na qual
podemos identificar certos exageros e apontamentos no mínimo inusitados como: a
criação da entidade estar associada à Guerra de Canudos, à imigração e o
desenvolvimento do cultivo da café. No entanto, concordamos em parte com o
argumento de Teixeira e Mattedi, quando enfatizam a necessidade de formação de
técnicos especializados engenheiros para ocupação de cargos públicos.
Em uma prévia analise do corpo documental da escola, ao identificarmos parte
do corpo de discente, após as primeiras turmas graduadas
185
, notamos que, de fato,
uma demanda por ocupação de cargos públicos, seja em nível estadual e centro regional,
seja em nível nacional. Alguns de seus membros até se tornaram grandes nomes da
política nacional, como Otávio Mangabeira, que após se graduar engenheiro, tornou-se
docente da mesma instituição, deputado estadual, federal, diplomata, ministro e
governador da Bahia nas décadas seguintes.
186
Outro personagem a se ligar na trajetória
inicial da escola é Miguel Calmon du Pin e Almeida, membro de uma das mais
poderosas e tradicionais famílias baianas, no qual, além de docente da instituição, foi
182
Sobre as específicas e tradicionais profissões e a crescente demanda por profissionais engenheiros, ver
o capítulo I deste estudo.
183
DIAS, André Luís Mattedi. Op. Cit. pp. 40-61.
184
ROCHA, J. A. A criação da Escola Politécnica da Bahia e a Guerra de Canudos. Salvador. Revista
UNEB, Julho. 1997.
185
Ao investigar a trajetória de alguns alunos, verificamos a grande continentes de ex-alunos ocupando
cargo públicos, seja em áreas técnicas, ou mesmo cargos parlamentares e até cargos no executivo.
186
PANG, Eul-Soo. Op. Cit.
84
Secretário de Agricultura da Bahia (1902-1906), sócio da sociedade Baiana de
Agricultura (SBA), instituição confederada à Sociedade Nacional de Agricultura (SNA)
e futuro Ministro da Agricultura (1922-1926).
187
No entanto, além de formar técnicos para ocupar cargos públicos, no qual a
escola de fato, cumpre seu papel, entendemos que os verdadeiros fatores, que
motivaram a criação da instituição de ensino, vieram de encontro a um novo projeto de
visão de mundo, arquitetado paulatinamente por frações da classe ligadas por meio de
suas agências vinculadas a sociedade civil. Esses agentes aparelhados em torno da
EPBA, da Escola Agrícola da Bahia, apesar desta perder espaço no campo científico e
político e Associação Comercial da Bahia dentre outras.
Sendo assim, esses agentes, que antes se encontravam no interior de seus
aparelhos, vão passar à sociedade política e a partir daí tentar inscrever seus projetos no
interior do aparelho estatal, numa tentativa de assim a perpetrá-lo como um consenso no
interior das correlações de forças, entre as frações e a sociedade stricto sensu. Podemos
citar como exemplo a Secretária de Agricultura da Bahia, uma agência pública criada
por intermédio de um intelectual orgânico, que tinha como viés principal criar uma
instituição de ensino com intuito de fazer desta instituição um aparelho privado de
hegemonia, com o fim de trabalhar para a reprodução da fração em sintonia com seu
projeto.
Mas como a Bahia passava por um período turbulento, onde vários projetos
estão inscritos na arena de disputa, a consequência deste processo é que algumas frações
tenham seus discursos suprimidos por outras frações, podendo ocorrer adesões de
última hora ou até mesmo cooptação de um projeto por uma dada fração. Apesar de a
escola ser criada e estabelecida, nos seus primeiros anos, a entidade passou por vários
problemas de cunho financeiro e político, por efeito deste processo de crise. Logo,
Arlindo Fragoso por ter sua formação intelectual na Escola Politécnica do Rio de
Janeiro e viver o início do processo de modernização da capital do Império, seria natural
187
Informamos que Miguel Calmon, apesar de ter sido convidado por Arlindo Fragoso á ocupar um cargo
de docente da Instituição em 1901, pouco frequentou sua cadeira na instituição, e menos ainda as reuniões
da congregação da Escola e do Instituto. Após verificarmos sua presença nessas reuniões, constatamos
que Calmon compareceu a quinze assembléias da entidade, das quase duzentas investigadas, entre
reuniões ―ordinárias‖, ―diretoria‖ e ―extraordinária‖. Portanto, concluímos que o vinculo de Miguel
Calmon com a EPBA não se fazia tão presente como algumas obras constatam. Fato empírico desta frágil
relação, nos diz respeito à crise que a entidade passou nos anos da administração de Severino Vieira,
quando Miguel Calmon ocupava o cargo de Secretário de Agricultura (1902 1906) e nada se articulou
para convencer o governador a não suspender as subvenções direcionadas a instituição. Outra
constatação: não encontramos nenhum registro de exaltação nas Atas da EPBA e IPBA, e nem tão pouco
homenagens a pessoa de Calmon em discursos, ou alguma colaboração junto a EPBA.
85
o jovem engenheiro Fragoso absorvesse todo aquele discurso implícito de um projeto de
visão de mundo. Ao voltar para Bahia em 1886 o professor Arlindo e seus seguidores
partilhavam do mesmo projeto de visão de mundo, e a sua inserção no interior da
fração da classe proprietária mais sintonizada ao projeto civilizatório e progressista,
ou seja, o projeto modernizador encontrava ―eco‖ para suas reivindicações como
os artigos publicados pelo Jornal de Notícias -, quando ainda ocupava a cadeira de
catedrático da EAB. Arlindo Fragoso ao não ter suas reivindicações atendidas
principal delas a da transferência da EAB para Salvador optou por romper com as
frações mais conservadoras. Percebendo o momento oportuno, conseguiu apoio das
frações mais flexíveis a um novo projeto, mais ligado a progresso e a modernização.
188
O fácil transito pelas agências ligadas à sociedade civil e à sociedade política,
bem como suas disputas e articulações políticas, deram impulso a Arlindo Fragoso
agora ex-professor da EAB, articular e criar a Secretária de Agricultura da Bahia
(SEAGRIBA), e todo o seu aparato administrativo, tendo sido o seu primeiro Secretário,
no governo Rodrigues Lima (1902 1906), nos primeiros anos da república. Não
podemos deixar de destacar que a EPBA nasceu na sede da Secretária de Agricultura da
Bahia. Esta informação afirma de como estes agentes talvez possam estar imbricados
em um mesmo projeto de Estado.
Arlindo ocupando SEAGRIBA, articulou com os seus seguidores o chamado
grupo dos “Politécnicos” tinha em sua composição além de Fragoso: Austricliano
Honório de Carvalho, José Antônio Costa, José Joaquim Rodrigues Saldanha e
posteriormente Miguel Calmon Du Pin e Almeida, apesar de Calmon não ter uma
ligação tão estreita junto à escola. Seus membros graduaram-se na Escola Politécnica do
Rio de Janeiro, e trabalharam efetivamente para a implantação da EPBA.
Por este fato, seria natural que Fragoso e seus companheiros, adotassem como
referência pedagógica, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, como assim discursou em
solenidade inaugural dizendo ―fazendo ver as faltas de que se ressente a Escola de
Pernambuco e a confusão que se nota na de São Paulo. Propunha, por isso, que se
adotasse o regime da Escola Politécnica do Rio de Janeiro‖.
189
Entendemos que a hipótese de transferência do habitus, ou mais que isso, a
transferência de ―capital simbólico‖ da Escola Politécnica do Rio de Janeiro para a
188
A fração que toma força neste momento; são as ligadas ao comércio, ou seja, comerciantes ligados a
importação e exportação de produtos. Essas frações vão estar ligadas principalmente a Associação
Comercial da Bahia.
189
GUIMARÃES, Op. Cit. p. 10.
86
escola baiana, perpassa pelos seus fundadores e primeiros docentes, já que, vários destes
membros assumiriam cadeiras acadêmicas na instituição de ensino. Analisando o
discurso de Arlindo, percebemos que, ao optar pelo modelo da instituição carioca, os
―politécnicos― trazem não o lastro de capital acadêmicos/científico prestigiado,
mas, também a possibilidade de inserção junto ao funcionalismo especializado pelo
monopólio do uso legítimo do capital simbólico legitimado pelo Estado e também a
busca pelo monopólio da profissão ―das engenharias‖ na Bahia em detrimento dos
agrônomos da EAB.
Voltando a questão política, entendemos que seria imprudente constatar neste
momento os primeiros anos da era republicana na Bahia - uma definição no que se
refere a um projeto de visão de mundo, para Bahia. Como informamos em seções
anteriores, a Bahia passou por uma penosa crise de hegemonia que vai se amenizar
com a vitória de J. J Seabra para o governo estadual. Nos anos finais do Império, as
correlações de forças entre algumas frações apontavam para o surgimento de uma
crise de hegemonia. Após a chegada da República essas tendências se concretizam,
ocorrendo neste momento histórico, a inscrição de variados projetos no ―jogo‖ das
disputas, pelas frações da classe em contenda.
Portanto, com a criação de vários Partidos Políticos, cada qual representando
uma fração ou várias frações, ao mesmo tempo em que essas agremiações são criadas,
elas são amortizadas, outras agremiações nascem divididas como ocorreu com PRB.
Logo, essas frações tinham seus discursos desenvolvidos em suas agências
representativas na sociedade civil, ocorrem também casos cooptação de discurso de uma
liderança política comprometida com um dado projeto, por meio de um intelectual
orgânico, como ocorreu de certa maneira com J. J Seabra. Apesar da fase de
dificuldades a EPBA, a partir de 1912 vai se tornar um dos principais braços do
domínio ―seabrista‖, ora na questão cnica/gerencial, onde, alguns de seus integrantes
ocuparam vários cargos de confiança na administração do estado, Arlindo é o principal
deles; ora na questão política, principalmente no que tange na reprodução da fração no
poder e o uso da EPBA.
87
3. Corpo Discente: perfil e procedência
Com o intuito de desvendar, traduzir e melhor configurar o perfil da EPBA,
buscamos entender as características do corpo discente desta instituição ou dito de outra
maneira, quanto à sua identidade própria enquanto uma escola formadora de
engenheiros civis e agrimensores no Estado da Bahia. Para tanto, elegemos como
corpo documental privilegiado as ―Pasta do Alunato‖ da instituição entre 1897 1920.
Entendemos que estas fontes sejam fundamentais para esta pesquisa, tendo sido
pesquisadas junto ao ―Arquivo Morto‖ da atual Escola Politécnica que hoje é um
Instituto da Universidade Federal da Bahia UFBA.
Estas pastas nos dão conta de cerca de 530 estudantes para o período
investigado, revelando resultados bastante expressivos e específicos. Normalmente estas
―Pastas‖ contêm ―ficha descritiva do estudante‖, assim como alguns dados de sua
trajetória escolar, caracterizando-se, no entanto, por ser um material tão ―rico‖ como
―irregular‖, além de precário estágio de conservação.
Nas Pastas‖ encontramos ainda, por vezes, boletins escolares, recibos de
pagamento de taxas, havendo um documento extremamente importante para nossos
propósitos iniciais: a ―certidão de nascimento‖, este documento nos permite identificar a
origem dos estudantes bem como a profissão paterna.
190
É possível também nos deparar
com registros de transferência, que são bastante frequentes durante o período de 1900 a
1912 na EPBA.
191
Estes dados foram sistematizados e serão comentados a seguir.
Apesar dessas limitações, elaboramos os Gráficos II, III e IV, no qual, nos
permite identificar a procedência desses graduandos, dando visibilidade a uma das mais
importantes peculiaridades da EPBA: o fato de tratar-se de uma instituição de forte
caráter regional e, com forte diversidade na procedência de seus estudantes. As
190
Os dados da profissão paterna não constam em todas as certidões verificadas por s, além de serem
encontradas várias Pastas de Alunos sem qualquer outra identificação que não o nome e históricos de
notas, sem mesmo qualquer informação de procedência regional.
191
Quanto aos registros de transferência identificados, quase em sua totalidade se diz respeitos a
transferência de militares. Pelas características da carreira militar, esses agentes muitas vezes passam por
várias regiões durante suas carreiras, e quando transferidos muitos ainda estão cursando suas graduações.
No caso da Bahia esses militares ao serem alocados para a ―praça‖ de Salvador, os cadetes acabavam se
matriculando na EPBA. Primeiro pela histórica ligação que a engenharia possui junto aos militares;
segundo pela EPBA ser a única instituição a forma engenheiros na Bahia; terceiro, não podemos deixar de
lembrar que, pelo grande problema de crise hegemônica que assolava a Bahia, quase sempre quanto
estourava um conflito mais sério, sempre havia a convocação de contingentes militares para a tentativa de
amenizar e manter a ordem na capital baiana.
88
informações quantificadas, nos deixa claro quanto à outra peculiaridade da escola
baiana; formar os filhos das frações, ligadas ao comércio e profissionais liberais, ou
seja, educar as frações médias urbanas soteropolitanas. Obviamente durante a triagem
da documentação das ―Pastas, percebemos que a instituição bonificava alguns alunos
de baixa renda, com bolsas de estudo e isenção de taxas diversas, entretanto, tal prática,
bastante difundida em instituições congêneres
192
, não revelou na prática, uma medida de
democratização do ensino, no tocante, de uma abertura significativa aos estratos sócio-
econômicos mais baixos da sociedade baiana.
192
Sobre as políticas de concessão de ―bolsas‖ para alunos de baixa renda, ver: Mendonça, 1998, Op. Cit.
89
Gráfico II: Origem dos Estudantes Matriculados na EPBA por Estados da Federação 1897 1920
1%
2%
56%
5%
2%
1%
12%
2%
1%
3%
1%
4%
1%
3%
1%
2%
2%
3%
Alagoas
Amazonas
Bahia
Ceará
Maranhão
Minas Gerais
o identificado
Outros Estados
Estrangeiros
Pará
Paraíba
Pernambuco
Piauí
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
São Paulo
Sergipe
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920.
90
Gráfico III: Origem dos Estudantes Matriculados na EPBA por Regiões da
Federação 1897 1920
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920.
Gráfico IV: Origem dos Estudantes Matriculados na EPBA por Centros Regionais
na Bahia 1897 1920
59%
13%
3%
2%
10%
13%
Salvador
Recôncavo da Bahia
Região Sul
Feira de Santana
Outras Regiões
Não Identificado
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920.
91
O primeiro dado que salta aos olhos da observação do Gráfico II, III e IV é a
preponderância de baianos e soteropolitanos na composição do corpo discente na Escola
Politécnica. No entanto, à proporção com que esta característica se verificou, podemos
dizer que a instituição baiana foi uma escola de forte cunho estadual (com 56% do total
dos alunos), como nos mostra o Gráfico II, e mais especificamente uma escola que
trabalhou para formar os soteropolitanos (com 59%), indicado no Gráfico IV.
Mesmo assim, percebemos uma relevante porcentagem de contingente advindo
de outros estados, totalizado em 33%. Sendo que dentro desses 33%, 22% são
provindos dos estados do Norte-Nordeste, exceto a Bahia, como indica o Gráfico III. O
destaque significativo fica para a presença de cearenses 5%, pernambucanos 4% e 3%
de sergipanos e paraenses, respectivamente. Ainda observando o Gráfico III, podemos
perceber que a região Centro-Sul
193
agrega o percentual de 8% dos graduandos, sendo
3% para Rio de Janeiro e 2% São Paulo. O restante dos estados é representado com
percentuais de 1%.
A conclusão do Gráfico II nos indica que apesar da mínima diversidade
regional, e ter em seus bancos uma presença maciça de alunos advindos da região
Norte-Nordeste nos confirma a tendência de uma instituição de ensino
―regionalizada‖.
194
Ao analisarmos os dados do Gráfico III, que traz informações da procedência
dos alunos ―baianos‖ stricto sensu, percebemos de forma imediata a presença do grande
contingente de Salvador; logo em seguida aparecem as cidades localizadas no
recôncavo, e por fim o restante do estado em proporções mínimas, o que mostra pouca
capilaridade da escola em outras regiões do estado, principalmente a região sul da
Bahia, que em porcentagem representa apenas 2% de diplomados sendo que nenhum
vindo da cidade de Itabuna, a principal cidade produtora de cacau da Bahia à época.
Este dado nos chama a atenção, pois a ausência dos filhos dos produtores de
cacau, pode estar associada à preferência pela formação nos grandes centro como Rio de
Janeiro e São Paulo. Lembramos que a região cacaueira ao longo da República Velha se
tornará a região mais importante economicamente do estado baiano em detrimento da
193
Por questões didáticas nomeamos a Região Centro-Sul para agregar os estados do Sudeste, Centro-
Oeste e Sul.
194
Mesmo como a participação de alunos de outras regiões do país, o padrão verificado na EPBA, é a
presença maior de nordestinos. Isto pelo fato da Escola estar localizada em uma centro-regional do norte-
nordeste, o estado que mais ocupou cadeiras na EPBA, fora do eixo norte-nordeste foi o Rio de Janeiro.
Mesmo assim estes alunos vindos da capital federal em sua grande maioria apresentavam vínculo com o
Exército.
92
região açucareira no Recôncavo. Sobre essa particularidade, teríamos que investigar
melhor, para chegarmos a uma resposta mais consistente sobre a questão.
Ainda sobre os dados da Bahia, gostaríamos de voltar e confirmar algumas hipóteses
levantadas nas seções anteriores. Primeiro vem no encontro da ascendência das frações
médio-urbanas, fruto do processo das correlações de forças dentro da crise de
hegemonia, a qual, a Bahia passava. Os dados também nos deixam a impressão da
decadência das velhas frações tradicionais da região açucareira, mesmo sendo a segunda
maior região a frequentar a escola 13%, entendemos que por sua importância, o
contingente de alunos vindos das cidades do recôncavo da Bahia se revelou pela pouca
presença na escola de engenheiros. Como no caso da região sul da Bahia, os dados
revelados sobre a antiga região produtora de cana-de-açúcar, tem que ser melhor
defrontado, pelo fato que grande parte dos filhos dos antigos produtores de cana, estão
neste momento alocados na cidade do Salvador, outro indício são os sobrenomes de
velhas famílias tradicionais ligadas ao plantio da cana, ocupando os bancos da EPBA.
Mas entendemos que mesmo por essas mudanças de localização dos filhos dessas
famílias, há uma perda de prestígio por parte desses antigos proprietários.
Para entender melhor mostraremos a seguir os Gráficos V e VI, onde mostraremos a
procedência dos pais dos alunos, que em sua grande maioria são profissões ligadas à
vida urbana, médicos, pequenos comerciantes, farmacêuticos, dentre outras - isso
mostra uma tendência de mudança no meio social.
Outra hipótese que levantamos e que pode-se confirmar parcialmente, com a
quantificação dos dados do contingente baiano, nos diz respeito a afirmação do
historiador Cid Teixeira.
195
Quando ao afirmar que um dos possíveis fatores de criação
da EPBA, diz respeito à decadência econômica das frações açucareiras baianas ao final
do século XIX, cujos filhos com residência em Salvador - com a necessidade de uma
formação superior adequada para ocupar os cargos públicos disponíveis, mas que, em
muitos casos, não podiam mais ser enviados às escolas e faculdades dos grandes centros
ou até mesmo da Europa, por causa da decadência financeira de suas famílias. As
faculdades existentes, de Medicina ―FAMED‖ e de Direito ―FLDB‖, respondiam
parcialmente a essa demanda, mas, como Teixeira destacou, a formação de profissionais
para a ocupação de certos cargos técnicos especializados somente poderia ser atendida
com a fundação de uma escola formadora de engenheiros. Mas claro que a criação da
195
TEIXEIRA, Cid. Op. Cit.
93
EPBA, não está só atrelada a essa hipótese, como colocamos nos tópicos anteriores, a
criação da escola está atrelada a um conjunto de fatores, dentre eles, a levantada por Cid
Teixeira. Entendemos que a ocupação dos bancos da escola pelos filhos das velhas
frações conservadoras nos soa como uma estratégia de sobrevivência, que várias
delas se encontravam em grande declínio econômico, restando apenas o prestígio do
nome para tentar pela via da formação superior um novo recomeço.
196
Outro aspecto revelado diz respeito à presença de estrangeiros na EPBA, vale
notar que a participação de alunos estrangeiros, perfaz um total de apenas 1% do total
quantificado, ou seja, apenas cinco alunos Diplomados pela EPBA, no período
investigado.
197
No tocante à origem socioeconômica do corpo discente da Escola Politécnica da
Bahia, podemos dizer que se apresenta de forma bastante eclética. Do total que
conseguimos quantificar somando os 530 alunos, codificamos o total de 177 alunos,
com esta informação, o que em porcentagem representa apenas 33% dos estudantes.
A despeito de contar com 67% de elementos cuja profissão paterna não foi
identificada, creio que os 33% codificados, seja uma amostragem bastante significativa
do perfil do alunato da EPBA. Entendemos que a instituição foi, de fato, uma escola
voltada, para a produção e reprodução social das frações urbanas soteropolitanas e de
setores tradicionais, muito embora decadentes das frações agrárias do recôncavo,
imbuídos de um novo projeto de visão de mundo, já que as principais profissões
informadas estão ligadas a atividades urbanas, que encontravam representatividade
por meio de suas agências específicas.
198
Pelo fato de grande parte das Pastas não trazer
os dados referente à atividade econômica do pai, resolvemos elaborar dois gráficos: O
Gráfico V, que traz o total quantificado e noutro, o Gráfico VI, trazendo as
informações do contingente com os dados informados.
196
Informamos que o estudo do sociólogo Sérgio Miceli é pioneiro no tocante a usar a metodologia de
―Bourdieu‖ para traçar a trajetórias individuais. Portanto Miceli por meio do método de Bourdieu
procurou fazer algumas trajetórias de agentes das frações médias urbanas. Entendemos que esse método
enriqueceria nosso estudo, aplicando principalmente a alguns agentes vindos da região do recôncavo.
Lembramos que Miceli foi um dos precursores dos estudos de Bourdieu no Brasil. Cf. MICELI,
Sérgio. Poder, Sexo e Letras na República Velha: estudo clinica dos anatolianos. São
Paulo:Ed Perspectiva, 1977, p.18-19.
197
No que diz respeito à nacionalidade desses alunos temos: dois franceses, dois ingleses e um português.
Quanto as informações da profissão do pai temos: dois diplomatas, dois comerciantes e um profissional
liberal.
198
Dentre algumas agências, podemos citar: Instituto Geográfico e Histórico da Bahia IGHB,
Associação Comercial da Bahia ACBA, dentre outros. Lembramos que essas agências de acordo com a
historiografia baiana aderiram ao projeto ―modernizador‖ e ―civilizatória‖ que foi implementado de fato
com o governo J. J Seabra.
94
Gráfico V: Origem Social dos Pais EPBA 1897 1920
3%
1%
9%
7%
2%
2%
1%
1%
3%
4%
67%
Alto Funcionário
blico
Funcionários
blicos
Bacharel
(Advogado)*
Militares
Engenheiro
Negociante
Professor
Farmacêutico
Médico
Fazendeiro
o Identificado
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920.
*Quanto ao grupo de alunos de pais bacharéis, consideramos serem filhos de advogados, já que, nos termos da época seria comum designar a formação jurídica como bacharelismo.
95
Gráfico VI: Profissão dos Pais EPBA 1897 - 1920
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920
*Quanto ao grupo de alunos de pais bacharéis, consideramos serem filhos de advogados, já que, nos termos da
época seria comum designar a formação jurídica como bacharelismo.
Procuramos pontuar nesta amostragem categorias ―típicas‖, em sua grande
maioria, tais como as de negociantes, fazendeiros, militares, bacharéis e funcionários
públicos
199
. Dessa feita, os agentes foram agrupados em novas categorias para que se
apresentasse um quadro mais próximo do possível do seu ―meio social‖. Sendo assim,
resolvemos agregar às tradicionais categorias as formações de: médico, farmacêutico,
professor e engenheiro em vez de usar uma categoria muito usual por outros estudos
similares, a categoria de ―profissional liberal‖. Observamos também, que todas essas
categorias eram ligadas ao meio urbano.
Podemos ver que a origem socioeconômica do corpo discente da escola é
marcada por uma ligeira diversidade. Mas ao quantificar esses dados, nos chamou a
atenção os 21 % de filhos de militares e 27% filhos de bacharéis, totalizando quase a
metade do alunato quantificado. Por este dado já da para apontar a quem a EPBA esteve
atendendo neste momento histórico, esse grupo formado, em maior parte especialmente,
por filhos de militares e bacharéis são, portanto, vinculados aos extratos médios urbanos
em expansão. Contudo, ao investigar melhor esse quantitativo percebemos que dentro
deste universo de ―militares‖, percebemos que tenham também agentes pertencentes a
―Marinha‖, mas em número bem reduzido. Logo, fica uma pergunta dúvida? Porque a
199
Consideramos também pelo grau de importância e prestígio a categoria de ―Altos funcionários
públicos‖, que traduzindo são os Desembargadores, Conselheiros, Comendadores e Diplomatas.
96
presença de tantos filhos de militares na instituição? Ao analisar a historiografia,
chegamos a algumas possíveis respostas. Primeiro como explicitamos, a Bahia
passava por um período tortuoso de conflitos, no que tange a disputas políticas -
processo dentro do contexto da crise de hegemonia -, isso levou a necessidade da
presença constante de militares na cidade do Salvador, o quer dizer que alguns desses
oficiais tinham direito a trazer suas famílias, quando o oficial pertencia a ―alta
oficialidadecomo encontramos e catalogamos: ―Generais e Coronéis. Segundo; diz-
nos respeito de casos de oficiais que já se encontravam reformados e optaram por residir
em Salvador.
200
O grupo com o maior percentual, a categoria dos bacharéis/ advogados
totalizando 27%, nos leva a refletir sobre uma tendência de mudanças na sociedade
baiana neste momento.
201
O fato de advogados terem seus filhos ocupando os bancos
de uma escola de engenharia, nos leva a um momento de inflexão, pois ,via de regra,
nesses casos os filhos seguiam a carreira do pai. O mesmo caso ocorre com os filhos dos
(diplomatas, conselheiros, magistrados e desembargadores) que por questões didáticas
categorizamos como ―altos funcionários públicos‖, aparecem com 10% do contingente
analisado.
Entendemos que a opção pela engenharia, por parte dos filhos desses
profissionais - que pertenciam a uma fração mais abastada - em detrimento das
tradicionais formações jurídica, vem de encontro a duas questões: uma como
exemplificamos, tem haver com a demanda de ocupação de cargos públicos, a segunda
hipótese temos que investigar melhor, mas poder ter relação com uma conquista de
―capital simbólico‖ por parte dos engenheiros.
Os filhos dos fazendeiros também marcam presença nesta lista com 12%, e sua
maioria advinda das regiões açucareiras. Os filhos de médicos 10%, engenheiros 7%,
negociantes 4%, professores 4%, farmacêuticos 3% e funcionários públicos 2%. Sendo
assim, se somarmos os percentuais acima citados, chega-se a um total de 30% de alunos
filhos do que se pode com certeza chamar de setores médios urbanos, se agregarmos as
categorias ―militares‖ e ―bacharéis‖ este percentual sobe para 78%, sendo esta a mais
importante característica do corpo discente da EPBA que, em todo o período estudado,
200
Constatamos esta informação pelo fato de que em algumas certidões dados referente a data de
nascimento do pai, e em alguns casos, dados que o pai já se encontrava reformado, não estando mais na
ativa dentro da corporação.
201
Referimos na ―sociedade baiana‖ por considerar que a EPBA é de fato uma instituição que trabalhou
para formar os baianos, como vimos no Gráfico I 56%‖. O restante está diluído principalmente nos
estados do norte-nordeste, mas nunca passando de 10% para cada estado.
97
não pode ser qualificada como uma escola voltada para a reprodução das velhas frações
da classe dominante, como ocorreu da na EAB.
Logo, a Escola Politécnica da Bahia, foi um estabelecimento de ensino voltado
para filhos das camadas médias urbanas do norte-nordeste, mas principalmente da
capital baiana, constituindo-se, num instrumento potencial de ascensão social pela via
do diploma para aqueles que se diplomavam. Outro aspecto de não pouca relevância no
tocante à composição tão diversificada do alunato da EPBA e que explica o alto grau de
inserção de filhos de profissionais de menor prestígio sócio-econômico junto a seus
diplomados é o fato de ter sempre existido, junto à Escola baiana, alguns anos após sua
criação, a figura do aluno bolsista,
202
apesar de poucos, mas que totalizando chega
aproximadamente a 5%.
Portanto, após a análise destes gráficos, podemos dizer que através a EPBA é
uma escola que tem como legado formar as frações médias urbanas, dentro da ideologia
do projeto ―modernizador‖ e ―civilizatório‖, como já expomos nas seções anteriores.
A partir da próxima amostragem, colocaremos o momento, no qual, a Escola
Politécnica se afirma como uma instituição formadora de nível superior da Bahia,
principalmente quando as correlações de forças se acalmaram com a chegada de J. J
Seabra ao poder. Podemos dizer que os dados a serem expostos nos Gráfico VII e VIII,
são os números para nossas comprovações empíricas, em relação à política na Bahia,
neste momento histórico.
202
Constatamos durante a triagem das ―Pastas do Alunos‖, haver pedidos de isenção de taxas de
matrículas e taxas e variadas natureza. Não havia um auxílio mensal, mas sim isenções de taxas que a
todo início de ano seria obrigatório. Entendemos que ao beneficiar alguns alunos com a isenção dessas
taxas, caracteriza uma forma de subsídios estudantil, ou seja, uma bolsa auxílio. Normalmente esta era
uma contrapartida das instituições de ensino que recebiam subsídios.
98
Gráfico VII: Número de Alunos Matriculados ou Ingressantes na EPBA 1897
1920
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920
Gráfico VIII: Número de estudantes „concluintes‟ versus número de estudantes
„ingressantes‟ EPBA 1897 – 1920
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920
99
Como se pôde perceber ao longo das seções anteriores, uma das mais marcantes
características da Escola Politécnica da Bahia foi a sua dependência do poder público,
ao ponto de ser-lhe imposta, momentos de dificuldades, sendo o pior deles no período
de Severino Vieira. Onde o governador por entender que Arlindo Fragoso, o principal
dirigente da escola, ser ligado politicamente a Luiz Viana, decretou o corte total de
subvenções para a entidade, levando a mesma a quase fechar suas portas. Podemos
constatar este período, ao observarmos no Gráfico VII e VIII, os anos de 1900 a 1904
quando Severino Vieira iniciou a escalada de cortes das subvenções da escola. Esse
momento fica claro nos gráficos quando observamos o número de matriculados na
instituição. Ao chegar o ano de 1902, esses meros chegam ao ser menor valor no
período de nosso estudo, verificamos então o ápice deste momento de crise, quando as
suas subvenções são cortadas de forma sumária e total, após o governador alegar
problemas na prestação de contas por parte da direção do IPBA.
Lembramos que é neste momento, como citamos nas seções anteriores, que
Arlindo Fragoso assume a docência de 9 disciplinas, assegurando assim as portas da
escola abertas, mesmo que de maneira precária. Arlindo contrariando a decisão de
alguns membros da congregação do IPBA, que por falta de pagamento aos docentes e
funcionários, referendava pelo fechamento da instituição. Sobre a decisão da
congregação do IPBA;
(...) o Conselho Administrativo do Instituto, sob a presidência de
Maia, que disse: “para a continuação ou não da Escola”. Freire
faria uma longa exposição, afirmando que uma comissão fôra pedir ao
Governo do Estado uma resposta sôbre o pagamento das subvenções
em atrazo, num total de 182:000$000, segundo o parecer de Maia, ou
de 212:000$000, na opinião de Arlindo, tendo-se em vista os créditos
não votados.
Freire propunha o fechamento da Escola, caso o Estado não
satisfizesse os pagamentos. Arlindo foi contrário a essa proposta,
declarando que a Escola funcionaria (...), independentemente da
atitude do Governo Estadual, o que foi aprovado. Freire pediu
demissão de sócio do INSTITUTO e de lente da ESCOLA, caráter
irrevogável.‖
203
(grifos nossos)
No entanto, Fragoso assumiu todas as responsabilidades perante as disciplinas a
serem ministradas. Informamos que Miguel Calmon du Pin e Almeida se encontrava
203
GUIMARÃES, Op. Cit. P. 43.
100
nos quadros da escola, e neste momento de crise ocupava a cadeira de Secretário de
Agricultura da Bahia (SEAGRIBA), e nada argumentou ou reivindicou junto ao
governador para a volta das subvenções a entidade, mostrando a sua tênue ligação com
a EPBA.
No período posterior a Severino Vieira, as subvenções retornam gradativamente
com José Marcelino - aos cofres da escola, e podemos observar nos Gráficos VII e
VIII que o número de matrículas voltam a crescer, junto com os formandos. No entanto,
mais um período de crise se sucede, e os anos de 1906 e 1907 levam a instituição a mais
um período de crise. Agora o processo de crise é desencadeado por dificuldades
econômicas do estado e posteriormente mais um problema de crise política, nas
articulações para a sucessão de José Marcelino.
Nos anos seguintes, a EPBA mesmo sem ter grandes conquistas, consegue se
manter instável de 1909 a 1912. Durante esses anos, Seabra inicia sua estratégia de
aproximação da entidade, e se tornar um dos maiores benemérito da instituição, quando
em então deputado conseguiu aprovar em 1909 a primeira subvenção federal para a
Escola, de 50:000$000 anuais. Mas podemos dizer que a EPBA só conquista seu
sonhado respeito e prestígio junto à sociedade civil e sociedade política, quando J. J
Seabra (1912-1916) ocupa o cargo de governador, e escolhe de imediato Arlindo
Coelho Fragoso para o cargo de Secretária Geral do Estado.
Os Gráficos VII e VIII mostram de forma clara a ascendência da entidade,
marcando o aumento de demanda por matrículas e o acréscimo de Diplomados.
Destacamos que como Secretário Geral, Arlindo Fragoso articulou decisivamente para a
aprovação de leis que iriam beneficiar ainda mais a EPBA. Os anos da administração
seabrista garantiram à instituição a aquisição de uma nova sede, permitindo a ampliação
das instalações da escola e, consequentemente, a contratação de mais docentes e
abertura de novas turmas, potencializando de imediato o número de ingressantes. Ao
observarmos os Gráficos VII e VIII, esta informação é clara. Outro personagem que
se tornou grande benemérito da instituição, foi Octávio Mangabeira; ex-aluno
diplomado em 1905, professor catedrático da instituição, a partir de 1907, como
Deputado Federal, também garantiu sucessivas subvenções a entidade por meio de
emendas orçamentárias da União. O que ajudou ainda mais na estabilização da escola de
engenheiros.
No período do Governador Antônio Moniz (1916 1920), a escola não passou por
nenhuma turbulência, mesmo porque, o próprio governador ocupava uma cátedra na
101
escola. No entanto, nos chamam a atenção os dados dos anos de 1917 e 1918. No
tocante, a queda drástica de matrículas e formaturas. São intrigantes estes números, pois
a EPBA neste momento não passava por nenhuma crise com relação a finanças, mas, ao
buscarmos alguma justificativa na historiografia baiana sobre o período estudado, para
compreender uma queda tão acentuada, constatamos alguns fatos que pode nos ajudar a
explicar essa possível queda.
Durante a administração de Antônio Moniz, período que a literatura considera
sob a influência do seabrismo, ocorreu um grande movimento sob o comando das
velhas frações proprietárias do interior do estado. Esse movimento nomeado pela
literatura especializada como a ―Revolução Sertaneja‖ se caracterizou pela revolta das
velhas frações proprietárias do interior e contra o próprio estado. Liderado pelo chefe
local da região de Lavras Diamantina, Horácio de Matos, esses agentes lutaram contra o
poder central da capital baiana, pela volta de antigos privilégios extintos pela reforma
constitucional conduzida por J. J Seabra. Esse movimento revoltoso, em conjunto com
um processo de várias greves do movimento operário da cidade do Salvador, associado
ao período da Primeira Grande Guerra, pode estar como justificativa para o decréscimo
das matrículas e formaturas durante esses dois anos. Mas, entendemos que essas
hipóteses tem que ser melhor analisados.
204
Podemos dizer que a codificação desses dados, nos leva a prova empírica do que
colocamos nas seções anteriores. Que o período seabrista para a escola se traduz em
estabilidade e crescimento, e podemos dizer que de fato neste momento a entidade
consolida o projeto de visão de mundo, no qual, J. J Seabra está ligado.
Vários destes agentes que de alguma forma contribuíram em benefício da EPBA,
como pontuamos, se encontram inseridos na sociedade política, ocupando variados
cargos em agências e em instituições públicas. Seabra ao iniciar seu legado político, traz
consigo uma percepção de mundo visão de mundo, e trabalha para a propagação deste
ideário por meio de seus agentes, que também são representantes de aparelhos privados,
que estão imbuídos do mesmo projeto. Podemos destacar dentro desta lógica o professor
Arlindo Fragoso e Otávio Mangabeira. Mangabeira que anos mais tarde ocupou o cargo
de governador, implantando o mesmo tipo de projeto, praticado por J. J Seabra. Isso
nos outra linha a ser investigada; questão do ―habitus‖ da escola. Faremos algumas
ponderações sobre esta questão no próximo capítulo deste estudo.
204
PANG, Op. Cit. , Sampaio, Op. Cit.
102
Sendo assim, o Estado investido como protagonista, em conjunto com a política,
configurando a ação prática, adquire neste momento poderes de ―carta magna‖, dando
organicidade às transformações sociais, amalgamando também à ―cultura‖ como sua
principal ferramenta de ação.
Logo, mais do que nunca Saber e Poder se engendram promovendo a
configuração de um corpo de agentes habilitados a ocupar as posições de poder
burocrático. Neste instante, podemos justificar que esta confrontação se justifica na
prática, passando a EPBA ser um instrumento dentro deste processo de reconfiguração
da sociedade baiana. Complementando, justo pelo fato que ela melhor se presta,
sobretudo levando-se em conta seu papel de ―escola padrão‖ na formação de quadros
técnicos especializados, para ocupar parte dos cargos nas agências públicas, o que
desencadeia também a ascensão das frações médias urbanas de Salvador, como já
mostramos nos Gráficos IV e VI.
Outro dado que destacamos na quantificação das informações, diz respeito à
presença constante nos bancos da escola, de cadetes do exército até os anos de 1910/13.
Para defrontarmos esses dados organizamos o Gráfico IX.
Gráfico IX: Matrículas de Estudantes “Civis” e “Militares” na EPBA 1897 – 1920
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920
103
O que fica claro nestes dados, é que o ápice da presença destes militares na
escola, é quando as correlações nas disputas política saem do controle, havendo assim a
necessidade constante da presença militar na capital baiana. Podemos perceber que esse
período se passa nos anos de 1910 a 1913, período de maior turbulência potencializada
com a renúncia do governador Araújo Pinho, exacerbando ainda mais as disputas pelo
poder na capital baiana. Diante deste quadro, um contingente razoável de militares tinha
que se fazer presente na capital, e muitos desses militares eram jovens cadetes em
formação, no entanto, para não interromper o seu processo de formação intelectual, e a
proximidade histórica que a engenharia tenha com formação militar, fica claro então, a
presença desses cadetes na entidade baiana. Essa hipótese se justifica, ainda mais, pelo
fato da maioria esmagadora desses oficiais não finalizarem a graduação na EPBA,
ficando, via de regras, no máximo um ano ou dois, e logo se transferiam para outras
instituições. Ao pesquisar alguns periódicos da época, encontramos vários indícios do
crescente contingente de militares da capital baiana. Como informou o periódico ―A
Gazeta do Povo do dia 23 de março de 1911, da presença do General J. J Rego na
capital baiana, com o argumento de ―estudar os canhões existentes do Forte São
Marcelo
205
considerando até então imprestáveis. O periódico também informava a
chegada de um grande batalhão de 700 homens em ―Scout‖ a um ―cruzador torpedo‖.
Diante dessas informações fica claro que a presença dos militares nos bancos da
escola se justificava pelo período de conflitos, na qual, Salvador se encontrava. Com a
chegada de Seabra a cadeira de governador, os ânimos se acalmam e,
consequentemente, a presença militar na EPBA praticamente desaparece, se
acentuando quando um outro conflito eclode na Bahia, em meados de 1919, como
comentamos, o conflito protagonizado pelas velhas frações chefiado pelo ―Coronel
Horácio de Matos‖.
206
Na tentativa de refletir e analisar sobre as demandas por cada curso na
instituição e o percentual de desistência, elaboramos os Gráficos X e XI.
205
A Gazeta do Povo de 23 de março de 1911.
206
PANG, Op. Cit. Capítulo V.
104
Gráfico X: Estudantes formados pela EPBA 1897 1920
81%
15%
3%
1%
0%
Engenheiro Civil
Eng. Geográfo
Eng Cívil e Eng Geográfo
Eng Cívil/ Matemática/ Física
o Informado
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920
Gráfico XI: Taxa de Desistência por Curso EPBA 1897 1920
Fonte: Pastas dos alunos da EPBA 1897 1920
Ao analisarmos os 530 alunos que passaram pela Escola Politécnica ao longo
período estudado, percebemos com clareza, que a grande de demanda foi pelo curso de
engenharia civil, como se pode perceber no Gráfico X. Ao interpretarmos esta
informação, percebemos que está procura, vem de encontro a duas hipóteses
levantadas por nos, e com a codificação dados, estas questões fazem se confirmar.
105
São elas: primeira, vem no tocante a proposta levantada pelo historiador baiano Cid
Teixeira, que afirma que os verdadeiros motivos de criação da escola vêm de encontro à
formação de mão-de-obra especializada para a ocupação de cargos públicos, neste caso,
a formação em engenharia civil seria imprescindível. Principalmente depois da reforma
urbana orquestrada por J. J Seabra a partir de 1912. No entanto, concordamos em parte
com o argumento de Teixeira, como já explicitamos, em seções anteriores.
A segunda hipótese, vem se confirmar pela grande demanda por engenheiro fora
dos limites do estado da Bahia, chamamos atenção que o país neste momento passava
por uma grande demanda por obras pública, principalmente no tocante a construção de
ferrovia e modernização de Portos, nas regiões centro-sul.
207
Quanto aos dados de engenheiros geógrafos ou agrimensores, percebemos que a
procura por esta formação é bem diminuta em relação à engenharia civil, outro dado, é
que o tempo de formação para esta carreira também é menor, enquanto a engenharia
civil tem período de formação de cinco anos, para os aspirantes a geógrafos são
necessários de três anos para se graduar. Uma particularidade que nos chamou a
atenção, quanto ao perfil do candidato à formação em agrimensura; se diz no tocante ao
quesito de sua origem social, onde percebemos que os futuros engenheiros geógrafos
em sua grande maioria tinham suas origens ligadas as velhas frações da região
açucareira. Encontramos filhos de famílias com sobrenomes bem tradicionais. No
entanto, ao fazer a trajetória de alguns deles, percebemos que esses agentes ao se
formarem irão de fato ocupar cargos públicos com a chancela do estado. Confirmando
mais uma vez, a tese de Teixeira. Mas entendemos que essa hipótese precisa ser melhor
analisada para chegarmos a um consenso.
Embora o funcionamento de algumas graduações em engenharia - civil, de
minas, industrial, mecânica e agronômica
208
- estivessem previstos nos estatutos do
IPBA, aos quais antecederia um curso geral comum a todos os alunos ingressantes.
Contanto, como mostramos no Gráfico X, somente quantificamos graduandos com
formação de engenharia civil e geográfica, pelo menos no período investigado por nós.
No entanto, também foram atribuídos títulos de bacharel em ciências físicas e
matemáticas; de doutor em ciências físicas e matemáticas; ou doutor em ciências físicas
e naturais, embora essas concessões não estivessem referidas no estatuto e não
encontramos vestígios nas atas sobre como esses títulos eram obtidos, ou sobre as teses
207
Cf. Marinho, Op. Cit
208
Cf. Instituto Polytechnico da Bahia. Estatutos, p. 22.
106
ou trabalhos produzidos com esta finalidade específica, como se mencionou, por
exemplo, às teses defendidas por circunstância dos concursos para docente catedrático
ou livre-docente. Mas, como podemos observar no Gráfico X, os alunos graduados
nesta peculiaridade tem um percentual mínimo de 1%.
Ao analisar uma das informações do Gráfico XI que nos traz o quantitativo de
alunos que passavam apenas dois anos nos bancos da escola, a fase chamada de ―curso
geral‖
209
. Está fase é marcada com disciplinas introdutória a engenharia, mas
fundamental para a sequência do curso. Percebemos que maiorias dos alunos que
frequentaram esta fase do curso eram militares, que comentamos, ficavam na escola
durante um ano ou dois no máximo e se transferiam para outras instituições, mas claro
que casos de abandono, ao chegar no primeiro ou no segundo ano caracterizado pelo
curso geral. Mas esses percentuais são mínimos.
Encontramos casos também de alunos que conseguiram se formar em duas
carreiras, como exemplo, os que conquistavam o diploma de engenheiro geógrafo e
anos depois retornou, e cursou mais dois anos na escola e, adquiria o diploma de
engenheiro civil. Mas podemos perceber que no universo de 530 alunos, apenas 3%
conseguiram êxito nesta dupla formação.
Outro caso de dupla formação, são os que conseguiram se formar em engenharia
civil e, com o complemento de mais algumas disciplinas e uma defesa de tese, esses
alunos conseguiam o diploma de matemático e física/e ou ciências, como se dizia na
época. Informamos que o 1% que saíram com essa dupla formação se tornaram
professores da escola tempos depois.
Sobre o Gráfico XI, o podemos afirmar, é que pelo contingente de alunos
analisados, as porcentagens de desistência se perpassam por números relativamente
pequenos, mas, não podemos considerar esses percentuais exatos, pois grande parte dos
alunos que foram incluídos na categoria de desistentes, na verdade podem ter ocorrido
transferências. Constatamos essa confusão ao checar algumas ―pastas‖ de alguns
docentes. Por questões didáticas e entendendo que estes dados não interferem nas
analises dos outros gráficos, resolvemos quantificar esse contingente de acordo com os
―históricos‖ apresentados nas ―pastas‖. Essa confusão se apresenta justo pelo fato da
209
As disciplinas que compunha o ―curso Geral‖ são: Primeiro ano: Cadeira de Calculo, Cadeira
Geometria Descritiva, Cadeira Física, 4ª Cadeira de Desenho e Cadeira de Exercícios Práticos.
Segundo ano; cadeira de Topografia, cadeira de Mecânica Racional, Cadeira de Química,
Cadeira de Desenho, 5ª Cadeira de Exercícios Práticos de Topografia. Fonte: Pastas dos Alunos.
107
presença dos militares. No entanto, entendemos que os dados deste último gráfico,
tenham que ser melhor diluídos e trabalhados em uma análise mais consistente.
Portanto, após analisarmos os dez gráficos mostrados, possamos de fato
sustentar nas principais hipóteses do estudo apresentado, claro, que esgotar as
possibilidades de analises neste momento seria uma atitude equivocada. Mas,
entendemos que nas próximas seções possamos complementar as informações
levantadas até o momento.
4. Corpo Docente: perfil e procedência social
Na tentativa de reconstituir o perfil do professorado da EPBA, suas lutas, sua
origem social e projetos
210
se consistiram numa tarefa nada fácil, devido à escassez de
pastas individuais, fontes institucionais e registro que nos dificultaram bastante.
Nossa investigação junto ao arquivo da escola de engenheiros da Bahia, o nos
possibilitou localizar em livros de Protocolo, nem no arquivo morto da atual
Universidade Federal da Bahia, os processos relativos aos docentes da escola.
Tampouco encontramos uma fonte específica, ou alguma notícia com foco sobre algum
membro do corpo docente nas duas primeiras décadas de existência da Escola. Apenas
pequenos registros em atas de congregação, periódicos de época e trabalhos acadêmicos
com abordagens em outros contextos
211
.
Tratamos, então, de cruzar informações das mais variadas origens, de modo a
resgatar alguns aspectos do professorado da EPBA, informações que vieram tanto do
arquivo morto da instituição (EPBA/UFBA), onde localizamos uma listagem geral de
docentes da escola, sem qualquer discriminação, exceto seu ano de ingresso na carreira
docente junto à instituição. Essas informações basicamente consistiram no ponto de
partida para nossas observações.
De posse desses dados, quantificamos e elaboramos uma listagem de total de 71
docentes; colhemos dados junto aos Programas de Disciplinas onde discrimina-se, em
alguns casos, seus catedráticos e assistentes. Após, complementamos, comparamos e
cruzamos as informações junto as atas de congregação da Escola, onde, via de regra, se
210
Cf: Capítulo 3.
211
Encontramos algumas teses e dissertações que nos trouxeram algumas informações sobre vários
membros que pertenciam ao corpo de docentes da EPBA. No entanto esses trabalhos acadêmicos tinham
como foco de investigação outras questões, como por exemplo, projetos de urbanização para a capital
baiana, o projeto de modernização para a Bahia, projetos políticos para Bahia. Sobre esses trabalhos
discutiremos no capítulo 3 deste estudo.
108
encontrava pequenos textos biográficos de alguns docentes. Ainda nas atas de
congregação deparamos com outras informações sobre variados docentes, e sua inserção
junto ao corpo de professorado da Escola; dentre outros expedientes. Mesmo havendo a
escassez de informações, elaboramos o Gráfico XII, XIII e XIV; que diz respeito à
procedência regional do corpo docente da Escola.
109
Gráfico XII: Origem dos docentes da EPBA por Estados da Federação 1897 1920
FONTES: Diversas EPBA. Atas de Congregação da EPBA.
110
Gráfico XIII: Procedência dos docentes da EPBA por Salvador e Bahia Outras
Regiões” – 1897 - 1920
FONTES: Diversas EPBA. Atas de Congregação da EPBA.
Gráfico XIV: Procedência social do Pai 1897 - 1920
FONTES: Diversas EPBA. Atas de Congregação da EPBA.
111
O primeiro aspecto que salta aos olhos no tocante à origem regional dos
professores observados do Gráfico XII é o quantitativo de professores advindos do
próprio estado da Bahia 79%, sendo que este dado também é verificado com relação ao
corpo discente, reforçando mais uma vez seu caráter de cunho regional. Contudo, se
considerarmos os 11%, onde as informações não foram extraídas, esse percentual pode
ser ainda maior. Diante da qualificação destes dados, podemos dizer que a EPBA é uma
instituição legitimamente baiana, e especificamente soteropolitana, que o Gráfico
XIII nos mostra que 68% desses agentes são nascidos na capital baiana.
Ainda referente ao Gráfico XII, este nos mostra que cerca de 11% de
professores cujos dados não foram localizados em nenhum dos corpi documentais
percorridos, mesmo entendendo tratar-se de uma amostragem significativa, porém, que
esse percentual não altera nossos parâmetros de analise, na medida em que para os
restantes 89% do corpo docente, contamos com informações precisas e seguras,
quantificada de variadas fontes.
O que se evidencia a partir do Gráfico XIV é o caráter diversificado e mais
―aberto‖ no que tange a origem social dos docentes da Escola da Bahia, ainda que 31%
dos professores fossem ligados à grande propriedade, tal grandeza não é daquelas que
podemos chamar de característica para uma instituição voltada à reprodução das velhas
frações da classe dominante, como ocorreu da na EAB. Podemos, no entanto, reafirmar
como foi evidenciado no tópico anterior, que as informações sobre o corpo docente da
EPBA confirmam a tendência de um estabelecimento de ensino voltado para filhos das
camadas médio-urbanas do norte-nordeste, - como mostramos nas analises do alunado -
mas principalmente para a Salvador.
Outro aspecto de não menos relevância no tocante à composição diversificada do
professorado da EPBA, vem apenas ratificar uma tendência sinalizada na analise dos
discentes na seção anterior, confirmando esta maior abertura da Escola, tanto junto ao
alunato, quanto junto ao professorado, pautando assim, uma de suas mais marcantes
características durante o período estudado.
Mostraremos no Gráfico XV, que vários destes docentes são ex-alunos da
mesma instituição, evidenciando sua característica endógena e, confirmando uma
tendência metodológica; a da Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
112
Gráfico XV: Procedência da formação do corpo docente da EPBA - 1897 - 1920
FONTES: Diversas EPBA. Atas de Congregação da EPBA.
O primeiro dado revelado pelo Gráfico XV; é o alto índice de endogenia na
reprodução do corpo docente, característica, marcante logo após a diplomação das
primeiras turmas. Chamamos a atenção que, além da configuração mostrada nos
Gráficos, deve-se buscar uma visão do estrutural, ou seja, do conjunto todo do corpo
docente da EPBA, que pode ser materializada a partir dos Gráficos XII, XIII, XIV e
XV.
Para tanto, o primeiro aspecto a ser observado nos dados dos Gráficos, é o
caráter endógeno da reprodução do professorado da instituição; como apontamos. Na
grande maioria, 41% dos docentes da escola baiana são formados de ex-alunos. Para
além dessa informação, é igualmente claro que deste quantitativo de ex-alunos, 39% são
filhos das frações médios urbanas, sobretudo nascidos na capital baiana.
Sendo assim, consideramos a possibilidade de estar lidando com uma instituição
de ensino ligada ao aparato estatal, mesmo a escola sendo de caráter privado, como
tratamos, vários de seus ex-alunos e docentes chegaram e ocuparam variados cargos no
113
campo do poder na sociedade política.
212
No entanto, Bourdieu nos diz que as escolas
superiores consideradas de grande porta‖ edificadas numa posição de maior
proximidade com os principais núcleos sentenciais e/ou decisórios do poder, elaboram
dispositivos para reunir e recrutar seu professorado, levando em conta, sobretudo os
princípios de cooptação, ainda que este ganhe variadas formas
213
. Logo, isso explica a
inclusão de concursos para o cargo de docente para a EPBA, a partir do ano de 1917.
Destacamos a importância quanto a este aspecto, onde se estabelece na ação dos
docentes encarregados,
de alguma maneira, pelo recrutamento, trabalharem para defender a
constância social do corpo docente, operando uma série de substituições
funcionais, destinadas a impedir a ―degradação‖ do ―corpo‖, ou seja, a
impedir o que segundo o sociólogo francês chama de ―efeitos disruptivos‖.
214
Portanto, podemos dizer que o aparato composto pelo ensino superior tende a
predisposição de garantir sua reprodução produzindo o professorado dotados de
características escolares e sociais cada vez mais constantes e homogêneas, visando
reproduzir um dado habitus.
A EPBA parece ter-se adaptado e encontrado perfeitamente os critérios
apontados na hora de selecionar seus pretendentes ao cargo de docente na instituição.
Ainda na primeira década de sua existência, a seleção do professorado se fazia por meio
de nomeação, no entanto, mesmo após a reforma de 1917, onde, o ingresso passou a ser
via concurso, os mesmos critérios continuaram a ser mantidos, quando verificamos a
severidade das regras que passaram a vigorar nos concursos seletivos. Contudo, as
regras eram bastante rígidas, e claramente corporativistas. Como diz o Regimento
Interno aprovado em 1917;
Art. 24 Para o concurso ao jogar logar de substituto de
professor cathedrático ou professor de trabalhos gráphicos, será
exigido o diploma de engenheiro pela Escola Polytéchnica da Bahia
ou Rio de Janeiro, ou outra nacional congênere equiparada, ou por
escola equivalente estrangeira.
215
212
Discutiremos melhor no Capítulo 3 deste estudo que vários dos ex-alunos e docentes ocuparam os
principais cargos do executivo estadual e municipal ao final dos anos vinte e por todos os anos trinta.
213
BOURDIEU, Pierre & SAINT-MARTIN, M. ―Agrégation et Ségregation: le champ des grandes écoles
ET le champ du pouvoir‖. Actes de la Recherche en Sciences Sociles. Paris, 69: 2 - 50, sep., 1987.
214
MENDONÇA, Sônia Regina de. Agronomia e poder no Brasil. Ed Vício de Leitura, 1998, pp. 101-
102.
215
Regimento Interno da Escola Polytechinica da Bahia. Livreiros Editor, 1920, p. 15.
114
Verificamos nas atas da congregação da instituição, algumas discussões sobre
processos seletivos que, via de regra, ao final sempre acabaria beneficiando a ―prata da
casa, ou então algum agente com ligações estreitas com o corpo docente, ou ainda com
ligações junto ao poder público. Citando um caso, quando ainda a seleção se fazia por
meio de nomeação, temos um caso típico de ligação corporativa e política; quando
Miguel Calmon foi nomeado para o cargo de catedrático da EPBA em 1901, para a
cadeira de ―Geometria Analítica‖ e não chegou a ministrar por inteiro a regência do
curso. Portanto, por seus vínculos de amizade junto à cúpula que gerenciava a
instituição Arlindo Fragoso dentre outros e por terem sido contemporâneo de
graduação, que a maioria esmagadora se graduou na Escola Politécnica do Rio de
Janeiro; pesou aí, os critérios por nós discutidos. Lembramos que o critério para
nomeação de Miguel Calmon perpassa conjuntamente pelo ganho de ―capital político‖
para a instituição, que, para sobreviver durante suas primeiras décadas, a Escola
baiana sempre necessitou da benevolência do poder estatal. Então, nomear Miguel
Calmon, Antônio Muniz dentre outros seria uma forma de estar no seio do poder.
Mesmo assim, mostraremos no Gráfico XVI, o período compreendido entre os
anos de 1897 a 1917 quando vigorou o ingresso via nomeação, maior parte do corpo
docente, 51 professores foram nomeados durante esse período quando confrontado
com as contratações pós 1917, quando o caminho para a entrada na instituição passou a
ser via concurso, totalizando 24 contratações docentes até 1952
216
. Diante desta
constatação o quadro de ex-alunos no pós 1920, se postergou como um tipo de ―reserva
natural‖ ou podemos chamar ―prata da casa‖ para convocar e continuar a se reproduzir o
corpo docente da instituição formadora de engenheiros.
216
Apesar de o nosso estudo balizar o período 1896 1920, consideramos o ingresso de professores a
1952, por julgar que todos os ingressantes nos anos subseqüentes são de ex-alunos graduados até 1920.
Ex: ex-alunos formados em 1920 que ingressam na EPBA em 1952. Por esse fato optamos por
informar os ingressantes até 1952. Vários outros agentes, em sua maioria ex-alunos, ingressaram no corpo
docente da escola pós 1920, mas, suas diplomações ocorreram nos anos vinte, período fora de nosso
recorte cronológico. Portanto, optamos por não quantificar esse contingente.
115
Gráfico XVI: Ingressos de docentes por ano da EPBA - 1897 1952
FONTES: Diversas EPBA. Atas de Congregação da EPBA.
Portanto, nossas ponderações advêm de três constatações que consideramos
fundamentais. A primeira observação vem do fato que do corpo docente fundador tenha
sido totalmente externo as balizas da instituição, totalizando 22 professores, sendo que
19 se diplomando na mesma instituição, consequentemente adquirindo o mesmo
habitus, Escola Central e Escola Politécnica do Rio de Janeiro -, formando a primeira
turma a partir de 1900 e 1902 engenheiros geógrafos e engenheiros civis. Segunda
ponderação a ser destacada, diz respeito à origem social dos ―professores fundadores,
onde, 8 docentes são advindos das frações médio-urbanas, podendo esse número ser
ainda maior, que 4 não conseguimos qualquer tipo de informação. Nesse sentido,
se percebe uma tendência a mudança na sociedade baiana, se compararmos com a EAB.
Logo, a maioria dos professores e alunos da Escola Agrícola eram, via de regra,
pertencentes às frações proprietárias da região produtora de açúcar. Terceiro e última
ponderação, nos remete após nossos levantamentos, acusarmos o primeiro ex-aluno a
ingressar no corpo docente em 1903, apontando a sua tendência a um caráter
endogenico.
No entanto, observamos que de 1903 até 1912 dos 21 docentes ingressantes, 10
professores são advindos da Escola congênere do Rio de Janeiro e apenas 7 pertencem a
―prata da casa‖. Completando os 21 ingressantes, temos 1 médico e 2 advogados.
Lembramos que desses 21 docentes ingressantes nesse período de 9 anos, todos são
116
baianos nascidos em Salvador, e procedentes das frações médio-urbanas. Provando
ainda mais seu caráter regional e/ou talvez o indício da construção de uma ―escola de
concepção‖ segundo Bourdieu
217
.
Outro aspecto mostrado pelo Gráfico XV, diz respeito ao percentual de docentes
graduados no Rio de Janeiro; Escola Central e Escola Politécnica do Rio de Janeiro,
respectivamente, na porcentagem de 6% e 36%. De posse desta constatação, como
havíamos informado em seções anteriores, que pelo fato dos 22 ―professores
fundadores‖ 19 se diplomarem na mesma instituição, seria a tendência então, no ato da
criação da Escola baiana adotar os regulamentos e as práticas da congênere do Rio de
Janeiro.
Ao fazer uma analise comparativa e qualitativa entre os Gráficos XII, XIII e
XV além da presença predominante de ―politécnicos
218
junto ao professorado da
Escola 36%, percebemos que deste percentual, 30% são baianos e desse percentual,
29% são nascidos na capital baiana, vindos dos extratos médios urbano. Constatando
mais uma vez a tendência da EPBA em reproduzir as frações médias urbanas da cidade
da Bahia.
O Gráfico XVII, mais a diante, nos traz outro dado importante a ser destacado;
refere-se à distribuição do professorado por categorias funcionais, seguindo basicamente
a mesma hierarquia da Escola oficial do Rio de Janeiro: catedráticos, auxiliar e/ou
substitutos
219
.
Informamos que no período ora em análise, 41% do corpo docente da EPBA são
compostos por ex-alunos da própria escola, como mostrado no Gráfico XV,
graduados em distintos momentos do período estudado. Vale esclarecer, quanto a este
aspecto, que para o total de professores quantificado, somente foram considerados
aqueles que permaneceram junto ao corpo docente por mais de um ano consecutivo. Isto
porque, uma das modalidades de inserção no quadro de professores era a de ―auxiliar ou
substituto contratado e/ou nomeado
220
, o qual, muitas vezes, o professor somente
permanecia por um semestre na instituição.
217
Reforçando a definição de ―escola de concepção‖ teorizada por Bourdieu, informamos que vários
destes agentes, irão atenderem num dado momento o aparato estatal. Contudo, entendemos ser necessário
investigar melhor essa classificação.
218
Informamos que ao se referir o termo ―politécnicosignifica formado na escola politécnica do Rio de
Janeiro.
219
Em nossas analises sobre as atas de congregação e regimento interno, percebemos o uso da expressão
“lente” dada aos professores auxiliares ou substitutos, no entanto, após a reforma do regimento interno de
1916 esse termo cai em desuso. Portanto, por este fato optamos em não usar o termo “lente”.
220
Atas de congregação da EPBA.
117
Assim, a totalidade mostrada, tanto exclui tal categoria docente, como inclui
aqueles que foram professores da escola desde seus primeiros anos de fundação, ainda
nos anos de 1897/1910, tais como Alpheu Diniz Gonsalves (graduado em 1904);
Augusto César Berenguer (graduado em 1902); Octávio Cavalcante Mangabeira
(graduado em 1904), dentre vários outros, bem como um dos seus Diretores,
Archimedes de Siqueira Gonsalves, graduado em 1904. Destacamos que Archimedes
Gonsalves será o primeiro ex-aluno da instituição a ocupar o cargo de Diretor da escola,
entre os anos de 1920 a 1934.
Outra peculiaridade do corpo docente da escola, diz respeito aos seus longevos
mandatos na direção, posto que, durante o nosso período investigado, a instituição só
teve três diretores: Arlindo Coelho Fragoso (1897 1907), que deixou a direção, por
aceitar auxiliar Miguel Calmon no Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas em
1907, assumindo em seu lugar Alexandre Freire Maia Bitencourt (1907 1913), e
posteriormente, Francisco de Souza (1913 1920). O que é revelador, e prova as
seguintes características do professorado: a) a tendência em manter um mesmo grupo na
direção poder - da escola, que, os três docentes que passaram pela direção, são
ligados academicamente e politicamente ao grupo liderado por Arlindo Fragoso; b) a
predisposição em manter os mesmos projetos de visão de mundo; c) e uma tendência a
reafirmação de um dado ―habitus‖ para a escola, onde, levamos em conta que a maior
parte do corpo docente da instituição no início de sua trajetória, era composta por
―politécnicos‖, inclusive os três diretores citados no parágrafo anterior.
118
Gráfico XVII: Distribuição do professorado por categoria funcional da EPBA -
1897 1952
FONTES: Diversas EPBA. Atas de Congregação da EPBA.
Um dado que não podemos deixar de comentar, é a quantidade de professores
com o título de catedrático 51%, mas, ao trabalhar os dados de forma qualitativa,
percebemos que esse percentual tem relação com o ingresso via nomeação.
Após o ano de 1917, quando houve a implantação de concursos para ingresso na
instituição, percebemos que os 24 professores ingressantes até 1952, 15 ascenderam à
categoria de catedrático. Interessante perceber que dos 15 catedráticos, 13 são ex-alunos
da Escola, 1 formado na Politécnica de São Paulo e outro graduado na Suíça. Outros 8
docentes na categoria de auxiliar e por último 1 que não obtivemos informação, são
todos ex-alunos da EPBA, porém, esses agentes não seguiram carreira docente, apenas
ministraram alguns cursos durante alguns anos e se afastaram da vida acadêmica.
Nas atas da congregação do IPBA e EPBA e das suas assembléias de maneira
geral, praticamente não se localizam assuntos que não sejam de cunho administrativo,
financeiro ou político. Praxes como: nomear professores substitutos ou catedráticos,
realocando-os de tempos em tempos para as diversas cadeiras prática comum dentro
da escola -; debater, apresentar, adequar reformas estatutária, ajustando-as às novas
regras acadêmicas, como às reformas educacionais de 1905; e a Reforma Maximiliano
de 1915 ou mesmo a Reforma Francisco Campos de 1931, pós movimento de 1930,
119
quando a EPBA foi transformada em fundação
221
. Contudo, esses foram os tipos de
registros que encontramos disponíveis nas referidas atas, com as quais se ocupavam a
maioria dos agentes, tanto do IPBA, tanto da EPBA até 1917, quando passamos a
verificar registros e relatos sobre os diversos concursos ocorridos a partir daquele ano.
O primeiro concurso realizado para professor da EPBA ocorreu em 1917,
quando Leopoldo Afrânio Bastos do Amaral foi aprovado como docente substituto para
a cadeira de Geometria Analítica e Cálculo. Após o concurso de Leopoldo Amaral,
sucederam-se vários outros para livre-docência e para distintas cátedras, cujos títulos
das respectivas teses aparecem registrados nas ―atas da congregação‖. Ainda existem
algumas pastas individuais de alguns professores no arquivo morto da atual EPBA-
UFBA, embora ainda não tenha sido possível localizar grande parte de suas teses.
222
Concluindo, após nossas ponderações, podemos dizer que é possível afirmar que
o quadro do professorado da EPBA amolda-se, fundamentalmente, sobre docentes
alocados na categoria máxima catedráticos - dentro da hierarquia da instituição,
contando com a maioria de professores 51%. Já os auxiliares cabiam os 44% do espaço,
o que não nos deixa causar espanto, onde a instituição baiana sempre optou pela
excelência de sua congênere do Rio de Janeiro. Ainda sobre as atividades e rotina do
professorado da EPBA, percebemos que as diretrizes de ensino da instituição, se
encontram registradas em um grande livro de ponto, - hábito praticado por várias
221
Em 1931, devido a modificação da legislação federal ―Reforma Francisco Campos‖, se iniciaram as
discussões com o objetivo de adequar o IPBA e a EPBA à nova legislação, sendo proposta a criação da
Fundação Escola Politécnica da Bahia (FEPBA) na Assembléia Geral do IPBA: "O Instituto Politécnico
da Bahia, reunido em Assembléia Geral resolve transformar a Escola Politécnica numa fundação, com o
fim de promover a difusão e o aperfeiçoamento do ensino científico, profissional e técnico, em todos os
graus, no Estado da Bahia (...)‖. GUIMARÃES, Arquimedes Pereira. Op. Cit, p.190. Portanto em 1932
foi modificado o Estatuto do IPBA, de maneira a permitir a criação da Fundação Escola Politécnica da
Bahia (FEPBA): A Assembléia Geral do Instituto Politécnico da Bahia resolve e manda cumprir as
seguintes disposições, pelos quais reforma:Art. 1- Além dos fins constantes do Art. 1o do Estatuto de 17
de julho de 1896, o Instituto também criará e manterá, oportunamente, escolas profissionais de todos os
graus, e estabelecimentos de ensino secundário, em qualquer parte do território do Estado (...)‖. Idem, p.
199.
222
Nos anos 1920 mapeamos os seguintes concursos: Tito Vespasiano Mata Pires foi aprovado no
concurso de 1922 e nomeado catedrático de materiais em 1923, mesmo ano em que Aurélio Brito de
Menezes foi aprovado e nomeado para trigonometria esférica, astronomia teórica e prática, geodesia. Já
em 1928 foram aprovados em concurso e nomeados catedráticos: Elysio de Carvalho Lisboa, para
geometria descritiva e suas aplicações às sombras e à perspectiva; Paulo de Matos Pedreira de Cerqueira,
para física experimental e meteorologia; Albano da Franca Rocha, para topografia, construção de plantas
topográficas e legislação de terras; e Jaime Cunha da Gama e Abreu, para arquitetura civil, higiene dos
edifícios, saneamento das cidades. Em 1929 foram: Mário Tarquinio, para desenho técnico; Oscar
Caetano da Silva, para desenho a mão livre e ornatos; e Archimedes Pereira Guimarães, para química
inorgânica, descritiva e analítica e noções de química orgânica. COSTA, Terezinha Pereira. Teses
apresentadas a Escola Politécnica e à Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia:
levantamento e estudo analítico. Salvador, 1965. Monografia, Escola de Biblioteconomia, UFBA.
Destacamos que todos os concursados são pertencentes ao quadro de Ex-alunos da EPBA.
120
décadas da história da instituição - de uso comum para todos os docentes, onde cada
um, além de deixar sua assinatura para registro de presença, anotava também
informações mínimas relativas à aula ministrada no dia. Verificamos que essa regra
vigorou até os anos 1940, quando a Escola foi incorporada à recém criada Universidade
da Bahia - UBA, em 1946. Mesmo após essa junção, quando se implantou o sistema de
cadernetas específicas para cada disciplina, os professores da EPBA continuaram
seguindo a mesma tradição, de não registrar nas cadernetas as matérias ensinadas. Na
prática essas, na escola, serviam apenas para o registro da freqüência e das notas das
avaliações dos alunos, de modo que não tivemos muito sucesso na tentativa de
recuperar programas das disciplinas ministradas. No entanto, informamos, que os
programas adotados seguiam fielmente os padrões da Escola Politécnica do Rio de
Janeiro.
121
Capítulo 3
Engenheiros Politécnicos: Projetos e trajetórias
Neste capítulo terceiro, analisaremos de forma qualitativa as questões levantadas
e evidenciadas no capítulo anterior no que se refere à trajetória dos discentes passados
pela escola. Procuraremos levantar, por meio de seus discursos e projetos, as suas visões
de mundo que tenderam a divulgar. Alguns dos alunos que se graduaram na Escola
Politécnica da Bahia se tornaram grandes personalidades no cenário político e
intelectual, tanto na Bahia quanto no Brasil. Exemplificam perfeitamente este curso:
Otávio Mangabeira, Francisco de Souza, Américo Furtado de Simas, dentre outros.
Ao nos debruçarmos sobre o caminho trilhado por esses agentes, pudemos
constatar que suas concepções de mundo refletiam claramente as práticas, as diretrizes e
os programas da instituição no qual se educaram. Portanto, podemos então provar a
hipótese principal do nosso estudo: que a Escola Politécnica da Bahia, por meio de seus
dirigentes, construiu e discerniu projetos de visão de mundo. Constatando, então, que a
instituição formadora de engenheiros da Bahia é, portanto, um aparelho privado de
hegemonia.
1 Um “projeto para a modernidade: origens históricas
Ao final do século XIX, a capital baiana se apresentava como um dos maiores
centros urbanos do Brasil. Além de sede do centro político-administrativo, Salvador era,
ao mesmo tempo, capital de um estado complexo e dotado de características distintas no
que tange a suas fronteiras regionais
223
. Mesmo não experimentando a dinâmica e as
transformações sucedidas nos estados do centro-sul do país, a Bahia, no norte-nordeste
se destacou pela produção de alguns artigos tropicais
224
voltados para exportação.
Logo, estes artigos se integravam na pauta da estrutura capitalista internacional, o que
223
Mesmo Salvador sendo a sede do governo baiano, vale destacar que a Bahia tem diversas regiões com
características bem próprias, seja na política ou na economia. Lembramos que a Bahia tem uma sociedade
dotada de variadas peculiaridades no que diz respeito às frações dominantes destas distintas regiões. Ex:
Região de Lavras de Diamantina, o sul, com destaque para Ilhéus e Itabuna. Cf: Pang, Eu Sool, Op, Cit.
224
Destaque para a lavoura fumageira, cacaueira, cafeeira e açucareira. Cf. Sampaio, Op.Cit.
122
lhe assegurava, grosso modo, uma peculiar condição: a possibilidade de estar inserido
na rede de intercâmbio agromecantil contínuo com os mercados mundiais, tendo ainda a
possibilidade de tornar-se alvo de investimentos para o grande capital estrangeiro.
Pelo porto de Salvador se fazia o escoamento da produção do agrocomercio,
sendo um dos primeiros a operar no Brasil, cuja demanda era superado pelos portos
do Rio de Janeiro e de Santos.
225
De contra partida, as carências e deficiências regionais
de produção de subsistência e de bens de consumo industrializados alimentavam e
impulsionavam o fluxo das importações. Estes fatores promoveram os limites para uma
expansão do comércio e a formação de uma nova fração de classe, que ao final do
período imperial barganhava representatividade nas instituições de classe na
sociedade civil, em todos os seus níveis e ramos.
226
Percebe-se esse novo status da
sociedade baiana quando fazemos o levantamento dos sócios das principais entidades de
classe da Bahia, ao final do Império e todo o período da Primeira República
227
.
Os tradicionais grupos ligados aos latifúndios escravistas e a economia
açucareira, haviam se transformado em proprietários de uma forma de exploração
bastante ultrapassada, se compararmos com o novo padrão de desenvolvimento
econômico internacional. Os novos setores sócio-econômicos em ascensão - ou mesmo
os velhos grupos que necessitavam de uma nova configuração - precisavam revigorar
suas relações com o atual cenário local e internacional, o que implicava a imperiosa
valorização de um ambiente eminentemente urbano.
228
225
SAES, Alexandre Macchione. Conflitos do Capital: Light versus CBEE na formação do capitalismo
brasileiro (1898 1927). Bauru, SP: Edusc, 2010, p.24.
226
Idem, p.23.
227
Destacamos a presença significativa de agentes ligados ao agrocomercio nas entidades de classe já em
meados da segunda metade do século XIX ainda sob a égide Imperial. Instituições como: Imperial
Instituto Baiano de Agricultura IIBA, Associação Comercial da Bahia ACBA e já sob o regime
republicano a Sociedade Baiana de Agricultura SBA e Instituto Politécnico da Bahia com uma menor
representatividade.
228
A partir do século XVIII, a velha sociedade colonial pertencente às premissas do Antigo Regime,
caracterizado pelo “absolutismo, sociedade estamental, capitalismo comercial, política mercantilista,
expansão ultramarina e colonial” ao possibilitar uma ampla acumulação de capital nas mãos da classe
empreendedora e ao expandir crescentemente os mercados para os produtos manufaturados, criou-se os
indícios para sua própria superação, galgando caminhos para a ascensão do capitalismo moderno, ou seja,
o produto mais franco da Revolução Industrial. NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do Antigo
Sistema Colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1979, p.66. A Crise do Antigo Sistema Colonial
desencadeou e reproduziu uma nova situação para o Brasil no mercado internacional, a autonomia
―independência‖ política, e consequentemente, a formação de novas frações de classe. Acreditamos que a
transição para o século XX, a transformação do capitalismo concorrencial para o capitalismo monopolista
no plano mundial, é outro importante momento de inflexão para a economia e política no Brasil, forçando
uma mudança no status quo, confirmado, portanto, com a própria Proclamação da República, cujo
resultado, depois de um período de transição, foi à emergência de novas frações dominante no Brasil e no
nosso caso específico a Bahia.
123
Com o objetivo de aprofundarmos nossas análises sobre tal configuração
histórica, empregaremos os conceitos de ―classes sociais‖ e ―poder político‖ do teórico
Nicos Poulantzas
229
, na perspectiva apropriada por Renato Perissinotto
230
e Alexandre
Macchione Saes.
231
Para os autores, as disputas entre as frações de classes e as relações
sociais, expostas e citadas no parágrafo anterior, são evidenciadas no campo da política
econômica. Contudo, Poulantzas nos diz:
(...) a formulação da política econômica de Estado é um campo de luta
onde se decide questões centrais relativas aos interesses de classe, e a
sua resultante reflete a relação de forças entre as frações
dominantes.
232
Partindo deste conceito e ao investigar pressupostos junto às frações de classe
dominantes no interior do bloco de poder, Perissinotto em seu estudo considera que a
conquista de hegemonia pela fração cafeeira paulista durante a República Velha deve
ser vista com cuidado. Neste sentido, o autor considera que o bloco de poder da
economia agroexportadora formou-se numa ordem extrema e complexa, ou seja, a
intensificação na organização de uma estrutura com diferenciação de agentes políticos e
vantagens econômicas.
233
Contudo, foi nessa diferenciação que se iniciariam os
conflitos e a edificação de diferentes planos econômicos, vinculados normalmente
aquele grupo que desempenhava a função de fração hegemônica, por se encontrarem
inseridos na sociedade política, ocupando variados cargos em agências e em instituições
públicas; constituindo uma unidade dentro do conflito.
234
É a partir daí que o Estado
através destes agentes se investe de um projeto de visão de mundo, passando assim a
divulgá-lo como um consenso. Assim nos diz Perissinotto:
O bloco de poder representa uma unidade, mas não uma unidade
monolítica e homogênea. Ao contrário, uma unidade complexa e
conflituosa, todavia com um elemento dominante. É este último que,
por ser dominante, assegura a unidade do bloco no poder, através do
controle do aparelho estatal que concentra o poder de Estado, e se
constitui na fração hegemônica.
235
229
POULANTZAS, Nicos Poder Político e Classes Sociais. São Paulo: Martins Fontes, 1977.
230
PERISSINOTTO, Renato. Classes dominantes e hegemonia na República Velha. Campinas: Editora
da Unicamp, 1994.
231
SAES, Op.Cit.
232
POULANTZAS, 1977, p.27.
233
Idem, Ibdem, Op. Cit.
234
PERISSINOTTO, 1994, p.25.
235
Idem, p.26.
124
Portanto, as variantes evidenciadas no bloco no poder dessa sociedade em
mutação nos permitem reconhecer e apontar as ―frações autônomas de classe‖.
236
Frações estas que mantêm entre si uma relação continua de conflito, subordinação e, ao
mesmo tempo, consenso. Na relação intra-classe dominante existem frações autônomas
autonomia que não se refere somente ao sentido econômico, mas também a uma
direção política, moral e intelectual, ou seja, uma visão ideológica própria , agindo e
confrontando-se em diferentes níveis na dinâmica social. Para melhor entendimento das
relações entre as frações dominantes e sua respectiva ordem e subordinação em um
dado status quo, é necessário precisar dois momentos. Para o primeiro, é indispensável
identificar qual seria a ―fração‖ investida do poder hegemônico, isto é, a fração cujos
interesses passam a ser atendidos de modo prioritário pelo Estado. No segundo, o
Estado passando a congregar variadas informações, operacionalizar e propagandear
insistentemente projetos desta fração, e ao mesmo tempo sua própria reprodução pelo
Estado.
E neste período de mudanças no contexto internacional, que a estrutura voltada
para o capitalismo concorrencial foi gradativamente dando lugar ao capitalismo
monopolista, que se expandia devido aos frutos da expansão da Segunda Revolução
Industrial para os países da periferia.
237
No contexto nacional, eram dados os limites
de ruptura, desencadeando o passo inicial para a dinamização dos elementos necessários
para a formação de uma economia estritamente capitalista, que ao entrar na última
década do século XIX, novos grupos entrariam em conflito pelo controle do Estado
brasileiro.
238
Entre os principais grupos, destacamos a grande burguesia cafeeira, que
em sintonia com o grande capital estrangeiro, passam a ditar as regras na elaboração das
políticas públicas e econômicas.
239
Segundo Perissinotto, dois grupos agiram com mais influência dentro das
decisões estatais: primeiro, o grande capital cafeeiro que assumia papel decisivo na
produção e reprodução do capital, além de assumir o papel de fração hegemônica no
poder local São Paulo -, subordinando os interesses regionais a interesses nacionais
240
.
236
MARINHO, 2008, Op. Cit.
237
SAES, Op. Cit. p.20.
238
Idem, p.21.
239
Idem, p.22.
240
PERISSINOTTO, Op. Cit. Capítulo 3. Informamos que o ―capital comercial na Bahia‖ originário das
atividades agrícolas, mas que se difundi para outras atividades como o alto comércio
exportação/importação , através da Associação Comercial da Bahia - ACBA faz prática de uma política
protecionista, contra a entrada do grande capital estrangeiro, no entanto, está ação se desmorona com a
ascensão de JJ Seabra, quando ocorreu a implementação de políticas claras para a entrada do grande
125
O autor assinala que o capital estrangeiro, conduzindo especialmente as decisões junto
ao Governo Federal, pôde por em prática as políticas cambiais e de valorização da
moeda nacional. Dentro desta conjectura Perissinotto afirma:
O capital estrangeiro se fez presente em vários setores da economia
nacional. Monopolizou a comercialização dos nossos principais
produtos agrícolas, participou com peso no setor de serviços públicos,
assumiu posições importantíssimas no financiamento de atividades
comerciais e das atividades financeiras do setor público nacional. Tal
ascensão econômica, sobretudo através do controle das finanças
públicas, conferiu ao capital estrangeiro a capacidade de conquistar
sólidas posições políticas que lhe deram o poder de intervir nas
decisões do Estado brasileiro acerca das políticas econômicas.
241
No esteio da política nacional, a fração dominante que assumiu em um dado
momento a hegemonia no bloco de poder no decorrer das primeiras décadas da Primeira
República foi o ―grande capital‖. Era o grande capital cafeeiro o mais preponderante,
financeiramente e politicamente, apesar de meados dos anos de 1910, outras frações
representadas pela Sociedade Nacional de Agricultura - SNA e suas confederadas
galgavam representação nas agências do poder público, mas essa é outra história.
242
Entretanto, de maneira geral os interesses do grande capital dos mais diferentes estados
inclusive na Bahia pós 1912
243
- eram reafirmados por meio do caráter agromercantil
da economia nacional.
Diante deste quadro, o ―grande capital‖ se expressa, por sua vez, como
impulsionador da formação de frações-médias urbanas identificadas em lançar-se no
processo de modernização, cujo objetivo era incorporar as inovações principalmente
criar a necessidade de padrões de consumo advindas efetivamente da Segunda
Revolução Industrial, em curso na Europa a partir da segunda metade do século XIX.
No entanto, essas novas frações de caráter urbano regionais sustentavam suas bases
econômicas, principalmente, pelos negócios urbanos. Indiferentemente das
preocupações peculiares de cada região, esses grupos urbanos de maneira geral se
empreendiam em defender políticas e programas macroeconômicos, via de regra,
semelhantes, que visam garantir a continua importação de bens de luxo, e
capital estrangeiro.Cf. SANTOS, Mário Augusto. Associação Comercial da Bahia na Primeira
República: Um grupo de Pressão. Salvador: Bahia, 1989.
241
PERISSINOTTO, 1994, p.167.
242
Cf: MENDONÇA, 1998.
243
Cf: SANTOS, 1989.
126
consequentemente, torna exequível a inserção de novas tecnologias no processo de
urbanização das grandes cidades.
244
Dito isto, entendemos a ação para que Salvador
245
e Rio de Janeiro tivessem seus
centros urbanos como sendo os primeiros na América Latina a eletrificarem suas linhas
de bondes, poucos anos após esta modernidade tecnológica estar disponível na Europa e
logo em seguida nos Estados Unidos.
246
Concomitante, como justificativa de se acelerar
o projeto de urbanização das principais cidades brasileiras na era republicana
destacamos: abertura de avenidas, introdução de serviços públicos como bondes,
construção de prédios públicos, iluminação elétrica, modernização de portos, construção
de ferrovias dentre várias outras realizações. Mas não podemos perder de vista que esse
processo obedeceu à intensidade e a dinâmica de cada cidade, concordante a seus meios
e conforme a relevância econômica local. Contudo, foi sem dúvida a conciliação de
interesses entre os grupos dominantes urbanos e o grande capital financeiro
internacional que permitiu o financiamento dessas reformas urbanas nos maiores centros
urbanos brasileiros, e sedimentou a modernização segundo os padrões da Belle Époque,
tendo como ponto de partida a capital federal Rio de Janeiro.
247
No caso específico da Bahia, ao final do período imperial, já identificamos
indícios de acontecimentos que desencadeariam em um processo de crise de hegemonia,
principalmente, após a ascensão do regime republicano.
248
O que nos leva ter que
analisar os conflitos entre as velhas frações ligadas aos latifúndios escravistas e a
agroexportação, com os novos grupos em ascensão ligados as atividades comerciais e
urbanas. Informamos que a economia baiana a partir da segunda metade do século XIX
beirava à estagnação e em uma assistida decadência. Para justificar este processo,
convém destacarmos alguns fatores: a queda das exportações do principal produto da
244
Destacamos que essa mudança estrutural não nega a existência de conflitos intra-classes como os
debates parlamentares atestam durante a construção de políticas locais como a reivindicação por
políticas protecionistas na Bahia liderado pela Associação Comercial da Bahia - ou como a política de
valorização do café em São Paulo. Contudo, o que sugerimos neste estudo é defender a presença da
EPBA como representante do projeto das frações urbanas em ascensão na capital baiana, em aliança com
os velhos grupos ligados a agroexportação, que vai para além da conhecida ―política dos governadores‖, o
pacto político de Campos Sales. Entretanto, entendemos que é por esta aliança que se estabelece frente a
questões materiais, de manutenção de uma política pública alicerçada no projeto de modernização da
sociedade baiana, materializado por outros projetos de modernização Rio de Janeiro e São Paulo
principalmente - das cidades brasileiras. Portanto, o pano de fundo vai para a ideologia de preparar o
Brasil para a inserção e consolidação ao ―grande capital‖.
245
Salvador teve a sua linha de bondes eletrificada em 1897, sendo a segunda cidade brasileira a se inserir
nesta modernidade. Cf: SAMPAIO, Consuelo. 50 anos de urbanização: Salvador da Bahia no século XIX.
Rio de Janeiro: Versal, 2005, SAES, Alexandre Macchione, Op.Cit.
246
Idem, pp. 23-24.
247
Idem.
248
Cf: Capítulo II deste estudo.
127
pauta da Província, o açúcar, muito pela concorrência internacional e por práticas
rudimentares na produção; soma-se ainda o empobrecimento relativo da região frente às
províncias do centro-sul; e os efeitos da extinção do tráfico negreiro em 1850.
Desencadeando um processo de redirecionando do capital antes investido no comércio
de escravos, para novas atividades comerciais.
249
Por essas mudanças nas atividades
econômicas, ainda assim, a Bahia conseguiu ensaiar uma importante fase de introdução
de inovações e formação de companhias de caráter urbano-industrial.
250
Diante desta nova realidade, uma necessidade de redistribuição do capital na
Bahia, o que acabou por fortalecer ainda mais as frações de classe ligadas às atividades
―agromercantis‖, levando esses agentes a conquistar espaços de poder e
representatividade na sociedade civil e sociedade política, como um todo e,
consequentemente, nas instâncias financeiras.
251
Para traduzir essa nova realidade
Gabriel Kraychete Sobrinho nos diz:
(...) numa época de baixos preços e com a concorrência do açúcar de
beterraba, vieram para as mãos de grandes negociantes estabelecidos
em Salvador, sobretudo José de Cerqueira Leite, principal importador
de escravos, e Antonio Pedroso de Albuquerque, grande fornecedor e
‗banqueiro‘ dos senhores de engenho e também mercador de
escravos‖.
252
Portanto, os ex-traficantes, além de papel protagonista no comércio, ainda
vinham assumindo importante papel ora de credores dos fazendeiros decadentes, ora de
exportadores dos produtos locais.
253
E desse capital então acumulado com o tráfico,
durante algumas décadas, é que surgiram os recursos para novos investimentos que
também tinha auxílio em alguns casos de capital estrangeiro.
254
249
Com a entrada da Bahia no regime republicano, era pauta dos grandes comerciantes a prática do
―alto comércio‖. Prática comercial ligas a importação e exportação de variados produtos, via de regra,
manufaturados locais. Cf: SANTOS, 1989. Op. Cit.
250
Dentre essas atividades industriais desenvolvidas destacamos algumas fábricas ligadas à cultura
fumageira e fabricação de tecidos em diversas regiões de Salvador. Cf: MATTOSO, Kátia M. de Queirós.
Bahia: a cidade do Salvador e seu mercado no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1978.
251
Lembramos que parte desta nova ―fração de classe‖ era composta por ―ex-traficantes de escravos‖, que
a partir da proibição do tráfico negreiro passaram a reinvestir seus capitais acumulados em outras
atividades econômicas. Cf: MATTOSO, Op.Cit.
252
KRAYCHETE SOBRINHO, Gabriel. O capital agro-mercantil e a indústria na Bahia: do primeiro
surto industrial à crise de 1930. Salvador: dissertação de mestrado UFBA, 1988, p.27.
253
MATTOSO, 1978, Op. Cit.
254
Um caso peculiar de investimento de capital, tanto baiano e estrangeiro e público, diz respeito à
reforma e abertura da companhia Docas da Bahia reinaugurada em 1906, sendo gerida por meio de
128
Assim, os limites da agricultura no Recôncavo, como a falta de investimento, a
carência de novas tecnologias, e uma prática rudimentar no lidar com o solo, e até
mesmo a concorrência com outros produtores e outras culturas, fez com que os velhos
latifundiários tivessem que recorrer cada vez mais aos comerciantes de Salvador para
empréstimos. Em meio a está situação, um grupo seleto de grandes proprietários, com
ligações estreita junto ao Imperador D. Pedro II, investiu-se na estratégia de se criar o
Imperial Instituto Baiano de Agricultura IIBA, com o fim de gerenciar e organizar um
centro de ensino para formação de mão de obra qualificada.
255
Na carteira de sócios do
Instituto, se encontrava os mais importantes ―fazendeiros
256
da Região do Recôncavo,
inclusive alguns ligados ao grande comércio. No entanto, entendemos que a criação do
Instituto (IIBA, 1859) e de sua escola (EAB,1877) tinha como tática reformar , criar e
reproduzir espaços privilegiados para que esse conjunto de agentes se constituíssem, se
organizassem organicamente em prol da reafirmação de seu projeto ideológico, que
as tradicionais frações se encontravam em acentuada decadência.
Em contrapartida, com a expansão e complexificação da sociedade civil
brasileira ao final do Império, alguns grupos não conseguem desenvolver e discernir
seus projetos principalmente as frações tradicionais -, seja pela perda de organicidade,
empresários locais e com apoio de capital inglês. Sobrinho, 1988 Op. Cit., Silva, 1989 Op. Cit., Saes,
2010 Op. Cit.
255
TOURINHO, Op.Cit.
256
Livro da Inscrição dos sócios que compõem o Imperial Instituto Baiano, alguns nomes destacam-se
como Ignácio Borges de Barros, neto de Domingos Borges de Barros e filho de Alexandre Borges de
Barros, Luis Paulo de Araújo Bastos, Sancho Bittencourt de Berenguer César ou Antonio Calmon du Pin
e Almeida; famílias tradicionais da sociedade colonial baiana com os Muniz Barreto de Aragão com
Egas, Pedro e Salvador (Barão de Paraguaçu); os Rocha Pita e Argolo com Antonio e Francisco Antonio,
conde e Barão de Passé, respectivamente; com cinco membros a família Teive e Argolo com José, José
Joaquim, Manoel, Miguel e Miguel JoMaria (Barão de Paramirim); da parte dos Viana Bandeira
Custódio Pereira, bem como Francisco Ferreira e Pedro Ferreira; os Araújo Góis, representados pelo
Barão de Camaçari (Antonio Calmon de Araújo Góis), assim como por Joaquim Gomes e pelos
magistrados Francisco Marques e Inocêncio Marques; os Gonçalves Martins com Francisco Gonçalves
Martins, Barão de São Lourenço e seu filho Dionísio; os Pereira Marinho, todos negociantes nobilitados,
com o patriarca Joaquim Pereira Marinho (Visconde de Pereira Marinho) e seus filhos Antonio (Barão de
Pereira Marinho) e Joaquim Elísio (Barão de Guaí). Os Costa Pinto tiveram quatro membros com
passagem pelo IIBA (Antonio da Costa Pinto - Visconde de Sergimirim, Antonio da Costa Pinto Jr.
visconde de Oliveira, Manuel Lopes - Visconde de Aramaré, e José Costa Pinto). Os Tostas também
associaram quatro dos seus membros Carolino, Jerônimo, Umbelino e Francisco, Barão de Nagé
preciso mencionar a participação na diretoria de Joaquim Ignacio Tosta, filho de Francisco na fase final
do IIBA e que não consta na lista, mas nas atas das reuniões da Diretoria). Antonio de Araújo de Aragão
Bulcão, Barão de S. Francisco e presidente do IIBA por quase um quarto de século, foi a culminância
da presença dos Bulcão com José de Araújo de Aragão Bulcão (1º Barão de S. Francisco), Joaquim
Ignácio (Barão de Matoim, também presidente do IIBA por cinco anos), de Baltazar e de Joaquim Ignacio
de Siqueira Bulcão. Ainda contando com a família Maurício Wanderley, chefiada pelo Barão de
Cotegipe. Para saber mais ver: Araújo, Nilton de Almeida. PIONEIRISMO E HEGEMONIA: a construção
da agronomia como campo científico na Bahia (1832-1911). Tese de Doutorado. UFF: Niterói, 2010.
129
causados em parte, pela decadência econômica, que consequentemente desencadeia
perda de representatividade na sociedade política. Mesmo com a criação do IIBA e sua
escola, rios agentes ligados ao comércio foram, aos poucos, encampar as listas de
associados e se tornarem seus principais contribuintes, mesmo que os grandes
fazendeiros ainda ditassem as regras.
257
Só a presença de comerciantes nos quadros do IIBA já fornece indícios de
conflitos intra-classes, pois estamos falando de frações de classes de interesses distintos.
Neste sentido, temos um grupo representando as velhas estruturas, principalmente, no
que diz respeito a lutar para manter o tradicional modelo latifundiário escravista; e outro
grupo composto por uma nova fração em expansão, reproduzindo a nova ordem
capitalista, preocupado em criar uma cultura de consumo, sintonizado ao cotidiano
urbano. Os intelectuais orgânicos ligados às frações agrárias hegemônicas deste período,
no decorrer do exercício da direção política, perceberam a necessidade de enfatizar o
bom planejamento de suas formulações e ações. Sendo assim, esses grupos deram a
solda necessária para que os interesses de uns se conjugassem aos interesses dos outros
direcionava o projeto político e ideológico traçando assim uma tentativa de
reconfiguração social na sociedade baiana. A aliança orgânica dessas frações possuía
um papel importante na manutenção e expansão dos seus interesses econômicos pela
própria condução dos negócios políticos e administrativos na Província e no próprio
Estado Imperial.
258
Nesse decurso, a criação e administração de agências privadas da classe
dominante no caso o IIBA - e seus projetos misturava-se aos interesses das agências
públicas. Contudo, o interesse na ―modernização‖ da Província estava intimamente
relacionado aos interesses dessas frações - principalmente as frações ligadas as
atividades urbanas - que, por sua vez, fortalecia o poder da administração provincial.
Logo, atuar conjuntamente faz com que as atividades desses agentes referendassem essa
ideologia ―civilizatória‖ e de ―progresso‖, baseada na edificação de um Estado
―moderno‖ nos moldes do novo capitalismo internacional.
259
Assim, como apontamos
257
Cf: Tourinho, 1981, capítulo II.
258
Dentro da historiografia há consenso em se caracterizar a classe dominante nesse período, é certo que a
hegemonia pertencia às frações proprietárias de terras e de escravos, mais especificamente da região do
recôncavo, que se fizeram em comunhão com o aparato estatal.
259
Apontamos que esse processo conjunto entre agencias privadas e administração estatal, será de fato
efetivado na Bahia após 1912, quando JJ. Seabra consegue o consenso dentro das instâncias sociais
baianas. Neste ínterim Seabra a EPBA como um de seus principais aliados.
130
em seções anteriores, a construção e a configuração do ―modernizarpara o ―progresso‖
pelos dirigentes provinciais aprofundavam-se nesse momento.
Para Nilton Araújo, na medida em que essa mesma fração de classe dominante
buscou promover, controlar os caminhos da sociedade civil, via instituto, a difusão de
conhecimentos científicos agronômicos por sua escola EAB, 1977 -, emergiu em
outro processo: a apreensão da institucionalização de um movimento científico com o
fim de alcançar um processo de construção de hegemonia na Bahia.
260
Entendemos, no entanto, que Araújo ao analisar e concluir que essas frações
conseguem, por meio de um ―campo científico‖
261
agronômico , via instituto e sua
escola, cooptar e encampar o aparato administrativo estatal baiano, é no mínimo
simplificar todo processo da dinâmica social em curso. que neste momento a
sociedade civil se encontra em um estágio bem complexo se comparado com o período
precedente, o que nos leva a pensar em outras considerações pontuais: primeiro;
entender quais são os meios de ação da sociedade política e seus mecanismos, e como
são tomada as decisão; segundo; qual é a relação entre poder local e poder central;
terceiro, a partir de quando e como as decisões se formam e como chegam ao destino; e,
quarto, como tais decisões são recebidas. Ainda assim, para todas essas reflexões, temos
que levar em conta as peculiaridades locais.
Portanto, entender as frações conservadoras em aliança com os grandes
comerciantes e ex-traficantes de escravos, engajados em uma proposta de ensino
agrícola, proporcionando debates de idéias discernido na produção científica do período,
para assim cooptar grupos privados na busca de impor seus projetos na formulação de
políticas estatais, tendo em vista a conquista de hegemonia, é no mínimo simplificar
toda estrutura de uma dada sociedade. Compreendemos que conquistar representação no
―campo científico‖ por meio de agentes intelectuais, não foi uma ação suficiente para
dar conta de uma mudança tão complexa, como é de um grupo social sobrepor a outro
conquistando à hegemonia. Em nossa opinião, a conquista de um dado ―campo
científico‖ num processo de correlação de forças intra-classe seria uma das etapas e não
a única. Pensando nas ponderações teórico-metodológicas gramscianas de ―Estado
ampliado‖, ou seja, Estado como relação social, fruto de conflitos entre sujeitos
coletivos, organizados a partir da sociedade civil, nos remete a pensar de como é
sinuoso e complexo um projeto de construção hegemônica. Mesmo essas frações
260
ARAÚJO, Nilton de Almeida, 2010, Op. Cit.
261
BOURDIEU, 2004, Op. Cit.
131
conseguindo um pouco de organicidade por meio de um ―campo científico‖, não foram
capazes de impor seus projetos, conquistar consenso e instituir sua hegemonia no estado
baiano. É perceber que o IIBA e sua escola, após o início do regime republicano,
viram seus interesses serem suprimidos e superados. O IIBA foi suprimido e a EAB foi
renomeado como Instituto Agrícola da Bahia IBA em 1905, transformando-se em
escola médio-prática, agora sob a tutela do governo estadual, sob a gerência da
Secretária de Agricultura da Bahia SEAGRIBA.
262
Ainda que transformada em escola
técnica, a instituição por pressão de agentes ligados a sociedade civil e sociedade
política, já em sintonia com outros projetos, fecha suas portas em 1910.
2 - Escola Polytechnica da Bahia: um projeto “contra-hegemônico”
Após termos tratado da configuração do cenário econômico-social na Bahia nas
últimas décadas do regime imperial, dedicar-nos-emos, a partir de agora, ao
desenvolvimento experimentado nas décadas iniciais da Primeira República.
Advertimos, no entanto, que não estamos deixando de enfatizar o processo de crise
hegemônica que já se vislumbrava nos últimos anos do Império, mas apenas fornecendo
mais referências que possam ser empregadas para uma melhor compreensão da
dinâmica em funcionamento
A primeira questão que temos tentado destacar por todo nosso presente estudo é
os conceitos de noção de Estado ampliado, ―que envolve a correlação dialética entre
sociedade civil e sociedade política, toma como perspectiva de estudo as ações de
frações de classe construídas através da sociedade civil‖.
263
Entretanto, ao optarmos por
perfazer nossas reflexões por este viés teórico-metodológico, buscamos identificar como
determinadas divisões e setores de uma dada sociedade, que não alçaram
representatividade na sociedade política, chegaram a influenciar na tomada de decisões
governamentais. Evidentemente, estamos preocupados em demonstrar de que maneira
262
Informamos que apesar da EAB ter sido administrada pelo IIBA até os primeiros anos da República, a
instituição praticamente sobreviveu sob subsídios públicos, que os sócios do IIBA, não contribuíam
continuamente com as mensalidades do Instituto. O que justifica as constantes subvenções para a EAB.
Existiam também, as relações de proximidade dos dirigentes do Instituto com o governo central,
facilitando em alguns momentos as verbas oficiais. Após a entrada do Regime Republica o estado
oficializa a estatização da escola, e remodela o seu ensino para formação técnica.
263
MARINHO, 2008, op. Cit. p. 21.
132
como essas mesmas pressões de grupos dominados repercutiam na sociedade política
baiana.
Nossa intenção, ao fazermos uso deste método, é tentar delimitar com maior
precisão na busca de realizar uma investigação que pusesse fim ao vácuo que o
pesquisador embrenha-se na tarefa de se distanciar tanto da perspectiva que traduz o
Estado como ―sujeito‖, e também a visão que o coloca como ―objeto‖. Por fim,
entendemos que nenhuma das duas visões traduz a tarefa complexa de se analisar o
Estado como uma relação social. Ou seja, parafraseando Sônia Mendonça e Pedro
Marinho, não existe a possibilidade de edificação de um Estado que possa ser visto
como “poder absoluto” de decisões, e também pairar com superioridade absoluta aos
conflitos em todas as esferas da sociedade.
264
Dito isto, compreendemos que um determinado bloco no poder tem que optar,
em algum momento, pela negociação, com outros agentes e agências, o que evidência a
existência do que podemos chamar: ferramenta de legitimação das decisões.
265
Ao
aprofundar o estudo do processo de representatividade política, porque não dizer,
ideológica, nos conduz a saídas para outros questionamentos: qual a tática de quando e
como, e os artifícios para se gerar e manter as representações de cunho político; e quais
seriam os procedimentos que o levam e se garantir a adesão. Percebemos que o fio
condutor para revelar nossas ponderações está na capacidade de uma dada fração de
classe se fazer construir e representar como classe e se impor como posição de classe,
tornando-a assim representativa da sociedade em sentido ampliando.
Sendo assim, retomamos ao ponto inicial do nosso estudo que se relaciona
diretamente com a EPBA e a Bahia Republicana. Ao investigar quem são os
participantes das relações sociais na sociedade baiana neste momento histórico,
buscamos compreender os grupos que ocupam e orientam as ações do Estado, quais os
conflitos entre interesses de grupos distintos, quem se ampara na fração hegemônica e
264
MENDONÇA, 1998, Op. Cit.
265
Quando uma determinada fração de classe dominante não consegue de alguma maneira se articular
para suprimir diferentes grupos que almejam alcançar hegemonia, optam por uma estratégia de cooptação
e/ou negociação com outros projetos de visão de mundo, como seus, onde esses projetos são pertencentes
em parte ao próprio bloco no poder, e as outras frações que pressionam para alcançar representatividade.
No entanto, a estratégia exercida pelo grupo dominante, que neste momento pode se encontrar em uma
situação economicamente menos vantajosa, mas, ainda detém, portanto, lastro para se manterem
organicamente nos aparelhos representativos. Em alguns casos o grupo que representa o ―bloco no poder‖
não consegue manter no controle dos aparelhos representativos, passando assim o grupo concorrente a
ditar as regras do jogo. Essa dinâmica de se negociar para não se enfraquecer nas instâncias do poder do
Estado é o que chamamos de ferramenta de legitimação de decisões.
133
quem se encontra em divergência junto a ela. Em suma, intentaremos apontar quem está
inscrevendo seus projetos no núcleo do poder e quem está fora junto às correlações de
forças intra-classes. Entendemos que para se chegar a esse processo necessitamos de
uma verificação bastante detalhada sobre a complexa dinâmica que, sumariamente,
viemos a apresentar nestes últimos parágrafos.
Após nossas indagações, prudentemente estamos conscientes que ainda assim
não daremos conta de toda estrutura social e das correlações de forças intra-classes do
período estudado, havendo, portanto, a necessidade de dar continuidade e
aprofundamento do estudo em questão. Mas, nossos levantamentos e apontamentos
partem de uma premissa que compreendemos ser segura, dentro das nossas opções
teórico-metodológicas. Nosso objeto de estudo, a Escola Politécnica da Bahia, nos leva
a um estudo de caso, aqui uma instituição que ascendeu dentro de um novo projeto
ideológico. Em outras palavras, estamos diante de um projeto ―contra-hegemônico‖ que,
meio da ação de seus agentes e as frações principalmente as médio-urbanas - ligadas a
ela, de seus intelectuais, passaram a dominar e organizar os espaços na sociedade civil e
a partir daí, dar os limites para então ocupar as agências oficiais do estado baiano.
Informamos que esses grupos presentes, dentro de um processo de crise de hegemonia,
atuavam gradativamente e consolidaram sua ascensão na passagem do século XIX para
XX. O ciclo deste processo se conclui em meados de 1912, quando a partir deste
momento histórico, ocorre à implantação de fato do projeto ideológico difundido pela
instituição formadora de engenheiros e seus intelectuais dirigentes, projeto este que vai
nortear os rumos da Bahia durante algumas décadas.
O que nos possibilitou analisar e investigar os novos grupos profissionais, os
comerciantes sintonizados aos novos projetos urbanos e também os tradicionais
proprietários, agora na posição de ter que negociar ou mesmo aderir ao novo status quo
em ascendência; foi à organicidade de seus interesses mediante os seus aparelhos
privados de hegemonia. Entretanto, a pressão por sua inscrição frente a determinados
organismos do poder, possibilitou a abertura de um caminho variante e significativo nas
correlações de forças meio a ascensão de um novo grupo - médio-urbanos - que
encontra na EPBA meio de se reproduzir e ocupar estrategicamente posições de
destaque num momento de crise hegemônica.
Mediante a essa convergência de interesses, foi criado, em 1897, por meio do
intelectual orgânico Arlindo Coelho Fragoso, a primeira escola oficial de engenheiros
da Bahia EPBA. A escola foi criada pelo Instituto Politécnico da Bahia - IPBA,
134
agência no qual administrava e mantinha a escola de engenheiros dos baianos. No
entanto, nascido da iniciativa de agentes particulares amalgamados junto à sociedade
civil, com intuito de articular engenheiros, comerciantes sintonizados a nova ordem do
capital e até mesmo velhos proprietários aderentes de ultima hora, marcando, naquele
contexto, um momento de inflexão particular: dar força na tentativa de levar a Bahia à
nova ordem capitalista, ou seja, preparar principalmente a capital baiana para o projeto
modernizador e então, dar passagem ao ―grande capital‖.
266
Os fatores que desencadearam a criação da EPBA se iniciam após a saída do ex-
professor catedrático de Mecânica Aplicada da EAB, Arlindo Coelho Fragoso.
Mas perguntamos: Quem é Arlindo Coelho Fragoso? Ao fazermos o levantamento de
suas ações junto à sociedade civil e sociedade política, chegamos à conclusão que se
trata de uns dos intelectuais mais influentes da Primeira República na Bahia. Sua ação e
atuação junto aos agentes sociais se faziam de forma habilidosa e diplomática. Arlindo
transitava com facilidade por vários núcleos sociais, e gradativamente foi adquirindo um
respeitável ―capital político, durante toda sua trajetória no núcleo da sociedade civil
baiana e também por sua vida pública. Arlindo Fragoso vem de família tradicional de
médios proprietários da região do Recôncavo baiano na cidade de Santo Amaro.
Nascido em 30/10/1865, formou-se em engenharia civil pela Escola Politécnica
do Rio de Janeiro EPRJ em 1885. Ao se graduar retorna a Bahia e inicia sua vida
acadêmica ao ingressar como catedrático da Escola Agrícola da Bahia, onde defendeu a
tese Estudo sobre analyse cinemática‖.
267
Sua vida política se iniciou ao assumir a
intendência - prefeitura de sua cidade natal Santo Amaro em 1892. Logo em seguida é
convidado pelo governador Rodrigues Lima (1892- 1896) para organizar e remodelar
nos parâmetros republicanos a Secretária da Agricultura da Bahia SEAGRIBA e
assumir o cargo de secretário. No governo seguinte do Conselheiro Luiz Viana (1896-
1900), continuou como um dos organizadores da mesma pasta, agora como Diretor,
quando organizou e liderou um grupo de engenheiros e fundou o IPBA e logo em
seguida a EPBA, dos quais ocupou a primeira presidência (1896-1899) e a primeira
diretoria (1897-1907), além de primeiro catedrático de mecânica aplicada (1897-1926).
Após a administração de Luiz Viana, Arlindo se dedicou a dar organicidade a
EPBA, para tanto, convidou seu contemporâneo e colega de graduação na escola do Rio
de Janeiro, Miguel Calmon Du Pin e Almeida, para ocupar a cadeira de cálculo e
266
Cf: Saes, 2010, Op. Cit.
267
DIAS, 2002, op. Cit.
135
geometria analítica. A proximidade de Fragoso com o Calmon lhe redeu bons frutos
políticos, seja de cunho pessoal, que anos mais tarde se concretiza, posto que, em 1907,
Calmon ao assumir a pasta do Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas convida
Arlindo para lhe auxiliar nos ofícios políticos e administrativos da pasta. Já para a
EPBA a presença de Calmon no quadro docente poderia se traduzir em ganho político
para a instituição, que Miguel Calmon ocupava a pasta da SEAGRIBA. No entanto,
para a escola esse possível capital política não de concretizou em benesses, pelo
contrário, os anos da administração de Severino Vieira (1901 1904) foram os mais
difíceis para a instituição de Fragoso, tanto que se cogitou até o fechamento da escola
por corte de subvenções pelo chefe do executivo estadual. Situação criada pelo fato de
Arlindo ser partidário do agora ex-governado Luiz Viana, um velho representante das
tradicionais frações latifundiárias, mas um agente em sintonia com os novos tempos, o
que podemos afirmar de um perfil mais progressista. Entretanto, Arlindo como hábil
homem no trato com a política sabia dos possíveis ganhos e perdas dentro de uma arena
de correlações de forças intra-classe e posteriormente suas consequências política, ainda
mais no curso de um processo de crise hegemônica.
Os anos difíceis do governo Severino, levaram Fragoso a se dedicar
exclusivamente a escola, dando organicidade e consenso, e difundindo seu discurso
principalmente junto ao corpo discente
268
. Arlindo tinha a instituição como uma
plataforma política e ideológica, e o suposto eventual fechamento da instituição poderia
causar talvez a supressão dos ideais de seu grupo social. Passados os tempos difíceis, no
período seguinte, seus esforços renderiam grandes frutos.
Cremos que o projeto de Arlindo em criar uma instituição de ensino formadora
de engenheiros parte desde seus anos na EAB, quando ainda era catedrático da escola
imperial formadora de agrônomos. Logo a partir de 1893, o catedrático iniciou uma
série de artigos criticando a estrutura da escola e sua localização geográfica.
269
Os
artigos escritos pelo professor Fragoso traduzem a sua sintonia com a nova ordem do
capital e transita em um discurso nem de aclamação da instituição, e nem de
condenação generalizada. O que Arlindo pregava era a modernização do modelo,
principalmente, no sentido de torná-la prática em detrimento de uma linha mais teórica.
268
No capítulo II deste estudo dissertamos sobre o episódio onde o Prof. Arlindo Fragoso após a
suspensão das subvenções oficiais do governo estadual, passou a ministrar 9 cadeiras do curso de
engenharia. Cf: capítulo II, p. 60
269
Cf: Capítulo II deste estudo.
136
Arlindo também defendeu a transferência da instituição para Salvador e a sua
estatização pelo governo estadual. Assim diz Fragoso:
(...) a Escola Agrícola da Bahia, por sua creação e
manutenção, é obra dos poderes públicos do paiz, e o da
iniciativa particular de alguns de seus filhos. Invertidos os papeis,
tal o facto, o governo creou, manteve e está mantendo a Escola
Agrícola da Bahia; e o Instituto, que perante o derradeiro Imperador
copromettera seus esforços de toda a ordem ao sucesso do nobre
emprehendimento, se limitou, por uma minoria de dedicados a quem a
sorte reservou todas as amarguras do desalento, ante as dificuldades
com que, perennemente, sitiou-a a maioria dos indiferentes, a auxiliar
a acção do poder publico, administrando, antes que custeiando, nas
phases todas de sua existência, a bella instituição.
270
(grifos nossos)
Inaugurados em 1876 os trabalhos da Escola Agrícola, já em 1879,
três annos depois, contra a sua situação em S. Bento das Lages (...) a
sentença condenaria: Não foi acertada a escolha, feita em 1863,
pela directoria e conselho fiscal, do engenho das Lages, propriedade
dos religiosos beneditinos, para a situação do instituto, visto que além
de distante d‟esta capital, se acha em logar isolado e nas condições
de só se visitado por quem positivamente ali vae.
271
(grifos nossos)
Ainda,
Ignorancia, intuição ou ardil, não o sabemos bem, a celebre e
incansável minoria dos reactores tem insinuado à opinião ser uma
lembrança original, extravagante, disparatada, a que, acudindo à
provada necessidade da remoção da Escola Agrícola, de S. Bento das
Lages, indica, para transferência d‟ella, um dos surburbios d‟esta
capital.
272
(grifos nossos)
Os fragmentos de textos selecionados traduzem uma verdadeira estampa do
cotidiano do estabelecimento de ensino e a situação de penúria da escola. Logo, Arlindo
já percebendo a perda de capital político das tradicionais frações de controlavam a EAB,
e enxergando a possível instalação de um processo de crise ideológica, pós Antigo
Regime, passou a criticar os velhos agentes diretamente, e os identifica como temerosos
reacionários as mudança de status quo, como segue:
270
FRAGOSO, Op. Cit. pp. 125-126.
271
Idem, p. 53.
272
Idem, p.67.
137
A mudança, em que pese ao desespero reaccionario dos cabalistas
do statu quo, cujos zelos rançosos de caturras se alarmam em
espumeas iras, ameaçadoras e ridículas, sempre que a opinião
independente se lembra de aventurar, em publico, a perigosa idéa, é,
precisamente, indisputavelmente, um dos complementos mais
indispensáveis, essencial, deve-se dize-lo, ao êxito da reforma que
comnosco pretendem, para a Escola Agrícola da Bahia, quantos,
patrioticamente, se interessam pelo seu alevantamento, pelo seu bom
nome e pelo seu futuro.
273
(grifos nossos)
Pelos textos de Fragoso, podemos afirmar que as tradicionais frações são
chamadas para o front intra-classe
274
, e que o professor de mecânica é representante de
um novo projeto de visão de mundo, que já vem sendo percebido pelo Estado brasileiro:
o projeto de ―modernizar‖ e ―civilizar para o grande capital. Fragoso também criticava
a formação de agrônomos na escola imperial, argumento que seu ensino era limitado e
desnecessário, carecendo, portanto, de uma reforma;
Não ha que contestar: conservado ou não o ensino superior, o ensino
agronômico theorico da Escola Agrícola precisa ter orientação nova.
Reorganisado e aperfeiçoado, si aos dos expedientes escapar incolume
a organização dada áquella escola de instituto superior de agricultura.
Substituido e limitado, mas em todo o caso bem ordenado, si
prevalecer a Idea por muitos sustentada, que sem maiores attritos pode
co-existir com a que antes enumeramos, de preparar somente a
Escola peritos agrícolas, e não agrônomos.
275
(grifos nosso)
Fica, contudo, evidente a intenção de Arlindo em reformar a EAB, para um
ensino prático, ou seja, formar técnicos no ofício com a terra e, ao mesmo tempo
enfraquecer a instituição como formadora e reprodutora das frações conservadoras,
que o público alvo da EAB era graduar os filhos dos tradicionais latifundiários. A opção
pela a agronomia seria uma estratégia de obter o tulo de doutor e ao mesmo tempo se
manter no bloco do poder, ditando as regras do jogo. A mudança da EAB para uma
escola prática viria carregada de um enfraquecimento de seu capital simbólico, vendo
que a formação em prático agrícola não daria o status necessário para uma manutenção
de organicidade no interior da sociedade civil, e também a consequente perda de
273
Idem, pp. 51-52.
274
Lembramos que Arlindo vem de família média proprietária da região do recôncavo, mas, seus
discursos vão de encontro as pretensões das frações médias urbanas de Salvador de chegarem ao bloco
no poder do estado.
275
Idem, Ibdem, p. 25.
138
debilidade na sociedade política, ou seja, uma tendência a diminuição de
representatividade. E isso era tudo que as frações conservadoras temiam.
O esforço de Arlindo em enfraquecer a EAB não findou apenas com seus artigos
publicados no periódico Jornal de Notícias, quando ocupava o cargo de Diretor da
SEAGRIBA, o catedrático continuou delegando críticas a instituição, mas agora com
uma nova orientação: a junção da escola imperial com a recém criada EPBA. Como não
poderia ser diferente, instituição, no qual, o próprio Fragoso administrava. Assim
Arlindo escreveu no Boletim Oficial da SEAGRIBA:
Sucedendo agora, a retirada pelo Congresso Federal, em seu
orçamento para o ano de 1897, da subvenção dada ao Instituto
Bahiano de Agricultura, é urgente que o Estado, de acordo com a sua
Diretoria, promova a reforma da Escola Agrícola, preferindo fazer
a fusão dela com a Escola Politécnica da Bahia, onde o ensino da
agronomia vai instituir-se com preciso desenvolvimento.
Sem isso a Escola Agrícola correrá o risco de ter fechadas as suas
portas, desde que ao Congresso do Estado não é lícito aumentar a
subvenção liberalizada a uma instituição, que nenhuns resultados
produzido até agora, não sobrando ao Instituto Bahiano de Agricultura
recursos para mantê-la sem os auxílios que lhe dava o governo
federal.
276
(grifos nosso)
Portanto, fica evidente a estratégia de Fragoso em trazer para o controle do seu
grupo, esse precioso aparelho privado pertencente às frações tradicionais, mas a
solicitação não se concretizou por completo, apesar do poder que Fragoso e seus
partidários dispunham no período.
277
O que ocorreu foi à reforma e a transformação
da EAB em uma escola prática a partir de 1905, dentro de uma disputa intra-classe;
vitória para as frações que Arlindo representava.
Como destacamos em parágrafos anteriores Arlindo trás uma formação
intelectual adquirida na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Logo, o catedrático
vivenciou e adquiriu e interiorizou todo o conjunto de ideias advindas de novo projeto
de visão de mundo, ao retornar a Bahia, Fragoso traz para a prática certo estilo de agir e
pensar habitus. Logo, investido também de um dado capital cultural, o que lhe abre as
276
FRAGOSO, Arlindo Coelho, Boletim da SEAGRIBA, 1897, p.141, apud Araujo, Nilton de Almeida,
Op. Cit. p. 134.
277
A aprovação da possível transferência do Instituto Agrícola da Bahia para o controle da EPBA, não se
concretizou pela negativa dada pela Câmara Legislativa Estadual. Fato concretizado muito pelo
corporativismo ainda resistente dos grandes proprietários tradicionais, que ocupavam a maior parte das
cadeiras de Deputados.
139
portas para liderar, organizar e construir consenso para as frações de classe médio-
urbanas -com ambições de se tornar hegemônica.
Nesse ínterim, podemos considerar o catedrático Fragoso uma espécie de ―grande
intelectual
278
em sentido orgânico, que tem a capacidade de trazer aos seus
representados as questões conflitantes e divergentes lançadas por outros agentes de
frações de classes distintas e de importância em contextos peculiares. Segundo Gramsci
esse intelectual tem a sensibilidade de assinalar e perceber que a capacidade de construir
uma hegemonia e garanti-la, por uma determinada fração, no interior do bloco no
poderreunido a uma dada sociedade, se torna praticável mediante a precedente
capacidade de exercício e condição de mando e gerência.
279
Portanto, os intelectuais orgânicos devem ter a autonomia necessária para
contrariar os interesses econômicos imediatos das frações a que se encontram
vinculados para com isso se alcançar um propósito maior: ―chegar à capacidade de
torna-se orgânico e firmar sua representação. Nessa dinâmica, tanto para os intelectuais,
como em relação ao aparelho do Estado, percebe-se que, ao contrário de algumas
ponderações da historiografia percorrida, é possível pensarmos que, ao fim do século
XIX no Brasil e especificamente na Bahia momento em que frações de classes
distintas com reivindicação diversas exigiam ser ouvidas e a partir daí construir formas
para viabilizarem suas demandas as relações sociais demonstram uma maior
complexidade do que se tem estudado.
Dito isto, após as considerações gramscianas, podemos afirmar de Arlindo Fragoso
possuía o perfil do que o revolucionário italiano definiu como ―grande intelectual‖.
Aquele agente que é capaz de dar consistência teórica e dialética às novas concepções
morais e éticas que emergem das práticas dos novos grupos sociais, ao mesmo tempo
em que elaboram a sua organicidade e coerência lógica e prática, além de sistematizar a
ideologia ―instintiva‖ de um grupo social fundamental.
O grupo liderado por Arlindo traz intelectuais que compartilhavam uma mesma
visão de mundo, entretanto, ao conseguir reunir esses agentes com o objetivo de criar
278
Gramsci acredita na relativa autonomia dos intelectuais, e principalmente dos chamados “grandes
intelectuais”, com relação às classes fundamentais de que são orgânicos. GRAMSCI, 2006, Op.cit.
279
Segundo Gramsci, para a conquista de uma hegemonia presumi-se levar em consideração que ―os
interesses e as tendências dos grupos sobre os quais a hegemonia será exercida; que se forme certo
equilíbrio de compromisso, isto é, que o grupo dirigente faça sacrifícios de ordem econômico-corporativa.
Mas também é indubitável que os sacrifícios e o compromisso não se relacionam com o essencial, pois se
a hegemonia é ético-política também é econômica; não pode deixar de se fundamentar na função decisiva
que o grupo dirigente exerce no núcleo decisivo da atividade econômica.‖ GRAMSCI, 2006, Op. Cit.
p.41.
140
uma instituição de ensino para formação de engenheiros, é natural que esta mesma
instituição também passe a reproduzir as frações nelas vinculadas. Então, em 1896 com
o apoio incondicional do governador Luiz Viana e da SEAGRIBA, agência na qual
Fragoso ocupava o cargo de Diretor, é criado o Instituto Politécnico da Bahia, agência
vinculada junto à sociedade civil que um ano após institui tornar-se-á a Escola
Politécnica da Bahia. Uma escola que foi ocupada pelas frações médio-urbanas ao
longo de suas primeiras décadas, como mostramos no nosso capítulo precedente deste
estudo. Então perguntamos: O que dizem as diretrizes que nortearam as práticas da
EPBA? Qual era o seu projeto de visão de mundo? Ao analisarmos o estatuto do
IPBA
280
percebemos que a criação e a manutenção da EPBA não se constituíram apenas
na primeira das finalidades do IPBA, como está bem expresso no primeiro capítulo do
seu estatuto,
1º. Crear e manter com os seus recursos e auxílios que possa conseguir
dos poderes públicos, sob o nome de Escola Polytechnica da Bahia,
uma escola de engenharia, theorica e pratica, que formará
agrimensores e engenheiros civis, admittindo, posteriormente, cursos
especiaes de engenharia industrial, mecânica, de minas e
agronomica.
281
A escola, no entanto, concretizou as engenharias - civil e agrimensura - como as
suas principais atribuições. Mas observamos que o documento aponta para uma escola
bem mais ampla e com atividades diversificadas. Não é surpreendente o projeto de
criação de um curso de agronomia, talvez pela expectativa da transferência e junção
com a EAB, o que acabou não ocorrendo. Nota-se a ênfase em cursos ligados a grandes
obras, além da engenharia civil e agrimensura, cursos tradicionais, temos a proposta
de criação dos cursos de engenharias industrial, mecânica e minas. Como podemos
perceber, encontramos uma tendência de formar profissionais qualificados para atuar
em grandes empreendimentos, ou seja, profissionais para alavancar a Bahia para a
modernização. Como os agentes imbuídos da missão de criar e organizar a escola
gozavam de razoável prestígio na sociedade civil, além de contarem com representação
280
Informamos que analisamos o estatuto do IPBA para identificar as práticas que nortearam a EPBA,
que não conseguimos identificar o estatuto da própria escola, mas cremos que o estatuto encontrado é
uma fonte que pode ser interpretada sem causar distorção nas interpretações.
281
Sobre uma analise mais aprofundada sobre o ―Instituto e seus fins‖, que consideramos também como
da Escola, veremos em um tópico mais adiante. Estatuto do Instituto Polytechnico da Bahia. Imprensa
Official do Estado, Bahia, 1917, p.5.
141
e apoio da sociedade política, o que lhes garantia a participação constante do poder
estatal na manutenção da escola. Contudo, a presente frase “crear e manter com os seus
recursos e auxílios que possa conseguir dos poderes públicos
282
, não nos deixa dúvida
que os grupos vinculados a escola já se faziam representar. Lembramos que a cerimônia
de lançamento da escola ocorreu na sede da Secretária de Agricultura da Bahia -
SEAGRIBA, o que no interior de uma disputa intra-classe, um ato nestas condições
representa um ganho de ―capital político‖ considerável.
Arlindo e seus companheiros, idealizadores e fundadores do IPBA e EPBA,
apresentaram em seu estatuto outras finalidades mais amplas, ambiciosas, e claro por se
tratar de uma escola voltada para um projeto ideológico, as frações vinculados a esse
ideário, que nos diz:
2º. Discutir e elucidar todas as questões que, directa ou
indirectamente, possam interessar à engenharia e á industria, bem
como ás artes e sciencias que lhes dizem respeito, estabelecendo para
este fim debates, conferencias e uma Revista technica, em que
largamente se instituirá o exame de seus respectivos assumptos, sob as
garantias indeclináveis da mais absoluta resposabilidade moral por
parte das competências que a si tomarem o encargo de estudal-os e
esclarecel-os. (grifos nossos)
3º. Promover o progresso do Estado, estudando, em auxílio aos
particulares e ao Governo, as questões technicas mais importantes
de sua actualidade, propagando ao mesmo tempo, por todos os meios
de vulgarização, os principios, normas e praticas mais convenientes e
opportunos ao traçado e construcção de sua vias-ferreas,
melhoramento de seus portos e rios navegaveis, aperfeiçoamento
de suas construcções architectonicas, exploração racional de suas
minas, desenvolvimento de sua agricultura e industria, e
aproveitamento de suas variadas e opulentas riquezas naturaes,
bem como disseminando o conhecimento de todas as questões que
estão hoje resolvidas ou somente encaminhadas pela engenharia e pela
industria. (grifos nossos)
4o. Estimular a iniciativa particular para todos os
commettimentos do progresso, auxiliando-a em suas tentativas,
secundando-a em seus esforços e amparando-a em seus
desfallecimentos; assim como promover, por meio de exposições
no Estado e fóra delle, o conhecimento de seus recursos, em busca
de attrahir capitaes que os fecundem, abrindo ao futuro da Bahia
uma nova era de prospera felicidade e fortuna.
283
(grifos nossos)
282
Idem, Ibidem.
283
Idem, Ibidem.
142
Os artigos 1º, 2.º, 3º, e do estatuto do IPBA trazem nas entrelinhas dos seus
quatro artigos, as diretrizes nucleares sobre seus fins e a orientação no qual a sua
escola teria na prática. É interessante ter em vista que o estatuto do IPBA, pelo que
podemos perceber foi seguido de forma praticamente similar a sua congênere do Rio de
Janeiro. O primeiro destaque advém do seu papel no estabelecimento dos princípios,
meios, sistemas, métodos e processos da engenharia; todos em sintonia com a
modernidade. A segunda ponderação delega o seu papel de representar junto ao Estado
os meios de atender as demandas da classe burguesa dominante e auxiliar o grande
capital‖. A próxima orientação vem na viabilidade de prestação de serviços técnicos de
interesse do governo com levantamentos e pareceres - especialmente em questões
técnicas, estatísticas e possibilidades de investimento.
Destacamos também três questões relevantes que pontuam de maneira clara a
estratégia de como viabilizar seu projeto ideológico. São eles: a organização de debates,
conferências, trabalhos de divulgação sobre as engenharias e ciências; editoração de
uma revista técnica da instituição que “largamente se instituirá o exame de seus
respectivos assuntos, sob as garantias indeclináveis da mais absoluta responsabilidade
moral por parte das competências que a si tomarem o encargo de estudá-los e
esclare-los”
284
e finalizando; o incentivo e o convite explícito do IPBA as classes
burguesas a investir nos projetos para a modernização da Bahia com o apoio irrestrito da
classe engenheira via EPBA, ou seja, o amparo total da escola de engenharia e seus
agentes. Após nossas ponderações sobre os fragmentos citados do Estatuto do IPBA
285
,
podemos concluir que o projeto dos agentes vinculados a instituição, vem de encontro a
uma ideologia que engloba a modernização do estado Bahia, especificamente, sua
capital Salvador; alçando a partir daí a civilização moderna, para assim permitir a
entrada do ―grande capital‖.
Como colocamos em parágrafos anteriores, o caminho para se chegar à
representatividade suficiente para a mudança de mentalidade do aparelho estatal,
perpassam pela sociedade civil, e principalmente pela direção de um intelectual
orgânico. No caso peculiar do nosso estudo, identificamos o professor Fragoso como o
284
Idem, Op., Cit., p. 5.
285
Lembramos que ao longo da trajetória das instituições IPBA e EPBA -, ambas funcionaram como
um todo ―coerente‖ e ―orgânico‖, portanto, não havendo diferenças discrepantes entre as duas. Na leitura
das atas das duas instituições, praticamente não encontramos divergências entre as instituições, com rara
exceção.
143
―grande intelectual‖ deste processo, mas gostaríamos de distinguir os intelectuais de
tipo tradicionais que reconhecemos serem os agentes ligados a grande propriedade.
Diante da perspectiva gramsciana, existem diferenças entre dois tipos de intelectuais:
Os que consideramos intelectuais tradicionais estariam vinculados à determinada classe
tradicional as frações vinculadas aos latifúndios e o sistema econômico agro-
escravista e tendo como um de seus aparelhos privados a EAB ou seja, os grupos
sociais remanescentes de formação social precedente que não mais ocupam a direção
principal no novo momento histórico. Os conceituados de ―tradicionais‖, Gramsci
critica os seus idealismos para o qual os intelectuais, pela sua própria percepção da
realidade, consideravam-se um grupo à parte da classe social dominante:
Todo grupo social ―essencial‖, contudo, surgido na história a partir da
estrutura econômica anterior e como expressão do desenvolvimento
dessa estrutura econômica, encontrou pelo menos na história que se
desenrolou até nossos dias categorias intelectuais preexistentes, as
quais apareciam, aliás, como representantes de uma continuidade
histórica que não fora interrompida nem mesmo pelas mais
complicadas e radicais modificações das formas sociais e políticas.
286
Diferentemente os intelectuais orgânicos, se prendem às classes fundamentais de
uma formação social, que se pretende ocupar uma posição emergente:
Todo grupo social, nascendo no terreno originário de uma função
essencial no mundo da produção econômica, cria para si, ao mesmo
tempo e de modo orgânico, uma ou mais camadas de intelectuais que
lhe dão homogeneidade e consciência da própria função, não apenas
no campo econômico, mas também no social e no político (...)
287
Para Gramsci, o intelectual não obrigatoriamente necessita vir da mesma origem
social da classe fundamental que ele se faz representar, e sim pela posição de classe que
ele se coloca ou assume. Diante destas premissas, podemos então entender, o caso do
professor Arlindo Fragoso; um filho de médios proprietários da região tradicionalmente
conhecida pela economia escravista, ao se formar em engenharia civil, retorna a Bahia e
assume como porta-voz dos grupos médio-urbanos da capital baiana, dando início à
disputa por representação no ―bloco no poder‖. Dando prosseguimento a sua estratégia
de ocupação do aparato estatal, após, a criação da EPBA, Fragoso se alia a agentes de
vínculos de origem dos mais variados, neste momento havia a necessidade de conquista
286
GRAMSCI, 2006, Op Cit. p. 16.
287
Idem, p.15.
144
de ―capital político‖, tanto para a si próprio, quanto para a EPBA. É observarmos os
nomes que ocupam o quadro de docentes fundadores da escola. Nomes como o de
Frederico Ferreira Pontes, Miguel Calmon Du Pin e Almeida, Alexandre Freire Maia
Bittencourt, Antonio Ferrão Moniz de Aragão, Américo Furtado de Simas, Affonso
Glicério da Cunha Maciel, Aristides Galvão de Queiroz, Arthur de Sá Menezes,
Augusto Bittencourt de Carvalho Menezes, Augusto César Berenguer, Dionísio
Gonçalves Martins, dentre outros. Todos os nomes citados eram pertencentes a famílias
de grande importância na sociedade baiana e na sociedade do Império.
É interessante a presença de professores que atuavam em outros aparelhos
privados como Frederico Pontes, que era agente de prestígio na sociedade civil, sócio da
Sociedade Baiana de Agricultura SBA; instituição ligada aos grupos tradicionais,
membro do primeiro escalão do governo estadual, com ligações estreitas com Miguel
Calmon, tendo até lhe substituído em uma viagem de estudos e pesquisas no exterior.
288
os professores Augusto César Berenguer, Dionísio Gonçalves Martins, ocuparam a
diretoria de Obras Públicas do estado, ligadas a SEAGRIBA
289
além de sócios
fundadores do IPBA. Esses agentes também eram vinculados a famílias tradicionais
baianas. No caso de Gonçalves Martins, seu pai era Francisco Gonçalves Martins Barão
e Visconde de São Lourenço. Alexandre Freire Maia Bittencourt e Augusto Bittencourt
de Carvalho Menezes, eram membros de uma das famílias mais poderosas da Bahia, os
Bittencourt eram sócios da Associação Comercial da Bahia ACBA. Tinham suas
atividades econômicas diversificadas; das exportações a negócios bancários
investidores. Podemos dizer que os Bittencourt se adaptaram aos novos tempos.
Aristides Galvão de Queiroz é ex-docente da EAB, da cadeira de Agricultura, sócio
fundador do IPBA. No caso de Galvão de Queiroz, temos uma peculiaridade, o docente
foi um dos fundadores do Clube de Engenharia
290
no Rio de Janeiro e participante da
Sessão Solene de inauguração do Primeiro Congresso de Estradas de Ferro do Brasil.
291
Miguel Calmon Du Pin e Almeida, futuro Ministro da Agricultura (1922 1926), foi
um dos políticos mais influentes da Republica Velha. Os Calmon foram sem dúvida
uma das famílias mais poderosas do Império, sobrinho do Marquês de Abrantes, Miguel
também era um representante das velhas frações ligadas a terra, mas com um
pensamento liberal e progressista. Calmon era membro da SBA, Associação Comercial,
288
ARAÚJO, 2010, Op. Cit. p. 227.
289
Idem, p. 298.
290
MARINHO, 2008, Op. Cit. p.367.
291
Idem, 2010, Op. Cit. p.191.
145
além de operar negócios financeiros junto com seu irmão Francisco Góes Calmon,
futuro governador da Bahia (1924-1928). Contudo, Miguel foi o protagonista de um
movimento iniciado por frações ―dominadas‖ da classe dominante agrária brasileira,
especialmente da Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, entre outros estados, que
empreendeu uma disputa com as frações agrárias hegemônicas de São Paulo sobre os
rumos da agricultura nacional, esta contenda foi conceituada pela historiadora Sônia
Mendonça como Ruralismo.
292
Para tanto, no momento histórico abordado, Miguel
ocupava a pasta da SEAGRIBA, e nada mais interessante em convidar o titular da pasta
da agricultura, para ocupar uma cátedra na EPBA. Entretanto, nomear Calmon
catedrático seria um ganho de capital político certo.
Outro intelectual engenheiro muito ligado ao professor Fragoso é Américo
Furtado Simas. Filho de negociantes, Simas se destaca como coordenador e um dos
elaboradores da ―Comissão do Planejamento Urbano da Cidade do Salvador em 1935, o
que vai impulsionando a realização da ―Iª Semana de Urbanismo de Salvador‖, sediada
nas instalações da EPBA
293
. Por nossas análises, e seguindo nossas orientações teórico-
metodológicas, podemos afirmar que esse evento é o triunfo da legitimação das frações
ligadas à escola, que a partir deste momento passou a ditar as regras como agência
propagandeadora e organizadora do ideário das frações urbanas, no entanto, essa é outra
história.
294
O único com formação em direito no quadro dos intelectuais docentes
engenheiros, citados por s, diz respeito a Antonio Ferrão Moniz de Aragão,
precedente da família escravocrata e negociantes Moniz de Aragão. Antônio Moniz,
além das práticas advocatícias, foi político, e partidário de toda hora ao futuro
governador da Bahia JJ. Seabra. Por essa fidelidade Moniz chega ao cargo de
governador (1916 1920) por indicação de Seabra.
Entretanto, perguntamos: Por que esses agentes, praticamente todos vinculados a
grandes famílias proprietárias escravocratas, ligadas ao agrocomercio da região do
Recôncavo; se juntariam em prol de um projeto ideológico tão distinto, se comparado
ao que norteava a EAB do Império? Notamos que todos esses agentes, exceto Antônio
Moniz, são graduados pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Este fato, contudo,
292
MENDONÇA, 1997, Op. Cit.
293
UZÊDA, Jorge Almeida. O aguaceiro da modernidade na cidade do salvador (1935- 1945). Tese de
Doutorado, UFBA, 2006.
294
Destacamos que nos tópicos adiante apenas faremos algumas ponderações sobre a Primeira Semana se
Urbanismo de Salvador, onde por de trás desse evento encontra-se toda cúpula da EPBA.
146
os trazem para um mesmo eixo ideológico. Vale lembrar que esses grupos de
engenheiros se graduaram em um período onde a sociedade civil da capital do Império
se complexifica e as alianças entre as classes tradicionais e os novos grupos sociais em
ascensão ocorrem a todo o momento, principalmente, as frações vinculadas aos
engenheiros da politécnica do Rio de Janeiro. Portanto, com a criação do Clube de
Engenharia, a propagação do ideário ―modernizar‖ e ―civilizar‖ para preparar o país
para o ―grande capital‖ se tornou a bandeira dos principais grupos médio-urbanos, no
país.
Por esses agentes terem vínculos precedentes junto às famílias ligadas a terra,
não é por acaso, que o portal de entrada desses agentes foi a SEAGRIBA, agora no
regime republicano, e com uma nova orientação organizada por Arlindo Fragoso.
Lembramos que o domínio dos diplomados no Rio de Janeiro no primeiro escalão da
pasta da agricultura nas duas primeiras décadas republicanas foi inquestionável. Dos
primeiros titulares da pasta da agricultura da era republicana, Arlindo Fragoso, José
Antônio Costa, José Rodrigues Saldanha, Miguel Calmon e Frederico Pontes, todos
foram diplomados pela EPRJ. E todos se encontravam instalados no corpo docente da
EPBA ou em alguma comissão no IPBA. A privilegiada posição política dos
professores da EPBA levou-os a ocupar por doze anos o cargo de Secretário de
Agricultura, ou alguma diretoria estratégica na pasta. Afirmamos, contudo, que a
SEAGRIBA, foi um dos principais palcos desta coexistência conflituosa com as frações
tradicionais. Os graduados pela EPRJ, e os agentes vinculados a seus projetos, fizeram
da EAB e SEAGRIBA, uma arena de disputa intra-classe, objetivando gradativamente
ocupar seus espaços de representação no aparato estatal.
Portanto, as disputas ocorrem até 1912, quando Fragoso, agora aliado de JJ
Seabra ascende ao poder e o convida para ocupar a principal pasta da administração
seabrista. Inicia-se então a implementação do projeto modernizador.
3 EPBA e J J Seabra: A conquista de um projeto contra-hegemônico
José Joaquim Seabra, é o legítimo representante das frações médio-urbanas da
capital da Bahia. Filho de um funcionário da Alfândega da Bahia, cargo provavelmente
147
obtido através de contatos sociais ou políticos
295
, percebe-se que Seabra tem uma
condição social bem modesta. Com formação secundária adquirida em Salvador, JJ
Seabra, em 1877 é diplomado em Direito pela escola de Recife.
296
Com grande
habilidade política, percebida quando ainda ocupava os bancos da faculdade, Seabra
ao formar-se em Advogado é logo nomeado promotor público em Salvador, o que da
indício de boas relações sociais.
297
Nomeado para a promotoria na capital, não
progrediu no cargo. Optou por voltar a Recife para estudar mais um ano, e obter o título
de Doutor. Em 1879, concursou para o corpo docente da escola pernambucana e se
torna substituto em 1880.
298
Na primeira tentativa de entrar na política, Seabra flerta com o Partido Conservador
baiano, mas sem sucesso.
299
Em meados de agosto de 1889, após novamente ser
excluído do processo, Seabra resolve se lançar de forma independente. É novamente
derrotado. em 1890 no regime republicano é que Seabra consegue êxito para o
legislativo federal, dando a partir daí, a partida para sua trajetória até o executivo
estadual em 1912.
300
Com carreira meteórica na Câmara Federal, conhecido por seus
discursos exaltados, Seabra é habilidoso no trato com a política, conquistando prestígio
e seguidores, o que o leva a ser nomeado em 1902 para a pasta do Ministério da Justiça
e Negócios Interiores, na presidência de Rodrigues Alves (1902 1906).
301
A pasta da justiça era sem dúvida uma das mais importantes, pois era
responsável pela gerência e administração da Justiça, saúde, educação, polícia, entre
outras atividades e atribuições.
302
No mandato de Rodrigues Alves, a responsabilidade
era ainda maior, pois se pretendia implementar a primeira grande reforma urbana da
capital da república; era necessário ―modernizar‖ para assim alcançar a ―civilização‖ e
a partir daí abrir o país para os investimentos do ―grande capital‖. Mas, para se atingir
essa condição era necessário o ambiente urbano, conforme as normas estéticas do
295
SARMENTO, Op.Cit. p.17.
296
Idem, p. 18.
297
Idem, Ibidem.
298
Segundo Silvia Noronha, o concurso feito por Seabra para docente substituto para a escola de Recife
foi um dos mais polêmicos da época, pelo fato de não ter-se convencido estar em terceiro lugar,
acreditando ter sido o melhor candidato, Seabra ―foi ao Rio de Janeiro para, em meio à audiência pública
semanal do imperador Pedro II, pedir a revisão do resultado. Com o processo deferido a seu favor, foi
empossado como professor substituto em 1880‖. Idem, p.20.
299
CASTRO, Renato Berbert de. Cronologia de J. J. Seabra e Porque Seabra ia ser e não foi Senador
por Alagoas. Salvador, 1990. Mimeografado inédito, apresentado em concurso da Fundação Pedro
Calmon.
300
SARMENTO, Op. Cit. p. 21.
301
Idem, p. 70.
302
Idem, Ibidem.
148
sistema capitalista. Contudo, sanear, reformar e erradicar as insalubridades que ali
perpetuavam, não seria tarefa nada fácil para o ministro Seabra.
303
O baiano Seabra foi um político de articulação e habilidade na administração pública.
Segundo Silvia Sarmento, foi o Ministro quem convidou o médico Osvaldo Cruz para
dirigir a saúde e conduzir a reforma sanitária na capital federal.
304
Participou e
gerenciou em conjunto com o prefeito e engenheiro Pedreira Passos da grande reforma
da capital federal. Para a Bahia, trabalhou em prol das obras de modernização do porto
de Salvador e reforma da Escola de Medicina. O Ministro também organizou a polícia
civil no Rio de Janeiro e implementou reformas aos serviços públicos‖.
305
Sua
administração eficiente na pasta lhe rendeu o reconhecimento presidencial, e o acúmulo
da pasta Negócios Exteriores em 1902, quando o ministro iniciou as negociações para
incorporação do território do Acre.
306
Portanto, o Ministério Seabra tinha sob sua tutela grande quantidade de cargos,
contratos e obras, além de proporcionar visibilidade, prestígio e principalmente ganho
de capital político. A partir deste momento Seabra inicia a sua estratégia para se
firmar definitivamente como uma grande liderança na política baiana, articulando
alianças pela capital federal e não por dentro do estado baiano. Iniciada sua estratégia,
Seabra, se alia a agentes vinculados Associação Comercial da Bahia ACBA, passando
a representá-lo na instância federal. Com essa ação o Ministro alcança a sociedade civil
baiana, mesmo que os interesses deste aparelho não condiziam com seus projetos.
307
Seabra através de sua penetração nas camadas médio-urbanas, aproveitando-se da
influência do momento, consegue aliciar um agrupamento de jovens agentes doutores
308
seduzidos por sua liderança carismática e pelas possibilidades de ascensão política em
instância estadual, e também por se sentirem acolhidos frente aos seus projetos
ideológicos.
309
303
Idem, Ibidem.
304
Idem, Ibidem.
305
Idem, Ibidem.
306
Informamos de JJ Seabra assumiu o Ministério de Negócios Exteriores em caráter interino.
307
Mesmo que a ACBA estivesse adequada aos novos tempos do capitalismo, a instituição fazia pressão
por práticas políticas que não condiziam na preparação da Bahia para a entrada do grande capital.
ACBA se orientava segundo Mário Santos, como um grupo de pressão, no sentido conservador. As
reivindicações junto ao aparelho estatal foram sempre no sentido de criar políticas protecionistas para
seus associados, com intuído de desacelerar a entrada do ―grande capital‖ no estado, com intuito de
salvaguardar seus investimentos. SANTOS, 1985, Op. Cit.
308
Nomes como Antônio Moniz, Octávio Mangabeira, Ernesto Simões Filho, Moniz Sodré, dentre outros.
309
PANG, 1979, Op. Cit.
149
Contudo, após tentativa de influenciar nas disputas estatuais em 1904 na
sucessão de Severino Vieira, o Ministro Seabra coleciona mais uma derrota no cenário
local, e com o término da administração de Rodrigues Alves, o Ministro encarou alguns
anos de ostracismo político; só retornado na campanha de Hermes da Fonseca a
presidência. O apoio ao grupo político de Hermes, rendeu-lhe a pasta do Ministério da
Viação e Obras Públicas na presidência de Hermes da Fonseca (1910 1914), partindo
neste momento para a cadeira do executivo estadual.
Um pouco antes de Seabra assumir o protagonismo no cenário político baiano,
percebendo um processo de ruptura entre os partidários dos ex-governadores Severino
Vieira e José Marcelino, que acelera as bases já enfraquecidas do principal partido local,
facilitando diretamente a ascensão de J. J. Seabra e sua agremiação partidária.
J. J Seabra, político pragmático e de grande prestígio na capital federal, mesmo
ficando alguns anos no exílio político, retorna com fôlego total na política estadual,
engrenado no esteio da política das salvações
310
do presidente Hermes da Fonseca.
Com Seabra galgando ao poder, o ex-ministro se transformou na primeira força
hegemônica da política baiana da era republicana, conseguindo manter seu domínio por
doze anos.
Entretanto, perguntamos: O que de similar entre a trajetória de JJ Seabra e a
EPBA? Onde estaria o ponto de interseção desses dois objetos no estudo proposto por
nós? Vamos às respostas.
As dificuldades enfrentadas pela EPBA nos anos de Severino Vieira, fez com
que o grupo político vinculado a instituição recuasse em suas pretensões em inscrever e
colocar seus projetos em práticas. As disputas intra-classe prosseguiam, e cada vez mais
as velhas frações iriam perdendo espaço representativo na sociedade política baiana.
Neste ínterim, era apenas uma questão de tempo para um novo projeto ideológico se
tornasse o referencial no aparelho estatal. Como informamos em seções anteriores,
com a intensificação dos problemas financeiros da escola, e a queda de capital político
de vários agentes ligados a instituição, Arlindo Fragoso passa a se dedicar
exclusivamente a EPBA, no intuito de salvaguardar o seu principal instrumento de
representatividade dentro de um processo complexo de crise hegemônica. Mesmo
310
Na tentativa de romper com a tradicional política "café com leite" e levar ao Palácio do Catete uma
aliança formada por parte do Exército e representantes de frações de classe de estados menores, lideradas
pelo senador gaúcho Pinheiro Machado. Essa plataforma política levou a presidência o Marechal Hermes
da Fonseca. Cf: Pang, Op, Cit.
150
assim a EPBA quase é fechada, fato não consumado pelo poder de articulação e
convencimento do professor Fragoso.
311
Com a administração de José Marcelino (1904 1908), as subvenções também
retornam gradativamente, no entanto, a presença de agentes vinculados a escola nas
agências estatais é ligeiramente diminuída, principalmente, nos cargos da pasta da
agricultura onde o locus presencial sempre foi marcante. É neste momento que Arlindo
estreita suas relações com Miguel Calmon, como colocamos no tópico anterior. A
saída de Calmon da SEAGRIBA, para assumir o Ministério da Indústria, Viação e
Obras Públicas, a agência da agricultura da Bahia, passou por uma grande
reestruturação e foi transferida para uma única pasta nomeada como Secretaria da
Agricultura, Indústria, Comércio, Viação e Obras Públicas‖.
312
Os anos subseqüentes, as disputas políticas intensificam, quando em 1912 JJ
Seabra por uma articulação via ―política das Salvações‖ conquista a principal cadeira do
executivo da Bahia. Com eleição garantida, a posse de JJ Seabra é impedida pela
oposição, levando a capital baiana a ser bombardeada pelo exército, por ordens do
governo central.
313
Resolvido a contenda da posse, o governador Seabra, começa-se aí a
formação dos seus quadros técnicos, ou seja, quem ocuparia as pastas na administração
seabrista. É que as histórias dos dois objetos JJ Seabra e EPBA - se tocam e
passam a se complementar em prol de um projeto ideológico comum. Lembramos que
JJ Seabra foi o ministro que gerenciou com o Prefeito Pereira Passos a grande reforma
urbana da capital federal. Seabra era um agente ligado a grandes obras, dos discursos a
favor do ―progresso‖, enfim, esse era o momento da Bahia entrar na nova era
econômica e social‖.
314
Seabra, chega ao poder com um leque de alianças dos mais variados grupos
sociais, dentre elas a ACBA, instituição conhecida por suas posições protecionista e
conservadoras. Para o operariado soteropolitano Seabra era o homem certo na hora
certa, portanto, o apoio foi incondicional. Em suma, Seabra era o coroamento da
chegada da frações médio-urbanas ao poder.
311
Neste momento, após Arlindo ministrar nove cadeiras dos cursos de engenharia civil de geográfica por
um período de uma semana. Fragoso consegue convencer os integrantes do corpo docente, que estavam
em recusa de ministrar os cursos devido à falta de pagamento de salários, que os seus esforços não
poderiam ficar em vão. Com o poder de convencimento de organicidade, o corpo docente da EPBA, volta
aos trabalhos mesmo sem ter os salários quitados. Saber mais Cf: capítulo II deste estudo.
312
TAVARES, Luís Henrique Dias. História da Bahia. São Paulo: Editora UNESP: Salvador, BA:
EDUFBA, 2001.
313
Idem, pp. 322 323.
314
Idem, pp. 324 325.
151
Entretanto, era chegada à hora da escolha dos agentes que iriam junto com
Seabra administrar e implementar seu principal objetivo de governo, a primeira grande
reforma urbana da cidade da Bahia.
Para gerenciar este processo, Seabra nomeia para o cargo de Secretário Geral de
Estado, o catedrático da Escola Politécnica da Bahia Arlindo Coelho Fragoso.
Nomeado segundo homem da administração seabrista, a partir deste momento, Arlindo
passa a ser o difusor e o organizador junto à sociedade política, ação praticada com o
suporte de sua escola, agora entendida por nós como um aparelho privado de
hegemonia - do grande projeto ―modernizador‖ e ―civilizatório‖ da Bahia Republicana.
Autonomia delegada a Fragoso para que iniciasse a grande reforma, necessitava de
agentes de sua confiança, e partilhassem dos mesmos ideais de mundo. Então por
indicação do catedrático, Seabra nomeia para cargos de Diretorias de sub-pastas, vários
agentes pertencentes ao corpo docente da EPBA.
Nomeados por indicação de Fragoso temos, Francisco Lopes da Silva Lima, que
ocupou a acessória direta de Arlindo, Francisco de Souza, nomeado Diretor do Serviço
de Águas e Esgotos, também chegando à intendência prefeito - de Salvador em 1930 e
Thyrso Simões Paiva, ex-aluno e docente, nomeado para a chefia de Inspetoria da
Iluminação. Chamamos, contudo, a atenção para a nomeação de Paiva, que legítima de
forma empírica um dos objetivos da instituição como um aparelho privado de
hegemonia: Ser responsável por reproduzir a sua própria fração na qual esteja
vinculada, ou seja, em 1912 a EPBA consegui reproduzir os seus próprios quadros, e
agentes intelectuais para atuar na sociedade política. Paiva nos anos subsequentes
chegou a ocupar a intendência de Salvador por várias vezes, além de uma vida
acadêmica intensa, atuando na área das matemáticas. Ainda dentro do corpo de técnicos
nomeados aparece: Arquimedes Siqueira Guimarães e Alpheu Diniz Gonçalves, ex-
alunos e docentes da escola, no entanto, ainda não foi possível mapear os cargos
ocupados. Ao analisarmos a nomeação desses agentes para as diretorias citadas,
podemos perceber a inserção dos engenheiros da EPBA, no grupo dos formuladores de
planos de políticas de ação, buscando viabilizar seus projetos de visão de mundo no
interior do ―bloco no poder‖. Programar projetos para viação, obras contra as secas
315
,
planejamento e construção modernas edificações, eletrificação, racionalizações dos
315
Informamos que para nos aprofundarmos mais específicos, para determinadas áreas de atuação dos
politécnicos, extrapolaria as balizas de nosso estudo, portanto, os aprofundaremos nestas questões
ocorreram em outro projeto de pesquisa.
152
espaços urbanos etc., todos esses projetos entendidos pelos engenheiros politécnicos
como contribuições ao ―progresso‖ para ―civilização‖, alavancando assim a Bahia para
a ―modernidade‖, para assim permitir a entrada para o ―grande capital‖. Logo, é
possível afirmar que, a EPBA uma das principais associações privadas do estado
baiano, durante as primeiras décadas da era republicana, exerceu em vários momentos,
como os aqui destacados, um papel fundamental nas formulações e consultorias aos
mais variados temas para as instâncias estatais. Como constatamos em um fragmento
das atas da instituição;
O intendente Municipal, Dr Vitorino Falcão, solicitara o auxílio do
Instituto Politécnico para a organização do regulamento dos serviços
de eletricidade do Município. Designados para a comissão: Arlindo,
Francisco de Souza, Silva Lima, Antônio Carneiro e Alfredo de
Andrade.
316
(grifos nosso)
Como podemos perceber, a atuação dos agentes politécnicos junto ao aparelho
estatal era intensa, até mesmo antes de encamparem a estrutura do estado, os
politécnicos já arbitravam na organicidade em prol de políticas para cidade do Salvador.
Contudo, em 1912, passados quinze anos da criação da escola, o contingente de
graduados era considerável, e vários desses agentes se destacavam como professores
da mesma instituição na qual se formaram. Lembramos, entretanto, do perfil endógeno
da escola mostrado no capítulo anterior. Nomes como Octávio Cavalcante Mangabeira,
Arquimedes Siqueira Gonçalves e Alpheu Diniz Gonçalves, de ex-alunos, promovidos a
docentes da EPBA.
Ainda sobre o primeiro decênio de criação da EPBA, podemos afirmar que a
formação adquirida por esses agentes na instituição possibilitou aos engenheiros
baianos a construção de uma identidade própria, assimilada, mesmo que de forma
inconsciente, pela instrução recebida, carregado por um discurso dialético e legitimador,
mas também, ideias e comportamentos comuns compartilhados e editados em
periódicos específicos e jornais de grande circulação. Sendo assim, Sônia Mendonça
nos diz,
316
GUIMARÃES, Op. Cit. p. 52.
153
Limitar-se a isso, contudo, significa obscurecer o caráter prático de
cada uma das instituições escolares, as quais se acham inseridas numa
hierarquia dos saberes e, conseqüentemente, do prestígio atribuído aos
agentes dela oriundos. Significa, também, subestimar a predisposição
a um certo tipo de ação sobre o real que é típica daqueles que derivam
das mais variadas instituições.
317
Marcado pelo coroamento de um projeto ideológico, após um longo processo de crise
hegemônica, os anos de Seabra no poder, foi também identificado por momentos de
grande tensão, como episódio do rompimento da administração seabrista com uma das
principais instituições representativas da Bahia: Associação Comercial ACBA.
Apesar de JJ Seabra iniciar sua grande reforma na capital, tendo a EPBA como
norteador de suas práticas, a ACBA, temerosa em perder seus privilégios junto ao
governo estadual inicia uma campanha difamatória a administração estadual a partir de
1913. No início do governo os interesses da instituição foram de plenamente atendidos,
por exemplo, a diminuição de alguns impostos referentes aos exercícios de 1914 e
1915.
318
Em suma a ACBA, via de regra, sempre atuava neste sentido, arbitrando para
política de proteger o capital de seus associados ou/e atuado no sentido de pressionar os
governos estaduais para arbitrar a favor de diminuição de tarifas de impostos.
Reivindicação que quase sempre lhe era atendida, muito pelo fato da ACBA ter uma
importante representação nas assembléias Legislativa estadual e no Senado estadual,
ainda contar com seus agentes na Câmara Federal. Portanto, ir para o front com ACBA,
seria uma atitude arriscada, muito pela força de representação de as frações vinculadas a
ela detinham, ressaltamos que Seabra chegou ao executivo estadual muito pelo apoio
irrestrito dos associados da ACBA.
319
Surgiu, entretanto, em 1913 a primeira disputa entre Seabra e ACBA. Ocorreu
pelo fato do governador arbitrar para a transformação do Banco de Crédito da Lavoura
em Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola da Bahia. Transação ocorrida pela seguinte
forma conforme o Periódico da época Gazeta do Povo;
Resolvendo promover a fundação do Banco Hipotecário e
Agrícola da Bahia, disse o governador, no decreto de 21 de outubro
de, que, de todos que foram sugeridos ao seu estudo, após refletido
exame, aceitou o do contrato firmado com o industrial e capitalista
Eduardo Guinle:
317
MENDONÇA, 1998, Op.cit. p.13.
318
SANTOS, Mário Augusto. Associação Comercial da Bahia na Primeira República: Um grupo de
Pressão. Salvador: Bahia, 1989.pp.82 -83
319
TAVARES, Op.Cit.
154
a) Que o Banco se estabeleceria segundo os moldes dos institutos
congêneres de São Paulo e Minas;
b) Que o seu capital, em ações e obrigações, seria de 100milhões de
francos;
c) Que a garantia do Estado, autorizava na lei até o máximo de 6% não
excederia de 51/2%, sendo 5% de juros e ½ de amortização;
d) Que, sendo o prazo do contrato de 50 anos, não iria além dos 35 o da
garantia;
e) Que o novo Banco encamparia o atual Banco da Lavoura,
assumindo todas as responsabilidades do seu ativo e passivo,
inclusive o resgate das ações em vigor, com a bonificação de 10%
sobre a importância das entradas realizadas
320
(grifos nossos)
Após a citação, podemos imaginar o grande problema que Seabra causou a sua
administração. A partir de então a ACBA, inicia uma oposição ferrenha ao longo dos
seus anos de mandato. Mas então perguntamos: o que essa ação tem haver com o nosso
objeto de estudo?
Vejamos numa rápida ponderação: Na prática, ação de JJ Seabra prova que o
governador é um agente sintonizado com as práticas do capitalismo ocidental . E a
transformação do Banco da Lavoura em um Banco de Hipotecário com capital franco-
brasileiro, reafirma o projeto ideológico na qual está inserido. Preparar a Bahia para a
―modernidade‖, e isso requer duas ações imediatas: Primeira, vem de encontro da ideia
de suprimir uma instituição que atendia as velhas classes conservadoras
321
, dentro de
uma disputa intra-classe essa ação tem o poder de enfraquecer ainda mais as frações que
antes hegemônicas. Portanto, não há dúvida que essa estratégia foi acertada e favoreceu
ao grupo que o governador está vinculado, as classes médio-urbanas. A segunda
perpassa pela questão de demonstrar força no interior das disputas das correlações de
forças.
Após essas breves ponderações sobre o episódio ―Banco da Lavoura‖ podemos
reafirmar que o projeto que uni a EPBA e JJ Seabra, e as classes médio-urbanas de fato
tomou espaço assumiu protagonismo frente as velhas frações tradicionais. Mesmo com
a queda do domínio de Seabra em 1924, chegando ao poder um agente totalmente
adaptado as práticas do ―grande capital‖, Francisco Goés Calmon, irmão de Miguel
Calmon, e seu grupo, apenas atuaram para reequilibrar as disputas intra-classe, mas na
320
Relatório da Associação Comercial da Bahia, 1913 apud, SANTOS, Op. Cit. p.82.
321
Informamos que a contenda com ACBA se inicia pelo fato do Banco da Lavoura ter sido durante
muitos anos um grande braço financeiro para as tradicionais frações proprietárias do Recôncavo, frações
estas que ocupam em massa a ACBA.
155
prática o projeto ideológico permaneceu inalterado. o destino da EPBA após os anos
de 1920, continuou numa escala ascendente. No decorrer dos anos de 1920, até o início
dos anos 1940, praticamente todos os prefeitos que passaram por Salvador tinham
vínculos com a EPBA. Quanto ao projeto de modernizar a capital baiana, após o
primeiro mandato do governador JJ Seabra, execução das reformas paralisaram, por
questões econômicas de alcance mundial, lembremos do conflito da Primeira Grande
Guerra. Entretanto, as discussões de reformas urbanas retornam na ordem do dia em
1935, com a Primeira Semana de Urbanismo de Salvador. Esse movimento vai ser
desenvolvido e organizado por acadêmicos e intelectuais ligados a EPBA. Interessante
colocar, é que o evento ocorreu nas instalações da escola de engenheiros dos baianos.
Vários docentes e pesquisadores com vínculos com a EPBA debatem sobre o destino no
qual a estrutura e o espaço urbano soteropolitano se norteará. A ideia do encontro não é
novidade para os acadêmicos politécnicos, discutir o melhor projeto para adequar a
capital da Bahia para os futuros investimentos foi e será sempre uma incursão do dia.
Como podemos ver; o que vai mudar desta vez, será apenas o cunho das
discussões, que irão ocorrer de forma mais aberta e participativa. Contudo, analisar esse
momento histórico do encontro seria extrapolar nossas balizas cronológicas, cremos ser
plausível trabalhar com esse período num próximo estudo.
Destacamos, portanto, que da criação da EPBA até os anos de 1920, ano limite
para o nosso recorte cronológico, por questões metodológicas procuramos apenas
trabalhar com os professores fundadores, e de alguns nomes diplomados até 1910,
agentes estes, que conceituamos como a Primeira Geração de Politécnicos da Bahia.
Mas, apesar de que não termos analisados os agentes diplomados pós 1910,
consideramos essa Segunda Geração‖ não menos importante, por entender que estes
agentes atuaram de forma prática junto a escola e sociedade pós metade dos anos
vinte, o que levaria no estudo a ultrapassar o período cronológico estabelecido.
156
Conclusão
Durante nosso estudo procuramos privilegiar o processo de institucionalização
da Escola Politécnica da Bahia EPBA. Esta investigação percorreu os primeiros
vinte anos da instituição e se colocou em analisar e discutir as razões pelas quais a
Escola Politécnica da Bahia foi criada. Uma instituição de ensino formadora de
engenheiros, criada e administrada por uma agência composta por agentes encampados
na sociedade civil e sociedade política, situação que nos traz a luz as estragias das
frações da classe médio-urbanas preocupadas em alcançar representatividade e, a partir
daí, inscrever seus projetos de ―visão de mundo‖. Mas para chegarmos a nossas
hipóteses procuramos fazer o caminho trilhado por esses agentes, e pudemos constatar
que suas concepções de mundo refletiam claramente as práticas, as diretrizes e os
programas da instituição no qual se educaram Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Já
que a maioria absoluta dos agentes fundadores da EPBA é advinda da congênere da
capital federal. Após fazer essa trajetória, identificamos que o grupo ligado a EPBA
tem como projeto ideológico comum: Alçar a Bahia para a ―modernidade‖ para aí poder
se abrir para o ―grande capital‖. Percorremos todo o cenário ―jogo‖ político na Bahia
republicana, destacando todo processo de crise de hegemonia, apontando os agentes
principais das disputas, envolvidos na criação da EPBA, e seus representantes dentro
deste processo, com destaque para JJ Seabra, que ao galgar ao poder toma a EPBA
como seu principal instrumento para difundir seus projetos ―modernizar Salvador‖
Contudo, o interesse na ―modernização‖ estava intimamente relacionado aos
interesses dessas frações - principalmente as frações ligadas às atividades urbanas que,
por sua vez, fortalecia gradativamente o poder da administração estatal. Logo, atuar
conjuntamente faz com que as atividades desses agentes referendassem essa ideologia
―civilizatória‖ e de ―progresso‖, baseada na edificação de um Estado ―moderno‖ nos
moldes do capitalismo ocidental. Assim, como apontamos durante todo estudo, a
construção e a configuração do ―modernizar para o ―progresso‖ pelos dirigentes
aprofundavam-se nesse momento.
Concluindo com essas indagações e mobilizados por estas constantes lutas é que
poderemos situar a política baiana e o seu lugar na República Velha e suas respectivas
transformações e, ao mesmo tempo, deslocar a dimensão da história da Bahia para o
157
interior da referida instituição, podemos então afirmar a hipótese principal do nosso
estudo: que a Escola Politécnica da Bahia, por meio de seus dirigentes, construiu e
discerniu projetos de visão de mundo. Constatando, então, que a instituição formadora
de engenheiros da Bahia é, portanto, um aparelho privado de hegemonia.
158
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165
Anexos
166
Escola Politécnica da Bahia 1897 Escola Politécnica da Bahia - 1901
(Primeira Sede da Escola) (Segunda Sede da Escola)
Escola Politécnica da Bahia 1905 Primeiro Brasão
Instituto Politécnico da Bahia
(Terceira Sede da Escola)
167
Arlindo Coelho Fragoso
168
Sócios Fundadores do Instituto Politécnico da Bahia (IPBA)
1ª Administração eleita do Instituto Politécnico da Bahia (IPBA)
Arlindo Coelho Fragoso Presidente
Austricliano Honório de Carvalho 1ª Vice Presidente
Alexandre Freire Maia Bitencourt 2ª Vice Presidente
Salvador Pires de Carvalho e Aragão Secretário
Furtunato Fausto Galo Secretário
Justino Sento Sé - Tesoureiro
Fonte: Atas da Congregação do Instituto Politécnico da Bahia (1896 1920)
169
Diretores da Escola Politécnica da Bahia (EPBA) até 1937
Arlindo Coelho Fragoso (1897 1907)
Alexandre Freire Maia Bitencourt (1907 1913)
Francisco de Souza (1913 1920)
Arquimedes de Siqueira Gonsalves (1920 1934)
Epaminondas dos Santos Torres (1934 1937)
Fonte: Atas da Congregação do Instituto Politécnico da Bahia (1896 1920)
170
Diploma da Escola Politécnica da Bahia - EPBA
171
Tabela dos Alunos da Escola Politécnica da Bahia 1897 1920
OBS: Os alunos se encontram por ano de entrada na instituição e, não por ordem alfabética. Adotamos esse critério obedecendo a ordem das pastas arquivadas.
ESTUDANTE
NASCIMENTO
ORIGEM
MÃE
PAI
MATRÍCULA
FORMATURA
CURSO
INFORMAÇÕES
ACADÊMICAS
ATIVIDADE
ECONÔMICA
DO PAI
ATUAÇÃO PROFISSIONAL,
ACADÊMICA, POLÍTICA,
PROJETOS CAPITALISTAS E
INFORMAÇÕES
COMPLEMENTARES DOS
PAIS DOS ALUNOS
Adolfo Pinto
Vasconcelos
08/02/1879
Bahia,
Salvador
Ana Pinto de
Vasconcelos
Frederico Pinto de
Vasconcelos
1897
1900
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Adalberto Pedreira
1880
Piauí,
Teresina
Não
Identificado
Não Identificado
1899
1904
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado. Cursou o
ginásio nos Estados
(PI, AM, RJ, BA)
Não Identificado
Não Identificado
Afanso de Castro
Rebello Boggi
Não Identificado
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1899
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Afonso Ramos
Accioly
Não Identificado
Sergipe,
Aracaju
Não
Identificado
Não Identificado
1899
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Agenor Augusto
Miranda
03/08/1877
Bahia,
Salvador
Maria
Amanda de
Mello
Miranda
Ernesto Augusto
Cezar Miranda
1899
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Diretor do Distrito de Telégrafos
Implantou a Rádio Sociedade em
Salvador, onde, teve seus
transmissores apreendidos pela
Alfândega, e só no fim do ano de
1924 foram liberados com uma
iniciativa do Governador Góes
Calmon, o que tornou possível a
criação dos seus programas.
Trabalhou para a implantação do
telégrafos na ba de 1906 - 1930.
Alvaro Gonçalves
Guimarães
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1897
1901
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Diretor de Obras e Aviação da
Prefeitura de Santos 1912.
Antenor da Silva
Campos
23/07/1878
Piauí,
Teresina
Maria José da
Silva Campos
Jacole Carneiro de
Campos
1898
1903
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
172
Antônio Joaquim
de Souza Carneiro
Não Identificado
Sergipe,
Aracaju
Não
Identificado
Não Identificado
1899
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Contador do Ministério da Fazenda,
Professor catedrático da EPBA,
Professor da Escola Politécnica de
São Paulo (EPSP) 1939, Professor
substituto da cadeira de Política
Comercial e Regime Aduaneiro
Comparado, e logo em seguida toma
possse da cadeira de estatística da
Faculdade de Ciências Econômicas
da Universidade do Distrito Federal
(UDF) em 1934, atual Universidade
do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), O engenheiro Antônio
Carneiro em seu casamento com D.
Laura Coelho de Souza Carneiro
teve 8 filhos dentre os mais ilustres
Édison de Souza Carneiro,
Jornalista, poeta, etnólogo,
folclorista e professor (formado em
Direito em Salvador em 1935)e o ex
deputado, senador (Rio de Janeiro) e
Professor Nelson de Souza Carneiro
(formado em Direito). Sua Neta
Maria Laura de Souza Carneiro ex
deputada pelo Partido Democratas
pelo Rio de Janeiro.
Antônio Lopes
Moreira Júnior
25/09/1868
Bahia,
Salvador
Elisa Maria
Moreira
Antônio Lopes
Moreira
1899
Não Identificado
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Antônio Mendes
Diniz da Gama
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1897
1897
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Antônio Pires
Godoy
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1899
1902
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Arquimedes
Siqueira
Gonsalves
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1900
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Diretor da Escola Politécnica da ba
entre 1922-1934, Professor da
Escola Politécnica da ba; Trabalhou
na implantação da teleradiofônico
Augusto Pires de
Campos
1879
São Paulo,
Tatuhi
Getrudes
Maria de
Freitas
Bento Pires de
Campos
1899
1903
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Capitão do
Exército
Não Identificado
173
Francisco Penalva
de Farias
11/07/1873
Não
Identificado
Maria
Ephifânia de
Farias
Benício Penalva
de Farias
1897
1901
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Guilherme
Moreira de
Carvalho
03/12/1878
Amazonas,
Manaus
Maria José
Moreira de
Carvalho
Francisco Joaquim
Ferreira de
Carvalho
1900
1903
Engenheiro
Geógrafo
Formado.Cursou o
ginásio nos Estados
(AM, MA e BA)
Não Identificado
Não Identificado
Gustavo de Castro
Rebello Koch
19/05/1882
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Fernando de
Castro Koch
1900
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Herculano de
Campos Toledo
1878
São Paulo,
São Paulo
Ana Campos
Toledo
Manoel
Maximiano
Toledo
Não Identificado
Não Identificado
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
Curso na EPBA
Músico
(Funcionário
Público)
O pai do aluno era Músico no estado
de São Paulo (Violinista) e
taquígrafo
João Geraldo da
Silva
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1900
1901
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
João Gomes de
Oliveira Carvalho
06/10/1877
Bahia,
Belmonte
Guilhermina
Ferreira de
Oliveira
José Gomes de
Oliveira (Capitão)
1899
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
(Capitão da
Guarda Nacional)
O pai do aluno.Intendente da cidade
de Belmonte
José Antônio
Soares
Não Identificado
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1899
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José de Araújo
Goés
17/04/1877
Bahia, Catú
Carolina dos
Reis de
Araújo Goés
Paulino de Araújo
Goés
1897
1901
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Fazendeiro
(Major da Guarda
Nacional)
O pai do aluno. Na cidade de Catú,
com o Título de Barão de São
Miguel dado por D.Pedro II (Dec
10.08.1888) era também Major da
Guarda Nacional
José Peixoto
Simões
06/06/1876
Bahia
Maria Peixoto
Antônio
Domingues
Simões
1900
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José Vaz Lordello
Não Identificado
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1900
1905
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Pedro Ferreira
Mendes Praia
1875
Amazonas,
Tefé
Maria do
Carmo
Mendes Praia
Izidoro Marques
Praia
1898
1903
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
174
Manoel Pereira de
Almeida Filho
23/07/1880
Bahia,
Salvador
Candida
America de
Almeida
Manoel Pereira de
Almeida
1899
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Pedro Gonçalves
de Almeida
10/04/1879
Bahia,
Salvador
Anolina
Gonçalves de
Almeida
Antônio Ensebio
Gonçalves de
Almeida
1898
1903
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Plínio Alves Dias
Gomes
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1897
1900
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Fazendeiro
Não Identificado
Rosentino Mário
Pereira da Motta
30/11/1879
Bahia,
Salvador
Pereira da
Motta
(Baroneza)
Pereira da Motta
(Barão)
1899
1902
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Silvano Evaristo
Maiffre Júnior
05/06/1877
Bahia,
Salvador
Euthália Pinto
Maiffre
Silvano Evaristo
Maiffre
1898
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Sylla Mário de
Vasconcelos
Borralho
1880
Pará, Belém
Igrez
Vasconcelos
Borralho
Antônio Pedro
Borralho (Capitão
do Exército)
1899
1902
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Capitão do
Exército
Não Identificado
Vital Cordello dos
Santos Souza
15/07/1878
Bahia,
Salvador
Maria das
Nery
Cordeiro
Santos Souza
Camillo Cordeiro
dos Santos Souza
1897
1902
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Alpheu Diniz
Gonçalves
Não Identificado
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1900
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Professor da EPBA a partir de 1905.
Ministrou várias disciplinas, dentre
elas Metereologia.
Antônio Joaquim
Valente
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1901
1902
Não
Identificado
Não terminou o
Curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
175
Arnaldo
Damaceno Vieira
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1900
1905
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola Militar
de Realengo do Rio
de Janeiro
Não Identificado
Não Identificado
Artur da Rocha
Rodrigues Torres
19/10/1885
Bahia,
Salvador
Maria do
Carmo da
Rocha
Joaquim José
Rodrigues
1903
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Tenente do
Exército
Não Identificado
Artur Ribeiro
30/07/1875
Não
Identificado
Romana da
Silva Ferreira
Antônio Francisco
Ribeiro
1902
1905
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Augusto
Rodrigues de
Souza Figueredo
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1901
1912
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Aurelio Dias
Moraes
08/02/1886
Bahia
Rita Costa de
Moraes
Eduardo Dias de
Moraes
1902
1907
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Carlos da Rocha
Rodrigues Torres
1881
Bahia,
Salvador
Maria do
Carmo da
Rocha Torres
Joaquim José
Rodrigues Torres
1902
1905
Engenheiro
Civil
Formado. (Egresso
da Escola Naval)
Não Identificado
Não Identificado
Cezar Godinho
Spinola
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1901
1902
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Cornélio Daltro de
Azevedo
17/03/1881
Bahia,
Salvador
Maria Daltro
de Azevedo
Antônio Martins
de Azevedo Júnior
1901
1904
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
176
Eliseu Mário de
Jesus
13/06/1883
Bahia,
Salvador
Maria Tecla
de Jesus de
Brito
Maximiano Satyro
de Brito
1903
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Eurico Monteiro
de Mattos
28/12/1880
Pernambuco,
Recife
Maria
Monteiro de
Mattos
Eduardo Barros de
Mattos
1903
1905
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Euripedes
Gonçalves Ferro
Não Identificado
Santa
Catarina,
Florianopólis
Não
Identificado
Não Identificado
1901
1903
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Evandro Soares de
Pinho
Não Identificado
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1901
1907
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Professor da EPBA em 1907.
Ministrou a cadeira de Desenho
Técnico.
Francisco Ronaldo
Dias Guimarães
07/02/1881
Bahia,
Bonfim
Epifânia
Amélia
Guimarães
Alexandrino Dias
Guimarães
1902
1907
Engenheiro
Civil
Formado. Cursou o
ginásio nos Estados
(RN e PB)
Não Identificado
Não Identificado
João Chrysostomo
da Silva Campos
27/01/1886
Amazonas,
Manaus
Maria
Vírginia do
Santos
Não Identificado
1902
1904
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
Curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
João de Cerqueira
e Souza
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1899
1899
Não
Identificado
Não terminou o
Curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
João Francisco
Gonçalves Júnior
12/09/1881
Bahia
Maria Isabal
da Cunha
Gonçalves
João Francisco
Gonçalves
1901
1902
Não
Identificado
Não terminou o
curso na EPBA
Fazendeiro
(Coronel da
Guarda Nacional)
Não Identificado
José Conrado
1881
Bahia,
Salvador
Domingas
Carlota
João Conrado
1900
1903
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Negociante
Não Identificado
José Rodrigues
Nunes
03/01/1882
Bahia
Maria Isabel
da Motta
Nunes
Luis Rodrigues
Nunes
1900
1902
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
Curso na EPBA
Bacharel
Não Identificado
José Veríssimo da
Silva Júnior
3/12/1882
Bahia, Ilheús
Maria Lopes
da Silva
José Veríssimo da
Silva
1900
1903
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
177
Júlio Thomaz
Costa Júnior
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1902
1904
Engenheiro
Geógrafo
Formado.(Egresso da
Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Manoel Antônio
Reish Luna
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1901
1901
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Coronel do
Exército
Não Identificado
Octávio Cavalcanti
Mangabeira
27/8/1886
Bahia,
Salvador
Augusta
Mangabeira
Francisco
Cavalcanti
Mangabeira
1901
1905
Engenheiro
Civil
Formado
Farmacêutico
Governou a ba entre 1947 e 1951;
Ministro da Relações Exteriores no
Governo Washington Luis; Senador
Federal 1959; Deputado Federal em
1912, 1946, 1955; Deputado
Estadual 1910 -1912; Vereador da
Cidade de Salvador nos anos 1908 a
1910; Membro associado do
Instituto Politécnico da ba; Professor
Catedrático da Escola Politécnica da
ba; Membro da acadêmia Brasileira
de Letras
Octávio Flores
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1903
1903
Não
Identificado
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
Renato Bittencourt
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1901
1904
Engenheiro
Civil/ Física e
Matemática
Formado
Não Identificado
Não Identificado
178
Rodrigo Meira
Castro
15/07/1875
Bahia,
Vitória da
Conquista
Maria de
Castro Meira
Matiniano de
Souza Meira
1900
1901
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Major do
Exército
Não Identificado
Themistocles
Ninas Rodrigues
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1901
1904
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Thyrso Simões de
Paiva
21/01/1874
Bahia, Santo
Amaro
Maria do
Amaral
Simões de
Paiva
Felippe Simões de
Paiva
1900
1904
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Prefeito de Salvador (1930 - 1930);
Secretário da EPBA; Professor da
EPBA a partir de 1904. Ministrou
várias disciplinas. Em 1936 se
tornou catedrático da cadeira de
Mecânica precedida de elementos de
Cálculo Vetorial
Abílio Nery
1882
Amazonas,
Manaus
Não
Identificado
Silverio José Nery
1904
1905
Engenheiro
Civil
Formado. (Egresso
da Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Adopho José
Moreira
1881
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Tetulina
Sarmento
Moreira
Emilio José
Moreira
1902
1908
Engenheiro
Civil
Formado. (Egresso
da Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
Affonso de
Miranda Freire de
Carvalho
28/12/1885
Bahia,
Salvador
Maria
Augusta
Miranda
Freire de
Carvalho
José Eduardo
Freire Carvalho
Filho
1903
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
Não Identificado
Alvaro Alencar da
Costa
03/02/1886
Bahia,
Salvador
Rosa Soares
da Costa
José Ezequiel da
Costa
1904
1907
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
179
Antônio Maria de
souza Araujo
12/01/1886
Bahia,
Salvador
Honorata
Maria de
Souza Araújo
Antônio Maria de
Araújo
1904
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Arnaldo Ribeiro
de Oliveira
13/07/1884
Bahia, São
Gonçalo
Maria
Carolina de
Oliveira
João Ribeiro
Oliveira
1904
1906
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Artur Moreira de
Carvalho
Não Identificado
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1904
1905
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Artur Valente
Pereira
18/12/1883
Pará, Belém
Josephina
Amelia
Valente
Pereira
Artur Moraes
Pereira
1905
1908
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Capitão do
Exército
Não Identificado
Bertino Barbosa
de Lima Júnior
04/03/1879
Pará, Belém
Maximiana
Barbosa de
Lima
Bertino Barbosa
de Lima
1904
1908
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Boaventura Elias
Ribeiro
14/04/1882
Bahia,
Canavieiras
Carolina
Siveriana
Ribeiro
João Dias Ribeiro
1904
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
Não Identificado
Carlos da Silva e
Souza
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1905
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Carlos Silveira
Eiras
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1903
1906
Engenheiro
Civil
Formado. (Egresso
da Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
Dagoberto de
Menezes
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1905
1908
Engenheiro
Civil
Formado. (Egresso
da Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
Eduardo Pirajá
Martins da Silva
23/09/1884
Bahia
Tereza Pirajá
Martins
Gonçalo Martins
da Silva
1903
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
(Coronel da
Guarda Nacional)
Não Identificado
Enéas Vasconcelos
de Queiroz
07/08/1885
Bahia
Não
Identificado
Aristides Galvão
de Queiroz
1904
1910
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro.
Professor da
EPBA em 1897
Não Identificado
180
Eurico da Costa
Coutinho
Não Identificado
Alagoas,
Maceió
Não
Identificado
Não Identificado
1904
1908
Engenheiro
Civil
Formado. Cursou o
ginásio em Alagoas
Não Identificado
Não Identificado
Guilherme
Pacheco
Guimarães
1885
Bahia,
Salvador
Thereza
Soares
Pacheco
José Gomes
Pacheco
1904
1907
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Hermelindo de
Barros Luis
1885
Pernambuco,
Recife
Não
Identificado
Não Identificado
1905
1910
Engenheiro
Civil
Formado. Cursou o
ginásio nos Estados
(AL,PE e BA)
Não Identificado
Não Identificado
Joaquim
Wanderley de
Araújo Pinho
28/06/1887
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Maria Luiza
Wanderley de
Araújo Pinho
João Ferreira de
Araújo Pinho
1904
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
Prefeito de Salvador (1924 - 1926);
Sobrinho do Barão de Cotengipe,
batizado na capela particular do
Maquês de Abrantes no Rio de
Janeiro pelo cardeal da Cidade do
Rio de Janeiro; Grande nome dentro
da República Velha na ba, (deputado
do Império, Governador da ba,
Senador pela ba) A mãe é filha de
João Maurício Wanderley (Barão de
Cotegipe)
José Americano da
Costa
Não Identificado
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Álvaro Antônio da
Costa
1904
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Político (
governador do
Rio Grande do
Norte) em 1885.
Prefeito de Salvador e Jequié (1932
- 1937); Professor da EPBA, a partir
de 1923
Luiz Affonso de
Sá Adami
20/08/1887
Bahia, São
Jorge dos
Ilheús (atual
Ilheús)
Não
Identificado
Não Identificado
1905
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Luiz Silvestre
Gomes Coelho
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1905
Não Identificado
Engenheiro
Civil
Não Terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola Militar
de Realengo do Rio
de Janeiro
Não Identificado
Não Identificado
Luiz Teixeira de
Carvalho
07/08/1882
Bahia,
Salvador
Maria
Augusta de
Carvalho
Francisco Teixeira
de Carvalho
1903
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
181
Manoel Luiz
Osório
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1904
1904
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Octávio Godilho
de Castro
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1904
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Pedro Antônio
Carvalhal
28/06/1887
Bahia,
Salvador
Maria Dias
Carvalhal
José Antônio
Carvalhal
1904
Não Identificado
Não
Identificado
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Tertuliano Antônio
da Fonseca Lessa
27/04/1880
Bahia,
Salvador
Hermelina
Marcionilla
Campelo
Lessa
Antônio Lessa
1903
1908
Engenheiro
Civil
Formado
Major do
Exército
Sobrinho e afilhado de Deodoro da
Fonseca
Agenor Pedreira
de Freitas
28/11/1888
Não
Identificado
Tiburtina
Cardoso de
Freitas
Leôncio Marques
de Freitas
1906
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Tenente do
Exército
Não Identificado
Arsenio dos Anjos
Moreira Filho
08/05/1884
Bahia,
Salvador
Candida Laje
Moreira
Anselmo dos
Anjos Moreira
1905
1907
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
Curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Celso Torres
14/10/1886
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1905
1911
Engenheiro
Civil
Formado. (Egresso
da Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Domingos Romulo
da Silva Campos
Não Identificado
Pará, Belém
Não
Identificado
Não Identificado
1906
1911
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Domingos Romulo
da Silva Campos
1885
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1906
1911
Engenheiro
Civil
Formado. Cursou o
ginásio no Estado do
Pará
Não Identificado
Não Identificado
Egas Muniz
Carneiro de
Campos
10/01/1885
Bahia, Santo
Amaro
Clotilde
Burgos
Campos
Egas Muniz
Barreto Carneiro
de Campos
1905
1906
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Fazendeiro
(Capitão da
Guarda Nacional)
Não Identificado
182
Floro Edmundo
Freire
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1905
1908
Engenheiro
Civil
Formado. (Egresso
da Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
Haroldo de Freitas
Paranhos
10/09/1883
São Paulo,
São Paulo
Julia Pereira
Paranhos
Dantas Manoel de
Freitas Paranhos
1907
1907
Engenheiro
Geógrafo
Formado. (Egresso
da Escola Politécnica
de São Paulo (EPSP)
Não Identificado
Não Identificado
Jaimino Chagas
Teles
1889
Rio Grande
do Sul
Perpétua
Chagas Teles
Joaquim Pantaleão
de Queiroz
1906
1912
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado. Cursou o
ginásio no Rio de
Janeiro, Paraná,
Pernambuco.
General do
Exército
Não Identificado
Joaquim Licínio
de Souza Almeida
13/02/1884
Bahia,
Salvador
Maria
Deonilia de
Miranda
Fernando de Souza
Almeida
1905
1916
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José Maia
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1905
1905
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
José Soares
Espinheira
06/08/1886
Bahia,
Salvador
Anna Soares
Espinheira
João Gomes
Espinheira
1905
1910
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Sócio Fundador do Sindicato dos
Engenheiros da Bahia em 1937
Julio de Mello
Resende
04/04/1881
Piauí,
Teresina
Candida
Nypha de
Mello de
Simplício Coelho
de Resende
1905/ 1906
1919/ 1921
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado.(Egresso da
Escola Tática e
Preparatória de
Realengo Porto
Alegre)
Não Identificado
Não Identificado
Lourenço Ferreira
da Rocha Fleury
Não Identificado
Amazonas,
Manaus
Não
Identificado
Não Identificado
1906
1907
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Luiz Carlosde
Lima Pereira
17/06/1889
Bahia,
Salvador
Ermelinda
Dias Lima
Pereira
Antônio Pacífico
Pereira
1905
1910
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
183
Luizio Chagas
Teles
16/11/1889
Rio Grande
do Sul
Perpétua
Chagas Teles
Joaquim Pantaleão
de Queiroz
1906
1912
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado.Cursou o
ginásio no Rio de
Janeiro, Paraná,
Pernambuco.
General do
Exército
Não Identificado
Manoel de
Azevedo Gordilho
12/12/1888
Bahia,
Salvador
Isabelde
Azevedo
Gordilho
Pedro dos Reys
Gordilho
1905
1908
Engenheiro
Geógrafo
Formado. Cursou o
ginásio em Alagoas
Bacharel
Não Identificado
Manoel Dias
Borroso Júnior
30/05/1883
Amazonas,
Manaus
Thereza de
Magalhães
Barroso
Manoel Dias
Barroso
1905
1907
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Manoel Firmino
de Almeida
1884
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
José Firmino de
Almeida
1906
1911
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Manoel
IzidoroSiveira e
Souza
25/05/1885
Pará, Belém
Maria do
Carmo
Silveira e
Souza
Juerino Siveira e
Souza
1906
1910
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou o
ginásio no Rio de
Janeiro
Não Identificado
Não Identificado
Mário Castilho do
Espirito Santo
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1905
1905
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Milton da Rocha
Oliveira
09/11/1886
Ceará,
Fortaleza
Alexandrina
da Rocha de
Oliveira
Antônio Feliciano
de Oliveira
1906
1910
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou o
ginásio no Maranhão
Não Identificado
Não Identificado
Paulo Pereira de
Araújo
25/01/1885
Pernambuco,
Recife
Joana
Barbosa de
Araujo
José Pereira de
Araújo
1905
1908
Engenheiro
Civil
Formado. (Egresso
da Escola Livre de
Engenharia de
Pernambuco)
Comendador
Não Identificado
Raymundo de
Paula Avelino
Não Identificado
Não
Identificado
o
Identificado
Não Identificado
1905
1907
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Livre de
Engenharia de
Pernambuco)
Não Identificado
Não Identificado
184
Samuel Ribeiro
08/01/1882
Santa
Catarina,
Pelotas
Maria Isabel
Coutinho
Ribeiro
Francisco de Paula
Ribeiro
1906
1908
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Severo de
Alburquerque
Não Identificado
Mato
Grosso,
Cuiabá
Não
Identificado
Não Identificado
1905
1906
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Aberlardo Andréa
dos Santos
10/04/1886
Amazonas,
Manaus
Maria
Augusta
Andréa dos
Santos
João Alves dos
Santos
1907
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Alexandre Lopes
da Costa
06/06/1884
Bahia,
Salvador
Francisca
Lopes de
Araujo Costa
Francelino Dias da
Costa
1907
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Alicio Lopes de
Carvalho
10/06/1883
Bahia,
Canavieiras
Sophia Maué
Lopes
Augusto Luiz de
Carvalho
1907
1911
Engenheiro
Geógrafo
Formado. Cursou o
ginásio em Sergipe
Fazendeiro
(Coronel da
Guarda Nacional)
Não Identificado
Antônio José da
Silva
20/04/1887
Goiás,
Goiania
Não
Identificado
Joaquim Jo´se da
Silva
1907
1908
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Archias de Aguiar
Pereira
1890
Pernambuco,
Recife
Heraclides de
Aguiar
Pereira
Nilo José da Silva
Pereira
1907
1918
Engenheiro
Civil
Formado. Cursou o
ginásio no Ceará e
Paraíba
Não Identificado
Não Identificado
Ciro Moreira
Spinola
5/02/1890
Bahia,
Caitité
Sizenanela
Angelica
Moreira
Spinola
Joaquin Antônio
de Souza Spinola
1907
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Conselheiro de
Estado
Família Spinola (Asio Teixeira)
Edgardo Autran
Dourado
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1908
1909
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
Filinto de Mello
26/02/1887
Bahia,
Salvador
Adelaide
Luiza de
Carvalho
Mello
Thomaz Cyrillo de
Mello
1907
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
185
Francisco Pereira
Sodré
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1907
1907
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Henrique
Ascendino de
Mattos
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1907
1910
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
Jacinto Ferreira de
Andrade Sobrinho
5/01/1890
Bahia,
Salvador
Maria
Francisca de
Andrade
Francisco Ladislau
de Andrade
1907
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Jayme Guimarães
20/10/1888
Bahia,
Salvador
Lirintina
Elidia de
Andrade
Guimarães
Carlos Guimarães
1907
1910
Engenheiro
Geógrafo
Formado.Cursou o
ginásio em Alagoas
Não Identificado
Não Identificado
Jayme Torres
20/02/1889
Bahia,
Salvador
Maria da
Purificação da
França Torres
Tranquilhino
Leonigildo Torres
1907
1911
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Joaquim Leite de
Oliva
03/06/1887
Sergipe,
Aracaju
Josepha
Dantas Leite
de Oliva
José Leite de
Oliva
1907
1926
Engenheiro
Geógrafo
Formado.Cursou o
ginásio em Alagoas
Não Identificado
Não Identificado
José Luiz da Costa
Carletto
22/03/1888
Bahia,
Pojuca
Joaquina
Maria da
Costa Carletto
Casemiro Ciriaco
Carletto
1907
1912
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou
parte do ginásio em
Alagoas
Não Identificado
Não Identificado
Manoel Gomes
Coelho Borges
12/05/1887
Bahia,
Salvador
Desdecia de
Assis Coelho
Borges
Francisco de Assis
Coelho Borges
1906
1911
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Mário de Lacerda
Gordilho
6/12/1888
Bahia,
Salvador
Maria
Lacerda
Gordilho
Adriano Lacerda
Gordilho
1907
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Moisés Alves da
Silva
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1907
1908
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio Grande do Sul)
Não Identificado
Não Identificado
Octaviano de
Souza Gomes
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1907
1908
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Coronel do
Exército
Não Identificado
186
Philemon Muniz
Barreto
Não Identificado
Sergipe,
Aracaju
Não
Identificado
Não Identificado
1907
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Thomaz de
Miranda Freira de
Carvalho
25/08/1889
Bahia,
Salvador
Maria
Augusta de
Miranda
Freira
José Eduardo
Freira de Carvalho
1907
1911
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Zeferino
Graciliano
Penalber
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1907
1908
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso da
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Affonso Moreira
08/02/1989
Bahia,
Salvador
Idalina Pinto
Moreira
José Pinto Moreira
1908
1915
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Afonso de
Almeida Galeão
17/06/1889
Bahia
Amélia
Candida de
Almeida
Galeão
Diogo Caetano de
Almeida Galeão
1908
1910
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Alvaro Pinto
Soares
12/10/1890
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1908
1915
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Negociante
Não Identificado
Antônio Telles de
Souza
Não Identificado
Ceará,
Fortaleza
Não
Identificado
Não Identificado
1908
1910
Engenheiro
Geógrafo
Formado.(Egresso da
Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Augusto Camara
Alves da Silva
27/12/1888
Pará, Belém
Não
Identificado
Manoel Alves da
Silva
1908
1909
Curso Geral
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar de
Manaus)
Não Identificado
Não Identificado
Aurélio Britto de
Menezes
30/01/1890
Bahia
Não
Identificado
Não Identificado
1908
1914
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Camillo Lelles
Monteiro
1886
Amazonas,
Manaus
Não
Identificado
Não Identificado
1908
1914
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Candido Ferreira
Trancoso
1887
Bahia
Rosana Alves
Trancoso
João Ferreira
Trancoso
1908
1910
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
187
Carlos Augusto
Freire de Carvalho
Filho
24/08/1890
Bahia,
Salvador
Estephânia
Freire de
Carvalho
Carlos Augusto
Freire de Carvalho
1908
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Francisco
Tertuliano de
Alburquerque
Filho
20/05/1890
Pernambuco,
Recife
Raymunda
Adelaide
Sabaia
Alburquerque
Francisco
Tertuliano
Alburquerque
1907
1908
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso da
EPBA.(Egresso da
Escola de
Engenharia de
Pernambuco)
Não Identificado
Não Identificado
Franklin de
Oliveira Ribeiro
06/12/1893
Sergipe,
Aracaju
Lavínia Diniz
de Oliveira
Ribeiro
Candido de
Oliveira Ribeiro
1908
1914
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Hemillo Afonso
Guerreiro
10/09/1890
Bahia,
Salvador
Elasia
Affonso
Felinto Dias
Guerreiro
1908
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
João de Carvalho
Goés
19/11/1890
Bahia,
Salvador
Adele de
Carvalho
Góes
José Antônio Góes
1908
1910/ 1935
Engenheiro
Civil
Formado
Negociante
Não Identificado
João Paranhos da
Santos Braga
5/12/1891
Bahia,
Salvador
Guilhermina
Paranhos dos
Santos Braga
João Vieira dos
Santos Braga
1908
1914
Engenheiro
Civil
Formado
Negociante
Os avós tinham títulos (Barão e
Baronesa de Palma)
Joel Artur de Sá
Ademi
02/03/1891
Bahia, Ilheús
Deolinda
Carolina
Ademi
José Carlos Ademi
1908
1912
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José de Sá Roriz
27/06/1887
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Arlindo Gomes Sá
Roriz
1908
1913
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Lino Calmon de
Araújo Góes
20/03/1892
Bahia,
Salvador
Baronesa de
Camaçary
Barão de
Camaçary
1908
1910
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Fazendeiro
Não Identificado
Mário Soares
Pereira
07/03/1890
Paraíba, João
Pessoa
Camila
Soares Pereira
Constatino da
Costa Pereira
1908
1913
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Octacílio Leal
1891
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Maximiano de
Araújo Leal
1908
1913
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou o
ginásio em Alagoas
Não Identificado
Não Identificado
188
Paulo de Mattos
Pedreira de
Cerqueira
08/09/1889
Bahia,
Salvador
Maria
Josepha de
Mattos
Pedreira de
Cerqueira
Alvaro Pedreira de
Cerqueira
1908
1913
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Diretor da EPBA em 1939;
Professor da EPBA em 1928.
Catedrático da cadeira de fisíca.
Aposentou-se como professor
Emérito
Reinaldo Soares
da Silva Lima
23/07/1892
Bahia,
Salvador
Emília Soares
da Silva Lima
Francisco Lopes
da Silva Lima
1909
1914
Engenheiro
Civil/ Física e
Matemática
Formado
Engenheiro
O avô paterno era o Comendador
José Lopes da Silva Lima
Américo Nery
02/04/1888
Pará, Belém
Não
Identificado
Antônio
Constantino Nery
1909
1912
Engenheiro
Civil
Formado. Cursou o
ginásio em Escolas
Militares Escola de
Guerra de Porto
Alegre, e Escola
Militar do Rio de
Janeiro
Tenente Coronel
do Exército
Não Identificado
Benjamin da Costa
Ribeiro
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1910
1911
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Tática do
Realengo Porto
Alegre)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Antônio Alves
Fernandes Távora
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1910
1911
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Tática do
Realengo Porto
Alegre)
Não Identificado
Não Identificado
189
Argemiro Vidal
Pessôa
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1909
1910
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
Arbaldo Cabral
Botelho Benjamin
19/10/1887
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Ana Cabral
Benjamin
Alfredo Botelho
Benjamin
1909
1909
Engenheiro
Civil
Não Terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Advogado
Não Identificado
Edgard Luz
04/10/1888
Bahia,
Salvador
Maria Eliza
Devoto Luz
Fernando Antunes
da Luz
1909
1915
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Euphrasio
Grescencio Borges
16/01/1886
Bahia, Santo
Amaro
Heleonôra
Dias Borges
José Marcelino
Borges
1909
1914
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Alexandre Goés
Filho
02/06/1889
Bahia, Catú
Antônia
Pinheiro de
Araújo Goés
Alexandre dos
Reis Araújo Goés
1909
1914
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
O padrinhado de Manoel José dos
Reis Araújo Goés (Capitão da
Guarda Nacional)
Francisco Luis de
Oliveira Chaves
Não Identificado
Pernambuco,
Recife
Não
Identificado
Não Identificado
1908
1910
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Livre de
Engenharia de
Pernambuco)
Não Identificado
Não Identificado
Pedro Augusto da
Silva
15/02/1890
Bahia, Catú
Josepha de
Guimarães
Silva
Manoel Augusto
da Silva
1909
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Elysio de Moura
Godin
12/04/1891
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Clemente Otonú
da Silva Godin
1909
1917
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
190
Antônio de Inojosa
Varejão
28/08/1887
Paraíba, João
Pessoa
Anastásia
França de
Inojosa
Varejão
Maximiano José
de Inojosa Varejão
1909
1918
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA.Na
pasta do discente
consta um amplo
processo referente a
indisciplina. Motivo:
Ofensa e ameaça a
um Docente da
Escola.
Provavelmente o
aluno foi expulso da
Instituição.
Professor
O pai do aluno. Professor de Língua
Portuguesa no Liceu da Paraíba.
Jornalista do jornal paraibano (O
Norte).
Artur Lopes de
Castro Pinto
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1910
1912
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Mário Cabral
10/12/1890
Ceará,
Fortaleza
Jovina Cabral
Fausto Cabral
1910
1916
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou o
ginásio no Ceará
Não Identificado
Não Identificado
Alberto Pereira
Espinheira
26/11/1888
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Antônio Pereira
Espinheira
1910
1911
Não
Identificado
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Mário Tarquinio
24/12/1892
Bahia,
Salvador
Adelaide
Figueiredo
Tarquinio
Luiz Tarquinio
1910
1915
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Professor da EPBA em 1929.
Catedrático da cadeira de Desenho
Técnico.
Armando Augusto
da Silva Freire
23/03/1889
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Eduardo Nunes da
Silva Freire
1910
1910
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
o Identificado
Não Identificado
191
Joaquin Vidal
Pessôa
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1910
1912
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Realengo
em Porto Alegre, e
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Caio Mário
Pedreira
02/06/1890
Bahia,
Salvador
Carolina de
Gouveia
Pedreira
(Portuguesa)
João de Mello
Pedreira
1909
1914
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou o
ginásio em Salvador
Não Identificado
Professor da EPBA em 1947.
Ministrou várias disciplinas
Gustavo da Silva
Lopes
1891
Bahia,
Salvador
Eulina Seixas
da Silva
Lopes
Amado da Silva
Lopes
1909
1914
Engenheiro
Geógrafo
Formado.Cursou o
ginásio em Salvador
Não Identificado
Não Identificado
Humberto Monte
15/08/1888
Ceará,
Fortaleza
Carolina
Monte
Antônio Sabino do
Monte
1909
1914
Engenheiro
Civil
Formado
Advogado
formado em
1870, pela
Faculdade de
Direito do Recife.
O pai do aluno foi Advogado
formado em 1870, pela Faculdade
de Direito do Recife. No Rio de
Janeiro, foi Promotor de Justiça de
Cantagalo e Juiz de Órfãos de
Mangaratiba, respectivamente em
1872 e 1873. Em 1878, foi nomeado
Chefe de Polícia do Ceará e no ano
seguinte, 4ª Vice-Presidente da
Província do Ceará. Em 1880, Juiz
de Direito da Comarca de
Imperatriz, em Alagoas, vindo a
ocupar em 1881, a Chefia de Policia
da Província da Paraíba do Pará,
sendo neste mesmo ano, nomeado
Juiz de Direito de Santana do
Acaraú, no Ceará. Pela Carta
Imperial datada de 09 de Agosto de
1874, foi nomeado Presidente da
Província da Paraíba do Norte. Em
1885 retornou à Comarca de
Santana do Acaraú, onde
permaneceu até Janeiro de 1891,
quando por ato do Governo
Provisório da República, foi
removido para a 2ª Vara Cível de
Fortaleza.Como Deputado, integrou
a primeira Constituinte do Estado,
vindo a ser distinguido por ato do
Presidente General Clarindo de
Queiroz de 06 de Julho de 1891,
192
Desembargador do Tribunal de
Apelação do Ceará, sendo
posteriorrmente nomeado
Procurador Geral do Justiça. Foi
Professor Fundador da Faculdade
Livre de Direito do Ceará (1903),
lecionando Direito Civil. Secretário
da Justiça e Segurança pública
(1900-1904).
Adherbal de Mello
Duarte
19/11/1890
Bahia
Não
Identificado
Ermínio José
Duarte
1911
1912
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Cursou o
ginásio em Salvador
Não Identificado
Não Identificado
Armando Rêgo
Carneiro da Rocha
11/09/1892
Bahia,
Salvador
Rosa da Silva
Rêgo
Carneiro da
Rocha
Arthur Carneiro da
Rocha
1911
1916
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou o
ginásio em Salvador
Advogado
Prefeito da Salvador (1946 - 1946);
Antônio Carneiro da Rocha (TIO
DO ALUNO). Advogado e político,
foi ministro da Marinha, de 6 de
maio a 3 de julho de 1882, ministro
dos Transportes de 6 de junho de
1884 a 6 de maio de 1885, e
ministro da Agricultura, de 6 de
junho de 1884 a 6 de maio de 1885.
Também foi senador e prefeito de
Salvador, de janeiro de 1908 a
fevereiro de 1912, além de fundador
do Instituto dos Advogados da ba, e
seu primeiro presidente.
Leopoldo Afrânio
Bastos do Amaral
1894
Pará, Belém
Bernardina
Pinheiro
Bastos do
Amaral
José Bransforão da
França Amaral
1911
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Tenente do
Exército
Diretor da Estrada de Ferro de
Nazaré. Diretor de jornais; Professor
da EPBA e do Ginásio da Bahia.
Catedrático da cadeira Geometria
Analítica e Calculo Infinitesimal;
Prefeito de Salvador em 1930
governando até 1931
193
Jayme de
Meirelles Costa
Pinto
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1911
Não
Identificado
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Lucillo Wolfgang
Nascimento
31/10/1890
Bahia,
Salvador
Maria
Augusta
Nascimento
João Ricardo do
Nascimento
1911
1913
Engenheiro
Geógrafo
Formado.Cursou o
Ginásio em Salvador
Professor
Não Identificado
Edgard Pereira
Vianna Bandeira
Não Identificado
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1914
Não
Identificado
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Plínio Pompeu de
Saboya Magalhães
03/03/1892
Ceará, I
Jacyntha de
Saboya
Magalhães
João Pompeu de
Saboya Magalhães
1911
1913/ 1937
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado
Engenheiro
Agrônomo
Prefeito de Fortaleza; Deputado
1946 - 1946; Deputado em 1935 a
1937; Senador (1946 - 1955);
Diretor de Obras Públicas do Ceará.
Diretor da Estrada de Ferro
Sorocabana. Superintendente da
Fundação da Casa Popular, Chefe na
Inspetoria Federal de Obras contra
as Secas(IFOCS).Chefe na
construção de estradas (ferrovias e
rodovias) em S. Paulo. Engeheiro na
Construção da Estrada de Ferro
Cearense. Chefe da Construção da
Estrada de Ferro Ceará-patos.
Francisco Teixeira
de Araújo Júnior
15/11/1891
Não
Identificado
Córdula
Honorina
de Castro
Teixeira
Francisco Teixeira
de Araújo
1911
1914
Engenheiro
Geógrafo
Formado.Cursou o
ginásio em Salvador
e Alagoas
Fazendeiro
(Major da Guarda
Nacional)
Não Identificado
Reynaldo Moreira
de Alburquerque
Laffitti
1880
Bahia
Isaura
Florentina de
Alburquerque
Laffitti
Domingos Moreira
dos Santos Laffitti
1911
1914
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
194
Elba Pinheiro Dias
21/04/1889
Rio de
Janeiro,
Campos
Ana Pinheiro
Dias
Antônio
Bernardino Dias
Furtado
1911
1912
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Diretor do Serviço Telegráfico
Oficial, cujo sistema restaurou
totalmente durante sua gestão, e
diretor do Plano Postal Telegráfico;
Secretario da Confederação
Brasileira de Radiodifusão,
considerada, na época, a entidade
máxima do rádio no Brasil.;
Responsável pela criação, em 1924,
da segunda emissora do então
Distrito Federal, e uma das
primeiras do país, a Rádio Clube do
Brasil. Fundou a revista Antenna em
1926 e a dirigiu durante 15 anos.
Trabalhou no Departamento de
Correios e Telégrafos. 51 anos de
serviços prestados; Instalou linhas
telegráficas no Norte e Nordeste do
Brasil, da ba ao Pará. Em 1922
Trabalhou na Estação Westinghouse
instalada na Praia Vermelha por
ocasião da Exposição do Centenário
da Independência, quando foi
realizada a primeira transmissão de
rádio no país.Integrou a equipe de
Roquette Pinto na montagem da
primeira emissora brasileira, a Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro, em
1923; Nos anos 20, quando a
maioria dos radiodifusores ainda não
havia despertado para as
possibilidades do rádio como
negócio, a Rádio Clube do Brasil
deu os passos decisivos nesse
sentido, sendo a primeira emissora
brasileira a transmitir publicidade.
Elba Dias foi o pioneiro na
apresentação de ídolos da música
popular, como Mário Reis,
Francisco Alves, Patrício Teixeira e
Gastão Formenti. Com o estímulo
surgiram os chamados programistas,
que arrendavam espaços nas
emissoras e cuidavam da
apresentação, produção e
comercialização de programas que
fizeram sucesso na época.
195
Mário da Costa
Requião
03/10/1892
Bahia,
Salvador
Rosa Maria
da Costa
Requião
Isaías Alves
Requião
1911
1913
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Farmacêutico
Pai do aluno, era agente exclusivo
para a ba, Pernambuco, Sergipe e
Alagoas, de automóveis de
fabricação inglesa, e representante
da sociedade de seguros Garantia da
Amazônia.
Jayme Lopes
Villas Bôas
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1910
1910
Não
Identificado
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Honácio Cesar
Jordão
02/12/1894
Bahia,
Salvador
Jovina Coelho
Jordão
Fernando da Silva
Jordão
1910
1914
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Carlos Müller
18/07/1889
Bahia,
Salvador
Luiza Daltro
Müller
João Carlos da
Silva Müller
1910
1920
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou o
ginásio em Salvador
e Alagoas
Não Identificado
Não Identificado
Oldgard Leal
Marback
26/11/1892
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Augusto Lassano
Marback
1910
1913
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Alcídes de Souza
Ramos
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1910
1911
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Tática do
Realengo em Porto
Alegre, e Escola de
Guerra no Rio de
Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
João Pessoa
Cavalcante de
Alburquerque
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1910
1911
Não
Identificado
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Tática do
Realengo em Porto
Alegre, e Escola de
Guerra no Rio de
Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
196
Luiz Gaudié Ley
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1910
1911
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Tática do
Realengo em Porto
Alegre, e Escola de
Guerra no Rio de
Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Philemon Moreira
Lima
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1913
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Manoel
Alexandrino da
Luz
11/11/1883
São Paulo,
Redenção
Maria
Joaquina da
Luz
Manoel
Alexandrino da
Luz
1911
1912
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Emygdio José
Ribeiro
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1912
Não
Identificado
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
José Bina Fonyat
29/09/1885
Rio Grande
do Sul, Porto
Alegre
Mônica Bina
Fonyat
Napoleão Fonyat
1911
1915
Engenheiro
Civil/ Física e
Matemática
Formado.(Egresso da
Escola Tática e
Preparatória de
Realengo Porto
Alegre e Escola de
Guerra de Porto
Alegre)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
197
Tito de Barras
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
Não Identificado
Não
Identificado
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Joaquin Cardoso
da Silveira
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1912
Não
Identificado
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Tática de
Realengo e Escola
de Guerra de Porto
Alegre)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Franckin Barbosa
Lima
04/06/1888
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1912
Não
Identificado
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Aplicação
de Infantaria e
Cavalaria)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Euclides Nunes
Seabra
07/04/1887
Maranhão,
São Luiz
Germana
Francisca
Nunes Seabra
João Pires Seabra
1911
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Rodolpho
Figueiredo de
Souza
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1912
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra e
Escola de Aplicação
de Infantaria e
Cavalaria)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
198
João Fellippe
Bandeira de Mello
13/05/1887
Maranhão,
São Luiz
Maria
Francisca
Bandeira de
Mello
Boaventura Catão
Bandeira de Mello
1911
1912
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Oscar Moreira
Fenôco
23/01/1889
Bahia
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1911
Não
Identificado
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra, e
Escola de Artilharia
e Engenharia)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Caio de Souza
Leão Lustosa
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1912
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra e
Escola de Aplicação
de Infantaria e
Cavalaria)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Waldemiro
Montenegro de
Oliveira
12/08/1894
Bahia
Não
Identificado
Ponciano Ferreira
de Oliveira
1911
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Conselheiro de
Estado
Não Identificado
Adroaldo
Tourinho
Junqueira Ayres
10/04/1895
Bahia,
Salvador
Ana Tourinho
Junqueira
Ayres
José Carlos
Junqueira Ayres
de Almeida
1911
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Conselheiro de
Estado
Ministro interino do Ministério da
Justiça e Negócios Interiores de
29.06.1950 a 04.08.1950; Diretor
Presidente do Crea durante os anos
de 1937 até 1939, Chefe no
Ministério da Justiça e Negócios
Interiores; Homenageado em 2002,
com a Medalha do Mérito, criada em
1958, pelo Conselho Federal de
Engenharia e Arquitetura, para
homenagear os grandes nomes da
Engenharia e Arquitetura no Brasil;
O Jaime Tourinho Junqueira Ayres
(Irmão do Aluno) foi advogado,
Jornalista e Deputado Estadual em
1934-1937 e 1947-1951.
199
João Maribondo
da Trindade
1890
Goiás
Maria da
Trindade
Francklin
Tupinambá
Maribondo da
Trindade
1911
1914
Engenheiro
Geógrafo
Formado. Cursou o
ginásio em Alagoas
Comendador
Não Identificado
Eteocles de Souza
Maciel
04/02/1893
Sergipe,
Aracaju
Não
Identificado
Octávio de Souza
Leite
1911
1915
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Cursou o
ginásio em Salvador
Fazendeiro
(Coronel da
Guarda Nacional)
Funcionário Público. Trabalhou na
estrada de Ferro Central do Brasil
que fundou a AECB - Associação de
Engenheiros da Estrada de Ferro
Central do Brasil, em 19 de junho de
1937, com a finalidade de organizar
e fundar uma associação de classe).
Francisco de
Freitas Guimarães
06/11/1889
Ceará,
Fortaleza
Não
Identificado
José de Freitas
Guimarães
1911
1916
Engenheiro
Civil/ Fisíca e
Matemática
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Edgard Soares de
Pinho
19/08/1893
Bahia,
Salvador
Maria
Carolina
Vianna de
Pinho
Luintino Soares de
Pinho
1911
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
Não Identificado
Alcebíades Goés
29/07/1892
Bahia, Catú
Antônia
Pinheiro de
Araújo Góes
Alexandre dos
Reis Araújo Goés
1909
1914
Engenheiro
Civil
Formado. Cursou o
ginásio em São
Paulo
Engenheiro
Não Identificado
Luiz Marinho de
Alburquerque
Andrade
10/02/1887
Ceará,
Fortaleza
Maria
Carolina
Saboya de
Alburquerque
João Marinho de
Andrade
1911
1915
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado
Médico
Participou do Congresso
Constituinte que elaborou a Carta
Constitucional de 1934; O pai do
aluno foi Prefeito de Fortaleza,
Deputado Estadual e Deputado
Federal; Ernesto Marinho de
Albuquerque Andrade (Tio do
Aluno) foi Prefeito de Sobral de
1924 a 1928.
Francisco de
Salles Capinan
1886
Alagoas,
Maceió
o
Identificado
Não Identificado
1911
1914
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Henrique de
Azevedo Futura
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1911
Não
Identificado
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Não Identificado
200
Aristóteles Góes
12/10/1895
Bahia,
Alagoinhas
Antônia
Pinheiro de
Araújo Goés
Alexandre dos
Reis Araújo Goés
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
Prefeito de Salvador 1954 - 1955
Affonso Feijó da
Costa Ribeiro
24/01/1893
Ceará,
Fortaleza
Maria Feijó
da Costa
Ribeiro
José Carlos da
Costa Ribeiro
1912
1917
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Sócio do clube de engenharia do
Ceará; um dos colaboradores na
fundação da antiga escola de
engenharia do Ceará 1955.
Argeu Costa
29/08/1890
Sergipe,
Aracaju
Maria Ignacia
Costa
Philadelpho Costa
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Candido de Vargas
Freire
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1912
1914
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola de
Engenharia de Porto
Alegre)
Não Identificado
Não Identificado
Pio Lopes Pereira
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1912
Não Identificado
Não
Identificado
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Antônio Francisco
de Lacerda
20/05/1890
Bahia,
Salvador
Emilia Pinho
de Lacerda
Antônio Carlos de
Lacerda
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
O aluno deve ter sido parente de
Antônio Francisco de Lacerda
fundador do Elevador Lacerda em
Salvador.
Raymundo da
Silva
1874
Maranhão,
São Luiz
Laura Rosa da
Silva
Luiz Coveia de
Negreiros da Silva
1912
1915
Engenheiro
Civil/ Fisíca e
Matemática
Formado.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Alcebiades de
Oliveira Brasil
26/11/1882
Bahia, Porto
Seguro
Maria Nobre
de Oliveira
Isidoro de Oliveira
Guimarães
1912
1918
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro, e
Escola de Guerra e
Escola de Aplicação
de Artilharia e
Cavalaria)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
201
Octávio Alves de
Araújo
03/12/1883
Espirito
Santo, São
Mateus
Marcolina
Isabel de
Araújo
Bernardino Alves
Pereira de Araújo
1912
1920
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro, e
Escola de Aplicação
de Infantaria e
Cavalaria)
Não Identificado
Prefeito de Vila Velha 1923 a 1925;
Militar do Exército (Oficial)
Eduardo Jausen
1813
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Não
Identificado
Carlos Jausen
Júnior
1913
Não Identificado
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Aplicação
de Artilharia e
Engenharia do Rio
de Janeiro)
Major do
Exército
Militar do Exército (Oficial)
Luiz Tolomeu de
Mello Castro
1878
Pernambuco,
Recife
Francisca
Avelina
Rodrigues de
Castro
Domingos de
Mello Castro
1913
1914
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Aplicação
de Artilharia e
Engenharia do Rio
de Janeiro)
Tenente do
Exército
Militar do Exército (Oficial)
Sifredo Pedral
Sampaio
22/06/1893
Bahia, Santo
Antônio de
Jesus
Carolina
Pedral
Sampaio
Alexandre José de
Almeida
1912
1918/ 1939
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
202
Hildeberto de
Albu
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1913
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro, e
Escola de Aplicação
de Infantaria e
Cavalaria)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Fausto Garrida de
Menezes
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1913
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Arnoldo Marques
Mancebo
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1913
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Vasco Octávio dos
Santos
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1912
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
203
José Monteiro de
Andrade
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1912
1912
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de Guerra do
Rio de Janeiro, e
Escola de Aplicação
de Infantaria e
Cavalaria)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Joaquim do
Nascimento
Fernandes Távora
1881
Ceará,
Jaguaribe
Não
Identificado
Não Identificado
1911
1912
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de
Engenharia de Porto
Alegre)
Não Identificado
Tenente do Exército Brasileiro (Em
1922, comandava o 17º Batalhão de
Caçadores, sediado em Corum
(MT), quando liderou a rebelião
nesse estado, em solidariedade ao
levante deflagrado no Forte de
Copacabana, no Rio de Janeiro,
contra o governo de Artur
Bernardes, dando início ao ciclo de
levantes tenentistas daquela década.
Foi preso e libertado em 1922. Em
fins de 1923, após desertar do
Exército, aderiu a uma nova
conspiração contra o governo
federal, articulada sob o comando do
general Isidoro Dias Lopes. Joaquim
Távora, ocupou posição de destaque
na rebelião responsável pela prisão
do general Abílio de Noronha,
comandante da 2ª Região Militar.
Juarez Távora, irmão de Joaquim
Távora, participou dos movimentos
rebeldes da década de 20 e teve
destacada participação na vida
política nacional após a Revolução
de 1930
204
Fausto Netto de
Alburquerque
1890
São Paulo
Candida de
Alburquerque
José Balbino
Alburquerque
1913
1913
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Militar do
Rio de Janeiro, e
Escola de Artilharia
e Cavalaria)
Não Identificado
Militar do Exército (Oficial)
Antônio Alves de
Almeida
1891
Bahia,Santo
Antônio de
Jesus
Ana Augusta
de Almeida
Sampaio
Aprigio Alves de
Almeida
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Landulfo Alves de Almeida (irmão
do aluno)foi um Político; interventor
da ba (25/03/1938 a 05/11/1942),
incrementa a economia interiorana;
Senador da República pela ba (1946
a 1955); Presidente do PTB/BA,
defende a Lei 2004, que cria a
PETROBRÁS e o monopólio estatal
do petróleo. Seu irmão mais velho,
ISAIAS ALVES DE ALMEIDA
deu a iniciativa de criar a Faculdade
de Filosofia da ba, cujos cursos
foram iniciados em 15 de março de
1943. foi Professor e Diretor da
Faculdade de 1941 a 1958, e foi
sócio efetivo do Instituto Geográfico
e Histórico da ba, ocupou, na
Academia de Letras da ba, a cadeira
número 32. Sócio honorário do
Lions Clube Salvador e membro da
Loja Maçônica Força e União
Segunda.
Carlos de Seixas
Ferreira
21/06/1893
Bahia, Santo
Amaro
Celina
América de
Seixas
Augusto de Seixas
Pereira
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
(Capitão da
Guarda Nacional)
Não Identificado
Heitor Novis
05/03/1894
Mato Grosso
Não
Identificado
Armando Novis
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
Não Identificado
José Dias
Laranjeiras
18/07/1893
Bahia,
Caitité
Lisinia de
Carvalho
Laranjeiras
José Dias
Laranjeiras
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Durval Ribeiro
Saback
05/01/1895
Bahia, Baixa
Grande
Não
Identificado
David Saback
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
(Capitão da
Guarda Nacional)
Pai do aluno foi Prefeito da cidade de
Baixa Grande 1889; David Saback (pai
do aluno), foi um imigrante judeu
radicado na ba em meados do século
XIX. Era oriundo do Leste Europeu,
205
provavelmente a Sérvia, e se estabeleceu
primeiro na cidade de Feira de Santana.
Alfredo Nogueira
Passos
1894
Pernambuco,
Recife
Theodolinda
Nogueira
Passos
Alfredo Veloso da
Rocha Passos
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Diretor Presidente do Crea Ba em
1946 a 57
José Antônio de
Freitas
1895
Bahia,
Salvador
Brazilia
Aguiar de
Freitas
Luiz Antônio de
Oliveira
1911
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso Na EPBA
Coronel do
Exército
Militar do Exército (Oficial)
Mário Leite Leal
Ferreira
08/01/1896
Bahia, Santo
Amaro
Izana Leite
Leal Ferreira
Joaquim Leal
Ferreira
1912
1914
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso Na EPBA
Almirante da
Marinha
Diretor do IPASE;Diretor
(Organizador)do Laboratório do
Serviço de Águas e Esgotos do
Distrito Federal e Diretor de
Engenharia Sanitária dos Serviços
de Saúde do Estado do RJ, Chefe do
Serviço de Água de São Paulo
(adução de Rio Claro); Funcionário
Público. Engenheiro da Viação do
Rio Grande do Sul; Professor Livre
Docente da Escola Nacional de
Engenharia (EPRJ), lecionou por
vários anos na cadeira de Higiene,
Saneamento e Urbanismo assim
como na Escola Nacional de Belas
Artes lecionou a disciplina Higiene
da Habitação; Especializado em
Engenharia Sanitária em Harvard -
E.U.A . Bolsista da Rockfeller
Foundation entre 1930 e 1932,
dedicando-se a estudos em
engenharia e em sociologia. criou o
EPUCS - Escritório do Plano de
Urbanismo da Cidade do Salvador,
em 1943 e 1947, que congrega uma
equipe multidisciplinar arquitetos,
advogados, historiadores, geógrafos,
topógrafos, médicos e biólogos e
trabalha a partir de uma tradição de
pensamento sobre a cidade baseada
nas teorias do biólogo e urbanista
escocês Patrick Geddes; O pai do
aluno. Presidente do Senado
Estadual e que assume interinamente
o governo do Estado da ba entre
1891 e 1892.
Antenor Borges de
Barros
18/02/1893
Bahia,
Salvador
Ceciliana
Borges de
João Borges de
Barros
1912
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Coronel do
Exército
Funcionário Público. Engenheiro
ferroviário da antiga Noroeste do
206
Barros
Brasil
Durval Neves da
Rocha
01/03/1892
Bahia,
Salvador
Umbelina
Dias Neves da
Rocha
Alfredo Nunes da
Rocha
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Prefeito de Salvador 1938 - 1942;
Secretário de Viação e Obras
Públicas; Inspetor Federal de Obras
Contra As Secas, Professor da
EPBA em 1943. Ministrou várias
disciplinas; Diretor-geral do
Departamento de Saneamento do
Estado; Diretor do Serviço de Águas
e Esgotos Superintendente da
Navegação Baiana; Diretor do
Departamento dos Serviços
Industriais, Chefe do Departamento
Das Estradas de Ferro Nazaré; Chefe
da Locomoção da Navegação
Baiana.
Oscar Spinola
Teixeira
17/11/1894
Bahia,
Caitité
Ana Spínola
Teixeira
Deocleciano Pires
Teixeira
1912
Não Identificado
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Médico
Deputado estadual em 1925-1926,
reeleito 1927-1928; Deputado
estadual Constituinte pela União
Democrática Nacional- UDN, 1947-
1951, suplente de deputado estadual
pelo Partido Social Democrático-
PSD, 1951-1955, assumiu por
diversos períodos.; Instalou o
serviço de água encanada em
Caetité, 1920; nomeado inspetor
geral do Telégrafo na Estrada de
Ferro no Noroeste do Brasil, 1923;
criou a 1ª usina de algodão e uma
técnica de alimentação para gado
com caroços de algodão, Guanambi-
BA; instalou o serviço de luz em
Caetité, 1925; construiu a estrada de
Contendas-BA a Caetité, 1927;
instalou o serviço de luz elétrica em
Urandi-BA, 1928, em Palmas de
Monte Alto-BA e em Jacaraci-BA,
1950; Funcionário Público; O pai do
aluno é formado na faculdade de
Medicina da ba no ano de
1870.Deputado provincial de 1888 a
1889 e candidatara-se à legislatura
seguinte quando se proclamou a
República. Consolidando sua
liderança, presidiu o Conselho
Municipal e, na legislatura de 1893
a 98, figurou entre os senadores
estaduais, mandato que se renova
para a seguinte de 1899 a 1904. Às
sessões de 1901 a 1902 não
207
compareceu e, recebendo os
subsídios, destinou-os ao
abastecimento de água da cidade.
Renunciou em 1903; Médico(pai do
aluno), diplomando-se em 1870. No
segundo ano do curso partiu
juntamente com toda a turma a
servir por dois anos nos hospitais de
sangue do Paraguai. De seu primeiro
e único cargo oficial, nomeado em
1873, o de segundo Cirurgião do
Corpo de Saúde da Marinha,
exonerou-se.
208
João da Matta
Barros
08/02/1891
Pará, Belém
Não
Identificado
Antônio Joaquim
de Barros
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Antônio
Figueiredo Souza
Júnior
21/01/1891
Bahia,
Salvador
Adelina
Figueiredo de
Souza
Antônio
Figueiredo Souza
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Professor da EPBA, da cadeira de
Física. Concurso impugnado não
chegando a assumir a cadeira de
Física.
Eliezer de Souza
Santos
12/04/1894
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Antônio Joaquim
de Souza Santos
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
209
José de Freitas
Jatobá
22/11/1894
Bahia,
Campo
Formoso
Cecília de
Freitas Jatobá
Guilhermino de
Freitas Jatobá
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Deputado Suplente pela ba em
dezembro de 1945 (UDN), tendo
exercido o mandato de abril de 1947
a julho de 1950. Foi sucessivamente
reeleito suplente nos pleitos de 1950
a 1954 ocupando uma cadeira na
Câmara Federal de novembro de
1955 a fevereiro de 1956; de maio a
julho de 1956 e de abril a junho de
1958; Deputado Estadual em 1935 e,
após a promulgação da Constituição,
continuou a exercer o mandato
legislativo, até o golpe de estado de
novembro de 1937; Secretário da
Fazenda no segundo Governo Juracy
Magalhães, no período de 8 de abril
de 1960 a junho do mesmo ano;
Diretor-Financeiro da Companhia
Vale do Rio Doce (1951-1952) ;
Tornou-se Prefeito do município de
Senhor do Bonfim e, em seguida,
munido de amplos poderes,
organizou e presidiu a ―Aliança
Social e Política Municipal‖ que,
englobando 10 municípios, foi
instrumental para a criação do
Partido Social Democrático no ano
de 1933; Funcionário Público.
Atuou no Mato Grosso, retornando à
ba em 1925; Ocupou o cargo de
presidente da COELBA (foi o 1º
presidente) até o fim do Governo
Juracy Magalhães (7 abril 1963).
Aposentado, passou a dedicar-se
mais à pecuária, sendo membro
atuante da Associação Baiana de
Criadores (ABAC).
Esmeraldo
Augusto Borges
09/08/1892
Bahia
Não
Identificado
José Marcelino
Borges
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José Maria Leal de
Macêdo
26/07/1891
Maranhão,
São Luiz
Maria
Thereza Leal
de Macêdo
Manoel Simeão
Macêdo
1912
1920
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou o
ginásio no Maranhão
Não Identificado
Não Identificado
Tito Vespasiano
Augusto Cesar
Pires
27/09/1892
Amazonas,
Manaus
Raymunda
Baptista Pires
Aristides Augusto
Cesar Pires
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Diretor da EPBA 1944-1946;
Professor da EPBA em 1920.
Ministrou várias disciplinas.
Professor Emerito em 1959
210
Rodopho de Mello
Gouvêia
21/09/1894
País:
Portugal
Amelia Jamel
de Mello
Gouvêia
Ricardo Pinto
Leite de Mello
Gouvêia
1912
1916/ 1921
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Lauro de Andrade
Sampaio
19/04/1894
Bahia,
Salvador
Anna
Andrade
Sampaio
Joaquim Ribeiro
Samapio
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Negociante
Secretário de agricultura, industria e
Comércio do Estado da ba 1946-
1947; Professor da EPBA em 1943.
Ministrou várias disciplinas.
José Sobral da
Silva Moraes
26/09/1894
Bahia,
Salvador
Delma Sobral
da Silva
Maraes
Joaquim Pereira da
Silva Moraes
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Magistrado
Não Identificado
Francisco da Nova
Monteiro
18/03/1894
Bahia,
Salvador
Anna da Nava
Costa
Monteiro
José da Nova
Monteiro
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Diretor Presidente da Associação
Comercial e Industrial de Santo
André (ACISA )1944-1945
Jorge Carlos de Sá
Adami
23/04/1893
Bahia
Deolmida
Caroini
Adami
José Carlos Adami
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Urbano Pedral
Sampaio
17/04/1892
Bahia,
Salvador
Carolina
Pedral
Sampaio
Alexandre José de
Almeida Sampaio
1912
1914
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA.Após
abandonar
engenharia, cursou
direito da Faculdade
de Direito da ba.
Não Identificado
Secretário de Segurança Pública da
ba - 1938 - 1942 na adminstração
Landulfo Alves; Conselheiro do
Tribunal de contas da ba 1941 -
1955. Foi Vice-Presidente do
Tribunal de contas de 1953 - 1955.
Aposentou-se em 1955
Lamartine Portella
Passos
24/10/1891
Bahia,
Salvador
Hortência
Portella
Passos
José Portella
Passos
1912
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
Não Identificado
José Gonsalves de
Carvalho Mello
23/02/1889
Paraíba, João
Pessoa
Maria Rosa
de Carvalho e
Mello
João Lourenço de
Maria e Mello
1912
1916
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Fazendeiro
(Major da Guarda
Nacional)
Não Identificado
211
Arthur Francisco
dos Anjos
1894
Pará, Belém
Maria
Francisca dos
Anjos
José Francisco dos
Anjos
1912
1915
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Orlando Ventura
03/04/1894
Bahia
Maria da
Glória Lucas
Ventura
Francisco Ventura
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Mário Carlos da
Silva
25/07/1895
Bahia,
Cachoeira
Durvalina
Baleeiro da
Silva
Servilio Mário da
Silva
1912
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
O pai do aluno é médico formado
pela Faculdade de Medicina da ba
no ano de 1887
Lydio Campos
20/09/1892
Bahia,
Salvador
Lydia
Campos
Manoel Felix
Campos
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Alberto de Aguiar
Costa Pinto
06/11/1892
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Joaquim da Costa
Pinto
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Comendador
A família Costa Pinto é uma das
mais importantes da ba no Período
Imperial e Primeira República. O Sr
Joaquim Costa Pinto (Pai do Aluno)
foi: Comendador, Senador Estadual,
Deputado Estadual e Federal. O seu
primeiro filho "Carlos Aguiar Costa
Pinto" foi importante personalidade
na ba Repúblicana ocupando vários
cargos políticos.
José Rastelli de
Menezes
19/03/1895
Bahia,
Salvador
Aurelia
Rastelli de
Menezes
José Antônio de
Menezes
1912
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
Não Identificado
Jayme Vianna
14/03/1895
Bahia,
Salvador
Adelaide de
A. Vianna
Carlos Rodrigues
Vianna
1912
1917
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
Professor da EPBA em 1919.
Ministrando diversas cadeiras; O pai
do aluno é formado pela Faculdade
de Medicina da ba no ano de 1892.
Annibal Torres
Costa
05/06/1895
Bahia,
Salvador
Libania
Torres Costa
Plínio Magalhães
Costa
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Pedro Gonçalves
Teixeira
16/01/1893
Bahia, São
Felix
Anita
Cardoso
Gonçalves
Teixeira
Henrique Pereira
Teixeira Filho
1912
1917
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
212
Joaquim dos
Santos Pereira
Filho
09/06/1892
Bahia,
Salvador
Isaura Lisboa
dos Santos
Pereira
Joaquim dos
Santos Pereira
1912
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Vereador na Cidade de Presidente
Epitácio 1965-1969; Ocupou a Vice-
Presidência da Câmara de
vereadores da Cidade de Presidente
Epitácio, SP. 1967-1968.
Antônio Eurico
Saraiva
21/05/1892
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
José Antônio
Saraiva
1912
1915
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Conselheiro de
Estado
O pai do aluno foi umas das
principais personalidades do
Império e República Velha. O
conselheiro Saraiva ocupou diversos
cargos, dentre elas: Ministro dos
Negócios Estrangeiros, Ministro de
Guerra, Presidente do Conselho de
Ministros, Ministro da Fazenda,
Fiscal da Fazenda, Promotor em
Jacobina, Ba, Ministro da Marinha,
Ministro do Império, Juiz Municipal
. Além de ocupar a Presidência de
várias Províncias durante o Império.
Ocupou o Senador no Império na
República, e fundador da cidade de
Teresina no Piauí.O Conselheiro
Saraiva (Natural de Santo Amaro,
Ba
Manoel Brito
Dantas
23/07/1893
Pernambuco,
Recife
Euplirosina
Brito Dantas
Ceciliano de
Souza Dantas
1912
1919
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Engenheiro
Não Identificado
João Schaun
04/04/1894
Bahia, Ilhéus
Elvira da
Silva Schaun
Luiz Napoleão
Schaun
1912
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Há informação que o neto do aluno
João Schaun é Presidente do
SINDICATO DA INDÚSTRIA DO
MOBILIÁRIO DO ESTADO DA
ba. Proprietário de industria na
cidade de Ilheús.
Edmundo da Silva
Visco
20/05/1892
Bahia, Mata
de São João
Clotilde da
Silva Visco
José Visco
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Major do
Exército
Secretário de Agricultura, industria e
Comércio do Estado da ba 1937-
1938
Alvaro Nuno de
Barros Pereira
16/07/1891
Bahia, São
Bento das
Lajes
Jardelina
Guedes
Barros Pereira
José Nunes Barros
Pereira
1912
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
Não Identificado
Antônio
Wanderley de
Araújo Pinho
14/09/1895
Bahia,
Salvador
Maria Luiza
Wanderley de
Araujo Pinho
João Ferreira de
Araújo Pinho
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
O aluno era neto ou sobrinho do
Barão de Cotengipe.; O pai do aluno
é formado pela Faculdade de
Medicina da ba no ano de 1900
213
Rodolpho Paraíso
Godinho
1890
Bahia,
Salvador
Anna Paraíso
Godinho
Ursecino de Lima
Godinho
1912
1917
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Gentil Tavares da
Motta
11/10/1892
Sergipe,
Aracaju
Amélia
Tavares de
Jesus
João Tavares da
Motta
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Deputado em 1922 na vaga aberta
com a saída do Dr. Graccho Cardoso
para o Senado após o falecimento do
General Oliveira Valadão; É sócio
do Instituto Histórico e Geográfico
de Sergipe e foi vice-presidente da
Liga Sergipense Contra o
Analfabetismo.
Luiz Mendes
Ribeiro Gonçalves
07/02/1895
Piauí,
Teresina
Amalia
Mendes
Gonçalves
Ribeiro Gonçalves
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Senador em (1935-1937); Diretor-
Geral do DNOCS entre 29 de junho
de 1953 a 14 de setembro de 1954.
José Furtado de
Freitas
11/01/1895
Bahia
Amélia de
Monquedes
Simas
Arthur Furtado
Simas
1912
1916
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Climerio Velhoso
de Oliveira
28/01/1897
Espírito
Santo,
Vitória
Thereza
Velhoso De
Oliveira
Arthur Cardoso de
Oliveira
1913
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Bacharel
Não Identificado
Mario Pires de
Oliveira e Silva
04/06/1891
Bahia
Orminda
Roza de
Almeida e
Silva
José Pires Oliveira
1912
1913
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
João Cetano de
Almeida
05/10/1892
Bahia
Maria Baiana
de Jesus
Almeida
José Domingues
de Almeida
1912
1915
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Manoel Ignácio
Bastos
20/03/1891
Bahia,
Salvador
Odélia
Paranhos
Bastos
Ignácio Bastos
(Manoel bacharel)
1912
1922
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Funcionário Público. Engenheiro da
Delegacia de Terras e Minas, sendo
responsável pela 1ª descoberta de
petróleo em solo brasileiro.
Bento Baggi
18/04/1891
Bahia,
Salvador
Maria José
Cerqueira
Martis Baggi
Raphael Jacome
Martins Baggi
1912
1919
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Médico
Jogou futebol, no S. C. ba e venceu
o campeonato de 1911; O pai do
aluno é formado pela Faculdade de
Medicina da ba no ano de 1885
Ismael da Silva
10/05/1894
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Ismael Cândido da
Silva
1912
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Farmacêutico
Não Identificado
214
Raimundo
Guimarães Costa
12/06/1895
Bahia,
Alagoinhas
Julia
Guimarães
Costa
André Costa
1913
1918
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Professora (Mãe)
Não Identificado
Manoel Gonçalves
da Silva Torres
02/06/1894
Bahia,
Bonfim
Julia
Gonçalves da
Silva Torres
Manoel
Nascimento da
Silva Torres
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
Não Identificado
Deisuc Moscoso
de Oliveira
26/09/1893
Bahia
Amélia
Moscoso de
Oliveira
José Baldoino de
Oliveira
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Albano da Franca
Rocha
14/06/1896
Bahia,
Salvador
Leobina da
Franca Rocha
Alfredo Rocha
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Professor
Deputado Suplente do Estado da ba
nas eleições de 1947 pela UDN ;
Diretor da EPBA nos anos de 1950-
1952
Jorge de Lacerda
Kelsch
13/12/1896
Bahia,
Salvador
Clara Lacerda
Kelsch
Frederico Kelsch
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Senador Suplente pelo PSD, eleito
em 02 de dezembro de 1945; O avô
materno do aluno era o Coronel
Augusto Francisco de Lacerda
(Fazendeiro)
Oswaldo Bezerra
Studart
29/03/1894
Ceará,
Fortaleza
Julia Bezerra
Studart
Oswaldo Studart
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Alvaro Pereira
Rocha
20/10/1896
Bahia,
Salvador
Eulália
Bonfim da
Rocha
Gustavo Pereira
Rocha
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Professor da EPBA a partir de 1933
da Cadeira de Mecânica Aplicada,
Bombas e Motores Hidráulicos.
(catedrático)
George Moreira
Teixeira
23/04/1897
País: Paris,
França
Adelaide
Moreira
Teixeira
Antônio Geraldo
Teixeira
1913
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o cuso
na EPBA
Desembargador
Não Identificado
Antônio Guerra
Júnior
30/08/1893
Bahia, Feira
de Santana
Baibina
Magalhães da
Costa Guerra
Antônio Ramos
Guerra
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Carlos da Silva
Lima Pereira
07/07/1896
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Maria Amélia
da Silva Lima
Pereira
Manoel Victorino
Pereira
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Médico, formado
pela Faculdade de
Medicina da ba
no ano de 1876.
O Pai do ASluno foi Escritor na
imprensa baiana. Foi presidente do
estado da ba e também senador
federal. Foi presidente interino do
Brasil entre 1896-1897 quando
Prudente de Morais afastou-se por
motivos de saúde. Foi então o único
baiano a assumir a presidência da
república do Brasil. Durante sua
interinidade na presidência da
215
república, transferiu a sede do
governo, do Palácio Itamarati para o
Palácio do Catete que ele adquirira.
Jayme Passos
Leoni
28/03/1896
Bahia,
Salvador
Alice Passos
Leoni
Luiz Baptista
Leoni
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Raul Leal
Não Identificado
Bahia,
Alagoinhas
Não
Identificado
José Joaquim Leal
1913
1913
Curso Geral
Não terminou o cuso
na EPBA
Fazendeiro
pai do aluno. Presidente conselheiro
e coronel e foi o 1° administrador
municipal de Alagoinhas.
Teivelino
Guapindaia
07/02/1895
Rio Grande
do Sul, Porto
Alegre
Luzia
Guapindaia
Fernando
Guapindaia
1913
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o cuso
na EPBA
Não Identificado
Professor da cadeira de Cálculo
Infinitesimal da Escola de
Engenharia do Pará
Fábio Marinho
Figueira de
Saboya
Não Identificado
Ceará,
Fortaleza
Carminda
Marinho
Saboya
José Figueira de
Saboya
1913
1916
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Arthur Alves
Barreira
11/02/1892
Bahia, São
Gonçalo dos
Campos
Maria
Guilhermina
Barreiras
Tibricio Alves
Barreiras
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Walfrido dos
Santos Luz
13/101893
Bahia,
Salvador
Idalina de
Castro Rosa
Luz
Manoel Lopes
Santos Luz
1913
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Alberto de
Almeida Motta
21/01/1895
Bahia
Guilhermina
de Almeida
Não Identificado
1913
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Cesar Teixeira de
Freitas
05/09/1895
Bahia
Ana Carolina
Gomes
Freitas
Camorino Teixeira
de Freitas
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
Agrônomo
Não Identificado
Frederico PE
Simas Saraiva
24/04/1892
Bahia,
Salvador
Vania Simas
Saraiva
Manoel Joaquim
Saraiva
1912
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
O pai do aluno é formado pela
Faculdade de Medicina da ba no ano
de 1864. Era Segundo Cirurgião
Segundo Tenente da Marinha do
Brasil. O Dr. Manoel Joaquim
Saraiva, era um dos responsáveis
pela enfermaria Pettenkofer. (ensino
216
de medicina na BA)
Octávio Britto de
Figueiredo
08/05/1895
Bahia,
Salvador
Mathilde De
Caldas Britto
Figueiredo
Cândido de Souza
Figueiredo
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Advogado
Professor da EPBA da cadeira
(Estradas de ferro de Rodagem) em
1936
Aristides Borges
Mendes
1896
Bahia,
Salvador
Minerviba
Borges da
Silva
João Mendes da
Silva
1913
1915
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Advogado
Não Identificado
Socrates Mariani
Bittencourt
07/12/1896
Bahia,
Salvador
Anna Mariani
de bittencourt
Pedro Ribeiro de
Araújo Bittencourt
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Desembargador
O pai do aluno. Foi Presidente do
Tribunal Judiciário da BA. A
paternos Conselheiro Sócrates
(Santo Amaro) de Araujo
Bittencourt
Durval Martins
Muylaert
19/12/1897
Bahia,
Salvador
Theodora
Martins
Muylaert
Alberto Muylaert
1913
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Médico
Diretor da Estrada de Ferro de
Sorocaba de 1951 até 1955, quando
sucedeu Álvaro de Souza Lima; O
pai do aluno é ,formado pela
Faculdade de Medicina da ba no ano
de 1893
Ciridião Ferreira
da Silva
16/12/1896
Bahia,
Salvador
Virginia de
Oliveira e
Silva
Vicente Ferreira
da Silva
1913
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Capitão do
Exército
Não Identificado
José Gonçalves de
02/08/1894
Bahia
Emiliana
Gonçalves de
Jesuino Martins de
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Coronel do
Exército
Diretor- predidente da Companhia
Indústria e Viação de Pirapora
Alfredo Guimarães
Aranha
21/05/1893
Sergipe,
Aracaju
Maria
Guimarães
Aranha
José Silvino da
Silva Aranha
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Flávio Gomes da
Cruz
20/01/1894
Pernambuco,
Recife
Captulina de
Freitas
Sampaio
Gomes
José Gomes da
Cruz
Não Identificado
Não Identificado
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Nicanor Pereira da
Silva
10/01/1893
Bahia,
Salvador
Hercilia
Carvalho da
Silva
Bernardo Pereira
da Silva
1913
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
217
José Elias da Lima
20/07/1896
Bahia,
Salvador
Theotonia
Maria da
Trindade
João Alves da
Lima
1913
Não Identificado
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Deodeciano
Martins Conceição
30/01/1897
Bahia,
Nazareh
Durvalina
Emilia da
Costa
Manoel Antônio
da Conceição
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Negociante
Não Identificado
Raphael Dias
Lima
03/10/1837
Bahia,
Salvador
Clotildes Sá
Pereira Dias
Lima
Agostinho Dias
Lima
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Negociante
Não Identificado
Carlos Sepulveda
1891
Bahia
Florentina
Amélia
Sepulveda
Carlos Sepulveda
1913
1913
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Carlos de
Carvalho Paisea
1895
Ceará,
Fortaleza
Ignácia
Garcez de
Carvalho
Motta
Zepherino de
Carvalho Motta
Não Identificado
Não Identificado
Não
Identificado
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Francisco Alves de
Almeida
18/02/1895
Bahia, Santo
Antônio de
Jesus
Ana de
Augusta de
Almeida
Sampaio
Aprigio Alves
Almeida
1913
1914
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Pedro Antônio de
Souza
05/02/1893
Bahia
Maria José
Gonçalves de
Souza
José Antônio de
Souza
1913
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
José Marinho
Barboza
31/08/1894
São Paulo,
Ribeirão
Preto
Anna
Marinho
Barboza
Manoel Barboza
de Souza
1913
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Coronel do
Exército
Não Identificado
Antônio San'tana
Junior
1894
Ceará,
Fortaleza
Não
Identificado
Antônio Joaquim
San'tana
1913
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Alexandre Lopes
Bittencourt
16/03/1897
Bahia,
Nazareh
Doria Lopes
Bittencourt
José Pimentel de
Barros Bittencourt
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Coronel do
Exército
Não Identificado
Abelardo Paulo da
Motta
01/10/1895
Bahia,
Nazareh
Urbana
Meirelles da
Motta
Eurico Joaquim da
Motta
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Advogado
Não Identificado
218
Julio Abreu Filho
1894
Ceará,
Quixadá
Maria
Queiroz
Abreu
Julio Abreu
1913
1913
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Professor em 1934-1935 no Estado
de São Paulo, no magistério
secundário; Trabalhou na Delegacia
de Terras, da Sec de Agricultura da
BA, foi funcionário da prefeitura
municipal e da estrada de ferro
Inglesa, participando da construção
da estrada que ligava Ilhéus a V
Conquista; trabalhou na companhia
Light, no RJ. Em SP participou da
construção da usina hidroelétrica de
Cubatão. em 1936 virou funcionário
da Secretária da Agricultura do
Estado de S. Paulo, secção de
engenharia rural; Diretor da União
Federativa Espirita Paulista
Waldemar
Paranhos
Mendonça
1897
Bahia
Blanodina
Paranhos de
Mendonça
Lúcio Leonildes
de Mendonça
1913
1914
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Octávio dos
Santos
11/02/1894
Bahia
Não
Identificado
Cyrillo Bernardes
dos Santos
1913
1915
Não
Identificado
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
José Salvador da
Trindade Mello
20/05/1894
Bahia
Não
Identificado
Tibricio Raiz da
Trindade Mello
1913
Não Identificado
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Major do
Exército
Não Identificado
Affonso da Rocha
Lyra
11/041894
Alagoas,
Penêdo
Maria das
Dores da
Rocha Lyra
Ihigino da Rocha
Lyra
1913
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José Moreira da
Silva
22/07/1896
Bahia
Maria
Augusta de
Freitas e Silva
José Moreira da
Silva
1913
1918
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Antônio Antunes
Esmeraldo Dantas
17/05/1894
Bahia,
Inhambripe
Maria Eliz
Esmeraldo
Dantas
Marcelino de
Souza Dantas
1913
1922
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Major do
Exército
Não Identificado
Flodualdo de
Souza Bentes
18/04/1896
Bahia,
Salvador
Honestina
Virgilina
Bentes
Antônio de Souza
Bentes
1913
1917
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
219
Nelson de Oliveira
1895
Ceará,
Fortaleza
Alexandrina
Nunes de
Oliveira
Antônio Feliciano
de Oliveira
1913
1933
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José Martins de
Souza Filho
1885
Bahia
Thereza
Maria de
Souza
José Martins de
Souza
1913
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Carlos Augusto
Cardoso
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Não Identificado
1913
1915
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
João Padilha de
Souza
27/07/1896
Pernambuco,
Recife
Amélia
Padinlha de
Souza
Octávio Nunes de
Souza
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Pericles Fabrício
de Barros
28/08/1894
Ceará,
Fortaleza
Maria Amélia
Fabrício
Joaquim Fabrício
de Barros
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Antônio Mariani
Bittencourt
31/03/1898
Bahia,
Salvador
Anna Mariani
Bittencourt
Pedro Ribeiro de
Araújo Bittencourt
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Desembargador
O pai do aluno. Foi Presidente do
Tribunal Judiciário da BA
Humberto
Auselino da
Fonseca
30/01/1896
Bahia,
Itaparica
Maria Abilia
Avila da
Fonseca
Luiz Anselino da
Fonseca
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
José Soares de
Senna
20/09/1896
Bahia
Maria
Taciana
Soares Senna
Francisco Joaquim
da Silva Senna
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Farmacêutico
Não Identificado
Constantino dos
Reis Rocha
09/04/1898
Minas
Gerais,
Januária
Anna Paulina
dos Reis
Rocha
Constantino Netto
da Rocha
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Oscar de Souza
Carrascosa
25/12/1896
Bahia,
Salvador
Enestina de
Souza
Carrascosa
Pedro da Luz
Carrascosa
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
Professor (PAI DO ALUNO) da
Faculdade de Medicina da ba em
1881. Deixou o espólio líquido de
110:519$850 de réis.
Francisco Augusto
dos Santos Souza
16/09/1895
Bahia,
Salvador
Jusselina dos
Santos Souza
Francisco Álvaro
dos Santos Souza
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Alcides Teixeira
02/03/1895
Bahia,
Salvador
Antônia
Ferreira
Teixeira
RogocianoTeixeira
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
220
Gastão de Pinho
Pedreira da Silva
11/09/1897
Bahia, São
Gonçalo dos
Campos
(Atual São
Gonçalo)
Zulmira de
Pinho
Pedreira
José Machado
Pedreira da Silva
1914
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Funcionário
Público
O pai do aluno. Escrivão da
Coletiria de Rendas Gerais de São
Gonçalo dos Campos
Salvador Rosa de
Lima
12/15/1895
Bahia,
Salvador
Anna Ribeiro
de Lima
Benvinato Priano
Lima
1914
1918
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Bacharel
Não Identificado
Epaminondas
Lopes de Castro
25/12/1895
Bahia,
Canavieiras
Anna Lopes
de Castro
Armindo de Castro
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Manoel Soares da
Fonseca
09/08/1891
Bahia, Santa
Thereza do
PomBahial
(Atual
Ribeira do
Pombal)BA
Enedina
Francisca de
Siqueira
Manoel Antônio
da Fonseca
1914
1914
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Mordaunt John
Moreira Fisher
03/04/1897
País: Bath,
Inglaterra
Hersilia
Moreira
Fisher
Sydney Fisher
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado.Cursou o
ginásio em Salvador
Não Identificado
Funcionário Público. Trabalhou na
Divisão Técnica da CNAEE
(Conselho Nacional de Aguas e
Energia Elétrica) 1940.
Antônio Rodrigues
Victoria
07/05/1897
Bahia, Feira
de Santana
Honorina
Rodrigues
Victoria
Eulalio da Costa
Victoria
1914
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
Maçon de grau 3 (Pai do aluno)
Antônio Newton
de Lemos
16/10/1898
Bahia,
Salvador
Maria José da
Silva Lemos
Manoel Joaquim
da Silva Lemos
1914
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Francisco Xavier
Martins Curvello
31/12/1893
Bahia,
Salvador
Maria Amélia
dos Santos
Curvello
Castriciano
Martins Curvello
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Affonso Leite de
Oliva
02/05/1896
Bahia,
Itapegipe
Josepha
Dantas Leite
de Oliva
José Leite de
Oliva
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
221
Raul Borges dos
Reis
09/01/1897
Bahia,
Salvador
Adelina
Neves Borges
dos Reis
Antônio
Alexandre Borges
dos Reis
1914
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Professor,
fazendeiro,
político, editor e
escritor de
diversos livros
sobre Geografia,
Português e
História do
Brasil.
O pai do aluno, professor Borgesfoi
sócio correspondente das principais
entidades de história e geografia do
Brasil e do exterior, como a
Sociedade de Geografia do Rio de
Janeiro, o Museu Nacional, o
Instituto Histórico Geográfico de
São Paulo e Sociedade de Geografia
de Lisboa, entre outros; fazendeiro,
político, editor e escritor de diversos
livros sobre Geografia, Português e
História do Brasil. Além das
atividades docentes, o professor
Borges dos Reis era uma figura
conhecida da intelectualidade
baiana. Foi sócio fundador de duas
importantes entidades da cidade: O
Instituto Histórico Geográfico da ba
(1894) e da Academia de Letras da
ba (1917). Deputado estadual no
governo de Severino Vieira
(1905/1906 1907/1908) e diretor
da Associação Comercial da ba
(1899 1900). Era proprietário da
Chácara da Boa Vista onde, nos dias
atuais, está a Rua da Boa Vista de
Brotas.
Octavio Santos
Muniz
07/05/1893
Bahia,
Salvador
Roberta
Maria da
Glória Santos
Não Identificado
1914
1915
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Flávio Mendes de
Carvalho
20/07/1894
Bahia
Maria Garcia
Mendes
Pedro Mendes de
Carvalho
1914
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
O pai do aluno é formado pela
Faculdade de Medicina da ba no ano
de 1882
Mariano
Sepulveda da
Cunha
06/06/1897
Bahia, Mata
de São João
Aurélia
Baccellar da
Cunha
João Sepulveda da
Cunha
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Magistrado
O pai do aluno. Juiz de direito na
Comarca de Formosa do Rio Preto,
Ba
Octávio de
Mendonça
Vasconcelhos
05/11/1895
Pará, Belém
Maria da
Graça
Mendonça
Vasconcelhos
Manoel Theofilo
de Souza
Vasconcelhos
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Sizenando
Ademario
Carneiro Leão
08/04/1895
Pernambuco,
Recife
Maria Isabel
Carneiro Leão
José Augusto Leão
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
(Coronel da
Guarda Nacional)
Não Identificado
222
Alvoro Ribeiro
Sanches
25/09/1895
Bahia,
Salvador
Duia Raggio
Ribeiro
Sanches
José Ribeiro
Sanches
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Aristides Milton
da Silveira
06/05/1894
Bahia,
Cachoeira
Amalulia
Milton da
Silveira
Guilhermino
Adopho Silveira
1914
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Coronel do
Exército
Prefeito de Salvador, em 1945. Na
Assembléia Legislativa, suplente da
Comissão de Serviço Público (1957-
1958); Deputado Suplente do
Partido Social Democrático - PSD,
1955-1959, assumiu o mandato por
diversos períodos, efetivou-se em
jan. 1959. Na Assembléia
Legislativa, suplente da Comissão
de Serviço Público (1957-1958);
Deputado Suplente 1946, assumiu o
mandato em 15 de agosto de 1946;
Diretor de Obras e Jardim da
Prefeitura de Salvador; diretor do
Patrimônio Municipal de Salvador,
Chefe da construção da Estrada de
Ferro de Nazaré-BA
Alvaro Rebello
1897
Maranhão,
São Luiz
Maria Isabel
Alves Rebello
Joaquim José
Rebello
1914
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Bacharel
Não Identificado
Waldomar Guena
Mello
22/07/1895
Bahia,
Salvador
Alexandrina
Guena Mello
Eduardo Tarquicio
do Mello
1914
1920
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
José Augusto
Lopes Filho
10/02/1893
Ceará,
Fortaleza
Maria Gloria
Lopes
José Augusto
Lopes
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Darwin de
Andrade
Figueirêdo
10/09/1897
Bahia,
Salvador
Dalila
Andrade
Figueirêdo
Tibério Borges de
Figueirêdo
Sobrinho
1914
1920
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Bacharel
Não Identificado
Oswaldo Augusto
da Silva
09/08/1897
Bahia,
Salvador
Maria de
Freitas Silva
Furtemato
Augusto da Silva
1914
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Delegado Estadual da ba em 1934
Theofilo Marques
Valente
05/03/1896
Bahia
Marcelina
Rosa de Jesus
Pedro Marques
Valente
1911
1917
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Lauro Mendes de
Araújo Lima
18/05/1895
Bahia, Vila
do Conde
Eucundoria
de Araújo
Lima
Urserio Mendes
Lima
1914
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
223
Rubens Pereira
Reis de Andrade
14/02/1897
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Emília Pereira
Reis
Hilário de
Andrade
1914
1914
Curso geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Diretor Geral do Departamento
Nacional de Portos, no Rio de
Janeiro, Chefe da Comissão de
Estudos e Obras dos Rios Tocantins
e Araguaia; Escritor, Ensaísta,
Pesquisador. Intelectual, Idealista,
Visionário. Membro de diversas
instituições sociais, culturais e de
classe, dentre outras, Sociedade
Brasileira de Engenharia e Conselho
Regional de Engenharia e
Arquitetura.
Arlindo Fernandes
Dias
1897
Bahia
Lectícia
Fernandes
Dias Wash
José Joaquim
Fernandes Dias
1914
1916
Engenheiro
Geógrafo
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Edwaldo Pinto
Pithon
14/02/1895
Bahia, Santo
Antônio de
Jesus
Clotilde Pinto
Pithon
Joaquim de Souza
Pithon
1914
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Coronel do
Exército
Não Identificado
Paulo Ignacio da
Silva
10/01/1893
Bahia,
Itaparica
Maria
Adelaide da
Silva
José Inignacio da
Silva
1914
1938
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Affonso Fernandes
Barros
1896
Maranhão,
São Luiz
Maria José
Fernandes de
Barros Silva
Francisco de
Barros Silva
1914
1918
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Armaldo Castro
Ferreira
20/04/1894
Bahia,
Salvador
Vitalina
Fernandes de
Castro
Ferreira
Ulysses de Castro
Ferreira
1914
1938
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Julio Brandão
Netto
1898
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Maria do
carmo
Campos
Brandão
Julio Viveiro
Brandão
1914
1915
Curso geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
João Marchesine
11/07/1897
São Paulo,
São Paulo
Emilia
Marchesine
Angelo
Marchesine
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
224
Adolpho
Espinheira Freire
de Carvalho
30/12/1897
Bahia,
Salvador
Estephania
Espinheira
Freira de
Carvalho
Carlos Augusto
Freire de Carvalho
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Médico, formado
pela Faculdade de
Medicina da ba
no ano de 1887.
O pai do Aluno foi nomeado
preparador da cadeira de
Terapêutica da Faculdade de
Medicina, exerceu esse cargo por
mais de dez anos. Dedicou-se à
clínica humanitária nas freguesias da
Penha e Mares, BA. Militou na
imprensa como repórter e redator
nos órgãos do Partido Conservador,
´´O Estado da ba`` e a ´´Gazeta da
ba``. Conselheiro municipal, 1904-
1907. Presidente do conselho
administrativo da Caixa Econômica
Federal da ba, 1926-1931. Eleito
vereador da Câmara Municipal de
Salvador, 1908-1911. Eleito
deputado estadual, na 10ª
legislatura, 1909-1910. Senador
estadual da 11ª à 13ª legislatura,
1911-1916. Presidente da Câmara
Municipal de Salvador, 1904-1907.
Na Câmara Estadual dos Deputados,
presidente (1909-1910).
Antônio de Mello
13/06/1892
Bahia
Adelaide
Luiza de
Carvalho
Mello
Thomaz Cygrillo
Mello
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Jayme Martins de
Souza
07/11/1888
Bahia,
Salvador
Amelia
Brasilia da
Rocha Souza
José Martins de
Souza
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Adherbal Novis
26/08/1895
Mato
Grosso,
Campo
Grande
Elvira Alves
Novis
Arnaldo Novis
1914
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Advogado
Não Identificado
Leopoldo de
Almeida
Boaventura
12/05/1895
Bahia,
Cachoeira
Theolinda de
Oliveira
Boaventura
Leopoldo de
Almeida
Boaventura
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Magistrado
Não Identificado
Godofredo
Mendes Bandeira
22/08/1891
Bahia, Santo
Amaro
Isaura
Mendes da
Fonseca
Pedro Ferreira
Bandeira
1914
Não Identificado
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Fazendeiro
O pai do aluno. 1º Visconde Ferreira
Bandeira. Intendente de Santo
Amaro (1893-1896). Foi Vice-
Presidente da Província da ba.
Luiz Albarelli
Rangel
11/02/1896
São Paulo,
Santa Rita da
Posse
Palmira
Albarelli
Rangel
Paulo Araízo
Rangel
1914
1922
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
225
Annibal Maurillio
da Silva Corrêa
1897
Pernambuco,
Recife
Valesíana
Thecenilda da
Silva Corrêa
Galbino da Silva
Corrêa
1914
1915
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Professora (Mãe)
Não Identificado
Afonso Walsh
Guimarães
1897
País: Paris,
França
Mariana
Wash
Guimarães
Domindos
Rodrigues
Guimarães
1914
1914
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Bacharel
Não Identificado
Antônio Alves de
Mello Feitosa
21/09/1895
Não
Identificado
Maria José de
Campos
Feitosa
José Alves Feitosa
1915
1920
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Emile Tornillon
31/01/1897
Bahia,
Salvador
Maria de
Oliveira
Tornillon
Julien Tornillon
1915
1920/ 1944
Engenheiro
Civil/Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Almiro Caceres
19/02/1888
Rio Grande
do Sul, Porto
Alegre
Palmira
Caceres
Martinhos Caceres
1914
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de
Engenharia de Porto
Alegre)
Não Identificado
Não Identificado
Hugo Nogueira de
Oliveira
20/12/1890
Rio Grande
do Sul, Porto
Alegre
Senhorinha
Nogueira e
Oliveira
Bento
Rioparelense de
Oliveira
1914
1916
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola de
Engenharia de Porto
Alegre)
Não Identificado
Não Identificado
Leopoldo de
Azambrija
Villanova
12/05/1889
Rio Grande
do Sul, Porto
Alegre
Justna Rocha
Villanova
Antônio de
Azambrija
Villanova Filho
1914
1915
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de
Engenharia de Porto
Alegre)
Não Identificado
Não Identificado
226
José Custodio
Netto
26/03/1890
Rio Grande
do Sul, Porto
Alegre
Antônia C. de
Oliveira Netto
José Antônio
Netto
1914
1915
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola de
Engenharia de Porto
Alegre)
Não Identificado
Não Identificado
Alvaro Barros
Não Identificado
Não
Identificado
Não
Identificado
Agrippiniano
Barros
1914
1914
Curso Geral
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Luiz Philippe de
Araújo Meira
Não Identificado
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Marieta de
Araújo Meira
Gentil Augusto de
Paiva Meira
1914
1915
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Capitão da
Marinha
O pai do aluno. Superintendente de
navegação de 28/04/1922 a
28/06/1922.
Tertuliano de
Almeida Sampaio
11/02/1894
Bahia,
Salvador
Maria Sophia
de Almeida
Sampaio
Alfredo de
Almeida Sampaio
1913
1916
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Médico
Engenheiro civil, foi responsável
pela construção da Estação de
Baurú.Antes, nos anos 20, abriu a
NOB, criando o primeiro barracão
de obras de cidades como Lins e
Penápolis.Trabalhou na construção
do ramal até Campo Grande. Foi
transferido da NOB para a ferrovia
Leste Brasileiro (ba, Sergipe e
Minas Gerais), em 1942
Hugo Rocha
15/08/1894
Ceará,
Fortaleza
Francisca C.
de Rocha
Guilherme
Moreira da Rocha
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Advogado
Não Identificado
Ramiro Pimentel
Netto
10/09/1896
Bahia,
Cachoeira
Arlinda da
Costa
Pimentel
Vespaziano da
Silva Pimentel
1914
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
227
Euphrosino
Moraes Alves
Branco
03/01/1886
Não
Identificado
Etelvina
Moraes Alves
Branco
Lizardo Alves
Branco
1914
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José Francisco
Rebouças
Não Identificado
Ceará,
Fortaleza
Não
Identificado
Francisco Candido
Rebouças
1915
1915
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Alberte de
Oliveira
21/03/1896
Bahia,
Salvador
Antônia de Sá
Oliveira
João Baptista de
Sá Oliveira
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
O pai do aluno. Dono do engenho
"Conceição da Rocha" Vila São
Phelippe. 2º Secretário da
Assembleia Constituinte da ba em
1891.
Affonso Cardoso
Antunes
11/01/1898
Bahia
Maria de
Mattos
Cardoso
Nicolar Cardoso
Antunes
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Professor da EPBA em 1945.
Catedrático da cadeira de Desenho à
Mão Livre e Ornatos
Elysio de Carvalho
Lisboa
13/08/1895
Bahia,
Muritiba
America do
Carvalho
Lisboa
Bento da Costa
Lisboa
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Prefeito de Salvador (1942 - 1945);
Professor da EPBA a partir de
1922. Catedrático da cadeira de
Cálculo Infinitesimal,
Complementos de Geometria
Descritiva, Elementos de Geometria
Projectiva, Perspectiva e Aplicações
Técnicas
José da Costa
Guerra
22/02/1900
Bahia,
Salvador
Balbina da
Costa Guerra
Antônio Ramos
Guerra
1915
1918
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Lydio de Mesquita
Chaves
26/12/1896
Bahia,
Salvador
Juliana
Ribeiro
Chaves
Francisco de
Mesquita Chaves
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
228
Lauro de Mello
Andrade
1898
Sergipe,
Aracaju
Mariana
Angelia de
Mello
Andrade
José Silveira
Andrade
1915
1916
Curso Geral
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Antonio Ferreira
Junior
18/07/1897
Alagoas,
Penêdo
Joventura
Moreira
Ferreira
Antônio Ferreira
de Souza
1915
1922
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
José Domingos de
Mattos
15/06/1894
Maranhão,
São Bento
Rosa Maria
de Campos
Mattos
Manoel dos Santos
de Mattos
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Orlando
Drummond
Margel
1897
Minas
Gerais
Ernestina
Drummond
Margel
Maurício Engênio
Margel
1915
1916
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Raymundo Leal de
Macêdo
31/05/1896
Maranhão,
Codó
Maria Teresa
Leal de
Macêdo
Manoel Simeão de
Macêdo
1915
1918
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Cantidio
Gonçalves Duarte
Burity
08/11/1904
Bahia,
Bonfim
Joanna da
Silva Duarte
Francisco
Gonçalves da
Silva
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
229
Antônio de Araújo
de Aragão Bulcão
Sobrinho
04/01/1894
Bahia, São
Francisco do
Conde
Maria Isabel
Vianna
Bulcão
Inácio de Araújo
de Aragão Bulcão
1915
1918
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Coronel do
Exército
Membro do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro; dos Institutos
Históricos da ba, Amazonas, Pará,
Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
Sergipe, São Paulo, Paraná, Rio
Grande do Sul e Minas Gerais; dos
Institutos Genealógicos da ba e São
Paulo; da Societé Academique
d´Histoire International de Paris. No
Colégio Brasileiro de Genealogia foi
sócio correspondente; Funcionário
público. Escrevente no extinto
Senado da ba; O aluno casou a 15 de
janeiro de 1919 com Guiomar de
Athayde Uzeda, filha de Manoel
Martins Uzeda e Joaquina
Alexandrina de Athayde Uzeda,
tendo as filhas Maria de Lourdes e
Maria Bernadette Uzeda Aragão
Bulcão
José de Oliveira
Machado
19/09/1896
Maranhão,
São Luiz
Amélia Rosa
de Oliveira
Machado
Manoel da Costa
Machado
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Erneste Primo da
Costa Pereira
1890
Pará, Belém
Maria
Peregrina da
Costa Pereira
Primo da Costa
Pereira
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Antônio Gildo de
Freitas Bastos
19/09/1896
Espirito
Santo
Carolina de
Freitas Bastos
Joaquim Antônio
de Abreu Bastos
1915
1915
Curso geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
o aluno foi impedido de progredir
nos seus estudos, pelo fato de
indisciplina na escola livre de
engenharia de PE, no entanto por
este fato o aluno fica impedido de
continuar seus estudos por decisão
da congregação da instituição.
João Barbosa de
Moura
24/06/1893
Ceará,
Fortaleza
Thereza
Barbosa de
Moura
José Gomes de
Moura
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Sócio do Rádio Club Cearense
Joaquim Ribeiro
da Cunha
18/02/1897
Bahia,
Cachoeira
Ursula Rosa
Pauli
Joaquim Ribeiro
da Cunha
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Francisco de
Azevêdo Costa
26/05/1897
Bahia,
Salvador
Maria de
Azevêdo
Costa
Francisco
Magalhães Costa
1915
1919
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
o Identificado
230
Ismael Brandão de
Oliveira
26/04/1894
Bahia,
Bonfim
Rachel
Brandão de
Oliveira
Gabriel Brandão
de Oliveira
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Egas Burgos
Carneiro de
Campos
20/04/1898
Bahia,
Salvador
Júlia Burgos
carneiro de
Campos
Alvaro Moniz
Carneiro de
Campos
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Hildebrando
Veigas da Silva
11/04/1896
Bahia,
Salvador
Claudiana
Veigas da
Silva
Ignácio Veigas da
Silva
1915
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Farmacêutico
Não Identificado
João Euphrasio de
Araújo Souza
27/01/1897
Bahia, São
José da Casa
Nova (Atual
Casa Nova)
Maria de
Araújo Souza
João Euphrasio de
Souza
1915
1936
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José Dantas
Mendes de Souza
Não Identificado
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Anna Dantas
Mendes de
Souza
Joaquim Mendes
de Souza
1915
1916
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Arthur de Oliveira
Torres
14/08/1892
Bahia,
Salvador
Amélia
Paraízo
Torres
José Martins de
Oliveira Torres
1915
1920
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Leandro Maynard
Maciel
08/12/1897
Sergipe, Vila
do Rosário
Anna
Maynard
Maciel
Leandro Ribeiro
de Siqueira Maciel
1916
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Governador de Sergipe de 1955 a
1959. Em 1960 foi indicado para ser
vice-presidente da República na
chapa de Jânio Quadros, mas
renunciou em favor de Milton
Campos; Senador em 1995-1937 e
1967 - 1975.Foi O líder máximo da
UDN - União Democrática
Nacional. Ele ingressou na vida
pública no Governo Manoel Dantas;
Deputado Federal nos anos de 1930-
1930 / 1933-1935 / 1946-1951;
Diretor de Obras Públicas; Diretor
da Energipe (serviço de Luz e
Força) Presidente do Iaa (álcool e
Açúcar). Fiscal do Serviço de
Águas e Esgotos de Aracaju.;
Proprietário Rural e Engenheiro e
Magistarado. Deputado Provincial -
1851 a 1869; deputado Geral -
1869 a 1872; Deputado Geral -
1877 a 1885; Deputado Federal -
1890 a 1891; Deputado Federal -
1891 a 1894; Senador - 1894 a
231
1903; O aluno como politíco teve
um vies progressista, realizando
várias obras como: ligou com asfalto
Aracaju a Atalaia e desmontou o
morro do Bonfim, além de dotar
Aracaju de abastecimento de água.
O ‗Leandrismo‘ marcou a política de
Sergipe. Ele ingressou na vida
pública no Governo Manoel Dantas;
o pai do aluno foi um proprietário
rural, advogado e político brasileiro.
Foi Juiz de Paz e de Órfãos de
Rosário do Catete, Maroim e Santo
Amaro.
Henrique Lanat
19/10/1899
Bahia,
Salvador
Maria
Menezes
Lanat
José Henrique
Lanat
1916
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Negociante
O pai do aluno. Industrial e trouxe o
primeiro automóvel da ba que foi
importado da França.Maçon de 3°
grau (Pai do Aluno )
José Pinto Pithon
08/03/1897
Bahia, Santo
Antônio de
Jesus
Clotildes dos
Santos Pinto
Pithon
Joaquim Souza
Pithon
1916
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Afranio Drumond
Murgel
18/02/1895
Minas
Gerais,
Cataguases
Ernestina
Drumond
Murgel
Maurício Engênio
Murgel
1916
1916
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
João de
Vasconcellos
Martins
22/04/1898
Maranhão,
São Luiz
Alice de
Vasconcellos
Martins
João Pereira
Martins
1916
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Sylvio Pimentel
Marques
04/01/1898
Bahia,
Salvador
Emilia
Pimentel
Marques
Fausto de Oliveira
Marques
1916
1920
Curso geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Affonso Cesar
Cabussú
01/06/1899
Bahia,
Salvador
Dulce Vilas
Boas Cabussú
Alfredo Cesar
Cabussú
1916
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Advogado
O pai do aluno.Diretor da
Associação Comercial da ba em
1910-1911. Membro fundador do
IGHB.
232
João Martins
Carvalho
06/05/1895
Bahia,
Alagoinhas
Anna
Guermina de
Carvalho
Antônio Martins
de Carvalho
1916
1917
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Arthur Pereira do
Lago
06/03/1892
Bahia,
Salvador
Não
Identificado
Francisco Pereira
do Lago
1916
1916
curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Coronel do
Exército
Maçon de 3° grau (Pai do Aluno )
Itamar Moreira
Temporal
11/07/1895
Pernambuco,
Recife
Maria
Carolina
Rodrigues
Temporal
Affonso Moreira
Temporal
1915
1918
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José Duarte Porto
Limeira
Não Identificado
Pernambuco,
Recife
Não
Identificado
Não Identificado
1916
1917
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola Livre
de Engenharia de
Pernambuco
Não Identificado
Não Identificado
Djalmir Guajarino
Maia
14/12/1896
Pará, Belém
Virgina Paim
Maia
José André Maia
Filho
1916
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Funcionário
Público
O pai do aluno. Inspetor da
alfândega de Santos em 1912
Alvaro Hermano
da Silva
28/04/1894
Bahia, Feira
de Santana
Arlinda dos
Santos Silva
Arthur
Hermenegildo da
Silva
1916
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
O pai do Aluno trabalhou na
conclusão e em 1918 em uma das
ferrovias baianas que ligara Santo
Amaro a Salvador. Arrendou junto
ao governo baiano a Estrada de
Ferro de Santo Amaro em 1918, se
incorporado a União novamente em
1939 com nomeada Viação Férrea
Federal Leste Brasileiro. Professor
da EPBA em 1914. Catedrático da
cadeira de Estudo dos Materiais de
Construção
Eduardo Rios
Filho
24/10/1900
Bahia,
Salvador
Maria
Antonieta
Maia Rios
Eduardo Cesar
Rios
1916
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Ministro da Educação e Saúde, no
Governo Gaspar Dutra de 15 de
maio até a 4 de agosto de 1950
233
Francisco
Mangabeira
Albernaz
03/02/1898
Bahia,
Salvador
Cecilia
Mangabeira
Albernaz
José Garcia
Albernaz
1916
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Médico
O pai do aluno é formado em 1890 pela
Faculdade de Medicina da ba. Tenente
médico do Exército Brasileiro. Em 1913
nomeado diretor do Hospital Militar da
ba, cargo no qual permaneceu até seu
falecimento, em 1915, por lesão cardíaca
congênita; Avós paternos: Joaquim
Albernaz (Major) e Antônia Garcia
Albernaz; avós maternos: Francisco
Cavalcante Mangabeira (farmaceutico) e
Augusta Cavalcante Mangabeira;
sobrinho de Mangabeira.
Fernando Elias
Borges Bastos
20/07/1895
Bahia,
Salvador
Maria Amélia
Borges Bastos
Balthazar Leite
Bastos
1916
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Antônio Pereira de
Menezes
19/11/1895
Ceará,
Fortaleza
Margarida P.
Pereira de
Menezes
Vicente Pereira
Sobrinho
1916
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Odilon Borges de
Carvalho
06/03/1896
Maranhão,
São Luiz
Marianna de
Mattos
Borges de
Carvalho
João Braulino de
Carvalho
1917
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Miguel Marques
de Souza
24/05/1898
Bahia,
Serrinha
Cecília
Marques de
Souza
Antônio Marques
de Souza
1917
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José de Almeida
Santos
02/11/1896
Bahia,
Salvador
Joana de
Almeida
Santos
Antônio José dos
Santos
1917
1917
Curso geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Celso Almino de
Queiroz
06/09/1894
Rio Grande
do Norte,
Natal
Thereza
Gomes de
Queiroz
Antônio Almino
de Queiroz
1917
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Agnello Alves
Barreiros
03/10/1896
Bahia, Feira
de Santana
Maria
Guilhermina
Barreiros
Tibrício Alves
Barreiros
1916
1921
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Professor da EPBA em 1949.
Ingresso na EPBA em 1949.
Ministrava a cadeira de Estrada de
Ferro e Rodagem
Jovino do Prado
Pereira
01/12/1896
Bahia,
Juazeiro
Oliva do
Prado Pereira
Jovino Antônio
Pereira
1917
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
(Coronel da
Guarda Nacional)
Professor da EPBA em 1952.
Ministrou a cadeira de Estradas de
Ferro e de Rodagem
234
Paulo de Carvalho
Fontes
06/12/1894
Bahia,
Salvador
Elvira Fiel de
Carvalho
Fontes
Paulo Martins
Fontes
Não Identificado
1928
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola de Minas de
Outro Preto)
Bacharel
Não Identificado
Josué Bapitista de
Jesus
30/04/1893
Sergipe,
Lagarte
Veutina
Hermínia da
Conceição
João Baptista de
Jesus
1917
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Eurico Moscoso
13/01/1898
Bahia,
Salvador
Zulmira
Seixas
Moscoso
Plínio Moscoso
1917
1921
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Armando de
Oliviera
Pernambuco
Não Identificado
Rio Grande
do Norte,
Natal
Elvira Pereira
Pernambuco
José de Oliveira
Pernambuco
1917
1918
Curso geral
Não terminou o
curso na EPBA
Magistrado
O pai do aluno. Juiz de Direito e em
1882 criou a comarca de Acari- RN
Goutran de Souza
1895
Sergipe,
Estância
Maria Freire
de Souza
Antônio Poriciano
de Souza
1917
1917
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Avila de
Vasconcellos
Linhares
Não Identificado
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Não
Identificado
Antônio da
Silveira Linhares
1917
1918
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.(Egresso da
Escola Politécnica
do Rio de Janeiro
(EPRJ) e, terminou
o 5° ano na Escola
de Engenharia de
Porto Alegre)
Não Identificado
Não Identificado
235
Lauro Farani
Pedreira de Freitas
15/04/1900
Bahia,
Alagoinhas
Mariamina
Farani de
Freitas
Graciliano
Marques Pedreira
de Freitas
1917
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Advogado
Deputado pela ba, em 1945, na
legenda do Partido Social
Democrático (PSD), pela qual
concorreu, em 1950, ao Governo da
ba; Diretor da Viação Férrea Leste
Brasileiro.; Funcionário Público.
Construiu uma larga carreira como
engenheiro ferroviário. Implantou a
fabricação de composições e
locomotivas nas oficinas de
Aramarí, Alagoinhas e São Félix.
Construiu uma usina termoelétrica e
iniciou a eletrificação ferroviária no
Recôncavo; Professor da EPBA em
1943. Ministrou várias disciplinas.
Professor de Cosmografia e
Geofísica do Ginásio da ba;
Desenhista e inspetor de obras de
arte. superintendente da Compagnie
de Chémins de Fer Fédéraux de
L'Est Brésilien, em Salvador;
presidente da Caixa de
Aposentadoria e Pensões dos
Ferroviários da ba e de Sergipe; O
nome da Cidade Lauro de Freitas é
em sua Homenagem. Morreu em um
acidente sério quando candidato ao
governo da ba. Em 1935 assessorou
o Ministro da Viação e Obras
Públicas; O pai do aluno. Secretário
do Estado da ba interinamente 1906-
1912. Prefeito da cidade de
Alagoinhas depois da proclamação
da República.
Octávio dos Reis
Gordilho
21/06/1894
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Maria da
Glória de
Mello dos
Reis Gordilho
Joaquim Raul dos
Reis Gordilho
1917
1920
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Médico
O pai do aluno é formado pela
Faculdade de Medicina da ba no ano
de 1893
Carlos Alexandre
Porto Carreiro
20/09/1895
Pernambuco,
Recife
Maria Uchôa
Porto Carreiro
Luiz da Costa
Ferreira Porto
Carreiro
1917
1923
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola Livre de
Engenharia de
Pernambuco)
Bacharel
Não Identificado
Alcides Moreira
Benjamim
07/11/1897
Bahia,
Salvador
Alzira
Moreira
José Betelho
Benjamim
1917
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Desembargador
Não Identificado
236
Benjamim
Carlo Gama de
Araujo Ramos
18/09/1900
Bahia,
Salvador
Anna Gama
de Araujo
Ramos
Alvaro de Araujo
Ramos
1917
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Maçon de 3° grau. (pai do aluno)
Durval Garcia
Lins
04/12/1896
Bahia,
Salvador
Evangelina
Garcia Lins
Secundino da
Silva Lins
1918
1922
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a EPRJ.
Dificuldades
financeiras
Não Identificado
Não Identificado
Wenefredo
Bacelar Portella
13/11/1898
Piauí,
Parayba
Roza
Rodrigues
Bacelar
Viriatto dos Santos
Portella
1917
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Funcionário Público. Responsável
pela construção do trecho da Estrada
de Ferro entre Leopoldo de Bulhões
a Anápolis
José Francisco de
Freitas
28/09/1893
Bahia,
Salvador
Leopoldina
Machado de
Freitas
Argeu Antônio de
Freitas
1918
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Carlos Velloso
Gordilho
21/09/1899
Bahia,
Salvador
Maria
Margarida
Gordilho
Pedro Velloso
Gordilho
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Guilherme
Moreira da Silva
Lima
08/10/1900
Bahia,
Salvador
Maria
Adelaide
Moreira da
Silva Lima
Antônio da Silva
Lima
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Thomé Barbosa
Ribeiro da Silva
Passos
28/01/1896
Piauí, Vila
Belein
Leandra
Maria da
Silva Passos
David Barbosa
Ribeiro Passos
1919
Não Identificado
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
237
Francisco
Fernandes Leite
24/02/1898
Bahia,
Salvador
Maria
Augusta leite
Elias Fernandes
Leite
1919
1919
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Advogado
O pai do aluno. Auditor de guerra
em 1920
Mario Barbosa de
Moura
05/08/1896
Ceará,
Fortaleza
Thereza
Barbosa de
Moura
José Gomes de
Moura
1914
1921
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Cônsul
O pai do aluno era cônsul do
Paraguay no estado do Ceará
Jadso Couto
Maciel
04/06/1897
Bahia,
Salvador
Amélia
Ferreira
Couto Maciel
Pedro Maciel
1917
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Edgcerd Velloso
da Silva
19/11/1895
Bahia,
Salvador
Rosa Velloso
da Silva
Agostinho Herme
da Silva
1917
1922
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Renato dos Reis
Gordilho
16/01/1897
País: Paris,
França
Maria da
Gloria Mello
dos Reis
Gordilho
Joaquim Raul dos
Reis Gordilho
1917
1922
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Médico
O pai do aluno é formado pela
Faculdade de Medicina da ba no ano
de 1893
Humberto Pacheco
da Miranda
31/10/1897
Bahia,
Cachoeira
Maria da
Glória
Gonçalves de
Miranda
Joaquim Pacheco
Gonçalves de
Miranda
1917
1922
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Antônio Alves
Freire
21/010/1899
Rio Grande
do Norte,
Natal
Antônia de
Meideiros
Freire
Avelino Alves
Freire
1919
1919
Curso geral
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Coronel do
Exército
Não Identificado
Joaquim Guedes
Martins
06/07/1898
Ceará,
Maranguape
Maria
Engênia
Guedes da
Florêncio Martins
Pereira
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
238
Conceição
Archemino
Augusto Jaqueita
30/03/1898
Bahia,
Bonfim
Josephina da
Motta
Jaqueira
Silvério Rodrigues
Jaqueira
1919
1921
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Eusebio Gomes de
Mello
15/05/1899
Alagoas,
Maceió
Candida
Gomes de
Mello
Antônio Gomes de
Mello
1920
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Mario Carmelita
da Fonseca
16/07/1898
Pernambuco,
Recife
Justina Vidal
da Fonseca
Antônio Augusto
da Fonseca
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
João Meirelles de
Almeida Couto
20/05/1894
Bahia, Santo
Amaro
Emília
Teixeira
Couto
Luiz Meirelles de
Almeida Couto
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Raymundo dos
Santos Patury
07/10/1894
Bahia,
Salvador
Maria
Pacifica dos
Santos Patury
Manoel Joaquim
dos Santos Patury
1914
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Ericssceu Pitombo
Jacyobá
Cavalcante
22/04/1900
Alagoas,
Penêdo
Maria
Pitombo
Jacyobá
Cavalcante
Julio Jacyobá
Cavalcante
1920
1923
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
José Antônio
Saraiva
26/02/1900
Bahia,
Pojuca
Francisca
Velloso
Saraiva
Luiz Antônio
Saraiva
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Vicente de
Alburquerque
Porcíuncula
19/07/1895
Alagoas,
Maceió
Ignácia de
Alburquerque
Porcíuncula
Vicente Ferreira
da Porcíuncula
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
239
Adehmar de
Meneses Lessa
11/11/1898
Bahia, Feira
de Santana
Cândida
Meneses
Lessa
Venancio Antônio
da Fonseca Lessa
1919
1921
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Carlos Augusto
Perdigão de
Oliveira
19/08/1886
Ceará,
Fortaleza
Athilia
Brandão ade
Oliveira
Francisco
Perdigão de
Oliveira
1919
1921
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Bacharel
Funcionário Público. Engenheiro
dos Correios
Durval da Silva
Tinoco
02/04/1883
Bahia, Feira
de Santana
Maria da
Annuncianção
Tinoco
Aristides José
Tinoco
1921
1922
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Professor
Não Identificado
Giuseppe Amado
28/02/1901
Sergipe,
Estância
Anna Amado
Melckisededa
Amado
1919
1919
Curso Geral
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Carlos Fernandes
de Araújo
24/10/1894
Bahia,
Salvador
Elvira Araújo
Francisco de
Araújo
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Clovis de Barros
Lima
09/01/1900
Pernambuco,
Recife
Não
Identificado
Manoel de Barros
Lima
1919
1919
Curso Geral
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola Livre
de Engenharia de
Pernambuco
Não Identificado
Não Identificado
Aguinaldo das
Chagas Carneiro
08/01/1904
Bahia,
Cachoeira
Tharcilla
Chagas
Carneiro
Joaquim Baptista
Carneiro Sobrinho
1919
1939
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Diretor geral do DER-PA
(Departamento de Estradas de
Rodagem do Estado do Pará)
Nelson Pinto de
Almeida
24/08/1897
Bahia, Santo
Antônio de
Jesus
Maria
Brazilia Pinto
de Almeida
Virgílio Venâncio
de Almeida
1919
1923
Engenheiro
Geógrafo
Formado
Fazendeiro
(Coronel da
Guarda Nacional)
Não Identificado
240
Jefferson
Fernandes Balleiro
30/09/1898
Pernambuco,
Palmares
Carlote Rios
Balleiro
Propórcio
Fernandes Balleiro
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Engenheiro
Não Identificado
Rodrigo José
Fernandes Filho
17/08/1897
Pará,
Santarém
Maria
Fernandes
Rodrigo José
Fernandes
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Francisco Ferreira
da Silva
28/01/1898
Bahia,
Salvador
Maria
Ferreira da
Silva
Joaquim Ferrira
Italiano
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Antônio Barreto
Filgueira
12/06/1902
Bahia,
Mundo
Novo
Julia Barreto
Filgueira
João Alves
Filgueira
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Eunapio Peltier de
Queiroz
05/10/1900
Bahia,
Valença
Eugênia
Peltier de
Queiroz
Eunapio Rosa de
Queiroz
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Fazendeiro
Deputado em 1945, exercendo
importante papel na expansão viária
do País e em medidas que
beneficiaram os estados localizados
no Polígono das Secas. Voltou a se
eleger deputado depois 1955;
Prefeito de Nazaré e de Ilhéus;
Secretário de Viação e Obras
Públicas (1951), época em que
entrou para a história da hoje
Eunápolis, então "64",
transformando o pequeno povoado
num lugar progressista.; Diretor
Presidente da Coelba e da Chesf
(Cia. Hidro-elétrica do São
Francisco), tendo sido o idealizador
do complexo energético de
Sobradinho; Funcionário Público.
Trabalhou no serviço de topografia e
medições que muito contribuíram
para a implantação das malhas
ferroviária e rodoviária em nosso
Estado, especialmente no
Recôncavo; O nome da cidade de
Eunápolis - Ba é em sua
homenagem.
Arthur de
Carvalho
Magalhães
08/01/1888
Bahia
Não
Identificado
Leonel Carvalho
Magalhães
1919
1919
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Lecenido de
Siqueira Menezes
31/03/1902
Bahia,
Salvador
Anna de
Carvalho
Meneses
José de Siqueira
Meneses
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Marechal do
Exército
Não Identificado
241
Oswaldo Cabral
Vieira de Campos
06/09/1898
Bahia,
Salvador
Bellaniza
Cabral Vieira
Campos
Francisco
Terencio Vieira de
Campos
1919
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
João Garcez de
Aguiar
26/07/1900
Bahia,
Salvador
Maria J.
Garvez de
Aguiar
Octávio Accioly
de Aguiar
1919
1927
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Alvaro Wellington
Landulpho
Medrado
07/04/1901
Bahia,
Castro Alves
Guiomar
Lopes
Medrado
José Joaquim
Landulpho
Medrado
1919
1936
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Professor catedrático da EPBA da
cadeira de Química Industrial e
inorgânica; O pai do aluno.
Secretário do Interior, Justiça e
Instrução Pública e SEC. da
Agricultura, Ind. Com, Viação e
Obras Públicas interinamente nos
anos de 1920-1924.
Alberto Japi -
Assú
04/07/1900
Bahia,
Salvador
Maria Anna
Sabrão Japi -
Assú
Cleto Ladislau
Tourinho Japi -
Assú
1919
1922
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Vice-Almirante
da Marinha
Não Identificado
Lafayette Pereira
Fraga
25/07/1890
Bahia,
Muritiba
Thereza
Minervina
Fraga
Clementino
Pereira Fraga
1919
1922
Engenheiro
Civil
Não terminou o
curso na EPBA
Coronel do
Exército
O pai do aluno. Presidente do
Conselho Municipal de Muritiba em
1899
Rubem Pires
Ferreira
24/05/1899
Bahia,
Salvador
Maria Amélia
Pires Ferreira
Manoel da Silva
Pires
1919
1923
Engenheiro
Civil
Formado
Major do
Exército
pai do aluno. Lutou na guerra de
Canudos.
Almiro Queiroz da
Silva
24/02/1901
Bahia,
Salvador
Leonor de
Queiroz Silva
Eurydes da Silva
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Jayme Spinola
Teixeira
22/10/1901
Bahia,
Caitité
Anna Spinola
Teixeira
Deocleciano Pires
Teixeira
1919
1919
Curso Geral
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Médico, formado
pela Faculdade de
Medicina da ba
no ano de 1870.
O pai do aluno foi 2º. Cirurgião do
Corpo de Saúde da Marinha,
funções que exerceu até 1876.
Político; membro do "Partido
Liberal" no regime monárquico.
Eleito Deputado à nossa Assembléia
Provincial na legislatura de 1888 a
1889 e era um dos candidatos do
mesmo Partido a reeleição nas
elições que se deviam realizar em 7
de dezembro de 1889 para a
ligislatura de 1890 a 1891, quando
foi proclamada a República. Na
República, 1890 nomeado membro e
presidente do Conselho Municipal
de Caetité, funções que exerceu até
23 de março de 1892. Em 23 de
março de 1892 foi nomeado, em
242
substituição ao dr. Joaquim Manoel
Rodrigues Lima (Ex governador da
BA), intendente (Prefeito)do citado
município de Caetité, até janeiro de
1893. Eleito Senador Estadual em
1892 e reeleito em, 1899 a 1904,
não o concluindo seu mandato após
renunciar ao cargo.
Manoel dos Passos
Barros
17/04/1898
Amazonas,
Manaus
Clotildes de
Salles Barros
José Alexandre
Barros
1919
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Diretor Geral do DER/ES (Depto de
Estradas de Rodagem do ES);
Engenheiro da Secretaria de Viação
e Obras Públicas do Estado do
Espírito Santo, deve-se a ele o
batismo de diversas localidades
como nomes originários do tupi-
guarani como Aracê, Indaiá, Iuna,
Irupi, Caparaó, Ibitirama, Ibatiba,
Manhuaçu, Manhumirim, Itarana,
Itagassu, etc; Professor. Teve grande
empenho na fundação da ―Escola
Politécnica de Engenharia‖, atual
―CENTRO TECNOLÓGICO DA
UFES‖ na Universidade Federal do
Espírito Santo; Primeiro Presidente
da Igreja Cristã Maranata, essa
Igreja criou uma Fundação que leva
o seu nome no estado do ES.
Enéos Gonçalvez
Pereira
09/04/1901
Bahia,
Salvador
Adelaide
Bahiense
Gonçalves
Pereira
João Gonçalves
Pereira
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Professor
Não Identificado
Quintino Barbosa
de Figueirêdo
30/04/1899
Minas
Gerais
Anna
Angélica de
Figueirêdo
José Barbosa
Primo
1919
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Chefe do Distrito de Terra de
Teófilo Ottoni (MG) e de Guaçuí
(ES).Chefe do Domínio da União,
no Espírito Santo, nos anos 30;
Funcionário Público. Engenheiro da
Companhia Vale do Rio Doce em
1942; Professor de Desenho
Técnico da Escola Politécnica da
UFES; Membro da Associação
Mineira e da Associação Espírito
Santense de Engenheiros.
243
Alvaro Guimarães
Santos
08/08/1896
Bahia,
Salvador
Maria Cecília
Guimarães
Santos
Alberto Magno de
Freitas
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Walkiria Reis de
Freitas
03/04/1900
Bahia,
Machado
Portela
Ceria Reis de
Freitas
Alabero Magno de
Freitas
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Julio Alberto de
Castro Lima
16/05/1901
Pará,
Santarém
Amélia
Champion
Castro
Francisco de Paula
Castro
1919
1919
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA. Se
tornou bancário do
Banco Francês do
RJ.
Bacharel
Não Identificado
Dirceu Possidio
Coelho
14/03/1899
Bahia,
Salvador
Carlota
Coelho
Nascimento
Possidio
Nascimento
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Delegados da Ação Integralista
Brasileira registrados no Tribunal
Regional Eleitoral no período de
23/12/1935 a 08/01/1936
João de Perouse
Pontes
05/01/1897
Bahia,
Salvador
Alice Amélia
Oliveira
Pontes
João de Perouse
Pontes
1919
1919
Curso Geral
Formado
Capitão da
Marinha
Não Identificado
Attila de Siqueira
Menezes
22/01/1900
Bahia,
Salvador
Anna de
Carvalho
Menezes
José Siqueira
Menezes
1919
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Marechal do
Exército,
engenheiro,
Jornalista
O pai do Aluno foi Prefeito e
Senador. Chefe da Comissão de
Engenharia da ba; Ajudante de
Ordens do Presidente de Sergipe;
Encarregado Das Obras Militares de
Sergipe; Diretor de Obras Militares
da ba; Diretor do Hospital de
Caridade de Sergipe; Comandante
da Escola Militar do Ceará;
Comandante da Brigada Policial do
Distrito Federal; Comandante do
Terceiro Distrito Militar da ba
Alferes;
244
Tito Livio de
San'tanna
09/01/1897
Sergipe,
Simões Dias
Maria V. de
San'tanna
João Lucas de
San'tanna
1919
1920
Curso Geral
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola
Politécnica do Rio
de Janeiro(EPRJ)
Não Identificado
Não Identificado
Braulio de
Oliveira Martins
25/05/1898
Bahia, Vila
Bom
Conselho
(Atual
Cícero
Dantas)
Maria Gomes
Oliveira
Vicente José
Martins
1919
1924
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Antônio de Mello
Carvalho
10/05/1902
Bahia,
Salvador
Maria Eutália
Pereira de
Mello
Carvalho
Tito de Mello
Carvalho
1919
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Gustavo de Souza
Martins
05/07/1902
Bahia,
Salvador
Maria
Adelaide Dias
Rodolpho de
Souza Martins
1920
1920
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Advogado
O pai do aluno. Presidente da
Associação Comercial da ba em
1919/1920 e 1923/1924
Mario Prisco
Paraiso
05/06/1901
Bahia,
Salvador
Helena
Oliveira de
Souza Paraiso
Francisco Prisco
Paraiso
1920
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Advogado
O pai do aluno. Presidente da OAB-
BA e criou a Caixa de Assistência
dos Advogados da ba.
Carlos Cohin
Ribeiro da Silva
20/12/1901
Bahia,
Mundo
Novo
Maria Cohin
Ribeiro da
Silva
Raymundo Ribeiro
da Silva
1920
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Jayme Gonçalves
Cerqueira Lima
01/09/1903
Bahia,
Salvador
Albertina
Gonçalves
Cerqueira
Lima
Jayme Cerqueira
Lima
1920
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Não Identificado
Jorge Oliveira de
Souza e Silva
09/11/1901
Rio de
Janeiro, Rio
de Janeiro
Alzira
Oliveira de
Souza e Silva
Pedro Alexandrino
de Souza e Silva
1920
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
245
Bertoldo Gurgel
27/06/1892
Rio Grande
do Norte,
Caraúba
Anna Gurgel
de Oliveira
João Gurgel de
Oliveira
1919
1939
Engenheiro
Civil
Formado.(Egresso da
Escola Livre de
Engenharia de
Pernambuco)
Desembargador
O pai do aluno. Presidente do
Tribunal Superior da Relação do Rio
Grande do Norte em 1891
Antônio Monteiro
da Cruz
25/05/1894
Pernambuco,
Recife
Maria da Cruz
Joaquim Monteiro
da Cruz
1919
1920
Curso Geral
Não terminou o
curso na EPBA
Não Identificado
Não Identificado
Joaquim de
Magalhães
Cardoso Barata
02/06/1889
Pará, Belém
Gabrina de
Magalhães
Barata
Antônio Marcelino
Cardoso Barata
1920
1920
Curso geral
Não terminou o
curso na
EPBA.Transferiu-se
para a Escola Militar
de Realengo do Rio
de Janeiro
Major do
Exército
Governador no Pará eleito em 1955.
Interventor federal no Pará, de 12 de
novembro de 1930 a 12 de abril de
1935. Governador no Pará eleito em
1955; Senador em 1945; O pai do
aluno. Primeiro administrador das
colônias de Monte Alegre - PA;
Militar do Exército (Oficial)
Frederico da Costa
Nunes
03/08/1898
Maranhão,
Grajáhu
Eurydice da
Costa Nunes
José Fernandes da
Costa Nunes
1919
1926
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
Oscar Alves da
Costa
19/11/1894
Bahia,
Juazeiro
Pastora Leal
Costa
Domingos Alves
da Costa
1920
1926
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Não Identificado
José Frederico
Martins
21/08/1903
Bahia,
Salvador
Maria
Adelaide Dias
Coêlho
Martins
Rodolpho de
Souza Martins
1920
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Advogado
O pai do aluno. Presidente da
Associação Comercial da ba em
1919/1920 e 1923/1924
246
Oswaldo Cesar
Rios
19/05/1904
Bahia,
Salvador
Maria
Antonieta
Maia Rios
Eduardo Cesar
Rios
1920
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Bacharel
Deputado estadual Constituinte pelo
Partido Social Democrático - PSD,
1947-1951; reeleito, PSD, 1951-
1955 e 1955-1959.; Secretário
estadual de Viação e Obras Públicas
da BA, 1942-1945; Vice-presidente
da Comissão de Viação e Obras
Públicas (1947);1948, 1951, 1955-
1956; Diretor da Rede Ferroviária
Federal S. A. - R.F.F.S.A., 1928-
1968; diretor da Viação Férreo
Federal Leste Brasileira, 1956;
diretor da Comissão do Vale do São
Francisco, 1960, Chefe de
Construção da Leste,
superintendente da R.F.F.S.A., nos
governos de Jânio Quadros e Costa e
Silva, 1975; Funcionário Público.
Engenheiro de estradas de ferro no
Estado de Santa Catarina. Atuou na
firma Motor S. A. Brasileira; Como
Deputado ocupou várias comissões
na Assembléia Legislativa,
presidente da Comissão de Finanças,
Orçamento e Contas (1955-1956);
titular das Comissões: Finanças,
Orçamento e Contas (1947-1951,
1953-1954), Administração
Municipal (1949), Indústria e
Comércio (1950, 1952), Polícia
Civil e Militar (1950); suplente da
Comissão de Indústria e Comércio
(1953).
Simões da Silva
Freitas
27/10/1900
Bahia,
Salvador
Emilia
Simões da
Silva Freitas
Ernesto Simões da
Silva Freitas
1920
1925
Engenheiro
Civil
Formado
Não Identificado
Secretário de Educação e Cultura e
Secretário de Saúde Pública e
Assistência Social de 1951 - 1955
Fonte: Pastas dos Alunos
247
Tabela dos Professores da Escola Politécnica da Bahia 1897 1920
OBS: Os professores se encontram em ordem alfabética
Professor
Origem
PAI
Atividade
Econômica
do Pai
Ingre
sso
na
EPB
A
Disciplinas
Ministrad
as
Hierarqui
a Docente
Diretor da
EPBA
Professor
em outras
instituições
Instituição de
Formação
Informações
complementar
es
Trajetórias Políticas
e projetos
Capitalistas
RELAÇÕES
FAMILIARES
OU
ATIVIDADE
CAPITALIST
A
Adolfo
Naegeli
Não
Informad
o
Não
Informado
Advogado
1897
Tecnologia
Química
Industrial
Catedrático
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Suiça, Berna
Não Informado
Não Informado
Não Informado
Affonso
Glicério da
Cunha
Maciel
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1897
Estradas,
Arquitetura
, Higiene
dos
Edifícios,
Saneament
o e
construção
civil
Não
informado
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Fiscal da
Companhia
Carris Elétricos
da Bahia
Diretor e fiscal da
estrada de ferro de
cachoeira e Nazaré,
Diretor de obras
blicas da Secretária
de Agricultura da
Bahia (Seagriba),
Presidente do
conselho municipal
"Câmara de
vereadores" de
Salvador em 1896.
Não Informado
Afonso
Cardoso
Antunes
Bahia,
Salvador
Nicolar
Cardoso
Antunes
Não
Informado
1945
Desenho à
Mão Livre
e Ornatos
Catedrático
da cadeira
de Desenho
à Mão
Livre e
Ornatos
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1920
Não Informado
Não Informado
Não Informado
Agnello
Alves
Bahia,
Feira de
Tibrício
Alves
Não
1949
Estrada de
Ferro e
Assistente
Não
ocupou
Não
Formado na
Não Informado
Não Informado
Não Informado
248
Barreiros
Santana
Barreiros
Informado
Rodagem.
cargo de
Diretor da
EPBA
Informado
EPBA em 1921
Albano da
Franca
Rocha
Bahia,
Salvador
Alfredo
Rocha
Não
Informado
1928
Topografia
e diversas
outras
disciplinas.
Catedrático
Diretor da
EPBA
1950 -
1953
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1918
Foi membro do
Conselho
Técnico
Administrativo
a partir de
1932.
Nomeado
Professor
Emérito da
EPBA em 1982
Não informado
O pai do Aluno
exercia a
carreira de
Professor
Alexandre
Freire Maia
Bittencourt
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1897
Construção
Civil e
outras
diversas
disciplinas.
Arquitetura
, higiene
dos
edifícios e
saneamento
das
cidades,
após a
reforma de
1901.
Catedrático
Diretor da
EPBA em
1909 -
1913
Professor de
matemáticas
do Colégio
São José, em
Salvador.
Formado na
Escola Central
do Rio de
Janeiro em
1867
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Ocupou do
cargo de
Presidente do
Instituto
Politécnico da
Bahia em 1913.
Foi engenheiro
superintendente e
diretor do setor de
obras públicas da
capital e do estado da
Bahia em 1883;
dirigiu também a
confecção da Carta
Geográfica da
Província da Bahia,
uma remodelação do
Palácio Rio Branco,
sede do governo
estadual, e ampliação
da Companhia das
Queimadas,
responsável pelo
abastecimento de água
de Salvador, da
qual foi diretor.
Membro da
família Maia
Bittencourt, de
influentes
proprietários de
terras na região
açucareira do
Recôncavo
baiano, ligada à
família Calmon
por casamentos.
249
Alfredo
Antonio de
Andrade
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Advogado
1904
Química
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Professor
catedrático
de química
analítica na
Faculdade de
Medicina da
Bahia em
1919
Médico.
Formado na
Escola de
Medicina da
Bahia em 1889
Foi perito
químico do
Serviço
Médico-Legal
Diretor do Laboratório
Bromatológico de
Saúde Pública.
Nomeado, em 1916,
chefe dos laboratórios
de química
(Laboratório de
Química Analítica e
Laboratório de
Química Vegetal) do
Museu Nacional, na
gestão de Bruno
Álvares da Silva Lobo
(1915-1923). Em
função da Lei
Orçamentária de 1916,
pelo decreto nº 11.896,
de janeiro daquele ano,
os dois laboratórios se
fundiram no
―Laboratório de
Química‖.
Não Informado
Alpheu
Diniz
Gonçalves
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1905
Física
Molecular;
Ótica
aplicada à
eng
;Eletro-
técnica e
Meteorolog
ia.
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1904
Não Informado
Não Informado
Não Informado
Álvaro da
Silva
Ramos
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Médico
1915
Não
Informado
Catedrático
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
Escola
Agrícola da
Bahia - EAB
Não Informado
Não Informado
Não Informado
Álvaro
Pereira
Rocha
Bahia,
Salvador
Gustavo
Pereira
Rocha
Advogado
1933
Cadeira de
Mecânica
Aplicada,
Bombas e
Motores
Catedrático
da Cadeira
de
Mecânica
Aplicada,
Bombas e
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1908
Não Informado
Não Informado
Não Informado
250
Hidráulicos
Motores
Hidráulicos
Alvaro
Wellington
Landulfo
Medrado
Bahia,
Castro
Alves
José
Joaquim
Landulpho
Medrado
Advogado
1945
Química
Industrial e
Inorgânica
Catedrático
de Química
Industrial
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1936
Não Informado
Não Informado
O pai do
docente.
Secretário do
Interior, Justiça
e Instrução
Pública e SEC.
da Agricultura,
Ind. Com,
Viação e Obras
Públicas
interinamente
nos anos de
1920-1924.
Américo
Furtado de
Simas
Bahia,
São Felix
Não
Informado
Proprietário/
Negociante
1901
Física,
Física
Molecular,
Ótica
Aplicada à
Engenharia
,
Eletrotécni
ca e
Metereolog
ia após
1901,
Mecânica
Aplicada,
Eletrotécni
ca,
Resistência
e
Termodinâ
mica e
Motores
Térmicos.
Catedrático
da cadeira
Máquinas
Motrizes e
Operatrizes
em 1913 e
Termodinâ
mica
Motores
Térmicos
em 1936.
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Professor da
Escola de
Belas Artes
da Bahia em
1928 e foi
seu diretor
entre 1941 e
a data de seu
falecimento.
Formado na
EPRJ
Membro do
Conselho
Técnico
Administrativo
em 1936.
Comissão do
Plano da
Cidade do
Salvador em
1935
É destacada sua
participação nos
estudos, projetos e
construção do bairro
de Monte Serrat em
Salvador. Tem
atuação importante na
área de energia,
projetando e
construindo várias
hidroelétricas (a
primeira foi projetada
em 1907) e
elaborando, em 1943
um, "Plano de
Utilização das
Energias do Estado da
Bahia" a pedido do
governador estadual
General Renato
Onofre Pinto
Aleixo(1943 - 1945)
O docente
participou de
vários
congresso de
Arquitetura e
Urbanismo em
Salvador na
década de
1930, com o
intuito de
discutir
possíveis
planos diretor
para a cidade.
Antonio
Ferrão
Muniz de
Aragão
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1907
Economia
política
Catedrático
da cadeira
de
Economia
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
Não
Informado
Advogado.
(Formado em
Direito pela
Faculdade de
Direito da
Membro do
IPBA. Foi
jornalista por
longo tempo e
deixou vários
DEPUTADO
ESTADUAL 1907,
Deputado Federal
1914 - 1916, Senador
Federal 1921 - 1926,
O docente é
pertencente a
uma das
famílias mais
tradicionais
251
Política
EPBA
Bahia)
trabalhos
publicados.
Membro da
Academia de
Letras da
Bahia.
Governador da Bahia
em 1917 - 1920,
"PROPRIETÁ
RIOS" da
Bahia.
Antônio
Figueiredo
Souza
Júnior
Bahia,
Salvador
Antônio
Figueiredo
Souza
Não
Informado
1917
Física
Não
informado
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1916
O docente teve
o seu concurso
impugnado
para a cadeira
de Fisíca
Não Informado
Não Informado
Antônio
Gonçalves
Gravatá
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Advogado
1901
Máquinas
Motrizes e
Operatrizes
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Foi fiscal da
empresa
Schomoor, no
Mato Grosso,
encarregada da
construção da
Estrada de
Ferro Noroeste
do Brasil, no
Mato Grosso,
encarregada da
construção da
Estrada de
Ferro Noroeste
do Brasil.
Trabalhou na
implantação do
ramal
ferroviário de
Divinópolis, no
desmonte
hidráulico da
Avenida dos
Andradas e
Horto Florestal, e
na construção de
oficinas. Dedicou-
se à construção
civil, em obras da
Igreja Nossa
Senhora de Lourdes
(1916-1922), da
Estação da Estrada
de Ferro Central do
Brasil (1920-1922)
e da Igreja Nossa
Senhora das Dores
(1922), na Avenida
Em 1920, teve
matrícula registrada
na Diretoria de Obras
Públicas da Prefeitura
de Belo Horizonte
O docente foi o
primeiro
diretor-
proprietário da
Usina de
Álcool Motor
de Minas
Gerais, que
produziu
combustíveis
de base vegetal,
principalmente
a partir da
mandioca.
252
do Contorno, o
Monumento
Comemorativo ao
Centenário da
Independência
(1922-1924) em
BH. Sabe-se
também que foi
autor do projeto da
ponte da Ilha das
Garças, no Parque
Municipal de Belo
Horizonte,
construída em
1926.
Antonio
Joaquim de
Souza
Carneiro
Sergipe,
Aracaju
Não
Informado
Advogado
1904
Hidráulica;
Abastecime
nto de
Água;
Esgoto;
Dessecame
nto;
Irrigação,
Geologia
Econômica
e Noções
de
Metalurgia.
Catedrático
da cadeira
Hidráulica;
Abastecim
ento de
Água;
Esgoto;
Dessecame
nto;
Irrigação e
da cadeira
de
Geologia
Econômica
e Noções
de
Metalurgia.
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Professor da
Escola
Politécnica
de São Paulo
(EPSP) 1939,
Professor
substituto da
cadeira de
Política
Comercial e
Regime
Aduaneiro
Comparado,
e logo em
seguida toma
posse da
cadeira de
estatística da
Faculdade de
Ciências
Formado na
EPBA em 1904
Contador do
Ministério da
Fazenda
Não Informado
O Docente
casou com D.
Laura Coelho
de Souza
Carneiro teve 8
filhos dentre os
mais ilustres
Édison de
Souza Carneiro,
Jornalista,
poeta, etnólogo,
folclorista e
professor
(fomado em
Direito em
Salvador em
1935)e o ex
deputado,
senador (Rio de
Janeiro) e o
253
Econômicas
da
Universidade
do Distrito
Federal
(UDF) em
1934, atual
Universidade
do Estado do
Rio de
Janeiro
(UERJ).
Professor e
político Nelson
de Souza
Carneiro
(formado em
Direito). Sua
Neta Maria
Laura de Souza
Carneiro ex
deputada pelo
Partido
Democratas
pelo Rio de
Janeiro.
Antonio
Luiz freire
de carvalho
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1897
Topografia
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador da
IPBA e EPBA.
Não Informado
Não Informado
Archimedes
de Siqueira
Gonçalves
Não
Informad
o
Não
Informado
Negociante
1905
Química
Inorgânica,
Descritiva
e Analítica,
Estradas de
Ferro e de
Rodagem,
Hidráulica:
líquido e
gases;
Abastecime
nto de
Água;
Esgotos;
Hidráulica
Agrícola,
Estradas de
Ferro e de
Rodagem e
Pontes e
Viadutos
Catedrático
da cadeira
Estradas de
Ferro e de
Rodagem
Diretor da
EPBA em
1922 -
1934.
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1904
Membro do
IPBA.
Trabalhou na
implantação da
teleradiofônico
em Salvador
Não Informado
Não Informado
254
Aristides
Galvão de
Queiroz
Não
Informad
o
Não
Informado
Proprietário
1897
Economia
e finanças
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
Escola Central
do Rio de
Janeiro
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Deputado Federal em
1890, Prefeito de
Valença em 1898 -
1899, 1903
O docente era Irmão
do Marechal
Inocêncio Galvão de
Queiroz Nasceu em
06 de agosto do ano
de 1841 e faleceu
em 12 de maio do
ano 1903, formado
em Bacharel em
Matemática e
Ciências Físicas,
Ministro do
Supremo Tribunal
Federal, Pacificador
do Rio Grande do
Sul, exerceu vários
cargos do exército
brasileiro, desde de
soldado até
Marechal, foi eleito
Senador Estadual
pelo Estado da
Bahia, foi agraciado
pelo Governo
Imperial, com as
condecorações:
Ordem de Cristo,
São Bento de Aviz,
Cruzeiro e Rosa,
possuía as Medalhas
do Mérito Militar
pela campanha: do
Uruguai, Paraguai e
da Argentina.
Arlindo
Coelho
Fragoso
Bahia,
Santo
Amaro
Não
Informado
Proprietário
1897
Ministrou
diversas
cadeiras na
EPBA
Catedrático
Diretor da
EPBA em
1897 -
1908
Professor
catedrático
da Imperial
Escola
Agrícola da
Bahia em
1886.
Formado na
EPRJ em 1885
Fundador da
EPBA e do
IPBA, fundou
também a
Academia de
Letras da Bahia
em 1917.
Escreveu para
periódicos,
presidente do
IPBA 1896 -
1909.
Prefeito de Santo
Amaro em 1891 -
1893, Diretor da
Secretária de
Agricultura
(SEAGRIBA) 1896 -
1900, DEPUTADO
FEDERAL em 1917 -
1920, Secretário de
Agricultura em 1893,
Secretário Geral de
estado em 1912 -
1916, Auxiliar do
Ministério de Viação
e Obras Públicas em
1907 - 1908. (Boletim
do Ministério)
Não Informado
Arnaldo
pimenta da
Bahia,
Não
Proprietário
1943
Resistência
dos
Assistente
Não
ocupou
Não
Formado na
Não Informado
Prefeito de Salvador
Arnaldo era
Primo Do
255
cunha
Salvador
Informado
Materiais e
Grafo-
estática
cargo de
Diretor da
EPBA
Informado
EPBA em 1901
em 1935.
Escrito
Euclides da
Cunha.
Arquimede
s Pereira
Guimarães
São
Paulo, SP
Não
Informado
Não
Informado
1929
Química
Inorgânica
Descritiva
e Analítica
Catedrático
Diretor da
EPBA
1939 -
1943
Professor e
diretor da
Escola
Agrícola de
São Bento
das Lages e
foi docente
na Escola de
Agronomia,
dirigindo a
instituição a
partir de
1932.
Professor da
Faculdade de
Odontologia
e Farmácia
de Sergipe
em 1925.
Formado na
Escola
Politécnica de
o Paulo
Foi membro do
Conselho
Técnico
Administrativo.
Arquimedes
chegou à
capital baiana
em função do
acordo
assinado entre
o Ministério da
Agricultura e a
Escola
Politécnica da
Bahia para
implantação do
curso de
Química
Industrial.
Diretoria de Instrução
Pública na Bahia em
substituição a Anísio
Teixeira em 1927,
Secretário da
Agricultura e da
Fazenda no governo
de Lomanto Júnior
(1963 - 1967) interino,
Não Informado
Arthur de
Sá Menezes
Bahia,
Salvador
Argemiro
de Souza
Menezes
Proprietário
1897
Economia
e finanças,
Desenho e
Construção
de Cartas
Geodésicas
e desenho e
Projeto de
Mecanismo
s
Catedrático
. Professor
Honorário
da EPBA
em 1938
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Convidado a ocupar o
cargo de Prefeito de
Salvador em 1912, por
JJ Seabra, portanto,
não aceitou. Diretor
da Estrada de Ferro
Bahia- Minas na
década de 1890. Em
1920 presidiu a
comissão de Obras
Públicas do Estado da
Bahia, Secretário
"interino" de
Agricultura da Bahia,
O docente era muito
próximo ao
Engenheiro Idelfonso
Simões Lopes, na
qual, foi seu colega de
Turma durante a
Graduação na EPRJ.
Não Informado
256
Arthur
Hermenegil
do da Silva
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1914
Topografia;
Estradas;
Astronomia
e
Navegação
Catedrático
de
Geometria
e
Trigonome
tria
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Trabalhou na
conclusão e em
1918 em uma
das ferrovias
baianas que
ligara Santo
Amaro a
Salvador
Não Informado
Arrendou junto
ao governo
baiano a
Estrada de
Ferro de Santo
Amaro em
1918, se
incorporado a
União
novamente em
1939 com
nomeada
Viação Férrea
Federal Leste
Brasileiro.
Professor da
EPBA em
1914.
Augusto
Bittencourt
de Carvalho
Menezes
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1897
Química
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador da
IPBA e EPBA
e Instituto
Geográfico
Histórico da
Bahia.
Não Informado
Não Informado
Augusto
césar
Berenger
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Médico
1903
Desenho
Mecânico
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1902
Não Informado
Não Informado
Não Informado
Aurélio
Britto de
Menezes
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Não
Informado
1921
Trigonomet
ria
Esférica.
Astronomia
teórica e
Prática,
Hidráulica,
Topografia,
Desenho
Mecânico,
Mecânica
Aplicada,
Estradas,
Geodesia
Catedrático
da cadeira
de
Geodesia
Elementar-
Astronomi
a de
Campo em
1936 e
Geodesia
Elementar
Astronomi
a de
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1914
Não Informado
Não Informado
Não Informado
257
Elementar-
Astronomia
de Campo,
Estradas de
Ferro e de
Rodagem.
Campo em
1942
Caio Mário
Pedreira
Bahia,
Salvador
João de
Mello
Pedreira
Advogado
1947
Não
Informado
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1914
Não Informado
Não Informado
Não Informado
Durval
Neves da
Rocha
Bahia,
Salvador
Alfredo
Nunes da
Rocha
Não
Informado
1943
Resistência
dos
Materiais e
Grafo-
estática
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1916
Não Informado
Não Informado
Não Informado
Dyonisio
Gonçalves
Martins
Bahia
Não
Informado
Negociante
1897
Arquitetura
e
Engenharia
Sanitária
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
O docente
ajudou nas
obras para a
construção da
Escola
Agrícola se
iniciaram em
1864 onde,
também
formulou ainda
os estatutos e
planos de
estudos tanto
dos cursos
teóricos, de
nível superior,
como dos
práticos, de
nível
Diretoria de obras
públicas na Bahia,
ligado posteriormente
a Seagriba.
Não Informado
258
secundário
ELysio de
Carvalho
Lisboa
Bahia,
Muritiba
Bento da
Costa
Lisboa
Proprietário
1920
Geometria
Descritiva
e suas
aplicações
às sombras
e à
perspectiva
Catedrático
da cadeira
Geometria
Descritiva,
Elementos
de
Geometria
Projectiva,
Perspectiva
,
Aplicações
Técnicas
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Professor
Emérito da
Faculdade de
Filosofia da
Universidade
da Bahia.
Professor da
Escola
Agrícola da
Bahia, cargo
exercido
interinamente
até 1935,
quando foi
nomeado
catedrático.
Formado na
EPBA em 1920
Membro do
Instituto
Geográfico e
Histórico da
Bahia, do
Instituto
Engenheiros de
São Paulo, da
Sociedade de
engenheiros da
Cidade
Salvador.
Obras:
Evolução da
Geometria;
Superfícies
Retilíneas;
Perspectiva
Cavaleira;
Perspectiva
Axonométrica
Prefeito de Salvador,
cargo exercido de
01/12/1942 a
31/07/1945, Auxiliar
técnico da Inspetoria
Federal de Obras
Contra as Secas, cargo
que exerceu de
11/1919 a 08/1920,
quando foi nomeado
pelo secretário da
agricultura da Bahia
para estudar as
fronteiras do estado ao
sul do rio
Jequitinhonha, tarefa
que cumpriu de
09/1920 a 30/04/1921.
Nomeado delegado
baiano na comissão
mista de demarcação
dos limites entre os
estados da Bahia e
Espírito Santo, cargo
exercido de 10/1927 a
04/1929. fiscal do
governo estadual junto
ao Instituto de Cacau
da Bahia, de
03/12/1931 a
05/12/1937; e dirigiu
como empreiteiros
obras da avenida
Jequitaia em Salvador
. Em 1945, fez uma
visita de três meses a
instituições
Como
construtor
empreiteiro,
dirigiu obras na
capital e atuou
na construção
de um trecho da
estrada de ferro
de Machado
Portela a
Tremendal, na
Bahia, de
10/1923 até
07/1925; e no
traçado e na
locação da
estrada de
rodagem
ligando
Cajueiro a
Cipó, de
09/1926 até
03/1927.
259
científicas,
acadêmicas e
industriais
americanas, a convite
do governo norte-
americano; foi diretor
técnico da Cia.
Industrial de Ilhéus
S.A. desde 1947.
Epaminond
as dos
Santos
Torres
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Negociante
1901
Mineralogi
a
Sistemática
Geologia e
Paleontolo
gia,
construção
Civil,
Máquinas,
Materiais,
Navegação,
Hidráulica.
Catedrático
da Cadeira
de
Hidráulica
e
Abastecim
ento
Diretor da
EPBA em
1934 -
1937
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Presidente do
IPBA. Membro
fundador da
Rádio
Sociedade de
Salvador e
Membro do
conselho fiscal
de Salvador em
1924
Prefeito de Salvador
em 1921 - 1924.
Durante a
Administração JJ
Seabra.
Não Informado
260
Eugenio
Ramos
Carneiro da
Rocha
Não
Informad
o
Não
Informado
Negociante
1901
Calculo das
Variações e
Mecânica
Racional
Catedrático
da cadeira
de Calculo
das
Variações;
Mecânica
Racional
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Não Informado
Diretor da Estrada de
Ferro
Petrolina/Teresina em
1922, Docente era
Capitalista ―acionista‖
da Cia de Eletricidade
e Viação Urbana de
Minas Gerais.
Não Informado
Evandro
Soares de
Pinho
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Negociante
1907
Desenho
Mecânico
Não
informado
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1907
Não Informado
Não Informado
Não Informado
Fortunato
Fausto
Gallo
Bahia
Não
Informado
Proprietário
1897
Máquinas
Catedrático
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Diretor e chefe da
locomoção do
prolongamento da
Estrada de Ferro da
Dabia, ligada ao
Ministério dos
Negócios da
Agricultura, Comércio
e Obras Publicas
Não Informado
Francisco
de Souza
Alagoas,
Piranhas
Não
Informado
Proprietário
1905
Astronomia
e Calculo
de
Astronomia
Catedrático
da cadeira
de
máquinas
motrizes e
perfuratrize
s.
Diretor da
EPBA em
1907 -
1922
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Não Informado
Prefeito de Salvador
em 1928 -
1930.Diretor e chefia
de seção da Inspetoria
Federal de Obras
Contra as Secas
o Informado
Francisco
Lopes da
Silva Lima
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Advogado
1897
Geometria
descritiva
Catedrático
da cadeira
Geometria
Descritiva.
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ em 1884
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Fiscal da
Companhia
Carris Elétricos
da Bahia
Não Informado
Não Informado
261
Frederico
Ferreira
Pontes
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1906
Estabilidad
e das
Construçõe
s, Materiais
de
Construção
e
verificação
experiment
al da sua
resistência;
Estabilidad
e
Tecnologia
das
profissões
elementare
s e do
construtor
mecânico,
Resistência
dos
Materiais
Construçõe
s, Pontes,
Grandes
Estruturas
Metálicas e
em
Concreto
Armado
Catedrático
da cadeira
de
Materiais
de
Construção
e
verificação
experiment
al da sua
resistência
e
Resistência
dos
Materiais
Grafoestáti
ca.
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Não Informado
Secretário da
Agricultura, Viação,
Ind. e Obras Públicas
em 1905 - 1906.
Não Informado
Giuseppe
Martina
Francês,
Paris
Não
Informado
Não
Informado
1897
Mineralogi
a e
Geologia
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Farmacêutico.
Formado na
França, Paris
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Não Informado
Não Informado
Hans
Schleier
Bahia,
Salvador
Joseph
SCHLEIE
R (Alemão)
Negociante
1897
Mineralogi
a e
Geologia
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Não Informado
Não Informado
262
Jayme
Vianna
Bahia,
Salvador
Carlos
Rodrigues
Vianna
Médico
1919
Mineralogi
a e
Geologia,
Desenho à
Mão Livre
e
Econômica
Noções de
Mineralogi
a
Catedrático
da cadeira
de Noções
de
Economia
Mineralogi
a
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1917
Não Informado
Não Informado
Não Informado
João
Pereira
Navarro de
Andrade
Bahia
Não
Informado
Advogado
1897
Navegação
interior e
portos de
mar
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ em 1893
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Não Informado
Não Informado
Joaquim
Arthur
Pedreira
Franco
Bahia,
Cachoeir
a
Não
Informado
Não
Informado
1897
Direito e
Estatística
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Docente era capitalista,
possui Acionista do
Banco de Crédito da
Lavoura da Bahia (20
Ações)
Não Informado
Joaquim
Licínio de
Souza
Almeida
Bahia,
Salvador
Fernando
de Souza
Almeida
Não
Informado
1922
Portos de
Mar, Rios e
Canais:
projetos e
orçamentos
Catedrático
da cadeira
de Portos
de Mar,
Rios e
Canais:
projetos e
orçamentos
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1916
Não Informado
Diretor e Presidente
da Comissão de
Estatística do
Ministério da Viação
e Obras Públicas em
1947, foi Ministro da
Viação e Obras
Públicas em 1936
Não Informado
José Allioni
Bahia
Não
Informado
Negociante
1897
Geometria
Descritiva
Aplicada,
Química
Inorgânica
e Analítica
Catedrático
da Cadeira
de
Geometria
Descritiva
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Projetou a
Academia de
Belas Artes da
Bahia em 1881
Não Informado
Não Informado
263
José
Americano
da Costa
Bahia,
Salvador
Álvaro
Antônio da
Costa
Proprietário.
Político no
Império
1923
Cadeira de
Materiais
de
Construção
,
Tecnologia
s e
Processos
Gerais de
Construção
Catedrático
de
Materiais
de
Construção
,
Tecnologia
s e
Processos
Gerais de
Construção
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1908
Presidente
fundador do
CREA da 3ª
Região,
engenheiro do
Departamento
Nacional de
Obras Contra a
Seca,
construtor de
várias estradas
de ferro e de
rodagem.
Como prefeito
executou várias
obras de
construção de
ruas, avenidas
e estradas de
rodagem
Prefeito de Salvador
1932 - 1937, prefeito
de Jequié em 1931 -
1932, pode-se citar
também a doação do
terreno para a
construção do
Instituto de Cegos da
Bahia, recuperação
das praças do Campo
Grande e da Piedade e
embelezamento
desses e de outros
pontos da cidade do
Salvador, com a
construção de diversos
jardins.
José Americano
Costa era filho
de Álvaro
Antônio da
Costa
Presidente da
Província do
Rio Grande do
Norte em 1885.
José
Antônio da
Costa
Bahia
Não
Informado
Proprietário
1897
Hidráulica
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Não Informado
Não Informado
José
Antonio
Rodrigues
Vianna
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1897
Não
Informado
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador da
EPBA
Inspetor do 3ª Distrito
de Portos Marítimos
da Bahia, Delegado
fiscal do governo
federal junto a EPBA
em 1904.
Não Informado
José
Gabriel DE
Lemos
Brito
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Não
Informado
1913
Economia
Política e
Finanças
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Advogado.
(Formado em
Direito pela
Faculdade de
Direito da
Bahia)
Não Informado
Não Informado
Não Informado
José Nuno
de Barros
Bahia
Não
Informado
Negociante
1897
Ministrou
diversas
cadeiras na
Não
informado
Não
ocupou
cargo de
Não
Informado
Formado na
Escola
Agrícola da
Membro
fundador do
Não Informado
Não Informado
264
Pereira
EPBA
Diretor da
EPBA
Bahia - EAB
IPBA e EPBA.
José Pires
do Rio
São
Paulo,
Guaratin
guetá
Não
Informado
Não
Informado
1912
Hidráulica:
líquidos e
gases;
Abastecime
nto de
água;
Esgotos
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
Escola
Politécnica de
São Paulo
Não Informado
Prefeito de São Paulo
1926 - 1929,
Deputado Federal por
São Paulo 1922 -
1924, foi diretor da
Comissão de Obras do
Porto do Rio de
Janeiro, na construção
do Porto do Rio
Grande do Sul, na
Inspetoria de Obras do
Nordeste, na Estrada
de Ferro Central do
Brasil e no Conselho
Nacional de Águas e
Energia, no Ministério
da Viação e Obras
Públicas,
permanecendo na
Pasta de 1919 a 1922.
Ocupou o Ministério
da Fazenda no
governo de José
Linhares (Presidente
Interino após a saída
de Getúlio Vargas), de
29 de outubro de 1945
a 1 de fevereiro de
1946, Em 1918, já
Inspetor das Estradas
de Ferro na Bahia, foi
convidado pelo eleito
Presidente da
República, Epitácio
Pessoa, para ocupar o
Ministério da Viação
e Obras Públicas,
permanecendo na
Pasta de 1919 a 1922,
quando transfere
residência para São
Paulo. Durante sua
gestão na capital
paulista, foram
Não Informado
265
iniciados o projeto e a
construção do Parque
do Ibirapuera.
Jovino do
Prado
Pereira
Bahia,
Juazeiro
Jovino
Antônio
Pereira
Proprietário
1952
Estradas de
Rodagem
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1922
Não Informado
Não Informado
O pai do
Docente era
proprietário e
Coronel da
Guarda
Nacional.
Justino da
Silveira
Franca
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Não
Informado
1899
Trigonomet
ria
Esférica,
Astronomia
Teórica e
Prática,
Geodésia
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Não Informado
Não Informado
Não Informado
266
Lauro de
Andrade
Sampaio
Bahia,
Salvador
Joaquim
Ribeiro
Sampaio
Negociante
1943
Resistência
dos
Materiais e
Grafo-
estática
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1916
Não Informado
Não Informado
Não Informado
Lauro de
Farani
Pedreira de
Freitas
Bahia,
Alagoinh
as
Graciliano
Marques
Pedreira de
Freitas
Advogado
1943
Resistência
dos
Materiais e
Grafo-
estática
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Professor de
Cosmografia
e Geofísica
do Ginásio
da Bahia
Formado na
EPBA em 1922
Desenhista e
inspetor de
obras de arte.
superintendent
e da
Compagnie de
Chémins de
Fer Fédéraux
de L'Est
Brésilien, em
Salvador;
presidente da
Caixa de
Aposentadoria
e Pensões dos
Ferroviários da
Bahia e
Sergipe.
Diretor do Ministério
da Viação e Obras
Públicas em 1935, em
1950, o docente
concorreu ao
Governador da Bahia,
no entanto, morreu em
um acidente aéreo
quando candidato. O
nome da Cidade
Lauro de Freitas é em
sua Homenagem.
O pai do
docente ocupou
o cargo de
Secretário
Geral do Estado
da Bahia
interinamente
1906-1912.
Prefeito da
cidade de
Alagoinhas
depois da
proclamação da
República.
Leopoldo
Afrânio
Bastos do
Amaral
Pará,
Belém
José
Bransforão
da França
Amaral
Militar
1917
Geometria
Analítica e
Cálculo;
Geometria
Descritiva
e suas
plicações
às sombras
e à
perspectiva
; Calculo
das
Variações e
Mecanica
Racional,
Catedrático
da cadeira
Geometria
Analítica e
Calculo
Infinitesim
al
Diretor da
EPBA em
1947 -
1949
Professor do
Ginásio da
Bahia e da
Escola de
Belas Artes
da Bahia na
catedra de
Matemática.
Foi fundador
da Faculdade
de Filosofia
em 1942,
onde ocupou
a cadeira de
estatística
aplicada
Formado na
EPBA em 1916
Membro do
IPBA
Prefeito de Salvador
em 1930, Governador
da Bahia em 1930 -
1931 , Diretor e Fiscal
da estrada de ferro de
Nazaré, Foi redator e
diretor do periódico
"O jornal" na década
de 1920,
Não Informado
267
Lino de Sá
Pereira
Não
Informad
o
Não
Informado
Não
Informado
1906
Não
Informado
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Professor de
Estatísticas
em
Universidade
s em São
Paulo e Rio
de Janeiro.
Formado na
EPRJ
O docente se
tornou uma
grande
referência
nacional na
cadeira de
Estatística;
especialista em
―elasticidade‖
especialidade
que adquiriu na
Alemanha.
Não Informado
Não Informado
Luiz
Thomaz da
Cunha
Navarro de
Andrade
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Não
Informado
1897
Navegação
interior e
portos de
mar
Catedrático
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Membro
fundador da
EPBA
Não Informado
Não Informado
Manoel
Luiz do
Rego
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Não
Informado
1904
Economia
política
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Advogado.
Formado na
Faculdade
Livre de
Direito de
Recife
Não Informado
Diretor da Companhia
Geral Comercial de
São Salvador da
Bahia, o docente era
capitalista. Acionista
de várias empresas
ligadas ao comércio.
O docente era
capitalista.
Acionista de
várias empresas
ligadas ao
comércio.
Mário
Tarquinio
Bahia,
Salvador
Luiz
Tarquinio
Negociante/I
ndustrial
1929
Desenho
Técnico
Catedrático
da cadeira
de desenho
Técnico
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1915
Não Informado
Não Informado
Não Informado
268
Miguel
Calmon Du
Pin E
Almeida
Bahia,
Salvador
Antônio
Calmon Du
Pin e
Almeida
Proprietário.
Político no
Império
1901
Geometria
Analítica;
Cálculo
Diferencial
e Integral
Catedrático
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Não Informado
Deputado Federal,
Senador Federal,
Secretário da
Agricultura e da
Fazenda no governo
Severino Vieira e José
Marcelino (1901-
1904, 1904 e 1907),
Ministro da Viação e
Obras Públicas (1907
- 1908) e Ministro da
Agricultura (1922 -
1924), Miguel
Calmon além de
trilhar uma carreira
política de prestígio,
também era membro
atuante da Sociedade
Nacional de
Agricultura e
Sociedade Baiana de
Agricultura.
Instituições
organizadas na
sociedade civil com
fins de fazer inscrever
seus projetos junto a
sociedade política,
com o fim de elaborar
políticas públicas.
A tradicional
família
Calmon teve
como ícone o
Primeiro
Miguel Calmon
"Marques de
Abrantes" que
foi um dos mais
respeitados
políticos do
Império, os
Calmon desde
sempre esteve
envolvida com
uma rede de
interesses que
se estendia da
cultura do
açúcar ao
comércio e à
atividade
bancária.
Francisco Goés
Calmon, o mais
velho, foi
presidente do
Banco
Econômico, da
Ordem dos
Advogados da
Bahia e
governador da
Bahia (1924-
1928); Antônio
foi deputado
federal; Miguel
formou-se
engenheiro pela
Escola
Politécnica do
Rio de Janeiro
em 1900.
269
Miguel
Ferreira
Dultra
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proletário
1921
Química
Orgânica,
Biológica,
Bromatoló
gica,
Elementos
de
Bioquímica
, Química
Industrial
Inorgânica
e orgânica,
Química
Analítica
parte
qualitativa,
Noções de
Mineralogi
a e
Química
Orgânica e
Elementos
de
Bioquímica
.
Catedrático
da cadeira
de Química
Orgânica e
Elementos
de
Bioquímica
.
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Engenheiro
Químico.
Formado
PELA ÉCOLE
DES
INGENIEURS
DA
UNIVERSITÉ
DE
LAUSANNE,
Suíça
Os estudos do
docente na
Suíça foram
custeados por
um tio, já que,
sua família era
muito pobre e
sem condições
financeiras.
Estudou
também no
Colégio jesuíta
de Campolide
em Portugal.
Não Informado
Não Informado
Octávio de
Britto
Figueiredo
Bahia,
Itaparica
Cândido de
Souza
Figueiredo
Advogado
1936
Estradas de
Ferro e
Rodagem
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1918
Não Informado
Não informado
Não Informado
270
Octávio
Cavalcante
Mangabeira
Bahia,
Salvador
Francisco
Cavalcanti
Mangabeir
a
Farmacêutico
1905
Cadeira de
Navegação
Interior
precedida
do estudo
de
Hidráulica
Fluvial,
Portos de
Mar,
Química
Inorgânica
Descritiva
e Analítica,
Analítica
para
Resistência
dos
Materiais
Grafoestáti
ca, Grandes
Estruturas
Metálicas e
em
Concreto
Armado e
Estatística,
Economia
Política e
Finanças.
Catedrático
da cadeira
de Química
Inorgânica
Descritiva
e Analítica
e
Estatística,
Economia
Política e
Finanças
da Escola.
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1904
Mangabeira foi
Benemérito da
EPBA e do
IPBA, em 1913
foi
homenageado
com a
colocação do
seu retrato na
galeria do salão
nobre da
Escola; em
1923, os
laboratórios e
gabinetes do
curso de
química
industrial
foram
batizados com
seu nome e seu
busto em
bronze foi
colocado no
salão nobre.
Mangabeira
possui muito
prestígio junto
a Associação
Comercial da
Bahia, sendo
também seu
benemérito.
Foi eleito em
1930 para a
Academia
Brasileira de
Letras - ABL.
Governador da Bahia
em 1947 - 1951,
Vereador em Salvador
em 1908 - 1912,
Deputado Federal em
1912 - 1916, 1916 -
1920, 1920 - 1924,
1945 - 1947,
SENADOR
FEDERAL em 1951-
1956, fazendo no
exercício do cargo,
Ministro das Relações
Exteriores em 1926 -
1930, Octávio
Mangabeira é exilado,
em 1930 a 1937 pelo
movimento de 1930,
mas o Estado Novo
força-o novamente a
exilar-se, retornando
apenas com a
redemocratização em
1945.
Mangabeira
esteve sempre
atuante diante
das instituições
ligadas a
sociedade civil
na Bahia. A
principal dela
IPBA e ACBA,
no qual, esteve
no quadro dos
Beneméritos.
Seu outro irmão
João
Mangabeira,
teve uma
carreira
bastante atuante
na região do sul
Bahia (Ilhéus),
Membro da
Academia
Brasileira de
LETRAS
Oscar
Freire de
Carvalho
Bahia,
Salvador
Não
Informado
Proprietário
1913
História
Natural
com
desenvolvi
mento da
botânica
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Professor da
Faculdade de
Medicina da
Bahia.
Professor
catedrático
Médico.
Formado na
Escola de
Medicina da
Bahia
Não Informado
Não Informado
Não Informado
271
sistemática,
Física,
Química;
Mineralogi
a e História
Natural
da cadeira de
Medicina
Legal da
Faculdade de
Medicina de
São Paulo
Paulo de
Mattos
Pedreira de
Cerqueira
Bahia,
Salvador
Álvaro
Pedreira de
Cerqueira
Não
Informado
1928
Física
Experiment
al e
Meteorolog
ia,
Estatística,
Economia
Política e
Finanças e
Física
Catedrático
da cadeira
de Física
Diretor da
EPBA em
1937 -
1939
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1913
O docente se
tornou
professor
Emérito da
EPBA em
1962.
Presidente do
IGHB em 1970
quando
faleceu.
Não Informado
Não Informado
Pedro
Alexandrin
o de Souza
e Silva
Não
Informad
o
Não
Informado
Não
Informado
1897
Mecânica
Racional
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
Escola Central
do Rio de
Janeiro
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
O docente era
Major do
Exército
Não Informado
Não Informado
Raul
Malbouisso
n
Não
Informad
o
Não
Informado
Não
Informado
1903
Desenho
Mecânico
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPRJ
Gerente da
Companhia
Valença
Industrial na
década de
1940.
Não Informado
Não Informado
Salvador
Pires de
Carvalho
Aragão
Não
Informad
o
Não
Informado
Militar
1897
Não
Informado
Assistente
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
Escola Central
do Rio de
Janeiro. Major
do Exército
Membro
fundador do
IPBA e EPBA.
Major Salvador
Pires de
Carvalho
Aragão,
comandante do
5° Corpo de
Polícia da
Bahia
(integrado por
sertanejos da
zona do São
Francisco) e
Deputado Estadual em
1891.
Não Informado
272
auxiliar do
Coronel
Manuel
Campelo
França,
responsável
pelo transporte
e
abastecimento
da Quarta
Expedição
Thyrso
Simões de
Paiva
Bahia,
Santo
Amaro
Felippe
Simões de
Paiva
Não
Informado
1904
Aritmética e
Álgebra,
Mecânica
Aplicada e
Mecânica
precedida de
elementos de
Cálculo
Vetorial.
Catedrático da
cadeira de
Mecânica
precedida de
elementos de
Cálculo
Vetorial
Não
ocupou
cargo de
Diretor da
EPBA
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1904
Membro do
IPBA
Prefeito de Salvador
em 1931 - 1932.
Não Informado
Tito
Vespasiano
Augusto
Cesar Pires
Amazona
s,
Manaus
Aristides
Augusto
Cesar Pires
Não
Informado
1920
Máquinas
Motrizes,
Resistência
dos Materiais.
Grafoestática,
Estabilidade
das
Construções e
Construtor
Mecânico,
Geometria
Analítica,
Cálculo
Infinitesimal,
Arquitetura
Civil, Higiene
dos Edifícios,
Saneamento
das Cidades,
Pontes,
Grandes
Estruturas
Metálicas e em
Concreto
Armado e
Estabilidade
das
Construções.
Catedrático
da cadeira
de estudo
dos
Materiais
de
Construção
.
Diretor da
EPBA em
1944 -
1946.
Não
Informado
Formado na
EPBA em 1916
Professor
Emérito em
1959.
Não Informado
Não Informado
FONTES: Diversas EPBA. Atas de Congregação da EPBA.
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