A maioria dos filmes brasileiros das primeiras décadas eram documentários de
curta-metragem e cine-jornais, e mesmo não podendo mais ver suas imagens, pode-se
resgatar seus assuntos, temas e abordagens a partir de vários documentos, críticas e
divulgações em revistas e jornais da época, além do importante projeto desenvolvido pela
Cinemateca Brasileira de levantamento da Filmografia Geral do Cinema Brasileiro, dos
seus primórdios aos dias atuais. Acervos e pesquisas que nos revelam a incidência de filmes
sobre carnaval, concursos de beleza, jogos de futebol, viagens e inaugurações oficiais,
desfiles militares, além de filmes sobre as belezas e riquezas naturais de várias regiões do
país.
pela gravação mecânica. Porém, os avanços surgiram seguindo esta breve cronologia, gentilmente cedida por
Ney Carrasco, sobre o som em disco e o som ótico. Primeiro, vale percorrer o som em disco desde 1877,
quando Thomas Edison patenteia o fonógrafo, e produz um protótipo que tocava “Mary tinha uma pequena
ovelha” (“Mary had a little lamb”, canção infantil). Em 1888, Edward Muybridge consulta Edison sobre a
possibilidade de associar seu zoopraxiscópio ao fonógrafo. Em 1894, Edison produz o Kinetoscópio. Em 1895,
Edison adapta seu fonógrafo ao kinetoscópio, produzindo cerca de 50 máquinas que ele chamou de kinetofone.
Até 1910, Leon Gaumont e Oskar Messter criam sistemas de projeção de filmes sonoros na França e Alemanha,
respectivamente. Em 1913, Edison cria seu primeiro sistema de projeção de filmes sonoros para salas de
exibição, também chamado kinetofone. Nos anos 20, surge a gravação elétrica do som. Em 1926, há a
apresentação do sistema Vitafone, com o filme Don Juan. Em 1927, o filme O Cantor de Jazz (The Jazz Singer)
estréia em 6 de outubro. Depois sobre o som ótico, em 1878, E. W. Blake, cria “A Method of recording
articulate sounds by means of photography”. Em 1880, Alexander Grahan Bell patenteia a célula de selênio
para a detecção de sinais sonoros transmitidos por luz. Em 1886, já existem patentes para o registro de som por
meio da fotografia nos sistemas área variável e densidade variável. Em 1888, Eugene Lauste, trabalhando para
Thomas Edison, inicia suas pesquisas sobre o registro fotográfico do som. Na virada do Século, Joseph
Tycociner faz experiências com gravação de densidade variável, e enfrenta problemas com a amplificação do
som. Em 1901, Ernst Ruhmer inventa o fotografofone, uma câmera sonora. Em 1907, Lauste, agora em
Londres, registra pela primeira vez a idéia de um sistema no qual imagem e som sejam registrados na mesma
película. Em 1910, Lauste obtém sucesso no registro de som e imagem na mesma película. Entre 1910/14,
Lauste produz uma série de filmes sonoros, mas ainda encontra problemas com a amplificação. Em 1911,
Theodore Case inicia suas experimentações com gravação sonora em Yale, onde era estudante.Em 1913, Jakob
Kunz cria a célula fotoelétrica. Em 1918, Lee de Forest inicia sua pesquisa sobre registro fotográfico de sons.
Em 1919, De Forest registra as primeiras patentes. Em 1920, Joseph Tycociner retoma seu trabalho sobre
registro fotográfico do som, usando a célula fotoelétrica e os recém criados amplificadores valvulados. Em
1920, De Forest e Case passam a trabalhar juntos. Em 1922, Joseph Tycociner realiza a primeira demonstração
de seu phonoactinion, apresentando um filme sonoro para um público restrito. Em 1922, Case desenvolve a
aeo-light, uma lâmpada a base de hélio de grande intensidade, adequada para a gravação sonora. Em 1923, Earl
Sponsable desenvolve uma câmera sonora para os laboratórios de Case. Em 1923, De Forest, usando recursos
técnicos desenvolvidos por Case, realiza uma exibição pública de seus phonofilms, em New York. Em 1924,
várias equipes itinerantes apresentam os phonofilms pelos E.U.A. Em 1925, De Forest declara que os filmes
sonoros nunca substituirão os mudos, seguido por Edison em 1926. Em 1926, Case se associa a William Fox,
fundando a Fox-Case Co. e criando o sistema movietone. Em 1927, estréia pública do movietone. As
produções desse período restringiam-se ao universo do jornalismo cinematográfico. Em 1928, a Fox Co. funda
a Fox Movietone City, um complexo para produção de filmes sonoros que depois se tornaria a Twentyth-
Cenury Fox. Em 1928, a RCA inicia a exploração do photophone, sistema de som por área variável, entrando na
exploração do mercado cinematográfico, e posteriormente se tornaria a RKO.
45